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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
CAFÉ CONILON EM SOMBREAMENTO
COM PUPUNHEIRA
VÍTOR JOSÉ BRUM
ALEGRE
ESPÍRITO SANTO - BRASIL
FEVEREIRO – 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
CAFÉ CONILON EM SOMBREAMENTO
COM PUPUNHEIRA
VÍTOR JOSÉ BRUM
Dissertação apresentada à Universidade Federal
do Espírito Santo, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Produção
Vegetal, para obtenção do título de Mestre em
Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. José Augusto Teixeira do Amaral
Co-Orientadores: Prof. Dr. Edvaldo Fialho dos Reis
Prof. Dr. Waldir Cintra de Jesus Junior
ALEGRE
ESPÍRITO SANTO - BRASIL
FEVEREIRO - 2007
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CAFÉ CONILON EM SOMBREAMENTO
COM PUPUNHEIRA
VÍTOR JOSÉ BRUM
Dissertação apresentada à Universidade Federal
do Espírito Santo, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Produção
Vegetal, para obtenção do título de Mestre em
Produção Vegetal.
Aprovada: 26 de fevereiro de 2007.
Dr. Romário Gava Ferrão Dr. José Francisco Teixeira do Amaral
Pesquisador - INCAPER Centro de Ciências Agrárias - UFES
Prof. Dr. Edvaldo Fialho dos Reis Prof. Dr. Waldir Cintra de Jesus Junior
Centro de Ciências Agrárias - UFES Centro de Ciências Agrárias - UFES
(Co-orientador) (Co-orientador)
Prof. Dr. José Augusto Teixeira do Amaral
Centro de Ciências Agrárias – UFES
(Orientador)
ii
A Deus, pelo dom da vida e pelo PRESENTE.
Aos meus pais, José Brum (in memorian) e Minalda.
Às minhas filhas, Fabiana e Laryssa.
Aos meus irmãos, Luiz e Ricardo.
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me deu a vida e este presenteatravés dos meus amados pais,
José Brum de Paula Júnior (in-memorian) e Minalda de Oliveira Lima Paula, que me
ensinaram a olhar, refletir e pensar com ternura as pequenas coisas da vida,
instruindo-me no caminho da verdade e da perseverança que se deve trilhar.
À minha amada e querida filha Laryssa, pelo amor e afeto, pelos desenhos
carinhosos que sempre me enviou e nos aproximou, pela compreensão e paciência
em superar minha ausência no seu cotidiano, na certeza que, juntos, sempre fomos
amigos e cúmplices do nosso amor.
À minha querida e amada filha Fabiana, pelo amor e afeto, pelo apoio em
vários momentos do trabalho, mostrando maturidade em suas atitudes, que soube
entender as inúmeras vezes que ficou sem sua máquina digital, obrigado pelo seu
carinho.
Ao orientador, Professor Dr. José Augusto Teixeira do Amaral, pela
orientação na dissertação deste trabalho de pesquisa, pela paciência, compreensão,
incentivo nas horas difíceis, pelos conhecimentos transmitidos, pela confiança,
convivência saudável e acima de tudo pela sua amizade. O meu muito obrigado.
Ao co-orientador, Professor Dr. Edvaldo Fialho dos Reis, pela convivência
agradável, conhecimentos transmitidos, orientações fora da rotina acadêmica, pela
amizade de irmão, pelas valiosas contribuições, incentivos e sugestões neste
trabalho de dissertação.
Ao conselheiro, Pesquisador Ms. Paulo César Marques, pela amizade, pela
implantação inicial deste trabalho, pelas caronas até a Fazenda Experimental de
Bananal do Norte, pelo apoio no levantamento de todos os dados, pela atenção aos
iv
meus pedidos, que não foram poucos, pelo incentivo e grande ajuda, pelas
sugestões e colaborações nos trabalhos realizados.
Ao co-orientador, Professor Dr. Waldir Cintra de Jesus Júnior, pela amizade
construída no cotidiano dos estudos, pelas orientações, pelas muitas horas de
paciência que dedicou a conversar comigo e ao incentivo na construção do
conhecimento durante este trabalho de pesquisa.
À Lia Pereira, pelo apoio, sempre presente nas horas mais necessárias, pela
prestimosa ajuda em várias etapas do trabalho, principalmente na tabulação de
dados e nas análises.
Ao Engenheiro Agrônomo, Dr. José Francisco Teixeira do Amaral, pelas
orientações, conhecimentos transmitidos, pela amizade, pela atenção e sugestões
durante os dois anos em que convivemos no CCA-UFES.
Ao Engenheiro Agrônomo, Dr. Romário Gava Ferrão, pesquisador do
INCAPER pelas contribuições, orientações e sugestões apresentadas a este
trabalho de pesquisa. O meu muito obrigado.
À Diretoria do INCAPER, nas pessoas do seu diretor presidente, Dr. Enio
Bergoli da Costa, e do diretor técnico, Dr. Antônio Elias Silva e Souza, pela
concessão da área experimental para realização deste trabalho de pesquisa.
Ao Departamento de Produção Vegetal do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espírito Santo (CCA – UFES), pelo apoio na realização dos
trabalhos desta dissertação.
À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
(PPGPV) do CCA-UFES, por esta grandiosa oportunidade concedida.
À Escola Agrotécnica Federal de Colatina ES, pela liberação para
realização desta capacitação profissional em nível de Mestrado.
Ao PIQDTEC/CAPES, pela concessão da bolsa de estudos, que possibilitou o
término deste estudo.
Aos funcionários e demais trabalhadores da Fazenda Experimental de
Bananal do Norte FEBN INCAPER, pela grande ajuda nos trabalhos de coleta
dos dados para realização deste trabalho de pesquisa, em especial ao João e
Renato.
Ao técnico do Laboratório de Fisiologia e Nutrição Mineral de Plantas, Sílvio,
pela ajuda nas análises químicas.
v
Ao Pesquisador, Dr. Luiz Carlos Prezotti, e aos técnicos de laboratório, João
Batista Rebuler e Ézio Martins Eler, pela ajuda nas análises químicas.
Ao técnico do laboratório de Águas (NEDITEC), Alexandre, pela leitura das
amostras de folhas.
Aos estudantes Juliano e Moisés Zucoloto pela contribuição na coleta de
dados.
À Dr
a
Cinthya Cabral da Costa, funcionária do Instituto de Estudos do
Comércio e Negociações Internacionais (ICONE), pelas colaborações e sugestões
ao trabalho.
À Maria Cândida Resende Regis Mauri, pela amizade, simpatia, atenção e
pelas colaborações e sugestões nos referenciais bibliográficos.
Aos colegas de mestrado da Pós-Graduação em Produção Vegetal do CCA-
UFES, pela convivência agradável durante a realização do curso, em especial Izaias
dos Santos Bregonci, Rosembergue Bragança, Alaert Zini Júnior e José Marcílio da
Silva, pela grande amizade construída, companheirismo, convivência agradável e
pelos momentos felizes de descontração.
A todos aqueles que sempre se fizeram presentes em minha vida e que,
direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho de pesquisa.
Fica aqui registrada a minha gratidão.
vi
SUMÁRIO
Página
DEDICATÓRIA ii
AGRADECIMENTOS iii
LISTA DE TABELAS ix
LISTA DE EQUAÇÕES xii
LISTA DE FIGURAS xiii
RESUMO Xvii
ABSTRAT xix
1. INTRODUÇÃO 1
2. CAPÍTULO 1
ANÁLISE FOLIAR E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E GRANULOMÉTRICA
DO SOLO NUM SOMBREAMENTO DE CAFÉ CONILON COM PUPUNHEIRA
RESUMO 3
ABSTRAT 5
1. INTRODUÇÃO 6
2. MATERIAL E MÉTODOS 13
2.1. Características do solo 14
2.2. Determinação das análises químicas do solo 17
2.3. Análise granulométrica 18
2.4. Determinação da umidade do solo 18
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 20
4. CONCLUSÕES 30
5. REFERÊNCIAS 31
3. CAPÍTULO 2
CRESCIMENTO VEGETATIVO DE CAFEEIROS CONILON CULTIVADOS EM
MONOCULTIVO E SOB SOMBREAMENTO COM PUPUNHEIRA
RESUMO 34
ABSTRAT 36
1. INTRODUÇÃO 38
2. MATERIAL E MÉTODOS 41
vii
2.1. Avaliação destrutiva 43
2.2. Índice de área foliar 43
2.3. Altura das plantas, diâmetro da copa e comprimento de ramos ortotrópicos 44
2.4. Número de ramos ortotrópicos produtivos, não produtivos e número de nós
44
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 45
3.1. Dados climáticos 45
3.2. Características de crescimento vegetativo do café conilon em monocultivo
e sombreado com pupunheira
53
4. CONCLUSÕES 60
5. REFERÊNCIAS 61
4. CAPÍTULO 3
PRODUTIVIDADE E CLASSIFICAÇÃO DO CAFÉ CONILON EM
MONOCULTIVO E SOMBREADO COM PUPUNHEIRA
RESUMO 64
ABSTRAT 66
1. INTRODUÇÃO 68
2. MATERIAL E MÉTODOS 70
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 72
3.1. Características de produtividade e classificação do café conilon em
monocultivo e sombreado com pupunheira
78
4. CONCLUSÕES 86
5. REFERÊNCIAS 87
5. CAPÍTULO 4
CRESCIMENTO VEGETATIVO E PRODUÇÃO DA PUPUNHEIRA
SOMBREADA COM CAFEEIROS CONILON
RESUMO 89
ABSTRAT 91
1. INTRODUÇÃO 92
2. MATERIAL E MÉTODOS 97
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 99
4. CONCLUSÕES 103
5. REFERÊNCIAS 104
6. CAPÍTULO 5
RENTABILIDADE ECONÔMICA COMPARATIVA DE CUSTOS VARIÁVEIS
DO SISTEMA CAFÉ CONILON EM SOMBREAMENTO COM PUPUNHEIRA
RESUMO 106
ABSTRAT 108
1. INTRODUÇÃO 109
2. MATERIAL E MÉTODOS 112
2.1. Composição dos custos 113
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 114
4. CONCLUSÕES 117
5. REFERÊNCIAS 118
viii
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 119
ANEXOS 121
ix
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
Tabela 1- Níveis de macronutrientes, soma de bases (SB), acidez
potencial (H+Al), CTC efetiva (t), CTC Total (T), saturação por
alumínio (m), saturação por bases (V), matéria orgânica (M.O) e
micronutrientes considerados adequados no solo utilizados na
interpretação da fertilidade para desenvolvimento do cafeeiro
conilon (C. canephora Pierre ex Froenher
)
8
Tabela 2- Níveis considerados adequados nas folhas utilizados na
interpretação da análise nutricional para macronutrientes e
micronutrientes no cafeeiro conilon (C. canephora Pierre ex
Froenher)
8
Tabela 3- Absorção de macronutrientes: Nitrogênio – N (g), Fósforo – P
2
O
5
(g), Potássio K
2
O (g), Cálcio Ca (g), Magnésio Mg (g) e
Enxofre S (g) pelo cafeeiro conilon (Coffea canephora Pierre
ex Froenher), referente à média de três plantas, idade após
plantio no campo e produtividade em sacas beneficiadas por ha
9
Tabela 4- Absorção de micronutrientes: Ferro Fe (mg), Zinco Zn (mg),
Manganês Mn (mg), Boro B (mg) e Cobre Cu (mg), pelo
cafeeiro conilon (C. canephora Pierre ex Froenher), referente à
média de três plantas, idade após plantio no campo e
produtividade em sacas beneficiadas por ha
10
Tabela 5- Média das características da análise química do solo, obtida
para os tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m na profundidade de 0 – 20
20
Tabela 6- Média das características da análise química do solo para
micronutrientes, obtida para os tratamentos: T1= monocultivo;
T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m na
profundidade de 0 – 20 cm
22
Tabela 7- Média da caracterização granulométrica do solo, obtida para os
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m na profundidade de 0 – 20 cm
23
Tabela 8- Análise de variância para o nutriente fósforo (P) e coeficiente de
variação (CV) para café conilon EMCAPA 8131 em experimento
não irrigado, arborizado com pupunheira
24
Tabela 9- Análise de variância para o nutriente ferro (Fe) e coeficiente de
variação (CV) para café conilon EMCAPA 8131 em experimento
não irrigado, arborizado com pupunheira
25
Tabela 10- Caracterização média da análise mineral de folhas para
macronutrientes, obtida para os tratamentos: T1= monocultivo;
T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
26
Tabela 11- Caracterização média da análise mineral de folhas para
micronutrientes, obtida para os tratamentos: T1= monocultivo;
T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
26
x
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
Tabela 12-
Quadro dos índices DRIS e de Balanço Nutricional obtidos para
os tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
27
Tabela 13- Seqüência de deficiência a excesso nutricional para nutrientes
obtida para os tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira
6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x
2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
29
CAPÍTULO 2
Tabela 1- Análise de variância para as características: área foliar total
(AFO), área foliar por grão (AFOG), índice de área foliar (IAF) e
coeficiente de variação (CV), para café conilon EMCAPA 8131
em experimento não irrigado, sombreado com pupunheira
47
Tabela 2- Análise de variância para as características: número de nós por
ramo plagiotrópico por planta (NNPLA), altura da planta (ALTPL)
e coeficiente de variação (CV), para café conilon EMCAPA 8131
em experimento não irrigado, sombreado com pupunheira
47
Tabela 3- Médias das características de crescimento vegetativo do ca
conilon: comprimento de ramos plagiotrópico (CRAPLA),
diâmetro de planta (DIAMPL), haste total por planta (HTPL),
número de haste por planta por hectare (NHPRHA), número de
haste total por hectare (NHTHA), número de ramos produtivos
(NRPR), número de ramos não produtivos (NRNPR), massa
seca de folhas (MSF) e número de ramos plagiotrópicos por
planta (NRAPLA) para os tratamentos T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
54
CAPÍTULO 3
Tabela 1- Análise de variância para as características: número de frutos
por planta (NFRUP), volume total de frutos por planta (VTOPL),
peso fresco de café colhido por planta (PFCCPL) e coeficiente
de variação (CV), coletados durante o experimento, para café
conilon EMCAPA 8131 em experimento não irrigado, sombreado
com pupunheira
72
Tabela 2- Análise de variância para as características: peso da matéria
seca do café colhido por planta (PSCCPL), percentagem de bóia
(BOIAP), rendimento de sacas beneficiadas por hectare
(SCBHA) e coeficiente de variação (CV), para café conilon
EMCAPA 8131 em experimento não irrigado, sombreado c
om
pupunheira
73
Tabela 3- Dimensões das médias das características de crescimento
reprodutivo e de qualidade do café conilon: percentagem de
frutos verdes (PFVER), percentagem de frutos verde-cana
(PFVC), percentagem de frutos secos (PFS), percentagem de
frutos maduros (PFM), comprimento do grão (CG), maior
diâmetro (MAD) e menor diâmetro (MD), em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
79
xi
pupunheira 3,0 x 1,0 m
Tabela 4- Médias de sacas beneficiadas (sc ha
-1
) de café conilon
EMCAPA 8131 em função dos tratamentos: T1= monocultivo;
T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
83
Tabela 5- Valores para classificação por peneira e tipo de café em função
dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
84
Tabela 6- Valores do rendimento de café por parcela em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
85
CAPÍTULO 4
Tabela 1- Conteúdo médio de matéria verde (t ha
-1
) e matéria seca (t ha
-1
)
na produção de palmito de pupunha
96
Tabela 2- Média das características dos crescimentos vegetativo e do
produtivo para pupunheira como planta sombreadora de café
conilon: altura da planta no ponto V (ALTPV), diâmetro do estipe
a 20 cm do solo (DIAM), mero de perfilhos (NPERF) e peso
do palmito de 4 bainhas (PESO) em função dos tratamentos:
T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
99
CAPÍTULO 5
Tabela 1- Relação entre espaçamentos, produtividade, custo e lucro no
cultivo da pupunha para produção de palmito
111
Tabela 2- Composição de receitas, custos variáveis e indicadores de
rentabilidade líquida para café conilon em monocultivo e
sombreado com pupunha, com produção média para 1 ha, em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x
2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m;
e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
115
xii
LISTA DE EQUAÇÕES
CAPÍTULO 1
Equação 1- Determinação do teor de argila 18
Equação 2- Determinação do teor de areia 18
Equação 3- Determinação do teor de silte 18
Equação 4- Determinação do teor de umidade em base seca 18
CAPÍTULO 2
Equação 1- Cálculo da área foliar (AFO) 43
xiii
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
Figura 1- Vista delimitada da área experimental de café conilon
sombreado com pupunheira na Fazenda Experimental de
Bananal do Norte INCAPER, em Cachoeiro de Itapemirim -
ES.
13
Figura 2- Desenho esquemático com a disposição das culturas de café e
pupunha em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, na
Fazenda Experimental de Bananal do Norte INCAPER, em
Cachoeiro de Itapemirim - ES.
16
Figura 3- Valores médios de sforo (mg dm
-3
) em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
24
Figura 4- Valores médios de ferro (mg dm
-3
) em função dos tratamentos:
T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira
6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0
x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
25
CAPÍTULO 2
Figura 1- Vista delimitada da área experimental de café conilon
sombreado com pupunheira na Fazenda Experimental de
Bananal do Norte INCAPER, em Cachoeiro de Itapemirim -
ES.
41
Figura 2- Valores médios mensais das temperaturas mínimas (Tmin),
máximas (Tmax) e médias (Tmed) do ar para o ano agrícola
2005/2006, em Cachoeiro de Itapemirim - ES.
45
Figura 3- Dados médios de precipitação (mm) e do número de dias
chuvosos para cada mês do ano agrícola 2005/2006, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
46
Figura 4- Dados médios de precipitação (mm) e da evapotranspiração
(mm dia
-1
) para cada mês do ano agrícola 2005/2006, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
46
Figura 5- Área foliar (AFO cm
2
) do cafeeiro conilon em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
49
Figura 6- Área foliar por grão (AFOG – cm
2
), por planta do cafeeiro
conilon em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
50
Figura 7- Índice de área foliar (IAF) por planta do cafeeiro conilon em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0
x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0
50
xiv
m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
– ES.
Figura 8- Número de s por ramo plagiotrópico por planta (NNPLA
nº) do cafeeiro conilon em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0
x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x
1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
51
Figura 9- Altura de planta do cafeeiro conilon em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
53
Figura 10- Número de folhas do cafeeiro conilon em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
53
Figura 11- Comprimento médio dos ramos plagiotrópicos (CRAPLA - cm)
tomados no terço médio das plantas em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
55
Figura 12- Diâmetro médio em cm das copas das plantas em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
55
Figura 13- Média do número de haste das plantas em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
56
Figura 14- Número médio de haste por planta, por ha, em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
56
Figura 15- Número médio de hastes totais por ha em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
57
Figura 16- Número médio de ramos produtivos por planta em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
57
Figura 17- Valor médio de ramos o produtivos por planta em função
dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
58
xv
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
Figura 18- Valor médio de massa seca de folhas por planta em função
dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
58
Figura 19- Valores médios do número de ramos plagiotrópicos por planta
em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira
6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x
2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de
Itapemirim – ES.
59
CAPÍTULO 3
Figura 1- Número médio de frutos por planta (NFRUP) do cafeeiro
conilon em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
74
Figura 2- Média do volume total de frutos (ml) por planta do cafeeiro
conilon em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
75
Figura 3- Média da matéria fresca do café colhido por planta do cafeeiro
conilon em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
76
Figura 4- Média da matéria seca do café colhido por planta do cafeeiro
conilon em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
77
Figura 5- Percentagem de ia por planta do cafeeiro conilon em função
dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
ES.
77
Figura 6- Rendimento em sacas beneficiadas por hectare (SCBHA - 60
Kg) em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES .
78
Figura 7- Valores médios da percentagem de frutos verdes (PFVER - %)
em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira
6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x
2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de
Itapemirim – ES.
80
xvi
Figura 8- Valores médios da percentagem de frutos verde-cana (PFVC -
%) em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
80
Figura 9- Valores médios da percentagem de frutos secos (PFS - %) em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0
x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0
m; e 5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim –
ES.
81
Figura 10- Valores médios da percentagem de frutos maduros (PFM - %)
em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira
6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x
2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de
Itapemirim – ES.
81
Figura 11- Valores médios do comprimento de grãos maduros (CG mm)
de 100 frutos de café em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0
x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x
1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
82
Figura 12- Valores médios do maior diâmetro (MAD mm) de 100 frutos
de café colhido em função dos tratamentos: T1= monocultivo;
T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4=
pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
82
Figura 13- Valores médios do menor diâmetro (MD – mm) de café colhido
em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira
6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x
2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de
Itapemirim – ES.
83
CAPÍTULO 4
Figura 1- Valores médios da altura no ponto V (ALTPV cm) de
pupunheira em função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0 m; T3=
6,0 x 1,0 m; T4= 3,0 x 2,0 m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro
de Itapemirim – ES.
100
Figura 2- Valores médios do diâmetro (DIAM - cm) do estipe da
pupunheira medido em função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0
m, T3= 6,0 x 1,0 m; T4= 3,0 x 2,0 m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
100
Figura 3- Valores médios do número de perfilhos (NPERF nº) de
pupunheira obtidos em função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0
m; T3= 6,0 x 1,0 m; T4= 3,0 x 2,0 m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
101
Figura 4- Valores médios do peso de palmito (PESO Kg) de
pupunheira colhido em função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0
m; T3= 6,0 x 1,0 m; T4= 3,0 x 2,0 m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
102
xvii
BRUM, Vítor José, M.Sc., Universidade Federal do Espírito Santo, Fevereiro de
2007. Ca Conilon em Sombreamento com Pupunheira. Orientador: José
Augusto Teixeira do Amaral. Co-orientadores: Edvaldo Fialho dos Reis e Waldir
Cintra de Jesus Junior.
RESUMO - O presente trabalho objetivou estudar o efeito do sombreamento do
palmito pupunha (Bactris Gasipaes Kunth) sobre aspectos fenológicos e
agronômicos do café conilon (Coffea canephora Pierre ex Froenher var. EMCAPA
8131). O experimento foi conduzido, em julho de 2006, numa área total de 1500 m
2
,
na Fazenda Experimental de Bananal do Norte (FEBN), pertencente ao Instituto
Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), em
Pacotuba, distrito de Cachoeiro do Itapemirim, ES, no delineamento experimental em
blocos casualizados, com quatro repetições e cinco tratamentos. O primeiro foi a
testemunha (T1), com café conilon em monocultivo, e os demais com café conilon
consorciado com pupunheiras espaçadas de: 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3);
3,0 m x 2,0 m (T4); e 3,0 m x 1,0 m (T5). O café, em todos os tratamentos, foi
cultivado no espaçamento de 3,0 m entrelinhas e 1,5 m entre plantas. A parcela foi
constituída de 36 plantas de café, sendo as 8 plantas centrais (parcela útil) utilizadas
nas avaliações. Do cafeeiro foram avaliadas as seguintes características: altura das
plantas (ALTPL), diâmetro da copa (DIAMPL), número de ramos ortotrópicos
produtivos (NRPR) e não produtivos (NRNPR), comprimento dos ramos
plagiotrópicos do terço médio (CRAPLA), número de nós em ramos plagiotrópicos do
terço médio (NNPLA), número de ramos plagiotrópicos (NRAPLAG), haste total por
planta (HTPL), número de haste produtiva por ha (NHPRHA), número de haste total
por ha (NHTHA), comprimento (CG) e diâmetro (MD) do grão, número de folhas por
parcela (NF), área foliar total (AFO), índice de área foliar (IAF), peso da massa seca
da amostra de folhas (MSF), número de frutos de uma planta de cada parcela
(NFRUP), peso da massa fresca de café colhido por planta (PFCCPL), volume total
de frutos por planta (VTOPL), peso da massa seca de café colhido por planta
(PSCCPL) e produção de sacas beneficiadas por ha (SCBHA). Do solo determinou-
se a umidade (UBS) e as características física e química. Das plantas de pupunheira
foram avaliados: altura das plantas (ponto V) (ALTPV), diâmetro do estipe a 20 cm
do solo (DIAM), número de perfilhos por planta (NPERF) e peso médio dos palmitos
(PESO). Conclui-se que: (i) os macronutrientes que ocorre com maior freqüência na
xviii
lavoura como limitante são K, S e P; (ii) para os micronutrientes a deficiência segue
a seqüência Zn, Mn e Fe; (iii) o índice de balanço nutricional (IBN) é elevado em
todos os tratamentos; (iv) o sombreamento influencia, significativamente, o índice de
área foliar, o percentual de bóia e a produtividade em sacas beneficiadas por ha
-1
e
não influencia o rendimento na pilagem; e (v) a pupunheira traz um incremento
financeiro em todos os tratamentos, quando comparados à testemunha.
PALAVRAS-CHAVE: Coffea canephora, palmito, arborização, biodiversidade,
consórcio.
xix
BRUM, Vítor José, M.Sc., Federal University of the Espírito Santo, February of 2007.
Conilon Coffee in shading with Peach Palm Plants. Advisor: José Augusto
Teixeira do Amaral. Co-advisors: Edvaldo Fialho dos Reis e Waldir Cintra de Jesus
Junior.
ABSTRACT - The current work aimed to study the intercropping system effect of the
peach palm plants (Bactris gasipaes Kunth) on phenologyc and agronomic aspects
of the conilon coffee (Coffea canephora Pierre ex Froenher var. EMCAPA 8131). The
experiment was led, in July of 2006, a total area
of 1500 m2, in the Fazenda
Experimental de Bananal do Norte FEBN, pertaining to the Instituto Capixaba de
Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural INCAPER, Pacotuba, district of
Cachoeiro de Itapemirim, ES, in the split randomized blocks designed, with four
repetitions and five treatments. The first one was the witness (T1), conilon coffee in
monoculture, and the others, with conilon coffee intercropped with peach palm plants
spaced of: 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4) and 3,0 m x 1,0
m (T5). The coffee, in all the treatments, was cultivated in the spacing of 3,0 m
between lines and 1,5 m between plants. The parcel was constituted of 36 plants of
coffee, being the 8 central plants (inner plot) used in the evaluations. Of the cofee
tree the following characteristics were evaluated: height of the plants (ALTPL),
diameter of the pantry (DIAMPL), number of productive ortotropics branches (NRPR)
and not productive (NRNPR), length of the plagiotropics branches of last-born
average (CRAPLA), number of us in plagiotropics branches of last -born average
(NNPLA), number of plagiotropics branches (NRAPLAG), total connecting rod for
plant (HTPL), number of productive connecting rod for ha (NHPRHA), number of total
connecting rod for ha (NHTHA), length (CG) and diameter (MD) of the grain, leaf
number for parcel (NF), total foliar area (AFO), index of foliar area (IAF), weight of the
dry mass of the leaf sample (MSF), number of fruits of one plants of each parcel
(NFRUP), weight of the cool mass of coffee harvested for plant (PFCCPL), total size
of fruits for plant (VTOPL) weight of the dry mass of coffee harvested for plant
(PSCCPL) and the production of bags benefited for ha (SCBHA). Of the ground it
was determined humidity (UBS) and the characteristics physical and chemical. Of the
peach palm plants they were evaluated: height of the plants (point V) (ALTPV),
diameter of estipe the 20 cm of the ground (DIAM), number of shoot for plant
(NPERF) and average weight of the palm leaf (WEIGHT). The research shows that:
xx
(i) the macronutrients that occur more frequently in the farming as limitante are ben
K, S and P; (ii) for the micronutrients the deficiency follow the sequence Zn, Mn and
Fe; (iii) the index of nutricional rocking (IBN) is raise in all the treatments; (iv) the
hatching influence, significantly, the index of foliar area, the percentage of buoy and
the productivity in bags benefited for ha
-1
and do not influence the income in the
pealing; and (v) the peach palm plants bring a financial increment in all the
treatments, when compared with the witness.
KEY WORDS: Coffea canephora, palm leaf, arborization, biodiversity, intercropping.
1 INTRODUÇÃO
O café, depois do petróleo, é considerado o principal produto comercializado
no mundo. É o segundo produto mais exportado pelo Brasil e, quando comparado
aos outros países produtores, possui a mais extensa área de cultivo sendo o maior
produtor mundial. Devido a sua importância sócio-econômica, o café foi foco de
pesquisas por muito tempo. A maioria dos estudos com esta rubiácea foi conduzida
no sentido da obtenção de genótipos mais produtivos e que pudessem propiciar uma
melhor qualidade de bebida, quase sempre com a cultura a pleno sol e em
monocultivo. Poucos trabalhos foram conduzidos com cafeeiro em sistema
sombreado, e destes, a sua quase totalidade com a espécie Coffea arabica, L., por
produzir o café mais apreciado em todos os países consumidores.
Regiões consideradas marginais ou inaptas para a cafeicultura, devido às
condições de solo e variações climáticas quanto à temperatura, ventos, distribuição
de chuvas e alta irradiância, vêm sendo utilizadas de forma promissora para seu
cultivo, onde árvores sombreadoras poderão atenuar estes efeitos. Os maiores
benefícios fisiológicos que o cafeeiro recebe das árvores sombreadoras estão
associados com a redução do estresse da planta pela melhoria do microclima e do
solo. mais de um século tem-se discutido se o sombreamento de cafezais traz
benefícios ou não para a cultura, sendo a quase totalidade dos trabalhos realizados
com C. arabica. Os sistemas agroflorestais (sombreamento com espécies produtoras
de frutos, palmito ou madeira) podem propiciar um melhor arranjo espacial e
temporal na utilização dos recursos destinados à produção, seja da água, nutrientes,
maturação mais uniforme dos grãos e ainda no que se relaciona à incidência de
pragas e doenças. Esses ainda podem promover uma diversidade de culturas
incrementando a sustentabilidade do ambiente e a produção. O uso de consórcio
2
com culturas perenes, pela cafeicultura, pode representar o avanço da estabilidade
de produção da planta pelas condições microclimáticas do ambiente. Em contraste,
a cultura a pleno sol, que, geralmente, requer altos níveis de insumos para sua
produção, além de estar contribuindo para a degradação do solo e a poluição
ambiental. Dessa forma, o produtor está sujeito a mais risco pela variabilidade dos
custos de produção e à instabilidade dos preços do cano mercado. O Brasil tem
recebido críticas de outros países produtores de café em sistemas
consorciados/sombreados, devido à falta da biodiversidade. Portanto, a pesquisa
deve avaliar cientificamente diferentes arranjos de sombreamento, obtendo
informações qualitativas e quantitativas, visando a sustentabilidade sócio-ambiental
e ganho de competitividade internacional do produto brasileiro.
Este estudo visa ampliar o entendimento dos efeitos do sombreamento com
pupunheira sobre o comportamento agronômico e morfofisiológico do café conilon,
quando comparado à exploração em monocultivo, bem como avaliar a agregação de
valor econômico decorrente desse consórcio.
2 CAPÍTULO 1
ANÁLISE FOLIAR, CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E GRANULOMÉTRICA DO
SOLO NUM CONSÓRCIO DE CAFÉ CONILON COM PUPUNHEIRA
RESUMO O planejamento agrícola requer avaliação das classes de solo. Sabe-se
que uma adubação adequada confere às plantas maior produtividade, melhor
qualidade dos frutos, bem como maior tolerância e resistência aos problemas de
fitossanidade. Entretanto, para se realizar uma adubação adequada, faz-se
necessária a análise do solo e a avaliação do estado nutricional da cultura. As
técnicas de análises de tecidos com objetivo de diagnosticar o estado nutricional do
cafeeiro baseiam-se na determinação dos teores totais de nutrientes, que nem
sempre apresentam correlação significativa com a atividade do elemento nos tecidos
ou sua disponibilidade fisiológica. Quando a demanda metabólica por determinado
nutriente é maior que seu suprimento pelo meio externo, diversos mecanismos são
acionados para a manutenção do equilíbrio bioquímico e fisiológico da planta. Esses
ajustes envolvem normalmente gastos de energia e reduções no crescimento e na
produção. Se tais mecanismos falham, a taxa de crescimento é reduzida num
primeiro momento, posteriormente surgem os sintomas de deficiência ou excessos
relacionados aos distúrbios metabólicos provocados. O sucesso na prática da
adubação consiste em disponibilizar para a planta os nutrientes em quantidades
adequadas e equilibradas para atender sua demanda. O experimento foi implantado
na Fazenda Experimental de Bananal do Norte FEBN, Cachoeiro de Itapemirim
ES, pertencente ao INCAPER. O delineamento experimental empregado foi de
blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos
foram: testemunha (T1), constituído pelo plantio de café conilon em monocultivo, e
4
os demais com o caconilon consorciado com pupunheiras espaçadas de 6,0 m x
2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4); e 3,0 m x 1,0 m (T5). O café foi
cultivado em um único espaçamento, de 3,0 m entre linhas e 1,5 m entre plantas, em
todos os tratamentos. O trabalho foi implantado numa área total de 1350 m
2
. Cada
parcela foi constituída de 36 plantas de café. Para as avaliações, a parcela útil foi
composta por 8 plantas de café localizadas no centro de cada parcela. Foram
avaliadas as seguintes características na área do experimento: teores de elementos
minerais na folha; a análise química e caracterização física do solo na projeção das
copas dos cafeeiros; umidade do solo. Conclui-se que: os macronutrientes mais
limitantes na lavoura são K, S e P; para os micronutrientes a deficiência segue a
seqüência Zn, Mn e Fe; os nutrientes com maiores índices DRIS (Sistema integrado
de diagnose e recomendação) positivo e negativo, são, respectivamente, Mg e K
para todos os tratamentos; o IBN é elevado para todos os tratamentos; quando
comparado o T1 (testemunha) aos demais, observa-se que o sombreamento
aumenta o valor do Índice de Balanço Nutricional (IBN), indicando que a
produtividade pode estar sendo limitada por um fator de ordem nutricional associado
ao sombreamento do café com a pupunheira; e recomenda-se que o manejo de
adubação atual seja revisto.
PALAVRAS-CHAVE: Coffea canephora, café conilon, nutrição mineral, análise
foliar, consórcio.
ANALYSIS FOLIAR, CHEMICAL AND GRAIN SIZED CHARACTERIZATION OF
THE SOIL IN AN INTERCROPPING OF CONILON COFFEE WITH PEACH PALM
PLANTS
ABSTRACT - The agricultural planning requires evaluation of the ground
classrooms. It is known that an adequate fertilization confers to the plants biggest
productivity, better quality of the fruits, as well as bigger tolerance and resistance to
the phytosanity problems. However, to realize an adequate fertilization is necessary
the soil evaluation and analysis of the nutritional state of the culture. The techniques
of tissue analyses with objective to diagnosis the nutritional state of the cofee tree are
based on the determination of total tissue of nutrients which nor always present
significant correlation with the activity of the element in tissue or physiological
availability. Normally, these adjustments involve energy expenses and production
and growth reductions. If such mechanisms fail, the growth tax is reduced in a first
moment, than later appear the deficiency symptoms or excesses related to the
provoked metabolic riots. In this study, the experimental design used was of
randomized blocks, with five treatments and four repetitions. The treatments were:
the witness (T1), formed by the conilon coffee in monoculture plantation 3,0 x 1,5 m;
and the others were formed by conilon coffee intercropped with spaced peach palm
plants of 6,0 x 2,0 m (T2); 6,0 x 1,0 m (T3); 3,0 x 2,0 m (T4) and 3,0 x 1,0 m (T5).
The coffee was cultivated in an only spacing of 3,0 m between lines and 1,5 m
between plants in all the treatments. The research shows that: the more limiting
macronutrients in more limiting in the farming were K, S and P; for the micronutrients,
the deficiency follows the sequence Zn, Mn and Fe; the nutrients with biggest positive
and negative index DRIS are respectively , Mg and K for all the treatments; the IBN is
raised for all the treatments; when compared the T1 (witness) with the others, is
observed that the shading increased the IBN value, indicating that the productivity
can be limited for a nutritional factor associated to the shading of the coffee with
peach palm plants. Thus, on the basis of the gotten results is recomended a revision
of the handling of current fertilization.
KEY WORDS: Coffea canephora, conilon, mineral nutrition, foliar analysis,
intercropping.
6
1 INTRODUÇÃO
O café conilon possui extensa área de cultivo no Espírito Santo, o que coloca
o Estado no cenário nacional como maior produtor desta variedade pertencente à
espécie Coffea. canephora. Normalmente, os cultivos o realizados em solos de
baixa fertilidade e exigem um planejamento de acompanhamento constante, tanto
para implantação da lavoura como para sua condução, objetivando maximizar as
produções. Esse acompanhamento exige análises químicas de solo, foliares e a
caracterização física deste solo.
A produção de café do Estado do Espírito Santo (2006/2007) é de 9011
milhões de sacas beneficiadas, representando 21,7 % da produção nacional. Desse
total, 6.892 milhões de sacas, ou seja, 76,5%, são de ca robusta, e o restante,
2.118 milhões de sacas de café arábico (2005/2006). Houve um incremento de
11,7% quando comparado à safra anterior, correspondendo a um aumento de 941
mil sacas, mesmo com um veranico nos meses de janeiro e fevereiro (CONAB,
2006). Esse incremento está, provavelmente, ligado ao manejo da cultura,
envolvendo adubações, poda, desbrota, bom vigor vegetativo das plantas, à
excelente florada na maioria das lavouras e uso de material genético mais adaptado
às condições do Espírito Santo. Também é notável a melhoria do preço, que tem
mantido flutuações acima de R$ 170,00 por saca de café beneficiado para o tipo 7.
Devido à importância sócio-econômica, o café é foco constante de pesquisas.
Os estudos com essa rubiácea, porém, foram conduzidos no sentido da obtenção de
genótipos mais produtivos e que pudessem propiciar uma melhor qualidade de
bebida, quase sempre com a cultura a pleno sol e em monocultivo. Poucos trabalhos
vem sendo conduzidos em condição de sombreamento, e destes trabalhos a quase
totalidade foi para a espécie de maior expressão econômica a Coffea arabica, L., por
produzir café mais apreciado na maioria dos países consumidores.
Um estudo sobre o macrozoneamento agroecológico para a cultura do café
no Estado do Espírito Santo, ilustrado por meio de um mapa esquemático, mostra
que a maior parte da cultura de conilon do norte do Estado está implantada em
regiões que apresentam aptidão com restrição hídrica para o cafeeiro robusta
(DADALTO & BARBOSA, 1995). De acordo com esses estudos, as maiores
extensões de terras do Estado com aptidão preferencial para a cultura do conilon
localizam-se abaixo do Rio Doce ao longo da região Sudeste e ao Sul, desde que
7
esteja situado abaixo de 450 m de altitude, possuírem temperaturas médias anuais
do ar entre 22-26
0
C e déficit hídrico anual de até 200 mm.
Regiões consideradas marginais ou inaptas para a cafeicultura, devido às
condições de solo, variações climáticas quanto à temperatura, ventos, distribuição
de chuvas e alta irradiância, vem sendo utilizadas de forma promissora para seu
cultivo, onde árvores de sombra poderão atenuar estes efeitos, melhorando
substancialmente a qualidade do produto final (MATIELLO, 1985). É notável também
que nos últimos 10 anos tem ocorrido uma preocupação na produção de cafés de
qualidade. Cuidados maiores na colheita e no beneficiamento têm contribuído para
essa melhoria. Especialmente no café, qualidade e quantidade são compatíveis.
Segundo Malavolta & Lima Filho (2000), não tem sido conduzidos ensaios de
adubação em café arborizado em comparação com não arborizados nas mesmas
condições locais. Segundo os autores, não recomendação diferenciada para os
cultivos sombreados e não sombreados. As lavouras devem ser acompanhadas com
análises do solo e da folha para introduzir correções ou ajustes eventuais.
Bragança (2005) sugere que a matéria seca total de uma planta de café é
constituída por aproximadamente 9% de nutrientes minerais componentes
essenciais de moléculas orgânicas, componentes estruturais de membranas, bem
como envolvidos na ativação enzimática, controle osmótico, transporte de elétrons,
sistema tampão do protoplasma, controle da permeabilidade das membranas, além
de participar em outros processos fisiológicos na planta.
Os veis adequados de nutrientes presentes no solo e nas folhas indicados
para o café conilon na interpretação da fertilidade do solo e da análise foliar
encontram-se nas Tabelas 1 e 2 (BRAGANÇA, COSTA & LANI, 2000; FULLIN &
DADALTO, 2001).
8
Tabela 1 Níveis de macronutrientes, soma de bases (SB), acidez potencial (H+Al),
CTC efetiva (t), CTC Total (T), saturação por alumínio (m), saturação por
bases (V), matéria orgânica (M.O) e micronutrientes considerados
adequados no solo utilizados na interpretação da fertilidade para
desenvolvimento do cafeeiro conilon (C. canephora Pierre ex Froenher
)
Nutrientes do Solo Unidade Teores
P mg dm
-3
15,0 – 20,0
K mg dm
-3
100,0-120,0
Ca cmol
c
dm
-3
3,0 - 4,0
Mg cmol
c
dm
-3
0,8 – 1,0
S mg dm
-3
15,0-30,0
SB cmol
c
dm
-3
2,0 - 4,0
H + Al cmol
c
dm
-3
2,5 - 5,0
t cmol
c
dm
-3
2,5 - 5,0
T cmol
c
dm
-3
4,0 - 10,0
m % 30,0 - 50,0
V % 40,0 - 60,0
M.O dag dm
-3
2,0 - 3,0
Zn mg dm
-3
2,0 – 3,0
B mg dm
-3
0,8 – 1,0
Cu mg dm
-3
0,5 - 1,0
Fe mg dm
-3
100-200
Mn mg dm
-3
5,0 – 10,0
Fonte: BRAGANÇA, COSTA & LANI (2000); FULLIN & DADALTO, 2001.
Tabela 2 Níveis considerados adequados nas folhas utilizados na interpretação da
análise nutricional para macronutrientes e micronutrientes no cafeeiro
conilon (C. canephora Pierre ex Froenher)
Nutrientes Foliares
Macro Micro
dag Kg
-1
mg Kg
-1
N P K Ca Mg S Fe Zn Cu Mn B
2,7 0,12 2,1 1,4 0,32 0,24 131 12 11 69 48
Fonte: BRAGANÇA, COSTA & LANI (2000); FULLIN & DADALTO, 2001.
Bragança, Costa & Lani (2000) informaram os valores da absorção de
macronutrientes pelo café conilon com idades variando de 1,0 a 3,6 anos para uma
produtividade de 52 a 120 sc de café beneficiado por ha, encontram-se na Tabela 3.
9
Tabela 3 Absorção de macronutrientes: Nitrogênio N (g), Fósforo P
2
O
5
(g),
Potássio K
2
O (g), Cálcio Ca (g), Magnésio Mg (g) e Enxofre S
(g) pelo cafeeiro conilon (Coffea canephora Pierre ex Froenher),
referentes à média de três plantas, idade após plantio no campo e
produtividade em sacas beneficiadas por ha
Idade (anos)
Absorção (g) Macronutriente
1,0 2,0 2,6 3,0 3,6
N 4,75 54,79 133,85 91,52 196,67
P
2
O
5
0,27 2,66 6,48 3,55 8,92
K
2
0 3,56 35,54 109,23 55,39 159,39
Ca 2,81 27,48 43,81 53,48 80,56
Mg 0,60 6,13 12,23 11,26 22,16
S 0,37 3,87 9,89 6,75 13,30
Total (Vegetal+Frutos)
Produtividade 52,00 120,00
Fonte: BRAGANÇA, COSTA & LANI (2000).
Nota: Adaptado pelo autor.
O café conilon apresenta alto potencial produtivo, sendo que os advindos de
seleções feitas em programas de melhoramento pelo INCAPER são altamente
promissores (BRAGANÇA et al., 2001; FERRÃO, et al., 2004). Desse modo, o café
conilon apresenta alta exigência nutricional, acumulando quantidades elevadas de
nutrientes em seus órgãos (BRAGANÇA, 2005). Segundo Bragança (2005), a ordem
de acúmulo de macronutrientes para conilon é: N > Ca > K > Mg > S > P. Segundo a
autora, as folhas apresentaram maiores conteúdos de N, K, Ca, Mg, S e o
tronco+ramos ortotrópicos o maior conteúdo de P.
para micronutrientes, a exigência durante o ciclo varia de forma
significativa com o genótipo, o local e a época do ano. A determinação do conteúdo
de minerais pela análise de tecidos é de fundamental importância, pois representa
para o metabolismo do cafeeiro, em especial o conilon, uma resposta marcante à
sua aplicação (BRAGANÇA, 2005).
Em trabalho conduzido no Estado do Espírito Santo, Bragança (2005)
apresentou a seguinte ordem de acúmulo de micronutrientes em conilon: Fe > Mn >
B > Zn > Cu. A autora, constatou que nas folhas apresentaram maiores conteúdos
de B e Mn e o tronco+ramos ortotrópicos o maior conteúdo de Cu.
Bragança, Costa & Lani (2000) relatam os valores da absorção de
micronutrientes (Tabela 4) pelo café conilon com idades variando de 1,0 a 3,6 anos
para uma produtividade de 52 a 120 sc de café beneficiado por ha.
10
Tabela 4 Absorção de micronutrientes: Ferro Fe (mg), Zinco Zn (mg),
Manganês Mn (mg), Boro B (mg) e Cobre Cu (mg), pelo cafeeiro
conilon (C. canephora Pierre ex Froenher), referente à média de três
plantas, idade após plantio no campo e produtividade em sacas
beneficiadas por ha
Idade (anos)
Absorção (mg) Micronutriente
1,0 2,0 2,6 3,0 3,6
Fe 98,50
1134,89 1238,87 2834,83 3182,34
Zn 10,17
75,70 167,95 138,69 193,55
Mn 35,17
205,01 613,55 448,72 703,75
B 6,91 87,64 168,96 131,20 305,75
Cu 3,43 90,88 105,24 66,69 156,79
Total (Vegetal+Frutos)
Produtividade 52,00 120,00
Fonte: BRAGANÇA, COSTA & LANI (2000).
Nota: Adaptado pelo autor.
O café arábica sombreado consome as mesmas quantidades de macro e
micronutrientes para produzir uma saca de café beneficiada (MALAVOLTA & LIMA
FILHO, 2000). Segundo esses autores, é esperado que a produção do café seja
menor, mesmo necessitando da mesma quantidade de macro e micronutrientes, pois
o fator que irá limitar em quantidade, intensidade e duração é a luz. Espera-se que o
comportamento do café sombreado, seja semelhante ao do cacaueiro, no que diz
respeito à adubação, pois plantas sombreadas normalmente respondem pouco a
adubação, podendo, nestes casos, a adubação ser reduzida (MALAVOLTA & LIMA
FILHO, 2000). Portanto, para se recomendar uma adubação é necessário conhecer ,
dentre outros fatores, as exigências nutricionais da cultura em termos de macro e
micronutrientes necessários tanto para a parte vegetativa quanto para a frutificação
(BRAGANÇA, 2005).
O manejo do sombreamento, especialmente por meio de podas (SILVEIRA et
al., 1993) tem influência crítica na ciclagem de nutrientes. Os ramos ortotrópicos e
plagiotrópicos ao se decomporem e serem incorporados ao solo (RICCI, 2006)
contribui para o aumento da matéria orgânica, conseqüentemente a ciclagem de
nutrientes. Tal prática constitui-se em uma importante ferramenta para manipulação
da quantidade de nutriente a ser transferido da árvore para o solo. A ciclagem de
nutrientes está intimamente ligada às espécies arbóreas que serão utilizadas no
sombreamento. Varia quanto à produção de biomassa da parte aérea, taxa de
decomposição da biomassa e na produção de biomassa de raízes finas. É
importante selecionar as espécies que serão usadas, tomando como ponto inicial de
11
escolha aquelas que possuem profundidades diferentes do sistema radicular. Sabe-
se que a matéria orgânica do solo (MOS) é resultante da deposição natural de
vegetais (exsudatos e/ou morte de raízes, queda de folhas, galhos, frutos,
excrementos ou morte da biota e restos animais) que chegam ao solo (RICCI, 2006).
Durante o processo de senescência da folha, alguns nutrientes minerais
aumentam o seu teor e outros diminuem. Aqueles cujos teores diminuem com a
idade são: N, K, P, às vezes Mg, e aqueles que aumentam são: Ca, S, Fe, Mn, B,
Zn, Cu e Mo (MULLER, 1959, citado por BRAGANÇA, 2005).
A produtividade média do café conilon no Estado gira em torno de 22,8 sacas
de café beneficiado ha
-1
(CONAB, 2006), com potencial produtivo, que pode
alcançar 77 sacas de café beneficiado ha
-1
(FONSECA, 1995; MATIELLO, 1998).
Muitos produtores, sobretudo no norte do Estado do Espírito Santos, têm alcançado
produtividades médias maiores que 100 sc beneficiadas ha
-1
. As estimativas para a
safra 2007/2008 são de 24 sc beneficiadas ha
-1
(Informação verbal
1
). Por
conseguinte, torna-se fundamental a implementação de novas alternativas
tecnológicas e técnicas modernas para se conseguir uma melhoria na produtividade
dessas lavouras.
As recomendações de adubação não são, em geral, acompanhadas da
diagnose nutricional foliar. Nesse caso as recomendações são realizadas com base
em valores padrões denominados de níveis críticos dos nutrientes no solo, existindo
tabelas para as diferentes culturas (BALDOTTO et al.,1999).
O diagnóstico nutricional das lavouras cafeeiras através das análises de solos
e de tecidos foliares dá melhores subsídios para a interpretação da desordem
nutricional (SILVEIRA, 1995; BRAGANÇA et al., 1989), uma vez que as análises de
solos sozinhas apresentam algumas limitações, dentre elas a dificuldade em
determinar corretamente os teores de N e de micronutrientes nos solos (ELWALI &
GASCHO, 1984, citado por BALDOTO et al., 1999). Daí a necessidade de se aliar
avaliação da fertilidade do solo com análise de tecidos vegetais, especialmente de
folhas (BRAGANÇA et al., 1989; SILVEIRA, 1995). Nesse aspecto, os resultados
das análises foliares devem ser interpretados por intermédio de técnicas que
eliminem os fatores de variabilidade, que mascaram a interpretação dos resultados,
as quais possam ser aplicadas a qualquer momento, sob diferentes condições,
1
FERRÃO. R. G. 2007. Alegre – ES.
12
conforme proposto por Beaufils, através do método DRIS - Sistema Integrado de
Diagnose e Recomendação (BEVERLY, 1993; COSTA, 1995; ELWALI & GASCHO,
1984; LEITE, 1993; SUMNER, 1979; RATHFON et BURGER, 1991; WORTMANN,
1993; WORTMANN et al., 1992, citados por BALDOTO et al., 1999). Esse método é
muito eficiente no diagnóstico nutricional das plantas (BEVERLY, 1993, citado por
BALDOTO et al., 1999), propiciando a determinação da seqüência nutricional, de
deficiência a excesso, para as culturas (COSTA, 1995; LEITE, 1992).
Partelli et al. (2006) afirmam que o DRIS é um bom método para verificar
desequilíbrio nutricional de uma planta e/ou lavoura. Wadt (2005) ressalta que o
agrupamento de lavouras pelo método DRIS é mais consistente do que o
agrupamento pelo nível crítico.
O DRIS incorpora o conceito de balanço nutricional ou de equilíbrio entre
nutrientes minerais nos tecidos das plantas. O IBN (Índice de Balanço Nutricional
Global) pode indicar as limitações de ordem não nutricional na cultura.
Tomando como referência esses aspectos, objetivou-se neste trabalho avaliar
os níveis dos nutrientes presentes no solo e nas folhas e o estado nutricional do
cafeeiro conilon em monocultivo e sombreado com pupunheira.
13
2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido com café conilon consorciado com palmito
pupunheira na Fazenda Experimental de Bananal do Norte, pertencente ao Instituto
Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), localizada
no distrito de Pacotuba (Figura 1), município de Cachoeiro de Itapemirim ES,
latitude 20º 45’ Sul, longitude 41º 47’ Oeste e altitude de 146 m.
O experimento foi instalado em junho de 1998, contendo nove clones de
cafeeiros da variedade clonal tardia EMCAPA 8131(BRAGANÇA, et al. 2001) (C.
canephora Pierre
ex Froenher cv. Conilon), cultivados em monocultivo (testemunha -
sem sombreamento com pupunheira) e sombreados com pupunheira (B. gasipaes
Kunth). A pupunheira é um palmito sem espinhos, plantada nas entre linhas do café,
em espaçamentos variados. O café foi plantado em todos os tratamentos em um
único espaçamento, 3,0 m entre linhas e 1,5 m entre plantas.
Figura 1 Vista delimitada da área experimental de café conilon sombreado com
pupunheira na Fazenda Experimental de Bananal do Norte INCAPER,
em Cachoeiro de Itapemirim - ES.
A área experimental está localizada em um terreno plano (Figura 1), cujo solo
se classifica como um Neossolo flúvico distrófico. A boa fertilidade, a facilidade de
14
drenagem e o bom manejo da cultura em todas as fases do experimento
promoveram bom crescimento e desenvolvimento das plantas.
Os dados foram coletados entre os meses de junho a agosto de 2006. A
colheita final foi realizada na última semana de julho do mesmo ano.
2.1 Características do solo
Na implantação do cafeeiro, foram realizadas análises químicas de solo,
servindo esta, para a correção e adubação necessárias à cultura. As amostras de
solo foram retiradas a uma profundidade de 0 a 20 cm em zig-zag, em área total,
compondo uma amostra única.
Para a realização das avaliações e para a condução das culturas, procedeu-
se o levantamento para a análise química e caracterização física do solo na projeção
das copas, assim como para determinação da umidade do solo. As amostras foram
coletadas na projeção da copa das plantas úteis, por cada tratamento e repetição. A
profundidade de amostragem foi de 0 a 20 cm, utilizando-se de trado holandês. Uma
vez amostrada a parcela, estas foram homogeneizadas, compondo assim uma
amostra única por tratamento e repetição.
O experimento foi conduzido com 5 tratamentos, sendo um tratamento em
monocultivo (sem sombreamento) e os demais sombreados, conforme se segue: T1
em monocultivo do café 3,0 x 1,5 m; T2, com pupunheira espaçada de 6,0 x 2,0 m;
T3, com pupunheira espaçada de 6,0 x 1,0 m;T4, com pupunheira espaçada de 3,0 x
2,0 m; e T5, com pupunheira espaçada de 3,0 x 1,0 m. O experimento foi instalado
num DBC, sendo 4 consorciados com a pupunheira e um com café em monocultivo,
com 4 repetições. A parcela experimental foi constituída por uma área de 9,0 x 18,0
m como está disposto no esquema abaixo (Figura 2).
Cada parcela foi constituída por 36 plantas de café, sendo avaliadas as oito
plantas centrais. A linha da pupunheira interfaceando com a cultura do café
representa árvores de sombreamento em renque (cultivo em faixas).
15
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
16
Tratamento 5
Figura 2 Desenho esquemático com a disposição das culturas café e pupunheira
em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, na Fazenda Experimental de Bananal do Norte –
INCAPER , em Cachoeiro de Itapemirim - ES.
Para avaliação dos teores minerais, foram coletadas folhas no terço médio
das plantas, nos ramos plagiotrópicos, no terceiro par de folhas, contados a partir do
ápice dos ramos plagiotrópicos, nos quatro pontos cardeais de cada parcela na
segunda quinzena do mês de julho. De cada parcela foram coletadas 50 folhas, as
quais foram lavadas em água de torneira, enxaguadas com água destilada e
acondicionadas em sacolas de papel, devidamente identificadas, sendo a seguir
transferidas para secar em estufa de ventilação forçada a 70ºC, até peso constante.
Após peso constante, foram pulverizadas em moinho de Willey, com peneira de 60
mesh, e armazenadas à temperatura ambiente, para quantificação dos teores de
elementos minerais.
A análise de elementos minerais P, K, Ca, Mg, S, Fe, Cu, Mn e Zn envolverá
inicialmente digestão nitro-perclórica dos materiais vegetais. Os teores de Ca, Mg, S,
Fe, Cu, Mn e Zn foram obtidos em espectrofotômetro de absorção atômica. Os
teores de P foram avaliados por espectrofotometria do visível e os teores de K em
17
um fotômetro de chama (SILVA, 1999). Os teores de N foram quantificados após
digestão sulfosalicílica (McCLURE & ISRAEL, 1979), usando uma mistura
catalisadora constituída de Na
2
SO
4
anidro, CuSO
4
.5H
2
O e Se (100:1:0,8). Em
seguida foi determinado o teor de N-total em um digestor de micro e macro Kjeldahl
(SILVA, 1999). as concentrações de B foram quantificadas, após a digestão via
seca, por espectrofotometria do visível em um espectrofotômetro ultravioleta visível
(SILVA, 1999).
As amostras de folhas de cada tratamento foram acondicionadas em sacolas
de papel identificadas e secas em estufa de ventilação forçada a uma temperatura
de 70ºC até peso constante. Obteve-se o peso da matéria seca de folhas por
tratamento em cada amostra.
Para avaliação do índice DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e
Recomendações), preconizado por Beaufils (1973), citado por Partelli, Vieira &
Costa, (2005), que incorpora o conceito de índice de balanço nutricional (IBN) ou de
equilíbrio entre os minerais nos tecidos das plantas (BALDOCK & SCHULTE , 1996 ,
citados por PARTELLI, VIEIRA & COSTA, 2005); adotou-se para o IBN a constante
de sensibilidade com valor igual a 10, em valor absoluto (COSTA, BRAGANÇA,
LANI, 2000b). Valores de índices DRIS negativos indicam deficiência do elemento
mineral, se iguais ou próximos a zero, indicam equilíbrio nutricional, enquanto que
valores positivos destes mesmos índices indicam excesso do nutriente (COSTA,
BRAGANÇA, LANI, 2000b; PARTELLI, VIEIRA & COSTA, 2005; WADT et al. 1999).
Segundo Wadt et al. (1999), o índice DRIS pode ser adotado no diagnóstico
nutricional de cafeeiros independentemente do ciclo sazonal de produção.
2.2 Determinação das análises químicas do solo
Amostras de solo do tipo deformadas foram obtidas nas projeções das copas
das plantas das parcelas úteis para cada tratamento à profundidade de 0 - 20 cm
utilizando um trado holandês. Foram coletadas quatro amostras, homogeneizadas e
retirados aproximadamente 500g para avaliação química e física. Essa amostra foi
seca ao ar, peneirada e encaminhada ao laboratório de análises químicas do Centro
Regional de Desenvolvimento Rural Centro Serrano Venda Nova do Imigrante,
pertencente ao INCAPER, para proceder as análises químicas para cada parcela. A
18
caracterização física para cada parcela foi feita no laboratório de física de solos do
CCA-UFES.
2.3 Análise granulométrica
Da amostra de solo deformada foram pesadas 20 g de terra fina seca ao ar
(TFSA) e os teores das frações de areia (g kg
-1
), silte (g kg
-1
) e argila (g kg
-1
),
determinados pela metodologia da EMBRAPA (1997). Desse modo, esses teores
foram calculados pela substituição dos valores determinados nas Equações 01, 02 e
03, respectivamente:
Teor de argila (g.kg
-1
) = [argila(g) – dispersante (0,02 g)] x 1000 (01)
Teor de areia (g.kg
-1
) = areia(g) x 50 (02)
Para se obter o teor de areia grossa:
[massa lata + areia grossa] – massa lata = teor de areia grossa.
Para se obter o teor de areia fina:
[massa lata + areia fina] – massa da lata = teor de areia fina.
Areia (g kg
-1
) = teor de areia grossa (g kg
-1
) + teor de areia fina (g kg
-1
)
Teor de silte (g kg
-1
) = 1000 – [areia (g kg
-1
) + argila (g kg
-1
)] (03)
2.4 Determinação da umidade do solo
Das amostras deformadas, coletadas nas parcelas, foi ainda retirado um
volume aproximado de 88 cm
3
para determinação da umidade pelo método
termogravimétrico. Desse modo, as percentagens de umidade em base seca
(%UBS) das amostras de solo foram calculadas pela substituição dos valores
determinados na Equação 04:
%UBS = (M
1
– M
2
/ M
2
– M
3
) x 100 (04)
19
Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e, quando
significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, utilizando o software estatístico SAEG (Sistema para Análises
Estatísticas da Universidade Federal de Viçosa - UFV), versão 9.0 (EUCLYDES,
2004).
20
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados da caracterização química do solo resultante da média das
amostras compostas representativas das parcelas úteis coletadas na profundidade
de 0 – 20 cm são apresentados nas Tabelas 5 e 6, respectivamente.
Tabela 5 Médias das características da análise química do solo obtidas para os
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira
3,0 x 1,0 m na profundidade de 0 – 20
Tratamentos
Atributos Avaliados/
Unidades
T1 T2 T3 T4 T5
pH (H
2
0) 5,23 5,20 5,13 5,48 5,33
P (mg dm
-3
) 6,50 6,75 6,00 3,00 4,00
K (mg dm
-3
) 58,75 74,00 55,50 58,50 96,50
Ca (cmol
c
dm
-3
) 3,60 3,30 3,13 3,98 3,43
Mg (cmol
c
dm
-3
) 1,20 1,13 1,00 1,40 1,23
Al (cmol
c
dm
-3
) 0,55 0,50 0,75 0,25 0,35
H+Al (cmol
c
dm
-3
) 2,70 2,98 3,18 2,43 2,75
SB (cmol
c
dm
-3
) 4,95 4,65 4,33 5,53 4,88
t (cmol
c
dm
-3
) 5,50 5,15 5,08 5,78 5,23
T (cmol
c
dm
-3
) 7,63 7,68 7,48 7,95 7,63
V (%) 63,25 60,00 56,75 69,25 64,00
m (%) 12,25 10,00 16,25 4,75 7,00
MO (dag dm
-3
) 1,05 1,15 1,05 1,18 1,18
Os extratores foram:
pH em água - Relação 1:2,5
P - Na - K - Fe - Zn - Mn - Cu - Extrator Mehlich-1
Ca - m - Al - Extrator KCl - 1mol/L
H + Al - Correlação com SMP
B - Extrator Água Quente
S - Extrator Fosfato Monocálcico em Ácido Acético
SB - Soma das Bases Trocáveis
t - Capacidade de Troca Catiônica Efetiva
T - Capacidade de Troca Catiônica a pH 7 (CTC)
V - Índice de Saturação em Bases
m - Índice de Saturação em Alumínio
MO - Matéria Orgânica (C.org. x 1,724)
21
Pelos resultados obtidos, observou-se que os teores de P, K, m e MO, para
todos os tratamentos, estão com níveis baixos. Resultados semelhantes foram
encontrados por Baldotto et al.(1999) que observaram níveis relativamente baixos de
P na maioria das lavouras de conilon. Os autores encontraram para o K, uma
lavoura apresentando nível baixo, enquanto que as demais apresentaram níveis
médios ou altos. Tais resultados diferem daqueles encontrados nas condições deste
experimento. Para os níveis de MO, os resultados diferem dos relatados por Santos
et al.(2004), que obtiveram níveis médios para os teores de MO em 73,69% das
lavouras avaliadas.
Os níveis de Ca estão adequados para todos os tratamentos. Esses
resultados diferem dos encontrados por Baldotto et al.(1999) onde apontam algumas
lavouras apresentando baixos níveis de Ca, e que somente 4 lavouras estavam com
níveis elevados de Ca.
Para os níveis de Mg, observa-se em todos os tratamentos valores elevados,
a exceção feita para o tratamento T3. Tais resultados concordam em parte com os
relatados por Baldotto et al. (1999), que para o Mg, encontrou apenas 4 lavouras
com níveis muito baixos e 18 lavouras apresentaram altos níveis de Mg no solo
A saturação por bases (V) apresenta níveis elevados nos tratamentos T1, T4
e T5 (60%), adequado no tratamento T2 (20%) e baixo no tratamento T3 (20%). Os
resultados diferem dos encontrados por Santos et al.(2004) que obtiveram 14,03%
com níveis muito baixos, 35,08% níveis baixos, 42,11% médios e 8,78% com níveis
altos.
A capacidade de troca catiônica (CTC) em pH 7,0 (T) se apresenta com níveis
médios. Os resultados estão de acordo com os relatados por Santos et al. (2004). A
CTC efetiva (t) apresenta níveis elevados para todos os tratamentos. Esse resultado
difere dos encontrados por Santos et al. (2004) que apontam níveis médios em
61,40% dos solos avaliados.
Esperava-se encontrar para a matéria orgânica (MO) valores adequados ou
elevados, uma vez que a serapilheira encontrada nos tratamentos com
sombreamento, ou seja, com pupunheira plantada nas entre linhas do café,
apresentavam uma camada de restos culturais com altura média de 12 cm, acima do
solo, em relação ao tratamento testemunha (T1). Os resultados das análises
demonstram níveis abaixo daqueles considerados adequados. A importância da
MOS reside na sua capacidade de aumentar a disponibilidade de nutrientes,
22
principalmente o nitrogênio, e também a de melhorar as propriedades físicas e
químicas do solo (SANTOS et al., 2004). Tal importância das frações humificadas
está na dinâmica dos elementos no solo, se estendendo também às interações com
os fertilizantes, podendo aumentar ou reduzir sua efetividade (VAUGHAN & ORD
1985, citados por SANTOS et al., 2004). Portanto, se em níveis adequados, poderia
melhora as condições de nutrição mineral das plantas.
Os níveis de acidez trocável (Al
+3
) são médios. Em relação à acidez potencial,
os níveis são baixos e medianos. O nível baixo de alumínio no tratamento T4 e
mediano nos demais pode ser resultado dos valores de pH relativamente adequados
ao cultivo do cafeeiro. Tais resultados são semelhantes aos encontrados por
Baldotto et al., (1999), que em 28 lavouras obtiveram valores semelhantes. Os
resultados estão em acordo com os encontrados por Santos et al. (2004).
Para Mn e Fe, é possível afirmar que os níveis obtidos para os tratamentos,
tanto testemunha quanto os sombreados, são elevadíssimos, quando comparados
aos níveis adequados (Mn > 5,0 mg dm
-3
é considerado alto e para o Fe > 12 mg
dm
-3
alto). Identicamente para Zn e Cu, os níveis para todos os tratamentos estão
com seus valores elevados, quando comparados aos níveis adequados para estes
nutrientes.
Os níveis de B estão baixos para os tratamentos T1, T2, T3 e T5 e com valor
adequado no tratamento T4.
Tabela 6 Médias das características da análise química do solo para
micronutrientes obtida para os tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira
3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m na profundidade de 0 20
cm
Análise da Fertilidade do Solo dos Micronutrientes
Tratamentos
Atributos / Unidades
B Fe Mn Zn Cu
-------------------------------mg dm
-3
----------------------------
Profundidade de 0 - 20 cm
T1 0,10 126,25 217,75 3,28 2,45
T2 0,16 120,75 205,50 3,98
2,18
T3 0,16 102,50 223,50 3,38
2,00
T4 0,37 130,25 187,50 3,38
1,78
T5 0,17 130,00 201,50 4,65
1,73
23
A análise textural classifica o solo do ponto de vista da distribuição dos
tamanhos das partículas sólidas que o constitui (REICHARDT & TIMM, 2004).
Segundo os autores, essa distribuição lhe confere porosidade e arranjo de partículas
características que, por sua vez, determinarão sua propriedades hídricas. Essas
propriedades hídricas afetam direta ou indiretamente os processos de absorção de
nutrientes, quer seja, a difusão, o fluxo de massa e a interceptação radicular
(REICHARDT & TIMM, 2004). De maneira geral, porém, para um sistema solo-
planta, as características texturais são, praticamente, invariáveis com o tempo. Sua
influência passa a ser indireta, isto é, nas variações do teor de água do sistema solo-
planta-atmosfera (REICHARDT & TIMM, 2004).
Pelos resultados obtidos nas amostras de solo, com relação à umidade em
base seca, quando as submetendo à análise de variância, não foi significativo o teor
de umidade em nível de 5% de significância. Com base nos resultados, concluiu-se
que o sombreado não interfere no teor de umidade do solo, para as condições deste
trabalho não irrigado.
As análises granulométricas (Tabela 7) não apresentam variações
significativas para as frações areia, silte e argila. Em função dos resultados obtidos
para as frações granulométricas, o solo foi classificado como Franco argilo-siltoso
(LEMOS & SANTOS, 1996).
Tabela 7 Médias da caracterização granulométrica do solo obtida para os
tratamentos T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m na profundidade de 0 – 20 cm
Frações Granulométricas (g kg
-1
)
Tratamentos Areia Silte Argila
Profundidade de 0 - 20 cm
T1 197,40 642,00 445,00
T2 196,30 653,00 438,00
T3 195,50 642,00 440,00
T4 197,40 639,00 443,00
T5 197,00 656,00 448,00
Média 196,72 646,40 442,80
Pelos resultados obtidos nas amostras de solo em relação aos
macronutrientes e submetendo-os à análise de variância, o nutriente P (fósforo) é
24
significativo (Tabela 8). Os demais não são significativos em nível de 5% de
significância.
Tabela 8 Análise de variância para o nutriente fósforo (P) e coeficiente de variação
(CV) para café conilon EMCAPA 8131 em experimento não irrigado
sombreado com pupunheira
Quadrado Médio
FV GL
P
TRAT 4 11,0 *
RESÍDUO 12 1,80
CV (%) 25,55
* - significativo a 5% pelo teste de F.
As médias dos níveis de fósforo, quando comparadas pelo teste de Tukey
(Figura 3), são significativas para p< 0,05, com valores variando entre 6,75 a 3,00
mg dm
-3
para os tratamentos T2 e T4, respectivamente. Para o tratamento T4 são
obtidos os piores valores para o fósforo. Os valores encontrados para o nutriente,
estão muito baixos, tomando como referência os teores adequados para a cultura do
café conilon (BRAGANÇA, COSTA & LANI, 2000).
ab
b
ab
a
a
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
T1 T2 T3 T4 T5
Tratamento
Valores de P ( mg dm-³)
Figura 3 Valores médios de sforo (mg dm
-3
) em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Para micronutrientes e pelos resultados obtidos nas amostras de solo
submetendo-os à análise de variância, somente o Fe (ferro) é significativo em nível
de 5% pelo teste de “F” (Tabela 9). Os demais não são significativos em nível de 5%
de significância.
25
Tabela 9 Análise de variância para o nutriente ferro (Fe) e coeficiente de variação
(CV) para café conilon EMCAPA 8131 em experimento não irrigado
sombreado com pupunheira
Quadrado Médio
FV GL
Fe
TRAT 4 532,0 *
RESÍDUO 12 80,3
CV (%) 7,35
* - significativo a 5% pelo teste de F.
As médias dos níveis de ferro, quando comparadas pelo teste de Tukey
(Figura 4), são significativas para p< 0,05, com valores variando entre uma
amplitude de 102,50 a 130,25 mg dm
-3
para os tratamentos T3 e T4,
respectivamente. Esses valores são elevadíssimos para o nutriente, tomando-se
como referência os teores indicados como adequados (BRAGANÇA, COSTA &
LANI, 2000).
aa
b
ab
a
0
20
40
60
80
100
120
140
160
T1 T2 T3 T4 T5
Tratamento
Valores de Fe ( mg dm-³)
Figura 4 Valores médios de ferro (mg dm
-3
) em função dos tratamentos T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Os resultados da análise mineral das folhas, para macronutriente e
micronutrientes, obtidos a partir da média das folhas coletadas no terceiro par a
partir do ápice do ramo produtivo, na área do experimento do café conilon em
monocultivo e sombreado com pupunheira, encontram-se nas Tabelas 10 e 11,
respectivamente.
26
Tabela 10 Caracterização média da análise mineral de folhas para macronutriente
obtida para os tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
Macronutriente
N P K Ca Mg S
Tratamentos
g kg
-1
T1 31,90 1,11
13,20
13,59 4,38 1,95
T2 30,70 1,20
11,90
19,38 5,78 1,86
T3 31,20 1,30
11,10
17,34 5,94 2,16
T4 32,80 1,10
12,00
17,66 5,94 2,09
T5 31,00 1,20
11,70
20,00 7,66 2,37
É importante analisar e interpretar o balanço nutricional nas plantas sem
interferência de fatores de variabilidade que mascaram a interpretação dos
resultados analíticos para que possam ser aplicados a qualquer momento, sob
diferentes condições. Tal análise é possível utilizando-se do Sistema Integrado de
Diagnose e Recomendação, denominado método DRIS (BEVERLY, 1993; COSTA,
1995; ELWALI & GASCHO, 1984; LEITE, 1992; RATHFON & BURGER, 1991;
SUMNER, 1979; WORTMANN, 1993; WORTMANN, KISAKYE & EDJE, 1992
citados por BALDOTTO et al.,1999).
Tabela 11 Caracterização média da análise mineral de folhas para micronutriente
obtida para os tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
Micronutriente
Zn Fe Mn Cu B
Tratamentos
(mg kg
-
¹)
T1 8,81 111,56 30,81 16,25 41,72
T2 9,44 96,25 33,72 14,69 48,98
T3 4,97 111,56 40,66 16,88 46,22
T4 4,88 123,75 30,53 17,50 51,30
T5 10,09 109,69 28,72 17,81 53,82
O índice DRIS possibilita definir o grau de desvio dos nutrientes da amostra e
sua localização em relação ao estado nutricional, se adequado, em deficiência ou
27
em excesso (PARTELLI et al., 2006). Assim, torna-se uma excelente indicação para
a diagnose nutricional das lavouras, podendo orientar nos programas de adubação,
especialmente quando se ordenam os nutrientes minerais em ordem crescente de
suficiência a excesso. Quanto mais próximo de zero estiver o índice do nutriente,
mais próximo do equilíbrio nutricional o nutriente se encontra; índice positivo indica
que o nutriente está em excesso e índice negativo, deficiente (BALDOCK &
SCHULTE, 1996 citados por PARTELLI et al., 2006).
As normas DRIS são úteis para se estudar os desequilíbrios e envolve
funções que possibilitam comparar as razões entre as concentrações de cada
nutriente com os demais, obtidas de uma amostra de tecido a ser diagnosticada
(PARTELLI et al., 2006).
Os resultados obtidos das avaliações dos teores de nutrientes nas folhas
foram submetidos à análise do software DRIS Sistema Integrado de Diagnose e
Recomendação de Adubação para Café Conilon (COSTA, BRAGANÇA & LANI,
2000a) para índices DRIS e balanço nutricional IBN (Tabela 12) e a determinação
da seqüência de deficiência a excesso (Tabela 13).
Tabela 12 Quadro dos índices DRIS e Balanços nutricionais obtidos para os
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
TRAT
N P K Ca Mg S Fe Zn Mn B Cu IBN
T1 9,31
0,01
-11,50
2,23
14,13
-4,91
1,56
-3,37
-14,39
-0,93
7,87
70,23
T2 4,90
0,83
-17,69
13,08
22,38
-9,51
-3,53
-3,57
-13,94
1,32
5,37
95,76
T3 6,83
5,00
-19,71
10,69
25,01
-2,85
0,74
-24,56
-9,60
0,61
7,84
113,45
T4 9,55
-0,75
-16,52
11,65
25,50
-3,93
3,23
-25,34
-16,15
3,64
9,12
125,37
T5 1,83
-1,76
-21,72
11,14
31,93
-3,34
-2,65
-4,03
-20,68
1,77
7,51
108,36
Com base nos resultados do índice DRIS, o nutriente com maior valor
positivo, portanto, em excesso, é o Mg em todos os tratamentos. O nutriente com
maiores valores negativos, ou seja, com deficiência, é o K, em todos os tratamentos.
Resultados semelhantes foram encontrados por Wadt et al. (1999) para o K, quando
avaliaram lavouras de café conilon em 3 anos agrícolas. Os resultados obtidos estão
28
em acordo com os encontrados por Costa, Bragança & Lani (2000b) quando da
avaliação para K.
Em relação aos demais nutrientes, os índices DRIS apresentam valores
negativos (deficiência) em todos os tratamentos K, S, Zn, Mn. Pelos resultados
obtidos, apenas os valores para Mn estão de acordo com os encontrados por Partelli
et al. (2006) para lavouras orgânicas de café conilon. Resultados semelhantes foram
encontrados por Wadt et al.(1999) e também por Costa, Bragança & Lani (2000b).
Baldotto et al. (1999) relatam que Zn e K foram os nutrientes mais limitantes para
lavouras de conilon na região de Alegre ES. Portanto, os resultados encontrados
pelos autores, concordam em parte com aqueles encontrados nas condições deste
experimento.
Os valores positivos (excesso) em todos os tratamentos são encontrados para
N, Ca, Mg e Cu. Os resultados para N e Cu diferem dos relatados por Partelli et
al.(2006), por Partelli, Vieira & Costa (2005) e Costa, Bragança & Lani (2000b) que
encontraram valores negativos para os respectivos nutrientes. Para o Mg, os valores
para o índice DRIS estão bastante elevados, em todos os tratamentos.
O P é negativo nos tratamentos T4 e T5, e apresenta índice positivo nos
demais. Os resultados concordam em parte com os encontrados por Partelli et
al.(2006), Partelli, Vieira & Costa (2005), Wadt et al.(1999), Costa, Bragança & Lani
(2000b) e Costa, 2001.
O índice do Fe é negativo para os tratamentos T2 e T5, sendo positivo nos
demais. Os resultados concordam em parte com os encontrados por Partelli, Vieira &
Costa (2005).
O índice do B é negativo para o tratamento T1 e positivo para os demais. Os
resultados diferem dos encontrados por Wadt et al.(1999). os resultados
encontrados por Costa, Bragança & Lani (2000b), em lavouras de média
produtividade, corroboram com em parte com aqueles avaliados nas condições
deste experimento.
O índice de balanço nutricional (IBN) é elevado para todos os tratamentos
quando comparado o tratamento T1 (monocultivo) com os tratamentos T2, T3, T4 e
T5. Fica evidenciado que o sombreamento contribui para o aumento do desequilíbrio
nutricional do café, à medida que se aumenta o nível de sombra no café, um
acréscimo no valor do IBN, decrescendo somente para o tratamento T5, quando
comparado aos tratamentos T3 e T4. Os resultados estão em acordo com aqueles
29
encontrados por Wadt et al.(1999), Costa, Bragança & Lani (2000b), Leite (1992),
Baldotto et al. (1999). Importante salientar que os autores não trabalharam com café
conilon sombreado.
Tabela 13 Seqüência de deficiência a excesso nutricional para nutrientes obtida
para os tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
TRAT Seqüência de Deficiência a Excesso Nutricional
T1 Mn> K > S > Zn > B > P > Fe > Ca > Cu > N > Mg
T2 K > Mn> S > Zn > Fe > P > B > N > Cu > Ca> Mg
T3 Zn > K > Mn> S > B > Fe > P > N > Cu > Ca> Mg
T4 Zn > K > Mn> S > P > Fe > B > Cu > N > Ca> Mg
T5 K > Mn> Zn > S > Fe > P > B > N > Cu > Ca> Mg
Pelos resultados obtidos para seqüência de deficiência a excesso os
nutrientes que ocorreram com maior freqüência na lavoura como limitante são K, Zn,
Mn e S. De acordo com os resultados, há de se fazer uma revisão nas adubações
com macronutrientes para potássio e enxofre. No caso dos micronutrientes, as
adubações devem atender ao zinco, manganês, boro e ferro.
30
4 CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que:
1. os macronutrientes que ocorrem com maior freqüência na lavoura como
limitantes são K, S e P;
2. para os micronutrientes, a deficiência segue a seqüência Zn, Mn e Fe como
mais limitantes;
3. o nutriente com maior índice DRIS positivo é o Mg para todos os
tratamentos;
4. o nutriente com índice DRIS mais negativo é o K para maioria dos
tratamentos;
5. no solo há diferenças entre os tratamentos para P e Fe;
6. o IBN é elevado para a maioria dos tratamentos, indicando que a
produtividade pode estar sendo limitada por um fator de ordem nutricional;
7. o sombreamento aumenta o desequilíbrio nutricional.
31
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3 CAPÍTULO 2
CRESCIMENTO VEGETATIVO DE CAFEEIROS CONILON CULTIVADOS EM
MONOCULTIVO E SOB SOMBREAMENTO COM PUPUNHEIRA
RESUMO Informações sobre a fisiologia das plantas são necessárias ao
estabelecimento de um manejo racional de uma cultura. Essas informações
traduzem-se na expressão das condições morfofisiológicas da cultura, permitindo
uma avaliação da produção líquida derivada do processo fotossintético, resultando
em média num acúmulo de cerca de 90% da massa seca acumulada ao longo de
seu crescimento. O crescimento do cafeeiro é influenciado por vários fatores, os
mais relevantes são os genéticos e os edafoclimáticos. A análise do crescimento
permite avaliar o crescimento final da planta como um todo e a contribuição dos
diferentes órgãos para o crescimento total. Esse desempenho é influenciado por
fatores intrínsecos e extrínsecos à planta, refletindo em seu crescimento e
desenvolvimento. O experimento foi implantado na Fazenda Experimental de
Bananal do Norte FEBN/INCAPER Cachoeiro de Itapemirim-ES. O delineamento
experimental empregado foi de blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro
repetições. Os tratamentos foram: testemunha (T1), constituída pelo plantio de café
conilon em monocultivo, e os demais com o ca conilon consorciado com
pupunheira espaçada de 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4) e
3,0 m x 1,0 m (T5). O café foi cultivado em um único espaçamento de 3,0 m entre
linhas e 1,5 m entre plantas, em todos os tratamentos. O trabalho foi implantado
numa área total de 1350 m
2
. Cada parcela foi constituída de 36 plantas de café.
Foram avaliadas as seguintes características na área do experimento: altura das
plantas (ALTPL); diâmetro da copa das plantas (DIAMPL); número de hastes
35
ortotrópicos produtivos (NHPRHA); número de haste total por hectare (NHTHA);
número de ramos produtivos (NRPR); número de ramos não produtivos (NRNPR);
comprimento dos ramos plagiotrópicos do terço médio das plantas (CRAPLA);
número de nós em ramos plagiotrópicos do terço médio (NNPLA); número de ramos
plagiotrópicos (NRAPLAG); número total de folhas de uma planta por parcela
(NTFPL); área foliar total (AFO); índice de área foliar (IAF); área foliar por grão
(AFOG); matéria seca da amostra representativa de folhas (MSF); e número de
folhas (NF). Conclui-se que o sombreamento afeta significativamente: (i) a área foliar
com valores variando de 81.142,78 cm
2
(T5) a 139.160,14 cm
2
(T3); (ii) a área foliar
por grão com amplitude de valores entre os tratamentos de 8,66 cm
2
grão
-1
(T2) a
29,30 cm
2
grão
-1
(T3); (iii) o índice de área foliar com valores entre 1,80 (T5) a 2,25
(T2); (iv) o número de nós por ramo plagiotrópico por planta com valores entre 11,75
(T5) a 15,00 (T4 e T1); (v) a altura da planta com amplitude de valores entre 203,25
cm (T1) a 264,25 cm (T3); e (vi) o número de folhas com amplitude de valores entre
4179 a 2166.
PALAVRAS-CHAVE: Coffea canephora, sustentabilidade, desenvolvimento
vegetativo, pupunheira, sombreamento.
VEGETATIVE GROWTH OF CONILON COFFEE TREES CULTIVATED IN
MONOCULTURE AND UNDER SHADING WITH PEACH PALM PLANTS
ABSTRACT - Information about physiology of the plants are necessary to the
establishment of a rational handling of a culture. This information express the
expression of the morfophysiologic conditions of the culture, allowing an evaluation of
the liquid production derived of the photossintetic process, resulting in average in an
accumulation around 90% of the accumulated dry mass throughout its growth. The
growth of the coffee tree is influenced by several factors, the most excellent are
genetic and the edaphoclimatic. The analysis of the growth allows evaluating the final
growth of the plant as a whole and the contribution of the different organ for the total
growth. This performance is influenced by intrinsic and extrinsic factors to the plant,
reflecting in its growth and development. The experiment was implanted in the
Fazenda Experimental de Bananal do Norte, in an experimental delineation block-
type randomized design, contends five treatments and four repetitions. The witness
(T1) formed of the conilon coffee plantation in monoculture. The other treatments
were of the conilon coffee intercropped with peach palm plants spaced of 6,0 m x 2,0
m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4) and 3,0 m x 1,0 m (T5). The coffee
was cultivated in an only spacing of 3,0 m between lines and 1,5 m between plants,
in all the treatments. The work was implanting with four repetitions, in a total area of
1350 m
2
. Each parcel was formed of 36 plants of coffee. The following characteristics
in the area of the experiment were evaluated:
height of the plants (ALTPL); diameter
of the pantry of the plants (DIAMPL); number of productive ortotropic connecting rods
(NHPRHA); number of total connecting rod for hectare (NHTHA); number of
productive branches (NRPR); number of not productive branches (NRNPR); length of
the plagiotropic branches of last-born average of the plants (CRAPLA); number of us
in plagiotropic branches of last-born average (NNPLA); number of plagiotropic
branches (NRAPLAG); total leaf number of one plants for parcel (NTFPL); total foliar
area (AFO); index of foliar area (IAF); foliar area for grain (AFOG); dry substance of
the representative leaf sample (MSF); leaf number (NF). The research shows that the
shading influences significantly: (i) the foliar area with values varying of 81.142,78
cm
2
(T5) the 139.160,14 cm
2
(T3); (ii) foliar area for grain with amplitude of values
between the 8,66 cm
2
grain
-1
(T2) and 29,30 cm
2
grain
-1
(T3) treatments; (iii) the
index of foliar area with values between 1,80 (T5) and 2,25 (T2); (iv) number of us for
37
plagiotropic branch for plant with values between 11,75 (T5) and 15,00 (T4 and T1);
(v) the height of the plant with amplitude of values between 203,25 cm (T1) and
264,25 cm (T3); and (vi) the leaf number with amplitude of values between 4179 and
2166
Key words: Coffea canephora, sustentability, vegetative development, peach palm
plants, shading.
1 INTRODUÇÃO
O conilon (Coffea Canephora Pierre ex Froenher) é originário de florestas
tropicais úmidas, de baixas altitudes, estendendo-se desde a costa oeste até a
região central do continente africano, especialmente República da Guiné, Uganda e
Angola (CHARRIER & BERTHAUD, 1988; VOSSEN, 1985, citado por FONSECA et
al., 2000).
No fim do século XIX, em função da epidemia de ferrugem, causada por
Hemileia vastatrix nas regiões Leste e Sul da Ásia, foram realizados os primeiros
cultivos e trabalhos de pesquisa com C. canephora Pierre ex Froenher, em Java. A
partir daí, buscando estabelecer as bases biológicas fundamentais ao melhoramento
da espécie, teve início os primeiros trabalhos científicos com vistas à exploração
econômica da espécie C. canephora Pierre (CHARRIER & BERTHAUD, 1988;
VOSSEN, 1985, citado por FONSECA et al.2005).
O cultivo de C. canephora Pierre ex Froenher no Brasil vem expandindo muito
rapidamente, com forte tendência de aumento, mesmo que os preços alcançados
pelo produto oscilem entre 10 a 15% abaixo do preço dos cafés arábicos regionais
(MATIELLO, 1998). Isso ocorre pelo fato do conilon apresentar um menor custo de
produção, quando comparado ao café arábica no tocante aos tratos fitossanitários e
de seu potencial produtivo. Como é o principal produto em algumas regiões
geográficas do país, tem-se expandindo, sobretudo no Estado do Espírito Santo, nas
regiões fisiográficas baixas e de temperaturas relativamente elevadas (PAULINO et
al. 1987; DADALTO & BARBOSA, 1997). Esse ecossistema, predominante no
Estado do Espírito Santo, apresenta cultivares selecionados para alta produtividade,
desenvolvidas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão
Rural (INCAPER).
A espécie C. canephora Pierre ex Froenher foi introduzida por volta de 1920,
no Espírito Santo, segundo consta, pelas mãos de Jerônimo Monteiro, então
governador do Estado do Espírito Santo (1912-1916), com as primeiras sementes
plantadas na Fazenda Monte Líbano, em Cachoeiro do Itapemirim, sendo mais tarde
levadas para a região norte do Estado (CETECAF, 2006).
No Espírito Santo, 77% dos estabelecimentos rurais é familiar, com 220 mil
agricultores envolvidos diretamente nas atividades, abrangendo 40% da área rural
estadual. Gera 36% do valor da produção rural e é responsável por 41% da
39
produção cafeeira do Estado. Das propriedades rurais 81% tem dimensão menor
que 50 ha (PEDEAG, 2003).
A escolha da espécie a ser utilizada como sombreadora do cafeeiro é de
fundamental importância (MONTENEGRO, RAMIREZ & BLANCO, 1997). Tem-se
utilizado leguminosas com objetivo de torná-lo menos dependente de fertilizantes,
plantas produtoras de frutas, produtoras de madeira dentre outras (WEAVER, 2006).
A escolha da espécie também influencia na capacidade de dispor de matéria
orgânica. O cafeeiro por ser uma espécie originária de florestas caducifólias da
Etiópia, se beneficia com um sombreamento moderado, entre 20 a 40% (RICCI,
2006).
O cafeeiro é um arbusto de crescimento contínuo, que apresenta um
característico dimorfismo dos ramos: ramos (hastes) ortotrópicos que crescem
verticalmente e ramos (hastes) plagiotrópicos, crescendo lateralmente numa
inclinação que varia em relação ao eixo principal de 45º a 90º (RENA et al., 1986). O
meristema apical nas gemas e no ápice das raízes permanece ativo durante toda a
vida do vegetal.
Plantas em estádio de desenvolvimento anterior a fase reprodutiva crescem
rapidamente, tanto em extensão como em diâmetro (LARCHER, 2004). Afirma ainda
o autor que, se nada ocorrer de forma drástica nas condições aéreas e
subterrâneas, é mantida uma correlação logarítmica-linear entre a massa do caule e
a massa da raiz, denominado “crescimento alométrico”.
O crescimento pode ser definido como acúmulo líquido de carbono e outros
componentes orgânicos nas plantas, sendo que o ganho de carbono é determinado
pela disponibilidade local de luz, de água e nutrientes (BUCHANAN, 2000, citado por
BRAGANÇA, 2005). Nem toda parte da planta cresce continuamente e nem todo
crescimento ocorre ao mesmo tempo (LARCHER, 2004).
O crescimento da planta como um todo, em termos de volume, de massa de
dimensões lineares, de unidades estruturais é função do que a planta armazena e
do que ela produz em termos de material estrutural (BENINCASA, 2003). O estudo
do crescimento permite avaliar o comportamento vegetal sob diferentes ambientes,
incluindo condições de cultivo, para selecionar espécies ou cultivares que
apresentam características mais adaptadas.
Os ramos plagiotrópicos de C. arabica, em diferentes regiões, mostram uma
flutuação sazonal que tem sido relacionada com as condições climáticas (RENA &
40
MAESTRI, 1985). No sul do Estado do Espírito Santo, Libardi, Amaral & Amaral
(1988) constataram que o cafeeiro conilon também apresenta variação estacional do
crescimento vegetativo com um período de grande atividade na estação quente,
chuvosa e de dias longos (setembro-março) e um período de crescimento reduzido
na estação seca, fria e dias curtos (março-setembro).
Para Veneziano, Souza & Santos (2002), conduzindo experimento onde
avaliaram a influência de diferentes espaçamentos e número de hastes no
rendimento da lavoura de café conilon, concluíram que o espaçamento influenciou o
comportamento produtivo e reprodutivo da planta.
Tendo como referência as condições climáticas da origem da espécie C.
canephora, DaMata & Rena (2002) citam que a temperatura pode variar de 22º
26ºC de média anual. Para Wilson (1999), citados por DaMata & Rena (2002), a
temperatura pode ainda variar de 24º - 30ºC. Para o café conilon a faixa ideal de
temperatura para o crescimento vegetativo está entre 20,5º - 22ºC.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do sombreamento da
pupunheira no desenvolvimento e crescimento do cafeeiro conilon e identificar o
arranjo de espaçamento que ofereceu o melhor incremento de crescimento no
conilon.
41
2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido com café conilon arborizado com pupunheira na
Fazenda Experimental de Bananal do Norte pertencente ao INCAPER, localizada no
distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim ES, latitude 20º 45’
Sul, longitude 41º 47’ Oeste e altitude de 146 m.
O experimento foi instalado em junho de 1998, contendo nove clones de
cafeeiros da variedade clonal tardia EMCAPA 8131(BRAGANÇA, et al. 2001) (C.
canephora Pierre
ex Froenher cv. Conilon), cultivados em monocultivo (testemunha -
sem sombreamento com pupunheira) e sombreados com pupunheira (B. gasipaes
Kunth). A pupunheira é um palmito sem espinhos, plantada nas entre linhas do café,
em espaçamentos variados. O café foi plantado em todos os tratamentos em um
único espaçamento, 3,0 m entre linhas e 1,5 m entre plantas.
A área experimental está localizada em um terreno plano (Figura 1), cujo solo
se classifica como um Neossolo flúvico distrófico. A boa fertilidade, a facilidade de
drenagem e o bom manejo da cultura em todas as fases do experimento
promoveram bom crescimento e desenvolvimento das plantas.
Figura 1 Vista delimitada da área experimental de café conilon sombreado com
pupunheira na Fazenda Experimental de Bananal do Norte INCAPER,
em Cachoeiro de Itapemirim - ES.
42
Os dados foram coletados entre os meses de junho a agosto de 2006. As
duas culturas estavam com idade aproximada de 8 anos. A colheita final foi realizada
na última semana de julho do mesmo ano, com derriça em peneira.
O experimento foi conduzido com as culturas sem irrigação em todas as fases
de cultivo, inclusive nos anos anteriores à coleta dos dados aqui apresentados.
Na implantação do cafeeiro, foram realizadas análises químicas de solo,
servindo estas, para a correção e adubação necessárias à cultura. As amostras de
solo foram retiradas a uma profundidade de 0 a 20 cm em zig-zag, em área total
compondo uma amostra única.
O clima da área experimental é definido como quente (Zona 5) com estação
seca no inverno (maio a setembro) e chuvosa no verão (outubro a março), com
temperatura média de 24,01ºC no ano agrícola 2005/2006 e precipitação média
mensal de 109,06 mm e total no ano de 1308,70
mm em 105 dias com chuva.
Foram avaliadas oito plantas centrais dentro de cada parcela, totalizando 120
plantas, as quais foram identificadas com etiqueta em alumínio contendo número do
tratamento, do bloco e o da planta. Na avaliação das plantas centrais das parcelas,
não foram efetuadas medições das plantas localizadas próximas às falhas, não
permitindo assim o efeito do dossel aberto.
Foram avaliadas as seguintes características: altura das plantas (ALTPL),
diâmetro da copa (DIAMPL), número de ramos ortotrópicos produtivos (NRPR) e não
produtivos (NRNPR), comprimento dos ramos plagiotrópicos do terço médio
(CRAPLA), número de nós em ramos plagiotrópicos do terço médio (NNPLA),
número de ramos plagiotrópicos (NRAPLAG), haste total por planta (HTPL), número
de haste produtiva por ha (NHPRHA), número de haste total por ha (NHTHA), área
foliar total (AFO), índice de área foliar (IAF), número de folhas por parcela (NF) e
peso da massa seca da amostra de folhas (MSF).
O experimento foi conduzido com 5 tratamentos, sendo um tratamento em
monocultivo (sem sombreamento) e os demais sombreados, conforme se segue: T1
em monocultivo do café 3,0 x 1,5 m; T2, com pupunheira espaçada de 6,0 x 2,0 m;
T3, com pupunheira espaçada de 6,0 x 1,0 m;T4, com pupunheira espaçada de 3,0 x
2,0 m; e T5, com pupunheira espaçada de 3,0 x 1,0 m. O experimento foi instalado
num DBC, sendo 4 consorciados com a pupunheira e um com café em monocultivo,
com 4 repetições. A parcela experimental foi constituída por uma área de 9,0 x 18,0
m
43
2.1 Avaliação destrutiva
Para a avaliação destrutiva, usou-se, dentre as 8 plantas centrais das
parcelas, aquela que atendia as médias das características que foram analisadas,
tais como: diâmetro da copa, altura da planta, comprimento médio dos ramos
plagiotrópicos, número de ramos ortotrópicos produtivos, de ramos não produtivos e
do número de nós dos ramos plagiotrópicos.
De cada planta utilizada para avaliação destrutiva foram colhidas todas as
folhas e frutos em lona de pano, separados, ensacados e etiquetados. O material foi
imediatamente levado ao laboratório da FEBN para pesagem e contagem de todas
as folhas, por parcela e por tratamento. Os frutos colhidos em cada tratamento foram
pesados e medidos seu volume. Por intermédio de amostras aleatórias, constituídas
de 200 frutos, foram pesados e quantificados o total do volume e número. Outra
amostra aleatória constituída de 100 frutos maduros em cada tratamento foi utilizada
para medições por intermédio do paquímetro do maior e menor diâmetro e o
comprimento dos frutos.
Para a determinação da área foliar total (AFO) retirou-se, ao acaso, amostra
constituída de 150 folhas de cada repetição, em todos os tratamentos, as quais
foram pesadas e tomadas as medidas do maior retângulo circunscrito, medindo-se o
maior comprimento e a maior largura do limbo foliar (AWATRAMANI &
GOPALAKRISHNA, 1965).
Desse modo a AFO dos cafeeiros foi estimada pela substituição dos valores
determinados na Equação 01:
AFO = NF (AF
m
x K) (01)
em que: NF é o número de folhas de uma planta representativa por parcela; AF
m
é o
produto do comprimento pela maior largura e o fator K vale 0,65.
2.2 Índice de área foliar
O índice de área foliar (IAF) de cada cafeeiro foi obtido dividindo-se sua área
foliar total (AFO) pela área de solo disponível para a planta, ou seja, seu
espaçamento estabelecido (BENINCASA, 2003). Feito isso, as amostras de folhas
de cada repetição e de cada tratamento foram acondicionadas em sacolas de papel
identificadas e transferidas para estufa de ventilação forçada a uma temperatura de
70ºC, até peso constante.
44
2.3 Altura das plantas, diâmetro da copa e comprimento de ramos ortotrópicos
As alturas das plantas, os diâmetros das copas nas entrelinhas e os
comprimentos dos ramos ortotrópicos do terço médio das plantas da parcela útil
foram medidos diretamente com trena em uma gua de madeira para fixação da
trena, nas entrelinhas de cada parcela.
2.4 Número de ramos ortotrópicos produtivos, não produtivos e número de
nós
O levantamento dos números totais de ramos ortotrópicos produtivos e o
produtivos e os números de nós de ramos plagiotrópicos no terço médio das plantas
foram contados diretamente e individualmente por parcela.
Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e, quando
significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, utilizando o software estatístico SAEG (Sistema para Análises
Estatísticas da Universidade Federal de Viçosa - UFV), versão 9.0 (EUCLYDES,
2004).
45
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Dados Climáticos
Os dados de temperatura, precipitações e evapotranspiração foram obtidos
no período compreendido entre os meses de junho a dezembro de 2005 e janeiro a
maio de 2006, por intermédio de medições obtidas dos dados climatológicos da
estação Agrometeorológica (CEPTEC/INPE), localizada na Fazenda Experimental
de Bananal do Norte/INCAPER, Cachoeiro de Itapemirim, ES, localizada bem
próxima ao experimento.
Os valores dios mensais das temperaturas mínimas (Tmin), máximas
(Tmax) e dias (Tmed) obtidas na estação meteorológica encontram-se na Figura
2.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06
Meses
Médias de Temperaturas (ºC)
Temp. Média (Tmed) Temp. Máxima (Tmax) Tem. Mínima (Tmin)
Figura 2 Valores médios mensais das temperaturas mínimas (Tmin), máximas
(Tmax) e médias (Tmed) do ar para ano agrícola 2005 / 2006, em
Cachoeiro de Itapemirim - ES.
Os dados referentes à média de precipitação (mm) e o número de dias de
chuva ocorridos no período compreendido entre junho de 2005 e maio de 2006
encontram-se na Figura 3.
46
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06
Meses
Valores Precipitação (mm)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Dias de Chuva (nº)
Dias de Chuva Precipitação (mm)
Figura 3 - Dados dios de precipitação (mm) e do número de dias chuvosos para
cada mês do ano agrícola 2005 / 2006, em Cachoeiro de Itapemirim - ES.
Os dados referentes à média de precipitação (PPT) em mm e a
evapotranspiração (ETo) em mm dia
-1
, calculados pelo método de Penman-Monteith,
indicado pela FAO com método-padrão, encontram- se descritos na Figura 4.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06
Meses
ETo (mm dia-¹)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
PPT (mm)
ETo PPT
Figura 4 - Dados médios de precipitação (mm) e da evapotranspiração (mm dia
-1
)
para cada mês do ano agrícola 2005 / 2006, em Cachoeiro de Itapemirim
– ES.
Os dados coletados e submetidos à análise de variância estão apresentados
no quadro resumo (Tabela 1) para as características área foliar total (AFO), área
foliar por grão (AFOG) e índice de área foliar (IAF), coletados no experimento de
café conilon sombreado com pupunheira, em condição não irrigada, em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0
m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m.
47
Tabela 1 Análise de variância para as características: área foliar total (AFO), área
foliar por grão (AFOG), índice de área foliar (IAF) e coeficiente de
variação (CV) para café conilon EMCAPA 8131 em experimento não
irrigado sombreado com pupunheira
Quadrado Médio
FV GL
AFO AFOG IAF
TRAT 4 1778763000 **
220,99 **
0,8784 **
RESÍDUO
12 282028200 26,55 0,1393
CV (%) 15,31 28,51 15,31
** - significativo a 1% pelo teste de F.
Os dados coletados e submetidos à análise de variância estão apresentados
no quadro resumo (Tabela 2) para as características número de nós por ramo
plagiotrópico por planta (NNPLA), altura da planta (ALTPL) e número de folhas (NF)
coletadas no experimento com café conilon sombreado com pupunheira, sem
irrigação, em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0
m.
Tabela 2 Análise de variância para as características: número de nós por ramo
plagiotrópico por planta (NNPLA), altura da planta (ALTPL), número de
folhas (NF) e coeficiente de variação (CV) para café conilon EMCAPA
8131 em experimento não irrigado sombreado com pupunheira
Quadrado Médio
FV GL
NNPLA ALTPL NF
TRAT 4 7,675 ** 3099,6 ** 2595301
**
RESÍDUO 12 1,9083 547,81 244869,3
CV (%) 9,83 10,16 14,77
** - significativo a 1% pelo teste F.
De acordo com a análise de variância da Tabela 1, a área foliar total do café
(AFO) foi significativa para p< 0,01 na época avaliada. Os resultados evidenciam a
influência do sombreamento na determinação da área foliar (Figura 5). Esse efeito é
mais intenso no tratamento T5 com arranjo espacial com a pupunheira de 3,0 m x
1,0 m. Nesse arranjo, o café encontrava-se mais sombreado, ocasionando, assim,
48
diminuição significativa na área foliar total das plantas. o tratamento T3, por sua
vez, apresenta maior área foliar quando comparado ao tratamento T5, o diferindo
dos demais. A redução entre o tratamento com maior área foliar (T3) e o de menor
área (T5) é de 41,69%. Entre os tratamentos T1, T2 e T4 não houve diferença. Os
dados obtidos estão de acordo com Lunz (2006), que encontrou dados semelhantes
quanto aos cafés mais sombreados que teriam uma área foliar total menor do que a
das plantas que se encontravam em pleno sol. Ainda, segundo a autora, as
modificações microclimáticas do sombreamento interferem no comportamento do
cafeeiro, alterando a anatomia, a morfologia, o crescimento e o desenvolvimento
reprodutivo, com reflexos diretos na produtividade. No presente estudo, foi
observado que com o aumento do sombreamento há uma diminuição do número de
folhas por planta do cafeeiro e um aumento do tamanho da folha (Figura 10).
que se observar que o direcionamento do experimento está no sentido
norte sul, fazendo assim, com que a linha do sol percorra perpendicularmente a linha
de plantio. O sombreamento da pupunheira na metade do dia está de um lado da
planta e a outra metade, por conseguinte, à medida que se desloca para o poente.
Com base nos resultados, observou-se que o sombreamento excessivo
prejudica o desenvolvimento da planta, diminuindo sua área foliar. Isso poderá ter
afetado, também, as emissões de ramificações laterais e o desenvolvimento do
sistema radicular, uma vez que a planta mantém um estreito relacionamento entre a
parte foliar e a raiz. Tal suposição está em acordo com Taiz & Zeiger (2004) e
Majerowicz & Peres (2004).
