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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ESTRUTRAS
ESCOLA DE ENGENHARIA DA UFMG
ESTUDO COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS
DO CONCRETO PRODUZIDO COM ÁGUA TRATADA
MAGNETICAMENTE
AYRTON HUGO DE ANDRADE E SANTOS
BELO HORIZONTE
2006
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ESTUDO COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES
MECÂNICAS DO CONCRETO PRODUZIDO COM
ÁGUA TRATADA MAGNETICAMENTE
Ayrton Hugo de Andrade e Santos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ESTRUTRAS
ESCOLA DE ENGENHARIA DA UFMG
ESTUDO COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO
CONCRETO PRODUZIDO COM ÁGUA TRATADA MAGNETICAMENTE
AYRTON HUGO DE ANDRADE E SANTOS
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Engenharia de Estruturas da
Escola de Engenharia da Universidade Federal de
Minas Gerias, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia de Estruturas.
Comissão Examinadora:
_________________________________
Prof. Dr. Ney Amorim Silva
DEES – UFMG – (Orientador)
_________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Moysés Costa (Co-Orientador)
Universidade de Itauna
________________________________
Prof. Dr. Sebastião Salvador Real Pereira
DEES – UFMG
_________________________________
Prof. Dr. Reginaldo Carneiro da Silva
DEC – UFV
_________________________________
Prof. Msc. Wellerson Romaniello
PUC MINAS (Convidado Especial)
Belo Horizonte, __ de ____________ de 2006.
i
(...) Destino é a gente que faz. Quem
faz o destino é a gente. Na mente de
quem for capaz.
(Raul Seixas – Messias Indeciso)
A Deus e Nossa Senhora Aparecida que me iluminaram, aos meus pais Ayrton Geraldo
Mota Santos e Maria Alice de Andrade e Santos, pelos ensinamentos, dedicação,
desprendimento total, amor e carinho. As minhas irmãs Hersília de Andrade e Santos e
Isabel Alice de Andrade e Santos pela amizade.
ii
AGRADECIMENTOS
Coragem não é a ausência do
medo, mas sim a presença do medo
com o desejo de vencê-lo.
Citar nomes é complicado, pois pode-se cometer o equívoco de esquecer de alguns,
assim agradeço a todos que de algum modo, em algum momento contribuíram para a
conclusão deste trabalho.
Agradeço primeiramente ao prof. Ney Amorim Silva que mais do que a relação de
orientador e orientando, acredito que foi para mim um amigo ou pelo menos um grande
colega, que me ajudou a crescer profissionalmente e culturalmente.
Ao Prof. Roque Luis da Silva Pitangueira pela disponibilidade nos momentos
necessários.
Agradeço ao Departamento de Engenharia de Estruturas, por ter me fornecido meios de
concluir esta dissertação. Quando digo o Departamento, me refiro principalmente aos
funcionários Maria Inês, Renatinha, Lucíola, Fátima, Patrícia, dentre outros.
Agradeço aos funcionários do LAEES, principalmente ao Geraldo e Erik, que me
ajudaram a executar os ensaios.
Agradeço também aos colegas do mestrado, pelo convívio.
E por último, agradeço aos dois grandes amigos, Valquíria e Luciano, que sabem
realmente o significado desta palavra.
iii
SUMÁRIO
Apresentação
1.
Introdução...............................................................................................1
1.1 Introdução.........................................................................................................1
1.2 Objetivos...........................................................................................................3
1.2.1 Objetivo geral ...........................................................................................3
1.2.2 Objetivo específico...................................................................................3
1.3 Justificativa.......................................................................................................4
1.4 Organização da dissertação...............................................................................6
2.
Revisão Bibliográfica.............................................................................7
2.1 Introdução.........................................................................................................7
2.2 Água Tratada Magneticamente.........................................................................8
2.2.1 Estrutura da água ......................................................................................8
2.2.2 Parâmetros de potabilidade da água........................................................11
2.2.2.1 Impurezas encontradas na água ..........................................................12
2.2.2.2 Parâmetros de qualidade da água........................................................13
2.2.3 Tratamento magnético da água...............................................................16
2.2.3.1 Princípio do tratamento magnético da água........................................17
2.2.3.2 Histórico da utilização........................................................................21
2.3 Concreto convencional ...................................................................................22
2.3.1 Cimento...................................................................................................23
2.3.1.1 Cimento Portland: seus constituintes e suas reações de hidratação....23
2.3.1.2 Principais reações de hidratação do cimento portland........................24
2.3.1.3 Velocidade da carbonatação ...............................................................25
2.3.2 Propriedades dos principais componentes do cimento Portland.............26
2.3.3 Propriedades Físicas e Químicas do Cimento.........................................27
2.3.4 Hidrólise dos componentes da pasta de cimento ....................................31
2.3.5 Água como um agente deteriorador........................................................32
2.4 Trabalhos Utilizando a água tratada magneticamente no concreto ................32
3.
Ensaios e Metodologia.........................................................................37
iv
3.1 Introdução.......................................................................................................37
3.2 Ensaios Não-destrutivos .................................................................................38
3.2.1 Ultra-som................................................................................................38
3.2.1.1 Determinação da Homogeneidade do Concreto .................................43
3.2.1.2 Aparelho para Ultra-sonografia ..........................................................43
3.3 Ensaios Destrutivos.........................................................................................44
3.3.1 Resistência à Compressão.......................................................................45
3.3.2 Módulo de Elasticidade ..........................................................................46
3.4 Procedimento Experimental............................................................................49
3.4.1 Condicionador físico...............................................................................51
3.4.2 Esquema Experimental Para Magnetização da Água .............................52
3.4.3 Comprovação da magnetização da água.................................................55
3.4.3.1 Ensaio Para Medição do Campo Magnético Gerado Pelo
Condicionador Físico..........................................................................................56
3.4.3.2 Ensaio da Tensão Superficial da Água Magnetizada..........................57
3.4.4 Definição dos traços................................................................................59
3.4.5 Determinação do Número de Corpos-de-Prova......................................60
3.4.6 Propriedades dos Materiais.....................................................................61
3.4.6.1 Agregados Graúdos / Miúdos .............................................................61
3.4.6.2 Cimentos.............................................................................................62
3.4.7 Moldagem dos corpos-de-prova .............................................................62
3.4.8 Cura e preparação dos corpos-de-prova..................................................65
4.
Análise dos Resultados.........................................................................66
4.1 Introdução.......................................................................................................66
4.2 Análise Estatística...........................................................................................67
4.2.1 Resistência à compressão – Análise Geral .............................................67
4.2.1.1 Resistência à compressão em função dos componentes do concreto. 77
4.2.1.2 Resistência à compressão – Idade.......................................................77
4.2.2 Módulo de Elasticidade ..........................................................................80
4.2.3 Trabalhabilidade .....................................................................................82
4.2.4 Velocidade do pulso ultra-sônico ...........................................................83
4.2.4.1 Compacidade/ Homogeneidade..........................................................94
v
5.
Considerações finais e Recomendações...............................................96
5.1 Introdução.......................................................................................................96
5.2 Considerações finais.......................................................................................96
5.3 Recomendações para trabalhos futuros...........................................................99
6.
Referências Bibliográficas .................................................................101
ANEXO A – Relatório de ensaios para a resistência à compressão.........106
ANEXO B – Relatório de ensaios para o módulo de elasticidade............113
vi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1– Modelo da molécula de água ....................................................................8
FIGURA 2.2– Tipologias da ação da tensão superficial nas moléculas de água junto a
sólidos.....................................................................................................................10
FIGURA 2.3– Estrutura de gelo. ....................................................................................10
FIGURA 2.4– Classificação e distribuição dos sólidos em função do tamanho
(SPERLING (1996) ................................................................................................12
FIGURA 2.5– Parte do modelo da água.........................................................................18
FIGURA 2.6– Esquema da força de Lorentz..................................................................19
FIGURA 2.7– Trajetória da partícula – (HALLIDAY, 1996)........................................20
FIGURA 2.8– Efeito do campo magnético na moléculas de água: (a) Conjunto de
moléculas de água termodinamicamente estável; (b) Moléculas de água após a
passagem pelo campo magnético............................................................................34
FIGURA 2.9– Cristais de hidróxido de cálcio na pasta de cimento, preparada com água
de torneira. (SU, 2003) ...........................................................................................35
FIGURA 2.10– Cristais de hidróxido de cálcio na pasta de cimento, preparada com água
tratada magneticamente. (SU, 2003).......................................................................35
FIGURA 3.1– Posicionamento dos transdutores, segundo NBR 8802:1994 .................41
FIGURA 3.2– Ultra-som V Meter Mark II – James Instruments Inc. Non Destructive
Testing Systems......................................................................................................44
FIGURA 3.3– Transdutores de 150 kHz ........................................................................44
FIGURA. 3.4– Máquina Servo Controlada – PC 200 - EMIC.......................................45
FIGURA 3.5– Máquina DL 3000 – EMIC.....................................................................47
FIGURA 3.6– Strain Gage..............................................................................................48
vii
FIGURA 3.7– Strain Gage afixado ao corpo de prova...................................................48
FIGURA 3.8– Gráficos analisando os dados obtidos por SU (2000).............................51
FIGURA 3.9– Condicionador físico...............................................................................51
FIGURA 3.10– Esquema do condicionador físico.........................................................52
FIGURA 3.11– Croqui do esquema experimental..........................................................53
FIGURA 3.12– Foto da instalação do esquema experimental........................................54
FIGURA 3.13– Foto da instalação do esquema experimental........................................54
FIGURA 3.14– Bomba centrífuga..................................................................................55
FIGURA 3.15– Medidor de campo magnético – GaussMeter MG-2000.......................56
FIGURA. 3.16– Sonda instalada no GaussMeter MG-2000 ..........................................57
FIGURA 3.17– Tensiômetro Digital k10st - KRUSS ....................................................58
FIGURA 3.18– Betoneira de 80 Litros...........................................................................63
FIGURA 3.19– Captação da água magnetizada.............................................................63
FIGURA 3.20– Moldagem dos corpos-de-prova ...........................................................64
FIGURA 3.21–Tronco de cone.......................................................................................64
FIGURA 3.22– Desforma do tronco de cone .................................................................64
FIGURA 3.23– Medição do “Slump”.............................................................................64
FIGURA 3.24– Cura final dos CP’s imersos em água comum ......................................65
FIGURA 4.1– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 01 (CII-BC-AC) e 02
(CII-BC-AM)..........................................................................................................68
FIGURA 4.2– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 03 (CV-BC-AC) e 04
(CV-BC-AM)..........................................................................................................70
FIGURA 4.3– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 05 (CII-BG-AC) e 06
(CII-BG-AM)..........................................................................................................71
viii
FIGURA 4.4– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08
(CV-BG-AM)..........................................................................................................73
FIGURA 4.5– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 09 (CVR-BC-AC) e
10 (CVR-BC-AM)..................................................................................................74
FIGURA 4.6– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 11 (CRV-BG-AC) e
12 (CRV-BG-AM)..................................................................................................76
FIGURA 4.7– Gráfico comparativo da resistência à compressão em função da idade dos
corpos-de-prova......................................................................................................78
FIGURA 4.8– Posicionamento das leituras da onda ultra-sônica nos corpos-de-prova.84
FIGURA 4.9– Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 01 (CII-BC-AC) e
02 (CII-BC-AM).....................................................................................................85
FIGURA 4.10-Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 03 (CV-BC-AC) e
04 (CV-BC-AM).....................................................................................................87
FIGURA 4.11- Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 05 (CV-BC-AC)
e 06(CV-BC-AM)...................................................................................................88
FIGURA 4.12- Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 07(CV-BG-AC) e
08(CV-BG-AM)......................................................................................................89
FIGURA 4.13- Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 09(CVR-BC-AC)
e 10(CVR-BC-AM) ................................................................................................90
FIGURA 4.14– Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - traços 11 (CVR-BG-AC)
e 12 (CVR-BG-AM)...............................................................................................92
FIGURA 4.15– Velocidade de Propagação da Onda Ultra-sônica em função da idade 93
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1– Forma física preponderante representada pelos parâmetros de qualidade
(SPERLIN, 1996)....................................................................................................13
TABELA 2.2– Principais parâmetros a serem investigados numa análise de água
(SPERLING 1996)..................................................................................................14
TABELA. 2.3– Associação entre os usos da água e os requisitos de qualidade
(SPERLING 1996)..................................................................................................15
TABELA. 2.4 – Algumas propriedades dos principais componentes do cimento
Portland.(COSTA, 1999)........................................................................................27
TABELA 2.5 – Calor de hidratação dos componentes do cimento................................30
TABELA 3.1– Tolerância de tempos para o ensaio de compressão em função da idade
de ruptura (NBR5739:1994)..................................................................................46
TABELA 3.2– Valores referentes à tensão superficial de amostras de água .................58
TABELA. 3.3– Traços em pesos e caracterização dos concretos ..................................60
TABELA 3.4– Caracterização dos agregados................................................................62
TABELA 4.1– Resistência real (MPa) dos traços 01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM).
................................................................................................................................68
TABELA 4.2– Variação percentual da resistência real dos traços 01 (CII-BC-AC) e 02
(CII-BC-AM)..........................................................................................................69
TABELA 4.3– Resistência real (MPa) dos traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM)69
TABELA 4.4– Variação percentual da resistência real dos traços 03 (CV-BC-AC) e 04
(CV-BC-AM)..........................................................................................................70
TABELA 4.5– Resistência real (MPa) dos traços 05 (CII-BG-AC) e 06 (CII-BG-AM)71
x
TABELA 4.6– Variação percentual da resistência real dos traços 05 (CII-BG-AC) e 06
(CII-BG-AM)..........................................................................................................72
TABELA 4.7– Resistência real (MPa) dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08 (CV-BG-AM)
................................................................................................................................72
TABELA 4.8– Variação percentual da resistência real dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08
(CV-BG-AM)..........................................................................................................73
TABELA 4.9– Resistência real (MPa) dos traços 09 (CVR-BC-AC) e 10 (CVR-BC-
AM).........................................................................................................................74
TABELA 4.10– Variação percentual da resistência real dos traços 09 (CVR-BC-AC) e
10 (CVR-BC-AM)..................................................................................................75
TABELA 4.11– Resistência real (MPa) dos traços 11 (CRV-BG-AC) e 12 (CRV-BG-
AM).........................................................................................................................75
TABELA 4.12– Variação percentual da resistência real dos traços 11 (CRV-BG-AC) e
12 (CRV-BG-AM)..................................................................................................76
TABELA 4.13– Ganhos percentuais médios de resistência à compressão para os traços
utilizando água tratada magneticamente.................................................................78
TABELA 4.14– Probabilidade de significância (p-valor) para as médias da resistência à
compressão em função da idade. ............................................................................79
TABELA 4.15– Módulo de elasticidade, tensão e deformação para os traços ensaiados
................................................................................................................................81
TABELA 4.16– Probabilidade de significância (p-valor) para as médias do módulo de
elasticidade para a idade de 90 dias........................................................................82
TABELA 4.17– Abatimento do cone para os traços ensaiados......................................83
xi
TABELA 4.18– Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 01 (CII-BC-AC)
e 02 (CII-BC-AM)..................................................................................................85
TABELA 4.19– Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 03 (CV-BC-AC)
e 04 (CV-BC-AM)..................................................................................................86
TABELA 4.20– Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 05 (CII-BG-AC)
e 06 (CII-BG-AM)..................................................................................................87
TABELA 4.21– Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 07 (CV-BG-AC)
e 08 (CV-BG-AM)..................................................................................................89
TABELA 4.22– Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 09 (CVR-BC-
AC) e 10 (CVR-BC-AM) .......................................................................................90
TABELA 4.23- Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 11 (CVR-BG-
AC) e 12 (CVR-BG-AM) .......................................................................................91
TABELA 4.24– Variação percentual da velocidade do pulso ultra-sônico em função da
idade........................................................................................................................93
TABELA 4.25– Probabilidade de significância (p-valor) para as médias da velocidade
de propagação do pulso ultra-sônico em função da idade. .....................................94
xii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS e SÍMBOLOS.
a/c – relação água/cimento
AC – Água comum ou de torneira
AM – Água tratada magneticamente
B - campo magnético
BC - Brita calcária dolomítica
BG - Brita gnaisse
cp – corpo-de-prova
cps – corpos-de-prova
CII – Cimento CPII-E-32
CV – Cimento CPV-plus
CVR- CIMENTO CPV – RS
d – diâmetro do corpo-de-prova (cm)
ε - deformação especifíca
END – Ensaios não destrutivos
E
ci
– módulo de elasticidade tangente
f - freqüência com a partícula gira
F – vetor força, oriunda do campo magnético e da velocidade do fluxo
σ – tensão especifica (MPa)
k - constante
L = distância entre os pontos de acoplamento dos centros das faces dos transdutores
(m).
m = massa da partícula
MEV-Microscópio Eletrônico de Varredura
µ - constante de Poisson
q – carga (íon livre)
r - Raio de Larmor
ρ - densidade do material (Kg/m
3
)
τ
0
– período de vibração,
t = tempo decorrido desde a emissão da onda até a sua recepção (s)
T – temperatura absoluta
U – é uma barreira potencial que separa uma posição de equilíbrio da próxima.
xiii
UPV - velocidade de propagação do pulso ultra-sônico (Ultrasonic Pulse Test)
V – velocidade de propagação da onda ultra-sônica (m/s)
v – vetor velocidade do fluxo
xiv
RESUMO
Este trabalho, dentro da perspectiva de melhoria do concreto, visa analisar o
comportamento do concreto produzido com água tratada magneticamente contrapondo
com os resultados obtidos com o concreto produzido convencionalmente (água comum
ou de torneira) objetivando assim avaliar os efeitos da água de amassamento tratada
magneticamente, na trabalhabilidade e nas propriedades mecânicas do concreto
(resistência à compressão e módulo de elasticidade). A alteração molecular da estrutura
da água em função do tratamento magnético, conforme estudos apresentados por
autores de outros países, é o fator que deve influenciar as melhorias do concreto. Diante
disto, tentando contrapor estes resultados à realidade brasileira, foram confeccionados
12 traços distintos, variando-se três tipos de cimento (CP II E 32, CP V PLUS e CP V
- RS), dois tipos de agregados graúdos (gnaisse, calcário dolomítico) além dos dois
tipos de água. Os concretos produzidos foram ensaiados em 6 idades distintas (3, 7, 14,
28, 56 e 90 dias). O teste de ultra-som (UPV - Ultrasonic Pulse Velocity) foi utilizado
para avaliar qualitativamente o concreto, corroborando com a análise feita usando os
ensaios destrutivos. Os resultados mostram que a água tratada magneticamente melhora
a trabalhabilidade e as propriedades mecânicas dos concretos analisados.
Palavras-Chave: Concreto, Água Tratada Magneticamente, Propriedades Mecânicas do
Concreto, Ultra-som.
xv
ABSTRACT
The related work, as a perspective of concrete improvement, seeks to analyze concrete
behavior with magnetically treated water compared with the obtained results on
conventionally produced concrete (common or tap water). The objective is to evaluate
the effects of the magnetical treatment water in the workability of the concrete as well
as on the mechanical properties (compressive strenght, modulus of elasticity). The
molecular decay in water structure due to magnetic treatment, as studies presented by
authors of other countries, is the main influence factor in concrete improvement.
Therefore trying to oppose these results to the Brazilian reality 12 distinct mix
proportions were produced using three cement ( Brazilian: CP II E 32; CP V PLUS;
CP V RS), two large aggregates (gnaisse, dolomitic limestone) and the two kinds of
water. The mechanical properties were evaluated at 6 distinct ages (3, 7, 14, 28, 56 and
90 days). The Ultrasonic Pulse Velocity (UPV) is a means to evaluate qualitatively the
concrete, corroborating with the analysis done using destructive essays. The results
show that magnetically treated water improves the workability and mechanical
properties of the analyzed concretes.
Keywords: Concrete, Magnetically Treated Water, Properties Mechanical of the
Concrete, Ultrasonic Pulse Velocity.
1
I
NTRODUÇÃO
1. Introdução
1.1 Introdução
A água é um dos elementos da natureza que está presente em todas as etapas da vida do
ser humano, bem como em suas atividades (indústria, agricultura, comércio, etc.). Numa
época de incertezas, onde o homem procura outras fontes de energia, a água surge como
uma possível opção, não só para este fim, mas principalmente, para a otimização de
processos industriais que contribuam para uma maior conservação do meio ambiente.
Sendo assim, experiências realizadas com este elemento submetendo-o a influência de
campos magnéticos gerados por ímãs, levaram ao surgimento da água tratada
magneticamente, com amplas aplicações em quase todos os ramos da atividade humana.
No começo da era industrial, cientistas russos perceberam um problema nas tubulações
das indústrias que utilizavam caldeiras. A água que circulava pelas tubulações possuía
uma grande quantidade de sais dissolvidos que se depositavam em suas paredes
internas, formando incrustações que reduzia o seu diâmetro interno e conseqüentemente
sua vida útil. Isso exigia uma manutenção periódica cuja única opção consistia em
Introdução 2
desmontar a tubulação fazendo a raspagem e limpeza das paredes internas e montá-la
novamente no menor tempo de paralisação possível, o que naturalmente elevava os
custos de produção. Além das tubulações, os radiadores de motores a explosão, com os
depósitos de sais, entupiam comprometendo sua eficácia térmica.
Ao acaso, a água circulante na tubulação foi exposta a um campo magnético e
constatou-se que não ocorreu a formação das incrustações e as que já se encontravam na
tubulação foram desfeitas das paredes internas sem a necessidade de qualquer raspagem
posterior. Esse sistema de desobstrução das incrustações logo foi adotado pelas
indústrias do ramo e motivou várias experiências envolvendo a água tratada
magneticamente para determinação das alterações das suas propriedades físico-
químicas. Os resultados mostraram que a exposição ou passagem da água por campos
magnéticos alterava, em especial, as seguintes propriedades:
temperatura de ebulição;
temperatura de solidificação;
densidade;
tensão Superficial;
viscosidade;
condutibilidade Elétrica;
velocidade de Sedimentação;
ionização.
Tais alterações nas propriedades físico-químicas da água levaram pesquisadores do
mundo todo a analisar esses ganhos em diversas áreas, tais como na agricultura, na
saúde, na indústria, dentre outras.
Diante deste contexto os russos Wulachoufuski e Alnanina, em 1962, começaram a
estudar o uso da água tratada magneticamente na produção do concreto (FU e WANG
1
)
apud SU(2003), uma vez que entre os radicais livres deste, encontra-se o Ca
++
, que ao
1
FU W, WANG ZB. In: The new tecnology of concrete engineering. Beijing: The Publishing House of
Chinese Architectural Industry, 1994. p 56-59.
Introdução 3
reagir com outros elementos pode-se transformar na calcita, principal produto das
incrustações nas tubulações.
Similarmente outros pesquisadores do Japão, Europa e China confirmaram que a água
tratada magneticamente pode aumentar a resistência à compressão do concreto em até
10% (SU e LEE
2
) apud SU (2003) e SU et al. (2000). Para FU (1994) e CHAU (1996)
3
apud SU(2003) é possível fazer uma combinação destes ganhos obtendo uma economia
de 5% na dosagem do cimento, reduzindo sua fluidez e mesmo assim aumentando a
resistência.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Analisar a influência da magnetização da água de amassamento nas propriedades
mecânicas do concreto, resistência à compressão e módulo de elasticidade.
1.2.2 Objetivo específico
O objetivo específico desse trabalho de dissertação é realizar um estudo comparativo
das propriedades mecânicas dos concretos convencionais, aqueles produzidos com água
de torneira ou comum, com as daqueles produzidos com água tratada magneticamente,
utilizando os ensaios destrutivos de resistência à compressão e módulo de elasticidade
estático. Serão produzidos os mesmos traços de concreto com água comum e tratada
magneticamente variando o tipo de cimento (classes de resistência), o tipo de agregado
graúdo e idade dos ensaios.
2
SU N, LEE KC. Effect of magnetic water on mechanical properties and micro-structures of concrete. J
Chin Inst Civil Hydraulic Eng, 1999. nº 11, p 175-180
3
CHAU ZJ. In. The new construction method of concrete. Beijing: The Publishing House of Chinese
Architectural Industry: 1996, p. 401-407
Introdução 4
A inclusão do ensaio não destrutivo da ultra-sonografia objetiva a verificação e
comparação dos ganhos ocorridos em relação a parâmetros qualitativos, tais como
compacidade e homogeneidade interna, por meio da medição da velocidade de
propagação do pulso ultra-sônico (UPV).
Nesta busca, outros parâmetros serão necessariamente avaliados, tais como a
trabalhabilidade do concreto fresco, medida pelo ensaio de abatimento do tronco de
cone - “Slump”.
É importante salientar que esse trabalho será feito tentando contrapor resultados obtidos
em outros países à realidade brasileira, utilizando-se materiais da região metropolitana
de Belo Horizonte.
1.3 Justificativa
No século passado, o concreto foi um dos materiais de construção mais utilizados no
nosso país e a tendência é que isto não seja alterado por um bom período. Desde o seu
aparecimento ele é utilizado com o intuito de fornecer à construção a resistência
requerida, economia e facilidade de execução, aliados a uma busca mais recente por
uma maior durabilidade.
A construção civil é uma área de grande importância para a economia brasileira, uma
vez que ela representa cerca de 16% do valor do PIB (CEOTTO,2006)
4
, e ajuda a
melhorar os dados sociais, já que oferta empregos para as mais diversas pessoas, com os
mais diversos níveis de escolaridade e capacitação profissional.
Desconsiderando o tamanho e a importância da obra, é fácil perceber que em virtude
dos aspectos artesanais da produção do concreto, é necessário que se busque sempre o
controle de qualidade nas suas várias etapas de produção (materiais, mistura, transporte,
lançamento, adensamento e cura).
4
http://www.uniemp.org.br/seminarios/
Introdução 5
Diante disto, é possível encontrar na literatura, com freqüência, pesquisas que procuram
meios e modos de se melhorar a qualidade do concreto e ao mesmo tempo reduzir o
consumo de cimento em sua preparação.
Neste contexto é que se enquadra esta dissertação, uma vez que dentre os diversos
métodos existentes que tentam alcançar os objetivos supracitados existe o tratamento
magnético da água, que tem-se mostrado como um dos mais interessantes e
promissores, como citado por LAZARENKO & ZHURAVLEV (1985), BOICHENKO
& SAPOGIN (1977).
Segundo LAZARENKO & ZHURAVLEV (1985), é possível avaliar a influência do
tratamento magnético nas características do concreto, conseguindo resultados bastante
positivos no que tange a:
aumento de resistência à compressão;
aumento de densidade;
menor porosidade;
menor absorção de água;
redução do tempo de endurecimento.
No entanto, se por um lado a literatura é rica em resultados referentes ao tratamento
magnético da água utilizada para fabricação do concreto, por outro é pobre no que se
refere às condições experimentais, não havendo dados quanto às características da água
(densidade, pH, tensão superficial, temperatura, etc.) e às características do sistema de
imantação da água (velocidade e vazão do fluxo, intensidade do campo, distância entre
os imãs, dentre outras variáveis, associadas à passagem de um líquido eletricamente
carregado por um campo magnético). Esse trabalho fornece todos esses dados para os
ensaios realizados.
Introdução 6
1.4 Organização da dissertação
O Capítulo 2 visa fazer uma revisão bibliográfica, apresentando como é a estrutura da
água e como esta se altera ao ser submetida a um campo magnético pré-estabelecido,
descrevendo neste momento o princípio básico da magnetização. Faz-se um breve
histórico da utilização da água tratada magneticamente, tanto na produção do concreto,
como em outras áreas (saúde, agricultura, indústria). Ainda neste capítulo são
apresentadas as principais reações químicas que ocorrem na produção do concreto
convencional além de citar alguns trabalhos de outros autores utilizando a água tratada
magneticamente na produção de concreto.
No Capítulo 3 abordam-se os ensaios programados e a metodologia do trabalho, dando-
se ênfase para explicar como foi desenvolvido o aparato experimental e os demais
procedimentos (escolha dos materiais, definição dos traços, tipo de cura, etc.) para a
fabricação dos concretos.
No Capítulo 4 são apresentados os resultados obtidos nos ensaios, após os mesmos
terem sido tratados estatisticamente. Paralelamente a isto, é feita uma discussão a
respeito dos ganhos e perdas ocorridos com o tratamento magnético na água de
amassamento.
Finalizando este trabalho, no capítulo 5 são apresentadas as conclusões e as sugestões
para trabalhos futuros utilizando o tratamento magnético na fabricação do concreto.
2
R
EVISÃO
B
IBLIOGRÁFICA
2. Revisão Bibliográfica
2.1 Introdução
A água de amassamento que é utilizada para a fabricação do concreto, possui poucos
trabalhos ou estudos difundidos no meio cientifico, sendo que, as próprias normas
brasileiras e até mesmos as internacionais, fazem pequenas exigências em relação à
água de amassamento, especificando e recomendando apenas que esta seja tratada,
atingindo alguns índices de potabilidade, e que não apresentem nenhum contaminante
que possa alterar as reações de hidratação dos compostos cimentícios.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, por meio de
normalização especifica (NBR 12654: 1992 e NBR 6118: 2003) recomenda que a água
de amassamento seja avaliada nos seguintes itens: quantidade de matéria orgânica
presente expressa em oxigênio consumido; teor de sólidos dissolvidos e sólidos totais;
teores de sulfetos e cloretos, pH e teor de sólidos em suspensão, não se referindo a
qualquer tipo de alteração física ou química da mesma.
Revisão Bibliográfica 8
De modo a apresentar os importantes ganhos que podem ocorrer com a alteração da
estrutura molecular da água quando tratada magneticamente mostra-se neste capítulo
como o tratamento é realizado e como os ganhos incentivaram pesquisadores de outras
áreas científicas. Apresenta-se ainda as principais reações que ocorrem com o concreto
convencional e que produzem os compostos [Ca(OH)
2
e CaCO
3
] que poderão interagir
com a água tratada magneticamente, gerando o concreto, objeto desta dissertação.
2.2 Água Tratada Magneticamente
2.2.1 Estrutura da água
A água, como é sabido, é o constituinte inorgânico mais abundante dentro e fora do
corpo dos seres vivos, e atrai deste muito tempo interesses pelo seu comportamento.
Estruturalmente a molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um
átomo de oxigênio, sendo ligados por uma ligação covalente. A disposição espacial
desses átomos não é linear, formando um dipolo como apresentado na FIG. 2.1.
FIGURA 2.1– Modelo da molécula de água
De acordo com MEHTA e MONTEIRO (1994), “Devido a diferenças nos centros de
carga do hidrogênio e do oxigênio, o próton do íon de hidrogênio positivamente
carregado pertencente a uma molécula de água atrai os elétrons negativamente
carregados das moléculas de água vizinhas. Esta força de atração relativamente fraca,
Revisão Bibliográfica 9
chamada ligação de hidrogênio (ou ponte de hidrogênio), é responsável pela estrutura
ordenada da água”.
Cada uma das pontes de hidrogênio é uma ligação fraca que se desfaz facilmente, no
entanto, enquanto uma ponte se desfaz, outra se forma, de modo que as moléculas de
água ficam fortemente unidas, mantendo a água fluida e estável em condições normais
de temperatura e pressão. Essa forte atração entre as moléculas de água é denominada
coesão. A coesão entre as moléculas da água no estado líquido é o fator responsável por
sua alta tensão superficial.
Esta propriedade da água, é que permite que alguns seres vivos possam se locomover
sobre ela sem afundar, mas segundo MEHTA e MONTEIRO (1994), é possível dizer
que é justamente a alta tensão superficial da água, que a impede de agir como um agente
plastificante eficiente em misturas de concreto.
Para GOMES et al(2002), a redução da tensão superficial permite uma ampliação na
área de contato entre a água e o cimento, acarretando uma maior hidratação e
conseqüentemente um incremento de resistência e durabilidade.
Desta forma, VLACK (1985), propôs três modelos distintos de distribuição da molécula
de água quando a mesma entra em contato com uma superfície sólida, (FIG. 2.2).
a) interface reduzida b) interface normal
9
0
°
>
9
0
º
Revisão Bibliográfica 10
c) interface aumentada
FIGURA 2.2– Tipologias da ação da tensão superficial nas moléculas de água junto a sólidos.
Para a primeira situação, FIG. 2.2-a percebe-se que a molécula de água apresenta uma
elevada tensão superficial, sendo indicado pela existência de um ângulo obtuso. Para a
segunda situação, FIG. 2.2-b a tensão superficial é inferior ao caso (a), mas mesmo
assim apresenta um ângulo tangente de aproximadamente 90º. Já para a terceira e última
situação, FIG 2.2-c, a tensão superficial é bem inferior as demais, causando uma maior
superfície de molhagem.
O maior exemplo da organização de longo alcance na estrutura da água proveniente da
ligação de hidrogênio é encontrado no gelo, como apresentado na FIG. 2.3.
FIGURA 2.3– Estrutura de gelo.
Cada molécula de água no gelo está cercada por quatro outras moléculas de maneira que
o grupo possui uma molécula no centro e as outras quatro nos ângulos de um tetraedro.
Todas as ligações que ocorrem entre as moléculas e seus grupos são as ligações de
<
9
0
º
Revisão Bibliográfica 11
hidrogênio. O gelo funde a 0ºC quando aproximadamente 15% das ligações de
hidrogênio se rompem. Como resultado da ruptura parcial na direcionalidade da ligação
tetraédrica, cada molécula de água pode vir a adquirir mais de quatro vizinhos
próximos, aumentando a densidade de 0,917 para 1. O inverso deste processo é
responsável pelo fenômeno de que a água líquida, ao solidificar-se, expande-se ao invés
de contrair-se. Permitindo que haja vida, nos lagos e rios congelados dos países
nórdicos.
2.2.2 Parâmetros de potabilidade da água
De acordo com as normas brasileiras e até mesmo as internacionais, a água utilizada
para a fabricação do concreto deve atender os parâmetros mínimos de potabilidade e
não devem apresentar nenhum tipo de contaminante, para que não haja alterações nas
reações químicas do concreto, quando da sua maturação.
Segundo SPERLING (1996), a água pode ter os seguintes usos principais:
abastecimento doméstico;
abastecimento industrial;
irrigação;
dessedentação de animais;
aqüicultura;
preservação da flora e da fauna;
recreação e lazer;
harmonia paisagística;
geração de energia elétrica;
navegação;
diluição de despejos.
Destes usos, apenas os dois primeiros (abastecimento doméstico e abastecimento
industrial) estão freqüentemente associados a um tratamento prévio da água, face aos
seus requisitos de qualidade mais exigentes.
Revisão Bibliográfica 12
2.2.2.1 Impurezas encontradas na água
As impurezas encontradas na água podem ser tratadas pelas suas características físicas,
químicas e biológicas, como apresentado:
características físicas: Estão associadas, geralmente aos sólidos presentes na
água. Estes sólidos podem ser em suspensão, coloidais ou dissolvidos,
dependendo da sua granulometria.
características químicas: Podem ser interpretadas por meio de uma das duas
classificações: matéria orgânica ou inorgânica
características biológicas: É avaliado o tipo de formação existente, ou seja, seres
vivos do reino animal, vegetal ou protistas.
Para avaliar os sólidos presentes na água, é apresentado como os mesmos são
distribuídos em função do seu tamanho (FIG. 2.4).
10
-6
10
-5
10
-4
10
-3
10
-2
10
-1
10
0
10
1
10
2
10
3
Tamanho das partículas (µm)
FIGURA 2.4– Classificação e distribuição dos sólidos em função do tamanho (SPERLING (1996)
visão
a
olho
nu
Bactérias
Algas/Protozoários
Vírus
Flocos bacté
ri
Suspensos
Coloidais
Dissolvidos
Revisão Bibliográfica 13
2.2.2.2 Parâmetros de qualidade da água
A qualidade da água pode ser representada por meio de diversos parâmetros, que
traduzem as suas principais características físicas, químicas e biológicas. Desse modo,
são citados a seguir quais os parâmetros mais importantes relacionando-os com a forma
física preponderante e os requisitos de qualidade de acordo com o uso dado à água
(TAB. 2.1, TAB. 2.2 e TAB. 2.3).
Parâmetros Físicos
Cor
Turbidez
Sabor e odor
Temperatura
TABELA 2.1– Forma física preponderante representada pelos parâmetros de qualidade (SPERLIN, 1996)
Característica Parâmetro
Sólidos em
suspensão
Sólidos
dissolvidos
Gases
dissolvidos
Cor x
Turbidez x
Parâmetros
físicos
Sabor e odor x x x
pH x x
Alcalinidade x
Acidez x x
Dureza x
Ferro e manganês x x
Cloretos x
Nitrogênio x x
Fósforo x x
Oxigênio dissolvido x
Matéria orgânica x x
Metais pesados x x
Parâmetros
químicos
Micropoluentes orgânicos x
Organismos indicadores x
Algas x
Parâmetros
biológicos
Bactérias x
Parâmetros Químicos
pH
Alcalinidade
Acidez
Dureza
Ferro e Manganês
Cloretos
Nitrogênio
Fósforo
Revisão Bibliográfica 14
Oxigênio Dissolvido
Matéria Orgânica
Micropoluentes inorgânicos
Micropoluentes orgânicos
Parâmetros Biológicos
Os principais microorganismos que desempenham diversas funções de fundamental
importância, principalmente as relacionadas com a transformação da matéria dentro dos
ciclos biogeoquímicos são:
Bactérias
Algas
Fungos
Protozoários
Vírus
Helmintos
TABELA 2.2– Principais parâmetros a serem investigados numa análise de água (SPERLING 1996)
Águas para abastecimento
Águas
residuárias
Corpos
receptores
Água
superficial
Água
subterrânea
Característica Parâmetro
bruta
tratada bruta
tratada
bruta tratada
Rio Lago
Cor x x x x x x
Turbidez x x x x x x
Parâmetros
físicos
Sabor e odor x x x x x x
pH x x x x x x x
Alcalinidade x x x
Acidez x x
Dureza x x
Ferro e
manganês
x x x x
Cloretos x x
Nitrogênio x x x x x x x x
Fósforo x x x x x
Oxigênio
dissolvido
x x
Matéria
orgânica
x x x
Micropoluentes
inorgânicos
x x x x x x x x
Parâmetros
químicos
Micropoluentes
orgânicos
x x x x x x x x
Organismos
indicadores
x x x x x x x
Algas x x x
Parâmetros
biológicos
Bactérias x
Revisão Bibliográfica 15
TABELA. 2.3– Associação entre os usos da água e os requisitos de qualidade (SPERLING 1996)
Uso geral Uso específico Qualidade Requerida
Abastecimento
de água
doméstico
-
- Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde
- Adequada para serviços domésticos
- Baixa agressividade e dureza
- Esteticamente agradável (baixa turbidez, cor, sabor
e odor. Ausência de macrorganismos)
Água é incorporada ao
produto (alimento,
remédios)
- Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde
- Esteticamente agradável (baixa turbidez, cor, sabor
e odor)
Água entra em contato
com o produto
- Variável com o produto
Abastecimento
industrial
Água não entra em
contato com o produto
(refrigeração, caldeiras)
- Baixa dureza
- Baixa agressividade
Hortaliças, produtos
ingeridos crus ou com
casca
- Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde
- Salinidade não excessiva
Irrigação
Demais plantações
- Isenta de substâncias químicas prejudiciais ao solo e
às plantações
- Salinidade não excessiva
Dessedentação
de animais
-
- Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde
dos animais
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde dos
animais
Preservação da
flora e da fauna
-
- Variável com os requisitos ambientais da flora e da
fauna que se deseja preservar
Contato primário (ex.
Natação, surfe)
- Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde
- Isenta de organismos prejudiciais à saúde
- Baixos teores de sólidos em suspensão e óleos e
graxas
Recreação e
lazer
Contato secundário (ex.
navegação de lazer,
pesca)
- Aparência agradável
Usinas hidrelétricas - Baixa agressividade
Geração de
energia
Usinas nucleares ou
termelétricas
- Baixa dureza
Transporte -
- Baixa presença de material grosseiro que possa por
em risco as embarcações
Diluição de
despejos
- -
Revisão Bibliográfica 16
2.2.3 Tratamento magnético da água
O tratamento magnético da água é um assunto ainda pouco analisado e de certo modo
contraditório no que tange aos efeitos que o mesmo acarreta na água e como altera a sua
estrutura interna.
De acordo com (AMIRI e DADKHAH, 2005) o tratamento magnético da água por
campo magnético pode ser classificado por meio dos efeitos a montante e a jusante.
Efeitos a montante
Mecanismo de ação do campo magnético.
Efeitos químicos da água e suas impurezas.
Efeitos de parâmetros hidrodinâmicos (fatores geométricos do sistema de
tratamento, velocidade...).
Efeito de organização do campo magnético.
Processo nucleation (efeitos das impurezas, freqüências e grandezas do
núcleo).
Efeitos a jusante
Mudanças das propriedades da água tratada (aumento da condutibilidade,
aumento da alcalinidade e alteração do pH de ácido para neutro, redução
significativa da tensão superficial (GOMES et al,1999)...).
Potencial zeta de produção de partículas de carbonato de cálcio.
Morfologia da precipitação de carbonato de cálcio (tamanho, forma).
Produção de novas entidades (radicais livres, agentes reativos).
Supressão da razão de formação de incrustações.
Pela literatura estudada, percebe-se que a maioria dos autores tendem a buscar respostas
em função dos efeitos a jusante, tendo desta forma poucos dados a respeito dos
parâmetros geométricos do sistema de magnetização da água. Seguindo esta tendência,
a análise da água foi feita em função dos efeitos à jusante, mas sendo descritos em
alguns pontos os parâmetros (velocidade e vazão do fluxo, intensidade do campo
magnético, dentre outros) exigidos para se alcançar tais efeitos.
Revisão Bib1niBi97(ã)3.74(o)g7(ã)3.74(o)rá-1.229fBica
Revisão Bibliográfica 18
FIGURA 2.5– Parte do modelo da água
As moléculas de água nos vazios e na estrutura do gelo diferem somente se considerada
seus níveis de energia, uma vez que os efeitos da magnetização induzem estas
moléculas a uma posição instável de equilíbrio, sendo este o motivo que levou
KLASSEN (1967) a afirmar que o efeito da magnetização persiste apenas por algumas
horas.
Fisicamente a alteração que ocorre na água se deve ao princípio da força de Lorentz,
uma vez que existem íons H
+
, OH
-
, livres (partículas carregadas) na água, sofrendo
influência de um campo magnético sob uma determinada velocidade. A FIG. 2.6
apresenta um esquema de como a Força de Lorentz influi na magnetização da água
Revisão Bibliográfica 19
Sentido do campo magnético -
B
v
Tubulação
q
Figura 2.6 (a)
φ
q
F
v
B
Figura 2.6 (b)
FIGURA 2.6– Esquema da força de Lorentz
Na FIG. 2.6 (a) apresenta-se uma carga q que foi lançada com uma velocidade v do
fluxo, sempre perpendicular ao sentido do campo magnético B, o que produz uma força
F, com o maior módulo possível (sen φ = sen 90º = 1), também perpendicular à
velocidade v (Fig. 2.6 (b)).
Na FIG. 2.6 (b), é mostrado a relação geométrica entre os vetores F, v e B, de forma que
é possível perceber que F é normal ao plano formado por v e B. Logo, F é sempre
perpendicular a v e a força magnética é sempre lateral. É possível reparar ainda que F se
anula quando v tem sentido igual ou contrário ao de B (nesse caso φ = ou 180º, e v x
B = 0), e que o módulo máximo de F é (q v x B) quando v é ortogonal a B.
Revisão Bibliográfica 20
Deste modo, como existe uma força forçando a partícula para cima e existe uma outra
força no sentido do fluxo levando a partícula para frente, a partícula passa a ter uma
trajetória helicoidal como mostrado pela EQ.(2.1) e pela FIG. 2.7 (HALLIDAY et al,
1996).
m
q
f
π
2
B
=
(2.1)
O
B
B
Sentido da
energia - E
m4
m2
m1
m3
FIGURA 2.7– Trajetória da partícula – (HALLIDAY, 1996)
Onde f = freqüência com que a partícula gira (Hz);
m = massa da partícula.
A partícula ao executar estes giros e ligado ao fato da limitação de movimento das
mesmas no campo magnético (as partículas estão confinadas no sistema de
magnetização), ocorre um aumento no número de colisões e na formação dos centros de
cristalização, gerando deste modo uma estrutura mais organizada.
Deste modo, muitos autores atribuem a esta força
F
, a responsabilidade pelo aumento
do ângulo entre os átomos de hidrogênio e oxigênio da água, ficando os mesmos com
valores superiores aos 104,5º, gerando assim uma estrutura similar à do gelo, para a
água no seu estado líquido.
Revisão Bibliográfica 21
2.2.3.2 Histórico da utilização
Com base no estudo teórico prévio, diversos pesquisadores perceberam que esta
alteração na estrutura da água, era a justificativa para explicar porque as paredes das
tubulações de caldeiras, não sofriam com incrustações quando a água que circulava por
ela tinha passado pelo tratamento magnético. Avançando nas pesquisas, foi constatado
que a água ao sofrer o tratamento magnético inibia a formação do CaCO
3
, principal
componente das incrustações, impedindo deste modo que os sais dissolvidos da água
sedimentassem nas tubulações.
Mesmo tendo este objetivo original, foi comprovado que este conceito poderia ser
utilizado em outras áreas. Um exemplo disso foi UENO e IWASAKA
5
(1994) apud
PORTO (1998), que analisaram o comportamento hidráulico da água, percebendo a
participação física da mesma em campos magnéticos de 8 Tesla (1 Tesla = 10
4
gauss),
construídos a partir de ímãs super-condutores horizontais.
HIROTA et al.(
6
1996) apud PORTO (1998), investigou os efeitos do campo magnético
no comportamento hidrodinâmico da superfície da água e de soluções aquosas de
sulfato de cobre que apresentavam uma suscetibilidade magnética reduzida.
Na agronomia, outros estudos também têm sido feitos, analisando as vantagens da
utilização dos campos magnéticos na água utilizada na irrigação e na nutrição de
animais. Segundo LIN e YOTVAT
7
(1989) apud PORTO(1998), resultados
surpreendentes foram observados em algumas fazendas em Israel, com diversos animais
e plantas. Em geral, os animais tratados com água magnetizada apresentaram condições
gerais melhores, além de uma produtividade específica maior.
5
UENO, S.; IWASAKA, M. Effects of magnetic fields on fibrinolysis, Journal of Applied Physics,
1994 Vol 75 Issue 10, p7162-7164
6
HIROTA, N.; SUGAWARA, H.; HOMMA, T. OHTA, M.; KITAZAWA K, YOKOI H, KAKUDATE
Y, FUJIWARA S, KAWAMURA M, UENO S, and IWASAKA M: Magnetic field effect on interface
profile between immiscible nonmagnetic liquids-enhanced Moses effect. Journal of Applied Physics,
1996, 79(8): 4721-4723.
7
LIN, I. J.; YOTVAT, J.: Exposure of irrigation and drinking water to a magnetic field with controlled
power and direction. Journal of Magnetism and Magnetic Materials, Vol 83, Issue 1-3, p 525 – 526.
Revisão Bibliográfica 22
na bioeletromagnética, um bom exemplo é o estudo realizado por TAKEUCHI
8
et al
(1995) apud PORTO (1998), nas células vermelhas do sangue.
Um dado importante observado por KLASSEN (1967), foi que o efeito da magnetização
persiste por algumas horas ou poucos dias, isso caso a temperatura do sistema d’água
seja suficientemente baixa, sendo importante salientar que o tratamento somente é
efetivo se o líquido é passado entre os pólos do magneto com um campo
suficientemente forte e se a temperatura do quido não é tão alta. (A intensidade do
campo necessariamente depende de cada aparelho de tratamento magnético em
particular).
2.3 Concreto convencional
Para efeito desse trabalho o termo concreto convencional seutilizado para indicar o
concreto produzido com água sem o tratamento magnético, normalmente denominada
água de torneira ou comum. Desse modo será feito um breve relato da fabricação do
concreto, sendo necessário uma descrição sucinta de cada um dos seus componentes, o
aglomerante (cimento), o agregado miúdo (areia), o agregado graúdo (brita), a água e
eventualmente algum tipo de aditivo.
Segundo MEHTA e MONTEIRO (1994), “o concreto é um material composto que
consiste essencialmente de um meio contínuo aglomerante, dentro do qual estão
mergulhadas partículas ou fragmentos de agregados”. O agregado é reconhecido como
sendo o material utilizado como substrato para o cimento. Ele é granular, tal como a
areia, o pedregulho, etc..
8
TAKEUCHI, T.; MIZUNO, T.; HIGASHI, T.; YAMAGISHI, A.; DATE, M.: Orientation of red blood
cells in high magnetic field. Journal of Magnetism and Magnetic Materials, 1995; 140-144: 1462-
1463.
Revisão Bibliográfica 23
2.3.1 Cimento
O cimento Portland é o produto adquirido pela pulverização do clínquer, de natureza
granulosa, originado da calcinação da argila e do calcário. Primeiramente, é feita a
extração da rocha calcária, que posteriormente é britada e moída juntamente com a
argila, nas devidas proporções. Este composto é submetido a um sistema de pré-
aquecedores, que consiste em uma série de ciclones, para então atravessar zonas de
queima do forno rotativo. O elevado calor converte o composto em um novo material,
denominado clínquer, que apresenta-se na forma de nódulos. A partir deste ponto, ao
clínquer moído é adicionado gesso e/ou outras adições, passando esta mistura a ser
denominado cimento.
2.3.1.1 Cimento Portland: seus constituintes e suas reações de hidratação
O cimento Portland é constituído por uma série de elementos, sendo alguns
fundamentais à sua composição e outros que se encontram em menores proporções.
Abaixo são apresentados os principais componentes do cimento Portland.
CaO
Cal
SiO2
Sílica
Al
2
O
3
Alumina
Fe
2
O
3
Óxido de Ferro
MgO
Magnésia
SO
3
Anidrido Sulfúrico
Segundo COSTA (1999), quando se processa a mistura de matérias-primas que
contenha os constituintes relacionados anteriormente, em proporções convenientes, a
critérios previamente estabelecidos, é produzido o clínquer.
Neste processo ocorrem combinações químicas, principalmente no estado sólido, que
conduzem à formação dos seguintes compostos:
Revisão Bibliográfica 24
Silicato Tricálcico ( 3CaO.SiO
2
= C
3
S );
Silicato Bicálcico
( 2CaO.SiO
2
= C
2
S );
Aluminato Tricálcico ( 3CaO.Al
2
O
3
= C
3
A );
Ferro Aluminato Tetracálcico (4CaO.Al
2
O
3
.Fe
2
O
3
= C
4
AF ).
2.3.1.2 Principais reações de hidratação do cimento portland
Os compostos supracitados sofrem reações de hidratação, gerando os seguintes novos
compostos:
Reação de hidratação do C
3
S
[
]
22222
)(33.2.36.32 OHCaOHSiOCaOOHSiOCaO ++
(2.2)
Reação de hidratação do C
2
S
[
]
22222
)(3.2.34.22 OHCaOHSiOCaOOHSiOCaO ++
(2.3)
Reação de hidratação do C
3
A (temperatura inferior a 20º C)
OHOAlCaOOHCaOHOAlCaO
2322232
19..4)(18.3 ++
(2.4)
Reação de hidratação do C
3
A (temperatura superior a 50º C)
OHOAlCaOOHOAlCaO
232232
6..36.3 +
(2.5)
Reação de hidratação do C
3
A em presença de Gesso
[
]
OHCaSOOAlCaOOHOHCaSOOAlCaO
243222432
32.3..3262.3.3 ++
(2.6)
Por meio de cálculos estequiométricos foi comprovado que o C
3
S quando hidratado
produz 61% de C
3
S
2
H
3
e 39% de Ca(OH)
2
, sendo que sob a mesma condição de
hidratação o C
2
S é capaz de produzir 82% de C
3
S
2
H
3
e 18% de Ca(OH)
2
. Tendo em
vista que as propriedades adesivas da pasta de cimento Portland são principalmente
devidas à formação de silicato de cálcio hidratado, pode-se deduzir que a resistência do
cimento portland, terá um acréscimo a medida que se aumenta o teor de C
2
S,
Revisão Bibliográfica 25
aumentando assim também a sua durabilidade, devido ao menor teor de Ca(OH)
2
,
composto químico conhecido como portlandita, COSTA (1999).
Segundo COSTA (1999), os produtos da hidratação do cimento se dividem na seguinte
proporção, aproximadamente: 70% de C
3
S
2
H
3
, 20% de Ca(OH)
2
e 10% de outros
produtos.
A formação da portlandita [Ca(OH)
2
], principal produto da hidratação do cimento, é
regida pela reação do óxido de cálcio (CaO), ou cal virgem com a água de hidratação,
como apresentado:
22
)(2 OHCaOHCaO +
(2.7)
Em concretos contento somente cimento Portland, a carbonatação do Ca(OH)
2
é a que
realmente interessa. A reação do CO
2
com o hidróxido de cálcio (EQ.(2.8)) é a mais
simples e a mais importante no que tange a formação do CaCO
3
; pois as moléculas do
carbonato de cálcio são maiores que as da portlandita, provocando assim, uma expansão
dos poros do concreto e um conseqüente aumento destes, facilitando ainda mais o
ingresso de dióxido de carbono. Esta expansão provocada pelo CaCO
3
poderá ocasionar
a formação de fissuras na superfície do concreto.
2.3.1.3 Velocidade da carbonatação
O principal fator que controla a carbonatação é a difusividade da pasta de cimento
hidratada.
Segundo ALMEIDA (1990)
9
e JOHN e TUDISCO (1993)
10
apud COSTA(1999), “a
Revisão Bibliográfica 26
aumenta com o incremento da relação a/c;
varia com a natureza, finura e dosagem do cimento;
varia com a duração e as condições de cura, principalmente
no que tange à temperatura, umidade relativa e concentração
de CO
2
no ar;
diminui com a redução da porosidade e da permeabilidade, e
com o incremento da compacidade da pasta endurecida;
diminui com o aumento da resistência à compressão;
aumenta com a presença de fissuras.
Ainda segundo COSTA (1999) é possível afirmar que quanto maior o fator a/c, maior
será o teor de água no concreto, tornando o ambiente propício para haver a reação com
o CO
2
da atmosfera e, por conseguinte induzindo a formação do ácido carbônico
(H
2
CO
3
), que é reativo.
A finura e a dosagem do cimento são relevantes em relação à velocidade da
carbonatação, uma vez que eles determinam a porosidade do concreto, sua
permeabilidade e conseqüentemente sua difusividade.
2.3.2 Propriedades dos principais componentes do cimento Portland.
Utilizando a pesquisa feita por COSTA (1999), a TAB. 2.4, apresenta algumas das mais
importantes propriedades dos principais compostos do cimento Portland.
10
JONH, V. M. e TUDISCO, M. Durabilidade e carbonatação do concreto armado na revisão da NBR
6118, Anais, Seminário Sobre Qualidade e Durabilidade das Estruturas de Concreto, Porto Alegre, RS,
Brasil, 118-133 p, 1993
Revisão Bibliográfica 27
TABELA. 2.4 – Algumas propriedades dos principais componentes do cimento Portland.(COSTA, 1999)
2.3.3 Propriedades Físicas e Químicas do Cimento
As propriedades físicas do cimento Portland podem ser analisadas por meio de três
enfoques, sendo:
Componente
Nome Propriedades
1. Forma de pequenos grãos eqüidimensionais e incolores.
2. Principal responsável pela resistência a curto prazo, principalmente ao
fim primeiro mês de cura.
3. Segundo componente mais importante na produção do calor de
hidratação.
4. Segundo componente responsável pelo tempo de pega.
5. Sua forma impura é também conhecida como Alita.
C
3
S Silicato Tricálcico
6. Sua velocidade de hidratação é controlada pela velocidade de difusão
dos íons por meio das camadas sobrejacentes do produto hidratado.
1. Apresenta-se sob 3 formas diferentes:
- Em temperaturas elevadas - α-C2S
- Em temperaturas por volta de 1450oC - β-C2S
- Em temperaturas por volta de 670oC - γ-C2S
* Mas é a forma β-
C2S que está presente nos cimentos comerciais e sua
forma predominante é a de grãos arredondados, geralmente geminados.
2. Principal responsável pela resistência a longo prazo, principalmente ao
fim de um ano ou mais.
3. Sua forma impura é também conhecida como Belita.
4. Sua hidratação é controlada pela sua baixa
velocidade intrínseca de
reação.
C
2
S Silicato Dicálcico
5. O produto final da hidratação do C
2
S em uma relação cal /sílica de 1,65.
1. Forma partículas cristalinas retangulares.
2. Principal componente na produção do calor de hidratação.
3. Pr
incipal componente pela rapidez da pega, quando presente na forma
cristalina.
C
3
A Aluminato Tricálcico
4. Sua forma predominante é a de placas achatadas.
5. Atua como fundente na fabricação do cimento Portland.
C
4
AF
Ferro Aluminato
Tetracálcico
1. Apresenta-se sob a forma de solução sólida.
2. Atua como fundente na fabricação do cimento Portland.
Revisão Bibliográfica 28
o produto em sua condição natural, que no caso seria em pó;
a mistura de cimento e água produzindo a pasta;
e a interação da pasta com agregados, formando a argamassa.
Abaixo estão citadas cada uma de suas propriedades físicas.
Densidade:
Pode-se considerar a densidade absoluta do cimento Portland como 3,15 ,
sendo que esse valor pode sofrer algumas variações pequenas. A utilização desse valor é
necessária para calcular o consumo de cimento, nas misturas geralmente feitas com base
nos volumes específicos dos constituintes. Essa propriedade é variável com o tempo nas
pastas de cimento, sendo ampliada à medida que ocorre o processo de hidratação. O
nome dado a esse aumento de densidade com o progresso da hidratação é conhecido por
retração.
Finura:
Essa propriedade está relacionada com o tamanho dos grãos do cimento, e
pode ser definida de duas maneiras: pelo tamanho máximo do grão ou pelo valor da
superfície específica. A finura ou superfície específica do produto é o fator responsável
pelo controle da velocidade de reação de hidratação do cimento, sendo que este fator
também influencia nas qualidades das pasta, das argamassas e dos concretos.
Existe uma relação entre o aumento da finura e o aumento da resistência, sendo que este
aumento pode ser melhor identificado na resistência da primeira idade. Além disso, o
aumento da finura permite uma diminuição da exsudação, e outros tipos de segregação,
o aumento da impermeabilidade, da trabalhabilidade e da coesão dos concretos e ainda
diminui a expansão em autoclave.
O valor referente à finura se relaciona com a quantidade de área que pode ser encoberta
quando se dispõe os grãos paralelamente entre si. Desse modo, um cimento com uma
finura de 1 g/cm
2
, significa que um grama de cimento é capaz de cobrir 1 cm
2
.
Tempo de Pega:
Esse fenômeno abrange a evolução das propriedades mecânicas da
pasta no início do processo de endurecimento, sendo definido como o instante em que a
pasta adquire uma certa consistência tornando-a imprópria ao trabalho. O termo pega e
Revisão Bibliográfica 29
endurecimento são dois aspectos de um mesmo processo de hidratação do cimento,
ocorridos em períodos diferentes. A pega ocorre na primeira fase do processo e o
endurecimento na segunda e última.
Pasta de Cimento:
“A ocorrência da pega do cimento deve ser regulada tendo-se em
vista os tipos de aplicação do material, devendo-se processar ordinariamente em
períodos superiores a uma hora após o início da mistura. Para acelerar ou retardar o
início do processo de pega, usam-se os aditivos chamados de aceleradores e
retardadores de pega, respectivamente.”(BAUER,1995)
Resistência:
A resistência mecânica dos cimentos é obtida por meio dos ensaios de
ruptura de corpos-de-prova submetidos à compressão. Em quase todo o mundo, os
corpos-de-prova são cúbicos com as arestas variando de 5cm a 7cm. Somente no Brasil
e Uruguai estes são cilíndricos, com as dimensões da altura e diâmetro sendo de 10cm e
5cm, respectivamente.
Exsudação:
A água deve ser empregada na quantidade estritamente necessária para
envolver os grãos, permitindo a hidratação e posterior cristalização do cimento. Quando
existe muita água na mistura, o excesso migra para a superfície pelo processo de
exsudação. Desta forma exsudação é o fenômeno que consiste na separação espontânea
da água de mistura, uma vez que os grãos de cimento são mais pesados que as
moléculas de água, fazendo com que eles tendam a se sedimentar, por gravidade
deixando atrás de si vazios chamados de porosidade capilar. Esse fenômeno é um tipo
de segregação que ocorre antes do início da pega, e que prejudica a uniformidade, a
resistência e a durabilidade dos concretos. A finura do cimento é um fator que afeta a
exsudação, reduzindo-a. Isto pode ser entendido, considerando-se que diminuindo os
espaços intergranulares aumenta-se a resistência à passagem de água.
Na seqüência serão abordadas as propriedades químicas do cimento Portland. Esses
processos estão interligados ao processo de endurecimento por meio da hidratação.
Estabilidade:
“A estabilidade do cimento é uma característica ligada à ocorrência
eventual de indesejáveis expansões volumétricas posteriores ao endurecimento do
Revisão Bibliográfica 30
concreto e resulta a hidratação de cal e magnésia livre nele presentes” (BAUER,1995).
A cal (CaO) ao ser hidratada após o endurecimento da pasta de cimento, amplia seu
volume, provocando o aparecimento de tensões internas que conduzem à
microfissuração, podendo acarretar uma completa desagregação do material. Este
fenômeno ocorre com maior razão com o óxido de magnésio (MgO). Por isso, as
normas limitam não a proporção deste composto, como a do óxido de cálcio (CaO)
também.
Calor de Hidratação:
O calor de hidratação ocorre no decorrer do processo de
endurecimento do cimento, à medida que as reações de hidratação se processam. A
intensidade desse calor de hidratação varia de acordo com as proporções de silicato e
aluminato tricálcios. O calor de hidratação do cimento Portland comum oscila entre 85 e
100 cal/g, podendo variar entre 60 e 80 cal/g nos cimentos de baixo calor de hidratação.
Segundo BAUER (1995), os valores do calor de hidratação dos constituintes dos
cimentos são os apresentados na TAB. 2.5.
TABELA 2.5 – Calor de hidratação dos componentes do cimento.
Componentes Calor de hidratação (cal/g)
C
3
S 120
C
2
S 62
C
3
A 207
C
4
AF 100
Magnésia 203
Cal 279
Resistência aos Agentes Agressivos
: Dentre os constituintes do cimento, aqueles que
sofrem os ataques químicos são os silicatos de cálcio mais ou menos hidratados e
principalmente a cal hidratada, que se encontra presente no cimento hidratado. Os
agregados, por serem de natureza predominantemente inertes, não são tão susceptível
aos ataques. O hidróxido de cálcio que apresenta entre 15% a 20% do peso do cimento
original constitui o ponto mais vulnerável.
Revisão Bibliográfica 31
As águas ácidas, oriundas da chuva, com uma certa quantidade de gás carbônico
dissolvido, agem sobre a cal do cimento hidratado. O decorrer deste processo varia com
a concentração do anidrido carbônico, caso o teor de CO
2
seja pequeno, então ocorrerá a
formação do carbonato de cálcio (CaCO
3
), que é um composto pouco solúvel. Devido
ao fato de suas moléculas serem maiores que as do hidróxido de cálcio (Ca(OH)
2
) elas
obstruirão os poros, constituindo proteção a futuros ataques. No entanto, se a
concentração é relativamente alta, o carbonato formado ira se dissolver como o
bicarbonato, prosseguindo o ataque até completa exaustão da cal presente. Em seguida é
desencadeado o ataque aos sais de cálcio.
2.3.4 Hidrólise dos componentes da pasta de cimento
Os cloretos, sulfatos e bicarbonatos de cálcio e magnésio estão presentes em rios, lagos
e também em lençóis freáticos, constituindo a chamada água dura e como se sabe essa
água não agride os constituintes da pasta de cimento Portland. Já a água pura
proveniente da condensação de neblina ou vapor e água mole originária da chuva ou da
fusão de neve e gelo, pode possuir poucos ou nenhum íon de cálcio (Ca
++
). O encontro
dessas águas com a pasta de cimento Portland tendem a hidrolisar ou dissolver os
produtos contendo cálcio. Segundo METHA & MONTEIRO (1994), “uma vez que a
solução de contato atingisse o equilíbrio químico, a hidrólise adicional da pasta de
cimento iria parar. Entretanto, no caso de água corrente ou infiltração sob pressão, irá
ocorrer a diluição da solução de contato, proporcionando, portanto, a condição para a
continuação da hidrólise. Em pastas hidratadas de cimento Portland, o hidróxido de
cálcio é o constituinte que, devido à sua solubilidade relativamente alta em água pura
)/1230(
λ
mg
, é mais suscetível à hidrólise. Teoricamente, a hidrólise da pasta de cimento
continua até que a maior parte do hidróxido de cálcio tenha sido retirada por lixiviação;
isto expõe os outros constituintes cimentíceos à decomposição química.”
Mesmo com a perda de resistência, a lixiviação do Ca(OH)
2
do concreto deve ser
considerada indesejável por razões estéticas, que o produto lixiviado interage com o
gás carbônico presente no ar e resulta na precipitação de crostas brancas de CaCO
3
na
superfície. Tal fenômeno recebe o nome de eflorescência.
Revisão Bibliográfica 32
2.3.5 Água como um agente deteriorador
Para COSTA (1999), à priori, a água é o agente primário necessário tanto na criação
quanto na destruição de muitos materiais na natureza. É o pi para a maioria dos
problemas de durabilidade do concreto. No caso dos materiais porosos, sabe-se que a
água é o agente de vários tipos de processos físicos de degradação agindo como veículo
para o transporte de íons agressivos, a água também pode ser uma fonte de processos
químicos deletérios. Em segundo lugar os fenômenos físico-químicos relacionados com
movimentos da água em sólidos porosos são regulados pela permeabilidade do sólido.
Por último, a taxa de deterioração é afetada pelo tipo de concentração de íons na água e
pela composição química do sólido.
Segundo MEHTA & MONTEIRO (1994), a água é o líquido de maior fartura na
natureza, podendo ser encontrada no mar, lençóis freáticos, rios, lagos, chuva, neve e
vapor. Sendo composta por pequenas moléculas, estas são capazes de infiltrar-se em
cavidades e poros consideravelmente finos. Como solvente, a água é notável por sua
habilidade de dissolver mais substâncias do que qualquer outro líquido conhecido. Esta
propriedade responde pela presença de muitos íons e gases em algumas áreas, as quais,
por sua vez, tornam-se capazes de causar decomposição química de materiais sólidos.
Outra propriedade da água é sua temperatura de evaporação, a qual é a maior entre os
líquidos comuns. Assim, sob temperaturas usuais, ela tende a permanecer no material no
estado líquido, ao invés de evaporar e deixar o material seco.
2.4 Trabalhos Utilizando a água tratada magneticamente no concreto
Como é sabido, o cimento ao sofrer reações para se constituir no concreto, processa
várias reações sendo umas delas a formação do CaCO
3
, que como foi apresentado sofre
grande influência da água tratada magneticamente e acarreta grandes inconvenientes
para a durabilidade e estabilidade do concreto, juntamente a isso, freqüentes pesquisas
tem sido realizadas com o intuito de melhorar a qualidade do concreto e reduzir o
consumo de cimento em sua preparação.
Revisão Bibliográfica 33
LAZARENKO & ZHURAVLEV (1985), constataram que se a água tratada com campo
magnético, fosse utilizada na preparação do concreto, haveria uma melhora na
qualidade do mesmo, aumentando a resistência à compressão, a densidade e a
resistência ao impacto. Além disso, foi comprovado que a porosidade do concreto e a
absorção de água são menores, levando a uma maior dureza do material.
A combinação das melhorias advindas de cada um destes parâmetros pode conduzir a
uma economia de até 30% de cimento e no caso específico da resistência à compressão,
existe na literatura um consenso de que se pode ter ganhos de até 22%, LAZARENKO
& ZHURAVLEV (1985), BOICHENKO & SAPOGIN (1977).
Uma variação do tratamento magnético da água, destinada à fabricação do concreto, é a
adição de Fe
3
O
4
em na água a ser tratada magneticamente, numa porcentagem que
varia de 0,5 a 2% em peso da quantidade de cimento utilizada.
Segundo LAZARENKO & ZHURAVLEV (1985), a introdução deste aditivo
ferromagnético fornece um aumento adicional de 6-8 %, comparado com a resistência à
compressão do concreto preparado com a água tratada magneticamente sem aditivos.
Segundo SU (2000), o concreto produzido com a água tratada magneticamente induz a
redução da adsorção para a superfície de contato das substâncias na interface entre a
água e cimento. Este aspecto influi no processo de hidratação e cura do cimento, pois
quando se faz a mistura de água e cimento a reação de hidratação irá primeiramente
reagir nas superfícies das partículas de cimento. Com isso a fina camada dos produtos
de hidratação é formada por partículas de cimento, que impedem uma longa hidratação
dessas partículas, deste modo quando a água tratada magneticamente é usada, as
moléculas de água, podem facilmente penetrar pelas partículas de cimento, permitindo
uma melhor hidratação do processo e um aumento na resistência mecânica do concreto.
Outros pesquisadores, em cidades industriais da Rússia e China, têm mostrado que
utilizando a água tratada magneticamente na produção do concreto pode-se ter um
Revisão Bibliográfica 34
ganho, de trabalhabilidade, de aceleração da reação de hidratação, aumento da
resistência à compressão e melhora na impermeabilidade e resistência ao resfriamento-
aquecimento.
Segundo SU (2003), a razão pela qual a água tratada magneticamente pode melhorar as
características do concreto se deve à sua estrutura molecular. A água é uma substância
polar, que tende a ser atraída por ligações de hidrogênio e formam conjuntos como
ilustrado na FIG. 2.8.
FIGURA 2.8– Efeito do campo magnético na moléculas de água: (a) Conjunto de moléculas de água
termodinamicamente estável; (b) Moléculas de água após a passagem pelo campo magnético.
Quando as partículas de cimento são envolvidas pela água tratada magneticamente de
mesma carga elétrica, estas partículas serão repelidas entre si dispersando-se com maior
facilidade pela mistura da água. Além disso, quando a hidratação ocorre, esta se
formando camadas de hidratação do cimento exterior, o que previne a penetração das
moléculas de água. Como as moléculas de água magnetizada estão em pequenos
conjuntos, eles podem penetrar por meio das camadas de hidratação mais facilmente, o
que permite que uma hidratação mais completa.
De acordo com o estudo feito por SU (2003), a água magnetizada altera a
microestrutura da pasta de cimento, como mostrado na FIG. 2.9 e FIG. 2.10.
Revisão Bibliográfica 35
FIGURA 2.9–
Cristais de hidróxido de cálcio na pasta de cimento, preparada com água de torneira. (SU, 2003)
FIGURA 2.10– Cristais de hidróxido de cálcio na pasta de cimento, preparada com água tratada
magneticamente. (SU, 2003)
Para SU (2003) a morfologia dos produtos da hidratação tais como C
3
S
2
H
3
em gel,
etringita(sulfoaluminato de cálcio) e pasta hidratada de monsulfato produzido com água
tratada magneticamente é similar ao produzido com água de torneira. Entretanto, largos
cristais de Ca(OH)
2
com placas hexagonais são observadas na FIG. 2.9 que foi
produzida com água de torneira. As moléculas da água de torneira tendem a se
aglomerar entre si formando conjuntos. As largas placas de Ca(OH)
2
, na qual se
encontra na zona de transição, podem ser produzidas depois do cimento ter reagido com
estes conjuntos de moléculas de água. Na FIG. 2.10 mostra-se que os cristais de
Revisão Bibliográfica 36
Ca(OH)
2
na pasta de hidratação tende a ser menores e formados separadamente, porque
as pequenas moléculas da água tratada magneticamente reagem com o cimento. Esta
diferença explica porque a resistência à compressão de materiais cimentícios com água
magnetizada são maiores que os com água de torneira.
3
E
Ensaios e Metodologia 38
3.2 Ensaios Não-destrutivos
Os ensaios não-destrutivos (END) são aqueles que não geram nenhum tipo de dano à
estrutura que se está ensaiando, uma vez que não provocam perda na capacidade
resistiva da mesma.
Estes podem ser realizados em qualquer idade, sendo que na maioria das vezes,
utilizam-se para estruturas novas, buscando ter um controle da evolução de sua
resistência e de outras propriedades relevantes em estruturas de concreto como:
corrosão, índice de vazios e permeabilidade. Quando aplicado a estruturas existentes
visam avaliar a sua integridade e capacidade resistiva a novas cargas.
De maneira geral, é permitido dizer que os ensaios não destrutivos são convenientes
para:
controle tecnológico;
monitoramento do desenvolvimento da resistência;
localização e determinação da extensão de fissuras, vazios e falhas de
concretagem;
avaliação do potencial de durabilidade do concreto;
verificação de danos provocados por incêndios;
acompanhamento dos efeitos de aditivos e adições;
3.2.1 Ultra-som
Os primeiros relatos sobre estudos com ondas ultra-sônicas são datados de 1945, nos
Estados Unidos. No início dos anos 70, surgiu o aparelho Portable Ultrasonic Non
Destructive Digital Indicating Tester (PUNDIT), que por se tratar de aparelho portátil,
de pouco peso e bateria própria viabilizou a utilização do ultra-som em estruturas
executadas.
Ensaios e Metodologia 39
Segundo COSTA(2004), o equipamento de ultra-sonografia foi desenvolvido
inicialmente, para avaliar a uniformidade no interior das estruturas e a espessura do
cobrimento, monitorando as alterações internas da estrutura, detectando defeitos e
anisotropia do material.
Mediante o fato do concreto ser um material muito heterogêneo, o tempo de propagação
da onda ultra-sônica no seu interior, varia com uma série de fatores que podem ser
divididos em dois grupos sendo:
Grupo 1 – Fatores Internos à Estrutura do Concreto
Natureza do agregado miúdo.
Natureza do agregado graúdo.
Tipo de cimento.
Relação a/c do concreto.
Ensaios e Metodologia 40
no concreto, menor a velocidade do pulso ultra-sônico (UPV). Conhecendo-se a
distância entre os transdutores emissor e receptor da onda ultra-sônica e medindo-se o
tempo decorrido para este percurso calcula-se a velocidade de propagação da onda no
concreto, podendo-se a partir da comparação com valores pré-definidos qualificar se o
concreto é mais ou menos compacto, homogêneo, etc..
A propagação das ondas sonoras se da seguinte forma: Quando uma partícula é
impulsionada, ela começa a vibrar e passa sua energia para as partículas adjacentes.
Desse modo, a energia se propaga de uma partícula para as outras do meio. O ensaio se
por meio da leitura das ondas longitudinais, que são aquelas nas quais as partículas
do meio vibram na mesma direção da propagação da onda. A velocidade de propagação
do som de uma onda longitudinal pode ser calculada pela EQ.(3.1)
)21)(1(
)1(
µµρ
µ
+
=
ci
L
E
V
(3.1)
Onde: E
ci
= módulo de elasticidade de Young na origem (N/m
2
)
µ = constante de poisson
ρ = densidade do material (kg/m
3
)
As espessuras mínimas e máximas das peças dependerão da freqüência das ondas ultra-
sônicas geradas, de modo que quanto menor a freqüência, maior a espessura/distância
que poderá se utilizada.
De acordo com a NBR 8802:1994, é possível acoplar os transdutores à superfície de
concreto de três maneiras distintas, sendo necessário uma perfeita lubrificação dos
mesmos com graxas ou vaselina em pasta. A FIG. 3.1 indica quais são as três maneiras
possíveis de se acoplar os transdutores.
A NBR 8802:1994, ainda relata que os resultados devem ser apresentados referentes à
velocidade, que é calculada utilizando-se a EQ.(3.2)
Ensaios e Metodologia 41
t
L
V =
(3.2)
Onde: V = velocidade de propagação (m/s)
L = distância entre os pontos de acoplamento dos centros das faces dos
transdutores (m).
t = tempo decorrido desde a emissão da onda até a sua recepção (s)
(a) Transmissão direta (b) Transmissão indireta
(c) Transmissão semi-direta
FIGURA 3.1– Posicionamento dos transdutores, segundo NBR 8802:1994
Ensaios e Metodologia 42
Segundo a NBR 8802:1994, é possível dizer que vários fatores influem nos valores da
velocidade de propagação das ondas, sendo necessário um grande cuidado no sentido de
evitar equívocos de leitura e interpretação de dados. A seguir são expostas algumas
variáveis que apresentam influência nos resultados e que, por isto, devem ser
consideradas:
Tipo de Concreto: nos chamados concretos leves a velocidade de propagação
da onda é menor do que nos concretos normais, para uma resistência à
compressão especificada;
Umidade do Concreto: a velocidade de propagação aumenta com umidade do
concreto e esta influência acaba sendo de maior intensidade em concretos com
níveis de resistência menores.
Nível de resistência do concreto: segundo o ACI 228.IR-89 os resultados de
velocidade são pouco sensíveis às variações da resistência, principalmente
quando o concreto tem resistência acima de 30 MPa. À medida que a resistência
é aumentada, ocorre um decréscimo de sensibilidade do ensaio, levando a crer
que é questionável o uso desta técnica para estimativa de resistência do concreto.
Acabamento superficial do concreto: a regularidade da superfície e o
acoplamento perfeito dos transdutores são fatores de extrema importância na
qualidade dos resultados a serem obtidos, utilizando-se com esta finalidade um
gel de acoplamento dos transdutores.
Temperatura: pequenas variações de temperatura não têm grande influência
nos resultados de velocidade de propagação, contudo fora da faixa de 5ºC a 30ºC
os valores começam a serem afetados por esta variável.
Barras de Aço embutidas no Concreto: conforme o ACI 228.IR-89, a
velocidade do pulso é aproximadamente 40% maior no aço do que no concreto,
desse modo, é permitido concluir que as armaduras podem afetar
consideravelmente os resultados. A influência das armaduras é função do
diâmetro das barras e da sua posição em relação à direção da trajetória das ondas
emitidas pelo aparelho de ultra-som.
Ensaios e Metodologia 43
3.2.1.1 Determinação da Homogeneidade do Concreto
Segundo COSTA (2004), o método de velocidade do pulso ultra-sônico auxilia na
determinação da homogeneidade do concreto, e posteriormente para garantir a
qualidade do mesmo. As heterogeneidades das peças de concreto, causam variações na
velocidade do pulso, deste modo a resistência do concreto, varia em uma estrutura por
causa das variações no material, fornecimento, mistura e por uma variada ou
inadequada compactação. O método de velocidade de propagação da onda ultra-sônica é
efetivo no estabelecimento de dados comparativos e para a avaliação qualitativa do
concreto.
Para a análise dos dados qualitativos, deve ser feito um sistema de distribuição de
pontos em forma de malha, de modo que toda a estrutura seja contemplada. Para isso,
dependendo da quantidade de concreto a ser analisado, o tamanho da estrutura, a
variabilidade esperada e a precisão requerida, o espaçamento entre os pontos da malha
deve ser de aproximadamente 30 cm. Outras aplicações desta comparação qualitativa
são a verificação da densidade do concreto e a localização de áreas de concreto poroso.
3.2.1.2 Aparelho para Ultra-sonografia
Para este ensaio utilizou-se o aparelho V Meter Mark II produzido pela James
Instruments Inc. Non Destructive Testing Systems (FIG. 3.2).
De acordo com a literatura para corpos rígidos de concreto é possível utilizar pelo
menos três tipos de transdutores com freqüências distintas, sendo estas de 20 kHz, 54
kHZ e 150 kHz (FIG. 3.3). A primeira é indicada na maioria das vezes para corpos de
provas oriundo de estruturas já consolidadas, sendo possível250]TJ-262..841257(c)3.f0T 1257(c1257(e)3.25926(p)-0.841257.25987(m)-3.31367(1257(e)3.25926(p)-0..841257(s)-1.65684( )-1( )-361.026(p)-0.8412(d)-0.8 )-100.591(kú)3.25987(s)-1.656857(o)-0.841257(r)2.44429( )-140.656(d)-0.8412577( )-260.858(e330257(ez)3.25987(o)-0.840034(u)-0.825987( )-210.774(330257(e))2.44551(.)-0.420725( )]TJ-25o)-0.841257(s)-1.65684( )-100.589(t)-2330257(e(d)-10.8581(e)3.25987( )-8330257(ez)3.25987(o)( )-140.656(s)-1.6568457(s)-1.65806( )-70.5384(d)-1696( )-330257(e)-3.31245(a)3.25952(l)-l260.861(j)-2.47242(á)3.25987( )-260.858(c)3.)2.44551(p)-0.841257(o)-0.330257(et)-2.47242(o)-0.841257(,330257(e41257(d)-0.841257(u)-b60.858(c)3.)2.44551(p)-(s)-1.65561( )-70.53)-1.65561(só2.44551(p)-(s(V)0.78858910.4375( )-461.192(e)3.2587(o)-0.841257(m)0.841257(s)-1.6330257(e7(r)2.44429(e)-6.75696(c)3.25743(i1.6330257(e2 0 Td[(s)-1.65561(t-0.330257(et)-2.47242)-0.841257(o)-0.841257(u)-0.841257( )250]TJ-279.645 -20.7(t)-2.47242(e)3.259-0.330257(e)-2.4724455561(a)3.25987(m)-3.313.841257(u)-0..25987( )-80.5553(c78858917(o)-0.84125749(a)3.25743(m)-3.35187( )]TJb)-0.841257( )250]TJ--1.656857(o4(e)3.25987( )-361.04)-4.94239(I(s)-1.63056857( )Tj20.64 )-361.04)-4-284.088 -20.76 Td[(Iu)-0.841257(2.44551(I)12.4623( )-3610.841257(s)-1.63056857f62.595 -20.64 Td[(p))2.44551(.)-0.420725)-0.841257(1.6405687n)-10.8581(s)-1.65561(d)-0.841257(e)3.25987(q)-(M)-2.49687(a)3.25987(57(s)-1.65806( )-70.53.841257(v)-0.841257(a)3.2593056857o)-0.841257(s)-629(()2(e)3.25987(l)305685710.4375(3)-0.841451())2.44429(..841257(a)3.259305685767.998 -20.76 Td[(d)-0.843056857.25987(s)-1.65561(,)-0.25987()-0.4-6.75696( )-80.5553(.841257(v)-0.841257(a)3.2593056857f)-70.5384(p)-0.841250.841257(a)3.25987(d)-.841257(a)3.2593056857o)-0.841257(s)-25987(q)-(M)-2.49681.63056857( )Tj20.64)-2.47119(e4.94239(e)3.25375(I933.2593056857(g)9.17557(841257(d)-0.841257(o)-0.841257( )-240.8257( )-2412803(O)0.788679(S)-4.94233056857.841257(d)-0.841257(e)3)3.25987( )-80.5553(c))-0.4- )-100.591(k-284.088 -297(t)-2.46997(a)3.25743(t31367(p)-0.841257((e)3.25987(r)2.44429( 409 0 0 1 99.2395 324.561 Tm( )Tj0.841257(a)3.25987(l0.64 Td[(s)-1.65622( )-220.791(c)3.25987-1.65561(t)-2.47242(i)a)3.25987(,)-10.4375Tj0.841257409 0 0 1 9ã)3.25926(( )-60.5216()-0.841257( )-240.8[(s)-1.65622(ã)34 Td[(p))2.445510.841257(o)-10.8581(s)-1.65561( )-210.774(q),)-10.4375Tj0.84125765684( )-260.858(o)-0.8412.84125741257(d)-0.p)-0.841250.841257(a)3.25987(d)-( )-80.5553(a)-6.75696( )-90.5721(e0.841257(a)3.25987(l)-2.47242(i)-2)-12.4892Te)3.25987(s)47242(9.748)-0.841257(i)-2.472o)-0.841257(s)-25987(q)-Tj0.84125765684( )-260.858(o)-0.8412.841257)3.25987(q)-(M)-2.0.77257(a)3.25987(d)9.17557(e)3.25952( )-10.4375(d)(r)2.44551(a)3.25987( )-210.774(a)3.25987( )-.84125765641257( )-260.858(t)-12.841257(a)-6.75696(g)9.17557(a)3.25987(ç)-6.75696257(u)-0.841257.841257( )-10.4375551(a)3.25987(ç)7(t)-2.47242(e)3.2o)-02(o)-0.9.748)987(l)-2.46997(i)-2.469658 0 Td[(o)-0.841257( )-240.8[(p))2.445510.841257(o0.841257(s)-1.6541254.420629( )-80.5554(d)-0.84]TJ276.403 0 Td[(o)-(a)3.25987(l)-2.47242(i)-2)-41254.4926(r)2.4449(a)3.25926( )41254.4t)-2.47119(e)3.25987( )-361.026(e)3.25987(n)-0.841257(s)-1)3.25987(l)-1.655616( )41254.4çtip t hsss qMa o 2as774(s)-1.1254.4e on4
Ensaios e Metodologia 44
FIGURA 3.2– Ultra-som V Meter Mark II – James Instruments Inc. Non Destructive Testing Systems
FIGURA 3.3– Transdutores de 150 kHz
O modo como os corpos-de-prova foram preparados para este ensaio será descrito mais
adiante neste capítulo.
3.3 Ensaios Destrutivos
Os ensaios destrutivos são aquele, como o próprio nome diz, que acarretam a estrutura
ou aos corpos de provas danos irreversíveis. Estes ensaios estão atualmente bem
Ensaios e Metodologia 45
disseminados no meio cientifico, possuindo grande importância. Eles são descritos por
meio das NBR 5739:1994 e da NBR 8522:2003, como exposto a seguir.
3.3.1 Resistência à Compressão
Para ensaiar os corpos-de-prova foi utilizado como base a norma NBR 5739:1994, que
discorre sobre como proceder o ensaio e qual equipamento utilizar para o mesmo.
Seguindo essa referência utilizou-se a máquina servo-controlada PC 200 EMIC
(FIG. 3.4), que se enquadra nas característica pré-estabelecida pela norma. Este
equipamento possui um sistema de aquisição de forças digital, cuja a carga máxima
atingida é emitida em um relatório final (VER ANEXO A).
FIGURA. 3.4– Máquina Servo Controlada – PC 200 - EMIC
Este equipamento é totalmente controlado por um computador, possibilitando que a
carga de ensaio seja aplicada continuamente e sem choques.
Ensaios e Metodologia 46
Para o cálculo da resistência à compressão deve-se dividir a carga de ruptura pela área
da seção transversal do corpo de prova, devendo-se o resultado ser expresso com
aproximação de 0,1 MPa.
Segundo a NBR 5739:1994, é necessário que os corpos-de-prova sejam rompidos em
idades especificadas com tolerâncias máximas conforme a TAB. 3.1, sendo importante
frisar que a idade deve ser contada a partir do momento em que o cimento é posto em
contato com a água de mistura.
TABELA 3.1– Tolerância de tempos para o ensaio de compressão em função da idade de ruptura
(NBR5739:1994)
Idade do Ensaio Tolerância Permitida
24 h ± 30 min ou 2,1%
3 d ± 2 h ou 2,8%
7 d ± 6 h ou 3,6%
28 d ± 20 h ou 3,0%
60 d ± 36 h ou 2,5%
90 d ± 2 d ou 2,2%
3.3.2 Módulo de Elasticidade
O ensaio de Módulo de Elasticidade é feito de acordo com a NBR 8522:2003.
Esta norma visa estabelecer métodos para a determinação dos módulos estáticos de
elasticidade e de deformação, à compressão, do concreto endurecido, em corpos-de-
prova cilíndricos, objetivando traçar o diagrama tensão-deformação. Para tanto é
necessário que exista um equipamento que seja capaz de aplicar a carga indicada na
razão especificada e mantê-la ao vel requerido, durante todo o procedimento de
ensaio. A máquina utilizada para o ensaio do módulo de elasticidade foi a DL 3000
(FIG. 3.5), produzida pela EMIC e de propriedade do Laboratório de Análise
Ensaios e Metodologia 47
Experimental de Estruturas (LAEES), pertencente ao Departamento de Engenharia de
Estruturas (DEES), da Escola de Engenharia da UFMG.
Esta máquina aplica o carregamento e aumenta a deformação específica à velocidade de
((10 ± 2)x10
-6
s
-1
, de acordo com a NBR 8522:2003), tendo sido para isso desenvolvido
um script (software), que foi instalado no computador de controle da maquina DL 3000
e disponibilizado para a utilização no LAEES.
Para medir a deformação foram utilizados instrumentos conhecidos como Strain-Gage
(extensômetro eletrônico para medição de pequenas deformações em corpos de prova
rígidos), que foram afixados de maneira que os pontos de medição ficassem
eqüidistantes dos extremos do corpo-de-prova, com tolerância de ± 5 mm.
FIGURA 3.5– Máquina DL 3000 – EMIC
Ensaios e Metodologia 48
Nas FIG. 3.6 e FIG. 3.7, apresentam-se respectivamente, o Strain-Gage e a maneira
como o mesmo foi afixado no corpo-de-prova, a ser ensaiado.
FIGURA 3.6– Strain Gage
FIGURA 3.7– Strain Gage afixado ao corpo de prova.
Ensaios e Metodologia 49
Ainda segundo a NBR 8522:2003, para o cálculo do módulo de elasticidade, E
ci
, em
GPa, é necessário que se aplique uma tensão de aproximadamente 30% da resistência à
compressão do concreto (σ
b
), sendo mantido este nível de tensão por aproximadamente
60 s. Posteriormente deve ser utilizada a EQ. (3.3), para o cálculo da mesma.
33
10
)(
)(
10
=
=
ab
ab
ci
E
εε
σ
σ
ε
σ
(3.3)
Onde:
σ
b
é a tensão maior, em MPa (
σ
b
= 0,3 f
c
);
σ
a
é a tensão básica, em MPa (
σ
a
= 0,5 MPa);
ε
b
é a deformação especifíca média dos corpos de prova ensaiados sob a tensão maior;
ε
a
é a deformação específica média dos corpos de prova ensaiados sob a tensão básica.
Lembrando que o resultado deve sempre ser arredondado para a primeira casa decimal e
expressos em GPa.
A modelagem, preparação e armazenamentos dos corpos-de-prova serão feitos de
acordo com a NBR 5738:1994 e será apresentada nos itens a seguir.
3.4 Procedimento Experimental
Para o desenvolvimento do projeto experimental, a metodologia dos trabalhos é uma
etapa importante abrangendo tanto o sistema de magnetização a ser utilizado como os
procedimentos de moldagem, cura e preparação dos corpos-de-prova, para a realização
dos ensaios.
Assim, as etapas de produção e ensaios dos corpos-de-prova de concreto tiveram seus
procedimentos planejados para promover um estudo comparativo entre o concreto
Ensaios e Metodologia 50
fabricado convencionalmente e aquele produzido utilizando-se água tratada
magneticamente.
Por meio do estudo feito por SU (2000), sobre as amostras de concreto produzido com
água tratada magneticamente, observou-se que o tratamento magnético influi na
resistência do concreto para diferentes traços em dois pontos distintos (cristas), sendo
estes na faixa de 0,2 a 0,4 Tesla(T) e outro nas proximidades de 0,8 T, respectivamente.
(FIG. 3.8).
fck x water magnetic - Cimento comum
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
water magnetic (Tesla)
fck (MPa)
idade 7 dias
idade 28 dias
idade 56 dias
fck x water magnetic - Cimento 5%
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
water magnetic (Tesla)
fck (MPa)
idade 7 dias
idade 28 dias
idade 56 dias
fck x water magnetic - Cimento 15%
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
water magnetic (Tesla)
fck (MPa)
idade 7 dias
idade 28 dias
idade 56 dias
Ensaios e Metodologia 51
FIGURA 3.8– Gráficos analisando os dados obtidos por SU (2000)
Em função deste estudo desenvolvido por SU (2000) e o trabalho de LAZARENKO &
ZHURAVLEV (1985), discutiu-se a possibilidade de atingir um campo magnético de
intensidade aproximada de 0,8 T (crista global), tendo sido esta hipótese, descartada
uma vez que para alcançá-lo seria necessário a criação de um eletroímã que levaria a um
aumento da temperatura externa, necessitando de um aparelho para troca do calor
elevando sobremaneira os custos de operação deste trabalho.
3.4.1 Condicionador físico
O aparelho utilizado para magnetização da água foi o condicionador físico (FIG. 3.9)
produzido pelo professor Wellerson Romaniello. Este equipamento possui o princípio
apresentado no item 2.2.3.1 e possui duas placas de imãs distanciadas, de modo a
permitir um fluxo de água “optimal” e perpendicular ao campo magnético produzido.
FIGURA 3.9– Condicionador físico
fck x water magnetic - Cimento 25%
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
water magnetic (Tesla)
fck (MPa)
idade 7 dias
idade 28 dias
idade 56 dias
Ensaios e Metodologia 52
Na FIG. 3.10 é apresentado um esquema de como estas placas estão instaladas no
condicionador físico.
FIGURA 3.10– Esquema do condicionador físico
3.4.2 Esquema Experimental Para Magnetização da Água
Levando-se em consideração as necessidades impostas pelo campo magnético a ser
atingido (entre 0,2 T e 0,4 T) e da disponibilidade do condicionador físico e dos
equipamentos do LAEES, chegou-se à conclusão que este esquema experimental
(FIG. 3.11) deve atender aos seguintes critérios:
1)
altura de bombeamento do reservatório até o Condicionador Físico,
aproximadamente 1 (um) metro;
2)
velocidade ideal do fluxo, entre 900m/h a 1200m/h ou 0,25 m/seg a 0,33 m/seg;
3)
registro de gaveta acoplado ao Condicionador Físico, para controle desta
velocidade;
4)
bomba com capacidade mínima de 2000 L/h.
5)
tubulação de aproximadamente 2,0 metros para que o fluxo passe pelo
Condicionador Físico, com um escoamento contínuo e sem alterações bruscas ou
turbulentas.
Ensaios e Metodologia 53
Por meio destas definições preliminares, foi desenvolvido o esquema experimental
conforme a FIG. 3.11 e depois instalado no LAEES, conforme as FIG. 3.12 e FIG. 3.13.
O esquema sofreu algumas alterações devido ao espaço disponível no LAEES, para a
execução do esquema.
Na FIG. 3.11, os índices indicam:
(I) – reservatório de armazenagem;
(II) – bomba centrífuga com capacidade de 2000 L/h;
(III) – registro de vazão;
(IV) – condicionador Físico;
(V) – reservatório de captação.
FIGURA 3.11– Croqui do esquema experimental
V
I
III
IV
II
Ensaios e Metodologia 54
FIGURA 3.12– Foto da instalação do esquema experimental
FIGURA 3.13– Foto da instalação do esquema experimental
Neste sistema de magnetização, a água foi retirada do reservatório de armazenamento
por meio de uma bomba centrífuga, instalada dentro do mesmo (FIG. 3.14) e bombeada
até o condicionador físico, onde sofria todo o tratamento magnético. Ao final da
tubulação foi acoplado um registro de gaveta, regulado por meio de testes para alcançar
uma velocidade de 0,30 m/seg, dentro do intervalo de velocidades acima determinado.
Ensaios e Metodologia 55
FIGURA 3.14– Bomba centrífuga
A água magnetizada foi armazenada no reservatório de captação, sendo posteriormente
utilizada na moldagem dos corpos-de-prova. É importante salientar que a magnetização
da água ocorria momentos antes da fabricação dos mesmos, uma vez que a bibliografia
diverge em relação ao tempo que esta se mantém magnetizada, uma vez que vários
fatores influenciam este processo, como: a temperatura ambiente, o grau de agitação do
líquido, dentre outros. Alguns autores afirmam que água pode apresentar os efeitos da
magnetização até 6 (seis) horas após início do processo.
3.4.3 Comprovação da magnetização da água
Devido ao fato que as alterações ocorridas na água são micro-estruturais ou internas, ou
seja, não perceptível a olho nu, foram propostos para a comprovação da magnetização
dois ensaios:
1)
análise do campo magnético gerado pelos imãs internos ao Condicionador
Físico;
2)
análise do valor da tensão superficial da água.
Estes ensaios são apresentados a seguir.
Ensaios e Metodologia 56
3.4.3.1 Ensaio Para Medição do Campo Magnético Gerado Pelo Condicionador
Físico
Para a comprovação que os imãs internos ao Condicionador Físico se encontrava em
perfeito estado e atingia um campo na faixa de 0,2 T a 0,4 T, utilizou-se o aparelho
medidor de campo magnético, GaussMeter MG-2000, produzido pela Magnetos Gerais
(FIG. 3.15).
Este aparelho possui uma sonda (FIG. 3.16), que passa entre os imãs, informando o
campo magnético existente. Neste ensaio o GaussMeter acusou valores entre 1500
Gauss a 2100 Gauss ou seja 0,15 Tesla a 0,21 Tesla
FIGURA 3.15– Medidor de campo magnético – GaussMeter MG-2000
Ensaios e Metodologia 57
FIGURA. 3.16– Sonda instalada no GaussMeter MG-2000
3.4.3.2 Ensaio da Tensão Superficial da Água Magnetizada.
Como foi apresentado no capítulo 2, a tensão superficial da água é um parâmetro
relativamente simples de ser obtido e permite quantificar a eficiência do sistema de
magnetização utilizado. O procedimento consiste na comparação de amostras da água
antes e depois da sua passagem pelo campo magnético, sendo esperado que os
resultados acusem uma redução da tensão superficial.
Deste modo, para avaliar as alterações ocorridas na tensão superficial e comprovar a
eficiência do sistema de magnetização da água, foi utilizado o tensiômetro digital K10st
fabricado pela KRUSS (FIG. 3.17), onde foram examinados três amostras distintas de
água, além de uma amostra de água destilada para a calibração do aparelho.
Os valores obtidos nas amostras estão apresentados na TAB. 3.2. Por meio desta tabela
foi comprovado que o condicionador físico se encontra em perfeito estado e que a teoria
apresentada em relação à formação da indução magnética somente ocorre mediante a
existência de velocidade nos íons livres. Como ilustração uma das amostras ensaiadas
foi retirada da “Jarra Azul”, um produto comercializado e amplamente divulgado em
Ensaios e Metodologia 58
Belo Horizonte, que promete uma série de benefícios à saúde daqueles que a
consomem.
FIGURA 3.17– Tensiômetro Digital k10st - KRUSS
TABELA 3.2– Valores referentes à tensão superficial de amostras de água
Amostras Tensão Superficial (mN/metro)
Média
71,5
71,2
Água Comum
71,6
71,43
65,7
67,3
Água Magnetizada
(Condicionador Físico)
66,2
66,4
72,5
72,3
Água “Jarra Azul”
72,4
72,47
Água Destilada 72,2 72,2
Ensaios e Metodologia 59
Os resultados obtidos para esta amostra são praticamente os mesmos obtidos para a
água destilada, comprovando mais uma vez que a velocidade do fluxo é fundamental na
obtenção do tratamento magnético.
Por meio da literatura, constatou-se que o valor da tensão superficial pode ser alterado
de acordo com a pureza e temperatura do líquido, sendo que o segundo item pode ser
descartado para este experimento uma vez que a análise foi feita em um mesmo
ambiente. Em relação a este fato é possível alegar que a redução ocorrida entre a água
comum e água destilada se deve à presença de impurezas na mesma.
Segundo AMIRI (2005), a tensão superficial da água magnetizada deve ter uma redução
de aproximadamente 8 mN/m, passando de 72,4 mN/m para 64 mN/m, após a primeira
passagem desta sobre o campo magnético, reduzindo ainda mais a partir de uma
segunda passagem pelo mesmo campo magnético.
De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que a água magnetizada produzida
com a utilização do Condicionador Físico, obteve uma queda na tensão superficial de
aproximadamente 6 mN/m. Este resultado foi considerado satisfatório uma vez que o
campo magnético utilizado neste experimento foi de aproximadamente 0,2 T.
3.4.4 Definição dos traços
Tendo conseguido resultados satisfatórios em relação ao esquema experimental, passou-
se à fase de definição dos traços utilizados na comparação do concreto utilizando água
tratada magneticamente e água comum. Para tanto, foi seguido como referência
COSTA(2004).
Para a elaboração desta dissertação foi executado um projeto piloto, para adaptação dos
traços apresentados por COSTA(2004), uma vez que alterou-se as resistências
apresentadas por este de 20 MPa para 25 MPa e de 50 MPa para 35 MPa, tendo em vista
Ensaios e Metodologia 60
que 25 MPa é o valor mínimo exigido pela NBR 6118:2003 para obras urbanas, e que a
resistência à compressão de 50 MPa não poderia ser atingida sem o uso de aditivo.
Com a retirada dos aditivos e a correção dos traços, os mesmos ficaram definidos
utilizando um fator água/cimento de 0,49 e 0,69, para concretos com resistências
estimadas de 35 MPa e 25 MPa, respectivamente.(TAB. 3.3)
TABELA. 3.3– Traços em pesos e caracterização dos concretos
Traço Unitário
Fator
Cimento Brita
Água / cimento
Nome Código
CP II CPV-plus CPV-RS
Areia
Gnaisse Calcária
Água
Comum
Água
Magnetizada
Traço 01 CII-BC-AC 1 x x 2,95 x 2,7 0,69 x
Traço 02 CII-BC-AM 1 x x 2,95 x 2,7 x 0,69
Traço 03 CV-BC-AC x 1 x 1,74 x 1,85 0,49 x
Traço 04 CV-BC-AM x 1 x 1,74 x 1,85 x 0,49
Traço 05 CII-BG-AC 1 x x 2,95 2,7 x 0,69 x
Traço 06 CII-BG-AM 1 x x 2,95 2,7 x x 0,69
Traço 07 CV-BG-AC x 1 x 1,74 1,85 x 0,49 x
Traço 08 CV-BG-AM x 1 x 1,74 1,85 x x 0,49
Traço 09 CVR-BC-AC x x 1 1,74 x 1,85 0,49 x
Traço 10 CVR-BC-AM x x 1 1,74 x 1,85 x 0,49
Traço 11 CVR-BG-AC x x 1 1,74 1,85 x 0,49 x
Traço 12 CVR-BG-AM x x 1 1,74 1,85 x x 0,49
3.4.5 Determinação do Número de Corpos-de-Prova
A definição da quantidade de corpos-de-prova utilizados dependia do número de fatores
variantes, tendo estes sido definidos em quatro: o tipo de água, o tipo de agregado
graúdo, o tipo de cimento (classe de resistência à compressão) e a idade do ensaio.
Desta forma foram utilizados dois tipos de água gua comum e água tratada
magneticamente), dois tipos de agregado graúdo (Brita Gnaisse - BG e Brita Calcária -
BC), três tipos de cimento (CPII-E-32, CPV-PLUS, CPV-RS) e 6 idades de ensaio (3d,
7d, 14d, 28d, 56d e 90d)
Ensaios e Metodologia 61
Os tipos de água (2), os tipos de agregados graúdos (2) e os tipos de cimento (3)
definiram doze traços distintos. O cimento CPII-E-32 foi utilizado para produzir
concreto com resistência à compressão estimada de 25 MPa e os cimentos CPV- PLUS
e CPV-RS para concreto com resistência de 35 MPa. (TAB. 3.3).
Para determinar a quantidade de corpos-de-prova, foi utilizado como recomenda a NBR
5739:1994, três CP’s para cada ensaio de compressão e módulo de elasticidade, uma
vez que dois seriam para o ensaio efetivamente e o terceiro para contra-prova. Como
foram ensaiados três corpos-de-prova para cada uma das seis idades, para cada traço
foram moldados 18 CP’s, perfazendo um total de 216 CP’s (18CP’s x 12 Traços).
3.4.6 Propriedades dos Materiais
3.4.6.1 Agregados Graúdos / Miúdos
Os agregados graúdos e miúdos, utilizados neste trabalho, foram adquiridos em
depósitos de materiais de construção da região de Belo Horizonte, sendo denominados
BG brita gnaisse, BC brita calcária dolomítica, e a areia bruta natural da cidade de
Esmeraldas.
Uma vez que o agregado miúdo possuía uma concentração muito elevada de detritos,
este foi peneirado e posteriormente analisado.
Foram feitos ensaios para caracterizar estes agregados, baseando-se nas NBR
7211:2005 e NBR NM 248:2003 e NBR NM 53:2003 como é apresentado a TAB. 3.4.
Ensaios e Metodologia 62
TABELA 3.4– Caracterização dos agregados
Características
Areia
natural
Brita 1
(Gnaisse)
Brita 1
(Calcária)
Método de
Ensaio
Dimensão máxima
característica (mm)
2,4 19 19 NBR NM248
Módulo de Finura 2,08 1,81 2,09 NBR NM248
Massa específica
(g/cm
3
)
2,59 2,70 2,72 NBR 9937
Teor de Impurezas
Orgânicas
+ clara --- --- NBR 7220
Massa unitária (g/cm
3
) 1,52 1,54 1,58 NBR 9937
3.4.6.2 Cimentos
Seguindo como referência SU(2000), optou-se por utilizar três tipos distintos de
cimento, sendo eles: CP II-E-32 (Cimento portland composto), CP V ARI PLUS
(Cimento de alta resistência inicial) e CP V – RS (Duracem AD 300 (BD)).
Estes cimentos foram doados pela fábrica de cimento Ciminas, do grupo Holcim, sendo
os mesmos escolhidos, como segue:
CP II -E-32
Cimento altamente comercializado em Belo Horizonte;
CP V -ARI-PLUS
Cimento com alta resistência inicial, apresentando pequena
quantidade de escória.
CP V RS
Produto novo no mercado, com alta resistência inicial além de ser
resistente a sulfatos.
3.4.7 Moldagem dos corpos-de-prova
Seguindo como referência a NBR 5738:1994, foram moldados 216 corpos-de-prova
cilíndricos para os 12 traços distintos, como citado no item 3.4.3, com as dimensões de
10x20 cm.
Ensaios e Metodologia 63
Os materiais foram pesados e armazenados em sacos plásticos até o dia dos ensaios,
para evitar perda de umidade. No dia programado, os materiais foram lançados na
betoneira de 80 litros e submetidos aos procedimentos recomendados na NBR
5738:1994, conforme mostrado nas FIG. 3.18 e FIG. 3.20.
Para a realização dos traços que possuíam água tratada magneticamente na sua
especificação, recolhia-se a mesma, minutos antes do ensaio para que não houvesse
perda de magnetização. Essa água era recolhida por meio de pipetas conforme a
FIG. 3.19.
O processo de adensamento utilizado foi o manual, medindo-se o abatimento do tronco
de cone (“Slump”), para todos os traços conforme NBR NM 67:1998, utilizando o
equipamento apresentado à FIG. 3.21. Nas FIG. 3.22 e FIG. 3.23, é apresentado a
realização do ensaio.
FIGURA 3.18– Betoneira de 80 Litros
FIGURA 3.19– Captação da água magnetizada
Ensaios e Metodologia 64
FIGURA 3.20– Moldagem dos corpos-de-prova
FIGURA 3.21–Tronco de cone
FIGURA 3.22– Desforma do tronco de cone
FIGURA 3.23– Medição do “Slump”
Ensaios e Metodologia 65
3.4.8 Cura e preparação dos corpos-de-prova
Os corpos-de-prova foram submetidos ao processo de cura de acordo com a NBR
5738:1994, e logo após a moldagem, foram cobertos por material não reativo e não
absorvente, com a finalidade de evitar a perda de água do concreto e protegê-lo da ação
das intempéries. Estes CP’s foram armazenados no laboratório até o próximo dia útil,
para que depois fossem desformados e submersos no reservatório de água comum,
conforme FIG. 3.24.
FIGURA 3.24– Cura final dos CP’s imersos em água comum
Para a análise dos traços, os corpos-de-prova foram ensaiados à compressão nas idades
de 3, 7, 14, 28, 56 e 90 dias, sendo que nesta última data realizou-se também o ensaio
do módulo de elasticidade estático.
Até o dia dos ensaios, os CP’s foram mantidos neste reservatório, sendo retirados
apenas momentos antes para que fossem capeados, obtendo assim um acabamento final
para os ensaios de resistência e módulo de elasticidade.
4
A
NÁLISE DOS
R
ESULTADOS
4. Análise dos Resultados
4.1 Introdução
Nesse capítulo, os resultados dos ensaios são apresentados e analisados estatisticamente,
tendo sido feito algumas filtragens nos dados para retirar possíveis influências externas
e reduzir ao máximo a quantidade de variáveis aleatórias embutidas no sistema.
É importante salientar que foi feito também, além da análise quantitativa dos resultados
encontrados nos corpos-de-prova, uma análise qualitativa daqueles fabricados com água
tratada magneticamente, relacionando aspectos como trabalhabilidade, homogeneidade
e porosidade.
A variável principal dos ensaios realizados é o tipo de água utilizada no amassamento
do concreto, ou seja, água comum ou de torneira e água tratada magneticamente,
formando dois grupos distintos de traços. Em cada um dos grupos as demais variáveis
são:
Análise dos Resultados 67
Tipo de cimento (CPII-E-32, CPV Plus, CPV RS).
Tipo de agregado graúdo (brita gnaisse – BG, - Brita Calcária Dolomítica - BC).
Idade do ensaio (3d, 7d, 14d, 28d, 56d, 90d).
Para efeito deste trabalho denominou-se por resistência real o valor obtido na prensa
universal servo-controlada, após o rompimento dos corpos-de-prova no ensaio de
resistência à compressão.
De maneira geral, procurou-se utilizar o mesmo funcionário do LAEES, para realização
de um mesmo ensaio, visando com isto reduzir a influência externa nos resultados,
principalmente naqueles referentes à análise qualitativa. Para a avaliação da
compacidade e homogeneidade a partir do ensaio do ultra-som, os corpos-de-prova
eram retirados da caixa d’água de armazenamento e ensaiados cinco horas após, de
forma que todos os CP’s tivessem o mesmo percentual de umidade no momento de
realização desse ensaio.
4.2 Análise Estatística
A análise estatística é uma importante ferramenta para validação de uma metodologia
de medição. Assim, por meio dos programas Statistica” e “Excel”, foram ajustados
modelos para os dados analisados, sendo visualizada a influência das diversas variáveis.
4.2.1 Resistência à compressão – Análise Geral
Para a análise da resistência à compressão foram ensaiados três corpos-de-prova para
cada uma das seis idades pré-estabelecidas. Estes três resultados foram avaliados de
modo a suprimir, quando necessário, valores fora do padrão, traçando-se posteriormente
gráficos comparando os valores da evolução dessas resistências com a idade para os
dois grupos analisados, com água de torneira e tratada magneticamente.
Análise dos Resultados 68
Para uma melhor exposição dos dados, estes serão apresentados primeiramente em
tabelas e posteriormente em gráficos respectivos, com as devidas observações.
Na TAB. 4.1, são apresentados os resultados obtidos para a resistência real dos traços
01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM).
TABELA 4.1– Resistência real (MPa) dos traços 01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM).
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
3 dias 9,73 9,85 0,21 9,49 9,86
7 dias 15,80 15,59 0,87 15,05 16,76
14 dias 19,66 19,99 0,66 18,90 20,10
28 dias 21,07 21,29 0,71 20,29 21,65
56 dias 24,55 24,36 0,92 23,74 25,55
Traço 01
CII-BC-AC
90 dias 25,81 25,36 1,20 24,89 27,16
3 dias 14,18 14,62 1,22 12,79 15,11
7 dias 20,23 20,65 0,80 19,30 20,74
14 dias 21,75 22,77 2,69 18,70 23,78
28 dias 25,75 26,17 0,75 24,88 26,20
56 dias 28,12 27,78 0,70 27,65 28,92
Traço 02
CII-BC-AM
90 dias 28,84 29,06 0,67 28,09 29,36
Evolução da resistencia em função da idade
0
5
10
15
20
25
30
35
3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 56 dias 90 dias
Idade
Resistência em MPa
Traço 01 - CII-BC-AC
Traço 02 - CII-BC-AM
FIGURA 4.1– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM)
Análise dos Resultados 69
Considerando a FIG. 4.1, observa-se que o tratamento magnético influenciou de
maneira positiva o ganho de resistência à compressão, tendo um aumento percentual em
todas as idades, sendo possível perceber também, que esse aumento diminui com a
evolução da idade ensaiada, conforme apresentado na TAB. 4.2.
TABELA 4.2– Variação percentual da resistência real dos traços 01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM)
Idade
Aumento / redução
percentual
3 dias 45,69%
7 dias 28,02%
14 dias 10,61%
28 dias 22,19%
56 dias 14,51%
90 dias 11,74%
Na seqüência são apresentados na TAB. 4.3, os resultados obtidos para a resistência real
dos traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM). Posteriormente na FIG. 4.2, é mostrado
o gráfico comparativo da evolução das resistências com a idade.
TABELA 4.3– Resistência real (MPa) dos traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
3 dias 27,14 27,75 2,51 24,38 29,28
7 dias 34,22 34,08 0,79 33,51 35,06
14 dias 37,85 38,03 1,61 36,16 39,36
28 dias 39,39 38,32 2,47 37,64 42,21
56 dias 37,73 38,62 2,83 34,57 40,01
Traço 03
CV-BC-AC
90 dias 40,89 40,91 2,09 38,79 42,96
3 dias 35,35 35,83 0,97 34,24 35,99
7 dias 37,00 37,47 2,01 34,80 38,74
14 dias 38,00 39,25 2,95 34,63 40,11
28 dias 39,50 37,29 4,04 37,05 44,16
59 dias 41,27 42,36 2,01 38,95 42,50
Traço 04
CV-BC-AM
90 dias 41,68 42,84 3,60 37,64 44,55
Análise dos Resultados 70
Evolução da resistencia em função da idade
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 59 dias 90 dias
Idade
Resistência em MPa
Traço 03 - CV-BC-AC
Traço 04 - CV-BC-AM
FIGURA 4.2– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM)
Pelos dados apresentados na FIG. 4.2 e pelo estudo comparativo mostrado na TAB. 4.4,
percebe-se que o tratamento magnético, para este traço específico, apresentou acréscimo
na resistência apenas nas primeiras idades ensaiadas.
TABELA 4.4– Variação percentual da resistência real dos traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM)
Idade
Aumento / redução
percentual
3 dias 30,27%
7 dias 8,14%
14 dias 0,39%
28 dias 0,27%
56 dias 9,37%
90 dias 1,94%
Na TAB. 4.5, são apresentados os resultados obtidos para a resistência real dos traços
05 (CII-BG-AC) e 06 (CII-BG-AM). Posteriormente na FIG. 4.3, é mostrado o gráfico
comparativo da evolução das resistências com a idade.
Análise dos Resultados 71
TABELA 4.5– Resistência real (MPa) dos traços 05 (CII-BG-AC) e 06 (CII-BG-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
3 dias 13,30 13,33 0,23 13,06 13,51
7 dias 20,04 20,40 0,65 19,29 20,44
18 dias 25,38 25,35 0,61 24,78 25,99
28 dias 25,89 25,48 1,25 24,89 27,29
56 dias 27,63 28,59 2,32 24,98 29,32
Traço 05
CII-BG-AC
90 dias 29,52 29,27 1,69 27,96 31,32
3 dias 12,52 12,50 0,24 12,29 12,78
7 dias 20,08 20,29 0,56 19,44 20,50
14 dias 24,42 24,45 1,05 23,36 25,45
28 dias 25,77 25,95 0,62 25,07 26,27
56 dias 26,89 26,39 0,98 26,27 28,02
Traço 06
CII-BG-AM
90 dias 27,26 28,32 2,27 24,66 28,81
Evolução da resistencia em função da idade
0
5
10
15
20
25
30
35
3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 56 dias 90 dias
Idade
Resistência em MPa
Traço 05 - CII-BG-AC
Traço 06 - CII-BG-AM
FIGURA 4.3– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 05 (CII-BG-AC) e 06 (CII-BG-AM)
Pelos dados apresentados na FIG. 4.3 e pelo estudo comparativo mostrado na TAB. 4.6,
percebe-se que o tratamento magnético, para este traço específico, não apresentou
influência sobre o concreto produzido.
Análise dos Resultados 72
TABELA 4.6– Variação percentual da resistência real dos traços 05 (CII-BG-AC) e 06 (CII-BG-AM)
Idade
Aumento / redução
percentual
3 dias -5,84%
7 dias 0,18%
14 dias -3,76%
28 dias -0,48%
56 dias -2,67%
90 dias -7,64%
Na seqüência, são apresentados na TAB. 4.7, os resultados obtidos para a resistência
real dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08 (CV-BG-AM). Posteriormente na FIG. 4.4, é
mostrado o gráfico comparativo da evolução das resistências com a idade.
Para o traço 08 analisado, as idades não foram as especificadas uma vez que, na época
dos ensaios de 7, 14 e 28 dias, o laboratório se encontrava fechado devido a feriados.
Contudo foi feita uma interpolação numérica, para correção desta diferença.
TABELA 4.7– Resistência real (MPa) dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08 (CV-BG-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
3 dias 37,85 37,50 0,75 37,35 38,71
7 dias 42,06 42,61 1,66 40,20 43,38
14 dias 45,12 45,38 1,15 43,86 46,12
28 dias 49,81 49,69 1,24 48,64 51,10
56 dias 50,01 49,40 2,70 47,66 52,95
Traço 07
CV-BG-AC
90 dias 50,16 49,98 0,91 49,34 51,14
3 dias 37,78 40,60 7,03 29,77 42,97
11 dias 45,43 45,16 3,14 42,44 48,70
13 dias 48,47 48,89 2,15 46,15 50,37
31 dias 58,00 58,21 1,12 56,80 59,00
56 dias 55,80 56,10 1,72 53,95 57,34
Traço 08
CV-BG-AM
90 dias 55,86 54,40 3,77 53,04 60,15
Análise dos Resultados 73
Evolução da resistencia em função da idade
0
10
20
30
40
50
60
70
3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 56 dias 90 dias
Idade
Resistência em MPa
Traço 07 - CV-BG-AC
Traço 08 - CV-BG-AM
FIGURA 4.4– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08 (CV-BG-AM)
De acordo com os resultados apresentados na FIG. 4.4 e pelo estudo comparativo
mostrado na TAB. 4.8, percebe-se que o tratamento magnético, para este traço
especificado, representou uma evolução na resistência à compressão do concreto, com o
acréscimo da idade, ficando praticamente constante para as idades de 56 e 90 dias.
TABELA 4.8– Variação percentual da resistência real dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08 (CV-BG-AM)
Idade
Aumento / redução
percentual
3 dias -0,19%
7 dias 8,02%
14 dias 7,43%
28 dias 16,45%
56 dias 11,58%
90 dias 11,38%
Na TAB. 4.9, são apresentados os resultados obtidos para a resistência real, dos traços
09 (CVR-BC-AC) e 10 (CVR-BC-AM).
Análise dos Resultados 74
TABELA 4.9– Resistência real (MPa) dos traços 09 (CVR-BC-AC) e 10 (CVR-BC-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
7 dias 31,49 31,35 1,83 29,73 33,39
14 dias 34,64 34,77 2,09 32,48 36,65
28 dias 36,26 34,78 3,18 34,10 39,91
59 dias 37,09 36,83 0,54 36,73 37,72
Traço 09
CVR-BC-AC
90 dias 36,47 36,21 0,53 36,11 37,08
8 dias 31,74 31,87 1,78 29,90 33,46
14 dias 35,21 35,26 0,88 34,31 36,06
28 dias 37,57 37,71 0,76 36,75 38,26
56 dias 38,46 38,61 0,89 37,50 39,26
Traço 10
CVR-BC-AM
90 dias 37,93 37,80 1,01 36,98 38,99
Na seqüência, é apresentado na FIG. 4.5, o gráfico comparativo da evolução das
resistências com a idade dos ensaios. Nestes dois traços a idade de três dias não pode ser
medida, uma vez que os ensaios coincidiram com feriados, inviabilizando a realização.
A interpolação numérica, também não pode ser realizada, pelo fato de não termos
valores anteriores a três dias.
Evolução da resistencia em função da idade
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
3 dias 8 dias 14 dias 28 dias 56 dias 90 dias
Idade
Resistência em MPa
Traço 09 - CVR-BC-AC
Traço 10 - CVR-BC-AM
FIGURA 4.5– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 09 (CVR-BC-AC) e 10 (CVR-BC-AM)
Análise dos Resultados 75
De acordo com os resultados apresentados na FIG. 4.5 e pelo estudo comparativo
mostrado na TAB. 4.10, percebe-se que o tratamento magnético, para este traço
específico, apresentou um pequeno acréscimo para a resistência à compressão do
concreto, tendendo a ficar constante para as últimas idades.
TABELA 4.10–
Variação percentual da resistência real dos traços 09 (CVR-BC-AC) e 10 (CVR-BC-AM)
Idade
Aumento / redução
percentual
3 dias ---
7 dias 0,81%
14 dias 1,65%
28 dias 3,62%
56 dias 3,68%
90 dias 4,00%
Na TAB. 4.11, são apresentados os resultados obtidos para a resistência real dos traços
11 (CVR-BG-AC) e 12 (CVR-BG-AM). Posteriormente na FIG. 4.6, é mostrado o
gráfico comparativo da evolução das resistências com a idade dos ensaios.
TABELA 4.11– Resistência real (MPa) dos traços 11 (CRV-BG-AC) e 12 (CRV-BG-AM)
Traço
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
3 dias 16,12 16,19 0,30 15,80 16,38
7 dias 31,13 30,74 0,82 30,59 32,07
15 dias 37,62 38,09 0,96 36,52 38,25
28 dias 38,32 39,46 2,73 35,21 40,29
56 dias 37,64 35,28 4,14 35,22 42,42
Traço 11
CVR-BG-AC
90 dias 38,10 38,12 1,58 36,52 39,67
3 dias 13,69 13,77 0,34 13,32 13,98
7 dias 32,17 32,52 2,45 29,56 34,42
14 dias 40,28 40,11 0,40 39,99 40,73
28 dias 40,16 44,94 8,32 30,55 45,00
56 dias 41,20 42,03 1,87 39,06 42,52
Traço 12
CVR-BG-AM
90 dias 42,16 41,50 1,76 40,83 44,15
Análise dos Resultados 76
Evolução da resistencia em função da idade
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
3 dias 7 dias 15 dias 28 dias 56 dias 90 dias
Idade
Resistência em MPa
Traço 11 - CVR-BG-AC
Traço 12 - CVR-BG-AM
FIGURA 4.6– Gráfico comparativo da resistência real dos traços 11 (CRV-BG-AC) e 12 (CRV-BG-AM)
TABELA 4.12–
Variação percentual da resistência real dos traços 11 (CRV-BG-AC) e 12 (CRV-BG-AM)
Idade
Aumento / redução
percentual
3 dias -15,10%
7 dias 3,31%
14 dias 7,07%
28 dias 4,81%
56 dias 9,47%
90 dias 10,65%
De acordo com os resultados apresentados na FIG. 4.6 e na TAB. 4.12, percebe-se que o
tratamento magnético, para este traço específico representou um acréscimo na
resistência à compressão do concreto, tendo ocorrido uma variação aos 28 dias que pode
ser atribuída a algum tipo de falha no ensaio, uma vez que a resistência apresenta uma
tendência de crescimento.
De acordo com os resultados supracitados, nota-se que a resistência à compressão
sofreu influência do tratamento magnético de maneira distinta para os traços ensaiados,
tendo sido observado ganhos de resistência à compressão, na maioria dos resultados.
Análise dos Resultados 77
Os resultados mais expressivos ocorreram nos traços 01-02, 07-08 e 11-12, onde
aconteceu uma tendência de variação constante de ganhos para as últimas idades.
4.2.1.1
Resistência à compressão em função dos componentes do concreto.
De acordo com os resultados obtidos, percebe-se que o tratamento magnético influi de
maneira diversificada, ao combinar-se os componentes do concreto.
Analisando separadamente os agregados graúdos, constata-se que os traços que
utilizaram brita gnaisse ao invés da brita calcária dolomítica, tiveram um melhor
comportamento, apresentando maiores ganhos.
Outro fato observado foi que a brita gnaisse teve um bom desempenho, quando se
objetivou resistência à compressão maiores (35 MPa), no entanto para resistências
menores o resultado foi pouco significativo.
Em relação aos cimentos utilizados, constatou-se que o CP V RS, é o que apresenta
melhor desempenho, tanto com a brita calcária quanto com a brita gnaisse.
4.2.1.2
Resistência à compressão – Idade
Para analisar o desempenho do tratamento magnético da água na fabricação de concreto,
apenas em função da idade, independentemente do tipo de agregado e do tipo de
cimento (classes de resistência), foram lançados todos os 216 resultados de resistência à
compressão no gráfico da FIG. 4.7. Verifica-se neste gráfico ganhos para todas as
idades e conforme mostrado nas curvas logarítmas de ajuste para os dois tipos de água
de amassamento.
Análise dos Resultados 78
Ganhos de resistência x Idade
5,00
15,00
25,00
35,00
45,00
55,00
0 15 30 45 60 75 90
Idade
Resistência à compressão (MPa)
Concreto com água de torneira
concreto com água magnetizada
Log. (Concreto com água de torneira)
Log. (concreto com água magnetizada)
FIGURA 4.7– Gráfico comparativo da resistência à compressão em função da idade dos corpos-de-prova
As diferenças percentuais entre os grupos com água magnetizada e água de torneira ou
comum foram detalhadas para cada idade como apresentado na TAB. 4.13.
TABELA 4.13– Ganhos percentuais médios de resistência à compressão para os traços utilizando água
tratada magneticamente.
Idade
Aumento / redução
percentual
3 dias 9,00 %
7 dias 6,81 %
14 dias 7,14 %
28 dias 7,60 %
56 dias 10,51 %
90 dias 7,37 %
Com intuito, de verificar se as diferenças entre as médias dos dois grupos são
significativas, utilizou-se a análise de variância, tendo como variável resposta o tipo de
água de amassamento.
Análise dos Resultados 79
Esta ferramenta estatística permite concluir, com um grau de confiança pré-determinado
se existe ou não diferenças entre as médias de pelo menos dois grupos de amostras.
Esta comparação é feita por meio de um teste de hipóteses, onde as hipóteses testadas
são:
Hipótese Nula (H
0
): não existe diferença entre as médias.
Hipótese Alternativa (H
1
): existe diferença entre as médias.
Como descrito em COSTA (2004), uma das maneiras de concluir este teste é por meio
da probabilidade de significância (p-valor). Esta avalia a força da evidência contra H
0
em uma escala numérica. Um p-valor pequeno indica uma forte evidência para se
rejeitar H
0
. O valor de referência utilizado neste trabalho foi de 5%, representando a
probabilidade de se rejeitar H
0
quando ela é verdadeira. Deste modo a regra de decisão
adotada foi:
Rejeitar H
0
se p-valor < 0,05.
Não rejeitar H
0
se p-valor
0,05.
Assim o nível de confiança associado ao teste é de 95%.
TABELA 4.14– Probabilidade de significância (p-valor) para as médias da resistência à compressão em
função da idade.
Água utilizada
Idade
Comum Magnetizada
p-valor
3 dias 17,35790 18,91996 0,1802
7 dias 29,12444 31,10889 0,0040
14 dias 32,37667 34,68722 0,0028
28 dias 35,12444 37,79222 0,0318
56 dias 35,77504 39,53608 0,0009
90 dias 36,82177 39,87056 0,0114
Análise dos Resultados 80
A TAB. 4.14, apresenta os resultados para a probabilidade de significância, sendo
constatado que apenas para a idade de três dias, o p-valor foi superior à 0,05 ,
significando que para esta idade as diferenças das médias não podem ser atribuídas ao
efeito do tratamento magnético.
Para as demais idades, o efeito do tratamento magnético atuou interferindo na
resistência à compressão, sendo considerado efetivos os ganhos apresentados nas
médias da resistência.
4.2.2
Módulo de Elasticidade
Para a análise do módulo de elasticidade ensaiou-se os corpos-de-prova somente na
última idade (90 dias), uma vez que o equipamento utilizado (FIG. 3.6), encontrava-se
em manutenção, sendo disponibilizado para uso somente nas proximidades dos ensaios
de 90 dias.
Neste ensaio foram analisados três corpos-de-prova para cada traço. No intuito de evitar
danos ao aparelho quando o ensaio é levado até a carga de ruptura e que o valor do
módulo de elasticidade de interesse é o próximo a origem do carregamento, optou-se
por levar o ensaio até uma tensão de 9 MPa.
Os relatórios dos ensaios de módulo de elasticidade (VER ANEXO B), são
apresentados de modo sucinto na TAB. 4.15.
Os valores obtidos para os concretos confeccionados com água magnetizada foram
superiores aqueles que utilizaram água de torneira, com exceção dos traços (03-04) e
(05-06). Tal fato permite afirmar que existe uma tendência de aumento da rigidez do
concreto, com a utilização da água magnetizada corroborando com os resultados obtidos
para a resistência à compressão.
Análise dos Resultados 81
TABELA 4.15– Módulo de elasticidade, tensão e deformação para os traços ensaiados
Média
Traço/
Código
Tensão
MPa
Deformação
Módulo de
elasticidade
MPa
Mediana
MPa
Desvio
Padrão
MPa
Mínimo
MPa
Máximo
MPa
01-CII-BC-AC
8,99 0,00028222 31881 31526 727 31399 32717
02-CII-BC-AM
8,99 0,00024876 36228 36874 2308 33666 38145
03-CV-BC-AC 9,01 0,00025002 36171 36452 2501 33541 38519
04-CV-BC-AM 9,02 0,00025886 34879 34584 1116 33940 36113
05-CII-BG-AC 8,98 0,00027205 33050 32615 1233 32093 34441
06-CII-BG-AM 8,87 0,00028298 31332 31383 417 30892 31722
07-CV-BG-AC 9,01 0,00030566 29499 29185 1115 28575 30737
08-CV-BG-AM 8,99 0,00024724 36360 36339 142 36230 36511
09-CVR-BC-AC 8,99 0,00022648 39825 38494 3022 37697 43284
10-CVR-BC-AM 9,02 0,00023039 39145 39680 962 38034 39720
11-CVR-BG-AC 9,01 0,00026290 34281 34707 971 33170 34966
12-CVR-BG-AM 9,01 0,00024874 36215 36336 499 35666 36643
Do mesmo modo, como realizado para a resistência à compressão, analisou-se o efeito
do tratamento magnético da água na fabricação de concreto, para a propriedade
mecânica módulo de elasticidade, independentemente do tipo de agregado e do tipo de
cimento (classes de resistência), comparando-se apenas os dois tipos de água de
amassamento.
Ao calcular as médias dos dois grupos, para a idade de 90 dias, constatou-se uma
diferença de 5,55% favorável à água tratada magneticamente. Com intuito, de verificar
se essa diferença entre as médias dos dois grupos são significativas, utilizou-se a análise
de variância, tendo como variável resposta o tipo de água de amassamento.
Utilizando as mesmas hipóteses apresentadas para a resistência à compressão e o
mesmo valor de referência, manteve-se o nível de confiança associado ao teste de 95% e
constatou-se, conforme apresentado na TAB. 4.16, que o p-valor encontrado foi inferior
à 0,05 , significando que para a idade de 90 dias, o efeito do tratamento magnético atuou
interferindo no módulo de elasticidade, sendo considerado efetivos os ganhos
apresentados nas médias.
Análise dos Resultados 82
TABELA 4.16– Probabilidade de significância (p-valor) para as médias do módulo de elasticidade para a
idade de 90 dias.
Água utilizada
Idade
Comum
Magnetizada
Aumento / redução
percentual
p-valor
90 dias 33817,67
35693,22
5,55 % 0,0406
Ao relacionar os resultados obtidos com os valores recomendados por norma,
constatou-se um acréscimo, sendo considerado satisfatório, uma vez que os valores
normalizados são conservadores e não levam em consideração características peculiares
de cada traço.
No ANEXO B, são apresentadas as curvas tensão-deformação dos ensaios e o
prolongamento estimado destas. Essas curvas foram aproximadas por equações do
grau, sendo constatado os dados supracitados.
4.2.3
Trabalhabilidade
A trabalhabilidade é uma noção subjetiva, do estado das argamassas e concretos frescos,
no que tange à facilidade das operações de manuseio. Segundo BAUER (1995), o
comportamento físico mais importante da trabalhabilidade é a consistência, sendo que
esse termo expressa propriedades intrínsecas da mistura fresca relacionada com a
mobilidade da massa e a coesão entre os elementos componentes, levando em
consideração a uniformidade e a compacidade do concreto.
Desta forma este parâmetro é de difícil quantificação, uma vez que existem variáveis
aleatórias que não podem ser mensuradas, tais como: umidade relativa do ar, energia
empregada para vibrar os corpos-de-prova, betoneira utilizada, dentre outros.
Para a obtenção deste parâmetro, em todos os traços foi medido o valor do abatimento
do cone (“Slump”), cujos resultados estão apresentados na TAB. 4.17.
Análise dos Resultados 83
Percebe-se claramente pela terceira coluna que houve uma maior plasticidade
(trabalhabilidade) dos traços constituídos com água magnetizada. Este ganho de
trabalhabilidade, em condições normais, poderia significar perda de resistência à
compressão, mas tal fato não foi constatado.
TABELA 4.17– Abatimento do cone para os traços ensaiados
Traço Abatimento do cone (mm)
Diferença absoluta do
abatimento do cone (mm)
01 – (CII-BC-AC) 53
02 – (CII-BC-AM) 69
16
03 – (CV-BC-AC) 49
04 – (CV-BC-AM) 66
17
05 – (CII-BG-AC) 57
06 – (CII-BG-AM) 72
15
07 – (CV-BG-AC) 47
08 – (CV-BG-AM) 68
21
09 – (CVR-BC-AC) 46
10 – (CVR-BC-AM) 64
18
11 – (CVR-BG-AC) 48
12 – (CVR-BG-AM) 70
22
Este resultado permitiu ainda, comprovar os estudos apresentados por outros
pesquisadores, uma vez que com a redução da tensão superficial, a água agiu como um
“plastificante”, permitindo uma melhor interface pasta cimento – agregado.
4.2.4
Velocidade do pulso ultra-sônico
Para a medição da velocidade do pulso ultra-sônico, optou-se por executar o método
direto descrito no capítulo anterior, uma vez que os corpos-de-prova possuíam
dimensões passíveis de utilização do mesmo.
Este ensaio foi realizado em pelo menos dois CP’s a partir da idade de 14 dias. Isso
ocorreu devido à grande quantidade de corpos-de-prova e a necessidade de intercalar
outros ensaios durante o ensaio do ultra-som, não tendo sido possível realizar o ensaio
em todos os CP’s.
Análise dos Resultados 84
Nas datas previstas para os ensaios, os corpos-de-prova eram retirados das caixas
d’água e devidamente preparados para o ensaio, com capeamento das faces e secagem
dos mesmos por um período de cinco horas. Esse cuidado era tomado no sentido de
evitar interferência de umidades diferentes na determinação da velocidade do pulso
ultra-sônico (UPV). Sabe-se que o UPV aumenta com o teor de umidade.
Para conseguir uma maior confiabilidade nos resultados, o tempo de transmissão da
onda ultra-sônica foi medido em três pontos dos corpos-de-prova (topo, meio e base),
como mostrado na FIG. 4.8.
FIGURA 4.8– Posicionamento das leituras da onda ultra-sônica nos corpos-de-prova
O ensaio foi realizado em ambiente isento de vibrações, com as superfícies dos corpos-
de-prova limpas e os transdutores diametralmente acoplados por meio de um gel, cuja
função é evitar as imperfeições das superfícies de acoplamento dos transdutores. No
decorrer do ensaio, caso houvesse a necessidade de se repetir alguns pontos, a área era
limpa novamente, objetivando deixá-la o mais seca possível de forma que a umidade
deixada pelo gel acoplante interferisse o mínimo na leitura seguinte.
Análise dos Resultados 85
Na TAB. 4.18 são apresentados os resultados para a velocidade de propagação do pulso
ultra-sônico (m/s), obtidos por meio do aparelho V Meter Mark II, para os traços 01
(CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM).
TABELA 4.18–
Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio Padrão Mínimo Máximo
14 dias 3863,63 3883,51 75,98 3731,34 3952,57
28 dias 4237,12 4219,41 141,12 4016,06 4464,29
56 dias 4269,63 4273,50 101,71 4132,23 4444,44
Traço 01
CII-BC-AC
90 dias 4260,33 4264,41 46,97 4166,67 4329,00
14 dias 4204,94 4228,35 89,89 4048,58 4310,34
28 dias 4651,47 4629,63 170,02 4385,96 4926,11
56 dias 4690,43 4694,84 122,82 4524,89 4901,96
Traço 02
CII-BC-AM
90 dias 4678,99 4683,87 56,63 4566,21 4761,90
Na FIG. 4.9, os gráficos “boxplots” mostram a comparação da velocidade do pulso
ultra-sônico para os traços 01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM).
14 28 56 90 14 28 56 90
3600
3800
4000
4200
4400
4600
4800
5000
Média
± DP
Min-Max
Velocidade do pulso ultra-sônico
idade
Traço 02 - (CII-BC-AM)
Traço 01 - (CII-BC-AC)
FIGURA 4.9– Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 01 (CII-BC-AC) e 02 (CII-BC-AM)
Análise dos Resultados 86
Na TAB. 4.18 e na FIG. 4.9, observa-se que para todas as idades, o traço 01 apresentou
velocidade do pulso ultra-sônico, inferior às obtidas para o traço 02. Este fato equivale
ao resultado apresentado anteriormente (TAB. 4.1) para a resistência à compressão, uma
vez que quanto menor a resistência, maior o tempo de propagação da onda neste meio.
Na seqüência, são apresentados na TAB. 4.19 os resultados para a velocidade de
propagação do pulso ultra-sônico (m/s), obtidos por meio do aparelho V Meter Mark II,
para os traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM). Posteriormente na FIG. 4.10 são
mostrados os gráficos “boxplots” comparando estes resultados.
TABELA 4.19–
Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
14 dias 4011,47 3976,16 127,88 3921,57 4405,29
28 dias 4506,01 4464,29 159,67 4347,83 4950,50
56 dias 4468,43 4474,30 142,23 4255,32 4694,84
Traço 03
CV-BC-AC
90 dias 4663,76 4629,73 168,29 4484,30 5000,00
14 dias 3972,51 3976,16 36,96 3921,57 4032,26
28 dias 4346,82 4329,00 52,18 4273,50 4444,44
56 dias 4785,98 4717,40 299,16 4424,78 5405,41
Traço 04
CV-BC-AM
90 dias 4565,26 4566,21 62,46 4484,30 4651,16
Na TAB. 4.19 e na FIG. 4.10, percebe-se que não houve uma diferença significativa na
velocidade de propagação da onda para os traços em questão, resultados coerentes com
os apresentados anteriormente (TAB. 4.3), referente a resistência à compressão.
Análise dos Resultados 87
14 28 56 90 14 28 56 90
3800
4000
4200
4400
4600
4800
5000
5200
5400
5600
Traço 04 - (CV-BC-AM)
Traço 03 - (CV-BC-AC)
velocidade do pulso ultra-sônico
idade
Média
+DP
Min-Max
Valores discrepantes
Extremos
FIGURA 4.10-Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 03 (CV-BC-AC) e 04 (CV-BC-AM)
Na TAB. 4.20 são apresentados os resultados para a velocidade de propagação do pulso
ultra-sônico (m/s), obtidos por meio do aparelho V Meter Mark II, para os traços 05
(CII-BG-AC) e 06 (CII-BG-AM). Posteriormente na FIG. 4.11 são mostrados os
gráficos “boxplots” comparando estes resultados. Para o traço 05 não foi possível medir
o valor da velocidade aos 14 dias.
TABELA 4.20–
Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 05 (CII-BG-AC) e 06 (CII-BG-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
28 dias 4028,73 4040,42 48,38 3952,57 4098,36
56 dias 4347,01 4338,42 59,91 4237,29 4444,44
Traço 05
CII-BG-AC
90 dias 4605,31 4608,29 52,86 4524,89 4716,98
14 dias 4053,80 4040,55 70,54 3952,57 4184,10
28 dias 4206,74 4210,54 54,28 4115,23 4273,50
56 dias 4445,94 4385,96 153,08 4255,32 4651,16
Traço 06
CII-BG-AM
90 dias 4480,35 4504,60 116,21 4329,00 4716,98
Análise dos Resultados 88
14 28 56 90 14 28 56 90
3900
4000
4100
4200
4300
4400
4500
4600
4700
4800
velocidade do pulso ultra-sônico
Traço 05 - (CII-BG-AC)
idade
Traço 06 - (CII-BG-AM)
Média
+ DP
Min-Max
FIGURA 4.11- Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 05 (CV-BC-AC) e 06(CV-BC-AM)
Na TAB. 4.20 e na FIG. 4.11, percebe-se que não houve um diferença significativa na
velocidade do pulso ultra-sônico para os traços em questão, sendo que existiu uma
tendência de aumento da velocidade com o incremento da idade, comprovando-se
novamente os resultados obtidos na resistência à compressão(TAB. 4.5).
Na TAB. 4.21 são apresentados os resultados para a velocidade de propagação do pulso
ultra-sônico (m/s), obtidos por meio do aparelho V Meter Mark, para os traços 07 (CV-
BG-AC) e 08(CV-BG-AM).
Análise dos Resultados 89
TABELA 4.21–
Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 07 (CV-BG-AC) e 08 (CV-BG-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
14 dias 4048,07 4056,81 61,50 3952,57 4149,38
28 dias 4275,63 4264,41 53,35 4184,10 4385,96
56 dias 4386,06 4347,83 90,52 4273,50 4545,45
Traço 07
CV-BG-AC
90 dias 4295,56 4301,25 131,89 4098,36 4484,30
14 dias 3990,33 3976,16 65,30 3906,25 4115,23
28 dias 4272,94 4273,58 66,67 4166,67 4385,96
56 dias 4439,27 4405,29 122,24 4273,50 4651,16
Traço 08
CV-BG-AM
90 dias 4540,79 4535,17 49,66 4444,44 4608,29
Complementarmente, são apresentados na FIG. 4.12, os gráficos “boxplots”
comparando os resultados obtidos para a velocidade de propagação do pulso ultra-
sônico dos traços 07 (CV-BG-AC) e 08(CV-BG-AM).
14 28 56 90 14 28 56 90
3800
3900
4000
4100
4200
4300
4400
4500
4600
4700
velocidade do pulso ultra-sônico
idade
Traço 07 - (CV-BG-AC)
Traço 08 - (CV-BG-AM)
Média
+ DP
Min-Max
FIGURA 4.12- Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 07(CV-BG-AC) e 08(CV-BG-AM)
Da TAB. 4.21 e na FIG. 4.12, percebe-se que houve um pequeno acréscimo na
velocidade do pulso ultra-sônico para o traço usando água magnetizada, a partir da
Análise dos Resultados 90
idade de 56 dias. A partir dessa idade nota-se também um maior acréscimo percentual
de resistência à compressão, conforme mostrado anteriormente na TAB. 4.8.
Na TAB. 4.22 são apresentados os resultados para a velocidade de propagação do pulso
ultra-sônico (m/s), obtidos por meio do aparelho V Meter Mark II, para os traços 09
(CVR-BC-AC) e 10 (CVR-BC-AM). Posteriormente na FIG. 4.13 são mostrados os
gráficos “boxplots” comparando estes resultados.
TABELA 4.22–
Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 09 (CVR-BC-AC) e 10 (CVR-BC-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
14 dias 4309,51 4310,34 57,70 4219,41 4385,96
28 dias 4847,40 4854,37 67,55 4716,98 4926,11
56 dias 4800,71 4796,41 117,39 4651,16 4950,50
Traço 09
CVR-BC-AC
90 dias 4689,26 4683,87 134,87 4484,30 4854,37
14 dias 4270,21 4237,29 165,79 4048,58 4545,45
28 dias 4859,13 4866,21 216,03 4545,45 5235,60
56 dias 4800,12 4796,19 203,33 4504,50 5154,64
Traço 10
CVR-BC-AM
90 dias 4680,16 4705,91 135,32 4484,30 4854,37
14 28 56 90 14 28 56 90
4000
4200
4400
4600
4800
5000
5200
5400
Velocidade do pulso ultra-sônico
Traço 10 - (CVR-BC-AM)
Traço 09 - (CVR-BC-AC)
idade
Média
+ DP
Min-Max
Valores discrepantes
FIGURA 4.13-
Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - Traços 09(CVR-BC-AC) e 10(CVR-BC-AM)
Análise dos Resultados 91
Percebe-se por meio da TAB. 4.22 e da FIG. 4.13, que não houve uma diferença
significativa na velocidade propagação da onda para os traços em questão, fato já
apresentado anteriormente quando analisada a resistência à compressão (TAB. 4.9).
Na TAB. 4.23 são apresentados os resultados para a velocidade de propagação do pulso
ultra-sônico (m/s), obtidos por meio do aparelho V Meter Mark II, para os traços 11
(CVR-BG-AC) e 12 (CVR-BG-AM).
TABELA 4.23-
Velocidade do pulso ultra-sônico (m/s) para os traços 11 (CVR-BG-AC) e 12 (CVR-BG-AM)
Traço/
Código
Idade do
ensaio
Média Mediana
Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
14 dias 4113,93 4115,23 22,21 4081,63 4149,38
28 dias 4141,65 4132,23 63,01 4065,04 4273,50
56 dias 4192,40 4192,89 67,29 4098,36 4291,85
Traço 11
CVR-BG-AC
90 dias 4268,85 4273,58 81,47 4149,38 4385,96
14 dias 4131,20 4132,23 41,91 4048,58 4184,10
28 dias 4552,95 4498,22 67,55 4237,29 5000,00
56 dias 4614,23 4576,68 110,36 4484,30 4807,69
Traço 12
CVR-BG-AM
90 dias 4712,27 4716,98 117,63 4545,45 4901,96
Complementarmente, são apresentados na FIG. 4.14, os gráficos “boxplots”
comparando os resultados obtidos para a velocidade de propagação do pulso ultra-
sônico dos traços 11 (CVR-BG-AC) e 12 (CVR-BG-AM).
Análise dos Resultados 92
14 28 56 90 14 28 56 90
4000
4200
4400
4600
4800
5000
5200
Média
± DP
Min-Máx
Traço 11 - (CVR-BG-AC)
Traço 12 - (CVR-BG-AM)
idade
Velocidade do pulso ultra-sônico
FIGURA 4.14Boxplots da velocidade do pulso ultra-sônico - traços 11 (CVR-BG-AC) e 12 (CVR-BG-AM)
Na TAB. 4.23 e na FIG. 4.14, observa-se que o tratamento magnético surtiu efeito
significativo na velocidade do pulso ultra-sônico a partir da idade de 28 dias, mesma
tendência mostrada anteriormente para resistência à compressão (TAB. 4.11) a partir
dos 14 dias.
Comparando a evolução da velocidade de propagação do pulso ultra-sônico em função
da idade, independentemente do tipo de agregado e do tipo de cimento (classes de
resistência), construiu-se o gráfico da FIG. 4.15. Verifica-se neste gráfico ganhos para
todas as idades e conforme mostrado nas curvas logarítmas de ajuste para os dois tipos
de água de amassamento.
Análise dos Resultados 93
Velocidade do pulso em função da idade
3500
4000
4500
5000
5500
6000
0 20 40 60 80 100
Idade
Velocidade do pulso ultra-
sônico
água de torneira água magnetizada
FIGURA 4.15– Velocidade de Propagação da Onda Ultra-sônica em função da idade
As diferenças percentuais entre os grupos com água magnetizada e água de torneira ou
comum foram detalhadas para cada idade como apresentado na TAB. 4.24.
TABELA 4.24– Variação percentual da velocidade do pulso ultra-sônico em função da idade.
Idade
Aumento / redução
percentual
14 dias 1,85 %
28 dias 4,82 %
56 dias 4,01 %
90 dias 3,53 %
Com intuito, de verificar se as diferenças entre as médias dos dois grupos são
significativas, utilizou-se a análise de variância, tendo como variável resposta, o tipo de
água de amassamento.
A comparação foi feita por meio de um teste de hipóteses, onde as hipóteses testadas e o
valor de referência utilizado foram citados anteriormente.
A TAB. 4.25, apresenta os resultados para a probabilidade de significância, sendo
constatado que o p-valor foi inferior à 0,05 . Deste modo, comprovou-se que o efeito do
Análise dos Resultados 94
tratamento magnético atuou interferindo na velocidade de propagação do pulso ultra-
sônico, sendo considerado efetivos os ganhos apresentados nas médias.
TABELA 4.25– Probabilidade de significância (p-valor) para as médias da velocidade de propagação do
pulso ultra-sônico em função da idade.
Água utilizada
Idade
Comum Magnetizada
p-valor
14 dias 4069,322 4113,838 0,047142
28 dias 4339,425 4481,675 0,000033
56 dias 4410,706 4629,329 0,000210
90 dias 4466,008 4609,655 0,000018
Por meio da TAB. 4.24 constatou-se que os ganhos percentuais na velocidade do pulso
ultra-sônico tendem a se estabilizar para as últimas idades, corroborando com os
resultados da resistência à compressão apresentados na TAB. 4.13.
4.2.4.1
Compacidade/ Homogeneidade
Ao utilizar o método do ultra-som, foi possível avaliar qualitativamente o grau de
compacidade e homogeneidade dos traços ensaiados uma vez que, quanto mais
compacto estiver um concreto, menor o número de vazios existente dentro deste e
conseqüentemente maior será a velocidade de propagação do pulso ultra-sônico.
Desta forma, utilizando a FIG. 4.15 e os gráficos “boxplots”, percebeu-se que ocorreu
um aumento da compacidade para os traços que utilizaram a água magnetizada na sua
fabricação. Esse aumento não foi linear para todos os traços, mas sempre ocorreu, sendo
mais significativo para o traço que utilizou brita calcária e cimento CP II - E 32 (traço
02 – CII-BC-AM).
Em relação à homogeneidade do concreto, percebeu-se que quando o mesmo foi
produzido com água magnetizada apresentava uma pasta cimento-agregado mais
Análise dos Resultados 95
uniforme, o que leva acreditar que o aumento desta homogeneidade contribuiu para o
incremento da compacidade.
5
C
ONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
5. Considerações finais e Recomendações
5.1 Introdução
Diante dos resultados obtidos, apresentados e discutidos, será feito neste capítulo uma
consideração geral, abordando as influências da utilização do tratamento magnético na
água de amassamento do concreto.
Os resultados obtidos nesta pesquisa inicial mostram a influência positiva desse
tratamento magnético devendo, portanto incentivar trabalhos futuros que darão além de
continuidade, o respaldo necessário a essa linha de pesquisa.
5.2 Considerações finais
O objetivo principal desse trabalho foi alcançado quando, para os traços analisados,
confirmou-se estatisticamente que a variável tratamento magnético da água de
Conclusões e Recomendações 97
amassamento influenciou significativamente a resistência à compressão e o módulo de
elasticidade do concreto.
Foram ensaiados 216 CP’s divididos em dois grupos de 108 CP’s diferenciados pela
água de amassamento, com ou sem tratamento magnético. Para cada grupo foram
confeccionados 6 traços variando o tipo de cimento e o tipo de agregado graúdo. Para
cada traço ensaiaram-se três corpos-de-prova, em seis idades distintas.
Com base nos resultados obtidos nos ensaios e analisados estatisticamente são
apresentadas algumas considerações, que deverão ser aplicadas, no contexto dos traços
analisados:
Analisando o comportamento da resistência à compressão, para as idades ensaiadas,
em função do tipo de água, independentemente do tipo de agregado e do tipo de
cimento, constatou-se que ocorreram ganhos percentuais, para os concretos
produzidos com água tratada magneticamente, comprovando por meio da análise
estatística que este ganho foi significativo. Este resultado de ganhos na faixa de 8%
em média confere com o obtido por LAZARENKO & ZHURAVLEV (1985), como
citado no início deste trabalho.
Analisando o módulo de elasticidade estático, constatou-se que os valores foram
superiores para os concretos produzidos com água tratada magneticamente. Do
mesmo modo que aconteceu na análise da resistência à compressão, constatou-se
que ocorreram pelo menos dois traços que os resultados não foram satisfatórios.
Ao analisar separadamente cada um dos traços ensaiados, constatou-se que a água
magnetizada atua de maneira diversificada quando se combinam os componentes do
concreto. Para concretos produzidos com o cimento CPII-E-32 (resistência estimada
de 25 MPa) o comportamento com brita calcária obteve ganhos muito mais
expressivos do que com a brita gnaisse, acreditando-se que isto se deva à
composição química dos agregados graúdos. A confirmação desse resultado pode
ser avaliada por meio de mais ensaios com os dois tipos de britas e também com
Conclusões e Recomendações 98
uma análise química do concreto, utilizando ensaios específicos como difração de
raios-X e observação em microscópio eletrônico de varredura (MEV).
Essa diferença expressiva de ganho para a brita calcária não foi sentida nos
concretos produzidos com os cimentos CPV- PLUS e CPV- RS (resistência
estimada de 35 MPa), embora tenha sido observado uma influência maior da água
tratada magneticamente nos resultados obtidos com o cimento CPV-RS.
Foi observado, também que a resistência à compressão para as primeiras idades (três
dias) sofreu influência do traço utilizado, comprovando a necessidade de um estudo
mais detalhado para confirmar tal fato.
Os resultados obtidos para a velocidade de propagação do pulso ultra-sônico foram
coerentes com os resultados para a resistência à compressão e módulo de
elasticidade, apresentando ganhos percentuais para os traços produzidos com água
tratada magneticamente.
Em relação ao aspecto trabalhabilidade, ficou comprovado que para todos os traços
houve um aumento no abatimento do cone, significando um aumento da plasticidade
do concreto. Esse aumento da trabalhabilidade poderia significar perda de
resistência, mas tal fato não ocorreu, uma vez que este aumento se deve à alteração
da estrutura molecular da água e não devido ao aumento do fator água/cimento. Esse
parâmetro mesmo sendo semiquantitativo, é importante para a comprovação dos
benefícios do tratamento magnético.
Utilizando ainda a análise qualitativa, percebeu-se que os traços ensaiados com água
magnetizada apresentaram um maior grau de compacidade e homogeneidade, sendo
comprovado pelos resultados obtidos para a velocidade do pulso ultra-sônico.
Diante dos resultados pode-se concluir que, embora tenha sido percentualmente
pequeno (próximo a 10%) o ganho de resistência e também de módulo de elasticidade, o
tratamento magnético influencia favoravelmente a produção do concreto.
Conclusões e Recomendações 99
Fatores adicionais como o aumento da trabalhabilidade com a mesma relação
água/cimento indica que poder-se-ia reduzir o consumo de cimento obtendo concretos
com mesma resistência e maior trabalhabilidade. Além disso o tratamento magnético
influenciou uma maior compacidade do concreto, demonstrado no ensaio do UPV.
Por tudo isso e ligado ao fato de que o único custo envolvido estaria na fabricação do
Condicionador Físico, conclui-se que a produção de concreto com água tratada
magneticamente é uma área de pesquisa promissora e que merece mais estudos
experimentais no intuito de se produzir concretos de melhor qualidade sem custo
adicionais.
5.3 Recomendações para trabalhos futuros
A metodologia se mostrou favorável, para a comprovação dos benefícios do tratamento
magnético na água de amassamento do concreto, no entanto, para um melhor
aprofundamento desta pesquisa são sugeridos estudos mais aprofundados no que tange a
um aumento das variáveis envolvidas, no número de corpos-de-prova, utilizando outros
tipos de cimentos e de agregados.
A seguir são apresentadas sugestões de trabalhos futuros para este tema.
Desenvolver uma metodologia para a incorporação do condicionador físico para a
produção de concreto em usinas.
Estudar o efeito do tratamento magnético no concreto quando se aplica um campo
magnético de aproximadamente 0,8 Tesla.
Analisar as reações químicas ocorridas no concreto, devido à utilização da água
magnetizada.
Conclusões e Recomendações 100
Estudar o efeito do tratamento magnético no concreto quando o mesmo é produzido
com aditivos plastificantes ou super-plastificantes.
Realizar procedimento similar ao deste trabalho estudando o comportamento do
concreto em idades mais avançadas.
Analisar os ganhos de resistência à compressão, quando se utiliza Fe
3
O
5
,
conjuntamente com o tratamento magnético.
6
R
EFERÊNCIAS
B
IBLIOGRÁFICAS
6. Referências Bibliográficas
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105
ANEXO A
Relatório de ensaios para a resistência à compressão
ANEXO A
RELATÓRIOS DE ENSAIOS PARA A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
107
FIGURA A.1- Relatório da resistência à compressão – Traço 02 – CII-BC-AM – 3 dias
108
FIGURA A.2- Relatório da resistência à compressão – Traço 02 – CII-BC-AM – 7 dias
109
FIGURA A.3- Relatório da resistência à compressão - Traço 02 – CII-BC-AM – 14 dias
110
FIGURA A.4- Relatório da resistência à compressão - Traço 02 – CII-BC-AM – 28 dias
111
FIGURA A.5- Relatório da resistência à compressão - Traço 02 – CII-BC-AM – 56 dias
112
FIGURA A.6- Relatório da resistência à compressão - Traço 02 – CII-BC-AM – 90 dias
ANEXO B –
Relatório de ensaios para o módulo de elasticidade
ANEXO B
RELATÓRIOS DE ENSAIOS PARA O MÓDULO DE ELASTICIDADE
114
FIGURA B.1- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 01 – CII-BC-AC
115
FIGURA B.2- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 02 – CII-BC-AM
116
FIGURA B.3- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 03 – CV-BC-AC
117
FIGURA B.4- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 04 – CV-BG-AM
118
FIGURA B.5- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 05 – CII-BG-AC
120
FIGURA B.7- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 07 – CV-BG-AC
121
FIGURA B.8- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 08 – CV-BG-AM
122
FIGURA B.9- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 09 – CVR-BC-AC
123
FIGURA B.10- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 10 – CVR-BC-AM
124
FIGURA B.11- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 11 – CVR-BG-AC
125
FIGURA B.12- Relatório do módulo de elasticidade - Traço 12 – CVR-BG-AM
126
dulo de elasticidade - Traço 01 - CII-BC-AC
y = -1E+07x
2
+ 32775x + 0,091
R
2
= 0,9998
y = -9E+06x
2
+ 32619x + 0,0248
R
2
= 0,9999
y = -1E+07x
2
+ 34280x + 0,1223
R
2
= 0,9999
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0,0000 0,0001 0,0002 0,0003 0,0004
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
Polimio (CP 01 - traço 01)
Polimio (CP 02 - traço 01)
Polimio (CP 03 - traço 01)
FIGURA B.13- Curvas tensão-deformação referentes aos 3 CP’s do Traço 01 – CII-BC-AC
Módulo de elasticidade - Traço 01 - CII-BC-AC
y = -13231700x
2
+ 33564x + 0,0677
R
2
= 0,9974
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
curva estimada
Polinômio (traço 01 - CII-BC-AC)
FIGURA B.14- Curva tensão-deformação estimada para o Traço 01 – CII-BC-AC
127
Módulo de elasticidade - Traço 02 - CII-BC-AM
y = -7E+06x
2
+ 34628x + 0,0496
R
2
= 0,9999
y = -1E+07x
2
+ 37692x + 0,0976
R
2
= 0,9999
y = -2E+07x
2
+ 39657x + 0,0599
R
2
= 0,9999
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0,00000 0,00005 0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
Polinômio (CP 02 - tro 02)
Polinômio (CP 03 - tro 02)
Polinômio (CP 01 - tro 02)
FIGURA B.15- Curvas tensão-deformação referentes aos 3 CP’s do Traço 02 – CII-BC-AM
Módulo de elasticidade - Traço 02 - CII-BC-AM
y = -1E+07x
2
+ 37545x + 0,0671
R
2
= 0,9952
0
5
10
15
20
25
30
0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020
Deformão (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
curva estimada
Tro 02 - CII-BC-AM
FIGURA B.16- Curva tensão-deformação estimada para o Traço 02 – CII-BC-AM
128
Módulo de elasticidade - Traço 03 - CV-BC-AC
y = -8E+06x
2
+ 34655x + 0,0464
R
2
= 0,9999
y = -8E+06x
2
+ 37367x + 0,1056
R
2
= 0,9999
y = -1E+07x
2
+ 39739x - 0,0455
R
2
= 0,9999
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0,00000 0,00005 0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030
Deformão (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
Polinômio (CP 02 - traço 03)
Polinômio (CP 03 - traço 03)
Polinômio (CP 01 - traço 03)
FIGURA B.17- Curvas tensão-deformação referentes aos 3 CP’s do Traço 03 – CV-BC-AC
Módulo de elasticidade - Traço 03 - CV-BC-AC
y = -2E+07x
2
+ 38259x + 0,0151
R
2
= 0,9938
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
0,0000 0,0005 0,0010 0,0015
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
curva estimada
Polinômio ( tro 03 - CV-BC-AC)
FIGURA B.18- Curva tensão-deformação estimada para o Traço 03 – CV-BC-AC
129
Módulo de elasticidade - Traço 04 - CV-BC-AM
y = -4E+06x
2
+ 34322x + 0,0308
R
2
= 0,9998
y = -1E+07x
2
+ 37331x + 0,1026
R
2
= 0,9999
y = 14476x
2
+ 34500x + 0,0702
R
2
= 0,9999
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0,00000 0,00005 0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030
Deformão (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
Polinômio (CP 02 - tro 04)
Polinômio (CP 03 - tro 04)
Polinômio (CP 01 - tro 04)
FIGURA B.19- Curvas tensão-deformação referentes aos 3 CP’s do Traço 04 – CV-BC-AM
Módulo de elasticidade - Traço 04 - CV-BC-AM
y = -5E+06x
2
+ 35302x + 0,0751
R
2
= 0,9981
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
curva estimada
Polinômio (tro 04 - CV-BC-AM)
FIGURA B.20- Curva tensão-deformação estimada para o Traço 04 – CV-BC-AM
130
Módulo de elasticidade - Traço 05 - CII-BG-AC
y = -2E+07x
2
+ 33919x + 0,0887
R
2
= 0,9999
y = -2E+07x
2
+ 36135x + 0,2491
R
2
= 0,9999
y = -2E+07x
2
+ 34591x + 0,234
R
2
= 0,9994
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0,00000 0,00005 0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030 0,00035
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
Polimio (CP 02 - traço 05)
Polimio (CP 03 - traço 05)
Polimio (CP 01 - traço 05)
FIGURA B.21- Curvas tensão-deformação referentes aos 3 CP’s do Traço 05 – CII-BG-AC
Módulo de elasticidade - Traço 05 - CII-BG-AC
y = -2E+07x
2
+ 35209x + 0,1791
R
2
= 0,9955
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
curva estimada
Polinômio (CP 01 - traço 05)
FIGURA B.22- Curva tensão-deformação estimada para o Traço 05 – CII-BG-AC
131
132
133
134
dulo de elasticidade - Traço 09 - CVR-BC-AC
y = -7E+06x
2
+ 38541x + 0,1163
R
2
= 0,9999
y = -2E+07x
2
+ 45670x + 0,1661
R
2
= 0,9998
y = -9E+06x
2
+ 39186x + 0,1134
R
2
= 0,9999
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0,00000 0,00005 0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030
Deformão (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
CP 01 - traço 09
CP 02 - traço 09
CP 03 - traço 09
FIGURA B.29 - Curvas tensão-deformação referentes aos 3 CP’s do Traço 09– CVR-BC-AC
Módulo de elasticidade - Traço 09 - CVR-BC-AC
y = -1732300x
2
+ 39551x + 0,138
R
2
= 0,9905
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
curva-estimada
Polimio (CP 01 - traço 09)
FIGURA B.30 - Curva tensão-deformação estimada para o Traço 09– CVR-BC-AC
135
Módulo de elasticidade - Traço 10 - CVR-BC-AM
y = -1E+07x
2
+ 39289x + 0,1377
R
2
= 0,9999
y = -1E+07x
2
+ 39745x + 0,1683
R
2
= 0,9998
y = -1E+07x
2
+ 40572x + 0,1915
R
2
= 0,9998
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
0,00000 0,00005 0,00010 0,00015 0,00020 0,00025 0,00030
Deformão (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
CP 01 - traço 10
CP 02 - traço 10
CP 03 - traço 10
FIGURA B.31 - Curvas tensão-deformação referentes aos 3 CP’s do Traço 10– CVR-BC-AM
Módulo de elasticidade - Traço 10 - CVR-BC-AM
y = -16046500x
2
+ 39144x + 0,161
R
2
= 0,9998
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020
Deformação (mm/mm)
Tensão
σ
σ
σ
σ
(MPa)
curva estimada
Polinômio (traço 10 - CVR-BC-AM)
FIGURA B.32 - Curva tensão-deformação estimada para o Traço 10– CVR-BC-AM
136
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