Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS – CEFID
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO
ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DO PESO CORPORAL ENTRE RETROPÉ E ANTEPÉ
EM BLOCOS SIMULADORES E CALÇADOS DE SALTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação do Centro de Educação Física,
Fisioterapia e Desportos CEFID da Universidade
do Estado de Santa Catarina UDESC como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Ciência do Movimento Humano.
ALEXANDRE SEVERO DO PINHO
Orientador: Prof. Dr. Aluísio Otávio Vargas Ávila
FLORIANÓPOLIS
2005
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS – CEFID
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO
ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DO PESO CORPORAL ENTRE RETROPÉ E ANTEPÉ
EM BLOCOS SIMULADORES E CALÇADOS DE SALTO
Dissertação de Mestrado elaborada por:
ALEXANDRE SEVERO DO PINHO
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Aluísio Otávio Vargas Ávila (UDESC)
Orientador
Prof. Dr. Alberto Carlos Amadio (USP)
Prof. Dr. Antônio Renato Pereira Moro (UFSC)
Profa. Dra. Susana Domenech (UDESC)
FLORIANÓPOLIS
2005
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
ads:
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meu filho Tiago, alegria da minha vida... teu sorriso me deu forças...
A minha Mãe, entusiástica motivadora...
Aluísio, obrigado pela confiança!
Peroni... “meu irmãozinho”, gracias pelo teu exemplo de profissional e educador...
Viviane... amiga incentivadora, irmã conselheira...
Cris, pela paciência e compreensão...
Roberta pela ajuda e dedicação à nossa amizade...
rio, amigo paciente, sempre presente, incansável... “Maestro solucionador”...
Colegas “das Biomecânicas... sempre francos e disponíveis, um convívio agravel e solidário...
Aos meus alunos, pelo respeito, confiança e apoio.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
RESUMO
Este trabalho visou investigar a aplicação da força peso relativo ao peso corporal
em retro através da componente vertical da força de reação do solo (Fz) e a
distribuição de pressão plantar nas regiões do retropé e antepé, na posição estática, em
apoio bipodal, através do uso de calçados de salto e simuladores de altura e de ângulo
de apoio do calcâneo. Participaram deste estudo 30 mulheres voluntárias, sem histórico
de patologias em membros inferiores nos últimos 12 meses, sem índices de massa
corporal que indicassem padrões de obesidade, segundo Pollock, (1993) e habituadas
a utilizar calçado de salto pelo menos uma vez por semana. Os indivíduos utilizando
calçados variados e blocos simuladores se posicionaram sobre duas plataformas de
força AMTI (Massachusetts, EUA, 1991) dispostas em rie adquirindo dados a uma
freqüência de 60 Hz de forma sincronizada a um sistema de medição de distribuição de
pressão plantar através de palmilhas sensorizadas (pedar
®
novel
gmbh
©
2005)
adquirindo a uma freqüência de 50 Hz pelo tempo de 10 segundos. Verificou-se para a
variável força vertical (Fz) diferenças significativas entre as médias tanto em relação às
alturas (p< 0,001), como entre os ângulos (p< 0,001), obtendo-se similarmente nas
situações real e simulada, ao nível de significância de 5%, um padrão não linear de
diminuição da força vertical (Fz) em retropé e da pressão plantar nesta mesma região à
medida que a altura do apoio no calcâneo aumenta.
Título: Estudo da distribuição do peso corporal no retropé e no antepé em diferentes
alturas de calçado de salto
Autor: Alexandre Severo do Pinho
Orientador: Aluísio Otávio Vargas Ávila
Palavras-chave: Biomecânica. Calçado de salto. Força vertical. Pressão plantar.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
ABSTRACT
The aim of this work was to investigate the relation of the vertical component of
the ground reaction forces and the plantar pressure distribution during standing position,
acting under the forefoot and the rearfoot, using high heel shoes and high heel
simulators (wooden blocks of different heights and angles of heel support). The subjects
were 30 symptom-free volunteer women, with no apparent foot and leg pathologies, with
body mass index (BMI) up to 30 (Pollock, 1993) who are used to wear high heel shoes at
least once a week. To obtain the relations on the weight force application and the
pressure distribution under the feet the subjects were positioned standing over two force
plates AMTI (Massachusetts, EUA, 1991) at 60Hz, synchronized with a pair of pedar
mobile insoles (pedar
®
novel
gmbh
©
2005) at 50Hz. The foot was divided in two areas
and data was acquired in 10 seconds of self balanced position. Significant differences
between the means of vertical force and plantar pressure were found related to the
heights differences and angle differences (p< 0,001), at the wearing shoes situation and
with the simulators. The results of force and pressure did not follow a linear relation but
increased as the heel height support got higher in both situations.
Keywords: Biomechanics. High heel shoes. Vertical force. Plantar pressure.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Relação da aplicão de forças em diferentes alturas de apoio do
calcâneo, em percentual do peso corporal (%PC), segundo Henning,
1989.................................................................................................. 21
Figura 2 - Blocos simuladores........................................................................... 26
Figura 3 - Ângulos simuladores........................................................................ 26
Figura 4 - Medidas do solado............................................................................ 27
Figura 5 - Partes do calçado (adaptado de MYLIUS, IBTEC, 1993)................. 29
Figura 6 - Anatomia do pé (fonte: Alexander, p. 2-3, 1990).............................. 31
Figura 7 - Patologias comuns nos pés (fonte: VILADOT, 1989)....................... 36
Figura 8 - Medida da altura dos saltos.............................................................. 45
Figura 9 - Medida da altura dos saltos.............................................................. 45
Figura 10 - Inclinômetro pendular....................................................................... 46
Figura 11 - Medida da inclinação dos saltos....................................................... 46
Figura 12 - Blocos e ângulos simuladores.......................................................... 47
Figura 13 - Localização dos pontos anatômicos................................................. 48
Figura 14 - Regiões de apoio dos pés................................................................ 49
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Figura 15 - Distância entre os s...................................................................... 50
Figura 16 - Plataformas AMTI (Fonte: Manual AMTI, 1991)............................... 51
Figura 17 - Sistema pedar (pedar
®
novel
gmbh
©
2005).......................................... 52
Figura 18 - Esquema de funcionamento do Sistema de aquisição de dados com
palmilha sensorizada (Fonte: Sánchez-lacuesta,
Baría,J.G.).........................................................................................52
Figura 19 - Identificação dos 99 sensores pelo sistema de numeração padrão,
permitindo a localização dos pontos através dos dados gerados pelos
arquivos ASCII.................................................................................. 56
Figura 20 - Calibrador pedar (pedar
®
novel
gmbh
©
2005)...................................... 57
Figura 21 - Palmilhas pedar (pedar
®
novel
gmbh
©
2005)....................................... 57
Figura 22 - Instrumentos de medida para avalião antropométrica.................. 59
Figura 23 - Blocos simulador e calçado de salto................................................ 60
Figura 24 - Medida do calçado............................................................................ 60
Figura 25 - Distância entre os blocos.................................................................. 62
Figura 26 - Posição dos pés............................................................................... 62
Figura 27 - Posicionamento inicial sobre a plataforma....................................... 63
Figura 28 - Visualização gráfica em tempo real na aquisição no sistema pedar
(pedar
®
novel
gmbh
©
2005).................................................................. 65
Figura 29 - Palmilha no calçado.......................................................................... 66
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Médias e picos de pressão dos 99 sensores das palmilhas do
sistema pedar (pedar
®
novel
gmbh
©
2005)........................................... 54
Gráfico 2 - Médias de pressão plantar em retropé com blocos simuladores
n=11.................................................................................................. 55
Gráfico 3 - Tempo diário aproximado de utilização dos calçados.......................70
Gráfico 4 - Maior altura de salto dos calçados utilizada pelos sujeitos da
amostra............................................................................................. 71
Gráfico 5 - Maior altura de salto......................................................................... 72
Gráfico 6 - Força vertical (Fz) aplicadas na região do retropé, utilizando blocos
simuladores de alturas, normalizadas em percentuais de peso
corporal (%PC)................................................................................. 75
Gráfico 7 - Força vertical (Fz) aplicadas na região do retropé, utilizando blocos
simuladores de alturas, normalizadas em percentuais de peso
corporal (%PC)................................................................................. 76
Gráfico 8 - Correlação não linear da aplicação da força peso sobre blocos
simuladores no ângulo de grau para as alturas de 20 mm, 40 mm,
60 mm e 80 mm segundo modelo de Weibull...................................79
Gráfico 9 - Pressão em retropé em blocos simuladores de diferentes alturas e
ângulos............................................................................................. 81
Gráfico 10 - Pressão em antepé em blocos simuladores de diferentes alturas e
ângulos............................................................................................. 84
Gráfico 11 - Médias de pressão do direito para as diferentes alturas e
ângulos............................................................................................. 85
Gráfico 12 - Médias de pressão do pé direito nas diferentes alturas de bloco
ângulo 0º .......................................................................................... 87
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Gráfico 13 - Correlação não linear da distribuição de pressão plantar em retropé
sobre blocos simuladores no ângulo de grau para as alturas de 20
mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm segundo modelo de
Weibull.............................................................................................. 88
Gráfico 14 - Correlação não linear da distribuição de pressão plantar em antepé
sobre blocos simuladores no ângulo de grau para as alturas de 20
mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm segundo modelo de
Weibull.............................................................................................. 89
Gráfico 15 - Correlação não linear aplicação da força vertical em retropé sobre
calçados e diferentes ângulos e alturas de salto segundo modelo
recíproco quadrático normalizado em percentuais de peso corporal
(%PC)............................................................................................... 91
Gráfico 16 - Médias da Força vertical (Fz) aplicadas na região do retropé,
utilizando calçados de salto, normalizados em percentuais de peso
corporal (%PC)................................................................................. 92
Gráfico 17 - Médias de pressão plantar em retropé com calçados de salto.........94
Gráfico 18 - Comportamento da pressão plantar em antepé nos calçados de
salto................................................................................................. 96
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Calçados utilizados no estudo em ordem crescente de altura de
salto.................................................................................................. 44
Tabela 2 - Grupos e freqüências dos calçados de acordo com a variável
estudada........................................................................................... 46
Tabela 3 - Planilha gerada em formatos ASCII no aplicativo pedar-m ASCII
Converter.......................................................................................... 54
Tabela 4 - Sujeitos com dados válidos para pressão plantar nos blocos
simuladores...................................................................................... 56
Tabela 5 - Medidas antropométricas dos s dos sujeitos e numeração do
calçado............................................................................................. 69
Tabela 6 - Alise de variância múltipla para blocos, altura e ângulo............... 73
Tabela 7 - Força vertical (Fz) sobre os blocos simuladores na região do
retropé...............................................................................................74
Tabela 8 - Resultados das médias de força vertical (Fz) na região do retropé
normalizados pelo peso corporal em percentuais de PC................. 76
Tabela 9 - Força vertical (Fz) e percentual do peso corporal (%PC)
normalizados, em apoio bipodal estático sobre o retropé (ambos os
pés), com blocos simuladores, no ângulo de grau nas alturas
estudadas, N = 30............................................................................. 78
Tabela 10 - Análise de variância múltipla para blocos, altura, ângulo e região dos
pés.................................................................................................... 80
Tabela 11 - Pressão plantar (N/cm) sobre os blocos simuladores na região do
retropé.............................................................................................. 81
Tabela 12 - Diferenças entre as médias de pressão plantar em relação aos
ângulos............................................................................................. 82
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Tabela 13 - Pressão plantar (N/cm) sobre os blocos simuladores na região do
antepé............................................................................................... 83
Tabela 14 - Diferenças nas médias de pressão plantar nos blocos na relação
entre os ângulos............................................................................... 85
Tabela 15 - Características da distribuição de pressão plantar do direito, em
blocos simuladores no ângulo grau nas alturas estudadas,
N=11..................................................................................................86
Tabela 16 - Teste de homogeneidade de variâncias de Levene nas médias de
força vertical (fz) em retropé............................................................. 90
Tabela 17 - Análise de variância ANOVA oneway nas médias de força vertical (fz)
em retropé........................................................................................ 90
Tabela 18 - Teste Post Hoc de Scheffe para comparações ltiplas nas médias
de força vertical (fz) em retropé nos calçados.................................. 90
Tabela 19 - Teste de homogeneidade de variâncias de Levene nas médias de
pressão plantar em retropé............................................................... 93
Tabela 20 - Análise de variância ANOVA oneway nas médias de pressão plantar
em retropé........................................................................................ 93
Tabela 21 - Teste Post Hoc de Scheffe para comparações ltiplas nas médias
de pressão plantar em retropé nos calçados.................................... 93
Tabela 22 - Teste de homogeneidade de variâncias de Levene nas médias de
pressão plantar em antepé............................................................... 95
Tabela 23 - Análise de variância ANOVA oneway nas médias de pressão plantar
em antepé......................................................................................... 95
Tabela 24 - Teste Post Hoc de Scheffe para comparações múltiplas nas médias
de pressão plantar em antepé nos calçados.................................... 95
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
LISTA DE ABREVIATURAS
%PC: Percentual do peso corporal
Fz: Componente vertical da força de reação do solo
IMC: Índice de massa corporal
AMTI: Advanced Mechanical Technology Incorporation
COP: Centre of pressure - Centro de pressão
ID: Identificação
IBTEC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
SAS Statistical Analysis System
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 17
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.................................................................... 17
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 21
1.3 OBJETIVOS..................................................................................................... 23
1.3.1 Objetivo geral................................................................................................ 23
1.3.2 Objetivos específicos.................................................................................... 23
1.4 HIPÓTESES.................................................................................................... 24
1.5 DELIMITÕES.............................................................................................. 25
1.6 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS......................................................................... 25
1.6.1 Variáveis independentes............................................................................... 25
1.6.2 Definição operacional das variáveis..............................................................26
1.7 DEFINIÇÃO DE TERMOS............................................................................... 27
2 REVISÂO DE LITERATURA.............................................................................. 30
2.1 CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS................................................................. 30
2.2 A POSTURA ORTOSTÁTICA.......................................................................... 32
2.3 APLICAÇÃO DE FORÇAS, DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO E O USO DE
CALÇADOS DE SALTO........................................................................................ 34
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
3 MÉTODOS...................................................................................................................... 43
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO...................................................................... 43
3.2 SELEÇÃO DA AMOSTRA............................................................................... 43
3.3 COLETA DE DADOS....................................................................................... 43
3.3.1 Calçados utilizados no estudo...................................................................... 44
3.3.2 Altura dos saltos dos calçados..................................................................... 45
3.3.3 Ângulo de inclinação dos saltos dos calçados............................................. 45
3.3.4 Blocos simuladores de ângulo e altura......................................................... 47
3.3.5 Localizão dos pontos anatômicos............................................................. 48
3.3.6 Regiões de apoio dos pés............................................................................ 49
3.3.7 Disncia do apoio entre os pés.................................................................... 49
3.4 INSTRUMENTOS DE MEDIDA....................................................................... 50
3.4.1 Questionário.................................................................................................. 50
3.4.2 Plataformas AMTI (Advanced Mechanical Technology)…........................... 50
3.4.3 Sistema pedar
®
novel
gmbn
©
(2005) versão 8.3................................................ 52
3.4.3.1 Aferição das plataformas de força AMTI.................................................... 56
3. 4.3.2 Calibração das palmilhas sensorizadas pedar
®
novel
gmbn
©
(2005)............ 57
3.5 PROCEDIMENTOS......................................................................................... 58
3.5.1 Informações gerais....................................................................................... 58
3.5.2 Anamnese e avalião antropométrica......................................................... 58
3.5.3 Medidas dos calçados.................................................................................. 60
3.5.4 Sistema de aquisição de dados.................................................................... 60
3.5.5 Disncia entre o apoio dos pés sobre nos blocos simuladores................... 61
3.5.6 Fixação dos blocos simuladores de alturas e ângulos................................. 62
3.5.7 Preparação do para aquisição com o sistema pedar
®
novel
gmbn
©
(2005)........62
3.5.8 Posicionamento e aquisição sobre as plataformas de força AMTI............... 63
3.5.9 Aquisição com os calçados de salto alto...................................................... 66
3.6 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS.............................................................. 67
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS........................................................... 68
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA............................................................... 68
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
4.2 DADOS ANTROPOMÉTRICOS...................................................................... 68
4.3 HÁBITOS RELACIONADOS AO USO DE CALÇADOS.................................. 69
4.4 TEMPO DE UTILIZAÇÃO DE CALÇADOS DE SALTO.................................. 70
4.5 MAIOR ALTURA DE SALTO* HABITUALMENTE UTILIZADA PELOS
SUJEITOS...................................................................................................... 71
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................................... 73
5.1 COMPORTAMENTO DA FORÇA VERTICAL (FZ) NOS BLOCOS
SIMULADORES.............................................................................................. 73
5.1.1 Força Vertical (Fz) em retropé...................................................................... 74
5.1.2 Força vertical (Fz), relações entre os blocos sem ângulo de
inclinação...................................................................................................... 77
5.2 COMPORTAMENTO DA PRESSÃO PLANTAR NOS BLOCOS
SIMULADORES.............................................................................................. 80
5.2.1 Pressão plantar em retropé...........................................................................81
5.2.2 Pressão plantar em antepé........................................................................... 83
5.2.3 Pressão plantar, relações entre os blocos sem ângulo de inclinação.......... 86
5.3 FORÇA VERTICAL (FZ) EM RETROPÉ NOS GRUPOS DE
CALÇADOS.................................................................................................... 89
5.4 PRESSÃO PLANTAR EM RETROPÉ NOS GRUPOS DE CALÇADOS......... 92
5.5 PRESSÃO PLANTAR EM ANTEPÉ NOS GRUPOS DE CALÇADOS............ 94
6 CONCLUSÕES................................................................................................... 99
7 LIMITAÇÕES.................................................................................................... 103
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................105
9 APÊNDICES..................................................................................................... 112
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
1 INTRODUÇÃO
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
A busca pelo incremento do conforto, aliado a um design moderno e dentro de
padrões que respeitem as características individuais, vem sendo um trabalho complexo
para pesquisadores e indústrias do calçado. Historicamente, o calçado passou por
muitas transformações, adaptações baseadas em preceitos que se modificaram com a
evolução das civilizações, tendo na origem de sua concepção, características que
atendiam às necessidades básicas, com função exclusivamente de proteção dos pés,
no que se refere à temperatura, irregularidades das superfícies entre outros agentes
externos (VILADOT, 1989).
A tendência por uma supervalorização da estética, através de modelos culturais
de comportamento e moda, acabou por determinar interferências no design estrutural
dos calçados desde épocas remotas, onde se utilizavam parâmetros que
freqüentemente estavam em desacordo com prinpios básicos de saúde e bem-estar
dos s. Porém os avanços tecnológicos e científicos passaram a ter papel
preponderante e influência direta na tentativa de suprir as expectativas do público
consumidor orientando novos rumos na confeão de calçados.
Independente do tipo de uso ou qual a circunstância, o atributo “conforto” é o
principal alvo dos paradigmas atuais. Vários são os fatores que contribuem para uma
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
18
melhor adaptão dos s aos diferentes modelos de calçados. A harmonia funcional
em relação às medidas dos pés, boa adaptação aos ambientes climáticos, boa
dissipação do calor e suor, absorção de choque, bem como permitir ao usuário atender
as satisfações subjetivas relacionadas aos princípios estéticos relativos à aparência de
sua personalidade, são critérios atuais que estabelecem o nível de conforto de um
calçado (AVILA, 2001).
A escolha do tipo de calçado baseia-se nas características do uso.
Preliminarmente em função das superfícies a que serão submetidos, ou ainda, de
acordo com as circunstâncias relacionadas ao dia-a-dia, de caráter esportivo, casual,
social ou mesmo nos diversos usos dentro da premissa de segurança no trabalho.
Dentro de uma enorme diversidade de características, o calçado de salto é
referido na atualidade como um dos mais utilizados pelo público feminino. Segundo
Ávila (2001) “esta opção visa criar uma diferenciação e distinção no estilo do usuário,
agregando elegância, como parte essencial do vestuário, seja ele de uso no trabalho,
casual ou para o lazer”. Confeccionado em diferentes materiais, abertos ou fechados,
de bicos finos ou largos, com saltos em variados formatos e tamanhos, o
modificam a altura e o ângulo do apoio na base de sustentação como também,
diminuem a área de contato deste apoio em função da superfície do salto, provocando
interferências nos padrões usuais de marcha relacionadas ao equilíbrio.
Estes estímulos podem garantir ou comprometer tanto a integridade anatômica
do principal responsável pela locomoção humana, os pés, como também desencadear
reações de adaptação a esta base de apoio, na busca da estabilização e equilíbrio, ao
longo de todo o sistema de sustentação. Concomitante a isto, a superfície plantar
recebe e reage a estímulos desde o primeiro dia de apoio na infância, além de
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
19
estímulos táteis e sensitivos prévios, que irão definir o desenvolvimento deste sistema
composto de fáscias, músculos, tendões, ligamentos e ossos. Para realizar esta
manutenção do equilíbrio postural em apoio bipodal, o ser humano utiliza um complexo
sistema reflexo, alimentado por um fluxo de impulsos neurológicos provenientes do
sistema proprioceptivo, do sistema vestibular e também óculo-motor, cujas informões
são processadas pelo sistema nervoso central e traduzidas em ões de controle motor
(NASHNER, p. 5-12, 1989).
