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RESUMO
Verificou-se a influência da temperatura e do tempo de austêmpera no comportamento à
fadiga, sob carregamento de amplitude variável, de corpos-de-prova em ferro fundido
nodular austemperado (ADI), com 0,5% de cobre e de níquel, através de ensaios de
propagação de trinca, flexão rotativa e alternada. Utilizaram-se a lei de Paris para
estimar a taxa de propagação de trinca por fadiga, e as leis de dano linear e bilinear na
previsão da vida à fadiga sob carregamento variável. Os corpos-de-prova foram
extraídos de blocos fundidos com espessura de 13 mm, produzidos em condições
industriais. Examinaram-se três lotes de corpos-de-prova, austenitizados a 900°C por
1,5 h, mas com ciclos de austêmpera distintos. O primeiro lote foi austemperado a
360°C por 1,5 h; o segundo a 360°C por 0,6 h; e o terceiro a 300°C por 2,5 h. Os
materiais foram caracterizados e analisados através de microscopias ótica e eletrônica,
difração de raios-X e ensaios mecânicos. Os ensaios de fadiga por flexão rotativa, em
corpos-de-prova sem entalhe, foram realizados em amplitude variável, através de
carregamento em blocos. Os ensaios por flexão alternada foram realizados com controle
de deformação. Os ensaios de propagação de trinca por fadiga foram realizados sob
fatores cíclicos de intensidade de tensão, constante e crescente. Os materiais
austemperados a 360°C apresentaram, maior volume percentual de austenita e
ductilidade, e menor resistência mecânica e dureza que o austemperado a 300°C. A
austenita do material do segundo lote apresentou menor teor de carbono que a do
primeiro lote. Dentre as observações verificadas, destacam-se pela importância: os
materiais tratados a 360°C apresentaram vida à fadiga superior aos tratados a 300°C,
sob amplitudes de tensão constante e variável, próximas de 500 MPa; os materiais
tratados a 360°C, apresentaram menores taxas de propagação de trinca que o tratado a
300°C; maior volume de austenita e menor teor de carbono propiciaram maior
resistência à iniciação de trincas por fadiga; a taxa de propagação de trinca do material
do segundo lote, sob fator cíclico de intensidade de tensão constante, foi menor que sob
o variável; as leis de dano linear e bilinear não forneceram resultados satisfatórios na
previsão da vida à fadiga do ADI; efeitos benéficos do primeiro bloco de carga, na vida
à fadiga, foram observados em materiais do segundo lote somente quando aplicou-se
amplitudes de tensão acima do limite de fadiga.
Palavras-chave: ferro fundido nodular austemperado; fadiga; mecânica da fratura; dano