Acredita-se que os cafeeiros mais sombreados dificilmente teriam uma área
foliar total maior do que as plantas a pleno sol, todavia poderia ocorrer uma
diminuição da amplitude entre os valores de área foliar dos tratamentos.
49
b
ab
a
ab
ab
0
50000
100000
150000
200000
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
AFO(cm²)
Figura 5 Área foliar (AFO cm
2
) do cafeeiro conilon em função dos tratamentos:
T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0
m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Observando a análise de variância da Tabela 1, a área foliar por grão do café
(AFOG) é significativa para p< 0,01. Os resultados evidenciam a influência do
sombreamento na produção de grãos (Figura 6). O tratamento T3 apresenta uma
maior área foliar por grão de café produzido, diferindo, portanto dos tratamentos T1,
T2 e T4 que possuem menor área foliar por grão. para o tratamento T5 onde o
café é mais sombreado, estatisticamente não diferença entre os tratamentos.
Pelos resultados obtidos, a área foliar necessária para produzir um grão, uma vez
que o material avaliado é composto por diferentes plantas dentro da mesma cultivar,
tem uma amplitude de variação de um mínimo de 8,6624 cm
2
a um máximo de
29,3072 cm
2
, respectivamente para os tratamentos T2 e T3.
Pelos dados obtidos neste trabalho, observa-se que o tratamento T3, apesar
de ter a maior área foliar total por planta, maior área foliar por grão, maior índice de
área foliar, maior número de nós por ramos plagiotrópico e altura de planta, não é o
que obteve maior produtividade e também não apresenta o maior número de grãos
por planta. Os resultados mostram a influência do sombreamento sobre as
características de produção. A diferença estatística é somente na AFOG e nas
demais não há diferença. Quando comparada a característica AFOG, o T3 difere dos
tratamentos T1 com café a pleno sol (monocultivo), T2 com arranjo espacial com a
pupunheira de 6,0 x 2,0 m e o tratamento T4 com arranjo espacial com a pupunheira
de 3,0 m x 2,0 m.
50
ab
b
a
b
b
0
10
20
30
40
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
AFOG(cm²)
Figura 6 Área foliar por grão (AFOG cm
2
), por planta do cafeeiro conilon em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
De acordo com a análise de variância da Tabela 1, o índice de área foliar
(IAF) é significativo para p< 0,01 entre os tratamentos, mostrando a influência do
sombreamento (Figura 7), estando estas diferenças entre os tratamentos T3 com
maior IAF (3,09) e o T5 com menor IAF (1,80). Os demais tratamentos quando
comparados entre os anteriormente descritos não apresentam diferença significativa.
Como o IAF foi calculado com base na área de solo ocupada pelos cafeeiros,
seu acréscimo, nos tratamentos com maior disponibilidade de sombra, ocorre em
função do aumento de área foliar, que para o diâmetro das copas das plantas nas
parcelas úteis não apresenta diferença significativa entre os tratamentos. É
importante salientar que o espaçamento do café não variou entre os tratamentos. A
variação ficou exclusivamente nos arranjos espaciais com a pupunheira.
ab
ab
a
ab
b
0,0
2,0
4,0
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
IAF
Figura 7 Índice de área foliar (IAF) por planta do cafeeiro conilon em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira
3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
51
Observou-se, de acordo com a Tabela 2, uma diferença significativa para
número de nós por ramos plagiotrópicos (NNPLA) por planta do café, mostrando que
são afetados significativamente pelo sombreamento em nível de p< 0,01 (Figura 8).
Nos tratamentos T1, T4 e T5, constata-se a maior diferença, variando entre as
médias de 15,00 nós para os dois primeiros, que estatisticamente não diferença
entre eles, para 11,75 para o tratamento T5. Entre os demais, não diferença
significativa. Diante desses resultados conclui-se que quanto maior o nível de
sombreamento, menor é o número de nós formados nos ramos produtivos. Isso
implica em menor produção dessas plantas em função do menor número de nós e,
conseqüentemente, menor número de folhas.
Os tamanhos dos internódios também são menores, quando comparado o
tratamento testemunha (T1) com maior número de nós do ramo plagiotrópico
(NNPLA) ao de menor número de nós (T5), mesmo que o comprimento dos ramos
plagiotrópicos (CRAPLA) o tenha sido significativo entre os tratamentos. É
possível ainda inferir que plantas com maior sombreamento tendem a um maior
estiolamento dos ramos ortotrópicos, como conseqüência do nível menor de luz no
dossel.
a
ab
ab
a
b
0
5
10
15
20
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NNPLA(nº)
Figura 8 – Número de nós por ramo plagiotrópico por planta (NNPLA –nº) do
cafeeiro conilon em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira
3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
–ES.
Tais observações foram constatadas por Campanha et al. (2004) que
encontraram aumento do número de nós e redução no comprimento dos internódios
dos ramos plagiotrópicos nos cafeeiros em monocultivo e em ralação às plantas do
SAF (Sistema Agroflorestal). Em outros trabalhos de Castilho & Lopez (1966);
Morais (2003), citados Lunz (2006), constataram que o número de nós por ramos
52
plagiotrópicos e o número de nós produtivos aumentaram significativamente nos
cafeeiros com maior disponibilidade de luz solar.
A altura de planta do café (ALTP) também é afetada significativamente pela
arborização em nível de p< 0,01 (Figura 9), constatando que quanto maior o nível de
sombra maior a altura destas plantas. Os tratamentos T1 e T2 que possuem um
nível de sombra menor, quando comparados aos demais tratamentos, apresentam
um crescimento menor, diferindo do tratamento T3 com um arranjo espacial da
pupunheira de 6,0 m x 1,0 m. O tratamento T3 comparado com os tratamentos T4 e
T5 não diferem estatisticamente entre si. Os valores variaram de 264,25 cm para o
tratamento T1 e 203,25 cm para o tratamento T3. Durante a coleta dos dados ficou
evidenciado que tais diferenças entre alturas de plantas dificultam a colheita com
tendência a dano mecânico nos ramos mais altos.
Os resultados alcançados por Lunz (2006) com C.arabica diferem dos
resultados encontrados neste experimento. os resultados de Morais (2003),
citados Lunz (2006) diferem em parte, pois segundo o autor, nas medições iniciais,
não houve diferenças entre os tratamentos com e sem sombra, todavia nas
medições seguintes as plantas de sombra apresentaram maior altura.
Resultados diferentes também foram encontrados por Carelli, Fahl e Alfonsi
(2002) trabalhando com C. arabica cv. Obatã IAC 1669-20 que não encontraram
diferenças significativas na altura das plantas.
De acordo com Taiz & Zeiger (2004) e Majerowicz & Peres (2004), as plantas
que alongam o caule, em resposta ao sombreamento, o fazem como forma de evitar
a baixa irradiância. O sombreamento de plantas de sol induz esta a alocar uma
maior parte de seus recursos para crescer em altura, alongando seus internódios,
por esse motivo o estiolamento dos ramos ortotrópicos foi observado. Tal
comportamento não é esperado em plantas tipicamente de sombra, pois seu
crescimento não apresenta estiolamento. Para uma planta de sol, existe um claro
valor adaptativo em alocar recursos em direção a um crescimento mais rápido,
quando ela é submetida a um sombreamento por outra planta (TAIZ & ZEIGER,
2004).
53
ab
ab
a
bb
0
50
100
150
200
250
300
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
ALTPL(cm)
Figura 9 Altura de planta do cafeeiro conilon em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
O número de folhas (NF) é afetado significativamente pelo sombreamento em
nível de p< 0,01 entre os tratamentos (Figura 10), constatando que quanto maior o
nível de sombra menor o número de folhas por plantas. Esses resultados ficam
evidenciados nos tratamentos T1 (testemunha) com maior número de folhas (4179)
e o tratamento T5 com menor número de folhas (2166). Quando comparado os
tratamentos que apresentam diferenças significativas entre si, o tratamento T1 em
relação ao T4, o percentual da diferença é de 28,69%. Quando comparado o
tratamento T1 ao T5, essa diferença passa para 48,17%. Quando a comparação é
entre os tratamentos T2, T3 e T5, as diferenças são de 45,07% em relação aos
tratamentos T2 e T5 e de 37,79% para T3 e T5. Os resultados evidenciam a
interferência do sombreamento sobre o número de folhas das plantas de café.
a
ab
ab
bc
c
0
1000
2000
3000
4000
5000
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NF (nº)
Figura 10 Número de folhas do cafeeiro conilon em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0
m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
54
3.2 Características de crescimento vegetativo do café conilon em monocultivo
e sombreado com pupunheira
As dias dos resultados das características de crescimento vegetativo do
café conilon, que pela análise de variância não foram significativas, encontram-se na
Tabela 3.
Tabela 3 Médias das características de crescimento vegetativo do café conilon:
comprimento de ramos plagiotrópico (CRAPLA), diâmetro de planta
(DIAMPL), haste total por planta (HTPL), número de haste por planta
por hectare (NHPRHA), número de haste total por hectare (NHTHA),
número de ramos produtivos (NRPR), número de ramos não produtivos
(NRNPR), massa seca de folhas (MSF) e número de ramos
plagiotrópicos por planta (NRAPLA) para os tratamentos T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
Tratamentos
Características
T1 T2 T3 T4 T5
CRAPLA 54,25 56,5 58,75 59,75 56,5
DIAMPL 281,75 253,50 260,00 269,25 237,25
HTPL 8,25 7,50 9,75 9,25 8,25
NHPRHA 11666,66 10555,55 12777,77 11666,66 11666,66
NHTHA 18333,315 16666,65 21666,65 20555,54 18333,32
NRPR 5,25 4,75 5,75 5,25 5,25
NRNPR 3,00 2,75 4,00 4,00 3,00
MSF 1363,08 1389,02 1589,46 1165,16 1039,00
NRAPLAG 322,25 312,50 376,50 330,50 271,50
Para os valores médios do comprimento do ramo plagiotrópico da parcela útil
(CRAPLA) não diferenças significativas entre os tratamentos em nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey (Figura 11). Para as condições deste experimento e
pelos resultados obtidos, é possível concluir que o sombreamento não interfere no
comprimento dos ramos plagiotrópicos, possivelmente pelas poucas variações das
condições climáticas dentro do ambiente do cultivo sombreado.
55
a
a
a
a
a
0
10
20
30
40
50
60
70
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
CRAPLA (cm)
Figura 11 Comprimento médio dos ramos plagiotrópicos em cm tomados no terço
médio das plantas em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira
3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
– ES.
Quanto aos valores médios do diâmetro (cm) das copas das plantas
(DIAMPL), os resultados obtidos evidenciam que o diâmetro das copas das plantas
não é afetado pelo grau de sombreamento da pupunheira em nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey (Figura 12). A amplitude de variação para as
médias é de 237,25 cm para o tratamento T5, com menor diâmetro a 281,75 mm
para o tratamento T1, e com maior média para menor diâmetro de plantas.
a
a
a
a
a
0
50
100
150
200
250
300
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
DIAMPL (cm)
Figura 12 Diâmetro médio em cm das copas das plantas em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Os valores médios do número de hastes total por planta (HTPL) não tiveram
influência do sombreamento da pupunheira em nível de 5% de significância pelo
teste de Tukey (Figura 13). Este resultado comprova que o manejo empregado para
a eliminação por intermédio da poda dos ramos ortotrópicos e plagiotrópicos que
não apresentam mais produtividade econômica, portanto envelhecidos (FERRÃO et
al., 2004), permite à planta emitir outros ramos mais novos e produtivos, sem
56
sofrerem a influência do grau de sombreamento da pupunheira. O número de hastes
deve ser controlado, atendendo a um mínimo de 4 e máximo de 6 hastes por planta,
perfazendo em torno de 12.000 hastes por hectare.
a
a
a
a
a
0
2
4
6
8
10
12
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
HTPL (nº)
Figura 13 – Média do número de haste das plantas em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Os valores médios do número de hastes produtivas por planta por hectare
(NHPRHA) não têm influência do sombreamento da pupunheira em nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey (Figura 14). Pelos resultados obtidos é possível
concluir que a média do número de hastes por planta está abaixo do preconizado
para a cultura, mesmo assim não o afetadas pelo grau de sombreamento da
pupunheira.
a
a
a
a
a
0
2
4
6
8
10
12
14
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NHPRHA (nº*1000)
Figura 14 Número médio de haste por planta por ha em função dos tratamentos:
T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0
m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Os valores médios do número de hastes totais por hectare (NHTHA) o têm
influência do sombreamento da pupunheira em nível de 5% de significância pelo
57
teste de Tukey (Figura 15). Pelos resultados obtidos é possível concluir que a média
do número de hastes total por hectare está acima do preconizado para a cultura.
a
a
a
a
a
0
5
10
15
20
25
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NHTHA(nº*1000)
Figura 15Número médio de hastes totais por ha em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em
Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Quanto aos valores médios do número de ramos produtivos (Figura 16) por
planta (NRPR) não são influenciados pelo sombreamento da pupunheira em nível de
5% de significância pelo teste de Tukey. Pelos resultados obtidos na avaliação
destrutiva de uma planta por parcela útil, é possível concluir que o número médio de
ramos produtivos das plantas não é afetado pelo grau de sombreamento da
pupunheira.
a a
a
a
a
0
1
2
3
4
5
6
7
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NRPR (nº)
Figura 16 Número médio de ramos produtivos por planta em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Quanto aos valores médios do número de ramos não produtivos (NRNPR),
pode-se inferir pelos resultados obtidos na avaliação destrutiva de uma planta por
parcela útil, que o número médio de ramos não produtivos das plantas não é afetado
58
pelo grau de sombreamento da pupunheira em nível de 5% de significância pelo
teste de Tukey (Figura 17).
a
a
a
a
a
0
1
2
3
4
5
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NRNPR (nº)
Figura 17 Valor médio de ramos não produtivos por planta em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Os valores médios para massa seca das folhas (MSF) por planta, não têm
influência do sombreamento da pupunheira em nível de 5% de significância pelo
teste de Tukey, para as condições deste experimento (Figura 18). O resultado é
diferente daquele obtido por Morais et al., (2003) avaliando C. arabica sombreado
com Cajanus cajan (L.) Millsp, que obtiveram valores menores de matéria seca de
folha sobre o café sombreado.
a
a
a
a
a
0
400
800
1200
1600
2000
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
MSF (g)
Figura 18 Valor médio de massa seca de folhas por planta em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim –ES.
Os valores médios para número de ramos plagiotrópicos (NRPLAG) por
planta, não têm influência do sombreamento da pupunheira em nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey, para as condições deste experimento (Figura 19).
59
De acordo com Rena & Maestri (1985), os ramos plagiotrópicos para C.
arabica mostram uma flutuação sazonal, possivelmente relacionada com as
condições climáticas. Tal fato não é verificado para cafeeiros conilon. Os resultados
obtidos comprovam que o manejo empregado para a eliminação dos ramos
ortotrópicos e plagiotrópicos que não apresentam mais produtividade econômica
atende ao manejo da cultura (FERRÃO et al., 2004) permitindo às plantas outros
ramos mais novos e produtivos, sem sofrerem a influência do sombreamento da
pupunheira.
a
a
a
a
a
0
100
200
300
400
500
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NRPLAG (nº)
Figura 19 Valores médios do número de ramos plagiotrópicos por planta em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
60
4 CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que:
1. o sombreamento influencia significativamente a área foliar (AFO), área
foliar por grão (AFOG), índice de área foliar (IAF), número de nós por ramo
plagiotrópico por planta (NNPLA), altura da planta (ALTPL) e o número de folhas
(NF);
2. as características do comprimento de ramos plagiotrópico (CRAPLA),
diâmetro de planta (DIAMPL), haste total por planta (HTPL), número de haste por
planta por hectare (NHPHA), número de haste total por hectare (NHTHA), número de
ramos produtivos (NRPR), número de ramos o produtivos (NRNPR), massa seca
de folhas (MSF) e número de ramos plagiotrópicos por planta (NRAPLA) não são
afetadas significativamente pelo sombreamento.
61
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RENA, A. B.; MAESTRI, M. Fisiologia do Cafeeiro. Informe Agropecuário. 11 (126),
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63
VENZIANO, W.; SOUZA, F. de F.; SANTOS, M. M. dos. Influência de diferentes
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4 CAPÍTULO 3
PRODUTIVIDADE E CLASSIFICAÇÃO DO CAFÉ CONILON EM MONOCULTIVO
E SOMBREADO COM PUPUNHEIRA
RESUMO Os preços do café estão baseados em padrões qualitativos,
apresentando variações em função do ambiente onde a cultura está implantada, as
condições de nutrição, a disponibilidade hídrica e a quantidade de sombra, quer
aquela provocada por consórcios com outra cultura, quer por auto-sombreamento,
principalmente nas linhas de plantio. Tais fatores interferem na florada e na
maturação uniforme dos frutos, influenciando a produtividade e a qualidade do café.
A exigência por cafés de qualidade que engloba desde características físicas e
sensoriais, até preocupações de ordem ambiental e social, como os sistemas de
produção adotados e as condições da mão-de-obra sob as quais o café é produzido,
tanto no mercado nacional como no internacional, tornou-se um fator imprescindível
para a manutenção de mercados e para a conquista de outros. A participação
desses produtos tem aumentado mais que o consumo mundial de cafés. Os
consumidores querem qualidade e estão dispostos a pagar por ela, sendo os norte-
americanos e os europeus os entusiastas desse hábito. Cuidados com a escolha do
material a ser plantado, o manejo cultural e, principalmente, com a colheita e o
processamento, garantem condições básicas necessárias à qualidade do café. O
experimento foi implantado na Fazenda Experimental de Bananal do Norte
FEBN/INCAPER Cachoeiro de Itapemirim - ES. Os dados foram coletados na
última semana do mês de julho de 2006 em condições não irrigadas. O
delineamento experimental empregado foi de blocos casualizados, com cinco
tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram: testemunha (T1), constituída
pelo plantio de café conilon em monocultivo, e os demais com o ca conilon
65
consorciado com pupunheiras espaçadas de 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3);
3,0 m x 2,0 m (T4); e 3,0 m x 1,0 m (T5). O café foi cultivado em um único
espaçamento, de 3,0 m entre linhas e 1,5 m entre plantas, em todos os tratamentos.
O trabalho foi implantado numa área total de 1350 m
2
. Cada parcela foi constituída
de 36 plantas de café, sendo avaliadas as 8 plantas centrais de café. Foram
avaliadas as seguintes características nas plantas de cafeeiro: número de frutos por
planta (NFRUP), volume total de frutos por planta (VTOPL), peso da matéria fresca
de café colhido por planta (PFCCPL), peso da matéria seca de café colhido por
planta (PSCCPL), percentagem de bóia (BOIAP), percentagem de frutos verdes
(PFVER), percentagem de frutos verde-cana (PFVC), percentagem de frutos secos
(PFS), percentagem de frutos maduros (PFM), rendimento de café beneficiado
(SCBHA), maior (MAD) e menor diâmetro do grão (MD), comprimento do grão (CG),
classificação por peneira e tipo. Conclui-se que o sombreamento influencia
significativamente: (i) o número de frutos por planta (NFRUP), (ii) o volume total
frutos por planta (VTOPL), (iii) o peso da matéria fresca de café colhido por planta
(PFCCPL), (iv) o peso da matéria seca de café colhido por planta (PSCCPL), (v)
percentual de bóia (BOIAP), e (vi) a produtividade em sacas beneficiadas ha
-1
(SCBHA). Todos os tratamentos apresentam o rendimento na pilagem abaixo de
65%, portanto sem influência do sombreamento. O maior rendimento (sc ha
-1
) é do
tratamento T2, sombreado com pupunheira espaçada de 6,0 x 2,0 m.
PALAVRAS-CHAVE: Coffea canephora, produção, qualidade, sombreamento,
consórcio.
PRODUCTIVITY AND CLASSIFICATION OF THE COFFEE CONILON IN
MONOCULTURE AND SHADING WITH PEACH PALM PLANTS
ABSTRACT - The coffee prices are based on qualitative standards that vary in
function of the environment where the culture is implanted, as well as by the nutrition
conditions, the hydric availability and quantity of the shade provoked by the
intercropping systems or by shelf-shading, mainly in the plantation lines. Such factors
intervene in the blooming and maturation uniform of the fruits, influencing the
productivity and quality of the coffee. The requirement for quality coffees that unite
since physical and sensorial characteristics, until concerns of ambient and social
order, as the systems of production adopted and the conditions of the handling under
which the coffee is produced, became an essential factor for the maintenance of
markets and the conquest of others. The participation of these products has
increased more than the worldwide consumption of coffees. The consumers want
quality and they are determined to pay for it, being the North Americans and the
Europeans the enthusiastic of this habit. Cares with the choice of the stuff that will be
planted, cultural handling and, mainly, with the harvest and processing, guarantee
necessary basic conditions to the quality of the coffee. The experiment was
implanted in the Fazenda Experimental de Bananal do Norte, in an experimental
block-type randomized design, contends five treatments and four repetitions. The
witness (T1), formed of the conilon coffee plantation in monoculture, and other
treatments were with the conilon coffee intercopped with peach palm plants spaced
of 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4) and 3,0 m x 1,0 m (T5).
The coffee was cultivated in an only spacing of 3,0 m between lines and 1,5 m
between plants, in all the treatments. The work is implanting in a total area of 1350
m
2
. Each parcel was formed of 36 plants of coffee, being evaluated the 8 plants
central plants. The following characteristics in the coffee tree plants were evaluated:
number of fruits for plant (NFRUP), total capacity of fruits for plant (VTOPL), weight
of the cool substance of coffee harvested for plant (PFCCPL), weight of the dry
substance of coffee harvested for plant (PSCCPL), percentage of buoy (BOIAP),
percentage of green fruits (PFVER), percentage of fruits green-sugar cane (PFVC),
percentage of dry fruits (PFS), percentage of mature fruits (PFM), income of
benefited coffee (SCBHA), greater (MAD) and minor diameter of the grain (MD),
length of the grain (CG), classification for bolter and type. The research shows that
67
the shading influenced significantly: (i) the number of fruits for plant (NFRUP), (ii)
total volume fruits for plant (VTOPL), (iii) the weight of the cool substance of coffee
harvested for plant (PFCCPL), (iv) the weight of the dry substance of coffee
harvested for plant (PSCCPL), (v) percentile of buoy (BOIAP), (vi) productivity in
benefited bags ha
-1
(SCBHA). All the treatments show the income in the pealing
below of 65%, therefore without influence of the shading. The biggest income (sc
ha
-1
) was of the T2 treatment, shaded with peach palm plant spaced of 6,0 x 2,0 m.
Key words: Coffea canephora, production, quality, hatching, intercropping.
1 INTRODUÇÃO
O café é uma espécie tropical de floração gregária, isto é, todas as plantas
dentro de uma região geográfica florescem simultaneamente, embora o número de
lançamentos de floradas no Brasil seja variado. É comum ocorrer de duas a três
floradas de intensidades decrescentes por ano (RENA & MAESTRI, 1985).
Plantas em estádio de desenvolvimento anterior à fase reprodutiva crescem
rapidamente, tanto em extensão como em diâmetro (LARCHER, 2004). Segundo o
autor, se nada ocorrer de forma drástica nas condições aéreas e subterrâneas das
plantas, uma correlação logarítmica-linear é mantida entre a massa do caule e a
massa da raiz, denominado “crescimento alométrico”.
O café é um arbusto de crescimento contínuo, que apresenta um
característico dimorfismo dos ramos: hastes ortotrópicos que crescem verticalmente,
e hastes plagiotrópicos, crescendo lateralmente numa inclinação que varia em
relação ao eixo principal de 45º a 90º. O meristema apical nas gemas e no ápice das
raízes permanece ativo durante toda a vida do vegetal (RENA & MAESTRI,1986).
O crescimento pode ser definido como acúmulo líquido de carbono e outros
componentes orgânicos nas plantas, sendo que o ganho de carbono é determinado
pela disponibilidade local de luz, água e nutrientes (BUCHANAN, 2000, citado por
BRAGANÇA, 2005). Nem toda parte da planta cresce continuamente e nem todo
crescimento ocorre ao mesmo tempo (LARCHER, 2004). O café arábica (RENA &
MAESTRI, 1986, 1986) e o café conilon (LIBARDI, AMARAL & AMARAL, 1988),
apresentam flutuações no crescimento vegetativo associados a fatores climáticos.
Sob condições experimentais e com plantas jovens, tem-se mostrado que o caé
uma planta de dias curtos com um fotoperíodo em torno de 13 a 14 horas (RENA &
MAESTRI, 1985). Todavia, a extensão do fotoperíodo não impediu a queda do
crescimento vegetativo em cafeeiros arábicos (AMARAL, RENA & AMARAL, 2006)
O crescimento da planta como um todo, em termos de volume, de massa, de
dimensões lineares e de unidades estruturais é função do que a planta armazena e
do que ela produz em termos de material estrutural (BENINCASA, 2003).
informações na literatura apontando para a redução da produção de grãos em cafés
sob sombra, induzindo o produtor a resistir quanto ao uso da arborização. Em alguns
casos, a baixa produtividade de cafeeiros sob sombreamento poderia ser
compensada pelo menor investimento em insumos, pela maior estabilidade da
69
produção, pelo maior número de colheitas, pelo fornecimento de outros produtos
oriundos dos demais componentes do sistema, pela melhoria da qualidade do café e
pela maior conservação ambiental. Em cafezais com sombreamento bem planejado
e bem conduzido, espera-se que a equivalência de uso da terra seja superior à do
monocultivo (LUNZ, 2006).
Em trabalhos na Costa Rica, Hernandes, Beer & Von Platen (1997), citados
por Lunz (2006), concluíram que o uso de sombra seria a melhor alternativa para
pequenos agricultores da região, com limitada capacidade de investimentos e mão
de obra familiar.
A exigência por cafés de qualidade que engloba desde características físicas
e sensoriais até preocupações de ordem ambiental e social, como os sistemas de
produção adotados e as condições da mão-de-obra sob as quais o café é produzido,
tanto no mercado nacional como no internacional, tornou-se um fator imprescindível
para a manutenção de mercados e para a conquista de outros. A participação
desses produtos tem aumentado mais que o consumo mundial de cafés. O
segmento de produtos especiais representa cerca de 12% do mercado internacional,
com possibilidades que vão além da qualidade final da bebida. Os consumidores
querem qualidade e estão dispostos a pagar por ela, sendo os norte-americanos e
os europeus os entusiastas desse hábito.
