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Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Tecnologia e Geociências
Departamento de Oceanografia
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
E
STIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII
ASCHERSON, EM PRADOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
THIAGO NOGUEIRA DE VASCONCELOS REIS
RECIFE
2007
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Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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THIAGO NOGUEIRA DE VASCONCELOS REIS
ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII
ASCHERSON, EM PRADOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em oceanografia, do Departamento
de Oceanografia da Universidade Federal de
Pernambuco, como parte dos requisitos exigidos
para a obtenção do título de Mestre em
Oceanografia, na Área de Concentração
Oceanografia Biológica.
Orientadora:
Profa. Dra. Mutue Toyota Fujii
Co-Orientadora:
Profa. Dra. Karine Matos Magalhães
RECIFE
2007
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Thiago Nogueira de Vasconcelos Reis
ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII
ASCHERSON, EM PRADOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
Examinadores:
Suplentes:
Dra. Sonia Maria Barreto Pereira
Dra. Sigrid Neumann Leitão
Dissertação defendida e aprovada em 27 de fevereiro de 2007.
Recife
2007
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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Os ideais que iluminaram meu caminho e
sempre me deram coragem para enfrentar a
vida com alegria foram a Verdade, a Bondade e
a Beleza.
(Albert Einstein)
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Dedico a Deus, a minha família e as meninas do
laboratório Adilma, Érika, Haliny e Nathalia,
que tanto me ajudaram a crescer
cientificamente e como pessoa.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, Ser tão grandioso, onde encontro paz e
força para seguir em frente.
Ao Programa de Pós-Graduação em Oceanografia (PPGO) pela oportunidade
de crescimento profissional.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior (CAPES),
pela concessão da Bolsa de Mestrado durante todo o período do curso.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ),
pelo financiamento do projeto de pesquisa através do Edital Universal. Sob o
protocolo nº. 478941/2006-4
Ao Laboratório de Bentos I, do Departamento de Oceanografia da
Universidade Federal de Pernambuco, chefiado pela Profa. Dra. Lilia Santos, por
ceder o espaço para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Laboratório de Oceanografia Física Estuarina e Costeira (LOFEC) do
Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco chefiado
pelo Prof. Dr. Moacyr Araújo, por ceder os aparelhos para as análises de Sólidos
Suspensos Totais.
Ao Laboratório de Oceanografia Geológica (LABOGEL) do Departamento de
Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco, sob a responsabilidade da
Profa. Dra. Tereza Araújo, por ceder o espaço e os equipamentos para as análises
de sedimento.
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Ao Laboratório de Oceanografia Química (LABOQUIM) do Departamento de
Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco, chefiado pela Profa. Dra.
Kátia Muniz, pela realização das análises hidrológicas.
À professora Dra. Mutue Toyota Fujii, pela orientação e pelos valiosos
ensinamentos adquiridos neste curto período de convívio.
À minha amiga e Co-orientadora Profa. Dra. Karine Matos Magalhães, pessoa
fundamental para a elaboração deste trabalho e no meu desenvolvimento científico.
Ao Prof. Dr. André Magalhães pela fundamental ajuda na elaboração e
interpretação das análises estatísticas.
À Doutoranda Adilma de Lourdes Montenegro Cocentino, quase uma mãe
para mim, inspirando e me dando força, apesar dos puxões de orelha de vez em
quando. Agradeço também pela utilização do seu laboratório.
Ao corpo docente do Programa de pos Graduação em Oceanografia (PPGO),
que me passaram o conhecimento básico da oceanografia.
Aos meus amigos Danielle Menor, Girlene Fábia, Luis Ernesto, Elly e Elis Reis,
Josivete Pinheiro, Douglas Burgos e Alfredo Moura, que não só me auxiliaram nas
coletas, mas sem dúvida as deixaram mais agradáveis e descontraídas, vocês com
certeza não sabem o quanto me ajudaram na realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Alfredo Moura Junior, grande amigo e quase sempre conselheiro
cientifico, obrigado pelo auxilio na elaboração desta dissertação.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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À mestranda Nathalia Guimarães, se eu fosse citar tudo em que você me
ajudou e aperreou as palavras não seriam suficientes, nem para uma coisa, nem
para outra.
Às biólogas Érika Gomes e Haliny Magalhães, obrigado por me ajudar na
triagem, filtragem, pesagem, em fim agradeço muito a vocês por estarem presentes
durante a elaboração do meu trabalho.
À Dra. Girlene Fábia e ao Prof. Dr. Petrônio Coelho Filho pela amizade e
companheirismo durante todo o percurso da minha caminhada como estudante de
Mestrado.
À todos os alunos do PPGO, pela amizade e pelos momentos de lazer
proporcionados no decorrer deste curso.
Ao Prof. Alexandre Almeida e ao doutorando Jesser Fidelis pela grande
amizade, auxilio na elaboração desta dissertação, e também pelos momentos de
descontração, principalmente nas reuniões.
Às pessoas que tanto me auxiliaram em varias etapas da elaboração deste
trabalho, meus amigos Sergio Almeida, Xiomara Diaz, Renata Lopes, Patrícia
Façanha, Fabiana Leite, Victoria Holguin, Daniele Laura, Arley de Andrade, Leandro
Cabanez, Evaldeni Moreira, Valdylene Pessoa.
Às meninas que tanto me deram alegria ao longo desses anos Adriane
Wandeness, Danielle Menor, Alzira Patrícia (Tita) e Priscila Murolo.
Às grandes amigas no departamento: Aurelyana Ribeiro, Cristiane Castro,
Lílian Cristine, Cristina Araújo.
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À uma pessoa competentíssima, que sempre ajuda, com muita alegria, todos
os alunos do PPGO, Myrna Lins.
Aos estagiários do Bentos II, Catarina, Débora Lucatelli, Ricardo e outros
tantos que nos ajudam e proporcionam momentos de descontração.
Aos funcionários do Departamento de Oceanografia da UFPE, que dão duro
para deixar as instalações do Departamento mais agradáveis.
A Salete Nogueira e Aluízio Reis, meus pais, por terem me dado à vida e
tentado fazer de tudo para que eu me torna-se uma pessoa competente e feliz.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da área de estudo com a marcação das praias selecionadas para o trabalho. PP -
Ponta de Pedras; CA - Catuama; PI - Pilar; EL - Eldorado; SU - Suape; MA - Maracaípe; CR -
Carneiros; CM - Campas............................................................................................................ 10
Figura 2 - Variação na temperatura (°C) por ponto de coleta, nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 19
Figura 3 - Variação na profundidade (m) por ponto de coleta, nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 21
Figura 4 - Variação nos níveis de sólidos totais em suspensão (g.m
3
), nas praias de Ponta de Pedras
(PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 23
Figura 5 - Variação da visibilidade do Secchi (m) por pto de coleta, nas praias de Ponta de Pedras
(PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 25
Figura 6 - Variação nas concentrações de nutrientes (µmol.L
-1
), nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 27
Figura 7 - Variação na quantidade de silte e argila, nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama
(CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR),
nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006.
SD= sem dados. ......................................................................................................................... 29
Figura 8 - Variação da Cobertura de Halodule wrightii (%) nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 31
Figura 9 - Variação da densidade de hastes (hastes.m
-2
), nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 33
Figura 10 - Variação na biomassa (g ps.m
-2
) nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA),
Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos
meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006.
SD= sem dados. ......................................................................................................................... 35
Figura 11 - Variação no comprimento das folhas de Halodule wrightii (cm), nas praias de Ponta de
Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas
(CM) e Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto
(período chuvoso) de 2006. SD= sem dados............................................................................. 37
Figura 12 - Variação na largura das folhas de Halodule wrightii (mm), nas praias de Ponta de Pedras
(PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
ix
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. SD= sem dados. .......................................................................................... 38
Figura 13 - MDS mostrando o agrupamento das estações de acordo com os parâmetros observados
nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU),
Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período
seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006. ................................................................... 42
Figura 14 - MDS mostrando a disposição das estações de coleta de acordo com os parâmetros
observados nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL),
Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e
fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006....................................... 43
Figura 15 - Análise de agrupamento das amostras segundo o índice de dissimilaridade de Bray-
Curtis, mostrando as estações do litoral sul em destaque, nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período
chuvoso) de 2006. ...................................................................................................................... 44
Figura 16 - ACP e Correlação entre os diversos parâmetros analisados em relação aos pontos de
coleta, nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape
(SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro
(período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006. Mostrando os eixos de explicação
1 e 2 . ................................................................................................................................... 46
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Localização dos pontos iniciais e finais de coleta, principais atividades e impactos nas
praias estudadas. ....................................................................................................................... 10
Tabela 2 - Coeficientes gerados a partir da regressão dos parâmetros obtidos nas praias de Ponta de
Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas
(CM) e Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto
(período chuvoso) de 2006, para a estimativa da biomassa. .................................................... 40
Tabela 3 - resultado do teste estatístico realizado entre a biomassa estimada através das equações
extraídas da regressão e a biomassa observada durante as coletas........................................ 40
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
xi
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
R
ESUMO
A
BSTRACT
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................1
2 OBJETIVOS ................................................................................................................7
3 MATERIAL E MÉTODOS ...............................................................................................8
3.1 Descrição da Área..........................................................................................................................8
3.2 Etapa de Campo ...........................................................................................................................11
3.3 Etapa de Laboratório ...................................................................................................................12
3.4 Análise dos Dados .......................................................................................................................16
4 RESULTADOS...........................................................................................................18
4.1 Temperatura da água...................................................................................................................18
4.2 Profundidade ................................................................................................................................20
4.3 Sólidos Suspensos Totais (SST) ................................................................................................22
4.4 Visibilidade do Secchi .................................................................................................................24
4.5 Nutrientes dissolvidos na água ..................................................................................................26
4.6 Silte e Argila..................................................................................................................................28
4.7 Porcentagem de Cobertura de Halodule wrightii......................................................................30
4.8 Densidade de Hastes de Halodule wrightii................................................................................32
4.9 Biomassa de Halodule wrightii ...................................................................................................34
4.10.1 Comprimento ...................................................................................................................36
4.10.2 Largura ............................................................................................................................36
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
xii
4.11 Regressão Linear Múltipla.........................................................................................................39
4.12 Análise Multivariada...................................................................................................................41
4.12.1 Escalonamento Multidimensional (MDS) e Análise de Agrupamento.............................41
4.12.2 Análise de Componentes Principais (ACP).....................................................................45
5 DISCUSSÃO .............................................................................................................47
5.1 Variação dos dados .....................................................................................................................47
5.2 Regressão .....................................................................................................................................59
6 CONCLUSÕES ..........................................................................................................63
7 REFERENCIAS..........................................................................................................64
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
xiii
RESUMO
A determinação da biomassa de angiospermas marinhas, seguindo os métodos tradicionais,
é realizada através da coleta destrutiva utilizando nucleadores de variados tamanhos e
formas. Além disso, o desenho amostral é diminuído pelo tempo gasto na realização da
coleta e no processamento das amostragens de biomassa. Com isso, o presente trabalho
sugere uma equação para estimar com agilidade e eficácia a biomassa dos prados da
angiosperma marinha Halodule wrightii Ascherson no litoral do estado de Pernambuco. Para
o estudo foram selecionadas oito praias ao longo do litoral do estado, a fim de evidenciar
variações espaciais nas características das plantas, e suas relações com os parâmetros
abióticos. As coletas foram realizadas em janeiro e fevereiro (período seco) e em julho e
agosto de 2006 (período chuvoso). Em cada praia, foi realizado um transector perpendicular
à linha de costa, do inicio ao final do prado, determinando-se seis pontos de coleta,
eqüidistantes entre si, com três réplicas cada. Os espaços sem planta dentro dos prados
foram desconsiderados. Foram registrados para cada ponto parâmetros abióticos (sólidos
suspensos totais, nutrientes dissolvidos e temperaturas da água, visibilidade horizontal do
Secchi, quantidade de sedimentos finos, profundidade e hora da coleta) e biológicos
(porcentagem de cobertura da planta, tamanho e largura das folhas, densidade de hastes e
biomassa). Para a obtenção do modelo de determinação da biomassa foi aplicada regressão
linear múltipla em 80% dos dados, reservando-se 20% dos dados para a confirmação do
modelo. A angiosperma marinha Halodule wrightii apresentou um padrão de abundância
modificada de acordo com a sua localização geográfica (norte e sul), ao longo litoral do
estado de Pernambuco, talvez pela grande influência dos estuários no litoral norte. As
correlações entre os parâmetros através da regressão foram positivas, sendo possível a
estimativa da biomassa através de parâmetros menos onerosos (cobertura, tamanho das
folhas e período estudado). Essa equação traz uma economia de 94% do tempo total gasto
para a obtenção da biomassa, possibilitando a redução das coletas destrutivas e um maior
número de amostragens. Os estudos seguintes que envolvam a abundância dos prados de
angiospermas marinhas do litoral do estado poderão ser realizados com maior agilidade e
viabilidade.
Palavras Chave: Halodule wrightii, estimativa da biomassa, cobertura.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
xiv
ABSTRACT
According to traditional methods, biomass determination of seagrass is carried out by
destructive collection, with corers of several sizes and forms, causing damages to the
seagrass beds. Besides, the experimental design is diminished by the time spent for
performing the samplings and processing the biomass material. Thus, the present work
suggests determining an equation for a fast and efficient estimation for the seagrass’
abundance of marine angiosperm Halodule wrightii on the coast of Pernambuco State. In
order to evidence spatial variations on the plants’ characteristics and their relationship with
abiotic parameters, eight beaches were chosen along the State’s coast. Samplings were
carried out in January and February (dry period) and in July and August (rainy period), 2006.
On each beach, a coast line perpendicular transect was established, and six equidistant
points were sampled with three replicates. Spaces with no plant inside the sea grass were
unconsidered. Abiotic (total suspense solids, dissolved nutrients and water temperature,
Secchi’s horizontal visibility, fine sentiments percentage, depth and time of sampling) and
biotic parameters (plant’s covering percentage, size and width of leaves, stems’ density and
biomass) were registered for each point. For modeling biomass determination, a multiple
linear regression was applied on 80% data, reserving 20% data for confirming the model.
The seagrass Halodule wrightii presents a pattern of abundance modified by its geographic
location (North and South) along the Pernambuco coast; maybe due to the great estuaries’
influence on the North coast. Correlations among parameters using the regression were
positive, being possible to estimate biomass through parameters of lesser onus (covering,
leaves’ size and studied period). This equation generates an economy of 94% in the total
time spent for obtaining biomass, promoting a reduction of destructive samplings and higher
number of samplings. Finally, next studies involving seagrass’ abundance of seagrass on the
State coast will be carried out faster and with more feasibility.
Key-word’s: Halodule wrightii, seagrass biomass, covering.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
1
1 INTRODUÇÃO
As angiospermas marinhas fazem parte de um grupo de vegetais superiores
que produzem flores, frutos e sementes e estão adaptadas a viverem submersas,
próximas à costa, podendo ser encontradas em praticamente todos os continentes,
com exceção da Antártida (Dawes 1998). Apesar de marinhas, algumas espécies
desse grupo são capazes de se adaptar nos limites entre águas continentais,
estuarinas, marinhas e hiper-salinas (Short et al. 2001). Estas plantas apresentam-
se na natureza sob a forma de extensos prados, geralmente monoespecíficos,
formando densas comunidades (Phillips 1992, Magalhães & Eskinazi-Leça 2000).
Estas plantas são importantes para os ecossistemas costeiros de todo o
mundo, constituindo a base da cadeia alimentar e contribuindo para o incremento da
produtividade local (Thayer et al. 1984, Bell & Pollard 1989, Klumpp et al. 1989,
Thayer et al. 1985, Short & Coles 2001). As angiospermas contribuem ainda para a
produção primária, tanto no litoral do Estado de Pernambuco (Magalhães et al.
1997), como em várias outras localidades (Virnstein 1982, Czerny & Dunton 1995,
Tomasko & Dunton 1995). Suas folhas aumentam a disponibilidade de substrato e
fornecem local de fixação para organismos epífitos, como micro e macroalgas,
fungos, bactérias e invertebrados sésseis (Kendrick & Lavery 2001). Estas plantas
servem como fonte de alimentação direta para diversos organismos, como o peixe
boi (Trichechus manatus L.) tartarugas, peixes herbívoros e algumas aves, alem de
locais de abrigo, proteção e berçário para organismos juvenis (Philips 1992).
Além disso, estas plantas são importantes na ciclagem de nutrientes, no
aumento do suprimento de oxigênio e na estabilidade dos parâmetros físicos (Koch
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
2
1996, Koch & Gust 1999, Verduim & Backhaus 2000), e na redução ou modificação
do hidrodinamismo através do contato com as suas folhas e raízes. Contribui, ainda,
para proporcionar também a minimização da erosão do ambiente (Fonseca & Fisher
1986, Fonseca & Cahalan 1992). A partir dessa capacidade de modificar as
condições hidrológicas e geológicas do ambiente são chamadas de engenheiras de
ecossistemas.
Mundialmente, são reconhecidas 60 espécies de angiospermas marinhas,
agrupadas em 13 gêneros (Short et al. 2001), correspondendo a apenas 0,001% do
total de angiospermas. Apesar da baixa representatividade em número de espécies,
elas podem ser encontradas nas regiões costeiras de todos os continentes, com
exceção apenas do Antártico (Dawes 1998).
Para o litoral brasileiro, atualmente, são referidas quatro espécies de
angiospermas marinhas (Halodule wrightii Ascherson, Halophila decipiens Ostenfeld,
Halophila baillonis Ascherson e Ruppia maritima Lineaus) (Phillips 1992). Dentre
elas, Halodule wrightii é a espécie mais comum, estando distribuída desde o estado
do Piauí até o Paraná, e é a mais bem estudada no Brasil (Oliveira Filho et al. 1983).
Para a determinação da saúde dos prados de angiospermas marinhas, bem
como os efeitos ambientais sobre as plantas, é imprescindível mensurar a
abundância dos prados. Para tanto, a medida da biomassa e da densidade de
hastes são utilizadas, sendo considerados parâmetros chave para o registro da
abundância em vários programas de monitoramento ao redor do mundo.
A determinação da biomassa, seguindo os métodos tradicionais, é realizada
através da coleta destrutiva, com nucleadores de variados tamanhos e formas,
dependendo da área a ser amostrada. Essas coletas causam danos aos prados
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
3
porque abrem "espaços", ou seja, locais sem plantas, iniciando a partir daí um
processo erosivo pela ação das ondas (Patriquin 1975) semelhante ao que acontece
com a ancoragem de barcos sobre os prados.
Os fatores abióticos também são importantes para o conhecimento do
ambiente e para a percepção das influências do meio sobre as populações das
angiospermas marinhas.
As angiospermas marinhas ocorrem nos mais variados ambientes
continentais e marinhos, e, muitas vezes, tornam-se expostas a diferentes
gradientes do meio, como por exemplo, o aumento da profundidade (da linha de
praia para o mar aberto), influenciando na distribuição dessas plantas. Muitos
desses gradientes envolvem mudanças nas condições de seu crescimento e,
conseqüentemente, afeta a sua abundância (Duarte & Kirkman 2001).
Entre os fatores que influenciam o desenvolvimento e a abundância das
angiospermas marinhas está a temperatura, que afeta de forma direta o
metabolismo da planta em nível molecular, influenciando na distribuição das
espécies de angiospermas marinhas em todo mundo (Den Hartog 1970, Walker &
Prince 1987, Short & Neckles 1999). Alguns estudos afirmam que a temperatura
pode variar de cima do prado para entre as folhas, de acordo com a densidade de
plantas no local (Komatsu et al. 1982). A partir dessa capacidade de modificar as
condições hidrológicas e geológicas do ambiente são chamadas de engenheiras de
ecossistemas. Com os processos de mudanças globais atuais, as temperaturas em
todo o mundo tendem a se elevar (Houghton et al. 1996) e a partir daí, espera-se a
produção de impactos sobre esses ecossistemas em curto e longo prazo (Short &
Neckles 1999).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
4
Os sólidos suspensos totais (SSTs) são apontados por alguns autores como
uma das principais causas da atenuação da luz (Abal & Dennison 1996), e como a
luz é um nos fatores que controla a distribuição e biomassa das angiospermas
marinhas (Carruthers et al. 2001, Burd & Dunton 2001), esse parâmetro é de grande
importância para os estudos tanto das condições ambientais quanto da saúde dos
prados.
A variação da profundidade onde a angiosperma é encontrada, muitas vezes,
torna-se um fator limitante para o crescimento da planta. Laborel-Deguem (1963)
afirma que em locais onde as plantas são esporadicamente descoberta durante
marés baixas, as plantas apresentam-se menos desenvolvidas (mais finas e
menores). Stapel et al. (1997) afirmam que a diminuição da biomassa das
angiospermas está relacionada à freqüência de exposição ao ar, ou seja, estas são
menores em locais esporadicamente emersos. Koch e Beer (1996) também
observaram a influência da profundidade dos prados e afirmaram que a variação da
maré influência a distribuição vertical da planta, tendo em vista a menor
disponibilidade de luz durante os períodos de maré cheia.
Estas plantas, diferente das algas, ao apresentarem um sistema radicular, são
capazes de absorver nutrientes não só pela lamina foliar, mais principalmente pelas
raízes (Granger & Lizumi 2001). Alguns autores afirmam que os nutrientes são
fatores limitantes para a formação da biomassa de angiospermas marinhas, tendo
em vista um melhor desenvolvimento dessas em locais onde esse parâmetro se
apresenta em equilíbrio com o ambiente (Hemminga & Duarte 2000).
O sedimento também influencia no desenvolvimento da planta, pois onde se
encontram as maiores quantidades de silte e argila, a porosidade do sedimento é
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
5
reduzida (Huettel & Gust 1992, Huettel & Rusch 2000) e conseqüentemente ocorre a
diminuição da passagem de água entre os grãos, o que gera a acumulação de
nutrientes no sedimento (Kenworthy et al. 1982) e uma maior absorção desses pela
planta. Koch (2001) afirma que as concentrações de sedimento fino variam de
acordo com a presença ou ausência de vegetação aquática submersa. Afirmou
ainda, que o sedimento das áreas com plantas é mais fino do que as localidades
adjacentes sem a presença delas. As vegetações aquáticas submersas colonizam o
substrato arenoso e as plantas passam a absorver nutrientes na coluna d'água
através de suas folhas (Huettel & Gust 1992, Huettel & Rusch 2000).
O conhecimento sobre as pradarias de angiospermas marinhas no litoral do
estado de Pernambuco vem aumentando com estudos que revelam a função dessas
plantas como habitat para várias espécies de invertebrados e para macro e
microalgas (Laborel-Deguem 1963, Alves 1991, Pacobahyba et al. 1993, Eskinazi-
Leça et al. 2003), e fonte direta de alimento para invertebrados (Alves, 2000), peixes
(Eskinazi-Leça et al. 1976, Vasconcelos-Filho et al. 1981) e peixes-boi na natureza e
em cativeiro (Lima et al. 1992). Outros estudos mais direcionados à planta que faz
referência às variações nas características morfológicas (Laborel-Deguem 1963,
Magalhães 1996, Magalhães et al. 1997, Magalhães & Eskinazi-Leça 2000),
composição química (Magalhães 1999), crescimento e demografia (Moura 2000),
determinação dos requerimentos essenciais para o crescimento e produtividade de
Halodule wrightii (Magalhães 2004) e mais recentemente, monitoramento (Short et al.
2006).
Apesar do recente conhecimento sobre as pradarias de Halodule wrightii no
estado de Pernambuco, a viabilidade dos trabalhos muitas vezes é limitada pela falta
de financiamento e necessidade de coletas que tenham um grande número de
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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amostras. Logisticamente, torna-se inviável a execução de um desenho amostral
estatisticamente adequado, principalmente pelo tempo gasto na realização e no
processamento das amostragens de biomassa. As coletas podem ser realizadas
através de mergulho autônomo, na maré alta, apesar dessa metodologia aumentar
os custos. Para o litoral do estado de Pernambuco, é possível a realização das
coletas sem a necessidade do mergulho autônomo, minimizando as despesas com a
coleta. Apesar de reduzir os gastos, o número de amostragens realizadas durante a
baixa-mar também é reduzido, acarretando a diminuição na precisão do desenho
amostral.
Mellors (1991) sugeriu a utilização da regressão de dados, estimando a
biomassa foliar de algumas espécies de fanerógamas a partir da cobertura da planta,
pela necessidade de obtenção de um maior numero de dados para aumentar assim
a exatidão dos seus resultados.
A partir do exposto, o presente trabalho objetiva determinar parâmetros que
possam estimar com agilidade e eficácia a abundância dos prados da angiosperma
marinha Halodule wrightii no litoral do estado de Pernambuco, visando minimizar os
impactos gerados pelas coletas destrutivas, a diminuição do esforço de coleta e o
desenvolvimento de um desenho amostral mais elaborado.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Determinar uma equação que possa estimar com agilidade e eficácia a
abundância dos prados da angiosperma marinha Halodule wrightii no litoral do
estado de Pernambuco, visando minimizar os impactos gerados pelas coletas
destrutivas, a diminuição do esforço de coleta e o desenvolvimento de um desenho
amostral mais eficaz.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1 Determinar a densidade, biomassa, cobertura, tamanho e largura das folhas
de Halodule wrightii em prados do litoral de Pernambuco;
2 Determinar o coeficiente de extinção de luz, temperatura da água, nutrientes
na coluna d´água, sólidos suspensos totais e granulometria do sedimento nos
locais de coleta;
3 Correlacionar os fatores analisados;
4 Desenvolver equações que venham determinar a biomassa a partir dos
parâmetros analisados;
5 Verificar a eficácia das equações com amostragens realizadas.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
8
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA
O litoral do estado de Pernambuco está situado entre as Coordenadas 7
o
33’
e 8
o
55’ S e 34
o
49’ e 41
o
19’ W, possuindo uma linha de costa de 187 km de
extensão. Segundo Macedo et al. (2004) é possível observar duas estações
sazonais: uma seca pouco pronunciada, de setembro a fevereiro, e uma chuvosa, de
março a agosto, bem definida pela influência de frentes frias oriundas do sul. O clima
ainda foi pelo autor como sendo do tipo tropical chuvoso. A temperatura média anual
do ar ao longo do litoral nordestino é de aproximadamente 26
o
C, com mínimas e
máximas de 22
o
C e 34
o
C, respectivamente (Aragão 2004). O regime pluviométrico
anual é de 1763 mm, tendo no quadrimestre abril-julho período mais chuvoso, com
cerca de 70 a 75% das chuvas totais anuais (Macedo et al. 2004). A umidade
relativa do ar é superior a 80%, enquanto a evaporação média anual é de 170 mm
(Andrade & Lins 1971). O ano de 2006 foi considerado um ano típico, com relação
ao regime de chuvas, corroborando, assim, as características acima citadas (INMET
2006).
Segundo Chaves-Guerra (1996) o sedimento da plataforma continental do
litoral do estado de Pernambuco apresenta de uma forma geral, grandes
quantidades de biodetritos. A fração arenosa se caracteriza pela predominância de
quartzo e a parte argilosa é essencialmente formada por cristais de Caulinita mal
consolidados, Montmorillonita e Ellita (Chaves-Guerra 1996, Manso et al. 2004).
Segundo Chaves-Guerra e Manso (2004) ocorre no litoral do estado de Pernambuco
uma formação com traços morfológicos característicos, os recifes paralelos a linha
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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de costa. A distancia das formações recifais varia ao longo do litoral do estado, no
litoral sul eles se apresentam próximos a linha de costa, já no litoral norte essas
apresentam-se mais afastadas, em algumas localidades com mais de 1,5 Km da
linha de costa (Chaves-Guerra Com. Pess.). As profundidades registradas entre a
linha de costa e a linha de recifes variam de 0 a 2m de profundidade (Schwanborn
1997)
Para o presente estudo, foram selecionadas oito praias: Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI) e Eldorado (EL) no litoral norte e Suape (SU), Pontal de
Maracaípe (MA), Carneiros (CR) e Campas (CM), no litoral sul, a fim de evidenciar
variações espaciais nas características das plantas ao longo do litoral (figura 1). A
extensão das transecções, bem como as principais atividades e impactos
observados foram registrados e descritos na Tabela 1.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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Figura 1 - Mapa da área de estudo com a marcação das praias selecionadas para o trabalho. PP -
Ponta de Pedras; CA - Catuama; PI - Pilar; EL - Eldorado; SU - Suape; MA - Maracaípe; CR -
Carneiros; CM - Campas.
Tabela 1 Localização dos pontos iniciais e finais de coleta, principais atividades e impactos nas
praias estudadas.
Praia
Extensão da
transecção
Impactos observados na área de
coleta
Impactos diretos sobre os prados de
fanerógamas
Pontas de Pedra -
Goiana
1.200m - Efluentes domésticos e lixo sendo
depositados na linha de praia.
- Presença de bares de pequeno porte.
- Ancoragem de barcos de pesca e
jangadas.
Catuama - Goiana
980m - Colônia de pescadores.
- Presença de bares de pequeno porte
e de vendedores ambulantes.
- Pisoteio de banhistas, principalmente
durante o verão.
Pilar – Itamaracá
990m - Grande exploração pelo setor
turístico, principalmente no verão.
- Pesca.
- Coleta direta de capim agulha (Halodule
wrightii) para a alimentação de peixes boi
que se encontra em cativeiro.
- Pisoteio freqüente
- Ancoragem.
Eldorado –
Itamaracá
630m - Presença de bares na praia.
- Despejo de lixo doméstico.
- Pisoteio.
- Ancoragem de embarcações de
pequeno porte.
- Arrasto sobre os prados para pesca do
peixe agulha (Hemiramfus spp).
Suape – Cabo de
Santo Agostinho
460m - Influencia direta do porto de Suape.
- Presença de barreira de contenção.
- Presença de bares na praia e de um
Hotel de grande porte.
- Dragagens (resuspensão e deposição
do sedimento).
- Barcos ancorados sobre os prados.
Maracaípe* –
Ipojúca
440m - Área de tráfego de canoas.
- Turismo devido a presença do cavalo
marinho Hipocampus erectus na região.
- Pesca artesanal, com maior enfoque
artesanal.
- Presença de pescadores de siri
Carneiros –
Tamandaré
110m - área ainda bem preservada.
- Casas em pequeno número.
- Local de tráfego de barcos.
- Ancoragem de lanchas
Campas –
Tamandaré
150m - Lançamento de efluentes domésticos.
- Presença de bares e ambulantes
- Pisoteio dos prados (grande quantidade
de turistas, principalmente no verão).
- ancoragem de barcos.
*é o único ponto de coleta localizado na desembocadura de um rio e não em uma praia.
36º00’00’’ S
34º35’00’’ S
7º00’00’’ S
8º00’00’’ S
9º00’00’’ S
36º00’00’’ S
34º35’00’’ S
7º00’00’’ S
8º00’00’’ S
9º00’00’’ S
Ponta de Pedras
(
PP
)
Catuama
(
CA
)
Pilar
(
PI
)
Eldorado
(
EL
)
Sua
p
e
(
SU
)
Maracaí
p
e
(
MA
)
Carneiros
(
CR
)
Cam
p
as
(
CM
)
Brasil
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
11
3.2 ETAPA DE CAMPO
Em janeiro e fevereiro (período seco) e em julho e agosto de 2006 (período
chuvoso) foram realizadas as coletas de plantas, águas e sedimentos nas 8
populações de Halodule wrightii ao longo do litoral do estado Pernambuco. As
amostragens foram realizadas durante os picos de maré baixa das marés de sizígia.
Em cada localidade, foi traçada uma transecção (reta) perpendicular à linha
de costa, do limite inicial do prado até próximo ao seu final. Nestas transecções
foram determinados seis pontos, eqüidistantes entre si, onde eram realizadas as
coletas com três réplicas em cada ponto.
Em determinadas praias não foi possível a realização dos seis pontos no
transector, devido à ausência de plantas. Isto ocorreu no ponto inicial de Carneiros e
no ponto final de Suape. No ponto final do prado de Eldorado também não foi
possível realizar a amostragem devido à elevada profundidade do local.
Em cada ponto de coleta foram realizadas amostras de plantas (n=268), de
água (nutrientes n=92, sólidos suspensos totais n=268) e sedimento (n=92). Cada
ponto foi numerado de acordo com a proximidade da costa do ponto 1, próximo a
linha de praia, ao ponto 6 próximo final do prado. As distâncias entre os pontos
variaram de acordo com a extensão de cada prado.
A porcentagem de cobertura da planta foi registrada com o auxílio de um
quadrado de metal de 50 x 50 cm (0,25 m
2
), em seguida foram coletadas as
amostras de água (sólidos suspensos totais - 1 L; nutrientes - 0,5 L) e registradas as
temperaturas, com o auxílio de um termômetro (álcool) portátil (as temperaturas
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
12
foram aferidas logo acima do prado). A profundidade do disco de Secchi é
geralmente medida verticalmente. Como demandaria maior tempo, e
conseqüentemente aumentaria os custos, tendo em vista a necessidade de
embarcações para o desenvolvimento da técnica durante os picos de maré cheia,
optou-se pela realização da medição horizontal, em metros, sendo esta medida com
o auxílio de um disco de Secchi. Com um nucleador de acrílico de 4 cm de diâmetro,
foram coletadas as amostras de sedimento. A profundidade foi registrada com trena
de um metro e simultaneamente, foi também registrada a hora da coleta.
As amostras da planta foram coletadas com o auxílio de um nucleador de
PVC com 9,8 cm de diâmetro e 50 cm de altura, introduzido no sedimento até a
profundidade aproximada de 20 cm, visando a coleta tanto da parte foliar quanto
subterrânea (raízes e rizoma). Para o presente estudo levou-se em consideração
apenas as áreas onde as plantas foram registradas, os “espaços” foram
desconsiderados, tendo em vista a necessidade da obtenção de informações sobre
a variação das características das plantas e não dos prados.
3.3 ETAPA DE LABORATÓRIO
Os dados de profundidade foram posteriormente ajustados de acordo com a
tábua de maré, e a partir desta foi estimada a altura do sedimento em cada ponto de
coleta na maré 0,00m (MARES E CORRENTES DE MARÉ 2006).
Para a análise de sólidos suspensos totais (SST) as amostras obtidas foram
acondicionadas em garrafas escuras e levadas ao Laboratório de Oceanografia
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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Física Estuarina e Costeira do Departamento de Oceanografia da UFPE (LOFEC).
Cada amostra foi filtrada, com o auxílio de uma bomba de vácuo com
capacidade para 10 filtros em membrana de acetato de celulose (da marca S&S com
47 mm de diâmetro e porosidade igual a 0,04 µm) pré-lavados, desidratados e pré-
pesados. Após a filtragem das amostras, os filtros voltavam novamente a estufa
(60
o
C) para desidratação e nova pesagem. Os valores de SST foram obtidos através
da diferença de peso da membrana permeável antes e depois da filtragem. Os
valores foram apresentados em miligrama por litro (mg L
-1
).
A água coletada para a determinação dos nutrientes dissolvidos (nitrito, nitrato
e fosfato) foi encaminhada ao Laboratório de Oceanografia Química do
Departamento de Oceanografia da UFPE (LOQUIM), onde foram acondicionadas em
"freezer" para posterior análise. Seguindo a metodologia proposta por Strickland e
Parson (1972), foram determinadas as concentrações dos nutrientes na água e os
resultados foram apresentados em micro mol por mililitro.
As amostras de sedimento foram levadas ao laboratório de Oceanografia
Geológica do Departamento de Oceanografia da UFPE, para a determinação da
granulometria do sedimento, segundo Suguio (1973) que consiste em: peneiramento
úmido, onde a parte fina era eliminada e peneiramento seco da fração retida na
peneira de 0,064mm (com as peneiras de 1mm, 0,5mm, 0,250mm, 0,125mm, 0,064
mm de malha).
Os sedimentos finos (silte e argila) foram calculados a partir da diferença
entre o peso inicial (100g) e o peso retido nas peneiras. Para as análises utilizou-se
apenas a porcentagem de silte e argila do sedimento, tendo em vista que o
sedimento fino não permite a troca da água intersticial com a coluna d’água,
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
14
aumentando o estoque de nutrientes no sedimento (Fourqurean et al. 1992).
Para as análises morfométricas das plantas, foram separadas três folhas em
cada uma das amostras (n= 804) a partir de hastes diferentes, com o intuito de
eliminar erros provenientes da medição de folhas maiores e menores de uma
mesma haste. O tamanho das folhas foi medido em cm, com o auxílio de uma régua,
e a largura em mm, com o auxílio de microscópio e uma lente ocular micrometrada.
Para a determinação da densidade, as hastes foram contadas em cada
amostra. Para caracterizar a biomassa, as plantas foram separadas em parte foliar e
subterrânea, a partir daí, foram levadas à estufa, em sacos de papel alumínio a uma
temperatura de aproximadamente 60
o
C por dois dias ou até que estivessem
totalmente secas. Em seguida, as amostras foram pesadas em uma balança
eletrônica de precisão (BG, 2000, da marca GEHAKA), com três casas decimais de
precisão, para obtenção do peso da matéria seca das amostras (Duarte & Kirkman
2001). Tanto para a densidade quanto para a biomassa os resultados obtidos foram
calculados e expressos em hastes.m
-2
e g ps.m
-2
, respectivamente.
Para a obtenção da equação de determinação da biomassa de Halodule
wrightii nos prados do litoral de Pernambuco foi aplicada regressão linear múltipla.
Alguns parâmetros foram excluídos desta análise, como os nutrientes dissolvidos,
tendo em vista que as plantas absorvem os nutrientes necessários para a
continuidade das funções fisiológicas, primeiramente através do seu sistema
radicular, a partir do sedimento. Além disso, a metodologia que se aplica para
determinação dos nutrientes dissolvidos na água do mar é, muitas vezes, inviável
em termos financeiros. Como o objetivo do trabalho é estimar a biomassa de uma
forma mais rápida e menos onerosa, além de minimizar impactos sobre as plantas,
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
15
esse parâmetro não foi incluído na determinação da equação. Outros parâmetros
que não foram incluídos para a determinação da abundância das angiospermas
foram: a temperatura, pela pouca variação observada em ambientes tropicais, e a
profundidade, por influenciar mais a distribuição e a biomassa das plantas quando a
maré alcança grandes amplitudes (Koch & Beer, 1996).
A partir da obtenção dos dados bióticos e abióticos, foram selecionados
aleatoriamente 80% dos dados amostrados (n=210) para a aplicação da regressão,
e, reservados 20% dos dados para a confirmação da regressão. Inicialmente foram
introduzidos na equação os dados logisticamente mais viáveis, como a porcentagem
de cobertura e o tamanho da folha, levando-se em consideração, ainda, a influência
dos períodos seco e chuvoso (esses dados foram incluídos na matriz geral com
dados binários). A partir daí foram introduzidos os outros parâmetros analisados,
como mostrados abaixo.
(Eq
1
) B
io
= a
1
C
ob
+ a
2
T
am
+ a
3
E
st
(Eq
2
) B
io
= a
1
C
ob
+ a
2
T
am
+ a
3
E
st
+ a
4
D
en
(Eq
3
) B
io
= a
1
C
ob
+ a
2
T
am
+ a
3
E
st
+ a
4
D
en
+ a
5
L
ar
(Eq
4
) B
io
= a
1
C
ob
+ a
2
T
am
+ a
3
E
st
+ a
4
D
en
+ a
5
L
ar
+ a
6
S
st
(Eq
5
) B
io
= a
1
C
ob
+ a
2
T
am
+ a
3
E
st
+ a
4
D
en
+ a
5
L
ar
+ a
6
S
st
+ a
7
S
ec
(Eq
6
) B
io
= a
1
C
ob
+ a
2
T
am
+ a
3
E
st
+ a
4
D
en
+ a
5
L
ar
+ a
6
S
st
+ a
7
S
ec
+ a
8
S
ia
Sendo;
B
io
= Biomassa
C
ob
= Porcentagem de cobertura
T
am
= Tamanho das folhas
E
st
= Estação (seca e Chuvosa)
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
16
D
en
= Densidade de hastes
L
ar
= Largura da folha
S
st
= Sólidos suspensos totais
S
ec
= Visibilidade horizontal do Secchi
S
ai
= Concentração de silte e argila no sedimento
a= coeficientes
A partir da obtenção das equações, o modelo foi testado, e para isso foram
estimados os valores de biomassa a partir dos 20% dos dados inicialmente
reservados. Para a identificação das possíveis variâncias entre a biomassa coletada
e aos dados de biomassa estimados foi aplicado o teste de Kruskal-wallis, tendo em
vista a não normalidade dos dados.
3.4 ANÁLISE DOS DADOS
Inicialmente os dados foram testados com relação a sua normalidade
(Kolmogorov-Smirnov), e, como não foi observada a distribuição normal nas
amostras em questão, utilizou-se o teste não paramétrico Kruskal-wallis, alternativa
a ANOVA, quando os pressupostos desta não são atendidos. A posteriori foi
aplicado o método de Dunn para a comparação dos escores médios das
populações.
Foi realizada também uma análise de componentes principais (ACP) através
da correlação linear dos parâmetros biológicos e abióticos mensurados, visando
identificar os grupos unidos por relações, sejam elas inversas ou proporcionais. A
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
17
mesma análise de correlação linear foi aplicada para as estações de coleta, sendo
realizado a Analise de Coordenadas Principais, visando identificar assim possíveis
agrupamentos entre as amostras.
Para determinar grupos semelhantes entre as estações de coleta, foi
realizada a análise de agrupamento, utilizando o índice de dissimilaridade de Bray-
Curtis (Bray & Curtis, 1957) e o método de agrupamento aglomerativo hierárquico de
peso proporcional - WPGMA, com os dados convertidos para log (X+1). Outra
análise multivariada, escalonamento multidimensional (MDS), foi realizada através
da matriz de similaridade visando gerar uma representação gráfica para a medida de
dissimilaridade de Bray-Curtis. O Stress e um índice gerado pela análise de MDS, e
apresenta o ajuste necessário para a representação das relações entre os pontos
amostrais em poucas dimensões. O nível de stress foi enquadrado nas seguintes
categorias:
Ruim > 0,4
Satisfatório <0,4 e >0,2
Bom <0,2 e >0,1
Excelente <0,1 e >0,0
Perfeito <0,05
Para as análises foram utilizados o Microsoft Excel
®
, o pacote estatístico
BioEstat 3.0, o NTSYS, versão 2.10
©
2000 by Applied biostatistics, e o Primer 5 for
Windows (Plymouth routines In Multivariate Ecological Research) Inc. Foi acatado
para as análises o nível de significância () de 0,05. Para a confecção dos gráficos
exibidos neste trabalho foi utilizado o programa Microsoft Excel
®
.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
18
4 RESULTADOS
A caracterização dos fatores abióticos e biológicos dos prados da
angiosperma marinha Halodule wrightii estudados, foram analisados separadamente
e explanados a seguir.
4.1 TEMPERATURA DA ÁGUA
A mais baixa temperatura da água (25,0°C) foi registrada durante o período
chuvoso (Pilar - pto 1; Campas - ptos 3, 5 e 6) e a maior (32,8°C), para o período
seco (Campas - pto 6). A temperatura média da água registrada variou 7,8°C
durante todo o período de estudo, sendo a variação no período chuvoso de apenas
2,1°C e no período seco de 4,7°C. Foram observadas variações significativas entre
os períodos seco e chuvoso (H= 67,70; p< 0,01) e entre as praias, quando
analisadas em períodos separados (seco - H= 33,18; p< 0,01; chuvoso - H= 26,79;
p< 0,01).
No período seco, Campas apresentou valores médios de temperatura mais
elevados que as demais praias, porém no período chuvoso esse padrão não foi
observado (figura 2). Não foram observadas diferenças significativas de temperatura
quando comparados o litoral norte e o sul (p>0,05).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
19
24
26
28
30
32
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
24
26
28
30
32
CA1 CA2 CA3 CA4 CA5 CA6
24
26
28
30
32
EL1 EL2 EL 3 EL4 EL 5 EL6
24
26
28
30
32
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
24
26
28
30
32
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA 5 MA 6
24
26
28
30
32
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
24
26
28
30
32
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
24
26
28
30
32
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
24
26
28
30
32
CA1 CA2 CA3 CA4 CA5 CA 6
24
26
28
30
32
EL1 EL 2 EL3 EL4 EL5 EL6
24
26
28
30
32
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
24
26
28
30
32
MA1MA2MA3MA4MA5MA6
24
26
28
30
32
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
24
26
28
30
32
SU1SU2SU3SU4SU5SU6
Período Seco Período Chuvoso
Temperatura (ºC)
24
26
28
30
32
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
24
26
28
30
32
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
SD
SD
SD
SD
SD SD
Figura 2 - Variação na temperatura (°C) por ponto de coleta, nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros
(CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006.
SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
20
4.2 PROFUNDIDADE
De uma foram geral as profundidades variaram de -0,4 m em Ponta de
Pedras (Pto 1) a 1,55 m em Eldorado (pto 5). As profundidades médias, no período
seco, variaram de - 0,37 a 1,55 m em Ponta de Pedras (pto 1) e Eldorado (pto 5)
respectivamente (figura 3). No período chuvoso foram registradas profundidades
mínimas de -0,40 m em Ponta de Pedras e máximas de 1,17 m em Suape. A análise
estatística entre as amostras mostrou haver diferenças significativas entre as praias
no período seco (H= 17,7854 e p< 0,05). Quando comparadas às profundidades dos
dois períodos de coleta, não foram observadas diferenças significativas (H= 1,01, p>
0,05).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
21
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
CA 1 CA2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
MA1MA2MA3MA4MA5MA6
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
-1.8
-1.2
-0.6
0.0
0.6
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
Período Chuvoso
Período Seco
Profundidade (m
)
-1.8
-1.2
-0.6
0
0.6
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
SD
SD
SD
SD
SD SD
Figura 3 - Variação na profundidade (m) por ponto de coleta, nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros
(CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006.
SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
22
4.3 SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS (SST)
As concentrações médias de SST's variaram de 2,8 ± 0,96 mg.L
-1
(Carneiros -
pto 2) a 54,83 ± 24,54mg.L
-1
(Eldorado - pto 1). No período seco, foram observados,
em geral, as menores concentrações concentração de SST (Carneiros - pto 1).
Contudo, foram observadas neste período, concentrações altas em Pilar (28,57 ±
29,43 mg.L
-1
), Ponta de Pedras (27,3 ± 2,4 mg.L
-1
) e Suape (26,5 ± 9,34mg.L
-1
) nos
pontos iniciais dos prados. Ainda para o período seco, as amostras apresentaram
valores variando significativamente entre as praias (H= 24,14; p< 0,01).
No período chuvoso as concentrações de SST foram significativamente
maiores (H= 20,22; p< 0,01) do que as do período seco (figura 4). Nesse período as
menores concentrações de SST foram novamente encontradas nas praias de
Campas (5,0 ± 0,61 mg.L
-1
) e Carneiros (4,5 ± 1,84 mg.L
-1
), e os maiores valores
nas praias de Eldorado (pto 1 – 54,83 ± 24,54 mg.L
-1
), Pilar (pto 3 – 49,63 ± 29,60
mg.L
-1
) e Suape (52,77 ± 67,2 mg.L
-1
).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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0
20
40
60
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
20
40
60
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0
20
40
60
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
20
40
60
EL1 EL2 EL3 EL4 EL 5 EL6
0
20
40
60
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
20
40
60
MA1MA2MA3MA4MA5MA6
0
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40
60
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
20
40
60
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
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40
60
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
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40
60
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
20
40
60
EL1 EL2 EL3 EL 4 EL 5 EL 6
0
20
40
60
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
20
40
60
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA5 MA 6
0
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40
60
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
20
40
60
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
20
40
60
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
Período Seco Período Chuvoso
SST (mg/L
)
SD
SD
SD
SD
SD
SD
Figura 4 - Variação nos níveis de sólidos totais em suspensão (mg.L
-1
), nas praias de Ponta de
Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso)
de 2006. SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
24
4.4 VISIBILIDADE DO SECCHI
A visibilidade horizontal do Secchi observada durante o período estudado
variou de 0,2 ± 0,05 m (Pilar - pto 1; período) a 7,05 ± 1,4 m (Catuama - pto 3).
Entre os períodos seco e chuvoso foram observadas diferenças significativas
(H= 55,23; p<0,01), sendo os maiores valores registrados para o período seco. Não
foram observadas diferenças significativas quando comparados os dados do litoral
norte e do litoral sul (H= 12,60; p>0,05).
Para o período seco foram observados valores significativamente maiores de
visibilidade em Catuama, Campas e Carneiros, apresentando diferenças
significativas (H= 24,9; p< 0,01) quando comparadas com as demais praias. Foi
verificado para o período seco, ainda, que as maiores visibilidades são observadas
nos pontos centrais dos prados (ptos 3 e 4) (figura 5). No período chuvoso, não
foram observadas variações entre as praias e baixa visibilidade horizontal em geral,
sendo a máxima encontrada de 1,8 ± 0,09 m na praia de Suape (pto 6).
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0
2
4
6
8
10
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
2
4
6
8
10
CA1 CA2 CA3 CA4 CA5 CA6
0
2
4
6
8
10
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
2
4
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10
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
2
4
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8
10
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0
2
4
6
8
10
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
2
4
6
8
10
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA 5 MA 6
0
2
4
6
8
10
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
2
4
6
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10
CA 1 CA 2 CA 3 CA4 CA 5 CA 6
0
2
4
6
8
10
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
2
4
6
8
10
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
2
4
6
8
10
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0
2
4
6
8
10
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
Período Seco
Período Chuvoso
Visibilidade do Sechii (m)
0
2
4
6
8
10
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0
2
4
6
8
10
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
SD
SD
SD
SD
SD
0
2
4
6
8
10
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
SD SD
Figura 5 - Variação da visibilidade do Secchi (m) por pto de coleta, nas praias de Ponta de Pedras
(PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso)
de 2006. SD= sem dados.
Secchii
SD SD
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
26
4.5 NUTRIENTES DISSOLVIDOS NA ÁGUA
Os nutrientes, de uma forma geral, apresentaram baixas concentrações. Os
valores de nitrato variam de 0,0001 µmol.L
-1
(repetido em vários ptos de coleta) a
0,56 µmol.L
-1
(Ponta de Pedras - pto 1) (figura 6), apresentando diferenças
significativas entre as praias (H= 12,86; p< 0,05).
As concentrações de nitrito variaram de 0,0001 µmol.L
-1
(em vários pontos
amostrados)
a 1,52 µmol.L
-1
(Maracaípe – pto 5) (figura 6) (H= 15,43; p< 0,05). Para
esse nutriente, nota-se valores mais elevados, mesmo que não significativamente,
nos pontos iniciais dos prados de Catuama, Pilar, Suape, Maracaípe e Carneiros.
As concentrações de fosfato (PO
4
-
) variaram de 0,004 µmol.L
-1
na praia de
Suape (pto 4), a 1,22 µmol.L
-1
também em Suape (pto 1), ambos para o período
seco (figura 6). De uma forma geral, as concentrações desse nutriente
apresentaram-se baixas em todas as praias, não sendo observadas variações
significativas entre estas, apesar de terem sido registrados valores na praia de
Eldorado que se destacam dos demais (H = 3,90; P> 0,05).
Quando comparadas às variações entre período seco e chuvoso
apresentaram diferenças significativas apenas para as concentrações de nitrato,
sendo estes mais elevados para o período chuvoso (nitrato, H =8,89; p <0,01; nitrito,
H= 0,11, p> 0,05; fosfato, H= 0,39; p> 0,05).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
27
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
MA1MA2MA3MA4MA5MA6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
EL1 EL2 EL 3 EL 4 EL5 EL 6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
Período Seco Período Chuvoso
SD
SD SD
SD
SD SD
Figura 6 - Variação nas concentrações de nutrientes (µmol.L
-1
), nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros
(CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006.
SD= sem dados.
NO
3
PO
4
-
NO
2
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
28
4.6 SILTE E ARGILA
As porcentagens de silte e argila registradas para o presente estudo variaram
de 2% (Suape - pto 6) a 53% (Eldorado - pto 1), ambos no período chuvoso. Nas
praias de Pilar, Eldorado e Maracaípe foram observados os valores mais elevados
de silte e argila, em especial, nos pontos iniciais da praia de Eldorado para os dois
períodos de coleta. Em Suape, foram observados elevados valores de silte e argila
apenas nos pontos iniciais desta praia (pto 1 - seco = 35%, pto 1 - chuvoso = 24%)
(figura. 7).
Tanto no período seco quanto no chuvoso (H= 28,18, p< 0,01; H= 29,22, p<
0,01, respectivamente), foram observados valores ainda mais baixos nas praias de
Campas e Carneiros e Catuama. As variações entre os dados obtidos no litoral norte
e sul não apresentaram diferenças significativas (H= 1,19, p> 0,05).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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0
20
40
60
CA 1 CA2 CA 3 CA 4 CA 5 CA6
0
20
40
60
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
20
40
60
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
20
40
60
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5
0
20
40
60
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5
0
20
40
60
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA 5 MA 6
0
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40
60
CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
20
40
60
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
20
40
60
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0
20
40
60
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
20
40
60
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
20
40
60
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0
20
40
60
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
Período Seco Período Chuvoso
silte + argila (%)
0
20
40
60
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5
0
20
40
60
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5
0
20
40
60
CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
SD
SD SD
SD
SD
SD
Figura 7 - Variação na quantidade de silte e argila, nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama
(CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos
meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006. SD= sem
dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
30
4.7 PORCENTAGEM DE COBERTURA DE HALODULE WRIGHTII
Foram encontrados valores médios de estimativa da cobertura no período
seco que variaram de 3,67 ± 2,31% (Campas - pto 4) a 98,33 ± 2,88% (Pilar - pto1)
(figura 8). Foram observadas baixas estimativas de cobertura no período seco
também para a praia de Maracaípe, além de Campas (pto 3, 6 - 13,33 ± 7,6%). As
variações na porcentagem de cobertura, no período chuvoso, apresentaram valores
extremamente significativos (H= 22,5218; p< 0,01).
Em Catuama, foram observados valores acima de 60% de cobertura visual,
com exceção dos pontos 2 e 3, nos quais foram registrados valores de 41% e 30%
respectivamente. Para as outras praias do litoral norte foram observados valores
também superiores ou próximos a 60% de cobertura. Já para as praias do litoral sul,
nota-se uma variação ponto a ponto, como na praia de Suape, que apresentou um
aumento gradativo das bordas para o centro do prado. Na praia de Maracaípe
apresentou o mesmo padrão, tendendo, porém a uma uniformidade.
Para o período chuvoso também foram observadas diferenças significativas
entre as amostras (H = 20,8253, p< 0,01), e seus valores mínimo e máximo foram de
18 ± 7,4% (Catuama - pto 1) a 83 ± 5,77% (Pilar - pto 3), respectivamente.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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0
25
50
75
100
CA 1 CA 2 CA3 CA4 CA5 CA6
0
25
50
75
100
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
25
50
75
100
PI1PI2PI3PI4PI5PI6
0
25
50
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100
EL1 EL2 EL3 EL 4 EL5 EL6
0
25
50
75
100
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
25
50
75
100
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
25
50
75
100
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA 5 MA 6
0
25
50
75
100
CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
Período Chuvoso
0
25
50
75
100
CA 1 CA 2 CA3 CA4 CA5 CA 6
0
25
50
75
100
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
25
50
75
100
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
25
50
75
100
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
25
50
75
100
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0
25
50
75
100
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0
25
50
75
100
CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
Período Seco
Porcentagem de Cobertura (%)
0
25
50
75
100
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
SD
SD
SD
SD
SDSD
Figura 8 - Variação da Cobertura de Halodule wrightii (%) nas praias de Ponta de Pedras (PP),
Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros
(CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006.
SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
32
4.8 DENSIDADE DE HASTES DE HALODULE WRIGHTII
Os valores médios de densidade de hastes da angiosperma Halodule wrightii
variaram de 587 ± 564 hastes.m
-2
a 16247 ± 4197 hastes.m
-2
, em Suape (pto 1) e
Pontas de Pedras (pto 2) respectivamente, ambos no período chuvoso (figura 9).
Pôde-se observar, quando comparados os dois períodos de estudo, uma
significativa diminuição na densidade de hastes no período chuvoso, em especial,
mais pronunciadamente nas praias do litoral sul (Suape, Carneiro e Campas) (H=
6,05; p< 0,05). No litoral norte, as densidades de hastes apresentaram os valores
significativamente mais elevados (H= 17,99; p< 0,01), apesar de em Catuama o
número de hastes registrado ter sido relativamente menor em comparação a alguns
pontos do litoral sul (figura 9).
No período seco, foram verificadas variações significativas (H= 27;114 p<
0,01), sendo observada a maior densidade de hastes (12140 ± 3868 hastes.m
-2
) na
praia de Ponta de Pedras (pto 3) e a menor (1219 ± 754 hastes.m
-2
), na praia de
Maracaípe (pto 6)
No período chuvoso a densidade de hastes também apresentou diferenças
extremamente significativamente entre as praias (H =25,13; p< 0,01). Observou-se,
nesse período, que os valores médios de densidade variaram entre 587 ± 97
hastes.m
-2
em Suape (pto 1) a 16247 ± 4197 hastes.m
-2
em Ponta de Pedras (pto 2).
Nesse período foi possível, ainda, notar um menor número de hastes nos pontos
iniciais dos prados de Ponta de Pedras e de Maracaípe (1399 ± 782 e 1715 ± 414
hastes.m
-2
, respectivamente).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
33
0
7000
14000
21000
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0
7000
14000
21000
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
7000
14000
21000
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
7000
14000
21000
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0
7000
14000
21000
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
7000
14000
21000
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA 5 MA 6
0
7000
14000
21000
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
7000
14000
21000
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
7000
14000
21000
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0
7000
14000
21000
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
7000
14000
21000
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
7000
14000
21000
MA1MA2MA3MA4MA5MA6
0
7000
14000
21000
CM1CM2CM3CM4CM5CM6
Período Seco Período Chuvoso
Densidade (hastes.m-
2
)
0
7000
14000
21000
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0
7000
14000
21000
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
7000
14000
21000
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
SD SD
SD
SD
SD
SD
Figura 9 - Variação da densidade de hastes de Halodule wrightii (hastes.m
-2
), nas praias de Ponta de
Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso)
de 2006. SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
34
4.9 BIOMASSA DE HALODULE WRIGHTII
A biomassa total de Halodule wrightii nas praias estudadas variou de 15,3 ±
4,3 g ps.m
-2
(Maracaípe - pto 1) a 1114,7 ± 190 g ps.m
-2
(Pilar - pto 4) e as médias
das praias variaram significativamente (H=29,8601; p=0,01). Durante o período seco
a biomassa total variou de 14,3 ± 14,2 g ps.m
-2
(Maracaípe - pto 6) a 1062,96 ± 129
g ps.m
-2
(Ponta de Pedras - pto 4). No período chuvoso a biomassa total apresentou
os maiores picos de valores, já apresentados acima, apesar de não apresentarem
diferenças significativas entre os períodos (H= 0,36; p>0,05).
Em geral, a distribuição da biomassa entre os pontos nas áreas estudadas foi
heterogênea, sendo notado, entretanto, um gradiente e aumento das extremidades
em direção ao centro do prado, nas praias de Ponta de Pedras e Pilar no litoral norte
(figura 10).
Para a relação entre a biomassa subterrânea e aérea, pôde-se observar na
maioria das praias, um padrão correspondendo em termos de porcentagem a 80% e
20%, parte subterrânea e aérea, respectivamente. Com exceção de Suape que
apresentou mais parte subterrânea (87%) e Maracaípe, a parte aérea mais elevada
que a média (39%). No período chuvoso, esta relação mostrou-se semelhante a do
período seco (82% subterrânea e 18% foliar) sendo a maior fração de biomassa
subterrânea encontrada, porém em Ponta de Pedras e em Campas (ambos no pto1 -
95%).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
35
0
500
1000
1500
EL 1 EL 2 EL3 EL4 EL 5 EL 6
0
500
1000
1500
CA 1CA 2CA 3CA 4CA 5CA 6
0
500
1000
1500
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
500
1000
1500
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
500
1000
1500
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
500
1000
1500
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0
500
1000
1500
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
500
1000
1500
CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
500
1000
1500
CA 1CA 2CA 3CA 4CA 5CA 6
0
500
1000
1500
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
500
1000
1500
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
500
1000
1500
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA 5 MA 6
0
500
1000
1500
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
500
1000
1500
CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
Subterranea Foliar Total
Período Seco Período Chuvoso
Biomassa (gps.m
-2
)
0
500
1000
1500
EL 1 EL 2 EL3 EL4 EL 5 EL 6
0
500
1000
1500
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
SD SD
SDSD
SD SD
Figura 10 - Variação na biomassa (g ps.m
-2
) nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA),
Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses
de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006. SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
36
4.10 MORFOMETRIA FOLIAR DE HALODULE WRIGHTII
4.10.1 Comprimento
O tamanho das folhas de Halodule wrightii variou de 4,68 ± 0,68 cm (Campas
- pto 1) a 23,26 ± 4,86 cm (Pilar - pto 1) (figura 11). No período seco o tamanho das
folhas variou significativamente entre as praias (H= 20,83; p< 0,01), apesar de não
se observar padrão diferenciado de tamanho nos locais de estudo. No período
chuvoso o tamanho das folhas das praias de Campas e de Carneiros apresentou
valores menores do que as de outras praias, sendo notada variações significativas
(H= 28,77; p< 0,01). Apesar das variações encontradas entre as localidades, quando
foram comparados os períodos seco e chuvoso não se observaram diferenças (H=
0,86; p> 0,05).
4.10.2 Largura
A largura das folhas variou de 0,34 ± 0,007 mm à 1,39 ± 0,20 mm, em
Campas (pto 1 - chuvoso) e Eldorado (pto 1 - seco), respectivamente (figura 12).
Apesar do ligeiro aumento observado na largura da folha no período seco não foi
observada variação significativa entre as mesmas (H= 1,25; p>0,05).
Para período seco o menor valor de largura das folhas foi encontrado em
Campas (0,35 ± 0,01 mm - pto 3) e as maiores médias foram registradas para as de
Eldorado (1,39 ± 0,20 mm – pto 1) e de Maracaípe (1,15 ± 0,02 mm – pto 5) sendo
observadas variações significativas entre as praias (H= 34,70; p<0,01) (figura 12).
No período chuvoso a largura das folhas foi semelhante a do período seco, com as
de praias de Campas e Carneiros apresentando-se mais estreitas, e neste período
foram observadas diferenças significativas entre as praias (H= 31,42; p<0,01).
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
37
0
10
20
30
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
10
20
30
CA 1CA 2CA 3CA 4CA 5CA 6
0
10
20
30
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
10
20
30
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0
10
20
30
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
10
20
30
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0
10
20
30
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
10
20
30
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
10
20
30
CA 1CA 2CA 3CA 4CA 5CA 6
0
10
20
30
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
10
20
30
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
10
20
30
EL1 EL2 EL3 EL4 EL5 EL6
0
10
20
30
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
10
20
30
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0
10
20
30
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
10
20
30
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
Período Seco Período Chuvoso
Comprimento (cm)
SDSD
SD SD
SD
SD
Figura 11 - Variação no comprimento das folhas de Halodule wrightii (cm), nas praias de Ponta de
Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso)
de 2006. SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
38
0
0.5
1
1.5
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0
0.5
1
1.5
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
0.5
1
1.5
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
0.5
1
1.5
EL1 EL 2 EL 3 EL 4 EL 5 EL 6
0
0.5
1
1.5
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
0.5
1
1.5
MA1 MA2 MA3 MA4 MA5 MA6
0
0.5
1
1.5
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
0
0.5
1
1.5
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
0
0.5
1
1.5
EL1 EL 2 EL 3 EL 4 EL5 EL6
0
0.5
1
1.5
SU1 SU2 SU3 SU4 SU5 SU6
0
0.5
1
1.5
CR1 CR2 CR3 CR4 CR5 CR6
Período Seco Período Chuvoso
Largura (mm)
SD
SD
SD
SD
SD
SD
0
0.5
1
1.5
PI1 PI2 PI3 PI4 PI5 PI6
0
0.5
1
1.5
PP1 PP2 PP3 PP4 PP5 PP6
0
0.5
1
1.5
CA 1 CA 2 CA 3 CA 4 CA 5 CA 6
0
0.5
1
1.5
MA 1 MA 2 MA 3 MA 4 MA 5 MA 6
0
0.5
1
1.5
CM1 CM2 CM3 CM4 CM5 CM6
Figura 12 - Variação na largura das folhas de Halodule wrightii (mm), nas praias de Ponta de Pedras
(PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso)
de 2006. SD= sem dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
39
4.11 REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA
Foram observadas por meio dos resultados da regressão, boas correlações
entre os parâmetros biológico da planta, como a porcentagem de cobertura e o
tamanho das folhas, com valores significativamente correlacionados (tabela 2). Esse
mesmo padrão também foi observado para a densidade de hastes e para a
sazonalidade (p<0,05). Ao estimar a biomassa a partir da porcentagem de cobertura,
tamanho das folhas e sazonalidade (Eq
1
- tabela 2), foi possível determinar os
coeficientes dos parâmetros na equação com 72% de explicação na variação da
biomassa (R
2
= 0,72).
O valor dos coeficientes encontrado para a porcentagem de cobertura
diminuiu de 5,16 (Eq
1
) para 2,50 (Eq2) e a partir daí manteve-se estabilizado
próximo a 2,23 (Eq3), bem como os coeficientes apresentados para o tamanho das
folhas que subiu de 10,55 (Eq
1
)
para 13,60 (Eq2), mas a partir daí não variou com
tanta amplitude. Essas variações pouco expressivas nos coeficientes encontrados
nas equações (tabela 2) conferem uma maior robustez ao modelo.
A partir da inclusão da densidade de hastes no modelo, observou-se um
ganho de 8% na explicação da variação da biomassa (R
2
= 0,80), a partir daí foram
acrescentados os demais parâmetros analisados no presente estudo (Eq
2
, Eq
3
, Eq
4
,
Eq
5
, Eq
6
), porém não foram observadas variações na explicação dos dados.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
40
Tabela 2 - Coeficientes gerados a partir da regressão dos parâmetros obtidos nas praias de Ponta de
Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e
Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso)
de 2006, para a estimativa da biomassa.
Eq (1) Eq (2) Eq (3) Eq (4) Eq (5) Eq (6)
Interseção
-76.97
(0,082)
-191.16
(0.000)*
-224.59
(0.000)*
-226.96
(0.000)*
-211.28
(0.000)*
-215.48
(0.001)*
Cobertura
5.16
(0,000)*
2.50
(0.000)*
2.23
(0.001)*
2.23
(0.001)*
2.22
(0.001)*
2.22
(0.001)*
Tamanho
10.55
(0,000)*
13.60
(0.000)*
11.79
(0.000)*
11.71
(0.000)*
11.45
(0.000)*
11.49
(0.000)*
Sazonalidade
-98.04
(0,004)*
-81.55
(0.005)*
-85.26
(0,004)*
-84.50
(0,005)*
-70.09
(0.059)
-69.95
(0.061)
Densidade
- 0.03
(0.000)*
0.04
(0.000)*
0.04
(0.000)*
0.03
(0.000)*
0.04
(0.000)*
Largura
- - 10.33
(0.149)
10.52
(0.147)
10.00
(0.170)
10.37
(0.183)
SST
- - - 0.06
(0.855)
0.03
(0.926)
0.04
(0.912)
Secchi - - - - -7.42
(0.523)
-7.53
(0.519)
Silte e Argila
- - - - - 0.18
(0.892)
R2 0,72 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80
* valores significativos (p<0,05)
Entre os valores de biomassa estimados a partir das equações (com os 20%
dos dados), e os da biomassa efetivamente determinados a partir das amostras
coletadas, não foram observadas variações significativas, com exceção da primeira
equação, que apresentou valor de biomassa esperada estatisticamente diferente
daquela coletada (p=0,023) (Tabela 3) sendo, com isso confirmado, a partir da
aplicação da segunda equação, a eficiência do modelo.
Tabela 3 - resultado do teste estatístico realizado entre a biomassa estimada através das equações
extraídas da regressão e a biomassa observada durante as coletas.
Eq (1) Eq (2) Eq (3) Eq (4) Eq (5) Eq (6)
H = 5.21 1.22 3.78 3.68 0.89 3.31
Graus de liberdade = 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00
(p) Kruskal-Wallis = 0.023 0.269 0.052 0.055 0.346 0.069
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
41
4.12 ANÁLISE MULTIVARIADA
4.12.1 Escalonamento Multidimensional (MDS) e Análise de
Agrupamento
O MDS realizado entre as amostras (Figura 13) apresentou um stress de 0,03
o que categoriza os resultados como perfeitos. Com o auxílio da análise de
agrupamento (figura 14), foi possível a visualização de quatro grupos. Todas as
associações apresentaram níveis de similaridade muito elevados, com
aproximadamente 85%.
No primeiro grupo, foram apresentados pontos com os maiores valores de
biomassa e densidade da área estudada, todos no litoral norte. No segundo
agrupamento foram evidenciados a maioria dos pontos do litoral norte, com exceção
de alguns pontos da praia de Catuama, que foram incluídos no terceiro agrupamento,
onde se concentraram as amostragens realizadas no litoral sul. As demais estações
do litoral sul que apresentaram menor biomassa e densidade de hastes agruparam-
se no G4.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
42
Figura 13 - MDS mostrando o agrupamento das estações de acordo com os parâmetros observados
nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe
(MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e
agosto (período chuvoso) de 2006.
N
S
G1
G2
G3
G4
Stress: 0,003
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
43
Figura 14 - MDS mostrando a disposição das estações de coleta de acordo com os parâmetros observados nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama
(CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e
agosto (período chuvoso) de 2006.
CA1C
CA2C
CA3C
CA4C
CA5C
CA6C
PP1C
PP2C
PP3C
PP4C
PP5C
PP6C
PI1C
PI2C
PI3C
PI4C
PI5C
PI6C
EL1C
EL2C
EL3C
EL4C
EL5C
SU2C
SU3C
SU4C
SU5C
MA1C
MA2C
MA3C
MA4C
MA5C
MA6C
CM1C
CM2C
CM3C
CM4C
CM5C
CM6C
CR2C
CR3C
CR4C
CR5C
CR6C
CA1S
CA2S
CA3S
CA4S
CA5S
CA6S
PP1S
PP2S
PP3S
PP4S
PP5S
PP6S
PI1S
PI2S
PI3S
PI4S
PI5S
PI6S
EL1S
EL2S
EL3S
EL4S
EL5S
SU2S
SU3S
SU4S
SU5S
MA1S
MA2S
MA5S
MA6S
CM1S
CM2S
CM3S
CM4S
CM5S
CM6S
CR2S
CR3S
CR4S
CR5S
CR6S
Estações do litoral norte
Estações do litoral sul
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
44
Figura 15 - Análise de agrupamento das amostras segundo o índice de dissimilaridade de Bray-Curtis, mostrando as estações do litoral sul em destaque,
nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU), Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses de
Janeiro e fevereiro (período seco) e julho e agosto (período chuvoso) de 2006.
PI4S
PP2S
PI4C
PI5C
SU4C
CA4S
PI6C
PI6S
EL3S
PI3C
PI1C
PI5S
EL2S
EL5C
EL5S
EL2C
EL4C
PI3S
PI2C
PP4S
EL3C
CA4C
PI1S
PI2S
EL4S
EL1C
EL1S
PP6C
PP6S
PP3C
PP3S
PP2C
PP4C
PP5C
PP5S
PP1S
CR5S
CR2S
CM1S
CM5S
CR4S
CR6C
CR3S
CM3S
CM6S
SU5S
CR6S
SU3S
MA1S
CR4C
CA3C
CM6C
MA5C
MA5S
MA4C
MA2C
MA3C
CR2C
CR3C
SU4S
CA2S
CA1S
CA1C
CA5C
CA6C
CA6S
CA3S
MA6C
CM2S
CR5C
SU2S
CA5S
CA2C
SU2C
MA2S
CM3C
CM1C
CM2C
MA1C
CM4S
CM5C
CM4C
PP1C
MA6S
SU3C
SU5C
100
95
90
85
80
G1 G2 G3 G4
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
45
4.12.2 Análise de Componentes Principais (ACP)
A ACP realizada através da correlação entre os parâmetros estudados
evidenciou, no primeiro eixo, a importante interação entre os parâmetros biológicos
observados (figura 15). O segundo eixo, entretanto, mostrou a correlação entre os
parâmetros abióticos relacionados com a sazonalidade, como SST e visibilidade
horizontal do Secchi. Os três primeiros eixos juntos explicaram 55,18% da variação
dos dados.
O primeiro eixo mostra a associação entre biomassa, densidade, morfometria
e cobertura da planta, sendo este responsável pela explicação de 27,55% da
variação dos dados. No segundo eixo, que explica 16,58% da variação, foram
evidenciados os parâmetros relacionados com a luz e sazonalidade, como
visibilidade horizontal de secchi, profundidade e temperatura (proporcionalmente),
SST e nitrato, com disposição inversa. No terceiro eixo, que explica apenas 11,05%
da variação dos parâmetros, observou-se a junção de silte+argila, nitrito e fosfato.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
46
Figura 16 - ACP e Correlação entre os diversos parâmetros analisados em relação aos pontos de
coleta, nas praias de Ponta de Pedras (PP), Catuama (CA), Pilar (PI), Eldorado (EL), Suape (SU),
Maracaípe (MA), Campas (CM) e Carneiros (CR), nos meses de Janeiro e fevereiro (período seco) e
julho e agosto (período chuvoso) de 2006. Mostrando os eixos de explicação 1 e 2 .
Eixo 1
Eixo 2
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
47
5 DISCUSSÃO
5.1 VARIAÇÃO DOS DADOS
A angiosperma marinha Halodule wrightii apresenta ao longo do litoral do
estado de Pernambuco, um padrão de abundância variando de acordo com a sua
localização geográfica (norte e sul). Para o litoral norte do Estado são observados,
em geral, valores mais elevados de densidade, biomassa e tamanho das folhas,
apresentando, além disso, prados mais extensos. Magalhães (2004) já evidenciara
esse padrão ao estudar os requisitos essenciais para o crescimento e produtividade
da planta.
Esse aumento na extensão dos prados, de acordo com a localização, pode
ser explicado provavelmente pela formação das linhas de recifes no Estado. As
praias do litoral sul apresentam essas formações mais próximas a linha de costa, o
que conseqüentemente diminui o espaço onde as angiospermas poderiam colonizar.
Foram observadas variações em alguns parâmetros abióticos de acordo com
as estações seca e chuvosa, como, por exemplo, a temperatura. Short et al. (2006),
afirmam que o declínio das populações de angiosperma é causado pelas mudanças
climáticas em algumas localidades do mundo, entre elas a praia de Carneiros, área
também estudada no presente trabalho.
Como esperado para o litoral de Pernambuco, a temperatura da água do
mar nas localidades estudadas, apresentou valores relativamente estáveis variando
de 25
o
C a 33
o
C, sendo as temperaturas mais baixas encontradas no período
chuvoso. Valores semelhantes aos encontrados no presente trabalho (25 a 31
o
C)
foram observados por Aragão (2004) e Andrade e Lins (1971), para as regiões
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costeiras do litoral de Pernambuco.
A variação na profundidade pode influenciar a distribuição da biomassa da
planta. Segundo Laborel-Deguem (1963) a angiosperma Halodule wrightii apresenta
variações morfológicas de acordo com a localização da planta, sendo registradas
alterações em locais descobertos durante a maré baixa. Stapel et al. (1997) também
observaram uma variação na morfologia e na abundância de Thalassia hemprichii de
acordo com o período e a freqüência de emersão da planta. Koch e Beer (1996)
também observaram a influência da profundidade sobre prados, relacionado esse
fato aos períodos das marés. Os autores afirmaram que essas variações
influenciavam na distribuição vertical das plantas, tendo em vista a menor
disponibilidade de luz durante os períodos de maré cheia em locais onde os
períodos da maré era maior. No litoral de Pernambuco esse padrão não se repete,
pois a amplitude das marés não ultrapassa 2,6m e as flutuações das marés também
não favorece a emersão das plantas por muito tempo.
As concentrações de SST na coluna d´água apresentaram maiores valores
durante o período chuvoso, fato também observado por Losada et al. (2003) quando
afirmam que as concentrações de sólidos suspensos totais (SST) variam de acordo
com o regime anual de chuva. Na estação chuvosa (março a agosto), quando a
precipitação pluviométrica é mais elevada, são carreados dos rios para as regiões
litorâneas, maiores quantidades de sedimento e nutrientes, que promovem o
aumento dos SST's, e conseqüentemente diminuem a visibilidade.
Os valores de SST encontrados no presente estudo são comparáveis com
as médias registradas para as praias de Campas e Pilar, < 3mg L
-1
e 45mg L
-1
respectivamente (Magalhães 2004). A autora registrou ainda valores bem elevados
no período chuvoso (44,7 ± 4,8 mg L
-1
), assim como no presente trabalho.
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Tanner et al. (1993) afirmam que quantidades de SST presentes nos prados
de angiospermas marinhas influencia o crescimento da planta. Para o litoral de
Pernambuco a luz não é um fator limitante para o crescimento de angiospermas
marinhas pelo fato das pradarias se encontrarem em locais de baixa profundidade,
onde a penetração de luz supre as necessidades das espécies (Magalhães 2004).
No presente estudo o SST parece não ter influência na abundância das
angiospermas nas praias estudadas, tendo em vista a observação de maiores
valores de SST encontrada nas praias do litoral norte, onde se encontram os
maiores registros de abundância. Na análise de componentes principais os SST's
apresentaram-se no segundo eixo, o que sugere uma menor explicação desse
parâmetro na variação dos dados biológicos.
Os valores de visibilidade horizontal de Secchi foram mais elevados durante
o período seco de coleta, onde foram observadas menores quantidades de SST. Na
medição da turbidez da água Díaz L. (2002) registrou valores mais elevados de
visibilidade horizontal para Mantazas - Cuba, durante o período a autora encontrou
valores que variaram de 4m e 26m, e durante o no período chuvoso esse número
variou de 3 e 11m.
Díaz L. (2002) apresentou dados de visibilidade horizontal de Secchi
discrepantes, quando comparados aos do presente estudo, que não ultrapassaram
8m durante o período seco. A diferença entre as profundidades onde estão situados
os prados pode explicar os maiores valores e visibilidade em Cuba, tendo em vista
uma menor coluna d’água, portanto uma menor profundidade, no presente estudo, o
que facilita a resuspensão dos sedimentos, dificultando a visibilidade local. Outro
fator importante que possa explicar os baixos valores encontrados no presente é a
realização das coletas durante a maré baixa, onde a ação do hidrodinamismo é
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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acentuada.
Em Suape são realizadas dragagens com a finalidade de promover o
aumento e/ou a manutenção da profundidade nos canais de circulação de
embarcações de grande porte. Esta atividade revolve o sedimento e suspende não
só os nutrientes, como também de SST que influenciam diretamente na distribuição
das plantas no local (Díaz L. 2002). No presente trabalho não foi observada uma
influencia expressiva deste parâmetro sobre as plantas, talvez por não ter sido
flagrado durante o período de amostragem esses eventos de dragagem.
As concentrações de sólidos totais em suspensão (SST) influenciam a
distribuição vertical das plantas (Abal & Dennison, 1996) e no seu crescimento
(Tanner et al. 1993). Através do ACP (análise de componentes principais) foi
possível identificar não só esse parâmetro, como também os que se relacionam com
a penetração de luz na coluna d'água (profundidade e visibilidade do Secchi),
apenas no segundo eixo, o que sugere uma menor importância desses parâmetros
na variação dos dados.
Talvez esses parâmetros, relacionados à luz, não tenham apresentado
grande interferência sobre os parâmetros biológicos, por se tratar de uma área rasa,
onde a luz se faz presente em toda a coluna d'água. Em Suape pode-se observar a
influência da luz, no ponto inicial do prado, onde os valores de SST foram elevados
e os parâmetros biológicos mensurados sofreram uma proporção inversa, tendo sido
registrada, para esse, ponto a menor biomassa encontrada no presente estudo.
Essa relação encontrada em alguns pontos não conferiu explicação suficiente para a
variação dos dados a partir da disponibilidade de luz.
Apesar dos baixos níveis de nutrientes encontrados na área, foram
observados em algumas praias valores um pouco mais elevados que nas demais,
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como em Maracaípe, Suape e Campas. Na praia de Campas pode-se observar a
interferência de uma cidade ainda pouco desenvolvida, mais que não apresenta um
sistema sanitário adequado, carreando assim, nutrientes para a praia. Em Suape
esse ligeiro aumento pode ser conseqüência da resuspensão dos nutrientes do
sedimento pelas dragagens. Próximo ao ponto, em Maracaípe, a quantidade
relativamente mais elevada de nutrientes é explicada pelo fato desse ponto se
localizar na desembocadura de um rio, que representa um ambiente estuarino de
alta circulação de nutrientes.
As concentrações de nutrientes foram consideradas baixas para o presente
estudo. Magalhães (2004) ao comparar o seu trabalho, realizado nas praias de Pilar
e Campas, com o de outras regiões tropicais de sedimento carbonático da Indonésia
(Erftemeijer & Middelburg 1993), observou valores semelhantes e também baixos.
Segundo Magalhães (2004) os nutrientes da água não limitam a distribuição
de Halodule wrightii em Pernambuco. Segundo Neumann Leitão (com. pess.) em
ambientes tropicais, onde a ciclagem de nutrientes é elevada, as concentrações
destes não são perceptíveis, apresentando uma taxa de consumo que se sobrepõe
a taxa de produção, o que significa que todo o nutriente que e produzido no
ambiente é imediatamente consumido e armazenado sob a forma de biomassa.
Nesses locais, onde os nutrientes são encontrados em menores concentrações na
água, as plantas se desenvolvem bem pela minimização da competição com o
fitoplâncton e macroalgas, uma vez que estas se desenvolvem como epífitas e
promovem o sombreamento dos tecidos fotossintéticos da angiosperma.
Em locais onde o sedimento tem maiores quantidades de silte e argila, a
porosidade do sedimento é reduzida (Huettel & Gust 1992, Huettel & Rusch 2000)
conseqüentemente, ocorre a diminuição da passagem de água entre os grãos, o que
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gera uma acumulação de nutrientes no sedimento (Kenworthy et al. 1982). Tendo
em vista a utilização desses nutrientes provenientes do solo, as plantas conseguem
obter maiores produtividades quando comparadas às plantas de áreas onde as
águas são ricas em nutrientes (Erftemeijer & Middelburg 1993).
Segundo Magalhães (2004), as concentrações de silte e argila no sedimento
estão relacionadas com a abundância da planta. No presente estudo, essa
correlação de uma forma geral não foi observada. Na ACP, a explicação do terceiro
eixo, no qual esse parâmetro se insere foi de apenas 11,05% de explicação, sendo
esse o eixo considerado o menos importante para a variação dos dados em geral.
Foram observados, grandes concentrações de silte e argila variando de
aproximadamente 2% até 53%. Os maiores valores foram encontrados não só para
a estação situada em Maracaípe, que se encontra na desembocadura do rio, mas
também nas praias do litoral norte do estado, principalmente na ilha de Itamaracá,
sob a influência do Canal de Santa Cruz, que segundo Tomasi (1987) e Macedo et
al. (2004) é o maior complexo estuarino do estado.
As porcentagens de cobertura para as diversas populações de Halodule
wrightii analisadas no presente trabalho foram mais elevadas nas praias do litoral
norte, e apesar de apresentarem menores coberturas, as populações do litoral sul
apresentam valores próximos, em termos de média (70,82 ± 16,49% litoral norte e
52,65 ± 21,88% no litoral sul). Durante o período seco, foram observadas maiores
estimativas da porcentagem de cobertura, provavelmente pelas variações dos
parâmetros abióticos entre os períodos de estudo, o que pode ter levado as plantas
a aumentarem não só a cobertura, mais também o número de hastes e a biomassa
no período chuvoso. De uma forma geral esse parâmetro variou não só como já
explicado acima, mas também entre as praias.
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Short et al. (2006), trabalhando em Tamandaré, observaram que o
percentual de cobertura de Halodule wrightii variou de 8 ± 9%, durante o período
chuvoso, e de 59 ± 33%, no período de estiagem. Estes valores são mais baixos
quando comparados aos registrados no presente trabalho (21.67 ± 2.88% e 78.33 ±
11.54%) para a mesma localidade. Os valores mais elevados encontrados no
presente estudo podem ser explicados porque Short et al. (2006) consideraram os
"espaços sem plantas" dentro dos prados, diminuído assim o valor das médias
quando considerados os 0% encontrados nos "espaços sem plantas".
Quando comparadas as populações de Halodule wrightii de diferentes praias
do litoral brasileiro (1 e 40%) e de outras localidades do mundo (15-75%, Placencia;
Caribe em Short et al. 2006) mostram que os prados da angiosperma marinha
Halodule wrightii do litoral norte do estado de Pernambuco apresentam valores de
porcentagem de cobertura mais elevados, sendo estes comparados aos prados de
Zostera maritima ( <10 - >90%) encontrados em Maryland (EUA).
A densidade nos prados estudados apresentou-se, de uma forma geral,
heterogênea, apesar de serem observados maiores valores para as praias do litoral
norte, como sugerido por Magalhães (2004) ao afirmar a ocorrência de um padrão
de abundância para o litoral do estado de Pernambuco. Apesar desse padrão ter
sido observado também no presente estudo, a praia de Catuama não apresentou
valores elevados de biomassa e densidade, provavelmente devido a presença de
um prado mais contínuo no local, o que sugere uma população mais estável e pouco
sujeita a variações ambientais.
Os valores de densidades encontrados em Pilar foram consideravelmente
menores, quando comparados a estudos recentemente realizados na área (0 –
24100 hastes.m
-2
, Magalhães 2004) apresentando a maior densidade de Halodule
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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wrightii para o litoral brasileiro. Em Suape, Magalhães et al. (2003) registraram
valores de densidade mais elevados, quando comparados aos do presente estudo
(260 – 12082 hastes.m
-2
). Creed (1999) estudando a abundância, distribuição e
tamanho das hastes, registrou para o Rio Janeiro, valores semelhantes aos
encontrados no presente (200 – 12000 hastes.m
-2
).
Segundo Magalhães (2004) os prados do litoral do estado de Pernambuco
estão entre os mais densos do mundo. Em várias outras localidades também são
observados valores mais baixos que os do presente trabalho. No presente estudo
não foram levados em consideração os buracos, e com isso, os zeros foram
excluídos das análises e assim foram observados os valores de abundância
(densidade e biomassa) apenas dentro das manchas de angiospermas.
Os valores de biomassa total de Halodule wrightii encontrados no presente
trabalho refutam a idéia de que as populações de fanerógamas marinhas com maior
biomassa seriam encontradas em Pilar 31 – 695 g ps.m
-2
segundo Magalhães (2004).
No presente trabalho foram encontrados valores médios superiores a 1000g
(1062,94 ± 129,38 g ps.m
-2
) em Ponta de Pedras, no norte da ilha de Itamaracá, a
biomassa também foi mais elevada para a população da Praia de Pilar (339,02 –
913,88 g ps.m
-2
). Magalhães et al. (1997) encontrou valores ainda mais baixos
(20,34 a 116,25 g ps.m
-2
) que o encontrado pela mesma autora em 2004. Esse
relativo aumento também é explicado pela coletas terem sido realizadas apenas
dentro das manchas e não nos locais onde não havia planta.
A biomassa encontrada em Ponta de Pedras, litoral norte do Estado, foi
superior a várias outras localidades do mundo, como no Texas (EUA) (150 a 500 g
ps.m
-2
- Dunton 1994, 166 a 610 g ps.m
-2
- Burd & Dunton 2001), México (40 a 600 g
ps.m
-2
- Gallegos et al. 1994), Flórida (EUA) (50 a 250 g ps.m
-2
- Zieman 1987, 50 a
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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140 g ps.m
-2
- Gallegos & Kenwoethy 1996) e Moçambique (22,9 g ps.m
-2
- De Boer
2000). Para a população de Halodule wrigthii de Ponta de Pedras foram registradas
as maiores biomassas na região central do prado, como encontrado por Short et al.
(2006), para outras praias Brasil e do mundo. Os menores valores de biomassa
registrados para Ponta de Pedra referem-se ao ponto 1, local onde marca o início do
prado e onde foi observado o atracamento de barcos de pesca de pequeno porte
durante a coleta.
Em outras populações da referida angiosperma no litoral brasileiro são
relatados valores inferiores para São Paulo (13 – 69 g ps.m
-2
) (Oliveira et al. 1997,
Corbisier 1994) se comparados com a maioria das populações estudadas, com
exceção do Pontal de Maracaípe que teve seus valores equiparáveis (53,25 –
619,41 g ps.m
-2
). Para o litoral do Estado do Rio de Janeiro foram registrados
valores de 11,5 - 122,6 g ps.m
-2
, maiores que os resultados obtidos para Maracaípe
e equiparáveis aos valores de biomassa total de Carneiros, no litoral Sul de
Pernambuco (79,43 – 153,44 g ps.m
-2
).
Dados recentes (2002 – 2004) apresentados em Carneiros (Tamandaré) por
Short et al. (2006) mostram valores de biomassa (65 – 210 g ps.m
-2
) semelhantes
aos encontrados no presente estudo para a mesma área (79,73 – 202 g ps.m
-2
).
Em Suape os valores de biomassa encontrados no presente estudo (53,25 -
619,41 g ps.m
-2
) podem ser comparados aos dados registrados para a mesma área
(8 - 635 g ps.m
-2
) por Magalhães et al. (2003), apesar dos autores apresentarem
valores de biomassa para perto da vila (local onde foram realizadas as coletas do
presente trabalho) variando de 184,3 a 365,3 g ps.m
-2
, valores mais baixo quando
comparado ao presente estudo. Para o Alabama (EUA) foram registrados valores de
biomassa de 328 – 1354 g ps.m
-2
os quais podem ser comparados aos valores
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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encontrados em Ponta de Pedras.
A partir do MDS foi possível observar que os parâmetros que governam as
variações dos dados de uma forma geral são os biológicos, e as amostras se
agruparam a partir daí. As praias do litoral norte agruparam-se, principalmente
devido aos valores de biomassa e densidade terem sido maiores na área. A praia de
Catuama foi agregada com as praias do litoral sul e apesar da visibilidade do Secchi
não apresentar grande influência na distribuição dos dados, agrupou-se no segundo
eixo da ACP. A pequena variação desta, provavelmente foi a responsável pelo
agrupamento das amostras. Isto se explica pela similaridade dos agrupamentos
observada para os pontos ser bastante elevada (85% de semelhança).
Os menores valores de biomassa encontrados no presente trabalho foram
registrados para o Pontal de Maracaípe, um estuário situado no litoral sul do Estado,
próximo à Praia de Porto de Galinhas. Neste local a atividade do turismo sobre os
manguezais é direcionada para a exploração da presença dos cavalos marinhos, e
dos passeios de jangada para a procura dos mesmos. Esta estação foi à única
situada em um ambiente estuarino, na desembocadura de um rio, acarretando, com
isso, a diminuição da biomassa nesses locais, causada pela hidrodinâmica imposta
pelas variações das marés observadas nesses ambientes. Já os maiores valores
foram encontrados em Ponta de Pedras. Assim como a densidade de hastes, a
estimativa da cobertura também apresentou menores valores nos pontos iniciais dos
prados de Ponta de Pedras, Catuama, Suape e Maracaípe.
Foi possível observar ainda na praia de Suape o aumento da cobertura em
direção ao ponto mais distante da costa (pto 5). Esse relativo aumento da biomassa
em direção ao centro do prado pode ser explicado pela própria conformação do
substrato da região. O litoral do estado apresenta uma linha de recifes paralela à
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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linha de costa, e com isso as profundidades mais elevadas encontradas no centro do
prado, entre a linha de costa e os recifes, deixando as bordas iniciais e finais dos
prados expostas a influência da pouca profundidade.
Segundo Phillips (1980) as angiospermas são altamente tolerantes às
alterações climáticas oriundas de mudanças de estações, e por isso não modificam
sua biomassa durante esses eventos. Da mesma forma, não formam observadas
diferenças significativas entre os períodos, seco e chuvoso, para os valores de
biomassa encontrados no presente. Os dados encontrados neste trabalho são
corroborados por Magalhães (2004) quando estudou os prados nas praias de Pilar e
Campas.
Quando comparados os tamanhos das folhas de Halodule wrightii, notam-se
uma grande variação (4,68 ± 0,68 e 23,26 ± 4,86 cm), sendo encontradas plantas
menores geralmente nos limites dos prados. Esperava-se, que a partir do padrão
norte e sul já observado, uma das praias do litoral sul apresentasse as menores
folhas, mas as da praia de Ponta de Pedras no litoral norte, foi a que apresentou, em
seu ponto inicial (próximo cerca de 3 metros da linha de costa), as menores folhas
tanto no período seco quanto no chuvoso. Apesar da baixa largura da folha de H
wrightii na praia de Ponta de Pedras quando aplicada a média da praia (13,65 ±
6,24cm), observam-se valores acima da média geral de todas as praias (12,42 ±
5,1cm). Talvez os impactos causados sobre as angiospermas em Pontas de Pedras
limitem-se as regiões iniciais dos prados, não chegando à influenciar regiões mais
afastadas da linha de costa. Esse aumento pode ser explicado, também pela
influencia do canal de Santa Cruz.
Magalhães et al. (1997) puderam observar em Itamaracá plantas com folhas
de tamanho variando entre 4 e 35 cm, sendo as mínimas encontradas em locais
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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onde as plantas não eram descobertas durante a baixa-mar e as máximas, em locais
submersos. No presente trabalho, de uma forma geral, não foram encontradas
folhas tão grandes quanto às encontradas na Ilha de Itamaracá (Pilar e Eldorado)
por Magalhães et al. (1997), apesar das maiores folhas do presente estudo terem
sido encontradas nas populações dessa área (23,26 ± 4,8 cm, em Pilar e 21,88 ±
6,98 cm em Eldorado).
Estudos anteriores registraram folhas de Halodule wrightii em Suape
semelhantes ao tamanho das folhas encontradas no presente trabalho (6,39 ± 1,81
cm e 10,50 ± 6,46 cm, no presente), sendo registrado por Magalhães et al. (2003)
valores entre 3,74 ± 0,04 cm e 12,83 ± 1,13 cm. Em locais onde as quantidades de
sólidos totais em suspensão são grandes e as condições de luz são dificultadas, as
plantas aumentam o tamanho das folhas como uma estratégia para obter uma maior
quantidade de luz, tendo em vista o aumento também da superfície fotossintética
(Solana-Arellano et al. 1997). Esse padrão foi observado no presente estudo, onde
foram observadas as folhas maiores também foram observadas elevadas
concentrações de SST.
Ainda com relação a morfometria da folha, foram encontradas folhas mais
largas no litoral norte, e apenas na população de Pontal do Maracaípe que teve a
média mais elevada de todas as praias, talvez pelas condições estuarinas presentes
no local. Isto explicaria, também, o porquê das populações influenciadas pelo Canal
de Santa Cruz, o mais produtivo do Estado (Macedo et al. 2004), apresentarem
também folhas largas. Foi observado o mesmo padrão de diminuição no ponto inicial
de Ponta de Pedras, onde são observados os fatores anteriormente citados.
Laborel-Deguem (1963) estudando dados ecológicos preliminares sobre as
angiospermas marinhas no litoral de Pernambuco encontrou valores de 0,3 a 0,4
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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mm, em locais onde as marés baixas eventualmente descobriam as plantas, e de
0,9 a 1,0 mm em locais onde a maré baixa não descobre as plantas. Estudos
anteriores realizados em Itamaracá registraram folhas com largura variando de 0,60
a 0,79 mm (Magalhães et al. 1997), sendo esse valor baixo quando comparado às
de populações do presente estudo (0,68 ± 0,007 e 1,39 ± 0,201 mm).
Na praia de Suape, em estudos anteriores, foram descritas folhas com
largura variando de 0,23 a 0,72mm (Magalhães et al. 2003). Valores esses,
equivalentes, quando comparados com os dados do presente estudo para a mesma
área (0,53 e 0,61 mm), apresentando uma máxima mais elevada e uma mínima mais
baixa.
5.2 REGRESSÃO
O método tradicional de amostrar a biomassa das plantas é realizado a partir
da coleta destrutiva, com a utilização de quadrados e nucleadores. Cada uma
dessas amostragens consome muito tempo, deixando o trabalho mais oneroso e
demorado. Duarte e Kirkman (2001) sugerem desenvolver uma equação de
regressão para a determinação da biomassa em locais aonde a coleta é restrita,
realizando assim o número reduzido de amostragens destrutivas e obtendo um
grande volume de dados através da estimativa da cobertura.
Mellors (1991) foi a primeira a perceber a necessidade de se estudar
grandes áreas de prados, diminuindo os custos e os impactos causados pelas
coletas destrutivas. Alguns autores já se utilizaram dessa metodologia de predizer a
biomassa através da estimativa de cobertura em algumas localidades do mundo,
com outras espécies de angiosperma (Sheppard et al. 2007, Ardizzone et al. 2006,
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
60
Rasheed 2004, Ochieng & Erftemeijer 1999). Estes obtiveram modelos robustos ao
estimar a biomassa dessas plantas, assim como no presente estudo, no qual, as
correlações entre os parâmetros através da regressão se mostraram positivas,
sendo possível a estimativa da biomassa através de parâmetros menos onerosos.
Segundo Long et al. (1994), obter a biomassa através da estimativa da
porcentagem de cobertura é uma metodologia eficaz por utilizar a regressão para a
estimativa da biomassa para determinar a abundância de uma grande área. Esses
mesmos autores afirmam ainda a necessidade de habilidade e treinamento para o
desenvolvimento dessa técnica, tendo em vista a calibração visual do pesquisador,
como propôs Mellors (1991).
Para a determinação da equação para a estimativa de biomassa total foram
selecionados os fatores que são coletados com mais agilidade e menos custos (ver
tabela 2). Com o início do modelo pôde-se observar de imediato uma boa explicação
da variação (R
2
= 0,72) da biomassa a partir dos dados obtidos, possibilitando a
descrição da estimativa para o litoral do estado com eficiência. Com a inclusão de
outros fatores, o modelo ganhou 8% de explicação. A densidade foi o primeiro
parâmetro a ser agregada à regressão, que apesar de mais demorada e
conseqüentemente mais onerosa, aumenta a confiabilidade da estimativa da
biomassa nas amostragens. Dentre as equações obtidas foi observado que a Eq
(2)
pode ser considerada a mais apta para a estimativa da variação da biomassa,
apesar de ser incluída a essa, a densidade, o que deixa o trabalho em campo e em
laboratório mais demorado.
De acordo com Mellors (1991) a partir de 0,65 o R
2
é considerado muito bom,
e apesar de não aparentar precisão, o erro gerado por essa baixa exatidão é
diminuído pela possibilidade da realização de um maior número de coleta. Os
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
61
trabalhos que utilizaram regressão para estimar a biomassa encontraram
correlações bastante elevadas entre a cobertura e a biomassa foliar, alguns
ultrapassando os 90% de explicação (Ochieng & Erftemeijer 1999, Rasheed 2004 -
R2=0,92).
A explicação da regressão foi menor no presente estudo (R2=0,80),
provavelmente devido a estimativa da biomassa total das amostras e não a
biomassa foliar, como na regressão de Mellors (1991). Entretanto, as ferramentas
descritas mostram resultados otimistas, tendo em vista a estimativa da biomassa
total, a qual Mellors (1991) havia demonstrado preocupação em não conseguir
estimar. Estudos posteriores podem ser realizados visando a estimativa da parte
foliar da planta apenas, o que poderia conferir ao modelo uma maior precisão.
Para cada coleta foram gastos aproximadamente 9 mínimo, o que totalizou
em campo um total de aproximadamente 40 horas. Em laboratório foram gastas 520
horas com a triagem e contagem das amostras e 40 horas para a pesagem final e
determinação da biomassa. No total, foram gastos aproximadamente 600 horas, que
equivalem a 75 dias de trabalho com uma jornada diária de 8h/dia. Todo esse tempo
seria diminuído em 94% com a implantação da estimativa da biomassa através da
porcentagem de cobertura, trazendo assim, a possibilidade não só de um maior
número de amostragens, mas também agilidade na obtenção dos dados. Mellors
(1991) também evidenciou essa economia de tempo, tendo em vista a diminuição no
tempo de coleta de 734 min para 50 min.
Outro ponto fundamental para o desenvolvimento dessa forma de mensurar
a biomassa é a minimização dos impactos sobre as angiospermas. Os prados do
litoral do estado de Pernambuco vêm sofrendo impactos antrópicos que vão desde o
pisoteio por banhistas e pescadores até a colheita de capim para a alimentação de
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
62
peixes-bois que são mantidos em cativeiro no Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA
- IBAMA). Estudar a abundância das pradarias sem causar mais impacto sobre os
prados é atualmente uma necessidade, e a partir daí desenvolveu-se essa técnica
visando a minimização das perdas decorrentes das amostragens destrutivas.
Para o Brasil, onde a dificuldade de angariar recursos para pesquisa se
torna cada vez maior, não só para estudos sobre a abundância das angiospermas
como também em várias outras áreas de conhecimento, o resultado obtido foi um
grande êxito, além de o trabalho ser inédito. Essa metodologia será de fundamental
importância, diminuindo o tempo de coleta e as saídas de campo, aumentando
assim o número de amostras e a qualidade das respostas obtidas pelas análises
estatísticas.
Para a aplicação dessa metodologia nos estudos futuros das angiospermas
marinhas no litoral de Pernambuco, sugere-se a calibração dos dados através de
uma coleta piloto, tendo em vista as variações ambientais possíveis encontradas nos
prados das angiospermas marinhas.
Espera-se a partir desse estudo que trabalhos envolvendo a abundância dos
prados de angiospermas marinhas, do litoral do estado de Pernambuco, sejam
realizados com maior agilidade e viabilidade, trazendo com isso resultados mais
precisos e rápidos.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
63
6 CONCLUSÕES
Existe um padrão de abundancia ao longo do litoral do estado de Pernambuco,
sendo possível observar nas praias do litoral sul prados menores, menos densos
e com menores valores de biomassa e densidade.
É possível determinar a abundância da angiosperma marinha Halodule wrightii a
partir da estimativa da porcentagem de cobertura da planta, levando em
consideração alguns fatores biológicos, tais como, tamanho e densidade de
hastes. Este tipo de estimativa da biomassa, diminui a necessidade de coletas
destrutivas, e conseqüentemente os impactos causados aos prados de Halodule
wrightii no litoral do estado.
Apesar da biomassa não variar de acordo com a sazonalidade, a cobertura varia
tornando-se, a partir daí, um fator importante para a determinação da biomassa
através do modelo proposto para os prados de Halodule wrightii no litoral de
Pernambuco.
Com a metodologia da estimativa visual foi observada uma diminuição de 94% do
tempo total utilizado para processar uma amostra, o que diminui o esforço de
coleta e possibilita a realização do de um desenho amostral mais elaborado.
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
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ANEXOS
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
77
Resultado das variações estatísticas entre os parâmetros, e entre as praias.
Biomassa Densidade Cobertura Tamanho Largura Profundidade Temperatura Silte e argila SST Secchi
C S C S C S C S C S C S C S C S C S C S
H = 29.41 24.35 25.13 26.58 20.83 22.71 28.78 20.83 31.42 34.70 18.26 17.01 26.80 33.19 29.22 28.19 24.93 20.22 12.61 24.68
(p) Kruskal-Wallis = 0.000 0.001 0.001 0.000 0.004 0.002 0.000 0.004 0.000 0.000 0.011 0.017 0.000 0.000 0.000 0.000 0.001 0.005 0.082 0.001
Comparações (método de Dunn)
Catuama e Ponta de Pedras ns ns ns S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Catuama e Pilar ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns S
Catuama e Eldorado ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
S
Catuama e Suape ns ns ns ns ns ns ns ns
S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Catuama e Maracaípe ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
S ns ns ns ns ns
Catuama e Campas ns ns ns ns ns ns
S ns S S ns ns S S ns ns ns ns ns ns
Catuama e Carneiros ns ns ns ns ns ns ns ns S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Ponta de Pedras e Pilar ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Ponta de Pedras e Eldorado ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Ponta de Pedras e Suape ns ns
S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Ponta de Pedras e Maracaípe ns ns ns
S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Ponta de Pedras e Campas ns ns
S ns S S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Ponta de Pedras e Carneiros ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
S ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Pilar e Eldorado ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Pilar e Suape ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Pilar e Maracaípe
S S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Pilar e Campas
S S ns ns ns S S ns ns ns ns ns ns ns ns ns S ns ns ns
Pilar e Carneiros
S S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns S ns ns ns ns ns
Eldorado e Suape ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Eldorado e Maracaípe ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Eldorado e Campas ns ns ns ns ns ns
S S ns ns ns ns ns S ns S S ns ns ns
Eldorado e Carneiros ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
S ns ns
Suape e Maracaípe ns ns ns ns ns ns ns ns ns
S ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Suape e Campas ns ns ns ns ns ns
S ns ns ns ns ns S ns ns ns S ns ns ns
Suape e Carneiros ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Maracaípe e Campas ns ns ns ns ns ns
S ns S S ns ns ns ns S S ns ns ns ns
Maracaípe e Carneiros ns ns ns
S ns ns ns ns S S S S ns ns S ns ns ns ns ns
Campas e Carneiros ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
S ns ns ns ns ns ns
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
78
Valores mínimos e máximos encontrados para os parâmetros em cada praia tanto no período seco como no período chuvoso.
CA PP PI EL SU MA
CM CR
S C S C S C S C S C S C S C S C
+
30.0 18.3 76.7 6.7 65.0 40.0 55.0 33.3 50.0 13.3 13.3 6.7 21.7 3.7 56.7 18.3
Cobertura (%)
-
91.7 83.3 96.7 80.0 98.3 83.3 85.0 59.0 91.7 63.3 76.7 53.3 51.7 46.7 78.3 40.0
+
3249 3294.5 6454 1399.0 5416 4152.0 4694 4242.2 3430 586.7 1219 1714.9 1895 722.1 5867 2482.2
Densidade (hastes.m
-2
)
-
6183 5596.1 12140 16246.8 8214 8078.3 6499 8213.7 6296 3610.4 5190 6589.0 10199 4919.2 8484 4964.3
+
106.9 90.7 44.9 47.4 338.0 496.4 111.5 387.7 53.3 19.0 10.4 15.3 24.4 17.6 79.42 41.1
Biomassa (g ps.m
-2
)
-
456.3 346.6 1062.9 994.2 913.9 1114.7 529.4 713.1 619.4 163.8 107.4 147.6 287.0 133.6 202.2 119.6
+
7.1 12.4 4.3 4.8 10.7 9.2 14.0 10.5 6.4 10.6 5.7 13.8 4.7 4.7 7.4 7.3
Comprimento (cm)
-
19.0 18.5 20.7 14.6 23.3 21.9 21.9 21.3 12.4 18.3 17.4 22.0 13.1 7.7 11.7 9.5
+
6.7 7.6 3.8 3.6 7.3 6.3 6.9 6.2 5.3 3.7 7.6 7.4 3.6 3.5 5.0 3.9
Largura (µm)
-
9.3 9.3 7.6 8.3 8.2 9.0 13.9 9.7 6.1 5.4 11.6 9.4 6.2 4.4 5.6 4.6
+
28.1 26.3 29.2 25.8 29.8 25.3 28.0 26.0 30.0 26.1 29.5 25.9 31.3 25.0 28.5 26.0
Temperatura (ºC)
-
30.0 27.0 30.7 26.0 31.3 26.0 29.5 27.0 31.3 27.0 31.2 26.1 32.8 26.0 29.0 26.7
+
2.33 0.4 1.62 0.5 1.45 0.7 1.10 0.4 2.38 0.2 1.35 0.6 1.62 0.9 2.50 1.5
Visibilidade (m)
-
7.05 1.5 3.27 1.3 1.80 1.3 2.40 1.5 5.48 1.8 2.58 1.2 5.23 1.4 5.90 1.7
+
-0.18 0.06 -0.37 -0.4 -0.02 0.01 0.54 0.15 -0.09 -0.22 0.07 -0,01 0.35 0.23 0.73 0.83
Profundidade (m)
-
0.62 0.86 0.87 0.58 1.35 0.82 1.55 1.06 0.97 1.16 0.64 0.27 1.25 0.91 1.23 1.00
+
3.70 8.3 3.50 6.4 4.50 11.8 6.30 13.6 7.83 24.4 4.73 7.8 4.50 5.0 2.83 4.5
SST (mg L
-1
)
-
7.83 18.9 27.73 20.5 52.93 46.1 14.47 54.8 26.50 52.8 170.23 35.4 8.40 12.5 6.10 12.1
Reis, T. N. V. ESTIMATIVA DE ABUNDÂNCIA DA ANGIOSPERMA MARINHA HALODULE WRIGHTII...
79
Localização dos pontos iniciais e finais das praias estudadas
Coordenadas do ponto Inicial Coordenadas do ponto Final
Praia Sul Oeste Sul Oeste
Pontas de Pedra
7º 39' 38,3'' 34º 49' 34,5'' 7º 39' 48,3'' 34º 49' 04,1''
Catuama
7º 37' 40,7'' 34º 48' 19,9'' 7º 37' 57,3'' 34º 47' 51,8''
Pilar – Itamaracá
7º 44' 35,2'' 34º 49' 18,8'' 7º 44' 42,2'' 34º 49' 00,1''
Eldorado – Itamaracá
7º 45' 18,3'' 34º 49' 23,3'' 7º 45' 29,2'' 34º 48' 53,7''
Suape – Cabo de Santo Agostinho
8º 21' 18,5'' 34º 57' 15,6'' 8º 21' 28,0'' 34º 57' 04,2''
Maracaípe – Ipojúca
8º 32' 16,8'' 35º 00' 28,9'' 8º 32' 08,7'' 35º 00' 35,1''
Carneiros – Tamandaré
8º 44' 17,5'' 35º 05' 10,7'' 8º 44' 17,9'' 35º 05' 06,0''
Campas – Tamandaré
8º 42' 36,4'' 35º 04' 40,2'' 8º 42' 39,1'' 35º 04' 38,4''
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