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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
SISTEMAS AGROSSILVIPASTORIS
DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE NIM (Azadiractha
indica) EM AGROECOSSISTEMAS NO SEMI-ÁRIDO DA
PARAÍBA.
JORDÂNIA MARTINS DE SOUZA BENVINDA
PATOS-PB
2005
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JORDÂNIA MARTINS DE SOUZA BENVINDA
DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE NIM (Azadiractha indica) EM
AGROECOSSISTEMAS NO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA.
Defesa apresentada à Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de
saúde e Tecnologia Rural, como parte
das exigências à obtenção do título de
Mestre em Zootecnia. Área de
Concentração em Sistemas
Agrossilvipastoris no Semi-árido.
Orientador: Prof. Dr. Jacob Silva Souto
PATOS-PB
2005
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SUMÁRIO
Pág.
LISTA DE FIGURAS........................................................................................ i
LISTA DE TABELAS....................................................................................... ii
RESUMO........................................................................................................ iii
ABSTRACT.................................................................................................... iv
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 1
1. 1. OBJETIVOS........................................................................................... 3
1. 1. 1.Objetivos Geral................................................................................... 3
1. 1. 2. Objetivos Específicos ....................................................................... 3
2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 4
2. 1. Importância do nim................................................................................ 4
2. 2. Decomposição de serapilheira.............................................................. 5
2. 3. Respiração edáfica................................................................................ 9
2. 4. Microartrópodos do Solo....................................................................... 14
3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 20
3. 1. Descrição da área de estudo............................................................... 20
3. 2. Análise do solo..................................................................................... 21
3. 3. Temperatura do solo............................................................................ 21
3. 4. Conteúdo de água do solo................................................................... 22
3. 5. Decomposição de serapilheira............................................................. 23
3. 5. 1. Coleta e preparo da serapilheira...................................................... 23
3. 5. 2. Confecção das sacolas de náilon.................................................... 23
3. 5. 3. Avaliação da decomposição........................................................... 24
3. 6. Respiração edáfica............................................................................. 25
3. 7. Microartrópodos do solo..................................................................... 27
3. 8. Delineamento experimental e analises estatísticas........................... 28
3. 8. 1. Decomposição de serapilheira........................................................ 28
3. 8. 2. Respiração edáfica......................................................................... 28
3. 8. 3. Microartrópodos do solo................................................................. 29
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................. 31
4. 1 Temperatura e conteúdo de água do solo.......................................... 31
4. 2. Decomposição dos resíduos de nim.................................................. 32
4. 3. Respiração edáfica............................................................................ 36
4. 4. Microartrópodos do solo.................................................................... 39
5. CONCLUSÕES..................................................................................... 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 41
ANEXOS
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1. Área de campo em estágio de sucessão e agroecossistema de nim
respectivamente.......................................................................................... 20
Figura 2. Amostra de sacolas de náilon expostas no campo em estágio de
sucessão e agroecossistema de nim........................................................... 24
Figura 3. Desenho esquemático do método utilizado na medição da respiração
edáfica........................................................................................................ 25
Figura 4. Aparato de Berlese Tullgren modificado.................................................. 27
Figura 5. Temperatura e conteúdo de água do solo na superfície observada
durante o período experimental............................................................... 31
Figura 6. Percentual da serapilheira de nim decompostas nas duas áreas
estudadas durante o período experimental............................................. 35
Figura 7. Interação entre respiração edáfica, distâncias e
períodos.................................................................................................... 36
Figura 8. Gráfico representativo do modelo matemático que relaciona umidade
do solo e distância do caule com a respiração edáfica durante o
período 37
diurno.......................................................................................................
Figura 9. Gráfico representativo do modelo matemático que relaciona umidade
do solo e distância do caule com a respiração edáfica durante o
período 38
noturno....................................................................................................
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Caracterização química dos solos das áreas experimentais......................... 22
Tabela 2. Esquema da ANOVA utilizado no experimento para avaliar a
decomposição de serapilheira em agroecossistema de nim.................... 28
Tabela 3. Esquema da ANOVA utilizado no experimento para avaliar respiração
edáfica em agroecossistema de nim........................................................ 29
Tabela 4. Esquema da ANOVA utilizado no experimento para ácaros e
collêmbolos em agroecossistema de nim................................................ 30
Tabela 5. Percentual remanescente dos resíduos de nim em agroecossistema de
nim e campo em estágio de sucessão primária...................................... 33
Tabela 6. Média da população de ácaros no solo coletado no agroecossistema de
nim a três distâncias do caule das plantas, durante o período
experimental........................................................................................... 41
Tabela 7. Média da população de collêmbolos no solo coletado no
agroecossistema de nim a três distâncias do caule das plantas, durante
o período experimental........................................................................... 41
Benvinda, Jordânia Martins de Souza. “DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE NIM
(Azadiractha indica) EM AGROECOSSISTEMAS NO SEMI-ÁRIDO DA
PARAÍBA”
Resumo:
O trabalho objetivou estudar a dinâmica de decomposição de material orgânico,
através da determinação das taxas de material perdido, estudando ainda,
emissão CO
2,
temperatura e umidade do solo e microartrópodos do solo. O
estudo foi conduzido em agroecossistema de nim e o outro que estava em
campo aberto ou em estagio de sucessão primária, no município de São José
de Espinharas – PB. Foram analisadas os seguintes atributos, temperatura e
conteúdo de água e solo, emissão de CO
2
e microartrópodos do solo, sendo
utilizados, delineamento em blocos casualizados (decomposição), parcelas
subdivididas (microartrópodos do solo) e parcelas sub-sub-divididas (respiração
edáfica). De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que a taxa de
decomposição de serapilheira de nim foi mais pronunciada no campo em
estagio de sucessão durante alguns meses e que a emissão de CO
2
resultante
da atividade microbiana e respiração das raízes foi maior no período noturno.
Quanto à fauna ocorreu maior população de microartrópodos quando à
distância de 40 cm de distância do caule das plantas de nim.
Palavras chaves: respiração do solo, atividade microbiana, ácaros, colêmbola.
Benvinda, Jordania Martins de Souza. NEEN (AZADIRACHTA INDICA)
RESIDUES DECOMPOSITION IN AGROECOSYSTEM ENVIRONMENTS IN
THE SEMIARID REGION OF PARAÍBA.
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the decomposition rates from
residues of neen plants (Azadirachta indica), soil respiration and soil
microarthropods under neen agroecosystem and area of primary succession.
The experiment was carried in the randomized blocks (rate decomposition), split
pot (soil microarthtropods) and split split pot (soil respiration) design, with five
replications, in São José de Espinharas, PB, Brazil. The residues were placed
in 1.0 mm mesh nylon bags (20 cm x 20 cm) which were placed on soil surface
and taken out at 30, 60, 90, 120, 150 and 180 days after. At each sampling date
the material was dried at 65ºC, cleane and the amount of dry matter remaining
were weighed to determine the loss percentage in relation to the initial weight.
Micro-arthropods were collected in the Berlese-Tuligren extractor. The soil
respiration was obtained with through of the CO
2
release. The data showed that
densities of Collembola were higer in the neen agroecosystem than those in
primary succession and decomposition rates of neen residues not differed
significantly in the two different systems; whereas the soil respiration was
highest in the nocturnal period. The microarthropods population was highest
when to long-distance of 40.0 cm stem of neen plants.
1. INTRODUÇÃO
O Semi-Árido Brasileiro abrange uma área de 764 a 950 mil km
2
. O fator comum
para inclusão na área tem sido considerado um limite máximo de precipitação anual
média (800-1000 mm) que também é identificada pelo tipo de vegetação. Os solos
exibem pouca profundidade sendo na maioria das vezes pedregosos, com pH elevado,
e alta saturação por bases. Nestas áreas há o predomínio de algumas culturas
agrícolas. O regime hídrico do semi-árido, com chuvas de curta duração, mas de alta
intensidade, aliado ao cultivo em áreas com declividade determinam a erosividade dos
solos.
Os agricultores destas áreas em geral não usam fertilizantes nas culturas, pois são
considerados antieconômicos, principalmente em função do risco da falta de água. Uma
vez que na situação atual a utilização de fertilizantes é praticamente inexistente, a
produtividade depende dos níveis de fertilidade natural dos solos e da possibilidade de
mantê-los através da ciclagem de nutrientes. A Paraíba exibe áreas de demanda por
fósforo de aproximadamente 62% do total do território. Assim como a maioria dos
estados nordestinos tem essa carência por este elemento (SAMPAIO et al.; 1995).
No semi-árido do nordeste do Brasil tem havido uma crescente pressão sobre a
vegetação nativa decorrente do aumento da demanda por produtos energéticos; neste
caso, a exploração dos recursos florestais é praticada sem considerar um plano
adequado de manejo. A atividade predatória sobre a vegetação da caatinga é, portanto,
uma prática de uso amplo na região semi-árida gerando conseqüências negativas à
medida que a ação de alguns fatores como chuva e vento têm causado a erosão dos
solos e perdas irrecuperáveis na diversidade florística e faunística além do declínio da
fertilidade dos solos e da qualidade da água, neste último caso em decorrência dos
processos de sedimentação. Desta forma, deve haver uma maior conscientização da
população rural quanto aos efeitos da utilização indiscriminada da vegetação da
caatinga bem como um maior empenho por parte dos órgãos de pesquisa no sentido de
se viabilizar práticas de manejo com vistas a minimizar os efeitos negativos sobre o
solo, desta atividade predatória (SAMPAIO et al., 1995).
Em regiões semi-áridas alguns autores enfocam que os materiais orgânicos
provenientes de plantas são agentes condicionadores do desenvolvimento. Manlay et
al. (2002), verificaram que na savana da África cultivos semipermanentes, ou
agroecossistemas podem ser implantados com intuito de se devolver ao solo carbono,
nitrogênio e fósforo. Os mesmos autores enfocam que, o uso de técnicas agroflorestais
pode ser uma saída para o sistema de cultivo de culturas naquelas regiões.
O nim é uma espécie de origem indiana tendo recebido atenção especial dos
pesquisadores, em todo o mundo, em razão da sua multiplicidade de uso e pela grande
importância de seus extrativos. Sua importância está relacionada ao uso como
inseticida, carrapaticida e nematicida. Outrossim, esta espécie de planta apresenta uma
concentração de nitrogênio nas folhas que poderia ser aproveitado pelos organismos do
solo. Colaborando com isto há uma constante e considerável deposição de material
vegetal (serapilheira) que, em última análise, exerce um forte impacto sobre o processo
e disponibilização de nutrientes, estruturação e atividade microbiológica dos solos por
aumentar, cada vez mais, o seu teor em matéria orgânica.
1. 1 - OBJETIVOS
1. 1. 1 - OBJETIVO GERAL
Determinar as taxas de decomposição de material orgânico, através da
determinação das taxas de material perdido.
1. 1. 2. – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Estudar a temperatura e umidade do solo
Verificar a emissão de CO
2
do solo
Quantificar os microartrópodos do solo.
2. REVISÁO DE LITERATURA
2. 1. Importância do Nim
A nim também chamada indiana lilás é uma meliaceae dicotiledônea dotada de
um bom nível de nitrogênio nas folhas, que pode ser comparado a espécies fixadoras
de nitrogênio (DEANS et al, 2003). Esta árvore é resistente a condições de altas
temperaturas e baixa disponibilidade de água, retirando-a das camadas mais profundas
(SMITH et al, 1997). Predominam em solos característicos da região semi-árida, além
de adaptar-se a condições de baixa fertilidade.
As folhas e galhos finos de nim têm sido usados com sucesso como cobertura e
fertilizante de solos. A torta da semente é um excelente fertilizante, tão rica em
nutrientes quanto os estercos. A torta de nim libera 56, 6% de nitrogênio em 60 dias
(KOUL et al., 1990).
Nim é comumente usada como cobertura de solo no período chuvoso no semi-
árido de Burkina Faso. Utilizando folhas de nim como cobertura morta TILANDER
(1993) encontrou aumento de cultivo de sorgo (Sorghum bicolor L. Moench), onde
cobertura foi aplicada no começo da estação chuvosa, sendo observado que houve
melhoramento do cultivo, disponibilidade de nutrientes provenientes das folhas, assim
como alta capacidade de retenção de água.
Nim tem sido bem sucedida na recuperação de áreas degradadas e terras áridas
do ocidente. As espécies crescem em áreas atingidas por teor de salinidade 5 dS m
-2
,
sendo muito susceptível a alcalinidade. A espécie responde com produtividade em
áreas degradadas, e disponível para inclusão em florestas e também em plantios de
culturas. Outras utilidades e nim podem se citadas a exemplo de boa sombra e como
quebra ventos em zonas áridas (BISWAS et al., 1995).
2. 2. Decomposição de Serapilheira
A decomposição é importante para muitos ecossistemas terrestres,
majoritariamente para os de produtividade primária que dependem da decomposição do
compartimento de serapilheira. Contudo, a taxa de decomposição varia em função da
temperatura, umidade, composição química do (KOUKOURA, 1998; KOKOURA et al.;
2003; MORETO et al.; 2001; PALM e SANCHEZ, 1991; TIAN et al.; 1992) estado
nutricional do solo (VERHOEVEN e TOTH, 1995; KISCHMANN et al.; 2000) e
microorganismos do solo (MOORE et al., 1988).
A decomposição do material orgânico é vital para manutenção da fertilidade dos
solos e ciclagem de nutrientes. A fauna edáfica em conjunto com diversos fatores como
temperatura, umidade, composição química dos materiais e fertilidade do solo dentre
outros, fazem com que esta decomposição seja acelerada ou retardada.
Teklay e Malmer (2004) citam que em condições secas a cobertura das árvores
pode não afetar a decomposição, e que resíduos orgânicos ricos em polifenóis,
considerados pobres, podem promover uma decomposição mais lenta do material, o
que promoverá uma maior fertilidade ao longo do tempo.
Musvoto et al (2000) verificaram que algumas espécies de plantas disponibilizam
nutrientes mais rapidamente que outras. Os mesmos autores citam a importância do
serapilheira de plantas para manutenção do carbono orgânico do solo.
Tornquist et al (1999) comparando sistemas agroflorestais com pastagem
verificaram que dos elementos encontrados, os maiores valores dos elementos Ca, Mg,
K e Na foram no local onde estava implantada pastagem. Os mesmos autores ainda
citam que o C mineralizável esta presente nesta área, não percebendo diferenças nos
níveis de matéria orgânica e biomassa microbiana.
Inicialmente, a decomposição é realizada pela fauna edáfica (PETERSEN e
LUXTON, 1982). Depois, o material é colonizado por bactérias e fungos, de modo que
os invertebrados artrópodes quebram fisicamente a serapilheira melhorando a
habilidade da microfauna e incrementando a ciclagem de nutrientes (ETTEMA, 1998;
WALL E MOORE, 1992).
Este parâmetro é freqüentemente quantificado usando sacolas com conhecida
quantidade de serapilheira. As sacolas postas no campo e contabilizadas pela perda de
massa ou índice de decomposição. A técnica tem limitações, de modo que se ignora o
fato de o material que está dentro da sacola estar em condição micro-climática diferente
do que está fora da sacola. Assim, enquanto o serapilheira da espécie em condições
normais se encontra em contato com outros de outras espécies, isso pode favorecer
sua decomposição (INESON e BRIONES, 1996; HANDAYANTO et al.; 1997; SANTOS
et al.; 2003) os que estão no interior da sacola não. Além disso, a técnica pode excluir
certos indivíduos da fauna. No entanto, as sacolas com serapilheira podem ser usadas
como ferramenta nos estudos de decomposição assim como estas limitações são
estudadas em outros, mais sensivelmente mensurados de modo que a respiração e a
mineralização são feitas concomitantemente.
