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Carlos Nazareth Motta Marins
Estudo Analítico e Numérico
de um Enlace Digital de
Comunicação via Satélite
em condição orbital
Geoestacionária
2004
Dissertação de Mestrado
I
natel
I
nstituto Nacional de Telecomunicações
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Dissertação defendida e aprovada em _____ /_____ /_____, pela comissão julgadora:
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Maurício Silveira
DTE/INATEL
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos Kretly
DMO/FEEC/UNICAMP
___________________________________________________________________
Prof. Dr. Adonias Costa da Silveira
DTE/INATEL
___________________________________________________________________
Coordenador do Curso de Mestrado
Prof. Dr. Adonias Costa da Silveira
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CARLOS NAZARETH MOTTA MARINS
Dissertação apresentada ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para obtenção do Título
de Mestre em Engenharia Elétrica.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Maurício Silveira
Santa Rita do Sapucaí
2004
DEDICATÓRIA.
Ao Meu Bom Deus que sempre faz o melhor por mim e por minha família,
nos dando força e energia para vencer os desafios.
À minha mulher Adriana que sempre me acompanha nos momentos
importantes da vida, com carinho, dedicação e amor e a minha filha Maria Eduarda
que me traz paz e muito amor.
Aos meus pais, Carlos Nazareth e Maria de Lourdes por todos os
ensinamentos que, com muito amor, recebi ao longo da vida e a minha irmã Litiane
pelo carinho e atenção que sempre me dispensou e pela pessoa especial que é na
minha vida.
AGRADECIMENTOS.
Agradeço ao meu grande amor Adriana pelo companheirismo e compreensão
e a minha filha Maria Eduarda pelos momentos de alegria e divertimento. Ao longo
deste trabalho foram vocês a grande fonte de inspiração.
Agradeço ao Prof. Maurício Silveira por toda sua dedicação e valorosa
orientação na execução deste trabalho. Foram de grande importância os
ensinamentos técnicos na elaboração desta dissertação. Como um grande Mestre e
Amigo, ultrapassou os limites acadêmicos e me trouxe grandes ensinamentos de
vida.
Ao INATEL por toda sua estrutura de trabalho e pelo apoio dado através do
plano de capacitação de docentes. É com muito orgulho que faço parte desta equipe
dedicada ao engrandecimento de nosso Brasil.
Aos professores de graduação e mestrado pela grande colaboração em minha
carreira. Aos alunos de iniciação científica e ao amigo André Luis Eliseu Araújo que
tanto me ajudou nos programas desta tese.
Finalmente, agradeço a Deus pelo lar de amor, carinho e comunhão
constituído pelos meus pais Carlos Nazareth e Maria de Lourdes. São eles o bom
exemplo, para minha caminhada como marido, pai, irmão, amigo, profissional e
cidadão.
"Não basta ter os meios e a vontade.
É preciso produzir resultados e medi-los."
Zilda Arns.
SUMÁRIO
Lista de Figuras.................................................................................................. i
Lista de Símbolos................................................................................................ vi
Lista de Siglas..................................................................................................... x
Resumo................................................................................................................ xiii
Abstract............................................................................................................... xiv
Capítulo 1 Introdução........................................................................................ 1
1.1. Composição da dissertação........................................................................... 1
Capítulo 2 Estações Terrenas em Comunicações Via Satélite com Órbita
geoestacionária.............................................................................
4
2.1. Introdução ..................................................................................................... 6
2.2. Configurações básicas das estações ............................................................. 8
2.3. Antenas empregadas nas estações terrenas................................................... 9
2.3.1. Antenas Prime-Focus................................................................................. 10
2.3.2. Antena Prime-Focus com montagem off-set.............................................. 11
2.3.3. Antena Casegrain....................................................................................... 12
2.3.4. Antena Gregoriana..................................................................................... 15
2.3.5. Parâmetros elétricos das antenas................................................................ 17
2.3.5.1. Polarização.............................................................................................. 17
2.3.5.2. Diagrama de irradiação........................................................................... 20
2.3.5.3. Diretividade e Ganho.............................................................................. 21
2.3.5.4. Temperatura de Ruído............................................................................. 24
2.3.5.5. Banda de operação e impedância............................................................ 25
2.4. Modulação e demodulação............................................................................ 27
2.4.1. Modulação FM em sistemas analógicos..................................................... 27
2.4.2. Modulações digitais.................................................................................... 29
2.5. Equipamentos de transmissão....................................................................... 31
2.6. Equipamentos de recepção............................................................................ 33
Referência Bibliográfica...................................................................................... 36
Capítulo 3 Técnicas de Múltiplo Acesso em Comunicação Via Satélite........ 37
3.1. Introdução ..................................................................................................... 37
3.2. Múltiplo Acesso por Divisão de Freqüência................................................. 41
3.2.1. FDM-FM-FDMA....................................................................................... 41
3.2.2. TDM-PSK-FDMA..................................................................................... 44
3.2.3. Transmissão de Sinais de Som e Imagem para TV e Rádio....................... 45
3.2.4. Sistema INTELSAT SCPC........................................................................ 48
3.2.5. Sistema de Alocação por Demanda FDMA............................................... 49
3.3. Múltiplo Acesso por Divisão de Tempo....................................................... 52
3.4. Comparação das técnicas FDMA e TDMA.................................................. 55
3.4.1. Capacidade de Transmissão nos Sistemas FDMA..................................... 55
3.4.2. Capacidade de Transmissão nos Sistemas TDMA..................................... 56
3.4.3. Atraso no envio das mensagens em FDMA e TDMA............................... 57
3.5. Técnicas de Múltiplo Acesso Empregando Algoritmos com Processo
Aleatório........................................................................................................
59
3.5.1. ALOHA...................................................................................................... 59
3.6. Desempenho das Técnicas de Múltiplo Acesso Empregando Algoritmos
com Processo Aleatório.................................................................................
64
3.7. Conclusão...................................................................................................... 68
Referência Bibliográfica...................................................................................... 70
Capítulo 4 Análise do Comportamento Não Linear do Transponder de
Satélite, como Repetidor de Sinais de Rádio Freqüência............
71
4.1. Introdução ..................................................................................................... 71
4.2. Representação da função de transferência dos transponders através das
séries de Taylor ............................................................................................
73
4.2.1. Função característica de transferência do transponder.............................. 73
4.2.2. Análise do comportamento quadrático....................................................... 74
4.2.3. Análise do comportamento cúbico............................................................. 77
4.2.4. Ponto de Compressão de 1dB..................................................................... 79
4.2.5. Produtos de intermodulação de ordens elevadas........................................ 81
4.2.6. Conversões AM-AM e AM-PM em amplificadores não lineares.............. 84
4.3. Determinação dos níveis de intermodulação................................................. 86
4.3.1. Lema da não coincidência.......................................................................... 86
4.3.2. Produtos de intermodulação com duas portadoras..................................... 88
4.3.3. Produtos de intermodulação com três portadoras...................................... 90
4.3.4. Produtos de intermodulação com cinco portadoras.................................... 92
4.3.5. Produtos de intermodulação com N portadoras......................................... 93
4.4. Conclusão...................................................................................................... 94
Referência Bibliográfica...................................................................................... 96
Capítulo 5 Equacionamento de um Enlace Via Satélite em Condição Geo-
Estacionária.....................................................................................
97
5.1. Introdução...................................................................................................... 97
5.2. Parâmetros de desempenho para atendimento dos enlaces........................... 99
5.3. Relação portadora/ruído no enlace via satélite.............................................. 100
5.3.1. Análise do enlace de subida....................................................................... 101
5.3.2. Análise do enlace de descida...................................................................... 105
5.4. Atenuações nos enlaces via satélite............................................................... 107
5.4.1. Atenuação por espaço livre........................................................................ 107
5.4.2. Atenuação por desapontamento de antenas................................................ 108
5.4.3. Atenuação por erros de polarização........................................................... 109
5.4.4. Atenuação por chuva.................................................................................. 110
5.4.4.1. Cálculo do fator de atenuação................................................................. 110
5.4.4.2. Cálculo da atenuação por chuva no enlace via satélite........................... 113
5.4.5. Atenuação de componentes passivos da estação terrena de transmissão... 117
5.4.6. Atenuação de componentes passivos da estação terrena de recepção........ 118
5.4.7. Conclusão................................................................................................... 119
Referência Bibliográfica...................................................................................... 120
Capítulo 6 Plataformas Computacionais Implementadas.............................. 121
6.1. Introdução...................................................................................................... 121
6.2. Programa para Análise de Amplificadores de RF......................................... 122
6.2.1. Função de Transferência dos Amplificadores............................................ 122
6.2.2. Análise no domínio do tempo.................................................................... 125
6.2.3. Análise no domínio da freqüência.............................................................. 126
6.3. Programa para cálculo de enlace via satélite................................................. 129
6.3.1. Cálculo da potência de transmissão........................................................... 131
6.3.2. Cálculo do diâmetro da antena de transmissão.......................................... 133
6.3.3. Cálculo do diâmetro da antena de recepção............................................... 134
6.3.4. Cálculo do Back-Off.................................................................................. 136
6.3.5. Telas de erro............................................................................................... 137
Referência Bibliográfica...................................................................................... 138
Capítulo 7 Comentários e conclusão................................................................. 139
7.1. Objetivos alcançados com este trabalho........................................................ 139
7.2. Proposta para novos estudos......................................................................... 140
7.3. Artigos Publicados relacionados à esta dissertação...................................... 141
7.4. Artigos à serem Submetidos não relacionados à dissertação........................ 142
7.5. Artigos Extras Publicados no Mestrado........................................................ 142
7.6. Artigos no Prelo............................................................................................ 143
Apêndice A - Bandas de Freqüências em comunicações via satélite............. 144
Apêndice B - Comparação de valores das larguras de feixe calculadas com
as equações (2.9) e (2.10) com valores apresentados por
fabricantes de antenas................................................................ 144
Apêndice C - Demonstração do Lema 1 - Não coincidência........................... 145
Apêndice D - Demonstração da equação (5.4)................................................. 150
Apêndice E - Listagens dos programas............................................................ 152
ANEXO I - Apontamento das estações terrenas em enlaces com satélites
geoestacionários..............................................................................
169
ANEXO II - Desempenho das modulações mais empregadas em enlaces via
satélite em condição geoestacionária...........................................
173
ANEXO III - Temperatura equivalente de Ruído, Figura de Ruído e Fator
de mérito para estações de recepção (G/T).................................
181
i
Lista de figuras
Figura 2.1. (a) Enlace ponto - ponto em apenas um sentido; (b) Enlace ponto
- múltiplos pontos em apenas um sentido............................................................. 5
Figura 2.2. (a) Enlace ponto-ponto nos dois sentidos, empregado em sistemas
telefônicos para conexão de longa distância nacional e internacional; (b) En-
lace ponto-múltiplos pontos nos dois sentidos, comum em redes VSAT............. 5
Figura 2.3. Configuração básica de uma estação de transmissão para opera-
ção em um sentido................................................................................................ 6
Figura 2.4. Configuração básica de uma estação de recepção para operação
em apenas um sentido.......................................................................................... 7
Figura 2.5. Configuração básica de uma estação de transmissão para opera-
ção bidirecional................................................................................................... 8
Figura 2.6. Antena prime-focus com refletor simétrico....................................... 10
Figura 2.7. Antena parabólica com montagem offset.......................................... 11
Figura 2.8. Antena com duplo refletor do tipo casegrain.................................... 12
Figura 2.9. Estrutura para reflexão da onda eletromagnética entre o ilumina-
dor e a antena, sem uso de cabos ou guias de onda............................................. 13
Figura 2.10. Antena casegrain com duplo refletor e o modelo equivalente com
refletor único e alimentação no ponto focal......................................................... 14
Figura 2.11. Antenas casegrain e gregoriana..................................................... 16
Figura 2.12. Antena gregoriana com montagem offset....................................... 16
Figura 2.13. Diferentes formas para estruturas casegrain e gregoriana em-
pregando refletores Elípticos (ELI), Parabólicos (PAR), Hiperbólicos (HIP) e
Planos................................................................................................................... 18
Figura 2.14. Disposição típica dos canais oferecidos pelos satélites de comu-
nicação geoestacionária...................................................................................... 19
Figura 2.15. Diagrama de irradiação de uma antena de microondas com re-
fletor parabólico................................................................................................... 21
Figura 2.16. Temperatura equivalente de ruído da antena em função do ân-
gulo de elevação................................................................................................... 25
Figura 2.17. Diagrama em blocos de um modulador FM................................... 27
Figura 2.18. Diagrama em blocos de um demodulador FM............................... 28
Figura 2.19. Pré-ênfase e dê-ênfase empregadas na modulação e na demo-
dulação de FM, respectivamente.......................................................................... 28
Figura 2.20. Estrutura básica do processo de modulação e demodulação em
comunicação digital.............................................................................................. 31
ii
Figura 2.21. Equipamentos de transmissão via satélite...................................... 31
Figura 2.22. Equipamentos de recepção via satélite........................................... 34
Figura 3.1. Coberturas dos satélites nas condições SDMA e PDMA.................. 38
Figura 3.2. Técnicas de Múltiplo Acesso: (a) FDMA, (b) TDMA e (c) CDMA... 40
Figura 3.3. Estações transmitindo e recebendo pelo mesmo transponder de
satélite usando FDMA com alocação fixa de freqüências................................... 42
Figura 3.4. (a) Diagrama em blocos de uma estação operando em FDMA; (b)
Transponder acessado por diferentes estações de terra, tendo cada uma delas
sua sub-banda de trabalho................................................................................... 43
Figura 3.5. Estrutura de médio tráfego com alocação fixa empregando FDMA
44
Figura 3.6. Estação com concepção digital TDM/PSK/FDMA........................... 45
Figura 3.7. Diagrama em blocos da estrutura de transmissão analógica para
TV.......................................................................................................................... 46
Figura 3.8. Espectro de freqüências da banda básica de vídeo para transmis-
são do sinal de TV via satélite.............................................................................. 46
Figura 3.9. Diagrama em blocos da estação de transmissão de TV na concep-
ção digital............................................................................................................. 47
Figura 3.10. (a) Canais analógicos em half transponder; (b) Canais digitais
no padrão DVB-S.................................................................................................. 47
Figura 3.11. Canalização do INTELSAT SCPC no transponder de 36MHz....... 48
Figura 3.12. Canalização do sistema SPADE..................................................... 49
Figura 3.13. N(G): Número máximo de canais admitido por transponder e G:
Número de estações com G/T = 35 dB/K............................................................. 51
Figura 3.14. Acesso TDMA utilizando uma estação de referência para trans-
missão do burst de sincronização......................................................................... 52
Figura 3.15. Formato do FRAME e do BURST para sistema TDMA................. 53
Figura 3.16. Gráfico que apresenta o tempo médio de atraso no envio da
mensagem em função do número de estações nos sistemas FDMA e TDMA,
com tempo de frame normalizado.........................................................................
58
Figura 3.17. Algoritmo da técnica de acesso ALOHA......................................... 60
Figura 3.18. Análise no tempo do período de vulnerabilidade da técnica
ALOHA................................................................................................................. 61
Figura 3.19. Análise no tempo do período de vulnerabilidade da técnica
S-ALOHA.............................................................................................................. 62
Figura 3.20. Exemplo de um sistema operando com R-ALOHA. Estação requi-
sitando 3 slots numa estrutura com M=5 e V=6.................................................. 63
Figura 3.21. Vazão dos canais nas técnicas ALOHA e S-ALOHA...................... 67
iii
Figura 4.1. Função de transferência dos amplificadores na condição ideal e
na condição real................................................................................................... 73
Figura 4.2. (a) Função de transferência com comportamento quadrático; (b)
Formas de onda de entrada e saída no domínio do tempo................................... 75
Figura 4.3. (a) Espectro de freqüência na entrada; (b) Espectro de freqüência
na saída................................................................................................................. 75
Figura 4.4. Ponto de interseção de segunda ordem em uma estrutura não li-
near....................................................................................................................... 76
Figura 4.5. (a) Função de transferência com comportamento cúbico; (b)
Formas de onda de entrada e saída no domínio do tempo................................... 77
Figura 4.6. (a) Espectro de freqüências na entrada; (b) Espectro de freqüên-
cias na saída......................................................................................................... 78
Figura 4.7. Ponto de interseção de terceira ordem em uma estrutura não line-
ar........................................................................................................................... 79
Figura 4.8. Curva de um dado amplificador com a indicação do ponto de
compressão de 1dB............................................................................................... 80
Figura 4.9. Sinal de dois tons: (a)No domínio do tempo; (b) No domínio da
freqüência............................................................................................................. 81
Figura 4.10. Resposta de freqüência na saída de um amplificador no teste de
dois tons, com todas as possibilidades de intermodulação.................................. 83
Figura 4.11. (a) Intermodulação proveniente de conversão AM-AM; (b) In-
termodulação proveniente de conversão AM-PM; (c) Intermodulação resul-
tante de conversões AM-AM e AM-PM simultâneas............................................ 85
Figura 4.12. Portadoras dispostas na banda de um canal multiacessado......... 87
Figura 4.13. Função de transferência dos transponders com N portadoras....... 95
Figura 5.1. Enlace via satélite............................................................................. 100
Figura 5.2. Mapa de cobertura do satélite Brasilsat B4 com indicação do flu-
xo de saturação dos transponders........................................................................ 102
Figura 5.3. Curva que relaciona o fluxo de potência de entrada com a potên-
cia de saída do satélite......................................................................................... 103
Figura 5.4. Comportamento da relação portadora/ruído total e das compo-
nentes parciais...................................................................................................... 104
Figura 5.5. Mapa de cobertura do satélite Brasilsat B4 com indicação dos
valores de (G/T)
SA
T
, ao longo de toda sua área de cobertura.............................. 105
Figura 5.6. Mapa de cobertura do satélite Brasilsat B4 com indicação dos
valores de EIRP
SA
T
, para o enlace de descida...................................................... 106
Figura 5.7. Geometria do link, para análise da perda por apontamento............ 108
Figura 5.8. (a) K
H
em função da freqüência; (b) K
V
em função da freqüência.... 112
iv
Figura 5.9. (a)
α
H
em função da freqüência; (b)
α
V
em função da freqüência.... 113
Figura 5.10. Representação esquemática do enlace entre a estação terrena e a
estação orbital...................................................................................................... 114
Figura 5.11. Altura efetiva da chuva, com relação ao nível do mar em função
da taxa pluviométrica........................................................................................... 114
Figura 5.12.Fator de atenuação (
γ
R
) em função da freqüência........................... 116
Figura 5.13. Fator de atenuação (
γ
R
) em função da taxa pluviométrica............. 117
Figura 5.14. (a) Estação utilizada para transmissão; (b) Estação para trans-
missão e recepção................................................................................................. 118
Figura 5.15. (a) Estação utilizada para recepção; (b) Estação para recepção
e transmissão........................................................................................................ 118
Figura 6.1. Tela inicial do programa para Análise de Amplificadores............... 122
Figura 6.2. (a) Entrada dos coeficientes do polinômio; (b) Comando para
traçar os gráficos e indicação dos valores do ponto de compressão de 1dB; (c)
Comandos de operação........................................................................................ 123
Figura 6.3. Figura da janela atrelada ao comando CONFIG............................. 124
Figura 6.4. Comando na parte superior da primeira janela do programa......... 124
Figura 6.5. Tela para análise no domínio do tempo............................................ 125
Figura 6.6. (a) Entrada de dados para as portadoras: amplitude e freqüência;
(b) Apresentação dos coeficientes da série de Taylor; (c) Seleção do número
de portadoras e da quantidade de pontos a serem plotados................................ 126
Figura 6.7. Tela com análise no domínio da freqüência..................................... 127
Figura 6.8. (a) Escolha da impedância característica de trabalho, para de-
terminação dos valores de potência; (b) Escolha dos produtos de intermodu-
lação e do número de portadoras a ser apresentado no gráfico; (c) Escolha da
indicação de valores de cada componente no espectro de freqüências............... 127
Figura 6.9. Espectro de freqüências com indicação do nível de amplitude........ 128
Figura 6.10. Tela inicial do programa para cálculo de enlaces via satélite....... 129
Figura 6.11. Entrada de dados referentes à taxa de transmissão e ao tipo de
modulação............................................................................................................. 129
Figura 6.12. Dados do Satélite empregado no enlace......................................... 130
Figura 6.13. Janela para entrada dos dados de freqüência dos enlaces de su-
bida e descida e as temperaturas de ruído da antena de recepção e os amplifi-
cadores de baixo ruído LNA - LNB...................................................................... 130
Figura 6.14. Janela com opções de cálculos oferecidas pelo programa............. 131
Figura 6.15. Janela para entrada de dados para cálculo da potência de
transmissão........................................................................................................... 131
v
Figura 6.16. Tela final com a apresentação dos resultados da potência de
transmissão em [W] e [dBW]............................................................................... 132
Figura 6.17. Janela para entrada de dados para cálculo do ganho da antena
de transmissão...................................................................................................... 133
Figura 6.18. Tela final com a apresentação dos resultados do ganho da ante-
na transmissora e seu diâmetro........................................................................... 134
Figura 6.19. Janela para a entrada de dados para cálculo do ganho da antena
de recepção........................................................................................................... 135
Figura 6.20. Tela final com a apresentação dos resultados de ganho da ante-
na de recepção com o diâmetro estimado............................................................ 135
Figura 6.21. Janela de entrada dos dados para cálculo do back-off.................. 136
Figura 6.22. Tela final com a apresentação dos resultados do cálculo de
back-off................................................................................................................. 137
Figura 6.23. Tela com indicação de erro............................................................. 137
Figura C.1. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saída
do amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 não atendidas.............. 146
Figura C.2. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saída
do amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 atendidas..................... 147
Figura C.3. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saída
do amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 não atendidas.............. 148
Figura C.4. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saída
do amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 atendidas..................... 149
Figura D.1. Estrutura básica de um enlace via satélite....................................... 150
Figura I.1. descrição das coordenadas de um ponto sobre o globo terrestre..... 170
Figura II.1. Curva de desempenho da demodulação FM.................................... 175
Figura II.2. Forma de onda de um sinal modulado em BPSK............................ 176
Figura II.3. Diagrama de Constelação da modulação BPSK............................. 176
Figura II.4. Diagrama de constelação da modulação QPSK.............................. 177
Figura II.5. Diagrama de constelação da modulação 8PSK.............................. 177
Figura II.6. Diagrama de constelação da modulação 16QAM........................... 178
Figura II.7. Probabilidade de Erro de símbolo em função da relação (E
b
/N
0
).. 179
Figura III.1. Amplificador Ideal.......................................................................... 181
Figura III.2. Associação de amplificadores........................................................ 183
Figura III.3. Associação Híbrida de amplificadores e atenuadores................... 184
Figura III.4. Estação básica de recepção de sinais via satélite.......................... 185
vi
Lista de Símbolos
RXA
A
Atenuação por apontamento na antena de recepção.
TXA
A
Atenuação por apontamento na antena de transmissão.
e
A
Atenuação por espaço livre.
EFETIVA
A
Área efetiva da antena parabólica.
POL
A
Atenuação por erro de polarização da onda eletromagnética ao
trafegar pela ionosfera.
01,0
A
Predição de atenuação excedida para 0,01% na média anual da taxa
pluviométrica.
θ
â
Vetor unitário ortogonal a
φ
â .
φ
â
Vetor unitário ortogonal a
θ
â .
in
BO
Back-off de entrada.
out
BO
Back-off de saída.
b
Taxa de transmissão em bps.
N
C
Relação portadora/ruído.
IMD
N
C
Relação portadora/ruído de intermodulação.
u
N
C
Relação portadora/ruído de subida.
d
N
C
Relação portadora/ruído de descida.
D
Diâmetro do refletor parabólico principal.
()
00
,
φ
D
Diretividade para um determinado ângulo sólido.
a
d
Diâmetro da flange do alimentador.
h
d
Diâmetro do refletor hiperbólico auxiliar.
S
d
Diâmetro da seção transversal do alimentador.
FDMA
D
Atraso total sofrido pela mensagem no sistema FDMA.
TDMA
D
Atraso total sofrido pela mensagem no sistema TDMA.
Vetor campo elétrico.
b
E
Energia de bit.
vii
0
E
Intensidade do campo na origem do sistema.
θ
E
Amplitude da componente do campo elétrico.
φ
E
Amplitude da componente do campo elétrico.
SAT
EIRP
Potência efetivamente radiada pelo satélite.
a
f
Distância entre o alimentador e o foco do refletor principal na antena
casegrain.
d
f
Distância do ponto focal do refletor parabólico principal.
e
f
Distância equivalente do refletor principal.
()
φ
,f
Estabelece a função de radiação.
()
dB
G
Ganho de uma antena parabólica da direção
.
RX
G
Ganho de recepção da estação terrena.
SATRX
G
Ganho de recepção do satélite.
TX
G
Ganho de recepção da estação terrena.
T
G
Fator de mérito de uma estação de recepção.
SAT
T
G
Fator de mérito do satélite.
R
h
Altura da chuva.
S
h
Altura da estação terrena.
K
Eficiência de radiação.
1
K
Coeficiente do termo de primeira ordem da série de Taylor.
N
K
Coeficiente do termo de n-ésima ordem da série de Taylor.
k
Coeficientes numéricos para determinação do fator de atenuação.
H
k
Coeficientes numéricos para determinação do fator de atenuação,
para polarização horizontal
V
k
Coeficientes numéricos para determinação do fator de atenuação,
para polarização vertical
e
L
Comprimento efetivo percorrido pela onda dentro da condição de
chuva.
M
Número total de estações na rede.
0
N
Energia de ruído.
P
Intensidade de potência que alimenta o elemento radiante.
()
KP
Probabilidade de se ter (K) novas mensagens no intervalo (τ).
viii
S
P
()
0== KPP
S
TX
P
Potência de transmissão.
RX
P
Potência de Recepção.
R
Taxa de transmissão da rede.
m
R
Máxima taxa de transmissão média da m-ésima estação da rede de
comunicação.
1
R
Máxima taxa de transmissão média da primeira estação da rede de
comunicação.
FDMA
R
Taxa de transmissão total exigida pelo sistema FDMA.
TDMA
R
Taxa de transmissão total exigida pelo sistema TDMA.
01,0
R
Taxa pluviométrica da estação para 0,01% na média anual.
r
Distância radial.
()
00
,
φ
S Densidade de potência na direção
(
)
00
,
φ
.
N
S
Relação sinal/ruído.
T
Tempo total de frame em TDMA.
A
T
Temperatura equivalente de ruído da antena.
()
φ
,
b
T
Temperatura de brilho de radiação do corpo localizado na
direção
()
φ
, em que a antena oferece ganho
(
)
φ
,G .
()
tV
in
Sinal de tensão na entrada de um amplificador de RF com
comportamento não linear.
()
tV
out
Sinal de tensão na saída de um amplificador de RF com
comportamento não linear.
W
Tempo médio de espera de um pacote para ser transmitido.
TDMA
W
Tempo médio de espera de um pacote para ser transmitido no sistema
TDMA.
α
Defasagem no tempo entre as componentes ortogonais.
α
Coeficientes numéricos para determinação do fator de atenuação.
H
α
Coeficientes numéricos para determinação do fator de atenuação,
para polarização horizontal
V
α
Coeficientes numéricos para determinação do fator de atenuação,
para polarização vertical
β
Eficiência global de um refletor parabólico.
γ
Eficiência de abertura.
R
γ
Fator de atenuação por chuva.
a
η
Eficiência do alimentador.
ix
λ
Comprimento de onda de operação da antena.
λ
Taxa total dos pacotes transmitidos.
t
λ
Taxa total de transmissão.
r
λ
Taxa dos pacotes rejeitados.
π
Pi,3,14159
dB3
Abertura de feixe de uma antena com refletor parabólico.
1
ρ
Vazão do Canal (throughput).
ALOHA
ρ
Vazão para técnica ALOHA.
ALOHAS
ρ
Vazão para técnica S-ALOHA.
d
A
Somatório das atenuações no down-link.
u
A
Somatório das atenuações no up-link.
τ
Tempo de transmissão do pacote.
TDMA
τ
Tempo de transmissão do pacote utilizando a técnica TDMA.
ω
Freqüência angular do sinal elétrico.
ξ
Erro de polarização devido a rotação de Faraday.
SAT
Ψ
Fluxo de saturação do satélite.
Q
Demonstração matemática concluída.
x
Lista de Siglas
ALOHA Técnica de múltiplo acesso que emprega algoritmos aleatórios,
desenvolvida na Universidade do Havaí na década de 70.
ATSC-S Padrão americano para transmissão de vídeo digital via satélite, do inglês
American Television Society Committee- Satellite
BER Taxa de erro de bit, do inglês Bit Error Rate.
BRASILSAT Frota de satélites lançados pela EMBRATEL e hoje de propriedade da
STARONE.
CDMA Múltiplo Acesso por Divisão de Código, do inglês Code Division Multiple
Access.
DAMA Múltiplo Acesso por Demanda, do inglês Demand Assignment Multiple
Access.
DVB-S Padrão europeu para transmissão de vídeo digital via satélite, do inglês
Digital Video Broadcasting - Satellite.
dB Ganho em decibels.
dBi Ganho em decibels tendo como referência a antena isotrópica.
DFT Transformada discreta de Fourier, do inglês Discrete Fourier Transform.
FDM Multiplexação por Divisão de Freqüência, do inglês Frequency Division
Multiplex.
FDMA Múltiplo Acesso por Divisão de Freqüência, do inglês Frequency Division
Multiple Access.
FEC Fator de correção de erro, do inglês Forward Error Correction
FFT Transformada rápida de Fourier, do inglês Fast Fourier Transform.
FI Freqüência intermediária em sistemas de rádio, Frequency Intermediary.
FM Frequency Modulation.
FSK Modulação com chaveamento de Freqüência, do inglês Frequency Shift
Keying.
GEO Sigla utilizada para representar satélite de órbita geoestacionária.
HPA Amplificador de alta potência, do inglês High Power Amplifier.
xi
IEEE Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica, do inglês Institute of
Electrical and Electronic Engineers.
INMARSAT Empresa provedora de acesso via satélite para uso móvel voltado
inicialmente para navegação.
INTELSAT Consórcio internacional para comunicação via satélite do qual empresas
brasileiras fazem parte.
IMD Intermodulação, do inglês intermodulation.
ISDB-S Padrão japonês para transmissão de vídeo digital via satélite, do inglês
Integrated Service Digital Broadcasting - Satellite..
LEO Sigla empregada para representar satélites de órbita baixa, do inglês Low
Earth Orbit.
LNA Amplificador de Baixo Ruído, do inglês Low Noise Amplifier.
LNB Bloco de amplificação de baixo ruído, combinado com conversor de
freqüência, do inglês Low Noise Block.
LNBF LNB construído de forma conjugada ao alimentador das antenas.
Largamente empregado na recepção de satélite para uso residencial.
MCPC Utilização da portadora com múltiplos canais de forma simultânea, do
inglês Multiple Channel Per Carrier.
MEO Sigla empregada para representar satélites de órbita mediana, do inglês
Medium Earth Orbit.
MPEG-2 Padrão para compressão de vídeo, do inglês Motion Picture Expert Group.
PANANSAT Empresa provedora de acesso via satélite com maior foco na cobertura do
território americano.
PDF Função densidade de probabilidade, do inglês Probalitity densidade
function.
PDMA Múltiplo Acesso por Divisão de Polarização, do inglês Polarization Division
Multiple Access.
PLL Phase Lock Loop.
PSK Modulação com chaveamento de fase, do inglês Phase Shift Keying
QAM Modulação digital com chaveamento de fase e amplitude pela combinação
de portadoras em quadratura, do inglês Quadrature Amplitude Modulation.
xii
QPSK Modulação com chaveamento e deslocamento de fase em quadratura, do
inglês Quadrature Shift Keying.
R-ALOHA Técnica ALOHA com reserva de time slot.
S-ALOHA Técnica ALOHA com segmentação do tempo.
SCPC Utilização de uma portadora para um único canal, do inglês Single Carrier
Per Channel.
SDMA Múltiplo Acesso por Divisão de Espaço, do inglês Space Division Multiple
Access.
SPADE Single carrier per channel Pulse code modulated multiple Access Demand
assignment Equipment.
TDM Multiplexação por Divisão de Tempo, do inglês Time Division Multiplex.
TDMA Múltiplo Acesso por Divisão de Tempo, do inglês Time Division Multiple
Access.
TVRO Recepção via satélite para uso específico em TV, do inglês Television
Reception Only.
VCO Voltage Control Oscillator.
VSAT Terminal de pequena dimensão utilizado para rede de dados em
comunicação via satélite, do inglês Very Small Aperture Terminal
VSWR Relação de Onda Estacionária, medida com valores de Tensão; do inglês
Voltage Stationary Wave Ratio.
xiii
Resumo
Marins, C. N. M. Estudo analítico de um enlace digital de comunicação via
satélite em condição orbital geoestacionária. Santa Rita do Sapucaí. 2004. Instituto
Nacional de Telecomunicações.
Os enlaces via satélite são afetados pelas condições de propagação oferecidas pelo
meio e pelas distorções geradas pelo próprio repetidor orbital. As atenuações e
perdas decorrentes do meio e dos componentes passivos são bastante discutidas e
bem definidas. No entanto, os sistemas, em alguns casos, são sobre dimensionados
para atender às possíveis degenerações que não são consideradas nos cálculos. Este
trabalho apresenta uma análise de todo enlace via satélite, discutindo de forma mais
intensa os produtos de intermodulação e as degenerações provocadas pelos
transponders que afetam a relação portadora/ruído. Com equações, obtidas através
de indução finita, é possível obter os valores da relação portadora/ruído de
intermodulação em função da amplitude das portadoras, do número de portadoras
que trafegam simultaneamente pelo repetidor orbital, e da função de transferência do
transponder.
Palavras-chave: Enlaces via satélite, Intermodulação, Não-linearidade,
Transponder, Estações terrenas.
xiv
Abstract
Marins, C. N. M. Analytic and numerical approach to digital satellite
communications links in the geo stationary orbit. Santa Rita do Sapucaí. 2004.
National Institute of Telecommunications.
The links of satellites are affected by propagation conditions and distortions that are
generated by devices. The propagation losses as well as the passive components
attenuation are very simple to analyze, but many calculations involved with the
complete link demand to discover the carrier to inter-modulation ratio. This work
presents an innovative set of equations to calculate the carrier-to-inter-modulation
ratio, with number and amplitude of carriers and features of the transponders. The
equations are developed by the finite induction methods and permit to have a very
good results of the performance of the satellite with respect to the non-linearity
comportment.
Key-words: Satellite links, Non-linearity transponders, Earth communication
stations, inter-modulation.
Capítulo 1
Introdução
1.1. Composição da dissertação
Este trabalho de dissertação está dividido em sete capítulos para abordar, de
forma direta, o desenvolvimento de enlaces via satélite. Ao longo do curso de mes-
trado, dois programas computacionais foram desenvolvidos de forma a ilustrar a não
linearidade oferecida pelos transponders dos satélites e o projeto de um enlace digi-
tal de comunicação via satélite.
O Capítulo 2 aborda, de forma abrangente, a concepção da comunicação via
satélite, apresentando, inicialmente, as configurações básicas das estações. Com estas
informações foram discutidos os tipos de antenas mais empregados neste conceito de
comunicação e suas principais vantagens e desvantagens, baseadas em parâmetros
técnicos de maior relevância. Além disso, foram apresentadas as modulações consa-
gradas para este tipo de aplicação, bem como os equipamentos eletrônicos que fazem
parte do projeto total dos enlaces e estações.
No Capítulo 3, foram discutidas as técnicas mais usuais de múltiplo acesso em
comunicação via satélite e os protocolos de grande utilização em redes de dados para
uso corporativo. Este capítulo oferece subsídios para que, no capítulo seguinte, sejam
abordados os impactos da não-linearidade dos transponders nos sinais e como a es-
colha da técnica de múltiplo acesso pode beneficiar o desempenho dos sistemas.
O Capítulo 4 descreve o comportamento não linear dos transponders e propõe
dois Lemas que podem beneficiar o projeto dos enlaces. No Lema 1, se discute a
2
melhor forma de alocação das portadoras ao longo da banda do transponder, para
que o efeito de degeneração provocado pelos produtos de intermodulação sejam mi-
nimizados. No Lema 2, são apresentadas equações para cálculo das relações portado-
ra/ruído de intermodulação, dentro das condições impostas pelo Lema 1. Este capí-
tulo oferece uma grande contribuição na dissertação, pois apresenta uma forma sis-
tematizada de considerar a degeneração provocada pela não-linearidade no cálculo
dos enlaces. Na literatura clássica atual, os efeitos da não-linearidade são comenta-
dos, mas não existe uma abordagem matemática que os quantifique, o que motivou a
formulação de resultados originais na literatura e citados neste capítulo.
No Capítulo 5, se descreve todo o equacionamento dos enlaces via satélite,
com todas as equações das relações portadora/ruído, levando em conta os desenvol-
vimentos abordados no Capítulo 4. O Capítulo 5 é o responsável pelas rotinas com-
putacionais empregadas no programa para cálculo de enlace via satélite, apresentado
no Capítulo 6. No Capítulo 5, ainda estão abordadas todas as perdas provocadas pelo
meio de propagação, com destaque para a atenuação por chuva que foi abordada se-
gundo as especificações da União Internacional de Telecomunicações, bem como as
perdas oferecidas por componentes passivos e linhas de transmissão.
O Capítulo 6 apresenta as duas plataformas computacionais geradas ao longo
do curso de mestrado. A primeira ferramenta computacional é um programa para
análise de amplificadores que funcionou como uma grande ferramenta para a valida-
ção do Lema 1. O segundo programa é voltado para o cálculo de enlace via satélite,
que oferece quatro rotinas para determinação dos principais fatores e parâmetros em
um link de satélite. Ambas as plataformas são programas originais.
Por último, o Capítulo 7 apresenta os principais objetivos alcançados por este
trabalho e sugere novas linhas de trabalho dentro desta área de pesquisa.
Os apêndices e anexos são complementos do texto principal, na intenção de fa-
cilitar a leitura e apresentar detalhes não essenciais para o entendimento do texto. No
Apêndice A, estão apresentadas todas as faixas de freqüências empregadas em mi-
croondas , com a nomenclatura e a banda que abrange. O Apêndice B apresenta re-
sultados que validam as equações para cálculo da abertura de feixe nas antenas. O
Apêndice C apresenta alguns dos resultados dos produtos de intermodulação, para
3
análise com três e quatro portadoras, que permitiram formular, através do Método de
Indução Finita, os Lemas enunciados no Capítulo 4. No Apêndice D, está a demons-
tração referente à dedução da equação (5.4) apresentada no Capítulo 5. Para finalizar,
o Apêndice E apresenta as listagens dos programas apresentados no Capítulo 6.
No Anexo I, estão apresentadas as equações para determinação de azimute e
elevação das antenas utilizadas nas estações terrenas e a distância entre as mesmas e
os satélites. No Anexo II, são apresentadas as equações básicas das modulações e os
gráficos de desempenho para os casos mais usuais em comunicação via satélite. No
Anexo III, é feita a apresentação dos cálculos de temperatura equivalente de ruído,
figura de ruído e relação (G/T).
4
Capítulo 2
Estações Terrenas em Comunicação Via Satélite
com Órbita Geoestacionária
2.1. Introdução
Um enlace de comunicação via satélite, operando em SHF e em posição orbital
geoestacionária, conta com vários fatores de degradação que estão ligados ao meio
de transmissão, aos equipamentos utilizados em suas estações terrenas e ao próprio
satélite, que funciona como elemento de repetição nesta análise.
Para que o sistema consiga oferecer desempenhos satisfatórios nos mais dife-
rentes tipos de aplicações e serviços, é de grande importância que as estações de
transmissão e recepção sejam devidamente dimensionadas, para que possam atender,
de forma mais apropriada, a todas as possíveis aplicações comentadas no capítulo 1.
Como qualquer outro tipo de comunicação via rádio, o sistema via satélite po-
derá oferecer tráfego de informação em um ou em ambos os sentidos, dependendo do
tipo de aplicação oferecida.
A transmissão de sinais em apenas uma direção pode ser visualizada através da
Figura 2.1. Na condição (a) o sistema atende apenas a um ponto de recepção en-
quanto na condição (b) vários pontos de recepção são contemplados com o sinal da
estação de transmissão.
A configuração apresentada em (b) é a mais empregada dentre as duas apre-
sentadas pela Figura 2.1, pois seu uso é bastante comum para difusão de informa-
5
ções, como é realizado em transmissão de sinais de televisão e rádio para todo terri-
tório nacional.
Satélit e
Enlace de subida
(Up-Link)
Enlace de Descida
(Down-Link)
Esta ç ã o de
Transmissão
Esta ç ão de
Recepção
Saté lite
Enlace de subida
(Up- Link)
Enlace de Descida
(Down-Link)
Estação de
Transmissão
Esta ç õe s de
Recepção
(a) (b)
Figura 2.1. (a) Enlace ponto - ponto em apenas um sentido;
(b) Enlace ponto - múltiplos pontos em apenas um sentido.
Para transmissões bidirecionais as estruturas instaladas nos extremos do enlace
são muito semelhantes no que diz respeito aos componentes envolvidos. As especifi-
cações destes componentes é que se alteram, para que o sistema atenda às necessida-
des técnicas e financeiras. A Figura 2.2 apresenta as possibilidades de enlaces bidire-
cionais.
Satélite
Enla ce de subida
(Up-Link)
Enlace de descida
(Down-Link)
Estão de
Transmissão
Estão de
Recepção
Satélite
Enl ace de su bid a
(Up-Link)
Enl ace de su bi da
(Down-Link)
Est ação de
Transmiss ão
Estão de
Recepção
(a) (b)
Figura 2.2. (a) Enlace ponto - ponto nos dois sentidos, empregado em sistemas telefônicos para co-
nexão de longa distância nacional e internacional;
(b) Enlace ponto - múltiplos pontos nos dois sentidos, comum em redes VSAT.
6
2.2. Configurações básicas das estações
As configurações básicas das estações de transmissão e recepção do enlace re-
presentado pela Figura 2.1 podem ser visualizadas, respectivamente, nas Figuras 2.3
e 2.4.
Modulador
Conversor de
Freqüência
( Up-Converter)
Amplificador
(HPA)
Informação
(Análoga ou Digital)
FI
70MHz ou 140MHz
Antena
Figura 2.3. Configuração básica de uma estação de transmissão para operação em um sentido.
Na transmissão, podemos visualizar que a informação analógica ou digital é
modulada e entregue, na saída do modulador, com uma freqüência intermediária (FI)
que pode variar de acordo com o sistema ou configuração. O valores típicos usados
hoje em dia são 70 ou 140 (MHz).
Para sistemas analógicos a modulação em freqüência (FM) predomina, en-
quanto em sistemas digitais existe uma gama maior de possibilidades, tais como
2FSK, BPSK, QPSK, 8PSK e 16QAM com suas derivações.
Nos sistemas digitais, as modulações de ordem mais elevada podem promover
uma redução espectral considerável. No entanto, por limitações de linearidade nos
satélites, o uso de modulões QAM é acompanhado de muitas restrições, o que faz
seu uso bastante limitado.
O sinal modulado em FI é convertido pelo Up-Converter para faixa de trans-
missão do enlace, podendo ocorrer em Banda C, Banda X, Banda Ku, Banda Ka e
outras (Apêndice A).
O sinal modulado e convertido para sua faixa de canal é amplificado pelo am-
plificador de alta potência (HPA - High Power Amplifier) e aplicado a uma antena de
transmissão que o irradia em direção ao satélite, com o vel de potência adequado
para atender às necessidades do enlace.
7
LNA
Down-Converter
Down
Converter
LNB
FI
70MHz ou 140MHz
Antena
Demodulador
Informação
(Análoga ou Digital)
Banda L
Figura 2.4. Configuração básica de uma estação de recepção para operação em apenas um sentido.
O sinal retransmitido pelo satélite é recebido pela antena da estação de recep-
ção e amplificado por uma estrutura de baixo ruído (LNA - Low Noise Amplifier).
Este sinal, ainda na faixa de freqüência de recepção em SHF, é convertido para ban-
da L ou para 70MHz (140MHz). O sinal de FI é aplicado ao demodulador que ofere-
ce, na saída do sistema, o sinal de informação analógico ou digital.
Quando o LNA e o conversor são construídos em um mesmo módulo e a con-
versão de freqüência é realizada de SHF para banda L, o conjunto é chamando de
LNB (Low Noise Block).
No mercado de comunicação via satélite é comum, principalmente em banda
Ku, a comercialização de um módulo composto pelo iluminador e pelo LNB, for-
mando uma única peça. Esta estrutura é denominada LNBF (LNB Feed Assembly).
Tanto o LNA como o LNB são muito encontrados em sistemas profissionais,
sendo o LNA em estruturas bidirecionais e o LNB em estruturas unidirecionais. O
LNBF é encontrado em grande escala, mas somente em sistemas de uso residencial
para TVRO (Television Reception Only).
A Figura 2.5 apresenta a configuração básica de uma estação bidirecional que é
adotada nos extremos dos sistemas ponto-ponto ou ponto-múltiplos pontos.
Esta configuração é a união de uma estrutura de transmissão com outra de re-
cepção, que compartilham uma mesma antena, utilizando um combinador de sinais
com níveis diferentes que operam em freqüências distintas.
Nas figuras anteriores, tanto para enlaces unidirecionais como para enlaces bi-
direcionais, não foi apresentado nenhum tipo de rastreador de sinais para as antenas.
No entanto, em comunicações via satélites geo-estacionários, é comum a utilização
de sistemas de rastreamento (tracking systems) realimentados pelo vel de sinal re-
8
cebido, que permitem sempre o melhor posicionamento das antenas que possuem alta
diretividade, com pequenas aberturas de feixe. Neste trabalho não se pretende abor-
dar as estruturas de rastreamento.
LNA Down-Converter
Down
Converter
LNB
FI
70MHz ou 140MHz
Demodulador
Informação
(Análoga ou Digital)
Banda L
Antena
Amplificador
(HPA)
Conversor de
Frequência
(Up-Converter)
Modulador
FI
70MHz ou 140MHz
Informação
(Análoga ou Digital)
Diplexer
Figura 2.5. Configuração básica de uma estação de transmissão para operação bidirecional.
Nos tópicos seguintes serão apresentados cada um dos elementos que constitu-
em uma estação terrena, com o estudo de seus principais parâmetros.
2.3. Antenas empregadas nas estações terrenas
Em enlaces de microondas via satélite as antenas mais comuns derivam de três
principais classes de antenas, sendo estas
1
:
q Antenas cornetas (Horn Antenna);
q Rede de antenas em fase (Phased Array Antenna).
q Antenas parabólicas (Parabolic Antenna);
As antenas do tipo corneta o muito utilizadas como elemento de referência
em testes de componentes dos sistemas via satélite, pois oferecem altas figuras de
mérito. O uso destas antenas em aplicações comerciais não foi difundido, pois, quan-
do se necessita de ganhos elevados, o tamanho das estruturas cresce bastante, au-
mentando o custo. O uso de cornetas foi de grande relevância nos primeiros sistemas
9
de comunicação via satélite, como nas experiências realizadas com o TELSTAR na
França
2
.
As redes de antenas em fase são usadas quando o feixe ou a cobertura do saté-
lite está em constante movimento, como no caso de satélites de órbita mediana e bai-
xa, ou para enlace com satélite geoestacionário com um dos terminais, sendo móvel,
em terra. Dentro deste conceito existem modelos clássicos muito presentes no mer-
cado atual.
A localização de veículos utiliza enlaces de rádio com satélites geoestacionári-
os trabalhando com taxas de transmissão muito baixas, exigindo pequenas larguras
de faixa e, conseqüentemente, níveis muito pequenos de sinal para viabilizar a co-
municação.
Neste caso, as redes de antenas em fase com baixa diretividade, são construídas
em circuito impresso com elementos de micro-linhas, possibilitando à unidade móvel
se comunicar em qualquer ponto de operação do satélite, sem a necessidade de
apontamento manual ou automático.
Outro exemplo de uso de redes de antenas em fase, são as unidades de comuni-
cação empregadas com os satélites INMARSAT. Para possibilitar a construção da
antena de forma a facilitar o transporte e a adaptação com os outros equipamentos,
o utilizadas estruturas em micro-linha, montadas em substratos planos e de fácil
acomodação. Com um número maior de elementos, esta rede se torna mais diretiva
exigindo apontamento. Na maioria dos casos o apontamento é simples e rápido, per-
mitindo o uso destes equipamentos em embarcações marítimas, em coberturas jorna-
sticas de guerras e catástrofes naturais, bem como em outras condições adversas.
Em todos estes exemplos o baixo ganho das antenas limita a operação dos en-
laces com taxas elevadas de transmissão. Quando se necessita de taxas mais altas é
imprescindível o uso de antenas de maior ganho.
Por este motivo, as antenas com uso de refletores parabólicos foram as que
trouxeram mais vantagens para os enlaces com satélites geo-estacionários, aliando
altos ganhos com pequenas dimensões, baixo custo e facilidade de instalação.
Dentre os modelos mais encontrados no mercado, podemos destacar as antenas
com montagem simétrica, conhecidas como prime-focus; as antenas com iluminação
10
deslocadas, chamadas de offset antennas; e as antenas com duplo refletor que se di-
videm em dois outros tipos chamados de cassegrain antennas e gregorian antennas.
2.3.1. Antenas Prime-Focus
A antena prime-focus é aquela em que o alimentador (feeder) é instalado no
ponto focal do refletor parabólico (parabolóide). A maior limitação desta configura-
ção é a redução da eficiência, devido ao fato de o iluminador bloquear parte da área
iluminada do refletor.
Esta obstrução, além de reduzir a eficiência, também aumenta a intensidade
dos lóbulos laterais, devido à difração por obstáculo. Esta condição de aumento dos
lóbulos laterais faz com que a radiação emitida pela superfície terrestre seja captada
pelo iluminador, como se ocorresse um transbordamento da área iluminada. A con-
seqüência deste efeito é o aumento da temperatura de ruído das antenas
3
.
Os lóbulos laterais e, conseqüentemente, o transbordamento podem ser atenua-
dos, se o diâmetro do alimentador for diminuído. Para obter uma baixa temperatura
de ruído, faz-se necessário a utilização de um alimentador direcional e uma maior
distância do ponto focal
1
.
Transbordamento
(bulos Laterais)
Diagrama do
Iluminador
Superfície Terrestre
Refletor
Parabólico
Distância
Focal
Iluminador
(Alimentador)
ø
0
Ψ
0
D
Figura 2.6. Antena prime-focus com refletor simétrico.
Este tipo de antena não é o mais adequado para a instalação de circuitos e mó-
dulos eletrônicos atrás ou ao lado do iluminador. O volume destes módulos pode
aumentar, consideravelmente, o efeito de obstrução.
11
Por este motivo, este tipo de antena é largamente utilizado para estações onde
só ocorre recepção, pois a dimensão dos módulos amplificadores de baixo ruído
(LNA e LNB), em pouco, irão prejudicar o desempenho da antena, como apresentado
na Figura 2.6.
2.3.2. Antena Prime-Focus com montagem Offset
A antena prime-focus com montagem offset é aquela em que o alimentador se
localiza no foco, mas com uma angulão em relação ao vértice do refletor parabóli-
co, como demonstrado na Figura 2.7. Esta construção resulta numa iluminação de
apenas um dos lados do parabolóide, o que permite a instalação de módulos eletrôni-
cos, tanto para recepção como para transmissão, junto ao iluminador (feeder), sem
que ocorra nenhum tipo de obstrução à área iluminada.
Conseqüentemente, a eficiência da antena aumenta, se comparada à configura-
ção simétrica. No entanto, como os lóbulos laterais (transbordamento) continuam
voltados para a terra, a temperatura equivalente de ruído da antena continua nos
mesmos patamares que os encontrados para a condição anterior.
A análise de várias antenas de diferentes fabricantes possibilitou a obtenção de
valores médios de eficiência para as antenas prime-focus com montagem simétrica
ou offset.
ø
0
Ψ
0
Vértice do Refletor Parabólico
Transbordamento
(Lóbulos Laterais)
Iluminador
(Alimentador)
Distância
Focal
Refletor
Parabólico
Superfície
Terrestre
Figura 2.7. Antena parabólica com montagem offset.
Os resultados apontaram para eficiências em torno de 60% para as antenas si-
métricas e 70% para as antenas offset. As análises foram realizadas através dos dados
12
fornecidos pela Andrew Corporation, JONSA Satellite Antennas, Patriot Antenna
Systems, VISIOSAT e BRASILSAT
4,5,6,7,8
.
2.3.3. Antena Casegrain
A antena do tipo casegrain é uma estrutura formada por dois refletores e um
alimentador (feeder). Na Figura 2.8, o refletor de maior dimensão é parabólico e de-
nominado de refletor principal. O refletor hiperlico de dimensão menor é denomi-
nado refletor auxiliar
1
.
Ψ
0
ø
0
Sub-Refletor
Hiperbólico
B
ø
0
Refletor
Parabólico
Radiação
espalhada pelo
sub-refletor
Iluminador
(Alimentador)
Superfície Terrestre
Figura 2.8. Antena com duplo refletor do tipo casegrain.
Estes dois refletores são devidamente posicionados no intuito de estabelecer
um conjunto que garanta a maior eficiência de irradiação, apresentando resultados
que solucionem os problemas apontados pelas configurações já discutidas anterior-
mente.
A disposição dos três componentes que compõem a antena casegrain depende-
rá dos focos dos dois refletores empregados na estrutura. O alimentador é instalado
no vértice do refletor principal, na posição do primeiro foco do refletor auxiliar que,
na Figura 2.8, está representado pelo ponto A e o segundo foco do refletor auxiliar
deve coincidir com o ponto focal do refletor principal, como representado pelo ponto
B.
13
A configuração da antena casegrain permite que os equipamentos de transmis-
o e recepção sejam instalados junto ao alimentador sem que ocorram atenuações
elevadas. Para antenas de grandes dimensões instaladas em grandes tele-portos, as
distâncias entre os alimentadores e os ambientes onde estão instalados os equipa-
mentos são muito grandes. No intuito de não trabalhar com altas perdas com cabos
ou guias de onda, os equipamentos de transmissão e recepção são ligados aos ali-
mentadores através de estruturas de reflexão guiada, como na Figura 2.9
1,9,10
. Toda
esta estrutura permite que as antenas de grande porte sejam movimentadas nos dois
planos, com possibilidade de ajuste dos ângulos de azimute e elevão.
D
A B
C
Iluminador
Primeiro
Refletor Plano
Segundo
Refletor Curvado
Terceiro
Refletor Curvado
Quarto
Refletor Plano
Refletor
Principal
Ponto Virtual do Iluminador em configuração convencional
Figura 2.9. Estrutura para reflexão da onda eletromagnética entre o iluminador
e a antena, sem uso de cabos ou guias de onda.
A antena casegrain é modelada usando o conceito de um refletor parabólico
equivalente, resultando em uma estrutura igual à prime–focus, com um único refletor
14
parabólico e de igual diâmetro ao refletor principal, mas com uma distância focal
diferente, dada por f
e
, como apresentado na Figura 2.10
1,11
.
ø
0
d
s
f
e
f
d
f
a
D
ø
e
d
h
A
B
Figura 2.10. Antena casegrain com duplo refletor e o modelo equivalente
com refletor único e alimentação no ponto focal.
Comparando a antena casegrain de duplo refletor com a sua estrutura equiva-
lente, conclui-se que a mesma ocupa um pequeno volume pois f
d
< f
e
, mas com a
vantagem de uma antena com grande distância focal. As antenas com maior distância
focal apresentam como vantagem uma maior uniformidade de iluminação em todo
refletor. Em contrapartida, as temperaturas equivalentes de ruído o mais elevadas.
As antenas casegrain oferecem temperaturas equivalentes de ruído muito bai-
xas, por dois motivos principais: primeiro, os lóbulos laterais (transbordamento) do
iluminador estão voltados para o espaço e não para a terra, como ocorre nas antenas
apresentadas anteriormente; o segundo motivo está ligado à diretividade do alimen-
tador que é muito maior, resultando em lóbulos laterais muito menores.
O alto valor da distância focal equivalente à f
e
permite o uso de alimentadores
direcionais. Desta forma as distâncias f
d
e f
a
podem ser reduzidas atenuando conside-
ravelmente os lóbulos laterais.
A desvantagem da antena casegrain está relacionada aos efeitos gerados pela
obstrução do refletor auxiliar. Esta obstrução causa uma pequena redução de ganho e
de largura de feixe e um significativo aumento dos lóbulos laterais.
15
Estes efeitos são desprezíveis para pequenos valores da fração (d
h
/D). Para an-
tenas de médio porte os efeitos do refletor auxiliar podem ser administrados, se as
dimensões envolvidas na construção das antenas seguirem as relações apresentadas
nas equações 2.1 e 2.2
9
.
h
a
d
a
d
d
f
f
=
(2.1)
=
a
d
a
f
d
η
λ2
(2.2)
onde
a
f é a distância entre o alimentador e o foco do refletor principal (A-B),
d
f é a
distância do ponto focal do refletor parabólico principal,
e
f é a distância focal equi-
valente do refletor principal,
a
d é o diâmetro da flange do alimentador,
h
d é o diâ-
metro do refletor hiperlico auxiliar, D é o diâmetro do refletor parabólico principal
e
a
η é a eficiência do alimentador.
2.3.4. Antena Gregoriana
A construção da antena gregoriana é baseada na configuração do telescópio
gregoriano, que possui um refletor principal com aspecto parabólico e um refletor
auxiliar elíptico. A forma de operação é intica à da antena casegrain, como pode
ser visualizado na Figura 2.11
3
.
Nas antenas de grande porte para aplicações comerciais, a escolha da configu-
ração casegrain ou gregoriana ocorre muito em função do fabricante escolhido, pois
são os mesmos que optam por uma ou outra configuração nos seus processos de fa-
bricação, dado que estas antenas apresentam desempenhos equivalentes.
Tanto para as antenas casegrain como para as antenas gregorianas, pode-se
utilizar a técnica de construção offset, no intuito de eliminar os problemas causados
pelo refletor auxiliar.
Normalmente, os fabricantes oferecem a eficiência total da estrutura, mas nun-
ca os fatores de perda de cada um dos elementos que a compõem. A tabela 2.1, ex-
traída do artigo de N. Lockett, demonstra as eficiências de uma antena casegrain de
16
grande porte. Os valores teóricos confirmaram o desempenho obtido de cada um dos
componentes testados e medidos
12
.
S2 S1
S1
S2
Refletor Parabólico
Principal
Refletor Auxiliar
Hiperbólico
Iluminador
Iluminador
Refletor Parabólico
P rinci pal
Refletor Auxiliar
Elíptico
Figura 2.11. Antenas casegrain e gregoriana.
Iluminador
Refletor Auxiliar
Elíptico
Refletor Paralico
Principal
Figura 2.12. Antena gregoriana com montagem offset.
17
Tabela 2.1. Eficiências parciais e total de antena casegrain.
Fator de Eficiência Símbolo Perda (%) Perda (dB) Eficiência (%)
Alimentador
a
η
1,34 0,059 98,66
Refletor hiperbólico
auxiliar
I
h
η
11,73 0,542 88,27
Refletor parabólico
principal
I
p
η
4,00 0,177 96,00
Perdas por obstrução do
refletor auxiliar
oh
η
7,40 0,334 92,60
Erros de Fase e erros de
superfície
efs
η
7,56 0,340 92,44
Erros de Polarização
ep
η
1,15 0,050 98,85
Eficiência Total
η
- - 70,74
Perda Total - - 1,502 -
Embora não sejam usuais, existem várias outras formas de implementação das
antenas casegrain e gregoriana, utilizando refletores côncavos, convexos e planos,
como apresentado na Figura 2.13
11
.
2.3.5. Parâmetros elétricos das antenas
A análise elétrica das antenas permite a identificação de diversos parâmetros,
dependendo da forma com que se realiza a abordagem. No entanto, a intenção deste
trabalho é apresentar os principais pontos que fazem parte do dimensionamento de
um enlace via satélite.
2.3.5.1. Polarização
A polarização da antena é descrita como sendo a orientação com que se apre-
senta o campo elétrico da onda irradiada. A polarização da antena é determinada na
direção de máxima irradiação, ou na direção do chamado lóbulo principal.
I
A eficiência dos refletores auxiliar e principal está intimamente ligada à intensidade de irradiação
nos lóbulos laterais. Quanto menor a eficiência de ambos, maior a incidência de lóbulos laterais.
18
PAR
HIP
PAR PAR
ELI
PAR
PLANO PAR
PAR
HIP
PAR
PAR, P ARPLANO
PAR
PAR ELI
PARPAR
ELI
(a) (b) (c)
(d) (e) (f ) (g)
Figura 2.13. Diferentes formas para estruturas casegrain e gregoriana empregando
refletores Elípticos (ELI), Parabólicos (PAR), Hiperbólicos (HIP) e Planos.
Como o campo elétrico da onda é composto por componentes ortogonais, o
mesmo pode ser representado através da equação (2.3)
( )
φφθθ
αωω âtEâtEE ++=
coscos
(2.3)
onde
E
é o vetor campo elétrico,
θ
â e
φ
â são os vetores unitários e ortogonais,
θ
E e
φ
E são amplitudes das componentes do campo no domínio da freqüência e α é a
defasagem no tempo entre estas duas componentes.
Analisando a equação, verifica-se que a polarização é linear, se α = 0 ou α = π.
No entanto, se
2
π
α= ou
2
3
π
α= a polarizão é circular, com sentido de giro anti-
horário e horário, respectivamente. As condições intermediárias geram a polarização
elíptica, com sentido anti-horário para α < π e sentido horário para α > π
13
.
Esta característica permite que, em comunicação via satélite, exista a reutiliza-
ção de freqüência, ou seja, a utilização de dois sinais de mesma freqüência, mas ope-
rando com polarizações opostas em uma mesma antena tanto para transmissão como
para recepção. Com isso, uma mesma banda em microondas pode ter sua quantidade
19
de canais duplicada. A Figura 2.14 apresenta a disposição típica de canais para saté-
lites.
. . .
. . .
BW = 500MHz
Banda Total
Banda de Guarda
entre Transponders
Banda
do Transponder
1A 2A 3A 12A
1B 2B 3B 12B
Espaçamento
entre Canais
Polarização
Horizontal
Polarização
Vertical
Figura 2.14. Disposição típica dos canais oferecidos pelos
satélites de comunicação geoestacionária.
A discriminação de polarização é a diferença de nível entre o sinal recebido
com polarização definida pela onda e a polarização ortogonal a da onda
II
. Teorica-
mente, esta relação deve tender a valor infinito, mas, na prática, o seu valor é mensu-
rável e deve atingir grandezas que poderão variar entre 30dB e 45dB.
Nos enlaces via satélite, recomenda-se que a discriminação entre polarizações
seja superior à relação portadora ruído nominal do enlace, para que os canais de uma
polarização não interfiram na outra.
Quando a onda eletromagnética se propaga na atmosfera, ocorre uma alteração
na posição espacial do vetor campo elétrico, fazendo com que a polarização da onda
se altere. Para solucionar este problema, os primeiros satélites foram concebidos com
polarizações circulares, para que esta condição externa não afetasse o desempenho
do sistema.
Com a experiência adquirida ao longo dos anos, percebeu-se que a rotação de
fase existe e é praticamente constante ao longo do tempo, podendo sofrer pequenas
II
Para polarização circular a discriminação de polarização é medida em função do sentido de giro
do vetor campo elétrico em função do tempo ,podendo ser polarização circular horária ou anti-ho-
rária.
20
alterações de uma região para outra, mas mantendo-se praticamente inalterada para
uma dada região.
Por este motivo, atualmente, os novos satélites operam com polarização linear,
pois a polarização circular oferece como desvantagem a perda de, aproximadamente,
6dB no processo de recepção do sinal. Esta atenuação ocorre pela utilização de pola-
rizadores construídos com materiais anisotrópicos, que convertem as polarizações
circulares à direita e à esquerda em polarizações lineares vertical e horizontal, res-
pectivamente.
2.3.5.2. Diagrama de radiação
A intensidade de sinal radiada pelas antenas em cada direção, varia de acordo
com a estrutura física das mesmas. Na maioria dos casos, os projetos de antenas ou
de redes de antenas são realizados para que um determinado diagrama de irradiação
seja atendido.
De forma generalizada, a intensidade do campo medido, varia em função da
distância e da concepção do protótipo, o que permite o uso da equação (2.4)
( )
φθ,
0
f
r
E
E =
(2.4)
onde
0
E é a intensidade do campo na origem do sistema; r é a distância radial, do
ponto onde está sendo realizada a medida à origem e f(θ,φ) estabelece a função de
radiação do protótipo singular.
Neste modelo de representação do campo elétrico, conclui-se que, para uma
determinada esfera de raio r, a forma da distribuição do campo sobre a esfera será
dada pelo fator
( )
φθ,f que descreve o diagrama de radiação.
Respeitando-se a condição de campo distante, pode-se afirmar que a forma do
diagrama de radiação será sempre a mesma, independentemente da distância utiliza-
da para se fazer a medição. Por este motivo, trabalha-se de forma normalizada, de
modo a fazer com que o máximo valor radiado seja representado por 1 e os demais
valores oferecidos de forma proporcional em escala linear ou logarítmica. O diagra-
ma de radiação pode ser representado na forma tridimensional, ou por planos vertical
21
e horizontal com uso de coordenadas retangulares ou polares. A Figura 2.15 de-
monstra o diagrama de radiação de uma antena com refletor parabólico, em notação
retangular e polar.
-25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Meia
Potência
Largura de Feixe
Abertura de Feixe
Diagrama Retangular
0.2
0.4
0.6
0.8
1
30
210
60
240
90
270
120
300
150
330
180
0
Diagrama Polar
Figura 2.15. Diagrama de irradiação de uma antena de microondas com refletor parabólico.
No diagrama de radiação da Figura 2.15, pode-se verificar a presença dos ló-
bulos laterais e a abertura de feixe definida como sendo a distância em graus entre os
pontos de meia potência, tomando como referência o valor radiado na direção de
máximo.
2.3.5.3. Diretividade e Ganho
A diretividade de uma antena pode ser traduzida como sendo a capacidade que
a mesma possui em concentrar sinal em uma determinada direção, segundo um ân-
gulo sólido limitado. Quanto menor este ângulo, maior é a diretividade
13
.
Devido à reciprocidade oferecida pelas antenas, a diretividade também pode
ser definida como sendo a maior capacidade de recepção do sinal em uma determi-
nada direção.
Analiticamente, a diretividade pode ser traduzida como a razão entre a densi-
dade de potência em uma determinada direção da antena sob estudo pela densidade
22
de potência da antena de referência que, na maior parte dos casos, é a antena isot-
pica
( )
( )
2
00
00
4
,
,
rP
S
D
π
φ
θ
φθ=
(2.5)
onde
( )
00
,φθD é a diretividade para um determinado ângulo sólido,
( )
00
,φθS é a
densidade de potência na direção
( )
00
,φθ ,
2
4
r
P
π
é a densidade de potência a uma
distância r de uma antena isotrópica.
Quando as antenas são muito diretivas, o cálculo da diretividade é bastante
simplificado, pois pode ser aproximado levando-se em consideração o ângulo sólido
obtido pela região contemplada entre os pontos de queda de 3dB (Abertura de Feixe)
nos planos ortogonais θ e φ.
Em condições reais, nem toda potência que alimenta a antena é realmente ra-
diada. Portanto, criou-se o conceito de ganho de potência onde são consideradas as
perdas, através da eficiência como demonstrado na equação (2.7).
Para as antenas com refletor parabólico a diretividade e o ganho podem ser cal-
culados em função da freqüência de operação e do diâmetro do refletor principal,
como apresentado nas equações (2.6) e (2.7)
11,13,14
.
2
=
λ
π d
D
(2.6)
2
==
λ
π
βη
d
GDG
(2.7)
onde β é a eficiência global, dada por β= K⋅γ, sendo K a eficiência de radiação e γ a
eficiência de abertura.
Na recepção do sinal trabalha-se com o conceito de área efetiva, que também
pode ser utilizada para cálculo da diretividade e ganho, e vice versa. A área efetiva
para antenas com refletores parabólicos pode ser obtida através da equação (2.8)
2
4
dA
EFETIVA
=
π
γ
(2.8)
23
No dimensionamento de enlaces via satélite, é importante saber a variação de
ganho em direções distintas daquela de valor máximo, pois, através deste dado, é
possível calcular as perdas por apontamento e as possíveis interferências.
Para cálculo da largura de feixe de 3dB em graus, são utilizadas as equações
(2.9) e (2.10), para iluminações uniformes e não uniformes, respectivamente
1
. Estas
equações foram testadas neste trabalho, através de comparações com dados medidos
e divulgados por diferentes fabricantes de antenas, resultando em valores muito pró-
ximos, validando o seu uso
4,5,6,7,8
(Apêndice B).
=
D
dB
λ
θ 5,58
3
(2.9)
=
D
dB
λ
θ 70
3
(2.10)
O ganho de uma antena para uma dada direção θ com relação ao ponto de má-
ximo, pode ser calculado em função da direção desejada θ, da abertura de feixe
dB3
θ e
do valor de ganho máximo
G
, como apresentado na equação (2.11)
III
.
( )
2
3
12
=
dB
dB
GG
θ
θ
θ (2.11)
Trabalhando com as equações (2.7), (2.9) e (2.10) pode-se obter os resultados
apresentados pelas equações (2.12) e (2.14) para as antenas com iluminação unifor-
me e (2.13) e (2.15) para antenas com iluminação não uniforme.
2
3
5,58
=
dB
G
θ
π
η
(2.12)
2
3
70
=
dB
G
θ
π
η (2.13)
G
dB
η
πθ 5,58
3
=
(2.14)
III
Esta equação é válida somente para ângulos pequenos (0 θ
2
3dB
θ
).
24
G
dB
η
πθ 70
3
=
(2.15)
2.3.5.4. Temperatura de Ruído
Em comunicação via satélite os níveis envolvidos na recepção de sinais são
muito baixos, exigindo que a temperatura de ruído das antenas seja bem reduzida,
para que um bom desempenho do sistema seja alcançado.
No caso das antenas com refletores parabólicos, a temperatura de ruído é afeta-
da pelos lóbulos secunrios do diagrama de radiação e pelo ângulo de elevação da
antena, com relação à superfície terrestre
IV
. Outros fatores ligados ao ambiente em
que está instalada a antena podem influenciar nesta grandeza. De forma generalizada,
a temperatura da antena pode ser traduzida, matematicamente, pela equação (2.16).
( )( )
∫∫
= φθθφθφθ
π
ddsinGTT
bA
,,
4
1
(2.16)
onde
A
T é a temperatura equivalente da antena (K);
( )
φθ,
b
T a temperatura de brilho
de radiação do corpo localizado na direção
( )
φθ, em que a antena oferece ganho
( )
φθ,G .
Este dado é oferecido pelos fabricantes através de tabelas ou curvas. A Figura
(2.16) apresenta o comportamento da antena de 4,9m da Andrew Corporation ope-
rando em banda C
4
.
Existe a influência do sol que se traduz, de maneira mais expressiva, em comu-
nicação via satélite, na ocorrência de eclipses. Estes eventos são previstos e ampla-
mente divulgados pelos operadores de satélite, pois geram grandes degenerações na
qualidade da transmissão, em pequenos intervalos de tempo. Nesta condição, a tem-
peratura de ruído das antenas aumenta consideravelmente, pois o lóbulo principal
fica alinhado com o satélite e o sol, fazendo com que o nível de rdo supere aquele
do sinal em vários momentos.
IV
O Anexo I, aborda o apontamento da antena da estação terrena para satélites geoestacionários.
25
0 10 20 30 40 50 60
32
34
36
38
40
42
44
46
Elevão (o)
Temperatura (k)
Figura 2.16. Temperatura equivalente de ruído da antena em função do ângulo de elevação.
2.3.5.5. Banda de operação e impedância
Para antenas utilizadas em comunicação via satélite a banda de operação pode
ser influenciada pelo tipo de refletor e pelo alimentador. Quando o refletor parabóli-
co é maciço e com baixa rugosidade, a banda pode ser alterada apenas com a mudan-
ça do alimentador. O mesmo não ocorre com os refletores construídos com tela.
Neste caso, à medida que a freqüência aumenta agravam-se os problemas com rugo-
sidade e tamanho do furo de tela, não permitindo a migração de uma banda mais bai-
xa para outra mais alta, na maioria dos casos.
A impedância da antena será definida em função do iluminador e, normalmen-
te, sua leitura é realizada através dos parâmetros VSWR , Γ e da perda por retorno. A
Tabela 2.2 apresenta os parâmetros mais importantes da antena de 3,7m com uso de
dois refletores nas bandas C, X, Ku e K.
26
Tabela 2.2. Especificações elétricas da antena de 3,7 metros da Andrew Co.
Recepção Transmissão
C 3,40 - 4,20 GHz 5,850 - 6,725 GHz
X 7,25 - 7,75 GHz 7,90 - 8,40 GHz
Ku 10,70 - 13,25 GHz 13,75 - 14,80 GHz
Freqüência de Operação
K 10,70 - 13,25 GHz 17,30 - 18,40 GHz
3,400 GHz - 41,0 dB 5,850 GHz - 45,9 dB
3,625 GHz - 41,6 dB 6,175 GHz - 46,4 dB
4,000 GHz - 42,7 dB 6,425 GHz - 46,6 dB
4,200 GHz - 43,1 dB 6,725 GHz - 46,9 dB
7,250 GHz - 47,7 dB 7,900 GHz - 48,2 dB
7,500 GHz - 47,9 dB 8,150 GHz - 48,4 dB
7,750 GHz - 48,1 dB 8,400 GHz - 48,6 dB
10,700 GHz - 50,6 dB 13,75 GHz - 52,5 dB
10,950 GHz - 50,8 dB 14,00 GHz - 52,7 dB
11,950 GHz - 51,6 dB 14,25 GHz - 52,8 dB
12,750 GHz - 52,1 dB 14,50 GHz - 53,0 dB
- 14,80 GHz - 53,2 dB
- 17,30 GHz - 54,8 dB
Ganho
- 18,40 GHz - 55,2 dB
C 1,20
o
0,80
o
X 0,42
o
0,36
o
3 dB
Ku e K 0,65
o
0,42
o
C 2,0
o
1,40
o
X 0,85
o
0,69
o
Ku 1,19
o
1,09
o
Largura de Feixe
15 dB
K 0,85
o
0,60
o
C 43 K -
X 48 K -10
o
Ku e K 52 K -
C 52 K -
X 39 K -
Temperatura
de
Ruído da Antena
50
o
Ku e K 37 K -
27
2.4. Modulação e demodulação
Em sistemas de comunicação via satélite existe uma grande necessidade de se
trabalhar com a máxima eficiência na retransmissão de sinais. Por este motivo, os
sistemas de amplificação operam nas regiões de saturação, oferecendo distorções que
limitam a utilização de modulões com variação de amplitude. Dentro desta condi-
ção, as modulações normalmente utilizadas em comunicação via satélite são as que
se baseiam em variações de freqüência e fase.
2.4.1. Modulação FM em sistemas analógicos
Nos sistemas analógicos utiliza-se a modulação FM, principalmente para emis-
soras de rádio difusão sonora e televisiva.
O modulador de FM não trabalha apenas com a modulão propriamente, mas
também com processamento do sinal modulante que garante um bom desempenho de
todo o processo. As Figuras 2.17 e 2.18, apresentam o diagrama em blocos do mo-
dulador e do demodulador, respectivamente.
Filtro Banda
Básica
Pré
ênfase
Modulador de
FM
Filtro de
Loop
Filtro de FI
Buffer
PLL
Saída de FI
70MHz
(140MHz)
Figura 2.17. Diagrama em blocos de um modulador FM
Nota-se no modulador de FM a utilização de um circuito de pré-ênfase. O uso
deste circuito se deve ao fato de que, no processo de demodulação, a amplitude do
28
ruído dentro da banda do sinal demodulado aumenta em função do aumento de fre-
qüência.
No processo de modulação, aumenta-se a amplitude dos sinais de freqüências
mais elevadas antes do modulador, para fazer com que a relação C/N se mantenha
constante para todas as componentes da banda básica.
Este reforço de ganho nas componentes mais elevadas em freqüência é realiza-
do através de um circuito RC diferenciador, com constante de tempo τ , que varia de
acordo com as normas de cada país. O comportamento do circuito de pré-ênfase,
pode ser visualizado na Figura 2.19.
Limitador
de FI
Discriminador
de FI
Filtro
passa
baixa
Dê-ênfase
Filtro da
Banda
Modulante
Filtro de
FI
70MHz
(140MHz)
Figura 2.18. Diagrama em blocos de um demodulador FM.
Na demodulão é instalado o circuito de dê-ênfase que oferece comporta-
mento contrário e permite a reprodução do sinal de banda base (sinal modulante) sem
nenhum tipo de distorção. A Figura 2.19 apresenta esta condição.
f
V
f
V
Sinal modulante
Sinal modulante após
a pré- ênfase
f
V
Sinal demodulado
f
V
Sinal e ruído
após a dê-ênfase
Ruído
Sinal
Transmissão
Recepção
Figura 2.19. Pré-ênfase e dê-ênfase empregadas na modulação e
na demodulação de FM, respectivamente.
29
O modulador de FM é um oscilador controlado por tensão (VCO), que altera a
freqüência do sinal de saída em função do sinal modulante de entrada. Este oscilador
é controlado por um sistema PLL (Phase Lock Loop) que garante a estabilidade da
freqüência, sem prejudicar o processo de modulação.
No estágio do demodulador são utilizados dois circuitos no processo de demo-
dulação da portadora FM. Inicialmente, o sinal de FI passa por um circuito limitador,
que retira a modulação em amplitude do sinal, permitindo que apenas a componente
de modulação em fase do ruído chegue ao discriminador. O limitador também inibe a
interferência por ruído impulsivo.
O discriminador utilizado em FM é construído por um filtro de curva S, que
responde com variação linear e inclinada dentro da banda do canal de FI, fazendo
com que em sua saída tenhamos a variação de freqüência traduzida em variação de
amplitude. Este sinal com variação de amplitude proporcional à variação de freqüên-
cia, irá conter, na envoltória, a informação do sinal modulante. Dentro desta condi-
ção, o sinal é então aplicado a um detetor de envoltório que oferece, em sua saída, o
sinal de banda básica.
Tanto na modulação quanto na demodulação são utilizados filtros que possibi-
litem a limitação de banda, o que permite reduzir o nível de ruído no caso dos filtros
de FI, e ou eliminar sinais indesejados, como é a função dos filtros de banda base.
Maiores detalhes da modulação FM utilizada em comunicação via satélite, po-
dem ser vistas no Anexo II.
2.4.2. Modulações digitais.
Os sistemas digitais estão, na grande maioria das aplicações, em comunicações
via satélite, substituindo, a cada dia, os sistemas analógicos ainda existentes. As mo-
dulações digitais mais empregadas em comunicação via satélite são as modulações
em fase e freqüência. Por este motivo, podemos destacar as modulações PSK (Phase
Shift Key) e FSK (Frequency Shift Key), como sendo as mais comuns, embora já se
encontre no mercado alguns sistemas utilizando modulações QAM (Quadrature Am-
plitude Modulation), ou mais precisamente, a modulão 16QAM.
30
No caso das modulões QAM existem restrições devido às distorções causadas
pela falta de linearidade dos satélites, o que obriga a utilização de sistemas de pré-
correção. As modulões digitais mais comuns em comunicação via satélite estão
abordadas de forma mais detalhada no Anexo II.
Nos sistemas digitais é comum a utilização de códigos para correção de erro,
pois possibilitam uma melhoria significativa no desempenho do sistema. As técnicas
de correção de erro trabalham com a adição de informação no feixe de dados, fazen-
do com que a mensagem possa ser recuperada mesmo na ocorrência de erros. No
entanto, a correção de erro aumenta a taxa de transmissão, que provoca o conse-
qüente aumento da banda de transmissão, ocupando uma largura maior da faixa de
canal.
Um parâmetro que pode ajudar na análise do impacto da correção de erro na
ocupação de banda é o FEC (Forward Error Correction). Em uma seqüência de bits
transmitidos, existe uma quantidade referente a dados e uma outra que corresponde
ao código de correção. A relação entre o número de bits de dados de uma seqüência
pelo número total de bits da mesma seqüência, define o FEC.
Como exemplo, pode-se levar em consideração um determinado sistema que
permite a operação com dois valores diferentes de FEC, sendo estes iguais a 1/2 e
7/8. Na primeira condição, para cada dois bits transmitidos, um é o de dados e o ou-
tro é de correção. Desta forma, podemos concluir que a taxa de transmissão dobrará.
Na segunda condição, para cada oito bits transmitidos, sete destes serão de dados e
apenas um de correção, o que proporciona um aumento de banda de apenas 14,3%.
Com o FEC igual a 1/2 o desempenho do sistema será muito bom, pois os erros
serão corrigidos numa proporção muito maior do que na operação com FEC igual a
7/8. No entanto, a largura de faixa semuito maior com FEC igual a 1/2. A decisão
de qual caminho seguir dependerá da análise técnica e econômica realizada pelo
projetista.
Atualmente, existe uma grande variedade de códigos para correção de erro,
tornando algumas soluções proprietárias. No entanto, os códigos mais comuns em
comunicação via satélite, são o Viterbi e Reed Solomon.
31
As codificações se dividem em codificação interna e codificação externa. Na
Figura 2.20, pode-se visualizar as estruturas de modulação e demodulação digital,
com as codificações interna e externa.
Dados
Codificação
Externa
Codificação
Interna
Modulador
FI 70MHz
(140MHz)
Demodulador
Decodificação
Interna
Decodificação
Externa
FI 70MHz
(140MHz)
Dados
Figura 2.20. Estrutura básica do processo de modulação e demodulação em comunicação digital
2.5. Equipamentos de transmissão
FI
70MHz ou
140MHZ
BANDA L
BANDA C
BANDA X
BAND A Ku
BAND A Ka
FILTRO DE
BANDA L
FILTRO DE
BANDA L
HPA
OL1
1ª Conversão Conversão
Antena
(Iluminador)
OL2
X X
Figura 2.21. Equipamentos de transmissão via satélite
Os equipamentos de transmissão possuem uma função contrária à condição
apresentada na recepção. Ao invés de trabalhar com amplificadores de baixo ruído,
trabalham com amplificadores de alta potência e a conversão de freqüência é realiza-
da exatamente no sentido inverso. Da mesma forma que a estrutura de recepção a
conversão de freqüência é realizada, na maioria dos casos, com duas mixagens, sem
inversão do espectro de freqüência, como apresentado na Figura 2.21.
32
O equipamento de conversão de freqüência utilizado na transmissão é chamado
de up-converter. Na Tabela 2.2, estão apresentados os principais parâmetros aborda-
dos para este tipo de equipamento.
Tabela 2.2. Dados do Up-converter; Modelo: SFC-6400A da Radyne ComStream Co.
Freqüência de Saída
(Dupla Conversão)
5,845 - 6,425 GHz
Freqüência de Entrada
70 MHz ± 18MHz
140 MHz ± 36 MHz
Ponto de Compressão de 1dB de Saída
+15 dBm
Ponto de Compressão de 1dB de Entrada
+10 dBm
Nível Nominal de Entrada
+5 dBm
Ponto de Interseção de terceira Ordem - IP3
+27 dBm @ -44 dBc IMD (Dois Tons)
Ganho
30 dB
Emissão de Espúrios
-80 dBm (Oscilador Local)
-60 dBc (Dentro da Banda)
Ruído de fase
-50dBc/Hz @ 10Hz
-70dBc/Hz @ 100Hz
-80dBc/Hz @ 1KHz
-88dBc/Hz @ 10KHz
-95dBc/Hz @ 100KHz
-110dBc/Hz @ 1MHz
Para o amplificador de alta potência, denominado HPA, as principais informa-
ções estão ligadas à máxima potência de operação, aos níveis de entrada e saída e à
linearidade do equipamento. Na Tabela 2.3, pode-se verificar os dados de especifica-
ção de um HPA.
Muitos dos fabricantes destes equipamentos apresentam ao mercado uma solu-
ção completa, envolvendo tanto a parte de conversão, como a parte de amplificação.
No entanto, não existe uma padronização na forma de construção de tais protótipos.
Existem casos onde os fabricantes fornecem equipamentos de conversão de FI para
banda L e conversores acompanhados de amplificadores que possuem entrada em
banda L e saída em uma das bandas destinadas aos enlaces de comunicação via saté-
lite e na potência nominal de trabalho
10
.
33
Tabela 2.3. Dados do HPA VZC-6962E2 CPI - Communications & Power Industries Co.
Freqüência
5,850 - 6,650 GHz
Largura de Faixa
800 MHz
Potência de Saída
175 W
Ganho
73 dB
Ajuste de Potência
0 - 25 dB
VSWR de Entrada
1,3:1 (Máximo)
VSWR de Saída
1,3:1 (Máximo)
Máximo VSWR para Carga
2,0:1
Produtos Harmônicos de Saída
-60 dBc (1
o
e 2
o
Harmônicos)
Espúrios e Ruídos
< -130 dBw / 4 KHz (3,4 - 4,2 GHz)
< -65 dBw / 4 KHz (4,2 - 12,0 GHz)
< -110 dBw / 4 KHz (12,0 - 40,0 GHz)
Figura de Ruído
10 dB (Máximo)
Conector de Entrada
N Fêmea
Conector de Saída
CPR 137
2.6. Equipamentos de recepção
Na recepção de sinais via satélite podemos empregar um único diagrama bási-
co, em blocos, para representar toda a estrutura. No entanto, dependendo do tipo de
serviço a disposição dos mesmos se altera, dando origem a diferentes estruturas e,
conseqüentemente, ganhando outros nomes.
Através da Figura 2.22, pode-se notar que a recepção do sinal consiste na am-
plificação e conversão do sinal de microondas para faixa de FI em 70MHz
(140MHz). Quando o sistema é voltado para comunicação de dados, utiliza-se um
LNA que apenas amplifica o sinal com temperatura equivalente de ruído muito baixa.
O sinal, na saída do LNA, é aplicado a um conversor de freqüência (down converter)
que, geralmente, realiza dupla conversão para conseguir transladar o sinal da faixa de
microondas para faixa de FI. O sinal, na saída de FI, é então disponibilizado ao re-
ceptor que funcionará como um demodulador.
Quando a recepção de sinais é realizada para canais de vídeo e áudio, a arqui-
tetura eletrônica da Figura 2.22 se altera. Ao invés de utilizar o componente LNA,
emprega-se outro componente denominado LNB, que é constituído de duas partes,
34
sendo a primeira um amplificador de baixo ruído e a segunda um conversor de mi-
croondas para banda L. O sinal em banda L é, então, encaminhado ao receptor de
sinais via satélite, que possui, internamente, o segundo conversor do sistema, que
realizará a conversão de banda L para faixa de FI.
LNA
BANDA L
950 - 1450 MHZ
BAND A C
BANDA X
BANDA Ku
BANDA Ka
FILTRO DE
BANDA L
OL1
Conversão 2ª Conversão
FILTRO DE
CANAL
OL2
BANDA C
BANDA Ku
Antena
(Iluminador)
BW=500khZ
BW=500khZ
FI
RECEPTORLNB
RECEP ÇÃO D E SINAIS DE
TV E RÁDIO
DOWN CONVERTER
REDES PARA COMUNICAÇÃO D E
DADOS VIA SATÉLITE
CANAL DE
RECEPÇÃO
FI
70MHZ
Figura 2.22. Equipamentos de recepção via satélite.
As especificações do LNA e do LNB são realizadas através de vários parâme-
tros, tendo como principais: faixa de freqüência de entrada, faixa de freqüência de
saída, ganho, temperatura de ruído e ruído de fase.
Tabela 2.4. Dados do LNA
Modelo: RF-3000
Fabricante: Paradise Datacom Co.
Tabela 2.5. Dados do LNB
Part Number: 140105-1
Fabricante: California Amplifier
Freqüência de
entrada
3,4 a 4,8GHz
Freqüência de
entrada
3,4 a 4,2GHz
Freqüência de
saída
3,4 a 4,8GHz
Freqüência de
saída
950 a 1750MHz
Ganho
65dB
Ganho
65dB
Temperatura
de Ruído
30 K a 45 K @ 23
o
C
Temperatura
de Ruído
17 K a 20K @ 25
o
C
Ruído de fase
-
Ruído de fase
-73dBc/Hz @ 1KHz
-95dBc/Hz @ 10KHz
Nas Tabelas (2.4) e (2.5), o apresentadas as características elétricas dos com-
ponentes utilizados amplamente no mercado de comunicação via satélite.
35
As especificações do down-converter também são realizadas através de vários
parâmetros, tendo como principais: faixa de freqüência de entrada, faixa de freqüên-
cia de saída, figura de ruído, ganho de conversão e ruído de fase. O ruído de fase é de
grande importância em função da qualidade de recepção, principalmente quando se
trabalha com modulação digital, onde este pode proporcionar um aumento da taxa de
erro.
Tabela 2.6. Dados do Down Converter ; Modelo: SFC-1275 da Radyne ComStream Co.
Freqüência de entrada
10,95 - 11,70 GHz
12,25 - 12,75 GHz
11,70 - 12,20 GHz
Freqüência de saída
(Dupla Conversão)
70 MHz ± 18MHz
140 MHz ± 36 MHz
Ganho
40dB
Figura de Ruído
14dB Max.
Ruído de fase
-50dBc/Hz @ 10Hz
-60dBc/Hz @ 100Hz
-80dBc/Hz @ 1KHz
-84dBc/Hz @ 10KHz
-94dBc/Hz @ 100KHz
-110dBc/Hz @ 1MHz
Sensibilidade
-80dBm @ 40dB de ganho
-50dBm @ 10dB de ganho
36
Referências Bibliográficas
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and Technology, 4
th
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2
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Antennas used In Home TV Reception via Satellite, IEEE APS-URSI 2003,
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Ed.. John Wiley & Sons, 2002.
11
Balanis, Constantine A., Antenna theory: analysis and design. 2
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& Sons, Inc, 1997.
12
N. Lockett. The Electrical Performance of the Marconi 90 ft Space Communica-
tion Aerials. Marconi Review, 34, 50-80 (1971).
13
Esteves, L. Cláudio. Antenas: teoria e aplicações. Mac Graw Hill do Brasil, 1980
14
Kraus, John D.. Antenas. Tradução: Paulo Antonio Mariotto. Guanabara Dois, Rio
de Janeiro 1983.
37
Capítulo 3
Técnicas de Múltiplo Acesso em
Comunicação Via Satélite
3.1. Introdução
Nas comunicações via satélite, os canais oferecidos pelos repetidores orbitais,
possuem larguras de banda muito elevadas, podendo variar entre 36MHz e 72MHz,
dependendo do tipo de satélite e da banda em que opera. Por trabalhar com bandas
tão grandes é muito comum um único transponder ser utilizado por diferentes servi-
ços, permitindo a melhor relação custo/benefício na operação.
A primeira forma de acesso empregada por satélite é realizada pela divisão de
espaço e polarização. O múltiplo acesso por divisão de espaço SDMA (Space Divi-
sion Multiple Access) é também conhecido como múltiplos feixes com re-uso de fre-
qüência. Através da Figura 3.1 (a) percebe-se que duas diferentes regiões do globo
foram cobertas pela mesma faixa de freqüência, pois, na maioria dos casos, o sinal de
up-link é devidamente processado e convertido para freqüência de down-link. Atra-
vés da divisão de sinal entre as antenas cornetas que compõem a estrutura radiante do
satélite é possível cobrir duas ou mais regiões, simultaneamente, com a mesma fre-
qüência de operação.
Esta divisão espacial faz com que a intensidade de sinal em cada uma das regi-
ões seja mais elevada, pois não são cobertas as áreas sem interesse. Sendo assim, a
qualidade de atendimento apresentada pelo satélite é maior
1
.
38
Como já apresentado anteriormente no Capítulo 2, os satélites utilizam o re-uso
de freqüência para possibilitar o aumento do número de canais e, conseqüentemente,
o número de usuários. A Figura 3.1 (b) apresenta uma mesma região coberta por dois
feixes diferentes, mas na mesma freqüência, sendo um deles radiado na polarização
vertical e outro na polarização horizontal. Esta técnica é representada pela sigla
PDMA (Polarization Division Multiple Access), ou, simplesmente, re-uso de fre-
qüência com duas polarizações distintas.
Estas duas técnicas podem ser empregadas simultaneamente, fazendo com que,
fisicamente, o satélite tenha sua utilização desdobrada para diferentes áreas e usuári-
os.
Cobertura
Hemisférica
SDMA
Mesma Freqüência
em Áreas Diferentes
PDMA
Reuso de Freqüências com
Difent es P olarizações
Polarização
Horizontal
Polarização
Vert ical
Sátelite com Múltiplas
Coberturas em Diferentes
Bandas de Operação
Cobertura
por Zona
(a) (b) (c)
Figura 3.1. Coberturas dos satélites nas condições SDMA e PDMA.
Uma vez definidas as áreas de coberturas e a polarização com que irá operar
cada canal, surgem novas necessidades de múltiplo acesso por canal, como será dis-
cutido ao longo deste catulo.
Este acesso de diferentes usuários a um mesmo meio, que é o transponder do
satélite, deve ser realizado de modo a não provocar degeneração entre os diferentes
serviços ou estações. Por este motivo, deve-se utilizar técnicas de múltiplo acesso,
para conseguir a melhor alocação e a melhor utilização técnica e financeira do siste-
39
ma. Existem várias formas de múltiplo acesso em um meio, no entanto, três técnicas
são largamente difundidas em telecomunicações.
Inicialmente, o meio foi multi acessado através da partição do espectro de fre-
qüências, com a alocação de diferentes canais de comunicação tendo cada um deles a
sua própria banda, ou seja, para cada canal existe uma portadora modulada em sua
freqüência específica. Esta técnica é conhecida por permitir o múltiplo acesso por
divisão de freqüência e abordada em engenharia pela sigla FDMA (Frequency Divi-
sion Multiple Access).
Existe também a possibilidade de trabalhar com múltiplo acesso por divisão de
tempo TDMA (Time Division Multiple Access). Neste caso, a banda é ocupada por
uma única portadora e cada usuário ou estação utiliza o meio com a mesma freqüên-
cia e banda de operação, mas em intervalos de tempo diferentes.
Outra técnica difundida em comunicações de forma geral é o múltiplo acesso
por divisão de código CDMA (Code Division Multiple Access), que trabalha com a
técnica de espalhamento espectral. Para gerar o espalhamento no espectro de fre-
qüências do canal é utilizada uma seqüência pseudo aleatória. Através de auto corre-
lação, o receptor consegue recuperar a informação, pois provoca a concentração do
sinal correlacionado e o espalhamento do sinal de comportamento descorrelacionado,
que pode ser um sinal de interferência ou ruído. Desta forma, consegue-se, no re-
ceptor, trabalhar com ótimas relações C/N no estágio de FI e, conseqüentemente ta-
xas de erro muito baixas. A Figura 3.2 (a), (b) e (c) apresenta, de forma resumida, os
múltiplos acessos em freqüência, tempo e código
2
.
É importante ressaltar que as técnicas de multiplexação FDM e TDM estão es-
sencialmente atreladas às características de transmissão, enquanto as técnicas de
múltiplo acesso estão ligadas às características de tráfego
3
.
Tanto o FDMA quanto o TDMAo formas de múltiplo acesso largamente uti-
lizadas em comunicações com repetidores orbitais em condição geo-estacionária.
Estas duas técnicas são utilizadas de forma independente ou de forma conjunta,
existindo, em um mesmo transponder, portadoras alocadas em sub-bandas, sendo
algumas destas sub-bandas acessadas com TDMA.
40
A técnica CDMA é empregada em maior proporção, em comunicações via sa-
télite em condição de órbita baixa. Por este motivo, este trabalho esvoltado para as
duas primeiras técnicas citadas anteriormente.
N
3
2
1
Freqüência
Tempo
B
FDMA
Antena
1
Antena
2
Antena
3
Transponder
t
1
t
3
t
2
FDMA
Freqüência
1
Tempo
B
2 N
TDMA
Antena
1
Antena
2
Antena
3
Transponder
t
1
t
2
t
3
TDMA
(a)
(b)
(c)
Freqüência
Tempo
B
Code
CDMA
1
2
N
Antena
1
Antena
2
Antena
3
Transponder
t
CDMA
1
t
N
Figura 3.2. Técnicas de Múltiplo Acesso: (a) FDMA, (b) TDMA e (c) CDMA.
41
O múltiplo acesso também pode ser classificado de acordo com a forma como
os circuitos
I
são alocados para uso. A alocação fixa é aquela em que os circuitos são
designados a um usuário durante todo o tempo de operação, ou a mais usuários com
tempo parcial. Nesta condição, os circuitos não estão à disposição para uso geral de
uma determinada rede. A alocação fixa traz como grande vantagem a facilidade de
implantação. No entanto, a sua utilização se aplica apenas para usuários com tráfego
de dados, elevado e contínuo. Um exemplo desta condição é a transmissão de ima-
gem e som através das redes de radiodifusão por satélite.
Para sistemas que trabalham com taxas menores e com transmissões esparsas
existe uma outra forma de alocação baseada na condição de demanda. A alocação
por demanda é representada pela sigla DAMA (Demand Assigned Multiple Access).
Nesta condição, todos os circuitos são disponibilizados para atender a qualquer usuá-
rio da rede, sendo realizada a alocação de acordo com a necessidade de cada usuário.
Tanto a técnica FDMA como a TDMA podem ser utilizadas de forma pré-
alocada (fixa) ou por demanda, dependendo apenas da condição de projeto da rede de
comunicação. Na FDMA é realizada a gerência de alocação de portadoras e bandas
enquanto em TDMA se realiza a alocação do intervalo de tempo (time slot) para
transmissão.
3.2. ltiplo Acesso por Divisão de Freqüência.
O múltiplo acesso por divisão de freqüência (FDMA) foi o primeiro método
para multi-acessar o transponder via satélite, pois sua conceão, em muito, se apro-
xima da multiplixação por divisão de freqüência empregada em sistemas telefônicos.
3.2.1. FDM-FM-FDMA.
Antes da grande expano dos enlaces ópticos de longa distância e interconti-
nentais, os países e continentes eram interligados através de enlaces via satélite que
transportavam vários canais telefônicos de forma bidirecional.
I
Neste caso o termo circuito representa toda a estrutura atrelada a um canal de comunicação que, no
satélite, é normalmente abordado como transponder.
42
Nesta concepção, os canais telefônicos são agrupados através de multiplexação
FDM, formando uma banda básica que, modulada em freqüência, é convertida para a
banda de transmissão, ocupando uma dada largura de faixa numa freqüência de ope-
ração específica.
Para ilustrar esta condição, suponha-se que a estação de Manaus da Figura 3.3,
é alocada em apenas uma sub-banda do transponder para permitir sua utilização por
inúmeras outras estões. Este formato é então adotado por outras estações, permi-
tindo que as mesmas se interliguem, promovendo o tráfego telefônico. A Figura 3.3
ilustra esta condição de múltiplo acesso por divisão de freqüência com alocação fixa
através de algumas estações.
Rio de Janeiro para Manaus e Buenos Aires
Satélite
Manaus
Buenos
Aires
Rio de
Janeiro
Manaus e Buenos Aires para Rio de Janeiro
Área de
Cobertura do
Satélite
T
x
R
x
Figura 3.3. Estações transmitindo e recebendo pelo mesmo transponder
de satélite usando FDMA com alocação fixa de freqüências.
Espectralmente, visualiza-se a sub-banda de cada estação ao longo de todo es-
pectro disponibilizado pelo transponder do satélite, para retransmissão dos sinais. O
espectro genérico apresentado na Figura 3.4 se repetirá para as condições de up-link
e down-link, nas respectivas freqüências de operação de cada satélite.
43
MULTIPLEXAÇÃO
ANALÓGICA
MUX
FDM
DEM.
FM
DEM.
FM
MOD.
FM
UP CONVERTER
DOWN CONVERTER
DOWN CONVERTER
HPA
LNA
LNA
DIV
Antena
1
N
1
N
CANAIS
DE
ENTRADA
CANAIS
DE SAÍDA
De:
4028 4048 4053 MHz
Manaus Rio de Janeiro Buenos Aires
Transponder BW
De:
6253 6273 6278 MHz
Manaus Rio de Janeiro Buenos Ai res
Portadoras de Up-
link
Por ta dora s de
Down-link
(a)
(b)
Transponder BW
Figura 3.4. (a) Diagrama em blocos de uma estação operando em FDMA; (b) Transponder acessado
por diferentes estações de terra, tendo cada uma delas sua sub-banda de trabalho.
Como exemplo, pode-se trabalhar com a transmissão de 60 canais telefônicos
que formam um super grupo. Estes 60 canais multiplexados em FDM em uma de-
terminada estação são modulados em freqüência, ocupando uma banda de 5MHz,
incluindo as bandas de guarda. No caso de um transponder com 36MHz de banda,
pode-se utilizar diversas portadoras alocadas, até completar a banda disponibilizada,
caso não exista limitação de potência no enlace.
Normalmente, para se trabalhar com um grande número de portadoras sem que
ocorra degeneração dos enlaces, por intermodulação, as estações são obrigadas a
oferecer valores altos do fator de mérito que, para a condição abordada no parágrafo
anterior, pode variar de 20dB/K a 40dB/K. No Anexo III são apresentados alguns
cálculos do fator de mérito para estações de recepção (G/T- Relação entre ganho da
antena de recepção e a temperatura de ruído da estação receptora), que permitem
44
concluir que estes valores se referem a antenas de grande porte. A Figura 3.5 apre-
senta uma estrutura com estações de médio tráfego, largamente empregada nos anti-
gos sistemas analógicos
3
.
168
Circuito
de Voz
24
Circuito
de voz
24
Circuito
de voz
36
Circuito
de voz
84
Circuito
de voz
Figura 3.5. Estrutura de médio tráfego com alocação fixa empregando FDMA.
A concepção FDM/FM/FDMA foi substituída pela versão digital de multiple-
xação e modulação, mantendo a forma de acesso FDMA inalterada e resultando em
uma formação compatível com as redes telefônicas digitais, comuns em nosso dia a
dia.
3.2.2. TDM-PSK-FDMA.
Espectralmente, a condição pouco se altera, com exceção da maior imunidade a
ruído do sistema digital e a diferença de desempenho entre a modulação FM e PSK.
A Figura 3.6 apresenta a estrutura em blocos de uma estação na concepção TDM-
PSK-FDMA.
A alocação fixa apresentada nas duas formas anteriores é interessante para es-
tações que possuem altas taxas de transmissão ou elevado tráfego durante todo o
tempo de operação.
45
MUX
TDM
(PCM)
DEM.
PSK
MOD.
PSK
UP CONVERTER
DOWN CONVERTER
HPA
LNA
Antena
1
N
1
N
CANAIS
DE
ENTRADA
CANAIS
DE
SAÍDA
Feixe de dados digital
Multiplexação
digital
Figura 3.6. Estação com concepção digital TDM/PSK/FDMA.
3.2.3. Transmissão de Sinais de Som e Imagem para TV e Rádio.
Outro tipo de aplicação com alocação fixa é a transmissão de sinais de som e
imagem para rádio e TV em serviços por assinatura ou para radiodifusão. Principal-
mente no mercado brasileiro, as transmissões analógicas dos sinais de rádio e TV são
muito comuns, pois a base de recepção instalada em todo território nacional é muito
grande, fazendo com que a migração da tecnologia analógica para digital esteja um
pouco retardada.
Para transmissão dos sinais de TV de forma analógica é utilizada a modulação
em freqüência (FM), com desvio maior ou menor, dependendo da banda que se de-
seja ocupar no transponder. Quando uma única empresa de TV utiliza toda banda do
transponder, a mesma realiza a transmissão da banda básica de TV, com desvio de
freqüência igual ou superior a 25MHZ. Esta operação é normalmente chamada de
operação com full transponder. No entanto, algumas companhias de TV comparti-
lham a banda do transponder com outros serviços ou amesmo com uma outra
companhia de TV. Neste caso, a operação ocorre com bandas reduzidas pela metade,
ocupando somente 18MHz e, portanto, denominada de operação half transponder. A
Figura 3.7 apresenta um diagrama em blocos, clássico, para formação da banda bási-
ca de TV utilizada em transmissões analógicas via satélite.
Através de um processo de multiplexação, o sinal de vídeo é combinado com
os vários sinais de áudio. Como se trabalha com mais de uma sub-portadora de áu-
dio, são transmitidos os sinais de áudio estereofônico e uma segunda opção de língua
46
da programação. Nas empresas onde não se trabalha com áudio estéreo o transmi-
tidos canais de serviço ou, em muitos casos, outros programas de áudio, como o de
rádios comerciais que distribuem o sinal em toda a área de cobertura do satélite, para
que o mesmo possa ser utilizado por empresas afiliadas, da mesma forma que em
TV
3
.
Modulação FM
Sub-portadora 1
Modulação FM
Sub-portadora 2
Modulação FM
Sub-portadora N
Σ
Modulação FM
F
1
F
2
F
n
Filtro de Vídeo
Banda
Básica
FI
(70MHz ou
140MHz)
Audio 1
Audio 2
Audio n
Vídeo
. . .
Figura 3.7. Diagrama em blocos da estrutura de transmissão analógica para TV.
0
. . .
Banda de Vídeo
4,2 MHz
F
1
F
2
F
3
F
n
Amplitude
Freqüência
Figura 3.8. Espectro de freqüências da banda básica de vídeo
para transmissão do sinal de TV via satélite.
A atual literatura admite três diferentes concepções de TV digital via satélite,
nos padrões DVB-S, ATSC-S e ISDB-S. O mais empregado atualmente é o DVB-S,
que trabalha com compressão de vídeo MPEG-2, com modulação QPSK e com di-
47
gos de correção de erro convolucional e estágio do Reed-Solomon nas condições in-
terna e externa, respectivamente.
Considerando a necessidade de transmissão com qualidade de difusão, o feixe
de bits contendo as informações referentes ao deo (MPEG-2), canais de áudio
(MPEG-2 MUSICAM) e dados irá modular sua respectiva portadora, não ocupando
mais do que 6MHz, o que permite a utilização de até seis portadoras por transponder,
considerando as bandas de guarda entre cada sub-banda. A Figura 3.9 ilustra o dia-
grama para geração da portadora modulada em QPSK para transmissão do sinal de
TV na concepção Digital
4
.
Encoder
MPEG2
MOD.
QPSK
UP CONVERTER HPA
Antena
Video
Feixe MPEG-2
Multiplexação
digital
ADI
ADG
Dados
Figura 3.9. Diagrama em blocos da estação de transmissão de TV na concepção digital.
(a) (b)
Figura 3.10. (a) Canais analógicos em half transponder; (b) Canais digitais no padrão DVB-S
II
II
Medidas realizadas pelos equipamentos: (a) Signal Generator (300KHz - 4,4GHz) - Modelo:
SMIQ04B - Fabricante: Rohde & Schwarz - Tombo Inatel: 07260; (b) Signal Analyzer (20Hz - 7GHz)
- Modelo: FSIQ7 - Fabricante: Rohde & Schwarz - Tombo Inatel: 07073
48
A taxa de transmissão dependerá da compressão e, conseqüentemente, da qua-
lidade do sinal exigida no ponto de recepção. A maior ou menor compressão é de-
terminada em função de três fatores, sendo estes: qualidade de imagem, disponibili-
dade de banda e custo de alocação. As Figuras 3.10 (a) e (b) apresentam a ocupação
dos transponders com canais analógicos e digitais.
Em todos os casos de arquiteturas FDMA apresentados até aqui, uma única
portadora é modulada com mais de um canal ou informão. Para esta condição utili-
za-se a sigla MCPC (Multiple Channel Per Carrier), pois uma portadora é modulada
por uma banda básica composta de vários canais ou informações
1
. Existe também a
possibilidade de uma portadora em FDMA transportar apenas um canal. Esta condi-
ção é representada pela sigla SCPC (Single Channel Per Carrier)
5
, citada a seguir.
3.2.4. Sistema INTELSAT SCPC.
Para fluxo de informações de voz ou dados em sistemas telefônicos de baixo
tráfego por estação, existe o sistema INTELSAT SCPC, que opera com 800 canais,
tendo cada canal largura de faixa de 45KHz (incluindo a banda de guarda). As porta-
doras são moduladas em QPSK por um canal de dados digitais ou por um canal de
voz com digitalização PCM. A Figura 3.11 apresenta a disposição de todos os canais
e respectivas portadoras em um transponder de 36MHz.
1 2
3
399 402
403
799 800(401)(400)
18.045MHz
45KHz
36MHz
Freqüência
Central
Piloto
Figura 3.11. Canalização do INTELSAT SCPC no transponder de 36MHz.
Além dos canais de informação, é realizada a transmissão de uma freqüência
piloto que funcionará como referência e permitirá o controle de freqüência nas esta-
ções terrenas. Os dois canais adjacentes ao piloto de referência são inibidos, no in-
49
tuito de evitar possíveis interferências. Desta forma, tem-se 798 canais em apenas um
sentido ou 399 circuitos operando de forma full duplex. Em operação duplex o par de
freqüências é distanciado de 18,045MHz
3
.
Uma característica de grande importância no sistema INTELSAT SCPC é a ati-
vação dos canais por voz. Através de medidas em um dos sentidos da chamada, veri-
ficou-se que, em média, a soma dos tempos de pausa totaliza 60% do tempo total de
uma chamada telefônica. Desta forma, o número médio de portadoras que trafegam
pelo transponder do satélite é sempre bem menor que o máximo admitido, reduzindo
de forma significativa o aparecimento de produtos de intermodulação e possibilitan-
do, com isso, a operação com níveis mais elevados de potência. Como exemplo de
aplicação tem-se a TELESAT CANADA que utiliza este sistema com 360 circuitos
duplex utilizando PSK/SCPC, para atendimento de localidades remotas com baixo
tráfego. O sistema opera com estações terrenas com antenas de diâmetro variando
entre 3,6m e 4,6m, com relações G/T entre 19,5dB/K e 21dB/K.
3.2.5. Sistema de Alocação por Demanda FDMA.
O sistema SPADE (Single carrier per channel Pulse code modulated multiple
Access Demand assignment Equipment) foi desenvolvido pela COMSAT para opera-
ção em satélites da INTELSAT e é compatível com o INTELSAT SCPC. No entanto, a
alocação de canais ou portadoras é realizada de modo à atender a necessidade de trá-
fego das estações. A requisição de canais é realizada através do canal comum de si-
nalização CSC (Common Signaling Channel). A Figura 3.12, permite a observação
do espectro do transponder de 36MHz, com suas respectivas indicações.
1
399
(402)
(403)
399´
(799)
(800)
(401)
18.045MHz
36MHz
Piloto
18.045MHz160KHz
2 3
CSC
Freqüência
Central
400
Figura 3.12. Canalização do sistema SPADE.
50
O primeiro canal da banda é o canal CSC com largura de faixa de 160KHz,
taxa de transmissão de 128Kbps e modulação BPSK. O canal CSC opera com aloca-
ção fixa TDMA, no modo broadcast. Todas as estações monitoram o canal CSC e
recebem informações de quais canais já estão alocados. Cada estação terrena possui
um time slot de 1ms a cada frame de 50ms para requisitar ou disponibilizar um canal.
A estação que estiver necessitando de um canal consulta seu registro de canais e
transmite, através do canal CSC, o par de freqüências que deseja utilizar. Caso duas
estações façam o pedido do mesmo canal, é realizado um rápido remanejamento e,
através do CSC, é feita a atualização do quadro de freqüências de todas as estações
que fazem parte da rede. As estações recebem um aviso de colisão na escolha do
canal e, então, se mobilizam para a escolha aleatória de outro. Quando a estação fi-
naliza com o canal, é informado através do CSC que a freqüência está disponível. O
canal CSC está distanciado de 18,045MHz da piloto de referência.
Os canais de informação trabalham com largura de faixa de 45KHz, com taxa
de transmissão de 64Kbps e com modulação QPSK. Não são ativados os canais 400 e
401, adjacentes ao piloto de referência, para que não ocorra nenhum tipo de interfe-
rência, como é feito no INTELSAT SCPC. O canal 400 tem como par o canal 800 que
também poderá ser desativado. Pelo mesmo motivo, os canais 1 e 2 também ficam
inoperantes, para que não ocorra nenhuma interferência no canal CSC.
As observações realizadas no parágrafo anterior permitem contabilizar 794
canais disponíveis para comunicação em apenas um sentido ou 397 circuitos nos dois
sentidos (full duplex). As freqüências que compõem um par de canais estão distanci-
adas de 18,045MHz.
No sistema SPADE a ativão de cada portadora também é realizada por voz, o
que faz o sistema sempre operar com um número menor de portadoras que o máximo
disponibilizado, amenizando os efeitos de intermodulação.
A comparação entre o sistema MCPC (FDM-FM-FDMA ou TDM-PSK-FDMA)
e o sistema SPADE permite tirar conclusões significativas. Num sistema MCPC uma
determinada estação com canais ociosos não pode disponibilizar esta capacidade para
outra estação qualquer, pois a alocação de canais é fixa. O mesmo não ocorre com o
51
sistema SPADE, que opera de forma completamente aberta, disponibilizando por
demanda apenas os canais que serão utilizados para cada estação. Desta forma, se
uma estação estiver ociosa os canais serão utilizados para outra localidade com maior
tráfego telefônico.
Considerando, tanto para o sistema MCPC como para o sistema SPADE, 1% de
probabilidade de bloqueio, um transponder SPADE com 800 canais equivalerá a
3200 canais MCPC, o que mostra a grande vantagem de uso do sistema SPADE.
Para o sistema SPADE operar com a maior capacidade possível faz-se necessá-
rio a utilização de estações com relações G/T de 40,7dB/K, que é um valor muito
alto, resultando em antenas de grandes dimensões.
Supondo que o sistema SPADE trabalhe com estações de pequeno porte, com
relação G/T de 35dB/K, será necessário operar com potências mais elevadas, resul-
tando em níveis mais elevados de intermodulação. Para manter os veis de intermo-
dulação dentro de escalas aceiveis é necessário diminuir o número de portadoras. O
gráfico da Figura 3.13, mostra esta redução para transponders que utilizam amplifi-
cadores do tipo TWTA.
0 50 100 150 200 250 300
100
200
300
400
500
600
700
800
G
N(G)
Figura 3.13. N(G): Número máximo de canais admitido por transponder
e G: Número de estações com G/T = 35 dB/K.
52
Se a rede possuir 100 estações de pequeno porte com G/T=35dB/K, resultará
em apenas 580 estações atendidas no plano geral
1
.
A grande desvantagem do FDMA é a utilização do transponder com múltiplas
portadoras, pois são gerados produtos de intermodulão muito elevados devido a
não linearidade dos amplificadores. Em várias aplicações o uso do transponder não é
limitado pela largura de faixa e, sim, pela impossibilidade de se trabalhar com níveis
mais altos de potência ou pela dificuldade de operação com antenas de grande porte,
com elevados valores da relação G/T. A não linearidade dos transponders será abor-
dada no Capítulo 4.
3.3. ltiplo Acesso por Divisão de Tempo.
Em TDMA a alocação de cada estação não é feita através de uma portadora,
mas sim com a alocação de um time slot, dentro de um quadro (frame) de transmis-
são. Portanto, uma única portadora trafega pelo transponder, não ocorrendo a exces-
siva degeneração por intermodulão, como ocorre em FDMA. Esta condição que
pode ser visualizada, está expressa na Figura 3.14, que apresenta as estações A, B, C
e D multi acessando o transponder no tempo.
Estação
Referência
A3
A2
A1
R3
R2
R1
C2
C1
B2
B1
R1 A1 B1 C1 R2 A2 B2 C2 R3
Frame
A
B
C
D
Figura 3.14. Acesso TDMA utilizando uma estação de referência para
transmissão do burst de sincronização.
53
Para permitir o perfeito funcionamento entre as estões, sem que ocorram co-
lisões e, com isso, uma queda significativa da eficiência do sistema, o sistema TDMA
trabalha com um formato de frame e burst, como apresentado na Figura 3.15.
A partir desta Figura realizamos uma descrição de cada um dos elementos que
compõem o frame TDMA. Os principais fatores que integram a janela TDMA são:
CBR BCW SIC G CBR BCW SIC To B To COW ...G To Z Q
Reference burst
Preâmbulo Tráfico de dados
R
From
A
From
B
...
From
Y
From
Z
Frame Frame Frame
Figura 3.15. Formato do FRAME e do BURST para sistema TDMA.
q BURST de REFERÊNCIA.
Responsável por indicar o início do quadro (frame) sendo sub-dividido em time
slots que são utilizados em várias funções. Para os diferentes tipos de redes do mer-
cado, podem existir diferenças na implementação. No entanto, a função de cada slot
se mantém a mesma e permite o entendimento do texto.
q TEMPO DE GUARDA.
Da mesma forma que existe a banda de guarda na condição FDMA, em TDMA
existe o tempo de guarda (G), que previne a sobreposição na transmissão das esta-
ções.
q RECUPERAÇÃO DE PORTADORA E DO RELÓGIO
Todos os bursts são iniciados com uma seqüência de bits que são utilizados para
viabilizar, no receptor, a recuperação da portadora e do relógio (CBR - Carrier and
bit timing recovery ). Este processo é realizado para que a demodulação dos dados
aconteça com melhores desempenhos. Esta seqüência não pode ser de tamanho exa-
54
gerado e, sim, suficiente para permitir a perfeita interpretação por parte do receptor.
O número exagerado de bits nesta seqüência pode causar a queda de eficiência.
q PALAVRA DE CÓDIGO DE BURST.
A palavra de código de burst (BCW - Burst Code Word) é também conhe-
cida como palavra única (UW - Unique Word) e tem como principal função indi-
car ao receptor o icio da transmissão de dados da estação de referência, com
controle e informação do sistema. Além disso, permite que todas as estações se-
jam sincronizadas no início de cada quadro, gerando, conseqüentemente, a possi-
bilidade de informação de cada burst dentro do frame. Nos bursts de informação,
teremos a mesma função, mas atrelada ao início de cada burst e os respectivos
sub-burst.
q CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO DE ESTAÇÃO
Através desta seqüência de bits é possível identificar a estação (SIC - Station In-
dentification Code) que estransmitindo e, conseqüentemente, utilizando o meio em
um determinado time slot. No time slot das estações, existe um preâmbulo que se
diferencia do canal de burst apenas pela presença de um canal de serviço, para co-
municação entre estões, na forma de voz ou dados. Após o preâmbulo, existe a
transmissão de dados e, para finalizar o burst, a estação transmite alguns bits de en-
cerramento (Q).
Da mesma forma que no FDMA, no TDMA o acesso pode ser pré-fixado com
os time slots definidos por hardware para cada estação que compõe a rede. No en-
tanto, a alocação também pode ser por demanda (DAMA), principalmente quando a
taxa de transmissão de cada estação é muito variável.
Em grande parte das aplicações um transponder não é utilizado por uma única
portadora multi-acessada por tempo, mas, sim, com várias portadoras, sendo cada
uma delas atrelada a uma rede de voz ou dados. Nesta condição, o primeiro tipo de
múltiplo acesso é o por freqüência (FDMA) e os demais podem vir a ser TDMA.
Neste caso, o TDMA ocorre em uma sub-banda e é chamado de TDMA Faixa Estreita
(TDMA Narrow Band) ou Narrow TDMA.
55
Dentro da condição de acesso por divio de tempo ainda existem as técnicas
com processo aleatório, sendo muito empregadas em redes de comunicação por pa-
cotes
4,6
, como será analisado no item 3.5.
3.4. Comparação das Técnicas FDMA e TDMA
A comparação das técnicas de múltiplo acesso TDMA e FDMA leva em consi-
deração a capacidade de transmissão e o tempo de atraso na transmissão de mensa-
gem. Este tópico realizará a comparação utilizando as características gerais de cada
técnica, em um mesmo ambiente de canal.
É relevante observar que não serão considerados a banda de guarda entre as
sub-bandas FDMA e o tempo de guarda entre os slots TDMA, pois a perda de efici-
ência provocada por ambos artifícios se eqüivalem. Além disso, para facilitar a análi-
se, ainda será considerado que as estações geram suas mensagens de forma determi-
nística, de modo que o recurso de comunicação é utilizado na sua totalidade.
Na prática, esta comparação direta nem sempre é possível devido às particula-
ridades ligadas à solução de engenharia, de cada empresa do setor. Sendo assim, para
ambos os casos funcionará a taxa de transmissão R como sendo a máxima admitida
pelo transponder. Além disso, serão considerados M usuários iguais em ambos os
casos, para que se permita uma comparação direta.
3.4.1. Capacidade de Transmissão nos Sistemas FDMA.
Em FDMA, admitindo as condições impostas anteriormente, tem-se que a lar-
gura de faixa total do transponder será dividida de forma idêntica para todas as esta-
ções que compõem a rede. Desta forma, pode-se concluir que a taxa de transmissão
média de cada estação será diretamente proporcional à largura de faixa ocupada pelas
mesmas. Sendo assim, quanto maior é o número de estações, menor será a taxa de
transmissão média de cada uma delas. Matematicamente, a taxa de transmissão mé-
dia por estação pode ser obtida pela equação:
M
R
RR
m
===L
1
(3.1)
56
onde
1
R é a máxima taxa de transmissão média da primeira estação e
m
R é a máxima
taxa de transmissão média da m-ésima estação da rede.
Se a mensagem gerada em cada estação é formada por pacotes com b bits e o
mesmo é transmitido em T segundos, tem-se que a taxa de transmissão total exigida
por todo sistema FDMA será dada pela equação:
T
b
MR
FDMA
=
(3.2)
onde R
FDMA
é a taxa total requerida por todas as M estações do sistema FDMA dada
em bps.
3.4.2. Capacidade de Transmissão nos Sistemas TDMA.
Para análise do sistema TDMA serão adotadas as mesmas condições iniciais já
propostas anteriormente. Neste caso, cada estação que compõe a rede poderá trans-
mitir com a máxima taxa R admitida pelo transponder. No entanto, para que todas as
estações realizem suas transmissões, será criado um quadro(frame), com um número
de slots igual ao número M de estações. Desta forma, pode-se concluir que a taxa de
transmissão média de cada estação também será calculada pela equação (3.1).
Considerando que em TDMA as estações também terão que trabalhar com a
transmissão de mensagens divididas em pacotes de b bits, pode-se concluir que estes
pacotes deverão ser transmitidos não no tempo total de análise, mas numa fração
referente ao time slot, que é o tempo T divido pelo número total de estações M. Por
este motivo, a taxa total é calculada como a taxa de cada estação e devidamente re-
presentada pela equação:
T
b
M
M
T
b
R
TDMA
=
=
(3.3)
onde R
TDMA
é a taxa total requerida por todas as M estações do sistema TDMA dada
em bps.
Comparando a equação (3.2) com a (3.3), conclui-se que os sistemas FDMA e
TDMA requerem a mesma taxa total de bits.
57
3.4.3. Atraso no envio das mensagens em FDMA e TDMA.
O atraso sofrido pela mensagem será definido como sendo o intervalo de tempo
entre o instante em que se deseja transmitir a mensagem e o instante em que a esta-
ção transmissora termina esta transmissão. A equação (3.4) denota esta condição.
τ
+
=
WD
(3.4)
onde W é o tempo médio que o pacote espera para ser transmitido e τ é o tempo de
transmissão do pacote.
Para TDMA o pacote é enviado em um time slot de duração igual ao tempo T
dividido por M estações, como apresentado pela equação:
=
M
T
TDMA
τ
(3.5)
Comparando a equação (3.5) com a (3.3) resulta na relação:
=
R
b
TDMA
τ
(3.6)
Se no sistema TDMA a estação necessita realizar a transmissão em um instante
de tempo que coincida com o instante de início de seu time slot, pode-se concluir que
o tempo de espera será igual a zero. No entanto, se a estação necessita transmitir um
pacote, no instante de tempo em que o seu time slot está terminando, o tempo de es-
pera será de
( )
M
T
M 1 . Desta forma, o tempo de espera médio para transmissão
do pacote será dado pela equação:
( )
M
T
m
M
W
M
m
TDMA
=
=
1
1
1
(3.7)
O somatório da equação (3.7) é reconhecido como a soma dos termos de uma
progreso aritmética, que pode ser re-escrita na forma da equação (3.8)
7
:
=
M
T
W
TDMA
1
1
2
(3.8)
58
Com as equações (3.5) e (3.8) pode-se obter a equação que representa o atraso
médio na transmissão de uma mensagem em TDMA, na forma:
+
=+=
M
T
M
T
WD
TDMATDMATDMA
1
1
2
τ
(3.9)
Simplificando esta equação, tem-se:
+=
M
TD
TDMA
2
1
2
1
(3.10)
Para o sistema FDMA o tempo médio de espera do pacote é igual a zero
( 0=
FDMA
W ), pois a estação sempre possui uma sub-banda a sua disposição. No en-
tanto, o tempo de transmissão do pacote será igual a T ( T
FDMA
=τ ). Sendo assim,
tem-se que o atraso de transmissão da mensagem no sistema FDMA satisfaz:
TD
FDMA
=
(3.11)
10
0
10
1
10
2
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
M
D
FDMA
D
TDMA
Figura 3.16. Gráfico que apresenta o tempo médio de atraso no envio da mensagem em função do
número de estações nos sistemas FDMA e TDMA, com tempo de frame normalizado.
Comparando as equações (3.10) e (3.11) chega-se à conclusão de que, do ponto
de vista de atraso na transmissão da mensagem, o sistema TDMA é superior ao
59
FDMA, pois o tempo médio de atraso da mensagem em TDMA é muito menor que
em FDMA. O gráfico da Figura 3.16, mostra que, quanto maior o número de esta-
ções, maior é a superioridade do TDMA em relação ao FDMA neste quesito.
3.5. Técnicas de Múltiplo Acesso Empregando Algoritmos com
Processo Aleatório.
3.5.1. ALOHA
A técnica ALOHA foi desenvolvida em 1971 na Universidade do Hawai, na
concepção via satélite, para interligar os vários computadores da universidade em
rede. A forma como o sistema opera é muito simples e pode ser analisada através de
um roteiro de operação, que pode ser descrito em quatro etapas a saber:
q Modo de Transmissão.
A transmissão de um determinado usuário é realizada de forma totalmente in-
dependente, podendo ser iniciada em qualquer instante, bastando apenas que exista a
necessidade. Normalmente, o sistema trabalha com um código corretor de erro, para
aumento do desempenho.
q Modo de Escuta.
A estação, ao terminar sua transmissão, entra em modo de escuta, para receber
uma mensagem de confirmação da estação destino. A mensagem de ACK
(Acknowledge) é transmitida da estação destino para todas as estações que compõem
a rede, incluindo a própria estação que a transmitiu, fazendo com que exista uma
confirmação que garanta o sucesso de seu recebimento.
A estação que originou a informação transmitida pode receber da estação des-
tino uma mensagem de não recebimento NAK (No Acknowledge). Isto ocorre quando
a estação destino recebe o sinal, mas não consegue decodificá-lo. A maior causa
deste problema é a colisão, dada pela transmissão simultânea de duas ou mais esta-
ções na rede.
q Modo de Retransmissão.
60
Quando a estação que originou a transmissão recebe da estação destino uma
mensagem de NAK, ocorre a retransmissão da mensagem de dados dentro de um in-
tervalo de tempo obtido de forma aleatória, para que não ocorra uma nova colisão,
pois a outra estação envolvida também trabalhará na retransmissão das informões.
q Modo Time-Out.
Após a transmissão do sinal, a estação que a originou deve receber uma men-
sagem de ACK ou NAK. No entanto, pode ocorrer, por diferentes causas, o não rece-
bimento destes sinais. Neste caso, a estação realiza a retransmissão da mensagem
após um determinado tempo de espera, conhecido como Time-Out.
A técnica de múltiplo acesso com processo aleatório utilizando o algoritmo
ALOHA pode ser representada através do fluxograma algoritmo na Figura 3.17.
Necessidade de
transmissão de dados
Modo de transmissão
Contagem Randômica Fim da Transmissão
Time out
Modo de
Escuta
Figura 3.17. Algoritmo da técnica de acesso ALOHA
Esta técnica tem como grande vantagem a simplicidade do protocolo de opera-
ção, mas, em contrapartida, será bastante afetada pela colisão entre estações, ofere-
61
cendo períodos de vulnerabilidade elevados, como pode ser visualizado na Figura
3.18
8
.
Período de Vulnerabilidadedo Pacote A
Pacote A
Pacote Y Pacote W
t
0
t
0
+ τ t
0
+2 τ
Figura 3.18. Análise no tempo do período de vulnerabilidade da técnica ALOHA.
Graficamente, é possível notar que o período de vulnerabilidade é grande. Para
solucionar este problema foi criada a técnica S-ALOHA (Sloted ALOHA - ALOHA
Segmentado), que mantém quase todas as características do ALOHA, com excão de
uma delas.
Na técnica S-ALOHA é adicionada uma pequena gerência ao sistema. O canal é
dividido em vários time slots e uma das estações se responsabiliza em sincronizar as
demais, informando o início e término de cada time slot. Desta forma, uma determi-
nada estação pode transmitir a qualquer momento, desde que o icio da transmissão
seja sincronizado com o icio de um novo time slot. Esta alteração na ALOHA pro-
porciona um ganho considerável de eficiência, pois elimina a possibilidade de coli-
o do início de uma transmissão com o final da outra antecedente. A Figura 3.19.
ilustra a nova condição de operação. Esta mostra que a técnica obriga a ocorrência de
colisões somente de forma completa, viabilizando a utilização em sistemas de tráfego
mais elevado, se comparada ao caso anterior, que tem o período de vulnerabilidade
duas vezes maior.
62
Com a técnica S-ALOHA já se obteve uma grande melhoria, pois o tempo de
vulnerabilidade se reduz à metade. No entanto, existe a possibilidade de se minimizar
ainda mais o efeito da colisão, através de uma prévia reserva do meio de comunica-
ção, como é proposto pela técnica R-ALOHA (Reservation ALOHA - ALOHA com
Reserva).
Pacote A
t
0
t
0
+ τ t
0
+2τ t
0
+3τ
Período de Vulnerabilidade
do Pacote A
Figura 3.19. Análise no tempo do período de vulnerabilidade da técnica S-ALOHA.
O sistema R-ALORA oferece dois modos básicos de operação, sendo um deles
denominado não reservado e o outro reservado.
q Operação no modo não reservado (Estado Quiescente).
Ø Nesta condição, é estabelecido um quadro que é dividido em um núme-
ro grande de pequenos intervalos para reserva;
Ø As estações utilizam estes pequenos slots para reservar um de maior du-
ração para transmissão de dados ou mensagens.
Ø Depois de realizada a reserva, o usuário recebe consentimento (mensa-
gem ACK) acompanhada da informação de qual slot de dados poderá
ser utilizado.
q Operação no modo reservado.
Ø Um quadro de tempo é dividido em M+1 slots quando é realizada uma
reserva;
Ø Os primeiros M slots são empregados para transmissão de mensagens;
63
Ø O último slot é subdividido em sub-slots, que serão utilizados para que
as outras estações possam realizar a reserva de dados, mantendo toda a
rede em operação;
Ø As estações transmitem seus pacotes de dados somente nos slots permi-
tidos pela estação de controle, ou seja, apenas em alguns M slots exis-
tentes por quadro.
O exemplo de R-ALOHA apresentado na Figura 3.20 é bastante interessante,
pois permite verificar que, no estado quiescente, o tempo é dividido em pequenos
sub-slots para que as estações reservem o meio para transmissão. Uma vez realizada
a reserva por uma estação qualquer, o sistema é configurado para que o quadro seja
composto por M slots para transmissão de dados e V sub-slots para reserva do meio.
Neste exemplo, considerou-se M=5 e V=6. É importante notar que ocorre uma alte-
ração no formato de temporização
1,9,10
.
0 5 10 15 20 25 30 35
Request
ACK
Envio do 1
0
slot
Estado Quiescente
1 round t rip
Satelite time
M V
Slots Subslots
Figura 3.20. Exemplo de um sistema operando com R-ALOHA.
Estação requisitando 3 slots numa estrutura com M=5 e V=6.
Neste exemplo, uma dada estação reserva três slots para transmissão de dados e
recebe da estação de controle o consentimento acompanhado da informação de qual
será o primeiro slot de que fará uso. Como o controle é distribuído, todos os recepto-
res que fazem parte da rede são informados da reserva e da temporização, evitando,
com isso, a colisão, durante o intervalo de transmissão dos dados.
A estação de controle não precisa transmitir nenhuma informação a mais do que a
posição do primeiro pacote de dados, pois, na Figura 3.19, é possível notar que a
estação que recebeu a permissão para utilização de três slots, iniciou sua transmissão
no quarto slot do bloco com M=5, utilizando o quinto slot para transmissão do seu
64
segundo bloco de dados. Naquilo que seria o seu terceiro e último slot, ocorrerá os
seis sub-slots de dados (V=6). Portanto, este tempo será respeitado pela estação re-
quisitante e o seu terceiro e último pacote será transmitido no primeiro slot do quadro
sub-seqüente.
Depois de um determinado tempo sem a utilização do meio para transmissão de
dados, o sistema retorna ao seu formato em repouso, com a presença somente de sub-
slots. Como o controle é distribuído, todos os participantes são informados do for-
mato quiescente por pacotes de sincronismo no down-link.
A única possibilidade de colisão no R-ALOHA é durante os sub-slots de reser-
va, que são muito pequenos. Com isso, o tempo desperdiçado na colisão é bastante
reduzido, aumentando a vazão do sistema.
As técnicas S-ALOHA e R-ALOHAo podem ser confundidas com a TDMA,
pois os slots podem ser utilizados por qualquer estação, não obedecendo a ordem
nem prioridades. Outro fator importante reside no fato de que em TDMA não existe
colisão.
Existem várias outras técnicas de grande utilidade em sistemas via satélite, que
podem ser estudadas nas referências
8 e 9
.
3.6. Desempenho das Técnicas de Múltiplo Acesso Empregando
Algoritmos com Processo Aleatório.
Este tópico tem a intenção de comparar o desempenho das técnicas ALOHA, S-
ALOHA e R-ALOHA.
Em uma rede a taxa total de tráfego (λ
t
) é composta pela taxa total (λ) dos pa-
cotes transmitidos com sucesso e a taxa (λ
r
) obtida em função dos pacotes rejeitados
(λ
r
), como proposto pela equação (3.12). Sendo assim, as técnicas serão analisadas
em função da taxa média de pacotes transmitidos com sucesso, comparada com a
taxa média total de pacotes transmitidos.
rt
λλλ +=
(3.12)
65
Considerando que cada pacote possui um determinado número de bits (b), é
possível obter o valor médio do tráfego do canal com sucesso em bits por segundo,
como demonstrado na equação (3.13).
λρ =b
1
(3.13)
onde ρ
1
é a vazão do canal (throughput) ou ainda o valor médio do tráfego com su-
cesso. Na equação (3.14), é seguida a mesma linha de raciocínio para determinação
do tráfego total (G`):
t
bG λ=
`
(3.14)
Com a máxima taxa de transmissão do canal (R), determinam-se os valores
normalizados da vazão do canal (ρ) e do tráfego total (G), como apresentado nas
equações (3.15) e (3.16):
R
b
λ
ρ
=
(3.15)
R
b
G
t
λ
=
(3.16)
Os valores normalizados da vazão do canal (throughput) poderão variar de zero
a um (0 ρ 1), enquanto os valores normalizados do tráfego total poderão ser mai-
ores que a unidade (0 G ≤ ∞).
O tempo de transmissão de cada pacote (τ) dependerá da taxa de transmissão
máxima do canal e do número de bits de cada pacote. Esta grandeza semedida em
segundos por pacote, como mostrado na equação (3.17).
R
b
=τ
(3.17)
Trabalhando algebricamente, pode-se rescrever as equações (3.15) e (3.16) em
função da equação (3.17), como apresentado nas equações (3.18) e (3.19).
τ
λ
ρ =
(3.18)
τλ⋅=
t
G
(3.19)
66
Analisando a Figura 3.18 conclui-se que uma estação tem sucesso completo em
sua transmissão, se, ao iniciar o envio de seus dados, nenhum outro usuário esteja
transmitindo pelo mesmo meio e ainda deve contar com que nenhum outro usuário
inicie uma transmissão dentro dos (τ) segundos previstos para a transmissão de um
pacote. Portanto, é necessário um intervalo de tempo de (2τ) para garantia de sucesso
da transmissão do pacote.
A distribuição de probabilidade que melhor representa o envio de mensagens
por usuários não relacionados em um sistema de comunicação é a de Poisson. A pro-
babilidade de se ter (K) novas mensagens no intervalo de tempo de (τ) segundos é
dada pela distribuição de Poisson como apresentado na equação (3.20);
( )
( )
0
!
)(
=
K
K
e
KP
K
τλ
τλ
(3.20)
onde (λ) é a taxa média de mensagem.
Como os usuários transmitem sem nenhuma consulta aos demais usuários do
sistema ALOHA, a equação (3.20) deve calcular a probabilidade (Κ=0) durante o
intervalo (2τ), para que seja garantido o sucesso na transmissão de um pacote de da-
dos. Assumindo que todo tráfego possa ser representado pela distribuição de Poisson,
será considerado para equação (3.20) que a taxa média de mensagem seja (λ
t
) e que o
tempo de vulnerabilidade é (2τ). Sendo assim, chega-se à equação (3.21).
( )
( )
)2(
2
0
!
0
2
)0(
t
t
e
e
KPP
t
S
λτ
λτ
λτ
=
===
(3.21)
A probabilidade P
S
pode ser traduzida como a probabilidade de ocorrência de
sucesso na transmissão. Esta probabilidade também pode ser calculada através da
equação (3.12), pois basta relacionar a taxa média de pacotes transmitidos com su-
cesso (λ) com a taxa média de pacotes totais transmitidos (λ
t
).
t
S
P
λ
λ
=
(3.22)
Trabalhando com as equações (3.21) e (3.22), obtém-se a equação (3.23).
67
)2(
t
e
t
λτ
λλ
=
(3.23)
Substituindo a equação (3.23) em (3.18) e (3.19), tem-se:
G
eG
2
=ρ
(3.24)
A equação (3.24) relaciona o valor normalizado de vazão do canal (ρ) com o
tráfego total normalizado (G) na técnica ALOHA. Para a técnica S-ALOHA é possí-
vel, da Figura 3.19, visualizar que o período de vulnerabilidade se reduz a τ segun-
dos. Se for realizado o mesmo equacionamento para o S-ALOHA, considerando a
diferença no tempo de vulnerabilidade, chega-se à conclusão de que o valor normali-
zado de vazão do canal será dado pela equação (3.25).
G
eG
=ρ (3.25)
A Figura 3.21 permite visualizar os máximos valores normalizados de vazão
das técnicas ALOHA e S-ALOHA, que são de 0,184 e 0,368, respectivamente.
10
-3
10
-2
10
-1
10
0
10
1
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
G
ρ
ALOHA
ρ
S-ALOHA
Figura 3.21. Vazão dos canais nas técnicas ALOHA e S-ALOHA
A comparação entre as técnicas ALOHA, S-ALOHA e R-ALOHA realizada na
Tabela 3.1, permite concluir que a eficiência de transmissão assume valores máximos
68
aproximados de 18%, 37% e 67%, respectivamente. Estes valores são baixos, mas a
sofisticação da técnica ALOHA pura permitiu que a vazão do canal aumentasse con-
sideravelmente.
Tabela 3.1. Resumo da vazão da técnica ALOHA e suas derivações.
Técnica Vazão Normalizada Vazão (%)
ALOHA
ρ = 0,184 ρ = 18,4
S-ALOHA
ρ = 0,368 ρ = 36,8
R-ALOHA
ρ = 0,670 ρ = 67,0
3.7. Conclusão.
As técnicas de múltiplo acesso com alocação fixa são adequadas para redes
com menos do que 10 estões, com cada uma das estações oferecendo tráfego de
dados estável e previsível, como é o caso de tráfego telefônico e sinais de TV digital
pelo satélite. Neste caso, a técnica que se destaca é a TDMA, pois oferece menor
atraso na transferência dos pacotes e não opera com várias portadoras, simultanea-
mente, evitando o problema de degeneração por intermodulação e possibilitando a
operação com valores mais elevados de potência, o que diminui a taxa de erro do
enlace
7
.
As redes utilizando a técnica de polling (envio de mensagens de forma seqüen-
cial estação por estação, segundo uma ordem definida)
7
não se aplicam para redes
VSAT, pois o tempo de atraso na propagão dos sinais é muito grande, fazendo com
que o tempo necessário para varrer todas as estações seja muito elevado, inviabili-
zando o processo. O tempo de atraso na propagação também é o que impede a utili-
zação das técnicas que utilizam protocolos de passagem de ficha.
As técnicas de acesso da família CSMA possuem desempenho inversamente
proporcional ao tempo de propagação na rede. Como numa rede VSAT o tempo de
propagação é muito maior que o tempo de duração de um pacote, estes protocolos
também são inviáveis.
69
Por este motivo, para grandes redes de comunicação via satélite, o mais indica-
do é a utilização de redes híbridas do tipo DAMA com TDMA ou com protocolos de
contenção do tipo ALOHA, S-ALOHA, R-ALOHA e outros.
Embora tenham sido abordados apenas os principais protocolos, existem vários
outros propostos. Pesquisadores ligados ao mercado de comunicação via satélite, de
uso corporativo com estações VSAT, desenvolveram outras propostas, como, por
exemplo: BRAM (Broadcast Recognition Access Method), PDAMA (Packet-Demand
Assignment Multiple Access) e outros.
As técnicas DAMA oferecem maiores valores de vao máxima, quando ope-
ram com pacotes de reserva muito menores que o de dados. Este tipo de solução é
mais complexo e apresenta um atraso nimo de transferência de pacotes igual a
duas vezes o tempo de propagação da rede, mesmo que o tráfego seja muito baixo
7
.
70
Referências Bibliográficas
1
Sklar, Bernard. Digital Communications: Fundamentals and Applications. 2
nd
Ed.
Prentice Hall, Inc. 2000.
2
Maral, G.; Bousquet, M.. Satellite Communications Systems: Systems, Techniques
and Technology. 4
th
Ed.. John Wiley & Sons, Inc, 2002.
3
Roddy, Dennis. Satellite Communications. 3
rd
Ed.. Mc Graw-Hill, 2001.
4
Elbert, Bruce R. The satellite communication applications handbook. Artech Hou-
se,Inc., 1997.
5
Gordon, Gary D. and Morgam, Walter L.; Principles of Communications Satellite;
John Wiley & Sons, 1
st
edition (July 22, 1993).
6
Elbert, Bruce R. Introduction to Satellite Communication. 2
nd
Ed. Artech Hou-
se,Inc., 1999.
7
Brito, J. M. C. Múltiplo Acesso em Redes de Telecomunicações. Dissertação de
mestrado submetida à Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 1998.
8
Ha, Tri Ti . Digital Satellite Communications. Macmillan Publishing Comp., 1986.
9
Roberts, L. Dynamic Allocation of Satellite Capacity through Packet Reservation.
AFIPS Conf. Proc, vol. 42, june 1973, p. 711.
10
Binder, R. A Dynamic Packet Switching System for Satellite Broadcast Channels.
Proc. Int. Conf. Commun, June 1975, pp. 41-1 - 41-5.
71
Capítulo 4
Análise do Comportamento Não Linear do
Transponder de Satélite como Repetidor de Sinais de
Rádio Freqüência
4.1. Introdução
O planejamento de um enlace via satélite deve levar em consideração tanto as
relações portadora/ruído dos enlaces de subida e descida como também as caracterís-
ticas de não linearidade dos transponders.
A não linearidade de um transponder via satélite pode inviabilizar por com-
pleto um enlace, pois, dependendo da condição de operação, os produtos de intermo-
dulação podem atingir valores elevados.
Esta análise em satélite é de grande importância, pois, como as distâncias en-
volvidas são muito grandes, as potências necessárias nos links devem ser maiores que
as utilizadas em enlaces terrestres de microondas.
Em contrapartida, existe limitação de potência por parte das estações orbitais.
Além de não contar com uma grande capacidade de fornecimento de energia, os sa-
télites devem operar com transponders de alta eficiência, para minimizar os efeitos
da dissipação de potência em órbita e para não onerar o tamanho da estrutura física, o
que dificultaria o processo de lançamento.
72
Todas estas características fazem com que o satélite tenha seu desenvolvimento
baseado em operações com níveis de potência iguais ao máximo admitido na condi-
ção de saturação. Esta exigência deixa de ser atendida, à medida que a forma de utili-
zação do transponder contemple diferentes categorias de usuários e diferentes for-
mas de múltiplos acessos.
No Capítulo 3 foram discutidas várias formas de multiacessar o satélite e
aquela que permite explorar ao máximo a potência do satélite é a TDMA, pois em-
prega apenas uma portadora no transponder. Aliada às modulações baseadas em fase
e freqüência, este tipo de configuração nada sofre com produtos de intermodulação,
permitindo que se opere na saturação. No entanto, são poucos os usuários que possu-
em tráfego que justifique uma única portadora operando em TDMA, em função da
alta taxa de comunicação permitida por esta configuração.
Como o mais comum é dividir a banda total do transponder do satélite em sub-
bandas e estas serem disponibilizadas a diferentes usuários, tem-se como principal
forma de múltiplo acesso o FDMA que, com múltiplas portadoras, será altamente
impactado pela não linearidade oferecida pelos transponders, exigindo que no pla-
nejamento do enlace esta condição seja levada em consideração.
Os amplificadores empregados nos transponders são denominados TWTA
(Travelling Wave Tubes Amplifiers) ou SSPA (Solid State Power Amplifiers). Os am-
plificadores TWTA utilizam as válvulas de onda caminhante (TWT), enquanto os
SSPA empregam transistores FET. Estas tecnologias estão presentes nos satélites em
função da época em que foram lançados, da banda de freqüências em que operam e
da potência de transmissão.
Atualmente, as tecnologias para construção de amplificadores em microondas
são sempre atreladas aos componentes de estado sólido, pelo fato de os mesmos
apresentarem maiores eficiências, menor custo, maior facilidade de operação, maior
durabilidade e menores dimensões, se comparados com as válvulas amplificadoras.
Ainda existe a limitação de potência dos componentes de estado sólido, comparados
com as válvulas, principalmente nas bandas K, Ku e Ka.
73
4.2. Representação da função de transferência dos transponders,
através das séries de Taylor
Existem várias formas de representar a não linearidade oferecida por um trans-
ponder, cabendo aqui destacar: as séries de Taylor, as funções de Saleh, o modelo de
Blum e Jeruchim, ou ainda as séries de Volterra. No entanto, este trabalho utiliza a
série de Taylor para a representação do transponder, pois as válvulas TWT e os tran-
sistores com tecnologia FET apresentam distorções com predominância nos termos
de terceira ordem, permitindo que a série seja truncada e oferecendo, com isso, pou-
cos termos da série numérica
1
. Estas características serão discutidas ao longo deste
capítulo.
4.2.1. Função característica de transferência do transponder
Um amplificador ideal apresenta uma função de transferência de comporta-
mento linear que pode ser descrita pela equação (4.1).
(
)
(
)
tVKtV
inout
=
1
(4.1)
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
V
in
(t)
V
out
(t)
Comportamento
Ideal
Comportamento
Real
Figura 4.1. Função de transferência dos amplificadores na
condição ideal e na condição real.
74
No entanto, na condição real de operação, a resposta de um amplificador é di-
ferente, pois existe uma região não linear onde ocorre a saturação. Na condição de
saturação, um incremento de nível de entrada não é agraciado com o mesmo ganho
com que o sinal de entrada é amplificado na condição linear de operação. A Figura
4.1 apresenta duas curvas, com uma delas mostrando o comportamento linear e a
outra o comportamento real.
Através da Figura 4.1 pode-se perceber que a curva real possui um comporta-
mento linear de sua origem até um determinado valor de V
in
(t), onde se inicia a regi-
ão de saturação. A partir deste ponto, fica bastante notório o comportamento não
linear. Para representar este comportamento de forma mais próxima possível da rea-
lidade, será utilizada a série de Taylor, como enunciado na equação (4.2)
1
.
() ()
tVKtV
j
in
N
j
nout
=
=
1
(4.2)
A equação (4.2) escrita sem a representação de somatório, pode ser visualizada
na equação (4.3), na forma:
() ()
(
)
(
)
(
)()
tVKtVKtVKtVKtVKtV
N
innininininout
+++++=
4
4
3
3
2
21
(4.3)
Esta séria pode ser truncada, pois, para uma representação real, são necessários
apenas alguns termos da aproximação, sendo que, em muitos casos, é suficiente con-
siderar até o termo de sétima ordem. Existem casos em que os amplificadores podem
ser representados com apenas dois ou três termos.
A equação (4.3) demonstra que na saída do amplificador existirá um sinal pro-
veniente da influência dos termos quadrático, cúbico e de demais ordens. Esta condi-
ção é responsável pela geração de distorções de amplitude nos domínios da freqüên-
cia, assim como provoca alterações na fase.
4.2.2. Análise do comportamento quadrático
Para analisar a aproximação quadrática será utilizada a função de transferência
apresentada na equação (4.4):
()
(
)
(
)
tVKtVKtV
ininout
2
21
+=
(4.4)
75
Aplicando-se um sinal de entrada cossenoidal com amplitude A
1
e freqüência
angular
ω
1
, tem-se, na saída da estrutura, o sinal representado pela equação (4.5).
() ()
t
AKAK
tAKtV
out 1
2
12
2
12
111
2cos
22
cos
ωω
++=
(4.5)
O sinal de saída é composto por três termos, sendo o primeiro termo resultado
do ganho linear e que reproduz o sinal de entrada com ganho K
1
e os segundo e ter-
ceiro termos representam distorções. O segundo termo é uma componente DC en-
quanto que o terceiro termo faz o papel da segunda componente harmônica
2
.
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
V
in
(t)
V
out
(t)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
Sinal de
Saída
Sinal de
Entrada
V
in
(t)
V
out
(t)
(a) (b)
Figura 4.2. (a) Função de transferência com comportamento quadrático; (b) Formas de onda de
entrada e saída no domínio do tempo.
f
1
f
A
f
1
(2f
1
)f
A
(a) (b)
Figura 4.3. (a) Espectro de freqüência na entrada; (b) Espectro de freqüência na saída.
A Figura 4.2 (a) apresenta a função de transferência da equação (4.4), onde é
possível notar o comportamento não linear. A Figura 4.2
(b) apresenta a forma de
76
onda dos sinais de entrada e saída, enquanto que as Figuras 4.3 (a) e (b) as compo-
nentes dos sinais de entrada e saída no domínio da freqüência, respectivamente.
Neste caso é bastante notório as distorções geradas pela não linearidade, resultando
na degradação do sinal..
Existem vários parâmetros que definem a linearidade de um amplificador, sen-
do um deles o ponto de interseção de segunda ordem. O ponto de interseção de se-
gunda ordem é definido pelo valor de tensão na entrada ou na saída em que a com-
ponente do segundo harmônico assume amplitude igual à da portadora fundamental.
Através da equação (4.5) pode-se afirmar que o ponto de interseção de segunda or-
dem pode ser calculado para o valor de A
1
em que o primeiro termo assume a mesma
amplitude máxima que o terceiro termo, ou seja, a segunda harmônica com a mesma
amplitude que a fundamental. Esta condição pode ser visualizada através da Figura
4.4.
2
1
1
2
12
11
2
2 K
K
A
AK
AK
==
(4.6)
10
0
10
1
10
2
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
Portadora
Fundamental
Segunda
Harmônica
Ponto de Interseção
de Segunda Ordem
V
out
(t)
V
in
(t)
Figura 4.4. Ponto de interseção de segunda ordem em uma estrutura não linear.
77
A equação (4.6) mostra qual é a condição fixada entre as amplitudes do sinal
na entrada e na saída do amplificador que leva ao ponto de interseção de segunda
ordem.
4.2.3. Análise do comportamento cúbico
Na série de Taylor, a componente cúbica é de grande relevância, como será
apresentado para sinais com número de portadora N >1
3
. No entanto, este estudo ini-
cial permitirá analisar o ponto de interseção de terceira ordem. Inicialmente, será
utilizada a equação (4.7) para representação de um amplificador com distorções de
terceira ordem.
()
(
)
(
)
tVKtVKtV
ininout
3
31
+=
(4.7)
Aplicando-se um sinal de entrada cossenoidal, com amplitude A
1
e freqüência
angular
ω
1
, tem-se, na saída da estrutura eletrônica, o sinal representado pela equa-
ção (4.8).
() () ()
tAKtAKtAKtV
out 1
3
131
3
13111
3cos
4
1
cos
4
3
cos
ωωω
++=
(4.8)
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
V
in
(t)
V
out
(t)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
Sinal de
Saída
Sinal de
Entrada
V
in
(t)
V
out
(t)
(a) (b)
Figura 4.5. (a) Função de transferência com comportamento cúbico; (b) Formas de onda de entrada
e saída no domínio do tempo.
78
A função característica representada pela equação (4.8) pode ser visualizada,
graficamente, através da Figura 4.5 (a) e os sinais no domínio do tempo da entrada e
da saída do amplificador são apresentados na Figura 4.5 (b).
A Figura 4.5 (a) foi traçada, considerando-se o ganho de terceira ordem negati-
vo, como realmente ocorre nos amplificadores de RF. Conseqüentemente, a função
característica mostra uma compressão de ganho à medida que a tensão de entrada
aumenta. Este efeito pode ser visualizado no domínio do tempo, através da forma de
onda de saída que apresenta uma cossenóide distorcida em seus picos, na Figura 4.5
(b). Além desta linha de raciocínio, pode-se realizar a análise deste efeito, através da
equação que representa a função de transferência.
O segundo termo da equação (4.8) é uma componente na mesma freqüência da
fundamental, mas com amplitude negativa, pois nos amplificadores tem-se (-K
3
).
Sendo assim, esta parcela reduzirá a amplitude da fundamental, justificando, desta
forma, a compressão de ganho que depende da amplitude da portadora.
A Figura 4.6 (a) e (b) mostra o espectro de freqüência na saída, com o produto
de intermodulação de terceira ordem, tendo sido aplicado na entrada um sinal cosse-
noidal puro.
f
1
f
A
f
1
(3f
1
)f
A
(a) (b)
Figura 4.6. (a) Espectro de freqüências na entrada; (b) Espectro de freqüências na saída.
Outro parâmetro que permite medir a linearidade é o ponto de interseção de
terceira ordem, definido como sendo o valor de tensão, na entrada ou na saída, em
que a amplitude da terceira harmônica é igual à amplitude da fundamental. Esta con-
dição pode ser visualizada na Figura 4.7
4
.
79
Os pontos de interseção de segunda ordem e de terceira ordem são de grande
valia na determinação dos produtos de intermodulação, mas, infelizmente, não são
apresentados pelos operadores de satélites, para descrição dos transponders. No en-
tanto, os amplificadores empregados para estações de up-link são especificados com
estes parâmetros. Embora não ocorra em grande escala, algumas estações utilizam
um único HPA para amplificar várias portadoras, simultaneamente; condição esta
onde a análise de intermodulação se faz de grande importância. Em muitos casos,
esta prática demanda o uso de sistemas pré corretores de intermodulação, no intuito
de otimizar a utilização dos amplificadores.
Como este trabalho se destina a analisar a degeneração da relação portado-
ra/ruído, em função da presença dos produtos de intermodulação, esta abordagem
ficará como sugestão para outros trabalhos nesta área.
10
-1
10
0
10
1
10
-4
10
-3
10
-2
10
-1
10
0
10
1
10
2
V
in
(t)
V
out
(t)
Portadora
Fundamental
Ponto de
Interseção de
Terceira Ordem
Terceira
Harmônica
Figura 4.7. Ponto de interseção de terceira ordem em uma estrutura não linear.
4.2.4. Ponto de Compressão de 1dB
O ponto de compressão de 1dB é definido como sendo a tensão, na entrada ou
saída, em que a curva real, com comportamento não linear, está 1dB abaixo da curva
80
considerada ideal (termo linear da função de transferência). Matematicamente, o va-
lor de 1dB é encontrado, impondo-se a condição apresentada na equação (4.9).
() () () () ()
()
dB
tVKtVKtVKtVKtVK
tVK
N
inninininin
in
1
)(
log20
4
4
3
3
2
21
1
=
+++++
(4.9)
O ponto de compressão de 1dB varia de acordo com a série que representa o
amplificador analisado e com o número e amplitude das portadoras. Por este motivo,
a ferramenta computacional que será abordada no Capítulo 6 realiza o cálculo do
ponto de compressão de 1dB em função da comparação direta de valores entre a cur-
va ideal e a curva real. Este roteiro numérico garante a obtenção dos valores com
precisão, sem o desenvolvimento de equações matemáticas complexas.
A Figura 4.8 apresenta o ponto de compressão de 1dB na função de transferên-
cia de um dado amplificador. O ponto de compressão de 1dB é empregado em um
grande número de sistemas, para definir a máxima potência de operação ou, ainda, a
potência de saturação. Nos satélites, a operação em máxima potência ocorre, nor-
malmente, acima do ponto de 1dB, com valores que podem variar de 4dB a 6dB, no
intuito de que seja obtido o máximo desempenho da estrutura
5
.
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Vin(t)
Vout(t)
(
)
[]
dB
V
GV
Compressão
out
in
112202,1
=
Compressão
Figura 4.8. Curva de um dado amplificador com a indicação
do ponto de compressão de 1dB.
81
4.2.5. Produtos de intermodulação de ordens elevadas
Um teste de grande importância para amplificadores é o teste com o sinal de
dois tons, pois permite identificar e medir com facilidade os produtos de intermodu-
lação das mais diferentes ordens. Além disso, o sinal de dois tons submete os ampli-
ficadores a uma grande variação no seu envelope, fazendo com que a função caracte-
rística de transferência seja explorada ao longo de toda sua extensão. A Figura 4.9
(a) e (b) apresenta o sinal de dois tons no domínio do tempo e da freqüência, respec-
tivamente.
0 5 10 15 20 25 30 35
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
A
Tempo
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
0
10
20
30
40
50
60
70
Freqüência
A
(a) (b)
Figura 4.9. Sinal de dois tons: (a)No domínio do tempo; (b) No domínio da freqüência.
Com o sinal de dois tons aplicado a um amplificador é possível visualizar tanto
os produtos harmônicos como os produtos de intermodulação das mais diversas or-
dens, dependendo do desempenho do equipamento que está sendo testado. O sinal de
dois tons aplicado a um amplificador não linear apresentará, em sua saída, o sinal
descrito pela equação (4.10) truncada no termo de terceira ordem. O sinal de dois
tons será composto por duas cossenóides com amplitudes A
1
e A
2
e freqüências an-
gulares
ω
1
e
ω
2
, respectivamente.
Na Figura 4.10 está todo o possível espectro na saída do amplificador, com
componentes de intermodulação de ordem ímpar e par até a sétima ordem. Alguns
pontos importantes podem ser visualizados neste espectro de freqüências.
82
()
tV
out
=
22
2
22
2
12
AKAK
+ +
Componente DC
2
ª
Ordem
+
()
tAAK
21212
cos
ω
ω
2
ª
Ordem
()
tAAK
212
2
13
2cos
4
3
ωω
+
3
ª
Ordem
+
tAK
111
cos
ω
+
Fundamental
tAK
1
3
13
cos
4
3
ω
+
3
ª
Ordem
I
tAAK
1
2
213
cos
4
6
ω
+
3
ª
Ordem
I
+ tAK
221
cos
ω
+
Fundamental
tAK
2
3
23
cos
4
3
ω
+
3
ª
Ordem
I
tAAK
22
2
13
cos
4
6
ω
+
3
ª
Ordem
I
()
tAAK
12
2
213
2cos
4
3
ωω
+
3
ª
Ordem
+
()
tAK
1
2
12
2cos
2
1
ω
+
2
ª
Ordem
+
()
tAAK
+
21212
cos
ω
ω
+
2
ª
Ordem
+
()
tAK
2
2
22
2cos
2
1
ω
+
2
ª
Ordem
()
tAK
1
3
13
3cos
4
1
ω
+
3
ª
Ordem
()
tAAK +
212
2
13
2cos
4
3
ωω
+
3
ª
Ordem
()
tAAK +
12
2
213
2cos
4
3
ωω
+
3
ª
Ordem
()
tAK
2
3
23
3cos
4
1
ω
+ ...
3
ª
Ordem
(4.10)
I
Este produto está indicado como um produto de terceira ordem, pois é originado do termo cúbico da
série de Taylor.
83
Inicialmente, vemos que existem regiões específicas do espectro, na saída do
amplificador, que podem ser denominadas de zona DC, zona fundamental e zonas
referentes a cada harmônica.
Na zona DC estão apenas os componentes de intermodulação resultantes dos
termos de ordem par, ou seja, o termo DC e as intermodulações decorrentes das dife-
renças entre as componentes fundamentais.
Na zona de segunda harmônica ocorre o mesmo que na zona DC, existindo
apenas as intermodulações com freqüências resultantes da soma entre as fundamen-
tais, resultantes dos termos de ordem par e as segundas harmônicas.
Estes termos pares são de pequena amplitude, devido à natureza das compo-
nentes envolvidas e, além disso, ocorrem fora da zona fundamental, o que facilita
sobremaneira a filtragem dos mesmos. Na realidade, esta eliminação é quase que
natural em função dos circuitos de sintonia e casamento de impedâncias utilizados
nos amplificadores TWTA e SSPA
6
.
Na zona da terceira harmônica estão os produtos de intermodulação de ordens
ímpares, resultantes da soma. Esta região espectral também não é relevante, pelos
mesmos motivos da zona de segunda harmônica.
3f
c
2f
c
f
c
2
2
4
6
3
5
7
3
5
7
2
22
4
6
4
6
33
3
5
7
3
5
7
Zona DC Zona Fundamental
Zona da Segunda
Harmônica
Zona da Terceira
Harmônica
f
A
Fundamental
Harmônicas
Intermodulações decorrentes da Soma
Intermodulações decorrentes da Diferença
Figura 4.10. Resposta de freqüência na saída de um amplificador no teste de dois tons,
com todas as possibilidades de intermodulação.
A zona de maior importância é a zona fundamental, onde estão todas as fre-
qüências fundamentais e os produtos de intermodulação de ordem ímpar decorrentes
84
das subtrações entre as componentes fundamentais. Nesta região espectral, os pro-
dutos de intermodulação mais relevantes são os de terceira ordem, pois são os mais
próximos das portadoras e os que oferecem maiores amplitudes.
Por esta razão, este trabalho irá considerar os produtos de terceira ordem para
determinação da relação portadora/ruído de intermodulação, sem nenhum prejuízo da
validade do cálculo, pois estes serão os produtos que realmente limitarão a utilização
dos transponders em potências elevadas, com várias portadoras.
4.2.6. Conversões AM-AM e AM-PM em amplificadores não lineares
A não linearidade dos amplificadores afeta pontos de grande relevância na
análise dos sinais que por eles trafegam.
Nos amplificadores uma variação de amplitude na entrada é transferida para
saída, mas afetada pela função de transferência do amplificador. Este tipo de efeito é
conhecido como conversão AM-AM, pois trata-se do efeito causado pelo amplifica-
dor, na conversão de amplitude de entrada para saída.
No entanto, a variação de amplitude na entrada do amplificador pode causar
variações de fase do sinal de saída, ou seja, a modulação de amplitude contida no
sinal de entrada pode resultar em uma modulação de fase do sinal de saída. Esta ca-
racterística é denominada conversão AM-PM. A Figura 4.11 mostra, de forma bas-
tante resumida, a forma como estes dois efeitos podem se apresentar.
As conversões AM-AM e AM-PM são de grande importância na representação
de todo amplificador. Considerando, na entrada, um sinal cossenoidal com amplitude
A
1
, com freqüência angular
ω
1
e com fase inicial
θ
, tem-se, na saída do amplificador,
um sinal afetado em amplitude e fase, como mostrado pela equação (4.12)
1
:
(
)
(
)
ω
+
=
tAtV
in 11
cos
(4.11)
()
(
)
(
)
(
)
AgtAftV
out
+
+
=
ω
1
cos
(4.12)
onde f(A) descreve a conversão AM-AM da função característica não linear do ampli-
ficador e g(A) descreve a conversão AM-PM.
85
f
1
f
2
(2f
2
-f
1
)(2f
1
-f
2
)f
A
f
1
f
2
(2f
2
-f
1
)
(2f
1
-f
2
)
f
A
(a) (b)
f
1
f
2
(2f
2
-f
1
)(2f
1
-f
2
)f
A
(c)
Figura 4.11. (a) Intermodulação proveniente de conversão AM-AM; (b) Intermodulação proveniente
de conversão AM-PM; (c) Intermodulação resultante de conversões AM-AM e AM-PM simultâneas.
Esta análise pode ser estendida a sinais modulados como apresentado na equa-
ção (4.13):
()
(
)
[
]
tttAtV
in
ω
+
=
11
cos)(
(4.13)
onde A(t) descreve o envelope modulado presente na portadora e
θ
(t) as variações de
fase e, conseqüentemente, de freqüência proporcionadas pela modulação. O sinal
distorcido na saída é apresentado na equação (4.14).
()
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
[
]
tAgtttAftV
out
+
+
=
ω
1
cos
(4.14)
Para implementação de estruturas empregadas em pré-correção de intermodu-
lações, a análise de fase é de grande importância, pois o cancelamento dos produtos
86
de intermodulação só ocorre se forem alcançadas as fases conjugadas de cada pro-
duto que se deseja cancelar.
Como este trabalho tem a intenção de determinar apenas a relação portado-
ra/ruído (Carrier/Noise) de intermodulação, será realizada apenas a análise em am-
plitude, no intuito de simplificar o desenvolvimento das equações.
4.3. Determinação dos níveis de intermodulação
Como comentado anteriormente, dado o uso relevante demandado em muitas
aplicações tecnológicas atuais, serão considerados apenas os produtos de intermodu-
lação de terceira ordem, por serem os mais importantes nos TWTA e SSPA. Além
disso, os tópicos que serão trabalhados na seqüência abordarão apenas os termos de
amplitude.
4.3.1. Lema da não coincidência
Antes de iniciar a análise de múltiplas portadoras trafegando pelos transpon-
ders, é importante considerar a forma de se realizar a disposição dos mesmos, ao
longo do espectro útil do canal de satélite
4
.
A Figura 4.12 (a) apresenta n portadoras ocupando um determinado canal, com
um distanciamento
i
entre cada uma delas. Estes sinais, ao trafegarem de forma si-
multânea por uma estrutura não linear, são afetados por produtos de intermodulação
que estarão dispostos ao longo do espectro de freqüências, em função da posição de
cada uma das componentes.
Analisando e simulando diferentes disposições espectrais para um número ge-
nérico de portadoras, é possível verificar que os produtos de intermodulação podem
ser gerados em posições coincidentes, se o distanciamento entre as portadoras fun-
damentais forem sempre os mesmos.
Esta condição em muito prejudica o canal, pois provoca a redução da relação
portadora/ruído de intermodulação. Para minimizar este efeito deve-se adotar distan-
ciamentos diferentes entre as portadoras, como será enunciado no Lema 1
Não co-
incidência:
87
Na Figura 4.12 (b) tem-se a indicação do distanciamento entre uma portadora
de referência e as demais portadoras da banda, representado por
δ
i
. A não coincidên-
cia dos produtos de intermodulação em posições idênticas ao longo do espectro só é
totalmente atendida se os valores de
δ
i
não forem múltiplos inteiros um dos outros.
...
f
1
f
2
f
3
f
4
f
5
f
6
f
n
...
1
2
3
4
5
n
A
f
(a)
...
f
1
f
2
f
3
f
4
f
5
f
6
f
n
A
f
δ
1
δ
2
δ
2
δ
3
δ
4
δn
(b)
Figura 4.12. Portadoras dispostas na banda de um canal multi-acessado.
Sem a pretensão inicial, neste estudo, de elaborar um resultado original na lite-
ratura, foram realizadas simulações e extensivos cálculos analíticos permitindo enun-
ciar o:
Lema 1
Não Coincidência: Considere o tráfego de N portadoras múltiplas pelo
transponder de um satélite. Seja I = {1,2,3, ... , N}
N e f
i
a freqüência de cada
88
portadora, i I. Se
i
= f
i+1
- f
i
, i I{N} é o espaçamento entre elas, então existe a
não coincidência dos produtos de intermodulação se e somente se:
{
}
Ijijii
j
,;
(4.15)
=
αα
δ
δ
;
j
i
N*
(4.16)
Como verificações analíticas não são o alvo principal deste trabalho, a de-
monstração deste lema está feita em um caso particular, sem perdas de generalidades,
no Apêndice C.
Nos próximos itens, levaremos em consideração o cálculo da relação portado-
ra/ruído de intermodulação, nas condições extremas.
4.3.2. Produtos de intermodulação com duas portadoras
Através das equações (4.17) e (4.18) pode-se obter o sinal, na saída de um
transponder, de comportamento não linear, resultando na equação (4.19).
()
tAtAtV
in 2211
coscos
ω
ω
+
=
(4.17)
()
(
)
(
)
tVKtVKtV
ininout
3
31
=
(4.18)
II
() ()
()
() ()
() ()
tAKtAAK
tAAKtAK
tAAKtAAK
tAKtAKtAAK
tAKtAKtAAKtV
out
+
++
+
++
++=
2
3
2312
2
213
212
2
131
3
13
12
2
21322
2
13
2
3
232211
2
213
1
3
13111212
2
13
3cos
4
1
2cos
4
3
2cos
4
3
3cos
4
1
2cos
4
3
cos
4
6
cos
4
3
coscos
4
6
cos
4
3
cos2cos
4
3
ωωω
ωωω
ωωω
ωωω
ωωωω
(4.19)
II
Este é um caso largamente apresentado nos estudos de não linearidade de canais em comunicações
digitais, para uso em enlaces de rádio para comunicação de dados.
89
Os termos com freqüências em
3
ω
1
, 3
ω
2
, (2
ω
1
+
ω
2
) e (2
ω
2
+
ω
1
) fazem parte da
zona de terceiro harmônico e, portanto, não serão levados em consideração para de-
terminação da relação portadora/ruído de intermodulação.
Neste caso, deve ser considerado para o cálculo a relação de amplitudes do
produto
(2
ω
1
−ω
2
) ou (2
ω
2
−ω
1
), comparada com aquela de uma das portadoras en-
volvidas, resultando na equação (4.20), que estabelece a relação portadora/ruído de
intermodulação, para este caso.
2
2
13
2
213
3
1311
4
3
4
6
4
3
AAK
AAKAKAK
N
C
IMD
=
(4.20)
Na equação (4.20) foi feita a relação em módulo entre a amplitude da portadora
de freqüência
ω
1
com o produto de intermodulação com freqüência (2
ω
1
−ω
2
). O
mesmo resultado seria obtido se o nível do produto de intermodulação com freqüên-
cia de (2
ω
2
+
ω
1
) fosse comparado com a portadora com freqüência angular
ω
2
, con-
siderando portadoras fundamentais com a mesma amplitude. Caso as amplitudes das
portadoras não sejam iguais à equação (4.20), considera-se que a portadora com fre-
qüência angular
ω
1
é a de maior amplitude. Acrescenta-se ainda que são considera-
dos os produtos de intermodulação de maior amplitude que comparecem na banda
vestigial da portadora em análise.
O numerador da equação (4.20) demonstra que a portadora comparece com ní-
vel reduzido em função de produtos com freqüência
ω
1
gerados pelo termo não linear
de terceira ordem. Esta condição retrata, matematicamente, a compressão de ganho
das portadoras que trafegam pelo transponder. A equação ainda demonstra que a
relação portadora/ruído será reduzida com o aumento da amplitude das portadoras.
Se as duas portadoras em questão operarem com a mesma amplitude, isto é:
A
1
=A
2
=A, a equação (4.20) resultará na (4.21).
2
3
2
31
4
3
4
9
AK
AKK
N
C
IMD
=
(4.21)
90
A relação (4.21) pode ser colocada em um contexto genérico, o que será alvo
de um outro resultado inédito da literatura a ser enunciado no Lema 2 .
4.3.3. Produtos de intermodulação com três portadoras
Nesta condição, o sinal de entrada apresentado pela equação (4.22) será aplica-
do ao transponder com comportamento dado pela equação (4.18) e o sinal de saída
tem a representação dada pela equação (4.23).
()
tAtAtAtV
in 332211
coscoscos
ω
ω
ω
+
+
=
(4.22)
() () ()
() ()
()
()
() ()
() ()
() ()
() ()
() ()
() ()
()
tAK
tAAKtAAK
tAAKtAAAK
tAAKtAK
tAAKtAAK
tAKtAAK
tAAKtAAAK
tAAKtAAK
tAKtAKtAAAK
tAAKtAAKtAAK
tAKtAKtAAK
tAAKtAKtA
K
tAAKtAAK
tAAAKtAAKtV
out
+++
++++
++
+++
+
+
+
+++
+
++
++
+
++=
3
3
33
23
2
32313
2
313
323
2
233213213
313
2
132
3
23
12
2
213212
2
13
1
3
1313
2
313
23
2
3233213213
33
2
2333
2
13
3
3
333313213213
12
2
2132
2
32322
2
13
2
3
232211
2
313
1
2
2131
3
13111
212
2
13323
2
23
3213213313
2
13
3cos
4
1
2cos
4
3
2cos
4
3
2cos
4
3
cos
4
6
2cos
4
3
3cos
4
1
2cos
4
3
2cos
4
3
3cos
4
1
2cos
4
3
2cos
4
3
cos
4
6
cos
4
6
cos
4
6
cos
4
3
coscos
4
6
2cos
4
3
cos
4
6
cos
4
6
cos
4
3
coscos
4
6
cos
4
6
cos
4
3
cos
2cos
4
3
2cos
4
3
cos
4
6
2cos
4
3
ω
ωωωω
ωωωωω
ωωω
ωωωω
ωωω
ωωωωω
ωω
ωωωωω
ωωωω
ωωω
ωωω
ωωωω
ωωωωω
(4.23)
91
Nesta condição, deve-se levar em consideração o Lema 1
Não Coincidência,
a fim de satisfazer às condições de máxima e mínima degeneração. Sobre esta condi-
ção, tem-se que a relação portadora/ruído assumirá valor minimizado.
Quando o número de portadoras é superior a dois, as possibilidades aumentam,
consideravelmente, pois ocorrem diversas combinações de níveis. As três portadoras
podem assumir níveis maiores, menores ou intermediários. Por este motivo, o valor
da relação portadora/ruído é representado pelas equações (4.24a), (4.24b) e (4.24c),
considerando sempre a portadora 1 como sendo a de maior amplitude. Para imple-
mentação de cálculos em rotinas de programas, a solução mais recomendada é que as
três formas sejam utilizadas, sendo levado em consideração para o resultado final
aquele de menor valor.
3213
2
313
2
213
3
1311
4
6
4
6
4
6
4
3
AAAK
AAKAAKAKAK
N
C
IMD
=
(4.24a)
2
2
13
2
313
2
213
3
1311
4
3
4
6
4
6
4
3
AAK
AAKAAKAKAK
N
C
IMD
=
(4.24b)
3
2
13
2
313
2
213
3
1311
4
3
4
6
4
6
4
3
AAK
AAKAAKAKAK
N
C
IMD
=
(4.24c)
Considerando as três portadoras de mesma amplitude, isto é: A
1
=A
2
=A
3
=A e,
fazendo uso da relação (4.24a), tem-se a relação portadora/ruído dada por (4.25):
2
3
2
31
4
6
4
15
AK
AKK
N
C
IMD
=
(4.25)
92
Na pior situação, onde as condições (4.15) e (4.16), impostas pelo Lema 1
Não Coincidência, não estiverem verificadas, a relação portadora/ruído será dada
pela equação (4.26), considerando a portadora 1 como sendo a de maior amplitude.
32132
2
13
2
313
2
213
3
1311
4
6
4
3
4
6
4
6
4
3
AAAKAAK
AAKAAKAKAK
N
C
IMD
+
=
(4.26)
Com as portadoras trabalhando com a mesma amplitude, a equação (4.26) re-
sulta na equação (4.27).
2
3
2
31
4
9
4
15
AK
AKK
N
C
IMD
=
(4.27a)
Ou alternativamente,
[]
=
2
3
2
31
4
9
4
15
log20
AK
AKK
dB
N
C
IMD
(4.27b)
4.3.4. Produtos de intermodulação com cinco portadoras
Com o aumento do número de portadoras, tem-se uma diversidade cada vez
maior de combinações de níveis, se o sistema opera com portadoras de amplitudes
diferentes, o que obriga a utilização de programas computacionais para resolução dos
problemas. Este trabalho abordará a forma generalizada para determinação da relação
portadora/ruído de intermodulação, levando em consideração todas as portadoras
com a mesma amplitude.
Assumindo a hipótese de que o Lema 1
Não Coincidência é atendido, neste
caso tem-se que a relação portadora/ruído de intermodulação é dada pela equação
(4.28):
93
2
3
2
31
4
6
4
27
AK
AKK
N
C
IMD
=
(4.28)
Na pior situação, onde as condições (4.15) e (4.16), impostas pelo Lema 1, não
estiverem verificadas, a relação é dada pela equação (4.29):
2
3
2
31
4
30
4
27
AK
AKK
N
C
IMD
=
(4.29a)
Ou alternativamente,
[]
=
2
3
2
31
4
30
4
27
log20
AK
AKK
dB
N
C
IMD
(4.29b)
4.3.5. Produtos de intermodulação com N portadoras
Através de um número grande de simulações, de extensivos cálculos analíticos
e fazendo uso do Método de Indução Finita, é possível determinar equações para
cálculo do valor da relação portadora/ruído de intermodulação em função do número
de portadoras e das características do transponder.
O Apêndice C, também, traz a verificação de uma propriedade genérica e ori-
ginal na atual literatura e que é de grande valia para que se possa atingir os propósi-
tos desta dissertação. Com este objetivo enuncia-se o:
Lema 2
Relação Portadora/Ruído de intermodulação: Assumindo verificadas as
hipóteses do Lema 1. Se as portadoras têm amplitudes satisfazendo:
A
i
= A
i+1
= A i I - {N},
Então, a relação portadora/ruído de intermodulação satisfaz:
94
()
[]
2
3
2
31
4
6
2!39
4
1
AK
NAKK
N
C
IMD
+
=
(4.30)
onde N é o número de portadoras que trafegam pelo satélite.
Se as hipóteses do Lema 1 não são válidas, a relação portadora/ruído de inter-
modulação satisfaz:
()
[]
()
=
+
=
1
1
2
3
2
31
3
4
1
2!39
4
1
N
n
IMD
nAK
NAKK
N
C
(4.31a)
Ou alternativamente,
()
[]
()
+
=
=
1
1
2
3
2
31
3
4
1
2!39
4
1
log20
N
n
IMD
nAK
NAKK
N
C
(4.31b)
4.4. Conclusão
As equações (4.30) e (4.31) permitem tirar algumas conclusões de suma im-
portância neste estudo, quais sejam:
Com o aumento do nível de portadoras, ocorre um aumento do nível de in-
termodulação;
De acordo com os lemas 1 e 2, o aumento do número de portadoras não
acarreta um aumento de amplitude nos produtos de intermodulação, como
pode ser notado no denominador da equação (4.30). No entanto, a analise
da expressão do numerador permite concluir que ocorre uma redução do
nível da portadora fundamental, caracterizando a compressão de ganho.
Na equação 4.30, embora mais moderada, demonstra que continua existin-
do uma redução da relação portadora/ruído, com o aumento do número de
95
portadoras. O aumento da compressão de ganho com o número de portado-
ras, próximo da região de saturação do amplificador, fica bem ilustrado na
Figura (4.13).
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
0
1
2
3
4
5
6
7
8
N=1
N>1
V
in
(t)
V
out
(t)
Figura 4.13. Função de transferência dos transponders com N portadoras.
96
Referência Bibliográfica
1
Kenington, Peter B.. High-Linearity RF Amplifier Design. Ed. Artech House, Inc.
2000.
2
Radmanesh, Matthew M.. Radio Frequency and Microwave Eletronics, Ed. Prenti-
ce Hall, Inc. 2001.
3
Wakana, H.. A New Method for Computing Intermodulation Products in SCPC
Systems, IEEE transactions on Communications, Vol. 43 No. 2/3/4, Febru-
ary/March/April 1995.
4
Thomas, Jeffrey L.. Cable Television Proof-of-Performance, Ed. Prentice Hall, Inc.
1995.
5
Maral, G.; Bousquet, M.. Satellite Communications Systems: Systems, Techniques
and Technology. 4
th
Ed.. John Wiley & Sons, Inc, 2002.
6
Pratt, Timothy; Bostian, Charles W.; Allnutt, Jeremy E.; Satellite Communications.
2
nd
Ed.. John Wiley & Sons, 2002.
97
Capítulo 5
Equacionamento de um Enlace Via Satélite
em Condição Geoestacionária
5.1. Introdução
O cálculo de um enlace via satélite é bastante próximo do lculo de um enlace
de rádio terrestre, pois é afetado por quase todos os efeitos impostos pelo meio de
propagação. No entanto, as distâncias envolvidas é que se diferenciam, trazendo al-
gumas diferenças e particularidades.
No enlace terrestre toda a propagação da onda eletromagnética é realizada na
troposfera, fazendo com que o enlace seja afetado por todos os efeitos geoclimáticos
e por propagação em múltiplos percursos.
Por este motivo, os desvanecimentos são muito elevados, principalmente para
freqüências de operação na faixa de SHF. Sendo assim, uma das etapas mais extensas
e detalhadas nos enlaces terrestre é a determinação das margens de desvanecimento e
das técnicas de diversidade, que devem ser implementadas na estrutura para fazer o
enlace confiável.
Em contrapartida, as distâncias são muito menores, exigindo muito menos po-
tência dos rádios e permitindo a operação com baixas taxas de erro, mesmo operando
com modulações de ordem elevada. Além disso, nos enlaces terrestres os repetidores
trabalham com regeneração e códigos de correção de erro, ferramentas utilizadas
apenas em condições especiais para repetidores orbitais.
98
Nos enlaces via satélite as distâncias envolvidas são muito grandes, ocorrendo
em maior parte no espaço, com percursos relativamente pequenos nas camadas at-
mosféricas. Esta condição resulta em atenuações por espaço livre muito altas, exigin-
do valores elevados de ganho da antena e da potência de transmissão. Além disso, as
distâncias que o sinal propaga dentro da troposfera são pequenas, trazendo duas ca-
racterísticas de grande importância.
A primeira esligada à condição de que o desvanecimento plano é muito pe-
queno, podendo ser desconsiderado para todas as faixas de freqüência. A segunda
está relacionada à atenuação por chuva, que, para banda C, pode ser desconsiderada
e, para as bandas X, K, Ku e Ka, serão muito menores se comparadas aos valores
obtidos em enlaces terrestres.
Ao trafegar pela ionosfera, ocorre a rotação na polarização das ondas eletro-
magnéticas e refrações, que são significativas apenas para freqüências até a faixa de
UHF, não afetando os enlaces na condição geoestacionária.
Como as abrangências territoriais dos satélites são muito grandes, a utilização
dos mesmos ocorre nas mais diferentes formas, para atender os mais variados tipos
de serviços.
Por este motivo, o satélite deve ser um repetidor orbital que ofereça a maior
versatilidade possível, no intuito de atender diferentes tecnologias de transmissão
empregadas em telecomunicações.
Sendo assim, não é possível contar com processamentos sofisticados do sinal
que será repetido, não existindo nas operações comerciais o uso de regeneração base-
ada em codificações.
Dentro deste contexto, o satélite funciona apenas como uma estrutura que am-
plifica o nível do sinal recebido e o retransmite com outra freqüência em direção a
uma estação de recepção terrestre. Esta forma totalmente aberta e não atrelada a ne-
nhum padrão de modulação e codificação traz maior versatilidade de uso do satélite.
Mas, em contrapartida, faz do mesmo uma estrutura totalmente dependente das con-
dições de enlace, operadas pelas estações terrenas.
Por este motivo, no projeto do enlace via satélite serão levados em considera-
ção os níveis corretos de trabalho tanto para transmissão como para recepção, bem
99
como as características não lineares do transponder, para que as distorções provoca-
das pelo mesmo estejam dentro das condições necessárias para boa operação.
5.2. Parâmetros de desempenho para atendimento dos enlaces
Qualquer enlace de rádio analógico ou digital é calculado em função dos parâ-
metros de qualidade criados para o bom atendimento. No caso dos enlaces analógi-
cos, a qualidade do sinal, no ponto final, é medida através da relação sinal/ruído S/N
(Signal/Noise), que varia de acordo com o tipo de serviço e que pode ser representa-
da pela equação (5.1):
=
N
C
f
N
S
(5.1)
O mesmo ocorre com a transmissão na concepção digital, que terá o desempe-
nho medido pela taxa de erro de bit BER (Bit Error Rate) que é inversamente propor-
cional à relação entre a energia de bit e a energia de ruído (E
b
/N
0
), como apresentado
pela equação (5.2). Como o bit é transportado pela portadora, existe a relação entre a
potência da portadora e a energia de bit, como mostrado na equação (5.3):
=
0
1
NE
fBER
b
(5.2)
=
B
R
N
C
N
E
b
0
(5.3)
onde R é a taxa de transmissão [bps] e B é a banda do canal ou a largura de faixa
ocupada pela portadora modulada [Hz].
Analisando (5.1) e (5.3) conclui-se que, tanto na condição analógica como na
digital, o enlace estará atrelado à relação portadora/ruído (C/N). Por este motivo, o
dimensionamento do enlace estará baseado nesta relação. No Anexo II, estão apre-
sentados os desempenhos das modulações mais empregadas em comunicação via
satélite.
A intenção do Anexo II é abordar as principais modulações em comunicação
via satélite através dos principais parâmetros utilizados nos cálculos de enlaces.
100
5.3. Relação portadora/ruído no enlace via satélite
A relão portadora/ruído total de um enlace via satélite pode variar em função
do nível da portadora sob análise, do nível de ruído, do nível dos produtos de inter-
modulação gerados pelo satélite e por interferências de outros enlaces de rádio ou
satélite.
A Figura (5.1) ilustra um enlace via satélite, que permite apresentar de forma
mais adequada o equacionamento do enlace.
Enlace de subida
(Up-Link)
Enlace de Descida
(Down-Link)
Estação de
Transmissão
Estação de
Recepção
Conversor de
Freqüência
(Down-Converter)
+
TWTA
ou
SSPA
+
HPA
LNA
P
TX
G
TX
(G/T)
SAT
N
u
(C/N)
u
(C/N)
IMD
(C/N)
d
N
d
EIRP
SAT
Figura 5.1. Enlace via satélite.
No enlace geral, tem-se dois pontos de recepção. O primeiro deles, no satélite,
quando se analisa o enlace de subida. No enlace de descida, o ponto de recepção se
encontra na estação terrena receptora. Normalmente, é nestes dois pontos que ocorre
a geração de ruído térmico.
Sendo assim, a primeira relação portadora/ruído é medida no ponto de recepção
do satélite, resultando no (C/N)
u
(Up-Link Carrier/Noise). Ao trafegar um sinal pelo
satélite, este, além de acrescentar ruído térmico gerado pelo próprio transponder,
também oferece, em sua saída, produtos de intermodulão significativos, principal-
mente se a operação é feita com mais de uma portadora na técnica FDMA, resultando
na relação portadora/ruído de intermodulação (C/N)
IMD
. Ao final do enlace, no último
link, tem-se a geração de ruído, no ponto de recepção, o que caracteriza uma nova
relão portadora/ruído de descida (C/N)d (Down-Link Carrier/Noise).
Estas três parcelas serão responsáveis por quantificar a degradação da qualida-
de em cada estágio do enlace. O cálculo final da relação portadora/ruído será afetado
101
por estes três valores parciais, como apresentado na equação (5.4). O desenvolvi-
mento desta equação se encontra no Apêndice D
1
.
1
111
+
+
=
IMDduT
N
C
N
C
N
C
N
C
(5.4)
5.3.1. Análise do enlace de subida
A relação portadora/ruído de subida (C/N)
u
pode ser calculada através da análi-
se de enlace ponto a ponto, para determinação da potência de recepção no satélite e
da equação de ruído N=KTB [W], resultando na equação (5.5).
[ ]
( )
BK
T
G
AEIRPdB
N
C
SAT
u
u
u
+=
log10
(5.5)
onde EIRP
u
é a potência efetivamente radiada da estação transmissora terrena [dBw],
ΣA
u
é o somatório de todas as atenuações existentes no enlace de subida [dB],
(G/T)
SAT
é o fator de mérito da estrutura de recepção do satélite [dB/K] (Anexo III) e
K=1,38 x 10
-23
[J/K] é a constante de Boltzman.
A potência de transmissão é determinada em função da forma como irá operar
o satélite. Se o enlace trabalha com uma única portadora sem múltiplo acesso, o sis-
tema pode operar na saturação. Desta forma, o nível de saturação pode ser obtido
através dos fabricantes de satélite, que oferecem o diagrama de recepção para toda a
região coberta pelo repetidor orbital. Este diagrama é denominado foot-print e é ofe-
recido tanto para a condição de recepção como para a de transmissão, como será
abordado ao longo deste capítulo.
Na Figura 5.2 é apresentado o foot-print do fluxo de potência que leva o trans-
ponder à saturação. Através do mapa é possível obter os valores para todas as locali-
dades cobertas pelo satélite
2,3
. Com este dado é possível calcular a potência da esta-
ção terrena transmissora, na intenção de explorar o máximo vel admitido na recep-
ção do satélite em operação, que resultará no maior valor de (C/N)
u
. A equação (5.6)
relaciona o fluxo de saturação do satélite com a potência efetivamente radiada pela
estação terrena de transmissão, em condição de céu claro. Temos:
102
22
44 d
EIRP
d
GP
uTXTX
SAT
=
=Ψ
ππ
(5.6)
onde Ψ
SAT
é o fluxo de saturação do satélite [W/m
2
], P
TX
é a potência de transmissão
da estação terrena [W], G
TX
é o ganho da antena de transmissão da estação terrena e d
é a distância entre a estação terrena e o satélite [m].
Figura 5.2. Mapa de cobertura do satélite Brasilsat B4 com indicação do
fluxo de saturação dos transponders.
Se o satélite opera com vel de recepção que o leva à saturação, em sua saída
a potência de transmissão também será máxima, como apresentado na Figura 5.3. No
entanto, quando a operação ocorre com múltiplas portadoras, como na técnica
FDMA, não é possível operar com a máxima potência, pois deve-se levar em consi-
deração os produtos de intermodulação gerados pelo efeito de não linearidade dos
transponders. Analisando a equação (4.31), verifica-se que o efeito da intermodula-
ção pode ser minimizado, se a amplitude das portadoras diminuírem, resultando em
valores de (C/N)
IMD
maiores. Esta condição nos leva à percepção de que o valor da
relação portadora/ruído parcial deve ser muito bem trabalhado, pois este pode apre-
sentar comportamento antagônico, como é o caso das relações (C/N)
u
e (C/N)
IMD
,
quando se trabalha com várias portadoras em um mesmo transponder.
103
A Figura 5.3 apresenta a curva que relaciona o fluxo de potência de entrada
com a potência de sda, no satélite. Nesta curva, pode-se definir o termo Back-off,
para entrada e para saída, como sendo a diferença em [dB] entre o valor máximo e o
valor nominal de operação. As equações (5.7) e (5.8) ilustram, matematicamente,
esta condição
4
:
0
EIRP
SAT
Ψ
SAT
EIRP
NOM
BO
out
Ψ
NOM
BO
in
Figura 5.3. Curva que relaciona o fluxo de potência de entrada com a potência de saída do satélite.
[ ]
NOMSATin
dBBO ΨΨ=
(5.7)
[ ]
NOMSATout
EIRPEIRPdBBO =
(5.8)
A Figura 5.4 explicita a equação (5.4), apresentando os valores parciais das
relações portadora/ruído e o valor total.
Na figura 5.4, pode-se ainda verificar que o melhor valor da relação portado-
ra/ruído não é obtido com valores máximos das relações parciais e, sim, em uma
condição intermediária de todas elas. Por este motivo, em cálculos para enlaces com
múltiplas portadoras empregando a técnica FDMA, é importante considerarmos um
Back-off, na equação dos links de subida e descida (up-link e down-link), respectiva-
mente.
104
Baseando-se na equação (4.31), pode-se obter a equação (5.9) que apresenta o
valor da relação (C/N)
IMD
em função do BO
in
.
( )
( )
[ ]
( )
( )
( )
=
Ψ
+
Ψ
=
1
1
1,0
3
1,0
31
3
10
2
1
)2(!39
10
2
1
N
n
BO
SATRXSAT
BO
SATRXSAT
IMD
n
G
K
N
G
KK
N
C
in
in
(5.9)
onde G
RX-SAT
é o ganho da antena de recepção do satélite.
0
0
(C/N)
IMD
(C/N)
u
(C/N)
d
(C/N)
T
Ψ
SAT
BO
in
(C/N)
Fluxo de Potência de Entrada
Figura 5.4. Comportamento da relação portadora/ruído total e das componentes parciais.
Outro fator de grande importância na análise do enlace de subida é o fator de
mérito de recepção do satélite, (G/T)
SAT
, que é apresentado pelos operadores dos sa-
télites, em função da coordenada geográfica das localidades atendidas, na forma de
tabela ou através de um foot-print, como apresentado na Tabela 5.1 e na Figura 5.5
5
.
Os valores de (G/T)
SAT
são muito menores do que os praticados pelas estações
terrenas de recepção. Esta característica deve-se a duas condições de grande relevân-
cia para operação dos satélites.
105
A primeira é a dimensão das antenas receptoras, que são sempre pequenas de-
vido à própria dimensão dos satélites e a segunda está atrelada aos altos valores de
temperatura a que estão submetidos os satélites. No entanto, este fator não será de
forma alguma limitante, pois pode ser compensado através da escolha da antena uti-
lizada na estação terrena de transmissão e da potência com que a mesma irá operar.
Tabela 5.1. Valores de (G/T)SAT para as capitais da região sudeste (Brasilsat B4)
Cidade (Estado)
Latitude
(
o
S)
Longitude
(
o
O)
(G/T) Típico
[dB/K]
Belo Horizonte (MG) 19,92 49,93 2,70
Boa Vista (RR) -2,82 60,67 2,40
Brasília (DF) 15,78 47,91 2,20
Rio de Janeiro (RJ) 22,90 43,23 2,00
Figura 5.5. Mapa de cobertura do satélite Brasilsat B4 com indicação
dos valores de (G/T)
SAT
, ao longo de toda sua área de cobertura.
5.3.2. Análise do enlace de descida
O enlace de descida pode ser analisado da mesma forma que o de subida, com
a inversão dos pontos de transmissão e recepção. No enlace de subida, o ponto de
transmissão era a estação terrena e o ponto de recepção o satélite. Nesta nova condi-
106
ção, o ponto de transmissão é o satélite e a estação de recepção se encontra em terra,
o que resulta na equação (5.10).
[ ]
( )
BK
T
G
ABOEIRPdB
N
C
d
dOUTSAT
d
+=
log10
(5.10)
onde EIRP
SAT
é a potência de transmissão do satélite [dBw], na condição de satura-
ção, ΣA
d
é o somatório de todas as atenuações existentes do enlace em [dB] e (G/T)
d
é o fator de mérito da estrutura de recepção da estação terrena [dB/K] (Anexo III).
Da mesma forma que no up-link, os operadores de satélites também oferecem
um diagrama de cobertura, com os níveis das potências de transmissão do repetidor
orbital, para todas as localidades atendidas. O foot-print de descida pode ser visuali-
zado na Figura 5.6
2
.
Figura 5.6. Mapa de cobertura do satélite Brasilsat B4 com indicação
dos valores de EIRP
SAT
, para o enlace de descida.
O BO
out
depende do BO
in
, praticado no enlace de subida, e das características
do transponder do satélite. A partir de (4.31) obtém-se a equação (5.11), que possi-
bilita atrelar as variações de potência no up-link com as resultantes no down-link.
107
( )
( )
[ ]
( )
( )
[ ]
)2(!39
10
2
1
)2(!39
2
1
10
1,0
31
31
05,0
+
Ψ
+Ψ
=
N
G
KK
NGKK
BO
in
in
BO
SATRXSAT
SATRXSAT
BO
OUT
(5.11)
Através das equações (5.5), (5.9), (5.10) e (5.11) é possível determinar a me-
lhor condição de operação para o enlace, considerando todas as portadoras com a
mesma amplitude.
5.4. Atenuações nos enlaces via satélite
Neste tópico serão abordadas as atenuações presentes em um enlace via satéli-
te, que podem ser divididas em dois grupos básicos.
O primeiro grupo está relacionado com o meio de propagação e as condições
de radiação, resultando no cálculo das atenuações por espaço livre, por desaponta-
mento, por erro de polarização e por chuva.
O segundo grupo leva em consideração as atenuações em componentes empre-
gados nas estações de transmissão e recepção, tais como: conectores, cabos, flanges
de conexão, guias de onda e outros.
É importante ressaltar que, nestes enlaces, não existe obstrução por obstáculos,
contando sempre com visada direta entre os pontos de transmissão e recepção.
5.4.1. Atenuação por espaço livre
A atenuação por espaço livre deve-se ao fato de o sinal sofrer dispersão ao lon-
go do percurso de propagação, pela própria natureza de radião dos elementos utili-
zados na transmissão. Além disso, na recepção, a área efetiva das antenas é finita,
captando apenas parte da energia da frente de onda. Sendo assim, o vel de recepção
semuito menor que o de transmissão e a relação entre os mesmos caracterizaa
atenuação em espaço livre, como apresentado na equação (5.12)
6
:
6,1754
22
df
P
P
A
RX
TX
e
=
(5.12)
108
onde A
e
é a atenuação por espaço livre [dB], P
TX
é a potência de transmissão [W], P
RX
é a potência na recepção [W], f é a freqüência de operação do enlace [MHz] e d é a
distância do enlace [Km].
Na escala logarítmica tem-se:
dfA
e
log20log2044,34 ++
(5.13)
5.4.2. Atenuação por desapontamento de antenas
Nos enlaces de subida e descida, sempre existem duas antenas, sendo uma de-
las da estação terrena e a outra da estação orbital. Estas antenas podem ficar desa-
pontadas, pois o satélite está sujeito a pequenas variações orbitais.
Todo e qualquer desapontamento é acompanhado de atenuação devido à redu-
ção de ganho da antena, na radial deslocada da direção de máximo. A forma como
ocorre a variação de ganho foi abordada no Capítulo 2, através da equação (2.11).
Quando as antenas terrestres são de pequeno porte, a variação da posição orbi-
tal do salite não resulta em variações tão elevadas de ganho. No entanto, quando se
trabalha com antenas de grande porte, é extremamente importante a utilização de
sistemas de rastreamento, para que a comunicação seja mantida em toda e qualquer
condição de operação.
Com auxílio da Figura 5.7 e, a partir da equação (2.11), as perdas por aponta-
mento nos dois extremos do enlace podem ser calculadas através das equações (5.14)
e (5.15)
7
:
θ
T
θ
R
Antena
de
Transmissão
Antena
de
Recepção
Figura 5.7. Geometria do link, para análise da perda por apontamento.
2
3
12
=
dB
T
TXA
A
θ
θ
(5.14)
109
2
3
12
=
dB
R
RXA
A
θ
θ
(5.15)
onde A
A-TX
é a atenuação por apontamento na antena de transmissão [dB], A
A-RX
é a
atenuação por apontamento na antena de recepção [dB], θ
T
é o ângulo entre a reta
que liga os dois extremos do enlace e a radial de máximo do diagrama de radiação da
antena de transmissão (
o
) e θ
R
é o ângulo entre a reta que interliga os dois extremos
do enlace e a radial de máximo do diagrama de radiação da antena de recepção (
o
).
As variações orbitais dos satélites são acompanhadas e corrigidas pelas esta-
ções de controle das operadoras de terra, que são responsáveis em manter estas vari-
ações na posição orbital, dentro de limites impostos por normas internacionais. A
recomendação ITU-R S.1064-1 determina que um enlace com satélite geoestacioná-
rio admita variações máximas na condição de operação do satélite que não ultrapasse
0,2
o
de desvio em suas coordenadas. A recomendação permite que durante os proce-
dimentos de correção da posição orbital este valor atinja, no máximo, 0,3
o
.
Com estes valores pode-se calcular as perdas por desapontamento, levando em
consideração o ganho e as características das antenas envolvidas no enlace
8
.
5.4.3. Atenuação por erros de polarização
A perda por erro entre a polarização da onda e o posicionamento da antena,
deve ser levada em consideração, pois afeta, principalmente, as estações que traba-
lham com transmissão e recepção simultâneas.
Ao trafegar pela ionosfera, a onda eletromagnética sofre uma rotação nos veto-
res de campo elétrico e magnético, chamada de Rotação de Faraday, alterando a
polarizão da onda. O ângulo de rotação é inversamente proporcional ao quadrado
da freqüência de operação, como pode ser visualizado na Tabela 5.2. Além disso, o
sentido de giro é o mesmo para enlaces de subida ou descida
7
.
Tabela 5.2. Comportamento da ionosfera ao longo do espectro.
Freqüência.
Efeito Dependência
0,1GHZ 0,25GHz 0,5GHz 1GHz 3GHz 10GHz
Rotação de
Faraday
1/f
2
30
rotações
4,8
rotações
1,2
rotações
108
o
12
o
1.1
o
110
Para estações que trabalham em apenas um sentido, ou seja, somente como
transmissora ou como receptora, este erro pode ser solucionado com a rotação do
sistema de iluminação da antena. No entanto, para sistemas que operam com trans-
missão e recepção de forma simultânea, esta solução não se aplica, pois, se for solu-
cionado o problema para transmissão, a diferença se agrava para recepção e vice-
versa. Com a equação (5.16) e com os valores da Tabela 5.2, percebe-se que, para
freqüências em Banda C e Banda Ku, as perdas por polarização devido à Rotação de
Faraday, irão variar de 0,2dB a 0,0016dB. Para as bandas mais elevadas este efeito
pode ser desconsiderado
9,7
. Estas perdas são estimadas por:
( )
ξcoslog20=
POL
A
(5.16)
onde A
POL
é a atenuação por polarização [dB] e ξ é o erro de polarização devido a
Rotação de Faraday [
o
].
Nos casos onde a onda eletromagnética possui polarização circular e é recebida
por uma antena de polarização linear, ou vice-versa, a perda por erro de polarização
deve ser considerada igual a 3dB.
5.4.4. Atenuação por chuva
Para comunicação via satélite, um dos fatores de grande importância é o cálculo
de atenuação por chuva, para bandas de freqüência que ultrapassam 10GHz. A ate-
nuação por chuva é influenciada por vários fatores e, dentre eles, cabe destacar:
q A freqüência de operação do enlace;
q A taxa pluviométrica da localidade onde está instalada a estação;
q A polarização da onda eletromagnética;
q A posição geográfica da estação terrena;
q A posição geográfica do satélite.
5.4.4.1. Cálculo do fator de atenuação
A atenuação por chuva tem seu cálculo iniciado através do fator de atenuação
para o enlace, como apresentado na equação (5.17)
10
:
111
α
γ )(
01,0
Rk
R
= (5.17)
onde R
0,01
é a taxa pluviométrica da estação para 0,01% da média anual e k e α são
coeficientes numéricos dados pelas equações (5.18) e (5.19), destacadas abaixo:
2/]2coscos)([
2
τθ
VHVH
kkkkk ++=
(5.18)
kkkkkk
VVHHVVHH
2/]2coscos)[(2/][
2
τθααααα ++=
(5.19)
onde θ é o ângulo de elevação da antena da estação terrena e τ é o ângulo de polari-
zação da onda com relação à direção horizontal.
Sabe-se que o ângulo τ = 45
o
quando a polarização é circular. Para encontrar os
valores de k e α, através das equações (5.18) e (5.19), deve-se obter, inicialmente, as
componentes vertical e horizontal, como proposto nas equações (5.20) e (5.21).
=
++
=
3
1
2
log
log
explog
j
kk
j
j
j
cfm
c
bf
ak
(5.20)
=
++
=
4
1
2
log
log
exp
i
i
i
i
cfm
c
bf
a
αα
α
(5.21)
onde f é a freqüência de operação em (GHz) e os parâmetros a, b, c, m
k
, c
k
, m
α
e c
α
o apresentados através das Tabelas (5.3) e (5.4) como coeficientes empíricos para
obtenção dos valores de k e α nas polarizações vertical e horizontal, que aqui serão
representados por: K
H
(ou K
V
) e α
H
(ou α
V
), respectivamente.
Tabela 5.3. Coeficientes empregados nas equações (5.20) e (5.21) para polarização horizontal.
a b c m
k
c
k
m
α
c
α
j = 1
0.3364 1.1274 0.2916
j = 1
2 0.7520 1.6644 0.5175 2
3 –0.9466 2.8496 0.4315 3
1.9925 –4.4123 0 0
i = 1
0.5564 0.7741 0.4011
i = 1
2 0.2237 1.4023 0.3475 2
3 –0.1961 0.5769 0.2372 3
4 –0.02219 2.2959 0.2801 4
0 0 –0.08016 0.8993
112
As Figuras 5.8 (a), 5.8 (b), 5.9 (a) e 5.9 (b) apresentam os gráficos de K
H
, K
V
, α
H
e
α
V
em função da freqüência, respectivamente, Através destes gráficos, visualiza-se o
comportamento de cada fator e obtém-se informações aproximadas com uma maior
rapidez.
Tabela 5.4. Coeficientes empregados nas equações (5.20) e (5.21) para polarização vertical.
a b
c
m
k
c
k
m
α
c
α
j = 1
0.3023 1.1402 0.2826
j = 1
2 0.7790 1.6723 0.5694 2
3 –1.0022 2.9400 0.4823 3
1.9710 –4.4535 0 0
i = 1
0.5463 0.8017 0.3657
i = 1
2 0.2158 1.4080 0.3636 2
3 –0.1693 0.6353 0.2155 3
4 –0.01895 2.3105 0.2938 4
0 0 –0.07059 0.8756
10
0
10
1
10
2
10
3
10
-5
10
-4
10
-3
10
-2
10
-1
10
0
10
1
Freqüência (GHz)
Coeficiente - K
H
10
0
10
1
10
2
10
3
10
-5
10
-4
10
-3
10
-2
10
-1
10
0
10
1
Freqüência (GHz)
Coeficiente - K
V
(a) (b)
Figura 5.8. (a) K
H
em função da freqüência; (b) K
V
em função da freqüência.
É importante ressaltar que as equações (5.20) e (5.21) consideram apenas os
dados de grande abrangência no estudo do enlace, enquanto as equações (5.18) e
(5.19) trabalham com variáveis ligadas a particularidades da estação terrena e da
forma de propagação do sinal.
113
10
0
10
1
10
2
10
3
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
Freqüência (GHz)
Coeficiente - α
H
10
0
10
1
10
2
10
3
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
Coeficiente - α
V
Freqüência (GHz)
(a) (b)
Figura 5.9. (a) α
H
em função da freqüência; (b)α
V
em função da freqüência.
5.4.4.2. Cálculo da atenuação por chuva no enlace via satélite
Com o fator de atenuação apresentado na equação (5.17), pode-se calcular a
atenuação oferecida por um dado enlace, se a distância percorrida pela onda, sob a
célula de chuva, for devidamente estimada. Esta condição é apresentada na equação
(5.22):
ER
LA γ=
01,0
(5.22)
onde A
0,01
é a predição de atenuação excedida para 0,01% da média anual da taxa
pluviométrica e L
E
é o comprimento efetivo percorrido pela onda, dentro da condição
de chuva.
A análise do percurso da onda dentro da célula de chuva pode ser visualizada
através da Figura 5.10, que apresenta as principais dimensões a serem analisadas no
enlace.
A altura da chuva h
R
com relação ao nível do mar pode ser calculada através da
recomendação ITU-R P.839-3. Esta norma é acompanhada de um mapa internacional
que apresenta a altura inicial da chuva para todas as localidades em diversas partes
do globo terrestre. Estes dados também podem ser obtidos de forma tabelada pela
ITU
11
.
114
θ
L
G
L
S
h
R
h
S
( h
R
- h
S
)
Figura 5.10. Representação esquemática do enlace entre a estação terrena e a estação orbital.
No entanto, para o Brasil existe um estudo mais detalhado desta medida, reali-
zado pelo Centro de Estudos em Telecomunicações da Pontifícia Universidade Cató-
lica do Rio de Janeiro (CETUC - PUC/RJ)
12
, que permite a determinação da altura da
chuva, como demonstrado pela equação (5.23):
]1[.83
)1,0(
01,0
R
R
e,h
+
=
(5.23)
Pode-se visualizar, através do gráfico da Figura 5.11, que a altura da chuva
tende a se manter constante a partir de taxas pluviométricas superiores a 80[mm/h].
Os resultados do CETUC foram obtidos considerando-se várias localidades no Brasil.
0
1
0
2
0
3
0
4
0
5
0
6
0
7
0
8
0
9
0
10
0
3.
5
4
4.
5
5
5.
5
6
6.
5
7
7.
5
8
Taxa Pluviométrica
R[mm/h]
Altura do Chuva
h
R
[Km]
Figura 5.11. Altura efetiva da chuva, com relação ao nível do mar
em função da taxa pluviométrica.
115
A recomendação ITU-R P.618-8 possibilita a determinação da dimensão L
S
,
considerando o ângulo de elevação θ < 5
o
ou θ > 5
º
. No entanto, neste trabalho a
equação (5.24) destaca apenas os valores de L
S
para θ > 5
o
, pois esta é a condição
pica de operação dos enlaces via satélite na concepção Geo-Estacionária, ou seja
9
,
θ
sin
hh
L
sR
s
)(
=
(5.24)
onde h
S
é a altura da estação terrena com relação ao nível do mar. Cabe salientar que,
se h
R
h
S
for menor ou igual a zero, a atenuação por chuva, para qualquer porcenta-
gem de tempo, é igual a zero.
Na Figura 5.10, tem-se a projeção de L
S
, chamada de dimensão L
G
, que pode
ser calculada através da equação (5.25).
θcos
SG
LL
=
(5.25)
Devido ao caráter aleatório do deslocamento da célula de chuva ao longo do
trajeto do sinal e a variação da dimensão da célula de chuva em função da intensida-
de, deve-se calcular o valor do fator de redução horizontal, para 0,01% do tempo,
como demonstrado na equação (5.26):
( )
G
L
G
f
L
r
R
2
01.0
e138,078,01
1
+
=
γ
(5.26)
O fator de ajuste vertical/temporal para 0,01% pode ser obtido através da equa-
ção (5.27):
( )
( )
+
=
+
45.0e1311
1
2
)1/(
01,0
f
L
sin
RR
γ
θ
χθ
(5.27)
O valor de L
R
é calculado em função do parâmetro
=
01.0
1
tan
rL
hh
G
sR
ζ
116
q Se ζ > θ, temos que
θcos
01.0
rL
L
G
R
=
;
q Se ζ < θ, temos que
θsin
hh
L
sR
R
)(
=
;
q Para latitude da estação terrena ϕ tem-se
( )
0
3636 ϕϕ =< x
o
;
( )
0
036 => x
o
ϕ ;
Finalmente, o comprimento efetivo percorrido pela onda, sob a célula de chu-
va, é dado pela equação (5.28):
01,0
RE
LL
= (5.28)
Os cálculos das atenuações por chuva nas bandas K
u
e K
a
são de grande im-
portância para os enlaces de comunicação via satélite. No entanto, em banda C as
atenuações em função da chuva não assumem valores significativos. Por este motivo,
é bastante comum os feixes dos satélites que cobrem as regiões tropicais e equatori-
ais operarem, preferencialmente, em banda C, principalmente quando o diagrama de
cobertura é por zona ou global.
10
0
10
1
10
2
10
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Freqüência(GHz)
γ
R
(dB/Km)
___ Pol. Horizontal, ___ Pol. Vertical, ___ Pol. Circular
Figura 5.12. Fator de atenuação (γ
R
) em função da freqüência.
117
A Figura 5.12 apresenta a variação do fator de atenuação em função da fre-
qüência, considerando a taxa pluviométrica fixa em 100 [mm/h] e o ângulo de eleva-
ção da estação terrena igual a 50
o
. Pode-se verificar que o valor aumenta, considera-
velmente, a partir de 10 [GHz].
Nas regiões tropicais e equatoriais os valores da taxa pluviométrica variam en-
tre 95 e 145 [mm/h], enquanto em regiões de clima temperado, os valores se encon-
tram entre 19 e 42 [mm/h], de acordo com a recomendação ITU-R P.837-4
13
.
Esta condição confirma a dificuldade de operação em banda K
u
utilizando-se
coberturas globais em regiões com maiores índices de precipitação. A Figura 5.13
apresenta a variação do fator de atenuação em função da taxa pluviométrica, conside-
rando que a freqüência se mantém constante em 12 [GHz], o ângulo de elevação da
estação terrena é igual a 50
o
com a polarização horizontal.
10
0
10
1
10
2
10
3
10
-1
10
0
10
1
R
0,01%
γ
R
(dB/Km)
Figura 5.13. Fator de atenuação (γ
R
) em função da taxa pluviométrica.
5.4.5. Atenuação de componentes passivos da estação terrena de
transmissão
As atenuações oferecidas pelos componentes passivos nas estações transmisso-
ras devem ser consideradas para determinação da potência de transmissão.
118
Os componentes envolvidos são aqueles utilizados entre a saída do HPA e a
entrada da antena. Quando a estação trabalha apenas como transmissora, existirão
seções de guia de onda e conexões. No entanto, quando o sistema opera com trans-
missão e recepção na mesma estação, deve-se levar em consideração as perdas por
guias de ondas, conexões e pelo uso do circulador de microondas, que possibilita a
utilização de uma só antena para transmissão e recepção. Nas Figuras 5.14 (a) e (b) é
possível verificar estas condições.
HPA
Guia de
Onda
...
HPA
Guia 1
...
...
Recepção
Guia 2
Circulador
(a) (b)
Figura 5.14. (a) Estação utilizada para transmissão; (b) Estação para transmissão e recepção.
5.4.6. Atenuação de componentes passivos da estação terrena de re-
cepção
Na estação receptora se repetem as condições comentadas para a estação de
transmissão. Quando a estação funciona apenas para recepção dos sinais, deve-se
considerar a perda oferecida por qualquer elemento da linha de transmissão que se
encontre entre a antena e o primeiro amplificador de baixo ruído da estrutura. Em
estações que apenas recebem o sinal, é bastante comum a instalação direta do LNA
no iluminador, para evitar perdas com guias ou cabos coaxiais.
LNA
Guia de
Onda
...
Guia 1
...
...
Guia 2
Circulador
LNA
(a) (b)
Figura 5.15. (a) Estação utilizada para recepção; (b) Estação para recepção e transmissão.
No entanto, quando a estação trabalha transmitindo e recebendo sinais com a
mesma antena, devem ser levadas em consideração as perdas entre o alimentador da
119
antena e o LNA. Nesta condição, existirão seções de guia e o circulador de microon-
das, como apresentado na Figura 5.15 (b).
Estas perdas não são levadas em consideração no somatório de atenuação do
down-link, em ambas as condições mostradas nas Figuras 5.15 (a) e (b), pois são
normalmente empregadas para determinação da relação (G/T)
d
, como pode ser verifi-
cado no Anexo III.
5.4.7. Conclusão
Com todas as equações de enlace e com as características do sistema que utili-
zará o transponder, é possível solucionar toda a estrutura de rádio-enlace, obtendo-se
o melhor desempenho possível, sem nenhum tipo de aproximação inadequada que
implique em exagero nos parâmetros obtidos como resultados.
Em muitas situações, os enlaces são construídos com margens significativas de
ganho de antena e potências de transmissão, para possibilitar manobras práticas em
operação, por não levar em consideração todas as características dos transponders e
do meio, que impactam, consideravelmente, o custo final da estrutura.
120
Referência Bibliográfica
1
Ha, Tri Ti . Digital Satellite Communications. Macmillan Publishing Comp., 1986.
2
StarOne - Diretoria de operações e engenharia - Gerência de sistemas de comunica-
ções, DOC.: CTS-SISCOM/ENGSIS-02001/00 - Características do sistema brasi-
leiro de telecomunicações via satélite para projeto técnico de redes de comunica-
ções de dados, voz e vídeo. (24 de abril de 2002).
3
Kuperus, Bart. Satellite & TV Handbook. 4
th
Ed.. Billboard Books - BPI Communi-
cations, Inc., 1997.
4
Pratt, Timothy; Bostian, Charles W.; Allnutt, Jeremy E.; Satellite Communications.
2
nd
Ed.. John Wiley & Sons, 2002.
5
BRASILSAT B4 Down-link Nacional (Transponder Típico) EIRP(dBw). Disponí-
vel em: < http://www.starone.com.br/starone/satelites2.php> Acessado em 18 de
janeiro de 2004.
6
Ribeiro, J. A. Justino. Propagação de ondas eletromagnéticas - Princípios e Apli-
cações. INATEL, 2003
7
Maral, G.; Bousquet, M., Satellite Communications Systems: Systems, Techniques
and Technology, 4
th
Ed.. John Wiley & Sons Inc, 2002.
8
Rec. ITU-R S.1064-1. Pointing accuracy as a design objective for earthward an-
tennas on board geostationary satellites in the fixed-satellite service, (1995).
9
Rec. ITU-R P.618-8. Propagation data prediction methods for the design of Earth-
space telecommunication systems, (2003).
10
Rec. ITU-R P.838-2. Specific attenuation model for rain for use in prediction
methods, (2003)
11
Rec. ITU-R P.839-3. Rain heigt model for prediction methods, (2001).
12
Fontes, Marlene Sabino et alli. Medidas radiométricas da atenuação por chuva em
regiões tropicais e equatoriais. Centro de Estudos em Telecomunicões da Ponti-
fícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CETUC-PUC-RJ). Junho, 1994.
13
Rec. ITU-R P.837-4. Characteristics of precipitation for propagation modeling,
(2003)
121
Capítulo 6
Plataformas Computacionais Implementadas
6.1. Introdução
Durante o período de elaboração desta dissertação foram desenvolvidas duas
plataformas computacionais, para uso em estudos na área de comunicação via satélite
e de não linearidade de amplificadores de RF.
A primeira ferramenta desenvolvida permite analisar as séries de Taylor que
representam a função de transferência dos amplificadores de RF. Com esta ferra-
menta é possível obter a função de transferência, graficamente, com a indicação do
ponto de compressão de 1dB, a análise no domínio temporal e o espectro de freqüên-
cias.
Esta ferramenta possibilita operar com várias portadoras de forma simultânea,
dando ao usuário a possibilidade de verificar as distorções geradas por um amplifica-
dor na amplitude dos sinais e, conseqüentemente, o resultado no domínio da freqüên-
cia.
A segunda ferramenta é um programa que possibilita realizar o dimensiona-
mento de um enlace via satélite, com modulações digitais empregadas neste tipo de
serviço.
Com diferentes possibilidades, o programa permite o cálculo dos parâmetros
essenciais das estações terrenas, a partir dos dados do satélite em utilização e do nú-
mero de portadoras que realizam o múltiplo acesso.
122
Em ambos os casos as ferramentas podem ser utilizadas em ambientes acadê-
micos e corporativos, na intenção de obter resultados rápidos e confiáveis, sem que
sejam demandados grandes recursos computacionais.
6.2. Programa para Análise de Amplificadores de RF
6.2.1. Função de Transferência dos Amplificadores
Na tela inicial do programa, para análise de amplificadores, é apresentado o
gráfico da função de transferência. Além disso, existe a entrada de dados que caracte-
riza o comportamento do sinal e outras funções, para melhor utilização e visualização
dos resultados. A Figura 6.1 apresenta uma visão geral de toda a tela, que será discu-
tida por partes, ao longo deste capítulo.
Figura 6.1. Tela inicial do programa para Análise de Amplificadores.
A parte central da tela apresenta a função de transferência do amplificador
analisado, com a indicação do ponto de compressão de 1dB, em amarelo, na resposta
123
linear tomada como referência (Curva Azul) e na função de transferência (Curva
Vermelha).
Para melhor visualização, a parte inferior da primeira tela é particionada, enfa-
tizando a função de cada um dos botões e janelas.
(a)
(b) (c)
Figura 6.2. (a) Entrada dos coeficientes do polinômio; (b) Comando para traçar os gráficos e indica-
ção dos valores do ponto de compressão de 1dB; (c) Comandos de operação.
A Figura 6.2 (a) apresenta a forma como se realiza a inserção dos dados que
representam os coeficientes da série de Taylor. Os coeficientes negativos são apre-
sentados vermelho, para facilitar a visualização do usuário. Nesta versão, é possível
trabalhar com séries de até sete termos, condição esta suficiente para atender a todas
as condições encontradas em aplicações práticas para amplificadores de RF.
Depois que são inseridos todos os dados referentes aos coeficientes da série de
Taylor, deve-se atuar no comando TRACE, indicado na Figura 6.2 (b). Com a curva
da função de transferência traçada é possível verificar a indicação gráfica do ponto
de compressão de 1dB.
Além disso, o ponto de compressão de 1dB é apresentado através dos valores
numéricos nas três janelas exibidas pela Figura 6.2 (b).
Na Figura 6.2 (c), tem-se a apresentação de quatro comandos, sendo estes:
RESET: Este comando permite apagar o valor de todos os coeficientes e
também apagar a curva, permitindo que o usuário possa realizar a análise de
uma outra função qualquer.
124
ABOUT: Descreve algumas características do software, tais como: versão,
data, nome dos desenvolvedores e instituição.
EXIT: Este comando permite ao operador finalizar a execução do programa.
CONFIG: Este comando permite configurar os eixos das grandezas de entra-
da e saída, bem como a cor e a largura dos traços que representam as funções.
Ao acionar este botão uma outra janela se abre oferecendo todas as opções
comentadas, como apresentado na Figura 6.3.
Figura 6.3. Figura da janela atrelada ao comando CONFIG.
Na primeira tela existe uma régua de comandos na parte superior, com dois
comandos, sendo estes:
Figura 6.4. Comando na parte superior da primeira janela do programa.
MAIN: Permite ao usuário acessar a tela principal que explica como atuar no
programa e informa quais os resultados que podem ser obtidos. Em resumo,
funciona como um help.
125
CONFIG: Permite configurar as cores de fundo do gráfico.
As setas visualizadas na Figura 6.4, abaixo dos comandos MAIN e CONFIG
devem ser utilizadas para avançar ou voltar de uma tela para outra, iniciando na tela
que exibe a função de transferência, passando pela tela que apresenta a análise tem-
poral e chegando à última tela que oferece os resultados da análise no domínio da
freqüência.
6.2.2. Análise no domínio do tempo
Com as características do amplificador devidamente registradas, através da
primeira tela, o usuário pode avançar para a tela seguinte e realizar a análise no do-
mínio do tempo, como pode ser visualizado na Figura 6.5.
Figura 6.5. Tela para análise no domínio do tempo.
A forma de onda apresentada na Figura 6.5 é referente ao sinal de saída do am-
plificador analisado. Na Figura 6.6, tem-se algumas partes nas quais foi efetuada uma
ampliação para facilitar a descrição da função de todos os elementos da tela. Este
126
programa possibilita trabalhar com até 10 portadoras de comportamento cossenoidal,
trafegando, simultaneamente, pelo amplificador.
(a)
(b) (c)
Figura 6.6. (a) Entrada de dados para as portadoras: amplitude e freqüência;
(b) Apresentação dos coeficientes da série de Taylor; (c) Seleção do número
de portadoras e da quantidade de pontos a serem plotados.
A Figura 6.6 (a) apresenta a janela que o usuário utiliza para entrar com os da-
dos de amplitude e freqüência, de cada cossenóide a ser aplicada na entrada do am-
plificador. Na Figura 6.6 (b) é apresentada a janela da segunda tela que permite ao
usuário visualizar o valor dos coeficientes da série de Taylor.
A Figura 6.6 (c) apresenta uma janela com a entrada de dois dados para simu-
lação. A caixa de entrada CARRIERS permite ao usuário selecionar quantas porta-
doras serão ativadas para a análise. Neste caso, estão ativadas duas portadoras, como
indicado na Figura 6.6 (c). As portadoras ativadas serão sempre marcadas em azul,
como apresentado na Figura 6.6 (a). A função PLOT OUT determina qual o número
de pontos a serem marcados na tela, permitindo que, em algumas situações, os re-
sultados sejam apresentados com maior velocidade.
6.2.3. Análise no domínio da freqüência
Depois de apresentada a resposta no domínio do tempo, o usuário pode avançar
mais uma tela e obter a resposta do amplificador no domínio da freqüência, como
apresentado na Figura 6.7. Com esta ferramenta é possível verificar a presença dos
produtos de intermodulação e medir os níveis apresentados pelos mesmos.
127
Figura 6.7. Tela com análise no domínio da freqüência.
Através do comando CONFIG é possível trabalhar com o eixo da freqüência,
expandido-o ou comprimindo-o para obter a melhor representação possível.
Nesta tela existem algumas possibilidades de operação, que serão expostas com
o auxílio da Figura 6.8, que demonstra algumas janelas.
(a) (b) (c)
Figura 6.8. (a) Escolha da impedância característica de trabalho, para determinação dos valores de
potência; (b) Escolha dos produtos de intermodulação e do número de portadoras a ser apresentado
no gráfico; (c) Escolha da indicação de valores de cada componente no espectro de freqüências.
Na Figura 6.8 (a) visualizam-se os campos para a escolha de apresentação do
eixo de amplitudes em escala logarítmica. Neste caso, são apresentados os valores de
potência e deve ser feita a escolha do valor da impedância característica com que o
128
sistema trabalha. Na Figura 6.8 (b) estão apresentadas as janelas em que o operador
pode escolher até qual a ordem dos produtos de intermodulação que deve ser exibida
na tela através da função LEVEL, ou o número de portadoras presentes na análise
através da função CARRIERS. Neste último caso é possível diminuir o número de-
terminado na segunda tela, onde se realiza a escolha de quais portadoras farão parte
da análise.
A última janela apresentada na Figura 6.8 (c) permite tornar visível o nível de
cada portadora, evidenciado em uma cor escolhida pelo operador que, neste caso
específico, foi o amarelo. Esta funcionalidade pode ser visualizada na Figura 6.9.
Figura 6.9. Espectro de freqüências com indicação do nível de amplitude.
A listagem do programa se encontra no Apêndice G. Este software foi cons-
truído utilizando a ferramenta BORLAND DELPHI 6.0 - Linguagem PASCAL
1,2
.
129
6.3. Programa para cálculo de enlace via satélite
Neste programa é possível dimensionar os principais parâmetros de um enlace
via satélite, utilizando modulação digital. O programa é composto de várias janelas
para inserção de dados e uma janela final que apresenta todos os dados fornecidos
pelo projetista e todos os resultados esperados. Caso algum parâmetro fornecido pelo
projetista esteja inviabilizando o projeto como um todo, é apresentada uma janela
com mensagens indicando os pontos limitantes. Todas estas características e a forma
de operação estão apresentadas a seguir.
Inicialmente, é apresentada uma janela, que oferece a possibilidade de finaliza-
ção do programa, através do MENU, ou o início do projeto de um novo enlace, atra-
vés da opção NOVO PROJETO, como apresentado na Figura 6.10.
Figura 6.10. Tela inicial do programa para cálculo de enlaces via satélite.
Iniciando um novo projeto, o usuário deve entrar com as informações de taxa
de transmissão, fator de roll-off do modulador e o tipo de modulação, como apresen-
tado na Figura 6.11.
Figura 6.11. Entrada de dados referentes à taxa de transmissão e ao tipo de modulação.
Depois de ter entrado com os dados referentes à taxa de transmissão e modula-
ção, o usuário deve avançar para próxima tela, onde entrará com os dados do satélite,
como pode ser visualizado na Figura 6.12.
130
Figura 6.12. Dados do Satélite empregado no enlace.
O passo seguinte é o da entrada com dados do enlace e de alguns componentes
do sistema. Na janela seguinte são pedidos os dados referentes às freqüências de ope-
ração de up-link e down-link e às temperaturas de ruído da antena de recepção e dos
amplificadores LNA ou LNB empregados no sistema.
Figura 6.13. Janela para entrada dos dados de freqüência dos enlaces de subida e descida e as tem-
peraturas de ruído da antena de recepção e os amplificadores de baixo ruído LNA - LNB.
A janela seguinte oferecerá as possibilidades de cálculos oferecidas pelo progra-
ma, sendo estas:
Cálculo da potência de transmissão;
Cálculo do diâmetro da antena de transmissão;
Cálculo do diâmetro da antena de recepção;
Cálculo do back-off ideal.
131
Figura 6.14. Janela com opções de cálculos oferecidas pelo programa.
6.3.1. Cálculo da potência de transmissão
Com a opção para cálculo da potência de transmissão, serão questionados outros
parâmetros, como apresentado na Figura 6.15, sendo estes:
Ganho da antena de transmissão;
Ganho da antena de recepção;
Número de portadoras;
Taxa de erro de bit (BER).
Figura 6.15. Janela para entrada de dados para cálculo da potência de transmissão.
132
Desta forma, os resultados são apresentados numa tela final, como demonstra a
Figura 6.16.
Figura 6.16. Tela final com a apresentação dos resultados da
potência de transmissão em [W] e [dBW]
Do lado esquerdo da tela, estão apresentados os parâmetros do enlace que fo-
ram tomados como dados de entrada, para realização dos cálculos. No lado direito
superior da tela, estão apresentados os resultados obtidos e o ganho das antenas das
estações de transmissão e recepção.
Na parte inferior do lado direito, estão alguns comandos que oferecem maior
versatilidade à tela final do programa. A função de cada um destes comandos é apre-
sentada abaixo:
OUTROS CÁLCULOS: Permite voltar à tela da Figura 6.14 e escolher
qualquer outro parâmetro para ser calculado;
RECALCULAR: na tela final existe a possibilidade de se alterar o tipo de
modulação e a taxa de erro nominal de operação. Se for realizada a mudan-
ça de algum destes parâmetros, o comando RECALCULAR deve ser acio-
nado, para que os resultados sejam atualizados na tela de respostas;
133
IMPRIMIR: Comando utilizado para impressão de todos os resultados e
dados apresentados pela tela final;
FECHAR: comando utilizado para finalizar a operação do software.
6.3.2. Cálculo do diâmetro da antena de transmissão
Se na tela de opção de cálculos, apresentada na Figura 6.14, for feita a escolha
para cálculo do diâmetro da antena de transmissão, tem-se uma nova tela para entra-
da de dados, como apresentado na Figura 6.17.
Figura 6.17. Janela para entrada de dados para cálculo do ganho da antena de transmissão.
A tela apresentada acima é utilizada pelo usuário, para entrar com os dados
relacionados ao cálculo do ganho das antenas de transmissão. Estes dados são lista-
dos abaixo:
Potência de transmissão;
Ganho da antena de recepção;
Número de portadoras;
Taxa de erro de bit (BER).
Com estes dados devidamente computados, é feito o cálculo do parâmetro em
questão, resultando na tela final com todos as informações utilizadas para o cálculo e
os resultados finais.
134
É importante ressaltar que a tela final se altera, para oferecer os resultados em
função da variável a ser calculada, ou melhor, em função do parâmetro que se deseja
encontrar.
Figura 6.18. Tela final com a apresentação dos resultados do ganho
da antena transmissora e seu diâmetro.
6.3.3. Cálculo do diâmetro da antena de recepção
Da mesma forma que, na condição anterior, o usuário realiza a escolha do pa-
râmetro através da tela apresentada na Figura 6.14, o que resulta na tela para entrada
dos parâmetros finais, neste caso representada na Figura 6.19.
O cálculo do ganho da antena de recepção exige, como dados finais, os parâme-
tros listados abaixo:
Potência de transmissão;
Ganho da antena de transmissão;
Número de portadoras;
Taxa de erro de bit (BER).
135
O resultado final é apresentado no mesmo formato que os anteriores, mas com os
dados de interesse para esta condição. A Figura 6.20 apresenta a tela de resultados.
Figura 6.19. Janela para a entrada de dados para cálculo do ganho da antena de recepção.
Figura 6.20. Tela final com a apresentação dos resultados de ganho
da antena de recepção com o diâmetro estimado.
136
6.3.4. Cálculo do back-off
O cálculo de back-off pode ser realizado para diversas possibilidades, dentro do
projeto de enlace via satélite. Neste programa, optou-se pela determinação do back-
off, com as estações já dimensionadas, apenas para a verificação dos valores adota-
dos no conjunto de toda a estrutura.
Nas próximas versões do software, o programa oferecerá a possibilidade de ex-
plorar todo o enlace, levando em consideração as expressões de Back-off de entrada e
saída, para obtenção de todos os parâmetros dos componentes envolvidos no enlace,
tais como:
Potência de transmissão da estação terrena de transmissão;
Ganho da antena de recepção;
Número de portadoras;
Parâmetros de não linearidade do satélite.
Figura 6.21. Janela de entrada dos dados para cálculo do back-off.
Nesta rotina do programa são utilizados apenas os valores de K
1
e K
3
da série
de Taylor que representa o comportamento do transponder, pois os valores de (C/N)
não são severamente afetados pelos outros coeficientes, uma vez que no comporta-
mento dos amplificadores, são os produtos de terceira ordem os principais responsá-
veis pela degeneração do sinal e, conseqüentemente, a geração dos produtos de in-
termodulação.
137
Estas considerações são discutidas de forma mais ampla no Capítulo 4, onde
são abordadas as características de não linearidade dos transponders.
Figura 6.22. Tela final com a apresentação dos resultados do cálculo de back-off.
6.3.5. Telas de erro
Quando algum dado requisitado pelo programa estiver errado ou insuficiente
para cálculo da variável escolhida, aparecerá uma mensagem de erro correspondente
ao problema. Como exemplo, pode-se visualizar a Figura 6.23.
Figura 6.23. Tela com indicação de erro
A listagem do programa se encontra no Apêndice G. Este software foi cons-
truído utilizando a ferramenta BORLAND DELPHI 6.0 - Linguagem PASCAL
1,3,4
.
138
Referência Bibliográfica
1
Borland. Delphi Documentation. Disponível em:
<http://www.borland.com/products/downloads/download_delphi.html> Acesso em
20 de dezembro de 2003.
2
Manzano, J. A. N. G.;Yamatumi, W. Y. Estudo Dirigido de Turbo Pascal. 6
a
Ed.
Editora Érica, 2000.
3
Vozikis, C. C. Delphi 6.0 - Desenvolvendo Aplicações. Editora Érica, 2002.
4
Web Mundi - Informática - Negócios - Serviços. Funções e Componentes Disponí-
vel em: <http://www.webmundi.com/delphi/dfuncao.asp> Acesso em: 25 de no-
vembro de 2003.
139
Capítulo 7
Comentários e conclusão
7.1. Objetivos alcançados com este trabalho
Na literatura clássica de comunicação via satélite, o projeto de enlaces é sem-
pre realizado sem que a não linearidade oferecida pelos transponders seja completa-
mente abordada ou devidamente calculada.
Neste trabalho, a intenção foi criar uma forma onde fosse sistematizado o cál-
culo da relação portadora/ruído de intermodulação para viabilizar o estudo dos enla-
ces com todos os fatores de degradação encontrados nas operações de uso comercial.
Nas operações via satélite, existe uma grande diversidade de sistemas e servi-
ços, fazendo com que diversas formas de sinais trafeguem pelo transponder, de for-
ma segmentada ou até mesmo de maneira conjunta.
Esta condição, coloca diferentes variáveis no estudo dos enlaces. Por um
transponder podem trafegar portadoras moduladas de forma analógica ou digital,
com diferentes larguras de banda, o que resulta em diferentes densidades de potência.
Por este motivo, este trabalho centralizou sua atenção no desenvolvimento de
equações que possibilitam a determinação da relação portadora/ruído, levando em
consideração a função de transferência dos transponders e o número de portadoras,
com mesmas amplitudes, num transponder com técnica FDMA.
140
Ao longo deste desenvolvimento foram observadas algumas características de
operação, que podem trazer grandes melhorias ao desempenho dos enlaces, como
descrito pelo Lema 1, no Capítulo 4.
No entanto, como o atendimento ao Lema 1, cria dificuldades na alocação de
canais, provocando desperdício de banda, o Lema 2 apresentou equações que viabili-
zam a determinação do (C/N)
IMD
para condições extremas, onde as hipóteses do
Lema 1 estão ou não verificadas. A comprovação do Lema 1 foi realizada, com mai-
or velocidade, com o uso do programa para análise da não linearidade de amplifica-
dores apresentado no Capítulo 6 e desenvolvido como ferramenta para tese.
Desta forma, os projetistas já podem contar com uma ferramenta de cálculo
que possibilita encontrar os valores de (C/N)
IMD
e relacioná-los com as outras rela-
ções portadora/ruído, tendo uma boa estimativa de como serão degenerados os sinais
que trafegam pelo transponder e, com isso, saber quais são os pontos de maior im-
portância na solução dos problemas ligados à melhor adequação dos enlaces.
As equações propostas no Lema 2 não são a expressão da verdade quando se
trabalha com sinais modulados. No entanto, oferecem um resultado próximo dos ob-
tidos nas condições reais de trabalho, evitando que os projetos de enlaces via satélite
trabalhem com margens desnecessárias que oneram a operação.
Além do estudo da não linearidade, o trabalho ao longo desta tese voltou-se
para a determinação completa dos fatores de degradação do enlace, como perdas por
desapontamento, perdas por rotação de Faraday, perdas por chuva e vários outros
agentes ligados ao meio de transmissão ou aos componentes.
Este estudo mais abrangente resultou em um outro programa que nos possibi-
lita calcular os enlaces via satélite, com diferentes rotinas que dão maior versatilida-
de ao operador na determinação de diferentes fatores. Este programa também está
apresentado no Capítulo 6.
7.2. Proposta para novos estudos
Atualmente, a grande maioria dos usuários de satélites utilizam sistemas digi-
tais. No Brasil, os grandes usuários dos serviços analógicos são as empresas de TV,
141
que utilizam a cobertura via satélite nacional como instrumento para suprir as defici-
ências da distribuição terrestre de seus sinais.
No entanto, até mesmo estas empresas estão, gradativamente, abandonando a
tecnologia analógica e adotando a tecnologia digital que, acompanhada das técnicas
de compressão, trazem uma grande redução no uso das bandas e no custo de aluguel
dos transponders.
Este estudo poderá ser evoluído para a análise com portadoras moduladas, po-
dendo ser dividido em três etapas, em função do grau de desenvolvimento das comu-
nicações via satélite.
O primeiro avanço deste trabalho poderá ocorrer com a análise dos enlaces
com modulações digitais.
Na segunda etapa, poderá ser desenvolvido um estudo com sinais modulados
em FM, que são predominantes nos sistemas analógicos via satélite.
Finalmente, caso seja considerado relevante, o estudo com modulações ana-
lógicas e digitais operando de forma conjunta, em um mesmo transponder,
com técnica FDMA.
7.3. Artigos Publicados relacionados à esta dissertação
[1] Marins, C.N. and Silveira, M., An Efficient Numerical Analysis for Links of Sate-
llites in Digital Communication Systems; IEEE APS URSI 2002, SAN ANTO-
NIO, TX, USA.
[2] Marins, C.N. and Silveira, M., Análise de dispositivos não lineares em RF para
Sistemas FDMA, International Week of Telecommunication 2002, INATEL, Santa
Rita do Sapucaí, BRASIL.
[3] Marins, C.N. and Silveira, M., A consistent numerical platform to analyze Non-
Linear components with Multiple Carriers; IEEE APS URSI 2003, Columbus,
OH, USA.
[4] Marins, C.N. and Silveira, M., An Efficient Structure for Testing Parabolic An-
tennas used In Home TV Reception via Satellite; IEEE APS URSI 2003, Colum-
bus, OH, USA.
[5] Marins, C.N. and Silveira, M., Análise de Componentes Não Lineares Operando
com Múltiplas Portadoras; IEEE ICECE 2003, São Vicente, SP, Brasil.
[6] Marins, C.N. and Silveira, M., et. al., O Ensino de Circuitos Eletrônicos Não Li-
neares em Alta Freqüência utilizando o Programa Genesys-Harbec no Curso de
Engenharia Eletrônica; IEEE ICECE 2003, São Vicente, SP, Brasil.
142
[7] Marins, C.N. and Silveira, M., A New Numerical Approach to estimate the Inter-
modulation Levels in the Transponders for Links via Satellite Communications; to
be presented – IEEE APS URSI 2004, Monterey, CA, USA.
[8] Marins, C.N. and Silveira, M., Otimização de Casadores de Impedância com
trechos de
λ
/4 em Combinadores/Divisores para sistemas de Banda Larga; à ser
apresentado, IEEE WCETE 2004 World Congress on Engineering and Technol-
ogy Education, Guarujá, Brasil.
[9] Marins, C.N. and Silveira, M., Software Educacional para o cálculo de atenua-
ção por chuva em enlaces via satélite nas bandas C, K
u
e K
a
; à ser apresentado,
IEEE WCETE 2004 World Congress on Engineering and Technology Education,
Guarujá, Brasil.
[10] Marins, C.N. and Silveira, M., An Educational Experimental Hardware for
Video Digitalization; à ser apresentado, IEEE WCETE 2004 World Congress on
Engineering and Technology Education, Guarujá, Brasil.
7.4. Artigos à serem submetidos relacionados com a dissertação
[11] Marins, C.N. and Silveira, M., Critérios para determinação da relação Porta-
dora/Ruído de Intermodulação em Amplificadores de RF; in preparation, Revista
Eletrônica do IEEE América Latina – Section 09.
[12] Marins, C.N. and Silveira, M., Método para Distribuição de Portadoras em um
Transponder de Satélite com menor degeneração por Produtos de Intermodula-
ção; in preparation, IEEE IEE ISAP 2004International Symposium on Anten-
nas and Propagation, Sendai, JAPÃO.
7.5. Artigos à serem submetidos não relacionados à dissertação
[13] Marins, C.N. and Silveira, M., et. al., ALC – Automatic Level Control; to be
submitted – Revista Telecomunicações, INATEL, MG, Brasil
[14] Marins, C.N.M., Pereira, W.N.A., Silveira, M., et. al., Development, Simulation
and Measurements on a VHF Helical Filter; to be submitted – Revista Teleco-
municações, INATEL, MG, Brasil.
7.6. Artigos Extras Publicados no Mestrado
[15] Marins, C.N. and Silveira, M., et. al., A Project of Microstrip-Line in Printed
Circuits and RF Circuits with Hybrid Substrate of Air-Fiberglass; IEEE APS
URSI 2002, San Antonio, TX, USA.
[16] Marins, C.N.M., Pereira, W.N.A., Silveira, M., et. al., Desenvolvimento, Simu-
lação e Medidas em um filtro helicoidal na faixa de VHF; CBMag 2002 – 5
o
Congresso Brasileiro de Eletromagnetismo, Gramado, RS, Brasil
143
7.7. Artigos no Prelo
[17] Marins, C.N. and Silveira, M., A New Criteria to control the presence of the
more relevant Intermodulation Products in the design of generic enlaces via sat-
ellite communications; to be submitted – IEE Electronic Letter, UK.
144
Apêndice A
Bandas de freqüências em comunicações via satélite
Banda Freqüência
[GHz]
Aplicação
L
1 2
Serviços Móveis por Satélite (SMS)
S
2 4
SMS e Pesquisa em Espaço Profundo
C
4 8
Serviços Fixos por Satélite (SFS)
X
8 12,5
SFS Militar, Satélites Meteorológicos e
Sensoriamento Remoto por Satélite
K
u
12,5 18
SFS, Serviço de Difusão por Satélite (SDS)
K
18 26,5
SFS e SDS
K
a
26,5 40
SFS e SDS
Apêndice B
Comparação de valores das larguras de feixe calcu-
ladas com as equações (2.9) e (2.10) com valores
apresentados por fabricantes de antenas
Modelo de
Antena
Fabricante
Diâmetro
[m]
Freqüência
[GHz]
θ
3dB
(
o
)
Medido
θ
3dB
(
o
)
Calculado
3.7 - Meter
Dual Reflector
Andrew 3,7 4 1,20 1,185
3.9 - Meter
Dual Reflector
Off-Set
Andrew 3,9 11 0,43 0,409
9.3 - Meter
C-Band
Andrew 9,3 4 0,51 0,472
TX-FCC180 Patriot 1,8 4 2,60 2,437
Visiosat 85
Steel Alu
Visiosat 0,8 11,7 2,00 1,875
145
Apêndice C
Demonstração do Lema 1 - Não coincidência
Para demonstração do Lema 1 este apêndice trabalhará com o programa discu-
tido no Capítulo 6 para análise de amplificadores de RF e serão analisadas condições
utilizando três e quatro portadoras. Este apêndice apresentará os valores de (C/N)
IMD
para as condições de atendimento e não atendimento do Lema 1, como apresentado a
seguir.
C.1. Valores de (C/N)
IMD
para três portadoras
Para as simulações foram utilizados os valores numéricos apresentados na Ta-
bela C.1. Neste caso as hipóteses do Lema 1 não estão sendo atendidas.
Tabela C.1. Valores para simulação dos efeitos de não linearidades, com três portadoras.
K
1
= 10
Coeficientes da Série de Taylor
K
3
= -0,03
Amplitude das Cossenoides
A = 2
F
1
= 1,0 GHz
F
2
= 1,1 GHz
Freqüências
F
3
= 1,2 GHz
Neste caso ocorre a coincidência de alguns produtos de intermodulação na po-
sição espectral, promovendo um aumento significativo do nível de intermodulação,
que provoca uma redução considerável da relação portadora/ruído do sistema.
No caso específico abordado nesta simulação, o valor da relação portado-
ra/ruído de intermodulação foi de (C/N
)IMD
= 30,973 [dB]. Como pode ser visualiza-
do na Figura C.2 os níveis das portadoras não se alteram com a variação da distância
entre elas, mas os níveis de intermodulação são sensivelmente reduzidos, com o
atendimento do Lema 1.
146
Figura C.1. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saída do
amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 não atendidas.
Na Tabela C.2 estão apresentados os valores adotados para a segunda simula-
ção ainda com três portadoras, mas atendendo o Lema 1.
Tabela C.2. Valores para simulação dos efeitos de não linearidades, com três portadoras.
K
1
= 10
Constantes da Série de Taylor
K
3
= -0,03
Amplitude das Cossenoides
A = 2
F
1
= 1,0 GHz
F
2
= 1,05 GHz
Freqüências
F
3
= 1,23 GHz
Nem sempre a banda de freqüências pode ser ocupada de acordo com as exi-
gências impostas pelo Lema 1, mas sempre que for possível, este tipo de arranjo téc-
nico pode trazer muitas vantagens, como pode ser percebido se os espectros das Fi-
guras C.1 e C.2 forem comparados.
147
Na Figura C.2. esta apresentada o espectro de freqüências com três portadoras
e os produtos de intermodulação. Nesta condição tem-se uma maior quantidade de
raias no gráfico espectral, pois não existe coincidência das mesmas nas posições es-
pectrais.
Figura C.2. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saída do
amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 atendidas.
O mesmo efeito poderá ser visualizado com as simulações realizadas com 4
portadoras simultâneas, apresentadas nas Figuras C.3 e C.4.
C.2. Valores de (C/N)
IMD
para quatro portadoras
Na Tabela C.3 estão apresentados os valores numéricos empregados nesta ter-
ceira simulação. Neste caso são utilizadas quatro portadoras com as hipóteses do
Lema 1 não sendo verificadas, resultando na resposta apresentada na Figura C.3.
148
Tabela C.3. Valores para simulação dos efeitos de não linearidades, com quatro portadoras.
K
1
= 10
Constantes da Série de Taylor
K
3
= -0,03
Amplitude das Cossenoides
A = 2
F
1
= 1,0 GHz
F
2
= 1,1 GHz
F
3
= 1,2 GHz
Freqüências
F
3
= 1,3 GHz
Figura C.3. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saído do
amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 não atendidas.
A simulação apresentada a seguir leva em consideração que as condições
impostas pelo Lema 1 estão atendidas e os dados numéricos dos parâmetros prin-
cipais são apresentados na Tabela C.4.
149
Tabela C.4. Valores para simulação dos efeitos de não linearidades, com quatro portadoras.
K
1
= 10
Constantes da Série de Taylor
K
3
= -0,03
Amplitude das Cossenoides
A = 2
F
1
= 1,0 GHz
F
2
= 1,05 GHz
F
3
= 1,23 GHz
Freqüências
F
3
= 1,39 GHz
Com o Lema 1 atendido, a relação (C/N)
IMD
aumenta consideravelmente,
saindo de 24,786dB para 34,329dB, utilizando somente a melhor alocação de fre-
qüências na banda de ocupação no transponder.
Através do espectro de freqüências apresentado na Figura C.4 é possível vi-
sualizar esta condição. É importante ressaltar que o número maior de espúrios se
deve apenas ao fato dos mesmos não estarem coincidindo nas mesmas posições
espectrais.
Figura C.4. Portadoras fundamentais e produtos de intermodulação na saída do
amplificador simulado, com as hipóteses do Lema 1 atendidas.
150
Apêndice D
Demonstração da equação (5.4)
Para maior entendimento, trabalharemos com a Figura D.1, que apresenta a
estrutura de um enlace via satélite.
Enlace de subida
(Up-Link)
Enlace de Descida
(Down-Link)
Estação de
Transmissão
Estação de
Recepção
Conversor de
Freqüência
(Down-Converter)
+
TWTA
ou
SSPA
+
HPA
LNA
P
TX
G
TX
(G/T)
SAT
N
u
(C/N)
u
(C/N)
IMD
(C/N)
d
N
d
EIRP
SAT
α
N
IMD
G
RX
Figura D.1. Estrutura básica de um enlace via satélite.
A relação portadora/ruído total expressa pela equação (5.4) é o resultado fi-
nal do enlace e, portanto, deve ser medida na estação de recepção. Para a deter-
minação de (C/N)
T
deve-se obter a potência de recepção e o nível total de ruído
na estação terrena de destino, como apresentado nas equações (D.1) e (D.2), res-
pectivamente:
e
RXSAT
RX
A
GEIRP
P
=
(D.1)
onde P
RX
é a potência de recepção na estação receptora do enlace via satélite [W],
EIRP
SAT
é a potência efetivamente radiada pelo satélite [W], G
RX
é o ganho da
antena de recepção e A
e
é a atenuação por espaço livre.
O ruído total para o enlace completo considerando up-link e down-link é
dado por:
151
d
e
RXIMD
e
RXu
T
N
A
GN
A
GN
N +
+
=
α
(D.2)
onde N
T
é o ruído total na estação receptora terrestre [W], N
u
é o ruído na entrada
do transponder na análise do percurso do up-link [W], N
IMD
é o ruído de intermo-
dulação gerado pela transponder [W], N
d
é o ruído gerado na entrada do elemento
de recepção [W] e α é o ganho oferecido por todo o transponder;
Com as equações (D.1) e (D.2), obtém-se a equação (D.3), representada na
forma:
1
+
+
=
d
e
RXIMD
e
RXu
e
RXSAT
T
N
A
GN
A
GN
A
GEIRP
N
C
α
(D.3)
Desenvolvendo esta expressão, tem-se:
1
+
+
=
e
RXSAT
d
SAT
IMD
SAT
u
T
A
GEIRP
N
EIRP
N
EIRP
N
N
C
α
(D.4)
Analisando cada um dos termos, tem-se algumas conclusões importantes, dado
que:
1
=
=
u
SAT
u
SAT
u
N
C
EIRP
N
EIRP
N
α
α
1
=
IMD
SAT
IMD
N
C
EIRP
N
1
=
d
e
RXSAT
d
N
C
A
GEIRP
N
Consequentemente, a expressão final pode ser escrita como proposta abaixo:
1
111
+
+
=
IMDduT
N
C
N
C
N
C
N
C
(D.5)
onde (C/N)
u
é a relação portadora/ruído do up-link, (C/N)
d
é a relação portado-
ra/ruído de down-link, (C/N)
IMD
é a relação portadora/ruído de intermodulação.
152
Apêndice E
Listagens dos programas
E.1. Programa para Análise de Amplificadores de RF
//Codigo da Unit UMain
unit Main;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, math,
Variants, Classes, Graphics, Controls,
Forms, Dialogs, StdCtrls, ExtCtrls,
TeeProcs, TeEngine, Chart, Series,
TeeFunci, Buttons, JvEdit, JvTypedEdit,
JvLabel, ToolWin, JvScrollPanel,
Menus, JvxAnimate, JvGIFCtrl, ufun-
cao, ComCtrls, ImgList, JvTool-
Bar,USinal, JvSpeedButton, shellApi,
JvSpecialLabel, Mask, ARWordReport;
type
TFrmApl = class(TForm)
MainMenu1: TMainMenu;
Main1: TMenuItem;
Config1: TMenuItem;
PnlF1: TPanel;
Panel4: TPanel;
PnlF2: TPanel;
Panel2: TPanel;
BitBtn1: TBitBtn;
BtnReset: TBitBtn;
BitBtn3: TBitBtn;
BitBtn2: TBitBtn;
Button1: TBitBtn;
EdtYh: TEdit;
EdtYi: TEdit;
EdtX: TEdit;
JvScrollingWindow2: TJvScrolling-
Window;
GroupBox1: TGroupBox;
Sinal6: TJvLabel;
Label1: TLabel;
Sinal5: TJvLabel;
Label2: TLabel;
Sinal4: TJvLabel;
Label3: TLabel;
Sinal3: TJvLabel;
Label4: TLabel;
Sinal2: TJvLabel;
Label5: TLabel;
Label6: TLabel;
Label7: TLabel;
Label8: TLabel;
Label9: TLabel;
Label10: TLabel;
Label11: TLabel;
Label12: TLabel;
Chart1: TChart;
Series11: TLineSeries;
Series12: TLineSeries;
Series1: TLineSeries;
TeeFunction1: TAddTeeFunction;
Series2: TLineSeries;
Series3: TLineSeries;
Series4: TLineSeries;
Label13: TLabel;
Label16: TLabel;
BackGround1: TMenuItem;
Panel1: TPanel;
Panel3: TPanel;
JvToolBar1: TJvToolBar;
ToolButton2: TToolButton;
JvSpeedButton1: TJvSpeedButton;
JvSpeedButton2: TJvSpeedButton;
ToolButton1: TToolButton;
Panel5: TPanel;
ProgressBar1: TProgressBar;
Panel6: TPanel;
ARWordReport1: TARWordReport;
procedure Button1Click(Sender: TOb-
ject);
procedure Sinal1Click(Sender: TObject);
procedure FormShow(Sender: TObject);
procedure PlotaEixo();
procedure k1KeyDown(Sender: Tobject;
var Key: Word;
Shift: TShiftState);
procedure BtnResetClick(Sender: Tob-
ject);
procedure k4Change(Sender: TObject);
procedure JvScrollingWin-
dow2Scrolled(Sender: TObject;
Kind: TJvScrollKind);
procedure FormCreate(Sender: Tobject);
procedure Button2Click(Sender: TOb-
ject);
procedure BitBtn1Click(Sender: Tob-
ject);
procedure JvSpeedButton2Click(Sender:
TObject);
procedure BackGround1Click(Sender:
TObject);
procedure BitBtn3Click(Sender: TOb-
ject);
procedure Main1Click(Sender: Tobject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
end;
var
FrmApl: TFrmApl;
K : array[1..7] of TJvFloatEdit2;
implementation
uses UConfig, UAbout, UBackGround,
UFreq;
{$R *.dfm}
procedure
TFrmApl.Button1Click(Sender: Tob-
ject);
var
Achou : Boolean;
po5 := po4*x/400;
po6 := po5*x/400;
po7 := po6*x/400;
R := k[1].Value*po1 +
K[2].Value*po2 + K[3].Value*po3 +
K[4].Value*po4 + K[5].Value*po5 +
K[6].Value*po6 + k[7].Value*po7;
Chart1.Series[2].AddXY(x/400,r,'',clteec
olor);
Chart1.Series[3].AddXY(x/400,k[1].Val
Value*po1,'',clteecolor);
ProgressBar1.Position := Pro-
gressBar1.Position + 1;
RealPoint := Se-
ries1.GetMarkValue(x+6000);
LinearPoint := Se-
ries2.GetMarkValue(x+6000);
if (RealPoint<>0) then
Begin
RealValue :=
20*Log10(Abs(RealPoint));
end;
if ((LinearPoint<>0) and
(LinearPoint<> -0)) then
Begin
LinearValue :=
20*Log10(Abs(LinearPoint));
if (LinearValue-1 > RealValue)
and (Achou = false) and (X>=0) then
Begin
Ya := LinearPoint;
Yb := LinearPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 + Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb;
end;
LinearPointInter := Yx;
EdtYh.Text := 'Yh
'+FloattoStr(LinearPointInter);
//Interpolaçao para A curva
RealRealPoinInteger
Ya := RealPoint;
Yb := RealPointAux;
153
po5 := po4*x/400;
po6 := po5*x/400;
po7 := po6*x/400;
R := k[1].Value*po1 +
K[2].Value*po2 + K[3].Value*po3 +
K[4].Value*po4 + K[5].Value*po5 +
K[6].Value*po6 + k[7].Value*po7;
Chart1.Series[2].AddXY(x/400,r,'',clteec
olor);
Chart1.Series[3].AddXY(x/400,k[1].Val
Value*po1,'',clteecolor);
ProgressBar1.Position := Pro-
gressBar1.Position + 1;
RealPoint := Se-
ries1.GetMarkValue(x+6000);
LinearPoint := Se-
ries2.GetMarkValue(x+6000);
if (RealPoint<>0) then
Begin
RealValue :=
20*Log10(Abs(RealPoint));
end;
if ((LinearPoint<>0) and
(LinearPoint<> -0)) then
Begin
LinearValue :=
20*Log10(Abs(LinearPoint));
if (LinearValue-1 > RealValue)
and (Achou = false) and (X>=0) then
Begin
Ya := LinearPoint;
Yb := LinearPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 + Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb;
end;
LinearPointInter := Yx;
EdtYh.Text := 'Yh
'+FloattoStr(LinearPointInter);
//Interpolaçao para A curva
RealRealPoinInteger
Ya := RealPoint;
Yb := RealPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 +Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xue*po1,'',clteecolor);
ProgressBar1.Position := Pro-
gressBar1.Position + 1;
RealPoint := Se-
ries1.GetMarkValue(x+6000);
LinearPoint := Se-
ries2.GetMarkValue(x+6000);
if (RealPoint<>0) then
Begin
RealValue :=
20*Log10(Abs(RealPoint));
end;
if ((LinearPoint<>0) and
(LinearPoint<> -0)) then
Begin
LinearValue :=
20*Log10(Abs(LinearPoint));
if (LinearValue-1 > RealValue)
and (Achou = false) and (X>=0) then
Begin
Ya := LinearPoint;
Yb := LinearPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 + Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb;
end;
LinearPointInter := Yx;
EdtYh.Text := 'Yh
'+FloattoStr(LinearPointInter);
//Interpolaçao para A curva
RealRealPoinInteger
Ya := RealPoint;
Yb := RealPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 +Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb ;
end;
RealPointInter := Yx;
EdtYi.Text := 'YI
'+FloattoStr(RealPointInter);
EdtX.Text := 'X
'+FloatToStr(Xx);
Achou := true;
//Serie Auxiliar que contem
ponto visivel
Se-
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 +Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
po5 := po4*x/400;
po6 := po5*x/400;
po7 := po6*x/400;
R := k[1].Value*po1 +
K[2].Value*po2 + K[3].Value*po3 +
K[4].Value*po4 + K[5].Value*po5 +
K[6].Value*po6 + k[7].Value*po7;
Chart1.Series[2].AddXY(x/400,r,'',clteec
olor);
Chart1.Series[3].AddXY(x/400,k[1].Val
Value*po1,'',clteecolor);
ProgressBar1.Position := Pro-
gressBar1.Position + 1;
RealPoint := Se-
ries1.GetMarkValue(x+6000);
LinearPoint := Se-
ries2.GetMarkValue(x+6000);
if (RealPoint<>0) then
Begin
RealValue :=
20*Log10(Abs(RealPoint));
end;
if ((LinearPoint<>0) and
(LinearPoint<> -0)) then
Begin
LinearValue :=
20*Log10(Abs(LinearPoint));
if (LinearValue-1 > RealValue)
and (Achou = false) and (X>=0) then
Begin
Ya := LinearPoint;
Yb := LinearPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 + Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb;
end;
LinearPointInter := Yx;
EdtYh.Text := 'Yh
'+FloattoStr(LinearPointInter);
//Interpolaçao para A curva
RealRealPoinInteger
Ya := RealPoint;
Yb := RealPointAux;
154
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb ;
end;
RealPointInter := Yx;
EdtYi.Text := 'YI
'+FloattoStr(RealPointInter);
EdtX.Text := 'X
'+FloatToStr(Xx);
Achou := true;
//Serie Auxiliar que contem
ponto visivel
Se
procedure
TFrmApl.BitBtn3Click(Sender: TOb-
ject);
begin
Close();
end;
procedure TFrmApl.Main1Click(Sender:
TObject);
begin
Shel-
lExecute(0,nil,Pchar(ExtractFilePath(Par
amStr(0))+'Ampli.doc'),nil,nil,SW_MA
XIMIZE);
end;
end.
//Codigo da Unit About
unit UAbout;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, JvxAnimate, JvGIFCtrl,
JvComponent, JvxCtrls, StdCtrls,
JvScrollText, ExtCtrls;
type
TFrmAbout = class(TForm)
JvGIFAnimator1: TJvGIFAnimator;
Label1: TLabel;
JvScrollText1: TJvScrollText;
private
ries3.AddXY(x/400,r,'',clteecolor);
Se-
ries4.AddXY(x/400,k[1].Value*po1,'',clt
eecolor);
end;
end;
LinearPointAux := LinearPoint;
RealPointAux := RealPoint;
end;
ProgressBar1.Position := Pro-
gressBar1.Min;
except
ShowMessage('Valores das Cons-
tantes Inválido'+ #13#10 + 'Digite
Apenas Ponto(.) e Numero');
end;
end;
procedure TFrmApl.Sinal1Click(Sender:
TObject);
//var
// Sinal : TLabel;
begin
{ Sender := Tlabel(Sinal);
if Sinal.Caption = '-'then
Begin
Sinal.Caption := '+';
Sinal.Top := Sinal.Top + 3;
Sinal.Left := Sinal.Left - 3;
end
else
Begin
Sinal.Caption := '-';
Sinal.Top := Sinal.Top - 3;
Sinal.Left := Sinal.Left + 3;
End; }
end;
procedure TFrmApl.FormShow(Sender:
TObject);
var i : integer;
begin
//Configuraçoes da Funçao Real
FrmConfi-
gApl.JvFormStorage1.RestoreFormPlace
ment;
Chart1.LeftAxis.Minimum := FrmCon-
figApl.VertMin.Value;
Chart1.LeftAxis.Maximum :=
FrmConfigApl.VertMax.Value;
Chart1.BottomAxis.Minimum :=
FrmConfigApl.HoriMin.Value;
Chart1.BottomAxis.Maximum :=
FrmConfigApl.HoriMax.Value;
if FrmConfigApl.ClBlue1.Checked
then
Series1.SeriesColor := ClBlue
else if FrmConfigApl.ClRed1.Checked
then
Series1.SeriesColor := ClRed
else if frmConfi-
gApl.ClGreen1.Checked then
Series1.SeriesColor := ClGreen;
Series2.LinePen.Width := FrmConfi-
gApl.Width1.Value;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 +Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
VertMax: TJvxSlider;
VertMin: TJvxSlider;
GroupBox2: TGroupBox;
LblHoriMin: TJvxLabel;
LblHoriMax: TJvxLabel;
JvxLabel7: TJvxLabel;
JvxLabel8: TJvxLabel;
HoriMax: TJvxSlider;
HoriMin: TJvxSlider;
GroupBox3: TGroupBox;
Label4: TLabel;
Width2: TSpinEdit;
Color: TGroupBox;
ClBlue2: TRadioButton;
ClRed2: TRadioButton;
ClGreen2: TRadioButton;
GroupBox4: TGroupBox;
Label2: TLabel;
Width1: TSpinEdit;
Color1: TGroupBox;
ClBlue1: TRadioButton;
ClRed1: TRadioButton;
ClGreen1: TRadioButton;
Panel2: TPanel;
JvFormStorage1: TJvFormStorage;
BitBtn1: TBitBtn;
BitBtn2: TBitBtn;
procedure VertMinChange(Sender:
TObject);
procedure VertMaxChange(Sender:
TObject);
procedure HoriMaxChange(Sender:
TObject);
procedure HoriMinChange(Sender:
TObject);
procedure Width1Change(Sender:
TObject);
procedure Width2Change(Sender:
TObject);
155
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
end;
var
FrmAbout: TFrmAbout;
implementation
{$R *.dfm}
end.
//Codigo da Unit UbackGround
unit UBackGround;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, JvComponent, JvColorBox,
JvColorBtn, JvPlacemnt, StdCtrls;
type
TFrmBackGround = class(TForm)
JvFormStorage1: TJvFormStorage;
GroupBox1: TGroupBox;
EndColor: TJvColorButton;
StartColor: TJvColorButton;
Label3: TLabel;
Label4: TLabel;
procedure EndColorChange(Sender:
TObject);
procedure StartColorChange(Sender:
TObject);
procedure FormCreate(Sender: Tob-
ject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
end;
var
FrmBackGround: TFrmBackGround;
implementation
uses USinal, Main, UFreq;
{$R *.dfm}
procedure TfrmBack-
Ground.EndColorChange(Sender: TOb-
ject);
begin
FrmSinal.Chart1.Gradient.EndColor :=
EndColor.Color;
//Configuraçoes da funçao linear
if FrmConfigApl.ClBlue2.Checked
then
Series2.SeriesColor := ClBlue
else if FrmConfigApl.ClRed2.Checked
then
Series2.SeriesColor := ClRed
else if FrmConfi-
gApl.ClGreen2.Checked then
Series2.SeriesColor := ClGreen;
Series2.LinePen.Width := FrmConfi-
gApl.Width2.Value;
//Visualizaçao do scrollWindows
GroupBox1.SendToBack;
PlotaEixo();
BtnReset.Click();
// Configurações do Chart
Chart1.Gradient.EndColor :=
FrmBackGround.EndColor.Color;
Chart1.Gradient.StartColor :=
FrmBackGround.StartColor.Color;
end;
procedure TFrmApl.PlotaEixo();
var
i : integer;
Begin
for i := -60 to 60 do
begin
Chart1.Series[0].AddXY(0,i,'',clteecolor)
;
end;
for i := -15 to 15 do
begin
Chart1.Series[1].AddXY(i,0,'',clteecolor)
;
end;
end;
procedure
TFrmApl.k1KeyDown(Sender: TObject;
var Key: Word;
Shift: TShiftState);
begin
if ((Key = VK_SUBTRACT) or (key =
VK_ADD)) Then
keybd_event(8,0,0,0);
end;
procedure
TFrmApl.BtnResetClick(Sender: TOb-
ject);
var
i : integer;
begin
For i := 1 to 7 do
k[i].Value := 0;
EdtX.Text := 'X';
EdtYI.Text := 'YI';
EdtYh.Text := 'Yh';
end;
procedure ClRed1Click(Sender:
TObject);
procedure ClBlue1Click(Sender:
TObject);
procedure ClGreen1Click(Sender:
TObject);
procedure ClRed2Click(Sender:
TObject);
procedure ClBlue2Click(Sender:
TObject);
procedure ClGreen2Click(Sender:
TObject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
end;
var
FrmConfigApl: TFrmConfigApl;
implementation
uses Main;
{$R *.dfm}
procedure TFrmConfi-
gApl.VertMinChange(Sender: TObject);
begin
LblVertMin.Caption :=
IntToStr(VertMin.Value);
FrmApl.Chart1.LeftAxis.Minimum :=
VertMin.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.VertMaxChange(Sender: TObject);
begin
LblVertMax.Caption :=
IntToStr(VertMax.Value);
FrmApl.Chart1.LeftAxis.Maximum :=
VertMax.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.HoriMaxChange(Sender: TObject);
156
FrmApl.Chart1.Gradient.EndColor :=
EndColor.Color;
FrmFreq.Chart1.Gradient.EndColor :=
EndColor.Color;
Application.ProcessMessages;
end;
procedure TFrmBack-
Ground.StartColorChange(Sender:
TObject);
begin
FrmSinal.Chart1.Gradient.StartColor :=
StartColor.Color;
FrmApl.Chart1.Gradient.StartColor :=
StartColor.Color;
FrmFreq.Chart1.Gradient.StartColor :=
StartColor.Color;
Application.ProcessMessages;
end;
procedure TFrmBack-
Ground.FormCreate(Sender: TObject);
begin
JvFormStorage1.RestoreFormPlacement;
end;
end.
//Codigo da Unit Uconfig
unit UConfig;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, StdCtrls, Spin, ExtCtrls,
JvComponent, JvxCtrls, JvxSlider,
Menus, Buttons, JvPlacemnt;
type
TFrmConfigApl = class(TForm)
Panel1: TPanel;
GroupBox1: TGroupBox;
LblVertMin: TJvxLabel;
LblVertMax: TJvxLabel;
JvxLabel5: TJvxLabel;
JvxLabel6: TJvxLabel;
VertMax: TJvxSlider;
VertMin: TJvxSlider;
GroupBox2: TGroupBox;
LblHoriMin: TJvxLabel;
LblHoriMax: TJvxLabel;
procedure TFrmApl.k4Change(Sender:
TObject);
var
constante : TjvFloatEdit2;
begin
Sender := TjvFloatEdit2(Constante);
if Constante.Value < 0 then
Constante.Font.Color := clRed
else
Constante.Font.Color := clBlack;
end;
procedure
TFrmApl.JvScrollingWindow2Scrolled(
Sender: TObject;
Kind: TJvScrollKind);
begin
GroupBox1.SendToBack;
end;
procedure TFrmApl.FormCreate(Sender:
TObject);
var
NLeft,i : Integer;
begin
NLeft := 0;
for i := 1 to 7 do
Begin
k[i] := TJvFloatEdit2.Create(Self);
k[i].Top := 28;
k[i].Width := 57;
k[i].Height := 21;
k[i].Alignment := taRightJustify;
k[i].TabOrder := i;
k[i].OnChange := k4Change;
k[i].OnKeyDown := k1KeyDown;
k[i].MaxDecimals := 5;
k[i].HasMaxValue := False;
k[i].HasMinValue := False;
k[i].Left := 38 + NLeft;
K[i].Parent := GroupBox1;
NLeft := Nleft + 96
end;
end;
procedure
TFrmApl.Button2Click(Sender: TOb-
ject);
begin
FrmAbout.ShowModal();
end;
procedure
TFrmApl.BitBtn1Click(Sender: TOb-
ject);
begin
FrmConfigApl.ShowModal();
end;
procedure
TFrmApl.JvSpeedButton2Click(Sender:
begin
LblHoriMax.Caption:=
IntToStr(HoriMax.Value);
FrmApl.Chart1.BottomAxis.Maximum:=
HoriMax.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.HoriMinChange(Sender: TObject);
begin
LblHoriMin.Caption :=
IntToStr(HoriMin.Value);
FrmApl.Chart1.BottomAxis.Minimum
:= HoriMin.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.Width1Change(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.LinePen.Width :=
Width1.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.Width2Change(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series2.LinePen.Width :=
Width2.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClRed1Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.SeriesColor := ClRed
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClBlue1Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.SeriesColor := ClBlue;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClGreen1Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.SeriesColor := ClGreen;
end;
157
E.1. Programa para Análise de Amplificadores de RF
//Codigo da Unit UMain
unit Main;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, math,
Variants, Classes, Graphics, Controls,
Forms,
Dialogs, StdCtrls, ExtCtrls, TeeProcs,
TeEngine, Chart, Series, TeeFunci,
Buttons, JvEdit, JvTypedEdit, JvLabel,
ToolWin, JvScrollPanel, Menus,
JvxAnimate, JvGIFCtrl, ufuncao,
ComCtrls, ImgList, JvToolBar,USinal,
JvSpeedButton, shellApi, JvSpecialLa-
bel, Mask, ARWordReport;
type
TFrmApl = class(TForm)
MainMenu1: TMainMenu;
Main1: TMenuItem;
Config1: TMenuItem;
PnlF1: TPanel;
Panel4: TPanel;
PnlF2: TPanel;
Panel2: TPanel;
BitBtn1: TBitBtn;
BtnReset: TBitBtn;
BitBtn3: TBitBtn;
BitBtn2: TBitBtn;
Button1: TBitBtn;
EdtYh: TEdit;
EdtYi: TEdit;
EdtX: TEdit;
JvScrollingWindow2: TJvScrolling-
Window;
GroupBox1: TGroupBox;
Sinal6: TJvLabel;
Label1: TLabel;
Sinal5: TJvLabel;
Label2: TLabel;
Sinal4: TJvLabel;
Label3: TLabel;
Label9: TLabel;
Label10: TLabel;
Label11: TLabel;
Label12: TLabel;
Chart1: TChart;
Series11: TLineSeries;
Series12: TLineSeries;
Series1: TLineSeries;
TeeFunction1: TAddTeeFunction;
Series2: TLineSeries;
Series3: TLineSeries;
Series4: TLineSeries;
Label13: TLabel;
Label16: TLabel;
BackGround1: TMenuItem;
Panel1: TPanel;
Panel3: TPanel;
JvToolBar1: TJvToolBar;
ToolButton2: TToolButton;
JvSpeedButton1: TJvSpeedButton;
JvSpeedButton2: TJvSpeedButton;
ToolButton1: TToolButton;
Panel5: TPanel;
ProgressBar1: TProgressBar;
Panel6: TPanel;
ARWordReport1: TARWordReport;
procedure Button1Click(Sender:
TObject);
procedure Sinal1Click(Sender: TOb-
ject);
procedure FormShow(Sender: TOb-
ject);
procedure PlotaEixo();
procedure k1KeyDown(Sender:
TObject; var Key: Word;
Shift: TShiftState);
procedure BtnResetClick(Sender:
TObject);
procedure k4Change(Sender: TOb-
ject);
procedure JvScrollingWin-
dow2Scrolled(Sender: TObject;
Kind: TJvScrollKind);
procedure FormCreate(Sender: TOb-
{ Public declarations }
end;
var
FrmApl: TFrmApl;
K : array[1..7] of TJvFloatEdit2;
implementation
uses UConfig, UAbout, UBackGround,
UFreq;
{$R *.dfm}
procedure
TFrmApl.Button1Click(Sender: TOb-
ject);
var
Achou : Boolean;
x,i : integer;
R:Real;
Linear-
Point,LinearPointAux,LinearPointInter :
Extended;
RealPoint,RealPointAux,RealPointinter :
Extended;
Real-
Value,LinearValue,Ya,Yb,Yx,Xa,Xb,Xx
: Extended;
po1,po2,po3,po4,po5,po6,po7: Real;
begin
po1:=0;
po2:=0;
po3:=0;
po4:=0;
po5:=0;
po6:=0;
po7:=0;
frmFreq.EdtLevel.Value := 7;
For i := 7 downto 1 do
Begin
If k[i].Value = 0 then
FrmFreq.EdtLevel.Value := i-1
else
Break;
End;
For i := 1 to 7 do
Begin
158
Sinal3: TJvLabel;
Label4: TLabel;
Sinal2: TJvLabel;
Label5: TLabel;
Label6: TLabel;
Label7: TLabel;
Label8: TLabel;
ProgressBar1.Min := -6000;
ProgressBar1.Position := Progress-
Bar1.Min;
try
if (K[1].Value = 0) and
(K[2].Value = 0) and (K[3].Value = 0)
and (K[4].Value = 0) and (K[5].Value =
0) and (K[6].Value = 0) and (K[7].Value
= 0) then
Exit;
for x:= -6000 to 6000 do
Begin
po1 := x/400;
po2 := po1*x/400;
po3 := po2*x/400;
po4 := po3*x/400;
po5 := po4*x/400;
po6 := po5*x/400;
po7 := po6*x/400;
R := k[1].Value*po1 +
K[2].Value*po2 + K[3].Value*po3 +
K[4].Value*po4 + K[5].Value*po5 +
K[6].Value*po6 + k[7].Value*po7;
Chart1.Series[2].AddXY(x/400,r,'',clteec
olor);
Chart1.Series[3].AddXY(x/400,k[1].Val
ue*po1,'',clteecolor);
ProgressBar1.Position := Pro-
gressBar1.Position + 1;
RealPoint := Se-
ries1.GetMarkValue(x+6000);
LinearPoint := Se-
ries2.GetMarkValue(x+6000);
if (RealPoint<>0) then
Begin
RealValue :=
20*Log10(Abs(RealPoint));
end;
ject);
procedure Button2Click(Sender:
TObject);
procedure BitBtn1Click(Sender:
TObject);
procedure JvSpeedBut-
ton2Click(Sender: TObject);
procedure BackGround1Click(Sender:
TObject);
procedure BitBtn3Click(Sender:
TObject);
procedure Main1Click(Sender: TOb-
ject);
private
{ Private declarations }
var i : integer;
begin
//Configuraçoes da Funçao Real
FrmConfi-
gApl.JvFormStorage1.RestoreFormPlace
ment;
Chart1.LeftAxis.Minimum := FrmCon-
figApl.VertMin.Value;
Chart1.LeftAxis.Maximum :=
FrmConfigApl.VertMax.Value;
Chart1.BottomAxis.Minimum :=
FrmConfigApl.HoriMin.Value;
Chart1.BottomAxis.Maximum :=
FrmConfigApl.HoriMax.Value;
if FrmConfigApl.ClBlue1.Checked
then
Series1.SeriesColor := ClBlue
else if FrmConfigApl.ClRed1.Checked
then
Series1.SeriesColor := ClRe
else if frmConfigApl.ClGreen1.Checked
then
Series1.SeriesColor := ClGreen;
Series2.LinePen.Width := FrmConfi-
gApl.Width1.Value;
//Configuraçoes da funçao linear
if FrmConfigApl.ClBlue2.Checked
then
Series2.SeriesColor := ClBlue
else if FrmConfigApl.ClRed2.Checked
FrmSinal.k[i].Value := K[i].Value;
FrmSinal.k[i].Font.Color :=
k[i].Font.Color;
var i : integer;
begin
//Configuraçoes da Funçao Real
FrmConfi-
gApl.JvFormStorage1.RestoreFormPlace
ment;
Chart1.LeftAxis.Minimum := FrmCon-
figApl.VertMin.Value;
Chart1.LeftAxis.Maximum :=
FrmConfigApl.VertMax.Value;
Chart1.BottomAxis.Minimum :=
FrmConfigApl.HoriMin.Value;
Chart1.BottomAxis.Maximum :=
FrmConfigApl.HoriMax.Value;
if FrmConfigApl.ClBlue1.Checked
then
Series1.SeriesColor := ClBlue
else if FrmConfigApl.ClRed1.Checked
then
Series1.SeriesColor := ClRed
k[i].Height := 21;
k[i].Alignment := taRightJustify;
k[i].TabOrder := i;
k[i].OnChange := k4Change;
k[i].OnKeyDown := k1KeyDown;
k[i].MaxDecimals := 5;
k[i].HasMaxValue := False;
k[i].HasMinValue := False;
k[i].Left := 38 + NLeft;
K[i].Parent := GroupBox1;
NLeft := Nleft + 96
end;
end;
procedure
TFrmApl.Button2Click(Sender: Tob-
ject);
begin
FrmAbout.ShowModal();
end;
procedure
TFrmApl.BitBtn1Click(Sender: TOb-
ject);
begin
159
if ((LinearPoint<>0) and
(LinearPoint<> -0)) then
Begin
LinearValue :=
20*Log10(Abs(LinearPoint));
if (LinearValue-1 > RealValue)
and (Achou = false) and (X>=0) then
Begin
Ya := LinearPoint;
Yb := LinearPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 + Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb;
end;
LinearPointInter := Yx;
EdtYh.Text := 'Yh
'+FloattoStr(LinearPointInter);
//Interpolaçao para A curva
RealRealPoinInteger
Yb := RealPointAux;
Xa := (x/400);
Xb := (x-1)/400;
if(Abs(xa-xb)>abs(ya-
yb))then
Begin
Xx := (Xa-Xb)/2 +Xb;
Yx := ((Ya-Yb)*(Xx-
Xb)/(Xa-Xb))+Yb
end
else
Begin
Yx := (Ya-Yb)/2 + Yb;
Xx := ((Yx-Yb)*(Xa-
Xb)/(Ya-Yb))+Xb ;
end;
then
Series2.SeriesColor := ClRed
else if FrmConfi-
gApl.ClGreen2.Checked then
Series2.SeriesColor := ClGreen;
Series2.LinePen.Width := FrmConfi-
gApl.Width2.Value;
//Visualizaçao do scrollWindows
GroupBox1.SendToBack;
PlotaEixo();
BtnReset.Click();
// Configurações do Chart
Chart1.Gradient.EndColor :=
FrmBackGround.EndColor.Color;
Chart1.Gradient.StartColor :=
FrmBackGround.StartColor.Color;
end;
procedure TFrmApl.PlotaEixo();
var
i : integer;
Begin
for i := -60 to 60 do
begin
Chart1.Series[0].AddXY(0,i,'',clteecolor)
for i := -15 to 15 do
begin
Chart1.Series[1].AddXY(i,0,'',clteecolor)
;
end;
end;
procedure
TFrmApl.k1KeyDown(Sender: TObject;
var Key: Word;
Shift: TShiftState);
begin
if ((Key = VK_SUBTRACT) or (key =
VK_ADD)) Then
keybd_event(8,0,0,0);
end;
FrmConfigApl.ShowModal();
end;
procedure
TFrmApl.JvSpeedButton2Click(Sender:
TObject);
begin
FrmSinal.ShowModal;
end;
procedure
TFrmApl.BackGround1Click(Sender:
TObject);
begin
FrmBackGround.ShowModal();
End;
Procedure
TFrmApl.BitBtn3Click(Sender: TOb-
ject);
Begin
Close();
End;
procedure TFrmApl.Main1Click(Sender:
TObject);
begin
Shel-
lExecute(0,nil,Pchar(ExtractFilePath(Par
amStr(0))+'Ampli.doc'),nil,nil,SW_MA
XIMIZE);
end;
end.
//Codigo da Unit About
unit UAbout;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, JvxAnimate, JvGIFCtrl,
JvComponent, JvxCtrls, StdCtrls,
JvScrollText, ExtCtrls;
type
TFrmAbout = class(TForm)
JvGIFAnimator1: TJvGIFAnimator;
Label1: TLabel;
JvScrollText1: TJvScrollText;
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
160
RealPointInter := Yx;
EdtYi.Text := 'YI
'+FloattoStr(RealPointInter);
EdtX.Text := 'X
'+FloatToStr(Xx);
Achou := true;
//Serie Auxiliar que contem
ponto visivel
Se-
ries3.AddXY(x/400,r,'',clteecolor);
Se-
ries4.AddXY(x/400,k[1].Value*po1,'',clt
eecolor);
end;
end;
LinearPointAux := LinearPoint;
RealPointAux := RealPoint;
end;
ProgressBar1.Position := Pro-
gressBar1.Min;
except
end;
end;
procedure TFrmApl.Sinal1Click(Sender:
TObject);
//var
// Sinal : TLabel;
begin
{ Sender := Tlabel(Sinal);
if Sinal.Caption = '-'then
Begin
Sinal.Caption := '+';
Sinal.Top := Sinal.Top + 3;
Sinal.Left := Sinal.Left - 3;
End
else
Begin
Sinal.Caption := '-';
Sinal.Top := Sinal.Top - 3;
Sinal.Left := Sinal.Left + 3;
End; }
end;
procedure TFrmApl.FormShow(Sender:
TObject);
procedure
TFrmApl.BtnResetClick(Sender: TOb-
ject);
var
i : integer;
begin
For i := 1 to 7 do
k[i].Value := 0;
EdtX.Text := 'X';
EdtYI.Text := 'YI';
EdtYh.Text := 'Yh';
end;
procedure TFrmApl.k4Change(Sender:
TObject);
var
constante : TjvFloatEdit2;
begin
Sender := TjvFloatEdit2(Constante);
if Constante.Value < 0 then
Constante.Font.Color := clRed
else
Constante.Font.Color := clBlack;
end;
procedure
TFrmApl.JvScrollingWindow2Scrolled(
Sender: TObject;
Kind: TJvScrollKind);
begin
GroupBox1.SendToBack;
end;
procedure TFrmApl.FormCreate(Sender:
TObject);
var
NLeft,i : Integer;
begin
NLeft := 0;
for i := 1 to 7 do
Begin
k[i] := TJvFloatEdit2.Create(Self);
k[i].Top := 28;
k[i].Width := 57;
end;
var
FrmAbout: TFrmAbout;
implementation
{$R *.dfm}
end.
//Codigo da Unit UbackGround
unit UBackGround;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, JvComponent, JvColorBox,
JvColorBtn, JvPlacemnt, StdCtrls;
type
TFrmBackGround = class(TForm)
JvFormStorage1: TJvFormStorage;
GroupBox1: TGroupBox;
EndColor: TJvColorButton;
StartColor: TJvColorButton;
Label3: TLabel;
Label4: TLabel;
procedure EndColorChange(Sender:
TObject);
procedure StartColorChange(Sender:
TObject);
procedure FormCreate(Sender: Tob-
ject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
end;
var
FrmBackGround: TFrmBackGround;
implementation
uses USinal, Main, UFreq;
{$R *.dfm}
procedure TfrmBack-
Ground.EndColorChange(Sender: Tob-
ject);
begin
FrmSinal.Chart1.Gradient.EndColor :=
EndColor.Color;
FrmApl.Chart1.Gradient.EndColor :=
EndColor.Color;
FrmFreq.Chart1.Gradient.EndColor :=
161
EndColor.Color;
Application.ProcessMessages;
end;
procedure TfrmBack-
Ground.StartColorChange(Sender:
TObject);
begin
FrmSinal.Chart1.Gradient.StartColor :=
StartColor.Color;
FrmApl.Chart1.Gradient.StartColor :=
StartColor.Color;
FrmFreq.Chart1.Gradient.StartColor :=
StartColor.Color;
Application.ProcessMessages;
end;
procedure TfrmBack-
Ground.FormCreate(Sender: TObject);
begin
JvFormStorage1.RestoreFormPlacement;
end;
end.
//Codigo da Unit Uconfig
unit UConfig;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, StdCtrls, Spin, ExtCtrls,
JvComponent, JvxCtrls, JvxSlider,
Menus, Buttons, JvPlacemnt;
type
TFrmConfigApl = class(TForm)
Panel1: TPanel;
GroupBox1: TGroupBox;
LblVertMin: TJvxLabel;
LblVertMax: TJvxLabel;
JvxLabel5: TJvxLabel;
JvxLabel6: TJvxLabel;
VertMax: TJvxSlider;
VertMin: TJvxSlider;
GroupBox2: TGroupBox;
LblHoriMin: TJvxLabel;
LblHoriMax: TJvxLabel;
JvxLabel7: TJvxLabel;
JvxLabel8: TJvxLabel;
HoriMax: TJvxSlider;
HoriMin: TJvxSlider;
GroupBox3: TGroupBox;
Label4: TLabel;
Width2: TSpinEdit;
Color: TGroupBox;
ClBlue2: TRadioButton;
ClRed2: TRadioButton;
ClGreen2: TRadioButton;
GroupBox4: TGroupBox;
Label2: TLabel;
Width1: TSpinEdit;
Color1: TGroupBox;
ClBlue1: TRadioButton;
ClRed1: TRadioButton;
ClGreen1: TRadioButton;
Panel2: TPanel;
JvFormStorage1: TJvFormStorage;
BitBtn1: TBitBtn;
BitBtn2: TBitBtn;
procedure VertMinChange(Sender:
TObject);
procedure VertMaxChange(Sender:
TObject);
procedure HoriMaxChange(Sender:
TObject);
procedure HoriMinChange(Sender:
TObject);
procedure Width1Change(Sender:
TObject);
procedure Width2Change(Sender:
TObject);
procedure ClRed1Click(Sender:
TObject);
procedure ClBlue1Click(Sender:
TObject);
procedure ClGreen1Click(Sender:
TObject);
procedure ClRed2Click(Sender:
TObject);
procedure ClBlue2Click(Sender:
TObject);
procedure ClGreen2Click(Sender:
TObject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
end;
var
FrmConfigApl: TFrmConfigApl;
implementation
uses Main;
{$R *.dfm}
procedure TfrmConfi-
gApl.VertMinChange(Sender: TObject);
begin
LblVertMin.Caption :=
IntToStr(VertMin.Value);
FrmApl.Chart1.LeftAxis.Minimum :=
VertMin.Value;
end;
procedure TfrmConfi-
gApl.VertMaxChange(Sender: TObject);
begin
LblVertMax.Caption :=
IntToStr(VertMax.Value);
FrmApl.Chart1.LeftAxis.Maximum :=
VertMax.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.HoriMaxChange(Sender: TObject);
begin
LblHoriMax.Caption:=
IntToStr(HoriMax.Value);
FrmApl.Chart1.BottomAxis.Maximum:=
HoriMax.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.HoriMinChange(Sender: TObject);
begin
LblHoriMin.Caption :=
IntToStr(HoriMin.Value);
FrmApl.Chart1.BottomAxis.Minimum
:= HoriMin.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.Width1Change(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.LinePen.Width :=
Width1.Value;
162
Ponto[i].A :=
20*Log10(Abs(Ponto[i].A)/0.2236);
Chart1.Series[2].AddXY(Ponto[i].W,Ab
s(Ponto[i].A),'',ClteeColor);
ponto[i].A := 0;
end;
end;
procedure
TFrmFreq.BitBtn1Click(Sender: TOb-
ject);
begin
frmConfigFreq.ShowModal();
end;
procedure
TFrmFreq.LogarithmicClick(Sender:
TObject);
begin
if (logarithmic.Checked) then
Begin
FrmConfigFreq.VertMax.MaxValue
:= 1000;
FrmConfigFreq.VertMax.MinValue
:= 0;
FrmConfigFreq.VertMin.MaxValue
:= 0;
FrmConfigFreq.VertMin.MinValue
:= 0;
Chart1.LeftAxis.Maximum := 1000;
Chart1.LeftAxis.Minimum := 0;
Chart1.LeftAxis.Logarithmic := true;
FrmConfigFreq.VertMax.Value :=
1000;
FrmConfigFreq.VertMin.Visible :=
false;
Chart1.LeftAxis.MinorGrid.Visible
:= True;
end
else
Begin
Chart1.LeftAxis.Logarithmic :=
False;
FrmConfigFreq.VertMax.Value :=
1000;
Ponto[i] := TPonto.criar;
for i := 1 to 7 do
Begin
k[i] := TJvFloatEdit2.Create(Self);
k[i].Left := 27 + NLeft;
k[i].Top := 10;
k[i].Width := 33;
k[i].Height := 21;
k[i].Alignment := taRightJustify;
k[i].ReadOnly := True;
k[i].TabOrder := 1;
k[i].MaxDecimals := 5;
k[i].HasMaxValue := False;
k[i].HasMinValue := False;
k[i].Parent := JvScrollingWindow1;
LblIndice[i] := TLabel.Create(Self);
LblIndice[i].Left := 63 + NLeft + 6;
LblIndice[i].Top := 2;
LblIndice[i].Width := 6;
LblIndice[i].Height := 13;
LblIndice[i].Caption := IntToStr(i);
LblIndice[i].Parent := JvScrolling-
Window1 ;
LblIndice[i].Transparent := true;
LblMais[i] := TLabel.Create(Self);
LblMais[i].Left := 68 + Nleft - 6;
LblMais[i].Top := 13;
LblMais[i].Width := 6;
LblMais[i].Height := 13;
LblMais[i].Caption := 'X +';
LblMais[i].Transparent := true;
if i = 7 then
LblMais[i].Caption := 'X';
LblMais[i].Parent := JvScrolling-
Window1;
NLeft := NLeft + 53;
End;
end;
procedure
TFrmFreq.Button1Click(Sender: TOb-
ject);
var
Level,Carries : int64;
t,r,i,j,p : integer;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.Width2Change(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series2.LinePen.Width :=
Width2.Value;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClRed1Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.SeriesColor := ClRed
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClBlue1Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.SeriesColor := ClBlue;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClGreen1Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series1.SeriesColor := ClGreen;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClRed2Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series2.SeriesColor := ClRed;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClBlue2Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series2.SeriesColor := ClBlue;
end;
procedure TFrmConfi-
gApl.ClGreen2Click(Sender: TObject);
begin
FrmApl.Series2.SeriesColor := ClGreen;
end;
end.
163
FrmConfigFreq.VertMax.MinValue
:= 0;
FrmConfigFreq.VertMin.MaxValue
:= 0;
FrmConfigFreq.VertMin.Value := 0;
FrmConfigFreq.VertMin.MinValue
:= -1000;
FrmConfigFreq.VertMin.Visible :=
true;
Chart1.LeftAxis.MinorGrid.Visible
:= False;
end;
Button1.Click();
end;
procedure
TFrmFreq.VisibleClick(Sender: TOb-
ject);
begin
Sinal.Marks.Visible := Visible.Checked;
end;
procedure
TFrmFreq.TransparentClick(Sender:
TObject);
begin
FrmFreq.Sinal.Marks.Transparent :=
Transparent.Checked;
FrmFreq.Sinal.Marks.Frame.Visible :=
not Transparent.Checked;
end;
procedure
TFrmFreq.ColorChange(Sender: TOb-
ject);
begin
Sinal.Marks.BackColor := color.color;
end;
procedure
TFrmFreq.BitBtn2Click(Sender: TOb-
ject);
begin
FrmAbout.ShowModal();
end;
begin
Chart1.Series[2].Clear;
Level := EdtLevel.Value;
Carries := EdtCarries.Value;
PontosUsados := 0;
case level of
1:
Begin
for i := 1 to Carries do
Begin
Ponto[i].w := w[i];
//Parcelas Fundamentais
Ponto[i].A := A[i]*K[1].Value;
end;
Plot();
end;
2:
Begin
for i := 1 to Carries do
Begin
Ponto[i].w := w[i];
//Parcelas Fundamentais
Ponto[i].A := A[i]*K[1].Value;
end;
For i := 1 to Carries do
Begin
Ponto[Carries+i].A := 0.5 *
(Power(A[i],2))*K[Level].Value;
Ponto[Carries+i].w := 2*w[i]
end;
For i := 1 to Carries do
Begin
Ponto[2*Carries+i].A := 0.5 *
(Power(A[i],2))*K[Level].Value;
Ponto[2*Carries+i].w := 0
end;
T := 3;
r := 1;
For i := 1 to Carries do
Begin
For j := 1 to Carries do
Begin
if j<>i then
Begin
Ponto[T*Carries+r].A :=
A[i]*A[j]*K[Level].Value;
//Codigo da Unit Ufreq
unit UFreq;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, Buttons, JvSpeedButton,
ToolWin, ComCtrls, JvToolBar,
TeEngine,
Series, TeeProcs, Chart,
UClass,ExtCtrls, StdCtrls, JvEdit,
JvTypedEdit,
JvScrollPanel,Math, Mask,
JvMaskEdit, JvSpin, JvComponent,
JvColorBox,
JvColorBtn;
Const
NumPort = 5;
type
TFrmFreq = class(TForm)
PnlF1: TPanel;
Chart1: TChart;
Series11: TLineSeries;
Series12: TLineSeries;
PnlF2: TPanel;
JvToolBar1: TJvToolBar;
JvSpeedButton1: TJvSpeedButton;
JvSpeedButton2: TJvSpeedButton;
Panel2: TPanel;
BitBtn1: TBitBtn;
BitBtn3: TBitBtn;
BitBtn2: TBitBtn;
Button1: TBitBtn;
Label1: TLabel;
LblLevel: TLabel;
JvScrollingWindow1: TJvScrolling-
Window;
EdtLevel: TJvIntegerEdit;
EdtCarries: TJvIntegerEdit;
Sinal: TBarSeries;
Series1: TLineSeries;
164
end.
// Codigo da Unit Ufuncao
unit UFuncao;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, math,
Variants, Classes, Graphics, Controls,
Forms,
Dialogs, StdCtrls, ExtCtrls, TeeProcs,
TeEngine, TeeFunci, Menus;
function WordsCount( s : string ) :
integer;
implementation
function WordsCount( s : string ) :
integer;
var
ps: PChar;
nSpaces,n,o : integer;
begin
//total de palavras
n := 0;
//total de letras
o := 0;
s := s + #0;
ps := @s[ 1 ];
while( #0 <> ps^ ) do
begin
while((' ' = ps^)and(#0 <> ps^)) do
begin
inc( ps );
//conta total de letras
inc(o);
end;
nSpaces := 0;
while((' ' <> ps^)and(#0 <> ps^))do
begin
inc(nSpaces);
inc(ps);
//conta total de letras
Ponto[T*Carries+r].w := w[i]-w[j];
Ponto[(T+1)*Carries+r].A :=
A[i]*A[j]*K[Level].Value;
Ponto[(T+1)*Carries+r].w :=
w[i]+w[j];
inc(r);
end;
end;
T := T + 2;
r := 1;
End;
Plot();
End;//Fim do case 2:
3:
Begin
For i := 1 to Carries do
Begin
Ponto[i].w := Abs(w[i]);
//Parcelas Fundamentais
Ponto[i].A := A[i]*K[1].Value;
//Parcela dos espurios Coinci-
dentes com a fundamental
Ponto[i].A := Ponto[i].A +
0.75*(Power(A[i],3))*K[Level].Value;
For j := 1 to Carries do
Begin;
If j <> i then
//Outros Espúrios Coinci-
dentes Com a Fundamental
Ponto[i].A := Ponto[i].A +
3*(A[i]/2)*Power(A[j],2)*K[Level].Val
ue;
End;//Fim do for Secundario
end;//Fim do for Primario
For i := 1 to Carries do
Begin
Ponto[Carries+i].A := 0.25 *
(Power(A[i],3))*K[Level].Value;
Ponto[Carries+i].w :=
Abs(3*w[i])
end;
T := 2;
r := 1;
For i := 1 to Carries do
Begin
For j := 1 to Carries do
Logarithmic: TCheckBox;
Label3: TLabel;
Zo: TJvSpinEdit;
GroupBox3: TGroupBox;
Label2: TLabel;
Visible: TCheckBox;
Color: TJvColorButton;
Transparent: TCheckBox;
procedure JvSpeedBut-
ton1Click(Sender: TObject);
procedure FormShow(Sender: TOb-
ject);
procedure FormCreate(Sender: TOb-
ject);
procedure Button1Click(Sender:
TObject);
procedure JvScrollingWin-
dow1Enter(Sender: TObject);
Procedure Plot();
procedure BitBtn1Click(Sender:
TObject);
procedure PlotaEixo();
procedure LogarithmicClick(Sender:
TObject);
procedure VisibleClick(Sender:
TObject);
procedure TransparentClick(Sender:
TObject);
procedure ColorChange(Sender:
TObject);
procedure BitBtn2Click(Sender:
TObject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
k : array[1..7] of TjvFloatEdit2;
Ponto : array[1..2000] of TPonto;
w : array [1..10] of Extended;
A : array [1..10] of Extended;
PontosUsados : integer;
end;
var
FrmFreq: TFrmFreq;
LblIndice : Array[1..7] of TLabel;
165
inc(o);
end;
if ( nSpaces > 0 ) then
begin
inc( n );
end;
end;
//recebe o total de letras contadas inclu-
indo os espacos
Result := o;
end;
end.
//Codigo da Unit Usinal
unit USinal;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Vari-
ants, Classes, Graphics, Controls, Forms,
Dialogs, JvEdit, JvTypedEdit, StdCtrls,
Mask, JvMaskEdit, JvSpin,
JvDBSpinEdit, ToolWin, JvScroll-
Panel, Buttons, TeEngine, TeeFunci,
Series, TeeProcs, Chart, ExtCtrls,Math,
Spin, JvFloatEdit, JvSpeedButton,
ComCtrls, JvToolBar, JvLabel,
JvPanel;
Const
cstEscala = 250000000000;
CstForEscala = 2500;
Giga = 1000000000;
type
TFrmSinal = class(TForm)
PnlF1: TPanel;
Sinal: TLineSeries;
PnlF2: TPanel;
Panel2: TPanel;
BitBtn1: TBitBtn;
BitBtn3: TBitBtn;
BitBtn2: TBitBtn;
But: TBitBtn;
Panel3: TPanel;
Begin
if j<>i then
Begin
Ponto[T*Carries+r].A :=
0.75*A[i]*(Power(A[j],2))*K[Level].Va
lue;
Ponto[T*Carries+r].w :=
Abs(2*w[j]-w[i]);
Ponto[(T+1)*Carries+r].A :=
0.75*A[i]*(Power(A[j],2))*K[Level].Va
lue;
Ponto[(T+1)*Carries+r].w :=
Abs(2*w[j]+w[i]);
inc(r);
end;
end;
T := T + 2;
r := 1;
end;
p := 0;
For i := 1 to Carries do
Begin
For t := i+1 to Carries do
Begin
For r := t+1 to Carries do
Begin
if (i <> t) and (i <> r) then
Begin
Ponto[(Carries*2+
2)*Carries+p].A
:=(3/2)*A[i]*A[t]*A[r]*K[Level].Value;
Ponto[(Carries*2+
2)*Carries+p].w :=
Abs(w[i]+w[t]+w[r]);
Ponto[(Carries*2+22)*Carries+p].A
:=(3/2)*A[i]*A[t]*A[r]*K[Level].Value;
Ponto[(Carries*2+22)*Carries+p].w :=
Abs(w[i]+w[t]-w[r]);
Ponto[(Carries*2+42)*Carries+p].A
:=(3/2)*A[i]*A[t]*A[r]*K[Level].Value;
Ponto[(Carries*2+42)*Carries+p].w :=
Abs(w[i]-w[t]+w[r]);
LblMais : Array[1..7] of TLabel;
implementation
uses UBackGround, UConfigFreq,
UAbout;
{$R *.dfm}
procedure
TFrmFreq.JvSpeedButton1Click(Sender:
TObject);
begin
Close;
end;
procedure TFrmFreq.FormShow(Sender:
TObject);
var i : integer;
begin
//Configurações do Chart
Chart1.Gradient.EndColor :=
FrmBackGround.EndColor.Color;
Chart1.Gradient.StartColor :=
FrmBackGround.StartColor.Color;
For i := 1 to 7 do
k[i].SendToBack;
PlotaEixo();
FrmConfig-
Freq.JvFormStorage1.RestoreFormPlace
ment;
Chart1.LeftAxis.Maximum := 1000;
Chart1.LeftAxis.Minimum := 0;
FrmConfigFreq.VertMax.MaxValue :=
1000;
FrmConfigFreq.VertMax.MinValue :=
0;
FrmConfigFreq.VertMax.Value:=
1000;
FrmConfigFreq.VertMin.Value := 0;
FrmConfigFreq.VertMin.Visible :=
false;
Chart1.LeftAxis.Logarithmic := True;
166
JvScrollingWindow2: TJvScrolling-
Window;
P5: TPanel;
Label1: TLabel;
Label2: TLabel;
Label7: TLabel;
P6: TPanel;
Label3: TLabel;
Label4: TLabel;
Label5: TLabel;
P7: TPanel;
Label6: TLabel;
Label8: TLabel;
Label9: TLabel;
P8: TPanel;
Label10: TLabel;
Label11: TLabel;
Label12: TLabel;
P9: TPanel;
Label13: TLabel;
Label14: TLabel;
Label15: TLabel;
P10: TPanel;
Label16: TLabel;
Label17: TLabel;
Label18: TLabel;
P4: TPanel;
Label19: TLabel;
Label20: TLabel;
Label21: TLabel;
P3: TPanel;
Label22: TLabel;
Label23: TLabel;
Label24: TLabel;
P2: TPanel;
Label25: TLabel;
Label26: TLabel;
Label27: TLabel;
P1: TPanel;
Label28: TLabel;
Label29: TLabel;
Label30: TLabel;
Series11: TLineSeries;
Series12: TLineSeries;
JvScrollingWindow1: TJvScrolling-
Window;
Label31: TLabel;
Ponto[(Carries*2+62)*Carries+p].A
:=(3/2)*A[i]*A[t]*A[r]*K[Level].Value;
Ponto[(Carries*2+62)*Carries+p].w :=
Abs(w[i]-w[t]-w[r]);
inc(p);
end; //fim do if
end; //fim do for terciario
end; //fim do for secudario
end; //fim do for primario }
Plot;
end;//Fim do case 3:
end;//fim do case
end;
procedure
TFrmFreq.JvScrollingWindow1Enter(Se
nder: TObject);
var
i : integer;
begin
For i := 1 to 7 do
k[i].SendToBack;
end;
Procedure TfrmFreq.Plot();
var
k,i,j : integer;
Begin
k := 1;
for i := 1 to 2000 do
Begin
For j := i+1 to 2000 do
Begin
If ((Abs(Ponto[i].w) <=
Abs(ponto[j].w +0.000001)) and
(Abs(Ponto[i].w) >= Abs(ponto[j].w-
0.000001 ))) then
Begin
Ponto[i].A := Ponto[i].A +
Ponto[j].A;
Ponto[i].w := Abs(Ponto[i].w);
Ponto[j].A := 0;
Ponto[j].w := 0;
end;
end;//Fim do For Secundario
Chart1.BottomAxis.Minimum :=
FrmConfigFreq.HoriMin.Value;
Chart1.BottomAxis.Maximum :=
FrmConfigFreq.HoriMax.Value;
if FrmConfigFreq.ClBlue1.Checked
then
Sinal.SeriesColor := ClBlue
else if FrmConfig-
Freq.ClRed1.Checked then
Sinal.SeriesColor := ClRed
else if FrmConfig-
Freq.ClGreen1.Checked then
Sinal.SeriesColor := ClGreen;
Sinal.BarWidthPercent := FrmConfig-
Freq.Width1.Value;
Sinal.Marks.BackColor :=
Color.Color;
Sinal.Marks.Visible := Visi-
ble.checked;
Sinal.Marks.Transparent := Transpar-
ent.checked;
Sinal.Marks.Frame.Visible := not
Transparent.Checked;
Sinal.BarWidthPercent := FrmConfig-
Freq.Width1.Value*20;
end;
procedure TFrmFreq.PlotaEixo();
var
i : integer;
Begin
Chart1.Series[0].AddXY(0,10000,'',cltee
color);
Chart1.Series[0].AddXY(0,-
150,'',clteecolor);
Chart1.Series[1].AddXY(-
160,0,'',clteecolor);
Chart1.Series[1].AddXY(160,0,'',clteeco
lor);
//Como o eixo x naum tava sendo
167
Label32: TLabel;
Label34: TLabel;
Label35: TLabel;
Label36: TLabel;
Label37: TLabel;
Label38: TLabel;
Label39: TLabel;
Label40: TLabel;
Label41: TLabel;
Label42: TLabel;
Label43: TLabel;
Label44: TLabel;
Label45: TLabel;
Label46: TLabel;
Label47: TLabel;
Label48: TLabel;
Label49: TLabel;
Label50: TLabel;
Label51: TLabel;
SpnNumCarries: TSpinEdit;
PlotOut: TSpinEdit;
Label52: TLabel;
Label53: TLabel;
Panel1: TPanel;
JvToolBar1: TJvToolBar;
JvSpeedButton1: TJvSpeedButton;
JvSpeedButton2: TJvSpeedButton;
ToolButton1: TToolButton;
ToolButton2: TToolButton;
Panel4: TPanel;
ProgressBar1: TProgressBar;
Panel5: TPanel;
Chart1: TChart;
procedure JvScrollingWin-
dow2Scrolled(Sender: TObject;
Kind: TJvScrollKind);
procedure FormShow(Sender: TOb-
ject);
procedure PlotaEixo();
procedure FormCreate(Sender: TOb-
ject);
procedure ButClick(Sender: TObject);
procedure BitBtn1Click(Sender:
TObject);
procedure JvSpeedBut-
ton1Click(Sender: TObject);
procedure JvSpeedBut-
End;//Fim do For Primario
For i := 1 to 2000 do
If ponto[i].A <> 0 then
Begin //
20*Log10(Abs(Ponto[i].A)/(sqrt(FrmCo
nfigFreq.Zo.Value*0.001)))
If Logarithmic.Checked then
JvSpeedButton2Click(Sender: TObject);
procedure FormClose(Sender: TOb-
ject; var Action: TCloseAction);
procedure SpnNumCarri-
esChange(Sender: TObject);
procedure FormResize(Sender: TOb-
ject);
procedure BitBtn2Click(Sender:
TObject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
K : Array[1..7] of TJvFloatEdit2;
end;
var
FrmSinal: TFrmSinal;
A : Array[1..10] of TJvFloatEdit2;
W : Array[1..10] of TJvFloatEdit2;
LblIndice : Array[1..7] of Tlabel;
LblMais : Array[1..7] of Tlabel;
implementation
uses UConfigSinal, Main, UFreq,
UBackGround, UProgress, UAbout;
{$R *.dfm}
procedure TFrmSi-
nal.JvScrollingWindow2Scrolled(Sender
: TObject;
Kind: TJvScrollKind);
begin
P1.SendToBack;
P2.SendToBack;
P3.SendToBack;
P4.SendToBack;
P5.SendToBack;
P6.SendToBack;
plotado direito replotei ele
end;
procedure
TFrmFreq.FormCreate(Sender: TOb-
ject);
var
NLeft,i : Integer;
begin
PontosUsados := 0;
NLeft := 0;
For i := 1 to 2000 do
end;
procedure TFrmSinal.PlotaEixo();
var
i : integer;
Begin
Chart1.Series[0].AddXY(0,1000,'',clteec
olor);
Chart1.Series[0].AddXY(0,-
1000,'',clteecolor);
Chart1.Series[1].AddXY(-
0.00000009,0,'',clteecolor);
Chart1.Series[1].AddXY(0.00000009,0,''
,clteecolor);
//Como o eixo x naum tava sendo
plotado direito replotei ele
end;
procedure TFrmSi-
nal.FormCreate(Sender: TObject);
var
i,NLeft : integer;
begin
NLeft := 0;
for i := 1 to 10 do
Begin
A[i] := TJvFloatEdit2.Create(Self);
A[i].Left := 25;
A[i].Top := 21 ;
A[i].Width := 36;
A[i].Height := 24;
A[i].Alignment := taRightJustify;
A[i].TabOrder := 1;
A[i].MaxDecimals := 3;
168
ton2Click(Sender: TObject);
procedure FormClose(Sender: TOb-
ject; var Action: TCloseAction);
procedure SpnNumCarri-
esChange(Sender: TObject);
procedure FormResize(Sender: TOb-
ject);
procedure BitBtn2Click(Sender:
TObject);
private
{ Private declarations }
public
{ Public declarations }
K : Array[1..7] of TJvFloatEdit2;
end;
var
FrmSinal: TFrmSinal;
A : Array[1..10] of TJvFloatEdit2;
W : Array[1..10] of TJvFloatEdit2;
LblIndice : Array[1..7] of Tlabel;
LblMais : Array[1..7] of Tlabel;
implementation
uses UConfigSinal, Main, UFreq,
UBackGround, UProgress, UAbout;
{$R *.dfm}
procedure TFrmSi-
nal.JvScrollingWindow2Scrolled(Sender
: TObject;
Kind: TJvScrollKind);
begin
P1.SendToBack;
P2.SendToBack;
P3.SendToBack;
P4.SendToBack;
P5.SendToBack;
P6.SendToBack;
P7.SendToBack;
P8.SendToBack;
P9.SendToBack;
P10.SendToBack;
end;
P7.SendToBack;
P8.SendToBack;
P9.SendToBack;
P10.SendToBack;
end;
procedure TFrmSi-
nal.FormShow(Sender: TObject);
var
i : integer;
begin
P1.SendToBack;
P2.SendToBack;
P3.SendToBack;
P4.SendToBack;
P5.SendToBack;
P6.SendToBack;
P7.SendToBack;
P8.SendToBack;
P9.SendToBack;
P10.SendToBack;
for i := 1 to 7 do
k[i].SendToBack;
PlotaEixo();
FrmConfigSi-
nal.JvFormStorage1.RestoreFormPlacem
ent;
Chart1.LeftAxis.Minimum := FrmCon-
figSinal.VertMin.Value;
Chart1.LeftAxis.Maximum :=
FrmConfigSinal.VertMax.Value;
Chart1.BottomAxis.Minimum :=
FrmConfigSi-
nal.HoriMin.Value/(CstGrid/PlotOut.Val
ue);
Chart1.BottomAxis.Maximum :=
FrmConfigSi-
nal.HoriMax.Value/(CstGrid/PlotOut.Va
lue);
if FrmConfigSinal.ClBlue1.Checked
then
Sinal.SeriesColor := ClBlue
else if FrmConfigSi-
nal.ClRed1.Checked then
Sinal.SeriesColor := ClRed
else if FrmConfigSinal.ClGr
A[i].MaxLength := 5;
A[i].HasMaxValue := False;
A[i].HasMinValue := False;
A[i].Value := 2;
W[i] := TJvFloatEdit2.Create(Self);
W[i].Left := 25;
W[i].Value := 1+(i-1)/10;
W[i].Top := 49;
W[i].Width := 36;
W[i].Height := 24;
W[i].ReadOnly := False;
W[i].TabOrder := 0;
W[i].MaxLength := 5;
Case i of
1:Begin
A[i].Parent := P1;
W[i].Parent := P1;
end;
2:Begin
A[i].Parent := P2;
W[i].Parent := P2;
end;
3:Begin
A[i].Parent := P3;
W[i].Parent := P3;
end;
4:Begin
A[i].Parent := P4;
W[i].Parent := P4;
end;
5:Begin
A[i].Parent := P5;
W[i].Parent := P5;
end;
6:Begin
A[i].Parent := P6;
W[i].Parent := P6;
end;
7:Begin
169
Anexo I
Apontamento das estações terrenas em enlaces
com satélites geo-estacionários
I.1. Introdução
Quando a comunicação via satélite é realizada com repetidor geo-estacionário,
as antenas utilizadas nas estações terrenas podem ser apontadas em uma determinada
direção, com relação a dois planos. Este apontamento dependerá de dois ângulos,
sendo um deles o de elevação e o outro de azimute.
I.2. Azimute
O azimute pode ser definido como sendo a distância angular, medida sobre o
horizonte, a partir de um ponto origem, no sentido horário, até o círculo vertical que
passa por um dado astro
1,2
.
Em comunicação via satélite o ponto de origem é o norte geográfico e o astro é
o satélite com o qual se deseja realizar a comunicação. Com as coordenadas geográ-
ficas do satélite e da estação terrena, pode-se determinar um fator que nos leva ao
ângulo de azimute. Este fator está apresentado na equação I.1
=
T
TS
tg
arctgÂ
θ
φφ
sen
( I.1)
onde
T
é a latitude da estação terrena,
T
φ
é a longitude da estação terrena e
S
φ
é a
longitude do satélite.
Para o hemisfério sul com a estação terrena a oeste do satélite:
Â
A
=
( I.2)
Para o hemisfério sul com a estação terrena a leste do satélite:
ÂA = 360
( I.3)
170
Para o hemisfério norte com a estação terrena a oeste do satélite:
ÂA = 180
( I.4)
Para o hemisfério norte com a estação terrena a leste do satélite:
ÂA +=180
( I.5)
Todas as medidas são efetuadas em graus.
I.3. Elevação
O ângulo de elevação é aquele que deve existir no plano vertical entre o satélite
e a antena da estação terrena. O valor pode ser obtido através da equação I.6
()
[]
()
TST
TSTe
TSTe
R
Rr
arctgE
φφθ
φφθ
φφθ
= coscosarccos
coscosarccossen
coscos
( I.6)
onde r é o raio da orbita geoestacionária que vale 42.164Km e
e
R é o raio da terra
que vale 6378 km
3,4
.
Tomando como referência a Figura I.1, a estação pode estar em P sendo Q a
projeção ortogonal de P no plano O
xy.
Tem-se:
=
= OAkkOP
T
;,
θ
=
= OBiiOQ
T
;,
φ
.
φ
P
N
S
z
x
y
o
R
e
θ
Q
A
B
Globo
Terrestre
Figura I.1. descrição das coordenadas de um ponto sobre o globo terrestre.
171
A mesma análise pode ser feita para o satélite fora do globo terrestre, para refe-
renciar
φ
S
.
I.4. Exemplo 1
Como exemplo na obtenção de A e E, calcular os valores dos ângulos de azi-
mute e elevação para uma estação terrena em Santa Rita do Sapucaí, que deve ser
apontada para o satélite Brasilsat B4.
Coordenadas de Santa Rita do Sapucaí:
22
o
11' 39,2'' S
45
o
43' 17'' W
Coordenadas do Brasilsat B4: 92
o
W
Neste caso, utilizando as equações I.3, pois a estação terrena se encontra no hemisfé-
rio sul e a leste do satélite, tem-se:
''45'51289°
A
Com a equação I.6, tem-se:
''16'2732°
E
I.5. Distância entre as estações terrenas e o satélite
A distância em (Km), levando em consideração as coordenadas geográficas de
cada elemento, entre a estação terrena e o satélite pode ser calculada através da equa-
ção (I.7)
5
.
()
[]
2
1
21
coscos
TST
XXd
φφθ
( I.7)
Na qual X
1
e X
2
são calculados em (Km
2
) .
(
)
965.501.826.1
2
2
1
=++= HRRX
ee
(
)
804.055.5392
2
=
+
=
HRRX
ee
onde H é a altitude dos satélites geoestacionários (35.881 Km);
172
I.6. Exemplo 2
Calcular a distância entre uma estação terrena em Santa Rita do Sapucaí, nas
coordenadas do Exemplo 1 e o satélite Brasilsat B4.
Neste caso, utilizando os dados do exemplo anterior e a equação (I.7), tem-se:
[
]
490.38
Kmd
Referências Bibliográficas
1
Ferreira, A. B. de H.. Novo dicionário da língua portuguesa. 2
a
Edição. Editora
Nova Fronteira S.A., 1986.
2
Maral, G.; Bousquet, M.. Satellite Communications Systems: Systems, Techniques
and Technology. 4
th
Ed.. John Wiley & Sons, Inc, 2002.
3
Ha, Tri Ti ; Digital Satellite Communications. Macmillan Publishing Comp., 1986.
4
Roddy, Dennis. Satellite Communications. 3
rd
Ed.. Mc Graw-Hill, 2001.
5
Nunes, Mário A. S.; Telecomunicações IV - 2
o
Volume.; CDT - INATEL, 1986.
173
Anexo II
Desempenho das modulações mais empregadas em
enlaces via satélite em condição geo-estacionária
II.1. Introdução
Como as distâncias dos enlaces via satélite são muito grandes, faz-se necessá-
rio o uso de potências elevadas, para que seja possível operar com taxas de erro me-
nores do que as máximas exigidas. Por esta razão as modulações empregadas em
satélite são as mais robustas, ou melhor, as que operam com os menores valores de
relação (E
b
/N
0
).
Além disso a não linearidade dos transponders torna mais apropriada a utiliza-
ção de modulações de envelope constante, ou seja, as baseadas em variação de fase
ou freqüência. Esta característica justifica o fato de não se utilizar em larga escala
modulações AM e M-QAM. Nos enlaces via satélite as modulações mais comuns são
FM e M-PSK.
II.2. Modulação em freqüência
As aplicações voltadas para o mercado de dados e voz via satélite estão todas
fundamentadas em tecnologia digital. A única aplicação analógica é a de transmissão
de sinais de TV, que é mantida no Brasil em função do grande número de estações de
recepção para uso residencial. Esta condição permite às emissoras nacionais suprir
algumas deficiências de cobertura das redes terrestres.
A equação (II.1) oferece a relação sinal/ruído do sinal de vídeo demodulado,
para um enlace via satélite com modulação FM
1,2,3
:
C
ff
B
N
P
N
S
V
f
V
RX
=
2
2
3
( II.1)
174
onde P
RX
é a potência de recepção [W], N é o ruído térmico [W], B é a largura de fai-
xa do canal em freqüência intermediária (FI), f
V
é a máxima freqüência do sinal mo-
dulante [Hz],
f
é o desvio de pico da portadora provocado pelo sinal modulante [Hz]
e C
pe
é a constante que depende da ponderação e da de-ênfase.
Tabela II.1. Valores da constante C
pe
.
C
pe
C
pe
[dB]
Recurso empregado na demodulação
1 0 Sem rede de ponderação e de-ênfase.
14,125 11,5 Com apenas rede de ponderação.
1,413 1,5 Com apenas dê-enfase.
19,953 13 Com rede de ponderação e de-ênfase.
Para sinais de TV a relação (S/N) deve ser expressa em função da potência do
sinal de luminância com amplitude de pico a pico em relação a potência RMS de ruí-
do. Esta condição é demonstrada na equação (II.2)
[
]
=
=
N
S
N
S
N
S
TV
822
2
( II.2)
Trabalhando com as equações (II.1) e (II.2), tem-se:
pe
V
f
V
RX
TV
C
ff
B
N
P
N
S
=
2
12
( II.3)
Deve-se levar em consideração a resolução CCIR 405-1 que recomenda que o
desvio de pico a pico provocado por um sinal padrão de vídeo com 1V
pp
, deve satis-
fazer
fpp
=8MHz. Deve-se ainda considerar que a excursão do sinal de luminância,
corresponde a 71,4% do sinal de vídeo. Sendo assim a equação (II.3) pode ser ex-
pressa em função do desvio de pico a pico, como apresentado na equação (II.4)
4
:
pe
V
fpp
V
RX
TV
C
ff
B
N
P
N
S
=
2
1
2
714,0
12
(II.4a)
Na escala logarítmica, teremos:
175
[] []
()
[]
dBCBdB
N
C
dB
N
S
pe
TV
++
+=
log108,58
(II.4b)
Onde (C/N) é a relação portadora/ruído e igual a relação (P
RX
/N).
O gráfico da Figura II.1, apresenta o comportamento da relação (S/N) em fun-
ção da relação (C/N), considerando B = 20MHz e C
pe
= 13dB.
5 10 15 20 25 30 35 40
130
135
140
145
150
155
160
165
Nível de Limiar para
demodulação FM
Saturação para
demodulação FM.
(S/N) [dB]
(C/N) [dB]
Figura II.1. Curva de desempenho da demodulação FM.
II.3. Modulação PSK
As modulações PSK (Phase Shift Keying) se baseiam na alteração de fase em
função do sinal digital modulante. Para o sistema BPSK, temos cada bit de entrada
provocando uma variação de fase, como apresentado na Figura II.2.
Através da forma de onda no domínio do tempo é possível perceber que exis-
tem duas fases atreladas aos símbolos binários. Para o nível lógico alto a fase é 0
o
e
para o nível lógico baixo a fase é 180
o
. Esta condição é visualizada de forma direta
através do diagrama de constelação apresentado na Figura II.3.
A modulação BPSK trabalha com duas posições no diagrama de constelação e
cada posição de fase representa um símbolo. Desta forma pode-se concluir que neste
caso é transmitido um bit por símbolo.
176
Nas modulações de ordens mais elevadas existe um aumento no número de
símbolos e consequentemente o aumento do número de bits por símbolo.
Tempo (s)
Figura II.2. Forma de onda de um sinal modulado em BPSK.
Figura II.3. Diagrama de Constelação da modulação BPSK.
Para modulação QPSK existem quatro símbolos com quatro posições de fase
em quadratura, como pode ser visualizado na Figura II.4. Cada símbolo é composto
por dois bits, fazendo com que esta modulação ofereça maior capacidade de trans-
missão do que a BPSK, ocupando a mesma largura de faixa.
177
Figura II.4. Diagrama de constelação da modulação QPSK.
Para modulação 8PSK tem-se três bits por símbolo e consequentemente oito
posições de fase no diagrama de constelação, como pode ser visualizado na Figura
II.5.
Figura II.5. Diagrama de constelação da modulação 8PSK.
178
Nos canais com a presença de ruído e distorções, existe a possibilidade de um
símbolo ser interpretado como outro, gerando erro. Quanto maior a ordem da modu-
lação, maior será a probabilidade de um bit ser confundido com outro, pois o espa-
çamento entre os mesmos diminui. Consequentemente, a taxa de erro aumenta se
aumentarmos a ordem da modulação e mantivermos a mesma relação (E
b
/N
0
), como
apresentado na Figura II.7
5,6
.
II.4. Modulação 16QAM.
Na modulação QAM além da variação de fase existe a variação de amplitude
em função do símbolo que será transmitido. O diagrama de constelação do sinal
16QAM é apresentado na Figura II.6 e mostra que cada símbolo possui uma fase e
uma amplitude no diagrama.
A variação conjunta de fase e amplitude faz a modulação QAM exigir menos
potência para oferecer a mesma taxa de erro das modulações PSK de mesma ordem.
Por este motivo, para modulações com ordem superior a 16, sempre se trabalha com
QAM ao invés de se trabalhar com PSK, como pode ser analisado através da Figura
II.7.
Figura II.6. Diagrama de constelação da modulação 16QAM
179
Com o aumento das ordens de modulação, teremos sempre a redução da largu-
ra de faixa do canal, como apresentado pela equação (II.5), mas em contrapartida
existirá a necessidade de aumento no nível do sinal da portadora, para manter a
mesma taxa de erro, como apresentado na Figura II.7:
()
α
+= 1
log
2
M
R
B
(II.5)
onde B é a largura de faixa do canal [Hz], R é taxa de transmissão [bps], M é a ordem
da modulação e
α é o fator de roll-off dos filtros utilizados no sistema.
10
- 1
5
2
5
2
5
2
5
2
5
2
10
- 3
10
- 4
10
- 5
10
- 6
PSK
M = 32
QAM
M = 16
QAM
+
PSK
M = 4
QAM
M = 64
- 4 0 4 6 122- 6 - 2
108
1 6 18 20
PSK
M = 16
(E
b
/N
0
) [dB]
Probabilidade de erro de símbolo
10
- 2
Figura II.7. Probabilidade de Erro de símbolo em função da relação (E
b
/N
0
).
180
Referências Bibliográficas
1
Carlson, A. Bruce. Communication Systems. McGraw-Hill, 1996.
2
Taub, H.; Schilling, D. L. Principles of Communication Systems. MacGraw-Hill,
1986.
3
Ribeiro, M.; Barradas, O. C. M. Sistemas Analógicos e Digitais. Livros Técnicos e
Científicos - EMBRATEL, 1980.
4
Togashi, Akira. Métodos de Transmissão de Televisão por Satélite. CETUC-
PUC/RJ, 1975.
5
Sklar, Bernard. Digital Communications: Fundamentals and Applications. 2
nd
Ed.
Prentice Hall, Inc. 2000.
6
Couch II, L. W. Sistemas de comunicación digitales y analógicos. 5
a
Ed. Prentice
Hall, México, 1998.
181
Anexo III
Temperatura equivalente de ruído, Figura de ruído e
Fator de mérito para estações de recepção (G/T)
III.1. Temperatura Equivalente de Ruído
A temperatura equivalente de ruído de um componente pode ser definida como
sendo o valor de temperatura em que um resistor padrão gera ruído com nível equi-
valente ao gerado pelo componente em questão, na temperatura de operação. Quanto
menor for este parâmetro, melhor será o desempenho do componente.
É um parâmetro baseado em uma grandeza física, mas definido de forma ma-
temática. Para um amplificador ideal tem-se
1
:
Entrada Saída
Figura III.1. Amplificador Ideal.
BTKN
inI
.
0
=
(III.1)
(
)
GBTKN
outI
=
.
0
(III.2)
onde N
I-in
é o nível do ruído de entrada no amplificador ideal [W], N
I-out
é o nível do
ruído de saída no amplificador ideal [W], K é a constante de Boltzman (K=1,38.10
-23
[J/K]), T
0
é a temperatura a que se encontra submetido o amplificador [K] e B é a
largura de faixa do canal [Hz].
No caso de um amplificador real, além da parcela de ruído térmico amplifica-
da, existirá em sua saída uma outra parcela referente a própria constituição física do
componente. Esta parcela pode ser representada em função da temperatura equiva-
lente de ruído, como apresentada na equação (III.3).
182
(
)
(
)
GBTKGBTKN
eout
+
= .
0
(III.3)
III.2. Figura de Ruído.
Por definição a figura de ruído é a razão entre a relação portadora/ruído de en-
trada e a relação portadora/ruído de saída, como apresentada na equação (III.4).
out
in
N
C
N
C
F
=
(III.4)
Para um amplificador ideal, a figura de ruído pode ser calculada como apre-
sentado abaixo:
()
1
0
0
=
=
out
in
GBTK
GC
BTK
C
F
(III.5)
onde G é o ganho oferecido pelo amplificador.
No amplificador ideal a relação portadora/ruído de saída se mantém igual a de
entrada, pois o amplificador em nada contribui com o aumento do ruído. O mesmo
não ocorre com o amplificador real, como apresentado na equação (III.6).
()()
00
0
0
0
1
T
T
T
TT
GBTTK
GC
BTK
C
F
ee
out
e
in
+=
+
=
+
=
(III.6)
Consequentemente, tem-se:
(
)
0
1 TFT
e
=
(III.7)
III.2. Amplificadores em cascata
O comportamento final de uma cascata de amplificadores pode ser analisado
com a ajuda da Figura III.2.
183
...
G
1
T
e1
F
1
G
2
T
e2
F
2
G
3
T
e3
F
3
G
n
T
en
F
n
Figura III.2. Associação de amplificadores.
A figura de ruído de todo o conjunto pode ser obtida através da relação entre as
grandezas (C/N) de entrada e saída. Para determinar a relação portadora/ruído de
saída, tem-se os níveis da portadora e do ruído apresentados nas equações (III.8) e
(III.9)
2
.
nOUT
GGGGCC
=
K
321
.
(III.8)
(){}
nenneneOUT
GTGGGTGGGTTBKN
+
+
+
+= KKK
3222110
(III.9)
Consequentemente a figura de ruído do conjunto será dada pela equação apre-
sentada a seguir:
(){}
OUT
nennene
n
IN
GTGGTGGGTTBK
GGGGC
BTK
C
F
++++
=
KKK
K
222110
321
0
.
(III.10a)
()
++
+++=
1121
3
1
2
10
0
1
n
enee
e
GG
T
GG
T
G
T
TT
T
F
K
K
(III.10b)
Com as equações (III.6), (III.7) e (III.10b) é possível obter as equações (III.11)
e (III.12), que apresentam os valores da figura de ruído e da temperatura equivalente
de ruído para todo conjunto.
()
(
)
(
)
1121
3
1
2
1
11
1
++
+
+=
n
n
GG
F
GG
F
G
F
FF
K
K
(III.11)
1121
3
1
2
1
++
++=
n
enee
ee
GG
T
GG
T
G
T
TT
K
K
(III.12)
184
Como por definição a atenuação é o inverso do ganho, pode-se analisar estrutu-
ras híbridas com amplificadores e atenuadores, como apresentado na Figura (III.3) e
nas equações (III.13) e (III.14).
G
1
T
e1
F
1
A
2
T
e2
F
2
G
3
T
e3
F
3
A
4
T
e4
F
4
I I
Figura III.3. Associação Híbrida de amplificadores e atenuadores.
()
(
)
(
)
2
31
4
2
1
3
1
2
1
1
1
1
A
GG
F
A
G
F
G
F
FF
+
+
+=
(III.13)
2
31
4
2
1
3
1
2
1
A
GG
T
A
G
T
G
T
TT
eee
ee
+++=
(III.14)
III.2. Fator de mérito para estações de recepção (G/T)
Para as estações de recepção via satélite, a relação (G/T) mostra o quanto é efi-
ciente a estrutura de recepção, pois quanto mais elevados forem os valores desta re-
lação, melhores serão os resultados de desempenho dos enlaces de descida.
Para encontrar esta relação, leva-se em consideração a temperatura equivalente
de ruído de toda a estrutura e o ganho da antena. A Figura (III.4) apresenta uma esta-
ção de recepção, através da qual pode-se visualizar como obter a relação (G/T)
3
.
A temperatura equivalente da estação terrena deverá levar em consideração os
seguintes valores parciais:
Temperatura de Ruído da Antena;
Temperatura de Ruído do Iluminador;
Temperatura de Ruído do LNA ou LNB;
Temperatura de Ruído do Cabo entre o LNA ou LNB e os equipamentos de
Recepção.
ILUM
AMP
CABOe
ILUMAMPeILUMeANTee
A
G
T
ATTTT +++=
1
.
(III.15)
185
onde T
e-ANT
é a temperatura equivalente de ruído da antena [K], T
e-ILUM
é a temperatu-
ra equivalente de ruído do iluminador [K], T
e-AMP
é a temperatura equivalente de ruí-
do do LNA ou LNB [K], T
e-CABO1
é a temperatura equivalente de ruído do Cabo 1 [K],
A
ILUM
atenuação oferecida pelo iluminador e G
AMP
é o ganho do LNA ou LNB.
Iluminador
LNA
ou
LNB
Cabo
Coaxial
(Cabo 1)
Receptor de
Satélite
Figura III.4. Estação básica de recepção de sinais via satélite.
Referências Bibliográficas
1
Ha, Tri Ti . Digital Satellite Communications. Macmillan Publishing Comp., 1986.
2
Maral, G.; Bousquet, M., Satellite Communications Systems: Systems, Techniques
and Technology, 4
th
Ed.. John Wiley & Sons Inc, 2002.
3
Marins, C. N. M. Notas de Aula de E703-B. Curso de graduação em Engenharia
Elétrica - INATEL, 2002.
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