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professores, percebo a importância da relação teoria x prática dos professores do
Ensino Superior. Para os egressos, é imprescindível no processo de ensinar e
aprender ter alegria
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e dinamismo, e que esses fatores sejam uma constante no
cotidiano das universidades. E ainda outro depoimento:
não consegui perceber a relação teoria x prática, porque os professores
que eu tive de prática de ensino, de estágio, nenhum atuava em sala de
aula da Educação Básica, era muito distante. Quando eu entrei na sala de
aula para realizar o meu estágio, senti uma dificuldade muito grande,
porque não tive contato. Ex.: no estágio: assistia a dois ou três períodos
(acho isso insuficiente), fazia o planejamento (todos os planos), e chegava
para trabalhar. O professor do estágio ia visitar a turma e ele conferia se o
planejamento estava sendo seguido. Se não estivesse chamariam a minha
atenção. E todo o bom professor sabe que o planejamento é flexível, por
várias situações que ocorrem na cidade, no país, na sociedade, por
observar que o planejado não agradou e aí você modifica. Eu acho uma
grande falha para um curso de licenciatura o profissional professor não ter
experiência com a Educação Básica, que é onde o graduando atuará ou
está atuando (Professor egresso do Curso de Letras – URI/FW).
Através de leituras de autores, bem como das falas dos professores
entrevistados e da própria experiência, posso afirmar que teoria e prática são
concebidas como dimensão de um mesmo processo, e se efetivam no momento em
que a teoria orienta a ação. Esta, por sua vez, reorienta a própria teoria, articulando
um processo de reflexão, mudança e transformação.
O relato de um professor egresso do Curso de Letras demonstra a inquietude
perante essa situação quando diz o seguinte:
eu teria o maior dos prazeres em ver os professores da graduação
trabalhando com o Ensino Médio e com o Ensino Fundamental, para mim,
iria ser o êxtase, porque uma coisa é dizer como fazer e outra é realmente
fazer na prática. O problema é conseguir fazer com que o aluno se
concentre, os alunos chegam muito agitados. Eu, enquanto professor, não
posso concorrer com a televisão, com a Internet; e nem quero. Eu acho
que a educação não tem a função de ser uma coisa ágil, que muda, que
vira. Não, a educação não é isso. Você tem que saber que cada coisa tem
o seu lugar. Eu tive professores que trabalhavam na Educação Básica, mas
que os trabalhos em sala de aula não eram reais. Eu ainda não era
professora, mas muitas das minhas colegas eram e afirmavam que muito
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Rios e Lorieri (2004, p. 56), ao falar em alegria, colocam que “é algo que se experimenta quando
estamos numa situação de bem-estar; quando podemos realizar experiências positivas, quando
atingimos objetivos muito desejados. Qual de nós não a experimentou, em momentos diversos da
vida? É mesmo por conhecermos a alegria, e por sabermos o que ela significa, que é preciso busca-
la, descobri-la, inventá-la”.