O incremento dos resíduos de plantas propicia a produtividade dos sistemas
agrícolas. Através destes resíduos a ciclagem dos nutrientes do solo, matéria orgânica,
e melhoramento das propriedades físicas e biológicas são bem conhecidas, e isto é
uma pequena informação sobre o papel dos resíduos de espécies usados em sistemas
agroflorestais (KANG et al.; 1990). As decomposições dos resíduos de plantas e
liberação de nutrientes são conhecidas por afetarem a composição química do solo e a
natureza dos organismos.
Nos ambientes semi-árido, as características químicas e físicas do solo podem
influenciar a abundância de microorganismos do solo (NOBLE et al.; 1996) que são
necessários para decomposição do serapilheira.
As espécies vegetais de ambiente semi-árido podem diferir suas taxas de
decomposição por causa da variação interespecífica da qualidade, e em particular, pelo
tipo de serapilheira. Nos campos do semi-árido Mediterrâneo, as taxas de
decomposição de espécies abundantes podem influenciar a disponibilidade de
nutrientes, crescimento de plantas e produtividade destes. Relativamente poucos
estudos têm demonstrado o efeito de espécies vegetais sob a taxa de decomposição e
disponibilidade de nutrientes no semi-árido (VINTON e BURKE, 1995; CHEN e STARK,
2000).
A decomposição em sistemas agroflorestais difere daquela em sistemas naturais
ou agrícolas devido às diferenças no tipo e qualidade do material orgânico. A
serapilheira é um termo geral para as partes senescentes da planta. Ela difere do
material da biomassa verde foliar em que muito das compostos de C solúvel e
nutrientes são translocados das folhas durante a senescência, ocorrendo após a
abscisão e queda das mesmas. Como resultado a qualidade e taxa de decomposição
de serapilheira e folhagem de uma mesma planta pode ser completamente diferente
(CONSTATINIDES e FOWNES, 1994).
Reddy (1992) desenvolvendo trabalho para estimar a taxa de perda de massa de
serapilheira de nim na região de Andhra Pradesh (Índia), verificou que no final de um
ano, a perda de massa tinha sido de 50 % do peso inicial. No entanto, as perdas foram
maiores durante a estação chuvosa.
Teklay e Malmer (2004) verificaram no sudoeste da Etiópia, em sistemas
agroflorestais, que a serapilheira de Albizia gummifera decompõem-se mais
rapidamente que a serapilheira de Cordia africana; porém, os referidos autores
observaram que não houve nenhum efeito significativo do uso da terra nas taxas de
decomposição.
A perda de massa em Albizia gummifera, segundo Teklay e Malmer (2004)
correlacionou-se positivamente com a relação (lignina + polifenóis solúveis)/ nitrogênio
nos resíduos. Já em Cordia africana, a perda de massa correlacionou-se positivamente
com a concentração de taninos condensados, e as relações tanino condensados/
nitrogênio e (lignina + polifenóis solúveis) nos resíduos. Contudo, neste estudo, os
autores supracitados concluíram que, sob condições de seca, não houve alteração
significativa nas taxas de decomposição das espécies.
No Zimbábue, Muscovoto et al (2000) conduziram experimento com a finalidade
de comparar a taxa de decomposição de serapilheira de manga (Mangifera indica) com
a de espécies florestais. Após 18 meses, verificaram que a perda de massa da
serapilheira da mangueira foi menor que a de espécies florestais. Estes atribuíram tal
resultado as altas taxas de polifenóis, relação C/P, relação lignina/ N e relação C/N.
Contudo, os autores recomendaram o uso de serapilheira de manga, em virtude da
disponibilidade destes materiais nas propriedades, apesar da baixa qualidade destes.
Monteiro et al (2002), ao avaliarem a dinâmica de decomposição de material
vegetal proveniente de gramíneas e de leguminosas forrageiras, verificaram que,
apesar dos resíduos de Leucaena leucocephala possuírem altos teores de N, baixa
relação C/N e baixo teor de FDA, observaram menor evolução de C-CO
2
, o que é
justificado pelo alto teor de polifenóis solúveis capazes de complexar proteínas. Esses
resultados concordam com as afirmações de que a decomposição dos resíduos de
leguminosas pode ser dificultada pelo alto teor de polifenóis e sua relação com o
nitrogênio (PALM e SANCHEZ, 1991) e (lignina + polifenol)/ N (FOX et al.; 1990).
2. 3. Respiração Edáfica
Respiração edáfica é toda emissão de CO
2
proveniente da atividade das raízes e
de organismos que vivem no solo. Os meios que regem esta respiração estão ligados
na maioria das vezes à temperatura e a umidade, fertilidade, tipo de solo e de
vegetação (RUSTEAD et al.; 2000).
Segundo SCHILENTER e CLEVE (1985), este processo surge de pelo menos
três fontes metabólicas: a respiração microbiana, das raízes e dos organismos. Além
disso, podem ser incluídas ainda, algumas fontes não metabólicas como oxidação
química dos minerais do solo (LIRA, 1999) e reações com compostos fenólicos (DEC et
al.; 2003).
O mais utilizado método para medir a respiração edáfica é o de solução com
álcalis, apesar de existirem outros métodos mais eficazes. Jensen et al (1996)
comparando dois métodos de medição para esta variável verificaram que os métodos
dinâmicos, como o uso de analisador portátil de gás infravermelho é mais eficaz do que
os obtidos pela solução de álcali. Os mesmos autores citam que enquanto o método por
álcali consegue medir apenas de 0- 300 mg de CO
2
-C. m
-2
. h
-1
, o método infravermelho
mede de 0- 2500 mg de CO
2
-C. m
-2
. h
-1
.
Welsch et al (2004) verificaram que a temperatura e a umidade podem atuar no
aumento desta respiração. Os autores observam que aquelas quando altas são
responsáveis por maiores valores, não sendo isso observado em solos secos, onde a
respiração é baixa. Estes dados concordam com os de Reichstein et al (2002) quando
estudavam o efeito da temperatura e umidade em dois tipos de solos. Estes autores
mostraram que sozinha, a temperatura não é capaz de aumentar os níveis de
respiração edáfica se não houver uma dada umidade, e que com a diminuição de
compostos lábeis há uma diminuição desta atividade. A temperatura e a umidade,
segundo Sjogersten e Wookey (2002) são capazes de explicar apenas 60% da taxa de
emissão de CO
2
pelos solos.
O efluxo de CO
2
também é induzido pela presença de substratos orgânicos.
Neely et al (1991) verificaram que materiais remanescentes foram significativamente
relacionados à respiração. Neste sentido, há uma grande perda de compostos lábeis,
devido à atuação de microorganismos.
Comparando solos aráveis, pastagem e de floresta, Hofman et al (2004)
observaram que os primeiros apresentaram menor respiração basal. Os maiores
valores encontrados foram para os solos de pastagem e de floresta, respectivamente.
Gough e Seiler (2004) examinando a respiração edáfica notaram que esta se
dava em maior proporção quando medida no canteiro das árvores, e também pode
perceber que a mesma aumentava com a idade da planta, sugerindo que o tempo é
responsável pela correlação destes parâmetros. Os autores creditam esses valores ao
aumento do número de raízes com a idade da planta.
Tentando encontrar fatores que possam explicar a respiração edáfica, Ekblad et
al (2005) citam não só a temperatura e umidade do solo, mas também a umidade e
temperatura do ar, ou seja, que as condições de tempo também podem influenciá-la.
Além disso, a produção de fotoassimilados pode também influir de maneira significativa
(EKBLAD e HOGBERG, 2002).
Os maiores níveis de respiração acontecem no período noturno, Souto et al.
(1996) contabilizando a atividade microbiana pela decomposição de estercos no semi-
árido brasileiro, pode verificar que esta se apresentava maior neste período.
Shlesinger et al (1996) incubando solos a temperatura de 38, 22, 15 e 4º C,
observaram que a taxa de emissão de CO
2
variou com a temperatura e o tempo de
observação. Os mesmos autores verificaram mudanças conferidas pelo tipo de
horizonte do solo, e ainda, que o aumento da temperatura decresceu a taxa de emissão
com o tempo, nas temperaturas de 15, 22 e 38
o
C, isso devido ao desaparecimento do
substrato orgânico. Nesta última, pode-se notificar que, decresceu 50% durante as três
primeiras semanas.
As análises de CO
2
são muito importantes para o estudo dos solos envolvendo a
atividade biológica, material orgânico em decomposição, a quantidade de biomassa
microbiana.
A temperatura do solo sofre variações diárias e sazonais, com marcada
influencia nos horizontes superficiais, que são de maior atividade microbiana. Portanto,
várias pesquisas demonstram a estreita correlação entre atividade biológica medida
pela respiração ou liberação de CO
2
e a temperatura do solo medida “in situ” (TSAI et
al.; 1992). Ao investigarem a influência da respiração do solo e padrões sazonais sobre
a produtividade florestal em dois diferentes ecossistemas, Toland e Zak, (1994)
verificaram que a respiração da raiz diminuía, enquanto a respiração microbiana
aumentava, em resposta as temperaturas mais quentes do solo e a maior
disponibilidade de carbono neste.
A respiração do solo para Singh e Gupta (1977) é um indicador da intensidade
de decomposição, e essa intensidade mostra-se distinta no curso diário e anual,
dependendo do clima e da atividade biológica do solo. Para esses autores a respiração
do solo aumenta com a temperatura, e para determinada temperatura ela é maior em
condição de umidade ótima.
Para Conant et al (1998) a respiração do solo pode variar espacialmente e
sazonalmente estando bastante relacionada à umidade do solo. A umidade do solo
pode influenciar a respiração do solo em quase todas as estações do ano,
particularmente em ecossistemas áridos e semi-áridos (AMUNDSON et al.; 1989).
Os ecossistemas áridos e semi-áridos compreendem mais de um terço da
superfície terrestre, e neles, a temperatura incrementando a respiração do solo é
facilitada pela baixa umidade deste durante o ano nestas áreas (RAICH e POTTER,
1995).
Condições extremas de umidade podem limitar o efluxo de CO
2
; a baixa umidade
limita a respiração microbiana e das raízes (YUSTE et al.; 2003) e a alta umidade pode
diminuir a porosidade do solo limitando desta forma a liberação de oxigênio e CO
2
(BOUMA e BRYLA, 2000). A influência da umidade pode não explicar completamente o
efluxo de CO
2
, pois existem outros parâmetros a serem observados como, raízes e
microorganismos que podem responder diferentemente a níveis de umidade e
temperatura.
Dilustro et al (2004) encontrou que o efluxo de CO
2
é influenciado pela umidade,
temperatura e textura do solo. Fang e Monerieff (2001) também afirmam que a
temperatura exerce forte influência sobre esse parâmetro. Reich et al (1997) cita
também a influencia da disponibilidade de nutrientes do solo sob o efluxo de CO
2
.
O método usual para quantificar a atividade microbiana nos solos consiste na
medição da respiração do solo através da evolução do dióxido de carbono ou consumo
de oxigênio, os quais dependem da composição da biomassa microbiana no solo,
temperatura ambiente e conteúdo de umidade.
Usualmente, o dióxido de carbono produzido pelos microorganismos no solo é
aprisionado em uma solução de KOH ou NaOH para determinar a respectiva
quantidade através de métodos titrimétricos ou condutimétricos. A primeira técnica
mede o excesso de hidróxido que não reagiu, permitindo sua determinação, por
diferença da evolução do gás do solo. O método condutimétricos emprega a medição
direta da condutância de íons na solução por considerar a soma de todos os íons
presentes (RODELLA e SABOYA, 1999).
Outro método aplicado na investigação da atividade microbiana do solo é o uso
da técnica calorimétrica a qual têm aumentado devido a sua facilidade na coleta dos
dados. Alguma pesquisa calorimétrica tem sido comparada com métodos clássicos para
microbiologia do solo fazendo referência a solos temperados, porém tais comparações
são escassas para solos tropicais (RAUBUCH E BEESE, 1999).
No semi-árido existem poucos trabalhos que quantifiquem a respiração edáfica
emitida pelos solos. Souto et al (2002) estudou nestas regiões a decomposição de
estercos de animais em determinadas profundidades. Outros trabalhos sobre o mesmo
tema acrescidos de decomposição de serapilheiras na caatinga foram conduzidos na
mesma região por Rodrigues et al (2004) e Silva (2003).
2. 4. Microartrópodos do Solo
Os microartrópodos do solo compreendem os ácaros, collêmbolos com tamanho
variando de 0,08 mm e 0,5 mm, representando o principal grupo da fauna do solo que
tem uma importante função na ciclagem de nutrientes através de sua atividade
reguladora na decomposição dos materiais orgânicos e ciclagem de nutrientes
(SEASTEDT, 1984).
A degradação do solo devido aos distúrbios físicos associados com o cultivo,
depressão da matéria orgânica do solo, redução na diversidade florística e ausência de
cobertura vegetal em parte do ano, induz a diminuição na população dos
microartrópodos do solo (CURRY e GOOD, 1992).
A densidade da população e composição da fauna do solo é um indicador das
condições do solo e reabilitação da qualidade do ecossistema, por estes integrarem
informações sobre outros valores bem como a qualidade do solo (KAISER e
LUSSENHOP, 1992). Espécies arbóreas afetam a população da fauna do solo devido
modificarem a qualidade do material orgânico e as condições microclimáticas
ambientais do solo.
A decomposição do serapilheira é essencial para transferência de nutrientes e
energia para os ecossistemas. A fauna do solo controla esse processo pela digestão e
quebra do serapilheira e estimulação dos microorganismos (BYZOV et al.; 1996;
MARAUN e SCHEU, 1996).
A composição do solo e a da serapilheira dependem principalmente da fauna e
das condições ambientais. Em condições alcalinas, de vento e solo rico em nutrientes a
fauna é caracterizada por largas espécies (macrofauna), que contribuem para formação
de húmus mull. Em condições acidas e pobres em nutrientes, a micro e mesofauna
dominam e desenvolvem húmus modder (SCHAEFER e SCHAUERMANN, 1990;
DAVID et al.; 1993). Naturalmente na transição entre estes tipos pode ser formados
húmus mull e modder (IRMLER et al.; 1997). Durante a decomposição a composição da
fauna sofre modificações que induzem mudanças estruturais, químicas e biológicas no
serapilheira (HASEGAWA e TAKEDA, 1996).
Os processos de decomposição são alterados pela rede alimentar (DILLY e
IRMLER, 1998). As condições ambientais e as sucessivas mudanças da composição da
comunidade do solo influenciam a atividade da fauna, portanto o modo de
decomposição de serapilheira.
O impacto dos organismos do solo sobre a fertilidade em plantações de árvores
em regiões tropicais não são explorados largamente, apesar da fauna ser um fator de
grande contribuição para os processos de decomposição da matéria orgânica em
trópicos úmidos (LAVELLE et al.; 1993), e que a fertilidade dos solos tropicais que
dependem largamente dos sistemas biológicos para regulação da decomposição.
Tian et al (1992) observaram que resíduos de plantas de várias qualidades
induzem mudanças microclimáticas no solo, como temperatura e umidade; no entanto,
fatores ambientais isoladamente não podem explicar as diferenças na população da
fauna.
Henegan et al (1999) verificaram que o efeito dos microartrópodos do solo sobre
a perda de massa dos substratos são significativos nos trópicos. Os estudos dos
sistemas temperados, com evidência dos trópicos, indicam que plantações de espécies
que variam a qualidade do serapilheira podem afetar a população faunística, resultando
em diferentes mobilizações de nutrientes, afetando assim a ciclagem de nutrientes e a
fertilidade dos solos.
Fonseca e Sarkar (1998) verificaram que os entre os meses do ano há uma
mudança significativa da quantidade de indivíduos da mesma espécie. O mesmo autor
cita que a quantidade de ácaros e collêmbolos estão relacionados a solos que contém
materiais orgânicos.
A presença de ácaros é percebida nos mais variados ambientes, em solos de
floresta esse percentual pode chegar a 49,42 % do total, sendo que em regiões de
savana esse percentual cai para 26,11% (NOTE et al.; 1996). Estes animais estão
presente em maior quantidade durante a estação chuvosa e representam 76% do total
da fauna edáfica (ADEJUYIGBE et al.; 1999).
Segundo Stamou et al (1995) os ácaros exibem um aumento da taxa respiratória
em altas temperaturas, sendo capazes de se adaptar depois de um certo tempo.
Maraun et al (1996) verificaram que os ácaros são importantes para
desenvolvimento da biomassa microbiana em solos. O mesmo autor cita a importância
desta espécie para resiliência de fungos nos solos. Franklin et al (2005) observa que
esta espécie está situada geralmente em maior quantidade perto de arbustos, sendo as
gramíneas pouco escolhidas como habitat.
Ouédraogo et al (2004) estudando a fauna do solo em Burkina Faso na África
verificaram que esta exerce forte influência na quebra da matéria orgânica. O autor
ainda cita a interação entre, qualidade das fontes orgânicas, fauna do solo e tempo de
decomposição.
Lindberg e Bengtsson (2005) perceberam que alguns organismos do solo sofrem
os efeitos da seca. Este autor observa a maior capacidade dos collêmbolos se
reproduzirem nestas condições, sendo os ácaros pouco eficientes.
Correa Neto et al (2001) estudando mesofauna edáfica puderam verificar que
esta migra para a serapilheira no verão, sendo a maior diversidade verificada no
outono. Os autores citam que a floresta secundária é responsável pelos maiores
valores de fauna, podendo isto estar relacionado a maior variedade da cobertura
vegetal existente nesta área quando comparada com a área de floresta de eucalipto, o
que pode estar favorecendo uma maior manutenção da umidade do solo nesta área.
A fauna é de grande importância para os processos físicos do solo. Sarr et al
(2001) verifica que a ausência destes indivíduos em zonas semi-áridas diminuem a
capacidade de infiltração de água.
Alguns autores investigando a fauna do solo perceberam que alguns indivíduos
são mais influenciados pelas condições climáticas que outros. Isso foi verificado na
comunidade de collêmbolos e ácaros onde estes últimos se apresentaram mais
estáveis nestas condições que aqueles (IRMLER, 2004). Pflug e Wolters (2001) citam
que collembolas são sensivelmente afetados pela falta de umidade.
Irmler (2000) estudando a contribuição da fauna edáfica do solo, verificou que
esta é positivamente correlacionada a perda de massa e idade do serapilheira. O
mesmo autor enfoca que as maiores taxas de liberação de N se dão em sacolas de
maiores malhas.
A formação de agregados do solo se deve em grande parte a presença da
população microbiana. Este autor suprimindo a vidas destes organismos verificou que
sem estes, a formação de agregados diminuía (BOSSUYT et al.; 2001).
Bardgett e Chan (1999) estudando o efeito de collembolas e nematóides do solo
verificaram os nematóides sozinhos não influem na mineralização, mas quando na
presença daqueles a mineralização de compostos orgânicos mostra-se significante.
Kaneko et al (1998) cita que a fauna do solo pode interferir na respiração edáfica.
O mesmo autor ainda cita que estes animais podem ter efeito negativo sobre a
biomassa de fungos.
Mandeel (2002) observam que a comunidade fúngica associada a raízes de
plantas em habitat semi-árido está presente em menor número durante o período seco.
O autor relaciona a presença destes a idade da planta, umidade do solo e produção de
exudados.
Estudando a densidade de microartrópodos na serapilheira de nim, em Andhra
Pradesh (Índia), Reddy (1992) observou que não houve diferenças significativas para
densidade, quando se comparou sacolas de náilon com aberturas de malha de 1mm e
4 mm. O autor verificou que nas condições experimentais, os ácaros e collembolas
constituíram mais de 82% do total de microartrópodos do solo.
Reddy (1992) observou também que a densidade de microartrópodos aumentou
significativamente quando ocorreram maiores precipitações e a serapilheira de nim
estava úmida.
Badejo et al (1998) Observaram no Instituto Internacional de Agricultura Tropical,
em Ibadan, na Nigéria, que o aumento do número de collembolas foi sempre superior
nas áreas onde havia a presença de espécies arbóreas (Leucaena leucocephala,
Gliricidia sepium) em detrimento de outras áreas onde se encontravam gramíneas como
Treculia africana e Dactyladeria barteri, ou seja, em pastagens.
Os ácaros, segundo Stamov et al (1995) apresentam variação na atividade
metabólica em função da temperatura do solo. Suportam tanto temperaturas elevadas
como mais baixas, indicando a existência de um mecanismo energético homeostático,
prevenindo um aumento do metabolismo e, dessa forma, um maior custo de
manutenção durante períodos desfavoráveis do ano.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3. 1. Descrição da área de estudo
O experimento foi conduzido entre maio e outubro de 2004 no semi-árido da
Paraíba, a aproximadamente 9 km do município de São José de Espinharas, sob as
coordenadas geográficas 6
o
48’ 45 “latitude sul e 37
o
18’45” de longitude oeste na
microrregião de Patos. O clima da região é de característica semi-árida (Bsh, segundo
Köppen), com temperaturas médias anuais térmicas superiores a 25º C, pluviosidade
média anual de 1000 mm e chuvas irregulares. Na época em que o estudo foi realizado,
o plantio de nim (Figura 1) contava com quatro anos de idade.
Figura 1. Área de campo em estágio de sucessão e agroecossistema de nim
respectivamente
O município de São José de Espinharas apresenta uma área territorial de 726,
654 km
-2
, fica situado na depressão do Alto Piranhas. É um município de forte influência
agrícola e constantemente sujeito a grandes secas.
No município predomina a associação de luvissolos fase pedregosa e neossolos
litólicos eutróficos com horizonte “A” fraco, textura arenosa e/ou média, fase pedregosa
e rochosa sendo o substrato gnaisse e granito (BRASIL, 1972).
O espaçamento apresentado no povoamento é de 5m x 5m.. Nos três primeiros
anos de implantação do nim foram feitas podas de condução para permitir a formação
de um fuste bem definido. Dois anos antes do experimento foi realizada adubação
química com uréia, superfosfato simples e cloreto de potássio, sendo que, anualmente
é realizada adubação orgânica com esterco bovino.
3. 2. Análise do Solo
Foram coletadas amostras de solo da camada arável (0-20 cm) das áreas
experimentais, homogeneizadas, sendo enviada duas amostras composta ao
Laboratório de Análises de Solo e Água do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina Grande em Patos, para realização das análises
químicas de rotina. As análises foram realizadas de acordo com o método descrito em
EMBRAPA (1999). Foi analisado o pH por extração em solução de CaCl
2
a 0,1 M, Na
+
e K
+
por fotometria de chama, P por espectrofotometria e Ca
+2
e Mg
+2
por titulometria,
cujos resultados são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 - Caracterização química dos solos das áreas experimentais, em São José
de Espinharas - 2004.
Áreas pH P Ca Mg Na K H+Al CTC SB V
mg. dm
-
3
________________cmolc. dm
-
3
______________ %
Nim 6,3 211,7 10,0 2,0 0,4 1,4 1,3 15,1 13,8 91
CESP* 6,3 161,9 5,8 3,5 0,35 1,7 1,3 13,1 11,4 86
*CESP= campo em estágio de sucessão primária
3. 3. Temperatura do Solo
A medição da temperatura do solo foi realizada quinzenalmente, às 6:00 e às
18:00 horas, na superfície do solo, 10 e a 20 cm de profundidade, utilizando termômetro
digital.
3. 4. Conteúdo de Água do Solo
A umidade do solo também foi avaliada quinzenalmente, sendo coletadas
amostras a 10 cm de profundidade aleatoriamente na área experimental em recipientes
de peso conhecido. O conteúdo de água do solo também seguiu o mesmo período de
dias de observação, sendo coletadas amostras a 10 cm de profundidade aleatoriamente
na área experimental em recipiente de peso conhecido. Sendo determinada pelo
método da estufa, em que a massa de uma amostra de solo é pesada antes e depois
da secagem para verificação da perda de água. Utilizou-se a expressão:
massa de água
massa de solo seco
x 100
U =
3. 5. Decomposição da Serapilheira
3. 5. 1. Coleta e Preparo da Serapilheira
A coleta do material vegetal utilizado na determinação da taxa de decomposição
da serapilheira foi concentrada no terço inferior da copa das árvores de nim, sendo o
material coletado constituído de folhas e galhos finos ( < 2,0 cm e 20 cm de
comprimento). Após a coleta, o material vegetal foi lavado com água corrente e exposto
às condições ambientais para secagem, durante 24h. Em seguida, foi acondicionado
em sacos de papel e levados para secagem em estufa de circulação forçada de ar até
peso constante, a uma temperatura de 65
o
C.
3. 5. 2. Confecção das Sacolas de Náilon
As sacolas foram confeccionadas com tela de náilon, com dimensões de 20cm x
20 cm e malha de abertura 1, 0 mm
2
, costuradas, deixando-se um dos lados aberto
para colocação da serapilheira do nim, cerca de 20 g por sacola, sendo dispostas na
superfície do solo.
A abertura da malha foi planejada para permitir o acesso da mesofauna, tais
como cupins, pequenos besouros e artrópodes, assim como microorganismos
(bactérias, fungos, nematóides e protozoários).
3. 5. 3. Avaliação da decomposição
Para avaliar a decomposição de serapilheira, 30 sacolas de náilon foram
aleatoriamente posicionados sobre o solo no povoamento de nim (Figura 2), enquanto
que outras 30 sacolas foram dispostos em campo em estágio de sucessão;
mensalmente coletou-se cinco sacolas de cada área para análises. O material contido
em cada sacola de náilon coletada foi limpo e submetido à secagem em estufa de
circulação forçada de ar, a uma temperatura de 65
o
C, até peso constante. Após esta
fase, o material vegetal foi pesado em balança de precisão para se determinar o
percentual remanescente.
Figura 2.- Amostra de sacolas de náilon expostas no campo em estágio de sucessão e
agroecossitema de nim.
Remanescente (%)= massa inicial x 100
massa final
3. 6. Respiração Edáfica
A respiração edáfica foi estimada quinzenalmente, utilizando-se o método
descrito por Grisi (1978), onde nesse método o CO
2
liberado por uma área do solo é
absorvido por solução de KOH 0,5 N e sua dosagem por titulação com HCl 0,1N,
utilizando como indicadores a fenolftaleína e o alaranjado de metila, preparados,
seguindo metodologia utilizada por Morita e Assumpção (1993).
O conteúdo de cada recipiente plástico foi coletado em dois intervalos distintos,
cada um de 12 horas; o primeiro correspondeu ao período diurno, entre às 6: 00 h e 18:
00 h e o segundo, ao período noturno, entre às 18: 00 h e 6: 00 h. Os recipientes foram
divididos em três grupos de 15 sendo cada grupo posicionado na superfície do solo a
20, 40 e 60 cm de distância do caule das plantas de nim. Aos recipientes contendo 10
mL da solução de KOH foram sobrepostos recipientes de PVC que cobriam uma área
de 660,52 cm
2
, vedados com o solo (Figura 3).
29,0 cm
Figura 3. Desenho esquemático do material utilizado na medição da respiração
edáfica.
Tijolo
Balde
Recipiente com
KOH
Superfície do
solo
O controle experimental foi estabelecido a partir de um recipiente plástico
hermeticamente fechado, contendo a mesma solução usada nos tratamentos. Após o
término da coleta das amostras correspondentes ao período diurno, novos recipientes
contendo a solução foram colocados para a estimativa da respiração edáfica relativa ao
período noturno. As amostras retiradas foram hermeticamente fechadas e
transportadas para o LASAG/ CSTR/ UFCG, para análise e determinação da
concentração de CO
2
dissolvido no KOH, utilizando-se a equação:
mg CO
2
= 352. (V
A
- V
B
) x N
B
x N
A
. 10
3. P. A
B
onde:
m
CO2
= massa de CO
2
em mg. m
–2
. h
–1
V
A
= diferença de volume de HCl gasto na primeira e segunda etapa da titulação da
amostra (mL)
V
B
= diferença de volume de HCl gasto na primeira e segunda etapa da titulação do
controle (mL)
N
A
= Concentração de HCl, em n-eq/L
N
B
= Concentração de KOH, em n-eq/L
P= Período de permanência da amostra no solo (horas)
A
B
= Área de abrangência do balde (cm
2
)
3. 7. Microartrópodos do Solo
Para a estimativa dos componentes da mesofauna, procedeu-se à coleta de solo,
a distâncias de 20, 40, e 60 cm do caule das plantas de nim; as amostras foram
retiradas com auxílio de anéis de aço, com 5,0 cm de diâmetro e 5,0 cm de altura, as
quais foram adequadamente armazenadas e transferidas. A análise da extração dos
ácaros e collêmbolos foi conduzida de acordo com os procedimentos do método de
Berlese-Tullgren, com modificações feitas por Lira (1999). Esse método consiste na
migração descendente da mesofauna em decorrência da elevação da temperatura
sobre as amostras do solo provocadas pelo calor emanado por lâmpadas de 25 W
(Figura 4). Os ácaros e collêmbolos foram coletados em recipientes contendo solução
de álcool a 80%, tendo os ácaros e collembolas sido identificados com auxílio de lupa.
Figura 4. Aparato de Berlese-Tullgren.
3. 8. Delineamento Experimental e Análises Estatísticas
3. 8. 1. Decomposição de Serapilheira
Os tratamentos foram distribuídos em blocos casualizados com cinco repetições,
e corresponderam às coletas mensais das sacolas de náilon. Os blocos foram os dois
ambientes amostrais (povoamento de nim e campo em estágio de sucessão). As
análises foram conduzidas com auxílio do software Estatística (1999); O esquema de
análise de variância (ANOVA) utilizado é mostrado na Tabela 2.
Tabela 2 - Esquema da ANOVA utilizado no experimento para avaliar a decomposição
de serapilheira em agroecossistema de nim, Em São José de Espinharas
- 2004.
Fonte de Variação GL
Meses 5
Bloco 1
Tratamento x Bloco 5
Resíduo 48
Total 59
3. 8. 2. Respiração Edáfica
Na avaliação deste parâmetro foi utilizado o delineamento em blocos
casualizados com parcelas sub-subdivididas segundo Steel e Torrie (1980), com a
distância nas parcelas, as quinzenas nas sub-parcelas e os turnos nas sub-sub-parcela.
Cada parcela foi constituída de 3 árvores, sendo 15 observações nestas. E, para cada
sub-parcela e sub-sub-parcela 150 e 300 observações respectivamente (Tabela 3).
Tabela 3 - Esquema de ANOVA utilizado no experimento para avaliar respiração
edáfica em agroecossistema de nim, em São José de Espinharas - 2004.
Fonte de Variação GL
Distancias (D) 2
Blocos (B) 4
Resíduo (a) D x B 8
Parcelas 14
Quinzenas (Q) 9
D x Q 18
B x Q 36
Resíduo (b) B x D x Q 72
Sub-Parcelas 149
Turno (T) 1
D x T 2
Fonte de Variação GL
B x T 4
D x B x T 8
Q x T 9
D x Q x T 18
B x Q x T 36
Resíduo (c) D x B x Q x T 72
Sub-sub-parcelas (Total) 299
3. 8. 3. Microartrópodos do Solo
Na avaliação deste parâmetro foi utilizado o delineamento em blocos
casualizados, com as parcelas sub-subdivididas, sendo a distância nas parcelas e as
quinzenas nas sub-parcelas. Cada parcela foi constituída de três árvores, sendo 15
observações nestas. E, para cada sub-parcela 150 observações (Tabela 4) .
Tabela 4 - Esquema de ANOVA utilizado no experimento para ácaros e collembolas
em agroecossistema de nim, em São José de Espinharas - 2004.
Fonte de Variação GL
Distâncias (D) 2
Blocos (B) 4
Resíduo (a) D x B 8
Parcelas 14
Quinzenas (Q) 9
D x Q 18
36 B x Q
B x D x Q (Resíduo b) 72
Sub-parcelas (Total) 149
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. 1. Temperatura e Umidade do Solo
A precipitação durante o período experimental foi de 17; 28; 20; 0; 0; 0 e 0 mm
para maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro respectivamente. A
representação gráfica da temperatura e umidade do solo nos cinco meses do período
experimental encontra-se na Figura 1.
Figura 5. Temperatura e conteúdo de água do solo na superfície e a 10 cm
de profundidade respectivamente observada durante o período
experimental.
A temperatura e o conteúdo de água do solo nos períodos manhã e tarde,
medida quinzenalmente, durante a condução do experimento. Observa-se que, de
maneira geral, as temperaturas à tarde foram superiores as obtidas pela manhã e que
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Temperatura do Solo (
o
C)
Quinzena
Nim Manhã
Testemunha Manhã
Nim Tarde
Testemunha Tarde
12345678910
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Umidade do Solo (%)
Nim Manhã
Testemunha Man
Nim Tarde
Testemunha Tarde
Conteúdo de água do solo
Temperatura
os teores de umidade seguiram efeito contrário ao da temperatura. Essa maior
temperatura do solo no período da tarde pode ser atribuída ao acúmulo de calor no
solo, no decorrer do dia, refletindo, desta forma, temperaturas mais elevadas.
Esses valores contrastam com os obtidos nos meses seguintes onde a
temperatura se elevou como conseqüência da diminuição da água do solo. Segundo
Souto (2002) a temperatura do solo, no semi-árido nos meses de janeiro, março, maio e
dezembro atingem mais de 30
o
C. Os dados de temperatura do solo obtidos no
presente estudo foram semelhantes aos observados por Silva et al. (2003) e Maia et al.
(2002) quando desenvolveram trabalhos em Patos (PB).
Tian et al (1993) verificaram que resíduos de plantas podem induzir mudanças
microclimáticas no solo, como temperatura e o conteúdo de água do solo. Extremos de
conteúdo de água do solo podem limitar o efluxo de CO
2
; já que quando baixa, este
limita a respiração microbiana e das raízes (YUSTE et al., 2003).
4. 2. Decomposição dos resíduos de nim
A influência dos ambientes sobre o processo de decomposição foi verificada nas
duas áreas. No campo em agroecossistema de nim a taxa de decomposição foi
significativamente inferior a do campo em estágio de sucessão (Tabela 5) apenas nos
meses de setembro e outubro de 2004. A partir deste instante não houve diferenças
significativas para ambas as áreas.
Tabela 5 - Percentual remanescente dos resíduos de nim em agroecossistema de nim
e campo em estágio de sucessão primária (CESP).
Área %
Serapilheira
Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
Nim 100 74,43 a 71,90 a 65,57 a 64,55 a 59,92 a 50,38 a
Cesp 100 77,83 a 66,57 a 61,41 a 54,64 b 50,46 b 47,19 a
Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
As taxas de decomposição apresentadas foram semelhantes àquelas obtidas por
Reddy (1992) na região semi-árida de Andhra Pradesh na Índia, entre março de 1985 a
abril de 1986. O autor verificou que a taxa de decomposição de folhas de nim foi mais
pronunciada durante os meses iniciais do experimento, o qual coincidiu com o período
onde ocorreram maiores precipitações. No entanto Teklay e Malmer (2004) relatam que
a decomposição de resíduos orgânicos provenientes de plantas em condição de seca
não sofrem maiores alterações quando as precipitações são baixas. Assim no presente
estudo as características microclimáticas favoreceram essa maior decomposição (+
50%) em apenas seis meses, que correspondeu ao período experimental.
A diferença na taxa de decomposição do material entre as áreas expressa uma
maior interação entre o ambiente e a qualidade do material exposto ao solo. A
decomposição do material situado na área de campo em estágio de sucessão foi mais
pronunciada durante os meses de setembro e outubro de 2004; isso talvez se deva à
presença de materiais de várias espécies de plantas que crescem nestes locais, essa
mistura pode ter sido um agente condicionador para as reações do processo de
decomposição da serapilheira.
Alguns autores citam que a decomposição e mineralização de materiais
provenientes de plantas podem ser benéficas, melhorando a capacidade dos materiais
de se decomporem (SANTOS et al., 2003; INESON e BRIONES, 1996). Mas outros
autores citam que essa mistura pode condicionar a complexação de proteínas podendo
prolongar esse processo (HANDAYANTO et al., 1997).
A influência do tempo nas taxas de decomposição foi verificada somente no mês
de setembro e outubro para as áreas de nim e campo em estágio de sucesssão, onde
esta última apresentou maiores taxas. As sacolas sobre o campo em estágio de
sucessão também podem ter sofrido maior decomposição pela interação com os
estercos de animais que circulavam na área.
Muscovoto et a l(2000) citam que apesar de alguns materiais vegetais não
apresentarem altas taxas de decomposição, estes são importantes devido a
disponibilização de nutrientes e proteção dos solos. Teklay e Malmer (2004)
acrescentam que em condições de seca a cobertura de arvores pode não afetar a
decomposição, e que resíduos orgânicos ricos em polifenóis podem promover
decomposição mais lenta de materiais, o que promove uma maior fertilidade ao longo
do tempo.
A Figura 6 mostra o modelo da análise de regressão do percentual de
decomposição de nim situada no agroecossistema de nim e campo em estágio de
sucessão. O comportamento da curva mostra de modo geral que, com o tempo houve
um maior percentual de decomposição nas duas áreas estudadas. Assim pode-se dizer
que mesmo em condições diferentes a decomposição se mostrou semelhante na maior
parte do tempo, apesar de que na área de campo em estagio de sucessão ter
apresentado maiores valores de decomposição que a área onde estava situado o
plantio de nim. Foi observada pela equação, que nos primeiros 60 dias houve uma
maior decomposição de serapilheira de nim tendo nos outros meses a decomposição
apresentado comportamento constante.
A maior decomposição no campo em estágio de sucessão durante os meses de
setembro e outubro deve ter sido influenciada pela presença de gramíneas. Tornquist et
al (1999) evidenciaram que os maiores valores dos elementos Ca, Mg, K e Na no solo
foram encontrados em ambiente de pastagem. Os autores ainda dão importância aos
maiores níveis de biomassa microbiana para estas áreas. Com isso, pode-se dizer que
em condição de maior fertilidade pode ter havido uma maior mineralização da matéria
orgânica.
Figura 6. Percentual da serapilheira de nim decompostas nas
duas áreas estudadas durante o período
experimental.
4. 3. Respiração Edáfica
A respiração noturna apresentou-se significativamente maior que a diurna
(Figura 7) apenas onde o efluxo de CO
2
foi mensurado a 40 e 60 cm do caule das
plantas de nim. Esses dados concordam com os de Souto et al. (1999) quando
verificaram que a atividade microbiana através da respiração edáfica no semi-árido
brasileiro. Os dados de respiração diurna e noturna provavelmente apresentaram
variação significativa devido ao aumento gradual de temperatura do solo que recebe
calor durante o dia e que se mantém até determinado período.
Figura 7. Interação entre respiração edáfica,
distâncias e períodos.
A temperatura não exerceu influência significativa para equação de predição da
respiração edáfica (P>0,05). Dentre os fatores estudados, a quinzena poderia explicar
com maior percentual, ou maior coeficiente de correlação. Mas pela não adequação,
marcada pela incerteza das condições ambientais em anos posteriores, não se optou
por colocar a quinzena na equação matemática. A marcada influência desta variável
para explicar o parâmetro deve ocultar alguns outros efeitos isolados como: umidade e
temperatura do ar, já que (EKBLAD et al, 2005) verificaram que a temperatura e
umidade do ar também têm influencia sobre a respiração do solo.
B
B
A
A
A
A
0
50
100
150
200
250
20 40 60
Distâncias (cm)
mg CO
2
. m
-2
. h
-1
Diurno
Noturno
Então pela não observância destes efeitos utilizou-se a para explicar esse
fenômeno apenas as distâncias e o conteúdo de água do solo com a equação mostrada
na Figura 8. Esta equação explica apenas 30% desta variável.
Figura 8. Gráfico representativo do modelo matemático que relaciona conteúdo de
agua do solo (%) e distância do caule (cm) com a respiraçao edáfica
durante o período diurno.
O pequeno percentual de explicação desta variável pode ser entendido já que
Ekblad et al(2005) quando contabilizaram a respiração edáfica usando a temperatura e
umidade do solo conseguiu explicá-la com 55%. Valor próximo (60%) aos destes
autores foi encontrado por Sjogersten e Wookey (2002) também estudando a influência
da temperatura e umidade.
Os maiores valores de respiração edáfica foram encontrados perto do caule das
árvores. Gough e Seiler (2004) também encontraram valores semelhantes a este
quando mediram esta variável. Estes autores perceberam que com a distância a
respiração era diminuída.
Quanto à respiração noturna o modelo matemático que referência o conteúdo de
água do solo como condicionador das mudanças na respiração está colocada na Figura
9. Este modelo semelhante aquele para respiração diurna, só conseguiu explicar
também 30% dos dados.
Figura 9. Gráfico representativo do modelo matemático que relaciona o
conteúdo de água do solo (%) e distância do caule (cm) com a
respiraçao edáfica durante o período noturno.
Silva (2001) desenvolvendo trabalho no município de Patos (PB) verificou que
onde se incorporou resíduo de nim ao solo, obteve-se alta produção de CO
2
, quando
comparado a incorporação de resíduos de tamboril e jucá. Contudo, o efluxo de CO
2
obtido por este autor foi 2, 5 a 3 vezes menor do que os dados obtidos no presente
estudo.
Os valores elevados de emissão de CO
2
neste trabalho pode ter sido propiciado
pela adubação orgânica realizada anualmente pelo proprietário da área experimental, já
que Rodrigues (2004) encontrou valores semelhantes, em torno de 210 mg CO
2
m
-2
h
1
.
4. 4. Fauna do Solo
As quinzenas nas variáveis médias de collêmbolos e ácaros apresentaram
significância pelo teste F a 1% de significância, tendo a distância apresentado
significativa apenas para ácaros.
Ao observar os dados de densidade média de ácaros no solo nos meses de
condução do experimento (Tabela 6), verifica-se que a maior incidência ocorreu em Q1
(P< 0,05) situado no mês de maio onde ocorreu o maior índice pluviométrico na área
experimental. As quinzenas que apresentaram os menores valores se situaram entre
Q8 e Q10 isso devido ao menor índice pluviométrico que pode ter causado uma
depressão desta população.
Tabela 6. Média da população de ácaros no solo coletado no agroecossistema de nim
a três distâncias do caule das plantas, durante o período experimental.
Médias seguidas de letra maiúscula na colunao diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
Médias seguidas de letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
Distân
cias
(cm)
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Média
Quinzenas
20 50,0 30,2 36,4 16,4 30,6 38,6 0,6 2,0 1,4 1,4 20,76
B
40 36,0 31,0 27,4 22,4 17,8 5,6 1,0 0,6 1,8 3,2 29,12
A
60 58,0 3,8 11,8 19,2 8,4 0,6 0,0 1,4 0,6 3,4 7,82 C
Média 30,6 a 21,67 a 25,33 a 19,33 ab 18,93 ab 14,93 ab 0,53 b 0,73 b 1,27 b 2,67 b
Quanto à análise da média de indivíduos dentro das distâncias pode-se observar
que houve predomínio de maior quantidade dentro da distância de 40 cm do caule e
menor a 60 cm. Assim, a fauna só encontra condição mais propícia à vida dentro da
distancia de 40 cm. A distancia de 20 cm também apresentou uma média satisfatória de
indivíduos.
Para a população de colêmbolos (Tabela 7) verificou-se que a maior população
estava situada na Q1 do mês de maio sendo os demais valores menores a esta, não
apresentando diferenças significativas (P> 0,05). A média de colêmbolos dentro da
distancia não apresentaram diferenças estatísticas. Apesar se reproduzirem bem em
condições de seca quando comparados aos ácaros (LINDBERG e BENGTSSON, 2005)
os collembolas neste trabalho se apresentaram em menor quantidade que aqueles.
Tabela 7. Média da população de collêmbolos por m
–2
em agroecossistema de nim a
três distâncias do caule das plantas, durante o período experimental.
Distâncias
(cm)
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Média
20 2,2 1,2 1,0 0,8 0,8 0,2 0,4 0,4 0,0 0,2 0,72 ns
40 2,8 1,6 0,8 0,4 0,2 0,4 0,4 0,2 0,4 0,2 0,74 ns
60 2,2 0,4 0,4 1,6 0,2 0,4 0,2 0,4 0,4 0,6 0,68 ns
Média 2,4 a 1,06 b 0,73 b 0,93 b 0,4 b 0,33 b 0,26 b 0,33 b 0,33 b 0,33 b
Médias seguidas de letra maiúscula na colunao diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
Médias seguidas de letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
Fonseca e Sakar (1998) verificaram entre os meses do ano há uma mudança
significativa de indivíduos da fauna do solo. Os mesmos autores citam que ácaros e
collembolas estão relacionados a solos que contém materiais orgânicos.
Noble et al. (1996) citam que os ácaros estão presentes em maior quantidade na
maioria dos locais totalizando 49,42% do total dos indivíduos do solo, sendo que em
regiões de savanna esse percentual decresce para 26,11%. Apesar de estarem em
maior número durante a estação chuvosa. Essa explicação pode também servir de
base para este trabalho já que os maiores valores foram encontrados no início do
experimento onde havia maior índice pluviométrico (Tabela 6).
A maior quantidade de ácaros possivelmente está relacionada a maior adaptação
a condições de altas temperaturas pela adequação do seu metabolismo quando
exposto muito tempo a uma condição (STAMOU et al., 1995). Segundo Franklin et
al(2005) os ácaros estão geralmente situados perto de árvores e arbustos tendo pouca
preferência por gramíneas. Estes indivíduos podem atuar na quebra de matéria
orgânica, isso foi verificado por Ouedraogo et al(2004) quando estudava fauna edáfica
em Burkina Faso na África.
O maior percentual de fauna do solo sob as distâncias de 20 e 40 cm pode estar
associado a maiores taxas de matéria orgânica devido estarem localizadas dentro da
área onde foram abertas as covas de nim. A distância de 60 cm estava situada em área
de solo pedregoso onde o esterco não estava presente. Curry e Good (1992)
observaram que a depressão de matéria orgânica e a ausência da cobertura vegetal
podem reduzir a população de microartropodes do solo.
A quantidade de indivíduos encontrada próximo no agroecossistema de nim deve
ter sido ocasionado pela presença de arvores já que Kaiser e Lussenhop (1992) citam
que as espécies arbóreas afetam a quantidade destes indivíduos por modificarem a
qualidade das condições microclimáticas do ambiente.
5. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos no presente estudo, depois de analisados e interpretados,
permitiram apresentar as seguintes conclusões:
O período da tarde proporcionou temperaturas mais altas;
A taxa de decomposição de serapilheira foi mais pronunciada no campo em
estágio de sucessão durante dois meses do período estudado;
Pode-se criar uma equação de regressão que expressa a quantidade de material
perdido;
O efluxo de CO
2
foi maior durante o período noturno;
O maior valor para respiração edáfica foi dado pela distância de 40 cm do caule
das árvores;
A maior população de ácaros e collembolas situou-se na distância de 40 cm das
árvores de nim;
No final do experimento pode-se criar modelos matemáticos com base no
conteúdo de água do solo e nas distancias das árvores de nim para os períodos
diurno e noturno.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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