Download PDF
ads:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria
Associação entre impulsividade, idade do primeiro consumo de
álcool e abuso de substâncias psicoativas em adolescentes de uma
região do sul do Brasil
Lisia von Diemen
Orientador: Dr. Flavio Pechansky
Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em
Psiquiatria, junto ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Médicas: Psiquiatria, da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do sul.
Porto Alegre, Março de 2006
1
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
von Diemen, Lísia
Associação entre impulsividade, idade do primeiro consumo de álcool e abuso de substâncias psicoativas
em adolescentes de uma região do sul do Brasil; orient. Flavio Pechansky – 2006
95f
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa
de Pós-Graduação em Psiquiatria. Porto Alegre – RS, 2006.
1. Adolescentes: 2. Abuso de substâncias: 3. Impulsividade: 4. Idade do primeiro consumo de álcool: 5:
Validação de escala: 6. Propriedades psicométricas: 7. Álcool: 8: Drogas I. Pechansky, Flavio II. Título.
2
ads:
“Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus
pareço apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar,
divertindo-me com o fato de encontrar de vez em quando um seixo
mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o
grande oceano da verdade permanece completamente por
descobrir à minha frente.
Isaac Newton
3
Índice
1. Resumo....................................................................................................................4
2. Abstract....................................................................................................................8
3. Introdução................................................................................................................12
a. Epidemiologia do uso de drogas..................................................................12
b. Fatores de risco para uso de drogas em adolescentes..................................16
c. Medidas de impulsividade...........................................................................19
d. BIS 11 (Barratt Impulsiveness Scale versão 11)......................................... 20
e. Impulsividade e substâncias psicoativas..................................................... 21
f. Idade do primeiro consumo de álcool..........................................................25
4. Objetivos..................................................................................................................31
5. Artigo 1....................................................................................................................32
Adaptação e validação inicial para o português da BIS 11 (Barratt Impulsiveness Scale 11) – uso
em adolescentes
6. Paper 1……………………………………………………………………………42
Adaptation and initial validation of the Barratt Impulsiveness Scale (BIS) 11 to Brazilian
Portuguese for use in adolescents
1. Artigo 2...............................................................................................................51
Associação entre impulsividade, idade do primeiro consumo de álcool e transtorno por uso de
substâncias em adolescentes
1. Comentários finais ..............................................................................................73
2. Agradecimentos....................................................................................................76
3. Referências...........................................................................................................78
4. Anexos..................................................................................................................86
4
1. Resumo
Introdução: Os problemas advindos dos transtornos por uso de substâncias (TUS) apresentam alta
prevalência tanto em nível mundial quanto no Brasil e se destacam por atingirem principalmente
adolescentes e adultos jovens, ocasionando alto impacto econômico e social. Os fatores de risco que
levam ao início e à evolução de tais transtornos são investigados há várias décadas, mas o que já foi
demonstrado explica apenas parcialmente a variabilidade dessa patologia. A impulsividade tem se
destacado por estar associada a diversos fatores de risco como transtorno de personalidade anti-social,
déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) entre outros, podendo ser o elo que liga essas patologias ao
TUS. Embora a impulsividade tenha sido associada a transtornos relacionados ao álcool e outras drogas
em diversos estudos, há uma carência de evidências em amostras comunitárias, particularmente em
adolescentes.
A literatura identifica também a associação da idade do primeiro consumo de álcool (IPCA) com
TUS. Contudo, ainda há controvérsias a respeito da IPCA ser um fator de risco independente ou uma
manifestação de outras características e transtornos associados à TUS. Além disso, as evidências da
associação IPCA/TUS são na sua maioria provenientes de estudos norte-americanos; considerando-se que
a IPCA pode ser afetada por características culturais, esses achados necessitam ser reproduzidos em outros
países.
No que compete à avaliação da impulsividade, esta tem sido aferida principalmente por medidas
laboratoriais de comportamento e escalas de auto-relato; entretanto, nenhuma das escalas disponíveis foi
validada para o uso no Brasil, dificultando estudos nessa área.
Objetivos: Os objetivos dessa dissertação são: adaptar para o português e validar para uso em
adolescentes uma escala adequada para aferir impulsividade, avaliar a associação entre impulsividade,
5
IPCA e TUS em adolescentes masculinos e se associação da IPCA com TUS é independente da
impulsividade.
Método: Foram realizados dois estudos em seqüência. O primeiro estudo descreve a adaptação e
validação da Barrat Impulsiveness Scale (BIS) 11, que foi traduzida de forma independente por duas
psiquiatras, unificada em uma versão final e testada em 10 indivíduos de idade e escolaridade
heterogêneas. A versão final foi retro-traduzida para o inglês e enviada ao autor da escala que a aprovou
para testes de campo. Dezoito estudantes de medicina bilíngües responderam à versão em inglês e em duas
semanas à versão em português para a análise do coeficiente de correlação intra-classe (CCI). A
consistência interna (utilizando α de Crombach) foi avaliada em uma amostra comunitária de 464
adolescentes masculinos de 15 a 20 anos provenientes de uma região geograficamente delimitada de
Canoas. Para aferição da validade de constructo foi utilizada uma sub-amostra de 126 adolescentes e foi
baseada nas correlações do escore total da BIS 11 com os escores da SNAP-IV para TDAH e para
transtorno de oposição e desafio (TOD) e com o número de sintomas de transtorno de conduta (TC). Para
o segundo estudo foi utilizado um delineamento de caso-controle aninhado a um estudo transversal que
utilizou a mesma amostra de 464 adolescentes descrita no primeiro estudo, tendo sido excluídos os
adolescentes que nunca haviam utilizado álcool, totalizando uma amostra final de 418 adolescentes. Os
casos foram identificados através da seção de álcool e drogas do Mini International Neuropsychiatric
Interview como tendo abuso ou dependência de álcool, maconha, cocaína ou inalantes (n=63) e os
controles (n= 355) eram aqueles que não preenchiam critérios para TUS e que já haviam utilizado álcool.
As outras medidas utilizadas foram a BIS 11 e um questionário de avaliação sócio-demográfica. Para a
análise estatística foram estimadas Razões de Chances (RC) brutas e ajustadas com intervalo de confiança
de 95% através de regressão logística com um modelo hierárquico, tendo o diagnóstico de TUS como
variável dependente e variáveis sócio-demográficas (nível um), impulsividade (nível dois), idade, número
6
de repetências, ter pais separados e ser religioso (nível três) e idade do primeiro consumo de álcool (nível
quatro) como variáveis independentes.
Resultados: no primeiro estudo, o CCI obtido nos estudantes de medicina foi de 0,90. Nos adolescentes
masculinos, a consistência interna foi de 0,62 para os 30 itens. A análise fatorial exploratória não
identificou os 3 fatores da escala original. Os escores totais da BIS 11 apresentaram correlação
significativa com os escores para TDHA, TOD e com número de sintomas para TC, indicando uma
apropriada validade de constructo da escala. No segundo estudo, os adolescentes era predominantemente
brancos, com média de idade de 17,4±1,7 anos, veis elevados de repetência escolar e baixa renda
familiar. Impulsividade e idade do primeiro consumo de álcool foram significativamente associadas com
abuso de substâncias. Tanto maior impulsividade (RC 3,3, IC 95% 1,4-7,8) quanto maior idade do
primeiro consumo de álcool (RC 0,8, IC 95% 0,7-0,9) permaneceram independentemente associados com
abuso de substâncias após os ajustes do modelo.
Conclusão: O estudo de validação da BIS 11 identificou um alto CCI da escala, apontando para a
semelhança de medidas das versões em inglês e português em sujeitos de alta escolaridade. A consistência
interna com um α de 0,62 na amostra de adolescentes foi um pouco abaixo do esperado, mas pode ser
considerada aceitável, levando-se em consideração as características da amostra. Além disso, mesmo com
uma consistência interna abaixo do ideal, a validade de constructo pôde ser detectada, sugerindo que a
escala pode ser utilizada em adolescentes masculinos, embora sem os sub-escores. No estudo de caso-
controle, os achados indicam a forte associação entre impulsividade, IPCA e transtornos aditivos,
ilustrando esses aspectos em adolescentes masculinos e acrescentando validade transcultural aos achados
já descritos na literatura. A temporalidade e as relações de causa-efeito dos resultados necessitam ser
confirmados em estudos longitudinais. Entretanto, em conjunto com as evidências já existentes na
literatura sobre o papel da impulsividade e da IPCA nos TUS, os achados sugerem que tais aspectos
7
possam ser incorporados na elaboração de medidas preventivas ao uso de substâncias psicoativas entre os
jovens.
Palavras-chave: adolescência, impulsividade, comportamento impulsivo, idade do primeiro
consumo de álcool, idade de início, abuso de substâncias, fatores de risco, propriedades psicométricas
8
2. Abstract
Background: the problems that arise from substance use disorders (SUD) present a high prevalence
either in Brazil or around the world, and are extremely important because they affect adolescents and
young adults, generating a strong socio-economical impact. Risk factors that lead to the beginning and
evolution of such disorders have been investigated for many years, but what has been explained only
partially enlightens the variability of these pathologies.
Impulsivity stands out due to its association to various risk factors, such as personality disorders,
attention deficit and hyperactivity among others, and it might be the link between these pathologies and
SUD. Although impulsivity has been associated to disorders related to alcohol and other drugs, in many
studies, there is a lack of evidence based on community samples, mainly in adolescents.
Literature also identifies the association of the age of first drink (AFD) with SUD. However, there
are still controversies on whether AFD is an independent risk factor or a manifestation of other
characteristics and disorders associated with SUD. Besides, evidence of the association SUD/AFD come
mostly from North American studies, and considering the fact that AFD can be affected because of the
cultural aspect, it is necessary to reproduce these findings in other countries.
With regard to the assessment of impulsivity, it has being ascertained through laboratorial behavioral
measures and self report scales; however none of these scales has been validated to be used in Brazil,
which generates difficulties for studies in this context.
9
Objectives: the objectives of this dissertation are to adapt to Brazilian Portuguese and validate to
adolescent use an appropriate scale to measure impulsivity, to evaluate the association between
impulsivity, AFD and SUD in male adolescents, as well as to evaluate whether AFD is associated with
SUD after controlling to impulsivity.
Method: two consecutive studies have been conducted. The first study describes the adaptation and
validation of the Barrat Impulsiveness Scale (BIS) 11, which was translated independently by two
psychiatrists, unified in a final version and tested in 10 subjects of matched age and sex. The final version
was back-translated into English and sent to its author, who approved it for field testing. Eighteen
bilingual undergraduated medical students answered the English version and two weeks later, the
Portuguese version, in order to analyze the intraclass correlation coefficient (ICC). Internal consistency
(using Crombach’s ) and construct validity were analyzed in a community sample of 464 male
adolescents between 15 and 20 years old, who came from a well delimitated geographical area in the city
of Canoas. Construct validity was based on the correlation between the BIS 11 and the SNAP IV scores
and Conduct Disorder symptoms. SNAP-IV evaluates Attention Deficit/Hyperactive Disorders (ADHD)
and Oppositional Defiant Disorder (ODD). CD symptoms were based on DSM-IV criteria.
For the second study we used a case-control design nested inside a cross-sectional study that used
the same adolescent sample described in the first study, excluding adolescents who reported no use of
alcohol, giving a final sample of 418 subjects. Cases were identified through the alcohol and drug section
of the Mini International Neuropsychiatric Interview as having inhalant, cocaine, marijuana or alcohol
dependence or abuse (n=63), and the 355 controls were those who did not reach criteria for SUD. Other
measures used were the BIS 11 and a socio-demographic questionnaire. For the statistical analysis, the
crude Odds Ratio (OR) was estimated and adjusted for a confidence interval of 95% through a hierarchical
model of logistic regression, having SUD diagnosis as the dependent variable and socio-demographic
10
variables (level one), impulsivity (level two), age, number of school failures, having separated parents and
being religious (level three) and age of first drink (level four) as independent variables.
Results
In the first study the ICC reported from the medical students was of 0.90. Among the male adolescents the
internal consistency was of 0.62 for the 30 items. Factorial analysis did not identify the three factors of the
original scale. Impulsivity scores of the BIS 11 were correlated with ADHD and ODD scores, as well as
with numbers of symptoms for CD, suggesting an appropriate construct validity of the scale. In the second
study adolescent were mainly white, with a mean age of 17,4±1,7, high levels of school failure and low
family income. Impulsivity and age of first drink were significantly and independently associated with
substance use disorders. Both higher impulsivity (OR 3.3, 95% CI 1.4-7.8) and higher age of first drink
(OR 0.8, 95% CI 0.7-0.9) remained independently associated with substance use disorder after model
adjustments.
Conclusion
The BIS 11 validation study identified a high ICC for the scale, suggesting similarity on measures
between English and Portuguese versions among subjects with high levels of schooling. The internal
consistency of α=0,62 on the adolescent sample was a little lower than expected, but it can be considered
acceptable, taking into account the characteristics of this sample. Besides that, even with an internal
consistency below the expected, the validation of the construct could be detected, suggesting that the scale
can be used in male adolescents though without its sub-scores.
In the case-control study, findings indicate a strong association between impulsivity, AFD and
addictive disorders, highlighting these aspects in male adolescents and adding transcultural validity to the
findings already described in the literature.
11
Temporality, as well as the cause-effect relations of the results needs to be confirmed in longitudinal
studies. However, with the existing evidence in the literature concerning the role of impulsivity and AFD
on the SUDs, findings suggest that such aspects should be incorporated in the planning of preventive
measures to be used with youngster with regard to psychoactive substances.
Key Words: adolescents, impulsivity, impulsive behavior, age of first drink, substance abuse, risk
factors.
12
3. Introdução
a. Epidemiologia do uso de drogas
Os transtornos relacionados ao consumo de álcool e outras drogas salientam-se como um dos
problemas de maior prevalência e de maior impacto econômico e social no mundo. A prevalência-ponto
mundial para transtornos relacionados ao álcool é estimada em 2,8% para os homens, 0,5% para as
mulheres e em 0,25% para drogas ilícitas (homens e mulheres) [1], com grandes variações regionais. Os
estudos realizados em diferentes países com amostras representativas da população expressam essas
diferenças regionais [2-4]. Nos Estados Unidos da América (EUA), o “National Longitudinal Alcohol
Epidemiologic Surveyrealizado em 2001-2002 [5] mostrou uma prevalência de dependência de álcool no
período de 12 meses de 3,8% na população (5,4% em homens e 2,3% em mulheres), com 9,2% (13,0% em
homens e 5,5% em mulheres) na faixa etária entre 18 e 29 anos. Também nos EUA, uma replicação do
National Comorbidity Survey [4] identificou para ambos os gêneros, na amostra toda e dos 18 aos 29
anos, prevalência na vida de abuso de álcool de 13,2% e 14,3%, de dependência de álcool de 5,4% e
6,3%, abuso de drogas ilícitas 7,9% e 10,9% e dependência de alguma substância ilícita de 3,0% e 3,9%,
respectivamente. Outras informações importantes fornecidas pelo mesmo estudo são relacionadas à idade
de início dos transtornos, sendo que 50% reportaram início de abuso de álcool antes dos 21 anos,
dependência de álcool antes dos 23, abuso de drogas antes dos 19, dependência de drogas antes dos 21 e
transtorno por qualquer substância antes dos 20 anos [4]. O que isto significa do ponto de vista clínico-
epidemiológico é um forte indício de que o final da adolescência e o início da idade adulta são o período
de maior risco para início de problemas com álcool e drogas. No Brasil, há apenas um estudo de
representatividade nacional [2], no qual a prevalência de dependência de álcool foi de 11,2% no total, de
17,1% entre os homens maiores de 12 anos e de 5,2% entre os adolescentes masculinos na faixa dos 12 a
17 anos. Esse mesmo levantamento identificou o consumo na vida de outras drogas, como maconha
13
(6,9%), solventes (5,8%), cocaína (2,3%) e anfetaminas (1,5%), sendo que 19,4% das pessoas haviam
utilizado na vida alguma droga que não álcool ou tabaco.
Saindo das amostras com representação populacional, o uso de substâncias psicoativas tem sido
avaliado freqüentemente em estudantes de ensino médio e fundamental, tanto no Brasil [6] como em
diversos outros países [7-9]. A abordagem de indivíduos para fins de pesquisa no ambiente escolar é
preferida por ser este um grupo de fácil acesso. Entretanto, em países menos desenvolvidos como o Brasil,
os números obtidos com estudantes precisam ser analisados com cautela, tendo em vista que as altas
evasão e faltas escolares no país limitam a representatividade dos estudantes em relação aos adolescentes
em geral [10], especialmente se considerarmos que os adolescentes usuários de drogas têm mais chance de
estar ausente ou evadirem a escola. Entre estudantes norte-americanos de escolas públicas e privadas de
ensino equivalente ao nosso ensino médio e fundamental, o relatório do National Institute of Drug Abuse
[9] em 2004, indicou que 34% dos estudantes havia consumido álcool, 14% maconha, 2% cocaína e 3%
inalantes nos 30 dias prévios à coleta de dados. No Brasil, o Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas (CEBRID) desde 1989 faz levantamentos em estudantes de escolas públicas das 10 maiores
capitais do Brasil, exceto no último, de 2004, em que foram incluídos os alunos de todas as 27 capitais
brasileiras [11]. Os dados do levantamento do CEBRID de 2004 estão descritos na Tabela 1, que mostra o
consumo dos estudantes do Brasil e de Porto Alegre. Na Tabela 1 se observa que o relato de já ter feito
algum consumo de maconha e de tabaco foi muito maior nos estudantes de Porto Alegre do que a média
do país [11]. Além disso, destacam-se o relato de consumo na vida de inalantes por mais de 15% dos
alunos pesquisados e de qualquer droga ilícita por 22,6% destes. A idade de primeiro consumo das
substâncias também foi avaliada no último levantamento do CEBRID e a média nacional de idade de
início para álcool foi de 12,5 +/-2,1 anos, para maconha de 13,9 +/- 1,8 anos, para cocaína de 14,4 +/-2,0
anos e para inalantes de 13,1 +/- 2,2 anos [11]
14
Tabela 1. Uso de substâncias psicoativas as em estudantes brasileiros
Substância
(qualquer consumo)
Brasil (%)
2004
Porto Alegre (%)
2004
Álcool
Uso na vida
30 dias
62,5
44,3
69,0
Tabaco
Uso na vida
30 dias
24,9
9,9
33,5
Maconha
Uso na vida
30 dias
5,9
3,2
10,9
Cocaína
Uso na vida
30 dias
2,1
-
2,3
Inalantes
Uso na vida
30 dias
15,5
9,8
12,3
Qualquer droga
ilícita
Uso na vida
30 dias
22,6
14,8
-
Fonte: Galduroz et al [11]
Outro aspecto importante a se considerar quando nos referimos ao uso e abuso/dependência de
álcool e outras drogas é o impacto econômico e social que estas substâncias acarretam. Em relação ao
15
custo econômico, os EUA calculam gastar anualmente cerca de U$ 148 bilhões com problemas
relacionados ao abuso de álcool e U$ 98 bilhões com transtornos acarretados por drogas ilícitas . O índice
DALYs (Disability Adjusted Life Years) [12] mede o desnível de saúde combinando informações sobre o
impacto da morte prematura com a incapacidade e outros problemas não fatais, sendo uma das medidas
mais utilizadas atualmente para avaliar o impacto das patologias. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estimou o DALYs no ano de 2000 para as principais doenças e o índice para álcool foi 58,3
milhões (4% dos DALYs para todas as doenças) e para drogas em 11,8 milhões de DALYs [12].
16
b. Fatores de risco para uso de drogas em adolescentes
Porquê estudar adolescentes?
Há diversos motivos que justificam o foco desta dissertação estar orientado para este segmento etário
específico da população. Dentre eles, destacamos os seguintes:
1. Diversos estudos de base populacional mostram que no período compreendido entre a
adolescência e a fase jovem da idade adulta ocorrem os maiores níveis de experimentação e
transtornos relacionados ao uso de álcool e drogas [2, 5, 13].
2. Os transtornos aditivos identificados na idade adulta freqüentemente têm início na adolescência
[4, 14-16]. Ao compararmos as taxas de experimentação com as de abuso e dependência dessas
substâncias, é notório que para uma grande parcela desses jovens isto pode significar nada mais
que uma experimentação sem prejuízos. É também verdade que muitos diminuem seu consumo
no inicio da idade adulta para adequar-se às expectativas e obrigações da maturidade como
trabalho, casamento e filhos [17, 18]. Entretanto, uma parcela destes adolescentes irá evoluir
para abuso ou dependência dessas substâncias, gerando um alto custo econômico e social [19-
21].
3. O início precoce de uso de substâncias prediz maior gravidade de adição e morbidade, incluindo
uso de múltiplas drogas. [22, 23]
Dentro dessa perspectiva, um foco importante de pesquisa na área de uso problemático de
substâncias psicoativas tem sido tentar identificar precocemente quais são os adolescentes que têm maior
risco de evoluir de um uso experimental ou recreacional para abuso ou dependência. Alguns fatores de
risco e proteção para problemas com álcool e drogas na adolescência estão bem estabelecidos na literatura:
Ambientais: grande disponibilidade de drogas e normas da sociedade favoráveis ao uso destas
[24, 25].
17
Familiares: uso de álcool e drogas pelos pais [26], conflitos familiares [27], estrutura familiar
precária [25].
Individuais: baixo desempenho escolar [28], amigos com uso de drogas [29] ou comportamento
delinqüente [27], busca de novidades [30, 31], comportamento anti-social [29] e algumas
comorbidades psiquiátricas, como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH),
transtornos de ansiedade e transtornos de humor [32-34].
Na tentativa de identificar fatores de risco para problemas com álcool, drogas ilícitas ou tabaco na
adolescência ou início da idade adulta, vários estudos de coorte foram conduzidos, com tempos de
seguimento variados. Podemos dividir tais estudos em dois grandes grupos: os que realizaram seguimento
de filhos de indivíduos com transtorno por uso de substâncias e controles [35-37] e os que avaliaram
indivíduos da comunidade [38-42] ou estudantes [43] com amostras representativas de tais populações.
Estudos importantes que priorizaram fatores de risco individuais serão descritos adiante; para uma revisão
mais detalhada sobre uso de substâncias psicoativas na adolescência veja Clarck em 2004 [33].
Dentre os estudos que avaliaram filhos de indivíduos com TUS, destaca-se o de Tarter et al.[37],
que acompanharam uma coorte com meninos de 10 a 12 anos até os 19 anos de idade, e que foi composta
por 66 meninos filhos de pais com TUS e de 104 filhos de controles; os principais achados foram que TUS
nos pais podia predizer desinibição neurocomportamental (uma combinção de sintomas afetivos,
cognitivos e comportamentais) nos filhos, e que esta característica, assim como negligência paterna, podia
predizer TUS no filho por qualquer substância ao final do seguimento. Knop et al [36] conduziram uma
coorte do nascimento até os 30 anos de idade com filhos de indivíduos com TUS e identificaram que os
fatores de risco para problemas com álcool que mais explicavam o desfecho eram transtorno de
personalidade anti-social (7%) e número de crises vitais na infância (6%).
Outro trabalho relevante é o de King et al [44] com pares de gêmeos constituídos por 699 meninas e
665 meninos. Os gêmeos iniciaram o estudo com 10 a 12 anos e foram acompanhados até os 14 anos,
18
com o objetivo principal de avaliar se alguma patologia externalizante (transtorno de conduta, transtorno
de oposição e desafio ou TDAH) era fator de risco para uso freqüente de álcool, nicotina ou maconha aos
14 anos. Nos meninos, a chance para uso, uso regular e uso problemático das três substâncias foi pelo
menos duas vezes maior em quem tinha alguma patologia externalizante - com uma chance maior
relacionada à maconha, sendo a razão de chances (RC) de 3,6 com intervalo de confiança de 95% (IC
95%
)
de 1,75-7,52 para uso regular de maconha aos 14 anos.
Ferdinand et al [38] e Bonomo et al [41] conduziram coortes com adolescentes da comunidade. O
primeiro seguiu por 8 anos uma amostra de 787 adolescentes de 10 a 14 anos e encontrou que
comportamento delinqüente era fator de risco para mais de 15 drinques por semana (RC=1,26) e para uso
de droga ilícita mais de uma vez em seis meses (RC=1,25). Já Bonomo et al [41] acompanharam por 7
anos 2.000 adolescentes de 14 a 15 anos oriundos da comunidade e identificaram como fatores de risco
para dependência de álcool consumir 3 ou mais drinques por semana (RC=3,1 e IC
95%
1,2- 7,7) e
apresentar comportamento anti-social (RC=2,4 e IC
95%
1,2- 5,1).
Embora vários fatores preditivos para problemas devido ao uso de com álcool e drogas já tenham
sido identificados, eles explicam apenas uma parte da questão [33]. Há intensa investigação atualmente
tentando identificar outras características individuais que favoreceriam ou não o aparecimento do TUS
frente a outros fatores de risco, principalmente ambientais e familiares [22, 24, 45-49] Dentro dessa
perspectiva, predisposição genética [50, 51], resposta alterada a situações estressoras [52], impulsividade
[53-58], idade do primeiro consumo de álcool [59-61] (relacionado ou não à impulsividade), entre outros,
têm sido foco de estudo.
19
c. Medidas de Impulsividade
Apesar de impulsividade ser um aspecto importante em vários transtornos psiquiátricos, não há até o
momento um consenso na literatura sobre seu conceito ou sobre a forma de medi-la [32]. Frente à essa
indefinição, vários constructos teóricos e vários tipos de medidas têm sido utilizados nos trabalhos sobre
impulsividade [61-63]. As principais medidas utilizadas são:
Potenciais corticais: A atividade elétrica cerebral avaliada enquanto indivíduos realizam
determinadas tarefas produzem formas de ondas cerebrais específicas (P300) que têm sido relacionadas à
impulsividade e transtornos de controle de impulso [64-67] . A vantagem é que essa medida está
diretamente relacionada à função cerebral; entretanto não é específica para impulsividade, pois tem sido
relacionada a uma variedade de problemas neurológicos e psiquiátricos, como, por exemplo, esquizofrenia
e acidente vascular cerebral [68, 69].
Medidas laboratoriais de comportamento: Essas medidas têm sido bastante utilizadas e com boa
correlação com as medidas de auto-relato de impulsividade As vantagens desse tipo de avaliação incluem
a viabilidade do seu uso repetido com conseqüente aplicabilidade para estudos de tratamento e o potencial
para uso em animais de laboratório. A principal desvantagem dessas medidas é que elas não incorporam
os aspectos sociais da impulsividade e não medem padrões de comportamento a longo prazo [32].
Medidas de auto-relato: Há dois instrumentos principais específicos para medir a impulsividade:
o Eysenck Impulsiveness Questionnaire (EIQ) [70] e a Barratt Impulsiveness Scale 11 (BIS 11) [71],
ambos auto-preenchidos. Há também instrumentos para avaliação de personalidade em que a
impulsividade é uma das dimensões, como o TCI [72] ( The Temperament and Character Inventory) e o
EPQ [70] (Eysenck Personality Inventory). A principal vantagem das escalas que medem impulsividade é
o fato de o pesquisador ter informações sobre uma variedade de atitudes e saber se estas atitudes
20
constituem um padrão de comportamento do indivíduo. A maior desvantagem constitui a necessidade de
acreditar na veracidade da informação fornecida [32]
d. BIS 11
A BIS 11 é uma escala constituída por 30 itens com respostas de 1 a 4 do tipo Likert, que variam
de raramente/nunca a sempre/quase sempre. A escala foi desenvolvida para indivíduos com 13 anos ou
mais e produz um escore total de impulsividade, que varia de 30 a 120, além de outros três sub-escores:
motor, falta de planejamento e atenção, com escores que variam de 10 a 40, 12 a 48 e 8 a 32,
respectivamente [71]. O constructo teórico de impulsividade utilizado na escala pode ser amplamente
definido como “agir sem pensar”, relacionado à falta de controle sobre pensamentos e comportamentos
[73]. Cabe ressaltar que o instrumento apresenta cerca de 10 questões que são compatíveis com critérios
diagnósticos de TDAH. O diagnóstico de TDAH [74], segundo o DSM-IV, é constituído por sintomas de
desatenção e de hiperatividade, sendo que a impulsividade está inserida nos sintomas de hiperatividade. A
BIS 11 tem um subescore específico para atenção e um escore motor, que equivale à hiperatividade,
incluindo tais aspectos como características de impulsividade. Ou seja, é esperado que os escores totais da
BIS estejam aumentados em indivíduos com TDAH por esta conter questões que avaliam todos os grupos
de sintomas dessa patologia. Fossati et al [75] e Brook e Boaz [76] identificaram essa associação dos
escores totais da BIS com diagnóstico de TDAH.
A BIS 11 foi validada para o japonês [77] e italiano [75], a BIS 10 para o francês [78] e a BIS 5
para o alemão [79] . A versão em italiano foi validada também para uso em adolescentes [80]. Na
validação da versão japonesa da BIS 11 [77], os valores dos α de Cronbach obtidos nas análises de
consistência interna dos escores total, atenção, motor e falta de planejamento foram, respectivamente,
0,80, 0,60, 0,64 e 0,65 em uma amostra de trabalhadores de hospital. Nesse mesmo estudo, a análise
fatorial confirmatória identificou que os dados se ajustavam ao modelo de 3 fatores da escala original. A
21
versão italiana da BIS 11 foi validada para adultos [75] em estudantes universitários e apresentou α de
0,79 para a consistência interna do escore total sendo os três fatores adequadamente identificados na
análise fatorial exploratória; a validade da escala foi avaliada através da associação do escore total da BIS
11 com diagnóstico de TDAH, medidas de agressividade, comer compulsivo, consumo de álcool e
cigarros. Já na validação da BIS 11 para adolescentes italianos [80], o α obtido foi de 0,78 e a análise
fatorial identificou apenas dois fatores, caracterizados como impulsividade geral e falta de planejamento,
sugerindo que em adolescentes a performance da escala pode ser diferente. Apesar disso, a validade da
escala em adolescentes italianos mostrou resultados semelhantes à validação em adultos. É importante
considerar que os estudos italianos realizaram a validação da BIS 11 para adultos em estudantes
universitários [75] e para adolescentes em estudantes de ensino médio [80] e o estudo japonês em
trabalhadores de hospital, o que dificulta a generalização dos achados.
e. Impulsividade e substâncias psicoativas
A associação entre impulsividade e uso/abuso/dependência de substâncias psicoativas tem sido
investigada tanto em animais [81] quanto em humanos [53, 57]. Em modelos animais de impulsividade
em ratos, foi demonstrado que os ratos mais impulsivos apresentavam maior auto-administração de
cocaína [81] e álcool [82]. Em humanos, tal associação foi avaliada em indivíduos já dependentes [48,
83], em estudantes [43] e em relação ao prognóstico do tratamento [84]. Os estudos sobre impulsividade
em indivíduos já dependentes mostram evidências de que indivíduos com dependência de álcool [48, 85],
heroína [86], cocaína [54, 86] ou tabaco [87] sejam mais impulsivos que controles. Nessa mesma direção,
os principais fatores de risco individuais para problemas com álcool ou drogas ilícitas na adolescência e
início da idade adulta têm sido associados à impulsividade ou a têm como parte da patologia, como por
exemplo transtorno de conduta [88], transtorno de oposição e desafio [89], TDAH [90-92] e transtorno de
22
personalidade anti-social [93, 94]. Além disso, em outras patologias que têm alta comorbidade com uso de
substâncias, como transtorno de humor bipolar [95, 96] e transtorno de personalidade borderline [97-99], a
impulsividade parece estar mediando a maior prevalência de consumo e problemas associados ao álcool e
outras drogas.
Álcool e impulsividade
A associação entre problemas com consumo de álcool e impulsividade em amostra não clínica foi
avaliada em 3 estudos, sendo um com adolescentes da comunidade [100], um com adultos [63] e outro
com universitários [58]. Barnow et al [100] realizou uma coorte de um ano de seguimento com 147
adolescentes com média de idade de 15,2 +/- 2,3 anos; o objetivo do estudo foi avaliar se as expectativas
em relação ao álcool e as características dos pares, como uso de substâncias e delinqüência, estariam
mediando a relação entre impulsividade e problemas com álcool e foram encontrados resultados nesse
sentido. Entretanto, impulsividade foi indiretamente medida através de comportamento agressivo, que
apesar de poder ser um aspecto da impulsividade, não há nenhum constructo teórico que avalise este
comportamento como representativo de impulsividade. Ao contrário, o trabalho de Dom et al [101]
mostrou que a impulsividade diferenciava alcoolistas de início precoce de tardio mesmo após controlar
para agressividade, sugerindo que são medidas independentes. O estudo de Barnow et al [100] foi o único
estudo encontrado com adolescentes da comunidade avaliando impulsividade e consumo de álcool.
Simons et al. [58] avaliaram 442 universitários usuários de álcool e encontraram que instabilidade
emocional e impulsividade sinergicamente aumentavam a chance de problemas com álcool. Cabe salientar
que foi utilizado como medida de impulsividade 2 sub-escalas de uma escala de controle emocional.
Na tabela 3 estão descritos os estudos com amostras de dependentes ou abusadores de álcool que
avaliaram impulsividade, onde podemos observar que, exceto pelo estudo de Poikolaninen et al [48] que a
análise ajustada não foi significativa, todos os outros resultados mostraram uma associação com
impulsividade.
23
Tabela 3: Estudos com abusadores/dependentes de álcool que avaliaram impulsividade
Primeiro Autor Medida População Resultados
Ketzenberger
[55]
BIS 10 54 alcoolistas e 351
indivíduos da
comunidade
BIS 10: 53.7±14,6 e 45.0±14,6
Bjork [83] BIS 11 e teste
comportamental
130 dependentes de
álcool e 41 controles
da comunidade
BIS 11: 70,6±11,7 e 57,4±8,7
Teste comportamental: maior
impulsividade nos alcoolistas na
maioria dos testes
Petry [102] EIQ e teste
comportamental
19 alcoolistas ativos,
12 alcoolistas em
abstinência e 15
controles
Testes comportamentais:
impulsividade decrescente em
alcoolistas ativos, alcoolistas em
abstinência e controles.
Outras drogas e impulsividade
O uso, abuso ou dependência de cocaína, heroína e, mais recentemente, maconha, têm sido
associados à impulsividade. Dentre essas, a cocaína foi a mais estudada e os principais trabalhos com essa
substância estão apresentados na tabela 4, onde podemos observar que em todos os estudos os usuários,
abusadores ou dependentes de cocaína foram mais impulsivos que os controles. Não foram encontrados
estudos avaliando uso ou problemas com cocaína em amostras comunitárias ou em adolescentes. Com
relação à heroína, os estudos são todos com dependência da droga e mostram uma clara associação com
impulsividade [56, 103], todos utilizando testes comportamentais. O uso problemático de maconha
associado à impulsividade foi avaliado em um estudo com 592 universitários por Simons et al [49] e o
resultado foi de que a impulsividade (medida por uma combinação de escalas) mediava os efeitos da
freqüência de uso de maconha com os problemas ocasionados pelo consumo.
24
Tabela 4. Estudos com usuários de cocaína que avaliam impulsividade
Primeiro
Autor
Medida População Resultados
Moeller [57] BIS 11 e teste
comportamental
25 controles (C), 30
usuários de cocaína (UC)
e 19 usuários de cocaína
com personalidade anti-
social (UCAS)
Escores da BIS: 59,6±12,2
(C), 73,4±12,0 (UC) e
80,5±11,7 (UCAS)
Teste: impulsividade:
(UCAS) > (UC) > (C)
Kirby [86] teste
comportamental
Abusadores de heroína
(27), cocaína (41) e
álcool (33) e controles
(44)
Teste impulsividade: heroína
e cocaína > álcool
Moeller [67] P300, BIS 11 e
teste
comportamental
14 controles e 17 casos
dependentes de cocaína
Casos: P300 diminuído e
impulsividade aumentada
tanto pela BIS quanto nos
testes comportamentais.
Patkar [104] BIS 11 141 dependentes de
cocaína iniciando
tratamento e 60
controles
Casos com escores maiores
da BIS.
25
f. Idade do primeiro consumo de álcool (IPCA)
A IPCA sido associada a um risco maior de desenvolvimento de abuso ou dependência de álcool
[105, 106]. Explicações sobre por que o uso precoce de álcool aumenta o risco de problemas futuros com
álcool são variadas. Alguns pesquisadores sugerem que o uso de álcool precoce na adolescência seja um
fator de risco independente para TUS ao aumentar a vulnerabilidade a problemas com álcool e drogas no
futuro. Argumentam que a adolescência é um período crítico para TUS, pois as condições ambientais
(inicio da puberdade e preocupações sobre a opinião dos pares) fortemente propiciam o uso continuado da
substância. Além disso, nessa fase ocorre um processo de maturação áreas cerebrais vinculadas aos
transtornos aditivos e o consumo de substâncias durante esse processo poderia levar ao aumento da
vulnerabilidade para TUS [107]. Uma outra posição é de que a IPCA seria simplesmente uma
manifestação de outras condições ou circunstâncias que estão relacionados ao consumo de álcool e não um
fator de risco per se [108]. A seguir serão descritos em mais detalhes alguns estudos que suportam as
duas principais vertentes explicativas de tal associação.
1. IPCA como fator de risco independente: As melhores evidências da IPCA como um fator de
risco independente para TUS são provenientes de estudos de amostras norte-americanas representativas da
população. Grant et al [60] acompanharam uma coorte com seguimento de 12 anos com amostra de cerca
de 5800 indivíduos que iniciaram o estudo com idades de 14 a 21 anos e, ao final do seguimento, após
controlar para outras variáveis, a chance de dependência de álcool diminuía 9% e a de abuso de álcool em
7% para cada ano postergado de início de consumo regular de álcool. Além disso, a idade de início de
consumo de maior incidência de problemas foi aos 14 anos, na qual 40% desses sujeitos apresentaram
abuso ou dependência de álcool ao final do seguimento, comparado com 2,7% naqueles que iniciaram
consumo depois dos 21 anos. Esses resultados foram controlados para gênero, cor, estado civil, idade,
escolaridade do sujeito, escolaridade dos pais, comportamento anti-social, história familiar de alcoolismo
e uso de maconha.
26
Um outro estudo importante foi o de De Witt e colaboradores [59] que avaliaram o início do
consumo de álcool e diagnóstico de abuso ou dependência de álcool em 5900 indivíduos em um estudo
transversal; eles controlaram o efeito do tempo de exposição ao álcool como confundidor da associação,
uma vez que aqueles que iniciam o consumo de álcool mais cedo estão mais tempo expostos ao álcool e,
conseqüentemente, teriam mais chance de apresentar os desfechos estudados. Apesar de ser um estudo
transversal e, portanto, sujeito a viés de recordação, fica muito clara a associação entre IPCA e chance de
dependência ou de abuso de álcool. Após 10 anos de consumo, 13,5% dos indivíduos que relataram ter
iniciado consumo com idade entre 11 e 12 anos e 13,7% com idade entre 13 e 14 anos haviam progredido
para abuso de álcool, comparado com 2,0% no grupo de referência (início com 19 anos ou mais). Da
mesma forma, a prevalência de dependência de álcool após 10 anos do primeiro consumo foi de 15,9%
para os que iniciaram entre 11 e 12 anos, 9,0% para os que iniciaram entre 13 e 14 anos e apenas 1% para
os que iniciaram com 19 anos ou mais. Na análise multivariada, os resultados foram controlados para
outros possíveis confundidores, como características sócio-demográficas, problemas de conduta na
infância, eventos de vida na infância e outros estressores familiares importantes como abuso físico, abuso
sexual, ausência de uma pessoa próxima, conflito parental, abuso de álcool e drogas pelos pais e doenças
psiquiátricas nos pais - como depressão, mania ou esquizofrenia. Após essa análise multivariada,
considerando o início de consumo após os 19 anos como referência, o consumo de álcool antes dos 11
anos teve uma RC de 2,29, dos 11 aos 12 de 2,92 e dos 13 aos 14 de 2,45 para dependência de álcool. Já
para abuso de álcool, esses números foram de 2,37, 2,51 e 2,88, respectivamente.
Os estudos descritos acima corroboram a hipótese de a idade do primeiro consumo de álcool ser
um fator de risco independente para problemas com álcool, já que mesmo controlando-se para os fatores
de risco mais conhecidos, o efeito da idade de início do consumo de álcool mantém-se. Chambers et al
[107] em uma revisão sobre vulnerabilidade para transtornos aditivos na adolescência apontam para
substratos neurofisiológicos que dão sustentação à essa vertente teórica; os autores descrevem que o
27
desenvolvimento cerebral na adolescência inclui maturação de áreas cerebrais associadas à adição às
substâncias psicoativas e que o efeito farmacológico do álcool e outras drogas nesse período de
desenvolvimento fariam com que as alterações neuronais que ocorrem com o uso dessas substâncias
fossem potencializadas na adolescência, predispondo a uma evolução de pior prognóstico do consumo de
substâncias.
2. IPCA como manifestação de outros fatores de risco: A outra hipótese que tenta explicar a
associação entre a IPCA e chance aumentada de problemas com álcool é de que a idade precoce estaria
associada com outros fatores de risco, como história familiar de alcoolismo, transtorno de conduta, pares
com uso precoce de álcool e/ou comportamento delinqüente, entre outros. Essa linha teórica é sustentada
por diversos estudos que demonstraram que IPCA media a associação com outros fatores de risco. O
trabalho de McGue et al [51] forneceu uma valiosa contribuição ao estudar a herdabilidade da idade do
primeiro consumo de álcool em gêmeos. Os autores avaliaram uma amostra de 416 pares de gêmeos
monozigóticos e 225 de gêmeos dizigóticos do mesmo sexo com idade de 14 anos e seus respectivos pais.
Os resultados mostraram que nos meninos a concordância da IPCA era maior nos gêmeos monozigóticos
do que nos dizigóticos, enquanto que nas meninas não houve diferença. Assim, a herdabilidade estimada
para IPCA para os meninos foi de 55% enquanto que para as meninas foi de 11% ; os autores acrescentam
ainda que, ao menos nos meninos, a transmissão familiar é determinada em parte pela maior prevalência
de psicopatologia externalizante (transtorno de conduta e transtorno de oposição e desafio) em filhos de
pais com IPCA inferior a 15 anos. Os achados de Obot et al [109] são na mesma direção; eles
selecionaram 2888 pares de pais e filhos de uma amostra representativa da população norte-americana,
sendo 114 filhos de pais com dependência de álcool (DA+) e 2774 sem esse problema (DA-). Dos
adolescentes DA+, 70% já haviam consumido álcool aos 17 anos e dos DA- o valor foi de 57%,
mostrando uma associação importante da idade do primeiro consumo com história familiar de
28
dependência de álcool. Da mesma forma , Dawson et al [110] utilizaram dados de uma amostra
representativa de adultos norte-americanos (n=42862) em que também encontraram que a idade do
primeiro consumo estava fortemente associada à história familiar de problemas com álcool.
Hawkins et al [106] avaliaram outros fatores de risco ao conduzirem uma coorte com 808 estudantes
recrutados com 10-11 anos e seguidos até os 17-18 anos. Os autores utilizaram a análise de modelo de
equações estruturais para testarem a hipótese de que a idade do primeiro consumo de álcool estaria
mediando a relação de diversos fatores de risco (gênero, etnia, padrão de consumo de álcool dos pais,
percepção de risco do consumo de álcool, estrutura familiar e início de consumo de álcool dos amigos)
com problemas com álcool. O modelo confirmou essa hipótese, exceto para gênero. Outros autores
descrevem a associação do início precoce de consumo de álcool com influência dos pares [27, 111, 112],
comportamento anti-social [61, 108, 113] e impulsividade [61, 114]
Impulsividade e idade do primeiro consumo de álcool
A relação entre idade de início de consumo de álcool, impulsividade e abuso/dependência de
substâncias psicoativas também tem sido objeto de estudo, mas há poucos trabalhos e não há um consenso
na literatura. Em um dos poucos estudos com amostras não clínicas, Dougherty et al [61] estudaram
mulheres sem problemas com álcool, sendo 40 com IPCA antes dos 18 e 23 que iniciaram consumo
depois dos 18 anos. Os autores encontraram que nos testes comportamentais de impulsividade as mulheres
com IPCA mais precoce apresentaram resultados mais impulsivos, enquanto que na medida de auto-relato
(BIS 11) não houve diferença significativa. Kollins et al [115] utilizou uma amostra de estudantes
universitários com média de idade de 21 anos e encontrou uma correlação negativa entre impulsividade
(avaliada por testes comportamentais) e idade do primeiro consumo de álcool, maconha e cigarro, sem
controlar para qualquer variável. Os dois estudos citados foram os únicos encontrados que avaliavam a
29
idade do primeiro consumo de álcool e impulsividade em conjunto, ambos com amostras pequenas e de
conveniência.
Em amostras de indivíduos com problemas com substâncias psicoativas, há evidências indiretas da
associação entre impulsividade, idade de início de consumo de álcool e problemas com álcool e outras
drogas [110, 116] Por exemplo, Tarter et al [114] realizaram um seguimento de 7-9 anos em 47 meninos
com pai com algum transtorno por uso de substâncias e 65 controles, todos com idades entre 10 e 12 anos.
Encontraram que desinibição neurocomportamentas (utilizaram um constructo teórico baseado em
características de afeto, cognição e comportamento, sendo que a impulsividade fazia parte do
comportamento) no início do estudo estava associado com risco aumentado de problemas com substâncias
aos 19 anos bem como com início mais precoce dos problemas.
Sumário dos estudos sobre idade do primeiro consumo de álcool
A questão de IPCA ser um fator de risco independente para problemas com álcool ou ser uma
manifestação de uma vulnerabilidade por outros fatores de risco permanece incerta; como foi mostrado, há
evidências fortes que sustentam as duas teorias, sugerindo que possa ser em um fator de risco
independente para alguns indivíduos e para outros possa potencializar o efeito de outros fatores de risco.
Por outro lado, independente de qual seja a explicação para essa associação, trata-se de uma variável
importante a se considerar quando se pensa em risco para problemas com álcool e em estratégias
preventivas, pois mesmo que não seja um risco por si, seria um “marcador” de risco de fácil identificação.
Contudo, é importante lembrar que os estudos citados são quase todos de amostras norte-americanas
e não foram encontrados estudos no Brasil que avaliassem tal questão. O último levantamento escolar do
CEBRID [11] pela primeira vez incluiu a idade de primeiro consumo das substâncias nas questões, mas as
análises até agora foram somente descritivas. Considerando que a idade média do primeiro consumo de
álcool relatada pelos estudantes foi de 12,5 +/-2,1 anos, temos muito que estudar sobre o assunto no
30
Brasil, já que em todos os estudos norte-americanos essa idade é considerada como alto risco para
problemas com álcool e não sabemos que impacto isso tem na nossa população
Os índices elevados de abuso e dependência de álcool em adolescentes no Brasil e os poucos estudos
avaliando quais características distinguem esses adolescentes dos outros apontam para a necessidade de
estudos que permitam identificar os adolescentes de alto risco, possibilitando intervenções preventivas.
