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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas
Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas
Alianças estratégicas que usam a web e seu impacto para a
construção de vantagens competitivas em empresas de TI
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
São Paulo
2006
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Conceição Aparecida Pereira Barbosa
Alianças estratégicas que usam a web e seu impacto para a
construção de vantagens competitivas em empresas de TI
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Administração de Empresas da
Universidade Presbiteriana Mackenzie para
a obtenção do título de Mestre em
Administração de Empresas.
Orientador: Prof Dr. Moisés Ari Zilber
São Paulo
2006
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Reitoria da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Professor Dr. Manasses Claudino Fontelis
Coordenadora Geral da Pós-Graduação
Professora Dra. Sandra Maria Dotto Stump
Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas,
Contábeis e Administrativas
Professor Dr. Reynaldo Cavalheiro Marcondes
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em
Administração de Empresas
Professora Dra. Eliane Pereira Zamith Brito
Dedicar
Este trabalho a quem me apoiou seria óbvio. E pouco.
Portanto, eu o dedico às pessoas que não acreditaram que eu
conseguiria, como mostra de um pouco do que sou capaz.
Às pessoas que me apoiaram e acreditaram que eu chegaria aqui,
como minhas filhas, pais, amigos, irmãos, professores e
profissionais das empresas que participaram, ofereço minha
gratidão eterna e dedico tudo mais o que eu puder ser nesta vida.
Devo meu sucesso a essas pessoas. Este trabalho é tão somente o
registro escrito de um momento. Apenas um retrato em um álbum
cheio de recordaçoes e ainda com páginas a completar.
A vocês, pessoas que estiveram ao meu lado, entrego o albúm de
fotografias da minha vida para que vocês possam completá-lo
comigo.
A inesquecível Elis Regina disse no passado e eu faço minhas
suas palavras:
“Sou como o assum-preto que precisa cantar muito mais depois
que lhe furam os olhos”.
Eu consegui.
Agradeço
Ao Deus que habita em mim e que me deu coragem para
continuar;
Às minhas filhas, Fernanda e Marisa, pela paciência com que
sobreviveram às privações que tivemos que enfrentar ao longo
deste período;
Às amigas inestimáveis Claudia A. Serrano e Priscila Spirlandelli
que choraram comigo na pior fase do trabalho e que arregaçaram
as mangas para me ajudar a chegar aqui;
Aos queridos amigos George A. Piaulino e Sérgio L. Seloti Jr.
que sabiam como dizer a coisa certa na hora certa e me
empurravam para a frente por acreditarem que eu conseguiria;
Ao meu orientador, Professor Moisés Ari Zilber, que me
presenteou com o desafio que fez com que eu quebrasse as
minhas barreiras do conhecimento e me superasse ao fazer este
trabalho;
À querida Professora Eliane P. Z. Brito que apostou em minha
capacidade quando viabilizou minha permanência no curso, ao me
recomendar para a bolsa de estudos, e por pegar em minha mão
para me ajudar a levantar em um momento em que eu estava de
joelhos, desistindo;
Aos Professores Alberto L. Albertin e Roberto G. Moori pelas
valiosas contribuições oferecidas como membros da banca de
qualificação;
Ao Professor Denis Mello e sua equipe, pela contribuição e apoio
ao trabalho;
À Dagmar Dollinger pela apoio, presteza e interesse com que me
orientou quanto às questões regimentais;
Aos amigos João Paulo Gomes, Sérgio K. Mikio e Mércia De
Martini pelas contribuições técnicas;
À Universidade Presbiteriana Mackenzie pela acolhida e por me
dar o orgulho de poder dizer que sou Mackenzista;
E, especialmente, aos queridos profissionais das empresas que ora
me fizeram sorrir, quando eu não sentia vontade, ora chorar de
emoção pelo carinho com que escreveram mensagens me
apoiando nesta jornada. Sem sua participação o trabalho estaria
inviabilizado;
É...seu Francisco, dona Marieta, dona Nadeje, o que seria de mim
sem vocês? Pai, Mãe e Tia, nem sei como agradecer. Eu amo
vocês.
A todos muito, muito obrigada mesmo!
Sumário
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 14
2 O ESTUDO............................................................................................................ 19
2.1 O PROBLEMA DE PESQUISA, OBJETIVOS DO ESTUDO E HIPÓTESES.... 19
2.1.1 Variáveis em estudo e suas definições operacionais............................................... 21
3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................ 23
3.1 A QUESTÃO DAS VANTAGENS COMPETITIVAS.......................................... 23
3.1.1
Perspectivas exógenas.............................................................................................
28
3.1.2 Perspectivas endógenas.......................................................................................... 37
3.2 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS QUE USAM A WEB........................................... 56
3.2.1
Contexto e razões para a formação de alianças.....................................................
61
3.2.2
O perfil das alianças: objetivos, vulnerabilidades e desafios.................................
67
3.2.3
O ambiente web.......................................................................................................
81
3.2.3.1
A criação da web e seus desdobramentos...............................................................
82
3.2.3.2
A estratégia e a Internet..........................................................................................
86
3.2.4
Alianças estratégicas e o virtual.............................................................................
91
3.2.4.1
Configurações de negócios virtuais........................................................................
93
3.3 DESENVOLVIMENTO DA TEORIA................................................................... 105
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 109
4.1 POSICIONAMENTO EPISTEMOLÓGICO.......................................................... 109
4.1.1
Senso comum e ciência............................................................................................
110
4.2 NATUREZA DO ESTUDO.................................................................................... 112
4.3 PLANO AMOSTRAL............................................................................................. 112
4.4 ESTRATÉGIA E DESEMPENHO DA COLETA DE DADOS ........................... 114
4.4.1
Instrumento de coleta..............................................................................................
116
4.4.2 Resultado da coleta de dados.................................................................................. 118
4.5 ANÁLISE DE DADOS........................................................................................... 118
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.................................. 121
5.1 ANÁLISE DESCRITIVA....................................................................................... 121
5.1.1
Perfil dos respondentes...........................................................................................
121
5.1.2
Perfil das empresas.................................................................................................
122
5.1.3
Perfil das alianças...................................................................................................
124
5.1.4
Análise das escalas..................................................................................................
130
5.1.4.1
Avaliação das vantagens competitivas....................................................................
130
5.1.4.2
Avaliação da aliança estratégica............................................................................
135
5.2 ANÁLISE MULTIVARIADA................................................................................ 140
5.2.1
Análise fatorial........................................................................................................
141
5.2.2
Regressão múltipla..................................................................................................
149
5.2.3
Correlação canônica...............................................................................................
179
CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES DO ESTUDO E SUGESTÕES PARA
ESTUDOS FUTUROS
184
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 191
Apêndice A:
Questionário..................................................................................... 200
Apêndice B:
Mensagem para disseminação por contato indireto via meio
eletrônico.........................................................................................
203
Apêndice C:
Home page da pesquisa...................................................................
204
Apêndice D:
Codificação dos itens do questionário............................................. 205
Apêndice E:
Relação das empresas participantes................................................. 209
Apêndice F:
Avaliação das Vantagens Competitivas segundo grupos de uso
predominante da web.......................................................................
211
Apêndice G:
Avaliação da Aliança Estratégica segundo grupos de uso
predominante da web.......................................................................
218
Apêndice H:
Análise fatorial de vantagens e alianças ......................................... 222
Apêndice I:
Glossário de termos utilizados na teoria de regressão múltipla....... 235
Apêndice J:
Escores e Histogramas dos fatores de vantagens e alianças ........... 238
Apêndice K:
Análise por Regressão Múltipla ..................................................... 241
Apêndice L:
Teste para Uso Predominante da Web............................................. 256
Lista de Figuras
Figura 1 – Relação entre as variáveis.......................................................................... 21
Figura 2 – Espectro dos arranjos cooperativos............................................................ 59
Figura 3 – Região de incidência das alianças e características envolvidas ................. 60
Figura 4 – Tipologia B-web ........................................................................................ 95
Figura 5 – Referencial do estudo ................................................................................ 108
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – q-q plot para o resíduo do modelo para Fortalecimento da
Competitividade .......................................................................................
152
Gráfico 2 – q-q plot para o resíduo do modelo para Eficiência no Uso dos Recursos 154
Gráfico 3 – q-q plot para o resíduo do modelo para Perspectiva de Gestão................ 155
Gráfico 4 – q-q plot para o resíduo do modelo para Aprimoramento da Produção e
Distribuição ..............................................................................................
156
Gráfico 5 – q-q plot para o resíduo do modelo para Aproveitamento da Informação. 157
Gráfico 6 – q-q plot para o resíduo do modelo para Relação entre Custo e
Posicionamento ........................................................................................
159
Gráfico 7 – q-q plot para o resíduo do modelo para Potencial de Imitação /
Replicação ................................................................................................
160
Gráfico 8 – qq-plot para o resíduo do modelo para Fortalecimento da
Competitividade - modelo 2 ....................................................................
162
Gráfico 9 – qq-plot para o resíduo do modelo para Eficiência no Uso dos Recursos
– modelo 2 ...............................................................................................
163
Gráfico 10 – qq-plot para o resíduo do modelo para Perspectiva de Gestão
– modelo 2 .............................................................................................
164
Gráfico 11 – qq-plot para o resíduo do modelo para Aprimoramento da Produção e
Distribuição – modelo 2 .........................................................................
165
Gráfico 12 – qq-plot para o resíduo do modelo para Aproveitamento da Informação
– modelo 2 .............................................................................................
166
Gráfico 13 – qq-plot para o resíduo do modelo para Relação entre Custo e
Posicionamento – modelo 2 ...................................................................
167
Gráfico 14 – qq-plot para o resíduo do modelo para Potencial de Imitação /
Replicação - modelo 2 ..........................................................................
169
Lista de Quadros
Quadro 1 – Características dos modelos b-web .......................................................... 97
Quadro 2 – Fatores críticos de sucesso e características da virtualidade das redes
estratégicas virtuais ..................................................................................
98
Quadro 3 – Vetores e estágios da organização virtual................................................. 98
Quadro 4 – Índice de importância das razões para formação das alianças ................. 127
Quadro 5 - Resumo dos resultados da análise fatorial ................................................ 149
Quadro 6 – Comparativo dos modelos de regressão para os fatores de Vantagens
Competitivas ............................................................................................
169
Quadro 7 – Impacto dos fatores de aliança sobre os fatores de vantagens – Segundo
modelo de regressão ................................................................................
171
Quadro 8 - Resumo dos resultados da regressão múltipla .......................................... 178
Quadro 9 – Resultado da correlação canônica através da comparação de pares ........ 182
Quadro 10 - Resumo dos resultados da correlação canônica ..................................... 183
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Cruzamento do faturamento anual bruto com a configuração do negócio 123
Tabela 2 – Participação percentual de empresas que selecionaram a variável para
atribuir o grau de importância às razões para formação da aliança .........
126
Tabela 3 – Cruzamento do faturamento anual bruto com uso predominante do
ambiente web para relacionamento ..........................................................
129
Tabela 4 – Percentual de respostas nas categorias referentes às vantagens
competitivas ..............................................................................................
131
Tabela 5 – Percentuais de concordância com as assertivas de vantagens
competitivas acima de 80% ......................................................................
134
Tabela 6 – Teste qui-quadrado para assertivas de vantagens e predomínio no uso da
web ............................................................................................................
135
Tabela 7 – Percentual de respostas nas categorias referentes à aliança estratégica .... 136
Tabela 8 – Percentuais de concordância com as assertivas de alianças estratégicas
acima de 80% ............................................................................................
139
Tabela 9 – Teste qui-quadrado para assertivas de alianças e predomínio no uso da
web ............................................................................................................
140
Tabela 10 – Análise fatorial de vantagens competitivas (modelo 1) .......................... 145
Tabela 11 – Análise fatorial de vantagens competitivas (modelo 2) e fatores
determinados ...........................................................................................
145
Tabela 12 – Análise fatorial de aliança estratégica e fatores determinados ............... 147
Tabela 13 – ANOVA para a variável Uso Predominante da Web ............................. 176
Tabela 14 – Teste da significância das correlações canônicas obtidas entre os
fatores de vantagens competitivas e de alianças estratégicas .................
180
Tabela 15 – Correlação canônica entre os fatores de vantagens competitivas e de
alianças estratégica .................................................................................
180
Tabela 16 – Matriz de correlação entre cada par canônico e as variáveis originais ... 181
Resumo
Este trabalho objetiva discutir a relevância da web para a gestão de alianças
estratégicas entre empresas de Tecnologia da Informação para verificar o predomínio de sua
utilização e o quanto isto impacta na competitividade da empresa, a fim de responder à
seguinte pergunta problema: qual a contribuição de alianças estratégicas que usam a web na
construção de vantagens competitivas?
A importância desta análise relaciona-se ao fornecimento de subsídios sobre a constituição de
alianças estratégias, e as fontes de vantagens decorrentes deste arranjo de negócios quando
usam a web, para empresas que têm a intenção de participar e, no entanto, não têm clareza
sobre os benefícios que podem obter com isto. A revisão teórica aponta que, diante de um
cenário de rápida transformação, a formação de alianças estratégicas é um poderoso
instrumento para a empresa elevar rapidamente suas capacidades. Por esse motivo, este
trabalho investiga as razões para formação, o uso predominante da web nesse arranjo e as
vantagens observadas pelas empresas, focalizando sempre a aliança mais forte. Importava
analisar se existe uma diferença significativa entre o uso da web seja como ferramenta ou
como o principal driver do negócio em vista do conflito de opinião de diversos autores sobre
o uso estratégico da Internet, ora pela discussão sobre a adoção em indústrias existentes, ora
pela criação de novos modelos de negócios, temas extensamente discutidos neste trabalho.
A pesquisa de campo foi direcionada a gestores de empresas de TI e obteve o retorno de 121
empresas de diversos portes, localização no território nacional e configurações, desde
empresas 100% físicas até empresas 100% virtuais. Tem o cunho quantitativo, com
questionário elaborado para também viabilizar a análise estatística através de diferentes
métodos. Assim, as informações geradas foram analisadas pelo método descritivo, análise
fatorial, regressão múltipla e correlação canônica.
Alguns resultados chamaram a atenção: mesmo dentre as empresas de Tecnologia da
Informação o uso predominante concentra-se mais em comunicações mais simples do que
complexas e transações comerciais, realizadas por aplicativos mais sofisticados, o que
também denotou o caráter de ferramenta que esta tecnologia assume para essas empresas.
Essa condição levou a um segundo resultado, de certa forma, surpreendente: no arranjo de
negócios analisado a web não desempenha um papel relevante para a obtenção de vantagens,
o que contradiz algumas vertentes teóricas que afirmam que é imperativa a adoção desta
tecnologia como condição para as empresas sobreviverem no mercado.
O trabalho finaliza comentando os impactos desse arranjo de negócios nas empresas
pesquisadas, à luz dos objetivos e hipóteses definidas e expõe alguns limites e possibilidades
para o estudo.
Palavras-chave: Gestão e Desenvolvimento de Mercados; Alianças Estratégicas, Vantagens
Competitivas; Uso da Web; Tecnologia da Informação.
Abstract
The goal of this work is to debate the relevance of the web for the management of
strategic alliances among Information Technology companies to check the predominance of
its use and how much impact it has in the competitiveness of the company in order to answer
the following research question: which is the contribution of strategic alliances that use the
web for the building of competitive advantages?
The importance of this analysis is related to the supply of data about the constitution of
strategic alliances, and the sources of advantages derived from this combination of businesses
when they use the web and aimed at companies whose objective is to participate, and
nonetheless they do not have a clear vision about the benefits that they can obtain with it. The
theoretical review indicates that before a scenario of rapid change, the formation of strategic
alliances is a powerful instrument for the company to enhance its capacities quickly. For this
reason, this work investigates the causes for the formation, the predominant use of the web in
this combination, and the advantages observed by the companies, always focusing on the
strongest alliance. What really mattered was to analyze if there is a significant difference
between the use of the web either as a tool or as the main business driver of the business,
considering the conflict of opinion among several authors about the strategic use of the
Internet, be it through the debate about the adoption in different existing industries, be it
through the creation of new models of businesses, which are extensively debated themes of
this work.
The field research was directed at company managers of IT and had a feedback of 121
companies of different sizes, location in different parts of the national territory and different
configurations, ranging from 100% physical companies to 100% virtual ones. It had the
quantitative mark, with a questionnaire elaborated in order to make it possible the statistic
analysis through different methods, as well. Thus, the information obtained was analyzed by
the descriptive method, factorial analysis, multiple regression and canonic correlation.
Some results were striking: even among Information technology companies the predominant
use concentrates more on simple levels of communication than on complex ones and
commercial transactions, made through more sophisticated devices, what also denoted the
character of tool that this technology assumes for these companies. This condition led us to a
second result, somehow astonishing: in the combination of businesses analyzed, the web does
not have a relevant role to obtain advantages, what contradicts some theoretical viewpoints
that state that it is imperative to adopt this technology as a condition for the survival of the
companies in the market.
This work ends commenting the impacts of this combination of businesses in the researched
companies, taking into consideration the defined objectives and hypothesis and it exposes
some limits and possibilities for the study.
Key words: Management and Development of Markets; Strategic Alliances, Competitive
Advantages; Use of the Web; Information Technology.
1 INTRODUÇÃO
O contexto econômico em que emergiram os conceitos de Adam Smith, quando havia
uma demanda ilimitada para os produtos, em que não se falava em competição internacional,
competição através da inovação, necessidade de mudanças rápidas por causa da tecnologia e
em que os ciclos de vida de produto eram longos o suficiente para garantirem a lucratividade
mudou drasticamente com a era da informação (SONES, 2000). Para Schumpeter (2002), as
bases do capitalismo criam as inovações necessárias à sua existência e incentivam o
desenvolvimento dessas inovações, oferecendo oportunidades de novos negócios.
Means e Schneider (2001) denominam de Meta-Capitalismo as mudanças gerenciais e
econômicas que objetivarão alavancar o capital financeiro, humano e de marca das empresas
para que consigam mercados maiores, possam melhorar produtos ou serviços e aprimorar o
desempenho da cadeia de suprimentos para fazerem frente às inovações e transformações
contínuas, à maior eficiência dos mercados, operações, processos administrativos e
aprimoramento constante das estratégias de retenção de clientes, como representação do que
chamam de revolução no business-to-business, que exigirá das empresas velocidade e
flexibilidade como resposta.
Esse fenômeno de mudança nos mercados demanda o ajuste das empresas a um novo
paradigma para sobrevivência, cujo denominador comum entre empresas grandes e pequenas
ancora-se na busca de eficiência dos sistemas organizacionais através da aplicação da
tecnologia da informação para tornar as empresas flexíveis o suficiente para responderem
rapidamente às mudanças do ambiente (SONES, 2000).
Kalakota e Robinson (2001) apontam que a migração para o virtual, transformando os
negócios em e-negócios, é a condição necessária para a sobrevivência dos empreendimentos
no futuro, que serão baseados em um novo modelo que busca a maximização de valor para o
15
cliente e a lucratividade.
Outro fator que fomenta esta reavaliação dos negócios é a mudança profunda dos
hábitos dos consumidores que agora querem minimizar a perda de tempo, ter o direito de
escolher o preço certo e ser tratados como únicos, o que faz com que a empresa bem sucedida
seja aquela que dê exatamente o que o consumidor quer, quando ele quer, independente do
meio – on-line ou físico – para esse contato (GRIFFITHS, 2001).
É um momento de transição que viabiliza às empresas influenciarem o futuro dessa
economia baseada em informação (NALEBUFF e BRANDENBURGER, 1997). É também
um momento em que se obtém vantagens competitivas a partir da alteração das bases de
competição não tanto pelo reconhecimento de novos mercados ou tecnologias, mas pelo
movimento agressivo para explorá-los (BESANKO et al, 2004).
Esta mudança provocada pelas forças integrativas da tecnologia viabiliza a alta
qualidade na coordenação e comunicação entre indivíduos e entidades que antes apenas
poderiam atuar isoladamente, e é um fator que favorece a cooperação, dando oportunidade aos
pequenos e médios negócios de participarem, por prover uma fonte de sustentabilidade para
as empresas neste mercado volátil (SONES, 2000).
O contexto da economia digital, que leva à desestabilização da proposta de valor e, ao
mesmo tempo, permite que novos valores sejam criados a partir de novas relações, altera as
fontes de geração de vantagem competitiva e configura uma nova arena para geração de
inovação a partir de novos modelos de negócios baseados nessas plataformas digitais
(TAPSCOTT, TICOLL e LOWY, 2001).
Deste cenário emerge o conceito de negócios baseados na web que define as diferentes
configurações que um negócio pode assumir a partir do momento que investe na
conectividade com seus alvos de interesse (TAPSCOTT, TICOLL e LOWY, 2001).
Uma configuração de negócios passível de obter benefícios com essa conectividade e
16
que também traduz a idéia de cooperação é a aliança estratégica, definida como uma relação
bilateral caracterizada pelo comprometimento de duas ou mais empresas parceiras para
atingirem um objetivo comum e na qual há o vínculo para que os parceiros reúnam ativos
especializados e capacidades (JORDE e TEECE, 1989; PYKA e WINDRUM, 2003).
A literatura revisada para este trabalho sugere que as alianças estratégicas emergem
como uma possibilidade das empresas rapidamente incorporarem as habilidades necessárias
para competirem, o que reforça a idéia de Besanko et al. (2004) quanto à forma como as
empresas exploram novos mercados e tecnologias para alterarem as bases de competição.
Além disto, são um importante instrumento para que as empresas solidifiquem suas posições
no mercado a fim de que possam ingressar nas comunidades de valor agregado que
fortalecerão os negócios entre empresas e reduzirão a intermediação com o objetivo de melhor
atender o cliente (MEANS e SCHNEIDER, 2001).
A literatura sobre vantagem competitiva aponta que as fontes para a sua construção
podem advir das partes componentes da cadeia de valor (PORTER, 1996b), de recursos e
capacidades (BARNEY, 1991; GRANT, 1991; COLLIS e MONTGOMERY, 1997; TEECE
et al., 1997), de competências essenciais (HAMEL e PRAHALAD, 1990, 1995) ou da posição
ocupada no mercado (PETERAF, 1993; PORTER, 1991).
Também discute a integração de teorias sobre construção de vantagens que tanto
focalizam os aspectos externos à empresa, como a análise da indústria e conflito estratégico,
como os aspectos internos, descritos pela teoria de recursos, das capacidades dinâmicas e
competências essenciais, unidas sob um paradigma integrativo que defende a visão do todo
como forma de garantir a competitividade da empresa em um ambiente mais instável.
Assim, este estudo analisa as alianças estratégicas, em empresas de Tecnologia da
Informação, que utilizam o ambiente web, em diferentes níveis de interação e sua relação com
o potencial competitivo das empresas, sob a óptica dos gestores dessas alianças. Seu propósito
17
é discutir as razões para a formação de alianças estratégicas, focos de conflito e vantagens que
as norteiam e como esse arranjo de negócios, quando baseado na web, impacta na construção
de vantagens competitivas a partir da avaliação da visão de gestores de 121 empresas,
independente do porte ou da localização no território nacional.
Desta forma, tem como principal objetivo verificar, junto a empresas que atuam em
tecnologia da informação tanto para o provimento de serviços como de produtos, a
contribuição que as alianças estratégicas baseadas na web oferecem para a construção de
vantagens competitivas a partir da seguinte pergunta problema: Qual a contribuição das
alianças estratégicas, que usam o ambiente web, para a construção de vantagens competitivas?
A relevância do estudo está relacionada à crescente incorporação da tecnologia aos
negócios e à necessidade de se elucidarem os mecanismos de construção de modelos que
façam frente a esse fato, mas que sejam direcionados para a obtenção efetiva de resultados e
elevação do potencial competitivo e construção de vantagens.
Todos esses fatores expostos sinalizam que o trabalho não só terá importância
acadêmica como estímulo à pesquisa do que se configura como novas fronteiras a serem
visualizadas a partir da incorporação da tecnologia aos negócios, mas terá relevância ao
esclarecer ao ambiente empresarial, sob o ponto de vista prático, as vantagens que podem ser
obtidas com a formação de parcerias e a influência do uso da web para isso. Em termos
sociais, contribui para o entendimento do papel do consumidor como objeto de
direcionamento da empresa que, agora, assume o papel de co-autor da criação e renovação da
empresa, produtos e serviços, produtor e consumidor ao mesmo tempo, conforme citam
Prahalad e Ramaswamy (2004), aspecto que eleva seu senso de respeito como cidadão que
tem voz ativa para construir aquilo que consome.
Além disso, contribui com o fomento à tecnologia emanado pela Lei 10.973 de
incentivo à inovação e pesquisa científica e sancionada pelo Governo Federal em 02 de
18
dezembro de 2004 (BRASIL, 2004) como forma de capacitar e elevar a autonomia
tecnológica do país, inclusive através de alianças estratégicas e projetos de cooperação.
Depois destas considerações iniciais, cabe descrever a estrutura do trabalho:
O capítulo 2 trata da elucidação do problema, bem como da definição dos objetivos
específicos, hipóteses e variáveis que nortearam a pesquisa de campo;
O referencial teórico, na seqüência, aborda os aspectos relacionados às alianças que
usam a web e à questão das vantagens competitivas.
No capítulo 4, são esclarecidos os procedimentos metodológicos sobre os quais o
estudo se fundamenta, abrangendo as estratégias para coleta e análise de dados.
Por fim, os dados obtidos são analisados, face à revisão teórica realizada, seguidos das
conclusões, limitações do estudo, referências bibliográficas e apêndices.
19
2 O ESTUDO
A perspectiva positivista considera que a realidade tem uma essência própria,
independente da percepção dos indivíduos e define que a atividade científica deve buscar a
resolução ou correção de inadequações ou inconsistências nas teorias existentes e entre teorias
e fatos, para incrementar o conhecimento acerca da estrutura subjacente a esta realidade
(ALLARD-POESI e MARÉCHAL, 2001).
Sua premissa é a de que sob a realidade há uma estrutura invariante, objetiva, e dessa
forma essa perspectiva visa a analisar a interdependência entre elementos presentes ou como a
modificação em um elemento modifica o outro e o próprio conjunto (GIL, 1999; LAKATOS e
MARCONI, 2001).
Seguindo essa diretriz, este estudo explorou a formação de alianças estratégicas que
usam a web e se a formação amplia a dinamicidade das capacidades das empresas
participantes e fomenta a construção de vantagens competitivas.
2.1 O problema de pesquisa, objetivos do estudo e hipóteses
Ao se estabelecer uma relação entre o perfil peculiar de uma aliança estratégica que
utiliza o ambiente web com o caráter heterogêneo e dinâmico dos recursos como fonte de
vantagem competitiva, foi levantado o seguinte questionamento: Qual o impacto das alianças
estratégicas, que usam o ambiente web, para a construção de vantagens competitivas?
Esta análise contribui para o aprimoramento de estudos sobre modelos de negócios
que usam ambientes virtuais como foco principal de sua atividade ou como um modelo
vinculado ao modelo existente e que avaliam a efetividade da formação de alianças
estratégicas e seu impacto para a criação de vantagens competitivas.
20
Ao elucidar as vantagens relacionadas à formação de alianças estratégicas e como isso
ocorre com o uso da web, fornece ao administrador elementos não só para avaliar alianças das
quais sua empresa participa, bem como esclarece ao participante potencial de uma aliança
quais são as prováveis vantagens a serem obtidas com este arranjo de negócios.
Ao analisar esta temática junto ao universo das empresas de Tecnologia da
Informação, este trabalho visa a apoiar o incentivo à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica no ambiente produtivo, dispostos na Lei nº. 10.973, de 02 de dezembro de 2004,
sancionada pelo Governo Federal do Brasil, que em seu capítulo II, Artigo 3
o
. determina que
as unidades federativas e agências de fomento poderão apoiar a formação de alianças
estratégicas e projetos de cooperação com a finalidade de gerar produtos e processos
inovadores, conforme o Parágrafo Único do mesmo Artigo, bem como apoiarem redes,
projetos internacionais, empreendedorismo tecnológico e ambientes de inovação, como
parques tecnológicos e incubadoras de empresas (BRASIL, 2004).
Este estudo objetivou verificar, segundo a óptica dos gestores, se a aliança estratégica
baseada em ambiente web contribui para a construção de vantagens competitivas.
Especificamente:
a) Verificou as razões para formação de alianças;
b) Verificou o grau de uso da web;
c) Verificou os tipos de alianças formadas;
d) Identificou se há um tipo de relação predominante com o uso da web, para transações
ou comunicações;
e) Verificou se as empresas alcançam vantagens competitivas com as alianças que usam
a web.
Com base na revisão teórica preliminar, problema e objetivos especificados foi possível a
formulação das seguintes hipóteses para verificação:
21
1) A formação de alianças que usam a web contribui positivamente para construção de
Vantagens Competitivas;
2) As empresas tendem a focalizar a eficiência operacional ou a redução de custos ao
participarem de uma aliança que usa a web;
3) As relações para transações tendem a predominar em detrimento do uso para
comunicação entre os envolvidos.
2.1.1 Variáveis em estudo e suas definições operacionais
Variável é uma classificação “discernível em um objeto de estudo e passível de
mensuração” (LAKATOS e MARCONI, 2001, p. 137). Pode ser independente quando afeta
outra variável, ou dependente, quando é afetada por outra variável e modifica-se como
conseqüência ou resposta à alteração na variável independente, o que estabelece uma relação
causal entre elas (GIL, 1999; LAKATOS e MARCONI, 2001; KERLINGER, 1979).
Com base no problema proposto, duas variáveis ficam evidentes e podem ser
relacionadas: alianças estratégicas com o uso do ambiente web e vantagens competitivas. Este
estudo propõe a seguinte relação entre essas variáveis, demonstrada na Figura 1 sem, no
entanto, tratar este aspecto de maneira determinística, já que os métodos estatísticos utilizados
no estudo e descritos no capitulo 4, geram relações matemáticas que não necessariamente
implicam em relações de causalidade, mais adequadamente identificadas com equações
estruturais (KLEINBAUM et al., 1998):
Variável independente
Aliança estratégica com o
uso da web
Variável dependente
Vantagens
Com
p
etitivas
Figura 1 – Relação entre as variáveis
Fonte: a autora
22
Definição operacional é “uma ponte entre conceitos ou constructos e observações”
(KERLINGER, 1979, p.47). Sintetiza o que o pesquisador deve medir e valida a medida, ou
seja, especifica as atividades do pesquisador para medir uma variável ou manipulá-la. Existem
dois tipos: mensuração, que descreve como uma variável pode ser mensurada e
experimentação, que descreve detalhes de como o investigador manipula a variável, dando
detalhes de como os sujeitos podem ser recompensados ou não por comportamentos
específicos (KERLINGER e LEE, 2000).
A importância da definição operacional não deve ser valorizada em excesso, já que
esta definição pode limitar a significação dos constructos e pode não expressar a riqueza e
diversos aspectos de algumas variáveis (KERLINGER e LEE, 2000).
As variáveis do estudo foram definidas operacionalmente de acordo com os seguintes
itens:
1. Variável independente - Alianças com o uso da web: fundamentos para
funcionamento; nível de confiança entre as partes; nível de virtualidade;
independência e autonomia das partes; grau de risco e conflito existente;
semelhança entre parceiros; predominância de um tipo específico de arranjo
cooperativo;
2. Variável dependente - Vantagens Competitivas: fatores de fortalecimento da
competitividade a partir do estabelecimento da parceria; grau de eficiência no uso
de recursos; elevação do conhecimento gerencial, agilidade, flexibilidade e
potencial de inovação; melhor aproveitamento da informação; ganhos de escala e
escopo; grau de transferência de capacidades e imitabilidade dos recursos;
elevação e compartilhamento do conhecimento; estabelecimento de posição no
mercado.
23
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 A questão das Vantagens Competitivas
Os estudos sobre estratégia têm sido objeto de diferentes teorias que, embora possam
parecer conflitantes, resguardam-se sob o paradigma do comportamento estratégico que as
colocam em uma perspectiva comum, tornando-as complementares (ANSOFF, 1987), e que
tanto deriva da análise de aspectos internos como externos à organização, baseados na
tradição econômica, que enfatiza a importância dos fatores de mercado para o sucesso da
empresa, bem como em aspectos comportamentais e sociológicos que observam o ajuste dos
fatores organizacionais ao ambiente como determinante desse sucesso (HANSEN e
WERNERFELT, 1989).
Um exemplo prático desse suposto conflito emerge na distinção entre operação e
estratégia e fica evidenciado pelo argumento de Porter (1996a) que ao diferenciar a eficiência
operacional, executar atividades similares melhor que os concorrentes, do conceito de
posicionamento, executar atividades diferentes das executadas pelos rivais ou atividades
similares de maneiras diferentes, alega que a eficiência operacional é uma condição
necessária, porém, que não garante a lucratividade da empresa e logo não se configura como
ação estratégica.
Esta visão de Porter é contestada por Sull (2004), que afirma que a eficácia
operacional decorre da execução bem-sucedida das ações, que consiste na velocidade com que
as empresas definem, implantam e concluem melhorias, e na agilidade com que reiniciam o
processo de maneira mais rápida que os concorrentes, obtendo, como resultado, um ganho de
vantagem em eficiência, no qual o que vale é o impacto cumulativo que acaba propiciando um
distanciamento dos concorrentes mais lentos.
24
Mintzberg et al. (2000) também contestam a menor ênfase atribuída à eficiência
operacional por Porter em seus escritos, argumentando que “melhorias na eficácia operacional
podem ser um tipo de estratégia” (MINTZBERG et al, 2000, p.94) e que restringir o enfoque
à análise de poucas variáveis não dá a dimensão do que seja a realidade como um todo.
Ansoff (1987) aproxima operação e estratégia ao propor que o processo estratégico
comporta três sub-atividades: percepção da necessidade de ação, decisão sobre a ação a ser
tomada e sua execução, e ao argumentar que a perspectiva paradigmática deve ser ancorada
na interdependência dinâmica destes fatores e no seu progresso não de forma sequencial, mas
de maneira paralela, sempre associando estratégia e operação, porque operação e estratégia
competem pelos mesmos recursos da organização, em especial como resultado de ambientes
turbulentos e com intensa competição (ANSOFF, 1987). Outro aspecto relevante para tal
consideração é que quando o cenário opera em regimes de mudança rápida, a base de
competição é a inovação, há a rivalidade por preço e performance, retornos crescentes e a
destruição criativa das competências existentes (TEECE et al 1997).
Ansoff (1984) introduz a idéia de que o desenvolvimento simultâneo da estratégia e de
capacidades seja um poderoso fator para economizar tempo. Ansoff (1987) ainda define que o
potencial de uma capacidade influenciar o comportamento estratégico depende do preparo
gerencial, aspirações de acionistas, da estrutura de poder, da cultura e da habilidade da
empresa para resolução de problemas impregnada nos sistemas de trabalho e estrutura que
comporiam forças ativas, por influenciarem a mudança, e forças inerciais, resultantes do
momento histórico da empresa. Além disso, considera a ação do ambiente externo sobre
estratégia, que seria influenciada e influenciaria não só as capacidades, mas este mesmo
ambiente.
A necessidade da análise profunda do contexto, resultado de um conjunto de
interações físicas, psicológicas e sociológicas (HANSEN e WERNERFELT, 1989), e
25
intenções da empresa no mercado como fatores direcionadores da estratégia, tem como
destaque a função do executivo como propulsor e condutor do processo que já havia sido
abordada por Chandler (2001a). Os aspectos principais dessa abordagem relacionam-se à
maneira como as empresas promovem a integração vertical, via combinação e consolidação, e
como o fluxo de dados e informações deve acontecer, obedecendo a linhas de autoridade e
responsabilidade na estrutura (CHANDLER, 2001a).
Essa relação entre estratégia e estrutura, em que a adoção de uma nova estratégia
requer que a estrutura seja remodelada ou substituída e que a falha neste sentido gera a
concentração e inadequação das atividades operacionais, o que pode levar em caso de
crescimento à insuficiência econômica da empresa (CHANDLER, 2001a), encontra eco na
proposta de estratégias emergentes e de moldagem dessas estratégias de acordo com
Mintzberg (1987) que define que a estratégia pode emergir em resposta a uma determinada
situação ou pode acontecer de maneira deliberada através de um processo de formulação
seguido da implantação e que se essas intenções planejadas não produzem as ações desejadas,
as empresas ficam com estratégias não realizadas.
Ansoff et al. (1990) ampliam essa visão, adotada originalmente por Chandler em 1962,
e cunham o termo capacidade organizacional justamente para definir os fatores-chave que têm
alta interdependência com a estratégia: gerentes, cultura, base de informação, sistemas,
estrutura e capacidade de gestão.
As decisões gerenciais sobre os recursos e capacidades acontecem sob a incerteza
sobre economia, indústria, leis, ambiente tecnológico, comportamento dos concorrentes e
preferências do consumidor; complexidade da inter-relação de causas que delineiam o
ambiente da empresa, interações competitivas que fomentam percepções diversas acerca
destes ambientes e conflitos intraorganizacionais entre tomadores de decisão e quem é afetado
por elas (AMIT e SCHOEMAKER, 1993), aspectos que exemplificam os componentes que
26
caracterizam a indústria, a posição relativa de mercado da empresa e a qualidade ou
quantidade de seus recursos disponíveis (HANSEN e WERNERFELT, 1989), ou seja, que
envolvem decisões operacionais e estratégicas.
Essa proposta de associação entre operação e estratégia representaria, assim, uma
visão integrativa da análise das influências internas e externas como fatores de influência na
competitividade da empresa, compondo, portanto, o arcabouço para o estabelecimento da
estratégia.
Dessa forma, os estudos teóricos sobre estratégia atuam sob um paradigma integrativo
ainda que especificamente defendam diversos enfoques. Barney (1991), por exemplo,
argumenta que o modelo de recursos tanto pode basear-se na teoria organizacional como nas
teorias de comportamento para identificar recursos que sejam valiosos, raros, imperfeitamente
imitáveis e não substituíveis.
Grant (2002) aponta que apesar das decisões estratégicas serem muito dependentes da
habilidade da empresa em estabelecer vantagens competitivas em mercados e setores
específicos, a pesquisa em estratégia apresenta uma dicotomia na abordagem entre as questões
relacionadas ao escopo, ou estratégia corporativa, e aquelas relacionadas aos mercados e
setores em que se competirá, ou estratégia competitiva.
Rumelt (2003) exemplifica essas divergências ao comentar que a literatura associa o
que seja vantagem competitiva ao conceito de criação de valor, criticando as discordâncias
entre as diversas definições atribuídas à vantagem competitiva e à forma como valor é
conceituado ou medido, sobre o significado de ganhos, sobre o conceito de custo de
oportunidade e se vantagem competitiva significa ganhar o jogo ou ter os recursos distintivos
suficientes para manter a posição.
A maior ou menor consideração da maneira como o ambiente e capacidades
influenciam e são influenciados pela estratégia da empresa é o que delineia as divergências
27
teóricas sobre estratégia, potencial competitivo da empresa e vantagens competitivas,
discutidos a seguir.
Tais divergências, oriundas desse balanceamento diferenciado entre fatores internos e
externos têm sua origem nas orientações utilizadas como norteadoras das teorias. Teece et al.
(1997) estabelecem uma diferenciação dessas teorias a partir de unidades fundamentais de
análise: indústrias, empresas e produtos; recursos; e processos, posição e caminho,
distribuídos entre modelos de estratégia que enfatizam a exploração do poder de mercado e
outros que enfatizam a eficiência interna. Ansoff (1987), por sua vez, estabelece uma
diferenciação a partir da óptica científica e sob uma fundamentação mais comportamental,
envolvendo o processo de decisão, poder, cultura e pressão do ambiente. Mintzberg et al.
(2000) classificam dez escolas de estratégia, três delas agrupadas como prescritivas, que se
ocupam mais em como as estratégias devem ser criadas; seis como descritivas, que abordam
como as estratégias são, de fato, formuladas; e a última que é uma combinação das outras e
busca uma visão integrativa entre elas.
Grant (2002) salienta que as economias de escopo em recursos e capacidades e o papel
dos custos de transação, como questões da estratégia corporativa, foram desdobrados em uma
vasta gama de disciplinas e teorias ao longo do tempo. Por sua vez, Whittington (2002)
apresenta conceitos de estratégias fundamentados em duas dimensões: resultados (busca de
maximização de lucros x outras possibilidades) e processo de elaboração da estratégia
(deliberado x emergente). São eles: a) clássica ou racional: análise racional, distanciamento
entre concepção e execução e compromisso com a maximização do lucro; b) evolucionária ou
fatalista: independente do método adotado, só as melhores empresas sobreviverão e os
mercados é que garantem a maximização do lucro; c) processualista ou pragmática:
estratégias e vantagens competitivas são devidas às imperfeições dos processos
organizacionais e do mercado e d) sistêmica ou relativista: estratégias ocorrem devido a
28
determinados contextos sociológicos e são peculiares a eles.
Este trabalho parte da visão de Teece et al. (1997) em sua diferenciação entre modelos
de estratégia que enfatizam a exploração de poder de mercado: análise das indústrias e
conflito estratégico e os que enfatizam eficiência interna: Resource-based View e as
capacidades dinâmicas, que serão denominados a partir de agora como perspectivas exógenas
e endógenas, respectivamente, para explorar os fatores relacionados às fontes de vantagem
competitiva e de competitividade das empresas.
3.1.1 Perspectivas exógenas
Ansoff (1990) afirma que a estratégia em si, quando não explicitada, seja por compor
um conceito privado aos gestores ou por ter um sentido mais difuso, representa uma vantagem
competitiva da empresa, embora ele mesmo admita que esta explicitação, com conseqüente
acúmulo de contribuições importantes de todas as esferas funcionais na empresa, também
possa ser um fator de sucesso.
Sinaliza que um paradoxo acontece quando se considera o caráter sistêmico,
representado pela estratégia, “que dá coerência e direção ao crescimento de uma organização
complexa” (ANSOFF, 1990, p. 97) vis-à-vis à viabilidade de garantir esta coerência e direção
sem a explicitação da estratégia.
Para responder a esta questão, recorre à natureza do crescimento da empresa e à
dinamicidade do ambiente. Caso o mercado esteja em expansão, a demanda altere-se
lentamente e a tecnologia seja estável, a empresa poderia alterar a estratégia de maneira
gradativa, alcançando uma aprendizagem e adaptação de maneira informal que garantiriam a
coerência de comportamento e coordenação, consubstanciando uma estratégia estável e
implícita. Por outro lado, defende que mudanças rápidas e descontínuas no ambiente, ou
29
quando a própria empresa precisa mudar radicalmente em função de novas exigências
impostas pela sociedade, requerem que a empresa desenvolva uma estratégia unificadora e
explícita, porque a empresa ficará diante da necessidade de definir a melhor direção para o
crescimento futuro e de reunir as pessoas em direção a essa estratégia, questões que
sintetizariam a essência da formulação e implantação das estratégias.
A partir destas considerações, Ansoff (1990) sinaliza que dois tipos de estratégias são
possíveis:
1) Estratégia de carteira: focaliza a empresa como um conjunto de áreas estratégicas
de negócios que se posicionam entre quatro componentes:
a) vetor de crescimento geográfico: que define a abrangência e direcionamento
dos negócios. Cabe observar que este vetor deriva do conceito original de
vetor de crescimento, representado na matriz produto-missão e que foi
ampliado pelo autor para tecnologias/produtos/serviços x necessidades de
mercado x área geográfica;
b) vantagem competitiva: o sucesso em determinadas ou todas atividades da
empresa;
c) sinergias entre atividades;
d) flexibilidade estratégica que poderá ser por diversificação do alcance
geográfico, necessidades atendidas e tecnologias ou alcançada por recursos e
competências facilmente transferíveis entre áreas estratégicas do negócio.
Aponta, entretanto, que a otimização de um componente prejudica o desempenho dos
outros o que requer uma posição de equilíbrio entre os quatro fatores.
2) Estratégia competitiva: observa qual enfoque a empresa utilizará para ser bem-
sucedida em cada área estratégica. Nesse caso, amplia a ênfase em preço e
minimização de custos da teoria microeconômica para determinar quatro
30
possibilidades:
a) maximização da participação no mercado;
b) crescimento;
c) diferenciação de mercado;
d) diferenciação de produtos e serviços.
Ansoff (1990) argumenta ainda que a amplificação das mudanças e seu
comportamento descontínuo intensificaram a preocupação quanto à avaliação do
comportamento competitivo das empresas nas áreas tradicionais do negócio, o que
direcionaria a ênfase da análise à reavaliação das estratégias contidas na carteira existente,
antes de qualquer mudança na carteira, ao invés da linha tradicional de diversificação e
internacionalização anteriormente utilizadas como potenciais de ampliação e sustentação do
negócio. Propõe que a combinação de análise do perfil de potencialidades e competitividade
(avaliação de forças e fraquezas em relação à concorrência nas dimensões administração geral
e finanças, pesquisa e desenvolvimento, operações e marketing e características do ambiente
futuro de concorrência da empresa) com a análise do potencial das áreas estratégicas do
negócio (nas dimensões estrutura de produtos e mercados, crescimento e rentabilidade,
tecnologia, investimentos, marketing, concorrência e perspectiva estratégica) viabilizariam
uma previsão da posição competitiva da empresa como um todo e de seus negócios em
particular.
Essa perspectiva exógena à empresa parte do enfoque da ocupação de posições
privilegiadas de mercado (PORTER, 1991; PETERAF, 1993) e define que o sucesso da
empresa é uma função de duas áreas: a atratividade da indústria e a posição da empresa nessa
indústria (PORTER, 1991).
Deriva do paradigma estruturalista que conjuga os fatores estrutura, condução e
performance para fundamentar o conceito de análise estrutural das indústrias e determina que
31
a performance das empresas em indústrias ou mercados particulares depende da direção de
compradores e vendedores em assuntos como práticas de preços e políticas, coordenação
inter-organizacional tácita e explícita, compromisso com pesquisa e desenvolvimento,
propaganda e estratégias de produto, investimentos em melhoria da produção (TEECE, 1984).
Ainda segundo o autor, esta direção, por sua vez, depende da estrutura do mercado,
considerando o número e distribuição de compradores e vendedores, o grau de diferenciação
de produtos, a existência de barreiras bloqueando a entrada de novas empresas, o grau de
integração vertical e a proporção de custos fixos e variáveis associada à tecnologia da
indústria. Teece (1984) acrescenta que a transposição desse paradigma para a gestão
estratégica focaliza o incremento de lucros pela contenção ou restrição da ação de
competidores através da elevação de barreiras de entrada a fim de defender a empresa das
forças competitivas.
Porter (1979, 1991, 1999) sintetiza esse paradigma argumentando que a empresa
precisa encontrar a melhor posição de defesa diante das forças competitivas: a) poder de
barganha de compradores e b) de fornecedores; c) ameaça de produtos substitutos; d) ameaça
de novos entrantes e e) rivalidade entre concorrentes existentes, que atuam para determinar a
lucratividade final na indústria.
Entretanto, o modelo de Porter contém limitações que envolvem a não consideração de
fatores que afetam a demanda, o foco da indústria como um todo, ao invés de empresas
isoladamente, e a não explicitação do papel do governo, exceto quando ele está na posição de
comprador ou fornecedor (BESANKO et al., 2004).
Besanko et al. (2004) determinam mais claramente como essas forças atuam,
definindo como principal fator considerado pelo modelo a análise quanto à possibilidade de
erosão da lucratividade da indústria como resultado dos movimentos entre competidores e
pressões exercidas por fornecedores e clientes, e estabelecem um modelo prático para
32
checagem das cinco forças.
As forças da indústria podem ser sinteticamente definidas como:
1) Rivalidade interna: como as empresas estão distribuídas no mercado, seu critério
de competição, analisada essencialmente a partir das variáveis relacionadas a preço
e à sua ausência, e as condições que a fomentam;
2) Novos entrantes: reduzem a lucratividade dos concorrentes presentes, pois
pulverizam a demanda de mercado entre mais empresas e diminuem a
concentração de mercado pelo aumento da rivalidade;
3) Produtos substitutos: atuam similarmente aos novos entrantes ao impactar a
demanda de produtos/serviços;
4) Poder de barganha de fornecedores e clientes: relacionado ao tamanho e poder
financeiro de fornecedores e compradores e sua força para interferir em custos e
preços. (BESANKO et al., 2004)
A maneira de neutralizar essas ameaças à lucratividade consiste na definição de
estratégias relacionadas a custo ou criação de vantagens por diferenciação, além da
observação da atuação em mercados em que as forças sejam menos severas ou pela tentativa
de alterá-las (BESANKO et al., 2004; PORTER, 1991).
Dessa forma, as empresas atingem uma vantagem quando incrementam eficiências,
capitalizam economias de escala e atuam para serem líderes de mercado a partir de baixos
custos ou quando enfatizam a exclusividade de seus produtos/serviços, vendendo-os a
premium price, implementando uma orientação geral para a diferenciação e observando um
escopo competitivo com alvos mais ou menos ampliados, neste segundo caso resultando um
enfoque em custos ou em diferenciação (PORTER, 1991).
As fontes de diferenças entre competidores tanto poderiam ser originadas na eficiência
operacional ou pela melhor prática, como pelo posicionamento estratégico definido
33
(PORTER, 1996a, 1999) e a atratividade da indústria estaria relacionada a impedimentos
estruturais, ou barreiras de entrada como economias de escala, patentes, curva de experiência,
reputação de marca (PORTER, 1991; GRANT, 1991), que viabilizariam um ambiente mais
propício para a criação de vantagens competitivas (PORTER, 1991; TEECE et al., 1997).
Barney (1991) contesta a idéia de que a barreira por si só seja fonte de vantagem competitiva,
argumentando que só o será se os recursos não estiverem distribuídos homogeneamente entre
os competidores e quando estes recursos não sejam perfeitamente móveis.
As empresas atingiriam vantagens sustentáveis não pela posse ou controle de recursos
únicos ou difíceis de imitar ou pela impossibilidade dos competidores os replicarem, mas
porque estes competidores não teriam o incentivo para tal, seja por economias de escala ou de
escopo, o que faria da posição privilegiada da empresa no mercado a fonte de vantagem
sustentável (COOL et al., 2002). A ênfase dos economistas para explicar a vantagem
competitiva está mais em assumir que poucos fatores de produção têm um fornecimento
inelástico do que para reconhecer recursos como imóveis ou inimitáveis (BARNEY, 2002).
Porter (1989) também atribuiu as vantagens competitivas à efetiva combinação do
contexto nacional e da estratégia da empresa para assegurar o alcance de vantagens
competitivas internacionais.
Outra perspectiva exógena, o conflito estratégico, parte da abordagem da teoria dos
jogos para analisar a interação competitiva entre empresas rivais baseada em que a empresa
ficaria apta a aumentar seus lucros ao manipular o ambiente de mercado, devido à habilidade
intelectual do gestor em jogar (TEECE et al., 1997).
A teoria estuda “as interações entre os participantes cujos retornos dependem das
opções uns dos outros e que levam esta interdependência em conta quando procuram
maximizar seus respectivos retornos” (GHEMAWAT, 2000, p. 84), contudo, sem observar a
significância de como novos fluxos de rendimentos são criados e protegidos, exceto pela
34
abordagem feita por Nalebuff e Brandenburger (TEECE et al., 1997) que é apresentada neste
trabalho principalmente por apresentar o conceito de rede de valor.
A teoria dos jogos não cooperativos é a forma de modelar e analisar situações em que
cada jogador depende de suas crenças e expectativas acerca do jogo dos oponentes, não sob a
crença arbitrária acerca dos movimentos destes oponentes, mas pela tentativa de prever a
jogada usando o conhecimento sobre as regras e a partir da premissa que o outro jogador
tomará decisões racionais e que tentará fazer suas próprias previsões e maximizar seus gastos
(FUDENBERG e TIROLE, 1989).
O equilíbrio nos modelos de comportamento estratégico depende, fundamentalmente,
da crença que um rival tem sobre a atuação do outro em determinada situação. Todavia, essa
abordagem ignora a competição como um processo que envolve o desenvolvimento, acúmulo,
combinação e proteção de capacidades e habilidades únicas, como se o sucesso resultasse de
sofisticados movimentos e contra-movimentos e focaliza o posicionamento de mercado mais
do que o desenvolvimento de ativos únicos que possibilite uma posição superior (TEECE et
al., 1997). Uma abordagem mais recente enfatiza os benefícios obtidos ao se extrapolar as
idéias de competição e cooperação (TEECE et al, 1997; GHEMAWAT, 2000; NALEBUFF e
BRANDENBURGUER, 1996, 1997), para uni-las em uma visão de co-opetição em que é
estabelecida uma rede de valor formada por clientes, fornecedores, concorrentes, a empresa e
complementadores, ou empresas que oferecem produtos complementares ao da empresa
principal da rede (NALEBUFF e BRANDENBURGUER, 1996).
Ao analisar os negócios como um jogo, a partir da teoria dos jogos de John von
Neumann e Oscar Morgenstern, Nalebuff e Brandenburguer (1996, 1997) salientam que
algumas peculiaridades ficam evidentes: nem sempre há ganhadores e perdedores e não
existem regras pré-fixadas, ou seja, a ação muda o jogo. Já Ghemawat (2000) afirma que
esses jogos têm soma zero, por darem oportunidades à competição e à cooperação, tanto
35
podem ser estruturados de maneira livre como baseado em regras.
Nalebuff e Brandenburger (1996, 1997) descrevem o processo de jogo que tem, além
dos jogadores, o valor adicionado que cada um agrega, regras que estruturam a interação entre
eles e que é influenciado pelas percepções ou crenças dos jogadores e seu escopo ou limites e
vínculos com outros jogos. O jogo estabelece uma relação de competição ou
complementariedade entre os players, de acordo com a preferência do consumidor, ou seja,
sob a óptica de um player uma empresa é complementadora quando o consumidor valoriza o
produto de sua empresa mais do que o da outra e se transforma em um competidor quando a
situação se inverte, estabelecendo uma relação de opostos que é determinada, desta forma,
pela perspectiva dos consumidores e fornecedores, pois a mesma lógica se aplica ao
fornecimento, ou seja, se o consumidor utiliza produtos de fornecedores que valorizam o
produto do player, esses fornecedores são complemento e se transformam em competidores
quando o consumidor adquire os produtos que desvalorizam o produto do player.
A empresa deve definir uma estratégia para cada relação na rede de valor a fim de
determinar quem representa complemento ou é competidor e poder descobrir o que o mercado
não está suprindo. Identificar os complementadores na rede de valor viabiliza a lucratividade
do negócio, principalmente porque a variável preço oscilará para baixo quando a empresa
determiná-la de maneira independente desses complementos, já que os players tentarão
compensar a redução de margem pelo aumento de lucratividade via incremento no market-
share. Por outro lado, a elevação de preços pode tornar o pacote total de produtos e
complementadores muito caro (NALEBUFF e BRANDENBURGER, 1996, 1997).
Existem três possibilidades para a empresa adequar-se a esta situação e estabelecer o
melhor pacote, ou seja, com maior lucratividade e menor preço ao consumidor: fazer sozinha,
formar uma aliança para projetos ou formar um novo negócio com uma empresa
complementar (NALEBUFF e BRANDENBURGER, 1996, 1997).
36
Este enfoque visa a discutir de que maneira tornar a fatia de mercado maior para
outros e como ganhar com isso. Identificar a cadeia de valor da empresa e as cadeias de
fornecedores e consumidores como mapas de relações auxilia a ampliar o foco, incorporando
a idéia de cooperação e entendendo o negócio a partir de uma perspectiva externa que provê
um referencial comum para a discussão da estratégia. Tudo consistirá, então, em avaliar o
tamanho do mercado, como será dividido e as possíveis perdas da empresa e de outras pela
não participação no jogo, analisados à luz do conceito de valor adicionado que implicará em
avaliar a rede de valor inteira e identificar onde esse valor agregado se origina, tanto para
limitar o valor agregado de outros jogadores ou ampliá-lo para o cliente (NALEBUFF e
BRANDENBURGER, 1996, 1997).
Gerar a lealdade do consumidor pela recompensa seria uma forma de criar valor, pois
ele investiria no relacionamento, resultando em uma forma de diferenciação para empresa
através desse relacionamento que será, conseqüentemente, fonte de valor agregado. Contudo,
a empresa deve criar as circunstâncias que preservem esse valor, que não é perene,
reestruturando o jogo pela mudança de regras, fortalecendo a marca ou ainda atuando no
meio-ambiente com o objetivo de evitar que o valor se torne uma commodity. Caso a empresa
não tenha um valor agregado, precisa desenvolver mecanismos para mudar o jogo
(NALEBUFF e BRANDENBURGER, 1996, 1997).
Em síntese, essas abordagens sugerem que uma empresa obtém uma vantagem
competitiva sustentável quando implementa estratégias que exploram suas forças, ao
responder às oportunidades ambientais, enquanto neutraliza ameaças externas e evita
fraquezas internas (BARNEY, 1991). Além disso, aliam escolhas entre vantagens de custo ou
de diferenciação e entre amplo ou estreito escopo de atuação no mercado (GRANT, 1991).
37
3.1.2 Perspectivas endógenas
O trabalho de Wernerfelt (1984) é o que estabelece uma primeira relação entre
lucratividade e recursos ao definir uma forma de avaliar a posição em recursos da empresa.
Fundamenta-se no conceito tradicional de estratégia de K. Andrews, em The concept of
corporate strategy (1971), que se baseia na posição dos recursos da empresa (forças e
fraquezas), como também incorpora os conceitos de E. G. Penrose, em The theory of the
growth of the firm (1959), que focaliza a empresa como um conjunto de recursos, acenando
também com a consideração das estratégias gerenciais para o desenvolvimento de novas
capacidades (WERNERFELT, 1984).
Sua abordagem pretendeu diferenciar-se da tradicional análise em termos de produto-
mercado e do subseqüente desenvolvimento dos enfoques teóricos em aspectos externos à
empresa, e atestou ser possível serem estabelecidas barreiras de recursos que teriam certa
analogia com as barreiras de entrada, descritas por Porter (1991), para caracterizar a visão
baseada em recursos, ou Resource-based View, para a qual o tipo, magnitude e a natureza dos
recursos e capacidades da empresa são fatores importantes para sua lucratividade (AMIT e
SCHOEMAKER, 1993).
Essa visão aproxima-se das estratégias genéricas de Porter (1991) de liderança em
custo, diferenciação ou enfoque, mas diferencia-se quanto à origem da lucratividade, que
aconteceria mais a partir da propriedade de recursos escassos do que pelo estabelecimento de
uma posição no mercado (TEECE et al., 1997). A apropriação de recursos dar-se-ia, então,
pela exploração de recursos específicos existentes ou controlados pela empresa (TEECE et al.,
1997; AMIT e SCHOEMAKER, 1993; COLLIS, 1991).
Essa visão é análoga à proposta de Ansoff (1990) de direcionar a análise
prioritariamente para reavaliação das estratégias contidas na carteira existente, antes de
38
qualquer mudança na carteira.
De acordo com o RBV, recursos específicos seriam os determinantes da vantagem
competitiva e performance (WERNERFELT, 1984; PETERAF, 1993) e as empresas rivais
competiriam com base em seus recursos e capacidades (WERNERFELT, 1984; BARNEY,
1991; AMIT e SCHOEMAKER, 1993; COLLIS e MONTGOMERY, 1997; PETERAF e
BERGEN, 2003).
Outra aproximação com a análise da indústria atribui à teoria baseada em recursos o
potencial emprego para identificação de competidores indiretos, ou substitutos, dificilmente
identificáveis principalmente em ambientes com competição dinâmica em que a
heterogeneidade é constantemente introduzida. Comparar com base em similaridades em
produto pode dar uma visão sobre os atuais competidores; no entanto, comparar com base nas
capacidades, através da equivalência em capacidades e correspondência nas necessidades dos
clientes atendidos, provê informações sobre os potenciais competidores, dando maior clareza
quanto a ameaças competitivas mais indiretas (PETERAF e BERGEN, 2003).
A evolução dos estudos a partir do trabalho inicial de Wernerfelt (1984) foi o que
atribuiu às empresas um caráter de heterogeneidade no controle de recursos estratégicos
(BARNEY, 1991; TEECE et al., 1997; COOL et al., 2002), aspecto fundamental da teoria de
recursos (PETERAF, 1993) e que estes recursos poderiam não ser móveis entre as empresas,
o que perpetuaria essa heterogeneidade, premissas opostas às estabelecidas pelo modelo de
análise da indústria (BARNEY, 1991). Por essa razão, a identificação de competidores deve
acontecer a partir da análise em nível de empresa e não de mercados ou indústria (PETERAF
e BERGEN, 2003).
Esses dois aspectos são relevantes para o potencial de competição da empresa que não
pode esperar obter uma vantagem sustentável quando os recursos estratégicos estão também
distribuídos entre os competidores ou sejam altamente móveis, porque, assim, todas estariam
39
aptas a implantar estratégias semelhantes ou incrementar a eficiência da mesma forma
(BARNEY, 1991).
Dados esses fatores, considera-se uma vantagem competitiva sustentável quando, além
da empresa implementar uma estratégia de criação de valor não simultaneamente com
qualquer concorrente real ou potencial, esse concorrente não estiver apto a duplicar esta
estratégia, aspecto que não vincula a manutenção da vantagem a um período de tempo, mas ao
potencial de duplicação (BARNEY, 1991) e, sob essa óptica, os recursos devem ser únicos
para que produzam uma vantagem competitiva sustentável (COOL et al., 2002).
A perspectiva inicial da Resource-based View tinha como foco a geração de ganhos
Ricardianos e recursos que gerassem vastos montantes de valor por longos períodos. Esses
recursos, quando existentes, deveriam ser raros (COLLIS e MONTGOMERY, 1997).
A ênfase na escassez, ou no caráter raro do recurso, implicava que as empresas com
recursos (disponibilidades) valiosos necessariamente teriam uma vantagem se os
competidores não tivessem acesso a recursos (alternativas) do mesmo tipo (PETERAF,
1993). Posteriormente, observou-se que a maior parte dos recursos apenas proveria ganhos
Schumpeterianos, ganhos que acontecem entre a criação da inovação, sua difusão e imitação,
portanto, de mais curta duração (COLLIS e MONTGOMERY, 1997). Daí decorre o
argumento de Peteraf e Bergen (2003) quando enfatizam que a escassez não deve ser quanto
ao tipo de recurso, mas em termos de sua função ou uso.
Isso faz com que apenas a heterogeneidade dos recursos possa garantir a uma empresa
a vantagem do first-mover (BARNEY, 1991). Ser um first-mover não implica em ser o
primeiro a fazer um produto, mas em ser o primeiro a “desenvolver um conjunto integrado de
capacidades funcionais importantes para comercializar um novo produto em volume para os
mercados mundiais” (CHANDLER, 2002, p. 18-19) ou estabelecer uma vantagem expressiva
sobre os concorrentes, notadamente em atividades funcionais colocadas em prática antes de
40
outras empresas e relacionadas à produção, à distribuição, às compras, à pesquisa, à área
financeira e à administração geral (CHANDLER, 2001b). É também ter a flexibilidade e
capacidade de resposta que lhe permita a criação de novas vantagens tão rápido quanto as
antigas vantagens sejam erodidas pelos competidores (GRANT, 1991). São empresas que
investem em: a) produção - o suficiente para alcançar vantagens de custos de escala e escopo;
b) marketing para produtos específicos, distribuição e redes de compras e c) recrutamento e
organização da gerência necessária para supervisionar e coordenar as atividades funcionais e
alocar recursos para a produção e distribuição futuras; três fatores fundamentais para o
alcance de vantagens competitivas em escala, escopo ou ambos. (TEECE, 1993)
Algumas características qualificam os recursos de acordo com abordagens
diferenciadas nas teorias. Collis e Montgomery (1997) definem os recursos como ativos
tangíveis, intangíveis e capacidades organizacionais e o que os tornam fonte de vantagem
competitiva sustentável localiza-se na intersecção de três dimensões: demanda pelos
consumidores (ou a contribuição que um recurso dá para atender a uma necessidade do
consumidor melhor do que os competidores), não replicação por concorrentes (pela escassez
ao longo do tempo de determinado recurso) e apropriação pela empresa da lucratividade
gerada.
Para Barney (1991) e Amit e Schoemaker (1993), os recursos devem conter quatro
atributos para que tenham o potencial de sustentar uma vantagem: a) serem valiosos para
gerarem o aproveitamento de oportunidades e neutralizarem ameaças; b) serem raros; c)
imperfeitamente imitáveis e d) insubstituíveis.
Os recursos valiosos e raros só se tornam fontes de vantagem competitiva sustentável
caso as empresas que não os têm não possam obtê-los. O caráter não substituível vincula-se à
impossibilidade de uma empresa imitar uma outra, mesmo com recursos similares ou que
substituam o recurso originalmente utilizado pela empresa detentora da vantagem. Dessa
41
forma, a empresa não pode esperar obter uma vantagem sustentável quando os recursos
estratégicos estão também distribuídos entre os competidores ou sejam altamente móveis,
porque, assim, todas estariam aptas a implantar estratégias semelhantes ou incrementar a
eficiência da mesma forma (BARNEY, 1991).
Os recursos seriam imperfeitamente imitáveis por uma ou pela combinação de três
razões: a) a habilidade para obter o recurso depende de condições históricas únicas; b) a posse
do recurso e a vantagem competitiva geram ambigüidade causal, ou seja, não há a perfeita
clareza se o recurso presente está ligado à vantagem existente, o que dificulta às empresas que
pretendam imitar saberem que ação tomar para duplicar a estratégia (BARNEY, 1991;
COLLIS e MONTGOMERY, 1997). Nesse caso, a sustentação da vantagem se dá quando
tanto a empresa que detém o recurso como as que não o têm não conseguem estabelecer este
vínculo entre recurso e vantagem de maneira perfeita, o que torna este recurso inimitável; c) a
complexidade social, que envolve relações interpessoais, cultura e reputação perante
fornecedores e clientes (BARNEY, 1991).
Dessa forma, recursos podem ser definidos como fatores disponíveis que são de
propriedade ou são controlados pela empresa para serem convertidos em bens ou serviços, ou
inputs para o processo produtivo, consistindo-se, inclusive, do know-how comercializável,
dos ativos físicos e financeiros e capital humano (AMIT e SCHOEMAKER, 1993; GRANT,
1991; HELFAT e PETERAF, 2003). Teece et al. (1997) acreditam que a denominação
recurso seja mal empregada e propõem que a idéia seria melhor expressada como ativos
específicos da empresa que sejam difíceis, senão impossíveis, de serem imitados ou
transferidos por causa de custos de transação, custos de transferência e do conhecimento
tácito embebido nesses ativos, muito embora continuem a usar a palavra recurso para manter a
aderência com a abordagem do RBV.
Cool et al. (2002) definem recursos como todos os ativos, capacidades, competências,
42
conhecimento e reputação que pertencem ou são controlados pela empresa e que a habilitam a
conceber estratégias que incrementem a eficiência e eficácia do negócio.
Chandler (2002) defende as capacidades aprendidas como fontes de forças
competitivas das empresas industriais e destaca que a criação dessas capacidades fundamenta-
se em três tipos de conhecimento para formar uma base de aprendizagem que não só
estabelece a direção, mas os limites do caminho em função das barreiras de entrada que cria :
1) Conhecimento técnico: relativo ao conhecimento nas disciplinas científicas, de
engenharia, nas organizações profissionais;
2) Conhecimento funcional: relativos ao produto e que tem como resultado
capacidades de desenvolvimento, de produção e de marketing;
3) Conhecimento gerencial: baseado no conhecimento e experiência gerenciais. As
capacidades aprendidas da alta gerência são os fatores decisivos para a saúde e o
crescimento de longo prazo da empresa.
Grant (1991), reportando-se a Hofer e Schendel, em Strategic Formulation: Analistic
Concepts (1978), assume que os recursos agrupam-se em seis categorias: financeiros, físicos,
humanos, tecnológicos, organizacionais e de reputação, que são considerados recursos
estratégicos da empresa quando são relevantes para a concepção e implementação de
estratégias (BARNEY, 1991). O desafio da empresa estaria em identificar quais os ativos
estratégicos - ou o conjunto de recursos difíceis de imitar, escassos, apropriáveis pela empresa
e especializados - fundamentam a construção de uma vantagem competitiva sob o ponto de
vista da criação e proteção de ganhos econômicos (AMIT e SCHOEMAKER, 1993) e
maximização de rendimentos ao longo do tempo (GRANT, 1991).
Assim, o potencial de um conjunto de recursos para realizar determinada tarefa ou
atividade é a fonte para as capacidades e estas são a principal fonte para a vantagem
competitiva. Contudo, não se restringe à simples junção dos recursos, mas também aos
43
padrões complexos de coordenação entre pessoas e destas com outros recursos o que requer a
aprendizagem por repetição (GRANT, 1991). Para Peteraf e Bergen (2003) as capacidades
devem ser definidas não em termos de tipos de recursos, mas em termos de suas
funcionalidades e usos, o que daria aos gestores não só uma visão das oportunidades, mas das
ameaças relacionadas a essas capacidades. Estariam ligadas à habilidade da empresa em
coordenar atividades, a partir dos recursos, para atingir uma finalidade (HELFAT e
PETERAF, 2003).
Observe-se que a definição de capacidade pela óptica da Resource-based View
engloba a abordagem inicial de Ansoff et al. (1990), previamente descrita neste trabalho.
Já as capacidades consideradas estratégicas compõem as competências essenciais da
empresa, as que fundamentam o acúmulo de habilidades que deleguem à empresa a
capacidade de rapidamente adaptar-se às mudanças do mercado (HAMEL e PRAHALAD,
1990, 1995) e o grau com que se tornem distintivas depende do quanto sejam específicas à
empresa e da dificuldade dos competidores as replicarem (TEECE et al., 1997).
A relação entre recursos e lucratividade, anteriormente proposta por Wernerfelt
(1984), é retomada por Grant (1991) quando discute que essa relação emerge naturalmente na
gestão estratégica de recursos e diz respeito à identificação de oportunidades de economia,
pela habilidade de maximizar a produtividade de recursos tangíveis e o emprego mais intenso
ou lucrativo dos recursos existentes.
Ao definir uma capacidade como sendo, dada a sua natureza, um conjunto de rotinas,
aspecto corroborado por Teece at al. (1997) que acrescentam que as rotinas viabilizam
atividades distintivas, Grant (1991) estabelece uma relação entre recursos, capacidades e
vantagem competitiva, que considera: a) a habilidade da empresa em alcançar cooperação e
coordenação nas equipes como componente central da relação entre recursos e capacidades,
aspecto reiterado por Amit e Schoemaker (1993); b) as compensações entre eficiência e
44
flexibilidade em vista da habilidade da empresa em articular suas capacidades diante do
conhecimento tácito impregnado em suas rotinas e c) as economias advindas da experiência e
o grau de complexidade das capacidades (GRANT, 1991).
O resultado seria a construção de capacidades que gerariam um alto nível de
confiabilidade em serviços, inovações em produto, flexibilidade na fabricação, poder de
resposta diante das tendências de mercado e ciclos de desenvolvimento de produtos mais
curtos (AMIT e SCHOEMAKER, 1993).
Grant (1991) afirma que os recursos e capacidades apropriados para sustentarem uma
vantagem devem ser: a) duráveis; b) transparentes; c) que detenham baixo potencial de
transferência e d) baixo potencial de replicação.
Ao contrário de Grant (1991) que, na identificação das capacidades, afirma que o
trade-off entre eficiência e flexibilidade requer que pelo menos um número limitado de rotinas
seja executado em sua máxima performance, Porter (1996a) afirma que a empresa constrói
sua vantagem a partir de todas as suas atividades.
Porter (1996b) inicia uma aproximação com os conceitos que enfatizam a eficiência
operacional quando refina sua análise sobre essa eficiência ao definir o modelo de cadeia de
valor em que segmenta a empresa, para direcionar-se à liderança em custo, em diferenciação
ou enfoque, em atividades de apoio e primárias, ainda assim mantendo o argumento de que a
busca dessa eficiência deve focalizar o estabelecimento de uma posição de mercado.
O posicionamento estratégico distinto para sustentar diferenças estaria ancorado em
diferenças estratégicas a partir de atividades e dos valores que a empresa escolhe oferecer ao
cliente em detrimento de outros. Assim, tanto vantagem competitiva como estes trade-offs
dependeriam do ajuste de várias atividades e não de atividades isoladas. Sob essa óptica, o
alcance da vantagem competitiva seria analisado a partir das atividades e da cadeia de valor
(PORTER, 1999).
45
Observe-se que a distinção que Porter fez entre eficiência operacional e
posicionamento tem nova perspectiva quando o atual contexto do uso de tecnologia da
informação é introduzido. Para Porter (1999), muitas dessas ferramentas são usadas para
elevar a eficiência operacional mais do que para estabelecer um posicionamento distinto de
mercado. O risco, já que todas as empresas tenderiam a usar a TI da mesma forma, estaria na
homogeneização da competição, redução das escolhas para o consumidor e início de uma
rivalidade destrutiva, o que contraria a premissa de que operação não é estratégica.
Por essa razão, a empresa deveria investir na continuidade da estratégia com o
concomitante incremento em sua habilidade para conduzi-la (PORTER, 1999), dando a
entender que o autor admite que o aspecto operacional é também componente da estratégia.
Por sua vez, Barney (1991) afirma que um sistema de processamento de informação
que seja bem impregnado no processo de decisão formal e informal da gestão pode ter um
potencial de sustentar uma vantagem.
Amit e Schoemaker (1993) e Peteraf e Bergen (2003) consideram que a perspectiva de
recursos é complementar à análise da indústria, muito embora Teece et al.(1997) pontuem que
em alguns aspectos são também competitivas e que a astúcia estaria em lançar mão do
enfoque mais apropriado de acordo com o problema sob análise.
Grant (1991) contraria a idéia de que apenas os recursos existentes devem ser
considerados. Segundo ele, pensá-los de uma maneira estratégica deve considerar não só o
desenvolvimento dos recursos presentes, mas o desenvolvimento da base de recursos de modo
a ampliar as vantagens competitivas e oportunidades da empresa para que possa sustentar
vantagens mesmo diante da competição e evolução dos requisitos do consumidor. A
capacidade de inovar continuamente e sofisticar os fatores de produção garantiriam o
potencial de empresas e nações estabelecerem e manterem o sucesso competitivo
internacionalmente (PORTER, 1989).
46
Assim sendo, a suposição central do RBV é que, mesmo em um contexto de
equilíbrio, as empresas diferenciam-se pelos recursos e capacidades que controlam e que essa
assimetria coexistirá até o momento em que haja uma mudança externa ou ocorra um choque
Schumpeteriano, em que a inovação seja a fonte de criação de valor (AMIT e ZOTT, 2001).
Isso significa que uma vantagem apenas se sustentará enquanto competidores não
puderem duplicá-la, o que não anularia os benefícios obtidos pela empresa detentora da
vantagem, ou enquanto não houver uma mudança imprevista na estrutura econômica da
indústria, nesse caso, anulando a vantagem em seu potencial competitivo (BARNEY, 1991).
Todos os aspectos críticos relacionados ao crescimento da empresa, como liderança,
visão, foco estratégico, entre outros, além das vantagens competitivas, são colocados à prova
em contextos em que tecnologia e condições de mercado mudam freqüentemente, o que faz
com que as empresas enfrentem uma dualidade entre operar eficientemente no momento
presente e sustentar o sucesso de modelos de negócios enquanto incorpora inovações
disruptivas
1
que as habilitem a competir no futuro (PAAP e KATZ, 2004).
Especificamente sobre o recurso tecnológico, Porter (1985) esclarece que é um forte
determinante de barreiras de entrada, porque pode aumentar ou diminuir a escala de qualquer
atividade da cadeia de valor. Já Chandler (2002) atribui a criação de uma barreira de entrada
em um setor tecnologicamente novo à capacidade de a empresa criar uma base integrada de
aprendizagem e um fluxo contínuo de fundos.
Porter (1985) estabelece uma associação do que fomenta uma vantagem competitiva a
partir do uso da tecnologia, argumentando que o seu impacto para uma vantagem estará
relacionado à contribuição que trará para que a empresa defina uma posição em custo ou
1
entende-se por tecnologias disruptivas o efeito que algumas tecnologias parecem exercer em mercados afetados
pela base de inovação tecnológica, e o retrocesso de empresas que competem nestes mercados quando falham em
adotar a tempo a nova tecnologia (PAAP e KATZ, 2004), que tira o lugar da tecnologia principal (ADNER,
2002). Falham não por desconhecerem a tecnologia mas por não visualizarem mudanças nas condições de
mercado ou nas necessidades do consumidor (PAAP e KATZ, 2004).
47
diferenciação, desde que influencie os fatores direcionadores de custo ou da singularidade das
atividades de valor. Afirma que, freqüentemente, a tecnologia pode ser diretamente a fonte de
vantagem competitiva quando é o driver principal e não apenas empregada em uma atividade
de valor que resultará em drivers como escala, interrelações ou tempo, pois refletirá uma
escolha independente de outros drivers como, por exemplo, a descoberta de uma tecnologia
melhor para a execução de uma atividade. A tecnologia empregada por compradores e
fornecedores também afetará as vantagens. Algumas situações relacionadas à tecnologia
favoreceriam a sustentação de uma vantagem competitiva:
1) quando a mudança tecnológica por si reduz custo ou eleva a diferenciação e não
pode ser imitada. Cabe observar que Barney (1991) argumenta que a tecnologia
física é, por si, imitável e que a inimitabilidade estaria, de fato, na forma como o
recurso é explorado pelas pessoas. Essa complexidade social é que poderia ser a
fonte de vantagem;
2) quando a mudança de uma atividade de valor ou de um produto influencia os
drivers de custo ou singularidade de uma atividade em favor da empresa;
3) quando a mudança tecnológica é pioneira e gera vantagens do first-mover e
4) quando aumenta a atratividade de toda a estrutura da indústria após sua difusão.
A dualidade entre administrar a eficiência operacional do hoje, ao mesmo tempo em
que deva haver um compromisso com a criação de rupturas no futuro, resulta na
transformação da noção de capacidades essenciais presentes para capacidades dinâmicas, pois
o acúmulo de ativos estratégicos já não é o suficiente para garantir a manutenção da vantagem
(TEECE et al., 1997).
Algumas características definem as empresas vencedoras neste mercado global: tempo
de resposta, rapidez e flexibilidade na inovação de produtos associados à capacidade gerencial
para coordenar e realocar competências internas e externas (TEECE, et al, 1997).
48
Essas novas formas para alcançar vantagens competitivas podem ser denominadas de
capacidades dinâmicas. Dinâmica pela capacidade de renovar tão logo haja mudanças no
ambiente e capacidade por enfatizar o papel central da gestão estratégica para adequação
interna da empresa para ir ao encontro destas mudanças (TEECE et al., 1997).
As capacidades dinâmicas fundamentam-se no processo gerencial e organizacional,
envolvem adaptação e mudança (HELFAT e PETERAF, 2003) e objetivam a integração,
coordenação, reconfiguração e transformação de outros recursos e capacidades que habilitam
a empresa a criar e capturar “ganhos Schumpeterianos” (TEECE et al., 1997; AMIT e ZOTT,
2001) ou os ganhos que são auferidos no período entre a inovação introduzida e sua difusão
(COLLIS e MONTGOMERY, 1997) e podem ser vistas como uma abordagem emergente e
potencialmente integrativa para o entendimento das novas fontes de vantagens competitivas
(TEECE et al., 1997).
Essas capacidades estão assentadas sobre fundamentos a partir dos quais as vantagens
distintivas e difíceis de replicar podem ser criadas, mantidas e incrementadas. O que é
distintivo não pode ser comprado com a aquisição da empresa ou de subunidades o que, na
óptica de Teece et al. (1997) decorre do fato de que cada empresa tem um modo muito
peculiar de agir e que considerar a replicação a melhor prática, apenas seria uma ilusão,
porque as capacidades precisam ser entendidas em termos da estrutura organizacional e do
processo gerencial que suportam a atividade produtiva.
Por isso, propõem para esse entendimento que os fatores determinantes das
competências distintivas e capacidades dinâmicas sejam agrupados em três categorias
(TEECE et al., 1997):
1) Os processos organizacionais e gerenciais, que têm três perspectivas de análise:
a. O conceito estático de coordenação e integração: vantagens estratégicas
requerem a integração de atividades externas e tecnologias. A diferença entre
49
empresas é gerada pela forma como são organizadas pelos gestores, o que faz
as rotinas terem um caráter muito peculiar. A noção de que competências e
capacidades decorrem de formas distintas de coordenação ajuda a explicar
por que e como uma mudança, mesmo sutil, pode interferir
significativamente na empresa. Estes processos tendem a ser altamente
coerentes e isso torna difícil a imitação;
b. O conceito dinâmico de aprendizagem: processo social e coletivo de
experimentação e repetição que melhora e agiliza a performance da empresa
através das contribuições para o entendimento de problemas complexos;
c. O conceito transformacional de reconfiguração: habilidade de perceber a
necessidade de alterar a configuração da estrutura de ativos da empresa de
acordo com a percepção que se tenha do ambiente.
2) A posição específica da empresa: posse de determinados ativos que definem a
vantagem competitiva em qualquer período de tempo. São eles: ativos
tecnológicos; complementares; financeiros; relacionados à reputação; estruturais;
institucionais; posição de mercado e fronteiras organizacionais: grau de integração
da empresa e como essa integração é gerenciada, exemplificados pela tecnologia,
propriedade intelectual, ativos complementares, base de consumidores e relações
com fornecedores e complementadores (TEECE et al. 1997);
3) As alternativas estratégicas ou caminho:
a. Dependência do caminho percorrido: a posição atual da empresa é sempre
definida pelo caminho que percorreu previamente e isso não pode ser
desconsiderado, já que as limitações em seu comportamento futuro decorrem
das decisões tomadas e do repertório de rotinas implantado previamente.
Essa dependência do caminho também limita o potencial de aprendizagem
50
pois, quando vários aspectos do ambiente de aprendizagem da empresa
mudam ao mesmo tempo, a habilidade de estabelecer relações de causa e
efeito confunde-se, porque não há estruturas cognitivas previamente
formadas para consolidar o novo conhecimento. Outro aspecto relacionado
corresponde ao aumento de importância dessa experiência prévia se houver a
opção para ampliar os retornos. As fontes de ampliação são múltiplas e a
posição prévia da empresa também pode afetar sua capacidade para explorar
estes retornos crescentes;
b. Oportunidades tecnológicas: podem não ser completamente externas à
indústria, não apenas porque algumas empresas podem investir em pesquisa
básica, mas porque essas oportunidades freqüentemente são alimentadas pela
própria atividade de inovação. Reconhecê-las está diretamente relacionado
ao quanto a empresa esteja próxima dos contextos de pesquisa, o que
impactará em suas opções relacionadas à pesquisa e ao desenvolvimento;
c. Avaliação: a empresa não é vista como a soma de suas partes e nem como
um time unido por contratos. Dessa forma, a performance é muito mais
ameaçada por variações no ambiente do que pela perda de indivíduos-chave,
já que a substituição de pessoas é mais rápida do que a transformação da
empresa para adequar-se ao novo ambiente. Por essa razão, mesmo que se
observe a coerência e racionalidade da empresa, seu comportamento e
performance dificilmente serão replicados (transferência ou reemprego de
competências de um contexto econômico para outro) ou imitados (replicação
feita por um competidor) (TEECE et al. 1997).
Se Teece et al. (1997) avançam ao atribuírem um caráter dinâmico ao conceito de
capacidades definido pela teoria baseada em recursos, em que capacidades dinâmicas fazem
51
mudar capacidades não dinâmicas, Helfat e Peteraf (2003) dão um passo além, ao
argumentarem que a heterogeneidade proposta por tal teoria decorre de ciclos na criação das
capacidades, propondo uma visão dinâmica baseada em recursos ao definirem o ciclo de vida
das capacidades para que haja uma linguagem comum sobre a sua evolução.
Sua abordagem parte da premissa de que enquanto algumas capacidades dizem
respeito especificamente à adaptação, aprendizagem e mudanças em processos, todas têm o
potencial de acomodar a mudança. Da mesma forma que Wernerfelt (1984) busca a
convergência entre produtos e recursos, Helfat e Peteraf (2003) recorrem ao ciclo de vida do
produto para justificarem os estágios de evolução das capacidades, muito embora admitam
que os conceitos tenham elementos-chave que os diferenciam como o fato de uma capacidade
servir para uma gama simultânea de produtos, o que dá ao ciclo de capacidades um caráter
mais extenso ao longo do tempo por possibilitar no estágio, após a maturidade, que a empresa
retire a capacidade, limite sua ação, renove, replique, reempregue ou a recombine. Todavia,
ressaltam que os antecedentes históricos, assim como Teece et al. (1997), Ansoff (1987),
Barney (1991) e Collis e Montgomery (1997) apontam, interferirão na forma como a evolução
acontecerá.
Sejam as capacidades operacionais mais relacionadas às rotinas, ou dinâmicas, que
constroem, integram ou reconfiguram as capacidades operacionais, o fato é que ambas podem
executar atividades individuais ou então coordenarem atividades, nesse caso, a partir da
coordenação de esforços de pessoas ou times de trabalho. O ciclo de vida das capacidades é a
evolução das capacidades que coordenam os times e as etapas desse ciclo refletem dois tipos
de efeitos: aqueles que trazem a ameaça da obsolescência e os que trazem novas
oportunidades de crescimento ou mudança (HELFAT e PETERAF, 2003).
Helfat e Peteraf (2003) reconhecem que a teoria dinâmica de recursos ainda não
responde às questões relativas às vantagens competitivas e desvantagens ao longo do tempo,
52
mas que o ciclo de vida das capacidades explica a emergência e sustentação da
heterogeneidade das capacidades e as fontes de heterogeneidade para as empresas que têm
essas capacidades.
Várias dessas abordagens endógenas buscaram aproximações com as abordagens
exógenas, não só para encontrarem fundamento em suas proposições como para
demonstrarem a convergência e possibilidade integrativa entre as duas linhas de análise.
A própria evolução dos negócios e ambientes negociais provocou uma revisão pelos
autores de suas visões iniciais que parecem convergir para os apontamentos já citados de
integração de variáveis endógenas e exógenas à empresa.
Ansoff et al. (1990) revêem seu conceito de planejamento estratégico para um modelo
mais multidisciplinar de gestão estratégica que pretende a mesma integração defendida por
Teece et al.(1997). Porter (1989, 1992) revisa as teorias sobre estratégia propondo uma teoria
dinâmica que lide simultaneamente com estas variáveis, enfatizando o papel do ambiente
como provedor do insight: a) que fundamenta a vantagem competitiva, e b) fornece os inputs
necessários à ação e ao acúmulo de conhecimento e habilidades e das forças necessárias à
continuidade, argumentando que um sistema dinâmico centra-se em partes que se reforçam
mutuamente: estratégia-estrutura da empresa, rivalidade, condições da demanda, condições
dos fatores de produção, gerais e especializados, e indústrias de apoio e relacionadas.
Wernerfelt (1995) faz uma releitura do RBV dez anos após sua implantação para
concluir que muitos aspectos da gestão estratégica poderão ser analisados sem referência à
heterogeneidade das empresas, questão central da Resource-based View, contudo,
argumentando que as estratégias baseadas na heterogeneidade entre as empresas acontecerão
mais de forma automática do que definida, o que faz da visão de recursos condição implícita
para o fazer melhor e que isso está intrinsecamente relacionado ao sucesso e manutenção da
empresa.
53
A pressão da competição intensa faz com que a empresa tome uma série de medidas
que objetivam incrementar sua habilidade para lidar com esse fato e as empresas mais
motivadas são aquelas com orientação estratégica mais forte e mais focada (AUGER et al.
2003).
Adner (2002) defende que o contexto da demanda afeta tanto o sucesso imediato das
atividades da empresa como a natureza das atividades futuras, o que faria de uma visão
baseada na demanda um aspecto complementar à visão baseada em recursos, pois trataria de
verificar a validação da oferta pelo mercado, enquanto a Resource-based View verificaria
como a empresa cria essa oferta, aspecto que Peteraf e Bergen (2003) corroboram com a
adoção do modelo para identificação de competidores indiretos.
Vasconcelos e Brito (2004) em adição a essa visão integrativa ressaltam o componente
temporal como fator condicionante da sustentabilidade de uma vantagem, que só seria
sustentável caso o diferencial observado se mantivesse durante todo um período determinado,
atribuindo às discussões sobre vantagens a idéia de que o desempenho superior deva ser
medido a partir da vantagem competitiva resultante, e que esta medida viabilizaria estimar as
vantagens componentes dessa resultante.
A revisão elaborada partiu da premissa da integração entre os modelos teóricos que
enfatizam as variáveis de mercado e os que dão ênfase às variáveis internas como forma de
ressaltar a necessidade de uma visão abrangente para analisar as empresas no atual contexto
de competição e de conectividade dos negócios, que requer um potencial de transformação e
adequação muito mais rápido do que em ambientes de maior estabilidade, principalmente
porque essas adequações exigem uma mudança na maneira como pessoas atuam e na forma
como os relacionamentos sejam estabelecidos já que é também necessária a agilização na
capacidade de aprender da organização.
Esta revisão mostrou que competências são peculiares a cada empresa, portanto, não
54
são adquiridas facilmente. Aponta também que a criação de uma capacidade obedece a um
fluxo de aprendizagem que faz com que a empresa, para manter-se competitiva, deve investir
não só no aumento da eficiência no momento presente, mas nas habilidades para antever o
futuro, identificando, inclusive, concorrentes potenciais e que não estejam na mesma
indústria.
A flexibilidade da empresa e agilidade necessária na alocação e recombinação de
recursos, características da conceituação sobre capacidades dinâmicas, justificariam a
formação de alianças de negócios, aspecto presente na literatura revisada que sugere que a
formação de alianças é uma fonte potencial para a geração de vantagens por propiciar
flexibilidade, redução dos custos de transação, manutenção do enfoque da empresa nas
competências essenciais, redução da necessidade da verticalização e economias diversas,
conforme apresentado a seguir.
Grant (2002) conjectura que as condições organizacionais como estrutura, sistemas e
cultura são fatores que limitam a habilidade da empresa em alcançar altos níveis de
performance em uma gama abrangente de capacidades e que a necessidade de unir economias
de escopo com a vantagem da especialização de capacidades distintivas contribui para a
formação de modelos híbridos, nem baseadas em mercados nem em hierarquias e capazes de
evitar tanto os custos de transação associados com contratos de mercado como a
inflexibilidade dos custos associados à total internalização das atividades, as alianças ou
redes, ressaltando o caráter de organização ao redor de uma empresa principal e os
mecanismos através dos quais as capacidades organizacionais são integradas entre múltiplas
empresas e reconfiguradas para produzirem diferentes tipos de produtos.
O caráter raro e oneroso para imitar faz da flexibilidade e opções reais fontes para
sustentação de vantagens. Ser flexível implica em ter a opção de adiar investimentos em uma
estratégia para momentos mais oportunos; ter a opção de ampliar esses investimentos; de
55
contratar mantendo o investimento atual; de suspender determinada estratégia e reativá-la
quando for mais oportuno; poder abandonar uma estratégia ou expandi-la além das fronteiras
atuais. Implementar essa flexibilidade requer organizações estruturadas de maneira flexível
que, em geral, ampliarão suas estruturas com várias alianças estratégicas, enfatizarão
controles gerenciais flexíveis e recompensarão funcionários através de mecanismos não
financeiros e incentivos. (BARNEY, 2002)
Nalebuff e Brandenburger (1996, 1997) afirmam que existem três possibilidades para
a empresa adequar-se às oscilações de preço provenientes das relações com
complementadores e concorrentes e estabelecer o melhor pacote, ou seja, com maior
lucratividade e menor preço ao consumidor: fazer sozinha, formar uma aliança para projetos
ou formar um novo negócio com uma empresa complementar.
Chandler (2002, p.20) não cita diretamente a formação de alianças, mas propõe que os
first-movers devem desenvolver relacionamentos que atendam suas necessidades através da
“criação de um vínculo de suporte – interconectado e complementar (e não competitivo)”, o
que as transformariam em empresas centrais, e justifica que o procedimento de integração e
coordenação pode gerar economias de escala e escopo e avanços contínuos do conhecimento
proprietário.
A abrangência proposta por Helfat e Peteraf (2003) na definição do conceito do ciclo
de vida das capacidades incorpora a aplicabilidade do conceito para o desenvolvimento de
caminhos e capacidades que ultrapassem os limites da empresa como as que envolvem
alianças estratégicas ou cadeias de suprimento.
Porter (1989) contraria a pertinência da formação de alianças como forma de a
empresa atingir vantagens que, para ele, não é uma solução definitiva justamente porque
envolve altos custos de coordenação, cria outros competidores (aspecto que encontra certa
ressonância quando avaliado à luz da análise de Peteraf e Bergen (2003) que propõem que
56
recursos e capacidades não devem ser avaliados pelo seu tipo mas pelo uso, o que
potencialmente pode ser encontrado em uma empresa participante da aliança e que não seja
um concorrente direto), reduz a lucratividade e que, pelo contrário, a empresa perde vantagens
competitivas quando compartilha habilidades e ativos que foram estratégicos para a
construção dessas vantagens (aspecto contestável a partir da análise de Teece et al. (1997)
quanto à discussão sobre replicação), contexto que não transforma a empresa em líder, mas a
aproximaria da mediocridade. Ao afirmar que a competição é dinâmica, o autor pontua que
aquisições e alianças resultam de empresas que valorizam a estabilidade, mas que estas
empresas complacentes perderão daquelas que vêm de um ambiente mais dinâmico, ou seja,
mais competitivo.
Esse conflito de percepções acerca das vantagens e desvantagens da formação de
alianças para a construção ou perda de vantagens competitivas introduz a discussão a seguir
sobre alianças baseadas no ambiente web.
3.2 Alianças estratégicas que usam a web
A literatura apresenta opções para a empresa atingir vantagens através de estratégias
competitivas como integração vertical, liderança em custo, diferenciação de produtos e
flexibilidade (BARNEY, 2002).
Contudo, diante da economia global, as empresas ficam frente à necessidade de
possuírem múltiplas fontes de vantagens e a construção de relacionamentos colaborativos com
fornecedores, clientes e competidores pode viabilizá-las (CLARKE-HILL et al., 2003).
Para tal, as empresas precisam desenvolver habilidades para criarem e sustentarem
colaborações que lhes dêem um significativo suporte competitivo (KANTER, 1994), o que
faz com que a colaboração e a cooperação possam ser consideradas a contraparte da busca por
57
vantagens competitivas por complementarem alguma competência ou recurso da empresa em
particular (CLARKE-HILL et al., 2003) e da mesma forma, por neutralizarem problemas de
apropriação, já que os custos de desenvolvimento de pesquisa e manufatura podem ser
divididos, e evitarem que haja duplicação de esforços para empresas diferentes
desenvolverem a mesma coisa (JORDE e TEECE, 1989).
Barney (2002) afirma que o uso de estratégias cooperativas é uma alternativa viável -
as empresas trabalham juntas para um objetivo em comum - e que essas estratégias podem ser
agrupadas em duas categorias: estratégias colusivas e alianças estratégicas.
A primeira categoria existe quando as empresas de uma mesma indústria unem-se para
reduzirem a competitividade da indústria através de colusões explícitas, acordos ou quando
negociam diretamente a produção e preços, e através de colusões tácitas, quando coordenam
suas estratégias de preço e produção a partir da observação das decisões de outras empresas
(BARNEY, 2002).
Com relação a esse segundo caso, Fudenberg e Tirole (1989) contestam, afirmando
que a colusão tácita é uma estratégia não-cooperativa, por se tratar da observação do
comportamento do competidor, entretanto admitem que a teoria dos jogos repetidos provê
uma maneira mais simples de entender os efeitos de competição de longa duração, que seria o
ambiente propício para gerar mútua dependência entre empresas com mais tempo de mercado
e para a existência desse tipo de colusão. Afirmam que, sob certas circunstâncias, a repetição
pode permitir que a cooperação seja o termo de equilíbrio, embora não elimine o equilíbrio
estático não-cooperativo, pois esse caráter cooperativo dar-se-ia pela visão freqüente pela
empresa dos mesmos movimentos no ambiente em infinitos períodos de tempo.
As colusões geram um impacto negativo para o consumidor e também para as
empresas que, ao estabeleceram acordos ilícitos, tendem a ser menos competitivas
(DUSSAUGE e GARRETTE, 1999).
58
A segunda categoria, as alianças estratégicas, acontece entre várias empresas que
cooperam sem focalizarem a redução da competição, não necessariamente envolve empresas
da mesma indústria e tanto pode ocorrer em termos de uma área de negócio específica como
em termos da corporação como um todo (BARNEY, 2002).
A abordagem prévia deste trabalho menciona que as alianças formam uma fonte
potencial para a geração de vantagens por propiciar flexibilidade, redução dos custos de
transação, manutenção do enfoque da empresa nas competências essenciais, redução da
necessidade da verticalização e economias diversas (GRANT, 2002; BARNEY, 2002;
NALEBUFF e BRANDENBURGER, 1996, 1997; CHANDLER, 2002).
Kanter (1994), por sua vez, elucida que a característica intrínseca às alianças e a que
lhe dará o potencial efetivo para transformar-se em uma vantagem é a construção e o
fortalecimento de vantagens colaborativas pelo conhecimento e gestão dos aspectos humanos
relacionados às alianças.
Doz e Hamel (1998) questionam se uma aliança pode ser definida a partir de um
conjunto de contratos ou como uma instituição separada, como uma joint venture. O primeiro
caso implica em acordos legais sobre contribuições e benefícios mútuos, o segundo envolve a
institucionalização, ou a criação legal de uma entidade separada. Para eles, três contingências
podem influir na governança da aliança, na modelagem dos contratos, dificultando ou
tornando a aliança ineficiente e contribuindo para a institucionalização:
a) integração de tarefas: execução conjunta de tarefas comuns que implica na
integração de processos e não apenas em sua coordenação;
b) otimização conjunta contra a incerteza: quanto maior a incerteza acerca da
natureza e valor de tendências futuras, mais difícil a administração de contratos
pré-estabelecidos, o que pode fazer com que a aliança não possa lidar com
incertezas a longo prazo;
59
c) urgência na tomada de decisões: quanto maior, maior a necessidade da
institucionalização.
A integração de tarefas requer uma interação forte entre as partes, mais facilmente
obtida por uma entidade independente; as incertezas demandam um conjunto de contribuições
e benefícios mais atingíveis através de igualdade nos acordos e um plano de
compartilhamento de lucros, e a urgência nas decisões requer uma gestão autônoma com o
poder de tomar decisões-chave sem reportar-se às empresas coligadas.
Dessa forma, quanto mais as contingências forem elevadas, mais o acordo cooperativo
estaria propenso à institucionalização. A confiança pré-existente entre as partes é um quarto
fator que também influencia a profundidade desse arranjo, porque facilita lidar com altos
níveis de incerteza de maneira mais informal.
Contractor e Lorange (2002) propõem que uma aliança estaria situada num espectro de
arranjos cooperativos, desenvolvido segundo a complexidade da relação, conforme
demonstrado na Figura 2:
Contrato
único
Contratos
“relacionais”
de curto prazo
Contratos de
relacionamento de
médio prazo
(ex: licenças)
Contratos de médio
a longo prazo para
relações de
fornecimento
Joint
ventures
Fusão completa,
aquisição ou
subsidiária de
campo
Maior
ALIANÇA
Expectativa de longevidade da aliança
Tamanho típico
Compromisso mútuo entre as partes
Mais curta/menor
Figura 2 – Espectro dos arranjos cooperativos
Fonte: adaptado de CONTRACTOR e LORANGE (2002)
Dussauge e Garrette (1999) estabelecem que o elemento chave para caracterizar uma
aliança é o quanto as empresas envolvidas permanecem independentes, apesar de acordos que
60
as unam, e uma de suas características é um certo grau de reversibilidade das escolhas
estratégicas, bem como as contribuições que devem ser recíprocas entre os parceiros e uma
relação mais balanceada, ou igualitária. Uma empresa pode, em principio, iniciar com a
colaboração antes de decidir pela formação da aliança e avançar até onde seja possível a
reversão.
Nos arranjos colaborativos iniciais, a tradicional expansão internacional através de
joint ventures implicava na passividade do parceiro local e eram caracterizados também mais
por uma visão defensiva que objetivava eliminar ameaças criadas pela competição do que
visando a posicionar as empresas envolvidas.
Conjugando a discussão desses autores, pode-se propor o seguinte esquema,
apresentado na Figura 3:
Contrato
único
Contratos
“relacionais”
Contratos de
relacionamento
de
médio prazo
Contratos de
médio a longo
prazo para
relações de
fornecimento
Joint
ventures
Fusão completa,
aquisição ou
subsidiária
Mais curta/
menor
Maior
ALIANÇAS
Expectativa de longevidade da aliança
Tamanho típico
Compromisso mútuo entre as partes
Integração de tarefas
Ação conjunta quanto à incerteza
Urgência na tomada de decisões
Confiança
Reciprocidade na colaboração
Igualdade na relação
De
p
endência
Acordos legais
Institucionalização
Figura 3 – Região de incidência das alianças e características envolvidas
Fonte: a autora, baseada em CONTRACTOR e LORANGE (2002); DOZ e HAMEL (1998); DUSSAUGE
e GARRETTE (1999)
Para Dussauge e Garrette (1999) a teoria dos custos de transação contribui para o
61
melhor entendimento do momento em que alianças acontecem, porque a empresa oscilará
entre evitar os custos de atuar com outros no mercado ou internalizar as atividades, caso o
custo seja menor do que o previsto com os contratos com outras empresas parceiras. As
alianças apareceriam como uma solução intermediária. Nessa visão, uma aliança apenas
serviria para minimizar custos.
No entanto, a verdadeira aliança estratégica objetiva criar e desenvolver a posição
competitiva das empresas envolvidas em um ambiente altamente competitivo. É definida
como estratégica quando contribui significativamente para as estratégias das empresas e
quando envolve a junção e combinação das capacidades dos parceiros e o compartilhamento
de competências para expandir e diversificar os recursos da empresa a fim de que esta alcance
vantagens, conforme a Resource-based view (DUSSAUGE e GARRETTE, 1999).
É esta segunda categoria de estratégias cooperativas, as alianças estratégicas, que será
discutida a seguir, com a inclusão de outro componente utilizado como meio de transações e
comunicação: a web.
3.2.1 Contexto e razões para a formação de alianças
A perspectiva inicial da abordagem desenvolvida para este estudo baseia-se nas
considerações feitas por Kanter (1996).
A globalização trouxe consigo quatro processos que viabilizam às empresas
disponibilizarem ao consumidor individual e clientes empresariais um maior número de
opções: a) mobilidade de capital, mão-de-obra e idéias; b) simultaneidade na disponibilidade
de bens e serviços em muitos lugares ao mesmo tempo; c) desvio dos concorrentes pelo uso
de canais alternativos e de novas tecnologias e d) pluralismo pela dispersão de centros
executores de atividades antes mais monopolizadas. Esse contexto exige a transformação das
62
empresas para um perfil cosmopolita. Negócios cosmopolitas que disseminam conceitos,
integram atividades dispersas pelo mundo que “estão ligados a um mundo mais amplo e são
capazes de se movimentar entre vários lugares” (KANTER, 1996, p. 57).
Esta condição requer das empresas a ampliação do escopo geográfico e serem mais
inovadoras para que possam identificar e atender clientes também mais cosmopolitas.
Conectadas em redes, estarão aptas a buscar recursos que agreguem valor ao negócio.
Outro fator que motiva essa mudança é a presença crescente de empresas
internacionais nos territórios de origem das empresas. Ao ingressarem com outros padrões,
muitas vezes com recursos diferentes e maiores, trazem novas opções aos clientes, cada vez
mais exigentes. Dessa forma, uma empresa deve ser concebida para atuar mundialmente,
não só porque pode atender a demandas externas, mas para que também possa alterar essas
demandas.
Fornecedores locais passam a competir pelos negócios locais com perda de vantagem
e em mercados pulverizados interna e externamente, o que reduz a importância de operações
com fornecedores locais das empresas com sedes em outras localidades. Contudo, a
proximidade ao cliente ainda é um fator importante, o que não atribui uma vantagem de
imediato ao fornecedor local, mas que acontecerá desde que ele tenha capacidade de atender a
padrões mundiais. Assim, uma grande empresa-cliente estimulará fornecedores globais a
instalarem-se em regiões próximas em detrimento de fornecedores locais que não a supram
com insumos que a habilitem a competir mundialmente.
A empresa-cliente quer o fornecimento just-in-time por empresas que sejam as
melhores do mundo em termos de qualidade, serviços adicionais, entrega em qualquer lugar e
que sejam “parceiros especialistas no negócio do cliente” (KANTER, 1996, p. 105), aspecto
que a Nova Economia, via tecnologia, viabiliza ao reduzir as restrições para a competição sem
fronteiras por empresas hábeis em fazê-lo (MEANS e SCHNEIDER, 2001).
63
O resultado disso são a colaboração e transações entre fornecedores e clientes
evoluindo para um menor número de relacionamentos que estejam mais próximos e, portanto,
tendo uma carga mais pesada de exigências a atender. Para manter-se, o fornecedor precisa
redefinir seu papel para se tornar indispensável ao cliente, inovando ou sendo um parceiro que
executa operações essenciais para ele, por exemplo (KANTER, 1996).
Essa perspectiva relacional com fornecedores ou clientes contrasta com a idéia de que
é só a empresa que decide qual o melhor canal de venda para distribuição dos produtos, por
exemplo, pois ela deve considerar a complexidade dos requisitos do usuário e a multiplicidade
de diferentes atividades envolvidas no contexto das empresas para atender a isso (FORD et al,
2003) a fim de que possa atuar para minimizar os custos de transação decorrentes de uma
alocação imprópria dos fatores de produção que podem gerar valor (COASE, 1993).
Ao mesmo tempo, esse ambiente dinâmico e competitivo limita a autonomia da
empresa que fica à mercê de um processo mais oneroso para centralizar todas as atividades
que precisa realizar, ainda que tenha a capacidade para lidar com elas ou que assuma os riscos
e custos inerentes a uma aquisição, o que faz com que o estabelecimento de parcerias, mesmo
sendo arranjos mais limitados, propicie a flexibilidade necessária para atuação nesse ambiente
e permita à empresa a manutenção de sua independência (KANTER, 1990, 1997).
Pelo fato de os clientes quererem o melhor, a cooperação aparece na forma de
parcerias entre fornecedores e clientes em redes que possibilitam também às pequenas
empresas participantes terem acesso aos melhores recursos disponíveis (KANTER, 1996).
Essa “teia global de relações com fronteiras pouco definidas” proporciona vantagens,
mas também apresenta vulnerabilidades. No entanto, as redes tornam-se uma necessidade
porque nesse contexto, o sucesso para as empresas que atuam isoladamente é mais difícil
(KANTER, 1996, p. 119).
Assim sendo, a estratégia de cooperação habilita aos parceiros conseguirem uma
64
posição forte no mercado, atuando juntos, mais do que conseguiriam se atuassem
isoladamente (DAI e KAUFFMAN, 2003).
Ao afirmarem que as fontes de criação de valor e capacidades podem estar além dos
limites da empresa, Gulati, Nohria e Zaheer (2000) chamam a atenção para a formação de
redes estratégicas como foco para a obtenção de um recurso ou capacidade controlada por
outro, e as definem como compostas por vínculos interorganizacionais duradouros, que têm
significâncias para as empresas participantes e que incluem alianças estratégicas, joint
ventures, relações de longa duração entre comprador e fornecedor e outros vínculos
semelhantes.
Ford et al. (2003) argumentam que redes são extensas e não são definidas por uma
única empresa, nem mesmo se restringem às empresas diretamente relacionadas. Redes são
complexas e o gerenciamento de suas relações e ações afetará as empresas que não estejam
diretamente envolvidas, criando toda uma série de novas implicações e possibilidades. Os
autores afirmam ainda que considerar uma empresa como o centro da rede, ou que a rede seja
definida a partir de uma empresa, gera uma visão incompleta e distorcida do mundo que a
rodeia e das influências atuais e potenciais sobre ela.
Os autores citam problemas de interação e dependência entre as empresas, ao falarem
da idéia de que as empresas são independentes nos negócios e reforçam o fato de que as ações
das empresas afetam outras empresas. Além disto, a independência em uma rede é limitada
pelos seus recursos, que definem limites para ação, envolvendo elementos de cooperação e
conflito entre as partes (FORD et al., 2003). Nalebuff e Branderburger (1996) tratam desse
novo tipo de relacionamento como rede de valores.
As alianças estratégicas emergem desse cenário como forma de empresas juntarem
forças para aproveitarem oportunidades e fugirem de riscos e incertezas. São grupos de
empresas constituídas em redes contra outros grupos também formados assim. Essas
65
formações podem apoiar o conceito do negócio, expandir mercados e distribuição, oportunizar
intercâmbio formal e informal de pessoas e idéias, viabilizar o compartilhamento de recursos
escassos e possibilitar que empresas atendam
aos critérios para parcerias com os melhores do mundo: inovação contínua, padrões
de qualidade mundiais, serviços que oferecem valor agregado e capacidade de
trabalhar de forma cooperativa, ampliando assim o suprimento de conceitos,
competências e conexões (KANTER, 1996, p. 125).
Kanter (1997, p. 114) comenta os “limites imprecisos” desses relacionamentos em que
a empresa perde parte de sua autonomia em detrimento do fortalecimento dos laços com
outras empresas e pelo compartilhamento de algumas decisões. Esses limites mais se
caracterizam como sobreposições e interpenetração de atividades e muitas vezes geram, ao
longo do tempo, um vínculo muito maior entre as pessoas que participam das atividades da
aliança do que propriamente entre as empresas do acordo, já que, para a autora, a eficácia da
aliança dependeria de uma base sólida de confiança entre pessoas que se conheçam além dos
papéis desempenhados.
A autora pondera que, embora as exigências legais de confidencialidade e contratos
estipulados atribuam a esses relacionamentos um caráter formal de compartilhamento, a “teia
de projetos sobrepostos, planejamento em conjunto, incentivos de carreira e relacionamentos
sociais” formam um conjunto de acordos informais entre as partes (KANTER, 1997, p. 115).
A formação de alianças tem como fatores motivadores dois tipos de características:
ambientais e organizacionais (ZAMAN E MAVONDO, 2001). Dentre as características
ambientais, podem ser citadas as rápidas mudanças no ambiente ocasionadas pela
globalização (OHMAE, 1989), bem como incertezas, quedas de barreiras comerciais
internacionais, tecnologia e economias de escala (DEVLIN e BLEACKLEY, 1988;
FORREST, 1990; HAGEDOORN e SCHAKENRAAD, 1994). As características de cunho
66
organizacional abrangem as possibilidades de focarem-se nas habilidades e competências
centrais (OHMAE, 1989); no aumento do poder no mercado (HAMEL et. al. 1989; SHAN
1990) e na própria cultura organizacional (NICHOLSON et al., 2001).
Yoshino e Rangan (1996) afirmam que as alianças estratégicas são parcerias
comerciais que visam a aumentar a eficácia das estratégias das organizações ao propiciarem o
intercâmbio mútuo e benéfico de tecnologias, qualificações ou produtos, podendo variar desde
um contrato entre empresas até a criação de uma joint venture. A razão para sua existência
deve ser, então, para estabelecer ou reforçar algum requisito relacionado com a performance
das empresas e não pela mera transferência de tecnologia (HAMEL et al., 1989).
Alcançar novas oportunidades de negócio, bem como atingir novos mercados, são os
principais fatores citados por Doz e Hamel (2000) como motivadores para a formação de
alianças estratégicas. Dai e Kauffman (2003) citam como outra vantagem potencial de uma
aliança permitir que a empresa obtenha o acesso a novas oportunidades de rendimentos em
novos mercados ou novas habilidades através dos parceiros.
Outro aspecto que contribui para a formação de alianças é o seu dinamismo, seja por
favorecer à empresa participante obter a capacidade de prover a si mesma com o recurso,
dispensando a necessidade do parceiro, seja por aprofundar a interdependência tendo como
resultado a fusão entre os participantes (KANTER, 1997).
Hagedoorn e Schakenraad (1994) afirmam que formar alianças requer um forte apoio
administrativo e organizacional, demanda um cuidado no monitoramento e que tal estrutura
normalmente é mais viável em empresas maiores. Porém, os autores concluem que o tamanho
das empresas não tem um efeito comprovado sobre a lucratividade da aliança. Afirmam que o
que de fato impacta a lucratividade das empresas é formar alianças de tecnologia, pois
parecem ser mais lucrativas do que as alianças simples ou mesmo ser o principal player de
uma rede. Os autores também notam que a intensidade da aliança tende a aumentar à medida
67
que as empresas envolvidas crescem em tamanho.
Kanter (1997) contesta que essa formação apenas seja viável para empresas grandes e
aponta que benefícios como flexibilidade e velocidade no acesso a novas capacidades, sem o
risco e a responsabilidades inerentes à propriedade do negócio, viabilizam às pequenas
empresas competirem com grandes empresas.
Johanson e Mattson (2001) tratam o tema sob a óptica do conceito de vantagem
cooperativa, afirmando que uma aliança deve trazer vantagem não apenas para um dos
parceiros, mas também sobre o desempenho coletivo da aliança. O conceito também é
abordado por Doz e Hamel (2000) quando afirmam que é muito importante ter claro o que se
pretende, qual a intenção estratégica por trás da formação de uma aliança a fim de que se
obtenha sucesso. O arcabouço estratégico deve estar presente e claro quando da formação da
aliança, de forma a aumentar as chances de sucesso do empreendimento e a arquitetura
estratégica deve possuir uma boa compreensão das oportunidades à disposição da empresa. Os
gerentes dessas alianças devem ter em mente que a criação de valor deve beneficiar também o
parceiro, sendo necessária uma visão muito mais ampla do alcance de suas ações.
3.2.2 O perfil das alianças: objetivos, vulnerabilidades e desafios
Independente da estratégia e configuração estrutural que uma aliança tenha, sua
implementação representa um desafio para a maior parte das empresas por causa de diferenças
culturais, barreiras de comunicação, suspeitas sobre as razões do parceiro e uma oposição
latente das empresas participantes, fatores reforçados pela tensão gerada quando os parceiros
são competidores (KELLY et al., 2002).
Doz e Hamel (2000) levantam dois pontos interessantes acerca de alianças estratégicas
que as diferenciam das demais estratégias. Um deles é a grande incerteza e ambigüidade
68
existente no relacionamento entre os parceiros, aspecto corroborado por Kelly et al. (2002).
Outro ponto é o modelo de criação e captura de valor, que não é predeterminado justamente
em função das incertezas inerentes ao relacionamento. Dessa forma, as alianças estratégicas
caracterizam-se como estratégias muito peculiares dentro da administração e devem ser
gerenciadas a partir do reconhecimento de seu caráter único, muito embora “muitas das
características que levam à gestão de uma aliança bem sucedida sejam as mesmas que
mantêm uma boa gestão interna” (DOZ e HAMEL, 2000, p.241).
A redução dessa ambigüidade é um estágio crítico no início da aliança e depende da
definição de regras, determinação de caminhos coletivos de interpretação e criação de um
quadro de referência ou uma identidade para o empreendimento (KELLY et al., 2002).
Além desse caráter peculiar, Yoshino e Rangan (1996) caracterizam uma aliança
estratégica afirmando que é necessária a simultaneidade de três fatores. O primeiro deles é a
independência jurídica que deve continuar existindo entre as empresas, apesar da aliança.
Dessa forma, são excluídas da definição as fusões, em que a empresa anterior deixa de existir
para dar lugar a uma nova entidade; e as aquisições, quando a empresa adquirida passa a ser
subsidiária da adquirente, porém não as participações acionárias, cujo controle permanece
independente (JORDE e TEECE, 1989; KANTER, 1990, 1997; YOSHINO e RANGAN,
1996; DUSSAUGE e GARRETTE, 1998).
O segundo fator é o compartilhamento. Ambas as empresas devem se beneficiar dos
resultados da aliança, bem como compartilharem o seu controle. Assim, a parceria teria um
contorno mais sólido, com um envolvimento maior das partes. Por fim, Yoshino e Rangan
(1996) afirmam que as empresas devem contribuir continuamente em uma ou mais áreas, a
fim de fomentarem a manutenção da aliança no decorrer do tempo.
Dessa forma, a aliança pode ser definida como uma relação bilateral caracterizada pelo
comprometimento de duas ou mais empresas parceiras para atingirem um objetivo comum e
69
na qual há o vínculo para que os parceiros reúnam ativos especializados e capacidades
(JORDE e TEECE, 1989; PYKA e WINDRUM, 2003). Jorde e Teece (1989) afirmam que o
objeto da transação não existe até que o acordo seja firmado e ressaltam que observaram esse
tipo de formação mais freqüentemente nas indústrias de alta tecnologia. Bamford et al. (2002)
citam três características inerentes às alianças: a) acordos entre duas ou mais empresas que
envolvem a disponibilização de recursos para criar um valor compartilhado; b) acordos em
que os termos não estão completamente especificados e acordados e c) decisões
compartilhadas para gerenciar o negócio e compartilhar o valor.
Pyka e Windrum (2003) concluem esse raciocínio ao afirmarem que o objetivo de uma
aliança também estaria relacionado à manutenção do foco da empresa em suas principais
habilidades e competências, enquanto adquire outros componentes ou capacidades a partir da
relação com outras empresas, que não poderiam ser obtidos de maneira mais eficiente, por
trocas de mercados ou fusões e aquisições e argumentam que a vantagem competitiva da
aliança dependerá do quanto os ativos complementares dos parceiros estejam eficientemente
alinhados.
Cravens et al. (1996) definem, a partir de estudos sobre redes, dois vetores que
explicam a formação de tipos diferenciados de redes: a volatilidade da mudança
organizacional (alta a baixa) e o tipo de relação em rede entre os membros (de transação a
colaboração) e apontam que relações colaborativas de longo prazo entre empresas com alta
especificidade de ativos em ambientes com alta volatilidade geram redes flexíveis que
envolvem a formação de alianças como método. Caso o ambiente seja mais estável, as
alianças podem emergir do que os autores caracterizam como redes virtuais, assim
denominadas para descrever empresas que, apesar de terem a capacidade para incrementar
suas atividades internamente, vinculam-se a outras que atuam como uma reserva para ajudá-
las a superarem riscos e incertezas do ambiente, bem como obterem novas habilidades e
70
recursos requeridos pelo desenvolvimento tecnológico.
Kanter (1990, 1997) completa essas visões admitindo que os benefícios da aliança
dependem fundamentalmente do seu propósito, que poderá variar desde um relacionamento
com menor sobreposição e cooperação até relacionamentos mais sobrepostos, aparentemente
sendo o que tem maior potencial de oferecer benefícios duradouros aos participantes.
Kanter (1997) identifica em sua análise três categorias de parcerias entre esses limites:
1) alianças de serviços multiorganizacionais (consórcio entre empresas): empresas de
um mesmo setor unem-se para estabelecerem uma nova organização, controlada
por todas. Nesse caso, a interdependência entre os parceiros é pouca e é mais
difícil obter a concordância sobre o que seja mais adequado para todos, o que faz
com que sejam entidades com gerenciamento mais dificultado, e pode resultar na
perda de interesse ou do comprometimento. Dado seu caráter limitado, essa
modalidade torna possível a aliança entre concorrentes com o propósito de elevar o
desempenho como um todo ao oferecer o benefício da obtenção de mais escala
pela partilha de recursos, caso especialmente atraente em setores em que o
desenvolvimento de novas tecnologias é fundamental e oneroso. “Os consórcios
são a versão mais forte das alianças mais fracas”, o ingresso é mais restrito, seus
custos são altos e seu significado é estratégico por não objetivar benefícios
generalizados, mas “benefícios específicos para empresas específicas” (KANTER,
1997, p. 119);
2) alianças oportunistas (joint ventures): a oportunidade de ganhar vantagem
competitiva rapidamente, ainda que seja uma vantagem temporária, leva as
empresas a buscarem alianças que objetivem o desenvolvimento de
empreendimentos, dando aos parceiros a rapidez na mobilidade em direção aos
seus objetivos. Ganhar escala é um fator motivador para que as empresas busquem
71
a soma das competências com parceiros mais experientes, ao invés de obterem
empréstimos ou buscarem investimentos, em setores em que haja menor taxa de
inovação tecnológica. No entanto, outras forças principais impulsionam essa
formação: transferência de tecnologia, acesso a novos mercados ou ambos,
especialmente em ambientes mais dinâmicos (KANTER, 1997). A cooperação é a
forma mais rápida para novos competidores ganharem tecnologia e acesso ao
mercado (HAMEL et al., 1989). Um parceiro quer aprender algo com o outro ou
ter acesso rápido a outros mercados, dadas as desvantagens inerentes ao ingresso
em mercados em que a empresa não estava presente antes. No entanto, a
comparação entre custos e benefícios dessa formação ainda não é uma questão
perfeitamente clara, pois não há certeza com relação ao quanto de
comprometimento efetivo está envolvido nestas alianças (KANTER, 1997);
3) alianças entre os envolvidos (fornecedores, clientes e funcionários): movidas pela
qualidade e inovação, surgem quando são necessários investimentos semelhantes
por parte dos envolvidos para atingirem complementariedade em processos de
negócios de empresas que estão “inseridas em diferentes estágios da cadeia de
criação de valor” (KANTER, 1997, p. 122). A aproximação com fornecedores é
motivada pela necessidade de maior investimento em tecnologia para elevar a
qualidade ou atuar em just-in-time; com clientes, para conhecer em tempo hábil as
mudanças nas exigências, bem como aproveitar seu potencial como fonte de idéias
para inovação; com funcionários, para colaborar na mudança de regras ou
condições de trabalho, objetivando melhorar a competitividade (KANTER, 1997).
Doz e Hamel (2000) sintetizam os objetivos para formação das alianças, com vistas à
obtenção de valor, em blocos distintos:
1) Cooptação: concorrentes potenciais são transformados em aliados e fornecedores e
72
há a aproximação com complementadores, para criarem uma rede de valor mais
forte. Os autores citam exemplos de antigos príncipes e guerreiros que observavam
que a melhor maneira de neutralizar um inimigo seria trazendo-o para junto de si.
Dessa forma, apresentam dois tipos de cooptação: de concorrentes e de
complementadores;
2) Co-especialização: visa à criação de valor através da sinergia resultante da
combinação de recursos, habilidades e conhecimento. Cada parceiro coopera com
um recurso único, diferente dos demais, de forma que a soma das partes gere
maior valor do que gerariam estando separadas;
3) Aprendizagem e internalização: esse objetivo parece ser o de mais longo prazo
dentre os três, uma vez que um parceiro visa a aprender com o outro determinadas
habilidades ou conhecimentos e internalizar isso na organização, expandindo seus
benefícios para além das fronteiras da aliança. Uma vez aprendidos e
internalizados, tais recursos passam a fazer parte da organização de tal modo que,
mesmo com o fim da parceria, a empresa continue a usufruir os benefícios
oriundos disso.
Hamel et al. (1989) afirmam que a colaboração é a competição de forma diferente.
Dessa forma, justificam que os objetivos para a formação da aliança devem considerar que a
harmonia não é a mais importante medida do sucesso, que a cooperação tem limites porque as
empresas precisam defender-se contra a concessão competitiva e que a aprendizagem com o
outro deve reger o vínculo.
Sejam com competidores, clientes, fornecedores ou complementadores, as alianças
com parceiros externos impactam nos papéis internos das empresas participantes de acordo
com o nível de cooperação, interferindo na amplitude das mudanças e no grau de ruptura com
a hierarquia tradicional, pois os relacionamentos em parceria são “ostensivamente mais
73
igualitários”, o que afeta principalmente o poder, já que parceiros não podem ser vistos como
adversários. Esse fato requer uma nova atitude quanto à forma como as partes se relacionam,
principalmente com a busca de símbolos de igualdade e honra aos valores do outro
(KANTER, 1997, p. 150).
Há uma responsabilidade intrínseca nesta mudança de papéis que diz respeito não só a
evitar um dano material ou persuadir outras partes não envolvidas quanto à pertinência das
decisões que precisam ser tomadas, mas garantir a resolução de problemas sem que estes se
configurem como objeto de críticas mútuas. Esses fatores demonstram a diminuição da
autonomia, redução da ação unilateral e a exigência quanto ao desenvolvimento de
habilidades diferentes principalmente das pessoas que atuam junto aos parceiros, pois a
autoridade e comando dão lugar à influência e à negociação (KANTER, 1997).
Outro ponto a considerar é a tendência quanto ao aumento das exigências por maior
integração intraorganizacional para que não haja o risco de a comunicação ser ineficiente ou
impossível de gerenciar, em vista dos vários vínculos unindo os parceiros, o que também
comprometeria a confiança que leva tempo para se desenvolver e que também depende do
grau de conhecimento acerca das implicações dos relacionamentos obtidos ao longo do tempo
(KANTER, 1997).
Hamel et al. (1989) afirmam que o ganho mútuo apenas acontecerá se houver
convergência nos objetivos estratégicos dos parceiros mas divergência nos objetivos
competitivos, se o tamanho e o poder de mercado dos parceiros for pequeno se comparado
com os líderes e se cada parceiro acreditar que pode aprender com o outro, ao mesmo tempo
em que resguarde suas habilidades a partir da limitação da transparência, mesmo
considerando que muitas das habilidades que migram de uma empresa para outra não estão
presentes nos contratos formais, o que requer atenção quanto ao papel desempenhado pelos
condutores da aliança.
74
Pelo exposto, há que se considerar que uma aliança, dada toda a sua complexidade,
está sujeita a instabilidades e pode se tornar frágil. Doz e Hamel (2000) identificam cinco
fatores de instabilidades principais que podem afetar as alianças estratégicas:
1) Mercados emergentes: atuar em mercados em que os produtos ainda estão em fase
de consolidação e aceitação pode ser uma fonte de grande instabilidade. Alianças
formadas nesses ambientes estão sujeitas às incertezas do próprio mercado,
afetando diretamente sua performance e sucesso;
2) Tecnologias emergentes: em mercados mais maduros, as tecnologias emergentes
podem ser uma fonte de instabilidade. A despeito das necessidades daquele
determinado mercado serem conhecidas, novas tecnologias continuam sendo uma
incógnita e podem gerar turbulências para a aliança;
3) Concorrência: por mais sólida e bem gerenciada que seja uma aliança, como em
qualquer outra relação de mercado, a concorrência tem um papel muito grande no
seu sucesso, visto que pode definir as condições de mercado e competição onde a
aliança pretende atuar, causando complicações ou, até mesmo, impedindo seu
sucesso;
4) Parceiros: Doz e Hamel (2000) lembram ainda que, em muitos casos, os próprios
parceiros – ou o relacionamento entre eles – surge como fonte de instabilidade da
aliança. O comprometimento de cada parceiro está ligado às possíveis opções que
ele deseja manter abertas fora do âmbito da aliança;
5) Mudanças regulatórias: não só como fonte de instabilidade das alianças, mas do
mercado em geral, as mudanças de regulamentação podem ocasionar
instabilidades que levam a aliança ao fracasso, inviabilizando-a técnica ou
economicamente.
Kanter (1997) cita que algumas vulnerabilidades nos relacionamentos podem atingir a
75
parceria e destaca que mudanças estratégicas, diferentes níveis de comprometimento,
desequilíbrio de recursos, desequilíbrio de informações, desequilíbrio de benefícios, confiança
prematura, lealdades conflitantes, sub-gerenciamento, falta de comprometimento na alocação
de recursos, conflitos sobre o escopo, integração insuficiente, ausência de uma estrutura
comum e políticas internas são fatores que atingem severamente uma aliança formada e que
podem comprometer consideravelmente o seu desempenho.
Com o passar do tempo, as parcerias tradicionais vêm dando lugar a novas alianças
cada vez mais complexas e amplas e que demandam novos enfoques acerca do tema.
Um aspecto é a visão evolucionária de meta-mercados, conjunto de comunidades de
valor agregado, ou redes terceirizadas complexas que se concentram na otimização da cadeia
de suprimentos direcionando o capital humano para o cliente e alavancando o capital de
marca para retê-lo, pela maior proximidade, e o capital financeiro pelo aumento da receita
com adoção de novos canais, resultado da desintermediação, delineada por Means e Schneider
(2001), que defendem que a habilidade de formar alianças rapidamente deve fazer parte do
processo estratégico das empresas que objetivem melhoras drásticas na maneira como
contribuem para a cadeia de valor ou nas interfaces com outros participantes da comunidade e
dos meta-mercados, os quais serão selecionadas para participar não só devido a suas
capacidades como pelas alianças que criaram e como estas podem contribuir, por oferecerem
capacidade de reserva de produção ou habilidades específicas, principalmente em processos
ou tecnologia, para aumentar o valor da comunidade, ou do meta-mercado, como um todo.
Outra das principais mudanças refere-se ao relacionamento entre os parceiros. Se antes
havia uma colaboração simples, uma interdependência e um sentido de confiança, as novas
alianças apresentam grandes ambigüidades e complexidades, como as relações de colaboração
e concorrência simultâneas e o risco de uma dependência desequilibrada entre os parceiros,
com falta de transparência de interesses em lugar da simples relação de confiança existente
76
até então (DOZ e HAMEL, 2000).
Para melhor entendimento desse aumento de complexidade, segue uma abordagem
sobre o caráter simultâneo de cooperação e competição que também delineia a existência das
novas alianças.
Em suas definições, Kanter (1997) não trata especificamente das parcerias entre
empresas concorrentes, assunto abordado por Dussauge e Garrete (1998), que ressaltam no
conflito de interesses e objetivos e na natureza ambígua das relações que dá a transparecer que
estas relações resultam no fortalecimento de um parceiro em detrimento do outro. Esses
autores identificam três classes de parcerias envolvendo rivais: a) alianças para
compartilhamento de suprimentos: objetivam o ganho de escala em um determinado
componente ou em algum estágio da produção; b) alianças quase concentradas: empresas
contribuem com capacidades e ativos parecidos para desenvolver, fabricar e comercializar um
produto em comum, também objetivando ganhos de escala, mas na produção e
comercialização de um produto ou linha de produto; c) alianças para penetração no mercado:
empresas que têm ativos e habilidades diferentes e que aproveitam a complementariedade
entre os parceiros. Um parceiro objetiva comercializar um produto desenvolvido pelo outro
parceiro em novos mercados geográficos a que tenha acesso privilegiado. Trata-se mais de um
acordo comercial.
Clarke-Hill et al. (2003) discorrem sobre a natureza do paradoxo, presença simultânea
de elementos contraditórios ou mutuamente excludentes, que envolve a competição e a
cooperação entre os parceiros. Alegam que as empresas já enfrentam a dualidade quando
precisam continuamente balancear sua conduta considerando mudança e estabilidade ou
coletividade e individualidade, por exemplo, dando a entender que é condição de uma aliança
gerir posturas conflitantes.
O comportamento dos concorrentes é antagônico e, em determinadas condições de
77
competição, caracterizado pelo cálculo, barganha, manobras e uso do poder. Por outro lado,
em condições de cooperação, o comportamento é movido pela confiança, comprometimento,
reciprocidade e coordenação conjunta para alcance de objetivos (CLARKE-HILL et al.,
2003).
Sob o ponto de vista estratégico, a colaboração é permeada pelo risco do oportunismo,
maior ameaça para a sobrevivência da aliança (DAS e RAHMAN, 2002). Assim, a empresa
move-se de uma postura para outra, dependendo das circunstâncias, e participa de uma rede
de relações colaborativas que paradoxalmente reduz o custo de transação e incrementa o valor
de transação, mas que também pode gerar a redução do bem-estar do consumidor pelo
estabelecimento de redes monopolizadas. Não cabe à empresa escolher entre cooperar ou
competir, mas gerenciar a tensão entre as duas coisas (CLARKE-HILL et al., 2003).
A presença de investimentos próprios aumenta o controle e monitoração dos direitos
pelos parceiros, enquanto contratos exclusivos aumentam o nível de compromisso com a
relação. Ambos os mecanismos vinculam as empresas e as tornam mais próximas e
interdependentes. Isso objetiva proteger os investimentos em relacionamentos contra um
potencial oportunismo e funciona como estímulo aos parceiros para que invistam nessa
relação de benefícios mútuos (DAI e KAUFFMAN, 2003).
Clarke-Hill et al. (2003) definem quatro categorias de interações que podem predizer o
resultado de uma aliança:
1) Alta cooperação/baixa competição: se a aliança for bem sucedida, ao longo do
tempo haverá a pressão pela fusão das empresas;
2) Alta cooperação/alta competição: aparentemente as empresas mantêm a tensão sob
controle, mas concentram-se em aprender rapidamente uma com a outra, com
receio de que o parceiro mude de posição;
3) Baixa cooperação/baixa competição: a aliança deixará de estar nas prioridades dos
78
principais gestores e atingirá resultados limitados;
4) Baixa cooperação/alta competição: alto risco de um parceiro apropriar-se das
habilidades e conhecimento da outra parte, condição particularmente observada em
alianças de tecnologia quando uma das partes tem mais poder e domina a relação.
Pyka e Windrum (2003) atribuem às alianças um caráter de auto-organização que se
baseia na estabilidade obtida através de uma abertura termodinâmica – geração e difusão de
novas tecnologias entre diferentes setores industriais e entre as indústrias e domínios
científicos - com o ambiente externo. Os autores estabelecem um paralelo com a física para
considerarem a interação entre as mudanças no ambiente externo e interno das empresas,
alegando que a crescente incerteza tecnológica, redução do ciclo de vida de produtos e a
necessidade de dominar e lidar com múltiplas tecnologias fazem com que as alianças
ofereçam um meio para reduzir o risco da exposição a novas tecnologias e perante a crescente
influência do processo de inovação, levando a empresa a manter uma relativa estabilidade
interna enquanto pode, simultaneamente, obter lucros superiores com alta participação em
produtos e processos de inovação.
Essa visão reforça, em parte, o argumento de Porter (1989) que defende que a
competição é dinâmica, pontua que aquisições e alianças resultam de empresas que valorizam
a estabilidade, mas que, sendo complacentes, perderão daquelas que vêm de um ambiente
mais dinâmico, ou seja, mais competitivo, como já relatado neste trabalho.
Sob outro ângulo, reforça o que foi anteriormente mencionado sobre Kanter (1997), no
que diz respeito à flexibilidade e velocidade no acesso a novas capacidades sem o risco e
responsabilidades referentes à propriedade.
Pyka e Windrum (2003) defendem que a partir da perspectiva da Resource-based
view, ao qual atribuem um caráter mais estático, a lucratividade superior não seria atingida,
pois só decorre do desenvolvimento radical de novos produtos, tendo como base a rápida
79
mudança tecnológica e a rápida difusão de novas idéias e tecnologias, para alcançar
segmentos privilegiados do mercado ou conter a entrada de competidores. Dentro dessa
premissa, a análise dos autores tem mais aproximação com as capacidades dinâmicas já
descritas neste trabalho.
Para os autores, as alianças são o produto da interação de empresas heterogêneas e sua
operacionalização não só depende do entendimento dessa heterogeneidade, mas das regras
que norteiem a interação entre as empresas ou o quanto as decisões para cooperar são
influenciadas pela cooperação já presente na indústria, e como a interdependência no processo
decisório pode conduzir à convergência necessária ao equilíbrio para que as alianças
prevaleçam.
Pyka e Windrum (2003) ainda atribuem a esse caráter auto-organizador dois outros
aspectos: um deles é a não linearidade das interações decorrentes das diferenças entre os
recursos das empresas. À medida que a aliança avança, as empresas aprendem umas com as
outras e reduzem o que as diferencia, o que tem o potencial de reduzir a atratividade e
estabilidade da aliança e o interesse em cooperar, aspecto que reforça a intenção muitas vezes
oportunista, conforme Clarke-Hill et al. (2003), que o participante pode ter ao ingressar em
uma aliança estratégica.
O outro aspecto relaciona-se às estruturas cooperativas que emergem como
instituições, caracterizadas como a regularidade no comportamento e/ou ações dos indivíduos
ou grupos que estão sob um conjunto de circunstâncias similares e que têm uma influência
importante nas expectativas dos indivíduos quanto ao futuro. Essa institucionalização interfere
no comportamento do conjunto de empresas participantes ou potenciais participantes uma vez
que, havendo a perspectiva de ganhos, o número de empresas aliadas cresce e cresce o ganho
com o comportamento cooperativo, tornando a aliança mais atraente para outras empresas
(PYKA e WINDRUM, 2003). Nesse caso, a eficiência da aliança também estaria vinculada à
80
eficiência nas relações (DAI e KAUFFMAN, 2003).
Pyka e Windrum (2003) comentam esse aspecto para afirmarem que a especificidade
de ativos e a respectiva coordenação de custos podem ser suplantadas por outros fatores,
como as micro e macro interações que definem a institucionalização do comportamento
cooperativo ou competitivo entre as empresas.
Os autores complementam que essa condição contesta a idéia de que a especificidade
dos ativos desestabiliza a aliança, de acordo com a teoria dos custos de transação ou que,
apesar da especificidade, as alianças podem ser estáveis quando distribuem igualmente os
benefícios para os participantes, conforme a teoria baseada em recursos.
Dussauge e Garrette (1998), em seu estudo sobre alianças entre empresas rivais,
afirmam que predizer o sucesso ou falha de uma aliança é difícil principalmente porque, neste
caso, a noção de sucesso é ambígua, já que leva em conta a performance do projeto ou
empreendimento, mas raramente leva em conta o impacto que a colaboração exerce sobre os
vários parceiros.
Esses autores identificaram cinco possibilidades de evolução das alianças: a)
naturalmente chega ao fim quando as razões para sua formação foram alcançadas; b) os
parceiros decidem estender ou ampliar a colaboração durante sucessivos projetos; c)
interrupção prematura por um dos parceiros antes que os primeiros resultados sejam
alcançados; d) continuidade do projeto por apenas uma das partes após a saída do outro
parceiro antes de algum resultado alcançado e e) compra de um parceiro pelo outro.
Seja com o intuito de cooperar ou competir, o fato é que com o advento das
comunicações em rede as empresas passaram a ter outras alternativas para formação de
acordos de negócios não necessariamente restritos ao ambiente de tecnologia mas baseados
nele. Estas novas configurações são discutidas a seguir após uma abordagem sobre a web.
3.2.3 O ambiente WEB
81
As novas dinâmicas, regras e drivers para o sucesso, determinadas pela economia
digital, reforçam o papel da estratégia pela necessidade de as empresas não redesenharem seus
processos de controle de custos, mas de mudarem seus modelos de negócios focalizando a
criação de valor (TAPSCOTT, 1997), já que a explosão geométrica das atividades da Internet
redefiniu a cadeia de valor que ora desafia os modelos de transação dos economistas pelos
custos próximos a zero (SONES, 2000), alterou a forma como compradores e vendedores
trocam informações e mudou a estrutura de distribuição (KIANG e CHI, 2001).
A incorporação da tecnologia para a geração de e-negócios, caracterizados por
relacionamentos virtuais viabilizados por redes corporativas ou com transmissão de
informações através de Internet, têm gerado uma dinâmica organizacional diferenciada que
motiva um crescente acirramento competitivo, caracterizado pela elevação contínua das
informações a serem processadas e pela transformação nas relações entre empresas,
fornecedores e clientes. Davenport e Beck (2002) sinalizam que a velocidade e o grau de
complexidade dos negócios, principalmente pela crescente competição, maior exigência do
consumidor, redução dos ciclos de vida e a necessidade de resposta rápida, desafiam a
empresa a lidar com uma torrente de informações disponíveis, gerando uma crescente
escassez de atenção por parte de todos os alvos de interesse da empresa (DAVENPORT e
BECK, 2002; TAPSCOTT, TICOLL e LOWY, 2001).
Para Means e Schneider (2001), o uso da Internet pela comunidade de valor agregado
otimiza continuamente toda empresa participante, pois não há o investimento direto de
capital, o que faz com que empresas com menos capital e detentoras de marca sejam mais
eficazes que empresas integradas verticalmente.
Um meta-mercado se diferenciará de acordo com a “sua capacidade de elaborar e
integrar para a comunidade uma plataforma de tecnologia que torne as comunidades de valor
82
agregado interoperáveis na extremidade dianteira e, ao mesmo tempo, as integre nos sistemas
de compradores e vendedores na extremidade oposta”, extrapolando o atual enfoque na
melhoria da eficácia nas transações, fluxo de trabalho ou migração de canal de compra e
venda para a Internet, observado nos negócios business to business (B2B), e que muitas vezes
geram mais custos que benefícios às empresas (MEANS e SCHNEIDER, 2001, p. 59).
3.2.3.1 A criação da web e seus desdobramentos
Castells (2000) discorre sobre as condições que geraram esse novo cenário, afirmando
que resulta da exponencial transformação tecnológica, observada nas duas últimas décadas do
século XX, que criou uma linguagem comum em que a informação é gerada, armazenada,
recuperada, processada e transmitida e o conhecimento é aplicado para gerar novos
conhecimentos e tecnologias, em um ciclo que se realimenta cada vez mais rapidamente e é
sua a perspectiva descrita a seguir.
Tecnologias não são ferramentas, mas processos para serem desenvolvidos por
usuários e criadores que tendem a ter o mesmo papel em uma integração crescente entre seres
humanos e máquinas. A força do corpo humano foi ampliada com as novas formas de energia
e movimento semelhante se observa com a tecnologia da informação “rumo à expansão da
mente humana” (CASTELLS, 2000, p.75)
Para o autor, a difusão veloz da tecnologia define um contorno diferenciado ao que se
denomina revolução da tecnologia da informação, se comparado ao que é relatado sobre a
primeira e a segunda revoluções industriais, que tiveram como traço comum uma
transformação sem precedentes, mediante os padrões históricos vigentes, pelo aumento
repentino e inesperado de aplicações tecnológicas que transformou os processos de produção
e distribuição. Contudo, a realimentação do processo só acontecia mais imediatamente quanto
83
mais próximos fossem os locais de inovação, produção e utilização.
As descobertas ocorreram em agrupamentos que interagiam e que tinham as condições
e ambientes propícias para tal desenvolvimento. Essa interatividade e a dependência do
ambiente adequado são fatores fundamentais para a compreensão da atual revolução.
A revolução da tecnologia da informação teve como principais eixos para
transformação na capacidade de gerar, processar e transmitir informação três áreas de
desenvolvimento tecnológico: microeletrônica, computação e telecomunicações.
Castells (2000, p. 76) cita que o transístor foi a primeira unidade que possibilitou o
“processamento de impulsos elétricos em velocidade rápida e em modo binário de interrupção
e amplificação, permitindo a codificação da lógica e da comunicação com e entre máquinas”,
dispositivos também chamados de semicondutores ou chips, atualmente compostos de
milhares de transistores.
A seguir, foi criado o circuito integrado e o que causou a verdadeira “revolução dentro
da revolução”, o microprocessador, que podia incluir um computador em um chip e que
transformou toda a indústria da computação por também ter estimulado a redução do tamanho
dos equipamentos, que de microcomputadores passaram a ter o nome genérico de computador
pessoal (PC). A difusão maciça dos PC, oportunizada pelo fato de não terem sido criados com
tecnologia proprietária, ampliou-se com o desenvolvimento dos softwares de sistemas
operacionais. A partir de então, os computadores passaram a ser concebidos para
funcionamento em rede, com mobilidade cada vez maior, e o potencial de compartilhamento
em rede mudou drasticamente a era dos computadores “ao transformar o processamento e
armazenamento de dados centralizados em um sistema compartilhado e interativo de
computadores em rede” (CASTELLS, 2000, p. 79-80).
As telecomunicações também sofreram a revolução pela combinação das tecnologias
de roteadores e comutadores eletrônicos (ou nós) e por novas tecnologias de transmissão,
84
como fibra óptica, laser e transmissão por pacotes digitais que ampliaram consideravelmente a
capacidade das linhas de transmissão.
O que se observou foi uma relação sinérgica entre microeletrônicos, computação e
telecomunicações. À medida que um se desenvolvia, propulsionava o desenvolvimento dos
outros. A transmissão com base na optoeletrônica (fibra óptica e laser) combinada com
arquiteturas avançadas de comutação e roteamento forma a base da Internet, resultado da
convergência de todas tecnologias eletrônicas para comunicação interativa.
A Internet (Interconnection between computer networks) é, assim, um grupo de
protocolos de conectividade, interoperabilidade e apresentação para comunicação entre
pessoas, pessoas e máquinas e máquinas e máquinas (TERRA e GORDON, 2002). Foi
concebida como um modelo não hierárquico, sem um ponto central, de modo que a falha um
em nível não destrua o sistema de comunicação como um todo. Outro aspecto é a transmissão
por pacotes, ou seja, os conteúdos são fragmentados em unidades menores, o que viabiliza
não só o tráfego da informação, mesmo em rotas de transmissão congestionadas, como admite
que equipamentos com diferentes níveis de velocidade possam manter-se conectados
(CASTELLS, 2000; PINHO, 2003).
Dessa forma, a Internet, ou a “rede das redes” (PINHO, 2003, p. 19) é a rede composta
por todos os servidores, equipamentos mais potentes que têm a “função de conectar os
computadores isolados” (LIMEIRA, 2003, p. 23), cujo fluxo de comunicação ocorre por linha
telefônica, cabos de TV, linhas de fibra óptica e sinais de microondas, satélites, rádio e
infravermelho, denominados tecnologias sem fios, ou wireless (LIMEIRA, 2003).
Após a criação da web, surgiram outras redes baseadas nos padrões e tecnologias da
Internet: as intranets e as extranets.
As informações que transitam por uma intranet são exclusivas a uma empresa e suas
equipes para comunicação por correio eletrônico, acesso a informações sobre a empresa,
85
grupos de discussão e conversas on-line. As principais vantagens para a empresa residem,
conforme Pinho (2003):
a) na maior segurança com relação a informações sigilosas, garantida por acesso
através de senha ou por grupos de usuários com acessos específicos;
b) na maior largura de banda pelo uso do padrão Ethernet, que possibilita alta
velocidade por linhas de transmissão dedicadas e maior quantidade de informação
transferida em um determinado intervalo de tempo;
c) na melhoria das comunicações internas pela agilidade, facilidade de
compartilhamento e possibilidade de colaboração;
d) na atualidade das informações, que acontecem imediatamente após o comando;
e) na redução de custos de distribuição a despeito dos investimentos iniciais para
implantação, as despesas com materiais de divulgação interna caem drasticamente;
f) na maior participação por viabilizar o trabalho em grupo e ser uma ferramenta
poderosa de gestão pela interatividade que proporciona para os usuários.
Conforme o autor, as extranets são as redes exclusivas para acesso pelos parceiros de
negócios da empresa cujas vantagens principais associam-se à agilidade na troca de
informações, redução de custos, facilidade no acesso, redução da burocracia e do fluxo de
papéis, além de permitirem a disponibilização de materiais diversos, pedidos de compra e
outros documentos, também através do mesmo procedimento de segurança usado na intranet.
As três redes, Internet, intranet e extranet, podem ser unidas em uma interface web única para
acesso pelos usuários, sejam clientes, colaboradores ou visitantes para dar origem ao portal
corporativo.
3.2.3.2 A estratégia e a Internet
86
O nível profundo de integração tem acelerado transformações nos negócios como a
maior integração entre atividades e componentes da cadeia de valor; a formação de
organizações virtuais; a formação de mercados conectados eletronicamente (e-mercados) e a
união de parceiros para compartilhamento de informações e conhecimento com o objetivo de
desenvolver produtos. Esta era das redes evolui pelos avanços na tecnologia da informação e
pelos altos níveis de colaboração inter e intra-empresa que “são necessários para criar mais
produtos e serviços intensivos em conhecimento que estão mudando as fronteiras tradicionais
da empresa” (TERRA e GORDON, 2002, p. 24).
Uma importante polêmica quanto à Internet e seu papel nos negócios foi estabelecida
em 2001, ano seguinte ao da “explosão da bolha”, expressão cunhada para descrever a queda
vertiginosa dos índices da NASDAQ, a bolsa de negócios da web. De um lado, envolveu
Michael Porter e de outro, David Ticoll e também teve como cenário as discussões sobre a
evolução do uso da Internet, exemplificadas pelas idéias de Don Tapscott, sintetizadas a
seguir.
Tapscott (2001a) corrobora com a visão de outros autores quando afirma que o uso da
web para transações e comunicações reduzem os custos de transação, permite a inovação mais
efetiva e gera ganhos pela nova maneira de aprofundar o relacionamento com o consumidor.
Além dissso, a Internet impacta a arquitetura da empresa, pois as relações assumem maior
importâcia pelo decréscimo do custo de compartilhamento do conhecimento, colaboração e
engrenagem dos processos de negócios que fazem com que as empresas possam concentrar-se
em suas competências essenciais, criarem parcerias ou delegações através de outsourcing
(TAPSCOTT, 2001e) e transformam os clientes em ativos que devem ser desenvolvidos
(TAPSCOTT, 2001d).
O autor (2001b, 2001c) ainda comenta a mudança exponencial na inovação dos
87
modelos de negócios, pois os dispositivos móveis, acesso à banda larga, redes sem fios e o
poder da computação impregnado em todas as formas de produção estariam convergindo para
uma vasta rede global que denomina de hypernet.
Ticoll (2001a), em sua análise, adota uma perspectiva abrangente ao considerar que
inovações ocorrem para atender a necessidades não satisfeitas, que as recessões são cíclicas,
pois cada período de expansão gera inflação, excesso de produção e retração no mercado de
trabalho, e alega que os preços altos resultam de modelos de negócios desalinhados do poder
que a tecnologia oferece para modificar os custos de produção. Defende que, antes que um
novo ciclo recessivo se inicie, o excesso de bens deve ser comercializado e que as indústrias
devem enxugar suas estruturas antes que a economia retome o crescimento. Para isso, cita que
os gestores devem ter três focos de atenção: a) maior intimidade com o consumidor; b)
inovação na produção e c) busca de eficiência operacional, precisando, para isso, fortalecer o
poder dos negócios que usam a Internet como forma de a empresa lidar com esse contexto,
enfatizando a criação de business web, ou “sistema distinto de fornecedores, distribuidores,
provedores de serviços comerciais, provedores de infra-estrutura e consumidores que usam a
Internet para as principais comunicações e transações de negócios” (TAPSCOTT et al., 2001,
p. 17), modelo mais detalhadamente abordado na sequência deste trabalho.
Porter (2001) ressalta que é um perigo acreditar que a Internet muda tudo, e que as
regras anteriores sobre empresas e competição se tornam obsoletas, porque as decisões
incorretas de muitas empresas pontocom e pioneiras levaram à erosão da atratividade da
indústria e das vantagens competitivas. Afirma que é retórica tratar de nova economia,
estratégias de e-business e indústria da Internet definindo-a como uma tecnologia
viabilizadora, ou um conjunto poderoso de ferramentas que pode ser usado de maneira sábia
ou não em qualquer indústria, que tende a alterar a sua estrutura, reduzindo sua lucratividade e
a habilidade das empresas para estabelecerem vantagens operacionais que possam ser
88
sustentáveis. Dessa forma, o como aplicá-la é a questão, pois ganhar vantagem competitiva
não requer uma mudança radical nos negócios, mas sim a construção da estratégia baseada em
princípios provados, já que a Internet raramente seria por si uma vantagem competitiva.
O autor comenta os sinais distorcidos de mercado pela adoção da nova tecnologia,
como preços artificialmente baixos, a lealdade do consumidor, frágil porque este tenderia a
voltar aos canais convencionais, e receitas auferidas em ações ao invés de dinheiro. Além
disso, práticas de fornecimento que artificialmente baixaram custos e métricas financeiras
irreais.
Ele propõe um retorno aos dois drivers de lucratividade que, segundo ele, estão acima
da tecnologia, tipo de negócio e que são universais: estrutura da indústria e vantagem
competitiva sustentável, para argumentar o como a Internet pode ser usada para criar valor,
partindo da premissa de que a criação de valor econômico viria do seu uso e não da posse da
tecnologia em si.
Sob o ponto de vista da análise da indústria, Porter afirma que os novos negócios
baseados na rede são reconfigurações de indústrias existentes e que por alguma razão sofriam
algum tipo de retração. Se, de um lado, a Internet expande mercado, de outro, reduz a
lucratividade, pois apresenta um paradoxo: seus benefícios, como disponibilidade da
informação, mais facilidade nas vendas, marketing e distribuição, mais facilidade nas
transações entre compradores e vendedores, tornam mais difícil reverter esses benefícios em
lucros.
Ele avalia que a Internet deve ser analisada tendo-se em mente as consequências
estruturais a longo prazo, também porque a lealdade do consumidor declinará, à medida que
se torne mais familiarizado com a tecnologia, uma vez que perceberá que o custo de troca é
baixo.
Defende ainda que é um mito a idéia de obter a posição de first-mover pelo
89
aproveitamento dos efeitos de rede, em que produtos tornam-se mais valiosos quanto mais os
consumidores os comprarem, pois depende também da elevação de barreiras de entrada pela
propriedade desses efeitos, porque o caráter aberto da Internet dificulta a captura de
benefícios do efeito de rede.
Outro ponto que considera é a fragilidade de parcerias que usam a Internet, já que
ampliá-las com produtores complementares tenderia a aumentar os problemas estruturais da
indústria, porque as empresas também teriam que lidar com potenciais objetivos conflitantes
ao mesmo tempo que teriam que educar os parceiros acerca dos seus negócios. Também
critica a prática do outsourcing, que daria à empresa a idéia de um empreendimento virtual,
porque concorrentes teriam acesso aos mesmos vendedores e itens adquiridos seriam mais
homogêneos, reduzindo assin o caráter distinto da empresa e aumentanto a competição de
preços, além de dar a oportunidade a novos entrantes de ingressarem sem precisar construir
suas próprias capacidades.
Em termos de vantagem competitiva, parte do princípio que atingir e sustentar níveis
mais altos de eficiência operacional do que os concorrentes é a fonte para construção de
vantagens e que a natureza das aplicações na Internet torna mais difícil sustentar vantagens
operacionais porque sua abertura, combinada com softwares avançados, ferramentas de
desenvolvimento e modularidade aumenta a facilidade para as empresas desenharem e
implementarem aplicações. Dessa forma, as melhorias em eficiência operacional são
rapidamente disseminadas, fazendo com que as empresas convirjam para as mesmas
aplicações, obtendo os mesmos benefícios.
Em síntese, afirma que a Internet frequentemente não é disruptiva para indústrias
existentes ou empresas estabelecidas, que terão mais sucesso caso a usem para reconfigurar as
atividades tradicionais ou quando encontram novas combinações com os negócios existentes.
Menciona que a Nova Economia é a velha economia com acesso à nova tecnologia,
90
que a evolução é mudar de e-negócio para negócio e que a Internet só se transforma em
vantagem caso esteja integrada à estratégia geral da empresa. Para ele, as atividades virtuais
não eliminam a necessidade de atividadades no mundo físico, devem complementá-las.
Em resposta a Porter, Ticoll (2001b) tece uma crítica ao que chama de ortodoxia
irracional, alegando que Porter divide o mundo entre os guardiões das empresas pontocom e
os sábios tradicionalistas como ele e afirma que a análise do autor falha por duas razões:
subestima o que a Internet é e em que se baseia e nega seu impacto na estratégica competitiva.
Para Ticoll, Porter cometeu um erro em pensar na Internet como algo imutável ao longo do
tempo, como se tendesse a permanecer apenas como um conjunto de computadores
conectados, e ensaia uma previsão de que em 2005 o telefone, rádio, televisão e outras
tecnologias de comunicação seriam incorporadas a ela.
Para ele, essa questão teria levado Porter ao segundo erro: negar que a complexa e
contínua expansão dos meios de comunicação tenha iniciado profundas mudanças na estrutura
de empresas vencedoras, que passam a focalizar suas competências essenciais e estabelecerem
parcerias para a execução do restante de suas atividades, aproveitando o potencial da Internet
para tornar isso mais fácil e menos oneroso, citanto exemplos concretos de empresas que já
estavam atuando dessa forma. Finaliza sua crítica, comentando que quem se sentisse
confortável com a idéia de que a Internet apenas pode melhorar o negócio, mas que não é uma
ameaça ou uma força fundamental de mudança, estava correndo um risco.
Como já mencionado anteriormente, Porter (1985) argumenta que a tecnologia só é
fonte de vantagem caso seja o principal driver e não apenas utilizada em uma atividade de
valor. O autor afirma que várias situações relacionadas à tecnologia favoreceriam a
sustentação de uma vantagem, dentre elas quando a mudança tecnológica é pioneira e gera
vantagens do first-mover e quando aumenta a atratividade de toda a estrutura da indústria após
a sua difusão.
91
Nessa análise que faz sobre estratégia e Internet, Porter aparentemente nega que seja
vista pelo seu potencial de ser o principal driver ou mesmo de aumentar a atratividade da
indústria justamente porque não considera modelos de negócios que sejam totalmente
concebidos na Internet, analisando-a à luz de modelos convencionais e dando a ela apenas o
papel de ferramenta.
Pelo panorama de mercado desde então, é de se supor que, se de um lado as empresas
ainda permanecem cautelosas quanto à incorporação da Internet em suas práticas, o que ainda
não resultou na transformação radical dos modelos de negócios, defendidas por vários autores
como Tapscott, Ticoll, Kalakota e Robinson, entre outros, de outro, as críticas feitas por
Porter também não se concretizaram em sua totalidade, mesmo o autor tendo apontado
justamente como fragilidades o que aqueles autores ressaltaram como características
intrínsecas ou vantagens dessas novas configurações de negócios, do que se pode inferir que
há um movimento de transição em curso. Essas condições dão a este estudo justamente a
possibilidade de verificar como isso acontece na prática, não só em termos do nível de
incorporação da tecnologia web, especificamente na gestão de alianças estratégicas, mas se
isso traz vantagens para a empresa.
Na sequência, e revisados os temas alianças estratégicas e ambiente web, este estudo
tratará de tecer considerações a respeito do contexto e características que definem as empresas
virtuais e sobre como a disseminação do uso da web como veículo transacional modifica os
modelos de negócios diante de novas perspectivas oferecidas pela tecnologia.
3.2.4 Alianças estratégicas e o virtual
Discutir alianças baseadas na web implica, prioritariamente, na análise do que seja a
virtualidade intrínseca ao processo.
92
Lévy (1996) caracteriza a virtualidade como desterritorialização com relativa
independência do espaço-tempo de referência e chama a atenção para conversão do interior ao
exterior e vice-e versa, denominado efeito moebius, em que não há limites ou distinção entre
esses lugares e tempos.
A intensidade do uso de tecnologias de informação e comunicação para se interagir
com os diversos públicos de interesse da empresa define seu grau de virtualidade e algumas
tecnologias permitem o alcance dessa virtualidade por darem suporte à interação e cooperação
de forma síncrona (em tempo real), como por exemplo, uma conferência por telefone, ou
assíncrona (momentos diferentes), como por exemplo, o e-mail (STEIL e BARCIA, 1999).
Mowshowitz (1997) cita que o enfoque na organização virtual torna explícita a
necessidade da gestão para explorar e rastrear requisitos abstratos necessários para que alguns
objetivos sejam realizados enquanto investiga e especifica meios concretos que satisfaçam
esses requisitos. Isso significa que o autor atribui maior ou menor virtualidade à empresa a
partir de sua capacidade de dissociar as necessidades dos mecanismos para atendê-las de
modo que o gestor tenha uma gama disponível de meios para atender à mesma necessidade,
lançando mão do que seja mais adequado no momento. Esse potencial de substituição envolve
flexibilidade, favorece relações temporárias baseadas mais em acordos explícitos do que
implícitos. O primeiro passo para criar uma estrutura virtual é a empresa ganhar experiência
gerencial ao identificar funções e contratar empresas externas para fazê-las.
Chandrashekar e Schary (1999) atribuem três sentidos para a virtualidade: a) toda
comunicação por computador que substitua a participação humana, portanto, mais relacionada
a processos; b) o vínculo com outra empresa para uma determinada atividade, que dá um
caráter virtual à relação pela independência do espaço-tempo e c) empresas organizadas a
partir de transações mediadas pela comunicação via computador.
Sob o ponto de vista da estrutura, a virtualidade interfere na organização da empresa
93
por eliminar as restrições espaço-tempo tradicionais, permitindo que haja o desenvolvimento
de novas formas de coordenação e interação, o que limita a existência da hierarquia da
estrutura piramidal e dá lugar à estrutura em rede (STEIL e BARCIA, 1999).
Essa estrutura em rede é permeada por relações verticais, ligando fornecedores e
consumidores, por exemplo, e horizontais, com competidores atuais ou potenciais, provedores
de serviços e outros. É uma condição que favorece a realização dos objetivos da rede de
negócios no que diz respeito ao ganho de flexibilidade para agilmente adaptar-se às rápidas
mudanças e aumento da intensidade da competição, para desenvolver habilidades e recursos
necessários a fim de identificar e conduzir inovações que tenham sucesso comercial e alcançar
eficiências e economias operacionais para elevar o valor ao consumidor, aos acionistas e
demais públicos de interesse da empresa (CRAVENS et al., 1996).
3.2.4.1 Configurações de negócios virtuais
Kalakota e Robinson (2001) atribuem como contexto para formação desses novos
negócios a emergência de relacionamentos mais intrincados e comprometidos que resultam na
difusão de clusters, ecossistemas de negócios, coalizões, redes cooperativas ou outsourcing
sempre objetivando criar valor, denominando como business webs essas redes de relações
conhecidas, vínculos de negócios, consumidores e fornecedores para criar um único
organismo de negócios.
Tapscott et al. (2001, p. 17) evoluem nessa definição e, como já mencionado,
denominam a business web (B-web) como “um sistema distinto de fornecedores,
distribuidores, provedores de serviços comerciais, provedores de infra-estrutura e clientes que
usam a Internet para suas principais comunicações e transações de negócios” ancorada em três
estruturas básicas: empreendimentos, equipes e indivíduos interligados em rede (componentes
94
fundamentais); as próprias b-webs e o ambiente da indústria.
As B-webs possuem estruturas e processos altamente maleáveis e adaptáveis ao
contexto; requerem menos capital físico e possibilitam maior potencial de retorno, pois os
custos evoluem a uma taxa linear. Os clientes, por sua vez, ganham em benefícios tangíveis
(custo, qualidade) e intangíveis (informações, controle, relacionamento). Já as empresas
devem cultivar relacionamentos de confiança bidirecionais que demonstrem real valor.
Dois processos antagônicos podem ocorrer: a desintermediação e a reintermediação
(cada intermediário tem um lugar dependendo da situação e das necessidades dos clientes).
Os autores citam também uma forma de fusão digital entre as entidades de negócios,
através do compartilhamento e difusão da informação. Essas características desafiam os
modelos de controle de mercado baseado em bens, como relatórios puramente financeiros ou
contábeis.
Propõem, também, uma taxonomia da B-web que gera uma nova tipologia de
negócios (Figura 4) baseada em duas dimensões que as diferenciam: o controle, que diz
respeito à economia, e a integração de valor, ou o benefício que um usuário ganha de um bem
ou serviço, pois “as organizações podem mudar a base de competição de um tipo para outro à
medida que se movem do mundo físico para uma abordagem baseada na web”; a inovação é a
base de vantagem competitiva e “alianças tornam-se altamente visíveis como poderosos e
dinâmicos propulsores de mudanças” (TAPSCOTT et al., 2001, p. 28).
95
ÁGORA
AGREGAÇÃO
REDE
DISTRIBUTIVA
ALIANÇA
CADEIA DE
VALOR
baixa alta
auto-organizada
hierarquizada
Integração de valor
Controle
ÁGORA
AGREGAÇÃO
REDE
DISTRIBUTIVA
ALIANÇA
CADEIA DE
VALOR
baixa alta
auto-organizada
hierarquizada
Integração de valor
Controle
Figura 4 – Tipologia B-web
Fonte: adaptado de TAPSCOTT et al., 2001, p. 28
Tapscott et al. (2001) definem assim as cinco configurações de B-web:
1) Ágora: Mercados em que compradores e vendedores se encontram para negociar
livremente e atribuir valor aos bens. “Em conjunto ‘descobrem’ o preço através de
negociações à vista.” (TAPSCOTT et al., 2001, p. 32). Sua principal proposta de
valor é a liquidez pela combinação de compradores, vendedores e mecanismos
para descoberta de preço. Envolvem praticidade, baixos custos de distribuição e
Marketing, alto volume de informações sobre o negócio e entretenimento. Tipos de
ágoras: mercados abertos, leilão vendedor, leilão comprador e bolsas.
2) Agregação: É o intermediário que agrega valor entre produtores e consumidores. O
líder assume a responsabilidade pela seleção de produtos e serviços, visando
segmentos de mercado específicos, fixa preços e assegura o cumprimento. As
agregações definem a melhor combinação entre seleção, organização,
aproximação, preço, praticidade e atendimento. Tipos de agregações:
superagregações (eficiência de escala e grandes retornos sobre investimentos –
96
ganham através das margens de produtos); E-sources (atuam nas decisões de
compra complexas e com maior risco – ganham através e transações); E-brokers
(reduzem custo de procura e avaliação ganham por comissões); B-webs de
integração (racionalizam processo antes desconexos – ganham dos clientes por
simplificar ou dos fornecedores por agregarem clientes); Hubs da indústria
(agregam informações e serviços e intermediam relações B2B – ganham
porcentagens por transação ou cobram de vendedores o acesso aos segmentes de
mercado de interesse); Portais de consumidores e hubs (conteúdo e serviços
agregados gratuitos – ganham com propaganda, páginas patrocinadas e links).
3) Cadeia de Valor: Provedores de contexto que produzem uma proposta de valor
altamente integrada para atender a um conjunto específico de necessidades do
cliente e onde o vendedor tem a palavra final sobre os preços. “As cadeias de valor
transformam a gestão de controle do comando, centralizada, fabricação-para-
estoque em B-webs eficientes e interligadas em rede que funcionam como redes de
atendimento ao cliente.” (TAPSCOTT et al., 2001, p. 123).
4) Alianças: Busca a alta integração de valor sem controle hierárquico a fim de obter
colaboração através da criatividade para atingimento de uma meta compartilhada
por uma comunidade. O ciclo de valor é acelerado e perene: aumenta o valor, o
uso aumenta, o mercado cresce. Tipos: alianças de design, alianças de produção,
jogos online e videogames, comunidades de discussão, comunidades de prática.
5) Redes Distributivas: Servem a outras B-webs, distribuindo e entregando bens dos
provedores aos usuários. Tipos: distribuidores de bens de fluxo contínuo e
divisíveis (como energia); entregadores de conteúdo (serviços de despachos e
postais); alavancadores de capital em troca de juros ou garantindo e assumindo
riscos (bancos e companhias de seguros).
97
O Quadro 1 a seguir, demonstra as principais características de cada um desses
modelos citados acima:
Quadro 1 – Características dos modelos b-web
Agora Agregação Cadeia de valor Aliança Rede
distributiva
Tema principal
Precificação
dinâmica
Seleção e
praticidade
Integração do
processo
Criatividade Alocação /
Distribuição
Proposta de
valor
Liquidez –
converter os
bens em um
preço desejável
Otimização da
seleção,
organização,
preço,
praticidade da
parceria e
atendimento
Design e entrega
de um produto
ou serviço
integrado que
atenda a um
conjunto
específico de
necessidades do
consumidor
Colaboração
criativa para uma
meta
compartilhada
por uma
comunidade de
contribuintes
Facilita o
intercâmbio e a
entrega de
informações,
bens e serviços
Papel do cliente
Player do
mercado
Comprador Propulsor de
valor
Contribuinte Remetente /
Beneficiário
Foco do
conhecimento
Timing
Informações do
mercado
Segmentação de
mercado
Ofertas do
fornecedor
Atendimento
Inovação
Gestão da cadeia
de suprimento
Comunidade
Criatividade
Padrões e papéis
Otimização da
rede
Visibilidade e
transparência
Processo
principal
Descoberta do
preço
Requer parceria Design do
produto
Gestão da cadeia
de conhecimento
Inovação Distribuição
Exemplos
Classificados no
Yahoo!
eBay
Priceline
AdAuction
NASDAQ
MetalSite
FreeMarkets
Amazon.com
Chemdex
HomeAdvisor
Webvan
E*Trade
Travelocity
WSJI
Cisco Systems
Dell Computer
General Motors
Celestica
Bidcom
America Online
NetNoir
Linux
MP3
Wintel
Enron
UPS
AT&T
Wells fargo
Internet
Fonte: adaptado de Tapscott er al., 2001, p. 30-31
Pitassi e Macedo-Soares (2003) distinguem uma rede estratégica tradicional (RE) de
uma rede estratégica completamente virtual (RECV) pelo grau com que usam a Internet como
meio para transações. Os autores propõem alguns tipos de redes virtuais e os caracterizam
apontando os fatores de sucesso, conforme Quadro 2, a seguir:
98
Quadro 2 – Fatores críticos de sucesso e características da virtualidade das redes estratégicas virtuais
Tipos de REV
Fatores Críticos de Sucesso Características da Virtualidade
Genéricos - Plataforma de TI adequada
- Cultura voltada à colaboração
- Especialização e compartilhamento
- Independência entre soluções e meios
- Processos de negócio definidos a partir
das necessidades do consumidor final
Co-aliança - Seleção dos parceiros
- Gestão do processo de P&D
- Qualidade dos times virtuais
- Independência de tempo e espaço
Constelação-
valor
- Consolidação econômica do padrão
tecnológico
- Mecanismos de coordenação adequados
- Hiperestratégia
Corretor virtual - Padrões abertos para a troca de
informações
- Um novo protocolo cultural
- Hub-integrador
- Potencial de substituição das conexões
- Auto-gestão
Fonte: Pitassi e Macedo-Soares (2003, p. 94)
Pitassi e Macedo-Soares (2003) concluem que uma cultura organizacional aberta à
colaboração e uma boa infra-estrutura de tecnologia da informação são fatores críticos para o
sucesso de uma Rede Estratégica Virtual, mas o tipo específico de rede virtual adotada
também influencia o sucesso da operação.
Venkatraman e Henderson (1998) entendem que a virtualidade é uma estratégia que
reflete três vetores interdependentes que possibilitam a criação de novos modelos de
negócios: a) o vetor de interação com o consumidor; b) a configuração dos ativos e c) a
influência do conhecimento, que se desenvolvem ao longo de três estágios. A abordagem
destes autores é sintetizada no Quadro 3:
Quadro 3 – Vetores e estágios da organização virtual
Vetores e características
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Interação com o
consumidor (encontro
virtual)
Experiência remota de
produtos e serviços
Customização dinâmica Comunidades de
consumidores
Configuração de ativos
(fornecimento virtual)
Módulos de fornecimento
Interdependência de
processos
Coalisões de recursos
Influência do
conhecimento (expertise
virtual)
Especialidade na tarefa Ativo corporativo Comunidades de
profissionais
especializados
FOCO
Tarefa Empresa Inter-organizacional
OBJETIVOS
Aumento de eficiência
operacional
Aumento do valor
econômico adicionado
Inovação e crescimento
sustentáveis
Fonte: Adaptado de Venkatraman e Henderson, 1998, p. 34.
99
Os autores comentam que ainda não é possível unir estas diferentes atividades em uma
única plataforma tecnológica, o que, de fato, transformaria a empresa em uma organização
virtual. Contudo, salientam que a Internet oferece essa possibilidade de integração e que é um
desafio para as empresas assegurarem a devida consistência interna desses vetores e
observarem o perfil de virtualidade de competidores e empresas do mercado.
Especificamente, em vista do escopo deste trabalho, será considerado o vetor de
configuração de ativos que se refere ao como a empresa obtém capacidades complementares
através de uma rede de fornecedores e subcontratados.
Conforme os autores, o primeiro estágio focaliza os benefícios oferecidos por
eficientes módulos-padrão de fornecimento ou componentes. Um exemplo é o EDI
(Electronic Data Interchange), módulo para troca eletrônica de dados que teve um importante
papel na redução de níveis de estoques de produtos.
O segundo estágio focaliza o uso de sistemas que viabilizam a interdependência entre
as empresas para que possam atuar visando à delegação de processos para provedores
externos que têm todo o controle sobre eles (outsourcing).
O terceiro estágio focaliza o estabelecimento de uma rede de recursos, que transforma
a empresa em um conjunto de capacidades e relacionamentos. Posicionar a empresa em uma
rede extensa de recursos no mercado é um driver para a vantagem competitiva. O desafio
administrativo é posicionar a empresa nesse processo dinâmico de mudanças rápidas dos
recursos da rede.
Venkatraman e Henderson (1998) alertam que estas coalisões tornam clara outra
característica da organização virtual: a pouca distinção entre a competição e a cooperação.
Desta forma, saber onde adicionar valor é um fator importante nesse contexto de co-opetição
e um desafio para quem estabelece as regras é manter a habilidade de coordenar regras
internas e externas quando o ambiente muda.
100
Kanter (1987) define que os efeitos da tecnologia da informação recaem em duas
categorias: a eficiência de transação e o controle da comunicação. No primeiro caso, para
tornar o processo mais eficiente, seja por dar-lhe mais velocidade, propiciar mais informações
para conduzi-lo ou por elevar a habilidade para execução de ajustes de acordo com mercados
locais. Já no segundo caso, trazendo a vantagem de não só coletar e processar um volume
elevado de informações, mas direcionar as informações certas para as pessoas certas a fim de
melhorar o negócio. Nesse caso, a importância das informações é o que faz a diferença.
A autora pondera que as vantagens relacionadas à eficiência nas transações declinam à
medida que outras empresas passem a adotar o mesmo enfoque, mas que as vantagens a partir
do controle da comunicação tendem a ser ilimitadas.
Amit e Zott (2001) argumentam que, com o advento da tecnologia da informação em
rede, mais do que focalizar relacionamentos, as redes estratégicas focalizam transações,
porém que a perspectiva das transações é complementar à perspectiva dos relacionamentos.
Os autores adotam os seguintes enfoques para descreverem essas transações: a) estrutura da
transação: partes que participam das trocas, a maneira como estão vinculadas, a seqüência de
trocas e o mecanismo adotado; b) conteúdo da transação: bens ou informações que serão
trocados e os recursos e capacidades requeridos para tais trocas e c) governança da transação:
como o fluxo de informação, recursos e bens são controlados pelas partes e como é a
organização legal do acordo e os incentivos aos participantes.
Essa visão das transações viabiliza a proposição de modelos de negócios que
complementam a noção de redes estratégias, já que um modelo representa a maneira de a
empresa realizar negócios e faz parte de suas escolhas estratégicas ao lado de questões como o
que o negócio será e como competirá no mercado, fato que estabelece uma importante relação
entre o modelo e a performance da empresa (ZOTT e AMIT, 2002).
Essa abordagem objetiva definir modelos específicos de negócios de acordo com a
101
ênfase em determinado tipo de transação e seu impacto na performance.
No modelo baseado em eficiência, a estrutura, conteúdo e governança terão como
enfoque a redução dos custos de transação. Apresentará as seguintes características:
1) Velocidade da transação: especialmente importante em indústrias em que o
suprimento de informações atuais seja relevante;
2) Grau de automação: permite que sejam reduzidos custos com estoques, pedidos,
reposições e evitados erros de transação;
3) Amplitude e profundidade das informações fornecidas: o uso de softwares
sofisticados como filtros, rastreadores e selecionadores de dados elevam a
habilidade para entender o comportamento e as necessidades de parceiros e
consumidores;
4) Facilidade de acesso a potenciais participantes da transação: extensão de parceiros
e consumidores que podem ser alcançados e/ou elevação dos serviços oferecidos
(ZOTT e AMIT, 2002)
Já no modelo baseado em complementariedades tanto recursos e capacidade como
produtos e serviços são combinados. Dessa forma, estrutura, conteúdo e governança atuam
para ampliar a extensão do que seja oferecido como forma de gerar valor para aumentar o
interesse pelo consumidor em pagar mais pela oferta da empresa, ampliando o escopo para
aumento de receitas. Apresentará as seguintes características:
1) Combinação de recursos e capacidades: diferentes tecnologias associadas para
fornecer produtos e serviços únicos;
2) Combinação de produtos e serviços: oferta de produtos complementares (ZOTT e
AMIT, 2002).
Um terceiro modelo proposto pelos autores focaliza os incentivos aos consumidores e
parceiros para que repitam as transações e não mudem para empresas rivais (lock-in). Os
102
atributos definidos são:
1) Incentivos diretos: programas de fidelidade, ofertas customizadas, garantias,
serviços e políticas de devolução;
2) Crença e confiança: uso de terceiros para monitorar, mediar ou arbitrar a adoção
de programas de adesão e desligamento, taxar transações, assegurar marca ou
reputação, por exemplo;
3) Efeitos de rede: tanto podem ser favoráveis, quando a rede adquire um tamanho
que desestimule a saída de um participante por causa dos benefícios que oferece,
como desfavoráveis, pelos custos que a empresa tem antes que a rede tenha um
tamanho que seja lucrativo;
4) Investimentos prévios: investidores podem ser convidados a investirem tempo,
esforços, dinheiro ou ativos mais especializados e aceitarão diante da perspectiva
de ganhos futuros (ZOTT e AMIT, 2002).
O último modelo baseia-se na inovação em estrutura, conteúdo ou governança.
Consiste na concepção e adoção de novos caminhos para conduzir as trocas, seja pela conexão
de partes não conectadas, pela ligação dos participantes em novos meios ou pela definição de
novos mecanismos de transação. Apresenta os seguintes parâmetros:
1) Inovação radical: um mercado totalmente novo pela mobilização dos
consumidores para um novo tipo de produto ou serviço. Esse modelo pode resultar
em ganhos Schumpeterianos;
2) Inovação incremental: envolve inovações em transações nos mercados existentes e
pode ser entendida como a criação de novas formas de enfatizar a eficiência,
complementariedades e a contenção da migração de clientes e parceiros (ZOTT e
AMIT, 2002).
Dai e Kauffman (2003) propõem quatro tipos de configurações de negócios que usam
103
o conceito de alianças entre empresas business-to-business baseadas na web:
1) Marketing: para promover produtos e serviços;
2) Participação: para criar relacionamentos cooperativos entre as empresas virtuais
com outras empresas que compram ou vendem seus produtos;
3) Funcionalidade: para elevar as funcionalidades a fim de facilitar as transações on-
line;
4) Conexão: para estabelecer vínculos com parceiros cujos clientes estejam
integrados ou preferem o acesso a mercados eletrônicos dos quais a empresa faz
parte.
Através das alianças de marketing e conexão, a empresa objetivará aumentar o alcance
a potenciais compradores em outros mercados e obter recursos comerciais a serem
empregados na entrega de produtos e serviços aos consumidores. As alianças de
funcionalidade habilitam a empresa a desenvolver serviços que oferecem a compradores e
fornecedores e têm o sentido principal de fazer com que a empresa obtenha recursos
tecnológicos que não tem. Já a aliança de participação fortalece o relacionamento entre as
empresas e os clientes que usam mercados eletrônicos para transações entre empresas e
também para ganhar acesso a outro recurso crítico: os recursos relacionais (DAI e
KAUFFMAN, 2003).
Dessas considerações, pode-se concluir que as alianças estratégicas favorecem todos
os estágios das organizações virtuais por estabelecerem relações entre parceiros. Também
pode-se depreender que as alianças têm um caráter de virtualidade implícito, de acordo com a
proposição de Chandrashekar e Schary (1999) que pode se acentuar a partir do uso da web
como canal mediador de comunicações e transações.
Ao agruparem caracteristicas específicas para proporem novos modelos de negócios
baseados na web, Tapscott et al. (2001) divergem da conceituação convencional de aliança e
104
determinam as características desse modelo como mais pertinentes à definição que atribuem à
cadeia de valor. Contudo, há que se considerar que o conceito de aliança pode ser incorporado
a essas especificações dos novos modelos baseados na web, já que potencialmente quaisquer
deles também podem beneficiar-se com a formação de alianças, na forma como já
conceituado neste trabalho.
Means e Schneider (2001) parecem tratar melhor essa vinculação entre o arranjo de
negócios do mundo físico com a migração para o mundo virtual quando definem, como já
citado neste trabalho, que a formação prévia de alianças favorece a participação de uma
empresa nas comunidades de valor agregado, última instância da evolução das configurações
de negócios conectados em rede, caracterizados pelo alto nivel de interação e terceirização de
atividades.
No conjunto, todas estas propostas têm o objetivo de elevar o potencial de criação de
valor para o cliente.
Esta revisão objetivou discutir os elementos relacionados às fontes de vantagem
competitiva e os aspectos inerentes à formação e perfil de alianças estratégicas, seus riscos,
benefícios, oportunidades e desvantagens, introduzindo a web como canal mediador de
transações e comunicação. Ao tecer um panorama acerca da organização virtual, tornou
explícito que a própria constituição das alianças apresenta um traço de virtualidade devido ao
tipo de relações em rede estabelecidas. Por outro lado, esse caráter virtual também incorpora a
adoção de mecanismos de tecnologia para que a empresa possa fazer frente aos fatores que
impulsionam a competição, como mudanças rápidas no ambiente e a necessidade da rápida
aquisição de recursos para competir em um ambiente de inovação constante.
105
3.3 Desenvolvimento da teoria
Finalizada a revisão teórica sobre os temas vantagens competitivas e alianças
estratégicas que usam a web, esta seção tem a finalidade de esclarecer o conjunto de conceitos
que norteiam a execução da pesquisa de campo.
O problema delimitado para este estudo: qual a contribuição de alianças estratégicas
que usam a web para a construção de vantagens competitivas? associa as duas variáveis
analisadas segundo a seguinte perspectiva: dado que a formação de uma aliança pode ser a
estratégia adotada para atenuar os efeitos da competição, e que o uso da web poderia ser um
fator modificador, ver a influência desse arranjo na configuração interna da empresa para
identificar as razões e benefícios obtidos com isso foi o escopo pretendido para verificar a
construção de vantagens competitivas a partir da adoção do arranjo de negócios, analisado sob
a perspectiva dos gestores de alianças de empresas de Tecnologia da Informação.
A revisão sobre vantagens competitivas aponta dois enfoques, denominados neste
trabalho de perspectivas exógena e endógena, o primeiro tratando da exploração de poder de
mercado e o segundo, da eficiência interna, que podem ser unidos sob uma visão integrativa,
principalmente quando o cenário de atuação da empresa caracteriza-se por alta
competitividade e turbulência, já que ambas competiriam pelos mesmos recursos da empresa.
Dessa forma, não só há que se considerar os aspectos inerentes à indústria em que a empresa
está inserida, mas a configuração interna do negócio e como a empresa adapta-se nesse
ambiente para que se possam avaliar as prováveis fontes de vantagens competitivas.
A visão exógena aponta que vantagens podem ser obtidas quando a empresa encontra
a melhor posição de defesa diante das forças competitivas representadas pela rivalidade entre
concorrentes, ameaça de novos entrantes e produtos substitutos e poder de barganha de
fornecedores e clientes, através do incremento de eficiências, ganhos de escala, baixos custos
106
ou diferenciação.
Do ponto de vista do conflito estratégico, outra vertente da perspectiva exógena, o
desenvolvimento da visão simultânea de cooperação e competição objetiva identificar
complementadores e competidores a fim de estabelecer uma rede de agregação de valor e
fortalecer a posição da empresa no mercado.
A visão endógena avalia os recursos e capacidades como fatores a serem trabalhados
para a obtenção de vantagens que viriam da escassez, heterogeneidade, valor, inimitabilidade
e do caráter insubstituível de recursos e do potencial desse conjunto de recursos ser fonte de
capacidades, também considerando a habilidade da empresa em alcançar a cooperação e
coordenação das equipes, além do correto balanceamento entre a necessidade de eficiência e
flexibilidade requeridas como foco para a gestão.
Contudo, não se pode apenas atuar objetivando a eficiência no momento presente. A
dualidade entre administrar o presente ao mesmo tempo em que se focaliza o futuro
transforma a noção de capacidades presentes para capacidades dinâmicas, ou capacidades
integradas, coordenadas, reconfiguradas e transformadas para que a empresa possa obter
“ganhos Schumpeterianos”, aspectos que agregam os componentes de flexibilidade, agilidade
e potencial de inovação como fatores também influenciadores para a criação de vantagens.
A conceituação sobre as vantagens competitivas, notadamente o que trata sobre
capacidades dinâmicas, remete à idéia de que a implementação de alianças é uma forma de a
empresa concentrar-se no que é essencial e não precise desenvolver internamente as
capacidades complementares às competências essenciais da empresa. Em paralelo, atenuar o
poder de barganha do fornecedor, tornando-o um aliado e prover novas alternativas ao cliente,
nesse caso, aliando-se com fornecedores, empresas complementares ou concorrentes.
A revisão sobre alianças estratégicas que usam o ambiente web define que aliança é
uma forma de arranjo cooperativo caracterizado por uma relação bilateral em que duas ou
107
mais empresas tenham um objetivo em comum e seja estabelecido um vínculo para reunião de
ativos e capacidades. Além disso, também considera o grau de independência das partes, a
reciprocidade das colaborações, a igualdade no comando e o nível de confiança conseguido.
Pode surgir da necessidade da empresa em reduzir os custos de transação, no entanto,
apenas torna-se estratégica quando a combinação de capacidades e compartilhamento de
competências expande e diversifica os recursos para que a empresa alcance vantagens
competitivas. Nesse caso, objetivando também criar uma rede de valor mais forte, obter a
sinergia de recursos ou elevar o conhecimento e sua internalização para proveito posterior dos
benefícios.
Assim sendo, uma aliança estará situada segundo um espectro de possibilidades que
conjuga todos esses fatores.
A web emerge como uma tecnologia que tem acelerado as transformações nos
negócios ao possibilitar maior integração entre atividades e componentes da cadeia de valor,
seja pela formação de empresas virtuais que a usam como o principal componente, pelo
aumento de conectividade para transações e comunicações entre mercados ou pelo maior
potencial de compartilhamento de informações e conhecimento, possibilitando maior nível de
colaboração inter e intra-empresas.
Com a incorporação da web, novos modelos de negócios foram desenvolvidos e
modelos atuais foram reconfigurados. Os novos modelos, essencialmente nela baseados,
compreendem uma vasta gama de arranjos possíveis e o próprio conceito de aliança fica
difuso perante essas novas propostas.
Após este panorama sobre o escopo teórico do trabalho, segue o referencial definido
(Figura 5), que apresenta os conceitos-chave utilizados, com os respectivos autores.
A pesquisa de campo deste trabalho verifica em que medida o caráter virtual, sob o
ponto de vista de tecnologias para comunicação e transações oferecidas pela tecnologia web,
108
impregnado nos negócios e, portanto, também nas alianças estratégicas, contribui para a
criação de vantagens competitivas e é apresentada a seguir, após os procedimentos
metodológicos e fundamentação epistemológica do trabalho.
ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
QUE USAM A WEB
ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
Acordos conforme o grau de:
Integração das tarefas
Confiança
Colaboração
Igualdade
Dependência
Compartilhamento (CONTRACTOR
e LORANGE, 2002; DOZ e
HAMEL, 1998; DUSSAUGE e
GARRETTE, 1999)
Razões para formação:
(KANTER, 1995, 1997; OHMAE,
1989; HAMEL et al. 1989; SCHAN,
1990; DAI e KAUFFMAN, 2003;
PYKA e WINDRUM, 2003; DOZ e
HAMEL, 2000)
Tipos de arranjo:
Alianças de serviços
multiorganizacionais
Alianças oportunistas (joint ventures)
Alianças com envolvidos (KANTER,
1997)
WEB
Grau de virtualidade da aliança
Configuração de ativos
(VENKATRAMAN e
HENDERSON, 1998)
Tipos de uso
Transações e comunicações
(KANTER, 1987)
Tecnologia como apoio ou como
driver principal (PORTER, 1985,
1999; TICOLL, 2001b)
Perspectiva exógena
Posição no mercado: custos ou
diferenciação (PORTER, 1991)
Competição e cooperação
(NALEBUFF e
BRANDENBURGER, 1996, 1997)
Reputação (PORTER, 1991;
GRANT, 1991)
Perspectiva endógena:
Resource-based View (BARNEY,
1991; COLLIS e MONTGOMERY,
1997; COOL et al. 2002)
Capacidades dinâmicas (TEECE et
al., 1997; HELFAT e PETERAF,
2003)
Flexibilidade e agilidade
(CHANDLER, 2002; GRANT,
1991)
Potencial de inovação (TEECE et
al.1997; AMIT e ZOTT, 2001)
Cooperação e Coordenação
(GRANT, 1991)
Eficiência operacional como
estratégia (MINTZBERG et al.,
2000; PORTER, 1999, 2001)
Conhecimento gerencial
(CHANDLER, 2002)
VANTAGENS
COMPETITIVAS
ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
QUE USAM A WEB
ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
Acordos conforme o grau de:
Integração das tarefas
Confiança
Colaboração
Igualdade
Dependência
Compartilhamento (CONTRACTOR
e LORANGE, 2002; DOZ e
HAMEL, 1998; DUSSAUGE e
GARRETTE, 1999)
Razões para formação:
(KANTER, 1995, 1997; OHMAE,
1989; HAMEL et al. 1989; SCHAN,
1990; DAI e KAUFFMAN, 2003;
PYKA e WINDRUM, 2003; DOZ e
HAMEL, 2000)
Tipos de arranjo:
Alianças de serviços
multiorganizacionais
Alianças oportunistas (joint ventures)
Alianças com envolvidos (KANTER,
1997)
WEB
Grau de virtualidade da aliança
Configuração de ativos
(VENKATRAMAN e
HENDERSON, 1998)
Tipos de uso
Transações e comunicações
(KANTER, 1987)
Tecnologia como apoio ou como
driver principal (PORTER, 1985,
1999; TICOLL, 2001b)
Perspectiva exógena
Posição no mercado: custos ou
diferenciação (PORTER, 1991)
Competição e cooperação
(NALEBUFF e
BRANDENBURGER, 1996, 1997)
Reputação (PORTER, 1991;
GRANT, 1991)
Perspectiva endógena:
Resource-based View (BARNEY,
1991; COLLIS e MONTGOMERY,
1997; COOL et al. 2002)
Capacidades dinâmicas (TEECE et
al., 1997; HELFAT e PETERAF,
2003)
Flexibilidade e agilidade
(CHANDLER, 2002; GRANT,
1991)
Potencial de inovação (TEECE et
al.1997; AMIT e ZOTT, 2001)
Cooperação e Coordenação
(GRANT, 1991)
Eficiência operacional como
estratégia (MINTZBERG et al.,
2000; PORTER, 1999, 2001)
Conhecimento gerencial
(CHANDLER, 2002)
VANTAGENS
COMPETITIVAS
Figura 5 – Referencial do estudo
Fonte: a autora
109
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo aborda a definição epistemológica do trabalho bem como descreve os
parâmetros e o processo de pesquisa em si.
4.1 Posicionamento epistemológico
A prática demonstra que os estudos de administração, em sua maioria, adotam o
paradigma funcionalista (CARRIERI e LUZ, 1998), que é fortemente enraizado na sociologia
da regulação e analisa seu objeto de verificação sob uma óptica objetivista, já que provê
explicações sobre o status quo, a ordem e integração social, o consenso, a solidariedade e a
satisfação de necessidades. Deriva dos conceitos centrais da sociologia, através do caráter
ontológico realista, do positivismo sob o ponto de vista epistemológico, da visão determinista
em termos da natureza humana e que parte, metodologicamente, de um enfoque nomotético (a
verdade por si). (BURREL e MORGAN, 1979)
Trata, portanto, de uma orientação fortemente pragmática e que busca entender a
sociedade naquilo que gera conhecimento que possa ser colocado em prática e que entende
que as leis que governam a realidade existem, mesmo que ainda não descobertas, e que são o
pré-requisito para a geração de um novo conhecimento. (BURREL e MORGAN, 1979;
GIROD-SÉVILLE e PERRET, 2001).
110
4.1.1 Senso comum e ciência
Em vista do caráter recente do contexto deste trabalho não ser ainda objeto de teoria
formal, relacionando-se mais ao senso comum, quando se trata de ambientes virtuais, mesmo
assim cabem as reflexões a seguir acerca da validade de seu estudo.
Entendendo senso comum como o conhecimento de caráter mais prático do que
científico e que a tradição da ciência ocidental consiste em questionar a insuficiência desse
modo de gerar conhecimento, procurando distinguir-se inclusive ao evitar imitar seu caráter
empírico, mesmo ancorando-se em bases metodológicas (MATTOS, 2003), é de se supor que
não possa haver aproximação com a ciência que, como esse, também resultaria da
aprendizagem por ensaio e erro (GEWANDSZNAJDER, 2002). Popper (1999, p. 16) delimita
mais claramente essa idéia ao afirmar que o método científico é o “desenvolvimento crítico
consciente do método de `ensaio e erro`”, de modo que o grau de objetividade da ciência
estaria relacionado à objetividade do método crítico.
Dessa forma, o ideal de uma objetividade crítica não resultaria de tentativas
individuais, mas do relacionamento cooperativo e, por vezes, competitivo entre cientistas, e
requereria uma isenção de valores nem sempre passível de acontecer no estudo das ciências
sociais (POPPER 1999).
Mattos (2003) considera inicialmente que, do ponto de vista do desenvolvimento do
conhecimento, a atual conformação das organizações tem usado cada vez mais uma
formulação teórica em seus processos comunicativos, o que afasta a definição estrita de senso
comum.
A discussão então avalia que o cerne do debate, que questiona o senso comum como
gerador de conhecimento, é baseado na força ou fragilidade argumentativa deste, ou seja, na
sustentação dos conceitos que o explicam e na lógica do próprio discurso.
111
Nessa discussão, Mattos (2003) baseia-se no discurso de Popper quando expõe sobre a
necessária criticidade na interpretação dos fatos que no senso comum é permeada pela
subjetividade inerente aos sentidos humanos envolvidos, para argumentar o porquê da
observação de parte dessa lógica não ser pura, aspecto que Popper (1999, p. 25) ressalta ao
atribuir como papel do criticismo científico conseguir a desvinculação da idéia de valores e
desvalores essencialmente científicos de valores e desvalores extra-científicos, situação que a
própria inviabilidade de acontecer de maneira definitiva sinaliza que “a pureza da ciência pura
é um ideal presumivelmente inalcançável”.
Conseqüentemente, se a explicação do senso comum é muito mais baseada em
interpretações subjetivas e se, ao mesmo tempo, não se pode desconsiderar sua existência já
que faz parte da realidade, fica nítida a necessidade de se encontrar um ponto de convergência
com a ciência, ou mesmo algo que os aproxime.
Popper (1999) discorre sobre a tensão entre conhecimento e ignorância, como
condutores a problemas e soluções experimentais, que nunca é superada dado que o
conhecimento consistiria apenas de sugestões para soluções a serem experimentadas, o que
lhe daria a possibilidade de ser um erro, ou um caso de ignorância. Mattos (2003) condensa as
idéias de Popper que parte, então, do princípio de que o conhecimento é, em essência, uma
expectativa por confirmação, que se constrói a partir de erros e acertos (o que lhe dá um
caráter conjectural, já que as observações dos fatos teóricos tenderiam a não apresentar o
mesmo resultado, dependendo das circunstâncias), de que toda descoberta encerra um acento
de intuição e de que nenhuma teoria poderia ser provada por indução, para chegar à conclusão
de que as observações só podem provar a inverdade de uma teoria, ou seja, falseá-la, ou então
refutá-la.
Assim, o progresso no conhecimento poderia vir de qualquer instância, prática ou
teórica, já que a ênfase conservadora que quer observar o porquê as coisas funcionam é
112
substituída pelo enfoque do porquê não funcionam, proposto pela falseabilidade de Popper, o
que valida o aprendizado pela experiência negativa.
Dessa maneira, os saberes prático e científico podem ser aproximados justamente pelo
princípio da falseabilidade de Popper e do caráter de refutabilidade de uma teoria.
Essas considerações iniciais sintetizam a orientação epistemológica para este trabalho,
que parte do método hipotético-dedutivo testando hipóteses a partir da exploração dos dois
focos de saber e que não pretende validar o modelo aliança baseada em ambientes virtuais,
mas reconhecê-lo na prática e associá-lo à variável vantagens competitivas.
4.2 Natureza do estudo
O trabalho é quantitativo-descritivo e uma pesquisa baseada em exploração de
conteúdo, método que objetiva revelar a composição do objeto em estudo e focalizar a relação
de causalidade entre variáveis, base adequada quando existe pouco ou inexiste material
empírico ou referenciais teóricos (GRENIER e JOSSERAND, 2001). Dado esse caráter, foi
limitado às definições realizadas a partir da revisão da literatura e das variáveis e hipóteses
descritas.
4.3 Plano amostral
O estudo focaliza empresas que atuam no segmento de Tecnologia da Informação e
que oferecem soluções para o cliente, pessoa física ou empresarial, através de serviços
(consultorias, integração, Internet) combinados com produtos (hardware e software) e que,
para isso, utilizam a formação de alianças. Foram consideradas empresas independentemente
do porte, composição financeira ou localização no território nacional e que utilizam alianças
113
estratégicas como modelo de parceria, independente do grau de uso da web ou da modalidade
de aliança estabelecida.
Uma das razões para essa definição baseou-se na revisão da literatura que aponta que o
compartilhamento de tecnologias é uma das razões para a formação de alianças (YOSHINO e
RANGAN, 1996; KANTER, 1997; HAMEL et al., 1989) e que esse segmento é um dos que
têm mais probabilidade de gerar alianças mais duradouras e lucrativas (HAGEDOORN e
SCHAKENRAAD, 1994; JORDE e TEECE, 1989; PYKA e WINDRUM, 2003). Alianças
nessa área tendem a focalizar a inovação, elevar o valor para o cliente ou buscar a eficiência
(ZOTT e AMIT, 2002).
A outra razão estava vinculada aos incentivos à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica no ambiente produtivo dispostos na Lei nº. 10.973, de 02 de dezembro de 2004,
sancionada pelo Governo Federal do Brasil , já mencionada anteriormente neste trabalho.
As 1.513 empresas contatadas constam do Guia de Compras Informática & Telecom
2005 (IDG, 2005). Dessa maneira, o estudo partiu de uma amostra não-probabilística pela
impossibilidade de se delimitar o número total de empresas que compõem a população de
empresas de TI estabelecidas no país. Objetivou obter as informações dos responsáveis pelas
alianças estratégicas das empresas pesquisadas, independente de cargos ocupados ou funções
exercidas na aliança, e a técnica de seleção utilizada foi a amostragem por quotas: em
princípio selecionada e contatada a amostra por julgamento, a partir da escolha de elementos
representativos dessa população de interesse ou que foram apropriados por outras razões
(MALHOTRA, 2001; ROYER e ZARLOWSKI, 2001) para posterior seleção de elementos
com base na conveniência ou julgamento (MALHOTRA, 2001), condição mais claramente
explicada no item a seguir.
114
4.4 Estratégia e desempenho da coleta de dados
Como o trabalho não intencionava verificar as motivações relacionadas ao
comportamento dos respondentes, foi fundamentado na maior objetividade possível para
formulação dos itens avaliados. A coleta de dados primários aconteceu de acordo com as
seguintes condições:
1) Elaboração de questionário estruturado com o uso de perguntas fechadas e duas
escalas não-comparativas de classificação por itens (Likert) (MALHOTRA,
2001);
2) Preparação da home page e configuração do banco de dados para armazenagem
das respostas. O questionário via sistema não permitia que o respondente
avançasse em dois casos: se deixasse a resposta em branco ou fizesse o
preenchimento incorreto.
3) Elaboração de um projeto prévio de coleta de dados com previsão de duração de
um mês, a contar do início da aplicação do pré-teste tendo como meta a obtenção
de, no mínimo, 120 questionários com respostas válidas, já que foram definidas
vinte e quatro assertivas para vantagens competitivas, a fim de atender ao
definido por Hair Jr. et al. (2005, p. 98) que mencionam que “(...) de preferência
o tamanho da amostra deve ser maior ou igual a 100. Como regra geral, o
mínimo é ter pelo menos cinco vezes mais observações do que o número de
variáveis a serem analisadas, e o tamanho mais aceitável teria uma proporção de
dez para um.”;
4) Aplicação de pré-teste, para validação e adequação de conteúdo e verificação
quanto ao entendimento das questões propostas, em entrevistas pessoais com
sete empresas adequadas ao perfil do estudo, que resultou na alteração de
115
algumas questões propostas e revisão das instruções de preenchimento;
5) Preparação do cadastro das empresas e configuração de grupos de e-mails para
remessa sem identificação das empresas recebedoras;
6) Encaminhamento da primeira mensagem por correio eletrônico, disponibilizando
o link de acesso à home page da pesquisa, dados de contato da pesquisadora e
informando que os resultados seriam disponibilizados a todos os participantes;
7) A partir do retorno de e-mails inválidos, foi formado um segundo cadastro com
185 empresas para contato por telefone e qualificação do respondente para
encaminhamento do link de acesso formando uma amostra recrutada, o que
permitiu maior controle (MCDANIELS e GATES, 2003): após qualificação, a
população-alvo recebia mensagens personalizadas encaminhando o link para
acesso ou, posteriormente, o questionário por e-mail;
8) Em paralelo, as empresas com e-mails válidos receberam uma segunda
mensagem.
9) Em vista da demora no retorno e por sugestão de uma empresa participante, o
questionário foi formatado em um editor de texto e encaminhado com uma
terceira mensagem para todas as empresas;
10) Inserção no sistema dos questionários anexados como respostas aos e-mails
encaminhados;
11) Análise estatística dos dados obtidos, através de planilha eletrônica e software
SPSS, e verificação das hipóteses, analisadas individualmente, portanto, sem o
intuito de esclarecer as interações, sinergias, moderações e mediações que
operavam entre elas (CHARREIRE e DIRIEUX, 2001);
12) Ao longo de todo o período de coleta, foi feito um atendimento pessoal, por e-
mail ou telefone, a todas as empresas que necessitavam de mais esclarecimentos,
116
bem como às que queriam confirmar a procedência e honestidade da proposta.
Ao todo foram geradas três mensagens padrão. Posteriormente foram formatadas cerca
de dez mensagens diferentes para as empresas pelo entendimento de que eram sensíveis a
diferentes apelos de comunicação, além das outras preparadas para atender a necessidades
específicas das empresas.
4.4.1 Instrumento de coleta
Neste estudo de cunho quantitativo, o instrumento de pesquisa foi um questionário
com perguntas fechadas (APÊNDICE A) encaminhado ao respondente com uma mensagem
eletrônica (primeiro modelo apresentado no APÊNDICE B) que explicava a natureza da
pesquisa e alguns conceitos-chave para melhor compreensão dos objetivos.
O respondente tinha acesso ao site (APÊNDICE C) com mais detalhes sobre o projeto
e reforço quanto às instruções para preenchimento do instrumento de pesquisa. As respostas
foram armazenadas em banco de dados configurado com o objetivo de agilizar e facilitar o
tratamento e análises posteriores.
Para efeito de validação das informações, o respondente tinha que preencher
obrigatoriamente um breve questionário de identificação com nome, nome da empresa, cargo
ocupado, e-mail de contato, cidade e Estado e assinalar se a empresa utilizava a web para
relacionamento com os parceiros. A negativa a esta última pergunta encaminhava o
respondente para o final.
O questionário dividia-se em três partes.
Na primeira, havia a delimitação do perfil do negócio; a segunda configurava o perfil
da aliança e a terceira era composta por duas escalas Likert com seis categorias de respostas
nas afirmativas para aferir o impacto da aliança baseada na web para construção de vantagens
117
competitivas. Uma das escalas focalizava vantagens competitivas e continha vinte e quatro
assertivas. A segunda escala, com vinte assertivas, enfocava alianças estratégicas.
Para melhor entendimento, a escala Likert é uma escala:
1) não-comparativa: o objeto a ser classificado é analisado sem comparação com
outro ou com algum padrão especificado;
2) de classificação por itens: apresenta números ou descrições sucintas associadas às
categorias;
3) em que o entrevistado indica seu grau de completa discordância até completa
concordância para uma série de afirmativas, relacionadas ao objeto de estudo. A
cada afirmação é atribuído um escore numérico que pode variar de um número
negativo a um positivo (-2 a +2) ou ter uma seqüência crescente (1 a 5). Tanto
pode ser feita uma análise de perfil, quando é considerado o resultado de cada
item, como atribuído um escore resultante do somatório de todos os itens
(MALHOTRA, 2001; COOPER e SCHINDLER, 2003).
As escalas do estudo foram formatadas com seis categorias, pois o objetivo era ter a
possibilidade de fazer uma análise a partir de técnicas estatísticas mais elaboradas, aspecto
favorecido pelo maior número de categorias e pelo número de assertivas definidas. A escolha
pelo número par de categorias decorreu do intuito de forçar a resposta dos entrevistados para
evitar o risco de se obter uma posição média que distorcesse os resultados e análises
posteriores, bem como pelo fato de não se esperar dos respondentes que não tivessem opinião
formada sobre o assunto (MALHOTRA, 2001).
Todos os três conjuntos de questões foram pré-codificados (APÊNDICE D) e essas
codificações foram integradas ao arquivo de dados preparado para armazenar as respostas
automáticas (COOPER e SCHINDLER, 2003).
118
4.4.2 Resultado da coleta de dados
O prazo previsto de um mês para a coleta de dados, desde a aplicação do pré-teste, foi
cumprido, tendo como resultado a participação de 136 empresas (APÊNDICE E), 121 das
quais com questionários válidos, ou seja, que afirmaram usar a web para se relacionarem com
parceiros, quantidade que configurou uma amostra válida perante a configuração das escalas
definidas no instrumento de pesquisa.
Vinte empresas acessaram o ambiente on-line de respostas e não finalizaram o
preenchimento, apesar de contato posterior por e-mail encaminhando o questionário em
anexo, e cerca de cinqüenta comprometeram-se por telefone a participar e não o fizeram.
4.5 Análise dos dados
O pré-teste aplicado também foi realizado para fornecer subsídios para a delimitação
do método de análise mais apropriado. Dada a formatação prevista do questionário, foram
definidas duas linhas de análise estatística para avaliação:
1) Estatística descritiva: cálculo de freqüências para verificar a distribuição da
população pesquisada nas variáveis (GIL, 1999) e cruzamentos entre algumas
variáveis a fim de obter as freqüências entre elas.
2) Técnicas multivariadas:
a. Análise fatorial: “para reduzir a complexidade das variáveis a maior simplicidade
(...) e determinar o número e natureza das variáveis subjacentes a um grande
número de variáveis ou medidas” (KERLINGER, 1980, p. 203) ou reduzir e
sumarizar dados a partir do exame do conjunto de relações interdependentes
objetivando identificar os fatores que explicam as correlações entre as variáveis,
119
identificar um conjunto menor de variáveis não correlacionadas que podem
substituir as variáveis correlacionadas em análise multivariada posterior ou extrair
um conjunto menor de variáveis para uso posterior em uma análise multivariada
(MALHOTRA, 2001);
b. Análise da regressão: para análise das relações associativas entre uma variável
dependente e uma ou mais variáveis independentes (regressão bivariada ou
múltipla, respectivamente), que objetivam explicar a existência, a intensidade e a
forma da relação, os valores da variável dependente e controlar outras variáveis
independentes (MALHOTRA, 2001) para que o efeito conjunto das variáveis
independentes sobre a variável dependente seja aferido, bem como a contribuição
de cada variável independente e as combinações entre elas (KERLINGER, 1980).
Essas associações não implicam em causalidade, mas, relações matemáticas entre
as variáveis. A observação faz-se necessária, pois uma relação causal requer que
uma mudança na variável independente sempre produza uma mudança na variável
dependente, relação mais apropriadamente analisada por equações estruturais
(KLEINBAUM et al., 1998). Kleinbaum et al. (1998) observam as seguintes
aplicações para a análise de regressão: a) caracterizar a relação entre as variáveis
dependentes e independentes para determinar a extensão, direção e força da
associação; b) definir uma fórmula quantitativa para descrever a variável
dependente como função de variáveis independentes; c) além de descrever a
relação entre as variáveis, controlar os efeitos de outras variáveis que possam ter
relação com a variável dependente; d) determinar quais são as variáveis
importantes para descrever ou predizer a variável dependente; e) determinar o
melhor modelo matemático para descrever a relação; f) comparar várias relações
de regressão derivadas; g) obter os efeitos interativos de duas ou mais variáveis
120
independentes que dizem respeito a uma variável dependente e h) obter uma
estimativa válida e precisa de um ou mais coeficientes de regressão de uma gama
mais extensa de coeficientes de um dado modelo.
c. Correlação canônica: Estatística associada à análise discriminante, “técnica onde a
variável dependente é categórica e as variáveis prognosticadoras ou independentes
têm natureza intervalar” (MALHOTRA, 2001, p. 482). Este método objetiva
quantificar a força da relação entre dois conjuntos de variáveis (dependentes e
independentes), funcionando como uma extensão da regressão múltipla, e
estabelece a inter-relação entre estes conjuntos (HAIR JR. et al., 2005).
121
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados serão apresentados e discutidos em duas partes:
Na primeira, serão analisados a partir da estatística descritiva e na segunda, por análise
fatorial, regressão múltipla e correlação canônica.
5.1 Análise descritiva
Foram enviadas mensagens eletrônicas para 1.513 empresas e 220 dos e-mails
retornaram como inválidos, seja por erros no cadastro ou pelo fechamento das empresas.
Desse último conjunto 185 empresas compuseram o cadastro para contatos por telefone que
ocorreram em paralelo ao reenvio de mensagens para as demais empresas. Cento e trinta e
seis empresas retornaram, ou 9% do total de empresas contatadas, e 121 questionários foram
considerados válidos, ou 8% do total de contatos, em vista da resposta positiva a uma questão
usada como filtro que solicitava ao respondente afirmar ou negar se a empresa utilizava a web
para relação com parceiros.
A seguir são apresentadas as distribuições das freqüências, e alguns cruzamentos
preliminares, das respostas obtidas nos blocos: perfil dos respondentes, perfil das empresas,
perfil das alianças e das escalas de avaliação das vantagens competitivas e da aliança
estratégica.
5.1.1 Perfil dos respondentes
A função de gestor de aliança, perfil necessário ao estudo, é desempenhada nas
empresas por diversos cargos: técnicos (0,85%), analistas/consultores (5,93%), assessores
122
(2,54%), coordenadores (1,69%), gerentes (26,27%), diretores (50%), presidentes (4,24%) e
sócio/proprietários (8,48%), distribuídos nas áreas: administrativa (43,70%), Tecnologia da
Informação (11,76%), Marketing/comercial/negócios (31,94%), alianças (6,72%), engenharia
(1,68%), Recursos Humanos (2,52%) e financeira (1,68%).
Empresas de 13 Estados (AM, BA, CE, ES, MG, MT, PB, PE, PR, RJ, RS, SC e SP) e
do Distrito Federal responderam e 61,76% delas estão localizadas no Estado de São Paulo.
5.1.2 Perfil das empresas
O primeiro bloco de perguntas objetivou definir um perfil das empresas respondentes,
cujos resultados são apresentados a seguir:
1) Participação acionária: 82,7% têm capital 100% nacional, 3,3% são mistas e
14% são multinacionais;
2) Faturamento anual bruto: 39,7% têm faturamento até R$700 mil, 32,2% faturam
de R$700 mil a R$6,125 milhões, 15,7% situam-se de R$6,125 milhões a R$35
milhões e 12,4% faturam acima de R$35 milhões por ano;
3) Setor(es) de atividade (admitida mais de uma resposta): 65,7% prestam serviços,
26,2% trabalham no comércio e 8,1% são indústrias;
4) Ramo(s) de negócio (admitida mais de uma resposta): 12,1% trabalham com
hardware, 28,7% produzem softwares, 16,2% atuam com serviços de Internet,
15% são integradoras e atuam com redes e 28% prestam serviços de consultoria;
5) Configuração do negócio:
a. Exclusivamente no ambiente físico: 10,8%;
b. No ambiente físico e com participação na Internet: site institucional e/ou portal
corporativo (com intranet e/ou extranet): 59,2%;
123
c. No ambiente físico e com participação na Internet: site institucional e/ou portal
corporativo (com intranet e/ou extranet) e com comércio eletrônico: 25%;
d. Exclusivamente no ambiente web: 5%.
Do cruzamento entre o faturamento e a configuração do negócio observa-se que
apenas atuam exclusivamente no ambiente web as empresas com faturamento até R$6,125
milhões, conforme destaque em azul na Tabela 1. 84,2% das empresas já incorporam a web
em seus modelos de negócio e a configuração com maior incidência é de empresas
estabelecidas no ambiente físico e presentes na Internet com site ou portal corporativo,
conforme destacado em vermelho na mesma tabela.
Poucas empresas permanecem apenas baseadas no ambiente físico e pela apresentação
dos dados pode-se cogitar o caráter gradativo da incorporação desta tecnologia.
Tabela 1 – Cruzamento do faturamento anual bruto com a configuração do negócio
Configuração do negócio
Faturamento anual bruto
Exclusivamente
no ambiente
sico
No ambiente
físico e na
internet-site
e/ou portal
No ambiente
físico e na internet
(site, portal e com.
eletrônico)
Exclusiva-
mente no
ambiente
WEB
Total
Até R$ 700 mil N
6 26 13 3
48
% Linha
12,5% 54,2% 27,1% 6,3%
100,0%
% Coluna
46,2% 36,6% 43,3%
50,0% 40,0%
De R$ 700 mil a R$
6,125 milhões
N
4 21 10 3
38
% Linha
10,5% 55,3% 26,3% 7,9%
100,0%
% Coluna
30,8% 29,6% 33,3%
50,0% 31,7%
De R$ 6,125 mihões a
R$ 35 milhões
N
1 15 3 0
19
% Linha
5,3% 78,9% 15,8% ,0%
100,0%
% Coluna
7,7% 21,1% 10,0% ,0%
15,8%
Acima de R$ 35
milhões
N
2 9 4 0
15
% Linha
13,3% 60,0% 26,7% ,0%
100,0%
% Coluna
15,4% 12,7% 13,3% ,0%
12,5%
Total
N
13 71 30 6 120
% Linha
10,8% 59,2% 25,0% 5,0% 100,0%
% Coluna
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: a autora
124
Para verificar a relação estatística entre as variáveis foi realizado o teste de qui-
quadrado. Este teste avalia a significância estatística da associação entre as duas variáveis em
uma tabela de dupla entrada. A hipótese nula, de não haver associação entre as variáveis, será
rejeitada quando o “valor calculado da estatística de teste for maior que o valor crítico da
distribuição qui-quadrado com o número adequado de graus de liberdade”, que resulta do
produto no número de linhas (r) menos um, pelo número de colunas (c) menos um
(MALHOTRA, 2001, p. 412).
Neste caso, o valor calculado foi de 5,574, com um nível de significância de 0,805, o
que demonstra que as duas variáveis não se relacionam estatisticamente.
5.1.3 Perfil das alianças
O segundo bloco de perguntas objetivou delimitar o perfil das alianças realizadas e
verificar as razões para a formação dessas por grau de importância, conforme resultados a
seguir:
1) Tipo(s) de aliança em que a empresa participa (admitida mais de uma resposta):
33,9% fazem alianças com fornecedores, 25,5% têm alianças com clientes, 10%
estabelecem alianças com concorrentes e 30,6% o fazem com empresas
complementadoras;
2) Modalidade de aliança mais forte: Nessa questão, quatro empresas que
responderam via arquivo de texto assinalaram mais de uma alternativa, em que
pese a orientação fosse para preenchimento de apenas uma alternativa. Pelo fato
desse resultado não comprometer a análise final, foi mantido. Assim, o resultado é
que 39,2% das empresas afirmam que aliança mais forte é com fornecedores,
27,2% é com clientes, 2,4% afirmam ser com concorrentes e 31,2% citam as
125
empresas complementadoras como o principal enfoque de suas alianças;
3) Configuração da aliança estabelecida: Também nessa questão, sete empresas
que responderam via arquivo de texto assinalaram mais de uma alternativa em que
pese a orientação fosse para preenchimento de apenas uma alternativa. Pelo fato
desse resultado não comprometer a análise final, foi mantido.
a. Consórcio entre empresas de um mesmo setor para estabelecer uma nova
organização: 9,4%
b. Cooperação para o desenvolvimento de empreendimentos (joint venture):
20,3% e
c. Busca de aprimoramento de processos de negócios em ação complementar
com envolvidos (fornecedores/clientes/funcionários): 70,3%.
4) Tempo de existência da aliança mais forte: 14% das alianças formadas têm
menos de um ano de existência, 34,7% têm de 1 a 3 anos e 51,2% têm alianças há
mais de três anos;
5) Uso predominante do ambiente web para relacionamento com o(s)
parceiro(s):
a. As transações e comunicações são realizadas 100% pela web: 9,2%;
b. Apenas transações comerciais e/ou troca eletrônica de dados: 4,2%;
c. Parte das transações comerciais, troca eletrônica de dados, troca de
documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato: 40,3%;
d. Troca eletrônica de dados, troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc): 30,3%;
e. Troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat,
voz sobre IP, etc): 12,6%;
f. Apenas correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP,
126
etc): 3,4%.
Duas empresas deixaram esta questão em branco.
6) Razão(ões) para a formação da aliança: nessa questão os respondentes foram
orientados a selecionar três itens e atribuírem o escore de 1 para o mais importante
até 3 para o menos importante. A Tabela 2 demonstra a importância relativa de
cada item, determinada de acordo com os escores atribuídos, e o Quadro 4 os
prioriza através do agrupamento de todas as ponderações para determinar as três
principais razões para a formação das alianças para o conjunto das empresas,
segundo o grau de importância. Para efeito de tabulação e preparação do Quadro 4
os valores foram invertidos de modo que a nota 1 passou a valer para a menor
importância até 3, para a maior importância, pela necessidade de se atribuir a nota
0, como não importante, às variáveis não selecionadas para que fossem excluídas
na composição final dos resultados.
Tabela 2 – Participação % de empresas que selecionaram a variável para atribuir o grau de importância
às razões para formação da aliança
Razão
123
Ampliar da região geográfica de atuação 27,3 6,6 9,9
Desenvolver novos produtos e/ou serviços 37,2 10,7 10,7
Compartilhar custos de pesquisa N 2,5 6,6
Compartilhar custos de produção 2,5 5 6,6
Gerar intercâmbio formal e informal de pessoas e idéias 4,1 5 7,4
Elevar a eficiência operacional 22,3 24 6,6
Focalizar as habilidades essenciais da empresa 15,7 7,4 9,1
Compartilhar tecnologias 7,4 12,4 8,3
Aprender com o parceiro 8,3 5,8 10,7
Compartilhar a comunicação de produtos e serviços 7,4 9,1 12,4
Reduzir custos gerais 17,4 9,9 15,7
% de empresas que selecionaram
o grau de importância
Fonte: a autora
127
Quadro 4 – Índice de importância das razões para formação das alianças
Razão
Í
ndice de
importância
Desenvolver novos produtos e/ou serviços 1,44
Elevar a eficiência operacional 1,21
Ampliar da região geográfica de atuação 1,05
Reduzir custos gerais 0,88
Focalizar as habilidades essenciais da empresa 0,71
Compartilhar tecnologias 0,55
Compartilhar a comunicação de produtos e serviços 0,53
Aprender com o parceiro 0,47
Gerar intercâmbio formal e informal de pessoas e idéias 0,30
Compartilhar custos de produção 0,24
Compartilhar custos de pesquisa 0,12
Fonte: a autora
Ressaltam-se aqui as pontuações obtidas para elevação de eficiência operacional e
redução de custos gerais que ocuparam a segunda e a quarta posição, respectivamente,
resultado que demonstra que a Hipótese 2 deste estudo foi parcialmente confirmada, fator que
reitera a idéia de que as empresas tendem a juntar forças mais para aproveitarem
oportunidades e fugirem de riscos e incertezas, conforme Kanter (1996), neste caso
desenvolvendo novos produtos ou serviços ou ampliando a região de atuação.
As empresas também consideram relevante o enfoque nas habilidades essenciais,
aspecto que pode ser uma fonte de vantagem competitiva (GRANT, 2002; BARNEY, 2002;
NALEBUFF e BRANDENBURGER, 1996, 1997; CHANDLER, 2002).
Nesse grupo pesquisado o compartilhamento de custos de produção teve a pontuação
significativamente inferior, condição que pode ser atribuída ao fato de apenas 8,1% das
empresas pesquisadas serem indústrias.
A pontuação para compartilhamento de custos de pesquisa também chama a atenção.
Em que pese as considerações a seguir não terem sido objeto de verificação em campo e a
amostra não ser probabilística, a ressalva pode ser pertinente. Pode-se atribuir esta pontuação
à baixa tradição de investimentos feitos em pesquisa por empresas no Brasil ou à hipótese de
128
haver pouco interesse em construir conhecimento, fatores que reduzem expressivamente a
possibilidade da indústria de gerar inovações, o que justifica o interesse do Governo Federal
em fomentar a inovação e pesquisa científica para capacitar e elevar a autonomia tecnológica
no país (BRASIL, 2004).
Pela distribuição das pontuações iniciais pode-se observar que as alianças do estudo
são mais formadas para combinar, expandir e diversificar os recursos da empresa
(DUSSAUGE e GARRETTE, 1999).
A menor pontuação para razões que envolvem compartilhamento e aprendizagem, que
também poderiam contribuir para a elevação do potencial estratégico das alianças e
consequente ampliação da possibilidade de construir vantagens competitivas, e que não são
cogitadas pelas empresas como razões para formar uma aliança, leva ao questionamento
quanto ao conhecimento que as empresas têm sobre essas outras possibilidades ou se,
deliberadamente, optam pelas alternativas mais citadas, aspectos não verificados neste estudo.
Outra observação relacionada à incorporação de atividades on-line nas práticas das
empresas, de acordo com seu porte, pode ser obtida pelo cruzamento das respostas sobre
faturamento bruto anual e uso predominante da web para relacionamento com os parceiros,
conforme Tabela 3.
129
Tabela 3 – Cruzamento do faturamento anual bruto com uso predominante do ambiente web para
relacionamento
Uso predominante do ambiente web para relacionamento
Total
Transações
e
comunicaçõ
es 100%
pela WEB
Apenas
transações
comerciais
e/ou troca
eletrônica
de dados
Parte de
transações
comerciais,t
roca elet. de
dados/doc.,
correio
Troca de
dados,
doc.,
correio
Troca de
doc.,
correio
Apenas
correio
e/ou outro
sistema de
contato
Faturamento
anual bruto
Até R$ 700 mil N
5 1 18 16 5 1
46
% Linha
10,9% 2,2% 39,1% 34,8% 10,9% 2,2%
100,0%
% Coluna
45,5% 20,0% 37,5% 44,4% 33,3% 25,0%
38,7%
De R$ 700 mil a
R$ 6,125 milhões
N
5 2 13 11 7 1
39
% Linha
12,8% 5,1% 33,3% 28,2% 17,9% 2,6%
100,0%
% Coluna
45,5% 40,0% 27,1% 30,6% 46,7% 25,0%
32,8%
De R$ 6,125
mihões a R$ 35
milhões
N
0 0 10 6 2 1
19
% Linha
,0% ,0% 52,6% 31,6% 10,5% 5,3%
100,0%
% Coluna
,0% ,0% 20,8% 16,7% 13,3% 25,0%
16,0%
Acima de R$ 35
milhões
N
1 2 7 3 1 1
15
% Linha
6,7% 13,3% 46,7% 20,0% 6,7% 6,7%
100,0%
% Coluna
9,1% 40,0% 14,6% 8,3% 6,7% 25,0%
12,6%
Total
N
11 5 48 36 15 4 119
% Linha
9,2% 4,2% 40,3% 30,3% 12,6% 3,4% 100,0%
% Coluna
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: a autora
Independente da configuração do negócio ser mais ou menos virtual, a observação do
uso da web para relacionamento é um fator importante neste estudo a fim de se delimitar mais
claramente se existem diferenças significativas de acordo com o porte da empresa. Pelos
resultados obtidos pode-se ver que das empresas que usam a web para troca de documentos e
correio eletrônico, 46,7% têm faturamento entre R$700 mil e R$6,125 milhões e 33,3%
faturam até R$700 mil. Esta posição se inverte quando se acrescenta a este uso a troca de
dados feita eletronicamente.
Nesse caso as empresas menores correspondem a 44,4% do total de respondentes
contra 30,6% das empresas na segunda faixa de faturamento.
130
Quando também são incorporadas parte das transações comerciais, as empresas entre
R$6,125 e R$35 milhões representam 20,8% do total de respondentes para este quesito.
No geral 70,6% das empresas estão situados entre esses dois níveis de uso, de correio
eletrônico a troca de dados e de correio eletrônico a parte das transações comerciais, com
predominância no segundo nível descrito.
Diante da baixa incidência de empresas que usam a web apenas para transações ou
troca eletrônica de dados (4,2%) pode-se concluir que a Hipótese 3 também foi rejeitada já
que o predomínio de uso é para comunicação ou também considera a comunicação.
Neste caso o nível de significância mensurado pelo teste de qui-quadrado revelou o
não relacionamento estatístico entre as variáveis após o resultado de 0,740.
5.1.4 Análise das escalas
Tanto as assertivas de vantagens competitivas como de alianças foram agrupadas em
tabelas em que as freqüências das respostas a cada categoria são apresentadas na forma
percentual, conforme Tabelas 4 e 7, respectivamente. As categorias foram denominadas como
discordância total (1) a concordância total (6).
5.1.4.1 Avaliação das vantagens competitivas
As empresas analisadas tenderam a atribuir um maior nível de concordância às
assertivas apresentadas conforme destacado na Tabela 4 nas marcações em vermelho, para
percentual mais alto, e em azul para a segunda categoria escolhida. As maiores tendências de
discordância estão relacionadas a duas assertivas: a) a que trata da clareza que as empresas
têm quanto aos ganhos obtidos e b) a que identifica se há desestímulo dos concorrentes em
131
copiar a empresa após a aliança em vista das economias atingidas.
Tabela 4 – Percentual de respostas nas categorias referentes às vantagens competitivas
Fonte: a autora
Esses itens demonstram o menor potencial para alcance de vantagens por fatores como
ambigüidade causal (BARNEY, 1991; COLLIS e MONTGOMERY, 1997) ou posição
privilegiada no mercado atingida por economias de escala ou escopo (COOL et al., 2002),
aspectos que podem ser considerados à luz da discussão de Porter (2001) sob dois focos: a
terceirização de atividades através de parcerias que daria o acesso mais igualitário aos
fornecedores para todas as empresas, condição que tenderia a homogeneizar a conduta de
todos no mercado e reduziria o caráter distinto da empresa, e a disseminação rápida das
melhorias em eficiência operacional que estimularia as empresas a convergirem para as
mesmas soluções.
132
As maiores concordâncias estão relacionadas a duas assertivas a) a que atribui à
cooperação e coordenação da aliança a maior agilidade no mercado e b) a que identifica
melhoria no potencial de desenvolvimento de produtos e serviços. Estas assertivas sinalizam o
fortalecimento do potencial de atingir vantagens pela elevação de capacidades, conforme
Grant (1991) e Amit e Schoemaker (1993).
Agrupadas segundo o uso predominante da web pelas empresas, as assertivas
referentes às vantagens têm um nível de discordância ou concordância conforme apresentado
na Tabela 5, disponíveis na íntegra no APÊNDICE F. Para efeito desta análise estão
considerados os percentuais de concordância acima de 80% e estão destacados em vermelho
os resultados mais altos entre todos os grupos analisados.
1. O primeiro grupo de empresas, as que têm 100% de transações e comunicações
realizadas pela web, reconhece como principal aspecto o potencial de ganhos com
a inovação, o que remete à revisão sobre capacidades dinâmicas que atuam para a
criação de “ganhos Schumpeterianos” (TEECE et al., 1997; AMIT e ZOTT, 2001);
2. O segundo grupo de empresas, as que apenas usam a web para transações e troca
eletrônica de dados, corresponde ao grupo que mais benefícios observa com a
formação da aliança já que as empresas ressaltam doze assertivas como as mais
relevantes e que, no conjunto, demonstram o potencial de vantagens relacionados
aos recursos e capacidades existentes;
3. O terceiro grupo, empresas que têm parte das transações e a troca eletrônica de
dados, de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato, e que
concentra 40,3% das empresas participantes, vê os aspectos relacionados à
melhoria no potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços, o
fortalecimento da empresa no mercado, a elevação da agilidade e flexibilidade via
cooperação e coordenação da aliança e a oferta de produtos diferenciados como as
133
principais vantagens obtidas com a aliança;
4. O grupo que usa a web para troca eletrônica de dados, troca de documentos,
correio eletrônico e/ou outro sistema de contato dá ênfase à cooperação e
coordenação, potencial de desenvolvimento de produtos e serviços, uso eficiente
da tecnologia e fortalecimento da empresa no mercado;
5. Já o grupo que utiliza a web para troca de documentos, correio eletrônico e/ou
outro sistema de contato sinaliza, de forma diferente dos outros grupos, a elevação
de aspectos mais relacionados a processos como a integração das atividades,
melhoria na produção e benefícios obtidos com a disseminação do conhecimento.
6. Por último, o grupo que apenas usa a web para correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato aparenta ser o grupo que mais vantagem vê no conhecimento
obtido para aproveitar oportunidades e solidificar a experiência e ação no mercado
obtendo uma melhoria na imagem da empresa.
134
Tabela 5 – Percentuais de concordância com as assertivas de vantagens competitivas acima de 80%
Resultado Total Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 17,8 82,2
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 19,3 80,7
Grupo de empresas que tem transações e comunicações 100% pela web
Disc. Conc.
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 9,1
90,9
100
100
Grupo de empresas que tem apenas transações comerciais e/ou troca eletrônica de dados pela web
Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 0
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do mercado 0
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que aceleram a obtenção de gan
h
0
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 20
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 20 80
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 20 80
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no futuro 20
A empresa melhorou seu potencial de produção 20 80
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da aliança 20
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 20 80
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 20
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 20 80
Grupo de empresas que tem parte das transações comerciais, troca eletrônica de dados, troca de
documentos, correio eletnico e/ou outro sistema de contato
Disc. Conc.
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 14,6 85,4
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 16,7
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 17 83
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 18,8
Grupo de empresas que tem troca eletrônica de dados, troca de documentos, correio eletrônico e/ou
outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 13,9 86,1
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 19,4 80,6
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 19,4
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 19,4 80,6
Grupo de empresas que tem troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato
(chat, voz sobre IP, etc)
Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 13,3 86,7
A empresa melhorou seu potencial de produção 13,3
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 20
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no futuro 20
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 20
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 20 80
Grupo de empresas que tem apenas correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz
sobre IP, etc)
Disc. Conc.
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 0 100
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no futuro 0 100
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas para aproveitá-la 0
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a empresa 0 100
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 0
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do mercado 0 100
100
80
80
80
80
83,3
81,3
80,6
86,7
80
80
80
100
100
Fonte: a autora
135
Os testes de qui-quadrado das assertivas e uso predominante da web são apresentados
na Tabela 6 onde se observa que não há relação estatística entre uso predominante da web e
quaisquer das assertivas.
Tabela 6 – Teste qui-quadrado para assertivas de vantagens e predomínio no uso da web
Assertivas de avaliação das vantagens competitivas - Qui-quadrado
Teste qui-
quadrado de
Pearson
gl p Intervalo de confiança
Lim inf. Lim. Sup.
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 3,418 5 0,658 0,646 0,670
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 1,244 5 0,952 0,947 0,958
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 0,873 5 0,982 0,978 0,985
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 4,199 5 0,525 0,512 0,538
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a empresa 4,310 5 0,523 0,510 0,536
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 4,219 5 0,523 0,510 0,535
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 7,576 5 0,168 0,158 0,178
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 4,435 5 0,507 0,495 0,520
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 4,344 5 0,516 0,503 0,529
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no futuro 0,244 5 0,818 0,808 0,828
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao mercado 1,522 5 0,928 0,921 0,934
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 3,627 5 0,631 0,618 0,643
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas para aproveitá-la 7,734 5 0,169 0,160 0,179
A empresa melhorou seu potencial de produção 5,437 5 0,374 0,362 0,387
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da aliança 1,807 5 0,908 0,900 0,915
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 2,002 5 0,883 0,874 0,891
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a empresa 5,156 5 0,417 0,404 0,429
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 6,445 5 0,266 0,255 0,277
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a empresa 7,370 5 0,189 0,179 0,199
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 5,866 5 0,329 0,317 0,341
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do mercado 5,383 5 0,381 0,369 0,394
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira coesa na aliança 3,034 5 0,722 0,711 0,734
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 4,812 5 0,455 0,442 0,468
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que aceleram a obtenção de gan
h
2,640 5 0,783 0,773 0,794
gl = grau de liberdade
p = nível descritivo
Fonte: a autora
5.1.5.2 Avaliação da aliança estratégica
As empresas analisadas tenderam a atribuir um maior nível de concordância às
assertivas apresentadas, conforme destacado na Tabela 7 nas marcações em vermelho, para
percentual mais alto, e em azul para a segunda categoria escolhida. As tendências de
discordância estão relacionadas a três assertivas: a) a que identifica o interesse da empresa
mais forte no próprio ganho; b) a que afirma não ser possível confiar plenamente nas
empresas parceiras e c) a que afirma que há desentendimentos quanto à melhor forma de
atuar.
136
Tabela 7 – Percentual de respostas nas categorias referentes à aliança estratégica
Fonte: a autora
Esses aspectos são ressaltados por Kanter (1997) como os fatores de vulnerabilidade
das alianças. A discordância no grupo pesquisado denota que há tendência à igualdade nas
relações permeada pela confiança entre as partes e o intuito de obterem ganhos mútuos. Por
outro lado, ressalte-se que esta confiança é relativa já que um número expressivo de empresas
concorda que não revela todas as informações aos parceiros.
As maiores concordâncias estão relacionadas a três assertivas a) a que identifica que a
aliança não interferiu na independência da empresa; b) a que afirma que a empresa tem mais
capacidade para atender os clientes e c) a que afirma que a empresa tem uma participação
bem definida e sólida na aliança.
Essas assertivas sinalizam que as alianças estão provendo a empresa com a cooperação
necessária para oferecerem o melhor ao cliente, que a necessária mudança de papéis e a
conseqüente diminuição da autonomia não prejudicaram a independência dos participantes
(KANTER, 1990, 1997) e que esta posição sólida pode ser um vetor para a obtenção de
137
vantagens competitivas (VENKATRAMAN e HENDERSON, 1998).
Dado o fato que 70,3% das empresas utilizam a aliança para aprimoramento de
processos em ação complementar com envolvidos o que, segundo Kanter (1997) acontece
entre empresas em diferentes estágios da cadeia de criação de valor, pode-se cogitar que em
que pese mais da metade das empresas terem a aliança mais forte formada há mais de três
anos, as alianças situam-se no estágio mais elementar, conforme Figura 3 previamente
comentada neste trabalho, razão também do menor compartilhamento de informação, da
maior independência e confiança relativa.
Agrupadas segundo o uso predominante da web pelas empresas, as assertivas
referentes às alianças têm um nível de discordância ou concordância conforme apresentado na
Tabela 8, disponíveis na íntegra no APÊNDICE G. Para efeito desta análise estão
considerados os percentuais de concordância acima de 80% e estão destacados em vermelho
os resultados mais altos entre todos os grupos analisados.
1. O primeiro grupo de empresas, as que têm 100% de transações e comunicações
realizadas pela web, reconhece como principais aspectos a maior capacidade de
atender os clientes e a manutenção da independência da empresa;
2. O segundo grupo de empresas, as que apenas usam a web para transações e troca
eletrônica de dados, concorda com mais características que estariam presentes nas
alianças formadas destacando-se a questão da confiança, possibilidade do parceiro
tornar-se concorrente, a independência e participação bem definida da empresa;
3. O terceiro grupo, empresas que têm parte das transações e a troca eletrônica de
dados, de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato, ressalta o
maior potencial de atendimento ao cliente oferecido pela aliança;
4. O grupo que usa a web para troca eletrônica de dados, troca de documentos,
correio eletrônico e/ou outro sistema de contato dá ênfase ao fortalecimento,
138
independência e a monitoração com foco em resultados positivos;
5. O grupo que utiliza a web para troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato assemelha-se muito ao grupo anterior e ressalta o
comprometimento entre as partes;
6. Por último, o grupo que apenas usa a web para correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato concorda mais veementemente com as questões relacionadas à
confiança, aumento do potencial de competição, independência,
comprometimento, definição na participação e monitoração focalizando resultados.
139
Tabela 8 – Percentuais de concordância com as assertivas de alianças estratégicas acima de 80%
Percentual
Resultado Total
Disc.
Conc.
A aliança não interferiu na independência da empresa 14,3 85,7
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 15,1 84,9
Grupo de empresas que tem transações e comunicações 100% pela web
Disc.
Conc.
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 18,2 81,8
A aliança não interferiu na independência da empresa 18,2 81,8
Grupo de empresas que tem apenas transações comerciais e/ou troca eletrônica de dados pela web
Disc.
Conc.
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 0
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 0
A aliança não interferiu na independência da empresa 0
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 0
Os parceiros são muito diferentes entre si 20
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 20
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 20
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de competição no mercado 20 80
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 20
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 20 80
Grupo de empresas que tem parte das transações comerciais, troca eletrônica de dados, troca de
documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato
Disc.
Conc.
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 12,5 87,5
Grupo de empresas que tem troca eletrônica de dados, troca de documentos, correio eletrônico
e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
Disc. Conc.
A aliança não interferiu na independência da empresa 8,3 91,7
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 13,9 86,1
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 13,9 86,1
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de competição no mercado 16,7 83,3
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 16,7 83,3
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 17,6 82,4
Grupo de empresas que tem troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato
(chat, voz sobre IP, etc)
Disc.
Conc.
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 13,3 86,7
A aliança não interferiu na independência da empresa 13,3 86,7
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 13,3 86,7
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 20 80
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 20 80
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 20 80
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 20 80
Grupo de empresas que tem apenas correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz
sobre IP, etc)
Disc.
Conc.
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 0
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de competição no mercado 0
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 0
A aliança não interferiu na independência da empresa 0
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 0
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 0
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 0
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 0
100
100
100
100
80
80
80
80
100
100
100
100
100
100
100
100
Fonte: a autora
140
Os testes de qui-quadrado das assertivas e uso predominante da web são apresentados
na Tab
abela 9 – Teste qui-quadrado para assertivas de alianças e predomínio no uso da web
.2 Análise Multivariada
O conjunto de análises a seguir procura determinar as relações matemáticas entre as
assertiv
Assertiv de avaliação da aliança estratégica - Qui-quadrado
ela 9 na qual se observa que uma assertiva tem significância quanto ao uso da web:
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que ela só tem.
T
T
es
t
e qu
i
-
quadrado de
as
Pearson
gl p Intervalo de confiança
Lim inf. Lim. Sup.
Os parceiros são muito diferentes entre si 3,108 5 0,706 0,694 0,718
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 2,189 5 0,835 0,825 0,844
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 1,147 5 0,955 0,950 0,960
Existem problemas de gerenciamento da aliança 2,809 5 0,751 0,740 0,763
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 4,792 5 0,446 0,433 0,459
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de competição no mercado 7,196 5 0,199 0,188 0,209
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 7,044 5 0,220 0,209 0,231
Após a aliança a empresa corre menos riscos 3,138 5 0,692 0,680 0,704
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 0,703 5 0,991 0,989 0,994
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 3,781 5 0,585 0,573 0,598
A aliança não interferiu na independência da empresa 4,370 5 0,478 0,465 0,491
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 4,894 5 0,436 0,423 0,448
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 9,425 5 0,082 0,075 0,089
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 14,556 5 0,010 0,007 0,012
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 4,702 5 0,470 0,457 0,483
iras
uar
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 4,990 5 0,428 0,415 0,441
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 9,054 5 0,101 0,094 0,109
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 8,568 5 0,120 0,111 0,128
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parce 5,316 5 0,390 0,377 0,402
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de at 0,831 5 0,980 0,976 0,984
Fonte: a autora
5
as de vantagens competitivas e de alianças estratégicas a fim de se obter as melhores
associações entre as variáveis e identificar o impacto destas alianças, quando usam a web, na
construção de vantagens competitivas.
141
5.2.1 nálise fatorial
A análise fatorial é uma técnica que objetiva condensar variáveis a fim de que sejam
constru
issa é a realização de um teste de adequacidade, para verificar a
validad
stra, Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) indica que
valores
s assertivas de Vantagens Competitivas, o KMO foi de 0,897 e o teste Bartlett
apontou
ação há que se interpretar os fatores criados para verificar se o
A
ídos fatores que agreguem o conjunto de variáveis afins, formando novas variáveis que
são independentes entre si, de modo que se obtenha o menor número de variáveis possíveis
que expliquem o máximo número de informações de todos os dados (MALHOTRA, 2001;
HAIR JR. et al., 2005).
A primeira prem
e do uso da análise fatorial, que identifica se há correlação entre as variáveis. Caso as
mesmas sejam totalmente independentes não é possível a construção de fatores. Uma boa
análise fatorial resulta de um alto nível de correlação entre variáveis que podem ser reduzidas
(HAIR JR. et al., 2005, MALHOTRA, 2001).
A medida de adequacidade da amo
altos, entre 0,5 e 1,0, tornam a análise fatorial apropriada (MALHOTRA, 2001). O
teste Bartlett de esfericidade “fornece a probabilidade estatística de que a matriz de correlação
tenha correlações significantes entre pelo menos algumas das variáveis” (HAIR JR. et al.,
2005, p. 98).
Para a
um nível descritivo menor que 0,05, indicando a adequacidade da realização da
análise fatorial no conjunto de afirmativas sobre essas vantagens. Para as assertivas sobre
alianças estratégicas, o KMO foi de 0,841 e o teste Bartlett também obteve um nível
descritivo menor que 0,05. Estes resultados rejeitam a hipótese de que não haver correlação
logo, ambos os testes favorecem a realização da análise fatorial. Os resultados totais estão
disponíveis no APÊNDICE H.
Identificada a alta correl
142
conjunt
riância para definir com quantos fatores se
vai trab
e método nos dados em análise gerou quatro fatores (valores 9,375;
2,051;
iz latente, pode subestimar o número de
fatores.
essa forma, outra possibilidade é usar o critério da percentagem da variância
explica
eis de explicar (MALHOTRA,
2001).
Malhotra (2001) e Hair Jr. et al. (2005) recomendam a rotação para que a matriz de
fatores
o de agrupamentos formados faz sentido.
O primeiro aspecto é explicar o total da va
alhar. O método da raiz latente define que todos os fatores cujos autovalores, quantia
de variância explicada por um fator, forem maiores que 1 devem ser utilizados, pois indicam
que a parcela da variabilidade explicada por ele é maior do que de uma variável isolada
(HAIR JR. et al, 2005).
A aplicação dess
1,381 e 1,152) para vantagens competitivas que resultam em 60,69% de explicação o
que, na prática significaria desprezar quase 40% dos dados porque os 60,69% explicam o
total. Para alianças, cinco fatores explicam 63,30%.
Hair Jr. et al. (2005) cita que o método de ra
D
da, em que o pesquisador determina o percentual mínimo de explicação desejado. Para
Hair Jr. et al. (2005), 60% é um nível satisfatório quando se trata de ciências sociais em vista
da imprecisão das informações. Neste estudo foi determinado que o percentual mínimo de
70% deveria explicar a variabilidade total, o que gerou sete fatores que explicam 72,27% da
variabilidade original para vantagens e 72,30% para alianças.
No entanto, ainda assim esses fatores podem ser difíc
fique mais simples e fácil de interpretar. O processo VARIMAX de rotação minimiza
o número de variáveis, pois aumenta os valores altos e reduz os valores baixos, maximizando
a soma das variâncias de cargas exigidas da matriz fatorial, para extremar os valores, o que
possibilita identificar e interpretar melhor cada um dos fatores.
143
vantagens mudou de 40,76%
para 20
gerada a Matriz de Cargas Fatoriais Rotacionadas (MCFR) que
determ
Hair Jr. et al. (2005, p. 103) “cargas fatoriais são a correlação de cada
variáve
explicam apenas a maior parte da variação requer que seja
verifica
e vantagens e
aliança
tores foram calculadas
as com
Nos dados em estudo, a distribuição do primeiro fator de
,51%, por exemplo, Dessa forma, a distribuição da variabilidade fica melhor sem que
o total da variância seja alterado, de modo que o maior percentual de variância representa o
fator mais importante.
Feito isto, foi
ina o percentual de correlação da variável com o fator, também disponível no
APÊNDICE H.
Segundo
l com o fator. Indicam o grau de correspondência entre a variável e o fator, sendo que
cargas maiores fazem a variável representativa do fator”. Recomenda que, do ponto de vista
prático, cargas de ± 0,50 ou mais têm significância prática. Assim, “(...) quanto maior o valor
absoluto da carga fatorial, mais importante a carga na interpretação da matriz fatorial. Como a
carga fatorial é a correlação da variável e do fator, a carga ao quadrado é a quantia de
variância total da variável explicada pelo valor”, ou seja, “uma carga de 0,50 denota que 25%
da variância é explicada pelo valor”. Sob o ponto de vista estatístico, os autores propõem que
em uma amostra de 120 elementos, as cargas fatoriais de ± 0,50 ou mais são significantes
(HAIR JR. et al., 2005, p. 107).
A redução a fatores que
do se o restante da informação está distribuído entre todas as variáveis.
No estudo, a redução a sete fatores que explicam 72,27% e 72,30% d
s, respectivamente, gerou a perda de quase 28% de informação.
Para verificar se essa informação estava distribuída entre os fa
unalidades, “porção da variância que uma variável compartilha com todas as outras
variáveis consideradas” (MALHOTRA, 2001, p. 505). Hair Jr. et al. (2005) sugere que um
patamar de correlação de, no mínimo, 50% determina a explicação de uma variável por um
144
Se a mesma está pouco explicada é porque é uma variável que deve ser analisada em
separad
a
aliança
udar
signific
s sobre as vantagens competitivas, comentados até aqui, resultaram do
modelo
fator.
o, pois uma parte, chamada específica, não é bem capturada por quaisquer dos fatores.
Não se pode considerar os fatores e a variável em separado porque a mesma foi utilizada para
compor o total dos cálculos, logo deve-se reespecificar o modelo fatorial com a eliminação da
mesma, caso o índice de comunalidade seja baixo ou haja pouca relevância para a pesquisa.
No estudo, em que pese a assertiva de vantagens competitivas Com a formação d
a empresa ficou mais ágil para lidar com mudanças do mercado ter tido uma
comunalidade de 58,7%, portanto, dentro do limite previsto, foi eliminada em vista da
distribuição da correlação entre os fatores ter sido difusa entre os mesmos, com cargas
fatoriais abaixo de 0,50, na primeira matriz de cargas e por não interferir na análise final.
Com a retirada de uma variável, a ordem das variáveis não deve m
ativamente, o que denotaria a instabilidade dos dados e fragilidade da análise fatorial.
No estudo não houve significativa variação de uma tentativa para a outra, como pode ser
observado pela comparação da Tabela 10, primeiro modelo fatorial, com a Tabela 11,
segundo modelo. Também consta desta segunda tabela a denominação atribuída aos fatores ao
final do processo.
Os número
reespecificado.
145
Tabela 10 – Análise fatorial de vantagens competitivas (modelo 1)
Rotated Component Matrix(a) - Tentativa 1 -Vantagens Competitivas
123456
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a empresa 84% 1% 9% 12% 14% 16% 13%
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 78% 1% 22% 20% 30% 9% 1%
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao mercado 76% 26% 5% -10% 2% 4% 22%
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 73% 31% 23% 17% 3% 18% -7%
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 64% 4% 42% 4% 1% 6% -30%
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 55% 47% 33% 11% -2% 18% -2%
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 51% 35% 47% 16% -4% 6% -16%
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do mercado 40% 36% 24% 33% 18% 25% 18%
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 11% 85% 11% 6% 3% 17% 8%
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira coesa na aliança 16% 72% 15% 25% 20% 8% -14%
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 10% 68% 22% 17% 37% 11% -14%
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no futuro 54% 58% 32% 5% 0% -11% -8%
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 33% 49% 21% 9% 44% -19% -24%
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que aceleram a obtenção de gan
7
h
44% 45% 43% 6% 18% 25% 14%
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 36% 15% 69% 9% 4% -11% -2%
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 7% 15% 64% 18% 9% 48% -11%
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da aliança 30% 25% 60% 10% 25% 13% 4%
A empresa melhorou seu potencial de produção 14% 25% 57% 52% 15% -6% 7%
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 10% 18% 18% 77% 16% 16% 2%
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas para aproveitá-la 20% 18% 6% 33% 73% 12% -1%
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões -6% 39% 34% -25% 52% 29% 13%
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 34% 19% 3% 14% 13% 79% 3%
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a empresa 34% 5% 4% 25% -8% 9% 75%
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a empresa -28% -33% -10% -34% 9% -11% 63%
Componentes
Fonte: a autora
Tabela 11 – Análise fatorial de vantagens competitivas (modelo 2) e fatores determinados
Rotated Component Matrix(a) -
Tentativa
2
- Vantagens Competitivas
Componentes Fatores resultantes
Eliminando a assertiva: Com a formação da aliança a empresa ficou mais ágil para lidar com
as mudanças de mercado
1234567
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a empresa 84% 0% 8% 10% 17% 15% 14%
Fortalecimento
da competitividade
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 78% 2% 22% 18% 32% 10% 3%
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao mercado 76% 26% 4% -8% 2% 5% 24%
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 74% 30% 22% 17% 4% 17% -6%
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 65% 4% 40% 6% -1% 5% -30%
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 57% 45% 34% 8% -1% 17% -4%
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 52% 35% 46% 19% -4% 5% -14%
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 12% 85% 10% 8% -2% 18% 10%
Eficiência no uso
dos recursos
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira coesa na aliança 17% 71% 16% 23% 22% 8% -13%
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 10% 69% 22% 16% 35% 13% -12%
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no futuro 55% 59% 31% 8% -1% -10% -6%
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 32% 52% 22% 10% 42% -17% -21%
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 37% 14% 69% 8% 6% -14% -4% Perspectiva de gestão
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 8% 16% 62% 23% 8% 48% -9%
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da aliança 31% 26% 61% 11% 21% 13% 4%
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que aceleram a obtenção de gan
h
44% 43% 45% 2% 17% 23% 11%
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 10% 19% 16% 76% 21% 17% 4%
A empresa melhorou seu potencial de produção 14% 26% 55% 56% 14% -4% 10%
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas para aproveitá-la 19% 20% 9% 26% 76% 13% 0%
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões -7% 41% 38% -26% 42% 31% 14%
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 34% 19% 4% 13% 12% 80% 4%
Relão entre custo
e posicionamento
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a empresa 34% 4% 3% 25% -7% 9% 77%
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a empresa -30% -33% -7% -38% 8% -11% 62%
Aproveitamento
da informação
Potencial de imitação/
replicação
Aprimoramento da
produção e distribuição
Fonte: a autora
146
Foram denominados os seguintes fatores para vantagens competitivas: fortalecimento
da competitividade, eficiência no uso dos recursos, perspectiva de gestão, aprimoramento da
produção e distribuição, aproveitamento da informação, relação entre custo e posicionamento
e potencial de imitação/replicação, conforme Tabela 11, descritos a seguir.
O primeiro fator de vantagens competitivas, Fortalecimento da Competitividade está
relacionado às teorias que tratam de diferenciação (PORTER, 1991), elevação do poder de
resposta pela flexibilidade e agilidade (GRANT, 1992; TEECE, 1993), potencial de
pioneirismo (CHANDLER, 2002), poder de conter a ação de competidores pela elevação de
barreiras de entrada em experiência e reputação (TEECE, 1984; PORTER, 1991; GRANT,
1991) e potencial de inovação (TEECE et al., 1997).
O segundo fator de vantagens competitivas, Eficiência no Uso dos Recursos, está
relacionado às teorias sobre explicitação da estratégia para atuar em ambientes de rápidas
mudanças (ANSOFF, 1990), uso dos recursos (BARNEY, 1991), capacidades dinâmicas
relacionadas à configuração para melhor aproveitamento dos ativos (TEECE et al., 1997).
O terceiro fator, Perspectiva de Gestão relaciona-se a aprendizagem (CHANDLER,
2002), e estímulo à cooperação e coordenação (GRANT, 1991) para a obtenção ágil de
capacidades específicas decorrente do melhor uso dos ativos (TEECE et al., 1997) com
enfoque na demanda (ADNER, 2002).
O quarto fator de vantagens competitivas, Aprimoramento da Produção e Distribuição,
está relacionado às teorias de alocação de recursos para atingir economias de escala e escopo
(CHANDLER, 2001b; TEECE, 1993).
O quinto fator de vantagens competitivas, Aproveitamento da Informação, relaciona-
se ao processamento eficiente da informação com o uso de tecnologia (BARNEY, 1991;
PORTER, 1999) e visão do ambiente para subsídio à ação (PORTER, 1989).
O sexto fator de vantagens competitivas, Relação entre Custo e Posicionamento, está
147
relacionado à obtenção de liderança em custos (PORTER, 1991).
O sétimo fator de vantagens competitivas, Potencial de Imitação/Replicação, está
relacionado às teorias sobre a posse de recursos que sejam imóveis pela falta de interesse do
concorrente em obtê-los (COOL et al., 2002) e ambigüidade causal (BARNEY, 1991;
COLLIS e MONTGOMERY,1997).
Na seqüência, a Tabela 12 demonstra os fatores definidos para alianças estratégicas,
resultado do primeiro modelo de análise: base de funcionamento, nível de confiança,
resultado do intercâmbio, autonomia na participação, semelhança entre parceiros, potencial de
enfrentar riscos, nível de concordância no relacionamento, descritos a seguir.
Tabela 12 – Análise fatorial de aliança estratégica e fatores determinados
Rotated Component Matrix(a) -
Tentativa 1
- Aliança
Componentes Fatores resultantes
1234567
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 83% -16% 3% 29% 6% 7% 0% Base de funcionamento
Ovel de cooperão entre as empresas participantes é alto 82% -12% 6% 14% -14% 10% 13%
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 81% -7% 15% 9% 0% 9% -4%
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 79% -15% 18% 2% -11% 2% 24%
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de
competição no mercado
74% 0% 9% -13% 10% 0% 19%
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 71% -11% 24% 31% 12% 13% -5%
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras -33% 76% 0% 6% 2% 2% -17% Nível de confiança
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho -36% 74% 10% -4% 4% 10% 0%
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 4% 68% 20% -36% 14% 5% -7%
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 1% 66% -43% 22% 5% 4% -28%
Existem problemas de gerenciamento da aliança -11% 56% -14% 27% 11% -42% 31%
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 15% 56% -17% -1% 44% -5% -1%
A aliança não interferiu na independência da empresa 22% -10% 70% 6% 31% 3% 29% Resultado do intercâmbio
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 17% -5% 69% 40% -4% 13% -15%
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 50% 23% 59% -2% -18% 1% 3%
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 21% 10% 20% 78% -12% 4% 3%
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 52% -24% 4% 55% 29% 15% 18%
Os parceiros são muito diferentes entre si -7% 22% 10% -6% 82% 3% -11%
Semelhança
entre parceiros
Após a aliança a empresa corre menos riscos 18% 10% 7% 11% 3% 90% 12%
Potencial de
enfrentar riscos
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 33% -20% 11% 7% -14% 13% 77%
Nível de concordância
no relacionamento
Autonomia na
participação
Fonte: a autora
O primeiro fator de alianças estratégicas, Base de Funcionamento, está relacionado à
colaboração estabelecida por vínculos de confiança (KANTER, 1994, 1997), ganhos mútuos
(JOHANSON e MATTSON, 2001), organização administrativa (HAGEDOORN e
148
SCHAKENRAAD, 1994), papel da empresa na aliança (VENKATRAMAN e HENDERSON,
1998) e comprometimento (DAI e KAUFMANN, 2003).
O segundo fator de alianças estratégicas, Nível de Confiança, relaciona-se ao nível de
comprometimento, equilíbrio das informações, confiança ao tempo certo, lealdades não
conflitantes (KANTER, 1997).
O terceiro fator de alianças estratégicas, Resultado do Intercâmbio, refere-se ao grau
com que a cooperação auxilia a empresa a ter uma posição mais forte sem que ocorram
perdas. (DAI e KAUFMANN, 2003).
O quarto fator de alianças estratégicas, Autonomia na Participação, relaciona-se a
exclusividade do que é oferecido à aliança (DOZ e HAMEL, 2000) e da manutenção da
autoridade de maneira equilibrada entre as partes (KANTER, 1997).
O quinto fator de alianças estratégicas, Semelhança entre os Parceiros, está
relacionado ao entendimento da heterogeneidade dos parceiros como fator influenciador da
interação (PYKA e WINDRUM, 2003).
O sexto fator de alianças estratégicas, Potencial de Enfrentar Riscos, relaciona-se ao
grau de proteção que a aliança oferece à empresa (PYKA e WINDRUM, 2003).
O sétimo fator de alianças estratégicas, Nível de Concordância no Relacionamento,
está relacionado à imprecisão dos limites do relacionamento como contexto para gerar
conflitos (KANTER, 1997) e ao equilíbrio na gestão de posturas conflitantes (CLARKE-
HILL et al., 2004).
O Quadro 5, a seguir, apresenta a síntese dos resultados da análise fatorial:
149
Quadro 5 - Resumo dos resultados da análise fatorial
Assertivas Testes Fatores definidos
Vantagens competitivas
(24 assertivas)
KMO – 0,897
Teste Bartlett - nível descritivo menor
que 0,05
Percentual de explicação dos fatores:
72,27% da variabilidade original
Cálculo de comunalidades com
correlações acima de 50%
Definição dos fatores a partir do modelo
reespecificado com a exclusão de uma
assertiva que apresentou correlação difusa
entre os fatores e cuja exclusão não
prejudicou o conteúdo da análise.
Sete fatores assim denominados:
Fortalecimento da competitividade
Eficiência no uso dos recursos
Perpectiva de gestão
Aprimoramento da produção e
distribuição
Aproveitamento da informação
Relação entre custo e
posicionamento
Potencial de imitação/replicação
Alianças estratégicas
(20 assertivas)
KMO – 0,841
Teste Bartlett - nível descritivo menor que
0,05
Percentual de explicação dos fatores:
72,30% da variabilidade original
Cálculo de comunalidades com
correlações acima de 50%
Definição dos fatores a partir do primeiro
modelo fatorial elaborado
Sete fatores assim denominados:
Base de funcionamento
Nível de confiança
Resultado do intercâmbio
Autonomia na participação
Semelhança entre os parceiros
Potencial de enfrentar riscos
Nível de concordância no
relacionamento
Fonte: a autora
Posteriormente, visando verificar a relação entre os fatores de vantagens competitivas
com os fatores de aliança estratégica, foram gerados os escores de cada fator para todos os
indivíduos da amostra a partir do método de Bartlett. Com o objetivo de se verificar a
distribuição destes escores, foram calculados os valores mínimo e máximo dos fatores, bem
como os histogramas, apresentados no APÊNDICE J. Para a identificação das relações entre
os diversos fatores foi utilizado o método de regressão múltipla, descrito a seguir.
5.2.2 Regressão múltipla
Utilizada para verificar a relação entre uma variável dependente (critério) e múltiplas
variáveis independentes (preditoras), o método de regressão múltipla objetiva a previsão dos
valores da variável dependente a partir das variáveis independentes que, ponderadas, formam
150
o modelo de regressão, “uma combinação linear das variáveis independentes que melhor
prevê a variável dependente” (HAIR JR. et al., 2005, p. 136; MALHOTRA, 2001).
Para sua realização é necessária a classificação das variáveis em dependentes e
independentes. Como já sugerido neste trabalho, mediante o problema de pesquisa proposto
foram aqui consideradas como variáveis dependentes os fatores relacionados às vantagens
competitivas e como independentes os fatores sobre alianças, inclusive com a inserção
posterior do resultado de uso predominante da web para definir se as alianças que usam a web
contribuem para a construção de vantagens competitivas.
Os principais conceitos utilizados estão apresentados no Glossário, no APÊNDICE I.
Os cálculos preliminares objetivam determinar um ponto de referência com o qual se
compara a habilidade preditiva dos modelos de regressão. Pode-se partir da “a) previsão como
ponto de referência sem uma variável independente, usando apenas a média; b) previsão
usando uma única variável independente e c) previsão usando várias variáveis independentes
– regressão múltipla” (HAIR JR. et al., 2005, p. 137).
Para este estudo, inicialmente, visando verificar o comportamento de cada fator de
vantagens competitivas em relação aos fatores de aliança estratégica, foram construídos
gráficos de dispersão entre cada um dos fatores de vantagens competitivas e cada um de
alianças estratégicas tendo sido observado gráficos com pontos muito dispersos, o que indicou
a pouca capacidade preditiva individual de cada fator de aliança estratégica sobre os fatores
de vantagens competitivas, justificando a realização da análise de regressão múltipla como
forma de verificar o quanto as variáveis independentes, em conjunto, influenciariam cada uma
das variáveis dependentes.
Para identificação dos modelos de regressão finais foi utilizado o método de seleção
backward, “método de seleção de variáveis para inclusão no modelo de regressão que começa
incluindo todas as variáveis independentes no modelo e então elimina as que não oferecem
151
uma contribuição significativa para a previsão” (HAIR JR. et al., 2005, p. 133). Tal método
tem por objetivo a identificação de um modelo parcimonioso, utilizando o menor número de
variáveis de forma a obter o melhor ajuste possível.
É apresentado neste trabalho apenas o cálculo final que restringe as variáveis
independentes àquelas que efetivamente influenciaram a variável dependente.
A seguir são apresentados resultados para cada um dos fatores de Vantagens
Competitivas, cujo glossário de termos está disponível no APÊNDICE I e as tabelas no
APÊNDICE K:
a) Fortalecimento da Competitividade
Para este fator o R
2
, do modelo final, foi de 0,228 e a ANOVA mostrou que o modelo
ajustado apresentou uma variabilidade total explicada significativamente superior a da média
(F = 10,42, p < 0,001);
A equação inicialmente determinada apresenta a seguinte configuração:
εββ
β
β
β
β
β
β
+++
+
+
+
+
++=
....
....Re....
76
543210
ConcNivRiscEnfPot
ParcSemPartAutsIntercNivelConfBaseFuncCompetFort
onde: é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde ao Fortalecimento da
Competitividade;
..CompetFort
é o fator de Aliança que corresponde a Base de Funcionamento;
.BaseFunc
.NivelConf
é o fator de Aliança que corresponde a Nível de Confiança;
sIntercRe
. é o fator de Aliança que corresponde a Resultado do Intercâmbio;
..PartAut
é o fator de Aliança que corresponde a Autonomia na Participação;
..ParcSem
é o fator de Aliança que corresponde a Semelhança com o Parceiro;
RiscEnfPot ..
é o fator de Aliança que corresponde a Potencial de Enfrentar Riscos;
..ConcNiv
é o fator de Aliança que corresponde a Nível de Concordância no Relacionamento;
ε
corresponde ao erro aleatório
Após o processo de seleção backward apenas três fatores influenciaram este fator com
os seguintes coeficientes de regressão: base de funcionamento (0,426); nível de confiança
(0,198) e semelhança entre os parceiros (0,150). Assim a forma do modelo para
Fortalecimento da Competitividade foi assim definida:
152
ε
β
β
β
β
+
+
++= ......
5210
ParcSemNivelConfBaseFuncCompetFort
Desta forma, o fator de Fortalecimento da Competitividade pôde ser estimado como
segue:
...150,0..198,0..426,0034,0.. ParcSemNivelConfBaseFuncCompetFort
+
+
+=
Isto significa que o aumento de uma unidade no indicador de Base de Funcionamento
implica no aumento do indicador de Fortalecimento da Competitividade, por exemplo. Após o
ajuste do modelo, visando verificar as suposições de normalidade, homocedasticidade e
independência, foi realizada uma análise de resíduos, não tendo sido identificado problemas
de outliers (valores discrepantes), nem tão pouco de independência (Durbin-Watson = 1,7).
Visando verificar a suposição de normalidade dos resíduos, foi construído o gráfico de quantis
(q-q plot), não tendo sido identificado problemas:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Fortalecimento da competitividade
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 1 – q-q plot para o resíduo do modelo para Fortalecimento da Competitividade
Fonte: a autora
b) Eficiência no Uso dos Recursos
Para este fator o R
2
do modelo final, foi de 0,415 e a ANOVA mostrou que o modelo
ajustado apresentou uma variabilidade total explicada significativamente superior a da média
(F = 25,06, p < 0,001);
153
A equação inicialmente determinada apresenta a seguinte configuração:
εββ
β
β
β
β
β
β
+++
+
+
+
+
++=
....
....Re...Re.
76
543210
ConcNivRiscEnfPot
ParcSemPartAutsIntercNivelConfBaseFunccUsoEfic
onde: é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde à Eficiência no Uso dos Recursos
.Re. cUsoEfic
Após o processo de seleção backward, apenas três fatores influenciaram este fator com
os seguintes coeficientes de regressão: base de funcionamento (0,613); nível de confiança (-
0,234) e nível de conflito no relacionamento (0,173). Assim a forma do modelo para
Eficiência no Uso dos Recursos foi assim definida:
ε
β
β
β
β
+
+
++= .....Re.
7210
ConcNivNivelConfBaseFunccUsoEfic
Desta forma, o fator de Eficiência no Uso dos Recursos pôde ser estimado como
segue:
...173,0..234,0..613,0011,0.Re. ConcNivNivelConfBaseFunccUsoEfic
+
+=
Observe-se que, neste caso o aumento de uma unidade no indicador de Nível de
Confiança implica na redução do indicador Eficiência no uso dos Recursos.
Após o ajuste do modelo, visando verificar as suposições de normalidade,
homocedasticidade e independência, foi realizada uma análise de resíduos, não tendo sido
identificado problemas de outliers (valores discrepantes), nem tão pouco de independência
(Durbin-Watson = 1,7). Visando verificar a suposição de normalidade dos resíduos, foi
construído o gráfico de quantis (q-q plot), não tendo sido identificado problemas:
154
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Eficiência no uso dos recursos
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 2 – q-q plot para o resíduo do modelo para Eficiência no Uso dos Recursos
Fonte: a autora
c) Perspectiva de Gestão
Para este fator o R
2
do modelo final, foi de 0,120 e a ANOVA mostrou que o modelo
ajustado apresentou uma variabilidade total explicada significativamente superior a da média
(F = 72,65, p = 0,001);
A equação inicialmente determinada apresenta a seguinte configuração:
εββ
β
β
β
β
β
β
+++
+
+
+
+
++=
....
....Re....
76
543210
ConcNivRiscEnfPot
ParcSemPartAutsIntercNivelConfBaseFuncGesPersp
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde à Perspectiva de Gestão
..GesPersp
Após o processo de seleção backward, apenas dois fatores influenciaram este fator com
os seguintes coeficientes de regressão: base de funcionamento (0,292) e nível de confiança
(0,202). Assim a forma do modelo para Perspectiva de Gestão foi assim definida:
ε
β
β
β
+
++= ....
210
NivelConfBaseFuncGesPersp
Desta forma, o fator de Perspectiva de Gestão pôde ser estimado como segue:
..202,0..292,0002,0.. NivelConfBaseFuncGesPersp
+
+
=
155
Após o ajuste do modelo, visando verificar as suposições de normalidade,
homocedasticidade e independência, foi realizada uma análise de resíduos, não tendo sido
identificado problemas de outliers (valores discrepantes), nem tão pouco de independência
(Durbin-Watson = 1,7). Visando verificar a suposição de normalidade dos resíduos, foi
construído o gráfico de quantis (q-q plot), não tendo sido identificado problemas.
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Perspectiva de retorno
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
de gestão
Gráfico 3 – q-q plot para o resíduo do modelo para Perspectiva de Gestão
Fonte: a autora
d) Aprimoramento da Produção e Distribuição
Para este fator o R
2
do modelo final, foi de 0,032 e a ANOVA que o modelo ajustado
apresentou uma variabilidade total explicada significativamente superior a da média (F=
36,05, p = 0,060).
A equação inicialmente determinada apresenta a seguinte configuração:
εββ
β
β
β
β
β
β
+++
+
+
+
+
+
+
=
....
....Re....Pr.
76
543210
ConcNivRiscEnfPot
ParcSemPartAutsIntercNivelConfBaseFuncDisoAprim
onde: é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde ao Aprimoramento na Produção
e Distribuição
..Pr. DisoAprim
Após o processo de seleção backward, apenas um fator influencia este fator com o
seguinte coeficiente de regressão: base de funcionamento (0,191). Assim a forma do modelo
156
para Aprimoramento na Produção e Distribuição foi assim definida:
ε
β
β
+
+
= ...Pr.
10
BaseFuncDisoAprim
Desta forma, o fator de Aprimoramento da Produção e Distribuição pôde ser estimado
como segue:
..191,0004,0..Pr. BaseFuncDisoAprim +=
Após o ajuste do modelo, visando verificar as suposições de normalidade,
homocedasticidade e independência, foi realizada uma análise de resíduos, não tendo sido
identificado problemas de outliers (valores discrepantes), nem tão pouco de independência
(Durbin-Watson = 1,7). Visando verificar a suposição de normalidade dos resíduos, foi
construído o gráfico de quantis (q-q plot), não tendo sido identificado problemas:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Aprimoramento da produção e distribuição
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 4 – q-q plot para o resíduo do modelo para Aprimoramento da Produção e Distribuição
Fonte: a autora
e) Aproveitamento da Informação
Para este fator o R
2
do modelo final, foi de 0,051 e a ANOVA mostrou que o modelo
ajustado apresentou uma variabilidade total explicada significativamente superior a da média
(F = 5,79, p = 0,018).
A equação inicialmente determinada apresenta a seguinte configuração:
157
εββ
β
β
β
β
β
β
+++
+
+
+
+
++=
....
....Re....
76
543210
ConcNivRiscEnfPot
ParcSemPartAutsIntercNivelConfBaseFuncInfAprov
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde ao Aproveitamento da Informação
..InfAprov
Após o processo de seleção backward, apenas um fator influencia este fator com os
seguintes coeficientes de regressão: nível de concordância no relacionamento (0,223). Assim
a forma do modelo para Aproveitamento da Informação foi assim definida:
ε
β
β
++= ....
70
ConcNivInfAprov
Desta forma, o fator de Aproveitamento da Informação pôde ser estimado como segue:
...223,0005,0.. ConcNivInfAprov +=
Após o ajuste do modelo, visando verificar as suposições de normalidade,
homocedasticidade e independência, foi realizada uma análise de resíduos, não tendo sido
identificado problemas de outliers (valores discrepantes), nem tão pouco de independência
(Durbin-Watson = 1,7). Visando verificar a suposição de normalidade dos resíduos, foi
construído o gráfico de quantis (q-q plot), não tendo sido identificado problemas:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Aproveitamento da informação
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 5 – q-q plot para o resíduo do modelo para Aproveitamento da Informação
Fonte: a autora
158
f) Relação entre custo e posicionamento
Para este fator o R
2
do modelo final, foi de 0,059 e a ANOVA mostrou que o modelo
ajustado apresentou uma variabilidade total explicada significativamente superior a da média
(F = 6,71, p = 0,11).
A equação inicialmente determinada apresenta a seguinte configuração:
εββ
β
β
β
β
β
β
+++
+
+
+
+
++=
....
....Re...Re
76
543210
ConcNivRiscEnfPot
ParcSemPartAutsIntercNivelConfBaseFunclCtoPos
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde Relação entre Custo e
Posicionamento
.RelCtoPos
Após o processo de seleção backward, apenas três fatores influenciaram este fator com
os seguintes coeficientes de regressão: resultado do intercâmbio (0,250). Assim a forma do
modelo para Relação entre Custo e Posicionamento foi assim definida:
ε
β
β
++= sInterclCtoPos Re.Re
30
Desta forma, o fator de Relação entre Custo e Posicionamento pôde ser estimado
como segue:
.Re.250,0014,0.Re sInterclCtoPos
+
=
Após o ajuste do modelo, visando verificar as suposições de normalidade,
homocedasticidade e independência, foi realizada uma análise de resíduos, não tendo sido
identificado problemas de outliers (valores discrepantes), nem tão pouco de independência
(Durbin-Watson = 1,7). Visando verificar a suposição de normalidade dos resíduos, foi
construído o gráfico de quantis (q-q plot), não tendo sido identificado problemas:
159
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Relação entre custo e posicionamento
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 6 – q-q plot para o resíduo do modelo para Relação entre Custo e Posicionamento
Fonte: a autora
g) Potencial de Imitação/Replicação
Para este fator o R
2
do modelo final, foi de 0,115 e a ANOVA mostrou que o modelo
ajustado apresentou uma variabilidade total explicada significativamente superior a da média
(F = 4,61, p = 0,004);
A equação inicialmente determinada apresenta a seguinte configuração:
εββ
β
β
β
β
β
β
+++
+
+
+
+
+
+
=
....
....Re...Re.Im.
76
543210
ConcNivRiscEnfPot
ParcSemPartAutsIntercNivelConfBaseFuncpliPot
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde a Potencial de
Imitação/Replicação
.Re.Im. pliPot
Após o processo de seleção backward, apenas três fatores influenciaram este fator com
os seguintes coeficientes de regressão: base de funcionamento (-0,217), nível de confiança
(0,225) e autonomia na participação (0,174). Assim a forma do modelo para Potencial de
Imitação/Replicação foi assim definida:
ε
β
β
β
β
+
+
+
+
= .....Re.Im.
4210
PartAutNivelConfBaseFuncpliPot
Desta forma, o fator de Potencial de Imitação/Replicação pôde ser estimado como
segue:
160
..174,0..225,0..217,0002,0.Re.Im. PartAutNivelConfBaseFuncpliPot
+
+
=
Após o ajuste do modelo, visando verificar as suposições de normalidade,
homocedasticidade e independência, foi realizada uma análise de resíduos, não tendo sido
identificado problemas de outliers (valores discrepantes), nem tão pouco de independência
(Durbin-Watson = 1,7). Visando verificar a suposição de normalidade dos resíduos, foi
construído o gráfico de quantis (q-q plot), não tendo sido identificado problemas:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Potencial de imitação/replicação
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 7 – q-q plot para o resíduo do modelo para Potencial de Imitação/Replicação
Fonte: a autora
Após o delineamento, tendo em vista o baixo poder explicativo dos fatores de aliança
estratégica sobre os fatores de vantagens competitivas, procurou-se identificar, dentre as
variáveis de perfil, outras variáveis que pudessem melhorar o grau de explicação dos modelos
ajustados. Para tanto, devido a impossibilidade de inclusão de todas as variáveis simultâneas
no modelo, foram feitos testes de comparação de médias dos fatores de vantagens
competitivas para cada uma das demais variáveis do estudo a fim de se selecionar apenas as
variáveis que apresentassem a maior possibilidade de contribuição para o modelo. Desta
forma, foram realizados os seguintes testes:
161
a) Teste t: para as variáveis setor de atividade, ramo de negócio, modalidade de
aliança, razões para formação;
b)
ANOVA: para as variáveis faturamento, participação acionária, configuração
do negócio, tipo de aliança, tempo da aliança e uso da web.
Individualmente foram identificadas diferenças significativas nas seguintes variáveis:
faturamento superior a R$35 milhões, prestação de serviços, comércio, integração e rede,
aliança com cliente, aliança com concorrente, consórcio, aliança com menos de um ano,
ampliação da região geográfica, desenvolvimento de novos produtos e/ou serviços,
compartilhamento dos custos de produção, elevação da eficiência operacional,
compartilhamento de tecnologia, aprendizagem com o parceiro, compartilhamento da
comunicação e redução de custos gerais.
Assim, foram incluídas as variáveis supracitadas como variáveis de controle nos
modelos iniciais de cada fator de vantagens competitivas em função de todos os fatores de
aliança estratégica. Para a inclusão destas variáveis de controle foram utilizadas variáveis
indicadoras (variáveis dummies), tendo sido obtido, após o método backward, os seguintes
modelos finais:
a) Fortalecimento da Competitividade: o modelo final gerou o acréscimo das variáveis:
Compartilhamento dos custos de produção; Compartilhamento de tecnologia; Aprendizagem
com o parceiro, com os seguintes parâmetros:
R
2
: 0,341
ANOVA: Significante (F = 7,54, p < 0,001)
A equação resultante foi:
..531,0.590,0.Pr508,0
..192,0Re150,0.185,0.423,0247,0..
ParAprendCompTecodCompCt
ParcSemsIntercNivelConfBaseFuncCompetFort
++
+
+
+
+
+=
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde ao Fortalecimento da
Competitividade;
..CompetFort
162
é o fator de Aliança que corresponde a Base de Funcionamento;
.BaseFunc
.NivelConf
é o fator de Aliança que corresponde a Nível de Confiança;
sIntercRe
. é o fator de Aliança que corresponde a Resultado do Intercâmbio;
..ParcSem
é o fator de Aliança que corresponde a Semelhança com o Parceiro;
.Pr odCompCt
é a variável que corresponde a Compartilhamento dos Custos de Produção;
.CompTec
é a variável que corresponde a Compartilhamento de Tecnologia;
..ParAprend
é a variável que corresponde a Aprendizagem com o Parceiro;
Novamente, visando a verificação das suposições de normalidade, homocedasticidade e
independência, uma análise de resíduos foi realizada, não tendo sido observado a existência
nem de valores discrepantes, nem tão pouco de heterocedasticidade. O gráfico q-q plot pra a
checagem da normalidade não apresentou problemas, conforme pode ser visto no gráfico 8:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Fortalecimento da competitividade
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 8 – q-q plot para o resíduo do modelo para Fortalecimento da Competitividade – modelo 2
Fonte: a autora
b) Eficiência no Uso de Recursos: o modelo final gerou o acréscimo das variáveis Aliança –
Consórcio, Compartilhamento dos custos de produção; Aprendizagem com o parceiro, com os
seguintes parâmetros:
R
2
: 0,481
ANOVA:
Significante (F = 15,92, p < 0,001)
163
A equação resultante foi:
..352,0.Pr585,0
.575,0..184,0.240,0.583,0047,0.Re.
ParAprendodCompCt
ConsorConcNivNivelConfBaseFunccUsoEfic
+
+
+=
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde à Eficiência no Uso dos Recursos
.Re. cUsoEfic
é o fator de Aliança que corresponde a Base de Funcionamento;
.BaseFunc
.NivelConf
é o fator de Aliança que corresponde a Nível de Confiança;
..ConcNiv
é o fator de Aliança que corresponde a Nível de Concordância no Relacionamento;
.Pr odCompCt
é a variável que corresponde a Compartilhamento dos Custos de Produção;
.
é a variável que corresponde a Consórcio;
Consor
..ParAprend
é a variável que corresponde a Aprendizagem com o Parceiro;
Posteriormente ao ajuste do modelo, a análise de resíduos foi realizada, não tendo sido
observado a existência nem de valores discrepantes, nem tão pouco de heterocedasticidade. O
gráfico q-q plot pra a checagem da normalidade não apresentou problemas, conforme pode ser
visto no gráfico 9:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Eficiência no uso dos recursos
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 9 – q-q plot para o resíduo do modelo para Eficiência no Uso dos Recursos – modelo 2
Fonte: a autora
c) Perspectiva de Gestão: o modelo final gerou o acréscimo das variáveis Ramo de Negócio
– Integração e Rede, Tempo de aliança menor que 1 ano, com os seguintes parâmetros:
R
2
: 0,151
164
ANOVA: Significante (F = 6,28, p = 0,001)
A equação resultante foi:
ATemMendIntBaseFuncGesPersp 1.582,0.Re357,0.255,0067,0..
+
+
=
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde à Perspectiva de Gestão; ..GesPersp
é o fator de Aliança que corresponde a Base de Funcionamento;
.BaseFunc
dInt Re
é a variável que corresponde a Integração e Redes;
ATemMen 1.
é a variável que corresponde a Tempo Menor de 1 Ano;
Posteriormente ao ajuste do modelo, a análise de resíduos foi realizada, não tendo sido
observado a existência nem de valores discrepantes, nem tão pouco de heterocedasticidade. O
gráfico q-q plot pra a checagem da normalidade não apresentou problemas, conforme pode ser
visto no gráfico 10:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Perspectiva de retorno
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
de gestão
Gráfico 10 – q-q plot para o resíduo do modelo para Perspectiva de Gestão – modelo 2
Fonte: a autora
d) Aprimoramento da Produção e Distribuição: o modelo final gerou o acréscimo das
variáveis: Setor de atividades – prestação de serviços, Compartilhamento de comunicação,
com os seguintes parâmetros:
R
2
: 0,136
165
ANOVA: Significante (F = 4,13, p = 0,004)
A equação resultante foi:
CompComestServRiscEnfPotBaseFuncDisoAprim 360,0.Pr831,0..162,0.190,0656,0..Pr.
+
+
+=
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde ao Aprimoramento na Produção
e Distribuição;
..Pr. DisoAprim
é o fator de Aliança que corresponde a Base de Funcionamento;
.BaseFunc
RiscEnfPot ..
é o fator de Aliança que corresponde a Potencial de Enfrentar Riscos;
estServPr
é a variável que corresponde a Prestação de Serviços;
CompCom
é a variável que corresponde a Compartilhamento da Comunicação;
Posteriormente ao ajuste do modelo, a análise de resíduos foi realizada, não tendo sido
observado a existência nem de valores discrepantes, nem tão pouco de heterocedasticidade. O
gráfico q-q plot pra a checagem da normalidade não apresentou problemas, conforme pode ser
visto no gráfico 11:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Aprimoramento da produção e distribuição
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 11 – q-q plot para o resíduo do modelo para Aprimoramento da Produção e Distribuição –
modelo 2
Fonte: a autora
e) Aproveitamento da Informação: o modelo final gerou o acréscimo das variáveis: Tipo de
aliança – com concorrente, desenvolvimento de novos produtos e/ou serviços, elevação da
166
eficiência operacional, com os seguintes parâmetros:
R
2
: 0,131
ANOVA: Significante (F = 3,97, p = 0,005)
A equação resultante foi:
EOElevodServDesNConcorreNivelConfInfAprov .370,0.Pr346,0417,0.204,0500,0..
+=
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde ao Aproveitamento da Informação; ..InfAprov
é o fator de Aliança que corresponde a Nível de Confiança;
.NivelConf
Concorre
é a variável que corresponde a Concorrentes;
.
é a variável que corresponde a Desenvolvimento de Novos Produtos e/ou Serviços;
Pr odServDesN
ElevEO
é a variável que corresponde a Elevação da Eficiência Operacional;
Posteriormente ao ajuste do modelo, a análise de resíduos foi realizada, não tendo sido
observado a existência nem de valores discrepantes, nem tão pouco de heterocedasticidade. O
gráfico q-q plot pra a checagem da normalidade não apresentou problemas, conforme pode ser
visto no gráfico 12:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Aproveitamento da informação
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 12 – q-q plot para o resíduo do modelo para Aproveitamento da Informação – modelo 2
Fonte: a autora
f) Relação entre Custo e Posicionamento: o modelo final gerou o acréscimo das variáveis:
167
Setor de atividade – comércio, Aliança – consórcio e redução de custos gerais, com os
seguintes parâmetros:
R
2
: 0,225
ANOVA: Significante (F = 6,05, p < 0,001)
A equação resultante foi:
dCtGerConsor
ComercsIntercBaseFunclCtoPos
Re435,0.973,0
.496,0Re210,0.162,0459,0.Re
++
+
+
+=
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde Relação entre Custo e
Posicionamento;
.RelCtoPos
.BaseFunc
é o fator de Aliança que corresponde a Base de Funcionamento;
sIntercRe
. é o fator de Aliança que corresponde a Resultado do Intercâmbio;
.Comer
é a variável que corresponde a Comércio;
.
é a variável que corresponde a Consórcio;
Consor
dCtGerRe
é a variável que corresponde a Redução de Custos Gerais;
Posteriormente ao ajuste do modelo, a análise de resíduos foi realizada, não tendo sido
observado a existência nem de valores discrepantes, nem tão pouco de heterocedasticidade. O
gráfico q-q plot pra a checagem da normalidade não apresentou problemas, conforme pode ser
visto no gráfico 13:
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Relação entre custo e posicionamento
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 13 – q-q plot para o resíduo do modelo para Relação entre Custo e Posicionamento – modelo 2
Fonte: a autora
168
g) Potencial de Imitação/Replicação: o modelo final gerou o acréscimo das variáveis Ramo
de negócio – integração e rede, Tipo de aliança – com cliente, elevação da eficiência
operacional, aprendizado com o parceiro e redução de custos gerais, com os seguintes
parâmetros:
R
2
: 0,299
ANOVA: Significante (F = 6,20, p < 0,001)
A equação resultante foi:
dCtGerAprendParElevEO
CliendIntNivelConfBaseFuncpliPot
Re397,0524,0466,0
.475,0Re435,0.190,0.193,0245,0.Re.Im.
+
+
+
+
=
onde:
é o fator de Vantagem Competitiva que corresponde a Potencial de
Imitação/Replicação;
.Re.Im. pliPot
é o fator de Aliança que corresponde a Base de Funcionamento;
.BaseFunc
.NivelConf
é o fator de Aliança que corresponde a Nível de Confiança;
dInt Re
é a variável que corresponde a Integração e Redes;
.Clien
é a variável que corresponde a Clientes;
EOElev.
é a variável que corresponde a Elevação da Eficiência Operacional;
AprendPar
é a variável que corresponde a Aprendizagem com o Parceiro;
dCtGerRe
é a variável que corresponde a Redução de Custos Gerais;
Posteriormente ao ajuste do modelo, a análise de resíduos foi realizada, não tendo sido
observado a existência nem de valores discrepantes, nem tão pouco de heterocedasticidade. O
gráfico q-q plot pra a checagem da normalidade não apresentou problemas, conforme pode ser
visto no gráfico 14.
169
Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual
Dependent Variable: Potencial de imitação/replicação
Observed Cum Prob
1,0,8,5,30,0
Expected Cum Prob
1,0
,8
,5
,3
0,0
Gráfico 14 – q-q plot para o resíduo do modelo para Potencial de Imitação/Replicação – modelo 2
Fonte: a autora
Os modelos estão comparados no Quadro 6 para melhor visualização.
Quadro 6 - Comparativo dos modelos de regressão para os fatores de Vantagens Competitivas
Fatores de Vantagem Competitiva
Fortalecimento da Competitividade
Equação 1 (R
2
: 0,228)
...150,0..198,0..426,0034,0.. ParcSemNivelConfBaseFuncCompetFort
+
+
+=
Equação 2 (R
2
: 0,341)
..531,0.590,0.Pr508,0
..192,0Re150,0.185,0.423,0247,0..
ParAprendCompTecodCompCt
ParcSemsIntercNivelConfBaseFuncCompetFort
++
+
+
+
+
+=
Eficiência no Uso dos Recursos
Equação 1 (R
2
: 0,415)
...173,0..234,0..613,0011,0.Re. ConcNivNivelConfBaseFunccUsoEfic
+
+=
Equação 2 (R
2
: 0,481)
..352,0.Pr585,0
.575,0..184,0.240,0.583,0047,0.Re.
ParAprendodCompCt
ConsorConcNivNivelConfBaseFunccUsoEfic
+
+
+=
170
Quadro 6 - Comparativo dos modelos de regressão para os fatores de Vantagens Competitivas – cont.
Perspectiva de Gestão
Equação 1 (R
2
: 0,120)
..202,0..292,0002,0.. NivelConfBaseFuncGesPersp
+
+
=
Equação 2 (R
2
: 0,151)
ATemMendIntBaseFuncGesPersp 1.582,0.Re357,0.255,0067,0..
+
+=
Aprimoramento da Produção e Distribuição
Equação 1 (R
2
: 0,032)
..191,0004,0..Pr. BaseFuncDisoAprim +=
Equação 2 (R
2
: 0,136)
CompCom
estServRiscEnfPotBaseFuncDisoAprim
360,0
.Pr831,0..162,0.190,0656,0..Pr.
+
+
+
=
Aproveitamento da Informação
Equação 1 (R
2
: 0,051)
...223,0005,0.. ConcNivInfAprov
+
=
Equação 2 (R
2
: 0,131)
EOElevodServDesNConcorreNivelConfInfAprov .370,0.Pr346,0417,0.204,0500,0..
+
=
Relação entre Custo e Posicionamento
Equação 1 (R
2
: 0,059)
.Re.250,0014,0.Re sInterclCtoPos
+
=
Equação 2 (R
2
: 0,225)
dCtGerConsor
ComercsIntercBaseFunclCtoPos
Re435,0.973,0
.496,0Re210,0.162,0459,0.Re
++
+
+
+=
Potencial de Imitação/Replicação
Equação 1 (R
2
: 0,115)
..174,0..225,0..217,0002,0.Re.Im. PartAutNivelConfBaseFuncpliPot
+
+
=
Equação 2 (R
2
: 0,299)
dCtGerAprendParElevEO
CliendIntNivelConfBaseFuncpliPot
Re397,0524,0466,0
.475,0Re435,0.190,0.193,0245,0.Re.Im.
+
+
+
+
=
Fonte: a autora
171
Dado que o segundo modelo, com o acréscimo de outras variáveis, demonstrou uma
elevação do R
2
ampliando, portanto, o poder preditivo da equação de regressão, e que teve o
maior resultado para as equações de Fortalecimento da Competitividade e Eficiência no Uso
dos Recursos, é o modelo usado como referência para as análises a seguir.
O Quadro 7 apresenta o comportamento dos sinais desse segundo modelo, a partir do
qual pode-se tecer os seguintes comentários:
Quadro 7 – Impacto dos fatores de aliança sobre os fatores de vantagens – Segundo modelo de regressão
Fatores de vantagem
Fatores da Aliança Fort. Comp. EficUsoRec PerspGes AprimProDis AprovInf RelCtoPos PotImiRepl
BaseFunc
++++ +-
-
-
-
-
--
-
-
-
--
NívelConf.
+ ++
Res Inter
++
AutPar
SemParc
+
PotEnfRisc
+
NivConc
+
PrestServ
+
Comer
+
IntRed
++
Clien
+
Concorre
Consor
+
TemMen1A
AprendPar
+
CompCom
CompCtProd
+
CompTec
+
DesNProdServ
ElevEO
RedCtGer
++
Configuração
Tempo
Razões
Outras variáveis
Setor
Ramo
Modalidade
Fonte: a autora
172
a) Fortalecimento da competitividade
Observando os resultados obtidos, pode-se concluir que quatro fatores de aliança
estratégica apresentaram um efeito positivo sobre os fatores de vantagens: base de
funcionamento, nível de confiança, resultado da interação e semelhança com o parceiro, no
sentido de que um aumento destes fatores provoca um aumento neste fator de vantagem.
Dessa forma, esses fatores, que tratam da colaboração por meio de confiança (KANTER,
1994, 1995), ganhos mútuos (JOHANSON e MATTSON, 2001), organização administrativa
(HAGEDOORN e SCHAKENRAAD, 1994), papel da empresa na aliança
(VENKATRAMAN e HENDERSON, 1998), comprometimento (DAI e KAUFMANN,
2003), equilíbrio de informações, confiança ao tempo certo, lealdades não conflitantes
(KANTER, 1997), cooperação para a obtenção de uma posição mais forte sem que ocorram
perdas (DAI e KAUFMANN, 2003) e entendimento da heterogeneidade dos parceiros como
fator influenciador da interação (PYKA e WINDRUM, 2003), influenciam positivamente em
diferenciação (PORTER, 1991), elevação do poder de resposta pela agilidade e flexibilidade
(GRANT, 1992; TEECE, 1993), potencial de pioneirismo (CHANDLER, 2002), poder de
conter a ação de competidores pela elevação de barreiras de entrada em experiência e
reputação (TEECE, 1984; PORTER, 1991; GRANT, 1991) e potencial de inovação (TEECE
et al., 1997).
Há ainda a influência positiva quando as razões para a formação da aliança são
Aprender com o Parceiro e Compartilhar Tecnologia. Já o Compartilhamento dos Custos de
Produção tem um efeito negativo sobre o fator provavelmente devido à necessidade de maior
formalidade no acordo pelo envolvimento financeiro, que poderia tornar as decisões menos
ágeis.
b) Eficiência no Uso dos Recursos
Doz e Hamel (1998) afirmam que em face à elevação de contingências e incertezas os
173
acordos tendem a ser mais institucionalizados e argumentam que a confiança pré-existente
também interfere na profundidade do arranjo por viabilizar um tratamento mais informal
nesse contexto. Na regressão, o fator Nível de Confiança interfere de maneira negativa no
fator Eficiência no Uso dos Recursos. Paradoxalmente, enquanto a aliança fica mais formal os
laços tendem a se tornar mais informais (DOZ e HAMEL, 1998), o que poderia resultar em
condescendência entre as partes e consequente perda de eficiência, aspecto não verificado
neste estudo.
Por outro lado, o fator Nível de Concordância no Relacionamento, que se relaciona à
precisão dos limites de atuação e equilíbrio na gestão de posturas conflitantes (CLARKE-
HILLet al., 2004), impacta positivamente nesse fator de vantagens, como também o fator
Base de Funcionamento.
Das demais variáveis, quando a configuração da aliança for um consórcio entre
empresas de um mesmo setor para a formação de uma nova organização e haja a intenção de
aprender com o parceiro a influência é negativa justamente porque requerem mais tempo para
execução e o fator em tela tratar da explicitação da estratégia (ANSOFF, 1990), uso dos
recursos (BARNEY, 1991) e capacidades dinâmicas (TEECE et al., 1997) para atuar em
ambientes de rápidas mudanças. Já o Compartilhamento dos Custos de Produção exerce uma
influência positiva.
c) Perspectiva de Gestão
Além do fator Base de Funcionamento, esse fator de vantagens sofre o efeito positivo
caso o ramo de negócio seja Integração e Redes.
O impacto negativo é a influência do Tempo da Aliança Menor que 1 ano sobre o
fator, que leva a considerar a inexperiência da gestão decorrente do menor tempo de
existência da aliança. Quanto mais se elevar essa variável, menor será o resultado observado
no fator de vantagem.
174
d) Aprimoramento da Produção e Distribuição
Esse fator sofre o efeito positivo não só de Base de Funcionamento, mas do fator
Potencial de Enfrentar Riscos, que se relaciona ao grau de proteção que a aliança oferece à
empresa (PYKA e WINDRUM, 2003). O aprimoramento nessas áreas pode dar à empresa o
potencial de gerar uma diferença sobre os concorrentes (CHANDLER, 2001b) e está
relacionado à alocação de recursos para atingir economias de escala e escopo (CHANDLER,
2001b; TEECE, 1993).
Das demais variáveis há que se considerar o efeito positivo caso a empresa seja
prestadora de serviços, o que se apresenta como uma condição questionável por se tratar desse
fator. Outra variável é a razão Compartilhamento da Comunicação que tem um efeito positivo
sobre o fator uma vez que esses aprimoramentos ampliam o potencial de atendimento da
demanda que deve ser informada sobre isto.
e) Aproveitamento da Informação
Nesse caso, o fator que exerce um efeito positivo é o Nível de Confiança, que
congrega o nível de comprometimento, equilíbrio das informações, confiança ao tempo certo
e lealdades não conflitantes (KANTER, 1997). O único impacto da formação de alianças com
concorrentes identificado na pesquisa foi quanto a esse fator, que congrega o processamento
eficiente da informação (BARNEY, 1991; PORTER, 1999) e a visão do ambiente para
subsídio à ação (PORTER, 1989). O impacto negativo denota a abertura que uma aliança dá a
competidores para acesso a informações mútuas.
Ainda sobre esse fator de vantagens cabe observar os impactos negativos do
Desenvolvimento de Novos Produtos/Serviços e de Elevação da Eficiência Operacional como
razões para formação. Estes dois fatores pressupõem o compartilhamento imediato do
conhecimento da empresa, nem sempre revertido em aprendizagem para os participantes.
175
f) Relação entre Custo e Posicionamento
Além dos fatores Base de Funcionamento e Resultado da Intercâmbio, que trata do
grau de cooperação atingido como propulsor de melhor posicionamento sem que ocorram
perdas (DAI e KAUFMANN, 2003), geram um efeito positivo nesse fator a empresa ser do
comércio, atuar em Integração e Redes, estabelecer alianças com clientes e objetivar reduzir
custos gerais com essa aliança. O efeito negativo ocorre se a aliança objetivar a aprendizagem
com o parceiro ou buscar a elevação da eficiência operacional, condição última que parece
contraditória já que o princípio explícito nesse fator de vantagem é a obtenção de liderança
em custos.
g) Potencial de Imitação/Replicação
Um ponto relevante é a influência negativa do fator Base de Funcionamento sobre o
fator Potencial de Imitação/Replicação ao que se pode argumentar que quanto maior for o
nível de organização, colaboração, clareza nos papéis desempenhados na aliança, maior
explicitação sobre a forma de atuar, menor a possibilidade de se obter ganhos por
ambigüidade causal e de se inibir a ação dos concorrentes uma vez que, diante da clareza do
arranjo, poderia haver o estímulo à imitação.
Nesse fator os efeitos positivos decorrem do Nível de Confiança, se o ramo for de
Integração e Redes, se a aliança é com cliente e foi formada objetivando redução de custos
gerais. Aprender com o parceiro e elevar a eficiência operacional são variáveis que têm um
efeito negativo sobre esse fator.
Três variáveis, em que pese sua significância, não constaram de quaisquer dos
modelos: faturamento superior a R$35 milhões, ampliação da região geográfica e participação
acionária. O fator Autonomia na Participação, que trata de exclusividade no que é oferecido à
aliança (DOZ e HAMEL, 2000) e equilíbrio de autoridade entre as partes (KANTER, 1997)
não tem efeito sobre os fatores de vantagens neste segundo modelo.
176
Em relação a análise do impacto do uso predominante da web sobre os fatores de
vantagens competitivas, utilizando-se o resultado obtido a partir das ANOVAs, verifica-se
que esta variável não foi estatisticamente significante para a construção de vantagens
competitivas na forma usada pelas empresas pesquisadas, cujos resultados para significância
são exibidos na Tabela 13 e com as demais informações disponíveis no APÊNDICE L. Essa
condição faz rejeitar a primeira hipótese deste trabalho que afirma que o uso da web por
alianças estratégicas contribui positivamente para a construção de vantagens competitivas.
Tabela 13 – ANOVA para a variável - Uso Predominante da Web
ANOVA
F Sig.
Fortalecimento da
competitividade
1,243 ,294
Eficiência no uso dos
recursos
1,000 ,422
Perspectiva de
retorno
,446 ,816
Aprimoramento da
produção e
distribuição
1,402 ,230
Aproveitamento da
informação
,936 ,461
Relação entre custo e
posicionamento
,431 ,826
Potencial de
imitação/replicação
,670 ,647
Fonte: a autora
Cabe ressaltar que, no grupo pesquisado, poucas empresas têm a Internet como
principal driver logo se pode considerar que, dentre as diferentes aplicações como as já
mencionadas neste trabalho nos diversos modelos de negócios, para efeito deste grupo tão
somente atua como uma ferramenta complementar ao negócio, aspecto que chama a atenção
para estas perspectivas de análise:
1)
Porter (1985) menciona que a tecnologia só poderá ser fonte direta de vantagens
caso seja o principal driver ou favorecer a sustentação de uma vantagem a) se
177
contribuir para reduzir o custo ou elevar a diferenciação; b) quando contribui para
mudar uma atividade de valor influenciando drivers de custo ou diferenciação; c)
quando é pioneira e gera vantagens do first-mover e d) quando eleva a atratividade
da indústria depois de sua difusão;
2)
Barney (1991) argumenta que a tecnologia é imitável e a complexidade social
envolvida, ou seja, a forma como o recurso é utilizado é que poderia gerar
inimitabilidade. Peteraf e Bergen (2003) corroboram esse argumento alegando que
as funcionalidades e o uso de recursos dão ao gestor uma visão de oportunidade e
das ameaças relacionadas às capacidades, como também o faz Porter (2001);
3)
Porter (2001) chama a atenção para o fato de que o potencial de disseminação da
Internet tende a tornar mais difícil a reversão de mais informações, facilidades nas
vendas, marketing, distribuição e transações em lucros para a empresa.
A pesquisa de campo com as empresas demonstrou que a web é mais utilizada para
comunicação entre os envolvidos das alianças (86,6% das empresas pesquisadas) e menos
para transações comerciais com graus mais altos de virtualidade, o que pressupõe um uso
muito semelhante entre as empresas, principalmente levando-se em conta o fato de que a força
de uma aliança também estaria no nível de confiança entre as partes que, a medida que
evoluísse, poderia contribuir para uma maior migração de aplicações para ao virtual.
Este aspecto leva a ser cogitada a hipótese de que se a web, em seus diferentes usos,
não for aplicada como um driver do negócio não contribuirá para a construção de vantagens.
Outra condição também está relacionada ao elevado grau de disseminação que esta
tecnologia já atingiu no mercado e que tendeu a tornar as empresas mais homogêneas do que
diferentes, o que descaracterizaria heterogeneidade, inimitabilidade, escassez, valor e não
substituição, como apregoados pela Resouce-based View.
Se de um lado a web aumenta as oportunidades para as empresas menores, sob o ponto
178
de vista de melhor inserção no mercado, por outro também as expõe a uma concorrência que
as nivela com empresas com maior porte.
O Quadro 8, a seguir, apresenta a síntese dos resultados da análise de regressão:
Quadro 8 - Resumo dos resultados da regressão múltipla
Método de seleção
A identificação dos modelos finais de regressão ocorreu a partir do
método de seleção backward.
Modelos de
regressão
O modelo 1 de regressão foi elaborado a partir dos fatores de alianças,
como variáveis independentes, e de vantagens competitivas, como
variáveis dependentes.
Em vista do baixo poder explicativo desse modelo foram incluídas
outras variáveis para composição do modelo 2: setor de atividade,
ramo de negócio, modalidade da aliança, razões para formação,
faturamento, participação acionária, configuração do negócio, tipo de
aliança, tempo de existência e uso da web.
Testes
Para todos os modelos foram verificadas as suposições de
normalidade, homocedasticidade e independência e em nenhum foram
observados valores aberrantes ou heterocedasticidade. A checagem da
normalidade também não apresentou problemas.
Resultados
Os modelos finais alcançaram maior poder preditivo para os fatores
Fortalecimento da Competitividade e Eficiência no Uso dos Recursos.
O fator de alianças Base de Funcionamento foi o que exerceu maior
influência nos fatores de vantagens, apenas não tendo afetado o fator
Aproveitamento da Informação e afetado negativamente o fator
Potencial de Imitação/replicação.
Outro fator de aliança relevante foi Nível de Confiança.
A principal constatação foi de que o Uso da Web não é uma variável
estatisticamente significante para a construção de vantagens no grupo
pesquisado
Fonte: a autora
Finalmente, apesar de terem sido detectadas relações entre os fatores de aliança
estratégica e os fatores de vantagens competitivas, o baixo grau de explicação obtido em cada
uma das equações de regressão (fato que não prejudica os resultados obtidos tendo em vista a
validade das suposições do modelo de regressão, bem como o baixo impacto percebido com a
inclusão das variáveis de controle), sugere uma última análise adicional visando a
identificação da relação entre os fatores de vantagens competitivas e aliança estratégica, que
179
foi realizada através da correlação canônica, descrita a seguir.
5.2.3 Correlação canônica
A correlação canônica é uma técnica que relaciona conjuntos de múltiplas variáveis
dependentes e independentes, estabelecendo a inter-relação entre estes conjuntos. Objetiva
quantificar a força da relação entre dois conjuntos de variáveis e relaciona-se a diversos
métodos de dependência como a análise fatorial (na criação e composição das variáveis), e
regressão múltipla (ao mensurar a força da relação), identificando as combinações lineares
que maximizam a correlação entre esses dois conjuntos de variáveis (HAIR JR. et al., 2005).
Dessa associação são geradas funções canônicas, que se baseiam na correlação entre
duas variáveis estatísticas canônicas, uma para variáveis dependentes e outra, para
independentes chamadas de pares canônicos. Como o intuito é maximizar a correlação não há
ênfase em qualquer variável estatística em particular, ou seja, qualquer variável de um
conjunto se relaciona com todas as variáveis de outro (HAIR JR. et al., 2005).
Em termos de interpretação, 0,05 é o nível de significância estatística aceito. Outra
condição a observar é e existência de sinais diferentes, já que variáveis com peso de mesmo
sinal demonstram uma relação direta, e sinais diferentes, uma relação inversa. A magnitude
dos valores é outro aspecto a ser observado.
Nesta análise, foram utilizadas diretamente o conjunto de variáveis originais
(assertivas sobre vantagens competitivas e aliança estratégica), tendo sido observado a
formação de 3 pares canônicos com nível descritivo significativamente diferente de zero,
conforme Tabela 14. O primeiro par canônico apresentou uma correlação de 94,1%, tendo o
segundo apresentado uma correlação de 77,6% e o terceiro de 74,8%, conforme Tabela 15.
180
Tabela 14 – Teste da significância das correlações canônicas obtidas entre os fatores de vantagens
competitivas e de alianças estratégicas
Raizes Lamda de Teste F gl gl nível
Wilks numerador denominador descritivo(p)
1 TO 20 ,00018 1,68814 480,00 1078,02 ,000
2 TO 20 ,00155 1,31545 437,00 1038,45 ,000
3 TO 20 ,00389 1,22829 396,00 997,81 ,006
4 TO 20 ,00883 1,14806 357,00 956,10 ,054
5 TO 20 ,01859 1,06760 320,00 913,30 ,233
6 TO 20 ,03712 ,97996 285,00 869,41 ,577
7 TO 20 ,06508 ,91259 252,00 824,40 ,809
8 TO 20 ,11154 ,82830 221,00 778,25 ,955
9 TO 20 ,17172 ,76169 192,00 730,93 ,989
10 TO 20 ,25783 ,67753 165,00 682,41 ,999
11 TO 20 ,35439 ,60890 140,00 632,62 1,000
12 TO 20 ,47412 ,52192 117,00 581,51 1,000
13 TO 20 ,56805 ,48257 96,00 528,96 1,000
14 TO 20 ,65686 ,44805 77,00 474,85 1,000
15 TO 20 ,75111 ,39205 60,00 418,96 1,000
16 TO 20 ,84117 ,31622 45,00 360,96 1,000
17 TO 20 ,90626 ,25386 32,00 300,31 1,000
18 TO 20 ,94561 ,22101 21,00 236,01 1,000
19 TO 20 ,97569 ,17125 12,00 166,00 ,999
20 TO 20 ,99424 ,09739 5,00 84,00 ,992
Fonte: a autora
Tabela 15 – Correlação canônica entre os fatores de vantagens competitivas e de alianças estratégicas
Pares Autovalores % var. % Acumulada Corr.Canônica Raiz
Canônicos quadrada
Corr.Ca
1 7,700 46,378 46,378 ,941 ,885
n.
2 1,516 9,130 55,508 ,776 ,603
3 1,268 7,638 63,147 ,748 ,559
4 1,106 6,659 69,806 ,725 ,525
5 ,997 6,005 75,811 ,707 ,499
6 ,753 4,538 80,349 ,655 ,430
7 ,714 4,300 84,649 ,645 ,417
8 ,540 3,250 87,899 ,592 ,350
9 ,501 3,020 90,919 ,578 ,334
10 ,375 2,256 93,175 ,522 ,272
11 ,338 2,035 95,210 ,503 ,253
12 ,198 1,193 96,403 ,407 ,165
13 ,156 ,942 97,345 ,368 ,135
14 ,143 ,864 98,209 ,354 ,125
15 ,120 ,722 98,931 ,327 ,107
16 ,077 ,466 99,397 ,268 ,072
17 ,043 ,262 99,659 ,204 ,042
18 ,032 ,192 99,851 ,176 ,031
19 ,019 ,114 99,965 ,137 ,019
20 ,006 ,035 100,000 ,076 ,006
Fonte: a autora
181
Em que pese tenham sido demonstrados seis pares na Tabela 16 em vista da alta
correlação que representam mais de 80% do total, apenas os três primeiros são analisados,
pois apresentaram níveis compatíveis de significância.
Tabela 16 – Matriz de correlação entre cada par canônico e as variáveis originais
Variable 123456 Covariate 123456
CONHEC -49% -8% 4% 12% -4% 2% DIF -3% 30% -15% -21% -32% 7%
DISSE -62% 1% -20% 37% 2% 23% COOP -76% -28% 10% 21% 15% 0%
POSIC -52% -16% -37% -29% -27% -29% SEMCONF -25% -10% -13% 26% 28% 42%
PRODIF -59% 32% 0% 1% -24% 9% GER -6% 3% 14% -53% -28% 23%
GANID 60% -21% -10% -24% 7% 37% CONF -67% 0% -27% 28% -10% 9%
POTEN -76% 15% 17% 13% -2% 2% POTCOMP -89% 0% 4% 3% -9% -3%
CAGIL -57% 14% -33% -7% -12% -6% CONCFU -7% 27% 7% -31% 17% 29%
SIN -27% 6% -19% 23% 11% 27% MERIS -32% -30% -30% -14% 24% 16%
USOTEC -64% -11% -18% 13% 9% 24% NREVEL -8% 25% 1% -19% -36% 25%
CONFUT -71% 1% 4% 20% -15% 16% MAISCAP -53% 23% -41% 16% 7% -20%
PRIM -54% -5% 23% -27% -34% 18% INDEP -35% 7% -49% 10% 3% 24%
INTEGRAD -65% -13% -8% 38% 16% 2% EGAST -44% 14% -44% -36% 43% 0%
OPMER -43% 1% -25% -13% 25% 22% GANFORT 22% -4% -7% -37% -18% 6%
POTPRO -49% 20% 12% 4% 19% 16% UNIC -35% 20% 21% -21% 29% 18%
SATIS -51% -5% -6% 19% 14% 23% AUTOR -51% 2% -9% -20% 9% 13%
FORTME -76% 2% -1% -1% -5% -6% NAOCONF 27% 37% 5% -35% -8% -12%
EXPER -58% -21% -2% -11% -11% 3% DESENT 9% 14% 20% -22% -10% 17%
IMAG -60% 16% -2% 5% -4% 10% COMPRO -71% 6% 18% 16% 3% 16%
ECON -26% -12% 23% -55% 1% 28% DEFSOL -60% 29% -6% 26% 5% 26%
DIST -38% 20% -9% 1% 35% -31% MONIT -70% -12% -4% 16% -9% 22%
AGIL -58% -11% -20% -27% 46% -14%
COESA -72% -40% 8% 15% 22% 2%
GANOVA -80% 12% -2% -13% 16% 9%
FLEX -72% 3% -3% -9% 32% 10%
Fonte: a autora
Analisando-se os valores das correlações entre cada um dos pares canônicos e as
variáveis originais da Tabela 16, pode-se identificar que o primeiro par canônico relaciona as
assertivas que compõem os fatores Fortalecimento da Competitividade e Eficiência no Uso
dos Recursos com frases relacionadas ao engajamento, cooperação e monitoramento da
aliança. Tal resultado corrobora com o anteriormente obtido a partir do modelo de regressão
para os fatores Fortalecimento da Competitividade e Eficiência no Uso dos Recursos, o qual
apontou como principal influenciador pelas alianças o fator Base de Funcionamento.
182
As relações estabelecidas são demonstradas no Quadro 9.
Quadro 9 – Resultado da correlação canônica através da combinação de pares
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 2
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 2, 4
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 2, 4
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 2
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira coesa na aliança 1,3
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 2
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que aceleram a obtenção de ganhos 2
Alianças
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de competição no mercado
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida
Vantagens
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira coesa na aliança 2
Alianças
Os parceiros são muito diferentes entre si
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto
Após a aliança a empresa corre menos riscos
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança
Vantagens
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 4
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 4
Alianças
Após a aliança a empresa corre menos riscos
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança
A aliança não interferiu na independência da empresa
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários
Par 1
A
B
C
D
E
F
G
1
2
3
4
Par 2
A
B
1
2
3
4
5
Par 3
A
B
1
2
3
4
Vantagens Relação
Fonte: a autora
Observe-se que nesta relação entre pares, as assertivas de vantagens do par 1 fazem
parte do conjunto de assertivas dos fatores Fortalecimento da Competitividade e Eficiência no
Uso dos Recursos, e as de aliança fazem parte do fator Base de Funcionamento, definidos pela
fatorial e analisados na regressão.
A correlação canônica mostrou que assertivas de alianças estão efetivamente
influenciando as assertivas de vantagens competitivas. Assim, como na regressão, essa análise
expõe a influência que a organização da aliança exerce sobre a melhoria de eficiência e força
183
da empresa no mercado.
Embora os demais pares apresentem magnitude e nível de significância compatíveis
com a análise, por demonstrarem a forte relação estatística, não viabilizam a análise sob o
ponto de vista prático.
O Quadro 10 sintetiza os resultados dessa análise:
Quadro 10 - Resumo dos resultados da correlação canônica
Das inter-relações entre as assertivas de vantagens e alianças surgiram 3 pares canônicos,
que apresentaram nível descritivo significativamente diferente de zero, com alto percentual
de correlação (94,1%, 77,6% e 74,8%).
Apenas o primeiro par viabilizou a análise prática que demonstrou que as assertivas que
tratam da organização da aliança influenciam as assertivas de vantagens que abrangem a
melhoria de eficiência e força da empresa no mercado.
Este resultado veio ao encontro do resultado da análise de regressão que ressaltou o maior
poder predidivo dos modelos de Fortalecimento da Competitividade e Eficiências no Uso
dos Recursos e a importância dos fatores Base de Funcionamento e Nível de Confiança,
relacionada às alianças.
Fonte: a autora
Finalizadas estas análises são apresentadas as conclusões acerca do estudo bem como
as limitações e propostas de desenvolvimento para estudos futuros.
184
Conclusões, limitações do estudo e sugestões para estudos futuros
Este estudo procurou tecer um panorama acerca do impacto de alianças estratégicas
que usam a web para a construção de vantagens competitivas, sob a perspectiva de gestores de
alianças em empresas de TI.
O trabalho verificou que as três principais razões para a formação de alianças são: a)
desenvolvimento de produtos/serviços; b) elevação da eficiência operacional e c) ampliação
da região geográfica de atuação.
Verificou o grau de uso da web, desde correio eletrônico até aplicações 100% virtuais,
e identificou que o predomínio de uso pelas empresas pesquisadas é exclusivamente para
comunicações em 46,3% das empresas, seguido de comunicações e parte de transações
comerciais, com 40,3% das empresas respondentes.
Identificou ainda que as empresas formam alianças preferencialmente com
fornecedores e complementadores. Esse tipo de arranjo com concorrentes apenas acontece em
2,4% das empresas, aspecto que demonstra que no grupo pesquisado ainda não se considera
os benefícios de se unir visões de competição e cooperação para o estabelecimento de uma
rede de valor, conforme sugerem Nalebuff e Brandenburguer (1996).
Identificou que as alianças podem, de fato, contribuir para a construção de vantagens
competitivas e discutiu em que medida isso pode acontecer de acordo com algumas situações
específicas, a partir das análises fatorial, regressão múltipla e correlação canônica:
1.
A análise fatorial partiu das vinte e quatro assertivas de vantagens e vinte
assertivas de alianças para formar sete fatores para cada variável utilizados na
regressão:
a.
Vantagens competitivas: fortalecimento da competitividade, eficiência
no uso dos recursos, perspectiva de gestão, aprimoramento da produção
185
e distribuição, aproveitamento da informação, relação entre custo e
posicionamento e potencial de imitação/replicação;
b.
Alianças estratégicas: base de funcionamento, nível de confiança,
resultado do intercâmbio, autonomia na participação, semelhança entre
os parceiros, potencial de enfrentar riscos e nível de concordância entre
os parceiros
2. A análise de regressão apresentou um baixo poder explicativo no primeiro modelo
elaborado, condição que levou à inclusão de outras variáveis e resultou na
preparação de um segundo modelo que, reforçando o primeiro, demonstrou o
maior poder do fator de aliança relacionado à organização (base de
funcionamento) como principal influenciador dos fatores de vantagens;
3. Em vista dessa situação foi realizada a análise por correlação canônica a fim de se
observar a confirmação ou não do que os modelos de regressão sinalizavam. O que
ficou mais evidente nessa análise é que as variáveis de vantagens relacionadas à
melhoria de eficiência e força da empresa no mercado efetivamente se
correlacionam com as varáveis de alianças que tratam da organização, aspecto que
confirmou a análise de regressão.
Em que pese, sob o ponto de vista teórico, haver o indício de que o uso da web poderia
gerar vantagens para a empresa, a pesquisa de campo mostrou que nesse grupo isso não
acontece, aspecto que refuta a primeira hipótese definida de que o uso da web por alianças
estratégicas em empresas de TI contribui positivamente para a construção de vantagens
competitivas.
A segunda hipótese foi parcialmente comprovada já que, entre as três principais razões
para a formação das alianças, a eficiência operacional aparece como segunda alternativa. A
redução de custos, também sugerida na hipótese aparece como a quarta razão.
186
A terceira hipótese também foi refutada uma vez que as empresas, mesmo desse
segmento, usam a web predominantemente para comunicação e não para transações, como
pressuposto. Sobre isso, cabe citar Kanter (1987) que afirma que os efeitos da tecnologia da
informação são gerar a eficiência na transação e permitir o controle da informação. No
primeiro caso, com tendência à maior homogeneização das empresas, mas, no segundo, com
potencialidades ilimitadas. Uma vez que a pesquisa demonstrou que o uso da web não causa
impacto sobre as vantagens competitivas pode-se considerar que é o uso semelhante pelas
empresas do estudo, mesmo para comunicação, que não o faz ser uma fonte de vantagem, o
que reitera o argumento de Barney (1991) ao afirmar que a complexidade social existente no
uso da tecnologia, mais do que a posse, é a condição para gerar inimitabilidade e consequente
potencial para gerar uma vantagem.
A literatura revisada sugere que a formação de alianças é uma fonte potencial para a
geração de vantagens por propiciar flexibilidade, redução dos custos de transação,
manutenção do enfoque da empresa nas competências essenciais, redução da necessidade da
verticalização e economias diversas. A extensa discussão sobre os fatores e o conjunto de
análises realizadas neste trabalho atribui, dentre as características da aliança, que sua
estruturação é essencial para fundamentar a construção de vantagens, tendo a confiança como
segundo fator preponderante para isso.
A avaliação final deste trabalho leva a considerar que os elementos componentes das
alianças que mais predisporiam as empresas a obterem vantagens são: a colaboração
construída a partir de vínculos de confiança, o enfoque em ganhos mútuos, a organização
administrativa, a clareza do papel da empresa na aliança, o comprometimento, a cooperação
para a obtenção de uma posição mais forte sem que ocorram perdas, o entendimento da
heterogeneidade dos parceiros como fator influenciador da interação e o equilíbrio na gestão
de conflitos. Esses elementos impactariam mais fortemente a construção de vantagens
187
relacionadas com a diferenciação, elevação de flexibilidade e agilidade, potencial de se atingir
vantagens do first-mover, elevação de barreiras em experiência e reputação e potencial de
inovação. Impactariam positivamente ainda no grau de explicitação da estratégia, no uso dos
recursos para a obtenção de capacidades dinâmicas (integrar, coordenar, reconfigurar e
transformar recursos e capacidades para a criação e captura dos ganhos decorrentes da
inovação antes que seja difundida), a fim de melhor aproveitar os ativos justamente porque
viabiliza à empresa agir em ambientes de rápida mudança.
Um segundo conjunto de elementos das alianças (equilíbrio na distribuição das
informações, a confiança construída ao tempo certo e lealdades não conflitantes), em que pese
exerça influência positiva sobre o primeiro conjunto de potenciais vantagens apresentado,
impactaria negativamente no fator Eficiência no Uso dos Recursos, que congrega o quanto a
estratégia é explicitada, o uso dos recursos e a obtenção de capacidades dinâmicas. Esse
aspecto leva a considerar que o entendimento adequado do elemento confiança nas relações é
o efetivo influenciador do sucesso da aliança, sob o ponto de vista da precisão dos limites e
nível de relacionamentos das pessoas, aspecto que vem ao encontro do argumento de Kanter
(1997) de que a eficácia dessa dependeria de uma base sólida de confiança entre pessoas que
se conheçam além dos papéis desempenhados. Embora não verificado neste estudo representa
um importante enfoque a ser verificado por outro trabalho.
De todos os fatores analisados, o fator de aliança Base de Funcionamento, que abrange
a colaboração estabelecida por vínculos de confiança, ganhos mútuos, organização
administrativa, papel da empresa na aliança e comprometimento, é o que exerce a influência
mais abrangente para a construção de vantagens.
Dentro da visão integrativa proposta por este trabalho, com a junção das perspectivas
exógena e endógena, observa-se a mescla de variáveis de uma e de outra como passíveis de
influência pelos fatores de aliança, traduzidas nos fatores Fortalecimento da Competitividade
188
e Eficiência no Uso dos Recursos, para os quais os modelos de regressão tiveram maior
potencial preditivo. O segundo fator teve predominância, o que sinaliza que a força do
impacto de uma aliança estaria primeiro relacionada à perspectiva endógena e depois à
exógena.
A complexa discussão sobre modelos virtualizados de negócios objetivou não só dar
um panorama acerca de novas possibilidades, mas principalmente ressaltar que a virtualização
proposta pelos autores tem sua força relativizada ao grau e intenção com que as partes
convergem para um objetivo em comum, baseadas em confiança e pretensão de ganhos
mútuos. Sob esta perspectiva há que se resgatar as opiniões de Michael Porter, discutidas
neste trabalho, que propõe que a incorporação da web objetiva reconfigurar negócios em
indústrias existentes, principalmente pelo fato da maior parte das empresas ainda não ter
transposto a fronteira da virtualização da maneira como Tapscott, Ticoll, Kalakota e
Robinson, Amit e Zott, entre outros, pontuam, lembrando que esses autores dão ênfase mais
às transações do que visualizando essa tecnologia com ênfase em comunicações.
O aspecto mais relevante neste estudo foi identificar que o uso da web pelas empresas
analisadas não contribui para a construção de vantagens de qualquer ordem, o que remete à
discussão quanto ao seu uso como ferramenta ou driver principal do negócio. Nessa pesquisa
ficou evidente seu uso como ferramenta de comunicação, o que faz prevalecer os pressupostos
de Porter e, sob essa perspectiva, estudos futuros poderiam verificar junto a empresas que a
utilizam como principal driver ou associada ao principal driver se essas obtêm vantagens com
isso.
Em síntese, o uso da web poderia ser um fator gerador potencial de vantagens desde
que fôsse o principal driver ou colaborasse diretamente com o principal driver do negócio,
caso seu uso para comunicações tivesse uma tônica diferenciada e o uso para transações
efetivamente contribuísse para a elevação de eficiência. Outro aspecto relacionado a essa
189
questão é se o melhor aproveitamento do recurso se dá a medida que aumenta o grau de
confiança entre as partes, ou seja, se há uma tendência à virtualização do relacionamento,
condição que dispensaria o contato pessoal direto, decorrente do estreitamento dos laços entre
as partes.
Com relação às razões para formação dos arranjos cabe questionar se as empresas
conhecem outras possibilidades, se conhecem o potencial de uma aliança ou se,
propositadamente, optam pelas razões mais citadas, situação não verificada neste trabalho,
mas que pode ser sugerida como perspectiva para investigações futuras uma vez que ficou
evidente o predomínio das razões desenvolvimento de novos produtos/serviços, aumento da
eficiência operacional e ampliação da região geográfica como as mais importantes, práticas
que denotam mais a busca de melhoria da performance da empresa do que o
compartilhamento de recursos para busca de inovações ou o enfoque nas competências
essenciais da empresa, razão esta elencada como a quinta mais importante e com quase
metade da pontuação da primeira razão.
O estudo também sinalizou que as alianças analisadas são mais elementares e
informais, com menor compartilhamento de informação, maior independência das partes e
confiança relativa, devido ao tempo de existência (51,2% das empresas estão na aliança há
mais de três anos) e a sua configuração estar mais relacionada à busca de aprimoramento
(70,3% das empresas) do que propriamente a arranjos mais institucionalizados, o que poderia
lhes conferir maior formalidade. Contudo, não verifica o quanto esta informalidade observada
impactou a avaliação das vantagens.
O estudo também não discute as percepções de cargos diferentes, ressaltando o fato de
que o gestor da aliança foi solicitado a responder, função não necessariamente ocupada na
forma de um cargo. Poucas foram as empresas em que o respondente, de fato, ocupava
especificamente o cargo de gestor de alianças. Esta situação pode ter trazido um viés em
190
termos de compreensão das alianças sob um ponto de vista mais aprofundado. Outro fator foi
a distribuição dos elementos da amostra estar desproporcional entre empresas de diferentes
portes, o que também pode ter trazido um viés em termos da relevância atribuída às variáveis
das escalas.
Uma outra perspectiva para análise futura é o aprofundamento do que foi aqui
condensado sob os fatores Base de Funcionamento e Nível de Confiança, como forma de se
estabelecer um arcabouço de recomendações para a constituição de uma aliança que, de fato,
seja estratégica, por criar e desenvolver a posição competitiva da empresa por meio da junção
e combinação das capacidades dos parceiros e o compartilhamento de competências, para
expandir e diversificar os recursos da empresa (DUSSAUGE e GARRETE, 1999), já que
foram aqui identificados como os fatores mais relevantes para a construção de vantagens,
mesmo porque conhecer melhor a dinâmica e os limites de uma aliança pode favorecer,
inclusive, a adoção mais freqüente por empresas concorrentes.
Da maneira como foi concebido, salvo algumas alterações necessárias para ser
direcionado a segmentos específicos, este foi um estudo que poderá ser aplicado junto a
qualquer indústria que faça uso de alianças estratégicas.
Como consideração final cabe ressaltar a expectativa deste estudo contribuir para uma
melhor compreensão do uso da web e da formação de alianças estratégicas, e quais as
vantagens obtidas com isto, inclusive por empresas não participantes de alianças, o que lhe
daria a condição de ter, efetivamente, contribuído para o desenvolvimento pretendido pelo
Governo Federal para a indústria brasileira de Tecnologia da Informação.
191
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200
APÊNDICE A – Questionário
Perfil do respondente
Nome:
Cargo na empresa:
e-mail de contato
Nome da empresa:
Localização: Cidade Estado:
A empresa utiliza a web para relacionar-se S N Se a resposta for NÃO, você será direcionado(a) para o final
.
com parceiros? Obrigada!
Bloco 1 - Perfil da empresa (selecione o item que mais se adeque à empresa)
1 Participacão acionária
1 100% nacional 2 mista 3 multinacional
2 Faturamento anual bruto
1 até R$700 mil
2 de R$700 mil a R$6,125 milhões
3 de R$ 6,125 milhões a R$ 35 milhões
4 acima de R$ 35 milhões
3 Setor(es) de atividade (admitida mais de uma resposta)
3 prestação de serviços 4 comércio 5 indústria
4 Ramo(s) de negócios (admitida mais de uma resposta)
6 hardware
7 software
8 Internet
9 integração e redes
10 consultoria
5 Configuração do negócio. Empresa baseada:
1 exclusivamente no ambiente físico
2 no ambiente físico e com participação na Internet: site institucional e/ou
portal corporativo (com intranet e/ou extranet)
3 no ambiente físico e com participação na Internet: site institucional e/ou
portal corporativo (com intranet e/ou extranet) e com comércio eletrônico
4 exclusivamente no ambiente web
201
Bloco 2 - Perfil da aliança
6 Tipos de aliança em que a empresa participa (admitida mais de uma resposta)
12 com fornecedores 13 com clientes 14 com concorrentes
15 com complementadores (empresas que oferecem produtos complementares aos da empresa).
ATENÇÃO:
Caso mais de uma resposta tenha sido assinalada nesta questão, prossiga a partir da questão 7
considerando a modalidade de
ALIANÇ
A
MAIS FORTE
da empresa.
Se apenas uma resposta foi assinalada na questão 6,
REPIT
A
o resultado na questão 7 e prossiga.
7 Modalidade de aliança MAIS FORTE
1 com fornecedores 2 com empresas clientes 3 com concorrentes
4 com complementadores
8 Configuração da aliança estabelecida
1 consórcio entre empresas de um mesmo setor para estabelecer uma nova organização
2
cooperação para o desenvolvimento de empreendimentos (joint venture )
3 busca de aprimoramento de processos de negócios em ação complementar com envolvidos (fornecedores/clientes/funcionários)
9 Tempo de existência da aliança mais forte
1 menos de 1 ano 2 de 1 a 3 anos 3 mais de 3 anos
10 Uso PREDOMINANTE do ambiente web para relacionamento com o(s) parceiro(s)
1 as transações e comunicações são realizadas 100% pela web
2 apenas transações comerciais e/ou troca eletrônica de dados
3 parte das transações comerciais, troca eletrônica de dados, troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato
4 troca eletrônica de dados, troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
5 troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
6 apenas correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
11 Escolha apenas TRÊS ALTERNATIVAS que melhor expliquem o que motivou a formação da aliança mais forte
e as enumere de acordo com os seguintes graus de importância:
1 para a mais importante; 2 para importância média e 3 para menor importância
20 ampliar da região geográfica de atuação
21 desenvolver novos produtos e/ou serviços
22 compartilhar custos de pesquisa
23 compartilhar custos de produção
24 gerar intercâmbio formal e informal de pessoas e idéias
25 elevar a eficiência operacional
26 focalizar as habilidades essenciais da empresa
27 compartilhar tecnologias
28 aprender com o parceiro
29 compartilhar a comunicação de produtos e serviços
30 reduzir custos gerais
202
Bloco 3 - Avaliação das vantagens competitivas
123456
31 O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança
32 Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam
33 A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado
34 Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados
35 Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a empresa
36 A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços
37 A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado
38 A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões
39 Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente
40 O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no futuro
41 A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao mercado
42 As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente
43 Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas para aproveitá-la
44 A empresa melhorou seu potencial de produção
45 Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da aliança
46 A aliança tornou a empresa mais forte no mercado
47 A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a empresa
48 A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança
49 As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a empresa
50 A empresa melhorou seu potencial de distribuição
51 Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do mercado
52 As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira coesa na aliança
53 A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações
54 A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que aceleram a obtenção de ganhos
Prezado (a) respondente,
Pontue cada afirmativa relacionada às vantagens a partir do seguinte critério:
de
1
(discordância total) a
6
(concordância total)
FAÇA O PREENCHIMENTO CONSIDERANDO A ALIANÇA MAIS FORTE ESTABELECIDA
Bloco 4 - Avaliação da aliança estratégica
123456
55 Os parceiros são muito diferentes entre si
56 O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto
57 Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito
58 Existem problemas de gerenciamento da aliança
59 Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança
60 Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de competição no mercado
61 Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro
62 Após a aliança a empresa corre menos riscos
63 Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança
64 A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança
65 A aliança não interferiu na independência da empresa
66 A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários
67 A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho
68 Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem
69 A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras
70 Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras
71 Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar
72 As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança
73 A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança
74 A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida
Prezado (a) respondente,
Pontue cada afirmativa relacionada às característica da aliança s a partir do seguinte critério:
de
1
(discordância total) a
6
(concordância total)
FAÇA O PREENCHIMENTO CONSIDERANDO A ALIANÇA MAIS FORTE ESTABELECIDA
203
APÊNDICE B – Mensagem para disseminação por contato indireto via meio eletrônico
Olá,
No contexto atual, novas configurações de negócios permitem que uma empresa
rapidamente consiga o que precisa quando desenvolve parcerias. Fala-se que é vantajoso
para as empresas formarem alianças e que alianças em TI tendem a apresentar resultados
positivos.
Será que alianças estratégicas que usam o ambiente web
geram vantagens para as empresas de TI?
É isto o que quero verificar.
Meu nome é Conceição Barbosa e conduzo um estudo orientado pelo Prof. Dr. Moisés Ari
Zilber, da Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP, que trata de identificar que tipo de
vantagens uma empresa de TI obtém ao formar uma aliança utilizando a web.
Por que isto vai ser bom para as empresas?
1)
Para compreenderem melhor seu ambiente competitivo e conhecerem as vantagens obtidas
com as alianças;
2)
Para saberem o quanto as relações via web ampliam o potencial de sucesso de uma parceria;
3)
Por que o Governo Federal sancionou uma lei de incentivo à Tecnologia da Informação
(10.973/04) para elevar a autonomia tecnológica do país, inclusive através de alianças
estratégicas e projetos de cooperação, ou seja,
este estudo será, sobretudo, útil para as empresas.
Por que é importante que sua empresa participe?
1) Se sua empresa tem parcerias de negócios, sejam com fornecedores, clientes, concorrentes ou
empresas complementares, então tem uma experiência para ser compartilhada;
2) Quanto mais empresas participarem, mais confiáveis serão os resultados, portanto, mais úteis para
todos;
3) Sua empresa receberá os resultados do estudo tão logo seja finalizado.
Como participar:
1)
Sua empresa deve fazer parte de alianças de negócios;
2)
A pessoa que responder deve ser o(a) responsável pela formação e/ou manutenção
da(s) aliança(s).
Caso não seja você, solicito que encaminhe esta mensagem;
3)
Agora é só CLICAR AQUI para participar. Não serão mais do que 15 minutos.
Obrigada por me apoiar neste projeto. Estou à disposição para esclarecimentos.
Sucesso!
Conceição Barbosa*
conbarbosa@estrategiaonline.com.br
*Especialista em Estratégia, Marketing e e-Educação. Apresentou o trabalho: Gestão do Conhecimento e a
sustentação das vantagens competitivas no XI Seminario de Gestión Tecnológica da Asociación Latino-
Iberoamericana de Gestión Tecnológica (ALTEC) em outubro de 2005.
204
APÊNDICE C – Home Page (www.estrategiaonline.com.br/pesquisa)
205
APÊNDICE D – Codificação dos itens do questionário
Questão Número
da
variável
Descrição do código Nome da
variável
Perfil da empresa
1 1 Participacão acionária
1 = 100% nacional
2 = mista
3 = multinacional
PART
2 2 Faturamento
1 = até R$700 mil
2 = de R$700 mil a R$6,125 milhões
3 = de R$ 6,125 milhões a R$ 35 milhões
4 = acima de R$ 35 milhões
FAT
3 Setor(es) de atividade (admitida mais de uma resposta)
3 Prestação de serviços
SETPRE
4 Comércio
SETCOM
5 Indústria
SETIND
4 Ramo(s) de negócios (admitida mais de uma resposta)
6 Hardware
HARD
7 Software
SOFT
8 Internet
NET
9 Integração e redes
INTEGRA
10 Consultoria
CONSULT
5 11 Configuração do negócio. Empresa baseada:
1 = exclusivamente no ambiente físico
2 = no ambiente físico e com participação na Internet: site
institucional e/ou portal corporativo (com intranet e/ou
extranet)
3 = no ambiente físico e com participação na Internet: site
institucional e/ou portal corporativo (com intranet e/ou
extranet) com comércio eletrônico
4 = exclusivamente no ambiente web
CONFIG
Perfil da aliança
6 Alianças estratégicas em que a empresa participa
12 Com fornecedores
ALFOR
13 Com clientes
ALCLI
14 Com concorrentes
ALCONC
15 Com complementadores
ALCOMP
7 16 Modalidade mais forte
1 = com fornecedores
2 = com clientes
3 = com concorrentes
4 = com complementadores
FORTE
8 17 Tipo de aliança estabelecido
1 = consórcio entre empresas de um mesmo setor para
estabelecer uma nova organização
2 = cooperação para o desenvolvimento de
TIPO
206
empreendimentos (joint venture)
3 = busca de complementariedade entre envolvidos
(fornecedores, clientes, funcionários)
9 18 Tempo de existência
1 = menos de um ano
2 = 1 a 3 anos
3 = mais de 3 anos
TEMPO
10 19 Uso predominante de ambiente web para relacionamento
com o(s) parceiro(s)
1 = todas transações e comunicações realizadas 100% pela
web
2 = apenas transações comerciais e/ou troca eletrônica de
dados
3 = parte das transações comerciais, troca eletrônica de
dados, troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato
4 = troca eletrônica de dados, troca de documentos, correio
eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP,
etc)
5 = troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
6 = correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat,
voz sobre IP, etc)
WEB
11 Razão ou razões para a formação da aliança
20 Ampliar da região geográfica de atuação
GEO
21 Desenvolver de novos produtos e/ou serviços
PROSERV
22 Compartilhar custos de pesquisa
PESQ
23 Compartilhar custos de produção
PRODU
24 Gerar intercâmbio formal e informal de pessoas e idéias
INTER
25 Elevar a eficiência operacional
EOPER
26 Focalizar as habilidades essenciais da empresa
HABIL
27 Compartilhar tecnologias
TECNO
28 Aprender com o parceiro
APRENDE
29 Compartilhar a comunicação de produtos e serviços
COMUNI
30 Reduzir custos gerais
REDU
12
Assertivas relacionadas às vantagens competitivas
31 O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou
com a aliança
CONHEC
32 Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que
dela participam
DISSE
33 A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor
posicionada no mercado
POSIC
34 Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos
diferenciados
PRODIF
35 Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a
aliança favoreceu a empresa
GANID
36 A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de
produtos e/ou serviços
POTEN
37 A cooperação e coordenação da aliança elevaram a
CAGIL
207
agilidade da empresa no mercado
38 A aliança tem um eficiente sistema de informações para
subsidiar as decisões
SIN
39 Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente
USOTEC
40 O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa
a ser mais competitiva no futuro
CONFUT
41 A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer
novas alternativas ao mercado
PRIM
42 As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente
INTEGRA
43 Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por
empresas que estavam aptas para aproveitá-la
OPMER
44 A empresa melhorou seu potencial de produção
POTPRO
45 Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a
empresa participa da aliança
SATIS
46 A aliança tornou a empresa mais forte no mercado
FORTME
47 A experiência acumulada com a aliança dificulta aos
concorrentes competirem com a empresa
EXPER
48 A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança
IMAG
49 As economias atingidas com a aliança desestimulam os
concorrentes a copiarem a empresa
ECON
50 A empresa melhorou seu potencial de distribuição
DIST
51 Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para
lidar com as mudanças do mercado
AGIL
52 As equipes das empresas participantes são bem
coordenadas e atuam de maneira coesa na aliança
COESA
53 A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com
inovações
GANOVA
54 A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para
atingir capacidades que aceleram a obtenção de ganhos
FLEX
13
Assertivas relacionadas às características da aliança
55 Os parceiros são muito diferentes entre si
DIF
56 O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto
COOP
57 Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes
fluem sem conflito
SEMCONF
58 Existem problemas de gerenciamento da aliança
GER
59 Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na
aliança
CONF
60 Todas as empresas que participam da aliança aumentaram
seu potencial de competição no mercado
POTCOMP
61 Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser
concorrentes no futuro
CONCFU
62 Após a aliança a empresa corre menos riscos
MERIS
63 Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da
aliança
NREVEL
64 A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do
que antes da aliança
MAISCAP
65 A aliança não interferiu na independência da empresa
INDEP
66 A aliança evitou que a empresa fizesse gastos
desnecessários
EGAST
208
67 A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio
ganho
GANFORT
68 Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só
ela tem
UNIC
69 A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas
parceiras
AUTOR
70 Não é possível confiar plenamente nas pessoas das
empresas parceiras
NAOCONF
71 Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor
forma de atuar
DESENT
72 As empresas participantes são comprometidas com os
resultados da aliança
COMPRO
73 A empresa tem uma participação bem definida e sólida na
aliança
DEFSOL
74 A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem
sucedida
MONIT
209
APÊNDICE E – Relação das empresas participantes
ITS - Instituto de Tecnologia de Software LPrint Informática e Engenharia Ltda
Acenet do Brasil Ludvik Consultoria em Informática Ltda
Aleriant do Brasil Maquimp Comercial Importadora Ltda
Alusa Engenharia Marbie Systems
AMS Public Mark Informática S/C Ltda
Animus Tecnologia da Informação Master Tecnologia em Software Ltda
AsGa Maxxdata Solutions and Technology
Bea Systems Microsul Serviços e Equipamentos para Informática Ltda
Belfort Systems Midbyte Informatica Ltda
Beyond Marketing e Consultoria Ltda MOP Consultores Associados Ltda
BizSolution Comunicação Digital MRM Telecom. Coml. e Serv. Ltda
Bonfim sistemas Ltda MrSoft Desenvolvimento
BRISA - Sociedade para o Desenvolvimento da TI MSA-INFOR Sistemas e Automação Ltda
Bull Ltda Multisys Tecnologia em Informática Ltda
Castwork Informática Multsoluções
CBSP-Casablanca Service Provider NCR Brasil Ltda
Cernet Tecnologia e Sistemas netsafe informatica ltda
Commit Consultores de Empresas Ltda Open Communications Security
COMPUSHOP Orsa Consultoria Ltda
Consinco Tecnologia e Sistemas P3D
Criatec Peregrine Systems do Brasil Ltda
Dados Ligados Análise e Programação Ltda Perseus Tecnologia da Informação S/A
Dialeto.Net PHAF Automação
Digiweb Brasil Ltda Planejo Informática Ltda
Directnet Plug In AS - Internet Corporativa
Domínio Consultoria em Informação Ltda Portal Company Ltda
Dr Mac Telecomunicações Power Imaging
EDS Eletronic Data System power line informatica ltda
Eletronic Data Center ProcessMind Consultoria e Tecnologia
Eletropaulo Telecounicações Quest Software do Brasil
Embria Technologies R.W. Rossle Informática
EMS Private RB2COMM Engenharia de Sistemas
Estratégia Assessoria de Comunicação RD Brasil
Execplan RSI Sistemas
Fácil Informática Ltda SafeNet Brasil
Formatto Net Sankha FinancialCenter
Formax Software SAP
Fregni Jara Informatica - FJ REDEmpresa Set Assessoria e Comércio em Informática Ltda
Gates Tecnologia SetWeb
Gedas do Brasil Ltda Siemens Ltda
Gerais Informática Ltda Skill Computer Services Ltda
Gerbô Engenharia de Informática Ltda Sky Software Informática S/S Ltda
Gidel Informática e Assessoria Ltda SMD-Direct
Griaule Tecnologia Ltda Softcorp
Guerreiro Teleconsul Spool Informática Comércio e Serviços Ltda
Helmut Mauell do Brasil Ind. e Com. Ltda Suporte Computadores Ltda
Hitachi Data Systems do Brasil Symnetics Ltda
210
Hitech Eletronica Indl. Coml. Ltda T Services Engenharia e Comércio Ltda
HSI Informática Industrial Ltda Technoeasy Tecnologia em Informática
HTS Consultoria em Informática Ltda TELCOMP
Huawei do Brasil Telecomunicações Ltda TS Soluções Tecnologicas ltda
IDS Scheer South America Update Tecnologia Ltda
Informatelco Tecnologia Vecthos Soluções em Informática Ltda
InfraC orp Soluções Corporativas VinhaNet Informática Ltda
Ingram Micro Brasil Vixteam Consultoria e Sistemas
Inter Commerce Technologies VMP Serviços de Informática Ltda
IOS Informática Org. e Sistemas Ltda WA Sistemas
IS Brasil Software e Serviços em Informática Ltda Waytec Tecnologia em Comunicação Ltda
IShop21 Comércio Eletrônico Ltda WBI Brasil
Jacada Inc. WGr Consultoria e Sistemas
K&N Com. e Serv. em Informática Ltda WHD Comunicação
Leads S/A Workfusion Interactive Serviços de Informática
Lidercomp Informática LTDA Workload Technology Com. e Serv. de Informática Ltda
Light Infocon Tecnologia S/A WPD Tecnologia
Linkware Informática S.A. Yoshitec Informática Ltda
Logus Automation Parts Ltda
211
APÊNDICE F – Avaliação das Vantagens Competitivas segundo grupos de uso
predominante da web (os percentuais em vermelho indicam o maior nível de
concordância dentre todos os grupos)
Resultado Total
Percentual
Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no
mercado
17,8 82,2
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 19,3 80,7
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 20,2 79,8
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no
futuro
22,7 77,3
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 24,6 75,4
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 26,1 73,9
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da
aliança
27,1 72,9
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que
aceleram a obtenção de ganhos
28,6 71,4
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 29,7 70,3
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 29,7 70,3
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do
mercado
29,7 70,3
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 30,3 69,7
A empresa melhorou seu potencial de produção 30,3 69,7
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 30,3 69,7
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 31,9 68,1
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 34,2 65,8
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira
coesa na aliança
36,1 63,9
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 36,4 63,6
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas
para aproveitá-la
37 63
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 39 61
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a
empresa
41,2 58,8
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao
mercado
52,1 47,9
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a
empresa
68,4 31,6
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a
empresa
70,6 29,4
212
Grupo de empresas que tem transações e comunicações 100% pela web
Percentual
Disc. Conc.
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 9,1 90,9
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 27,3 72,7
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 36,4 63,6
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 36,4 63,6
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no
futuro
36,4 63,6
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da
aliança
36,4 63,6
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a
empresa
36,4 63,6
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira coesa
na aliança
36,4 63,6
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que aceleram
a obtenção de ganhos
36,4 63,6
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 40 60
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 45,5 54,5
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 45,5 54,5
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 45,5 54,5
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 45,5 54,5
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 45,5 54,5
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 45,5 54,5
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do
mercado
45,5 54,5
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a empresa 54,5 45,5
A empresa melhorou seu potencial de produção 54,5 45,5
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 54,5 45,5
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao mercado 63,6 36,4
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas
para aproveitá-la
63,6 36,4
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 63,6 36,4
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a
empresa
90,9 9,1
213
Grupo de empresas que tem apenas transações comerciais e/ou troca eletrônica
de dados pela web
Percentual
Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 0 100
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do
mercado
0 100
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que
aceleram a obtenção de ganhos
0 100
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 20 80
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 20 80
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 20 80
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no
futuro
20 80
A empresa melhorou seu potencial de produção 20 80
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da
aliança
20 80
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 20 80
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 20 80
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 20 80
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 40 60
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 40 60
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 40 60
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a
empresa
40 60
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 40 60
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 40 60
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 40 60
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a
empresa
40 60
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira
coesa na aliança
40 60
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao
mercado
60 40
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas
para aproveitá-la
60 40
214
Grupo de empresas que tem parte das transações comerciais, troca eletrônica
de dados, troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro sistema de
contato
Percentual
Disc. Conc.
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 14,6 85,4
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 16,7 83,3
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no
mercado
17 83
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 18,8 81,3
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no
futuro
22,9 77,1
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 25 75
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 25 75
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da
aliança
25,5 74,5
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 27,1 72,9
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que
aceleram a obtenção de ganhos
27,1 72,9
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 28,3 71,7
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 31,3 68,8
A empresa melhorou seu potencial de produção 31,3 68,8
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 31,9 68,1
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do
mercado
31,9 68,1
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 36,2 63,8
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 37,5 62,5
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas
para aproveitá-la
37,5 62,5
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a
empresa
39,6 60,4
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira
coesa na aliança
41,7 58,3
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 45,8 54,2
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao
mercado
50 50
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a
empresa
70,8 29,2
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a
empresa
72,3 27,7
215
Grupo de empresas que tem troca eletrônica de dados, troca de documentos,
correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
Percentual
Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 13,9 86,1
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 19,4 80,6
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 19,4 80,6
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 19,4 80,6
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no
futuro
22,2 77,8
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 22,2 77,8
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 22,9 77,1
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 25 75
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da
aliança
25 75
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira
coesa na aliança
25 75
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 25,7 74,3
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 27,8 72,2
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do
mercado
27,8 72,2
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 30,6 69,4
A empresa melhorou seu potencial de produção 30,6 69,4
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que
aceleram a obtenção de ganhos
30,6 69,4
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 33,3 66,7
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas
para aproveitá-la
33,3 66,7
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 33,3 66,7
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 36,1 63,9
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a
empresa
41,7 58,3
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao
mercado
47,2 52,8
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a
empresa
65,7 34,3
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a
empresa
66,7 33,3
216
Grupo de empresas que tem troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
Percentual
Disc. Conc.
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no mercado 13,3 86,7
A empresa melhorou seu potencial de produção 13,3 86,7
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 20 80
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no
futuro
20 80
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 20 80
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 20 80
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 26,7 73,3
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 26,7 73,3
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas
para aproveitá-la
26,7 73,3
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da
aliança
26,7 73,3
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 26,7 73,3
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 33,3 66,7
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 33,3 66,7
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do
mercado
33,3 66,7
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que
aceleram a obtenção de ganhos
33,3 66,7
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 40 60
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira
coesa na aliança
40 60
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 40 60
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 46,7 53,3
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 46,7 53,3
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao
mercado
60 40
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a
empresa
60 40
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a
empresa
80 20
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a
empresa
80 20
217
Grupo de empresas que tem apenas correio eletrônico e/ou outro sistema de
contato (chat, voz sobre IP, etc)
Percentual
Disc. Conc.
A empresa melhorou seu potencial de desenvolvimento de produtos e/ou serviços 0 100
O conhecimento obtido com os parceiros ajudará a empresa a ser mais competitiva no
futuro
0 100
Uma oportunidade favoreceu a formação da aliança por empresas que estavam aptas
para aproveitá-la
0 100
A experiência acumulada com a aliança dificulta aos concorrentes competirem com a
empresa
0 100
A imagem da empresa no mercado melhorou após a aliança 0 100
Com a formação da aliança, a empresa ficou mais ágil para lidar com as mudanças do
mercado
0 100
O conhecimento técnico e gerencial da empresa aumentou com a aliança 25 75
Os objetivos da aliança foram disseminados para todos que dela participam 25 75
A redução de custo obtida permitiu à empresa ficar melhor posicionada no mercado 25 75
Depois da aliança a empresa pôde oferecer produtos diferenciados 25 75
A cooperação e coordenação da aliança elevaram a agilidade da empresa no
mercado
25 75
A aliança tem um eficiente sistema de informações para subsidiar as decisões 25 75
As atividades da aliança são integradas de maneira eficiente 25 75
A empresa melhorou seu potencial de produção 25 75
A aliança tornou a empresa mais forte no mercado 25 75
As economias atingidas com a aliança desestimulam os concorrentes a copiarem a
empresa
25 75
A aliança dá à empresa flexibilidade e velocidade para atingir capacidades que
aceleram a obtenção de ganhos
25 75
Toda tecnologia aplicada à aliança é usada eficientemente 50 50
A aliança favoreceu à empresa ser a primeira a oferecer novas alternativas ao
mercado
50 50
Os clientes da empresa ficaram mais satisfeitos desde que a empresa participa da
aliança
50 50
A empresa melhorou seu potencial de distribuição 50 50
As equipes das empresas participantes são bem coordenadas e atuam de maneira
coesa na aliança
50 50
A aliança ampliou o potencial de ganho da empresa com inovações 50 50
Apesar de haver um ganho, não dá para identificar como a aliança favoreceu a
empresa
75 25
218
APÊNDICE G – Avaliação da Aliança Estratégica segundo grupos de uso predominante
da web (os percentuais em vermelho indicam o maior nível de concordância dentre
todos os grupos)
Resultado Total
Percentual
Disc.
Conc.
A aliança não interferiu na independência da empresa 14,3 85,7
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes
da aliança
15,1 84,9
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 21 79
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 21,8 78,2
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial
de competição no mercado
24,4 75,6
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 29,1 70,9
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 29,4 70,6
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da
aliança
30,3 69,7
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 32,2 67,8
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 33,6 66,4
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 34,5 65,5
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem
conflito
37,8 62,2
Os parceiros são muito diferentes entre si 42,9 57,1
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no
futuro
42,9 57,1
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 42,9 57,1
Existem problemas de gerenciamento da aliança 44,5 55,5
Após a aliança a empresa corre menos riscos 50,4 49,6
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 58 42
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras 61,3 38,7
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 63 37
219
Grupo de empresas que tem transações e comunicações 100% pela web
Percentual
Disc.
Conc.
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 18,2 81,8
A aliança não interferiu na independência da empresa 18,2 81,8
Os parceiros são muito diferentes entre si 27,3 72,7
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 27,3 72,7
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 30 70
Existem problemas de gerenciamento da aliança 36,4 63,6
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 36,4 63,6
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 36,4 63,6
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de
competição no mercado
45,5 54,5
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 45,5 54,5
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 45,5 54,5
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 45,5 54,5
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 54,5 45,5
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 54,4 45,5
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 63,6 36,4
Após a aliança a empresa corre menos riscos 63,6 36,4
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 63,6 36,4
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras 63,6 36,4
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 72,7 27,3
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 36,4 6,6
Grupo de empresas que tem apenas transações comerciais e/ou troca
eletrônica de dados pela web
Percentual
Disc.
Conc.
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 0 100
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 0 100
A aliança não interferiu na independência da empresa 0 100
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 0 100
Os parceiros são muito diferentes entre si 20 80
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 20 80
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 20 80
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de
competição no mercado
20 80
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 20 80
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 20 80
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 40 60
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 40 60
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 40 60
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 40 60
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 40 60
Existem problemas de gerenciamento da aliança 60 40
Após a aliança a empresa corre menos riscos 60 40
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 60 40
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras 60 40
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 60 40
220
Grupo de empresas que tem parte das transações comerciais, troca
eletrônica de dados, troca de documentos, correio eletrônico e/ou outro
sistema de contato
Percentual
Disc.
Conc.
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 12,5 87,5
A aliança não interferiu na independência da empresa 20,8 79,2
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de
competição no mercado
22,9 77,1
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 25 75
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 27,1 72,9
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 27,1 72,9
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 35,4 64,6
Existem problemas de gerenciamento da aliança 37,5 62,5
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 37,5 62,5
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 37,5 62,5
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 39,6 60,4
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 39,6 60,4
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 41,7 58,3
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 43,8 56,3
Os parceiros são muito diferentes entre si 45,8 54,2
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 47,9 52,1
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 47,9 52,1
Após a aliança a empresa corre menos riscos 52,1 47,9
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras 52,1 47,9
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 62,5 37,5
Grupo de empresas que tem troca eletrônica de dados, troca de documentos,
correio eletrônico e/ou outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
Percentual
Disc.
Conc.
A aliança não interferiu na independência da empresa 8,3 91,7
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 13,9 86,1
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 13,9 86,1
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de
competição no mercado
16,7 83,3
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 16,7 83,3
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 17,6 82,4
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 22,2 77,8
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 25 75
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 25 75
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 27,8 72,2
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 33,3 66,7
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 44,4 62,5
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 38,9 61,1
Os parceiros são muito diferentes entre si 41,7 58,3
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 41,7 58,3
Após a aliança a empresa corre menos riscos 44,4 55,6
Existem problemas de gerenciamento da aliança 52,8 47,2
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 61,1 38,9
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 63,9 36,1
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras 75 25
221
Grupo de empresas que tem troca de documentos, correio eletrônico e/ou
outro sistema de contato (chat, voz sobre IP, etc)
Percentual
Disc.
Conc.
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 13,3 86,7
A aliança não interferiu na independência da empresa 13,3 86,7
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 13,3 86,7
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 20 80
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 20 80
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 20 80
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 20 80
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 26,7 73,3
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 26,7 73,3
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 33,3 66,7
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 33,3 66,7
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de
competição no mercado
40 60
Após a aliança a empresa corre menos riscos 40 60
Existem problemas de gerenciamento da aliança 46,7 53,3
Os parceiros são muito diferentes entre si 53,3 46,7
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 53,3 46,7
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras 53,3 46,7
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 60 40
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 86,7 13,3
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 26,7 7,3
Grupo de empresas que tem apenas correio eletrônico e/ou outro sistema de
contato (chat, voz sobre IP, etc)
Percentual
Disc.
Conc.
Existe confiança entre as pessoas que se relacionam na aliança 0 100
Todas as empresas que participam da aliança aumentaram seu potencial de
competição no mercado
0 100
A empresa tem mais capacidade para atender os clientes do que antes da aliança 0 100
A aliança não interferiu na independência da empresa 0 100
Cada empresa parceira da aliança coopera com algo que só ela tem 0 100
As empresas participantes são comprometidas com os resultados da aliança 0 100
A empresa tem uma participação bem definida e sólida na aliança 0 100
A aliança é cuidadosamente monitorada para que seja bem sucedida 0 100
O nível de cooperação entre as empresas participantes é alto 25 75
Nem todas as informações são reveladas aos parceiros da aliança 25 75
A autoridade está igualmente distribuida entre as empresas parceiras 25 75
Os parceiros são muito diferentes entre si 50 50
Pode-se dizer que os relacionamentos entre os participantes fluem sem conflito 50 50
Existem problemas de gerenciamento da aliança 50 50
Os parceiros da empresa após a aliança poderão ser concorrentes no futuro 50 50
A aliança evitou que a empresa fizesse gastos desnecessários 50 50
Após a aliança a empresa corre menos riscos 75 25
A empresa mais forte da aliança só objetiva o próprio ganho 75 25
Não é possível confiar plenamente nas pessoas das empresas parceiras 75 25
Há desentendimentos entre os parceiros quanto à melhor forma de atuar 75 25
222
APÊNDICE H – Análise fatorial de vantagens e alianças
Vantagens competitivas
KMO and Bartlett's Test
Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling
Adequacy.
,897
Approx. Chi-Square
1383,598
df
253
Bartlett's Test of
Sphericity
Sig.
,000
COMUNALIDADES
Initial Extraction
O conhecimento técnico e
gerencial da empresa
aumentou com a aliança
1,000 ,663
Os objetivos da aliança
foram disseminados para
todos que dela participam
1,000 ,678
A redução de custo obtida
permitiu à empresa ficar
melhor posicionada no
mercado
1,000 ,827
Depois da aliança a
empresa pôde oferecer
produtos diferenciados
1,000 ,671
Apesar de haver um ganho,
não dá para identificar como
a aliança favoreceu a
empresa
1,000 ,741
A empresa melhorou seu
potencial de
desenvolvimento de
produtos e/ou serviços
1,000 ,661
A cooperação e
coordenação da aliança
elevaram a agilidade da
empresa no mercado
1,000 ,713
A aliança tem um eficiente
sistema de informações
para subsidiar as decisões
1,000 ,682
Toda tecnologia aplicada à
aliança é usada
eficientemente
1,000 ,804
O conhecimento obtido com
os parceiros ajudará a
empresa a ser mais
competitiva no futuro
1,000 ,761
223
A aliança favoreceu à
empresa ser a primeira a
oferecer novas alternativas
ao mercado
1,000 ,710
As atividades da aliança são
integradas de maneira
eficiente
1,000 ,720
Uma oportunidade
favoreceu a formação da
aliança por empresas que
estavam aptas para
aproveitá-la
1,000 ,749
A empresa melhorou seu
potencial de produção
1,000 ,727
Os clientes da empresa
ficaram mais satisfeitos
desde que a empresa
participa da aliança
1,000 ,606
A aliança tornou a empresa
mais forte no mercado
1,000 ,754
A experiência acumulada
com a aliança dificulta aos
concorrentes competirem
com a empresa
1,000 ,794
A imagem da empresa no
mercado melhorou após a
aliança
1,000 ,802
As economias atingidas
com a aliança desestimulam
os concorrentes a copiarem
a empresa
1,000 ,797
A empresa melhorou seu
potencial de distribuição
1,000 ,721
As equipes das empresas
participantes são bem
coordenadas e atuam de
maneira coesa na aliança
1,000 ,685
A aliança ampliou o
potencial de ganho da
empresa com inovações
1,000 ,675
A aliança dá à empresa
flexibilidade e velocidade
para atingir capacidades
que aceleram a obtenção de
ganhos
1,000 ,681
224
Variância Total Explicada
Component Initial Eigenvalues
Extraction Sums of
Squared Loadings
Rotation Sums of
Squared Loadings
Total
% of
Variance
Cumulative
%
Total
% of
Variance
Cumulative
%
Total
% of
Variance
Cumulative
%
1
9,375 40,762 40,762 9,375 40,762 40,762 4,719 20,518 20,518
2
2,051 8,916 49,678 2,051 8,916 49,678 3,576 15,548 36,066
3
1,381 6,005 55,683 1,381 6,005 55,683 2,738 11,906 47,972
4
1,152 5,007 60,690 1,152 5,007 60,690 1,537 6,684 54,656
5
,964 4,190 64,880 ,964 4,190 64,880 1,419 6,170 60,826
6
,867 3,772 68,651 ,867 3,772 68,651 1,318 5,728 66,555
7
,833 3,623 72,274 ,833 3,623 72,274 1,315 5,720 72,274
8
,776 3,375 75,649
9
,665 2,891 78,540
10
,602 2,617 81,157
11
,594 2,582 83,739
12
,527 2,289 86,028
13
,470 2,043 88,072
14
,416 1,810 89,882
15
,376 1,635 91,517
16
,360 1,565 93,082
17
,298 1,295 94,377
18
,277 1,205 95,582
19
,262 1,140 96,722
20
,245 1,063 97,786
21
,203 ,881 98,667
22
,166 ,721 99,388
23
,141 ,612 100,000
Matriz de cargas fatoriais rotacionadas (MCFR)
Component
1 2 3 4 5 6 7
A experiência acumulada
com a aliança dificulta aos
concorrentes competirem
com a empresa
,839 ,003 ,083 ,104 ,170 ,155 ,140
A imagem da empresa no
mercado melhorou após a
aliança
,777 ,024 ,225 ,177 ,323 ,102 ,033
A aliança favoreceu à
empresa ser a primeira a
oferecer novas alternativas
ao mercado
,755 ,264 ,044 -,081 ,016 ,045 ,244
225
A aliança tornou a empresa
mais forte no mercado
,742 ,300 ,221 ,170 ,044 ,173 -,056
Depois da aliança a
empresa pôde oferecer
produtos diferenciados
,646 ,038 ,397 ,061 -,014 ,051 -,296
A aliança ampliou o
potencial de ganho da
empresa com inovações
,566 ,453 ,337 ,085 -,005 ,166 -,039
A empresa melhorou seu
potencial de
desenvolvimento de
produtos e/ou serviços
,524 ,345 ,456 ,190 -,042 ,050 -,142
Toda tecnologia aplicada à
aliança é usada
eficientemente
,117 ,854 ,103 ,080 -,020 ,183 ,098
As equipes das empresas
participantes são bem
coordenadas e atuam de
maneira coesa na aliança
,166 ,712 ,157 ,227 ,222 ,084 -,134
As atividades da aliança são
integradas de maneira
eficiente
,098 ,693 ,223 ,165 ,351 ,127 -,119
O conhecimento obtido com
os parceiros ajudará a
empresa a ser mais
competitiva no futuro
,547 ,308 ,085 -,015 -,103 -,056 ,587
Os objetivos da aliança
foram disseminados para
todos que dela participam
,318 ,517 ,219 ,095 ,424 -,172 -,210
O conhecimento técnico e
gerencial da empresa
aumentou com a aliança
,366 ,142 ,691 ,085 ,057 -,141 -,041
A cooperação e
coordenação da aliança
elevaram a agilidade da
empresa no mercado
,082 ,158 ,623 ,229 ,076 ,476 -,090
Os clientes da empresa
ficaram mais satisfeitos
desde que a empresa
participa da aliança
,305 ,263 ,609 ,105 ,206 ,134 ,043
A aliança dá à empresa
flexibilidade e velocidade
para atingir capacidades
que aceleram a obtenção de
ganhos
,444 ,433 ,449 ,015 ,170 ,231 ,111
A empresa melhorou seu
potencial de distribuição
,105 ,186 ,164 ,758 ,208 ,171 ,039
A empresa melhorou seu
potencial de produção
,145 ,260 ,548 ,555 ,138 -,041 ,098
226
Uma oportunidade
favoreceu a formação da
aliança por empresas que
estavam aptas para
aproveitá-la
,188 ,199 ,094 ,258 ,763 ,126 -,004
A aliança tem um eficiente
sistema de informações
para subsidiar as decisões
-,069 ,414 ,379 -,262 ,421 ,313 ,136
A redução de custo obtida
permitiu à empresa ficar
melhor posicionada no
mercado
,343 ,191 ,035 ,134 ,124 ,798 ,040
As economias atingidas
com a aliança desestimulam
os concorrentes a copiarem
a empresa
,343 ,043 ,027 ,251 -,071 ,094 ,774
Apesar de haver um ganho,
não dá para identificar como
a aliança favoreceu a
empresa
-,299 -,328 -,070 -,375 ,082 -,110 ,616
Component Transformation Matrix
Component 1 2 3 4 5 6 7
1
,615 ,515 ,453 ,248 ,225 ,196 -,030
2
,718 -,546 -,120 -,113 -,265 -,048 ,294
3
-,172 ,021 -,118 ,031 ,329 ,463 ,795
4
-,169 -,586 ,417 ,638 ,140 ,122 -,114
5
-,176 -,047 ,748 -,433 -,118 -,317 ,325
6
-,004 ,214 -,164 ,518 -,046 -,714 ,383
7
,130 -,211 -,085 -,248 ,857 -,346 -,123
Component Score Coefficient Matrix
Component
1 2 3 4 5 6 7
O conhecimento técnico e
gerencial da empresa
aumentou com a aliança
-,008 -,107 ,438 -,068 -,036 -,236 ,022
Os objetivos da aliança
foram disseminados para
todos que dela participam
,051 ,125 -,068 -,056 ,333 -,307 -,117
A redução de custo obtida
permitiu à empresa ficar
melhor posicionada no
mercado
,039 -,045 -,165 -,009 -,043 ,723 -,066
227
Depois da aliança a
empresa pôde oferecer
produtos diferenciados
,176 -,163 ,149 -,083 -,061 ,011 -,252
Apesar de haver um ganho,
não dá para identificar como
a aliança favoreceu a
empresa
-,067 -,064 ,172 -,260 ,188 -,104 ,467
A empresa melhorou seu
potencial de
desenvolvimento de
produtos e/ou serviços
,064 ,028 ,149 ,031 -,185 -,045 -,076
A cooperação e
coordenação da aliança
elevaram a agilidade da
empresa no mercado
-,160 -,139 ,374 ,038 -,120 ,400 -,072
A aliança tem um eficiente
sistema de informações
para subsidiar as decisões
-,149 ,079 ,215 -,406 ,284 ,203 ,105
Toda tecnologia aplicada à
aliança é usada
eficientemente
-,087 ,452 -,137 -,019 -,249 ,063 ,147
O conhecimento obtido com
os parceiros ajudará a
empresa a ser mais
competitiva no futuro
,095 ,224 ,002 -,047 -,158 -,222 ,018
A aliança favoreceu à
empresa ser a primeira a
oferecer novas alternativas
ao mercado
,248 ,091 -,154 -,157 -,040 -,064 ,169
As atividades da aliança são
integradas de maneira
eficiente
-,087 ,236 -,072 ,002 ,162 -,016 -,042
Uma oportunidade
favoreceu a formação da
aliança por empresas que
estavam aptas para
aproveitá-la
,016 -,111 -,148 ,093 ,690 -,046 -,027
A empresa melhorou seu
potencial de produção
-,130 -,032 ,260 ,398 -,043 -,196 ,162
Os clientes da empresa
ficaram mais satisfeitos
desde que a empresa
participa da aliança
-,051 -,066 ,326 -,078 ,055 ,005 ,060
A aliança tornou a empresa
mais forte no mercado
,192 ,009 -,086 ,018 -,075 ,062 -,061
A experiência acumulada
com a aliança dificulta aos
concorrentes competirem
com a empresa
,285 -,143 -,146 -,013 ,136 ,039 ,045
A imagem da empresa no
mercado melhorou após a
aliança
,235 -,197 -,056 ,017 ,276 -,036 -,023
228
As economias atingidas
com a aliança desestimulam
os concorrentes a copiarem
a empresa
,047 ,050 -,047 ,246 -,163 -,046 ,617
A empresa melhorou seu
potencial de distribuição
-,086 -,046 -,084 ,629 ,038 ,029 ,067
As equipes das empresas
participantes são bem
coordenadas e atuam de
maneira coesa na aliança
-,052 ,280 -,136 ,083 ,033 -,048 -,045
A aliança ampliou o
potencial de ganho da
empresa com inovações
,089 ,109 ,033 -,070 -,163 ,057 -,015
A aliança dá à empresa
flexibilidade e velocidade
para atingir capacidades
que aceleram a obtenção de
ganhos
,015 ,063 ,150 -,162 -,001 ,090 ,098
Component Score Covariance Matrix
Component 1 2 3 4 5 6 7
1
1,000 2,274E-16 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000
2
2,274E-16 1,000 2,495E-16 ,000 ,000 ,000 ,000
3
,000 2,495E-16 1,000 ,000 ,000 1,502E-16 ,000
4
,000 ,000 ,000 1,000 ,000 ,000 ,000
5
,000 ,000 ,000 ,000 1,000 1,415E-16 ,000
6
,000 ,000 1,502E-16 ,000 1,415E-16 1,000 ,000
7
,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 1,000
229
Análise Fatorial - ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
KMO and Bartlett's Test
Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling
Adequacy.
,841
Approx. Chi-Square
1003,003
df
190
Bartlett's Test of
Sphericity
Sig.
,000
COMUNALIDADES
Initial Extraction
Os parceiros são muito
diferentes entre si
1,000 ,746
O nível de cooperação entre
as empresas participantes é
alto
1,000 ,760
Pode-se dizer que os
relacionamentos entre os
participantes fluem sem
conflito
1,000 ,785
Existem problemas de
gerenciamento da aliança
1,000 ,702
Existe confiança entre as
pessoas que se relacionam
na aliança
1,000 ,746
Todas as empresas que
participam da aliança
aumentaram seu potencial
de competição no mercado
1,000 ,624
Os parceiros da empresa
após a aliança poderão ser
concorrentes no futuro
1,000 ,562
Após a aliança a empresa
corre menos riscos
1,000 ,884
Nem todas as informações
são reveladas aos parceiros
da aliança
1,000 ,666
A empresa tem mais
capacidade para atender os
clientes do que antes da
aliança
1,000 ,686
A aliança não interferiu na
independência da empresa
1,000 ,732
A aliança evitou que a
empresa fizesse gastos
desnecessários
1,000 ,703
230
A empresa mais forte da
aliança só objetiva o próprio
ganho
1,000 ,705
Cada empresa parceira da
aliança coopera com algo
que só ela tem
1,000 ,724
A autoridade está
igualmente distribuida entre
as empresas parceiras
1,000 ,764
Não é possível confiar
plenamente nas pessoas
das empresas parceiras
1,000 ,714
Há desentendimentos entre
os parceiros quanto à
melhor forma de atuar
1,000 ,745
As empresas participantes
são comprometidas com os
resultados da aliança
1,000 ,809
A empresa tem uma
participação bem definida e
sólida na aliança
1,000 ,700
A aliança é cuidadosamente
monitorada para que seja
bem sucedida
1,000 ,702
Variância Total Explicada
Component Initial Eigenvalues
Extraction Sums of
Squared Loadings
Rotation Sums of
Squared Loadings
Total
% of
Variance
Cumulative
% Total
% of
Variance
Cumulative
% Total
% of
Variance
Cumulative
%
1
6,208 31,042 31,042 6,208 31,042 31,042 4,761 23,805 23,805
2
2,816 14,080 45,122 2,816 14,080 45,122 2,962 14,809 38,614
3
1,385 6,924 52,046 1,385 6,924 52,046 1,787 8,936 47,550
4
1,244 6,218 58,264 1,244 6,218 58,264 1,574 7,872 55,421
5
1,007 5,034 63,298 1,007 5,034 63,298 1,204 6,018 61,439
6
,975 4,875 68,173 ,975 4,875 68,173 1,099 5,494 66,933
7
,825 4,125 72,298 ,825 4,125 72,298 1,073 5,365 72,298
8
,749 3,743 76,041
9
,693 3,467 79,509
10
,615 3,076 82,585
11
,560 2,802 85,386
12
,513 2,567 87,954
13
,433 2,164 90,118
14
,391 1,956 92,073
231
15
,365 1,827 93,900
16
,310 1,549 95,449
17
,284 1,422 96,872
18
,262 1,311 98,182
19
,195 ,977 99,160
20
,168 ,840 100,000
Matriz de Cargas Fatoriais Rotacionadas (MCFR)
Component
1 2 3 4 5 6 7
As empresas participantes
são comprometidas com os
resultados da aliança
,829 -,160 ,027 ,294 ,059 ,071 ,000
O nível de cooperação entre
as empresas participantes é
alto
,822 -,120 ,058 ,139 -,144 ,098 ,131
A aliança é cuidadosamente
monitorada para que seja
bem sucedida
,810 -,074 ,147 ,091 -,003 ,093 -,044
Existe confiança entre as
pessoas que se relacionam
na aliança
,786 -,152 ,184 ,022 -,111 ,019 ,242
Todas as empresas que
participam da aliança
aumentaram seu potencial
de competição no mercado
,743 ,001 ,091 -,130 ,096 -,002 ,193
A empresa tem uma
participação bem definida e
sólida na aliança
,709 -,110 ,238 ,309 ,120 ,129 -,047
Não é possível confiar
plenamente nas pessoas
das empresas parceiras
-,329 ,756 ,001 ,060 ,017 ,023 -,172
A empresa mais forte da
aliança só objetiva o próprio
ganho
-,365 ,741 ,102 -,037 ,044 ,100 ,003
Nem todas as informações
são reveladas aos parceiros
da aliança
,040 ,684 ,203 -,359 ,140 ,053 -,066
Há desentendimentos entre
os parceiros quanto à
melhor forma de atuar
,006 ,656 -,431 ,219 ,047 ,044 -,279
Existem problemas de
gerenciamento da aliança
-,109 ,563 -,139 ,270 ,114 -,415 ,308
Os parceiros da empresa
após a aliança poderão ser
concorrentes no futuro
,154 ,561 -,171 -,008 ,438 -,050 -,005
232
A aliança não interferiu na
independência da empresa
,223 -,097 ,701 ,061 ,309 ,033 ,285
A aliança evitou que a
empresa fizesse gastos
desnecessários
,174 -,052 ,686 ,399 -,037 ,131 -,148
A empresa tem mais
capacidade para atender os
clientes do que antes da
aliança
,500 ,234 ,591 -,023 -,175 ,011 ,032
Cada empresa parceira da
aliança coopera com algo
que só ela tem
,213 ,103 ,200 ,781 -,123 ,037 ,029
A autoridade está
igualmente distribuida entre
as empresas parceiras
,521 -,236 ,037 ,547 ,288 ,150 ,175
Os parceiros são muito
diferentes entre si
-,069 ,221 ,099 -,058 ,817 ,025 -,107
Após a aliança a empresa
corre menos riscos
,179 ,099 ,066 ,112 ,035 ,900 ,121
Pode-se dizer que os
relacionamentos entre os
participantes fluem sem
conflito
,325 -,200 ,105 ,067 -,142 ,127 ,766
Component Transformation Matrix
Component 1 2 3 4 5 6 7
1
,830 -,333 ,290 ,243 -,027 ,144 ,190
2
,250 ,872 ,164 ,184 ,322 ,088 -,069
3
-,346 -,069 ,896 -,157 ,050 ,196 ,080
4
-,297 -,064 ,033 ,903 -,205 ,149 -,163
5
,071 ,340 ,100 -,088 -,883 -,159 ,239
6
-,060 -,031 ,159 ,230 ,230 -,859 ,356
7
-,182 ,056 -,221 ,076 ,138 ,384 ,862
Component Score Coefficient Matrix
Component
1 2 3 4 5 6 7
Os parceiros são muito
diferentes entre si
-,032 -,075 ,054 -,040 ,707 ,014 -,064
O nível de cooperação entre
as empresas participantes é
alto
,215 ,052 -,093 -,033 -,145 ,009 ,001
233
Pode-se dizer que os
relacionamentos entre os
participantes fluem sem
conflito
-,057 ,045 -,056 ,003 -,083 ,114 ,778
Existem problemas de
gerenciamento da aliança
-,030 ,226 -,081 ,246 ,029 -,395 ,423
Existe confiança entre as
pessoas que se relacionam
na aliança
,192 ,044 ,002 -,115 -,108 -,071 ,111
Todas as empresas que
participam da aliança
aumentaram seu potencial
de competição no mercado
,227 ,064 -,051 -,221 ,058 -,072 ,092
Os parceiros da empresa
após a aliança poderão ser
concorrentes no futuro
,106 ,162 -,150 -,031 ,300 -,048 ,058
Após a aliança a empresa
corre menos riscos
-,070 ,059 -,100 ,002 ,003 ,884 ,154
Nem todas as informações
são reveladas aos parceiros
da aliança
,098 ,264 ,150 -,312 -,015 ,044 -,030
A empresa tem mais
capacidade para atender os
clientes do que antes da
aliança
,115 ,175 ,352 -,136 -,253 -,104 -,083
A aliança não interferiu na
independência da empresa
-,096 -,051 ,413 -,015 ,275 -,063 ,222
A aliança evitou que a
empresa fizesse gastos
desnecessários
-,090 -,024 ,438 ,235 -,065 ,007 -,253
A empresa mais forte da
aliança só objetiva o próprio
ganho
-,085 ,272 ,109 ,002 -,086 ,129 ,131
Cada empresa parceira da
aliança coopera com algo
que só ela tem
-,077 ,066 ,073 ,547 -,144 -,049 ,001
A autoridade está
igualmente distribuida entre
as empresas parceiras
,008 -,107 -,117 ,334 ,296 ,070 ,115
Não é possível confiar
plenamente nas pessoas
das empresas parceiras
-,038 ,265 ,057 ,075 -,117 ,047 -,062
Há desentendimentos entre
os parceiros quanto à
melhor forma de atuar
,112 ,228 -,291 ,162 -,070 ,070 -,198
As empresas participantes
são comprometidas com os
resultados da aliança
,207 -,020 -,116 ,088 ,048 -,032 -,138
234
A empresa tem uma
participação bem definida e
sólida na aliança
,138 -,024 ,042 ,104 ,089 ,011 -,181
A aliança é cuidadosamente
monitorada para que seja
bem sucedida
,232 ,028 -,015 -,075 -,033 -,012 -,193
Component Score Covariance Matrix
Component 1 2 3 4 5 6 7
1
1,000 ,000 -1,126E-16 -1,250E-16 ,000 ,000 ,000
2
,000 1,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000
3
-1,126E-16 ,000 1,000 ,000 ,000 ,000 ,000
4
-1,250E-16 ,000 ,000 1,000 ,000 ,000 ,000
5
,000 ,000 ,000 ,000 1,000 ,000 ,000
6
,000 ,000 ,000 ,000 ,000 1,000 ,000
7
,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 1,000
235
APÊNDICE I – Glossário de termos utilizados na teoria de regressão múltipla
Análise de variância
(ANOVA):
“Duas estimativas independentes da variância para a variável
independente são comparada, uma que reflete a variabilidade
geral de respondentes dentro dos grupos (MS
W
– quadrado
médio dentro do grupo) e outra que representa as diferenças
entre grupos atribuíveis aos efeitos de tratamento (MS
B –
quadrado médio entre grupos) (...) É empregada para
determinar a probabilidade de que diferenças em médias ao
longo de diversos grupos ocorram apenas devido a um erro
amostral” (HAIR JR. et al., 2005, p. 275).
Backward:
“Método de seleção de variáveis para inclusão no modelo de
regressão que começa incluindo todas as variáveis
independentes no modelo e então elimina as que não oferecem
uma contribuição significativa para a previsão” (HAIR JR. et
al., 2005, p. 133). O
Categoria de referência:
O nível omitido (que recebe todos os zeros) no modelo de
regressão de uma variável não-métrica a partir da utilização
de variáveis dicotômicas e que serve de base para as
comparações dos efeitos das demais categorias da variável
independente (HAIR JR. et al., 2005).
Coeficiente de
determinação (R
2
):
“Medida de proporção da variância da variável dependente
em torno de sua média que é explicada pelas variáveis
independentes. O coeficiente pode variar de 0 a 1”. Quanto
mais alto, “maior o poder de explicação da equação de
regressão e, portanto, melhor a previsão da variável
dependente.” (HAIR JR. et al. 2005, p. 132);
Coeficiente de regressão
(b
n
):
“Valor numérico da estimativa do parâmetro diretamente
associado com uma variável independente (...) representa o
montante da variação na variável dependente em relação a
uma unidade de variação da variável independente” (HAIR
JR. et al., 2005, p. 133).
Coeficiente de regressão
padronizado (ß):
“(...) permite uma comparação direta entre coeficientes e seus
poderes relativos de explicação da variável dependente (...),
(...) usam dados padronizados e podem ser diretamente
comparados” (HAIR JR. et al., 2005, p. 132).
Constante:
Termo que designa o intercepto (b
0
) na equação de regressão.
“Valor no eixo Y (eixo da variável dependente) onde a reta
definida pela equação de regressão Y= b
0
+ b
1
X
1
cruza o eixo.
È descrito pelo termo constante na equação de regressão”
(HAIR JR. et al., 2005, p. 134).
Erro padrão:
“Distribuição esperada de um coeficiente de regressão
estimado. (...) denota a amplitude esperada do coeficiente em
múltiplas amostras de dados. É útil em testes estatísticos de
significância que procuram ver se o coeficiente é
significantemente diferente de zero (ou seja, se a amplitude
esperada do coeficiente contém o valor de zero em um dado
nível de confiança). O valor t de um coeficiente de regressão
é o coeficiente dividido por seu erro padrão” (HAIR JR. et al.,
2005, p. 133).
236
Estatística Wald:
“Teste usado em regressão logística (...), ou para outros
modelos de regressão, (...) para a significância do coeficiente
logístico. Sua interpretação é semelhante aos valores F ou t
usados para o teste de significância de coeficientes de
regressão. (...) Ela fornece significância estatística para cada
coeficiente estimado, de modo que o teste de hipóteses pode
ocorrer como acontece na regressão múltipla” (HAIR JR. et
al., 2005, p. 207; 235).
Forma geral do modelo de
regressão múltipla:
ε
β
β
β
β
β
+
+
+
+
+
=
kk
XXXXY ...
2322110
, em que Y
representa a variável dependente (critério), X a variável
independente (preditora) e ε o resíduo.
Homocedasticidade
“Descrição de dados para os quais a variância dos termos de
erro (e) aparece constante no intervalo de valores de uma
variável independente. A suposição de igual variância do erro
da população ε (onde ε é estimado a partir de e) é essencial à
aplicação adequada de regressão linear. Quando os termos de
erro têm variância crescente ou flutuante, diz-se que os dados
são heterocedásticos (HAIR JR. et al., 2005, p. 134).
Independência:
“Suposição crítica de ANOVA ou MANOVA que requer que
as medidas dependentes para cada respondente sejam
totalmente não-correlacionadas com as respostas de outros
respondentes na amostra. Uma falta de independência afeta
severamente a validade estatística da análise a menos que uma
ação corretiva seja realizada” (HAIR JR. et al., 2005, p. 273).
Multicolinearidade:
Relação entre múltiplas variáveis independentes. “(...) ocorre
quando qualquer variável independente é altamente
correlacionada com um conjunto de outras variáveis
independentes” (HAIR JR. et al., 2005, p. 133).
Outlier (observação atípica
ou valor discrepante):
“Em termos estritos, uma observação que tem uma diferença
substancial entre o valor real para a variável dependente e o
valor previsto. Casos que são substancialmente ‘diferentes’,
em relação às variáveis dependentes ou às independentes,
também são chamados de atípicos” (HAIR JR. et al., 2005, p.
134).
q-qplot (quantis):
Gráfico de probabilidade
normal
“Comparação gráfica da forma de distribuição da amostra em
relação à distribuição normal. No gráfico, a distribuição
normal é representada por uma reta com inclinação de 45º. A
verdadeira distribuição é representada em contraste com essa
reta, de modo que quaisquer diferenças são mostradas como
desvios da reta, tornando a identificação de diferenças
bastante simples” (HAIR JR. et al., 2005, p. 134).
Resíduo (e ou ε):
Erro na previsão de dados da amostra. Considerando que um
erro aleatório acontecerá, assume-se que esse erro é uma
estimativa do verdadeiro erro aleatório na população (ε) e não
apenas o erro na previsão da amostra (HAIR JR. et al., 2005).
Resíduo estudantizado:
Resíduo padronizado. “Difere de outros métodos na maneira
como calcula o desvio-padrão usado em padronização. Para
minimizar o efeito de uma única observação atípica, o desvio-
padrão residual para a observação i é computado a partir de
estimativas de regressão, omitindo-se a i-ésima observação o
237
cálculo das estimativas de regressão” (HAIR JR. et al., 2005,
p. 135).
Soma de quadrados:
Da regressão: “soma das diferenças quadradas entre a média e
valores previstos da variável dependente para todas as
observações. Representa a quantia de melhoramento na
explicação da variável dependente atribuível à(s) variável (s)
independente (s)”.
Dos resíduos: “Soma dos erros de previsão (resíduos) ao
quadrado em todas as observações. É usada para denotar a
variância na variável dependente ainda não explicada.
Do total: “quantia total de variação existente a ser explicada
pelas variáveis independentes. Esse ponto de referência é
calculado somando-se as diferenças quadradas entre a média e
valores reais para a variável dependente em todas as
observações” (HAIR JR. et al., 2005, p. 135-136).
Teste t:
“Teste para avaliar a significância estatística da diferença
entre duas médias amostrais para uma única variável
dependente.O teste t é um caso especial de ANOVA para dois
grupos ou níveis de uma variável de tratamento. (...) A
estatística t avalia a significância estatística da diferença entre
dois grupos em uma única variável dependente”. (HAIR JR. et
al., 2005, p. 273-274).
Valores parciais F:
“È um valor calculado para todas as variáveis simplesmente
simulando que cada uma seja a última a entrar na equação.
Ele fornece a contribuição adicional de cada variável acima de
todas as outras na equação” (HAIR JR. et al., 2005, p. 136).
Variável dummy
(indicador):
Variável utilizada para, com outras variáveis, gerar uma
medida composta, que incropora ao modelo de regressão as
variáveis não-métricas, a fim de evitar que apenas uma
medida represente o conceito, o que facilita ao pesquisador
especificar mais precisamente as respostas desejadas pois não
se baseará em uma resposta mas na resposta média ou típica
do conjunto de respostas (HAIR JR. et al., 2005, p. 24-29).
VIF:
Fator de inflação da variância. Indica o “efeito que as outras
variáveis independentes têm sobre o erro padrão de um
coeficiente de regressão. (...) valores altos indicam um alto
grau de colinearidade ou multicolinearidade entre as
variáveis independentes” (HAIR JR. et al., 2005, p. 133-134).
238
APÊNDICE J – Escores e Histogramas dos fatores de vantagens e alianças
Testes preliminares
Média Mediana
Desvio
padrão
Mínimo Máximo
Válidos Não-Válidos
Fortalecimento da competitividade
112 9 ,00 ,0572921 1,00000000 -2,50 1,90
Eficiência no uso dos recursos
112 9 ,00 ,0764115 1,00000000 -2,46 1,94
Perspectiva de gestão
112 9 ,00 ,0658860 1,00000000 -2,52 2,06
Aprimoramento da produção e distribuição
112 9 ,00 -,0503842 1,00000000 -2,85 2,59
Aproveitamento da informação
112 9 ,00 -,0212737 1,00000000 -2,74 2,43
Relação entre custo e posicionamento
112 9 ,00 ,0224603 1,00000000 -2,77 3,32
Potencial de imitação/replicação
112 9 ,00 ,0471606 1,00000000 -2,08 2,61
Base de funcionamento
118 3 ,00 ,0474131 1,00000000 -3,48 1,95
Nível de confiança
118 3 ,00 -,1202002 1,00000000 -2,57 2,35
Resultado do intercâmbio
118 3 ,00 ,0644745 1,00000000 -3,83 2,64
Autonomia na participação
118 3 ,00 ,1587444 1,00000000 -3,49 1,85
Semelhança entre parceiros
118 3 ,00 ,1588155 1,00000000 -2,95 3,20
Potencial de enfrentar riscos
118 3 ,00 ,0338049 1,00000000 -2,34 2,24
Nível de concordância no relacionamento
118 3 ,00 ,0352287 1,00000000 -3,71 2,68
Distribuição das Frequências
Fortalecimento da competitividade
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
,7
5
,50
,25
0,00
-
,25
-,50
-
,75
-
1,00
-
1,25
-
1,50
-1,7
5
-
2,00
-
2,25
-2,50
Fortalecimento da competitividade
Frequency
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 112,00
Eficiência no uso dos recursos
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
,7
5
,50
,25
0,00
-
,25
-,50
-
,75
-
1,00
-
1,25
-
1,50
-1,7
5
-
2,00
-
2,25
-2,50
Eficiência no uso dos recursos
Frequency
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 112,00
239
Perspectiva de retorno
2
,00
1,7
5
1,50
1,25
1,00
,75
,50
,
25
0,0
0
-
,25
-,5
0
-,75
-
1,00
-
1,25
-
1,50
-
1,75
-
2,00
-2,2
5
-2,50
Perspectiva de retorno
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 112,00
de gestão
Aprimoramento da produção e distribuição
2
,25
1,75
1,25
,75
,2
5
-
,25
-
,75
-
1,
25
-1,75
-2,25
-2,75
Aprimoramento da produção e distribuição
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 112,00
Frequency
de gestão
Aproveitamento da informação
2,25
1,75
1,25
,
7
5
,25
-,25
-,
7
5
-1,25
-1,75
-
2
,
2
5
-
2
,
7
5
Aproveitamento da informação
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 112,00
Relação entre custo e posicionamento
3,2
5
2,
7
5
2,
2
5
1,7
5
1
,2
5
,
75
,25
-
,
25
-
,
75
-1,25
-1,75
-
2,
25
-2,75
Relação entre custo e posicionamento
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 112,00
Base de funcionamento
2
,
00
1
,
50
1,00
,50
0,0
0
-,
5
0
-1,00
-1,50
-2,00
-
2
,
5
0
-
3
,
0
0
-3
,
5
0
Base de funcionamento
Frequency
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
Potencial de imitação/replicação
2
,5
0
2,25
2
,
00
1,75
1
,50
1
,25
1
,00
,
75
,
50
,
2
5
0
,0
0
-,25
-,50
-,75
-
1,0
0
-
1,25
-
1,5
0
-
1,7
5
-
2
,00
Potencial de imitação/replicação
Frequency
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 112,00
240
Base de funcionamento
2
,00
1
,50
1
,00
,
50
0
,0
0
-
,5
0
-
1
,00
-
1
,50
-
2,
00
-
2
,50
-
3
,00
-
3
,50
Base de funcionamento
Frequency
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
Resultado do intercâmbio
2,75
2
,
25
1,75
1,25
,75
,25
-,2
5
-,75
-1,
2
5
-
1
,7
5
-2,25
-2,
7
5
-3,25
-3,
7
5
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
Nível de confiança
2
,2
5
2
,
00
1
,75
1
,50
1
,
25
1
,00
,
75
,
5
0
,
25
0
,00
-
,2
5
-,50
-
,75
-
1
,00
-1,25
-
1,5
0
-
1
,75
-2,00
-
2,25
-
2,
50
Nível de confiança
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
Resultado do intercâmbio
Autonomia na participação
Semelhança entre parceiros
1,50
1,00
,50
0,00
-,
50
-1,00
-
1,50
-
2,00
-
2,50
-
3,00
-3,5
0
Autonomia na participação
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
3,00
2,50
2,00
1,
50
1,00
,50
0
,00
-,
50
-
1,00
-1,5
0
-
2,00
-
2,50
-3,0
0
Semelhança entre parceiros
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
Potencial de enfrentar riscos
2,25
2
,0
0
1
,7
5
1,50
1
,2
5
1
,0
0
,
7
5
,50
,
2
5
0,00
-,25
-
,5
0
-
,7
5
-1,00
-
1
,2
5
-
1
,5
0
-1,75
-
2,00
-
2
,2
5
Potencial de enfrentar riscos
Frequency
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
Nível de conflito no relacionamento
Nível de concordância no relacionamento
2
,
7
5
2,25
1
,
7
5
1,25
,
7
5
,25
-
,2
5
-,7
5
-
1
,2
5
-1,75
-
2
,25
-2,75
-
3
,25
-3,
7
5
Frequency
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 1,00
Mean = 0,00
N = 118,00
Nível de conflito no relacionamento
Nível de concordância no relacionamento
241
APÊNDICE K – Análise por Regressão Múltipla
Modelos de Regressão dos fatores de Vantagens Competitivas com os fatores de Alianças
Estratégicas
Fortalecimento da Competitividade
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
5
,477 ,228 ,206 ,88834175 -,008 1,061 1 105 ,305 1,776
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
24,666 3 8,222 10,419 ,000
Residual
83,650 106 ,789
5
Total
108,316 109
Model Coeficientes
Coeficientes
padronizados t p
B
Erro
padrão B VIF
5 Constante
-,034 ,085 -,406 ,685
Base de
funcionamento
,426 ,090 ,404 4,733 ,000 1,001
Nível de
confiança
,198 ,084 ,201 2,350 ,021 1,001
Semelhança
entre parceiros
,150 ,085 ,151 1,768 ,080 1,000
Casewise Diagnostics
Case Number Std. Residual
Fortalecimento
da
competitividade
69
-3,410 -2,50270
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,3868341 ,9990430 -,0208702 ,47570614 110
242
Residual
-3,0291052 2,0052843 ,0000000 ,87603157 110
Std. Predicted Value
-2,871 2,144 ,000 1,000 110
Std. Residual
-3,410 2,257 ,000 ,986 110
Eficiência no uso dos recursos
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
5
,644 ,415 ,398 ,77159082 -,010 1,737 1 105 ,190 2,194
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
44,766 3 14,922 25,064 ,000
Residual
63,107 106 ,595
5
Total
107,873 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
5 (Constant)
-,011 ,074 -,150 ,881
Base de
funcionamento
,613 ,078 ,583 7,848 ,000 ,999 1,001
Nível de confiança
-,234 ,073 -,238 -3,201 ,002 ,999 1,001
Nível de
concordância no
relacionamento
,173 ,074 ,174 2,347 ,021 ,999 1,001
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,8122032 1,3385662 ,0101739 ,64085661 110
Residual
-1,8563595 1,6474459 ,0000000 ,76089851 110
Std. Predicted Value
-2,844 2,073 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,406 2,135 ,000 ,986 110
243
Perspectiva de gestão
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
6
,346 ,120 ,103 ,95259131 -,009 1,060 1 106 ,306 1,856
ANOVA
Model
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Regressio
n
13,185 2 6,592 7,265 ,001
Residual
97,095 107 ,907
6
Total
110,280 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
6 (Constant) -,002 ,091 -,022 ,982
Base de
funcionamento
,292 ,096 ,275 3,031 ,003 ,999 1,001
Nível de
confiança
,202 ,090 ,203 2,236 ,027 ,999 1,001
Casewise Diagnostics
Case Number Std. Residual
Perspectiva de
retorno
121
-3,249 -2,48711
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,0163214 ,7885383 ,0020802 ,34779652 110
Residual
-3,0945051 2,0455029 ,0000000 ,94381147 110
Std. Predicted Value
-2,928 2,261 ,000 1,000 110
Std. Residual
-3,249 2,147 ,000 ,991 110
Aprimoramento da produção e distribuição
244
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
7
,180 ,032 ,023 ,99539995 -,022 2,494 1 107 ,117 1,868
ANOVA
Model
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Regressio
n
3,572 1 3,572 3,605 ,060
Residual
107,009 108 ,991
7
Total
110,580 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
7 (Constant)
,004 ,095 ,040 ,968
Base de
funcionamento
,191 ,101 ,180 1,899 ,060 1,000 1,000
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-,5049664 ,3704643 ,0078026 ,18101465 110
Residual
-2,6689875 2,7666669 ,0000000 ,99082338 110
Std. Predicted Value
-2,833 2,003 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,681 2,779 ,000 ,995 110
245
Aproveitamento da informação
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
7
,226 ,051 ,042 ,97145790 -,023 2,641 1 107 ,107 2,043
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
5,470 1 5,470 5,796 ,018
Residual
101,923 108 ,944
7
Total
107,393 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
7 (Constant) ,005 ,093 ,054 ,957
Nível de
concordância no
relacionamento
,223 ,093 ,226 2,408 ,018 1,000 1,000
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-,8238534 ,6027596 ,0125577 ,22402029 110
Residual
-2,5634975 2,6917560 ,0000000 ,96699140 110
Std. Predicted Value
-3,734 2,635 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,639 2,771 ,000 ,995 110
246
Relação entre custo e posicionamento
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
7
,242 ,059 ,050 ,97373547 -,016 1,822 1 107 ,180 2,178
ANOVA
Model
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Regressio
n
6,366 1 6,366 6,715 ,011
Residual
102,401 108 ,948
7
Total
108,768 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
7 (Constant)
,014 ,093 ,153 ,879
Resultado do
intercâmbio
,250 ,096 ,242 2,591 ,011 1,000 1,000
Casewise Diagnostics
Case Number Std. Residual
Relação entre
custo e
posicionament
o
69
3,246 3,32245
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-,9414685 ,4934903 ,0048581 ,24167684 110
Residual
-2,6357214 3,1608660 ,0000000 ,96925850 110
Std. Predicted Value
-3,916 2,022 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,707 3,246 ,000 ,995 110
247
Potencial de imitação/replicação
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
5
,340 ,115 ,090 ,96147416 -,019 2,338 1 105 ,129 1,880
ANOVA
Model
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Regressio
n
12,796 3 4,265 4,614 ,004
Residual
97,990 106 ,924
5
Total
110,786 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
5 (Constant)
-,002 ,092 -,017 ,987
Base de
funcionamento
-,217 ,097 -,204 -2,231 ,028 ,996 1,004
Nível de
confiança
,225 ,091 ,225 2,467 ,015 ,999 1,001
Autonomia na
participação
,174 ,092 ,174 1,899 ,060 ,997 1,003
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-,9190454 ,9467134 -,0042529 ,34262478 110
Residual
-2,0348036 2,4321275 ,0000000 ,94815055 110
Std. Predicted Value
-2,670 2,776 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,116 2,530 ,000 ,986 110
248
Modelos de Regressão dos fatores de Vantagens Competitivas com os fatores de Alianças
estratégicas e variáveis relativas aos perfis da empresa e da aliança
Fortalecimento da Competitividade
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate
Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change F Change df1 df2
Sig.
F Change
17
,584 ,341 ,296 ,83654594 -,013 2,029 1 101 ,157 1,975
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
36,936 7 5,277 7,540 ,000
Residual
71,381 102 ,700
17
Total
108,316 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
17 (Constant) -,247 ,102 -2,416 ,017
Base de
funcionamento
,423 ,086 ,402 4,916 ,000 ,968 1,033
Nível de confiança ,185 ,080 ,188 2,316 ,023 ,978 1,023
Resultado do
intercâmbio
,150 ,088 ,146 1,709 ,091 ,888 1,127
Semelhança entre
parceiros
,192 ,085 ,193 2,264 ,026 ,892 1,122
Compartilhamento
custos de produção
-,508 ,275 -,171 -1,845 ,068 ,755 1,324
Compartilhamento
de tecnologia
,590 ,199 ,265 2,960 ,004 ,809 1,237
Aprendizado com o
parceiro
,531 ,204 ,224 2,595 ,011 ,867 1,154
Casewise Diagnostics
Case Number Std. Residual
Fortalecimento
da
competitividade
69
-3,591 -2,50270
249
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,7534008 1,7075057 -,0208702 ,58211717 110
Residual
-3,0036731 1,8098292 ,0000000 ,80923868 110
Std. Predicted Value
-2,976 2,969 ,000 1,000 110
Std. Residual
-3,591 2,163 ,000 ,967 110
Eficiência no uso de recursos
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate
Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change F Change df1 df2
Sig.
F Change
18
,694 ,481 ,451 ,73707415 -,009 1,848 1 102 ,177 2,111
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
51,916 6 8,653 15,927 ,000
Residual
55,958 103 ,543
18
Total
107,873 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
18 (Constant) ,047 ,086 ,547 ,585
Base de
funcionamento
,583 ,076 ,554 7,699 ,000 ,972 1,029
Nível de
confiança
-,240 ,070 -,245 -3,427 ,001 ,988 1,012
Nível de
concordância no
relacionamento
,184 ,072 ,186 2,567 ,012 ,960 1,042
Aliança -
Consórcio
-,575 ,248 -,167 -2,320 ,022 ,974 1,026
Compartilhament
o custos de
produção
,585 ,229 ,197 2,556 ,012 ,849 1,177
250
Aprendizado com
o parceiro
-,352 ,178 -,149 -1,978 ,051 ,885 1,129
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-2,2626979 1,5135659 ,0101739 ,69013815 110
Residual
-1,5296232 1,5084163 ,0000000 ,71650057 110
Std. Predicted Value
-3,293 2,178 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,075 2,046 ,000 ,972 110
Perspectiva de gestão
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate
Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change F Change df1 df2
Sig.
F Change
21
,388 ,151 ,127 ,93987106 -,018 2,267 1 105 ,135 1,905
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
16,644 3 5,548 6,281 ,001
Residual
93,636 106 ,883
21
Total
110,280 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
21 (Constant) -,067 ,122 -,546 ,586
Base de
funcionamento
,255 ,096 ,240 2,653 ,009 ,978 1,022
Ramo de
negócio-
integração e rede
,357 ,184 ,175 1,942 ,055 ,989 1,011
Tempo da aliança
menor que 1 ano
-,582 ,263 -,200 -2,212 ,029 ,984 1,016
251
Casewise Diagnostics
Case Number Std. Residual
Perspectiva de
retorno
121
-3,378 -2,48711
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,2271727 ,7405357 ,0020802 ,39076529 110
Residual
-3,1744709 2,1362951 ,0000000 ,92684681 110
Std. Predicted Value
-3,146 1,890 ,000 1,000 110
Std. Residual
-3,378 2,273 ,000 ,986 110
Aprimoramento da produção e distribuição
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
20
,369 ,136 ,103 ,95380531 -,019 2,376 1 104 ,126 1,855
ANOVA
Model
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Regressio
n
15,057 4 3,764 4,138 ,004
Residual
95,523 105 ,910
20
Total
110,580 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
20 (Constant) -,656 ,356 -1,843 ,068
Base de
funcionamento
,190 ,097 ,178 1,949 ,054 ,985 1,015
Potencial de
enfrentar riscos
,162 ,092 ,162 1,766 ,080 ,983 1,017
Setor de
atividade-
,831 ,356 ,215 2,331 ,022 ,965 1,036
252
prestação de
serviços
Compartilhament
o de
comunicação
-,360 ,201 -,164 -1,787 ,077 ,972 1,029
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,3061521 ,6656084 ,0078026 ,37166896 110
Residual
-2,6332221 2,3071842 ,0000000 ,93614072 110
Std. Predicted Value
-3,535 1,770 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,761 2,419 ,000 ,981 110
Aproveitamento da informação
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate
Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change F Change df1 df2
Sig.
F Change
20
,363 ,131 ,098 ,94250216 -,021 2,518 1 104 ,116 2,022
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
14,120 4 3,530 3,974 ,005
Residual
93,273 105 ,888
20
Total
107,393 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
20 (Constant) ,500 ,193 2,592 ,011
Nível de
concordância no
relacionamento
,204 ,094 ,206 2,181 ,031 ,926 1,080
Tipo de aliança -
com concorrente
-,417 ,219 -,177 -1,904 ,060 ,959 1,043
Desenvolv.novos
prod.
-,346 ,190 -,173 -1,821 ,071 ,917 1,090
Elevação da
eficiência
-,370 ,186 -,187 -1,992 ,049 ,942 1,061
253
operacional
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-,9727269 ,8867691 ,0125577 ,35992456 110
Residual
-2,4150183 2,5431864 ,0000000 ,92504691 110
Std. Predicted Value
-2,737 2,429 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,562 2,698 ,000 ,981 110
Relação entre custo e posicionamento
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate
Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change F Change df1 df2
Sig.
F Change
19
,475 ,225 ,188 ,90008436 -,010 1,353 1 103 ,247 1,998
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
24,512 5 4,902 6,051 ,000
Residual
84,256 104 ,810
19
Total
108,768 109
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
19 (Constant)
-,459 ,140 -3,275 ,001
Base de
funcionamento
,162 ,093 ,154 1,734 ,086 ,950 1,052
Resultado do
intercâmbio
,210 ,090 ,204 2,324 ,022 ,970 1,031
Setor de
atividade-
comércio
,496 ,180 ,243 2,761 ,007 ,959 1,042
Aliança -
Consórcio
,973 ,305 ,281 3,190 ,002 ,959 1,043
254
Redução de
custos gerais
,435 ,180 ,217 2,417 ,017 ,928 1,078
Casewise Diagnostics
Case Number Std. Residual
Relação entre
custo e
posicionamento
59
-3,088 -2,77403
69
3,340 3,32245
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,0939244 1,7373259 ,0048581 ,47421599 110
Residual
-2,7794881 3,0059474 ,0000000 ,87919789 110
Std. Predicted Value
-2,317 3,653 ,000 1,000 110
Std. Residual
-3,088 3,340 ,000 ,977 110
Potencial de imitação/replicação
Model Summary
Model R R Square
Adjusted R
Square
Std. Error of
the Estimate Change Statistics Durbin-Watson
R Square
Change
F Change df1 df2
Sig.
F Change
17
,547 ,299 ,251 ,87275980 -,012 1,726 1 101 ,192 1,767
ANOVA
Model
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
Regressio
n
33,091 7 4,727 6,206 ,000
Residual
77,694 102 ,762
17
Total
110,786 109
255
Coefficients
Model
Unstandardized
Coefficients
Standardized
Coefficients
t Sig. Collinearity Statistics
B Std. Error Beta Tolerance VIF
17 (Constant)
-,245 ,189 -1,297 ,198
Base de
funcionamento
-,193 ,091 -,181 -2,121 ,036 ,940 1,064
Nível de
confiança
,190 ,086 ,191 2,204 ,030 ,917 1,090
Ramo de
negócio-
integração e rede
,435 ,177 ,212 2,461 ,016 ,924 1,082
Tipo de aliança -
com cliente
,475 ,172 ,234 2,753 ,007 ,951 1,051
Elevação da
eficiência
operacional
-,466 ,177 -,232 -2,630 ,010 ,887 1,127
Aprendizado com
o parceiro
-,524 ,202 -,219 -2,588 ,011 ,963 1,039
Redução de
custos gerais
,397 ,183 ,196 2,174 ,032 ,848 1,179
Residuals Statistics
Minimum Maximum Mean Std. Deviation N
Predicted Value
-1,2896110 1,3069738 -,0042529 ,55098881 110
Residual
-2,1579068 1,9882855 ,0000000 ,84427042 110
Std. Predicted Value
-2,333 2,380 ,000 1,000 110
Std. Residual
-2,473 2,278 ,000 ,967 110
256
APÊNDICE L – Teste para Uso Predominante da Web
Test of Homogeneity of Variances
Levene
Statistic df1 df2 Sig.
Fortalecimento da
competitividade
1,722 5 104 ,136
Eficiência no uso dos
recursos
,856 5 104 ,513
Perspectiva de retorno
,563 5 104 ,728
Aprimoramento da
produção e distribuição
1,272 5 104 ,282
Aproveitamento da
informação
,304 5 104 ,910
Relação entre custo e
posicionamento
,532 5 104 ,752
Potencial de
imitação/replicação
1,400 5 104 ,230
ANOVA
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Between Groups
6,118 5 1,224 1,243 ,294
Within Groups
102,368 104 ,984
Fortalecimento da
competitividade
Total
108,486 109
Between Groups
5,088 5 1,018 1,000 ,422
Within Groups
105,863 104 1,018
Eficiência no uso dos
recursos
Total
110,951 109
Between Groups
2,321 5 ,464 ,446 ,816
Within Groups
108,319 104 1,042
Perspectiva de
retorno
Total
110,640 109
Between Groups
6,803 5 1,361 1,402 ,230
Within Groups
100,925 104 ,970
Aprimoramento da
produção e
distribuição
Total
107,728 109
Between Groups
4,688 5 ,938 ,936 ,461
Within Groups
104,195 104 1,002
Aproveitamento da
informação
Total
108,882 109
Between Groups
2,250 5 ,450 ,431 ,826
Within Groups
108,562 104 1,044
Relação entre custo e
posicionamento
Total
110,811 109
Between Groups
3,408 5 ,682 ,670 ,647
Within Groups
105,714 104 1,016
Potencial de
imitação/replicação
Total
109,122 109
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