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Glauco Vinícius de Oliveira Gonçalves
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:
UM ESTUDO DE CASO EM EMPRESA DO SETOR DE MINERAÇÃO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional em Administração das Faculdades
Integradas de Pedro Leopoldo, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Administração.
Área de Concentração: Inovação e Competitividade
Orientador: Prof. Dr. Lúcio Flávio Renault de Moraes
Pedro Leopoldo
Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo
2006
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Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo
Mestrado Profissional em Administração
Glauco Vinícius de Oliveira Gonçalves
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:
UM ESTUDO DE CASO EM EMPRESA DO SETOR DE MINERAÇÃO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Administração das
Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, como requisito parcial à obtenção do
Título de Mestre em Administração.
Aprovada em ____ / ____ / ____, pela Banca Examinadora constituída pelos
seguintes professores:
CONCEITO:
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Devanir Vieira Dias
Universidade Federal de Minas Gerais
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Drª Vera Lúcia Cançado
Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Lúcio Flávio Renault de Moraes
Orientador
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A Renata por seu amor, carinho e dedicação.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente a minha família pelo apoio e incentivo;
A Deus e à Espiritualidade amiga que estiveram sempre presentes;
Ao Professor Dr. Lúcio Flávio Renault de Moraes pelas pertinentes orientações e
contribuições, tornando possível a conclusão desta pesquisa;
A todos os professores do Curso de Mestrado das Faculdades Integradas de Pedro
Leopoldo, por compartilhar conosco seus conhecimentos;
Ao amigo Luiz Rafael, pelas inúmeras contribuições;
Aos meus colegas, pela troca de experiências, pela solidariedade e, sobretudo, pelo
convívio ao longo do curso;
Aos profissionais da equipes de controladoria, pela atenção e disponibilidade ao
responder aos questionários, sem os quais esta dissertação não seria possível;
A todos que de alguma forma contribuíram para conclusão desta obra.
5
“Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma
continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o
mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não
morre jamais [...]”
Rubem Alves
6
RESUMO
A presente pesquisa teve como principal objetivo investigar o nível de qualidade de
vida no trabalho percebida pelos funcionários da área de Controladoria de uma
empresa do setor de mineração. Para isto, realizou-se um estudo de cunho
quantitativo à luz de um questionário estruturado a partir do modelo teórico de
Walton (1973). Esse modelo contempla oito critérios de avaliação da Qualidade de
Vida no Trabalho, relacionando aspectos internos e externos à organização. A
população da pesquisa é formada por integrantes da equipe de controladoria da
empresa, neste estudo denominada “Mineral”, composta pelos departamentos de
Controle Financeiro, de Contabilidade e de Energia. A empresa pesquisada possui
um programa de qualidade de vida no trabalho, instituído formalmente em 1999 e
tem, dentre outros propósitos, aumentar e/ou melhorar a qualidade de vida dos
trabalhadores. Este programa sustenta-se em cinco pilares: Saúde, Segurança,
Cultura, Comunicação e Ambiente. Os questionários aplicados apresentaram
resultados que revelaram as políticas estabelecidas neste programa e foram
consideradas, em sua maioria, como muito importantes e importantes para a
qualidade de vida do trabalhador, acreditando-se que, de uma forma geral, tal
programa contribui positivamente para a qualidade de vida no trabalho. Acredita-se
também ser necessário que a empresa reveja a forma pela qual estão instituídas as
políticas que não foram bem avaliadas pelos pesquisados. Observou-se também
que os pesquisados possuem uma visão clara do que contribui para uma melhor
qualidade de vida no trabalho e o que deve ser revisto para melhorar a sua
qualidade de vida no trabalho. Quanto à percepção dos pesquisados sobre as
dimensões que caracterizam e interferem na Qualidade de Vida no Trabalho, não
existe um consenso. De maneira geral, verificou-se uma avaliação positiva de tais
dimensões. Com esta pesquisa, pôde-se concluir ser possível às organizações
propor ações humanizadas e socialmente responsáveis através da implementação
dos programas de qualidade de vida no trabalho. Por fim, considera-se que a
manutenção de programas e políticas que minimizem os efeitos negativos da
relação homem versus trabalho seja, um dos mais significativos desafios no cenário
empresarial.
Palavras-chave: Qualidade de Vida no Trabalho, Humanização do trabalho,
Recursos humanos.
7
ABSTRACT
The current research has as a main purpose, to investigate the level of quality of life
in the workplace as seen by the employees of the area of the Economics and
Finances Controling Unit of a company which the activity is mining. For the research
was performed a Quantitative Aproach Study based on questions strutured acording
to the model theorized by Walton(1973). That model is based on 8(eight) assessment
criteria of Quality of Life in the Workplace, relating internal and external aspects of
the organization. The people involved in the research was made up by the current
staff of the Controling Unit of the company, in this study called “Mining”, made up by
the Departments of Finance Control, Accounting and Energy. The company studied
has a program of Quality of Life in the Workplace, introduced formally in 1999 and it
has, among other purposes, to increase and/or improve the quality of life of their
employees. The program is planned on 5(five) pillars: Health, Security, Culture,
Comunication and Environment. The questions applied show the results that reveal
the policies stablished in this program and were considered, by the majority, as very
important for the Quality of Life of the workers in the Workplace. It is believed that, in
general, such program contributes positively to the Quality of Life in the Workplace. It
is also believed to be necessary for the company to review the forms that instituted
the policies that were not assessed by the researchers. It was also observed that the
people interviewed have a clear view of what contributes for a better quality of life in
the work environment and what must be reviewed to improve their Quality of Life in
the Workplace. Regarding the perception of the ones surveyed about the extents that
characterize and interfere in the Quality of Life in the Workplace, there is no
consensus. In a general view, a positive assessment of such extents was verified.
From this research it was possible to conclude to be feasible for the organizations to
suggest humanitarian and socially responsible action through implementation of the
programs of quality of life in the workplace. Finally, it is considered that the
maintenance of programs and policies that minimize the negative effects of human
relation versus work are one of most outstanding challenges for the entrepreneurial
scenario.
Keywords: Quality of Life in the Workplace, Humanization of Work, Human
Resources.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 - Distribuição dos trabalhadores conforme o sexo.....................................49
Gráfico 2 - Distribuição dos trabalhadores conforme a faixa etária...........................50
Gráfico 3 - Distribuição dos trabalhadores conforme a escolaridade ........................51
Gráfico 4 - Distribuição dos trabalhadores conforme o tempo de trabalho na
organização............................................................................................52
Gráfico 5 - Distribuição dos trabalhadores conforme o tipo de vínculo profissional ..53
Gráfico 6 - Distribuição dos trabalhadores conforme o cargo que ocupa na
organização............................................................................................54
Quadro 1 - Evolução do conceito de qualidade de vida do trabalhador ....................24
Quadro 2 - O modelo de Hackman e Oldham ...........................................................27
Quadro 3 - O modelo de Westley..............................................................................29
Quadro 4 - O modelo de Wether e Davis ..................................................................30
Quadro 5 - Os programas e políticas da empresa X associados à qualidade de vida
do trabalhador. .......................................................................................77
Tabela 1 - Caracterização do pesquisados ...............................................................48
Tabela 2 - Médias e coeficiente de variação das notas por departamento ...............73
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................18
2.1 Origem e evolução da qualidade de vida no trabalho .........................................18
2.2 Conceitos e qualidade de vida no trabalho........................................................21
2.3 Modelos e fatores determinantes de investigação da QVT ................................26
2.3.1 O modelo de Hackman e Oldham ...................................................................26
2.3.2 O modelo de Westley .....................................................................................28
2.3.3 O modelo de Wether e Davis ..........................................................................30
2.3.4 O modelo de Nadler e Lawler.........................................................................32
2.3.5 O modelo de Huse e Cummings .....................................................................33
2.3.6 O modelo de Walton.......................................................................................34
3 METODOLOGIA ..................................................................................................41
3.1 A empresa pesquisada......................................................................................41
3.2 - Caracterização da pesquisa..............................................................................43
3.3 Técnicas de levantamentos de dados ................................................................44
3.4 População e amostra ........................................................................................45
3.5 Tratamento dos dados e análise estatística .......................................................46
4 DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS..............................47
10
4.1 Caracterização dos pesquisados .......................................................................48
4.2 Dimensões que caracterizam e interferem na qualidade de vida no trabalho dos
funcionários da área de controle da “Mineral”, segundo os critérios
estabelecidos por Walton (1973).......................................................................54
4.2.1 Descrição e análise das percepções dos funcionários segundo critérios
estabelecidos por Walton (1973).......................................................................55
4.3 Caracterização dos programas de qualidade de vida no trabalho da empresa e
a importância percebida pelos funcionários. .....................................................75
4.3.1 Programas e políticas de qualidade de vida no trabalho instituídos na
organização.......................................................................................................75
4.3.2 Percepção dos funcionários acerca dos programas e políticas de qualidade de
vida no trabalho.................................................................................................77
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ...........................................94
REFERÊNCIAS.......................................................................................................101
APÊNDICES.............................................................................................................104
11
1 INTRODUÇÃO
As empresas, preocupadas com a necessidade de se modernizarem para
satisfazer a demanda e melhor acompanhar o trabalhador, passam por constantes
inovações que provocam importantes mudanças no mundo do trabalho. Mudanças
sociais, econômicas, políticas e tecnológicas influenciam as organizações, exigindo
sua adaptação a um novo cenário, tanto em relação produção como ao
relacionamento das empresas com o trabalhador. De acordo com Wood Jr. (1995,
p.221):
O aumento na instabilidade ambiental e, particularmente, o acirramento da
competição colocaram a questão da mudança como central para a
sobrevivência das organizações. O foco passou a ser mudar para criar uma
performance competitiva.
O relacionamento entre a empresa e o empregado passou a encontrar
problemas, principalmente com o advento da industrialização. Considerado apenas
pelo rendimento ou produtividade, o trabalhador tornou-se um executor de tarefas,
tendo sua condição humana colocada em segundo plano, perdendo o sentido de
trabalho, reduzindo a liberdade de pensar e ser criativo, além de ter o seu potencial
de atuação reduzido.
Atualmente, diversas mudanças vêm ocorrendo na organização do trabalho.
As competências exigidas aos trabalhadores são cada vez mais complexas e em
maior número, em função do desempenho e do alcance de bons resultados. Se por
um lado o trabalhador tem que cumprir as tarefas e atingir as metas estabelecidas,
por outro lado, o trabalhador passou a ser considerado o ponto chave dentro do
sistema de produção. Ele passa a ser considerado o principal elemento do sucesso
12
organizacional. As organizações já constatam que a produtividade se encontra
atrelada à satisfação do trabalhador (RODRIGUES, 1994).
Segundo Moraes (1992), os indivíduos que não possuem empregos
satisfatórios, dificilmente gozam de uma vida plenamente satisfatória. O trabalho
insatisfatório pode causar, na maioria das circunstâncias, baixa produtividade e
atritos no trabalho, sendo de interesse econômico da alta administração, reduzir tal
insatisfação. Assim, quanto maior for o nível de satisfação do trabalhador, maior
tenderá a ser sua produtividade.
Mesmo considerando que o trabalho ocupa um espaço de fundamental
importância na vida das pessoas, sendo para o ser humano o elemento que viabiliza
o seu sustento e o suprimento de suas mais elevadas realizações, às vezes esse
relacionamento torna-se contraditório. O paradoxo apresenta-se, por exemplo,
quando o trabalho que se caracteriza como enobrecido e capaz de elevar o status,
propiciando àquele que o executa uma identidade, um sentido à sua vida; ao mesmo
tempo, torna-se indesejado, fragmentado e sem sentido quando, devido às
exigências que lhe são naturais, se incompatibiliza com a vida social e familiar
(RODRIGUES, 1994).
Para minimizar esses paradoxos, estratégias são desenvolvidas pelas
organizações com o objetivo de melhorar a saúde organizacional através de novas
formas de organizar o trabalho. Dentre estas estratégias, encontram-se os
programas de Qualidade de Vida no Trabalho - QVT, que foram concebidos na
década de 50 e vêm se desenvolvendo e aprimorando até a atualidade.
A qualidade de vida e a qualidade de vida no trabalho estão muito próximas,
haja vista que os trabalhadores passam, em média, oito horas diárias dentro das
13
organizações. Neste contexto, os programas de QVT têm muita importância para a
qualidade de vida em geral
1
.
São vários os fatores que agridem a saúde do trabalhador, levando-o a
desequilíbrios de ordem física, psicológica e social. Talvez se possa atribuir a este
cenário competitivo a responsabilidade sobre estas patologias, uma vez que o
trabalhador também precisa ser competitivo e portador da dita “empregabilidade”
para se inserir ou se manter no mercado de trabalho.
De acordo com Powers e Russel (1983), o fato de uma pessoa realizar um
trabalho, que realmente goste, faz com que ela cresça e contribui para a sua
qualidade de vida em geral. Entretanto, para que o trabalhador desempenhe bem
suas atividades, é fundamental que o bem estar psicológico dos envolvidos no
ambiente da tarefa das organizações seja considerado como fator responsável pelo
aumento da produtividade e harmonia interna.
Fernandes (1996, p. 14) pontua que “o conhecimento do nível de satisfação
dos empregados é essencial como fonte motivadora, requerendo tecnologia
comportamental apropriada”. Tendo em vista a relevância dos programas de QVT
para o atual cenário organizacional, necessário se torna investigar a existência
destes programas e a percepção dos trabalhadores acerca dos mesmos dentro de
um contexto específico e delimitado. Desta forma, a questão empírica desta
pesquisa parte de uma análise da QVT em uma organização do setor de mineração.
A implantação de programas que busquem a qualidade de vida no trabalho
nas instituições é uma estratégia de gestão ainda pouco explorada pelas
1
Nota de sala de aula, Curso Mestrado Profissional em Administração, sob a coordenação do Prof.
Dr. Lúcio Flávio Renault de Moraes, Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, set. 2005.
14
organizações, principalmente em virtude de que os investimentos nesta área têm
apresentado retornos positivos no que concerne à produtividade (FERNANDES;
GUTIERREZ, 1998).
Da mesma forma, Rodrigues (1994) ressalta que só há organização com
qualidade, quando há qualidade nas condições que são oferecidas aos
trabalhadores. A qualidade e produtividade da organização dependem diretamente
do desempenho dos trabalhadores com os quais ela mantém relação.
Nesse contexto, se pensarem em sedimentar suas habilidades e seus
potenciais para abraçar o novo conceito de trabalho, incorporando definitivamente a
QVT no cotidiano das empresas, as organizações poderão alcançar seus objetivos,
além de acompanhar as exigências do mercado atual, seja em relação à própria
organização, seja em relação ao ambiente de trabalho. Trata-se, principalmente, de
olhar o lado humano das organizações (RODRIGUES, 1994).
Para se posicionarem nesse mercado, as empresas deste setor necessitam
cada vez mais investir em novas tecnologias e em capital humano, capazes de
potencializar a sua produtividade e competitividade. Diante disto, novas estratégias
de gestão são criadas, visando implantar inovações no ambiente organizacional e na
execução das tarefas.
Paralelo a isto, as organizações fazem emergir novas perspectivas de se lidar
com o capital humano, já que para manterem-se no mercado, as organizações
necessitam atrair e manter profissionais competentes (BASTOS, 1993).
Neste sentido, estabelece-se o seguinte problema de pesquisa:
“Qual o nível de qualidade de vida percebida pelos funcionários da área de
controle de uma empresa do setor de mineração?”
