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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FACIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA
DANIEL PEREIRA QUERIDO
CONTROLE DA SALTABILIDADE EM BASQUETEBOLISTAS: BUSCANDO
RELAÇÕES EM DIFERENTES ETAPAS DA PERIODIZAÇÃO
PIRACICABA – SP
2007
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2
DANIEL PEREIRA QUERIDO
CONTROLE DA SALTABILIDADE EM BASQUETEBOLISTAS: BUSCANDO
RELAÇÕES EM DIFERENTES ETAPAS DA PERIODIZAÇÃO
Este exemplar corresponde à redação final
da Dissertação de mestrado em Educação
Física, na área de Performance Humana,
defendida por Daniel Pereira Querido e
aprovada pela comissão julgadora em
30/03/2007.
Orientador: Prof. Dr. João Paulo Borin.
PIRACICABA
2007
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4
Dedico este trabalho aos meus
pais, que tanto fizeram e ainda
fazem pelo meu sucesso!
5
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai Homero, meu fã número um, seja nas quadras ou na
vida, pela paciência de quem varou madrugadas para tornar possível a conclusão
deste trabalho, emprestando-me seus dotes jornalísticos e à minha mãe Claudete
que deram todo o respaldo necessário para a conclusão de mais esta fase de minha
vida, sempre rezando pelo meu sucesso e felicidade.
À minha namorada Aline, companheira a todos os momentos, em
todos os lugares, assistindo e torcendo por mim.
Aos meus tios Arnaldo e Elisabete que me tem como um filho e
merecem uma gratidão toda especial.
Aos meus primos Andre, Tiago e Felipe que junto crescemos e
dividimos muitos momentos felizes.
Ao Prof. Dr. João Paulo Borin pelos ensinamentos, pela paciência,
dedicação, e orientação neste trabalho.
Aos colegas de mestrado, que juntos aprendemos e crescemos.
À equipe de basquetebol do Extra / Academia de Ensino Superior /
Prefeitura Municipal de Sorocaba-SP na pessoa de seu diretor Rinaldo Aparecido
Rodrigues, hoje um amigo, que possibilitou a realização das avaliações utilizadas
neste estudo.
Aos atletas que participaram do estudo pela colaboração nas coletas
de dados.
Ao meu grande amigo João Nunes, que me abriu as portas do
basquetebol e com quem passei madrugadas discutindo idéias sobre treinamento,
basquetebol e tantas coisas que contribuíram de maneira significativa para a
realização deste trabalho.
A todos amigos que direta ou indiretamente contribuíram para que
este importante passo na minha vida se tornasse possível.
6
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi entender as respostas da saltabilidade no
processo de treinamento de atletas de basquetebol e verificar possíveis relações
entre os diferentes momentos do processo de treinamento. Participaram do estudo
treze basquetebolistas da categoria adulta masculina avaliados por meio de saltos
verticais - Squat Jump (SJ) e salto contramovimento com auxílio dos braços (CMAJ),
no início e no fim de cada microciclo e, do teste de 30 segundos saltando
continuamente (CJ-0 a 30s), realizados em cinco momentos distintos: P1 (início do
período preparatório), P2 (início do 1º turno), P3 (início do 2º turno), P4 (início do
play-off) e P5 (período transitório). A partir dos dados coletados em 18 semanas, as
análises estatísticas no âmbito descritivo foram realizadas envolvendo medidas de
posição e variabilidade e no inferencial, utilizou-se a técnica da análise de variância
para o modelo com um fator e medidas repetidas (Norman, Streiner, 1994),
complementada com o teste t de Student (ZAR, 1999). Os principais resultados
apontam para um aumento estatisticamente significante no CJ0 a 30s, no número de
saltos realizados da avaliação inicial (P1) 41,8 ± 4,1 para play-offs (P4) 45,4 ± 1,8,
bem como no tempo de contato de P1 (0,205 ± 0,08 (s)) e P2 (0,206 ± 0,08 (s)) para
P4 (0,165 ± 0,02 (s)). Tais valores apontam para a melhoria da reatividade e indicam
uma melhoria na resistência anaeróbia, capacidade determinante no desporto
basquetebol, na ação motora de salto vertical, presente nos momentos decisivos da
modalidade, permitindo entender que os testes de salto vertical podem ser
indicadores para o controle da força explosiva e da resistência da força explosiva em
basquetebolistas.
Palavras Chaves: Basquetebol, Treinamento, Preparação
7
ABSTRACT
The objective of the present study was to understand the answers of the jump
capability in the process of basketball athlete’s training and to verify possible
relationships among the different moments of the training process. Thirteen
basketball players of the masculine adult category participated in the study appraised
through vertical jumps - Squat Jump (SJ) and Countermovement with arms Jump
(CMAJ), in the beginning and at the end of each microcycle and, the test of 30
seconds jumping continually (CJ-0 to 30s), accomplished in five different moments:
P1 (beginning of the preparatory period), P2 (beginning of the 1st shift), P3
(beginning of the 2nd shift), P4 (beginning of the play-off) and P5 (transitory period).
Starting from the collected data in 18 weeks, the statistical analyses in the descriptive
extent were accomplished involving position measures and variability and, in the
inferencial, the technique of the variance analysis was used for the model with one
factor and repeated measures (Norman, Streiner, 1994), complemented with the test
t of Student (ZAR, 1999). The main results appear for statistically significant increase
in CJ-0 to 30s, in the number of jumps accomplished of the initial evaluation (P1)
41,8 ± 4,1 for play-offs (P4) 45,4 ± 1,8, as in the contact time of P1 (0,205 ± 0,08 (s))
and P2 (0,206 ± 0,08 (s)) for P4 (0,165 ± 0,02 (s)). This values indicate the
improvement of the reactivity and shows an improvement in the anaerobic resistance,
decisive capacity in the sport basketball, in the motive action of vertical jump, present
in the decisive moments of the modality, allowing to understand that the tests of
vertical jump can be indicative for the control of the explosive force and of the
resistance of the explosive force in basketball players.
8
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Valores absolutos referentes ao volume de treinamento, em minutos,
nas diferentes semanas estudadas .....................................................56
TABELA 2 - Medidas descritivas das variáveis antropométricas dos sujeitos
do estudo................................................................................................58
TABELA 3 - Medidas descritivas das variáveis estudadas SJ e CMAJ do
grupo durante todo o período.................................................................59
TABELA 4 – Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo a fase
do microciclo..........................................................................................60
TABELA 5 – Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo as semanas....61
TABELA 6 – Medidas descritivas das avaliações periódicas segundo as
variáveis estudadas...............................................................................63
TABELA 7 - Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo período
avaliado..................................................................................................67
9
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Valores absolutos referentes ao volume de treinamento, em minutos,
nas diferentes semanas estudadas...................................................56
GRÁFICO 2 – Valores médios obtidos pelo grupo segundo as semanas, nas
variáveis SJ e CMAJ...........................................................................62
GRÁFICO 3 – Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período,
na variável N......................................................................................64
GRÁFICO 4 – Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período,
na variável TC.....................................................................................64
GRÁFICO 5 – Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período,
na variável TV.....................................................................................65
GRÁFICO 6 – Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período,
na variável HT....................................................................................65
GRÁFICO 7 – Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período,
na variável HM....................................................................................66
GRÁFICO 8 – Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período,
na variável CR....................................................................................66
10
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
SJ – Squat Jump
CMJ – Countermovement Jump (Salto Contramovimento)
CMAJ – Countemovement with Arms Jump (Salto Contramovimento com Auxílio dos
Braços)
DJ – Drop Jump (Salto em Profundidade)
CJ – Continuous Jump (Saltos Verticais Contínuos)
%LL – Porcentagem de Lances Livres
%L2 – Porcentagem de Arremessos de 2 Pontos
%L3 – Porcentagem de Arremessos de 3 Pontos
RD – Rebotes Defensivos
RO – Rebotes Ofensivos
FC – Faltas Cometidas
PMáx – Potência Máxima
PMe – Potência Média
PF – Percentual de Fadiga Anaeróbia
SV – Salto Vertical
LD – Line Drill
PAM – Potência Anaeróbia Máxima
CAE – Ciclo Alongamento-Encurtamento
DJ-H – Drop Jump (Altura ótima de queda)
DJ-H/T – Drop Jump (Relação Força/Velocidade no aproveitamento do CAE)
N – Número de saltos realizados no CJ
TC – Tempo de Contato
TV – Tempo de Vôo
HT – Altura Total Saltada
HM – Altura Média
CR – Coeficiente de Rendimento (h/TC)
h – Altura do Salto
v – Velocidade do Salto
DP – Desvio Padrão
dm/s – Decímetro/segundo (CR)
11
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS
ANEXO A - Carta de aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em
Pesquisa – UNIMEP...................................................................................................81
APÊNDICE A - TABELAS
A1 - Medidas descritivas da variável Squat jump (h) segundo avaliação..................82
A2 - Medidas descritivas da variável Squat jump (v) segundo avaliação...................83
A3 - Medidas descritivas da variável CMAJ (h) segundo avaliação...........................84
A4 - Medidas descritivas da variável CMAJ (v) segundo avaliação...........................85
A5 - Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo atleta............................86
A6 - Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo atleta............................87
12
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS
INTRODUÇÃO 13
REVISÃO DE LITERATURA 15
1 BASQUETEBOL 16
1.1 Ações Técnicas 16
1.2 Capacidades Físicas 21
2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E ANTROPOMÉTRICA 24
3 BASQUETEBOL E OS SALTOS VERTICAIS 26
3.1 Estudos sobre Desempenho de Salto Vertical 32
4 ORGANIZAÇÃO E CONTROLE DO TREINAMENTO 37
5 TESTES COM SALTO VERTICAL 45
5.1 Testes que Estimam as Manifestações da Força Explosiva 50
5.2 Testes que Estimam a Resistência de Força Explosiva 51
OBJETIVOS 53
MÉTODOS 54
1 CASUÍSTICA 54
2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 54
3 VOLUME DE TREINAMENTO 57
4TRATAMENTO ESTATÍSTICO 58
RESULTADOS 59
DISCUSSÃO 70
CONCLUSÃO 75
REFERÊNCIAS 76
ANEXO A 82
APÊNDICE A 83
13
INTRODUÇÃO
A evolução das competições desportivas tem exigido uma
participação cada vez mais intensa dos atletas, requerendo o aperfeiçoamento e
elevação do nível da capacidade de treinamento de seus praticantes. Nesse sentido,
treinadores e preparadores físicos têm buscado analisar as ações motoras do jogo e
as solicitações da atividade competitiva, visando organizar de forma mais eficiente
as cargas de treinamento, seu conteúdo, grau de importância, potencial e a
especificidade das mesmas.
A organização desse processo envolve o estudo dos mais diversos
aspectos da preparação física, a partir da predominância das vias metabólicas e
concepções metodológicas a serem adotadas; organização do conteúdo de
treinamento durante a temporada; definição dos meios e métodos de treinamento e
até elementos não diretamente relacionados ao processo de preparação do atleta,
como o calendário das competições. Dessa organização resulta a adoção de
regimes de treinamento específicos e a distribuição dos estímulos ao longo da
temporada. O objetivo dessa organização e distribuição das cargas de treinamento
ao longo de uma temporada de competições, segundo Moreira (2002), é o
incremento da capacidade especial de trabalho e, principalmente, a manutenção da
forma física ótima durante todo o período de jogos.
14
No basquetebol, considerada uma das modalidades desportivas de
maior exigência física dos atletas, observa-se que a capacidade de salto é
executada com grande volume e intensidade, variando de 30 a 65 saltos por partida
(KOMI, BOSCO, 1978; ÁLVAREZ, 2001; DE ROSE et al, 2006). A preocupação com
o nível dessa capacidade especial de trabalho do praticante deve estar associada a
um rígido controle de determinados elementos da preparação condicional, que
envolve a condição do desportista e os fatores que a influenciam, além dos efeitos
das diferentes orientações fisiológicas de cargas de treinamento e o seu potencial de
treino durante o processo de preparação física.
Dessa forma o presente estudo tem o objetivo de entender as
respostas da saltabilidade no processo de treinamento do basquetebol por meio de
testes de saltos verticais, e buscar possíveis relações entre os diferentes momentos
analisados (semanas e períodos) bem como entre as variáveis da saltabilidade.
15
REVISÃO DE LITERATURA
1 BASQUETEBOL
O basquetebol segundo Daiuto (1981) é uma soma de habilidades
individuais que, unidas, compõe o jogo, e por ser um esporte de contato, exige-se
que o atleta tenha força, rapidez, e agilidade, além é claro de suas capacidades
técnicas e táticas. O basquetebol é uma “sucessão de esforços intensos e breves,
realizados em ritmos diferentes. É um conjunto de corridas, saltos e lançamentos”.
Além disso, segundo a classificação de modal
16
Paes (2001) afirma que não basta mais ter apenas altura ideal para
jogar basquetebol, pois atualmente a modalidade exige outros requisitos, possuindo
características próprias quanto aos fundamentos, sistemas defensivo e ofensivo e
ações táticas.
Ações táticas organizadas, com o objetivo de facilitar o acesso ao
alvo, de acordo com o sistema defensivo adversário compõem os sistemas
ofensivos. Já o sistema defensivo, é composto pelas defesas: zona, individual,
mista/combinada e pressão.
Os atletas devem possuir qualidades que lhes permitam recuperar e
resguardar a bola , uma vez que segundo Bergamo (2003), quanto maior for o
contato com a bola, maior serão as chances de a equipe conseguir a vitória, já que a
variedade de situações provocadas pela ação do jogo em que o atleta tem, ou tenta
ter a bola, é constante.
1.1 Ações Técnicas
Dentre as qualidades técnicas exigidas pela modalidade, De Rose
Jr. e Ferreira (1987) apontam como fundamentais para o jogo:
Controle do Corpo
Dependendo do momento do jogo, na defensiva, na ofensiva e na
transição com posse de bola, e sem posse de bola, o jogador comporta-se de
diferentes maneiras, manifestando o controle do corpo de acordo com a
especificidade da situação. Assim sendo, o domínio corporal é fator determinante
17
para o sucesso nos jogos esportivos coletivos. Sua prática dará ao aprendiz a
oportunidade de conhecer seu corpo e suas possibilidades, além da ocupação
dentro do espaço do jogo.
Newell apud Bayer (1994) coloca que o total de posse de bola que
um jogador tem durante todo o jogo é de aproximadamente 4 minutos, sendo é
necessário que o iniciante seja educado para os movimentos básicos do jogo, para
que desenvolva um completo domínio corporal. As ações do jogo dividem-se em
com ou sem posse de bola, e quando da posse da bola, o jogador tem de dominar a
técnica do passe, do drible e do arremesso, aliada à destreza motora. Já os
movimentos de parada brusca, saídas rápidas, mudanças de ritmo, giros nos
diversos sentidos, fintas e mudanças de direção podem ser aplicados com bola ou
sem bola.
Para Paes (2001), o domínio do corpo é um fundamento
rigorosamente básico, merecedor, portanto, de uma atenção especial em qualquer
proposta de iniciação.
O domínio de corpo completa-se quando o atleta aprende a
manipular a bola.
Manejo de Bola
Uma vez aprendido o domínio do corpo, o passo seguinte consiste
em acrescentar o manejo da bola, dando ao aluno a oportunidade de conhecer a
bola e suas diferentes formas de utilização buscando criar intimidade por meio de
seu controle (BERGAMO, 2003). Para De Rose Jr. e Ferreira (1987), tal fundamento
se dá pela capacidade de manusear a bola nas diversas situações do jogo, estando
18
relacionado com a correta execução de todos os fundamentos que envolvam seu
manuseio. Descreveremos a seguir, cada fundamento do basquetebol.
Drible
O drible é o fundamento pelo qual o jogador se desloca pela quadra
com a posse de bola, sem infringir as regras do jogo.
Para Bergamo (2003), o vocabulário motor do jogador é responsável
direto pelo sucesso nesse fundamento e quanto mais habilidade técnica tenha
aprendido o jogador, maiores e melhores serão suas opções dentro de um jogo,
estando o sucesso do jogador de basquete vinculado à sua habilidade de driblar,
especialmente entre os armadores e laterais.
Passe
Executado mediante lançamentos da bola entre elementos da
mesma equipe, com o objetivo de conseguir um melhor posicionamento na quadra,
para maior facilidade na obtenção de uma cesta. Constitui uma das maneiras levar a
bola de um ponto a outro da quadra, sem infringir as regras do jogo (DE ROSE;
FERREIRA, 1987).
Bergamo (2003) afirma em seu estudo que durante uma partida de
basquetebol, a média de passes aproxima-se de 250, indicando que a aprendizagem
e o aperfeiçoamento, portanto, devem ser motivos de muita atenção da parte dos
técnicos.
19
Arremesso
Em uma partida de basquetebol o atacante de posse de bola poderá
executar um arremesso de diversas formas, dependendo de sua posição na quadra,
da posição do adversário mais próximo e de sua velocidade de deslocamento. Em
função destes parâmetros surgem alguns tipos de arremessos mais utilizados. São
eles: a bandeja, o arremesso com uma das mãos e o jump. Pode-se citar ainda o
arremesso tipo gancho, muito utilizado pelos pivôs por sua localização próximo à
cesta (DE ROSE; FERREIRA, 1987).
Rebote
Toda vez que houver uma tentativa de arremesso os jogadores
deverão se posicionar de tal forma que, se a cesta não for convertida, eles estarão
em condições de conseguir a posse da bola. O ato de recuperar a bola após um
arremesso não-convertido denomina-se rebote.
Tanto técnicos como jogadores deverão dar maior atenção ao
fundamento rebote, uma vez que no basquetebol moderno, é muito grande o número
de arremessos à cesta e dele ocorrem outras ações, como a transição, ou nova
tentativa de finalização, tornado-se assim um dos fundamentos mais importantes do
jogo de basquetebol (BERGAMO, 2003).
A exemplo do drible, do passe e do arremesso, o rebote no jogo de
basquetebol tem uma importância vital para o sucesso de qualquer equipe.
De Rose Jr. e Ferreira (1987), entendem que de maneira geral um
jogo de basquetebol pode ser analisado pelo aspecto técnico, onde se avalia o
desempenho de um ou mais jogadores, determinando o nível de suas ações, a
20
execução dos seus fundamentos e a eficiência dessa execução, quantificando as
ações; e do ponto de vista tático, quando analisam situações desenvolvidas por
pequenos grupos ou por toda a equipe, a partir de padrões pré-definidos (plano
tático de jogo). Ainda citando De Rose Jr. e Ferreira (1987), quaisquer das análises
mencionadas podem ser feitas de forma objetiva, procurando quantificar ou nomear
uma determinada ação, ou subjetiva, quando se tenta fazer uma observação
qualitativa da execução técnica e tática.
Para obter uma análise válida e fiel, é necessário utilizar sistemas de
observação que possibilitem reunir todos os fatos relevantes no jogo, tendo assim as
informações objetivas e quantitativas. Sampaio (1998), pesquisador português, cita
que a análise quantitativa do jogo de basquetebol é um processo fundamental na
explicação dos fatores que influenciam o êxito esportivo. Com estas análises é
possível evoluir o desempenho da equipe e/ou individual através dos indicadores do
jogo, e com isso corrigir os erros para as competições que prosseguem.
As formas de manifestação da técnica, os aspectos táticos e a
atividade física desenvolvida pelos jogadores, segundo Garganta (1996), devem
fazer parte do conteúdo abordado para a organização e avaliação dos processos de
ensino e treino nas modalidades esportivas coletivas, a partir do estudo do jogo a
por meio da observação do comportamento dos jogadores e das equipes
Para Brandão et al (2001), as situações ou ocorrências possíveis
de serem observadas e quantificadas em situação de jogo, constituem indicadores
que formam um conjunto referencial das principais ações técnico-táticas da partida
de basquetebol.
21
Lorenzo (2001), afirma que a maioria dos estudos, que objetivam a
quantificação das ações motoras dentro do desporto de equipe, utilizam-se de
parâmetros fisiológicos, de análises relacionadas ao tempo de jogo e às pausas,
assim como com o tipo de intensidade das ações, sendo o conhecimento da
modalidade desportiva em situação real de competição fundamental na elaboração
do treinamento.
1.2 Capacidades Físicas
Capacidade Aeróbia
Quando analisada a distância total percorrida no jogo de
basquetebol, nota-se que os deslocamentos de baixa intensidade, lentos, são os que
aparecem com maior freqüência. Essas atividades de menor intensidade, tanto em
número de ação, quanto em percentual de duração predominam ao longo da partida
representando 65% do tempo total de jogo, das quais aparentemente, a maior parte
é realizada em intensidade aeróbia (OLIVEIRA, 2000).
O consumo máximo de oxigênio (VO
2
máx), definido como o volume
máximo de oxigênio que pode ser captado, transportado e utilizado pelas células
durante o exercício, tem sido muito utilizada no basquetebol para entender a
contribuição do metabolismo aeróbio durante o jogo. Estudos de Hunter e Hilyer
(1989) e Hakkinen (1993), mostraram que a potência aeróbia dos jogadores
apresenta variações entre 42 e 59 mL/kg/min.
Hoffman et al (1991) quando compararam as posições, observaram
a tendência de os armadores apresentarem capacidade maior ao serem comparados
22
com as demais posições em níveis distintos de competição (universitário e
profissional). Esses achados, entretanto, não foram estatisticamente significativos.
Capacidades Anaeróbias
Força Explosiva
Velocidade, agilidade e impulsão vertical, são fatores preditores de
sucesso para os atletas de basquetebol (BERGAMO, 2003), uma vez que as
atividades de alta intensidade pautadas pelas mudanças rápidas de direção,
explosão para a realização de rebotes e arremessos e a velocidade para recuperar
uma bola perdida, ou realizar um contra-ataque, decisivos para a modalidade.
Nos primeiros anos de treinamento, Hunter et al (1993) e Petko e
Hunter (1997) apontam para um aumento de 8 a 12% na impulsão vertical. Tais
aumentos diminuem substancialmente com o aumento da idade e da experiência
esportiva, como demonstram Hoffman et al (1991), quando afirmam que fora do
período de competição, em seu estudo, ocorreu menos de 1% de evolução na
impulsão vertical.
Velocidade
A velocidade também se apresenta como importante fator de
performance para o atleta de basquetebol, como apontam McArdle et al (2003),
quando definem a modalidade como de esforços máximos, extenuantes, repetitivos
e de curta duração, levam a uma grande utilização dos fosfagênios armazenados no
músculo, a um acúmulo de lactato, caracterizada por piques de 5 a 20 metros,
saltos, lançamentos e deslocamentos de costas, onde o intervalo entre uma ação e
outra é curtíssimo, são características do jogo.
23
Matsudo et al (1984), ao analisarem parâmetros de aptidão física da
equipe nacional de basquetebol masculino e feminino, encontraram valores para o
teste de 50 metros de (7,36 + 0,6 seg.) para o masculino e de (7,83 + 0,5 seg.) para
o feminino.
Agilidade
A agilidade em conjunto com a impulsão vertical e a velocidade,
constituem o grupo das variáveis motoras mais importantes para o basquetebol.
A agilidade segundo Hoffman et al. (1991), durante período de
treinamento não apresentou valores de melhora superior a 1%. Isso sugere que
atletas de basquetebol estão próximos do limite máximo desta variável durante todo
o tempo.
Segundo Bergamo (2003), estudos realizados com equipes
masculinas, não se encontraram correlação estatística para as diferentes posições
táticas de jogo, mesmo tendo os armadores valores superiores aos alas e pivôs.
Resistência de Força Explosiva
Estando a resistência de força explosiva altamente correlacionada
com o potencial de sucesso de jogadores de basquetebol, como um dos fatores que
compõem seu potencial esportivo, faz-se necessária a sua avaliação juntamente
com outros fatores de desempenho.
Além do teste de Wingate (BAR-OR, 1987), em nosso meio, em
razão da forma simples de aplicação não invasiva e de baixo custo operacional, tem
sido freqüentemente utilizadas pesquisas que abordam a potência anaeróbia de uma
24
forma indireta, como por exemplo o teste de pista de 40 segundos (MATSUDO,
1979).
Jiménez et al (2002), afirma que para a avaliação da resistência de
força explosiva no basquetebol, é importante se levar em conta a especificidade da
modalidade e aponta para a utilização do o teste de saltos contínuos de 30
segundos, proposto por Bosco (1994).
2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E ANTROPOMÉTRICA
Paiva Neto e César (2005), em seu estudo com 85 atletas
participantes da Liga Nacional Masculina no ano de 2003, encontraram números que
servem de referência para a modalidade em nosso país, apontando valores médios
para a faixa etária de 24,2 + 5,9 anos; estatura de 195,5 + 9,8 cm; massa corporal
de 93,7 + 13,5 Kg e percentual de gordura de 10,3 + 3,0%, caracterizando o perfil
antropométrico do basquetebolistas brasileiros.
Os referidos autores chamam a atenção para o fato de que atletas
de massa corpórea livre de gordura e estatura elevada levarem grande vantagem no
momento de serem selecionados pelas melhores equipes, ao afirmar que jogadores
pesados e fortes têm melhor desempenho em atividades submáximas em relação
àqueles que possuem excesso de gordura corporal, comprometendo a resistência
muscular e a velocidade dos movimentos prejudicada durante a partida.
A prática do basquetebol exige dos atletas diversas formas de
atividades motoras, como força, velocidade, resistência, flexibilidade e coordenação
de movimentos, necessárias ao melhor desempenho em competições. Destaca-se
25
aqui a força explosiva visto que, os movimentos específicos do basquetebol (rebote,
arremessos, deslocamentos de defesa e ataque), exigem elevada solicitação
neuromuscular, resultante dos movimentos do atleta, que devem ser rápidos e de
curta duração. Paralelamente observa-se a necessidade de um desenvolvimento
maior dos níveis de força máxima, cujo incremento permite maiores adaptações da
força explosiva (BOMPA, 2001).
Kokubun e Daniel (1992) caracterizaram os padrões de movimento
do basquetebol em “esforço de intensidade máxima e submáxima, dependendo da
ação do jogo, do sistema defensivo ou ofensivo, entre outras ações”. O estudo
mostrou que as atividades incluíam corridas lentas e rápidas, deslocamentos laterais
ou de costas e diferentes níveis de saltos. Além disso, foram registrados piques de
5 a 20 metros, saltos, lançamentos e deslocamentos de costas, com um curtíssimo
intervalo entre uma ação e outra. Exercícios máximos, extenuantes, repetitivos e de
curta duração, levam a uma grande utilização dos fosfagênios armazenados no
músculo, a um acúmulo de lactato (McARDLE et al, 2003).
Nesse sentido, quanto mais rápido o atleta se recuperar dos
estímulos de alta intensidade, mais preparado ele estará para a próxima ação
motora, aumentando o número de esforços de alta intensidade durante a partida,
elevando seu nível de performance (ÁLVAREZ, 2001).
Da mesma forma, Garrett e Kirkendall (2003), descrevem como
atividades de alta intensidade comuns no basquetebol, as mudanças rápidas de
direção, a explosão para realizar um arremesso ou uma ação de defesa, a
habilidade para saltar de uma forma mais rápida e repetida e a velocidade
necessária para recuperar uma bola perdida ou realizar um contra-ataque.
26
Hoare (2000), detectou que o salto vertical, foi a principal variável
preditora de desempenho dos atletas, em consonância com Hoffman (1996), que
afirma que força, velocidade, agilidade e impulsão vertical são fatores preditores de
sucesso em jogadores de basquetebol .
3 BASQUETEBOL E OS SALTOS VERTICAIS
Deslocamentos laterais com os joelhos em semi-flexão, com
duração entre 5 a 15 segundos, especialmente para as armadores e laterais são
exigências do trabalho defensivo no basquetebol (ARAÚJO, 1982). Com relação a
quantidade de saltos nos rebotes defensivos o autor afirma que estes ocorrem em
séries de 1 (mais comum) e 2 saltos verticais sem balanço dos braços, e séries de 1
e 2 saltos verticais com auxílio dos braços no rebote ofensivo, sendo executado
predominantemente pelos pivôs.
Para Komi e Bosco (1978), os saltos no jogo de basquetebol podem
ser divididos em 2 categorias, quando tem a posse de bola, (saltar para passar,
arremessar), ou sem a bola e em contato corporal direto com seus adversários (por
exemplo, em situações de disputa de rebote). Essa dinâmica de jogo, na maioria das
vezes impede ou dificulta a execução de um contramovimento prévio e do balanço
dos braços, não deixando os atletas alcançarem sua maior efeciência durante a
execução do salto vertical, que ocorrem em média durante uma partida, sessenta e
cinco vezes.
Álvarez (2001), coloca que as ações intensas dentro do jogo, somam
no máximo cerca de 14 segundos, sendo que dos sprints máximos,
aproximadamente 50% são feitos em até 5 passadas, percorrendo em média
27
espaços de 10 a 15 m e os saltos verticais em média são realizados 40 a 60 vezes
no jogo. Os momentos em que o jogador fica parado ou andando duram cerca de 2
segundos e a relação entre esforço e pausa na maior parte do tempo é de 1:1 até
1:3.
Ackland et al. (1997) relatam que em média um atleta de
basquetebol salta 46 ± 12 vezes por partida. Porém, o número de saltos varia
dependendo da posição do atleta, neste caso, os pivôs são os que mais saltam
devido a sua função especifica de obter rebotes, o que leva a repetidos saltos em
curtos espaços de tempo, explicando a variação média de 30 a 65 por partida (DE
ROSE et al, 2006).
Provavelmente o êxito dos fatores que determinam a vitória é o
domínio de uma das equipes em alguma das relações entre os diversos indicadores.
Sampaio (1998), coloca que se pode ter três resultados nos jogos: os equilibrados,
com diferença de até três pontos; os normais, com diferença de até dez pontos e os
desequilibrados, com diferença de mais de dez pontos.
Ainda segundo Sampaio (1998) dos fatores que determinam a vitória
da equipe na competição ou em um jogo, o que lhe chamou mais a atenção é que,
dos seis fatores mais determinantes, quatro apresentam a capacidade de salto em
sua execução: porcentagem de arremessos de dois pontos (%L2) e de arremessos
de três pontos (%L3), rebotes defensivos (RD) e ofensivos (RO).
A figura 1 busca apontar para as relações entre as três
possibilidades de resultados e os fatores que os determinam.
Pode-se analisar que na primeira situação da figura, ou seja, jogos
equilibrados, os fatores determinantes são o %LL, %L2, e o RD, descartando o
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29
individualizado para melhorar esta capacidade e desenvolver a força e a potência
dos músculos envolvidos, é necessário e de fundamental importância. Ainda cita
que, para tal, é necessário que os treinamentos físicos e técnicos tenham que
aproximar o máximo possível da intensidade e volume do jogo. É exatamente nessa
proximidade entre os treinamentos que este estudo vai ter um papel importante
como referência.
Sob esse aspecto, Verkhoshansky (1990, 2000) destaca que, a
programação e organização do treinamento requerem conhecimentos profundos e
variados sobre a natureza do processo de preparação do atleta. Dessa forma,
entende o autor, faz-se necessária atenção especial, do ponto de vista do controle,
aos resultados desportivos e aos indicadores que refletem as modificações na forma
física do desportista, como respostas às cargas de treinamento e de competição.
Isso pressupõe a avaliação e o controle da forma física do desportista, o cálculo da
carga utilizada e a análise da inter-relação entre eles.
Bompa (2002) afirma que as ações específicas para o atleta de
basquetebol são as capacidades de salto, a resistência de força, a capacidade de
aceleração e desaceleração. Por outro lado, Pate (2000), sob esta ótica do processo
de treinamento, destaca a necessidade de um desenvolvimento ótimo do programa
de condicionamento do jogador de basquetebol no sentido de incrementar a
capacidade de salto vertical, com a intenção de melhorar e aperfeiçoar alguns
aspectos característicos das ações específicas da atividade de competição, como os
rebotes, os arremessos com saltos, as ações de defesa, entre outros.
Verkhoshansky (2001) situa a modalidade como uma atividade
caracterizada pela necessidade de se manifestar repetidas vezes os esforços
30
máximos explosivos no trabalho curto intensivo (acelerações, arranques), alternados
com intervalos curtos de trabalho pouco intensivo, mantendo o alto nível de precisão
espacial e de movimentos e sua efetividade de trabalho.
McInnes et al. (1995) dividiram as ações dentro de uma partida de
basquetebol em oito categorias: andar; trotar; correr; sprints; saltar e deslocamentos
pequenos; médios; grandes. Os resultados nos mostram a natureza intermitente da
modalidade, 997 ± 183 mudanças de posição durante o jogo (uma a cada 2
segundos, visto que o tempo de participação médio de um atleta no jogo é de 36,3
minutos por partida). Os resultados mostram que os deslocamentos (em todas as
direções) representaram 34,6% dos movimentos de um jogo, 31,2% das ações
foram classificadas em corrida (do trote aos sprints). Os saltos representaram 4,6%
das ações e o ato de estar em pé ou andando 29,6%. Os movimentos considerados
de alta intensidade eram repetidos a cada 21 segundos, perfazendo 15% do tempo
do jogo.
Hoffman et al. (2000) entendem que o sucesso no basquetebol se
deve muito mais à potência e resistência anaeróbia do que à capacidade aeróbia,
embora, apenas 15% do tempo do jogo de basquetebol seja descrito como sendo de
alta intensidade. A rápida mudança de direção, a explosão para realizar um
arremesso ou uma defesa, a habilidade para saltar de forma rápida e repetida e a
velocidade necessária para recuperar uma bola perdida ou realizar um contra-
ataque, são exemplos de atividades de alta intensidade, comuns no basquetebol,
sendo dependente de inúmeros fatores e componentes condicionantes, como a
velocidade, a agilidade e o salto vertical, nos quais o sistema de abastecimento
energético anaeróbio é predominante e característico. Estes componentes, como
definem os autores, devem ser repetidos com a mínima redução do rendimento
31
durante o jogo. Ressaltam ainda a importância das avaliações e testes no processo
de elaboração do sistema de treinamento e na análise da evolução dos desportistas
durante os programas.
A potência anaeróbia assume importância no desempenho em
qualquer nível de jogo. Atualmente parece não existir uma uniformização para sua
avaliação, tendo sido determinada de diversas maneiras, como: o teste de força de
Margaria - Kalman (COLEMAN et al., 1974), impulsão vertical utilizando a Fórmula
de Lewis (LATIN et al., 1994) ou Harmon (HUNTER et al., 1993) ou mesmo por meio
da impulsão vertical sobre uma plataforma de força (HAKKINEN, 1993) e o teste de
Wingate (HAKKINEN, 1993).
Hoffman et al. (2000) compararam o teste de Wingate, para
avaliação do sistema anaeróbio, no que se refere à sua potência máxima (Pmáx) e
média (Pme) e percentual de fadiga anaeróbia (PF), com o Salto Vertical (SV) e o
teste “de campo” de corrida com mudanças de direção a partir das linhas da quadra
de basquetebol, Line Drill (LD). A proposta dos autores foi de comparar dois testes
de campo específicos dos programas de treinamento no basquetebol com a
avaliação da potência anaeróbia realizada em condições de laboratório. Correlações
positivas foram encontradas para LD, SV e Pme e também entre SV e Pmáx e Pme,
indicando que os testes de campo aqui descritos podem ser apropriados para a
avaliação do componente anaeróbio em jogadores de basquetebol.
Moreira (2002) relata que diversos autores correlacionaram os
resultados do teste de Margaria (1966) com testes específicos em diferentes
modalidades. No basquetebol, demonstrou-se a dinâmica unidirecional da potência
anaeróbia máxima (PAM), segundo o teste de Margaria, e o resultado do salto
32
vertical no período preparatório do treinamento de basquetebolistas de alto nível.
Ficou demonstrado que a PAM apresenta uma relação com a máxima velocidade de
corrida, e o resultado desta, por sua vez, está substancialmente relacionado com os
índices de velocidade-força dos desportistas.
Dispõe-se também, de provas concretas da relação da PAM com a
força máxima dos músculos e a capacidade de manifestar esforços explosivos.
Assim, observa-se uma elevada relação de força máxima e de força explosiva, e o
tempo de manifestação da força, durante a extensão da perna e flexão do pé, com a
constante de aceleração inicial dos jogadores de basquetebol e com a velocidade de
aceleração inicial dos velocistas.
Moreira e Gomes (1997) observaram um crescimento da média de
saltos e acelerações efetuadas pela equipe durante as partidas, de 42,86% e
38,46% respectivamente, do primeiro para o segundo turno da competição,
concomitante ao incremento da força rápida (salto sêxtuplo; 8,03%) e da capacidade
reativa (salto horizontal a partir de queda da altura de 70cm; 6,67%), avaliadas
durante os exercícios de controle em sessões de treinamento no mesmo período.
Tais considerações estão em consonância com o exposto por
Ugrinowitsch; Barbanti (1998), que afirmam ser o resultado no salto vertical
fundamental para várias modalidades como o basquetebol, que necessita de
movimentos específicos de rebote e arremessos com saltos.
3.1 Estudos sobre Desempenho de Salto Vertical
Vários autores (KOMI, BOSCO, 1978; UGRINOWITSCH, 1997;
HÄKKINEN, 1991; ROCHA, UGRINOWITSCH, BARBANTI, 1999) têm estudado o
33
desempenho do salto vertical em atletas de basquetebol e voleibol, comparando
resultados das diferentes técnicas de execução propostas na literatura, buscando
discutir a especificidade do treinamento como se pode observar nos trabalhos de
Komi & Bosco (1978) que testaram 16 atletas da seleção masculina finlandesa de
vôlei e encontraram valores médios de 37,2 (+3,7) cm para o Squat Jump (SJ)
(sem a utilização de energia elástica) e de 43,4 (+5,2) cm para o Salto
contramovimento (CMJ), sendo esta diferença estatisticamente significante.
Ugrinowitsch (1997) utilizou uma amostra de 32 voleibolistas
brasileiros e encontrou valores de 39,5 (+
4,5) cm, 43,3 (+ 4,6) cm, e 51,6 (+ 5,8)
cm, nos SJ, CMJ e Salto contramovimento com auxílio dos braços (CMAJ),
respectivamente. Em um outro estudo, desta vez com 11 jogadores de
basquetebol da seleção principal da Finlândia, Häkkinen (1991) reportou valores
de 43.9 (+
4.0) cm e 41.5 (+3.0) cm, para o SJ e CMJ. Ambos os estudos não
realizaram testes estatísticos para verificar a diferença entre os tipos de salto.
Rocha, Ugrinowitsch, Barbanti (1999) testaram 29 jogadores de
basquetebol e encontraram valores de 40,56 (+
6,83) cm para o SJ, 42,77(+ 6,92)
cm para o CMJ, e, 51,36 (+
8,15) cm para o CMAJ. Porém, ao contrário dos estudos
mencionados acima, realizaram testes estatísticos para verificar a diferença entre os
tipos de salto e, assim, puderam verificar resultados significantemente melhores para
o CMAJ quando comparado aos outros dois e para o CMJ quando comparado ao SJ.
Outros estudos (LUHTANEN, KOMI, 1978; HESPANHOL, 2004;
NEWTON, KRAEMER, HAKKINEN, 1999) acerca do desempenho de salto vertical
têm abordado alguns aspectos que influenciam na sua execução, como os aspectos
34
técnicos e mecânicos do salto vertical, assim como a utilização do ciclo de
alongamento e encurtamento (CAE) e a utilização do componente elástico.
Com relação à técnica e à mecânica do salto vertical Luhtanen e
Komi (1978) observaram a contribuição de diversos segmentos corporais na relação
força / velocidade no salto vertical, sendo: 56% - na extensão do joelho; 22% - na
extensão do tornozelo; 10% - na extensão do tronco; 10% - na contribuição dos
braços e 2% - no balanço da cabeça.
Sobre o ciclo de alongamento e encurtamento Hespanhol (2004) cita
que uma das primeiras investigações sobre o CAE foi conduzida por Cavagna et al.
(1968) na qual relataram que a força desenvolvida pelo componente contrátil do
músculo encurtado após um estiramento é maior que a ação de contração estática
com um ganho de 50%.
Para Hespanhol (2004), a superação dos limites impostos pelo
adversário é possibilitada por um bom desempenho e no caso do basquetebol a
capacidade de saltar verticalmente torna-se essencial para o alto desempenho
dos jogadores, como no movimento da bandeja.
O salto vertical é um componente importante no basquetebol, Ball et
al., (1989); Kellis et al., (1999) reportam a necessidade do desempenho desse
componente para que haja sucesso nas habilidades específicas do desporto como
nos rebotes, nas ações ofensivas e defensivas, no bloqueio defensivo e na bandeja.
Os saltos verticais exigem uma combinação de diversos elementos
para um excelente desempenho. Sendo o elemento físico aquele que apresenta a
35
maior contribuição ao desenvolvimento do desempenho do salto vertical, interagindo
com os elementos antropométrico, técnico, tático, ambiental e perceptivo.
Newton; Kraemer; Hakkinen (1999) sinalizam nessa direção ao
afirmar que as alterações significativas nos resultados do desempenho do salto
vertical são caracterizadas pelas mudanças na função neuromuscular, tais como
força máxima, capacidade do ciclo alongamento-encurtamento e na força explosiva.
Essas mudanças exibem as adaptações que contribuem para a melhoria do
desempenho do salto vertical, além disso, as expressões da força dos membros
inferiores para o desempenho físico que são um requerimento importante para os
saltos verticais. Hespanhol (2004) relata, baseado em diversos autores, que o
componente contrátil, o sistema de recrutamento e sincronização, o componente
elástico e o componente elástico reflexo são essenciais para o desempenho do salto
vertical por serem esses, fatores determinantes para as diversas expressões da
força.
Sendo o basquetebol uma modalidade predominantemente
anaeróbia (HOFFMAN, 2000) e que necessita de manifestações repetidas de
esforços máximos explosivos, mantendo alta capacidade de trabalho
(VERKHOSHANSKY, 2001), entende-se como fundamental para o sucesso do atleta
uma ótima capacidade de resistência de força explosiva.
Maclaren (1997) igualmente ressalta que a natureza do basquetebol
é tratada como uma atividade de saltos repetitivos sobre um prolongado tempo
entremeado com fases de recuperação e que necessita de componentes como a
força explosiva e a resistência de força explosiva dos membros inferiores.
36
De modo geral, a resistência é conceituada como a capacidade
psicofísica do desportista em realizar uma prestação de força sem deteriorar a
eficiência mecânica apesar do efeito da fadiga (HESPANHOL, 2004).
Em seu trabalho, Hespanhol (2004), aponta evidências
apresentadas por diferentes autores que a fadiga nos exercícios de curta duração
realizados sucessivamente, leva à deterioração do desempenho neuromuscular e
tendem a resultar num processo de danificação muscular com considerável
influência nos componentes contrátil, articular, elástico e elástico-reflexo.
Os estudos de Horita et al. (1999); Horita et al. (2003) apresentam
resultados que mostram que a recuperação efetiva do desempenho após o exercício
exaustivo do ciclo alongamento e encurtamento necessita de quatro dias. E que esta
recuperação lenta e longa do desempenho associado à força explosiva implica o
treinamento dessa capacidade.
Tendo a especificidade como ponto norteador da ação dos
basquetebolistas, observamos a contribuição da resistência para a manutenção do
desempenho em trabalhos repetitivos durante esforços contínuos e intermitentes,
nas diferentes formas de execução dos gestos desportivos, possibilitando ao atleta
realizar um maior número de repetições do movimento de salto nas ações de ataque
e defesa, sem que a fadiga seja instaurada, e, recuperar-se mais rapidamente
(REILLY; BANGSBO, 2000; BANGSBO, 2003).
A prescrição do treinamento vem evoluindo consideravelmente nas
últimas décadas, Gomes; Silva (2002a) citam que vários estudos têm trazido
importantes contribuições para a área, por considerarem aspectos como:
37
Exigências fisiológicas do jogo; perfil fisiológico do atleta de elite,
considerando a função em campo; determinação de rotinas de avaliação fisiológica
visando o controle dos efeitos do treinamento; determinação de variáveis fisiológicas
que devem receber maior atenção pelo preparador físico; determinação de como a
carga de treinamento deve ser controlada diariamente; relação entre a performance
física e a performance técnica no jogo.
4 ORGANIZAÇÃO E CONTROLE DO TREINAMENTO
A estruturação do treinamento é citada por Verkoshanski (1990)
como o modo de sistematização do conteúdo do treino, prevendo uma utilização
racional de cargas de diferentes orientações funcionais, ligadas entre si e
subdivididas cronologicamente para garantir o efeito de treino desejado, com gastos
ótimos de energia.
No mesmo sentido, Bompa (2002) entende planejamento do
treinamento como um processo metodológico e científico que auxilia o atleta a atingir
alto nível de treino e desempenho a partir de um plano estruturado que fornece
direção, sentido e alvo para o que deve ser realizado, baseando-se objetivamente no
desempenho e no progresso do atleta em testes e competições, considerando
também o calendário de competições.
Para Gomes (2002) a periodização do processo de treinamento
baseia-se na criação de um sistema de planos para diferentes períodos que buscam
objetivos correlacionados entre si, não podendo ser entendida como parte isolada do
38
todo, mas como uma fase do processo de elaboração do planejamento do treino que
visa atender a todas as necessidades da preparação dos atletas.
Matveev (1986) afirma que há três períodos em cada macrociclo de
treino: o preparatório, o competitivo e o de transição que apresentam uma
alternância cíclica entre si, devendo ser entendidos a partir das leis que regem a
evolução da forma desportiva. A forma desportiva é um estado de ótima preparação
do atleta para a obtenção de determinados resultados desportivos e ao qual se
chega em condições bem definidas em cada grande ciclo do treinamento. Esta
também pode ser vista como uma unidade harmoniosa de todos os aspectos
(componentes) da capacidade ótima do atleta: física, psíquica, técnica e tática.
Em um trabalho sobre as características das cargas de treinamento
na modalidade futebol, desporto coletivo com características de esforços intensos e
intermitentes, assim como o basquetebol, Gomes; Silva (2002b) afirmam que:
“os membros inferiores são os que recebem maior destaque devido aos
constantes movimentos realizados pelo atleta, o que em termos de potência
(velocidade e força), elasticidade e velocidade de contração implica uma
série de mudanças adaptativas de todos os sistemas de funcionamento
orgânicos para permitir a execução de fundamentos”
Estas adaptações estariam segundo Platonov (1988) ligadas ao
stress, definido como um estado geral de tensão do organismo, resultante de
estímulos de forte excitação, permanentemente presente nas situações de jogo, uma
vez que todas as ações causam efeitos no organismo por estimularem os
mecanismos adaptativos.
O planejamento do processo de treinamento objetiva, segundo
Bompa (2002), buscar meios de atingir-se a supercompensação, sendo esta o
39
resultado da adaptação do organismo ao estímulo de treinamento e da
recomposição das fontes de energia que são repostas após o treino e entre as
unidades de treino, associada com as mudanças adaptativas promovidas pela
própria competição.
Bompa (2002) ainda coloca que um equilíbrio entre o gasto
energético e a recomposição se faz necessário, para uma completa recuperação e
promoção da supercompensação que depende do tipo e da intensidade do treino,
podendo ocorrer entre 6 e 8 horas após uma unidade de treino de resistência
aeróbia, como de 24, 36 e 48 horas, em atividades intensas. Como o atleta não pode
ficar longos períodos sem treinamento, o que não o levaria a uma melhora, o técnico
alterna dias de alta intensidade com dias de baixa intensidade. Assim, pode-se
melhorar a recuperação e levar ao estado desejado de supercompensação. Para se
beneficiar da supercompensação, a curva de recuperação deve alcançar ou superar
o nível anterior de homeostase.
Para que se possa atingir a supercompensação e por conseqüência
a melhoria da condição atlética é necessária a aplicação de controles do processo
de treinamento, que segundo Verkoshanski (1990), tem sua essência na
modificação do estado do sujeito controlado, num novo nível funcional, mais elevado
e pré-programado segundo certos critérios de eficácia.
Gomes; Silva (2002a) afirmam que a fadiga, quando devida ao
acúmulo de atividades de grande intensidade e duração, pode acarretar pouca
capacidade funcional e diminuição na capacidade de performance. Portanto, o
controle sistemático das cargas se constitui em uma ferramenta essencial para o
40
desenvolvimento das atividades de treinamento, contribuindo então para a melhoria
da performance de jogo.
“a análise criteriosa da atividade física no jogo e o perfil fisiológico do atleta
devem servir de base para nortear a programação física. Além disso, a
preparação física ainda deve receber uma forte influência das respostas
fisiológicas apresentadas pelo atleta durante o próprio treinamento, ou seja,
o ajuste das cargas de treinamento deve ser freqüente e com base na
evolução do atleta” (GOMES; SILVA, 2002a).
Verkoshanski (1990) entende que o modelo da dinâmica da
condição do atleta representa uma expressão gráfica da tendência ótima de variação
cronológica dos índices mais importantes da capacidade de rendimento específico
do atleta. É previsto um momento temporal concreto no qual se deve obter o nível
máximo dos índices funcionais, e se apresenta como pressuposto fundamental para
a programação do treinamento.
Diversos autores têm apresentado seus entendimentos nesse
mesmo sentido, apontando a importância da aplicação de controles criteriosos no
processo de treinamento, como afirma Tubino (1984): “Um treinamento sem controle
nos s en inf b4(sá, csviimen)-4.7iname
41
Bompa (2002) coloca que uma metodologia de treinamento
organizada demanda de uma avaliação atlética para ser uma parte intrínseca do
processo de planejamento e que, os objetivos de um plano a longo prazo, baseiam-
se nos parâmetros e nos conteúdos que estão incluídos em macrociclos e em
microciclos, fornecendo continuidade entre o presente e o futuro, devendo, nas
competições e nos testes, avaliar o desenvolvimento do atleta e comparar os níveis
alcançados com os objetivos planejados para essa fase. No início de cada fase de
treinamento, deve-se anotar os objetivos para o desempenho ou os resultados dos
testes padrões que devem ser alcançados durante ou ao final de cada ciclo.
Nessa direção, Platonov; Bulatova (2003) afirmam que:
“Os índices devem oferecer avaliação objetiva das qualidades físicas e das
capacidades dos principais sistemas funcionais do atleta. Ao mesmo tempo
devem corresponder às demandas de cada forma concreta de controle, à
qualificação do atleta, ao nível de aptidão, aos objetivos e tarefas de cada
etapa da preparação anual ou plurianual”
Esses índices devem suprir algumas exigências como: a
correspondência com o caráter específico da modalidade esportiva; as
peculiaridades da faixa etária e qualificação do atleta; a orientação dos
treinamentos; valor informativo; critério de segurança.
Tais itens permitem a obtenção de informações claras e precisas
que sirvam para fundamentar o processo de tomada de decisões de caráter
administrativo no decorrer da programação, para desenvolver as qualidades físicas.
Os desportos coletivos segundo Barbanti (1997) apresentam muitas
dificuldades com sua avaliação, pelas suas características especiais, onde todos os
músculos entram em ação, e o esforço parece ser maior nos membros inferiores, e
42
esses esforços são executados em ótimas condições de flexibilidade, força,
coordenação inter e intramusculares e rápidas contrações das fibras musculares.
É de grande importância a escolha dos critérios quantitativos da
forma desportiva, permitindo que, a partir do controle da direção para um
treinamento evite-se a transferência de atenção de um determinado objetivo para
outros alvos. (MATVEEV, 1986; BARBANTI, 1997).
Assim sendo, um programa efetivo de medidas e testes para
avaliação nos desportos deve levar em consideração se:
As variáveis que são testadas serão relevantes ao esporte; os testes
selecionados serão fidedignos e válidos; o protocolo do teste será o mais específico
possível do esporte; a administração do teste será rigidamente controlada; os
direitos humanos dos atletas serão respeitados; os testes serão repetidos em
intervalos regulares, os resultados serão interpretados pelo técnico e pelo atleta.
Barbanti (1997) ainda coloca que, com o grande progresso
tecnológico atual, aumentou-se a exatidão dos sistemas de avaliação do rendimento
físico, por meio de cronometragem eletrônica, filmes em slow motion,
cinematografia, eletromiografia, etc. Criou-se, então, uma infinidade de testes, que
possibilitam:
Determinar o grau de preparação física, técnica, psicológica nos
diferentes períodos do treinamento anual; comparar o rendimento em relação ao ano
anterior; comparar o rendimento nos testes de controle referentes ao último teste da
mesma temporada; atestar a efetividade dos métodos de treinamento aplicados;
estabelecer normas de controle do treinamento; permitir ao técnico e ao atleta
43
apreciar os progressos alcançados, ou a ausência destes; servir como estímulo e
incentivo ao atleta.
No entendimento de Verkhoshansky (2000), alguns critérios
essenciais devem ser observados:
- É preciso selecionar as características da condição física que
possam fornecer mais informações, permitindo avaliar a preparação física especial,
a competência técnica e o estado psicológico do atleta. Tais características podem
ser obtidas por meio de métodos de laboratório, exercícios de controle ou provas de
campo ou funcionais;
- A análise regular da dinâmica da forma física dos atletas é
essencial para a eficácia do controle do treinamento;
- A direção do processo de treinamento requer uma comparação
sistemática dos resultados reais e dos objetivos do treinamento.
Tais critérios devem ser registrados com base em dois modelos: um
quantitativo, contendo aspectos numéricos da composição e da organização do
treinamento em etapas da preparação anual ou plurianual; um qualitativo,
descrevendo a dinâmica da forma física do desportista; os parâmetros mais
importantes do conteúdo e as interconexões entre os componentes do processo de
treinamento.
Todo esse processo de planejamento e controle tem o objetivo de
permitir que se alcance de acordo com Bompa (2002) o pico de desempenho, que
reflete um estado mental, físico, técnico, tático e psicológico de um dado período. O
índice de pico de desempenho também se relaciona com a prioridade dada às
44
competições. O técnico deve variar a ênfase nas competições de acordo com o nível
da equipe ou do atleta, a importância da competição e a habilidade do adversário,
tendo em vista que o fator determinante na periodização e na planificação do
calendário competitivo é a competição principal.
A fim de avaliar a efetividade do programa de treinamento, Vermeil
(1989) propõe uma série de testes de saltos, que é realizada na manhã do dia do
jogo e cujo resultado indica qual tipo de treino deverá ser executado. O autor realiza
o controle no sentido de relacionar a performance nos jogos, com os dados colhidos
sistematicamente e assim, identificar por exemplo, uma predisposição a lesões por
sobretreinamento e a efetividade do processo de treinamento durante a temporada
competitiva, observando as alterações relevantes dos dados médios dos testes
realizados.
Os testes de saltos propostos por Vermeil (1989) são executados em
uma plataforma de contato e são eles: SJ, CMJ e teste de reatividade (com flexão
limitada dos joelhos, pequeno contato com a plataforma).
Diante dessas considerações a respeito da importância do salto
vertical, da resistência anaeróbia e da organização e controle do treinamento,
destaca-se a necessidade de constantes avaliações dos atletas, e de acordo com a
especificidade da modalidade.
Pela sua versatilidade e grande gama de informações que nos
fornece, o salto vertical, capacidade determinante em diversas modalidades
esportivas é um instrumento de grande valia na avaliação, planejamento, prescrição
e controle do treinamento.
45
5 TESTES COM SALTOS VERTICAIS
Sargent (1921) apud Hespanhol (2004) propôs um teste de
mensuração da impulsão dos membros inferiores, onde a variável produzida foi a
altura máxima alcançada após o toque dos dedos numa tábua métrica, caracterizado
por um salto vertical partindo da posição parada. BOSCO (1994) coloca que esse
estudo sofreu ajustes metodológicos por diversos autores: a) mudança da posição
inicial no teste denominado – Power Jump – com saltos verticais partindo da posição
em pé, com e sem auxílio dos membros superiores (JOHNSON; NELSON, 1969); b)
inserção de corrida de aproximação com um passo antes do salto (HOPKINS, 1979);
c) adequações dos números de passos na corrida de aproximação de acordo com a
modalidade esportiva (DAPENA, CHUNG, 1988; GARCIA, 1993).
BOSCO (1994) ainda relata que outras alterações no teste descrito
por Sargent (1921) aconteceram com a melhoria dos equipamentos de medida,
como fez Abalakov (1938) quando desenvolveu um instrumento de medida com uma
correia fixada na cintura e estendida por entre as pernas, ligada a um marcador na
outra extremidade.
Nas décadas de 60 e 70 houve um acentuado desenvolvimento nas
pesquisas com salto vertical que partiam da análise de expressão da força e que
permitiam aos estudiosos ter estimativas da força explosiva.
Nesse período, em função da utilização das plataformas de força
descritas por Komi; Luhtanen; Viljamaa (1974); Cavagna (1977), foram produzidos
avanços no estudo do comportamento mecânico dos músculos, na execução dos
saltos verticais.
46
No final dos anos 70 e início dos 80 os estudos conduzidos por
Komi; Bosco (1978) com a plataforma de contato ERGOJUMP
®
(Figura 2)
constituíram um marco histórico que impulsionou a mensuração da força explosiva
através do salto vertical.
A plataforma de contato ERGOJUMP
®
permite avaliar a força
explosiva através do salto vertical e, por possuir recursos simples, pode ser utilizada
fora do laboratório, possibilitando sua utilização em várias modalidades, além de ser
mais acessível que a plataforma de força.
Figura 2 – Plataforma de Contato ERGOJUMP
®
Embora mais práticas e acessíveis, as plataformas de contato
precisavam ser confiáveis. Então, alguns autores como Mil-Homens (1987); Rodacki;
Fowler; Bennett (2001) realizaram estudos que confirmaram a confiabilidade do
equipamento. Mil-Homens (1987) encontrou um coeficiente de correlação alto (r =
0,99) na comparação dos equipamentos; Rodacki et al. (2001) verificaram baixos
valores no erro técnico de medida (5,5 ± 2,8mm) e alto coeficiente de correlação
47
(r = 0,996). Bosco e Komi têm inúmeros estudos com esse equipamento e mostram
várias possibilidades de estimativa da força explosiva por meio do salto vertical.
O manual de utilização da plataforma de contato “Jump Test
®
” com
seu software “Jump Test
®
2.0”,
descreve algumas técnicas de execução dos testes
de saltos verticais, baseadas no trabalho de Bosco (1990):
- Squat jump (SJ) - Técnica de salto vertical no qual o executante
parte de uma posição estática com os joelhos flexionados em um ângulo de
aproximadamente 90º, mãos fixas na cintura, os pés paralelos com afastamento
correspondente à largura dos ombros, sendo que a partir desta posição inicial é
permitido apenas o movimento ascendente, portanto, um salto sem movimento
preparatório executado a partir da posição estática.
Este salto envolve somente o sistema contrátil do músculo, sendo a
contração exclusivamente concêntrica.
Na prática esportiva esta forma de salto raramente é encontrada,
contudo, possui sua importância no diagnóstico do nível de força positiva dos
membros inferiores. Contribui para o treinamento de força máxima.
- Countermovement Jump (CMJ) - Técnica de salto vertical com um
movimento de preparação (contramovimento) em que é permitido ao executante
realizar a fase excêntrica para, a seguir, executar a fase concêntrica do movimento.
O indivíduo parte de uma posição em pé, com as mãos fixas na cintura e os pés
paralelos e separados aproximadamente à largura dos ombros, e se movimenta para
baixo “flexionando” as articulações do quadril, joelhos e tornozelos. A transição da
primeira fase (descendente) para a fase que vem em seguida (ascendente),
48
acontece em um movimento contínuo e no qual as articulações são estendidas,
devendo estas extensões serem feitas o mais rápido possível. Desta forma, os
mecanismos associados ao ciclo alongamento-encurtamento (CAE) podem ser
utilizados.
Este salto tem sua aplicação na determinação do nível de força
explosiva dos membros inferiores (impulsão vertical), como também para diagnóstico
e controle da carga de treinamento. Pode ser usado ainda, como um exercício na
preparação geral e específica em diversas modalidades esportivas.
- Countermovement with Arms Jump (CMAJ) - Mesma técnica
utilizada para o CMJ, porém utiliza-se o auxílio dos braços na execução do salto.
- Drop Jump (DJ) – Salto em profundidade (salto em queda).
Técnica de salto em profundidade no qual o executante realiza uma
queda de uma altura pré-determinada com o objetivo de realizar um deslocamento
ascendente subseqüente, utilizando-se dos mecanismos musculares envolvidos no
CAE. O indivíduo parte de um banco, estando na posição de pé e com as mãos
apoiadas na cintura. A partir daí, realiza uma queda com os dois pés simultâneos
sobre a plataforma executando a seguir e de forma contínua, um salto vertical
procurando atingir a maior altura possível. É importante ressaltar que no momento
de iniciar a queda, o executante não deve realizar nenhum impulso para cima, pois
tal procedimento vem a alterar a altura de queda, o que torna os resultados obtidos
imprecisos.
49
O drop jump caracteriza o salto pliométrico propriamente dito, sendo
fundamental que o tempo de contato com o solo (plataforma) não ultrapasse 200ms,
devido às características do CAE.
- Continuous jump (CJ) - A posição para a realização do teste
corresponde à do CMJ ou CMAJ. A altura dos saltos deve ser sempre máxima e com
breves tempos de contato com a plataforma.
A duração total do esforço a ser realizado é pré-determinada e
registrada no programa, baseada nos interesses do avaliador como por exemplo:
(CJ) - 0 a 15s - saltos verticais consecutivos durante 15s; (CJ) - 0 a 30s - saltos
verticais consecutivos durante 30s (CJ) - 0 a 60s - saltos verticais consecutivos
durante 60s;
Figura 3 – Técnicas de execução dos saltos verticais (Manual da Plataforma “Jump Test
®
”)
Além de outras possibilidades que podem ser exploradas de acordo
com a especificidade da modalidade.
-
+
+
-
1000N
1s
SQUAT JUMP (
SJ
)
COUNTER MO VEMENT
JUMP ( C MJ
J)
DROP JUMP
(
DJ
)
50
5.1Testes que Estimam as Manifestações da Força Explosiva
- SJ – permite por meio da altura saltada, mensurar a manifestação
da força explosiva dos membros inferiores (BOSCO, 1994).
Barbanti (2002) aponta para um segundo fator acrescentado à
capacidade contrátil: a capacidade de sincronização e recrutamento da contração
das fibras musculares.
Uma importante propriedade do SJ é a duração da posição estática
do agachamento, fator que evita a contribuição do componente elástico,
aumentando a dependência do componente contrátil.
Elvira et al. (2001) mostram em seu estudo que a confiabilidade para
medidas repetidas em dias diferentes no teste de SJ apresenta um coeficiente de
correlação de r = 0,98.
- Countermovement Jump (CMJ) – saltos verticais são realizados
com a técnica de contramovimento sem a contribuição dos membros superiores,
numa situação específica em que o atleta executa o ciclo de alongamento e
encurtamento.
Tem por objetivo medir a manifestação da força explosiva elástica
através da altura saltada, tendo por investigação a utilização da energia elástica.
Nesse tipo de salto vertical a aplicação de força vai além da
capacidade contrátil e da capacidade de sincronização e recrutamento expressa no
componente elástico descrito na força explosiva elástica.
51
O trabalho de Hoffman; Kang (2002) mostra que a confiabilidade das
medidas repetidas para o CMJ apresenta um coeficiente de correlação de r = 0,97.
- Drop Jump (DJ) – na literatura especializada observamos várias
qualidades investigadas por esse teste. As principais são as manifestações da força
explosiva reativa por meio dos componentes elástico e elástico reflexo (BOSCO,
1994).
Os principais testes de salto vertical partindo de uma queda são: DJ-
H (altura de queda) – objetiva a altura individual ótima da queda para execução de
saltos verticais e a relação da força / velocidade no aproveitamento do componente
elástico na força explosiva; DJ-H/T – (tempo de vôo dividido pelo tempo de contato)
– a relação força / velocidade é investigada no aproveitamento do componente
elástico-reflexo (HESPANHOL, 2004).
5.2 Testes que Estimam a Resistência de Força Explosiva
Caracterizados pelo tempo de duração dos testes CJ-0 a 15s e CJ-0
a 60s, ou pelo número de repetições, 10 a 40 saltos consecutivos, podendo ser
adequados de acordo com a especificidade da modalidade.
- CJ-0 a 15s – objetiva investigar a potência anaeróbia de curta
duração e a resistência de força explosiva;
- CJ-0 a 30s – objetiva analisar a potência anaeróbia glicolítica e a
resistência de força explosiva;
52
- CJ-0 a 60s – permite investigar as variáveis de resistência de força
explosiva, a capacidade anaeróbia glicolítica e um misto de potência aeróbia /
anaeróbia glicolítica (BOSCO, 1994).
53
OBJETIVOS
Geral: - Entender as respostas da saltabilidade no processo de
treinamento do basquetebol por meio de testes de saltos verticais.
Específico: - Buscar possíveis relações entre os diferentes
momentos analisados (semanas e períodos) bem como entre as variáveis da
saltabilidade (altura e velocidade no Squat Jump e no Salto Contramovimento com
Auxilio dos Braços e número de saltos, tempo de contato, tempo de vôo, altura total
saltada, altura média e coeficiente de rendimento no teste saltos contínuos).
54
MÉTODOS
1 CASUÍSTICA
Participaram 13 atletas da equipe de basquetebol do Extra /
Academia de Ensino Superior / Prefeitura Municipal de Sorocaba-SP categoria
masculina adulta, com no mínimo dois anos de treinamento.
A partir da aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da UNIMEP – protocolo nº37/06, o estudo teve início na apresentação da equipe
para o período de preparação e término dois dias após a última partida do
campeonato, contemplando todo o macrociclo que teve a duração de 18 semanas,
sendo realizadas nesse período 26 coletas de dados.
2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Todos os voluntários foram submetidos a uma avaliação clínica
(anamnese e exame físico) antes do início do protocolo de testes e a seguir, a
avaliação antropométrica foi realizada para determinação da composição corporal no
início do programa de treinamento como forma de caracterização da população a ser
estudada. As medidas corporais coletadas respeitaram a seguinte ordem: estatura
(m), massa corporal (Kg) e dobras cutâneas (toráxica, axilar média, tríceps,
55
subescapular, abdominal, supra-ilíaca e coxa). Para determinação do percentual de
gordura utilizou-se o protocolo para dobras cutâneas proposto por Jackson, Pollock
(1978).
Para obtenção da força explosiva de membros inferiores, foram
realizadas avaliações dos saltos verticais com as técnicas: SJ (sem a utilização de
energia elástica) e CMAJ, no início e no final de cada microciclo, durante todo
macrociclo, exceto quando essas datas coincidiam com dias de jogos ou folga após
viagem.
A resistência anaeróbia foi avaliada por meio do teste de 30
segundos saltando (CJ-0 a 30s) segundo o protocolo proposto por Bosco (1994),
adaptado de 60 segundos para 30 segundos, aproximando-o da especificidade dos
esforços da modalidade basquetebol, aplicados no início de cada um dos períodos
de treinamento (mesociclos) e após o término da competição, representados pelos
momentos P1 (início do período preparatório), P2 (1º turno), P3 (2º turno), P4 (play-
offs) e P5 (período transitório) das coletas de dados.
Para os testes de salto em suas diferentes formas foi utilizada uma
plataforma de contato “Jump Test
®
” com seu software “Jump Test
®
2.0” que fornece
os seguintes dados:
- SJ e CMAJ: altura alcançada no salto vertical (cm) e a velocidade
do salto (m/s).
- CJ-0 a 30s – número de saltos verticais realizados (N); altura
alcançada em cada salto vertical (cm) (H); soma das alturas de todos os saltos
verticais realizados (cm) (HT); tempo de vôo em cada salto vertical (s) (TV); tempo
56
de contato com a plataforma entre cada salto vertical consecutivo (s) (TC);
coeficiente de rendimento (dm/s = altura alcançada / tempo de contato) em cada
salto vertical (CR).
As avaliações foram realizadas no próprio local de treinamento dos
atletas, Ginásio Municipal de Esportes da cidade de Sorocaba e as coletas
realizadas fizeram parte do conteúdo das sessões de treinamento, nos horários que
normalmente os indivíduos praticam suas atividades.
A rotina de coleta de dados era realizada no início da sessão de
treino e consistia em um aquecimento prévio com duração de 5 minutos, por meio de
exercícios coordenativos/educativos de corrida e alguns saltos submáximos,
seguindo a mesma característica dos aquecimentos realizados nos dias em que não
eram aplicados os testes. A seguir, os atletas eram dispostos em uma coluna, para
realizarem em sistema de rodízio os protocolos de salto vertical SJ e CMAJ, com 3
tentativas para cada uma das técnicas, sendo adotado como resultado, a melhor
marca. Foi respeitado um intervalo de 90 a 120 segundos entre as tentativas, tempo
suficiente para que todos os atletas realizassem seu salto e retornassem para o final
da coluna.
Nas sessões em que foram realizados os testes para avaliação da
resistência anaeróbia por meio do teste CJ 0 a 30seg., respeitava-se o mesmo
procedimento anteriormente citado, e ao final dos testes para força explosiva, os
atletas realizavam o referido teste por uma única vez.
Todos os equipamentos necessários para a realização dos testes
faziam parte da infra-estrutura do local de treinamento ou já pertenciam ao
pesquisador responsável.
57
3 VOLUME DE TREINAMENTO
O volume treinamento realizado no período do estudo, é descrito na
tabela 1 que apresenta os valores em minutos, nas diferentes semanas estudadas.
TABELA 1 Valores absolutos referentes ao volume de treinamento, em
minutos, nas diferentes semanas estudadas
Variáveis
Semanas
Totais
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Físico
365 440 205 355 370 185 170 245 270 190 145 275 190 315 75 210 80
4085
Técnico
270 255 245 200 255 160 190 105 200 135 90 270 190 280 130 105 100
3180
Tático
190 230 140 225 95 120 105 170 165 90 110 50 40 150 60 160 75
2175
Jogo
0 90 90 0 0 180 90 180 0 90 90 90 270 0 180 180 270
1800
Total
825 1015 680 780 720 645 555 700 635 505 435 685 690 745 445 655 525
11240
O Gráfico 1 mostra a variação dos valores absolutos do conteúdo do
treinamento nas diferentes semanas.
Gráfico 1 Valores absolutos referentes ao volume de treinamento, em minutos,
nas diferentes semanas estudadas
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
1234567891011121314151617
Minutos
Semanas
Físico
Técnico
Tático
Jogo
58
4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Os dados coletados foram transferidos para banco computacional e
produziram-se informações no plano descritivo envolvendo medidas de posição e
variabilidade e, no inferencial, utilizou-se a técnica da análise de variância para o
modelo com um fator e medidas repetidas (Norman, Streiner, 1994), complementada
com o teste t de Student (ZAR, 1999).
59
RESULTADOS
Os resultados serão apresentados primeiramente de forma a
caracterizar o grupo estudado a partir das variáveis antropométricas apontadas na
tabela 2. A seguir, os dados das avaliações de saltos verticais realizadas durante o
estudo serão apresentados em dois momentos: o primeiro apresentado nas tabelas
de 3 a 5 referentes às variáveis SJ e CMAJ, e o segundo composto pelas tabelas 6 e
7 que indicam os resultados das avaliações periódicas de resistência anaeróbia.
A tabela 2 apresenta as medidas descritivas das variáveis
antropométricas dos sujeitos do estudo, com valores médios de 23,6±4,8 anos,
193,5±10,0 cm de estatura, 92,2±16,3 Kg de massa corporal e 12,7±6,3% de
gordura.
TABELA 2 Medidas descritivas das variáveis antropométricas dos sujeitos
Variável Idade Estatura Massa Corporal % Gordura
Média 23,6 193,5 92,2 12,7
Desvio Padrão 4,8 10,0 16,3 6,3
Com relação aos testes neuromusculares iniciando pela avaliação
geral do grupo durante todo o estudo, a tabela 3 apresenta para o SJ valores
60
mínimos de 21,2 cm e 3,2 m/s, médios de 38,2 cm e 3,7 m/s e máximos de 55,2 cm
e 4,0 m/s, com desvio padrão (DP) de 6,13 e 0,15 respectivamente para (h) e (v).
Para o CMAJ, valores mínimos de 25,4 cm para altura alcançada e 3,3 m/s para a
velocidade, médios 45,6 cm e de 3,8 m/s e máximos de 62,0 cm e 4,1 m/s.
TABELA 3 Medidas descritivas das técnicas de salto segundo altura
alcançada e velocidade de salto.
Medida Descritiva
SQUAT JUMP CMAJ
Altura Alcançada
(cm)
Velocidade do
Salto (m/s)
Altura
Alcançada (cm)
Velocidade
do Salto
(m/s)
Valor Mínimo
21,2 3,2 25,4 3,3
Quartil 1
33,8 3,6 40,4 3,7
Mediana
38,6 3,7 46,7 3,9
Quartil 3
41,8 3,8 50,1 3,9
Valor Máximo
55,2 4,0 62,0 4,1
Média
38,2 3,7 45,8 3,8
Desvio Padrão
6,13 0,15 6,45 0,14
Os apêndices A1 a A4 detalham os valores do grupo nas variáveis
neuromusculares acima descritas.
A tabela 4 apresenta as mesmas variáveis abordadas
anteriormente, porém, segundo os períodos inicial e final de cada um dos microciclos
durante todo o estudo, trazendo valores médios para todo o grupo de 38,1cm no
início do microciclo e de 38,2cm no final para o SJ, com média de velocidade de
3,7m/s em ambos os momentos. Para o CMAJ temos 45,5cm para o início e 46,2cm
para o final do microciclo com média de velocidade de 3,8m/s para os 2 momentos.
61
TABELA 4 Medidas descritivas das variáveis estudadas e resultado do teste
estatístico segundo a fase do microciclo.
Variável Medida Descritiva
Fase do Microciclo Resultado do Teste
Estatístico
Inicial Final
Squat Jump
(h)
V
alor Mínimo
25,0 21,2
P>0,05
Mediana
38,6 38,6
V
alor Máximo
53,1 55,2
Média
38,1 38,2
Desvio Padrão
5,97 6,35
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Squat Jump
(v)
V
alor Mínimo
3,3 3,2
P>0,05
Mediana
3,7 3,7
V
alor Máximo
4,0 4,0
Média
3,7 3,7
Desvio Padrão
0,15 0,15
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
CMAJ (h)
V
alor Mínimo
30,9 25,4
P>0,05
Mediana
46,1 47,0
V
alor Máximo
59,2 62,0
Média
45,5 46,2
Desvio Padrão
6,30 6,65
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
CMAJ (v)
V
alor Mínimo
3,5 3,3
P>0,05
Mediana
3,8 3,9
V
alor Máximo
4,1 4,1
Média
3,8 3,8
Desvio Padrão
0,14 0,15
O apêndice A.5 apresenta os resultados obtidos por cada atleta
durante todo o período de testes, nas variáveis SJ e CMAJ em seus valores
mínimos, médios, máximos, quartílicos e desvio padrão.
Por fim, na tabela 5, observa-se o comportamento do grupo nas
semanas, apresentando os resultados do grupo em cada um dos 18 microciclos.
com valores médios para o SJ de 35,7cm nas Semanas 1 e 7 (menor do período) e,
41,1cm na Semana 12 (maior do período), coincidindo com os valores encontrados
no CMAJ em que a Semana 7 tem como média do grupo 43,2cm (menor valor) e
49,8cm na Semana 12 (maior valor). Essas semanas referem-se ao início do
campeonato e ao encerramento da fase classificatória que mostra uma evolução na
capacidade de salto vertical durante a fase classificatória, apresentando os maiores
valores nas vésperas dos play-offs.
62
63
Os valores dos saltos verticais encontrados na tabela 5, embora não
apresentem diferenças estatisticamente significantes, apontam como pode-se notar
no Gráfico 2, uma evolução da capacidade de força explosiva dos atletas,
principalmente no que diz respeito à técnica CMAJ (h) e (v), onde o resultado
estatístico encontra-se muito próximo da significância, tendo como valor: P=0,072.
GRÁFICO 2 Valores médios obtidos pelo grupo segundo as semanas, nas
variáveis SJ e CMAJ.
As tabelas 6 e 7 indicam os resultados das avaliações periódicas de
resistência anaeróbia por meio do teste de CJ-0 a 30s nas variáveis: número de
saltos realizados (N); tempo de contato com a plataforma entre cada salto vertical
consecutivo em segundos (TC); tempo de vôo em cada salto vertical em segundos
(TV); altura total saltada na soma de todos os saltos verticais realizados em cm (HT);
altura média dos saltos em cm (HM) e coeficiente de rendimento em dm/s (altura
alcançada / tempo de contato) (CR).
A tabela 6 apresenta os resultados das avaliações periódicas de
resistência anaeróbia cujos valores foram obtidos pelo grupo no conjunto de cinco
SJ e CMAJ - Semanas
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12 S13 S14
S16
S17 S18
Semanas
h (cm)
SJ
CMAJ
64
coletas realizadas em diferentes variáveis, e ao se observar os números dos testes,
verifica-se na soma de todas as avaliações valores médios de 43,6 ± 3,33 para N,
0,204s ± 0,06s para TC, 0,483s ± 0,04s para TV, 1253,2cm ± 159,9cm para HT,
28,8cm ± 4,2cm para HM e 15,1dm/s ± 3,86 para CR.
TABELA 6 Medidas descritivas das avaliações periódicas segundo as
variáveis estudadas.
Medida Descritiva
Número
de Saltos
(n)
Tempo
Contato
(s)
Tempo
Vôo (s)
Altura
Total
(cm)
Altura
Média
(cm)
Coeficiente
Rendimento
(dm/s)
Valor Mínimo
34 0,145 0,411 833,4 20,7 6,0
Quartil 1
42 0,168 0,454 1124,0 25,3 11,9
Mediana
44 0,192 0,484 1284,1 29,1 15,6
Quartil 3
45 0,217 0,508 1363,2 31,6 17,8
Valor Máximo
48 0,427 0,554 1585,3 37,8 23,2
Média
43,6 0,204 0,483 1253,2 28,8 15,1
Desvio Padrão
3,33 0,06 0,04 159,90 4,20 3,86
Já a tabela 7 apresenta as medidas descritivas das diferentes
variáveis estudadas segundo o período avaliado, caracterizados pelos momentos
iniciais de cada etapa do macrociclo apontando informações sobre a evolução do
desempenho dos atletas nas diferentes etapas do macrociclo de treinamento.
Nota-se pelo número de saltos realizados em 30 segundos,
semelhança entre os valores em P1, P2 e P5, sendo que em P2 encontrou-se os
menores valores – 41,8 ± 4,1 que demonstram-se diferentes significativamente em
relação a P4 – 45,4 ± 1,8, que situam-se no patamar mais elevado dos resultados.
O gráfico 3 aponta para a evolução do número de saltos, do período
P1 para o P4, com diferença significativa entre P2 e P4.
65
Período
Número de Saltos
GRÁFICO 3 Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período, na variável N.
Quanto ao tempo de contato (s), os valores medianos se diferenciam
estatisticamente apresentando queda de P1 (0,205 ± 0,08) e P2 (0,206 ± 0,08) para
P4 (0,165 ± 0,02).
O gráfico 4 mostra uma diminuição do tempo de contato, entre P1
(0,205 ± 0,08) e P2 (0,206 ± 0,08) para P4 (0,165 ± 0,02 sinalizando para a melhoria
da reatividade, com diferença significativa de P1 e P2 para P4,
GRÁFICO 4 Valores medianos obtidos pelo grupo segundo o período, na
variável TC.
Período
Tempo de Contato
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
P1 P2 P3 P4 P5
Tempo (s)
*
**
Número de Saltos - CJ o-30s
40
41
42
43
44
45
46
P1 P2 P3 P4 P5
*
*
66
O tempo de vôo (s), nos escores médios apresenta modelo de onda,
tendo em P1 (0,472 ± 0,04) os menores valores, em P2 (0,491 ± 0,04) os maiores e
nos demais oscilam entre esses valores, não apresentando diferenças significativas,
escores verificados no gráfico 5, que apresenta tais oscilações.
GRÁFICO 5 Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período, na variável TV
Em relação à altura total (cm), os valores médios mostram uma
progressão continuada do momento P1 (1167,3 ± 180,7) até o momento P4
(1318,7±135,1), com ligeira queda em P5 (1276,7 ± 150,9), porém, os períodos não
se diferenciam estatisticamente. Tal progressão pode ser observada no gráfico 6.
GRÁFICO 6 Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período, na variável HT
Altura Total
1050
1100
1150
1200
1250
1300
1350
P1 P2 P3 P4 P5
Altura (cm)
Período
Período
Tempo de Vôo
0,46
0,465
0,47
0,475
0,48
0,485
0,49
0,495
P1
P2 P3 P4 P5
Tempo (s)
67
Período
Período
Na altura média (cm), verifica-se a exatamente a mesma
característica ondulatória da variável tempo de vôo, por estarem diretamente
relacionadas, apresentando valores mínimos no período P1 (27,6 ± 4,8) e máximos
em P2 (29,8 ± 4,6), com os períodos P3, P4 e P5 oscilando entre esses valores, no
gráfico 7 observa-se o mesmo comportamento dos valores vistos no gráfico 5.
GRÁFICO 7 Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período, na variável HM
Para o coeficiente de rendimento (dm/s), obtido a partir da relação
altura alcançada / tempo de contato, nota-se uma evolução nos mesmos moldes
observados na variável altura total, em que P1 (13,4 ± 3,9) apresenta os menores
valores e P4 (17,4 ± 3,3) os maiores, com pequeno decréscimo em P5.
GRÁFICO 8 Valores médios obtidos pelo grupo segundo o período, na variável CR
Coeficiente de Rendimento
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
P1 P2 P3 P4 P5
dm/s
A
ltura Média
26,5
27
27,5
28
28,5
29
29,5
30
P1 P2 P3 P4 P5
Altura (cm)
68
TABELA 7 Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo período
avaliado
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Resultado do
Teste
Estatístico
P1 P2 P3 P4 P5
Número de
Saltos (30seg)
Valor Mínimo
34,0 34,0 41,0 42,0 42,0
P<0,05
Quartil 1
40,0 39,0 42,0 45,0 44,0
Mediana
44,0 44,0 45,0 45,0 44,0
Quartil 3
45,0 45,0 47,0 47,0 46,0
Valor Máximo
48,0 46,0 47,0 48,0 48,0
Média
42,6ab 41,8a 44,3ab 45,4b 44,8ab
Desvio Padrão
4,3 4,1 2,3 1,8 1,8
------------------------------------------------------------------------------------
Tempo de
Contato (s)
(30 seg)
Valor Mínimo
0,161 0,167 0,156 0,145 0,155
P<0,05
Quartil 1
0,180 0,181 0,170 0,159 0,166
Mediana
0,205b 0,206b 0,196ab 0,165a 0,176ab
Quartil 3
0,226 0,243 0,217 0,186 0,199
Valor Máximo
0,427 0,417 0,234 0,211 0,232
Média
0,224 0,233 0,194 0,172 0,184
Desvio Padrão
0,079 0,075 0,025 0,020 0,024
------------------------------------------------------------------------------------
Tempo de Vôo
(s) (30 seg)
Valor Mínimo
0,424 0,414 0,438 0,447 0,411
P>0,05
Quartil 1
0,440 0,456 0,443 0,467 0,455
Mediana
0,465 0,502 0,477 0,483 0,489
Quartil 3
0,511 0,522 0,504 0,501 0,505
Valor Máximo
0,541 0,544 0,537 0,554 0,534
Média
0,472a 0,491a 0,479a 0,487a 0,481a
Desvio Padrão
0,04 0,04 0,03 0,03 0,04
-----------------------------------------------------------------------------------
Altura Total
(cm)
Valor Mínimo
833,4 884,3 1058,5 1102,5 973,1
P>0,05
Quartil 1
1026,9 1105,0 1140,7 1241,8 1179,9
Mediana
1222,4 1271,1 1286,7 1311,6 1292,3
Quartil 3
1314,6 1412,1 1352,8 1388,3 1394,3
Valor Máximo
1402,7 1474,5 1450,6 1585,3 1472,4
Média
1167,3a 1238,7a 1266,6a 1318,7a 1276,7a
Desvio Padrão
180,7 188,5 125,5 135,1 150,9
------------------------------------------------------------------------------------
Altura Média
(cm)
Valor Mínimo
22,282 21,130 23,522 24,500 20,704
P>0,05
Quartil 1
23,763 25,600 24,079 26,415 25,381
Mediana
26,574 30,833 27,894 28,687 29,370
Quartil 3
32,101 33,433 31,253 30,850 31,344
Valor Máximo
35,967 36,350 35,380 37,745 35,057
Média
27,6a 29,8a 28,3a 29,1a 28,6a
Desvio Padrão
4,8 4,6 3,9 3,9 4,3
------------------------------------------------------------------------------------
Coeficiente de
Rendimento
(dm/s)
Valor Mínimo
6,015 6,465 10,648 12,169 8,968
P>0,05
Quartil 1
10,314 10,498 11,206 14,881 13,908
Mediana
15,546 14,109 15,538 17,800 15,782
Quartil 3
16,369 17,950 17,912 19,255 19,253
Valor Máximo
17,764 19,947 19,978 23,179 21,179
Média
13,4a 14,0a 15,0a 17,4a 16,1a
Desvio Padrão
3,9 4,2 3,4 3,3 3,8
69
Os valores alcançados por cada atleta no conjunto das avaliações
periódicas em suas diferentes variáveis podem ser observados no Apêndice A6.
70
DISCUSSÃO
No âmbito da preparação desportiva, busca-se com o passar do
tempo a melhoria da performance do indivíduo, no entanto, vários fatores são
influenciadores neste processo, como nível do atleta, metodologia utilizada,
atividade praticada entre outros (Matveev, 1986).
Verkhoshansky (1990, 2000) destaca que, a programação e
organização do treinamento requerem conhecimentos profundos, fazendo-se
necessária atenção especial, do ponto de vista do controle, aos resultados
desportivos e aos indicadores que refletem as modificações na forma física do
desportista, como respostas às cargas de treinamento e de competição.
De fato, Tubino (1984); Bompa (2002); Platonov; Bulatova (2003);
Verkhoshansky (2000), entre outros autores, em seus estudos, mostram a
importância em se realizar sistematicamente, testes de controle para que se possa
observar a dinâmica do processo de treinamento aplicado, permitindo ao técnico e
ao atleta apreciar os progressos alcançados, ou a ausência destes (MATVEEV,
1986; BARBANTI, 1997).
Sob a ótica da importância da realização sistemática de testes de
controle, sugerida pelos autores supracitados, os dados do presente estudo,
71
coletados quanto à saltabilidade, apesar de não apresentarem diferenças
estatisticamente significantes, apontam para variações no desempenho dos atletas
durante as 18 semanas analisadas.
As respostas neuromotoras dos atletas dentro dos microciclos, nos
resultados dos testes de salto vertical SJ e CMAJ realizados no início e no final de
cada microciclo de treinamento, visando detectar possíveis variações no
desempenho dos atletas, que indicassem a direção dos ajustes nas cargas dos
microciclos seguintes, não apresentaram diferenças significantes entre as médias
dos dois momentos.
Essa ausência de diferenças entre os momentos inicial e final dos
microciclos, pode se dar em função de uma carga de trabalho distribuída de forma a
permitir que os estímulos adaptativos sejam assimilados por uma recuperação ótima,
deixando os atletas em condições de realizar as tarefas dos dias subseqüentes de
forma satisfatória, como afirma Bompa (2002) quando coloca que um equilíbrio entre
o gasto energético e a recomposição se faz necessário, para melhorar a
recuperação e levar ao estado desejado de supercompensação.
No presente caso, as cargas aplicadas durante todo o macrociclo
tiveram como característica altas intensidades de trabalho, apresentando oscilações
nos volumes totais e nos conteúdos do treinamento, com o intuito de permitir a
ocorrência da supercompensação, uma vez que de acordo com Gomes; Silva
(2002a) que afirmam que a fadiga, quando devida ao acúmulo de atividades de
grande intensidade e duração, pode acarretar pouca capacidade funcional e
diminuição na capacidade de performance.
72
Porém, quando analisados os valores dos saltos verticais do grupo,
nas semanas, na variável CMAJ, pode-se notar uma evolução da capacidade de
força explosiva dos atletas, muito próxima da significância, apresentando o maior
valor na semana 12, que sucede o microciclo de menor volume no período. Isso
parece ter possibilitado uma melhor recomposição das reservas energéticas e
conseqüente supercompensação, resultando na evolução da saltabilidade.
Tal entendimento, aponta que o processo de treinamento do
basquetebol com cargas de trabalho orientadas adequadamente, promovem uma
melhoria da capacidade de saltar verticalmente, possibilitando a evolução do
desempenho basquetebolista, de acordo com as afirmações de autores como: Hoare
(2000); Hoffman (1996); Sampaio (1998); Moraes (2003) entre outros, que
classificam o salto vertical como fator determinante para o ótimo rendimento na
modalidade.
Diversos autores têm afirmado que a resistência anaeróbia, assim
como a capacidade de saltar verticalmente, é preponderante no desempenho do
atleta de basquetebol, por apresentar em sua dinâmica, na maior parte do tempo de
jogo, ações intermitentes, máximas e explosivas, principalmente em ações com
rápida mudança de direção; ao realizar arremessos; na realização de movimentos
defensivos; na habilidade de saltar; em recuperação a uma bola perdida ou mesmo
realizar um contra-ataque. Percebe-se assim que o sucesso no basquetebol se deve
muito mais à potência e resistência anaeróbia do que à capacidade aeróbia
(HOFFMAN et al., 2000; VERKOSHANSKY, 2001; GARRETT, KIRKENDALL, 2003;
ÁLVAREZ, 2001).
73
Particularmente, quanto ao número de saltos realizados em 30
segundos, diferença estatisticamente significante foi encontrada entre os momentos
P2 em relação a P4. Essa diferença aponta para uma melhoria na capacidade de
saltar verticalmente de forma contínua, do momento final do período preparatório e
inicial do período competitivo para as vésperas dos play-offs, momento onde se
busca o maior nível de performance desportiva, possibilitando a sustentação dos
níveis ótimos de saltabilidade durante toda a partida. Os dados obtidos sinalizam
para a eficácia do processo de treinamento, como sugere Bompa (2002) ao expor
que todo esse processo de planejamento e controle do treinamento tem o objetivo
de permitir que se alcance o pico de desempenho, refletindo um estado mental,
físico, técnico, tático e psicológico em um dado momento da competição.
Nessa mesma direção, pôde-se observar uma evolução na variável
CR uma vez que seus valores médios mostram uma progressão continuada do
momento P1 até o momento P4, com ligeira queda em P5, sendo esta, uma variável
interessante de ser observada, pelo fato de relacionar a reatividade com o
desempenho no salto vertical, duas capacidades determinantes para o atleta de
basquetebol.
Os valores encontrados na variável CR, indicam a melhoria na
resistência anaeróbia e na reatividade dos basquetebolistas, permitindo movimentos
mais velozes e explosivos, determinantes na modalidade, por períodos mais
prolongados, resultando em melhor desempenho atlético. Sugerem também a
eficiência da aplicação das cargas de treino, controladas por meio das avaliações
semanais e periódicas, tornando os atletas mais prontos aos estímulos específicos
da modalidade.
74
Tais melhorias parecem ocorrer em razão do aumento da
participação das cargas mais especializadas de trabalho, representadas pela própria
competição, e seu nível de exigência, uma vez que os melhores resultados nas
avaliações periódicas de resistência anaeróbia foram encontrados no P4,
coincidente com a semana 14, antecedida por um microciclo com 3 jogos.
De maneira geral, os melhores níveis de desempenho nas variáveis
estudadas apresentaram-se nos play-offs, pelo fato de o jogo em si, ser o estímulo
mais específico possível, promovendo as adaptações necessárias à prática
desportiva, associadas aos treinamentos realizados no decorrer das semanas.
Isto posto, pode-se dizer que é possível entender as respostas da
saltabilidade no processo de treinamento do basquetebol por meio de testes de
saltos verticais, quando observadas conjuntamente com os conteúdos do
treinamento e neste caso, a experiência mínima de dois anos de treinamento na
modalidade basquetebol, pode fazer com que as reservas adaptativas dos atletas
estejam próximas de seu limite, impedindo alterações estatisticamente significantes
nas variáveis estudadas, como encontraram Hoffman et al (1991), em seu estudo,
que fora do período de competição ocorreu menos de 1% de evolução na impulsão
vertical e na agilidade, capacidades anaeróbias, sugerindo que atletas de
basquetebol estão próximos do limite máximo destas variáveis durante todo o tempo.
75
CONCLUSÃO
Pode-se concluir a partir da análise dos resultados encontrados nas
avaliações realizadas, que a saltabilidade situa-se como um indicador no controle e
monitoramento do processo de treinamento de basquetebolistas, particularmente
quanto ao CMAJ, ao número de saltos e ao coeficiente de rendimento, uma vez que
o treinamento aplicado durante o estudo, foi pautado nas respostas obtidas por meio
dos testes de saltos verticais.
Esse entendimento se dá pelo fato da efetividade do processo de
treinamento ser confirmada pelos resultados dos testes propostos neste estudo,
indicando que as teorias do treinamento desportivo, aplicam-se à modalidade
basquetebol e podem ter, nos testes de saltos verticais, uma ferramenta eficiente
para o controle do treinamento, permitindo os ajustes necessários para que se
mantenha sempre a direção do objetivo traçado, atingindo o maior nível de
desempenho esportivo no momento adequado.
76
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82
ANEXO A
Piracicaba, 11 de setembro de 2006.
Para: Prof. Dr. João Paulo Borin.
De: Coordenação do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP-UNIMEP
Ref.: Aprovação do protocolo de pesquisa nº 37/06 e indicação de formas de
acompanhamento do mesmo pelo CEP-UNIMEP
Vimos através desta informar que o Comitê de Ética em Pesquisa da
UNIMEP, após análise, APROVOU o Protocolo de Pesquisa nº 37/06, com o título
“Controle das cargas de treinamento por meio de avaliação neuromuscular e
da percepção subjetiva do cansaço” sob sua responsabilidade.
O CEP-UNIMEP, conforme as resoluções do Conselho Nacional de
Saúde é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de
todas as pesquisas envolvendo seres humanos promovidas nesta Universidade.
Portanto, conforme a Resolução do CNS 196/96, é atribuição do CEP
“acompanhar o desenvolvimento dos projetos através de relatórios anuais dos
pesquisadores” (VII.13.d). Por isso o/a pesquisador/a responsável deverá
encaminhar para o CEP-UNIMEP um relatório anual de seu projeto, até 30 dias após
completar 12 meses de atividade, acompanhado de uma declaração de identidade
de conteúdo do mesmo com o relatório encaminhado à agência de fomento
correspondente.
Agradecemos a atenção e colocamo-nos à disposição para outros
esclarecimentos.
Atenciosamente,
Profª. Drª. Telma R. de P. Souza
COORDENADORA
83
APÊNDICE A
Apêndice A1 - Medidas descritivas da variável Squat jump (h) segundo avaliação
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av1 Av2 Av3 Av4 Av5 Av6 Av7 Av8 Av9 Av10 Av11 Av12 Av13
Squat
jump (h)
Valor Mínimo 27,8 25,0 27,5 27,8 29,1 29,1 27,3 27,4 28,2 31,1 29,2 26,5
Quartil 1 32,4 28,1 30,9 32,5 29,3 31,3 29,7 31,4 31,8 33,8 32,1 33,8
Mediana 37,9 34,3 39,3 38,6 36,9 40,0 36,2 37,5 36,3 39,1 37,5 36,7
Quartil 3 40,8 37,9 41,8 41,9 39,5 41,4 40,8 42,4 40,3 44,9 42,4 41,4
Valor Máximo 48,8 48,5 47,1 46,1 43,5 47,7 48,0 54,1 46,2 53,1 49,9 50,4
Média 37,33 34,23 36,93 37,44 35,48 37,94 36,16 37,96 36,36 39,82 37,63 37,70
Desvio Padrão 6,42 7,07 6,55 5,84 5,49 6,15 6,69 8,07 5,64 6,89 6,18 6,05
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av14 Av15 Av16 Av17 Av18 Av19 Av20 Av21 Av22 Av23 Av24 Av25 Av26
Squat
jump (h)
Valor Mínimo 21,2 28,7 26,3 28,6 31,9 32,5 33,4 34,3 33,2
Quartil 1 30,4 33,9 34,8 33,9 34,6 34,1 35,6 36,1 34,3
Mediana 34,6 39,8 37,0 40,0 38,2 35,8 41,0 40,0 40,0
Quartil 3 36,7 42,1 38,8 42,8 42,6 40,6 42,9 44,3 45,0
Valor Máximo 41,4 47,7 51,3 50,8 49,3 49,3 55,2 51,5 49,9
Média 33,22 38,33 36,70 39,09 38,82 37,46 40,74 41,06 40,19
Desvio Padrão 6,03 5,27 6,32 6,02 5,00 4,78 5,99 5,10 5,51
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Resultado do Teste
Estatístico
Av27 Av28 Av29 Av30 Av31 Av32 Av33 Av34 Av35
Squat
jump (h)
Valor Mínimo 25,0 33,3 29,8 33,2 29,9
P>0,05
Quartil 1 32,5 39,2 33,9 34,3 37,2
Mediana 40,4 44,1 38,1 40,0 43,1
Quartil 3 45,3 45,1 41,8 46,3 44,4
Valor Máximo 47,0 52,0 46,8 49,9 48,7
Média 38,34 42,76 38,05 40,34 41,03
Desvio Padrão 7,37 5,20 5,33 6,04 5,64
84
Apêndice A2 - Medidas descritivas da variável Squat jump (v) segundo avaliação
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av1 Av2 Av3 Av4 Av5 Av6 Av7 Av8 Av9 Av10 Av11 Av12 Av13
Squat
jump (v)
Valor Mínimo 3,4 3,3 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4 3,5 3,4 3,3
Quartil 1 3,6 3,4 3,5 3,6 3,4 3,6 3,5 3,5 3,5 3,6 3,6 3,6
Mediana 3,7 3,6 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,6 3,7 3,6 3,8
Quartil 3 3,7 3,7 3,8 3,8 3,7 3,8 3,7 3,8 3,7 3,9 3,8 3,9
Valor Máximo 3,9 3,9 3,9 3,8 3,8 3,9 3,9 4,0 3,8 4,0 3,9 3,9
Média 3,62 3,56 3,64 3,64 3,60 3,69 3,61 3,66 3,60 3,69 3,64 3,64
Desvio Padrão 0,15 0,19 0,17 0,13 0,15 0,16 0,16 0,18 0,14 0,17 0,16 0,15
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av14 Av15 Av16 Av17 Av18 Av19 Av20 Av21 Av22 Av23 Av24 Av25 Av26
Squat
jump (v)
Valor Mínimo 3,2 3,4 3,3 3,4 3,5 3,5 3,5 3,6 3,5
Quartil 1 3,5 3,7 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6
Mediana 3,6 3,8 3,7 3,7 3,7 3,6 3,7 3,7 3,7
Quartil 3 3,6 3,9 3,7 3,8 3,8 3,7 3,8 3,8 3,8
Valor Máximo 3,7 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 4,0 4,0 3,9
Média 3,52 3,67 3,63 3,68 3,68 3,64 3,71 3,73 3,71
Desvio Padrão 0,16 0,14 0,15 0,13 0,11 0,11 0,14 0,12 0,13
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Resultado do Teste
Estatístico
Av27 Av28 Av29 Av30 Av31 Av32 Av33 Av34 Av35
Squat
jump (v)
Valor Mínimo 3,3 3,5 3,4 3,5 3,4
P>0,05
Quartil 1 3,5 3,8 3,5 3,6 3,7
Mediana 3,7 3,8 3,7 3,7 3,8
Quartil 3 3,8 3,8 3,8 3,9 3,8
Valor Máximo 3,9 4,0 3,9 3,9 3,9
Média 3,64 3,77 3,65 3,71 3,72
Desvio Padrão 0,19 0,13 0,16 0,14 0,15
85
Apêndice A3 - Medidas descritivas da variável CMAJ (h) segundo avaliação
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av1 Av2 Av3 Av4 Av5 Av6 Av7 Av8 Av9
Av1
0 Av11 Av12 Av13
CMAJ (h)
Valor Mínimo 38,7 36,3 37,0 38,0 36,3 37,6 35,8 36,8 34,0 30,9 35,6 36,7
Quartil 1 38,9 36,8 38,3 38,4 36,7 38,6 36,6 39,8 37,2 37,2 39,6 40,6
Mediana 46,5 45,2 48,0 47,0 43,2 47,1 45,5 44,7 43,1 42,4 46,5 45,5
Quartil 3 50,8 48,1 50,5 50,6 47,7 49,8 48,0 51,3 49,9 48,7 50,5 49,6
Valor Máximo 57,5 56,9 57,7 53,7 52,4 58,9 55,9 58,9 54,1 55,0 58,4 56,5
Média
45,9
4
43,3
8
45,3
9
44,9
9
42,9
1
45,3
7
43,8
1
46,0
2
43,3
9
42,8
5
45,7
2
45,4
5
Desvio Padrão 6,87 7,17 7,32 6,25 6,15 7,13 6,49 7,08 6,52 7,28 6,65 5,89
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av14 Av15 Av16 Av17 Av18 Av19 Av20 Av21 Av22
Av2
3 Av24 Av25 Av26
CMAJ (h)
Valor Mínimo 25,4 39,0 32,5 38,4 37,6 39,3 40,1 42,8 40,7
Quartil 1 35,1 40,1 43,1 41,9 40,4 40,9 43,8 43,8 44,0
Mediana 40,0 47,9 44,9 48,3 46,8 45,3 48,4 50,2 50,2
Quartil 3 47,0 50,5 49,8 51,0 49,6 48,6 52,9 54,1 52,4
Valor Máximo 49,1 56,9 55,4 57,9 53,6 56,5 62,0 58,4 59,2
Média
40,5
6
46,2
7
45,2
7
47,4
0
45,6
6
45,3
8
48,7
3
49,8
0
49,0
3
Desvio Padrão 7,11 5,77 6,17 5,94 5,02 5,04 6,14 5,32 5,51
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Resultado do Teste
Estatístico
Av27 Av28 Av29 Av30 Av31 Av32 Av33 Av34 Av35
CMAJ (h)
Valor Mínimo 33,5 41,4 36,1 41,2 33,7
P>0,05
Quartil 1 39,6 45,0 39,5 45,7 44,4
Mediana 44,9 51,8 46,0 50,2 47,7
Quartil 3 48,8 54,4 54,1 53,2 53,3
Valor Máximo 56,5 60,2 54,1 59,2 56,7
Média
44,3
7
50,5
0
45,1
5
49,8
0
47,6
1
Desvio Padrão 7,07 6,06 5,92 5,33 6,82
86
Apêndice A4 - Medidas descritivas da variável CMAJ (v) segundo avaliação
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av1 Av2 Av3 Av4 Av5 Av6 Av7 Av8 Av9 Av10 Av11 Av12 Av13
CMAJ (v)
Valor Mínimo 3,7 3,6 3,6 3,7 3,6 3,3 3,6 3,6 3,6 3,5 3,6 3,6
Quartil 1 3,7 3,6 3,7 3,7 3,6 3,7 3,6 3,7 3,6 3,6 3,7 3,7
Mediana 3,9 3,8 3,9 3,9 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,9 3,8
Quartil 3 3,9 3,9 4,1 4,0 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 4,0 3,9
Valor Máximo 4,1 4,1 4,1 4,0 4,0 4,1 4,0 4,1 4,0 4,0 4,1 4,0
Média 3,84 3,77 3,82 3,83 3,76 3,78 3,77 3,82 3,77 3,76 3,84 3,82
Desvio Padrão 0,14 0,18 0,16 0,13 0,16 0,22 0,14 0,15 0,14 0,16 0,15 0,13
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Av14 Av15 Av16 Av17 Av18 Av19 Av20 Av21 Av22 Av23 Av24 Av25 Av26
CMAJ (v)
Valor Mínimo 3,3 3,7 3,5 3,7 3,7 3,7 3,7 3,8 3,7
Quartil 1 3,6 3,7 3,8 3,7 3,7 3,7 3,8 3,8 3,8
Mediana 3,7 3,9 3,8 3,9 3,9 3,8 3,9 3,9 3,9
Quartil 3 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 4,0 4,0 4,0
Valor Máximo 3,9 4,1 4,0 4,1 4,0 4,0 4,1 4,1 4,1
Média 3,72 3,84 3,81 3,86 3,83 3,82 3,89 3,92 3,89
Desvio Padrão 0,18 0,13 0,14 0,12 0,10 0,10 0,12 0,11 0,12
Variável
Medida
Descritiva
Avaliação
Resultado do Teste
Estatístico
Av27 Av28 Av29 Av30 Av31 Av32 Av33 Av34 Av35
CMAJ (v)
Valor Mínimo 3,5 3,7 3,6 3,7 3,6
P>0,05
Quartil 1 3,7 3,9 3,7 3,9 3,8
Mediana 3,8 4,0 3,9 3,9 3,9
Quartil 3 3,9 4,0 3,9 4,0 4,0
Valor Máximo 4,0 4,1 4,0 4,1 4,0
Média 3,80 3,93 3,83 3,91 3,87
Desvio Padrão 0,16 0,12 0,13 0,12 0,13
87
Apêndice A5 - Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo atleta
Variável Medida Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Squat jump
(h)
N 16 12 18 26 25 26 21 20 18 24 23 24 18
Valor Mínimo 24,6 35,4 27,4 33,4 43,5 33,8 26,7 32,8 36,3 25,0 37,9 34,3 21,2
Quartil 1 27,3 40,0 30,4 38,2 47,4 38,6 33,3 34,1 39,0 30,0 40,8 38,2 31,1
Mediana 28,0 41,4 31,6 39,7 48,8 40,4 35,5 35,8 41,8 32,8 42,2 40,8 33,9
Quartil 3 29,1 42,0 33,1 40,6 50,6 42,0 36,4 39,6 46,2 34,3 44,3 42,0 34,5
Valor Máximo 31,1 44,4 34,4 44,1 55,2 43,1 38,6 40,7 47,6 37,5 47,7 53,1 39,8
Média 28,0 40,8 31,6 39,5 49,1 39,9 34,9 36,5 42,1 32,4 42,4 40,6 33,0
Desvio Padrão 1,8 2,3 1,8 2,4 2,6 2,6 2,6 2,6 3,9 2,8 2,3 3,8 4,4
Variável Medida Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Squat jump
(v)
N 16 12 18 26 25 26 21 20 18 24 23 24 18
Valor Mínimo 3,3 3,6 3,4 3,5 3,8 3,6 3,4 3,5 3,6 3,3 3,7 3,6 3,2
Quartil 1 3,4 3,7 3,5 3,9 3,8 3,7 3,5 3,6 3,7 3,5 3,7 3,7 3,5
Mediana 3,4 3,7 3,5 3,9 3,9 3,7 3,6 3,6 3,8 3,5 3,8 3,7 3,6
Quartil 3 3,4 3,8 3,5 3,9 3,9 3,8 3,6 3,7 3,8 3,6 3,8 3,8 3,6
Valor Máximo 3,5 3,8 3,6 4,0 4,0 3,8 3,7 3,8 3,9 3,7 3,9 4,0 3,7
Média 3,4 3,7 3,5 3,9 3,9 3,7 3,6 3,6 3,8 3,5 3,8 3,7 3,5
Desvio Padrão 0,05 0,06 0,06 0,05 0,06 0,06 0,07 0,07 0,10 0,09 0,06 0,09 0,13
Variável Medida Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
CMAJ (h)
N 16 12 18 26 25 26 21 20 18 24 23 24 18
Valor Mínimo 34,0 44,9 35,1 44,9 48,5 42,1 37,1 38,4 44,4 33,5 42,4 30,9 25,4
Quartil 1 36,0 48,8 36,8 47,3 54,0 45,8 39,4 43,6 47,9 37,0 48,0 48,2 36,7
Mediana 37,2 49,9 38,3 48,5 56,5 47,5 40,5 44,6 49,7 39,4 49,3 50,2 40,3
Quartil 3 38,6 52,7 39,3 50,5 57,8 48,8 42,6 49,2 55,5 41,2 50,1 51,3 42,9
Valor Máximo 40,8 55,5 41,4 53,6 62,0 54,1 47,0 49,3 59,2 43,4 53,6 52,8 44,0
Média 37,3 50,1 38,1 48,5 56,1 47,5 41,1 44,9 51,4 39,2 49,1 48,9 39,0
Desvio Padrão 1,8 3,0 1,7 2,1 2,8 2,7 2,3 2,5 4,7 2,8 2,3 4,4 4,7
88
Apêndice A6 - Medidas descritivas das variáveis estudadas segundo atleta
Variável
Medida
Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Número de
Saltos
(30seg)
N 2 2 3 5 5 5 3 4 4 5 5 5 4
Mínimo 46,0 38,0 34,0 40,0 44,0 44,0 40,0 34,0 44,0 45,0 42,0 39,0 41,0
Quartil 1 47,0 39,5 34,0 40,6 44,0 44,6 41,6 39,5 44,5 45,0 43,2 40,2 42,5
Mediana 47,5 40,3 34,0 44,0 45,0 46,0 44,0 46,5 45,0 45,0 44,0 42,0 44,5
Quartil 3 48,0 41,0 47,0 44,5 45,0 47,5 44,0 48,0 46,5 46,5 44,5 42,5 45,8
Máximo 48,0 41,0 47,0 45,0 45,0 48,0 44,0 48,0 47,0 47,0 45,0 43,0 46,0
Média 47,0 39,5 38,3 42,8 44,6 46,0 42,7 43,8 45,3 45,6 43,8 41,4 44,0
D. Padrão 1,4 2,1 7,5 2,2 0,5 1,6 2,3 6,7 1,3 0,9 1,1 1,5 2,2
Variável
Medida
Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Tempo de
Contato (s)
(30seg)
N 2 2 3 5 5 5 3 4 4 5 5 5 4
Mínimo 0,186 0,215 0,200 0,177 0,155 0,156 0,225 0,145 0,156 0,206 0,179 0,164 0,192
Quartil 1 0,202 0,230 0,287 0,217 0,159 0,163 0,229 0,156 0,161 0,209 0,184 0,165 0,199
Mediana 0,209 0,237 0,417 0,183 0,161 0,169 0,234 0,182 0,170 0,222 0,191 0,174 0,212
Quartil 3 0,217 0,244 0,427 0,188 0,165 0,175 0,242 0,322 0,198 0,230 0,196 0,191 0,230
Máximo 0,217 0,244 0,427 0,209 0,167 0,176 0,242 0,363 0,206 0,232 0,198 0,205 0,234
Média 0,202 0,230 0,348 0,194 0,161 0,168 0,234 0,218 0,175 0,220 0,190 0,177 0,212
D. Padrão 0,02 0,02 0,13 0,02 0,00 0,01 0,01 0,10 0,22 0,01 0,01 0,02 0,02
Variável
Medida
Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Tempo de
Vôo (s)
(30seg)
N 2 2 3 5 5 5 3 4 4 5 5 5 4
Mínimo 0,414 0,519 0,438 0,487 0,471 0,465 0,441 0,453 0,481 0,411 0,483 0,528 0,438
Quartil 1 0,426 0,532 0,442 0,488 0,492 0,466 0,447 0,463 0,483 0,419 0,490 0,532 0,446
Mediana 0,432 0,538 0,447 0,499 0,508 0,473 0,456 0,475 0,490 0,438 0,494 0,537 0,455
Quartil 3 0,438 0,544 0,459 0,528 0,513 0,494 0,502 0,506 0,496 0,445 0,497 0,548 0,460
Máximo 0,438 0,544 0,459 0,531 0,513 0,505 0,502 0,515 0,497 0,447 0,498 0,554 0,461
Média 0,426 0,532 0,448 0,506 0,502 0,478 0,466 0,480 0,489 0,432 0,493 0,539 0,452
D. Padrão 0,02 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,03 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Variável
Medida
Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Altura Total
(cm)
N 2 2 3 5 5 5 3 4 4 5 5 5 4
Mínimo 972,0 1355,5 833,4 1292,3 1229,9 1222,4 1051,0 1107,6 1271,1 973,1 1281,1 1402,7 1108,4
Quartil 1 1053,4 1368,4 853,8 1303,9 1342,0 1241,7 1078,8 1157,9 1304,8 990,9 1287,0 1431,4 1130,1
Mediana 1094,0 1374,9 884,3 1344,6 1417,0 1285,9 1120,4 1218,5 1345,4 1058,5 1317,9 1472,4 1176,6
Quartil 3 1134,7 1381,3 1110,0 1384,4 1423,6 1362,5 1235,3 1268,9 1362,4 1102,5 1319,9 1529,9 1201,4
Máximo 1134,7 1381,3 1110,0 1420,7 1424,3 1407,1 1235,3 1282,2 1365,8 1102,5 1321,0 1585,3 1201,4
Média 1053,4 1368,4 942,6 1343,4 1382,2 1297,6 1135,6 1206,7 1331,9 1047,8 1305,9 1477,1 1165,7
D. Padrão 115,0 18,2 147,2 49,0 85,2 70,8 93,1 73,1 42,0 58,5 18,6 67,0 44,8
Variável
Medida
Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Altura
Média (cm)
N 2 2 3 5 5 5 3 4 4 5 5 5 4
Mínimo 21,1 33,1 23,6 29,1 27,3 26,6 23,9 25,2 28,5 20,7 28,7 34,3 23,6
Quartil 1 22,4 34,7 24,0 29,3 29,8 26,6 24,5 25,9 28,7 21,7 29,4 34,8 24,4
Mediana 23,0 35,5 24,5 30,6 31,7 27,5 25,5 27,0 29,5 23,5 30,0 35,4 25,4
Quartil 3 23,6 36,4 26,0 34,2 32,3 30,2 30,9 31,3 30,3 24,2 30,3 36,9 26,0
Máximo 23,6 36,4 26,0 34,7 32,3 31,3 30,9 32,6 30,4 24,5 30,5 37,7 26,1
Média 22,4 34,7 24,7 31,5 31,0 28,2 26,7 27,9 29,4 23,0 29,8 35,7 25,1
D. Padrão 1,8 2,3 1,2 2,5 2,1 2,0 3,7 3,2 0,9 1,5 0,7 1,3 1,1
Variável
Medida
Descritiva
Atletas
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13
Coeficiente
de
Rendimento
(dm/s)
N 2 2 3 5 5 5 3 4 4 5 5 5 4
Mínimo 9,9 15,3 6,0 15,6 17,1 15,5 10,6 9,2 14,1 9,0 15,6 17,8 11,0
Quartil 1 11,3 15,4 6,2 15,7 18,6 15,9 10,8 11,7 15,8 9,6 15,6 19,1 11,0
Mediana 12,0 15,5 6,5 16,4 19,6 16,7 10,9 14,8 18,0 10,6 15,8 20,0 11,8
Quartil 3 12,7 15,5 11,9 16,9 20,5 18,2 12,8 17,8 18,4 11,9 16,1 22,2 13,3
Máximo 12,7 15,5 11,9 17,3 21,0 18,6 12,8 18,6 18,5 12,2 16,1 23,2 13,6
Média 11,3 15,4 8,1 16,3 19,5 17,0 11,5 14,3 17,1 10,7 15,8 20,4 12,0
D. Padrão 2,0 0,2 3,2 0,7 1,4 1,2 1,2 3,9 2,1 1,3 0,3 2,0 1,2
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