31
4. Objetivos
A presente dissertação tem por objetivos:
1. Traduzir, adaptar e proceder à validação inicial da escala BIS 11 para uso em adolescentes.
2. Avaliar a associação entre impulsividade e abuso ou dependência de álcool, maconha, cocaína ou
inalantes em adolescentes masculinos.
3. Avaliar a associação entre idade do primeiro consumo de álcool e abuso ou dependência de
álcool, maconha, cocaína ou inalantes em adolescentes masculinos.
4. Avaliar se existe associação entre idade do primeiro consumo de álcool e transtorno por uso de
substâncias após controlar para impulsividade.
32
Artigo 1
Adaptação e validação inicial para o português da BIS 11
(Barratt Impulsiveness Scale 11) – para uso em adolescentes
1
Lisia von Diemen, Flavio Pechansky, Claudia Maciel Szobot
Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas – UFRGS
Endereço para correspondência:
Lisia von Diemen
Centro de Estudos em Álcool e Drogas
Av. Ramiro Barcelos, 2350/2201F CEP 90035-903, Porto Alegre, RS
Fone: (51) 33305813. E-mail: [email protected]
1
Artigo submetido para a Revista Brasileira de Psiquiatra como comunicação breve
A primeira autora recebeu bolsa da CAPES para a realização do trabalho
33
Resumo
Introdução: a impulsividade está associada a diversos transtornos psiquiátricos e a escala de
impulsividade de Barratt (BIS 11) é uma das mais utilizadas para medi-la, não tendo uma versão validada
em português. Objetivos: adaptar para o português e realizar a validação da BIS 11 para adolescentes.
Método: a escala foi traduzida e adaptada para o português e retro-traduzida para o inglês. Foram
avaliados coeficiente de correlação intra-classe (CCI), consistência interna (α de Cronbach), análise
fatorial e validade de constructo. Para o CCI foi avaliada uma amostra de 18 estudantes de medicina
bilíngües que responderam as versões em inglês e português com duas semanas de intervalo. A
consistência interna foi avaliada em uma amostra de 464 adolescentes masculinos entre 15 e 20 anos de
uma região geograficamente delimitada de Canoas. A validade de construto foi aferida em uma sub-
amostra de 126 adolescentes e foi baseada na correlação dos escores da BIS 11 com os escores da SNAP
IV para os transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e de oposição e desafio (TOD), bem
como com os sintomas de transtorno de conduta (TC) segundo os critérios do DSM-IV Resultados
principais: o CCI foi de 0,90, a consistência interna com α de 0,62 para os 30 itens. A análise fatorial não
identificou os 3 fatores da escala original.Os escores de impulsividade da BIS 11 foram correlacionados
com escores para TDAH, TOD e TC, conferindo validade de constructo à escala. Conclusão: mesmo
considerando as limitações da versão brasileira, a BIS 11 pode ser utilizada em adolescentes masculinos e
deve ser testada em outras populações.
Palavras-chave: comportamento impulsivo, adolescentes, homens, psicometria, Brasil.
34
Abstract
Background: Impulsivity is associated to many psychiatric disorders: the Barratt Impulsiveness
Scale version 11 (BIS 11) is one of the scales most used for its measurement, although it does not have a
validated version for Brazilian Portuguese. Objectives: to adapt and conduct the initial validation of the
BIS 11in Brazil. Method: the scale was translated and adapted to Portuguese and then back-translated into
English. The intraclass correlation coefficient (ICC), the internal consistency (Cronbach's α), factorial
analysis and construct validity were evaluated. A sample of 18 undergraduate medical students was used
in order to evaluate the ICC; they answered to both English and Portuguese versions of the BIS 11 within
an interval of two week. Internal consistency was verified in a sample of 454 male adolescents between 15
and 20 years old from a well-delimited geographical area in city of Canoas, south of Brazil. Construct
validity was assessed in a sub-sample of 126 adolescents, and was based on the correlation between BIS
11 and SNAP IV scores for attention deficit/hyperactive disorders (ADHD), oppositional defiant disorders
(ODD) and between the BIS 11 score and number of symptoms for conduct disorders (CD). Results: ICC
achieved a value of 0.90, and internal consistency had an α= 0.62. The adolescent sample had a mean age
of 17.3±1.7 years. Factorial analysis did not identify the 3 factors of the original scale. Impulsivity scores
from the BIS11 had a correlation with scores for ADHD and ODD and for number of symptoms for CD,
suggesting an appropriate construct validity of the scale. Conclusion: even considering some limitations
in the Portuguese version, BIS 11 can be used in male adolescents and should be tested in other
populations.
Key words: impulsive behavior, adolescents, males, psychometrics, Brazil.
35
Introdução
Nas últimas décadas, os estudos sobre impulsividade têm demonstrado um papel importante dessa
característica em diversos transtornos psiquiátricos [1]; a impulsividade parece ser uma parte básica de
transtornos de conduta, de transtornos de personalidade, da agressão, do transtorno bipolar, do suicídio, do
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e do abuso de substâncias psicoativas (para uma revisão
veja Moeller et al [1]). Não há um consenso na literatura sobre qual a melhor forma de avaliar a
impulsividade, e medidas laboratoriais de comportamento [2] e escalas de auto-relato [3, 4] têm sido as
mais utilizadas, dentre elas a BIS 11 (Barratt Impulsiveness Scale 11) [4] e a EIQ (Eysenck Impulsiveness
Questionnaire) [3]. Nenhuma dessas escalas foi validada para o português brasileiro, dificultando estudos
no Brasil relacionados à impulsividade. A BIS 11 foi utilizada no Brasil em jogadores patológicos [5],
mas com uma versão apenas traduzida para o português e sem validação até o momento. A BIS 11 é uma
escala auto-aplicável composta de 30 itens com respostas do tipo Likert e que fornece um escore total de
impulsividade e três sub-escores: impulsividade motora, de falta de planejamento e atenção. Os escores
variam de 30 a 120 e não há um ponto de corte estabelecido. Foi validada para o japonês [6] e para o
italiano [7], esta também validada para adolescentes [8].
Os objetivos desse artigo são adaptar para o português e realizar a validação da escala BIS 11 em
adolescentes masculinos.
Método
Tradução e retro-tradução
A escala foi traduzida independentemente para o português por duas psiquiatras (LVD e CMS), já
considerando os aspectos culturais brasileiros, o que gerou duas versões paralelas. As duas traduções
foram comparadas pelas tradutoras e cada item dos questionários foi avaliado considerando qual era a
melhor forma de expressá-lo e quais aspectos culturais poderiam influenciar nas respostas às questões.
Uma versão para teste foi aplicada em indivíduos de diferentes idades e escolaridades, sendo avaliado o
36
entendimento de cada item do questionário, e posteriormente modificadas algumas expressões de mais
difícil entendimento. Uma versão final foi então retro-traduzida para o inglês por um norte-americano
nativo com fluência na língua portuguesa e enviada para o autor, que aprovou a retro-tradução.
Amostra de indivíduos bilíngües: a escala original em inglês e a última versão em português, nessa
ordem, foram aplicadas em 18 estudantes previamente identificados por uma assistente de pesquisa como
tendo domínio suficiente da língua inglesa, e cursando o sexto semestre da faculdade de medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com um intervalo de duas semanas. Os estudantes não
tinham conhecimento prévio sobre a escala.
Amostra de adolescentes masculinos: a amostra foi constituída 464 adolescentes masculinos de 15 a
20 anos oriundos de uma amostra comunitária de um bairro de Canoas região metropolitana de Porto
Alegre (melhor descrição da amostra em Szobot et al [9] - anexos).
Medidas e análise estatística: As médias dos escores de impulsividade foram obtidas das versões em
português e inglês da BIS 11 nos sujeitos bilíngües e avaliadas através do cálculo do coeficiente de
correlação intraclasse (CCI). A consistência interna foi avaliada na amostra total de adolescentes através
do α de Cronbach. Foi realizada análise fatorial exploratória na tentativa de identificar os 3 sub-escores
(motor, atenção e falta de planejamento) que compõem a escala original [4]. Para a validade de constructo
foi utilizada uma sub-amostra de 126 adolescentes extraídos da amostra total, na qual foram realizados
entrevista clínica diagnóstica por uma psiquiatra com especialização em psiquiatria da infância e
adolescência e aplicação do SNAP –IV [10]; a validade foi avaliada através da análise de correlação dos
escores da BIS 11 com os da SNAP- IV [10] para os transtornos de déficit de atenção e hiperatividade
(TDAH) e de oposição e desafio (TOD) e com o número de sintomas positivos para transtorno de conduta
(TC) obtidos na entrevista clínica. As correlações foram estimadas utilizando o teste de correlação de
Pearson para um valor de p menor que 0,05. O pacote estatístico SPSS versão 13.0 foi utilizado para todas
as análises.
37
Resultados
Na amostra de estudantes de medicina bilíngües, as médias e desvio-padrão obtidos na versão em
inglês e português foram, respectivamente: escore total de 62,2±11,6 e 62,2±11,0, atenção de 17,3±3,4 e
17,4±2,3, motor de 20,4±5,2 e 20,9±5,2 e falta de planejamento de 24,4±5,1 e 23,9±5,2, sendo o CCI
obtido de 0,90 para o escore total 0,93 para falta de planejamento, 0,88 para atenção e 0,90 para motor,
todos com p<0,01. A Figura 1 apresenta os escores totais da BIS 11 obtidos nas duas versões. Pode-se
observar no gráfico que as medidas foram mais divergentes entre os indivíduos mais impulsivos.
Inserir aqui Figura 1
Na amostra de adolescentes, a média de idade foi de 17,3±1,7 anos, 7,7±2,2 anos completos de
escolaridade, a mediana da renda foi de 800 reais e 69% eram brancos. A média de anos completos de
estudo foi de 7,7±2,2 anos, sendo que apenas 23% iniciaram ou concluíram o ensino médio e 71,1%
repetiram o ano na escola ao menos uma vez. A consistência interna foi avaliada na amostra de
adolescentes masculinos, tendo sido obtido um α de Cronbach= 0,62 com os 30 itens da escala. Ao
retirarmos da escala os 5 itens que tiveram correlação negativa com o escore total da escala, o α obtido foi
de 0,71. As questões com correlação negativa foram as de número 4 (“meus pensamentos são rápidos”),
18 (“eu faço as coisas no momento em que penso”), 23 (“eu caminho e me movimento rápido”), 24 (“eu
resolvo os problemas com tentativa e erro”) e 27 (“enquanto estou pensando um uma coisa, é comum que
outras idéias me venham à cabeça ao mesmo tempo”). A análise fatorial exploratória não identificou os 3
fatores que geram os escores de atenção, motor e falta de planejamento.
Dos 126 adolescentes, 24 (19,0%) apresentavam diagnóstico clínico de TDAH, 22 (17,5%) de TC
e 18 (14,3%) de TOD. Os escores totais de impulsividade tiveram correlação fraca, mas significativa com
38
os escores para TDAH (r=0,354, p<0,01), TOD (r=0,347, p<0,01) e número de sintomas de TC (r=0,343,
p<0,01)
Discussão
Os resultados apontam para uma boa performance da escala nos estudantes de medicina bilíngües
com um CCI de 0,90, o que indica a semelhança das medidas em inglês e português, bem como sua
estabilidade, considerando que as escalas foram aplicadas com 2 semanas de intervalo. A diferença maior
nas medidas das duas versões foi nos indivíduos mais impulsivos, como mostra a figura 1; tal resultado
está de acordo com outros estudos que mostram uma performance pior em indivíduos muito impulsivos
[11], o que pode ser justificado pela própria impulsividade em responder às questões.
No que compete à consistência interna da BIS 11, o resultado obtido de α de 0,62 na amostra de
adolescentes foi abaixo do ideal, que seria acima de 0,7 [12] . É preciso considerar que a amostra de
adolescentes na qual a escala foi aplicada é de uma região de baixa escolaridade para os padrões norte-
americanos, o que pode ter ocasionado um pior desempenho da escala pela dificuldade de entendimento
das questões. O autor da escala [11] já havia identificado problemas com esta em populações de menor
escolaridade e renda, relatando que algumas questões como “eu me sinto inquieto em apresentações ou
palestras” não se adaptariam bem a essas populações. Entretanto, na adaptação para o português, esses
aspectos foram levados em consideração na hora da tradução, e algumas questões foram bastante
modificadas para a adaptação cultural, como a questão 17 que na versão original era “eu faço exames
médicos e odontológicos regularmente” e foi modificada para “eu me cuido para não ficar doente”. Outro
fato relevante é que já há uma versão nova da BIS 11 em que as questões 9, 17, 22, 23, 24 e 26 foram
substituídas, sendo que as de número 23 e 24 foram duas das que apresentaram correlação negativa com o
escore total nos adolescentes. Esta versão não se encontrava disponível à época do início do estudo. A
análise fatorial exploratória da versão utilizada neste estudo não identificou os três fatores da escala
original em inglês, fato que também aconteceu na versão em italiano quando testada em adolescentes [8],
39
tendo sido os fatores diferentes da versão original. Sendo assim, os sub-escores da versão brasileira não
estão validados e não devem ser utilizados em adolescentes.
Com relação à validade de constructo, os escores da BIS 11 foram correlacionados com sintomas
de TDAH, TC e TOD; mesmo sendo correlações fracas, todos as três foram no mesmo sentido. Além
disso, não poderíamos esperar correlações muito altas, pois estas não medem o mesmo constructo.
Este estudo apresenta algumas limitações, como o fato da validade ter sido avaliada somente em
adolescentes masculinos de baixa escolaridade, o que compromete a generalização dos achados.
Entretanto, mesmo nessa amostra - em que problemas na validação já eram esperados pelos motivos já
citados-, a escala teve um desempenho razoável, indicando que em outras populações esta possa ter uma
performance melhor do que a encontrada; isto é corroborado pelo alto CCI encontrado nos estudantes de
medicina, já que as versões em inglês e português produziram escores e sub-escores muito semelhantes.
Concluindo, a BIS 11 é uma escala que já se mostrou útil na pesquisa em psiquiatria em diversos
países do mundo e, mesmo com algumas limitações na sua versão em português, pode ser utilizada em
adolescentes masculinos e deve ser testada em outras populações.
40
Referências Bibliográficas
1.Moeller FG, Barratt ES, Dougherty DM, Schmitz JM, Swann AC. Psychiatric aspects of
impulsivity. Am.J Psychiatry 2001; 158 (11):1783-1793
2.Dougherty DM, Mathias CW, Marsh DM, Jagar AA. Laboratory behavioral measures of
impulsivity. Behav.Res.Methods 2005; 37 (1):82-90
3.Eysenck SB, Eysenck HJ. The place of impulsiveness in a dimensional system of personality
description. Br.J.Soc.Clin.Psychol.1977; 16 (1):57-68
4.Patton JH, Stanford MS, Barratt ES. Factor structure of the Barratt impulsiveness scale. J
Clin.Child Psychol. 1995; 51 (6):768-774
5.Martins SS, Tavares H, da Silva Lobo DS, Galetti AM, Gentil V. Pathological gambling,
gender, and risk-taking behaviors. Addict.Behav. 2004; 29 (6):1231-1235
6.Someya T, Sakado K, Seki T, Kojima M, Reist C, Tang SW, Takahashi S. The Japanese
version of the Barratt Impulsiveness Scale, 11th version (BIS-11): its reliability and validity.
Psychiatry Clin.Neurosci. 2001; 55 (2):111-114
7.Fossati A, Di CA, Acquarini E, Barratt ES. Psychometric properties of an Italian version of the
Barratt Impulsiveness Scale-11 (BIS-11) in nonclinical subjects [Abstract]. J Clin.Child Psychol.
2001; 57:815-828
8. Fossati A, Barratt ES, Acquarini E, Di CA. Psychometric properties of an adolescent version
of the Barratt Impulsiveness Scale-11 for a sample of Italian high school students [Abstract].
Percept.Mot.Skills 2002; 95:621-635
9.Szobot CM, Martins C, Nunes P, Schaeffer T, Walcher M2, Bukstein O et al. The prevalence
of nicotine, alcohol and illicit drugs among male adolescents and its association with
sociodemographical variables. A community-based, cross sectional study in the South of Brazil.
2006. Ref Type: Unpublished Work
10.Swanson JM, Kraemer HC, Hinshaw SP, Arnold LE, Conners CK, Abikoff HB et al. Clinical
relevance of the primary findings of the MTA: success rates based on severity of ADHD and
ODD symptoms at the end of treatment. J Am.Acad.Child Adolesc.Psychiatry 2001; 40 (2):168-
179
11.Barratt ES. Barratt Impulsiveness Scale, Version 11 (BIS 11). In:Handbook of Psychiatric
Measures. New York: American Psychiatric Association. 2000: 691-693
12.Cummings SR, Stewart AL, Hulley S. Designing questionnaires and data collection
instruments. In: Hulley S, Cummings SR, Browner WS, Grady D, Hearst N, Newman T (eds.),
Designing clinical research. Philadelphia: Lippincott Willianms & Wilkins. 2001: 231-244
41
13.Figura 1. Escores totais da BIS 11 obtidos nas versões inglês e português
100,0080,0060,0040,00
BIS 11 português
100,00
80,00
60,00
40,00
BIS 11 inglês
42
Paper 1
Adaptation and initial validation of the Barratt Impulsiveness Scale (BIS) 11 to
Brazilian Portuguese for use in adolescents
2
Lisia von Diemen, Flavio Pechansky, Claudia Maciel Szobot
Center for Drug and Alcohol Research - UFRGS
Address for correspondence:
Lisia von Diemen
Center for Drug and Alcohol Research - UFRGS
2350/2201F Ramiro Barcelos Avenue ZIP 90035-903, Porto Alegre, Brazil
Fone: 55 51 33305813. E-mail: [email protected]
2
Paper sent to Revista Brasileira de Psiquiatria as Brief Communication
43
Abstract
Background: Impulsivity is associated to many psychiatric disorders: the Barratt Impulsiveness
Scale version 11 (BIS 11) is one of the scales most used for its measurement, although it does not have a
validated version for Brazilian Portuguese. Objectives: to adapt and conduct the initial validation of the
BIS 11in Brazil. Method: the scale was translated and adapted to Portuguese and then back-translated into
English. The intraclass correlation coefficient (ICC), the internal consistency (Cronbach's α), factorial
analysis and construct validity were evaluated. A sample of 18 undergraduate medical students was used
in order to evaluate the ICC; they answered to both English and Portuguese versions of the BIS 11 within
an interval of two week. Internal consistency was verified in a sample of 454 male adolescents between 15
and 20 years old from a well-delimited geographical area in city of Canoas, south of Brazil. Construct
validity was assessed in a sub-sample of 126 adolescents, and was based on the correlation between BIS
11 and SNAP IV scores for attention deficit/hyperactive disorders (ADHD), oppositional defiant disorders
(ODD) and between the BIS 11 score and number of symptoms for conduct disorders (CD). Results: ICC
achieved a value of 0.90, and internal consistency had an α= 0.62. The adolescent sample had a mean age
of 17.3±1.7 years. Factorial analysis did not identify the 3 factors of the original scale. Impulsivity scores
from the BIS11 had a correlation with scores for ADHD and ODD and for number of symptoms for CD,
suggesting an appropriate construct validity of the scale. Conclusion: even considering some limitations
in the Portuguese version, BIS 11 can be used in male adolescents and should be tested in other
populations.
Key words: impulsive behavior, adolescents, males, psychometrics, Brazil.
44
Introduction
Over the last decades, many studies on impulsivity have highlighted the important role of this
characteristic on various psychiatric disorders (1). Impulsivity seems to be a basic part of some disorders -
such as personality disorders, conduct disorder, aggression, bipolar, suicidal, attention deficit and
hyperactivity and psychoactive substances abuse (see Moeller et al (1)). There is no consensus in the
literature about the best way to evaluate impulsivity, and laboratory behavioral measures (2) as well as
self-report scales (3,4), such as the BIS 11 (Barratt Impulsiveness Scale 11) (4) and EIQ (Eysenck
Impulsiveness Questionnaire) (3), are the most used. None of these scales has been validated to Brazilian
Portuguese , which generates difficulties for studies in this context.
The BIS 11 was used in Brazil on pathological gamblers (5) but with a version that had only been
translated to Portuguese without validation . The BIS 11 is a self applied scale composed of 30 items with
Likert type questions which provide a total score of impulsivity and three sub-scores: attention, lack of
planning and motor impulsivity. Scores vary from 30 to 120 and there is no established cut point. It was
validated into Japanese (6) and Italian (7) and the Italian version was also validated for adolescents (8).
The objectives of this study are to adapt the scale to Portuguese and to validate it in male
adolescents.
Method
Translation and back- translation
The scales were translated independently in to Portuguese by two psychiatrists (LVD and CMS),
taking into account specific Brazilian cultural aspects. Two independent and parallels versions were
generated. Translators compared both versions and each item of the questionnaire was evaluated, taking
into account the best way to express it and which cultural aspects might influence the answers. A test
version was applied to subjects of different ages and schooling, and further some complex expressions
45
were modified. A final version was then back-translated into English by a native North American with
fluency in Portuguese Language, and sent to the author for approval.
Sample of bilingual subjects: the original scale in English and the last Portuguese version were
applied in this order, with a two-week interval, to 18 undergraduate medical students, previously identified
by a research assistant as proficient in English; students were enrolled in the sixth semester of the medical
school at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul, and they had no previous knowledge of the
scale.
Sample of male adolescents: the sample consisted of 464 male adolescents, from 15 to 20 years old,
and selected from a community sample of a well-delimitated geographical area in the south of Brazil (a
description of the sample is available in Szobot et el (9)).
Statistical analysis and measures: The mean scores of impulsivity from the bilingual subjects were
obtained from the Portuguese and English versions of the scale, and were analyzed through the calculation
of the intraclass correlation coefficient (ICC). The internal consistency was assessed on the total sample of
adolescents by means of Cronbach's α, and an explanatory factorial analysis was performed in order to
identify the 3 sub-scores which are part of the original scale (10). For construct validity, a sub-sample of
126 adolescents was extracted from the total sample; a diagnostic clinical interview was performed by a
psychiatrist with training in child and adolescent psychiatry and the SNAP-IV (10) was applied in this
sample; construct validity was assessed through the correlation of the scores between the BIS 11 and the
SNAP- IV (10) for attention deficit/hyperactive disorders (ADHD) and oppositional defiant disorder
(ODD), and number of positive symptoms for conduct disorders (CD) obtained from the clinical
interview,. The correlations were estimated using Pearson's test for p<0,05. The SPSS 13.0 statistical
package was used for all analyses.
Results
46
In bilingual subjects, means and standard deviation from both English and Portuguese version were
respectively: total score 62. 2±11.6 and 62.2±11.0, attention 17. 3±3.4 and 17.4±2.3, motor 20.4±5.2 and
20.9±5.2 and lack of planning 24.4±5.1 and 23.9±5.2. ICC was 0.90 for the total score, 0.93 for lack of
planning, 0.88 for attention and 0.90 for motor impulsivity, all with p<0.01. Figure 1 presents total scores
for the BIS 11 in the two versions, showing more divergent measures among more impulsive subjects, and
more convergent measures on the least impulsive.