Dentro deste contexto, onde os indiduos apresentam uma adaptação
morfológica singular calcada principalmente em sua experiência sensório-motora e
anatomia herdada e, tendo em vista esta diversidade de fatores, bem como as
diferentes situações em que se utilizam os calçados, apresenta-se a necessidade de se
desenvolver modelos comerciais que abranjam o maior número de características
diferenciadas dentro de parâmetros de conforto, saúde e elegância.
Monteiro (1999) realizou uma pesquisa onde foram entrevistados médicos
ortopedistas, podólogos, entre outros profissionais, todos especializados em tratamento
de alterações geradas nos pés, para melhor avaliar a relação entre conforto dos
sapatos femininos, doenças e as recomendações ergonômicas. Os resultados indicam
que, na opinião destes profissionais, o uso de calçados de baixa qualidade de design e
de materiais nos quais são confeccionados prejudica os pés. Complementa ainda, que
o uso de calçados de salto alto produz uma projão do peso do corpo para frente,
aumentando a força aplicada sobre as articulações metatarsianas e ainda ocasionando
encurtamentos na região posterior da perna, em função do uso contínuo de salto alto.
Monteiro (1999) salienta que, um mero considerável de médicos ortopedistas
não recomenda o uso de calçados de salto com mais de 50 mm, para não predisporem
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
20
futuros problemas nos pés”. Estão ainda associados ao uso inadequado de calçados de
salto, segundo o autor, modificações estruturais no corpo, dores e lesões
especialmente nos pés.
Na fabricação e confecção dos calçados, utiliza-se uma fôrma matriz ou molde,
que define tanto a conformidade dos solados, no que se refere às alturas e aos ângulos
dos saltos, quanto o formato do cabedal (MYLIUS, 1993). Tendo em vista o tempo
despendido bem como o custo elevado para a confecção destes moldes, torna-se
economicamente inviável a utilização de protótipos que permitam o estudo destas
relações, para ângulos e alturas nos diferentes tamanhos e modelos. Haveria a
necessidade de se confeccionar um único modelo de calçado, em diferentes alturas e
ângulos e ainda, em diversos tamanhos para que houvesse um controle destas
variáveis e permitir sua compreensão, para determinar qual a condição ideal. Desta
maneira, a utilização dos blocos simuladores de altura, caracterizão metodológica
essencial deste trabalho, se mostra um instrumento de avaliação alternativo de baixo
custo para a análise da aplicação da força, relativo ao peso corporal e da pressão
plantar sobre as regiões dos s.
Ainda que permaneçam inconsistentes os fatores etiológicos de afeões nas
regiões plantares dos pés e suas relões associadas ao uso de calçados de salto,
evidenciou-se a problemática deste trabalho, que buscou ampliar o fundamental teórico
na tentativa de identificar as características das forças relativas ao peso corporal
aplicadas no apoio plantar, através do estudo de uma situação real em relação a uma
situação simulada.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
21
50% PC 50% PC 57% PC 43% PC
20 mm 40 mm
75 % PC 25 % PC 90 % a 100 % PC 0 a 100 % PC
60 mm >100 mm
1.2 JUSTIFICATIVA
A aplicação de força (Fz) relativa ao peso corporal sobre o retropé e o antepé
tem sido tema de controvérsia entre aqueles que estudam a locomoção humana.
Encontram-se na literatura diferenças significativas nos resultados da força peso (Fz)
em retropé e antepé, o que torna inconsistentes as conclusões tomadas a respeito
deste tema. Autores afirmam que o uso de calçados de salto alto causa deslocamentos
anteriores expressivos no centro de gravidade (Figura 1), aplicando na região anterior
dos pés uma carga relativa a 90% ou até mesmo 100% do peso corporal do indivíduo
(VALENTI e HENNING, 1989), sugerindo restringir o seu uso (MYLIUS, 1993;
MONTEIRO, 2001).
Figura 1 - Relação da aplicação de foas em diferentes alturas de
apoio do calcâneo, em percentual do peso corporal
(%PC), fonte: Henning, 1989.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
22
Em contraponto, encontram-se trabalhos com resultados significativamente
diferentes destes, onde os autores referem ainda, que a mudança no posicionamento
do centro de gravidade possivelmente não seja expressiva e a aplicação da força
relativa ao peso corporal esteja dentro de parâmetros aceitáveis de segurança
(NASSER e ÁVILA, 1999).
Como se evidencia, a utilização de calçados de salto tem sido alvo de críticas e
dúvidas, bem como mistificações ou ainda informações baseadas em resultados não
conclusivos no que se refere à predisposição de patologias ou mesmo de desequilíbrios
musculares e desvios plantares relacionados às alturas de solado ou do salto. Apesar
dos tabus e da pouca informação do comportamento dos pés sobre saltos e suas
relações, a indústria calçadista percebe que a busca por modelos que valorizem o
feminino acaba indiscutivelmente passando por padrões de “salto alto”.
Segundo Monteiro (2001), no Brasil, a freqüência do uso de calçados de salto
alto varia entre outros fatores, em função da faixa etária, passando de 13% das opções
para situações de uso no trabalho entre as mulheres de 35 a 45 anos, subindo para
50% em situações de passeio casual. Já na faixa acima de 45 anos, nesta mesma
situação, este mero sobe para 82%. O autor relata que de maneira geral, o público
feminino apesar de freqüentemente utilizar calçado de salto alto, não está satisfeito com
a baixa qualidade dos calçados e ainda “a questão meramente estética ainda impera
sobre a porção lógica e racional quando se trata da escolha de um sapato feminino
(MONTEIRO, 2001).
Portanto, a utilização de parâmetros científicos que sirvam de base para o estudo
e desenvolvimento de modelos que estejam em conformidade com os conhecimentos
biomecânicos do comportamento dinâmico dos s, é um dos caminhos que irão
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
23
permitir uma melhor compreensão e possivelmente uma visão crítica mais
esclarecedora influindo nas decisões tanto da confecção, como do uso seguro dos
calçados.
Com o reduzido número de publicações com conclusões efetivas, este trabalho
visou somar conhecimentos, permitindo um aprofundamento e uma melhor
fundamentação deste tema, baseando-se em uma investigação segundo critérios
relevantes, de interesse tanto de usuários de calçados de salto quanto dos profissionais
da saúde e indústria calçadista.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Verificar a relação da variação de diferentes alturas e ângulos de apoio no
calcâneo, na aplicão de força em retropé, relativo ao peso corporal através da força
vertical (Fz) e da distribuição de pressão plantar em retropé e antepé, com o sujeito em
posição ortostática, equilibrado sobre blocos simuladores e calçados de salto.
1.3.2 Objetivos específicos
Verificar o comportamento da força peso no retropé, através da força vertical
(Fz) em indivíduos em equilíbrio bipodal, descalços, sobre blocos simuladores
de ângulos e alturas de salto.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
24
Verificar o comportamento da distribuição da pressão plantar em retro e
antepé, em indivíduos em equilíbrio bipodal, descalços, sobre blocos
simuladores de ângulos e alturas de salto.
Verificar o comportamento da força peso no retropé, através da força vertical
(Fz), em indivíduos em equilíbrio bipodal, utilizando calçados de salto.
Identificar a relação da distribuição de pressão nas regiões de retro e
antepé em equilíbrio bipodal, de acordo com a variação das alturas e ângulos
de calçados e de blocos simuladores.
Comparar o comportamento da aplicação da força peso em retropé, através
da força vertical (Fz), na situação simulada, com o comportamento observado
na utilização de calçados.
1.4 HIPÓTESES
Não diferença na magnitude da aplicação de força relativa ao peso
corporal em retropé, durante a postura corporal em pé, em diferentes ângulos
e alturas de salto em situação simulada e não simulada.
Não diferença na magnitude da distribuição de pressão plantar em retropé
e antepé, durante a postura corporal em , em diferentes ângulos e alturas
de salto em situação simulada e não simulada.
Não diferença significativa nas médias de aplicação de força relativa ao
peso corporal em retropé durante a postura corporal em utilizando
diferentes calçados de salto alto.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
25
Não diferença significativa nas médias de pressão plantar em retropé e
antepé com altura de salto durante a postura corporal em utilizando
diferentes calçados de salto alto.
1.5 DELIMITAÇÕES
Este estudo foi delimitado a investigar tanto o comportamento da aplicação de
força relativa ao peso corporal através da força vertical (Fz) quanto a distribuição da
pressão plantar sobre as regiões do retropé e antepé com o uso de calçados sociais e
calçados ditos “casuais”, com diferentes ângulos e alturas e utilizando blocos de
madeira simuladores de alturas e ângulos. O grupo que constituiu os sujeitos desta
amostra foram todos adultos, voluntárias do sexo feminino, habituadas a utilizar calçado
de salto alto pelo menos uma vez por semana, sem alterações morfológicas nos pés e
que não apresentaram índices de obesidade segundo o índice de massa corporal (IMC)
proposto por Pollock et al., 1993.
1.6 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS
1.6.1 Variáveis independentes
Foram utilizados pares de blocos em madeira de alturas 20 mm, 40 mm, 60 mm
e 80 mm e cunhas em madeira com ângulos de 10º, 15º, 20º, 25ºe 30º(Figuras 2 e 3).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
26
Figura 2 – Blocos simuladores Figura 3 – Ângulos simuladores
Foram utilizados calçados casuais e sociais de formatos e características
variadas com alturas de solado de 14,12 mm a 90,76 mm - em vários ângulos de
declividade.
1.6.2 Definição operacional das variáveis
Peso Corporal É a medida em Newton (N) da componente vertical da força de
reação do solo exercida pela massa corporal do sujeito (NIGG, 1994), sobre uma
plataforma de força AMTI (Massachusetts, EUA, 1991).
Peso no retropé – É a medida em Newton (N) da componente vertical da força de
reação do solo relativo ao peso corporal, sobre um ponto de aplicão na região
plantar do retropé (NIGG, 1994), medida em uma plataforma de força AMTI
(Massachusetts, EUA, 1991).
Distribuição de pressão no retropé É a medida em Newton por centímetro
quadrado (N/cm
2
), resultante da distribuição de força por unidade de área sob a
região plantar do retropé (NIGG, 1994), medida com palmilhas sensorizadas do
sistema pedar
®
novel
gmbh
©
2005.
Distribuição de pressão no antepé - É a medida em Newton por centímetro
quadrado (N/cm
2
), resultante da distribuição de força por unidade de área sob a
região plantar do ante (NIGG, 1994), medida com palmilhas sensorizadas do
sistema pedar
®
novel
gmbh
©
2005.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
27
1.7 DEFINIÇÃO DE TERMOS
Altura do salto Neste trabalho, o termo salto (Figura 4), metodologicamente,
refere-se à medida em milímetros da diferença entre a altura do apoio do
calcâneo a 40 mm da borda traseira em relação à parte anterior do solado, na
base da cabeça dos metatarsos ( ).
Figura 4 - Medidas do solado
Altura total do salto - O termo altura total de salto (Figura 4), refere-se
coloquialmente à medida usualmente utilizada pelo público consumidor, que trata
da altura medida na região posterior do salto medida em milímetros ( ).
Ângulo do salto - O termo ângulo do salto (Figura 4), refere-se à medida, em
graus, da declividade do solado medido a partir da base de apoio do calcanhar,
região do retropé, relativo ao ângulo de apoio do antepé, da borda traseira em
relação à parte anterior do solado na base dos metatarsos ( ).
Cabedal ou gaspea - A parte superior do sapato (Figura 5), destinada a cobrir e
proteger a parte do dorso do pé, confeccionada em diversos materiais.
Calçado Casual - De acordo com o Conselho cnico do Calçado do Centro
Tecnológico do Couro, Calçados e Afins (CTCCA, Novo Hamburgo, RS), são
Altura do salto
Altura total do Salto
Ângulo do salto
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
28
calçados de uso diário, isto é, usados para toda e qualquer atividade, excetuada
a prática de esportes. São os calçados utilizados no trabalho, nas pequenas
caminhadas, nas atividades que identificam o dia-a-dia das pessoas. O calçado
casual destina-se tanto ao público masculino como feminino. Quando utilizados
por mulheres, caracterizam-se por serem de salto baixo, não mais do que três
centímetros de altura. São de construção simples, os materiais empregados na
sua fabricação são convencionais, como couro e laminados sintéticos para o
cabedal. Já o solado pode ser de material natural ou sintético. Apresentam-se
como calçados fechados ou abertos e sandálias. Os calçados fechados
identificam-se pelo fato do cabedal cobrir todo o . Já os calçados abertos ou
sandálias o cabedal é construído por peças na forma de tiras ou não, que deixam
o pé à vista.
Calçados sociais - De acordo com o Conselho Técnico do Calçado do CTCCA,
como identifica a sua denominação, são calçados para eventos em que o usuário
deve se apresentar vestido e calçado com distinção. São calçados fabricados
com materiais costumeiramente destinados a este tipo de calçado. Todos eles
naturais, como pelica, por exemplo, utilizado para o cabedal, forro de couro de
porco, e couro para o solado. Seu estilo e linhas normalmente o clássicos,
mudando muito pouco tanto para calçados femininos como para calçados
masculinos.
Conforto - É uma qualidade que pode ser atribuída a um calçado em relão ao
calce. O calçado confortável deve preservar a funcionalidade dos pés, reduzindo
o trabalho dos músculos e preservando a mobilidade nas articulões do pé e do
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
29
Figura 5 - Partes do calçado
(fonte: MYLIUS, CTCCA 1993).
tornozelo. O calçado não deve machucar os s, nem prejudicar a saúde do
indivíduo. (MYLIUS, 1993).
Entressola - Trata-se de uma camada intermediária colocada entre a palmilha de
montagem e a sola, com função estética (Figura 5), (MYLIUS, 1993).
IMC - Índice de massa corporal (Pollock et al., 1993): é obtido pela divisão da
massa corporal do indivíduo (kg) pela estatura (m) ao quadrado, seguindo a
seguinte classificação:
1. Abaixo do Normal: IMC < 20
2. Normal: 20,1 < IMC < 30
3. Obesidade: IMC > 30
Salto - Constitui-se de um suporte fixado à sola na região do calcanhar e
destinado a dar ao calçado o seu equilíbrio (Figura 5), (MYLIUS, 1993).
Solado - O conjunto de partes que formam toda a região inferior de um calçado
e que interpõem entre o e o solo. São elas: a palmilha de montagem e
acabamento, a sola e a entressola (Figura 5), (MYLIUS, 1993).
Sola É a parte externa do solado, aquela que está em contato direto com o
solo (Figura 5), (MYLIUS, 1993).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
30
2 REVISÂO DE LITERATURA
2.1 CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
Para Donatelli (1996), os s e tornozelos atuam como uma articulação terminal
da cadeia cinética de suporte do corpo, que se opõe às resistências externas oferecidas
pelas superfícies nas diversas fases da locomoção e em diversos eventos do dia-a-dia.
São responsáveis por atenuar, dissipar e distribuir ao longo dos membros inferiores as
forças de compressão, de tensão, de cisalhamento e de torção, geradas e implicadas
na fase de apoio plantar. O autor acrescenta que a inadequada distribuição destas
forças, pode originar movimentos anormais que eventualmente podem produzir
estresse excessivo e resultar em um colapso dos tecidos conectivos e musculares. Um
padrão de mecânica normal no e tornozelo, segundo o autor, é a combinação
harmoniosa dos efeitos funcionais dos sculos, tendões e ligamentos e ossos. Uma
perfeita interação destes tecidos e os membros inferiores resultam em um mecanismo
mais eficaz de atenuação destas forças, que são transferidas através das articulões
nas regiões dos pés e tornozelos.
Segundo Cailliet (1968), os critérios de normalidade para a avaliação dos s
são: a ausência de dor, bom equilíbrio muscular, calcanhar centralizado e dedos móveis
e alinhados. Constituem também segundo o autor, uma aplicação de força relativa ao
peso corporal adequada sobre os pés, seja na postura estática, em equilíbrio, quanto
na relação dinâmica, como na fase de apoio da marcha.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
31
O pé é composto pelas articulações astrágalo-calcânea, ou subastragaliana, a
articulação médio-tarsiana ou dita de Chopart, a articulação tarso-metatarsiana ou dita
de Lisfranc e as articulões escafocubóide e escafocuenais. Desempenham
sinergicamente entre si, um papel fundamental para orientar o em relação ao chão,
seja qual for a posição da perna e inclinação do terreno, modificando a curvatura da
abóbada plantar para que o possa adaptar-se às desigualdades da superfície e
transmitir o peso do corpo, como um sistema de amortecimento que concede
elasticidade e flexibilidade ao passo. (KAPANDJI, 2000; DONATELLI, 1996).
Utilizou-se na nomenclatura das regiões dos pés que compreendem o retro,
como sendo a região formada pelas articulações talo-crural (Item 14, figura 6) e subtalar
(Item 21, figura 6) (subastragaliana), tendo o calcâneo (Item 1, figura 6) com importante
papel nas fases de contato dos pés no solo, a região do médio-pé formada pelo
navicular (Item 3, figura 6) e cubóides (Item 7, figura 6), que se articula com o calcâneo
(Item 1, figura 6) e o tálus (Item 2, figura 6) e a região do antepé formada pelos
cuneiformes (Item 4, 5, 6, figura 6), metatarsianos (Item 8, 9, 10, 11, 12, figura 6) e as
falanges dos artelhos (Item 13, figura 6), as articulações tarso-metatarsiana (Item 16,
figura 6), metatarso-falangianas (Item 17, figura 6), intermetatarsianas e
interfalangianas (Item 18, figura 6), (DONATELLI, 1996; ALEXANDER, 1990).
Figura 6 - Anatomia do pé A) Vista superior B) Vista lateral (fonte: Alexander, p. 2-3, 1990).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
32
Para a análise do comportamento da força vertical (Fz) e pressão plantar na
caracterização deste estudo, porém, dividiu-se o em apenas duas regiões de
análise: retropé e antepé, sem a intenção de controlar o comportamento intrínseco das
relações inter-articulares, seus eixos e padrões de mobilidades e forças interagentes.
2.2 A POSTURA ORTOSTÁTICA
Dentre dos estudos relacionados ao uso de calçados de salto, que promoveram
hipóteses para embasar este trabalho, salienta-se Manfio et al. (2003), que revelaram
em seus resultados que o centro de gravidade dos sujeitos não muda significativamente
quando o sujeito es com salto alto ou baixo, indicando a existência de uma
compensação anatômica nos membros inferiores e na região lombar da coluna.
Enquanto Snow e Williams (1994) ressaltam que as maiores compensações que
ocorrem nos membros inferiores, de acordo com altura do salto são: aumento
significativo na flexão plantar e na força vertical e diminuição do ângulo ximo do
joelho durante a fase de balanço e na velocidade de extensão do joelho, com
resultados similares a Lateur et al. (1991).
Apesar de não ter sido objetivo deste estudo verificar o comportamento das
amplitudes de movimento cabe salientar que Manfio et al., (2003) ressaltam ainda, que
ocorre uma diminuição desta amplitude na relação de dorsiflexão do tornozelo, no final
do apoio simples comparando a marcha descalça com sapato de salto médio e alto (55
mm - 85 mm) e um aumento da amplitude de movimento de dorsiflexão quando
comparados à marcha descalça com a marcha com sapato de salto baixo (5 mm - 25
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
33
mm); concluindo que na marcha com salto alto não ocorreu movimento de dorsiflexão, o
tornozelo permaneceu em flexão plantar.
A postura estática foi tema de investigação de Messing e Kilbom (2001), os quais
realizaram um estudo em trabalhadores que utilizam a postura em por períodos
prolongados de tempo e encontraram padrões de dor plantar durante o período de
trabalho que afetavam a postura destes indivíduos. Apesar de variar em relação ao
tempo de permanência, número de caminhadas curtas, distância percorrida e intervalos
entre as caminhadas, a conclusão do referido trabalho foi de que efetivamente, a
permanência nesta posição acarreta desconfortos e possíveis alterações na estrutura
dos pés.
A postura ortostica definida neste trabalho para a realização das medições da
aplicação da força relativa ao peso corporal sobre os dois pés caracteriza-se pela
manutenção do apoio bipodal estático e equilibrado. Seguindo conclusões propostas
por Mochizuki et al. (1999), onde utilizaram a estabilometria, método de análise do
equilíbrio postural baseado na quantificação das oscilões do centro de pressão
(COP), compararam três posturas diferentes e encontraram valores médios de
oscilão dos centros de pressão para as três posturas, obtendo como resultado,
menores oscilações na dirão ântero-posterior na postura ortostática. Esta posição se
caracteriza por ter como área de base de apoio, a de cada um dos dois apoios mais a
região compreendida entre eles, representada por um retângulo, com comprimento
igual ao do apoio (supondo os dois s com mesmo comprimento sagital) e largura
determinada pela distância entre a parte interna de cada um dos pés.
Fialho et al. (2001) corroboram os resultados obtidos por Mochizuki et al. (1999)
e acrescentam que, com o alinhamento posterior dos calcâneos, em um afastamento
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
34
lateral de 15 cm e posicionando os eixos longitudinais dos pés paralelamente,
obtiveram a posição mais estável na dirão ântero-posterior e menos estável na
direção médio-lateral, quando comparada com as outras três posições de apoio
utilizadas em seu trabalho: com posicionamento natural; com alinhamento posterior dos
calcâneos, deixando livre o afastamento lateral e a angulação dos pés; com
alinhamento posterior dos calcâneos, com afastamento lateral de 15 cm e 8
º
de rotação
externa dos eixos longitudinais (adaptado de KENDALL, 1995).
