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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luíz de Queiroz”
Controle físico e biológico de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi em gengibre
Fernanda Domingues
Dissertação apresentada para obtenção do título
de Mestre em Agronomia. Área de concentração:
Fitopatologia.
Piracicaba
2006
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Fernanda Domingues
Engenheiro Agrônomo
Controle físico e biológico de fusarium oxysporum f. sp. zingiberi em gengibre
Orientadora:
Prfª. Dra. RAQUEL GHINI
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em
Agronomia. Área de concentração: Fitopatologia.
Piracicaba
2006
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Domingues, Fernanda
Controle físico e biológico de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi em gengibre /
Fernanda Domingues. - - Piracicaba, 2006.
58 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2006.
1. Controle biológico 2. Controle físico 3. Fungo fitopatogenico 4. Gengibre
5. Murcha-de-fusário 6. Termoterapia I. Título
CDD 633.83
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
Aos meus Pais, Aparecido e Vera, e ao meu esposo,
Diogo, pelo apoio constante nos momentos difíceis e
pelo amor, dedico.
4
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente a Deus, sem o qual, nada seria possível. Em seguida, aos
amigos e colegas que estiveram presentes durante mais esta caminhada:
Á Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, pelo apoio.
Aos estagiários do Laboratório de Microbiologia da Embrapa Meio Ambiente: Marise,
Francisco (Chicão), Alex, Luciana, Alexandre, Flávia, César, João Paulo, Harlen Sandro, Camila,
Sarah, Mariana, Pietro, Eduardo, entre outros, pelos momentos de descontração, pela amizade e
pelo auxílio.
Aos técnicos do laboratório: João Luiz, Márcia, Roseli, Rosangela e Elke pela ajuda,
dedicação, e acima de tudo, pela amizade.
Aos trabalhadores do campo experimental, sempre dispostos a auxiliar nos momentos de
montagem e coleta de experimentos: Abraão, Valdemori, Brasilino, Chiquinho, meu muito
obrigada.
Ao amigo, Professor Dr. Norberto Lavoreti (Universidade Federal de São Carlos), pelo
auxílio nas análises estatísticas.
E por último, mas igualmente importante, a minha orientadora Raquel, pelo ensinamento.
5
SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................................................................6
ABSTRACT.....................................................................................................................................7
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 8
2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................................. 10
2.1 Considerações Gerais .............................................................................................................. 10
2.1.1 O gengibre............................................................................................................................ 10
2.1.2 Termoterapia......................................................................................................................... 11
2.1.3 Supressividade do solo ......................................................................................................... 12
2.2 Material e Métodos.................................................................................................................. 14
2.2.1 Isolamento do patógeno e teste de patogenicidade............................................................... 14
2.2.2 Preservação dos isolados...................................................................................................... 14
2.2.3 Termoterapia......................................................................................................................... 15
2.2.3.1 Ensaio 1............................................................................................................................. 15
2.2.3.2 Ensaio em campo............................................................................................................... 16
2.2.3.3 Ensaio 2............................................................................................................................. 17
2.2.3.4 Ensaio 3............................................................................................................................. 17
2.2.3.5 Ensaio Laboratório ............................................................................................................ 18
2.2.4 Indução de supressividade de solo com o uso de casca de camarão (quitina)...................... 18
2.2.5 Análise estatística................................................................................................................. 19
2.3 Resultados e Discussão............................................................................................................ 20
2.3.1 Isolamento do patógeno e teste de patogenicidade............................................................... 20
2.3.2 Termoterapia......................................................................................................................... 22
2.3.2.1 Ensaio 1............................................................................................................................. 22
2.3.2.2 Ensaio em campo............................................................................................................... 29
2.3.2.3 Ensaio 2............................................................................................................................. 33
2.3.2.4 Ensaio 3............................................................................................................................. 39
2.3.2.5 Ensaio Laboratório ............................................................................................................ 45
2.3.2.6 Termoterapia: considerações finais................................................................................... 46
2.3.3 Indução de supressividade de solo com o uso de casca de camarão (quitina)...................... 47
3 CONCLUSÕES...........................................................................................................................54
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................55
6
RESUMO
Controle físico e biológico de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi em gengibre
O Amarelo ou Murcha de Fusarium, causado por Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi
vem assumindo grande importância na cultura do gengibre devido à ausência de métodos
eficientes de controle. Com os objetivos de testar a termoterapia associada ao tratamento químico
e biológico para a obtenção de rizomas-semente sadios e avaliar a indução de supressividade do
solo a Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi com a incorporação de casca de camarão, seis ensaios
foram conduzidos. Para o tratamento térmico, foram utilizados rizomas infectados, com
aproximadamente 5cm de comprimento. As relações tempo-temperatura utilizadas foram: 45°C
por zero, 60, 120 e 180 minutos e 50°C por zero, dez e 20 minutos (ensaio 1 e campo); 50°C por
zero, 30 e 60 minutos e 55°C por zero, 10 e 20 minutos (ensaio 2); 50, 55 e 60ºC por zero, 10 e
20 min (ensaio 3). As caldas para tratamento térmico foram constituídas por água, solução de
tiofanato metílico e caldo fermentado por Bacillus subtilis. No experimento em laboratório, os
rizomas foram inoculados artificialmente. Após uma semana, receberam o tratamento térmico a
45º C por 60, 120 e 180 minutos e a 50ºC e 55ºC por 10e 20 minutos. Após a termoterapia,
segmentos de rizoma foram plaqueados, sendo avaliados pela contagem dos segmentos que
apresentavam o crescimento do patógeno. Na coleta, foram avaliadas altura, peso da matéria
fresca da parte aérea e produção, e realizado o plaqueamento da parte aérea, raiz e rizoma. Para
verificar a possibilidade do uso de casca de camarão, o solo foi infestado com o isolado
patogênico. Após uma semana, houve a incorporação da casca de camarão ao solo nas
concentrações de 0; 2,5; 5; 7,5; 10; 15 e 20% (v/v). A população de Fusarium do solo e a
comunidade de actinomicetos foram avaliadas semanalmente por diluição em série e
plaqueamento. Após oito semanas da incorporação, foi realizado o plantio de um rizoma-semente
de gengibre por vaso. Na coleta, a avaliação foi realizada da mesma maneira que para
termoterapia. Através de todos os resultados obtidos nos cinco ensaios de termoterapia, verificou-
se a possibilidade de utilização da técnica com sucesso no auxílio ao controle da doença. As
melhores combinações tempo/temperatura foram a 45ºC pelo tempo de 120 minutos ou a 55ºC
por 20 minutos em todas as caldas. No teste com o uso da casca de camarão, houve uma
diminuição da população de Fusarium e aumento da comunidade de actinomicetos nos solos que
receberam a incorporação de casca. A adição de casca de camarão ao solo permite o plantio do
gengibre em locais onde o patógeno esteja presente.
Palavras-chave: Termoterapia; Controle físico; Controle biológico; Supressividade do solo.
7
ABSTRACT
Physical and biological control of Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi in ginger
Yellow or Fusarium Wilt, caused for Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi comes
assuming great importance in the culture of the ginger due to absence of efficient methods of
control. With the objectives to test the thermotherapy associated with the chemical and
biological treatment for the healthy attainment of ginger-seed and to evaluate the induction of soil
suppressiveness to Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi with the incorporation of shrimp peel, six
experiments had been lead. For the thermal treatment, infested rhizome had been used, with
approximately 5cm of length. The used relations time-temperature had been: 45°C for zero, 60,
120 and 180 minutes and 50°C for zero, ten and 20 minutes (experiment 1 and field); 50°C for
zero, 30 and 60 minutes and 55°C for zero, 10 and 20 minutes (experiment 2); 50, 55 and 60ºC
for zero, 10 and 20 min (experiment 3). Solutions for thermal treatment had been constituted by
water, solution of thiophanate methylic and broth leavend for Bacillus subtilis. In the experiment
in laboratory, rhizomes had been inoculated artificially. After one week, they had received the
thermal treatment 45º C for 60, 120 and 180 minutes and 50ºC and 55ºC for 10 and 20 minutes.
After the thermal treatment, segments of rhizomes had been placed in plates, being evaluated for
the counting of the segments that presented the growth of the pathogen. In the collection, height,
weight of the aerial part and production had been evaluated, and carried through plating of the
aerial part, root and rhizome. To verify the possibility of the use of shrimp peel, the soil was
infested with isolated the pathogenic one. After one week, had the incorporation of the peel of
shrimp to the soil in the concentrations of 0; 2,5; 5; 7,5; 10; 15 and 20% (v/v). The population
of Fusarium of the soil and the community of actinomycetes had been evaluated weekly by
dilution in series and placed in plates. After eight weeks of the incorporation, the plantation of
one rizome-seed of ginger for vase was carried through. In the collection, the evaluation was
carried through in the same way that for thermotherapy. Through all the results gotten in the five
experiments of thermotherapy, it was verified successfully possibility of use of the technique in
the aid to the control of the illness. The best combinations time/temperature had been 45ºC for
the time of 120 minutes or 55ºC per 20 minutes in all solutions. In the test with the use of the
shrimp peel, it had a reduction of the population of Fusarium and increase of the community of
actinomycetes in the soil that had received the incorporation from peel. The addition of peel of
shrimp to the soil allows the plantation of the ginger in places where the pathogen is present.
Word-key: Thermotherapy; Physical control; Biological control; Soil suppressiveness.
8
1 INTRODUÇÃO
O gengibre (Zingiber officinale) é uma planta pertencente à família Zingiberaceae, muito
procurada por seus diversos usos tanto na culinária, quanto na medicina popular, além da
utilização como planta ornamental e nas indústrias de perfumes e bebidas. O cultivo é realizado
principalmente em áreas litorâneas, devido às exigências em clima, com chuvas bem distribuídas
e temperaturas altas, e solo arenoso (BLANCO, 1997).
A importância econômica da cultura vem crescendo acentuadamente nos últimos anos,
mas apesar disso, poucos trabalhos de pesquisa foram desenvolvidos com os aspectos
fitossanitários. Há poucas informações sobre quais doenças ocorrem nas diversas regiões de
cultivo, ocasionando perdas à produção e incertezas na tomada de decisão quanto às medidas de
controle. Só a partir de 1989, com a constatação da ocorrência de uma mancha foliar muito
destrutiva em plantas de gengibre no Paraná, é que se passou a dar algum destaque às pesquisas
sobre doenças dessa cultura (CERESINI & NAZARENO, 1997).
Entre as doenças que ocorrem, o Amarelo ou Murcha de Fusarium, causado por Fusarium
oxysporum f. sp. zingiberi vem assumindo grande importância devido à ausência de métodos
eficientes de controle. Os sintomas se caracterizam por um amarelecimento nas folhas inferiores
e murcha da planta. Os rizomas apresentam um escurecimento do sistema vascular e uma
podridão cortical que progride e forma depressões no rizoma (TRUJILLO, 1963). O método
químico é dificultado devido a pouca eficiência dos fungicidas para o controle da doença e à
ausência de produtos registrados para a cultura (KIMATI et al., 1997). Além disso, o mercado
externo tem preferência pelo sistema orgânico de produção, onde tais produtos não são
permitidos.
A intensa ocorrência da Murcha de Fusarium é um dos maiores obstáculos da cultura de
gengibre, no país, gerando problemas econômicos e sociais. Abreu (2002) desenvolveu um
trabalho comparando a lógica social de utilização das técnicas produtivas com a argumentação
ambiental dos agricultores, no Vale do Ribeira (SP), onde uma das principais atividades é o
cultivo do gengibre. O trabalho desenvolvido em Tapiraí (SP) demonstrou que esse grupo de
agricultores familiares possui apenas o gengibre como cultivo comercial. Entretanto, estão
ocorrendo problemas na produção relacionados especialmente a patógenos veiculados pelo solo e
9
alterações bruscas de clima que desestabilizaram a organização social do grupo. Ultimamente,
vários agricultores têm sido obrigados a abandonar a cultura por causa do aumento da incidência
da Murcha de Fusarium. Os agricultores tentaram o tratamento com fungicidas e a rotação de
cultura, porém não obtiveram controle da doença. O plantio ocorre de setembro a outubro e a
colheita, de julho a agosto, o que dificulta o uso de solarização, pois a cultura se desenvolve
durante o período em que ocorrem as condições favoráveis à aplicação da técnica na região. A
desinfestação do solo pelo uso do vapor também não é aconselhável, devido ao alto custo de
aplicação em áreas extensas, sendo viável somente em canteiros ou casas de vegetação. Além
disso, a ausência de seletividade do tratamento, eliminando a maioria dos microrganismos do
solo, facilita a reintrodução e a disseminação do patógeno (GHINI & BETTIOL, 1995).
Como os agricultores retiram os rizomas-semente da própria plantação, o problema vem
sendo agravado nos últimos anos, pois a possibilidade de estarem infectados é grande e a doença
tem sido disseminada para novas áreas. Assim sendo, uma das principais formas de controle da
doença é a obtenção de rizomas-semente sadios (RANA & SHARMA, 1999; RANA, 1991).
Além disso, a indução de supressividade de solo a Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi com o uso
de fontes de matéria orgânica ou antagonistas pode constituir uma prática complementar no
manejo integrado da doença.
O presente trabalho teve por objetivos testar a termoterapia associada ao tratamento
químico e biológico para a obtenção de rizomas-semente sadios e avaliar a indução de
supressividade do solo a Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi com a incorporação de casca de
camarão.
10
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Considerações Gerais
2.1.1 O gengibre
O gengibre (Zingiber officinale), pertencente à família Zingiberaceae, é uma planta
herbácea perene, que possui caule ereto e rizomas carnosos. Segundo Blanco (1997), os rizomas
são muito utilizados na culinária, tanto in natura quanto secos, fazendo parte de condimentos,
como o famoso “curry”. O extrato alcoólico é utilizado tanto na indústria de refrigerantes, quanto
de bebidas alcoólicas, e seu óleo essencial é usado na indústria de perfumes. Além dessas
utilizações, o gengibre é utilizado na medicina popular, atuando sobre a falta de fome, distúrbios
estomacais e intestinais, cólicas e doenças respiratórias.
O Brasil está entre os pequenos produtores, tendo a produção voltada para os mercados
dos EUA, Grã-Bretanha, Holanda, Canadá e mundo árabe (MALUF et al., 1999).
Para um adequado desenvolvimento, o gengibre requer uma boa distribuição de chuvas e
altas temperaturas durante o período de formação dos rizomas. Assim, o cultivo concentra-se em
regiões litorâneas. Quanto ao solo, a preferência é por solos arenosos, bem drenados e ricos em
matéria orgânica. O plantio é realizado de agosto a setembro, e a colheita ocorre no período de
junho a agosto (BLANCO, 1997).
Com respeito a pragas e doenças, as mais comuns são a lagarta-rosca, podridões de
rizomas e manchas foliares causadas por fungos. Entre as doenças, a murcha causada por
Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi tem causado grandes prejuízos ao cultivo. Sharma & Dohroo
(1989) verificaram que a incidência da murcha está diretamente relacionada com a temperatura e
umidade do solo, atingindo o máximo de incidência da doença com temperaturas do solo entre 24
e 25ºC e umidade entre 25 e 30%. Quanto ao tratamento, Rana & Sharma (1999) e Rana (1991)
afirmam que o ideal é o uso de rizomas-semente livres do patógeno.
11
2.1.2 Termoterapia
Um dos métodos de obtenção de rizomas-semente saudáveis é o uso de tratamento
térmico. Segundo Baker (1962a, 1962b), J. L. Jensen (1887-88) aparentemente foi o primeiro a
explorar a termoterapia na morte seletiva de micélios de Phytophthora infestans em tubérculos de
batata e de Ustilago nuda e U. tritici em cevada e sementes de trigo, demonstrando ser possível
eliminar o patógeno sem causar grandes injúrias ao hospedeiro. A termoterapia desde então teve
seu uso difundido para controlar doenças em cana-de-açúcar, cereais, legumes, ornamentais e
frutíferas.
Baker (1962b) relata que o método permite que o patógeno seja eliminado tanto do
interior dos tecidos do hospedeiro, como de seu exterior. Segundo Ghini & Bettiol (1995), o
princípio básico da termoterapia está na eliminação do patógeno através do tratamento em
determinadas relações tempo-temperatura que produzem poucos efeitos deletérios no material
vegetal. Dessa forma, para que o método possa ser empregado com sucesso, é preciso que exista
uma diferença entre a sensibilidade térmica do hospedeiro e do patógeno. Assim, quanto maior
essa diferença, maior a probabilidade de sucesso do tratamento (BAKER, 1962a; GHINI &
BETTIOL, 1995).
Vários fatores são determinantes na sensibilidade térmica: teor de umidade do material, o
nível de dormência, a idade e o vigor (principalmente no caso de sementes), as condições das
camadas externas do material, as condições de temperatura mantidas durante o desenvolvimento
da planta, o tamanho do material a ser tratado e a suscetibilidade varietal.
Segundo Ghini & Bettiol (1995), o tratamento pelo calor pode ser feito de duas formas:
através de exposição intensa e curta, usada freqüentemente para erradicação de microrganismos,
ou através de uma exposição pouco intensa e longa ao calor, usada para reduzir a concentração do
patógeno na planta e, geralmente associada à cultura de meristemas. O material pode, dessa
forma, ser tratado com água quente, ar quente ou vapor.
O tratamento térmico a 50ºC por 10 min controla os nematóides que ocorrem na cultura
de gengibre, segundo Trujillo (1963). O autor verificou que o tratamento térmico de rizomas de
gengibre a 60ºC por 20 min impede a germinação do rizoma. A 55ºC, por 30 min, a
sobrevivência é de 60% e a 50ºC, de 70%. A termoterapia também foi estudada por Vadhera et al.
(1998) para a desinfestação de rizomas contra nematóides, sendo os tratamentos realizados em
12
água quente a 45ºC por 1, 2 e 3 horas. Os melhores resultados foram obtidos pelo tratamento a
45ºC por 3 horas, onde houve desinfestação total dos rizomas, tendo como conseqüência do
tratamento, o melhor desenvolvimento das plantas e incrementos de 19,29 a 34,41% na produção.
Para o controle da Murcha de Fusarium, no Hawaii (EUA), é recomendado o tratamento térmico
a 50ºC por 10 min em calda preparada com o fungicida benomyl
(http://www.ctahr.hawaii.edu/fb/ginger/ginger.htm, consultado em 19 de março de 2003). Na
Austrália, o tratamento recomendado para os rizomas é de 20 min a 45ºC
(http://www.dpi.qld.gov.au/horticulture/4748.html, consultado em 19 de março de 2003).
2.1.3 Supressividade do solo
Outra forma de controle da doença é a indução de supressividade do solo. A
supressividade é a capacidade do solo de diminuir ou inibir o desenvolvimento de doenças,
mesmo quando o patógeno se encontra presente (supressividade à doença), ou de inibir o
estabelecimento do patógeno ou diminuir a fonte de inóculo no solo (supressividade ao
patógeno). Um solo que apresenta essas características é denominado supressivo, enquanto que o
oposto é denominado conducente (BAKER & COOK, 1974).
Höper & Alabouvette (1996) relatam exemplos de supressividade do solo a doenças
causadas por Aphanomycis spp., Fusarium oxysporum, F. roseum, F. solani, Phytophthora spp. e
Pythium spp., entre outras. Quanto à supressividade do solo ao patógeno, há, por exemplo, solos
supressivos a Fusarium oxysporum, Streptomycis spp., Pythium spp. e Rhizoctonia solani
(WELLER et al., 2002). Embora, segundo Höper & Alabouvette (1996), nem sempre é possível
distinguir o tipo de supressividade (doença ou patógeno).
A supressividade se deve a fatores bióticos e abióticos do solo. Entre os fatores abióticos,
incluem-se os teores de argila e de areia, o tipo de argila (AMIR & ALABOUVETTE, 1993),
tamanho dos agregados, pH, fontes de matéria orgânica, nutrientes, entre outros (HÖPER &
ALABOUVETTE, 1996). Vários são os relatos de indução de supressividade através do uso de
diferentes materiais, como incorporação de argila ao solo (AMIR & ALABOUVETTE, 1993) e
de composto de lixo urbano (WITTLING et al., 1996).
Entre os fatores bióticos, as bactérias, fungos e actinomicetos atuam no controle biológico
por mecanismos, como competição e produção de metabólitos que inibem o patógeno (WELLER
13
et al., 2002). Também podem exercer importante função na supressividade as micorrizas,
microartrópodos (colembola), protozoários e minhocas (BETTIOL & GHINI, 2005). Segundo
Alabouvette et al. (1998), um solo conducente pode ser transformado em supressivo pela indução
da supressividade natural que existe em todos os solos ou pela introdução de microrganismos
antagônicos isolados e multiplicados.
Várias fontes de matéria orgânica podem induzir uma supressividade natural pelo
estímulo da microbiota antagônica. Mitchell & Alexander (1961), citados por Buxton et al.
(1965), verificaram que a quitina misturada ao solo infestado diminuía a podridão de raiz em
feijão, causada por Fusarium solani f. sp. phaseoli, e a murcha vascular do rabanete, causada por
Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans. Buxton et al. (1965) demonstraram que a adição de
quitina ao solo causa a diminuição da murcha provocada por Fusarium oxysporum f. sp. pisi, em
diversas variedades de ervilha, tanto em experimentos de campo, quanto em casa de vegetação.
Essa indução de supressividade foi atribuída ao estímulo do desenvolvimento de microrganismos
antagônicos ao patógeno, uma vez que a diluição do solo tratado e seu plaqueamento mostraram
não só o decréscimo da população de Fusarium, como o aumento da comunidade de
actinomicetos, os quais atuam no controle biológico do patógeno.
O uso de agentes de controle biológico tem apresentado resultados promissores para o
controle de Fusarium spp. O método biológico de controle constitui uma alternativa viável para a
produção orgânica de gengibre que visa à exportação. Em testes realizados in vitro e em casa-de-
vegetação, Lazzaretti (1999) demonstrou que isolados de Bacillus subtilis constituem promissores
agentes de controle biológico de Fusarium solani f. sp. phaseoli. Os metabólitos extraídos do
meio de cultura fermentado com a bactéria apresentaram atividade no controle do patógeno.
Outros microrganismos que se mostram promissores são os actinomicetos. Franco & Valencia
(2001), demonstraram efeito antagônico de duas espécies de actinomicetos (Streptomyces sp. e
Pseudonocardia sp.) a Fusarium oxysporum f. sp. dianthi.
14
2.2 Material e Métodos
2.2.1 Isolamento do patógeno e teste de patogenicidade
Para o isolamento do patógeno, segmentos (0,5 x 0,5 x 0,5cm) de rizomas de gengibre
com sintomas da doença foram cortados, mergulhados em álcool (70%) e, em seguida, em
hipoclorito de sódio (0,75%, por 3 min) para desinfestação superficial. Foram colocados cinco
segmentos por placa de Petri contendo meio de Komada (1975) e incubados a 25±2ºC, em
luminosidade ambiente por cinco dias. Após esse período, os isolados obtidos foram transferidos
para placas de Petri contendo meio de BDA.
Para comprovação da patogenicidade, foram realizados os postulados de Koch com os
isolados obtidos. Rizomas aparentemente sadios (5cm de comprimento, com três gemas,
aproximadamente) foram inoculados com discos de meio de cultura contendo micélio do
patógeno, após realização de um ferimento com furador de rolha com 6mm de diâmetro. Os
discos foram cobertos com fita adesiva e mantidos em condições ambientes por uma semana.
Para o controle, procedeu-se da mesma forma, mas utilizaram-se discos de BDA sem o patógeno.
A avaliação foi realizada pela medição das lesões em dois planos perpendiculares.
2.2.2 Preservação dos isolados
Para a preservação dos isolados obtidos, foi utilizado o método de Castellani (1939). Os
isolados foram repicados, através de discos de meio de cultura contendo micélio, para vidros de
penicilina, com capacidade para 6 mL, contendo 4 mL de água destilada esterilizada e tampados
com tampão de algodão. Após a repicagem, os tampões de algodão foram substituídos por rolhas
de borracha desinfestadas e os vidros lacrados com tampas herméticas de alumínio, com auxílio
de uma máquina cravadora. O armazenamento foi realizado em temperatura ambiente.
15
2.2.3 Termoterapia
2.2.3.1 Ensaio 1
Rizomas-semente de gengibre infectados com Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi foram
obtidos junto a agricultores. Para o tratamento térmico, foram utilizados rizomas com,
aproximadamente, 5cm de comprimento.
O primeiro teste de termoterapia foi realizado em banho-maria, com temperatura de 45°C
por zero, 60, 120 e 180 minutos e a 50°C por zero, dez e 20 minutos. As caldas para tratamento
térmico foram constituídas por água, solução de tiofanato metílico (50g/100L) e caldo
fermentado por Bacillus subtilis. Para a obtenção do caldo fermentado de B. subtilis, a linhagem
AP-03, proveniente da coleção de culturas de agentes de controle biológico da Embrapa Meio
Ambiente, foi multiplicada em meio de BD (batata-dextrose), sob agitação contínua (180 rpm a
30°C), por sete dias. As testemunhas sem tratamento térmico (zero minuto) foram obtidas pela
imersão dos rizomas nas respectivas caldas em temperatura ambiente pelo tempo de 60 minutos.
Assim, os tratamentos realizados foram: tratamento 1: imersão em água sem aquecimento
por 60 minutos (água 45ºC – testemunha); tratamento 2: imersão em água a 45ºC por 60 minutos
(água 45ºC – 60 min); tratamento 3: imersão em água a 45ºC por 120 minutos (água 45ºC - 120
min); tratamento 4: imersão em água a 45ºC por 180 minutos (água 45ºC – 180 min); tratamento
5: imersão em água sem aquecimento por 60 minutos (água 50ºC – testemunha); tratamento 6:
imersão em água a 50ºC por dez minutos (água 50ºC – 10 min); tratamento 7: imersão em água a
50ºC por 20 minutos (água 50ºC – 20 min); tratamento 8: imersão em caldo fermentado por
Bacillus sem aquecimento por 60 minutos (Bacillus 45ºC – testemunha); tratamento 9: imersão
em caldo fermentado por Bacillus a 45ºC por 60 minutos (Bacillus 45ºC – 60 min); tratamento
10: imersão em caldo fermentado por Bacillus a 45ºC por 120 minutos (Bacillus 45ºC - 120 min);
tratamento 11: imersão em caldo fermentado por Bacillus a 45ºC por 180 minutos.(Bacillus 45ºC
– 180 min); tratamento 12: imersão em caldo fermentado por Bacillus sem aquecimento por 60
minutos (Bacillus 50ºC – testemunha); tratamento 13: imersão em caldo fermentado por Bacillus
a 50ºC por dez minutos (Bacillus 50ºC – 10 min); tratamento 14: imersão em caldo fermentado
por Bacillus a 50ºC por 20 minutos (Bacillus 50ºC – 20 min); tratamento 15: imersão em
tiofanato metílico sem aquecimento por 60 minutos (tiofanato 45ºC – testemunha); tratamento 16:
16
imersão em tiofanato metílico a 45ºC por 60 minutos (tiofanato 45ºC – 60 min); tratamento 17:
imersão em tiofanato metílico a 45ºC por 120 minutos (tiofanato 45ºC - 120 min); tratamento 18:
imersão em tiofanato metílico a 45ºC por 180 minutos (tiofanato 45ºC – 180 min); tratamento 19:
imersão em tiofanato metílico sem aquecimento por 60 minutos (tiofanato 50ºC – testemunha);
tratamento 20: imersão em tiofanato metílico a 50ºC por dez minutos (tiofanato 50ºC – 10 min), e
tratamento 21: imersão em tiofanato metílico a 50ºC por 20 minutos (tiofanato 50ºC – 20 min).
Para cada tratamento foram realizadas 20 repetições (20 rizomas de gengibre), totalizando
420 rizomas tratados. Realizou-se o isolamento do patógeno em dez rizomas por tratamento (210
rizomas), sendo plaqueados 36 segmentos de gengibre por tratamento, logo após a realização da
termoterapia. Os outros dez rizomas foram plantados imediatamente após o tratamento em vasos
com capacidade para 8L (um rizoma por vaso). O solo utilizado foi desinfestado em coletor solar
por um dia de radiação plena (Ghini & Bettiol, 1991, 1995). Os 210 vasos foram mantidos em
casa de vegetação e irrigados regularmente.
A avaliação foi realizada por meio do isolamento do patógeno, 210 dias após o plantio. Os
isolamentos foram realizados plaqueando-se dez segmentos de rizomas, dez de raízes e dez da
parte aérea, de cada planta em meio de Komada. O desenvolvimento do gengibre foi avaliado por
meio do número de brotações, altura, peso de matéria fresca de parte aérea e produção.
2.2.3.2 Ensaio em campo
Simultaneamente ao experimento em casa de vegetação, foi realizada a montagem de uma
réplica do ensaio em campo, que contou com três repetições por tratamento, sendo cada repetição
constituída por uma parcela contendo três rizomas (plantas). O experimento foi instalado em
Tapiraí/SP, em terras onde o gengibre é cultivado e que possuem histórico da doença. Além dos
tratamentos realizados em casa de vegetação, o experimento em campo contou com mais dois
tratamentos. O primeiro constituído pela aplicação de um litro de caldo fermentado por Bacillus
no sulco de plantio e o segundo pela aplicação de 0,5kg de substrato contendo Trichoderma
(isolado TSS9 da coleção de agentes de controle biológico da Embrapa Meio Ambiente) por
sulco.
17
2.2.3.3 Ensaio 2
Um segundo experimento foi montado em casa de vegetação, antes da avaliação do
primeiro. O tratamento foi realizado em banho-maria, com temperatura de 50°C por 0, 30 e 60
min. e a 55°C por 0, 10 e 20 min. As caldas para tratamento térmico foram constituídas por água,
solução de tiofanato metílico (50g/100L) e caldo fermentado por Bacillus subtilis. A obtenção do
caldo fermentado por B. subtilis foi realizada da mesma forma que descrita anteriormente.
Para cada tratamento foram realizadas dez repetições (dez rizomas de gengibre). Os
rizomas foram plantados imediatamente após o tratamento em vasos com capacidade para 5L (um
rizoma por vaso), totalizando 180 vasos. Os vasos foram mantidos em casa de vegetação e
irrigados regularmente. A avaliação foi realizada da mesma forma que descrito no ensaio 1 (item
3.3.1.).
2.2.3.4 Ensaio 3
No terceiro experimento realizado em casa de vegetação, os rizomas de gengibre foram
tratados em banho-maria, com temperaturas de 50, 55 e 60ºC por 0, 10 e 20 min.. As caldas para
tratamento térmico foram constituídas por água, solução de tiofanato metílico (50g/100L) e caldo
fermentado por Bacillus subtilis. A obtenção do caldo fermentado por B. subtilis foi realizada da
mesma forma que descrita para o primeiro experimento.
Para cada tratamento foram realizadas 20 repetições (20 rizomas de gengibre). Realizou-
se o isolamento do patógeno em dez rizomas por tratamento, logo após a realização da
termoterapia. Os outros dez rizomas foram plantados imediatamente após o tratamento em vasos
com capacidade para 5L (um rizoma por vaso), totalizando 270 vasos. Os vasos foram mantidos
em casa de vegetação e irrigados regularmente. A avaliação foi realizada de acordo com o
descrito no item 3.3.1..
18
2.2.3.5 Ensaio Laboratório
Um experimento foi conduzido em laboratório visando testar por meio de inoculação
artificial dos rizomas, a capacidade do tratamento térmico em diminuir a presença do patógeno.
Rizomas foram imersos em suspensão de conídios do isolado 18.4r (ver item 2.3.1) contendo 10
6
conídios/mL por 30 minutos. Após uma semana, os mesmos foram tratados nas caldas compostas
por água, caldo fermentado por Bacillus e tiofanato metílico, nas temperaturas de 45º C por 60,
120 e 180 minutos; a 50ºC por dez e vinte minutos e a 55ºC por 10 e 20 minutos. Os tratamentos
testemunhas foram realizados mergulhando os rizomas nas diferentes caldas por 60 minutos.
Após a termoterapia, vinte segmentos foram plaqueados de cada tratamento em duas placas (dez
pedaços por placa) e incubados a temperatura ambiente por uma semana. Passado este período foi
realizada a avaliação das placas e a contagem dos segmentos que apresentavam o crescimento do
patógeno.
2.2.4 Indução de supressividade de solo com o uso de casca de camarão (quitina)
Para verificar a possibilidade do uso de casca de camarão, um resíduo rico em quitina,
para indução de supressividade a F. oxysporum f. sp. zingiberi foi utilizada uma adaptação da
metodologia descrita por Buxton et al. (1965).
O solo foi colocado em vasos com capacidade para 5L e infestado com o isolado
patogênico 18.4r (10
8
conídios/mL). Após uma semana, houve a incorporação da casca de
camarão ao solo. As cascas de camarão foram obtidas em frigoríficos de frutos do mar, secas
(55°C, por 96h), moídas e incorporadas ao solo nas concentrações de 0; 2,5; 5; 7,5; 10; 15 e 20%
(v/v), em 10 repetições.
Os vasos foram mantidos em casa de vegetação e irrigados regularmente. A população de
Fusarium do solo e a comunidade de actinomicetos foram avaliadas semanalmente pela coleta de
amostras de solo, diluição em série e plaqueamento em meio seletivo de Komada (1975) e ágar-
água alcalinizado (pH 10,5). A coleta foi realizada pela retirada de uma amostra de solo por vaso
de cada tratamento e sua homogeneização, para obter uma amostra composta.
19
Após oito semanas da incorporação, rizomas-semente de gengibre (segmentos de 3 a 5
cm), foram plantados, na quantidade de um rizoma por vaso.
Uma semana antes da coleta do experimento (300 dias após o plantio, aproximadamente),
foram realizadas uma nova amostragem do solo e plaqueamento do mesmo em meio seletivo de
Komada e agar-água alcalinizado. Após a coleta do experimento, a avaliação foi realizada da
mesma maneira que para os rizomas que sofreram termoterapia, através do plaqueamento de
parte aérea, raiz e rizoma, além da avaliação de altura, produção e peso da matéria fresca da parte
aérea.
2.2.5 Análise estatística
A análise estatística foi realizada pela submissão dos dados ao sistema SAS. Utilizou-se
Tukey para comparação das médias de cada tratamento.
Como nem todas as repetições vingaram, cada tabela contida nos resultados indica a
quantidade de repetições que foram analisadas.
Todos os experimentos foram inteiramente casualizados e as análises foram realizadas
considerando as diferenças entre todos os tratamentos de cada experimento, sem formação de
grupos de análise.
Devido ao alto coeficiente de variabilidade de alguns dados, os mesmos necessitaram ser
transformados para que a análise fosse realizada. Assim, trabalhou-se com a raiz quadrada dos
dados. As tabelas trazem os indicativos de quais dados passaram por esta transformação.
20
2.3 Resultados e Discussão
2.3.1 Isolamento do patógeno e teste de patogenicidade
Trinta e três isolados de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi foram obtidos e avaliados
quanto à patogenicidade em dois ensaios. Os resultados obtidos estão apresentados nas Tabelas 1
e 2 (primeiro e segundo ensaios, respectivamente).
Tabela 1 - Tamanho de lesão (cm) ocasionada por diferentes isolados de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi em
rizomas de gengibre uma semana após a inoculação (ensaio 1), em três repetições
Isolado Repetição 1
(1)
Repetição 2 Repetição 3
Testemunha 0 0 1 x 6
1.5 0 0 4,5 x 1,7
3.1 0 0 0
3.2 0 0 0
3.4 0 0 0
3.5 0 0 0
6.1 0 0 1,5 x 3
7.1 0 0 0
7.2 0 0 0
7.3 0 0 0
7.4 0 0 1,3 x 4,6
9.1 0 0 1,2 x 0,7
9.3 0 2 x 2 0
10.6 0 0 0
13.2 0 0 0
13.4 0 0 0
14.1 0 0 0
14.6 0 0 2,3 x 1,2
16.6 0 0 3 x 2,8
17.2 6,1 x 6 3,6 x 5,6 0
17.5 0 0 0
17.6 0 0 2,7 x 4,2
18.2 0 0 3 x 4
18.4r 5,5 x 4,7 1 x 4 1 x 2,5
18.4b 2 x 2,5 2,6 x 2 0
19.3 0 0 0
20.2 0 0 0
20.3 0 0 1 x 7
23.4 0 0 0
(1)
Repetição = um rizoma aparentemente sadio com 5 cm de comprimento, com três gemas.
21
Tabela 2 - Tamanho de lesão (cm) ocasionada por diferentes isolados de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi em
rizomas de gengibre uma semana após a inoculação (ensaio 2), em quatro repetições
Isolado Repetição 1
(1)
Repetição 2 Repetição 3 Repetição 4
Testememunha 0 0 2 x 0,5 2 x 1
1.5 0 0 0 1 x 3
3.2 2 x 1 2,5 x 0,5 0 3 x 2
3.4 0 0 0 0
3.5 0 0 0 5 x 3
6.1 0 0 0 0
7.1 0 0 0 0
7.2 0 0 0 0
7.3 0 0 0 0
7.4 0 0 1 x 1,5 0
9.3 0 3,5 x 1,5 3 x 2 2,5 x 2
10.6 0 0 0 3 x 2
11.5 0 0 0 0
13.4 5 x 2 0 2 x 1,5 2 x 4
14.2 2 x 2 0 0 5 x 6
14.6 0 0 0 0
17.2 0 0 0 0
17.3 0 0 0 5 x 2
17.5 0 0 3 x 2 0
17.6 0 0 0 0
18.4r 1,5 x 2 1 x 0,5 5 x 0,1 0
18.4b 0 0 0 0
19.3 0 0 0 0
20.2 0 0 0 0
20.3 0 0 0 0
20.4 0 2 x 0,5 0 0
21.2 0 0 0 0
23.4 0 0 0 0
(1)
Repetição = um rizoma aparentemente sadio com 5 cm de comprimento, com três gemas.
Devido à alta infestação dos rizomas disponíveis, houve o aparecimento de sintomas
também nas testemunhas não inoculadas, nos dois ensaios.
Pode-se observar que os isolados 3.4, 7.1, 7.2, 7.3, 19.3, 20.2 e 23.4 não causaram lesões
nos rizomas em ambos os ensaios, mostrando-se não patogênicos. No caso dos isolados 3.5, 6.1,
10.6, 14.6, 17.5, 17.6 e 20.3, somente uma das sete repetições apresentou lesões.
Pelos resultados obtidos, o isolado mais agressivo é o 18.4r que causou lesões em seis das
sete repetições dos dois ensaios realizados.
22
2.3.2 Termoterapia
2.3.2.1 Ensaio 1
No primeiro ensaio, observou-se quanto à brotação, que os tratamentos realizados com um
maior tempo de exposição ao calor apresentaram um maior número de brotos quando comparados
aos de menor exposição (Tabela 3). O tratamento em água a 45ºC por 180 min foi o que
apresentou o maior valor, diferindo estatisticamente de todos os tratamentos a 50ºC e da maioria
daqueles a 45ºC. Pode-se verificar que os tratamentos em água a 45ºC por 120 e 180 minutos e
em tiofanato a 45ºC por 120 minutos foram os únicos a diferirem estatisticamente de suas
respectivas testemunhas.
Quanto à emergência, somente três tratamentos em calda com Bacillus subtilis mostraram
redução, tendo uma emergência entre 80 a 90%, ou seja, dos dez vasos plantados, houve
desenvolvimento da planta em oito ou nove vasos (Tabela 3).
23
Tabela 3 - Número médio de brotos e porcentagem de emergência de rizomas de gengibre após tratamento térmico a
45ºC por zero, 60, 120 e 180 minutos e a 50ºC por zero, dez e 20 minutos em três diferentes caldas
Brotos/planta
Caldas
Temp.
(ºC)
Tempo
(minutos)
Média
(1)
Tukey
(2)
Emergência
(%)
testemunha 3,25 c 100
60 4,25 bc 100
120 5,88 ab 100
45ºC
180 7,25 a 100
testemunha 3,50 c 100
10 3,50 c 100
Água
50ºC
20 3,38 bc 100
testemunha 3,13 c 100
60 4,00 bc 90
120 5,00 abc 90
45ºC
180 5,38 abc 80
testemunha 3,75 c 100
10 4,00 bc 100
Caldo
fermentado
por B.subtilis
50ºC
20 4,25 bc 100
testemunha 3,63 bc 100
60 4,25 bc 100
120 6,00 ab 100
45ºC
180 4,38 bc 100
testemunha 4,13 bc 100
10 4,38 bc 100
Tiofanato
metílico
(50g/100L)
50ºC
20 3,88 bc 100
(1)
média de oito repetições, constituídas de uma planta/vaso;
(2)
médias seguidas por diferentes letras, diferem estatisticamente (Tukey 5%).
Quanto à altura, os tratamentos realizados com um maior período de exposição (60 a 180
minutos), mostraram-se inferiores à testemunha, não diferindo, no entanto estatisticamente da
mesma, com exceção do tratamento a 45ºC por 180 minutos em água. Os tratamentos que
receberam um menor período de exposição apresentaram alturas iguais ou superiores às
24
testemunhas (não diferindo estatisticamente), com exceção daquele a 50ºC por dez minutos em
tiofanato (Figura 1).
ab
a
ab
b
ab
ab
a
a
a
a
ab
ab
ab
a
a
ab
ab
a
ab
a
ab
0
20
40
60
80
100
120
140
45ºC -
testemunha
45ºC - 60
min
45ºC - 120
min
45ºC - 180
min
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
Altura das plantas (cm
)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 1 - Altura das plantas oriundas de rizomas de gengibre que receberam tratamento térmico a 45ºC por 60, 120
e 180 minutos e a 50ºC por dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água, caldo fermentado por B.
subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L). Médias seguidas por diferentes letras diferem estatisticamente
(Tukey 5%)
Com relação ao peso da matéria fresca da parte aérea, pode-se observar que o tratamento
em tiofanato a 45ºC por 180 min e os tratamentos a 50ºC por 10 e 20 min nas diversas caldas
apresentaram valores superiores à testemunha, porém, não houve diferença estatística (Figura 2).
25
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
0
20
40
60
80
100
120
140
45ºC -
testemunha
45ºC - 60
min
45ºC - 120
min
45ºC - 180
min
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
Peso da matéria fresca da parte aérea (g)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 2 - Peso da matéria fresca da parte aérea das plantas oriundas de rizomas de gengibre que receberam
tratamento térmico a 45ºC por 60, 120 e 180 minutos e a 50ºC por dez e 20 minutos em três caldas
diferentes: água, caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L). Médias seguidas por
diferentes letras diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Quando a característica observada foi à produção, a maioria dos tratamentos mostrou-se
superior as suas respectivas testemunhas, mas assim como para o peso da parte aérea, não houve
diferenças estatísticas (Figura 3).
26
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
0
50
100
150
200
250
300
45ºC -
testemunha
45ºC - 60
min
45ºC - 120
min
45ºC - 180
min
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
Produção (g
)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 3 - Produção obtida das plantas oriundas de rizomas de gengibre que receberam tratamento térmico a 45ºC
por 60, 120 e 180 minutos e a 50ºC por dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água, caldo
fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L). Médias seguidas por diferentes letras
diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Pode-se verificar que o tratamento térmico com os tempos e temperaturas usadas neste
ensaio, não influenciou na emergência, altura, peso da matéria fresca da parte aérea e produção
das plantas de gengibre, não sendo prejudicial ao hospedeiro, o que permite o uso da técnica.
No plaqueamento realizado logo após o tratamento térmico, observou-se que os
tratamentos que apresentaram um menor número de segmentos com o fungo foram em água a
45ºC por 60 minutos e a 50ºC por 10 min; em caldo fermentado por Bacillus a 45ºC por 180 min
e em tiofanato metílico a 45ºC por 180 min e a 50ºC por 20 min (Figura 4).
27
0
10
20
30
40
50
60
45ºC -
testemunha
45ºC - 60
min
45ºC - 120
min
45ºC - 180
min
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
Segmentos com o patógeno (%)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 4 - Porcentagem de segmentos de rizomas de gengibre plaqueados logo após a realização da termoterapia a
45ºC por 60,120 e 180 minutos e a 50ºC por dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água, caldo
fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L), que apresentaram crescimento de Fusarium
oxysporum f. sp. zingiberi após uma semana de incubação
Em relação ao plaqueamento dos tratamentos após a coleta do experimento, os resultados
observados encontram-se inseridos na Tabela 4. Pode-se verificar que o patógeno foi recuperado
com maior freqüência no caule e nas raízes.
28
Tabela 4 - Número médio de segmentos de caule, raiz e rizoma de gengibres colhidos após 210 dias de cultivo,
originários de rizomas que passaram por tratamento térmico a 45ºC por zero (testemunha), 60, 120 e
180 minutos e a 50ºC por zero (testemunha), dez e 20 minutos em três caldas diferentes antes do
plantio, que apresentaram crescimento de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi após uma semana de
incubação
Caule Raiz Rizoma
Caldas
Temp.
(ºC)
Tempo
(minutos)
Média
(1)
Tukey
(2)
Média Tukey Média Tukey
testemunha 1,50 a 1,75 a 0,12 a
60 2,25 a 2,37 a 0,37 a
120 3,50 a 1,25 a 0,25 a
45ºC
180 4,75 a 1,62 a 0,62 a
testemunha 2,00 a 2,62 a 0,25 a
10 2,75 a 1,87 a 0,25 a
Água
50ºC
20 1,87 a 1,87 a 0,50 a
testemunha 2,25 a 2,50 a 0,50 a
60 2,37 a 1,87 a 0,87 a
120 1,75 a 0,25 a 0,25 a
45ºC
180 3,00 a 2,62 a 1,00 a
testemunha 2,00 a 2,75 a 0,12 a
10 3,75 a 3,12 a 0,37 a
Caldo
fermentado
por B.subtilis
50ºC
20 2,87 a 2,62 a 0,12 a
testemunha 3,12 a 3,00 a 0,25 a
60 4,00 a 3,37 a 2,62 a
120 4,50 a 0,37 a 0,25 a
45ºC
180 3,00 a 3,00 a 1,62 a
testemunha 4,50 a 2,87 a 1,00 a
10 2,75 a 1,50 a 0,12 a
Tiofanato
metílico
(50g/100L)
50ºC
20 2,37 a 3,50 a 1,87 a
(1)
média de oito repetições, constituídas de uma planta/vaso;
(2)
médias seguidas por diferentes letras, diferem estatisticamente (Tukey 5%). Trabalhou-se com dados
transformados, ou seja, com a raiz quadrada dos dados originais de caule, raiz e rizomas.
Tendo como referência o número médio de segmentos de caule que apresentaram o fungo,
verificou-se que os tratamentos que apresentaram os melhores resultados (menor número de
segmentos infectados) foram em caldo fermentado por Bacillus a 45ºC por 60 e 120 min, e em
calda de tiofanato metílico a 45ºC por 180 min e a 50ºC por 10 e por 20 min (Tabela 4).
29
Quando a referência é o número médio de segmentos de raiz, vários tratamentos
apresentaram uma redução no número quando comparados à testemunha, destacando-se os
tratamentos a 45ºC por 120 min em caldo fermentado por Bacillus e em tiofanato metílico
(Tabela 4).
Com relação ao rizoma, todos os tratamentos realizados em água, mostraram um maior
número de segmentos com o patógeno quando comparados à testemunha. No tratamento com o
caldo fermentado por Bacillus, somente o tratamento a 45ºC por 120 minutos foi melhor que a
testemunha. Em calda de tiofanato metílico, destaca-se o tratamento a 50ºC por 10 min (Tabela
4).
Devido a alta variabilidade dos dados dentro de cada tratamento, não houve diferenças
estatísticas significativas entre os mesmos.
Os rizomas utilizados no ensaio foram oriundos de uma área de produção com a presença
do patógeno, mas não foi possível confirmar a presença do patógeno em todos os rizomas antes
de sua utilização. Assim sendo, há a possibilidade de que alguns dos rizomas não estivessem
contaminados, o que explicaria a variabilidade dos dados quando do isolamento do patógeno.
Para resolver esta questão é que o ensaio em laboratório foi realizado (item 4.2.5.).
2.3.2.2 Ensaio em campo
No experimento em campo, verificou-se que assim como ocorreu em casa de vegetação,
as alturas das plantas que foram expostas por um maior período de tempo ao calor, foram
inferiores aos tratamentos testemunhas e aquelas expostas a uma maior temperatura, mas por um
menor tempo, mostraram alturas semelhantes ou superiores as suas testemunhas (Figura 5). É
possível observar que não houve, entretanto, diferença estatística entre os tratamentos.
30
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
0
10
20
30
40
50
45ºC -
testemunha
45ºC - 60
min
45ºC - 120
min
45ºC - 180
min
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
Sulco
Altura das plantas (cm
)
Á
g
ua Bacillus Tiofanato Bacillus Trichoderma
Figura 5 - Altura das plantas oriundas de rizomas de gengibre que receberam tratamento térmico a 45ºC por 60, 120
e 180 minutos e a 50ºC por dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água, caldo fermentado por B.
subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L) e de rizomas não tratados que receberam aplicação de Bacillus
subtilis e Trichoderma sp. em sulco de plantio, cultivados em área produtora de gengibre em Tapiraí-
SP. Médias seguidas por diferentes letras diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Pela figura 5 também é possível observar que os tratamentos com aplicação em sulco de
plantio de caldo fermentado por Bacillus e de Trichoderma apresentaram alturas iguais ou
superiores as demais plantas originadas de rizomas tratados.
Após a coleta do experimento, foi possível verificar que quanto ao peso da matéria fresca
das plantas de gengibre, os tratamentos em água a 45ºC por 60 minutos e a 50ºC por dez e 20
minutos, mostraram-se superiores as testemunhas, não diferindo, porém estatisticamente (Figura
6). Já em caldo fermentado por Bacillus e em tiofanato metílico, somente o tratamento a 50ºC por
dez min foi superior à testemunha.
31
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
0
500
1000
1500
2000
2500
45ºC -
testemunha
45ºC - 60
min
45ºC - 120
min
45ºC - 180
min
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
Sulco
Peso da matéria fresca (g)
Á
g
ua Bacillus Tiofanato Bacillus Trichoderma
Figura 6 - Peso da matéria fresca das plantas (parte aérea, rizomas e raízes) oriundas de rizomas de gengibre que
receberam tratamento térmico a 45ºC por 60, 120 e 180 minutos e a 50ºC por dez e 20 minutos em três
caldas diferentes: água, caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L) e de rizomas
não tratados que receberam aplicação de Bacillus subtilis e Trichoderma sp. em sulco de plantio,
cultivados em área produtora de gengibre em Tapiraí-SP. Médias seguidas por diferentes letras diferem
estatisticamente (Tukey 5%)
Os tratamentos realizados com a incorporação de B. subtilis e Trichoderma em sulco de
plantio mostraram pesos de matéria fresca semelhantes às testemunhas, o que era esperado visto
que os mesmos não sofreram exposições ao calor.
Quanto ao plaqueamento das plantas, verificou-se que em água, somente os tratamentos a
45ºC por 60 minutos e a 50ºC por 20 minutos mostraram valores inferiores à testemunha em
relação à recuperação do patógeno no caule (Tabela 5). Em caldo fermentado por Bacillus, todos
os tratamentos obtiveram valores inferiores às testemunhas. E em calda de tiofanato metílico, o
melhor resultado foi obtido a 50ºC por dez minutos. Nas aplicações em sulco, o tratamento com
Trichoderma mostrou um menor número de segmentos com a presença do patógeno.
32
Tabela 5 - Número médio de segmentos de caule, raiz e rizoma de gengibres colhidos em campo, na cidade de
Tapiraí-SP, originários de rizomas que passaram por tratamento térmico a 45ºC por zero (testemunha),
60, 120 e 180 minutos e a 50ºC por zero (testemunha), dez e 20 minutos em três caldas diferentes antes
do plantio e de rizomas não tratados que receberam aplicação de Bacillus subtilis e Trichoderma sp. em
sulco de plantio, que apresentaram crescimento de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi após uma
semana de incubação
Caule Raiz Rizoma
Caldas
Temp.
(ºC)
Tempo
(minutos)
Média
(1)
Tukey
(2)
Média Tukey Média Tukey
testemunha 2,33 a 2,00 a 0,33 a
60 1,50 a 5,00 a 1,50 a
120 3,00 a 5,00 a 3,67 a
45ºC
180 2,67 a 2,67 a 2,00 a
testemunha 1,00 a 3,33 a 1,00 a
10 3,67 a 2,00 a 6,33 a
Água
50ºC
20 0,50 a 2,00 a 0,67 a
testemunha 4,00 a 3,67 a 0,67 a
60 3,00 a 1,33 a 1,00 a
120 2,50 a 1,33 a 2,00 a
45ºC
180 2,00 a 3,33 a 2,67 a
testemunha 3,33 a 5,33 a 1,33 a
10 2,33 a 0,67 a 0,67 a
Caldo
fermentado por
B.subtilis
50ºC
20 2,67 a 1,67 a 0,67 a
testemunha 2,00 a 1,67 a 1,33 a
60 4,00 a 5,33 a 2,33 a
120 2,00 a 2,33 a 1,00 a
45ºC
180 - - - - - -
testemunha 3,67 a 2,33 a 0,33 a
10 1,50 a 1,00 a 1,67 a
Tiofanato
metílico
(50g/100L)
50ºC
20 4,00 a 0,67 a 1,67 a
Caule Raiz Rizoma
Aplicação em sulco de plantio
Média* Tukey** dia Tukey Média Tukey
Bacillus subtilis 3,00 a 3,00 a 1,67 a
Trichoderma sp. 1,33 a 2,33 a 0,67 a
Nota: Sinal convencional utilizado:
- dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1)
média de três repetições, constituídas de uma parcela, onde foram plantados três rizomas;
(2)
médias seguidas por diferentes letras, diferem estatisticamente (Tukey 5%). Trabalhou-se com dados
transformados, ou seja, com a raiz quadrada dos dados originais de caule, raiz e rizomas.
33
Quando a parte analisada foi o rizoma, observou-se que em água, somente o tratamento a
50ºC por 20 minutos foi superior à testemunha, mostrando um menor número de segmentos com
o patógeno (Tabela 5). Em caldo fermentado, os dois tratamentos a 50ºC (dez e vinte minutos)
mostraram valores inferiores à testemunha. Já em tiofanato metílico, somente o tratamento a 45ºC
por 120 minutos foi superior a testemunha. Novamente o tratamento em sulco com Trichoderma
apresentou um bom resultado.
Finalmente, quando a parte observada é a raiz, é possível verificar que em água e
tiofanato, os melhores resultados foram obtidos nos tratamentos a 50ºC (Tabela 5). Em caldo
fermentado, todos os tratamentos mostraram menores números de segmentos infectados com o
patógeno quando comparados às testemunhas.
Neste experimento também foi possível observar, que assim como em casa de vegetação,
a recuperação do patógeno é menor no rizoma quando comparado à raiz e ao caule.
2.3.2.3 Ensaio 2
No segundo ensaio, quanto à brotação dos rizomas, observou-se que nos tratamentos a
50ºC, somente o realizado por 60 min em caldo fermentado por Bacillus e por 30 min em
tiofanato metílico foram inferiores as suas respectivas testemunhas (Tabela 6). Já a 55ºC, os
tratamentos que se mostraram com menores números de brotos foram por dez minutos nas caldas
compostas por água e tiofanato metílico. Não houve, porém, diferenças estatísticas entre os
tratamentos.
Quando a emergência é analisada, pode-se notar que o tratamento em caldo fermentado
por B.subtilis a 50ºC por 60 minutos apresentou uma emergência de apenas 10%, o que
impossibilitou sua inclusão nas análises estatísticas. Os demais tratamentos mostraram uma boa
emergência, que variou de 70 a 100% (Tabela 6).
34
Tabela 6 - Número médio de brotos e porcentagem de emergência de rizomas de gengibre após tratamento térmico a
50ºC por zero (testemunha), 30 e 60 minutos e a 55ºC por zero, dez e 20 minutos em três caldas
diferentes: água, caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L)
Brotos/planta
Caldas
Temp.
(ºC)
Tempo
(minutos)
Média
(1)
Tukey
(2)
Emergência
(%)
testemunha 4,33 a 100
30 4,00 a 100
50ºC
60 5,00 a 80
testemunha 4,83 a 100
10 2,83 a 100
Água
55ºC
20 6,00 a 100
testemunha 3,33 a 100
30 5,50 a 100
50ºC
60 - - 10
testemunha 2,66 a 100
10 3,83 a 90
Caldo
fermentado
por
B.subtilis
55ºC
20 5,00 a 100
testemunha 4,16 a 100
30 2,66 a 100
50ºC
60 4,16 a 100
testemunha 5,00 a 100
10 4,00 a 80
Tiofanato
metílico
55ºC
20 5,83 a 70
Nota: Sinal convencional utilizado:
- dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1)
média de seis repetições, constituídas de uma planta/vaso;
(2)
médias seguidas por diferentes letras, diferem estatisticamente (Tukey 5%).
Quanto à altura, nenhum dos tratamentos apresentou diferença estatística em relação a sua
respectiva testemunha. Houve diferença somente entre os tratamentos em água a 50ºC por 60
minutos e em tiofanato a 55ºC por 20 minutos em relação ao tratamento em água a 55ºC por dez
minutos (Figura 7).
35
ab
a
ab
b
ab
ab
ab
ab
ab
ab
ab
b
ab
ab
ab
ab
ab
0
20
40
60
80
100
120
50ºC -
testemunha
50ºC - 30 min 50ºC - 60 min 55ºC -
testemunha
55ºC - 10 min 55ºC - 20 min
Altura das plantas (cm
)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 7 - Altura das plantas oriundas de rizomas de gengibre que receberam tratamento térmico a 50ºC por zero
(testemunha), 30 e 60 minutos e a 55ºC por zero, dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água,
caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L). Médias seguidas por diferentes letras
diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Com relação ao peso da matéria fresca da parte aérea (Figura 8), todos tratamentos em
caldo fermentado por Bacillus mostraram-se superiores as testemunhas, não havendo, no entanto
diferença estatística entre os tratamentos. Em tiofanato metílico e em água, somente os
tratamentos a 55ºC por dez minutos superaram suas respectivas testemunhas.
36
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
0
5
10
15
20
25
30
35
40
50ºC -
testemunha
50ºC - 30 min 50ºC - 60 min 55ºC -
testemunha
55ºC - 10 min 55ºC - 20 min
Peso da matéria fresca da parte aérea (g)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 8 - Peso da matéria fresca da parte aérea de plantas de gengibre oriundas de rizomas que receberam
tratamento térmico a 50ºC por zero (testemunha), 30 e 60 minutos e a 55ºC por zero, dez e 20 minutos
em três caldas diferentes: água, caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L).
Médias seguidas por diferentes letras diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Quanto à produção (Figura 9), somente os tratamentos com Bacillus a 55ºC por 10 e 20
minutos mostraram produções superiores quando comparados as suas testemunhas, mas não
diferiram estatisticamente.
37
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
0
50
100
150
200
250
50ºC -
testemunha
50ºC - 30 min 50ºC - 60 min 55ºC -
testemunha
55ºC - 10 min 55ºC - 20 min
Produção (g
)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 9 - Produção obtida de plantas de gengibre oriundas de rizomas que receberam tratamento térmico a 50ºC por
zero (testemunha), 30 e 60 minutos e a 55ºC por zero, dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água,
caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L). Médias seguidas por diferentes letras
diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Assim como foi observado para o ensaio 1 ( item 4.2.1.), o tratamento térmico com os
tempos e temperaturas usadas neste ensaio não influenciou significativamente na emergência,
altura, peso da matéria fresca da parte aérea e produção das plantas de gengibre, não sendo
prejudicial ao hospedeiro, o que permite o uso da técnica.
Em relação ao plaqueamento dos tratamentos após a coleta do ensaio, os resultados
observados encontram-se inseridos na Tabela 7. Neste ensaio o patógeno foi recuperado com
maior freqüência no rizoma e nas raízes.
38
Tabela 7 - Número médio de segmentos de caule, raiz e rizoma de gengibres, originários de rizomas que passaram
por tratamento térmico a 50ºC por zero (testemunha), 30 e 60 minutos e a 55ºC por zero (testemunha),
dez e 20 minutos em três caldas diferentes antes do plantio, que apresentaram crescimento de Fusarium
oxysporum f. sp. zingiberi após uma semana de incubação
Caule Raiz Rizoma
Caldas
Temp.
(ºC)
Tempo
(minutos)
Média
(1)
Tukey
(2)
Média Tukey Média Tukey
testemunha 2,00 ab 6,83 a 2,83 a
30 0,83 b 5,17 a 2,17 a
50ºC
60 3,50 ab 7,83 a 3,83 a
testemunha 1,83 ab 3,17 a 3,17 a
10 3,50 ab 8,33 a 6,50 a
Água
55ºC
20 6,17 a 8,00 a 4,17 a
testemunha 1,33 ab 6,00 a 4,33 a
30 3,17 ab 9,00 a 5,50 a
50ºC
60 - - - - - -
testemunha 1,00 b 6,50 a 5,83 a
10 1,17 b 6,00 a 3,17 a
Caldo
fermentado
por B.subtilis
55ºC
20 3,33 ab 5,67 a 4,17 a
testemunha 1,00 b 4,50 a 2,67 a
30 1,00 b 7,50 a 3,33 a
50ºC
60 2,83 ab 7,00 a 5,50 a
testemunha 2,83 ab 6,50 a 4,83 a
10 2,17 ab 4,67 a 4,50 a
Tiofanato
metílico
(50g/100L)
55ºC
20 1,67 ab 4,67 a 1,67 a
Nota: Sinal convencional utilizado:
- dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1)
média de seis repetições, constituídas de uma planta/vaso;
(2)
médias seguidas por diferentes letras, diferem estatisticamente (Tukey 5%). Trabalhou-se com dados
transformados, ou seja, com a raiz quadrada dos dados originais de caule, raiz e rizomas.
Tendo como referência o número médio de segmentos de caule que apresentaram o fungo,
verificou-se que os tratamentos que apresentaram os melhores resultados (menor número de
segmentos infectados) foram em água a 50ºC por 30 minutos, que diferiu estatisticamente de sua
testemunha, e em calda de tiofanato metílico a 55ºC por 10 e por 20 minutos, onde não houve
diferença estatística em relação à testemunha (Tabela 7).
Quando a referência é o número médio de segmentos de raiz e rizoma, o tratamento em
água a 50ºC por 30 minutos, em caldo fermentado por Bacillus a 55ºC por dez e 20 minutos e em
39
tiofanato metílico a 55ºC por 10 e 20 minutos apresentaram bons resultados (Tabela 7), mas não
houve diferença estatística em relação à testemunha.
2.3.2.4 Ensaio 3
Quanto à brotação dos rizomas, observou-se que a 50ºC, os tratamentos por 20 min em
caldo fermentado e em tiofanato foram superiores às suas respectivas testemunhas; a 55ºC, os
tratamentos que se mostraram superiores foram em água por dez min, em caldo fermentado por
20 min e em tiofanato por dez min; e a 60ºC o tratamento em caldo fermentado por dez min
mostrou-se superior (Tabela 8).
Quanto à emergência, a maioria dos tratamentos apresentou uma porcentagem
significativamente inferior às testemunhas, com exceção do tratamento em caldo fermentado por
Bacillus que teve porcentagens próximas a testemunhas, com o tratamento a 50ºC por dez
minutos superando o mesmo. Neste ensaio, foi possível observar que os tratamentos a 55ºC em
água e tiofanato mostraram taxas muito baixas de emergência, ao contrário do observado no
ensaio 2 (item 4.2.2.) onde foram utilizados os mesmos tempos e temperaturas. O fato pode ser
explicado pela época de plantio, já que a época ideal é de agosto a setembro, e o ensaio 2 foi
plantado em outubro ao contrário do presente, que teve seu plantio efetuado no mês de janeiro. Já
os tratamentos a 60ºC em todas as caldas inibiram a emergência, mostrando-se prejudiciais ao
hospedeiro (Tabela 8).
40
Tabela 8 - Número médio de brotos, porcentagem de emergência e porcentagem de segmentos de plantas infectados
com Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi, de plantas de gengibre oriundas de rizomas que receberam
tratamento térmico a 50ºC, 55ºC e 60ºC por zero, dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água,
caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L)
Brotos/planta
Caldas
Temp.
(ºC)
Tempo
(minutos)
Média
(1)
Emergência
(%)
Segmentos
Infectados
(%)
(2)
Testem. 2,40 70 38
10 0,50 20 6
50ºC
20 0,30 20 4
Testem. 1,00 40 32
10 0,30 10 12
55ºC
20 0,00 0 22
Testem. 3,40 90 70
10 0,00 0 2
Água
60ºC
20 0,00 0 2
Testem. 2,30 90 40
10 2,40 100 20
50ºC
20 2,90 80 18
Testem. 2,80 90 30
10 2,80 90 22
55ºC
20 1,60 50 22
Testem. 2,10 80 26
10 0,90 20 16
Caldo
fermentado
por B.
subtilis
60ºC
20 0,00 0 2
Testem. 2,30 80 66
10 1,00 40 0
50ºC
20 0,80 10 0
Testem. 1,80 80 74
10 0,70 20 2
55ºC
20 0,00 0 0
Testem. 2,20 90 54
10 0,00 0 4
Tiofanato
metílico
60ºC
20 0,00 0 0
(1)
média de dez repetições, constituídas de uma planta/vaso.
(2)
total de 50 segmentos/tratamento.
Devido a baixa emergência observada nos tratamentos, não foi possível analisar
estatisticamente os resultados obtidos.
No plaqueamento logo após a realização do tratamento, foi possível observar que todos os
tratamentos realizados apresentaram uma menor porcentagem de segmentos com o patógeno em
relação as suas respectivas testemunhas (Tabela 8).
Em relação à altura, todos os tratamentos realizados em água mostraram-se inferiores as
suas respectivas testemunhas (Figura 10). Os tratamentos realizados em caldo fermentado por
41
Bacillus que germinaram, foram superiores as suas testemunhas e dos realizados em tiofanato,
somente aquele a 50ºC por dez minutos superou a testemunha.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
55ºC -
testemunha
55ºC - 10
min
55ºC - 20
min
60ºC -
testemunha
60ºC - 10
min
60ºC - 20
min
Altura das plantas (cm
)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 10 - Altura das plantas oriundas de rizomas que receberam tratamento térmico a 50ºC, 55ºC e 60ºC por zero,
dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água, caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato
metílico (50g/100L)
Quanto ao peso da matéria fresca da parte aérea, a 50ºC, todos os tratamentos em caldo
fermentado e em tiofanato foram superiores as suas respectivas testemunhas (Figura 11). A 55ºC,
o tratamento em água por dez minutos e em caldo fermentado por dez e vinte minutos
mostraram-se melhores.
42
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
55ºC -
testemunha
55ºC - 10
min
55ºC - 20
min
60ºC -
testemunha
60ºC - 10
min
60ºC - 20
min
Peso da matéria fresca da parte aérea (g
)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 11 - Peso da matéria fresca da parte aérea das plantas oriundas de rizomas de gengibre que receberam
tratamento térmico a 50ºC, 55ºC e 60ºC por zero, dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água,
caldo fermentado por B. subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L)
Em relação à produção, os tratamentos em água a 55ºC por dez minutos, em caldo
fermentado a 50ºC por dez minutos e a 55ºC por dez e vinte minutos, e em tiofanato a 50ºC por
20 minutos mostraram valores superiores as sua respectivas testemunhas (Figura 12).
43
0
50
100
150
200
250
50ºC -
testemunha
50ºC - 10
min
50ºC - 20
min
55ºC -
testemunha
55ºC - 10
min
55ºC - 20
min
60ºC -
testemunha
60ºC - 10
min
60ºC - 20
min
Produção (g
)
Água Bacillus Tiofanato
Figura 12 - Produção das plantas oriundas de rizomas de gengibre que receberam tratamento térmico a 50ºC, 55ºC e
60ºC por zero, dez e 20 minutos em três caldas diferentes: água, caldo fermentado por B. subtilis e
Tiofanato metílico (50g/100L)
No plaqueamento realizado após a coleta do experimento, foi possível verificar que para
caule, os tratamentos em caldo fermentado a 55ºC por dez e vinte minutos e em tiofanato a 50ºC
por 20 minutos e a 55ºC por dez minutos mostraram um menor número de segmentos infectados
em relação as suas respectivas testemunhas. Quando se observou o segmento de raiz, somente o
tratamento em caldo fermentado a 50ºC por dez minutos mostrou-se inferior a testemunha. Para
rizoma, os melhores tratamentos foram: água 50ºC por dez minutos, caldo fermentado 50ºC por
dez e 20 minutos e tiofanato 50ºC e 55ºC por dez minutos (Tabela 9).
44
Tabela 9 - Número médio de segmentos de caule, raiz e rizoma de gengibres, originários de rizomas que passaram
por tratamento térmico a 50ºC, 55ºC e 60ºC por zero (testemunha), dez e 20 minutos em três caldas
diferentes antes do plantio, que apresentaram crescimento de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi após
uma semana de incubação
Caldas
Temp.
(ºC)
Tempo
(minutos)
Caule Raiz Rizoma
Testemunha 5,50 8,50 8,25
10 10,00 10,00 10,00
50ºC
20 8,00 10,00 8,00
Testemunha 6,75 6,00 6,25
10 7,00 6,00 2,00
55ºC
20 - - -
Testemunha 6,33 8,83 7,50
10 - - -
Água
60ºC
20 - - -
Testemunha 4,75 7,75 7,00
10 5,43 6,29 6,14
50ºC
20 6,00 8,00 6,00
Testemunha 6,14 8,00 6,43
10 5,60 7,90 7,50
55ºC
20 4,20 8,20 9,40
Testemunha 6,00 5,86 5,86
10 - - -
Caldo
fermentado
por B. subtilis
60ºC
20 - - -
Testemunha 4,43 5,14 5,71
10 6,67 5,67 5,33
50ºC
20 4,00 6,00 10,00
Testemunha 6,29 5,00 7,00
10 3,50 7,50 5,50
55ºC
20 - - -
Testemunha 5,50 6,13 6,63
10 - - -
Tiofanato
metílico
(50g/100L)
60ºC
20 - - -
Nota: Sinal convencional utilizado:
- dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
45
2.3.2.5 Ensaio Laboratório
No experimento realizado em laboratório, foi possível observar que todos os tratamentos
apresentaram resultados melhores que suas respectivas testemunhas, com exceção do tratamento
em água a 55ºC por dez minutos, que foi igual à testemunha (Figura 13). Observa-se também que
os melhores resultados foram obtidos a 55ºC por 20 minutos em todas as caldas.
cdef
f
ef
cdef
cdef
ab
f
ab
abcd
bcdef
abcde
abc
cdef
f
f
ab
cdef
f
f
ab
cdef
def
f
a
0
2
4
6
8
10
45ºC -
60min
45ºC -
120min
45ºC -
180min
50ºC -
10min
50ºC -
20min
55ºC -
10min
55ºC -
20min
Testemunha
mero médio de segmentos com o patógeno
Água Bacillus Tiofanato
Figura 13 - Número médio de segmentos de caule, raiz e rizomas de gengibres que receberam tratamento térmico a
45ºC por 60, 120 e 180 minutos e a 50ºC e 55ºC por dez e 20 minutos em três diferentes caldas: água,
caldo fermentado por Bacillus subtilis e Tiofanato metílico (50g/100L), que apresentaram o
crescimento do patógeno (Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi) após uma semana de incubação.
Médias seguidas por diferentes letras diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Através deste ensaio, é possível afirmar que a calda que apresentou melhores resultados
foi a água (com exceção do tratamento a 55ºC por dez minutos). Nesta calda, é possível realizar o
tratamento em duas temperaturas com bons resultados: a 45ºC pelo tempo de 120 minutos ou a
55ºC por 20 minutos.
46
2.3.2.6 Termoterapia: considerações finais
Através de todos os resultados obtidos nos cinco ensaios de termoterapia, é possível
observar que vários tempos e temperaturas podem ser utilizados para o tratamento sem que haja
prejuízos a produção do gengibre.
Em todos os ensaios, com exceção do ensaio 3 (4.2.3.), a emergência das plantas não se
mostrou comprometida pelo uso da técnica, assim como sua altura, produção de matéria fresca e
produtividade.
O ensaio em campo mostrou bons resultados, que agradaram ao agricultor da área
utilizada, mostrando produtividade igual ou superior a por ele obtida.
A contradição encontrada em alguns resultados pode ser explicada pela alta variabilidade,
a qual é resultado da utilização de materiais vindos diretamente do campo, que poderiam estar
livres do patógeno antes de seu tratamento. Essas contradições foram desfeitas no ensaio em
laboratório, onde se partiu de materiais previamente inoculados com o patógeno para garantia de
sua presença.
Os bons resultados encontrados no ensaio em laboratório mostram a possibilidade de
utilização da técnica com sucesso no auxílio ao controle da doença.
47
2.3.3 Indução de supressividade de solo com o uso de casca de camarão (quitina)
No teste com o uso da casca de camarão, pode-se observar que no decorrer das semanas
houve uma tendência de diminuição da população de Fusarium do solo e aumento da
comunidade de actinomicetos nos solos que receberam a incorporação de casca da casca de
camarão (Figura 14). O solo sem incorporação mostrou pouca variabilidade durante o mesmo
período. Isto indica que este aumento da comunidade de actinomicetos está relacionado a
incorporação efetuada. A diminuição da população de Fusarium oxysporum por sua vez, deve
estar relacionada ao aumento dos actinomicetos, uma vez que estes são agentes de biocontrole.
Estes resultados estão de acordo com os encontrados por Buxton et al. (1965) que
demonstraram que a adição de quitina ao solo causa a diminuição da murcha provocada por
Fusarium oxysporum f. sp. pisi, em diversas variedades de ervilha, tanto em experimentos de
campo, quanto em casa de vegetação. Essa indução de supressividade foi atribuída ao estímulo do
desenvolvimento de microrganismos antagônicos ao patógeno, uma vez que a diluição do solo
tratado e seu plaqueamento mostraram não só o decréscimo da população de Fusarium, como o
aumento da população de actinomicetos, os quais atuam no controle biológico do patógeno.
48
A
B
C
D
10
5
Ufc/grama de solo
E
10
5
Ufc/grama de solo
F
G
Figura 14 - População de Fusarium oxysporum f sp. zingiberi e comunidade de actinomicetos, obtidos pelo
plaqueamento de solo infestado com F. oxysporum f. sp. zingiberi e tratado com incorporação de
casca de camarão em diferentes porcentagens: A-Sem incorporação de casca de camarão; B-2,5%
(v/v); C-5%; D-7,5%; E-10%; F-15%, e G-20%
0
500
1000
1500
2000
2500
0
1 2 3 5 6781011
Semanas após a incorporação
Fusarium Actinomicetos
0
500
1000
1500
2000
2500
0 123567
81011
0
100
200
300
400
500
600
0123
56 7810 11
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
012356
78 10 11
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 1 23 56 7810 11
0
2
4
6
8
10
12
0 1 23 5 6 7 81011
0
50
100
150
200
250
300
012 356
7810 11
49
No último plaqueamento, realizado uma semana antes da coleta do experimento, pode-se
observar que a população de Fusarium no solo que não recebeu a incorporação era maior que
todos os tratamentos que receberam incorporação (Figura 15), diferindo estatisticamente dos
mesmos. A comunidade de actinomicetos do solo sem incorporação só diferiu estatisticamente
daquele onde houve incorporação de 15% de casca de camarão, mas mesmo assim, devido a
grande população de Fusarium presente neste solo, pode-se afirmar que todos os tratamentos
foram superiores a ele, proporcionando o controle do patógeno.
bc
bc
c
bb
b
a
b
a
b
b
b
bb
1000
10000
100000
1000000
10000000
100000000
0% de
casca
2,5% de
casca
5% de
casca
7,5% de
casca
10% de
casca
15% de
casca
20% de
casca
Quantidade de casca de camarão incorporada ao solo (v/v)
UFC/g de solo
Fusarium Actinomicetos
Figura 15 - População de Fusarium oxysporum f sp. zingiberi (Ufc/g de solo) e comunidade de actinomicetos (Ufc/g
de solo), obtidos a partir do plaqueamento de solo infestado com o patógeno (Fusarium oxysporum f.
sp. zingiberi) e tratado com incorporação de casca de camarão, uma semana antes da coleta do
ensaio. Médias seguidas por diferentes letras diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Quanto à altura das plantas, todos os tratamentos foram superiores a testemunha sem
incorporação de casca de camarão (Figura 16). Os tratamentos com incorporação de casca não
diferiram entre si.
50
73,8a
85,0a
68,8a
84,5a
74,5a
52,2a
4,8b
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0% de
casca
2,5% de
casca
5% de
casca
7,5% de
casca
10% de
casca
15% de
casca
20% de
casca
Quantidade de casca de camarão incorporada ao solo (v/v)
Altura das plantas (cm)
Figura 16 - Altura das plantas de gengibre (cm) que foram plantadas em solo infestado artificialmente com Fusarium
oxysporum f. sp. zingiberi e tratado com incorporação de casca de camarão. Médias seguidas por
diferentes letras diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Quando se avaliou o peso da matéria fresca da parte aérea, observou-se que o tratamento
testemunha foi inferior aos demais tratamentos. Entre os tratamentos com incorporação de casca
de camarão, o tratamento com 15% (v/v) superou o tratamento com 2,5% (v/v), não diferindo dos
demais (Figura 17).
51
89,1ab
116,8a
79,2ab
104,9ab
50,2ab
39,7b
1,7c
0
20
40
60
80
100
120
140
0% de
casca
2,5% de
casca
5% de
casca
7,5% de
casca
10% de
casca
15% de
casca
20% de
casca
Quantidade de casca de camarão incorporada ao solo (v/v)
Peso da matéria fresca da parte aérea (g)
Figura 17 - Peso da matéria fresca da parte aérea de plantas de gengibre cultivadas em solo infestado artificialmente
com Fusarium oxysporum f sp. zingiberi e tratado com incorporação de casca de camarão. Médias
seguidas por diferentes letras diferem estatisticamente (Tukey 5%)
Em relação à produção, também houve diferença estatística entre a testemunha sem
incorporação e os tratamentos em que a mesma ocorreu (Figura 18). O tratamento com
incorporação de 15% de casca (v/v), mostrou um valor de produção superior a todos os outros
tratamentos com incorporação, não diferindo, no entanto dos mesmos.
52
133,7a
214,0a
150,9a
145,1a
136,3a
150,0a
6,7b
0
50
100
150
200
250
0% de
casca
2,5% de
casca
5% de
casca
7,5% de
casca
10% de
casca
15% de
casca
20% de
casca
Quantidade de casca de camarão incorporada ao solo (v/v)
Produção (g)
Figura 18 - Produção de plantas de gengibre cultivadas em solo infestado artificialmente com Fusarium oxysporum f
sp. zingiberi e tratado com incorporação de casca de camarão. Médias seguidas por diferentes letras
diferem estatisticamente (Tukey 5%)
No plaqueamento realizado após a coleta do ensaio, houve a recuperação do patógeno em
todos os tratamentos, mas é preciso observar que não existem dados do tratamento controle, uma
vez que o mesmo foi dizimado pela doença, enquanto os demais conseguiram uma boa produção
(Tabela 10).
53
Tabela 10 - Número médio de segmentos de caule, raiz e rizoma de gengibres, originários de rizomas sadios que
foram plantados em solo anteriormente infestado com Fusarium oxysporum f.sp. zingiberi e que
recebeu incorporação de casca de camarão nas porcentagens de 0; 2,5; 5; 7,5; 10; 15 e 20 (v/v), que
apresentaram crescimento de Fusarium oxysporum f. sp. zingiberi após uma semana de incubação
Caule Raiz Rizoma Casca de camarão
incorporada ao solo (%)
Média
(1)
Tukey
(2)
Média Tukey Média Tukey
0
(3)
- - - - - -
2,5 4,80 ab 5,33 a 7,50 a
5 7,33 a 7,33 a 8,50 a
7,5 3,83 ab 5,33 a 6,50 a
10 2,00 b 5,00 a 6,17 a
15 2,00 b 5,33 a 8,00 a
20 3,67 ab 5,33 a 7,67 a
Nota: Sinal convencional utilizado:
- dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1)
média de seis repetições, constituídas de uma planta/vaso;
(2)
médias seguidas por diferentes letras, diferem estatisticamente (Tukey 5%);
(3)
Este tratamento não apresentou plantas após a coleta, não sendo possível o plaqueamento.
Neste ensaio foi possível observar que a incorporação da casca de camarão ao solo
proporcionou a chance de se obter uma produção de gengibre mesmo em solo com alto teor de
infestação. Sem a incorporação isto não seria possível.
A diferença entre os tratamentos pode ser vista claramente na Figura 19.
Figura 19 - Amostra contendo um vaso de cada tratamento em casa de vegetação, um dia antes da coleta do ensaio
com incorporação de casca de camarão. As porcentagens indicam a quantidade de casca de camarão
incorporada ao solo. O solo presente nos vasos foi artificialmente infestado com Fusarium oxysporum f.
sp. zingiberi antes da incorporação da casca e do plantio
54
3 CONCLUSÕES
Os resultados obtidos neste trabalho permitiram concluir que:
1. O tratamento térmico pode ser utilizado como auxiliar no tratamento do Amarelo ou
Murcha de Fusarium em gengibre;
2. As melhores combinações tempo/temperatura foram a 45ºC pelo tempo de 120 minutos
ou a 55ºC por 20 minutos em todas as caldas;
3. A adição de casca de camarão ao solo é uma técnica que pode ser empregada em solos
onde o patógeno esteja presente permitindo assim o plantio do gengibre
55
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