15
a)
b)
c)
Diante deste problema, o objetivo geral da presente pesquisa é o de investigar
o nível de qualidade de vida no trabalho percebida pelos funcionários da área de
controle dentro de uma empresa do setor de mineração, tendo como base o modelo
teórico de Walton (1973).
Essa pesquisa tem como objetivos específicos:
caracterizar os programas de qualidade de vida da empresa;
identificar a percepção dos funcionários da área de controle acerca dos
programas de qualidade de vida no trabalho oferecidos pela empresa;
comparar as opiniões dos funcionários, sobre as dimensões que
caracterizam e interferem na qualidade de vida no trabalho segundo os
critérios estabelecidos por Walton (1973).
A escolha do tema se fundamenta no fato de que as organizações, em
particular as que atuam no setor de mineração, desempenham um importante papel
nos países que têm na industrialização, uma alavanca para o seu desenvolvimento.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM (2005), atualmente
este segmento constitui-se como um dos elementos-chave no processo de geração
de emprego e renda, gerando cerca de três milhões de empregos entre diretos e
indiretos no país, sendo responsável por cerca de 8,5% do Produto Interno Bruto –
PIB - brasileiro.
Ao promoverem mudanças, as organizações influenciam diretamente as
condições de trabalho de seus funcionários que, ou serão capacitados a utilizar os
novos recursos ou serão rejeitados pelo fator ociosidade (CATTANI, 1997).
Nesta perspectiva, o trabalhador se vê obrigado a buscar novas formas de se
manter no mercado de trabalho, através de aquisição de novos conhecimentos e
16
habilidades que o capacitem a acompanhar as mudanças e fazer parte do atual
processo de trabalho.
Para que isto se efetive, um caminho se apresenta como inevitável: a busca
pela qualidade de vida no trabalho, muito embora as organizações primem por
negligenciá-lo. Fernandes (1996) afirma que a empresa que encarar os programas
de QVT apenas como gastos, estará cometendo um grave erro.
Diante desta realidade, torna-se necessário que pesquisas de ambiente
sejam colocadas em prática, pois as condições favoráveis ou desfavoráveis de um
ambiente de trabalho influenciarão no bem estar do trabalhador e,
conseqüentemente, poderão comprometer as metas estabelecidas por cada
organização (FERNANDES, 1996).
Daí surge à preocupação com o fato que motivou o tema aqui proposto, com
o qual verificará as dificuldades ambientais, as condições de trabalho, a valorização
dos empregados, as técnicas adotadas e, principalmente, os resultados que,
possivelmente nortearão novas análises, dentro das organizações, no intuito de
amenizar o conflito capital versus trabalho (RODRIGUES, 1994).
Este conflito parece estar presente de maneira significativa nas áreas de
controle dessas organizações já que estes setores são responsáveis pela
administração de todo o portifólio empresarial, sendo suas tarefas atravessadas por
diversas variáveis internas e externas.
Este trabalho justifica-se pela preocupação com a qualidade de vida do
trabalhador das empresas do ramo de mineração, diagnosticando os gargalos que
possam interferir na realização das tarefas e, conseqüentemente, afetar a
produtividade. Deseja-se também contribuir com a apresentação de um diagnóstico
17
que possibilite a valorização do elemento humano dentro das organizações, com o
intuito de promover o bem-estar geral dos trabalhadores, conjuntamente com a
melhoria do desempenho organizacional (FRANÇA, 1996).
Este trabalho está estruturado da seguinte maneira: o capítulo 1 – Introdução:
trata da apresentação do trabalho e do problema de pesquisa, bem como os seus
objetivos, justificativa e relevância do estudo. No capítulo 2 – Fundamentação
Teórica, foi feito um estudo bibliográfico do tema - inicialmente foi realizado uma
abordagem sobre a origem e evolução da QVT, apresentando em seguida, os
conceitos e critérios (modelos) de investigação sobre o tema. No capítulo 3 –
Metodologia evidenciou as técnicas e os procedimentos utilizados na pesquisa
empírica. No capítulo 4 - são apresentadas a análise e discussão dos resultados
obtidos. No capitulo 5 – apresenta-se as considerações finais e recomendações da
pesquisa.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Origem e evolução da qualidade de vida no trabalho
A qualidade de vida no trabalho apresenta-se como uma preocupação do
homem desde o início de sua existência. As invenções, ao longo do
desenvolvimento da humanidade, contribuíram substancialmente para a redução dos
esforços físicos dos trabalhadores em suas atividades laborais. Entretanto, só
recentemente, o termo Qualidade de Vida no Trabalho – QVT, tem aparecido na
literatura (RODRIGUES, 1994).
Os primeiros trabalhos e pesquisas sobre QVT tiveram início na década de
50, quando em Londres, Eric Trist e colaboradores, no Tavistock Institute,
pesquisaram e desenvolveram um modelo para estudar a relação entre indivíduo-
trabalho-organização. A partir daí, desenvolveu-se na escola sociotécnica, destaque
para os conteúdos do trabalho. Deste estudo, os pesquisadores do Tavistock
Institute desenvolveram a idéia de que um sistema técnico de trabalho corresponde
a articulações sociais variadas. Nesta perspectiva, a abordagem sóciotécnica da
organização do trabalho, “compreende as organizações como constituídas por dois
subsistemas independentes: o tecnológico e o social” (ZANELLI; BORGES-
ANDRADE; BASTOS, 2004, p. 354).
Estes estudos culminaram na busca por um enriquecimento e reestruturação
das tarefas para tornar a vida dos trabalhadores menos penosa, surgindo dai a
denominação QVT (FERNANDES, 1996).
19
Durante a década de 60, o termo QVT passou a ser largamente utilizado para
designar movimentos que tinham por objetivo melhorar a qualidade de vida do
trabalhador, através de novas formas de organização do trabalho, a fim de minimizar
os seus efeitos negativos sobre o bem-estar geral dos trabalhadores. Segundo
Rodrigues (1994), trata-se de uma forma de buscar a humanização do trabalho
conjuntamente com a melhoria do desempenho organizacional.
Os estudos sobre QVT nesta década foram impulsionados por fatores como
“a conscientização de trabalhadores, crescimento do movimento sindical e aumento
da responsabilidade social das empresas” (MARQUES, et al, 1989, p.3).
No início da década de 70, os estudos sobre o tema sofreram uma
estagnação em virtude da crise econômica e energética, que atingiram diversos
países, principalmente os Estados Unidos. Segundo Fernandes (1996), essas crises
fizeram com que as organizações voltassem suas atenções para o desenvolvimento
de estratégias de sobrevivência. Mas, no final da década de 70, os movimentos pela
QVT ganham força, principalmente nos EUA, devido à preocupação com a
competitividade internacional e ao grande sucesso dos estilos e técnicas gerenciais
dos programas de produtividade japonesa, que eram centrados nos empregados
(RODRIGUES, 1994). Existia uma tentativa de integrar os interesses dos
empregados e empregadores através de práticas gerenciais capazes de reduzir os
conflitos. Neste contexto, “a perspectiva de uma sociedade progressista, tendo como
base a saúde, segurança e satisfação dos trabalhadores, influenciou os estudos
desta área numa direção que reunia duas dimensões: social e técnica” (Marques et
al. 1989, p. 21).
20
Diante desta conjuntura, além de buscar novas formas de envolver os
empregados nos processos organizacionais, a partir de novas estratégias de gestão,
as empresas buscaram introduzir novas tecnologias, bem como novas formas de
organização do trabalho que lhes permitissem não apenas elevar os índices de
produtividade, como também reduzir custos e conquistar diferentes mercados.
Já nos anos 80, a busca por uma maior participação dos trabalhadores nos
processos decisórios das empresas teve considerável crescimento. Isso fez com que
os trabalhadores passassem a reivindicar e a questionar seus direitos trabalhistas,
fazendo com que as organizações repensassem sobre a forma de gestão e de
relação com os seus empregados (NADLER; HACKMAN; LAWLER, 1983).
A partir da década de 90, a qualidade de vida no trabalho torna-se foco de
programas que visam valores ambientais e humanísticos, negligenciados pelo
avanço tecnológico. Salienta-se a preocupação para aqueles que procuram a
qualidade de vida no trabalho, no sentido de que ela não seja tratada como um
modismo administrativo, mas absorvida como um processo necessário e
conceitualmente considerado pelos gerentes e trabalhadores das empresas
(FERNANDES, 1996).
Diante destas considerações, é preciso que as empresas avancem em seus
dispositivos, diagnósticos de QVT, a fim de procurar atender às necessidades
psicossociais dos trabalhadores, e provavelmente elevar seus níveis de satisfação
no trabalho.
21
2.2 Conceitos e qualidade de vida no trabalho
Pode-se constatar que existem diferentes concepções acerca de QVT. Isso se
dá em função de diferentes formas que cada autor tem ou encontra, de perceber
elementos significativos na relação do homem com o trabalho e conseqüentemente
valorizar uns, em detrimento dos outros (MARQUES et al, 1989).
Hackman e Lawler (1971) desenvolvem uma definição sobre o tema mais
centrada na própria percepção do indivíduo. A qualidade de vida no trabalho estaria
relacionada com a conquista da satisfação pessoal do trabalhador. Esta conquista
se daria pelo desempenho de trabalhos que eles experimentassem com elevada
variedade, autonomia, identidade da tarefa e feedback. Ressaltam ainda a
importância da convivência com os outros na busca desta satisfação.
Já Walton (1973) apresenta uma preocupação com o resgate de valores
humanísticos e ambientais que sempre foram negligenciados em favor do avanço
tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico. Assim, a QVT tem como
meta:
[...] gerar uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve,
simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia em
nível de cargo, recebimento de recursos de ‘feedback’ sobre o desempenho,
com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e com
ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo. (WALTON, 1973, p.36).
Segundo Lippitt (1978), a QVT está relacionada com a criação de condições
para que os trabalhadores direcionem o fluxo dos seus esforços na concretização de
seus objetivos, que devem coincidir com os da organização, e ao mesmo tempo,
preparar tarefas que tenham significado e recompensa suficientes, que possibilitarão
às pessoas a satisfação em relação a seus esforços.
22
Da mesma forma, Guest (1979) diz que a QVT existe quando a organização
explora o potencial de seus funcionários e lhes oferece oportunidade de participar
nas decisões que afetam a sua vida no trabalho.
De acordo com Westley (1979), a qualidade de vida no trabalho está
diretamente relacionada com o processo de tentativa de humanização do trabalho,
que se apresenta como resposta aos diferentes problemas que são suscitados pela
própria natureza das organizações existentes na sociedade industrial.
Huse e Cummings (1985) entendem a qualidade de vida no trabalho como
tendo uma configuração de pensamento que envolve não apenas as pessoas no seu
processo de trabalho, mas também o trabalho propriamente dito, bem como as
organizações. Esta configuração giraria em torno de dois aspectos principais que
seriam: a preocupação com o bem-estar do trabalhador e com a eficácia
organizacional; e a participação dos trabalhadores nas decisões e problemas do
trabalho.
Percebe-se que a preocupação com o bem-estar do trabalhador está na
maioria das vezes, diretamente relacionada com a eficácia organizacional,
focalizando o bom desempenho dos papéis organizacionais que seriam em resumo
a obtenção de lucros.
De acordo com França (2004), a qualidade de vida dos trabalhadores vem
sendo alvo de inúmeras patologias. Muitos reconhecem que as empresas estão
completamente envolvidas com as questões profissionais e deixam de priorizar a
qualidade de vida.
Ainda segundo a autora, cada vez mais os trabalhadores são levados a
colaborar com as imposições da organização sem, às vezes, poderem discordar de
23
tais decisões. Por isso, são obrigados a conviver com objetivos e metas impostas
pelos seus superiores (França, 1999).
Segundo Bergeron, Petit e Bélanger a QVT consiste:
Na aplicação concreta de uma filosofia humanista pela introdução de
métodos participativos, visando modificar um ou vários aspectos do meio
ambiente de trabalho, a fim de criar uma nova situação, mais favorável à
satisfação dos empregados da empresa.
(BERGERON; PETIT;
BÉLANGER, 1982, p. 31),
Werther e Davis (1983), relacionam a QVT com a tentativa de tornar os
cargos mais produtivos e, ao mesmo tempo, tornar os trabalhadores mais satisfeitos.
Nadler e Lawler (1983) apresentam uma síntese da evolução dos conceitos
de QVT, para promover uma reflexão acerca das diferentes concepções ao longo do
tempo, conforme apresentado no QUADRO 1.
No QUADRO 1, observa-se que a QVT pode ser analisada sob diversas
concepções. Como variável, percebe-se a preocupação com a satisfação do
funcionário em relação aos resultados organizacionais. Considerando-a como uma
abordagem, percebe-se que muda-se de foco, passando a priorizar o funcionário,
visto que este iria levar a melhoria geral na empresa. Nesta evolução, aparece a
concepção da QVT como método, que através de novas metodologias e técnicas
voltadas para a construção de um melhor ambiente de trabalho, poder-se-ia obter
resultados satisfatórios para os funcionários e para a empresa. O quadro evolutivo
mostra ainda a ênfase na QVT como uma ideologia, visando à democratização nas
relações de trabalho. Mais adiante a tônica recai numa concepção de panacéia,
como solução para todos os problemas organizacionais. Por fim, a evolução revela
que a QVT deve ser concebida como responsabilidade do Estado, da empresa, do
24
trabalhador e do sindicato (hoje e no futuro), o que tornam abrangente a sua
concepção, visto que há o envolvimento de vários segmentos.
QUADRO 1
Evolução do conceito de qualidade de vida do trabalhador
CONCEPÇÕES
EVOLUTIVAS DA QVT
CARACTERÍSTICAS OU VISÃO
1. QVT como uma variável
(1959 - 1972)
Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como melhorar a
qualidade de vida no trabalho como uma variável
2. QVT como uma
abordagem (1969 - 1974)
O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional, mas, ao
mesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao empregado como à
direção.
3. QVT como um método
(1972 - 1975)
Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o
ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e satisfatório.
QVT era visto como sinônimo de grupos autônomos de trabalho,
enriquecimento de cargos ou desenho de novas plantas com
integração social e técnica.
4. QVT como um movimento
(1975 - 1980)
Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações
dos trabalhadores com a organização. Os termos - administração
participativa e democracia industrial - eram freqüentemente ditos
como ideais do movimento de QVT.
5. QVT como tudo (1979 -
1982)
Como panacéia contra a competição estrangeira, problemas de
qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e
outros problemas organizacionais.
6. QVT como
responsabilidade do Estado,
da Empresa, do Trabalhador
e do Sindicato (hoje e no
futuro)
É responsabilidade dos atores sociais - Estado, Empresa,
Trabalhadores e Sindicato - através da preocupação conjunta e o
compromisso com o ambiente e a sociedade em geral, dentro de um
contexto flexibilizado em decorrência das constantes mudanças.
Fonte: FERNANDES, 1996, p. 42.
De maneira geral, pode-se entender a QVT “[...] além de atos administrativos
que protegem o trabalhador, envolve o atendimento de necessidades e aspirações
humanas, calcada na idéia de humanização do trabalho e responsabilidade social
das empresas” (FERNANDES; GUTIERREZ, 1988, p. 30). Sendo assim, percebe-se
25
que o objetivo principal da QVT gira em torno de dois aspectos principais: o bem-
estar do trabalhador e a melhoria do desempenho organizacional. Esta modificação
dos aspectos do ambiente de trabalho deve envolver não apenas o ambiente físico e
as condições salariais, mas igualmente outros fatores comportamentais e ambientais
que, se bem administrados, podem conciliar qualidade de vida e produtividade.
Ainda segundo Fernandes e Gutierrez (1988, p.31):
A tecnologia da QVT refere-se a esforços no sentido de melhorar ou
humanizar a situação do trabalho, orientados por soluções mais adequadas
em pesquisas e estudos que visem à reformulação e condições negativas
dos cargos, tornando mais produtivos em termos de empresa e mais
satisfatórios para os executores.
Neste contexto, a utilização da qualidade de vida como um dispositivo de
gestão implica na reformulação dos cargos para que, ao mesmo tempo em que
aumente o nível de satisfação pessoal, possa também aumentar a produtividade das
empresas. Esses objetivos são alcançados principalmente por que a QVT influencia
na participação dos trabalhadores nos processos relacionados à forma com que o
trabalho se dá, crescendo com isso a sua implicação na realização das tarefas.
A QVT pode ser vista como uma melhoria nas condições de trabalho,
envolvendo as variáveis ambientais, organizacionais e comportamentais, de forma a
tornar as condições de trabalho mais humanizadas. Assim, é importante que os
aperfeiçoamentos das práticas gerenciais cresçam no mesmo ritmo que as
expectativas dos trabalhadores (VIEIRA; HANASHIRO, 1990).
26
2.3 Modelos e fatores determinantes de investigação da QVT
Tendo em vista a amplitude dos critérios definidores de QVT, optou-se por
ressaltar os modelos estabelecidos por autores que são considerados os clássicos
nesta área de estudo.
2.3.1 O modelo de Hackman e Oldham
O modelo proposto por Hackman e Oldham (1975) fundamenta-se na idéia de
que existem três estados psicológicos críticos para determinação da motivação e
satisfação de um indivíduo no trabalho, conforme apresentado no QUADRO 2.
Estes estados compreendem:
a) dimensões da tarefa – envolvem fatores que determinam a percepção da
significância da tarefa, como: variedade de habilidades, identidade e
significado da tarefa, autonomia e feedback (intrínseco e extrínseco).
Essas variáveis propiciam o conhecimento dos reais resultados do
trabalho;
b) estados psicológicos críticos – percepção da significância do trabalho e
conhecimento dos reais resultados do trabalho. Esse fator possibilita ao
trabalhador o aumento da responsabilidade no trabalho;
c) resultados pessoais e de trabalho – envolve a motivação interna para o
trabalho, a satisfação com o trabalho, alta qualidade no desempenho das
tarefas, bem como o absenteísmo e a rotatividade baixa.
27
QUADRO 2
O modelo de Hackman e Oldham
Dimensões da Tarefa Estados Psicológicos Resultados Pessoais e de Trabalho
Variedade da tarefa Alta motivação para o trabalho
Identidade da tarefa
Alta qualidade no desempenho do
trabalho
Significado da tarefa
Significância percebida pelos
resultados do trabalho
Alta satisfação com o trabalho
Autonomia
Responsabilidade percebida pelos
resultados do trabalho
Absenteísmo e rotatividade baixa
Feedback
Conhecimento dos resultados do
trabalho
Eficácia da necessidade de
crescimento do trabalhador
Fonte: HACKMAN; OLDHAM, 1975, p. 161.
Este modelo leva em conta não apenas as dimensões da tarefa e os
resultados objetivos de trabalho, mas também a percepção da significância do
trabalho aliado aos resultados pessoais por parte dos trabalhadores. Existe dessa
forma um paralelo entre os interesses da organização e a qualidade de vida do
trabalhador. Segundo os autores, a obtenção de resultados positivos pela
organização é diretamente proporcional ao empenho dos trabalhadores na execução
de suas tarefas (HACKMAN; OLDHAM, 1975).
28
2.3.2 O modelo de Westley
Westley (1979) ressalta que a qualidade de vida no trabalho pode ser
analisada por intermédio de quatro problemas fundamentais: o psicológico, o
econômico, o político e o social, conforme apresentado no QUADRO 3.
a) econômico - relaciona-se à eqüidade salarial, remuneração adequada,
benefícios, condições e ambiente de trabalho, carga horária e ambiente
externo. O problema refere-se ao sentimento de injustiça dos trabalhadores; a
solução deste problema pode vir através da união dos trabalhadores para ter
maior participação nas decisões da empresa, cooperação mútua e melhor
divisão dos lucros;
b) político – relaciona-se com a segurança no emprego, liberdade de expressão,
atuação sindical, valorização do cargo e relacionamento com as chefias. O
problema refere-se à insegurança sentida pelos trabalhadores; a solução
pode ser encontrada no estabelecimento de políticas nas quais os
trabalhadores participem da sua elaboração e no aumento da participação dos
trabalhadores nas decisões da empresa;
c) psicológico – relaciona-se com a realização potencial, nível de desafio,
desenvolvimento pessoal e profissional, criatividade, auto-avaliação,
diversidade e identidade de tarefas. O problema refere-se à não realização do
trabalho por completo e é caracterizado pela existência de indicadores como o
absenteísmo e o turnover; a solução pode ser encontrada no desenvolvimento
das tarefas.
29
d) social – relaciona-se com a participação nas decisões, autonomia,
relacionamento interpessoal, grau de responsabilidade, valorização pessoal.
O problema refere-se à falta de envolvimento do trabalhador com seu trabalho
e até consigo mesmo; a solução pode estar no autodesenvolvimento do
trabalhador.
QUADRO 3
O modelo de Westley
NATUREZA
DO
PROBLEMA
SINTOMA DO
PROBLEMA
AÇÃO PARA
SOLUCIONAR O
PROBLEMA
INDICADORES PROPOSTAS
Econômico ( a
partir de 1850
Injustiça
União dos
trabalhadores
Insatisfação
Greves
Cooperação
Divisão dos lucros
Participações nas
decisões
Político (1850-
1950)
Insegurança Posições políticas Insatisfação
Trabalho auto-
supervisionado
Greves Conselho de trabalhadores
Participações nas
decisões
Psicológico
(1950)
Alienação Agentes de mudança Desinteresse
Enriquecimento das
tarefas
Absenteísmo e
"Turnover"
Sociológico Anomia Autodesenvolvimento
Ausência de
significado do
trabalho
Métodos sócio-técnicos
aplicados aos grupos
Absenteísmo e
"Turnover"
Fonte: WESTLEY , 1979, p. 122.
De acordo com Westley (1979), a QVT gira em torno desses quatro
problemas: Econômico, Político, Psicológico e Social, enfatizando a questão do
30
trabalhador frente à organização e não da organização em relação ao trabalhador.
Assim é que o autor propõe soluções para estes problemas, baseadas em
indicadores dos trabalhadores que visam entre outras coisas ao desenvolvimento de
aspectos como: participação, cooperação e autonomia.
2.3.3 O modelo de Werther e Davis
O modelo de Werther e Davis (1983) baseia-se na questão da exploração dos
cargos dentro das organizações como forma de melhorar a QVT. Para isso, os
autores propõem a divisão de cargos em três níveis: organizacional, ambiental e
comportamental, como mostra o QUADRO 4.
QUADRO 4
O modelo de Werther e Davis
Elementos Organizacionais Elementos Ambientais
Elementos
Comportamentais
Abordagem mecanicista Autonomia
Fluxo de trabalho
Habilidades e
disponibilidades de
empregados
Variedade
Práticas de trabalho Expectativas sociais Identidade de tarefa
Retroinformação
Fonte: WERTHER; DAVIS, 1983.
O nível organizacional está relacionado a uma específica distribuição de
tarefas, uma clareza no conhecimento do produto e do processo de trabalho pelo
trabalhador. Dessa forma estes elementos são analisados através dos seguintes
aspectos:
31
a) abordagem mecanicista – trata detalhadamente cada tarefa em um cargo,
com o intuito de minimizar o tempo e o esforço dispensado pelos
trabalhadores;
b) o fluxo do trabalho – relacionado à natureza do produto ou serviço;
c) as práticas de trabalho – relaciona-se com as formas de realização das
tarefas.
O Nível ambiental considera aspectos não apenas as habilidades do
trabalhador, mas também as expectativas sociais do cargo ou da tarefa que
parecem ser elementos chave de satisfação dos trabalhadores dentro das
organizações. Vale ressaltar neste elemento a questão da disponibilidade do
trabalhador, considerando ser esta para além da vontade propriamente dita.
O Nível comportamental ressalta aspectos da relação entre trabalhador e
tarefa a ser executada. O autor delineia comportamentos por assim dizer indicados
para se ter um bom nível de QVT. Estes comportamentos são:
a) autonomia – é a responsabilidade que o trabalhador tem para tomar
decisão e ser responsável por isso;
b) variedade – está relacionada com o uso de diferentes habilidades do
trabalhador, a fim de tornar o trabalho menos repetitivo e monótono;
c) identidade da tarefa – está relacionada com a execução do início ao fim de
um trabalho;
d) retroinformação – está relacionada com o retorno que o trabalhador tem
da execução das tarefas.
De acordo com Werther e Davis (1983), existe uma incoerência nos projetos
de cargo, pois ao mesmo tempo em que os elementos comportamentais direcionam
32
para o acréscimo de mais autonomia, variedade, identidade de tarefa e feedback, os
elementos de eficiência indicam maior especialização, menor variedade sem
autonomia e retroinformação. Neste sentido, à medida que os cargos se tornam
mais eficientes, podem se apresentar menos satisfatórios. Assim, as organizações
devem buscar um redesenho contínuo dos cargos, tornando-os mais dinâmicos
tendo em vista o grau de conhecimento dos trabalhadores.
2.3.4 O modelo de Nadler e Lawler
O modelo de Nadler e Lawler (1983) destaca seis pontos a serem
considerados em intervenções de QVT, a saber:
a) percepção da necessidade;
b) o foco do problema que é destacado na organização;
c) estrutura para identificação e solução do problema, teoria/modelo de
projeto de treinamento e participantes;
d) compensações projetadas tanto para os processos quanto para os
resultados;
e) sistemas múltiplos afetados; e
f) envolvimento amplo da organização.
Estes pontos nos sugerem um processo de diagnóstico de QVT dentro da
organização, onde é estabelecido um contrato de trabalho e intervenção entre o
consultor e a organização. Os autores destacam que para que esta intervenção seja
efetiva é preciso a participação ativa da organização no processo, isso porque a
33
organização deve reconhecer o problema e viabilizar as estratégias de solução dos
mesmos.
2.3.5 O modelo de Huse e Cummings
De acordo com Huse e Cummings (1985), a QVT pode ser operacionalizada
por intermédio de quatro variáveis:
a) a participação do trabalhador – focando o envolvimento do trabalhador no
processo de tomada de decisões, por meio de uma filosofia organizacional
adequada e por meio de novas formas de gestão;
b) o projeto do cargo – os cargos devem ser moldados de forma que
atendam às necessidades tecnológicas dos trabalhadores; devem
contemplar o enriquecimento do trabalho, uma maior variedade de tarefas,
feedback e trabalho autônomos;
c) inovação no sistema de recompensa – necessidade de políticas de cargos
e salários a fim de diminuir as diferenças entre faixas salariais e de status
entres os trabalhadores;
d) melhora no ambiente de trabalho – a melhoria das condições de trabalho
impulsiona o desempenho e a satisfação do trabalhador. Isto envolve o
local e os maquinários utilizados pelos funcionários e flexibilidade de
horário.
Desta maneira, a QVT pode ser entendida, como uma forma de pensar
envolvendo pessoas, trabalho e empresa, fundamentada em dois pólos distintos: a
34
preocupação com o bem-estar do trabalhador e a eficácia organizacional; e a
participação dos funcionários na gestão das empresas (HUSE; CUMMINGS, 1985).
A operacionalização destas variáveis envolve aspectos do trabalhador, do
cargo, do sistema de recompensa e do ambiente de trabalho, englobando desta
forma todo o processo de trabalho. O trabalhador deve pois executar suas tarefas,
mas, em contrapartida, a empresa deve oferecer condições para que ele se envolva
na tomada de decisões, deve elaborar um projeto de cargo condizente com as
inovações tecnológicas e com as necessidades dos trabalhadores, bem como
proporcionar uma política de salários igualitária e uma efetiva e constante melhoria
nas condições de trabalho.
2.3.6 O modelo de Walton
Citado por vários estudiosos, em virtude da flexibilidade e amplitude com que
seus oito critérios tratam a QVT, o modelo de Walton (1973) é considerado um dos
mais completos, por contemplar processos de diagnóstico de QVT, levando-se em
consideração, fatores internos e externos da organização.
As oito categorias estabelecidas por Walton (1973) são:
a) compensação justa e adequada;
b) condições de trabalho;
c) utilização e desenvolvimento da capacidade humana;
d) oportunidade de crescimento contínuo e segurança;
e) integração social na organização;
f) constitucionalismo;
35
g) trabalho e espaço total de vida; e
h) relevância social da vida do trabalhador.
A categoria Compensação Justa e Adequada diz respeito ao plano de salários
da organização. Ele compreende as seguintes variáveis:
a) remuneração adequada – remuneração percebida pelo trabalhador para
suprir suas necessidades pessoais, sociais e econômicas;
b) eqüidade interna – estabelece uma equivalência na remuneração entre os
diferentes membros de uma determinada organização;
c) eqüidade externa - estabelece uma equivalência na remuneração em
relação ao mercado de trabalho da mesma categoria.
Este critério leva em conta a percepção do trabalhador acerca de seu salário
uma vez que é ele o maior conhecedor de suas necessidades. Outro aspecto
interessante é a eqüidade interna e externa que procura estabelecer condições mais
igualitárias sem perder de vista as conquistas da categoria a nível de mercado.
A categoria Condições de trabalho envolve aspectos do processo de trabalho
que influenciam diretamente na realização da tarefa. Estes aspectos são
relacionados ao ambiente físico do trabalho visando a obtenção do bem-estar e da
saúde do trabalhador. Nesse critério destacam-se as seguintes variáveis:
a) jornada de trabalho – tempo relacionado à execução da tarefa;
b) carga de trabalho – carga de trabalho executada pelo trabalhador em um
turno de trabalho;
c) ambiente físico seguro e saudável – relaciona-se com o local de trabalho
que compreenda bem estar e ofereça condições de segurança e saúde ao
trabalhador;
36
d) material e equipamento – quantidade e qualidade de materiais disponíveis
ao trabalhador quando na execução das tarefas.
Este critério é de ordem mais material já que tem por foco a jornada e a carga
de trabalho, bem como, o ambiente físico e os equipamentos. Neste critério fica
claro que o diagnóstico de QVT está relacionado também a condições de trabalho
satisfatórias, menos desgastantes e que promovam segurança e saúde.
Em relação ao critério Utilização e desenvolvimento da capacidade humana
Walton (1973) destaca a importância das oportunidades proporcionadas pela
organização ao trabalhador para aplicar no dia-a-dia seu conhecimento e suas
habilidades. Este critério considera também percepção da responsabilidade social
do trabalho desempenhado, conceito tão em voga na atualidade. O critério
apresenta as seguintes variáveis:
a) autonomia independência na programação e execução do trabalho;
b) planejamento – planejamento e implementação / execução das tarefas;
c) significado da tarefa – importância da tarefa na vida e no trabalho de
outras pessoas dentro e fora da organização;
d) identidade da tarefa – medida da tarefa na sua integridade e na avaliação
do resultado;
e) variedade da habilidade – possibilidade de se utilizar a vasta capacidade e
as habilidades dos trabalhadores.
A oportunidade de crescimento contínuo e segurança relacionam-se às
oportunidades oferecidas pela organização ao trabalhador para o desenvolvimento
de suas potencialidades e para o seu crescimento profissional. Este critério envolve
o plano de carreira da organização. Essa categoria apresenta as seguintes variáveis:
37
a) possibilidade de carreira – possibilidade de promoção dentro da
organização;
b) segurança no emprego – nível de segurança que o trabalhador tem em
relação ao seu emprego;
c) crescimento pessoal – potencialidades desenvolvidas pelo trabalhador na
execução das tarefas.
Este último critério diz respeito ao crescimento não apenas do profissional
trabalhador, mas também da pessoa que trabalha. Isso parece ser impulsionado
pelas duas outras variáveis que são possibilidade de carreira dentro da organização
e segurança no emprego.
A categoria Integração Social na organização visa a conquista da ausência de
diferenças entre os trabalhadores, por meio das seguintes variáveis:
a) ausência de preconceitos – ausência de qualquer forma de discriminação,
seja de religião, raça, cargo, entre outros;
b) relacionamento – respeito à individualidade e ao bom relacionamento
entre funcionários e organização;
c) abertura interpessoal – troca de experiências entre os membros da
organização;
d) senso comunitário – coletividade e companheirismo entre os indivíduos
dentro e fora da organização.
Este critério já aborda aspectos mais relacionais do trabalho que são de suma
importância para a execução das tarefas. Não se pode imaginar um bom nível de
QVT, como também resultados satisfatórios em uma organização, se a lei do cada
um por si impera.
38
O critério Constitucionalismo diz respeito à garantia dos direitos dos
trabalhadores, mediante os seguintes aspectos:
a) direitos trabalhistas – referem-se às normas das relações de trabalho;
b) privacidade pessoal – respeito à individualidade do trabalhador dentro e
fora da organização;
c) liberdade de expressão – oportunidades que o trabalhador tem de se
expressar, sem medo de represálias;
d) normas e rotinas – influência que as normas e as rotinas estabelecem no
desenvolvimento das tarefas.
Esta categoria trata não apenas de direitos trabalhistas garantidos por lei mas
também de estratégias humanas de sobrevivência em grupo como privacidade,
respeito e variação das atividades desempenhadas.
Por sua vez, a categoria Trabalho e espaço total de vida, trata do equilíbrio
entre o tempo dispensado pelo trabalhador na sua vida pessoal e profissional, ou
seja, envolve aspectos como o turno de trabalho, as exigências de carreira, a
necessidade de atualização, a necessidade de viagens, a interação da família do
trabalhador com a organização, entre outros.
A categoria Relevância social da vida do trabalhador – mensura a percepção
que o trabalhador tem sobre a organização. Compreende as seguintes variáveis:
a) imagem da organização – percepção do trabalhador em relação à
organização, no que se refere à importância para a sociedade e orgulho de
trabalhar em tal organização;
b) valorização do trabalho – importância e valorização que a sociedade e a
organização atribuem ao indivíduo dentro da organização.
39
As oito categorias incluem diversas variáveis que interferem na relação
empresa-trabalhador, de forma mais democrática e menos hierárquica em relação à
Qualidade de vida. Neste sentido, para Walton (1973), a hierarquia não está
relacionada com a QVT, pois existem muitos trabalhadores insatisfeitos diante da
posição em que ocupam, que gostariam de desempenhar tarefas mais desafiadoras,
possibilitando uma maior satisfação em relação ao trabalho.
Percebe-se aqui que a Qualidade de Vida no Trabalho ultrapassa a questão
referente ao resgate de valores humanísticos e ambientais, que estão sendo
negligenciados em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento
econômico.
Neste sentido, o estudo sugerido nesta pesquisa adotou o modelo de Walton
(1973), por contemplar processos de diagnóstico de QVT, levando-se em
consideração, fatores internos e externos da organização. De acordo com a maneira
pela qual a empresa está estruturada, no que tange os diversos aspectos
organizacionais, acredita-se que o modelo proposto por Walton (1973) é o que mais
se aproxima da realidade da instituição, sendo na percepção do pesquisador, o mais
propício para alcançar os resultados propostos.
40
QUADRO 5
O modelo de Walton
CRITÉRIOS PARA A QVT (WALTON, 1973) CATEGORIAS ASSOCIADAS
1. Compensação Justa e Adequada Remuneração / compensação direta e indireta;
eqüidade interna e externa; benefícios.
2. Condições de Trabalho Jornada e carga de trabalho; ambiente físico
seguro e saudável; material e equipamentos.
3. Uso e Desenvolvimento de Capacidades Autonomia na execução do trabalho; planejamento
e execução de atividades; importância da tarefa
para o trabalhador; variedade da habilidade
(aptidão); informação sobre o processo de
trabalho.
4. Oportunidade de Crescimento e Segurança Possibilidade de carreira dentro ou fora da
empresa; crescimento / desenvolvimento pessoal
profissional; segurança no emprego;
5. Integração Social na Organização Ausência de preconceitos; ausência de status e ou
estruturas hierárquicas que impeçam boas
relações entre dirigentes e trabalhadores;
relacionamentos; abertura interpessoal;
companheirismo dentro e fora da empresa.
6. Constitucionalismo Direitos trabalhistas; privacidade pessoal dos
trabalhadores; liberdade de expressão; influência
das normas e rotinas .estabelecidas pela empresa
na vida pessoal e profissional dos trabalhadores.
7. Trabalho e Espaço Total de Vida Equilíbrio entre a vida no trabalho e a vida
pessoal.
8. Relevância Social da Vida no Trabalho Imagem interna e externa da empresa;
responsabilidade social da empresa com a
comunidade; responsabilidade social da empresa
com seus produtos e serviços; responsabilidade
social da empresa pelos trabalhadores.
Fonte: Adaptado de Walton, 1973.
41
3 METODOLOGIA
3.1 A empresa pesquisada
2
A referida empresa, aqui denominada “MINERAL”, no intuito de preservar sua
identidade, constitui-se numa entidade jurídica de direito privado, com fins lucrativos,
com sede administrativa localizada no Estado de Minas Gerais. A “MINERAL” tem
como principal atividade o beneficiamento e a comercialização de minerais, e opera
ainda no segmento de logística e de produção de energia elétrica.
Fundada em meados do século XX, a “MINERAL”, vem experimentando
rápido crescimento ao longo dos últimos anos e, em 2004, consolidou a sua posição
entre as maiores mineradoras do mundo, sendo o Minério de Ferro, o principal
produto da empresa. A empresa detém diversas plantas operacionais localizadas em
diversos estados brasileiros e também em países da Europa, Ásia, África e Austrália.
A “MINERAL” como prestadora de serviços logísticos, também é reconhecida
no cenário nacional pela excelência na elaboração de soluções completas para
clientes nacionais e internacionais, a partir da integração de ativos próprios, como
ferrovias, portos e terminais marítimos.
A empresa também possui participação em consórcios de nove usinas
hidrelétricas. Ao investir na geração de energia elétrica, a “MINERAL” se protege
contra a volatilidade dos preços e garante o aumento da competitividade de suas
operações, otimizando seu suprimento de energia elétrica. A energia gerada pelas
2 As informações referentes à empresa foram retiradas de boletins internos e site da empresa, não divulgado para preservar a
identidade da empresa.
42
usinas próprias está sendo destinada a unidades operacionais da empresa, o que
reduz consideravelmente os seus custos operacionais.
O conselho de Administração da empresa é eleito pela Assembléia Geral dos
Acionistas e composto por nove membros. O Conselho de Administração reúne-se
regularmente uma vez por mês, cabendo a ele, a definição das políticas e diretrizes
gerais da Companhia, a avaliação de planos e projetos propostos pela Diretoria
Executiva e a aferição dos resultados alcançados.
A Diretoria Executiva é responsável pela execução da estratégia de negócios
definida pelo Conselho de Administração, pela elaboração de planos e projetos e
pelo desempenho operacional e financeiro da Companhia. O Diretor-Presidente é
responsável pela escolha dos membros da Diretoria Executiva, os quais deverão ser
ratificados pelo Conselho de Administração. O Diretor-Presidente atua como
interface entre a Diretoria Executiva e o Conselho de Administração.
Alicerçado nos princípios de clareza de papéis, transparência e estabilidade,
o modelo de governança corporativa adotado pela “MINERAL” norteia todas as suas
atividades e iniciativas, fundamentais no esforço incessante para posicionar a
empresa em nítida trajetória de crescimento e criação de valor para o acionista.
Comprometida com este modelo de gestão, assegura uma prestação de contas
rápida e uma eficiente divulgação de informações aos seus acionistas e aos
gerentes do mercado financeiro.
A “MINERAL” está estruturada em sete diretorias: Planejamento e Gestão,
Recursos Humanos e Serviços Corporativos, Participações e Desenvolvimento de
Negócios, Finanças, Não-Ferrosos, Logística e Ferrosos, todas subordinadas à
Presidência da Empresa.
43
3.2 Caracterização da pesquisa
O principal objetivo desse trabalho foi investigar a qualidade de vida no
trabalho percebida pelos funcionários de três departamentos de Controladoria de
uma empresa do setor de mineração. Para tal, foi realizado um estudo de caso na
“MINERAL”.
Tendo em vista o alcance dos resultados, foi realizada uma pesquisa de
campo que, segundo Vergara (2004, p. 47), “[...] é a investigação empírica realizada
no local onde ocorre um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo”, na
sede administrativa da empresa no Estado de Minas Gerais, situada na cidade de
Belo Horizonte. O modelo e instrumentos de pesquisa utilizados para realização do
estudo foram adaptados a partir do modelo proposto por Walton (1973).
Os objetivos secundários foram:
a) comparar as opiniões dos funcionários, sobre as dimensões que
caracterizam e interferem na qualidade de vida no trabalho segundo os
critérios estabelecidos por walton (1973).
b) caracterizar os programas de qualidade de vida no trabalho da empresa;
c) identificar a percepção dos funcionários da área de controle acerca dos
programas de qualidade de vida no trabalho oferecidos pela empresa.
A abordagem escolhida para o presente trabalho, pelos seus fins, foi a da
pesquisa descritiva, que de acordo com Collis e Hussey (2005), este tipo de
pesquisa descreve o comportamento dos fenômenos e é utilizada para identificar e
obter informações de um determinado problema ou questão e buscam responder
questões do tipo: qual, o que e quais.
44
Ainda segundo Collis e Hussey (2005: 24);
Os dados compilados costumam ser quantitativos e técnicas estatísticas
são geralmente usadas para resumir as informações. A pesquisa descritiva
vai além da pesquisa exploratória ao examinar um problema, uma vez que
avalia e descreve as características das questões pertinentes.
Lakatos e Marconi (1999) reforçam essa argumentação, quando afirmam que
esse tipo de pesquisa procura descrever a realidade como ela é, sem a preocupação
de alterá-la. O método adotado é o quantitativo “[...] objetivo por natureza focado na
mensuração de fenômenos” (COLLIS; HUSSEY, 2005, p. 26.)
3.3 Técnicas de levantamentos de dados
Para a coleta dos dados primários utilizou-se um questionário estruturado,
que segundo Collis e Hussey (2005, p.165), ”[...] é uma lista de perguntas
cuidadosamente estruturadas, escolhidas após a realização de vários testes, tendo
em vista extrair respostas confiáveis de uma amostra escolhida”.
A formulação do questionário partiu da adaptação do modelo teórico de
Walton (1973) ao contexto da organização em estudo, sendo validado em conteúdo
pelo painel de especialistas, presidido pelo orientador da Dissertação e, em forma,
após testes realizados com colegas do curso de Mestrado Profissional em
Administração da Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo.
Quanto aos dados secundários, foram utilizados os informativos da própria
empresa, como Boletins e Manuais Internos, Balanço Social, Organograma e outros
impressos.
Para a caracterização dos programas de Qualidade de Vida no trabalho
oferecidos pela empresa, e identificação da importância percebida pelos funcionários
45
pesquisados acerca desses programas, foi aplicado o questionário (APÊNDICE 2),
pessoalmente pelo autor da pesquisa.
O questionário foi precedido por uma carta de apresentação (APENDICE 1).
Optou-se por não identificar os respondentes, entretanto, para permitir
comparações, foram incluídas algumas particularidades de cada pesquisado.
Para identificar a percepção que os pesquisados têm acerca das políticas de
qualidade de vida no trabalho oferecidos pela empresa, utilizou-se um quadro
sumariado com os principais critérios que compões o programa de qualidade de vida
no trabalho oferecido pela empresa.
3.4 População e amostra
Para realização deste trabalho, a população considerada foi formada pelas
equipes do Departamento de Controladoria da “MINERAL”, assim estruturada:
Departamento de Energia: tem como diretrizes implantar os empreendimentos que
já possui em carteira, identificar opções de aquisições em ativos de geração de
energia, e gerenciar o portifólio de geração e de consumo de energia de todo a
empresa, garantindo a melhor alternativa de fornecimento a cada uma das plantas
operacionais. Cabe a este departamento gerenciar todas as atividades necessárias
à construção dos empreendimentos, bem como desenvolver trabalhos econômicos e
financeiros, sendo também responsável pelo planejamento estratégico da área, pela
gestão do desempenho dos investimentos e pela avaliação de novos negócios.
46
Departamento de Controle Financeiro: tem como diretrizes registrar todas as
ocorrências que poderão acarretar em entradas e saídas de recursos financeiros.
Esses registros compreendem diversas transações, como emissão de notas fiscais
(faturamento), contas a pagar e a receber e escrituração fiscal. Também é de
responsabilidade desse departamento, a realização de estudos econômicos e
financeiros.
Departamento de Contabilidade: tem como diretrizes o controlar e registrar todos
os bens da empresa, além de realizar uma conciliação de todas as transações
ocorridas nos departamento de energia e de controle financeiro.
Os questionários foram aplicados em toda a população dos três
departamentos da equipe de controladoria, ou seja, Departamento de Energia
(N=27), Departamento de Controle Financeiro (N=35) e Departamento de
Contabilidade (N=10).
3.5 Tratamento dos dados e análise estatística
Após a obtenção dos dados através da aplicação dos questionários, foram
feitas a organização e sumarização desses questionários, no intuito de corrigir erros
ou, ao menos, eliminar dados obviamente errôneos. Para a tabulação dos dados
utilizou-se o software Microsoft Excel paralelamente com o auxílio de algumas
técnicas fornecidas pelo programa estatístico Statistical Software Minitab.
As técnicas estatísticas utilizadas foram análises descritivas, tais como:
47
a) cálculos de medidas estatísticas como: média aritmética simples que
fornece o centro de um conjunto de dados, ou seja, um valor
representativo em torno do qual as observações se distribuem; medidas
de dispersão (desvio-padrão e coeficiente de variação) que indicam se
os valores estão relativamente próximos uns dos outros, ou separados. a
primeira medida descreve a variação dos valores em relação à média, e
a segunda, expressa em porcentagem, descreve o desvio-padrão em
relação à média, esse coeficiente permite-nos comparar a variabilidade
de um conjunto de dados com diferentes unidades de medida.
b) construção de tabelas: que são apresentações numéricas dos dados,
que têm por objetivo demonstrar o comportamento das variáveis
estudadas, buscando representações simples que possibilitem ao leitor a
compreensão do fenômeno sem muito esforço;
c) construção de gráficos: são complementos importantes da apresentação
tabular, prendendo-se ao fato de permitirem uma visualização imediata,
através de ilustrações da distribuição dos valores observados, facilitando
a sua interpretação;
48
4 DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
4.1 Caracterização dos pesquisados
A TAB. 1 apresenta a caracterização consolidada dos pesquisados no que se
refere a sexo, faixa etária, escolaridade, tempo de trabalho na organização, tipo de
vínculo profissional e cargo que ocupa na organização.
TABELA 1
Caracterização do pesquisados
Variável Descrição
Freqüência
Absoluta
Freqüência
Relativa %
Feminino 30 41,67%
Sexo
Masculino 42 58,33%
Até 24 anos
10 13,89%
De 25 a 29 anos
8 11,11%
De 30 a 34 anos
10 13,89%
De 35 a 39 anos
18 25,00%
De 40 a 49 anos
15 20,83%
Faixa Etária
De 50 a 59 anos
11 15,28%
2º Grau completo
13 18,06%
Superior completo
29 40,28%
Pós-Graduado
25 34,72%
Mestrado
4 5,56%
Escolaridade
Doutorado
1 1,39%
Até 11 meses
14 19,44%
De 1 ano a 2 anos e 11 meses
5 6,94%
De 3 anos a 4 anos e 11 meses
16 22,22%
De 5 anos a 9 anos e 11 meses
14 19,44%
de 10 anos a 14 anos e 11 meses
1 1,39%
Tempo de Trabalho
na Organização
Acima de 15 anos
22 30,56%
Contratado
67 93,06%
Terceirizado
1 1,39%
Tipo de Vínculo
Profissional
Estagiário
4 5,56%
Gerência
3 4,17%
Coordenação / Supervisão
7 9,72%
Analista / Especialista
37 51,39%
Assistente / Auxiliar
21 29,17%
Cargo que Ocupa na
Organização
Estagiário
4 5,56%
Fonte: Dados da pesquisa
49
4.1.1 Sexo
Tratando-se do perfil dos funcionários que compõem a equipe de
controladoria da “MINERAL”, a maior parte é do sexo masculino, representando 58%
da amostra pesquisada.
Feminino
42%
Masculino
58%
GRÁFICO 1 - Distribuição dos trabalhadores conforme o sexo
Fonte: Dados da pesquisa
4.1.2 Faixa etária
De acordo com o GRÁF. 2, percebe-se que 61% dos pesquisados possuem
mais de 35 anos. São assim distribuídos: 14% possuem até 24 anos, 11% possuem
entre 25 a 29 anos, 14% entre trinta e 34 anos, 25% entre 35 e 39 anos, 21% entre
quarenta e 49 anos e 15% entre cinqüenta e 59 anos.
50
Até 24 anos
14%
De 25 a 29 anos
11%
De 30 a 34 anos
14%
De 35 a 39 anos
25%
De 40 a 49 anos
21%
De 50 a 59 anos
15%
GRÁFICO 2 - Distribuição dos trabalhadores conforme a faixa etária
Fonte: Dados da pesquisa
4.1.3 Escolaridade
Conforme o GRÁF. 3, constata-se que 82% dos pesquisados possuem curso
superior. Desse total, 35% são Pós-Graduados, 6% são mestres e 1% é doutor.
51
Doutorado
1%
Mestrado
6%
2º Grau co pletom
18%
Pós-Graduado
35%
Superior completo
40%
GRÁFICO 3 - Distribuição dos trabalhadores conforme a escolaridade
Fonte: Dados da pesquisa
4.1.4 Tempo de trabalho na organização
Conforme verifica-se com o GRÁF. 4, que 67% pesquisados, estão entre
zero a nove anos e onze meses de serviços prestados à organização, sendo que 1%
situa-se na faixa de 10 a 14 anos e 11 meses e os demais estão a mais de 15 anos
na organização.
52
Até 11 meses
19%
Acima de 15 anos
32%
De 1 ano a 2 a os e 11 n
meses
7%
de 10 anos a 14 nos e a
11 meses
1%
De 5 anos a 9 a 1 nos e 1
mese
s
19%
De 3 anos a 4 anos e 11
meses
22%
GRÁFICO 4 - Distribuição dos trabalhadores conforme o tempo de trabalho
na organização
Fonte: Dados da pesquisa
4.1.5 Tipo de vínculo profissional
Verifica-se no GRÁF. 5, que dentre os pesquisados, 93% possuem vínculos
empregatícios com a instituição, sendo o restante do quadro de profissionais
composto por 6% de estagiários e 1% terceirizado.
53
Estagiário
6%
Terceirizado
1%
Contratado
93%
GRÁFICO 5 - Distribuição dos trabalhadores conforme o tipo de vínculo
profissional
Fonte: Dados da pesquisa
4.1.6 Cargo que ocupa na organização
Verifica-se, conforme o GRÁF. 6, que 51% dos pesquisados ocupam cargos
de Analista / Especialista, 29% ocupam cargo de Assistente / Auxiliar, 10% ocupam
cargo de Coordenação / Supervisão, 4% ocupam cargo de Gerência e 6% são
estagiários.
54
Estagiário
6%
Assistente / Auxiliar
29%
Analista / Especialista
51%
Coordenação /
Supervisão
10%
Gerência
4%
GRÁFICO 6 - Distribuição dos trabalhadores conforme o cargo que ocupa na
organização
Fonte: Dados da pesquisa
4.2 Dimensões que caracterizam e interferem na qualidade de vida no trabalho
dos funcionários da área de controle da “Mineral”, segundo os critérios
estabelecidos por Walton (1973)
Para sintetizar as percepções dos funcionários em relação às dimensões que
caracterizam e interferem na qualidade de vida no trabalho, utilizou-se a disposição
abaixo, para expressar os índices que representam a média aritmética simples das
variáveis apresentadas na tabulação dos questionários:
a) de 0,00 a 0,99: discordo totalmente;
b) de 1,00 a 1,99: discordo bastante;
55
c) de 2,00 a 2,99: discordo pouco;
d) de 3,00 a 3,99: concordo pouco;
e) de 4,00 a 4,99: concordo bastante;
f) 5,00: concordo totalmente.
Neste sentido, considera-se a Faixa de Discordância entre 0,00 e 2,99; e
Faixa de Concordância entre 3,00 e 5,00.
Para melhor compreensão e acompanhamento dos resultados apresentados,
os departamentos foram assim apresentados:
a) Departamento de Controle Financeiro;
b) Departamento de Contabilidade; e
c) Departamento de Energia.
4.2.1 Descrição e análise das percepções dos funcionários segundo critérios
estabelecidos por Walton (1973)
Para ilustrar essa situação, de acordo com cada critério de Walton (1973), foram
apresentadas afirmativas cujas respostas que mensuraram as percepções dos
funcionários pesquisados.
56
4.2.1.1 Compensação justa e adequada
3,46
Depto Controle Financeiro
Depto Contabilidade
3,80
Depto Energia 2,37
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
GRÁFICO 7 - Penso que existe uma injusta desigualdade salarial no meu
trabalho
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com o GRÁF. 7, que os funcionários do departamento de
contabilidade concordam bastante sobre a existência de desigualdades salariais,
enquanto os do departamento de controle financeiro concordam pouco e os do
departamento de energia discordam em parte.
57
1,30
1,30
2,69
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 8 - Comumente tenho que fazer outras atividades fora da empresa
para complementar minha renda.
Fonte: Dados da pesquisa
No que tange a necessidade de se realizar tarefas para complementação de
renda dos trabalhadores, verifica-se que entre os funcionários pesquisados, essa
necessidade não é uma realidade freqüente em suas vidas.
58
4.2.1.2 Condições de trabalho
1,00
0,90
1,46
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 9 - Minha jornada de trabalho não está de acordo com minha
capacidade física
Fonte: Dados da pesquisa
Verifica-se, conforme o GRÁF. 9, que entre os funcionários dos
departamentos citados, há uma discordância bastante significativa em relação à falta
de adequação da jornada de trabalho com as condições físicas.
59
1,04
0,90
1,60
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 10 - No meu trabalho existem fatores físicos que interferem no
desempenho de minhas atividades
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme demonstrado no GRÁF. 10, existe uma discordância por parte dos
funcionários em relação à existência de interferência de agentes físicos sobre o
desempenho das atividades.
60
4.2.1.3 Uso de desenvolvimento de capacidades
3,44
1,30
2,57
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 11 - No meu trabalho recebo incentivos para adotar novas
tecnologias e métodos para aumentar a produtividade e a
qualidade
Fonte: Dados da pesquisa
Verifica-se, conforme GRÁF. 11, que os funcionários do departamento de
energia discordam totalmente, enquanto os funcionários do departamento de
contabilidade discordam bastante e os funcionários do departamento de controle
financeiro discordam pouco sobre a existência de oportunidades geradas pelo
trabalho em decorrência da iniciativa individual ou julgamento pessoal.
61
1,00
2,80
1,80
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 12 - No meu trabalho não tenho ensejo para tomar iniciativa nem
para expor minha opinião pessoal
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com o GRÁF. 12, os funcionários dos departamentos de energia e
de controle financeiro, discordam bastante de que na realização do trabalho não se
tenha ensejo para tomar iniciativa nem para expor sua opinião pessoal. Já os
funcionários da contabilidade, discordam pouco de tal afirmativa.
62
4.2.1.4 Uso de desenvolvimento de capacidades
3,44
1,60
2,63
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 13 - No meu trabalho recebo incentivos para participar de cursos,
treinamentos e palestras técnicas
Fonte: Dados da pesquisa
Em relação ao GRÁF. 13, os funcionários do departamento de energia
concordam bastante sobre a presença de incentivos para participação de cursos,
seminários e treinamentos. Tanto os funcionários do departamento de controle
financeiro quanto os do departamento de contabilidade, discordam pelo menos em
parte sobre a existência deste tipo de incentivo.
63
3,93
1,20
2,77
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 14 - O meu trabalho me permite crescer profissionalmente
Fonte: Dados da pesquisa
Para os funcionários do departamento de energia, a realização do trabalho
permite um crescimento profissional. Entretanto, para os funcionários do
departamento de controle financeiro e principalmente os do departamento de
contabilidade, não há perspectiva de crescimento profissional no que se refere à
realização das tarefas.
64
4.2.1.5 Integração social na organização
3,44
1,70
2,66
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 15 - No meu trabalho todos os funcionários são tratados com
igualdade pelos superiores
Fonte: Dados da pesquisa
Os funcionários do departamento de energia concordam pouco sobre a
ausência de distinções de tratamento por parte dos seus superiores. Para os
funcionários dos departamentos de controle financeiro e de contabilidade, existe
pelo menos em parte uma distinção de tratamento por parte de seus superiores.
65
1,44
2,70
2,80
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 16 - Meus superiores nunca me fornecem “feedback” sobre meu
desempenho
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme mostra o GRÁF. 16, os funcionários do departamento de energia
discordam bastante, que seus superiores fornecem feedback sobre o desempenho
individual. Já os funcionários do departamento de contabilidade e do departamento
de controle financeiro discordam pouco dessa premissa.
66
4.2.1.6 Constitucionalismo
1,67
2,50
2,31
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 17 - A estrutura do meu trabalho não me oferece ensejo de realizá-lo
do princípio ao fim
Fonte: Dados da pesquisa
Verifica-se, conforme o GRÁF. 17, que os funcionários do departamento de
controle financeiro e do departamento de contabilidade discordam um pouco sobre a
maneira pela qual o trabalho é estruturado, e também parecem perceber que se
fornece oportunidade de realizá-lo do início ao fim. Os funcionários do departamento
de energia discordam bastante dessa estruturação.
67
3,70
3,00
3,17
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 18 - No meu trabalho tenho espaço para dar a minha opinião na
maneira como o trabalho deva ser direcionado
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme mostra o GRÁF. 18, os funcionários pesquisados concordam pouco
sobre a existência de oportunidades para expressar suas opiniões de como o
trabalho deve ser direcionado.
68
4.2.1.7 Trabalho e espaço total de vida
2,96
2,30
2,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 19 - O meu trabalho, na maioria das vezes, não permite que eu passe
mais tempo com minha família
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com o GRÁF. 19, os funcionários pesquisados acreditam que o
trabalho não se constitui em um impedimento de aproveitamento do tempo ao lado
da família.
69
3,74
2,70
3,14
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 20 - Estou satisfeito (a) com o tipo de tarefa que desempenho neste
trabalho
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme demonstrado no GRÁF. 20, os funcionários do departamento de
energia e do controle financeiro estão, pelo menos em parte, satisfeitos com a
realização de suas tarefas. Para os funcionários do departamento de contabilidade,
esta satisfação não acontece nos mesmos níveis.
70
4.2.1.8 Relevância social da vida no trabalho
2,37
3,90
2,80
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 21 - Penso que minha empresa deveria se preocupar mais com as
questões sociais do país
Fonte: Dados da pesquisa
O GRÁF. 21, demonstra que para os funcionários do departamento de
contabilidade, a empresa deveria se preocupar mais com as questões sociais do
país. Na opinião dos funcionários do departamento de controle financeiro, a empresa
também deveria se preocupar mais com as questões sociais, ainda que seja com
menor intensidade. Na percepção dos funcionários do departamento de energia, já
existe uma preocupação bastante satisfatória por parte da empresa em relação com
as questões sociais.
71
3,96
3,80
4,20
3,60 3,70 3,80 3,90 4,00 4,10 4,20 4,30
Depto Energia
Depto Contabilidade
Depto Controle Financeiro
GRÁFICO 22 - Penso que minha empresa tem um sério compromisso com o
meio ambiente
Fonte: Dados da pesquisa
Percebe-se, conforme GRÁF. 22, que os funcionários de todos os
departamentos concordam bastante com a política ambiental adotada pela empresa.
4.2.2 Comparação das opiniões dos funcionários da área de controle acerca
das dimensões estabelecidas por Walton (1973)
Nessa etapa, optou-se por apresentar os resultados através da comparação
das opiniões dos funcionários de treis departamentos que fazem parte da equipe de
controladoria da “MINERAL”. Esta comparação tornou-se viável, devido à
72
proximidade das áreas, não só na natureza do conteúdo avaliado, como também, na
localização geográfica.
Realizou-se um comparativo das notas dos funcionários, para as oito
categorias, por departamento: Controle Financeiro (N1=35), Contabilidade (N2=10),
Energia (N3=27).
Para o estudo comparativo, foi construída uma nova variável que representa a
nota de QVT em relação a cada critério estabelecido por Walton (1973) e por
funcionário. A análise foi tratada separadamente para cada uma das oito categorias,
pois, estas representavam diferentes aspectos relativos à qualidade de vida, o que
inviabilizou o tratamento em conjunto.
Esta nota apresenta é a média aritmética simples dos graus de concordância
das variáveis apresentadas em cada categoria, ou seja, cada categoria recebeu uma
nota de QVT por funcionário. Quanto maior o nível de concordância (3, 4 e 5) das
variáveis para cada categoria, maior foi a nota relacionada a essa categoria e
representará melhor nível de QVT dos funcionários. Quanto maior o nível de
discordância (0, 1 e 2) das variáveis para cada categoria, menor foi a nota
relacionada a esta categoria e representará pior nível de QVT dos funcionários.
Para sintetizar as informações relativas às notas dos funcionários em cada
departamento, foi considerado importante verificar em torno de qual valor as notas
estariam distribuídas e a similaridade das mesmas por departamento. Para isso
foram feitos o cálculo da Média Aritmética Simples e Coeficiente de Variação das
notas por departamento, como mostra a TAB. 2, construída por categoria.
73
TABELA 2
Médias e coeficientes de variação das notas por departamento
Compensação Justa e Adequada Condições de Trabalho
Departamentos Média (Notas) CV(%) Média (Notas) CV(%)
Depto Energia 3,35 17 2,66 15
Depto Contabilidade 3,38 10 2,61 28
Depto Controle Financeiro 3,29 18 2,83 24
Uso e Desenvolvimento de
Capacidades
Oportunidades de
Crescimento e Segurança
Departamentos Média (Notas) CV(%) Média (Notas) CV(%)
Depto Energia 2,85 15 3,05 16
Depto Contabilidade 2,47 16 1,72 30
Depto Controle Financeiro 2,80 19 2,49 34
Integração Social na
Organização Constitucionalismo
Departamentos Média (Notas) CV(%) Média (Notas) CV(%)
Depto Energia 2,72 9 2,12 24
Depto Contabilidade 2,47 23 1,99 30
Depto Controle Financeiro 2,70 17 2,25 38
Trabalho e Espaço Total de
Vida
Relevância Social da vida
no trabalho
Departamentos Média (Notas) CV(%) Média (Notas) CV(%)
Depto Energia 2,32 19 2,70 21
Depto Contabilidade 1,91 29 2,71 21
Depto Controle Financeiro 1,95 25 2,68 26
Fonte: Dados da pesquisa
Para o critério Compensação Justa e Adequada, observa-se em média que as
notas dadas em cada departamento foram similares, sendo que, o Departamento de
Contabilidade obteve menor variabilidade de opiniões entre os funcionários, e a
maior variação foi no Departamento de Controle Financeiro. Por refletir a média
aritmética simples
3
dos graus de concordância da categoria, as notas para este
critério ficaram em média entre concordo pouco.
Para o critério Condições de Trabalho, observa-se em média que as notas
dadas nos três Departamentos foram similares. Com relação à variabilidade de
3
Média aritmética simples fornece o centro de um conjunto de dados, ou seja, um valor
representativo em torno do qual as observações se distribuem.
74
opiniões, observa-se que no Departamento de Energia, os funcionários tiveram em
média mais similaridade de respostas comparada com os demais setores. As notas
para este critério ficaram em média entre Discordo Pouco.
Para o critério Uso de Desenvolvimento de Capacidades, percebe-se que em
média, as notas também foram similares entre os três departamentos ficando na
faixa de Discordo Pouco. Analisando-se a variação de respostas, verifica-se em
média uma maior divergência de respostas no Departamento de Controle
Financeiro, e mais similaridade no Departamento de Energia.
Em relação aos resultados apresentados no critério Oportunidades de
Crescimento e Segurança, verifica-se uma maior diferença de respostas
comparando os três setores, sendo que para o Departamento de Energia, este
critério foi considerado mais satisfatório, representando em média o grau Concordo
Pouco, com mais similaridade de respostas. No Departamento de Controle
Financeiro, a média das notas situaram-se na faixa de Discordo Pouco, porém com
maior variabilidade nas respostas. No Departamento de Contabilidade, as médias
ficaram na faixa de Discordam Bastante e também com uma grande variabilidade
nas respostas.
No critério Integração Social na Organização, observa-se em média que as
notas atribuídas pelos funcionários dos três departamentos situaram-se na região de
Discordo Pouco. Entretanto, houve uma variabilidade maior nas respostas nos
Departamentos de Contabilidade e de Controle Financeiro.
Referindo-se ao critério Constitucionalismo, observou-se similaridade nas
respostas entre os Departamentos de Energia e de Controle Financeiro, atingindo
um patamar de Discordo Pouco, ficando o Departamento de Contabilidade na faixa
75
Discordo Bastante. A maior variação nas respostas foi encontrada no departamento
de Controle Financeiro.
Para o critério Trabalho e Espaço Total de Vida, observa-se em média que as
notas do Departamento de Energia apresentou maior nota, representando o grau de
Discordo Pouco, sendo que para os demais, as notas em média apresentaram
pouca diferença, concentrando-se na região de Discordo Bastante. Pode-se
destacar que no Departamento de Energia obteve uma menor variação de
respostas.
No critério Relevância Social da Vida no Trabalho, percebe-se pouca
diferença em média das notas entre os departamentos, sendo que o Departamento
Controle Financeiro obteve uma maior variabilidade de respostas entre os
funcionários. As notas obtidas nos departamentos estiveram em média próximas de
Discordo Pouco.
4.3 Caracterização dos programas de qualidade de vida no trabalho da
empresa e a importância percebida pelos funcionários.
4.3.1 Programas e políticas de qualidade de vida no trabalho instituídos na
organização
Criado com o objetivo de integrar os empregados e seus familiares com a
empresa, melhorar o ambiente de trabalho e promover a conscientização de todos
os funcionários sobre a importância de uma vida mais saudável, o “EMPRESA
VIVER”, Programa de Qualidade de Vida no Trabalho, instituído formalmente dentro
76
da organização, se constitui de vários projetos e políticas que trazem em seu bojo,
medidas para melhorar a Qualidade de Vida no Trabalho.
Para conseguir alcançar os objetivos para os quais foi criado, o “EMPRESA
VIVER”, sustenta-se em vários pilares, dos quais pode-se destacar:
a) saúde: para aumentar a consciência sobre a importância dos cuidados com a
saúde, o programa já desenvolveu diversas ações como Ginástica Laboral,
vacinação contra gripe, Semana da Saúde, Shiatsu, convênio com academias e
outras ações;
b) segurança: para tratar da segurança do indivíduo e do grupo, foram
desenvolvidas ações com o objetivo de manter os padrões internacionais de
segurança e aprender a evitar acidentes e doenças no trabalho e em casa;
c) cultura: cultura tem o objetivo de proporcionar a aproximação entre a empresa e
a família dos empregados, através de eventos esportivos, culturais,
comemorativos e de recreação;
d) comunicação: para dar mais qualidade ao relacionamento entre o empregado e
a empresa e sabendo da necessidade de aprimorar o conhecimento dos
empregados, em relação a sua vida profissional, a empresa procura divulgar as
políticas da Companhia, as oportunidades de carreira e as chances de
crescimento;
e) ambiente: consciente de que cuidar de todos os nossos ambientes é cuidar de
nós mesmos, a empresa, procurando fazer a vida melhor, criou um programa que
relaciona a empresa à casa e à natureza.
77
4.3.2 Percepção dos funcionários acerca dos programas e políticas de
qualidade de vida no trabalho
Apresenta-se a seguir, de forma mais detalhada, as políticas e os programas
do “EMPRESA VIVER”, assim como a importância dada pelos seus funcionários.
QUADRO 6
Os programas e políticas da empresa x associados à qualidade de vida do
trabalhador
Alimentação
Plano de Saúde
Auxílio transporte
Previdência Privada
Programa de Participação nos Resultados
Reembolso Creche
Benefícios
Seguro de Vida
Programas Ambientais
Programas Comunitários
Visitas Familiares
Comunicação e
Integração
Programas de Comunicação
Código de Ética
Pesquisa de Clima
Cultura
Política de RH
Banco de Oportunidades
Material escolar e uniforme
Programa Caça-Talentos
Programas de Bolsas Escolares
Programas de Capacitação de Juniores
Programas de Desenvolvimento Organizacional
Programas de Desenvolvimento, Carreira e Sucessões - PDCS
Programas de Estágio
Programas de Formação de Consultores Internos
Programas de Formação Profissional
Programas de Pós-Graduação e MBA
Formação e
Desenvolvimento
Programas de Treinamento em Idiomas
Diálogo de Segurança Semanal
Segurança
Programas de Segurança no Trabalho
Fonte: Dados da Empresa
78
4.3.2.1 Benefícios
Programa de Alimentação
O Programa de Alimentação compõe-se de duas modalidades: Vale-Refeição
para os funcionários dos postos de trabalho das capitais dos estados onde a
empresa atua e restaurantes industriais que são mantidos pela empresa nas suas
áreas operacionais, onde são servidos além das refeições diárias, lanches no início
das atividades de turnos.
Para os trabalhadores pesquisados, o Programa de Alimentação oferecido
pela empresa, foi considerado em sua maioria, como Muito Importante para a
Qualidade de Vida do Trabalhador.
Assistência à Saúde
A empresa sabe da importância da saúde para uma vida feliz e o bem-estar
da pessoa e sua família. Por isso, oferece um Plano de Assistência à Saúde do
trabalhador e seus dependentes. Este benefício proporciona assistências médica,
hospitalar e odontológica de boa qualidade, sendo considerado um dos mais
completos do país
4
.
Na percepção da maioria dos trabalhadores, esse benefício foi considerado
Muito Importante para a Qualidade de Vida dos Trabalhadores.
4 Segundo critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde – ANS (www.ans.gov.br).
79
Auxílio transporte
O benefício de Transporte é concedido de duas maneiras pela empresa:
Transporte Coletivo, fornecido gratuitamente aos empregados das áreas
operacionais, e Vale-transporte para os funcionários cujos posto de trabalho estão
fora das áreas operacionais da empresa.
No entendimento dos pesquisados, esse benefício é considerado Importante
para a qualidade de vida no trabalho.
Previdência Privada
Com o objetivo de proporcionar segurança financeira a seus empregados,
quando do seu afastamento do trabalho, a empresa oferece a seus funcionários um
plano de previdência privada que consiste num instrumento da política de Recursos
Humanos.
De maneira geral, segundo a compreensão da maioria dos trabalhadores
pesquisados, o Plano de Previdência Privada oferecido pela empresa, foi
considerado entre Muito Importante para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
Programa de Participação nos Resultados
O Programa de Participação nos Resultados foi criado com o objetivo de
recompensar e valorizar os funcionários pelos resultados da empresa.
80
O Programa de Participação nos Resultados foi avaliado pela maioria dos
pesquisados como sendo Muito Importante para Qualidade de Vida do
Trabalhador.
Reembolso Creche
O Programa Reembolso Creche é o valor estabelecido pela empresa para
reembolsar as despesas relativas à mensalidade e à matrícula / taxa de inscrição
pagas por empregados do sexo feminino à creche em que estiver matriculado o
dependente.
A empresa reembolsa gastos até o 36º mês de vida do filho, e ainda ajuda
nos anos subseqüentes com o pagamento de um percentual das despesas com
creche.
Esse benefício foi considerado, de maneira equilibrada, Importante para a
Qualidade de Vida do Trabalhador.
Seguro de Vida em Grupo
Seguro de Vida em Grupo é uma apólice que a empresa faz em nome de
seus empregados, sendo opcional para o empregado a sua inclusão. Um pequeno
valor do salário é descontado em folha de pagamento e traz grande tranqüilidade a
toda à família, pois corresponde à mensalidade do seguro de vida em grupo.
O benefício também foi entendido, de forma equilibrada, como Importante
para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
81
Material escolar e uniforme
A empresa concede no início do ano letivo aos empregados ou dependentes,
que estiverem cursando o Ensino Fundamental ou Médio, uma quantia em dinheiro
(em folha de pagamento) para aquisição de material escolar e/ou uniforme.
Segundo a maioria dos trabalhadores, esse benefício foi considerado
Importante para a Qualidade de Vida.
4.3.2.2 Comunicação e Integração
Programas Ambientais
A empresa também tem como foco a preservação do meio ambiente, aliada à
qualidade de produtos e serviços que, devido a excelência dos sistemas de proteção
ambiental, é reconhecido pelos órgãos fiscalizadores. Além disso, a empresa
desenvolve programas de proteção ao meio ambiente que incluem sistemas de
controle de poluição, proteção de área florestal, reprodução de espécies tropicais de
plantas e outras iniciativas que demandam investimentos anuais de cerca de US$ 50
milhões.
Segundo a opinião da maioria dos trabalhadores pesquisados, os programas
ambientais da empresa foram considerados Muito Importantes.
82
Programas Comunitários
A empresa investe anualmente cerca de US$ 12 milhões em projetos sociais
nas comunidades onde tem operação. Estes programas têm foco na educação,
saúde, cultura, infra-estrutura e promoção da cidadania.
A política de patrocínios da empresa prioriza investimentos em conservação
do patrimônio histórico, música e manifestações culturais regionais. Por entender
que é necessário valorizar e difundir a cultura regional, a empresa investe
prioritariamente nas cidades onde atua, ampliando o relacionamento da empresa
com as comunidades onde se insere. Como exemplo, podemos citar os programas
de treinamento em informática dirigidos às comunidades onde a empresa possui
plantas operacionais.
O que a empresa pretende com isso é valorizar o patrimônio cultural, em
todas as suas manifestações, nas comunidades em torno de suas operações
aumentando a sua credibilidade junto ao público formador de opinião e ao público
interno, reforçando os atributos da marca.
De forma geral, na percepção dos funcionários pesquisados, os Programas
Comunitários da empresa foram considerados Muito Importantes.
Visitas Familiares
A família é, na maioria das vezes, o esteio do trabalhador e exerce uma
grande influência sobre ele. Assim sendo a empresa consciente deste importante
papel tem a proposta de realizar a aproximação da família com o ambiente de
83
trabalho no qual o funcionário está inserido. Esse programa tem os seguintes
objetivos:
a) propiciar um momento agradável de integração, divulgação de
informações e esclarecimentos de dúvidas;
b) gerar uma maior proximidade com a família do empregado da empresa;
c) dar oportunidade para que as esposas conheçam o local onde seus
maridos trabalham.
Na percepção da maioria dos trabalhadores pesquisados, os programas de
visitas familiares, foram considerados como Pouco Importantes.
Programas de Comunicação
Com o intuito de tornar transparente os fatos ocorridos dentro das suas
unidades, a empresa utiliza vários veículos de comunicação. Dentre os mecanismos,
podemos citar: periódicos de circulação interna, jornais postados às residências dos
trabalhadores, palestras e reuniões informativas, central telefônica para eventuais
questionamentos, entre outros.
No entendimento da maioria dos trabalhadores, esse programa é Pouco
Importante.
84
4.3.2.3 Cultura
Código de Ética
O Código de Ética da empresa consiste num conjunto de valores que
observam os padrões éticos e morais. A empresa considera todos os seus
administradores e empregados responsáveis pela disseminação desses valores,
devendo, assim, conduzir os negócios da empresa.
A utilização dos padrões éticos e morais e a observação das normas legais
em vigor, no exercício das atividades empresariais da empresa, garantem sua
credibilidade junto ao mercado de capitais e aos mercados em que atua
regularmente.
A imagem positiva da empresa é um patrimônio de seus acionistas,
empregados e administradores, sendo fruto direto do comportamento e do
compromisso de todos estes com os princípios estabelecidos nesse Código de Ética.
São princípios fundamentais da empresa:
a) agir com responsabilidade social e com respeito ao meio ambiente;
b) atuar com responsabilidade corporativa junto a seus acionistas e aos
demais investidores;
c) respeitar e valorizar os seus empregados, administradores e a sociedade,
em geral;
d) conduzir os seus negócios atendendo as determinações legais atinentes
às atividades da empresa;
85
e) registrar as atividades empresariais da empresa nos seus livros contábeis
e societários, atendendo a legislação aplicável nos países onde a empresa
atua ou onde tenha ações (ou títulos representativos das mesmas)
negociadas em bolsas de valores.
Este Código de Ética aplica-se a todos os administradores e empregados da
empresa, suas subsidiárias e sociedades controladas e contém normas pelas quais
estes funcionários devem pautar as suas condutas funcionais nos relacionamentos
interno e externo, cabendo aos membros da Diretoria Executiva, diretores de
departamentos, gerentes gerais, gerentes e supervisores, no âmbito de suas
respectivas atribuições, zelar para que este Código seja amplamente divulgado e
adequadamente cumprido.
Na percepção da maioria dos pesquisados, o Código de Ética da empresa foi
considerado Muito Importante.
Pesquisa de Clima
Implantado na organização desde meados do ano 2000, a Pesquisa de Clima
fornece subsídios para o desenvolvimento de políticas e outros programas na
empresa. Esse programa tem o objetivo de fazer com que todos os coordenadores
compreendam as atitudes e os sentimentos dos funcionários relacionados com o
trabalho.
Na opinião da maioria dos trabalhadores, esse programa foi considerado
Pouco Importante.
86
Política de Recursos Humanos
A política de Recursos Humanos da empresa está voltada para a
aprendizagem contínua, a saúde, a segurança no trabalho e a recompensa justa
pelo desempenho de seus profissionais, responsáveis pela conquista de repetidos
recordes em todas as suas atividades. A empresa atrai, desenvolve e retém talentos.
Com isso, estimula o planejamento de carreiras, sucessões e a manutenção de um
ambiente organizacional, desafiador e motivador; acreditando que com empregados
capacitados, irá crescer no mercado global e estar entre as três maiores
mineradoras do mundo.
A empresa também incentiva a atitude socialmente responsável de seus
funcionários, com projetos em várias áreas. A cada ano lança um tema a ser
trabalhado com empregados e é também sugerido para a comunidade que trate do
mesmo tema. Com o exemplo de seus funcionários nas comunidades, a empresa
torna-se referência de atitudes corretas e socialmente responsáveis.
Na opinião da maioria dos trabalhadores, a Política de Recursos Humanos da
empresa foi considerada Muito Importante.
4.3.2.4 Formação e Desenvolvimento
Banco de Oportunidades
Esses programas têm por escopo, estimular os funcionários a registrar suas
aspirações e permitir seu remanejamento dentro do grupo da empresa, além de
87
tornar os processos seletivos internos mais ágeis, transparentes e acessíveis a
todos. Proporciona oportunidades para que novos desafios sejam encarados e
possibilita que um novo rumo seja dado à carreira. Com o Banco de Oportunidades,
todas as áreas da empresa têm acesso às qualificações dos empregados, podendo
rapidamente suprir necessidades internas de pessoal.
Para os trabalhadores pesquisados, esse programa é Muito Importante para
a Qualidade de Vida no Trabalho, uma vez que primam à valorização e
oportunidades geradas para o crescimento profissional.
Programa Caça-Talentos 2006
A demanda por profissionais diferenciados para assumirem posições críticas
no futuro aumenta em virtude do processo de expansão e internacionalização da
empresa. Para atender esta demanda, a empresa desenvolveu o Programa Caça-
Talentos que busca atrair e formar jovens com potencial para liderança e com
potencial técnico que possuam talento para envolver-se de forma estratégica com as
atividades técnicas do negócio.
Para a maioria dos pesquisados, esse programa foi considerado como
Indiferente.
88
Programas de Bolsas Escolares
Tem como objetivo, incentivar os empregados que estão cursando ou tenham
interesse em cursar algum curso de qualquer nível, relevante para os cargos por
eles ocupados dentro da organização.
Segundo a maioria dos trabalhadores, esses programas foram considerados
como Muito Importante para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
Programas de Capacitação de Juniores
Tem por finalidade, suprir a demanda da empresa, com profissionais recém
formados em nível superior e que estejam prontos a assumir desafios. Destina-se a
jovens formados há até dois nas melhores universidades do País nos cursos que
atendam a necessidade da empresa naquele período.
Segundo a maioria dos trabalhadores, esses programas foram considerados
como Pouco Importante para a Qualidade de Vida no Trabalho.
Programas de Desenvolvimento Organizacional
Preocupada com a necessidade de desenvolver talentos e criar um banco de
profissionais prontos para dar sustentação ao processo de crescimento,
diversificação e internacionalização da empresa, a organização definiu como um dos
seus objetivos estratégicos o desenvolvimento organizacional e humano.
89
Assim, foi criado o Departamento de Desenvolvimento Organizacional, com a
missão de atrair, desenvolver e reter os profissionais mais talentosos e competentes,
em quantidade e qualidade suficientes para construir a empresa do futuro.
O grande desafio colocado é o de compatibilizar o modelo de gestão e a
estrutura organizacional com pessoas talentosas e preparadas, em um ambiente
propício para a plena realização das potencialidades e, assim, contribuir para o
alcance do objetivo da empresa até 2010 que, conforme já citado, é tornar-se uma
das três maiores mineradoras diversificadas do mundo.
O Departamento de Desenvolvimento Organizacional é responsável pelas
políticas e programas de desenvolvimento organizacional e humano que contribuam
para a atração de talentos e, principalmente, para sua retenção e desenvolvimento,
incluindo mecanismos de diferenciação, remuneração e reconhecimento, além do
desenvolvimento de uma liderança transformadora que implemente com eficácia os
necessários processos de mudança.
Na percepção da maior parte dos funcionários, esse programa foi considerado
Muito Importante para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
Programas de Desenvolvimento, Carreira e Sucessões – PDCS
Destinado a todos os empregados da empresa, os PDCS têm por objetivo
proporcionar o desenvolvimento do empregado ao dar oportunidades de crescimento
e reconhecimento. Tais programas se sustentam sob três pilares:
90
a) Avaliação de Desempenho Individual: analisa, identifica e reconhece o
desempenho individual de cada empregado na execução de suas tarefas,
considerando algumas competências como por exemplo, auto-
desenvolvimento, atuação sinérgica, busca de informações,
relacionamento, criatividade, empatia etc;
b) Plano de Desenvolvimento do Empregado – PDE: é uma ferramenta
fundamental para a efetividade do programa. Nele são registradas as
ações previstas para o desenvolvimento do empregado e aprimoramento
das competências;
c) Comitês de Carreiras e Sucessões: tem por finalidade identificar os
empregados que possuam condições de ocupar os postos-chave e
gerências da empresa.
Na opinião da maior parte dos funcionários, esse programa foi considerado
Muito Importante para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
Programas de Estágio
Destinado a alunos matriculados e com freqüência efetivas nos cursos de
ensino médio e superior, esses programas visam dar oportunidades de
complementação de formação escolar aos estudantes contratados como estagiários,
que exercerão, na prática, os conhecimentos teóricos obtidos nas instituições de
ensino. O Programa de Estágio da empresa é uma das principais portas de ingresso
na Companhia.
91
Durante o período de estágio - de até dois anos, sem vínculo empregatício - o
estagiário desenvolve atividades com o acompanhamento de um supervisor,
tornando seu aprendizado mais rico e consistente, além de preparar-se para sua
inserção no mercado de trabalho.
Para grande parte dos funcionários, esse programa foi considerado Nada
Importante para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
Programas de Formação de Consultores Internos
Destinam-se ao desenvolvimento de competências interpessoais e de
consultoria, de modo a aumentar a possibilidade de influenciar positivamente as
relações com seus clientes internos, na busca de melhores resultados
organizacionais. Os consultores internos atuam como facilitadores no levantamento
e diagnóstico, propondo soluções e oferecendo sugestões, opiniões e críticas dentro
de suas respectivas áreas de atuação.
Na percepção generalizada dos trabalhadores pesquisados, esse programa
foi considerado Pouco Importante para a Qualidade de Vida no Trabalho.
Programas de Formação Profissional
Esses programas têm por finalidade proporcionar complemento de
aprendizagem teórica e prática aos estudantes selecionados nos cursos do SENAI e
do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, na condição de Menores
Aprendizes.
92
Realizados em duas fases: a primeira, teórica, realizada nos Centros de
Formação Profissional e a segunda, prática, através do exercício de atividades nas
instalações da empresa, destina-se a menores de idade, na faixa etária de
dezesseis a dezoito anos.
Na opinião de grande parte dos pesquisados, esse programa foi considerado
Importante para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
Programas de Pós-Graduação e MBA
Voltado para gerentes e empregados de nível superior de alto potencial, esse
programa tem por objetivo qualificar e capacitar os empregados da empresa,
alinhando-os com as mais modernas práticas de gestão.
Para a maioria dos trabalhadores, esse programa foi considerado Importante
para a Qualidade de Vida no Trabalho.
Programas de Treinamento em Idiomas
Esses programas objetivam proporcionar treinamento em idiomas
estrangeiros aos empregados cuja necessidade de domínio seja importante para o
desempenho das atividades exercidas ou para as quais esteja sendo preparado.
Destinam-se a empregados cuja necessidade de desenvolvimento em idiomas
estejam identificadas no Plano de Desenvolvimento do Empregado – PDE.
Esse programa foi avaliado como Indiferente para a Qualidade de Vida do
Trabalhador.
93
4.3.2.5 Segurança
Programas de Segurança no Trabalho
É política de segurança e saúde da empresa a execução de todas as
atividades de maneira segura e responsável, respeitando e preservando a saúde e a
integridade física das pessoas que atuam dentro da organização.
Segurança e Saúde Ocupacional fazem parte dos valores da empresa. São
prioridades na gestão dos negócios e não serão comprometidos em função do lucro
e produção.
A implantação e utilização das ferramentas de segurança e saúde e a
manutenção de um clima de prevenção em todas as áreas de atuação da empresa
são importantes atribuições do corpo gerencial.
Na opinião generalizada dos trabalhadores pesquisados, esse programa foi
considerado Muito Importante para a Qualidade de Vida no Trabalho.
94
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
5.1 Considerações finais
As organizações representam um papel fundamental para o desenvolvimento
econômico, tecnológico e social dos países. Muitas delas têm se preocupado em
desenvolver ações socialmente responsáveis, o que tem levado a uma nova
consciência empresarial com relação aos indivíduos e as comunidades. Desta
forma, tem-se percebido um progresso significativo dos conceitos de Qualidade de
Vida do Trabalhador. Se anteriormente estes conceitos se encontravam
direcionados para a relação indivíduo/trabalho e para a criação de melhorias do
ambiente organizacional, a partir da década de 90 percebemos uma QVT envolvida
em outros cenários. Hoje a responsabilidade sobre a Qualidade de Vida do
Trabalhador não é mais exclusiva da empresa. Ela é também compartilhada pelos
indivíduos e por outros segmentos como o estado e os sindicatos de trabalhadores.
As novas formas de gestão influenciam e são influenciadas por essa nova
realidade empresarial, principalmente no que tange à Administração de Recursos
Humanos. Isso porque estas novas estratégias buscam a criação de programas e
políticas organizacionais voltadas não apenas para o trabalhador, mas também para
o ambiente e para a comunidade. Estes programas englobam benefícios
direcionados à educação, à saúde física e mental, ao desenvolvimento de
competências, à comunicação, à excelência em produtos e serviços, ao atendimento
à comunidade, à preservação do ambiente, ao respeito ao bem estar social, etc.;
contribuindo para a qualidade de vida não só dos indivíduos diretamente ligados à
95
organização, mas também, para os membros da comunidade na qual a organização
está inserida.
O estudo realizado na “MINERAL” empresa de mineração, localizada no
Estado de Minas Gerais, teve como principal objetivo investigar o nível de qualidade
de vida dos funcionários da área de controle dentro de uma empresa do setor de
mineração, tendo como objetivos secundários, caracterizar e identificar a percepção
dos funcionários da área de controle da empresa acerca dos programas de
qualidade de vida no trabalho oferecidos pela empresa e comparar as opiniões dos
pesquisados sobre as dimensões que caracterizam e interferem na qualidade de
vida no trabalho, segundo critérios estabelecidos por Walton (1973).
Cabe ressaltar que o “EMPRESA VIVER”, programa de qualidade de vida
instituído formalmente dentro da “MINERAL”, sustenta-se em cinco pilares: Saúde,
Segurança, Cultura, Comunicação e Ambiente. Esses projetos e políticas trazem em
seu bojo, melhorar as condições de vida do trabalhador.
Na percepção dos pesquisados, os programas e políticas instituídos pela
“MINERAL” foram considerados, em sua maioria, como muito importantes e
importantes para a Qualidade de Vida do Trabalhador.
Os programas Alimentação, Plano de Saúde, Previdência Privada, Programa
de Participação nos Resultados, Programas Ambientais, Programas Comunitários,
Código de Ética, Políticas de Recursos Humanos, Banco de Oportunidades,
Programas de Bolsas Escolares, Programas de Desenvolvimento Organizacional,
Programa de Desenvolvimento, Carreira e Sucessões – PDCS, Diálogo de
Segurança Semanal e Programas de Segurança no Trabalho foram avaliados como
Muito Importantes.
96
Foram considerados como Importantes os programas e políticas: Auxílio-
Transporte, Reembolso-Creche, Seguro de Vida, Material Escolar e Uniforme,
Programas de Formação Profissional e Programas de Pós-Graduação e MBA.
Alguns programas não tiverem boa avaliação, tendo sido considerados como
Pouco Importantes: Programas Visitas Familiares, Programas de Comunicação,
Pesquisa de Clima, Programas de Capacitação de Juniores, Programas de
Formação de Consultores Internos. Foram considerados como Indiferentes:
Programa de Caça-Talentos, Programas de Estágio e Programas de Treinamento
em Idiomas.
A partir dos resultados obtidos, acredita-se que o “EMPRESA VIVER”, de uma
forma geral, contribui positivamente para a Qualidade de Vida dos funcionários da
área de controle da “MINERAL”. Entretanto, acredita-se ser necessário que a
empresa reveja a forma pela qual estão instituídos os programas e políticas que não
foram bem avaliados pelos pesquisados.
Tendo como pressuposto o modelo teórico de Walton (1973), que contempla
oito critérios de avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho, relacionando aspectos
internos e externos à organização, verificou-se em linhas gerais, uma avaliação
favorável por parte dos pesquisados acerca das dimensões que caracterizam e
interferem na Qualidade de Vida dos Trabalhadores. Conforme mencionado
anteriormente, o setor de controladoria da empresa está dividido em três
departamentos (Energia, Controle Financeiro e Contabilidade), cujos resultados
obtidos nesta pesquisa estão descritos abaixo.
Departamento de Energia: as notas foram mais homogêneas entre os
funcionários deste departamento em todas as categorias estudadas, exceto no
97
critério Compensação Justa e Adequada. Nos critérios Uso e Desenvolvimento das
Capacidades, Oportunidade de Crescimento e Segurança, Integração Social na
Organização, Trabalho e Espaço Total de Vida e Relevância Social da Vida no
Trabalho, este departamento apresentou maior nota em média comparada com os
demais departamentos, tendo maior destaque a categoria Oportunidades de
Crescimento e Segurança.
Departamento de Controle Financeiro: apresentou maior variabilidade de
respostas entre os funcionários para as categorias Compensação Justa e Adequada,
Uso e Desenvolvimento de Capacidades, Oportunidades de Crescimento e
Segurança, Constitucionalismo, Relevância Social da Vida no Trabalho, com maior
destaque nas categorias Compensação Justa e Adequada e Constitucionalismo. A
categoria que apresentou maior nota foi a Constitucionalismo, situando-se na faixa
de Discordo Pouco, e a que apresentou menor nota em média foi a categoria
Relevância Social da Vida no Trabalho, sendo que estas apresentaram valores
próximos entre os departamentos.
Departamento de Contabilidade: apresentou maior variabilidade de
respostas nas categorias Condições de Trabalho, Integração Social na Organização
e Trabalho e Espaço Total de Vida. As categorias que apresentaram maior nota em
média foram Condições de Trabalho e Relevância Social da Vida no Trabalho, com
pouca diferença comparada com os demais departamentos. As categorias que
apresentaram menor nota em média foram Uso e desenvolvimento de Capacidades,
Oportunidade de Crescimento e Segurança, Integração Social na Organização,
Constitucionalismo, Trabalho e Espaço Total de Vida, onde os demais
98
departamentos obtiveram valores consideravelmente maiores, exceto na categoria
Constitucionalismo, onde as notas entre os departamentos se aproximaram.
Relacionando os resultados globais obtidos com a teoria, verificou-se que a
empresa proporciona Qualidade de Vida no Trabalho a seus funcionários, em
relação à jornada de trabalho, de acordo com a capacidade física. Há feedback
intrínseco no que se refere às condições de desenvolvimento de trabalho em equipe,
com liberdade de expressão em relação com a comunidade e meio ambiente. Em
contra partida, os resultados obtidos demonstraram que a organização não valoriza
totalmente os funcionários, principalmente em relação a: remuneração percebida
pelos funcionários, promoções / melhorias salariais, incentivos para adoção de
novas tecnologias e / ou métodos que proporcionem um aumento de produtividade e
qualidade, distinções no tratamento de seus funcionários, feedback extrínseco,
valorização das habilidades, relação trabalho / família e vida social ativa.
Os resultados obtidos permitem algumas conclusões:
a) o reconhecimento profissional é muito importante para assegurar a
Qualidade de Vida no Trabalho. As pessoas são carentes pela valorização
do trabalho realizado;
b) ao investigar a percepção que os pesquisados têm acerca das dimensões
que caracterizam e interferem na qualidade de vida no trabalho, concluiu-
se que eles têm uma visão nítida do que necessitam para contribuir para a
sua qualidade de vida no trabalho;
c) é essencial que os funcionários percebam uma remuneração mais justa,
tendo em vista que isto atende às necessidades individuais. O profissional
deve ser recompensado pelo seu desempenho, sendo que uma
99
remuneração injusta pode gerar insatisfação e interfere na qualidade das
tarefas desempenhadas. A ausência da eqüidade interna prejudica a
qualidade de vida dos trabalhadores;
d) parece acertado afirmar que a busca pela qualidade de vida no trabalho é
representada por fatores como humanização, respeito mútuo,
reconhecimento profissional, harmonia entre gestores e subordinados e,
principalmente, trabalho em equipe.
Por fim, acredita-se ser possível o estímulo a organizações que
verdadeiramente se proponham a ações humanizadas e socialmente responsáveis.
Considera-se ainda que a implementação e manutenção de programas e políticas
que minimizem os efeitos negativos da relação homem versus trabalho seja um dos
mais significativos no cenário empresarial.
100
5.2 Recomendações
A partir do estudo realizado, sugere-se à empresa:
a) discutir amplamente este assunto, envolvendo não só a administração
como também todos os operários. Desta forma, acredita-se que poderão
emergir novos indicadores que servirão de subsídios para futuros
planejamentos de ações sobre a qualidade de vida dos trabalhadores;
b) realizar a presente pesquisa em outros departamentos da organização, a
fim de se averiguar a percepção do demais funcionários acerca dos
programas de qualidade de vida no trabalho oferecidos pela empresa;
c) promover, periodicamente, avaliações sobre a qualidade de vida dos
trabalhadores no intuito de minimizar os agentes negativos sobre eles;
d) melhorar os canais de comunicão interna, visando melhorar o feedback
aos subordinados;
e) fortalecer os resultados favoráveis apresentados neste estudo;
Sugere-se ainda como futuras pesquisas acadêmicas:
f) promover estudos com o intuito de averiguar a relação entre qualidade de
vida e desempenho no trabalho;
g) realizar de novos estudos confrontando: QVT e Turnover; QVT e
Comprometimento; QVT e Produtividade.
101
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WERTHER, William B.; DAVIS, Keith. Administração de pessoal e recursos
humanos. São Paulo: McGraw-Hill, 1983. 499p.
WESTLEY, William A. Qualidade de vida no trabalho: problemas e soluções. Rio
de Janeiro: Incisa. 1979.
WOOD, Jr. Thomaz. Mudança organizacional: aprofundando temas atuais em
administração de empresas. São Paulo: Atlas, 1995. 260p.
104
ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; Bastos, A. V. B. Psicologia,
organizações e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Artmed, 2004. 520p.
105
APÊNDICES
106
APÊNDICE 1 - Carta de Apresentação
Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo
Mestrado em Administração
Mestrando: Glauco Vinícius de Oliveira Gonçalves
Orientador: Prof. Dr. Lúcio Flávio Renault de Moraes
CARTA DE APRESENTAÇÃO
Belo Horizonte, de Janeiro de 2006
lImo. Senhor
MD. Diretor (Presidente) da
Empresa:
Solicito de V.Sa. a permissão para efetuar uma pesquisa junto a sua
conceituada empresa, como parte da minha dissertação do Curso de Mestrado em
Administração.
O estudo é direcionado para fins de pesquisa acadêmica e tem como título “A
qualidade de vida no trabalho”.
O estudo consiste no preenchimento de um questionário, que inicialmente
será aplicado aos funcionários do setor de controladoria, que se dispuserem a
participar da entrevista. As perguntas têm como objetivo, coletar dados sobre a
Qualidade de Vida no Trabalho dos funcionários, visando a melhoria da qualidade e
produtividade nas realizações das suas tarefas.
Saliento que, este estudo não pretende interferir de forma alguma no
107
desenvolvimento dos trabalhos desta empresa, e assumo o compromisso de ser o
mais discreto possível na utilização dos dados obtidos, e que também, seguirei os
seguintes preceitos éticos:
Os entrevistados irão aderir voluntariamente ao estudo, cientes de sua
natureza e circunstâncias que envolvem o processo.
Os entrevistados não serão expostos a riscos maiores que os ganhos
advindos do estudo.
A identidade dos entrevistados e da empresa será protegida
Os entrevistados serão tratados respeitosamente (não serão incluídos os
registros de dados que eles não estejam de acordo).
Os resultados serão baseados nos dados fornecidos, sem distorções.
Em caso de dúvidas, ou outras informações, coloco-me à disposição através
das seguintes formas de contato:
Atenciosamente.
Glauco Vinícius de Oliveira Gonçalves
_________________________________
108
APÊNDICE 2 - Questionário aplicado aos funcionários
Prezado entrevistado,
O questionário abaixo apresentado tem como objetivo analisar os principais
elementos do ambiente empresarial que influenciam a qualidade de vida dos
empregados. Trata-se de parte integrante da Dissertação de Mestrado Faculdades
Integradas de Pedro Leopoldo, sob a orientação do Professor Prof. Dr. Lúcio Flávio
Renault de Moraes. Os dados serão exclusivamente usados para este fim e não há
necessidade que se identifique.
Antecipadamente, agradeço-lhe a colaboração.
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: ESTUDO DE CASO EM EMPRESA DE MINERAÇÃO
Esta pesquisa tem por objetivo conhecer o nível de qualidade de vida no trabalho dos
empregados da área de controle de uma empresa do setor de mineração. Os questionários
serão tradados de forma confidencial e mantidos em sigilo. Sua participação é muito importante
e desde já agradecemos sua colaboração.
109
SEÇÃO I - DADOS
PESSOAIS
1.01 - Sexo 1.02 - Faixa Etária 1.03 - Escolaridade
Feminino Até 24 anos 1º Grau completo
Masculino De 25 a 29 anos 2º Grau completo
De 30 a 34 anos Superior completo
De 35 a 39 anos Pós-Graduado
De 40 a 49 anos Mestrado
De 50 a 59 anos Doutorado
60 anos ou mais
1.05 - Tempo de trabalho na organização 1.06 - Tipo de vínculo profissional
Até 11 meses Contratado
De 1 ano a 2 anos e 11 meses Terceirizado
De 3 anos a 4 anos e 11 meses Estagiário
De 5 anos a 9 anos e 11 meses
de 10 anos a 14 anos e 11 meses
Acima de 15 anos
1.07 - Cargo que ocupa na organização
Gerência
Coordenação / Supervisão
Analista / Especialista
Assistente / Auxiliar
Estagiário
Outro Especificar: ______________________________
110
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO II – COMPENSAÇÃO JUSTA E ADEQUADA
0 1 2 3 4 5
2.01 No meu trabalho tenho participação no lucro da empresa.
2.02
Penso que minha remuneração está de acordo com as tarefas que
desempenho.
2.03
Penso que pelo trabalho que desempenho deveria ter uma remuneração mais
justa.
2.04 No meu trabalho existem sempre promoções e melhorias salariais.
2.05 Penso que existe uma injusta desigualdade salarial no meu trabalho.
2.06
Comumente tenho que fazer outras atividades fora da empresa para
complementar minha renda.
2.07 No meu trabalho recebo benefícios na área da saúde e da alimentação.
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO III – CONDIÇÕES DE TRABALHO
0 1 2 3 4 5
3.01
No meu trabalho as normas de higiene e segurança no trabalho são
rigorosamente seguidas.
3.02
A empresa em que trabalho promove com freqüência atividades relacionadas
à saúde ocupacional.
3.03 Minha jornada de trabalho não está de acordo com minha capacidade física.
3.04
No meu trabalho tenho todos os equipamentos de que necessito para
desempenhar minha tarefa.
3.05 No meu trabalho faltam recursos materiais para realizar minhas tarefas.
3.06
No meu trabalho existem fatores físicos que interferem no desempenho de
minhas atividades.
3.07 No meu trabalho os equipamentos recebem manutenção constante.
3.08 O meu trabalho exige que eu passe muitas horas sentado.
3.09 O meu trabalho provoca um grande desgaste físico.
111
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO IV – USO E DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES
0 1 2 3 4 5
4.01
As tarefas que desempenho exigem a utilização de inúmeras habilidades
complexas e de nível elevado.
4.02
No meu trabalho recebo incentivos para adotar novas tecnologias e métodos
para aumentar a produtividade e a qualidade
4.03
No meu trabalho não tenho ensejo para tomar iniciativa nem para expor minha
opinião pessoal
4.04
No meu trabalho são comuns as oportunidades que tenho de desempenhá-lo
da maneira que mais me convier
4.05
A execução das tarefas do meu trabalho é suficiente para indicar mim
mesmo(a) se o estou realizando bem ou mal.
4.06
No meu trabalho todas as atividades por mim iniciadas são por mim
concluídas.
4.07
As tarefas que executo não fornecem indicações sobre como está o meu
desempenho.
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO V – OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO E SEGURANÇA
0 1 2 3 4 5
5.01 No meu trabalho minhas qualidades profissionais são valorizadas.
5.02 Na minha empresa temos um excelente plano de carreira.
5.03
No meu trabalho recebo ótimos treinamentos que me ajudam a desempenhar
minhas tarefas.
5.04
No meu trabalho recebo incentivos para participar de cursos, treinamentos e
palestras técnicas.
5.05 O meu trabalho me permite crescer profissionalmente.
5.06 Meu trabalho e seguro e estável.
5.07 No meu trabalho as habilidades pessoais são valorizadas e desenvolvidas.
5.08 No meu trabalho quase sempre tenho medo de ser demitido.
112
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO VI – INTEGRAÇÃO SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO
0 1 2 3 4 5
6.01 Meu trabalho demanda muita colaboração de outras pessoas
6.02
No meu trabalho todos os funcionários são tratados com igualdade pelos
superiores.
6.03
Freqüêntemente os meus superiores me comunicam sobre o que eles
pensam a respeito do meu desempenho no trabalho.
6.04 No meu trabalho desempenhamos atividades em equipe.
6.05 No meu trabalho me sinto desvalorizado pelos meus superiores.
6.06
Meu trabalho não requer a necessidade de perguntas ou conversas com
outras pessoas.
6.07 No meu trabalho a relação entre as pessoas é sempre valorizada.
6.08 Meus superiores nunca me fornecem “feedback” sobre meu desempenho.
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO VII – CONSTITUCIONALISMO
0 1 2 3 4 5
7.01
A estrutura do meu trabalho não me oferece ensejo de realizá-lo do princípio
ao fim.
7.02
No meu trabalho tenho espaço para dar a minha opinião na maneira como o
trabalho deva ser direcionado.
7.03
Minha rotina me obriga a ter menos espaço para o lazer e para atividades
esportivas.
7.04 No meu trabalho somos constantemente vigiados.
7.05 Minhas tarefas são simples e repetitivas.
7.06 No meu trabalho todas as atividades são cronometradas.
113
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO VIII – TRABALHO E ESPAÇO TOTAL DE VIDA
0 1 2 3 4 5
8.01
No meu trabalho são sempre oferecidas oportunidades de a minha família
participar de alguma atividade.
8.02 Eu penso com freqüencia em demitir-me deste emprego.
8.03
O meu trabalho na maioria das vezes não permite que eu passe mais tempo
com minha família
8.04 Quase sempre levo trabalho para casa.
8.05 Meu trabalho me permite ter uma vida social ativa.
8.06 Estou satisfeito(a) com o tipo de tarefa que desempenho neste trabalho.
Discordo Concordo
Totalmente Bastante Pouco Pouco Bastante Totalmente
SEÇÃO IX – RELEVÂNCIA SOCIAL DA VIDA NO TRABALHO
0 1 2 3 4 5
9.01 No meu trabalho são desenvolvidas atividades em prol da comunidade
9.02
Penso que minha empresa deveria se preocupar mais com as questões
sociais do pais.
9.03 Meu trabalho tem impacto na vida de várias outras pessoas.
9.04 Penso que minha empresa tem um sério compromisso com o meio ambiente.
9.05
A comunidade sempre encontra espaço nas atividades desenvolvidas no meu
trabalho.
9.06 Meu trabalho é sem sentido na grande maioria das vezes.
114
Como você avalia os programa de QVT oferecidos
pelo empresa?
Nada Importante
Pouco Importante
Indiferente
Importante
Muito Importante
PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
 
Código de Ética da Empresa X
Programas Ambientais
Programas de Desenvolvimento Organizacional
Programas de Estágio
Banco de Oportunidades
Programas de Bolsas Escolares
Programas de Capacitação de Juniores
Programas de Formação Profissional
Programas de Desenvolvimento, Carreira e Sucessões - PDCS
Programas de Pós-Graduação e MBA
Programas de Treinamento em Idiomas
Programas de Formação de Consultores Internos
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AMS
Reembolso Creche
Material escolar e uniforme
Seguro de vida em grupo
Alimentação
Auxílio transporte
Política de RH
Programa Caça-Talentos 2006
115
Aprendizagem e desenvolvimento contínuo - é assim que a
Companhia Vale do Rio Doce prepara seus profissionais.
Programa Caça-Talentos 2006
Pesquisa de Clima
DDS
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