Insert Figure 1 about here
In the adolescent sample, mean age was 17.3±1.7 years, median family income was of U$348, and
69% were white. The mean for completed years of schooling was 7.7±2.2, only 23% had more than 8
years of schooling completed, and 71.1% had at least one year of school failure. Internal consistency
assessed in male adolescents through Cronbach's α was of 0.62 for the 30 items of the scale. When the 5
items with a negative correlation were exlude from the scale for analytic purposes Cronbach's alpha
reached a value of 0.71. Questions with a negative correlation were numbers 4 (“my thoughts are fast), 18
(“I do things the moment I think”), 23 (“I walk and move fast”), 24 (“ I solve my problems by trying and
error”) and 27 (“ while I'm thinking of something it is natural that other ideas come into my mind at the
same time”). Factorial analysis could not identify the 3 factors that generate motor, attention and lack of
planning scores.
From the 126 adolescents, 24 (19.0%) had symptoms of ADHD, 22 (17.5%) of CD and 18 (14.3%)
of ODD. Total scores for impulsivity were significantly but poorly correlated with ADHD scores
(r=0.354, p<0.01), ODD (r=0.347, p<0.01) and CD (r=0.343, p<0.01).
Discussion
Our findings suggest a good performance of the scale on undergraduate medical students, with ICCs
around 0.90, which indicate similarity of both English and Portuguese measures, as well as scale stability,
considering that the two versions were applied within a two-week interval. Greater differences on
47
measures from both versions relied on the most impulsive subjects, as shown in Figure 1. Such result is in
accordance with other studies that show worse performance of the scale in more impulsive subjects (11),
which might be justified by impulsivity itself when answering questions.
With regard to the internal consistency, the finding of α = 0.62 in the adolescent sample was below
what is expected for good scale performance, which would be over 0.7 (12). It is important to mention that
the adolescent sample came from a population of low education, what might have caused a worse
performance of the scale due to potential difficulty in understanding some questions. The author of the
BIS 11 (11) had already identified some problems with populations with a low schooling level, reporting
that questions such as “I feel restless during lectures and presentations” are not quite appropriate and did
not fit well in these cases. However, in the process of adaptation for Portuguese, these aspects were taken
into consideration when translated, and some questions were modified enough to take cultural aspects into
account, such as in question 17 - where its original form “I have regular medical and odontological check
ups” was changed into “ I take care of myself in order not to feel sick”. Another relevant fact is that there
is already a new version of the BIS 11, in which questions 9, 17, 22, 23, 24 and 26 were replaced and in
our sample, questions 23 and 24 showed a negative correlation with the total score in adolescents. This
version was not available by the time of study initiation. Exploratory factorial analysis of the current
version did not identify the three factors of the original scale in English. The same happened to the Italian
version when tested on adolescents (8) where factors were different from its original English version.
Therefore, the sub-scores of the Brazilian version are not validated and should not be used in adolescents.
With regard to construct validity, BIS 11 scores were correlated with ADHD and ODD scores, and
with CD symptoms. Although correlations were not strong, all three were in the same direction. Besides,
high correlations could not be expected since they did not measure the same construct.
The study has limitations, such as the fact that validity was assessed only in male adolescents of a
low schooling level, which jeopardizes the generalization of findings. However, even in this sample - in
48
which problems with validation were expected for reasons previously mentioned - the scale had a
reasonable performance, suggesting that in other populations it might still perform better. The high CCI
could corroborate this, since both English and Portuguese versions have produced very similar scores,
including sub-scores.
In conclusion, the BIS 11 is a scale that has been proved useful for psychiatric research in many
countries around the world and, even with some limitations in the Portuguese version, can be used in male
adolescents and should be tested in other populations.
49
Reference List
1.Moeller FG, Barratt ES, Dougherty DM, Schmitz JM, Swann AC. Psychiatric aspects of
impulsivity. Am.J Psychiatry 2001; 158 (11):1783-1793
2.Dougherty DM, Mathias CW, Marsh DM, Jagar AA. Laboratory behavioral measures of
impulsivity. Behav.Res.Methods 2005; 37 (1):82-90
3.Eysenck SB, Eysenck HJ. The place of impulsiveness in a dimensional system of personality
description. Br.J.Soc.Clin.Psychol.1977; 16 (1):57-68
4.Patton JH, Stanford MS, Barratt ES. Factor structure of the Barratt impulsiveness scale. J
Clin.Child Psychol. 1995; 51 (6):768-774
5.Martins SS, Tavares H, da Silva Lobo DS, Galetti AM, Gentil V. Pathological gambling,
gender, and risk-taking behaviors. Addict.Behav. 2004; 29 (6):1231-1235
6.Someya T, Sakado K, Seki T, Kojima M, Reist C, Tang SW, Takahashi S. The Japanese
version of the Barratt Impulsiveness Scale, 11th version (BIS-11): its reliability and validity.
Psychiatry Clin.Neurosci. 2001; 55 (2):111-114
7.Fossati A, Di CA, Acquarini E, Barratt ES. Psychometric properties of an Italian version of the
Barratt Impulsiveness Scale-11 (BIS-11) in nonclinical subjects [Abstract]. J Clin.Child Psychol.
2001; 57:815-828
8.Fossati A, Barratt ES, Acquarini E, Di CA. Psychometric properties of an adolescent version of
the Barratt Impulsiveness Scale-11 for a sample of Italian high school students [Abstract].
Percept.Mot.Skills 2002; 95:621-635
9.Szobot CM, Martins C, Nunes P, Schaeffer T, Walcher M2, Bukstein O et al. The prevalence
of nicotine, alcohol and illicit drugs among male adolescents and its association with
sociodemographical variables. A community-based, cross sectional study in the South of Brazil.
2006. Ref Type: Unpublished Work
10.Swanson JM, Kraemer HC, Hinshaw SP, Arnold LE, Conners CK, Abikoff HB et al. Clinical
relevance of the primary findings of the MTA: success rates based on severity of ADHD and
ODD symptoms at the end of treatment. J Am.Acad.Child Adolesc.Psychiatry 2001; 40 (2):168-
179
11.Barratt ES. Barratt Impulsiveness Scale, Version 11 (BIS 11). In:Handbook of Psychiatric
Measures. New York: American Psychiatric Association. 2000: 691-693
12.Cummings SR, Stewart AL, Hulley S. Designing questionnaires and data collection
instruments. In: Hulley S, Cummings SR, Browner WS, Grady D, Hearst N, Newman T (eds.),
Designing clinical research. Philadelphia: Lippincott Willianms & Wilkins. 2001: 231-244
50
Figure 1. BIS 11 total scores from English and Portuguese versions.
51
Artigo 2 em português
Impulsividade, idade do primeiro consumo de álcool e abuso de substâncias em
adolescentes masculinos: um estudo de caso-controle de base populacional
Lisia von Diemen
1
, Diego Garcia Bassani
2
, Sandra Costa Fuchs
3
, Claudia Maciel Szobot
1
, Flavio
Pechansky
1
.
1
Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2
Centre for Addiction and Mental Health – Health Systems Research and Consulting Unit
University of Toronto
3
Departmento de Medicina Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Endereço para correspondência
Lisia von Diemen
Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas. Av. Ramiro Barcelos, 2350/2201F CEP 90035-903, Porto Alegre, RS
Fone: 55 (51) 30196820. E-mail: [email protected]
Artigo encaminhado para publicação na revista Addiction
52
Resumo
Objetivos: Avaliar a associação entre impulsividade, idade do primeiro consume de álcool e transtorno
por uso de substâncias em uma amostral não clínica de adolescentes masculinos.
Delineamento e local de coleta: um estudo de caso-controle de base populacional com adolescentes
masculinos entre 15 e 20 anos de idade aninhado em um estudo transversal populacional no sul do Brasil.
Participantes: Casos foram definidos como abusadores de álcool ou drogas de acordo com os critérios de
abuso do DSM-IV(n=63). Sujeitos que haviam experimentado álcool, mas não eram abusadores de
substâncias, serviram como controles (n=355). Casos e controles responderam a uma entrevista
estruturada.
Medidas: O Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) foi realizado durante o estudo
transversal e utilizado para identificar casos e controles. Impulsividade foi avaliada através da versão em
português da Barratt Impulsivity Scale (BIS 11). A idade do primeiro consumo, dados sócio-demográficos
e variáveis de exposição foram coletadas através de auto-relato com uma entrevista estruturada. As
variáveis foram analizadas através de regressão logística de acordo com um modelo hierarquizado.
Resultados: Impulsividade e idade do primeiro consumo de álcool foram significativamente e
independentemente associados com abuso de substâncias. Tanto maior impulsividade (RC 3,3, IC 95%
1,4-7,8) quanto maior idade do primeiro consumo de álcool (RC 0,8, IC 95% 0,7-0,9) permaneceram
independentemente associados com abuso de substâncias após os ajustes do modelo.
Conclusões: Os achados sugerem que impulsividade e idade do primeiro consumo de álcool estão
fortemente e independentemente associadas com abuso de substâncias em adolescentes masculinos. Se a
temporalidade dessas associações for confirmada em estudos longitudinais incluindo outras populações,
nossos achados podem contribuir para o desenvolvimento de intervenções clínicas e de saúde pública com
o objetivo de reduzir a incidência e a morbidade associadas com abuso de substância em adolescentes.
53
Palavras chaves: impulsividade, idade do primeiro consumo de álcool, adolescência, abuso de
substâncias, estudo de caso-controle
54
Introdução
Sabe-se que indivíduos impulsivos estão em maior risco para transtornos por uso de substâncias (1-3), e que
maior impulsividade está associada a início de consume de álcool em idades precoces (4). Poucos estudos
avaliaram simultaneamente idade do primeiro consumo de álcool (IPCA) e impulsividade em amostras não
clínicas – como Dougherty et al. (5) – avaliaram através de medidas laboratoriais de impulsividade que mulheres
que tinham IPCA antes dos 18 anos eram mais impulsivas do que as tinham IPCA depois dos 18 anos. Kollins et
al. (6) também observou uma correlação negative entre IPCA e escores de impulsividade entre estudantes
universitários.
A associação entre impulsividade e transtornos por uso de substâncias (TUSP) foi sugerido em amostras
clínicas de adultos dependentes de álcool (7;8), heroína (9), cocaína (10;11), tabaco (12) e maconha (13).
Entretanto, menos estudos suportam a associação entre impulsividade e TUSP em amostras não clínicas. Fossati
et al. (14) encontraram que a impulsividade estava associada à freqüência de uso de álcool e de cigarros entre
estudantes de ensino médio. Kollins et al (15) avaliaram estudantes universitários de 21 anos, sem diagnóstico de
transtorno por uso de substâncias, e encontrou, através de medidas laboratoriais de comportamento, que a
impulsividade estava associada à maior freqüência de uso excessivo de álcool e a uma maior freqüência de
experimentação de drogas ilícitas.
A IPCA foi associada com padrão do consumo de álcool (16-19), uso problemático de álcool (20-22)
e abuso ou dependência de álcool (23-25). Achados de estudos de base populacional com amostras
grandes (24;26-28), incluindo estudos longitudinais com até 21 anos de seguimento (24;29) corroboram a
existência da associação entre consume precoce de álcool e problemas relacionados ao consumo de álcool.
55
IPCA também está associada a outros fatores de risco para problemas com álcool, como história
familiar de alcoolismo (30;31), influências dos pares (32;33) características de personalidade (34;35),
incluindo impulsividade (36;37).
Há intensa discussão na literatura a respeito da IPCA ser um fator de risco independente (38;39), ou
uma manifestação de outras condições ou circunstâncias que estão relacionados a um maior consumo e
problemas com álcool, como risco familiar e psicopatologia (40-42). IPCA pode ser influenciada por
características culturais e sociais, bem como por políticas públicas nos diferentes países. O fato de que a
maioria dos estudos nessa área foi realizada com a população norte-americana pode gerar um viés na
avaliação dessa hipótese (17;24;43-47). Alguns estudos internacionais conduzidos com amostras
comunitárias mostram variabilidade, com IPCA de 16,5 anos nos Estados Unidos, (24), 15,2 no Canadá
(48); e menos de 12 anos na Rússia (49). Na América do Sul, um recente levantamento em escolas
públicas no Brasil (50) encontrou uma IPCA de 12,5 anos.
As estimativas de IPCA entre diferentes países situam este evento em idades mais precoces para a maioria dos
países e um pouco mais tarde entre os norte-americanos. Esta observação torna-se relevante quando contrastada
com a evidência de que adolescentes constituem um grupo em um período crítico para o desenvolvimento de
problemas relacionados a substâncias psicoativas (51). A maior oportunidade para experimentação e o
conseqüente risco para desenvolvimento de TUSP acontecem durante este período (52;53). Infelizmente, muitos
problemas somente serão identificados somente na idade adulta (54;55), quando o prejuízo já é significativo e a
recuperação é potencialmente limitada devido ao atraso no início do tratamento. Além disso, uso de álcool e
drogas na adolescência está associado a uma maior gravidade dos transtornos relacionados ao uso de substâncias,
incluindo uso de múltiplas drogas (56;57). A independência da associação entre impulsividade e IPCA com
TUSP não foi ainda descrita em amostras comunitárias. Esta informação pode levar à identificação de grupos de
56
alto risco e a elaboração de medidas preventivas concomitantes tanto na clínica quanto em nível de saúde
pública.
Buscando contribuir para o corpo de conhecimentos científicos que exploram a associação
entre impulsividade, IPCA e características da adição, os objetivos desse estudo são avaliar, através de um
estudo de casos e controles de base populacional, a associação entre TUSP e impulsividade entre
adolescentes masculinos, e verificar se a associação entre IPCA e TUSP é independente da impulsividade.
Métodos
Participantes
Sujeitos eram adolescentes masculinos recrutados de uma área geográfica bem delimitada em na
região metropolitana de Porto Alegre, a capital mais ao sul do Brasil. Um estudo de caso-controle foi
conduzido aninhado em um levantamento comunitário maior (58) que investigou a prevalência e fatores
de risco para TUSP na comunidade. A amostra original consistia de 920 indivíduos entrevistados. Os
indivíduos de duas sub-regiões foram re-entrevistados para obter informações necessárias aos propósitos
desse estudo. Nesta ocasião, informações sobre IPCA e impulsividade foram coletadas. Dos 572, 464
adolescentes foram localizados para essa segunda entrevista. Indivíduos que nunca haviam utilizado álcool
foram excluídos (n=46) perfazendo uma amostra final de 418 adolescentes. Para evitar possível viés de
seleção, as características demográficas as medidas de uso de substâncias daqueles que não foram
encontrados para a segunda entrevista foram comparadas com aqueles re-entrevistados. Os grupos não
diferiram com relação a idade, escolaridade dos pais, número de repetições na escola, renda familiar, bem
como prevalência de TUSP. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre.
Medidas
57
[44] . A impulsividade foi avaliada através da escala de impulsividade de Barratt 11 (BIS 11) [45].
A BIS 11 foi traduzida e adaptada para o português pela primeira autora deste artigo, tendo um αde
Cronbach de 0,62 nessa amostra.
As entrevistas foram realizadas por sete estudantes de Medicina, treinados para a aplicação dos
instrumentos utilizados e familiarizados com a região onde a de coleta de dados foi realizada. Os dados
foram obtidos através de um questionário de características demográficas incluindo idade, etnia,
escolaridade do adolescente, do pai e da mãe (em anos de estudo), anos de repetência na escola,
informações sobre religião e classe sócio-econômica a partir da classificação da ABIPEME. Para o
diagnóstico de abuso ou dependência de substâncias foi utilizada a seção de álcool e drogas do Mini
International Neuropsychiatric Interview (MINI), que já foi validado para o português por Amorin (59).
Impulsividade foi avaliada através da Barratt Impulsivity Scale (BIS 11) (60), também traduzida e
adaptada para o Português (61). A BIS 11 é um instrumento de 30 questões com respostas do tipo Likert
que variam de 1 (raramente/nunca) a 4 (sempre/quase sempre) e fornece um escore total de impulsividade
que varia de 30 a 120; a escala não apresenta um ponto de coorte para impulsividade, tendo sido neste
estudo utilizada a divisão em tercis. A IPCA foi aferida com a seguinte pergunta: “Com que idade você
consumiu alguma bebida alcoólica pela primeira vez por vontade própria (desconsidere experimentação
no copo de alguém)?”.
Definição operacional de casos e controles
Os indivíduos foram considerados casos quando apresentassem diagnóstico de abuso ou
dependência de álcool, maconha, cocaína ou inalantes pelo MINI, segundo os critérios do DSM-IV, ou
seja, ao menos um critério positivo para abuso e três para dependência das substâncias. Os indivíduos que
não preencheram esses critérios para pelo menos uma das substâncias citadas foram classificados como
controles.
58
Variáveis independentes
Os escores de impulsividade da BIS 11 foram categorizados em tercis, como descrito acima. Cor
da pele e religião foram analisados categoricamente como branco/não branco e praticante de religião ou
não. Escolaridade dos pais, renda familiar, número de repetência na escola e IPCA foram analizados
continuamente. Razões de Chance (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram estimados
através de regressão logística. As variáveis foram inicialmente selecionadas através de análises
bivariadas. A significância das associações foi testada através de razão de verossimilhança e variáveis com
p menor que 0,20 foram incluídas no modelo multivariado. Variáveis independentes foram então
agrupadas em diferentes níveis hierárquicos de determinação, de determinantes distais, que incluíram
características sócio-econômicas, até determinantes proximais incluindo IPCA. O modelo teórico
hierárquico foi construído baseado tanto na literatura epidemiológica quanto na associação observada com
TUSP, como mostra a figura 1. Variáveis foram mantidas ou excluídas do modelo multivariado baseado
na força da associação na análise multivariada (um p <0,10 era necessário). A equação de regressão foi
ajustada para cada nível hierárquico em cada momento através de eliminação “bacward”. As variáveis
ajustadas nos níveis mais distais de determinação foram mantidos nos níveis subseqüentes, independente
de mudanças nos coeficientes (62). Para uma melhor estimativa dos erros-padrão e valores p mais
conservadores, análise “boot-strap” foi realizada.
Por favor, inserir figura 1 aqui.
Resultados
Os transtornos por uso de substâncias entre os casos foram distribuídos da seguinte forma: 36,5%
tinham abuso de álcool, 20,6% tinham dependência de álcool, 33,3% abuso de maconha, 31,7%
dependência de maconha, 25,4% abuso ou dependência de cocaína, 7,9% abuso ou dependência de
59
solventes e 47.6% eram abusadores ou dependentes de mais de uma substância. A Tabela 1 mostra
características sócio-demográficas e de exposição em casos e controles. Casos eram mais velho, menor
nível de educação, maior número de repetência na escola, menos praticante de religião, maior escore de
impulsividade e menor IPCA relatada.
Por favor, inserir tabela 1 aqui
Os sujeitos mais impulsivos (maior tercil da BIS11) tinham mais de três vezes mais chance de
apresentar um TUSP do que os indivíduos menos impulsivos; a associação permaneceu significativa
mesmo após ajuste para escolaridade do pai e para idade, com uma chance 2,8 (IC 95% 1,2-6,5) vezes
maior de ter um transtorno por uso de substâncias. A IPCA permaneceu associada com TUSP mesmo após
ajuste para escolaridade do pai, idade, impulsividade e número de repetência na escola com uma RC de
0,85 (IC 95% CI 0,74-0,98) para cada ano adicional relatado na IPCA, representando um efeito protetor
para aqueles que relataram maior IPCA. A associação independente entre impulsividade, IPCA e TUSP
em adolescentes masculinos foi testada através da introdução de um termo de interação no modelo e
confirmada através de conjuntos de modelos estratificados por níveis de impulsividade e IPCA. As
associações entre impulsividade e IPCA foram independentes para esta população.
Por favor, inserir a tabela 2 aqui.
Discussão
Apesar de alguns estudos terem demonstrado uma associação positive entre impulsividade e TUSP
(63-66), no nosso conhecimento este é o primeiro estudo que identifica esta associação entre adolescentes
de uma amostra populacional utilizando uma medida específica de impulsividade.
Na literatura, a impulsividade está associada a outros fatores de risco para uso de substâncias,
como transtorno de conduta (67), transtorno de personalidade anti-social história familiar de alcoolismo
60
(68), psicopatologia externalizante na infância (69), transtorno bipolar (70), e transtorno de personalidade
borderline (71), sugerindo que a impulsividade seja uma manifestação de vulnerabilidade a problemas
com uso de substâncias (72). Além disso, achados como de Petry et al (73) corroboram essa hipótese, por
demonstrar que alcoolistas na vigência de uso de álcool são mais impulsivos do que alcoolistas
abstinentes.
De acordo com os achados descritos acima, o aumento de impulsividade encontrado nos
adolescentes poderia: já se dar por uma característica de personalidade; ser produzido por patologias
prévias; ter ocorrido em função do uso de substâncias, ou ainda ser em função de ambos, pois é provável
que a impulsividade tenha um componente inato, possivelmente hereditário (74), mas que também possa
ser exacerbada por fatores externos, como o uso de drogas. Se este pressuposto estiver correto, no
adolescente impulsivo que já estaria em maior risco para uso de substâncias psicoativas, o uso destas
poderia aumentar sua impulsividade, o que potencializaria o risco pré-existente.
Kreek et al (75) salientam que a impulsividade, como um traço de personalidade, manifesta-se em
um continuum e não é patológica per se. Entretanto, se considerarmos que esta pode ser exacerbada pelo
uso de substâncias e que todos os indivíduos apresentam algum grau de impulsividade, o risco para TUS
em função da impulsividade seria um equilíbrio entre a esta e o uso de substâncias; em outras palavras, um
sujeito já impulsivo teria um risco alto para TUS, enquanto outro com baixa impulsividade e que iniciasse
o consumo de substâncias por outras razões, alcançaria o mesmo nível de risco após algum tempo de
consumo.
Outro achado importante deste estudo foi que a associação entre IPCA e TUSP foi significativa
mesmo após ajuste para outras variáveis, incluindo impulsividade. A chance menor de TUSP observada
para indivíduos que tiveram seu primeiro consumo de álcool mais tarde na vida significa que para cada
ano que o primeiro consumo inicia mais tarde, a chance de TUSP diminui cerca de 15%.
61
A idade do primeiro consumo de álcool foi associada com outras dependência de outras
substâncias além do álcool, como no estudo de Schuckit et al (76) entre adultos jovens (universitários de
20 a 25 anos). Entretanto, essa associação não foi demonstrada em adolescentes até agora. a confirmação
dos achados do nosso estudo pode ter importantes implicações preventivas, especialmente se a IPCA for
confirmada como um marcador de risco para transtornos aditivos. Além disso, o achado de um efeito
independente da IPCA e da impulsividade pode contribuir as ações preventivas no sentido de que
postergar a IPCA pode ter efeito preventivo para TUSP em adolescentes tanto impulsivos quanto não
impulsivos.
O questionamento da literatura sobre o papel da IPCA como um fator de risco independente para
TUSP criou uma discussão sobre os potenciais efeitos de intervenções preventivas para TUSP através da
postergação da IPCA (77-79). Se nós acreditarmos que a IPCA é somente um marcador precoce ou um
indicador de outros fatores de risco para TUSP, como predisposição genética, o TUSP é mais provável de
ocorrer quando o consumo inicia mais cedo. Esse fato por si suporta o uso da IPCA como um marcador
de risco, mantendo seu potencial de ser modificado por intervenções em vários níveis do sistema de saúde,
desde a atividade clínica até saúde pública e políticas relacionadas ao álcool.
Entretanto, resultados de alguns estudos sustentam a hipótese da IPCA como um fator de risco
independente para certos subgrupos, enquanto para outros a IPCA pode potencializar o efeito de outros
fatores de risco, como impulsividade (80;81), história familiar de alcoolismo (82;83), influências dos
pares (84;85) e características de personalidade (86;87). Devemos considerar também que intervenções
para postergar o início do consumo de álcool pode não ter o mesmo impacto em todos os subgrupos.
Aqueles indivíduos que estão expostos a múltiplos fatores de risco podem ser menos influenciados por
postergar a IPCA. Eles podem, entretanto, ainda ter benefícios dessas iniciativas através da redução dos
problemas relacionados ao uso abusivo de substâncias na adolescência, como acidentes de carro, (88),
62
violência (88) e exposição sexual (89). Finalmente, Os dados apresentados neste estudo quando
comparados aos estudos em diversas regiões do mundo (24;90-92) repetem as evidências de uma IPCA
muito abaixo da idade legal para tal, indicando também uma necessidade de melhor fiscalização das leis já
existentes. A importante e independente associação entre impulsividade, IPCA e TUSP observada nesse
estudo de caso-controle de base populacional em adolescentes masculinos também adiciona consistência
transcultural a achados prévios (93-95).
As variáveis sócio-demográficas, como classe-econômica, escolaridade dos pais, cor da pele, pais
separados e ser praticante de alguma religião não foram associados com TUS, o que difere de outros
estudos com adolescentes (96-99). Esse resultado negativo pode ser justificado pela homogeinadade da
amostra em relação a essas variáveis.
Entre as maiores limitações do estudo está a natureza transversal do estudo, que nos impede de
inferir sobre relações temporais entre TUSP, IPCA e impulsividade. Há também uma proporção de
sujeitos elegíveis que não foram encontrados novamente, mas foram semelhantes aos que foram re-
entrevistados.
Algumas variáveis de interesse, como a IPCA, estão sujeitas a viés de lembrança, mas não há um
racional teórico importante que justifique que o viés seja diferente entre casos e controles. A amostra é
limitada a adolescentes masculinos, o que tabém reduz o potencial para generalização dos achados para
outros grupos.
Nossos achados sugerem que a impulsividade e a IPCA podem ser incorporadas no planejamento
de estratégias de prevenção a problemas relacionados ao consumo de álcool e outras drogas. Além disso, a
identificação precoce de indivíduos com essas características pode auxiliar na detecção e posterior
encaminhamento para tratamento de patologias psiquiátricas associadas à impulsividade e à IPCA. Ainda
63
restam várias questões a serem investigadas, como qual seria a melhor intervenção para indivíduos
impulsivos ou qual seria o impacto da postergação da IPCA a curto, médio e longo prazo.
64
Referências Bibliográficas
(1) Poikolainen K. Risk factors for alcohol dependence: a case-control study. Alcohol Alcohol 2000
Mar;35(2):190-6.
(2) Coffey SF, Gudleski GD, Saladin ME, Brady KT. Impulsivity and rapid discounting of delayed
hypothetical rewards in cocaine-dependent individuals. Exp Clin Psychopharmacol 2003
Feb;11(1):18-25.
(3) Mitchell SH. Measuring impulsivity and modeling its association with cigarette smoking. Behav
Cogn Neurosci Rev 2004 Dec;3(4):261-75.
(4) Kollins SH. Delay discounting is associated with substance use in college students. Addict Behav
2003 Aug;28(6):1167-73.
(5) Dougherty DM, Mathias CW, Tester ML, Marsh DM. Age at first drink relates to behavioral
measures of impulsivity: the immediate and delayed memory tasks. Alcohol Clin Exp Res 2004
Mar;28(3):408-14.
(6) Kollins SH. Delay discounting is associated with substance use in college students. Addict Behav
2003 Aug;28(6):1167-73.
(7) Poikolainen K. Risk factors for alcohol dependence: a case-control study. Alcohol Alcohol 2000
Mar;35(2):190-6.
(8) Skinner MD, Aubin HJ, Berlin I. Impulsivity in smoking, nonsmoking, and ex-smoking alcoholics.
Addict Behav 2004 Jul;29(5):973-8.
(9) Kirby KN, Petry NM. Heroin and cocaine abusers have higher discount rates for delayed rewards
than alcoholics or non-drug-using controls. Addiction 2004 Apr;99(4):461-71.
(10) Coffey SF, Gudleski GD, Saladin ME, Brady KT. Impulsivity and rapid discounting of delayed
hypothetical rewards in cocaine-dependent individuals. Exp Clin Psychopharmacol 2003
Feb;11(1):18-25.
(11) Kirby KN, Petry NM. Heroin and cocaine abusers have higher discount rates for delayed rewards
than alcoholics or non-drug-using controls. Addiction 2004 Apr;99(4):461-71.
(12) Mitchell SH. Measuring impulsivity and modeling its association with cigarette smoking. Behav
Cogn Neurosci Rev 2004 Dec;3(4):261-75.
(13) Simons JS, Carey KB. Risk and vulnerability for marijuana use problems: the role of affect
dysregulation. Psychol Addict Behav 2002 Mar;16(1):72-5.
(14) Fossati A, Barratt ES, Acquarini E, Di CA. Psychometric properties of an adolescent version of the
Barratt Impulsiveness Scale-11 for a sample of Italian high school students. Percept Mot Skills
2002 Oct;95(2):621-35.
(15) Kollins SH. Delay discounting is associated with substance use in college students. Addict Behav
2003 Aug;28(6):1167-73.
65
(16) Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation on the
alcohol use of young Russians. Alcohol Clin Exp Res 1996 Oct;20(7):1179-83.
(17) Flory K, Lynam D, Milich R, Leukefeld C, Clayton R. Early adolescent through young adult
alcohol and marijuana use trajectories: early predictors, young adult outcomes, and predictive
utility. Dev Psychopathol 2004;16(1):193-213.
(18) Casswell S, Pledger M, Pratap S. Trajectories of drinking from 18 to 26 years: identification and
prediction. Addiction 2002 Nov;97(11):1427-37.
(19) Muthen BO, Muthen LK. The development of heavy drinking and alcohol-related problems from
ages 18 to 37 in a U.S. national sample. J Stud Alcohol 2000 Mar;61(2):290-300.
(20) Warner LA, White HR. Longitudinal effects of age at onset and first drinking situations on
problem drinking. Subst Use Misuse 2003 Dec;38(14):1983-2016.
(21) Hawkins JD, Graham JW, Maguin E, Abbott R, Hill KG, Catalano RF. Exploring the effects of
age of alcohol use initiation and psychosocial risk factors on subsequent alcohol misuse. J Stud
Alcohol 1997 May;58(3):280-90.
(22) Muthen BO, Muthen LK. The development of heavy drinking and alcohol-related problems from
ages 18 to 37 in a U.S. national sample. J Stud Alcohol 2000 Mar;61(2):290-300.
(23) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(24) Grant BF, Stinson FS, Harford TC. Age at onset of alcohol use and DSM-IV alcohol abuse and
dependence: a 12-year follow-up. J Subst Abuse 2001;13(4):493-504.
(25) Prescott CA, Kendler KS. Age at first drink and risk for alcoholism: a noncausal association.
Alcohol Clin Exp Res 1999 Jan;23(1):101-7.
(26) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(27) Guo J, Hill KG, Hawkins JD, Catalano RF, Abbott RD. A developmental analysis of
sociodemographic, family, and peer effects on adolescent illicit drug initiation. J Am Acad Child
Adolesc Psychiatry 2002 Jul;41(7):838-45.
(28) Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation on the
alcohol use of young Russians. Alcohol Clin Exp Res 1996 Oct;20(7):1179-83.
(29) Guo J, Hill KG, Hawkins JD, Catalano RF, Abbott RD. A developmental analysis of
sociodemographic, family, and peer effects on adolescent illicit drug initiation. J Am Acad Child
Adolesc Psychiatry 2002 Jul;41(7):838-45.
(30) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Elkins I. Origins and consequences of age at first drink. II.
Familial risk and heritability. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1166-73.
66
(31) Obot IS, Wagner FA, Anthony JC. Early onset and recent drug use among children of parents with
alcohol problems: data from a national epidemiologic survey. Drug Alcohol Depend 2001 Dec
1;65(1):1-8.
(32) Guo J, Hill KG, Hawkins JD, Catalano RF, Abbott RD. A developmental analysis of
sociodemographic, family, and peer effects on adolescent illicit drug initiation. J Am Acad Child
Adolesc Psychiatry 2002 Jul;41(7):838-45.
(33) Simons-Morton B, Haynie DL, Crump AD, Eitel SP, Saylor KE. Peer and parent influences on
smoking and drinking among early adolescents. Health Educ Behav 2001 Feb;28(1):95-107.
(34) Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation on the
alcohol use of young Russians. Alcohol Clin Exp Res 1996 Oct;20(7):1179-83.
(35) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Malone S, Elkins I. Origins and consequences of age at first
drink. I. Associations with substance-use disorders, disinhibitory behavior and psychopathology,
and P3 amplitude. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1156-65.
(36) Kollins SH. Delay discounting is associated with substance use in college students. Addict Behav
2003 Aug;28(6):1167-73.
(37) Dougherty DM, Mathias CW, Tester ML, Marsh DM. Age at first drink relates to behavioral
measures of impulsivity: the immediate and delayed memory tasks. Alcohol Clin Exp Res 2004
Mar;28(3):408-14.
(38) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(39) York JL, Welte J, Hirsch J, Hoffman JH, Barnes G. Association of age at first drink with current
alcohol drinking variables in a national general population sample. Alcohol Clin Exp Res 2004
Sep;28(9):1379-87.
(40) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Malone S, Elkins I. Origins and consequences of age at first
drink. I. Associations with substance-use disorders, disinhibitory behavior and psychopathology,
and P3 amplitude. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1156-65.
(41) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Elkins I. Origins and consequences of age at first drink. II.
Familial risk and heritability. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1166-73.
(42) Prescott CA, Kendler KS. Age at first drink and risk for alcoholism: a noncausal association.
Alcohol Clin Exp Res 1999 Jan;23(1):101-7.
(43) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Elkins I. Origins and consequences of age at first drink. II.
Familial risk and heritability. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1166-73.
(44) Muthen BO, Muthen LK. The development of heavy drinking and alcohol-related problems from
ages 18 to 37 in a U.S. national sample. J Stud Alcohol 2000 Mar;61(2):290-300.
(45) Warner LA, White HR. Longitudinal effects of age at onset and first drinking situations on
problem drinking. Subst Use Misuse 2003 Dec;38(14):1983-2016.
67
(46) Dougherty DM, Mathias CW, Tester ML, Marsh DM. Age at first drink relates to behavioral
measures of impulsivity: the immediate and delayed memory tasks. Alcohol Clin Exp Res 2004
Mar;28(3):408-14.
(47) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Malone S, Elkins I. Origins and consequences of age at first
drink. I. Associations with substance-use disorders, disinhibitory behavior and psychopathology,
and P3 amplitude. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1156-65.
(48) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(49) Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation on the
alcohol use of young Russians. Alcohol Clin Exp Res 1996 Oct;20(7):1179-83.
(50) Galduroz JC, Noto AR, Fonseca AM, Carlini EA. V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de
Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino
nas 27 Capitais Brasileiras- 2004. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas - CEBRID;
2005.
(51) Chambers RA, Taylor JR, Potenza MN. Developmental neurocircuitry of motivation in
adolescence: a critical period of addiction vulnerability. Am J Psychiatry 2003 Jun;160(6):1041-
52.
(52) Grant BF, Dawson DA, Stinson FS, Chou SP, Dufour MC, Pickering RP. The 12-month
prevalence and trends in DSM-IV alcohol abuse and dependence: United States, 1991-1992 and
2001-2002. Drug Alcohol Depend 2004 Jun 11;74(3):223-34.
(53) Carlini EA, Galduróz JC, Noto AR, Nappo SA. I levantamento domiciliar sobre o uso de drogas
psicotrópicas no Brasil - 2001. São Paulo: CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas e UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; 2002.
(54) Vega WA, guilar-Gaxiola S, Andrade L, Bijl R, Borges G, Caraveo-Anduaga JJ, et al. Prevalence
and age of onset for drug use in seven international sites: results from the international consortium
of psychiatric epidemiology. Drug Alcohol Depend 2002 Dec 1;68(3):285-97.
(55) Wagner FA, Anthony JC. From first drug use to drug dependence; developmental periods of risk
for dependence upon marijuana, cocaine, and alcohol. Neuropsychopharmacology 2002
Apr;26(4):479-88.
(56) Anthony JC, Petronis KR. Early-onset drug use and risk of later drug problems. Drug Alcohol
Depend 1995 Nov;40(1):9-15.
(57) Kandel DB, Yamaguchi K, Chen K. Stages of progression in drug involvement from adolescence
to adulthood: further evidence for the gateway theory. J Stud Alcohol 1992 Sep;53(5):447-57.
(58) Szobot CM, Martins C, Nunes P, Schaeffer T, Walcher M2, Bukstein O, et al. The prevalence of
nicotine, alcohol and illicit drugs among male adolescents and its association with
sociodemographical variables. A community-based, cross sectional study in the South of Brazil.
68
2006.
Ref Type: Unpublished Work
(59) Amorim P. Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI): validation of a short structured
diagnostic psychiatric interview. Rev Bras Psiquiatr 2000 Sep;22(3):106-15.
(60) Patton JH, Stanford MS, Barratt ES. Factor structure of the Barratt impulsiveness scale. J Clin
Child Psychol 1995 Nov;51(6):768-74.
(61) von Diemen L, Szobot CM, Kessler FH, Pechansky F. Adaptation and construct validation of the
Barratt Impulsiveness Scale BIS 11 to Brazilian Portuguese for use in adolescents. Rev Bras
Psiquiatr 2006;In Press.
(62) Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in
epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol 1997 Feb;26(1):224-7.
(63) Allen TJ, Moeller FG, Rhoades HM, Cherek DR. Impulsivity and history of drug dependence.
Drug Alcohol Depend 1998 Apr 1;50(2):137-45.
(64) Barnow S, Schultz G, Lucht M, Ulrich I, Preuss UW, Freyberger HJ. Do alcohol expectancies and
peer delinquency/substance use mediate the relationship between impulsivity and drinking
behaviour in adolescence? Alcohol Alcohol 2004 May;39(3):213-9.
(65) Moeller FG, Dougherty DM, Barratt ES, Oderinde V, Mathias CW, Harper RA, et al. Increased
impulsivity in cocaine dependent subjects independent of antisocial personality disorder and
aggression. Drug Alcohol Depend 2002 Sep 1;68(1):105-11.
(66) Petry NM. Delay discounting of money and alcohol in actively using alcoholics, currently
abstinent alcoholics, and controls. Psychopharmacology (Berl) 2001 Mar;154(3):243-50.
(67) Finn PR, Bobova L, Wehner E, Fargo S, Rickert ME. Alcohol expectancies, conduct disorder and
early-onset alcoholism: negative alcohol expectancies are associated with less drinking in non-
impulsive versus impulsive subjects. Addiction 2005 Jul;100(7):953-62.
(68) Petry NM, Kirby KN, Kranzler HR. Effects of gender and family history of alcohol dependence on
a behavioral task of impulsivity in healthy subjects. J Stud Alcohol 2002 Jan;63(1):83-90.
(69) Carlson SR, Katsanis J, Iacono WG, Mertz AK. Substance dependence and externalizing
psychopathology in adolescent boys with small, average, or large P300 event-related potential
amplitude. Psychophysiology 1999 Sep;36(5):583-90.
(70) Swann AC, Dougherty DM, Pazzaglia PJ, Pham M, Moeller FG. Impulsivity: a link between
bipolar disorder and substance abuse. Bipolar Disord 2004 Jun;6(3):204-12.
(71) Fossati A, Barratt ES, Carretta I, Leonardi B, Grazioli F, Maffei C. Predicting borderline and
antisocial personality disorder features in nonclinical subjects using measures of impulsivity and
aggressiveness. Psychiatry Res 2004 Feb 15;125(2):161-70.
69
(72) Chambers RA, Taylor JR, Potenza MN. Developmental neurocircuitry of motivation in
adolescence: a critical period of addiction vulnerability. Am J Psychiatry 2003 Jun;160(6):1041-
52.
(73) Petry NM. Delay discounting of money and alcohol in actively using alcoholics, currently
abstinent alcoholics, and controls. Psychopharmacology (Berl) 2001 Mar;154(3):243-50.
(74) Kreek MJ, Nielsen DA, Butelman ER, LaForge KS. Genetic influences on impulsivity, risk taking,
stress responsivity and vulnerability to drug abuse and addiction. Nat Neurosci 2005
Nov;8(11):1450-7.
(75) Kreek MJ, Nielsen DA, Butelman ER, LaForge KS. Genetic influences on impulsivity, risk taking,
stress responsivity and vulnerability to drug abuse and addiction. Nat Neurosci 2005
Nov;8(11):1450-7.
(76) Schuckit MA, Russell JW. Clinical importance of age at first drink in a group of young men. Am J
Psychiatry 1983 Sep;140(9):1221-3.
(77) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(78) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Elkins I. Origins and consequences of age at first drink. II.
Familial risk and heritability. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1166-73.
(79) York JL, Welte J, Hirsch J, Hoffman JH, Barnes G. Association of age at first drink with current
alcohol drinking variables in a national general population sample. Alcohol Clin Exp Res 2004
Sep;28(9):1379-87.
(80) Kollins SH. Delay discounting is associated with substance use in college students. Addict Behav
2003 Aug;28(6):1167-73.
(81) Dougherty DM, Mathias CW, Tester ML, Marsh DM. Age at first drink relates to behavioral
measures of impulsivity: the immediate and delayed memory tasks. Alcohol Clin Exp Res 2004
Mar;28(3):408-14.
(82) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Elkins I. Origins and consequences of age at first drink. II.
Familial risk and heritability. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1166-73.
(83) Obot IS, Wagner FA, Anthony JC. Early onset and recent drug use among children of parents with
alcohol problems: data from a national epidemiologic survey. Drug Alcohol Depend 2001 Dec
1;65(1):1-8.
(84) Guo J, Hill KG, Hawkins JD, Catalano RF, Abbott RD. A developmental analysis of
sociodemographic, family, and peer effects on adolescent illicit drug initiation. J Am Acad Child
Adolesc Psychiatry 2002 Jul;41(7):838-45.
(85) Simons-Morton B, Haynie DL, Crump AD, Eitel SP, Saylor KE. Peer and parent influences on
smoking and drinking among early adolescents. Health Educ Behav 2001 Feb;28(1):95-107.
70
(86) Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation on the
alcohol use of young Russians. Alcohol Clin Exp Res 1996 Oct;20(7):1179-83.
(87) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Malone S, Elkins I. Origins and consequences of age at first
drink. I. Associations with substance-use disorders, disinhibitory behavior and psychopathology,
and P3 amplitude. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1156-65.
(88) Hingson R, Heeren T, Winter M, Wechsler H. Magnitude of alcohol-related mortality and
morbidity among U.S. college students ages 18-24: changes from 1998 to 2001. Annu Rev Public
Health 2005;26:259-79.
(89) Stueve A, O'Donnell LN. Early alcohol initiation and subsequent sexual and alcohol risk behaviors
among urban youths. Am J Public Health 2005 May;95(5):887-93.
(90) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(91) Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation on the
alcohol use of young Russians. Alcohol Clin Exp Res 1996 Oct;20(7):1179-83.
(92) Takakura M, Wake N. Association of age at onset of cigarette and alcohol use with subsequent
smoking and drinking patterns among Japanese high school students. J Sch Health 2003
Aug;73(6):226-31.
(93) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(94) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Malone S, Elkins I. Origins and consequences of age at first
drink. I. Associations with substance-use disorders, disinhibitory behavior and psychopathology,
and P3 amplitude. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1156-65.
(95) Moeller FG, Dougherty DM. Impulsivity and Substance Abuse: What is the Connection? Addict
Disord Treat 2002;1(1):3-10.
(96) Baus J, Kupek E, Pires M. Prevalence and risk factors associated with drug use among school
students, Brazil. Rev Saude Publica 2002 Feb;36(1):40-6.
(97) Duncan TE, Duncan SC, Hops H. Latent variable modeling of longitudinal and multilevel alcohol
use data. Journal of Studies on Alcohol 1998 Jul;59(4):399-408.
(98) Knop J, Penick EC, Jensen P, Nickel EJ, Gabrielli WF, Mednick SA, et al. Risk factors that
predicted problem drinking in Danish men at age thirty. J Stud Alcohol 2003 Nov;64(6):745-55.
(99) Maddahian E, Newcomb MD, Bentler PM. Risk factors for substance use: ethnic differences
among adolescents. J Subst Abuse 1988;1(1):11-23.
71
Figura 1. Níveis hierárquicos no modelo de regressão logística
72
Segundo Nível
Anos de estudo dos pais
Cor da pele
Variáveis sócio-econômicas
Idade
Primeiro Nível
Quarto nível
Idade do primeiro
consumo de álcool
Terceiro Nível
Religião
Número de repetências
Pais separados
Impulsividade – BIS 11
Tabela 1. Características da amostra e distribuição das variáveis da amostra total e entre casos e
controles.
Variáveis Amostra total
(n=418)
Casos (n=63) Controles (n=355) p
Idade (média ± d.p.)
17,4 ± 1,7 18,2 ± 1,6 17,3 ± 1,7 <0,01
Número de repetições na escola
(mediana (amplitude
interquartil))
1,0 (0 – 2,0) 2,0 (0-7,0) 1,0 (0-1,0) <0,01
¥
Educação (anos) (média ± d.p.) 7,8 ± 2,3 6,5 ± 2,2 8,0 ± 2,2 <0,01
Anos de estudo do pai (média ±
d.p.)
5,98 ± 3,0 5,3 ±2,7 6,1 ± 3,0 <0,05
Anos de estudo da mãe (média
± d.p.)
5,67 ± 3,01 5,2 ± 3,2 5,8 ±3,0 0,22
Renda familiar (US $)
(mediana (amplitude
interquartil))
363,6 (227,3-590,9) 363,6 (227,3-545,5) 386,4 (227,3-590,9) 0,35
¥
Cor da pele
Branca
Não branca
69,9% (n=292)
26,3% (n=110)
66,1%(n=39)
33,9%(n=20)
73,8%(n=253)
26,2%(n=39)
0,27
§
BIS 11
Menor tercil(< 60)
Tercil intermediário (60-66)
Maior tercil (>66)
30,6% (n=128)
34,4% (n=144)
34,4% (n=144)
16,1%(n=10)
32,3%(n=20)
51,6%(n=32)
33,3%(n=118)
35,0%(n=124)
31,6%(n=112)
<0,01
§
Idade do primeiro consume de
álcool (anos) (média ± d.p.)
14,1 ±2,2 13,6 ±2,3 14,2 ±2,1 <0,05
Prática religiosa
Sim
Não
26,1% (n=109)
73,2% (n=306)
14,3%(n=9)
85,7%(n=54)
28,4%(n=100)
71,6%(n=252)
<0,05
§
Nota: valor p corresponde a comparações entre casos e controles - ¥ Teste de Mann-Whitney; € teste t para amostras independentes; §teste
qui-quadrado
73
Tabela 2. Associações não ajustadas e ajustadas das variáveis independentes com transtorno por uso de
substâncias com regressão logística hierarquizada.
Nível Variáveis Não ajustadas
RC(IC
95%
)
p Ajustadas
RC(IC
95%
)
p
1
Renda familiar (US$) 0,99 (0,99-1,00) 0,58 1,00 (0,99-1,00) 0,84
Anos de estudo da mãe 0,94 (0,85-1,04) 0,27 0,98 (0,87-1,10) 0,85
Anos de estudo do pai 0,91 (0,83-1,00) 0,05 0,91 (0,83-1,00) 0,07
Idade (anos) 1,37 (1,15-1,63) <0,001 1,40 (1,16-1,70) <0,001
Cor da pele
Branca
Não branca
1,00
1,44 (0,77-2,69) 0,25
1,00
1,42 (0,74-2,72)
0,29
2
BIS 11
Menor tercil (< 60)
Tercil intermediário (60-66)
Maior tercil (>66)
1,00
1,90 (0,81-4,49)
3,37 (1,46-7,77)
0,01
1,00
#
2,11 (0,88-5,07)
3,26 (1,36-7,78)
0,03
3
Número de repetências
1,39 (1,16-1,66) <0,001 1,32 (1,08-1,61)
&
0,007
Prática religiosa
Sim
Não
1,00
2,38 (1,04-5,40)
0,04 1,00
2,04 (0,81-5,15)
0,13
4
Idade do primeiro consume
de álcool (anos)
0,89 (0,76-0,99) 0,04 0,85 (0,74-0,98)
§
0,03
Nota: Valores em negrito correspondem a variáveis mantidas no modelo final.
#
ajustado para educação do pai
&
ajustado para educação do pai, idade e escores
de impulsividade.
§ &
ajustado para educação do pai, idade e escores de impulsividade e repetências na escola
74
Paper 2 in English
Impulsivity, age of first alcohol use and substance use disorders among male
adolescents: a population based case-control study.
Lisia von Diemen
1
, Diego Garcia Bassani
2
, Sandra Costa Fuchs
3
, Claudia Maciel Szobot
1
, Flavio
Pechansky
1
.
1
Center for Drug and Alcohol Research, Federal University of Rio Grande do Sul
2
Centre for Addiction and Mental Health – Health Systems Research and Consulting Unit University of
Toronto
3
Federal University of Rio Grande do Sul
Address for correspondence:
Lisia von Diemen
Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas. Av. Ramiro Barcelos, 2350/2201F CEP 90035-903, Porto Alegre, RS
Fone: 55 (51) 30196820. E-mail: [email protected]
Paper submitted to Addiction
75
Abstract
Aims: To evaluate the association between impulsivity, age of first drink, and substance use disorders in a
non-clinical sample of adolescents.
Design and setting: Population-based case-control study of male adolescents between 15 and 20 years of
age nested in a community survey in southern Brazil.
Participants: Cases were drug or alcohol abusers defined according to DSM-IV abuse criteria (n=63).
Individuals who had experienced alcohol use but where non-abusers served as controls (n=355). Cases and
controls completed a structured face-to-face interview.
Measurements: The Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) was completed during the
original survey and used to identify cases and controls. Impulsivity was measured by means of the Barratt
Impulsivity Scale (BIS 11). Self-reported age of first drink, socio-demographic and exposure variables
were collected and analyzed through logistic regression according to a hierarchical model.
Findings: Impulsivity and age of first drink were significantly and independently associated with
substance use disorders. The odds of being a drug or alcohol abuser was higher for the most impulsive
subgroup (OR 3.4, 95% CI 1.5-7.8). Each additional year reported (delay) in the age of first drink
represented a lower odds of substance use disorder (OR 0.9, 95% CI 0.8-0.9). Both higher impulsivity
(OR 3.3, 95% CI 1.4-7.8) and higher age of first drink (OR 0.8, 95% CI 0.7-0.9) remained independently
associated with substance use disorder after model adjustments.
Conclusions: The findings from this population-based case-control study suggest that impulsivity and age
of first alcoholic drink are strongly and independently associated with alcohol and drug problems. If the
temporality of these associations is confirmed in longitudinal designs including broader population
groups, our findings may contribute to the development of clinical and policy interventions aiming at
reducing the incidence and morbidity associated with substance-related problems among adolescents.
Key words: impulsivity, age of first drink, adolescence, substance use disorders, case-control study
76
Introduction
Impulsive individuals are know to be at higher risk for substance related disorders (1-3), and higher
impulsivity is associated to the onset of alcohol consumption at earlier ages (4). The few studies that have
simultaneously studied age of first drink (AFD) and impulsivity in non-clinical samples - such as Dougherty et
al. (5) - observed through behavioral laboratory impulsivity measures that women who had the first drink before
the 18
th
birthday were more impulsive than those who started later. Kollins et al. (4) also observed a negative
correlation between AFD and impulsivity scores among 21 year-old college students.
The association between impulsivity and substance use disorders (SUD) was suggested among clinical
samples of alcohol dependent (1;6), heroin (7), cocaine (2;7), tobacco (3) and marijuana adult users (8).
However, less evidence is available to support the association between impulsivity and substance use in non-
clinical samples. Fossati et al. (9) have found that impulsivity was associated with alcohol and frequency of
cigarette use among high school students in Italy. Kollins et al (4) evaluated a sample of 21-year- old college
students without SUD, and observed that measures of impulsivity were associated with the number of times
students reported they "passed out" from alcohol use, as well as with the total number of illicit drugs used.
Patterns of alcohol use (10-13), problematic alcohol use (13-15) and alcohol abuse or dependence
(16-18) have been shown to be associated with AFD. Findings from large community based studies
(10;16;17;19) including longitudinal studies with up to 21 years of follow-up (17;19) corroborate the
existence of an association between early alcohol consumption and alcohol-related problems.
Age of first drink is also associated with other risk factors related to alcohol problems, some of which
are likely to reduce the age of first drink, such as family history of alcoholism (20;21), peer influence
(19;22) and personality traits (10;23), including impulsivity (4;5).
77
There is intense debate about the role of AFD as an independent risk factor (16;24), or an expression
of other conditions or circumstances related to a greater consumption and consequent alcohol related
problems, such as familial risk and psychopathology (18;20;23). Age of first drink may be influenced by
the social and cultural context, as well as alcohol policies in different countries. The fact that the majority
of studies on this subject come from North American contexts generates a bias towards complete evidence
for this hypothesis (5;11;13;14;17;20;23). Some international studies based on data from community
samples show some degree of variability, with an average AFD of 16.5 in the U.S. (17), 15.2 in Canada
(16); and less than 12 years of age in Russia (10). In South America, a recent national survey conducted in
Brazilian public schools (25) reports the average AFD as 12.5.
The estimates of age of first drink across different countries situate this event at the early stages of
adolescence for most of the countries and slightly later among north-americans. This observations when
contrasted to the evidence that adolescents are at an age group experiencing a lifecourse period critical for the
development of substance related problems (26) is per se a matter for concern. A greater opportunity for
experimentation and consequent risk for development of substance related disorder takes place during this period
(27;28), making adolescence the period when most addictive disorders become apparent. Unfortunately, most
problems will only be identified during adulthood (29;30), when impairment is already significant and recovery
is potentially limited due to the delayed treatment initiation. Moreover, drug and alcohol use in adolescence are
linked to a greater severity of substance- related disorders, including the use of multiple drugs and the associated
morbidity, (31;32). The independence of the association between impulsivity and age of first drink with
substance use disorders has not yet been described in community samples. This information may lead to the
identification of high risk groups and concurrent preventable measures, which can be jumpstarted from both
clinical and public health perspectives, and may be of interest for policy-planning arenas.
78
In order to generate a more comprehensive understanding of the association between AFD,
impulsivity and SUD, this study aims at ascertaining, through a community case-control design, the
association between substance use disorders and impulsivity among male adolescents, and to verify
whether the association between AFD and SUD is independent from impulsivity.
Methods
Participants
Subjects were male adolescents recruited from a well-delimited geographic area in the larger
metropolitan region of Porto Alegre, the southernmost state capital of Brazil. A case-control design was
nested in a larger community survey (33) designed to investigate the prevalence and risk factors of
addictive disorders in the community. The survey sample consisted of 920 subjects randomly selected and
interviewed across three different sub-regions of the catchment area. The individuals (n=572) from the
largest sub-region were re-interviewed to obtain additional information necessary for the purposes of the
current study. At this oportunity, information about age of first drink and impulsivity was collected. From
the original group, 464 adolescents were located for the second interview. Subjects who had never used
alcohol were excluded (n=46), yelding a final sample of 418 adolescents. For quality assurance and
evaluation of possible selection bias, the demographic characteristics and substance use measures of those
individuals who were not found for the second interview were compared to those re-interviewed. The
groups did not differ with regard to age, schooling of parents, number of school repetitions and family
income, as well as prevalence of substance use disorders. The project was approved by the Institutional
Review Board of Hospital de Clinicas de Porto Alegre, the coordinating site of the study.
Measures
Interviews were conducted by trained interviewers who were familiar with the instruments and
with the region where the sample was obtained. Data were collected similarly and using the same
79
instruments for cases and controls. Face-to-face interviews were conducted using a questionnaire covering
demographics such as age, ethnicity, years of education of parents and the adolescent, school repetitions,
religion and household income. Substance abuse or dependence was measure through the alcohol and drug
section of the Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI), which has been validated to
Brazilian Portuguese (34). Impulsivity was assessed through the Barratt Impulsivity Scale (BIS 11) (35),
also translated and adapted to Portuguese (36). The BIS 11 comprises 30 items, with answers in a Likert-
scale format ranging from 1 (rarely/never) to 4 (always/almost always), and provides a total impulsivity
score ranging from 30 to 120. The BIS 11 does not present a pre-determined cut-off point for impulsivity,
and for the purposes of the present study, the scores were categorized in tertiles according to the
distribution observed in the control group. The age of first drink was collected confidentially by means of
the following question: “What age were you with when you first had an alcoholic drink willingly (without
taking into consideration drinking from someone else’s glass)?
Operational definition of cases and controls
Subjects were considered cases when a diagnosis of alcohol, marijuana, cocaine or inhalant abuse
or dependence was identified through the MINI, following the DSM-IV definition, of presence of at least
one criteria for abuse and three for substance dependence. Subjects who did not fulfill the criteria for at
least one of the cited substances were classified as controls. Given the purposes of the present study,
individuals who had never consumed alcohol were excluded even if there was a report of other substance
use.
Independent variables
BIS 11 impulsivity scores were categorized in tertiles, as described above. Ethnics and religion
were analyzed categorically as white/non-white, and religious practice or not. Parental education,
household income, number of school repetitions and AFD were analyzed continuously. Odds Ratios (OR)
80
and 95 % confidence intervals were estimated through logistic regression. Variables were initially selected
through bivariate analysis. The significance of the associations was tested through likelihood ratio tests,
and variables with p-values below 0.20 were included in the multivariate models. Independent variables
were then grouped into different hierarchical levels of determination, from distal determinants that
included socioeconomic characteristics to proximal determinants including AFD. The hierarchical
theoretical model was built based both on epidemiological literature as well as when an association with
substance use disorders was observed, and is shown in Figure 1. Variables were maintained or excluded
from the multivariate model based on the strength of association in the multivariate analysis (a p <0.10
was required). The regression equation was adjusted for each hierarchical level at a time through
backward elimination. The adjusted variables from higher levels of determination were maintained for the
subsequent levels regardless of the changes in coefficients (37). To produce better estimates of the
standard errors and more conservative p-values, boot-strap analysis was performed. The hypothesis of
independent association of impulsivity and age of first drink with substance use disorders was tested
through an interaction term and graphically through predicted regression plots.
Please insert Figure 1 about here
Results
Substance use disorders among cases were distributed as follows: 36.5% had alcohol abuse, 20.6%
had alcohol dependence, 33.3% had marijuana abuse, 31.7% had marijuana dependence, 25.4% had
cocaine abuse or dependence; 7.9% had abuse or dependence on solvents, and 47.6% were abusers or
dependents on more than one substance. Table 1 shows socio-demographic and exposure characteristics
of cases and controls. Cases were older, less educated, with higher number of school repetitions, reporting
no religious practice, with higher impulsivity and reporting lower AFD.
81
Please insert table 1 about here
The more impulsive subjects (highest tertile of the BIS 11) had over three times the odds of
presenting an SUD than the less impulsive individuals; the association remained significant even after
adjusting for father’s education and age. The impulsivity profile remained associated with a 2.8 higher
odds of substance use disorder even when father’s education, age, number of school repetitions and
religious practice where included in the model (95% CI 1.2-6.5). Age of first drink remained associated
with the outcome even after adjusting for father’s education, age, impulsivity and number of school
repetitions with an OR of 0.86 (95% CI 0.75-0.99) for every additional year reported to the first drink,
representing a protective effect of higher age of first drink for individuals who had their first drink later in
life. The independent association between impulsivity, age of first drink and substance use disorder in this
male adolescent sample was tested through the introduction of an interaction term in the model and
confirmed through sets of models stratified by impulsivity and age of first drink levels, as well as through
graphic analysis of the regression plots of the case-control ratio for each exposure. The associations
between impulsivity and age of first drink were found to be independent for this population.
Please insert table 2 here
Discussion
Though many studies have shown a positive association between impulsivity and substance use
(38-41), this is to our knowledge the first study which identifies this association among adolescents from a
community sample while adopting a specific impulsivity measure.
In literature, impulsivity is associated to other risk factors for substance use, such as conduct
disorder (42), anti-social personality disorder (43), family history of alcoholism (44), externalizing
psychopathology in childhood (45), bipolar disorder (46), and borderline personality disorder (43),
82
suggesting that impulsivity is a manifestation of vulnerability for substance use problems. Alternatively,
there are also studies showing that alcohol and drug use itself has the potential to increase impulsivity,
particularly when it occurs during adolescence, because the areas of the brain that are linked to addictive
disorders and decision making processes are maturing in this critical period (26). Besides, other findings
as in Petry et al (41) corroborate this hypothesis by showing that alcohol dependents during the use of
alcohol are more impulsive than alcohol dependents in sustained abstinence.
In accordance to the findings in the literature, the increased impulsivity seen in adolescents could
be related to personality traits, produced by various pathologies, could occur due to substance use or even
be related to both, since it is likely that impulsivity carries an innate component - possibly inherited (47),
that can also be increased by external factors, such as drug use. This being the case, it can be hypothesized
that impulsive adolescents who would already be at risk for psychoactive substance use, could have their
impulsivity increased by the use of psychoactive substances, leading to an augmented pre-existing risk and
consequent higher frequency and intensity of substance use.
Kreek et al (47) report that impulsivity as a personality trait can be seen in a continuum and is
likely not pathological per se. If we consider that impulsivity is related to substance use disorders and that
our ‘basal’ level of impulsivity (i.e. innate) can be exacerbated by substance use, then the risk of SUD due
to impulsivity would be a function of both (i.e. the effects of substance and ‘basal’ impulsivity). In other
words, more impulsive subjects would be at higher risk of developing SUD while less impulsive subjects
who start substance use could potentially reach the same impulsivity levels of higher risk subjects, under
the influence of substances.
Another important finding of this study was the association between AFD and SUD even after
adjusting for other variables, including impulsivity. The observed lower odds of SUD for individuals who
83
had the first drink later in life means that for each year the first drink starts later in the life, the odds of
SUD are reduced by 15% in comparison with the youngest drinkers.
Age of first drink has been shown to be associated with dependence of substances other than
alcohol, as reported by Schuckit el al (48) among young adults (i.e. college students from 20 to 25 years of
age). Nevertheless, this association has not been reported among adolescents until now. The confirmation
of the findings from our study might have important preventive and policy implications, especially if age
of first drink is proven to be an actionable risk marker for addictive disorders. In addition, the finding of
an independent effect of AFD and impulsivity may further contribute to the above stated preventive
implications once delaying the AFD may prevent substance use disorders among impulsive and non
impulsive subjects.
Literature questioning the role of AFD as an independent risk factor for SUD has created a
discussion on the potential effects of policy interventions to prevent the development of SUD by
postponing the AFD (16;20;24). If we believe that AFD is solely an early marker or indicator of other
emerging risk factors for substance use disorders such as genetic predisposition, SUD is more likely to
occur when the first drink is consumed at early ages. This assumption alone supports the use of AFD as a
risk marker, maintaining its potential to be actionable by preventive measures at several levels of health
systems, from clinical settings to public health agencies and alcohol-related policy.
Nonetheless, results from some studies support the hypothesis of AFD as an independent risk
factor for certain subgroups, while for others it could enhance the effect of other risk factors associated to
it - such as impulsivity (4;5), family history of alcoholism (20;21), peer influence (19;22) and personality
traits (10;23). We might consider, however, that interventions to delay the beginning of alcohol use may
not have the same impact on all subgroups. Those individuals likely to be exposed to multiple risk factors
and therefore less influenced by delayed age of first drink. They might, however, still benefit from such
84
initiatives by reducing the more permanent health problems related to the abusive use of substances since
early life phases, such as the consequences of accidents (49), violence (49) and hazardous sexual exposure
(50). Finally, data presented in this study is supported by the findings from studies of other countries
(10;16;17;51) indicating that AFD is strongly associated to alcohol use disorders and substance use
disorders other than alcohol. The important and independent associations between impulsivity, age of first
drink and substance use disorders observed in this community-based case-control study of male
adolescents also add trans-cultural consistency to previous findings (16;23;52).
Our findings that socio-demographic variables such as income, parental education, skin color and
religion practice were not associated with SUD differ from the findings from previous studies (53-56).
This may be a consequence of the socio-demographic homogeneity of this population, but the fact that
these associations were only non-significant after adjustment for our main exposures of interest (i.e.
impulsivity and AFD) may imply that their contribution, if any, is comparatively much less prominent.
Among the major limitations of the study is the cross-sectional nature of its design, which prevents
us to infer about the temporal relationship between substance use, age of first drink and impulsivity.
However, the proportion of eligible subjects that were not found for re-interview and therefore are not
included in the sample was compared to the respondents, and we found no difference on the available
socio-demographic and clinical variables between the two groups.
Some variables of interest, such as AFD, may be subject to recall bias, but there is no strong
rationale to support the hypothesis of differential recall bias among cases or controls. The sample is
limited to young males, which may also reduce its potential for generalizing the findings to other groups.
Our results suggest that impulsivity and age of first drink could be incorporated to the strategic
planning of prevention of substance disorders. Early identification of subjects at risk through impulsivity
85
tests or early drinking age may justify the development of focused early intervention strategies. The
temporality of the association between impulsivity, age of first drink and substance use disorders, the
impact of interventions to prevent substance use disorders among high risk subjects and postponement of
the age of firs drink remains to be further explored.
Acknowledgements: the authors would like to acknowledge the contributions of Isis Puig, Daiana
Fontoura, Cláudio Peralta, Luciane Oliveira, Alexandra von Ameln Kênia Fogaça and Eclér Ercole for
data collecting. First author had a master scholarship from CAPES.
86
Reference List
(1) Poikolainen K. Risk factors for alcohol dependence: a case-control study. Alcohol Alcohol 2000
Mar;35(2):190-6.
(2) Coffey SF, Gudleski GD, Saladin ME, Brady KT. Impulsivity and rapid discounting of delayed
hypothetical rewards in cocaine-dependent individuals. Exp Clin Psychopharmacol 2003
Feb;11(1):18-25.
(3) Mitchell SH. Measuring impulsivity and modeling its association with cigarette smoking. Behav
Cogn Neurosci Rev 2004 Dec;3(4):261-75.
(4) Kollins SH. Delay discounting is associated with substance use in college students. Addict Behav
2003 Aug;28(6):1167-73.
(5) Dougherty DM, Mathias CW, Tester ML, Marsh DM. Age at first drink relates to behavioral
measures of impulsivity: the immediate and delayed memory tasks. Alcohol Clin Exp Res 2004
Mar;28(3):408-14.
(6) Skinner MD, Aubin HJ, Berlin I. Impulsivity in smoking, nonsmoking, and ex-smoking alcoholics.
Addict Behav 2004 Jul;29(5):973-8.
(7) Kirby KN, Petry NM. Heroin and cocaine abusers have higher discount rates for delayed rewards
than alcoholics or non-drug-using controls. Addiction 2004 Apr;99(4):461-71.
(8) Simons JS, Carey KB. Risk and vulnerability for marijuana use problems: the role of affect
dysregulation. Psychol Addict Behav 2002 Mar;16(1):72-5.
(9) Fossati A, Barratt ES, Acquarini E, Di CA. Psychometric properties of an adolescent version of the
Barratt Impulsiveness Scale-11 for a sample of Italian high school students. Percept Mot Skills
2002 Oct;95(2):621-35.
(10) Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation on the
alcohol use of young Russians. Alcohol Clin Exp Res 1996 Oct;20(7):1179-83.
(11) Flory K, Lynam D, Milich R, Leukefeld C, Clayton R. Early adolescent through young adult alcohol
and marijuana use trajectories: early predictors, young adult outcomes, and predictive utility.
Dev Psychopathol 2004;16(1):193-213.
(12) Casswell S, Pledger M, Pratap S. Trajectories of drinking from 18 to 26 years: identification and
prediction. Addiction 2002 Nov;97(11):1427-37.
(13) Muthen BO, Muthen LK. The development of heavy drinking and alcohol-related problems from
ages 18 to 37 in a U.S. national sample. J Stud Alcohol 2000 Mar;61(2):290-300.
(14) Warner LA, White HR. Longitudinal effects of age at onset and first drinking situations on problem
drinking. Subst Use Misuse 2003 Dec;38(14):1983-2016.
87
(15) Hawkins JD, Graham JW, Maguin E, Abbott R, Hill KG, Catalano RF. Exploring the effects of age
of alcohol use initiation and psychosocial risk factors on subsequent alcohol misuse. J Stud
Alcohol 1997 May;58(3):280-90.
(16) DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for the
development of alcohol disorders. Am J Psychiatry 2000 May;157(5):745-50.
(17) Grant BF, Stinson FS, Harford TC. Age at onset of alcohol use and DSM-IV alcohol abuse and
dependence: a 12-year follow-up. J Subst Abuse 2001;13(4):493-504.
(18) Prescott CA, Kendler KS. Age at first drink and risk for alcoholism: a noncausal association.
Alcohol Clin Exp Res 1999 Jan;23(1):101-7.
(19) Guo J, Hill KG, Hawkins JD, Catalano RF, Abbott RD. A developmental analysis of
sociodemographic, family, and peer effects on adolescent illicit drug initiation. J Am Acad Child
Adolesc Psychiatry 2002 Jul;41(7):838-45.
(20) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Elkins I. Origins and consequences of age at first drink. II.
Familial risk and heritability. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1166-73.
(21) Obot IS, Wagner FA, Anthony JC. Early onset and recent drug use among children of parents with
alcohol problems: data from a national epidemiologic survey. Drug Alcohol Depend 2001 Dec
1;65(1):1-8.
(22) Simons-Morton B, Haynie DL, Crump AD, Eitel SP, Saylor KE. Peer and parent influences on
smoking and drinking among early adolescents. Health Educ Behav 2001 Feb;28(1):95-107.
(23) McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Malone S, Elkins I. Origins and consequences of age at first
drink. I. Associations with substance-use disorders, disinhibitory behavior and psychopathology,
and P3 amplitude. Alcohol Clin Exp Res 2001 Aug;25(8):1156-65.
(24) York JL, Welte J, Hirsch J, Hoffman JH, Barnes G. Association of age at first drink with current
alcohol drinking variables in a national general population sample. Alcohol Clin Exp Res 2004
Sep;28(9):1379-87.
(25) Galduroz JC, Noto AR, Fonseca AM, Carlini EA. V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de
Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de
Ensino nas 27 Capitais Brasileiras- 2004. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas -
CEBRID; 2005.
(26) Chambers RA, Taylor JR, Potenza MN. Developmental neurocircuitry of motivation in adolescence:
a critical period of addiction vulnerability. Am J Psychiatry 2003 Jun;160(6):1041-52.
(27) Grant BF, Dawson DA, Stinson FS, Chou SP, Dufour MC, Pickering RP. The 12-month prevalence
and trends in DSM-IV alcohol abuse and dependence: United States, 1991-1992 and 2001-2002.
Drug Alcohol Depend 2004 Jun 11;74(3):223-34.
88
(28) Carlini EA, Galduróz JC, Noto AR, Nappo SA. I levantamento domiciliar sobre o uso de drogas
psicotrópicas no Brasil - 2001. São Paulo: CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas e UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; 2002.
(29) Vega WA, guilar-Gaxiola S, Andrade L, Bijl R, Borges G, Caraveo-Anduaga JJ, et al. Prevalence
and age of onset for drug use in seven international sites: results from the international
consortium of psychiatric epidemiology. Drug Alcohol Depend 2002 Dec 1;68(3):285-97.
(30) Wagner FA, Anthony JC. From first drug use to drug dependence; developmental periods of risk for
dependence upon marijuana, cocaine, and alcohol. Neuropsychopharmacology 2002
Apr;26(4):479-88.
(31) Anthony JC, Petronis KR. Early-onset drug use and risk of later drug problems. Drug Alcohol
Depend 1995 Nov;40(1):9-15.
(32) Kandel DB, Yamaguchi K, Chen K. Stages of progression in drug involvement from adolescence to
adulthood: further evidence for the gateway theory. J Stud Alcohol 1992 Sep;53(5):447-57.
(33) Szobot CM, Martins C, Nunes P, Schaeffer T, Walcher M2, Bukstein O, et al. The prevalence of
nicotine, alcohol and illicit drugs among male adolescents and its association with
sociodemographical variables. A community-based, cross sectional study in the South of Brazil.
2006.
Ref Type: Unpublished Work
(34) Amorim P. Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI): validation of a short structured
diagnostic psychiatric interview. Rev Bras Psiquiatr 2000 Sep;22(3):106-15.
(35) Patton JH, Stanford MS, Barratt ES. Factor structure of the Barratt impulsiveness scale. J Clin Child
Psychol 1995 Nov;51(6):768-74.
(36) von Diemen L, Szobot CM, Kessler FH, Pechansky F. Adaptation and construct validation of the
Barratt Impulsiveness Scale BIS 11 to Brazilian Portuguese for use in adolescents. Rev Bras
Psiquiatr 2006;In Press.
(37) Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in
epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol 1997 Feb;26(1):224-7.
(38) Allen TJ, Moeller FG, Rhoades HM, Cherek DR. Impulsivity and history of drug dependence. Drug
Alcohol Depend 1998 Apr 1;50(2):137-45.
(39) Barnow S, Schultz G, Lucht M, Ulrich I, Preuss UW, Freyberger HJ. Do alcohol expectancies and
peer delinquency/substance use mediate the relationship between impulsivity and drinking
behaviour in adolescence? Alcohol Alcohol 2004 May;39(3):213-9.
(40) Moeller FG, Dougherty DM, Barratt ES, Oderinde V, Mathias CW, Harper RA, et al. Increased
impulsivity in cocaine dependent subjects independent of antisocial personality disorder and
aggression. Drug Alcohol Depend 2002 Sep 1;68(1):105-11.
89
(41) Petry NM. Delay discounting of money and alcohol in actively using alcoholics, currently abstinent
alcoholics, and controls. Psychopharmacology (Berl) 2001 Mar;154(3):243-50.
(42) Finn PR, Bobova L, Wehner E, Fargo S, Rickert ME. Alcohol expectancies, conduct disorder and
early-onset alcoholism: negative alcohol expectancies are associated with less drinking in non-
impulsive versus impulsive subjects. Addiction 2005 Jul;100(7):953-62.
(43) Fossati A, Barratt ES, Carretta I, Leonardi B, Grazioli F, Maffei C. Predicting borderline and
antisocial personality disorder features in nonclinical subjects using measures of impulsivity and
aggressiveness. Psychiatry Res 2004 Feb 15;125(2):161-70.
(44) Petry NM, Kirby KN, Kranzler HR. Effects of gender and family history of alcohol dependence on a
behavioral task of impulsivity in healthy subjects. J Stud Alcohol 2002 Jan;63(1):83-90.
(45) Carlson SR, Katsanis J, Iacono WG, Mertz AK. Substance dependence and externalizing
psychopathology in adolescent boys with small, average, or large P300 event-related potential
amplitude. Psychophysiology 1999 Sep;36(5):583-90.
(46) Swann AC, Dougherty DM, Pazzaglia PJ, Pham M, Moeller FG. Impulsivity: a link between bipolar
disorder and substance abuse. Bipolar Disord 2004 Jun;6(3):204-12.
(47) Kreek MJ, Nielsen DA, Butelman ER, LaForge KS. Genetic influences on impulsivity, risk taking,
stress responsivity and vulnerability to drug abuse and addiction. Nat Neurosci 2005
Nov;8(11):1450-7.
(48) Schuckit MA, Russell JW. Clinical importance of age at first drink in a group of young men. Am J
Psychiatry 1983 Sep;140(9):1221-3.
(49) Hingson R, Heeren T, Winter M, Wechsler H. Magnitude of alcohol-related mortality and morbidity
among U.S. college students ages 18-24: changes from 1998 to 2001. Annu Rev Public Health
2005;26:259-79.
(50) Stueve A, O'Donnell LN. Early alcohol initiation and subsequent sexual and alcohol risk behaviors
among urban youths. Am J Public Health 2005 May;95(5):887-93.
(51) Takakura M, Wake N. Association of age at onset of cigarette and alcohol use with subsequent
smoking and drinking patterns among Japanese high school students. J Sch Health 2003
Aug;73(6):226-31.
(52) Moeller FG, Dougherty DM. Impulsivity and Substance Abuse: What is the Connection? Addict
Disord Treat 2002;1(1):3-10.
(53) Baus J, Kupek E, Pires M. Prevalence and risk factors associated with drug use among school
students, Brazil. Rev Saude Publica 2002 Feb;36(1):40-6.
(54) Duncan TE, Duncan SC, Hops H. Latent variable modeling of longitudinal and multilevel alcohol
use data. Journal of Studies on Alcohol 1998 Jul;59(4):399-408.
(55) Knop J, Penick EC, Jensen P, Nickel EJ, Gabrielli WF, Mednick SA, et al. Risk factors that
predicted problem drinking in Danish men at age thirty. J Stud Alcohol 2003 Nov;64(6):745-55.
90
(56) Maddahian E, Newcomb MD, Bentler PM. Risk factors for substance use: ethnic differences among
adolescents. J Subst Abuse 1988;1(1):11-23.
91
Figure 1. Hierarchical levels in the logistic regression model
92
Second Level
Years of parental education
Skin color
Socioeconomic status
Age
First Level
Fourth Level
Age of First
Drink
Third Level
Religion
Number of school repetitions
Single parents
Impulsivity – BIS 11
Table 1. Sample characteristics and distribution of variables for the the overall sample and between
cases and controls.
Variable Overall sample
(n=418)
Cases (n=63) Controls (n=355) p-value
Age (mean ± s.d.)
17.4 ± 1.7 18.2 ± 1.6 17.3 ± 1.7 <0.01
Number of school repetitions
(median (interquartile range))
1.0 (0 – 2.0) 2.0 (0-7.0) 1.0 (0-1.0) <0.01
¥
Education (years) (mean ± s.d.) 7.8 ± 2.3 6.5 ± 2.2 8.0 ± 2.2 <0.01
Paternal education (mean ± s.d.) 5.98 ± 3.0 5.3 ±2.7 6.1 ± 3.0 <0.05
Maternal education (mean ± s.d.) 5.67 ± 3.01 5.2 ± 3.2 5.8 ±3.0 0.22
Family income (US $)
(median (interquartile range))
363.6 (227.3-590.9) 363.6 (227.3-545.5) 386.4 (227.3-590.9) 0.35
¥
Skin color
White
Not white
69.9% (n=292)
26.3% (n=110)
66.1%(n=39)
33.9%(n=20)
73.8%(n=253)
26.2%(n=39)
0.27
§
BIS 11
Lower tertile(< 60)
Intermediate tertile (60-66)
Higher tertile (>66)
30.6% (n=128)
34.4% (n=144)
34.4% (n=144)
16.1%(n=10)
32.3%(n=20)
51.6%(n=32)
33.3%(n=118)
35.0%(n=124)
31.6%(n=112)
<0.01
§
Age of first drink (years)
(mean ± s.d.)
14.1 ±2.2 13.6 ±2.3 14.2 ±2.1 <0.05
Religious practice
Yes
No
26.1% (n=109)
73.2% (n=306)
14.3%(n=9)
85.7%(n=54)
28.4%(n=100)
71.6%(n=252)
<0.05
§
Note: p-value correspond to comparisons between cases and controls - ¥ Mann-Whitney test; € t test for independent samples; §chi-square test
93
Table 2. Unadjusted and Adjusted association of independent variables with substance use disorders (case-
status) hierarchical logistic regression with bootstrapped (500 repetitions) variance estimates.
Level Variables Unadjusted OR(IC
95%
) p-
value
Adjusted
OR(IC
95%
)
p-value
1
Family income (US$) 0.99 (0.99-1.00) 0.58 1.00 (0.99-1.00) 0.84
Maternal education (years) 0.94 (0.85-1.04) 0.27 0.98 (0.87-1.10) 0.85
Paternal education (years) 0.91 (0.83-1.00) 0.05 0.91 (0.83-1.00) 0.07
Age (years) 1.37 (1.15-1.63) <0.001 1.40 (1.16-1.70) <0.001
Skin color
White
Non-white
1.00
1.44 (0.77-2.69) 0.25
1.00
1.42 (0.74-2.72)
0.29
2
BIS 11 scores
Lower tertile(< 60)
Intermediate tertile (60-66)
Higher tertile (>66)
1.00
1.90 (0.81-4.49)
3.37 (1.46-7.77) 0.01
1.00
#
2.11 (0.88-5.07)
3.26 (1.36-7.78) 0.03
3
Number of school
repetitions
1.39 (1.16-1.66) <0.001 1.32 (1.08-1.61)
&
0.007
Religious practice
Yes
No
1.00
2.38 (1.04-5.40) 0.04
1.00
2.04 (0.81-5.15) 0.13
4
Age of first drink (in years) 0.89 (0.76-0.99) 0.04 0.85 (0.74-0.98)
§
0.03
Note: Bolded values correspond to variables retained in the final model.
#
adjusted for father’s education and age.
&
adjusted for father’s education, age and
impulsivity scores.
§
adjusted for father’s education, age, impulsivity and school repetitions.
94
Comentários finais
A presente dissertação pretendeu contribuir para o esclarecimento do papel da impulsividade e da
idade do primeiro consumo de álcool nos transtornos aditivos em adolescentes. A indisponibilidade de um
instrumento validado para o português que avaliasse impulsividade gerou a necessidade de adaptar e
validar para nosso meio a BIS 11 para uso em adolescentes. Dos resultados apresentados nos artigos é
importante salientar alguns aspectos:
1. Mediante as evidências crescentes do impacto da impulsividade nos transtornos psiquiátricos,
fazia-se saliente a necessidade de disponibilizar uma escala que pudesse avaliar essa
característica em estudos brasileiros. A BIS 11 foi escolhida para tal fim em virtude de ser um
instrumento de auto-relato, que requer pouco tempo para coleta das informações, e de ser
utilizada em diversos países nas suas diferentes versões. As semelhanças das medidas obtidas
nas versões em português e inglês da BIS 11, representadas pelo coeficiente de correlação
intra-classe de 0,9, indicam que a escala pode e deve ser utilizada em estudos com amostras
com características similares, além de posteriormente ser testada e validada em outras
populações. O desempenho da escala nos adolescentes masculinos foi razoável considerando as
características da amostra, sendo ainda necessários testes em adolescentes femininas e em
outros extratos sócio-econômicos para que os resultados possam ser extrapolados para
adolescentes em geral. Estudos futuros que irão complementar a validação da BIS 11 estão
sendo planejados. Dentre estes, destaca-se os que incluirão o teste em diferentes amostras de
adultos incluindo indivíduos com TUS, depressão maior, transtorno de humor bipolar e
transtornos de ansiedade, bem como em sujeitos sem patologia identificada e em adolescentes
de ambos os gêneros.
95
2. No segundo estudo, a análise de regressão logística em um modelo hierárquico permitiu que o
efeito das variáveis independentes ficasse mais claro e que ajustes impróprios não fossem
realizados. Segundo Victora et al [117], é comum que em modelos de análise não hierárquicos
variáveis mais distais, como no caso a impulsividade, sejam indevidamente ajustadas para
outras mais proximais, como a IPCA, conseqüentemente perdendo ou enfraquecendo seu
efeito. Tal modelo de análise se enquadra bem quando se está lidando com desfechos em que
determinantes sociais e biológicos estão envolvidos e nos quais as considerações temporais são
relevantes [117], como nos transtornos aditivos e outras patologias psiquiátricas. Dessa forma,
podemos observar uma chance maior dos indivíduos mais impulsivos apresentarem TUS
ajustado apenas para variáveis sócio-demográficas, bem como a alta razão de chance dos
adolescentes com IPCA antes dos 14 e antes dos 16 anos de apresentarem o desfecho quando a
variável é ajustada para a escolaridade do pai, impulsividade, a idade do adolescente e número
de repetências na escola. No modelo teórico proposto, a impulsividade foi alocada em um nível
anterior à IPCA, pressupondo que esta influencie o uso de substâncias e não ao contrário. Isso
não significa que tenha sido desconsiderado que o consumo de álcool e outras drogas possam
aumentar a impulsividade; na verdade, o delineamento utilizado não permite inferências sobre
causa e efeito e tal hipótese não poderia ser testada.
3. A impulsividade aumentada em adolescentes com TUS oriundos da comunidade, até o nosso
conhecimento, ainda não havia sido demonstrada. Nossos achados corroboram os resultados
que já haviam sido encontrados em amostras clínicas de indivíduos com TUS obtidas de
adultos da comunidade e de estudantes. Da mesma forma, a associação da IPCA com TUS em
adolescentes brasileiros acrescenta validade transcultural a esse achado, pois, como já referido
na introdução, a maior parte dos estudos nessa área foi obtida de amostras norte-americanas.
Além disso, esses achados reforçam a teoria de a IPCA ser um fator de risco independente para
96
TUS, já que o efeito se manteve mesmo após ajuste para todas as outras variáveis, incluindo a
impulsividade.
4. As relações causais e temporais entre impulsividade, IPCA e TUS necessitam ser esclarecidas
em delineamentos transversais. Entretanto, a revisão da literatura sugere que esses dois
aspectos são fortemente associados aos transtornos aditivos e há evidências de um risco
aumentado para uso de substâncias em crianças com patologias associadas à impulsividade e
IPCA, como transtorno de conduta e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Em
função da impulsividade e da IPCA estarem associadas a várias patologias psiquiátricas e a
outros fatores de risco como história familiar de TUS, é possível que estas sejam uma
expressão mais geral de vulnerabilidade a TUS. Desta forma, estas informações poderiam ser
utilizadas, junto com outras características, na triagem de crianças e adolescentes com risco
para TUS. Além disso, como a impulsividade é uma característica presente em patologias
comuns da infância e adolescência como TDAH, transtorno de conduta e transtorno de
oposição e desafio, a identificação de sujeitos impulsivos poderia facilitar o diagnóstico desses
transtornos, facilitando seu posterior encaminhamento e tratamento. Tais medidas relacionadas
à impulsividade e à IPCA deveriam fazer parte de programas mais amplos de intervenção que
considerem a heterogeneidade do problema, contemplando desde medidas mais individuais,
como diagnóstico e tratamento de comorbidades psiquiátricas [33] e intervenções familiares
[118], até medidas de controle público, como implementação e fiscalização de leis voltadas à
diminuição de disponibilidade de substâncias e à dificuldade de acesso [119] .
97
Agradecimentos
Aos meus pais, pelo amor, pelo apoio, pela dedicação, por terem me ensinado o valor do estudo e do
caráter.
À minha família, meus irmãos, tios e primos que sempre me incentivaram a enfrentar os desafios..
Ao meu irmão Vinícius, que sempre esteve ao meu lado dividindo as tristezas e as alegrias da vida.
Ao meu noivo Alexandre, pelo amor, pelo estímulo, pela compreensão em momentos difíceis.
Ao meu orientador Flavio Pechansky pela disponibilidade, pelo carinho, pelo apoio, por ter sempre
acreditado em mim e me feito descobrir capacidades que eu nem sabia que tinha.
À Cláudia Szobot pela generosidade ao ter convidado a me unir ao seu trabalho, pela amizade, pela
força nos momentos difíceis.
Ao Felix Kessler, pela amizade, pelo ombro amigo sempre pronto a ouvir minhas angústias, pelo
incentivo que sempre me deu.
Ao Dr. Zelig Libermann pela ajuda inestimável.
Ao Diego Bassani, pela importante colaboração na análise dos dados e elaboração dos artigos.
Às colegas Ana Carolina Seganfredo, Patrícia Figueira da Silva, Patrícia de Saibro, Raquel De Boni,
Grabriela Baldisserotto pela amizade, carinho e apoio.
98
Aos assistentes de pesquisa, Luíza Soriano, Eclér Ercole, Kênia Fogaça, Isis Puig, Cláudio Peralta,
Daiana Fontoura, Luciane Oliveira e Alexandra von Ameln pela dedicação na coleta de dados.
Aos colegas do núcleo de gerenciamento de dados do CPAD, por transformarem o trabalho e o
aprendizado uma tarefa muito prazerosa.
Aos estudantes de medicina e aos adolescentes de Canoas que participaram do estudo.
Ao Laboratório Ely-Lilly que financiou o projeto de doutorado da Dra. Cláudia Szobot.
À CAPES pela bolsa de mestrado.
99
Referências Bibliográficas
1. World Health Organization. Burden of Mental and Behavioural Disorders. The World
Health Report 2001 - Mental health: new understanding, new hope . 2001. Available in:
http://www.who.int/whr/2001/chapter2/en/print.html
2. Carlini EA, Galduróz JC, Noto AR, Nappo SA. I levantamento domiciliar sobre o uso de
drogas psicotrópicas no Brasil - 2001., São Paulo: CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas e UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo. 2002
3. Grant BF. Prevalence and correlates of alcohol use and DSM-IV alcohol dependence in the
United States: results of the National Longitudinal Alcohol Epidemiologic Survey. J Stud.Alcohol 1997;
58 (5):464-473
4. Kessler RC, Berglund P, Demler O, Jin R, Merikangas KR, Walters EE. Lifetime
prevalence and age-of-onset distributions of DSM-IV disorders in the National Comorbidity Survey
Replication. Arch.Gen.Psychiatry 2005; 62 (6):593-602
5. Grant BF, Dawson DA, Stinson FS, Chou SP, Dufour MC, Pickering RP. The 12-month
prevalence and trends in DSM-IV alcohol abuse and dependence: United States, 1991-1992 and 2001-
2002. Drug Alcohol Depend. 2004; 74 (3):223-234
6. Galduroz JC, Noto AR, Nappo SA, Carlini EA. Trends in drug use among students in
Brazil: analysis of four surveys in 1987, 1989, 1993 and 1997 Braz.J.Med.Biol.Res. 2004; 37 (4):523-531
7. Toumbourou JW, Williams IR, White VM, Snow PC, Munro GD, Schofield PE. Prediction
of alcohol-related harm from controlled drinking strategies and alcohol consumption trajectories.
Addiction 2004; 99 (4):498-508
8. White VM, Hill DJ, Effendi Y. Patterns of alcohol use among Australian secondary
students: results of a 1999 prevalence study and comparisons with earlier years. J Stud.Alcohol 2003; 64
(1):15-22
9. National Institute of Drug Abuse. High School and Youth Trends. NIDA Info Facts , 1-9.
2004. Available in: www.drugabuse.gov
10. UNICEF. Situação Mundial da Infância 2005 - Infância Ameaçada. UNICEF . 2006.
Available in: http://www.unicef.org/brazil/
11. Galduroz JC, Noto AR, Fonseca AM, Carlini EA. V Levantamento Nacional Sobre o
Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de
Ensino nas 27 Capitais Brasileiras- 2004., Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas - CEBRID.
2005
12. World Health Organization. Quantifying selected major risks to health. The World Health
Report 2002 - Reducing risks, promoting health life . 2002. Available in:
http://www.who.int/whr/2002/chapter4/en/index6.html
100
13. Warner LA, Kessler RC, Hughes M, Anthony JC, Nelson CB. Prevalence and correlates of
drug use and dependence in the United States. Results from the National Comorbidity Survey.
Arch.Gen.Psychiatry 1995; 52 (3):219-229
14. Vega WA, Guilar-Gaxiola S, Andrade L, Bijl R, Borges G, Caraveo-Anduaga JJ, et al.
Prevalence and age of onset for drug use in seven international sites: results from the international
consortium of psychiatric epidemiology. Drug Alcohol Depend. 2002; 68 (3):285-297
15. Chen K, Kandel DB. The natural history of drug use from adolescence to the mid-thirties in
a general population sample. American Journal of Public Health 1995; 85 (1):41-47
16. Wagner FA, Anthony JC. From first drug use to drug dependence; developmental periods
of risk for dependence upon marijuana, cocaine, and alcohol. Neuropsychopharmacology 2002; 26
(4):479-488
17. Sussman S, Dent CW. Five-year prospective prediction of marijuana use cessation of youth
at continuation high schools. Addict.Behav. 2004; 29 (6):1237-1243
18. Stronski SM, Ireland M, Michaud P, Narring F, Resnick MD. Protective correlates of stages
in adolescent substance use: a Swiss National Study. J Adolesc.Health 2000; 26 (6):420-427
19. Raveis VH, Kandel DB. Changes in drug behavior from the middle to the late twenties:
initiation, persistence, and cessation of use. Am.J Public Health 1987; 77 (5):607-611
20. Brook JS, Adams RE, Balka EB, Johnson E. Early adolescent marijuana use: risks for the
transition to young adulthood. Psychol.Med 2002; 32 (1):79-91
21. World Health Organization. Attributable years of life lost (YLL) by risk factor, sex and
mortality stratum in WHO Regions, 2000. Available in:
http://www.who.int/whr/2002/en/whr2002_annex13.pdf
22. Anthony JC, Petronis KR. Early-onset drug use and risk of later drug problems. Drug
Alcohol Depend. 1995; 40 (1):9-15
23. Kandel DB, Yamaguchi K, Chen K. Stages of progression in drug involvement from
adolescence to adulthood: further evidence for the gateway theory. J Stud.Alcohol 1992; 53 (5):447-457
24. Maddahian E, Newcomb MD, Bentler PM. Risk factors for substance use: ethnic
differences among adolescents. J.Subst.Abuse 1988; 1 (1):11-23
25. Beyers JM, Bates JE, Pettit GS, Dodge KA. Neighborhood structure, parenting processes,
and the development of youths' externalizing behaviors: a multilevel analysis. Am.J.Community Psychol.