Objetivou-se, neste trabalho, avaliar as influências do sombreamento na
produção e na qualidade do cafeeiro, bem como identificar o espaçamento da
pupunheira que oferece melhor incremento à produção e à qualidade do café
conilon.
70
2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em um experimento de café conilon sombreado com
pupunha na Fazenda Experimental de Bananal do Norte pertencente ao Instituto
Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), localizada
no distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim ES, latitude 20º 45
Sul, longitude 41º 47’ Oeste e altitude de 146 m.
O experimento foi instalado em junho de 1998, contendo nove clones de
cafeeiros da variedade clonal tardia EMCAPA 8131 (BRAGANÇA, et al. 2001) (C.
canephora Pierre ex Froenher cv. Conilon), cultivados em monocultivo (testemunha -
sem sombreamento com pupunheira) e sombreados com pupunheira (B. gasipaes
Kunth). A pupunha é um palmito sem espinhos, plantada nas entre linhas do café,
em espaçamentos variados. O café foi plantado em todos os tratamentos em um
único espaçamento, 3,0 m entre linhas e 1,5 m entre plantas.
Para avaliar a produção, foi utilizada uma amostra de 8 plantas úteis por
parcelas localizadas ao centro. A produtividade foi determinada através da massa
em quilogramas de café produzido por parcela. Posteriormente, os dados foram
transformados em sacas beneficiadas por hectare. A colheita foi manual, sendo os
frutos derriçados sobre pano e colocados para secar ao sol, em terreiro suspenso
até atingirem umidade próxima de 13%, obtendo-se assim o café em coco.
Foram avaliadas as seguintes características nas plantas de cafeeiro: número
de frutos por planta (NFRUP), volume total de frutos por planta (VTOPL), peso da
matéria fresca de café colhido por planta (PFCCPL), peso da matéria seca de café
colhido por planta (PSCCPL), percentagem de bóia (BOIAP), percentagem de frutos
verdes (PFVER), percentagem de frutos verde-cana (PFVC), percentagem de frutos
secos (PFS), percentagem de frutos maduros (PFM), rendimento de café beneficiado
(SCBHA), maior (MAD) e menor diâmetro do grão (MD), comprimento do grão (CG),
e classificação por peneira e tipo. Para as características dos frutos a amostragem
foi feita para 100 frutos maduros representativos por planta por parcela. A
determinação da produtividade por área foi feita com uma amostra representativa de
2,0 litros retirados da produção das plantas de cada parcela útil. Essas amostras
foram secas e beneficiadas e, após o beneficio, foram obtidos: o rendimento em
quilos e percentual, o teor de umidade e o percentual em peneira 13 contida. Os
valores obtidos foram expressos em sc ha
-1
de café beneficiado.
71
As percentagens de frutos secos, verde-cana, maduro e verde foram obtidas
de amostras tomadas aleatoriamente de cada parcela em uma medida de 300 ml
que depois de amostradas foram separados 200 frutos para compor a amostra a ser
analisada.
A determinação do comprimento e do maior e menor diâmetros foram obtidas
de amostras aleatórias de cada parcela, em uma medida de 100 ml, que depois de
amostradas foram separados 100 frutos maduros para compor a medição.
A classificação do café baseada na Classificação Oficial Brasileira (COB) foi
efetuada em amostra beneficiada com peso médio de 272,52
g, por parcela. As
amostras foram classificadas pela COOPARAISO – Regional de Alegre – ES. Para a
classificação em peneiras, foi tomada de cada amostra 100g de café beneficiado
para a avaliação de retidos e de fundo.
Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e, quando
significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, utilizando o software estatístico SAEG (Sistema para Análises
Estatísticas da Universidade Federal de Viçosa - UFV), versão 9.0 (EUCLYDES,
2004).
72
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise de variância (Tabela 1) estão apresentados os valores para as
características número de frutos por planta (NFRUP), volume total de frutos por
planta (VTOPL) e o peso da matéria fresca de café colhido por planta (PFCCPL).
Verifica-se diferença significativa (p< 0,05), mostrando o comportamento
diferenciado do café entre os tratamentos, para os arranjos variados com a
pupunheira.
Tabela 1 Análise de variância para as características mero de frutos por planta
(NFRUP), volume total de frutos por planta (VTOPL) e o peso fresco de
café colhido por planta (PFCCPL) e coeficiente de variação (CV)
coletado durante o experimento para café conilon EMCAPA 8131, em
experimento não irrigado, sombreado com pupunheira,
Quadrado Médio
FV GL
NFRUP VTOPL PFCCPL
TRAT 4 3623033 * 28420700
* 32800250
*
RESÍDUO
12 220968 1597992
1864059
CV (%) 20,93 20,76 21,06
* - significativo a 5% pelo teste F.
Na análise de variância (Tabela 2), estão apresentados os valores para as
características peso da matéria seca do café colhido por planta (PSCCPL), a
percentagem de bóia (BOIAP) e rendimento de sacas beneficiadas por hectare
(SCBHA). Verifica-se diferença significativa (p< 0,05), mostrando comportamento
diferenciado do café entre os tratamentos para os arranjos dos variados
sombreamentos.
73
Tabela 2 – Análise de variância para as características peso da matéria seca do café
colhido por planta (PSCCPL), percentagem de bóia (BOIAP), rendimento
de sacas beneficiadas por hectare (SCBHA) e coeficiente de variação
(CV) para café conilon EMCAPA 8131 em experimento não irrigado,
sombreado com pupunheira
Quadrado Médio
FV GL
PSCCPL
BOIAP
SCBHA
TRAT 4 7052388 *
15,04 *
789 *
RESÍDUO 12 376353
3,08
55,9
CV (%) 19,92
45,56 24,19
* - significativo a 5% pelo teste F.
O número de médio de frutos por planta do café é afetado, significativamente,
(p< 0,05) pela arborização, mostrado diferenças entre o tratamento T2 e os demais.
Os valores das médias por tratamento variam de 12.065 frutos para o tratamento T2,
com arranjo espacial da pupunheira de 6,0 m x 2,0 m a um valor de 4.534 frutos para
o tratamento T5, com arranjo espacial de pupunheira com 3,0 m x 1,0 m. Fica
evidenciado nessas condições, que o arranjo espacial da pupunheira para o
tratamento T2, é a que ocasiona a melhor resposta para número de frutos por planta
(Figura 1).
Em termos de rendimento de volume e peso de café colhido por planta para
uma amostra de 200 frutos, amostrados de cada planta por parcela (dados não
apresentados) também o tratamento T2 apresenta maiores valores em relação aos
demais, com valores variando de 1327,83 ml e 1415,23 g, para volume e peso,
respectivamente. Entre os tratamentos, a variação percentual é de 61,85 % quando
comparado o tratamento T2 (maior número de frutos) com o tratamento T5 (menor
número de frutos). Para o peso de café colhido entre os mesmos tratamentos, a
diferença é de 62,53%. Nesse caso, o sombreamento no arranjo espacial com
pupunheira de 6,0 m x 2,0 m (T2) proporciona um incremento no número de frutos
por planta, ocasionando, conseqüentemente, aumento na produção e no rendimento
em sacas beneficiadas por hectare.
Corrobora para este resultado o trabalho de Marques (2000) que obteve um
incremento de 14 % na produção de café para o tratamento T2, quando comparado
ao monocultivo, no mesmo experimento aqui estudado.
74
O componente mais significativo para incrementar a produção é o número de
nós por ramos plagiotrópicos, bem como, o número de frutos em cada nó. Esses
componentes são afetados diretamente pelo nível de sombra (CANNELL, 1976).
Possivelmente, o sombreamento leva ao decréscimo na quantidade de nós
influenciando, assim, na redução da produtividade dos cafeeiros e nos tratamentos
com maiores disponibilidades de sombra.
b
a
b
b
b
0
5000
10000
15000
20000
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NFRUP(nº)
Figura 1 Número dio de frutos por planta (NFRUP) do cafeeiro conilon em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
A média do volume total de frutos por planta de café é influenciada pela
arborização, mostrando nível de significância para p< 0,05. Os valores estão em
uma amplitude variando entre 10.622,68 ml a 4.052,30 ml por planta,
respectivamente para os tratamentos T2 e T5 (Figura 2).
Em termos percentuais, a diferença do incremento de volume para o arranjo
espacial da pupunheira do maior volume (T2) para o de menor valor (T5) é de
162,14%, quando comparado ao dossel mais fechado.
Os resultados evidenciam que o arranjo espacial da pupunheira de 6,0 m x
2,0 m, propicia um incremento positivo no volume de café colhido,
conseqüentemente maior peso de café, devido a um menor sombreamento.
75
b
a
b
b
b
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
VOTPL(ml)
Figura 2 Média do volume total de frutos (ml) por planta do cafeeiro conilon em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
O peso de matéria fresca de café colhido por planta é afetado
significativamente (p< 0,05) pela arborização (Figura 3) com valores variando entre o
tratamento T2 e T5 com valores de 11321,85 g a 4241,92 g, respectivamente.
Quando comparado os T1, T3, T4 e T5, mesmo não havendo diferenças estatísticas
entre esses tratamentos, os valores de peso de café colhido apresentam pequena
variação.
De acordo com Fahl & Carelli (2004), em experimento utilizando o
sombreamento moderado com espécies arbóreas, em torno de 30%, favorece os
processos fisiológicos, atenua o depauperamento das plantas e não afeta
significativamente a produção. Tais resultados com exceção do T2, vão de encontro
aos demais tratamentos.
A produção depende de vários fatores, entre eles, a disponibilidade de luz, de
água e de nutrientes. O experimento não recebeu irrigação, foram manejados como
lavoura de produção (FERRÃO et al.,2004), adotando os mesmos níveis de
adubação em cobertura para os tratamentos com podas e desbrotas nas épocas
corretas, variando os espaçamentos com a pupunheira, portanto níveis de sombra
diferenciados. Todavia, no período considerado entre junho de 2005 e maio de 2006
ocorreu um veranico nos meses de janeiro e fevereiro, refletindo na produção final,
além do fator luz.
76
b
b
b
a
b
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
PFCCPL(g)
Figura 3 – Média da matéria fresca do café colhido por planta do cafeeiro conilon em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
A média do peso da matéria seca de café colhido por planta é afetado
significativamente (p< 0,05) pelo sombreamento, quando comparado o tratamento
T2 com arranjo espacial da pupunheira de 6, 0 x 2, 0 m aos demais tratamentos.
Entre os tratamentos T1, T3, T4 e T5 não há diferença estatística significativa
(Figura 4).
Este resultado reflete diretamente na produtividade de grão, mostrando que
certa intensidade de sombreamento (T2) contribuí para melhoria de rendimento de
grãos em cafezais. Esses resultados são contraditórios aos obtidos por Melo &
Guimarães (2000), que trabalhou no cerrado, na avaliação para a característica
produtividade, em café arábica, em condições de sombreamento e de pleno sol.
Rodrigues et al. (2002), trabalhando com café conilon em Rondônia sob
arborização, observaram produtividades diferentes entre os tratamentos de sombra e
a pleno sol, sendo estes últimos mais produtivos, quando comparado ao arborizado,
portanto, em desacordo com os resultados obtidos neste trabalho. Neves et al.
(2002), em trabalhos com crescimento e produção de C. arabica em Sistema
Agroflorestal (SAF), mostraram que os cafeeiros cultivados a pleno sol foram mais
produtivos em comparação com o sombreamento. Tais resultados estão em
desacordo com os obtidos neste trabalho.
Os resultados dessas pesquisas estão de acordo com os reportados por
Matiello & Fernandes (1989) e Marques (2000), que obtiveram maior produtividade
em cafeeiros conilon sombreados comparados aos cultivados a pleno sol.
77
b
b
b
a
b
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
PSCCPL(g)
Figura 4 Média da matéria seca do café colhido por planta do cafeeiro conilon em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
A percentagem de café bóia é afetada significativamente (p< 0,05) pelo
sombreamento. Tal resultado é observado quando é comparado o resultado do café
em monocultivo (T1) com maior percentual de bóia, aos tratamentos T3 e T5 em
condições de sombreamento. Os valores dos tratamentos T1 e T5 variam de 7,00%
a 1,88%, respectivamente (Figura 5). Fica evidenciado que o sombreamento
melhora a qualidade dos grãos, quanto ao chochamento dos mesmos.
a
ab
b
ab
b
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
BOIAP(%)
Figura 5 Percentagem de ia por planta do cafeeiro conilon em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira
3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Os resultados mostram que para as condições de monocultivo (T1) maior
percentagem de cafés bóia em comparação às condições sombreadas (T2, T3, T4 e
T5). Os resultados evidenciam que o menor arranjo espacial com a pupunheira,
ocasiona percentual de cafés bóias, que está associado ao chochamento de grãos
no conilon.
78
Em Sooretama, têm-se verificado resultados semelhantes, onde o
sombreamento do café conilon com seringueira promove uma menor percentagem
de bóia (Informações pessoais
2
).
O rendimento em sacas beneficiadas por hectare de café colhido por planta é
afetado significativamente (p< 0,05) pelo sombreamento (Figura 6). O tratamento T2
(arranjo espacial com pupunheira de 6,0 x 2,0 m) difere significativamente dos
demais tratamentos. Os demais tratamentos não apresentam diferenças estatísticas
significativas. Os resultados estão de acordo com Marques (2000).
Os rendimentos médios em sacas beneficiadas por hectare para os diferentes
tratamentos são: T1 = 30,38 ; T2 = 54,85 ; T3 = 20,94 ; T4 = 27,67 ; e T5 = 20,64
com média geral de 30,89. Tais valores diferem dos preconizados por Ferrão et al.
(2004) e Bragança et al. (2001) que avaliaram os materiais de café a pleno sol. É
importante destacar que os resultados dos trabalhos dos autores são a pleno sol e
em ambientes diferentes, dificultando assim, comparações daqueles resultados de
rendimento aos obtidos neste trabalho.
b
a
b
b
b
0
20
40
60
80
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
SCBHA(60 kg)
Figura 6 Rendimento em sacas beneficiadas por hectare (SCBHA -60 Kg) em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
3.1 Características de produtividade e classificação do café conilon em
monocultivo e sombreado com pupunheira
As médias dos resultados das características de crescimento reprodutivo e da
qualidade do café conilon são apresentadas na Tabela 3 e pela análise de variância
não são significativas. Todos os dados apresentados foram obtidos da amostra
aleatória de uma planta por parcela por cada tratamento durante o experimento na
Fazenda Experimental de Bananal do Norte (FEBN/INCAPER).
2
FERRÃO, R. G. Alegre, 2007.
79
Tabela 3 - Características das médias de percentagem de frutos verdes (PFVER),
percentagem de frutos verde-cana (PFVC), percentagem de frutos
secos (PFS), percentagem de frutos maduros (PFM), comprimento do
grão (CG), maior diâmetro (MAD) e menor diâmetro (MD) das
características de crescimento reprodutivo e de qualidade do café
conilon em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira
6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
Tratamentos
Características
T1 T2 T3 T4 T5
PFVER 23,63 30,88 22,88 29,00 29,88
PFVC 11,75 10,88 15,00 15,00 16,00
PFS 7,88 6,75 7,13 5,63 6,63
PFM 56,63 51,25 55,00 50,37 47,50
CG 12,72 14,39 13,19 13,61 13,56
MAD 11,55 11,60 10,91 11,42 11,44
MD 9,13 9,55 9,46 9,22 9,38
No que se refere aos valores médios das percentagens de frutos verdes
(PFVER), não diferença significativa entre os tratamentos em vel de 5% de
significância pelo teste de Tukey (Figura 7). A amplitude de variação é de 22,88%
para o tratamento T3, com menor percentual de frutos verdes a 30,88% e para o
tratamento T2, com maior percentual de frutos verdes. Os resultados mostram que o
sombreamento não influencia na maturação dos grãos. Segundo Guarçoni et al.
(1995), o conilon tem uma grande resistência à transformação de frutos verdes em
grãos preto-verdes, ou seja, em defeitos quando secos em secadores rotativos com
fornalha de aquecimento direto. Durante a classificação do café beneficiado não foi
encontrado esse defeito.
80
a
a
a
a
a
0
5
10
15
20
25
30
35
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
PFVER (%)
Figura 7 Valores médios da percentagem de frutos verdes (PFVER - %) em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Com relação aos valores dios das percentagens de frutos verde-cana
(PFVC), não diferenças significativas entre os tratamentos em nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey (Figura 8).A amplitude de variação é de 10,88%
para o tratamento T2, com menor percentual de frutos verde-cana a 16,00% para o
tratamento T5, com maior percentual de frutos verde-cana. Pelos resultados obtidos
é possível concluir que o sombreamento não interfere na maturação dos grãos.
a
a
a
a
a
0
5
10
15
20
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
PFVC (%)
Figura 8 Valores médios da percentagem de frutos verde-cana (PFVC - %) em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m;
T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Quanto aos valores médios das percentagens de frutos secos (PFS) por
planta da parcela útil, não diferença significativa entre os tratamentos em nível de
5% de significância pelo teste de Tukey (Figura 9). A amplitude de variação é de
5,63% para o tratamento T4, com menor percentual de frutos secos a 7,88% para o
tratamento T1, com maior percentual de frutos secos. Pelos resultados obtidos é
possível concluir que o sombreamento não interfere na maturação dos grãos.
81
a
a
a
a
a
0
2
4
6
8
10
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
PFS (%)
Figura 9 Valores médios da percentagem de frutos secos (PFS - %) em função
dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira
3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Com relação aos valores médios das percentagens de frutos maduros (PFM)
por planta da parcela útil, não diferenças significativas entre os tratamentos em
nível de 5% de significância pelo teste de Tukey (Figura 10). A amplitude de variação
é de 47,50% para o tratamento T5, com menor percentual de frutos maduros a
56,63% para o tratamento T1, com maior percentual de frutos maduros. Pelos
resultados obtidos é possível concluir que o sombreamento não interfere na
maturação dos grãos.
a
a
a
a
a
40
45
50
55
60
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
PFM (%)
Figura 10 Valores médios da percentagem de frutos maduros (PFM - %) em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
No que se refere aos valores médios do comprimento dos grãos (CG)
medidos em 100 frutos maduros amostrados aleatoriamente por planta da parcela
útil, não diferenças significativas entre os tratamentos em nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey (Figura 11). A amplitude de variação é de 12,72
mm para o tratamento T1, com menor comprimento de grãos a 14,39 mm para o
82
tratamento T2, com maior média para comprimento de grãos. Pelos resultados
obtidos é possível concluir que o sombreamento não interfere no comprimento dos
grãos.
a
a
a
a a
0
2
4
6
8
10
12
14
16
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
CG (mm)
Figura 11 Valores médios do comprimento de grãos (CG mm) maduros de 100
frutos de café em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira
3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim
– ES.
Quanto aos valores médios do maior diâmetro (MAD) tomado de 100 frutos
maduros amostrados aleatoriamente por planta da parcela útil, o diferenças
significativas entre os tratamentos em nível de 5% de significância, pelo teste de
Tukey (Figura 12). A amplitude de variação é de 10,91 mm para o tratamento T3,
com menor diâmetro a 11,60 mm para o tratamento T2, com maior média para
diâmetro de grãos. Pelos resultados obtidos é possível concluir que o sombreamento
não interfere no maior diâmetro dos grãos.
a a
a
a a
0
2
4
6
8
10
12
14
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
MAD (mm)
Figura 12 Valores médios do maior diâmetro (MAD mm) de 100 frutos de café
colhido em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira
6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e
T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
83
Com relação aos valores médios do menor diâmetro (MD) tomado de 100
frutos maduros amostrados aleatoriamente por planta da parcela útil, não
diferenças significativas entre os tratamentos em nível de 5% de significância pelo
teste de Tukey (Figura 13). A amplitude de variação é de 9,13 mm para o tratamento
T1, com menor diâmetro a 9,55 mm para o tratamento T2, com maior média para
menor diâmetro de grãos. Pelos resultados obtidos é possível concluir que o
sombreamento não interfere no maior diâmetro dos grãos.
a
a
a
a
a
0
2
4
6
8
10
12
T1 T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
MD (mm)
Figura 13 Valores médios do menor diâmetro (MD mm) de café colhido em
função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
3.2 Rendimento do café conilon beneficiado
O rendimento médio (sc beneficiada ha
-1
) apresenta valores com amplitudes
de 54,85 a 20,64 (Tabela 4).
Tabela 4 Médias de sacas beneficiadas (sc ha
-1
) de café conilon EMCAPA 8131
em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0
m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
Tratamentos
Medidas
T1 T2 T3 T4 T5
Produtividade
sc benef ha
-1
30,38 54,85 20,94 27,67 20,64
O rendimento do tratamento T2, com pupunheira no arranjo espacial de 6,0 x
2,0 m, sobressai aos demais tratamentos. Os resultados estão de acordo com
84
Marques (2000). Tais valores diferem dos preconizados por Ferrão et.al (2004) e
Bragança et al. (2001) que avaliaram os materiais de café a pleno sol. É importante
destacar que os resultados dos trabalhos dos autores são a pleno sol e em
ambientes diferentes, dificultando assim, comparações daqueles resultados de
rendimento aos obtidos neste trabalho.
Os valores das médias de peneiras na classificação do café conilon (Tabela
5) apresenta, tipo e fundo por tratamento obtidos na FEBN, em Cachoeiro de
Itapemirim - ES.
Tabela 5 Valores para classificação por peneira e tipo de café em função dos
tratamentos: T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira
3,0 x 1,0 m
Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5
Café Tipo 7 7 7 7 7
Peneira 13 65,13 66,38 80,05 66,68 66,38
Fundo 34,85 33,62 19,95 33,33 33,62
Com relação ao tipo, o diferença na classificação do café para as 20
amostras processadas. Para as condições deste experimento, os cafés de todos os
tratamentos foram classificados como tipo 7.
Observou-se, durante a classificação, que os cafés dos diferentes tratamentos
apresentaram pouca incidência de grãos do tipo moca e de grãos brocados. Em
avaliações experimentais, a variedade EMCAPA 8131 tem apresentado em dia
30% de grãos do tipo moca (Informação pessoal
3
). Tais resultados diferem dos
encontrados neste experimento. Os defeitos constatados foram de grãos quebrados,
ocasionados pelo processamento, possivelmente pela necessidade de melhor
regulagem da máquina de beneficiamento. Tal fato fica comprovado pelos defeitos
apontados na classificação.
Quanto à peneira, o tratamento que apresenta maior número de retenção de
grãos na peneira 13 é o tratamento T3 com 80,05 g. Os demais tratamentos
apresentam valores próximos, entre 65,13 g (T1) e 66,68 g (T4).
3
FERRÃO, R. G. Alegre, 2007.
85
De acordo com RICCI et al. (2000) o rendimento industrial do café conilon é
de 65%. Todos os tratamentos apresentam rendimento inferior a esse valor (Tabela
6). Tais resultados estão de acordo com os encontrados pela autora, quando esta
avaliou a influência da arborização em cafeeiro conilon.
Tabela 6 Valores do rendimento de café por parcela em função dos
tratamentos:T1= monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3=
pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5=
pupunheira 3,0 x 1,0 m
Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5
Rendimento no
beneficiamento 54,63 58,76 60,10 58,11 61,11
86
4 CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que:
1. o sombreamento influencia positivamente o número de frutos por planta
(NFRUP), volume total frutos por planta (VTOPL), peso da matéria fresca de café
colhido por planta (PFCCPL), peso da matéria seca de café colhido por planta
(PSCCPL), percentual de bóia (BOIAP) e produtividade em sacas beneficiadas ha
-1
(SCBHA);
2. o sombreamento não afeta a percentagem de frutos verde (PFVER), de
frutos verde-cana (PFVC), de frutos secos (PFS), de frutos maduros (PFM),
comprimento dos grãos (CG), maior diâmetro (MAD) e o menor diâmetro (MD);
3. o sombreamento não influencia na classificação do café quanto ao tipo do
café;
4. todos os tratamentos ficam com o rendimento de beneficiamento abaixo de
65%, portanto, sem influência do sombreamento;
5. o maior rendimento é obtido no tratamento T2, café sombreado com
pupunheira espaçada de 6,0 x 2,0 m.
87
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5 CAPÍTULO 4
CRESCIMENTO VEGETATIVO E PRODUÇÃO DA PUPUNHEIRA SOMBREADA
COM CAFEEIROS CONILON
RESUMO A pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) é uma alternativa viável quando
comparada aos demais palmitos de exploração industrial, uma vez que apresenta
mais rusticidade, perenidade na sua exploração e possibilita o primeiro corte aos 18
meses de idade, portanto precocidade. Sendo pouco exigente em fertilidade e com
requerimentos de adubação de produção muito próximos ao do café, faz com que
essa palmácea seja uma importante cultura para o sombreamento, aliado ao seu
rápido crescimento. O experimento foi implantado na Fazenda Experimental de
Bananal do Norte FEBN/INCAPER, em Cachoeiro de Itapemirim, ES. O
delineamento experimental foi em blocos casualizados, contendo cinco tratamentos:
testemunha (T1), constituída pelo plantio de café Conilon em monocultivo. Os
demais tratamentos foram com o café conilon sombreado com a pupunheira em
espaçamentos de 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4); e 3,0 m
x 1,0 m (T5). O café foi cultivado em um único espaçamento, de 3,0 m entre linhas e
1,5 m entre plantas, em todos os tratamentos. O trabalho foi implantando com quatro
repetições numa área total de 1350 m
2
. Cada parcela foi constituída de 36 plantas
de café. Para as avaliações, a parcela útil foi constituída por 8 plantas de café
localizadas no centro de cada parcela. Para as avaliações das pupunheiras dentro
das parcelas úteis do café, as amostras foram constituídas de: tratamento T2= 3
plantas; tratamento T3= 7 plantas; tratamento T4= 9 plantas; e tratamento T5= 21
plantas. Foram avaliadas as seguintes características: altura das plantas (ponto V);
diâmetro do estipe a 20 cm do solo; número de perfilhos por planta e peso do
palmito com 4 bainhas. Concluiu-se que os arranjos espaciais dos espaçamentos
90
das pupunheiras não interferirem nas características de crescimento e produção
dessa cultura.
PALAVRAS-CHAVE: Bactris gasipaes Kunth, consórcio, arborização,
sombreamento, café.
VEGETATIVE GROWTH AND PRODUCTION OF THE PEACH PALM PLANTS
SHADING WITH CONILON COFFEE TREES
ABSTRACT The peach palm plants (Bactris gasipaes Kunth) is a viable alternative
when compared with to the other palm hearts of industrial exploration, because
present more rusticity, perenniality in its exploration and is possible make the first cut
to the 18 months of age, therefore precocity. It being little demanding in fertility and
with petitions of fertilization of production very next to the coffee, makes this palm to
be an important culture for the shading, ally to its fast growth. The experiment was
implanted in the Fazenda Experimental de Bananal do Norte, in an experimental
block-type randomized design, contends five treatments. The witness (T1), formed of
the coffee plantation conilon in monoculture, and the other treatments were with the
conilon coffee intercropped with peach palm plants spaced of 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0
m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4); and 3,0 m x 1,0 m (T5). The coffee was cultivated
in an only spacing of 3,0 m between lines and 1,5 m between plants, in all the
treatments. The work was implanting with four repetitions in a total area of 1350 m
2
.
Each parcel was formed of 36 plants of coffee. For the evaluations, the useful parcel
was constituted by 8 plants located of coffee in the center of each parcel. For the
evaluations of peach palm plants inside of the useful parcels of the coffee, the
samples were constituted by: treatment T2 = 3 plants; treatment T3 = 7 plants;
treatment T4 = 9 plants; treatment; and T5 = 21 plants. The following characteristics
were evaluated: height of the plants (point V); diameter of estipe the 20cm of the
ground; tillers number for plant and weight of the palm hearts with 4 cases. The
reserch shows that the spatial arrangements of the spacing of the peach palm plants
have not intervened in the characteristics of growth and production of this culture.
Key words: Bactris gasipaes Kunth, intercropping, arborization, hatching, coffee.
1 INTRODUÇÃO
A pupunha ou pupunheira (Bactris. gasipaes Kunth) é uma palmeira perene
originária da região tropical das Américas, podendo chegar a 20 metros de altura
(MORO, 1996). Tradicionalmente é usada para produção de frutos nutritivos e de
sabor agradável, consumido depois de cozidos em água e sal. A exploração
comercial está aumentando por poder ser cultivada em espaçamentos mais
adensados, abrangendo assim grandes áreas com bom perfilhamento e precocidade
para o primeiro corte em relação a outras palmeiras produtoras de palmito como a
juçara (Euterpe edulis) e ao açaizeiro (Euterpe oleracea) (BONACCINI, 1997).
As experimentações com palmeiras visando à produção de palmito são
diferentes das destinadas à produção de frutos. Devido à colheita periódica e
constante, as plantas apresentam-se em permanente estádio vegetativo (CLEMENT,
2000) e a velocidade com que a fitomassa cresce após cada colheita torna-se um
indicador da produtividade e da vida econômica do cultivo. Variáveis relacionadas ao
crescimento e a precocidade da planta são fundamentais, visto que o produto,
palmito, nada mais é do que um conjunto de folhas imaturas, envoltas pelas bainhas
das folhas mais velhas (FERREIRA et al., 1976).
O palmito, extremidade superior do estipe da palmeira, é constituído,
basicamente, pelo meristema apical e um número variável de folhas internas ainda
não plenamente desenvolvidas e imbricadas, sendo envolto e protegido pela bainha
das folhas adultas mais externas (MORO, 1996).
O palmito é uma iguaria do Brasil, que responde por cerca de 85% da
produção mundial, não dominando, contudo, as exportações. A principal causa da
perda desta liderança é a falta de qualidade do produto brasileiro. As exportações
brasileiras já foram da ordem de US$ 40 milhões, situando-se hoje em cerca de US$
7 a US$ 8 milhões anuais.
O palmito era pouco explorado devido à grande quantidade de espinhos no
estipe. Esse era o principal entrave para a sua exploração racional e econômica.
Contudo, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) descobriu uma
população sem espinhos na Amazônia Peruana e repassou suas sementes a várias
instituições, dando origem a diversos plantios em todo o País.
93
É uma palmeira muito utilizada na Região Amazônica, e que, devido ao seu
grande potencial, vem sendo difundida em vários Estados do Brasil dentre eles o do
Acre, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, entre outros.
A pupunheira é obtida a partir de semente. A muda é formada em viveiro e é
plantado no campo a pleno sol. Para iniciar o cultivo, as sementes devem ser
adquiridas de fornecedores que garantam pelo menos 70% de germinação. Dessas,
admite-se que até 6% gerem plantas com espinhos. As mudas com espinhos, as
sementes atacadas por fungos ou insetos e aquelas que não germinaram em até
120 dias após a semeadura devem ser descartadas. De um quilo, com
aproximadamente 340 sementes, podem-se formar, no mínimo, 200 mudas sem
espinhos (BOVI, 1998).
Por ser originária de região com clima equatorial e solo predominantemente
de textura arenosa, e principalmente pelo fato de estar sendo explorada
crescentemente em territórios longe de seu centro de origem, se fazem necessários
estudos para definir e observar a adaptação dessas plantas aos novos locais de
cultivo (BORDIN et al., 2006).
O palmito da pupunheira apresenta a grande vantagem de não escurecer
rapidamente após o corte, o que é comum na maioria das palmeiras usadas para
palmito, inclusive o açaizeiro (E. oleracea) e a juçara (E. edulis). Isso facilita o
processamento e permite desenvolver outras formas de comercialização do produto
(VIANNA NETO et al.,1998). O consumo “in natura” do palmito deve ser incentivado
e estudos estão sendo realizados para aumentar a duração s-colheita. No
entanto, como todo produto vegetal, é perecível e deve ser processado ou
consumido em um prazo ximo de 4 a 7 dias após a colheita. O palmito da
pupunheira é de coloração mais amarelada que o da juçara e do açaizeiro e possui
um sabor mais doce (VIANNA NETO et al.,1998).
A estimativa da fitomassa rea da pupunheira por meio de relações
alométricas tem aplicações teóricas e práticas, permitindo estimar de forma precisa
por meio de equações simples a altura da haste principal, sendo essencial em
estudos de fisiologia de crescimento, bem como para identificar respostas e predizer
produção (VEGA et al., 2004). Ainda segundo os autores a contribuição dos perfilhos
para a fitomassa aérea total é pequena e pode ser desprezada.
É importante salientar a rusticidade (BOVI, 1998). Não é muito exigente em
solos, mas se desenvolve melhor com a adubação (BOVI et al., 2002). Precisa de
94
água para crescer, porém, não tolera encharcamento. Climas quentes, úmidos e
precipitação pluviométrica bem distribuída, ou seja, acima de 1.600 milímetros por
ano. Racionalidade no cultivo, possibilidade de colheita em quase todos os meses
do ano, vigor, rápido crescimento e precocidade em produzir o primeiro corte
acontece a partir de 18 meses do plantio (YUYAMA & SILVA, 2003), são
características importantes na pupunheira. Perfilhamento, ou seja, a planta forma
touceira como a bananeira e os filhotes crescem permitindo produção permanente
após o primeiro corte. Isso não acontece com a espécie juçara, pois, ao se retirar o
palmito, mata-se a planta (MORO, 1996).
As partes apicais, de onde se extrai o palmito, são macias e de sabor suave.
Chama-se palmito a parte cilíndrica, localizada na parte superior do estipe,
representada pelo conjunto de bainhas das folhas, em cujo centro se encontra a
parte comestível (VIANNA NETO et al.,1998).
O ideal é que a pupunheira seja cultivada em regiões de até 800 metros de
altitude, quando terá crescimento normal. A temperatura média ideal é igual ou maior
a 22 ºC. A pupunheira não suporta geada quando as plantas estão jovens, com 20 a
50 centímetros. Não se recomenda capina manual ou mecânica, pois as raízes
dessa palmeira são muito superficiais. Por esse motivo, a pupunheira é muito
afetada pela competição com as ervas daninhas, principalmente gramíneas
(BORDIN et al., 2006).
No Brasil, a colheita do palmito é feita entre 18 e 36 meses do plantio,
dependendo do solo, clima, espaçamento e adubação. Aos 18 meses o palmito de
primeira terá entre 120 a 300 gramas de peso. Aos três anos podem-se colher
plantas com até 500 gramas de palmito (BOVI, 1998). Não é recomendável colher-se
em idades superiores a essa, pois o maior diâmetro do palmito terá problemas na
industrialização. Em condições normais, planta em primeiro corte alcançam esse
diâmetro quando a haste principal está entre 160 e 180 cm de altura. Nos cortes
subseqüentes, o diâmetro de corte será alcançado quando a haste do perfilho a ser
colhido tiver entre 180 a 210 cm de altura. A produtividade dia por hectare é de
8.5 mil hastes/ano, podendo superar 10 mil hastes/ha/ano, de acordo ao manejo
realizado (MORO, 1996).
Segundo Moro (1996), para se obter o máximo com palmito cultivado é
necessário que se observe o ponto exato para ser realizado o corte. Segundo o
autor, a partir de certo ponto, o peso líquido do palmito aumenta bem menos do que
95
sua altura e o peso total da planta. Esse é o ponto ideal de corte para o agricultor e
corresponde a plantas com altura ao redor de 1,5 m, medido do solo até a inserção
da primeira folha aberta logo baixo da folha mais nova, ainda fechada (ponto V) a
relação ideal entre o peso líquido do palmito com o peso total da planta e sua altura.
Há de se observar que esse corte é realizado para palmitos com finalidade industrial,
onde o agricultor vende uma peça de palmito e a indústria vai pagar por ela em
função da rentabilidade industrial.
O corte do palmito pode ser feito durante o ano todo, porém deve-se evitá-lo
na época seca porque 90% dos constituintes do palmito é representado pela água e,
neste período, ele terá, conseqüentemente, menor peso. Irrigação antes da colheita
(2 a 5 dias antes do corte) aumenta a produção e diminui a cor amarelada do
produto final. A periodicidade de colheita por planta é também bastante variável. Nas
condições e para o tipo de palmito de maior aceitação entre nós (acima de 2,5 cm de
diâmetro), colhe-se um palmito na mesma touceira a cada 8 meses. O palmito sai do
campo quase limpo, medindo 60 a 70 cm de comprimento e com apenas 2 a 4
bainhas extras a serem posteriormente descartadas. A perda de água do palmito
após a colheita é grande, chegando até 10% por dia (BOVI, 1998).
Constata-se também que em regiões com pouca umidade a bainha interna é
curta, portanto menor será o rendimento em palmito (seja em peso, seja em volume),
porque o comprimento da bainha mais interna é que determina o número de toletes
a serem obtidos. Normalmente, são esperados de 3 a 5 toletes de 9 cm de
comprimento por palmito (VIANNA NETO et al.,1998).
A produção é muito influenciada por deficiência hídrica (BOVI, 1998;
MIRANDA, LIMA & MARTINS, 1998), densidade e adubação (BOVI, 1999;
YUYAMA, 1997).
Todo material descartado (limbos + bainhas foliares e porção não
aproveitável do estipe), deve ficar no local para reciclagem (Tabela 1). Em climas
quentes e úmidos ou em cultivo sob irrigação, a decomposição completa desse
descarte não leva mais do que 3 a 4 meses (VIANNA NETO et al.,1998).
96
Tabela 1 Conteúdo dio de matéria verde (t ha
-1
) e matéria seca (t ha
-1
) na
produção de palmito de pupunheira
Parte da Planta Matéria Verde (t ha
-1
) Matéria Seca (t ha
-1
)
Folhagem 39,80 15,10
Cascas 21,70 4,40
Palmito Bruto 12.60 1,76
- cascas 7,90 1,25
- subprodutos 2,90 0,30
- palmito 1,80 0,21
Fonte: Moro (1996).
Nota: Adaptado pelo autor.
Objetivou-se, no trabalho, avaliar o crescimento vegetativo e a produção da
pupunheira em diferentes espaçamentos como cultura sombreadora do café conilon
e avaliar o manejo para o número de perfilhos como cultura consorte.
97
2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em um experimento de café conilon consorciado com
palmito pupunheira na Fazenda Experimental de Bananal do Norte pertencente ao
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER),
localizada no distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim ES,
latitude 20º 45’ Sul, longitude 41º 47’ Oeste e altitude de 146 m.
O experimento foi instalado em junho de 1998, contendo nove clones de
cafeeiros EMCAPA 8131 (Coffea canephora Pierre ex Froenher var. Kouillou),
cultivados a pleno sol e arborizados com pupunheira (B. gasipaes Kunth), um
palmito sem espinhos, plantadas nas entrelinhas do café, em espaçamentos
variáveis. O café está cultivado em um único espaçamento de 3,0 m entre linhas e
1,5 m entre plantas, em todos os tratamentos.
O delineamento experimental é em blocos casualizados, contendo quatro
tratamentos com o café conilon arborizado com a pupunheira em espaçamentos de
6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x 1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4) e 3,0 m x 1,0 m (T5). Não
fez parte desta avaliação o tratamento T1, pois se refere ao café em monocultivo. Os
resultados foram obtidos na segunda quinzena de julho do ano de 2006. Importante
salientar, que o experimento não é irrigado.
Foram avaliadas todas as plantas que estavam dentro das parcelas úteis. A
exceção ficou para os tratamentos T4 e T5, onde as pupunheiras adjacentes
estavam influenciando no sombreamento do café.
As características avaliadas foram: altura da planta (ponto V); diâmetro do
estipe a 20 cm do solo, que foram medidos diretamente com uso de régua de
madeira e trena metálica de 5,0 m; número de perfilhos contados diretamente; e
peso do palmito com 4 bainhas que foram pesados individualmente. Para tal, foram
colhidas 20 plantas de maneira que atendessem a um diâmetro mínimo de 0,15 m e
uma altura do ponto V mínimo de 2,0 m, uma vez que as plantas vinham sofrendo
cortes e possuíam idade de cultivo de 8 anos. O palmito produzido na área do
experimento é comercializado por peça de palmito com 4 bainhas.
Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e, quando
significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, utilizando o software estatístico SAEG (Sistema para Análises
98
Estatísticas da Universidade Federal de Viçosa - UFV), versão 9.0 (EUCLYDES,
2004).
99
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias dos resultados das características de crescimento vegetativo e
produtivo da pupunheira encontram-se na Tabela 2.
Tabela 2 - Médias das características do crescimento vegetativo e do produtivo para
pupunheira como planta sombreadora de café conilon: altura da planta
no ponto V (ALTPV), diâmetro do estipe a 20 cm do solo (DIAM), número
de perfilhos (NPERF) e peso do palmito de 4 bainhas (PESO) em função
dos tratamentos: T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0
m; T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
Tratamentos
Características
T2 T3 T4 T5
ALTPV (cm) 224,83 212,75 223,58 226,67
DIAM (cm) 34,99 35,74 35,08 35,59
NPERF (nº) 6,67 4,58 5,50 5,33
PESO (Kg) 4,53 4,33 3,44 3,61
Com relação aos valores médios da altura no ponto V (ALTPV), tomado em
plantas de pupunheira por planta da parcela útil, não diferenças entre os
tratamentos em nível de 5% de significância pelo teste de Tukey (Figura 1). A
amplitude de variação é de 212,75 cm para o tratamento T3, com menor altura no
ponto “V” a 226,67 cm para o tratamento T5, com maior média para altura no ponto
“V”. Pelos resultados obtidos é possível concluir que a altura da pupunheira para o
corte não apresenta diferenças significativas entre os tratamentos e que o
espaçamento não interfere no crescimento.
100
a
a
a
a
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
ALTPV (cm)
Figura 1 Valores médios da altura no ponto V (ALTPV cm) de pupunheira em
função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0 m; T3= 6,0 x 1,0 m; T4= 3,0 x 2,0
m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
No que se refere aos valores médios do diâmetro, medido a 20 cm do solo,
(DIAM), tomado em plantas de pupunheira da parcela útil, não apresenta diferenças
entre os tratamentos em nível de 5% de significância pelo teste de Tukey (Figura 2).
Ressalta-se que o diâmetro da base está altamente correlacionado com o peso de
palmito (BOVI et al., 1992; 1993). A amplitude de variação é de 34,99 cm para o
tratamento T2, com menor diâmetro do estipe a 35,59 cm para o tratamento T5, com
maior média para diâmetro do estipe. Pelos resultados obtidos é possível concluir
que para o diâmetro do estipe, não diferenças significativas entre os tratamentos.
Portanto, o espaçamento não é limitante para esta característica, indicando que as
plantas estavam dentro dos padrões exigidos e das características desejáveis para o
corte.
a
a
a
a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
DIAM (cm)
Figura 2 – Valores médios do diâmetro (DIAM - cm) do estipe de pupunheira medido
em função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0 m; T3= 6,0 x 1,0 m; T4= 3,0 x
2,0 m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
101
Com relação aos valores médios do número de perfilhos (NPERF), tomado
em plantas de pupunheira nas parcelas úteis, não apresentam diferenças entre os
tratamentos em nível de 5% de significância pelo teste de Tukey (Figura 3). A
amplitude de variação é de 4,58 para o tratamento T3, com menor média para
número de perfilhos a 6,67 para o tratamento T2, com maior média para número de
perfilhos. O número de perfilhos por planta ao longo do ciclo da cultura é
fundamental, pois avalia a capacidade de regeneração da planta, sendo ainda muito
afetado pela densidade do plantio (MOREIRA GOMES & ARKCOLL, 1988).
Portanto, o espaçamento não é limitante para o número de perfilhos e mostra o
quanto às plantas mães m o potencial de regeneração para as colheitas futuras.
Sugere-se que o manejo de perfilhos seja efetuado, deixando três perfilhos de cada
planta mãe ao mesmo tempo.
a
a
a
a
0
2
4
6
8
T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
NPERF (nº)
Figura 3 Valores médios do número de perfilhos (NPERF nº) de pupunheira
obtidos em função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0 m; T3= 6,0 x 1,0 m;
T4= 3,0 x 2,0 m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Quanto aos valores médios do peso de palmito (PESO) com 4 bainhas,
tomados em plantas de pupunheira nas parcelas úteis, não apresentam diferenças
entre os tratamentos em nível de 5% de significância pelo teste de Tukey (Figura 4).
A amplitude de variação é de 3,44 kg para o tratamento T4, com menor média de
peso para palmito com 4 bainhas a 4,53 kg para o tratamento T2, com maior média
para peso de palmito com 4 bainhas. Portanto, o espaçamento não é limitante para a
característica avaliada.
102
a
a
a
a
0
1
2
3
4
5
T2 T3 T4 T5
TRATAMENTO
PESO (kg)
Figura 4 Valores médios do peso de palmito (PESO kg) de pupunheira colhida
em função dos tratamentos: T2= 6,0 x 2,0 m; T3= 6,0 x 1,0 m; T4= 3,0 x
2,0 m; e T5= 3,0 x 1,0 m, em Cachoeiro de Itapemirim – ES.
Após a coleta dos dados, constatado que o excesso de sombra estava
prejudicando o desempenho do café, decidiu-se por aumentar a penetração de luz
no experimento. Assim sendo, foi realizado um desbaste nos perfilhos, eliminando-
se o excesso, e uma colheita de plantas de pupunheira já em ponto de corte.
103
4 CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que:
1. as características: altura das plantas (ALTPV); diâmetro do estipe a 20 cm
do solo (DIAM); número de perfilhos por planta (NPERF) e peso do palmito com 4
bainhas (PESO) não são afetadas significativamente pelo arranjo espacial do
espaçamento.
104
5 REFERÊNCIAS
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6 CAPÍTULO 5
RENTABILIDADE ECONÔMICA COMPARATIVA DE CUSTOS VARIÁVEIS DO
SISTEMA CAFÉ CONILON EM SOMBREAMENTO COM PUPUNHEIRA
RESUMO - A análise econômica do sistema arborizado do café (Coffea canephora
Pierre ex Froenher) com a pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) busca avaliar o
incremento econômico proporcionado pelo cultivo da pupunheira. A arborização
provoca um decréscimo da produção do café quando o sombreamento é muito
denso. Por outro lado é apontado pelos trabalhos de pesquisa que o sombreamento
reduz sensivelmente as variações bienais do café, mantendo a estabilidade da
produção, a biodiversidade e a conservação de recursos. Assim, a busca de outros
produtos para o sombreamento com o cultivo de café pode gerar benefícios diretos e
indiretos ao ambiente de cultivo. Este estudo procurou identificar o ganho econômico
por se optar pelo uso do sombreamento do cafezal. O experimento foi implantado
em junho de 1998 na Fazenda Experimental de Bananal do Norte INCAPER,
Cachoeiro de Itapemirim - ES, num delineamento experimental em blocos
casualizados, contendo cinco tratamentos e quatro repetições. A testemunha (T1) foi
constituída pelo café conilon em monocultivo. Os demais tratamentos foram com o
café conilon arborizado com pupunheiras espaçadas de 6,0 m x 2,0 m (T2); 6,0 m x
1,0 m (T3); 3,0 m x 2,0 m (T4); e 3,0 m x 1,0 m (T5). O café foi cultivado em um
único espaçamento de 3,0 m entre linhas e 1,5 m entre plantas, em todos os
tratamentos. O trabalho está implantando com quatro repetições numa área total de
1350 m
2
. Cada parcela foi constituída de 36 plantas de café. Para as avaliações, a
parcela útil foi composta por 8 plantas de café localizadas no centro de cada parcela.
No caso da pupunheira, foram avaliadas todas as plantas que estavam dentro das
parcelas úteis. A exceção ficou para os tratamentos T4 e T5, onde as pupunheiras
107
adjacentes influenciaram no sombreamento do café nas parcelas úteis. Conclui-se
que a cultura da pupunheira traz um incremento econômico da ordem de 235,57%;
178,95%; 201,10%; e 272,84%, respectivamente para os tratamentos T2; T3; T4; e
T5 quando comparados ao tratamento T1(testemunha).
PALAVRAS-CHAVE: Coffea canephora, valor agregado, pupunheira,
sombreamento.
ECONOMIC PROFITY COMPARATIVE OF VARIABLE COSTS OF CONILON
COFFEE SHADED BY PEACH PALM PLANTS
ABSTRACT - The economical analysis of the coffee arboreous system (Coffea
canephora Pierre ex Froenher) with the peach palm plants (Bactris gasipaes Kunth)
looks for to evaluate the economic increment proportionated by the culture of peach
palm plants. The arborization provokes a decrease of the coffee production. On the
other hand, it is pointed by the research works that the shading sensitively reduces
the coffee biennial variations, keeping the production stability, the biodiversity and
the resources conservation. Thus, the search about products intercropped with
conilon coffee crop can generate benefits. This study looked for to identify the
economic profit over conilon coffe cropped under shading. The experiment was
implanted in the Fazenda Experimental de Bananal do Norte, in an experimental
block-type randomized design, contends five treatments. The witness (T1) was
formed by the coffee conilon in monoculture. The other treatments were with conilon
coffee intercropped with peach palm plants spaced of 6,0 m x 2,0 m (T2), 6,0 m x 1,0
m (T3), 3,0 m x 2,0 m (T4) and 3,0 m x 1,0 m (T5). The coffee was cultivated in an
only space of 3,0 m between lines and 1,5 m between plants, in all the treatments.
The work was implanted with four repetitions in a total area of 1350 m
2
. Each parcel
was formed by 36 coffee plants. For the evaluations, the useful parcel was composed
by 8 coffee plants located in the center of each parcel. In the peach palm plants case
all the plants inside of the useful parcels were evaluated. The exception was for the
treatments T4 and T5 in which the adjacent peach palm plants had influenced in the
coffee shading. The research shows that the culture of the peach palm plants brings
a economic increment in order of 235,57%, 178,92%, 201,07% and 272,81%,
respectively, for the treatments T2, T3, T4 and T5 when compared with treatment T1.
Key words: Coffea canephora, aggregate value, peach palm plants, shading.
1 INTRODUÇÃO
A implementação do modelo de modernização da agricultura brasileira
contribui, significativamente, na expansão da fronteira agrícola e aumento da
produção e da produtividade da agricultura.
A sociedade brasileira, cada vez mais necessita de soluções que permitam a
expansão da produção agropecuária. Para Rodigheri (1997), esse foco deve ser
aliado à preservação ambiental, além de alternativas de emprego e renda,
particularmente, para os pequenos e médios proprietários rurais. Diante de tal
cenário, torna-se importante adotar medidas que assegurem o aumento da oferta de
produtos agropecuários.
Praticamente toda decisão implica em custos. Esses permitem selecionar as
melhores decisões para ajustar aos objetivos que se deseja. Portanto, são os custos
que permitem a tomada de decisão em relação ao volume de produção.
Estudos específicos de viabilidade econômica de investimento em sistema
sombreado, como alternativa para diversificação da produção, renda e recuperação
ambiental em regiões onde se pratica a agricultura tropical, têm sido cada vez mais
necessários. Tal fato comprova-se pela condição do ambiente do sombreamento em
relação à atenuação de fatores importantes, dentre os quais os climáticos extremos
que prejudicam o desenvolvimento das culturas.
A diversificação de cultivos mediante os sistemas exploratórios conjuntos de
duas espécies é uma fonte estratégica de produção de alimentos diante do
monocultivo, podendo desta forma aproveitar a mão-de-obra para as práticas
culturais e produção numa mesma área. Embora esses também estejam suscetíveis
às variações do desempenho das culturas selecionadas, assim como as flutuações
de preços do mercado, que têm se mostrado instável, nos últimos tempos, além de
outros fatores como os tecnológicos e os econômicos.
Outra realidade é que grande parte dos pequenos produtores rurais com
pouca renda para sua sobrevivência no meio rural, necessita de alternativas de
aumento de emprego e renda na propriedade. Nesses casos, o produtor pode usar
suas terras com plantio de culturas que possibilitam colheitas em várias épocas do
ano, mantendo cultivos simultâneos.
Para Troster & Morcillo (1999), em curto prazo temos dois fatores: os
variáveis, cuja quantidade pode variar para produzir maior ou menor volume de
110
mercadoria, e os fixos, cuja quantidade não se pode alterar sem um custo elevado.
Como conseqüência disso, em curto prazo haverá dois tipos de custos: os variáveis
e os fixos. Portanto os custos variáveis dependem da quantidade empregada dos
fatores variáveis, ou seja, do volume da produção.
Os custos variáveis são os custos de utilização dos fatores variáveis de
produção, que, no caso, são trabalho e matéria-prima.
Apesar da concordância que os sistemas de explorações mistas apresentam
vantagens ecológicas e podem reduzir os riscos de investimentos em uma
cultura, constata-se que estes representam uma atividade complexa, com tantos
riscos e incertezas como outra atividade agrícola.
As análises financeiras confirmam que as associações de cultivos arbóreos e
perenes proporcionam uma rápida recuperação do capital investido (BENTES-GAMA
et al., 2005), com geração de renda imediata nos primeiros anos pela
comercialização de culturas agrícolas de ciclo mais curto.
A análise da produção combinada das duas culturas é importante. Essas
análises são mais complicadas, porque estão envolvidas culturas cujas produções
são difíceis de serem combinadas, uma vez que diferem em produtividade e
apresentam variações na relação de preços (RAMALHO; OLIVEIRA & GARCIA,
1983).
Em trabalhos na Costa Rica, Hernandes, Beer & Von Platen (1997), citados
por Lunz (2006), concluíram que o uso de sombra seria a melhor alternativa para
pequenos agricultores da região com limitada capacidade de investimentos e mão-
de-obra familiar. A afirmativa baseia-se no fato de que em ambientes arborizados há
uma menor exigência em insumos e maior aproveitamento das atividades de
manejo.
Moro (2000) concluiu que entre 4000 e 5000 plantas por hectare,
independentemente do espaçamento utilizado, praticamente não uma diferença
significativa entre os números de palmitos colhidos e a renda líquida por hectare.
Este trabalho considerou os custos variáveis na produção equivalente através
de uma avaliação econômica pontual, utilizando-se a relação de preços entre as
culturas. A escolha baseou-se na vantagem desse processo não exigir os
respectivos monocultivos.
111
Moro (2000), em experimento conduzido com finalidade de produção
industrial de palmito de pupunheira em monocultivo, avaliou a rentabilidade em
função de diferentes espaçamentos e produtividade (Tabela 1).
Tabela 1 Relação entre espaçamentos, produtividade, custo e lucro no cultivo da
pupunheira para produção de palmito
Espaçamen
to
(m)
Plantas
ha
-1
Palmitos
Colhidos
Custo Variável
(R$)
Renda Bruta
(R$)
Líquido R$
ha
-1
1,5 x 1,0 6667 14.814 1510,00 5.925,00 4.415,00
2,0 x 1,0 5000 13.853 1265,00 5.541,00 4.276,00
1,5 x 1,25 5333 13.714 1302,00 5.485,00 4.183,00
2,0 x 1,25 4000 13.069 1081,00 5.227,00 4.146,00
1,5 x 1,5 4444 13.549 1182,00 5.419,00 4.237,00
2,0 x 1,5 3333 12.349 1000,00 4.939,00 3.939,00
1,5 x 1,75 3810 12.309 1059,00 4.923,00 3.864,00
2,0 x 1,75 2857 11.309 901,00 4.523,00 3.622,00
Fonte: MORO (2000).
Nota: Dados adaptados pelo autor.
Tomando como referência esses aspectos, objetivou-se neste trabalho avaliar
o incremento da rentabilidade econômica agregada pela pupunheira, quando
utilizada como cultura sombreadora do café conilon.
112
2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em um experimento de café conilon consorciado com
palmito pupunheira na Fazenda Experimental de Bananal do Norte pertencente ao
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER),
localizada no distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim ES,
latitude 20º 45’ Sul, longitude 41º 47’ Oeste e altitude de 146 m.
O experimento foi instalado em junho de 1998, contendo nove clones de
cafeeiros EMCAPA 8131 (C. canephora Pierre ex Froenher var. conilon), cultivados
a pleno sol e arborizados com pupunheira (B. gasipaes Kunth), um palmito sem
espinhos, plantadas nas entrelinhas do café, em espaçamentos variáveis. O ca
está cultivado em um único espaçamento, de 3,0 m entre linhas e 1,5 m entre
plantas, em todos os tratamentos, num delineamento experimental em blocos
casualizados, contendo cinco tratamentos e quatro repetições. A testemunha (T1) foi
constituída pelo plantio de café conilon em monocultivo. Os demais tratamentos
foram: com o café conilon arborizado com pupunheiras espaçadas de 6,0 m x 2,0 m
(T2) com 833 plantas ha
-1
; 6,0 m x 1,0 m (T3) com 1666 plantas ha
-1
; 3,0 m x 2,0 m
(T4) com 1666 plantas ha
-1
; e 3,0 m x 1,0 m com 3333 plantas ha
-1
(T5).
Considerou-se a produção de 80% das plantas de palmito para o corte que
fez parte da avaliação (MORO, 2000).
Para o ca foi avaliada a produtividade total das parcelas. Uma amostra
aleatória representativa de 2,0 litros foi retirada da produção de cada parcela,
secada em terreiro suspenso, beneficiada e classificada, sendo os dados
extrapolados para 1 ha.
No caso da pupunheira, foram avaliadas todas as plantas que estavam dentro
das parcelas úteis. A exceção ficou para os tratamentos T4 e T5, onde as
pupunheiras adjacentes estavam influenciando no sombreamento do café, neste
caso fizeram parte das avaliações. As características avaliadas foram: altura da
planta (ponto V), diâmetro do estipe a 20 cm do solo, que foram medidos
diretamente com uso de régua de madeira e trena metálica de 5,0 m; número de
perfilhos contados diretamente e peso do palmito com 4 bainhas que foram pesados
individualmente. Para tal, foram colhidas 20 plantas de maneira que atendessem a
um diâmetro mínimo de 0,15 m e uma altura do ponto V mínimo de 2,0 m, uma vez
que as plantas vinham sofrendo cortes e possuíam idade de cultivo de 8 anos. O
113
palmito produzido na área do experimento é comercializado por peça de palmito com
4 bainhas. Os dados foram extrapolados para 1 ha.
Os preços utilizados para compor os custos foram coletados em outubro de
2006. Como fator de indexação, o valor do dólar na época de construção dos custos
foi de R$ 2,13, quando comparado ao valor do real.
2.1 Composição dos custos
Os custos para avaliação financeira deste estudo envolvem os coeficientes de
mão-de-obra, insumos e equipamentos necessários à realização de cada atividade.
Para a pupunheira esses custos estão baseados em estudos realizados por Moro
(2000) nos quais para a formação de 1 ha de pupunheira são necessários
investimentos de R$ 8.153,00 para os dois primeiros anos. É oportuno salientar que
desse custo total, 53,97% equivalem a R$ 4.400,00 que representa o gasto com
aquisição de mudas da pupunheira. Esse custo não fez parte dos cálculos da
planilha para essa cultura por ter 8 anos de cultivo.
No caso do café conilon, os custos foram adaptados de levantamentos para 1
ha de café conilon, realizados pelo INCAPER no ano de 2003, para as condições do
Estado do Espírito Santo em lavouras com utilização de média tecnologia, sem uso
de irrigação, com uma produtividade média de 31 sacas beneficiadas ha
-1
. O custo
de produção por saca de café beneficiado, nessas condições, foi de R$ 81,30. Da
mesma forma que a anterior, não está computado o valor pago por cada muda.
Neste trabalho, a composição de custos para a análise financeira pesou mais
sobre o café, por ser a cultura que demanda mais o-de-obra e insumos que a
pupunheira. que se observar, ainda, que os maiores gastos residem na mão-de-
obra para a cultura do café, tanto para manutenção como a colheita. Como o café é
o que necessita de maior investimento neste item, recaiu sobre ele o maior valor da
mão-de-obra.
114
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas condições do experimento e para os tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5, os
valores obtidos de produção por hectare, tanto em café beneficiado como em hastes
de palmitos pupunheiras para comercialização in natura (Tabela 2), são obtidas das
plantas das parcelas úteis.
Com base nos resultados obtidos nas condições deste experimento para o
café associado à pupunheira como cultura sombreadora, verifica-se que o
incremento econômico propiciado pela cultura da pupunheira é positivo, mesmo com
um decréscimo na produção de café em sacas beneficiadas por hectare para os
tratamentos T3, T4 e T5. Os tratamentos que mais agregaram valor econômico são
T5 e T2, respectivamente.
Observa-se que quando comparada ao monocultivo essa associação reduz a
produção de café de 31,07%, 8,92% e 32,06%, respectivamente para os tratamentos
T3, T4 e T5. O tratamento T2 não apresenta redução na produção do café e sim um
incremento de 80,55%.
Pelos resultados alcançados pela agregação de valor com produção
acessória de palmito, quando comparado os melhores tratamentos T5 e T2, ocorre
uma diferença de incremento na ordem de 37,24% em relação ao primeiro,
mostrando que o tratamento T5 é o que agrega maior valor econômico.
Se o objetivo é melhoria da produtividade do café com agregação de uma
outra renda ao produtor, menor gasto com insumos, facilidade no manejo cultural do
café e menor gasto com mão-de-obra, o tratamento T2 que propicia um incremento
de 80,55% na produtividade do café em relação aos demais é o mais indicado.
O incremento de receita propiciado pela pupunheira quando comparado ao
tratamento testemunha (T1) é de 235,57% para o tratamento T2; 178,95% para o
tratamento T3; 201,10% para o tratamento T4; e de 272,84% para o tratamento T5.
A variação percentual quando comparada ao tratamento testemunha, menor
incremento relativo à receita líquida com aquele que apresenta maior incremento de
receita líquida, é de 172,84%.
Quanto à equivalência em sacas de café beneficiado por hectare, quando
comparado o tratamento testemunha T1, aos demais tratamentos, esta é de: T2
38,32 ; T3 29,11 ; T4 32,71 e T5 44,38 sc, respectivamente.
115
Tabela 2 Composição de receitas, custos variáveis e indicadores de rentabilidade
líquida para café conilon em monocultivo e sombreado com pupunheira
com produção média para 1 ha em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
TRATAMENTOS
Características Produtivas
T1 T2 T3 T4 T5
I – Receita Bruta
1 - Pupunheira
Palmitos Colhidos / parcela 0
666,4
1.332,8
1.332,8
2.666,4
Valor Palmito in natura (R$ und
-1
) 0,00
3,00
3,00
3,00
3,00
Total 1 (R$) 0,00
1.999,20
3.998,40
3.998,40
7.999,20
2 - Café
Produção Média em sc 60 kg 30,38
54,85
20,94
27,67
20,64
Valor da saca 60 Kg (R$) 175,00
175,00
175,00
175,00
175,00
Total 2 (R$) 5.316,50
9.598,75
3.664,50
4.842,25
3.612,00
II - Total de Receita (1+2)
5.316,50
11.597,95
7.662,90
8.840,65
11.611,20
III - Despesas Custeio
1 - Pupunheira 0,00
432,90
866,45
866,45
2.166,45
2 - Café 2.469,82
4.459,17
1.702,37
2.249,50
1.677,98
IV - Total Custeio (R$)
2.469,82
4.892,07
2.568,82
3.115,95
3.844,43
V – Receita Líquida (R$)
1 - Pupunheira 0,00
1.566,30
3.131,95
3.131,95
5.832,75
2 - Café 2.846,68
5.139,77
1.961,27
2.592,06
1.933,40
3 - Total Receita Líquida (R$) 2.846,68
6.705,88
5.094,08
5.724,70
7.766,77
VI – Indicadores de Rentabilidade Líquida
1 - Incremento Relativo Receita (%)
100,00
235,57
178,95
201,10
272,84
2 - Equivalência em sc 60 Kg café 16,27
38,32
29,11
32,71
44,38
Os resultados da primeira avaliação deste experimento, relatados por
Marques (2000), em 27/07/1999, concluiu que o incremento de produção do T2 foi
de 14,36%, quando comparado com o tratamento testemunha. Portanto, o
tratamento T2, apresentava um incremento de produção, quando comparada ao
tratamento testemunha (T1). Pelos dados históricos do experimento nas safras
seguintes, apontam a produtividade do tratamento T2 como superior aos demais.
116
É importante que esta análise seja mais abrangente, levando em
consideração principalmente o menor gasto com insumos, facilidade no manejo
cultural do café, menor gasto com mão-de-obra, mercado consumidor, buscando
aliar a finalidade da exploração, os critérios de sustentabilidade do sistema de
consorciação, o valor agregado ao produto final do café, a melhoria das condições
climáticas no ambiente do café sombreado e a ciclagem de nutrientes, para que se
defina o melhor espaçamento a ser adotado.
117
4 CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que:
1. os percentuais de valores agregados são de 235,57%; 178,95%; 201,10%
e 272,84%, respectivamente para os tratamentos sombreados T2, T3, T4 e T5,
quando comparada ao tratamento testemunha T1;
2. o tratamento T2 é o mais indicado considerando apenas a produtividade de
café, pois incrementa 80,55% na produção do café;
3. comparado o tratamento T1(monocultivo), a associação com a pupunheira
reduz a produção de café de 31,07%, 8,92% e 32,06%, respectivamente para os
tratamentos T3, T4 e T5;
4. a produção equivalente da renda líquida, em sacas de café beneficiado
quando comparado o tratamento T1 (16,26 sc ha
-1
) em relação aos demais
tratamentos é de: T2, 38,32 sc ha
-1
; T3, 29,10 sc ha
-1
; T4, 32,70sc ha
-1
e T5, 44,37
sc ha
-1
;
5. o tratamento T5 é o que apresenta maior valor agregado com a produção
acessória de palmito, com 272,84%.
118
5 REFERÊNCIAS
BENTES-GAMA, M. M. ;SILVA, M. L. da; VILCAHUAMÁN, L. J. M.; LOCATELLI, M.
Análise econômica de sistemas agroflorestais na Amazônia Ocidental, Machadinho
D’Oeste – RO. Revista Árvore, Viçosa, v.29, n.3, 2005. p.401-411.
LUNZ, A. M. P.Crescimento e produtividade do cafeeiro sombreado e a pleno
sol. 2006. 94f. Tese (Doutorado em Agronomia)- Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba,2006.
MARQUES, P. C. Utilização de Palmáceas Produtoras de Palmito, para
Sombreamento de Café Conilon, no Estado do Espírito Santo. In: SIMPÓSIO DE
PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL. Poços de Caldas-MG. Resumos
Expandidos.Brasília: Embrapa Café; MINASPLAN, v.2. 2000.p.1072-1073.
MORO, J.R. A Cultura da pupunheira para produção de palmito. Manual Técnico.
UNESP/ Campus de Jaboticabal.2000. 10p.
RAMALHO, M. A. P.; OLIVEIRA A. C. ; GARCIA, J. C. Recomendações para o
planejamento e análises de experimentos com culturas de milho e feijão
consorciadas. EMBRAPA / CNPMS, Sete Lagoas, Documentos n.2, 2005. 73p.
RODIGHERI, H. R. Rentabilidade econômica comparativa entre plantios
florestais e sistemas agroflorestais com erva-mate, eucalipto e pinus e as
culturas do feijão, milho, soja e trigo. Colombo: EMBRAPA –CNPF, 1997. 36p.
TROSTER, R. L.; MORCILLO, F. M. Introdução à economia.São Paulo: Makron
Bookc, 1999. p. 97-110.
119
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cafeeiro arábico é considerado uma planta adaptada ao sombreamento
devido a sua origem, sendo o quarto extrato da mata nativa na Etiópia,
conseqüentemente, seu cultivo em consórcio sombreado é possível. Sua origem em
sub-bosques é bem conhecida e esta situação é referência para seu cultivo na
maioria dos países produtores de café.
O cafeeiro conilon tem sua origem na Bacia do Congo Belga, uma região de
baixas altitudes. Tal situação é muito próxima às regiões do Estado do Espírito
Santo, com altitude não superior a 400 m, onde o café conilon encontra sua maior
área de distribuição.
controvérsias sobre a adoção do sombreamento em termos de manejo e
do seu efeito sobre o cafeeiro conilon. Tal fato resulta da polêmica que nas áreas de
produção o sombreamento é manejado de forma inadequada. Isso nos faz perder
uma oportunidade de otimizar os benefícios trazidos pelo sombreamento, como o
aumento da capacidade de infiltração de água, proteção da seca, ventos frios e
longevidade da cultura, por ser um sistema de produção de baixo impacto,
adequado para promover o café cultivado na sombra de outras plantas pode ser
considerado ecológico, à medida que se observa um aumento do número de
espécies vegetais e animais numa mesma área, em relação ao sistema de cultivo a
pleno sol, o que implica num aumento da biodiversidade, além de abrigar inimigos
naturais de pragas e proteger os cafezais do sol, a conservação da biodiversidade e
a opção de agregar valor financeiro com outros produtos na mesma área de cultivo.
Por outro lado, também, a queda das folhas dessas árvores produz matéria
orgânica, o que enriquece o solo e permite ao produtor uma oportunidade de
menores gastos com insumos e aproveitamento da mão-de-obra familiar.
120
Vê-se o surgimento de iniciativas para implantação de agroindústrias de
transformação como uma base do potencial produtivo das pequenas propriedades
rurais, e neste ponto, a utilização de mais de uma cultura por área traria maior
capacidade produtiva.
Este trabalho mostra que o sombreamento traz incremento financeiro à
receita líquida do projeto. O produtor que adotar esta prática, principalmente no
espaçamento com pupunheira em 6,0 x 2,0 m, poderá agregar maior produtividade
ao produto de maior valor comercial, o café. Contribuirá para aumentar o emprego
de mão-de-obra familiar. Mostra também que o café plantado em condições
adversas (marginais), principalmente com relação ao solo, a água e o
sombreamento contribuirão para melhorar as condições internas para as culturas.
Atender às necessidades do produtor e da propriedade faz com que a prática
do sombreamento possa ser empregada em outros trabalhos e futuras pesquisas,
buscando aprimorar seu potencial de benefícios e, sobretudo trabalhos que possam
estudar a luz como fator interveniente em todos os processos químicos e
bioquímicos da planta.
121
ANEXOS
122
ANEXO A Valores médios de variáveis relativas ao crescimento vegetativo do
cafeeiro conilon cultivado a pleno sol e sombreado com pupunheira
unidade, média geral da variável (X), desvio-padrão (s), valor máximo
(Vmax), valor mínimo (Vmin) e coeficiente de variação (CV) em %
Característica Unidade X
s Vmax Vmin CV(%)
CRAPLA cm 57,15 5,97 66,00 49,00 10,44
DIAMPL cm 260,35 32,88 311,00 201,00 12,63
HTPL cm 8,60 1,76 14,00 6,00 20,46
MSF g 1309,14 483,47 2153,36 443,93 36,93
NHPHA 11666,66 1890,43 15555,54 8888,88 16,20
NHTHA 19111,09 3909,30 31111,08 13333,32 20,46
NRAPLA 322,65 72,71 462,00 204,00 22,53
NRPR 5,25 0,85 7,00 4,00 16,20
NRNPR 3,35 1,14 7,00 2,00 33,93
CRAPLA = Comprimento dos ramos plagiotrópicos no terço médio das plantas; DIAMPL =
Diâmetro das plantas considerando a projeção da copa circular; HTPL = Hastes totais por
planta; MSF = Massa seca da folha; NHPHA = Número de hastes por hectare; NHTHA =
Número de hastes totais por hectare; NRAPLA = Número de ramos plagiotrópicos por
planta; NRPR = Número de ramos produtivos; e NRNPR = Número de ramos não
produtivos.
123
ANEXO B Valores das médias das variáveis relativas ao crescimento vegetativo
para as características avaliadas para a cultura do café cultivado com
pupunheira em função dos tratamentos: T1= monocultivo; T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira
3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
TARTAMENTOS
Característica
T1 T2 T3 T4 T5
CRAPLA 54,25 56,5 58,75 59,75 56,5
DIAMPL 281,75 253,50 260,00 269,25 237,25
HTPL 8,25 7,50 9,75 9,25 8,25
NHPHA 11666,66 10555,55 12777,77 11666,66 11666,66
NHTHA 18333,31 16666,65 21666,65 20555,54 18333,32
NRPR 5,25 4,75 5,75 5,25 5,25
NRNPR 3,00 2,75 4,00 4,00 3,00
MSF 1363,08 1389,02 1589,46 1165,16 1039,00
NRAPLA 322,25 312,50 376,50 330,50 271,50
CRAPLA = Comprimento dos ramos plagiotrópicos no terço médio das plantas; DIAMPL =
Diâmetro das plantas considerando a projeção da copa circular; HTPL = Hastes totais por
planta; MSF = Massa seca da folha;NHPHA = Número de hastes por hectare; NHTHA =
Número de hastes totais por hectare; NRAPLA = Número de ramos plagiotrópicos por
planta; NRPR = Número de ramos produtivos; e NRNPR = Número de ramos não
produtivos.
124
ANEXO C Valores médios de variáveis relativas ao crescimento reprodutivo e
qualidade do cafeeiro conilon cultivado a pleno sol e sombreado com
pupunheira unidade, média geral da variável (X), desvio-padrão (s),
valor máximo (Vmax), valor mínimo (Vmin) e coeficiente de variação
(CV) em %
Característica Unidade X s Vmax Vmin CV(%)
CG mm 13,49 0,99 15,89 11,00 7,31
MAD mm 11,38 0,79 13,00 10,00 6,99
MD mm 9,35 0,56 8,38 1,87 6,03
PFCC g 182,47 10,87 198,50 165,00 5,96
PSCOC g 86,81 4,32 95,76 76,63 4,98
PFVER % 27,25 6,23 40,00 10,00 22,85
PFVC % 13,73 4,48 22,50 7,50 32,68
PFS % 6,80 2,14 13,00 3,50 31,41
PFM % 52,15 6,97 71,00 38,50 13,36
REND % 47,63 1,72 50,29 44,74 3,61
VOL ml 171,75 12,70 200,00 150,00 7,39
CG = Comprimento do grão; MAD = Maior diâmetro dos frutos; MD = Menor diâmetro dos
frutos; PFCC = Peso fresco do café colhido; PSCOC = Peso seco do café em coco; PFVER
= Percentagem de frutos verdes; PFVC = Percentagem de frutos verde-cana; PFS =
Percentagem de frutos secos; PFM = Percentagem de frutos maduros (cereja); REND =
Rendimento de café maduro para café em coco; e VOL = Volume total de frutos colhidos.
125
ANEXO D Valores das médias das variáveis relativas ao crescimento reprodutivo e
qualidade de frutos para as características avaliadas para a cultura do
café cultivado com pupunheira em função dos tratamentos: T1=
monocultivo; T2= pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m;
T4= pupunheira 3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
TRATAMENTOS
Característica
T1 T2 T3 T4 T5
PFVER 23,63 30,88 22,88 29,00 29,88
PFVC 11,75 10,88 15,00 15,00 16,00
PFS 7,88 6,75 7,13 5,63 6,63
PFM 56,63 51,25 55,00 50,37 47,50
PFCC 174,38 187,88 183,00 180,88 186,25
PSCOC 83,71 88,23 89,27 86,93 85,92
REND 47,99 47,01 48,88 48,10 46,15
VOL 162,50 176,25 175,00 167,50 177,50
CG 12,72 14,39 13,19 13,61 13,56
MAD 11,55 11,60 10,91 11,42 11,44
MD 9,13 9,55 9,46 9,22 9,38
CG = Comprimento do grão; MAD = Maior diâmetro dos frutos; MD = Menor diâmetro dos
frutos; PFCC = Peso fresco do café colhido; PSCOC = Peso seco do café em coco; PFVER
= Percentagem de frutos verdes; PFVC = Percentagem de frutos verde-cana; PFS =
Percentagem de frutos secos; PFM = Percentagem de frutos maduros (cereja); REND =
Rendimento de café maduro para café em coco; e VOL = Volume total de frutos colhidos.
126
ANEXO E Valores médios das variáveis relativas ao crescimento vegetativo e
produtivo para as características avaliadas para a cultura da
pupunheira cultivada sob café conilon: Característica, Unidade, Média
Geral da variável, Desvio-Padrão (s), Valor Máximo (Vmáximo), Valor
Mínimo (Vmínimo) e coeficiente de variação (CV) em %
Característica Unidade Média s Vmáximo Vmínimo CV(%)
ALTPV cm 221,96 24,48
269,33 170,67 11,03
DIAM cm 35,35 2,08 39,67 31,80 5,88
NPERF 5,53 1,42 8,67 2,67 25,80
PESO g 3,98 0,72 5,47 2,77 18,16
ALTPV = altura da planta do solo ao ponto de inserção na última folha e a folha ainda não
aberta; DIAM = Diâmetro do estipe a 20 cm do solo; NPERF = Número de perfilhos por
planta avaliada; e PESO = Peso do palmito com 4 bainhas.
ANEXO F Valores das dias das variáveis relativas ao crescimento vegetativo e
produtivo para as características avaliadas para a cultura da
pupunheira cultivada sob café conilon em função dos tratamentos: T2=
pupunheira 6,0 x 2,0 m; T3= pupunheira 6,0 x 1,0 m; T4= pupunheira
3,0 x 2,0 m; e T5= pupunheira 3,0 x 1,0 m
TRATAMENTOS
Característica
T2 T3 T4 T5
ALTPV (cm)
224,83 212,75 223,58 226,67
DIAM (cm)
34,99 35,74 35,08 35,59
NPERF (nº)
6,67 4,58 5,50 5,33
PESO (Kg)
4,53 4,33 3,44 3,61
ALTPV = altura da planta do solo ao ponto de inserção na última folha e a folha ainda não
aberta; DIAM = Diâmetro do estipe a 20 cm do solo; NPERF = Número de perfilhos por
planta avaliada; e PESO = Peso do palmito com 4 bainhas.
127
ANEXO G - Dados da primeira análise comparativa, quando da implantação do
experimento com café em monocultivo no espaçamento 3,0 x 1,5 m
(T1) e os demais tratamentos: T2= 6,0 x 2,0 m; T3= 6,0 x 1,0 m; T4=
3,0 x 2,0 m; e T5 = 3,0 x 1,0 m, em sombreamento com pupunheira
Café Palmito
Tratamento
Altura
(cm)
Diâmetro
(cm)
Produção
(g planta
-1
)
Altura
(cm)
Diâmetro
(cm)
Produção
(g planta
-1
)
T1 60 63 1762 x x x
T2 64 61 2015 108 22,8 2050
T3 56 57 1182 124 25,7 2300
T4 58 62 1230 101 21,9 2270
T5 58 63 1462 110 22,2 2470
Fonte: Marques (2000).
Nota: Dados adaptados pelo autor.
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