Download PDF
ads:
JORGE PEREIRA DA SILVA
ESTUDO ULTRAESTRUTURAL E IMUNOLÓGICO DA RELAÇÃO
PARASITA-HOSPEDEIRO NA CROMOBLASTOMICOSE.
TESE SUBMETIDA À UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO VISANDO A
OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
INSTITUTO DE BIOFÍSICA “CARLOS CHAGAS FILHO”
PROGRAMA NACIONAL DE COOPERAÇÃO ACADÊMICA
PROCAD/CAPES – UFRJ/UENF/UFPA.
TESE DE DOUTORADO
Estudo ultraestutural e imunológico da relação parasita-hospedeiro na
cromoblastomicose.
Aluno:
Jorge Pereira da Silva
Orientadora:
Sonia Rozental
Co-orientador:
Cláudio Guedes Salgado
Tese de Doutorado apresentada ao Programa
de pós-graduação em Ciências Biológicas –
Biofísica, IBCCF, CCS, UFRJ, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Ciências Biológicas (Biofísica).
Rio de Janeiro, RJ.
Outubro - 2006
ads:
Silva, Jorge Pereira da
Estudo ultraestrutural e imunológico da relação parasita – hospedeiro na
cromoblastomicose. Rio de Janeiro, UFRJ, IBCCF, 2006.
Tese: Doutor em Ciências Biológicas (Biofísica).
1. Células de Langerhans 2. Relação fungo-hospedeiro
3. Cromoblastomicose 4. Fonsecaea pedrosoi
5. TGF-β 6. Modulação Th1-Th2
I - Universidade Federal do Rio de Janeiro
II - Título
iv
O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Biologia Celular de Fungos
do Instituto de Biofísica “Carlos Chagas Filho” da Universidade Federal do Rio de
Janeiro e no Laboratório de Dermato-Imunologia da Universidade Estadual e
Universidade Federal do Pará, Secretaria Estadual de Saúde Pública do Pará, sob a
orientação da Profª. Drª. Sônia Rozental e Co-orientado pelo Profº. Dr. Cláudio
Guedes Salgado.
v
Dedico este trabalho às pessoas mais importantes da
minha vida, minha esposa Ruth Léa e ao meu filho
Gustavo Lara.
vi
AGRADECIMENTOS
À Profª. Drª. Sônia Rozental, pela orientação, por acreditar neste trabalho e pelo
acompanhamento de minha trajetória de capacitação desde o Mestrado.
Ao Profº. Dr. Cláudio Guedes Salgado, pela co-orientação, pela amizade, respeito profissional
nas minhas atividades no LDI e paciência durante este trabalho.
Aos Professores Doutores Wanderley de Souza e Cristóvam W. Picanço Diniz por viabilizar
esta modalidade de capacitação, pelo sucesso do MINTER e PROCAD.
Aos Doutores Jorge Travassos e Edvaldo Loureiro, ex-Diretores do Instituto Evandro
Chagas/SVS/MS, por permitir a realização de parte desta Tese nos laboratórios do IEC.
Ao Dr. Manoel do C. P. Soares, Chefe do Setor de Microscopia do IEC, por disponibilizar o
setor para as imagens eletrônicas e pelo incentivo constante a realização deste trabalho.
Ao Mestre José Antonio P. Diniz Jr., pela amizade, pela cooperação, pela disponibilidade em
ajudar, pois este trabalho só foi possível devido sua dedicada colaboração.
À Drª Celuta Alviano, pelo incentivo, pela explosão de alegria e carinho, estimulo e apoio por
toda esta minha caminhada rumo a capacitação, desde o Mestrado.
À Drª Rosângela Soares pela amizade, paciência em ouvir minhas angústias, incentivo
durante todo o tempo de minha busca à capacitação, iniciada no Mestrado.
Às Professoras Doutoras, Narcisa, Márcia Attias, Técia, Thaís Souto-Padron, pelo carinho
com que me receberam no Laboratório Hertha Mayer, desde o meu Mestrado.
Ao Mestre Moisés Batista, dinâmico companheiro do LDI, pela amizade, incansável
colaboração e por sua valiosa dedicação, pela qual foi possível a realização desta Tese.
Aos amigos e amigas do LDI, Patrícia Fagundes, Patrícia Ramos, Simone, Suellen, Maysa,
Helio, Vânia, Kátia, Lívia, Elaine, Rachel, Fátima, Sidnei, Silvia, Nilce, Cleide, Aluízio e
Antonio.
Aos amigos, Jovens Doutores, Márcio, Leonardo, Anderson, pelo incentivo e carinho com que
me receberam no grupo, desde o Mestrado, obrigado por tudo.
Aos membros do Laboratório de Estrutura de Superfície de Microorganismos, Daniela,
Lucimar e Fátima, grato pela cooperação, desde o inicio desta carreira.
Às UFRJ, UENF e UFPA, institucionalmente, por proporcionarem esta modalidade de
capacitação profissional.
Meus sinceros agradecimentos, grato por tudo.
viii
RESUMO
Fonsecaea pedrosoi, fungo dematiáceo, é o principal agente etiológico da
chomoblastomycosis, uma crônica, micose granulomatosa normalmente limitada à pele e
tecidos subcutâneos. A infecção pelo F. pedrosoi, inicia-se com a implantação traumática de
conidios ou fragmentos de hifas em tecidos subcutâneos. Os mecanismos de defesa do
hospedeiro, granuloma, e citocinas envolvidas na formação da fibrose, patogênese da
inflamação e reparação tecidual na cromoblastomicose são pouco conhecidos. A resposta
imune celular contra fungo é essencial para controle da infecção. Células de Langerhans
(CsL) são derivadas da medula óssea, específica de monócitos, células dendriticas
apresentadoras de antígenos da epiderme. As CsL estão localizadas na camadade suprabasal
da epiderme e em mucosas onde elas tem papel importante nas respostas imunes da pele. O
propósito do estudo presente foi avaliar a relação de fungo-hospedeiro cromoblastomicose,
através da análise ultrastructural e imunológica, da interação de CsL purificadas de Balb/c
com conídios e células escleróticas induzidas in vitro, de F. pedrosoi, em mio de cultura
RPMI-1640, quantificando a citocina TGF-β por ELISA no subrenadante da interação e no
plasma de pacientes de cromoblastomicose. Nossos resultados mostraram para que CsL
fagocitam conídios, porem não células escleróticas F. pedrosoi, nas 03 primeiras horas de
interação, enquanto que inibe a formação de hifas durante 36 horas de co-cultura de ambas as
formas, interiorizadas ou não. Também, analisou-se a maturação de CsL, pela expressão
inibida de CD40 e B7 através de interação com conídio, porem não com de células
escleróticas. Níveis de TGF-β no soro de pacientes de cromoblastomicose. Destruição de
fungos por Itraconazol correlaciona-se com queda plasmática de TGF-β, porem a
remodelação tecidual provavelmente aumenta seu nível, interferindo com a resposta imune
celular. Nossos dados demonstraram uma importante função das CsL na inata e adaptativa
imunidade contra infecção de F. pedrosoi e que este fungo induz uma resposta de Th1 após a
implantação de fungo em pele até o início das lesões e desenvolvendo uma resposta de Th2
após o aparecimento das lesões clínicas. Também, mostrou que o isolamento e purificação de
CsL, é um modelo experimental importante para o estudo do fungo-hospedeiro na
cromoblastomicose, assim como também para outras patologias nas quais o patógeno
penetram no hospedeiro através da pele. Estes resultados podem subsidiar conhecimento para
outras pesquisas, enquanto busca estratégias para o tratamento ou controle do
cromoblastomicose.
ix
ABSTRACT
Fonsecaea pedrosoi, a dematiaceous fungus, is a major etiological agent of
chomoblastomycosis, a chronic, granulomatous mycosis usually confined to skin and
subcutaneous tissues. The infection by F. pedrosoi begins with the traumatic implantation of
conidia or hyphae fragments in subcutaneous tissues. The host defense mechanisms,
granuloma, and cytokines engaged in fibrosis formation, pathogenesis of the inflammation
and tissue repair in chromoblastomycosis are poorly understood. The cellular immune
response against fungus is essential to control infection. Langerhans cells (LC) are derived
from specific bone-marrow derived monocyte, dendritic antigen-presenting cells of the
epidermis. LC are localized in suprabasal layers of the epidermis and in mucosa, where they
play important roles in skin immune responses. The purpose of the present study was to
evaluate the host-fungus relation in cromblastomycosis, through ultrastructural and
immunological analysis of purified from Balb/c LC interaction with F. pedrosoi conidia or in
vitro produced sclerotic cells, in RPMI-1640 culture medium, to quantify the cytokine TGF-β
by ELISA in the supernatants of the interaction and plasmatic levels of TGF-β in
chromoblastomycosis patients. Ours results showed that LC phagocytose F. pedrosoi conidia
but not sclerotic cells in the first 3hours of interaction, inhibiting hyhae formation during 36
hours co-culture from both forms, internalized or not. Also, LC maturation, analyzed by the
expression of CD40 and B7-2 was inhibited by conidia, but not by sclerotic cells. TGF-β
serum levels are high in chromoblastomycosis patients. Fungal destruction by Itraconazole
correlates with TGF-β downregulation, but tissue remodeling probably raises its levels again,
interfering with cellular immune responses. Ours data demonstrated an important inate and
adaptive immunity function of LC against F. pedrosoi infection and that this fungus induces
an Th1 responses after implantation of fungus in skin until the beginning of the lesions and
developing an Th2 response with the emergence of the clinical lesions. Also show that
isolated and purity LC is an important experimental model for the study of the fungus-host in
the chromoblastomycosis, as well as others pathologies in which the pathogen penetrate in the
host across the skin. These results can subsidze knowledge for others research, seeking
strategies for the treatment or control of the chromoblastomycosis.
x
SUMÁRIO
Título Pagina
Ficha Catalográfica iv
Apresentação v
Dedicatória vi
Agradecimentos vii
Resumo viii
Abstract ix
1. INTRODUÇÃO 01
1.1 A Patologia 01
1.2 O Fungo Fonsecaea Pedrosoi 09
1.3 Células de Langerhans 12
1.4 Resposta Imune X Fungos 16
1.5 Citocinas X Fungos 24
1.5.1 Citocinas Th1
28
1.5.2 Citocinas Th2
29
1.6 Interação de Células do Sistema Imune X Fungos 32
1.7 Interação de Células de Langerhans X Fungos 37
2. OBJETIVOS 40
2.1 Geral 40
2.2 Específicos 40
3. MATERIAL E MÉTODOS 42
3.1 Material Biológico 42
3.2 Métodos laboratoriais 42
3.2.1 Isolamento do Fungo Fonsecaea pedrosoi
42
3.2.2 Produção de micélio
42
3.2.3 Produção de conídios
42
3.2.4 Produção de hifas
43
3.2.5 Produção de células escleróticas in vitro
43
3.2.6 Obtenção das células de Langerhans
44
3.2.7 Determinação de índice de purificação das CsL
44
3.2.8 Cultivo das CsL
45
3.2.9 Interação das CsL com o fungo Fonsecaea pedrosoi
45
3.2.10 Processamento de material para microscopia ótica
45
3.2.10.1 Coloração pelo Giemsa
45
3.2. 9.2 Imunofluorescência e Citometria de Fluxo
46
3.2.11 Processamento de material para microscopia eletrônica
46
3.2.11.1 Microscopia eletrônica de transmissão
46
3.2.11.2 Microscopia eletrônica de varredura
47
3.2.12 Identificação e quantificação da citocina TGF-β em sobrenadante
48
3.2.13 Quantificação de TGF-β no plasma de pacientes com cromoblastomicose
48
3.2.14 Análise estatística
49
4. RESULTADOS 50
4.1Caracterização ultraesturutural das CsL purificadas da epiderme de
camundongos Balb/c
50
4.2 Interação das CsL purificadas e conídios de Fonsecaea pedrosoi 50
4.3 Interação das CsL purificadas e células escleróticas de Fonsecaea pedrosoi
induzidas in vitro
51
4.4 Interação das CsL purificadas e hifas de Fonsecaea pedrosoi 51
xi
4.5 Expressão de moléculas co-estimulatórias B7-2 e CD40 em CsL após 36
horas de interação com Fonsecaea pedrosoi
51
4.6 Quantificação da TGF-β no plasma de pacientes portadores de
cromoblastomicose.
52
4.7 Quantificação de TGF-β no sobrenadante após 36h de interação entre CsL e
o fungo Fonsecaea pedrosoi, em RPMI-1640.
53
5. DISCUSSÃO 68
6. CONCLUSÕES 74
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 76
xii
INTRODUÇÃO
1.1. A PATOLOGIA
A cromoblastomicose, também conhecida como cromomicose, micose de Carrión,
micose de Lane-Pedroso, dermatite verrucosa e blastomicose negra, é um termo utilizado para
designar um grupo de infecções fúngicas subcutâneas, crônicas, causadas por implantação
transcutânea de diversas espécies de fungos demáceos, isto é, fungos melanizados (Maslin et
al., 2001). A infecção geralmente ocorre após traumatismo da pele e inoculação percutânea de
conídios ou hifas destes fungos. Estes agentes crescem em matéria orgânica em
decomposição, farpa de madeira, gravetos, espinhos de plantas vivas ou mortas (Rubin et al.,
1991; Salgado et al., 2004; Zeppenfeld et al., 1994). No sítio de inoculação ocorre uma lesão
limitada ao tecido cutâneo e subcutâneo, sendo caracterizada clinicamente pelo aspecto
verrucoso (Fig.01A e B) com presença de nódulos que podem ulcerar e que se elevam de 01 a
3cm acima da pele, culminando com hiperceratose e hipercantose dos tecidos lesionados
(Kwon-Chung & Bennet, 1992) (Fig.01C). Essas úlceras localizadas podem tornar-se
vegetantes, adquirindo aspecto papilomatoso semelhante à couve-flor (Rippon, 1998)
(Fig.01D), assim como em alguns casos pode ocorrer quadro de disseminação (Salgado et al.,
2005) (Fig.01E). A doença é mais freqüente em regiões tropicais e subtropicais entre
trabalhadores rurais, sendo que a faixa etária mais atingida coincide com a fase mais
produtiva do individuo, tornando os pacientes morbidamente limitados tanto para o trabalho,
quanto para o convívio social (Lacaz et al., 1991). Em relação ao sexo, a infecção predomina
em homens, em menor número em mulheres e sendo rara em crianças, mesmo sendo as
crianças expostas às mesmas condições ambientais que os adultos infectados. Esta raridade de
casos em crianças sugere pensar em um possível longo período de latência do fungo no
hospedeiro e/ou outro fator ainda não esclarecido, até a manifestação clínica da micose
(Vollum, 1997).
1
Figura 01: Diferentes aspectos clínicos das lesões de cromoblastomicose. A) Aspecto clássico das lesões de
cromoblastomicose (lesão vegetante com fibrose acentuada), B) Lesão verucosa, C) Lesão tricofitóide. D) Lesão
crostosa, E) Caso de cromoblastomicose cutânea disseminada. (Fonte: Laboratório de Dermato-Imunologia
UEPA/UFPA/MC)
Os agentes etiológicos da cromoblastomicose têm suas ocorrências saprofíticas bem
documentadas (Rios-Fabra et al., 1994). Os principais agentes são os fungos demáceos
Fonsecaea pedrosoi e Cladophialophora carrionii, com menor frequência outras espécies têm
sido implicadas como agentes desta micose, Phialophora verrucosa, Rhinocladiella
aquaspersa ou Wangiella dermatitidis (Esterre & Queiroz-Telles, 2006), assim como
Exophiala jeanselmei (Queiroz-Telles et al., 2003) e Exophiala spinifera (Tomson et al.,
2006) (Fig.02A-D). Entretanto a maioria dos autores considera o gênero Exophiala como
sendo exclusivo agente de feohifomicose, outro grupo de micoses subcutânea e profunda
caracterizadas pela presença no tecido parasitado de fungos demáceos nas formas
filamentosas (McGinnis & Hilger, 1987).
2
Figura 02: Principais agentes da cromoblastomicose, mostrando os respectivos conidióforos que caracterizam as
diferentes espécies de fungos: A) Fonsecaea pedrosoi, B) Phialophora verrucosa, C) Exophiala spinifera e D)
Cladophialophora carrionii (Fonte: Laboratório de Dermato-imunologia/UEPA/UFPA/MC). Barra: 10µm.
Os agentes da cromoblastomicose, aparentemente, são de baixo poder patogênico e
apresentam um tipo de dimorfismo dependente da resistência do hospedeiro e/ou do tecido
onde foram implantados. Nos tecidos lesionados apresentam-se sob a forma denominada
células escleróticas ou “células muriformes”, que se reproduzem por septação em mais de um
plano (Matsumoto, 1984). As células escleróticas, formas fúngicas encontradas no
hospedeiro, representam uma forma vegetativa intermediária entre o conídio e a hifa
(McGinnis, 1983). Este dimorfismo é a habilidade que alguns fungos possuem de mudar da
forma de levedura ou filamentosa para outras formas só encontradas na fase parasitária do
fungo, em resposta às alterações do ambiente natural de crescimento para o novo ambiente
parasitário, ou seja, o hospedeiro, a capacidade destes microrganismos agirem como parasitas
nas infecções em mamíferos (Madhani & Fink, 1998). A diferenciação de hifas ou conídios
em células escleróticas ou “células muriformes”, ocorrida no tecido do hospedeiro, é um
aspecto biológico cujo mecanismo ainda não está devidamente esclarecido (Walter et al.,
1982).
3
Quanto ao tratamento da cromoblastomicose, até o presente momento, nenhuma droga
ou procedimento conhecido pode ser considerado de eficácia absoluta. As terapias podem ser
divididas em simples ou combinação de drogas que inclui o uso sistêmico ou intralesional de
Anfotericina-B com 5-Fluorcitosina e Itraconazol oral, droga mais largamente utilizada
atualmente (Fig.03). Outras terapias incluem métodos físicos, cirurgias convencionais,
cirurgia a laser, termoterapia e crioterapia. O sucesso terapêutico nos casos de
cromoblastomicose é determinado por vários fatores, inclusive, pelo agente etiológico, em
virtude de sua sensibilidade às drogas. Infelizmente, o F. pedrosoi, que é o fungo mais
comumente isolado, é o menos sensível às drogas antifúngicas utilizadas atualmente. Alguns
resultados favoráveis, com o uso de Itraconazol (Fig.03), foram obtidos no tratamento desta
micose causada por F. pedrosoi (Borelli, 1987; Queiroz-Telles et al., 1992; Smith et al.,
1993). O tamanho da lesão é algo relevante, porque lesões pequenas podem ser tratadas com
meios físicos, cirurgias convencionais, a laser ou através do calor (Bonifaz et al., 1997). Uma
das terapias combinadas que têm apresentado bons resultados consiste na combinação de
Anfotericina-B com 5-Fluorcitosina (Fig.03), raspagem e crioterapia, apesar dos efeitos
colaterais da Anfotericina-B e da ocorrência de cepas de F. pedrosoi resistentes a 5-
Fluorcitosina (Poirrez et al, 2000). Também foram obtidos excelentes efeitos terapêuticos
com Itraconazol em casos cujo agente era C. carrionii (Crowe & Martin, 2000). Outras
combinações foram tentadas com algum sucesso, como o uso alternado de Itraconazol e
Terbinafina (Gupta et al., 2002), combinação de vitamina D3 por via parenteral com
Terbinafina oral em casos refratários a outros tipos de terapia (Hussain et al., 2002) e uso de
laser de dióxido de carbono associado a termoterapia, isto é, com aplicações de calor sobre as
lesões (Hira et al., 2002). Bonifaz et al.,(2004), sugerem o tratamento de lesões pequenas por
criocirurgia e por “spray” com nitrogênio liquido em pacientes com grandes lesões. A
quimioterapia com as drogas 5-Fluorcitosina e Itraconazol deve ser utilizada para a redução
do tamanho das lesões seguido de termoterapia (calor local ou criocirurgia), assim como
determinar in vitro a sensibilidade do fungo a diversos fármacos, para estimar a concentração
inibitória mínima do antifúngico. Ungpakorn & Reangchaínam (2006), obtiveram bons
resultados, com 66,7% de cura dos casos tratados, utilizando pulsoterapia com 400mg/dia de
Itraconazol durante uma semana por mês em um período de doze (12) meses, sem observar
efeitos colaterais durante o tratamento.
4
Figura 03: Drogas utilizadas no tratamento da cromoblastomicose - Itraconazol, Anfotericina B e 5-
pacientes oriundos de áreas rurais de Salta e Jujuy, isolando F. pedrosoi através de culturas
em amostras de 36 pacientes.
Figura 04: Mapa mostrando a distribuição geográfica mundial de casos de cromoblastomicose. Amarelo (países
com menos de 10 casos registrados), marrom (entre 10 e 50 casos registrados), laranja (entre 50 e 100 casos
catalogados) e vermelho (acima de 100 casos)-Fonte: Silva, 2006.
No Brasil, a cromoblastomicose ocorre em vários estados do país, com casos
distribuídos por todas as regiões geográficas (Fig.05). Vários casos foram relatados no Rio
Grande do Sul (Minotto et al., 2001), no estado do Espírito Santo (Mattê et al., 1990); no
estado de São Paulo onde inclusive foram relatados os primeiros casos na história da doença
(Lacaz et al., 1991); no estado do Maranhão (Silva et al, 1992); no estado da Bahia, inclusive
com casos com lesão de localização não usual, como a região auricular (Bittencourt et al.,
1994). A maioria dos casos do país é de pacientes oriundos da região Amazônica, com
destaque para os casos do estado do Pará, provavelmente a segunda região mundial em
número de casos registrados (Silva et al., 1999), sendo o F. pedrosoi, quando isolado, o
agente etiológico de todos os casos relatados no país (Fig. 05).
6
Figura 05: Mapa do Brasil com distribuição de casos de cromoblastomicose no País:
Branco (sem registro de caso), amarelo-claro (até 50 casos registrados), amarelo vivo (entre
50 e 300 casos registrados) e vermelho (mais de 300 casos
)
. Fonte: Silva, 2006.
Na Europa, alguns casos foram relatados em diversos países, como na França (Le Gall
et al., 1993), na Rússia (Malkina & Darchenkova, 1977) e na Finlândia (Souck, 1988). Na
Ásia, foram relatados casos na China e Filipinas (Al Doory, 1947), na Malásia (Jayalakshmi
et al., 1990); na Índia, onde até 1954, eram conhecidos 30 casos (Rajendran et al, 1997); no
Sri Lanka relatos de 71 casos (Attapattu, 1997). No Japão, o número de casos a partir de 1955
tem aumentado drasticamente. Sendo que até 1983 foram observados 290 casos com
isolamento de 275 amostras, e o agente etiológico isolado e identificado em 215 casos (86%)
foi o F. pedrosoi, e ao contrário de outras regiões mundiais, em mais de 50% dos casos as
lesões eram localizadas nas extremidades superiores do corpo e áreas da face e pescoço
(Fukushiro, 1983). Uma revisão de casos deste país destaca um adicional de 212 casos até o
ano de 2001 (Kondo et al, 2005). Na Austrália, na maioria dos casos relatados, o agente
etiológico principal é o C. carrionii (Leslie & Beardmore, 1979). A predominância deste
7
agente etiológico está relacionada com o clima continental, quente e seco deste país, onde a
precipitação pluvial é escassa, apenas 11% do território recebe mais que 1000 mm
3
de chuvas,
enquanto 2/3 recebe menos de 500 mm
3
de chuvas.
No Continente Africano, a cromoblastomicose foi relatada no Quênia, Tanzânia (Al
Doory, 1974), no Zaire (Banks, 1985), na Líbia (Bhaktaviziam et al., 1983) e Moçambique
(Magalhães & Meyer, 1970). Em Madagascar, o principal foco de cromoblastomicose do
mundo, atualmente foram registrados 1343 casos no período de 1955 a 1994, a maioria dos
pacientes eram trabalhadores rurais e lenhadores, atividades que podem justificar a
localização das lesões, 75% nas pernas e pés, sendo que 87% dos pacientes são do sexo
masculino e 98% com idade acima de 16 anos. Dos casos isolados e identificados por cultivo,
o agente etiológico foi F. pedrosoi em 61,8%, de lesões de pacientes oriundos de regiões de
floresta, em 38,2% foi o C. carrionii o fungo isolado de pacientes oriundos das regiões
semidesérticas do País (Esterre et al., 1996).
A cromoblastomicose, na maioria dos casos atinge trabalhadores rurais do sexo
masculino, sem predisposição racial, sendo a faixa de 30-50 anos de idade a mais atingida.
Crianças expostas às mesmas condições raramente desenvolvem a doença (Vijaya & Kumar,
2005). A relação homem/mulher entre os pacientes é mais ou menos 10:1 na maioria dos
países onde ocorre a doença, talvez porque os homens ficam mais expostos a traumatismos
em função da atividade no campo, a qual é exercida predominantemente pelo sexo masculino
(Lacaz et al., 1991). Porém, essa mesma relação no Japão é quase igual entre os dois sexos
(Fukushiro, 1983). Entre os pacientes Zulus da província de Natal (África do Sul), onde as
mulheres trabalham no campo, 11 de 18 casos, são mulheres (Bayles, 1971). No Brasil, em
algumas séries de casos observados, os aspectos epidemiológicos apresentam semelhanças.
Estudos de Londero & Ramos (1976), no Rio Grande do Sul, demonstraram que a maioria dos
pacientes é do sexo masculino e 90% apresentam as lesões nos membros inferiores. Silva et
al., (1992), estudando casos no estado do Maranhão, relatam que 84,6% dos pacientes eram
do sexo masculino, 92,3% eram lavradores e 84,6% as lesões localizavam-se nos membros
inferiores. Relato de 12 casos de cromoblastomicose no Rio Grande do Sul realizado por
Matte et al., (1997), refere-se que 11 pacientes eram do sexo masculino e 01 feminino, 10
pacientes eram agricultores, e que os membros inferiores estavam acometidos em 09
8
pacientes. E quanto a casos, onde as lesões foram encontradas em regiões do corpo não
usuais, Bittencourt et al., (1994), relatam um caso de Cromoblastomicose auricular. Belfort et
al., (1960), descrevem casos na face e pescoço. Zaror et al., (1986), descrevem um caso de
localização nasal e Hofling-Lima et al., (2005), publicaram relato de um caso ocular com
lesão da córnea após traumatismo.
Estudos epidemiológicos de 325 casos de cromoblastomicose no estado do Pará,
Brasil, demonstraram que pacientes masculinos (93%), maioria lavradores (86%) com idade
entre 41-70 anos foram os mais atingidos pela micose, tendo como principal agente etiológico
identificado em exames micológicos foi o F. pedrosoi e que este número de casos destaca esta
região da Amazônia como o principal foco da doença no país e provavelmente a segunda
região mundial em número de casos descritos (Silva et al., 1999).
1.2. O FUNGO Fonsecaea pedrosoi
O agente da cromoblastomicose (Fig 06A), F. pedrosoi, é um fungo demáceo, cujas
características destes incluem: parede celular melanizada, crescimento lento, colônias com
aspecto aveludado e coloração variando do verde oliva ao negro (Fig 06C), reproduzindo no
tecido como formas escleróticas (Fig 06B), por subdivisão celular planária, e no meio
ambiente por produção e liberação de propágulos (conídios) (Fig 06D), por desarticulação
(Sterflinger et al., 1999). Sua localização taxonômica pode ser definida, por aspectos
ultraestruturais, como sendo um Ascomiceto (Rozental et al., 1994b) e por biologia
molecular, situada na ordem Chaetothryriales e na família Herpotrichiellaceae (De Hoog, et
al., 2000). A micromorfologia apresenta hifas septadas, ramificadas e de coloração marron-
claro, com produção de conídios de forma simpodial sobre células conidiogênicas (De Hoog
& Guarro, 1995) (Fig.06D).
9
Figura 06: Características do principal agente da cromoblastomicose: A) Lesão verrucosa clássica, B)
Células escleróticas em exame micológico direto, clarificado com KOH à 20%, C) Cultura em agar-Sabouraud,
D) Microcultivo em lâmina mostrando conidióforo característico de F. pedrosoi (Riddel, 1950). Fonte:
Laboratório de Dermato-Imunologia/UEPA/UFPA/MC. Barra escura =1cm, Barra clara =10µm.
A forma parasítica ou tecidual consiste em células escleróticas, que são células
leveduriformes de parede espessa, septadas em mais de um plano, com aproximadamente 12
µm de diâmetro (Fig. 07). Estas células aparentemente representam uma forma vegetativa
intermediaria que está fenotípicamente entre as morfologias de levedura e hifa (McGinnis,
1983). Estas formas podem ser obtidas in vitro em meio quimicamente definido adicionado de
propranolol (Alviano et al., 1992) e em meio com pH baixo contendo quelantes de cálcio ou
suplementado de cálcio, indicando que este pode ser um fator envolvido na indução de células
escleróticas in vitro (Mendoza et al., 1993). Células escleróticas obtidas in vitro induzidas
com propranolol ou por meio quimicamente definido (Fig. 07B e D) possuem similaridade
ultraestrutural e antigênica com as células encontradas em lesões de pacientes (Fig. 07A e C)
(Silva et al., 2002). Estudos revelam que a diferenciação celular de F. pedrosoi em células
escleróticas in vivo, pode ser obtida com a interação deste fungo com fator de agregação
plaquetária (PAF) liberado por células do sistema imune (Alviano et al, 2003). Estudos
10
recentes, objeto de estudo de tese de mestrado (Dissertação defendida e artigo submetido por
Silva et al., 2006) mostram que conídios de F. pedrosoi sofrem diferenciação em meio natural
com biomasa de Teobroma grandiflorum, Bactris gasipae entre outras (Fig.07B), assim como
em meio quimicamente definido (Fig.07) composto por nitrato de potássio, sulfato de
magnésio, fosfato de potássio monobásico e dextrose.
Figura 07: Prancha mostrando características
morfológicas de células escleróticas obtidas in vivo e
in vitro. A e C) Exame micológico direto das lesões,
B) Célula esclerótica induzida in vitro em meio
natural e D) Célula esclerótica induzida in vitro em
meio quimicamente definido. (Fonte: Laboratório de
Dermato-Imunologia-UEPA/UFPA/MC). Barra 5µm.
A coloração marrom é devida à presença de melanina na parede do fungo, pigmento
marrom ou negro, que são polímeros multifuncionais de alto peso molecular, formados a
partir de polimerização oxidativa de compostos fenólicos (Hamilton & Gomes, 2002). O F.
pedrosoi produz melanina em grânulos citoplasmáticos, chamados de melanossoma e os envia
à parede celular. A melanogênese em F. pedrosoi é ativada com solução salina contendo soro
fetal bovino demonstrando que o mesmo pode acontecer no contato com soro humano após a
inoculação fúngica (Franzen et a.l, 1999). Estudos demonstram que melanina sintética possue
ação imunomoduladora, com implicação na supressão da produção de citocinas pró-
inflamatórias, dados que sugerem que a melanina produzida pelos fungos pode ter um papel
similar na immunossupressão localizada durante a infecção fúngica (Mohagheghpour et al.,
11
2000). Estudos demonstraram que no soro de pacientes com cromoblastomicose, contém
anticorpos antimelanina, dados que indicam que a melanina existente no agente F. pedrosoi é
uma estrutura imunologicamente ativa, capaz de induzir respostas humoral e celular que
podem ajudar o sistema de defesa do hospedeiro no controle desta micose (Alviano et al.,
2004). A relação entre melanina fúngica e a resposta imune foi observada na sobrevivência de
camundongos infectados experimentalmente com Cryptococcus neoformans, quando foram
tratados com anticorpos monoclonais antimelanina (Rosas et al., 2001).
A ultraestrutura das células escleróticas ou muriformes de F. pedrosoi, não revelou até
agora, de forma bem definida, a presença de núcleo, mitocôndrias ou retículo endoplasmático,
porém alguns autores confirmam a presença destas organelas, além dos ribossomos e vacúolos
(Walter et al., 1982). A análise por técnicas de congelamento seguido por fratura demonstra
diferenças significativas na quantidade de proteínas integrais de membrana entre as faces
externa (E) e protoplasmática (P) da membrana celular de conídios, o mesmo não sendo
verificado em micélio. Além disso, a face P dos conídios apresenta invaginações numerosas e
irregulares que podem estar relacionadas à idade da cultura (Rozental et al., 1994a).
1.3. CÉLULAS DE LANGERHANS
A pele é o maior órgão do corpo, com diversas funções, sendo histologicamente
dividida em epiderme, derme e hipoderme. A epiderme tem um envolvimento crítico na
resposta imune, sendo a camada mais superficial da pele funciona como uma barreira
protetora contra invasões de substancias estranhas. A derme tem uma importante função
termoreguladora e suporte de uma rede vascular que supre a avascular epiderme com
nutrientes. A hipoderme, também conhecida como tecido conectivo subcutâneo armazena
tecido adiposo (Valladeau, & Saeland, 2005). As células imunitárias da pele participam na
defesa contra patógenos, em particular através de uma rede de células dendríticas (CsD). Na
epiderme, encontram-se residindo em um estado uniforme e imaturo as células de Langerhans
(CsL) (Fig.08). As CsL são derivadas de um precursor de monócitos da medula óssea, que
migra para a pele e diferencia-se nesta importante célula de vigilância do sistema imune
(Banchereau & Palucka, 2006). Estas células estão localizadas na camada basal e suprabasal
da epiderme, fazendo parte de uma população de CsD destas áreas da epiderme juntamente
12
com as células dendriticas dermais (CsDD) e as células dendriticas plasmocitóides (CsDP),
que ocorrem sob condições patológicas. Estas células imunitárias possuem um espectro de
diferentes funções com implicações que estendem para fora da pele. Elas possuem a
capacidade de internalizar agentes particulados, macromoléculas e apresentam a propriedade
de migrar da pele para os linfonodos onde encontram os linfócitos T antígenos-específicos. As
CsL representam uma sub-população de CsD caracterizadas pela presença de uma organela
citoplasmática conhecida como grânulo de Birbeck e de uma lectina tipo-C que é
especificamente expressa em sua superfície (Valladeau & Saeland, 2005).
Estas células constituem 2% a 4% da população total da epiderme, sendo o segundo
tipo mais freqüente de célula dendrítica e encontrada em concentração semelhante à dos
melanócitos, entre 460-1000 células/mm
3
(Foster et al., 1986) (Fig.8). As CsL expressam
antígenos Ia e HLA-DR associados com resposta imune (Shimada et al., 1987), receptores Fc
e C3, antígeno T6, proteína S-100 e filamentos de vimentina e uma ATPase fixada à
membrana (Chu et al., 1982). As CsL em microscopia eletrônica mostram um núcleo
acentuadamente pregueado, ausência de tonofilamentos ou desmossomos, os grânulos de
Birbeck estão presentes no citoplasma de todas estas células, com tamanhos que variam
consideravelmente, de 1nm a 3nm, em forma de disco ou de uma tigela achatada, às vezes
mostrando uma vesícula em uma ou em ambas extremidades, formando uma estrutura
semelhante a uma raquete de tênis, sendo que estes grânulos são invaginações da membrana
plasmática e apresenta-se de forma mais abundante na zona do Golgi, mas podem ser
encontrados distribuídos por todo o citoplasma. O complexo de Golgi aparece bem
desenvolvido, apresentando pilhas de lamelas membranosas e grande número de pequenas
vesículas (Bell, 1999). O retículo endoplasmático rugoso é representado por cisternas curtas e
espalhadas de formas isoladas, os ribossomos livres são comuns no citoplasma, possuem
bastante retículo endoplasmático liso, mitocôndrias de perfil redondo ou alongado, alguns
lisossomos e melanossomos também são observados (Lentz, 1971).
13
Figura 08: Aspecto microscópico das células de Langerhans purificadas, coradas pelo Giemsa, mostrando
prolongamentos citoplasmáticos (dendritos–setas).Fonte: Laboratório de Dermato-imunologia UEPA/UFPA/
MC. Barra 10 µm
As CsL têm como principal função captar antígenos na epiderme e apresentar para
linfócitos T na derme ou nos linfonodos. O estímulo pode gerar a proliferação clonal de
linfócitos T citotóxicos (CD-8+), auxiliares (CD-4+) ou linfócitos T memória, regulando,
portanto a resposta a alérgenos e microorganismos invasores (Tamaki et al., 1980). O
mecanismo neste processo baseia-se na produção de citocinas e na presença de moléculas co-
estimuladoras que definem a tolerância e ativação do linfócito T (Katayama et al., 1997). Em
CsL purificadas, demonstrou-se que as moléculas co-estimuladoras B7-1, B7-2 e CD-40 são
reguladas pela presença de citocinas produzidas pelas próprias células de Langerhans ou por
queratinócitos. Entre as citocinas envolvidas na regulação de moléculas co-estimuladoras
estão citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α e Interleucina-1β (IL-1β) (Salgado et al.,
1999b), e citocinas inibidoras, como IL-10 e IFN-γ (Beissert et al., 1995).
14
Em comum com outras subpopulações de CsD, as CsL regulam para cima sua
expressão de MHC classe II e moléculas co-estimulatórias após estimulo antigênico, e
migram para áreas de células T nos linfonodos regionais, onde iniciam uma resposta imune T-
dependente (Bancherau et al., 2000). Quanto as caracteristicas diferentes apresentadas pelas
CsL em relação as outras CsD, inclui a existência de Grânulos de Birbeck, fraca função do
receptor de manose, expressão de E-caderina e dependência de TGF-β para sua diferenciação
(Wu et al, 2001). As CsL não expressam o marcador CD14 que é um dos receptores de LPS,
enquanto outras CsD expressam (Salgado et al, 1999a). Foi demonstrado que CsL purificadas
da epiderme de camundongo Balb/c expressam receptores Toll-like 2, 4, e 9, porém não
expressam Toll-like 7, encontrado em outras CsD (Mitsui et al., 2004). As CsL expressam
CD45 e os marcadores mieloide CD33 e CD13, assim como CD1a, uma molécula também
encontrada sobre timócitos corticais. Também expressam CD11c, moléculas de adesão, como
as integrinas β1, CD44, CD54, CD15s, CLA-proteína associada a linfócitos cutâneos e E-
caderina que também são encontradas sobre queratinócitos e mediam a homotípica adesão
entre estes dois tipos de células (Larregina & Falo, 2005). Para internalizar antígenos CsL
apresentam lectinas tipo-C que são capazes de ligar-se a açucares presentes na superfície de
microorganismos. A lectina tipo-II Langerina/CD207, molécula de reconhecimento específica
para manose é que identifica as CsL na epiderme de camundongos e humanos (Valladeau et
al., 2003). As CsL também expressam dectin-1, uma lectina tipo-C capaz de reconhecer
glucanas e zymozam (Taylor et al., 2002; Valladeau & Saeland, 2005). As CsL são
proeminentes CsD da epiderme, porem seu papel na imunidade e tolerância ainda não está
totalmente esclarecido (Kissenpfenning & Malissen, 2006).
15
1.4. RESPOSTA IMUNE X FUNGOS.
Estima-se que existem entre 100.000 e 1.000.000 de espécies fúngicas habitando
nosso planeta. A convivência com os fungos tem levado a evolução em animais multicelulares
de mecanismos inatos e adaptativos de defesa antifúngica. Poucas espécies causam
regularmente doenças invasivas na população, sendo que a maioria age como agentes
oportunistas em indivíduos com algum defeito imune específico (Levitz, 2004).
Os fungos são seres eucarióticos, e como tais apresentam muitos dos aspectos
celulares básicos encontrados nas células dos mamíferos, como uma membrana nuclear, 80S
ribossoma, retículo endoplasmático e aparelho de Golgi. A presença de parede celular é o
principal aspecto que distingue a célula fúngica das células dos mamíferos, a qual confere aos
fungos proteção física e suporte estrutural, assim como contém distintas moléculas,
particularmente polissacarídeos. Na superfície dos fungos existe as moléculas do padrão
molecular associado à patógenos (PAMPs), que são reconhecidas pelas células do sistema
imune, entre as quais β-glucanas, quitina e manoproteinas (Klis et al., 2002).
A estrutura básica da parede celular consiste em uma cadeia linear de β-glucanas, na
qual existem ramificações ligadas por ligações covalentes de outras β-glucanas, quitina e
manoproteinas (Fig. 09). As manoproteinas tendem a ser altamente glicosiladas, geralmente
contendo centenas de resíduos de manose N-ligado, podendo ser extensivamente ramificadas
(Cutler, 2001). Os resíduos O-ligados tendem a ser curtos, porém consistindo
predominantemente de manose (Mansour & Levitz, 2003). A manose exposta na parede
celular e as manoproteinas circulantes são reconhecidas como estranhas pelos receptores do
hospedeiro. A maioria dos antígenos fúngicos imunodominantes são manosilados, sendo que
o grau de dominância dependente da manosilação (Mansour et al., 2002). Apesar da parede
celular de alguns fungos, serem definida com grandes detalhes, estudos mostram que pode
haver variação antigênica entre as espécies ou mesmo dentro das mesmas. Por exemplo, em
alguns fungos, os resíduos de manose estão expostos na superfície, enquanto em outros estes
estão confinados no interior da parede celular e não podem ser reconhecidos pelos receptores
de manose do hospedeiro (Bernard & Latge, 2001).
16
Figura 09: Microfotografia por microscopia eletrônica de transmissão (corte ultrafino e
criofratura) e modelo esquemático da parede celular de fungo, mostrando a ligação entre os
diversos constituintes da parede celular (Jabra-Risk et al, 1999).
O sistema imune evoluiu para proteger indivíduos de antígenos potencialmente
perigosos, como os patógenos invasivos. A geração de uma apropriada resposta é essencial, e
animais superiores desenvolveram complexo sistema de reconhecimento para garantir que
relevante resposta imune seja induzida (Abbas et al., 1996). A imunidade é o resultado da co-
evolução de microorganismos com o sistema imune e os microorganismos tem “aprendido”
como manipular o sistema imune em proveito próprio. Estudos de interações entre parasita-
hospedeiro revelam mecanismos moleculares que controlam a iniciação, persistência e a
polarização da resposta imune (Ricciardi-Castagnoli & Granucci, 2002).
Uma efetiva resposta imune contra fungos requer a contribuição coordenada da
imunidade inata e imunidade adquirida. A imunidade inata consiste de mecanismos protetores
que foram desenvolvidos no início e mantidos durante a evolução dos organismos
multicelulares. Esta exerce uma atividade antifúngica direta, cujos mecanismos incluem as
funções de barreira da pele e mucosas, antagonismo microbiano da flora destas superfícies e
recentemente foram reconhecidos peptídeos como as defensinas e colectinas, que estão
envolvidas no reconhecimento e fagocitose de microrganismos pelas células efetoras. Exerce
também um papel instrutivo sobre as do sistema imune adaptativo, através do processamento
e apresentação do antígeno, assim como a produção de moléculas mediadoras, como as
citocinas e quimocinas (McCormack et al., 2003; Romani, 2004).
Assim, o conjunto de defesas imunes inata ou adaptativa dos mamíferos, no combate
as infecções fúngicas, é constituído principalmente pela população de fagócitos profissionais,
consistindo de monócitos/macrófagos, leucócitos polimorfonucleares (PMNs, também
17
conhecidos como neutrófilos) e células dendríticas (CsD). Sendo que o sucesso do sistema
imune inato em controlar uma infecção fúngica depende de vários fatores, como a rota da
infecção, tamanho do inóculo e das condições gerais do sistema imune do hospedeiro
(Mansour & Levitz, 2002). A entrada do fungo na célula do hospedeiro é iniciada pela
aderência deste a um receptor na superfície da célula, onde gera um sinal que pode induzir sua
internalização citoplasmática. Além disso, o fungo utiliza uma variedade de moléculas de sua
superfície para ligar-se a componentes da matriz extracelular do hospedeiro para estabelecer
uma efetiva infecção (Mendes-Giannini, 2005). Micoses invasivas estão associadas com alta
morbidade e mortalidade, principalmente entre hospedeiros imunocomprometidos, infectados
por fungos oportunistas como a Candida albicans e Aspergillus fumigatus. Em relação à
principal conseqüência clínica das infecções fúngicas, os conhecimentos atuais, de como
células do sistema imune reconhecem e respondem a invasão de fungos patogênicos são muito
limitados (Overland et al., 2005).
Todos agentes de micoses sistêmicas e subcutâneas produzem uma reação inflamatória
granulomatosa, com recrutamento para o sítio da infecção de células envolvidas na resposta
inata, como as do sistema mononuclear fagocitário, com presença freqüente de neutrófilos
polimorfornucleares (PMNs) nestas infecções (Hirsch & Jonhson, 1984). Entre as células que
migram para o local do processo inflamatório, os PMNs, monócitos e macrófagos são os
principais fagócitos que englobam e digerem fungos, outros patógenos ou partículas estranhas
e são recrutadas para o sítio de infecção por ação de sinais de processo inflamatório. Sinais
estes representados por citocinas, componentes do complemento e células com ação sôbre os
fungos, os quais são mortos ou danificados por produção e/ou aumento de produtos reativos
intermediários do oxigênio e peptídeos microbianos (Diamond et al., 1980).
Os PMNs migram para o sítio infeccioso onde reconhecem, fagocitam e degradam os
microorganismos via produção de reativos intermediários do oxigênio (superóxido, peróxido
de hidrogênio e ácido hipocloroso), dependendo da disponibilidade da mieloperoxidase e
enzimas proteolíticas que são direcionadas para os fagossomos e para o ambiente extracelular.
Os PMNs ativados sintetizam quimiocinas e citocinas que recrutam e regulam a resposta
inflamatória de outras células como os macrófagos, células T e outros neutrófilos inativos
(Theilgaard-Mönch et al., 2006).
18
O sistema mononuclear fagocítico tem sido definido como uma família de células
composta de progenitores da linhagem hematopoiética, monócitos da corrente sanguinea e
macrófagos teciduais, sendo que os macrófagos constituiem a principal população celular em
muitos tecidos do organismo e seu número aumenta nos processos inflamatórios (Hume,
2006). Monócitos são fagócitos circulantes, que diferenciam em linhagem macrófagica
quando migram da circulação, dentro dos tecidos desenvolvem a macrófagos. Os mecanismos
envolvidos na fagocitose e destruição de microorganismos por monócito são, em geral,
similares os que ocorrem nos neutrófilos, porém são diferentes em relação aos dos
macrófagos (Fukazawa & Kagaya, 1988).
Os macrófagos teciduais são reconhecidos por alguns aspectos: morfologia estrelada e
evidência ultraestrutural de atividade endocítica por microscopia ótica e eletrônica, expressão
de certas enzimas como esterases, hidrolases lisossomais e ecto-enzimas detectáveis
histoquimicamente e por possuir receptores para porção Fc de imunoglobulinas e
complemento (Hume, 2006). Células fagocíticas apresentam receptores que são capazes de
reconhecer um padrão molecular específico de microorganismos patogênicos (PAMPs),
encontrados por exemplo em fungos, chamados de receptores padrão de reconhecimento
(PRRs). As principais classes de PRRs são os receptores Toll-like (TLRs) e os receptores
lectinas-like (LLRs). O reconhecimento de PAMPs pelos TRLs e LLRs induzem sinais
responsáveis pela ativação de genes importantes para uma efetiva defesa do hospedeiro,
especialmente os genes das citocinas pró- inflamatórias (Akira & Hemmi, 2003).
Nos macrófagos existem quatro fases principais nas quais a sinalização pelos TLRs
podem afetar a fagocitose: primeiro os TLRs podem funcionar diretamente como receptores
fagocíticos; segundo a TLRs sinalização pode modular a eficiente formação do fagossomo;
terceiro a mesma pode afetar a maturação e novamente formar fagossomos e quarto os TLRs
podem mediar respostas transcricionais afetando genes envolvidos em todas as etapas da
fagocitose (Underhill & Gantner, 2004).
As células dendriticas (CsD) são importantes células com envolvimento nas respostas
imune inata e adaptativa e encontra-se em locais de interação entre o indivíduo e o ambiente,
19
como a pele e mucosas, e aparecem, também, circulando na corrente sanguinea. A contínua
circulação entre tecidos e órgãos de linfoides secundários, permite a estas células encontrarem
patógenos invasores precocem
2) e CD54 na superfície das células também é elevada (Moll, 2003). Estas moléculas têm um
papel crucial na excitação antígeno-específica do effetor de células T (CD4+ e CD8+), assim
como no desenvolvimento de tolerância destas mesmas células (Belz et al., 2002),
caracterizada pela regulagem para baixo do poder de captura e da capacidade fagocitica
(Sundguist et al., 2004). As CsD “maduras”apresentam ainda diferentes padrões de expressão
de receptores e produção de quimocinas, possibilitando sua migração e o recrutamento de
outros tipos células, assim como o aumento de secreção de citocinas (Geijtenbeek et al.,
2004).
Na epiderme são encontradas as células de Langerhans (CsL), que são células
dendriticas (CsD) com caracteristicas bem definidas, enquanto na derme contem células
dendriticas interticiais ou dermais (intCsD). Estas subpopulações de CsD expressam
receptores diferentes para os diversos produtos microbianos, isto as permitem iniciar resposta
imune para uma variedade de microorganismos e gerar diferentes respostas para um simples
microorganismo, aumentando assim as chances de sucesso no controle da invasão microbiana
(Palucka & Banchereau, 2002).
Foram caracterizadas duas populações distintas de CsD em sangue periférico humano,
células mieloide e plasmocitoide. Os dois subconjuntos estão definidos de acordo com o
fenótipo imune e morfologia. CsD mieloide são células apresentadoras de antígenos clássicas,
que apresenta produtos antigênicos degredados para células CD4+ e CD8+, enquanto
segrega ao mesmo tempo citocinas pró-inflamatórias, por exemplo Interleucina-12, que
também são essenciais para o desenvolvimento de uma resposta imune efetiva. As CsD
plasmocitoide são uma subpopulação de células dendriticas que produzem quantidades
significativas de Interferons tipo I, e são consideradas como o “células produtoras naturais de
Interferon”, podem agir como células apresentadoras de antígeno, em parte por causa da
aquisição de morfologia dendritica e expressão elevada de moléculas de MHC na superfície e
de precursores de maturação. Entretanto a eficiência delas como estimulantes de células T
comparadas com as CsD mieloide é controversa. Células mieloide e plasmacitoide podem
segregar Interleucina-10 e Interleucina-12, e a relação entre ambas citocinas define a
polarização da resposta Th, sendo que esta polarização de respostas Th1 ou Th2 em estudos
em camundongos, pode estar na dependência da dose de antígeno e existência de receptores
21
ligantes TLRs na superfície dos patógenos (Pachiadakis et al., 2005). Células dendriticas de
murinos são classificadas dentro de seis populações: (1) no baço ( CD11c
+
11b
+
8α
-
4
-
) e
expressando TLR2, TLR4 e TLR9, (2) nos linfonodos periféricos (CD11c+ 11b+8α
-
4+) e
expressandoTLR7 e TRL9, (3) nas placas de Peyer (CD11c+ 11b+8α
-
) e expressando TLR3 e
TRL9, (4) nos linfonodos mesentéricos (CD11c
+
11b
+
8α
-
4
-
e CD11c+ e langerina+), (5) nos
tecidos linfóides e corrente sanguinea – precursores de CsD plasmocitoides – (CD11c
int
Gr-
I
+
B220
+
) e expressando TRL7 e TRL9 (6) e um subtipo somente encontrado nos linfonodos e
na pele (CD11c
+
langerina
+
), acredita-se que este subtipo seja a forma “madura” da célula de
Langerhans (Henri et al., 2001.; Kelsal et al., 2002).
As CsD são o centro de balanço entre a imunopatologia e a geração de proteção
imunológica na interação parasita hospedeiro. Durante ambas as respostas, celular e humoral,
para agentes infecciosos, as CsD as regulam, enquanto elas próprias são elementos
destruidores de sua função, e por isso necessitam de distintos mecanismos “ligar e desligar”,
visando a eliminação de patógenos com o mínimo de dano para o hospedeiro (Andersson &
Ahmed, 2002).
Dados recentes indicam que CsD contribuem para uma parte essencial para o inicio e
regulação da imunidade adaptativa, localizando-se nos possíveis sítios de entrada de
patógenos no hospedeiro, exercendo excepcional capacidade de detectar e capturar
microorganismos invasores. Por outro lado patógenos podem desenvolver numerosas
estratégias para evadir e subverter funções destas células (Moll, 2003). O estudo da biologia
celular do processamento e apresentação de antígeno pelas CsD, tem muito contribuído para o
entendimento da resposta imune. Na presença de patógenos as CsD regulam sua via
endocitica, mecanismos proteolíticos, transporte e dinâmica de membrana dentro e fora do
lisossoma, para se tornar a mais potente célula apresentadora de antígeno (APC) conhecida
(Gatti & Pierre, 2003).
Certamente células que participam das respostas imunes adaptativas são conhecidas
por polarizar sua produção de citocinas, sendo que o conceito de polarização da resposta Th1
(celular) / Th2 (humoral) surge por observação de citocinas específicas produzidas por um
22
tipo de célula T (CD4+) inibindo a proliferação e/ou função de outro tipo de célula local ou
sistêmica (Kourilsky & Truffa-Bachi, 2001).
Células T CD4+ participam de ambas as respostas, celular e humoral, sendo que
clones de células T, (T helper-Th1) produzem preferencialmente Interleucina-6 (IL-6),
Interleucina-12 (IL-12), Interferon-γ (IFN-γ), Fator de necrose tumoral (TNF), enquanto as
células Th2 são propensas a sintetizar Interlucina-4 (IL-4), Interlucina-5 (IL-5), Interlucina-6
(IL-6), Interlucina-10 (IL-10), Interlucina-13 (IL-13) entre outras, e uma subpopulação Th3
que produzem altos níveis de Fator de crescimento e transformação β (TGF-β) e quantidades
variáveis de Interlucina-4 (IL-4), Interlucina-10 (IL-10) (Chen, 1994). A predominância de
resposta Th1 sôbre a resposta Th2 está correlacionada com a proteção contra várias micoses
(Roilides et al., 2003). Funcionalmente, células Th1 participam das reações inflamatórias e
proporcionam moderada ajuda para as células B, sendo que as células Th2 regulam a
produção de imunoglobulinas e estimula a eosinofilia. As células Th3 possuem um fenótipo
imunossupressivo de tolerância e autoimunidade em modelos experimentais (Coffman, 1999).
O envolvimento de células T e os mecanismos de ativação destes linfócitos nas
infecções fúngicas ainda nescessita ser bem definido, principalmente com o fungo F.
pedrosoi. Alguns estudos mostraram que antígenos de parede de F. pedrosoi são capazes de
induzir resposta mediada por células, resposta Th1, quando utilizados em testes intradermicos
em pacientes com cromoblastomicose (Iwatsu, et al., 1979), assim como aspecto da resposta
imune Th1, foi observado em diversos órgãos de animais de laboratório inoculados com o
fungo F. pedrosoi (Kurita, 1979).
O sistema imune inato em mamíferos percebe a invasão de microorganismos, entre
estes os fungos, utilizando receptores para β-glucanas, para manose e Toll-like receptores.
Estes receptores são de uma família de proteínas evolucionalmente conservadas que
funcionam como sensores de infecção e induz a ativação do sistema imune, estimulação que
inicia uma variedade de mecanismos de defesa do hospedeiro (Takeda et al., 2003). Vários
PRRs reconhecem fungos patogênicos, através de estruturas da parede celular como as
mananas e glucanas. Por exemplo, os macrófagos, possuem receptores para manose pelos
quais reconhecem e fagocitam Candida albicans, sendo que CsD possuem receptor lectina-
23
like (DC-SIGN) que partipam da fagocitose de Cândida albicans e Aspergillus fumigatus
(Cambi et al., 2003). Os TLRs são expressados primariamente sobre macrófagos e CsD e
controlam a ativação destas células apresentadoras de antígeno (Kopp & Medzhitov, 2003).
Estes receptores na superfície das células do sistema imune possuem um domínio extracelular
que distingue produtos microbianos e um domínio citoplasmático que transmite sinais para
proteínas adaptadoras intracelulares. Uma destas proteínas adaptadoras, a codificada pelo
gene88 da diferenciação mieloíde (MYD88), inicia uma sinalização em cascata levando à
expressão de moléculas microbicidas e citocinas (Levitz, 2004). Nos mamíferos existem pelo
menos 10 membros da família de TLRs receptores, que fazem parte da familia de PRRs e que
reconhecem especificamente componentes conservados na superfície dos microorganismos,
que são as PAMPs. A ativação das TLRs não só conduz a indução da resposta inflamatória,
assim como o desenvolvimento da imunidade adaptativa antígeno-específica (Akira, 2003).
Estudos experimentais demonstram que TLR2, por exemplo, desempenham um significante
papel na defesa do hospedeiro contra a infeccção pulmonar por A. fumigatus (Balloy et al.,
2005), enquanto TLR4 está envolvido no reconhecimento de manoproteinas de C. albicans e
glucoronoxylomanana de C. neoformans (Roeder et al., 2004). Desta forma a imunidade inata
é crucial mesmo em infecções fungicas que requerem resposta imune adaptativa para
resolução do processo. Citocinas como: Fator de necrose tumoral (TNF-α), Interleucina-12
(IL-12), Interleucina-18 (IL-18) e Interferon-γ (IFN-γ) podem aumentar a resposta inata,
enquanto que: Interleucina-4 (IL-4), Interleucina-10 (IL-10) e Fator de transformação e
Citocinas são pequenas proteínas ou glicoproteinas que transmitem informações de
uma célula a outra, sendo que muitas células do organismo secretam e respondem para as
mesmas citocinas e seus efeitos foram descritos sobre uma infinidade de funções celulares.
Assim, cada modelo de doença pode ser específico, com mecanismo próprio de autoregulação
controlado por uma retroalimentação positiva ou negativa, envolvendo citocinas e moléculas
co-estimulatórias (Vecchiarelli, 2000).
As citocinas agem principalmente de forma parácrina e autócrina, são liberadas e
consumidas no local onde a reação imune está ocorrendo, assim a maioria das citocinas é
detectada em níveis baixos no sangue periférico. Alterações na síntese de citocinas podem ser
bem estudadas in vitro, estimulando células e analisando o padrão de produção (Cavaillon et
al., 1990).
A resposta imune humana é regulada por complexa rede de elementos controladores.
Entre estes componentes reguladores estão as citocinas pró e antiinflamatórias e inibidores
específicos de citocinas. Sob condições fisiológicas, estas citocinas inibidoras servem de
elementos imunomoduladores que limitam a área nos tecidos lesionados ou excesso de
reações inflamatórias. Existe um equilíbrio entre estes tipos de citocinas, que pode ser
alterado por influência genética, ambiental e principalmente por microorganismos (Opal &
DePalo, 2000) (Fig.10).
Dois padrões de citocinas produzidas por linfócitos TCD4+ (T-helper), foram
indentificados por análise clonal de células T de camundongos, os linfócitos Th1 e Th2
(Mosmann & Coffman, 1989), e posteriormente foram caracterizados tambem estas mesmas
subpopulaçãoes de TCD4+ em humanos, sendo que a definição foi extendida para inclusão de
outra subpopulação de Th CD4+, a Th0 (Firestein et al., 1989). A resposta Th1 é definida
como uma forte resposta imune celular com uma normal ou aumentada produção de citocinas
predominantemente Interleucina-2 (IL-2), Interleucina-15 (IL-15), Interferon-γ (IFN-γ) e
Fator de necrose tumoral-α (TNFα). Enquanto a resposta tipo Th2 é definida como uma
redução ou não detectável resposta celular, acompanhada por um aumento na ativação de
linfócitos B e um aumento nos níveis de Interleucina - 4 (IL-4), Interleucina-5 (IL-5),
Interleucina-6 (IL-6), Interleucina-10 (IL-10) (Lucey et al., 1996).
25
Figura 10: Esquema do balanço da proteção e imunopatologia na infecção fúngica: cooperação entre
resposta imune inata e adaptativa. Muitos fungos são detectados e destruídos dentro de horas por
mecanismos de defesa inatos mediados por fagócitos e opsoninas através de envolvimentos de distintos
receptores padrão de reconhecimento (PPRs). Estes mecanismos agem imediatamento e são seguidas algumas
horas depois por um inicio de indução de resposta inflamatória, a qual pode ser ativada pela infecção, porem
pode gerar imunidade protetora duradora. Estas fases iniciais ajudam manter a infecção sobre controle. Em
vertebrados, entretanto, se o fungo romper estas linhas de defesa iniciais, segue-se uma resposta imune
adaptativa com geração de células efetoras antígeno específicas T helper (Th), células T regulatórias (T reg) e
células B que especificamente atingem o patógeno e induzem células memórias que previne
subsequentemente infecções com alguns microorganismos. Células dendriticas capturam o fungo no local de
colonização ou infecção, transporta-os para os linfonodos e ativam células Th e Treg. As diferentes
subpopulações Th (Th1, Th2, Treg) liberam um distinto painel de citocinas capazes de ativar e inibir sinais
efetores da fagocitose. A ativaçãp de apropriada subpopulação de células Th é instrumental na geração de
uma resposta imune de sucesso contra fungos. Controle de células Treg serve para evitar uma excessiva
resposta inflamatória e contribui para o desenvolvimento de uma memória imune anti-fúngica (Romani, L.,
2004).
Fatores de virulência produzidos pelos fungos podem modular a resposta imune do
hospedeiro, sendo que o tipo de resposta imune adaptativa, Th1 ou Th2 geralmente determina
26
se a infecção fúngica é debelada ou torna-se um processo crônico (Hernandez et al., 2004).
Em hospedeiro imunocompetente fungos induzem resposta Th1, o que proporciona ao
hospedeiro alguma proteção (Murphy et al., 1998). Estudos sobre o perfil de citocinas na
Paracoccidiodomicose (PCM), demonstram que pacientes com a forma disseminada da
doença apresentam altos níveis de citocinas Th2, entre estas, IL-4, IL-5, IL-10 e TGF-β. Por
outro lado, pacientes acometidos com PCM infecção, isto é, sem manifestação clinica da
doença, apresentam um padrão típico de citocinas Th1, com produção de IFN-γ e TNF-α e
níveis basais de IL-4, IL-5, IL-10 (Oliveira et al., 2002).
O mecanismo de defesa em cromoblastomicose, ainda não está totalmente esclarecido.
Estudo sobre o balanço Th1/Th2 foi realizado com análise do perfil de citocinas produzidas
por células mononucleadas do sangue periférico (PBMC) de pacientes com formas grave e
leve da doença, após interação com antígenos de F. pedrosoi. Demonstrou-se que em
pacientes com forma grave: as PMBC produzem altos níveis de IL-10, TNF-α e baixos de
IFN-γ, enquanto que pacientes com a forma leve da micose: as PMBC sintetizam altos níveis
de IFN-γ, intermediários de TNF-α, baixo níveis de IL-10 (Gimenes, et al., 2005).
Provavelmente, a persistência e a capacidade do fungo se multiplicar no hospedeiro e uma
exuberante resposta inflamatória, são fatôres que podem
1.5.1 CITOCINAS Th1
A resposta imune mediada por células (Th1), envolve a ativação de macrófagos e
indução de linfócitos T CD4+, linfócito T citóxico CD8+ a produzirem citocinas, as quais
regulam a resposta imune. As células Th1 produzem entre outras citocinas:IFN-γ, TNF-α, IL-
2, IL-12 e IL-18. As células Th1 mediam a ativação de macrófagos e de outras células via
IFN-γ e TNF, caracterizando assim como uma típica resposta imune celular (Powrie &
Coffman, 1993).
A IL-12, produzida por linfócitos B e macrófagos, estimula a produção de IFN-γ por
linfócitos T e células NK, induz a diferenciação de linfócito T. Existe evidencias que a IL-12
exerce um papel importante na resistência mediada pela imunidade celular a bactérias e
parasitas intracelulares (Trinchieri, 2004).
A IL-18 é produzida por várias células, entre as quais macrófagos, células epiteliais e
células dendriticas. Também conhecida como fator indutor de IFN-γ pelas células T e
estimuladora da atividade citóxica de células NK, é uma citocina pleiotropica envolvida na
polarização Th1 da resposta imune durante a inflamação (Swain, 2001).
Estas citocinas, conhecidas por terem grande importância no controle da produção de
Interferon-γ (IFN-γ), sinergicamente induzem a produção de IFN-γ por células NK e óxido
nítrico por células do exudato peritoneal de camundongos, estimulando a atividade inbitória
destas células no crescimento de C. neoformans (Zhang et al., 1997). Em infecção in vitro de
DCs com Clamydia trachomatis foi demonstrado que as células dendriticas produzem IL-12 e
18 e agindo sinergicamente, ambas citocinas simultaneamente estimulam células matadoras
naturais (NK) a produzirem IFN-γ (Hook et al., 2005).
O IFN-γ é um potente imunomodulador, aumentando varias atividades microbicidas
em fagócitos normais, como a fagocitose, apresentação de antígenos, explosão oxidativa,
produção de óxido nítrico e aumento da produção de Fator de necrose tumoral-α (TNF-α) e
IL-12 pelos macrófagos. O IFN-γ é produzido pelas células T CD4+, CD8+, células NK, e
quando produzida por estas últimas pode funcionar como mediador da imunidade inata e
28
contribuir para o choque séptico (Kullberg & Anaissie, 1998). IFN-γ aumenta a explosão
oxidativa e atividade antifúngica em macrófagos e polimorfonucleares neutrófilos (PMNs)
humanos contra um largo espectro de fungos patogênicos de relevância médica, como: C.
albicans, A. fumigatus, C. neoformans, P. brasiliensis e Blastommyces dermatitidis (Roilides
et al, 2003). Demonstrou-se em estudos com camundongos que a Interleucina-18 (IL-18),
citocina pró-inflamatória proteje contra disseminação de C. albicans e que os dados sugerem
que este efeito protetor é mediado através IFN-γ endógeno (Stuyt et al., 2002).
O TNF-α é um mediador tanto da imunidade inata como da adaptativa, sendo um
importante elo entre as respostas imunes e a inflamação aguda. A principal fonte de TNF-α é
o fagócito mononuclear, embora as células T e NK ativadas por antígenos podem produzir e
secretar esta citocina. A principal função do TNF-α é ativar e diferenciar monócitos e
macrófagos, assim como age sinergicamente com IFN-γ para ativação de macrófagos
citotóxicos para parasitas (Vassalli, 1992).
O TNF-α aumenta a atividade antifúngica dos PMNs sobre blastoconídios de C.
albicans e C. glabrata (Ferrante, 1989), assim como aumenta a capacidade de destruição de
hifas por PMNs de A. fumigatus e atividade fagocítica de conídios de macrófagos residentes
(Roilides et al., 2003). O mecanismo pelo qual o TNF-α aumenta a atividade antifúngica dos
PMNs, pode estar parcialmente relacionada a um aumento na expressão de receptor de
complemento 3 (CR3) e aumento dos mecanismos oxidativos (Klebanoff et al., 1986).
1.5.2 CITOCINAS Th2
As células tipo Th2 produzem uma variedade de citocinas antinflamatórias, incluindo
IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-13 e TGF-β, promovendo resposta imune humoral contra
patógenos extracelulares (Kelso, 1995).
As citocinas antinflamatórias são uma série de moléculas imunoreguladoras que
controlam a resposta e síntese de citocinas pró-inflamatórias, como as Interleucina-1 (IL-1),
fator de necrose tumoral (TNF) e de outras citocinas pró-inflamatórias, agindo em acordo com
inibidores e receptores de citocinas para regular a resposta imune (Opal & DePalo, 2000).
29
O TGF-β é uma potente citocina reguladora com diversos efeitos sobre linfócitos,
células NK, macrófagos, granulócitos e células dendriticas. Esta citocina controla o início e
resolução da resposta inflamatória, atividade modulada pelo estágio de diferenciação celular,
presença de citocinas inflamatórias e moléculas co-estimulatórias. As atividades desta citocina
ainda é objeto de pesquisa, porém sabe-se que está envolvida na morfogênese de vários
tecidos e órgãos, na patogênese da inflamação, reparação tecidual e doenças fibróticas
humanas (Werner & Alzheimer, 2006). Todos os leucócitos produzem e respondem para
TGF-β, exerce efeito estimulatório e inibitório sobre células do sistema imune, tais como:
sobre macrófagos estimula a quimiotaxia, inibe fagocitose e apresentação de antígeno; sôbre
células T estimula a sobrevivência, inibe a proliferação, diferenciação e função efetora; sôbre
as células dendríticas e células de Langerhans estimulam o desenvolvimento, inibem a
maturação e apresentação de antígenos de ambas (Li et al., 2006). Estudos demonstram que
TGF-β apresenta em papel benéfico na resistência adquirida contra C. albicans em
camundongo, pois administração de TGF-β recombinante em camundongos succetiveis para
C. albicans provoca um efeito protetor e demorado a progressão da doença (Spaccapelo et al.,
1995). Em contraste, localmente TGF-β suprime a defesa do hospedeiro imunocomprometido
em candidíase invasiva (Letterio et al., 2001). Em candidíase vaginal experimental em
camundongos, foi detectado alto nível de TGF-β no tecido infectado, comparados com níveis
de outras áreas do trato genital, dados que sugerem a importância desta citocina na resposta
imune da mucosa vaginal contra C. albicans (Taylor et al., 2000).
A IL-4 é uma glicoproteina produzida por células Th2 maduras, mastócitos, células B
e células do estroma, desempenha um papel crítico nas reações inflamatórias mediadas por
IgE e esosinófilos. Esta citocina estimula o desenvolvimento dos linfócitos Th2 e inibição da
síntese de citocinas pro-inflamatórias, entre elas IL-1, TNF-α, IL-6 e IL-8. A IL-4 suprime a
resposta Th1 através da regulação para baixo da produção de IL-12, oxido nítrico e ação
microbicida dos macrófagos, assim como a inibição de diferenciação de células típicas Th1
(Paul, 1991).
A Interleucina-10 (IL-10) é uma citocina produzida pelos macrófagos ativados, alguns
linfócitos e queratinócitos. As duas principais atividades desta citocina são inibir a produção
30
de outras citocinas pelos macrófagos e funções acessórias deste fagócito na ativação de
células T. Este último efeito é devido à inbição da produção de IFN- α e redução da expressão
de moléculas co-estimuladoras MHC classe II, B7-1 e B7-2, como efeito a inibição do
processo inflamatório (Moore et al., 2001). C. albicans induz imunossupressão através de IL-
10, mecanismo de escape similar também é observado em infecções por A. fumigatus, hifas e
conídios induz a liberação desta citocina, a qual prejudica a resposta imune celular nescessaria
para resolução da infecção (Akira et al., 2006).
A interleucina-13 (IL-13) é produzida por linfócito T ativado, e tem a capacidade de
inibir a produção de citocinas pró-inflamatórias, inibindo a resposta Th1 através da supressão
da produção de IL-12, TNF e regulando para baixo a expressão de moléculas co-
estimuladoras em células apresentadoras de antígeno, favorecendo assim o desenvovimento
de uma resposta Th2 (De Wall Malefyt et al., 1993).
As citocinas IL-4, IL-10 e IL-13 são críticas para direcionar a defesa do organismo
para uma resposta humoral e são especializadas em regular e diminuir a extensão da
inflamação induzida pelas citocinas Th1. Particularmente a IL-10 tem um potente efeito
inibidor sobre células Th1 e age em macrófagos regulando para baixo a expressão das
moléculas do Complexo Maior de Histocompatibilidade (MHC-classe II) e atenuando a
produção de citocinas pro-inflamatórias, como as TNF-α, IFN-γ e IL-12 (Mehad &
Standiford, 1999).
Dessa maneira IL-4 e IL-10 diminuem a resposta oxidadativa e atividade antifúngica
de PMNs e MNCs contra C. albicans (Roilides et al., 1997b), assim como para A. fumigatus
(Roilides et al., 1997a). Produção de IL-4 parece ter um significante papel na progressão da
Paracoccidiodomicose pulmonar disseminada, pois o fungo P. brasiliensis é fagocitado e
cresce intracelularmente em monócitos e macrófagos humanos (Brummer et al., 1992).
A resposta imune humoral controlada pelas citocinas Th2, em cromoblastomicose
pouco se conhece. Foi observado que no soro pacientes, altos níveis de anticorpos totais são
dectáveis por sorologia (Villalba, 1988), mais específicamente imunoglobulina M (IgM) e A
(IgA) (Esterre et al., 2000) e que o método imunoenzimático (ELISA), é um bom método
31
sorológico para avaliar a resposta imune de pacientes portadores desta micose, causada pelo
F. pedrosoi (Vidal et al., 2003).
1.6 INTERAÇÃO DE CÉLUL AS DO SISTEMA IMUNE X FUNGOS
Os fungos possuem uma variedade de moléculas de padrão associado a patógenos
(PAMPs), que são capazes de iniciar fagocitoses e ativar vias pró-inflamatórias após
reconhecimento pelos receptores-manose (MR) e receptores β-glucana, lectinas ligadas a
manose (MBL), receptores para complemento (CR) e receptor Toll-like (TLR) 2 e 4 (Romani,
2004) (Fig.11)
Figura 11: Esquema do reconhecimento e ativação de função antifúngica em fagócitos (Romani, L., 2004).
Macrófagos, expressam entre outros, receptores Toll-like, que reconhecem moléculas
de padrão molecular associado a patógeno (PAMPs) na superfície de fungos. Estas células
fagocíticas tornam eficientes células efetoras após estimulação por citocinas pró-
inflamatórias. Destrõem fungos por mecanismos que incluem fusão lisossomal, acidificação
32
de fagossomos, seqüestro de ferro e degradação enzimática de proteínas fúngicas, e
mecanismos extracelulares mediados pela liberação de peptídeos antifúngicos, óxido nítrico e
possivelmente radicais intermediários do oxigênio (Lovchik et al., 1995). Os macrófagos
possuem um mecanismo antimicrobiano adicional, pelo qual podem utilizar a produção de
óxido nítrico, para inibir o crescimento de fungos patogênicos endocitados, como o C.
neoformans (Aspaugh & Granger, 1991). Estudos demonstram que produtos fúngicos, como o
principal polissacarídeo componente da cápsula do C. neoformans, a glucuronoxylomanana
(GXM), interagem com o Toll-like-4 destes fagócitos (Shoham et al., 2001). A GXM também
pode ser reconhecida pelo Toll-like-2, receptor para manose, receptor FcγRII, CD14 e CD18,
sendo que esta interação as vêzes immunestimula outras vêzes imunessuprime, sendo capaz
de induzir apoptose de células T, direcionando para uma resposta imune Th2 (Monari, et al.,
2006).
Em pacientes imunocompetentes, as maiores células fagocíticas do pulmão,
macrófagos alveolares, destroem conídios de A. fumigatus, assim como outros
microorganismos inalados. Os mecanismos celulares da internalização e destruição ainda são
pouco conhecidos. A polimerização da actina e a atividade da phosphatidylinositol-3-kinase,
assim como a maturação do fagossomo do conídio de A. fumigatus produz um fagolisossomo,
com destruição conidial dependente da acidificação deste compartimento, são mecanismos
requeridos para o início da fagocitose (Ibrahim-Granet et al., 2003). Macrófagos quando
estimulados por conídios de Aspergillus produzem citocina pró-inflamatórias incluindo TNF-
α, IL-1α, IL-1β, através de macanismos dependentes de TLR-4, enquanto que por outro lado
hifas deste mesmo fungo estimulam a produção de citocina antinflamatória IL-10, através de
mecanismos dependentes de TLR-2. Assim, a ativação de receptores de superfície específicos,
durante a germinção pode facilitar o Aspergillus a neutralizar as defesas do hopedeiro (Netea
et al., 2004). Formas germinativas de A. fumigatus, conídios maduros e tubos germinativos
são reconhecidos por receptor Dectin-1 que estimula a produção de TNF-α na ausência de
sinal TLR2, demonstrando que a resposta inflamatória pulmonar é realizada por células
metabolicamente ativas, independentemente de lesão tecidual causada pela freqüente inalação
de esporos (Gersuk, et al. 2006).
33
Estas células atacam e fagocitam esporos de Zigomicetos e inibem a germinação,
enquanto que as hifas são danificadas por mecanismos extracelulares, porem não fagocitadas
completamente (Waldorf et al., 1984.). Macrófagos podem servir como proteção para certos
fungos dimorficos que se multiplicam e disseminam do pulmão para outros órgãos, como é
caso de Histoplasma capsulatum, típico patógeno intracelular de macrófagos humanos
(Woods, 2003). A ação fungicida do macrófago ativado não foi demonstrada nos conídios de
F. pedrosoi, devido à transição para hifa, mas ação fungistática ocorre durante as 24 horas de
interação, onde somente 20% dos conídios mudaram de forma, sendo que nos resultados da
interação com macrófagos residentes, todos os conídios passaram à forma de hifa. A produção
de radicais superóxidos produzidos na explosão respiratória por macrófagos ativados é
revelada no contato destes com conídios do fungo pela redução do agente azul de
nitrotetrazolina (Rozental et al., 1994). O fungo F. pedrosoi não melanizado quando
interagido com macrófagos sofre maior índice de endocitose do que o fungo melanizado,
entretanto este último quando é endocitado é capaz de liberar melanina dentro do vacúolo nos
macrófagos. A liberação de melanina pode representar um mecanismo de escape dos fungos
melaninzados aos sistemas microbicidas dos macrófagos (Farbiarz et al., 1992).
Os PMNs expressam em sua superfície receptores para quimiocinas que uma vez
estimulados, os recrutam rapidamente para o foco inflamatório, sendo que estudos
demonstram que a glucuronoxylomannan (GXM) de C. neoformans e frações de
mananoproteinas, MP-4 de outros fungos inibem a migração deste leucócitos (Lipovsky et al.,
1998). Neutrófilos reconhecem e internalizam células leveduriformes opsonizadas ou não de
Candida, via PAMPs, incluindo TLRs, receptores para manose e receptores para β-glucanas,
destruindo-as por mecanismos oxidativos, incluindo geração de radicais intermediários de
oxigênio e nitrogênio, e por mecanismos não oxidativos. A fagocitose e a destruição são
aumentadas pela opsonização e ação de citocinas (Bellocchio et al., 2004). Efeito fungicida é
observado na interação do fungo F. pedrosoi com neutrófilos, por um mecanismo
independente de anticorpo, através da produção e liberação de produtos derivados de O2.
Estes efeitos resultados da explosão respiratória são demonstrados por mi951 0copi î3pico,
peroxidase, a enzima responsável pela produção de hipoclorito a partir do H2O2 no fungo já
internalizado (Rozental et al., 1996).
As DCs são capazes de fagocitar células fúngicas e apresentar antígenos às células T,
iniciando resposta imune adaptativa mediada por células, assim como podem destruir
blastoconídios e danificar as hifas de C. albicans, apesar de serem menos potentes que
monócitos e macrófagos (Newman & Holly, 2001; Netea et al., 2004). Vários receptores
sobre DCs participam de eventos de reconhecimento, incluindo receptores para vários
componentes do sistema complemento (CR), receptor para Fc (FcγR) e receptores de
reconhecimento padrão (PRRs), como o receptor de manose (MR)(Reis e Souza, 2001). O
reconhecimento de moléculas do padrão molecular associado a patógeno (PAMPs), são
considerados um pré-requisito para o sistema imune ser capaz de discriminar entre diferentes
patógenos e instruir a resposta imune adaptativa (Medzhitov & Janeway, 2002).
As DCs expressam em sua superfície antígeno VLA-5 (very late antigen-5), que
reconhecem conídios de A. fumigatus e células leveduriformes de H. capsulatum e direciona a
internalização e eventual processamento de antígenos destes fungos, sendo que as DCs
mostraram que são superiores aos macrófagos no controle do crescimento intracelular de H.
capsulatum (Gildea et al., 2001). DCs podem internalizar conídios de A. fumigatus através de
receptor de manose (MR) e hifas através de receptor para C3 e FcγR, assim como pode
discriminar a produção de citocinas por estímulos das duas formas do fungo. Sendo que a IL-
12 é produzida quando estimulada com conídios e IL-4 e IL-10 quando as DCs são
estimuladas com hifas, entretanto ambas as formas induzem a produção de TNF-α (Bozza et
al., 2002). Estudo de interação de DCs de medula óssea de camundongo com artroconídios de
Coccdiodes posadasii, mostra aumento na expressão de moléculas co-estimulatórias CD40,
CD80 (B7-1) e CD86 (B7-2) e significante aumento na secreção de IL-12 pelas DCs, assim
como possibilidade do reconhecimento do fungo ser realizado através dos TLRs 2 e 4
(Awasthi & Magee, 2004). Estudo comparativo sobre mecanismo de estimulação de produção
de citocinas por blastoconídios e hifas de C. albicans, sobre células mononucleares de sangue
periférico (PBMC), macrófagos residentes peritoneais e linfócitos de baço de camundongo
C57BL, mostrou que blastoconídios estimula TLR-2 e TLR-4, sendo que o TLR-4 é o
responsável pela produção de IFN-γ. Em contraste as hifas não foram reconhecidas pelo TLR-
35
4. Ambas as formas de C. albicans induziram grande quantidade de IL-10 através de TLR-2,
porém, não foram capazes de estimular IFN-γ através deste receptor (Van der Graaf et al.,
2005). Também interação de DCs originadas de PBMC com mananoproteinas de parede
celular de C. albicans (MP65), demonstrou que MP65: facilita a maturação de DCs, aumenta
a expressão de moléculas co-estimulatórias CD40, MHC classe II, CD80 e CD86 e promove
estimulação de secreção de citocinas proinflamatórias como as IL-6, TNF-α e ativação gênica
de IL-12 a qual é considerada citocina chave para indução da resposta Th1 (Pietrella et al.,
2006). DCs purificadas de baço de camundongo quando estimuladas com mananoproteinas,
demonstra resposta imune inata a este glicoantígeno encontrado na parede de fungos, neste
caso de C. neoformans, sugerindo que múltiplos receptores de manose sobre a superfície de
DCs reconhecem mananoproteinas.Estes dados sugerem que DCs estabelece a ligação crucial
entre a resposta imune inata e adaptativa para C. neoformans através de um processo
dependente de eficiente afinidade entre mananoproteinas e receptores de manose (Mansour et
al., 2006).
Diferentes tipos de células de mamíferos foram utiliadas para estudar a interação de
fungo F. pedrosoi com o hospedeiro, o processo de adesão foi estudado com a interação entre
o fungo e células mutantes de ovários de hamster chinês (CHO) que apresenta determinados
resíduos de açúcares, com os resultados demonstrando a importância dos resíduos de manose
para a adesão do fungo. Este resultado foi comprovado com a ação da concanavalina-A, uma
lectina que se liga especificamente à resíduo de manose, diminuindo o índice de adesão do
fungo as células CHO. O passo seguinte à adesão é a penetração das células fagocíticas pelo
fungo, ou seja, a invasão, e nesta etapa os resíduos de N-acetilglucosamina (GlcNAc) se
mostraram fundamentais, pois na presença da aglutinina de germe de trigo (WGA), que se
liga aos resíduos de GlcNAc, o número de fungos aderidos aumentou, indicando a diminuição
da endocitose (Limongi et al., 1997). Um processo ativo pode ser a via de penetração do
fungo F. pedrosoi em células não fagocíticas, sendo que carbohidratos como a manose e N-
acetilglucosamina encontrados na superfície de células CHO, liga-se a uma com 50kDa,
semelhante a lectina, constituinte da parede do conídio do fungo (Limongi et al., 2001). Além
disso, a fosforilação de proteínas pela ação de uma serina quinase do fungo parece ser
necessária para a invasão nas células não fagocíticas, dado demonstrado com a inibição da
serina quinase de conídios do F. pedrosoi que leva a diminuição do índice de invasão nas
36
células epiteliais e nenhum efeito nos macrófagos (Limongi et al., 2003). Um outro açúcar da
superfície do fungo que parece ser importante no processo de adesão é o ácido siálico
(Alviano et al., 1999). O tratamento de conídios de F. pedrosoi com sialidase demonstra:
diminuição na mobilidade eletroforética das células, diminuição na ligação das células com
ferritina cationizada e com ferro coloidal, além de alterações morfológicas e diferenças no
derivado do ácido N-acetilneuramínico, que é o açúcar formador do ácido siálico de conídios
e micélio de F. pedrosoi (Souza et al., 1986). Entretanto, ácido siálico ou glicoproteínas
sializadas não foram detectados em células escleróticas, o que sugere uma proteção de
conídios e micélios contra a fagocitose pelas células de defesa do hospedeiro e que depois de
instalada a doença, o fungo se diferencia para as células escleróticas que são altamente
resistentes (Alviano et al., 2004b). Conídios de F. pedrosoi apresentam ectofosfatase ácida na
parede celular e estudos mostram relação desta enzima com a adesão do fungo com células de
mamífero. Considerando que conídios são formas infectantes para o hospedeiro, a expressão e
a atividade de fosfatase na superfície do fungo, pode contribuir com os mecanismos primários
requeridos para o estabelecimento da cromoblastomicose (Kneipp et al., 2004). Assim como
podem os conídios ao produzir enzimas proteolíticas que influenciam em seu
desenvolvimento celular, também degrada estruturas teciduais importantes do hospedeiro,
com conseqüências importantes para o entendimento da relação fungo-hospedeiro (Palmeira
et al., 2006).
1.7 INTERAÇÃO DE CÉLUL AS DE LANGERHANS X FUNGOS
A interação de CsL com microorganismos tem sido raramente investigada, parasitismo
de CsL com bactérias tem sido reportado somente por biópsia de paciente com hanseníase
(Poulter et al., 1984), e com sífilis granulomatosa (Mittag & Klingmüller, 1983). As CsL
desempenham um papel decisivo na interação entre os parasitas da leishmaniose e o sistema
imune do hospedeiro. Atuando como células hospedeiras, células acessórias que apresentam
antígenos dos parasitos liberando sinais co-estimuladores, secretando citocinas que modulam
atividades de células T e atuando como células efetoras na eliminação dos organismos
parasitários. A caracterização do papel dessas células na leishmaniose cutânea e dos fatores
que regulam suas atividades ficou demonstrada que as CsL são requeridas para o transporte da
Leishmania major do tecido parasitado para o nódulo linfático satélite, iniciando aí a resposta
37
imune mediada por células T específica. Sendo que no início da infecção, CsL que contém de
forma persistente os parasitas nos nódolos linfáticos podem estar envolvidas na manutenção
da resposta imune específica (Moll, 1997). Estudos sobre relação entre C. albicans e células
de Langerhans por métodos de histoquímica e imunohistoquimica, em tecidos de pacientes
com candidiase oral, demonstraram que CsL expressam moléculas de superfície T6 ao
interagirem com hifas, não ocorrendo o mesmo com células leveduriformes (Daniels et al.,
1985). Caracterização imunohistologica do infiltrado celular em infecções da pele por
dermatóficos, Trichophyton rubrum e Microsporum canis, mostra aumento de CsL na
epiderme e derme na área micótica, demonstrando a participação destas na resposta imune a
estes fungos (Szepes et al., 1993). Na Paracoccidiodomicose, ocorre uma diminuição da
densidade e alterações morfológicas das células de Langerhans na pele de pacientes com a
forma disseminada, refletindo a depressão da imunidade celular provocada pela infecção com
o P. brasiliensis (Gimenez et al., 1987). Análise por microscopia ótica e eletrônica, de
transmissão em biopsias de lesões de cromoblastomicose causadas por C. carrionii, mostrou
entre outros componentes do processo infeccioso grande número de CsL, porém ainda não foi
determinado o papel destas células frente a este agente (Sanchez-Mirt et al, 1995). Recentes
estudos demonstraram por imunohistoquimica em cortes histológicos de biopsias de pacientes
de cromoblastomicose, depósitos de antígenos de F. pedrosoi no citoplasma de CsL,
concluindo que estas células podem ter função de células apresentadoras de antígeno e estar
envolvida no processo inflamatório granuloso, característico desta micose (Sotto et al., 2004).
Em virtude do isolamento de células de Langerhans da pele e membranas mucosas ser
um processo complexo, durante o qual, somente poucas células são obtidas, tem-se utilizado
células progenitoras CD34+ induzidas com fatores estimulantes a partir de sangue periférico
ou cordão umbilical, as quais possuem características de CsL (Caux et al., 1996). Estudos
com células de Langerhans induzidas a partir cultivo de células CD34+ de cordão umbilical
(iCL), interagindo com conídios de A. fumigatus, demonstraram a adesão de conídios, rara
fagocitose e ativação de iCL, capacitando-as para migrarem e ativarem linfócitos T para uma
resposta imune específica (Persat et al., 2003). CsL isoladas e purificadas de epiderme de
BALB/c estimuladas com baixas e altas (1ηg/ml e 1µg/ml respectivamente) quantidade de
lipopolissacarideos (LPS) secretam IL-6 e IL-12 e não alteram a expressão de moléculas
coestimulatórias CD40, CD80 e CD86 (Tada et al., 2004). Em relação a interação de células
38
de Langerhans de epiderme isoladas ou não, assim como células CD34+ de cordão umbilical
(iCL) com o F. pedrosoi, principal agente da cromoblastomicose, não existem dados na
literatura.
39
2 OBJETIVOS.
2.1 Geral
Analisar a relação fungo-hospedeiro na cromoblastomicose, caracterizando o perfil da
citocina TGF-β presente no plasma de pacientes, antes e após o tratamento clínico, e as
alterações ultraestruturais e imunológicas decorrentes da interação de CsL isoladas e
purificadas da epiderme de camundongos Balb/c com o fungo F. pedrosoi.
2.2 Específicos:
2.2.1 Validar metodologia de isolamento de células de Langerhans da epiderme de
camundongos Balb/c fêmeas descrita na literatura.
2.2.2 Comparar, através de microscopia ótica, eletrônica de varredura e transmissão, a
morfologia das células de Langerhans isoladas a partir de epiderme de camundongos
Balb/c fêmeas, com as descritas na literatura.
2.2.3 Observar através da microscopia ótica, eletrônica de transmissão e varredura
aspectos ultraestruturais da interação de células de Langerhans e conídios do fungo F.
pedrosoi ocorrida nos períodos de 01, 03, 12 e 36h horas.
2.2.4 Observar através da microscopia ótica, eletrônica de transmissão e varredura
aspectos ultraestruturais da interação de células de Langerhans e células escleróticas
induzidas in vitro do fungo F. pedrosoi ocorrida nos períodos de 01, 03, 12 e 36h horas.
2.2.5 Identificar o perfil das moléculas co-estimulatórias expressas na membrana das
células de Langerhans, após 36h de interação com o fungo F. pedrosoi, com ênfase para B7-2
e CD40.
40
2.2.6 Quantificar a citocina TGF-β presente no plasma de pacientes com
cromoblastomicose, correlacionar com o tratamento e aspecto clínico das lesões.
2.2.7 Quantificar a citocina TGF-β no sobrenadante da interação entre conídios e
células escleróticas induzidas in vitro de F. pedrosoi e células de Langerhans, após 36h.
41
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material Biológico.
A colheita de tecido de lesões cutâneas e subcutâneas por curetagem e biópsias, assim
como sangue para obtenção de plasma, foi realizada em pacientes portadores de
Cromoblastomicose atendidos no Centro de Referência e Treinamento em Dermatologia
Sanitária “Dr Marcelo Cândia” - URE/SESPA, na cidade de Marituba-PA, após
consentimento informado. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética Envolvendo Seres
Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará.
As CsL foram obtidas de camundongos Balb/c fêmeas, fornecidos pelo biotério do
Instituto Evandro Chagas-SVS/MS.
3.2 Métodos Laboratoriais.
3.2.1 Isolamento do fungo F. pedrosoi: O fungo foi isolado, a partir de tecidos
curetados de lesões e inoculados em ágar-Mycosel (Bencton-Dickinson, USA),
após crescimento do fungo neste meio o fungo foi mantido por repiques sucessivos
em ágar-Sabouraud à temperatura ambiente (25ºC). A identificação da espécie
fúngica foi realizada por microcultivo emmina pela técnica de Riddell (Riddell,
1950) em ágar-dextrose Batata (Merck Company, Germany).
3.2.2 Produção de Micélio: As cepas isoladas de F. pedrosoi foram mantidas em meio
ágar-Sabouraud e a partir do estoque foi realizado um inoculo em meio ágar-
dextrose-Batata para produção de micélio.
3.2.3 Produção de Conídios: A partir da cultura do micélio foi realizado um inóculo em
meio ágar-dextrose-Batata, após crescimento da colônia, a massa fúngica foram
coletada e suspensa em soro fisiológico. A suspensão foi passada em vortex e os
conídios foram filtrados em rede de nylon estéril e lavados 03 vezes por
centrifugação de 4000rpm/5 minutos com solução salina tamponada por fosfato
42
(PBS), pH 7.2, 0,1M e quantificados em câmara de Neubauer. Conforme Bozza et
al., 2002, verificou-se a viabilidade dos conídios de >95% por diluição seriada
apartir de 10
7
conídios (CFU)/ml e inoculada em RPMI 1640 distribuido em placas
de 24 poços, observado por microscopia o desenvolvimento de hifas e
contabilizado a porcentagem de diferenciação.
3.2.4 Produção de Hifas: As hifas de F. pedrosoi utilizadas em nossos experimentos
foram obtidas segundo Van der Graaf et al., 2005. Uma concentração definida de
10
7
CFU/ml (conídios) de F. pedrosoi foi utilizada para produção de hifas. Os
conídios foram cultivados em RPMI 1640 (Sigma-Aldrich, St. Louis-USA), com
pH ajustado para 6.4, por 36h à temperatura ambiente. Após 36h os conídios
deram origem a hifas, com uma média de 95% de diferenciação de conídios para
hifas, observada e quantificada por microscopia. As hifas foram resuspensas em
RPMI 1640 e o volume foi ajustado para obtenção de um inóculo do tamanho
original, ou seja, 10
7
/ml de hifas.
3.2.5 Produção de Células escleróticas in vitro: A metodologia de produção de células
escleróticas apartir de conídios, foi procedida de acordo com Silva, 2006
(Dissertação de Mestrado), e pode ser descrita da seguinte forma: De um meio
quimicamente definido, composto por 4,0g de Dextrose, 1,9g de Nitrato de
Potássio, 4,0g de Fosfato de Sódio Monobásico e 0,9g de Sulfato de Magnésio em
100ml de água destilada, com o pH sido ajustado para 2.7. A partir desta solução
faz se uma diluição 1:1000, ou seja, deste meio concentrado retira-se 0,1ml e dilui
em 100ml de água destilada, obtendo o meio desejado para diferenciação. O
cultivo ocorreu em 400µl de meio e conídios em uma concentração de 10
7
/ml, em
placas de poliestireno de 24 poços, em um tempo de 10 dias à temperatura
ambiente, obtendo-se células escleróticas com características morfológicas
idênticas as células escleróticas observadas in vivo. A viabilidade das células
escleróticas de >95% foi observada por diluição seriada para se obter 20 células
por campo microscópico (40X) e inoculada em RPMI 1640 distribuido em placas
de 24 poços, observado por microscopia o desenvolvimento de hifas e
contabilizado a porcentagem de diferenciação.
43
3.2.6 Obtenção das células de Langerhans: As células de Langerhans foram isoladas,
purificadas e cultivadas conforme metodologia padronizada (Salgado et al., 1999):
Os camundongos Balb/c fêmeas foram sacrificados e removidos os pêlos, retirada
a pele da parte dorsal e ventral, esta foi cortada e incubada a 37
o
C em ambiente de
5% de CO2 com Dispase-3000UI/ml (Roche Company-Germany) por 03 horas. A
epiderme foi separada da derme e incubada com DNAase 0.025% (Sigma, St.
Louis, USA) por 20 minutos em temperatura ambiente. As células foram
separadas através de pipetagens vigorosas e incubadas com anticorpo monoclonal
anti-Ia
d
(MHC classe II), de camundongo. (BD PharMingen, San Diego, CA)
diluido 1:600 por 45 minutos à 4ºC. A suspensão de células epidérmicas já
marcadas (anti-Ia
d
) foi incubadas em placas de Petri plásticas previamente
revestidas com anticorpo anti-IgG fração Fc (Cappel, Durham, NC), diluído 1:100
por 01h à 4ºC. As placas foram lavadas para retirar o sobrenadante e as CsL
aderidas às placas foram removidas e cultivadas em meio RPMI-1640,
suplementado com soro fetal bovino à 10% (Gibco-USA).
3.2.7 Determinação do índice de purificação das CsL: Após o isolamento as células
foram aderidas em lamínulas previamente revestidas em poli-L-lisina à 1% e
fixadas com paraformaldeído a 4% em tampão PHEM pH 7,2, 0,1M por 1h. Em
seguida as células foram lavadas, usando tampão de bloqueio (PBS com albumina
a 3%) por 30 minutos 02 vezes e incubadas com anticorpo monoclonal MHC
Classe II (1:50) diluído em tampão de bloqueio, por 90 minutos em temperatura
ambiente. As células foram lavadas 03 vezes com tampão de bloqueio e incubadas
com o segundo anticorpo conjugado a FITC (hamster anti-camundongo- 1:100)
por 90 minutos em temperatura ambiente. A seguir as células foram lavadas, 02
vezes com tampão de bloqueio, e 01 vez com PBS pH 7,2. As lamínulas foram
montadas em lâminas de vidro com Permount (Fisher Scientific, USA) e
observadas em microscópio de fluorescência Nikon-Eclipse-E400.
3.2.8 Cultivo das células de Langerhans: As CsL isoladas e purificadas foram
cultivadas isoladamente ou em interação com as células fúngicas (conídios, hifas e
44
células escleróticas induzidas in vitro), em meio de cultura liquido, RPMI-1640,
suplementado com soro fetal bovino a 10% e incubação a 37
o
C, em ambiente de
5% de CO
2.
3.2.9 Interação das CsL com o fungo F. pedrosoi: A interação foi realizada por
períodos de 01, 03, 12 e 36 horas, na proporção de 10 células fúngicas (conídios,
hifas e células escleróticas induzidas in vitro) para cada CsL, em meio de cultura
liquido, RPMI-1640, suplementado com soro fetal bovino a 10% e incubação a
37
o
C, em ambiente de 5% de CO
2
. Após o período de interação o sobrenadante foi
recolhido para pesquisa da citocina TGF-β e as células processadas para
observação por microscopia ótica e microscopia eletrônica de varredura e
transmissão.
3.2.10 Processamento de material para microscopia ótica:
3.2.10.1 Observação a fresco e após coloração pelo Giemsa: As CsL cultivadas sem a
presença do fungo F. pedrosoi (conídios e células escleróticas in vitro) foram
observadas a fresco entre lâmina e lamínula, assim como após coloração. As
quais após serem em aderidas em lamínulas redondas previamente recobertas
com poli-L-lisina (Sigma-Aldrich, St. Louis-USA), fixadas em solução de Bouin
(375ml de ácido pícrico saturado, 125ml de formaldeído e 25ml de ácido acético
glacial), por 1h e lavadas em etanol a 70% por 03 vezes, lavadas em H
2
O
destilada por mais 03 vezes e corado em solução de Giemsa (Merck Company,
Germany) 10% em H
2
O, durante 01h hora, a temperatura ambiente. Após este
período de incubação, o material foi descorado e desidratado em acetona/xilol, a
partir de acetona 100%, acetona 90%/xilol 10%, acetona 70%/xilol 30%, acetona
30%/xilol 70% e por fim xilol 100%. Em seguida a lamínula com o material foi
montada com Permount (Fisher Scientific, USA) sobre uma lâmina de vidro e
observadas em microscópico.
3.2.10.2 Imunofluorescência e Citometria de Fluxo: As CLs cultivadas com o fungo F.
pedrosoi (conídios e células escleróticas in vitro) por 36h, foram aderidas em
45
lamínulas redondas previamente recobertas com poli-L-lisina, fixadas com
paraformaldeído a 4% em tampão PHEM pH 7.2, 0,1M por 1h. Em seguida
lavadas, usando PBS com albumina a 3% por 30 minutos 02 vezes e incubadas
com anticorpo monoclonal coelho anti-camundongo para B7-2 e CD40 (1:50)
(BD PharMingen - USA) diluído em tampão de bloqueio (PBS + Albumina a
3%) por uma noite. Lavadas 03 vezes com tampão de bloqueio e incubadas com
o segundo anticorpo conjugado a FITC-coelho anti-camundongo (1:100) (BD
PharMingen - USA) por 90 minutos em temperatura ambiente. Lavadas 02 vezes
com tampão de bloqueio e 01vez com PBS pH 7.2. As lamínulas foram
montadas em lâminas de vidro com Permount (Fisher Scientific) e observadas
em microscópio de fluorescência (Nikon Eclipse - E400). Para a Citometria de
Fluxo (FACS). As CLs cultivadas com o fungo F. pedrosoi (conídios e células
escleróticas induzidas in vitro) por 36h, foram colhidas, centrifugadas em tubos
de ensaio plástico (12mmX75mm), para remover o sobrenadante e fixadas com
paraformaldeído a 4% em tampão PHEM pH 7.2, 0,1M por 1h. Em seguida
lavadas, usando PBS com albumina a 3% por 30 minutos 02 vezes e incubadas
com anticorpo monoclonal coelho anti-camundongo para B7-2 e CD40 (1:50)
(BD PharMingen - USA) diluído em tampão de bloqueio (PBS + Albumina a
3%) por uma noite. Lavadas 03 vezes com tampão de bloqueio e incubadas com
o segundo anticorpo conjugado a FITC-coelho anti-camundongo (1:100) (BD
PharMingen - USA) por 90 minutos em temperatura ambiente. Lavadas 02 vezes
com tampão de bloqueio e 01vez com PBS pH 7.2. Em seguida analizada a
fluorescência média, obtida pelo citômetro de fluxo – FACS (Couter Epics XL,
Beckman Couter, USA).
3.2.11 Processamento de material pa ra microscopia eletrônica.
3.2.11.1 Microscopia Eletrônica de Transmissão: Para a realização da microscopia
eletrônica de transmissão (MET), as CsL obtidas de cultivo (CsL e CsL em
interação com conídios e células escleróticas indizidas in vitro) foram colhidas,
lavadas 02 vezes com tampão PBS em pH 7,2 e fixadas a temperatura ambiente
46
por 02 horas com 2,5% de glutaraldeído, 4% de paraformaldeído, cloreto de
cálcio 2,5mM em tampão cacodilato 0,1M e pH 7,2. Após 2 horas de fixação, as
células foram lavadas 3 vezes com tampão cacodilato 0,1M pH 7,2 e pós-fixadas
em solução contendo 1% de tetróxido de ósmio (OsO4), 0,8% de ferricianeto de
potássio, CaCl
2
5mM, em tampão cacodilato 0,1M pH 7,2 à temperatura
ambiente por uma hora. Após esse tempo, as células foram novamente lavadas
03 vezes no mesmo tampão e desidratadas com passagem em uma série de
acetona em água a 20, 30, 50, 70, 90% e 100%, com tempo de 15 minutos para
cada etapa e duas vezes 20 minutos em acetona 100%. Após desidratação, as
células foram infiltradas conforme o seguinte esquema: antes da interação -
mistura epon/acetona na proporção 1:2, 1:1, 2:1 (06h cada etapa) e após
interação – mistura epon/acetona na proporção 3:1, 2:1, 1:1, 1:2, 1:3 e epon puro,
em 06, 12, 12, 24, 24 e 24h respectivamente. Após polimerização em epon por
48 horas, cortes ultrafinos foram obtidos e, em seguida, contrastados com acetato
de uranila e citrato de chumbo e observados em microscópio eletrônico de
transmissão. ZEISS 900.
3.2.11.2 Microscopia Eletrônica de Varredura: Para a realização da microscopia
eletrônica de varredura (MEV), células cultivadas em meio RPMI 1640 (CsL e
CsL em interação com conídios hifas e células escleróticas) foram coletadas e
lavadas 02 vezes em tampão PBS, pH 7,2 e fixadas a temperatura ambiente por
02 horas em uma solução contendo 2,5% de glutaraldeído, 4% de
paraformaldeído em tampão cacodilato 0,1M e pH 7,2. Após esse tempo, as
células foram aderidas em lamínulas previamente recobertas com poli-L-lisina e
novamente lavadas 03 vezes no mesmo tampão e pós-fixadas em solução
contendo 1% de tetróxido de ósmio (OsO4), 0,8% de ferricianeto de potássio,
5mM CaCl
2
5mM em tampão cacodilato 0,1M pH 7,2 a temperatura ambiente
por uma hora, lavadas 03 vezes no mesmo tampão e desidratadas com passagem
em uma série de etanol em água a 20, 30, 50, 70, 90% e 100%, com tempo de 15
minutos para cada etapa e 02 vezes 20 minutos em etanol 100% e passadas por
um processo de secagem por ponto crítico de CO
2
. A seguir as lamínulas foram
fixadas em suporte para amostra (“stub”) e recobertas com ouro
47
(aproximadamente 2nm de espessura), e após a metalização utilizando aparelho
Emitech K550-England foram observadas em microscópio eletrônico de
varredura Leo 1450VP.
3.2.12 Quantificação da citocina TGF- β no sobrenadante. Foi utilizado teste
imunoenzimático ELISA (Kit / BD PharMingen - USA), baseado no princípio de
“sanduíche”, em sobrenadante de interação após 36h. Em cavidades de microplaca
de 96 poços previamente sensibilizadas individualmente com anticorpo
monoclonal de coelho anti-TGF-β de camundongo, foi adicionado 100µL do
sobrenadante da interação, agitado em um microagitador, velocidade aproximada
de 900rpm durante 15 segundos e incubada a placa por 90 minutos a 37ºC. Lavada
a placa 03 vêzes com PBS, pH 6.8. Adicionado em cada cavidade 100µl de
anticorpo de coelho biotinilado anti-TGF-β e incubada a placa por 60 minutos a
37ºC. Lavadas 03 vêzes com PBS, pH 6.8. Adicionado em cada cavidade 100µL
de Streptoavidina Peroxidase e incubada a placa por 60 minutos a 37ºC. Lavada a
placa 03 vêzes com PBS, pH 6.8. Adicionadas em cada cavidade 100µl de
substrato (peróxido de hidrogênio) e do cromógeno (TMB-Tetramethilbenzidina) e
incubada a placa por 15 minutos a 37ºC, e parada a reação adicionando 100µL de
ácido sulfúrico 1N e lida a absorvância da solução de cada cavidade a 450nm em
uma leitora de ELISA MRX Revelation-DINEX MB/USA.
3.2.13 Quantificação de TGF-β no plasma de pacientes com cromoblastomicose. Para
a quantificação de TGF-β no plasma de 12 pacientes com cromoblastomicose, foi
utilizado teste imunoenzimático ELISA (Kit / BD PharMingen - USA), baseado no
princípio de “sanduíche”, em plasma de pacientes. Em cavidades de microplaca
de 96 poços sensibilizadas individualmente com anticorpo monoclonal de coelho
anti-TGF-β humano e estocada a 4
o
C por uma noite. Após este tempo, 100µL de
plasma de cada um dos pacientes, foi adicionado em cada poço sensibilizado,
agitando-se a placa em um microagitador, velocidade aproximada de 900rpm
durante 15 segundos e incubada a placa por 90 minutos a 37ºC. Lavada a placa 03
vêzes com PBS, pH 6,8. Adicionado em cada cavidade 100µl de anticorpo de
coelho biotinilado anti-TGF-β e incubada a placa por 60 minutos a 37ºC. Lavadas
48
03 vêzes com PBS, pH 6,8. Adicionado em cada cavidade 100µL de
Streptoavidina Peroxidase e incubada a placa por 60 minutos a 37ºC. Lavada a
placa 03 vêzes com PBS, pH 6,8. Adicionadas em cada cavidade 100µl de
substrato (peróxido de hidrogênio) e do cromógeno (TMB-Tetramethilbenzidina) e
incubada a placa por 15 minutos a 37ºC, e parada a reação adicionando 100µL de
ácido sulfúrico 1N e lida a absorvância da solução de cada cavidade a 450nm em
uma leitora de ELISA MRX Revelation-DINEX MB/USA.
3.2.14 Analise Estatística. Os resultados das dosagens de TGF-β por ELISA no plasma
de pacientes com cromoblastomicose, foram co-relacionados com o tempo de
tratamento. O teste t-student pareado foi usado para comparar os resultados em 0,
3, 6, 12 meses de tratamento e foi encontrado um valor de p<0,005.
49
4 RESULTADOS.
4.1 Caracterização ultraestrutural das células de Langerhans purificadas da epiderme
de camundongos Balb/c. As CsL da epiderme de camundongos Balb/c, que são
encontradas neste tecido juntamente com outras células como queratinócitos, constituem
1 a 3% do total de células (Fig.12), foram isoladas e purificadas da epiderme (Fig.12A),
pelo método de panning (Salgado et al., 1999) e observadas por microscopia ótica a
fresco entre lâmina e lamínula (Fig.12C). Obtivemos um índice de purificação acima de
95% visualizado por imunofluorescência com marcadores para MHC-Classe II
(Fig.12B). Após a adesão das CsL e lâminas de vidro recobertas previamente com poli-
L-lisina e coloração pelo Giemsa, pode-se observar por microscopia ótica a presença de
dendritos, prolongamentos citoplasmáticos que caracterizam as células dendriticas
(Fig.12D). O material foi, também, visualizado por microscopia eletrônica de varredura:
após 1h (Fig.13A), 03h (Fig 13B) e 12h de cultivo, onde se observa a formação de
dendritos (Fig.13C). Em 36h (Fig.13D) de cultivo, em meio RPMI 1640 suplementado
com 10% de soro fetal bovino, observa-se a expressão de grande quantidade de
dendritos. As células recém-isoladas foram também observadas por microscopia
eletrônica de transmissão, onde podem ser observados prolongamentos citoplasmáticos
(dendritos)(Fig.14A-seta escura), assim como, reticulo endoplasmático rugoso (Fig.14B-
seta amarela) e grânulos de Birbeck, organela formada pela invaginação da membrana
que caracteriza ultraestruturalmente esta célula dentrítica (Fig 14B-seta clara).
4.2 Interação de células de Langerhans purificadas e conídios de F. pedrosoi. As CsL
isoladas e purificadas da epiderme de camundongos Balb/c foram co-cultivadas com
conídios de F. pedrosoi e observou-se, por microscopia ótica, que o fungo é fagocitado
pelas CsL após 03h de interação (Fig.15B-seta escura). Até o tempo de 36h de interação
ocorre internalização do conídio e a inibição da formação de hifas a partir dos conídios
livres em co-cultivo com CsL (Fig.15C-seta escura), quando comparado com cultivo
controle, onde observa-se a formação de tubo germinativo (hifas)(Fig.15A-seta clara).
Por microscopia eletrônica de varredura pode-se observar o conídio de F. pedrosoi
(Fig.16A), inicio da internalização do conídio com 01h de interação (Fig.16B-seta
50
amarela), adesão do conídio à CsL (Fig.17A-seta clara) e internalização completa do
conídio com 12h de interação (Fig.17A e B-setas vermelhas). Por microscopia eletrônica
de transmissão observou-se fagocitose do conídio, iniciando apartir de 01h de interação,
indicando que a internalização do conídio é caracterizada pela presença de sobreposição
bilateral de pseudopodes (Fig.18A-seta escura). Sendo que após 03h e 12h de interação
observou-se completa internalização do conídio dentro do fagossoma (Fig.18B e C-seta
escura) e após 36h de interação observa-se conídios internalizados, com aspecto de
provável destruição do citoplasma, porém com a parede celular do fungo ainda visível
(Fig.18D-seta). Observa-se também, a presença de citoesqueleto ao redor dos
fagossomos (asterísticos)(Fig.18C e D).
4.3 Interação de CsL purificadas e Células escleróticas de F. pedrosoi
Observou-se que conídios do fungo inibem a expressão de CD-40 (Fig.21B) e também a
expressão de B7-2 (Fig.22B). Enquanto que as células escleróticas induzidas in vitro
não alteraram a expressão de CD-40 (Fig.21C) e aumenta a expressão de B7-2
(Fig.22C), após 36H de interação com CsL. Células CsL controles cultivadas pelo
mesmo período expressam CD-40 e B7-2 (Fig.21A e 22A). Obervou-se também, através
de citometria de fluxo a média de intensidade de flourescência da expressão de CD40 e
B7-2 (Fig.23), que comparada com os controles negativos, mostram uma fraca
expressão de CD40 na superfície das CsL, após co-cultura com conídios e não houve
diferença quando observa-se CsL que interagiram com células escleróticas induzidas in
vitro (Fig.23A). Quanto a expressão de B7-2, observa-se que após interação com
conídios, as CsL não expressam significantemente esta molécula co-estimulatória,
enquanto que após interação com células escleróticas induzidas in vitro, as CsL
expressam fortemente a molécula B7-2 em sua superfície (Fig.23B).
4.6 Quantificação de TGF-β no plasma de pacientes portadores de
cromoblastomicose: Após confirmação do diagnóstico pelo exame direto
(Fig.24A), cultura em ágar-Mycosel (Fig.24B) e microcultivo em lâmina (Fig.24C),
foi avaliado o nível de TGF-β no plasma de 12 pacientes com cromoblastomicose,
sendo 11 homens e 01 mulher, pelo método de ELISA, durante o período de 12
meses. Foi observado que os pacientes demonstraram uma grande melhora clínica
nos primeiros 03 meses de tratamento com Itraconazol (200mg/dia) (Fig. 24D-E,
G-H), entretanto nos meses seguintes a resposta ao medicamento ocorreu de
maneira mais lenta (Fig.24F e I). A dosagem dos níveis plasmáticos de TGF-β
(Fig.25), dos mesmos pacientes, revelou altos níveis desta citocina, antes do
tratamento (média: 7.016 ± DP: 1988 pg/ml), em comparação com os níveis dos
controles, indivíduos sem nenhum tipo de doença granulomatosa, (média: 3.791 ±
209 pg/ml; p < 0.005). Os pacientes apresentaram uma queda significativa nos
níveis de TGF-β no plasma após 03 meses (4.625 ± 645 pg/ml; p < 0.005) de
tratamento com Itraconazol, queda acompanhada com uma rápida melhora clínica,
especialmente relacionada ao aspecto seco e ao tamanho das lesões. Entretanto após
06 meses (6.566 ± 777 pg/ml; p < 0.001) e 12 meses (6.908 ± 776; p < 0.001) de
tratamento, o nível de TGF-β aumenta, retornando quase aos mesmos níveis
52
observados antes do tratamento (Fig. 25). Aumento este relacionado com uma lenta
melhora clínica (Fig.24D e G), persistência do fungo na lesão e acentuada fibrose
cicatricial (Fig.24E-I). Os ensaios para quantificação de TGF-β foram realizados
em triplicata.
4.7 Quantificação de TGF-β no sobrenadante, após 36h de interação entre CsL e o
fungo F. pedrosoi, em RPMI 1640. Após 36h de interação entre as CsL e as
diversas formas do fungo, foi realizado a quantificação de TGF-β, por ELISA, no
sobrenadante da interação. Observou-se um aumento do nível desta citocina na
interação com os conídios e com células escleróticas induzidas in vitro, sendo que
houve uma maior detecção da citocina após a interação com estas últimas (Fig.26).
Os ensaios foram realizados em triplicata.
53
Figura 12: Aspectos microscopicos das células de Langerhans. Em (A), Micrografia
ótica da epiderme de pele recém retirada de camundongos Balb/c. Em (B), expressão de
MHC-classe II, por microscopia ótica de fluorescência, mostrando a célula de Langerhans
in situ. Em (C) observa-se as CsL recém isoladas e purificadas por microscopia ótica, em
exame a fresco e em (D) observa-se as CsL recém isoladas e purificadas por microscopia
ótica coradas pelo Giemsa. Barra 10µm.
54
Figura 13: Micrografia por microscopia eletrônica de varredura das células de
Langerhans isoladas da epiderme de Balb/c: (A) após 01h, (B) após 03h, (C) após 12h e
(D) após 36h de cultivo, em RPMI-1640. Barra 1µm.
55
Figura 14: Micrografia por microscopia eletrônica de transmissão de CsL recém
isoladas e purificadas da epiderme de Balb/c: mostrando prolongamentos citoplasmáticos-
dendritos (seta escura), reticulo endoplasmático (seta amarela) e a presença de grânulos de
Birbeck (seta clara). Barra 5µm.
56
Figura 15: Micrografia por microscopia ótica da interação de CsL e conídios de F.
pedrosoi. A (Fig. A), mostra a formação de hifas (seta branca) a partir dos conídios, após
cultivo de 36h (controle sem a presença de CsL). Em (B) observa-se a internalização dos
conídios (seta escura) e inibição da formação de hifas, após 03h de interação. Em (C) observa-
se a internalização dos conídios (seta escura) e inibição da formação de hifas, após 36h de
interação com CsL, em RPMI-1640 suplementado com 10% de soro fetal bovino.
57
Figura 16: Micrografia por microscopia eletrônica de varredura da interação de CsL e
conídios de F. pedrosoi. Em (A) observa-se o conídio de F. pedrosoi. Em (B) conídio sendo
internalizado pela CsL após 01h de interação, mostrando pseudopodes (seta amarela). Barra
5µm
58
Figura 17: Micrografia por microscopia eletrônica de varredura da
interação de CsL e conídios de F. pedrosoi. Mostrando em (A) conídio
aderido (seta branca), conídio internalizado (seta vermelha) e em (B)
conídios internalizados após 12h de interação (setas vermelhas). Barra 10
µm.
59
Figura 18: Microscopia eletrônica de transmissão da interação conídios de F pedrosoi e
CsL isoladas e purificadas de epiderme de Balb/c em RPMI-1640: Em (A), inicio da
fagocitose após 01h de interação. Em (B), após 03h de interação, observa-se o conídio dentro
do fagossomo (seta). Em (C), após 12h de interação, mostrando a internalização do conídio e
presença de citoesqueleto (asterístico) circundando o fagossomo. Em (D), após 36h de
interação com o conídio internalizado, mostrando possível destruição do citoplasma e
manutenção da parede do fungo (seta) e presença de citoesqueleto (asterístico) circundando o
fagossomo. Barra 10 µm.
60
Figura 19: Micrografias por microscopias ótica, eletrônica de varredura e transmissão
da interação de células escleróticas induzidas em meio quimicamente definido e CsL
isoladas e purificadas de epiderme de Balb/c após 36h em RPMI-1640. Em (A)
microscopia ótica, mostrando a inibição da formação de hifas apartir de células escleróticas.
Em (B), microscopia ótica, onde se observa a formação de hifas (seta amarela) a partir das
células escleróticas, em cultivo sem CsL. Em (C) microscopia eletrônica de varredura
mostrando importante adesão entre CsL e células escleróticas induzidas in vitro (seta clara).
Em (D) microscopia eletrônica de transmissão mostrando CsL rica em mitocôndrias (seta
escura) e discreta adesão da CsL com as célula esclerótica
(
seta vermelha).
61
A B
Figura 20: Micrografia eletrônica de varredura da interação de CsL e hifas de F
pedrosoi. Mostrando adesão, entre ambas as células (A). Pode-se observar a formação de
prolongamentos dendríticos direcionados ao filamento fúngico (B).
62
Fig.21. Micrografia de microscopia ótica de fluorescência da expressão de CD40
pelas CsL, após 36h de interação com conídios e células escleróticas. Mostrando a
inibição (B) da expressão de moléculas co-estimulatórias CD-40 pelas CsL quando co-
cultivadas com conídios de F. pedrosoi. Em (C) a expressão desta molécula pelas CsL,
permanece inalterada quando co-cultivadas após 36h com células escleróticas induzidas
in vitro, comparadas com o controle (A).
Fig.22. Micrografia de microscopia ótica de fluorescência da expressão de B7-2
pela CsL, após 36h de interação com conídios e células escleróticas. Mostrando em
(B) a inibição da expressão de B7-2 pelas CsL após interação com células escleróticas
induzidas in vitro, após 36h de interação.Em (C) observa-se aumento da expressão de
B7-2 pelas CsL, quando comparadas com os controles (A). Barra 1µm.
63
Fig.23. Citometria de fluxo da expressão de CD40 e B7-2 em CsL após 36 horas de
co-cultura com conídios e células escleróticas. Em (A) observa-se uma importante
expressão de CD40 em CsL após 36h de co-cultura com conídios de F. pedrosoi, porem
sem alteração significativas na expressão desta molécula co-estimulatória nas CsL
quando cultivadas com células escleróticas induzidas in vitro. Em (B) observa-se que
não ocorre alteração significativa na expressão de B7-2 nas CsL após 36h de co-cultura
com conídios de F. pedrosoi, quando comparada com o controle, enquanto que pode ser
observado um aumento significativo da expressão pelas CsL de B7-2, após 36h de co-
cultivo com células escleróticas induzidas in vitro, em comparação com o controle.
Dados representam um em treis experimentos independentes, realizados em triplicata.
64
Fig.24 Aspectos laboratoriais e clínica da cromoblastomicose. Micrografia de exame direto
de pacientes com cromoblastomicose em KOH a 20% mostrando células escleróticas (A),
colônia de F. pedrosoi em ágar-Mycosel (B) e microcutivo em lâmina (C). Aspectos clínicos
de lesões de 02 pacientes com cromoblastomicose antes do tratamento (D, G), após 03 meses
de tratamenteo com ITZ (E, H) e após 12 meses de tratamento com ITZ (F, I).
65
Fig.25. Níveis plasmáticos de TGF-β de 12 pacientes com diferentes formas
clínicas de cromoblastomicose, em tratamento com ITZ. Plasma de indivíduos
sadios foi usado como controle negativo. Cada ponto representa o nível plasmático de
TGF-β em cada paciente. A média é representada pela linha horizontal.
66
Fig.26: Níveis de TGF-β no sobrenadante da interação após 36h de interação de CsL
com as diversas formas do fungo F. pedrosoi. Os resultados representam a média de 03
experimentos individuais. p<0.005.
67
5 DISCUSSÃO
Propusemos estudar a relação entre formas vegetativas: conídios e células escleróticas
induzidas in vitro do fungo F. pedrosoi e células de Langerhans (CsL) purificadas da
epiderme de camundongo Balb/c, em virtude destas células dendríticas (CsD) da pele
protegerem o sítio de entrada de patógenos, capturando e apresentando antígenos para as
células T nos órgãos linfóides satélites, estimulando a resposta primária mediada por células.
A cromoblastomicose é causada pela penetração de formas vegetativas: conídios e fragmentos
de hifas do fungo F. pedrosoi na pele através de traumatismo, e a evolução da doença é
mantida pela presença de células escleróticas no tecido.
Este estudo foi facilitado pela metodologia de isolamento e purificação de CsL de
epiderme, que apesar de ainda ser pouco desenvolvida, poderá contribuir para o entendimento
da relação parasita-hospedeiro, principalmente nas patologias onde o sitio de entrada do
patógeno é a pele ou em outros tecidos onde as CsL são consideradas importantes sentinelas.
A localização na epiderme das CsL as tornam um alvo para intervenções para
suprimir, estimular ou desviar respostas imunes cutâneas ou sistêmicas (Jakob et al., 2001).
Na presença do patógeno CsD regulam fortemente sua via endocitica, interferindo na
proteólise, dinâmica da membrana e transporte dentro e fora dos lisossomas, para tornarem-se
as mais potentes células apresentadoras de antígeno até hoje conhecidas (Gatti & Pierre,
2003). Acredita-se que seja este o mesmo comportamento das CsL, importantes CsD da pele,
em relação aos agentes da cromoblastomicose, assim como de outras micoses subcutâneas.
Na interação de CsL e formas vegetativas de F. pedrosoi in vitro, nossos resultados
mostram que após 01h de interação de conídios de F. pedrosoi e CsL (na razão de 10:1)
ocorre adesão e formação de pseudópodes em torno do conídio, indicando um processo ativo
de fagocitose das CsL. Após 03 e 12h de interação observa-se o conídio dentro de um
fagossoma, ainda com citoplasma visível assim como na primeira hora. Sendo que após 36h
de interação não é possível observar o citoplasma do fungo, indicando uma possível
destruição do mesmo. Na interação entre CsL e células escleróticas induzidas in vitro,
observou-se somente adesão nos diversos tempos de interação. Outro fenômeno observado foi
68
a inibição da formação de hifas a partir conídios e de células escleróticas, quando estas células
foram co-cultivadas com CsL, com observação até 36h de interação, comparadas com
controle.
Estes resultados são semelhantes aos observados em interações entre CsD isoladas de
pulmão e CsD de linhagem estabelecida derivadas de pele fetal (FSDCs) com conídios e hifas
de A. fumigatus, onde estas CsD internalizam e são capazes de destruir todas as formas deste
fungo (Bozza et al, 2002), e outro que mostra que CsD derivadas de monócitos de sangue
periféricos de humanos e de baço de camundongos, também internalizam e destrõem células
leveduriformes e hifas de C. albicans, sendo que estes efeitos estão relacionados com alta
produção de óxido nítrico e expressão do gene iNOS pelas CsD (d’Ostiani et al., 2000).
Quanto a inibição de formação de hifas, o mesmo fenômeno foi observado por Awasthi &
Magee, 2004, quando fizeram interação de artroconídios de Coccidioides posadasii com
células dendriticas derivadas de medula óssea (BMDC), observando até 48h de interação.
Considerando ser um modelo em murinos, nossos dados podem subsidiar novas
pesquisas em manipulação da resposta imune, com vista a imunoterapia de infecções fúngicas
subcutâneas, entre as quais a cromoblastomicose, micose esta ainda sem uma terapêutica
eficaz. O conhecimento da biologia das CsD, mais especificamente das CsL, na regulação da
resposta imune contra fungos agentes de micoses subcutâneas, principalmente o F. pedrosoi,
será um passo importante na direção de uma definição crítica dos mediadores da mesma.
Assim como as CsL podem ser consideradas como uma peça fundamental para o
desenvolvimento de uma nova estratégia terapêutica para ajustar o balanço entre saúde e
doença, principalmente no caso desta importante micose objeto deste estudo.
Estudos sobre vacinação com CsD sensibilizadas ou carregadas de antígenos ex vivo,
com finalidade profilática, terapêutica ou adjuvante de outros tipos de tratamento, foram
desenvolvidos com CsD circulantes ou linhagens estabelecidas, principalmente contra o fungo
A. fumigatus e alguns tipos de câncer, com resultados promissores (Bozza et al, 2003;
Cerundolo et al, 2004). A possibilidade de utilizar CsD geradas ex vivo como ferramenta
terapêutica para restaurar a imunidade anti-fúngica é uma pespectiva para o futuro próximo
(Buentke & Scheynius, 2003), enquanto o desenvolvimento de vacinas contra fungos encontra
69
desafios, como os diferentes fatores de risco do hospedeiro e diferentes etiopatogenias, o que
leva pensar em vacinas altamente específicas para cada espécie fúngica (Deep Jr, 2004).
Assim nossos resultados podem subsidiar estudos com esta metodologia, ou seja, utilizando
CsL para produção de vacinas contra agentes infecciosos que penetram pele, entre estes, mais
especificamente o F. pedrosoi importante agente da cromoblastomicose.
Quanto ao aspecto da expressão de moléculas co-estimulatórias das CsL após
interação com as formas do F. pedrosoi, pouco se conhece sobre a influência destas moléculas
na regulação da resposta imune contra fungos, principalmente em relação ao F. pedrosoi.
Nossos resultados observados após 36h de interação de CsL com conídios de F. pedrosoi,
mostram a inibição nas CsL da expressão de B7-2 e CD-40. Resultados semelhantes foram
observados por (Awasthi & Magee, 2004) mostrando inibição da expressão de B7-1, B7-2 e
CD-40 em CsD derivadas de medula óssea (BMDC) de Balb/c, por artroconídios do fungo
dimórfico Coccidioides posadasii em interação por 24h. Estudo desenvolvido com interação
de conídios de Trichophyton rubrum, fungo dermatófito, agente de micose da pele de caráter
crônico, com macrófagos peritoneais residentes, mostra que conídios são fagocitados e inibem
a expressão de moléculas co-estimulatórias (Campos et al. 2006). Assim nossos resultados
podem sugerir que esta capacidade do fungo de inibir a expressão destas moléculas co-
estimulatórias, seja um mecanismo de escape do fungo, para que seja implantado seu
propágulo, no caso conídio, no tecido do hospedeiro. Mecanismo este capaz de subverter
assim as células do sistema imune, neste caso as CsL, células fagocíticas e apresentadoras de
antígenos encontradas na epiderme, local de entrada deste agente etiológico, compromentendo
a resposta imune celular ou Th1.
A interação de células escleróticas induzidas in vitro com CsL após 36h, mostra que
expressão de B7-2 e CD-40 não sofre alteração. Estudos in vitro indicam que a expressão de
moléculas co-estimulatórias sobre as células apresentadoras de antígeno, parece ser regulada
por C. neoformans, e o aumento da expressão de B7-2 e CD40 pode promover uma resposta
protetora, ou seja, resposta Th1(Vecchiarelli, 2000). A expressão de B7-2 parece ser a favor
de uma resposta a ativação de células T em infecção por C. neoformans (Monari et al., 1999).
O mecanismo pelo qual fungos, em suas diversas fases, inibem ou estimulam a expressão de
moléculas co-estimuladoras é ainda desconhecido, porém evidências recentes sugerem que
70
receptores da resposta imune inata, como a família de receptores Toll-like, podem induzir ou
inibir a maturação de CsD em resposta a produtos microbianos (Blander & Medzhitov, 2006).
Nossos resultados em relação à fagocitose e expressão de moléculas co-estimuladoras podem
ser comparados com os estudos de Gersuk et al., (2006), que mostram que conídios de A.
fumigatus são fagocitados por macrófagos com pouca resposta inflamatória, só causando
infecção com importante resposta inflamatória após iniciar o crescimento de hifas. Resposta
esta que é, em parte mediada por Dectin-1, receptor de β-glucanas existente no macrófago e
em outras CsD, reconhecendo componente não existente em conídios e sim em tubos
germinativos, estruturas iniciais do crescimento da hifa. Processo idêntico pode ocorrer na
interação de CsL e conídios de F. pedrosoi que são internalizados e inibem a expressão de
moléculas co-estimulatórias tipo B7-2 e CD40. Sendo que na interação entre CsL e células
escleróticas induzidas in vitro, células consideradas fase intermediaria entre conídios e hifas,
estas não são fagocitadas e podem estimular a expressão de moléculas co-estimulatórias B7-2
e CD40 nas CsL. Assim estes mecanismos, também, podem estar relacionados com a
capacidade de distinção pelos recptores de membrana das CsL, dos possíveis diferentes
componentes existentes na parede celular das diferentes fases do fungo F. pedrosoi. Este
fenômeno pode ter relação com a clínica da cromoblastomicose, pois quando da inoculação
do fungo na pele, ocorre cicatrização do traumatismo e após longo tempo, “de dormência do
conídio” sem aparente estimulo tecidual, inicia-se a lesão da micose com importante processo
inflamatório. Nestas lesões, mesmo iniciais, não se observam conídios por qualquer exame
laboratorial, e sim células escleróticas. Nossos resultados, comparados a outros com CsD,
demonstram que as CsL podem ter um importante papel na conexão entre a resposta imune
inata e adptativa, assim como pode subsidiar estudos para o desenvolvimento de uma vacina
especifica com células escleróticas ou utilização de CsL pulsadas com antígenos, para
prevenção ou como adjuvante no tratamento de cromoblastomicose.
Sobre o envolvimento da citocina antinflamatória TGF-β na etiopatogenia da
cromoblastomicose, ainda não está amplamente investigada, principalmente a causada pelo
fungo F. pedrosoi. Infecções persitentes ou crônicas mantém alta a produção de TGF-β, e
podem levar a uma progressiva deposição de matrix extracelular e tecido fibroso.
Schistosomiase hepática é um bom exemplo deste processo. O TGF-β produzido quando da
formação de granuloma induzido pelos ovos deste helminto, parece ser o principal indutor da
71
fibrose, através de estimulos para produção de colágeno e outros componentes da matrix
extracelular e proliferação de fibroblastos (Wahl et al., 1997). Ação semelhante pode ocorrer
na cromoblastomicose, infecção fúngica crônica, onde células escleróticas são persistentes na
lesão. A regulação da secreção de TGF-β está implicada na formação de cicatrizes
hipertróficas, mas ainda é obscuro se é causa ou um efeito deste processo (Werner &
Alzheimer, 2006). Em cromoblastomicose, um trabalho exclusivo demonstrou o perfil da
matriz de extracellular com fibrose irreversível na lesão e a presença in situ de TGF-β (Esterre
et al., 1993). Mas a presença ou não, e a correlação entre níveis plasmáticos de TGF-β e
evolução de cromoblastomicose ainda é desconhecida.
Nossos resultados sobre a quantificação de TGF-β no plasma de pacientes com
cromoblastomicose, antes e após tratamento com itraconazol (ITZ), sugestionam um papel
ativo desta citocina no padrão de resposta tecidual, interferindo com o tipo e tamanho da
lesão. No inicio, os níveis de TGF-β são altos, indicando um possível papel para o fungo
como estimulador da produção desta citocina pelas células inflamatórias, e que TGF-β pode
ser importante na evolução crônica da cromoblastomicose, como é em outros processos
infecciosos diferentes, como na leishmaniose, onde tem sido detectado TGF-β no tecido
(Gumy et al., 2004), e na paracoccidioidomicose onde foram detectados altos níveis de TGF-
β no soro de pacientes (Mamoni et al., 2002), o que indica que esta citocina é importante na
manutenção de doenças granulomatosas, e confirma nossos resultados.
Na terapia com ITZ destruindo o fungo, ocorre uma diminuição do nível de TGF-β
combinada com uma melhoria importante no quadro clínico, seguido por um incremento no
nível plasmático de TGF-β, o que também pode ser relacionado à lenta melhoria clínica
observada. Sabe-se que tratamento com ribavirin pode reduzir níveis plasmáticos de TGF-β,
reduzindo também a fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica (Janczewska-
Kazek et al., 2006). Resultados semelhantes aos que observamos com o tratamento com ITZ e
lesões de cromoblastomicose na pele, também foram observados por observado por Tomioka
et al., (1997), mostrando que progressivo crescimento bacteriano, depois do uso de agentes de
antimicrobianos contra Mycobacterium avium, está associado a persitência de TGF-β no
tecido. O que também pode estar ocorrendo em nosso estudo, demonstrado pelo alto nível de
TGF- β depois do terceiro mês de tratamento com ITZ, associado a uma melhoria clínica lenta
72
e a persistência de células escleróticas na lesão. A secreção de TGF- β também pode ser
estimulada durante a entrada, replicação e persistência do patógeno no hospedeiro (Fitzpatrick
et al., 1999). Estes dados podem ser co-relacionados à importante fibrose observada na
recuperação clínica de cromoblastomicose e com os níveis altos desta citocina no
sobrenadante da interação de CsL com conídios e em maior nível com células escleróticas
induzidas in vitro, após 36h de interação, considerando que as células escleróticas são as
formas fúngicas em permanente contato com o tecido e com as diversas células do sistema
imune do tecido cutâneo e subcutâneo.
Estudos adicionais são necessários para elucidar quais são as células inflamatórias
responsáveis pela produção de TGF- β na cromoblastomicose, como a presença do fungo
estimula sua secreção e seu papel na patogênese desta micose, pois foi demonstrado que
anticorpos anti-TGF-β podem aumentar o processo curativo em outras infecções (Li et al.,
1999). Um importante objetivo de futuras pesquisas será obter terapias que explorem aspectos
benéficos da combinação de antifúngicos e antifibróticos, que poderá apresentar melhores
resultados no tratamento de patologias que apresentam envolvimento de fibrose, como
acontece com a cromoblastomicose.
As CsL poderão ser uma das principais ferramentas para induzir imunidade protetora
por vacinação ou adjuvante em combinação terapêutica contra a cromoblastomicose. Sua
capacidade de internalizar conídios, como ficou demonstrada; e a de apresentar antígenos,
pode representar a ativação de diferentes vias imunológicas, necessitando identificar a melhor
via para melhor planejamento de vacinas fúngicas. Uma melhor compreensão do papel das
CsL na interação patógeno-hospedeiro provavelmente direcionará, futuramente, o
desenvolvimento novas terapias antifúngicas, voltadas contra o F. pedrosoi, principal agente
da cromoblastomicose.
Esperamos que novos estudos venham corroborar nossos resultados.
73
6 CONCLUSÕES
6.1 A metodologia aplicada para o isolamento de células de Langerhans, foi considerada
valída para obtenção dos objetivos propostos.
6.2 As carateristicas ultraestruturais das células de Langerhans isoladas e purificadas, são
idênticas as descritas na literatura.
6.3 Conídios de F. pedrosoi são internalizados por células de Langerhans de epiderme de
Balb/c, após 03 horas de interação.
6.4 Conídios de F. pedrosoi inibem a expressão de moléculas co-estimulatórias B7-2 e
CD40 pelas células de Langerhans, até 36 horas de interação, caracterizando
influência na resposta imune inata.
6.5 Conídios de F. pedrosoi estimulam a produção de TGF-β pelas células Langerhans in
vitro.
6.6 Células escleróticas induzidas in vitro, aderem às células de Langerhans in vitro,
porém não são internalizadas.
6.7 Células escleróticas induzidas in vitro, não inibem a expressão de moléculas co-
estimulatórias B7-2 e CD40 pelas células de Langerhans, até 36 horas de interação.
6.8 Células escleróticas induzidas in vitro estimulam a produção de TGF-β pelas células
de Langerhans in vitro.
6.9 Hifas de F. pedrosoi aderem às células de Langerhans in vitro, porem não são
internalizadas.
6.10 Células de Langerhans inibem a formação de hifas a partir de conídios e de células
escleróticas induzidas in vitro, até 36 horas de interação.
6.11 O nível plasmático de TGF-β decresce após 3 meses tratamento com itraconazol,
voltando a nível semelhante ao do tempo zero após 12 meses de tratamento.
6.12 Os altos níveis da citocina anti-inflamatoria TGF-β, após o aparecimento das lesões,
em pacientes com cromoblastomicose, caracteriza uma predominância de uma
resposta Th2.
6.13 A citocina TGF-β pode estar envolvida na progressão da cromoblastomicose.
74
6.14 As células de Langerhans da epiderme de Balb/c mostram ser um excelente modelo
experimental, para o estudo da relação parasita-hospedeiro, principalmente com
microorganismos que penetram no hospedeiro através da pele.
75
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAS, A.K; MURPHY, K.M. & SHER, A.1996. Funcional diversity of heper T
lymphocytes. Nature. 338: 787-793.
AKIRA, S. & HEMMI, H. 2003. Recognition of pathogen-associated molecular patterns by
TLR family.Immunology Letters. 85: 85-95.
AKIRA, S. 2003. Mammalian Toll-like receptors. Curr.Opin.Immunol. 15: 5-11
AKIRA, S.; UEMATSU, S. & TAKEUCHI, O. 2006. Pathogen Recognition and Innate
Immunity.Cell.124: 783-801.
AL DOORY, J. Chromomycosis. Moutain Press Publishing Company, Misoula, Mout.1972
ALVIANO, C.S.; FARBIARZ, S.R.; TRAVASSOS, L.R.; ANGLUSTER, J. & DE SOUZA,
W.1992. Effect of environmental factors on Fonsecae pedrosoi morphogenesis with
emphasis on sclerotic cells induced by propanolol. Mycophatologia.119:17-23
ALVIANO, C.S.; TRAVASSOS, L.R. & SCHAUER, R.1999. Sialic acids in fungi: a
minireview. Glycoconj. J. 16: 545-554.
ALVIANO, D.S.; FRANZEN, A.J.; TRAVASSOS, L.R.; HOLANDINO, C.; ROZENTAL,
S.; EJZEMBERG, R.; ALVIANO, C.S. & RODRIGUES, M.L. 2004a. Melanin from
Fonsecaea pedrosoi induces production of human antifungal antibodeis and enhances
the antimicrobial efficacy of phagocytes. Infect. Immun. 72: 229-237.
ALVIANO, D.S.; RODRIGUES, M.L.; ALMEIDA, C.A.; SANTOS, A.L; COUCEIRO, J.N.;
SOARES, R.M.; TRAVASSOS, L.R.& ALVIANO, C.S. 2004b. Differential expression
of sialyglycoconjugates and sialidase activity in distinct morphological stages of
Fonsecaea pedrosoi. Arch.Microbiol. 181: 278-286.
ALVIANO, D.S.; RODRIGUES, M. L.; TRAVASSOS, L.R.; & ALVIANO, C.S. 2003.
Differentiation of Fonsecaea pedrocsoi mycelial forms into sclerotic cells is induced by
platelet-activating factor. Res. Microbiol.154:689-695.
ANDERSSON, J. & AHMED, R. 2002. Immunity to infection. Curr. Opin. Immunol. 14:409-
412.
ASPAUGH, J.A. & GRANGER, D.L. 1991. Inhibition of Cryptococcus neoformans
replication by nitrogen oxides supports the role of these molecules as effectors of
macrophage-mediated cytostasis. Infect. Immun. 59:2291-2296.
76
ATTAPATTU, M.C. 1997. Chromoblastomycosis – A clinical and mycological study of 71
cases from Sri Lanka. Mycopathologia.137: 145-151.
AWASTHI, S. & MAGEE, M.D. 2004. Differences in expression of cell surface co-
stimulatory molecules, Toll-like receptor genes and secretion of IL-12 by bone-marrow
derived dendritic cells from susceptible and resitant mouse strains in response to
Coccidiodes posadasii. Cell Immunol.231: 49-55.
BACCI, A.; MONTAGNOLI, C.; PERRUCCIO, K.; BOZZA, S.; GAZIANO, R.;
PITZURRA, L.; VELARD, I.A.; D’ OSTIANI, C.F.; CUTLER, J.E. & ROMANI, L.
2002. Dendritic cells pulsed with fungal RNA induce protective immunity to Candida
albicans in hematopoetic transplantation. J. Immunol.168: 2904-2913.
BALLOY, V.; SITAHAR, M.; TAKEUCHI, O.; PHILIPPE, B.; NAHORI, .A.; TANGUY,
M.; HUERRE, M.; AKIRA, S.; LATGE, J.P. & CHIGNARD, M. 2005. Involvement of
toll-like receptor 2, in experimental invasive pulmonary aspergillosis. Infect. Immun.
73: 5420-5425.
BANCHEREAU, J. & PALUCKA, K.A. 2006. Langerhans cells: daughters of monocytes.
Nature Immunology.7:223-224.
BANCHEREAU, J.; BRIERE, F.; CAUX, C.; DAVOUTS, J.; LEBECQUE, S.; LIU, YJ. &
PALUCKA, K.2000. Immunobiology of Dendritic Cells. Annu. Rev. Immunol. 18: 767-
811.
BANCHEREAU, J.; SCHULER-THURNER, B.; PALUCKA, K.A. & SCHULER, G. 2001.
Dendritic Cells as Vectors for Therapy. Cell. 106: 271-274.
BANKS, I.S. 1985. Chromoblastomycosis in Zaire. Int. J. Dermatol. 24: 302-307.
BANSAL, A.S. & PRABHAKAR, P. 1989. Chromomycosis: a twenty-year analysis of
histolologically confirmed cases in Jamaica. Trop.Geogr.Med. 41: 222-226.
BAYLES, M.H.A., 1971. Chromoblastomycosis. Arch. Dermatol., 104: 476-485.
BEISSERT, S., HOSOI, J., GRABBE, S. E. et al. 1995. IL-10 inhibits tumor antigen
presentation by epidermal antigen-presenting cells. J. Immunol. 154: 1280-1286.
BELFORT, E.; DILLON, N.; LACAZ, C.S. & SAMPAIO, S.A.P. 1960. Cromomicose
primitiva da face e pescoço. Rev. Hosp. Clin. Fac. Med. S. Paulo. 15: 352-358.
BELL, D.; YOUNG, J.W. & BANCHEREAU, J. 1999. Dendritic cells. Adv. Immunol. 72:
255-324.
77
BELLOCCHIO, S.; MONTAGNOLI, C.; BOZZA,S.; GAZIANO, R; ROSSI, G.;
MAMBULA, S.S.; VECCHI, A.; MANTOVANI, A.; LEVITZ, S.M. & ROMANI, L.
2004. The contribution of the Toll-like/IL-1receptor superfamily to innate and adptative
immunity to fungal pathogens in vivo. J. Immunol.172: 3059-3069.
BELZ,T.G.; HEATH, R.W.& CARBONE, R.F. 2002. The role of dendritic cell subsets in
selection between tolerance and immunity. Immunology and Cell Biology. 80: 463-468.
BERNARD, M. & LATGÉ, J.P. 2001. Aspergillus fumigatus cell wall: composition and
biosynthesis. Med. Mycol. 39: 9-17.
BHAKTAVIZIAM, C.; SHAFI, M.; MEHTA, M.C. & BHAKTAVIZIAM, C.A. 1983.
Chromoblastomycosis: Report of a case from Tripoli, Libya. Mycopathologia. 82: 111-
113.
BITTENCOURT, A.L.; LONDERO, A.T. & ANDRADE, J.A.F. 1994. Cromoblastomicose
auricular. Relato de um caso. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo. 36: 381-383.
BLANDER, M.J. & MEDZHITOV, R. 2006. Toll-dependent selection of microbial antigens
for presentation by dendritic cells. Nature. 400: 808-812.
BONIFAZ, A.; MARTINEZ-SOTO, E.; CARRASCO-GERARD, E. & PENICH, J. 1997.
Treatment of Chromoblastomycosis with itraconazole, cryosurgery, and a combination
of both. Int. J. Dermatol. 36: 542-547.
BONIFAZ, A.; PAREDES-SOLIS, V. & SAUL, A. 2004. Treating chromoblastomycosis
with systemic antifungals. Expert. Opin. Pharmacother. 5: 247-254.
BORELI, D. 1987. A clinical trial of itraconazole in the treatment of deep mycoses and
leishmaniasis. Ver. Infect. Dis. 9: 57-63.
BOZZA, S.; GAZIANO, R; SPRECA, A.; BACCI, A.; MONTAGNOLI, C.; DI
FRANCESCO, P.et al. 2002. Dendritic cells transport conidia and hyphae of Aspergillus
fumigatus from the airways to the draining lymph nodes and initiate disparate Th
response to the fungus. J. Immunol. 168: 1362-1371.
BOZZA, S.; PERRUCCIO, K.; MONTAGNOLI, C.; GAZIANO, R.; BELLOCCHIO, S.;
BURCHIELLI, E.; NKWANYOU, G.; PITZURRA, L.; VELARDI, A. & ROMANI, L.
2003. A dendritic cell vaccine against invasive aspergilosis in allogeneic hematopoetic
transplantation. Blood. 102: 3807-3814.
78
BRUMMER, E.; HANSON, L.H.; RESTREPO, A. & STEVENS, D.A. 1992. Intracellular
multiplication of Paracoccidiodes brasiliensis in macrophages: Killing and restiction of
multiplication by activated macrophages. Infect. Immun. 57: 2289-2294.
BUENTKE, E. & SCHEYNIUS, A. 2003. Dendritic cells and fungi. APMIS.111:789-796.
CACERES-DITTMAR, G.; SÁNCHEZ, M.A.; ORIOL.O.; KRAAL, G. & TAPIA, F.J. 1992.
Epidermal compromise in american cutaneous leishmaniasis. J. Invest. Dermatol. 99:
95S-98S.
CAMBI, A ; GIJZEN, K.; DE VRIES, J.M.; TORENSMA, R.; JOOSTEN, B.; ADEMA, G.J.;
NETEA, M.G.; KULLBERG, B.J.; ROMANI, L. & FIGDOR, C.G. 2003. The C-type
lectin DC-SIGN (209) is an antigen-uptake receptor for Cândida albicans on dendritic
cells. Eur. J. Immunol. 33: 532-538.
CAMPOS, M.R.M.; GOMES, E. & ALMEIDA, S.R. 2006. Stimulation, inhibition and death
of macrophages infected with Trichophyton rubrum. Microbes and Infection. 8: 372-
379.
CAUX, C.; VANBERVLIET, B. MASSACRIER, C.; DUBOIS, B.; DE SAINT VIS, B.;
FAUETTE, J.; RISSOAN, M.C. et al. 1996. In vitro regulation of development and
function of dendritic cells. Activation of human dendritic cells. Hematol. Cell.Ther. 38:
463-468.
CAVAILLON, J.M.; FITTING, C.; HAEFFNER-CAVALLION, N.; KIRSCH, S.J. &
WARREN, S. 1990. Cytokine response by monocytes and macrophages free and
lipoprotein bound lipopolysaccharide. Infect. Immun. 58: 2375-2382.
CERUNDOLO, V.; HERMANS, I.F. & SALIO, M. 2004. Dendritic Cells: a journey from
laboratory to clinic. Nature Immunology. 5: 7-10.
CHEN, Y. 1994. Regulatory T-cell clones induced by oral tolerance: Suppression of
autoimmune encephalomyelitis. Science. 265: 1237-1240.
CHU, A.; EISINGER, M. & LEE, J.S. 1982. Immunoelectron microscopic identification of
Langerhans cells using a new antigenic marker. J. Invest. Dermatol. 78: 177-180.
COFFMAN, R.L. 1999. The stability and versibility of Th1 and Th2 populations. Curr. Top.
Microbiol. Immunol. 238: 1-12.
CROWE, R.G. & MARTIN, M. 2000. Chromomycosis.Medical Journal of Australian. 173:
656-658.
79
CUCÈ, L.S.; SALEBIAN, A.; GATTI, C.F. & SAMPAIO, S.A.P. 1983. Cromomicosis:
estudio de 37 casos. Revista Argentina de Dermatologia. 64: 1-15.
CUTLER, J.E. 2001. N-gliycosylation of yeast, with emphasis on Cândida albicans.
Med.Mycol. 39: 75-86.
d’ÁVILA, S.C.G.; PAGLIARI, C. & DUARTE, M.I.S. 2002. The cell-mediated immune
reaction in the cutanoeus lesions of Chromoblatomycosis and their correlation with
different clinical forms of the disease. Mycopathologia.156: 51-60.
D’OSTIANI, C.F.; DEL SERO, G.; BACCI,A ; MONTAGNOLI, C.; SPRECA,A ;
MENCACCI, A ; RICCIARDI-CASTAGNOLI, P. & ROMANI, L. 2000. Dendritic
cells discriminate between yeasts and hyphae of the fungus Cândida albicans.
Implications for initiation of T helper cell immunity in vitro and in vivo. J. Exp. Med.
191: 1661-1674.
DANIELS, T.E.; SCHWARTZ, O.; LARSEN, V.; DABELSTEEN, E. & PINDBORG,
J.1985. Langerhans cells in candidal leukoplakia. J. Oral. Pathol. 14: 733-739.
DE HOOG, S.G. & GUARRO, J.1995. (eds) – Atlas of clinical fungi – Centraalbureau voor
Schimmelcultures / Universitat Rovira i Virgili, Baarn / Reus. 720pp.
DE HOOG, S.G.; QUIEROZ-TELLES, F.; HASSE, G.; FERNANDEZ-ZEPPENFELDT, G.;
ATTILI ANGELIS, D.; GERRITS VAN DEN END, A.H.G.; MATOS, T.;
PELTROCHE-LLACSAHUANGAL, H.; PIZZIRANI-KLEINER, A.A.; RAINER, J.;
RICHARD-YEGRES, N.; VICENTE, V. & YEGRES, F. 2000. Black fungi: clinical
and pathogenic approaches. Med. Mycol.38: 243-250.
DE WALL MALEFYT, R.; FIGDOR, C.G. & HUIJIBENS, R. 1993. Effects of IL-13 on
phenotype cytokine production, and cytotoxic function of human monocytes. J.
Immunol.151: 6370-6381.
DEEP Jr, G.S. 2004. Preventative and therapeutic vaccines for fungal infections: from
concept to implementation. Exp. Rev. Vaccines. 3: 701-709.
DIAMOND, R.D.; CLARK, R.A. & HAUDENSCHILD, C.C. 1980. Damage to Candida
albicans hyphae and pseudohyphae by the myeloperoxidase system and oxidative
products of neutrophil metabolism in vitro. Journal of Clinical Investigation. 66: 908-
917.
80
DIAZ ALMEIDA, J.G.; TABOAS GONZALEZ, M. & DUBE, A. 1978.
Chomoblastomycosis in Cuba, retrospective clinical and epidemiologic studies of 72
patientes. Rev. Cubana Med. Trop. 30: 95-108.
DIEU, M.C.; VANBERVLIET, B. & VICARI, A. 1998. Selective recruitment of immature
and mature dendritic cells by distinct chemokines expressed in different anatomic sites.
J. Exp. Med. 188: 373–386
EMMONS, C.W.; BINFORD, C.H.; UTZ, J.P. & KWON-CHUNG, K.J. 1977. Medical
Mycology, 3rd Ed. Philadelphia, Lea & Febiger.
ESTERRE, P. & ANDRIANTSIMAHAVANDY, A. 1993. History of a cutaneous lesions:
chromomycosis. Arch. Inst. Pasteur Madagascar. 60: 21-25.
ESTERRE, P. & QUEIROZ-TELLES, F. 2006. Management of chromoblastomycosis: novel
perspectives. Curr. Opin. Infec. Dis. 19: 148-152.
ESTERRE, P.; ANDRIANTSIMAHAVANDY, A.; RAMARCEL, E.R. & PECARRERE,
J.L. 1996. Forty years of Chromoblastomycosis in Madagascar: A review. Am. J. Trop.
Med. Hyg. 55: 45-47.
ESTERRE, P.; JAHEVITRA, M. & ANDRIANTSIMAHAVANDY, A. 2000. Humoral
immune response in chromoblastomycosis during and after therapy. Clín. Diagn. Lab.
Immunol. 7: 497-500.
ESTERRE, P.; PEYROL, S.; SAINTE-MARIE, D.; PRADINAUD, R. & GRIMAUD,
J.A.1993. Granuloumatous reaction and tissue remodeling in the cutaneous lesion of
chromoblastomycosis. Virchows Arch. Pathol. Anat. Histopathol.422: 124-133.
FARBIARZ, S.R.; CARVALHO, T.U.; ALVIANO, C.S. & DE SOUZA, W. 1990. Fine
structure and cytochemistry of the interaction between Fonsecaea pedrosoi and mouse
resident macrophages. J. Méd. Vet. Mycol. 28: 73-383.
FARBIARZ, S.R.; CARVALHO, T.U.; ALVIANO, C.S. & DE SOUZA, W. 1992. Inhibitory
effect of melanin on the interaction of Fonsecaea pedrosoi with mammalian cells in
vitro. J. Med. Vet. Mycol. 30: 265-273.
FARMAKI, E. & ROILIDES, E. 2001. Immunotherapy in patientes with systemic mycoses: a
promising adjunct. Bio Drugs.15: 207-241.
FERRANTE, A. 1989. Tumor necrosis factor alpha potentiates neutrophil antimicrobial
activity: increased fungicidal activity against Torulopsis glabrata and Candida albicans
81
and associated increases in oxygen radical production and lysosomal enzyme release.
Infect. Immun. 57: 2115-2122.
FIRESTEIN, G.S.; ROEDER, W.D.; LAXER, J.A.; TOWNSEND, K.S.; WEAVER, C.T. &
HOM, J.T.1989. A new murine CD+ T-cell subset with an unrestricted cytokine profile.
J. Immunol.1989. 143: 518-525.
FITZPATRICK, D.R. & BIELEFELDT-HOMANN, H. 1999. Transforming growth factor
beta in infectious disease: always there for the host and the pathogen. Trends Microbiol.
7: 232-236.
FOSTER, A.; HOLBROOK, K.A. & FARR, A.G. 1986. Ontogeny of Langerhans cells in
human embryonic and fetal skin. J. Invest. Dermatol. 86: 240-243.
FRANZEN, A.J.; DE SOUZA, W.; FARINA, M.F.; ALVIANO, C.S. & ROZENTAL, S.
1999. Morphometric and Densitometric Study of the Biogenesis of Electron Dense
Granules in Fonsecaea pedrosoi. FEMS Microbiology Letters. 173: 395-402.
FUKAZAWA, Y. & KAGAYA, K. 1988. Host defense mechanisms against fungal infection.
Microbiol. Sci1. 5:124-127.
FUKUSHIRO, R. 1983. Chromomycosis in Japan. Int. J. Dermatol. 22: 221-229.
GARDNER, J.T. 1964. Chromoblastomycosis in Texas: Report of four cases. Tex. State J.
Med. 60: 913-915.
GATTI, E. & PIERRE, P. 2003. Understanding the cell biology of antigen presentation: the
dendritic cell contribution. Curr. Opin. Cell Biol.15:19.
GEIJTTENBEEK, T.B.; VAN VLIET, S.J.; ENGERING, A.; T’HART, B.A. & VAN
KOOYK, Y. 2004. Self and nonself-recognition by C-type lectins on dendritic cells.
Annu. Rev. Immunol. 22: 33-54.
GERSUK, G.M.; UNDERHILL, D.M.; ZHU, L. & MARR, K.A. 2006. Dectin-1 and TLRs
permit macrophages to distinguish between different Aspergillus fumigatus cellular
states. J. Immunol. 176: 3717-24.
GILDEA, L.A.; MORRIS, R.E. & NEWMAN, S.L. 2001. Histoplama capsulatum yeasts are
phagocytosed via very late antigen-5, kiled, and processed for antigen presentation by
human dendritic cells. J. Imunnol. 166:1049-1056.
GIMENES, V.M.F.; SOUZA, M.G.; FERREIRA, K.S.; MARQUES, S.G.; GONÇALVES,
A.G.; SANTOS, D.V.C.L.; SILVA, C.M.P.& ALMEIDA, S.R. 2005. Cytokines and
82
lymphocyte proliferation in patientes with different clinical forms of
chromoblastomycosis. Microbes and Infection. 7: 708-713.
GIMENEZ, M.F.; TAUSK, F.; GIMENEZ, M.M. & GIGLI, I. 1987. Langerhans’ cells in
paracoccidioidomycosis. Arch. Dermatol. 123: 479-481.
GIROLOMONI, G.; CAUX, C.; DEZUTTER-DAMBUYANT, C.; LEBECQUE, S.;
RICCIARDI-CASTAGNOLI, P. 2002. TRENDS Immunology. 23: 6-8.
GONZALEZ, A.; SAHAZA, J.H.; ORTIZ, B.L.; RESTREPO, A. & CANO, L.E. 2003.
Production of pro-inflamamtory cytokines during the early stages of experimental
Paracoccidiodes brasilienses. Med. Mycol. 4: 391-399.
GRANUCCI, F.; FOTI, M. & RICCIARDI-CASTAGNOLI, P. 2005. Dendritic cell biology.
Adv. Immunol. 88:193-233.
GUERMONPREZ, P.; VALLADEAU, J.; ZITVOGEL, L.; THERY, C. & AMIGORENA, S.
2002. Antigen presentation and T cell stimulation by dendritic cells. Annu. Rev.
Immunol. 621:17-35.
GUMY, A.; LOUIS, J.A. & LAUNOIS, P. 2004. The murine model of infection with
Leishmania major and its importance for the deciphering of mechanisms underilyng
differences in Th cell differentiation in mice from different genetic backgrounds. Int. J.
Parasitol. 34: 433:44.
GUPTA, A.K.; TABORDA, P.R. & SANZOVO, A.D. 2002. Alternate week and combination
itraconazole and terbinafine therapy for chromoblastomycosis caused by Fonsecaea
pedrosoi in Brazil. Med. Mycol. 40: 529-534.
HAMILTON, A.J. & GOMEZ, B.L. 2002. Melanins in fungal pathogens. J. Med. Microbiol.
51: 189-191.
HENRI, S.; VREMEC, D.; KAMATH, A. 2001. The dendritic cells populations of mouse
lymphnodes. J. Immunol. 3:196-200.
HERNANDEZ, Y.; HERRING, A.C. & HUFFNAGLE, G.B.2004. Pulmonary defenses
against fungi. Semin. Respir. Crit. Care. Med. 25: 63-71.
HIRA, K.; YAMADA, H.; TAKAHASHI, Y. & OGAWA, H. 2002. Successful treatment of
chromomycosis using carbon dioxide laser associated with topical heat applications. J.
Eur. Acad. Dermatol. Venereol. 16: 273-275.
HIRST, B. & JOHNSON, W.C. 1984. Pathology of granulomatous diseases: mixed
inflammatory granulomas. Int. J. Dermatol. 23: 585-597.
83
HOFLING-LIMA, A.L.; GUARRO, J.; FREITAS, D.; GODOY, P.; GENE, P.; SOUZA, L.B.
ZAROR, L. & ROMANO, A.C. 2005. Clínical treatment of corneal infection due
Fonsecaea pedrosoi - case report. Arq. Bras. Oftalmol.68: 270-272.
HOOK, C.E.; MATYSZAK, M.K.& HILL GASTON, J.S. 2005. Infection of epithelial and
dendritic cells by Chlamydia trachomatis results in IL-18 and IL-12 production, leading
to interferon-γ production by human natural kiler cells. FEMS Immunology and Medical
Microbiology. 45:113-120.
HOWLES, J.K. 1954. Chromoblastomycosis: report of nine cases from a sigle area in
Louisiana. Arch. Dermatol. Syphilol. 69: 83-90.
HUFFNAGLE, B.G. & DEEPE JR, G.S. 2003. Innate and adaptive determinants of host
susceptibility to medically important fungi. Curr. Opin. Microbiol. 6: 344-350.
HUME, D.A. 2006. The mononuclear phagocyte system. Curr. Opin. Immunol.18: 49-53.
HUME, D.A.; ROSS, I.L.; HIMES, S.R.; SASMONO, R.T.; WELLS, C.A. & RAVASI, T.
2002. The mononuclear phagocyte system revisited. J. Leuk. Biol. 72: 621-627.
HUSSAIN, I; RASHID,T. & HAROON, T.S. 2002. Parenteral vitamin D (3) and oral
terbinafine for refractory chromoblastomycosis. Br. J. Dermatol. 146:704.
IBRAHIM-GRANET, O.; PHILIPPE, B.; BOLETI, H.; BOISVIEUX-ULRICH, E.;
GRENET, D.; STERN, M. & LATGÉ, J.P. 2003. Phagocytosis and Intracellular Fate of
Aspergillus fumigatus conidia in Alveolar Macrophages. Infect. Immun.53: 891-903.
IWATSU, T.; MIYAJI, M.; TAGUCHI, H.; OKAMOTO, S. & KURITA, N. 1979. Skin test-
active substance prepared from culture filtrate of Fonsecaea pedrosoi. Mycophatologia.
67: 101-105.
JABRA-RIZK, M.A.; BAQUI, A.A.: KELLEY, J.I. et al.,1999. Identification of Candida
dubliniensis in a prospective study of patientes in the United States. J. Clin. Microbiol.
37: 321-326.
JAKOB, T.; RING, D. & UDEY, M.C. 2001. Multistep navigation of Langerhans/dendritics
cells in and out of the skin. J. Allergy Clin. Immunol. 108: 688-696.
JANCZEWSKA-KAZEK, E.; MAREK, B.; KAJDANIUK, D. & BORGIEL-MAREK, H.
2006. Effect of interferon alpha and ribavirin treatment on serum levels of transforming
growth factor-beta1, vascular endothelial growth factor, and basic fibroblast growth
factor in patients w
JAYALAKSHMI, P.; LOOI, L.M. & SOO-HOO, T.S. 1990. Chromoblastomysosis in
Malaysia. Mycopathologia, 109: 27-31.
KAPLAN, D.H.; JENILSON, M.C.; SAELAND, S.; SHLOMCHIK, W.D. & SHLOMCHIK,
M.J. 2005. Epidermal Langerhans Cell-Deficient Mice Develop Enhanced Contact
Hipersensitivity Immunity. Immunity. 23: 611-620.
KATAYAMA, I.; MATSUNAGA, T.; YOKOZEKI, H. E. et al.1997. Blockade of
costimulatory molecules B7-1 (CD80) and B7-2 (CD86) down-regulares induction of
contact sensitivity by haptenated epidermal cells. Br. J. Dermatol. 136: 846-852.
KELSAL, B.L.; BIRON, C.A.; SHARMA, O. & KANE, P. M. 2002. Dendritic cells at the
host-pathogen interface. Nature Immunology. 3: 699-702.
KELSO, A. 1995. Th1 and Th2 subsets: paradigms lost? Immunol. Today. 16: 374-379.
KISSENPFENNING, A. & MALISSEN, B. 2006. Langerhans cells – revisiting the
paradigma using genetically engineered mice. TRENDS in Immunology. 3:132-139.
KLEBANOFF, S.J.; VADAS, M.A.; HARLAN, J.M.; SPARKS, L.H.; GAMBLE, J.R.;
AGOSTI, J.M & WALTERSDORPH, A.M. Stimulation of neutrophilis by tumor
necrosis factor. 1986. J. Immunol. 136: 4220-4225.
KLIS, F.M.; MOL, P.; HELLINGWERF, K. & BRUL, S. 2002. Dynamics of cell wall
structure in Saccharomyces cerevisiae. FEMS Microbiol. Rev. 26: 239-256.
KNEIPP, L.F.; RODRIGUES, M.L.; HOLANDINO, C.; ESTEVES, F.F.; SOUTO-
PADRON, T.; ALVIANO, C.S.; TRAVASSOS, L.R. & MEYER-FERNANDES, J.R.
2004. Ectophosphatase activity in conidial forms of Fonsecaea pedrosoi is modulated by
exogenous phosphate and influences fungal adhesion to mammalian cells.
Microbiology. 150:3355-62.
KONDO, M.; HIRUMA, M.; NISHIOKA,Y.; MAYUZUMI, K.; MOCHIDA, K.; IKEDA,
S.& OGAWA, H. 2005.A case of chromomycosis caused by Fonsecaea pedrosoi and a
review of reported cases of dematiaceous fungal infection in Japan. Mycoses. 48: 221-
225.
KOPP, E. & MEDZHITOV, R. 2003. Recognition of microbial infection by toll-like
receptors. Curr. Opin. Immunol. 15: 396-401.
KOURILSKY, P. & TRUFFA-BACHI, P. 2001. Cytokine field and the polarization of the
immune response. TRENDS in Immunology. 22:502-509.
85
KULLBERG, B.J. & ANAISSIE, E.J. 1998. Cytokines as therapy for opportunistic fungal
infections. Res. Immunol. 149: 478-488.
KURITA, K. 1979. Cell-mediated immune responses in mice infected with Fonsecaea
pedrosoi. Mycopathologia. 68: 9-15.
KWON-CHUNG, K.J. & BENNET, J.E. 1992. Chromoblastomycosis. In: Kwon-Chung, K.J.
& Bennet, J.E. (eds). Medical Mycology.Philadhelphia:Lea & Febiger. 337-355.
LACAZ, C.S.; PORTO, E. & MARTINS, J.E.C. 1991. Cromomicose. In: Micologia Médica –
Fungos – Actinomicetos e Algas de interesse médico. 8ªed. Sarvier, São Paulo-SP.
LAGRELIUS, M.; JONES, P.; FRANCK, K. & GAINES, H. 2006. Cytokine detection by
multiplex technology useful for assessing antigen specific cytokine profiles and kinetics
in whole blood cultured up to seven days. Cytokine. 33:156-165.
LARREGINA, A. & FALO, L. 2005. Changing Paradigms in Cutaneous Immunology:
Adapting with Dendritic Cells. J. Invest. Dermatol. 124:1-12.
LAVELLE, P. 1980. Chromoblastomycosis in Mexico. In proceedings of the Fifth
International Conference on Mycoses, Caracas. P.A.H.O. Sci. Pub. 396:235-247.
LE GALL, F.; LULIN, J.; COUATARMANAC’H, A.; COTTON, F.; CHEVRANT-
BRETON, J. & RAMEE, M.P. 1993. Une parisitose cutanée rarement observée en
France: la chromomycose. Ann. Pathol. 13: 123-127.
LENTZ, T.L. 1971. Cell Fine structure. An Atlas of drawings of Whole-cell structure.
Sunders Company.
LESLIE, D.F. & BEARDMORE, G.L. 1979. Chromoblastomycosis in Queensland: a
retrospective study of 13 cases at the Royal Brisbane Hospital. Aust. J. Dermatol., 20:
23-30.
LETTERIO, J.J.; LEHRNBECHER, T.; POLLACK, G.; WALSH, T.J. & CHANOCK, S.J.
2001. Invasive candidiasis stimulates hepatocyte and monocyte production of active
transforming growth factor β. Infect. Immun.69: 5115-5120.
LEVITZ, S.M. 2004. Interactions of Toll-like receptors with fungi. Microbes and Infection. 6:
1351-1355.
LI, J.; YAMAMOTO, T.; OHTSUBO, K.; SHIRAKATA, M. & HIRAI, K. 1999. Major
product pp43 of human cytomegalovirus U (L) 112-113 gene is a transcriptional
coactivator with two functionally distinct domains.Virology. 260: 89-97.
86
LI, M.O.; WAN, Y.Y.; SANJABI, S.; ROBERTSON, ANNA-KARIM. L. & FLAVELL, R.
2006. Transforming Growth Factor-β Regulation of Immune Responses. Annu. Rev.
Immunol.24:99-146.
LIMONGI, C.L.; ALVIANO, C.S.; DESOUZA, W. & ROZENTAL, S. 2001. Isolation and
partial characterization of an adhesin from Fonsecaea pedrosoi. Méd. Mycol. 39: 429-
437.
LIMONGI, C.L.; DE SOUZA, W. & ROZENTAL, S. 2003. Protein kinase antagonists inhibit
invasion of mammalian cells by Fonsecaea pedrosoi. J. Med.Microbiol. 52: 201-209.
LIMONGI, C.L.; ROZENTAL, S.; ALVIANO, S. & DE SOUZA, W. 1997.The influenci of
surface carbohydrates on the interaction of Fonsecaea pedrosoi with Chinese Hamster
Ovary glycosylation mutant cells. Mycopathologia. 138: 127-135.
LIPOVSKY, M.M.; GEKKER,G.; HU, S.; EHRLICH, L.C.; HOEPELMAN, A.L. &
PETERSON, P.K. 1998. Cryptococcal glucoronoxylomannan induces interleukin (IL)-8
production by human microglia but inhibits neutrophil migration toward IL-8. J. Infect.
Dis. 177: 260-263.
LONDERO, A.T. & RAMOS, C.D. 1976. Chromblastomycosis; A clinical and mycological
study of thirty five cases in the hinterland of Rio Grande do Sul, Brazil. Am. J. Trop.
Med. Hyg. 25:132-135.
LOVCHIK, J.A.; LYONS, C.R. & LIPSCOMB, M.F. 1995. A role for gama interferon-
induced nitric oxide in pulmonary clereance of Cryptococcus neoformans. A. Journal of
Respiratory Cell and Molecular Biology. 13: 116-124.
LUCEY, D.R.; CLERECI, M. & SHEARER, G.M 1996. Type 1 and type 2 cytokine
dysregulation in human infections, neoplastic, and inflammatory diseases. Clin.
Microbiol.Rev. 9: 532-562.
MADHANI, D.H. & FINK, G. R. 1998. The control of filamentous of differentiation and
virulence in fungi. TRENDS in Cell Biology. 8: 348-353.
MAGALHÃES, M.J.C. & MEYER, H.A. 1970. Ten cases of chromoblastomycosis in
Mozambique. First South African International Congress of Dermatology,
Johannesburg.
MALKINA, A.Y. & DARCHENKOVA, N.N. 1977. Distribution of chromoblastomycosis in
the world. Vestn. Dermatol. Venerol. 1: 41-45.
87
MAMONI, R.L.; NOUER, S.A.; OLIVEIRA, S.L.; MUSATTI, C.C.; ROSSI,C.L. &
CAMARGO, Z.P.2002. Enhanced production of specific IgG4, IgE, IgA and TGF-beta
in sera from patients with the juvenile form of paracoccidioidomicose. Med. Mycol.
40:153-159.
MANSOUR, M.K & LEVITZ, S.M. 2003. Fungal mannoproteinas: the sweet path to
immunodominance. ASM News. 69: 595-600.
MANSOUR, M.K. & LEVITZ, S.M. 2002. Interactions of fungi with phagocytes. Curr. Opin.
Microbiol. 5:359-365.
MANSOUR, M.K.; LATZ, E. & LEVITZ, S.M. 2006. Cryptococcus neoformans
glicoantigenos are capturated by multiple lectin receptors and presented by dendritic
cells. J. Immunol. 176: 3053-3061.
MANSOUR, M.K.; SCHLESINGER, L.S. & LEVITZ, S.M. 2002. Optimal T-cell responses
to Cryptococcus neoformans mannoprotein are dependent on recognition of conjugated
carbohydrates by manose receptors. J. Immunol. 168: 2872-2879.
MASLIN, J.; MORAND, J.J. & CIVATTE, M. 2001.Chromomycosis(chromoblastomycosis).
Med.Trop.61: 459-461.
MATSUMOTO, T. 1984. Critical review of human isolated of Wangiela dermatitidis.
Mycologia. 76: 232-249.
MATTÊ, M.G.S.; PALHANO, J.L.; COELHO, C.C.; MATTÊ, A.F. 1990. Dermatite
Verrucosa Cromoparasitaria (Cromomicose). Investigação de casos no Estado do
Espírito Santo. Ann. Bras. Dermatol. 65: 70-74.
MATTE, S.M.; LOPES, J.O.; MELO, I.S.; ESPADIN, L.E., PINTO, M.S. 1997.
Chromoblastomycosis in Rio Grande do Sul. A report of 12 cases. Rev. Soc. Bra. Méd.
Trop. 30: 309-311.
MCCORMACK, F.X.; GIBBONS, R.; WARD, S.R.; KUZMENKO, A.; WU, H. & DEEP,
G.S.2003. Macrophage-independente fungicidal action of the pulmonary collectins.
Journal of Biological Chemestry. 278: 36250-36256.
MCGINNIS, M.R. & HILGER, E.A. 1987. Infections caused by black fungi. Arch. Dermatol.
123: 1300-1302.
MCGINNIS, M.R. 1983. Chromoblastomycosis and phaeohyphomycosis: New conceps,
diagnosis and mycology. J. Am. Acad. Dermatol. 8:1-16
88
MCWILLIAM, A.S.; NAPOLI, S. & MARSH, A.M. 1996. Dendritic cells are recruited into
the airway epithelium during the inflammatory response to a broad spectrum of stimuli.
J. Exp. Med. 184: pp. 2429–2432.
MEDZHITOV, R. & JANEWAY, C.A. 2002. Decoding the patterns of self and nonself by the
innate immune system. Science. 296: 298-300.
MEHAD, B. & STANDIFORD, T.J. 1999. Role of cytokines in pulmonary antimicrobial host
defense. Immunol. Res. 20:15-27.
MENDES-GIANNINI, M.J.S.; SOARES, C.P.; SILVA, J.L.M. & ANDREOTTI, P.F. 2005.
Interaction of pathogens fungi with host cells: Molecullar and cellular approaches.
FEMS Immunology and Medical Microbiology. 45: 383-394.
MENDONZA, L.; KARUPPAYIL, S.M. & SZANISZLO, P.J. 1993. Calcium regulates in
vitro dimorphism in chromoblastomicotic fungi. Micoses. 36:157-164.
MINOTTO, R.; BERNARDI, C.D.; MALLMANN, L.F.; EDELWEISS, M.I.;
SCROFERNEKER, M.L. 2001 Chromoblatomycosis: a review of 100 cases in the state
of Rio Grande do Sul, Brazil. J. Am. Acad. Dermatol. 44: 585-92.
MITSUI, H.; WATANABE, T.; SAEKI, H.; MORI, K.; FUGITA, H.; TADA, Y.;
ASAHINA, A.; NAKAMURA, K. & TAMAKI, K. 2004. Differential expression and
function of Toll-like receptors in Langerhans cells: compararison with splenic dendritic
cells. J. Invest. Dermatol. 122: 95-102.
MITTAG, H. & KLINGMÜLLER, G. 1983. Langerhans cells in granulomaous syphilis.
Arch. Dermatol. Res. 275:190-196.
MOHAGHEGHPOUR, N.; WALEH, M.; GARGER, S.J.; DOUSMAN, L.; GRILL, L.K. &
TUSE, D. 2000. Sythetic melanin suppresses production of proinflammatory cytokines.
Cell Immunol. 199:25-36.
MOLL, H. 1993.Parasitism of epidermal Langerhans cells in experimental cutaneous
leishmaniasis with Leishmania major. J. Infect. Dis. 167: 418-25.
MOLL, H. 1997. The role of chemokines and accessory cells in immunoregulation of
cutaneous leishmaniasis. Behring Inst. Mitt. 99: 73-78.
MOLL, H. 2003. Dendric cells and host resistence to infection. Cellular Microbiology. 5 (8):
493-500.
MONARI, C.; BISTONI, F. & VECCHIARELLI, A. 2006. Glucuronoxiylomannan exhibits
potent immunosuppressive properties. FEMS Yeast Res. 6:537-542.
89
MONARI, C.; KOZEL, T.R.; CASADEVALL, A.; PIETRELLA, D.; PALLAZETTI, T. &
VECCHIARELLI, A. 1999. B7-2 costimulatory ligand regulates development of the T-
cell response to Cryptococcus neoformans. Immunology. 98: 27-35.
MONTAGNOLI, C., BACCI, S.; GAZIANO, S.F.; SPRECA, A. & ROMANI, L. 2001. The
Plasticity of Dendritic Cells at the Host/Fungal Interface. Immunobiology. 204: 582-
589.
MOORE, K.W.; O’GARRA, A.; MALEFYT, W.R.; VIERA, P. & MOSMANN. 2001.
Interleukin-10 and Interleukin 10 receptor. Ann. Rev. Immunol. 19: 683-765.
MOSMANN, T.R. & COFFMAN, R.L. 1989. Th1 and Th2 cells: different patterns of
lymphokine secretion lead to different functional properties. Ann. Rev. Immunol. 7:145-
173.
MURPHY, J.W.; BISTIONI, F.; DEEPE, G.S.; et al. 1998. Type 1 and type 2 cytokines: from
basic science to fungal infections. Med. Mycol. 36: 109-118.
NESTLE, F.O. 2001. Dendritic cells: on the move from bench to bedside. Nature Medical. 7:
761-765.
NETEA, M.G.; GIJZEN, K.; COLEEN, N.; VERSCHUEREN, K.; FIGDOR, G.; VAN DER
MEER, J.W.; TORENSMA, R & KULLBERG, B.J. 2004. Recognition of fungal
pathogens by Toll-like receptors. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis. 24: 672-676.
NETEA, M.G.; VAN DER MEER, J.W.& KULLBERG, B.J. 2006. Role of the dual
interaction of fungal pathogens with pattern recognition recptors in the actvation and
modulation of host defence. Clin. Microbiol. Infect. 12: 404-409.
NEWMAN, S.L. & HOLLY, A. 2001. Cândida albicans is phagocytosed, killed,and
processed for antigen presentation by human dendritic cells. Infect.Immun. 69: 6813-
6822.
NIJMAN, H.W.; KLEIJMEER, M.J.; OSSEVOORT, M.A. et al. 1995. Antigen capture and
major histocompatibility class II compartments of freshly isolated and cultured human
blood dendritic cells. J. Exp. Med. 182:163–174.
NIMRICHTER, L.; CERQUEIRA, M.D.; LEITÃO, E.A. et al 2005. The multitude of targets
for the imune system and drug therapy in the fungal cell wall. Microbes Infect. 7:789-
798.
OLIVEIRA, S.J.; MAMONI, R.L.; MUSATTI, C.C.; PAPAIORDANOU, P.M. & BLOTTA,
M.H. 2002. Cytokines and lymphocyte proliferation in juvenile and adult forms of
90
paracoccidioidomycosis: comparison with infected and non-infected controls. Microbes
and Infection. 4: 139-144.
OPAL, M.S. & DEPALO, A.V. 2000. Anti-inflammatory Cytokines. CHEST. 117: 1162-
1172.
OVERLAND, G.; STUESTOL, F.; DAHLE, M.K.; MYHRE, A.E. et al. 2005. Cyokine
Responses to Fungal Pathogens in Kupffer Cells are Toll-like Receptor 4 Independent
and Mediated by Tyrosine Kinases. Scandinavian Journal of Immunology. 26: 148-154.
PACHIADAKIS, I.; POLLARA, G.; CHAIN, B.M. & NAOUMOV, N. 2005. Is Hepatitis C
vírus infection of dendritic cells a mechanism facilitating viral persistence? Lancet
Infect Dis. 5: 296-304.
PALMEIRA, V.F.; KNEIPP, L.F.; ALVIANO, C.S. & SANTOS, A.L. 2006. The major
chromoblastomycosis fungal pathogen, Fonsecaea pedrosoi, extracellularly releases
proteolytic enzymes whose expression is modulated by culture medium composition:
implications on the fungal development and cleavage of key’s host structures. FEMS
Immunology and Medical.Microbiology. 46: 21-29.
PALUCKA, K. & BANCHEREAU, J. 2002. How dendritic cells and microbes interact to
elicit or subvert protective immune responses. Curr. Opin. Immunol. 14: 420-431.
PALUCKA, K. & BANCHEREAU, J. 2006. Langerhans cells: daughters of monocytes.
Nature Immunology. 7: 23-224
PASARE, C. & MEDZHITOV, R. 2004. Toll-like receptors: Linking innate and adptative
immunity. Microbes and Infection. 6:1382-1387.
PAUL, W.E. 1991.Interleukin-4: a prototypic immnoregulatory lymphokine. Blood. 77: 1859-
1870.
PERSAT, F.; NOIREY, N.; DIANA, J.; GARIAZZO, M.J.; SCHMITT, D.; PICOT, S. &
VINCENT, C. 2003. Binding of live conidia of Aspergillus fumigatus activates in vitro-
generated human Langerhans cells via a lectin of galactomannan specificity. Clin. Exp.
Immunol. 133: 370-377.
PHADKE, A.P. & MEHRAD, B. 2005. Cytokines in host defenses against Aspergillus:
recente advances.Med. Mycol. 43: 173-176.
PICKERING, A. K.; OSORIO, M.; LEE, G.M.; GRIPPE, V.K. & MERKEL, B.M. 2004.
Cytokine response to infection with Bacillus anthracis spores. Infect. Immun.72: 6382-
6389.
91
PIETRELLA, D.; BISTONI, G.; CORBUCCI, C.; PERITO, S. & VECCHIARELLI. 2006.
Candida albicans mannoprotein influences the biological function of dendritic cells.
Cellular Microbiology.8: 602-612.
POIRRIEZ, J.; BREULLIARD, F.; FRANCOIS, N.; FRUIT, J.; SENDID, B.; CROSS, S. &
DEI-CAS, E. 2000. A case of chromomycosis treated by a combination of cryoterapy,
shaving, oral 5-fluorocytosine, and oral amphotericin B. Am.J.Trop.Med.Hyg. 63: 61-
63.
POULTER, L.W.; COLLINGS, L.A.; TUNG, K.S. & WALTERS, M.F. S. 1984. Parasitism
of antigen presenting cells in hiperbacillary leprosy. Clin. Exp. Med. 55: 611-617.
POWRIE, F.& COFFMAN, R.L. 1993. Cytokine regulation of T-cell function: potential for
therapeutic intervention. Immunolology Today.14: 270-274.
QUEIROZ-TELLES, F.; MCGINNIS, M.R.; SALKIN, I. & GRAYBYLL, J.R. 2003.
Subcutaneous micoses. Infect. Dis. Clin. N. Am. 17: 59-85
QUEIROZ-TELLES, F.; PURIM, K. & FILLUS, J.N. et al. 1992. Itraconazole in the
treatment of chromoblastomycosis due to Fonsecaea pedrosoi. Int. J. Dermatol. 31: 805-
812.
RAJENDRAN, C.; RAMESH, V.; MISRA, R.S.; KANDHARI, S.; UPRETI, H.B. DATTA,
K.K. 1997. Chromoblastomycosis in India. Int. J. Dermatol. 36: 29-33.
RANDOLPH,G.J 2001. Dendritic cell migration to lymph nodes:cytokines, chemokines, and
lipid mediators. Seminars in Immunology. 13: 267-274.
REIS E SOUSA, C.; STAHL, P.D. & AUSTYN, J.M. 1993. Phagocytosis of antigens by
Langerhans cells in vitro. J. Exp. Med. 178: 509–519
REIS E SOUZA, C.2001. Dendritic cells as sensors of infection. Cell. 14: 495-498.
RICCIARD-CASTAGNOLI. P. & GRANUCCI, F.2002. Interpretation of the complexity of
innate immune responses by functional genomics. Nat. Rev. Immunol. 2: 881-889.
RIDDELL, R.W.1950. Permanent stained mycological preparations obtained by slide culture.
Mycology. 42: 265-270.
RIOS-FABRA, A.; RESTREPO, A.M. & INSTÚRIZ, R.E. 1994. Fungal Infection in Latin
American Countries. Inf. Dis. Clin. North. Am. 8:132-135.
RIPPON, J.W. 1998. Chromoblastomycosis. In: Medical Mycology.W.B.Saunders Co.,
Philadelphia. pp. 276-296.
92
ROEDER, A.; KIRSCHNING, C.J.; RUPEC, R.A.; SCHALLER, M. & KORTING, H.C.
2004. Toll-like receptors and innate antifungal responses. Trends Microbiol. 12:44-49.
ROILIDES, E.; DIMITRIADOU, A. et al. 1997a. Interleukina-10 exerts suppresses and
enhancing effects on antifungal activity of monuclear phagocytes against Aspergillus
fumigatus. J. Immunol. 158: 322-329.
ROILIDES, E.; KADILTSOGLOU, I.; DIMITRIADOU, A. et al. 1997b. Interleukina-4
suppresses antifungal activity of human monuclear phagocytes against Candida albicans
in association with decreased uptake of blastoconidia. FEMS Immunology and Medical
Microbiology. 9: 169-189.
ROILIDES, E.; LYMAN, C.A.; PANAGOPOULOU, P. & CHANOCK, S. 2003.
Immunomodulation of invasive fungal infections. Infect.Dis.Clin.N.Am. 17:193-219
ROMANI, L. 2004.Immunity to fungal infections. Nature Reviews Immunology. 4: 11-24.
ROMANI, L.; BISTONI, F. & PUCCETTI, P. 2002. Fungi, Dendritic cells and receptors: a
host pespective of fungal virulence. TRENDS in Microbiology. 10: 508-514.
ROSAS, A.L.; NOSANCHUK, J.D. & CASADEVALL, A. 2001. Passive immunization with
melanin-binding monoclonal antibodies prolongs survival of mice with lethal
Cryptococcus neoformans infection. Infect. Immun. 69: 3410-3412.
ROZENTAL, S.; ALVIANO, C.S. & DE SOUZA, W. 1994a. A Freeze Fracture Study of
Fonsecaea pedrosoi. Acta Microscópica. 3: 91-98.
ROZENTAL, S.; ALVIANO, C.S. & DE SOUZA, W. 1994b.The in vitro susceptibility of
Fonsecaea pedrosoi to activated macrophages. Mycopathologia. 126: 85-91.
ROZENTAL, S.; ALVIANO, C.S. & DE SOUZA, W. 1996. Fine structure and cytochemistry
study interaction between Fonsecaea pedrosoi and Rat polymorphonuclear leucocyte.
J.Med.Vet.Mycol. 34:323-330.
RUBIN, H.A.; BRUCE, S.; ROSEN, T. & MC BRIGE, M. 1991. Evidence for percutaneous
inoculation as the mode of transmission for chromoblastomycosis. J. Am. Acad.
Dermatol. 25: 951-954.
SALGADO, C.G., NAKAMURA, K.; SUGAYA, M.; TADA, NAKAMURA, K.; SUGAYA,
M.; TADA, Y.; ASAHINA, A., KOYAMA, Y. et al. 1999a. Functional CD40 ligand is
expressed on epidermal Langerhans cells. J. Leuk. Biol. 66: 281-285.
93
SALGADO, C.G.; NAKAMURA, K. SUGAYA, M. et al. 1999b. Differential effects of
cytokines and immunosuppressive drugs on CD40, B7-1 and B7-2 expression on
purified epidermal Langerhans cells. J. Invest Dermatol. 113: 1021-1027.
SALGADO, C.G.; SILVA, J.P.; DINIZ, J.A.P.; SILVA, M.B.; COSTA, P.F.; TEIXEIRA, C.
& SALGADO, U.I. 2004. Isolation of Fonsecaea pedrosoi from thorns of Mimosa
pudica, a probable natural source of chromoblastomycosis. Rev. Inst. Med. Trop. S.
Paulo. 46: 33-36.
SALGADO, C.G.; SILVA, J.P.; SILVA, M.B.; FAGUNDES, P.C. & SALGADO, U.I. 2005.
Cutaneous diffuse chromoblastomycosis. Lancet Infect. Dis. 8: 528.
SANCHES-MIRT, A.; PEREZ-BLANCO, M.; CALEIRAS, E. & RANGEL, O. 1995.
Histopathology and ultrastructure of chromomycosis caused by Cladosporium carrionii.
Invest. Clin. 36: 173-182.
SCOTT, K.; MANUNTA, M.; GERMAIN, C.; SMITH, P.; ONES, M.; MITCHELL, P.;
DESSI, D.; BRANIGAN-BAMFORD, K.; LECHLER, R.I.; FIORI, P.L.; FOSTER,
G.R. & LOMBARD, G. 2005. Qualitatively distinct patterns cytokines are release by
human dendritic cells in response to different pathogens. Immunology. 116: 245-254.
SERRANO-GOMES, D.; LEAL, J.A. & CORBI, A.L. 2005. DC-SIGN mediates the binding
of Aspergillus fumigatus and keratinophylic fungi by human dendritic cells.
Immunobiology. 210: 175-183.
SHIMADA, S.; CAUGHMAN, S.W.; SHARROW, S.O.; STEPHANY, D. & KATZ, S.I.
1987. Enhance antigen-presenting capacity of cultured Langerhans cells is associated
with markedly increased expression of Ia antigen. J. Immunol. 139:2551-2555.
SHOHAM, S. & LEVITZ, S.M. 2005. The immune response to fungal infections. British
Journal of Haematology. 129: 569-582.
SHOHAM, S.; HUANG, C.; CHEN, J.M.; GOLENBOCK, D.T. & LEVITZ, S.M. 2001. Toll-
like receptor 4 mediates intracellular signaling without TNF-α release in response to
Cryptococcus neoformans polysaccharide capsule. J. Imunnol. 166:4620-4626.
SILVA, A.C.C.M.; NETO, A.S.; GALVÃO, C.E.S.; MARQUES, S.G.; SALDANHA,
A.C.R.; SILVA, C.M.P.; FISCHMAN, O.; SILVA, R.R.; COSTA, M.R.S.R.; COSTA,
J.M.L. 1992. Cromoblastomicose produzida por Fonsecaea pedrosoi no Estado do
Maranhão. I - Aspectos clínicos, epidemiológicos e evolutivos. Rev. Soc. Bras. Med.
Trop. 25: 37-44.
94
SILVA, J.P.; ALVIANO, D.S.; DE SOUZA, W.; TRAVASSOS, LR.; DINIZ, J.A.P. &
ROZENTAL, S. 2002. Comparison of Fonsecaea pedrosoi sclerotic cells obtained in
vivo and in vitro: ultrastructure and antigenicity. FEMS Immunology and Medical
Microbiology. 33: 63-69.
SILVA, J.P.; SOUZA, W. & ROZENTAL, S. 1999. Chromoblastomycosis: A Restrospective
study of 325 cases on Amazonic Region (Brazil). Mycophatologia. 143: 171-175.
SILVA, M.B. Produção de novos meios de cultura para diferenciação celular de Fonsecae
pedrosoi e Análise da Influência Iônica sobre o seu Dimorfismo. Belém-PA. 2006. 75p.
[Dissertação (Mestrado em Neurociências e Biologia Celular) - Universidade Federal do
Pará].
SMITH, C.H., BARKER, J.N..W.N. & HAY, R.J. 1993. A case of chromoblastomycosis
responding to treatment with itraconazole. Br. J. Dermatol. 128: 436-439.
SOTTO, M.N.; DE BRITO, T.; SILVA, A.M.G.; VIDAL, M. & CASTRO, L.G.M. 2004.
Antigen distribution and antigen-presenting cells in skin biopsies of human
chromoblastomycosis. J. Cutan. Pathol. 31:14-18.
SOUCK, C.E. 1988. Chromomycosis in Finland. Dermatologica. 19: 343-352.
SOUZA, E.T.; SILVA-FILHO, F.C.; DE SOUZA, W.; ALVIANO, C.S.; ANGLUSTER, J. &
TRAVASSOS, L.R. 1986. Identification of sialic acids o the cell surface of hyphae and
conidia of the human pathogen Fonsecaea pedrosoi. J. Med. Vet. Mycol. 24: 145-154.
SPACCAPELO, R.; ROMANI, TONNETTI, L.; CENCI, E. & MENCACCI, A. 1995. TGF-β
is important in determining the in vivo patterns of susceptibility or resistance in mice
infected with Candida albicans. J. Immunol. 155: 1349-1360.
STEINMAN, R.M. 1991. The dendritic cell system and its role in immunogenicicity. Annu.
Rev. Immunol. 9: 271-296
STEINMAN, R.M. 2004. Some interfaces of dendritic cell biology. APMIS. 111: 675-697.
STERFLINGER, K.; DE HOOG, G.S. & HAASE, G. 1999. Phylogeny and ecology of
meristematic ascomycetes. Studies in Mycology. 43: 5-22.
STUYT, R.J.; NETEA, M.G.; VERSCHUEREN, I.; FANTUZZI, G.; DINARELLO, C.A.;
VAN DER MEER, J.W. & KULLBERG, B.J. 2002. Role of interleukin-18 in host
defense against disseminated Candida albicans infection. Infect. Immun. 70: 3284-3286.
SUNDGUIST, M.; RYDSTROM, A. & WICK, M.J. 2004. Immunity to Salmonella from a
dendritic point of view. Cell Microbiology. 6:1-11.
95
SWAIN, S.L. 2001. Interleukin 18: Tipping the balance towards a T helper cell 1 response. J.
Exp. Med.194:11-14.
SZEPES, E.; MAGYARLAKI, M.; BATTYANI, Z. & SHNEIDER, I. 1993.
Immunohistological characterization of the cellular infiltrate in dermatphytosis.
Mycoses 36: 203-206.
TADA, Y.; ASAHINA, A.; FUGITA, H.; MITSUI, H.; TORII, H.; WATANABE, T. &
TAMAKI, K. 2004. Differential effects of LPS and TGF-β on the production of IL-6
and IL-12 by Langerhans cells, splenic dendritic cells, and macrophages. Cytokine. 25:
155-161.
TAKEDA, K.; KAISHO.; AKIRA, S. 2003. Toll-like Receptors. Annual Review of
Immunology. 3: 335-376.
TAMAKI, K.; STINGL, G. & KATZ, S.I. 1980. The origin of Langerhans cells. J. Invest.
Dermatol. 74: 304-311.
TAYLOR, B.N.; SAAVEDRA, M. & FIDEL JR, P.L. 2000. Local Th1/Th2 cytokine
production during experimental vaginal candidiasis: potential importance of
transforminggrowth factor-β. Med.Mycol. 38: 419-431.
TAYLOR, P.R.; BROWN, G.D.; REID, D.M.; WILLMENT, J.A.; MARTINEZ-POMARES,
L.; GORDON, S. et al. 2002. The beta-glucan receptor, dectin-1, is predominantly
expressed on the surface of cells of the monocyte/macrophage and neutrophil lineages.
J. Immunol. 169: 3876-3882.
THEILGAARD-MÖNCH, K.; PORSE, B.T. & BORREGAARD, N. 2006. Systems biology
of neutrophil differentiation and immune response. Curr. Opin. Immunol. 18:54-60.
TOMIOKA, H.; SATO, K.; SHIMIZU, T.; SANO, C.; AKAKI, T.; SAITO, H.; FUJII, K. &
HIDAKA, T. 1997. Effects of benzoxazinorifamycin KRM-1648 on cytokine production
at sites of Mycobacterium avium complex infection induced in mice. Antimicrob.
Agentes Chemother. 4: 357-62.
TOMSON, N.; ABDULLAH, A. & MAHESHWARI, M.B. 2006. Chromoblastomycosis
caused by Exophiala spinifera. Clinical and Experimental Dermatology. 31:239-241.
TRINCHIERI, G. 2004. Cytokines and cytokine receptors. Immunol. Rev. 202:5-7.
UNDERHILL, D.M. & GANTNER, B. 2004. Integration of Toll-like receptor and phagocytic
signaling for tailored immunity. Microbes and Infection. 6:1368-1373.
96
UNGPAKORN, R. & REANGCHAÍNAM, S. 2006. Pulse itraconazole 400 mg daily in the
treatment of chromoblastomycosis. Clinical and Experimental Dermatology. 31: 245-
247.
VALLADEAU, J & SAELAND, S. 2005. Cutaneous dendritic cells. Seminars in
Immunology. 17: 273-283.
VALLEDEAU, J.; DEZUTTER-DAMBUYANT, C. & SAELAND, S. 2003.
Langerin/CD207 sheds ligth on formation of birbeck granule and their possible function
in Langerhans cells. Immunol. Res. 28: 93-107.
VAN DER GRAAF, C.A.A.; NETEA, M.G.; VERSCHUEREN, I.; VAN DER MEER,
J.W.M. & KULLBERG, B.J. 2005. Differential Cytokine Production and Toll-like
Receptor Signaling Pathways by Candida albicans Blastoconidia and Hyphae. Infect.
Immun.73: 7458-7464.
VASSALII, P. 1992. The pathophysiology of tumor necrosis factors. Ann. Rev. Immunol.10:
411-452.
VECCHIARELLI, A. 2000. Cytokines and costimulatory molecules: positive and negative
regulation of the immune response to Cryptococcus neoformans. Arch. Immunol. Ther.
Exp. 48: 465-472.
VELASQUEZ, L.F.; RESTREPO, A. & CALLE, G. 1976. Chromomycosis: experiencia de
doce anos. Acta Medica Colombiana. 1: 165-171.
VIDAL, M.S.M.; CASTRO, L.G.M.; CAVALCANTE, S.C. & LACAZ, C.S. 2003.
Immunoprecipitation techniques and ELISA in the detection of anti-Fonsecaea pedrosoi
antibodies in chromoblatomycosis. Rev. Inst. Med. Trop. S. Paulo. 45: 315-318.
VIJAYA, D & KUMAR, B.H. 2005. Chromoblastomycosis. Mycoses. 48:82:84
VILLALBA, E. 1988. Detection of antibodies in the sera of patientes with
chromoblastomycosis by counter immunoelectrophoresis. I. Preliminary results. J. Med.
Vet. Mycol. 26:73-74.
VISINTIN, A.; MAZZONI, A.; SPITZER, J.H.; WYLLIE, D.H.; DOWER, S.K. & SEGAL,
D.M. 2001. Regulation of Toll-like receptors in human monocytes and dendritic cells. J
Immunol. 166: 249-255.
VOLLUM, D.I. 1997. Chromoblastomycosis: A review. Br. J. Dermatol. 96: 4454-459.
97
WAHL, S.M.; FRAZIER-JESSEN, M.; JIN, W.W.; KOOP, J.B. & SHER, A. 1997.
Cytoquine regulation of schistosome-induced granuloma and fibrosis. Kidney Int.
51:1370-1375.
WALDORF, A.R.; RUDERMAN, N. & DIAMOND, R.D. 1984. Specific susceptibility to
mucormycosis in murine diabetes and bronchoalveolar macrophage defense against
Rhizopus. Journal of Clinical Investigation. 74:150-160.
WALTER, P.; GARIN, Y. & RICHARD-LENOBLE, D. 1982. Chromoblastomycosis, a
morphological investigation of the host-parasite interaction. Virchows Archives.
397:203-214.
WANG, B.; FELICIANI, C.; HOWELL, B.G.; FREED, I.; CAI, Q.; WATANABE,H. &
SAUDER, D.N. 2002. Contribuition of Langerhans Cell-Derived IL-18 to Contact
Hypersensitivity. J. Immunol. 168:3303-3308.
WERNER, S. & ALZHEIMER, C. 2006. Roles of activin in tissue repair, fibrosis, and
inflammatory disease. Cytokine & Growth Factor Reviews (Artigo em impressão).
WOLFF, K. & STINGLE, G. 1983. The Langerhans cell. J. Invest. Dermatol. 80:17-21.
WOODS, J.P.2003. Knocking on the right door and making a comfortable home: Histoplasma
capsulatum intracellular pathogenesis. Curr. Opin. Microbiol. 6:327-331.
WU, L.; VANDENABEELE, S. & GEORGOPOULOS, K. 2001. Derivation of dendritic cells
from myeloid and lymphoid recursors. Int. Rev. Imunnol. 20: 117-135.
YEGRES, F. 1985. Cromomicosis por Cladosporium carrionii en criadores de caprinos del
Estado Falcón. Investigación Clínica. 26: 235-246.
ZAROR, L.; FISCHMAN, O. & PEREIRA, C.R. 1986. A case of primary nasal
chromoblastomycosis. Mykosen. 30: 468-471.
ZEPPENFELDT, G.; RICHARD-YEGRES, N. & YEGRES, F. 1994. Cladosporium carrioni:
hongo dimórfico en cactáceas de la zona endémica para la cromomicosis en Venezuela.
Rev. Iberoamer. Micol. 11: 61-63.
ZHANG, T.; KAZUYOSHI, K.; QURESHI, M.H.; OKAMURA, H.; KURIMOTO, M. &
SAITO, A. 1997. Interleukin-12 (IL-12) and IL-18 Synergistically Induce the Fungicidal
Activity of Murine Peritoneal Exudade Cells against Crypococcus neoformans through
Production of Gamma Interferon by Natural Killer Cells. Infect. Immun. 65:3594-3599.
98
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo