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as principais polinizadoras à medida em que se ascende às montanhas neotropicais
(Janzen 2003). Nos trópicos, em climas de condições severas, tais como nas altas
altitudes brasileiras (e.g., Serra da Bocaina), também apresentam alta importância na
polinização (Freitas & Sazima 2006).
As abelhas que apresentaram maior freqüência de visitas nos horários, onde
houve aumento de temperatura e diminuição da umidade relativa do ar (M. bicolor em
T. cerastifolia, M. marginata, Trigonopedia sp., Augochloropsis sp.1 em T.
clinopodifolia) podem ter seu comportamento influenciado pela facilidade na obtenção
de pólen. Com a baixa umidade relativa, o pólen se desagregaria e facilitaria a retirada
das anteras com o comportamento de vibração, o que não aconteceria estando mais
úmido nas primeiras horas da manhã.
Entretanto, em T. gracilis, houveram abelhas que mantiveram as visitas bem
distribuídas ao longo de toda a manhã, com exceção de B. atratus. A ocorrência deste
padrão, predominantemente em T. gracilis, pode estar relacionado à maior quantidade
de pólen em função do tamanho da flor se comparado às outras duas espécies, embora
isto não tenha sido testado. A maior quantidade de pólen diminui o gasto energético na
procura por recurso. Outro fator que poderia influenciar é a densidade de indivíduos de
T. gracilis, que na área de estudo ocorreram, em sua maioria, em grandes aglomerados
de vários indivíduos. Em T. cerastifolia os indivíduos ocorreram em aglomerados mais
esparsos, e em T. clinopodifolia os indivíduos ocorreram em aglomerados de poucos
indivíduos. Segundo Heinrich (1979), seu estudo com duas espécies de abelhas do
gênero Bombus (B. terricola e B. vagans) sugere que, em áreas mais ricas em recurso
(néctar), as abelhas reduzem o tempo e a energia gastos em vôo visitando as flores mais
próximas. Nos locais ricos em recurso as abelhas permanecem forrageando até que este
comece a esgotar. A partir daí, evitam pousar e sondar flores previamente visitadas e