individuais variam entre si, mas costumam refletir os valores da sociedade na qual o individuo
foi criado, é ajuda valiosa para a explicação, e a previsão de comportamentos.” Percebe-se
que muitos trabalhadores da chamada “geração veterana” têm como valor a fidelidade e
lealdade aos patrões. Isso porque vieram de uma cultura em que as relações eram
estabelecidas com base na confiança recíproca, valores inestimáveis para os mesmos. Ao
ingressar no mundo organizacional, viviam do paternalismo tosco, autoritário, centralizador e
massificante, mascarado por trocas significativas para a sobrevivência dos mesmos. Essas
gerações pagaram um preço insuportável para se manterem empregáveis, viviam sob a mira
da substituição, eram submissos e tinham auto-estima baixa.
Surge, então a geração dos
boomers
, cujo individualismo e competitividade,
preconizados por uma cultura cada vez mais materialista, transformam trabalhadores em
competidores incansáveis, na busca do sucesso e realização profissional, impulsionados por
empresas que preconizavam a competitividade em detrimento da cooperação, a lealdade dos
mesmos era pela sua carreira.
A geração X teve sua vida direcionada pela globalização e o acesso a novas
tecnologias. Procuram equilibrar o trabalho e a vida social, com menos disposição em
sacrificar o lazer pelos aumentos salariais. A lealdade se volta para os relacionamentos.
Ocorre uma mudança de valores individuais, influenciada por valores internos e externos as
organizações.
Por fim, surge a chamada geração da tecnologia, que busca o sucesso financeiro,
influenciada pela facilidade na aquisição de novas alternativas tecnológicas e comodidades
associadas. A orientação dessa geração se volta para o trabalho em equipe, a lealdade é para si
mesmo e para os relacionamentos. Inicia-se assim, um novo relacionamento entre organização
e geração da tecnologia, a relação da troca. Essa geração fica na organização, desde que se
beneficie do relacionamento, a partir do momento em que este relacionamento não satisfaz,
busca outra organização para se relacionar, e a recíproca em relação à organização também
ocorre.
A relação entre organização e pessoas com as organizações e o trabalho, sempre foi
embasada em valores e esses foram transformando-se, ao longo dos anos, sobre o impacto das
mudanças mundiais, tecnológicas e culturais, que refletiram diretamente na relação das
pessoas com o trabalho e, conseqüentemente, com as organizações.
Ghoshal et al (2002), propõem que essa relação com as empresas seja modificada por
uma relação mais positiva e para que isso aconteça, faz-se necessário o rompimento do
contrato antigo e o estabelecimento de um novo contrato moral com os funcionários,
substituindo a exploração paternalista, pela criação de valor em uma relação em que os
destinos são compartilhados, ou seja, uma relação profissional.
Para efetivar esse novo contrato, será necessário conquistar e incentivar novamente as
pessoas, para que elas acreditem no valor que agregam às organizações e aos processos, para
que deixem de acreditar serem meros coadjuvantes desse filme organizacional, através de
crenças disseminadas por décadas a fio. A posição agora é passar as pessoas de coadjuvantes
para artistas principais na direção do sucesso organizacional e na manutenção da
competitividade empresarial.
Segundo Ghoshal et al (2002: 21), “A diferença entre o antigo e o novo não é apenas
econômica, mas também filosófica.” Com referência à analise de Ghoshal et al, as estruturas
de controle de comportamento praticado anteriormente nas empresas, substituía a autonomia,
evitando assim que as pessoas criassem um novo valor, pois a necessidade primária era
eliminar qualquer desperdício seja de tempo, de material ou qualquer outra coisa que não
gerasse eficiência nas atividades.
Atualmente, algumas organizações já procuram incentivar as pessoas a trabalharem
coletivamente em prol de objetivos e valores compartilhados, identificados nesta premissa
como
empowerment
, que significa, permitir que as pessoas façam uso do poder, do