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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE MIKANIA GLOMERATA
SPRENGEL E MIKANIA LAEVIGATA SCHULTZ BIP. EX
BAKER (ASTERACEAE) NO PROCESSO INFLAMATÓRIO
INDUZIDO PELA EXPOSIÇÃO AGUDA AO CARVÃO MINERAL
TIAGO PETRUCCI DE FREITAS
Criciúma
2006
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AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE MIKANIA GLOMERATA
SPRENGEL E MIKANIA LAEVIGATA SCHULTZ BIP. EX
BAKER (ASTERACEAE) NO PROCESSO INFLAMATÓRIO
INDUZIDO PELA EXPOSIÇÃO AGUDA AO CARVÃO MINERAL
Tiago Petrucci de Freitas
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências Ambientais da
Universidade do Extremo Sul Catarinense
como requisito parcial para obtenção do Título
de Mestre em Ciências Ambientais.
Área de Concentração:
Ecologia e Gestão de Ambientes Alterados
Orientador:
Prof. Dr. Emilio Luiz Streck
Co-Orientadora:
Profa. Dra. Vanessa Moraes de Andrade
Criciúma, SC
2006
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ii
Dedico esta dissertação a minha esposa Luciana,
meu filho Gabriel e ao meu amigo Xuxa, que durante
a realização deste trabalho não mediram esforços e
dedicação para que eu conseguisse alcançar os
objetivos.
iii
AGRADECIMENTOS
Aos mestres:
Prof. Dr. Emílio Streck, pelos ensinamentos, pela amizade e dedicação e,
principalmente, pela confiança e oportunidade de trabalhar sob sua orientação.
Profa. Dra. Vanessa Moraes de Andrade, pela sábia co-orientação e
amizade.
Prof. Dr. Ricardo Pinho, pela amizade e oportunidade em participar de
outros trabalhos aumentando o meu conhecimento dentro da ciência.
Prof. Dr. Pedro Roosevelt Torres Romão e Prof. Dr. Felipe Dal Pizzol,
pela ajuda e disponibilidade na formatação do trabalho.
Profa. Dra. Vanilde Citadini-Zanette e Prof. Dr. Robson dos Santos, pelo
auxilio na formatação do trabalho.
À família:
Luciana, minha esposa, por ter lutado pelos meus sonhos ajudando na
formulação deste trabalho.
Gabriel, meu filho, que por muitas vezes não teve a atenção necessária do
pai, mas que o pai ama muito!
Aos colegas e amigos:
Paulo, pela amizade, dedicação e paciência.
Luis Gustavo, Bruna, Daiane, Mirele, Renata, pela ajuda e dedicação na
formatação do trabalho, que por muitas vezes deixaram a vida acadêmica para me
auxiliar.
Aos colegas do Laboratório de Fisiopatologia Experimental e
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício pela ajuda nos
experimentos e ótima convivência.
iv
RESUMO
Vários estudos já demonstraram importantes efeitos biológicos de Mikania
glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker (Asteraceae),
popularmente conhecidos como guaco e utilizados na medicina popular brasileira
para o tratamento de doenças respiratórias. As principais indicações populares são
para o tratamento de asma e bronquite, principalmente pelas propriedades
broncodilatadoras apresentadas por essas plantas medicinais. A pneumoconiose,
doença comum em mineradores de carvão é caracterizada por inflamação
pulmonar causada pela exposição ao pó de carvão. Nesse sentido, o papel das
espécies reativas de oxigênio na pneumoconiose e em outras doenças respiratórias
já foi bem descrito. Nesse trabalho, foi avaliado o efeito do pré-tratamento com
extratos de Mikania glomerata e M.laevigata em parâmetros inflamatórios e de
estresse oxidativo em pulmão de ratos submetidos a uma instilação traqueal de pó
de carvão. Os resultados mostraram que a contagem de células e a atividade da
lactato desidrogenase foram aumentadas pela exposição ao carvão. Ambos MGE e
MLE preveniram o aumento na contagem de células, mas somente o MLE preveniu
o aumento da lactato desidrogenase. Também foi demonstrado que a atividade da
mieloperoxidase e a medida de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico não
foram alteradas pela exposição ao carvão. Por outro lado, os níveis de carbonilação
de proteínas aumentaram e os níveis de grupos tióis diminuíram, demonstrando
aumento na oxidação de proteínas após a exposição ao carvão. Além disso, MGE e
MLE não preveniram o aumento da carbonilação de proteínas. No entanto, ambos
extratos apresentaram importante efeito protetor sobre a oxidação de grupos tióis.
Esses achados mostram que MGE e MLE podem ser mais eficazes para a
prevenção de oxidação de grupos tióis do que para a carbonilação de proteínas
causadas pela exposição ao carvão. Mais estudos farmacológicos e bioquímicos
são necessários para compreender os mecanismos de ação dos extratos. A partir
desses resultados, Mikania glomerata e M. laevigata podem se tornar bons
candidatos (candidato no dicionário Houaiss = aquele que aspira um cargo,
emprego ou honrarias para a prevenção de dano oxidativo pulmonar causado pela
exposição ao carvão.
Palavras-chave: carvão mineral; Mikania glomerata; Mikania laevigata; estresse
oxidativo.
v
ABSTRACT
Several studies report important biological effects of Mikania glomerata Sprengel
and Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker (Asteraceae) popularly known as
“guaco”, used in Brazilian folk medicine for respiratory diseases. The main folk
indications are for asthma and bronchitis, especially because these medicinal plants
present bronchodilating properties. Pneumoconiosis, a disease of coal miners, is
characterized by pulmonary inflammation caused by coal dust exposure. The role of
ROS in pneumoconiosis and other pulmonary diseases has already been well
described. In this work, we evaluated the effect of pre-treatment with Mikania
glomerata and M.laevigata extracts on inflammatory and oxidative parameters in
lung of rats submitted to acute coal dust intratracheal instillation. We first verified
that bronchoalveolar lavage total cells count and lactate dehydrogenase activity
were increased by coal dust intratracheal instillation. Both MGE and MLE prevented
the increase in cells count, but only MLE prevented the increase in lactate
dehydrogenase activity. We also showed that myeloperoxidase activity and TBARS
levels were not affected by coal dust acute exposure. On the other hand, the levels
of protein carbonylation were increased and the protein thiol levels were decreased,
showing that sulfhydryl groups were oxidized in coal dust-treated rats. Besides,
MGE and MLE did not prevent the increase in protein carbonyl content. However,
both extracts presented an important protective effect on the oxidation of thiol
groups. These findings show that MGE and MLE may be more effective in the
prevention of oxidation of sulfhydryl groups than in the carbonylation of aminoacids
residues in proteins caused by coal dust acute exposure. Further pharmacological
and biochemical investigations are necessary to elucidate the mechanisms of action
of these extracts. Mikania glomerata and M.laevigata may become good candidates
for the prevention of lung oxidative injury caused by coal dust exposure.
Key words: coal dust; Mikania glomerata; Mikania laevigata; oxidative stress.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Herança do carvão mineral. Fonte: BRASIL MINERAL (2004). ................2
Figura 2: Rejeitos do carvão ao redor das áreas mineradas. Fonte: ZILLI (2002). ...3
Figura 3: Detalhe das folhas de Mikania glomerata Sprengel. Fonte: SILVA JÚNIOR
(2006). ........................................................................................................7
Figura 4: Detalhe das folhas de Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker. Fonte:
SILVA JÚNIOR (2006)................................................................................7
Figura 5: Aspecto geral de Mikania glomerata Sprengel. Fonte: SILVA JÚNIOR
(2006). ........................................................................................................9
Figura 6: Aspecto geral de Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker. Fonte: SILVA
JÚNIOR (2006).........................................................................................10
Figura 7: Esquema de estresse oxidativo (Adaptado de MARKS et al., 1996). ......14
vii
SUMÁRIO
1 LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. iv
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................1
1.1 Carvão Mineral .....................................................................................................1
1.1.1 Histórico ............................................................................................................1
1.1.2 Carvão e Questões Ambientais.........................................................................2
1.1.3 Carvão e Doenças Pulmonares ........................................................................3
1.2 Etnofarmacologia .................................................................................................4
1.2.1 Histórico ............................................................................................................4
1.2.2 Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker...........5
1.3 Espécies reativas de oxigênio............................................................................13
1.3.1 Definição .........................................................................................................13
1.3.2 Estresse oxidativo ...........................................................................................14
1.3.3 Radicais livres e doenças pulmonares............................................................15
2 OBJETIVOS..........................................................................................................16
2.1 Objetivo geral .....................................................................................................16
2.2 Objetivos específicos .........................................................................................16
3 EFFECTS OF MIKANIA GLOMERATA SPRENGEL AND M. LAEVIGATA
SCHULTZ BIP. EX BAKER (ASTERACEAE) EXTRACTS ON PULMONARY
INFLAMMATION AND OXIDATIVE STRESS CAUSED BY ACUTE COAL DUST
EXPOSURE .............................................................................................................17
Abstract.........................................................................................................17
1 Introduction ................................................................................................18
2 Materials and Methods...............................................................................19
3 Results.......................................................................................................22
4 Discussion..................................................................................................25
5 References ................................................................................................27
4 DISCUSSÃO.........................................................................................................30
4.1 Análise do lavado bronco-alveolar .....................................................................31
4.2 Análise do tecido pulmonar ................................................................................32
5 CONCLUSÕES.....................................................................................................34
6 PERSPECTIVAS...................................................................................................35
7 REFERÊNCIAS.....................................................................................................36
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Carvão Mineral
1.1.1 Histórico
A descoberta e o início da exploração do carvão mineral no Brasil aconteceu
por volta de 1795, na época do governo imperial. No período que antecedeu a
Primeira Guerra Mundial, a exploração e a extração do carvão mineral tiveram uma
queda e somente após a Segunda Guerra Mundial foi que o Brasil apresentou uma
política voltada para a exploração do mineral, em função do desabastecimento
mundial do petróleo. A partir daí, o carvão tornou-se o principal impulsor para a
geração de energia elétrica, atendendo a indústria em vasta expansão, a
navegação e a rede ferroviária (MÜLLER, 1987).
O carvão assumiu uma posição de destaque com a criação da Companhia
Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ), no ano de 1945. Depois deste fato,
muitas unidades mineiras foram abertas em toda a região carbonífera do estado de
Santa Catarina. Por volta de 1960, mais de duas dezenas de empresas exploravam
carvão. Durante trinta anos o carvão mineral esteve como segundo produto de
maior importância no cenário de combustíveis no Brasil, permanecendo apenas
abaixo do petróleo (BELOLLI et al., 2002). Em 1973, com a crise mundial do
petróleo, a qual atingia 52% da reserva energética do Brasil, o carvão despontou
novamente no país, com a substituição do óleo combustível por carvão a vapor.
Esta medida aumentou em seis vezes a produção de carvão em dez anos, que se
estendeu como principal produto até meados dos anos oitenta. Em razão do poder
calorífico e alto teor de impurezas, esse carvão é geralmente usado para a geração
de energia elétrica. Atualmente, o Brasil dispõe de uma das maiores reservas e
rejeitos de carvão da América Latina e os grandes depósitos encontram-se no sul
do Brasil, principalmente em Criciúma e região (BRASIL, 1985).
A contaminação ambiental tem surgido com o desenvolvimento industrial,
que proporcionou ao homem uma qualidade de vida jamais alcançada, porém,
trazendo como efeito deletério o aumento do risco de exposição a substâncias
nocivas, entre elas, as derivadas do carvão mineral (LEITE; FACCINI, 2001).
2
Figura 1: Herança do carvão mineral. Fonte: BRASIL MINERAL (2004).
1.1.2 Carvão e Questões Ambientais
A extração do carvão subterrâneo e a céu aberto, teve impacto positivo no
desenvolvimento econômico da região sul de Santa Catarina, mas por outro lado,
os danos ambientais assumiram proporções gigantescas, com a contaminação dos
lençóis freáticos, extinção das nascentes dos rios, erosão do solo, o que causou a
destruição de grande parte da vegetação nativa e a contaminação química da água
(CAROLA, 2002).
Os problemas ambientais vêm sendo agravados ainda mais devido ao alto
grau de impurezas do carvão catarinense, que na sua composição traz em cada
100 toneladas de matéria prima bruta, uma média de 25% de carvão aproveitável
para 75% de rejeito piritoso, que é a parte não aproveitável do carvão mineral e
apresenta na sua composição metais pesados. Em passado recente, a maior parte
dos rejeitos do carvão era depositada ao redor das áreas mineradas, que na
maioria das vezes, encontrava-se perto do perímetro urbano, expostos ao ar livre e
sob a ação do clima, podendo-se somar a este fator a utilização do carvão como
produto gerador de energia. Com a queima associada aos rejeitos ao ar livre gera-
se a contaminação atmosférica, ficando a população exposta às partículas do
carvão, dentre elas a sílica, o sulfeto de ferro (FeS
2
), arsênico, chumbo, titânio e até
mesmo o urânio, que podem estar presentes tanto na pirita como na forma da
3
marcassita, as quais provocam distúrbios orgânicos, principalmente os respiratórios
(PINHO, 2005).
Com a criação do Decreto Federal n. 97.632/89 que faz exigência de um
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) para obtenção de licença
ambiental e devido a maior conscientização dos empresários e da população,
atualmente este problema tem diminuído, mas as seqüelas na área de saúde e
ambiental ainda persistem.
Figura 2: Rejeitos do carvão ao redor das áreas mineradas. Fonte: ZILLI (2002).
1.1.3 Carvão e Doenças Pulmonares
Os trabalhadores das minas de carvão e a população exposta à poeira têm
o seu sistema pulmonar debilitado com a deposição de partículas, que provocam
reações inflamatórias e a fibrose pulmonar (REMZI, 2004). Desta forma, as
respostas inflamatórias à inalação das partículas podem levar ao desenvolvimento
de doenças ocupacionais irreversíveis. Diversos estudos relatam que a exposição à
poeira de carvão é a principal responsável pela pneumoconiose, bronquites e
câncer de pulmão, além de doenças alérgicas (KUEMPEl et al., 1997).
A pneumoconiose é definida como um estado patológico devido à retenção
de carvão no pulmão, sendo os principais tipos a asbestose (pneumoconiose dos
mineiros de carvão) e a silicose. A silicose é ocasionada devido à aspiração de
sílica livre (SiO
2), caracterizada por mudanças fibróticas e desenvolvimento de uma
nodulação evasiva nos pulmões e clinicamente por uma diminuição da capacidade
4
respiratória e da expansão da caixa torácica, com uma prevalência à tuberculose. A
asbestose ocasiona no pulmão uma reação a partículas de sílica livre, levando a
uma fibrose pulmonar, que diminui a capacidade das trocas gasosas (MARGOTTI,
1998).
A etiologia da pneumoconiose permanece indefinida, os tipos de lesões
dependem do tempo de exposição, tamanho das partículas aspiradas e da
qualidade da composição química do carvão (MENDES, 1995). Estes eventos
determinam um dano oxidativo e a inflamação pulmonar (CASTRANOVA et al.,
2002). O pulmão responde à poeira da mina de carvão provocando uma cascata
inflamatória, tendo como resultado a secreção de fatores pró-inflamatórios, síntese
da matriz extracelular e proliferação de fibroblastos (SCHINS; BORM, 1999),
aumentando a evidência de que a exposição de carvão nos seres humanos está
associada com a geração de espécies reativas de oxigênio (ERO) e com a indução
de fatores inflamatórios e de peróxidos de lipídio, que implicam diretamente na
patogênese da pneumoconiose (VALLYATHAN et al., 2000).
O tratamento realizado para as afecções decorrentes deste desequilíbrio
ambiental é a administração de fármacos e internação hospitalar, acarretando em
um afastamento por tempo prolongado dos pacientes de suas atividades laborais e,
nem sempre, apresentando eficácia comprovada. Para minimizar os efeitos
infamatórios do carvão, algumas alternativas profiláticas estão sendo realizadas,
dentre elas a utilização de produtos naturais, retirados da flora brasileira, na forma
de extratos, de infusão ou de emplastro. Estas alternativas podem amenizar o custo
da recuperação dos pacientes acometidos pela exposição ambiental ao carvão
mineral.
1.2 Etnofarmacologia
1.2.1 Histórico
O emprego das espécies vegetais com fins terapêuticos ocorre desde o
início da civilização. Esta prática milenar vem ultrapassando todas as barreiras e
obstáculos durante o processo evolutivo e chega até os dias atuais, com a
utilização plena da população mundial, principalmente a oriental, como fonte de
recurso eficaz e com custo financeiro mais accessível (DI STASI, 1996).
5
O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído ao
longo dos tempos. As plantas começam a despertar o interesse dos laboratórios,
que utilizam tecnologia sofisticada de fabricação industrial para a utilização do ser
humano moderno. O processo laboratorial transforma o extrato medicinal em
comprimidos, gotas, pomadas ou cápsulas, conservando o princípio ativo da planta
medicinal (DI STASI, 1996). A utilização de produtos de origem vegetal para o
tratamento de problemas de saúde é conhecida como fitoterapia. Os medicamentos
fitoterápicos são aqueles cuja matéria-prima é originada de plantas medicinais
(raízes, caules, folhas, flores e frutos), que se constituem em drogas vegetais ou
extratos para a produção dos mesmos (SONAGLIO, 2001).
O comércio de medicamentos está crescendo em larga escala, com taxa
anual média de 15%, sendo que cerca de 30% dos medicamentos vendidos hoje
são provenientes direta ou indiretamente de produtos naturais, principalmente de
plantas medicinais (FARNSWORTH, 1985). Estas plantas possuem uma reserva de
substâncias, com papel terapêutico para a cura e prevenção de doenças (WALL;
WANI, 1996). O Brasil tem uma riquíssima e vasta floresta e na diversidade
biológica da Floresta Amazônica, encontra-se matéria prima para a produção de
fitofármacos. Além disso, estima-se que apenas 8% das plantas já foram
estudadas. É de suma importância que se busque na flora brasileira alternativas de
medicamentos, visando no futuro o descobrimento de novos fármacos mais
eficazes e específicos para a cura das doenças (SIMÕES et al., 1988).
O emprego de produtos naturais na fabricação de remédios no Brasil vem
despertando também o interesse da comunidade médica, principalmente a
fitoterapia, devido ao custo financeiro ser mais acessível para a população em geral
e pelo desenvolvimento tecnológico dos laboratórios em transformar a matéria
prima em um excelente fármaco (LADEIRA, 2002). Dentre as matérias primas
podemos destacar os extratos da Mikania glomerata e M. laevigata, o popular
guaco, utilizado pela população para o tratamento de doenças respiratórias.
1.2.2 Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker
Aspectos gerais
Mikania glomerata Sprengel e M.laevigata Schultz Bip. ex Baker,
popularmente conhecidas como guaco, são confundidas por apresentarem
semelhança morfológica, composição química e usos medicinais muito parecidos
6
(OLIVEIRA et al., 1994). A principal diferença entre as duas espécies de Mikania é
a época de floração. No mês de setembro ocorre a floração da M. laevigata,
diferente da M. glomerata, que tem suas flores no mês de janeiro. Como
diferenciação morfológica pode-se também visualizar o formato das folhas, onde M.
glomerata apresenta lobos menos proeminentes do que M. laevigata (Figuras 3 e 4)
(MORAES, 1997).
Mikania glomerata ocorre no Brasil, desde o sul da Bahia até o Rio Grande
do Sul, podendo ser encontrada em pequena escala na Argentina e no Uruguai
(BOTSARIS, 1997). Mikania laevigata é uma espécie nativa do sul do Brasil,
encontrada em São Paulo e se estende até o Rio Grande do Sul, onde é mais
cultivada. Além disso, apresenta melhor adaptação a climas úmidos, com pouca
luminosidade e a solos ácidos com altos teores de alumínio (ANTONACIO;
WINSENIEWSKI, 1998).
Mikania glomerata e a M.laevigata são espécies vegetais pertencentes à
família Compositae (Asteraceae), denominadas popularmente por guaco, guaco-
liso, guaco-de cheiro, erva-de-serpente e cipó-caatinga, cipó-cabeludo, cipó-
sucuriju, guape, erva-de cobra, coração-de-Jesus, erva-cobre, erva-das-serpentes,
erva-de-sapo, guaco-selvagem, guaco-trepador, uaco (LUCAS, 1942). As plantas
do gênero Mikania foram descritas por Willdenow em 1804, recebendo este nome
em homenagem ao professor Joseph Gottfried Mikan. Para o gênero Mikania são
citadas cerca de 430 espécies, distribuídas principalmente na América do Sul,
sendo 200 espécies no Brasil, localizadas principalmente nas regiões Sul e Sudeste
(SILVA JÚNIOR, 2006). Apesar de apresentar grande número de espécies, o
gênero Mikania é pouco estudado.
7
Figura 3: Detalhe das folhas de Mikania glomerata Sprengel. Fonte: SILVA JÚNIOR
(2006).
Figura 4: Detalhe das folhas de Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker. Fonte:
SILVA JÚNIOR (2006).
Mikania glomerata é a única espécie oficializada na 1ª edição da
Farmacopéia Brasileira e foi identificada por Sprengel em 1826, tendo como
sinonímia Cacalia trilobata Vell., Mikania scansoria DC., Mikania hederaefolia DC.;
Willoughbya glomerata (Sprengel) Ktze. e Willoughbya moronoa (Ktze) Ktze.
(GILBERT et al., 2005).
8
Características morfológicas e ecológicas
Mikania glomerata é um subarbusto silvestre, escandente, de folhagem
densa e perene, com o seu caule cilíndrico, ramificado, glabro e, quando seco,
apresenta fratura fibrosa e aspecto estriado no sentido longitudinal. Quando jovem
apresenta coloração verde-claro passando a arroxeada e a cinzento-escura nas
partes suberificadas. Suas folhas são pecioladas, cordiforme-deltóides, oval-
lanceoladas, tri ou pentanervadas e agudas no ápice (SIMÕES et al., 1998). Suas
flores são esbranquiçadas e carnosas, dispostas em inflorescência panícula
tirsóide, que pode alcançar até 30 cm de comprimento, onde os capítulos se
encontram reunidos em glomérulos. As bractéolas são lineares e medem
aproximadamente 2 mm de comprimento, sendo o aquênio pentangular medindo 3
mm. O papus, com 4 a 6 mm de comprimento, possui coloração que varia de
amarelo-palha a rosada.
A descrição anatômica das folhas na epiderme superior apresenta células
poligonais de parede levemente curvas enquanto na parte inferior é ondeada
(GILBERT et al, 2005). Os estômatos são do tipo paraestomatais e se encontram
exclusivamente na epiderme inferior. As epidermes possuem pêlos glanulosos
unisseriados, pluricelulares, recurvados. O mesófilo é heterogêneo, assimétrico,
formado na parte superior por uma ou duas camadas de células paliçádicas e na
inferior por parênquima lacunoso, formado por células arrendodadas ou elípticas
(OLIVEIRA et al., 1984).
Mikania glomerata (Figura 5) tem seu hábitat nas margens dos rios, cresce
espontaneamente em matas primárias, capoeiras, capoeirões, orla de matas,
terrenos de aluvião, várzeas sujeitas a inundações, e possui boa adaptação ao
cultivo doméstico. Na época da floração torna-se uma planta muito procurada pelas
abelhas melíferas. Reproduz-se por sementes ou pelo plantio de estacas do caule,
de preferência em terrenos arenosos e úmidos (CABRERA; KLEIN, 1989; RITTER
et al., 1992;).
9
Figura 5: Aspecto geral de Mikania glomerata Sprengel. Fonte: SILVA JÚNIOR
(2006).
Mikania laevigata (Figura 6) é um subarbusto de hábito escandente, volúvel,
com o caule lenhoso e cilíndrico, de coloração castanho-acinzentada e verde-claro
nas pontas, suas folhas são opostas de contorno oval e oblongo-lanceoladas, de
base obtusa e ápice acuminado de até 15 cm de comprimento e 7 cm de largura,
com três nervuras bem evidentes, pecioladas, carnoso-coriáceas, verde brilhantes
na face superior, mas pálida na interior. As flores são hermafroditas, reunidas em
quatro capítulos iguais entre si, agrupadas em glomérulos ou ramos espiciformes
congestos, infundibuliformes, com cinco lacínias, com cerca de 5 mm de
comprimento e tubo curto com 1mm. As bractéolas são lineares e medem cerca de
5 mm de comprimento. O fruto tipo aquênio é glabro, pentagular e subcilíndrico
mede cerca de 2 a 4 mm e é provido de papus com coloração rosada de 4 mm de
comprimento (OLIVEIRA et al., 1984).
10
Figura 6: Aspecto geral de Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker. Fonte: SILVA
JÚNIOR (2006).
Atividades farmacológicas e biológicas
O gênero Mikania já era utilizado na medicina popular para o tratamento de
diversas enfermidades, devido as suas propriedades antimicrobianas,
antiinflamatórias e analgésicas (FERRO, 1991). As duas espécies de Mikania acima
descritas apresentam como principal componente químico a cumarina. Sua
presença caracteriza o odor fragrante e aromático da planta (EVANS, 1996). Está
presente em cerca de 0,5% das folhas secas de Mikania glomerata e 2,6% de M.
laevigata (FERRO, 1991). Lucas (1942) já havia detectado a presença de cumarina
e de substâncias resinosas no vegetal, que podem estar relacionadas com a ação
expectorante evidenciada.
Os extratos são indicados para o tratamento de doenças do trato
respiratório, agindo como coadjuvante no combate à tosse, ocasionando
relaxamento da musculatura lisa, fluidificação dos exsudatos traqueobrônquicos de
maneira que possam ser mais facilmente expulsos pelo reflexo da tosse. Sabe-se
pouco sobre os efeitos biológicos dos extratos de Mikania glomerata e de M.
laevigata. Alguns relatos atribuem ao gênero Mikania a ação broncodilatadora,
11
espasmódica, vasodilatadora, antimicrobiana, analgésica, antiinflamatória,
antiulcerogênica, depressora do sistema nervosa central, antiofídica, antiestresse,
inseticida, moluscicida e antialérgica (BARRETO; HIRUMA-LIMA, 2002).
Mikania glomerata atua relaxando a musculatura lisa das vias aéreas,
principalmente brônquios, e exerce apreciável efeito sudorífico, desejado nos casos
febris (OLIVEIRA et al., 1984). Estudos com o extrato de M. glomerata em modelo
de inflamação demonstraram efeitos espasmódicos, antiedematoso e
broncodilatador (LEITE et al., 2003). O extrato aquoso de folhas de M. glomerata
apresenta atividade biológica sobre linfócitos, inibindo a proliferação celular em
edemas, além de diminuir a migração celular (MORAES et al., 1994). Além disso, o
extrato de M. glomerata, na dose de 100 mg/Kg por via oral, reduz a migração
celular na cavidade pleural de ratos (MARTINS et al., 1986). O extrato aquoso e
hidroalcólico desta espécie também foram testados em cobaias animais e, também
demonstrou efeito antinociceptivo e relaxante da contração uterina de ratas jovens
(CUNHA et al., 2003).
Frações deste extrato hidroalcólico inibem o edema em camundongos
submetidos à injeção subplantar de veneno de cobra (MOURA et al., 1996). No
estudo sobre o extrato de M. glomerata realizado por MOURA et al. (2002), em
humanos, foi verificado que o efeito relaxante sobre a musculatura lisa do trato
respiratório pode estar relacionado ao bloqueio dos canais de cálcio. Moura ainda
afirma que o tratamento para asma com o guaco ainda não pode ser comprovado
apenas pelo relaxamento da musculatura lisa do trato respiratório, tendo em vista
que a asma é uma síndrome clínica de etiologia desconhecida, desencadeada com
a obstrução rápida das vias áreas e uma resposta broncodilatadora exagerada a
estímulos externos, vinculados à origem alérgica.
Para CRIDDLE et al. (1996), M. glomerata apresenta forte atividade
relaxante sobre a musculatura lisa respiratória de cobaias animais, devido às
cumarinas. Paralelamente, apresenta atividade dilatadora sobre a musculatura lisa
vascular (LOPES et al., 1997). M. glomerata demonstrou também excelente efeito
broncodilatador em ratos expostos à fumaça de cigarro, diminuindo a capacidade
secretora de muco no pulmão destes animais, exercendo um efeito anti-histamínico,
o que minimiza consideravelmente o edema pulmonar (MOURA et al., 2002).
12
Como resultado de alguns estudos, Mikania glomerata não interfere na
atividade antiespasmódica (SILVA JUNIOR, 2006). A administração oral de 500 ou
1000 mg/Kg do extrato bruto de M. glomerata em camundongos inibiu em 35,9% e
61,1%, respectivamente, contorções abdominais induzidas por ácido acético. Além
disso, o extrato não demonstrou sinais de toxicidade na fase aguda (GANDE et al.,
2003).
Mikania glomerata demonstrou ainda propriedades antioxidantes, que
ajudam na proteção do organismo à presença de espécies reativas de oxigênio
e/ou nitrogênio (KIRAKOSYAN, 2003). Muitos autores atribuem esta propriedade do
guaco à presença da cumarina, e estudos vêm sendo realizados com o objetivo de
verificar esta contribuição. Esta espécie também apresentou efeito antitumoral, o
qual apresenta atividade antiproliferativa sobre linhagens de neoplasia de mama
resistente, em estágio inicial e neoplasias de pulmão (REHDER et al., 2002).
No artigo publicado por MAMANI et al. (2005), também verificou-se efeito
antimicrobiano sobre Leishmania sp. e Trypanosoma cruzi, com uma porcentagem
de inibição do crescimento entre 49,5 e 99%. Para BRAGA et al. (2002), o extrato
das folhas de M. glomerata não apresenta atividade antibacteriana sobre
Streptocooccus mutans, bactéria cariogênica Gram-positiva.
Em relação à mutagênese, testes mostraram que o extrato de M. glomerata
não demonstrou nenhuma atividade mutagênica em animais. No trabalho em
questão, foi verificada a taxa de natalidade de ratos. A administração do extrato não
demonstrou nenhum impacto na fertilidade e nenhuma diferença significativa nos
parâmetros analisados, sugerindo uma ausência do efeito mutagênico em ratos
Wistar (FERNANDES; VARGAS, 2003).
Com relação à Mikania laevigata, apenas um estudo foi realizado no sentido
de avaliar a sua ação antiinflamatória. SUYENAGA et al. (2002), demonstraram
ação antiinflamatória sobre o edema em patas de ratos, diminuindo
significativamente a migração dos leucócitos ao local da lesão. Neste estudo, as
doses utilizadas foram de 200 mg/Kg, inibindo 81,56% e 400 mg/Kg com a inibição
de 28,26% da migração leucocitária.
Por fim, Mikania glomerata e M. laevigata possuem efeito tóxico quando do
uso abusivo, segundo relatos de MARTINS; SANTOS (1995). O uso destas plantas
é desaconselhável para crianças com idade inferior a um ano e mulheres no
13
período gestacional. Além disso, seu uso prolongado pode provocar acidentes
hemorrágicos, pelo antagonismo à vitamina K (FRANCO, 1996).
1.3 Espécies reativas de oxigênio
1.3.1 Definição
Em 1954, Gerham e Gilbert propuseram que alguns efeitos tóxicos do
oxigênio poderiam ocorrer pela formação de radicais livres de oxigênio. Os radicais
livres são definidos como qualquer espécie química capaz de existir de forma
independente e que contenham em sua estrutura elétrons desemparelhados, sendo
assim muito reativos, reagindo com moléculas como lipídios, proteínas e ácidos
nucléicos, o que por sua vez pode ocasionar a morte celular. Dentre os radicais
livres existem dois grupos: as espécies reativas de oxigênio (ERO) e as espécies
reativas de nitrogênio (ERN) (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1999).
As espécies reativas de oxigênio (ERO) são produzidas na cadeia
mitocondrial, onde 90-95% do oxigênio consumido é reduzido à água. As EROs
podem ser geradas nos processos inflamatórios, na metabolização de gordura pela
β-oxidação, na degradação da xantina à ácido úrico e na auto-oxidação de
catecolaminas (PINHO, 2005).
Durante a respiração celular, na cadeia transportadora de elétrons, o
oxigênio é reduzido à água. A molécula de oxigênio pode aceitar um total de quatro
elétrons para a sua redução a duas moléculas de água, mas esta redução pode
acontecer com apenas um elétron por vez, ocasionando a produção de ERO, e por
conseqüência a produção de radicais livres de oxigênio. Dois a cinco por cento do
oxigênio é desviado formando os radicais livres (MATSUO; KANEKO, 2001).
Os radicais livres são produzidos em muitos processos fisiológicos e
exercem funções importantes no organismo, participando da fagocitose, processos
de sinalização celular e estão envolvidos na síntese e regulação de algumas
proteínas, em condições fisiológicas (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1999). O
problema constitui-se quando a produção dos níveis totais de ERO forem maiores
que a capacidade de defesa, podendo ocasionar danos celulares (PINHO, 2005).
A produção das espécies reativas de oxigênio ocorre em três fases; na
primeira fase ocorre a inicialização onde duas moléculas se fundem e formam um
14
radical, após temos a progressão, fase em que o radical se liga a outra molécula
qualquer, gerando um radical livre. (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1999).
Os radicais livres são gerados conforme as fases descritas acima, o ânion
superóxido é o primeiro radical livre formado. Na cadeia respiratória mitocondrial,
5% do oxigênio utilizado não é completamente reduzido à água, e ocorre a
formação de ânion superóxido (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1999; CADENAS;
DAVIES, 2000).
1.3.2 Estresse oxidativo
Os radicais livres são formados no metabolismo celular. As defesas
antioxidantes, enzimáticas e não-enzimáticas, atuam contra a toxicidade dessas
espécies e são responsáveis pela homeostase entre a eliminação e a produção de
radicais livres. Em condições extremas ocorre o aumento da produção dos radicais
livres, que são responsáveis por ultrapassar a capacidade antioxidante normal
presente no organismo humano ou ocasionar um déficit das defesas antioxidantes
no organismo, favorecendo o aumento do estresse oxidativo (BONDY; LE BEL,
1993; CADENAS; DAVIES, 2000) (Figura.7)
Figura 7: Esquema de estresse oxidativo (Adaptado de MARKS et al., 1996).
O estresse oxidativo pode provocar perda da função celular, por causar
alterações no metabolismo das células. No pulmão, com a inalação do carvão
mineral, há um aumento da produção das ERO, e este aumento provoca o estresse
15
oxidativo, e por conseqüência as doenças pulmonares (HALLIWELL e
GUTTERIDGE, 1999; CADENAS; DAVIES, 2000; PINHO, 2005).
1.3.3 Radicais livres e doenças pulmonares
O pulmão apresenta algumas características fisiológicas que o torna mais
sensível à exposição ao carvão, aumentando o estresse oxidativo, e
conseqüentemente a depleção da capacidade de trocas gasosas.
Há evidências de que o pulmão em resposta a poluentes ocupacionais
atmosféricos como o carvão, apresenta uma reação inflamatória, tendo como
resultado o aumento dos fatores inflamatórios, com uma elevada síntese de matriz
extracelular e proliferação de fibroblastos e com um acúmulo de radicais livres
(BLACKFORD et al., 1997; VALLYATHAN et al., 2000; SALDIVA et al., 2002; TAO
et al., 2003;).
A presença de radicais livres parece estar envolvida na patogênese de
várias doenças pulmonares, entre elas a presença de células tumorais, fibrose e a
pneumoconiose. Desta maneira diversos autores sugeriram que o uso dos
antioxidantes reduz a resposta inflamatória, aumentando a capacidade de defesa
pulmonar, diminuindo a quantidade de radicais livres presentes no pulmão
(BLACKFORD et al., 1997; VALLYATHAN et al., 2000; SALDIVA et al., 2002; TAO
et al., 2003).
Muitos compostos de plantas possuem atividade antioxidante e podem
ajudar a proteger o organismo de danos oxidativos causados por radicais livres. As
duas espécies de Mikania possuem a cumarina e alguns flavonóides como
componentes principais, e quando da administração do extrato das folhas de modo
periódico, agem como antioxidantes, resultando na defesa do sistema respiratório
às doenças inflamatórias relacionadas à exposição da poeira do carvão (LEE et al.,
2003).
16
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
9 Estudar o efeito de extrato hidroalcoólico de Mikania glomerata Sprengel e
Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker na prevenção do dano do pulmão de
ratos expostos ao carvão mineral.
2.2 Objetivos específicos
9 Verificar o efeito do uso da Mikania glomerata e M. laevigata sobre o
processo inflamatório induzido pela exposição ao carvão mineral em ratos,
através da avaliação dos seguintes parâmetros:
No lavado bronco-alveolar: contagem total e diferencial de células; atividade
da lactato desidrogenase e dosagem de proteínas;
No tecido pulmonar: lipoperoxidação, através da medida de substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS); oxidação de proteínas e oxidação
de grupos sulfidrílicos; atividade da enzima mieloperoxidase.
17
3 EFFECTS OF MIKANIA GLOMERATA SPRENGEL AND M.
LAEVIGATA SCHULTZ BIP. EX BAKER (ASTERACEAE)
EXTRACTS ON PULMONARY INFLAMMATION AND
OXIDATIVE STRESS CAUSED BY ACUTE COAL DUST
EXPOSURE
Tiago P. Freitas
1
, Paulo C. Silveira
2
, Luis G. Rocha
2
,
Vanilde Citadini-Zanette
3
, Pedro T. Romão
4
, Felipe Dal-Pizzol
1
,
Ricardo A. Pinho
2
, Vanessa M. Andrade
4
, Emilio L. Streck
1
1
Laboratório de Fisiopatologia Experimental,
2
Laboratório de Fisiologia e
Bioquímica do Exercício,
3
Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz,
4
Laboratório de
Imunologia e Mutagênese, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 88806-000
Criciúma, SC, Brazil
ABSTRACT
Several studies report important biological effects of Mikania glomerata
Sprengel and Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker, popularly known as “guaco”,
used in Brazilian folk medicine for respiratory diseases. The main folk indications
are for asthma and bronchitis, especially because these medicinal plants present
bronchodilating properties. Pneumoconiosis, a disease of coal miners, is
characterized by pulmonary inflammation caused by coal dust exposure. The role of
ROS in pneumoconiosis and other pulmonary diseases has already been well
described. In this work, we evaluated the effect of pre-treatment with Mikania
glomerata (MGE) and M. laevigata (MLE) extracts on inflammatory and oxidative
parameters in lung of rats submitted to acute coal dust intratracheal instillation. We
first verified that bronchoalveolar lavage total cells count and lactate dehydrogenase
activity were increased by coal dust intratracheal instillation. Both MGE and MLE
prevented the increase in cells count, but only MLE prevented the increase in lactate
dehydrogenase activity. We also showed that myeloperoxidase activity and TBARS
levels were not affected by coal dust acute exposure. On the other hand, the levels
of protein carbonylation were increased and the protein thiol levels were decreased,
showing that sulfhydryl groups were oxidized in coal dust-treated rats. Besides,
MGE and MLE did not prevent the increase in protein carbonyl content. However,
both extracts presented an important protective effect on the oxidation of thiol
groups. These findings show that MGE and MLE may be more effective in the
prevention of oxidation of sulfhydryl groups than in the carbonylation of aminoacids
residues in proteins caused by coal dust acute exposure. Further pharmacological
and biochemical investigations are necessary to elucidate the mechanisms of action
of these extracts. Mikania glomerata and M. laevigata may become good candidates
for the prevention of lung oxidative injury caused by coal dust exposure.
Key words: coal dust; Mikania glomerata; Mikania laevigata; oxidative stress.
18
1 INTRODUCTION
Coal miners are commonly exposed to coal dust that originates within the
mine. The coal dust exposure is relared to coal workers’ pneumoconiosis, a disease
of coal miners characterized by the aggregation of macrophages near the
respiratory bronchioles. Inflammation is a consistent feature of the pulmonary
response to respirable coal dust (Ghanem et al., 2004; Rom et al., 1987). Some
studies performed in our laboratory have previously shown that the parameters of
oxidative damage to pulmonary function are altered following inhalation of industrial
particles, such as coal (Pinho et al., 2004, 2005). Following the inhalation of
atmospheric pollutants, the lungs are the first targets affected by the production of
oxidants during the combustion of oxygen (Mossman, 2003). As stated above, this
response is mediated by the activation of macrophages and the recruitment of
polymorphonuclear cells, which increase inflammatory mediators and the formation
of reactive oxygen species (ROS) (Tao et al., 2003). In this context, it was
demonstrated that antioxidants may play an important protective effect on oxidative
damage induced by acute exposure to coal dust (Pinho et al., 2004, 2005).
Mikania glomerata Sprengel and M. laevigata Schultz Bip. ex Baker are
popularly known as “guaco”. Phytochemically, the presence of coumarins, terpenes
and organic acids were reported, especially in the leaves (Celeghini et al., 2001;
Osório and Martins, 2004). Mikania glomerata and M. laevigata are medicinal plants
used in Brazilian folk medicine for several inflammatory and allergic conditions,
particularly of the respiratory system. These plants have been widely used, and their
folk indications in asthma and bronchitis are probably due to its bronchodilating
properties (Soares de Moura et al., 2002). It has also been reported anti-
inflammatory (Suyenaga et al., 2002) and anti-ulcerogenic activities (Bighetti et al.,
2005). An interesting work from Fierro and colleagues (1999) reported that a fraction
obtained from the ethanolic extract of M. glomerata is effective in inhibiting
immunologic inflammation but did not affect acute inflammatory response in lung of
rats. In this context, Santos and colleagues (2006) have also recently shown that
Mikania extracts present important effects in a mice allergic pneumonitis model.
Finally, other significant biological effect is the antimicrobial activity against bacteria
and yeasts (Holetz et al., 2002; Yatsuda et al., 2005; Betoni et al., 2006), and
protozoaries, such as Leishmania amazonensis and Trypanosoma cruzi (Luize et
al., 2005).
19
Considering that coal dust exposure induces an inflammatory response in
lungs and that Mikania glomerata and M. laevigata are plants used in Brazilian folk
medicine for several inflammatory of the respiratory system, this study aimed to
investigate whether these plants extracts present any effect on inflammatory and
oxidative damage indicators in the lungs of rats acutely exposed to coal dust.
2 MATERIALS AND METHODS
2.1 Identification and extraction of plant material:
Aerial parts (leaves) of Mikania glomerata and M. laevigata were collected in
Grão Pará, Santa Catarina, Brazil. Voucher specimen of Mikania glomerata and M.
laevigata were deposited at Herbarium Pe. Dr. Raulino Reitz, Universidade do
Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, Brazil, under numbers CRI
7380 and CRI 7379, respectively. The leaves were allowed to dry under air
circulation (40
o
C) for three days and powdered. The resulting powder (400 g) was
submitted to dynamic maceration with 2 liters of ethanol:water (70:30, v/v) solution
during 3 h. The extracts were filtered and this procedure was repeated twice. The
solvent was evaporated in a rotavapor and the residue was dissolved in distilled
water (Duarte et al., 2005; Yatsuda et al., 2005).
2.2 Coal dust preparation
One kilogram of gross coal was collected from Carboniferous Cooperminas,
located in the municipal district of Criciúma, Santa Catarina, Brazil. Samples of 300
g were triturated in a mill of spheres for 3 h, at a frequency of 25 Hz. The coal was
analyzed by the Laboratory of Analyses of Soil and Fertilizers of the Soil and
Fertilizer Analysis Laboratory at the Universidade do Extremo Sul Catarinense,
Criciúma, Santa Catarina, Brazil, presenting the following mineralogical
characteristics: copper (0.003%), iron (2.480%), zinc (0.003%), and silica (27.3%).
The coal dust used in the experiments were of diameter less than 15 mm.
2.3 Animals and study design
Male Wistar rats obtained from the Central Animal House of Universidade do
Extremo Sul Catarinense were caged in groups of five and provided with
commercial rat chow and water ad libitum and maintained on a 12-h light:12-h dark
20
cycle. The animals were divided into six groups: (1) intratracheal instillation of saline
and pre-treatment with subcutaneous administration of saline (SS); (2) intratracheal
instillation of coal dust and pre-treatment with subcutaneous administration of saline
(CS); (3) intratracheal instillation of saline and pre-treatment with subcutaneous
administration of Mikania glomerata extract (MGE) (SG); (4) intratracheal instillation
of coal dust and pre-treatment with subcutaneous administration of MGE (CG); (5)
intratracheal instillation of saline and pre-treatment with subcutaneous
administration of Mikania laevigata extract (MLE) (SL); (6) intratracheal instillation of
coal dust and pre-treatment with subcutaneous administration of MLE (CL). All
studies were performed in accordance with National Institutes of Health guidelines
and with the approval of Ethics Committee from Universidade do Extremo Sul
Catarinense.
2.4 Pre-treatment with Mikania glomerata and M. laevigata and coal dust instillation
Rats were pre-treated for two weeks with saline solution (groups 1 and 2),
MGE (100 mg/kg of body weight) (groups 3 and 4) and MLE (100 mg/kg of body
weight) (groups 5 and 6) (Fierro et al., 1999). On the 15
th
day, the animals were
anesthetized with ketamine (80 mg/kg of body weight, i.p.) and xylazine (20 mg/kg
body weight, i.p.). Gross mineral coal dust (3 mg/0.3 mL saline) (groups 2, 4 and 6)
or saline solution (0.3 mL) (groups 1, 3 and 5) were administered directly in the lung,
according to our previous protocol (Pinho et al., 2004).
2.5 Bronchoalveolar lavage
Fifteen days after coal dust instillation, the animals were anesthetized with a
ketamine/xylazine overdose. Bronchoalveolar lavage (BAL) was conducted as
published previously (Dörger et al., 2002). Briefly, after cannulation of the trachea,
the thorax was opened, and the lungs of rats were lavaged with phosphate-buffered
saline (PBS) pH 7.4. Pooled samples were centrifuged at 300 × g for 10 min, and
the cell pellets were washed twice and resuspended. After BAL obtaining, the
animals were killed by decapitation and lungs were quickly removed, and stored at –
70
o
C for biochemical analysis.
21
2.6 Total cells count
A total cell number presence in BAL was obtained with a hemacytometer
chamber immediately after the obtaining of the sample. BAL cells were adjusted to a
concentration of 5 x 10
5
cells/mL in PBS.
2.7 Lactate dehydrogenase activity
Lactate dehydrogenase (LDH) was determined in BAL with the aid of a
specific kit obtained by Labtest Diagnóstica SA, Brazil. The reading was made
starting from an enzymatic system with a kinetic method, according to the technical
orientations observed in the bulletin of the referred kit.
2.8 Myeloperoxidase activity
The activity of myeloperoxidase was assessed by the method of Trush and
colleagues (1994), by using 3,3’,5,5’-tetramethylbenzidine as a substrate and
measured spectrophotometrically at 650 nm. Tissue myeloperoxidase activity is
used as an indicator of neutrophil infiltration. Data are presented as U/mg tissue. All
samples were assayed in duplicate.
2.9 Thiobarbituric acid-reactive substances levels
The formation of thiobarbituric acid-reactive substances (TBARS) during an
acid-heating reaction is widely adopted as a sensitive method for measurement of
lipid peroxidation, as previously described by Draper and Hadley (1990). Briefly, the
samples were mixed with 1mL of 10% trichloroacetic acid and 1mL of 0.67%
thiobarbituric acid. Subsequently, they were heated in a boiling water bath for 30
min. Malondialdehyde equivalents were determined by the absorbance at 532 nm
using 1,1,3,3-tetramethoxypropane as an external standard. Results were
expressed as malondialdehyde equivalents (nmol/mg protein). All samples were
assayed in duplicate.
2.10 Protein carbonyl content
The oxidative damage to proteins was assessed by the determination of
carbonyl groups content, based on the reaction with dinitrophenylhidrazine (DNPH),
as previously described by Levine and colleagues (1990). Briefly, proteins were
precipitated by the addition of 20% trichloroacetic acid and redissolved in DNPH,
22
and the absorbance was monitored at 370 nm. All samples were assayed in
duplicate.
2.11 Protein sulfhydryl content
The assay is based on the reduction of 5,5'-dithio-bis (2-nitrobenzoic acid)
(DTNB) by thyols, which in turn become oxidized (disulfide), generating a yellow
derivative whose absorption is measured spectrophotometrically at 412 nm
(Aksenov and Markesbery, 2001). Briefly, 50 μL of homogenate were added to 1 mL
of PBS buffer pH 7.4 containing 1 mM EDTA. Then, 30 μL of 10 mM DTNB,
prepared in a 0.2 M potassium phosphate solution pH 8.0, were added.
Subsequently, 30 min incubation at room temperature in a dark room was
performed. Absorption was measured at 412 nm. The sulfhydryl content is inversely
correlated to oxidative damage to proteins. Results were reported as nmol TNB/mg
protein. All samples were assayed in duplicate.
2.12 Protein determination
Protein content was determined by the method described by Lowry and
colleagues (1951) using bovine serum albumin as standard.
2.13. Statistical analysis
Data were analyzed by one-way analysis of variance (ANOVA) followed by
the Tukey test when F values were significant. All analyses were performed using
the Statistical Package for the Social Science (SPSS) software.
3 RESULTS
In this work we evaluated total protein levels, lactate dehydrogenase activity
and total cells count in BAL of rats, submitted to acute coal dust exposure and pre-
treated with MGE and MLE. As seen on Table 1, total protein levels were not altered
by coal dust. Lactate dehydrogenase activity was increased by coal dust
intratracheal instillation, suggesting that coal dust exposure induces cellular injury.
Besides, MLE pre-treatment prevented this effect, but MGE not. Finally, we verified
that total cells count was increased in coal dust-exposed rats. Both MGE and MLE
prevented the increase in cells count. We also measured myeloperoxidase activity,
another parameter of inflammation, in lung of rats. Figure 1 shows that this enzyme
23
was not affected by coal dust intratracheal instillation. Besides, pre-treatment with
MGE or MLE did not affect myeloperoxidase.
Figure 1. Myeloperoxidase activity in lung after coal dust instillation. Rats were
submitted to intratracheal administration of coal dust or saline. Animals were
assigned to receive MGE or MLE as described under ‘Materials and Methods’. The
lung was removed to determine myeloperoxidase activity as described under
‘Materials and Methods’. Data are expressed as mean ± S.D., for six animals. MGE:
Mikania glomerata extract; MLE: Mikania laevigata extract.
In the present work we also measured oxidative stress parameters in lung of
rats, named TBARS and protein carbonyl and sulfhydryl contents. As seen on
24
Figure 2, TBARS levels were not altered by coal dust exposure, indicating that lipid
peroxidation is not present in lung of rats 15 days after intratracheal instillation of
coal dust. Besides, we verified that rats submitted to coal dust acute exposure
presented higher levels of protein carbonyl content, and MGE and MLE pre-
treatment did not prevent such effect (Figure 3A). Finally, Figure 3B shows that coal
dust induces the oxidation of sulfhydryl groups, since protein thiol content was
significantly decreased in these animals. Besides, MGE and MLE prevented this
effect, leading to speculate that these extracts may present a protective role in
oxidation of thiol groups.
Figure 2. Thiobarbituric acid reactive substances (TBARS) in lung after coal dust
instillation. Rats were submitted to intratracheal administration of coal dust or saline.
Animals were assigned to receive MGE or MLE as described under ‘Materials and
Methods’. The lung was removed to determine TBARS as described under
‘Materials and Methods’. Data are expressed as mean ± S.D., for six animals. MGE:
Mikania glomerata extract; MLE: Mikania laevigata extract.
25
Figure 3. Protein carbonyl (A) and sulfhydryl (B) content in lung after coal dust
instillation. Rats were submitted to intratracheal administration of coal dust or saline.
Animals were assigned to receive MGE or MLE as described under ‘Materials and
Methods’. The lung was removed to determine protein carbonyl (A) and sulfhydryl
(B) contents as described under ‘Materials and Methods’. Data are expressed as
mean ± S.D., for six animals. MGE: Mikania glomerata extract; MLE: Mikania
laevigata extract. Different from control (Saline + Saline) *p<0.01 (Tukey’s test).
4 DISCUSSION
Several studies report important biological effects of Mikania glomerata and
M. laevigata, popularly known as “guaco”. The extracts of these plants are
characterized by the presence of coumarins, terpenes and organic acids, mainly in
26
the leaves (Celeghini et al., 2001; Osório and Martins, 2004). Mikania glomerata and
M. laevigata are used in Brazilian folk medicine for respiratory diseases. The main
folk indications are for asthma and bronchitis, especially because these medicinal
plants present bronchodilating properties (Lopes, 1997; Soares de Moura et al.,
2002). Other studies report anti-inflammatory (Suyenaga et al., 2002) and
antimicrobial activity (Heletz et al., 2002; Luize et al., 2005; Yatsuda et al., 2005;
Betoni et al., 2006).
Pneumoconiosis, a disease of coal miners, is characterized by pulmonary
inflammation caused by coal dust exposure (Ghanem et al. 2004; Rom et al. 1987).
The lung is a primary target of inhaled oxidants such as coal dust. The role of ROS
in pneumoconiosis has also been reported. The main source of these species is
lung inflammation, a process that occurrs after exposure to many of these agents
and infections (Tao et al., 2003).
In this work, we evaluated the effect of pre-treatment with MGE and MLE on
inflammatory and oxidative parameters in lung of rats submitted to acute coal dust
intratracheal instillation. We first verified that BAL total cells count and lactate
dehydrogenase activity were increased by coal dust intratracheal instillation. Both
MGE and MLE prevented the increase in cells count, but only MLE prevented the
increase in lactate dehydrogenase activity. These results evidenciate that coal dust
increases inflammation and cellular death in lung of rats, and that especially Mikania
laevigata presented a protective effect in the same parameters. It is tempting to
speculate that M. laevigata is more effective in the prevention of lung injury because
this species present a higher amount of coumarins (Ferro, 1991). It is believed that
coumarins are responsible for the main biological effects of these plants.
We also showed that myeloperoxidase activity and TBARS levels were not
affected by coal dust acute exposure. On the other hand, protein carbonyl and
sulfhydryl contents were affected by coal dust intratracheal instillation. The levels of
protein carbonylation were increased and the protein thiol levels were decreased,
showing that sulfhydryl groups were oxidized in coal dust-treated rats. Besides,
MGE and MLE did not prevent the increase in protein carbonyl content. However,
both extracts presented an important protective effect on the oxidation of thiol
groups. These findings show that MGE and MLE may be more effective in the
prevention of oxidation of sulfhydryl groups than in the carbonylation of aminoacids
residues in proteins caused by coal dust acute exposure.
27
Regarding to TBARS and protein carbonyl content results, it is important to
state that our findings are in accordance to previous reports from our laboratory
(Pinho et al, 2004). These findings are also in accordance to other studies showing
that Mikania glomerata presents an anti-inflammatory effect (Suyenaga et al., 2002).
Besides, there is a lack of information about Mikania laevigata properties. This study
indicate that M. glomerata and M. laevigata may become good candidates for the
prevention of lung oxidative injury caused by coal dust exposure. Further
pharmacological and biochemical investigations are being carried out in our
laboratory in order to elucidate the mechanisms of action of these extracts.
ACKNOWLEDGEMENTS
The present work was supported by grants from Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and Programa de Pós-
Graduação em Ciências Ambientais - Universidade do Extremo Sul Catarinense
(PPGCA-UNESC).
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30
4 DISCUSSÃO
O sistema pulmonar responde à poeira de carvão provocando uma cascata
inflamatória, tendo como resultado a secreção de fatores pró-inflamatórios, síntese
da matriz extracelular, e proliferação de fibroblastos. A resposta pulmonar
inflamatória à inalação de partículas pode levar ao desenvolvimento de patologias.
Diversos estudos estabeleceram a exposição à poeira de carvão como principal
responsável pela pneumoconiose, bronquites e câncer de pulmão, além de doenças
alérgicas. Os tipos de lesões dependem do tempo de exposição, tamanho das
partículas aspiradas e da qualidade da composição química do carvão. Estes
eventos determinam um dano oxidativo e a inflamação pulmonar, aumentando a
evidência de que a exposição de carvão nos seres humanos está associada com a
geração de espécies reativas de oxigênio, e com a indução de fatores inflamatórios
e de peróxidos de lipídio, que implicam diretamente na patogênese da
pneumoconiose (MENDES, 1995; KUEMPEl et al., 1997; SCHINS, 1999;
CASTRANOVA, et al, 2000; VALLYATHAN et al, 2000).
A utilização e reconhecimento de plantas medicinais na recuperação da
saúde da população têm evoluído ao longo dos tempos desde as formas mais
simples de tratamento até as formas tecnologicamente sofisticadas de fabricação
industrial. Apesar das enormes diferenças entre os dois tipos de medicamentos,
ambos possuem em comum o fato de muitos desses produtos serem processados
a partir de plantas.
Dentre os extratos estudados destacamos os encontrados em Mikania
glomerata e em M. laevigata (guaco), utilizado na medicina popular, para o
tratamento de diversas enfermidades e na prevenção de doenças respiratórias,
devido às suas propriedades antimicrobianas, antiinflamatórias e analgésicas
(FERRO, 1991). Alguns estudos atribuem ao gênero Mikania ação
broncodilatadora, espasmódica, vasodilatadora, antimicrobiana, analgésica,
antiinflamatória, antiulcerogênica, depressora do sistema nervosa central,
antiofídica, antiestresse, inseticida, moluscicida e antialérgica (BARRETO;
HIRUMA-LIMA, 2002). As folhas de M. glomerata, quando em extrato aquoso, são
ativas sobre os linfócitos, inibindo a proliferação celular em edemas, além de
diminuirem a migração celular (MORAES et al., 1994). O extrato bruto das folhas de
31
M. glomerata administrado antes da indução de inflamação, reduziu a migração
celular na cavidade pleural de ratos (MARTINS et al., 1986). Para KIRAKOSYAN et
al. (2003) a M. glomerata possui efeito antioxidante, pois o seu extrato é rico em
flavonóides e cumarinas, que diminuem a ativação das espécies reativas de
oxigênio, produzidas na cadeia mitocondrial. Mikania laevigata demonstrou ação
antiinflamatória sobre edema, diminuindo significativamente a migração dos
leucócitos no local da lesão (SUYENAGA et al., 2002).
O trabalho foi pautado na possível relação entre a administração de Mikania
glomerata e M. laevigata e no tratamento do processo inflamatório e do dano
oxidativo induzido pela exposição aguda ao carvão mineral em ratos. Para tanto, o
lavado bronco-alveolar e o tecido pulmonar dos ratos foram avaliados.
4.1 Análise do lavado bronco-alveolar
No lavado bronco-alveolar, observou-se que o grupo SC quando comparado
ao SS (grupo controle) apresentou aumento na contagem de células. Além disso,
demonstrou-se que o pré-tratamento com as duas espécies de guaco preveniu a
resposta inflamatória produzida pela instilação traqueal de pó de carvão,
evidenciado pela redução na contagem de células no lavado bronco-alveolar nestes
grupos. Também verificou-se o predomínio de linfócitos no lavado bronco-alveolar
(dados não demonstrados). No presente estudo, sugere-se que as partículas de
carvão, quando inaladas, provocam uma resposta inflamatória pulmonar aguda,
marcada por uma infiltração linfocitária e recrutamento de neutrófilos.
GROSS e HUNNINGAKE (2001), sugeriram que a presença marcante de
linfócitos e macrófagos não permitiria estabelecer a formação de processos
fibrinogênicos sobre o parênquima pulmonar. No entanto, os autores demonstraram
que na presença do linfócito T auxiliar do tipo 2 há uma possível resposta
fibrinogênica. Assim, é possível estabelecermos que a resposta linfocitária possa vir
a induzir uma fase crônica subseqüente e levar a um processo inicial de resposta
fibrótica na presença do carvão mineral. Quanto à resposta à utilização da Mkania
laevigata e M.glomerata, foi demonstrada que a administração das espécies de
guaco tiveram efeito preventivo sobre a resposta inflamatória no sistema pulmonar,
estando nossos resultados de acordo com os achados de MORAES et al. (1994),
MARTINS et al. (1996) e SUYENAGA et al. (2002).
32
A lactato desidrogenase é a enzima catalisadora na redução de piruvato por
NADH, na formação do lactato. Esta é uma etapa importante na obtenção de
energia pelas células. Por isso, vários tipos de células no corpo humano contêm
esta enzima. Quando ocorre morte celular, a lactato desidrogenase, bem como
outras enzimas e proteínas, são liberadas para o meio extracelular. O índice de
morte celular pode ser avaliado pela medida da atividade desta enzima em soro ou
outros líquidos biológicos (MOTTA, 2003).
No lavado bronco-alveolar, observou-se que o grupo SC também
apresentou resultados significativos em relação ao grupo controle (SS). Além disso,
foi demonstrado que o pré-tratamento com M. glomerata não causou alteração nos
níveis desta enzima, enquanto que o pré-tratamento com M. laevigata mostrou-se
eficaz na redução da atividade da enzima. Isso significa dizer que esta espécie,
neste modelo, preveniu a morte celular.
Em relação à dosagem de proteínas totais, nossos dados demonstraram
que não houve alteração significativa em qualquer grupo testado quando
comparado com o grupo controle.
4.2 Análise do tecido pulmonar
No tecido pulmonar foi medida a atividade da enzima mieloperoxidase, as
substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), dosagem de tióis e
carbonilação de proteínas.
A mieloperoxidase (MPO) é uma enzima considerada um marcador de
neutrófilos ativados. Como mecanismo de ação da MPO, temos o neutrófilo que
sintetiza peróxido de hidrogênio por ação da enzima superóxido dismutase (SOD) a
partir de duas moléculas de superóxido. A MPO converte o peróxido de hidrogênio
em presença de uma hialida como o cloreto (Cl-) em HOCl-, que é um
poderosíssimo oxidante (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1999; CADENAS; DAVIES,
2000).
O aumento de fagócitos sobre o pulmão provoca uma produção local de O
2
-
e formação de H2O2. Na presença do ferro, o H2O2 é convertido em radical hidroxil
pela reação de Fenton (VALLYATHAN et al., 1998).De acordo com PINHO (2005),
a presença de ferro em partículas minerais é o principal mediador de toxicidade
pulmonar. Adicionalmente o oxigênio livre é um inibidor da alfa-1-antitripsina, uma
33
glicoproteína que inibe a ação de várias proteases, o que pode causar destruição
tecidual e enfisema pulmonar (OLSZWER, 1999). Esse radical apresenta uma
grande afinidade por lipídios e proteínas da membrana celular, o que provoca uma
reação em cadeia com alto poder de destruição celular que se refletirá num
aumento dos níveis de TBARS (VALLYATHAN et al., 1998).
Em relação à atividade da enzima mieloperoxidase e da dosagem de
TBARS, os resultados obtidos demonstraram que não houve diferenças
significativas entre nenhum dos grupos tratados.
A oxidação mediada pelas espécies reativas de oxigênio de alguns resíduos
de aminoácidos como a lisina, arginina e prolina, leva à formação de grupos
carbonil. A carbonilação de proteínas é formada em conseqüência das reações
secundárias de cadeias laterais de alguns aminoácidos com produtos de oxidação
lipídica, ou açúcares reduzidos ou seus produtos de oxidação. Alguns grupos
carbonil contribuem para o acúmulo de formas oxidadas de proteína, pois não só
são resistentes à degradação proteolítica por proteasomas, como também inibem
sua habilidade de degradar proteínas em sua forma oxidada (DALLE-DONNE et al,
2003).
Na carbonilação de proteínas, o grupo tratado com salina + carvão
evidenciou um aumento significativo de dano oxidativo em proteínas quando
comparado ao grupo controle (SS). Os extratos de guaco de maneira preventiva,
não apresentaram propriedades de defesa antioxidantes. Os resultados do grupo
SC demonstraram valores similares ao GC e ao LC.
Os resultados obtidos referentes a carbonilação de proteínas e dosagem de
TBARs estão de acordo com resultados prévios obtidos no nosso laboratório
(PINHO et al., 2004)
Os grupos sulfidrila das proteínas (resíduos de cisteína) são sensíveis à
oxidação por ERO/ERNs. Ao serem oxidados podem, modificar a estrutura da
proteína da qual eles pertencem. Com essa modificação estrutural a proteína pode
perder importantes propriedades biológicas (EATON, 2006).
Na análise do grupo sulfidrila, ficou demonstrado que a administração de
carvão no grupo SC ocasionou dano ao sistema pulmonar quando comparado ao
grupo SS, e que os grupos com a administração preventiva dos extratos de Mikania
não evidenciaram proteção ao sistema pulmonar contra o dano oxidativo.
34
5 CONCLUSÕES
A instilação de carvão mineral em ratos provocou alterações significativas na
estrutura pulmonar destes animais, as quais foram medidas por parâmetros de
estresse oxidativo.
A administração do extrato hidroalcoólico de Mikania glomerata não
apresentou resultados significativos quanto à propriedade de diminuir os níveis de
estresse oxidativo.
A administração do extrato hidroalcoólico de Mikania laevigata mostrou-se
mais efetiva em relação à prevenção do dano oxidativo pulmonar causado pelo
carvão, constituindo uma espécie promissora para estudos futuros.
35
6 Perspectivas
Investigar o efeito do tratamento crônico com extrato de Mikania glomerata e
M. laevigata sobre a atividade inflamatória, produzida pelo carvão no sistema
pulmonar de ratos.
Investigar a utilização destas espécies de guaco no processo inflamatório
pulmonar em seres humanos.
Investigar as atividades do complexo I, II, III e IV da cadeia respiratória
mitocondrial.
Realizar avaliação fitoquímica de Mikania glomerata e de M. laevigata.
Investigar a utilização de Mikania glomerata e de M.laevigata, no tratamento
de outras patologias.
Investigar as mutações genéticas através do Teste de micronúcleos e
Ensaio cometa em ratos submetidos ao extrato de Mikania glomerata e M.laevigata.
36
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