2003; 31 (1-2):35-53
26. Elkins IJ, McGue M, Malone S, Iacono WG. The effect of parental alcohol and drug
disorders on adolescent personality. Am.J Psychiatry 2004; 161 (4):670-676
27. Guo J, Hill KG, Hawkins JD, Catalano RF, Abbott RD. A developmental analysis of
sociodemographic, family, and peer effects on adolescent illicit drug initiation. J Am.Acad.Child
Adolesc.Psychiatry 2002; 41 (7):838-845
101
28. Mason WA, Windle M. Family, religious, school and peer influences on adolescent alcohol
use: a longitudinal study. J.Stud.Alcohol 2001; 62 (1):44-53
29. Guo J, Hawkins JD, Hill KG, Abbott RD. Childhood and adolescent predictors of alcohol
abuse and dependence in young adulthood. J Stud.Alcohol 2001; 62 (6):754-762
30. Gerra G, Angioni L, Zaimovic A, Moi G, Bussandri M, Bertacca S, et al. Substance use
among high-school students: relationships with temperament, personality traits, and parental care
perception. Subst.Use.Misuse. 2004; 39 (2):345-367
31. Jaffe LT, Archer RP. The prediction of drug use among college students from MMPI,
MCMI, and sensation seeking scales. J.Pers.Assess. 1987; 51 (2):243-253
32. Moeller FG, Barratt ES, Dougherty DM, Schmitz JM, Swann AC. Psychiatric aspects of
impulsivity. Am.J Psychiatry 2001; 158 (11):1783-1793
33. Clark DB. The natural history of adolescent alcohol use disorders. Addiction 2004; 99
Suppl 2:5-22
34. Murphy KR, Barkley RA, Bush T. Young adults with attention deficit hyperactivity
disorder: subtype differences in comorbidity, educational, and clinical history. J.Nerv.Ment.Dis. 2002; 190
(3):147-157
35. Clark DB, Cornelius J. Childhood psychopathology and adolescent cigarette smoking: a
prospective survival analysis in children at high risk for substance use disorders. Addict.Behav. 2004; 29
(4):837-841
36. Knop J, Penick EC, Jensen P, Nickel EJ, Gabrielli WF, Mednick SA, et al. Risk factors that
predicted problem drinking in Danish men at age thirty. J Stud.Alcohol 2003; 64 (6):745-755
37. Tarter RE, Kirisci L, Habeych M, Reynolds M, Vanyukov M. Neurobehavior disinhibition
in childhood predisposes boys to substance use disorder by young adulthood: direct and mediated
etiologic pathways. Drug Alcohol Depend. 2004; 73 (2):121-132
38. Ferdinand RF, Blum M, Verhulst FC. Psychopathology in adolescence predicts substance
use in young adulthood. Addiction 2001; 96 (6):861-870
39. Fothergill KE, Ensminger ME. Childhood and adolescent antecedents of drug and alcohol
problems: A longitudinal study. Drug Alcohol Depend. 2006; 82 (1):61-76
40. Duncan SC, Duncan TE, Hops H. Progressions of alcohol, cigarette, and marijuana use in
adolescence. J Behav.Med 1998; 21 (4):375-388
41. Bonomo YA, Bowes G, Coffey C, Carlin JB, Patton GC. Teenage drinking and the onset of
alcohol dependence: a cohort study over seven years. Addiction 2004; 99 (12):1520-1528
42. Duncan SC, Duncan TE, Strycker LA. Alcohol use from ages 9 to 16: A cohort-
sequential latent growth model. Drug Alcohol Depend. 2006; 81 (1):71-81
102
43. Power TG, Stewart CD, Hughes SO, Arbona C. Predicting patterns of adolescent alcohol
use: a longitudinal study. J Stud.Alcohol 2005; 66 (1):74-81
44. King SM, Iacono WG, McGue M. Childhood externalizing and internalizing
psychopathology in the prediction of early substance use. Addiction 2004; 99 (12):1548-1559
45. Acton GS. Measurement of impulsivity in a hierarchical model of personality traits:
implications for substance use. Substance Use and Misuse 2003; 38 (1):67-83
46. Clark DB, Parker AM, Lynch KG. Psychopathology and substance-related problems during
early adolescence: a survival analysis. J Clin.Child Psychol. 1999; 28 (3):333-341
47. Duncan TE, Duncan SC, Hops H. Latent variable modeling of longitudinal and multilevel
alcohol use data. J Stud.Alcohol 1998; 59 (4):399-408
48. Poikolainen K. Risk factors for alcohol dependence: a case-control study. Alcohol Alcohol
2000; 35 (2):190-196
49. Simons JS, Carey KB. Risk and vulnerability for marijuana use problems: the role of affect
dysregulation. Psychol.Addict.Behav. 2002; 16 (1):72-75
50. Enoch MA, Goldman D. The genetics of alcoholism and alcohol abuse. Curr.Psychiatry
Rep. 2001; 3 (2):144-151
51. McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Elkins I. Origins and consequences of age at first
drink. II. Familial risk and heritability. Alcohol Clin.Exp.Res. 2001; 25 (8):1166-1173
52. Kreek MJ, Nielsen DA, Butelman ER, LaForge KS. Genetic influences on impulsivity, risk
taking, stress responsivity and vulnerability to drug abuse and addiction. Nat.Neurosci. 2005; 8 (11):1450-
1457
53. Allen TJ, Moeller FG, Rhoades HM, Cherek DR. Impulsivity and history of drug
dependence. Drug Alcohol Depend. 1998; 50 (2):137-145
54. Coffey SF, Gudleski GD, Saladin ME, Brady KT. Impulsivity and rapid discounting of
delayed hypothetical rewards in cocaine-dependent individuals. Exp.Clin.Psychopharmacol. 2003; 11
(1):18-25
55. Ketzenberger KE, Forrest L. Impulsiveness and compulsiveness in alcoholics and
nonalcoholics. Addict.Behav. 2000; 25 (5):791-795
56. Madden GJ, Petry NM, Badger GJ, Bickel WK. Impulsive and self-control choices in
opioid-dependent patients and non-drug-using control participants: drug and monetary rewards.
Exp.Clin.Psychopharmacol. 1997; 5 (3):256-262
57. Moeller FG, Dougherty DM, Barratt ES, Oderinde V, Mathias CW, Harper RA, Swann AC.
Increased impulsivity in cocaine dependent subjects independent of antisocial personality disorder and
aggression. Drug Alcohol Depend. 2002; 68 (1):105-111
103
58. Simons JS, Carey KB, Gaher RM. Lability and impulsivity synergistically increase risk for
alcohol-related problems. Am.J.Drug Alcohol Abuse 2004; 30 (3):685-694
59. DeWit DJ, Adlaf EM, Offord DR, Ogborne AC. Age at first alcohol use: a risk factor for
the development of alcohol disorders. Am.J.Psychiatry 2000; 157 (5):745-750
60. Grant BF, Stinson FS, Harford TC. Age at onset of alcohol use and DSM-IV alcohol abuse
and dependence: a 12-year follow-up. J.Subst.Abuse 2001; 13 (4):493-504
61. Dougherty DM, Mathias CW, Tester ML, Marsh DM. Age at first drink relates to
behavioral measures of impulsivity: the immediate and delayed memory tasks. Alcohol Clin.Exp.Res.
2004; 28 (3):408-414
62. Dougherty DM, Mathias CW, Marsh DM, Moeller FG, Swann AC. Suicidal behaviors and
drug abuse: impulsivity and its assessment. Drug Alcohol Depend. 2004; 76 Suppl:S93-S105
63. Justus AN, Finn PR, Steinmetz JE. P300, disinhibited personality, and early-onset alcohol
problems. Alcohol Clin.Exp.Res. 2001; 25 (10):1457-1466
64. Sunohara GA, Voros JG, Malone MA, Taylor MJ. Effects of methylphenidate in children
with attention deficit hyperactivity disorder: a comparison of event-related potentials between medication
responders and non-responders. Int.J.Psychophysiol. 1997; 27 (1):9-14
65. Sunohara GA, Malone MA, Rovet J, Humphries T, Roberts W, Taylor MJ. Effect of
methylphenidate on attention in children with attention deficit hyperactivity disorder (ADHD): ERP
evidence. Neuropsychopharmacology 1999; 21 (2):218-228
66. Idiazabal AM, Palencia Taboada AB, Sangorrin J, Espadaler-Gamissans JM. Cognitive
evoked potentials in the hyperactivity attention deficit disorder. Rev.Neurol. 2002; 34 (4):301-305
67. Moeller FG, Barratt ES, Fischer CJ, Dougherty DM, Reilly EL, Mathias CW, et al. P300
event-related potential amplitude and impulsivity in cocaine-dependent subjects. Neuropsychobiology
2004; 50 (2):167-173
68. Iwanami A, Okajima Y, Kuwakado D, Isono H, Kasai K, Hata A, et al. Event-related
potentials and thought disorder in schizophrenia. Schizophr.Res. 2000; 42 (3):187-191
69. Korpelainen JT, Kauhanen ML, Tolonen U, Brusin E, Mononen H, Hiltunen P, et al.
Auditory P300 event related potential in minor ischemic stroke. Acta Neurol.Scand. 2000; 101 (3):202-
208
70. Eysenck HJ, Eysenck SB. Eysenck Personality Inventory, San Diego, CA: Educational and
Industrial Testing Service. 1964
71. Patton JH, Stanford MS, Barratt ES. Factor structure of the Barratt impulsiveness scale. J
Clin.Child Psychol. 1995; 51 (6):768-774
72. Cloninger CR, Prybeck TR, Svrakic DM, Wwtzel RD. The Temperament and Character
Inventory (TCI): a guide to its development and use. St Louis, Missouri: Center for Psychobiology of
Personality. 1994
104
73. Barratt ES. Barratt Impulsiveness Scale, Version 11 (BIS 11). In: Handbook of Psychiatric
Measures. New York: American Psychiatric Association. 2000: 691-693
74. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders,
Text Revision., Washington, DC: American Psychiatric Association. 2000
75. Fossati A, Di CA, Acquarini E, Barratt ES. Psychometric properties of an Italian version of
the Barratt Impulsiveness Scale-11 (BIS-11) in nonclinical subjects [Abstract]. J Clin.Child Psychol.
2001; 57:815-828
76. Brook U, Boaz M. Impulsivity among adolescents with ADHD and bronchial asthma.
Indian J.Pediatr. 2005; 72 (11):939-942
77. Someya T, Sakado K, Seki T, Kojima M, Reist C, Tang SW, et al. The Japanese version of
the Barratt Impulsiveness Scale, 11th version (BIS-11): its reliability and validity. Psychiatry
Clin.Neurosci. 2001; 55 (2):111-114
78. Bayle FJ, Bourdel MC, Caci H, Gorwood P, Chignon JM, et al. Factor analysis of french
translation of the Barratt impulsivity scale (BIS-10). Can.J.Psychiatry 2000; 45 (2):156-165
79. Preuss UW, Rujescu D, Giegling I, Koller G, Bottlender M, Engel RR, et al Factor
structure and validity of a german version of the barratt impulsiveness scale. Fortschr.Neurol.Psychiatr.
2003; 71 (10):527-534
80. Fossati A, Barratt ES, Acquarini E, Di CA. Psychometric properties of an adolescent
version of the Barratt Impulsiveness Scale-11 for a sample of Italian high school students [Abstract].
Percept.Mot.Skills 2002; 95:621-635
81. Perry JL, Larson EB, German JP, Madden GJ, Carroll ME. Impulsivity (delay discounting)
as a predictor of acquisition of IV cocaine self-administration in female rats. Psychopharmacology (Berl)
2005; 178 (2-3):193-201
82. Poulos CX, Le AD, Parker JL. Impulsivity predicts individual susceptibility to high levels
of alcohol self-administration. Behav.Pharmacol. 1995; 6 (8):810-814
83. Bjork JM, Hommer DW, Grant SJ, Danube C. Impulsivity in abstinent alcohol-dependent
patients: relation to control subjects and type 1-/type 2-like traits. Alcohol 2004; 34 (2-3):133-150
84. Moeller FG, Dougherty DM, Barratt ES, Schmitz JM, Swann AC, Grabowski J. The impact
of impulsivity on cocaine use and retention in treatment. J Subst.Abuse Treat. 2001; 21 (4):193-198
85. Skinner MD, Aubin HJ, Berlin I. Impulsivity in smoking, nonsmoking, and ex-smoking
alcoholics. Addict.Behav. 2004; 29 (5):973-978
86. Kirby KN, Petry NM. Heroin and cocaine abusers have higher discount rates for delayed
rewards than alcoholics or non-drug-using controls. Addiction 2004; 99 (4):461-471
87. Mitchell SH. Measuring impulsivity and modeling its association with cigarette smoking.
Behav.Cogn Neurosci.Rev. 2004; 3 (4):261-275
105
88. Finn PR, Bobova L, Wehner E, Fargo S, Rickert ME. Alcohol expectancies, conduct
disorder and early-onset alcoholism: negative alcohol expectancies are associated with less drinking in
non-impulsive versus impulsive subjects. Addiction 2005; 100 (7):953-962
89. Van der Meere J, Marzocchi GM, De Meo T. Response Inhibition and Attention Deficit
Hyperactivity Disorder With and Without Oppositional Defiant Disorder Screened From a Community
Sample. Dev.Psychopathol. 2005; 28 (1):459-472
90. Biederman J, Faraone SV. Attention-deficit hyperactivity disorder. Lancet 2005; 366
(9481):237-248
91. Kollins SH, McClernon FJ, Fuemmeler BF. Association between smoking and attention-
deficit/hyperactivity disorder symptoms in a population-based sample of young adults.
Arch.Gen.Psychiatry 2005; 62 (10):1142-1147
92. Furman L. What is attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD)? J.Child Neurol. 2005;
20 (12):994-1003
93. Fossati A, Barratt ES, Carretta I, Leonardi B, Grazioli F, Maffei C. Predicting borderline
and antisocial personality disorder features in nonclinical subjects using measures of impulsivity and
aggressiveness. Psychiatry Res. 2004; 125 (2):161-170
94. Petry N. Discounting of delayed rewards in substance abusers: relationship to antisocial
personality disorder. Psychopharmacology 2002; 162 (4):425-432
95. Swann AC, Dougherty DM, Pazzaglia PJ, Pham M, Moeller FG. Impulsivity: a link
between bipolar disorder and substance abuse. Bipolar.Disord. 2004; 6 (3):204-212
96. Swann AC, Dougherty DM, Pazzaglia PJ, Pham M, Steinberg JL, Moeller FG. Increased
impulsivity associated with severity of suicide attempt history in patients with bipolar disorder. Am.J
Psychiatry 2005; 162 (9):1680-1687
97. Dowson J, Bazanis E, Rogers R, Prevost A, Taylor P, Meux C, et al. Impulsivity in patients
with borderline personality disorder. Compr.Psychiatry 2004; 45 (1):29-36
98. Bornovalova MA, Lejuez CW, Daughters SB, Zachary RM, Lynch TR. Impulsivity as a
common process across borderline personality and substance use disorders. Clin.Psychol.Rev. 2005; 25
(6):790-812
99. Links PS, Boggild A, Sarin N. Modeling the relationship between affective lability,
impulsivity, and suicidal behavior in patients with borderline personality disorder. J.Psychiatr.Pract. 2000;
6 (5):247-255
100. Barnow S, Schultz G, Lucht M, Ulrich I, Preuss UW, Freyberger HJ. Do alcohol
expectancies and peer delinquency/substance use mediate the relationship between impulsivity and
drinking behaviour in adolescence? Alcohol Alcohol 2004; 39 (3):213-219
101. Dom G, Hulstijn W, Sabbe B. Differences in impulsivity and sensation seeking between
early- and late-onset alcoholics. Addict.Behav. 2005;
106
102. Petry NM. Delay discounting of money and alcohol in actively using alcoholics, currently
abstinent alcoholics, and controls. Psychopharmacology (Berl) 2001; 154 (3):243-250
103. Kirby KN, Petry NM, Bickel WK. Heroin addicts have higher discount rates for delayed
rewards than non-drug-using controls. J.Exp.Psychol.Gen. 1999; 128 (1):78-87
104. Patkar AA, Murray HW, Mannelli P, Gottheil E, Weinstein SP, Vergare MJ. Pre-treatment
measures of impulsivity, aggression and sensation seeking are associated with treatment outcome for
African-American cocaine-dependent patients. J Addict.Dis. 2004; 23 (2):109-122
105. Gruber E, DiClemente RJ, Anderson MM, Lodico M. Early drinking onset and its
association with alcohol use and problem behavior in late adolescence. Prev.Med. 1996; 25 (3):293-300
106. Hawkins JD, Graham JW, Maguin E, Abbott R, Hill KG, Catalano RF. Exploring the
effects of age of alcohol use initiation and psychosocial risk factors on subsequent alcohol misuse. J
Stud.Alcohol 1997; 58 (3):280-290
107. Chambers RA, Taylor JR, Potenza MN. Developmental neurocircuitry of motivation in
adolescence: a critical period of addiction vulnerability. Am.J.Psychiatry 2003; 160 (6):1041-1052
108. McGue M, Iacono WG, Legrand LN, Malone S, Elkins I. Origins and consequences of age
at first drink. I. Associations with substance-use disorders, disinhibitory behavior and psychopathology,
and P3 amplitude. Alcohol Clin.Exp.Res. 2001; 25 (8):1156-1165
109. Obot IS, Wagner FA, Anthony JC. Early onset and recent drug use among children of
parents with alcohol problems: data from a national epidemiologic survey. Drug Alcohol Depend. 2001;
65 (1):1-8
110. Dawson DA. The link between family history and early onset alcoholism: earlier initiation
of drinking or more rapid development of dependence? J Stud.Alcohol 2000; 61 (5):637-646
111. Simons-Morton B, Haynie DL, Crump AD, Eitel SP, Saylor KE. Peer and parent influences
on smoking and drinking among early adolescents. Health Educ.Behav. 2001; 28 (1):95-107
112. Zhang L, Welte JW, Wieczorek WF. Peer and parental influences on male adolescent
drinking. Subst.Use.Misuse. 1997; 32 (14):2121-2136
113. Parker DA, Levin BM, Harford TC. Effects of early drinking and an antisocial orientation
on the alcohol use of young Russians. Alcohol Clin.Exp.Res. 1996; 20 (7):1179-1183
114. Tarter RE, Kirisci L, Mezzich A, Cornelius JR, Pajer K, Vanyukov M, et al.
Neurobehavioral disinhibition in childhood predicts early age at onset of substance use disorder. Am.J
Psychiatry 2003; 160 (6):1078-1085
115. Kollins SH. Delay discounting is associated with substance use in college students.
Addict.Behav. 2003; 28 (6):1167-1173
116. Clark DB, Kirisci L, Tarter RE. Adolescent versus adult onset and the development of
substance use disorders in males. Drug Alcohol Depend. 1998; 49 (2):115-121
107
117. Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in
epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J.Epidemiol. 1997; 26 (1):224-227
118. Liddle HA. Family-based therapies for adolescent alcohol and drug use: research
contributions and future research needs. Addiction 2004; 99 (s2):76-92
119. Anderson P. State of the world's alcohol policy. Addiction 2004; 99 (11):1367-1369
108
Anexos
109
Personal Evaluation - BIS 11
Name:________________________ Date :_____/__________/_____
Instructions : People differ in the way they act and think in different situations. This is a test to measure
some of the ways in which you act and think. Read each statement and darken the appropriate circle on the right
side of the page.Do not spend too much time on any statement. Answer quickly and honestly.
rarely/
never
occasi
onaly
often almost
always/
always
1. I plan tasks carefully
2. I do things without thinking
3. I am happy-go- lucky
4. I have “racing” thoughts
5. I plan trips well ahead of time
6. I am self-controlled
7. I concentrate easily
8. I save regularly
9. I find it hard to sit still for long periods of time
10. I am a careful thinker
11. I plan for job security
12. I say things without thinking
13. I like to think about complex problems
14. I change jobs
15. I act “on impulse”
16. I get easily bored when solving thought problems
17. I have regular medical/dentist chekups
18. I act on the spur of the moment
19. I am a steady thinker
20. I change where I live
21. I buy things on impulse
22. I finish what I start
23. I walk and move fast
24. I solve problems by trial- and- error
25. I spend or charge more than I earn
26. I talk fast
27. I have outside thoughts when thinking
28. I am more interested in the present than the future
29. I am restless at lectures or talks
30. I plan for the future
110
Escala de Impulsividade de Barrat
Instruções: Este é um questionário para medir algumas formas como você age e pensa, não
existe resposta certa ou errada. Marque apenas uma alternativa para cada questão. Não pense em
nenhuma das questões. Responda rápida e honestamente.
Raramente/nunca
Às vezes
Freqüentemente
Sempre ou quase sempre
1.Eu planejo minhas atividades com cuidado
2.Eu faço as coisas sem pensar
3.Eu sou despreocupado, “cuca fresca”
4.Meus pensamentos são rápidos
5. Eu planejo minhas saídas ou passeios com antecedência
6.Eu sou uma pessoa controlada
7.Eu me concentro com facilidade
8.Eu tenho facilidade para economizar dinheiro
9.Eu acho difícil ficar sentado por muito tempo
10.Eu costumo pensar com cuidado em tudo
11. Eu quero ter um trabalho fixo para poder pagar minhas
despesas
12. Eu falo as coisas sem pensar
13. Eu gosto de ficar pensando sobre problemas complicados
14. Eu troco de trabalho freqüentemente ou não fico muito tempo
com a mesma atividade (cursos, esportes)
15. Eu faço as coisas no impulso
16. Eu me canso com facilidade tentando resolver problemas
mentalmente, de cabeça
17. Eu me cuido para não ficar doente
18. Eu faço as coisas no momento em que penso
19. Eu tento pensar em todas as possibilidades antes de tomar
uma decisão
20. Eu troco de casa com freqüência ou não gosto de viver no
mesmo lugar por muito tempo.
21. Eu compro coisas impulsivamente, sem pensar
22.Eu termino o que começo
23. Eu caminho e me movimento rápido
24.Eu resolvo os problemas com tentativa e erro
25. Eu gasto mais do que ganho ou do que posso
26. Eu falo rápido
27. Enquanto estou pensando um uma coisa, é comum que outras
idéias me venham à cabeça ao mesmo tempo.
28. Eu me interesso mais pelo presente do que pelo futuro
29. Eu me sinto inquieto em aulas ou palestras
30. Eu faço planos para o futuro
1. Com que idade foi o seu primeiro consumo* de álcool?
*Primeiro consumo de álcool é a primeira vez que você consumiu alguma bebida alcoólica
por vontade própria, não quando alguém lhe deu para experimentar.
111
Backtranslation
The Barrat Impulsivity Scale:
Intructions: People are different in the ways they behave or think about distinct situations. This is a
questionnaire to measure some of the ways your behave and think, there are no right or wrong answers.
Mark only one alternative for each question. Don’t think about any of the questions. Answer them
quickly and honestly.
1. I plan my activities carefully.
2. I do things without thinking.
3. I am not a worrier, I am “free spirited”
4. My thought process is quick.
5. I plan my outings and strolls early on.
6. I am a person who is in control of things.
7. I can easily concentrate.
8. It is easy for me to save money.
9. I think it is hard to remain seated for a very long time.
10. I usually think carefully about everything.
11. I want to have a steady job to be able to pay for my expenses.
12. I say things without thinking.
13. I like to think about complicated issues.
14. I change jobs frequently or I don’t stay with the same activity for very long (classes, sports)
15. I do things in on impulse.
16. I tire easily trying to resolve problems in my head.
17. I take care of myself to avoid getting sick.
18. I do things as I think of them.
19. I try to think about all possibilities before making a decision.
20. I move homes frequently or I don’t like to live in the same place for very long.
21. I buy things in an impulse, without thinking.
22. I finish what I start.
23. I walk and move around quickly.
24. I resolve problems by trial and error.
25. I spend more than I earn or that I can.
26. I speak fast.
27. While I am thinking about something, it is common for other ideas to come to mind at the same
time (extra “um” in the question).
28. I am more interested in the present than the future.
29. I feel restless during classes or lectures.
30. I make plans for the future.
112
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo