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SILVOKLEIO DA COSTA SILVA
Caracterização citogenética, molecular e morfológica de
acessos do gênero Arachis com ênfase na seção Heteranthae
Recife - PE
2007
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SILVOKLEIO DA COSTA SILVA
Caracterização citogenética, molecular e morfológica de
acessos do gênero Arachis com ênfase na seção Heteranthae
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Agronomia
“Melhoramento Genético de Plantas”, da
Universidade Federal Rural de
Pernambuco, como parte dos requisitos
para obtenção do grau de Mestre em
Agronomia, área de concentração em
Melhoramento Genético de Plantas.
Orientador: Dr. Reginaldo de Carvalho
Co-orientadores: Dr. Péricles de Albuquerque Melo Filho
Dra. Roseane Cavalcanti dos Santos
Recife – PE
2007
ii
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Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE
CDD 631. 53
1. Arachis
2. Heteranthae
3. Citogenética
4. ISSR
5. Análise fenológica
I. Carvalho, Reginaldo de
II. Título
S586c Silva, Silvokleio da Costa
Caracterização citogenética, molecular e morfológica de
acessos do gênero Arachis com ênfase na seção
Heteranthae
/ Silvokleio da Costa Silva. -- 2007.
98 f. : il.
Orientador : Reginaldo de Carvalho
Dissertação (Mestrado em Agronomia - Melhoramento
Genético de Plantas) – Universidade Federal Rural de Per –
nambuco. Departamento de Agronomia.
Inclui anexo e bibliografia.
SILVOKLEIO DA COSTA SILVA
Caracterização citogenética, molecular e morfológica de
acessos do gênero Arachis com ênfase na seção Heteranthae
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia
“Melhoramento Genético de Plantas”, da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em
Agronomia, área de concentração em Melhoramento Genético de Plantas.
Dissertação defendida e aprovada pela Banca Examinadora em: ____/____/2007.
Orientador:___________________________________________
Prof. Dr. Reginaldo de Carvalho
Departamento de Biologia/UFRPE
Examinadores:________________________________________
Prof. Dr. Péricles de Albuquerque Melo Filho
Departamento de Agronomia/UFRPE
________________________________________
Prof. Dra. Luciane Vilela Resende
Departamento de Agronomia/UFRPE
________________________________________
Prof. Dra. Ana Maria Benko-Iseppon
Departamento de Genética/UFPE
________________________________________
Prof. Dra. Vilma Loreto
Unidade Acadêmica de Garanhuns - UFRPE
Recife - PE
2007
iii
DEDICATÓRIA
Tudo o que sou e o que vier a ser
ofereço a Ti, ó Senhor Deus
Dedico a Deus, pela fé inabalável
concedida ao longo desta jornada, a
minha família, motivo maior da minha
constante luta e a meus queridos
amigos.
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e a oportunidade de desfrutar este momento tão especial
e enriquecedor no âmbito profissional.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pela oportunidade de
realização do Curso de Mestrado.
Ao Programa de Pós-Graduação em Melhoramento Genético de Plantas
(PPGAMGP) da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em especial ao Prof.
Dr. Francisco José de Oliveira, coordenador, pela dedicação e paciência destinada
ao corpo discente.
À Dra. Roseane Cavalcanti dos Santos pelas partilha de conhecimento, amizade,
espírito materno e pelo ser humano maravilhoso que é. Muito obrigado por ter
acreditado em investir.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Reginaldo de Carvalho pela amizade, compreensão,
paciência e orientação que me ajudaram no crescimento pessoal e profissional.
Ao Prof. Dr. Péricles de Albuquerque Melo Filho pelas sábias sugestões, amizade e
profissionalismo.
Aos professores do Curso de Mestrado em Melhoramento Genético de Plantas, Prof.
Dr. Gerson Quirino Bastos, Prof. Dr. Clodoaldo da Anunciação Filho, Profª. Dra.
Luciane Vilela Resende, Prof. Dr. Péricles de Albuquerque Melo Filho, Profª. Márcia
Vanusa, Profª. Dra. Luíza Suely men, Prof. Dr. Edson Ferreira da Silva e demais
professores pelos conhecimentos, experiências transmitidas e momentos de
descontração.
Aos meus colegas de turma, Marcelo Souza (amigão), Mário Ferreira de Moraes,
Deivid A. Costa, Jaqueline Gadé, Lidinalva Resende, Clébia M. A. Almeida, Roberto
de A. Melo, Vauban A. Carvalho, Liliane Melo Fillho, Adriana Guedes, Eric Xavier e
Maria Conceição Martiniano, pelas lutas, vitórias e descontrações.
À Dra. Taís de Moraes Falleiro Suassuna pelo incentivo inicial dos trabalhos com
amendoim e conhecimentos generosamente possibilitados.
Aos pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia CENARGEN
(Brasília-DF, Brasil), Dr. José Francisco Montenegro Valls e Dra. Andréa del Pilar de
Souza Peñaloza pelas sementes e pelo valiosíssimo conhecimento partilhado.
Aos amigos do Laboratório de Genética, Bioquímica e Sequenciamento de DNA, em
especial a Carliane Rebeca, Elizabeth A. A. Duarte, Ebenézer Bernardes (Bené),
Fabiana Aparecida, Cláusio Melo, Maria Isabel Gomes e Janaína Teixeira (Janjan),
pelo espírito coletivo, partilha de aprendizagem e descontração ao longo deste anos
de valiosa convivência.
v
Ao Sr. Ivaldo Monteiro pelos momentos destinados à partilha de sua sabedoria
vivida e pela amizade construída.
Ao grande amigo Aridelson Joabson Almeida de Oliveira pelas palavras de fé e
estímulos proferidos em momentos oportunos.
À Elizabeth A. A. Duarte, pelo apoio, amizade, partilha das experiências vividas, pelo
espírito de luta e respeito que foi construído durante anos de amizade.
A Reinaldo Farias e a Jôse Pereira pelo acolhimento inicial, amizade, sorrisos e pelo
exemplo de fé a ser seguido.
À Carliane Rebeca Coelho da Silva pela compreensão, fé, partilha, luta, amizade,
amor e vitórias alcançadas até hoje e por novos tempos que estão por vir.
À Sra. Eliane Monteiro e família, pela amizade, palavras de fé, sabedoria, carinho e
acolhimento, além de tudo que vocês representam em minha vida.
Aos meus avós José da Costa Lima e Maria do Carmo Costa, in memoriam, que
sempre se fizeram presentes em meu coração.
A toda minha família, em especial a Josikleio da Costa Silva, Hudsonkleio da Costa
Silva e Sankleia da Costa Silva, que sem se dar conta, foram meu alicerce na
construção desta obra em minha vida.
Ao Sr. Fernandes Matias da Silva, meu pai, pela vida, educação e exemplo de
dignidade a ser seguido. Amo você.
À Sra. Eufrásia da Costa Silva, minha mãe, pelo amor e vida dedicados ao longo dos
momentos que partilhamos juntos.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, pela
bolsa que possibilitou dar continuidade à tão almejada pós-graduação.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.
Muito Obrigado!
vi
SUMÁRIO
Página
Lista de Figuras 8
Lista de Tabelas 10
Resumo 11
Abstract 13
1. Introdução 15
CAPÍTULO I – Revisão Bibliográfica 17
2. Revisão Bibliográfica 18
2.1. Classificação Taxonômica e Botânica do Gênero Arachis 18
2.2. Seção Heteranthae Krapov. e W.C. Gregory 20
2.3. Centro de Origem e Dispersão do Gênero Arachis L. 22
2.4. Importância Econômica e Nutricional 23
2.5. Relevância dos Estudos Citogenéticos em Plantas Cultivadas 24
2.5.1. Citogenética no Gênero Arachis 28
2.6. Relevância dos Estudos Moleculares em Plantas Cultivadas 32
2.7. Uso de espécies silvestres em programas de melhoramento
genético 34
3. Referências Bibliográficas 39
CAPÍTULO II - Cariologia de cinco espécies da seção Heteranthae
pertencente ao Arachis 53
CAPÍTULO III - Detecção de polimorfismo entre acessos interespecíficos
do gênero Arachis a partir de marcador ISSR 68
CAPÍTULO IV - Variabilidade em espécies do gênero Arachis (seção
Heteranthae) com base em descritores fenotípicos 78
4. Considerações Gerais 86
5. Anexos 89
LISTA DE FIGURAS
Página
CAPÍTULO I
Figura 1. Distribuição geográfica da seção Heteranthae pertencente ao
gênero Arachis, adaptado de Krapovickas e Gregory (1994) 21
Figura 2. Morfologia do cromossomo satelitado (SAT), evidenciando-se o
braço menor (1) e braço maior (2), de espécies do gênero Arachis,
segundo Fernandez e Krapovickas (1994).
29
CAPÍTULO II
Figura 1. Cromossomos mitóticos de espécies do gênero Arachis (seção
Heteranthae) a-e. Metáfases. f. Prófase. g. Núcleos interfásicos. a, b e g.
A. dardani. c. A. pusilla. d. A. sylvestris. e. A. interrupta. f. A. giacomettii.
Setas indicam cromossomos heteropicnóticos. Cabeças de seta indicam
satélites cromossômicos. Barra representa 10μm. 65
Figura 2. Metáfases mitóticas de espécies do gênero Arachis (seção
Heteranthae) coradas com CMA (a, e, g e i) e DAPI (b, f, h e j). c-d.
sobreposição de imagem CMA/DAPI. a-b. A. dardani. c. A. sylvestris. d-f.
A. pusilla. g-h. A. interrupta. i-j. A. giacomettii. Setas indicam cromossomos
heteropicnóticos. Cabeças de seta indicam satélites cromossômicos. Barra
representa 10μm. 66
Figura 3. Idiograma de espécies do gênero Arachis evidenciando regiões
ricas em GC ou AT, reveladas, respectivamente, pelos fluorocromos CMA
+
e DAPI
+
nas espécies: a. Arachis dardani; b. A. sylvestris; c. A. pusilla; d. A.
interrupta; e e. A. giacomettii. SM. Cromossomo submetacêntrico. HP.
Cromossomo heteropicnótico negativo. 67
CAPÍTULO III
Figura 1. Padrão de amplificação de onze genótipos de Arachis utilizando o
oligonucleotídeo UBC 813 (a) e UBC 834 (b) baseados em ISSR. M =
Ladder (1Kb); 1-4. A. dardani (V15132, V15127, V15122 e V15128,
respectivamente); 5-7. A. pusilla (V15150, V13189 e V13109,
respectivamente); 8. A. valida (34AM); 9. A. ipaensis (KG30076); 10. A.
duranensis (V14167); 11. A. sternosperma (V10229). 75
Figura 2. Dendrograma gerado pelo programa NTSys 2.10 pelo método de
clusterização UPGMA. 76
Figura 3. Matriz de similaridade de espécies do gênero Arachis gerada pelo
programa NTSys 2.10, derivada do coeficiente de similaridade de Jaccard
(J). 77
CAPÍTULO IV
Figura 1. Dendrograma representativo da similaridade morfológica de
acessos da seção Heteranthae (gênero Arachis) obtidas através da Análise
de Agrupamento pela Ligação Média entre Grupos (UPGMA), realizado no
programa computacional NTSys 2.10, com base no coeficiente de Jaccard
(J).
85
LISTA DE TABELAS
Página
CAPÍTULO I
Tabela 1. Distribuição e descrição dos tipos de satélites (SAT) ao longo
das seções taxonômicas do gênero Arachis, adaptado de Fernandez e
Krapovickas (1994) e Lavia (2001).
30
Tabela 2. Lista de espécies pertencentes ao gênero Arachis analisados
citogeneticamente, com seus respectivos números diplóides (2n), tipo de
satélite cromossômico (SAT) e referências bibliográficas.
36
CAPÍTULO II
Tabela 1. Dados de passaporte dos acessos, com respectiva fórmula
cariotípica (m-metacêntrico; sm-submetacêntrico), tipo de satélite (SAT),
comprimento médio do complemento cromossômico (CMC),
comprimento médio do maior par cromossômico (C1) e comprimento
médio do menor par cromossômico (C2).
64
CAPÍTULO III
Tabela 1. Dados de passaporte de acessos do gênero Arachis. 73
Tabela 2. Número de padrões obtidos por oligonucleotídeo utilizado. 74
CAPÍTULO IV
Tabela 1. Dados de passaporte dos acessos do gênero Arachis. 83
Tabela 2. Dados médios dos descritores morfológicos avaliados nos
acessos estudados pertencentes à seção Heteranthae.
84
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
RESUMO
O gênero Arachis tem sido alvo de diversos estudos devido á sua importância
principalmente na alimentação humana e como forragem. Suas espécies silvestres
apresentam alta variabilidade genética e se encontram agrupadas em nove seções
taxonômicas. Destas, a seção Heteranthae destaca-se por ser endêmica do Brasil,
ocorrendo especialmente na região Nordeste e nos Estados de Goiás e Minas
Gerais. Embora não tenha uso muito difundido, muitas de suas espécies apresentam
potencial para uso forrageiro. Considerando-se a plasticidade encontrada neste
gênero, esforços devem ser direcionados visando potencializar o emprego das
espécies nativas e sua respectiva conservação in situ e ex situ, em especial as da
seção Heteranthae mediante sua potencialidade e representatividade regional, visto
que seus representantes poderão vir a servir como alternativa para emprego como
forragem e/ou de genes de interesse agronômico. O presente trabalho teve por
objetivo analisar espécies do nero Arachis, enfatizando a seção Heteranthae, via
técnicas citogenéticas e moleculares, além de análise morfológica. Com base nos
dados citogenéticos, verificou-se que todos os acessos apresentaram número
cromossômico diplóide 2n=20 com morfologia metacêntrica (maioria dos
cromossomos) a submetacêntrica. Arachis dardani, A. pusilla e A. interrupta
apresentam fórmula cariotípica 18m+2sm e satélite tipo 2, enquanto que A.
sylvestris e A. giacomettii possuem 16m+4sm e satélite tipo 10. Divergências em
relação às regiões heterocromáticas CMA
+
foram detectadas entre as espécies. A.
pusilla apresentou o maior número de blocos ricos em GC localizados em todos os
cromossomos do complemento. De acordo com os dados obtidos, sugeriu-se que as
espécies A. dardani e A. interrupta são as mais primitivas com base na assimetria
moderada e tipo de satélite. Dados relacionados ao tipo de satélite de A. interrupta
divergem da literatura. Ao menos em A. pusilla, a heterocromatina constitutiva
parece ter sofrido modificações recentes na sua constituição que, ao contrário das
demais espécies, apresentou-se formando blocos pericentroméricos CMA
+
em todo
o complemento cromossômico. Os dados moleculares gerados via ISSR reuniu as
espécies em três grupos, sendo os dois primeiros constituídos por espécies da
seção Heteranthae, enquanto que o terceiro foi representado por espécies da seção
Arachis. Tais informações estão de acordo com dados de classificação taxonômica
7
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
encontrada na literatura. As análises morfológicas, baseadas em descritores
vegetativos e reprodutivos, possibilitaram agrupar a maioria dos acessos da seção
Heteranthae conforme classificação taxonômica, exceto para a espécie A. pusilla
que apresentou divergências fenológicas possivelmente atribuídas a fatores
ambientais locais ou a variabilidade genética intrinseca deste genótipo.
Palavras-chaves: Arachis; Seção Heteranthae; Citogenética; ISSR; Análise
Fenológica.
8
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
ABSTRACT
The genus Arachis have been mainly objective of several studies due to your
importance in the feeding and as forage. Your wild species present high genetic
variability and find contained in nine taxonomic sections. Of these, the Heteranthae
section stands out for being endemic of Brazil, especially in the Northest area and in
states of Goiás and Minas Gerais. Although dont`t have very spread use, many of
your species present potential for use as forage. Being considered the plasticity in
this genus, efforts shold be addressed seeking to intensify the employment of native
species and your respective conservation in situ and ex situ, especially the one of the
Heteranthae section by your potentiality and representative regional, because your
players can come to serve as alternative for employment as forage and/ou of genes
of agronomic interest. This way, the present work had for objective to analyze
species of the Heteranthae section of the cytogenetic and molecular, beyond
morphologic analyzes. Based in cytogenetics data, was verified that all the accesses
present chromosome number 2n=20, with metacentric (in the majority of the
chromosomes) the submetacentric morphology. Arachis dardani, A. pusilla and A.
interrupta present 18m+2sm and satellite type 2, whereas A. sylvestris and A.
giacomettii present 16m+4sm and satellite type 10. Divergences in relation to the
heterocromatic regions CMA
+
had been detected between the species. A pusilla
present the biggest number of rich blocks in GC localized in all the chromosomes of
the complement. In accordance with the gotten data, the species are suggested that
A. dardani and A. interrupta are most primitive with base moderate asymmetry and
satellite type. Data related to the type of satellite of the A. interrupta are different of
literature. In A. pusilla, the constitutive heterocromatin perishes to have sufferd
recent modifications in its constitution. The molecular data generatad way ISSR
congregated the species in three groups, being the tho first ones consisting by
species of the section Heteranthae, whereas third it was represented by species of
the section Arachis. Such information in accordance with is given of found
taxonômica classification in literature. Already the morphologic analyses, based in
vegetative and reproductive describers, make possible to group the majority of the
accesses of the section Heteranthae as taxonomic classification, except for the
9
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
species A. pusilla that it possibly presented fenologic divergences attributed to the
ambient factors or the genetic variability intrinseca of this genotype.
Key-words: Arachis; Section Heteranthae; Cytogenetic; ISSR; Fenotipic Analyze.
10
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
1. INTRODUÇÃO
O gênero Arachis pertence à família Fabaceae, subfamília Papilionoideae,
tribo Aeschynomeneae e subtribo Stylosanthinae. Originário da América do Sul, este
gênero agrega 81 espécies, das quais 69 foram descritas por Krapovickas e Gregory
(1994) as demais por Valls e Simpson (2005). Destas, 47 ocorrem exclusivamente
no Brasil (Krapovickas e Gregory, 1994; Peñaloza et al., 2001).
Embora o amendoim cultivado (Arachis hypogaea L.) seja o representante de
maior importância devido à sua utilidade na alimentação e como matéria prima de
produtos industrializados, outras espécies do gênero são largamente empregadas
na cobertura de solos para o controle da erosão e de ervas daninhas ou como
plantas forrageiras servindo de fonte de proteínas para a alimentação animal. Além
disso, são utilizadas também na recuperação de solos para adubação verde, ou
ainda como plantas ornamentais (Otero, 1941; Kerridge e Handy, 1994).
Estudos moleculares realizados em espécies silvestres de Arachis vêm
revelando grande polimorfismo genético entre elas (Garcia et al., 1995; Gimenes et
al., 2002 a, b). Todavia, o emprego da diversidade genética de Arachis em
programas de melhoramento genético é bastante limitado para a geração de
híbridos viáveis devido a incompatibilidades entre os genomas das espécies nas
diversas seções. Citogeneticamente, a principal diferença observada é em relação
aos números diferentes de cromossomos (2n=2x=18 ou 20 e 2n=4x=40), a
diferenças nos tamanhos e na morfologia dos satélites, na morfologia de alguns
cromossomos, além de problemas relacionados à fertilidade de alguns acessos.
O amendoim cultivado (A. hypogaea) é uma espécie tetraplóide, 2n=40, de
origem desconhecida. Contudo, é possível contornar o problema da
incompatibilidade de cruzamento para geração de tetraplóides comerciais pela
duplicação do conjunto cromossômico de espécies diplóides (2n=20) com o auxílio
de colchicina e posterior hibridação, produzindo assim híbridos viáveis (Fávero,
2004).
Segundo Krapovickas e Gregory (1994), as espécies do gênero Arachis foram
agrupadas em nove seções. Dentre estas, a seção Heteranthae tem despertado
interesse por parte de pesquisadores nacionais por possuir espécies endêmicas do
Brasil, típicas da região Nordeste, e por apresentarem potencial para fins forrageiro
11
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
e possíveis fontes de genes para resistência à seca. Dados morfológicos e
cariológicos foram descritos para a maioria das espécies da seção. Entretanto, uma
ampla variação morfológica ocorre entre acessos infraespecíficos assim como
discussões sobre o posicionamento interseccional de seus representantes.
Nas últimas décadas, a utilização de técnicas citogenéticas, convencional e
de bandeamento cromossômico, em espécies vegetais cultivadas e silvestres, tem
fornecido informações importantes ao melhoramento genético de alguns grupos de
plantas através da localização física de marcadores cromossômicos (Raina e Mukai,
1999). Estas técnicas citogenéticas associadas às de marcadores isoenzimáticos e
moleculares tem possibilitado identificar variabilidade genética entre as espécies
cultivadas despertando interesse pela alta diversidade e relações filogenéticas entre
os acessos silvestres dos bancos de germoplasma (Creste et al., 2005).
Levando-se em consideração a plasticidade do emprego das espécies deste
gênero, esforços devem ser direcionados ao estudo de sua diversidade visando
potencializar o emprego das espécies nativas e sua respectiva conservação in situ e
ex situ, em especial as da seção Heteranthae visto que, como anteriormente
reportado, pela potencialidade e representatividade regional, poderá vir a servir
como alternativa para emprego como forragem e/ou de genes de interesse
agronômico.
Deste modo, o presente trabalho teve por objetivo analisar espécies da seção
Heteranthae por meio de técnicas citogenéticas e molecular, além de descritores
morfológicos, visando estudar a diversidade intraseccional e fornecer informações
que possam beneficiar e potencializar a utilização dos acessos em programas de
melhoramento genético do gênero.
12
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
CAPÍTULO I
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
13
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Classificação Taxonômica e Botânica do Gênero Arachis
De acordo com a classificação de Cronquist (1988), o gênero Arachis pertence
à ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Papilionoideae, tribo
Aeschynomeneae e subtribo Stylosanthinae. Dentre as angiospermas, a família
Fabaceae representa uma das maiores, sendo constituída por ervas, arbustos,
árvores ou lianas. Segundo Souza e Lorenzi (2005) esta família agrupa cerca de 650
gêneros e aproximadamente 18.000 espécies, com distribuição cosmopolita,
especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. No Brasil ocorrem cerca de 200
gêneros e 1.500 espécies.
Segundo Freitas et al. (2003), o primeiro a propor a classificação do
amendoim foi Lineu, no ano de 1753, denominando o gênero Arachis (do grego
arachos que significa erva daninha) e a espécie hypogaea (que significa
aposento subterrâneo). Em 1841, Benthan verificou a existência de algumas formas
diferentes da anteriormente estudada por Lineu, descrevendo-as como espécies
silvestres. Posteriormente Chevalier (1929 a, b) descreveu A. sylvestris e foi o
primeiro a caracterizar o fruto subterrâneo de uma espécie silvestre.
Segundo Joly (1979) e Krapovickas e Gregory (1994), o gênero Arachis
encontra-se constituído por plantas anuais, bianuais ou perenes, podendo ser
eretas, decumbentes ou procumbentes, ou ainda rizomatozas ou estoloníferas. O
sistema radicular é axonomorfo, com ramificações ou nós. As folhas são
quadrifolioladas ou trifolioladas, com estípulas parcialmente soldadas ao pecíolo. Os
folíolos podem ser desde suborbiculares a lanceolados. As flores são sésseis, com
corola alaranjada ou amarela. Os frutos são subterrâneos com 1 a 5 sementes,
podendo apresentar-se separadas por istmo. As sementes são lisas, com tegumento
rosado pálido (em espécies silvestres) ou variando do vermelho ao preto
(principalmente em espécies cultivadas).
A biologia floral das espécies de Arachis é típica das leguminosas,
apresentando um cálice tubular longo e delgado portando a corola na base. A
inflorescência é resultado de modificações dos ramos vegetativos (Umen, 1973) e é
composta por flores amarelas, sésseis, isoladas (inflorescências simples) ou em
14
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
grupos de duas a cinco (inflorescências compostas) e axilares. Cada flor possui dez
estames, dos quais, geralmente, nove estão unidos por um filamento, formando um
tubo estaminado, permanecendo um livre. Segundo Smith (1950), do conjunto de
estames da flor do amendoim, dois o estéreis e os demais são representados por
quatro anteras oblongas e biloculares e as demais são menores, globosas e
uniloculares.
O pistilo da flor encontra-se constituído pelo ovário, estilo e estigma. O ovário
situa-se na base do tubo do cálice e possui, geralmente, de dois a quatro óvulos. O
estilo é longo e filiforme, com pêlos inclinados para cima ao longo do seu
comprimento. O estigma mede em torno de um centímetro, piloso e situa-se na
mesma altura das anteras. Essa estrutura torna-se receptiva cerca de 24 horas
antes da antese (cleistogamia), e sua receptividade persiste por quase 12 horas
depois da abertura da flor (Hassan e Srivastava, 1966).
Suas flores são hermafroditas e geralmente apresentam estrutura reprodutiva
envolta por uma quilha (Santos e Godoy, 1999) permitindo que a planta seja
autopolinizável (autogamia), com baixa porcentagem de cruzamentos naturais
(alogamia). Segundo Nigan et al. (1999), a taxa de polinização cruzada no
amendoim resultante de hibridação natural é menor que 1%, embora Knauft et al.
(1987) tenham reportado valor de até 10%, decorrente de visitas de abelhas.
Deste modo o fluxo gênico é considerado muito limitado e circunscrito a pequenas
populações passivas de agentes polinizadores.
Uma peculiaridade que distingue os representantes deste gênero de outros da
família é a presença do ginóforo (“peg” – do latim paxillus - ou esporão na linguagem
popular), que é uma estrutura de frutificação formada após a polinização e
subseqüente murcha do perianto, resultante da expansão de um meristema
intercalar situado abaixo do óvulo basal. Este é dotado de geotropismo positivo e
comporta o embrião em sua região apical, e que dará origem à vagem no interior do
solo (geocarpia) (Singh e Simpson, 1994; Santos e Godoy, 1999; Santos et al.
2005). As espécies silvestres de amendoim apresentam frutos catenados, isto é,
frutos cujas sementes são separadas uma da outra por uma constrição muito
profunda ou um istmo (Conagin, 1959).
A divisão taxonômica do gênero Arachis em seções foi realizada a partir da
monografia de Krapovickas e Gregory (1994), onde, baseado nas relações
15
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
filogenéticas, similaridades morfológicas, compatibilidade de cruzamentos
interespecíficos, viabilidade de pólen e número e morfologia cromossômica,
subdividiram o gênero em nove seções (Erectoides, Trierectoides, Extranervosae,
Triseminatae, Heteranthae, Caulorrhizae, Procumbentes, Rhizomatosae e Arachis).
Segundo Valls e Simpson (2005) todas as seções juntas somam um total de 80
espécies descritas. Dentre os países do Cone Sul e Andinos, o Brasil reúne todas as
seções e a maioria das espécies do gênero. Adicionalmente, cinco das seções
ocorrem no Paraguai e apenas duas alcançam a Bolívia, a Argentina e o Uruguai.
Do conjunto de seções apresentadas, Arachis é composta por 27 espécies (Valls e
Simpson, 1997).
2.2. Seção Heteranthae Krapov. e W.C. Gregory
A seção Heteranthae é composta por seis espécies (A. dardani Krapov. e
W.C. Gregory, A. sylvestris (A. Cheval.) A. Cheval., A. pusilla Benth, A. interrupta
Valls e C. E. Simpson, A. giacomettii Krapov., W. C. Gregory e C. E. Simpson e A.
seridoensis Valls, C. E. Simpson, Krapov. e R. Veiga) herbáceas, anuais ou
bianuais. Suas raízes são axonomorfas com ramificações delgadas, eixo central
ereto, ramificações procumbentes e folhas quadrifolioladas. As flores são dimorfas e
pequenas, quando comparadas às da espécie cultivada (A. hypogaea), distribuídas
ao longo dos ramos laterais, sendo o estandarte de cor alaranjada ou amarela. Os
frutos são subterrâneos apresentando-se segmentados através de istmos
(uniseminados) (Krapovickas e Gregory, 1994).
Segundo estes mesmos autores, esta seção é típica no Nordeste do Brasil,
com representantes em todos os estados desta região (Figura 1). Contudo, algumas
espécies da seção foram também encontradas no Norte de Minas Gerais e no
Nordeste do estado de Goiás (Krapovickas e Gregory, 1994; Valls, 1996). Embora
não tenha uso muito difundido, muitas de suas espécies apresentam potencial para
uso forrageiro (Peñaloza, 2004).
De acordo com Coelho et al. (2001), diversos acessos da espécie A. pusilla
apresentam ampla variabilidade morfológica que poderia ser explicada pelo
isolamento genético-geográfico das populações.
Apesar da seção Heteranthae possuir um número relativamente pequeno de
espécies, existe ainda algumas questões taxonômicas a serem resolvidas dentro da
16
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
seção em relação às distâncias genéticas como, por exemplo, a grande similaridade
morfológica existente algumas populações de A. giacomettii e A. triseminata Krapov.
e W.C. Gregory (seção Triseminathae), apresentando comportamento perene para
maioria de seus indivíduos. É provável que o estudo do padrão de compatibilidade
de cruzamento entre A. triseminata e A. giacomettii, bem como a análise do
percentual de híbridos férteis possa reforçar, os dados de similaridade morfológica
implicando numa possível transferência de A. giacomettii para a seção Triseminatae,
ou vice-versa ou ainda a fusão das seções Triseminatae e Heteranthae. A espécie
A. triseminata tem demonstrado isolamento genético após várias tentativas de
cruzamento, sem sucesso, com espécies das outras seções (Valls, 2005).
Figura 1. Distribuição geográfica da seção Heteranthae pertencente ao gênero
Arachis, adaptado de Krapovickas e Gregory (1994).
17
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
2.3. Centro de Origem e Dispersão do Gênero Arachis L.
Atualmente o gênero Arachis L. encontra-se constituído por 81 espécies com
ocorrência natural na América do Sul, estendendo-se ao leste dos Andes, sul da
Amazônia, norte da Planície Platina e Noroeste da Argentina. Dentre seus
representantes, 64 espécies ocorrem no Brasil, sendo 48 restritas ao território
brasileiro, 15 estão distribuídas na Bolívia, 14 no Paraguai, seis na Argentina e duas
no Uruguai (Krapovickas e Gregory, 1994; Valls e Simpson, 2005).
O gênero Arachis é provavelmente originário da Serra de Amambaí, limite do
Mato Grosso do Sul com o Paraguai, visto que nesta região encontram-se
populações nativas de A. guaranítica, considerada a espécie mais primitiva do
gênero. Suposições sobre a possível origem africana e asiática foram descartadas
através de numerosos estudos botânicos, geográficos e arqueológicos (Gregory et
al., 1980; Krapovickas e Gregory, 1994). Um desses está relacionado à existência
de materiais datados por volta de 3.900 a 3.750 anos (Hammons, 1994), registrados
em achados arqueológicos realizados em 1875 em tumbas pré-colombianas,
situadas nas proximidades de Arcon e Pachamac na região da costa do Peru. Uma
análise de diversas coleções de germoplasma de amendoins silvestres e cultivados
(obtidos no Noroeste e Nordeste da Argentina, Paraguai, Brasil, Bolívia, Uruguai,
Peru e Equador) confirmou definitivamente a origem sul-americana para o gênero
(Gregory e Gregory, 1976; Wynne e Haiward, 1989; Hammons, 1994).
Suas espécies são amplamente adaptadas a diversos sistemas ecológicos de
regiões tropicais e subtropicais sendo, algumas delas, cultivadas sob sistemas de
produção agrícolas diversificados na Ásia, África, e nas Américas (Holbrook e Isleib,
2001). Na América do Sul, alguns representantes do gênero ocupam uma área de
4.000 km de extensão, desde o Nordeste do Brasil a os Andes (Krapovickas e
Gregory, 1994), com espécies que crescem desde o nível do mar até 1.450 m de
altitude, habitando desde florestas descontínuas até vegetação aberta de
gramíneas, em regiões com média pluviométrica superior a 2.000 mm por ano.
Podem ocupar terrenos arenosos, argilosos ou mesmo com pedregulhos (Singh e
Simpson, 1994).
As espécies de Arachis apresentam propagação lenta, por volta de um metro
por ano devido ao tipo peculiar de frutificação. Acredita-se ainda que a dispersão
18
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
dos frutos de algumas espécies silvestres por longas distâncias tenha ocorrido por
ação antrópica (indígenas), por vias zoofílicas (por exemplo, aves e/ou roedores)
e/ou por meio de dispersão fluvial nas enchentes o que justificaria sua distribuição
geográfica (Kockert et al., 1991; Krapovickas e Gregory, 1994).
2.4. Importância Econômica e Nutricional
Embora o amendoim (Arachis hypogaea, seção Arachis) seja a espécie mais
cultivada e economicamente a mais importante do gênero, outras espécies também
são utilizadas como fonte de alimento em pequenas comunidades como, por
exemplo, entre os indígenas (Knauft e Ozias-Akins, 1995; Stalker e Simpson, 1995).
Arachis hypogaea é a quarta oleaginosa mais cultivada no mundo, sendo
superada apenas pela soja, algodão e canola (Fávero et al., 2005). Seu impacto
econômico se deve principalmente à sua grande diversidade de formas de consumo
(Santos et al., 1997), sendo suas sementes utilizadas principalmente na produção de
óleo comestível, doces, pastas ou para o consumo in natura na forma de sementes
cruas ou cozidas (Fávero, 2004).
A produção mundial em grãos supera 32 milhões de toneladas/ano sendo os
principais países produtores a China, Índia, Estados Unidos, Nigéria, Indonésia,
Senegal e o Brasil (Macedo, 2004). O Brasil colheu, na safra de 2004, cerca de 280
mil toneladas em vagens. A produtividade alcançou 2.421 kg/ha, sendo o Estado de
São Paulo responsável por 83% da produção nacional. A região Nordeste, segundo
maior pólo de consumo nacional, produziu 14,5 mil toneladas, correspondendo a
5,18% do total produzido (Conab, 2005).
Esta espécie representa uma importante fonte nutricional em nível mundial.
Suas sementes apresentam alto valor calórico (580 cal/100 g), com 45-50% de óleo,
além de conterem 20-25% de proteínas (riboflavina e tiamina), carboidratos, fibras,
vitamina E e do complexo B, riboflavina, tiamina, ácido fólico, cálcio, fósforo,
magnésio, zinco, ferro e potássio. O óleo do amendoim apresenta alta qualidade e
contem ácidos graxos insaturados, tais como ácidos oléicos e linoléicos (Kokalis-
Burelle et al., 1997; Godoy et al.,1999; Macedo, 2004).
Espécies das demais seções do gênero Arachis, incluindo as da seção
Heteranthae, apresentam grande importância como plantas forrageiras servindo de
fonte de proteínas para a alimentação animal ou como plantas ornamentais. A
19
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
espécie A. pintoi Krapov. e W.C. Gregory (seção Caulorrhizae), por exemplo, é
largamente empregada na cobertura de solos, para controle da erosão, recuperação
de solos desgastados e controle de ervas daninhas (Otero, 1941; Kerridge e Handy,
1994).
2.5. Relevância dos Estudos Citogenéticos em Plantas Cultivadas
Nas últimas décadas, o emprego de técnicas citogenéticas em espécies
cultivadas, tem fornecido informações importantes ao melhoramento genético de
alguns grupos de plantas através da localização física de certos marcadores nos
cromossomos. A caracterização do conjunto cromossômico de uma dada espécie é
essencial para a pesquisa citogenética. Comumente, a análise citogenética clássica
é realizada em cromossomos metafásicos mitóticos corados com Giemsa, carmim
acético ou outro corante convencional. Em uma análise de células mitóticas,
aspectos como o número e comprimento dos cromossomos, razão entre braços
cromossômicos, padrão de condensação e de coloração, além de características
físicas adicionais, como presença e posição de constrição secundária e
cromossomos satelitados, podem fornecer informações valiosas para comparar
espécies ou identificar variações inter e intra-específicas (Guerra et al., 1997).
Pesquisando a família Oxalidaceae, Azkue (2000) verificou alterações
morfológicas e numéricas entre seus representantes. A verificação de variações nos
números básicos (x = 5, 6, 7, 8, 9 e 11) das espécies de Oxalis foi muito importante
para o estabelecimento de relações filogenéticas no gênero, visto que a subdivisão
do mesmo em seções encontra-se baseada em dados morfológicos.
Analisando convencionalmente espécies pertencentes ao gênero Erigeron
(Asteraceae), Nishikawa e Sato (2003) evidenciaram variações numéricas (2n= 18
ou 27) na espécie E. thunbergii subsp. grabratus var. heterotricus e consideraram-na
(2n = 27) triplóide de base x = 9.
Entretanto, muitas vezes os padrões cromossômicos revelados pelas
chamadas “colorações convencionais” não são suficientes para a análise detalhada
de um cariótipo, especialmente se este apresentar simetria entre os cromossomos
ou se os cromossomos forem pequenos em medidas micrométricas. Por outro lado,
técnicas de coloração diferencial cromossômica, desenvolvidas no final do século
passado, têm contribuído grandemente para estudos de identificação cromossômica,
20
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
comparação cromossômica inter e intra-específica, interpretação das alterações
cromossômicas, etc (Gill et al., 1991, Sumner, 2003). Dentre estas técnicas
podemos destacar, para vegetais, o bandeamento C, a coloração com nitrato de
prata (AgNO
3
), coloração com fluorocromos base-específicos e a hibridização in situ
(Bennett e Leitch, 1995).
Um dos grandes propósitos dos estudos citogenéticos é o reconhecimento do
padrão e composição da cromatina cromossômica (eucromatina e heterocromatina)
bem como de suas classes. Flemming foi o primeiro a observar ao nível citológico o
comportamento de condensação da cromatina durante a interfase (Schulz-Schaeffer,
1980). Entretanto, apenas em 1928, Heitz empregou os termos eucromatina e
heterocromatina (Sumner, 1990).
Muitas das técnicas diferenciais, como o bandeamento C, por exemplo,
enfocam a análise da heterocromatina constitutiva. Este tipo de heterocromatina é
caracterizado como sendo a parte do DNA cromossomal que permanece fortemente
condensada durante a maior parte do ciclo de divisão celular, com replicação tardia
na fase S, além de ser pobre em genes. Apresenta seqüências de DNA altamente
repetitivo, região denominada DNA satélite, responsável pela estruturação dos
cromossomos, estando ainda possivelmente relacionada a mecanismos de
silenciamento gênico (De Roberts e De Robertis Jr., 1993; Zoya, 2002).
A metodologia do bandeamento C atua de forma corrosiva sobre os
cromossomos promovendo várias perdas de DNA e proteínas cromossomais,
principalmente em regiões eucromáticas, porém a heterocromatina é mais resistente
a este tipo de remoção, gerando um padrão de blocos heterocromáticos (Vosa,
1985; Sumner, 2003).
A eficácia da técnica supracitada tem sido comprovada em muitas espécies
vegetais. Em triticale, planta resultante do cruzamento entre trigo e centeio, o
bandeamento C pode auxiliar na identificação de cromossomos provenientes de
cada um dos genitores, através da observação de bandas específicas (Seal e
Bennett, 1982). Em Nicotina plumbaginifolia (2n=20) os homólogos puderam ser
pareados através do padrão de bandas intersticiais (Mouras et al., 1986).
Divergências estruturais e das propriedades químicas (regiões AT e GC) da
heterocromatina podem ser diferenciadas usando-se técnicas de bandeamento
21
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
cromossômico como as fluorescentes. Os fluorocromos o corantes que
apresentam propriedades fluorescentes e especificidade a determinadas seqüências
de bases no DNA alvo. Dentre os que possuem afinidade pelas bases adenina e
timina (AT) destacam-se o 4',6-diamidino-2-fenilindol (DAPI), Hoechst 33258 e a
quinacrina. a cromomicina A
3
(CMA), o iodeto de propídeo (IP) e a mitramicina
apresentam afinidade por regiões ricas em guanina e citosina (GC). Outros como
distamicina A (DA) e a actinomicina D (AMD) podem ser empregados como contra-
corantes visando potencializar o contraste durante a visualilização de um
fluorocromo primário (Schweizer, 1976; Sumner, 1990; Kim et al., 2002).
A caracterização citogenética da heterocromatina constitutiva realizada a
partir de colorações empregando-se fluorocromos pode auxiliar na caracterização de
espécies e variedades. Analisando seis espécies de Citrus através do emprego dos
fluorocromos DAPI e CMA, Guerra (1993) verificou divergências quantitativas e
heteromorfismo no padrão de bandas das espécies. Divergências no padrão de
bandas DAPI também foram observadas na espécie Dioclea virgata quando
comparadas a outras espécies da subfamília Papilonoidae (Souza e Benko-Iseppon,
2004).
O tratamento com fluorocromos base-específicos CMA e mitramicina, por
exemplo, podem ser empregados para a detecção das regiões organizadoras de
nucléolos (RON’s) visto que estas regiões o normalmente flanqueadas por regiões
de heterocromatina constitutiva ricas em pares de bases GC (Salvadori et al.,1995).
Em Allium communtatum (Aliaceae) a aplicação seqüencial das técnicas CMA/DAPI
e nitrato de prata (AgN0
3
) revelaram que as marcações com o fluorocromo CMA
encontravam-se adjacentes às RON’s desta espécie (Besendorfer et al., 2002).
As RONs são sítios cromossomais de seqüências de DNA repetidos em
tandem que codificam RNAr 45S (5.8S-18S-26S). Citologicamente, estas regiões
são normalmente localizadas como constrições secundárias de cromossomos
profásicos a metafásicos, sendo responsáveis pela formação dos nucléolos, na
interfase anterior, e passíveis de serem detectadas pela impregnação das proteínas
nucleolares aderidas nessa região com nitrato de prata (Howell e Black, 1980; Rufas
et al., 1982).
A técnica de nitrato de prata revela as RONs funcionalmente ativas, onde o
tamanho da deposição de prata está relacionado ao grau de atividade transcricional,
22
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
evidenciando o número e a posição dos DNA ribossomais (Cermeño et al., 1984;
Mellink et al., 1994; Zurita et al., 1997). Tais informações podem ser utilizadas na
diferenciação intra e interespecifica, além de servirem como padrões para auxiliar
em questões de posicionamento taxonômico de uma espécie em termos de
evolução do cariótipo (Klinkhardt, 1998). Entretanto, esta técnica limita-se apenas à
detecção das RON’s transcricionalmente ativadas na interfase anterior, a partir da
reação do nitrato de prata com as proteínas argirofílicas (ácidas) associadas ao
DNAr 45S (Penda’s et al.1993; Sanchez et al., 1995; Sumner, 2003).
Contudo, em muitos genomas coexistem genes transcricionalmente ativos e
inativos para a síntese de RNAr. Mais recentemente, a técnica de hibridização in situ
fluorescente (FISH) tem possibilitado mapear fisicamente as seqüências de DNA
repetitivo, sejam eles ativos ou inativos, tornando-se possível, por exemplo, localizar
todos os sítios de DNAr 45S, além dotios de DNAr 5S, os quais encontram-se em
regiões cromossômicas diferentes daqueles da RON (López-León et al., 1999).
Melo e Guerra (2003) utilizaram sondas de DNAr 45S e 5S para investigar as
relações filogenéticas e os níveis de ploidia entre espécies do gênero Passiflora. Os
autores concluíram que, em geral, omero e a localização dostios de DNAr 45S
foram representativos para inferir que o número diplóide 2n=12 representa o
provável genoma ancestral com número básico x=6 para o gênero e que as demais
espécies apresentariam os números diplóides secundários 2n=18, 2n=20 e 2n=24
com meros básicos x=9, x=10 e x=12, respectivamente. A análise citogenética
realizada em diversas espécies de Citrus empregando o bandeamento com corantes
fluorescentes CMA e DAPI e hibridização in situ com sondas de DNAr 5S e 45S,
demonstrou que a maioria das espécies estudadas são híbridos interespecíficos com
pelo menos um par cromossômico heteromórfico em seus cariótipos. Por outro lado,
a espécie C. medica, var. ´cidra Etrog` foi considerada uma das prováveis espécies
ancestrais do gênero por apresentar homomorfismo cromossômico em todo seu
cariótipo (Carvalho et al., 2005). Os dados obtidos pelos autores auxiliaram também
na discussão sobre questões filogenéticas do grupo.
Ao contrário dos exemplos supracitados, uma forte estabilidade cariotípica foi
evidenciada intra e interespecificamente no gênero Manihot. Dos 34 acessos
analisados, todos apresentaram quatro cromossomos com uma única seqüência rica
em GC marcada (blocos CMA
+
) na região subterminal e seis sítios de DNAr 45S,
23
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
revelados por FISH, dos quais quatro foram encontrados na mesma posição que os
blocos CMA
+
, demonstrando uma grande semelhança cariotípica entre os acessos
(Carvalho e Guerra, 2002).
2.5.1. Citogenética no Gênero Arachis
Husted (1933,1936) foi o primeiro a realizar uma análise citogenética
convencional e a determinar o número 2n=20 para as espécies diplóides de Arachis
e 2n=40 (tetraplóide) para o amendoim cultivado, A. hypogaea. Com base nestes
estudos, um conjunto de critérios foi proposto e desenvolvido para enquadrar os
grupos genômicos presentes no nero Arachis. Inicialmente, esse autor observou
que o complemento cromossômico apresenta forte simetria, com exceção de dois
pares que puderam ser perfeitamente diferenciados. O primeiro par apresentou
condensação diferenciada em pró-metáfase, além de possuir metade do
comprimento do par maior. Toda espécie portadora deste par cromossômico
heteropicnótico foi considerada portadora do genoma “A”. o termo “genoma B” foi
empregado para os indivíduos que não apresentavam o par de cromossomos “A”.
Outra observação realizada por Husted foi que um dos pares cromossômicos
apresentou constrição secundária, sendo simbolizado pela sigla “SAT” (satelitado).
Nos cromossomos satelitados, um dos braços está dividido formando um pequeno
segmento proximal e outro distal (satélite) em relação ao centrômero (Figura 2).
Todos os cromossomos foram classificados como metacêntricos a levemente
submetacêntricos. Uma outra denominação genômica, “genoma D” foi proposta para
os representantes da espécie A. glandulifera (seção Arachis) que apresentou seis
pares de cromossomos subtelocêntricos (Stalker, 1991). A tabela 1 mostra a
descrição dos tipos de satélites e as respectivas seções que pertencem, conforme
apresentado por Fernández e Krapovickas (1994).
A presença ou a ausência dos cromossomos do tipo “A”, os diferentes tipos
de cromossomo “SAT”, além da seção a qual a espécie está inserida, são
parâmetros fundamentais para a caracterização citogenética das diferentes espécies
(Fernández e Krapovickas, 1994).
A maioria das espécies pertencentes ao gênero Arachis é diplóide com
2n=2x=20 ou com 2n=2x=18 e somente A. hypogaea e A. monticola (seção Arachis),
24
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
assim como A. glabrata, A. pseudovillosa e A. nítida (seção Rhizomatosae) são
tetraplóides (2n=4x=40) (Fernandéz e Krapovickas, 1994; Lavia, 1998; Peñaloza e
Valls, 2005). Todas as espécies estudadas possuem um par de cromossomos
“SAT”, exceto a espécie A. valida (seção Arachis) que apresenta dois pares de
cromossomos “SAT” (Fernández e Krapovickas, 1994) (Tabela 2).
Tais divergências de número, morfologia cromossômica e de satélites possam
ser suficientes para provocar incompatibilidades genético-fisiológicas que ocorrem
em eventos pós-zigóticos, a exemplo das dificuldades encontradas para obtenção de
híbridos férteis e interseccionais devido à esterilidade apresentada pela maioria dos
descendentes (Stalker, 1997).
Figura 2. Morfologia do cromossomo satelitado (SAT), evidenciando-se o braço
menor (1) e braço maior (2), de espécies do gênero Arachis, segundo Fernandez e
Krapovickas (1994).
Outro aspecto de grande relevância e bastante estudado no gênero é a
identificação dos prováveis ancestrais de A. hypogeae (o amendoim cultivado), o
tetraplóide de maior importância comercial do gênero. Essa espécie apresenta
2n=4x=40 e genoma AABB. Provavelmente, o amendoim é um tetraplóide
secundário e que se originou por processos de domesticação a partir da espécie
silvestre, A. monticula (2n=2x=40) a qual possui os genomas “AA” e “BB”. Acredita-
25
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
se também, que esta última tenha surgido a partir do cruzamento entre duas
espécies diplóides silvestres da seção Arachis, uma com o genoma “AA” e outra
com o genoma “BB” (Gregory e Gregory, 1976; 1979; Krapovickas e Gregory, 1994;
Singh, 1994).
Tabela 1. Distribuição e descrição dos tipos de satélites (SAT) ao longo das seções
taxonômicas do gênero Arachis, adaptado de Fernadez e Krapovickas (1994) e
Lavia (2001)
Tipo de
Satélite
Cromossomo Descrição dos tipos de satélites Seções
1
Menor que o braço 1 e maior que o
segmento proximal Extranervosae
2
Menor que o braço 1 e muito maior
que o segmento proximal (0,2 μm)
Caulorrhizae; Heteranthae;
Erectoides; Extranervosae;
Trierectoides.
3A
Aproximadamente igual ao
tamanho do braço 1 e o segmento
proximal mede 0,2 μm
Erectoides; Extranervosa;
Arachis; Caulorrhizae;
Rhizomatosae.
3B
Satélite menor que o braço 1 Erectoides; Extranervosa;
Arachis; Caulorrhizae;
Rhizomatosae.
4
Semelhante ao tipo três, contudo o
braço 1 apresenta heteropicnose
negativa em prometáfase e
metáfase
Erectoides
5
Aproximadamente do tamanho do
braço 1 mais o segmento proximal,
sendo este último é menor.
Arachis
6 Maior que o braço 1, sendo este
maior que o segmento proximal
Arachis
7
Satélite duplo, sendo estes do
tamanho do braço 1 mais o
segmento proximal.
Arachis
8
Possui metade do tamanho do
braço 1. Segmento proximal menor
que braço 1.
Arachis
9
Satélite puntiforme,igual ou menor
que o segmento proximal. Braço 1
maior que o segmento proximal.
Arachis, Procumbentes
10
Satélite puntiforme, menor que o
SAT tipo 9. Braço 1 tem tamanho
semelhante ao segmento proximal.
Heteranthae
A estreita relação entre as espécies A. monticula e A. hypogaea tem sido
evidenciada através de cruzamentos experimentais de hibridização (Krapovickas e
26
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Rigoni, 1957; Hammons, 1970, Fávero et al., 2006), bem como através da
citogenética convencional, pela análise do número e morfologia cromossômica
(Fernandez e Krapovickas, 1994), pela citogenética molecular, FISH e GISH (Raina
e Mukai, 1999a; 1999b; Seijo et al., 2004) e outros estudos moleculares (Halward et
al., 1991; Kochert et al., 1991).
Vários outros autores empregaram técnicas citogenéticas em estudos de
caracterização cromossômica no gênero Arachis. Dentre as técnicas de coloração
diferencial utilizadas, o bandeamento C foi empregado por Cai et al. (1987) para
avaliar oito espécies do gênero Arachis. Estes autores observaram bandas
centroméricas nos cromossomos de A. correntina, A. villosa, A. cardenasii, A.
stenosperma, A. batizocoi, A. monticola, A. hypogaea, e A. rigonii, correspondentes
as regiões heterocromáticas. Segundo Raina e Mukai (1999a) tal observação não foi
constatada em todos os cromossomos de A. hypogaea.
Parte da heterocromatina de muitas espécies de Arachis investigadas a o
momento, é reconhecidamente rica em pares de base AT, localizada em regiões
pericentroméricas. O emprego do corante fluorescente DAPI revelou uma pequena
divergência no número de blocos DAPI
+
, entre dois acessos de A. decora (seção
Arachis). O acesso V9955 apresentou oito pares cromossômicos com blocos
marcados pelo fluorocromo, enquanto o acesso W648 apresentou marcação em
todo o complemento. as espécies A. praecox e A. palustris, ambas da seção
Arachis, apresentaram oito pares de cromossomos com blocos DAPI
+
em todos os
acessos investigados (Lima et al., 2002).
A localização dos sítios de DNAr 45S em algumas espécies de Arachis,
revelou a ocorrência das regiões organizadoras de nucléolos (RON’s) no par
satelitado. Esse resultado sugere que as espécies do gênero possuem apenas duas
RON’s com atividade transcripcional (Raina e Mukai, 1999). Esses mesmos autores
utilizaram à técnica de hibridização genômica in situ (GISH) e constataram a origem
alotetraplóide de A. hypogaea e sua estreita relação genética com A. monticola.
Em relação à citogenética da seção Heteranthae, dados referentes ao número
e à morfologia cromossômica têm sido registrados na literatura (Fernandez e
Krapovickas, 1994; Peñaloza e Valls, 2005).
Dentre os estudos de caracterização citogenética voltados à seção
Heteranthae destacam-se os trabalhos de Fernandez e Krapovickas (1994) e de
Peñaloza e Valls (2005), onde os autores descrevem o número cromossômico
27
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
2n=2x=20 para todos os acessos analisados de A. seridoensis e A. interrupta.
Ambas apresentaram satélite do tipo 10 (Tabela 2). Trabalhos com técnicas
diferenciais são escassos na literatura para a seção. Lima et al. (2002) e Peñaloza
(2004) localizaram bandas CMA
+
no par satelitado de A. seridoensis, acesso
V10969.
2.6. Relevância dos Estudos Moleculares em Plantas Cultivadas
Estudos de biologia molecular ou genética molecular vêm se consolidando e
revolucionando o campo científico. Diversos tipos de marcadores moleculares estão
sendo cada vez mais utilizados em programas de melhoramento com o objetivo de
aumentar a eficiência da seleção e caracterização dos germoplasmas, propiciando a
maximização dos ganhos genéticos, permitindo aos melhoristas identificar e
selecionar a variabilidade em nível de DNA (Abdelnoor et al.,1995).
Segundo Weising et al. (1995), os marcadores moleculares do tipo
microssatélite apresentam base mendeliana e possibilitam diferenciar dois ou mais
indivíduos. Características morfológicas e agronômicas têm a desvantagem de
serem influenciadas pelos fatores do ambiente e podem não representar a real
similaridade ou diferença entre os indivíduos. Por outro lado, marcadores genéticos
representam estritamente a variação genética, não sofrendo influência ambiental.
Atualmente inúmeros tipos de marcadores moleculares diferenciando-se
quanto a: 1) habilidade em detectar diferenças entre indivíduos, 2) custo, 3)
facilidade de uso e 4) consistência e repetibilidade, o que vem incrementando a
eficiência do melhoramento de plantas por meio de metodologias como a
caracterização de germoplasma, seleção assistida e mapeamento genético (Ferreira
e Grattapaglia, 1998). A partir de 1988, com o advento de técnicas baseadas na
Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) desenvolvida por Mullis et al. (1986),
novas possibilidades de aplicação para os marcadores moleculares surgiram nas
mais diversas áreas da biologia, tanto em pesquisa básica como aplicada (Saiki et
al., 1988).
Em função da crescente necessidade de um maior empenho na resolução de
problemas no melhoramento genético de plantas cultivadas, um maior conhecimento
da organização genômica e cromossômica, além da caracterização de
germoplasmas das plantas, de forma a associar marcadores genéticos às
28
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
características fenotípicas, tornaram-se importantes para o melhoramento genético
vegetal, visando obter dados que forneçam informações que auxiliem na seleção de
novas cultivares a serem lançadas comercialmente (Ferreira e Grattapaglia 1998).
Dentro desse contexto, a caracterização molecular vem sendo uma valiosa
ferramenta empregada nas pesquisas referentes ao gênero Arachis. As espécies
têm sido estudadas principalmente quanto às proteínas de reserva de sementes,
isoenzimas, RAPD (Random Amplified Polimorphic DNA), RFLP (Restriction
Fragment Length Polymorphism), AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism)
SSR (Simple Sequence Repeats) e ISSR (Inter Simple Sequence Repeats). A
análise das proteínas das sementes, por exemplo, foi esclarecedora na
determinação da condição híbrida do acesso BRA-031143 de A. pintoi (seção
Caulorrhizae), espécie que apresenta grande potencial agronômico. Os indivíduos
deste acesso mostraram nítida segregação quanto aos fenótipos encontrados,
sempre constantes, em relação aos indivíduos dos demais acessos (Bertozo e Valls,
2001).
Apesar da baixa capacidade discriminatória dos marcadores do tipo RAPD, a
análise da diversidade genética entre espécies e acessos da seção Extranervosae
produziu resultados extremamente coerentes com a classificação taxonômica
proposta a partir de aspectos morfológicos. Semelhantemente, análises para
caracterização de espécies silvestres de Arachis via RAPD e RFLP têm possibilitado
realizar interpretações bastante consistentes em relação ao posicionamento das
espécies nas diversas seções (Galgaro et al., 1998). Atualmente existem esforços
concentrados na busca de marcadores capazes de discriminar a variabilidade entre
acessos de A. hypogaea, bem como na identificação de marcadores vinculados a
caracteres de importância agronômica, como a resistência a nematóides (Garcia et
al., 1996; Hopkins et al., 1999).
O emprego de diversas técnicas moleculares possibilitou maiores
esclarecimentos na definição dos prováveis progenitores do A. monticola, espécie
essa que através de domesticação deu origem ao amendoim cultivado. Kochert et
al. (1991), através da técnica de RFLP, sugeriram que A. duranensis e A. ipaensis
(seção Arachis) seriam os parentes mais próximos da espécie A. hypogaea,
descartando a hipótese de que A. batizocoi (seção Arachis) estaria relacionada com
a cultivar. Esses resultados foram corroborados mais tarde por análise de
marcadores RAPD, a qual sugeriu que A. duranensis seria a espécie doadora do
29
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
genoma “A” de A. hypogaea, excluindo A. batizocoi como doadora do genoma “B”
(Hilu e Stalker, 1995).
Estudos de diversidade genética também vem sendo alvo de inúmeros
trabalhos voltados ao gênero Arachis. Santos et al. (2003) detectaram divergência
dentro e entre espécies em cinco seções Erectoides, Trierectóides, Procumbentes,
Rhizomatosae e Arachis, por meio da utilização de 80 marcadores polimórficos via
RAPD. Alta diversidade genética foi detectada entre diversos acessos de A.
hypogeae, além de espécies silvestres provenientes da América do Sul, África e
Ásia com o uso de marcadores microssatélites do tipo SSR, revelando mais de 60
novos marcadores para o gênero Arachis (Ferguson et al., 2004; Moretzsohn et al.,
2004).
Milla et al. (2005) empregaram a técnica de AFLP em acessos pertencentes à
seção Arachis para análise da diversidade genética e verificaram que A. monticola e
A. hypogaea estavam entre as espécies mais relacionadas suportando ainda mais a
hipótese da origem da espécie cultivada. Quanto aos estudos moleculares
envolvendo a seção Heteranthae, Coelho et al. (2001) analisaram as relações
filogenéticas entre espécies silvestres de todas as seções do gênero, mas com
ênfase para as seções Heteranthae e Triseminatae, através de marcadores RAPD.
Com base nos dados obtidos as duas seções foram arranjadas em dois grandes
grupos, o primeiro formado pelos acessos de A. sylvestris e A. dardani e outro com
A. pusilla, A. seridoensis, A. interrupta e A. triseminatae. Sabendo-se que esta última
espécie pertence à seção Triseminatae, os autores sugeriram que possivelmente a
seção Heteranthae tenha evoluído a partir da seção Triseminatae, considerada a
mais primitiva.
Marcadores RAPD também foram utilizados para caracterizar as espécies
anuais brasileiras das seções Arachis e Heteranthae. Os dados obtidos foram
suficientes para agrupar as espécies em suas respectivas seções. Dentro da seção
Heteranthae as espécies A. sylvestris e A. giacomettii apresentaram maior
similaridade genética, enquanto as espécies A. interrupta e A. dardani formaram
grupo à parte e afastado das demais. Um terceiro subgrupo foi formado por A.
pusilla e Arachis sp., acesso 10969 (Creste et al., 2005).
30
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
2.7. Uso de espécies silvestres em programas de melhoramento genético
Por volta de 1940, o valor das espécies silvestres geneticamente mais
próximas do amendoim, com maior potencial de uso em seu melhoramento, passou
a ser reconhecido e pesquisado, com ênfase crescente na coleta, caracterização e
conservação de germoplasmas (Stalker e Simpson, 1995). Concomitantemente,
algumas espécies geneticamente distantes do amendoim passaram a ser coletadas
e estudadas quanto a seu potencial para produção de forragem e cobertura vegetal
(Otero, 1941). Esse interesse ganhou força a partir da década de 80 por ocasião do
lançamento de cultivares comerciais das espécies A. glabrata e A. pintoi (Prine et al.,
1986; Cook et al., 1990). Esta última apresentou-se bastante promissora para a
produção de forragem em sistemas agropastorís sustentáveis nos trópicos (Cook e
Crosthwaite, 1994; Kerridge e Hardy, 1994; Ayarza et al., 1999).
No entanto, a utilização de espécies silvestres de Arachis como novas opções
agrícolas transcende a seu uso em pastagens, estendendo-se a cultivos de
cobertura para controle de erosão e ornamentação de parques e jardins, em que se
destacam A. repens, A. helodes e A. kempff-mercadoi. Também é notável a
persistência do cultivo para a produção de grãos alimentícios, entre indígenas
brasileiros, das espécies A. villosulicarpa e A. stenosperma. A primeira espécie é
cultivada por três grupos indígenas no Mato Grosso e a segunda foi recentemente
localizada, em condições de cultivo, em uma reserva indígena da costa atlântica do
Paraná (Stalker e Simpson, 1995; Valls, 1996).
Para os programas de melhoramento genético, a diversidade genética intra-
específica é essencial. É particularmente útil na caracterização individual dos
acessos e cultivares e como guia na escolha de genitores em programas de
cruzamento (Loarce et al., 1996). Entretanto, a utilização de espécies silvestres de
Arachis como recurso genético para o melhoramento da cultura, é ainda limitada
devido, principalmente a diferenças no nível de ploidia entre as espécies diplóides
(2n=2x=20; ou, 2n=2x=18) e tetraplóides (2n=4x=40, genoma AABB) (Fernandéz, e
Krapovickas, 1994; Lavia, 1998). Tal situação freqüentemente provoca
incompatibilidades genético-fisiológicas que ocorrem no pós-cruzamento, a exemplo
de dificuldades para a obtenção de bridos interseccionais devido à esterilidade
apresentada nos descendentes (Stalker, 1997).
31
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Existe boa compatibilidade em cruzamentos intraespecíficos. Todavia, apesar
de viáveis, os cruzamentos geralmente, originam bridos estéreis. A obtenção de
híbridos interseccionais é bastante difícil e grandes diferenças de
compatibilidade, ocasionando esterilidade dos híbridos. A seção Erectoides mostra
uma posição central, uma vez que vários cruzamentos foram documentados entre
seus representantes com os de outras seis seções. Por outro lado, a seção
Triseminatae mostra-se completamente isolada neste aspecto (Gregory e Gregory,
1979; Krapovickas e Gregory, 1994).
Tabela 2. Lista de espécies pertencentes ao gênero Arachis analisados
citogeneticamente, com seus respectivos números diplóides (2n), tipo de satélite
cromossômico (SAT) e referências bibliográficas.
Espécie 2n Tipo de
satélite
Referências
I Seção Trierectoides Krapov. e W.C. Gregory
1 A. guaranitica Chodat e Hassl. 20 2 a
2 A. tuberosa Bong. Ex Benth. - - -
II Seção Erectoides Krapov. e W.C. Gregory
3 A. archeri Krapov. e W.C. Gregory 20 2 a
4 A. benthamii Handro 20 2 a
5 A. brevipetiolata Krapov. e W. C. Gregory - - -
6 A. cryptopotamica Krapov. e W. C. Gregory - - -
7 A. douradiana Krapov. e W. C. Gregory - - -
8 A. gracilis Krapov. e W.C. Gregory 20 2 a
9 A. hatschbachii Krapov. e W. C. Gregory - - -
10 A. hermannii Krapov. e W.C. Gregory 20 2 a
11 A. major Krapov. e W.C. Gregory 20 2 a
12 A. martii Handro - - -
13 A. oteri Krapov. e W. C. Gregory - - -
14a A. paraguariensis Chodat e Hassl. ssp.
paraguariensis
20 4 a
14b A. paraguariensis ssp. capibarensis Krapov. e
W.C. Gregory
20 3 a
15 A. porphyrocalyx Valls e C. E. Simpson 18 8 e
16 A. stenophylla Krapov. e W.C. Gregory 20 4 a
17 A. ssp. - - f
III Seção Extranervosae Krapov. e W.C. Gregory
18 A. burchellii Krapov. e W.C. Gregory 20 3 a
20 3 ou 6 b
19 A. lutencens Krapov. et Rigoni 20 3 a
20 A. macedoi Krapov. e W. C. Gregory 20 3 b
21 A. marginata Gardner - - -
22 A. pietrarellii Krapov. e W. C. Gregory 20 3 b
23 A. aff. prostrata Benth 20 2 a
24 A. retusa Krapov. e W. C. Gregory 20 3 b
32
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
25 A. setinervosa Krapov. e W. C. Gregory - - -
26 A. submarginata Valls, Krapov. e C. E. Simpson 20 3A e
27 A. villosulicarpa Hoehne 20 1 ou 2 a
20 3 b
IV Seção Triseminatae Krapov. e W.C. Gregory
28 A. triseminata Krapov. e W.C. Gregory - - -
V Seção Heteranthae Krapov. e W.C. Gregory
29 A. dardani Krapov. e W.C. Gregory 20 2 a
30
A. giacomettii Krapov., W. C. Gregory e C. E.
Simpson
20 10? b
31 A. interrupta Valls e C. E. Simpson 20 10 e
32
A. pusilla Benth.
20 2 a
33 A. seridoensis Valls, C. E. Simpson, Krapov. e
R. Veiga
20 10 e
34 A. sylvestris (A. Cheval.) A. Cheval. 20 10 a; b
VI Seção Caulorrhizae Krapov. e W.C. Gregory
35 A. pintoi Krapov. e W.C. Gregory 20 2 ou 3 a
36 A. repens Handro - - -
VII Seção Procumbentes Krapov. e W.C. Gregory
37 A. appressipila Krapov. e W.C. Gregory 20 9 a
38 A. chiquitana Krapov. , W.C. Gregory e C. E.
Simpson
- - -
39 A. hassleri Krapov., Valls e C. E. Simpson 20 9 e
40 A. kretschmeri Krapov. e W.C. Gregory 20 9 a
41 A. lignosa (Chodat e Hassl.) Krapov. e W.C.
Gregory
20 9 a
42 A. matiensis Krapov. e W.C. Gregory 20 9 a
43 A. pflugeae C. E. Simpson, Krapov. e Valls 20 9 e
44 A. rigonii Krapov. e W.C. Gregory 20 9 a
45 A. subcoriaceae Krapov. e W. C. Gregory - - -
46 A. vallsii Krapov. E W. C. Gregory 20 - b
VIII Seção Rhizomatosae Krapov. e W.C. Gregory
47 A. burkartii Handro - - -
48a A. glabrata Benth var. glabrata 40 - a; b
48b A. glabrata var. Hagenbeckii (Harms ex Kuntze)
F. J. Herm.
40 3 a
49 A. nítida Valls, Krapov. e C. E. Simpson 40 3A e
50 A. pseudovillosa (Chodat e Hassl.) Krapov. e
W.C. Gregory
40 - a
IX Seção Arachis
51 A. batizocoi Krapov. e W.C. Gregory 20 5 ou 6 a
52 A. benensis Krapov. e W.C. Gregory 20 9 a
53 A. cardenasii Krapov. e W.C. Gregory 20 3 ou 5 a
54 A. correntina (Burkart) Krapov. et W.C. Gregory 20 3 a
55 A. cruziana Krapov., W. C. Gregory e C. E.
Simpson
- - -
56 A.decora Krapov., W. C. Gregory e Valls 20 - b
18 - d
57 A. diogoi Hoehne 20 6 a
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Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
58 A. duranensis Krapov. e W.C. Gregory 20 3 ou 5 a
59 A. glandulifera Stalker 20 3 a
60 A. gregoryi C. E. Simpson, Krapov. e Valls 20 6 e
61 A. helodes Mart. ex Krapov. e Rigoni 20 5 a
62 A. herzogii Krapov., W. C. Gregory e C. E.
Simpson
- - -
63 A. hoehnei Krapov. e W.C. Gregory 20 3 a
64a A. hypogaea L. ssp. fastigiata Waldron var.
fastigiata
40 3 a
64b A. hypogaea ssp. hypogaea var. hypogaea 40 5 a
64c A. hypogaea ssp. hypogaea var. hirsuta Kohler 40 5 a
65 A. ipaensis Krapov. e W.C. Gregory 20 6 a
66 A. aff. kempff-mercadoi Krapov. e W.C. Gregory 20 7 a
67 A. krapovickasii C. E. Simpson, D. E. Williams,
Valls e I. G. Vargas
20 5 e
68 A. kulmannii Krapov. e W.C. Gregory 20 3, 5, 6
ou 7
a
69 A. linearifolia Valls, Krapov. e C. E. Simpson 20 - e
70 A. magma Krapov. e W.C. Gregory 20 6 a
71 A. microsperma Krapov., W. C. Gregory e Valls 20 - b
72 A. monticola Krapov. e Rigoni 40 3 ou 5 a
73 A. palustris Krapov., W. C. Gregory e Valls 18 3 b; c
74 A. praecox Krapov., W. C. Gregory e Valls 18 3 c
75 A. schininii Krapov., Valls e C. E. Simpson 20 - e
76 A. simpsonii Krapov. e W. C. Gregory - - -
77 A. sternosperma Krapov. e W.C. Gregory 20 3 a
20 3 ou 5 b
78 A. trinitensis Krapov. e W. C. Gregory 20 - b
79 A. valida Krapov. e W.C. Gregory 20 8 ou 6
e 8
a
80 A. villosa Benth. 20 3 a; b
81 A. williamsii Krapov. e W. C. Gregory 20 6 b
(a) Fernandez e Krapovickas (1994); (b) Lavia (1996); (c) Lavia 1998; (d) Peñaloza e
Valls (1997); (e) Peñaloza e Valls (2005); (f) personal comunication (Valls, 2006).
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Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
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Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
CAPÍTULO II
CARIOLOGIA DE CINCO ESPÉCIES DA SEÇÃO HETERANTHAE
PERTENCENTE AO GÊNERO ARACHIS
Manuscrito a ser enviado à revista:
Genetics and Molecular Biology (ISSN 14154757)
49
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Cariologia de cinco espécies da seção Heteranthae pertencente ao
gênero Arachis
Silvokleio da Costa Silva
1
, Maria Isabel Gomes Martins
2
, Roseane Cavalcanti dos
Santos
3
, Andréa del Pilar de Souza Peñaloza
4
, Péricles de Albuquerque de Melo
Filho
5
, Reginaldo de Carvalho
2
1
Mestrado em Melhoramento Genético de Plantas, Depto. de Agronomia, UFRPE,
Recife, PE, Brasil.
2
Laboratório de Genética-Bioquímica e Sequenciamento de DNA, Depto. de
Biologia/Genética, UFRPE, Recife, PE, Brasil.
3
Centro Nacional de Pesquisa do Algodão, EMBRAPA, Campina Grande, PB, Brasil.
4
Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia, EMBRAPA,
Brasília, DF, Brasil.
5
Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE,
Recife, PE, Brasil.
Resumo
Dentre as espécies do gênero Arachis, as da seção Heteranthae são endêmicas do
Brasil, especialmente na região Nordeste e nos Estados de Goiás e Minas Gerais. O
presente trabalho teve por objetivo realizar um estudo cariomorfológico em 10
acessos pertencentes a cinco espécies de Heteranthae por meio da coloração
convencional e do uso de fluorocromos base-específicos CMA
3
e DAPI. Todos os
acessos apresentaram número cromossômico diplóide 2n=20 com morfologia
metacêntrica (maioria dos cromossomos) a submetacêntrica. Arachis dardani, A.
pusilla e A. interrupta apresentam fórmula cariotípica 18m+2sm e satélite tipo 2,
enquanto que A. sylvestris e A. giacomettii possuem 16m+4sm e satélite tipo 10.
Divergências numéricas com relação às regiões heterocromáticas CMA
+
foram
detectadas entre as espécies, porém todas localizadas nas regiões
pericentroméricas. A espécie A. pusilla apresentou o maior número de blocos ricos
em GC localizados em todos os cromossomos do complemento. De acordo com os
dados obtidos, sugeriu-se que as espécies A. dardani e A. interrupta são as mais
primitivas com base na assimetria moderada e tipo de satélite. Dados relacionados
ao tipo de satélite de A. interrupta divergem da literatura. Ao menos em A. pusilla, a
heterocromatina constitutiva parece ter sofrido modificações recentes na sua
constituição que, ao contrário das demais espécies, apresentou blocos
pericentroméricos CMA
+
em todo o complemento cromossômico.
50
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Palavras-chaves: Arachis; Heteranthae; CMA/DAPI;
Introdução
O gênero Arachis L. (família Fabaceae) possui 80 espécies registradas até o
momento. Essas espécies são originárias da América do Sul e distribuem-se desde
o Leste dos Andes, Sul da Amazônia, Norte da Planície Platina a o Noroeste da
Argentina. Dentre seus representantes, 64 espécies ocorrem no Brasil, sendo 47
restritas ao território brasileiro, 15 distribuídas na Bolívia, 14 no Paraguai, seis na
Argentina e duas no Uruguai. O gênero encontra-se dividido em nove seções
Trierectoides, Erectoides, Extranervosae, Triseminatae, Heteranthae, Caulorrhizae,
Procumbentes, Rhizomatosae e Arachis (Krapovickas e Gregory, 1994; Valls e
Simpson, 2005). O amendoim cultivado (A. hypogaea L., seção Arachis) é o
representante de maior importância econômica sendo a quarta oleaginosa mais
cultivada no mundo, superada apenas pela soja, algodão e canola. Suas sementes
podem ser consumidas cruas, cozidas ou na forma de doces ou pastas (Santos et
al., 1997; Fávero, 2004).
Os primeiros estudos citogenéticos no gênero Arachis foram feitos por Husted
(1933, 1936). A maioria dos representantes deste nero é diplóide com 2n=2x=20,
com exceção da A. decora, A. porphyricalyx, A. palustris e A. praecox que possuem
2n=2x=18 (Peñaloza e Valls, 1997; Peñaloza et. al., 2001; Lavia, 1998). Por outro
lado, as espécies A. hypogaea, A. monticula, A. glabrata, A. pseudovillosa e A. nitida
são tetraplóides com 2n=4x=40 (Krapovickas e Rigoni, 1951; Gregory et. al., 1973;
Fernadez e Krapovickas, 1994; Peñaloza et. al., 2001). Dentre as espécies que
constituem o gênero Arachis, as da seção Heteranthae são endêmicas do Brasil,
sendo encontradas tipicamente na região Nordeste e nos Estados de Goiás e Minas
Gerais. Seus representantes são anuais, de ciclo reprodutivo curto e com potencial,
principalmente para uso forrageiro. Segundo Valls (2005), o interesse pelos recursos
genéticos de Arachis fundamenta-se no impacto econômico e ecológico, passíveis
de exploração, via variabilidade genética, com a finalidade de subsidiar programas
de melhoramento genético das espécies cultivadas, pela transferência de
características fenotípicas desejáveis encontradas em espécies silvestres como, por
51
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
exemplo, a tolerância à seca, característica essa que parece estar presente nas
espécies da seção Heteranthae.
A caracterização genética de germoplasma de Arachis tem proporcionado um
melhor entendimento da potencialidade dos recursos genéticos em espécies
cultivados ou silvestres, visando a introgressão de genes de interesse agronômico e
sua possível utilização em programas de melhoramento genético para a obtenção de
novas cultivares de amendoim. Portanto, o presente trabalho teve por objetivo
analisar cariotipicamente, 10 acessos da seção Heteranthae, por meio da técnica
convencional e bandeamento cromossômico CMA/DAPI, visando detectar
variabilidade cromossômica intraseccional e fornecer informações que possam ser
utilizadas em programas de melhoramento genético do gênero.
Materiais e Métodos
Os acessos utilizados (Tabela 1) foram provenientes do Banco Ativo de
Germoplasma de Amendoim (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
Brasília, Brasil). As sementes foram tratadas com ethrel (1%) e germinadas em
papel filtro. Após a germinação as plântulas foram transferidas para copos
descartáveis com substrato autoclavado. As pontas de raízes foram coletadas e
pré-tratadas com 8-hidroxiquiloneína (8HQ) a 2mM por 16h a 15 ºC, fixadas em
etanol : ácido acético (3:1, v/v) por 24h e estocadas em freezer a –20 ºC para
subseqüente preparação de lâminas.
Para a análise convencional as raízes foram hidrolisadas em HCl 5N, após
dissecadas em uma gota de acido acético 45%, com remoção da lamínula na
presença de nitrogênio liquido, sendo as lâminas coradas com Giemsa 2% e
montadas com Entellan (Guerra, 1983). Para a técnica de bandeamento
cromossômico fluorescente seguiu-se a metodologia de Schweizer (1976) com
modificações: as raízes foram inicialmente digeridas em solução enzimática (2%
celulase / 20% pectinase) a 37ºC por 1h, dissecadas em uma gota de ácido acético
45% e a lamínula também foi removida na presença de nitrogênio liquido. Depois de
envelhecidas por três dias, as lâminas foram coradas com cromomicina A
3
(CMA) a
0,5 mg/ml por 30 min e com 4,6-diamidino-2-fenilindol (DAPI) a 2 µg/ml por 30 min,
sendo montadas em glicerol/McIlvaine (1:1, v/v). As melhores células foram
fotografadas em microscópio Leica DMLB, usando o sistema de fotomicroscopia
52
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Leica wild MPS 48, utilizando luz UV, e filtros específicos com comprimento de onda
de 360-390 nm para DAPI e de 430-470 nm para CMA para o bandeamento com
fluorocromos e luz halógena para fotografias convencionais. Para ambas as técnicas
utilizou-se filme Fuji Asa 100. O programa computacional Image Tool 3.0 foi
empregado nas medições cromossômicas. A construção do idiograma foi baseada
na análise de 10 metáfases e/ou pro-metáfases dos acessos. Os cromossomos
foram classificados baseados na nomenclatura proposta por Guerra (1986) e
Morawetz e Samuel (1988). Os tipos de satélites descritos seguiram a classificação
de Fernandez e Krapovickas (1994).
Resultados e Discussão
Todos os acessos analisados apresentaram número diplóide 2n=2x=20
(Tabela 2). Os núcleos interfásicos foram do tipo arreticulado (Figura 1g),
apresentando-se uniformes entre os acessos. O padrão de condensação
cromossômica, observado em prometáfases, foi do tipo proximal, ou seja, primeiros
pontos de condensação nas regiões centroméricas e os finais das cromátides
condensando-se mais tardiamente. Tais dados corroboram com os apresentados por
Fernandez e Krapovickas (1994). Todas as espécies analisadas apresentaram
apenas um par de satélites localizados após o segmento distal no braço curto.
Os satélites variaram apenas em relação ao tamanho e conseqüentemente
aos tipos. Fernandez e Krapovickas (1994) classificaram os cromossomos
satelitados em 10 diferentes tipos, foram levados em consideração o seu tamanho
relativo e a posição em relação ao centrômero. Os satélites do tipo 1 a 7 são
considerados macrossatélites, enquanto que os do tipo 9 e 10 são considerados
microssatélites e o do tipo 8 intermediário. Segundo Fernandez e Krapovickas
(1994), Peñaloza (2000) e Lavia e Fernandez (2001; 2002), a espécie A. sylvetris
apresenta satélite do tipo 10, dados estes confirmado neste estudo. Peñaloza e Valls
(2005) reportaram que A. seridoensis e A. interrupta possuem este mesmo tipo de
satélite, entretanto os dados encontrados no presente estudo permitiram concluir
que A. interrupta apresentou satélite tipo 2. Para o genótipo de A. giacomettii foi
observado do satélite tipo 10, confirmando uma suposição descrita no trabalho de
Lavia (1996) a qual relatou que os satélites seriam provavelmente, do tipo 9 ou 10.
53
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Já os acessos de A. dardani, como reportado por Fernandez e Krapovickas (1994), e
A. pusilla possuem um par satelitado do tipo 2.
Fernandez e Krapovickas (1994) sugeriram um caminho evolutivo para as
espécies deste gênero onde eventos de translocações ou inversões estariam
relacionados à diversidade dos tipos de satélites cromossômicos, sendo os do tipo 2
e 3 os mais primitivos, visto que os mesmos se fazem presentes na maioria das
espécies e seções do nero. Ainda com base no contexto evolutivo Peñaloza
(2000) sugere que a simetria dos cariótipos uma idéia de evolução, sendo que as
espécies com cariótipos mais simétricos são consideradas mais primitivas.
Arachis dardani, A. pusilla e A. interrupta apresentaram fórmula cariotípica
18m+2sm, com comprimento médio do complemento cromossômico igual a 1,71
μm, 1,68 μm e 1,42 μm, respectivamente (Tabela 2) e satélite do tipo 2 (Figura 1a-b
e 1e). As espécies A. sylvestris e A. giacomettii possuem fórmula cariotípica
16m+4sm, comprimento médio do complemento cromossômico igual a 1,79 μm e
2,00 μm, respectivamente (Tabela 2) apresentando um par satelitado do tipo 10
(Figura 1d e 2i). Ambos os cariótipos são moderadamente assimétricos. O
comprimento médio do maior e menor par cromossômico encontra-se na tabela 2,
sendo o maior conjunto representado por A. giacometti e o menor por A. interrupta.
Quanto ao tamanho longitudinal cromossômico, Lavia e Fernandez (2002)
analisaram seis seções do nero Arachis da qual a seção Heteranthae apresentou
um dos menores tamanhos cromossômicos e conteúdo de DNA nuclear. De acordo
com Krapovickas e Gregory (1994) os maiores conteúdos de DNA são observados
nas espécies mais primitivas. No entanto, Stebbins (1956) considera que não há
correlação entre o grau de evolução e o conteúdo de DNA. Este autor preferiu
aceitar que em um dado grupo de plantas superiores exista correlação entre o
conteúdo de DNA e a adaptação ecológica.
Ainda explorando a análise da coloração convencional, não foi possível
visualizar a constrição secundária dos cromossomos estudados. No entanto através
da morfologia cromossômica e o tipo de satélite é possível associá-las. Todavia, a
coloração com nitrato de prata (AgNO
3
) seria satisfatória para evidenciá-las, como
realizado por Berg e Greilhuber (1992) em espécies de Cestrum, e associá-las as
RON’s. Seijo e Fernandez (2003) utilizaram a localização da constrição secundária
como um dos fatores para a diversificação cariotípica de espécies do gênero
Lathyrus.
54
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Com respeito à composição base-espécífica dos segmentos
heterocromáticos, todos os acessos analisados apresentaram bandas CMA
+
/DAPI
-
no par 4, flanqueando a região organizadora nucleolar (RON) (Figura 3), entretanto
as espécies A. dardani, A. pusilla e A. interrupta (Figura 3a,c-d, respectivamente)
destacaram-se por possuírem a marcação da banda CMA
+
mais forte no satélite. Os
acessos de A. dardani apresentaram uma banda CMA
+
/DAPI
-
centromética no par 3
(Figura 2a-b e 3a), enquanto que em A. giacomettii tal banda encontrou-se presente
no par 5 (Figura 2i-j e 3e). Os dados com fluorocromos base-específicos nas células
analisadas dos acessos de A. pusilla revelaram bandas centroméricas CMA
+
(Figura 2d-e) em todos os cromossomos e bandas DAPI
+
adjacentes em cinco
pares cromossômicos (Figura 2f e 3c). Além do mais foi evidenciado um par
hetropicnótico negativo nesta espécie (Figura 2d e 3c).
Os satélites cromossômicos e as RON’s destacam-se fracamente com o
CMA enquanto que não são evidenciadas na presença do DAPI. Tal observação foi
realizada nos acessos de A. sylvestris e A. giacomettii (Figura 2c e 2I,
respectivamente).
Schweizer (1976) e Sumner (1990) afirmam que os fluorocromos podem
evidenciar diferencialmente a constituição dos nucleotídeos presentes no segmento
de DNA, propiciando uma análise da constituição das regiões observadas, que
podem ser ricas em AT, GC, ambas ou neutras. Variações no padrão de marcação
com fluorocromo CMA têm sido amplamente descritas na literatura, incluindo-se
espécies proximamente relacionadas (Guerra, 2000).
O padrão de distribuição de regiões heterocromáticas ricas em GC foi
utilizado para a distinção de oito tipos de cromossomos em espécies de Citrus
(Carvalho et al., 2005). Guerra et al. (2000) utilizou tal padrão de bandeamento para
descrever espécies de Rutaceae, afirmando que variações quantitativas e
qualitativas na heterocromatina podem ser comuns em diferentes populações e
espécies. De acordo Berg e Greilhuber (1993) tais variações, possivelmente, estão
associadas à perda ou amplificação de seqüências de DNA repetitivo. Isto sugere a
ocorrência de alterações na organização dos segmentos de DNA repetitivo e que
estas modificações na composição cariotípica poderiam ser observadas através
desta coloração.
Deste modo, baseados nos dados encontrados no presente estudo sugeriu-se
que espécies possivelmente estão sob processos de evolução, visto que as
55
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
divergências detectadas na constituição da heterocromatina constitutiva dos acessos
analisados sugerirem que possam estar ocorrendo alterações nos segmentos de
DNA repetitivo.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Dr. José Francisco Montenegro Valls, da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, pelo material vegetal concedido para a
realização deste estudo.
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Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero Arachis...
Tabela 1. Dados de passaporte dos acessos, com respectiva fórmula cariotípica (m-metacêntrico; sm-submetacêntrico), tipo de satélite (SAT), comprimento
médio do complemento cromossômico (CMC), comprimento médio do maior par cromossômico (C1) e comprimento médio do menor par cromossômico
(C2).
Espécie Coletores Acesso BRA Município UF Latitude
S
Longitude
W
Cariótipo Sat CMC
(µm)
C1
(µm)
C2
(µm)
A. dardani
VSSu V15122 040495 Patos PB 07 00 24.7 037 17 49.1 18m+2sm 2 1,73+/-0,17 2,34 1,37
VSSu V15127 025585 Pombal PB 06 42 56.9 037 49 10.7 18m+2sm 2 1,55+/-0,28 2,10 1,06
VSSu V15128 040517 Pombal PB 06 44 28.4 037 56 40.3 18m+2sm 2 1,73+/-0,37 2,63 1,35
VSSu V15132 025615 Acari RN 06 21 06.3 036 36 50.2 18m+2sm 2 1,83+/-0,35 2,55 1,32
A. giacomettii VApNu V15155 040568 Montalvânia MG 14 21 17.1 044 23 36.3 18m+2sm 2 1,42+/-0,21 1,88 1,10
A. interrupta VFaPzSv V13082 030121 Monte Azul MG 14 55 15.3 043 29 53.8 16m+4sm 10 1,79+/-0,49 2,35 1,42
A. pusilla
VFaPzSv V13109 030317 Januária MG 15 32 33.1 044 24 22.3 18m+2sm 2 1,60+/-0,25 2,08 1,16
VPzW V13189 030571 São Francisco MG 15 57 53.4 044 54 01.9 18m+2sm 2 1,70+/-0,27 2,27 1,18
VApNu V15150 014796 Jequitaí MG 17 12 55.1 044 28 02.9 18m+2sm 2 1,74+/-0,33 2,47 1,48
A. sylvestris VNu V15161 040576 Porto Nacional TO 10 42 29.0 048 25 07.1 16m+4sm 10 2,00+/-0,25 2,50 1,62
Coletores: Fa=L.Faraco de Freitas; Nu=A.C.G.S.Nunes; Pz=E.A.Pizarro; S=C.E.Simpson; Su=T.M.F. Suassuna; Sv=G.P.Silva; V=J.F.M.Valls;
Ap=A.P.S.Peñaloza; W=W.L.Werneck.
64
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Figura 1. Cromossomos mitóticos de espécies do gênero Arachis (seção
Heteranthae) a-e. Metáfases. f. Prófase. g. Núcleos interfásicos. a, b e g. A.
dardani. c. A. pusilla. d. A. sylvestris. e. A. interrupta. f. A. giacomettii. Setas
indicam cromossomos heteropicnóticos. Cabeças de seta indicam satélites
cromossômicos. Barra representa 10μm.
65
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Figura 2. Metáfases mitóticas de espécies do gênero Arachis (seção Heteranthae)
corados com CMA (a, e, g e i) e DAPI (b, f, h e j). c-d. Sobreposição de imagem
CMA/DAPI. a-b. A. dardani. c. A. sylvestris. d-f. A. pusilla. g-h. A. interrupta. i-j. A.
giacomettii. Setas indicam cromossomos heteropicnóticos. Cabeças de seta indicam
satélites cromossômicos. Barra representa 10μm.
66
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Figura 3. Idiograma de espécies do gênero Arachis evidenciando regiões ricas em GC
ou AT, reveladas, respectivamente, pelos fluorocromos CMA
+
( ) e DAPI
+
( ) nas
espécies: a. Arachis dardani; b. A. sylvestris; c. A. pusilla; d. A. interrupta; e e. A.
giacomettii. SM. Cromossomo submetacêntrico. HP. Cromossomo heteropicnótico
negativo.
67
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
CAPÍTULO III
DETECÇÃO DE POLIMORFISMO ENTRE ACESSOS
INTERESPECÍFICOS DO GÊNERO ARACHIS A PARTIR DE
MARCADOR ISSR
Manuscrito a ser enviado à revista:
Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN 1519-5228
(Campina Grande-PB, Brasil)
68
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Detecção de polimorfismo entre acessos interespecíficos do gênero Arachis a
partir de marcador ISSR
Detection of polymorphism among interespecific accesses of the Arachis
genus from marker ISSR
Silvokleio da Costa Silva
1
, Fabiana Aparecida Cavalcante Silva
1
, Roseane Cavalcanti dos Santos
2
, Reginaldo
de Carvalho
3
, Péricles de Albuquerque Melo Filho
4
.
1
Mestrando em Agronomia ‘Melhoramento Genético de Plantas’ - UFRPE, Recife- PE.
2
Pesquisadora da Embrapa Algodão, Campina Grande-PB.
3
Professor do Departamento de Biologia/Genética da UFRPE, Recife- PE.
4
Professor do Departamento de Agronomia da UFRPE, Recife- PE.
Resumo
The high plasticity of the species of the Arachis genus has been white of diverse research in
the morphologic, cytogenetic and molecular scope. Such fact if must the high genetic
variability among species that finds grouped nine taxonomic sections. The present work had
for objective to analyze 11 pertaining accesses to the sections Heteranthae and Arachis, of the
Arachis genus, using molecular marker ISSR. Four primers had been used and generated 57
standards of polymorphic bands. The marker revealed efficient in the discrimination of the
species and the two sections, beyond variations between accesses of one same species. The
genetic relations corroborate with data of literature and the taxonomic classification proposal
for the genus.
Palavras-chaves: Heteranthae; Arachis; ISSR.
Introdução
O gênero Arachis encontra-se
constituído por 81 espécies, das quais 69
foram descritas por Krapovickas e Gregory
(1994), 11 por Valls e Simpson (2005) e uma
ainda não descrita. As espécies ocorrem
naturalmente na América do Sul, estendendo-
se ao leste dos Andes, sul da Amazônia, norte
da Planície Platina e Noroeste da Argentina.
Baseado nas similaridades morfológicas,
compatibilidade de cruzamento, viabilidade
de pólen em híbridos e morfologia
cromossômica, o gênero encontra-se
subdividido em nove seções (Erectoides,
Trierectoides, Extranervosae, Triseminatae,
Heteranthae, Caulorrhizae, Procumbentes,
Rhizomatosae e Arachis) (Krapovickas e
Gregory, 1994; Peñaloza e Valls, 2005).
Muitas das espécies deste gênero
apresentam valor econômico incluindo
Arachis hypogaea (Arachis), A. pintoi
(Caulorrhizae) e A. glabrata
(Rhizomatosae). Destas, as duas primeiras
têm sido utilizadas para fins de
melhoramento genético. Outras espécies,
com alto potencial agronômico para fins
forrageiro, são também encontradas em
outras seções deste gênero (Conagin, 1962)
como, por exemplo, as da Heteranthae
(Peñaloza, 2004).
69
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Segundo Krapovickas e Gregory
(1994) a seção Heteranthae é tipicamente
nordestina, com representantes em todos os
Estados desta região. registros de que
exemplares podem ser encontrados no Norte
de Minas Gerais e no Nordeste do Estado de
Goiás (Krapovickas e Gregory, 1994).
Embora não tenha uso muito difundido,
muitas das espécies desta seção apresentam
potencial para uso forrageiro (Peñaloza,
2004).
De acordo com Coelho et al. (2001),
registro de ampla variação morfológica
entre acessos da espécie A. pusilla (seção
Heterantheae). Entre acessos de outra seção,
Valls (2005) registrou a perenidade de vários
indivíduos de A. giacometti, outra espécie da
seção Heterantheae, e grande similaridade
morfológica com A. triseminata (seção
Triseminatae).
Muitos estudos têm sido conduzidos
no gênero Arachis, empregando-se
marcadores moleculares e bioquímicos, sendo
verificado a presença de elevado
polimorfismo entre suas espécies. (Garcia et
al., 1996; He e Prakash, 1997; Galgaro et al.,
1998; Gimenes et al., 2002 a, b; Creste et al.,
2005).
Afim de se propiciar a escolha de
indivíduos promissores em trabalhos de
melhoramento via seleção ou hibridação,
torna-se imprescindível o conhecimento da
variabilidade genética entre acessos dessa
seção de modo.
Deste modo, o presente estudo
analisou 11 acessos pertencentes às seções
Heteranthae e Arachis, do gênero Arachis,
utilizando marcador molecular do tipo ISSR.
Material e Métodos
Germoplasma e extração de DNA
Onze acessos pertencentes as secões
Heteranthae e Arachis, obtidos do Banco de
Germoplasma de Arachis, da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnológicos,
Cenargen, Brasília-DF, foram utilizados para
este estudo. Uma síntese dos dados de
passaporte dos acessos encontra-se na
Tabela 1.
O DNA foi isolado a partir de
folíolos jovens, pelo método de Dellaporta
et al. (1983) - modificado por Romano et al.
(1998) e aliquotado para 10 ng/µL em água
ultrapura estéril, para posterior utilização
nas reações em cadeia de polimerase - PCR.
Os oligonucleotídeos de ISSR
utilizados foram produzidos pela University
of British Columbia-Vancouver (Tabela 2).
Reações de PCR para ISSR
As reações de PCR foram
conduzidas em termociclador PCR Sprint
Thermal Cycler, utilizando-se 0,2 µM de
cada oligonucleotídeo (Tabela 2), 0,25 mM
de cada dNTP, 0,10 µg de DNA de cada
acesso, 1 U de Taq DNA polimerase, 1X do
tampão da enzima, 1,5 mM de MgCl
2,
perfazendo um volume final de 15 µL. As
condições de PCR utilizadas foram: 5
minutos de desnaturação inicial a 95 °C,
seguindo-se de 30 ciclos de desnaturação
(94 °C/30 seg), anelamento (46 °C/45 seg) e
extensão (72 °C/2 min) e um ciclo final de
extensão (72 °C/7 min). Quatro
oligonucleotídeos da série UBC foram
utilizados (Tabela 2). Os produtos obtidos
foram visualizados em gel de agarose (1,2
%), corados em Syber Gold 5X (Invitrogen)
e em seguida fotografados no
fotodocumentador Vilber Loumart sobre luz
UV.
Análise dos dados
Os produtos amplificados foram
tabulados como 1 (presença de banda) e 0
(ausência de banda) e submetidas ao
programa NTSys 2.10 (Rohlf, 2000). Foi
utilizado o método de clusterização
UPGMA (Unweighted Pair-group Method
with Arithmetic Avareges) (Sneath e Sokal,
1973) e o índice J (Jaccard) para inferência
da similaridade genética.
Resultados e Discussão
70
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Os oligonucleotídeos ISSR
amplificaram 57 fragmentos de DNA (Tabela
2). Tal amplificação possibilitou separar os
acessos das seções Heteranthae e da Arachis
a partir do padrão de similaridade. Os perfis
obtidos para cada oligonucleotídeo
encontram-se na Figura 1, onde foram
conseguidos 20 15, 15 e 7 padrões com os
respectivos oligonucleotódios UBC 813,
UBC 834, UBC 884 e UBC 888.
O dendrograma gerado pelo programa
NTSys apresentou três grupos distintos
(Figura 2), onde no primeiro encontram-se os
acessos referentes à espécie A. dardani, no
segundo os acessos de A. pusilla e o terceiro
grupo foi constituído por todas as outras
espécies da seção Arachis (A. valida, A.
ipaensis, A. duranensis e A. stenosperma).
No primeiro grupo observa-se que os
acessos de A. dardani V15128, V15122 e
V15127 estão mais proximamente
relacionados quando comparados ao V15132.
Provavelmente, a disposição destes acessos
no dendrograma esteja relacionado à
distribuição geográfica das populações em
estudo, visto que os três primeiros foram
coletados no sertão paraibano e o último no
sertão do Rio Grande do Norte.
no segundo grupo, observou-se que
acessos V13189, V13109 e V15150 de A.
pusilla tëm grande proximidade, sendo que os
dois primeiros estão mais inter-relacionados,
o que possivelmente poderia ser justificado
por pertencerem a mesorregião do norte de
Minas Gerais, microrregião de Januária e o
último acesso pertence microrregião de
Pirapora. Esses dados corroboram com os de
Coelho et al. (2001), onde através de análise
genética, via RAPD, observaram a ocorrência
de ampla variabilidade entre acessos da
espécie A. pusilla, correlacionando-a a
divergências morfológicas encontradas entre
os acessos pesquisados.
A conformação obtida nos dois
primeiros grupos confirma a classificação
taxonômica das espécies A. dardani e A.
pusilla, ambas pertencentes à seção
Heteranthae (Krapovickas e Gregory,1994).
Além disso, Raina et al. (2001), através do
marcador molecular RAPD e ISSR, e Creste
et al. (2005), via RAPD, estabeleceram
relações filogenéticas entre estas espécies e
outras das seções do gênero.
O terceiro grupo reuniu apenas os
acessos pertencentes à seção Arachis,
estando A. valida, A. ipaensis e A.
duranensis mais próximos entre si.
Contudo, A. stenosperma, apesar de ter
ficado mais afastada, esteve mais
intimamente relacionada com A. duranensis.
Tal fato poderia estar relacionado ao tipo de
genoma, como reportado por Krapovicas e
Gregory (1994) e Creste et al. (2005), visto
que A. duranensis e A. stenosperma
apresentam o genoma do tipo “A”, enquanto
que A. valida e A. ipaensis apresentam o
tipo “B”.
Conclusões
1. Marcador molecular ISSR é
eficiente para analisar a
variabilidade genética inter e
intraseccional dos representantes de
Arachis, auxiliando na
caracterização de bancos de
germoplama do gênero.
2. Mesmo que alguns acessos tenham
sido coletados em um mesmo local,
verificou-se pelas análises de ISSR
que houve agrupamento
independente, situação que nem
sempre se torna possível de ser
realizada via caracteres
morfológicos.
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72
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Tabela 1. Dados de passaporte de acessos do gênero Arachis
Coletores:
Ap=A.P.S.Peñaloza; Bi=L. Bianchetti; Fa=L.Faraco de Freitas; Mi=S.T.S. Miotto; Nu=A.C.G.S.Nunes; Po= A.
Pott; Pz=E.A.Pizarro; S=C.E.Simpson; Su=T.M.F. Suassuna; Sv=G.P.Silva; V=J.F.M.Valls; W=W.L.Werneck
Espécie
Coletores Acesso Cód.acesso
BRA-
Município UF
A. dardani VSSu 15122 040495 Patos PB
VSSu 15127 025585 Pombal PB
VSSu 15128 040517 Pombal PB
VSSu 15132 025615 Acari RN
A. pusilla
VFaPzSv 13109 030317 Januária MG
VPzW 13189 030571 São Francisco MG
VApNu 15150 014796 Jequitaí MG
A. valida
VPoBi
34 AM
022675 Corumbá MS
A. ipaensis
-
KG30076
036234 - Bolívia
A. duranensis
-
V14167
- - Argentina
A. stenosperma
VMiSv
V10229
023001 Cananéia SP
73
Silva, S. C. Caracterização Citogenética, Molecular e Morfológica de Acessos do Gênero
Arachis...
Tabela 2. Número de padrões obtidos por oligonucleotídeo utilizado.
Oligonucleotídeo
s
Seqüência (3’-5’) Padrões gerados
UBC 813
CTC TCT CTC TCT CTC TT
20
UBC 834
AGA GAG AGA GAG AGA
GYT
15
UBC 884
HBH AGA GAG AGA GAG
AG
15
UBC 888
BDB CAC ACA CAC ACA
CA
7
Total - 57
Legenda: Bases Degeneradas. Y= (C ou T); H= (A,C ou T); B= (C,G ou T) e D=(A,G ouT).
74
Figura 1. Padrão de amplificação de onze genótipos de Arachis utilizando o oligonucleotídeo UBC 813 (a), UBC 834 (b), baseados em ISSR. M = Ladder (1Kb); 1-4. A.
dardani (V15132, V15127, V15122 e V15128, respectivamente); 5-7. A. pusilla (V15150, V13189 e V13109, respectivamente); 8. A. valida (34AM); 9. A.
ipaensis (KG30076); 10. A. duranensis (V14167); 11. A. sternosperma (V10229).
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 M
a
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 M
b
Figura 2. Dendrograma gerado pelo programa NTSys 2.10 pelo método de clusterização UPGMA.
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
s
s
Figura 3. Matriz de similaridade de espécies do gênero Arachis gerada pelo programa NTSys 2.10, derivada do coeficiente de similaridade de Jaccard (J).
Espécie Acesso 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.
A. dardani
1.V15132
1,00
2.V15127 0,23 1,00
3.V15122 0,15 0,39 1,00
4.V15128 0,29 0,42 0,57 1,00
A. pusilla
5.V15150
0,11 0,03 0,04 0,04 1,00
6.V13189 0,19 0,21 0,17 0,16 0,21 1,00
7.V13109 0,16 0,11 0,09 0,09 0,30 0,28 1,00
A. valida
8. 34 AM
0,16 0,05 0,07 0,10 0,05 0,08 0,10 1,00
A. ipaensis
9. KG30076
0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 1,00
A. duranensis
10. V14167
0,08 0,00 0,03 0,07 0,05 0,04 0,00 0,30 0,20 1,00
A. sternosperma
11. V10229
0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,00 0,29 0,16 0,25 1,00
CAPÍTULO IV
VARIABILIDADE ENTRE ESPÉCIES DA SEÇÃO HETERANTHAE
(GÊNERO ARACHIS) COM BASE EM DESCRITORES FENOTÍPICOS
Manuscrito a ser enviado à revista:
Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN 1519-5228
(Campina Grande-PB, Brasil)
Variabilidade entre espécies da seção Heteranthae (gênero Arachis) com base em
descritores fenotípicos
Variability among species of the Heteranthae section (Arachis genus) on the basis
phenotipical descriptors
Silvokleio da Costa Silva
1
, Reginaldo de Carvalho
2
, Péricles de Albuquerque de Melo Filho
1
; Roseane Cavalcanti dos
Santos
3
1
Mestrando em Agronomia ‘Melhoramento Genético de Plantas’ - UFRPE, Recife- PE.
2
Professor do Departamento de Biologia/Genética da UFRPE, Recife- PE.
3
Professor do Departamento de Agronomia da UFRPE, Recife- PE.
4
Pesquisadora da Embrapa Algodão, Campina Grande-PB.
ABSTRARCT
Species of Heteranthae section from Arachis genus are annual diploids (2n=2x=20), with
geographic distribution from the Brazilian Northeast, Goiás and Minas Gerais and show potential
for forage. Some morphological traits are peculiar among species of this section, however, data
found out in literature have shown interesting divergences that could be used in selection processes
in Arachis breeding. In this study was analyzed the variability among species of Heteranthae
sections based on known phenotipical descriptors. Data were registered at blooming and at harvest
of the accesses, which took place on 100 days after sowing. Seventeen vegetative and reproductive
traits were registered and transformed in binary variables for further obtention of dendrogram and
similarity matrix by UPGMA cluster method. Three were performed among the accesses, they
were: group I: A. dardani and A. pusilla (V13109); group II: A. sylvestris, A. giacomettii and A.
pusilla (V13189 and V15150) and group III: performed just with A. interrupta. The higher
similarity was verified between V15122 e V15128 de Arachis dardani, with proximity greater than
88%.
Palavras-chaves: Arachis; Heteranthae; phenotipical descriptors.
INTRODUCÃO
O reconhecimento do valor das espécies
silvestres de Arachis teve início a partir de
meados do século XX mediante o crescimento
das coletas, caracterização e conservação de
germoplasmas. O gênero Arachis possui 81
espécies das quais 69 foram descritas por
Krapovickas e Gregory (1994), 11 por Valls e
Simpson (2005) e uma ainda não descrita,
sendo todas originárias da América do Sul. O
sistema de classificação proposto por
Krapovickas e Gregory (1994) agrupa os
representantes do gênero em nove seções,
baseado em dados morfológicos e de
compatibilidade de cruzamento, associados a
dados cromossômicos e de distribuição
geográfica.
As espécies silvestres de Arachis são
autógamas, analogamente a espécie cultivada
(A. hypogaea L.). Os representantes da seção
Heteranthae são diplóides (2n=2x=20) anuais,
localizados tipicamente na região Nordeste do
Brasil, podendo também ser localizados nos
estados de Goiás e Minas Gerais. Apesar da
plasticidade de emprego do gênero, está seção
merece atenção pelo seu potencial para uso
forrageiro.
A variabilidade genética de uma
população é um parâmetro que pode ser
facilmente mensurado pela da distância
genética entre espécies (Cowen e Frey, 1987).
Segundo Oliveira e Valls (2003), o
conhecimento de caracteres fenológicos,
reprodutivos e de compatibilidade de
cruzamento intra e interespecífico pode ser
utilizado na caracterização de espécies
silvestres e cultivadas.
Uma melhor compreensão da
variabilidade genética, abrangendo o
germoplasma de Arachis pode ser
alcançada com uma caracterização adequada
(Valls et al., 1995). Variações morfológicas e
moleculares foram observadas na seção
Caulorrhizae (Bertozo e Valls, 2001;
Gimenes et al., 2000; Valente et al., 2001) e
isto vem sustentando a investigação em vel
de variabilidade genética disponível nesta
seção.
Algumas espécies da seção
Heteranthae apresentam divergências
exomorfológicas, provavelmente ocasionadas
pelos mecanismos adaptativos ao longo do
processo evolutivo. Muitos estudos
moleculares realizados comprovam a
existência de polimorfismo entre as espécies
silvestres do gênero (Crestes et al., 2005),
incluindo as desta seção.
Diante de tais afirmações o presente
estudo teve por objetivo analisar a fenologia
de acessos da seção Heteranthae visando
identificar polimorfismo a partir de
descritores pré-estabelecidos.
MATERIAL E MÉTODOS
Material vegetal Dez acessos da seção
Heteranthae disponibilizados pelo Banco
Ativo de Germoplasma de Espécies Silvestres
de Arachis, da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnológicos (CENARGEN, Brasília-DF)
foram avaliados. Os dados de passaporte
encontram-se na Tabela 1. O experimento foi
conduzido em campo experimental localizado
no Departamento de Biologia da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, entre
julho e novembro de 2006. Cada aceso foi
plantado em vasos (50 cm de diâmetro)
contendo solo previamente adubado e
corrigido de acordo com as necessidades de
A. hypogaea (Santos et al., 2006). Cada vaso
conteve duas plantas, perfazendo um total de
cinco vasos totalmente casualizados por
repetição. Os dados de temperatura média,
umidade relativa do ar e precipitação pluvial
durante o ciclo dos acessos foram de 33 C,
68% e 320 mm, respectivamente.
Descritores morfológicos - Os descritores
analisados foram baseados no trabalho de
Krapovickas e Gregory (1994), com algumas
inclusões, quer sejam: floração na haste
principal (FHP), altura da haste principal
(AHP), formato do folíolo (FF), produção de
sementes por planta (PTS), número de
sementes por planta (NTS), número de ramos
laterais (NRL), cor da haste principal (CHP),
início de floração (IF), número de vagens por
planta (NVG), número de sementes por
vagem (NSV), número de istmo na vagem
(NIV), peso de 50 vagens (P50V), produção
de vagens por planta (PVG), peso de 50
sementes (P50S), presença de veias no
estandarte (VE), cor do estandarte (CE),
comprimento dio dos ramos laterais
(MRL).
Análise dos dados Apos tabulação dos
dados, procedeu-se a uniformização e
posterior transformação dos mesmos em
variáveis binárias de acordo com metodologia
descrita em Johnson e Wichern (1992). A
seguir, construiu-se o dendrograma e a matriz
de similaridade com auxílio do programa
NTSYSpc 2.10 (Rohlf, 2000) pelo método de
clusterização UPGMA para inferência da
similaridade genética, baseado no coeficiente
de Jaccard (J).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os descritores morfológicos e a média dos
agronômicos encontram-se na Tabela 2.
Observa-se que variabilidade inter e intra
acessos e que os descritores quantitativos são
mais responsivos pela diferenciação. As
relações filogenéticas entre os acessos podem
ser verificadas no dendrograma gerado a
partir dos dados da referida Tabela, no qual
ficaram descriminados três grupos distintos
(Figura 1). O primeiro foi constituído pelos
acessos de A. dardani e um acesso de A.
pusilla (V13109); o segundo por A. sylvestris,
A. giacomettii (subgrupos I) e A. pusilla
(acessos V13189 e V15150 - subgrupo II), e o
terceiro formado pelo acesso de A. interrupta.
Analisando-se o grupo I, observou-se
a existência de alta similaridade entre os
acessos de A. dardani, chegando a 88,9%
comparando os acessos V15122 e V15128. Os
dados obedecem à classificação taxonômica
proposta por Krapovickas e Gregory (1994).
O grau de similaridade pode ser reforçado
ainda pela proximidade geográfica das
populações estudadas. o acesso V13109
(A. pusilla), apresentou-se mais intimamente
relacionada com A. dardani (V15122), com
similaridade morfológica 54,5%, quando
comparado aos demais acessos de A. pusilla.
De acordo com Coelho et al. (2001)
ocorrência de uma ampla variação
morfológica entre acessos da espécie A.
pusilla.
Analogamente aos dados encontrados
por Creste et al. (2005), as espécies A.
sylvestris e A. giacomettii (subgrupo I grupo
II) constituem um subgrupo dentro da seção.
Estes autores verificaram, via RAPD, que
estas espécies apresentaram aproximadamente
40,0% de similaridade genética, enquanto que
os dados apresentados neste estudo revelaram
50,0% de similaridade morfológica.
Ainda no grupo II (Figura 1),
subgrupo II, verificou-se que os acessos
V13189 e V15150 de A. pusilla apresentaram
50,0% de similaridade genética. Ambos
pertencem a mesorregião do norte de Minas,
sendo que o primeiro pertence à microrregião
de Januária e a última à microrregião de
Pirapora. Apesar do acesso V13109 pertencer
a esta espécie, provavelmente sua divergência
fenológica pode ter sido altamente
influenciada por fatores ambientais do local
ao qual o experimento foi realizado ou por
características peculiares do mesmo.
A espécie A. interrupta (grupo III
Figura I) apresentou-se mais distante quando
comparado às demais. Tal variabilidade
poderia ser explicada pelo isolamento
genético-geográfico dos representantes.
Dados citogenéticos, como os de Martins et
al. 2006, e/ou moleculares, assim como a
ampliação do número de acessos poderiam
fornecer uma melhor conclusão.
CONCLUSÕES
1. A maior similaridade genética foi detectada
entre os acessos de Arachis dardani, V15122
e V15128, sendo esta superior a 82%.
2. Apesar de pertencerem à espécie A. pusilla,
as distâncias fenotípicas encontradas entre os
acessos são, possivelmente, resultantes da
variabilidade natural explicada por fatores
ambientais locais ou diferenças intrínsecas
destes acessos.
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abstracts [of the] INTERNATIONAL PLANT
AND ANIMAL GENOME CONFERENCE,
9. San Diego, ESTADOS UNIDOS :
International Plant and Animal Genome
Conference, 2001.
VALLS, J. F. M. ; SIMPSON, C. E. . New
species of Arachis L. (Leguminosae) from
Brazil, Paraguay and Bolivia. Bonplandia,
Corrientes, ARGENTINA, v. 14, n. 1-4,2005.
p. 35-63.
VALLS, J. F. M.; SIMPSON, C. E.; RAO, V.
R. Collecting wild species of Arachis. In:
Guarino, L.; Rao, V.R.; Reid, R.. (Org.).
Collecting Plant Genetic Diversity. Technical
Guidelines. 1 ed. Wallingford, Inglaterra:
CAB International, 1995. p. 677-684.
Tabela 1. Dados de passaporte dos acessos do gênero Arachis
Espécie Coletores Acesso Cód.acesso
BRA
Município UF Latitude
S
Longitude
W
A. dardani
VSSu 15122 040495 Patos PB 07 00 24.7 037 17 49.1
VSSu 15127 025585 Pombal PB 06 42 56.9 037 49 10.7
VSSu 15128 040517 Pombal PB 06 44 28.4 037 56 40.3
VSSu 15132 025615 Acari RN 06 21 06.3 036 36 50.2
A. giacomettii VApNu 15155 040568 Montalvânia MG 14 21 17.1 044 23 36.3
A. interrupta VFaPzSv 13082 030121 Monte Azul MG 14 55 15.3 043 29 53.8
A. pusilla
VFaPzSv 13109 030317 Januária MG 15 32 33.1 044 24 22.3
VPzW 13189 030571 São Francisco MG 15 57 53.4 044 54 01.9
VApNu 15150 014796 Jequitaí MG 17 12 55.1 044 28 02.9
A. sylvestris VNu 15161 040576 Porto Nacional TO 10 42 29.0 048 25 07.1
Coletores: Ap=A.P.S.Peñaloza; Fa=L.Faraco de Freitas; Nu=A.C.G.S.Nunes; Pz=E.A.Pizarro; S=C.E.Simpson; Su=T.M.F. Suassuna; Sv=G.P.Silva; V=J.F.M.Valls;
W=W.L.Werneck
Tabela 2. Dados médios dos descritores morfológicos avaliados nos acessos estudados pertencentes a seção Heteranthae.
Espécie Acesso FHP
(cm)
AHP
(cm)
FF PTS
(g)
NTS NRL CHP IF
(dias)
NVG NSV NIV P50V
(g)
PVG
(g)
P50S
(g)
CVE CE MRL
(cm)
A. dardani
V15122 0 20.75 0 4.49 39.40 6.2 0 28.2 36.80 0 0 12.50 8.92 6.49 1 0 143.80
V15127 0 21.8 0 3.71 51.00 5.5 0 33.3 48.30 0 0 7.39 7.21 5.06 1 0 158.25
V15128 0 24.1 0 4.39 45.50 5.8 0 26.8 40.25 0 0 11.14 9.12 5.75 1 0 154.30
V15132 1 50.8 0 4.43 60.30 5.0 0 24.2 46.75 0 0 10.77 8.07 5.71 1 0 146.80
A. sylvestris V15161 1 28.4 1 1.44 19.67 2.8 0 35.4 16.67 0 0 12.21 2.86 6.03 0 1 49.56
A. pusilla
V13109 0 6.1 1 6.57 55.75 6.0 0 29.4 48.75 0 0 8.40 9.39 6.48 0 0 48.35
V13189 1 98.0 1 5.03 38.50 3.8 1 24.6 32.00 0 0 11.16 7.30 9.25 0 0 93.80
V15150 1 95.7 1 2.82 25.00 4.0 1 26.4 23.00 0 0 9.86 4.54 7.39 0 0 127.42
A. interrupta V13082 1 24.2 0 1.10 16.00 6.5 1 41.2 13.60 0 0 5.06 1.86 4.46 0 1 79.60
A. giacomettii V15155 1 52.0 1 2.13 20.00 3.0 1 28.0 11.00 1 1 16.27 3.58 6.32 0 1 45.00
Descritores: FF (0 – presença; 1 – ausência); FF – (0 – obovado; 1- lanceolado); CHP (0 – esverdeado; 1 – arroxeado); NSV (0 – até duas; 1 – até três); NIV (0 – até um; 1 –
até dois); CVE (0 - ( 0 – ausentes ou da cor do estandarte; 1- vinho); CE (0 – amarelo claro; 1- amarelo ovo).
Figura 1. Dendrograma representativo da similaridade morfológica de acessos da seção Heteranthae (gênero Arachis) obtidas através da Análise de Agrupamento pela
Ligação Média entre Grupos (UPGMA), realizado no programa computacional NTSys 2.10, com base no coeficiente de Jaccard (J).
Coeficiente
Grupo III
Grupo II
Grupo I
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS
O gênero Arachis tem sido alvo de diversos estudos que visam conhecer a
variabilidade genética e a potencialidade de utilização das espécies que o constitui.
Atualmente ferramentas moleculares e citogenéticas, somados as de classificação
taxonômica, têm auxiliado na elucidação de problemas de incompatibilidade
reprodutiva, filogenia e evolução.
As espécies pertencentes à seção Heteranthae (gênero Arachis) têm
despertado o interesse de pesquisadores nacionais por possuir espécies endêmicas
do Brasil, típicas da região Nordeste, e por apresentarem potencial para fins
forrageiro e possíveis fontes de genes para resistência à seca.
Apesar da seção Heteranthae possuir um número relativamente pequeno de
espécies existe ainda algumas questões taxonômicas a serem resolvidas dentro da
seção em relação às distâncias genéticas e posicionamento interseccional.
No presente trabalho foram estudadas espécies pertencentes à seção
Heteranthae (gênero Arachis) via técnicas citogenéticas (coloração convencional e
de fluorescência - CMA/DAPI), bem como empregando-se marcador ISSR e
descritores fenotípicos, com o intuito de conhecer a variabilidade morfogenética
desta seção.
Mediante estudos citogenéticos, confrontados com dados da literatura,
conclui-se que A. dardani e A. interrupta foram às espécies que apresentaram
características cariotípicas mais primitivas entre os avaliados. Segundo análise da
constituição da heterocromatina constitutiva, sugeriu-se que estes genótipos
encontram-se sob processo de alteração dos segmentos de DNA repetitivo. Pode-
se, ainda, constatar que os blocos de heterocromatina constitutiva, evidenciados
pelos fluorocromos CMA e DAPI, apresentaram estabilidade intraespecífica,
servindo como excelentes marcadores para distinguir as espécies envolvidas nesse
estudo.
Analisando os genótipos A. dardani e A. pusilla contatou-se a existência de
correlações entre os dados citogenéticos referentes aos blocos CMA
+
,
correspondente à heterocromatina constitutiva rica em guanina e citosina (GC), com
os dados gerados via amplificação. Dentre os oligonucleotídeos empregados, o UBC
834 (AGA GAG AGA GAG AGA GYT) produziu um mero de padrões superior
quando comparados aos demais, sendo a grande maioria monomórfica. Tais
padrões possivelmente estão relacionados à constituição deste oligonucleotídeo. Os
dados gerados via técnicas de coloração convencional com Giemsa, CMA/DAPI e
ISSR possibilitaram agrupar os acessos conforme a classificação taxonômica.
Levando-se em consideração da especificidade de oligonucleotídeos,
provavelmente aos blocos heterocromáticos, e/ou provavelmente o próprio genoma,
apresentam maior riqueza em guanina. Tal suposição se deve ao fato de que,
empregando-se os oligonucleotídeos UBC 834 e 884 observou-se um maior numero
de bandas quando comparados aos oligonucleotídeos UBC 813 e 888 que
apresentaram maior constituição de citosina.
Futuros trabalhos envolvendo o estudo de espécies desconhecidas poderiam
ser direcionados a partir de dados citogenéticos para o desenho de
oligonucleotídeos quando se intencionar estudar molecularmente espécies
desconhecidas.
O marcador ISSR ainda apresentou-se satisfatório para avaliar a variabilidade
genética inter e intraseccional. A exemplo da seção Heteranthae, mesmo que alguns
acessos tenham sido coletados em uma mesma localidade verificou-se que houve
agrupamento independente dos mesmos, situação que nem sempre se torna
possível de ser realizada via caracteres morfológicos.
Baseado na potencialidade de utilização como forrageira sugere-se que a
espécie A. dardani poderia servir como alternativa para referida finalidade visto que
a mesma apresentou maior produção de massa vegetativa quando comparado aos
demais representantes estudados nesta seção.
5. ANEXOS
INTRUÇÕES PARA AUTORES
GENETICS AND MOLECULAR BIOLOGY
ISSN 1415-4757 (versão impressa)
São Paulo, Brasil
GENETICS AND MOLECULAR BIOLOGY
SCOPE AND POLICY
Genetics and Molecular Biology (formerly named Revista Brasileira de
Genética/Brazilian Journal of Genetics - ISSN 0100-8455) is published quarterly by
the Sociedade Brasileira de Genética (Brazilian Society of Genetics).
The Journal considers contributions that present the results of original research in
genetics, evolution and related scientific disciplines. Although Genetics and
Molecular Biology is an official publication of the Brazilian Society of Genetics,
contributors are not required to be members of the Society.
It is a fundamental condition that submitted manuscripts have not been and will not
be published elsewhere. With the acceptance of a manuscript for publication, the
publishers acquire full and exclusive copyright for all languages and countries.
Manuscripts considered in conformity with the scope of the journal as judged by the
Editor in conjunction with the Editorial Board are reviewed by the Associate Editors
and two or more external reviewers. Acceptance by the Editor is based on the quality
of the work as substantial contribution to the field and on the overall presentation of
the manuscript.
SUBMISSION OF PAPERS
1. Manuscripts should be submitted to:
Angela M. Vianna-Morgante , Editor-in-Chief
Genetics and Molecular Biology
Rua Capitão Adelmio Norberto da Silva, 736
14025-670 Ribeirão Preto, SP - Brasil
2. A submission package sent to the Editorial Office must contain:
a) A cover letter signed by all authors stating that they have approved the submission
of the manuscript and that the findings have not been published or are not under
consideration for publication elsewhere.
b) A hard copy of the manuscript, including original figures.
c) A copy of any unpublished or in-press companion articles referred to in the
submission.
d) An electronic copy of the text, tables and figures. Formats for text are Word or
RTF, in Windows platform. Images in TIFF or JPEG formats should be sent in
separate files (For Figures, see detailed instructions in 3.1.h). Mailed disks must be
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3. Categories of Contribution
3.1. Research Articles
Manuscripts must be written in English in double-spaced, 12-point type throughout,
including the References Cited section, appendices, tables and legends; printed on
one side only of A4 paper with 2.5 cm margins; marked with consecutive page
numbers, beginning with the cover page.
The following elements must start on a new page and be ordered as they are listed
below:
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(first name at full length); the authors’ institutional affiliation, including department,
institution, city, state or province and country; different affiliations indicated with
superscript numbers; a short running title of about 35 characters, including spaces;
up to five key words; the corresponding author’s name, postal address, phone and
fax numbers and email address. The corresponding author is the person responsible
for checking the page proofs, arranging for the payment of color illustrations and
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b) The Abstract must be a single paragraph that does not exceed 200 words and
summarizes the main results and conclusions of the study. It should not contain
references.
c) The text must be as succinct as possible. Text citations: articles should be
referred to by authors’ surnames and date of publication; citations with two authors
must include both names; in citations with three or more authors, name the first
author and use et al. List two or more references in the same citation in chronological
order, separated by semi-colons. When two or more works in a citation were
published in the same year, list them alphabetically by the first author surname. For
two or more works by the same author(s) in a citation, list them chronologically, with
the years separated by commas. (Example: Freire-Maia et al., 1966a, 1966b, 2000).
Only articles that are published or in press should be cited. In the case of personal
communications or unpublished results, all contributors must be listed by initials and
last name (et al. should not be used). Numbers: In the text, numbers nine or less
must be written out except as part of a date, a fraction or decimal, a percentage, or a
unit of measurement. Use Arabic numerals for numbers larger than nine. Avoid
starting a sentence with a number. Binomial Names: Latin names of genera, species
and intraspecific taxa in the text must be printed in italics; names of orders and
families should appear in the Title and also when first mentioned in the text. URLs for
programs, data or other sources should be listed in the Internet Resources Section,
immediately after the References Section, not in the text. URLs for citations of
publications in electronic journals should appear in the reference section.
The text includes the following elements:
Introduction – Description of the background that led to the study.
Material (or Subjects) and Methods Details relevant to the conduct of the study.
Statistical methods should be explained at the end of this section.
Results Undue repetition in text and tables should be avoided. Comment on
significance of results is appropriate but broader discussion should be part of the
Discussion section.
Discussion The findings of the study should be placed in context of relevant
published data. Ideas presented in other publications should not be discussed solely
to make an exhaustive presentation.
Some manuscripts may require different formats appropriate to their content.
d) The Acknowledgments must be a single paragraph that immediately follows the
discussion and includes references to grant support.
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follows: first, as single author in chronological order; next, with only one more co-
author in alphabetical order by the second author; and finally followed by references
with more than two co-authors, in chronological order, independent of the second
author surnames. Use standard abbreviations for journal titles.
Only articles that are published or in press should be included in this section. Works
submitted to a publication but not yet accepted, personal communications and
unpublished data must be cited within the text. “Personal communication” refers to
individuals other than the authors of the manuscript being submitted; “unpublished
data” refers to data produced by at least one of the authors of the manuscript being
submitted.
Sample journal article citation:
Breuer ME and Pavan C (1955) Behaviour of polytene chromosomes of
Rhynchosciara angelae at different stages of larval development. Chromosoma
7:371-386.
Yonenaga-Yassuda Y, Rodrigues MT and Pellegrino KCM (2005) Chromosomal
banding patterns in the eyelid-less microteiid lizard radiation: The X
1
X
1
X
2
X
2
:X
1
X
2
Y sex
chromosome system in Calyptommatus and the karyotypes of Psilophtalmus and
Tretioscincus (Squamata, Gymnophthalmidae). Genet Mol Biol 28:700-709.
Sample book citation:
Dobzhansky T (1951) Genetics and Origin of Species. 3rd edition. Columbia
University Press, New York, 364 pp.
Sample chapter-in-book citation:
Crawford DC and Howard-Peebles PN (2005) Fragile X: From cytogenetics to
molecular genetics. In Gersen SL and Keagle MB (eds) The Principles of Clinical
Cytogenetics. 2nd edition. Humana Press, New Jersey, pp 495-513.
Sample Electronic Article citation:
Simin K, Wu H, Lu L, Pinkel D, Albertson D, Cardiff RD and Van Dyke T (2004) pRb
inactivation in mammary cells reveals common mechanisms for tumor initiation and
progression in divergent epithelia. Plos Biol 2:194-205. http://www.plosbiology.org .
f) Internet Resources Section
this section should contain a list of URLs referring to data presented in the text,
software programs and other Internet resources used during data processing. When
databases are cited, date of consultation must be stated.
Sample Internet Resource citation :
Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM), http://www.ncbi.nlm.nih.gov/OMIM
(September 4, 2005)
LEM Software, http://dir.niehs.nih.gov/dirbb/weinbergfiles/hybrid_design.htm
g) Tables each table must start on a new page. A concise title should be provided
above the table. Tables must be numbered consecutively in Arabic numerals. Each
column must have a title in the box head. Footnotes typed directly below the table
should be indicated in lowercase superscript numbers.
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j) Sequences may appear in text or in figure. DNA, RNA and protein sequences
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publication of the article. Long sequences requiring more than two pages to
reproduce will not be published unless the Editorial decision is that the publication is
necessary. Complete mtDNA sequence will not be published.
k) Data access: reference should be made to availability of detailed data and
materials used for reported studies.
l) Ethical issues: Reports of experiments on live vertebrates must include a brief
statement that the institutional review board approved the work. For experiments
involving human subjects, authors must also include a statement that informed
consent was obtained from all subjects. If photos or any other identifiable data are
included, a copy of the signed consent must accompany the manuscript.
3.2 Short Communications Present brief observations that do not warrant full-
length articles. They should not be considered preliminary communications. They
should be 15 or fewer typed pages in double spaced 12-point type, including
literature cited. They should include an Abstract no longer than five percent of the
paper’s length and no further subdivision with introduction, material and methods,
results and discussion in a single section. Up to two tables and two figures may be
submitted. The title page and reference section format is that of full-length article.
3.3 Letters to the Editor Relate or respond to recent published items in the journal.
Discussions of political, social and ethical issues of interest to geneticists are also
welcome in this form.
3.4 Review Articles are welcome.
3.5 Book Reviews: Publishers are invited to submit books on Genetics, Evolution
and related disciplines, for review in the journal. Aspiring reviewers may propose
writing a review.
3.6 History, Story and Memories Accounts on historical aspects of Genetics
relating to Brazil.
4. Proofs: Page proofs will be sent to the corresponding author. Changes made to
page proofs, apart from printer’s errors, will be charged to the authors. Notes added
in proof require Editorial approval.
5. Reprints Reprints are free of charge and provided as a pdf-file.
INTRUÇÕES PARA AUTORES
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA
ISSN 1519-5228
Campina Grande-PB, Brasil
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA
1. Somente serão aceitos para publicação trabalhos inéditos escritos em
Português, Espanhol ou Inglês, em observância à Lei de Direito Autoral (nº 9.610)
de 19 de fevereiro de 1998.
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responsabilidade exclusiva do(s) autor(es).
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(quatro)e um mesmo autor poderá ter apenas um trabalho como autor principal por
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4. Os originais devem ser enviados em arquivo anexo para o endereço eletrônico
5. NOVAS Especificações:
Programa a ser utilizado: Microsoft Word for Windows;
Fonte Times New Roman 14 para o título, Times New Roman 12 para o
corpo do texto e Times New Roman 10 para o nome dos autores, tabelas e
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O Título em português e em Inglês e o nome dos autores devem estar
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que poderão ser incluídos no final.
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Os resumos deverão ser escritos em Inglês apresentados em um só
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deverão vir no máximo em 08.
A extensão dos trabalhos deverá apresentar no máximo, 20 páginas.
Incluir abaixo do título o(s) nomes(s) do(s) autor(s) e formação acadêmica
no fim conforme artigos já publicados.
97
FAVOR VERIFICAR NA REVISTA EXEMPLO DOS TRABALHOS MAIS
RECENTES PUBLICADOS.
6. Normas básicas para referências bibliográficas:
Livros:
SOBRENOME(S), Nome(s). Título em itálico: subtítulo normal. Edição. Local:
Editora, ano. nº páginas
Capítulos:
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ou (org). Título em itálico. Local: Editora, ano. nº páginas
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Teses, dissertações, monografias:
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dissertação ou monografia) - Instituição.
7. Prazos e datas para recebimento dos trabalhos
Serão estipulados a cada semestre
8.Trabalhos científicos de alunos de Graduação também serão aceitos desde que
sejam devidamente orientados por um Professor.
9. Os autores são responsáveis pelas idéias contidas nos trabalhos, bem como
pela responsabilidade técnica e a veracidade das informações, dados, etc,
apresentados. A comissão editorial não se responsabiliza pelo conteúdo dos
textos publicados.
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