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Robson – É, na verdade, a gente, assim, eu e o Osvaldo éramos ligados, mais o Osvaldo do que
eu, ao PT, sempre fomos, mas nunca levamos isso para dentro do pré. A gente sempre teve muito
cuidado com esse tipo de coisa. Nós temos amigos mandatários, não é o caso dele, um cara
formidável, uma pessoa ética. Temos outros também, o próprio Eliomar, mas a gente sempre
tomou cuidado para separar bem as coisas, para não, porque o próprio nome diz: partido, ele vai
partir. Partido não é fim, é meio. Pode ter outros, pode ter outros meios, até outros meios de
democracia, democracia indireta, o movimento social, por exemplo. Então, tem que tomar muito
cuidado com isso. Só que os alunos foram saindo, e antes da eleição do Lula começou a surgir um
engajamento, eles sentiram necessidade, alguns alunos fazendo ciências sociais, trabalhando essa
questão, e partiu deles cobrar da gente uma ação política mais séria com relação à políticas
públicas da região para, enfim, combater esse... A gente tem aqui dentro – e aí a gente pode falar
claramente que não está ligado aos grupos estão aqui, mas – nós temos uma politização muito
ruim aqui em Jacarepaguá. Políticos ruins mesmo, políticos que trocam voto por cimento, e a
gente fala em venda de voto e a gente lembra logo do pobre, que ganha um saco de feijão para
votar. Aqui é pior do que isso. Aqui tem gente politizada, consciente que troca seu voto pela luz
do seu condomínio. Condomínio, que é particular, vem o atual presidente da câmara municipal e
consegue através da Rio Luz, vai naquele condomínio, coloca luz da Rio Luz, o condomínio é
fechado, mas tem luz da Rio Luz, não paga mais a luz, aí o orçamento da cidade, o consumo da
Rio Luz está lá em cima. Está comendo boa parte do orçamento. Aí as pessoas votam porque tem
ele como um bom mandatário, porque ele colocou cimento, “colocou asfalto no meu condomínio,
colocou luz no meu condomínio”. Então aqui em Jacarepaguá a gente tem esse problema sério
dentro da política. Então, o clamor da política surgiu com um grito maior dentro do pré em função
das nossas aulas de questionar esse tipo de opção política frente a uma política plural, uma
política de bem comum, uma política de orçamento, de orçamento participativo, coisa que nunca
aconteceu. O Rio de Janeiro, a cidade, o estado não chegou aos pés do que realmente teve em
outras cidades, em governos de esquerda, como em São Paulo, a Erundina, por exemplo, foi um
governo que se assemelhava muito mais aos nossos anseios do movimento social, que teve como
Paulo Freire como secretario de educação, tendo políticas sérias com relação à educação, do que
teve aqui no Rio de Janeiro. Nunca tivemos. Nem na cidade. Quase tivemos em 96, com a
campanha do Chico para prefeito. E aí o pessoal começou a se empolgar com aquilo, começou a
buscar, numa necessidade de “vamos lá, vamos dar mais um passo para dentro da política”, o
pessoal das ciências sociais, e convidou a gente para “por que a gente não monta um núcleo do
PT?”. Aí, o Osvaldo que tem experiência nisso, montou já uns quatro ou cinco núcleos, na época
que ele morava em Oswaldo Cruz, que já montou uns quatro ou cinco núcleos, que ele morava em
Oswaldo Cruz núcleo da Petrobrás ele participa, tivemos essa experiência, fizemos um ano de
reuniões, assim como montamos o pré, com ex-alunos, novos, Paulinho que fez geografia na
PUC, você deve conhecer, um gordão, que foi coordenador também do Rio das pedras, professor
também, Mario _____, que também faz ciências sociais na PUC, mais o Alair, que foi, inclusive é
ex-aluno nosso, foi presidente da associação de moradores enquanto deixaram ser, numa ______,
a corrupção estava tão grande que a associação de moradores lançou como candidato, o grupo
mandante da política local permitiu que ele fosse – moralizar um pouquinho, porque até os caras
estavam querendo um pouquinho de moralidade no negócio. Eu achei isso legal. Ele
____________ficou só dois, depois de dois anos “agora chega”_____________________. Saiu,
se afastou. E aí a gente começou a caminhar por várias reuniões, trouxemos lideranças do PT para
falar para a gente, Molon, Chico Alencar, José Francisco, Milton Ramos, que hoje é presidente do
PT aqui no Rio de Janeiro, para explicar para gente, e até para parabenizar, porque a gente estava
no caminho contrário. Normalmente as pessoas entram no partido, e do partido vão para o
movimento social. E a gente estava no movimento social e cria um grupo, não largar o movimento
social, mas esse grupo montar uma estrutura aproximada aqui no Rio de Janeiro. E montamos um
núcleo, isso em 2002 para 2003. Um núcleo com 40 pessoas, assim, entre ex-alunos e professores.
Inclusive aquele professor que era de direita, o _____, entrou para o nosso núcleo. Se filiou ao PT
pelo nosso núcleo. Muito legal isso. Então eu achei que era, assim, no começo eu fui um pouco
contrário a isso, mas acabei sendo convencido e achei que se tornou saudável. E eu, juntamente
com o Osvaldo, a gente deu apoio, deu força, nos comprometemos a nuca sermos dirigentes do