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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM FÍSICA E MEIO AMBIENTE
ESTUDO BIOCLIMÁTICO NO CAMPUS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
ARMINDO DE ARRUDA CAMPOS NETO
PROF
.ª DR.ª MARTA CRISTINA DE JESUS ALBUQUERQUE
NOGUEIRA
Cuiabá
-
MT, Fevereiro/2007
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Livros Grátis
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM FÍSICA E MEIO AMBIENTE
ESTUDO BIOCLIMÁTICO NO CAMP
US DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
ARMINDO DE ARRUDA CAMPOS NETO
Dissertação apresentada ao programa de
Pós
-
graduação
em
Física
e
Meio
Ambiente
da Universidade Federal de
Mato
Grosso
,
como part
e dos requisitos
para
a
obtenção do título
De
Mestre
em
Física
e
Meio
Ambiente.
PROF.ª DR.ª MARTA CRISTINA DE JESUS ALBUQUERQUE
NOGUEIRA
Cuiabá
-
MT, Fevereiro/2007
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INS
TITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM FÍSICA E MEIO AMBIENTE
FOLHA DE APROVAÇÃO
TÍTULO:
ESTUDO BIOCLIMÁTICO NO CAMPUS DA
UFMT
AUTOR:
ARMINDO DE ARRUDA CAMPOS NETO
Dissertação defendida e aprovada em
27
de
feve
reiro
de 2007, pela comissão
julgadora:
________________
_______________________
_______________
Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira
Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia
-
UFMT
Orientadora
_______________
_______
_______________
Profa. Dra. Léa Cristina Lucas de Souza
Faculdade
de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo
UNESP/Bauru
Examinadora
Externa
______________
__
______________
Prof. Dr. Carlo Ralph De Mus
is
Universidade de Cuiabá
-
UNIC
Examinador
Externo
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus fonte de toda sabedoria, à minha
amada esposa pela compreensão e apoio
para realização deste sonho, e aos meus
queridos pais Benedito e Lenir.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira, pela confiança
a mim depositada, na orientação preciosa em todas as etapas deste estudo, e
principalmente pela ética e companheirismo, mostrando-me a verdadeira
função de um ed
ucador.
Ao estimado Prof. Dr. José de Souza Nogueira, pelo constante apoio durante
a realização desta Pós-Graduação, e pelo carinho com que conduz as
atividades nesta instituição.
À todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Física e Meio
Ambie
nte da Universidade Federal de Mato Grosso.
À minha esposa Vanúcia Silva Resende Campos, pela preciosa ajuda na
confecção deste trabalho e também nas medições microclimáticas no campus
da UFMT.
Aos meus estimados colegas Carlos Dias e Osvaldo Borges pelo constante
apoio e assistência na utilização dos equipamentos para as primeiras
medições.
Aos bolsistas do PIBIC, pela colaboração nas primeiras medições feitas no
campus da UFMT.
Ao amigo e colega Alyson Lino Xavier, pela preciosa colaboração nas
mediçõ
es microclimáticas e nos estudos estatísticos deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Carlo Ralph De Musis, pela preciosa atenção nos estudos de
estatística.
À minha irmã Maria Auxiliadora de Arruda Campos, pelos livros concedidos
para os estudos da História da for
mação da cidade de Cuiabá.
As pessoas que me auxiliaram nas medições microclimáticas, a amiga
Ângela, o amigo José Erivam Júnior, meu irmão Benedito Filho e meu amigo
Danilo Cardoso.
A Sra. Soilse, pela preciosa atenção na secretaria da Pós
-
Graduação em
Física
e Meio Ambiente.
Aos colegas do curso que sempre se mostraram prontos para colaborar nas
dúvidas durante este trabalho. E à Universidade Federal de Mato Grosso, pelo
cumprimento do papel de colaborar com o desenvolvimento da sociedade
mato
-
grossens
e.
A Profa. .Ms. Luciane Durante, pelo empréstimo de livros e pela atenção.
A CAPES, pela bolsa de estudos 2006/2007.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
.........................................................
.....
..............
....... i
LISTA DE QUADROS
.....
............................................................................. v
LISTA DE TABELAS
................................................................................ vi
RESUMO
......................................................................................................... vii
ABSTRACT
................................................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO
................................................................
....................
1
1.1. PROBLEMÁTICA
....................................
.............
..............................
1
1.2. JUSTIFICATIVA
.....................................................
............................. 4
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
..............
...
.............................. 5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
.....
...................................
............
9
2.1. CLIMA
......................................................................
................................ 9
2.1.1
.
Orde.
2.9. BALANÇO
DE
RADIAÇÃO
GLOBAL
DURANTE
A
NOITE
..
.................................................................................................... 31
2.10. BALANÇO DE ENERG
IA E O CLIMA URBANO
.....
......... 32
2.11. A DENSIDADE CONSTRUÍDA E O CLIMA URBANO
...
37
2.12. A VEGETAÇÃO
URBANA
COMO
AGENTE
AMENIZADOR
DO CLIMA URBANO
........
.....................
..... 4
1
2.13. ILHAS DE CALOR
.......................
.
.........
.
....................
.............
.......
.
46
2.14.O MÉTODO DO TRANSECTO MÓVEL E A
CLIMATOLOGIA URBANA
......
.....
.
.........................................
...
49
2.15. O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DE CUIABÁ
.............. 51
2.
1
5.1.
Aspectos Históricos e Conformação Urbana
...............................
........ 51
2.15.2.
A
spectos
U
rbanísticos
da
C
uiabá
A
tual
...................................
........
.... 54
2.16. O CLIMA DE CUIABÁ
...............................
...............
.................
...
58
2.17. BREVE HISTÓRICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
MATO GROSSO.................
...................................................... 60
2.18. CARACTERIZAÇAO DO ESPAÇO CONSTRUÍDO DA
UFMT
.................................
.......................................................... 61
3.
MATERIAIS E MÉTODOS
...................
...................................
..
64
3.1.
O
ESTUDO MACROCLIMÁTICO
................
...........................
... 64
3.1.1. A Análise Macroclimática
........................................
.............................
.. 66
3.2.
O ESTUDO MICROCLIMÁTICO
..........................
...................
... 67
3.2.1.. A Análise Microclimática
..........................................
..
........................... 68
4.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
.............. 72
4.1.
INDÍCIOS
DA
ILHA
DE CALOR
NA
CIDADE
DE
CUIABÁ
...........................................................
.............
..........................
72
4.1.1.
T
emperaturas
M
áxim
as nas estações meteorológicas....
..................
....
72
4.1.2.
T
emperaturas Mínimas nas estações meteorológicas
...........
.................
76
4.1.3.
T
emperaturas Médias nas estações meteorológicas
.................
............
.
80
4.1.4.
Umidade Rela
tiva nas estações meteorológicas
.............
.
.......
...........
..... 84
4.1.5.
Precipitações Médias Mensais nas estações meteorológicas
.................
85
4.2.
INFLUÊNCIA
DA
MORFOLOGIA
URBANA
NO
M
ICROCLIMA DO CAMPUS
DA UFMT
..............
.........
........
.
88
4.2.1. Apresentação
dos pontos do transecto no campus da UFMT
.....
........
.
88
4.2.2
.
Análise das Características da conformação dos Pontos Estudados
... 88
4.2.3
.
Estudo Microclimático na Estação Seca
........................
.......
.................
96
4.2.3.1.
Período
da Manhã: Seca
................
..................
......................................
96
4.2.3.1.1. Temperatura Máxima e Mínima na estação seca no período da
Manhã.......................................
.......................................................... 98
4.2.3.1.2. Umidade Máxima e Mínima na estação seca no período da manhã.... 99
4.2.3.1.3. Umidade e Temperatura Média na estação seca no período da
Manhã...........................
.................................................................... 100
4.2.3.1.4.
Temperatura
e
Umidade
Média para os
cinco
dias no
período da
manhã
na estação seca
................................................................ 102
4.2.3
.
2. Período Noturno: Seca
......................................
..............................
.....
102
4.2.3.2.1. Temperatura Máxima e Mínima na estação seca no período noturno 104
4.2.3.2.2. Umidade Máxima e Mínima na estação seca no período noturno.....
105
4.2.3.2.3. Umidade e Temperatura média na estação seca no período noturno.. 106
4.2.3.2.4. Temperatura e Umidade Média para os cinco
dias no período noturno na
estação seca
.............................................................................
..... 108
4.2.4.
Estudo Microclimático na Estação Úmida
..........
...............................
.
109
4.2.
4
.1
.
Período da Manhã: Estação Úmida
...................................................
...109
4.2.4.1.1.
Temperatura Máxima e Mínima
na estação
úm
ida no
período
da
manhã
................................................................................................ 110
4.2.4.1.2.
Umidade Máxima e Mínima na estação úmida no período da manhã
111
4.2.4.1.3.
Temperatura e
Umidade
média
na
estaçã
o
úmida
no
período
da
manhã
................................................................................................ 113
4.2.4.1.4.
Temperatura
e
Umidade
Média para os cinco dias
no período
da
manhã
na estação úmida
......................
............................................. 114
4.2.4.2.
Perío
do Noturno: Estação Úmida
.........................................
.........
...... 116
4.2.4.2.1.
Temperatura
Máxima
e
Mínima
na
estação
úmida
no
período
noturno
.....................
......................................................................... 117
4.2.4.2
.
2.
Umidade Máxima e Mínima na estação úmida no período noturno
... 118
4.2.4.2
.
3.
Temperatura
e
Umidade
Média
na
estação
úmida
no
período
noturno
.............
................................................................................. 120
4.2.4
.
2.4.
Temperatura e Umidade Média para os quatro dias no período noturno
na
estação úmida
..........................................................................
.... 121
4.3. COMPARAÇÃO
ENTRE
AS
ESTAÇÕES
SECA
E
ÚMIDA
ANALISADAS
...........
.........................................................................
.
122
4.4. COMPARAÇÃO
ENTRE AS
CARACTERÍSTICAS
DOS
PONTOS
E
O
COMPORTAMENTO
TÉRMICO
EM
CADA
MICROCLIMA
.....
..............................................................
.
123
4.4.1. C
omparação
entre os
M
icroclimas
na
Estação Úmida
.................
.......
124
4.4.2. C
omparação
entre os
M
icroclimas
na
Estação Seca
............
..............
.. 126
5. SÍ
NTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS
...................
.. 129
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
..........................
.......................
.....
1
33
7.
R
ECOMENDAÇÕES
m99.86 Tz(ECOMENDAÇÕES )Tj/F1 2048 63 Tm100.00 Tz(............... m99.86 Tz(ECOMENDAÇÕES )Tj/F1M0 -0.09187922Tj/ Tz( M)Tj/F1 2048 Tf0.09187 0 0 -014 Tz(.. 129)Tj/F1 2027 6063 Tm(1)Tj/F0 2048 Tf0.09187 0 DAÇÕES )Tj/F17965 173M027 6063 Tm(1)Tj/F0 2048 Tf0.09187 073AÇÕES
APÊNDICE V. Dados coletados para as estações meteorológicas de Cuiabá e
Santo Antônio
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
-
Esquema das escalas climáticas e camadas verticais encontradas
em
áreas urbanas
........
............................................................................ 14
FIGURA 2
-
Valores mensais máximos de albedo sobre Manaus.......................... 28
FIGURA 3
-
Esquema do balanço de radiação global durante o dia.....................
31
FIGURA 4
-
Esquema do balanço de radiação global durante a noite................... 31
FIGURA 5
-
Balanço de energia na superfície do solo durante o dia................... 35
FIGURA 6
-
Balanço de energia na superfície do solo durante a noite...
............. 37
FIGURA 7
-
Temperaturas
e Umidade do ar
após o pôr
-
do
-
sol
em áreas urbanas
e rurais............................................................................................... 48
FIGURA 8
-
Vista de Cuiabá. A
utor não identificado (Século XVIII).................. 52
FIGURA
9
-
Vista aérea da Vila Real 1786............................................................ 54
FIGURA 10
-
Localização da cidade de Cuiabá...............................................
...... 55
FIGURA 11
-
Vista da atual conformação do espaço urbano de Cuiabá............... 57
FIGURA 12
Vista das Estações Meteorológicas de Cuiabá e Santo Antônio do
Leverger................................................
......................................... 65
FIGAURA 13
-
Localização dos pontos de medições no campus da UFMT......... 68
FIGURA
1
4
-
Termo
-
higro
-
anemômetro com sensor de temperatura.................... 69
F
IGURA
15
-
Termo
-
higro
-
anemômetro com sens
or de velocidade do vento....... 70
FIGURA 16
Gráfico das temperaturas máximas mensais para Cuiabá e Santo
Antônio............................................................................................ 73
FIGURA 17
-
Distribuição da freqüência d
as temperaturas máximas mensais para
a estação de Cuiabá......................................................................... 75
FIGURA 18
-
Distribuição da freqüência das temperaturas máximas mensais para
a estação de San
to Antônio.............................................................. 76
FIGURA 19
-
Gráfico das temperaturas mínimas mensais para Cuiabá e Santo
Antônio............................................................................................
78
FIGURA 20
-
Distribuição da freqüência das temperaturas mínimas mensais para
a estação de Cuiabá.......................................................................... 79
FIGURA 21
-
Distribuição da freqüência das temperaturas mínimas mensais pa
ra
a estação de Santo Antônio.............................................................. 80
FIGURA 22
Gráfico das temperaturas médias mensais Compensada para
Cuiabá e Santo Antônio........................................................
............ 82
FIGURA 23
-
Distribuição da freqüência das temperaturas médias mensais para
a estação de Cuiabá.......................................................................... 83
FIGURA 24
-
Distribuição da freqüência das temperaturas médi
as mensais para
a estação de Santo Antônio.............................................................. 83
FIGURA 25
Gráfico das umidades médias mensais para Cuiabá e Santo
Antônio.......................................................
...................................... 85
FIGURA 26
Gráfico das precipitações médias mensais para Cuiabá e Santo
Antônio............................................................................................. 87
FIGURA 27
-
Foto dos dezes
seis pontos medidos no campus da UFMT.............. 88
FIGURA 28
Características do ponto 1 .............................................................. 89
FIGURA 29
Características do ponto 2......................................................
......... 89
FIGURA 30
Características do ponto 3 .............................................................. 90
FIGURA 31
Características do ponto 4 .............................................................. 90
FIGURA 32
Características
do ponto 5 .............................................................. 91
FIGURA 33
Características do ponto 6 .............................................................. 91
FIGURA 34
Características do ponto 7 ..............................
................................ 92
FIGURA 35
Características do ponto 8 .............................................................. 92
FIGURA 36
Características do ponto 9 .............................................................. 93
FIGU
RA 37 –
Características do ponto 10 ............................................................ 93
FIGURA 38
Características do ponto 11 ............................................................ 94
FIGURA 39
Características do ponto 12 ........
.................................................... 94
FIGURA 40
Características do ponto 13 ............................................................ 95
FIGURA 41
Características do ponto 14 ....................................................
........ 95
FIGURA 42
Características do ponto 15 ............................................................ 96
FIGURA 43
Características do ponto 16 ............................................................ 96
FIGURA
44
-
Gráfico da tempera
tura máxima e mínima na estação seca feita no
período da manhã............................................................................. 98
FIGU
RA
45
-
Gráficos da umidade máxima e mínima do ar na estação seca no
período da manhã..............
............................................................... 99
FIGURA
46
-
Gráfico da temperatura e umidade média do ar na estação seca no
período da manhã........................................................................... 101
FIGURA 47
-
Gráfico da temperatura e umidade média para os cinco dias medi
-
dos na estação seca no período da manhã...................................... 102
FIGURA 48
-
Gráfico da temperatura máxima e mínima para a estação seca fei
-
ta no
período noturno...
................................................................
104
FIGURA 49
-
Gráfico da umidade máxima e mínima para a estação seca feita
no período noturno......................................................................... 106
FIGURA
50
-
Gráfico da umidade e temperatura média para a estação seca feita
no período noturno........................................................................ 107
FIGURA 51
-
Gráfico da temperatura e umidade média para os cinco dias medi
-
dos n
a estação seca no período noturno......................................... 108
FIGURA 52
Gráficos das temperaturas máxima e mínima na estação úmida
obtidas no período da manhã......................................................... 111
FIGURA
53
Gráficos da umidade máxima e mínima do ar na estação úmida
no período da manhã...................................................................... 112
FIGURA 54
Gráficos da temperatura e umidade média na estação úmida medi
-
dos no perí
odo da manhã............................................................... 113
FIGURA 55
-
Gráfico da temperatura e umidade média para os cinco dias medi
-
dos na estação seca no período noturno......................................... 112
FIGURA 56
-
Gráficos das temperaturas máxima e mínima na estação úmida
obtidas no período noturno............................................................ 118
FIGURA 57
-
Gráficos das umidades máximas e mínima na estação úmida obti
-
das no período n
oturno................................................................... 119
FIGURA 58
-
Gráficos das temperaturas e umidades médias na estação úmida
obtidas no período noturno............................................................ 120
FIGURA
59
-
Gráfico da temperatura e umidade média para os cinco dias medi
-
dos na estação seca no período noturno......................................... 121
FIGURA 60
Gráfico das temperaturas médias para os dias de medições na
estação seca e úmida....................................................................... 122
FIGURA 61
-
Dendograma da similaridade entre os pontos conforme o
comportamento térmico para a estação úmida.............................. 124
FIGURA 62
-
Dendograma da similaridade entre os pontos conforme o
comportamento térmico para a estação seca.................................. 127
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1
Categorias Taxonômicas da Organização Geográfica do Clima e
Suas Articul
ações com o Clima Urbano.......................................... 12
QUADRO 2
Quadro Sintético dos Resultados da Medições Microclimáticas... 131
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 -
Albedo e Emitância de variadas superfícies.........
............................. 40
TABELA 2
Temperatura máxima mensal para as estações de Cuiabá e Santo
Antônio............................................................................................. 73
TABELA 3 -
Dados obtidos no cálculo do
teste T pareado para as temperaturas
máximas........................................................................................... 74
TABELA 4 –
Temperatura mínima mensal para as estações de Cuiabá e Santo
Antônio...........................
.................................................................. 77
TABELA 5 -
Dados obtidos no cálculo do teste T pareado para as temperaturas
mínimas............................................................................................ 79
T
ABELA 6
-
Temperatura média mensal para as estações de Cuiabá e Santo
Antônio............................................................................................. 81
TABELA 7 -
Dados obtidos no cálculo do teste T pareado para as te
mperaturas
médias............................................................................................... 82
TABELA 8
-
Umidade Média mensal para as estações de Cuiabá e Santo Antônio 84
TABELA 9 –
Precipitação média mensal para as estações
de Cuiabá e Santo
Antônio............................................................................................. 86
TABELA
10
-
Temperaturas no período da manhã medidas na estação seca........ 97
TABELA
11
-
Umidades no período da manhã med
idas na estação seca.............. 97
TABELA 12 -
Valores de temperatura do ar para o período noturno na estação
seca................................................................................................ 103
TABELA 13 –
Valores de u
midade relativa do ar para o período noturno na
estação seca................................................................................... 103
TABELA 14 –
Valores das temperaturas para os pontos na estação úmida no
período da m
anhã......................................................................... 109
TABELA 15 –
Valores das umidades relativas do ar para os pontos na estação
úmida no período da manhã......................................................... 110
TABELA 16 -
Valores das Temperaturas do ar no período noturno na estação
úmida............................................................................................ 116
TABELA 17 -
Valores das umidades relativas do ar no período noturno n
a esta
-
ção úmida...................................................................................... 117
RESUMO
CAMPOS NETO, A.de A. Estudo bioclimático no campus da Universidade
Federal de Mato Grosso. 2007. Dissertação (Mestrado em Física e Meio
Ambiente), Departamento de Física, Instituto de Ciências Exatas e da Terra,
Universidade Federal de Mato Grosso. 13
8
f. Cuiabá, MT.
O objetivo principal deste trabalho foi realizar uma análise bioclimática no campus
da Universidade Federal de Mato Grosso, localizado na cidade de Cuiabá, que
apresenta um clima tropical úmido e um elevado rigor climático. A metodologia
utilizada foi desenvolvida primeiramente através de um estudo macroclimático com
os dados das estações meteorológicas de Cuiabá e de Santo Antônio, caracterizando
uma área urbana e rural respectivamente. Essa análise apresentou indícios da
presença de ilha de calor, com as temperaturas mínimas superiores na área urbana,
comprovada pela diferença significativa no comportamento térmico, utilizando um
estudo estatístico feito através
de uma análise de variância com dados pareados
. Com
a análise macroclimática justificando o estudo proposto, foi feita a análise
microclimática no campus da UFMT escolhendo dezesseis pontos de medições com
di
ferentes características de conformação. Esse estudo foi desenvolvido na estação
seca e úmida nos períodos da manhã e noturno, concluindo-se que pontos com
presença de áreas verdes e superfícies de água, apresentam permanência da umidade
relativa do ar nos microclimas e grande influência na amenização do calor, chegando
a obter uma amplitude térmica de 2,6ºC para o período da manhã e 3,8°C no período
noturno ambos encontrados na estação úmida, que a estação seca caracterizou-
se
por ser atípica. Com essas comprovações realizou-se uma análise de Cluster para
desenvolver um dendograma que mostrou uma grande similaridade entre o
comportamento térmico dos pontos com área verde em seu entorno, mesmo sendo
compostas por espécies variadas como gramas e espécies lenhosas, constituindo-
se
informações importantes para um planejamento urbano nas cidades e no projeto de
crescimento do campus da UFMT.
Palavras
-
Chave
:
ilha de calor
;
análise macroclimática
; análise microclimática; rigor
climático.
ABSTRACT
CAMPOS NETO, A.de A
.
- The bioclimatic Study in the Federal University of
Mato Grosso campus. 2007. Disserta
tion
(M
aster’s
in Physics and Environment),
Department of Physics, Institute of Accurate Sciences and the Land, Federal
University of Mato Grosso
. 135 f. Cuiabá,
MT.
The main objective of this work was to carry through a bioclim
atic
analysis in the
Federal University of Mato Grosso campus, located in Cuiabá city, that presents a
humid tropical climate and a high climatic severity. The used methodology was
developed first through a macroclimatic study with the data of the meteorological
stations of Cuiabá and Saint Antonio, having characterized an urban and agricultural
area respectively. This analysis presented indications of the presence of
heat island
,
with the superior minimum temperatures in the urban area, assured by the significant
difference in the thermal behavior, using a statistical study through an analysis of
variance with
similar
data. With the macroclimatic analysis justifying the con
sidered
study, the microclimatic analysis in the campus of UFMT choosing sixteen
sites
of
measurements with different characteristics of conformation. This study was
developed in the dry and humid season in the morning and night periods, concluding
that points with presence of green areas and water surfaces, present permanence of
the relative
air
humidity in microclimates and great influence in the heat
smoothness
,
getting a thermal amplitude of 2,6ºC for the period of the morning and 3,8°C in the
nocturnal
period both being found in the humid s
eason
, since the dry s
eason
was
characterized for being atypical. With these evidences a
Cluster
analyses was
accomplished
to
develop a dendogram that showed a great similarity
among
the
thermal behavior of the points with green area in its
surround
,
even
being composed
by
a
varie
ty of
species
grass and woody, consisting important
data
for an urban
planning in the cities and the project of growth of
UFMT c
ampus.
Key
-
Words
: heat island; macroclimatic analysis; microclimatic analysis; climatic
severity
1
1.
INTRODUÇÃO
1.1.
PROBLEMÁTICA
A climatologia urbana atualmente constitui-se como um dos focos de estudos
mais divulgados em todo o mundo. Isso porque o questionamento sobre a influência
das ações do homem sobre o clima tem se intensificado, principalmente pelos
indícios de modificações climáticas como a intensificação do efeito estufa, ilhas de
calor
e o aquecimento global.
TANAKA et al (2005) mostra que a preocupação com a ilha de calor se
estende
ao oriente. Segundo o autor, em 20 séculos o aumento da temperatura média
das seis grandes cidades japonesas foi de 2 a 3°C, demonstrando uma
necessidade
imediata para diminuir essa tendência.
SZYMANOWSKI (2003) constatou uma formação de multi-células de i
lha
de calor em Wroclaw, cidade do sudoeste polonês. Esse fato, segundo o autor, está
relacionado diretamente com o acréscimo da temperatura, acompanhando o
crescimento da cidade.
Segundo CHENG et al (2003), a cidade de Hong Kong, considerada como
uma das cidades de maior densidade demográfica no mundo possui um enorme
agrupamento de edifícios que consomem 50% da energia utilizada na cidade e,
aproximadamente 15% desse valor é utilizado para reduzir a temperatura dos
ambientes, já que a cidade enfrenta uma
intensificação do seu clima úmido e quente.
Um dos maiores problemas evidenciados nas grandes cidades são as ações
rigorosas do clima, que por ser um sistema complexo, envolve grande número de
variáveis
, as quais muitas vezes não obedecem ao pensamento car
tesiano
,
dificulta
ndo
as previsões da ação do clima sobre os habitantes das cidades, ocorrendo
grandes enchentes, on
das de calor ou de frio
,
sem que a população esteja preparada
.
2
Para ARAÚJO (2004), o grande desafio das grandes cidades é o crescimento
e desenvolvimento urbano que proporcione geração de riqueza, qualidade de vida e
qualidade ambiental para seus atuais e futuros habitantes
.
As grandes cidades procuram, atualmente, investir em uma condição
ambiental adequada aos seus habitantes, isso porque está acontecendo o chamado
“êxodo urbano”, com o deslocamento da população urbana para cidades menores,
fugindo da violência e dos rigores climáticos dos grandes centros urbanos.
O equilíbrio entre o crescimento econômico e a proteção ambiental é um
desafio
para todas as grandes cidades do mundo, e estas cada vez mais estão
investindo para evitar que a população se desloque para cidades menores com
condições mais salubres de vida. Este fator é bem notório na cidade de Cuiabá, que
apesar de ser a capital do estado de Mato Grosso, constituindo-se em um dos pólos
mais importantes do agro negócio do Brasil, muitos imigrantes não se adaptam ao
rigor térmico da cidade e passam a deslocar-
se
para as cidades do interior ou
retornam
ao
seu lugar de origem.
A vida nas cidades é intrinsecamente movida pelo clima urbano. O regime
das chuvas, a radiação solar direta e difusa, a movimentação e a umidade relativa do
ar
, são fatores que podem interferir no cotidiano das cidades. Portanto, a
conformação urbana é moldada pela ação do homem e esta passa a interferir na
qualidade de vida, quando gera um ambiente insalubre e sem condições para que o
homem desenvolva suas atividades sem agravos á sua saúde.
O crescimento horizontal das cidades é evidenciado com o surgimento de
grand
es assentamentos irregulares, gerando sérias modificações na conformação
urbana como a eliminação das áreas verdes de espécies nativas, que compunham o
entorno da cidade e introduzindo novos materiais como o concreto, pavimentos
flexíveis, vidro e outros. Esses materiais terão um saldo de radiação solar
acumulado
superior aos de áreas verdes. Esse fato
resulta
em temperaturas superiores nas áreas
de grande densidade construídas em relação às áreas verdes, evidenciado,
principalmente no período noturno, sem a presença da radiação de onda curta, e com
pouca estratificação do ar.
Al
ém da expansão horizontal promovida pelos bairros, muitas vezes
irregulares, outro problema evidenciado nas grandes cidades é a verticalização das
3
regiões centrais. Essa verticalização impede a dissipação do calor acumulado nos
pavimentos, além de influenciar na ventilação da região.
Muitos projetos de urbanização das cidades não estão fundamentados na
climatologia da cidade, sem qualquer estudo relacionado com a importância das
áre
as verdes e superfícies de água, e principalmente sem levar em conta o clima
local.
FONTES & MATTOS (
1997)
afirmam que geralmente a expansão urbana
irregular é evidenciada em áreas sensíveis à ocupação urbana e, para que se faça um
planejamento adequado nessas regiões, são necessárias primeiramente pesquisas
climatológicas, que além de constituírem importantes fontes de grandes informações
para um planejamento urbano, evitam fracassos funcionais, estruturais e contribuem
para a racionalização de energia.
Um dos erros mais comuns é se pensar um conforto térmico e racionalização
energ
ética
,
enfocando apenas
o interior das edificações
sem estudar o seu entorno.
PIETROBON (1999) afirma que o edifício é um produto humano que exerce
e também recebe influ
ê
ncia d
as adjacências, ele não é apenas uma construção em si.
Em ambientes internos, GIVONI &
KRÜGER
(2003) demonstram que até
mesmo o comportamento dos ocupantes das edificações, é um fato que interfere nas
temperaturas m
áximas do ar e deve ser estudado.
LA
BAK
I & BUENO-BARTHOLOMEI (2001) enfatizam que uma das
funções dos espaços construídos é atender ao bem estar do ser humano, de modo que
ele possa desenvolver suas atividades com conforto em todos os aspectos sensoriais
e, a melhoria das condições térmicas e luminosas no ambiente construído deveria ser
uma preocupação constante, tanto por parte dos projetistas quanto dos usuários das
edificações.
Não se encontram facilmente em Cuiabá aplicações concretas de elementos
que podem servir de auxílios ao conforto térmico das edificações em relação à
umidade, temperatura, ventilação e iluminação.
Regiões como a Depressão Cuiabana deveriam ser objeto de estudos
freqüente,
no que se diz respeito a climatologia urbana, visto que essa região possui
uma grande deficiência de ventilação por possuir em seu entorno regiões mais
elevadas como serras e chapadas. O que se vive hoje na cidade de Cuiabá é uma
expansão urbana descontrolada, atrelada apenas em interesses políticos e capitalistas
4
sem nenhuma
visão
em relação ao desenvolvimento e o rigor climático vivido pela
cidade.
1.2.
JUSTIFICATIVA
Para OKE (2004), o estudo do tempo e do clima urbano possui uma
perspectiva sem igual. Segundo o autor, existe atualmente um grande interesse nas
modificações do clima urbano causado pelo homem, principalmente em regiões que
apresentam rigores climáticos.
Devido ao fato da cidade de Cuiabá possuir um rigor climático constante
quase o ano
todo
e
tendo em vista que o seu traçado não prioriza elementos que
possam atenuar essa situação, faz-se necessário uma intensificação em estudos
bioclimáticos que possam apontar sugestões acessíveis e eficientes para um
desenvolvimento consciente e preocupado com o conforto térmico das atuais e
futuras gerações da cidade.
Estudos bioclimáticos inseridos em regiões com grandes problemas
ambientais são de grande importância para qualquer planejamento urbano, pois
podem servir de parâmetros para as mais variadas regiões, onde são
encontrados
os
mais diversos tipos de microclima.
MASSA
(
1999
)
,
afirma qu
e o
s
benefícios das estratégias bioclimáticas podem
atingir todas as situações encontradas no clima das cidades. No inverno estão
relacionados com a maximização da insolação, ao acesso da radiação solar nos
espaços públicos, a proteção dos pedestres contra os ventos frios e a minimização do
consumo de energia através dos aquecedores. Em períodos de verão os benefícios
estão relacionados com a maximização da ventilação natural na escala urbana e das
edificações, a proteção da radiação solar nos espaços públicos abertos e nas
edificações, o resfriamento através da evaporação na escala urbana, e a minimização
do consumo de energia no condicionamento do ar.
O objeto deste estudo é o Campus da Universidade Federal de Mato Grosso,
localizado na cidade de Cuiabá-MT que caracteriza-se como uma região de clima
tropical, com altas temperaturas praticamente o ano
todo
.
Segundo DUARTE & SERRA (2003), o fato de Cuiabá ser uma zona urbana
situada em uma depressão geográfica
, faz com que a freqüência e a velocidade dia
5
dos ventos sejam extremamente baixas, minimizando o efeito das trocas térmicas por
convecção e ressaltando ainda mais a influência do espaço construído sobre a
temperatura do ar, o que acaba gerando condições praticamente ideais para
experimentos com medi
ções microclimáticas.
O objetivo
geral
deste trabalho é fazer uma análise bioclimática no campus da
Universidade Federal de Mato Grosso. Para atingir o objetivo geral será necessário
definir os seguintes objetivos específicos tais como:
verificar indícios de ilha de calor para a cidade de Cuiabá no
transcorrer d
este estudo;
analisar as diferentes conformações
escolhidas
no campus da
Universidade Federal de Mato Grosso
para um
estudo
microclimátic
o;
verificar a influência da morfologia no microclima através de dados
microclimáticos de cada ponto;
agrupar os comportamentos semelhantes entre os pontos analisados
por meio de uma análise de cluster
;
encontrar parâmetros que possam ser utilizados como agentes de
amenização do calor no campus da UFMT e em
microc
limas inseridos
na cidade de
Cuiabá.
As características encontradas em um campus são as mais variadas, podendo
ser encontrados solos nu, pavimentos flexíveis, calçamento, vegetações de diversa
s
espécies, superfícies de água e edificações. Essa diversidade serve como parâmetros
que podem auxiliar o crescimento do campus e também ser estendidos
para
microclimas encontrados na cidade de Cuiabá,
nos
seus bairros, no
seu
centro
comercial e nas
suas
futuras projeções, com o intuito de torná-la uma
cidade
com
gran
des oportunidades
, e num ambiente salubre
.
1.3
.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Para
atingir
o objetivo do presente trabalho, qual seja, o estudo bioclimático
no campus da Universidade Federal de Mato Grosso, foram estruturados quatro itens
da dissertação além
da introdução. A estrutura foi organizada da seguinte forma:
6
1) Revisão bibliográfica
Na revisão bibliográfica
são
abordados a fundamentação teórica em relação
ao clima, variáveis climáticas, evapotranspiração, espalhamento e absorção da
radiação solar nas áreas urbanas e rurais, balanço de energia, a vegetação urbana
como agente amenizador do clima urbano e ilhas de calor e a utilização do método
do transecto móvel para estudos microclimáticos
.
Será apresentado
ainda
,
o processo de urbanização de Cuiabá
,
abordando
seus
aspectos históricos e sua conformação urbana, bem como os aspectos urbanísticos da
Cuiabá atual. Esse tópico foi utilizado para se entender as origens da formação da
cidade de Cuiabá, a sua formação atual e o direcionamento que o cresciment
o urbano
promove atualmente.
Serão
apresentadas também as características do clima de Cuiabá, e um breve
histórico do planejamento do campus da Universidade Federal de Mato
Grosso,
mostrando também
características do
seu
ambiente
construído
atualmente
.
For
ma
-
se
, c
om isso
,
um
referencial
teórico para se desenvolver um estudo em
escala macro e microclimática na cidade de Cuiabá.
2)
Materiais e Métodos
Através do item materiais e métodos, apresentar-
se
-
á,
primeiramente
, o local
do estudo macroclimático, apont
ando
as características de cada área escolhida para
se coletar os dados meteorológicos.
Após o estudo das áreas dos macroclimas analisados
será
apresentado o
método de análise utilizado, bem como as experiências
outrora
realizadas por autores
que fundament
em a escolha do método escolhido.
Será
apresentad
a também a área do estudo microclimático mostrando a
escolha dos pontos analisados e sua localização dentro do campus da UFMT.
Com a apresentação da área do estudo microclimático
passar
-
se
então a
demonstr
ação do método
utilizado,
o tansector, a fim de encontrar as variáveis
microclimáticas
em
cada ponto.
3)
Apresentação e análise dos dados
A apresentação e análise dos dados inicia
-
se pelos indícios da
ilha de calor
na
cidade de Cuiabá, que é um estudo macroclimático feito entre duas estações
7
meteorológicas
, caracterizadas como área urbana e rural, podendo assim justificar o
estudo e fundamentar a metodologia escolhida para a análise microclimática.
Após a apresentação e análise dos dados macroclimático
s
será feita uma
verificação da influência da morfologia urbana no microclima do campus da
Universidade Federal de Mato Grosso, através das análises dos resultados das
medições da temperatura e umidade relativa do ar no período diurno e noturno nas
estaçõe
s seca e úmida.
Com a análise dos resultados obtidos pelo
transecto
passa
r-
se
à análise
estatística dos pontos para
verificação de
similaridades no comportamento térmico de
cada microclima
,
podendo assim agrup
á-
los conforme os resultados das medições.
4)
Síntese dos Resultados Obtidos
Na Síntese dos Resultados obtidos será apresentada de forma mais sucinta a
análise dos dados encontrados no estudo macro e microclimático, bem como o
resultado dos estudos de estatística.
5)
Considerações Finais
Aqui, s
erá
feita uma conclusão final do estudo macroclimático e os indícios
da
ilha de calo
r
na cidade de Cuiabá.
Serão elaboradas, também, as considerações finais para o comportamento dos
pontos localizados no campus da UFMT em relação
à
temperatura e umidade r
elativa
do ar das diferentes conformações encontradas, como área verde, pavimento flexível,
edificações, calçamento e outros.
Será realizada também uma análise do agrupamento dos pontos conforme o
comportamento térmico na estação seca e
úmida.
6)
Recomen
dações para um projeto Bioclimático
Com os resultados obtidos no estudo bioclimático chegar-
se
-á a algumas
recomendações propostas para possíveis intervenções a serem aplicadas
em
micro
cl
imas
semelhantes aos pesquisados na cidade de Cuiabá, podendo assim
promover maior bem estar em relação ao rigor térmico vivido pelos habitantes dessa
cidade e evitar a aceleração do êxodo urbano constatado atualmente.
8
7)
Sugestões para trabalhos futuros
Através da experiência adquirida neste estudo bioclimático
serão,
ao final,
elaboradas sugestões para trabalhos futuros na área da climatologia urbana.
8)
Bibliografia
A bibliografia será dividida em referências bibliográficas citadas e
consultadas na dissertação.
9
2.
REVISÃO BIBLIOGRÁ
FICA
2.1.
CLIMA
Compreender os fenômenos da natureza sempre causou muito fascínio na
humanidade. Observar as épocas das chuvas para o planejamento de uma colheita,
entender o comportamento do mar ou dos ventos sempre foi objeto de estudo do
homem, desd
e as mais antigas civilizações.
As variações do comportamento da natureza foram estudadas pelos mais
diversos
povos até os dias de hoje. Esse fato pode ser observado em documentos
históricos como, por exemplo, a Bíblia, no Velho Testamento
(Gêneses)
ou
com
o na
primeira carta climatografica feita por Hipócrates no ano de 400
a.C.
denominada
“Ar, Água e Locais”,
demonstrando
o grande interesse pelo estudo dos fenômenos da
natureza pelos gregos
precursores dos estudos da física
, (A
Y
OADE, 2002)
.
O conceito de clima pode envolver diversos aspectos como: variação
temporal, espaço, características atmosféricas, freqüência ou ocorrências esporádicas
de algum evento da natureza
, o que torna o estudo
sistemático
e complexo
.
Esse aspecto pode ser observado no estudo feito por AYOADE (
2002
), onde
o autor define o clima como sendo as características da atmosfera, inferidas de
observações contínuas durante um longo período, incluindo considerações dos
desvios em relações às médias, condições extremas, e as probabilidades d
e
freqüência de ocorrência de determinadas condições de tempo, mostrando a
complexidade do estudo do clima que envolve conceitos multidisciplinares.
O conceito de clima algumas vezes é trabalhado por alguns autores
envolvendo as localizações no globo terrestre e variações climáticas. Isso pode ser
observado no estudo feito por CONTI (1998), que enfoca a definição de clima na
palavra
clima
, de origem grega que significa “inclinação”. Essa inclinação, conforme
o autor é entendida na Astronomia como sendo o ângulo formado pelo eixo de
10
rotação da Terra com seu plano de translação (também chamado plano de eclíptica),
onde seu valor é de 23°27'33'', que em latitude, corresponde à posição dos trópicos.
Esse entendimento exp
õe
a idéia das diferenças climáticas vividas nos hemisférios
Sul, que em dezembro é muito iluminado e aquecido, o que não se verifica no
hemisfério
Norte.
Muitas vezes o conceito de clima pode ser confundido com o conceito de
tempo. Isso foi muito bem explicitado por VIANELLO & ALVES (2000) no es
tudo
feito sobre a aplicação da meteorologia
que
procuram fazer a diferenciação entre
clima e tempo, enfocando que o tempo meteorológico é algo que varia muito sobre a
face da Terra, podendo variar de lugar para lugar e também de tempo para tempo, no
mesmo
lugar.
Enfatizam
ainda que o tempo meteorológico
po
de
ser considerado
como a soma total das condições atmosféricas de um dado local, num determinad
o
tempo cronológico. o clima é caracterizado pelos autores como sendo uma
generalização ou a integração das condições do tempo para
certo
período, em uma
determinada área, mostrando uma condição abstrata para o clima, enquanto que o
tempo possui uma experiência diária instantânea.
Para MASCARÓ (1996), o clima pode ser definido como a feição
característica e p
ermanente do tempo num lugar, em meio a suas infinitas variações.
O estudo do clima, que compreende tanto a formação resultante de diversos
fatores espaciais e geomorfológicos
quais
sejam: movimento de rotação e translação,
energia solar, latitude, altitud
e, ventos, distribuição das terras e das águas, vegetação,
etc.,
quanto sua caracterização definida p
elos
seus elementos: temperatura do
ar,
umidade do ar, movimentos das massas de ar e precipitações, torna-se, pois,
importante para a compreensão do sistem
a atmosférico, (MAITELLI, 1994).
Um ramo de grande importância do estudo do clima,
atualmente
, é a
climatologia,
que
aplica todos os conceitos estudados no clima em benefício do
homem.
Segundo VIANELLO & ALVES (2003), a climatologia interessa-
se
particu
larmente pelas aplicações práticas do estudo científico do clima. Utiliza-se da
Meteorologia, e seus resultados são largamente usados, pela arquitetura, agronomia,
na medicina etc. Para os autores o intuito da Climatologia é descobrir, explicar e
explorar
o comportamento normal dos fenômenos atmosféricos, visando a benefício
do homem, tendo em
mente
que as
irregularidades dos
fenômenos
são
as
regras
11
gerais e não as exceções.
2.1.1
.
Ordem
de Grandeza no Estudo do Clima
Para realizar um estudo envolvendo variáveis climáticas é necessário que se
tenha o domínio da escala a ser estudada,
evitando
assim,
que
se tenham
interpretações equivocadas das interferências
de aspectos locais ou globais no
clima.
A preocupação em relação à ordem de grandeza no estudo do clima é de
grande importância para que se tenha uma metodologia bem delimitada em relação a
escala estudada na climatologia. Preocupar-
se
com:
“O que está contido dentro de
que
,
Quais são os elementos que compõe o conjunto estudado e em que nív
eis
escalares os elementos podem ser posicionados
”,
são pontos de destaque no estudo
do clima urbano feito por MONTEIRO & MENDONÇA (2003).
Segundo MONTEIRO & MENDONÇA (2003), o fundamental é a
terminologia usada (como opção) para as subdivisões do clima lo
cal. Nesse estudo os
autores apresentam as seguintes principais divisões para se fazer um estudo de
climatologia.
a)
M
esoclima
, que tem um sentido de subdivisão - uma parte (não
obrigatoriamente metade, mas forçosamente fração) - da unidade
básica que é o clima local. Os mesoclimas poderiam ser
identificados nos compartimentos básicos da morfologia, em
termos de várzea, espigão central, colinas periféricas, vertentes
serranas, etc;
b)
Topoclima, espaço climático inferior ao mesoclima. Pode-
se
inseri
-
lo n
o est
udo de uma Cidade Universitária;
c)
Microclima, a última unidade, constituindo-se como o menor
espaço climático é geralmente o espaço observado em áreas
menores, pela percepção
humana
, como por exemplo, em uma
caminhada de alguns metros.
12
A diferenciação das escalas em um estudo bioclimático é de grande
importância para se delimitar a análise do espaço climático.
Par
a poder diferenciar as escalas estudadas, os espaços climáticos e as
estratégias de abordagens nos estudo do clima urbano, MONTEIRO &
MEN
DONÇA
(2003)
,
propõe a utilização do quadro 1 abaixo, mostrando as
organizações geográficas do clima e suas articulações com o clima urbano.
QUADRO
1 - Categorias taxonômicas da organização geográfica do clima e
suas articulações com o clima urbano.
Fonte:
MONTEIRO & MENDONÇA (2003).
Afirmam
MONTEIRO & MENDONÇA (2003) que tanto em climatologia
quanto em Geomorfologia, as unidades espaciais de análise acham-se submetidas a
uma gama variada de designações. Escalas de observação e representação assim tão
numerosas chegam a ser inibidoras. Por razões obvias as unidades espaciais do clima
estão muito ligadas às unidades geomorfológicas.
Para os autores supra mencionados, o clima, centralizado na percepção
humana, através de expressão ecológica, se posiciona no espaço concreto
13
tridimensional da superfície terrestre através daquilo que lhe constitui o arcabouço
as formas do terreno.
Segundo MASCARÓ (1996), a informação climática deve ser considerada
em três níveis:
macroclima, mesoclima
e
micr
oclima
.
Os dados
macroclimáticos
são obtidos nas estações meteorológicas e
descrevem o clima geral de uma região, dando detalhes de insolação, nebulosidade,
precipitações, temperatura, umidade e ventos. Os dados
mesoclimáticos
, nem sempre
de fácil obtenção, informam as modificações do
macroclima
provocadas pela
topografia local como vales, montanhas, grandes massas de água, vegetação ou tipo
de coberturas de terreno como, por exemplo, salitreiras. No
microclima
são levados
em consideração os efeitos das ações humanas sobre o entorno,
bem
como a
influência que estas modificações exercem sobre a ambiência dos edifícios.
MASCARÓ (1996) afirma também que o caráter do microclima evidencia-
se
quando fatores climáticos locais acentuam ou atenuam os fatores de origem externa,
quando o fenômeno climático micro interfere de forma decisiva no contexto
macroclimático. Para a autora, variáveis climáticas possuem também as suas
dimensões em relação ao clima. Um exemplo é a brisa proveniente de uma massa de
água próxima, que é um fenômeno tipicamente microclimático desde que resulte do
movimento do ar dentro de um recinto de dimensões excepcionalmente amplas. Já o
vento, quando sopra com relativa intensidade, conseguindo penetrar a o último
canto do espaço exterior, pode quebrar os efeitos microclimáticos do recinto. Outro
exemplo é a chuva, que da mesma forma que a brisa local, seria um fenômeno
tipicamente mesoclimático, conseqüência das condições higrotérmicas locais, a partir
de certa altura.
Para OKE (2004), o sucesso nas medições climáticas passa por um rigoroso
entendimento de concepção de escala do clima.
Segundo OKE (2004), existem três escalas que devem ser observadas em
áreas urbanas como:
a) Microescala considerada como típica escala do microclima urbano, s
ão
caracterizadas pelos elementos individualmente analisados como: edifícios, árvores,
estradas, ruas, quintais, jardins, etc., com uma proporção menor que um para
centenas de
metros.
14
b) Escala Local esta escala inclui efeitos climáticos de caráter da paisagem,
tal como a topografia, excluindo os efeitos microclimáticos. Essa escala abrange a
proporção de um para vários quilômetros.
c) Mesoescala - está relacionada com a influência da cidade no tempo e no
clima da escala de toda a área urbana, abrange tipicamente dezena de quilômetros de
extensão. Uma única estação meteorológica não pode representar esta escala.
A divisão das escalas no estudo do clima e as variadas conformações verticais
urbanas podem ser vistas na figura de n
úmero 1
abaixo.
FIGURA
1 -
Esquema das escalas climáticas e camadas verticais encontradas em
áreas urbanas. PBL
planetary boundary layer,
(Camada limite planetária),
UBL
urban boundary layer
(Camada limite urbana), UCL
Urban canopy laye
r (camada
de proteção urbana)
.
Fonte
: OKE (2004
) modificado de OKE (1997).
SOUZA (1996) mostra em seu estudo que as diferentes abordagens em
diferentes escalas no estudo do clima podem ter as suas aplicações diretas. Um
exemplo é a
rela
ção
das propriedades meteorológicas com a escala regional
(macroclima), as modificações provocadas pela orografia (meso-escala) estão
relacionadas com as diferenças climáticas causadas por pequenas mudanças de
altitudes. A escala das edificações (micro-escala) relaciona-se diretamente com as
decisões sobre a forma e a orientação das estruturas urbanas e suas interferências no
microclima do entorno.
Mesoescala
Rural
Urbano
Rural
Pluma
Urbana
Camada Superficial
C
amada
de Transição
Subcamada
Rugosa
Subcamada Inercial
Camada
Superficial
Escala
Local
Subcamada Rugosa
16
aumenta a possibilidade de enchentes. Esses fatores, associados a outros, contribuem
para a formação de um microclima local,
denominado clima urbano.
Para COSTA (2006), a construção de ambientes urbanizados ocorre
diariamente pela ação humana da substituição do ecossistema natural por estruturas
artificiai
s, com
a
retirada da vegetação nativa, alteração do relevo,
impermeabilização dos solos por meio da pavimentação, e criação de estruturas
complexas verticais e/ou horizontais. Segundo a autora, esse processo contínuo
ocasiona impactos ambientais em vários níveis, deteriorando principalmente a
qualidade do ar e do clima, o que é de grande interesse, pois, representa uma
diminuição na qualidade de vida da população. A principal evidência deste processo,
está na elevação da temperatura do ar, que vem sendo estudada pela climatologia
urbana e atraído a atenção da sociedade que vive hoje em ambientes urbanizados
sendo
, portanto
, agentes ativos e passivos do processo.
A visão mais ampla e complexa do clima urbano pode ser vista na obra de
MONTEIRO & MENDONÇA (200
3)
, a qual enfatiza o clima urbano como um
sistema dinâmico e adaptativo, revelando a essência de um fenômeno de
complexidade por demais saliente.
Por causa da abrangência do climático e do urbano, a noção de espaço
necessariamente incluirá o espaço concreto e tridimensional onde age a atmosfera e
os espaços relativos, necessários à compreensão do fenômeno urbano. Esta relação é
também importante tanto geográfica quanto teoricamente, pois que o sistema se
projeta tanto em escala ascendente para um número inferior de integrações em
sistemas superiores, quanto se fraciona, também infinitamente, em sistemas menores.
A cidade tanto se integra em níveis superiores como se divide em setores, bairros,
ruas, casas, ambientes internos etc. (MONTEIRO & MENDONÇA 200
3)
A complexidade dos estudos climáticos é bem evidenciada no estudo de
VIANELLO & ALVES (2000)
apontando
que a principal dificuldade surge quando
se tenta considerar as interações ocorridas na natureza, desde que essas interações
criem muitos mecanismos de realimentação, que agem amplificando ou amortecendo
pequenas perturbações iniciais. Em conseqüência, o sistema climático é altamente
não
-linear e, consequentemente, um sistema não interativo que representa um
verdadeiro desafio
à
uma completa descrição
quantitativa.
Essa importância de se
estudar o clima urbano como um sistema complexo de causas e efeitos, vem sendo
17
observado em pesquisas anteriores, com a preocupação de que o clima urbano criado
nas cidades não demonstre insalubridade no convívio da sociedade. Essa
preocupação foi
de
mo
nstrada em situações anteriores como no estudo feito por
MORGAN
et al (1977), onde ao se estudar os microclimas em áreas urbanas é
apresentada
a importância do estudo das mais diversas informações do clima urbano
para o planejamento de uma cidade, no controle da poluição do ar, no balanço de
energia e outros.
A percepção das atividades do clima urbano são diferenciadas quando se
pretend
e
chegar a um resultado que possa refletir seus impactos.
Segundo MONTEIRO & MENDONÇA (2003), a poluição do ar, ilha de
calor
, inundações no espaço urbano, dentre outras formas, assumem destaques nos
climas urbanos, refletindo, com isso, peculiaridades do clima da cidade, e o
agrupamento ordenado dessas produções é sugerido como devendo ser feito através
de canais de percepção humana com as seguintes propostas:
a)
Conforto térmico Englobando as componentes termodinâmicas
que, em suas relações, se expressam através do calor, ventilação e
umidade.
É um filtro perceptivo bastante significativo, pois afeta a
todos permanentemente. Constitui, seja na climatologia médica, seja
na tecnologia habitacional, assunto de investigação de importância
crescente.
b)
Qualidade do ar Enfoca a poluição do ar como um dos males no
clima urbano. Ao associar com a poluição do solo e da água constitui-
se
nos grandes problemas da atualidade.
c)
Meteoros de Impacto Onde estão agrupadas todas as formas
meteóricas, hídricas (chuva, neve, nevoeiro), mecânicas (tornados) e
elétrica
(tempestades), que assumindo eventualmente manifestações
de intensidade são capazes de causar impacto na vida da cidade,
perturbando
-
a ou desorganizando
-
lhe a circulaçã
o.
Um clima urbano ideal dependerá do espaço em que está
inserida
a sociedade.
Regiões de climas com rigores térmicos causados pelo calor e regiões muito frias
possuem objetivos claramente diferentes para se gerar conforto aos seus habitantes.
18
2.3.
VARIÁVEIS CLIMÁTICAS
2.
3
.1.
Temperatura
A temperatura é um dos principais agentes causadores de modificações do
clima local. As
precipitações
e o vento são grandes exemplos da influência que a
temperatura pode exercer em um clima.
“A temperatura pode ser definida em termos de movimento de
moléculas, de modo que quanto mais rápido o deslocamento mais
elevado será a temperatura. Mais comumente, ela é definida em
termos relativos tomando-se por base o grau de calor que um corpo
possui”,
(
AYOADE
, 2002).
Autores como VIALELLO & ALVES (2003) introduzem o conceito de calor
como sendo uma forma de energia que pode ser transferid
a de um para outro si
stema,
independentemente do trans
porte de massa e da execução do trabalho.
O estudo da temperatura possui diversos objetivos, desde os elementos
analisados como o ar, o solo, as construções, até a percepção para os habitantes de
uma c
idade.
A temperatura do ar é muito discutida, pois as interações que ocorrem
desta
com o meio e vice-
versa
, são estudos muito complexos e influentes no conforto
térmico de uma cidade.
Para
AYOADE
(2002), a temperatura do ar em uma localidade pode variar
com o decorrer do tempo conforme o local analisado. Em seu estudo, afirma ainda
que a quantidade de insolação recebida, a natureza da superfície, a distância a partir
dos corpos hídricos, o relevo, a natureza dos ventos predominantes e as correntes
oceânic
as podem influenciar na temperatura sobre a superfície da Terra ou parte dela.
Par
a
AYOAD
E
(2002), o relevo tem um efeito atenuador sobre a temperatura,
principalmente porque a temperatura do ar normalmente diminui com a altitude
crescente
, a uma taxa média de 0,6°C por 100 metros. Em área de topografia e
inclinação variadas, o aspecto e o grau de exposição das localidades são fatores
importantes que influenciam a temperatura. Quer nos trópicos secos ou nos úmidos, a
alta elevação topográfica abaixa a temperatura e proporciona alívio ao calor
opressivo reinante nas baixadas tropicais.
Outro aspecto importante
é
o estudo do calor no solo que atinge uma
complexidade
, devida principalmente ao fato de que as conformações da superfície
estão
se
modificando c
onstantemente.
19
Para OMETTO (1981), uma superfície do solo pode absorver maior ou menor
quantidade de energia radiante. Essa absorção limita-se aos primeiros milímetros de
sua superfície, tornando-se, portanto, tanto mais energética quanto maior a energia
absorvida.
Da
radiação líquida disponível à superfície do solo, uma parcela sofre o
processo de condução molecular, transferindo parte daquela energia da superfície
para camadas mais profundas.
MOTA (1989) faz referência à transferência de calor nas plantas. Segundo o
autor as plantas necessitam de regular suas temperaturas para chegarem a uma
eficiência fisiológica. Essa tentativa de regular a temperatura é feita através dos
mecanismos de radiação, transpiração e convecção.
A radiação é o processo mais i
mportante na transferência de calor nas plantas.
Ela pode existir na forma de radiação solar, que é absorvida pelas plantas de maneira
diferente para cada comprimento de onda do espectro e radiação termal que é a
energia emitida por qualquer objeto mais qu
ente que o zero absoluto, MOTA (1989).
As plantas absorvem aproximadamente 90 % de energia no espectro solar
entre as freqüências ultravioleta e visível. Esse fato não acontece para as freqüências
infravermelhas, principalmente durante o período no qual a radiação solar é mais
intensa chegando ao seu nível mais baixo de absorção, MOTA (1989).
As plantas morreriam de calor se a maior parte da energia que chega a elas
não fosse transmitida. A maior parte dessa energia é
dissipada
pela
reirradiação
.
A
refrigeração pela transpiração e a transferência pela convecção remove
m
o resto.
Portanto
, as plantas desenvolvem um
importante
papel nas grandes cidades
em relação
à
absorção e
à
dissipação do calor.
Para MASCARÓ (1996), as temperaturas superficiais da Terra estão
amplamente relacionadas com a localização da área de estudo (
latitude
). Pela
radiação solar recebida em diferentes latitudes cria-se um efeito especial: as
temperaturas máximas da superfície da terra não se registram no Equador, como era
de se esperar, mas
sim
no
s trópicos. Para isso contribuem uma série de fatores. A
migração aparente do sol no zênite é relativamente rápida durante sua passagem pelo
Equador, mas sua velocidade diminui à medida que se aproxima dos trópicos. Entre
os 6° N e 6°
S, os raio do sol permanecem quase verticais durante apenas 30 dias dos
equinócios, não havendo tempo para armazenar calor na superfície e originar altas
temperaturas. Ao contrário, entre os 17,5° N e os 23,5° S de latitude, os raios de sol
20
caem verticalmente 86 dias consecutivos no período de solstício. Este período de
maior duração, bem como o fato de que nos trópicos os dias são maiores do que no
Equador, é a causa do máximo aquecimento nas regiões mais próximas dos trópicos.
Para TUBELIS & NASCIMENTO (1
992), a temperatura do ar apresenta uma
variação inversa com o aumento da altitude, pelo fato de ocorrer uma descompressão
adiabática
à
medida que o ar se eleva na atmosfera, que lhe causa um resfriamento de
0,6° C a cada 100m, em termos médios. Dessa maneira, cidades próximas com
diferentes altitude
s
possuem temperaturas diferentes.
Para MASCARÓ (1996), a variação da temperatura máxima urbana
ta
mbém
pode se
relaciona
r
fortemente com a população da cidade, mas existem dúvidas sobre
o que acontece quando va
ria
-
se o
seu tamanho ou
a
sua população.
2.3.2.
U
midade Atmosférica
A umidade do ar é a água, na fase de vapor, que existe na atmosfera. Suas
fontes são as superfícies de água, gelo e neve, a superfície do solo, as superfícies
vegetais e animais. A sua c
oncentração
é pequena, chegando no máximo a 4% em
volume com grande variabilidade, (TUBELIS & NASCIMENTO, 1992).
A quantidade de vapor de água introduzida na atmosfera aumenta com o
saldo positivo de radiaç
ão, (TUBELIS & NASCIMENTO, 1992).
Numa dada pressão e temperatura, o ar consegue reter o vapor de água até
certa concentração limite. Quando o vapor de água ocorre na sua concentração
máxima, o ar é dito saturado. Para o mesmo valor de pressão, essa concentração
máxima de vapor ou saturação cresce com o aumento de temperatura. Portanto,
quanto maior a temperatura, maior é a capacidade do ar em reter vapor de água,
(TUBELIS & NASCIMENTO, 1992).
A umidade relativa do ar pode ser definida, segundo TUBELIS &
NASCIMENTO (1992), como a relação percentual entre a concentração de vapor de
água existente no ar e a concentração de saturação, AYOADE (2002), classifica a
umidade rel 3124 10169 Tm(m)Tj0.09187.09187 0 0 -ac03399.70 Tz(se o)Tj/F0 2048 Tf0.09211142 Tm(e)Tj0.09187 0 0 -0.09187 3 29297 0 03187 0 0 -0.09187 8157 10493 Tm(p)T5a
21
Segundo AYOAD
E
(2002), apesar
do
vapor d
e á
gua represent
ar
uma pequena
parcela na atmosfera, apenas 4% de seu volume, ele é o componente mais importante
na determinação do tempo e do clima. Essa importância segundo o autor deve-se aos
seguintes fatos:
a)
O vapor d’água é a origem de todas as formas de condensação e
de
precipitação
;
b)
O vapor d’água pode absorver tanto a radiação solar quanto a
terrest
re
e, assim, desempenha o papel de regulador térmico no
sistema Terra-
atmosfera;
c)
Exerce em particular um grande efeito sobre a temperatura do ar;
d)
O vapor d’água contém calor latente que é importante fonte de
energia para a circulação atmosférica e para o desenvolvimento de
perturbações atmosféricas. A energia absorvida é liberada enquanto o
vapor se condensa
;
e)
A quantidade de vapor d’água no ar é importante fator que
influencia a taxa de evaporação e de evapotranspiração.
f)
È um importante fator que determina a temperatura sentida pelo
homem
e,
conseqüentemente
, o conforto té
r
mico.
Para OMETTO (1981), o vapor d’água tem como característica ser variável
em quantidade de acordo com a disponibilidade de água no local e energia do meio
, e
a
pesa
r de ser um elemento variável em tempo e espaço é extremamente importante,
tanto no aspecto físico associado as suas características moleculares, como no
aspecto fisiológico, decorrente de sua dependência pelos seres vivos.
Como o vapor d’água é oriundo da superfície do solo, a sua concentração
máxima é próxima a ele e diminui á medida que se afasta da superfície. Também as
suas interações físicas e fisiológicas com o meio, incluindo vegetais e animais,
determinam que o vapor d’água seja considerado um elemento muito importante no
estudo bioclimatológico,
(OMETTO, 1981).
O vapor d’água pode ser considerado segundo OMETTO (1981), como um
elemento equalizador de energia do meio, amenizando, devido a isso, as trocas
energéticas e, como armazenador de energia e pela condição de estar dissociado no
ar atmosférico
,
possibilita sua movimentação juntamente com o deslocamento do ar.
22
Segundo BARBOSA et al (2001), a presença de massas d’águas constitui um
aspecto relevante no comportamento climático de áreas
urbanas.
Analisando a
influência da Lagoa Mundaú e do Oceano Atlântico na região de restinga da cidade
de Maceió-
Al,
c
onstatou
-
se
diferenças de temperatura do ar de até 2,2ºC entre o
ponto
da
margem costeira e o localizado a 1,5km. S
obretudo,
foi observada
uma
tendê
ncia de estabilização das temperaturas de todos os pontos observados após o
pôr
-
do
-sol, mostrando, possivelmente, uma tendência diferenciada e peculiar do
efeito de ilha de calor urbana” em alguns recintos específicos de sistemas
climáticos
tropicais, de
baixa latitude, proximidade costeira e sob influência de brisas
marítimas.
Para MASCARÓ (1996), em meios urbanos, a relação entre temperatura e
umidade relativa do ar sofre interferência das características do recinto. A quantidade
de vapor de água na massa de ar é afetada pela temperatura local do ar. Se as
superfícies
que formam o recinto urbano armazenam e irradiam muito calor, que é o
caso dos centros urbanos, elevam-se a temperatura local, a umidade absoluta e
decresce a umidade relativa. O teor de umidade local dependerá, então, da iteração
entre a temperatura do ar e a temperatura superficial do meio circundante.
2.3.3
.
Ventos
Do centro de altas pressões do Atlântico Norte, que tem sua sede nos Açores,
divergem os alísios de NE, que tomam a direção E na altura do Equador. Os ventos
desse redemoinho boreal atingem a costa setentrional brasileira durante todo o ano.
Os alísios boreais são aspirados para o interior. No verão, se estabelece o terceiro
centro de ação que condiciona a circulação geral sobre o país: a depressão
continental, formada na altura do Chaco paraguaio, tem esta função em conseqüência
do superaquecimento do continente, da maior nitidez atmosférica nessa estação, e do
contraste térmico entre aquele centro e
o mar, (MASCARÓ
, 1996).
Os ventos possuem a propriedade de modificar as condições microclimáticas
locais.
Existirá uma estratificação do ar fazendo com que os movimentos turbulentos
próximos
à
superfície
modifiquem
sua configuração.
Para MASCARÓ (1996), as cidades apresentam formas complexas de
respostas aos ventos. Os ventos podem mudar a configuração do domo climático de
23
uma cidade. Com a ocorrência de ventos regionais o domo climático pode mudar sua
conformação,
alongá
-
la
em forma de pluma, atingindo a região a sotavento da
es
trutura urba
na, conforme se pode ver na figura
nº.
1
abaixo.
Para MASCA(1996), a ação do vento é sentida pelas pessoas como força
e como velocidade na medida em que aumenta a taxa de troca de calor com o
exterior. O conforto térmico para
o
pedestre também pode ser verificado. Tomando
como base a velocidade média em 10 minutos a 2 m do chão, determinou-se que em
uma velocidade de 5m/s inicia-se o desconforto para o pedestre e chegando a 20 m/s
considera
-se perigoso para pessoas frágeis. MASCARÓ (1996), enfatiza ainda que o
deslocamento do ar regula a sensação térmica, pois estimula a evapotranspiração e as
perdas de calor por convecção.
A ação do vento nas cidades está ligada à rugosidade de cada conformação
arquitetônica, podendo interferir em seu fluxo, diferenciando as variadas formas de
ocupação do solo urbano.
A rugosidade típica de um terreno pode ser estimada através de medições
feitas em campo. Para MASCARÓ (1996), verifica-se que 3% é o valor da dimensão
média dos obstáculos na superfície da ter
ra.
Em local de mar aberto e deserto o valor
da largura da rugosidade pode chegar a 0,001 metros e para centros urbanos 3,00
metros.
O vento também pode ter a função de transporte da poluição do ar que afeta
as cidades com
grandes números
de indústrias e
também as cidades vizinhas.
2.
4.
TRANSPIRAÇ
ÃO
Para
AYOADE
(2000) a evaporação é um termo utilizado para descrever a
perda de água das superfícies aquáticas ou de um solo nu. a evapotranspiração é
usada para descrever a perda de água das superfícies com vegetação, onde a
transpiração é de fundamental importância, ou
melhor,
a evapotranspiração é
simplesmente um processo combinado de evaporação e
transpiração.
A evaporação é um fenômeno físico de mudança da fase líquida da água
para
vapor, presente em condições naturais. Esse fenômeno é de grande importância em
24
seu aspecto quant242424
25
leva a necessidade do conhecimento da evapotranspiração potencial que relaciona
parâmetros meteorológicos que podem ser medidos em postos agrometeorológicos,
(OMETO, 1981).
O conhecimento da evapotranspiração é de grande importância para evitar o
desperdício das limitadas reservas de águas subterrâneas, e ainda racionalizar gastos
de energia elétrica
,
minimizando custos de produção.
A evapotranspiração está relacionada diretamente com a morfologia d
as
plantas e também com o comportamento das variáveis meteorológicas, como a
radiação líquida e o vento.
Em um estudo microclimático a evapotraspiração desempenha um papel
muito importante em relação ao desprendimento de umidade para a atmosfera,
diferenc
iando
-se das áreas de grandes densidades construídas que terão apenas a
componente da evaporação.
2.5.
ESPALHAMENTO E
ABSORÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR
Considerando uma atmosfera “limpa”, sem a presença de nuvens e
aerossóis
,
a radiação solar teria um espalhamento feito pelas moléculas que constituem o ar
atmosférico (espalhamento molecular). Esse espalhamento é inversamente
proporcional à quarta potência do comprimento de onda, conforme a teoria de
Rayleigh.
Ou seja, o espalhamento proporcionado pela atmosfera terrestre é tanto
maior quanto menor for o comprimento de onda da radiação, (VEANELLO &
ALVES,
2000).
Essa teoria, segundo os autores, é valida apenas em situações de atmosfera
com partículas menores, de raio r < 0,1. Para partículas maiores deve-se levar em
conta a teoria de Mie, a qual incrementa que todos os comprimentos de onda são
substancialmente espalhados. Em tal situação, o céu se torna menos azul e,
eventualmente, pode tornar-se branco quando um número significativo de grandes
partículas está presente, como no caso de uma nuvem constituída de partículas de
água ou partículas de gelo.
26
Essa situação demonstra que para se encontrar dias com o menor
espalhamento da radiação solar deve-se ter um céu limpo (azul), sem presença de
partículas que poss
am
espalhar os raios do sol
.
O espalhamento atmosférico da radiação solar é uma função contínua do
comprimento de onda, a absorção, por outro lado, é, em geral, seletiva, sendo o
vapor d’água, o ozônio e o gás carbônico, os principais agentes absorvedores. Dentre
eles, o ozônio atua, principalmente, na região ultravioleta e os dois outros atuam na
faixa infravermelha do espectro. Além desses gases, outros elementos também atuam
na absorção da energia solar, como: CH
4
, N
2
O, O
2
, poeiras, bruma, fuligem,
g
otículas
, e nuvens e outros, (VEANELLO & ALVES, 2000).
Segundo AYOADE (2002), a atmosfera pode absorver, refletir, difundir e
reirradiar a energia solar. Cerca de 18 % da insolação é absorvida diretamente pelo
ozônio e pelo vapor d’água. O ozônio absorve toda a radiação ultravioleta abaixo de
0,29 µm. A absorção da radiação pelo vapor d’água atinge o nível mais alto entre 0,9
µm e 2,1 µm. O CO
2
absorve radiação com comprimentos de onda maiores que 4
µm. Em média, aproximadamente 25% da radiação solar que atinge a Terra, é
refletida de volta ao espaço pelas nuvens.
A atmosfera é praticamente transparente à radiação solar e praticamente
opaca à radiação terrestre. Esse fator desencadeia o efeito denominado EFEITO
ESTUFA, em que o comportamento da atmosfera se assemelha ao de um vidro
cobrindo uma casa de vegetação, o qual permite a entrada da radiação solar, mas
impede a saída da radiação emitida pelas plantas, (VEANELLO & ALVES, 2000).
As nuvens exercem fator importante no efeito estufa, mas também
contribu
em para refletir intensamente a radiação solar, e absorver, também,
intensamente
, a radiação emitida pela Terra, impedindo a ocorrência de grande
aquecimento diurno, assim como a ocorrência de grande resfriamento noturno,
(VEANELLO & ALVES, 2000).
27
2.
6.
BALANÇO DE ENERGIA RADIANTE DE ONDAS CURTAS
Parte do fluxo da radiação solar é difundida ao atravessar a atmosfera, devido
aos seus constituintes fixos e variáveis. A essa parcela que sofre difusão pela
atmosfera dá-se o nome de radiação difusa ou do céu (Rc), e à parcela que alcança
diretamente a superfície do solo, de radiação direta (Rd). A radiação solar global
(RG) então pode ser entendida como a soma da radiação difusa com a radiação
direta, (OMETO, 1981):
RG= (Rc + Rd)
(1)
O balanço de energia da radiação global, também denominado Balanço de
Radiação de Ondas Curtas (Boc), por estar na parcela do espectro da radiação solar
global entre 220 a 4000 nanômetros, representa a parcela de radiação líquida
disponível fornecida pela r
adiação solar, (OMETO, 1981):
Boc = (Rd + Rc)
(Rd + Rc) (r )
(2)
A parcela (Rd + Rc) (r) representa a radiação solar, que é refletida pela
superfície, onde (r) representa o albedo da superfície.
Para MOTA (1989), o albedo exprime a refletividade de um material, sendo
sinônimo de coeficiente de reflexão, podendo expressar a quantidade de radiação
visível refletida.
VIANELLO & ALVES (2000) adotaram a definição do albedo como sendo
um coeficiente de reflexão da superfície para a radiação de ondas curtas (radiação
solar). O albedo do solo varia com inúmeros fatores: coloração do solo, teor de
umidade, tipo de cobertura e outros.
A variação do albedo também depende do período do dia, pois, segundo
AYOAD
E (2002), os raios luminosos verticais produzem albedo menor que os raios
oblíquos ou inclinados, com isso, o albedo de uma dada superfície é maior durante o
nascer e o pôr
-
do
-
sol
e baixo por volta do meio dia.
LOPES et al (2005), em seu estudo utilizando os parâmetros físicos albedo e
tem
peratura
, na identificação de áreas degradadas, mostra que a redução de áreas
28
vegetadas aum
enta o albedo, que sob circunstâ
ncias específicas, o aumento do albedo
reduz a precipitação local, intensificando o processo de desertificação.
Segundo VEISSID (
200
2
), o a
lbedo é a fração da radiação solar incidente que
é refletida de volta por um corpo. O albedo do planeta Terra é a fração entre a
radiação refletida para o espaço exterior e a radiação solar incidente e, o seu valor,
depende das condições de superfície e atmosférica. Os maiores valores são
encontrados na situação de céu coberto por nuvens. A variabilidade do clima vem
sendo estudada, através dos séculos, basicamente pelas variações do nível de
insolação, temperatura, umidade e precipitação de água.
Pa
ra o autor todos estes
elementos estão relacionados diretamente com a variação do albedo.
Usando os dados experimentais de satélite do INPE, VEISSID (
2002
)
concluiu que as imagens geográficas mensais do ano de 2000, mostra
ra
m os locais
onde aconteceram os maiores desvios padrão do albedo planetário e, provavelmente,
teve as maiores perturbações no clima.
O albedo, portanto, está relacionado diretamente com a conformação da
superfície terrestre, que pode ser alterada conforme as ações do homem.
Um exemplo é a mudança do albedo na cidade de Manaus,
medidos
em 1999
e 200
0,
podendo ser um indício de desmatamento
, conforme a figura
de número 2
.
FIGURA
2 -
Valores mensais máximos de albedo sobre Manaus
Font
e
: VEISSID (2002
)
29
O albedo nas cidades possui grande variedade, pois está relacionado
diretamente com a textura dos materiais que compõe a morfologia urbana e também
com a geometria urbana.
2
.7.
BALANÇO DE ENERGIA RADIANTE DE
ONDAS LONGAS
Segundo OMETTO (1981), a radiação solar direta e difusa incidirá sobre a
superfície do solo aquecendo
-a. A superfície aquecida emitirá radiação obedecendo a
lei de emissão eletromagnética (Lei de
Stefan
-
Boltzmann:
“A emissão radiante de
um corpo é proporcional à
quarta potência de temperatura absoluta do corpo
).
A emissão radiante da superfície do solo (Es) se realiza, segundo OMETO
(1981)
,
obedecendo
à
expressão:
4
S
T
Es
(3)
Onde:
e= Emissividade (é a relação que existe entre a emissão do corpo considerado
e a
do corpo negro
)
Ecn
Ec
.
s= Constante de Stefan
-
Boltzman = 0,827.
10
-
10
cal.cm
-2
. min
-1
ºK
-4
T
s
= Temperatura da superfície do solo em graus Kelvin.
AYOAD
E (2002) caracteriza a variável e como sendo a emissividade
infravermelha, e a capacidade de emissão de um corpo negro é 1,0. Essa capacidade
de emissão infravermelha é equivalente à capacidade de absorção infravermelha, isto
é:
(1
r), onde r é o albedo
infravermelho.
Com isso, fica claro que nas áreas urbanas, a emissão e a absorção
infravermelha est
ão
ligadas diretamente aos materiais formadores do espaço urbano
(aço, concreto, asfalto, vegetação, madeira, etc.
).
30
Se a superfície urbana for formada por materiais de valores de albedo
reduzido
, a absorção da energia radiante será maior e consequentemente, a emissão
do corpo também atingirá valores maiores.
A radiação de onda longa emitida pela superfície, com o comprimento de
onda dentro dos limites de
4.000 e 130.000 nan
ômetros, é
fortemente
absorvida
pelos
aerossóis
, CO
2
e principalmente o vapor dágua atmosférico, (OMETO, 1981).
Para VIANELLO & ALVES (2000
),
o balanço de radiação em uma
determinada superfície é a contabilização líquida entre toda a energia radiante
recebida e perdida por uma superfície.
O balanço de ondas longas, B
ol
, pode ser expressado pela diferença entre a
radiação atmosférica (ondas longas) que atinge uma superfície, R
a
, e a radiação de
onda longas emitidas pela mesma superfície
, R
s
d
31
Rd
R
Rc
Ea
Es
Ea
Es
FIGURA
3 -
Esquema do balanço de radiação global durante o dia
Fonte:
Adaptação do trabalho do OMETO (1981)
Durante o dia a radiação líquida disponível em uma superfície é a diferença
entre o balanço de ondas curtas (Boc), conseqüência da radiação solar que alcança o
sistema, com o balanço de ondas longas (Bol). Como durante o dia o balanço de
ondas curtas é superior ao de ondas longas, remete-se a um valor de radiação líquida
disponível, RL
(d)
, positivo.
RL
(d)
= Boc
Bol
(5)
Portando
, durante o período do dia em que uma superfície está recebendo
radiação de ondas curtas, existirá um saldo de radiação
líquida
disponível nessa
mesma superfície.
2.9.
BALANÇO DE RADIAÇÃO GLOBAL DURANTE A NOITE
Durante a noite não existirá a parcela de radiação de ondas curtas, direta e
difusa, existindo apenas a parcela da emissão da radiação de ondas longas absorvida
durante o dia pela superfície (Es) e a parcela de energia de ondas longas emitida pela
atmosfera, (Ea).
FIG
URA
4 -
Esquema do balanço de radiação global durante a noite
Fonte
: Adaptação do trabalho do OMETO (1981)
32
A radiação líquida existente em uma superfície durante a noite, pode ser
expressa pelo balanço de ondas longas, que não existe a radiação de ondas curtas
nesse período:
RL
(n)
=Bol
(6)
2.10.
BALANÇO DE ENERGIA E O CLIMA URBANO
Para SOUZA (1996), o balanço de energia pode ser definido
simplificadamente no resultado do intercâmbio de radiações entre Terra, Sol e o ar,
representan
do a diferença entre as radiações recebidas pela superfície terrestre e
aquela devolvida ao espaço, após as interações térmicas entre as superfícies e o ar.
Essas interações podem ser complexas a partir do momento em que ocorrem as
interferências da ação h
umana.
A radiação solar é vista por SOUZA (1996) como sendo o componente de
valor mais elevado no balanço de energia. Segundo a autora, as superfícies ganham
calor por radiação solar durante o dia e perdem por ondas longas, num fluxo variado
durante o dia e a noite. Parte dessa radiação é refletida conforme a textura do
receptor das ondas curtas (albedo), e outra é absorvida. Da radiação absorvida pela
superfície, parte da energia é usada como calor latente na evaporação da água,
reduzindo a elevação da sua temperatura e, outra parte, é conduzida as suas camadas
mais internas.
Para
AYOADE
(2000), o balanço de energia é um conceito que é muito
utilizado na climatologia para relacionar o fluxo de radiação líquida à transferência
de calor latente e calor sen
sível.
O calor latente de evaporação é definido por OMETO (1981) como sendo o
calor utilizado na mudança de fase da água, da forma líquida para
a
gasosa. Essa
mudança carrega consigo, para a atmosfera, a energia intrínseca necessária à
evaporação, a qual foi subtraída do solo. Em dias de pouco vento o gradiente de
umidade absoluta é bem definido, sendo decrescente com a altura. Em dias de maior
agitação do ar a quebra do gradiente ocasionará uma maior homogeneização da
umidade absoluta no perfil considerad
o.
33
O fluxo do calor
latente
também sofre modificações com a presença da
turbulência do ar, principalmente próximo às camadas adjacentes à superfície, onde
está estocada a resultante do balanço de energia diário.
Em cidades como Cuiabá, localizada em uma região de depressão entre os
chapadões, a estratificação da umidade e conseqüentemente do calor latente é menor,
pois o gradiente da umidade é bem definido pela ausência da movimentação do ar
próximo as superfícies.
SOUZA (1996) alerta para as superfícies impermeáveis das cidades que
fazem com que o escoamento da água seja acelerado, sem que se possa absorver a
radiação solar e transformá-la em calor latente, elevando a temperatura do corpo
receptor e do seu entorno.
A importância do calor latente pode ser muito bem notada nas cidades,
principalmente naquelas de elevado rigor climático, pois para que a água troque de
fase é necessári
o utilizar a energia estocada na malha urbana.
A mudança do estado sólido ou líquido para o estado gasoso, corresponde a
um aumento da energia cinética das moléculas, exigindo por isso, para que ocorra
com temperatura constante, o consumo de uma quantidade de energia que, por
unidade de massa da
substância
, é o calor latente de evaporação. Ao mudar o estado
no sentido contrá
rio
, existirá então uma liberação de uma quantidade de energia,
OMETO (1981).
Segundo MOTA (1989), para a mudança da fase de um grama de água líquida
a 20° C para forma de vapor são necessárias 585 calorias.
Esse fato pode ser visto no
estudo feito por MAITELLI (1994) na cidade de Cuiabá, mostrando que o fluxo de
calor latente ou evapotranspiração, foram significativos
em
pesquisa, tendo em
média 38% da radiação líquida utilizada no processo de evapotranspiração. Segundo
a autora esse fato deve-se provavel
mente,
à vegetação dos quintais, à irrigação diária
dos gramados e às chuvas caídas durante o experimento que influenciaram na
participação de energia para o sistema.
O calor sensível também é um elemento muito importante em relação ao
fluxo de calor de u
ma superfície para a atmosfera.
Segundo OMETTO (19981), o calor sensível pode ser definido como sendo o
calor utilizado para o aquecimento do ar atmosférico feito pela radiação líquida
disponível na superfície. Esse aquecimento é feito através de uma tran
sferência
34
molecular de energia, ocorrendo em uma camada de espessura extremamente
reduzida em contato com a superfície. Imediatamente acima dessa camada laminar,
as moléculas do ar atmosférico, mais energéticas, tendem a se movimentarem no
sentido vertical, em movimentos de baixa amplitude, provocando o que se chama de
pseudo
-
condução ou difusão turbulenta (movimentos conectivos em pequena escala).
Segundo TUBELIS & NASCIMENTO (1992), quando o balanço de radiação
da superfície do solo começa a ser positivo, o ar em contato com o solo começa a ser
aquecido por condução. Esse ar aquecido expande
-
se,
e ao elevar
-
se é substituído por
ar de maior densidade. Esta convecção livre se pronuncia com o aumento do balanço
positivo de radiação. Por esse processo, o ar vai sendo sucessivamente aquecido,
sendo
aquele
junto do solo, o que aquece mais rápido e intensamente. Através desse
processo
,
o ar como um todo
,
tem sua temperatura aumentada continuamente.
O calor sensível está ligado diretamente ao conforto dos pedestres nas
grande
s cidades, principalmente em regiões de temperaturas elevadas com pouca
movimentação do ar e, consequentemente, sem homogeneização no perfil onde se
encontra o pedestre.
OMETO (1981) consegue representar o balanço de energia global, para uma
superfície de solo, durante
o dia
,
separando
a
s radiações
que chegam e
deixam
a
superfície estudada.
Para o autor as parcelas que chegam
à
superfície durante o dia são:
a)
Radiação solar em forma de ondas curtas
, representada pela
r
adiação dir
et
a e difusa, ou do céu (Rd + Rc);
b)
Reemissão da atmosfera aquecida
pela emissão da superfície
(Ra).
As parcelas que deixam a superfície durante o dia são:
a)
Radiação devolvida para o espaço devido ao albedo (A)
;
b)
Emissão do solo aquecido em
f
orma de onda longa para a atmosfera
(Rt)
;
c)
Energia transferida para a evaporação através do calor latente (E)
;
d)
Energia transferida da superfície para as camadas mais profundas
po
r condução de calor no solo (C);
35
Ra
RT
Rd + Rc
A
S E
C
e)
Energia transferida da superfície para as camadas de ar adjace
nte
a ela, na direção da atmosfera (S), sen
do essa energia transferida
por
difusão turbulenta.
Com isso chega
-
se a seguinte proposição feita por OMETO (1981):
(Rc + Rd + Ra) = (A + Rt + E + S + C)
(7)
Observa-se que o calor latente e
o
sensível atuam na parcela dissipativa da
equação, ou seja, aquela que retira a energia acumulada em uma superfície. Isso
mostra a importância dos estudos de climatologia que envolvem a umidade e a
temperatura do ar
nas grandes cidades.
Outro aspecto importante está no albedo que também atua na redução da
energia estocada na malha urbana. Esse fator pode ser trabalhado pela tecnologia das
construções
, na escolha de materiais com cores que cheguem a um albedo de maio
r
valor. Entretanto, ambientes que possuem a presença de pedestres, como
calçamentos
, podem levar a um desconforto pela reflexão de ondas curtas feita por
mat
e
ria
i
s de cores mais claras como o concreto.
A marcha do balanço de energia em uma superfície durante o dia pode ser
entendida melhor observando a figura
de número 5
abaixo:
FIGURA
5 -
Balanço de energia na superfície do solo durante o dia
Fonte
: Adaptação do trabalho do OMETO (1981)
AYOADE
(2000) ao apresentar o balanço de en
ergia da Terra faz referência a
advecção horizontal total de valores pelas correntes ( f ) e também a energia usada
para a fotossíntese.
36
A quantidade usada para a fotossíntese é muito pequena, (cerca de 5% da
radiação líquida) e sobre as superfícies continentais. A advecção horizontal é
desprezível por ser muito pequena
,
podendo então, segundo o autor, negligenciar as
duas variáveis no balanço de energia para superfícies continentais.
O balanço de energia em uma superfície durante a noite terá um fluxo
negativo, pois nesse período a superfície não receberá a parcela de radiação de ondas
curtas (radiação direta e difusa), com isso a superfície perderá a energia que foi
estocada durante o período diurno.
Quando o balanço de radiação torna-se negativo, est
abelece
-se um fluxo de
calor por condução do ar para a superfície. Este fluxo passa a resfriar o ar, iniciando
pelas camadas adjacentes. Pelo aumento de densidade através do resfriamento, as
diversas camadas tendem a se acamar. O processo se intensifica continuamente no
correr da noite até a nova inversão no balanço de radiação, quando a temperatura do
ar adjacente ao solo é mínima. A temperatura mínima atrasa-se para as camadas mais
afastadas da superfície do solo, (TUBELIS & NASCIMENTO, 1992).
Para OMETO (1981), a parcela de energia
que
deixará
a superfície durante a
noite
pode ser expressa apenas pela emissão de ondas longas da superfície do solo
(Rt).
J
á a parcela
que chegará à
superfície,
será composta pelas seguintes variáveis:
a)
Radiação emitida
pela atmosfera aquecida (Ra);
b)
Calor latente de condensação (E), devido a menor temperatura da
superfície
, em relação ao vapor de água das camadas de ar adjacente
ao solo
;
c)
Energia transferida por condução d
a camada de ar adjacente ao
solo
ma
is aquecida (S);
d)
Energia transferida através da condução de calor das camadas mais
profundas e aquecidas em relação a superfície (C).
A parcela de energia que incide sobre a superfície é menor que a parcela
dissipada durante o período noturno, torn
ado o balanço de energia negativo.
A marcha do balanço de energia em uma superfície durante a noite pode ser
entendida melhor observando a figura
de número
6
abaixo:
37
Ra
RT
S
E
C
FIGURA
6 -
Balanço de energia na superf
ície do solo durante a noite
F
onte
: Adaptação do trabalho do OMETO (1981)
No período noturno, sem a presença da radiação direta, todas as áreas da
malha urbana se encontram em iguais condições de recepção de radiação de ondas
curtas. Nesse período pôde ser evidenciado a relação da in
te
ração das diferentes
características morfológicas da área urbana com o microclima gerado, desde que não
exista a presença de movimentação de ar que possa fazer uma estratificação,
diferenciando
os observados.
Para BARBIRATO (1999), as cidades são umas das poucas superfícies que
permanecem sem análise satisfatória de balanço de energia, devido ao grande
número de fenômenos envolvidos em cada termo da equação do balanço e a
dificuldade de sua precisa quantificação.
2.11.
A DENSIDADE CONST
R
UÍDA E O
CLIMA URBANO
DUARTE & SERRA (2003) afirmam que diferentes densidades construídas
na cidade afetam os microclimas, e pelo seu efeito cumulativo, determinam a
modificação do clima regional pela urbanização, podendo muitas vezes substituir o
fator “população” pela “densidade construída” para se estudar os fenômenos
climáticos urbanos. Essa substituição deve-se ao fato de que, segundo a autora, a
densidade construída possui maior relação causal com o aquecimento urbano.
A densidade construída pode afetar a recepção e dissipação da energia que
chega e que sai respectivamente das áreas urbanas.
SOUZA (1996) afirma que a quantidade de radiação solar varia conforme
a
altura das edificações nas áreas urbanas. Isso se deve ao fato de que quanto mais
altas e c om a
c
t
38
Além disso, pode haver uma redução do acesso solar provocado pela emissão de
poluentes em áreas urbanas.
A geometria urbana afeta diretamente o balanço de energia global nas áreas
urbanas. Tanto o balanço de ondas curtas como o de ondas longas podem ser
influenciados pela geometria urbana, e com isso existirá também novas
conformações do clima urbano.
A influência da conformação urbana no clima urbano é bem evidenciado no
estudo
feito por SOUZA (1996) que procura relacionar o aumento da temperatura
urbana com a geometria das superfícies que compõe o ambiente físico urbano
,
entretanto
, não se pode negar também as tendências políticas, sociais, técnicas ou
materiais, refletidas pelo tecido urbano.
Pa
ra evidenciar a importância da forma geométrica de uma superfície e de um
conjunto de superfícies SOUZA (1996) direciona as atenções para a abóbada celeste.
Segundo a autora, a abóbada celeste é um fator primordial no balanço de
energia, pois como o céu apresenta, normalmente, temperaturas mais baixas do que a
superfície terrestre, receberá as radiações de ondas longas emitidas pelo solo
terrestre, que consequentemente perderá calor, diminuindo a sua temperatura. Por
isso
, a capacidade de resfriamento das superfícies urbanas está relacionada à
obstrução do se
u horizonte e
,
consequentemente
,
à
sua geometria.
Esse tipo de estudo é de grande importância para fornecer informações para o
planejamento urbano, principalmente nos centros urbanos que tendem a vertica
lizar
as edificações pela falta de espaços, podendo assim dificultar a passagem da radiação
de ondas longas acumuladas em suas vias, que essa passagem da energia para a
atmosfera estará obstruída pelas edificações.
A relação geométrica entre as superfícies constitui-se em um parâmetro
adimensional chamado de “fator de visão, fator configurado ou ainda fator angular”
e, pode ser utilizado para relacionar a geometria urbano com o microclima urbano.
Em termos geométricos, qualquer edificação, elemento ou eq
uipamento
urbano pertencente ao plano do observador, representa uma obstrução à abobada
celeste e o “fator de visão do céu” é um parâmetro utilizado para determiná-
la,
SOUZA (1996).
Para a determinação do “fator visão do céu” pode
rão
ser usados processos
analíticos (matemáticos), por fotografia, por processamento de imagens, por
39
diagramas ou por gráficos. Para a utilização dos processos analíticos, diagramas e de
gráficos, é necessária uma base de dados angulares relativos às edificações existentes
no entorno urbano, sendo esta, uma das problemáticas mais constantes neste tipo de
pesquisa. No caso de fotografias e processamento de imagens, as dificuldades estão
na aquisição dos equipamentos sofisticados, devendo-se contar com uma câmara,
com possibilidade de nela ser acoplada uma lente tipo “olho de peixe”, além de, no
caso do processamento de imagem, serem necessários recursos computacionais
apropriados.
O fator de visão do céu (FVC) (sky view factor
SVF) tem grande relevância
nas pesquisas de climatologias americanas e européias, tornando-se como um dos
condicionantes
principais
na constituição de microclimas da camada intra
-
urbana. No
entanto, em grande parte das cidades brasileiras (em especial nas de pequeno e médio
porte), o FVC é, em geral, elevado e assim essa variável tem sua importância
reduzida em detrimento, por exemplo, da proporção de vegetação presente na área,
(FARIA & MENDES, 2004).
Além da influência do fator geométrico do solo urbano, as propriedades dos
materiais que os compões também são
de grande importância no que se diz respeito a
absorção, reflexão e dissipação da energia radiante incidente na malha urbana.
A cidade tem sua massa edificada construída por materiais com diferentes
propriedades radioativas, que influenciam junto com a vegetação e as superfícies
pavimentadas ou não na quantidade de energia térmica acumulada e irradiada para
sua atmosfera, expressas, principalmente, pelo albedo, pela absortância e pela
emitância. A refletância de radiação de onda curta pela edificação depende tanto do
albedo das superfícies refletivas, como da sua geometria urbana, sendo um dos
principais efeitos da morfologia dos conjuntos arquitetônicos, a redução do albedo
da
s superfícies verticais em relação ao das horizontais, produzindo albedos urb
anos
médios de 15%, menos que os da área rural, exceto os da florestas, (
MASCARÓ,
1996).
40
TABELA 1
-
Albedo e Emitância de variadas superfícies
Fonte
: MASCARÓ, 1996.
Os diversos tipos de materiais utilizados para a pavimentação das superfícies
urb
anas
possuem grande influência no acúmulo de energia radiante nas cidades. Essa
absorção dependerá das características do material utilizado na pavimentação,
como
condu
tividade térmica e cor (albedo), conforme tabela 1.
A influência do tratamento superficial dos pavimentos nos microclimas
urbanos foi estudada por DUARTE (2002) na cidade de Cuiabá, que apresentou uma
série de medições de temperatura superficial sobre diferentes tipos de pavimentos ao
sol e à sombra. A autora chegou à conclusão de que sob a incidência de radiação
solar direta o asfalto chegou aos 47° C no horário mais crítico, e o pavimento de
concreto, um pouco mais claro, chegou aos 45° C às 15h. Sob as mesmas condições
de exposição, as superfícies naturais em terra e grama úmida a pesquisa
constatou
uma temperatura de aproximadamente 32° C.
41
A morfologia da superfície urbana interfere diretamente no escoamento
superficial das precipitações, podendo causar rios problemas para a população de
alguns bairros com deficiência na coleta de águas pluviais, além de diminuir a
dissipação do calor pela evaporação da água acumulada na malha urbana.
Conforme PRUSKI et al (2003)
, com o aumento da intensidade, a duração e a
área de abrangência da precipitação, (a principal forma de entrada de água no cicl
o
hidrológico) o escoamento superficial tende a crescer.
A cobertura e os tipos de uso do solo, além de seus efeitos sobre as condições
de infiltração da água no solo, exercem importante influência na interceptação da
água advinda da precipitação. O escoamento diminui à medida que aumentam as
áreas com cobertura vegetal (de maior rugosidade), e quanto maiores forem as áreas
pavimentadas
,
maior e mais impactante será o escoamento superficial, (PRUSKI et al
2003).
Todo ciclo hidrológico da cidade está ligado ao escoamento superficial e
quanto mais mudanças ocorrerem nas áreas urbanas, maiores serão as
modificações
n
o comportamento das precipitações e de todo o clima urbano.
DUARTE (2002) afir
ma
a importância de um planejamento urbano adequado
no que se diz respeito a especificação de pavimentos em espaços urbanos que podem
melhorar ou agravar as condições microclimáticas desconfortáveis nas cidades.
2.12.
A
VEGETAÇÃO URBANA COMO AGENTE
AMENIZADOR DO CLIMA URBANO
Segundo
GOMES & SOARES (2003), até o século XIX, a vegetação nas
cidades brasileiras não era considerada tão relevante, visto que a cidade aparecia
como uma expressão oposta ao rural, valorizando o espaço urbano construído e
afastando a imagem rural que compreendia os elementos da natureza. Para o a
utor
esse fato estava ligado à situação de que os espaços urbanos não eram tão ocupados,
nem apresentavam a maioria dos problemas que se fazem no presente.
As primeiras áreas destinadas ao verde, como as praças, surgem ainda no
século XVIII e alcançam números mais expressivos no decorrer do século XIX. No
Brasil, por volta de 1850, existiam cidades que se destacavam pela quantidade
expressiva do verde no seu interior, como é o caos de Teresina PI e Aracajú SE
42
(primeira cidade planejada do país). Essas cidades nordestinas eram cobertas
principalmente
por um verde nativo e ainda sem um planejamento específico,
(GOMES & SOARES 2003).
Com o enriquecimento de algumas cidades, com as plantações de café,
especialmente no estado de São Paulo, deu-se início no século XX ao surgimento de
grandes números de jardins nas cidades. Assim como nas antigas cidades européias,
os primeiros jardins públicos brasileiros instalaram-se nas bordas das cidades e em
terras em condições topográficas que desfavoreciam o arruamento ou as construções,
refletindo
com isso na falta de um planejamento adequado para as áreas verdes,
(GOMES & SOARES 2003)
.
Vale salientar que mesmo atualmente, o planejamento urbano não coloca em
primeiro plano as áreas verdes, isso devido ao fato de que o interesse comercial se
sobrepõe
à s necessidades ambientais da cidade. DUARTE (1997), afirma que o
traçado urbano prioriza as edificações, e as áreas verdes ficam restritas a locais de
dimensões reduzidas e formas irregulares, justamente as sobras dos esp
aços
construídos, o que faz com que a distribuição das áreas verdes nem sempre estejam
de acordo com as necessidades da população que necessita de lazer e conforto
térmico.
Para DUARTE (1997), muitas são as funções da vegetação em espaços
urbanos; principalmente em casos de cidades como Cuiabá, de clima rigoroso, com
altas temperaturas ao longo de todo o ano, a amenidade climática se constitui como
um dos principais benefícios que a vegetação urbana pode promover para a cidade.
“Um recurso
eficiente
contra o calor é o uso da vegetação, a qual, além de
oferecer sombreamento, permite a passagem da brisa local e absorve de maneira
eficaz a radiação de onda longa sobre suas folhas refrescadas pela evaporação. A
arborização substitui com vantagem, qualquer sistema de sombreamento, sendo
recomendado seu uso em microclimas secos (próprios da cidade seca e compacta),
que nos microclimas úmidos aumentam a temperatura úmida do recinto e a
necessidade de ventilação dos ambientes. Os parques urbanos produzem diferença de
temperatura local, fator diretamente relacionado com o seu tamanho.” (MASCARÓ,
1996)
Para
MASCARÓ (1996), a vegetação interfere na radiação solar, vento e
umidade do ar. Em grupos arbóreos a temperatura do ar pode chegar a ser C a
43
C menor que em áreas expostas à radiação solar, variando conforme a
estratificação do ar e o porte da vegetação, que se for formada por espécies de copas
em alturas diferentes a absorção da radiação solar será ampliada e o conforto térmico
gerado será maior. Esse controle da radiação solar, e o aumento da umidade do ar
reduzem a
diferença térmica
sob a vegetação.
Através de um estudo microclimáticas de
dois
espaços públicos na Cidade de
Bauru
SP
, FONTES & DELBIN
(2001),
revela que medidas simples, como a
uti
lização do potencial da vegetação, em agrupamentos arbóreos, pode
contribuir
para mitigar condições adversas climáticas, como a forte incidência da radiação
solar, a
lém
de criar espaços públicos mais agradáveis ao convívio do Homem
p
romove
ndo também uma intensificação dos seus usos, seja para o lazer ativo e ou
contemplativo.
PIETROBON (1999) ressalta a importância da vegetação no controle da
radiação direta; nas barreiras, a perda de calor noturno por radiação (regiões frias);
na redução da evaporação e temperatura do solo coberto; proteção contra o vento;
auxilia no ciclo hidrológico através da precipitação e umidade; aumento da
infiltração e diminuição do escoamento superficial; reduz a poluição sonora; define
formalmente a composição arquitetônica, além de algumas espécies produzirem
frutos comestíveis.
A vegetação também pode ter um papel muito importante em relação a
desestruturação do solo urbano. MASCARÓ (1996) afirma que a incidência da
precipitação sobre o solo é minimizada em áreas arborizadas, além de alterar a
concentração da umidade atmosférica nessas áreas e nas superfícies adjacentes. Esse
fato segundo a autora, está relacionado a maior evapotranspiração das áreas verdes
urbanas.
A vegetação terá papel fundamental na absorção das radiações de ondas
curtas do sol, o que pode amenizar muito o rigor climático de uma determinada
região.
Esse fato é bem elucidado por MASCARÓ (1996),
ao
afirma
r que a
vegetação tem a propriedade de transformar a radiação solar de onda curta do sol que
incide nas folhas e é parcialmente transmitida como radiação difusa, devido ao fato
de que a folha não é opaca a essa radiação solar.
44
Para a autora, as folhas também refletem a radiação solar (radiação difusa)
principalmente em espécies que possuem folhas brilha
ntes.
Segundo MASCARÓ (1996), a radiação que a planta absorve é parte
transformada em calor físico e parte em energia química. O albedo da superfície
foli
ar chega a cerca de 30% da superfície total. Apenas 20% do fluxo incidente sobre
a cobertura vegetal
atinge o solo e cerca de 46% da radiação solar transmitida sobre a
vegetação é difusa.
Para MASCARÓ (1996), a influência da vegetação nas características
climáticas do ambiente construído dependerá das características de cada espécie, pois
cada uma terá obstrução (bloqueio de radiação), e a filtragem (interceptação parcial
da radiação).
Para mostrar as diferentes eficiências na qualidade térmica de sombreamento
MARTINS (2001) avaliou o comportamento da sombra ao longo do dia, das
seguintes
espécies
: Pera glabrata Baill. (Sapateiro), Copaifera langsdorffii
Desf.
(Copaíba), Platycyamus regnellii Benth. (Pau pereira), Anadenanthera macrocarpa
Brenan (Angico) e Enterolobium contortisiliquum Morong (Orelha de Preto)
chegando
à conclusão de que a melhor qualidade térmica de sombreamento ao longo
do ano, com uma redução na carga térmica radiante fo
i
a
Anadenanthera macrocarpa
Brenan (Angico), e com uma resposta menos favorável a espécie Pera glabrata
Baill.(Sapateiro).
BUENO
-
BARTHOLOMEI
et al (1997), desenvolveram um
estudo
comparativo entre espécies de vegetação lenhosa, relacionando à qualidade térmica
de sombreamento em área urbana
.
Nesse estudo foram analisadas as espécies
:
Cássia
Carnaval (
Senna spectabilis var. exelsa)
, Chuva
-
de
-
ouro (
Cássia fistulad
a
) e Escova
-
de
-garrafa, chegando a conclusão de que as espécies Cássia Carnaval e Chuva-
de
-
ouro, com copas mais densas e folhas mais largas, tiveram melhores condições de
conforto térmico.
DUARTE (1997) ressalta a importância das comunidades de planta
nativas
.
Segundo a autora uma boa escolha das espécies seria selecionar árvores cujo
ambiente nativo seja rigoroso, similar ao ambiente agressivo de uma cidade.
Segundo ALMEIDA JÚNÍOR et al. (2005), o sombreamento é uma das
funções mais importantes da arborização no meio ambiente, principalmente em
locais de clima tropical (durante o ano todo) e subtropical (na estação quente).
45
A influência climática da vegetação na melhoria do conforto ambiental para
habitações em Cuiabá foi estudada por ALMEIDA JÚNIOR
et al
(2005), chegando
à
conclusão de que a área sombreada por árvore, apresenta redução de temperatura
comparando
-se à área não arborizada. Constatou-se ainda que o Oiti é uma espécie
arbórea apropriada para o clima da cidade de Cuiabá.
DUARTE (1997) e
nfatiza
a importância dos parques urbanos na cidade de
Cuiabá, onde acontece um êxodo urbano para a Chapada dos Guimarães em busca de
lazer com conforto térmico. Por isso, segundo a autora, os parques urbanos como o
Morro da Luz, o Horto florestal e o Mãe Bonifácia podem funcionar como
verdadeiras ilhas de amenização climática.
Um dos principais entraves para a consolidação de uma área verde nas
cidades são as agressões causadas pelo clima urbano
na vegetação
.
Para DUARTE (1997), muitas vezes a vegetação é exposta a condições
desfavoráveis: muita ou pouca água, temperatura muito elevadas ou muito baixas,
atmosfera, água e solo contaminados; pragas e doenças.
Além disso,
a autora enfatiza
que as calçadas não oferecem condições ideais para o desenvolvimento de uma
planta, sem espaço adequado e sem nutrientes e água
necessários
.
A implantação de uma área verde urbana implica também em se ter um
mantenedor de todo o processo, pois as leis existem para constituírem as áreas
verdes
, mas
os recursos para a su
a manutenção
,
são muitas vezes esquecidos antes de
sua implantação.
Para DUARTE (1997), na implantação de uma área verde urbana deve-se ter
alguns
requisitos básicos
como
:
a)
E
xistir um horto que produza e bem
as mudas necess
árias;
b)
Plantios de mudas nas margens dos rios e córregos, nos quintais
remanescentes para criação de jardins internos às quadras (especificamente
para Cuiabá) e nas avenidas e seus canteiros
;
c)
Plantio de árvores de copas altas e largas, por proporcionar sombra e
permitir a
ventilação ao n
ível do corpo;
d)
Utilização de espécies variadas para se ter sombra durante o ano todo, uma
vez que a queda das folhas acontece em períodos diferentes em função da
espécie
;
46
e)
Levantamento das áreas públicas ainda desocupadas, e com a v
iabilidade
para a criação de áreas verdes, possibilitando não somente conforto ambiental
aos habitantes da cidade
,
como também
,
evitando invasões de terras urbanas.
FONTES & GASPARINI JÚNIOR (2003), ao realizarem um estudo
microclimático na cidade de Bau
ru
– SP, utilizando como metodologia a
APO
(Avaliaç
ão
Pós
-
Ocupacional)
, constataram que, a arborização através de artifícios
como o sombreamento, cria microclimas diferenciados, influenciando ativamente na
quantidade de uso dessas áreas.
Segundo
GOMES & SOARES (2003), medidas como a arborização de vias
públicas, praças, vazios urbanos destinados à área verde, encosta e fundos de vale,
principalmente com espécies nativas, podem contribuir significativamente na
amenização do clima urbano melhorando a qualidade de vida humana. Entretanto, a
preocupação com a preservação do verde nos espaços públicos, deve ser uma
constante para todos os cidadãos, poder público e profissionais da área,
no sentido de
se melhorar a qualidade de vida ambiental urbana com um padrão mínimo de vida
h
umana.
2.13.
ILHAS DE CALOR
Para SOUZA (1996), a ilha de calor configura-se como um fenômeno
decorrente do balanço de energia no espaço urbano, caracterizando-
se
através do
acúmulo de calor nas superfícies e consequentemente elevan
do a temperatura do ar.
Os diversos estudos existentes
apontam
segundo SOUZA (1996),
que o maior
desenvolvimento das ilhas de calor, verifica-
se
em noites claras e calmas (condições
anticiclônicas), de 2 a 5 horas após o pôr-
do
-sol, quando o resfriamento das áreas
periféricas e rurais é maior do que aquele ocorrido em áreas urbanas. Para condi
ções
de céu nublado e chuva e para o período diurno, a ilha é mais fraca. Após atingir o
seu máximo, a intensidade da ilha decai, sendo eliminada quando ocorre a
temp
eratura máxima, no dia seguinte.
Muitos fatores podem ser importantes no estudo da ilha de calor
.
Para
MASCARÓ (1996), a forma e a posição da edificação são mais importantes que a
distância percorrida pelo vento sobre a cidade ou
do que
a população que a
ocupa, na
determinação da ilhota térmica urbana.
47
O crescimento da densidade demográfica urbana relaciona-se diretamente
com a urbanização e consequentemente com o aumento da ilha de calor. Esse fato
pôde ser constatado por MAITELLI (1994) na cidade de Cuiabá, com elevação de
0,073°C
da temperatura média mínima
por ano no período de 22 anos (1970
1992)
,
período em que
a cidade teve um elevado crescimento demográfico
.
Esse estudo revelou ainda que a taxa de calor estocado foram significativas e
o comportamento dos componentes do balanço de energia explicam aspectos da
ilha
de calor
e
do regime de umidade na cidade.
MAITELLI
et al (199
4) analisaram as variações de temperatura e umidade do
ar na cidade de Cuiabá, na estação seca, através de transecto móvel,
utilizando
sensores acoplados a um
automóvel
.
Nesse estudo chegou-se a
diferenças
térmicas
de
2,5°C no período noturno.
Segundo MAITELLI (1994), a máxima intensidade da
ilha de calor
da cidade
ocorre, em geral, em condições de céu claro e com vento calmo. A intensidade
diminui e torna-se mínima sob condições de instabilidade do ar. A estocagem de
energia é aumentada devido aos componentes do tecido urbano, o que contribui para
manter o ar aquecido por mais tempo, enquanto que a remoção da vegetação e a
red
ução de superfícies líquidas diminuem as taxas de evapotranspiração. Além disso,
a poluição do ar e a introdução de calor pelas atividades da população contribuem
para elevar a temperatura local, fazendo com que muitas cidades tenham diferenças
superiores a 10°c entre áreas centrais e arredores.
O comportamento da ilha de calor é variável, con
48
Durante o período diurno, as áreas rurais atingem as temperaturas máximas
superiores aos encontrados nas áreas urbanas. Isso se deve ao fato de que a poluição
e
as grandes edificações dificultam a passagem da radiação direta do sol, diminuindo
o saldo de radiação disponível no solo das cidades. no período noturno com a
ausência da radiação direta a malha urbana formada
por
materiais com grande
capacidade de armazenar calor começam a dissipar toda a energia acumulada com o
balanço de energia positivo durante o dia, o que não acontece na área rural que
recebeu grande quantidade de energia, mas seu ac
umulo
, foi inferior ao da cidade,
por ser formada por vegetação e também pela estratificação feita pela ventilação de
ma
ior ocorrência
,
MASCARÓ (1996).
Com isso, as máximas temperaturas no período noturno nas cidades são
superiores
às
encontradas nas áreas rurais e a umidade relativa do ar da área rural é
superior ao das cidades, devido ao aumento da capacidade de absorção do vapor de
água nas altas temperaturas da cidade e também pela evaporação do solo mais
permeável e da transpiração das plantas, o que chamamos de evapotranspiração.
FIGURA
7 -
Temperaturas
e Umidade do ar
após o pôr
-
do
-
sol
em áreas
urbanas e rurais.
SANCHES
et al (2005), aplicando uma metodologia baseada em tansecto
móvel no centro histórico de Cuiabá, em quatro dias seguidos do mês de dezembro
de 2003 (estação chuvosa) e no mês de junho de 2004 (estação seca), em três
horários diferentes
, encontrou as menores temperaturas nas proximidades das
áreas
49
verdes e das praças arborizadas dessa região, e maiores temperaturas, com taxas de
umidade relativa baixas próximo de grandes avenidas e áreas pavimentadas, bem
como de calçadões (sem nenhum tipo de cobertura vegetal).
Essa
diferença térmica
,
segundo o
autor, chegou a 2,3°C
pela
manhã,
4,9°C no período vespertino e 2°C no período noturno.
O estudo da ilha de calor se estende por toda a Terra. A preocupação com o
aumento da temperatura do ar das cidades é constante nas pesquisas em diversos
tipos de clima urbano.
SZYMANOWSKI (2003) estudou a estrutura espacial da ilha de calor em
Wroclaw, cidade do sudoeste p
olonês
, com 640.000 habitantes distribuídos em 296
Km², com 31,4% de áreas construídas, 36,6% de áreas verdes urbanas, 28,9% de
áreas de agricultura e 3,1% de superfície de água. Segundo o autor a configuração da
ilha de calor na cidade é formada durante a noite com condições de pouco vento e
poucas nuvens. Além disso, ocorreu a caracterização de multi-células de ilhas de
calor, correspondendo diretamente com a arquitetura (layout) da cidade, com
acréscimo de temperatura acompanhando o aumento das áreas con
struídas.
2.14. O MÉTODO DO TRANSECTO MÓVEL E A
CLIMATOLOGIA URBANA
O método do transecto móvel é bastante realizado no estudo da climatologia
urbana para verificar diferenças de variáveis microclimáticas (temperatura do ar,
umidade relativa do ar, vento e outros). Geralmente esse método é feito com o
auxílio de automóveis e aparelhos portáteis, realizando medições pontuais e
percorrendo assim uma extensa área urbana, possibilitando ainda uma correlação
com as diferentes densidades construídas inseridas
nos microclimas.
Através do método do transecto móvel pode-se realizar diversas verificações
e correlações entre microclimas e também verificar precisões de estudos de ilha de
calor
com o auxílio de satélites.
SOUSA & BATISTA (2005), utilizaram o método do transecto na confecção
de perfis térmicos para verificar a influência da resolução espacial na determinação
das ilhas urbanas de calor em São Paulo, por meio de sensores ASTER e MODIS,
50
chegando à conclusão de que a resolução espacial é um fator de extrema importância
na determinação das ilhas calor
urbanas
.
Um dos grandes benefícios de se utilizar o método do transecto móvel no
estudo microclimático é a relação das diferentes conformações urbanas e seus
microclimas nos diferentes períodos do dia.
FI
ALHO (2003), utilizando o método do transecto como experimento
microclimático para estudar a relação entre os microclimas e o uso do solo na Ilha do
Governador, observou que as áreas de maior gradiente térmico horizontal ao longo
do transecto oscilaram nas partes extremas do dia, manhã (8 às 10 horas) e no
período do entardecer até o anoitecer (17 às 20 horas).
FONTES & DELBIN (2001), utilizando o método de medidas móveis na
cidade de Bauru SP encontraram diferenças climáticas significativas entre dois
espaços públicos, evidenciando temperaturas de aC menor na área verde, em
horário de maior aquecimento solar e em condições de tempo estável.
Para MAITELLI (1994), o método dos transecto móvel é de grande utilidade
porque permite avaliar o comportamento médio da temperatura e umidade do ar de
cada intervalo de percurso e cobrir grande parte da área urbana, garantindo a
eficiência das medidas. Entretanto são necessários certos cuidados tais como, a
duração do percurso, a velocidade do veículo, a proteção dos sensores contra
radiação solar e a posição dos instrumentos no topo do carro, evitando a influência
do motor e da estrutura nas mediada.
Segundo MAITELLI (1994), é importante ter os cuidados para a seleção de
locais com uso de solo diferenciado para as medidas fixas e para a elaboração do
roteiro para as medidas móveis, bem como a calibração e ajuste dos instrumentos e a
sua exposição adequada, constituem-se em regras fundamentais para garantir a
qualidade das observações.
Segundo MONTEIRO & MENDONÇA (2003), as cidades de países não
desenvolvidos, principalmente as de áreas tropicais, notadamente as de pequeno e
médio porte ainda necessitam de maiores estudos que resultem em metodologias
específicas como o Sistema Clima Urbano de Monteiro (1976).
MO
NTEIRO & MENDONÇA (2003) com o intuito de evitar erros de
metodologias inerentes a escalas, tempo de medições e outros fatores presentes em
51
transetos, propõe uma breve síntese metodológica para o estudo do clima urbano de
cidades de porte médio e pequeno.
Para os autores um roteiro metodológico aplicado em estudos de casos do
clima urbano de cidades de porte médio e pequeno deve ter passos importantes
como: definição da área de estudo (toda uma cidade ou parte dela); definição dos
pontos e periodicidade pa
ra o levantamento de dados (preparando para os transectos);
levantamento dos dados de campo em campanhas realizadas em diferentes momentos
do dia (de hora em hora ou momentos alternados) e do ano (estações do ano) e por
último a formulação de sugestões vis
ando equacionar os problemas relacionados com
as configurações do clima urbano estudado.
2.
15.
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DE CUIABÁ
2.
15
.1
. Aspectos Históricos e Conformação Urbana
Para se compreender o processo de urbanização de Cuiabá faz-se necessá
rio
um estudo que envolve desde sua fundação, como parte de um Brasil colonial mais
distante
,
até o grand
e crescimento que a cidade vive hoje.
O processo de colonização da cidade nos mostra a tendência da formação de
grandes áreas construídas sem um planejamento urbano eficiente para o porte da
cidade.
Estudos históricos mostram uma Cuiabá sendo formada em meio à população
ameríndia e uma vegetação de cerrado densa
,
com córregos e alguns morros.
Cuiabá teve sua organização espacial voltada para a construção da igreja-
Matriz onde toda a vivencia urbana foi se atrelando desde sua fundaç
ão
, dando inicio
a precária conformação urbana
dos
dias atuais, o que é peculiar em uma cidade
antiga
e sem um planejamento para suportar as modificações espaciais que refletem
no conforto dos habitantes,
gerando
problemas para o transporte coletivo
,
verificando
-se inclusive, a ausência de áreas verdes como agentes amenizadores do
rigor climático.
As origens das características urruoas a
s
52
espaço urbano da atual cidade de Cuiabá como, quando no ano de 1722 Miguel Sutil
descobriu ouro no córrego da Prainha, hoje coberto por uma pavimentação e locado
no centro da cidade, e e
m
seguida a edificação da
igreja
-Matriz con
siderada fundante
pelos autores e marco para a urbanização como retrata a figura 8 abaixo, dando
destaque ao aglomerado formado em torno da Matriz.
FIGURA
8 -
Vista de Cuiabá. Autor não identificado (Século
XVIII).
Fonte:
SIQUEIRA (2002)
Acervo da casa da Insula, Portugal.
A instalação da Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, segundo
SIQUEIRA (2002), somente veio acontecer em 1727 através de uma manobra feita
pelo governador da Capitania de São Paulo para estender os domínios da coroa
portuguesa nessa região de extração de ouro.
Todo o planejamento urbano da Vila
Real
do Bom Jesus de Cuiabá era
caracterizado pelas decisões da coroa portuguesa, portanto muitos aspectos do
urbano vivido nos dias atuais são
heranças da colonização lusitana no país.
Um exemplo mostrado no trabalho de ROSA & JESUS (2003), são as ruas e
quadras próximas ao córrego da prainha acompanhando seu arco, recurso usado
desde o Renascimento para “formosear”
as vilas.
Toda dificuldade encontrada para se adequar a cidade de Cuiabá, para
hoje
se
tornar um espaço urbano salubre, pode ser explicada pelo seu processo de
urbanização no período colonial. A falta de áreas verdes, as edificações justapostas
com terrenos sem áreas para infiltração das chuvas, ruas de caixa insuficiente para o
grande tráfego de veículos, gerando poluição sonora, são problemas gerados desde
Córrego da Prainha
Matriz
53
sua conformação urbana arcaica
, motivada por um planejamento deficitário mostrado
na primeira vereança da Vila Real
que assim ord
enava
:
(...) não consentindo os Oficiais da Câmara que se façam daqui
por diante casas separadas e desviadas para os matos como se acham
algumas, porque além de fazerem a vila disforme, ficam nelas os
moradores mais expostos a insultos (...). (...) e melhor é que em pouco
terreno esteja a vila bem unida e formada, do que em largo, com
tantos despovoados.” (...) obrigava as edificações a serem contíguas,
parede a parede, o que resultava numa quadra compacta, onde não
havia a possibilidade sequer de pátios ou corredores laterais.
Delimitada pelos quatro planos de fachadas contíguas, a quadra
deveria comportar
-
se como um volume único, separando o público do
privado.
(PEREIRA*
1
apud ROSA; JESUS 2003 )
.
Todo este estudo histórico mostra um delineamento urbano para a cidade de
Cuiabá com as seguintes características peculiares:
a)
A igreja-Matriz como
marco
central da cidade, polarizando eixos de
ligações com outros espaços significativos;
b)
As casas e ruas em espaços confinados na região central da cidade;
c
)
A região da prainha como elemento delineador das vivencias urbanas;
d)
A caracterização de dois núcleos distintos até hoje: o “Porto”, ás margens
do rio Cuiabá pelo qual se fazia comunicação com São Paulo e a “Vila”,
no
alto da Prainha.
Segundo ROSA & JESUS (2003), a Vila Real tinha um espaço cuja área
correspondia
à quase exatamente à do centro histórico da atual cidade de Cuiabá,
como pode ser observado na figura
9
datada de 1786.
1
PEREIRA, M. R. de M.
Rigores e métodos da cidade brasileira entre os séculos XVI e XIX.
Humanas, Curitiba, nº2, 1993 apud ROSA, C. A. JESUS, N. M. de,
A terra da Conquista: história
de Mato Grosso colonial.
Cuiabá: A
driana. 2003. 230p.
54
FIGURA
9 -
Vista aérea da Vila Real 1786.
Fonte:
ROSA & JES
US (2003)
Segundo Costa apud MAITELLI (1994), Cuiabá, após os anos 70,
experimentou um acentuado crescimento vertical da cidade, na parte noroeste e
nordeste do seu núcleo central.
A cidade de Cuiabá experimenta um dos maiores crescimentos urbanos do
Bra
sil, trazendo imigrantes principalmente da região sul do país e modificando o seu
espaço urbano.
O grande desafio das cidades em desenvolvimento é propiciar aos seus
habitantes um ambiente salubre e que ofereça um conforto ambiental satisfatório para
toda
s as gerações que viverão na cidade.
2.
15
.2. A
spectos
U
rbanísticos
da
C
uiabá
A
tual
Cuiabá é a capital do Estado de Mato Grosso, constituindo-se como a mais
desenvolvida e servindo de pólo para todo o Estado.
Córrego da Pr
ainha
Matriz
55
FIGURA
10
-
Lo
calização da cidade de Cuiabá
Fonte:
IPDU (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano) de Cuiabá, 2006.
Como uma das últimas áreas de fronteira agrícola no país e, portanto, como
uma das poucas alternativas para a migração de pessoas ligadas ao campo, o estado
de Mato Grosso até meados dos anos 80 cumpriu um papel importante no processo
de redistribuição espacial da população brasileira. Contudo, sua trajetória nessa
condição foi uma das mais curtas dos estados do Centro-Oeste em função de uma
rápida
e intensa transformação produtiva e do processo de concentração fundiária,
(CUNHA & ALMEIDA 2002).
As poucas possibilidades da manutenção do estado com uma área de atração
migratória, embora no nível interno, muitas áreas ainda figuram como grandes
altern
ativas para a absorção do grande contingente de pessoas ligadas à terra. Hoje
em dia, regiões do noroeste do estado, por exemplo, são aquelas que mais crescem
em termos demográficos, e boa parte deste crescimento se deve a novos núcleos
rurais que surgem. Por outro lado, é muito claro perceber que boa parte do
crescimento demográfico estadual se dá
devido ao potencial de centros urbanos como
a capital Cuiabá, ou Rondonópolis e Sinop
, (CUNHA & ALMEIDA 2002).
Cuiabá constitui-se hoje como um dos pólos nacionais para o
desenvolvimento do agro negócio. Capital do estado de Mato Grosso tem grande
participação em
todas as transações econômicas do interior do estado
bem
como
n
as
MUNICÍPIO
CIDADE
56
oriundas de outra
s regiões
da federação.
Segundo
ANDRADE E SERRA (1998), a função de capital estadual ocupada
pela cidade de Cuiabá reforça o seu dinamismo demográfico, demonstrando o peso
do Estado na dinâmica econômica das cidades capitais. O crescimento vivido é
referente a política de incentivos às exportações para fazer frente aos c
ompromissos
com a dívida externa brasileira, implicando no aumento da produção de soja, pelo
avanço tecnológico melhorando o aproveitamento do cerrado e pela ampliação dos
investimentos em infra
-
estrutura ferroviária e rodoviária.
Em Cuiabá encontram-se amostras de desenho urbano acompanhando cada
período de sua história, gerando uma grande variedade de padrões de ocupação. É
um exemplo de cidade do período colonial que foi se modernizando e se adaptando
às suas novas funções, diferentemente de outras antigas capitais de estado como
Ouro Preto e Goiás Velho, que foram substituídas por novas capitais planejadas
Belo Horizonte e Goiânia respectivamente, (DUARTE & SERRA, 2003)
A área urbana é drenada pelo rio Cuiabá e seus afluentes, dos quais destacam
-
se o rio Coxipó e inúmeros córregos tais como: córrego da Prainha, Ribeirão da
Ponte, Manoel Pinto, Moinho, Barbados, Gambá e São Gonçalo, (MAITELLI, 1994).
Conforme o senso feito pelo IBGE em 2005, no quesito abastecimento de
água e esgotamento sanitário, Cuiabá tem 91,4% dos domicílios ligados à rede geral
e apenas 5,7% com poços ou nascentes.
Quanto ao lixo, o senso mostra que 92,1% dos domicílios realizam a coleta, e
apenas 7,9% dão outro destino aos dejetos que produzem.
Segundo MAITELLI (1994), o crescimento urbano de Cuiabá iniciou seu
ritmo acelerado à partir de 1960, quando o número de habitantes passou de
aproximadamente, 56 mil para 100 mil habitantes em 1970 e para 425 mil habitantes
em 1990.
O processo de expansão urbana resultou na conurbação de Cuiabá com a
cidade vizinha de Várzea Grande, formando o Aglomerado Urbano Cuiabá Várzea
Grande, (
MARQUES
et al
2005).
A cidade de Cuiabá apresenta, conforme o senso do IBGE de 2005,
aproximadamente 533.800 habitantes, a cidade vizinha de Várzea Grande conta
com uma população de 248.728 habitantes formando juntas uma aglomerado urbano
de
aproximadamente 782.528 habitantes.
57
As cidades de Cuiabá e Várzea Grande formam uma malha urbana separada
apenas pelo
rio Cuiabá conforma a figura de número 11
a
baixo.
FIGURA
11
-
Vista da atual conformação do espaço urbano de Cuiabá.
Fonte:
Google Earth
2006
O centro urbano de Cuiabá onde foi detectado a presença de ilha de calor
por MAITELLI (1994), está localizado no pólo da igreja Matriz, onde estão
localizados seus calçadões e um variado comércio. Essa região passa por um
crescimento vertical, principalmente com edifícios com mais de 30 pavimentos.
Atualmente a expansão urbana de Cuiabá está formando novos pólos de
crescimento. As construções de grandes edifícios em sua região central estão
crescentes, entretanto ocorre um novo aquecimento de pólos urbanos como na região
sul
. Esse novo crescimento atual pode ser atribuído à área onde esta localizada a
Universidade Federal de Mato Grosso, com a presença de uma área comercial
crescente
e também na região do Centro Político Administrativo (CPA) com a
criação de mais um Shopping e novos residenciais e ainda na região leste com a
criação de edifícios e residenciais nas proximidades do parque Mãe Bonifácia.
Al
ém do aquecimento dos pólos urbanos da cidade ocorre também uma
crescente horizontalidade da cidade, com o surgimento de novos bairros oriundos de
invasões, principalmente em direção a cidade de Chapada dos Guimarães.
Esse crescimento sem planejamento po
de prejudicar aspectos básicos
para a
58
população como o fornecimento de transporte coletivo, o aumento
da distancias entre
os bairros, deficiência no fornecimento de água e energia bem como a coleta de lixo
e o tratamento de esgoto.
O aumento da malha urbano também pode criar centros de ilhas de calor na
cidade com o aumento de áreas com altas densidades construídas e retirada de
vegetações nativas sem reposição do verde necessário para a amenização do rigor
climático da cidade.
2.
16.
O
CLIMA DE
CUIABÁ
O município de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso possui uma
extensão territorial de 2.730 km²
.
Para
MARQUES et al (2005), a cidade de Cuiabá possui duas estações bem
distintas, sendo uma úmida e uma seca. Durante a estação seca (maio a setembro) s
ão
provocados vários danos na cobertura vegetal, e devido à localização da cidade na
região tropical, próximo à linha do Equador possui apenas alguns dias de frios no
inverno, devido à chegada de frentes frias oriundas das regiões meridionais. O
restante da estação é quente e seca, e possui pluviosidade média anual de
aproximadamente 1500 mm.
Segundo
MAITELLI (1994), a depressão cuiabana, que é parte integrante da
depressão do rio Paraguai, compreende uma área rebaixada situada entre o Planalto
dos Guimarães e a Província Serrana.
Estreita
-se para o norte até a altura do paralelo
15°, quando se expande para leste, acompanhando o vale do rio Manso. Limita-se ao
sul com o Pantanal
Mato
-
grossense
, a oeste, noroeste e norte com a Província
Serrana.
A partir da margem esquerda dos rios Cuiabá e Manso seu limite se
encontra nas encostas do relevo escarpado do Planalto dos Guimarães.
O município de Cuiabá, dentro da depressão cuiabana, tem altitude média de
250 metros e nas suas partes norte e leste atinge 450 metro
s.
O clima da cidade é do tipo Aw de Koppen, isto é, Tropical Semi Úmido,
com 4 a 5 meses secos e uma chuvosa (primavera
-
verão).
DUARTE & SERRA (2003) afirmam que o fato de Cuiabá ser uma zona
urbana situada em uma depressão geográfica faz com que a freqüê
ncia e a velocidade
59
média dos ventos seja extremamente baixa, minimizando o efeito das trocas térmicas
por convecção e ressaltando ainda mais a influência do espaço construído sobre a
temperatura do ar, o que acaba gerando condições praticamente ideais par
a
experimentos com medições microclimáticas.
Estudos pioneiros como o de MAITELLI (1994),
mostram
a existência da
influência do uso do solo urbano na ocorrência de ilhas de calor na cidade de Cuiabá.
Para a autora a cidade de Cuiabá está situada à margem esquerda do Rio
Cuiabá, afluente do Rio Paraguai, encaixada na Depressão Paraguaia e circundada
por chapadões ao norte e oeste e, ao sul, pelo Pantanal
Mato
-
grossense
,
caracterizando
-se pelo clima tropical com influência da continentalidade chegando a
ter
ocorrência de máximas temperaturas superiores a 40° C.
MAITELLI (1994) afirma que a cidade de Cuiabá possui uma altitude média
de 200 metros e é circundada pelos chapadões não possui uma
estratificação
do ar
adequada para amenizar o rigor térmico que a cidade experimenta. Esse fator é
também observado em relação à deficiência na dissipação da poluição do ar devido
principalmente às queimadas em época de inverno com baixa umidade do ar. Esses
materiais particulados são oriundos dos municípios que se utilizam das monoculturas
e também devido ao lixo acumulado nos terrenos baldios da cidade.
A autora enfatiza o interesse e a importância das pesquisas feitas na cidade de
Cuiabá
que apresenta baixa movimentação do ar,
constituindo
-
se
como um local
adequado para
medições de fluxo de calor (latente e sensível) que se dissipam através
de uma notória pseudo-condução e posteriormente pelo fluxo turbulento, além das
elevadas temperaturas máximas que a cidade experimenta.
Segundo MAITELLI (1994), a estação seca em Cuiabá, é caracterizada pela
estabilidade do tempo, vento fraco e moderado e noites claras e de céu limpo.
Estudos feitos recentemente como o de MARQUES et al (2005) mostram a
interferência do homem no ambiente urbano na cidade de Cuiabá. Esse estudo
constat
ou a ocorrência de chuvas ácidas, embora levemente ácidas, mas alertam para
a necessidade de um monitoramento da situação que pode estar afetando a saúde
humana, e também a vegetação, e corpos d’água do entorno.
60
2.1
7.
BREVE
HISTÓRICO DA UNIVERSIDADE FE
DERAL
DE
MATO GROSSO
A Universidade Federal de Mato Grosso foi um objeto de desejo do povo
Matogrossense por muito tempo.
Segundo DORILEO (1977), o ensino superior em Cuiabá era realizado com
muito empenho, a primeira escola superior de Mato Grosso, a Faculdade de Direito
de Cuiabá, instalada em 1954, fora fechada; reabrindo-se, porém em 1957, graças ao
arrojo e à tenacidade dos jovens cuiabanos.
No dia 10 de junho de 1967 uma pira fora acesa na Praça Alencastro, onde
houve uma passeata de estudantes, professores e povo: - a Universidade era
solicitada aos brados, (DORILEO, 1977).
Através da lei nº 5.647 de 10 de dezembro de 1970
no governo do Presidente
Emílio G. Médice, tendo como Ministro Jarbas G. Passarinho é feita a autorização
para o poder executivo
instituir a Fundação Unive
rsidade Federal de Mato Grosso.
Em seu estatuto no capítulo VI faz a integração inicial a Universidade Federal
de Mato Grosso a Faculdade de Direito de Cuiabá e o Instituto de Ciências e Letras
de Cuiabá, em todas as suas unidad
es criadas por lei estadual.
Em 16 de março de 1971, através da Portaria BSB 126 do Ministro de
Estado da Educação e Cultura Senador Jarbas G. Passarinho, foi nomeado o Reitor
pro
-tempore, o então Secretário de Educação e Cultura do Estado Gabriel Novi
s
Neves, (DORILEO, 1977).
Segundo
NEVES
(1979), as Universidades surgidas, nas regiões isoladas
físicas, econômicas, social e culturalmente do resto do país, foram criadas pelo
Governo Federal, como instrumento polarizante de integração e mudanças, defini
ndo
seu estatus como agente do processo de desenvolvimento.
Para
NEVES
(1979), as tendências da região se desenham em torno dos
seguintes eixos coordenados:
a)
Adentramento de fronteiras de civilização, através da ocupação e
integração prod
utiva de grand
es espaços vazios;
b)
Estabelecimento de novas frentes pioneiras agro-pastorís de caráter
empresarial;
c)
Fortalecimento de Cuiabá como pólo regional
;
d)
Desenvolvimento da rede urbana;
61
e)
Emergência de novo mercado de trabalho regional
;
f)
Implementaçã
o de suportes técnicos ao poder decisório, como o
estabelecimento de consultoria e
assessoria
especializada
;
g)
Divisão territorial de Mato Grosso, com a criação de dois Estados,
constituindo a região norte o território do novo Estado de Mato Grosso e a
re
gião sul o Estado de Mato Grosso do Sul.
Cuidou, esta Universidade, de implantar cursos essenciais ao
domínio do conhecimento amazônico. Buscou-se, para os alunos, os
melhores dentre os professores disponíveis. Os mestres foram
enviados para outros centros de aperfeiçoamento do país, buscando
elevar a qualidade do trabalho docente. Mas, a um tempo, foi-
se
em busca do mateiro, do colono, do seringueiro, do índio, do
garimpeiro, mestres na prática, para participar conosco no trabalho
que para eles se real
iza.”
(
NEVES
, 1979).
Na cidade que segundo DORILEO (1977), nasceu e vingou por teimosa.
Plantada por bandeirantes em meio ao sertão ínvio da Amazônia, constituir
na
UFMT um dos seus maiores esteio da conquista, como pode ser vista na afirmação
segura
do deputado Garcia Neto que enfatizou
:
irá formar a infra
-estrutura cultural e
técnica dessa frente de penetração da Amazônia
”.
2.
18. C
ARACTERIZAÇÃO
DO ESPAÇO CONSTRUÍDO DA
UFMT
Conforme
NEVES
(1979), a localização da UFMT é caracterizada como
univer
sidade da
Amazônia
encontra
ndo
-se em um local estratégico para sediar um
sistema de trocas de conhecimento que operacionalizaria um dos pontos do p
acto
amazônico, seja pelo desenho geográfico de seu contorno, seja porque tem mesmo
em seu campus os vestígios da transição floresta/cerrado/pantanal. Pode, assim,
segundo o autor oferecer a instituições cintífico-cultural de países de mesma
conformação fisiográfica, motivos comungáveis de trabalho conjunto.
Segundo DORILEO (1977), o planejamento da UFMT foi
inicialmente
deixado de lado pela necessidade de uma implantação urgente do campus. Para o
autor, a ordem em 1972 era de implantar a Universidade com a decisão apenas de
fazer
a qual denominou de “fazejamento”
.
“No chão duro do cerrado coxiponés brotam as pilastras de concreto
em expansão física: o primeiro Reitor entrega-se obstinadamente na
construção de blocos de ensino, do ginásio de esportes, na aquisição
62
de equipamentos, na desesperada busca de recursos – vivemos na
primeira gest
ão em meio a canteiro
de obras”,
(DORILEO, 1977).
Através da única opção de adotar o “fazejamento” do campus a UFMT inicia
-
se a formar o seu espaço construído.
Os canteiros de obra foram dispostos sem qualquer estudo relacionado com a
climatologia urbana. Isso pode ser atribuído à falta de profissionais capacitados para
realizar um estudo aprofundado das condições existentes no campus e do futuro
impacto ambiental que as novas edificações acarretariam.
A UFMT iniciou suas obras nas proximidades da avenida principal, deix
ando
o que é hoje uma área verde próximo aos sues limites.
Segundo o primeiro manual de Informações Estatísticas da UFMT realizado
em 1980,
o campus da UFMT contava com apenas 2.890,00 m²
de área construída no
ano de 1969, passando para 25.396,00 em 1977. Atualmente o campus de Cuiabá
abriga uma área construída de 83.111,60 m² incluindo pista/campo de futebol e
parque aquático, distribuída em 74 ha do campus.
Para PEDROSA (2003), o core de uma cidade universitária, embora tenha
características comuns a qualquer core, não pode ser confundido com o de uma
cidade, de uma aldeia ou mesmo de um bairro residencial, ou de um grupo de ruas
urbanas. Para o autor, o core de uma cidade universitária é centro cívico, é centro
artístico, é centro cultural e também
deve ser centro socialmente atrativo e recreativo.
Um ambiente universitário se distingue também pela homogeneidade social a que se
destina: os universitários, alunos e professores.
Um exemplo de construção diferenciada para a universidade é a Biblioteca
Central, que para PEDROSA (2003), é a entidade por excelência representativa das
atividades puramente intelectuais de um ambiente universitário.
O campus da UFMT conta hoje com alguns pontos de áreas verdes
(bosques)
que são utilizados pela população do c
ampus e por visitantes.
O zoológico é uma área com grande quantidade de superfície de água e
vegetação, caracterizado ainda por grandes áreas de solo nu.
Outra área verde de grande função está localizada desde a
Avenida
Fernando
Corrêa (na entrada do campus) até o campo de futebol. Essa região hoje conta com
uma pista de caminhada que percorre todo o percurso da área verde que contém uma
63
vegetação variada com espécies nativas rasteiras e lenhosas (árvores de diversos
tamanhos).
Destacam
-se ainda alguns bosques dentro do campus com espécies lenhosas
espaçadas. Esses bosques são de espécies nativas que diminuem conforme a criação
de novos blocos ou anexos do campus.
64
3.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização do estudo bioclimático no campus da Universidade Federal
de Mato Grosso procurou-
se
entender primeiramente a influência da cidade no clima
urbano e também a presença de ilha de calor na cidade. Essa etapa de estudo foi
caracterizada por uma análise macro
climática.
Com o conhecimento do clima urbano realizou-se um monitoramento pontual
do comportamento térmico de variadas morfologias urbanas
frente
à imposição do
clima gerado pela cidade, passando então por uma análise microclimática.
3.1.
O
ESTUDO MACR
OCLIMÁTICO
O estudo macroclimático desenvolveu-se com o objetivo de detectar a
presença de ilha de calor e caracterizar o clima urbano onde estão inseridos os
microclimas.
Para
a caracterização do clima urbano que exerce influência no clima local
e
dete
ctar os inícios da presença de ilha de calor desenvolveu-se um estudo
comparativo de dados climáticos das seguintes estações do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia):
a)
Estação Convencional 83361 - Cuiabá, de responsabilidade do Distrito
de Meteorologia com lat. 15° 33’ S e long. 56° 07’ W, tendo ainda uma altitude de
151,34m. Classificada como Climatológica Principal.
b)
Estação Convencional 83364 Padre Remetter, de responsabilidade do
Distrito de Meteorologia com lat. 15° 47’ S e long. 56° 04’ W, tendo ainda uma
altitude de 140m. Classificada
também como Climatológica Principal.
65
Qualquer análise inicial para o estudo de um clima urbano requer observações
tanto da topografia do sítio como dos modelos de morfologia urbana do grande
número de
combinações que pode existir. Acima de tudo, a ordem de grandeza
entre
o porte do sítio e o porte da cidade deve ser considerada, (MASCARÓ, 1996).
Para
PEZZUTO
et all (
2003
), a acelerada urbanização nos grandes centros
pode provocar sérios danos ao meio ambiente. Em relação à
qualidade climatol
ógica,
a autora afirma que existem diferenças significativas entre dados climáticos do
ambiente urbano comparado com o rural, demonstrando que o clima nas cidades
sofre influência do conjunto complexo da estrutura
urbana.
A escolha das duas estações do INMET ocorreu devido ao fato de que a
estação de Cuiabá de responsabilidade do Distrito de Meteorologia está localizada
no aglomerado urbano formado entre as cidades de Várzea Grande e Cuiabá, distante
apenas
4 km do centro da cidade de Cuiabá. Já a estação Padre Remetter encontra-
se
localizada na fazenda experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, em
uma área suburbana da cidade de Santo Antônio do Leverger Mt, distante
aproximadamente
27
km
da cidade d
e Cuiabá
, conforme a figura de número 12.
FIGURA 1
2 -
Vista das estações meteorológicas de Cuiabá e de Santo Antônio d
o
Leverger.
Fonte:
Google Earth 2006
27
km
INMET
CUIABÁ
INMET ST.
ANTÔNIO
Rio
Cuiabá
66
Essa comparação entre o comportamento térmico entre uma área urbana e
rural permite a ident
ificação
de indícios de
ilha de calor
na cidade.
A estação de Cuiabá caracteriza-se como o clima urbano e a estação de Santo
Antônio representa o clima rural, dois elementos utilizados para avaliar a existência
da
ilha de calor, sem, contudo, abordar a conformação ou extensão da ilha de calor
na área de estudo.
As duas estações meteorológicas além de caracterizarem os climas urbano e
rural, não possuem expressiva diferença de altitude, como é o caso da estação de São
Vicente localizada a 800 m de altitude, onde através da descompressão adiabática
acontece
a redução da temperatura com o aumento da altitude.
Além da altitude outro fator importante na escolha das estações é o fato de
que se trata de duas estações de mesma categoria (Climatológica Principal), que a
estação localizada no campus da Universidade Federal de Mato Grosso caracteriza
-
se
por uma categoria inferior
e e
stá atuando apenas como estação
pluviométrica.
3.1.1.
A Análise Macroclimática
Para a análise macroclimática, onde objetiva-se caracterizar o clima urbano e
a existência de ilha de calor na cidade optou-se pela análise térmica de dois pontos:
um caracterizado como área urbana (INMETE de Cuiabá) e outro como área rural
(INMET da cidade de Santo Antônio).
A avaliação térmica baseou
-
se
na análise das temperaturas máximas, mínimas
e médias das estações entre o ano de 2005 e 2006 nos meses de julho de 2005 a
junho de 2006, que foi a única seqüência registrada por completo na estação de
Cuiabá.
Analisou
-
se as seguintes variáveis climát
icas dos meses
estudados
:
a)
Temperatura máxima
média mensal;
b)
Temperatura mínima
média mensal;
c)
Diferença térmica
das temperaturas máximas mensais;
d)
Diferença térmica
das temperaturas mínimas mensais;
e)
Umidade relativa
média mensal e
f)
Pre
cipitação Mensal
Média.
67
Com os dados de temperaturas foi realizado um teste T pareado utilizando o
software SPSS (S
tatistical
Package for the S
ocial
S
ciences
pacote estatístico para
as ciências sociais) para verificar as proximidades do comportamento térmico das
duas estações meteorológicas e com isso constatar a existência de indícios de ilha de
calor
na cidade de Cuiabá.
3.2
.
O ESTUDO MICROCLIMÁTIC
O
O estudo da análise microclimática foi realizado no campus da Universidade
Federal de Mato Grosso
, situado na cidade de Cuiabá.
Foram escolhidos 16 pontos de medições de variáveis climáticas conforme a
caracterização da morfologia do
ambiente.
Procurou
-
se escolher as mais variadas situações de morfologia urbana como:
a)
Situações de solo nu, pavime
nto
s (flexível e rígido) e
solo
com
cobertura vegetal;
b)
Pontos em áreas com elevada densidade construída e pontos em
áreas vegetadas
;
c)
Pontos próximos a avenidas de bairros de alta densidade
construída;
d)
Pontos próximos a superfícies d
’águas
.
Todo o cuidado na escolha dos pontos foi proposto para identificar a
influ
ê
ncia da morfologia urbana na temperatura e umidade
relativa
do ar.
Os pontos foram dispostos em forma de linhas procurando percorrer todo o
campus da Universidade, partindo do ponto localizado na estação meteorológica do
campus.
As linhas não obedeceram a uma simetria, pois o importante
na demarcação
dos pontos estava justamente nas diferentes situações apresentadas, o que não
corresponderia com uma seqüência
regular na
demarcaç
ão.
O campus da UFMT encontra-se na região sul da cidade de Cuiabá, distante
aproximadamente 3 km do centro histórico, onde foi
detectada
a presença de
ilha
de calor
por MAITELLI (1994).
68
Atualmente
, o entorno do campus é formado por áreas com diferentes fins e
características quanto ao aspecto construtivo.
Em sua porção nord
este
, o campus limita-se com a Avenida dos Moinhos,
que separa o campus do bairro Jardim Itália. em sua porção
Sudeste
, o campus
limita
-se com um bairro de grande adensamento, o bairro Boa Esperança. Na porção
Su
doeste
, encontra-se a Avenida Fernando Corrêa da Costa, que separa a campus da
uma
grande faixa de área comercial. A
noroeste
o campus da UFMT limita-se com o
bairro Jardim das Américas, onde estão mescladas áreas estrita
mente
residenciais
e
uma área comercial, com a presença de um Shopping Center e algumas galerias de
lojas.
FIG
U
RA
13 -
Localização dos pontos de medições no campus da UFMT
Fonte:
Google Earth 2006
3
.2.1
. A A
nálise
M
icroclimática
Primeiram
ente
análise microclimática ocorreu com o estudo da conformação
de cada ponto de medição escolhido.
Analisaram
-
se
a morfologia do solo, a presença de superfícies de água, a
presença e o tipo de vegetação encontrada, a proximidade de edificações e a
proxim
idade de vias ou bairros com alta densidade construída
.
Shop
p
ing
Bairro Boa
Esperança
Av. Fernando
Corrêa
Bairro Jardim das
Américas
Av. dos
Moinhos
Jardim
Itália
69
A análise microclimática foi desenvolvida através do método dos transectos
móveis
, isso para poder determinar o comportamento térmico dos dezesseis pontos
escolhidos
conforme a morfologia d
o campus d
a UFMT.
Para a análise microclimática realizou-se uma coleta de dados noturnos
e
diurnos
de temperatura e umidade relativa do ar, podendo ser realizado em dias de
céu claro e calmaria, onde a expressão da ilha de calor pode estar mais evidente
,
principalm
ente no período noturno
.
A presença de vento pode estratificar o microclima criado em cada ponto e as
nuvens durante o dia atuam como barreiras para a radiação direta do sol, podendo
fornecer radiações líquidas disponíveis diferentemente cada pondo estud
ado.
Foram realizados cinco dias de medições na estação da seca, feita no mês de
setembro
do ano 2006 nos dias 21, 22, 23, 24 e 25 no período da manhã, a partir das
6 h e
30
min
e no período noturno após o pôr
-
do
-
sol.
Para a estação úmida foram realizadas quatro medições no período da manhã
e noturno, seguindo a mesma metodologia para a estação seca. As medições foram
feitas nos dias 15, 16, 17 e 18 do mês de novembro onde a situação de céu claro e
calmaria se mostrou
mais aparente
.
Os dados foram coleta
dos
com um termo
-
higro
-
anemômetro
com as seguintes
características:
Modelo THAR
-
185 de leitura direta da INSTRUTHERM
FIGURA
14 -
Termo
-
higro
-
anemômetro com sensor de temperatura
70
F
IGURA
15 -
Termo
-
higro
-
anemômetro com sensor de velocidade do vent
o
A coleta de dados foi feita utilizando um veículo até os pontos determinados
ou até as suas proximidades, visto que muitos pontos não possibilitavam a
proximidade do veículo.
Realizaram
-
se
coletas no período diurno, as 6 h e
30
min,
com a proteção da
radiação direta. Neste período a altura solar modifica-se com o passar do tempo e as
diferentes superfícies do campus
terão acessos de radiação solar diferenciados
Outro período estudado aconteceu depois do pôr-
do
-sol, onde segundo
SOUZA (1996), a presença da ilha de calor pode ser detectada com maior facilidade
em dias com céu limpo e de calmaria.
As análises diurnas e noturnas permitem verificar a influência da
conformação do ambiente do campus da UFMT em relação à absorção e dissipação
do calor promov
ido pela insolação.
A rota das medições obedeceu
às
seqüências dos pontos escolhidos,
percorrendo assim o campus da UFMT
com diferentes características e sem
obedecer
a
uma simetria, já que o objetivo era encontrar conformações de áreas variadas.
As medidas foram feitas a 1,50 m do solo para representar a altura média do
pedestre
e também distantes do corpo do pesquisador, evitando a influência do calor
do corpo ao efetuar as medições.
Procurou
-se desenvolver o trajeto em menor espaço de tempo possível, para
qu
e no período diurno
houvesse
menores diferenças de acesso solar entre os pontos e
também para que durante o período noturno o tempo de dissipação da energia
acumulada na malha urbana não influenciasse nos resultados.
Com os dados de temperatura e umidade do ar para os dezesseis pontos coletados em
dias
de
calmaria
e
céu
limpo
além
das
características
da
morfologia
de
71
cada ponto passou-se a análise da relação entre as temperaturas e umidades com o
aspecto encontrado para cada ponto, podendo assim verificar a influência pontual, ou
microclimática dos diferentes pontos e suas diferentes características.
Essa análise serve para demonstrar a importância de áreas verdes ou
superfícies de água como agentes amenizadores do rigor climático imposto pelo
clima das cidades de porte médio, de região tropical e com grande continentalidade,
como é o caso da cidade de Cuiab
á.
Após análise das temperaturas e umidades do ar para cada ponto nos períodos
da manhã e da noite para cada estação p
assou
-se a utilização de
um
software
espec
ífico para o agrupamento dos pontos em relação ao comportamento térmico em
cada microclima.
Para a análise do
comportamento
térmico
dos dezesseis pontos analisados
,
utilizou
-
se o programa SPSS.
Com o programa SPSS
de
-se realizar
um
a análise de Cluster utilizando o
método da Distância Euclidiana, identificando agrupamentos homogêneos d
as
temperaturas médias
através de coef
icientes de proximidade ou distâ
ncia.
Com a análise de Cluster obteve-se um dendograma que representa o
agrupamento dos pontos analisados em relação ao comportamento térmico de cada
ponto estudado
em
cada
microclima.
.
72
4.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Para se fazer uma análise Bioclimática deve-se ter conhecimento
primeiramente da escala estudada e a influência entre as parcelas maiores do clima
sobre as menores.
Para a constatação da ilha de calor nas cidades a análise da escala pode ser
macroclimática, comparando uma área urbana com uma área rural, observando
,
con
tudo
, sua localização e aspectos que podem influenciar no macroclima como é o
caso da altitude dos pontos estudados.
4.1.
INDÍCIOS DA
ILHA DE CALOR
NA CIDADE DE CUIABÁ
Através dos dados meteorológicos corrigidos em relação à altitude d
as
e
stações
Co
nvenciona
is
de Cuiabá e de Santo Antônio, classificadas como
Climatológica Principal
,
passa
-
se então para a análise da influ
ê
ncia
da cidade sobre o
clima urbano através da comparação entre as temperaturas médias das duas áreas
através de um
estudo estatíst
ico
,
feito
pela análise de variância com dados pareados.
4.1.1.
T
emperaturas
M
áximas
nas Estações
Meteorológicas
Com os dados obtidos nas estações meteorológicas de Cuiabá e de Santo
Antônio
,
fo
i elaborada a tabela
número
2 onde se encontram as temperat
uras
máximas para cada mês analisado com as respectivas amplitudes térmicas.
73
TABELA 2
Temperatura máxima mensal para as estações de Cuiabá e Santo
Antônio
Temperatura Máxima Mensal
Estações de Cuiabá e Santo Antônio
Meses/ano
Cuiabá
(°C)
Sto.Antô
nio
(°C)
Amplitude
(°C)
jul/05
31,6
31,2
0,4
ago/05
35,4
35,6
0,2
set/05
32,7
32,4
0,3
out/05
34,5
34,7
0,2
nov/05
33,5
33,5
0
dez/05
33,3
33,3
0
jan/06
32,5
32,8
0,3
fev/06
32,5
33
0,5
mar/06
32,7
30,8
1,9
abr/06
30,2
31,7
1,5
mai/06
29,5
29,1
0,4
jun/06
32,8
33
0,2
Maior Mx
35,4/agosto
35,6/ago
0,2
Menor Mx
29,5/maio
29,1/maio
0,4
Maior
amplitude
1,9/março
Menor amplitude
0/nov.dez
Com as médias das temperaturas máximas para os meses analisados chegou-
se a um gráfico comparativo das duas estações meteorológicas, conforme a figura 16
em seqüência
.
Temperatura Máxima - Média Mensal
28
29
30
31
32
33
34
35
36
jul/05
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun/06
Mês
Temperatura (°C)
Cuiabá
Santo Antônio
FIGURA
16 –
Gráfico das Temperaturas Máximas
M
ensais para Cuiabá e Santo
Antônio
74
Através da
figura
16
observa
-se que a estação de Santo Antônio apresentou 6
meses com temperaturas superiores as encontradas na estação de Cuiabá que obteve
apenas
4 meses de temperaturas máximas mais elevadas, podendo constatar as
proposições de MASCARÓ (
1996
) que atribuí as maiores temperaturas máximas
encontradas em regiões rurais devido ao céu limpo, diferentemente da situação de
poluição encontrada nos grandes centros urbanos, impedindo a passagem da radiação
direta do sol. Entretanto, observa-se que as amplitudes térmicas não foram
significantes.
A maior diferença térmica encontrada no período estudado foi de 1,9°C
caracterizado como sendo um acréscimo
da
temperatura máxima mensal na estação
de Cuiabá no mês de março
em relação a estação de Santo Antônio.
Os meses de novembro e dezembro, caracterizados como estação úmida na
região, não apresentou
dife
rença térmica em
relação
a temperatura máxima mensal,
mostrando um comportamento semelhante para as duas estações meteorológicas
,
podendo ser atribuído a
algumas
características
com
o a proximidade nas altitudes,
confirmando a escolha das duas estações para
a análise do indício de
ilha de calor
na
cidade de Cuiabá.
TABELA 3
-
Dados obtidos no cálculo do teste T pareado para as temperaturas
máximas
O comportamento
similar das estações de Cuiabá e Santo Antônio em relação
à temperatura máxima mensal pode ser constatado através do teste T pareado. Com
um nível de significância de 5%
encontrou
-se, conforme a tabela 3, um valor de t =
0,037,
correspondendo a uma
probabilidade
de 0,97, ou seja,
rejeit
a-se a hipótese
inicial de que não existe diferenças significativas entre as temperaturas m
áximas
mensais, já que essa hipótese tem 97,1% de probabilidade de não ser confirmada.
Teste de Amostras Emparelhadas
,00833
,78214
,22578
-,48861
,50528
,037
11
,971
Média
Inferior
Superior
Diferença
Diferenças Emparelhadas
t
Grau
De
Liberdade
P
Pair 1 Cuiabá
St.
Ant.
Desvi
o
Padrão
Erro
Médio
Padrão
95% Intervalo
De Confiança
75
A maior freqüência de temperaturas para a estação de Cuiabá ocorreu entre as
temperaturas de 32 a 33°C com uma média de 32,6°C e um desvio padrão de 1,62°C
no período estudado, conforme a curva normal da figura 17
abaixo.
A55 Tm(d)Tj0.09187 0 0 -0.o0916o0.0055 T66o91865Tj0.09187.09187 6949 2055 Tm(s)Tj3179187 0 0 -0é3011 2055 Tm(a)Tj0.09187 6
76
FIGURA
18 -
Distribuição da freqüência das temperaturas máximas mensais para a
estação de Santo Antônio
A distribuição das temperaturas máximas mensais para a estação de Santo
Antônio apresentaram também um comportamento de equilíbrio em relação a média
de 32,59°C sem grandes dispersões
durante o período estudado
.
Em geral as temperaturas máximas mensais apresentaram um comportamento
de grande similaridade entre as duas estações meteorológicas, observando um
equilíbrio em
relação
as médias e indicando ainda uma freqüência de temperaturas
máximas maiores para a estação de Santo Antônio com uma média superior a estação
de Cuiabá, podendo ser atribuído a maior nitidez do céu na área de Santo Antônio,
região de car
acterística rural.
4.1.2.
T
emperaturas Mínimas
nas Estações Mete
o
rológicas
Através dos dados das estações meteorológicas de Cuiabá e Santo Antônio
foram selecionadas as médias das temperaturas mínimas de cada mês do período
analisado e suas amplitudes t
érmicas, conforme a tabela número
4
abaixo.
36,0035,00
34,00
33,00
32,0031,00
30,00
29,00
Temperatura ºC
4
3
2
1
0
Frequency
Mean = 32,5917
Std. Dev. = 1,74171
N = 12
Santo Antonio
77
TABELA 4
Temperatura mínima mensal para as estações de Cuiabá e Santo
Antônio
Temperatura Minima Mensal
-
Jul/2005 a Jun/2006
Estações de Cuiabá e Santo Antônio
Meses/ano
Cuiabá
(°C)
Sto.Antônio
(°C)
Am
plitude
(°C)
jul/05
16,8
14,8
2
ago/05
18,6
16,9
1,7
set/05
19,7
19
0,7
out/05
24,1
23,3
0,8
nov/05
24,7
23,4
1,3
dez/05
24,1
23,2
0,9
jan/06
24
23,4
0,6
fev/06
24,1
23,4
0,7
mar/06
24,2
23,7
0,5
abr/06
22,9
22,5
0,4
mai/06
18,1
17
1,1
jun/06
1
9,3
18
1,3
Maior Mn
24,7/nov
23,7/mar
1
Menor Mn
16,8/jul
14,8/jul
2
Maior amplitude
2
,0
jul
Menor amplitude
0,4
a
br
Através do gráfico comparativo da figura
19
observa-se que as médias das
temperaturas mínimas de cada mês analisado apresentam um comportamento
crescente nos meses de outubro (final da estação seca) ao mês de março (estação
úmida) onde a região apresenta maiores temperaturas.
Pelo gráfico observa-se que as médias das temperaturas mínimas de cada mês
foram todas maiores na estação de Cuiabá caracterizada como uma área urbana. A
estação de Santo Antônio mostrou um comportamento mais ameno em relação a
média das temperaturas mínimas dos meses analisados.
Segundo SOUZA (1996) a formação de uma ilha de calor pode ser atribuída
a ocorrência de maior temperatura mínima na cidade, como o constatado em Cuiabá,
indicando a menor capacidade de emissão de ondas longas para o espaço
.
A
emissão
de ondas longas no espaço fica mais caracterizada no
período
noturno, onde o balanço de energia e
ncontra
-se negativo e onde ocorrem as
temperaturas
mínimas,
mostrando, segundo SOUZA (1996) a
importância
das
medições feitas no período noturno.
78
Temperatura Mínima - Média Mensal
10
12
14
16
18
20
22
24
26
jul/05
ago
set
out
nov dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun/06
Mês
Temperatura (°C)
Cuiabá
Santo Antônio
FIGURA
19
-
Gráfico das Temperaturas Mínimas Mensais para Cuiabá e Santo
Antônio
A maior
79
TABELA
5 -
Dados obtidos no cálculo do teste T pareado para as temperaturas
mínimas
Através da
s
figura
s
20 e 21
observa
-
se que a média das temperaturas mínimas
mensais para a estação de Cuiabá foi de 21,71°C, com um desvio padrão de 2,94 °C
,
sendo
superior
à média encontrada para a cidade de Santo Antônio de 20,71°C e um
desvio padrão de 3,30°C. A diferença entre as médias chegou a um valor de 0,99°C
de acréscimo para a estação de Cuiabá.
FIGURA 2
0 -
Distribuição da freqüência das temperaturas
mínimas
mensais para a
estação de
Cuiabá
As maiores freqüências de temperaturas para a estação de Cuiabá, ficaram
entre 24 a 25°C, enquanto que para Santo Antônio foi encontrado para os valores
entre 22 a 24°C, mostrando assim uma maior freqüência de
maiores
temperaturas
mínimas mensais para Cuiabá, podendo ser atribuída a retenção de energia solar pela
área urbana, sendo dissipada no período noturno, constatando o indício de
ilha
de
1,00000
,49360
,14249
,68638
1,31362
7,018
11
,000
Cuiabá
Sant.
Pair 1
t
P
Teste de Amostras Emparelhadas
Diferenças Emparelhadas
95% Intervalo
De Confiança
Diferença
Err
o
Médio
Padrão
Desvio
Padrão
Média
Inferior
Superior
Grau
De
Liberdade
26,00
24,00
22,0020,0018,00
16,00
Temperatura ]C
6
5
4
3
2
1
0
Frequency
Mean = 21,7167
Std. Dev. = 2,94798
N = 12
Cuiabá
80
calor
e mostrando a influência da cidade no clima urbano e a importância dos
estudos microclimáticos.
FIGURA 2
1 -
Distribuição da freqüência das temperaturas mínimas mensais para a
estação de Santo Antônio
Os gráficos que apresentam a freqüência das temperaturas mínimas para as
duas estações meteorológicas, mostram uma dispersão em torno da média, com
desvios padrão superiores aos encontrados nas temperaturas máximas, isso pode ser
explicado pela ausência da radiação direta durante o período noturno, onde se
encontram as temperaturas mínimas, que as mudanças de temperatura no período
diurno
obedecem ao
fluxo de radiação solar.
4.1
.
3.
T
emperaturas Médias
nas Estações
Meteorológicas
Com os dados coletados das estações meteorológicas confeccionou-
se
a
tabela
de número 6, apresentando dados de temperaturas médias para o período de
julho de 2005 a junho de 2006 e suas amplitudes térmicas.
24,00
22,0020,00
18,00
16,00
14,00
Temperatura ºC
7
6
5
4
3
2
1
0
Frequency
Mean = 20,7167
Std. Dev. = 3,30615
N = 12
Santo Antonio
81
TABELA
6 -
Temperatura média mensal para as estações de Cuiabá e Santo Antônio
Temper
atura Média Compensada
-
Jul/2005 a
Jun/2006 Estações de Cuiabá e Santo Antônio
Meses/ano
Cuiabá
(°C)
Sto.Antônio
(°C)
Amplitude
(°C)
jul/05
23,7
21,1
2,6
ago/05
26,4
25,1
1,3
set/05
25,8
24,5
1,3
out/05
28,3
27,7
0,6
nov/05
27,9
27,3
0,6
dez/05
27,7
27,1
0,6
jan/06
27,2
27,1
0,1
fev/06
27
26,9
0,1
mar/06
27
26,1
0,9
abr/06
25,9
26,6
-
0,7
mai/06
22,9
22,1
0,8
jun/06
24,8
23,9
0,9
Meses/ano
Cuiabá
(°C)
Sto.Antônio
(°C)
Amplitude
(°C)
Maior Mn
28,3
/
out.
27,7
/
out
0,6
Menor Mn
22,9/maio
21,1
/jul
1,8
Maior
amplitude
2,6 –
jul
Menor
amplitude
0,
1 –
abr
e fev
Observa-se que apenas no mês de abril a temperatura média mensal para
Cuiabá superou as encontradas em Santo Antônio.
A maior diferença térmica encontrada foi no mês de julho, onde Cuiabá
obteve um acréscimo de 2,6°C em relação a Santo Antônio. Esse mês é caracteriza
do
como período da seca, onde as pesquisas
aponta
m maiores diferenças de temperatura
entre uma área urbana e rural.
A menor diferença entre as temperaturas médias mensais ficou para os meses
de abril e fevereiro, estação úmida com grande estratificação do ar pela instabilidade
trazida pelas precipitações do período.
82
Temperatura dia Mensal Compensada
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
j
ul
/
05
a
g
o
/05
s
e
t/
0
5
o
u
t/
05
nov/05
dez
/
05
jan/06
fe
v
/
06
mar/06
a
br/
0
6
mai/06
j
u
n/
0
6
Mês
Temperatura (°C)
Cuiabá
Santo Antônio
FIGURA
22 –
Gráfico das Temperaturas Médias Mensais Compensada para Cuiabá
e Santo Antônio
Atravé
s do teste T pareado, a um nível de significância de 5%, observou-
se
que
existem diferenças significativas entre o comportamento das temperaturas
médias mensais
para
as duas estações meteorológicas, já que foi encontrado um
valor
de t igual a 3,272, correspondendo a uma
probabilidade
de 0,007, ou seja,
aceita
-se a
hipótese inicial de que existe diferença entre os dados, pois, o erro para essa
afirmação seria apenas de apenas 0,7%.
TABELA
7 -
Dados obtidos no cálculo do teste T pareado para as temperaturas
médias
A média encontrada para a estação de Cuiabá foi de 26,216°C com um desvio
padrão de 1,68°C. Para Santo Antônio a média foi inferior, chegando a um valor de
25,458°C com um desvio padrão de 2,16°C, caracterizando uma diferença entre as
médias de 0,758°C de acréscimo para a estação de Cuiabá.
,75833
,80279 ,23175
,24827
1,26840
3,272
11
,007
Cuiabá
-
St. Antônio
t
Teste de Amostras Emparelhadas
Diferenças Emparelhadas
Média
Desvio
Padrão
Erro
Médio
Padrão
95
% Intervalo
De Confiança
Diferença
Inferior
Superior
P
Grau
De
Liberdade
83
FIGURA 2
3 -
Distribuição da freqüência das temperaturas
médias
mensais para a
estação de
Cuiabá
A maior freqüência de temperatura para a estação de Cuiabá ficou entre 27 e
28°C semelhante ao encontrado na estação de Santo Antônio, mostrando que as
maiores diferença ainda estão para as temperaturas mínimas detectadas no período
noturno.
FIGURA 2
4 -
Distribuição da freqüência das temperaturas
médias mensais
para a estação de Santo Antônio
O comportamento das freqüências das temperaturas médias mensais para
Cuiabá e Santo Antônio apresentaram variações em relação a média, já que essas
temperaturas
sofrem
a
influ
ê
ncia
do
desequilíb
rio
do
comportamento
das
29,00
28,00
27,0026,0025,00
24,00
23,0022,00
Temperatura ºC
5
4
3
2
1
0
Frequency
Mean = 26,2167
Std. Dev. = 1,6846
N = 12
Cuiabá
28,0027,0026,0025,0024,0023,0022,0021,00
Temperatura ºC
4
3
2
1
0
Frequency
Mean = 25,4583
Std. Dev. = 2,16058
N = 12
Santo Antonio
84
temperaturas mínimas.
4.1.4.
Umidade Relativa
nas Estações Mete
o
rológicas
Através dos dados coletados nas estações de Cuiabá e Santo Antônio foi
confeccionada a ta
bela
8 que apresenta
a umidade média mensal das dua
s estaç
ões no
período estudado e mostra ainda a diferença entre as umidades relativas do ar entre
as estações
meteorológicas.
TABELA
8 -
Umidade Média mensal para as estações de Cuiabá e Santo Antônio
Umidade Média Mensal Jul/2005 a jun/2006
Estações de Cu
iabá e Santo Antônio
Meses/ano
Cuiabá
(%)
Sto.Antônio
(%)
Diferença
(%)
jul/05
61
63
-2
ago/05
53
49
4
set/05
63
64
-1
out/05
69
70
-1
nov/05
72
77
-5
dez/05
76
79
-3
jan/06
79
83
-4
fev/06
82
84
-2
mar/06
84
85
-1
abr/06
82
84
-2
mai/06
73
79
-6
jun/06
67
75
-8
Maior Umi.
84/mar
85/mar
1,0
Menor Umi.
53/agosto
49/agosto
4,0
Maior diferença
8,0
-
junho
Menor
diferença
1,0
-
set, out
e março
Constata
-se que a maior umidade relativa do ar encontrada para as duas
estações meteorológicas foi detectada no mês de março, estação úmida. A estação de
Cuiabá obteve para esse mês uma umidade relativa do ar de 84% e a estação de
Santo Antônio ficou com 85% de umidade.
A menor umidade relativa do ar para as duas estações foi encontrada no mês
de agosto, período de seca na região. A estação de Santo Antônio obteve 49% de
umidade relativa do ar enquanto que Cuiabá
ob
teve uma umidade maior, com 53%
também no mês de agosto.
85
A menor umidade encontrada foi obtida na estação de Santo Antônio, esse
fato con
stituiu
-se isoladamente, já que em outros meses da análise
as
umidade
s
encontradas foram
superiores as obtidas na estação de Cuiabá.
A maior diferença entre a umidade relativa do ar mensal foi encontrada no
mês de junho, com um acréscimo de 8% de umidade para a estação de Santo
Antônio.
O fato da estação de Santo Antônio obter uma seqüência maior de meses com
umidades médias m
aiores
esligado a maior quantidade de área verde que retém a
umidade das chuvas, que tem um coeficiente de escoamento menor que áreas
urbanas. Além disso, o efeito da evapotranspiração também contribui para manter o
ar adjacente as superfícies com maior umidade.
Umidade Relativa - Méida Mensal
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
jul/05
ago
set
out
nov dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun/06
Mês
Umidade Relativa (% )
Cuiabá
Santo Antônio
FIGURA
25 –
Gráfico das Umidades Médias Mensais para Cuiabá e Santo Antônio
O gráfico da figura 25 demonstra claramente a queda na umidade relativa do
ar no mês de agosto, estação seca, e as maiores umidades encontradas na estação de
Santo Antonio, caracterizada como área rural em relação
à
estação de Cuiabá.
4.1
.
5.
Precipitações Médias Mensais
nas Estações Mete
or
oló
gicas
Através dos dados obtidos nas estações meteorológicas de Cuiabá e Santo
Antônio criou
-
se a tabela
de número
9,
onde estão
as precipitações médias dos meses
analisados
,
apresentados em forma de altura
(
milímetros no mês
).
86
TABELA
9 –
Precipitação méd
ia mensal para as estações de Cuiabá e Santo Antônio
Precipitação Média Mensal Jul/2005 a jun/2006
Estações de Cuiabá e Santo Antônio
Meses/ano
Cuiabá
(mm)
Sto.Antônio
(mm)
Diferença
(mm)
jul/05
0
0,4
-
0,4
ago/05
1
7,1
-
6,1
set/05
43,3
73
-
29,7
o
ut/05
121,4
134,9
-
13,5
nov/05
90,5
99,3
-
8,8
dez/05
104,1
164,3
-
60,2
jan/06
152,9
182,1
-
29,2
fev/06
355,5
177,1
178,4
mar/06
273,1
229,8
43,3
abr/06
154,7
178,5
-
23,8
mai/06
12,5
11,6
0,9
jun/06
4,1
0
4,1
Maior Prec.
355,5/fev.
229,8/mar.
125,7
Menor Prec.
0 / ju.l
0 / jun.
0
Maior
diferença
178,4/feve.
Menor
diferença
0,4 / julho
A maior precipitação encontrada para a estação de Cuiabá foi de 355,5mm
em fevereiro, estação úmida. Em Santo Antônio obteve-se uma precipitação de
229,8mm
no mês de março, estação úmida. A diferença foi de 125,7mm de
precipitação mensal acrescida para Cuiabá. Esse fato demonstra que Cuiabá possuiu
o maior pico entre as precipitações mensais mostrando que é válida a preocupação de
MONTEIRO & MENDONÇA (
2003
)
em relação à intensificação dos sinistros
causados pela influ
ê
ncia do clima nas cidades.
87
Precipitação Mensal
0
50
100
150
200
250
300
350
400
jul/05
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun/06
Mês
Precipitação (mm)
Cuiabá
Santo Antônio
FIGURA
26 –
Gráfico das Precipitações Médias Mensais para Cuiabá e Santo
Antônio
Através da figura 26 observa-se que as duas estações meteorológicas
obtiveram
as
menores precipitações nos meses de junho, julho, agosto e setembro
onde a estação seca se mostra com maior clareza.
Em geral a estação de Santo Antônio apresentou uma seqüência de
precipitações superiores à estação de Cuiabá. Esse fato pode estar ligad
o
à relação
entre as áreas verdes e a precipitação. Essa observação pode indicar também uma
maior estabilidade nas precipitações, que Cuiabá apresentou maiores picos de
precipit
ações entre os meses analisados, o que é um problema nas grandes cidades.
88
4.2.
INFLUÊNCIA DA MORFOLOGIA URBANA NO
MICROCLIMA DO CAMPUS
DA UFMT
4.2.1. Apresentação
dos
P
ontos
do
Transecto
no
C
ampus da
UFMT
FIGURA 2
7 -
Foto dos dezesseis pontos medidos no campus da UFMT
Os pontos de mediç
ões
escolhidos com a maior variação possível de
conformação urbana, conforme a figura 27
,
foram
dispostos em linhas partindo
do
ponto 1 na estação meteorológica da UFMT até o ponto 16 localizado no bosque de
caminhada, conforme figura
acima
.
4.2.
2.
Análise das
Car
acterísticas
da
conformação
dos Pontos Estudados
Os pontos foram analisados conforme suas características
morfológicas,
encontrando
-
se os seguinte
s
resultados:
89
Ponto 01
O Ponto de número 1 está localizado na estação meteorológica da UFMT.
Nesse ponto o solo é coberto por uma vegetação rasteira (grama), conforme a figura
de número 2
8
abaixo.
FIGURA
28 -
Características do Ponto 1
Nesse ponto não existe
obstruções do céu
, já que não
nenhuma projeção
de
construções vizinhas ou vegetação sobre o plano horizontal onde está localizado o
ponto. Isso implica diretamente na facilidade de dissipação da energia acumulada na
superfície.
O primeiro ponto está localizado a aproximadamente 30 metros da
Avenida
do Moinho de grande fluxo de veículos,
que
separa
o campus da UFMT do bairro
Jardim Itália. A ventilação nesse ponto é de fácil acesso, sem obstruções de
edificações ou vegetações.
Ponto 02
O ponto 02 caracteriza
-se por estar inserido em um pavimento rígido (calçada
de concreto), distante apenas 50 cm de uma edificação e 10 metros de outra,
separadas por um pavimento flexível
do tipo PMF
(Pré
-
misturado a frio)
, conforme a
figura de número
29
abaixo
.
FIGURA
29
-
Características do Ponto 2
90
Esse ponto loca
liza
-se entre duas edificações possui p
ouco
acesso de
ventilação e de grande obstrução para a dissipação da energia disponível no
pavimento rígido para o céu além de impedir a total insolação durante o período
diurno.
Ponto 03
O terceiro ponto está localizado em um estacionamento e caracteri
za
-se por
estar inserido em um pavimento flexível do tipo pré-misturado a frio, conforme a
figura
abaixo
.
FIGURA
30 -
Características do Ponto 3
O ponto de número 3 possui um canteiro central com uma vegetação de
espécies lenhosas.
Nesse ponto a obs
trução para a dissipação da energia acumulada na superfície
é feita apenas pela vegetação do canteiro central.
Ponto 04
O ponto 04 está localizado no Zoológico do Campus, conforme a figura de
número
3
1
abaixo
.
FIGURA
31 -
Características do Ponto 4
91
As características do ponto 04 são opostas aos pontos antecedentes, pois
trata
-se de uma superfície de solo nu (solo areno-argiloso) com grande obstrução
para a dissipação da energia acumulada na superfície, pois está inserido em um local
com vegetação de grande porte (espécies lenhosas). Existe ainda a presença de
superfície de água (piscina de animais) a 15 metros
de distancia.
Ponto 05
O quinto ponto está localizado no centro de uma pista com pavimento
flexível do tipo PMF
, conforme figura abaixo
.
FIGURA
32 -
Características do Ponto 5
Esse ponto dista 40 metros da Rua 01 que separa o campus do bairro Boa
Esperança.
O ponto 05 está localizado entre duas edificações (7,00 metros de
distancia de
cada construção
) e possui grande obstrução da vent
ilação.
A
obstrução contribui para
diminuir a insolação durante o dia. Apenas o aspecto de ventilação é dificultado pela
vegetação que envolve o ponto estudado.
Ponto 06
O
sexto
ponto está localizado em um pavimento flexível do tipo pré-
misturado a fri
o
,
como pode ser visto na figura
abaixo
.
FIGURA
33 -
Características do Ponto 6
92
Trata
-se do estacionamento do Teatro da UFMT. Essa área não possui
obstrução para a dissipação do calor acumulado na superfície do pavimento e
também para a recepção da insolação durante o dia. Em seu entorno localiza-se uma
vegetação rala e nativa do tipo serrado e o Teatro da UFMT.
Ponto 07
O sétimo ponto está localizado em um calçamento de concreto ás margens da
lagoa do Zoológico, próximo ao Restaurante Universitári
o
, conforme a figura
abaixo
.
FIGURA
34 -
Características do Ponto 7
Trata
-se de um ponto sem obstrução da dissipação da energia da superfície e
também de total acesso da insolação.
Ponto 08
O oitavo ponto está localizado no campo de futebo
a
93
FIGURA
36 -
Características do Ponto 9
A superfície do ponto 9 é coberta por vegetações nativas do tipo rasteira. O
ponto é encoberto por espécies lenhosas espaçadas, permitindo a passagem da
ventilação, com pouca obstrução da insolação e da dissipação do calor acumulado na
superfície.
P
onto 10
O décimo ponto localiza-se próximo a
Rua
01 que separa o bairro Boa
Esperança do campus. A superfície é de solo nu, formada por um material
mesclado
com argila, areia e pedregulho
, conforme a figura
3
7
abaixo
.
FIGURA
37 -
Características do Ponto 10
O ponto de número 10 está próximo ao bloco de cultura do campus. Não
existe obstrução da passagem da radiação solar e também da dissipação do calor
acumulado no solo nu.
Ponto 11
O décimo primeiro ponto localiza-se no bosque utilizado para caminhadas no
campus. O ponto está inserido sobre um calçamento que serve para caminhadas
,
como pode ser visto na figura abaixo
.
94
FIGURA
3
8 -
Características do Ponto 11
Nesse ponto
encontram
-
se
espécies de vegetações lenhosas de grande por
te,
além de uma vegetação nativa rasteira. O ponto possui a total obstrução da radiação
direta do sol e também da dissipação do calor acumulado no calçamento.
A ventilação possui acesso restrito, acontecendo com maior facilidade na
direção noroeste.
Ponto 12
O décimo segundo ponto está localizado em um pequeno bosque formado
por
vegetação de espécies lenhosas. Esse ponto está a uma distancia de 20 metros da
avenida principal do campus
, conforme a figura
39
abaixo
.
FIGURA
39
-
Características do Ponto 12
Nesse ponto as árvores estão espaçadas em um solo coberto por vegetaç
ão
rala e nativa, onde acontece a obstrução da insolação e também a dificuldade da
dissipação do calor da superfície estudada.
Ponto 13
O décimo terceiro ponto está localizado em um estacionamento, como pode
ser visto na figura de número
40
abaixo
.
95
F
IGURA
40 -
Características do Ponto 13.
Esse ponto encontra-se em um pavimento rígido do tipo concreto e está
próximo a Rua 01 do bairro Boa Esperança. Nesse ponto não existem dificuldades
para a insolação bem como para a dissipação do calor acumulado no
pavimento.
Ponto 14
O décimo quarto ponto está localizado em uma via
pavimentada
, conforme a
figura de número
41
abaixo
.
FIGURA
41 -
Características do Ponto 14
A via é confeccionada com pavimento flexível (PMF) e encontra-se entre
dois canteiros
com vegetação de espécies lenhosas.
Ponto 15
O décimo quinto ponto encontra-se nas proximidades do parque aquático do
campus. Esse ponto está inserido em um pavimento de concreto com canteiros de
árvores isoladas e espaçadas
, como pode ser visto na figu
ra abaixo
.
96
FIGURA
42 -
Características do Ponto 15
-
A insolação e a dissipação do calor da superfície são facilitadas, que não
existem obstruções do céu nesse ponto
.
Ponto 16
O décimo sexto ponto encontra-se no início da rota de caminhada do camp
us,
nas proximidades da Avenida Fernando Corrêa da Costa. Nesse ponto encontram-
se
espécies de vegetação rasteiras e nativas, bem como espécies lenhosas de grande e
pequeno porte
, conforme a figura de número
4
3
abaixo
.
FIGURA
43 -
Características do Pont
o 16.
Nesse ponto n
ão
existem
tota
is
condições para a penetração da ventilação,
que o bosque é formado por espécies de tamanhos diferentes, dificultando a
penetração da ventilaç
ão
.
4.2.
3.
Estudo Microclimático na
Estação Seca
4.2.
3
.1
.
Período
da Man
: Seca
Através das medidas móveis realizadas com a utilização de um termo-
higro
-
anemômetro no Campus da UFMT percorrendo os dezesseis pontos, foram coletados
valores de temperatura e umidade relativa do ar para o período da seca no período da
97
manhã
. Estas medições foram realizadas a partir das 6:30 para verificar o
comportamento dos pontos em relação a temperatura e a umidade relativa do ar com
o aumento da radiação solar.
Os horários para cada ponto de medições estão disponíveis no apêndice I.
TA
BELA
10
-
Temperaturas no período da manhã medidas na estação seca
Temperaturas no Período da Manhã (° C)
-
Estação Seca
Pontos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Dia 5
Média
Máximo
Mínimo
1
24,2
23,6
27,2
23,7
21,2
24,0
27,2
21,2
2
23,4
24,3
27,2
24,3
21,4
24,1
27,2
21,4
3
23,6
25,0
27,0
25,3
23,3
24,8
27,0
23,3
4
22,8
24,4
26,6
25,2
22,5
24,3
26,6
22,5
5
23,3
25,5
27,2
25,5
22,3
24,8
27,2
22,3
6
23,4
25,1
28,1
25,5
24,3
25,3
28,1
23,4
7
23,8
25,7
27,6
26,5
24,7
25,7
27,6
23,8
8
24,0
25,2
28,0
24,1
24,0
25
,1
28,0
24,0
9
24,3
25,6
28,5
25,2
24,5
25,6
28,5
24,3
10
24,8
25,8
28,6
25,3
25,0
25,9
28,6
24,8
11
24,0
26,3
27,0
24,4
22,6
24,9
27,0
22,6
12
24,2
26,2
28,6
24,4
22,8
25,2
28,6
22,8
13
26,5
26,7
29,7
24,5
25,2
26,5
29,7
24,5
14
26,2
26,3
29,1
26,0
23,0
26,1
29,1
23,0
15
25,2
27,0
30,7
25,0
23,4
26,3
30,7
23,4
16
25,4
26,9
30,5
25,5
25,6
26,8
30,5
25,4
Máximo
26,5
27,0
30,7
26,5
25,6
Mínimo
22,8
23,6
26,6
23,7
21,2
Diferença
3,7
3,4
4,1
2,8
4,4
TABELA
11
-
Umidades no período da man
hã medidas na estação seca
Umidades no Período da Manhã (%)
-
Estação Seca
Pontos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Dia 5
Média
Máximo
Mínimo
1
75,6
88,0
72,1
81,5
80,3
79,5
88,0
72,1
2
82,1
83,4
70,8
78,5
76,2
78,2
83,4
70,8
3
83,7
82,5
71,8
75,6
74,8
77,7
83,
7
71,8
4
86,3
88,6
73,2
80,8
81,4
82,1
88,6
73,2
5
81,9
81,8
67,7
76,4
72,8
76,1
81,9
67,7
6
80,6
80,3
68,5
77,4
71,6
75,7
80,6
68,5
7
81,0
80,7
68,7
75,9
68,5
75,0
81,0
68,5
8
79,3
82,3
70,0
82,4
72,4
77,3
82,4
70,0
9
77,3
78,8
67,9
79,3
76,0
75,9
7
9,3
67,9
10
77,5
77,3
66,7
78,3
72,0
74,4
78,3
66,7
11
77,3
77,1
73,4
80,1
73,0
76,2
80,1
73,0
12
76,7
75,8
67,8
81,2
74,7
75,2
81,2
67,8
13
71,0
74,8
66,0
79,2
69,2
72,0
79,2
66,0
14
67,5
74,6
64,8
77,2
70,8
71,0
77,2
64,8
15
67,3
74,3
61,5
80,1
72,
0
71,0
80,1
61,5
16
67,9
70,5
61,8
77,3
67,0
68,9
77,3
61,8
Máximo
86,3
88,6
73,4
82,4
81,4
Mínimo
67,3
70,5
61,5
75,6
67,0
Diferença
19,0
18,1
11,9
6,8
14,4
98
4.2.3.1.1.
Temperatura Máxima e Mínima na estação seca no período da manhã
O gráfico da temperatura máxima e mínima na estação seca feita no período
da manhã mostra claramente a evolução da temperatura do ar com o avanço da
s
medi
ções, conforme a figura mero 44 abaixo. Esse fato ocorre concomitantemente
com o aumento do balanço de energia global nos pontos pela maior incidência da
radiação solar ao passar do tempo.
Temperatura xima e Mínima - Estação Seca - Peodo da Manhã
20,0
21,0
22,0
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
Ponto
temperatura
(ºC)
Máximo
Mínimo
FIGURA
44 -
Gráfico da temperatura máxima e mínima na estação seca feita
no período da manhã.
A maior temperatura máxima ocorreu no ponto 15, inserido em um
pavimento rígido do tipo concreto, com uma temperatura de 30,7°C. Já a menor
temperatura máxima encontrada foi no ponto 4 com 26,6 °C, caracterizado por um
solo nu, próximo á superfícies d’água e com árvores de pequeno porte em seu
entorno.
Observa
-se que, mesmo com a progressão da temperatura, devido o crescente
acesso solar, ocorreram decréscimo de temperatura máxima nas áreas vegetadas,
mostrando a importância das áreas verdes na conformação urbana.
Considerando
a seqüência dos pontos para se obter uma menor interferência
do tempo das medições nas temperaturas, pode-se verificar a influência da
morfologia urbana na temperatura m
áxima
no período da manhã através da maior
diferença térmica na passagem do ponto 10, com 28,6°C, para o ponto 11 com uma
temperatura de 27°C, representando um decréscimo de 1,6°C. Isso deve-
se ao fato de
99
que o ponto 10 representa um ambiente próximo a edificações e sobre um solo nu e o
ponto 11 está dentro de um bosque com diferentes espéc
ies de vegetação.
A menor temperatura mínima foi encontrada no ponto 1 com 21,2°C,
podendo ser conseqüência de estar no início das medições, onde a incidência da
radiação solar nesse período é menor que no período do último ponto da medição, o
ponto
16
, que representa consequentemente a maior temperatura mínima encontrada,
com 25,4°C, para uma diferença de 67 minutos entre
a medição d
o primeiro ponto.
Mesmo com a progressão da intensidade da radiação solar pode-se observar
que ocorreu uma maior
diferença
térmica
(analisando na seqüência dos pontos) com
o decréscimo de 2,2°C do ponto 10 (sem vegetação) para o ponto 11 (superfície
vegetada)
. Esse valor representa um maior conforto para regiões que passam por um
rigor climático por longo
período do ano, como
é o caso da cidade de Cuiabá.
4.2.3.1.2.
Umidade Máxima e Mínima na estação seca no período da manhã
O gráfico apresentado na figura de número 45 abaixo onde mostra a umidade
relativa do ar máxima e mínima no período da manhã
indica
uma tendência de
dec
réscimo ao passar do tempo das medições, isso representa um reflexo do aumento
da temperatura do ar que eleva a capacidade de acúmulo do vapor d’água e diminui
os va
lore
s
medidos da umidade
.
Umidade xima e nima - Estação Seca - Peodo
da Manhã
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11
12 13 14 15 16
ponto
umidade (%)
Máximo
Mínimo
FIGU
RA 45 -
Gráficos da umidade máxima e mínima do ar na estação seca no
período da manhã.
100
Mesmo com o aumento da radiação solar a partir da primeira medição a
maior umidade relativa máxima do ar foi encontrada no ponto 4 (zoológico), com
88,6%. Esse fato comprova a eficiência da vegetação e das superfícies d’água
como
mecanismo para elevar a umidade do ar nas grandes cidades através da
evapotranspiração, o que não ocorre em áreas com grande densidade construída, sem
vegetação.
A menor umidade máxima encontrada corresponde ao ponto 14 com 77,2%,
mostrando pouca diferença entre os pontos com área vegetada e área construída com
o aumento da radiação solar ao passar do tempo das medições.
A menor umidade relativa mínima foi encontrada no ponto 15, com 61,5 %
de umidade, caracterizada por ser uma região de pavimento rígido do tipo concreto.
Esse valor não pode ser considerado como influência da morfologia do terreno, já
que ele possui apenas 0,8% de umidade para o próximo ponto com área vegetada e
ambos sofrem influência da radiação sola
r.
Através dos resultados dos úl
timos pontos chega
-
se a conclusão de que com a
maior incidência da radiação solar as diferenças entre os pontos diminuem, mesmo
sendo pontos com características diferentes.
4.2.3.1.
3.
Umidade e Temperatura Média na estação seca no período da manhã
O gráfico da temperatura e umidade média do ar da figura 46 mostra o
acréscimo da temperatura e o decréscimo da umidade relativa do ar com o passar do
tempo das medições. Esse comportamento inverso das variáveis climáticas está
relacionado com o aumento da radiação solar e consequentemente da temperatura
disponibilizando maior volume de ar para s
er preenchido pelo vapor d’água.
101
Temperatura e Umidade Média - Estação Seca - Peodo Matutino
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11 12
13 14 15 16
Ponto
temperatura (ºC)
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
FIGURA
46 -
Gráfico da temperatura e umidade média do ar na estação seca no
período da manhã
A maior umidade relativa do ar média foi encontrada no ponto 4 (zoológico),
apresentando 82,1% de umidade média, com uma diferença de 6% para o ponto 5,
constituído de pavimento flexível, com alta impermeabilização e absorção de calor
devido ao seu albedo. Essa diferença térmica foi a maior encontrada quando se
analisa
os pontos em seqüência. Esse fato mostrando que a eficiência da
evapotranspiração das áreas vegetadas e com superfície d’água pode ser utilizada nas
áreas urbanas para amenizar o rigor climático das cidades.
A menor umidade relativa do ar média foi obtida no ponto 16, com 68,9 %,
mostrando novamente que a eficiência das áreas verdes urbanas diminuem com o
aumento da radiação solar e do balanço de energia global, podendo ganhar maior
eficiência com uma menor radiação solar ou
sem a sua presença (período noturno).
Ao analisar o gráfico da temperatura média do ar observa-se que o ponto 1
obteve o menor valor (24°C), e o maior valor foi para o ponto 16 com 26,8°C,
representando respectivamente o primeiro e o último ponto de medição, com
diferença maiores de tempo e consequentemente de radiação solar.
A maior diferença térmica na seqüência dos pontos foi encontrada analisando
os pontos 12 (área vegetada com 25,2°C) e 13 (área de solo nu próximo a áreas
construídas, com 26,5°C). A diferença térmica mostrou um acréscimo de 2,3°C da
área vegetada (ponto 12) para a área com densidade construída (ponto 13),
comprovando a eficiência da vegetação para amenizar o calor nas cidades
.
102
4.2.3.1.
4.
Temperatura e Umidade Média para os cinco dias no período da manhã
na
estação seca
As medições das temperaturas e umidade relativa do ar feitas no período da
manhã na estação seca corresponderam aos dias 21, 22,
23,
24 e 25 do mês de
setembro
de 2006
.
FIGURA
47 -
Gráfi
co da temperatura e umidade média para os cinco dias medidos
na estação seca no período da manhã
Através do gráfico da figura
47
observa
-se que o terceiro dia de medições (23
de setembro) obteve em média as maiores temperaturas do ar e consequentemente a
s
menores umidades relativas do ar.
Vale salientar ainda que as temperaturas mínimas e máximas dos pontos
corresponderam respectivamente aos dias de menores e maiores temperaturas do ar.
4.2.3
.2
.
Períod
o
Noturno: Seca
As medições de temperatura e umidade relativa do ar feitas no período
noturno estão apresentadas conforme os dias de medições mostrando seus valores
mínimo, máximo e médio. As medições foram feitas após o pôr-
do
-sol e o temp
o
percorrido está apresentado no apêndice
I
.
Temperatura e Umidade Média Para os cinco dias no Período Matutino
-
Estação Seca
24,3
25,6
28,2
25,0
23,5
77,1
79,4
68,3
78,8
73,3
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4 Dia 5
dia
temperatura (ºC)
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
103
TABELA
12
-
Valore
s de temperatura do ar para o período noturno na estação seca
Temperaturas no Período Noturno (°C)
-
Estação Seca
Pontos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Dia 5
Média
Máximo
Mínimo
1
28,3
30,0
28,1
26,2
31,0
28,7
31,0
26,2
2
28,4
30,2
28,1
26,8
31,6
29,0
31,6
26
,8
3
28,3
30,7
28,8
26,9
31,6
29,3
31,6
26,9
4
27,8
29,2
27,9
26,0
30,0
28,2
30,0
26,0
5
28,3
30,2
28,8
26,5
31,2
29,0
31,2
26,5
6
28,3
30,3
29,2
26,1
31,3
29,0
31,3
26,1
7
28,4
30,3
28,2
26,1
30,3
28,7
30,3
26,1
8
27,5
28,7
27,5
25,8
30,2
27,9
30,2
25,8
9
28,0
29,0
25,8
26,1
30,6
27,9
30,6
25,8
10
28,2
29,8
27,9
25,9
30,7
28,5
30,7
25,9
11
27,0
29,4
28,4
26,0
30,6
28,3
30,6
26,0
12
28,5
29,6
28,3
25,9
30,6
28,6
30,6
25,9
13
28,9
30,2
29,5
26,6
30,6
29,2
30,6
26,6
14
28,6
30,2
28,8
27,7
30,6
29,
2
30,6
27,7
15
28,4
29,7
28,6
26,5
30,8
28,8
30,8
26,5
16
27,1
28,9
28,8
26,5
30,4
28,3
30,4
26,5
Máximo
28,9
30,7
29,5
27,7
31,6
Mínimo
27,0
28,7
25,8
25,8
30,0
Diferença
1,9
2,0
3,7
1,9
1,6
TABELA
13
-
Valores de umidade relativa do ar
para o período noturno na estação
seca
Umidade no Período Noturno (%)
-
Estação Seca
Pontos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Dia 5
Média
Máximo
Mínimo
1
64,5
59,4
63,2
74,3
57,3
63,7
74,3
57,3
2
63,8
58,1
60,2
72,3
55,8
62,0
72,3
55,8
3
64,5
58,8
60,0
72,9
55,
8
62,4
72,9
55,8
4
66,3
63,9
66,7
75,0
58,5
66,1
75,0
58,5
5
64,0
58,8
61,8
72,5
56,1
62,6
72,5
56,1
6
64,1
57,6
59,4
73,5
56,4
62,2
73,5
56,4
7
63,5
62,5
58,3
76,2
57,0
63,5
76,2
57,0
8
67,9
64,8
64,0
74,1
59,1
66,0
74,1
59,1
9
69,2
61,7
65,1
72,7
5
9,0
65,5
72,7
59,0
10
65,4
60,5
61,8
72,4
58,3
63,7
72,4
58,3
11
70,0
63,1
62,5
71,8
57,6
65,0
71,8
57,6
12
62,8
58,8
62,0
73,4
58,3
63,1
73,4
58,3
13
62,3
58,2
63,5
72,5
57,0
62,7
72,5
57,0
14
64,9
59,2
60,5
71,4
58,2
62,8
71,4
58,2
15
64,5
59,3
61,
9
73,0
58,4
63,4
73,0
58,4
16
70,1
64,2
65,2
73,2
59,8
66,5
73,2
59,8
Máximo
70,1
64,8
66,7
76,2
59,8
Mínimo
62,3
57,6
58,3
71,4
55,8
Diferença
7,8
7,2
8,4
4,8
4,0
104
4.2.3.2.1
.
Temperatura Máxima e Mínima na estação seca no período noturno
Através do gráfico da figura de mero 48
pode
-se observar que ao contrário
do comportamento crescente da temperatura do ar para o período da manhã, no
período noturno a tendência é ocorrer um decréscimo da temperatura com o passar
do tempo. Esse fato é atribuído à ausência da radiação de ondas
curtas
emitida pelos
raios solares, presente
s no período da manhã.
No período noturno o balanço de energia global tende a ficar negativo, já que
existirá apenas a parcela de radiação de ondas longas. O calor é dissipado pe
las
superf
ícies conforme as propriedades dos materiais que as compõe.
As análises da variação da temperatura conforme a morfologia de cada ponto
torna
-se mais aproximada, que todos os pontos encontram-se em situações
semelhantes em relação ao balanço de energia, podendo variar conforme o passar do
tempo, pois a dissipação da energia absorvida durante o dia pelos materiais é
crescente.
Temperatura xima e Mínima - Estação Seca - Peodo Noturno
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11
12
13 14 15 16
ponto
t
e
m
p
e
r
a
t
u
r
a
(
º
C
)
Máximo
Mínimo
FIGURA
48 -
Gráfico da temperatura máxima e mínima para a estação seca feita no
período noturno
As maiores temperaturas máximas encontradas foram para os pontos 2 e 3
com 31,6°C. O ponto 2 está localizado entre edificações, que diminuem a abobada
celeste do ponto para a dissipação do calor. O ponto 3 localiza-se em um pavimento
flexível do tipo pré
-
misturado a
frio, com uma cor escura com possibilidade de maior
absorção da radiação solar e menor reflexão.
105
As maiores temperaturas máximas para os pontos 2 e 3 poderiam ser
atribuídas ao inicio das medições, com maior energia acumulada. Entretanto a menor
tempera
tura máxima foi encontrada no ponto 4, em seqüência da medição, com a
maior
diferença térmica entre os pontos chegando a um decréscimo de 1,6°C em
relação aos pontos 2 e 3. Esse fato mostra que as características dos pontos
influenciam em seus microclimas,
já que o ponto 4 possui a presença de vegetações e
superfícies d’água em seu entorno.
Observa
-se também através do gráfico o comportamento do ponto 8
localizado em um campo gramado. Nesse ponto foi encontrada a segunda menor
temperatura máxima, com 30,2°C, mostrando a eficiência da vegetação na
amenização da temperatura, mesmo comparando com pontos medidos em períodos
posteriores.
As menores temperaturas do ar no período noturno foram encontradas nos
pontos
8 e 9 (áreas com vegetação), chegando a 25,8°C contra 27,7°C no ponto 14
(estacionamento com pavimento flexível) representando a maior diferença térmica
,
com 1,9°C, mesmo com diferen
ça de 20 minutos ente os pontos 9 e 14.
4.2.3.2.2.
Umidade Máxima e Mínima na estação seca no período noturno
O comportamento da umidade relativa do ar na estação seca observadas no
período noturno mostra o inverso do caminhamento da temperatura. Os valores da
umidade relativa do ar tende a crescer ao passar do tempo devido a diminuição da
energia dissipada e consequentemente do aquecimento do ar próximo as superfícies
estudadas.
A presença da vegetação em áreas urbanas ajuda a reter a umidade e evitar o
escoamento superficial descontrolado feito pelos pavimentos. Com o maior acumulo
de água nas superfícies vegetadas e a transpiração das plantas a camada de ar
próxima
à superfície torna-se mais úmida em relação a superfícies
impermeabilizadas.
Esse fato pode ser constatado através do gráfico da figura de número
49
, que
mostra os pontos 7, 4, 1 e 8 com as maiores umidades no período noturno. O ponto 7
localiza
-se próximo a lagoa do zoológico e os demais pontos são compostos por
vegetações.
106
A maior diferença de umidade
máxima
está entre o ponto 7 (76,2%) e o ponto
14 (71,4%) com 4,8% de decréscimo para o
ponto 7 com pavimen
to flexível
.
FIGURA
49
-
Gráfico da umidade máxima e mínima para a estação seca feita no
período noturno
A menor umidade encontrada foi obtida nos pontos 2 e 3 caracterizados entre
edificações e pavimento flexível respectivamente. Ambos obtiveram 55,8% de
umidade relativa e posteriormente ocorreu um acréscimo de 2,7% para o ponto 4
localizado no zoológico
.
A maior diferença de umidade mínima ocorreu entre os pontos 16 co
m 59,8%
e os pontos 2 e 3 com 55,8% de umidade mínima. A diferença chegou a 4,0% de
acréscimo de umidade relativa do ar para o ponto 16 localização em um bosque.
4.2.3.2.3.
Umidade e Temperatura média na estação seca no período noturno
Analisando os gráficos da figura de mero 50 que apresenta a temperatura e
a umidade media na estação da seca para o perí8 10(.)Tj( )Tj0.09187 0 0 -0.09187 3340 10746 Tm(d)Tj0.09187 6 0 -0.09187 5678 10746 Tm(o)Tj( )Tj0.09187 6531-0.09187 3663 10746 Tm(n)Tj0.09187 660 -0.09187 428 10(.)Tj( )Tj0.09187 071 -0.09187 4089 10746 Tm(t)Tj0.09187 670 -0.09187 2371 10746 Tm(u)Tj0.09187 6866-0.09187 6041 10746 Tm(r)Tj0.09187 0929-0.09187 3663 10746 Tm(n)Tj0.09187 0 03-0.09187 428 10m pavimen
107
Esse fato pode ser observado através das menores temperaturas médias
encontradas nos pontos 8 e 9, 4, 11 e 16
respectivamente
, onde todos caracterizam
-
se
pela presença de vegetação, mostrando a existência da amenização do calor pelas
áreas verdes urbanas, artifício esse que pode ser utilizado nas cidades que
experimentam elevadas temperaturas.
A maior diferença térmica nos valores médios da temperatura foi encontr
ada
entre os pontos 3 (pavimento flexível) com 29,3°C, e os pontos 8 e 9 com 27,9°C. A
diferença chegou a 1,4°C de decréscimo para os pontos 8 e 9 com presença de
vegetação.
Temperatura e Umidade Média - Estação Seca - Período Noturno
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11 12 13
14
15 16
ponto
temperatura (ºC)
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
FIGURA
50 -
Gráfico da umidade e temperatura média para a estação seca feita
no
período noturno
As
m
aior
es
umidades médias do ar encontradas foram obtidas nos pontos 16,
4 e 8 que correspondem a áreas com presença de vegetação. A maior diferença de
umidade relativa do ar média foi de 4,5%,
acontec
endo
entre os pontos 16, com
66,5
% de umidade, e o ponto 2, com 62%, localizado entre duas edificações sobre
um
calçamento de concreto próximo a um pavimento flexível, com grande
impermeabilização.
108
4.2.3.2.4.
Temperatura e Umidade dia para os cinco dias no período noturno na
estação
seca
Através do gráfico da figura de número 51 onde estão apresentadas
a
temperatura e
a
umidade média do ar para os cinco dias no período noturno,
observa
-
se que ocorre um crescimento da umidade com o decréscimo da temperatura.
A maior variação de tem
peratura
ocorrida nas medições no período noturno
na seca correu na passagem do quarto dia (24/setembro), com 26,4°C, para o quinto
dia (25 de setembro), com 30,8°C. Essa mudança representou uma diferença térmica
de 4,4°C, acrescentado para o quinto dia de
medição.
28,1
29,8
28,3
26,4
30,8
65,5
60,6
62,3
73,2
57,7
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
Dia 1
Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5
dia
temperatura (ºC)
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
Temperatura e Umidade Média Para os Cinco Dias - Peodo Noturno - Estação
Seca
FIGURA
51-
Gráfico da temperatura e umidade média para os cinco dias medidos
na estação seca no período noturno
A maior variação da umidade relativa do ar para os cinco dias de medições na
estação seca no p
eríodo noturno teve um comportamen
to
semelhante as resultados da
temperatura, na passagem do dia 4 para do dia 5. A mudança da umidade do dia 4,
com 73,2%, para a umidade do dia 5, com 57,7%, correspondeu a uma variação de
15,5% de decréscimo de umidade para o último dia de medição.
109
4
.2.4.
Estudo Microclimático na Estação Úmida
4.2.
4
.1
.
Período
da Manhã
: Estação Úmida
Para a análise microclimática no campus da UFMT na estação úmida foram
coletadas medidas de umidade relativa e temperatura do ar no período matut
ino,
iniciando
-se as 6 h e
30
min
onde a influência da insolação ainda é menor nas
superfícies.
Estão apresentados abaixo nas tabelas de número 14 e 15 os resultados das
temperaturas e umidade relativa do ar no período da manhã na estação úmida. Os
horários de medições estão a
presentados no apêndice I
.
TABELA
14
Valores das temperaturas para os pontos na estação úmida no período
da manhã
Temperaturas no Período da Manhã (°C)
-
Estação Úmida
Pontos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Média
Máximo
Mínimo
1
27,0
28,6
27,1
28,1
27,7
28
,6
27,0
2
27,4
28,8
27,8
29,8
28,5
29,8
27,4
3
27,5
28,7
25,0
29,2
27,6
29,2
25,0
4
26,6
28,1
27,0
28,3
27,5
28,3
26,6
5
28,1
28,7
27,4
29,8
28,5
29,8
27,4
6
28,2
28,4
28,4
29,6
28,7
29,6
28,2
7
27,7
28,4
29,4
29,4
28,7
29,4
27,7
8
28,0
28,6
28,4
29
,1
28,5
29,1
28,0
9
28,5
29,6
28,9
30,2
29,3
30,2
28,5
10
28,4
29,4
28,6
32,6
29,8
32,6
28,4
11
28,5
29,3
28,7
31,0
29,4
31,0
28,5
12
28,0
29,1
28,5
31,1
29,2
31,1
28,0
13
29,8
29,1
29,7
31,0
29,9
31,0
29,1
14
28,7
28,5
28,6
30,6
29,1
30,6
28,5
15
2
8,2
29,3
29,9
30,7
29,5
30,7
28,2
16
29,9
29,8
30,4
31,8
30,5
31,8
29,8
Máximo
29,9
29,8
30,4
32,6
Mínimo
26,6
28,1
25,0
28,1
Diferença
3,3
1,7
5,4
4,5
110
TABELA
15
Valores das umidades relativas do ar para os pontos na estação úmida
no período da manhã
Umidade no Período da Manhã (%) -
Estação Úmida
Pontos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Média
Máximo
Mínimo
1
67,6
66,3
67,9
64,6
66,6
67,9
64,6
2
64,3
66,2
68,1
59,8
64,6
68,1
59,8
3
66,2
63,6
65,3
61,5
64,2
66,2
61,5
4
69,9
70,7
70,3
6
6,3
69,3
70,7
66,3
5
65,0
65,8
64,9
60,3
64,0
65,8
60,3
6
63,7
63,9
63,4
58,1
62,3
63,9
58,1
7
66,1
64,9
64,8
57,8
63,4
66,1
57,8
8
65,5
67,0
67,0
61,0
65,1
67,0
61,0
9
64,5
60,5
66,5
60,1
62,9
66,5
60,1
10
65,3
63,0
60,8
51,4
60,1
65,3
51,4
11
65,1
64,2
58,6
51,9
60,0
65,1
51,9
12
63,7
63,3
60,2
50,6
59,5
63,7
50,6
13
59,5
60,8
57,4
55,2
58,2
60,8
55,2
14
59,7
61,9
55,5
55,0
58,0
61,9
55,0
15
61,8
63,9
50,5
53,0
57,3
63,9
50,5
16
59,0
60,8
52,9
52,9
56,4
60,8
52,9
Máximo
69,9
70,7
70,3
66,3
Mínimo
59,0
60,5
50,5
50,6
Diferença
10,9
10,2
19,8
15,7
4.2.
4
.1.1
.
Temperatura Máxima e Mínima na estação úmida no período da manhã
O gráfico
de número 5
2
apresenta o comportamento da
temperatura máxima e
mínima na estação úmida obtida no período da manhã, mostra
ndo
o crescimento das
temperaturas com as mudanças dos pontos.
Observando o gráfico da temperatura máxima pode-se notar que o maior pico
de temperatura máxima ocorreu no ponto 10, com 32,6°C, em solo nu próximo a
edificações. A menor temperatura máxima foi encontrada no ponto 4 (zoológico)
com 28,3°C.
A maior diferença térmica, analisando na seqüência dos pontos para evitar a
influ
ência do fator insolação, foi de 2,4°C, ocorrendo entre os pontos 9 (área
vegetada) com 30,2°C e o ponto 10 (próximo a construções) com 32,6°C. Essa
situação mostra que mesmo no período da manhã as áreas vegetadas podem
funcionar como pontos de frescor, já que para um período de tempo próximo ocorreu
um acréscimo de 2,6°C de uma área verde (ponto 9) para uma área edificada (ponto
10) e, ainda enfatizando a influência da conformação da área analisada observa-
se
posteriormente um decréscimo de 1,6°C par uma região de bosque (ponto 11).
111
Observa
-se ainda no gráfico das temperaturas máximas que as regiões com
áre
as vegetadas tendem a efetuar um decréscimo da temperatura.
Temperatura xima e nima - Estação Úmida - Peodo da
Manhã
20,0
21,0
22,0
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
33,0
34,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11 12 13 14 15
16
ponto
temperatura (ºC)
Máximo
Mínimo
FIGURA
52–
Gráficos das temperaturas máxima e mínima na estação úmida obtidas
no período da manhã
A temperatura mínima mostra uma maior proximidade dos pontos, tendo um
valor menor no ponto 3 (estacionamento pavimentado) que pode ser atribuído ao
inicio das medições onde as superfícies apresentam um baixo saldo de radiação
líquida armazenad
o.
A maior temperatura mínima encontrada
fo
i obtida no ponto 16 com 29,8°C,
que representa o último ponto de medições onde a insolação encontra-
se
em
sua
maior intensidade em relação a outros pontos.
4.2.
4.1.2.
Umidade
Máxima e Mínima na estação úmida no período da manhã
O gráfico da umidade máxima e nimca no período da manhã encontrados
na figura d
e
número 53
mostra
um comportamento inverso da umidade em relação a
temperatura do ar, como foi constatado na estação seca.
Ao contrário da temperatura a umidade decresce co
m as mudanças dos pontos
e com
ac
scimo de tempo e de radiação de ondas curtas.
A maior umidade relativa máxima do ar foi encontrada no ponto 4, onde
existe grande quantidade de vegetação e superfícies de água, aumentando a presença
112
da evapotranspiração nas proximidades das superfícies e na região acima das copas
das árvores.
Analisa
ndo os pontos em seqüência, a maior diferença de umidade máxima
encontrada foi entre o ponto 4 (70,7%) no zoológico e o ponto próximo de mero 5
entre edificações, com 65,8% de umidade relativa do ar, correspondendo a 4,9% de
diferença entre os pontos de
área verde e com edificações em seu entorno.
A menor umidade relativa do ar máxima foi encontrada no ponto 16,
com
60,8%,
que mesmo sendo uma área vegetada teve maiores influência da progressão
do
acesso solar.
Umidade xima e nima - Estação Úmida - Peodo da Manhã
45,0
47,5
50,0
52,5
55,0
57,5
60,0
62,5
65,0
67,5
70,0
72,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15
16
ponto
umidade (%)
Máximo
Mínimo
FIGURA
53 –
Gráficos da umidade máxima e mínima do ar na estação úmida no
período da manhã
Analisando o gráfico da umidade relativa do ar mínima para o período da
manhã observa-se que a maior umidade relativa do ar entre as mínimas foi
encontrada no ponto 4, com 66,3%, semelhante ao gráfico da umidade relativa do ar
máxima
113
A maior diferença entre os pontos consecutivos foi encontrada entre os
pontos 9 (pequeno bosque), com 60,1%, e o ponto 10 (próximo á edificações) com
51,4%, correspondendo a uma diferença de
8,7% de umidade relativa do ar mínima.
4.2.
4.1.3.
Temperatura e Umidade média na estação úmida no período da manhã
O gráfico da temperatura tem um comportamento oposto ao gráfico da
umidade média na estação úmida no período da manhã. A partir do momento que
ocorrem acréscimos na temperatura média nos pontos acontecem decréscimos na
umidade relativa média do ar.
A maior temperatura média encontrada foi para o ponto 16 (área vegetada)
com 30,5°C. Esse valor é reflexo da maior insolação entre o ponto 16, qu
e é o último
ponto das medições.
A menor temperatura encontrada, quando se analisa a seqüência dos pontos,
foi para o ponto 4 (zoológico) com 27,5°C, formando a m
aior
diferença térmica com
o ponto seguinte, ponto 5 (entre edificações) com 28,5°C chegando a 1°C de
diferença.
Temperatura e Umidade Média - Estação Ùmida - Peodo da Manhã
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11
12
13 14 15 16
ponto
temperatura (ºC)
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
FIGURA
54 - G
ráficos da temperatura e umidade média na estação úmida medidos
no período da manhã
O gráfico da umidade média do ar (
figura
54
)
mostra que o mesmo ponto 4
(zoológico) que apresentou a menor temperatura média do ar agora apresenta a maior
114
umidade relativa média do ar. Essa constatação mostra a presença da
evapotranspiração como elemento transportador do vapor da água para as camadas
de ar nas proximidades da superfície bem como na redução das temperaturas do ar
através do calor latente transportado através da pseudo-condução do ar em dias
calmos.
A maior diferença entre as umidades quando se analisa os pontos
consecutivam
ente
,
es
ta entre o ponto 4 com
69,3% de umidade relativa média do ar e
o ponto 5 (entre edificações) com 64% de umidade chegando a um decréscimo de
5,3% para o ponto com vegetação.
Outro ponto de destaque no gráfico é o ponto de número 8 (campo de futebol
)
que apresenta uma umidade relativa do ar média de 67 % mostrando também a
eficiência de grandes áreas gramadas mesmo não tendo espécies lenhosas de grande
porte onde possa ser utilizado o sombreamento, o que pode ser utilizado nas praças
das grandes cidades como agente amenizador do microclima.
A menor umidade relativa do ar média foi encontrada para ponto de número
16 (bosque de caminhada) com 56,4% de umidade,
com
provando também a maior
temperatura média que nesse ponto a tendência da energia acumulada foi maior
com o p
assar do tempo
.
4.2.
4.1.4.
Temperatura e Umidade Média para os cinco dias no período da manhã na
estação úmida
Os quatro dias medidos para a estação úmida aconteceram nos dia 15, 16, 17
e 18 de novembro em dias de céu claro e estabi
lidade do ar.
Os cinco dias medidos do mês de novembro aconteceram em dias de intenso
calor na cidade de Cuiabá, com elevadas temperaturas e consequentemente baixas
umidades relativas do ar. As medições para os cinco dias caracterizaram uma estação
seca ú
mida com intenso calor e muita estabilidade do ar com céu claro.
115
FIGURA
55 -
Gráfico da temperatura e umidade média para os cinco dias medidos
na estação seca no período noturno
O gráfico da temperatura média para os cinco di
as
(figura
55
)
mostra um
acréscimo da temperatura do primeiro para o último dia de medição. Esse acréscimo
de temperatura habitual nas chuvas de verão desencadeou uma precipitação para o
dia 19 de novembro marcando o início da intensificação das chuvas convectivas e
impossibilitando novas medições em dias de céu claro e calmaria.
O dia 1 (15 de novembro) apresentou uma temperatura média do ar de 28,2°C
com uma diferença térmica em relação
às
temperaturas médias de 1,9°C em
relação
ao último dia de medição com 30,1°C de temperatura média demonstrando assim
maior estabilidade das medições feitas na estação úmida.
A umidade relativa do ar apresentou um decréscimo até o quarto dia de
medição (18 de novembro). A diferença entre o primeiro dia, com 64,2% e o qua
rto e
último dia com 57,5% foi de 6,7% de umidade relativa média do ar.
Através dos gráficos observa-se também a estabilidade do ar com a
s
temperaturas e umidades muito próximas nos três primeiros dias e com a
intensificação do calor para o último dia. Essa constatação mostra o rigor climático
que a cidade de Cuiabá vive em dias de calmaria e intenso calor, que a ventilação
quase não existe nesse
s
períodos de rigor térmico impossibilitando a estratificação do
ar e aumentando a energia disponível nas superfícies e consequentemente o calor na
cidade.
Temperatura e Umidade Média Para os Cinco Dias -
Período
Matutino
-
Estação Úmida
28,2
28,9
28,4
30,1
64,2
64,2
62,1
57,5
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
Dia 1 Dia 2
Dia 3
Dia 4
dia
temperatura (ºC)
50,0
55,0
60,0
65,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
116
4.2.
4.2.
Perío
do Noturno: Estação Úmida
As medições das temperaturas do ar foram realizadas em quatro dias
consecutivos onde apresentaram com céu claro e calmaria.
Os valores médios, máximos e mínimos estão apresentados na tabela de
número
16
abaixo. Os períodos de medições e as temperaturas encontram-se no
apêndice I
.
TABELA
16
-
Valores das Temperaturas do ar no período noturno na estação úmida
Temperaturas no Período Noturno (°C)
-
Estação Úmida
Pon
tos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Média
Máximo
Mínimo
1
32,0
29,8
33,0
30,4
31,3
33,0
29,8
2
32,2
29,6
34,2
30,9
31,7
34,2
29,6
3
32,1
29,8
33,3
31,0
31,6
33,3
29,8
4
30,6
28,0
32,3
29,2
30,0
32,3
28,0
5
31,4
29,0
33,4
30,4
31,1
33,4
29,0
6
31,5
29,1
33,7
30,3
31,2
33,7
29,1
7
31,2
28,9
33,2
30,3
30,9
33,2
28,9
8
29,1
27,0
31,4
29,2
29,2
31,4
27,0
9
30,3
27,3
31,8
29,5
29,7
31,8
27,3
10
30,7
28,7
32,6
30,2
30,6
32,6
28,7
11
28,5
27,8
31,3
29,3
29,2
31,3
27,8
12
30,2
28,1
33,2
30,0
30,4
33,2
28,1
13
3
0,8
28,1
33,5
30,4
30,7
33,5
28,1
14
30,7
27,9
33,4
30,9
30,7
33,4
27,9
15
30,2
28,5
33,3
30,4
30,6
33,3
28,5
16
29,4
27,7
30,4
29,7
29,3
30,4
27,7
Máximo
32,2
29,8
34,2
31,0
Mínimo
28,5
27,0
30,4
29,2
Diferença
3,7
2,8
3,8
1,8
117
TABELA
17
-
Valores das umidades relativas do ar no período noturno na estação
úmida
Umidades no Período Noturno (°C)
-
Estação Úmida
Pontos
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Média
Máximo
Mínimo
1
54,4
65,4
49,4
69,8
59,8
69,8
49,4
2
53,8
64,4
41,7
67,0
56,
7
67,0
41,7
3
54,8
63,6
46,6
68,0
58,3
68,0
46,6
4
58,5
68,3
53,3
74,7
63,7
74,7
53,3
5
56,2
62,5
48,9
68,5
59,0
68,5
48,9
6
56,6
63,3
47,4
69,1
59,1
69,1
47,4
7
59,1
61,9
46,9
68,8
59,2
68,8
46,9
8
63,5
63,3
55,5
74,3
64,2
74,3
55,5
9
62,8
67,0
52,
2
74,7
64,2
74,7
52,2
10
56,8
63,0
51,0
70,7
60,4
70,7
51,0
11
63,1
61,0
54,4
73,0
62,9
73,0
54,4
12
59,2
62,5
49,2
71,1
60,5
71,1
49,2
13
57,6
61,0
47,9
68,7
58,8
68,7
47,9
14
57,0
60,5
48,5
66,5
58,1
66,5
48,5
15
56,8
63,2
48,6
69,3
59,5
69,3
48,6
16
58,5
61,5
61,2
70,8
63,0
70,8
58,5
Máximo
63,5
68,3
61,2
74,7
Mínimo
53,8
60,5
41,7
66,5
Diferença
9,7
7,8
19,5
8,2
4.2.
4.2.1
.
Temperatura Máxima e Mínima na estação úmida no período noturno
O gráfico da temperatura do ar máxima para o período noturno mostra
claramente a influ
ê
ncia da composição de cada ponto em seu microclima.
Observando o gráfico percebe-se que as quatro maiores quedas nas
temperaturas máximas foram alcançadas exatamente nos pontos 4, 8, 11 e 16 que
correspondem a superfícies com presença de vegetações atuando como agentes
amenizadores em cada um microclima.
A menor temperatura máxima encontrada foi para o ponto 16 com 30,4°C
formando a maior diferença térmica com o ponto 2 (entre edificações) que alcançou
34,2°C de temperatura máximo no período noturno. A diferença entre esses dois
pontos foi a maior encontrada, correspondendo a 3,8°C entre as temperaturas
máximas. Vale salientar que essa diferença ocorreu no mesmo dia de medição.
Observa
-se ainda a influência das áreas com grande densidade construída
na
dissipação do calor no período noturno o que pode constatar a presença de ilhas de
calor nos centros urbanos.
118
Temperatura xima e Mínima - Estação Úmida - Peodo Noturno
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
33,0
34,0
35,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11
12 13 14 15 16
ponto
temperatura (ºC)
Máximo
Mínimo
FIGURA
5
6 -
Gráficos das temperaturas máxima e mínima na estação úmida obtidas
no período
noturno
A maior temperatura mínima encontrada foi obtida nos pontos 1 (gramado
próximo a avenida) e 3 (pavimento flexível). Em ambos os pontos foi registrada a
temperatura mínima de 29,8°C ocorrendo uma queda do ponto 3 para o ponto 4
(zoológico) de 1,8°C de temperatura mínima, que o ponto 4 apresentou 28°C de
temperatura.
Observa
-se ainda uma seqüência de altas temperatura após a medição do
ponto
4 (zoológico) ocorridas nos pontos com alta densidade construída que são os
pontos 5 e 6.
A menor temperatura mínima encontrada foi constatada no ponto 8,
localizado no campo de futebol com apenas 27°C de temperatura mínima formando a
maior
diferença térmica entre os pontos quando comparada com as temperaturas do
ponto 1 e 3, apresentando 29,8°C formando um acréscimo de 2,8°C de temperatura
mínima.
4.2.
4.2.2.
Umidade Máxima e Mínima na estação úmida no período noturno
O gráfico das umidades máximas e mínimas mostra claramente a influê
ncia
da vegetação (
mesmo
com espécies
variada
) na umidade relativa do ar em cada
micr
oclima analisado.
119
As maiores umidades relativas do ar foram encontradas nos pontos 4, 8 e 9
respectivamente, que correspondem ao zoológico, campo gramado e um bosque.
A maior umidade relativa do ar foi encontrada no ponto 4 (zoológico) com
74,7% de umida
de
, formando a maior diferença quando comparada com o ponto 14,
localizado em um estacionamento de pavimento flexível entre canteiros com árvores
que obteve apenas 66,5% de umidade, mesmo tendo sua medição feita
posteriormente ao ponto 4. A diferença chegou a 8,2% de umidade máxima entre os
dois pontos.
Umidade xima e nima - Estação Úmida - Peodo Noturno
40,0
45,0
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
ponto
umidade (%)
Máximo
Mínimo
FIGURA
5
7 -
Gráficos das umidades máximas e mínima na estação úmida obtidas
no período noturno
A menor umidade relativa do ar encontrada entre os dezesseis pontos no
período noturno na estação úmida foi obtida no ponto 2 que se caracteriza por estar
inserido em uma região de grande densidade construída (edifícios e pavimentos). Seu
valor chegou a 41,7 % de umidade relativa do ar contra 58,5% encontrada no ponto
16, com grande área vegetada, formando uma diferença de 16,8 % de umidade
relativa do ar.
Observa
-se ainda o comportamento do ponto inserido no campo gramado
(ponto 8) com 55,8% de umidade mínima
,
mostrando a eficiência das áreas gramadas
no fornecimento da umidade para o ar, fato este que pode ser utilizado por
profissionais relacionados com as construções das cidades.
120
4.2
.4.2.3.
Temperatura e Umidade Média na estação úmida no período noturno
O gráfico das temperaturas e umidades médias na estação úmida feitas no
período noturno mostra o comp
ortamento
das variadas formas e composições dos
pontos no em cada um microclima.
Através do gráfico da figura 58
observa
-se que as menores temperaturas
média
s encontradas foram obtidas nos pontos com grande quantidade de área verde
em seu entorno.
Desta
cam
-se os pontos 8, 9 e 16 com as menores temperaturas médias entre
as medições feitas no período noturno na estação úmida.
A menor temperatura média encontrada foi para os pontos 8 e
11
, ambos com
29,2°C
, tendo como a maior diferença térmica 2,5°C de acréscimo para o ponto 2
com 31,7°C encontrando-se entre edificações e consequentemente com um maior
estoque de energia e uma maior dificuldade de dissipação através de sua abóbada
celeste.
Temperatura e Umidade média - Estação Ùmida - Período Noturno
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
33,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
ponto
temperatura (ºC)
45,0
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
FIGURA
5
8 -
Gráficos das temperaturas e umidades médias na esta
ção úmida
obtidas no período noturno
As maiores médias das umidades relativas do ar encontradas foram
exatamente nos pontos onde
de
-se obter grande evapotranspiração, ocorrendo nos
pontos 8 e 9 com 64,2% de umidade relativa máxima do ar, ambos inseridos em
áreas vegetadas.
121
Essa constatação é de grande importância para projetos de urbanização nas
grandes cidades, que fica constatada a
influência
das áreas vegetadas na umidade
do ar. Vale ressaltar o desempenho tanto de espécies lenhosas (árvores de g
rande
porte) no ponto 9
,
como também na área de gramado no ponto 8.
A maior diferença entre as maiores
umidade
s médias ocorreu entre os pontos
8 e 9 com 64,2% de umidade e o ponto
2
localizado em um calçamento entre duas
edificações com apenas 56,7% de umidade gerando uma diferença de 7,5% para
o
período noturno na estação úmida.
4.2.
4.2.4.
Temperatura e Umidade Média para os quatro dias no período noturno na
estação úmida
As temperaturas e umidades relativas do ar obtidas no período noturno na
estação
seca foram efetuad
a
s em quatro dias.
As medições feitas nos quatro dias corresponderam aos dias 15, 16, 17 e 18
de novembro, onde se pôde constatar através do gráfico da figura
59
abaixo,
comportamentos inversos entre as temperaturas e umidades.
Temperatura e Umidade dia para os cinco dias - Peodo
Noturno - Estação Úmida
30,7
28,5
32,8
30,1
58,0
63,3
50,2
70,3
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
33,0
Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4
dia
temperatura (ºC)
45,0
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
umidade (%)
Temperatura (ºC)
Umidade (%)
FIGURA
59
-
Gráfico da temperatura e umidade média para os cinco dias medidos
na estação seca no período noturno
122
Analisando o gráfico da figura
59
observa
-se que no terceiro dia ocorreu a
maior média das temperaturas do ar com 32,8°C ocorrendo um acréscimo de 4,3°C
em relação ao terceiro dia de medição.
A umidade relativa do ar média para os quatro dias obteve a maior variação
entre o terceiro e quarto dia com uma diferença de 20,1% de umidade relativa do ar.
Através do gráfico observa-se que o comportamento da temperatura e da
umidade são interligados, entretanto não existe uma proporcionalidade entre as
mudanças dessa variáveis, que o clima encontra-se inserido em um sistema
complexo que envolve diversas variáveis.
4.3.
COMPARAÇÃO ENTRE O COMPORTAMENTO DAS
ESTAÇÕES SECA
E ÚMIDA
As
temperaturas do ar
coletadas
no mês de novembro (estação úmida) foram
superiores a
s encontrados n
o mês de setembro (seca).
Observando a figura número 60 abaixo
percebe
-se que as temperaturas em
média para os quatro dias de
medições na estação úmida, feitas em 15, 16, 17 e 18 de
novembro foram sempre superiores as cinco medições efetuadas no mês de setembro.
Temperatura dia para os dias de medições nas estações
seca e úmida - peodo da manhã
30,1
24,3
25,6
25,0
23,5
28,9
28,2
28,4
28,2
20,0
22,0
24,0
26,0
28,0
30,0
32,0
1 2 3 4 5
dias
temperatura (°C)
estação úmida
estação seca
FIGURA
60 -
Gráfico das temperaturas médias para os dias de medições na estação
seca e úmida
123
O mês de setembro, segundo os dados coletada do INMETRO de Cuiabá no
apêndice V, apresentou características atípicas,
tendo
uma precipitação com altura
total de 112,00 mm para esse mês, superando o mês de outubro com 97,9 mm.
Ocorreu ainda no dia 9 de setembro uma precipitação elevada em relação aos outros
meses, chegando a 86,00 mm nas 24 horas, visto que o mês de novembro obteve a
maior precipitação no dia 20 com apenas 44,1 mm nas 24 horas.
As temperaturas para o mês de novembro foram elevadas. Para esse mês foi
atingida em média uma temperatura máxima de 35,1°C contra 33,5°C do mês de
setembro, formando uma
diferença térmica
de 1,6
ºC.
A temperatura máxima absoluta para o mês de novembro foi
encontrada no dia 17 com 37,4°C exatamente no dia das medições efetuadas
para este
mês.
A maior
diferença térmica
para os meses de medições (setembro e novembro)
ficou para a temperatura do ar mínima absoluta, onde o mês de setembro apresentou
12,9°C
e o mês de novembro ficou com 19,8°C, formando uma amplitude de 6,9°C,
demonstrando o
intenso rigor climático vivido pela cidade no mês de novembro, com
pouquíssima estratificação do ar apresentando maiores diferenças entre as diferentes
conformações urbanas e proporcionando condições ideais para este estudo.
4.4.
COMPARAÇÃO ENTRE AS CARA
CTERÍSTICAS
DOS PONTOS E O
COMPORTAMENTO TÉ
RMICO
EM CADA MICROCLIMA
Para verificar as proximidades no comportamento dos dezesseis pontos
analisados no estudo microclimático é feita uma análise das temperaturas médias de
cada ponto em cada microclima
envo
lvendo
as medições dos períodos da manhã e
noturno nas estações seca e úmida
respectivamente
.
124
4.4.1.
C
omparação
entre os
M
icroclimas
na
Estação Úmida
Com as temperaturas médias dos microclimas originadas das medições no
período da manhã e no período noturno na estação úmida, é realizada através do
programa SPSS a análise de similaridade entre os pontos, conforme a figura
de
número 6
1
abaixo.
FIGURA
61 -
Dendograma da similaridade entre os pontos conforme o
comp
ortamento térmico
para a estação úmida
Para um melhor entendimento dos resultados obtidos no programa SPSS
foram divididos quatro grupos, conforme a linha AA’
.
A figura 61 mostra a divisão dos dezesseis pontos em quatro grupos e com
eles as proximidad
es no comportamento térmico
.
O primeiro grupo apresenta os pontos com uma maior densidade construída
em seu entorno. Nesse grupo existiu uma forte correlação entre os pontos 5 e 6 que
estão sobre um pavimento flexível. Destaca-se ainda que o ponto 6 possui em seu
entorno duas edificações por isso ainda existe um desempenho térmico semelhante
ANÁLISE HIERÁRQUICA DE AGRUPAMENTOS
Dendograma usando agrupamento comum (entre grupos)
A
A’
125
ao ponto 2 que também possui duas edificações em seu entorno, destacando ainda
que esses pontos não estão na seqüência das medições e consequentemente com
tempos
de me
dições bem distintos
.
Observa
-se ainda no primeiro grupo uma leve similaridade em relação ao
comportamento térmico do ponto 7 que está sobre um calçamento mas possui em seu
entorno a lagoa do zoológico que é um fator diferencial entre outros pontos do gru
po.
O
segundo grupo é o maior agrupamento em relação ao desempenho térmico
dos pontos. Nele estão agrupados alguns dos pontos mais próximos da grande
avenida do bairro Boa Esperança. Pelo grupo os pontos 12 e 14 possuem a maior
similaridade em relação ao comportamento térmico. O ponto 12 eslocalizado em
um pequeno bosque com vegetações esparsas e o ponto 14 encontra-se em um
pavimento flexível e possuem em sue entorno canteiros com vegetações de espécies
lenhosas. Isso mostra a importância dos canteiros próximos às vias pavimentadas
podendo
ser um fator de amenização do calor nesse microclima.
Pelo segundo grupo observa-se ainda uma proximidade no comportamento
térmico entre os pontos 13, 15 e 10. Esse fato pode ser explicado já que esses pontos
não pos
suem uma área vegetada em seu entorno.
O terceiro grupo apresenta todos os pontos com grande área verde, seja ela
rasteira ou de grande porte. Esse fato mostra um comportamento térmico semelhante
para as áreas verdes em cada microclima respectivo. Vale ressaltar ainda a diferença
temporal entre os pontos que poderia ser um fator de dispersão
.
No terceiro grupo existe uma forte similaridade em relação ao
comportamento térmico dos pontos 8 e 9 com vegetação rasteira e um bosque
respectivamente. Existe ainda uma relação com o ponto 11 (bosque de caminhada) e
uma menor relação com o ponto 16 (bosque de caminhada), onde mostra que o
comportamento térmico dos pontos seguiu com ambientes mais amenos que outros
pontos, como foi analisado anteriormente nas estações
.
Nesse grupo fica constatada a similaridade entre os pontos com áreas
vegetadas
de
diferentes espécies, como é o caso do campo de futebol que apresenta
apenas um gramado e acompanhou o desempenho de outros grupos com espécies de
grande por
te.
126
Esse fator
pode ser utilizado nos projetos de urbanização das cidades, já que a
grama
possui um bom desempenho tanto no acréscimo de umidade como
consequentemente na redução da temperatura em seu microclima.
O quarto e último grupo apresenta uma similaridade de com
portamento
térmico entre três pontos. A maior similaridade é verificada para os pontos 1 e 3 que
representam o gramado da estação meteorológica próximo a avenida dos Moinhos e
um pavimento flexível no estacionamento. Esse fato pode ser atribuído pela
proxi
midade entre os pontos que mesmo não sendo em seqüência possuem uma
aproximação já que o ponto 1 não faz parte da mesma linha de medição.
O ponto 4 encontra-se isolado nesse grupo que possui características
peculiares em relação a todos os dezesseis pontos. Nele encontram-se características
diferenciadas como um solo nu, presença de vegetação de grande porte e rasteira e
proximidade de superfícies de água.
4.4.2.
C
omparação
entre os
M
icroclimas
na
Estação Seca
Através dos dados de temperatura do ar coletados nos dezesseis pontos no
período noturno e diurno na estação seca e utilizando o programa SPSS obteve
-
se um
dendograma que agrupa os pontos de maior similaridade em relação
às
temperaturas
coletadas.
O dendograma da figura abaixo para a estação seca apresentou-se com uma
maior fragmentação entre os agrupamentos, diferentemente da situação encontrada
na estação úmida. Esse fato pode ser explicado pela maior estabilidade encontrada
nas medições do mês correspondente a estação úmida, que o mês de
setembro
(estação se
127
FIGURA
62 -
Dendograma da similaridade entre os pontos conforme o
comportame
nto térmico para a estação
seca
.
Através do dendograma para a estação seca, dividido em
três
grupos
conforme a linha BB’, observa-se que no primeiro grupo existe uma maior
similaridade entre os pontos 3 (pavimento flexível) e 5 (pavimento flexível entr
e
edificações)
e também entre os pontos 1 (gramado próximo a avenida) e 2
(calçamento entre edificações). Esse agrupamento mostra a seqüência das medições
influenciada pelo decorrer do tempo das medições, principalmente no período da
manhã, onde o saldo de radiação ainda é menor em relação aos outros pontos.
Observa-se ainda que mesmo fazendo parte da seqüência dos pontos o ponto quatro
diferenciou
-se em seu comportamento térmico, que trata-se de uma área com
vegetação e superfícies dágua em seu entorno.
O segundo grupo semelhante ao primeiro mostra também um agrupamento
entre os pontos consecutivos. Destaca-se a maior similaridade entre os pontos 6
(estacionamento de pavimento flexível) e sete (calçamento), pontos 11 (bosque de
1
º
ANÁLISE HIERÁRQUICA DE AGRUPAMENTOS
Den
dograma usando agrupamento comum (entre grupos)
B
B’
128
caminhada) e 12 (pequeno
bosque). Observa
-
se ainda que existe também uma grande
similaridade entre os pontos 8 (campo de futebol) e 9 (pequeno bosque).
Com isso fica demonstrado que apesar de um agrupamento maior dos pontos
consecutivos ocorreram proximidades entre os pontos de área verde e pontos com
semelhanças de
densidade construída
, mostrando o comportamento diferenciado para
cada situação.
O terceiro grupo também reflete a seqüência dos pontos que
agrupando
com
maior similaridade os pontos 14 (via com pavimento flexível) e 15 (calçamento de
concreto). Esse grupo mostra ainda uma similaridade, em menor intensidade, dos
pontos 13 (estacionamento) e o ponto 16 (bosque de caminhada).
Em geral os agrupamentos forma organizados pelo programa seguindo uma
forte tendência da seqüên
cia dos pontos, com proximidades de área verdes dentro dos
grupos, demonstrando o comportamento diferenciado para esses pontos que podem
ser utilizados em estudos de planejamento urbano.
129
5
.
SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS
Pr
imeiramente
, com o estudo macroclimático das estações meteorológicas de
Cuiabá e de Santo Antônio,
observou
-
se
que
existem
indícios de influ
ência da cidade
de Cuiabá no clima urbano
,
constatada principalmente com os maiores valores de
temp
eratura mínima me
nsal encontrada
s para a área urbana.
Aplicando teste T pareado,
observa
-
se
que existe diferença significativa de
comportamento das temperaturas mínimas mensais para a área urbana e rural
analisada. A estação meteorológica de Cuiabá obteve a maior
diferenç
a térmica de
2°C no mês de julho, estação seca, onde segundo a metodologia, os indícios da
existência da
ilha de
calor
são maiores.
As temperaturas máximas não tiveram diferenças significativa
s,
conforme o
teste T pareado. E
ntretanto
, foi con
statado
que a estação de Santo Antônio obteve
freqüências de temperaturas m
áximas
, com valores inferiores aos encontrados em
Cuiabá.
Para as medições microclimáticas realizadas na estação da seca (mês de
setembro) no período da manhã destacaram
-se as seguintes cons
tatações:
a)
A maior diferença térmica encontrada nas medições ocorreu entre os
pontos
10 (entre edificação) e o ponto 11 (pequeno bosque), caracterizando um
acréscimo de 2,2°C para a área com densidad
e construída em seu entorno,
mostrando
a eficiência da
área verde para amenizar o calor nas cidades.
b)
A maior média das umidades relativas do ar foi encontrada no ponto 4
(zoológico)
, com presença de superfície de água e vegetação em seu entorno,
destaca
-se ainda, que o ponto 16, mesmo sendo localizado no
bosque
, obteve a
menor média das umidades, que se encontrava no final das medições com um
horário avançado e conseq
ü
entemente uma maior radiação solar.
Em relação
às
medições realizadas na estação seca no período noturno
podem
-
se fazer as seguintes con
clusões:
130
a)
A maior temperatura encontrada foi obtida nos pontos 2 e 3 (31,6°C), que
caracterizam
-se como área entre edificações e área em
estacionamento
respectivamente.
b)
A maior diferença térmica foi obtida com a temperatura mínima dos
pontos
8 (campo de futebol) e 9 (bosque) c
om
o ponto 14 (via de pavimento
flexível
), chegando a 1,9°C de acréscimo para esse ponto. Essa constatação mostra a
eficiência da vegetação rasteiro (grama) como amenizador do rigor climático,
podendo ser usado nos projetos de
urbanização das cidades
como
um todo
e também
em estudos espec
íficos no entorno das edificações.
c)
As maiores médias das umidades relativas do ar foram encontradas nos
pontos 16, 4 e 8, que apresentam vegetação em seu entorno, comprovando a
eficiência das áreas verdes no aumento da umidade relativa do ar no período
noturno
através da evapotranspiração. Observa-se ainda a eficiência do gramado no ponto 8,
acompanhando o
comportamento dos pontos com
espécies lenhosas de grande porte.
As medições na estação úmida, ocorridas no mês de novembro, foram feitas
para verificar o comportamento dos dezesseis pontos em relação à temperatura e
umidade relativa do ar nos períodos da manhã e noturno.
No período da manhã na estação úmida, foram constatadas as seguinte
s
situações:
a)
Analisando na seqüência dos pontos, para evitar a influência do fator
insolação
,
a maior
diferença térmica
encont
rada foi de 2,6°C, ocorrendo
entre os
pontos 9 rea vegetada) e o ponto 10 (próximo a construções). O
ponto
16
correspondeu
a maior temperatura m
édia encontrada por estar no
período de maior
insolação.
b)
A maior umidade média entre os pontos foi encontrada no ponto 4
(zoológico)
, mostrando novamente a eficiência da vegetação e superfície de
água
para manter a umidade do ar
adjacent
e
à
s superfícies e reduzir a
temperatura.
Para o período noturno na estação úmida ficaram as seguintes comprovações:
a)
As quatro maiores quedas nas temperaturas máximas foram alcançadas
nos pontos 4, 8, 11 e 16
,
que
correspondem a superfícies co
m presença de
vegetações
de diversos tipos
,
atuando como agentes amenizadores em
cada um microclima.
b)
A
maior
diferença térmica ocorreu entre as temperaturas máximas
com
3,8°C de acréscimo do ponto 16 (bosque) para o ponto 2 (entre edificações).
131
c)
Os
pontos 4, 8 e 9, que correspondem
respectivamente
ao zooló
gico,
campo
gramado e bosque
,
foram os microclimas de mai
or umidade relativa do ar e
,
o
ponto 2, localizado entre edificações, obteve a menor umidade relativa,
mostrando
que a sensação de conforto nos microclimas urbanos de grande densidade construída
pode ficar comprometi
dos pela diminuição da umidade
relativa do ar nessas áreas.
Para melhor compreensão dos resultados obtidos nas medições
microclimáticas no campus, é apresentado no quadro de número 2 abaixo u
ma
síntese geral dos resultados obtidos.
QUADRO 2
Quadro sintético dos resultados das medições microclimáticas
QUADRO SINTÉTICO DO ESTUDO MICROCLIMÁTICO
Matutino
S
Maior Dife
rença Térmica
-
P 10 para P11
--
2,2°C
E
Maior Média das u
midades
-
P4
--
82,1%
C
Noturno
A
Maior Temperatura
-
P2 E P3
--
31,6°C
Maior Diferenç
a Térmica
-
P8 e P9 para P14
--
1,9°C
Maior Média das umidades
-
P16
--
66,5%
Matutino
Ú
Maior
diferença térmica (T
.Max
.)
-
P9 para P10
--
2,4°C
M
M
aior temperatura média
-
P16
--
30,5°C
I
Maior umidade média
-
P4
--
69,3%
D
Noturno
A
Maiores quedas
nas
Temperatura
s
máxima
s -
P4, 8, 11 e 16
Maior diferença
térmica (T
.M
áx.)
-
P16 para P2
--
3,8°C
Maior umidade média
-
P8 e P9
--
64,2%
Através do programa SPSS e realizando uma análise de Cluster
,
de
-
se fazer
um agrupamento em um dendograma por similaridade de comportamento térmico
dos pontos
,
utilizando as temperaturas médi
as dos respectivos microclimas.
Com o dendograma da estação seca observou-se que ocorreu um
agrupamento maior em relação à seqüência dos pontos e em menor escala o
programa agrupou pontos de características morfológicas semelhantes como os
pontos 8 e 9 e 11 e 12
,
todos
com presença de vegetação. Mostrando que mesmo
com
espécies diferentes de vegetação
,
o comportamento térmico foi semelhante para esses
pontos.
Na estação úmida, onde as medições se mostraram mais eficientes, o
dendograma de similaridade não obedeceu à seqüência das medições. Foram
divididos 4 grupos q
ue mostraram semelhanças de comportamento térmico de pontos
132
com vegetação, mesmo não fazendo parte da seqüência de medições. Um exemplo
foi o agrupamento dos pontos 8, 9, 11 e 16, que apresentam em sua composição a
presença de vegetação de espécies variadas e um comportamento com menores
temperaturas do ar e de maiores umidades relativas do ar, podendo
ser
utilizados em
um projeto bioclimático par
a
microclimas da cidade de Cuiabá e também como
pontos de frescor no campus da UFMT.
133
6.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da análise macro e microclimática realizadas, chega-
se
à conclusão
de que o objetivo da análise bioclimática no campus da Universidade Federal de
Mato Grosso foi alcançado.
Em geral o estudo macroclimático comprova a existência da influência da
cidade de Cuiabá no clima urbano, constatada com as
maiores
temperaturas mínimas
mensais
na estação meteorológica de Cuiabá. Essas temperaturas, coletadas no
período noturno, justificam a importância deste estudo e, demonstra a
eficácia
das
medições microclimáticas realizadas após o pôr-
do
-sol, conforme metodologia
adotada neste
trabalho
.
Observou
-se através do teste T pareado que não foram detectadas diferenças
significativas no comportamento das temperaturas máximas mensais das duas
estações meteorológicas
, o que poderia estar relacionado com o horário das medições
de temperaturas máximas nas duas estações. Essa verificação não pôde ser feita
devido
às
falhas nas leituras da estação de Cuiabá. Constatou-se ainda que existiram
freqüências de temperaturas maiores para a estação de Santo Antônio, área
rural
,
podendo ser explicado pela menor turbidez do céu, diferentemente da maior poluição
encontrada na área urbana, dificultando a entrada da radiação de ondas curtas do sol.
O estudo microclimático realizado através de um
transecto
serviu para
conhecer a influência da conformação de cada ponto analisad
o no campus da UFMT,
em cada microclima estudado.
A influência da morfologia urbana durante o período da manhã, não pode ser
compa
rada entre os pontos mais distantes devido às diferentes alturas solar que cada
ponto
terá
ao passar do tempo das medições.
Comparando pontos con
secutivos
de
-se observar a influê
ncia
da vegetação
como
agente
amenizador do rigor climático.
134
As medições realizadas no período noturno evidenciaram a influência das
características de cada ponto no microclima analisado.
Ficou
evidenciada
a dificuldade de dissipação do calor acumulado durante o
dia
pelos pontos próximos
às
edificações
.
Destaca
-se que as medições feitas no período noturno na estação úmida
apresentaram as diferenças mais significativas de comportamento térmico entre os
pontos. Esse fato está relacionado com as elevadas temperaturas nesse período, com
a máxima absoluta ocorrida no dia 17 de novembro (dia de medição) em dia de
céu
limpo
e
sem formação de nuvens.
As medições para o período de seca (setembro) obtiveram menores diferenças
entre os pontos. Isso de ser atribuído à atipicidade do mês medido, que nesse
mês ocorreu a segunda maior precipitação do ano, com 84 mm no dia 9 de setembro
elevando a umidade do ar e diminuindo a
e
stabilidade atmosférica.
Em linhas gerais, os pontos com áreas verdes no campus mostraram-se de
grande importância em escala microclimática.
Portanto
, deve-se fazer um
planejamento de crescimento do campus
, preservando as áreas
verdes existentes.
135
7.
RECOMENDAÇÕES PARA UM
PROJETO
BIOCLIMÁTICO
DO CAMPUS DA UFMT
Com as constatações do comportamento das temperaturas e umidades
relativas do ar
dos diferentes pontos
,
podem
-
se fazer as seguintes recomendações
:
1.
Utilização de gramados para manter a umidade relativa do ar pela influê
ncia
da evapotranspiração.
2.
Implantação de áreas verdes, com espécies lenhosas de grande porte, para
trazer os seguintes benefícios como
o sombreamento, o
aumento da umidade
relativa do ar e
a
facilidade de passagem do fluxo de ventilação.
3.
Utilização de superfícies de água para elevar a umidade relativa do ar nas
proximidades das superfícies, principalmente nos meses de sec
a.
4.
Evitar a diminuição da abóbada celeste compr
ometida pelos prédios próximos
d
o centro urbano
, os quais
evita
m a dissipação do calor acumulado, diminui a
iluminação natural nas vias e acumula a poluição urbana.
5.
Diminuir as áreas de calçamento que impermeabilizam as áreas urbanas
promovendo enchentes e diminuindo a umidade relativa do ar.
6.
Aumentar o número de parques urbanos para ajudar na retenção da poluição
sonora e do ar, além de proporcionar maior conforto térmico aos habitantes
das redondezas.
136
8.
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Com o intuito do desenvolvimento de estudos de climatologia urbana na
cidade de Cuiabá são feitas as seguintes sugestões para trabalhos futuros:
Realização de estudos com medições microclimáticas instantâneas n
o
período da manhã e noturno no centro comercial de Cuiabá;
Utilização do fator visão do céu no centro comercial da Cidade de
Cuiabá para verificar a influência da conformação urbana no
microclima;
Estudos com a utilização de satélites combinados com
trans
ecto
s no
centro da Cidade para encontrar os pontos de
ilha de calor
.
137
.
9
. BIBLIOGRAFIAS
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INPE, 2003.
143
APÊNDICE
I.
Dados da análise microclimática obtidos no Campus
da
Universidade Federal de Mato Grosso
Através deste apêndice são apresentadas as planilhas de medições de
temperatura e Umidade Relativa do ar com os respectivos horários nas estações seca
e úmida
nos períodos da manhã e noturno.
As medições foram efetuadas através de um termo-
higro
-
anemômetro
Modelo THAR-185 de leitura direta da INSTRUTHERM. Para a coleta de dados foi
realizado um transecto pelos dezesseis pontos escolhidos no campus da UFMT. As
medições no período da manhã iniciaram-se às 6 horas e 30 minutos e no período
noturno
variaram conforme o pôr
-
do
-
sol.
Temperaturas e Umidades no Período Matutino
-
Estação Seca
Dia
Hora
Pontos
Temperatura
(ºC)
Umidade
(%)
21/set
06:30
1
24,2
75,6
06:3
5 2
23,4
82,1
06:40
3
23,6
83,7
06:50
4
22,8
86,3
06:56
5
23,3
81,9
07:00
6
23,4
80,6
07:05
7
23,8
81
07:10
8
24
79,3
07:15
9
24,3
77,3
07:20
10
24,8
77,5
07:25
11
24
77,3
07:30
12
24,2
76,7
07:42
13
26,5
71
08:00
14
26,
2
67,5
07:55
15
25,2
67,3
07:47
16
25,4
67,9
22/set
06:30
1
23,6
88
06:34
2
24,3
83,4
06:40
3
25
82,5
06:46
4
24,4
88,6
06:51
5
25,5
81,8
06:54
6
25,1
80,3
07:02
7
25,7
80,7
07:05
8
25,2
82,3
07:13
9
25,6
78,8
07:16
10
25,
8
77,3
07:23
11
26,3
77,1
07:25
12
26,2
75,8
07:29
13
26,7
74,8
07:33
14
26,3
74,6
07:38
15
27
74,3
144
Dia
Hora
Pontos
Temperatura
(ºC)
Umidade
(%)
07:43
16
26,9
70,5
23/set
06:30
1
27,2
72,1
06:33
2
27,2
70,8
06:36
3
27
71,8
06:4
1 4
26,6
73,2
06:45
5
27,2
67,7
06:47
6
28,1
68,5
06:50
7
27,6
68,7
06:55
8
28
70
06:58
9
28,5
67,9
07:01
10
28,6
66,7
07:06
11
27
73,4
07:09
12
28,6
67,8
07:13
13
29,7
66
07:15
14
29,1
64,8
07:20
15
30,7
61,5
07:25
16
3
0,5
61,8
24/set
06:30
1
23,7
81,5
06:33
2
24,3
78,5
06:36
3
25,3
75,6
06:41
4
25,2
80,8
06:45
5
25,5
76,4
06:47
6
25,5
77,4
06:50
7
26,5
75,9
06:55
8
24,1
82,4
06:58
9
25,2
79,3
07:01
10
25,3
78,3
07:06
11
24,4
80,1
07:09
12
24,4
81,2
07:13
13
24,5
79,2
07:15
14
26
77,2
07:20
15
25
80,1
07:25
16
25,5
77,3
25/set
06:30
1
21,2
80,3
06:34
2
21,4
76,2
06:37
3
23,3
74,8
06:42
4
22,5
81,4
06:48
5
22,3
72,8
06:49
6
24,3
71,6
06:52
7
24,7
68,5
06:5
7 8
24
72,4
07:01
9
24,5
76
07:03
10
25
72
07:08
11
22,6
73
07:10
12
22,8
74,7
07:13
13
25,2
69,2
07:16
14
23
70,8
07:20
15
23,4
72
07:27
16
25,6
67
Temperatura e Umidade no Período Matutino
145
Estação úmida
Dia
Hora
Pontos
Temperat
ura
(ºC)
Umidade
(%)
15/nov
06:30
1
27
67,6
06:43
2
27,4
64,3
06:46
3
27,5
66,2
06:51
4
26,6
69,9
06:56
5
28,1
65
06:58
6
28,2
63,7
07:02
7
27,7
66,1
07:06
8
28
65,5
07:14
9
28,5
64,5
07:17
10
28,4
65,3
07:20
11
28,5
65,1
07:24
12
28
63,7
07:27
13
29,8
59,5
07:30
14
28,7
59,7
07:35
15
28,2
61,8
07:41
16
29,9
59
16/nov
06:30
1
28,6
66,3
06:39
2
28,8
66,21
06:42
3
28,71
63,61
06:47
4
28,1
70,7
06:52
5
28,7
65,8
06:56
6
28,4
63,9
06:59
7
28,4
64,
9
07:08
8
28,6
67
07:09
9
29,6
60,5
07:13
10
29,4
63
07:16
11
29,3
64,2
07:20
12
29,1
63,3
07:25
13
29,1
60,8
07:30
14
28,5
61,9
07:33
15
29,3
63,9
07:36
16
29,8
60,8
17/nov
06:30
1
27,06
67,9
06:38
2
27,8
68,1
06:41
3
25
65,3
06:44
4
27
70,3
06:48
5
27,4
64,9
06:51
6
28,4
63,4
06:54
7
29,4
64,8
07:01
8
28,4
67
07:04
9
28,9
66,5
07:07
10
28,6
60,8
07:10
11
28,7
58,6
07:13
12
28,5
60,2
07:16
13
29,7
57,4
07:19
14
28,6
55,5
Dia
Hora
Pontos
Te
mperatura
(ºC)
Umidade
(%)
07:25
15
29,9
50,5
146
07:31
16
30,4
52,9
18/nov
06:30
1
28,1
64,6
06:35
2
29,8
59,8
06:38
3
29,2
61,5
06:43
4
28,3
66,3
06:46
5
29,8
60,3
06:51
6
29,6
58,1
06:54
7
29,4
57,8
06:58
8
29,1
61
07:00
9
30,
2
60,1
07:02
10
32,6
51,4
07:07
11
31
51,9
07:16
12
31,1
50,6
07:20
13
31
55,2
07:22
14
30,6
55
07:28
15
30,7
53
07:33
16
31,8
52,9
Temperatura e Umidade no Período Noturno
Estação Seca
Dia
Minutos
do Pôr
do sol
Pontos
Temperatura
(ºC)
Umidade
(%)
21/set
53
1
28,3
64,5
58
2
28,4
63,8
64
3
28,3
64,5
74
4
27,8
66,3
82
5
28,3
64
86
6
28,3
64,1
88
7
28,4
63,5
94
8
27,5
67,9
116
9
28
69,2
120
10
28,2
65,4
138
11
27
70
101
12
28,5
62,8
107
13
28,9
62,
3
111
14
28,6
64,9
131
15
28,4
64,5
143
16
27,1
70,1
22/set
156
1
30
59,4
162
2
30,2
58,1
168
3
30,7
58,8
169
4
29,2
63,9
175
5
30,2
58,8
176
6
30,3
57,6
179
7
30,3
62,5
182
8
28,7
64,8
185
9
29
61,7
187
10
29,8
60,5
D
ia
Hora
Pontos
Temperatura
(ºC)
Umidade
(%)
190
11
29,4
63,1
147
193
12
29,6
58,8
195
13
30,2
58,2
196
14
30,2
59,2
200
15
29,7
59,3
204
16
28,9
64,2
23/set
101
1
28,1
63,2
105
2
28,1
60,2
107
3
28,8
60
110
4
27,9
66,7
114
5
28,8
61,8
115
6
29,2
59,4
117
7
28,2
58,3
120
8
27,5
64
122
9
25,8
65,1
124
10
27,9
61,8
127
11
28,4
62,5
129
12
28,3
62
131
13
29,5
63,5
132
14
28,8
60,5
136
15
28,6
61,9
139
16
28,8
65,2
24/set
130
1
26,2
74,3
134
2
26,8
72,3
138
3
26,9
72,9
145
4
26
75
153
5
26,5
72,5
154
6
26,1
73,5
159
7
26,1
76,2
162
8
25,8
74,1
168
9
26,1
72,7
170
10
25,9
72,4
175
11
26
71,8
177
12
25,9
73,4
180
13
26,6
72,5
182
14
27,7
71,4
186
15
26,5
73
189
16
26,5
73,2
25/set
15
1
31
57,3
17
2
31,6
55,8
21
3
31,6
55,8
25
4
30
58,5
30
5
31,2
56,1
23
6
31,3
56,4
36
7
30,3
57
41
8
30,2
59,1
45
9
30,6
59
48
10
30,7
58,3
52
11
30,6
57,6
Dia
Hora
Pontos
Temperatura
(ºC)
Umidade
(%)
56
12
30,6
58,3
148
58
13
30,6
57
60
14
30,6
58,2
64
15
30,8
58,4
69
16
30,4
59,8
Temperaturas e Umidades no Período Noturno
-
Úmida
Dia
Minutos
do pôr
-
do-
sol
Pontos
Temperatura
(ºC)
Umidade
(%)
15/nov
160
1
32
54,4
163
2
32,2
53,8
1
67
3
32,1
54,8
173
4
30,6
58,5
177
5
31,4
56,2
179
6
31,5
56,6
185
7
31,2
59,1
187
8
29,1
63,5
191
9
30,3
62,8
194
10
30,7
56,8
197
11
28,5
63,1
200
12
30,2
59,2
202
13
30,8
57,6
204
14
30,7
57
206
15
30,2
56,8
300
16
29,4
58,5
16/nov
174
1
29,8
65,4
177
2
29,6
64,4
180
3
29,8
63,6
183
4
28
68,3
188
5
29
62,5
190
6
29,1
63,3
193
7
28,9
61,9
195
8
27
63,3
196
9
27,3
67
199
10
28,7
63
203
11
27,8
61
205
12
28,1
62,5
207
13
28,1
61
208
14
27,9
60,5
212
15
28,5
63,2
215
16
27,7
61,5
17/nov
135
1
33
49,4
141
2
34,2
41,7
144
3
33,3
46,6
151
4
32,3
53,3
154
5
33,4
48,9
157
6
33,7
47,4
Dia
Hora
Pontos
Temperatura
(ºC)
Umidade
(%)
160
7
33,2
46,9
149
165
8
31,4
55,
5
168
9
31,8
52,2
170
10
32,6
51
175
11
31,3
54,4
177
12
33,2
49,2
180
13
33,5
47,9
182
14
33,4
48,5
187
15
33,3
48,6
195
16
30,4
61,2
18/nov
139
1
30,4
69,8
142
2
30,9
67
144
3
31
68
147
4
29,2
74,7
150
5
30,4
68,5
152
6
30,3
69,1
154
7
30,3
68,8
156
8
29,2
74,3
158
9
29,5
74,7
160
10
30,2
70,7
162
11
29,3
73
163
12
30
71,1
165
13
30,4
68,7
166
14
30,9
66,5
169
15
30,4
69,3
171
16
29,7
70,8
150
APÊNDICE II. Comparação entre os dias de medições
microclimáticas na estação seca e úmida no campus
da UFMT
Através do apêndice II são apresentados os gráficos das médias das
temperaturas e umidades relativas do ar para as estações seca e úmida no período da
manhã e
noturno.
Para a estação seca foram realizados cinco dias de medições no mês de
setembro, caracterizando como os melhores dias de medições para este mês (céu
limpo e estabilidade do vento).
Foram realizados quatro dias de medições na estação úmida feitas no mês de
novembro, mês este com maior estabilidade do vento e de céu limpo.
Umidade média para os dias de medições na estação seca e
úmida no perí
odo da manhã
57,5
79,4
68,3
78,8
73,3
62,1
64,2
64,2
77,1
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
1
2 3
4
5
dia
Umidade (%)
estação úmida
estação seca
151
Temperatura dia para os dias de medições na estação seca e úmida para o período
noturno
28,1
29,8
28,3
26,4
30,8
30,7
28,5
32,8
30,1
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
33,0
34,0
1 2 3 4 5
dia
temperatura C)
estação seca
estação úmida
Umidade dia para os dias de Medições na estação seca e úmida para o peodo noturno
65,5
62,3
73,2
57,7
58,0
63,3
50,2
60,6
70,3
45,0
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
1 2 3 4 5
dia
Umidade (%)
estação seca
estação úmida
152
APÊNDICE III. Dados estatísticos do teste T pareado para as
estações meteorológicas de Cuiabá e Santo Antônio
Este apêndice apresenta os resultados da análise realizada o programa SPSS
(S
tatistical
Package for the S
ocial
Sciences) para encontrar as correlações entre o
comportamento térmico das estações meteorológicas de Cuiabá e Santo Antônio.
São apresentados os resultados obtidos em relação ao erro e correlação da
análise do teste T pareado para os doze meses escolhidos para a análise.
Dados estatísticos do teste T pareado para as médias das temperatura
s
máximas
nas estações de Cuiabá e Santo Antônio
Dados estatísticos do teste T pareado para as temperaturas médias nas estações
de Cuiabá e Santo Antônio
Paired Samples Statistics
32,6000
12
1,62928
,47033
32,5917
12
1,74171
,50279
Cuiabá
Pair
1
Mean
N
Std. Deviation
Std. Error
Mean
St. Antônio
Paired Samples Correlations
12
,894
,000
Cuiabá & St.Ant.
Pair 1
N
Correlation
Sig.
Paired Samples Statistics
26,2167
12
1,68460
,48630
25,4583
12
2,16058
,6237
1
Cuiabá
Pair
1
Mean
N
Std. Deviation
Std. Error
Mean
St. Antônio
Paired Samples Correlations
12
,943
,000
Cuiabá & St. Ant.
Pair 1
N
Correlation
Sig.
153
Dados estatísticos do teste
T parea
do para
as médias das
temperatura
s
m
ínimas
nas estações de Cuiabá e Santo Antônio
Paired Samples Statistics
21,7167
12
2,94798
,85101
20,7167
12
3,30615
,95
440
Cuiabá
Pair
1
Mean
N
Std. Deviation
Std. Error
Mean
St. Antônio
Paired Samples Correlations
12
,994
,000
Cuiabá & St. Ant.
Pair 1
N
Correlation
Sig.
154
APÊNDICE IV. Análise das temperaturas máximas e mínimas absoluta dos
meses da série analisada para as estações meteorológicas de Cuiabá e Santo
Antônio
Este apêndice apresenta as tabelas das temperaturas máximas e mínimas da
série que corresponde do mês de julho de 2005 até o mês de junho de 2006,
totalizando um ano de análise. Esse período foi o único disponível na estação
meteorológica de Cuiabá.
São apresentados ainda os gráficos correspondentes as temperaturas máximas
e mínimas absolutas das estações meteorológicas de Cuiabá e Santo Antônio.
T
emperaturas
M
áximas
Absoluta Me
nsal
Temperatura Máxima Absoluta
Mês
Cuiabá (°C)
Santo (°C)
jul/05
36,1
37,2
ago
38,8
39,4
set
38,4
39,4
out
38,3
38,9
nov
36,8
36,6
dez
35,6
35,9
jan
36,7
37,6
fev
35,1
35,6
mar
34,7
35,3
abr
34,8
34,8
mai
34,9
34,9
jun/06
34,3
34,8
Temperatura Máxima Absoluta Mensal
30
32
34
36
38
40
jul/05
ago
set
out
nov dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun/06
Mês
Temperatura (°C)
Cuiabá
Santo Antônio
155
T
emperatura Mínima Absoluta Mensal
Temperatura Mínima Absoluta
Mês
Cuiabá (°C)
Santo (°C)
jul/05
12,4
9,8
ago
10,4
7,7
set
12
11,5
out
20,1
19,1
nov
21,5
21,5
dez
22,1
21,4
jan
22,1
21,2
fev
22,6
21,7
mar
22,5
21,8
abr
18,5
18,3
mai
12,9
1
1,4
jun/06
17,1
15,1
Temperatura Mínima Absoluta Mensal
5
10
15
20
25
jul/05
ago
set
out
nov dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun/06
Mês
Temperatura (°C)
Cuia
Santo Antônio
Climatologia Urbana
Armindo de A. C. Neto
156
APÊNDICE V.
Dados coletados para as estações meteorológicas de Cuiabá e Santo Antônio do Leverger
ESTAÇÃO
: 9° Distrito de Meteorologia MT e RO
Altitude:
Da estação Hs: 152,34m
ANO DE 2005
Local
: INM
ET Cuiabá 15° 33' S 56° 07' W
Da cuba do barômetro: 151m
Meses de
Pressão
TEMPERATURA DO AR
Umidade
Nebu
-
PRECIPITAÇÃO
Evaporação
Insolação
2005
atm
(mb)
Méd.
Méd.
Máximas
Abs.
Mínimas Abs.
Média
Relativa
losidade
Altura
Máxima em 24 hs
Total
Total
(horas
Máxi.
Míni.
Graus
Data
Graus
Data
Comp.
%
( C
-
10
total (mm)
Altura
(mm)
Data
(mm)
e décimos)
Janeiro
990,9
24,3
23,1
5
27,9
83
67
131,1
22,4
16
25,2
Fevereiro
991,2
29,7
23,7
35
24
19,6
2
26,5
96
50
220,9
75
1
37,6
Março
996,3
32,2
24,1
36,1
7
21,1
24
27,5
78
65
200,8
82
23
50,7
Abril
993,7
21,6
13,5
26
23,2
64
53
56,2
38
4
73,3
Maio
992,5
21,3
18
1
22,9
66
53
81
8,1
26
15,8
Junho
993,7
21,2
18
23
18,1
64
53
14,3
14,3
28
80
15,5
Julho
996,5
31,6
16,8
36,1
29
12,4
20
23,7
61
38
0 0 0
118,7
243,4
Agosto
995,1
35,4
18,6
38,8
16
10,4
10
26,4
53
74
1 1
31
221,3
225,6
Setembro
995
32,7
19,7
38,4
8
12
13
25,8
63
34
43,3
25,3
12
144,9
134,5
Outubro
992,6
34,5
24,1
38,3
8
20,1
6
28,3
69
77
121,4
80
23
143,9
175,6
Novembro
991,1
33,5
24,7
36,8
9
21,5
10
27,9
72
68
90,5
37,4
9
121,2
150
Dezembro
990,2
33,3
24,1
35,6
10
22,1
7
27,7
76
77
104,1
22,3
17
115,5
165,4
Climatologia Urbana
Armindo de A. C. Neto
157
Obs: Os meses sem coleta de dado foram ocasionados pela falta de profissionais da estação no
mês da coleta.
ESTAÇÃO
: 9° Distrito de Meteorologia MT e RO
Altitude:
Da estação Hs:
152,34m
ANO DE 2006
Local
: INMET Cuiabá 15° 33' S 56° 07' W.
Da cuba do barômetro: 151m
Meses de
Pressão
TEMPERATURA DO AR
Umidade
Nebu
-
PRECIPITAÇÃO
Evaporação
Insolação
2006
atm
(mb)
Méd.
Máx.
Méd.
Mín.
Máximas
Abs.
Mínimas Abs.
Média
Relativa
losidade
Altura
Máxima em 24 hs
Total
Total
(horas
Graus
Data
Graus
Data
Comp.
%
( C
-
10
total (mm)
Altura
(mm)
Data
(mm)
e décimos)
Janeiro
991,7
32,5
24
36,7
24
22,1
12
27,2
79
77
152,9
34,3
12
63,8
87,2
Fevereiro
991,8
32,5
24,1
35,1
1
22,6
24
27
82
72
355,5
91,8
2
57,2
153
Março
992,2
32,7
24,2
34,7
6
22,5
29
27
84
77
273,1
67,9
19
78,4
163,4
Abril
993,2
30,2
22,9
34,8
26
18,5
19
25,9
82
68
154,7
42,2
9
72,3
174,3
Maio
997,2
29,5
18,1
34,9
16
12,9
13
22,9
73
39
12,5
12,5
22
124,9
238,8
Junho
996,2
32,8
19,3
34,3
19
17,1
28
24,8
67
28
4,1
4,1
1
123,3
251,3
Julho
995,9
18
13
31
19,5
56
15
17,1
17,1
2
67,1
13,6
Agosto
994,4
35,3
19,3
38,6
12
1
3,9
1
27,1
54
24
24,3
15,3
29
107,6
232,8
Setembro
993,8
33,5
21,4
37,3
8
12,9
6
26,5
66
38
112
86
9
119,3
140
Outubro
993,4
33,2
23,8
37,3
29
21,8
6
27,5
76
66
97,9
47,2
13
110,4
142
Novembro
991,6
35,1
23,7
37,4
17
19,8
13
28,4
68
56
142,9
44,1
20
87,
9
184,1
Climatologia Urbana
Armindo de A. C. Neto
158
ESTAÇÃO
: Estação Agroclimatológica Padre Ricardo Remetter
Altitude: da estação: 140,8m da cuba do barômetro: 140m
ANO DE 2005
Local
: Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, 15º47’11” S e 56º04’47” W, município de
Santo Antônio do Leverger
MT
Meses de
Pressão
TEMPERATURA DO AR
Umidade
Nebu
-
PRECIPITAÇÃO
Evaporação
Insolação
2005
atm
(mb)
Méd.
Máx.
Méd.
Mín.
Máximas
Abs.
Mínimas
Abs.
Média
Relativa
losidade
Altura
Máxima em 24
hs
Total
Total
(horas
Grau
s
Data
Graus
Data
Comp.
%
( C
-
10
total (mm)
Altura
(mm)
Data
(mm)
e décimos)
Janeiro
991,8
32,2
24
35,6
8
22,9
5
26,9
83
84
271,3
49
13
94,9
145,8
Fevereiro
993,2
33,4
23,4
36,4
9
18,7
2
27,1
81
71
124,6
81,1
1
104,7
187,9
Março
994
32,6
23,5
36,6
29
20,3
24
26,8
83
68
156,6
33,3
20
94,7
192,5
Abril
995,1
32,2
21,9
36,3
14
14,1
27
25,9
80
63
83,9
43
6
102,3
204,5
Maio
995,7
32,9
19,9
35,5
12
17,8
2
25,4
73
45
5,8
5,8
26
145,9
245,8
Junho
997,2
33,5
17,9
35,5
17
14,4
27
24,2
70
36
6,3
6
28
172,7
255,5
Julho
999,8
31,2
14,8
37,2
29
9,8
12
21,1
63
35
0,4
4
19
211
261,5
Agosto
996,8
35,6
16,9
39,4
28
7,7
10
25,1
49
20
7,1
7,1
31
307,8
267,2
Setembro
996,7
32,4
19
39,4
8
11,5
13
24,5
64
58
73
28,7
10
197,2
195,3
Outubro
994,1
34,7
23,3
38,9
4
19,1
6
27,
7
70
69
134,9
29,7
30
166,4
176,2
Novembro
992,2
33,5
23,4
36,6
14
21,5
10
27,3
77
68
99,3
48
10
123,9
176,2
Dezembro
991,6
33,3
23,2
35,9
21
21,4
7
27,1
79
72
164,3
38,3
27
118,5
214,7
Climatologia Urbana
Armindo de A. C. Neto
159
ESTAÇÃO
: Estação Agroclimatológica Padre Ricardo Remett
er
Altitude: da estação: 140,8m da cuba do barômetro: 140m
ANO DE 2006
Local
: Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, 15º47’11” S e 56º04’47” W, município de Santo Antônio do Leverger
MT
Meses de
Pressão
TEMPERATURA DO AR
Umidade
Nebu
-
PRECIPITAÇÃO
Evaporação
Insolação
2006
atm
(mb)
Méd.
Máx.
Méd.
Mín.
Máximas
Abs.
Mínimas
Abs.
Média
Relativa
losidade
Altura
Máxima em 24
hs
Total
Total
(horas
Graus
Data
Graus
Data
Comp.
%
( C
-
10
total (mm)
Altura
(mm)
Data
(mm)
e décimos)
Janeiro
993,3
32,8
23,4
37,6
24
21,2
12
27,1
83
80
182,1
75,5
12
103,6
158,8
Fevereiro
993,1
33
23,4
35,6
5
21,7
21
26,9
84
49
177,1
29
12
92,4
171,1
Março
993,5
30,8
23,7
35,3
6
21,8
28
26,1
85
79
229,8
58,5
26
81,9
165,8
Abril
994,5
31,7
22,5
34,8
26
18,3
18
26,6
84
66
178,5
50
7
80,9
175,8
Maio
999,2
29,1
17
34,9
27
11,4
13
22,1
79
42
11,6
52
22
114,4
244,5
Junho
998,3
33
18
34,8
19
15,1
28
23,9
75
39
0 0 0
145,9
260,2
Julho
998,7
32,8
16,5
37,4
28
11,4
31
23,3
68
28
31,6
29,4
2
191,7
279,3
Agos
to
996,5
35
18,1
38,8
12
11,1
1
25,5
57
40
100,7
50,1
29
239,3
273,5
Setembro
996,3
33,1
20,9
38,5
13
11,4
6
25,8
71
64
79,8
46
9
155,5
193,6
Outubro
993,4
32,7
23
36,5
29
21,7
6
26,7
82
82
136,9
41
13
99,3
161,2
Novembro
992,6
34,2
23
37,3
17
17,5
12
2
7,6
70
68
139,3
33
26
141,8
225,1
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