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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
PROGRAMA DES-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
A COMUNIDADE DE ABELHAS (HYMENOPTERA – APIFORMES)
DA MATA COM ARAUCÁRIA EM PORTO UNIÃO-SC E ABELHAS
VISITANTES FLORAIS DA ABOBOREIRA (Cucurbita L.) EM
SANTA CATARINA, COM NOTAS SOBRE Peponapis fervens
(EUCERINI, APIDAE).
CRISTIANE KRUG
Criciúma,SC
2007
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ii
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
PROGRAMA DES-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
A COMUNIDADE DE ABELHAS (HYMENOPTERA – APIFORMES)
DA MATA COM ARAUCÁRIA EM PORTO UNIÃO-SC E ABELHAS
VISITANTES FLORAIS DA ABOBOREIRA (Cucurbita L.) EM
SANTA CATARINA, COM NOTAS SOBRE Peponapis fervens
(EUCERINI, APIDAE).
Cristiane Krug
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais da Universidade do
Extremo Sul Catarinense, para
obtenção do grau de Mestre em
Ciências Ambientais.
Orientadora:
Drª. Isabel Alves-dos-Santos
Criciúma, SC
2007
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iii
AGRADECIMENTOS
“O agradecimento é a memória do corão” Lao-T
A Drª. Isabel Alves dos Santos, pela orientação, mas, sobretudo pela
amizade e apoio durante todo este projeto.
A Drª. Birgit Harter-Marques e ao Dr. Luiz Alexandre Campos, pela enorme
ajuda em várias etapas deste projeto e pela amizade.
A Drª. Denise M.D.S. Mouga, pelo exemplo científico e incentivo na iniciação
ao estudo das abelhas.
Aos colegas do laboratório de Abelhas Silvestres da Unesc: Alexandre,
Thiago, Morgana, Múcio e Jacke, pelo auxílio e pelo companheirismo.
A UNESC por tornar este trabalho posvel e a Capes pela concessão da
bolsa.
Àqueles que auxiliaram com a identificação das abelhas, Birgit Harter-
Marques, Danúncia Urban, Gabriel Melo, Antonio Aguiar, Fernando A. Silveira e
Rodrigo Gonçalves.
Àqueles que auxiliaram com a identificação das plantas, Vanilde Citadini-
Zanette, Rafael Martins, Jader Lima, Lílian A. Mentz, João A. Jarenkow, Mara R.
Ritter, Angelo A. Schneider e Élide Pereira dos Santos.
A meus pais, Orlando e Noeli, que além de apoio, amor e compreensão,
acreditam nos meus sonhos.
Aos meus irmãos Marcos e Simone, pela ajuda, paciência e carinho de
sempre.
Ao Felipe, meu namorado, pela solicitude e pelo apoio em todos os
momentos.
E a todos que de alguma forma me auxiliaram, meu agradecimento.
iv
RESUMO
Dois estudos foram desenvolvidos nesta dissertação: um levantamento da
comunidade de abelhas de um fragmento de Mata com Araucária e a avaliação dos
visitantes florais do gênero Cucurbita em Santa Catarina. A fauna de abelhas da
Floresta Ombrófila Mista foi inventariada no entorno de um fragmento no município
de Porto União. Foram realizadas coletas mensais com rede entomológica para
coletar abelhas sobre as flores, totalizando 13 coletas e 147 horas de amostragem.
Também foram oferecidos três tipos de armadilha: iscas de cheiro, ninhos
armadilha e pratos armadilha. Foram amostradas 1.711 abelhas pertencentes a 164
espécies, distribuídas nas 5 famílias de Apoidea. Deste total, 1339 abelhas de 130
espécies foram coletadas com a rede entomológica, 346 abelhas de 72 espécies
foram amostradas nos pratos armadilha, 24 abelhas de 9 espécies foram
capturadas através dos ninhos armadilha e 2 indivíduos de uma espécie foram
amostrados com iscas de cheiro; 48 espécies de abelhas foram comuns a duas ou
mais metodologias. As abelhas coletadas sobre as flores visitaram 97 espécies
vegetais pertencentes a 32 famílias. As diferentes análises realizadas evidenciaram
um padrão sazonal de atividade das abelhas e a importância da utilização de
metodologias complementares à coleta com rede entomológica na realização de
levantamentos de fauna de Apiformes. Abelhas visitantes florais de plantas do
gênero Cucurbita foram amostradas através de censos em seis municípios do
estado de Santa Catarina, e para amostrar a fauna de abelhas destas localidades
foi utilizada a metodologia de pratos armadilha na plantação. No total foram
registradas 3.270 abelhas pertencentes a 51 espécies, sendo 3.153 abelhas de 25
espécies por meio dos censos e 117 abelhas de 30 espécies nos pratos armadilha.
Quatro espécies foram comuns nas duas metodologias, sendo uma destas
espécies Peponapis fervens. A abelha P. fervens é considerada especialista para o
gênero Cucurbita e foi encontrada em quatro dos sete locais estudados, sendo a
espécie mais abundante nas flores de abóbora em três destas localidades. Ninhos
de P. fervens foram observados e escavados. Estes foram ocupados por uma única
mea que os consti verticalmente e aprovisiona as células unicamente com pólen
de Cucurbita. O comportamento de forrageio de P. fervens e a sua fidelidade às
flores de abóbora indicam esta espécie como o polinizador efetivo de Cucurbita em
Santa Catarina.
v
Palavras-chave: abelhas nativas, Mata com Araucária, sul do Brasil, região
subtropical, polinização, abóbora, metodologias de captura.
ABSTRACT
Two studies were performed in this dissertation: a survey of the bee community in
one fragment of Araucaria Forest and the
evaluation of the floral visitors of the
Cucurbita genus in Santa Catarina. The bee fauna of the Floresta Ombrófila Mista
was sampled around a fragment of Floresta Ombrófila Mista in the district of Porto
União. Samples were carried on monthly with hand nets directly on the flowers,
totalizing 147 hours of sampling. Another three types of traps were used to capture
the bees: chemical baits, trap nests and pan traps. A total of 1711 bees were
sampled belonging to 164 species, distributed in 5 families of Apoidea. From the
total, 1339 bees of 130 species were registered with the hand net, 346 bees of 72
species in pan traps, 24 bees of 9 species were caught in the trap nests and two
specimens of one species were collected with baits; 48 species of bees were
common to two or more methodologies. The bees collected on the flowers had
visited 97 plant species of 32 families. The different analyses show evidences of a
seasonal pattern of activity of the bees and the importance of the use of
complementary methods to survey the bee fauna. Floral visiting bees of Cucurbita
were sampled through censuses in six districts of Santa Catarina state. Pantraps
were also used in the plantation to have an idea about the bee fauna in these
localities. In total 3.270 bees of 51 species were sampled, 3.153 bees of 25 species
through the censuses and 117 bees of 30 species in the pantraps. Four bee species
were common to both survey methods,
one of them being the species Peponapis
fervens. The P. fervens bee is considered specialist in the genus Cucurbita and was
found in four of the seven studied places, being the most abundant bee in the
squash flowers in three of these localities. Nests of P. fervens were observed and
excavated. They were occupied by a single female that constructs its nest vertically
and provide the cells only with pollen from Cucurbita. The foraging behavior of P.
fervens and its fidelity to the squash flowers indicate this species as the effective
pollinator of Cucurbita in Santa Catarina.
Keywords: wild bees, Araucaria Forest, south of Brazil, subtropical region,
pollination, squash, methodologies of keep.
vi
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 01
CAPITULO 01 ......................................................................................................... 02
Resumo / Palavras-chave ........................................................................... 02
Abstract / Keywords .................................................................................... 02
Introdução ................................................................................................... 03
Material e Métodos ...................................................................................... 06
Área de estudo ................................................................................ 06
Pratos armadilha .............................................................................. 07
Iscas de cheiro ................................................................................. 08
Ninhos armadilha ............................................................................. 09
Censo em flores com rede entomológica ........................................ 10
Análise dos dados ........................................................................... 11
Resultados .................................................................................................. 11
Pratos armadilha ............................................................................. 17
Iscas de cheiro ................................................................................ 18
Ninhos armadilha ............................................................................ 18
Censo em flores com rede entomológica ........................................ 19
Fenologia das abelhas ......................................................... 21
Riqueza da fauna de abelhas .............................................. 28
Flores visitadas pelas abelhas ............................................. 29
Relação entre as abelhas e plantas visitadas .......... ........... 36
Discussão .................................................................................................... 34
Pratos armadilha .............................................................................. 35
Iscas de cheiro ................................................................................ 36
Ninhos armadilha ............................................................................. 37
Relação entre as abelhas e plantas visitadas ................................. 38
Fenologia das abelhas ......................................................... 38
Riqueza e diversidade da fauna de abelhas ........................ 40
Flores visitadas pelas abelhas ............................................. 42
Conclusão .................................................................................................. 43
Referências Bibliográficas ........................................................................... 44
Apêndices .................................................................................................... 50
CAPITULO 02 ......................................................................................................... 83
Resumo / Palavras-chave ........................................................................... 83
Abstract / Keywords .................................................................................... 83
Introdução ................................................................................................... 84
Material e Métodos ...................................................................................... 86
Áreas inventariadas ......................................................................... 86
Censos ............................................................................................. 90
Pratos armadilha .............................................................................. 92
Observação de ninhos Peponapis fervens ...................................... 93
Análises da diversidade ................................................................... 93
Resultados .................................................................................................. 94
Abelhas coletadas nas abóboras e na vegetação do entorno ......... 97
vii
Comportamento de P. fervens ........................................................107
Agregações e ninhos de P. fervens ............................................... 108
Discussão .................................................................................................. 112
Conclusão ................................................................................................. 114
Refencias Bibliográficas ......................................................................... 114
Anexos ...................................................................................................... 117
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 119
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 120
APRESENTÃO GERAL
Abelhas (Apiformes) e vespas esfeciformes (Spheciformes) juntas
constituem a superfamília Apoidea (MICHENER, 2000). Para Engel (2004), as
abelhas divergiram das vespas esfeciformes em algum momento no final do
Cretáceo Inferior, há aproximadamente 125 milhões de anos.
As abelhas rnem aproximadamente 20.000 espécies, distribuídas por
praticamente toda parte do mundo onde há Angiospermas (MICHENER, 2000). A
maioria das espécies nativas é solitária e poucas são sociais.
O Brasil, devido às suas proporções continentais e riqueza de ecossistemas,
pode ser considerado privilegiado neste aspecto, pois abriga cerca de um quarto
destas espécies, cerca de 3.000 espécies (SILVEIRA et al., 2002, ALVES-DOS-
SANTOS, 2002). A mais importante atividade das abelhas é provavelmente seu
serviço gratuito de polinização, que é determinante para a manutenção da flora
nativa, que também é importante para a obtenção de muitos alimentos consumidos
pelo homem.
Infelizmente, a abelha mais conhecida entre os brasileiros é a abelha
européia (Apis mellifera) que na verdade não é nativa do Brasil. Esta espécie foi
introduzida no período colonial para fins de apicultura. Atualmente é a espécie mais
abundante nos ambientes (até mesmo urbanos), resultando no esquecimento de
que a fauna brasileira de abelhas nativas é rica e diversa (ALVES-DOS-SANTOS,
2002).
Este trabalho representa uma pequena contribuição ao conhecimento das
abelhas nativas do sul do Brasil e da região Neotropical. Além disso procurou-se
valorizar o papel de uma espécie de abelha especializada como polinizadora efetiva
em plantações de abóbora.
No CAPÍTULO 1 são apresentados os dados obtidos durante um inventário
de 13 meses da apifauna em uma área de Floresta Ombrófila Mista no município de
Porto União/SC.
No CAPÍTULO 2 é apresentado o resultado das investigações sobre abelhas
visitantes florais do gênero Cucurbita em sete áreas distintas do estado de Santa
Catarina, bem como notas sobre biologia da nidificão e comportamento de
Peponapis fervens.
2
FAUNA DE ABELHAS (HYMENOPTERA – APIFORMES) DE
UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM
PORTO UNIÃO-SC.
Resumo
As abelhas, principalmente a fauna nativa, são importantes constituintes da
diversidade animal e indispensáveis nas relações de polinização de muitas
espécies vegetais. Um levantamento da apifauna foi realizado nas margens de um
fragmento de Floresta Ombrófila Mista no munipio de Porto União. Foram
realizadas coletas mensais com rede entomológica para coletar abelhas sobre as
flores, totalizando 13 coletas e 147 horas de amostragem. Também foram
oferecidos três tipos de armadilha: iscas de cheiro, ninhos armadilha e pratos
armadilha. Foram amostradas 1.711 abelhas pertencentes a 164 espécies,
distribuídas nas 5 famílias de Apoidea. Deste total, 1339 abelhas de 130 espécies
foram coletadas com rede entomológica, 346 abelhas de 72 espécies foram
amostradas nos pratos armadilha, 24 abelhas de 9 espécies foram capturadas
através dos ninhos armadilha e 2 indivíduos de uma espécie foram amostrados com
iscas de cheiro; 48 espécies de abelhas foram comuns a duas ou mais
metodologias. As abelhas coletadas sobre as flores visitaram 97 espécies vegetais
pertencentes a 32 famílias, sendo Asteraceae e Lamiaceae as famílias mais
visitadas. As diferentes análises realizadas evidenciaram um padrão sazonal de
atividade das abelhas e a importância da utilização de metodologias
complementares à coleta com rede entomológica na realização de levantamentos
de fauna de Apiformes. A composição da fauna de abelhas foi similar a vários
trabalhos realizados em Floresta Ombrófila Mista, sendo Halictidae a família mais
diversa seguida por Apidae.
Palavras-chave: armadilhas, flora apícola, Mata com Araucária, metodologias de
amostragem, plantas melíferas, rede entomológica.
Abstract
The bees, mainly the native fauna, are important constituents of the animal diversity
and crucial in the pollination relationships of many plant species. A survey was
carried out around a fragment of Floresta Ombrófila Mista in the district of Porto
União. Samples were carried on monthly with hand nets directly on the flowers,
3
totalizing 147 hours of sampling. Another three types of traps were used to capture
the bees: chemical baits, trap nests and pan traps. A total of 1711 bees were
captured belonging to 164 species, distributed in 5 families of Apoidea. From the
total, 1339 bees of 130 species were sampled with the hand net, 346 bees of 72
species in pan traps, 24 bees of 9 species were caught in the trap nests and two
specimens of one species were collected with baits; 48 species of bees were
common to two or more methodologies. The bees collected on the flowers had
visited 97 plant species of 32 families, being Asteraceae and Lamiaceae the families
more visited. The different analyses carried through had evidenced a sazonal
standard of activity of the bees and the importance of the use of complementary
methods beside handnet to survey the bee fauna. The composition of the bee fauna
was similar to many inventories performed in the Floresta Ombrófila Mista, being
Halictidae the most diverse family followed by Apidae.
Keywords: Araucaria Forest, bee flora, hand net, melitophillus plants, sample
methods, traps.
Introdução
A Mata Atlântica, um complexo e exuberante conjunto de ecossistemas de
grande importância para o país e para o mundo, encontra-se em estágio crítico de
conservação, com elevado risco de extinção (ATLAS, 2001).
Em função das poucas áreas de remanescentes de florestas primárias na
Mata Atlântica, as florestas secundárias exercem hoje algumas funções ou serviços
ambientais cruciais no equibrio do clima, no seqüestro de carbono, na manutenção
dos mananciais de água que abastecem as cidades, no controle de pragas e
doenças na agricultura e na manutenção e sobrevivência das muitas espécies da
flora e fauna (SCHÄFFER & PROCHNOW, 2002).
O estado de Santa Catarina tem uma extensão territorial de 95.985 km
2
, e
está totalmente inserido no domínio da Mata Atlântica, incluindo diversas
fisionomias florestais e ecossistemas associados (SCHÄFFER & PROCHNOW,
2002). Uma destas fisionomias florestais, a Floresta Ombrófila Mista, é a
comunidade de principal ocorncia da Araucaria angustifolia e a formação vegetal
amostrada neste estudo.
A Floresta Ombrófila Mista (FOM), também conhecida como Mata com
Araucária ou pinheiral é um tipo de vegetação do Planalto Meridional, onde ocorria
4
com maior freqüência (IBGE, 1992; MEDEIROS, 2002) e segundo Reitz & Klein
(1966) é a formação florestal mais importante e de maior área no Estado,
distribuindo-se por quase todo o planalto catarinense.
Para Medeiros (2002) a Floresta Ombrófila Mista, foi alvo de intensa e
predatória exploração madeireira, estando hoje numa situação bem crítica.
Originalmente, cerca de 2/3 da área do estado de Santa Catarina eram cobertos por
mata com Araucária (MATTOS, 1972 apud NEGRELLE & SILVA, 1992) e de acordo
com Atlas (2001), os limites originais da FOM em Santa Catarina equivaliam a
4.417.124 hectares. Atualmente esta vegetação foi reduzida a remanescentes
florestais que equivalem a apenas 612.978 hectares, ou seja, 14% deste total.
Algumas áreas críticas foram mapeadas no Estado, como o município de Porto
União, por exemplo, onde 270 ha de FOM foram desmatados no ano de 2000,
destacando-o por ser um dos municípios que mais perderam remanescentes
florestais sob pressão antrópica no estado (ATLAS, 2001).
A composição florística deste tipo de vegetação, caracterizado por gêneros
basais como Drymis, Araucaria e Podocarpus, sugere, em face da altitude e da
latitude do Planalto Meridional, uma ocupação recente, a partir de refúgios alto-
montanos, apresentando quatro formões distintas: Aluvial, em terraços antigos
situados ao longo dos flúvios; Submontana, de 50 m até cerca de 400 metros de
altitude; Montana, de 400 m até aproximadamente 1000 metros de altitude; Alto-
montana, quando situadas acima de 1000 metros de altitude (IBGE, 1992).
Para Negrelle & Silva (1992), apesar da importância da Floresta Ombrófila
Mista com Araucária, em termos de cobertura florestal no Estado, e da crescente
devastação a que este tipo de formação vem sendo submetido, poucos estudos
foram realizados. Estes poucos estudos englobam flora e fauna ainda muito pouco
conhecidas na região.
A Mata Atlântica ou a Floresta Ombrófila Mista, mais precisamente, são
áreas de enorme interesse acerca da biodiversidade vegetal e animal. As abelhas,
importantes como agentes polinizadores, merecem destaque na busca pelo
conhecimento e preservação, pois delas depende a reprodução e o fluxo gênico de
muitas espécies vegetais deste ecossistema. Os naturalistas Fritz Müller (1852) e
Fritz Plaumann (1924) foram pioneiros no conhecimento da biodiversidade em
Santa Catarina, e entre seus estudos e pesquisas também se dedicaram ao
conhecimento das espécies de abelhas nativas da região. Mais tarde Orth (1983) e
Ortolan (1989) realizaram levantamentos da fauna de abelhas nativas e sua
5
implicação na polinização agrícola de macieiras. Minussi (2003), Feja (2003),
Mouga (2004) e Silva (2005) realizaram inventários locais da fauna de abelhas em
diversos municípios no estado. E recentemente Steiner et al. (2006) publicaram
uma relação das espécies de abelhas conhecidas para a Ilha de Florianópolis.
Nos demais estados do sul do país diversos têm sido os trabalhos sobre a
fauna apícola. No estado do Paraná destacam-se os trabalhos desenvolvidos por
Laroca, Cure & Bortoli (1982), Bortoli e Laroca (1990), Taura & Laroca (1991 e
2001), Zanella (1991), Barbola e Laroca (1993), Bazilio (1997), Schwartz-Filho &
Laroca (1999), Jamhour & Laroca (2004) e Gonçalves e Melo (2005), e no Rio
Grande do Sul os trabalhos de Wittmann & Hoffman (1990), Schlindwein (1995),
Alves-dos-Santos (1999) e Harter (1999). Todos os trabalhos citados acima
inclram, além das abelhas nativas, a composição da flora melífera local.
O impacto do desmatamento, fragmentação de habitats, introdução de
espécies exóticas e práticas agrícolas irracionais deve ser as principais causas da
diminuição das populações nativas de polinizadores (STEFFAN-DEWENTER et al.,
2006; KREMEN, et al. 2002; KEVAN & PHILLIPS, 2001). Esta, por sua vez, é
suspeita de ser a causa da baixa produção de frutos e sementes em muitas plantas
agrícolas, com conseências econômicas em muitas partes do mundo. A
produtividade de plantas nativas também pode ser afetada, e isto pode causar
extinções locais de populações de plantas, bem como dos animais dependentes
desta (PINHEIRO-MACHADO & SILVEIRA, 2006).
Segundo Alves-dos-Santos (1998), as abelhas são parte integrante da
biodiversidade e dos biomas mundiais, têm importância como polinizadores da flora
nativa e se constituem agentes de preservão, manutenção e regeneração de
ecossistemas, devendo assim ser protegidas. Mas, para que as abelhas possam
ser protegidas é necessário que sua diversidade seja conhecida, bem como as
plantas que visitam e aspectos de sua biologia. O objetivo deste estudo foi realizar
um levantamento da fauna de abelhas em uma área de Floresta Ombrofila Mista
em Santa Catarina, bem como obter dados relativos a fenologia destas abelhas e
das plantas melíferas associadas.
6
Material e Métodos
Área de estudo
Este estudo foi realizado no planalto norte catarinense, na latitude 26°19S,
longitude 50°55W e a 794 metros acima do nível do mar, no município de Porto
União (Fig.1). Segundo Klein (1978) a formação vegetal é a Floresta com Araucária
da bacia Iguaçu-Negro e de acordo com IBGE (1992) trata-se da Floresta Ombrófila
Mista Montana (FOM). O clima segundo Köeppen é do tipo Cfb (Clima Temperado),
caracterizado por ser mesotérmico úmido de verão ameno com chuvas bem
distribuídas durante o ano, verões brandos e invernos rigorosos com numerosas e
fortes geadas (ATLAS, 2001).
O solo da região é quartzoso e localmente feldspático, poroso e permeável,
e que se depositou porão do vento. Os solos são profundos bem drenados,
argilosos, de coloração vermelha e teores elevados de matéria ornica. O relevo
da região faz parte do planalto de Canoinhas, localizado ao norte do planalto
Ocidental, e é uma sub-região formada por rochas sedimentares, apresentando
relevo suave ondulado e ondulado, com altitudes médias em torno de 800 a 900
metros (SANTA CATARINA, 1984).
Este estudo foi desenvolvido nas margens de um remanescente de FOM
Montana relativamente preservado e circundado por plantações perenes, onde o
agricultor utiliza diversos tipos de agrotóxicos e fertilizantes químicos em todas as
fases da cultura (milho ou soja – rotão de cultura). Entre as safras o local é
utilizado para engorda para bovinos (Fig. 2A-B).
As coletas de dados foram mensais, realizadas preferencialmente em dois
dias consecutivos entre os meses de outubro de 2005 e outubro de 2006,
perfazendo um total de 13 meses de coleta. Segundo Pinheiro-Machado & Silveira
(2006), a técnica mais utilizada e recomendada para estudos de levantamento de
abelhas no Brasil é a coleta com rede entomológica em transectos, apesar de que,
melhores resultados são obtidos em número de espécies quando múltiplos métodos
são utilizados com esta finalidade. Quatro metodologias diferentes foram utilizadas
mensalmente neste levantamento, e serão descritas a seguir.
7
Fig. 1: Localização do município de Porto União, no planalto norte catarinense.
Metodoloia
Pratos armadilha
Pratos armadilha consistem de recipientes coloridos aprovisionados com
água e algumas gotas de detergente. Tais armadilhas têm sido utilizados em
levantamentos básicos de fauna e como ferramenta de monitoramento de
conservação de populações de insetos em habitats fragmentados (LEONG &
THORP, 1999). O grau de atração para uma cor ou uma série de cores é
provavelmente o maior determinante de quantos insetos alados podem
eficientemente ser coletados por armadilhas de potes coloridos que na essência
atuam como modelos florais neste tipo de coleta (DAFNI, 1992).
Os pratos armadilha atraem os insetos e os aprisionam em seu interior na
solução de água e de detergente (o detergente serve para quebrar a tensão
superficial da água impedindo que os insetos escapem).
Fig. 2A e B: Vista panorâmica do remanescente de Floresta Ombrófila Mista em Porto União.
2A 2B
8
Foram disponibilizados mensalmente entre novembro/2005 e outubro/2006,
15 pratos armadilha: 05 azuis, 05 amarelos e 05 brancos, que eram colocados
aleatoriamente no solo em áreas relativamente abertas próximas à vegetação por
dois dias consecutivos (48 horas). Os pratos armadilha utilizados possuíam 4.5 cm
de altura, 8.5 cm de diâmetro no fundo e 13 cm de diâmetro no topo (Fig. 3A e 3B)
e eram dispostos com uma distância mínima de 5 metros. Cada pote era
preenchido com aproximadamente 125 a 150 ml de água e 4-5 gotas de detergente.
Os insetos coletados nos pratos armadilha foram primeiramente
armazenados em potes de vidro contento álcool 70%, triados e as abelhas
montadas em laboratório, secas em estufa, etiquetadas e separadas em morfo-
espécies para identificação por especialistas. As borboletas capturadas nesta
técnica foram descartadas em campo, antes da adição de álcool,que tal
metodologia não é recomendada para a ordem Lepidoptera.
Iscas de cheiro
A utilização de iscas de cheiro permite o conhecimento da biodiversidade e
sazonalidade dos machos da Subtribo Euglossina. Para a atrão dos machos
foram utilizadas seis tipos diferentes de essências artificiais: eucaliptol, vanilina,
eugenol, benzoato de benzila, salicilato de metila e salicilato de benzina. Esses
compostos têm sido considerados bastante eficientes na atração dos machos de
Euglossini em diversos estudos sobre essas abelhas (CAMPOS et al. 1989; NEVES
& VIANA 1997; REBELO & GARÓFALO, 1997; HARTER, 1999; SOFIA & SUZUKI
2004; ESSINGER 2006).
As amostragens foram realizadas mensalmente, no horário das 9:00 às
12:00 horas, entre outubro/2005 e outubro/2006. As iscas de cheiro consistiam de
chumos de algodão com algumas gotas de uma das essências, que eram
Fig. 3A-B: Pratos armadilha amarelo e branco, utilizados
para capturar abelhas e outros insetos.
3
A
3B
9
amarradas a vegetação, a 1,5 m do solo e distantes cerca de 3-5 m entre si. As
abelhas atraídas às iscas foram capturadas com rede entomológica, mortas com
acetato de etila e armazenados em frascos plásticos com etiqueta, com dados de
data e hora da coleta e essência visitada.
Ninhos armadilha
Para a captura de abelhas solitárias foram oferecidos ninhos armadilha de
dois tipos: em blocos de madeira com três diferentes diâmetros e gomos de bambu
com diversos diâmetros (Fig. 4A-C). No total 240 cavidades foram ofertadas
mensalmente, 120 em blocos de madeira com 40 de 0,3 cm, 40 de 0,6 cm e 40 de 1
cm e 120 orifícios em bambu. As cavidades em blocos de madeira foram revestidos
por tubos retângulares de papel kraft (marrom) o que possibilitou a retirada dos
ninhos e substituição por novo tubo na cavidade.
Os ninhos foram disponibilizados próximos à vegetação nativa e eram
inspecionados mensalmente. Os orifícios ocupados e fechados eram substitdos e
os bambus com ninhos fundados eram retirados e também substituídos por novos.
Os ninhos fundados eram mantidos em tubos de plástico transparente, fechados
em um dos lados com papel kraft e fita adesiva e a outra extremidade era coberta
com tecido de organza para permitir a oxigenação dos ninhos. A mesma técnica de
manutenção foi aplicado para os gomos de bambu. Os insetos emergentes
permaneciam nos tubos.
À medida que os insetos (abelhas, vespas e moscas) emergiam, estas eram
mortas com acetato de etila, acondicionadas em potes plásticos com dados dos
ninhos e data de emergência, posteriormente foram alfinetadas e triadas para
posterior identificão por especialistas.
Fig. 4A: Ninhos armadilha oferecidos em orifícios em blocos de madeira.
Fig. 4B-C: Ninhos armadilha oferecidos em gomos de bambu.
4A
4B
4C
10
Censo em flores com rede entomológica
Consistiu na captura de abelhas sobre as flores com o auxílio de redes
entomológicas, em dois dias consecutivos de coleta (quando com condições
atmosféricas favoráveis) das 12:00 às 18:00h e das 06:00 às 12:00h, num total de
12 horas de coletas mensais em uma área de aproximadamente 105ha, que foi
percorrida através de um transecto passando na borda e entre a vegetão. Parte
do transecto era percorrido durante a manhã e outra parte a tarde, entre
outubro/2005 a outubro/2006 por um coletor. As abelhas capturadas foram mortas
com acetato de etila em frascos morferos e a seguir transferidas para recipientes
com etiquetas de papel vegetal contendo os dados de captura: data, local, horário e
número da planta. As abelhas que forrageavam suor no coletor ou aquelas que se
encontravam em vôo também foram capturadas. As plantas floridas eram
observadas por 10 minutos, todas as abelhas nativas presentes nas flores eram
coletadas e no final deste tempo as Apis mellifera presentes eram contabilizadas e
anotadas na ficha de campo. Amostras das plantas foram herborizadas e enviadas
para identificão no Herbário Raulino Reitz da Universidade do Extremo Sul
Catarinense. Após a separão em morfo-espécies, as abelhas foram enviadas a
especialistas para identificação. As abelhas foram depositadas na Colão do
Laboratório de Abelhas Silvestres da Universidade do Extremo Sul Catarinense e
as plantas no herbário da mesma Instituição.
Durante a coleta com rede entomológica os dados abióticos de temperatura
e umidade relativa foram medidos a cada hora com o auxílio de um termo-
higrômetro analógico e anotados em planilha.
As famílias das plantas estão classificadas de acordo com Cronquist (1988)
e foram idenficadas pela Dra. Vanilde Citadini-Zanette, Msc. Rafael Martins e
biólogo Jader Lima no Herbário Raulini Reitz da Unesc e pelos doutores Lílian A.
Mentz, João A. Jarenkow, Mara R. Ritter, Msc. Angelo A. Schneider da UFRGS e
pela D. Élide Pereira dos Santos da UFPR. As abelhas foram identificadas pelos
doutores Danúncia Urban, Gabriel Melo, Antonio Aguiar e pelo biólogo Rodrigo
Gonçalves da UFPR, Dr. Fernando A. Silveira da UFMG, Dra. Birgit Harter-Marques
da UNESC e Dr. Isabel Alves-dos-Santos da USP. Foram adotadas a classificões
propostas por Michener (2000) e Silveira et al. (2002). Para facilitar a comparação
com os resultados de estudos prévios, em alguns momentos será adotada a
nomenclatura de Apidae corbiculados para os Apini em geral e Apidae não
11
corbiculados para as abelhas antes denominadas Anthophoridae durante as
comparações com outros levantamentos realizados.
Análise dos dados
A fauna de Apoidea foi caracterizada quantitativamente através do número
de famílias, gêneros, espécies e indiduos e relacionados a fatores adotados como
temperatura, umidade, atividade mensal e horária. Os dados foram incluídos em um
banco de dados e trabalhados em Microsoft Excel 2000. A curva do coletor foi
construída utilizando-se a acumulação de espécies, durante o período de coleta.
Para determinar a suficiência amostral da comunidade, os estimadores de riqueza
Chao1, Jacknife1, Bootstrap e Michaelis-Menten foram calculados utilizando
EstimateS 8 (COLWELL, 2006). Os estimadores de riqueza foram selecionados a
partir de Hortal, Borges & Gaspar (2006).
Os índices de similaridade entre as estações foram calculados utilizando-se
os índices de Bray-Curtis e Jaccard (Paleontological Statistics 1.32, HAMMER et
al., 2001). Os índices de diversidade de Shannon-Wiener (H) e Simpson (D) foram
utilizados para estimar a diversidade na comunidade, apesar do índice de Simpson
atribuir peso maior às espécies comuns, enquanto que o índice de Shannon-Wiener
atribui peso maior para as espécies raras. Estes índices foram calculados
utilizando-se o programa PASt.
Resultados
Foram coletadas 1.711 abelhas pertencentes a 164 espécies, 58 gêneros,
22 tribos compreendidas nas cinco famílias de Apoidea encontradas no Brasil (Tab.
1 e 2).
12
Tabela. 01: Espécies de abelhas amostradas coletadas durante o levantamento de
13 meses em FOM em Porto União, SC.
Família Tribo Espécies
Andrenidae Calliopsini
Acamptopoeum prinii (Holmberg, 1884)*
Callonychium petuniae Cure & Wittman, 1990
Protandrenini
Anthrenoides araucariae Urban, 2005
Anthrenoides meridionalis (Schrottky, 1902)
Anthrenoides paolae Urban, 2005**
Anthrenoides rodrigoi Urban, 2005**
Anthrenoides ornatus Urban, 2005**
Parapsaenythia serripes (Ducke, 1908)*
Psaenythia annulata Gerstaecker, 1968*
Psaenythia bergi Holmberg, 1884*
Psaenythia capito Gerstaecker, 1968**
Psaenythia quadrifasciata Friese, 1908**
Psaenythia sp.1
Rhophitulus anomalus (Moure & Oliveira, 1962)*
Rhophitulus flavitarsis (Schlindwein & Moure, 1998)**
Rhophitulus reticulatus (Schlindwein & Moure, 1998)**
Rhophitulus sp.1
Rhophitulus sp.2
Apidae Apini
Apis mellifera Linnaeus, 1758
Bombus atratus Franklin, 1913
Bombus morio (Swederus, 1787)
Eufriesea violacea (Blanchard, 1840)
Melipona (Eomelipona) marginata Lepeletier, 1836
Oxytrigona tataira Smith, 1863
Plebeia remota (Holmberg, 1903)*
Plebeia saiqui (Friese, 1900)*
Scaptotrigona bipunctata (Lepeletier, 1836)*
Schwarziana quadripunctata (Lepeletier, 1836)
Tetragonisca angustula (Latreille, 1811)
Trigona spinipes (Fabricius, 1793)
Centridini
Centris (Hemisiella) tarsata Smith, 1874*
Centris (Hemisiella) aff. tarsata Smith, 1874
Centris (Trachina) proxima Friese, 1899**
Epicharis (Epicharoides) grandior (Friese, 1899)
Emphorini
Melitoma segmentaria (Fabricius, 1804)
Ericrocidini
Mesocheira bicolor (Fabricius, 1804)**
Eucerini
Melissodes nigroaenea (Smith, 1854)
Melissoptila aureocincta Urban, 1968
Melissoptila cnecomala (Moure, 1944)*
Melissoptila larocai Urban, 1998
Melissoptila marinonii Urban, 1998**
Melissoptila minarum (Bertoni &Schrottky, 1910)
Peponapis fervens (Smith, 1879)
Thygater analis (Lepeletier, 1841)
Exomalopsini
Exomalopsis (Exomalopsis) analis Spinola, 1853
Exomalopsis (Exomalopsis) tomentosa Friese, 1899
Exomalopsis (Phanomalopsis) trifasciata Brèthes, 1910
Tapinotaspidini
Arhrysoceble picta (Friese, 1899)
Lanthanomelissa betinae Urban, 1995
Paratetrapedia fervida (Smith, 1879)
Paratetrapedia (Lophopedia) cf. nigrispinnis
Tetrapedini
Tetrapedia diversipes Klug, 1810*
Brachynomadini
Brachynomada sp.1
Brachynomada sp.2
13
Epeolini
Trophocleptria cf. variolosa Holmberg, 1886
Nomadini
Nomada costalis Brèthes, 1909
Ceratinini
Ceratina (Ceratinula) biguttulata (Moure, 1941)**
Ceratina (Ceratinula) sp.1
Ceratina (Crewella) cf. asuncionis Strand, 1910*
Ceratina (Crewella) sp.1
Ceratina (Crewella) sp.2
Ceratina (Crewella) sp.3
Ceratina (Crewella) sp.4
Xylocopini
Xylocopa (Neoxylocopa) augusti Lepeletier, 1841
Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (Olivier, 1789)
Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex Smith, 1874
Colletidae Colletini
Colletes rugicolis Friese, 1900
Colletes aff. rugicolis
Hylaeinae
Hylaeus sp. 1
Hylaeus sp. 2
Paracolletini
Belopria sp.
Hexantheda missionica Oglobin, 1948
Perditomorpha leaena (Vachal, 1909)**
Tetraglossula anthracina (Michener, 1989)
Halictidae Augochlorini
Augochloropsis cupreola (Cockerell, 1900)
Augochloropsis sp.2
Augochloropsis sp.3
Augochloropsis sp.4
Augochloropsis sp.5
Augochloropsis sp.6
Augochloropsis sp.7
Augochloropsis sp.8
Augochloropsis sp.9
Augochloropsis sp.10
Augochlorella sp.1
Augochlorella ephyra (Schrottky, 1910)
Augochlorella sp.3
Augochlora sp.1
Augochlora aff. semiramis (Schrottky, 1910)
Augochlora foxiana Cockerell, 1900*
Augochlora sp.5
Augochlora sp.7
Augochlora sp.13
Augochlora sp.14
Augochlora amphitrite (Schrottky, 1910)*
Augochlora sp.16
Augochlora sp.18
Augochlora sp.19
Augochlora sp.21
Ceratalictus sp. 2
Neocorynura aenigma (Gribodo, 1894)**
Neocorynura atromarginata (Cockerell, 1901)
Neocorynura sp.2
Neocorynura oiospermi (Schrottky, 1909)
Paraxystoglossa aff. jocasta (Schrottky, 1910)
Pseudaugochlora sp.1
Rhectomia sp.1
Halictini
Caenohalictus tesselatus (Moure, 1940)**
Dialictus sp.1
Dialictus sp.2
Dialictus sp.4
Dialictus sp.5
14
Dialictus sp.8
Dialictus sp.9
Dialictus sp.10
Dialictus sp.11
Dialictus sp.12
Dialictus sp.13
Dialictus sp.14
Dialictus sp.15
Dialictus sp.16
Dialictus sp.17
Dialictus sp.18
Dialictus sp.19
Dialictus sp.20
Dialictus sp.21
Dialictus sp.22
Dialictus sp.24
Dialictus sp.25
Dialictus sp.26
Dialictus sp.27
Dialictus sp.28
Dialictus sp.29
Dialictus sp.30
Dialictus sp.31
Pseudagapostemon (Neagapostemon) cyanomelas
Pseudagapostemon sp.1
Pseudagapostemon sp.2
Pseudagapostemon (Pseudag.) cyaneus Moure &
Sakagami, 1984
Megachilidae Anthidiini
Anthodioctes claudii Urban, 1999
Austrostelis iheringi (Schrottky, 1910)
Carloticola paraguayensis (Schrottky, 1908)
Epanthidium autumnale (Schrottky, 1909)
Moureanthidium catarinense Urban, 1995
Saranthidium musciforme (Schrottky, 1902)
Megachilini
Coelioxys (Acrocoelioxys) tolteca Cresson, 1878
Coelioxys (Cyrtocoelioxys) cf. dobzhanskyi Moure, 1951**
Coelioxys (Glyptocoelioxys) labiosa Moure, 1951**
Coelioxys (Cyrtocoelioxys) aff. quaerens Holmberg, 1904**
Coelioxys cf. (Cyrtocoelioxys) sp.
Megachile (Acentron) lentifera Vachal, 1904**
Megachile (Austromegachile) sussurrans Haliday, 1836*
Megachile (Crysosarus) sp.
Megachile (Dactylomegachile) sp.
Megachile (Leptorachis) aetheria Michell, 1930**
Megachile (Leptorachis) sp.
Megachile (Moureapis) anthidioides Radoszkowski, 1874
Megachile (Moureapis) apicipennis Schrottky, 1902*
Megachile (Moureapis) cf. nigropilosa Schrottky, 1902**
Megachile (Moureapis) sp.1
Megachile (Moureapis) sp.2
Megachile (Pseudocentron) sp.1
Megachile (Pseudocentron) sp.2
Megachile (Pseudocentron) sp.3
Obs: A numeração das morfoespécies está de acordo com a seqüência da coleção
entomológica da Unesc.
* Novos assinalamentos para Santa Catarina, segundo Silveira et al. (2002).
** Novos assinalamentos para Santa Catarina, segundo Silveira et al. (2002) e
levantamentos recentes (MOUGA, 2004; SILVA, 2005; STEINER et al., 2006).
15
Tabela. 2: Número de espécies, neros e indivíduos por família de abelhas
amostradas em Porto União, SC
Família N°. espécies
gêneros
Nº. indiduos
Colletidae 08
6
33
Andrenidae 18 6 118
Halictidae 65 10 371
Megachilidae 25 8 48
Apidae 48 28 1141
Total 164 58 1711
Na coleta com rede entomológica 130 espécies foram amostradas, enquanto
nos pratos armadilhas foram capturadas 72 espécies, nos ninhos armadilha nove
espécies e nas iscas de cheiro apenas uma espécie. Apenas 48 espécies de
abelhas foram comuns à duas ou mais metodologias (Fig. 5). As abelhas
capturadas em cada metodologia estão listadas no apêndice A, discriminadas por
espécies com suas devidas proporções.
Fig.5: Proporção de abelhas encontradas exclusivamente em cada metodologia adotada:
rede entomológica, pratos armadilha, ninhos armadilha e espécies comuns a mais de uma
metodologia.
Na curva do coletor pode ser observada a acumulação das espécies até o
mês de maio e depois uma leve estabilização durante os meses de inverno, sendo
possível observar um incremento no número de espécies de abelhas na ultima
unidade amostral (Fig. 6) O aumento considerável na última amostra coincidiu com
o início da primavera, quando as temperaturas comaram a subir e as plantas
iniciaram um período de floração maciça, e conseqüentemente muitas espécies de
abelhas nativas iniciam sua atividade e/ou emergem.
Segundo Santos (2003), a captura de todas as espécies de uma área é
virtualmente impossível, portanto a curva de acumulação de espécies sempre tende
48; 29%
27; 17%
7; 4%
81; 50%
Rede
Comuns
Pratos
Ninhos
16
a ser crescente quando as coletas continuam. Em função da não estabilização da
curva de acumulação das espécies é necessário a utilização de estimadores de
riqueza total a partir de dados amostrais da comunidade estudada. Foram utilizados
os estimadores de riqueza não paramétricos, que calculam o número de espécies
que deve existir em um local, baseando-se principalmente nos dados sobre
espécies raras ao longo das coletas e portanto espécies com valores altos de
abundância não interferem nos resultados.
Fig. 6: Curva do coletor referente a treze coletas em Porto União/SC entre
outubro/2005 e outubro/2006.
Fig.7: Estimadores de riqueza: Michaelis-Menten, First order Jackknife, Chao 1, Bootstrap e
curva do coletor (Sobs - Mao Tau), referente a treze coletas em Porto União/SC.
0
50
100
150
200
250
300
0 5 10 15
Coletas
Número de espécies
MMMeans
(1 run)
Jack 1
Mean
Chao 1
Mean
Bootstrap
Mean
Sobs
(Mao Tau)
Acumulação de espécies
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out
N° acumulativo de amostras
N° acumulativo de espécies
17
Os estimadores de riqueza não paramétricos variaram entre 197 (Bootstrap)
e 255 (Michaelis-Menten), com valores intermediários de 238 (Jack 1) e 222 (Chao)
(Fig.7). Estes índices sugerem que entre 83% e 64% da fauna de abelhas presente
no local foram efetivamente amostrados.
Pratos armadilha
Com a utilização destas armadilhas capturou-se 346 abelhas, pertencentes
a 72 espécies com representantes de quatro famílias (Tab. 3) e com 27 espécies de
abelhas exclusivas a esta metodologia.
Somente membros da família Colletidae não foram amostrados neste
método de captura. Além dos Apoidea, as ordens Blattaria, Coleoptera, Diptera,
Hemiptera, Neuroptera, Orthoptera, formigas e vespas (Hymenoptera), também
foram registrados nos pratos.
As abelhas amostradas com esta metodologia encontram-se discriminadas
no apêndice B, juntamente com sexo do individuo, cor do prato e sua freqüência ao
longo das coletas.
Tabela 3: Família, número de espécies e número de abelhas capturadas com
auxílio dos pratos armadilha.
Família espécies indiduos
Andrenidae 12 34
Colletidae 0 0
Halictidae 41 260
Megachilidae 3 3
Apidae 16 49
Total 72 346
A família Halictidae foi a família mais diversa em número de espécies e a
família com maior número de indivíduos, representando 75,07% das abelhas
capturadas nos pratos armadilha. Dentro desta família destaca-se a presença de
Dialictus com 24 especies e 189 indivíduos.
Os pratos armadilha da cor amarela foram os que mais aprisionaram
abelhas em seu interior com 44,21% do total de abelhas capturadas, seguido pela
cor azul com 32,05% e a cor branca com 23,73% (Tab. 4).
O padrão citado acima representa exatamente o que ocorreu com a captura
de indiduos da família Halictidae, com 46,72% em prato amarelo, 31,66% em azul
e 21,62% em branco. Já a família Apidae esteve mais bem representada nos pratos
18
armadilha de cor azul (42,86%), seguido pelos pratos de cor branca (32,66%) e
amarelo (24,48%).
Tabela 4: Dados gerais obtidos com os pratos armadilha. Cor dos pratos armadilha,
número de indivíduos, número de espécies de abelhas, espécies de abelhas
exclusivas as cores e sua porcentagem, exclusivas as cores e a esta metodologia.
Espécies exclusivas
Cor Indivíduos Espécies
Cores % Cores Pratos e Cores
Amarelo 153 45 19 26% 11
Azul 113 36 11 15% 5
Branco 80 36 9 13% 3
Total 346 72 39 54% 18
Os pratos armadilha tiveram um significante efeito sobre o número de
fêmeas e machos capturados, as abelhas fêmeas capturadas representaram 88%
enquanto que os machos perfizeram somente 11%.
Iscas de cheiro
Esta metodologia foi utilizada para atrair os machos da subtribo Euglossina,
porém nenhum macho desta subtribo foi coletado nas esncias oferecidas.
Somente dois individuos de Oxytrigona tataira foram coletados na isca com
essência de vanilina no mês de março às 10:25 horas da manhã. Apesar de
nenhum macho ter sido atraído nas essências, uma fêmea de Eufriesea violacea foi
coletada enquanto fundava seu ninho em um gomo de bambu com diâmetro de 1,2
cm, constatando assim a presença de abelhas desta tribo na região.
Ninhos armadilha
Do total de ninhos armadilha oferecidos no período amostral, 110 gomos de
bambu e 134 cavidades dos blocos de madeira foram ocupados. Nos blocos de
madeira as cavidades ocupadas correspondem a 20 orifícios com 0,3cm, 41 com
0,6cm e 73 com 1cm de diâmetro. Das 244 fundações, somente 49 eram de
abelhas, o restante dos ninhos tendo sido fundado por vespas.
Dos 49 ninhos fundados por abelhas, somente 24 individuos emergiram a
o final do estudo e corresponderam a 9 espécies (Tab. 5). Além das abelhas
parasitas, os ninhos de vespas e abelhas foram parasitados por moscas do gênero
Anthax sp. e por vespas do gênero Melittobia.
19
Tabela 5: Espécies de abelhas que emergiram dos ninhos armadilha, o mês de
fundação do ninho, sexo e o tipo de ninho utilizado.
Sexo Ninhos armadilha
Espécies Fundado
F M Bambu BM 0,3 BM 0,6 BM 1,0
Total
Eufriesea violacea
fevereiro 1 1 1
Mesocheira bicolor*
dezembro 1 1 1
Centris tarsata
dez/fev 7 1 8 8
Hylaeus sp.1
maio 1 2 3 3
Hylaeus sp.2
maio 1 1 2 2
Austrostelis iheringi*
junho 1 1 1
Megachile (Dactylo.) sp.
março 3 3 3
Coelioxys (Acro.) tolteca*
junho 1 2 3 3
Coelioxys cf. dobzhanskyi*
dezembro 2 2 2
Total 13 11 6 6 3 9
24
BM = bloco de madeira (diâmetro em centímetros). * Parasitas
Censo em flores com rede entomológica
Através da amostragem com rede entomológica foram contabilizados 1.339
(78%) espécimes de abelhas correspondendo a 130 espécies das 5 familias
presentes no Brasil (Tab. 6). A lista completa das abelhas coletadas com esta
metodologia, sua distribuição sazonal e o número de fêmeas e machos estão
listadas no apêndice C.
Tabela 6: Número de espécies e de indivíduos das famílias de Apoidea amostrados
com rede entomológica.
Família Nº espécies N° indivíduos
Andrenidae 14 84
Apidae 43 1080
Colletidae 6 28
Halictidae 46 111
Megachilidae 21 36
Total 130 1339
Total s/ A.mellifera
127 498
A ordenação decrescente de número de espécies amostrados em cada
família de abelha nesta metodologia é a seguinte:
Halictidae > Apidae > Megachilidae > Andrenidae > Colletidae
Nas figuras 8 A-B é possível visualizar a freência absoluta de espécimes
capturados por família de Apoidea, com e sem A. mellifera.
20
Fig. 8 A-B: Freqüência absoluta de indivíduos amostrados com rede entomológica, por
família de Apoidea, incluindo e excluindo A. mellifera.
Foram contabilizados 9,1 abelhas por hora, em média, ou 3,4 abelhas por
hora excluindo-se A. mellifera. Excluindo as operárias de A. mellifera o total de
indiduos coletados representam 389 fêmeas e 108 machos, perfazendo uma
proporção de 3,6 fêmeas por macho. Os dados referentes às coletas
individualizadas encontram-se na tabela 7.
Tabela 7: Data das coletas; número total de horas em cada coleta, número de
indiduos amostrados, porcentagem de indivíduos de A. mellifera correspondente
em cada coleta, número de espécies amostradas, temperatura média em ºC e
umidade relativa do ar média em %.
Datas Horas Nº. Ind. % Apis Nº. sp. ºC M %U M
3/10/2005 6 60 53.33% 22 18,57 67,57
05/11/2005 - 09/11/05 12 192 77.08% 23 17,46 84,31
13/12/2005 - 14/12/2005 12 122 59.01% 25 17 68,69
09/01/2006 - 11/01/2006 12 116 56.03% 32 21 72,54
17/02/2006 - 20/02/2006 12 101 43.56% 35 20,45 78,15
06/03/2006 - 07/03/2006 12 147 65.30% 33 17,77 73,23
13/04/2006 - 14/04/2006 12 136 47.05% 36 14,08 77,62
13/05/2006 - 14/05/2006 12 67 87.87% 9 9,69 78,15
14/06/2006 - 15/06/2006 12 56 50% 8 10,31 81
03/07/2006 - 04/07/2006 12 70 82,85% 7 8,15 85,08
01/08/2006 - 04/08/2006 12 69 73.91% 7 10,85 73,85
05/09/2006 - 06/09/2006 9 31 90.32% 3 3,31 63,69
14/10/2006 - 20/10/2006 12 172 56.39% 38 14,69 74,92
Total 147 1339 62.85%
indiduos x família (s/
A. mellifera
)
Colletidae
Andrenidae
Halictidae
Megachilidae
Apidae
indiduos x família
Colletidae
Andrenidae
Halictidae
Megachilidae
Apidae
A B
21
Fenologia das abelhas
Os dados de abundância relativa de indivíduos amostrados foram
confrontados com os dados de temperatura, umidade relativa, horário e mês de
ocorncia para evidenciar os padrões de atividade externa das famílias de
Apoidea.
Temperatura
As diferentes famílias apresentaram varião nas faixas de temperatura de
maior atividade, Apidae e Andrenidae demonstraram as faixas mais extensas com
indiduos em atividade desde temperaturas baixas (6°C) e altas (27ºC) e Colletidae
e Megachilidae as faixas mais estreitas, concentrando-se entre 16-20ºC (Fig. 9 - 10
e apêndice D).
Fig. 9: Temperaturas médias durante o período de coletas em Porto União/SC.
As espécies Rhophitulus reticulatus e A. mellifera, das famílias Andrenidae e
Apidae, respectivamente, foram amostradas na menor temperatura de atividade
(6°C).
Os meses de inverno, julho, agosto e setembro, foram meses com menor
atividade das espécies de abelhas nativas, mas mesmo assim algumas foram
observadas mesmo num dos dias mais frio deste estudo, 5 de setembro/2006. A
espécie exótica A. mellifera pode ser observada em todos os dias de coleta,
inclusive no inverno, indicando que esta espécie não interrompe as atividades.
O mês de setembro foi o mês mais frio durante a amostragem e também foi
o mês com menor atividade de abelhas (Fig. 9). A temperatura mais baixa
registrada foi -6°C às 6:00h da manhã (Fig. 11A e B), neste dia ocorreu formação
de forte geada.
14,69
17,46
18,57
3,31
10,85
8,15
10,31
9,69
14,08
17,77
20,54
21
17
0
5
10
15
20
25
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Maio
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
Temperatura ºC
22
Fig. 10: Freqüência absoluta dos indivíduos amostrados em cada família de Apoidea num
gradiente de temperatura em Porto União/SC.
Fig. 11A. Termômetro registrando -6°C, às 6:00h do dia 05/09/2006.
11B. Formação de geada, em Porto União no mesmo dia citado acima.
11A 11B
Colletidae
0
2
4
6
8
10
12
6.7
8.9
10.11
12.13
14.15
16.17
18.19
20.21
22.23
24.25
26.27
Temperatura °C
N° indivíduos
Andrenidae
0
5
10
15
20
25
6.7
8.9
10.11
12.13
14.15
16.17
18.19
20.21
22.23
24.25
26.27
Temperatura °C
N° indivíduos
Halictidae
0
5
10
15
20
25
30
6.7
8.9
10.11
12.13
14.15
16.17
18.19
20.21
22.23
24.25
26.27
Temperatura °C
N° indivíduos
Megachilidae
0
2
4
6
8
10
12
14
6.7
8.9
10.11
12.13
14.15
16.17
18.19
20.21
22.23
24.25
26.27
Te mpe ratura °C
N° indiduos
Apidae c/ A.mellifera
0
50
100
150
200
250
300
6.7
8.9
10.11
12.13
14.15
16.17
18.19
20.21
22.23
24.25
26.27
Temperatura °C
N° indiduos
Apidae s/
A.mellifera
0
10
20
30
40
50
60
6.7
8.9
10.11
12.13
14.15
16.17
18.19
20.21
22.23
24.25
26.27
Temperatura °C
N° indivíduos
23
Umidade relativa
A umidade relativa do ar está diretamente relacionada a temperatura do
ambiente (Apêndice E).
Fig. 12: Médias das umidades relativas durante o período de coletas em Porto União/SC
Fig. 13: Freqüência dos indivíduos amostrados em cada família de Apoidea num gradiente
de umidade relativa em Porto União/SC.
74,92
67,57
84,31
68,69
72,54
78,15
73,23
77,62
78,15
81
85,08
73,85
63,69
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Maio
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
Umidade relativa %
Colletidae
0
5
10
15
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85-89
90-94
Umidade relativa do ar em %
N° indiduos
Andrenidae
0
5
10
15
20
25
30
35
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85-89
90-94
Umidade relativa do ar em %
N° indivíduos
Halictidae
0
10
20
30
40
50
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85-89
90-94
Umidade relativa do ar em %
indivíduos
Megachilidae
0
2
4
6
8
10
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85-89
90-94
Umidade relativa do ar em %
N° indivíduos
Apidae
0
50
100
150
200
250
300
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85-89
90-94
Umidade relativa do ar em %
N° indivíduos
Apidae s/
A.mellifera
0
10
20
30
40
50
60
70
80
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85-89
90-94
Umidade relativa do ar em %
indivíduos
24
Apidae foi a única família que apresentou atividade externa com médias de
umidade relativa do ar abaixo de 45%. Nenhuma abelha foi encontrada em
atividade com a umidade relativa acima de 95%, apesar de uma grande quantidade
de abelhas e espécies de todas as famílias (exceto Colletidae), terem sido
amostradas com umidade relativa do ar entre 90 - 94%. O pico de atividade das
abelhas foi entre 65-69% de umidade relativa do ar e a faixa preferêncial para a
atividade de vôo de todas as espécies variou entre 55 – 94%.
Atividade horária
As abelhas apresentaram diferentes padrões de atividade deo. Para
melhor visualização os horários de coletas das espécies foram distribdos em
intervalo de hora por atividade de vôo, e estão apresentados no andice F e
figuras 14A-B.
Na figura 14A é possível observar um padrão bimodal, com dois picos de
atividade, na parte da manhã das 10:00 às 11:00h e outro no período da tarde das
14:00 às 15:00h (Fig. 14A-B). Excluindo-se a espécie exótica A. mellifera este
padrão bimodal não é mais evidente, restando apenas um pico de atividade das
13:00 às 14:00 horas.
As famílias Colletidae e Andrenidae apresentaram atividade externa entre
9:00 e 16:00 horas, com picos entre às 11:00 e 12:00 horas e às 13:00 e 15:00h
respectivamente. A família Halictidae esteve em atividade entre 8:00 a 15:00 h, com
pico de atividade entre 13:00 e 15:00h. Membros da família Megachilidae foram
coletados entre às 9:00 e 15:00h, e apresentaram dois picos de atividade, às 10:00
horas e às 16:00h. A família Apidae apresentou ativadade das 6:00 às 18:00 horas,
com maior atividade entre 9:00 e 16:00h com pico de atividade às 14:00h,
excluindo-se a espécie A. mellifera observa-se que este padrão é alterado e o
período de maior atividade entre as 10:00 e 16:00h fica mais acentuado para todos
os membros (Fig. 15).
25
Fig. 15: Freqüência dos indivíduos das famílias de Apoidea distribuídos por horário de coleta
em Porto União/SC.
Fig.14
A
: Freqüência das abelhas coletadas
distribuídas nas horas de amostragem com A.
mellifera.
Fig.14B: Mesmos dados, excluindo-se a
espécie exótica A. mellifera.
0
50
100
150
200
250
300
350
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horário
indivíduos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horário
indiduos
Colletidae
0
2
4
6
8
10
12
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horas
N° indivíduos
Andrenidae
0
5
10
15
20
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horas
N° indivíduos
Halictidae
0
5
10
15
20
25
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horas
N° indiduos
Megachilidae
0
2
4
6
8
10
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horas
N° indivíduos
Apidae c/
A.mellifera
0
50
100
150
200
250
300
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horas
indivíduos
Apidae s/ A.mellifera
0
5
10
15
20
25
30
35
40
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
Horas
N° indivíduos
A B
26
Atividade mensal / Sazonal
As diferentes espécies de abelhas e famílias apresentam diferentes padrões
de atividade mensal ou sazonal (Apêndice C; Fig. 16A-B).
Excluindo-se a espécie A. mellifera é possível observar uma diminuição da
atividade das abelhas durante os meses mais frios de maio a setembro, enquanto
que atividade aumenta de outubro a abril, com picos nos dois extremos, outubro e
abril (Fig.16).
Membros das famílias Colletidae, Andrenidae e Megachilidae não foram
coletados nos meses mais frios, por sua vez Halictidae e Apidae demonstraram
atividade durante quase todo o ano. Apidae foi a única família ativa amostrada em
todas as coletas (Fig.17), com um pico de atividade em novembro. Quando se
exclui A. mellifera, o pico de atividade é o s de abril.
O mês de outubro/2006 apresentou o maior número de indivíduos e de
espécies coletados (excluindo-se A. mellifera), do que todas as outras coletas.
Aproximadamente 30% do total de espécies foram amostrados neste mês, sendo
que 11 espécies foram únicas a este período.
De um modo geral é possível afirmar que 68% das abelhas foram coletadas
nos meses mais quentes, primavera e verão, e que os meses mais frios foram
responsáveis por 42% das abelhas amostradas (Fig. 18).
Fig. 16A: Freqüência absoluta das abelhas
distribuídas nos meses de amostragem com A.
mellifera
.
Fig. 16B: Freqüência absoluta das abelhas
distribuídas nos meses de amostragem,
excluindo-se A. mellifera
.
0
50
100
150
200
250
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
N° indiduos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
N° indivíduos
A B
27
Fig. 17: Freqüência absoluta dos indivíduos das famílias Apoidea distribuídos nos meses de
coleta entre outubro/2005 e outubro/2006 em Porto União/SC.
Fig.18: Distribuição da abundância absoluta das abelhas nas estações do ano.
Colletidae
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
indiduos
Andrenidae
0
5
10
15
20
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
N° indiduos
Halictidae
0
5
10
15
20
25
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
N° indivíduos
Megachilidae
0
5
10
15
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
N° indiduos
Apidae
0
50
100
150
200
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
N° indivíduos
Apidae s/
A.mellifera
0
10
20
30
40
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Meses
indiduos
Primavera
41%
Verão
27%
Outono
19%
Inverno
13%
28
Para avaliar a similaridade da fauna de abelhas entre as estações do ano,
dois índices foram utilizados, Jaccard e Bray-Curtis. A faixa de variação dos
coeficientes é de 0 (dissimilar) a 1(similar), para os dois índices. Os resultados
destes índices encontram-se nas tabelas abaixo.
Tabela 8: Indice de similaridade de Jaccard entre as estações do ano.
PRI VER OUT INV
PRI - 0,28302 0,24176 0,082192
VER - - 0,26966 0,082192
OUT - - - 0,076923
INV - - - -
Tabela 9: Indice de similaridade de Bray-Curtis entre as estações do ano.
PRI VER OUT INV
PRI - 0,63294 0,51275 0,46951
VER - - 0,626 0,55056
OUT - - - 0,71795
INV - - - -
Segundo o índice de Jaccard as estações com maior similaridade são
primavera e verão, seguidos por verão e outono e outono e primavera, a estação
mais dissimilar foi inverno.
Analisando-se o índice de Bray-Curtis, observa-se maior similaridade entre
as estações de outono e inverno, seguidas por primavera e verão e outono e verão,
as estações mais dissimilares segundo este coeficiente são inverno e primavera.
Esta diferença entre os índices pode ser em função do índice de Bray-Curtis
ser fortemente influenciado pelas espécies dominantes e pouco afetado pelas
espécies raras, ao contrário do índice de Jaccard, onde o tamanho das amostras e
a riqueza das espécies afetam o valor máximo atingível.
Riqueza da fauna de abelhas
Na curva do coletor pode ser observada a acumulação das espécies até
final do outono e depois uma grande estabilização durante os meses de inverno,
sendo possível observar também um incremento no número de espécies de
abelhas na ultima unidade amostral (Fig.19, Curva: Sobs – Mao Tau). O aumento
considerável na última amostra coincidiu com o início da primavera, quando as
temperaturas começaram a subir e as plantas iniciaram um período de florão
29
maciça, e conseqüentemente muitas espécies de abelhas nativas iniciam sua
atividade e/ou emergem.
Os estimadores de riqueza não paramétricos variaram entre 157 (Bootstrap)
e 230 (Michaelis-Menten), com valores intermediários de 190 (Jack 1) e 199 (Chao)
(Fig. 19). Estes índices sugerem que entre 83% e 56% da fauna de abelhas
presente no local foram efetivamente amostrados.
Fig. 19: Estimadores de riqueza: Michaelis-Menten, First order Jackknife, Chao 1,
Bootstrap e curva do coletor (Sobs - Mao Tau), referente a treze coletas em Porto União/SC
com rede entomológica.
Os índices de diversidade foram calculados utilizando-se somente os dados
obtidos com a metodologia de rede entomológica. O valor do índice de Shannon-
Wiener (H) foi 2,259 e do índice de Simpson (D) 0,6025.
Flores visitadas pelas abelhas
As abelhas foram registradas em 97 espécies de plantas pertencentes a 32
famílias e 68 gêneros (Tab. 10). Das 1.339 abelhas coletadas, cerca de 1% (16)
não foram coletadas sobre flores das 97 espécies vegetais.
0
50
100
150
200
250
01234567891011121314
Coletas
Número de espécies
MMMeans
(1 run)
Chao 1
Mean
Jack 1
Mean
Bootstrap
Mean
Sobs
(Mao Tau)
30
Tabela 10: Família e espécies de plantas que foram visitadas por abelhas em P.U.
Família Espécie
Acanthaceae Sp.1
Anacardiaceae
Schinus terebentifolius Raddi
Apiaceae
Eryngium sp.
Aquifoliaceae
Ilex paraguariensis Saint-Hilaire
Asteraceae
Ageratum conyzoides L.
Baccharidastrum triplinervium (Less.) Cabrera
Baccharis caprariifolia DC.
Baccharis microcephala (Less.) DC.
Baccharis milleflora (Less.) DC.
Baccharis semiserrata DC.
Baccharis punctulata DC.
Bidens pilosa L.
Cirsium vulgare (Savi) Tem.
Conyza bonariensis (L.) Cronquist
Conyza sp.1
Elephantopus mollis Kunth
Erechtites valerianaefolia (Wolf.)DC
Erigeron maximus DC
Eupatorium inulaefolium Kunth
Eupatorium inulifolium HBK.
Eupatorium laevigatum Lam.
Eupatorium sp.1
Eupatorium sp.2
Galinsoga parviflora Cav.
Hypochoeris chilensis (Kunth) Hier
Jaegeria hirta Less.
Jungia sp.1
Matricaria recutita L.
Perezia sp.1
Senecio brasiliensis Less.
Solidago chilensis Meyen
Sonchus oleraceus L.
Tagetes minuta L.
Taraxacum officinale Weber
Vernonia tweediana Bak.
Vernonia sp.1
Vernonia sp.2
Bignoniaceae
Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandw.
Jacaranda puberula Cham.
Pyrostegia venusta Miers.
Campanulaceae
Lobelia sp.
Caryophyllaceae Sp.1
Commelinaceae
Commelina cf. erecta L.
Convolvulaceae
Ipomoea aristolochiaefolia (HBK) Don.
Ipomoea coccinea L.
Ipomoea sp.1
Merremia dissecta (Jacq.) Hallier f.
Crassulaceae
Sedum multiceps Cosson et Durieu
Cruciferae
Raphanus cf. sativus L.
31
Lamiaceae
Hyptis brevipes Poit.
Hyptis heterodon Epling.
Hyptis sp.1
Hyptis sp.2
Hyptis sp.3
Leonorus sibiricus L.
Ocimum selloi Benth.
Scutelaria racemosa Pers.
Stachys arvensis L.
Lauraceae
Ocotea sp.1
Leguminosae
Inga lenticifolia Benth.
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze
Mimosa scabrella Benth.
Senna sp.1
Liliaceae
Cordilyne spectabilis Kunth & Bouché
Kniphofia uvaria (L.) Hook.
Loganiaceae
Buddleja brasiliensis Jacq. ex Spreng.
Lythraceae
Heimia myrtifolia Cham. & Schltdl
Malvaceae
Sida rhombifolia L.
Melastomataceae
Tibouchina clinopodiifolia Cogn.
Myrtaceae
Campomanesia guazumifolia (Cambess.) Berg
Campomanesia sp.1
Campomanesia sp.2
Onagraceae
cf. Ludwigia sp.
Ludwigia sp.1
Ludwigia sp.2
Oxalidaceae
Oxalis corniculata L.
Oxalis latifolia Kunth
Palmae
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm.
Rosaceae
Eriobotrya japonica Lindl.
Rubus urticifolius Poir.
Prunus persica (L.) Batsch.
Rubiaceae
Richardia sp.
Rutaceae
Citrus sp.
Sapindaceae
Matayba elaeagnoides Radlk.
Solanaceae
Nicotiana langsdorfii Schrank
Petunia integrifolia (Hook.) Schinz & Thell.
Solanum aculeatissimum Jacq.
Solanum atropurpureum Schrank
Solanum corymbiflorum (Sendth.) Brhs.
Solanum cf. ramulosum Sendth.
Solanum sisymbriifolium Lam.
Solanum variabile Mart.
Tiliaceae
Luehea divaricata Mart.
Verbenaceae
cf. Aegiphila sp.
Lantana camara L.
Lippia alba (Mil.) N.E.Br
Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke
32
Entre as famílias com maior riqueza (ordem decrescente do número de
espécies coletados) estão Asteraceae com 33 espécies, Lamiaceae (11 espécies),
Solanaceae (8 espécies), Convolvulaceae e Verbenaceae (4 espécies cada). Vinte
e duas famílias de plantas foram registradas por uma única espécie vegetal (Fig.
20).
Fig. 20: Número de espécies vegetais por família botânica visitadas por abelhas, as famílias
de plantas representadas por uma única espécie foram agrupadas em Plantas 1 Sp.
Relação entre as Abelhas e as Plantas Visitadas
Entre as famílias de plantas mais visitadas pelas abelhas destacam-se
Asteraceae com 43,8% das visitas, seguida por Lamiaceae com 11,5% e Cruciferae
com 7,8% (Fig. 21). As famílias Asteraceae e Lamiaceae também foram as famílias
que receberam maior número de espécies de abelhas, 58% e 28%
respectivamente.
Cerca de 92% dos Colletidae foram coletados sobre representantes da
família Onagraceae e, os 8% restantes foram capturados sobre flores de outras 4
famílias.
A família Andrenidae visitou nove famílias vegetais, sendo Lamiaceae
responsável por 31% destas visitas e 9 das espécies de Andrenidae. Apenas a
espécie Ocimum selloi foi responsável por 13,8% do total de visitas. Abelhas da
falia Halictidae visitaram várias famílias vegetais, sendo a família Asteraceae a
Asteracea
Bignoniaceae
Convolvulaceae
Lamiaceae
Mimosaceae
Myrtaceae
Onagraceae
Oxalidaceae
Rosaceae
Solanaceae
Verbenaceae
Plantas 1 Sp.
33
mais representativa com 44% das visitas e amostrando 75% de todas as espécies
de Halictidae. A família Megachilidae visitou 6 familias botânicas, sendo Asteraceae
com maior espectro de visitantes e visitas.
Membros da família Apidae visitaram praticamente todas as famílias
botânicas, exceto a família Apiaceae, sendo Asteraceae a família mais visitada e
com maior espectro de espécies (53%). As espécies Senecio brasiliensis e
Rhaphanus cf. sativus foram as espécies mais visitadas pelas abelhas, com 10,6%
e 7,8% respectivamente, estes valores referindo-se principalmente ao forrageio
maciço da A. mellifera.
A maior parte das plantas registradas é composta por ervas e arbustos,
embora a forma de vida das plantas na área estudada seja bastante diversificada.
A espécie vegetal Ocimum selloi (Lamiaceae) foi a planta que, com 17
espécies, recebeu maior número de espécies de abelhas (Apêndice G).
Fig. 21: Freqüência absoluta da abundância de visitas de Apoidea às cinco famílias vegetais
mais atrativas.
Asteraceae
Lamiaceae
Cruciferae
Solanaceae
Rosaceae
Demais plantas
34
Tabela 11: Número de espécies (Sp.) e indivíduos (Ind.) das famílias de
abelhas coletados nas diferentes famílias de plantas, em Porto União/SC.
Colletidae Andrenidae Halictidae Megachilidae Apidae Totais
Família
Sp. Ind. Sp. Ind. Sp. Ind. Sp. Ind. Sp. Ind. Sp. Ind.
Acanthaceae 1 1 3 19 4 20
Anacardiaceae 2 2 2 11 4 13
Apiaceae 2 2 2 2 4 4
Aquifoliaceae 1 12 1 12
Asteraceae 6 16 34 48 12 20 21 494 73 578
Bignoniaceae 1 1 5 9 6 10
Caryophyllaceae 1 1 2 2 3 3
Commelinaceae 2 2 3 3 1 1 6 6
Convolvulaceae 2 3 5 5 5 15 12 23
Crassulaceae 1 4 1 4
Cruciferaceae 4 103 4 103
Lamiaceae 2 7 9 25 9 17 6 6 9 97 35 152
Lauraceae 3 22 3 22
Leguminosae 1 2 1 2
Liliaceae 1 1 2 30 3 31
Loganiaceae 2 16 2 16
Lythraceae 2 2 4 4 3 3 2 3 11 12
Malvaceae 1 1 4 6 1 1 1 1 7 9
Melastomataceae 1 2 1 2
Mimosaceae 2 37 2 37
Myrtaceae 1 1 5 14 6 15
Onagraceae 1 17 2 3 1 1 4 5 8 26
Oxalidaceae 5 9 1 4 6 13
Palmae 3 15 3 15
Rosaceae 2 2 6 52 8 54
Rubiaceae 2 7 2 7
Rutaceae 1 6 1 6
Sapindaceae 1 12 1 12
Solanaceae 2 2 5 16 7 16 6 28 20 62
Tiliaceae 1 2 1 2
Verbenaceae 2 3 3 3 13 43 18 49
Total 6 28 14 81 45 108 21 35 39 1068 125 1323
Discussão
Pinheiro-Machado (2002) sintetizou os dados disponíveis sobre as
comunidades de abelhas do Brasil e concluiu que existe uma grande variação entre
as localidades e que os mais altos valores de riqueza local estão entre 100-200
espécies. Assim a riqueza de espécies da comunidade de Porto União pode ser
considerada alta, corroborando com os índices de diversidade estimados para esta
localidade.
35
Para Pinheiro-Machado e Silveira (2006) o melhor método de captura pode
variar de acordo com o local e a lostica, mas melhores resultados em número de
espécies são alcançados quando vários métodos são empregados e recomendam a
utilização de ninhos armadilha, aspiradores, armadilhas malaise e pratos armadilha,
além das coletas em flores com redes entomológicas. No presente estudo
observou-se a pertinência de tal recomendação, visto que as espécies de abelhas
comuns à duas ou mais metodologias foram 48 (principalmente entre rede
entomológica e pratos armadilha). A coleta em flores com rede entomologia
demonstrou ser imprescindível na amostragem, pois sozinha representou 79% das
espécies e 78% das abelhas amostradas. Porem, cerca de 20% da fauna estaria
ausente dos resultados caso apenas a coleta com rede tivesse sido empregada.
Quando analisamos os resultados obtidos em todas as metodologias
utilizadas contabilizamos um total de 162 espécies de abelhas, valor que ultrapassa
o estimador de riqueza Bootstrap (153) e tende a se aproximar dos estimadores
Jack1 (185) e Chao (191), portanto poderia se pensar que praticamente todas as
espécies locais foram amostradas. Mas, o fato de a curva de acumulação não ter
estabilizado indica que possivelmente ainda existam espécies não registradas.
De acordo com a relação de espécies de abelhas apontadas por Silveira et
al. (2002) para o estado de Santa Catarina, este estudo apresentou 33 novos
registros. Analisando-se os levantamentos da fauna de abelhas recentes do estado
(MOUGA, 2004; SILVA, 2005; STEINER et al., 2006) este número de novos
registros decresce para vinte. No entanto ao compararmos futuramente as
morfoescies destes estudos, este número pode aumentar ou diminuir. Além
disso, de acordo com informão pessoal dos especialistas que identificaram as
abelhas, em Porto União foram encontradas algumas espécies ainda não descritas,
que merecem maior atenção no futuro.
Pratos armadilha
Segundo Pinheiro-Machado e Silveira (2006), pratos armadilha tendem a ser
seletivos para certos grupos, portanto não devem ser utilizados como única técnica
em inventários. Esta metodologia ainda é muito pouco utilizada por pesquisadores
brasileiros. Porém, como vimos no presente estudo ela pode produzir resultados
satisfatórios.
Nos pratos armadilha foram capturados 346 indiduos de 72 espécies,
sendo 27 espécies exclusivas a este método. Na família Halictidae por exemplo,
36
membros do gênero Dialictus estariam subrepresentados na comunidade, caso não
houvessem sido capturados nos pratos.
Em Rio Claro/SP, Souza (2006) avaliou a composição da fauna de
Hymenoptera (abelhas e vespas parasitóides) associados à uma área agrícola
utilizando-se apenas bandejas amarelas, denominados como armadilha de
Moericke. Souza (2006) coletou 5.308 indivíduos de himenópteros parasitóides
pertencentes a 8 superfamílias e 22 famílias, e 456 abelhas pertencentes a 3
famílias (Andrenidae, Apidae e Halictidae) e a 22 espécies. Semelhante ao
presente estudo, em Rio Claro boa percentagem da fauna capturada era composta
por Dialictus (Halictidae) e pequenos Andrenidae. Cabe ressaltar que aquela autora
amostrou uma espécie do gênero Callonychium, que ainda não era registrado para
o estado de São Paulo.
As diferenças nos valores obtidos nas duas localidades (Porto União e Rio
Claro) através dos pratos armadilha, devem-se provavelmente ao fato do presente
trabalho ter sido realizado próximo a um remanescente bem preservado de
vegetação, enquanto em Rio Claro, Souza (2006) desenvolveu o estudo no entorno
de um sistema agrícola, e portanto muito mais impactado.
Leong & Thorp (1999) relatam diferenças de atratividade por cores entre
machos e fêmeas da mesma espécie. Em Porto União a maioria dos exemplares
capturados foram fêmeas (85%) nos pratos das 3 cores utilizadas. Porem, não foi
possível avaliar a preferência dos sexos por cores em função do baixo número de
indiduos das espécies.
Este método de amostragem pode apresentar vantagens sobre a coleta de
abelhas em flores, pois não há vícios de amostragem pelo coletor e a facilidade de
captura de algumas espécies não alterará o resultado. Os pratos armadilha podem
inclusive ser utilizados por curtos peodos de tempo na captura de espécies pré-
determinadas semelhante aostodos aplicados na coleta de Euglossina. Porém,
ressaltamos que a utilização apenas dos pratos não é suficiente para se ter
conhecimento sobre a comunidade de abelhas de determinada localidade.
Iscas de Cheiro
Apesar dos resultados positivos obtidos com iscas de cheiro em outros
trabalhos (CAMPOS et al. 1989; NEVES & VIANA 1997; REBELO & GARÓFALO,
1997; SOFIA & SUZUKI, 2004; ESSINGER, 2006), nenhum macho da subtribo
Euglossina foi atraída pelas iscas artificiais disponibilizadas na área de estudo.
37
Mas, uma fêmea de Eufrisea fundou ninho nos NA de bambu comprovando a
presença deste grupo na região. Além disso, de acordo com Harter (1999), em
estudo no mesmo tipo de vegetação no Rio Grande do Sul, duas espécies de
euglossíneos foram encontradas, Eufriesea violacea e Euglossa mandibularis, a
primeira muito abundante na região e atraída por diferentes fragrâncias artificiais
como escatol, eugenol e mistura de vanilina em diferentes proporções, e a segunda
espécie capturada em isca e em flores de Mecardonia tenella (Scrophulariaceae).
Assim, era de se esperar que machos de Euglossina fossem atrdos com as iscas
na região estudada. Não foi possível detectar as razões pelas quais os machoso
compareceram em nenhuma das substâncias oferecidas em Porto União.
Ninhos armadilha
Do total das cavidades pré-existentes disponibilizados nos NA na área de
estudo apenas 8,5% foram ocupadas, deste total cerca de 20% dos ninhos foram
fundados por abelhas e 80% por vespas. Escies de três famílias de abelhas
foram amostradas nos ninhos armadilhas: Colletidae, Megachilidae e Apidae.
Segundo Garófalo et al. (2004) membros das falias Apidae e Megachilidae tem
sido frequentemente capturados com esta metodologia no Brasil, embora em outros
trabalhos apenas abelhas da família Apidae tenham sido capturadas (VIANA et al.,
2001, AGUIAR et al., 2005). Membros do gênero Hylaeus raramente ocupam as
cavidades pré-existentes a não ser que orifícios menores que 4mm sejam
oferecidos (ALVES-DOS-SANTOS, 2003). Em Porto União abelhas do gênero
Hylaeus ocuparam apenas os orifícios de 3mm, confirmando esta preferência.
Centris tarsata foi a espécie mais abundante nos NA em Porto União,
nidificando apenas em cavidades com 1cm de diâmetro. Esta espécie é
considerada muito comum em NA para outras regiões do país (GARÓFALO et al.,
2004). Três espécies parasitas emergiram dos ninhos fundados, mas apenas para a
espécie M. bicolor foi possível associar o hospedeiro - C. tarsata. Analisando a
relação de espécies conhecidas ocupantes de NA no Brasil (GARÓFALO et al.,
2004), a espécie parasita Austrostelis iheringi (Megachilidae) foi amostrada pela
primeira vez.
A razão sexual das abelhas emergidas foi de praticamente 1:1 fêmeas por
macho, embora este valor passe para 7 fêmeas por macho na espécie C. tarsata.
38
Censo em flores com rede entomológica
A coleta com rede entomológica é a metodologia mais utilizada nos
levantamentos da fauna de abelhas, e portando passível de ser comparada. No
presente estudo, como mencionado anteriormente, foi o método que amostrou o
maior número de indivíduos e espécies, sendo a maioria capturada somente com
esta técnica (83 espécies).
Sabe-se que as populações de animais e plantas variam ao longo do tempo,
podendo ser influenciada pelas condições ambientais e pela interferência humana.
Variões nas populações de abelhas ainda são pouco conhecidas no Brasil. Para
Laroca & Orth (2006) a diminuição das populações de abelhas parece estar
relacionada à intensificação das atividades agrícolas e redução das plantas nativas.
Este dado é muito importante ao se avaliar uma comunidade pela primeira vez, pois
provavelmente esta já sofreu alterações quanto à sua estrutura.
As comparações entre faunas de diferentes locais são importantes para o
conhecimento de comunidades e de ecossistemas, apesar de serem dificultadas
em função de muitas variáveis, como as diferenças entre coletores, modos de
captura, esforço amostral e variações climáticas. Dados comparativos com outras
localidades são apresentados nos itens a seguir, na tabela abaixo é possível
observar alguns dados relevantes de levantamentos de abelhas realizados nas
proximidades ou em Mata com Araucária.
Tabela 12: Comparação da riqueza de abelhas em estudos realizados em Floresta
Ombrófila Mista e dados relevantes: Autor, Durão em anos do trabalho, Horas de
amostragem, Número de coletores, Freqüência das coletas, Número de espécies
amostradas, Número de abelhas coletadas e a inclusão ou não da espécie A.
mellifera nos dados.
Autor Anos Horas Col. Freq. Sp. Ind.
A.mellifera
BAZILIO, 1997 1 160 1 1 x 12 dias 127 1114 Não
HARTER, 1999 3 2460 1 Muito freq. 187 5264 Sim
ORTH, 1983 1 - - - 140 3578 Não
ORTOLAN, 1989 1 78 - Quinzenal 127 1137 Não
MOUGA, 2004 2 144 2 Mensal 92 2531 Sim
KRUG, 2007 1 147 1 Mensal 128 1339 Sim
- valores não identificados no trabalho original.
Fenologia das abelhas
Os períodos de maior atividade das abelhas em Porto União foram entre os
meses de Outubro - Novembro e Março - Abril. O primeiro período representa
39
meses de primavera e foi semelhante ao encontrado por Barbola & Laroca (1993) e
Ortolan & Laroca (1996) no Paraná. Para o sul do Brasil que está inserido no clima
subtropical, a primavera representa o período de atividade de muitas espécies
sazonais (ALVES-DOS-SANTOS, 2006 in press).
A atividade das abelhas segue as variações sazonais, pois nos meses
menos favoráveis elas estão menos ativas. Foi verificada uma diminuição no
número de espécies em atividade nos meses mais frios (inverno). As famílias
Andrenidae, Colletidae e Megachilidae por exemplo estiveram ausentes das
coletas de inverno (maio a julho/2006). Representantes das famílias Halictidae e
Apidae (principalmente corbiculados sociais) foram capturados praticamente o ano
todo. Este resultado corrobora em parte a formação de dois grupos fenológicos
citados por Barbola & Laroca (1993), onde Colletidae, Andrenidae, Megachilidae e
“Anthophoridae” (excluindo Xylocopinae) formam um grupo, cujos adultos
interrompem suas atividades sobre as flores no inverno, e o segundo grupo
composto por Halictidae, Xylocopinae e Apidae (corbiculados sociais) permanecem
ativos durante todo o ano.
Foi observado que a temperatura e umidade afetam de forma diferente a
atividade de vôo das abelhas. Membros das famílias Colletidae e Megachilidae
utilizam uma faixa mais estreita de temperatura. Mouga (2004) obteve resultado
semelhante incluindo neste grupo ainda membros da família Andrenidae. É
importante ressaltar que as abelhas nativas capturadas em temperaturas abaixo de
12°C, também possuíam tamanho corpóreo pequeno, destacando-se 5 espécies do
gênero Dialictus e Exomalopsis tomentosa. A umidade relativa do ar pareceu ser
um fator limitante para as espécies sociais, que abaixo do 55% não foram
observadas em atividades. Com os dados disponíveis não foi posvel fazer
inferências a este respeito sobre as espécies solitárias.
Com relação ao horário de atividade das abelhas, membros de todas as
famílias foram amostrados preferencialmente entre 09:00 e 16:00 horas e neste
período foi observado dois picos de atividade. Mouga (2004) realizou todo seu
estudo somente no intervalo citado acima e também encontrou um padrão bimodal
para a atividade horária. Porém, para uma amostragem completa recomenda-se
que tal período seja ampliado para 6-18h, inclusive se possível, com algumas
coletas noturnas em regiões de ocorrência de espécies crepusculares ou noturnas,
como o gênero Megalopta.
40
Segundo o índice de Jaccard observou-se neste trabalho similaridade entre
as estações, para primavera e verão e entre outono e inverno, apesar de algumas
amostras fugirem do padrão, o que pode evidenciar um padrão intermediário entre
os climas subtropical e temperado. Assim, por este fato o estado de Santa Catarina
pode ser considerado um ponto de encontro das faunas de climas
temperados/subtropicais.
Riqueza e diversidade da fauna de abelhas
A distribuição do número de espécies entre as famílias de Apoidea em Porto
União segue praticamente o mesmo padrão apresentado por vários trabalhos para
o sul do Brasil (BARBOLA & LAROCA, 1993; ORTOLAN & LAROCA. 1996;
BAZILIO 1997), mas aproxima-se mais da distribuição de Vila Velha/PR
(GONÇALVES & MELO, 2005).
É possível observar que Halictidae e os Apidae não corbiculados são os
grupos com maior riqueza de espécies em diversos trabalhos (ORTH, 1983;
BAZILIO, 1997; HARTER, 1999; MOUGA, 2004). Já em Lages (ORTOLAN &
LAROCA, 1996), a família Halictidae é seguida pela família Andrenidae. Colletidae
foi a família com menor número de espécies no presente estudo e nos estudos de
Bazilio (1997) e Ortolan & Laroca (1996).
Observa-se maior similaridade entre os dados de Guarapuava (BAZÍLIO,
1997), Lages (ORTOLAN & LAROCA, 1996), Cador (ORTH, 1983) e Porto União,
sendo as amostras de Guarapuava e Porto União as mais semelhantes e a amostra
de São Francisco de Paula (HARTER, 1999) a mais distinta (Fig. 22). Harter (1999)
desenvolveu a pesquisa mais extensa sobre as abelhas da Mata com Araucária no
Brasil, totalizando 3 anos de coleta e 2460 horas de amostragem, o que explica a
amostragem de um maior número de espécies e indiduos.
Quando analisada e comparada a abundância relativa do número de
indiduos (abelhas) por família (Fig. 23), observa-se maior similaridade entre os
resultados de Guarapuava (BAZÍLIO, 1997), Lages (ORTOLAN & LAROCA, 1996) e
Porto União, apesar de Guarapuava e Lages não computarem a espécie A.
mellifera, e a distribuição destas abelhas nas famílias, é relativamente distinta dos
outros trabalhos utilizados nestas comparações.
41
Fig. 22: Proporção do número de espécies de abelhas por família de seis levantamentos de
Apoidea. Guarapuava: BAZILIO (1997), São Francisco de Paula: Harter (1999), Caçador:
ORTH (1983) Lages: ORTOLAN & LAROCA (1996), Mafra: MOUGA (2004) e Porto União:
KRUG (2007).
Fig. 23: Abundância relativa (%) dos indivíduos por família de abelhas de seis
levantamentos de Apoidea. Guarapuava: BAZILIO (1997), São Francisco de Paula: Harter
(1999), Caçador: ORTH (1983) Lages: ORTOLAN & LAROCA (1996), Mafra: MOUGA
(2004) e Porto União: KRUG (2007).
A fauna de abelhas de PU apresentou diversidade alta com predominância
de alguns grupos. Dialictus foi o gênero mais diverso com 27 espécies,
sp. por falia x locais
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Gua
S.F.P
Caç
Lag
Maf
P.U
Api. cor.
Api. não
cor.
Meg.
Hal.
And.
Coll
Indivíduos por família x locais
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Gua SFP Caç Lag Maf P.U
Api. corb.
Api.o
corb.
Meg.
Hal.
And.
Coll
42
representando 16,56% da riqueza e também foi o gênero mais rico em espécies em
outros levantamentos do sul do país (ORTH, 1983; BARBOLA E LAROCA, 1993;
ORTOLAN & LAROCA. 1996; BAZILIO, 1997; HARTER, 1999).
A razão sexual dos indivíduos coletados demonstra maior freqüência de
fêmeas (90,6%) do que machos (9,4%), fato também registrado em outros
levantamentos (BARBOLA & LAROCA, 1993; ORTH, 1983; ORTOLAN & LAROCA.
1996). Este proporção elevada de fêmeas é influenciada pelas operárias das
abelhas sociais, cujos machos raramente são coletados em flores, e também pelo
comportamento das espécies solitárias ou com outros graus de socialidade, onde
as fêmeas gastam muito tempo sobre as flores coletando pólen e néctar para
prover alimento para sua prole.
A abelha exótica Apis mellifera foi responsável por 62% dos indiduos
amostrados em Porto União. Apesar de muitos trabalhos excluírem a abelha
melífera da amostra, esta espécie demonstra ser a espécie mais abundante em
alguns trabalhos recentes (MOUGA, 2004; SILVA, 2004).
Várias espécies parasitas pertencentes aos gêneros Austrostelis, Coelioxys
(Megachilidae), Nomada, Brachynomada e Trophocleptria (Apidae) foram
registradas em PU sobre as flores. Outros estudos também amostraram espécies
parasitas sobre flores no sul do Brasil: Brachynomada e Coelioxys (ORTOLAN &
LAROCA 1996; SILVA 2005), Coelioxoides waltheriae (MOUGA, 2004),
Mesonychium, Nomada, Osirinus e Parepeolus (GONÇALVES & MELO 2005).
Porém, em nenhum trabalho a associação com os hospedeiros pode ser feita já que
tais espécies foram coletadas apenas em flores.
Flores visitadas pelas abelhas
A espécie de planta mais visitada pelas abelhas foi Ocimum selloi
(Lamiaceae), não coincidindo com nenhum outro trabalho (BAZILIO, 1997: Diodia
brasiliensis – Rubiaceae; ORTOLAN & LAROCA, 1996: Rhaphanus raphanistrum
Cruciferae; HARTER, 1999: Mimosa scabrela - Mimosaceae).
O maior número de abelhas visitantes foi encontrado em Senecio
brasiliensis, responsável por atrair 10,7% das abelhas.
A família Asteraceae tende a ser o grupo mais visitado por abelhas em
número de espécies como em número de indivíduos, para o sul do país (BAZILIO,
1997; BARBOLA et al. 2000; HARTER, 1999; JAMHOUR & LAROCA, 2004;
GONÇALVES & MELO, 2005), exceto para Lages e Caçador (ORTH, 1983;
43
ORTOLAN & LAROCA, 1996) onde a família Cruciferae, considerada planta
daninha de lavouras, foi a mais visitada. As altas taxas de visitação às asteraceaes
provavelmente devem-se ao fato de ser a família mais diversa em espécies e por
possuir hábitos muito variados (JOLY, 2002). A segunda família mais visitada foi
Lamiaceae, assemelhando-se à condição encontrada em Lapa (BARBOLA et al.,
2000).
Muitas espécies de abelhas visitaram poucas espécies vegetais, mas
considerações sobre as especificidades não puderam ser realizadas em função da
baixa representatividade destas espécies nas amostras gerais. Harter (1999) cita A.
meridionalis como abelha especializada para plantas do gênero Sisyrinchium
(Iridaceae). No presente estudo esta abelha foi encontrada visitando seis espécies
pertencentes a cinco famílias (Asteraceae, Lamiaceae, Lythraceae, Malvaceae e
Oxalidaceae), porém não visitando o gênero Sisyrinchium.
Analisando as plantas visitadas pelas abelhas (apêndice G), observa-se
que as abelhas mais generalistas foram A. mellifera e B. atratus, visitando
respectivamente, 52,6% e 16.5% das espécies vegetais deste levantamento.
Também demonstrarambitos generalistas as espécies P. bergi e T. spinipes.
A abelha da abóbora, Peponapis fervens, considerada oligolética para o
gênero Cucurbita (HURD et al., 1971; WILLIS & KEVAN, 1995; apud CANTO-
AGUILAR & PARRA-TABLA, 2000) foi coletada em duas outras espécies vegetais
(apêndice G): Ipomoea aristolochiaefolia (Convolvulaceae) e Lantana camara
(Verbenaceae). Em Ipomoea apenas machos foram capturados e em Lantana
machos e fêmeas foram capturados, o que indica a utilização de recursos
alternativos às plantas do gênero Cucurbita.
De acordo com a metodologia estipulada as plantas floridas que
apresentassem abelhas seriam observadas durante 10 minutos. Ao final deste
trabalho chega-se a conclusão que este tempo foi excessivo, pois a maioria das
abelhas foram capturadas nos primeiros minutos e a presença do coletor nas
proximidades da plantas muitas vezes inibiu a aproximação de certas abelhas.
Conclusão
No fragmento estudado em Porto União foram encontradas 162 espécies de
abelhas das cinco famílias de Apoidea representadas no Brasil. De maneira geral a
família mais diversa foi Halictidae seguida por Apidae, principalmente o grupo
44
anteriormente denominado Anthophoridae (Apidae não corbiculado), apresentando
muitas espécies com poucos indivíduos e poucas espécies com muitos indivíduos.
A composição da fauna de Apoidea foi similar a encontrada em vários
trabalhos também realizadas em Floresta Ombrófila Mista, permanecendo a
seguinte ordem decrescente de riqueza de espécies:
Halictidae > Apidae > Megachilidae > Andrenidae > Colletidae
As diferentes famílias de abelhas apresentaram particularidades nas
atividades de vôo para os fatores abióticos (temperatura e umidade relativa) e para
período de vôo (horário do dia e sazonalidade), seguindo um padrão subtropical,
com interrupção da atividade pela maioria das falias.
A espécie exótica Apis mellifera foi a abelha mais abundante.
As principais famílias vegetais visitadas pelas abelhas foram, em ordem
decrescente: Asteraceae, Lamiaceae e Cruciferae.
Com relação à riqueza de espécies obtida, os dados e cálculos realizados
indicam que a riqueza se aproximou do esperado para o local, o que provavelmente
se deve principalmente à utilização de mais de um método de coleta.
As espécies coletadas nas diferentes metodologias sugerem que mais de
um método deva ser utilizado nos levantamentos da fauna de abelhas, pois podem
ser considerados complementares para amostragem.
Apesar da fauna de abelhas ainda ser pouco conhecida em Santa Catarina
e em Floresta Ombrófila Mista, este trabalho representa uma contribuição para o
conhecimento da apifauna local e do sul do país.
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50
Apêndice A
Apêndice A: Espécies de abelhas e sua proporção coletadas através das
metodologias utilizadas: rede (rede entomológica), iscas (iscas aromáticas), pratos
(pratos armadilha) e NA (ninhos armadilha).
Metodologia
Espécie
Rede Cheiro Pratos Ninhos
Total
Andrenidae
1
Acamptopoeum prinii
1 1
2
Callonychium petuniae
2 2
3
Anthrenoides araucariae
1 1
4
Anthrenoides meridionalis
10 12 22
5
Anthrenoides rodrigoi
1 3 4
6
Anthrenoides paolae
2 2
7
Anthrenoides ornatus
3 3
8
Parapsaenythia serripes
7 1 8
9
Psaenythia annulata
10 10
10
Psaenythia bergi
23 4 27
11
Psaenythia capito
4 4
12
Psaenythia quadrifasciata
6 1 7
13
Psaenythia sp.1
6 6
14
Rhophitulus anomalus
3 2 5
15
Rhophitulus flavitarsis
2 2
16
Rhophitulus reticulatus
1 2 3
17
Rhophitulus sp.1
5 2 7
18
Rhophitulus sp.2
4 4
Apidae
19
Apis mellifera
841 8 849
20
Bombus atratus
19 19
21
Bombus morio
6 2 8
22
Eufriesea violacea
1 1
23
Melitoma sp.
2 2
24
Melipona (Eomelipona) marginata
1 1
25
Oxytrigona tataira
14 2 16
26
Plebeia remota
22 22
27
Plebeia saiqui
1 1
28
Scaptotrigona bipunctata
2 2
29
Schwarziana quadripunctata
2 2
30
Tetragonisca angustula
6 6
31
Trigona spinipes
40 40
32
Centris (Hemisiella) tarsata
1 8 9
33
Centris (Hemisiella) aff. tarsata
1 1
34
Centris (Trachina) proxima
2 2
35
Epicharis (Epicharoides) grandior
2 2
36
Mesocheira bicolor
1 1
37
Melissodes nigroaenia
1 1
38
Melissoptila aureocincta
4 4
39
Melissoptila cnecomala
3 3
40
Melissoptila larocai
4 4
41
Melissoptila marinonii
1 1
51
42
Melissoptila minarum
3 1 4
43
Peponapis fervens
4 5 9
44
Thygater analis
12 2 14
45
Exomalopsis analis
1 1 2
46
Exomalopsis tomentosa
12 6 18
47
Exomalopsis trifasciata
1 1
48
Arhrysoceble picta
4 5 9
49
Lanthanomelissa betinae
6 6
50
Paratetrapedia fervida
1 1
51
Paratetrapedia (Lo.) cf. nigrispinnis
2 2
52
Tetrapedia (Tetrapedia) diversipes
2 2
53
Brachynomada sp.1
2 2
54
Brachynomada sp.2
2 2
55
Trophocleptria cf. variolosa
1 1
56
Nomada costalis
3 6 9
57
Ceratina (Ceratinula) biguttulata
4 4
58
Ceratina (Ceratinula) sp.1
4 1 5
59
Ceratina (Crewella) cf. asunciones
9 2 11
60
Ceratina (Crewella) sp.1
1 1
61
Ceratina (Crewella) sp.2
7 3 10
62
Ceratina (Crewella) sp.3
8 8
63
Ceratina (Crewella) sp.4
11 1 12
64
Xylocopa (Neoxylocopa) augusti
2 2
65
Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis
3 3
66
Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex
4 2 6
Colletidae
67
Colletes rugicolis
5 5
68
Colletes aff. rugicolis
3 3
69
Bellopria sp.
1 1
70
Hexantheda missionica
1 1
71
Hylaeus sp.1
3 3
72
Hylaeus sp.2
2 2
73
Perditomorpha leaena
1 1
74
Tetraglossula anthracina
17 17
Halictidae
75
Augochloropsis cupreola
7 3 10
76
Augochloropsis sp.2
6 4 10
77
Augochloropsis sp.3
2 2
78
Augochloropsis sp.4
1 1
79
Augochloropsis sp.5
2 2
80
Augochloropsis sp.6
3 1 4
81
Augochloropsis sp.7
1 1
82
Augochloropsis sp.8
1 1
83
Augochloropsis sp.9
12 12
84
Augochloropsis sp.10
1 1
85
Augochlorella sp.1
1 1 2
86
Augochlorella ephyra
1 1 2
87
Augochlorella sp.3
1 2 3
88
Augochlora sp.1
1 1
89
Augochlora aff. semiramis
1 1
90
Augochlora foxiana
1 1
91
Augochlora sp.5
1 1
52
92
Augochlora sp.7
2 2
93
Augochlora sp.13
1 3 4
94
Augochlora sp.14
1 1
95
Augochlora amphitrite
10 13 23
96
Augochlora sp.16
1 1
97
Augochlora sp.18
1 1
98
Augochlora sp.19
1 1
99
Augochlora sp.21
2 1 3
100
Ceratalictus sp. 2
1 1
101
Neocorynura aenigma
1 1
102
Neocorynura atromarginata
1 1
103
Neocorynura sp.2
1 1
104
Neocorynura oiospermi
3 3
105
Paraxystoglossa aff. jocasta
1 1
106
Pseudaugochlora sp.1
5 1 6
107
Rhectomia sp.1
4 4
108
Caenohalictus tesselatus
1 1
109
Dialictus sp.1
1 41 42
110
Dialictus sp.2
4 4
111
Dialictus sp.4
2 2
112
Dialictus sp.5
1 1
113
Dialictus sp.8
1 1
114
Dialictus sp.9
1 1
115
Dialictus sp.10
9 9
116
Dialictus sp.11
2 53 55
117
Dialictus sp.12
4 41 45
118
Dialictus sp.13
4 4
119
Dialictus sp.14
1 1
120
Dialictus sp.15
2 2
121
Dialictus sp.16
1 1
122
Dialictus sp.17
4 13 17
123
Dialictus sp.18
1 1
124
Dialictus sp.19
3 3
125
Dialictus sp.20
1 1
126
Dialictus sp.21
1 1
127
Dialictus sp.22
1 1
128
Dialictus sp.24
1 1
129
Dialictus sp.25
4 4 8
130
Dialictus sp.26
16 16
131
Dialictus sp.27
1 1
132
Dialictus sp.28
1 1 2
133
Dialictus sp.29
2 3 5
134
Dialictus sp.30
2 6 8
135
Dialictus sp.31
5 6 11
136
Pseuda. (Nea.) cyanomelas
4 2 6
137
Pseudagapostemon sp.1
4 1 5
138
Pseudagapostemon sp.2
1 1
139
Pseudag.(Peudag.) cyaneus
5 5
Megachilidae
140
Anthodioctes claudii
2 2
141
Austrostelis iheringi
1 1 2
142
Carloticola paraguayensis
1 1
53
143
Epanthidium autumnale
2 2
144
Moureanthidium catarinense
2 2
145
Saranthidium musciforme
1 1
146
Coelioxys (Acro.) tolteca
3 3
147
Coelioxys (Glypto.) labiosa
1 1
148
Coelioxys (Cyrto.) aff. quaerens
1 1
149
Coelioxys ( Cyrto) cf. dobzhanskyi
2 2
150
Coelioxys cf. (Cyrtocoelioxys) sp.
1 1
151
Megachile (Acentron) lentifera
1 1
152
Megachile (Austro.) sussurrans
3 1 4
153
Megachile (Crysosarus) sp.
1 1
154
Megachile (Dactylomegachile) sp.
3 3
155
Megachile (Leptorachis) aetheria
3 1 4
156
Megachile (Leptorachis) sp.
1 1
157
Megachile (Moureapis) anthidioides
7 7
158
Megachile (Moureapis) apicipennis
2 2
159
Megachile (Moureapis) cf. nigropilosa
1 1
160
Megachile (Moureapis) sp.1
1 1
161
Megachile (Moureapis) sp.2
2 2
162
Megachile (Pseudocentron) sp.1
1 1
163
Megachile (Pseudocentron) sp.2
1 1
164
Megachile (Pseudocentron) sp.3
1 1
Totais 1339 2 346 24 1711
54
Apêndice B
Apêndice B: Espécies de abelhas e sua proporção coletadas através dos pratos armadilha, razão sexual, cor de prato armadilha utilizado
e mês em qual foi amostrado. * Espécies exclusivas aos pratos armadilha.
Sexo Pratos armadilha 2005 2006
Total
Espécies
F M
AmareloAzulBranco11 12 12345678910
Andrenidae
1
Callonychium petuniae*
2 1 1 1 1 2
2
Anthrenoides araucariae*
1 1 1 1
3
Anthrenoides meridionalis
8 4 6 2 4 4 1 2 1 3 1 12
4
Anthrenoides paolae*
11 2 2 2
5
Anthrenoides rodrigoi
3 2 11 11 3
6
Parapsaenythia serripes
1 1 1 1
7
Psaenythia bergi
22 2 2 1 21 4
8
Psaenythia quadrifasciata
1 1 1 1
9
Rhophitulus anomalus
2 1 1 2 2
10
Rhophitulus flavitarsis*
11 2 1 1 2
11
Rhophitulus reticulatus
1 1 2 1 1 2
12
Rhophitulus sp.1
2 2 2 2
Apidae
13
Apis mellifera
8 4 3 1 1 1 4 1 1 8
14
Bombus morio
1 1 1 1 1 1 2
15
Melitoma segmentaria*
2 1 1 2 2
16
Melissodes nigroaenea*
1 1 1 1
17
Melissoptila marinonii*
1 1 1 1
18
Melissoptila minarum
1 1 1 1
19
Peponapis fervens
32 4 1 2 21 5
20
Thygater analis
2 2 1 1 2
21
Exomalopsis analis
1 1 1 1
22
Exomalopsis tomentosa
4 2 1 2 3 12 2 1 6
55
23
Arhrysoceble picta
5 2 3 1 13 5
24
Nomada costalis
24 6 22 11 6
25
Ceratina (Ceratinula) sp.1
1 1 1 1
26
Ceratina (Crewella) cf. asunciones
2 2 2 2
27
Ceratina (Crewella) sp.2
3 2 1 1 1 1 3
28
Ceratina (Crewella) sp.4
1 1 1 1
29
Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex
2 2 2 2
Halictidae
30
Augochloropsis cupreola
3 2 1 1 2 3
31
Augochloropsis sp.2
4 2 2 13 4
32
Augochloropsis sp.6
1 1 1 1
33
Augochloropsis sp.10
1 1 1 1
34
Augochlorella sp.1
1 1 1 1
35
Augochlorella ephyra
1 1 1 1
36
Augochlorella sp.3
2 1 1 1 1 2
37
Augochlora aff. semiramis*
1 1 1 1
38
Augochlora sp.13*
3 1 1 1 1 1 1 3
39
Augochlora amphitrite
13 8 1 3 3 5 1 1 3 13
40
Augochlora sp.16*
1 1 1 1
41
Augochlora sp.21
1 1 1 1
42
Rhectomia sp.1*
3 1 4 2 1 1 4
43
Pseudaugochlora sp.1
1 1 1 1
44
Dialictus sp.1
41 12 19 10 4 7 12 2 1 10 4 1 41
45
Dialictus sp.2*
4 2 2 1 21 4
46
Dialictus sp.4*
2 2 2 2
47
Dialictus sp.5*
1 1 1 1
48
Dialictus sp.9*
1 1 1 1
49
Dialictus sp.10*
9 4 3 2 1 3 2 1 1 1 9
50
Dialictus sp.11
52 1 31 14 12 8 2 3 14 9 6 3 5 1 2 53
51
Dialictus sp.12
41 10 19 12 3 4 3 1 1 20 9 41
52
Dialictus sp.13*
4 4 1 1 2 4
53
Dialictus sp.14*
1 1 1 1
56
54
Dialictus sp.15*
2 1 1 1 1 2
55
Dialictus sp.16*
1 1 1 1
56
Dialictus sp.17
13 7 6 2 2 1 1 2 5 13
57
Dialictus sp.19*
3 2 11 2 3
58
Dialictus sp.20*
1 1 1 1
59
Dialictus sp.22*
1 1 1 1
60
Dialictus sp.24*
1 1 1 1
61
Dialictus sp.25
4 3 1 1 1 2 4
62
Dialictus sp.26*
16 9 6 1 1 15 16
63
Dialictus sp.28
1 1 1 1
64
Dialictus sp.29
3 1 1 1 3 3
65
Dialictus sp.30
6 3 1 2 1 3 2 6
66
Dialictus sp.31
6 4 1 1 2 1 11 1 6
67
Pseudaga. (Nea.) cyanomelas
11 1 1 1 1 2
68
Pseudag. (Pseudag.) cyaneus*
5 2 3 5 5
69
Pseudag. sp.1
1 1 1 1
Megachilidae
70
Megachile (Austro.) sussurans
1 1 1 1
71
Megachile (Leptorachis) aetheria
1 1 1 1
72
Megachile (Moureapis) cf. nigropilosa*
1 1 1 1
Totais 305 41 154 114 81 26 32 18 51 44 19 18 8 20 42 34 34 346
57
Apêndice C
Apêndice C. Lista de abelhas coletadas com rede entomológica em uma áreas de Mata com Araucária, entre
outubro/2005 e outubro/2006. N: código da espécie; F: número de fêmeas; M: número de machos.
Sexo 2005 2006
Espécie
F M 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Total
Andrenidae
1
Acamptopoeum prinii
1 1 1
2
Anthrenoides meridionalis
55 1 1 1 1 610
3
Anthrenoides rodrigoi
1 11
4
Anthrenoides ornatus
3 11 13
5
Parapsaenythia serripes
4 3 3 4 7
6
Psaenythia annulata
10 4 2 1 3 10
7
Psaenythia bergi
17 6 1 4 1 8 7 2 23
8
Psaenythia capito
3 1 1 3 4
9
Psaenythia quadrifasciata
5 1 4 2 6
10
Psaenythia sp.1
51 3 36
11
Rhophitulus anomalus
2 1 2 1 3
12
Rhophitulus reticulatus
1 1 1
13
Rhophitulus sp.1
5 1 4 5
14
Rhophitulus sp.2
4 1 3 4
Apidae
15
Apis mellifera
841 31 148 72 65 44 96 64 58 28 58 51 29 97 841
16
Bombus atratus
1451 32 425 219
17
Bombus morio
5 1 1 1 3 1 6
18
Melipona (Eomelipona) marginata
1 11
19
Oxytrigona tataira
14 2 1 7 4 14
20
Plebeia remota
22 3 1 6 1 10 1 22
21
Plebeia saiqui
1 1 1
22
Scaptotrigona bipunctata
2 22
58
23
Schwarziana quadripunctata
2 1 1 2
24
Tetragonisca angustula
6 2 2 2 6
25
Trigona spinipes
40 1 8 1 1 1 3 14 3 6 1 1 40
26
Centris (Hemisiella) tarsata
1 1 1
27
Centris (Hemisiella) aff. tarsata
1 1 1
28
Centris (Trachina) proxima
2 2 2
29
Epicharis (Epicharoides) grandior
2 2 2
30
Melissoptila aureocincta
4 4 4
31
Melissoptila cnecomala
3 2 1 3
32
Melissoptila larocai
4 1 3 4
33
Melissoptila minarum
3 2 1 3
34
Peponapis fervens
2 2 3 1 4
35
Thygater analis
75 6 5 1 12
36
Exomalopsis analis
1 1 1
37
Exomalopsis tomentosa
12 1 1 5 5 12
38
Exomalopsis trifasciata
1 1 1
39
Arhrysoceble picta
1 2 1 1 4
40
Lanthanomelissa betinae
24 66
41
Paratetrapedia fervida
1 1 1
42
Paratetrapedia (Lo.) cf. nigrispinnis
11 2 2
43
Tetrapedia (Tetrapedia) diversipes
2 1 1 2
44
Brachynomada sp.1
1 1 1 1 2
45
Brachynomada sp.2
1 1 1 1 2
46
Trophocleptria cf. variolosa
1 1 1
47
Nomada costalis
12 1 2 3
48
Ceratina (Ceratinula) biguttulata
4 1 34
49
Ceratina (Ceratinula) sp.1
3131 4
50
Ceratina (Crewella) cf. asunciones
633141 9
51
Ceratina (Crewella) sp.1
1 1 1
52
Ceratina (Crewella) sp.2
6 1 1 3 1 1 1 7
53
Ceratina (Crewella) sp.3
711 2 113 8
54
Ceratina (Crewella) sp.4
92 3 2 1 2 311
59
55
Xylocopa (Neoxylocopa) augusti
2 1 1 2
56
Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis
3 3 3
57
Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex
4 1 1 1 1 4
Colletidae
58
Colletes rugicolis
3 2 2 3
5
59
Colletes aff. rugicolis
2 1 1 2
3
60
Belopria sp.
1 11
61
Hexantheda missionica
1 11
62
Perditomorpha leaena
1 1 1
63
Tetraglossula anthracina
17 71 531 17
Halictidae
64
Augochloropsis cupreola
7 1 1 1 4 7
65
Augochloropsis sp.2
3 34 1 1 6
66
Augochloropsis sp.3
2 1 1 2
67
Augochloropsis sp.4
1 1 1
68
Augochloropsis sp.5
2 2 2
69
Augochloropsis sp.6
2 1 1 2 3
70
Augochloropsis sp.7
1 1 1
71
Augochloropsis sp.8
1 1 1
72
Augochloropsis sp.9
11 1 3 1 2 6 12
73
Augochlorella sp.1
1 1 1
74
Augochlorella ephyra
1 1 1
75
Augochlorella sp.3
1 1 1
76
Augochlora sp.1
1 1 1
77
Augochlora foxiana
1 1 1
78
Augochlora sp.5
1 1 1
79
Augochlora sp.7
2 1 12
80
Augochlora sp.13
1 1 1
81
Augochlora sp.14
1 11
82
Augochlora amphitrite
8 12 3 1 2 2 10
83
Augochlora sp.18
1 1 1
84
Augochlora sp.19
1 1 1
60
85
Augochlora sp.21
2 1 1 2
86
Ceratalictus sp. 2
1 1 1
87
Neocorynura aenigma
1 1 1
88
Neocorynura atromarginata
1 1 1
89
Neocorynura sp.2
1 1 1
90
Neocorynura oiospermi
21 11 13
91
Paraxystoglossa aff. jocasta
1 1 1
92
Pseudaugochlora sp.1
41 2 11 1 5
93
Caenohalictus tessetatus
1 11
94
Dialictus sp.1
1 1 1
95
Dialictus sp.8
1 1 1
96
Dialictus sp.11
2 1 1 2
97
Dialictus sp.12
4 1 1 1 1 4
98
Dialictus sp.17
3 1 1 1 2 4
99
Dialictus sp.18
1 1 1
100
Dialictus sp.21
1 1 1
101
Dialictus sp.25
4 1 1 2 4
102
Dialictus sp.27
1 11
103
Dialictus sp.28
1 11
104
Dialictus sp.29
2 22
105
Dialictus sp.30
2 1 12
106
Dialictus sp.31
5 1 1 3 5
107
Pseuda. (Nea.) cyanomelas
22 2 1 1 4
108
Pseudagapostemon sp.1
4 1 2 1 4
109
Pseudagapostemon sp.2
1 1 1
Megachilidae
110
Anthodioctes claudii
2 1 1 2
111
Austrostelis iheringi
1 1 1
112
Carloticola paraguayensis
1 1 1
113
Epanthidium autumnale
1 1 1 1 2
114
Moureanthidium catarinense
11 2 2
115
Saranthidium musciforme
1 1 1
61
116
Coelioxys (Glypto.) labiosa
1 1 1
117
Coelioxys (Cyrto.)) aff. quaerens
1 1 1
118
Coelioxys cf. (Cyrtocoelioxys) sp.
1 1 1
119
Megachile (Acentron) lentifera
1 1 1
120
Megachile (Austro.) sussurrans
3 2 1 3
121
Megachile (Crysosarus) sp.
1 1 1
122
Megachile (Leptorachis) aetheria
21 21 3
123
Megachile (Leptorachis) sp.
1 1 1
124
Megachile (Moureapis) anthidioides
43 114 1 7
125
Megachile (Moureapis) apicipennis
1 1 1 1 2
126
Megachile (Moureapis) sp.1
1 1 1
127
Megachile (Moureapis) sp.2
2 22
128
Megachile (Pseudocentron) sp.1
1 1 1
129
Megachile (Pseudocentron) sp.2
1 1 1
130
Megachile (Pseudocentron) sp.3
1 1 1
Total 1231 108 60 192 122 116 101 147 136 67 56 70 69 31 172 1339
62
Apêndice D
Apêndice D: Espécies de abelhas e número de abelhas coletadas em determinados
intervalos de temperatura em Porto União/SC.
Temperatura °C
Espécies
6.7 8.9
10.11 12.13 14.15 16.17 18.19 20.21 22.23 24.25 26.27
Total
Andrenidae
Acamptopoeum prinii 1 1
Anthrenoides meridionalis 1 2 2 3 1 1 10
Anthrenoides rodrigoi 1 1
Anthrenoides ornatus 1 1 1 3
Parapsaenythia serripes 3 4 7
Psaenythia annulata 3 2 5 10
Psaenythia bergi 2 5 4 5 6 1 23
Psaenythia capito 3 1 4
Psaenythia quadrifasciata 221 1 6
Psaenythia sp.1 21 216
Rhophitulus anomalus 2 1 3
Rhophitulus reticulatus 1 1
Rhophitulus sp.1 4 1 5
Rhophitulus sp.2 3 1 4
Colletidae
Colletes rugicolis 5 5
Colletes aff. rugicolis 2 1 3
Belopria sp. 1 1
Hexantheda missionica 1 1
Perditomorpha leaena 1 1
Tetraglossula anthracina 4162 4 17
Apidae
Apis mellifera 25 5 36 189 60 64 107 91 52 212 841
Bombus atratus 22452 1 3 19
Bombus morio 1121 1 6
Melipona (Eo.) marginata 1 1
Oxytrigona tataira 12 2 14
Plebeia remota 11 1 2 8 22
Plebeia saiqui 1 1
Scaptotrigona bipunctata 2 2
Schwarziana quadripunctata 1 1 2
Tetragonisca angustula 3 3 6
Trigona spinipes 11172972 140
Centris (Hemisiella) tarsata 1 1
Centris (Hem. aff. tarsata 1 1
Centris (Trachina) proxima 2 2
Epicharis (Epich.) grandior 22
Melissoptila aureocincta 4 4
Melissoptila cnecomala 11 1 3
Melissoptila larocai 3 1 4
Melissoptila minarum 1 1 1 3
Peponapis fervens 3 1 4
Thygater analis 3 4 3 2 12
63
Exomalopsis analis 1 1
Exomalopsis tomentosa 19 11 12
Exomalopsis trifasciata 1 1
Arhrysoceble picta 11 2 4
Lanthanomelissa betinae 1 2 3 6
Paratetrapedia fervida 1 1
Parat. (Lo.) cf. nigrispinnis 1 12
Tetrapedia (Te.) diversipes 11 2
Brachynomada sp.1 2 2
Brachynomada sp.2 1 1 2
Trophocleptria cf. variolosa 1 1
Nomada costalis 1 2 3
Ceratina (Ceratinula) biguttulata 3 14
Ceratina (Ceratinula) sp.1 2 1 1 4
Ceratina (Cre.) cf. asunciones 124 119
Ceratina (Crewella) sp.1 1 1
Ceratina (Crewella) sp.2 11 113 7
Ceratina (Crewella) sp.3 31 1 128
Ceratina (Crewella) sp.4 2 2 4 3 11
Xylocopa (Neo.) augusti 2 2
Xylocopa (Neo.) frontalis 1 2 3
Xylocopa (Steno.) artifex 12 1 4
Halictidae
Augochloropsis cupreola 1 1 3 2 7
Augochloropsis sp.2 212 1 6
Augochloropsis sp.3 11 2
Augochloropsis sp.4 1 1
Augochloropsis sp.5 2 2
Augochloropsis sp.6 2 1 3
Augochloropsis sp.7 1 1
Augochloropsis sp.8 1 1
Augochloropsis sp.9 6 3 3 12
Augochlorella sp.1 1 1
Augochlorella ephyra 1 1
Augochlorella sp.3 1 1
Augochlora sp.1 1 1
Augochlora foxiana 1 1
Augochlora sp.5 1 1
Augochlora sp.7 1 12
Augochlora sp.13 1 1
Augochlora sp.14 1 1
Augochlora amphitrite 2 2 3 2 1 10
Augochlora sp.18 1 1
Augochlora sp.19 1 1
Augochlora sp.21 11 13
Ceratalictus sp. 2 11
Neocorynura aenigma 1 1
Neocorynura atromarginata 1 1
Neocorynura sp.2 1 1
Neocorynura oiospermi 1 2 3
Paraxystoglossa aff. jocasta 1 1
Pseudaugochlora sp.1 11 2 4
64
Caenohalictus tessetatus 1 1
Dialictus sp.1 1 1
Dialictus sp.8 1 1
Dialictus sp.12 11 1 1 4
Dialictus sp.17 2 1 1 4
Dialictus sp.18 1 1
Dialictus sp.21 1 1
Dialictus sp.25 21 1 4
Dialictus sp.27 1 1
Dialictus sp.28 1 1
Dialictus sp.29 1 1 2
Dialictus sp.30 1 1 2
Dialictus sp.31 4 1 5
Dialictus sp.X 2 2
Pseuda. (Nea.) cyanomelas 1 1 2 4
Pseudagapostemon sp.1 2 11 4
Pseudagapostemon sp.2 1 1
Megachilidae
Anthodioctes claudii 11 2
Austrostelis iheringi 1 1
Carloticola paraguayensis 1 1
Epanthidium autumnale 1 1 2
Moureanthidium catarinense 2 2
Saranthidium musciforme 11
Coelioxys (Glypto.) labiosa 1 1
Coelioxys (Cyrto.) aff. quaerens 1 1
Coelioxys cf. (Cyrto.) sp. 11
Megachile (Acentron) lentifera 1 1
Megachile (Austro.) sussurrans 111 3
Megachile (Crysosarus) sp. 1 1
Megachile (Leptorachis) aetheria 21 3
Megachile (Leptorachis) sp. 11
Megachile (Moure.) anthidioides 42 1 7
Megachile (Moure.) apicipennis 11 2
Megachile (Moureapis) sp.1 1 1
Megachile (Moureapis) sp.2 11 2
Megachile (Pseudo.) sp.1 1 1
Megachile (Pseudo.) sp.2 1 1
Megachile (Pseudo.) sp.3 1 1
Total 26 7 59 233 97 160 205 173 81 280 18 1339
65
Apêndice E
Apêndice E: Espécies de abelhas e número de abelhas coletadas em determinados
intervalos de umidade relativa em Porto União/SC.
Umidade %
Espécies
30-
34
35-
39
40-
44
45-
49
50-
54
55-
59
60-
64
65-
69
70-
74
75-
79
80-
84
85-
89
90-
94
total
Andrenidae
Acamptopoeum prinii
1 1
Anthrenoides meridionalis
6 1 3 10
Anthrenoides rodrigoi
1 1
Anthrenoides ornatus
2 1 3
Parapsaenythia serripes
1 3 2 1 7
Psaenythia annulata
31 1 5 10
Psaenythia bergi
3 2 8 3 4 3 23
Psaenythia capito
22 4
Psaenythia quadrifasciata
1 2 1 2 6
Psaenythia sp.1
21 3 6
Rhophitulus anomalus
1 2 3
Rhophitulus reticulatus
1 1
Rhophitulus sp.1
4 1 5
Rhophitulus sp.2
1 3 4
Apidae
Apis mellifera
5 2 78 60 201 37 145 93 68 152 841
Bombus atratus
1 3 2 5 4 1 3 19
Bombus morio
11 3 1 6
Melipona (Eo.) marginata
1 1
Oxytrigona tataira
8 3 3 14
Plebeia remota
2 4 12 1 3 22
Plebeia saiqui
1 1
Scaptotrigona bipunctata
2 2
Schwarziana quadripunctata
1 1 2
Tetragonisca angustula
112 2 6
Trigona spinipes
1 5 7 6 2 19 40
Centris (Hemisiella) tarsata
1 1
Centris (Hem. aff. tarsata
1 1
Centris (Trachina) proxima
2 2
Epicharis (Epich.) grandior
2 2
Melissoptila aureocincta
31 4
Melissoptila cnecomala
11 1 3
Melissoptila larocai
21 1 4
Melissoptila minarum
1 1 1 3
Peponapis fervens
1 3 4
Thygater analis
3 23 1 3 12
Exomalopsis analis
1 1
Exomalopsis tomentosa
1 1 5 5 12
Exomalopsis trifasciata
1 1
Arhrysoceble picta
1 2 1 4
Lanthanomelissa betinae
6 6
Paratetrapedia fervida
1 1
66
Parat. (Lo.) cf. nigrispinnis
1 1 2
Tetrapedia diversipes
11 2
Brachynomada sp.1
1 1 2
Brachynomada sp.2
1 1 2
Trophocleptria cf. variolosa
1 1
Nomada costalis
1 2 3
Ceratina (Ceratinula) biguttulata
1 3 4
Ceratina (Ceratinula) sp.1
3 1 4
Ceratina (Cre.) cf. asuncionis
1 43 1 9
Ceratina (Crewella) sp.1
1 1
Ceratina (Crewella) sp.2
42 1 7
Ceratina (Crewella) sp.3
1 22 12 8
Ceratina (Crewella) sp.4
251 3 11
Xylocopa (Neo.) augusti
1 1 2
Xylocopa (Neo.) frontalis
1 2 3
Xylocopa (Steno.) artifex
2 1 1 4
Colletidae
Colletes rugicolis
1 4 5
Colletes aff. rugicolis
1 2 3
Belopria sp.
1 1
Hexantheda missionica
1 1
Perditomorpha leaena
1 1
Tetraglossula anthracina
9 1 7 17
Halictidae
Augochloropsis cupreola
1 22 1 1 7
Augochloropsis sp.2
1 4 1 6
Augochloropsis sp.3
1 1 2
Augochloropsis sp.4
1 1
Augochloropsis sp.5
2 2
Augochloropsis sp.6
1 1 1 3
Augochloropsis sp.7
1 1
Augochloropsis sp.8
1 1
Augochloropsis sp.9
61 2 3 12
Augochlorella sp.1
1 1
Augochlorella ephyra
1 1
Augochlorella sp.3
1 1
Augochlora sp.1
1 1
Augochlora foxiana
1 1
Augochlora sp.5
1 1
Augochlora sp.7
1 1 2
Augochlora sp.13
1 1
Augochlora sp.14
1 1
Augochlora amphitrite
2 33 2 10
Augochlora sp.18
1 1
Augochlora sp.19
1 1
Augochlora sp.21
1 1 2
Ceratalictus sp. 2
1 1
Neocorynura aenigma
1 1
Neocorynura atromarginata
1 1
Neocorynura sp.2
1 1
Neocorynura oiospermi
1 2 3
Paraxystoglossa aff. jocasta
1 1
67
Pseudaugochlora sp.1
3 1 4
Caenohalictus tessetatus
1 1
Dialictus sp.1
1 1
Dialictus sp.8
1 1
Dialictus sp.12
1 11 1 4
Dialictus sp.17
1 1 2 4
Dialictus sp.18
1 1
Dialictus sp.21
1 1
Dialictus sp.25
121 4
Dialictus sp.27
1 1
Dialictus sp.28
1 1
Dialictus sp.29
2 2
Dialictus sp.30
1 1 2
Dialictus sp.31
1 4 5
Dialictus sp.X
11 2
Pseuda. (Nea.) cyanomelas
1 21 4
Pseudagapostemon sp.1
3 1 1 5
Pseudagapostemon sp.2
1 1
Megachilidae
Anthodioctes claudii
1 1 2
Austrostelis iheringi
1 1
Carloticola paraguayensis
1 1
Epanthidium autumnale
1 1 2
Moureanthidium catarinense
2 2
Saranthidium musciforme
1 1
Coelioxys (Glypto.) labiosa
1 1
Coelioxys (Cyrto.) aff. quaerens
1 1
Coelioxys cf. (Cyrto.) sp.
1 1
Megachile (Acentron) lentifera
1 1
Megachile (Austro.) sussurrans
111 3
Megachile (Crysosarus) sp.
1 1
Megachile (Leptorachis) aetheria
2 1 3
Megachile (Leptorachis) sp.
1 1
Megachile (Moure.) anthidioides
3 1 2 1 7
Megachile (Moure.) apicipennis
2 2
Megachile (Moureapis) sp.1
1 1
Megachile (Moureapis) sp.2
11 2
Megachile (Pseudo.) sp.1
1 1
Megachile (Pseudo.) sp.2
1 1
Megachile (Pseudo.) sp.3
1 1
Total
5 1 0 10 0 134 96 366 96 195 150 80 206
1339
68
Apêndice F
Apêndice F: Espécies de abelhas e número de indiduos coletadas de hora em hora em Porto União/SC.
Hora
Espécies
06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00
Total
Andrenidae
Acamptopoeum prinii
1 1
Anthrenoides meridionalis
2 1 1 2 2 2 10
Anthrenoides rodrigoi
1 1
Anthrenoides ornatus
1 2 3
Parapsaenythia serripes
2 32 7
Psaenythia annulata
1 1 4 3 1 10
Psaenythia bergi
3 31 2653 23
Psaenythia capito
31 4
Psaenythia quadrifasciata
111 21 6
Psaenythia sp.1
222 6
Rhophitulus anomalus
111 3
Rhophitulus reticulatus
1 1
Rhophitulus sp.1
5 5
Rhophitulus sp.2
3 1 4
Apidae
Apis mellifera
1 10 25 84 122 53 103 87 228 71 45 9 3 841
Bombus atratus
2 5 1 1 6 3 1 19
Bombus morio
4 11 6
Melipona (Eomelipona) marginata
1 1
Oxytrigona tataira
2 3 2 7 14
Plebeia remota
1 12 4 2 1 2 22
Plebeia saiqui
1 1
Scaptotrigona bipunctata
2 2
Schwarziana quadripunctata
1 1 2
69
Tetragonisca angustula
2 4 6
Trigona spinipes
4148 14412240
Centris (Hemisiella) tarsata
1 1
Centris (Hemisiella) aff. tarsata
1 1
Centris (Trachina) proxima
2 2
Epicharis (Epicharoides) grandior
2 2
Melissoptila aureocincta
31 4
Melissoptila cnecomala
21 3
Melissoptila larocai
21 1 4
Melissoptila minarum
1 1 1 3
Peponapis fervens
121 4
Thygater analis
2 2 2 3 3 12
Exomalopsis analis
1 1
Exomalopsis tomentosa
1011 12
Exomalopsis trifasciata
1 1
Arhrysoceble picta
2 11 4
Lanthanomelissa betinae
1 32 6
Paratetrapedia fervida
1 1
Paratetrapedia (Lo.) cf. nigrispinnis
1 1 2
Tetrapedia diversipes
1 1 2
Brachynomada sp.1
11 2
Brachynomada sp.2
2 2
Trophocleptria cf. variolosa
1 1
Nomada costalis
1 2 3
Ceratina (Ceratinula) biguttulata
31 4
Ceratina (Ceratinula) sp.1
13 4
Ceratina (Crewella) cf. asuncionis
342 9
Ceratina (Crewella) sp.1
1 1
Ceratina (Crewella) sp.2
1321 7
Ceratina (Crewella) sp.3
1 2 32 8
Ceratina (Crewella) sp.4
1 2 1 3 2 2 11
Xylocopa (Neoxylocopa) augusti
1 1 2
70
Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis
1 2 3
Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex
1 1 1 1 4
Colletidae
Colletes rugicolis
1121 5
Colletes aff. rugicolis
2 1 3
Belopria sp.
1 1
Hexantheda missionica
1 1
Perditomorpha leaena
1 1
Tetraglossula anthracina
1 49 3 17
Halictidae
Augochloropsis cupreola
1 1 1 2 2 7
Augochloropsis sp.2
1 23 6
Augochloropsis sp.3
1 1 2
Augochloropsis sp.4
1 1
Augochloropsis sp.5
2 2
Augochloropsis sp.6
11 1 3
Augochloropsis sp.7
1 1
Augochloropsis sp.8
1 1
Augochloropsis sp.9
11 1351 12
Augochlorella sp.1
1 1
Augochlorella ephyra
1 1
Augochlorella sp.3
1 1
Augochlora sp.1
1 1
Augochlora foxiana
1 1
Augochlora sp.5
1 1
Augochlora sp.7
1 1 2
Augochlora sp.13
1 1
Augochlora sp.14
1 1
Augochlora amphitrite
2 1 2 2 1 2 10
Augochlora sp.18
1 1
Augochlora sp.19
1 1
Augochlora sp.21
1 11 3
71
Ceratalictus sp. 2
1 1
Neocorynura aenigma
1 1
Neocorynura atromarginata
1 1
Neocorynura sp.2
1 1
Neocorynura oiospermi
21 3
Paraxystoglossa aff. jocasta
1 1
Pseudaugochlora sp.1
1 21 4
Caenohalictus tessetatus
1 1
Dialictus sp.1
1 1
Dialictus sp.8
1 1
Dialictus sp.12
1 1 1 1 4
Dialictus sp.17
22 4
Dialictus sp.18
1 1
Dialictus sp.21
1 1
Dialictus sp.25
2 11 4
Dialictus sp.27
1 1
Dialictus sp.28
1 1
Dialictus sp.29
1 1 2
Dialictus sp.30
1 1 2
Dialictus sp.31
4 1 5
Dialictus sp.X
1 1 2
Pseuda. (Nea.) cyanomelas
1 12 4
Pseudagapostemon sp.1
11 1 1 4
Pseudagapostemon sp.2
1 1
Megachilidae
Anthodioctes claudii
1 1 2
Austrostelis iheringi
1 1
Carloticola paraguayensis
1 1
Epanthidium autumnale
1 1 2
Moureanthidium catarinense
2 2
Saranthidium musciforme
1 1
Coelioxys (Glypto.) labiosa
1 1
72
Coelioxys (Cyrto.)) aff. quaerens
1 1
Coelioxys cf. (Cyrtocoelioxys) sp.
1 1
Megachile (Acentron) lentifera
1 1
Megachile (Austro.) sussurrans
1 11 3
Megachile (Crysosarus) sp.
1 1
Megachile (Leptorachis) aetheria
1 1 1 3
Megachile (Leptorachis) sp.
1 1
Megachile (Moureapis) anthidioides
1 3 1 2 7
Megachile (Moureapis) apicipennis
1 1 2
Megachile (Moureapis) sp.1
1 1
Megachile (Moureapis) sp.2
1 1 2
Megachile (Pseudocentron) sp.1
1 1
Megachile (Pseudocentron) sp.2
1 1
Megachile (Pseudocentron) sp.3
1 1
Totais 1 11 35 99 173 114 162 170 307 140 103 19 5
1339
73
Apêndice G
Apêndice G: Abelhas e plantas melíferas da Mata com Araucária de Porto
União/SC. As abreviações Mar= Março, Abr= Abril, são referentes aos meses em
que as abelhas foram capturadas; F=fêmea e M=macho.
ANDRENIDAE
Calliopsini
Acamptopoeum prinii (Holmberg, 1884)
Lamiaceae Hyptis sp.3
Fev F
Protandrenini
Anthrenoides meridionalis (Schrottky, 1902)
Asteraceae Taraxacum officinale
Ago, Out F, M
Vernonia sp.2
Out M
Lamiaceae Hyptis heterodon
Mar M
Lythraceae Heimia myrtifolia
Jan F
Malvaceae Sida rhombifolia
Fev F
Oxalidaceae Oxalis latifolia
Out F, M
Anthrenoides rodrigoi Urban, 2005
Oxalidaceae Oxalis latifolia
Out M
Anthrenoides ornatus Urban, 2005
Oxalidaceae Oxalis latifolia
Out F
Solanaceae Solanum cf. ramulosum
Out F
Solanum sisymbriifolium
Nov F
Parapsaenythia serripes (Ducke, 1908)
Convolvulaceae Merremia dissecta
Fev M, F
Lamiaceae Hyptis sp.3
Fev M
Ocimum selloi
Fev F, M
Solanaceae Solanum atropurpureum
Dez F
Psaenythia annulata Gerstaecker, 1968
Asteraceae Elephantopus mollis
Jan F
Lamiaceae Ocimum selloi
Mar F
Solanaceae Solanum cf. ramulosum
Jan F
Solanum sisymbriifolium
Nov F
Psaenythia bergi Holmberg, 1884
Asteraceae Baccharidastrum triplinervium
Fev F
Eupatorium inulaefolium
Fev F
Jungia sp.1
Mar M
Perezia sp.1
Dez F
Senecio brasiliensis
Dez F
Commelinaceae Commelina cf. erecta
Fev F
Convolvulaceae Merremia dissecta
Fev F
Lamiaceae Hyptis heterodon
Fev, Mar F, M
Ocimum selloi
Nov, Fev, Mar, Abr F, M
Lythraceae Heimia myrtifolia
Jan F
Malvaceae Sida rhombifolia
Mar F
Verbenaceae Lippia alba
Dez F, M
Psaenythia capito Gerstaecker, 1968
Asteraceae Eupatorium inulaefolium
Fev F
Eupatorium inulifolium
Abr F
Eupatorium laevigatum
Abr F
Psaenythia quadrifasciata Friese, 1908
Apiaceae Eryngium sp.
Mar F
Asteraceae Eupatorium inulifolium
Abr M
Eupatorium rufescens
Mar F
Lamiaceae Ocimum selloi
Mar, Abr F
74
Malvaceae Sida rhombifolia
Mar F
Psaenythia sp.1
Asteraceae Senecio brasiliensis
Out F
Lamiaceae Stachys arvensis
Out F
Solanaceae Solanum aculeatissimun
Out M
Solanum cf. ramulosum
Nov F
Solanum sisymbriifolium
Nov F
Rhophitulus anomalus (Moure & Oliveira, 1962)
Malvaceae Sida rhombifolia
Fev, Mar M, F
Rhophitulus reticulatus (Schlindwein & Moure, 1998)
Oxalidaceae Oxalis corniculata
Set F
Rhophitulus sp.1
Lamiaceae Ocimum selloi
Nov F
Oxalidaceae Oxalis latifolia
Out F
Rhophitulus sp.2
Lamiaceae Hyptis heterodon
Mar F
Scutellaria racemosa
Abr F
APIDAE
Apini
Apis mellifera Linnaeus, 1758
Acanhtaceae Sp.1
Fev
Anacardiaceae Schinus terebentifolius
Jan, Dez F
Aquifoliaceae Ilex paraguariensis
Nov F
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out F
Baccharis milleflora
Out F
Baccharis semiserrata
Ago F
Bidens pilosa
Abr, Mai, Jun, Dez F
Cirsium vulgare
Jan, Dez F
Elephantopus mollis
Jan, Fev, Mar, Abr F
Erigeron maximus
Out F
Eupatorium inulaefolium
Fev F
Eupatorium inulifolium
Abr F
Jungia sp.1
Fev, Mar F
Senecio brasiliensis
Out, Nov F
Solidago chilensis
Abr F
Tagetes minuta
Abr, Mai F
Taraxacum officinale
Out F
Vernonia tweediana
Abr F
Vernonia sp.2
Mar, Out F
Bignoniaceae Arrabidaea selloi
Jan F
Jacaranda puberula
Nov F
Pyrostegia venusta
Ago F
Campanulaceae Lobelia sp.
Fev F
Convolvulaceae Ipomoea aristolochiaefolia
Jan F
Merremia dissecta
Fev F
Crassulaceae Sedum multiceps
Out F
Cruciferae Raphanus cf. sativus
Jun, Jul, Ago F
Lamiaceae Leonorus sibiricus
Nov F
Ocimum selloi
Mar, Abr F
Scutelaria racemosa
Out, Nov F
Stachys arvensis
Out F
Hyptis heterodon
Mai F
Hyptis sp.2
Dez F
Lauraceae Ocotea sp.1
Nov F
Leguminosae Inga lenticifolia
Out F
Mimosa bimucronata
Jan F
Mimosa scabrella
Ago F
75
Liliaceae Cordilyne spectabilis
Mar, Out, Dez F
Loganiaceae Buddleja brasiliensis
Ago F
Myrtaceae Campomanesia sp.2
Ago F
Palmae Syagrus romanzoffiana
Mar F
Rosaceae Eriobotrya japonica
Abr, Mai F
Prunus persica
Jul F
Rubiaceae Richardia sp.
Jan F
Rutaceae Citrus sp.
Ago F
Sapindaceae Matayba elaeagnoides
Out F
Solaceae Nicotiana langsdorfii
Nov F
Solanum cf. ramulosum
Dez F
Verbenaceae cf. Aegiphila sp.
Ago F
Lantana camara
Jan F
Lippia alba
Dez F
Vitex megapotamica
Nov F
Bombus atratus Franklin, 1913
Asteraceae Cirsium vulgare
Out F
Elephantopus mollis
Mar M
Eupatorium inulifolium
Abr F
Eupatorium laevigatum
Abr F
Jungia sp.1
Mar M
Vernonia tweediana
Abr M
Vernonia sp.2
Out F
Commelinaceae Commelina cf. erecta
Fev F
Campanulaceae Lobelia sp.
Fev F
Lamiaceae Leonorus sibiricus
Dez F
Leguminosae Senna sp.1
Jan F
Inga lenticifolia
Out M
Rosaceae Eriobotrya japonica
Abr F
Solaceae Solanum cf. ramulosum
Jan, Fev F
Tiliaceae Luehea divaricata
Dez F
Bombus morio (Swederus, 1787)
Asteraceae Eupatorium inulaefolium
Fev F
Eupatorium laevigatum
Abr F
Vernonia tweediana
Abr M
Vernonia sp.2
Out F
Solanaceae Solanum cf. ramulosum
Jan F
Melipona (Eomelipona) marginata Lepeletier, 1836
Solanaceae Solanum cf. ramulosum
Out F
Oxytrigona tataira Smith, 1863
Cruciferaceae Raphanus cf. sativus
Ago F
Liliaceae Kniphofia uvaria
Ago F
Myrtaceae Campomanesia guazumifolia
Out F
Campomanesia sp.1
Out F
Palmae Syagrus romanzoffiana
Mar F
Plebeia remota (Holmberg, 1903)
Anacardiaceae Schinus terebentifolius
Dez F
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Abr F
Elephantopus mollis
Jan F
Senecio brasiliensis
Out, Nov F
Lauraceae Ocotea sp.1
Nov F
Myrtaceae Campomanesia guazumifolia
Nov F
Palmae Syagrus romanzoffiana
Mar F
Plebeia saiqui (Friese, 1900)
Asteraceae Cirsium vulgare
Out F
Schwarziana quadripunctata (Lepeletier, 1836)
Asteraceae Senecio brasiliensis
Nov F
Tetragonisca angustula (Latreille, 1811)
76
Asteraceae Baccharidastrum triplinervium
Fev F
Galinsoga parviflora
Jun F
Verbenaceae Vitex megapotamica
Nov F
Trigona spinipes (Fabricius, 1793)
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Abr F
Cirsium vulgare
Out F
Solidago chilensis
Abr F
Sonchus oleraceus
Jun F
Vernonia sp.1
Fev F
Bignoniacae Jacaranda puberula
Nov F
Cruciferaceae Raphanus cf. sativus
Jun, Jul, Ago F
Loganiaceae Buddleja brasiliensis
Ago F
Myrtaceae Campomanesia sp.1
Out F
Campomanesia sp.2
Set F
Solanaceae Nicotiana langsdorfii
Nov F
Solanum corymbiflorum
Jun F
Verbenaceae Lantana camara
Jan F
Vitex megapotamica
Nov F
Centridini
Centris (Hemisiella) tarsata Smith, 1874
Verbenaceae Vitex megapotamica
Nov F
Centris (Hemisiella) aff. tarsata
Lauraceae Ocotea sp.1
Nov F
Verbenaceae Vitex megapotamica
Nov F
Centris (Trachina) proxima Friese, 1899
Leguminosae Senna sp.1
Jan F
Eucerini
Melissoptila aureocincta Urban, 1968
Asteraceae Eupatorium inulifolium
Abr F
Melissoptila cnecomala (Moure, 1944)
Convolvulaceae Ipomoea aristolochiaefolia
Fev F
Malvaceae Sida rhombifolia
Mar F
Rubiaceae Richardia sp.
Fev F
Melissoptila larocai Urban, 1998
Asteraceae Hypochoeris chilensis
Out M
Senecio brasiliensis
Out, Nov M
Melissoptila minarum (Bertoni &Schrottky, 1910)
Asteraceae Eupatorium sp.2
Abr M
Vernonia sp.2
Mar M
Peponapis fervens (Smith, 1879)
Convolvulaceae Ipomoea aristolochiaefolia
Jan, Fev M, F
Verbenaceae Lantana camara
Jan F, M
Thygater analis (Lepeletier, 1841)
Lamiaceae Leonorus sibiricus
Dez M
Lythraceae Heimia myrtifolia
Dez F
Melastomataceae Tibouchina clinopodiifolia
Jan F
Rosaceae Eriobotrya japonica
Abr M
Solanaceae Solanum cf. ramulosum
Jan F
Exomalopsini
Exomalopsis (Exomalopsis) analis Spinola, 1853
Asteraceae Bidens pilosa
Mai F
Exomalopsis (Exomalopsis) tomentosa Friese, 1899
Asteraceae Ageratum conyzoides
Jul F
Eupatorium laevigatum
Abr F
Cruciferae Raphanus cf. sativus
Jun, Jul F
Rosaceae Eriobotrya japonica
Mai F
Exomalopsis (Phanomalopsis) trifasciata Brèthes, 1910
77
Verbenaceae Lantana camara
Dez M
Tapinotaspidini
Arhrysoceble picta (Friese, 1899)
Asteracea Galinsoga parviflora
Jun F
Onagraceae cf. Ludwigia sp.
Mar F
Verbenaceae Lippia alba
Mai F
Lanthanomelissa betinae Urban, 1995
Caryophyllacea Sp.1
Out M
Oxalidaceae Oxalis latifolia
Out F, M
Paratetrapedia fervida
Onagraceae Ludwigia sp.2
Abr M
Paratetrapedia (Lophopedia) cf. nigrispinnis
Bignoniaceae Arrabidea selloi
Jan M
Onagraceae Ludwigia sp.2
Jan F
Tetrapedia
Tetrapedia (Tetrapedia) diversipes Klug, 1810
Onagraceae Ludwigia sp.2
Abr F
Rosaceae Rubus urticifolius
Dez F
Brachynomadini
Brachynomada sp.1
Asteraceae Jungia sp.1
Mar F
Lamiaceae Hyptis sp.3
Fev M
Brachynomada sp.2
Asteraceae Erechtites valerianaefolia
Mar M
Lamiaceae Hyptis sp.3
Fev F
Epeolini
Trophocleptria cf. variolosa
Verbenaceae Lippia alba
Dez F
Nomadini
Nomada costalis Brèthes, 1909
Asteraceae Senecio brasiliensis
Out F, M
Ceratinini
Ceratina (Ceratinula) biguttulata (Moure, 1941)
Asteraceae Conyza sp.1
Jan F
Matricaria recutita
Out F
Ceratina (Ceratinula) sp.1
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out M, F
Lamiaceae Ocimum selloi
Nov F
Scutellaria racemosa
Out F
Ceratina (Crewella) cf. asunciones
Asteraceae Vernonia sp.2
Out M, F
Bignoniaceae Arrabidea selloi
Jan F
Lamiaceae Leonorus sibiricus
Nov, Dez F
Hyptis sp.2
Dez M
Verbenaceae Lippia alba
Dez M
Ceratina (Crewella) sp.1
Verbenaceae Lantana camara
Nov F
Ceratina (Crewella) sp.2
Asteraceae Hypochoeris chilensis
Jul F
Perezia sp.1
Dez F
Senecio brasiliensis
Out M
Vernonia sp.2
Out F
Laminaceae Hyptis sp.3
Dez F
Verbenaceae Lippia alba
Dez, Mai F
Ceratina (Crewella) sp.3
Asteraceae Cirsium vulgare
Out, Jan F, M
Elephantopus mollis
Mar F
78
Eupatorium inulifolium
Abr F
Eupatorium laevigatum
Abr F
Convolvulaceae Ipomoea sp.1
Fev F
Ceratina (Crewella) sp.4
Asteraceae Elephantopus mollis
Dez F
Hypochoeris chilensis
Out F
Solidago chilensis
Abr F
Sp.1
Out M
Lamiaceae Leonorus sibiricus
Nov F
Ocimum selloi
Abr F
Lythraceae Heimia myrtifolia
Jan F
Rosaceae Rubus urticifolius
Dez F
Xylocopini
Xylocopa (Neoxylocopa) augusti Lepeletier, 1841
Verbenaceae Lantana camara
Dez F
Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (Olivier, 1789)
Bignoniaceae Jacaranda puberula
Nov F
Myrtaceae Campomanesia guazumifolia
Nov F
Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex Smith, 1874
Acanthaceae Sp.1
Jan, Fev F
Convolvulaceae Ipomoea coccinea
Abr F
Verbenaceae Lantana camara
Out F
COLLETIDAE
Colletes rugicolis Friese, 1900
Asteraceae Jungia sp.1
Mar M
Lamiaceae Hyptis brevipes
Mar, Abr M, F
Colletes aff. rugicolis
Lamiaceae Hyptis brevipes
Abr F
Ocimum selloi
Mar M
Bellopria sp.
Solanaceae Solanum aculeatissimum
Out F
Hexantheda missionica Oglobin, 1948
Solanaceae Petunia integrifolia
Out M
Perditomorpha leaena (Vachal, 1909)
Malvaceae Sida rhombifolia
Abr F
Tetraglossula anthracina (Michener, 1989)
Onagraceae Ludwigia sp.1
Dez, Mar, Abr M
Ludwigia sp.2
Dez, Jan, Fev M
HALICTIDAE
Augochlorini
Augochloropsis cupreola
Asteraceae Senecio brasiliensis
Out F
Convolvulaceae Merremia dissecta
Fev F
Lamiaceae Ocimum selloi
Mar F
Scutellaria racemosa
Out F
Solanaceae Solanum aculeatissimun
Out F
Solanum sisymbriifolium
Nov F
Augochloropsis sp.2
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out M
Convolvulaceae Merremia dissecta
Fev F
Lamiaceae Hyptis sp.3
Out M, F
Ocimum selloi
Mar F
Augochloropsis sp.3
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out F
Solanaceae Solanum aculeatissimun
Fev F
Augochloropsis sp.4
79
Lythraceae Heimia myrtifolia
Jan F
Augochloropsis sp.5
Solanaceae Solanum atropurpureum
Nov F
Augochloropsis sp.6
Asteraceae Elephantopus mollis
Fev F
Jungia sp.1
Fev M
Lythraceae Heimia myrtifolia
Dez F
Augochloropsis sp.7
Commelinaceae Commelina cf. erecta
Fev F
Augochloropsis sp.8
Lamiaceae Scutellaria racemosa
Out F
Augochloropsis sp.9
Asteraceae Baccharis punctulata
Mar F
Lamiaceae Hyptis brevipes
Abr F
Ocimum selloi
Abr M
Myrtaceae Campomanesia guazumifolia
Nov F
Solanaceae Solanum aculeatissimun
Out F
Solanum cf. ramulosum
Out F
Solanum sisymbriifolium
Nov F
Augochlorella sp.1
Lamiaceae Stachys arvensis
Ago F
Augochlorella ephyra
Liliaceae Cordilyne spectabilis
Dez F
Augochlorella sp.3
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out F
Augochlora sp.1
Asteraceae Hypochoeris chilensis
Out F
Augochlora foxiana
Asteraceae Jungia sp.1
Fev F
Augochlora sp.5
Malvaceae Sida rhombifolia
Jan F
Augochlora sp.7
Asteraceae Conyza sp.1
Jan F
Senecio brasiliensis
Out F
Augochlora sp.13
Asteraceae Cirsium vulgare
Nov F
Augochlora sp.14
Lamiaceae Scutellaria racemosa
Out F
Augochlora amphitrite
Asteraceae Erigeron maximus
Out F
Hypochoeris chilensis
Out F
Senecio brasiliensis
Out F
Bignoniaceae Arrabidaea selloi
Jan F
Convolvulaceae Ipomoea aristolochiaefolia
Fev M
Lamiaceae Ocimum selloi
Mar F
Hyptis heterodon
Mar F
Verbenaceae Lantana camara
Jan F
Augochlora sp.18
Asteraceae Elephantopus mollis
Abr F
Augochlora sp.19
Asteraceae Vernonia sp.1
Fev F
Augochlora sp.21
Asteraceae Vernonia sp.2
Mar F
Convolvulaceae Ipomoea sp.1
Fev M
Ceratalictus sp. 2
Asteracae Conyza sp.1
Jan F
Neocorynura aenigma
Apiaceae Eryngium sp.
Mar M
80
Neocorynura atromarginata
Apiaceae Eryngium sp.
Mar F
Neocorynura sp.2
Anacardiaceae Schinus terebentifolius
Dez F
Neocorynura oiospermi
Asteraceae Cirsium vulgare
Jan F
Elephantopus mollis
Dez M
Vernonia sp.2
Out F
Paraxystoglossa aff. jocasta
Asteraceae Erigeron maximus
Out F
Pseudaugochlora sp.1
Acanthaceae Sp.1
Fev F
Asteraceae Vernonia tweediana
Abr F
Commelinaceae Commelina cf. erecta
Fev F
Lamiaceae Stachys arvensis
Out F
Caenohalictus tessetatus
Asteraceae Matricaria recutita
Out F
Halictini
Dialictus sp.1
Commelinaceae Commelina cf. erecta
Fev F
Dialictus sp.8
Asteraceae Hypochoeris chilensis
Jul F
Dialictus sp.11
Asteraceae Vernonia sp.2
Out F
Lythraceae Heimia myrtifolia
Dez F
Dialictus sp.12
Asteraceae Taraxacum officinale
Ago F
Lamiaceae Ocimum selloi
Mar F
Scutellaria racemosa
Jul F
Lythraceae Heimia myrtifolia
Jan F
Dialictus sp.17
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out F
Taraxacum officinale
Ago F
Lamiaceae Ocimum selloi
Mar M
Dialictus sp.18
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out F
Dialictus sp.21
Solanaceae Solanum variabile
Dez F
Dialictus sp.25
Asteraceae Baccharis caprariifolia
Out F
Eupatorium sp.1
Fev F
Galinsoga parviflora
Jun F
Dialictus sp.27
Asteraceae Taraxacum officinale
Out F
Dialictus sp.28
Asteraceae Matricaria recutita
Out F
Dialictus sp.29
Asteraceae Matricaria recutita
Out F
Taraxacum officinale
Out F
Dialictus sp.30
Caryophyllacea Sp.1
Out F
Solanaceae Solanum corymbiflorum
Jun F
Dialictus sp.31
Anacardiaceae Schinus terebentifolius
Dez M
Conyza bonariensis
Jun M
Tagetes minuta
Mai M
Pseudagapostemon (Neagapostemon) cyanomelas
Asteraceae Eupatorium sp.1
Fev M
81
Convolvulaceae Ipomoea aristolochiaefolia
Fev F
Solanaceae Petunia integrifolia
Out F
Pseudagapostemon sp.1
Asteraceae Hypochoeris chilensis
Out F
Onagraceae Ludwigia sp.1
Dez F
Ludwigia sp.2
Jan F
Oxalidaceae Oxalis latifolia
Out F
Verbenaceae Lantana camara
Jan F
Pseudagapostemon sp.2
Onagraceae Ludwigia sp.1
Jan F
MEGACHILIDAE
Anthidiini
Anthodioctes claudii Urban, 1999
Asteraceae Jaegeria hirta
Mar F
Verbenaceae Vitex megapotamica
Nov F
Austrostelis iheringi (Schrottky, 1910)
Lamiaceae Ocimum selloi
Abr F
Carloticola paraguayensis (Schrottky, 1908)
Lythraceae Heimia myrtifolia
Dez F
Epanthidium autumnale (Schrottky, 1909)
Asteraceae Jaegeria hirta
Mar M
Jungia sp.1
Fev F
Moureanthidium catarinense Urban, 1995
Asteraceae Elephantopus mollis
Abr M, F
Saranthidium musciforme (Schrottky, 1902)
Rosaceae Rubus urticifolius
Jan F
Megachilini
Coelioxys (Glyptocoelioxys) labiosa Moure, 1951
Asteraceae Eupatorium inulifolium
Abr F
Coelioxys (Cyrtocoelioxys) aff. quaerens
Lamiaceae Ocimum selloi
Abr F
Coelioxys cf. (Cyrtocoelioxys) sp.
Rosaceae Rubus urticifolius
Jan F
Megachile (Acentron) lentifera Vachal, 1904
Asteraceae Bidens pilosa
Abr F
Megachile (Austromegachile) sussurrans Haliday, 1836
Lamiaceae Hyptis heterodon
Abr F
Lythraceae Heimia myrtifolia
Dez F
Verbenaceae Lippia alba
Dez F
Megachile (Crysosarus) sp.
Lythraceae Heimia myrtifolia
Dez F
Megachile (Leptorachis) aetheria Michell, 1930
Lamiaceae Leonorus sibiricus
Dez F
Verbenaceae Lippia alba
Dez M
Megachile (Moureapis) anthidioides Radoszkowski, 1874
Asteraceae Eupatorium inulifolium
Fev, Abr F
Senecio brasiliensis
Out M
Lamiaceae Hyptis heterodon
Abr M
Onagraceae cf. Ludwigia sp.
Mar M
Megachile (Moureapis) apicipennis Schrottky, 1902
Asteraceae Senecio brasiliensis
Out M
Vernonia sp.1
Fev F
Megachile (Moureapis) sp.1
Asteraceae Solidago chilensis
Mai F
Megachile (Moureapis) sp.2
Asteraceae Hypochoeris chilensis
Out M
Senecio brasiliensis
Out M
82
Megachile (Pseudocentron) sp.1
Asteraceae Vernonia tweediana
Abr F
Megachile (Pseudocentron) sp.2
Lamiaceae Scutellaria racemosa
Abr F
Megachile (Pseudocentron) sp.3
Asteraceae Taraxacum officinale
Abr F
Abelhas coletadas voando
Scaptotrigona bipunctata
Out
F
Oxytrigona tataira
Jul
F
Nomada costalis
Mai
M
Pseud.(Nea) cyanomelas
Mai
M
Bombus morio
Fev
F
Xylocopa augusti
Fev
F
Psaenythia capito
Abr
M
Psaenythia bergi
Fev, Mar
M
Trigona spinipes
Jun
F
Megachile (Lep.) aetheria
Jan
F
Thygater analis
Jan
F
Epicharis grandior
Jan
F
83
ABELHAS VISITANTES FLORAIS DA ABÓBORA (Cucurbita -
CUCURBITACEAE) EM SANTA CATARINA, COM NOTAS
SOBRE A BIOLOGIA DA NIDIFICAÇÃO DE Peponapis fervens
(EUCERINI, APIDAE).
Resumo
Abelhas visitantes florais de plantas do gênero Cucurbita foram amostradas através
de censos em seis municípios do estado de Santa Catarina, e para amostrar a
fauna de abelhas destas localidades foi utilizada a metodologia de pratos armadilha
para uma amostragempida. Ao total foram amostradas 3.270 abelhas
pertencentes a 51 espécies, sendo 3.153 abelhas de 25 espécies por meio dos
censos e 117 abelhas de 30 espécies nos pratos armadilha. Quatro espécies de
abelhas foram comuns nas duas metodologias, duas espécies de Halictidae e duas
espécies de Apidae, sendo uma destas espécies Peponapis fervens. A abelha P.
fervens é considerada especialista para o gênero Cucurbita e foi encontrada em
quatro dos sete locais estudados, sendo a abelha mais abundante em três destas
localidades. Foram observados diversos ninhos de P. fervens em duas localidades.
Alguns ninhos foram escavados e observou-se que estes são ocupados por uma
única fêmea que os constrói verticalmente em solo ferro-argiloso e os aprovisiona
unicamente com pólen de Cucurbita.
Palavras-chave: abelha solitária, apifauna, comunidade, polinização.
Abstract
Floral visiting bees of plants of the Cucurbita genus had been sampled through
censuses in six districts of Santa Catarina state and the pantraps methodology was
used for a fast sampling and to have an idea of the fauna of bees in these localities.
In total 3.270 bees from 51 species were collected, 3.153 bees of 25 species
through the censuses and 117 bees of 30 species in the pantraps. Four bee species
were common to both methodologies, two species of Halictidae and two species of
Apidae,
being one of these species Peponapis fervens. P. fervens bee is considered
specialist in the genus Cucurbita and was found in four of the seven studied places,
being the most abundant bee in three of these localities. Many nests of P. fervens
were observed in two localities, some nests were excavated and they were occupied
84
by a single female that constructs its nest vertically in clay soil and provide it with
100% pollen of Cucurbita.
Keywords: Bee fauna, community, pollination, solitary bee.
Introdução
Polinização é o processo que envolve o transporte dos grãos de pólen
desde a antera onde o produzidos até o estigma, geralmente de outra flor
(LAROCA, 1995). Algumas espécies de plantas se reproduzem através da
autopolinização, já outras plantas necessitam de agentes polinizadores para
transportar o pólen das flores masculinas para as flores femininas, como é o caso
de espécies dióicas, cujo sexo são separados nas flores. Estes agentes
polinizadores podem ser bióticos (animais) ou abióticos (vento, água). A polinização
é um serviço ambiental realizado naturalmente pelos animais, entre eles
especialmente as abelhas (IMPERATRIZ-FONSECA & KLEINERT, 2004).
Entre as muitas relações específicas de interão abelha-planta para as
Américas existe aquela entre o gênero de abelha solitária Peponapis (Eucerini,
Apidae) e o gênero Cucurbita (abóbora e moranga). Para estas abelhas,
normalmente conhecidas como abelha da abóbora, é uma relação da qual sua
sobrevivência depende (HURD et al., 1971; CANTO-AGUILAR & PARRA-TABLA,
2000)
O gênero Cucurbita é composto por espécies nativas e cultivadas
(WHITAKER & BEMIS, 1964), apresentando espécies trepadeiras ou rastejantes,
com folhas grandes lobadas e flores amarelas grandes, sendo conhecidas
popularmente como abóbora, moranga, abobrinha ou jerimum.
Os membros do gênero Cucurbita possuem dois tipos de flores, masculinas
(estaminadas) e femininas (pistiladas) na mesma planta. Sob condições naturais a
fertilização só ocorre quando o pólen é carregado da flor masculina para o estigma
da flor feminina. Abelhas são os melhores polinizadores, embora outros insetos,
especialmente escarabeídeos (coleópteros), algumas moscas e mariposas também
são agentes efetivos de polinização (MICHELBACHER et al., 1968).
O centro de dispersão do gênero Cucurbita é a região tropical ou
semitropical do México estendendo-se mais ao sul até a borda México-Guatemala
(WHITAKER & BEMIS, 1964). Atualmente as abóboras e morangas podem ser
85
encontradas nas mais diversas regiões do mundo, sendo importante fonte de
alimentação, principalmente para as populações mais pobres.
Uma estreita relação existe entre as abóboras e as abelhas do gênero
Peponapis. As fêmeas aprovisionam suas células de cria com pólen e néctar de
abóbora, e por isso são oligoléticas para cucúrbitas (HURD et al, 1971; WILLIS &
KEVAN, 1995; apud CANTO-AGUILAR & PARRA-TABLA, 2000). Os grãos de
pólen deste grupo de plantas são grandes (9- 150µ) e as abelhas da abóbora
(Peponapis) são especialmente equipadas para coletar e transportar este tipo de
len (MICHELBACHER et al, 1968), com escopa formada por pêlos longos
especialmente adaptados para grãos de pólen grandes.
Tradicionalmente, as espécies de abelhas têm sido classificadas como
oligoléticas ou poliléticas, dependendo da utilização de um, poucos ou muitos tipos
de pólen, respectivamente (CANE & SIPES, 2006). Abelhas oligoléticas ocorrem
em 12 tribos, especialmente dentro das famílias Andrenidae – Panurginae, Apidae
não-corbiculados, e Colletidae – Paracolletinae. Todas as espécies de abelhas
oligoléticas são solitárias (SCHLINDWEIN, 2000).
Peponapis fervens é a única espécie do gênero conhecida do sul da
América do Sul (Anexo 1), podendo ser facilmente reconhecida pelos palpos
maxilares com 4 segmentos, a antena delgada e fortemente crenulada do macho, e
pêlos quase eriçados compondo a escopa da fêmea. Um dos primeiros registros
para a espécie P. fervens em Santa Catarina é do ano 1897 da região de Blumenau
(HURD & LINSLEY, 1967).
No presente estudo as abelhas visitantes florais do gênero Cucurbita foram
amostradas em seis munipios de Santa Catarina. Entre eles foi detectado P.
fervens cujo comportamento e hábito de nidificão foram acompanhados.
86
Material e Métodos
1. Áreas inventariadas
Sete áreas de cultivo de abora de diferentes extensões foram escolhidas
para este estudo, todas elas se apresentavam próximas a remanescentes de Mata
Atlântica, localizados nos municípios de Concórdia, Criciúma, Joinville (duas áreas),
Porto União, Rio do Sul e Turvo (Fig.1). A escolha dos locais de amostragem levou
em consideração o estado de conservação do entorno e a posão geográfica dos
munipios no estado.
Fig. 1: Localização dos municípios selecionados para a realização dos censos deste estudo.
1.1 Concórdia
Concórdia (27º13'55"S, 52º00'26"W) está localizada no oeste catarinense, sua
formação vegetal segundo Klein (1978) é a Floresta Subtropical do Rio Uruguai,
que possui aspecto muito peculiar em função da transição com a Floresta com
Araucária. O clima da região, segundo Köeppen é Cfa, caracterizado por ser
mesotérmico úmido com verões quentes (ATLAS, 2002). A área estudada neste
munipio compreende uma pequena plantação de abóbora de aproximadamente
1000m
2
onde o agricultor não utilizava nenhum tipo de inseticida em sua
propriedade na ocasião. Nesta localidade a plantação de abóbora destina-se a
servir de matéria prima para a produção de doces caseiros. A vegetação de entorno
foi bastante impactada no início da colonizão, mas atualmente encontra-se em
87
avançado estado de regeneração (Fig. 2A e 2B). O município de Concórdia
encontra-se a 569m acima do mar.
1.2 Criciúma
O município de Criciúma (28°40'39"S, 49°22'11"W) está localizado no sul do
estado de Santa Catarina, a 46 m acima do nível do mar. Segundo Klein (1978) a
formação vegetal da região é a Floresta Tropical das Planícies Quaternárias do Sul.
O clima segundo Köeppen é Cfa, caracterizado por ser mesotérmico úmido com
vees quentes (ATLAS, 2002). A área de estudo foi uma plantação comercial do
brido Tetsukabuto de aproximadamente 3.000 m
2
. O agricultor cultiva esta
espécie entre 10 e 15 anos no mesmo local e utiliza agrotóxico (inseticidas e
fungicidas) e a vegetação de entorno encontra-se bastante impactada pela
mineração de carvão
. A finalidade desta plantação de abóbora era comercial.
1.3 Joinville
No município de Joinville (26°18'5" S, 48°50'38" W), situado no norte do estado
de Santa Catarina, dois locais foram amostrados em momentos distintos. O
primeiro local de estudo, denominado Estrada Quiriri localiza-se dentro da APA
Quiriri, a plantação de abóbora estava localizada numa área de aproximadamente
900m
2
, e o entorno apresenta vegetação bastante conservada (Fig. 3A). Nesta
região todos os pequenos agricultores não utilizam nenhum tipo de agrotóxicos.
Este local foi amostrado em maio de 2005. O segundo local amostrado localiza-se
na Estrada Mildau, aproximadamente 20 km da primeira área e não pertence a uma
área protegida por lei, a plantação de abóbora possuía 1000m
2
e o agricultor
utilizava agrotóxicos periodicamente no local (Fig.3B). A vegetação próxima à
plantação encontrava-se bastante impactada. Este local foi amostrado em
novembro de 2005. Segundo Klein (1978) a formação vegetal é a Floresta Tropical
das encostas da Serra do Mar setentrional do Estado de Santa Catarina e o clima
segundo Köeppen, classifica-se como Cfa, mesotérmico úmido, sem estação seca
e com verões quentes (ATLAS, 2002). A cidade de Joinville encontra-se a 3m
acima do mar. A finalidade das duas plantações de abóbora era comercial.
A mineração de carvão através de minas subterrâneas e a céu aberto em Criciúma e
região causou e ainda causa graves problemas ambientais e sociais.
88
1.4 Porto União
Porto união (26°1416S, 51°0440W) localiza-se no planalto norte do estado e
a formação vegetal segundo Klein (1978) é a Floresta com Araucária da bacia
Iguaçu-Negro. O município encontra-se a 752m acima do mar e seu clima segundo
eppen é do tipo Cfb (Clima Temperado), caracterizado por ser mesotérmico
úmido de verão ameno com chuvas bem distribuídas durante o ano, verões brandos
e invernos rigorosos com numerosas e fortes geadas (ATLAS, 2002). A plantação
de abóbora estudada possuía área de aproximadamente um hectare, estando
associada a cultivo de milho e seu entorno era composto por vegetação bastante
preservada (Fig.4). Nesta região todos os pequenos agricultores utilizam agrotóxico
em pequena quantidade, mas na plantação de abóbora nenhum produto químico foi
utilizado. A produção desta plantação de abóbora destinava-se para alimento de
animais da propriedade (porcos, vacas e cavalos). O agricultor cultiva abóbora a
cinco anos no mesmo local.
1.5 Rio do Sul
Rio do Sul (27°1250S, 49°3834W) está situado no centro do estado, a 314m
acima do mar e, segundo Klein (1978), sua formação vegetal é a Floresta Tropical
do Alto Vale do Itajaí. A plantação de abóbora estava localizada na comunidade
conhecida como Bonfim, possuía aproximadamente 1.500m
2
e há 10 anos o local é
utilizado para o cultivo comercial desta cultura. Normalmente o agricultor utilizava
agrotóxico, mas no último ano este uso regular não foi possível em função de
estragos causados à plantação por chuva de granizo. A vegetação de entorno da
propriedade estava bastante impactada, podendo até ser considerada inexistente
na maior parte da propriedade (Fig. 5).
89
Fig. 2 A e B: vista parcial da plantação de abóbora no município de Corcórdia/SC.
Fig. 3A-B: vista parcial das duas plantações de abóbora no município de Joinville/SC.
1.6 Turvo
Fig. 4: Vista parcial do entorno e do cultivo
de abóbora em Porto União/SC.
Fig. 5: Plantação de abóbora e vista parcial
do entorno em Rio do Sul/SC.
3
A
3 B
2
A
2 B
90
1.6 Turvo
Turvo (28°5533 S, 49°4044 W) situa-se no extremo sul catarinense,
encontrando-se a 28m acima do mar. A formação vegetal é do tipo Floreta Tropical
do Litoral e Encosta centro Sul (KLEIN, 1978) e clima segundo Köeppen é Cfa,
caracterizado por ser mesotérmico úmido com verões quentes (ATLAS, 2002). O
local de estudo foi uma plantação comercial da abóbora híbrida Tetsukabuto de
aproximadamente seis hectares, circundada por vegetação bastante degradada. O
agricultor utilizava vários tipos de agrotóxicos.
2. Metodologias
2.1 Censos
A amostragem dos visitantes florais do gênero Cucurbita foi realizada
através de censos, segundo método sugerido por James Cane (USDA – EUA),
onde as flores de abóbora de um determinado local eram contabilizadas uma única
vez em cada censo. Os visitantes florais presentes no momento da contagem das
flores eram reconhecidos e anotados em planilha (Fig. 6A). Abelhas cujo
reconhecimento não era seguro foram coletadas com redes entomológicas
pequenas (Fig. 6B), sacrificadas em potes mortíferos, numeradas e levadas para o
laboratório para identificão e armazenamento. Todos os censos foram realizados
no período da manhã, entre 07:00 e 11:00h, entre maio/2005 e maio/2006, apesar
de algumas observações terem sido realizadas a partir das 05:00h, horário que
ocorre a antese.
Fig. 6A: Metodologia empregada na realização dos censos. Fig. 6B: Rede entomológica
utilizada durante os censos.
6
A
6B
6
A
6B
91
No total 27 censos foram realizados sendo 12 censos no munipio de
Joinville, um em Turvo, 4 em Concórdia, 4 em Porto União, 4 em Rio do Sul e 2
censos em Criciúma. Não foi possível padronizar o esforço amostral em todas as
localidades, devido a dificuldades logísticas e meteorológicas.
Tabela 1: Datas de realizão e número de censos realizados em cada município
de Santa Catarina.
Data Concórdia Criciúma Joinville Porto União Rio do Sul Turvo
3/5/2005 2
4/5/2005 2
10/5/2005 2
11/5/2005 1
17/5/2005 2
18/5/2005 1
27/11/2005 1
28/11/2005 2
19/12/2005 2
20/12/2005 2
22/2/2006 2
23/2/2006 1
8/3/2006 1
9/3/2006 2
10/3/2006 2
18/5/2006 2
Total 4 2 12 4 4 1
O número de flores contabilizadas e o tempo de duração dos censos em
cada munipio estão discriminados na tabela a seguir.
Tabela 2: Número de flores contabilizadas, número de censos realizados e duração
dos censos nos locais amostrados.
Localflores
contabilizadas
Nº de censos Duração dos censos
Joinville 4,680 12 18h 40m
Turvo 123 01 1h 10m
Concórdia 982 04 4h 55m
Porto União 1.071 04 5h 5m
Rio do Sul 1.338 04 5h 45m
Criciúma 618 02 2h 45m
Total
8.812 27 38h 20m
92
2.2 Pratos armadilha
Pratos armadilha coloridos têm sido utilizados em diversas situações de
amostragem: em levantamentos rápidos de fauna e como ferramenta para
monitorar populações de insetos em habitats fragmentados (LEONG & THORP,
1999). O grau de atração para uma cor ou uma série de cores é provavelmente o
maior determinante de quantos insetos alados podem eficientemente ser coletados
por armadilhas de potes coloridos (DAFNI, 1992). Insetos visitantes florais, como
as abelhas, demonstram fortes respostas para a associação de cores com
recompensas florais como pólen e néctar, e estas parecem ser condições ideais
para amostragem com potes coloridos (LEONG & THORP, 1999).
Portanto, concomitantemente com o censo dos visitantes florais foram
realizados levantamentos rápidos da fauna de Apoidea, utilizando-se do método
dos pratos armadilha (Fig. 7), que consistiu da utilização de 15 pratos coloridos
(cinco azuis, cinco amarelos e cinco brancos), dispostos no chão e com distância
nima de dois metros entre si, para atrair insetos e os aprisionar em seu interior.
Os pratos coloridos tinham 5 cm de altura, 10 cm de diâmetro no fundo e 15 cm de
diâmetro no topo. Cada prato era preenchido com aproximadamente 200 ml de
água, à qual algumas gotas de detergente eram adicionadas para quebrar a tensão
superficial da água permitindo que os insetos afundassem.
Os pratos armadilha foram disponibilizados durante 48 horas consecutivas
nos municípios de Joinville, Porto União, Criciúma e Concórdia nas margens das
plantações de abóbora. No município de Rio do Sul uma forte chuva danificou o
experimento. Por ocaso do censo no município de Turvo não possamos ainda
os potes coloridos, sendo assim nesta localidadeo realizamos a coleta com os
pratos armadilha. Os insetos de todas as ordens capturados, exceto a ordem
Lepidoptera, foram conservados em vidros contendo álcool 70% e etiquetas de
papel vegetal com dados de identificação (data, local, cor do pote). O município de
Joinville foi sub-amostrado, pois a maior parte do experimento foi destruído.
93
Fig. 7: Prato colorido amarelo utilizado para capturar insetos.
2.3 Observação de ninhos de Peponapis fervens
Seis ninhos da espécie P. fervens encontrados em Porto União foram
escavados com auxílio de pá cortadeira e pá pequena de jardim, fotografados e
todos os dados relevantes anotados. Coletou-se o conteúdo da massa de pólen,
conservando-a em álcool 70% e em laboratório foram preparadas duas repetições
de lâminas a fresco de cada ninho que foram analisadas no microscópio e 300
grãos de pólen foram contados. Ninhos desta espécie já foram escavados por
Michener e Lange (1958) em São José dos Pinhais-PR.
2.4 Análises da diversidade
A fauna de abelhas foi caracterizada qualitativamente e quantitativamente
através do número de famílias, gêneros, espécies e indiduos por localidade. Os
dados foram trabalhados em Microsoft Excel 2000 (Microsoft Office). Os índices de
diversidade de Shannon-Wiener (H) e Simpson (D) foram calculados utilizando-se o
programa PASt (Paleontological Statistics 1.32, HAMMER et al, 2001).
A triagem, montagem e etiquetagem das abelhas coletadas durante os
censos e capturadas pelos pratos armadilha foram realizadas no laboratório de
Abelhas Silvestres da UNESC. A identificão das abelhas foi realizada por
especialistas: Dra. Birgit Harter-Marques, Dra. Danúncia Urban, Dr. Gabriel Melo,
Dra. Isabel Alves-dos-Santos, Dr. Fernando da Silveira e Rodrigo B. Gonçalves.
94
Resultados
Nos 27 censos realizados nas flores de Cucurbita, bem como entre os
insetos amostrados nos pratos armadilha foram identificadas 51 espécies de
abelhas (Tab. 3).
Tabela 3: Espécies de abelhas amostradas em flores de abóbora e em pratos
armadilha no entorno das aboboreiras em Concórdia (Con), Criciúma (Cri), Joinville
(Joi) Porto União (P.U), Rio do Sul (Rio) e Turvo (Tur). Método de coleta: Cen:
censos e P.A: pratos armadilha.
Locais Método
Família Espécie
Con Cri Joi P.U Rio Tur Cen P.A
Colletidae Protodiscelis sp. x x
Andrenidae Callonychium petuniae Cure & Wittman, 1990 x x x
Anthrenoides meridionalis (Schrottky, 1906) x x x
Psaenythia bergi Holmberg, 1884 x x
Rhophitulus flavitarsis (Schlindwein & Moure, 1998) x x
Rhophitulus sp.3 x x
Halictidae Augochlora aff. semiramis (Schrottky, 1910) x x x
Augochlora foxiana Cockerell, 1900 x x
Augochlora sp.5 x x
Augochlora sp.6 x x
Augochlora cydippe (Schrottky, 1910) x x
Augochlora sp.9 x x
Augochlora sp.10 x x
Augochlora sp.11 x x
Augochlora sp.12 x x x
Augochlora sp.14 x x x x x x
Augochlora amphitrite (Schrottky, 1910) x x x x
Augochlora sp.17 x x
Augochlora sp.20 x x
Augochloropsis cupreola (Cockerell, 1900) x x x
Augochloropsis sp. 2 x x
Augochlorella ephyra (Schrottky, 1910) x x
Ceratalictus sp.1 x x
Rhectomia sp.1 x x
Pseudaugochlora sp.1 x x
Temnossoma sp.1 x x
Temnossoma sp.2 x x
Agapostemon (Notagapostemon) semimelleus
Cockerell, 1900
x x
Dialictus sp.1 x x
Dialictus sp.2 x x x x
Dialictus sp.3 x x x
Dialictus sp.6 x x
Dialictus sp.7 x x x
Dialictus sp.10 x x x
Dialictus sp.11 x x x x
Dialictus sp.12 x x
Dialictus sp.17 x x x
Dialictus sp.23 x x
Neocorynura sp.3 x x
95
Pseudagapostemon (Neagapostemon) cyanomelas
Moure in Michener, Lange & Salumuni, 1958
x x
Pseudagapostemon sp.2 x x
Megachilidae
Coelioxys (Glyptocoelioxys) chacoensis Holmberg,
1904
x x
Apidae Apis mellifera Linnaeus 1758 x x x x
Bombus atratus Franklin, 1913 x x
Bombus morio Swederus, 1787 x x x x
Plebeia remota (Holmberg, 1903) x
Trigona spinipes Fabricius, 1804 x x x x x x
Melissoptila cnecomala (Moure, 1944) x x
Peponapis fervens (Smith, 1879) x x x x x x
Exomalopsis (Exomalopsis) analis Spinola, 1853 x x
Exomalopsis (Exomalopsis) tomentosa Friese, 1899 x x
A numeração das abelhas segue a numeração adotada para morfoespécies
da coleção de Abelhas Silvestres da UNESC.
Os pratos armadilha disponibilizados nas plantações de Cucurbita
estudadas capturaram além dos integrantes da ordem Hymenoptera outras ordens
de insetos presentes no local de amostragem e que foram atraídos pelas cores
(Tab. 4).
Tabela 4: Número de exemplares de insetos capturados nos pratos armadilha nas
localidades amostradas. N.I: não identificados.
Hymenoptera
Local
Pratos
armadilha
Coleoptera Diptera Hemiptera
Abelha Formiga
Vespa
Orthoptera N.I Total
Amarelo 28 55 11 5 6 14 5 14 138
Azul 26 7 2 24 2 9 70
Concórdia
Branco 3 16 3 5 1 3 31
Amarelo 1 77 10 1 17 106
Azul 22 11 1 34
Cricma
Branco 3 28 4 1 1 14 51
Amarelo 2 181 3 12 198
Azul 1 56 2 59
Joinville
Branco 118 1 119
Amarelo 5 53 6 35 7 4 4 114
Azul 5 7 7 12 1 1 33
Porto União
Branco 4 8 6 15 9 42
Totais
78 628 28 122 27 30 24 58 995
Ao analisar o total de insetos capturados, observa-se que a ordem Diptera
representou 63% dos exemplares coletados, seguida pelos Hymenoptera (abelhas,
formigas e vespas) com 18% (Fig. 8).
96
Fig. 8: Proporção de insetos amostrados em cada ordem nos pratos coloridos nas
plantações de Cucurbita estudadas em SC.
Pode-se observar uma leve preferência dos insetos de todas as ordens
pelos pratos de cor amarela (55,89%), seguido pelos pratos de cor branca (24,42%)
e cor azul (19,7%) (fig. 9). As abelhas tamm foram mais atraídas pela cor
amarela (45,08%), seguido pela cor azul (36,06%) e pela cor branca (20,49%) (Fig.
10).
Fig. 9: Número de insetos coletados nos
pratos armadilha de diferentes cores.
Fig. 10: Número de abelhas coletados nos
pratos armadilha de diferentes cores.
8%
63%
3%
18%
2%
6%
Coleoptera
Diptera
Hemiptera
Hymenoptera
Orthoptera
N.I
556
196
243
0
100
200
300
400
500
600
N° indivíduos
Amarelo Azul Branco
Pratos armadilha
55
44
25
0
10
20
30
40
50
60
N° indivíduos
Amarelo Azul Branco
Pratos armadilha
97
Abelhas coletadas nas abóboras e na vegetação de entorno
Joinville
Nos nove censos realizados na estrada Quiriri no município de Joinville
contabilizou-se 851 abelhas pertencentes a 18 espécies (Tab. 5).
Tabela 5: Freqüência de visitação das abelhas às flores de Cucurbita nos censos
da Estrada Quiriri em Joinville no mês de maio/2005.
mero de visitas
Família Espécies
C 1 C 2 C 3 C 4 C 5 C 6 C 7 C 8 C 9
Total
Apis mellifera
58 67 61 106 5 26 3 4 4 334
Bombus atratus
1 1 2 4
Bombus morio
71 45 50 50 43 31 42 42 49 423
Trigona spinipes
8 14 8 4 3 8 4 1 7 57
Peponapis fervens
1 1 2
Apidae
Exomalopsis analis
1 2 3
Augochlora sp.5
1 1
Augochlora sp. 6
1 1 1 3 6
Augochlora sp. 10
1 1
Augochlora sp. 11
1 1 1 1 4
Augochlora sp. 12
1 1 1 3
Augochlora sp. 20
1 1
Augochloropsis cupreola
1 1
Agapostemon
semimelleus
1 1
Ceratalictus sp.1
2 2
Neocorynura sp.3
1 1 1 3
Pseudagapostemon sp.2
1 1
Halictidae
Pseudaugochlora sp.1
1 1 1 3
Número de flores observadas 367 246 253 301 209 319 369 344 526 2933
Bombus morio foi dominante com 49,70% das visitas nesta localidade
seguida por A. mellifera com 39,25% e todas as outras abelhas representaram
11,05%.
Três censos realizados na localidade Estrada Mildau contabilizaram um total
de 508 abelhas pertencentes a cinco espécies (Tab. 6).
98
Tabela 6: Freqüência de visitação das abelhas às flores de Cucurbita nos censos
da Estrada Mildau em Joinville no mês de novembro/2005.
Número de visitas - Joinville
Família Espécies
C 1 C 2
C 3
Total
Apis mellifera
23 10
8 41
Trigona spinipes
128 170
158 456
Apidae
Bombus morio
3
6 9
Augochlora sp.9
1 1
Halictidae
Augochlora sp.12
1 1
Número de flores observadas
664 549 534 1747
A abelha dominante, nesta localidade, foi T. spinipes com 89,7% das visitas,
seguida por A. mellifera com 8,07%, todas as outras abelhas representaram 2,23%.
O resultado obtido em Joinville com a metodologia dos pratos armadilha
(Tab. 7) refere-se a 24 horas de amostragem e a três pratos amarelos, dois pratos
brancos e um prato azul. Seis abelhas pertencentes a três espécies foram
coletadas com esta metodologia.
Tabela 7: Abelhas amostradas com pratos armadilha em Joinville/SC.
Abelhas Pratos Armadilha
Família Espécie Amarelo Azul Branco
Total
Colletidae
Protodiscelis sp.
1
1
Andrenidae
Anthrenoides meridionalis
1 1
2
Apidae
Apis mellifera
3
3
Totais
3 2 1 6
Turvo
No município de Turvo, 229 abelhas foram contabilizadas sobre 123 flores,
as abelhas pertencem a cinco espécies (Tab. 8). A abelha dominante foi A.
mellifera, com 97,38%.
99
Tabela 8: Freqüência de visitação das abelhas às flores de Cucurbita no censo de
Turvo em maio/2005.
Número de visitas - Turvo
Família Espécie
Censo 1
Total
Apis mellifera
223
223
Apidae
Bombus morio
2
2
Augochlora sp. 14
2
2
Augochloropsis cupreola
1
1
Halictidae
Temnossoma sp.1
1
1
Número de flores observadas
123
123
Concórdia
Nos quatro censos realizados em Concórdia 982 flores e 284 abelhas
pertencentes a cinco espécies foram contabilizadas (Tab. 9).
Tabela 9: Freqüência das abelhas visitantes florais nos censos de Concórdia em
dezembro/2005.
Numero de visitas - Concórdia
Família Espécie
C 1 C 2
C 3 C 4
Total
Apis mellifera
29 23
39 40 131
Trigona spinipes
1 2
2 5
Apidae
Peponapis fervens
26 21
57 40 144
Augochlora foxiana
1 1
Halictidae
Augochlora amphitrite
2
1 3
Número de flores observadas
250 204 273 255 982
A abelha dominante em Concórdia foi P. fervens com 50,7% das visitas,
seguida por A. mellifera com 46,13% e as outras três espécies de abelhas
representaram 3,17% das visitas às flores de abóbora.
Através dos pratos armadilha foram amostrados 33 indiduos pertencentes
a 12 espécies de abelhas (Tab. 10). Oito espécies de abelhas foram registradas
apenas uma única vez, e a espécie mais abundante foi Dialictus sp.11. Apenas
duas espécies de abelhas foram comuns aos censos nas flores e aos pratos
armadilha, Apis mellifera e Augochlora amphitrite.
100
Tabela 10: Abelhas amostradas com pratos armadilha em Concórdia/SC.
Abelhas Pratos Armadilha
Família Espécie Amarelo Azul Branco
Totais
Andrenidae
Callonychium petuniae
4 1 5
Halictidae
Augochlora cydippe
1 1
Augochlora sp.14
1 1
Augochlora amphitrite
1 1
Dialictus sp.2
1 1
Dialictus sp.3
2 1 3
Dialictus sp.6
1 1
Dialictus sp.7
1 1
Dialictus sp.10
1 1
Dialictus sp.11
11 3 13
Dialictus sp.17
3 3
Apidae
Apis mellifera
1 1 2
Totais 5 23 5 33
Porto União
Foram contabilizadas 1071 flores e 332 abelhas pertencentes a seis
espécies de abelhas sendo P.fervens a mais freqüentemente observada sobre as
flores (Tab. 11)
Tabela 11: Freqüência de visitação das abelhas às flores de Cucurbita nos censos
de Porto União em fevereiro e março/2006.
Número de visitas - Porto União
Família
Espécies
C 1 C 2
C 3 C 4
Total
Apis mellifera
39 7
32 3 81
Trigona spinipes
6 1
3 19 29
Bombus atratus
1
1 2
Apidae
Peponapis fervens
81 49
56 30 216
Augochlora amphitrite
2
1 3
Halictidae
Augochlora sp.17
1
1
Número de flores observadas
257 221 292 301 1071
Peponapis fervens foi a abelha dominante com 65,06% do total das visitas,
seguida por A. mellifera com 24,4% e as outras 4 espécies representaram 10,54%
das visitas.
Através dos pratos armadilha foram amostrados 54 indiduos pertencentes
a 19 espécies de abelhas nesta localidade (Tab.12). Apenas a espécie P. fervens
foi comum às duas metodologias utilizadas.
101
Tabela 12: Abelhas amostradas com pratos armadilha em Porto União/SC.
Abelhas Potes Coloridos
Família Espécie Amarelo Azul Branco
Total
Andrenidae
Anthrenoides meridionalis
10 1 1 12
Callonychium petuniae
1 1 2
Psaenythia bergi
1 4 5
Rhophitulus flavitarsis
1 1
Rhophitulus sp.3
1 1
Halictidae
Augochlorella ephyra
1 1
Augochlora aff. semiramis
3 3
Augochlora sp.14
1 1
Augochloropsis sp.2
1 1
Dialictus sp.1
1 1
Dialictus sp.2
1 1
Dialictus sp.11
9 2 11
Dialictus sp.12
21 3 6
Dialictus sp.23
1 1
Pseudagapostemon cyanomellas
1 1
Rhectomia sp.1
1 1
Megachilidae
Coelioxys chacoensis
1 1
Apidae
Peponapis fervens
2 2
Melissoptila cnecomala
1 1 2
Total 35 7 15 54
Onze espécies de abelhas foram capturadas uma única vez pelos pratos
armadilha o que corresponde a 20% das abelhas amostradas, e as espécies mais
abundantes foram Anthrenoides meridionalis e Dialictus sp.11 com 22,22% e
20,37% respectivamente. Somente dois indiduos de P. fervens foram capturados
nos pratos armadilha de cor azul.
Rio do Sul
Um total de 1338 flores foram contabilizadas durante os quatro censos
realizados em Rio do Sul (Tab.13), e 716 abelhas de sete espécies foram
amostradas nestas flores, o que corresponde a 0,53 abelhas por flor, destas 0,35
abelhas por flor são P. fervens.
102
Tabela 13: Freqüência de visitação das abelhas às flores de Cucurbita nos censos
de Rio do Sul no mês de março/2006.
mero de visitas
Família Espécie
C 1
C 2 C 3 C 4
Total
Apis mellifera
1
1
Trigona spinipes
70 18
32 55 175
Bombus atratus
2 10
6 7 25
Bombus morio
6 5
18 7 36
Apidae
Peponapis fervens
124 96
146 111 477
Augochlora sp.12
1 1
Halictidae
Augochlora sp.14
1 1
Número de flores observadas
317 328 347 346 1338
Peponapis fervens foi à espécie de abelha dominante com 66,62% das
visitas, seguida por T. spinipes com 24,44% e as outras 5 espécies de abelhas
representaram 8,93%.
Nesta localidade uma chuva torrencial no final da tarde, impossibilitou a
obtenção dos dados com a metodologia dos pratos armadilha.
Cricma
No total 618 flores e 234 abelhas pertencentes a 3 espécies foram
contabilizados nos dois censos realizados em Criciúma (Tab. 14).
Tabela 14: Freqüência de visitação das abelhas às flores de Cucurbita nos censos
de Criciúma.
mero de visitas
Família Espécie
C 1 C 2
Total
Apis mellifera
135 94
229
Trigona spinipes
2
2
Apidae
Bombus morio
3
3
Número de flores observadas
383 235 618
Apis mellifera foi a abelha dominante com 97,86% das visitas, e as duas
outras espécies de abelhas representaram 2,14% das visitas.
Os pratos armadilha amostraram 25 abelhas pertencentes a 11 espécies, e
a espécie P. fervens também foi registrada uma única vez no prato armadilha de
cor azul, o que indica a presença desta espécie no local, apesar de não ter sido
103
registrada nas flores. Nove das onze espécies de abelhas foram amostradas uma
única vez, e A. mellifera foi a espécie mais abundante.
Tabela 15: Abelhas amostradas com pratos armadilha em Criciúma/SC.
Abelhas Potes Coloridos
Família Espécie Amarelo Azul Branco
Total
Apis mellifera
8 3 2 13
Exomalopsis tomentosa
1 1
Apidae
Peponapis fervens
1 1
Augochlora aff. semiramis
1 1
Dialictus sp.2
1 1
Dialictus sp.3
1 1
Dialictus sp.7
1 1 1 3
Dialictus sp.10
1 1
Dialictus sp.11
1 1
Halictidae
Temnossoma sp.2
1 1
Total
10 10 4 24
Dados Gerais
Na tabela 16 estão listadas as 25 espécies de abelhas contabilizadas nas
flores de abóbora com suas respectivas freqüências. A abelha especialista P.
fervens ocorreu em quatro dos sete locais estudados e foi a abelha mais abundante
em três destes locais, em Concórdia, Porto União e Rio do Sul. Dez espécies de
abelhas estiveram representadas por apenas um único indivíduo nos censos em
flores, todas pertencentes à família Halictidae, e que apresentou somente 43
abelhas no total, representando 1,36% do total de abelhas. Apis mellifera foi
amostrada em todas as áreas estudadas, sendo dominante em dois municípios,
Criciúma e Turvo. A abelha T. spinipes foi amostrada em todos os munipios
menos Turvo.
104
Tabela 16: Freqüência de visitação das abelhas às flores de Cucurbita nos
munipios amostrados
mero de visitas
Família Espécie
Joinville Turvo Concórdia
Porto
União
Rio do
Sul
Criciúma
Total
Agapostemon
semimelleus
1 1
Augochlora sp.2
1 1
Augochlora foxiana
1 1
Augochlora sp.5
1 1
Augochlora sp.6
6 6
Augochlora sp.9
1 1
Augochlora sp.10
1 1
Augochlora sp.11
4 4
Augochlora sp.12
3 1 1 5
Augochlora sp.14
2 1 3
Augochlora amphitrite
3 3 6
Augochlora sp.17
1 1
Augochlora sp.20
1 1
Augochloropsis cupreola
1 1 2
Ceratalictus sp.2
2 2
Neocorynura sp.3
3 3
Pseudagapostemon sp.2
1 1
Pseudagaugochlora sp.1
2 2
Halictidae
Temnossoma sp.1
1 1
Apis mellifera
375 223 131 81 1 229 1040
Bombus atratus
4 2 25 31
Bombus morio
432 2 36 3 473
Trigona spinipes
513 5 29 175 2 724
Peponapis fervens
2 144 216 477 839
Apidae
Exomalopsis analis
3 3
Total 1357 230 284 332 716 234
3153
Os índices de Shannon e Simpson foram calculados para avaliar a
diversidade encontrada em cada localidade (Tab. 17). O índice de diversidade de
Shannon atribui peso maior para as espécies raras, já o índice de Simpson atribuir
peso maior às espécies comuns.
105
Tabela 17: índices de diversidade de Shannon-Wiener (H) e Simpson (D) obtidos
para os censos em todas as localidades estudadas.
Locais Shannon Simpson
Joinville 1 1,137 0,5933
Joinville 2 0,3961 0,1874
Turvo 0,1561 0,05152
Concórdia 0,8404 0,5297
Porto União 0,9276 0,5094
Rio do Sul 0,91 0,4927
Criciúma 0,1177 0,04204
Observa-se que o índice de diversidade de Shannon segue praticamente o
mesmo padrão que a abundância de espécies, sendo o mais alto valor de
diversidade em Joinville (censos de maio/2005), e o menor valor em Criciúma,
como este índice atribui maior peso às espécies raras. Turvo que apresentou a
menor abundância, mas possui maior número de espécies que Criciúma, obteve
maior índice que este.
O índice de Simpson não seguiu o mesmo padrão da abundância de
espécies, apesar de Joinville (censos de maio/2005) também possuir o maior valor
para este índice e Criciúma o menor valor. Este índice tende a atribuir peso maior
às espécies comuns (mais abundantes), por isso os valores de Concórdia, Porto
União e Rio do Sul não seguem o mesmo padrão que o índice de Shannon.
Os índices de Shannon e Simpson também foram calculados para avaliar a
diversidade encontrada nos pratos armadilha em cada localidade (Tab. 18).
Tabela 18: índices de diversidade de Shannon-Wiener (H) e Simpson (D) obtidos os
pratos armadilha nas localidades estudadas.
Locais Shannon Simpson
Joinville 1,011 0,6111
Concórdia 2 0,7952
Porto União 2,462 0,8772
Criciúma 1,651 0,6771
O índice de diversidade de Shannon seguiu o mesmo padrão que a
abundância de espécies, sendo a maior riqueza encontrada em Porto União, e a
menor em Joinville, o que era esperado por esta comunidade ter sido sub-
amostrada. O índice de Simpson seguiu o mesmo padrão da abundância de
indiduos e do índice de Shannon.
106
Nos pratos armadilha disponibilizados no entorno das plantações de
abóbora foram capturadas 117 abelhas pertencentes a 30 espécies (tab.19), sendo
o maior número de espécies e indivíduos de abelhas capturadas no município de
Porto União.
Tabela 19: Abelhas capturadas com pratos armadilha no entorno de plantações de
abóbora nos municípios estudados em Santa Catarina.
mero de abelhas
Família Espécie
Joinville Concórdia Porto União Criciúma
Total
Colletidae
Protodiscelis sp.
1 1
Andrenidae
Anthrenoides meridionalis
2 12 14
Callonychium petuniae
5 2 7
Psaenythia bergi
5 5
Rhophitulus flavitarsis
1 1
Rhophitulus sp.3
1 1
Halictidae
Augochlorella ephyra
1 1
Augochlora sp.3
3 1 4
Augochlora cydippe
1 1
Augochlora sp.14
1 1 2
Augochlora amphitrite
1 1
Augochloropsis sp.2
1 1
Dialictus sp.1
1 1
Dialictus sp.2
1 1 1 3
Dialictus sp.3
3 1 4
Dialictus sp.6
1 1
Dialictus sp.7
1 3 4
Dialictus sp.10
1 1
Dialictus sp.11
13 11 1 25
Dialictus sp.12
6 6
Dialictus sp.17
3 3
Dialictus sp.23
1 1
Pseudagapostemon cyanomellas
1 1
Rhectomia sp.1
1 1
Temnossoma sp.2
1 1
Megachilidae
Coelioxys chacoensis
1 1 2
Apidae
Apis mellifera
3 2 13 18
Peponapis fervens
2 1 3
Melissoptila cnecomala
2 2
Exomalopsis tomentosa
1 1
Total 6 33 54 24
117
Apenas quatro espécies de abelhas foram comuns aos censos nas flores e
aos pratos armadilha do entorno da plantação, duas escie de Halictidae –
Augochlora sp.14 e Augochlora amphitrite, e duas espécies de Apidae – A. mellifera
107
e P. fervens. Vinte e quatro espécies de abelhas foram amostradas uma única vez
nas duas metodologias utilizadas. As famílias Colletidae e Megachilidae foram
representadas por apenas uma espécie e por um e dois indiduos,
respectivamente.
Três locais estudados, Porto União, Rio do Sul e Concórdia, possuíam
colônias racionais da espécie exótica A. mellifera na propriedade estudada, mas
estes locais não apresentaram grandes densidades desta espécie forrageando nas
flores de abóbora, portanto, não foi detectada relação entre as densidades de A.
mellifera em flores de Cucurbita com a prática da criação racional desta abelha nas
propriedades.
Comportamento de Peponapis fervens
Fêmeas de P. fervens coletaram pólen e néctar ativamente nas flores de
Cucurbita pela manhã, entre 07:00h e 11:00h, pom foram observadas a partir das
05:00h demonstrando a capacidade de voar em baixas temperaturas e com pouca
luminosidade. A duração da coleta de néctar pelas fêmeas varia desde poucos
segundos a 52 minutos na mesma flor, podendo-se dizer que algumas abelhas
entram em “letargia” neste intervalo. Os machos permanecem menos de 5 minutos
coletando néctar em cada flor. Entre 07:00 e 11:00h as fêmeas de P. fervens
coletavam néctar mais ativamente do que pólen, o que pode ser explicado pelo fato
de as abelhas iniciarem a coleta do pólen muito cedo, a partir das 05:00h ou
quando as flores abrem e neste período amostrado a maior parte do pólen já podia
ter sido coletado.
Machos e fêmeas de P. fervens tendem a entrar somente em flores que
apresentam abelhas da mesma espécie, mas toleram a presença de outras
espécies se estas estiverem dentro da flor.
rias abelhas podem coletar néctar ao mesmo tempo na mesma flor. Nas
flores masculinas observou-se até quatro abelhas coletando néctar ao mesmo
tempo, sendo que duas abelhas coletando este recurso no mesmo momento é o
mais freente. Nas flores femininas somente foram registradas duas abelhas
coletando néctar ao mesmo tempo.
Machos e fêmeas de P. fervens também estão ativos em dias muito
nublados, onde a atividade de outras abelhas é pouca ou ausente. Sempre que as
flores das cucúrbitas estão abertas, eles coletam néctar e patrulham as flores
(machos) até o início da chuva ou até que as flores fechem. Foram observados
108
indiduos de P. fervens até o fechamento das flores, que inicia por volta de 10:00h
e termina cerca de 12:30h, mas o pico das atividades ocorre entre 07:00 e 08:00h,
quando as fêmeas ainda coletam pólen e néctar mais ativamente e a patrulha dos
machos a procura de fêmeas para copular também é mais intensa. A cópula foi
observada várias vezes, principalmente neste horário.
Foram observados machos pernoitando dentro das flores das cucúrbitas,
retornando atividade assim que as flores começam a abrir. É comum registrar mais
do que um macho (no máximo três) pernoitando em cada flor.
Agregações e ninhos de P. fervens
Agregações
Nos municípios de Porto União e Rio do Sul foram encontrados ninhos de P.
fervens adjacentes às plantações de abóbora.
Em Rio do Sul alguns ninhos foram encontrados dentro da plantação de
abóbora, que não havia recebido nenhum tipo de tratamento com agrotóxicos neste
ano (ciclo). Nesta propriedade o plantio de abóbora já ocorre há aproximadamente
10 anos (com alguns intervalos - anos), sempre com a utilização de defensivos
agrícolas.
Em Porto União foram encontradas três agregações de P. fervens. Neste
local planta-se abóbora há três anos sem a utilização de agrotóxicos, mas
realizando-se queimadas antes do plantio. As agregações estavam estabelecidas
em locais com solo argiloso desnudo, em local sem ou com pouca vegetão.
A primeira agregação estava estabelecida num barranco ao lado da
plantação de abóbora (Fig.11), com área de 2,70 x 2,60 metros e aproximadamente
25 ninhos (orifícios de entrada). Desta agregação foram retiradas as células para
análise da massa de pólen. A segunda agregação estava estabelecida numa
estrada de chão batido (Fig.12), relativamente abandonada, com área de 10 x 3,5
metros. Nela foram contabilizados aproximadamente 122 ninhos que se
encontravam a aproximadamente 100 metros da plantação de abóbora. A terceira
agregação também se localizava numa estrada de chão batido (Fig.13 A e B),
pouco utilizada para transporte, mais utilizada por animais (vacas, cavalos e
porcos) dentro da propriedade rural, com área de 30 x 4,5m, distava
aproximadamente a uns 500m da plantão de abóbora e possuía
109
aproximadamente 230 ninhos. Nesta agregação foi observado que uma fêmea da
espécie Monoeca cf. brasiliensis também utilizava o mesmo local para nidificar.
Fig. 11: Primeira agregação de P. fervens - em barranco argiloso ao lado da plantação de
abóbora.
Além destas três agregações, foi possível observar em vários locais, com
condições semelhantes de nidificação, ninhos de P. fervens isolados dentro desta
propriedade.
Fig.12: Segunda agregação de P. ferven
s
,
em solo desnudo bem compactado.
Fig. 13: Vista parcial da terceira agregação
de P. fervens, numa estrada pouco utilizada.
110
Ninhos
Apenas uma fêmea foi observada ocupando cada cavidade. Os orifícios de
entrada dos ninhos variaram de 0,5 a 1cm e apresentavam túmulos de terra solta
na superfície do solo (Fig. 14). Os túneis variaram de 23 a 45cm de profundidade e
o diâmetro destes variaram de 0,6 a 0,8cm (Fig. 16 A e B). No final de cada túnel as
células estavam localizadas num ramo horizontal entre 2 – 3 cm de distância do
túnel vertical. As células de cria eram ovais e mediam entre 0,6 e 0,8 cm de
diâmetro e 1,1 a 1,5cm de comprimento. O pólen estava depositado no fundo
destas, preenchendo aproximadamente 1/3 da célula e não estava compactado
(Fig. 17A-B). Foi observada apenas uma célula de cria no final de cada túnel.
A análise polínica da massa de pólen dos três ninhos avaliados demonstrou
100% pólen de Cucurbita.
111
Fig. 14A-B: Orifícios de entrada de ninhos de P. fervens.
Fig. 17 A e B: Células de cria encontradas nos ninhos de P. fervens em Porto União.
Fig. 15: Escavão do ninho de P. fervens em P.U.
Fig. 16 A e B: Túneis de ninhos de P.
fervens.
112
Discussão
Entre todos os insetos visitantes das flores de abóbora, apenas abelhas
foram avaliadas durante a realização dos censos que amostrou um total de 3.153
abelhas pertencentes a 25 espécies. Do total de indivíduos coletados 98%
pertencem à família Apidae que foi representada por seis espécies, os 2% restantes
de abelhas (43 indiduos) pertencem à família Halictidae correspondendo a 19
espécies, sendo que várias espécies foram amostradas uma única vez.
A alta freência de membros da família Apidae deve-se ao fato de quatro
espécies aqui representadas serem sociais e, portanto apresentarem grandes
populações. Além disso, a presença da espécie P. fervens, espécie solitária, mas
que depende das abóboras para sua sobrevincia, visto o resultado das análises
polínicas das células de cria. A depenncia das abelhas do gênero Peponapis por
flores de Cucurbita foi demonstrada em vários trabalhos (HURD & LINSLEY, 1967;
HURD et al., 1971; CANTO-AGUIAR & PARRA-TABLA, 2000; MELÉNDEZ-
RAMIREZ, et al, 2002). A espécie P. fervens foi amostrada em quatro dos sete
locais estudados e foi a abelha mais abundante em três destes locais, em
Concórdia, Porto União e Rio do Sul.
A única espécie visitante amostrada em todos os locais estudados foi a
abelha exótica A. mellifera, que foi a abelha mais comum em dois munipios,
Criciúma e Turvo.
A visita de Apis mellifera em flores de Cucurbitaceae é comum e foi
registrada em trabalhos sobre polinização de abóbora (ÁVILA, 1987; GOMES,
1991; LATTARO & MALERBO-SOUZA, 2006) e seu papel como agente de
polinização das abóboras foi avaliado.
Nos pratos armadilha foram capturadas 30 espécies de abelhas (117
indiduos) no entorno das plantações de abóbora, 19 destas espécies pertencem a
família Halictidae, onde Dialictus foi o gênero mais diverso e abundante. SOUZA
(2006) também avaliou a composição da fauna de Hymenoptera (abelhas e vespas
parasitóides) mensalmente, associados a uma área agrícola utilizando apenas
bandejas amarelas, coletando 456 abelhas pertencentes a 22 espécies e
semelhante ao presente estudo, observou que boa percentagem da fauna
capturada era composta por Dialictus (Halictidae) e pequenos Andrenidae. Ao
contrário deste estudo Souza (2006) realizou amostragens quinzenais, sempre na
mesma propriedade e com entorno muito degradado, obtendo menor diversidade
113
que a encontrada em amostragens esporádicas em quatro diferentes locais em
Santa Catarina.
Somente quatro espécies de abelhas foram comuns aos censos nas flores
de abóbora e aos pratos armadilha. A maioria das espécies capturadas nos pratos
não foi visitante das flores de Cucurbita, mas com este resultado pode-se inferir que
o município de Joinville, seguido de Porto União apresentam maior diversidade em
termos de apifauna, demonstrando assim uma relação positiva entre estado (grau)
de conservação do entorno e diversidade de Apoidea, além disso, na segunda
localidade P. fervens foi o visitante mais freqüente nas flores de Cucurbita. No
munipio de Rio do Sul P. fervens foi o visitante dominante nas flores de Cucurbita
(66%), porém infelizmente nesta localidade uma eventualidade climática impediu a
obtenção dos resultados de diversidade com os pratos armadilha. Provavelmente
esta área deve ter índices de diversidade altos como Porto União e Concórdia.
Peponapis fervens
Como registrado anteriormente, esta espécie tende a nidificar em
agregações em solo parcialmente desnudo próximas às plantações de abóbora
(MICHENER & LANGE, 1958), apesar de vários ninhos poderem ser encontrados
distribuídos de maneira não homogênea dentro das plantações. Outras espécies do
gênero Peponapis demonstram hábitos de nidificação semelhante e escies
associadas às Cucurbitaceae (HURD et al., 1974; MATHEWSON, 1968; ROZEN &
AYALA, 1987).
Foi encontrada apenas uma única célula de cria no final de cada túnel. Mas
Michener e Lange (1958) relataram que havia evidências de que mais de uma
célula era construída no mesmo túnel (Anexo II).
A falta de locais apropriados para nidificação pode ser um dos fatores que
determina a distribuição desta escie, bem como a utilização de agrotóxicos
residuais, que além de intoxicar a planta, permanecem por longos períodos no solo.
Acreditamos também que a permanência do cultivo da aboboreira no local por
muitos anos deve favorecer a expansão das agregações de P. fervens.
114
Conclusão
Nas diferentes localidades estudadas as espécies mais freqüentes nas
flores de Cucurbita foram três espécies de abelhas sociais (A. mellifera, T. spinipes
e B. morio) e uma espécie de abelha solitária (P. fervens) considerada oligolética
para flores de Cucurbita.
Através do comportamento de forrageio de P.fervens e de sua fidelidade à
planta (100% pólen de Cucurbita), ela foi considera uma excelente alternativa como
polinizador efetivo das aboboreiras. Porém, sua permanência nas plantações
parece estar relacionada com o grau de conservação de entorno, a diminuição do
uso de defensivos agrícolas e a permanência e extensão das plantações da
abóbora que irão lhe fornecer os recursos para sua prole.
A família de abelhas com maior número de espécies foi a família Halictidae,
o que reflete o padrão de riqueza encontrado em muitos levantamentos de abelhas
na região sul do país.
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117
Anexo I
Fonte: Hurd & Linsley, 1967.
118
Anexo II
Fonte: Michener & Lange, 1958.
119
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ecossistemas naturais e muitas culturas dependem unicamente da
diversidade de polinizadores para a manutenção de toda a diversidade biológica
(EARDLEY et al, 2006), tornando muito importante e necessário o conhecimento
das abelhas, que são os principais agentes polinizadores.
Através deste trabalho foi posvel melhorar o conhecimento a respeito da
Apifauna da Mata com Araucária bem como do estado de Santa Catarina e das
abelhas visitantes florais da abóbora, que são agentes importantíssimos da
polinização e conseqüentemente da produção de frutos.
Foi possível observar que a comunidade de abelhas de Porto União e de
visitantes florais da abóbora e dos censos, segue praticamente o mesmo padrão
encontrado para a fauna do sul do país, sendo Halictidae a família mais diversa e
Colletidae a mais rara.
120
REFERÊNCIAS GERAIS
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