2.3 APLICAÇÃO DE FORÇAS, DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO E O USO DE
CALÇADOS DE SALTO
O estudo da marcha tem se mostrado objeto de grande interesse entre os
pesquisadores décadas, resultando na criação e incremento de métodos e técnicas
de análise consistentes em situações reais. De grande parte da bibliografia referente às
relações dos comportamentos da marcha humana, aspectos dinâmicos no complexo do
derivam sugestões que se reproduzem no comportamento da postura estática.
Contudo, estas analogias se referem apenas às possíveis adaptações relacionadas aos
estímulos externos (NIGG, 1994) possibilitando questionamentos, porém não
conclusões efetivas a respeito do comportamento estático.
A confecção de calçados implicou na utilização de materiais dos mais variados
tipos, com combinações de solados e demais estruturas, revelando-se desde o período
da antiguidade, uma tendência à produção de calçados com o objetivo de embelezar o
vestuário além da primária preocupação de proteção térmica e de melhorar a
adaptação aos variados tipos de terrenos e situações (ÁVILA, 2001).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
35
Avaliações biomecânicas buscam relacionar parâmetros de interação entre os
calçados e o usuário, bem como compreender as respostas do sistema locomotor às
diferentes características funcionais dos calçados (LAFORTUNE, 2001).
O uso de plataformas de força, sensores de pressão, acelerômetros,
eletromiografia e sistemas de cinemetria para análise tridimensional, são as
ferramentas usuais utilizadas para análise do comportamento das forças e pressões
oriundas da interação entre e calçado, (LAFORTUNE, 2001; SHARKEY, 1995;
EBBELING, 1994; GASTWIRTH, 1991; OPYLA-CORREA 1990).
No meio esportivo, trabalhos como o de Hockenbury (1999), relacionam a
sobrecarga nas articulações dos pés como responsáveis mais comuns relativas à dor
na região do antepé em atletas, em esportes de contato, ou ainda envolvendo saltos
e/ou corridas, havendo maiores predisposições a lesões. Fato compreensível
envolvendo atividades onde as forças intra-articulares chegam a patamares muito mais
elevados do que na manutenção do corpo em posição estática, experimentada pela
população em seu dia-a-dia.
Dentre as patologias que mais acometem os pés dos corredores, encontram-se,
os entorses de tornozelo, a bursite retrocalcânea, a fascite plantar, a fratura por stress
em calcâneo e metatarsos, a síndrome do overuse ou super-treinamento e a
metatarsalgia. Também o freqüentes casos de hallux rigidus, neurômas (Figura 7),
patologias nos sesamóides e hallux valgus, sendo estes últimos, “referidos
frequentemente na literatura, porém de forma conflitante, como relacionados também
ao uso de calçados de salto” (HOCKENBURY, 1999).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
36
Figura 7 – Patologias comuns nos s (Fonte: VILADOT, p.25, 1989).
Enquanto Nyska et al. (1996) referem o uso de calçados de salto alto, quando
comparados com saltos baixos, como responsável por aumentar a pressão plantar “em
níveis que sugerem uma sobrecarga na região medial do antepé podendo agravar
sintomas nos pacientes com hallux valgus”, por outro lado, Al-abdulwahab e Al-dosry
(2000) sugerem que “qualquer sapato com bico fino, independente da altura de solado,
poderia implicar como uma causa comum para etiologia do hallux valgus”. Em seus
resultados, Al-abdulwahab e Al-dosry (2000), num estudo com 100 mulheres, onde
encontraram 39 com hallux valgus, sendo que, 23% destas utilizavam sapatos sem
salto (salto zero), porém com bicos finos, enquanto 77% utilizavam calçados de 2,5 cm
a 3,75 cm de solado também com bicos finos. O autor ainda conclui que existem
dúvidas pririas acerca destes comportamentos biomenicos”, como por exemplo, a
utilização de calçados abertos, no que se refere às adaptações aos sapatos de salto,
amenizando ou até aumentando o stress músculo-esquelético.
Esporão
postero-superior
Neurôma de Morton
Joanete de Sastre
Hallux rigidus
Hallux valgus
Gota
Joanete
Esporão
Pé Plano
Doença de Kohler II
Esporão
inferior
Patologia de
sesamóides
Unha
encravada
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
37
Gastwirth et al. (1991), em um estudo com 43 mulheres, compararam o aspecto
funcional das articulações do e tornozelo bem como as pressões plantares, com os
indivíduos descalços, com salto baixo e salto alto. Os autores concluem que, além de
não encontrar evidências de pronação anormal, o aumento na duração do apoio da
sobrecarga no antepé, mais do que propriamente o real aumento da pressão em si,
seria o principal parâmetro responsável por patologias nos pés, secundário a utilização
de salto alto.
A pressão plantar é um indicador fundamental para a análise dos padrões de
apoio e marcha, obtendo-se níveis aceitáveis que variam de acordo com características
individuais, como evidencia Cavanagh et al. (1987) em seu estudo, analisando os pés
esquerdos de uma amostra de 107 sujeitos assintomáticos, na posição estática. De
acordo com sua metodologia, dividindo o em 10 regiões, encontraram 60,5% do
peso aplicados no calcanhar, 7,8% no meio do pé, 28,1% na parte anterior do e 3,6
% nos dedos. Seus resultados evidenciaram picos de pressão sob o calcanhar, em
média 2,6 vezes maiores do que na parte anterior, na situação descalça, observando
ainda que estes valores correspondam aproximadamente a 30 % dos produzidos em
marcha e a 16 % dos produzidos em corrida.
De acordo com Frey (2000), vários problemas têm sido implicados no uso
incorreto de calçados causando doenças na região do antepé, decorrentes
principalmente do uso inadequado em relação às medidas antropométricas de
comprimento, largura e altura ou ainda dos perímetros do relacionados aos
perímetros do calçado propriamente dito.
Dentre as patologias citadas em seu trabalho, que se relacionariam diretamente
com o estilo de calçados utilizados, o autor refere os desvios em hallux valgus, desvios
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
38
em dedos de martelo”, caracterizado pela hiper-extensão da articulação
metatarsofalangeana, a hiper-flexão da articulação interfalangeana proximal, e hiper-
extensão na porção distal da articulação interfalangeana e ainda neurômas interdigitais,
que o compressões do nervo interdigital na área entre as cabeças dos metatarsos
abaixo do ligamento transverso profundo. O autor complementa ainda que a etiologia
destas doenças é diversa, podendo ser oriunda de traumas, doenças neuromusculares,
artrite reumatóide e mesmo psoríase, porém devido ao alto índice de casos acometidos
por mulheres, em uma proporção de 9:1 em relão aos homens, salienta a
necessidade de melhor relacionar o uso de calçados de salto frente estas patologias”
(FREY, 2000).
Segundo declaração oficial do The American Orthopaedic Foot and Ankle Society
(AOFAS) citado por FREY (1995):
“[...] acredita-se que o uso inadequado de calçados alcançou proporções
epidêmicas no que se refere aos problemas nos pés. De acordo com pesquisa realizada
por esta entidade, nos Estados Unidos da América, em 1991, onde 35 mulheres foram
entrevistadas, dentre elas, cerca de 88% utilizavam calçados de números menores que
os dos pés e cerca de 80% tinham algum tipo de problema relacionado ao uso de
calçados”.
Hansen e Childress (2004) utilizaram em seu trabalho seis plataformas de força
AMTI (Watertown, MA, EUA) a uma freqüência de 960 Hz e oito câmeras sincronizadas,
para análise de movimento tridimensional (Motion Analysis Corporation, Santa Rosa,
CAA, EUA) a uma freqüência de 120 Hz, para verificar o comportamento biomecânico
em relação à mobilidade e forças interagentes do sistema do e tornozelo de 10
voluntárias, durante marcha realizada em três velocidades, utilizando calçados com
alturas de 37 mm (SD=10 mm), e de 71 mm (SD=17 mm). Os autores concluíram que,
na utilização de calçados de salto a 50 mm 60 mm, as adaptações ocorrem
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
39
naturalmente de acordo com as limitões fisiológicas. Porém, a inabilidade do sistema
do e tornozelo em compensar integralmente as adaptações relativas ao apoio acima
de 50 mm 60 mm poderiam implicar na utilização de outros sistemas compensatórios
de adaptação como os joelhos, o quadril e a coluna. Por outro lado, Kerrigan et al.
(2001), empregando uma metodologia similar em quarenta mulheres utilizando
calçados com 60 mm de altura de salto, concluíram que “houve alterações significativas
na função normal do pé e tornozelo” e propõem ainda que “estas compensações devam
ocorrer principalmente nos joelhos e quadril para manter a estabilidade e progressão
durante a marcha”.
Em estudo prévio realizado em 20 mulheres, KERRIGAN et al. (1998), revelam
aumentos significativos de torque na articulação dos joelhos enquanto caminhavam
utilizando calçados de salto, quando comparados à marcha descalça e acrescentam
ainda que até mesmo calçados de 2,5 cm a 3,7 cm induziriam a mudanças
biomecânicas que poderiam levar à origem ou mesmo agravamento de patologias,
como a osteoartrite do joelho. Os autores baseiam-se também no argumento, de que a
incidência de osteoartrite é duas vezes mais elevada em mulheres do que em
homens e de predominantemente acomete os dois joelhos, indicando uma relação
etiológica desta patologia com algum tipo de hábito associado ao gênero feminino.
Apesar de resultados controversos em relação aos valores percentuais de peso
corporal relacionado às regiões dos pés e ainda quais as relões que implicariam de
forma negativa à sua integridade, autores têm encontrado valores sistematicamente
maiores em antepé com o aumento da altura do apoio do calcanhar.
Snow e Williams (1994), mediante seus resultados, salientam que se houver um
aumento do apoio do calcanhar suficientemente significante para alterar o centro de
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
40
massa, como o encontrado em calçados de salto, este aumento de altura ocasionará
uma mudança compensatória na cinética muscular do indivíduo. Esta elevação do
calcanhar incidiria em um aumento da posição de flexão plantar do tornozelo, gerando
mudanças nos ângulos de inserção dos músculos em relação à posição intrínseca dos
ossos nas articulações dos pés, tornozelos e membros inferiores. Os autores enfatizam
ainda que as discrepâncias entre resultados obtidos em estudos, podem estar
relacionadas com as estratégicas nas variações posturais compensatórias que os
indivíduos realizam ao utilizarem calçados de salto alto, podendo ainda correlacionar-se
às diferenças antropométricas como estatura e diâmetro.
Franklin et al. (1995) realizaram um estudo com 15 mulheres onde mensuraram
por meio de um eletro-goniômetro tridimensional o alinhamento referente à posição
bipodal, no plano sagital, dos ângulos da região da coluna cervical, da coluna tocica,
e da coluna lombar, bem como o ângulo da pelve, dos joelhos e do sacro. Seus
resultados assemelham-se com os de Snow e Williams (1994), porém ressaltam ainda
que, com altura de 5 cm, obtiveram resultados significativamente menores em
anteversão do quadril e menores ângulos de lordose lombar e da base do sacro.
Dentre os trabalhos revisados que estão diretamente relacionados ao tema,
utilizados para a fundamentação deste estudo, salientamos Nasser (1999), que
investigou a conformação externa do arco plantar longitudinal medial e a distribuição de
forças nas regiões anterior e posterior do pé, em diferentes alturas e ângulos de apoio
do calcanhar. Em seu estudo participaram 8 indivíduos do sexo feminino, onde foi
medida a pressão plantar e a componente vertical da força de reação do solo, utilizando
o sistema de análise de distribuição de pressão plantar F-scan
®
(Tekscan, Inc. Boston,
MA, EUA) e uma plataforma de força da marca Kistler (Kistler Instrumente AG, Suíça).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
41
O autor encontrou diferenças significativas, porém o lineares na aplicação de forças
na região anterior e posterior, entre as diferentes alturas e ângulos de apoio do
calcanhar. As variações encontradas em seus resultados do percentual de força relativa
devem-se provavelmente, segundo o autor, à configuração e a mobilidade das
articulações quando da elevação do calcâneo, gerando compensações nesta
distribuição, minimizando, portanto, as sobrecargas no pé. Apesar de obter dados
relevantes de contribuição para uma melhor fundamentação deste assunto, os
resultados obtidos pelo autor podem ter sido prejudicados em função dos
procedimentos de coleta, onde os sujeitos eram posicionados sobre o simulador de
alturas, aparelho que permitiu a variação da altura do apoio do calcanhar, localizado
sobre uma estrutura de madeira, a uma altura de 1,50 m do chão. Nesta posição e
ainda em função das medidas de força terem sido realizadas em apoio unipodal, os
indivíduos talvez possam ter sido influência dos pela sensação de insegurança gerada
pela altura, provocando movimentos que talvez pudessem implicar em uma
interferência nos dados, para a manutenção do equilíbrio estático, fato que
provavelmente possa ter afetado nos resultados.
Brino (2003) realizou um estudo em uma amostra composta por 11 indivíduos do
sexo feminino, verificando que uma influência do uso dos calçados com saltos
maiores que 5 cm nas variáveis cinéticas da base de sustentação. Foram analisadas
nesse trabalho, as inflncias de seis modelos de calçado sobre os percentuais da
força peso aplicado na base de sustentação, considerando a componente vertical da
força de reação do solo, por meio de duas plataformas de força (AMTI). Segundo Brino
(2003), a descrição da declividade da curva dos solados dos calçados nas regiões de
apoio do calcâneo, do arco plantar e dos artelhos, sugere que exista uma relação entre
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
42
a aplicação de um maior percentual da força peso no ante para os calçados que
apresentaram os maiores valores da declividade. A autora concluiu em seu estudo que
em relação à manutenção da postura em durante, o uso de diferentes calçados, não
diferiu da condição com os pés descalços, salientando ainda, que estes resultados
possam estar relacionados a uma adaptação do pé ao calçado associado ao ajuste da
articulação do tornozelo, ou mesmo a aplicação de um maior percentual de força peso
no antepé, especialmente com saltos de 5,6 cm e 9,0 cm utilizados no estudo,
corroborando os resultados de outros autores, como os de Jacob (2001), o qual
demonstrou que o comportamento das ações musculares responsáveis pelo equilíbrio
sobre os pés, depende principalmente da resultante do ângulo em que a ão da força
vertical atua.
Apesar de estes resultados apresentarem relações análogas, a quantidade de
sobrecarga capaz de ser fisiologicamente suportada pelos pés ainda é um dado a ser
mais bem explorado, tendo como manifestações decorrentes, em alguma extensão, o
desencadeamento de patologias que acabam por restringir a funcionalidade destas
estruturas anatômicas.
Além da dificuldade de prever quais as influências que determinadas
caractesticas de altura e ângulo de salto poderiam incorrer em relação à integridade
estrutural, a capacidade de se obterem dados em condições reais, previamente ao
desenvolvimento do design dos calçados é bastante limitada. Salienta-se ainda que não
foram encontrados na literatura, dados relacionados ao comportamento das forças
sobre as regiões dos pés, que pudessem contribuir de forma relevante com uma melhor
compreensão acerca do desenvolvimento e confecção de calçados de salto.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
43
3 MÉTODOS
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Este estudo é do tipo descritivo (THOMAS, 2002), pois se caracteriza por tentar
estabelecer associações entre duas variáveis, mediante uma comparação inter-sujeitos
da aplicação de força vertical (Fz) e pressão plantar sobre as regiões do retropé e
antepé com a utilização de calçados de salto e blocos simuladores, procurando
identificar as relações existentes entre as diferentes alturas e ângulos de inclinação de
apoio do calcanhar durante a manutenção da posição estática.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A amostra foi constituída de 30 voluntárias com idades entre 20 e 54 anos,
residentes em Florianópolis, habituadas a utilizarem calçados de salto pelo menos uma
vez por semana, sem histórico de lesões nos membros inferiores nos últimos doze
meses, nem índice de massa corporal (IMC) maior que 30 segundo Pollock, 1993.
3.3 COLETA DE DADOS
A coleta de dados realizou-se no Laboratório de Biomecânica da Universidade do
Estado de Santa Catarina (UDESC), em Florianópolis.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
44
3.3.1 Calçados utilizados no estudo
Foram utilizados 35 pares de calçados causais e sociais, fornecidos pelo
Laboratório de Biomecânica do CEFID-UDESC e fornecidos pelos próprios sujeitos da
amostra, fabricados em diferentes materiais e com características diversas de bico,
solado, salto, entressola e cabedal. Para cada sujeito, de acordo com seu número de
calce, foram selecionadas opções de calçados, realizando-se então um teste subjetivo
de calce onde cada sujeito verificava se cada um dos calçados indicados para o uso era
confortável e calçava adequadamente. Dentre as opções indicadas e com base em sua
interpretação, o sujeito escolheu livremente no mínimo três pares e no máximo sete
pares, fazendo estes, parte de sua coleta.
Tabela 1 – Calçados utilizados no estudo em ordem crescente de altura de salto (n=35):
Altura (mm) Ângulo (º) Calçado (ID) Altura (mm) Ângulo (º) Calçado (ID)
14,1 1º 115 60,8 20º 3660
28,9 10º 230 62,4 20º 3960
32,6 9º 1730 62,9 19º 765
34,6 10º 3835 68,4 25º 870
39,4 5º 340 70,1 25º 3370
43,7 14º 1845 70,2 21º 2070
49,3 16º 450 70,3 25º 4370
49,7 28º 3250 71,8 26º 2470
50,9 13º 1950 73,1 25º 4175
51,7 22º 1350 74,9 26º 3075
51,9 14º 1455 75,7 21º 2575
55,2 15º 4260 77,9 26º 1080
55,8 20º 1655 77,9 30º 1580
57,4 25º 3560 79,5 30º 3180
57,8 20º 560 79,9 27º 1180
58,1 16º 660 81,1 25º 3780
58,4 25º 4070 90,8 40º 2390
60,2 34º 2960
ID = Código de Identificação dos calçados e respectivos ângulos e alturas de salto
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
45
3.3.2 Altura dos saltos dos calçados
A medida da altura dos saltos dos calçados foi definida pela diferença entre a
altura do solado no ponto de apoio do calcâneo distante 40 mm da borda superior
traseira do taco do salto em relação à parte anterior do solado, na base dos metatarsos,
utilizando-se um trador de alturas digital da marca Mitutoyo America Corporation
(EUA, 2002) modelo Absolute digimatic 570-245 (Figuras 8 e 9).
Figura 8 - Medida da altura dos saltos Figura 9 - Medida da altura dos saltos
3.3.3 Ângulo de inclinação dos saltos dos calçados
Os ângulos de inclinação dos saltos dos calçados trazidos pelos sujeitos da
amostra, foram medidos previamente à coleta de dados, durante o andamento da
anamnese, em uma sucessão de 3 medidas distintas feitas pelo mesmo avaliador,
obtendo-se uma dia destes resultados. O instrumento de medida utilizado foi um
inclinômetro pendular com base magnética (Roof Pitch Finder 0101, Fayetteville, NC,
EUA, 2003) (Figuras 10 e 11) posicionado de maneira que permitisse a maior área de
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
46
contato do instrumento sobre o solado, na base de apoio do calcanhar, partindo do
limite da extremidade superior determinando conseqüentemente, a declividade do salto.
Figura 10 - Inclinômetro pendular Figura 11 - Inclinação dos saltos
Além de se verificar os resultados dos dados de força vertical (Fz) e pressão
plantar para cada sujeito com a utilização de um calçado específico, obtendo médias
para cada tipo de calçado, os 35 pares utilizados foram também agrupados e
relacionados de acordo com a proximidade relativa entre as alturas de cada calçado
(Tabela 2). Este critério de classificação foi estabelecido para que a análise descritiva
dos resultados, de acordo com a freqüência de dados válidos, seja a representação das
variações entre as alturas.
Tabela 2 – Grupos e freqüências dos calçados de acordo com a variável estudada:
Altura (mm) Força vertical (#) Pressão Plantar (#)
14,00 a 20,00 19 12
20,10 a 40 32 24
40,1 a 60 72 50
60,1 a 80 53 43
(#) Número de dados válidos para foa vertical Fz e pressão plantar
Calçados agrupados de acordo com a altura do apoio do calcâneo
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
47
3.3.4 Blocos simuladores de ângulo e altura
Para simular as alturas e ângulos de calçados mais freqüentemente utilizados,
foram confeccionados blocos em madeira (Figura 12) para simular o apoio do
calcanhar, com medidas em sua base de 100 mm x 100 mm e nas alturas de 20 mm, 40
mm, 60 mm e 80 mm e ainda blocos em forma de cunha com ângulos de 0
o
, 10
o
, 15
o
,
20
o
, 25
o
e 30
o
, estes também com base de 100 mm. A medida máxima da massa dos
blocos com os ângulos em cada aquisição foi de 471,94 g (bloco de 80 mm e 30
o
),
enquanto que a massa média dos sujeitos foi de 57,40 ± 7,07 kg, portanto, a massa dos
blocos corresponde a menos de 0,82% do peso médio dos indivíduos, acreditando-se
desta forma, haver uma interferência mínima nos resultados obtidos.
Figura 12 – Blocos e ângulos simuladores
Com o objetivo de avaliar o uso dos blocos simuladores como instrumento de
medida, Ávila et al. (2004) realizaram um estudo onde foram utilizadas, duas
plataformas de força AMTI (Massachusetts, EUA, 1991) dispostas em série, adquirindo a
uma freqüência de 600 Hz, com afastamento de 4,1cm, possibilitando a medição das
forças aplicadas sobre o retropé (plataforma 1) e o antepé (plataforma 2)
simultaneamente, determinando o comportamento da sobrecarga nestas regiões.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
48
Foram avaliadas através deste trabalho, as forças verticais de reação do solo de 25
sujeitos em alturas de salto simuladas através dos mesmos blocos de madeira
utilizados neste estudo, porém com angulações de 0º, 10º, 20º, 30º e 40º graus e em
alturas variando a cada centímetro, de 0 cm a 8 cm. Para cada simulação de altura e
angulações do salto, foram feitas duas avaliações para cada sujeito, uma para o
direito e outra para o esquerdo.
Com base em estudo piloto realizado, utilizou-se como padrão a aquisição de
dados do direito após evidenciarmos não haver diferenças significativas entre os
resultados obtidos entre os dois pés.
3.3.5 Localizão dos pontos anatômicos
Para estabelecer um padrão relativo ao apoio do calcâneo na base do bloco
simulador de ângulo e altura, foram demarcados: o ponto mais proeminente dos
maléolos mediais (Figura 13) e a projeção perpendicular destes pontos, da região
medial do pé, até a base de apoio na superfície do solo, incidindo perpendicularmente
sobre a base anterior dos blocos.
Figura 13 – Localização dos pontos anatômicos
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
49
3.3.6 Regiões de apoio dos pés
A caracterização utilizada para definir as regiões dos s com base na
necessidade metodológica da simulação nos blocos (Figura 14), foi a divio dos s
em retropé, formada pelas articulações talo-crural e subtalar e em antepé formada pelos
metatarsianos, as falanges dos artelhos, as articulações tarso-metatarsiana, metatarso-
falangianas, intermetatarsianas e interfalangianas.
Figura 14 – Regiões de apoio dos pés
3.3.7 Distância do apoio entre os pés
À distância entre o apoio dos pés na posição bipodal equilibrada (Figura 15), foi
estabelecida previamente à coleta de dados durante o teste subjetivo de conforto dos
calçados, logo após a localização dos pontos anatômicos e caracterizava-se por uma
linha perpendicular imaginária relativa ao ponto bi-iliocristal em relação aos s no
plano frontal. Depois de estabelecida a postura ortostática de maior conforto para o
sujeito, foi medida a distância entre os dois pés a partir dos pontos mais proeminentes
dos maléolos mediais. Esta medida foi utilizada posteriormente quando foi necessário o
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
50
alinhamento dos blocos e calçados sobre as plataformas, utilizando-se uma
demarcação na superfície do assoalho.
Figura 15 – Distância entre os pés
3.5 INSTRUMENTOS DE MEDIDA
3.5.1 Questionário
Foi realizada uma entrevista onde os sujeitos assinaram um termo de
consentimento e responderam um questionário (APÊNDICE A) a respeito da freqüência
do uso de calçados, a maior altura de salto e o tempo médio de utilizão destes
calçados, bem como dados gerais de identificação e medidas dos calçados trazidos
pelos sujeitos.
3.4.2 Plataformas de força AMTI (Advanced Mechanical Technology Incorporation)
O sistema AMTI (Massachusetts, EUA, 1991) é composto por duas plataformas de
força extensométricas (Figura 16), modelo OR6-5-2000, dois conversores analógico-
digitais, um amplificador de sinal com 6 canais do tipo AMTI OR6-5 (1991) e um
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
51
software de aquisição. As plataformas medem 50,8 cm de comprimento, 46,4 cm de
largura e 8,26 cm de altura. Cada plataforma possui células de carga do tipo strain
gages (extensômetros de resistência elétrica), que estão localizadas em cada uma de
suas extremidades, permitindo a medição simultânea das três componentes de força
ortogonais.
Figura 16 – Plataformas AMTI (fonte: Manual AMTI, 1991).
Os sensores são compostos por uma placa metálica contendo transdutores que
ao sofrer uma pequena deformação em uma de suas dimensões, sofrem uma alteração
na resistência elétrica. Estes elementos estão ligados em um circuito elétrico na
configurão de ponte de Wheastone, resultando em um desnível na tensão elétrica
proporcional à força aplicada.
O sistema Peak Motus® 4.1 (Peak Performance Technologies Inc., Colorado,
EUA) foi utilizado para a avalião dos sinais provenientes das duas plataformas de
força os dados foram adquiridos a uma freqüência de 60 Hz, durante 5 segundos. As
variáveis adquiridas simultaneamente foram a força vertical na plataforma X para o
retropé e na plataforma Y para o antepé. Os dados da componente vertical da força de
reação do solo das duas plataformas (x e y) foram somados logo após a aquisição da
série da respectiva altura e ângulo, sendo excluídos aqueles resultados que obtivessem
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
52
um erro maior que 10% do PC quando comparado à posição de s descalços. As
tentativas descartadas foram repetidas antes da troca para uma altura superior.
3.4.3 Sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005) versão 8.3
O sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005) (Figura 17) é composto por duas palmilhas
com 99 sensores do tipo capacitivo, conectados por intermédio de cabos a um sistema
de aquisição, que encaminha os dados adquiridos para um amplificador de sinais,
sendo capturado por uma placa instalada em um computador onde o sinal é
processado por um software de análise em tempo real (Figura 18).
O sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005) possuí diversos aplicativos para análises
diferenciadas, com caracterizões relacionadas a vários parâmetros de estudo da
marcha e com objetivos específicos para o qual cada software foi desenvolvido. Para
Aquisição
de dados
Acondicionamento
dos sinais
Figura 18 – Esquema de funcionamento do Sistema de
aquisição de dados com palmilha sensorizada (Fonte:
Sánchez-lacuesta, Baa,J.G.)
Figura 17 - Sistema pedar
®
novel
gmbh
©
2005.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
53
que a análise se processe em seus aplicativos, devem-se seguir procedimentos que
permitam a interação de dados entre os softwares.
Os dados brutos são coletados e armazenados no aplicativo pedar-m online
(novel
gmbh
©
, 2005), que possuí a extensão *.sol atribuída a seus arquivos. Para que
estes dados sejam utilizados por outros aplicativos, devem ser transformados em outras
extensões de acordo com a necessidade do usuário.
Os procedimentos utilizados para este estudo são comentados a seguir:
Os dados com a extensão *.sol oriundos do sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005), foram
transformados em arquivos do tipo ASCII pelo aplicativo pedar-m ASCII converter
(novel
gmbh
©
, 2005) (Tabela 3), que permite a utilização por outros softwares de análise
estatística. Para cada sujeito, sobre cada bloco, em determinado ângulo, tanto para o
direito como para o esquerdo, foi feita uma análise dos dados coletados através
da importação de dados do sistema pedar
®
para o software Microsoft® Excel 4.0, onde
foi gerado uma macro* para verificar a viabilidade da utilização dos dados provenientes
do sistema de aquisição de pressão plantar.
Macro* = rotina auto-executável de cálculos para análise de dados em série que obedece a critérios e
procedimentos definidos pelo usuário.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
54
S5B215
0
5
10
15
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97
SENSOR
N/cm2
MÉDIA
PICO
Exemplo de planilha gerada para tratamento dos dados brutos pelo Microsoft® Excel 4.0, pressão
em N/cm
2
para cada sensor nas palmilhas esquerda e direita em função do tempo.
Tabela 3 - Planilha em Formatos ASCII do aplicativo pedar-m ASCII converter (novel
gmbh
©
, 2005)
novelgmbh pedar mobile expert
ASCII output formats:
Pressure Values files will give pressure measurements for each sensor as a function of time.
file name: S10B200.SOL insole type: v50r51l date/time: 19:2:5 10:1:58
total time [secs]: 15.340 time per frame[secs]: 0.020
pressure values in N/cm²
Mask definition:
M1: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26...
M2: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26...
time[s] 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0.020 3.00 9.00 12.00 10.00 5.00 0.00 11.00 16.00 16.00
0.040 3.00 9.00 12.00 10.00 5.00 0.00 10.00 16.00 16.00
0.060 3.00 9.00 12.00 10.00 5.00 0.00 10.00 16.00 16.00
0.080 3.00 9.00 12.00 10.00 5.00 0.00 11.00 16.00 16.00
0.100 3.00 9.00 11.00 10.00 5.00 0.00 11.00 16.00 16.00
Para cada dado específico de pressão plantar coletado, para cada de cada
sujeito, foi obtido o pico máximo de pressão, as média e desvios padrão para cada um
dos 99 sensores em cada palmilha (Gráfico 1).
Exemplo referente ao sujeito 5 bloco - 20 mm - 15º graus, utilizado para análise da validade dos
dados, bem como para determinar as regiões de contato.
Gráfico 1 - Médias e picos de pressão dos 99 sensores das palmilhas do sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005)
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
55
Médias Pressão Pé D e E
0
5
10
15
20
25
B00
B210
B220
B230
B410
B420
B430
B610
B620
B630
B810
B820
B830
Blocos
N/cm2
Médias Direito N/cm2
Picos N/cm2 R
Média Esquerdo N/cm2 R
Desta maneira, foram estabelecidos os critérios para a utilização dos dados
considerados válidos referente a cada sujeito, quando os sinais o apresentavam
discrepâncias significativas decorrentes dos procedimentos de posicionamento sobre os
blocos simuladores entre outras interferências externas.
Estabeleceram-se também, através desta análise preliminar, os critérios para
delimitação das regiões de retropé e antepé para a palmilha sensorizada, tanto pela
presença ou não do sinal como em relação à intensidade deste sinal (Gráfico 1 e 2),
visto que o indivíduo, quando posicionado sobre os blocos simuladores, mantinha a
região do médio pé sem contato direto sobre nenhuma supercie de apoio. Portanto,
através do sistema de numeração padrão do sistema, estipulou-se como “região do
retropé” os sensores de 1 a 40 e a “região de antepé” os sensores de 55 a 99 (Figura
19). Para a análise dos dados obtidos, utilizou-se como padrão a aquisição dos dados
do direito, após evidenciarmos previamente em estudo piloto, não haver diferenças
significativas entre dois pés (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Médias de pressão plantar em retropé com blocos simuladores n=11
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
56
Região do Antepé – sensores 55 a 99
Região do Retropé sensores 01 a 40
Como resultado destas análises preliminares, para a caracterização do
comportamento da pressão plantar sobre os blocos simuladores, foram excluídos 19
sujeitos do estudo, cujos dados foram considerados como o válidos segundo os
critérios estabelecidos, obtendo-se, portanto dados relacionados a 11 sujeitos.
Tabela 4 – Sujeitos com dados válidos para pressão plantar nos blocos simuladores
Sujeitos N=11
5 7 8 9 10 11 13 14 17 19 30
3.4.3.1 Aferição das plataformas de força AMTI
A calibração das plataformas de força foi feita com a utilização de objetos de
massa padronizadas, previamente aferidos obedecendo a critérios do Laboratório de
Biomecânica do CEFID-UDESC.
Figura 19 Identificão dos 99 sensores pelo sistema de numeração padrão pedar
®
novel
gmbh
©
(2005), permitindo a localização dos pontos através dos dados gerados pelos
arquivos ascii.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
57
3. 4.3.2 Calibração das palmilhas sensorizadas pedar
®
novel
gmbh
©
(2005)
O funcionamento do sistema, qualidade e confiabilidade do sinal, depende de
uma calibração periódica que segue protocolos do fabricante. Consiste em utilizar um
compressor de ar que alimenta uma mara de pressão (Figura 20), onde são
realizadas medidas de compressão mecânica padronizadas da palmilha sensorizada
(Figura 21), através do controle de um medidor de pressão digital e seguindo uma
metodologia indicada por um software específico pedar-m calibration, (novel
gmbh
©
,
2005). Estes dados de calibração são armazenados na forma de arquivos no próprio
sistema gerenciador, sendo utilizado pelos aplicativos do sistema pedar
®
a cada vez
que se faz uma coleta, informando as características da palmilha, de acordo com
procedimentos inerentes ao próprio software. As palmilhas utilizadas no estudo foram
calibradas de acordo com a periodicidade e padrões estabelecidos pelo próprio
Laboratório de Biomecânica da UDESC.
Figura 20 – Calibrador pedar
®
novel
gmbh
©
(2005) Figura 21 Palmilhas pedar
®
novel
gmbh
©
(2005)
Após equipar o indivíduo com o sistema, estabelece-se o valor “referência zero”
de pressão plantar mediante uma “auto-calibração” onde se procede a checagem dos
valores pelo teste de apoio unipodal indicado pelo manual. Salienta-se que este
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
58
procedimento foi realizado a cada troca de palmilhas e repetido aleatoriamente durante
a coleta de dados de cada sujeito e nas diferentes trocas de blocos simuladores. Este
procedimento foi seguido com a intenção de atenuar as chances de se obter
interferência nos sinais, provenientes de mau alinhamento ou mau posicionamento da
palmilha.
3.5 PROCEDIMENTOS
A coleta de dados dividiu-se em: a) informações gerais, anamnese, avaliação
antropométrica e medidas dos calçados b) medidas biomecânicas.
3.5.1 Informações gerais:
O sujeito foi informado sobre os procedimentos e objetivos do trabalho, logo
após respondeu ao questionário com as informões gerais, assinou um termo de
consentimento e passou por uma avalião antropométrica. Dentre as informações
sobre os procedimentos, foi enfatizada a permanência do indivíduo em silêncio, de
olhos abertos, postura e respiração natural durante o tempo de coleta sobre a
plataforma, bem como uma postura relaxada.
3.5.2 Anamnese e avalião antropométrica
A anamnese e a avaliação antropométrica foram conduzidas pelo mesmo
avaliador e constitui-se de informações gerais de identificação, história pregressa de
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
59
enfermidades e patologias relacionadas aos membros inferiores nos últimos 12 meses,
sendo este item de caráter excludente no caso afirmativo.
A aparência visual dos pés relacionando-se a deformidades aparentes, desvios
acentuados, calosidades, tipo de pé, conformidade de arco plantar, foram observados,
porém não controlados neste estudo, limitando-se a constar nas observações, a menos
que estes indícios, de acordo com a interpretação subjetiva do avaliador,
demonstrassem influir de forma significativa nos resultados deste trabalho.
Dentre os itens medidos, constam a avaliação do índice de massa corporal
proposto por Pollock, 1993, (APENDICE A) o peso do indivíduo sobre a plataforma, a
massa corporal, estatura, mero do calçado, a medida para ambos os pés do
comprimento, largura e altura. Verificaram-se ainda, a freqüência de uso do salto na
semana, maior altura de salto utilizada e tempo médio de utilização do salto em horas
por dia.
Para as medidas de estatura e massa corporal, foram utilizados uma balança
digital marca Toledo modelo 2096 PP (Brasil, 2001) e um estadiômetro marca Sanny
(Brasil, 2002). Para as medidas de antropometria dos s foram utilizados dois
paquímetros digitais da marca Mitutoyo America Corporation (EUA, 2002) modelos CDC
– 18” C e CDC – 8” C com resolução de 0,01mm e uma fita métrica TBW (Figura 22).
Figura 22 Instrumentos de
medida para avaliação
antropométrica.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
60
3.5.3 Medidas dos calçados
Os calçados utilizados pelos sujeitos foram medidos previamente à sessão de
coleta de dados para aqueles que utilizaram calçados fornecidos pelo laboratório e
medidos logo após a anamnese e avalião antropométrica, para aqueles sujeitos que
fizeram uso dos próprios calçados. Foram registradas as medidas de altura de salto,
altura total de salto, número de calce, comprimento e largura do calçado e ângulo de
inclinação do salto (Figuras 23 e 24).
Figura 23 – Bloco simulador e calçado de salto Figura 24 – Medida do calçado
3.5.4 Sistema de aquisição de dados
A medida de aplicação de força relativa ao peso corporal sobre as regiões dos
pés foi obtida por meio de duas plataformas de força dispostas em série, nas quais o
indivíduo se posicionou descalço utilizando uma meia de nylon para facilitar o uso de
palmilhas sensorizadas pedar
®
novel
gmbh
©
(2005). Obteve-se a força vertical (Fz)
relacionando-se a medida da força peso em Newton aplicado sobre a plataforma x e y
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
61
concomitantemente com o uso de blocos simuladores com o sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005), obtendo-se também as médias e os picos de pressão em Newton por
centímetro quadrado e a área de contato.
3.5.5 Distância entre o apoio dos pés sobre os blocos simuladores
O sujeito foi instruído a posicionar-se imóvel e descalço sobre os dois pés
paralelos, membros superiores junto ao tronco em posição relaxada de forma a
distribuir o peso corporal de forma confortável e o mais uniforme possível sobre os dois
pés, sendo que a base de sustentação não deveria exceder uma linha imaginária
relativa à distância perpendicular dos ombros em relação ao plano frontal. Esta medida
foi comparada à medida prévia sem os blocos e demarcada na superfície do assoalho,
para ser utilizada como referência na distância entre os blocos para toda a coleta
(Figura 25). Esta distância entre os pés sobre os blocos foi, em média, de
aproximadamente 15 (± 3) cm.
Cada bloco possuiu as dimensões de 100 mm de largura por 100 mm de
comprimento, sendo assim, os retropés foram posicionados de maneira a obedecer a
distância padrão entre os maléolos em todas as coletas. Os sujeitos tinham a liberdade
de posicionarem os retropés dentro dos limites de 100 mm do bloco desde que
alinhados os maléolos em relação a este, sendo que a tendência dos sujeitos era de
posicioná-los no centro do bloco, orientados oralmente pelo avaliador a corrigir a
posição e a alinhar-se visualmente pelas demarcações na plataforma e no bloco (Figura
26).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
62
Figura 25 – Distância entre os blocos Figura 26 – Posição dos pés
Para garantir o posicionamento correto da palmilha sensorizada e impedir o
escorregamento do dispositivo sobre o bloco, foram utilizadas meias femininas de nylon
(98% poliamida / 02% elastano) da marca comercial Trifil
®
, tipo ¾.
3.5.6 Fixação dos blocos simuladores de alturas e ângulos
Os blocos foram fixados à plataforma e ao chão por meio de uma fita adesiva
dupla-face da marca comercial 3m
®
, para impedir qualquer movimento durante a
aquisição dos dados. O posicionamento dos blocos no chão foi obtido por meio de
linhas demarcadas sobre a superfície enquanto que, em relão à localização na
plataforma, foi pela congruência dos lados externos do bloco de madeira em relação ao
ângulo reto da plataforma (Figura 25).
3.5.7 Preparação do sujeito para aquisição com o sistema pedar
®
(novel
gmbh
©
(2005).
Uma vez que o sujeito era equipado com o sistema de aquisição pedar
®
novel
gmbh
©
(2005), constituído de um par de palmilhas sensorizadas utilizadas com os
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
63
pés descalços envoltos somente pelas meias de nylon
®
, o sujeito tinha
aproximadamente cinco minutos para a familiarização e adaptação com o equipamento.
Foi utilizado o sistema de palmilhas ligado à base por meio de cabos, de maneira
que o sujeito se posicionava em frente às plataformas enquanto que a base de
aquisição dos sinais permanecia ao lado, sobre o chão, garantindo que o houvesse
interferência direta do sistema em relação ao equilíbrio na postura ortostática. Entre os
intervalos de trocas de blocos o indivíduo permanecia sentado próximo à plataforma.
3.5.8 Posicionamento e aquisição sobre as plataformas de força AMTI
O sujeito se colocou sobre as plataformas sem blocos, ou seja, a partir da altura
de 0 mm e ângulo de 0
o
grau e após, em alturas e ângulos crescentes, sucessivamente
sobre os blocos (Figura 26 e 27) buscando controlar seu equilíbrio de forma a minimizar
as oscilões durante o tempo de coleta. Foram repetidas a cada mudança de altura,
as instruções sobre a permanência do indivíduo em silêncio, de olhos abertos, postura
e respiração natural durante o tempo de coleta sobre a plataforma (Figuras 13, 14, 15,
26 e 28).
Figura 27 – Posicionamento inicial sobre a plataforma
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
64
Foram coletados os dados referentes à região anterior e posterior do direito,
até a altura final estabelecida ou até que a sensação subjetiva de desconforto do sujeito
impedisse a realização da aquisição, segundo opinião espontânea do indivíduo.
Como limite individual de altura dos blocos para cada sujeito, além da sensação
subjetiva de desconforto, foi considerado como cririo, a perda do contato da cabeça
do quinto metatarso em relão à superfície da plataforma, sendo esta situação de
caráter excludente da referida altura e ângulo.
O tempo total da manutenção da postura ortostática, que compreendeu o tempo
entre o posicionamento do sujeito sobre os dois blocos e a aquisição dos dados, foi de
no máximo 45 segundos, em cada ângulo e altura específicos.
O tempo de aquisição das plataformas de força AMTI foi de 5 segundos, para
o sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005) foram utilizados 15 segundos. Após 5 segundos do
início da coleta dos dados de pressão plantar, era iniciada a aquisição com a plataforma
de força, porém, com a intenção de minimizar desequilíbrios provocados pela tentativa
da manutenção da postura ereta estática, no tratamento dos dados, foram eliminados
os primeiros 5 segundos de aquisição com o sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005),
resultando portanto, em uma coleta de 10 segundos.
Por este estudo se caracterizar como um evento de baixa freqüência e pouca
variação de oscilação foi utilizado uma freqüência de 60 Hz para a plataforma e 50 Hz
no sistema pedar
®
novel
gmbh
©
(2005). O tempo total da coleta de dados em cada sessão
foi em média de uma hora, porém este tempo dependeu do grau de conforto individual
sobre os blocos simuladores de altura e do mero de calçados utilizados variando
entre os sujeitos.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
65
Como critério para validação das tentativas de aquisição dos dados foi
estabelecido verificar a curva de força após o término da aquisição, bem como observar
o comportamento da pressão plantar durante a coleta (Figura 28).
Mediante uma análise subjetiva do comportamento das curvas de força (Figura
28) os dados eram observados e interpretados pelo avaliador, de forma que quaisquer
alterações, caracterizadas por ausência de sinal, saturação, erros que estivessem
relacionados a um mau posicionamento da palmilha ou que sugerissem mudanças
significativas no posicionamento do indivíduo, desequilíbrios que invalidassem a coleta,
como movimentos bruscos, ou mesmo desconforto acerca da posição. Cada tentativa
descartada era repetida logo após a coleta da ordem seguinte.
Após a aquisição das duas medidas de aplicação da força vertical (Fz)
simultâneas, referentes a cada altura e ângulo, foi calculada a soma obtida nas duas
plataformas, normalizada pelo peso do indiduo. Esta soma não deveria exceder a um
erro de ± 5% da medida inicial obtida da força peso do sujeito na posição ortostática.
Através deste cálculo, objetivou-se restringir uma aplicão de força mais uniforme
entre os dois pés.
Figura 28 (ilustrativa) Visualização
gráfica em tempo real na aquisição no
sistema pedar.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
66
3.5.9 Aquisição com os calçados de salto alto
Uma vez finalizada a aquisição com a utilização dos blocos simuladores,
realizou-se a aquisição com os calçados de salto alto (Figura 29). Foi estimado um
período curto para a ambientação do sujeito ao calçado, cerca de dois minutos
decorriam entre a prova do calçado e a coleta, visto que a maioria dos calçados foi
considerada de fácil adaptação ao calce, ou ainda, pertenciam aos próprios sujeitos.
Figura 29 – Palmilha no calçado
O posicionamento do calçado, referente à plataforma e ao afastamento dos pés,
obedeceu ao mesmo critério de posição dos blocos, relativo ao ponto mais proeminente
do maléolo medial e a projeção perpendicular deste ponto, na região medial do pé, até
a base de apoio na superfície que incidia sobre a superfície da plataforma.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
67
3.6 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS
Os procedimentos estatísticos foram executados com os softwares SAS, versão
8.0. e SPSS versão 11.0, as análises das curvas foram obtidas com a utilização do
software Curve Expert 1.34 for Windows. Para a análise preliminar e descritiva, os
dados obtidos sistema pedar
®
(novel
gmbh
©
2005) e Peak Motus® (Peak Performance
Technologies Incorporation, Colorado, EUA) foram transferidos entre os sistemas
através do Microsoft
®
Excel 4.0.
Para a análise dos dados de força vertical e pressão plantar referentes aos blocos
simuladores foi utilizado a análise de variância ltipla, complementada pelo teste de
comparações ltiplas de Tukey. Para a análise dos dados de força vertical e pressão
plantar referentes aos calçados foi utilizado o teste de Levene para verificar a
homogeneidade dos dados, a análise de variância ANOVA oneway e o teste Post Hoc
de Scheffé.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
68
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Participaram deste estudo, 30 indivíduos do sexo feminino, com idades entre 20
e 54 anos, sem lesões em membros inferiores nos últimos 12 meses, residentes na
cidade de Florianópolis (SC), entre elas, universitárias dos cursos de Fisioterapia e
Educação Física da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), funcionárias
do Centro de Educação Física, Fisioterapia de Desportos (CEFID-UDESC) e voluntárias
da comunidade, residentes nas proximidades da universidade. Salienta-se, no entanto,
que o número de indiduos utilizado com dados válidos para a caracterização da
pressão plantar foi de 11 sujeitos.
4.2 DADOS ANTROPOMÉTRICOS
De acordo com anamnese conduzida previamente à coleta de dados
(ANDICE E), os sujeitos apresentaram uma média de idade de 26,5 ± 6,6 anos,
estatura média de 163,98 ± 4,53 cm e massa média de 57,40 ± 7,07 kg. Com base na
literatura (MANFIO, 1995), verificaram-se também as medida antropométricas dos pés
relativo à altura, comprimento e perímetro. Como fatores excludentes, além de
patologias prévias e discrepâncias anatômicas que visualmente comprometessem a
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
69
validade do estudo, foi estabelecido um limite para o índice de massa corporal (IMC) de
até 30, segundo Pollock, 1993, obtendo-se uma média para o grupo de 21,34 ± 2,50.
De acordo com os resultados das medidas intra-sujeitos realizadas pelo mesmo
avaliador, foram encontradas diferenças entre o pé direito e o esquerdo, em média de
(2,46 ± 1,71) mm para o comprimento, (1,95 ± 1,65) mm para a largura e (3,07 ± 2,73)
mm no perímetro.
Foram utilizados diversos calçados com padrões de fôrmas e numeração
diferenciados, fornecidos pelo Laboratório de Biomecânica do CEFID/UDESC e pelos
próprios sujeitos da amostra. A numeração utilizada foi do n
o
35 ao n
o
38, sendo 6
sujeitos n
o
35 (20%), 11 sujeitos n
o
36 (36,67%), 10 sujeitos n
o
37 (33,33%) e 3 sujeitos
n
o
38 (10%), de acordo com o padrão de numeração brasileiro (Tabela 5).
Tabela 5 – Médias das medidas antropométricas dos pés dos sujeitos e numeração de calçado.
Numeração de calçado
35 36 37 38
Medida dos pés D E D E D E D E
Comprimento (mm) 229,4 229,0 241,3 241,6 245,4 246,0 255,5 255,6
Pemetro (mm) 226,2 224,5 226,5 226,5 234,2 232,9 244,5 244,4
Largura (mm) 90,8 90,4 91,3 91,0 94,7 95,1 96,9 99,1
D= Pé direito E= Pé esquerdo
4.3 HÁBITOS RELACIONADOS AO USO DE CALÇADOS
Segue-se a análise descritiva com base na anamnese realizada, onde se
verificaram informações pertinentes aos hábitos de utilização de calçados de salto
relativo à sua finalidade do uso, a freqüência semanal, o tempo aproximado de uso e o
maior salto habitualmente utilizado pelos sujeitos da amostra.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
70
Uso de calçados de salto
23%
47%
30%
2 a 4 horas/dia
4 a 6 horas/dia
+ 6 horas/dia
Em relão à finalidade do uso, verificou-se que, para esta amostra, a utilização
de calçados de salto se dá, de forma geral, sem nenhum destaque a alguma
caractestica específica, sendo utilizado para a realização de atividades diversas, como
para o trabalho, em ocasiões sociais bem como casuais.
A freqüência do uso de calçados de salto de pelo menos um dia por semana foi
relatada em 100% dos casos. 33% utilizam apenas uma vez por semana, 20% utilizam
pelo menos dois dias por semana, 17 % pelo menos três dias, 17% cinco dias, 3% seis
dias e 10% utilizam todos os dias, ou seja, 73% utilizam calçados de uma a três vezes
por semana enquanto que 27%, cinco vezes ou mais por semana.
4.4 TEMPO DE UTILIZAÇÃO DE CALÇADOS DE SALTO
Referente ao tempo de uso (Gráfico 3), verificou-se que 23% dos sujeitos
utilizam calçados de salto de 2 a 4 horas diários, 47% de 4 a 6 horas e 30% mais de 6
horas por dia.
Gráfico 3 – Tempo diário aproximado de utilização dos calçados
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
71
4.5 MAIOR ALTURA DE SALTO* HABITUALMENTE UTILIZADA PELOS SUJEITOS
O termo altura de salto foi citado pelos sujeitos, da mesma forma coloquial
usualmente utilizada pelo público consumidor. Tratando-se da altura na região posterior
do salto, a qual conceitualmente refere-se neste estudo como altura total do salto*,
não se tratando da variável controlada, altura de salto que foi definida pela diferença
entre as alturas do solado, medidas nas regiões do retropé e antepé.
A maior altura do componente salto (Gráfico 4), em valores aproximados,
utilizada pela maioria dos sujeitos da amostra (26,66 %), foi a de salto 100 mm. Cerca
de 16,66 % referiram utilizar saltos com mais de 100 mm, porém quando se relacionou
o hábito do uso de saltos ditos "médios a altos" (maiores que 60 mm), para esta
amostra 93,33 % referiram estar habituados a utilizar calçado com altura total de salto
com mais de 60 mm.
Maior altura de salto
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Sujeitos
Altura cm
Gráfico 4 – Maior altura de salto dos calçados utilizada pelos sujeitos da amostra.
* altura total de salto = altura total desde a base do calcâneo, medida na região posterior do salto.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
72
Altura de salto
até 50mm
7%
51mm a 100mm
76%
> 100mm
17%
até 50mm
51mm a 100mm
> 100mm
Em relação a maior altura aproximada de salto habitualmente utilizada, verificou-
se que 7% utilizam até 50 mm de altura total de salto* 76% utilizam saltos maiores que
50 mm, porém menores que 100 mm. 17% estão habituados a utilizar saltos maiores
que 100 mm (Gráfico 5).
Gráfico 5 - Maior altura de salto.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
73
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5.1 COMPORTAMENTO DA FORÇA PESO (FZ) NOS BLOCOS SIMULADORES:
Para atingirmos o objetivo proposto, de verificar o comportamento da força peso
no retropé em indivíduos em equilíbrio bipodal, descalços, sobre blocos simuladores de
diferentes ângulos e alturas de salto, utilizou-se a análise de variância múltipla realizada
através do software SAS versão 8.0, onde se verificou, de acordo com a tabela 6, a
interação entre as variáveis, altura do salto e ângulo de inclinação do salto, relativo à
força vertical (Fz).
Tabela 6 - Análise de variância múltipla para blocos, altura e ângulo.
Causas de Variação Graus de liberdade Soma quadrática F Significância
Sujeito (bloco) 29 320364,31 24,31 <0,001
Altura 3 224829,17 164,91 <0,001
Ângulo 5 404778,26 178,14 <0,001
Altura*Ângulo 15 126339,65 18,53 <0,001
Erro Experimental 663 301294,56
Total Corrigido 715 1375520,80
Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados (Tabela 7), onde foi
relacionado às mensurações de Fz pertencentes ao mesmo sujeito, complementada
ainda pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%,
onde se verificou uma interação significativa entre a altura de salto e o ângulo de apoio
no calcanhar.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
74
Tabela 7 – Valores de Força vertical (Fz) sobre os blocos simuladores na região do retropé.
Altura (mm)
20 40 60 80
Ângulo
(º)
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
0 180.52
ABC
27.20 184.23
AB
31.29 174.22
BCD
29.73 113.66
JK
29.99
10 162.48
CDE
27.95 170.20
BCD
32.81 159.21
DEF
28.74 113.99
JK
25.48
15 140.71
FGH
22.79 148.15
EFG
25.12 139.98
FGHI
31.29 100.36
KL
23.83
20 126.43
IJ
28.23 137.69
GHI
29.34 132.50
GHIJ
33.06 89.03
KL
21.62
25 114.11
JK
32.56 116.65
JK
33.72 97.53
KL
23.08 76.18
M
21.29
30 195.09
A
26.34 177.84
ABCD
30.18 127.10
HIJ
32.28 174.79
BCD
54.33
Médias seguidas de letras distintas diferem significativamente, através da análise de variância,
utilizando o delineamento de blocos casualizados, complementado pelo teste de comparações
múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.
5.1.1 Força Vertical (Fz) em retropé:
Verificou-se que com o aumento da altura do apoio, uma diminuição da
aplicação da força vertical Fz em retropé (Tabela 7). Com o bloco de 20 mm, a menor
altura estudada, o ângulo de 30º graus apresentou percentual de Fz significativamente
maior sobre todos os demais ângulos e alturas, exceto sobre os blocos de alturas de 20
mm e grau e sobre 40 mm, nos ângulos de e de 3 graus, onde não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas. Verificaram-se também, com o
bloco de altura de 20 mm, que os resultados das médias em relação aos ângulos
quando comparados entre si, diferiram significativamente, com exceção entre e 10º,
0º e 30º graus e 20º e 25º graus.
Entre as alturas de blocos de 20 mm, 40 mm e 60 mm as médias não diferiram
estatisticamente entre si nos ângulos de 0º grau, 10º graus, 15º graus, 20º graus e 25º
graus. O bloco de 80 mm diferiu das demais alturas, em todos os ângulos, quando
comparados entre si, com exceção do ângulo de 30º graus no bloco de 40 mm.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
75
De acordo com estes resultados, observou-se um momento em que ocorre uma
mudança do comportamento da aplicação da força vertical, a partir do bloco de 60 mm
e a partir do ângulo de 25º graus (Gráficos 6 e 7). Estes pontos de transição evidenciam
uma provável modificação nas estratégias de equilíbrio do indivíduo, para compensar o
incremento da altura, corroborando com os resultados de Snow e Willians (1994),
Franklin et al. (1995).
Estas modificões relacionadas à estabilidade dinâmica decorrente de ações
musculares no controle motor do equilíbrio, (AMADIO, 1999), não foram controladas
neste estudo, porém mostram-se responsáveis, em alguma magnitude, pela a
adequação do indivíduo em alturas acima de 60 mm e a partir do ângulo de 25º graus, e
apesar de opiniões controversas na literatura, poderiam estar relacionadas a
adaptações em vários níveis articulares além do e tornozelo, como nos joelhos,
quadris e coluna vertebral Kerrigan, D.C. (2001), Kerrigan, D.C.,(1998), Hansen, A.H.
(2004), Snow (1994), Franklin et al., (1995), Nasser (1999), Brino (2003).
Gráfico 6 - Força vertical (Fz) aplicadas na região do retropé, utilizando blocos simuladores de
alturas, valores normalizados em percentuais de peso corporal (%PC).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
10º 15º 20º 25º 30º
20mm
40mm
60mm
80mm
% peso corporal em
Ângulos dos blocos
% peso
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
76
Gráfico 7 - Força vertical (Fz) aplicadas na região do retropé, utilizando blocos simuladores de
alturas, normalizadas em percentuais de peso corporal (% PC).
O bloco de altura de 40 mm o ângulo de grau apresentou percentual de Fz
maior sobre os demais ângulos na mesma altura (Tabela 8). Com 60 mm de apoio do
calcanhar, no ângulo de grau, o percentual Fz apresentou-se maior do que todos os
outros ângulos na mesma altura de bloco, exceto em relação ao ângulo de 10º, onde
não diferiram estatisticamente. No bloco de altura de 80 mm com 25º graus, encontrou-
se o menor valor de Fz sobre todas as alturas e demais ângulos estudados. Verificou-se
ainda que o ângulo de 25º graus apresentou menor percentual de Fz em todas as
alturas (Gráfico 7).
Tabela 8 - Resultados das médias de força vertical (Fz) na região do retropé normalizados pelo
peso corporal em percentuais de PC (%PC).
(%PC) = percentual de peso corporal; (Dp %) = desvio padrão; (Altura 0 – ângulo 0) = indivíduo descalço
Ângulos
10º 15º 20º 25º 30º
Altura
mm
%PC Dp % %PC Dp % %PC Dp % %PC Dp % %PC Dp % %PC Dp %
0 70,93 9,24 - - - - - - - - - -
20 65,61 6,70 58,92 8,32 51,81 6,89 46,15 8,93 40,43 9,27 72,17 7,94
40 66,82 7,21 61,18 9,18 54,11 7,76 50,10 8,46 42,25 9,55 65,06 10,61
60 62,74 9,11 58,49 8,60 50,87 10,46 46,92 9,75 34,78 6,63 45,98 10,01
80 41,51 10,35 41,90 7,93 36,40 7,42 32,02 6,43 26,58 6,10 63,78 18,86
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
20mm 40mm 60mm 80mm
10º
15º
20º
25º
30º
% peso corporal em retropé
Alturas dos blocos
% peso
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
77
Compararam-se os resultados da força vertical (Fz) aos resultados encontrados
nos artigos de revisão, como o de Henning (1998) que refere cargas de força relativa
encontradas na região do antepé chegando a percentuais acima de 90% para alturas
maiores de 100 mm e de 75% para 60 mm. Dentro de todas as combinações possíveis,
relacionáveis às alturas de 60 mm e 100 mm referidas por Henning (1998), em todos os
ângulos estudados, não foram observados resultados semelhantes aos obtidos pelo
autor (Tabela 8). Na comparação da altura de 60 mm encontrou-se o valor máximo de
49,90 % (± 8,46%) na altura de 60,75 mm com 20º graus, e um valor mínimo de 37,26%
(± 9,11%) na altura de 60,00 mm com 0º grau. Já para a altura de 100 mm encontrou-se
o valor máximo de 73,42 % 6,10%) com a altura de 104,93 mm com 25º graus e um
valor mínimo de 36,22% (± 18,86%) na altura de 111,65 mm no ângulo de 30º graus.
5.1.2 Força vertical (Fz), relações entre os blocos sem ângulo de inclinação:
Para o tratamento estatístico dos dados visando estabelecer relões entre as
combinações dos blocos simuladores, foram utilizados os dados partindo da altura de
bloco de 20 mm com ângulo de grau. Porém foi realizado um teste de correlão
entre as médias (Tabela 9) dos demais blocos com ângulo de grau em relão à
altura “zero” em ângulo de 0º grau, ou seja, com o indivíduo de pés descalços sobre a
plataforma sem o uso de blocos simuladores, para se obter dados comparativos
relativos à posição de altura de salto sem angulação.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
78
Tabela 9 – Força vertical (Fz) e percentual do peso corporal (%PC) normalizados, em apoio bipodal
estático sobre o retropé (ambos os pés), com blocos simuladores, no ângulo de grau nas
alturas estudadas, N = 30.
Altura do bloco (mm)
0 20 40 60 80
Sujeito
Fz (N) %PC Fz (N) %PC Fz (N) %PC Fz (N) %PC Fz (N) %PC
1 207,77 73,51 178,76 62,53 192,51 70,67 173,04 62,56 158,67 55,78
2 227,07 71,33 219,88 70,20 237,69 71,53 224,83 69,43 150,32 46,74
3 232,18 72,72 208,88 64,49 213,83 66,98 154,45 45,13 124,44 38,73
4 194,02 58,70 * * 206,87 61,00 217,52 60,13 125,19 36,38
5 170,70 60,02 190,09 63,99 158,82 56,68 168,38 60,11 125,19 36,38
6 171,01 55,90 194,33 60,48 162,03 55,26 108,66 38,03 86,82 30,25
7 127,51 58,51 141,66 66,97 170,28 72,04 153,48 70,20 127,93 55,31
8 239,63 81,13 218,63 71,28 221,19 72,05 205,36 68,48 128,76 42,87
9 223,75 83,67 199,46 76,77 201,54 76,62 159,33 60,87 125,08 46,06
10 208,19 81,43 134,72 55,84 163,15 62,23 168,96 55,39 100,64 37,49
11 218,88 78,27 169,72 61,56 181,09 65,03 175,20 66,95 77,88 28,92
12 227,48 64,77 204,12 62,07 218,06 66,61 210,23 61,10 118,94 37,77
13 176,23 81,38 165,78 75,60 131,14 59,08 149,67 67,44 108,33 49,44
14 190,61 78,11 193,66 76,36 202,27 79,83 174,85 68,18 136,53 54,93
15 145,45 64,99 139,37 62,19 142,23 63,80 156,68 68,18 79,50 32,10
16 176,04 60,91 148,91 55,90 178,33 62,07 128,00 45,92 64,63 27,07
17 198,83 79,07 176,97 66,97 170,83 67,06 182,39 74,38 118,13 49,98
18 237,05 79,06 212,99 69,85 268,50 80,60 216,06 60,74 155,46 47,90
19 199,64 74,94 188,76 67,11 184,36 64,57 202,54 74,57 145,42 54,83
20 170,37 73,34 155,67 62,54 166,14 73,78 145,93 57,18 54,44 23,92
21 193,01 70,41 158,90 57,37 159,15 59,09 181,04 66,28 99,80 35,95
22 157,98 67,67 171,78 62,94 161,24 60,88 137,01 49,46 70,99 30,82
23 127,77 54,71 119,35 50,52 116,96 54,20 132,36 58,94 50,29 20,44
24
*
* 186,29 61,39 203,04 68,72 169,57 58,84 135,58 52,12
25 176,83 59,37 180,17 61,16 173,11 58,93 215,89 73,76 149,77 51,54
26 207,36 72,23 226,64 71,57 197,87 66,62 178,18 64,68 127,82 44,86
27 192,83 77,57 188,02 69,80 187,25 72,68 182,53 67,00 130,42 46,84
28 176,85 76,10 173,56 74,12 166,56 70,74 151,46 65,32 117,99 50,19
29 203,47 86,19 183,19 75,31 197,08 79,15 205,42 77,10 127,24 50,33
30 186,55 60,96 204,89 65,70 193,79 66,18 197,53 65,96 87,64 29,21
* Dados perdidos.
Na correlação da aplicação da força peso sobre blocos simuladores no ângulo de
grau (sem angulação) para as alturas de 20 mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm,
encontrou-se um coeficiente de determinão significativo (R
2
= 1,00), resultado da
influência direta da varião da altura em relação à aplicação da força vertical (Fz).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
79
S = 0.00000000
r = 1.00000000
X Axis (units)
Y Axis (units)
14.0 26.0 38.0 50.0 62.0 74.0 86.0
3
8
.
9
8
4
4
.
0
4
4
9
.
1
0
5
4
.
1
6
5
9
.
2
3
6
4
.
2
9
6
9
.
3
5
)^*exp(* dxcbay =
Este comportamento não linear foi mais bem representado pelo modelo de Weibull
(Gráfico 8), resultando na seguinte equação matemática:
Modelo não linear de Weibull:
(1)
Onde os coeficientes:
a = 67.242321
b = 43380.44
c = 93.825417
d = -0.57741968
Gráfico 8 Relação não linear da aplicão da força peso sobre blocos simuladores no ângulo de
0º grau para as alturas de 20 mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm segundo modelo de Weibull.
Percentual do peso corporal (% PC)
Altura (mm)
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
80
5.2 COMPORTAMENTO DA PRESSÃO PLANTAR NOS BLOCOS SIMULADORES:
Para atingirmos o objetivo proposto, de identificar o comportamento da
distribuição de pressão nas regiões de retropé e ante em equilíbrio bipodal, em
indivíduos descalços, sobre blocos simuladores, de acordo com a varião das alturas e
ângulos de apoio, utilizou-se a análise de variância múltipla realizada através do
software SAS versão 8.0, onde se verificou, de acordo com a tabela 10, a interação
entre as variáveis, altura do apoio do calcâneo, ângulo de inclinação e regiões do
retropé e antepé, relativo à pressão plantar do pé direito.
Tabela 10 - Alise de variância múltipla para blocos, altura, ângulo e região dos pés.
Causas de Variação Graus de liberdade Soma quadrática F Significância
Sujeito (bloco) 10 37,07 27,55 <0,001
Altura 3 2,08 5,15 0,002
Ângulo 5 3,66 5,44 <0,001
Região 1 91,76 682,41 <0,001
Altura*Ângulo 15 0,44 0,22 0,999
Altura*Região 3 65,62 162,66 <0,001
Ângulo*região 5 103,27 153,60 <0,001
Altura*Ângulo*Região 15 4,91 2,43 0,002
Erro Experimental 470 63,21
Total Corrigido 527 371,99
Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados (Tabela 11), onde foi
relacionado às mensurações de pressão plantar em retro pertencentes ao mesmo
sujeito, complementada ainda pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível
de significância de 5%, onde se verificou uma interação significativa entre todas as
variáveis entre si, regiões dos pés, altura e ângulo.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
81
Pressão em retro
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
3,500
20 mm 40 mm 60 mm 80 mm
Blocos
N/cm2
0º graus
10º graus
15º graus
20º graus
25º graus
30º graus
Pressão
2
Pressão em retro
Blocos
Tabela 11 – Pressão plantar (N/cm
2
) sobre os blocos simuladores na região do retropé.
Altura (mm)
20 40 60 80
Ângulo
(º)
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
0 3.20
A
0.46 3.02
AB
0.57 2.81
ABC
0.72 2.03
EFGHI
0.55
10 2.66
ABCD
0.67 2.55
BCDEF
0.49 2.60
ABCDE
0.43 1.83
GHIJK
0.36
15 2.39
BCDEFG
0.60 2.37
CDEFG
0.47 2.24
CDEFGH
0.43 1.62
HIJK
0.38
20 2.11
DEFGHI
0.51 1.82
GHIJK
0.48 1.97
EFGHIJ
0.52 1.40
JKLM
0.40
25 1.96
FGHIJ
0.61 1.56
IJKL
0.47 1.68
HIJK
0.49 1.28
KLM
0.41
30 1.59
IJKL
0.50 1.29
KLM
0.54 0.99
LM
0.40 0.86
M
0.47
Médias seguidas de letras distintas diferem significativamente, através da análise de variância,
utilizando o delineamento de blocos casualizados, complementado pelo teste de comparações
múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.
5.2.1 Pressão plantar em retropé:
Os resultados indicaram que, para o comportamento da distribuição da pressão
plantar na região do retropé, no cruzamento dos ângulos e alturas, a tendência é de
que quanto maior a altura, menor a pressão em retropé (Gráfico 9). Apesar destes
resultados, não houve diferença significativa entre as combinações das alturas 20 mm,
40 mm e 60 mm, quando comparados entre si, nos mesmos ângulos. Da mesma forma
não se obteve resultados significativos entre as alturas 40 mm, 60 mm e 80 mm quando
comparados os ângulos 20º, 25º e 30º graus entre si (Tabela 11).
Gráfico 9 – Pressão em retropé em blocos simuladores de diferentes alturas e ângulos.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
82
Observando-se a relação entre os ângulos nos extremos das alturas estudadas,
o bloco de altura de 80 mm diferiu-se significativamente do bloco de altura de 20 mm
em todos os ângulos, obtendo médias maiores, quando comparados os ângulos entre si
(Tabela 11).
As médias no bloco de altura de 80 mm nos ângulos de grau e 10º graus
foram significativamente menores que todas as outras alturas nos mesmos ângulos.
Assim como na força vertical (Fz), o comportamento da pressão plantar entre os
ângulos de 0º grau e 1 graus, para todas as alturas estudadas, não apresentou
diferenças estatisticamente significativas. Para cada altura de bloco, da mesma forma,
não houve diferenças estatisticamente significativas entre os ângulos 10º e 15º graus,
entre 1 e 2 graus e entre o ângulo de 2 e 25º graus. Já o ângulo de 30º graus,
diferiu estatisticamente dos ângulos de 0º, 10º e 15º graus, em todas as alturas (Tabela
12).
Tabela 12 – Diferenças nas médias de pressão plantar nos blocos na relação entre os ângulos:
Retropé
Alturas dos Blocos (mm)
Ângulos
20 40 60 80
0º e 10º
0º e 15º * *
0º e 20º * * * *
0º e 25º * * * *
0º e 30º * * * *
10º e 15º
10º e 20º *
10º e 25º * * *
10º e 30º * * * *
15º e 20º
15º e 25º *
15º e 30º * * * *
20º e 25º
20º e 30º *
25º e 30º *
*Diferenças significativas (p 0,05).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
83
5.2.2 Pressão plantar em antepé:
Para atingirmos o objetivo proposto, de identificar o comportamento da
distribuição de preso na região do antepé, foi utilizado um delineamento em blocos
casualizados (Tabela 13), onde foi relacionado às mensurações de pressão plantar em
antepé pertencentes ao mesmo sujeito, complementada ainda pelo teste de
comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.
Tabela 13 – Pressão plantar (N/cm
2
) sobre os blocos simuladores na região do antepé.
Altura (mm)
20 40 60 80
Ângulo
(º)
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
Média
Desvio-
padrão
0 0.26
H
0.28 0.35
H
0.31 0.64
FGH
0.37 1.53
BCD
0.52
10 0.44
GH
0.18 0.59
FGH
0.25 0.75
FGH
0.31 1.63
BC
0.61
15 0.62
FGH
0.28 0.65
FGH
0.28 1.00
DEFG
0.41 1.67
ABC
0.49
20 0.82
EFGH
0.26 0.99
DEFG
0.33 1.20
CDEF
0.44 1.87
AB
0.55
25 1.07
CDEF
0.31 1.18
CDEF
0.41 1.43
BCDE
0.37 1.92
AB
0.55
30 1.38
BCDE
0.37 1.54
BCD
0.30 1.99
AB
0.46 2.28
A
0.61
Médias seguidas de letras distintas diferem significativamente, através da análise de variância,
utilizando o delineamento de blocos casualizados, complementado pelo teste de comparações
múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.
Os resultados indicaram que, para o comportamento da distribuição da pressão
plantar na região do antepé com blocos simuladores, no cruzamento dos ângulos e
alturas, a tendência é de que quanto maior a altura, maior a pressão em antepé
(Gráfico 10), porém não houve diferenças significativas entre as combinações das
alturas 20 mm, 40 mm - 60 mm, em todos os ângulos, quando comparados entre si.
O bloco de altura de 80 mm demonstrou maiores médias em relação a todas as
outras alturas quando comparados os mesmos ângulos entre si, exceto entre a altura
60 mm no ângulo de 25º e 30º graus, onde não diferiram estatisticamente (Tabela 13).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
84
Pressão em antepé
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
20 mm 40 mm 60 mm 80 mm
blocos
N/cm2
graus
10º graus
15º graus
20º graus
25º graus
30º graus
Pressão em antepé
Blocos
Gráfico 10 – Pressão em antepé em blocos simuladores de diferentes alturas e ângulos.
As médias de pressão plantar verificadas com o uso dos blocos de alturas de 20
mm, 40 mm e 60 mm no ângulo de 30º graus, quando comparadas em relação às
médias encontradas nos ângulos 0º, 10º, 15º, 20º e 2 graus do bloco de altura de 80
mm, não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (Tabela 13). Porém, as
médias encontradas para a altura 80 mm foram significativamente maiores do que todas
as outras alturas, nos ângulos de 0º, 10º, 15º e 20º graus, quando comparados os
ângulos entre si, diferenciando-se estatisticamente. Nesta mesma altura de bloco, 80
mm o se encontrou diferença estatisticamente significativa entre a altura de 60 mm
quando comparados os ângulos de 25º graus e os ângulos de 30º graus entre si, porém
em relação as altura de 20 mm e 40 mm, o bloco de altura de 80 mm, diferiu-se
significativamente obtendo-se médias maiores para todos os ângulos, quando
comparados os ângulos entre si (Tabela 13).
Verificaram-se diferenças significativas entre os ângulos de 0º e 30º graus e
entre 10º e 30º graus em todas as alturas. Já entre os ângulos de 0º e 25º graus e 15º e
30º graus, encontraram-se diferenças nas alturas de bloco de 20 mm, 40 mm e 60 mm.
Entre 10º e 25º graus, diferiram os blocos de alturas de 20 mm e 60 mm. Entre 0º e 20º
graus a altura 40 mm e entre 20º e 30º graus a altura de 60 mm. Todas as demais
combinações não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (Tabela 14).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
85
Pressão plantar com blocos
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
3,500
B00
B200
B210
B215
B220
B225
B230
B400
B410
B415
B420
B425
B430
B600
B610
B615
B620
B625
B630
B800
B810
B815
B820
B825
B830
Blocos
N/cm2
Retropé
Antepé
Tabela 14 - Diferenças nas médias de pressão plantar nos blocos na relação entre os ângulos:
Antepé
Alturas dos blocos (mm)
Ângulos
20 40 60 80
0º e 10º
0º e 15º
0º e 20º *
0º e 25º * * *
0º e 30º * * * *
10º e 15º
10º e 20º
10º e 25º * *
10º e 30º * * * *
15º e 20º
15º e 25º
15º e 30º * * *
20º e 25º
20º e 30º *
25º e 30º
* Diferenças significativas (p 0,05).
Presume-se que as relações da pressão plantar entre as regiões dos s, apesar
de sofrer influências diretas relacionadas a altura e ângulo, apresentaram diferenças
que poderiam ser explicadas em função dos mecanismos individuais de adaptação e
equilíbrio, alterações prévias relacionadas a funcionalidade anatômica dos pés de cada
sujeito bem como das interferências naturais decorrentes da própria metodologia da
análise, por meio de um processo de simulação, fundamentação deste estudo.
Gráfico 11 – Médias de pressão do pé direito para as diferentes alturas e ângulos.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
86
5.2.3 Pressão plantar, relações entre os blocos sem ângulo de inclinação:
Para o tratamento estatístico dos dados visando estabelecer relões entre as
combinações dos blocos simuladores, foram utilizados os dados partindo da altura de
bloco de 20 mm com ângulo de grau. Porém foi realizado um teste de correlão
entre as médias dos demais blocos (Tabela 15, gráfico 12) com ângulo de 0º grau em
relação à altura “zero” em ângulo de 0º grau, ou seja, com o indivíduo de pés descalços
sobre a plataforma sem o uso de blocos simuladores, para se obter dados comparativos
em relação à posição de altura de salto sem angulação.
Tabela 15 Características da distribuição de pressão plantar do direito, em blocos
simuladores no ângulo 0º grau nas alturas estudadas, N =11.
Altura (mm)
0 20 40 60 80
Pressão (N/cm
2
) Pressão (N/cm
2
) Pressão (N/cm
2
) Pressão (N/cm
2
) Pressão (N/cm
2
)
Sujeito
Retropé Antepé Retro Antepé Retropé Antepé Retropé Antepé Retropé Antepé
1 2,474 0,040 3,448 0,049 3,028 0,132 3,182 0,408 2,341 1,653
2 3,821 0,068 3,968 0,054 3,958 0,280 3,482 0,727 2,584 1,696
3 2,187 0,051 2,322 0,145 2,526 0,150 2,455 0,226 2,070 0,798
4 2,252 0,260 2,938 0,681 2,621 0,526 2,891 0,255 1,361 1,597
5 2,256 0,460 3,410 0,885 2,815 1,111 2,522 1,106 2,261 2,098
6 2,744 0,410 3,335 0,304 3,153 0,684 2,951 0,944 2,563 1,312
7 3,110 0,177 3,606 0,343 3,461 0,210 4,136 0,380 2,916 1,638
8 1,989 0,252 2,726 0,156 3,155 0,174 3,034 0,327 1,724 1,494
9 1,707 0,109 2,859 0,096 1,816 0,144 1,324 0,582 1,641 0,794
10 2,558 0,432 3,512 0,110 3,078 0,351 2,639 1,334 1,260 2,551
11 2,641 0,091 3,122 0,076 3,556 0,130 2,270 0,784 1,628 1,156
Médias de pressão plantar nas regiões em N/cm
2
para cada sujeito em todas as alturas de
blocos e descalço, com ângulo de 0º.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
87
Pressão plantar em ângulo zero
0,000
0,300
0,600
0,900
1,200
1,500
1,800
2,100
2,400
2,700
3,000
3,300
3,600
B00 B200 B400 B600 B800
Blocos
N/cm2
Pressão Retropé
Pressão Antepé
Gráfico 12 – Médias de pressão do pé direito nas diferentes alturas de bloco ângulo 0º.
Na correlação da distribuição da pressão plantar em retropé sobre blocos
simuladores para o ângulo zero para as alturas de 20 mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm,
encontrou-se um coeficiente de determinação significativo (R
2
= 1,00), resultado da
influência direta da variação da altura relativa à distribuição de pressão plantar nesta
região. Este comportamento não linear foi mais bem representado pelo modelo de
Weibull (Gráfico 13), resultando na seguinte equação matemática:
Modelo não linear de Weibull:
(2)
y = a - b* exp ( -c* x ^ d)
Onde os coeficientes:
a = 3.1505994
b = 350.4682
c = 80.500536
d = -0.60210802
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
88
Gráfico 13 Relação não linear da distribuição de pressão plantar em retropé sobre blocos
simuladores no ângulo de 0º grau para as alturas de 20 mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm segundo
modelo de Weibull.
Na correlação da distribuição da pressão plantar em antepé sobre blocos
simuladores para o ângulo zero para as alturas de 20 mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm,
encontrou-se um coeficiente de determinação significativo (R
2
= 0,99), resultado da
influência direta da variação da altura relativa à distribuição de pressão plantar nesta
região. Este comportamento não linear foi mais bem representado pelo modelo de Hoerl
(Gráfico 14), resultando na seguinte equação matemática:
Modelo não linear de Hoerl:
(3)
y = a * (b ^ x) * (x ^ c)
Onde os coeficientes:
a = 7.0670284
b = 1.0661978
c = -1.5203204
S = 0.00000000
r = 1.00000000
X Axis (units)
Y Axis (units)
14.0 26.0 38.0 50.0 62.0 74.0 86.0
1
.
9
1
2
.
1
5
2
.
3
8
2
.
6
2
2
.
8
5
3
.
0
9
3
.
3
2
Pressão plantar (N/cm2)
Altura (mm)
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
89
Gráfico 14 Relação não linear da distribuição de pressão plantar em antepé sobre blocos
simuladores no ângulo de 0º grau para as alturas de 20 mm, 40 mm, 60 mm e 80 mm segundo
modelo de Hoerl.
5.3 FORÇA PESO (FZ) EM RETROPÉ NOS GRUPOS DE CALÇADOS:
Para atingirmos o objetivo proposto, de verificar o comportamento da força
vertical Fz no retropé em indivíduos em equilíbrio bipodal, utilizando calçados com
diferentes ângulos e alturas de salto, foi utilizada uma análise descritiva de acordo com
o critério de classificação estabelecido a partir de grupos de alturas combinadas, porém
não foram consideradas as relações entre as variações dos ângulos dos calçados.
Foi utilizado o teste de Levene para verificar a homogeneidade dos resultados
relacionados à variável altura do salto em relação à Fz. Utilizou-se também, para
verificar a significância dos resultados, a análise de variância ANOVA oneway e o teste
Post Hoc de Scheffé, obtendo-se no teste f, diferenças significativas entre os grupos de
calçados (Tabelas 16, 17 e 18).
Pressão plantar (N/cm2)
Altura (mm)
S = 0.02173125
r = 0.99976294
X Axis (units)
Y Axis (units)
14.0 26.0 38.0 50.0 62.0 74.0 86.0
0
.
1
4
0
.
3
9
0
.
6
4
0
.
8
9
1
.
1
5
1
.
4
0
1
.
6
5
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
90
Tabela 16 - Teste de homogeneidade de variâncias de Levene nas médias de força vertical (fz) em
retropé.
Levene
Graus de liberdade 1 Graus de liberdade 2 Significância
0,972 3 171 0,407
Tabela 17 - Alise de variância ANOVA oneway nas médias de força vertical (fz) em retropé.
Soma quadrática Graus de liberdade Média quadrática F Significância
Entre os grupos 8212,994 3 2737,665 28,611 0,000
No grupo 16362,099 171 95,685
Total 24575,093 174
Tabela 18 - Teste Post Hoc de Scheffé para comparações múltiplas nas médias de força vertical
(fz) em retropé nos grupos de calçados.
(I) Grupos (J) Grupos (J) Grupos Diferença média (I-J) Erro padrão Significância
0-20 20-40 11,680 2,880 0,001
40-60 18,020 2,580 0,000
60-80 23,230 2,670 0,000
20-40 0-20 -11,680 2,880 0,001
40-60 6,340 2,080 0,028
60-80 11,550 2,190 0,000
40-60 0-20 -18,020 2,580 0,000
20-40 -6,340 2,080 0,028
60-80 5,210 1,770 0,037
60-80 0-20 -23,230 2,670 0,000
20-40 -11,550 2,190 0,000
40-60 -5,210 1,770 0,037
Nível de significância de 5%.
Na correlação da aplicão da força peso utilizando calçados de diferentes
alturas de solado, encontrou-se um coeficiente de determinação de R
2
= 0,9984
resultando, portanto em uma interação 99,84 % da variação da altura relativa à
aplicação da força vertical (Fz).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
91
Este comportamento não linear foi mais bem representado pelo modelo
recíproco quadrático (Gráfico 15), resultando na seguinte equação matemática:
Modelo não linear recíproco quadrático:
(4)
y = 1 / (a + bx + cx ^ 2)
Onde os coeficientes:
a = 0.010497459
b = 0.004335766
c = -0.00039366163
Gráfico 15 – Relação não linear aplicação da força vertical em retropé sobre calçados e diferentes
ângulos e alturas de salto segundo modelo recíproco quadrático normalizado em percentuais de
peso corporal (%PC).
Altura (mm)
S = 0.55166086
r = 0.99923483
X Axis (units)
Y Axis (units)
0.6 1.4 2.2 3.0 3.8 4.6 5.4
4
2
.
4
9
4
7
.
3
6
5
2
.
2
3
5
7
.
1
1
6
1
.
9
8
6
6
.
8
5
7
1
.
7
2
Percentual do peso corporal (% PC)
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
92
Gráfico 16 - Médias da Força vertical (Fz) aplicadas na região do retropé, utilizando calçados de
salto, normalizados em percentuais de peso corporal (%PC).
O comportamento da aplicação da força peso, relativa à componente vertical da
força de reação do solo em calçados de diferentes alturas de salto não se caracterizou
por um perfil linear, porém observou-se, uma diminuição no percentual do peso
aplicado no retropé na medida em que se eleva altura do salto (Gráfico 16).
Na análise descritiva dos resultados, verificou-se que este comportamento é
semelhante à aplicão de força vertical (Fz) com o uso dos blocos simuladores, porém
devido às características metodológicas utilizadas para o tratamento dos dados dos
calçados por meio de grupos divididos por alturas, sem o controle da variável ângulo de
salto, não se obteve dados que permitissem uma comparação direta com os mesmos.
5.4 PRESSÃO PLANTAR EM RETROPÉ NOS GRUPOS DE CALÇADOS:
Para atingir o objetivo proposto, de identificar o comportamento da distribuição
de pressão nas regiões de retropé e antepé em equilíbrio bipodal, em indivíduos
utilizando calçados de salto em diferentes ângulos e alturas, foi utilizada uma análise
Médias Fz retropé
69,28%
56,62%
50,63%
45,92%
44,93%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
14 a 28 29 a 39 40 a 50 51 a 61 62 a 72
altura dos calçados emm
% PC
Altura dos calçados (mm)
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
93
descritiva de acordo com o critério de classificão estabelecido a partir de grupos de
alturas combinadas, porém não foram consideradas as relações entre as variações dos
ângulos dos calçados.
Foi utilizado o teste de Levene para verificar a homogeneidade dos resultados
relacionados à variável altura do salto em relação à pressão plantar em retropé.
Utilizou-se também, para verificar a significância dos resultados, a análise de variância
ANOVA oneway e o teste Post Hoc de Scheffé, obtendo-se no teste f, diferenças
significativas entre os grupos de calçados (Tabelas 19, 20 e 21).
Tabela 19 - Teste de homogeneidade de variâncias de Levene nas médias de pressão plantar em
retropé
Tabela 20 - Alise de variância ANOVA oneway nas médias de pressão plantar em retropé
Soma quadrática Graus de liberdade Média quadrática F Significância
Entre os grupos 29,505 3 9,835 17,608 0,000
No grupo 64,791 116 0,559
Total 94,296 119
Tabela 21 - Teste Post Hoc de Scheffé para comparações múltiplas nas médias de pressão plantar
em retropé nos grupos de calçados
(I) Grupos (J) Grupos (J) Grupos Diferença média (I-J) Erro padrão Significância
0-20 20-40 -0,070 0,285 0,996
40-60 0,383 0,260 0,539
60-80 1,196 0,264 0,000
20-40 0-20 0,070 0,285 0,996
40-60 0,454 0,192 0,142
60-80 1,266 0,198 0,000
40-60 0-20 -0,383 0,260 0,539
20-40 -0,454 0,192 0,142
60-80 0,813 0,160 0,000
60-80 0-20 -1,196 0,264 0,000
20-40 -1,266 0,198 0,000
40-60 -0,813 0,160 0,000
Nível de significância de 5%.
Levene
Graus de liberdade 1 Graus de liberdade 2 Significância
1,396 3 116 0,248
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
94
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
14 a 20 20,1 a 40 40,1 a 60 60,1 a 80
Altura (mm)
Pressão retropé (N/cm
2
)
Através da análise descritiva dos resultados, observou-se um comportamento
não linear da distribuição de pressão plantar em retropé havendo uma tendência em
diminuir a pressão na proporção em que a altura do salto aumenta (Gráfico 17). As
menores médias de pressão em retropé foram encontradas nos grupos de calçados de
maior altura 60 mm a 80 mm. as maiores médias foram encontradas nos grupos de
calçados de alturas até 40 mm. Diferenças foram encontradas entre alturas próximas e
ainda médias próximas entre alturas extremas, influência que podem estar associadas
a variáveis não controladas, como tipo de material na confecção do calçado, área de
salto ou ainda características anatômicas.
Gráfico 17 – Médias de pressão plantar em retropé com calçados de salto.
5.5 PRESSÃO PLANTAR EM ANTEPÉ NOS GRUPOS DE CALÇADOS:
Para atingirmos o objetivo proposto, de identificar o comportamento da
distribuição de pressão nas regiões de retropé e ante em equilíbrio bipodal, em
indivíduos utilizando calçados de salto em diferentes ângulos e alturas, foi utilizada uma
análise descritiva de acordo com o critério de classificação estabelecido a partir de
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
95
grupos de alturas combinadas, porém não foram consideradas as relões entre as
variações dos ângulos dos calçados.
Foi utilizado o teste de Levene para verificar a homogeneidade dos resultados
relacionados à variável altura do salto em relação à pressão plantar em antepé.
Utilizou-se também, para verificar a significância dos resultados, a análise de variância
ANOVA oneway e o teste Post Hoc de Scheffé, obtendo-se no teste f, diferenças
significativas entre os grupos de calçados (Tabelas 22, 23 e 24).
Tabela 22 - Teste de homogeneidade de variâncias de Levene nas médias de pressão plantar em
antepé
Levene
Graus de liberdade 1 Graus de liberdade 2 Significância
2,506 3 116 0,062
Tabela 23 - Alise de variância ANOVA oneway nas médias de pressão plantar em antepé
Soma quadrática Graus de liberdade Média quadrática F Significância
Entre os grupos 48,742 3 16,247 31,189 0,000
No grupo 60,428 116 0,521
Total 109,169 119
Tabela 24 - Teste Post Hoc de Scheffé para comparações múltiplas nas médias de pressão plantar
em antepé nos grupos de calçados
(I) Grupos (J) Grupos (J) Grupos Diferença média (I-J) Erro padrão Significância
0-20 20-40 -0,553 0,275 0,263
40-60 -1,340 0,251 0,000
60-80 -1,998 0,255 0,000
20-40 0-20 0,553 0,275 0,263
40-60 -0,787 0,186 0,001
60-80 -1,445 0,192 0,000
40-60 0-20 1,340 0,251 0,000
20-40 0,787 0,186 0,001
60-80 -0,658 0,155 0,001
60-80 0-20 1,998 0,255 0,000
20-40 1,445 0,192 0,000
40-60 0,658 0,155 0,001
Nível de significância de 5%.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
96
Através da análise descritiva dos resultados observou-se que as menores
médias de pressão foram encontradas nos grupos até 40 mm (Gráfico 18). A maior
média de pressão foi encontrada para os calçados acima de 60 mm. Apesar disto,
calçados com alturas e ângulos aproximados como o de altura 50,94 mm - 51,94 mm,
com ângulos respectivos de 13º e 14º graus obtiveram médias muito distintas entre si.
Por outro lado, diferenças foram encontradas entre alturas próximas e ainda médias
próximas entre alturas extremas.
Gráfico 18 – Comportamento da pressão plantar em antepé nos calçados de salto.
Ocorreram algumas vezes entre alturas similares, como nos calçados com 77,91
mm, 77,91 mm – 77,90 mm em 25º, 26º e 3 graus, respectivamente, resultados onde
o calçado de menor ângulo obteve a menor média de pressão em antepé. Observou-se
porém, em alturas menores como entre os calçados de altura 70,11 mm entre o de
70,33 mm e entre 60,75 mm e o calçado de 60,23 mm, que este comportamento foi o
oposto, obtendo-se menores pressões nos maiores ângulos. Alguns calçados
apresentaram ainda, médias de pressões relativamente aproximadas nas duas regiões
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
14 a 20 20,1 a 40 40,1 a 60 60,1 a 80
Altura (mm)
Pressão antepé (N/cm
2)
)
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
97
de estudo como os calçados de altura 50,94 mm - 13º; 55,79 mm - 20º; 57,81 mm - 20º
e o calçado de 62,93 mm - 19º.
Apesar da correlação entre as médias obtidas com os calçados, o
comportamento não linear das variáveis estudadas, pode ter tido influências
decorrentes das características na confecção dos calçados. Estes resultados permitem
suscitar a idéia de que a qualidade, bem como o design do calçado influa diretamente
nestas variáveis. Diferenças no tipo de cabedal, tamanho e área do salto, espessura e
material do solado, tipo de palmilha, entre outras, estariam relacionadas a uma
aplicação de força e distribuição de pressão plantar de valores distintos entre calçados
de alturas e ângulos semelhantes.
Apesar de haver relões claras sobre as diferenças no apoio em relação aos
ângulos e alturas, restam duvidas sobre a linearidade e a magnitude destas relações.
Outros fatores podem estar associados tendo uma relevância talvez a mais
significativa. A forma e o tipo de pé, a conformidade dos arcos plantares e do coxim
adiposo, a proporção dos dedos, entre outras características anatômicas,
provavelmente também devam interferir nestes resultados. A integridade, das estruturas
que compõe o sistema de estabilidade da articulação, como ligamentos, revestimentos
cartilaginosos, congruências ósseas, a mobilidade destas articulações, podem estar
relacionadas da mesma forma, podendo gerar comportamentos de interpretação
imprecisa.
A capacidade de adaptação dos membros inferiores e, principalmente dos pés,
parte de uma “memória” sensório-motora a que este sistema foi estimulado e define de
sobremaneira as reações de amoldamento dos s às situações do dia-a-dia. Desta
maneira, alternativas diferentes nas estratégias de equilíbrio e locomoção, são criadas
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
98
segundo as necessidades, mas principalmente, de acordo com as possibilidades
inerentes de cada sujeito, resultando em um melhor ou pior comportamento de
interação de forças e pressões plantares.
Inúmeras deformidades ditas rígidas e flexíveis, instauradas no sistema
locomotor e de sustentação decorrentes de uma diversidade de fatores o controlados
devem incorrer também nestes resultados, definindo uma “identidade” a cada sujeito
analisado que tornam difícil um raciocínio lógico. Dentro deste contexto, na
caracterização de dados que indiquem relações etiológicas de patologias relacionadas
ao uso de calçados, não se obteve resultados consistentes para determinar algum tipo
de padrão no comportamento das variáveis a fim de criar especulões coerentes.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
99
6 CONCLUSÕES
Dentre os objetivos deste trabalho, buscou-se verificar as relações da variação
de diferentes alturas e ângulos de apoio do calcanhar nas variáveis de força vertical e
pressão plantar com o uso de blocos simuladores e calçados de salto obtendo-se nas
duas situações um padrão não linear de diminuição da força vertical (Fz) em retropé e
da pressão plantar nesta mesma região à medida que a altura do apoio no calcâneo
aumenta.
Referente ao uso dos blocos simuladores como instrumento simulador das
variáveis estudadas, verificou-se um comportamento semelhante ao uso de calçados,
porém, não se obteve resultados que permitam inferir padrões ou modelos para uma
descrição definitiva. A metodologia utilizada não permitiu uma comparação estatística
conclusiva, apesar do comportamento reproduzido relativo à aplicão de força e de
distribuição de pressão apresentarem-se muito semelhantes para as duas situações,
necessitando, portanto, estudos complementares.
Na menor altura de bloco estudada, no ângulo de 30º graus verificou-se o
percentual de Fz relativo ao peso corporal (%PC) significativamente maior sobre todos
os demais ângulos e alturas (72,17 %PC ± 7,94 %), exceto sobre os blocos de alturas
de 20 mm e grau (65,61 %PC ± 6,70 %) e sobre 40 mm, nos ângulos de (66,82
%PC ± 7,21 %) e de 30º graus (65,06 %PC ± 10,61 %). A altura de 80 mm diferiu das
demais alturas, em todos os ângulos, quando comparados entre si, com exceção do
ângulo de 30º graus em relão à altura de 40 mm.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
100
A partir do bloco de 60 mm e a partir do ângulo de 25º graus, houve uma
mudança no comportamento da aplicão da força vertical, decorrente de uma
mudança nas estratégias de equilíbrio do indivíduo, para compensar o incremento da
altura, ou seja, até este ponto, a varião dos ângulos interferiu mais do que a variação
da altura dos blocos nas médias de Fz em retropé.
No bloco de altura de 80 mm com 25º graus, encontrou-se o menor valor de Fz
sobre todas as alturas e demais ângulos estudados (26,58 %PC ± 6,10 %). Verificou-se
ainda que o ângulo de 25º graus apresentou menor percentual de Fz em todas as
alturas, sugerindo que até este grau de inclinação os indivíduos apresentaram
respostas adaptativas coerentes de acordo com o incremento da altura.
Em relação aos resultados da Pressão Plantar com os blocos simuladores,
evidenciou-se um comportamento o linear nas relações apesar de haver interação
entre todas as variáveis, altura do apoio do calneo, ângulo de inclinação e regiões do
retropé e antepé, relativo à pressão do direito. Quanto maior a altura de apoio em
retropé, menor a pressão plantar nesta região, aumentando em antepé, porém até a
altura de 60 mm, a variação dos ângulos interferiu mais do que a altura dos blocos nas
médias de pressão em retropé.
Em relação aos resultados da pressão plantar em retropé nos blocos
simuladores verificou-se uma tendência não linear de diminuição da pressão em retropé
à medida que aumenta a altura do apoio do calcanhar, apesar disto, o foram
encontradas difereas significativas entre os blocos de alturas 20 mm, 40 mm e 60
mm, quando comparados entre si, as médias das pressões nos mesmos ângulos. Da
mesma forma não se obteve diferenças significativas entre as alturas 40 mm, 60 mm e
80 mm quando comparados os ângulos 20º, 25º e 30º graus entre si.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
101
Em relação aos resultados da pressão plantar em antepé nos blocos simuladores
verificou-se uma tendência não linear de aumento da preso em antepé à medida que
aumenta a altura do apoio do calcanhar, porém o houve diferenças significativas
entre os blocos de alturas 20 mm, 40 mm e 60 mm, em todos os ângulos, quando
comparados entre si. O bloco de altura de 80 mm apresentou maiores médias em
relação a todas as outras alturas quando comparados os mesmos ângulos entre si,
exceto em relação ao bloco de altura 60 mm no ângulo de 25º e 30º graus. As médias
de pressão plantar verificadas com o uso dos blocos de alturas de 20 mm, 40 mm e 60
mm no ângulo de 30º graus, quando comparadas em relão às médias encontradas
nos ângulos 0º, 10º, 15º, 20º e 25º graus do bloco de altura de 80 mm, não
apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Apesar disto, as médias
encontradas para a altura 80 mm foram significativamente maiores do que todas as
outras alturas, nos ângulos de 0º, 10º, 15º e 20º graus, quando comparados os ângulos
entre si, diferenciando-se estatisticamente.
O comportamento da aplicação da força peso, relativa à componente vertical da
força de reação do solo em calçados de diferentes alturas de salto não se caracterizou
por um perfil linear, porém observou-se da mesma forma que na situação simulada,
uma diminuição no percentual do peso aplicado no retropé na medida em que se eleva
altura do salto.
Na distribuição de pressão plantar em retropé e antepé, observou-se da mesma
forma um comportamento não linear, havendo uma tendência em diminuir a preso em
retropé e aumentar em antepé na medida em que a altura do salto aumenta. As
menores médias de pressão em retropé foram encontradas nos grupos de calçados de
maior altura, 60 mm a 80 mm. Já as maiores médias, nesta mesma região, foram
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
102
encontradas nos grupos de calçados de alturas até 40 mm. As menores médias de
pressão em antepé foram encontradas nos grupos até 40 mm, enquanto que as
maiores médias de pressão em antepé foram encontradas para os calçados acima de
60 mm. Apesar disto, calçados com alturas e ângulos aproximados como o de altura
50,94 mm - 51,94 mm, com ângulos respectivos de 13º e 14º graus obtiveram médias
em antepé muito distintas entre si. Por outro lado, diferenças foram encontradas entre
alturas próximas e ainda médias próximas entre alturas extremas, sugerindo prováveis
influências dos diferentes componentes e características dos calçados nos resultados
obtidos.
Como sugestão para próximos trabalhos, com o objetivo de acrescentar mais
elementos para discussão em função da relevância do assunto, propõe-se a inclusão
de outras variáveis o controladas neste estudo como: a área do salto, o atrito entre a
palmilha e os pés e entre os blocos, a relação da pressão sobre o dorso dos pés para
calçados fechados, a conformidade do arco plantar, a posição do salto em relação ao
calcâneo, além de dividir os pés em um número maior de regiões.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
103
7 LIMITAÇÕES
Este estudo apresentou algumas limitações:
Não foram avaliadas as inflncias da variação de temperatura. As coletas de
dados foram realizadas sempre a uma temperatura ambiente de 22º Celsius
(±2
º
).
Não foram avaliadas características cinemáticas relacionadas ao posicionamento
do individuo quanto ao equilíbrio e estabilidade na posição bipodal.
Relativo ao uso dos dois sistemas de medida, os dados obtidos revelaram-se
confiáveis quanto à metodologia, porém muito complexos para o processamento
dos dados de pressão plantar, devido ao tempo excessivo de coleta.
O sistema pedar
®
(novel
gmbh
©
2005) possui características de aquisição de dados
para estímulos dinâmicos, seu pacote de aplicativos visa à análise e tratamento
dos dados que dificultam sua utilização na posição estática. A análise de dados
de cada sujeito para cada coleta com os blocos simuladores apesar de
trabalhosa, se mostrou consistente no que se refere ao sinal encontrado. Apesar
da coleta de força e pressão ter sido feita simultaneamente o tempo decorrido de
aproximadamente uma hora foi demasiadamente longo.
O critério de divisão dos pés em apenas duas regiões visou simplificar as
análises na busca de relações compreensíveis, mas restringiu um
aprofundamento que permitiria uma analise mais realista da complexidade do
sistema adaptativo de distribuição de cargas.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
104
Um melhor domínio operacional do sistema pedar
®
(novel
gmbh
©
2005), e seus
aplicativos, além de uma maior diversidade de palmilhas sensorizadas em vários
tamanhos e formatos de que pudessem se adequar não somente aos
calçados, mas aos blocos melhoraria a qualidade dos sinais acerca das
interferências dos procedimentos permitindo uma análise mais abrangente e
confiável dos parâmetros estudados.
O coeficiente de atrito que atua entre os pés e os blocos não foi controlado nem
estimado para o cálculo de erro na medida.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
105
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AMADIO, A.C.; VECCHIA, E.D.; FERNANDES, E.; SACCO, I.C.N.; SERRÃO,
J.C.; MOCHIZUKI, L.; DUARTE, M.; MOURA, N.A.; COSTA, P.H.L.; ARAÚJO,
R.C. Fundamentos biomecânicos para a análise do movimento. o Paulo:
Laboratório de Biomecânica - EEFUSP. Departamento de Biodinâmica do
Movimento. Escola de Educação Física, Universidade de São Paulo: 1996.
2. AL-ABDULWAHAB, S.S., AL-DOSRY, R. D. Hallux valgus and preferred shoe
types among young healthy Saudi Arabian females. Annals of Saudi
Medicine, Vol. 20, n 3-4, 2000.
3. ALEXANDER, I.J. The foot: examination and diagnosis. Churchill Livingstone
Inc., 1990.
4. AMTI. Advanced Mechanical Technology Inc., Instruction Manual model
OR6-5, Biomechanics Plate, Massachusetts, AMTI, 1991.
5. AVILA, A.O.V., Conforto em calçados. Revista Tecnicouro, 2001.
6. BARROS, M.V.G., REIS, R.S., Análise de dados em atividade física e saúde,
demonstrando a utilização do SPSS, Londrina, Midiograf, 2003.
7. BISQUERRA, R., SARRIERA, J.C., MARTÍNEZ, F. Introdução à análise
estatística, enfoque informático com o pacote estatístico SPSS, Porto
Alegre, Artmed, 2004.
8. BRINO, C.S. Influência de diferentes calçados sobre os percentuais da força
peso aplicados na base de sustentação e a postura corporal em . Porto
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
106
Alegre, UFRGS, 2003. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2003.
9. CAILLIET, R. Foot and Ankle Pain. F.A. Davis Company, Philadelphia, 1968.
10.CALAIS, G.B. Anatomia para o movimento, vol. 1 introdução à análise das
técnicas corporais. São Paulo, SP, Manole, 1991.
11.CAVANAGH, P. R.; RODGERS, M.M., LIBOSHI, A. Pressure distribution under
symptom-free feet during barefoot standing. Foot &ankle, v.7, n5, April 1987.
12.DONATELLI, R.A. The biomechanics of the foot and ankle. Second edition,
F.A. Davis Company, Philadelphia, 1996.
13.EBBELING, C.J. Lower extremity mechanics and energy cost of walking in
high-heeled shoes. JOSPT, 19, 190-196, 1994.
14.EISENHARDT, J.R.; Cook, D; Pregler, I.; Foehl, H.C. Changes in temporal gait
characteristics and pressure distribution for bare feet versus various heel
heights. Gait and Posture, 4: 280-286, 1996.
15.FIALHO, C.B., CABRAL, P.A., SOUZA, J.L. Postural alignment with different
shoes and barefoot. IV World Congress of Biomechanics, Calgary (AB),
Canada, Anais, 2002.
16.FIALHO, C. B., VIEIRA, A., LOSS, J.F.; SOUZA, J.L. Amplitude de oscilação
do centro de pressão em quatro bases de apoio durante a avaliação da
postura ortostática estudo preliminar. IX Congresso Brasileiro de
Biomecânica, Gramado-R.S. Anais, v.2, p. 100-104,2001.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
107
17.FRANKLIN, M.E., CHENIER, T.C., BRAUNINGER, L., COOK, H., HARRIS, S.
Effect of positive heel inclination on posture. : J Orthop Sports Phys Therapy.
1995 Feb;21(2):94-9
18.FREY, C. Foot Health and Shoewear for Women. Clinical Orthopaedics and
Related Research, n. 372, p. 32-44, 2000.
19.FREY, C., THOMPSON F., SMITH, J. Update on women’s footwear. Foot and
ankle 16:328-331,1995.
20.GASTWIRTH, B.W., O'BRIENM T.D., NELSON, R.M., MANGER, D.C., KINDIG,
S.A. An electrodynographic study of foot function in shoes of varying heel
heights, American College of Foot Orthopedists, Chicago, IL. J Am Podiatric
Medical Assoc 1991 Nov.;81(11):612.
21.GEIB, F.O. Relação dos perímetros dos pés com a forma e o calçado
segundo critérios de conforto. Dissertação de Mestrado, Centro de Educação
Física, Fisioterapia e Desportos CEFID, Universidade do Estado de Santa
Catarina, Florianópolis, 1999.
22.HANSEN, A.H., CHILDRESS, D.S. Effects of shoe heel height on biologic
rollover characteristics during walking. Journal or Rehabilitation Research and
Development v. 41 n. 4, p. 547- 554, 2004.
23. HENNING, E.E. O calçado e a saúde dos pés. Revista Tecnicouro, v. 11, n. 4,
p. 38-46, 1989.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
108
24.HOCKENBURY, R. T. Forefoot problems in athletes, medicine & science in
sports & exercise, ACSM, Official Journal of the American College of Sports
Medicine, s448-s458, 1999.
25.JACOB, H.A.C. Forces acting in the forefoot during normal gait- an estimate.
Clinical Biomechanics, v16, p.783-792, 2001.
26.KAPANDJI, A.I. Fisiologia articular, v.2, 5
a
ed., Rio de Janeiro, Panamericana
do Brasil, 2000.
27.KENDALL, F.P.; McCREARY, E.K.; PROVANCE, P.G. Músculos Provas e
Funções com Postura e Dor. 4. ed. São Paulo: Manole, 1995.
28.KERRIGAN, D.C, LELAS, J.L, KARVOSKY, M.E. Women's shoes and knee
osteoarthritis. Lancet n. 357 p. 1097-8, 2001.
29.KERRIGAN, D.C, TODD, M.K, RILEY, P.O. Knee osteoarthritis and high-
heeled shoes. Lancet, n. 351, p. 1399-1401, 1998.
30.KRAESKI, A.C., HERBER, V., SILVA, A.C.K., GOULART, M.C., ÁVILA, A.O.V.,
ANDRADE, M.C. Locomoção humana: sobrecarga no antepé e retropé.
31.LAFORTUNE, M.A. Measurement and interpretation of biomechanical,
perceptual and mechanical variables. Nike sport research laboratory. I
Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado. Gramado- RS. Anais, p17,
2001.
32.LATEUR, B J. Giaconi, r.m.; Questad, K.; Ko, M.; Lehmann, J.F. Footwear and
posture: Compensatory strategies for heel height. Am. J. Phys. Med Rehabil.
70: 246-254, 1991.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
109
33.MANFIO, E.F.; VILARDI JR., N.P.; ABRUNHOSA, V.M.; SOUZA, L. V.;
FERNANDES, B.M.; PEREIRA, R. M. Alterações na marcha descalça e com
sapato de salto. X Congresso Brasileiro de Biomecânica – v. 1, p. 87-90, 2003.
34.MESSING, K.; KILBOM, A. Standing and very slow walking: foot pain-pressure
threshold, subjective pain experience and work activity. Université du
Québec à Montreal, Canadá. Aplied Ergonomics, v. 32, p. 81-90, 2001.
35.MESSING, K.; KILBOM, A. Standing and very slow walking: foot pain-
pressure threshold, subjective pain experience and work activity. Université
du Québec à Montreal, Canadá. Aplied Ergonomics, v. 32, p. 81-90, 2001.
36.MOCHIZUKI, L., ÁVILA, A.O.V., AMADIO, A.C. Interpretação preliminar de
parâmetros biomecânicos na variação da posição dos apoios na
manutenção da postura ereta. VIII Congresso Brasileiro de Biomecânica,
Florianópolis - SC, Anais p.119-123, 1999.
37.MOCHIZUKI, L.; ÁVILA, A.O.V.; DUARTE, M.; AMADIO, A.C. Estudo sobre
variáveis biomecânicas relacionadas aos ajustes posturais durante a
postura ereta. IX Congresso Brasileiro de Biomecânica, Gramado-RS. Anais, p.
121-126, 2001.
38.MONTEIRO, V.A. Ergonomia, Design e Conforto no Calçado Feminino.
Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Departamento de Artes, Rio de Janeiro, 1999.
39.MONTEIRO, V.A. Calçado Feminino: Ergonomia e Design. Revista
Tecnicouro, Novo Hamburgo-RS, v. 21, n. 9. 2001.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
110
40.MYLIUS, M.S. O sapato: conhecer bem para vender melhor um manual
para o lojista. Novo Hamburgo: Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins
(CTCCA), 1993.
41.NASHNER, L.M. Sensory, Neuromuscular and Biomechanical contributions
to human balance. Balance proceedings of the APTA Forum, Nashville,
Tennessee, June, p. 5-12, 1989.
42.NASSER, J.P. Estudo da variação do arco plantar longitudinal com apoio do
calcâneo em diferentes alturas. Santa Maria, UFSM, 1999. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de Santa Maria, R.S., 1999.
43.NASSER, J.P.; ÁVILA, A.O.V. Distribuição de força relativa na região anterior
do em diferentes alturas de apoio do calcâneo. VIII Congresso Brasileiro
de Biomecânica. Florianópolis-SC. Anais, p. 609-612, 1999.
44.NASSER, J.P.; ÁVILA, A.O.V. Determinação na conformação do arco plantar
longitudinal em diferentes alturas de apoio do calcanhar. VIII Congresso
Brasileiro de Biomecânica, Florianópolis-SC. Anais, p. 231-235, 1999.
45.NIGG, B.M., HERZOG, W. Biomechanics of the musculo-skeletal system. p.
25-35, 1994.
46.NYSKA, M. McCABE, C. LNGE, K. KLENERMAN, L. Plantar foot pressures
during treadmill walking with high-heel and low-heel shoes. Foot Ankle Int.
1996 Nov;17(11):662-6. (abstract)
47.NOVEL. Pedar-Mobile Expert System Manual, version 8.3,2002.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
111
48.OPYLA-CORREA, K.A. Kinematics of high-heeled gait. Archives of physical
medicine and rehabilitation. v. 17, p. 304-9, 1990.
49.Pereira, A.M., Lima, J.A., Marengo, L., Pfuetzenreiter, M.R., Kroeff, M.S., ster,
M.S., Menestrina, T. C., Franzoni, T.M., Goudard, B. Manual para elaboração
de trabalhos acadêmicos da UDESC, teses, dissertações, monografias e
TCCs, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
50.POLLOCK, M.L.; WILMORE, J.H. Exercícios na saúde e na doença:
Avaliação e prescrição para a prevenção e reabilitação ed. Editora
Medsi. Rio de Janeiro, R.J., p.325,1993.
51.NCHEZ-LACUESTA, BAA, J.G. Curso de formación de técnicos
ortoprotésicos “Euroform miembro inferior y marcha humana. Fedop
Instituto de Biomecânica de Valencia, cap. V, 1994
52.SHARKEY, N.A.L., FERRIS, T.S. SMITH, MATTHEWS, D.K. Strain and loading
of the second metatarsal during heel lift. J. Bone Joint Surgery. 77 A:1050-
1057. 1995.
53.SNOW, R.; WILLIAMS, K.R. High heeled shoes: their effect on center of mass
position, posture, three-dimensional kinematics, rearfoot motion, and
ground reaction forces. Arch Phys Med Rehabil, v. 75, n. 5, p. 568-576, 1994.
54.THOMAS, J.R. Métodos de pesquisa em atividade sica. ed. - Artmed,
Porto Alegre, p.35,304, 2002.
55.VILADOT, A., Quince lecciones sobre patologia del pie. Edicines Toray, S.A. –
Barcelona, 1989.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
112
APÊNDICES A - Questionário
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
113
QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA
Nome: S:
Telefone: e-mail: Entrevistador:
Data de nascimento: / / Data da coleta: / /
Número do calçado:
Freqüência do uso de salto: (vezes por semana)
Maior altura de salto utilizado:
Tempo médio de utilização: ( ) 2 A 4horas ( ) 4 a 6 horas ( ) + de 6 horas
Tipo de uso do calçado: ( ) social ( ) casual ( ) trabalho
Enfermidades MI últimos 6 meses:
Massa: kg Estatura: cm
Fz R: N Fz L: N Peso: N
Índice de massa corporal: (Pollock, 1993)
Abaixo do Normal I < 20
Normal 20,1 < I < 30 I = I =
Obesidade I > 30 Excludente
Pé Direito Esquerdo
Comprimento dos pés: mm mm
Largura dos pés: mm mm
Perímetro dos pés: mm mm
Distância entre os pés:
Calçados utilizados: ( ) // / // / //
/ // / // / //
/ // / // / // /
// / // /
Observações:
MASSA (kg)
ESTATURA
2
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
114
APÊNDICES B - Termo de consentimento
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
115
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS- CEFID
CURSO DE PÓS-GRADUÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
COMPORTAMENTO DA COMPONENTE VERTICAL EM RETROPÉ E ANTEPÉ EM DIFERENTES
ALTURAS E ÂNGULOS DE APOIO NO CALCÂNEO
Orientador: Prof. Dr. Alsio Otávio Vargas Ávila
Orientando: Prof. Alexandre Severo do Pinho
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi de
forma clara e objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto. Autorizo os pesquisadores do
projeto a utilizarem os resultados das medições dos experimentos e procedimentos e compreendo
que os dados obtidos neste estudo a meu respeito serão sigilosos.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso _________________________________________________________ .
Assinatura _____________________________________ Florianópolis, ____/____/____ .
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
116
APÊNDICES C - Análise descritiva da amostra
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
117
Freqüência semanal
33%
20%
17%
0%
17%
3%
10%
1 vez
2 vezes
3 vezes
4 vezes
5 vezes
6 vezes
7 vezes
Alturas de salto
50mm
7%
60mm
17%
70mm
7%
80mm
20%
90mm
7%
100mm
26%
110mm
3%
120mm
10%
150mm
3%
50mm
60mm
70mm
80mm
90mm
100mm
110mm
120mm
150mm
Análise descritiva da amostra
Dados antropométricos dos sujeitos da amostra
Massa Estatura IMC Numeração
N=30
Kg cm Pollock,1993
dia 57,40 163,98 21,34 36,33
DP 7,07 4,53 2,50 0,92
Diferenças nas medidas antropométricas de comprimento, largura e perímetro de cada sujeito
Comprimento Largura Perímetro
Média 2,46mm 1,96mm 3,07mm
DP 1,71mm 1,65mm 2,73mm
Média= Médias da diferença entre pé direito e esquerdo intra-sujeito
DP= desvio padrão entre as médias da diferença entre
direito e esquerdo
Informações à respeito dos hábitos de utilizão de calçados de salto
Parâmetro Característica Ocorrências n=30
até 50mm 2 7%
51mm a 100 mm 23 76%
Maior
Altura
> 100 mm 5 17%
1 a 3 vezes 21 70%
Freqüência
Semanal
5 a 7 vezes 9 30%
2h a 4h 7 23%
2h a 4h 14 47%
Tempo de uso
Diário
+ 6h 9 30%
Hábitos relacionados à maior altura de salto utilizada, freqüência e tempo de uso (aproximadamente)
Freqüência semanal do uso de calçados de salto: Maior altura de salto:
73% dos sujeitos utilizam calçados de uma a três vezes por semana
27%, dos sujeitos mais de cinco vezes por semana.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
118
Freqüências dos calçados utilizados no estudo para dados válidos em força vertical (Fz) e pressão
plantar na região do retropé e antepé (N/cm
2
):
Statistics
N Valid 143
Missing 0
N= Número de dados válidos
Calçados
ID
Frequency
N
Percent
%
Valid Percent
%
Cumulative Percent
%
Valid 1080 15 10,5 10,5 10,5
115 13 9,1 9,1 19,6
1180 8 5,6 5,6 25,2
1350 2 1,4 1,4 26,6
1455 2 1,4 1,4 28,0
1580 7 4,9 4,9 32,9
1655 7 4,9 4,9 37,8
1730 7 4,9 4,9 42,7
1845 5 3,5 3,5 46,2
1950 5 3,5 3,5 49,7
2070 1 ,7 ,7 50,3
230 7 4,9 4,9 55,2
2390 1 ,7 ,7 55,9
2470 1 ,7 ,7 56,6
2575 1 ,7 ,7 57,3
2960 1 ,7 ,7 58,0
3075 1 ,7 ,7 58,7
3180 1 ,7 ,7 59,4
3250 1 ,7 ,7 60,1
3370 1 ,7 ,7 60,8
340 9 6,3 6,3 67,1
3560 1 ,7 ,7 67,8
3660 1 ,7 ,7 68,5
3780 1 ,7 ,7 69,2
3835 1 ,7 ,7 69,9
3960 1 ,7 ,7 70,6
4070 1 ,7 ,7 71,3
4175 1 ,7 ,7 72,0
4260 1 ,7 ,7 72,7
4370 1 ,7 ,7 73,4
450 14 9,8 9,8 83,2
560 11 7,7 7,7 90,9
660 6 4,2 4,2 95,1
765 6 4,2 4,2 99,3
870 1 ,7 ,7 100,0
Total 143 100,0 100,0
Freqüência dos calçados utilizados em número de ocorrências e percentuais
de ocorrências.
ID Identificação do calçado.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
119
APÊNDICES D - Estatística descritiva dos calçados utilizados
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
120
Estatística descritiva dos calçados utilizados no estudo.
Grupo a
FzRa PressRa PressAa
0-20 mm 0 a 5
graus (a) N N/cm2 N/cm2
Média 196,194 2,737 0,576
Erro padrão 9,747 0,203 0,175
Desvio pado 35,145 0,704 0,606
Variância 1235,150 0,496 0,367
Contagem 13 12 12
Nível Conf.95% 21,24 0,45 0,39
Grupo b
FzRb PressRb PressAb
20-40 mm 0 a 5
graus (b)
N N/cm2 N/cm2
Média 170,578 3,017 0,577
Erro padrão 9,088 0,285 0,137
Desvio pado 27,263 0,854 0,410
Variância 743,250 0,730 0,168
Contagem 9 9 9
Nível Conf.95% 20,96 0,66 0,31
Grupo c
FzRc PressRc PressAc
20-40 mm 5,1 a
10 graus (c)
N N/cm2 N/cm2
Média 153,234 2,681 1,240
Erro padrão 9,500 0,217 0,181
Desvio pado 36,795 0,839 0,701
Variância 1353,855 0,703 0,491
Contagem 15 15 15
Nível Conf.95% 20,38 0,46 0,39
Grupo d
FzRd PressRd PressAd
41-60 mm 10,1
a 15 graus (d)
N N/cm2 N/cm2
Média 140,714 2,868 2,111
Erro padrão 9,890 0,245 0,277
Desvio pado 35,660 0,883 0,998
Variância 1271,603 0,780 0,995
Contagem 13 13 13
Nível Conf.95% 21,55 0,53 0,60
Grupo e
FzRe PressRe PressAe
41-60 mm 15,1
a 20 graus (e)
N N/cm2 N/cm2
dia 136,131 2,305 1,520
Erro pado 4,634 0,130 0,121
Desvio padrão 27,801 0,738 0,684
Variância 772,902 0,545 0,468
Contagem 36 32 32
Nível Conf.95% 9,41 0,27 0,25
Grupo f
PressRf PressAf
41-60 mm 20,1
a 25 graus (f)
N N/cm2 N/cm2
dia 1,184 1,991
Erro pado 0,406 0,339
Desvio padrão 0,704 0,588
Variância 0,496 0,346
Contagem 3 3
Nível Conf.95% 1,75 1,46
Grupo g
FzRg PressRg PressAg
41-60 mm >25
graus (g)
N N/cm2 N/cm2
dia 129,600 1,892 2,072
Erro pado 0,000 0,635 0,584
Desvio padrão #DIV/0! 0,898 0,826
Variância #DIV/0! 0,807 0,682
Contagem 1 2 2
Nível Conf.95% #NÚM! 8,07 7,42
Grupo h
FzRh PressRh PressAh
>61mm 15,1 a
20 graus (h)
N N/cm2 N/cm2
dia 130,011 2,163 1,831
Erro pado 12,114 0,187 0,283
Desvio padrão 32,052 0,459 0,692
Variância 1027,328 0,211 0,479
Contagem 7 6 6
Nível Conf.95% 29,64 0,48 0,73
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
121
Grupo i FzRi PressRi PressAi
>61mm 20,1 a
25 graus (i)
N N/cm2 N/cm2
Média 143,960 2,055 2,173
Erro padrão 23,356 0,353 0,179
Desvio pado 52,225 0,865 0,437
Variância 2727,476 0,749 0,191
Contagem 5 6 6
Nível Conf.95% 64,85 0,91 0,46
Grupo j
FzRj PressRj PressAj
>61mm >25
graus (j)
N N/cm2 N/cm2
Média 133,294 1,426 2,468
Erro padrão 7,963 0,108 0,140
Desvio pado 42,884 0,612 0,792
Variância 1839,037 0,375 0,627
Contagem 29 32 32
Nível Conf.95% 16,31 0,22 0,29
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
122
APÊNDICES E – Medidas antropométricas
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
123
Dados antropométricos dos sujeitos avaliados no estudo:
S I c F Alt t m e IMC C d C e L d L e P d P e
# anos # x sem cm horas kg m mm mm mm mm cm cm
1 30 38 2 8 2 a 4 55,49 1,69 19,43 252,74 254,66 94,65 92,64 23,07 23,03
2 24 38 1 7 4 a 6 62 1,64 23,05 253,14 250,45 99,65 104,39 25,6 25,5
3 25 37 1 8 2 a 4 67,55 1,69 23,65 245,92 243,54 93,33 94,74 22,9 22,9
4 52 37 3 6 2 a 4 68,25 1,61 26,33 244,31 246,71 97,92 99,23 24 24,3
5 19 36 2 6 2 a 4 54,7 1,65 20,09 238,35 239,26 87,82 87,97 22 21,8
6 25 35 1 8 2 a 4 60,25 1,64 22,40 226,05 226,3 89,44 93,08 22,5 22,9
7 22 35 1 5 + 6 46,5 1,6 18,16 228,29 226,66 88,38 86,52 20,8 20,4
8 24 35 1 7 4 a 6 56,9 1,565 23,23 235,34 232,69 99,51 95,36 24,3 24,3
9 23 36 3 6 4 a 6 57,69 1,59 22,82 234,24 231,08 95,66 96,1 23,3 23,3
10 24 36 5 10 + 6 55,9 1,65 20,53 249,35 254,31 95,84 97,05 22,8 22,8
11 20 35 2 12 + 6 54 1,54 22,77 227,75 228,6 92,06 91,92 23 22,8
12 25 38 7 15 + 6 63,4 1,64 23,57 260,7 261,9 96,6 100,26 24,7 24,8
13 33 37 2 6 4 a 6 46,8 1,6 18,28 246,05 246,5 95,46 95 23,03 23,06
14 31 36 5 10 + 6 58,4 1,68 20,69 242,98 240,92 90,44 91,6 22,8 23
15 26 36 1 10 4 a 6 51,2 1,65 18,81 238,81 243 82,38 82,54 22 22
16 22 37 3 10 4 a 6 62,1 1,75 20,28 247,96 245,84 95,93 92,49 23,8 23,3
17 22 36 3 12 4 a 6 55,9 1,665 20,16 245,15 251,45 98,67 99,52 23,6 24
18 23 37 1 12 2 a 4 67,29 1,67 24,13 239,75 237,94 89,18 96,22 23 23,3
19 27 37 2 11 4 a 6 64,2 1,64 23,87 247,61 252,85 93,22 95,64 23 23,5
20 23 35 1 6 2 a 4 47,6 1,58 19,07 229,13 231,51 88,02 88,76 22,5 22,3
21 29 36 2 9 4 a 6 53,4 1,67 19,15 237,4 233,6 89,57 87,2 23 22,6
22 28 37 3 8 4 a 6 73,4 1,63 27,63 245,2 242,5 92,5 90,38 23,5 22,8
23 27 35 7 8 + 6 53 1,6 20,70 229,61 228,51 87,4 87,02 22,6 22
24 21 36 1 9 4 a 6 44,9 1,59 17,76 237,87 231,43 83,22 81,13 21 20,5
25 42 37 5 8 + 6 62,85 1,66 22,81 245,94 250,1 103,53 99,06 25 24,5
26 28 36 7 10 + 6 62,6 1,64 23,27 237,38 237,58 95,95 96,53 22,6 23,4
27 27 36 6 10 4 a 6 56,89 1,71 19,46 249,94 252,04 94,19 92,7 23,5 23,3
29 25 36 5 10 4 a 6 49,89 1,625 18,89 242,6 243,52 90,81 89,18 22,6 22,5
30 20 37 6 5 + 6 50,79 1,64 18,88 244,13 244,04 89,19 88,75 22,2 21,07
32 29 37 1 10 4 a 6 58,1 1,69 20,34 247,09 249,93 96,92 99,07 23,8 24,2
Legenda:
S identificação Sujeito
I Idade
c Número calçado
F Freqüência de uso semanal
Alt Maior altura de salto
t Tempo médio de uso semanal
m Massa do indivíduo
e Estatura
IMC Índice de massa corporal, Pollock, 1993
C d Comprimento pé direito
C e Comprimento pé esquerdo
L d Largura pé direito
L e Largura pé esquerdo
P d Perímetro pé direito
P e Perímetro pé esquerdo
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo