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reduzir a freqüência ou a indução de crises: o limiar de vigilância, ou seja, alerta e vigilância
são fatores que podem prevenir crises, sendo assim, toda AF necessita de uma certa
quantidade de alerta. Dessa forma, um estudo realizado em nosso país em 2003, avaliou o
grau de participação em atividades físicas de uma amostra de pacientes com epilepsia e
comprovou que a AF era praticada por 51% dos pacientes. Destes, 15% faziam exercícios três
vezes por semana, por pelo menos 20 minutos. Entre as 15 pessoas consideradas ativas, cinco
destas relataram apresentar crises freqüentes e apenas duas relataram a ocorrência de crises
durante a AF. Além disso, apesar dos pacientes acreditarem que o exercício físico seja
benéfico para o tratamento, 45% destes apontam ter medo de apresentarem crises epiléticas
durante a ginástica, como também se sentirem embaraçadas com a reação de outras pessoas.
Dessa forma, esse foi um dos principais obstáculos para a prática de esportes (ARIDA et. al.,
2003). Neste sentido, nosso estudo revelou dados curiosos, pois antes da ENV, 50% dos
pacientes não praticavam exercício físico e após o procedimento esse número cresceu para
75%. Nesse sentido, apesar de nossos resultados não estarem de acordo com os dados iniciais
de Arida e colaboradores (2003), podemos abordar dois aspectos: primeiro, o número de
pacientes em nosso estudo era insuficiente e por isso não encontramos dados similares ou
mais próximos aos de Arida e colaboradores ou segundo, pode ser que após um controle mais
efetivo das crises epilépticas após o ENV, os pacientes adotaram a prática de atividade física
como uma atividade secundária em suas vidas, realizando outras atividades, justificando,
dessa maneira, os achados encontrados em nosso estudo.
Finalmente, com relação aos aspectos nutricionais avaliados em nosso estudo, devemos
salientar que Turner em 1970 definiu nutrição como a combinação do organismo vivo que
recebe e utiliza o material (alimento) necessário para a manutenção de suas funções e para o
crescimento e renovação de seus componentes. Por outro lado, Mahan e colaboradores (1998)
relataram que para uma alimentação equilibrada, alguns fatores estão envolvidos: econômicos,
fisiológicos, psicológicos, sociais, etários e culturais
Em uma análise realizada nos Estados Unidos com pacientes com epilepsia e tratados
com DC, os autores verificaram uma redução de 50% na freqüência das crises epilépticas,
sendo que qualquer tipo de crise pode responder à dieta (MAYDELL; WYLLIE; AKHTAR, et
al., 2001). Dessa maneira, essa outra abordagem terapêutica (DC) é de certa forma eficaz para
o tratamento das epilepsias em diferentes faixas etárias (VINING; FREEMAN, et al, 1998;
SIRVEN; WHEDON, et al., 1999; NORDLI; KURODA, et. al, 2001).