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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
DELIMITAÇÃO DE UNIDADES AMBIETAIS NA BACIA DO RIO
CAPIVARA, BOTUCATU (SP)
ELEN FITTIPALDI BRASILIO CARREGA
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Mestre em
Agronomia (Energia na Agricultura).
BOTUCATU-SP
Dezembro, 2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
DELIMITAÇÃO DE UNIDADES AMBIETAIS NA BACIA DO RIO
CAPIVARA, BOTUCATU (SP)
ELEN FITTIPALDI BRASILIO CARREGA
GEÓGRAFA
Orientador: Prof. Dr. Sergio Campos
Co-orientador: Prof. Dr. Luis Alberto Blanco Jorge
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Mestre em
Agronomia (Energia na Agricultura)
BOTUCATU - SP
Dezembro, 2006
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATA-
MENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Carrega, Elen Fittipaldi Brasilio, 1979-
C314d Delimitação de unidades ambientais na bacia do Rio Ca-
pivara, Botucatu (SP)/ Elen Fittipaldi Brasilio Carrega. –
Botucatu, [s.n.], 2006.
xiv, 98 f. : il. color., gráfs., tabs.
Dissertação (Mestrado) -Universidade Estadual Paulis-
ta, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2006
Orientador: Sérgio Campos
Inclui bibliografia
1. Política ambiental. 2. Sistemas de informação geográ-
fica. 3. Unidades ambientais. 4. Sensoriamento remoto. I.
Campos, Sérgio. II. Jorge, Luis Alberto Blanco. III. Uni-
versidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(Campus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas.
IV. Título.
III
Sempre imaginei que o amanhã viria,
e a vida me daria uma nova oportunidade,
um novo minuto pra fazer as coisas melhores
pra falar do meu amor...
A verdade é que esperei tanto esse minuto,
que quando percebi ele já havia passado.
Se esse minuto me fosse dado hoje,
talvez não falasse do meu amor,
acho que o deixei evidente, mesmo que sem palavras.
Mas é certo que falaria do meu orgulho,
da minha gratidão
e hoje, bem , hoje falaria da minha saudade.
Por isso meu pai,
à você e a sua memória,
dedico.
IV
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao meu marido, Marcos Paulo Carrega , pelo apoio incansável, dedicação, amor e confiança,
sem os quais eu não teria conseguido.
Ao meu filho, Ivan Carrega, pela companhia e paciência nas minhas horas de estudo, por
suportar minhas ausências, pelo carinho e amor.
V
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Dr. Sérgio Campos, pela oportunidade da realização desse trabalho,
pela orientação, pelos conselhos pertinentes e a amizade adquirida ao longo desses anos.
Ao meu co-orientador Prof.. Dr. Luis Alberto Blanco Jorge, pelo meu crescimento
profissional, pela incansável dedicação e orientação sem a qual esse trabalho não
existiria.
Ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Área de Concentração Energia na Agricultura
por conceder-me a oportunidade de realizar o Mestrado.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela
concessão da bolsa de estudos.
Ao Gestor Ambiental João Batista de Oliveira, pela ajuda imprescindível na
caracterização da vegetação natural da Bacia do rio Capivara.
Ao Prof.Dr. Mário Sérgio Rodrigues pelas oportunidades, ensinamentos, indicações
e sincera amizade.
Á Profa. Dra. Célia Regina Lopes Zimback, pelas orientações e pertinentes
sugestões quanto à interpretação dos resultados.
Ao Prof. Hélio Rodolfo pelo exemplo e dedicação.
À minha família, pelo suporte recebido.
VI
Aos amigos Melissa, Célia, Camila, Delma, Elisa, Adalberto, Marilena, Rubens,
Elaine, Gilmar, Auria, Marcos, Alessandra, Passarelli e Rosa, pela feliz
convivência ao longo dos anos, pela ajuda e apoio nos momentos de indecisão.
Aos colegas e amigos conquistados durante o Programa de Pós-graduação,
Guilherme, André, Gustavo, Cristiane, Débora, Gloria, Ricardo e Ramon pelo
auxílio nos trabalhos, sugestões, críticas e saudável convivência.
Aos Departamentos de Engenharia Rural e Engenharia Florestal, seus Professores e
funcionários pela concessão do laboratório, equipamentos e materiais necessários à
elaboração e confecção dos mapas topográficos básicos e, especialmente, ao amigo
Ronaldo Alberto Pollo, pela ajuda profissional, pelo apoio e amizade durante esta
convivência.
Aos funcionários da biblioteca e às secretárias da Seção de Pós Graduação, pela
atenção e dedicação.
E a todos que de maneira direta ou indireta contribuíram para a realização deste
trabalho.
VII
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... IX
LISTA DE TABELAS..................................................................................................... XIII
1. RESUMO .................................................................................................................... 1
2. SUMARY ................................................................................................................... 3
3. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 5
4. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 7
4.1. A importância do planejamento ambiental no desenvolvimento sustentável da
unidade territorial ................................................................................................. 7
4.2. A bacia hidrográfica como unidade de planejamento ambiental .......................... 10
4.3. Etapas do planejamento ambiental ....................................................................... 13
4.4. Definição de unidades ambientais dentro de uma unidade territorial estudada ... 19
4.5. O SIG como ferramenta do planejamento ambiental............................................ 22
5. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 24
5.1. Área de estudo ...................................................................................................... 24
5.1.1.Relevo.......................................................................................................... 24
5.1.2. Geologia ..................................................................................................... 25
5.1.3. Solos ........................................................................................................... 26
5.1.4. Clima .......................................................................................................... 28
5.1.5. Vegetação ................................................................................................... 28
5.1.6. Uso e ocupação do solo .............................................................................. 30
5.2. Materiais .............................................................................................................. 30
5.3. Métodos ................................................................................................................ 31
5.3.1. Delimitação da área de estudo .................................................................... 31
VIII
5.3.2. Modelo digital de elevação e classes de declive ........................................ 32
5.3.3. Unidades de solo ......................................................................................... 33
5.3.4. Histórico do uso do solo e vegetação natural ............................................. 34
5.3.5. Uso do solo e vegetação natural em 2006 ................................................... 36
5.3.6. Delimitação de unidades homogêneas da bacia .......................................... 37
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 40
6.1. Modelagem do relevo ........................................................................................... 40
6.2. Unidades de solo................................................................................................... 46
6.3. Uso do solo e vegetação natural ........................................................................... 48
6.3.1. Histórico recente do uso do solo e vegetação natural ................................. 48
6.3.2. Uso de solo e vegetação natural em 2006 ................................................... 52
6.4. As unidades ambientais ......................................................................................... 55
6.5. Unidades ambientais em relação ao uso do solo e vegetação natural em 2000 e
2006 ...................................................................................................................... 60
6.5.1. Fundo de vale do médio e baixo Capivara .................................................. 60
6.5.2. Vertentes orientais do médio e baixo Capivara .......................................... 64
6.5.3. Interflúvios orientais do médio e baixo Capivara ....................................... 66
6.5.4. Vertentes ocidentais do médio e baixo Capivara ........................................ 69
6.5.5. Interflúvios ocidentais do médio e baixo Capivara ..................................... 72
6.5.6. Vertentes do Ribeirão Duas Águas .............................................................. 75
6.5.7. Vertentes do Córrego Capivari .................................................................... 78
6.5.8. Topos do médio e baixo Capivara ............................................................... 81
6.5.9. Frente da Cuesta de Botucatu ...................................................................... 84
6.5.10. Vertentes e fundos de vale do alto Capivara ............................................. 87
6.5.11. Topos conservados do alto Capivara ........................................................ 90
7. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 93
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 94
IX
LISTA DE FIGURAS
Página
1. Fases metodológicas da ciência da paisagem (PLA;VILAS, 1992) ....................... 16
2. Etapas metodológicas do estudo da paisagem (PLA; VILAS, 1992) ..................... 18
3. Localização da bacia do Rio Capivara, Município de Botucatu (SP) ..................... 25
4. Determinação da declividade da bacia do Rio Capivara – Botucatu (SP) .............. 33
5. Composição de imagem Landsat 5 e Spot, com limites do historio recente do
uso do solo e vegetação natural da bacia do Rio Capivara, Município de Botucatu
(SP) ............................................................................................................................ 36
6. Imagem CBERS com sobreposição de limites do uso do solo e vegetação natural
da bacia do Rio Capivara, Município de Botucatu (SP)........................................... 38
7. Curvas de nível e Topos de morro da bacia do Rio Capivara - Município de
Botucatu (SP) ............................................................................................................... 41
8. Mapa da rede de drenagem da bacia do Rio Capivara – Município de Botucatu
(SP) ........................................................................................................................... 42
9. Modelo digital de elevação da bacia do Rio Capivara – Município de Botucatu
(SP) ............................................................................................................................. 43
10. Mapa de classes de declive da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu
(SP) ........................................................................................................................... 44
11. Mapa de classes de altitude e declividade da bacia do Rio Capivara –
Município de Botucatu (SP) ...................................................................................... 45
12. Unidades de solo da bacia do Rio Capivara, Município de Botucatu (SP) ............... 47
13. Mapa do histórico recente do uso do solo e vegetação natural da bacia do Rio
Capivara - Município de Botucatu (SP) ..................................................................... 49
14. Mapa do uso do solo e vegetação natural em 2006 da bacia do Rio Capivara –
Município de Botucatu (SP) ....................................................................................... 53
15. Mapa de unidades ambientais da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu
(SP).............................................................................................................................. 56
X
16. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Fundo de vale do médio
e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006 ............................................................. 62
17. Leito do rio principal da bacia do Rio Capivara, inserida na unidade ambiental
Fundo de vale do médio e baixo Capivara............................................................... 62
18. Áreas alagadas na parte final da bacia do Rio Capivara, inserida na unidade
ambiental Fundo de vale do médio e baixo Capivara.............................................. 63
19. Área denominada Rio da Indiana na região do médio Capivara, inserida na unidade
ambiental Fundo de vale do médio e baixo Capivara................................................ 63
20. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes orientais do médio
e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006............................................................... 65
21. Área de vertentes da região final da bacia do Rio Capivara inserida na unidade
ambiental Vertentes orientais do médio e baixo Capivara........................................ 66
22. Área de vertentes da região do médio Capivara inserida na unidade ambiental
Vertentes orientais do médio e baixo Capivara......................................................... 66
23. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Interflúvios orientais do
Médio e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006................................................... 68
24. Área de cultura anual, com reflorestamento ao fundo na região do baixo Capivara
inserida na unidade ambiental Interflúvios orientais do médio e baixo Capivara... 68
25. Área de citros na região do médio Capivara inserida na unidade ambiental
Interflúvios orientais do médio e baixo Capivara..................................................... 69
26. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes ocidentais do
médio e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006.................................................... 71
27. Vertentes da região do baixo Capivara inserida na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara................................................................... 71
28. Vertentes da região do médio Capivara inserida na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara
................................................................................
72
29. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Interflúvios ocidentais do
médio e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006.................................................... 74
30. Área de pastagem no baixo Capivara inserida na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara..................................................................... 74
XI
31. Área de pastagem no baixo Capivara inserida na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara..................................................................... 75
32. Área de vegetação natural e plantação florestal inserida na unidade ambiental
Interflúvios ocidentais do médio e baixo Capivara.................................................. 75
33. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes do ribeirão Duas
Águas nos anos de 2000 e 2006............................................................................... 77
34. Braço do ribeirão Duas Águas inserido na unidade ambiental Vertentes do ribeirão
Duas Águas............................................................................................................... 77
35. Vegetação de cerradão ao longo dos cursos d’água inserida na unidade ambiental
Vertentes do Ribeirão Duas Águas.......................................................................... 78
36. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes do Córrego
Capivari nos anos de 2000 e 2006............................................................................ 80
37. Vegetação de cerradão ao longo dos cursos d’água inserida na unidade ambiental
Vertentes do Córrego Capivari................................................................................ 80
38. Área de pastagem no entorno das de cerradão inseridas na unidade ambiental
Vertentes do Córrego Capivari................................................................................ 81
39. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Topos do médio e baixo
Capivara nos anos de 2000 e 2006........................................................................... 82
40. Área de pastagem inserida na unidade ambiental Topos do médio e baixo
Capivara.................................................................................................................... 83
41. Área de pastagem e vegetação natural inserida na unidade ambiental Topos do
médio e baixo Capivara........................................................................................... 83
42. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Frente da Cuesta de
Botucatu nos anos de 2000 e 2006........................................................................... 85
43. Área de pastagem e floresta estacional semidecidual inserida na unidade ambiental
Frente da Cuesta de Botucatu.................................................................................... 86
44. Área de floresta estacional semidecidual inserida na unidade ambiental Frente da
Cuesta de Botucatu.................................................................................................... 86
45. Vista da ruptura do relevo na unidade ambiental Frente da Cuesta de Botucatu...... 87
46. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes e fundos de vale
do alto Capivara nos anos de 2000 e 2006................................................................. 88
XII
47. Área de pastagem e cerradão inserida na unidade ambiental Vertentes e fundos de
vale do alto Capivara................................................................................................. 89
48. Vista da área de preservação permanente degradada inserida na unidade ambiental
Vertentes e fundos de vale do alto Capivara............................................................... 89
49. Região superior a cascata da Marta inserida na unidade ambiental Vertentes e
fundos de vale do alto Capivara................................................................................. 90
50. Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Topos conservados do
alto Capivara nos anos de 2000 e 2006....................................................................... 91
51. Região próxima a Unidade da CESP inserida na unidade ambiental Topos
conservados do alto Capivara..................................................................................... 92
52. Região próxima a Rodovia Marechal Rondon inserida na unidade ambiental Topos
conservados do alto Capivara.................................................................................... 92
XIII
LISTA DE TABELAS
Páginas
1. Classes do solo e vegetação natural em 2000 da bacia do Rio Capivara –
Município de Botucatu (SP) ................................................................................ 50
2. Classes do solo e vegetação natural em 2006 da bacia do Rio Capivara –
Município de Botucatu (SP).................................................................................. 54
3. Unidades ambientais da bacia do Rio Capivara – Município de Botucatu
(SP)......................................................................................................................... 57
4. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Fundo
de vale do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP)........................ 60
5. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Fundo
de vale do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP)....................... 61
6. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes
orientais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP).................... 64
7. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes
orientais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP) ................... 64
8. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Interflúvios
orientais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP) .................... 67
9. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Interflúvios
orientais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu(SP) .................... 67
10. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP) ................ 69
11. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP) ................ 70
12. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP) .................... 72
13. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP)..................... 73
14. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes
XIV
do Ribeirão Duas Águas, Município de Botucatu (SP) ......................................... 76
15. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes
do Ribeirão Duas Águas, Município de Botucatu (SP) ........................................ 76
16. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes
do Córrego Capivari, Município de Botucatu (SP) ............................................... 79
17. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes
do Córrego Capivari, Município de Botucatu (SP) ............................................... 79
18. Uso do solo e vegetação natural , em 2000 , na unidade ambiental Topos
do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP)...................................... 81
19. Uso do solo e vegetação natural , em 2006 , na unidade ambiental Topos
do médio e baixo Capivara, Município de Botucatu (SP)...................................... 82
20. Uso do solo e vegetação natural , em 2000 , na unidade ambiental Frente
da Cuesta de Botucatu, Município de Botucatu (SP)............................................. 84
21. Uso do solo e vegetação natural , em 2006 , na unidade ambiental Frente
da Cuesta de Botucatu, Município de Botucatu (SP)............................................. 84
22. Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes
e fundos de vale do alto Capivara , Município de Botucatu (SP)................. 87
23. Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes
e fundos de vale do alto Capivara , Município de Botucatu (SP)................. 88
24. Uso do solo e vegetação natural , em 2000 , na unidade ambiental Topos
conservados do alto Capivara, Município de Botucatu (SP)................................... 90
25. Uso do solo e vegetação natural , em 2006 , na unidade ambiental Topos
conservados do alto Capivara, Município de Botucatu (SP)................................... 91
1
1. RESUMO
O planejamento ambiental em bacias hidrográficas exige um
levantamento intenso de dados sobre a distribuição e comportamento das variáveis de análise
selecionadas. Nesse trabalho, chama-se a atenção para a delimitação de unidades ambientais
como resultado da integração de diferentes fatores ou elementos do meio físico, na busca de
expressar a complexidade existente na unidade funcional da bacia hidrográfica. Desta forma o
presente estudo teve como objetivo levantar as unidades homogêneas da bacia, com o auxilio
do Sistema de Informação Geográfica. A bacia do Rio Capivara, localizada no município de
Botucatu (SP), é um dos mais importantes afluentes da margem esquerda da bacia do Rio
Tietê, situada entre as coordenadas planas 758000; 7486000 e 779645; 7456286, com uma
área total de 22.218 ha. Utilizaram-se como materiais, as cartas planialtimétricas do IBGE,
escala 1:50.000; fotografias aéreas da BASE, escala 1:30.000; imagens orbitais SPOT e
Landsat de 1997 e CBERS de 2005; Sistema de Informação Geográfica ILWIS 3.2 for
Windows; scaners; GPS; ploters e estereoscópio de espelho. Para a elaboração dos mapas
temáticos foram agregados fatores do relevo tais como altitude e classes de declive que geram
o mapa classes de altitude e declividade, somado ao mapa de unidades de solo (Piroli, 2002)
gerou a primeira aproximação das unidades homogêneas da bacia, refinadas com as
informações de uso do solo e vegetação natural. O mapa temático de unidades ambientais
contém 11 unidades distintas, sendo elas: Frente da Cuesta de Botucatu, Fundo de vale do
médio e baixo Capivara, Interflúvios ocidentais do médio e baixo Capivara, Interflúvios
2
orientais do médio e baixo Capivara, Topos conservados do alto Capivara, Topos do médio e
baixo Capivara, Vertentes do Córrego Capivari, Vertentes do Ribeirão Duas Águas, Vertentes
e fundos de vale do alto Capivara, Vertentes ocidentais do médio e baixo Capivara, Vertentes
orientais do médio e baixo Capivara. Para proporcionar uma maior consistência informativa e
transmitir o conhecimento sobre o território adquirido na fase de levantamento, optou-se por
apresentar uma descrição das unidades ambientais em conjunto com a evolução de seu uso do
solo e vegetação natural para retratar com maior segurança a dinâmica atual da bacia do Rio
Capivara. As unidades ambientais do médio e baixo Capivara apresentam sua dinâmica interna
em intensa transformação, onde as áreas antes tomadas pela pastagem, hoje vem sendo
substituídas pelas monoculturas de citros e plantação florestal, com quase 30% da área total da
bacia, as principais áreas de cerradão estão localizadas nas unidades do lado oriental e as de
floresta estacional semidecidual, mais preservadas, estão nas unidades do lado ocidental e sul
da bacia. Nas unidades do alto Capivara encontramos a maior diversidade de classes de uso.
Sendo assim, conclui-se que o processo de agrupamento dos fatores físicos da bacia, por meio
do SIG foi eficaz na análise da homogeneidade da bacia e o acréscimo do uso do solo e
vegetação natural deu um refinamento nessa análise, deixando claro a dinâmica atual da bacia
do Rio Capivara.
Palavras chaves: Planejamento ambiental, Unidades de paisagem, Sistema de Informação
Geográfica e Imagens orbitais.
3
2. SUMARY
DELIMITATION OF ENVIRONMENTALS UNITS IN THE RIVER CAPIVARA´S BASIN,
BOTUCATU (SP). Botucatu, 2006. 98p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Energia na
Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: Elen Fittipaldi Brasilio Carrega
Adviser: Sérgio Campos
Adviser: Luis Alberto Blanco Jorge
Hydrographic basins environment planning demands an intense
amount of collecting data about the distribution and the behavior of the different variables that
are selected for the analysis. In this work, we bring the attention to the delimitation of ambient
units as a result of integration of different factors or elements of the physical medium, in order
to express the complexity that exists in the functional unit of the hydrographic basin. This
way, the present study had the objective to raise the homogeneous units of the basin, with the
aid of the Geographic Information System. River Capivara´s basin, that is located in the city of
Botucatu (SP), is one of the most important affluent of the left margin of the River Tietê,
situated between the plain coordinates 758000; 7486000 e 779645; 7456286, with a total area
total of 22.218 ha. Were used as materials, the planialtimetric maps from IBGE, scale
1:50.000; air photographs of the BASE, scale 1:30.000; orbital images SPOT and Landsat
from 1997 and CBERS from 2005; the Geographic Information System ILWIS 3.2 for
Windows; scanners; GPS; plotters and mirror stereoscopy. For theme map elaboration were
joined factors of the releif such as heighness and declive classes that generate class altitude
and declivity map classes, added to the map of soil units (Piroli, 2002) generated the first
approximation of the homogeneous units of the basin, refined with the information of soil
usage and natural vegetation. The thematic map of the environment units have 11 different
units, that are: Front of the Botucatu´s cuesta, Botto n of the valley of the medium and low
Capivara, Ocidental Mountaintops of the medium and low Capivara, Mountaintops orientais
of the medium and low Capivara, Conservated tops of the high Capivara, Tops of the medium
and low Capivara, Vertents of the Capivari, Vertents of the Duas Águas, Vertents and Bottons
of the valley of the high Capivara, Ocidental Vertents of the medium and low Capivara,
4
Oriental Vertents of the medium and low Capivara. To proportionate a better informative
consistence and transmit the knowledge about the territory acquired in the level of collecting
data, we opted to present the description of the ambient units in addition with the evolution
of its use of the soil and natural vegetation to portrait with more security the nowadays
dynamics of the basin of the River Capivara. The ambient units of the medium and low
Capivara present their internal dynamics in intense transformation, were the areas, that were
taken by the ground before, today have been substituted by the monocultures of citrus and
forest plantation, with almost 30% of the total area of the basin, the main areas of savana are
located in the units of the oriental side, and the ones of seasonal forest, more preserved, are in
the units of the ocidental side and south of the basin. In the units of the high Capivara we
found the biggest diversity of classes of use. Thus, we conclude that the grouping processes of
the physical factors of the basin, by means of SIG was effective in the analysis of the basin
homogeneity and the addition of the use of soil and natural vegetation made a refinement in
this analysis, by making clear the nowadays dynamics of River Capivara´s basin.
Key words: Environment planning, Units of landscape, Geographic Information System and
Orbital images.
5
3. INTRODUÇÃO
A ocupação do homem sobre a superfície terrestre se deu de forma
pouco planejada, objetivando maximizar os lucros muito pouco se fez no sentido de preservar
os recursos naturais. A deterioração desses recursos naturais, principalmente do solo e da
água, vem crescendo na região de Botucatu, com o passar dos anos devido à falta de
planejamento e sua má utilização.
A bacia do Rio Capivara localiza-se na porção do território de
Botucatu que pertence à Unidade de Gerenciamento Estadual de Recursos Hídricos da Bacia
do Médio Tietê Sorocaba, possuindo baixo percentual de cobertura florestal e processos
erosivos no entorno de suas nascentes, alguns com alto grau de criticidade.
A bacia do Rio Capivara está inserida na APA (Área de Proteção
Ambiental) Estadual Corumbataí, Botucatu e Tejupá, perímetro de Botucatu, sendo que, parte
da bacia encontra-se fora de seus limites, mas, no entanto, necessitando de uma ordenação
urgente, pois sofre a pressão da ocupação cada vez mais intensa, por estar muito próxima da
área urbana.
A Cuesta Basáltica compõe um cenário paisagístico de grande beleza
na região, ainda restando trechos de mata original (Floresta estacional semidecidual e
cerradão) sendo comuns os morros testemunhos, isolados, esculpidos pela erosão, formando
um cenário peculiar na região. Ao da Cuesta, estendem-se vales amplos e suaves, com
presença das várzeas ao longo do curso d’água.
6
As formações de Cuestas, pela própria fragilidade de seus solos, que
são pouco profundos e encontram-se em áreas de grande declividade constituem atributos
naturais que merecem proteção, acrescido ao fato que as áreas inferiores a ela compõem a
região de capitação do aqüífero Guarani, considerado o segundo maior do mundo e com
excelente padrão de potabilidade.
Portanto, é visível que a bacia carece de um planejamento integrado
que vise a proteção dos recursos naturais e ainda suporte e viabilize as atividades econômicas
instaladas na região. O planejamento ambiental em bacias hidrográficas exige um
levantamento intenso de dados sobre a distribuição e comportamento das variáveis de análise
selecionadas.
Nesse trabalho, chama-se a atenção para a delimitação de unidades
ambientais como resultado da integração de diferentes fatores ou elementos do meio físico, na
busca de expressar a complexidade existente na unidade funcional da bacia hidrográfica. Desta
forma, o presente estudo teve como objetivo levantar as unidades homogêneas da bacia, com o
auxilio do Sistema de Informação Geográfica para facilitar a compreensão do sistema
territorial e identificar a dinâmica atual da bacia, visando em ultima análise o planejamento e
manejo distinto de cada unidade ambiental.
7
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1. A importância do planejamento ambiental no desenvolvimento sustentável da
unidade territorial
Um dos mais importantes movimentos sociais dos últimos anos,
promovendo significativas transformações no comportamento da sociedade e na organização
política e econômica, foi à chamada revolução ambiental”. A extensão das atividades
humanas, afetando o planeta, propiciou o aumento do interesse em planejar, não apenas os
espaços criados e alterados pelo homem, mas o ambiente como um todo. Isto pode ser
evidenciado pela preocupação em utilizar os recursos naturais com o mínimo de interferência
possível no ambiente para garantir a sustentabilidade e sobrevivência das gerações futuras
(CORSEUIL, 2006).
Com raízes no final do século XIX, a questão ambiental emergiu após
a Segunda Guerra Mundial, promovendo importantes mudanças na visão do mundo. Pela
primeira vez a humanidade percebeu que os recursos naturais são finitos e que seu uso
incorreto pode representar o fim de sua própria existência. Com o surgimento da consciência
ambiental, a ciência e a tecnologia passaram a ser questionadas. Neste início de século, em que
o mundo vem passando por um importante processo de reorganização, a questão ambiental
tenta resgatar sua essência frente às relações sociedade/ natureza. Cabe também ressaltar que a
compreensão das relações sociedade/ natureza e da questão ambiental passa também pelo
8
conhecimento do processo de produção do espaço, que a devastação do planeta pela técnica
leva o homem a pensar na produção do espaço pela técnica (CUNHA; GUERRA, 2005).
Destro (2006) mostrou que o uso dos recursos naturais tem caráter
exploratório, sócio-econômico e histórico, gerado pela despreocupação com a degradação do
meio ambiente e o uso descontrolado dos recursos naturais, que até então eram considerados
infinitos. Sendo assim, sugeriu que antes de qualquer ação que venha reverter ou amenizar
quadros de degradação é necessário aos tomadores de decisão analisar a sua abrangência numa
escala regional, conhecendo sua real intensidade e capacidade de adaptação do meio ambiente.
Sendo assim, o planejamento ambiental é um método de apoio às decisões técnico-científicas,
políticas e administrativas, para se definir normas racionais de atuação e ordenação do espaço
com objetividade e eficiência.
Para Lepsh (1991) essa ordenação do espaço, como um conjunto de
recomendações a serem seguidas, torna o uso compatível com a capacidade de uso da terra, em
que são especificadas quais as práticas mais adequadas para a conservação dos recursos
naturais. Tornero (2000) completou dizendo que nesse planejamento integrado, as áreas
propícias para o desenvolvimento econômico poderão ser caracterizadas, sempre respeitando
os ecossistemas da região.
Cunha e Guerra (2005) disseram que é fundamental entender a cultura
e as formas específicas com que as populações manejam seus recursos naturais. Também é
fundamental uma previsão acurada e integrada dos impactos oriundos de ações, manejos e
projetos propostos para a área em estudo, bem como a intensidade da pressão direta ou indireta
que eles impõem sobre o local.
Segundo Franco (2001) explicou a palavra planejamento carrega em
seu próprio significado o sentido de empreendimento, projeto, sonho e intenção. Com o
empreendimento se revela o ato de intervir ou transformar uma dada situação numa
determinada direção, a fim de que se concretizem algumas intenções. Portanto, todo
planejamento que parte do principio da valorização e conservação das bases naturais de um
dado território como base de auto-sustentação da vida e das interações que a mantém é
denominado planejamento ambiental, sendo que o objetivo é atingir o desenvolvimento
sustentável da espécie humana e do ambiente em que vive.
9
Sendo assim, para o mesmo autor, o planejamento ambiental deve
empregar como instrumento todas as informações disponíveis sobre a área de estudo, vindas
das mais diversas áreas do conhecimento, bem como as tecnologias de ponta que possam
facilitar o seu meio principal de comunicação e de projeto. Uma vez que o desenvolvimento
sustentável apresenta além da questão ambiental, tecnológica e econômica, uma dimensão
cultural e política, ele exige a participação democrática de todos na tomada de decisão para as
mudanças que se farão necessárias para a implementação do mesmo. Assim, todo o esforço da
civilização na direção da preservação e conservação dos recursos ambientais de um território,
com vistas à sua própria sobrevivência, entende-se por “planejamento ambiental”.
O planejamento ambiental é um processo contínuo que envolve coleta,
organização e análise sistematizada das informações por meio de procedimentos e métodos
para se chegar a atingir metas específicas no futuro, tanto em relação a recursos naturais
quanto à sociedade. Um dos seus mais importantes papéis é o de direcionar os instrumentos,
vantagens e restrições de métodos e cnicas de gestão para o desenvolvimento de atividades
num determinado espaço e tempo, incentivando a participação institucional e dos cidadãos e
induzindo relações mais estreitas entre sociedade e autoridades regionais (SILVA; SANTOS,
2004).
Para Botelho (1999) o termo planejamento ambiental é amplo e ganha
diferentes versões conforme o objeto foco do estudo. Como pode-se perceber, ele é um
processo racional de tomada de decisões, o qual implica necessariamente uma reflexão sobre
as condições sociais, econômicas e ambientais que orientam qualquer ão e decisão futura.
Portanto, o termo planejamento ambiental é bem abrangente e pode ser utilizado para definir
todo e qualquer projeto de planejamento de uma determinada área que leve em consideração
fatores físico-naturais e sócio-econômicos para a avaliação das possibilidades de uso do
território e/ou dos recursos naturais, ainda que haja, de acordo com os objetivos e
metodologias de cada projeto, certa ênfase em determinado fator.
Portanto, todo planejamento ambiental tem como meta o
desenvolvimento sustentável que representa atualmente um elemento de aprofundamento das
discussões quanto ao real significado dos conceitos de progresso e desenvolvimento
econômico e social. A urgência por alternativas estabelecidas a partir das crises ambientais e
de recursos tem induzido a procura de estratégias que traduzam uma solução consistente de
10
continuidade dos processos de desenvolvimento, sem que para isso ocorra o comprometimento
da base de sustentação das atividades produtivas. Tecnicamente, o conceito de
sustentabilidade está relacionado à capacidade de um sistema em propiciar meios de
subsistência à determinada população em intervalos espaço/temporais definidos. De forma
simplificada, um sistema auto-sustentado pode ser caracterizado por apresentar um equilíbrio
dinâmico balanço espaço/temporal entre suas necessidades e os meios de sustentação
necessários. Representa a avaliação integrada dos processos produtivos e ambientais, as
estratégias de manejo ambiental/florestal empregadas e a conservação e utilização racional dos
recursos naturais. Objetiva a compreensão dos processos produtivos em escala mais ampla,
com o resgate e a conservação de valores culturais e ambientais visando o manejo e a
conservação dos recursos naturais (CASTRO; MORROT, 1996).
Graças a influencia dos movimentos ecológicos aliados ao
planejamento ambiental à expressão desenvolvimento sustentável ganhou extrema força nos
discursos políticos do mundo atual. A noção de desenvolvimento sustentável vem sendo
utilizada como portadora de um novo projeto para a sociedade, capaz de garantir, no presente e
no futuro, a sobrevivência dos grupos sociais e da natureza. Transformando-se,
gradativamente, em uma categoria-chave, amplamente divulgada (BECKER, 2002).
.
4.2. A bacia hidrográfica como unidade de planejamento ambiental.
Segundo Corseuil (2006), por bacia hidrográfica entende-se uma área
da superfície terrestre drenada por um rio principal e seus afluentes, sendo delimitada por
linhas divisoras de água que demarcam seu contorno, estas linhas são definidas pela
conformação das curvas de nível e ligam os pontos mais altos do terreno em torno da
drenagem considerada. Os fenômenos acorridos dentro de uma bacia, sejam eles de origem
natural ou antrópica, interferem na dinâmica sistêmica, na quantidade e qualidade dos cursos
de água e as medidas de algumas de suas variáveis (solo, clima, vegetação, relevo, entre
outros) permitem compreender a soma desses fenômenos.
Esses são alguns dos aspectos que levam os planejadores a escolherem
a bacia hidrográfica como uma unidade de gestão, bem como, por ser um sistema natural bem
delimitado no espaço, onde as interações físicas são integradas e, portanto, mais fáceis de
11
serem compreendidas, espacializadas e caracterizadas, capazes de refletir as relações de causa
e efeito. O planejamento que utiliza a bacia hidrográfica como unidade básica de trabalho é
mais adequado e permite conciliar a produção com a preservação ambiental, em função dos
limites serem estabelecidos naturalmente, por meio do divisor de águas (CORSEUIL, 2006).
Botelho (1999) também descreveu a bacia hidrográfica como uma
célula natural que pode, a partir da definição do ponto de saída, ser delimitada sobre uma base
cartográfica que contenha cotas altimétricas, como as cartas topográficas, ou que permita uma
visão tridimensional da paisagem, como as fotografias aéreas. Chamando a atenção para a
bacia hidrográfica como unidade natural de análise da superfície terrestre, onde é possível
reconhecer e estudar as inter-relações existentes entre os diversos elementos da paisagem e os
processos que atuam na sua esculturação.
Ainda de acordo com a autora o planejamento ambiental em bacias
hidrográficas exige um levantamento intenso de dados sobre a distribuição e comportamento
das variáveis de análise selecionadas, em que, para o conhecimento das reais potencialidades e
limitações de seu uso e ocupação é preciso levantar dados acerca de seus atributos físicos,
como clima, geologia, relevo, solos, rede de drenagem e vegetação. Esse levantamento geral
não se encontra disponível e deve, então, ser produzido com a devida atenção para a
necessidade de garantir um nível de investigação ou detalhamento equilibrado entre as
variáveis físicas adotadas, sem que haja privilégio de uma sobre a outra.
Sendo assim, a unidade territorial de uma bacia hidrográfica é
composta por diferentes formas de ocupação (áreas de matas, campos cultivados, cidades e
outras), que se interagem e se interligam por um sistema de ravinas, canais e tributários, que
drenam as águas das chuvas para o curso principal, cuja vazão efluente converge para uma
única saída que deságua em outro rio, lago, mar ou oceano (BORGES, 2005).
O mesmo autor descreveu que a utilização da bacia como unidade de
planejamento formal surgiu nos Estados Unidos, com a criação da Tennesse Valley Aubority
(TVA), em 1933, e a partir de então é adotada no Reino Unido, França, Nigéria e restante do
mundo. No Brasil, a década de 80 e principalmente a de 90 são marcadas por inúmeros
trabalhos que têm na bacia hidrográfica sua unidade fundamental de pesquisa.
Bordalo (1998) relatou que os primeiros e principais trabalhos em
microbacias hidrográficas desenvolvidos no país iniciaram-se em 1972, no estado da Paraíba.
12
Os primeiros estudos nas bacias hidrográficas tinham como objetivo estudar fatores
relacionados à água e solos, mas o uso da bacia hidrográfica, como unidade de estudo, vai
além desses dois fatores.
Grossi (2003) destacou que a própria legislação referencia a bacia
hidrográfica como área de influência a partir da Resolução de n.° 001/86 do CONAMA (
Conselho Nacional do Meio ambiente), de 1981, onde esta unidade passou a ser considerada
área de análise no estudo prévio de impacto ambiental. A Lei 9.433/97, estabelece os
princípios básicos para a gestão dos recursos hídricos e adota a bacia hidrográfica como
unidade de planejamento.
Para Santos (2004) os trabalhos em bacias são maneiras eficientes de
gerar tecnologia regionalizada, difundir práticas de manejo do solo e cultura, conservar
recursos naturais e contribuir para o desenvolvimento, permitindo ainda, propor soluções para
melhorar as formas de uso da terra de uma determinada região. Disse que a bacia hidrográfica
ou suas subunidades fazem parte de um ecossistema agrícola, de fácil controle, conhecido e
facilmente monitorável em todos os seus aspectos, constituindo um campo ideal para estudos
do comportamento dos solos frente ao uso e manejo.
Segundo os autores Prochnow (1985); Rocha (1991); Souza e
Fernandes (2000), um programa que vise à conservação dos recursos naturais deve iniciar seus
trabalhos pelas unidades ambientais, sendo a bacia hidrográfica a unidade de estudo funcional
que mais favorece ao desenvolvimento de muitos conceitos hidrológicos e que mais se ajusta
aos objetivos do planejamento ambiental, como uma unidade ecossistêmica e morfológica que
melhor reflete os impactos das interferências naturais e antrópicos, que de forma permanente e
dinâmica afetando os ecossistemas como um todo. Compreendida dessa forma, a bacia
hidrográfica passa a representar uma unidade ideal de planejamento de uso das terras.
Cunha e Guerra (2005) lembraram que os limites territoriais das bacias
hidrográficas ou de seus subsistemas nem sempre coincidem com as delimitações político-
administrativas, de modo que uma mesma bacia pode ser compartilhada por diferentes países,
estados ou municípios, criando complicadores para gestão ambiental. Mas Franco (2001)
completou explicando que as ações de planejamento ambiental, embora levem em conta as
questões nacionais ou regionais, por serem ecossistêmicas, transcendem os limites políticos,
13
uma vez que, no mínimo, elas deverão levar em conta os limites físicos das bacias
hidrográficas.
Portanto, na análise ambiental, os estudos considerando a bacia
hidrográfica como unidade de planejamento tem grande importância nos contextos técnico-
científicos e aplicados à montagem e execução de um projeto integrado de manejo sustentável,
por ser uma importante unidade de planificação, devido a sua alta coesão geográfica e ao seu
funcionamento em torno do elemento água. Sendo assim, a bacia hidrográfica é uma
interessante unidade de planificação e gestão integral do meio, que pode definir unidades
territoriais funcionais e adaptá-las como unidades básicas de ordenação territorial (OREA,
2002).
Acredita-se assim, que o planejamento ambiental em bacias
hidrográficas pode minimizar a ocorrência de impactos ambientais decorrentes da ação
antrópica indiscriminada, respeitando as limitações ou capacidade de acolhida apresentada
pelo meio físico à implantação das atividades humanas, é possível conciliar o crescimento
econômico e preservação ambiental na tentativa de atingir o chamado “desenvolvimento
sustentável” (BOTELHO, 1999).
4.3. Etapas do planejamento ambiental.
Com a crescente mudança da sociedade em cobrar ações que
contenham a exploração dos recursos naturais, a comunidade cientifica vem desempenhando
papel fundamental na elaboração e aplicação de metodologias, as quais busquem formas e
instrumentos de melhor gerenciar os recursos naturais. Os instrumentos do planejamento
ambiental são meios importantes para se chegar a um desenvolvimento sustentável (SANTOS,
2004).
Para Botelho (1999) a realização de um estudo de planejamento
ambiental dentro de um cenário compreende várias fases, que vão desde a compilação e
levantamento de dados, descrição do meio físico, estabelecimento das unidades cartográficas,
até a aplicação de um método de avaliação dessas unidades. A avaliação pode estar apoiada no
estudo das capacidades ou potencialidades de uso e ocupação de um determinado território
14
(avaliação de capacidade) ou no estudo dos impactos que a implantação e desenvolvimento
dessas atividades produziriam ao meio ambiente (avaliação de impacto).
Segundo a mesma autora, a realização de um planejamento ambiental,
portanto de cunho conservacionista, é bastante dependente, não só da escolha do tipo de
método de avaliação, mas principalmente da postura ambientalista do planejador/pesquisador
ou equipe, da sua experiência e da variedade, precisão e confiabilidade dos dados levantados
durante a etapa de diagnóstico ou inventário ambiental. Quanto maior a quantidade e
qualidade dos dados levantados, maiores serão as alternativas de uso que poderão ser
consideradas ao final do processo.
Orea (2002), explicou que ao final do diagnóstico do meio físico
pretende-se conhecer como ele é e como funciona, que problemas o afetam e de que
potencialidade dispõe, mais especificamente o diagnóstico do meio físico deve conter aspectos
descritivos e interativos, como por exemplo:
conhecimento das características naturais do território,
estruturais e funcionais, baseado em um inventário das mesmas
e uma interação de seu funcionamento;
compreensão das formas em se utiliza o território e seus
recursos naturais, incluindo as degradações e ameaças que
atuam sobre ele;
valorização do território, em termos de mérito de conservação,
baseado na excelência, significado e função dos elementos e
processos que se dão nele;
estimativa da potencialidade do território, em termos das
oportunidades que oferece, em quanto recurso, suporte e
receptor de desfechos, para as atividades humanas;
estimativa da fragilidade ou vulnerabilidade do território para
estas atividades;
conhecimento dos riscos naturais que se dão no território e suas
implicações para as atividades humanas;
15
determinação da capacidade de acolhida do território para as
atividades citadas.
O estudo do meio físico, ainda segundo Orea (2002), pode-se organizar
em quatro grandes blocos de levantamento e interpretação das variáveis ambientais, que são:
descrição dos elementos e processos naturais do território em
sua situação e utilização atual;
levantamento das afeições legais do solo e previsões de
planificação territorial ou setorial;
elaboração de um inventário de degradações existentes;
descrição das ameaças derivadas das previsões e das tendências
observadas.
Botelho (1999) descreveu que a parte mais importante de um sistema
de avaliação reside no levantamento dos dados do meio físico e na sua conjugação e
interpretação, para o estabelecimento das unidades cartográficas de planejamento. Desse
modo, é possível eleger áreas prioritárias para o inicio da etapa de implantação do projeto de
planejamento ambiental. Para tal, é necessário realizar o julgamento de todos os atributos ou
elementos considerados essenciais na determinação da capacidade do meio físico de suportar
ou acolher determinada atividade em cada ponto do território considerado.
Levando em conta a diversidade dos elementos que compõem a
paisagem e a multiplicidade de estudos que sobre ela se podem realizar, Plá e Vilas (1992)
propuseram uma metodologia para o estudo da paisagem semelhante à utilizada nas Ciências
Médicas. Nesse caso a paisagem é o paciente, o estudo da paisagem corresponde a figura do
médico de cabeceira e os diferentes assessores técnicos que são requeridos ao longo do estudo
são os médicos especialistas (Figura 1).
16
Figura 1 - Fases metodológicas da Ciência da Paisagem (PLÁ;VILAS, 1992).
Segundo os mesmos autores levando-se em conta uma paisagem
determinada para o estudo, em primeiro lugar o cientista deve reconhecer os elementos da
paisagem e analisá-los (fase da análise). A análise da estrutura da paisagem é fundamental
porque descobre os processos do sistema, sem sua conexão seria impossível decifrar sua
organização espacial e sua dinâmica. Do mesmo modo, investiga-se as inter-relações entre os
componentes naturais da paisagem: rochas, relevo, água, solo, vegetação, fauna e a ação
antrópica ou sócio-econômica: infra-estrutura, demografia, sócio-economia, cultura, usos do
solo.
Uma vez realizada a análise dos elementos da paisagem, deve ser
realizado um diagnóstico do seu estado atual, podendo ser realizado um diagnóstico
descritivo: classifica-se a paisagem pelas suas características que apresentam unidades
homogêneas por sua tipologia ou seu estado dinâmico; ou um diagnóstico de potencialidade: o
objetivo é definir a aptidão ou capacidade da paisagem frente às diversas possibilidades de
atuação antrópica. O diagnóstico permite também classificar e determinar resultados aptos a
acolherem alguma função específica.
Feito o diagnóstico, poderá ser requerido um tratamento caso perceba
anomalias detectadas, isto é, impactos ambientais negativos, verificando quais as unidades de
paisagem que apresentam maior ou menor fragilidade ambiental. Caracterizadas as anomalias,
é necessário apontar uma correção para esses impactos.
Os mesmos autores completaram dizendo que uma fase completar a do
diagnóstico é a que tem como objetivo às medidas necessárias para tratar, eliminar, corrigir
e/ou melhorar os desequilíbrios ou possíveis deteriorações da paisagem detectadas na fase de
17
diagnóstico. Esta fase é conhecida como estudo de impactos ambientais e surge pela
necessidade de fazer uma proteção mais eficaz do meio físico, propondo medidas de correção
para esses impactos, conseguindo, assim, um uso mais racional dos recursos.
Portanto, segundo Pe Vilas (1992), uma vez realizado o diagnóstico,
entra-se na fase do prognóstico, que de acordo com os estudos da dinâmica e evolução de um
sistema poderá dizer qual será seu estado em um futuro mais ou menos próximo, sempre e
quando se cumpram às condições consideradas para permitir o prognóstico. Estas condições
podem ser as atuais ou também as outras previstas. Sendo que, o prognóstico será válido em
qualquer caso dentro do comprimento das condições supostas. Estas previsões tem tanto
aspectos da evolução natural da paisagem como aspectos sociais e econômicos que são
susceptíveis a modificá-las.
Os mesmos autores descreveram que a última etapa metodológica dos
estudos da paisagem consistirá em terminar a síntese, que consiste em propor as técnicas de
prevenção dos impactos, de acordo com o estabelecido pelo tratamento do diagnóstico e,
principalmente, de acordo com o prognóstico, é possível antecipar uma série de impactos que
podem afetar seriamente a paisagem. A síntese consiste, portanto, em propor um plano de
gestão para evitar as conseqüências não desejadas de determinadas atuações sobre a paisagem.
Essas etapas metodológicas do estudo da paisagem podem ser
visualizadas através do fluxograma da Figura 2, segundo Plá e Vilas (1992).
Os autores explicaram que essas etapas consistem em um estudo
completo de uma paisagem, mas na maior parte das vezes não é necessário terminar todas as
fases expostas. Sendo assim, disseram que devido à própria complexidade da paisagem e a
multiplicidade dos estudos que se podem realizar, não existe um método infalível, sendo que a
própria metodologia requer uma revisão constante e nenhum resultado é imutável nem perene,
todos os resultados são provisórios até que a comparação de uma serie de hipóteses possa
desmenti-los.
Logo, independente dos métodos utilizados para existir uma seqüência
de etapas a ser seguida, independente dos métodos utilizados para realizar cada uma delas,
para planejar é preciso avaliar, para avaliar é preciso conhecer e para conhecer é preciso
caracterizar. Isto é, o conhecimento da realidade é essencial para que o planejamento seja
implementado com sucesso (CORSEUIL, 2006).
18
Figura 2 – Etapas metodológicas do estudo da paisagem (PLA; VILAS, 1992).
19
4.4. Definição de unidades ambientais dentro de uma unidade territorial estudada.
Pla e Vilas (1992), afirmaram que o diagnóstico do território se
constrói com os resultados da análise e requer a confecção e categorização dos mesmos, pois
em geral detalham as características da paisagem. A análise integrada do meio natural
encontra sua unidade através da diferenciação de paisagens. Sendo assim é possível classificar
a paisagem pelas características que apresenta, em unidades homogêneas. Esse estudo acaba
caracterizando os elementos significativos da paisagem atual, através de atributos ambientais
que permitem diferenciá-la de outras vizinhas.
Explicou Botelho (1999) que são vários os métodos pelos quais são
integradas as variáveis ambientais. A partir deles, são definidas as células ou unidades de
planejamento, que buscam sintetizar as informações levantadas durante a etapa de diagnóstico
ou inventário. No caso das bacias hidrográficas, as informações referentes a cada parâmetro
ambiental selecionado, originam um mapa cujas células correspondem às áreas o mais
homogêneas possível. As áreas homogêneas são reconhecidas como aquelas em que as
variações de lugar para lugar são contínuas e se processam a uma distância que varia em
função da uniformidade de cada unidade. Em condições ideais, as unidades de mapeamento
devem ser definidas como sendo tão uniformes quanto possível em relação às propriedades de
interesse.
Em função da complexidade da paisagem, a mesma autora explicou
que é necessário definir unidades de mapeamento compostas, com mais de um parâmetro
ambiental selecionado, descrevendo a complexidade que está presente, mais do que buscando
uma ilusória uniformidade, desse modo, a mesma autora, descreveu que é preferível chamar as
áreas homogêneas de unidades ambientais. Assim, o fato é que, baseado em dados do quadro
físico, o mapa de unidades ambientais, sobre o qual será aplicado este ou aquele método de
avaliação, que pode ser ainda uma combinação de diferentes tipos, poderá servir de base para
diversos planejamentos, sob diferentes demandas e finalidades.
Segundo Orea (2002), por paisagem entende-se aqui a percepção do
meio a partir da expressão externa deste. No meio, tem-se a paisagem quando alguém a
percebe, ela é um indicador do estado dos ecossistemas, da saúde da vegetação, das
comunidades animais e do estilo de uso e aproveitamento do solo. Assim, a análise da
20
paisagem orienta a compreender o modelo territorial e da expressão simplificada do sistema
constituído pelas características naturais, os processos econômicos, sociais e ambientais e suas
repercussões territoriais. O papel do meio físico na ordenação territorial entende-se nos termos
de sua relação com as atividades humanas. Por meio físico entendemos o território e seus
recursos no mais genuíno e literal sentido da palavra território: a terra e a natureza mais ou
menos transformada. Trata-se de um sistema formado por elementos e processos do ambiente
natural e suas relações com o habitate que ocupam, pois toda atividade necessita de um espaço
de suporte que ocupa e transforma. Portanto, situada imediatamente depois do inventário, está
à detecção das unidades territoriais, chamadas de unidades de interação que se adotam como
setores básicos, tanto no diagnóstico do meio físico como no processo de tomada de decisões
para sua ordenação, por isso, denominadas unidades ambientais.
Ainda segundo Orea (2002) a função das unidades de interação se
valoriza nos méritos de conservação de cada ponto do território, a adoção do território como
base de interação se justifica porque sobre ele convergem e interagem todos os fatores que
configuram o sistema territorial, isto é:
facilitar a compreensão do sistema territorial;
ter facilmente utilizável a informação setorial recolhida no
inventário.
Esta interação, para Orea (2002), realiza-se definindo unidades
territoriais em função de critérios que variam segundo a finalidade do plano. Esta via inicia-se
decidindo sobre o tipo de unidades de interação que se vão utilizar, estas podem ser regulares
e irregulares, definidas em cada caso por critérios de homogeneidade relativa ou por critérios
de relevância de algum fator. Cada unidade definida pode ser considerada como um
subsistema do sistema territorial, definido por algum elemento chave. Existem quatro grandes
tipos de unidades de interação:
quadrícula (vem definida por um retângulo sobreposto ao território
e apoiado em coordenadas geográficas);
unidades homogêneas ou unidades ambientais (podem ser
definidas pelo bom conhecimento do terreno e/ou por sobreposição
de fatores, sejam eles inventariados e dispostos em bases
21
cartográficas ou aqueles com maior carga explicativa, conseguindo
certa homogeneidade em relação aos outros fatores do inventário);
unidades não homogêneas, estratégicas ou de síntese (são setores
do território definidos e identificados pela existência de algum
fator chave, aspecto esse que condiciona a sua vocação. Em relação
a ele os demais fatores perdem a relevância, são unidades
estratégicas, que se definem em função dos objetivos do
planejamento);
unidades funcionais, definidas por uma elevada intensidade de
interações entre unidades ou espaços simples (definidas pelo alto
nível de interação, são unidades a metade do caminho entre a
homogeneidade e as categorias de ordenação, se tratam de setores
em que se produzem inter-relações tão fortes que somente podem
ser entendidos em conjunto).
Portanto, Orea (2002) concluiu que o problema da delimitação
consiste, em identificar os indicadores que definem a homogeneidade, os que medem a
intensidade e a direção das interações (o funcionamento mais ou menos polarizado) e os que
denunciam a consciência regional, e em aplicar logo um método determinado, cartográfico.
Bohrer (2000) descreveu que a geologia e as formas do relevo são os
aspectos dominantes nos mapas da paisagem ou de unidades ambientais, onde a dinâmica atual
determina certos aspectos do ambiente, enquanto que dinâmicas passadas deixam uma herança
no ambiente, afetando a sua suscetibilidade. Logo, uma unidade de paisagem ou ambiental
pode ser considerada como “uma porção do espaço” caracterizada por um tipo de combinação
dinâmica de elementos geográficos diferenciados, que fazem da paisagem um ‘conjunto
geográfico’ indissociável que evolui em conjunto, tanto sob o efeito de interações entre os
elementos que a constituem como da dinâmica própria de cada um dos elementos individuais.
Botelho (1999) completou dizendo que é comum também o uso do
mapa pedológico no planejamento ambiental, onde a justificativa principal é atingir aquilo
que, em última análise, representa seu maior objetivo, subdividir áreas heterogêneas em
22
parcelas mais homogêneas, que apresentam a menor variabilidade possível, em função dos
parâmetros de classificação e das características utilizadas para a distinção de solos.
Sendo assim, as unidades de paisagem ou ambientais e os processos
ativos que sofrem, definem o conceito de capacidade de acolhida do território para as
atividades humanas, que será utilizado na fase de prognóstico ambiental, onde o critério de
sustentabilidade vem definido pelo respeito à essa capacidade de acolhida do território.
Sabendo que a capacidade de acolhida é síntese de numerosas características e processos do
meio físico para a implantação das atividades humanas (OREA, 2002).
4.5. O SIG como ferramenta do planejamento ambiental
O desenvolvimento de técnicas de modelização, computação e dos
Sistemas de Informação Geográfica (SIG), a partir da década de 80, tem permitido manusear
um grande volume de informações sobre o meio físico, uso do solo, sistemas de cultivo e rede
viárias, entre outras, possibilitando estabelecer estratégias para facilitar a tomada de decisões
(BOTELHO, 1999).
O SIG, como definido por Sendra et al. (1994), é um poderoso elenco
de ferramentas para colecionar, armazenar, recuperar, transformar e exibir dados espaciais
referenciados ao mundo real. Na verdade, existem diversas definições para o que é um SIG,
porém, Silva (2003) sintetizou-as na definição dos requisitos necessários para que um sistema
para que seja considerado um SIG: o SIG necessita usar o meio digital, portanto o uso
intensivo de informática é imprescindível; deve existir uma base de dados integrada, estes
dados precisam estar georreferenciados e com controle de erro, deve conter funções de análise
destes dados, variando de álgebra cumulativa (ex.: operações do tipo soma, subtração,
multiplicação e divisão) até álgebra não cumulativa (operações lógicas).
Ainda segundo Silva (2003), para ser capaz de realizar estas operações,
e ainda dispor de entrada e saída de dados em diversos formatos, o SIG normalmente integra
diversos outros sistemas (ex.: processamento digital de imagens, análise estatística, análise
geográfica, digitalização), tendo como ponto central um banco de dados.
Num SIG, dados da paisagem e da cobertura vegetal podem ser
analisados juntamente com outros conjuntos de dados (ex.: solos, modelos digitais de
23
elevação, restrições) para se modelar cenários futuros e se avaliar a efetividade de políticas de
planejamento, em termos de mudanças na paisagem, monitoradas para cada área (ASSAD;
SANO, 1998). Além disso, a entrada de dados no SIG permite várias possibilidades de
conjunção e mantém esses dados disponíveis para eventuais repetições. Vale lembrar,
entretanto, que ele não substitui os conhecimentos do pesquisador, que podem ser exigidos,
por exemplo, no momento da correção de imperfeições na geometria das feições mapeadas.
Para Donha et al. (2006) a tecnologia SIG tem sido usada por vários
setores que tratam da questão ambiental como importante ferramenta para o planejamento
ambiental, pois a avaliação integrada de um grande número de variáveis se torna possível e
simplificada com o uso deste sistema, permite a rápida geração de informações intermediárias
e finais, além da inclusão de variáveis anteriormente não pensadas, visto que possibilita novas
interações a qualquer momento. Sistema de Informações Geográfica (SIG) é, provavelmente,
dentre as ferramentas de suporte à decisão, aquela que mais se adequa a este enfoque sistêmico
de gerenciamento de recursos naturais, dada as suas características de integração e
manipulação de grandes quantidades de dados espaciais e alfanuméricos.
O planejamento ambiental emprega como instrumento todas as
informações disponíveis sobre a área de estudo, vindas das mais diversas áreas do
conhecimento, bem como as tecnologias de ponta que possam facilitar o seu meio principal de
comunicação e de projeto (FRANCO, 2001), e os SIGs permitem a manipulação de dados
geograficamente referenciados e seus atributos e a integração destes dados em diversas
operações de análise geográfica (SENDRA et al., 1994), por isso eles vem sendo amplamente
utilizados para apoiar a tomada de decisão referente aos problemas territoriais.
Leal e Batista (2003) concluíram descrevendo que a avaliação da
qualidade ambiental de determinados territórios torna-se necessária para que se possam
estabelecer critérios de uso e ocupação do solo ou, até mesmo, para avaliar o grau de
intervenção exercido pela ação do homem, sendo assim, para facilitar essa avaliação utiliza-se
de um SIG, para o mapeamento computacional que aceita, organiza, analisa e disponibiliza
dados num formato espacial de maneira rápida e eficiente.
24
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. Área de Estudo
O presente trabalho foi desenvolvido na bacia do Rio Capivara,
localizada no município de Botucatu (SP), um dos mais importantes afluentes da margem
esquerda da bacia do Rio Tietê, situada entre as coordenadas planas 758000; 7486000 e
779645; 7456286, com uma área total de 22.218 ha (Figura 3).
A bacia do Rio Capivara foi selecionada por apresentar atributos
naturais que merecem atenção, tais como, seu relevo peculiar, constituído pela formação de
Cuesta, pela fragilidade de seus solos e a importância de seu manancial como possibilidade de
abastecimento de água para a região.
5.1.1. Relevo
Segundo Carvalho (1981), a região da Bacia do Rio Capivara
apresenta um relevo bem movimentado, cortado como por um degrau entre as áreas de maior e
menor altitude, caracterizado por apresentar três regiões fisiográficas distintas: Depressão
Periférica, Cuesta Basáltica e Planalto Ocidental.
25
Figura 3 – Localização da bacia do Rio Capivara, município de Botucatu (SP).
O relevo de Cuesta é uma feição marcante da região, resultado do
trabalho contínuo de erosão sobre o solo, formando grandes plataformas rochosas que se
destacam nos vales suaves ao seu redor. Seu relevo é dessimétrico constituído por uma
sucessão alternada de camadas com diferentes resistências ao desgaste e que se inclinam numa
direção, formando um declive suave no reverso e um corte abrupto ou íngreme na chamada
frente de Cuesta.
A altitude é variável em relação as diferentes formas fisiográficas: na
área da Depressão Periférica a altitude que varia de 450-650m, na Cuesta de 650-840m e no
Planalto Ocidental de 790-940m (ARAUJO JUNIOR, 2001).
5.1.2. Geologia
A área é constituída geologicamente de arenitos do Grupo Bauru
Formação Marília e Adamantina, e pelo Grupo São Bento constituído de rochas eruptivas
26
básicas da Formação Serra Geral e arenitos das Formações Botucatu e Pirambóia (VILAS
BOAS, 1991).
Segundo Carvalho (1981) na Depressão Periférica, os terrenos estão
assentados sobre materiais de Formação Botucatu e Pirambóia, a Frente da Cuesta exibe
sucessões de arenito Botucatu e basalto, da formação Serra Geral, cujo topo já revela uma
contaminação mais ou menos pronunciada com materiais de alteração do arenito Bauru, no
Reverso da Cuesta os terrenos, por sua vez, estão predominantemente assentados sobre a
formação Bauru, que aflora em alguns lugares. Os sedimentos sobre os quais houve o
desenvolvimento pedogenético são provenientes de materiais retrabalhados, neocenozóicos, a
partir das formações originárias dos arenitos Botucatu, Bauru e eruptivas básicas, em várias
proporções de mistura desses componentes.
5.1.3. Solos
Os solos da região mapeados por Piroli (2002), foram classificados
em: Latossolo Vermelho distrófico, Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, Neossolo
Litólico eutrófico, Neossolo Quartizarênico órtico distrófico, Gleissolo Háplico Tb distrófico e
Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico.
Segundo Lepsh (1977) os Latossolos tem como características comuns
a coloração vermelha, alaranjada ou amarelada, são muito profundos (mais de dois metros de
profundidade), friáveis, bastante porosos, de textura variável, com pequena diferenciação entre
os horizontes.
Para Oliveira (1992) os Latossolos Vermelho distrófico são solos
minerais não hidromóficos, muito profundos, com diferenciação modesta entre os horizontes,
formados a partir de material de origem diversa, o que lhes confere certa variabilidade nas
características morfológicas, especialmente textura e consistência, além de influir nas
propriedades químicas. A textura varia desde média até muito argilosa e são característicos de
relevo plano e suave ondulado, o que favorece sua utilização agrícola.
Semelhante ao anterior os Latossolos Vermelho-Amarelo distrófico
são solos minerais não hidromórficos, com boa diferenciação entre os horizontes, profundos
27
ou muito profundos, normalmente porosos, mesmo aqueles com elevado teor de argila,
apresentam-se em relevo plano, suave ondulado ou ondulado.
Neossolos Litólicos eutróficos são solos minerais não hidromórficos,
rudimentares, pouco evoluídos, rasos, com horizonte A diretamente sobre a rocha coerente e
dura, ou cascalheira espessa. Esses solos apresentam grande diversificação morfológica, sendo
também bastante heterogêneos no que concerne aos atributos químicos, físicos e
mineralógicos. A pequena espessura desses solos e a presença freqüente de cascalhos, pedras e
matacões, aliadas normalmente ao relevo acidentado das áreas de sua ocorrência, fazem com
que sua utilização agrícola seja muito restrita.
Neossolos Quartizarênicos órticos distróficos são solos minerais,
casualmente orgânicos na superfície, geralmente profundos, os perfis são de extrema
simplicidade, as frações de areia grossa e areia fina desses solos são constituídas
essencialmente de quartzo, sendo visualmente ausentes os minerais primários facilmente
intemperizáveis. Devido á grande quantidade de areia, esses solos, especialmente aqueles cuja
areia grossa predomina sobre a fina, apresentam seria limitação com respeito à capacidade de
armazenamento de água disponível, com sérias limitações restringem o uso agrícola.
Gleissolos Háplicos Tb distróficos são solos minerais hidromórficos,
mal ou muito mal drenados, com seção superficial de constituição orgânica, desenvolvidos
geralmente em terras baixas, vinculadas a excesso de água, a textura pode ser bastante
desuniforme ao longo do perfil. Esses solos têm sérias limitações ao uso agrícola, devido à
presença de lençol freático elevado e ao risco de inundações ou alagamentos freqüentes.
Lepsh (1977) descreveu os Argissolos como bem desenvolvidos,
moderadamente ou bem intemperizados, com diferenciação marcante entre os horizontes e
texturas variadas, sendo confirmado por Oliveira (1992), que caracteriza os Argissolos
Vermelho-Amarelos distróficos como solos minerais não-hidromórficos, que apresentam um
gradiente textural acentuado, porém quando pouco espesso, o horizonte B deve apresentar
estrutura em blocos ou prismática, têm as mais variadas profundidades e texturas inclusive
com a presença ou não de cascalhos. Compõem a classe de solos mais comum no Brasil,
apresentando uma diversidade em seus atributos e interresses agronômicos, habitualmente
ocupando, em relação aos Latossolos, terrenos mais dissecados.
28
5.1.4. Clima
O clima predominante no município de Botucatu é segundo o sistema
köpen do tipo Cfa clima temperado chuvoso e direção do vento predominante é a sudeste
(SE). A temperatura média anual, segundo Martins (1989) na região, é de 20,2ºC, sendo que a
temperatura média dos meses mais quentes é de 23.2ºC e de 16,9ºC nos meses mais frios. A
precipitação anual fica ao redor de 1.447 mm, ocorrendo uma precipitação média no mês mais
chuvoso de 223,4 mm e 37,8 mm no mais seco.
5.1.5. Vegetação
A vegetação natural da bacia é constituída de três tipos: Floresta
estacional semidecidual, principalmente na área denominada Frente da Cuesta; Cerradão tanto
no Reverso da Cuesta como na Depressão Periférica; e Mata ciliar, ao longa da rede de
drenagem da região.
A floresta estacional semidecidual do interior do estado de São Paulo é
um exemplo claro do processo de degradação e fragmentação de ecossistemas tropicais no
mundo. A fragmentação desse ecossistema iniciou-se há várias décadas e os pequenos e
isolados fragmentos que ainda restam sofrem os efeitos de paisagem na qual estão inseridos:
incêndios periódicos, caças e agrotóxicos advindos de práticas agrícolas (VIANA, 1995).
Segundo Rodrigues (1999), as formações de floresta estacional
semidecidual são caracterizadas por apresentar um dossel não perfeitamente contínuo
(irregular), entre 15 e 20 m de altura, com presença de árvores emergentes de até 25-30m. O
termo estacional expressa as transformações de aspecto ou comportamento da comunidade
conforme as estações do ano, essa formações tem como característica a deciduidade na estação
seca de algumas espécies típicas.
Para Coutinho (1978), o cerrado sensu lato inclui os campos limpos, os
campos sujos, os campos cerrados, os cerrados sensu stricto e também os cerradões, enquanto
Gomes et al. (2004), destacou que o Cerrado localiza-se predominantemente no Planalto
Central do Brasil. A área de ocorrência potencial do Cerrado ocupa cerca de 22% do território
nacional, ou ao redor de dois milhões de km
2
Porém, a área atual é bem menor, pois o Cerrado
29
é o ecossistema que vem sofrendo a maior taxa de devastação no Brasil. Desde 1960, o
Cerrado vem sendo devastado devido à expansão das atividades agropecuárias, ao aumento da
demanda de carvão vegetal, ao aumento populacional e conseqüente expansão imobiliária e à
construção de barragens para hidrelétricas.
A designação de cerrado é dada no Brasil para uma formação
universalmente dita hoje em dia como savana, que ocorre em todas as terras tropicais do
planeta, sob várias modalidades. O que caracteriza essa estrutura é a sua composição sempre
de dois estratos peculiares: um estrato ou andar arborescente, de pequenas árvores tortuosas,
espaçadas e dotadas de cascas espessas; outro formado de gramíneas, subarbustos (RIZZINI et
al., 1991).
Rodrigues (1999) ressaltou que o cerradão apresenta muitos elementos
comuns as florestas estacionais semideciduais, como a ciclagem de nutrientes, a fisionomia, as
características de luminosidade, além de muitas espécies comuns as duas formações, nos
vários estratos da vegetação. Ocorre também sobreposição do cerradão com cerrado sensu
stricto devido à ação antrópica ou mesmo às características edáficas.
Segundo Battilani (2005) as matas ciliares, também conhecida como
floresta de galeria ou ripária destacam-se por ocuparem áreas restritas ao longo dos cursos
d'água. Estas formações são fortemente influenciadas por uma série de fatores físicos locais,
como as variações edáficas e topográficas, além dos processos de perturbações naturais e
antrópicos que são muito freqüentes nessas comunidades. As formações ciliares desempenham
relevante importância na manutenção da integridade dos ecossistemas locais, representando
importantes áreas de preservação de espécies animais e vegetais e conservação dos recursos
naturais.
As matas ciliares, em geral, ocorrem em terrenos acidentados, não
havendo uma transição evidente para outras fisionomias florestais como as matas decíduas e
semidecíduas. Esta associação com as formações adjacentes resulta numa composição
florística mista, com espécies típicas das margens de rios e de outras formações adjacentes, no
entanto, as matas ciliares diferenciam-se das formações adjacentes pela estrutura, em geral,
mais densa e mais alta devido, principalmente, à associação com o curso d'água.
30
5.1.6. Uso e ocupação do solo.
Campos et al. (2004) trabalhando com levantamento de uso da terra em
dez microbacias que compreendem a bacia do Rio Capivara, mostraram que grande parte da
superfície estava ocupada por cobertura florestal (mata, capoeira e reflorestamento),
parâmetro, esse, muito importante, pois, as matas são fundamentais no controle de erosão e de
enchentes, uma vez que, estando situadas em locais adequados, são fundamentais na recarga
do lençol freático. As pastagens, mesmo sendo mal conduzidas, formavam a segunda maior
área de cobertura vegetal, pois a pecuária bovina de leite tinham predominância na região. A
plantação florestal de espécies exóticas foi outra atividade muito importante ocorrente na
bacia, pois na região existem muitas companhias de extração vegetal.
O uso e ocupação do solo vêm sofrendo profundas modificações nos
últimos anos, muitas das áreas antes cobertas com pastagem, hoje vem sendo substituídas por
culturas perenes, sejam elas, de citros ou plantação florestal, fato esse, que altera de forma
significativa a paisagem da região.
5.2. Materiais
Para a realização deste estudo foram utilizados os seguintes materiais
cartográficos, equipamentos e aplicativos:
cartas planialtimétricas (IBGE, 1969), escala 1:50.000, folhas de
Botucatu e Barra Bonita;
scanner OCÉ do Brasil, 9400, largura de digitalização 1 metro,
resolução 1200 dpi;
sistema de Informação Geográfica (SIG) Ilwis 3.2 for Windows;
composição de imagens orbitais Spot e Landsat, nas bandas em
modo pancromático (P) do SPOT (0,51-0,73 µm) (passagem do
satélite em 01 de setembro de 1997) e multiespectral (TM3 (0,63-
0,69µm), TM4 (0,76-0,90 µm), TM5 (1,55-1,75 µm) do Landsat-5
(passagem do satélite em 28 de setembro de 1997);
31
imagens orbitais CBERS 2 nas bandas 2 (verde, 0,52-0,59 µm), 3
(vermelho, 0,63-0,69 µm) e 4 (infravermelho próximo, 0,77-0,89
µm), oriundas do sensor CCD, câmara de alta resolução que cobre
uma área de 113 km² e possui resolução espacial de 20m, obtidas
no dia 15 de agosto de 2005;
GPS Geoexplor, Trimblo com capacidade de pós-processamento.
Ploter NovaJet 500, largura 42 polegadas (108 cm), resolução: 300
x 300 dpi.
fotografias aéreas (BASE, 2000), na escala 1:30.000, recobrindo a
bacia do Rio Capivara contidas no município de Botucatu,
respectivamente: Faixa 28 ( fotos: 34,35,36 e 37); Faixa 29 (fotos:
45,46,47,48,49,50 e 51); Faixa 30 (fotos: 42,43,44,45,46 e 47);
Faixa 31 (fotos: 45,46,47,48,49,50 e 51); Faixa 32 (fotos:
75,76,77,78,79 e 80) e Faixa 33 (fotos: 74,75,76,77 e 78); e
estereoscópio de espelho.
5.3. Métodos
5.3.1. Delimitação da área de estudo
A delimitação da bacia do Rio Capivara foi realizado em meio digital,
dentro do ambiente do Sistema de Informação Geográfica ILWIS 3.2 for Windows, utilizando
como base cartográfica as cartas planialtimétricas editadas pelo IBGE em 1969, folhas de
Botucatu (SF-22-R-IV-3) e Barra Bonita (SF-22-Z-B-VI-1), em escala 1:50.000, transformada
para o meio digital por varredor raster (scaner).
O georreferenciamento foi realizado através do método de pontos de
controle, criando um sistema de coordenadas, projeção UTM, datum Córrego Alegre, sendo
posteriormente efetuada a geocodificação que possibilita a correção de distorções do mapa em
questão.
32
Após o georreferenciamento e geocodificação da carta, os contornos da
bacia do Rio Capivara foram vetorizados, segundo os divisores de água que passam pelos
pontos mais elevados em torno da rede de drenagem.
5.3.2. Modelo digital de elevação e classes de declive
Para a elaboração do modelo digital de elevação e do mapa de classes
de declive foi efetuada a vetorização das curvas de nível que compreendem a área da bacia,
utilizando as cartas georreferenciadas e geocodificadas do IBGE, que apresenta as curvas de
nível com uma eqüidistância vertical de 20 em 20 m.
A vetorização foi efetuada no SIG - ILWIS, recebendo cada curva um
valor em altitude, essas isolinhas no formato vetorial geraram o plano denominado cotas. Um
processo semelhante foi utilizado para digitalizar os topos de morro da bacia, gerando um
mapa de pontos denominado topos, sendo que, cada um com suas respectivas altitudes.
A criação do modelo digital do terreno a partir dos planos vetoriais
de segmentos contendo as curvas de nível e de pontos contendo os topos de morro, foi
realizado através da operação de interpolação de contorno. O processo realizado apresenta
duas etapas:
Conversão do mapa de segmentos para raster - onde foram
definidos o tamanho do píxel, o número de linhas e colunas e
as coordenadas X,Y mínimas e máximas do mapa. O mapa de
pontos contendo os valores de altitude dos topos de morro é
também convertido para raster, sendo então combinado com os
dados contidos no mapa raster das isolinhas sendo gerado um
único mapa que foi usado como base para o procedimento de
interpolação.
Interpolação de contorno uma interpolação linear foi feita
entre os píxels que apresentam valores de altitude, para obter as
elevações dos valores indefinidos entre as isolinhas que foram
rasterizadas. Na saída da operação de interpolação de contorno
33
foi gerado um mapa raster em que cada píxel tem um valor. Na
operação foi calculada, para cada píxel de valor indefinido
entre os segmentos, a menor distância em relação as duas
isolinhas mais próximas.
As classes de declividade da área de estudo também foram geradas no
ILWIS, sendo a declividade em percentagem calculada para cada píxel em formato raster,
como mostra a Figura 4.
Figura 4 - Determinação da declividade da bacia do Rio capivara – Botucatu (SP).
O módulo de fatiamento (Slicing) do ILWIS permite que a declividade
seja classificada em função de intervalos de declive, como foi o caso em 5 classes, quais
sejam: 0 2 %, 2 12 %, 12 30 %, 30 100 %, 100 %. O mapa resultante da operação
Slicing apresenta um domínio da categoria grupo ( faixas de declive).
O mapa de classes de altitude e declividade foi gerado a partir de uma
combinação entre os planos altitude e as classes de declive. Essas altitudes foram divididas em
4 planos distintos: 400m- 600m-; 600m-700m; 700m-800m; 800m-1000m. Cada plano de
altitude foi combinado com as respectivas classes de declive, através de comandos do
programa. Posteriormente estes foram sobrepostos chegando ao mapa final de classes de
altitude e declividade.
5.3.3. Unidades de solo
As unidades de solo foram adaptadas a partir do mapa de solos do
município de Botucatu (SP) gerado por Piroli em 2002. Este foi importado para o ILWIS em
formato raster, para ser georreferenciado e geocodificado. Posteriormente foi recortado
34
segundo a área útil da bacia usando-se como base o plano gerado na delimitação da área de
estudo.
Os limites dos polígonos correspondentes às unidades de solo foram
vetorizados gerando o plano denominado limites. O nome de cada unidade de solo foi gerado
no domínio de categoria classe de um mapa de pontos, em que os pontos foram digitalizados
dentro dos limites de cada polígono.
Estando o plano que contém os limites dos polígonos das diferentes
unidades de solo em modo de edição, acessaram-se as ferramentas que indicavam o arquivo
em que estavam os alfanuméricos referentes às classes de solo. Após rodar o módulo, gerou-se
o plano vetorial com os polígonos cheios correspondentes as unidades de solo.
5.3.4. Histórico do uso do solo e vegetação natural.
Para a elaboração do histórico recente do uso do solo e vegetação
natural foram utilizados dados de imagens dos satélites SPOT e Landsat-5, que geraram uma
composição com informações necessárias à vetorização dos diferentes usos. Essa composição
vem da metodologia aplicada por Jorge e Sartori (2002), que usa dados em formato digital das
bandas em modo pancromático (P) do SPOT (0,51-0,73 µm) (passagem do satélite em 01 de
setembro de 1997) e multiespectral (TM3 (0,63-0,69µm), TM4 (0,76-0,90 µm), TM5 (1,55-
1,75 µm) do Landsat-5 (passagem do satélite em 28 de setembro de 1997). Sabendo-se que,
quando as bandas no modo pancromático do SPOT e multiespectral do Landasat-5 são
combinadas, alia-se o maior nível de detalhe de uma resolução de 10m (100m²) com conteúdo
de informações, acrescido a partir de imagens coloridas (multiespectrais). A fusão de imagens
de satélite tornou-se muito utilizada pala natureza complementar dos vários conjuntos de
dados.
O mapa preliminar do histórico recente do uso e vegetação natural foi
derivado dessa composição no ambiente do ILWIS 3.2, criando-se um mesmo sistema de
coordenadas (projeção UTM, datum Córrego Alegre) onde os limites dos polígonos foram
vetorizados correspondentes as classes de uso do solo e vegetação natural, em relação as
diferentes cores que apareceram na imagem.
35
Com a imagem de plano de fundo mais os limites preliminares do
histórico do uso e vegetação natural impresso em ploter com escala de 1:30.000, comparou-se
os limites das classes de uso e vegetação natural com as fotografias aéreas, da Bacia do Rio
Capivara, inseridas no município de Botucatu, geradas pela BASE, 2000, na mesma escala.
A verificação foi realizada através da estereoscopia em fotografias
áreas por apresentarem um maior nível de detalhamento e nitidez do que as imagens de
satélite. A checagem nessa fase não poderia ser realizada em campo que o que se buscava
era um histórico recente de uso do solo e vegetação natural, que nos últimos anos tem sofrido
grandes alterações na região.
Os limites foram ajustados manualmente no mapa impresso e as
classes de uso pré-determinadas foram definidas com maior segurança. O passo seguinte foi
ajustar os limites dentro do programa pelo modulo de edição com a imagem de plano de fundo
(Figura 5).
Com os limites dos polígonos correspondentes ao histórico recente do
uso do solo e vegetação natural vetorizados, o nome de cada classe de uso do solo e vegetação
natural foi gerado no domínio de categoria classe de um mapa de pontos, em que os pontos
foram digitalizados dentro dos limites de cada polígono.
Com o plano que contém os limites dos polígonos das diferentes
classes do histórico do uso do solo e vegetação natural em modo de edição, acessou-se o
arquivo em que estavam os alfanuméricos referentes às classes de uso. Após rodar o módulo,
gerou-se então o plano vetorial com os polígonos cheios correspondentes ao uso do solo e
vegetação natural.
36
Figura 5 - Composição de imagem Ladsat 5 e Spot, com limites do histório recente do uso do
solo e vegetação natural da bacia do Rio Capivara, Município de Botucatu (SP).
5.3.5. Uso do solo e vegetação natural em 2006.
A obtenção do mapa de uso do solo e vegetação natural foi derivado
das imagens orbitais CB2CCD 156/126-2005-08-15 e CB2CCD 156/125-2005-08-15 do
satélite CBERS 2 obtidas por download gratuito no site do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), catalogo de imagens CBERS (http://www.dgi.inpe.br/CDSR/) produzidas
no dia 15 de agosto de 2005.
37
As imagens CBERS 2 foram importadas para o ILWIS, através da
combinação das bandas 4, 3 e 2. Obteve-se a composição falsa cor de forma que a vegetação
ficasse em vermelho, tonalidade mais facilmente percebida pelo olho humano.
Com a imagem processada criou-se um mesmo sistema de
coordenadas e o limites dos diferentes polígonos de uso e ocupação foram vetorizados com a
composição de fundo num mesmo processo como o utilizado anteriormente para gerar o
histórico do uso e vegetação natural.
Nessa fase a checagem de campo foi fundamental para melhor definir
a tamanho dos polígonos e também uma atualização dos mesmos, que o uso encontra-se em
constante alteração. O GPS auxiliou na determinação de pontos no entorno de algumas
manchas de uso, o que facilita a transferência dessas informações para o SIG.
Os limites foram reajustados utilizando a imagem de fundo (Figura 6)
através das informações coletadas pelo GPS e das observações de campo. Com os limites
definidos através do modulo de edição do programa o mesmo processo de integração entre o
plano limites e plano pontos, que contém o domínio de cada classe de uso, foi utilizado para
gerar os polígonos cheios correspondendo as classes de uso do solo e vegetação atual.
5.3.6. Delimitação das unidades homogêneas da bacia.
Com base na bacia do Rio Capivara, considerada uma unidade
funcional, com uma elevada intensidade de interação entre diferentes fatores que a compõem e
para uma melhor visualização do estado atual da bacia, optou-se por dividir a área em
unidades homogêneas, a partir do processo de interação, que consiste em tratar conjuntamente
as informações que se dispõe sobre o meio, para facilitar a compreensão do sistema territorial
e das informações recolhidas na fase de inventário. Sendo assim, a interação em unidades
homogêneas também denominadas unidades ambientais, segundo Orea (2002), pode ser
realizada de várias formas:
empírica, a partir da experiência e um bom conhecimento do
terreno;
38
sobreposição dos fatores inventariados dispostos em suporte
cartográfico;
sobreposição daqueles fatores com maior carga explicativa dentro
do território analisado;
divisões sucessivas do território atentando primeiro para as
semelhanças climáticas, depois da estrutura geológica, o
recobrimento vegetal e, por último, o solo e seu uso.
Figura 6 Imagem CBERS com sobreposição de limites do uso do solo e vegetação natural
da bacia do Rio Capivara, Município de Botucatu (SP).
39
A delimitação das unidades ambientais, neste caso, aconteceu no
ambiente do ILWIS através de uma composição feita entre os planos solos e classes de altitude
e declividade gerando um mapa com 157 classes distintas. As classes foram agrupadas a partir
dos fatores selecionados mediante a interpretação conjunta da rede de drenagem e
particularidades da paisagem da região, com o objetivo de se chegar a um resultado que reflete
a estrutura da bacia.
Com o agrupamento das classes chegamos as 11 unidades homogêneas
distintas, cada uma limitada por um ou mais fatores que condicionam sua vocação em relação
aos demais, foi aplicada uma ordem prioritária entre esses fatores onde cada unidade pôde ser
definida e mapeada com o auxilio do SIG.
Afim de proporcionar uma maior consistência informativa e transmitir
o conhecimento sobre o território adquirido na fase de levantamento, optou-se por apresentar
uma descrição das unidades ambientais em conjunto com seu uso do solo e vegetação natural
para retratar com maior segurança a situação atual da bacia do Rio Capivara.
40
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1. Modelagem do relevo
Conforme os objetivos traçados para este trabalho o relevo da região é
ferramenta indispensável para agregar um maior nível de detalhe aos fatores analisados, sendo
assim, as informações disponíveis sobre o relevo da bacia do rio Capivara foram passados para
o meio digital por intermédio da vetorização das curvas de vel e digitalização dos topos de
morros das cartas planialtimétricas do IBGE.
A Figura 7 mostra as curvas de nível com eqüidistância de 20m e os
topos de morro da bacia do rio Capivara, onde é possível perceber uma concentração das
curvas de nível nas regiões próximas à Frente da Cuesta, em função da grande diferença de
altitude do relevo nessa região, bem com um afastamento das mesmas nas áreas referentes aos
fundos de vale da bacia, que identificam regiões mais planas do relevo.
Pela carta também é possível identificar as diferenças de altitude
encontradas na bacia, com uma variação de 500m, entre as áreas mais baixas (440m de
altitude) e mais altas do relevo (940m de altitude), o uso de diferentes cores foi importante
para uma melhor visualização dessa variação.
41
Ainda com as cartas do IBGE de plano de fundo foi possível vetorizar
a rede de drenagem da região (figura 8), com o Rio Capivara e seus afluentes que serviu de
parâmetro para auxiliar na determinação das unidades homogêneas da bacia.
Figura 7 - Curvas de nível e topos de morro da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu
(SP).
42
Figura 8 - Mapa da rede de drenagem da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu (SP).
Pela interpolação das curvas de nível e dos topos de morro foi gerado o
modelo digital de elevação utilizando o módulo de interpolação do Ilwis (Figura 9), Com ele é
possível perceber, ainda de forma pouco apurada, as diferentes formas fisiográficas do relevo,
levando em conta, nesse momento, apenas a diferença de altitude encontrada na bacia.
A declividade, por sua vez, foi originada a partir grades triangulares, onde foi calculada
a diferença de altura entre dois pontos no terreno, sendo em seguida fatiadas para a elaboração
do mapa temático de classes de declive.
43
Figura 9 - Modelo digital de elevação da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu
(SP).
No mapa de classes de declive (Figura 10) pode-se perceber que as
classes de declividade utilizadas no fatiamento do modelo digital de elevação foram definidas
por intervalos de declive em número reduzido para uma posterior correlação com as altitudes,
portanto optou-se por cinco intervalos, sendo eles: 0 a 2%; 2 a 12 %; 12 a 30 %; 30 a 100 % e
100 %.
44
Figura 10 - Mapa de classes de declive da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu
(SP).
Com o mapa de classes de declive tem-se a primeira noção de áreas
homogêneas do relevo da bacia do rio Capivara. Na coloração azul encontramos as áreas
consideradas planas do relevo e é possível perceber as áreas de fundo de vale da bacia bem
demarcadas, tal como, a Frente da Cuesta de Botucatu marcada pela coloração vermelha, que
aparece no mapa de forma continua e representa as áreas de maior declividade do relevo.
Para uma melhor visualização das unidades homogêneas do relevo foi
feita uma correlação entre as altitudes e as classes de declive, através de intervalos
determinados gerados pelo fatiamento das altitudes em quatro classes distintas, sendo elas:
45
400m a 600m-; 600m a 700m; 700m a 800m; 800m a 1000m, cada classe de altitude quando
combinado com as respectivas classes de declive gerou um plano de classes de altitude e
declividade, os quatro planos sobrepostos geraram o mapa temático de classes de altitude e
declividade (Figura 11).
Figura 11 - Mapa de classes de altitude e declividade da bacia do Rio Capivara - Município
de Botucatu (SP).
46
O mapa gerado nesta fase final de modelagem do terreno identifica de
forma mais refinada as diferentes formas fisiográficas da região (Depressão Periférica, Cuesta
Basáltica e Planalto Ocidental), destacando claramente os contornos das áreas limites entre
elas, tal como, as áreas de influencia da rede de drenagem, sendo assim, possível visualizar
outras áreas homogêneas do relevo, como as vertentes e fundos de vale da bacia do Rio
Capivara, nos diferentes tons de azul, nas áreas de menor altitude e nos diferentes tons de
vermelho nas áreas de maior altitude.
6.2. Unidades de solo
A Figura 12 mostra o mapa de unidades de solo da bacia do Rio
Capivara, através da figura é possível visualizar a distribuição geográfica das unidades de solo
na região, bem como a sua extensão.
A região apresenta seis feições distintas de solo: Latossolo Vermelho
distrófico, Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, Neossolo Litólico eutrófico, Neossolo
Quartizarênico órtico distrófico, Gleissolo Háplico Tb distrófico e Argissolo Vermelho-
Amarelo distrófico.
O Neossolo Quartizarênico órtico distrófico ocupa predominantemente
a parte oriental da bacia. Na parte ocidental, além do Neossolo Quartizarênico órtico
distrófico, temos uma grande mancha de Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, que também
aparece na parte do Reverso da Cuesta de Botucatu. Na região compreendida pela Cuesta, o
solo predominante é do tipo Neossolo Litólico eutrófico. Os outros dois tipos de solo
aparecem em pequenas manchas isoladas, sendo que as de Latossolos Vermelho distrófico
aparecem em três pontos, na parte oriental, ocidental e norte da bacia, e a de Argissolo
Vermelho-Amarelo distrófico, na porção sul, sendo este o de menor proporção na região.
A justificativa principal do uso do mapa de solos no planejamento
ambiental é atingir aquilo que, em última análise, representa seu maior objetivo, subdividir
áreas heterogêneas em parcelas mais homogêneas, que apresentam a menor variabilidade
possível, em função dos parâmetros de classificação e das características utilizadas para a
distinção de solos. O solo aparece como um fator de grande carga explicativa dentro da
unidade territorial, tal como o relevo e a partir da sobreposição desses fatores é possível dentro
47
da unidade territorial da bacia hidrográfica definir as áreas com maior homogeneidade, aliando
a estes fatores o uso do solo e vegetação natural levantados na fase de inventário.
Figura 12 – Unidades de solo da bacia do rio Capivara, Município de Botucatu (SP)
(adaptado de Piroli 2002).
48
6.3. Uso do solo e vegetação natural
O uso do solo e vegetação natural na bacia do Rio Capivara vem
passando, nos últimos anos, por um processo acelerado de transformação, por isso, optou-se
por um levantamento em dois momentos, um do seu histórico recente realizado com base nas
imagens de satélite de 1997, atualizado com as fotografias aéreas de 2000 e outro com as
imagens de satélite de 2005, atualizado com as checagens de campo em 2006. Esse
levantamento em dois momentos foi importante para quantificar os valores e perceber as áreas
mais afetadas por essa transformação.
6.3.1. Histórico recente do uso do solo e vegetação natural
A Figura 13 mostra o mapa do histórico recente do uso do solo e
vegetação natural, o mapa representa as dezesseis classes de uso e ocupação encontradas na
bacia no ano de 2000.
Apenas levando em conta uma visualização superficial é possível notar
um predomínio das áreas de pastagem, como também, a região compreendida pela fazenda
Edgardia, de propriedade da Unesp, que tem a maior parcela continua de floresta estacional
semideciual da região.
Outro aspecto relevante no mapa são as áreas de plantação florestal e
cultura anual de laranja, que nesse primeiro momento, estão todas alocadas na parte oriental da
bacia. Para uma interpretação mais apurada do mapa, gerou-se uma tabela que contém as
relações de área de cada classe de uso e suas respectivas porcentagens em relação a área total
da bacia, apresentadas na Tabela 1.
49
Figura 13 - Mapa do histórico recente do uso do solo e vegetação natural da bacia do Rio
Capivara – Município de Botucatu (SP).
50
Tabela 1 Classes do solo e vegetação natural em 2000 da bacia do Rio Capivara –
Município de Botucatu (SP)
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerrado 9,36 0,04
Cerradão 2.662,65 11,98
Chácaras 126,54 0,57
Cultura anual 108,45 0,49
Cultura perene – café 14,85 0,07
Citros 954,09 4,29
Floresta estacional semidecidual
1.753,38 7,89
Granja 11,43 0,05
Mata ciliar 1.205,01 5,42
Pastagem 11.587,14 52,13
Plantação florestal 2.463,03 11,08
Projeto de arroz irrigado em
várzea
60,84 0,27
Transição floresta estacional –
cerradão
257,49 1,16
Unidade de CESP 2,88 0,01
Várzea 672,39 3,03
Área de expansão urbana 338,13 1,52
Com base na tabela é possível confirmar que a áreas de pastagem tem
um predomínio sobre as demais classes de uso com 52,13% da área do total da bacia e é
distribuída ao longo de toda a região, como afirmou Araújo Junior (2001), mesmo sendo
conduzida, a pecuária bovina de leite tinha, em 2000, uma certa importância na região.
A área de cerradão aparece em segundo lugar, com 11,98 % da área da
bacia, sua distribuição está concentrada na Depressão Periférica e no Planalto Ocidental, junto
com a área de cerrado chegamos a 12,02 % e podemos afirmar que essa era uma área
significativa dentro da região.
A plantação florestal é a maior cultura implantada na bacia, com
11,08% da área total, essa proporção se deve a grande quantidade de companhias de
agroflorestais instaladas na região. As florestas plantadas são formadas por uma única espécie,
portanto monoculturas e plantadas em grande escala sejam em fazendas de propriedade das
empresas ou arrendadas de pequenos produtores.
51
A quarta classe de uso mais significativa é a floresta estacional
semidecidual, que totaliza 7,89 % da bacia, essa classe se concentra na área da Cuesta e na
região compreendida pela Fazenda Edgardia, como destacado. Nas fotografias aéreas de
2000 foi possível perceber uma melhor conservação das florestas dentro da área da fazenda em
relação as da região de Cuesta sujeitas, por exemplo, a queimadas quase anuais e
desmatamentos constantes.
As áreas de mata ciliar, mesmo aqui, com uma porcentagem expressiva
5,42 %, quando observadas através da esterioscopia nas fotografias aéreas aparecem em
poucos lugares de forma mais densa, na maioria são compostas por áreas de capoeira e
regeneração rala o que não impede o trânsito do gado, nem o assoreamento do leito dos rios.
As áreas de nascentes são as mais preocupantes, pois, muitas encontram-se completamente
descobertas e degradadas.
A área de citros é a segunda maior cultura instalada na bacia, com
4,29% da área total, é uma cultura em plena expansão impulsionada pelo crescimento da
indústria brasileira de cítricos voltada para a exportação de suco concentrado.
As áreas de várzea com 3,03% , nesse primeiro momento foram de
difícil identificação pelas imagens de satélite, sendo melhor delimitadas através das fotografias
aéreas, encontradas principalmente nos fundos de vale da bacia, em função da baixa variação
de altitude e declividade, e portanto, susceptíveis à inundações nos períodos de cheia.
A área de expansão urbana ocupa 1,52% da bacia, o preocupante dessa
área não é sua extensão, mas a sua proximidade com a região de Cuesta, o que facilita a
degradação das áreas de preservação permanente, definidas pelo
Código Florestal, Lei
n.°4.771, de 15 de setembro de 1965, Artigo 2°, Alinea g, sendo elas: nas bordas dos
tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m
(cem metros) em projeções horizontais.
Temos ainda áreas de transição entre a floresta estacional semidecidual
e o cerradão, com 1,16% da bacia, classificadas dessa forma por apresentarem indivíduos
florestais característicos de ambas as formações vegetais, sendo difícil a sua classificação em
qualquer uma das duas classes citadas anteriormente.
As outras classes de uso somadas totalizam 1,46% da área total, sendo
elas: chácaras, cultura anuais, cultura perene de café, granja, projeto de arroz irrigado em
52
várzea e unidade da CESP, mesmo sendo importantes na região que ocupam pela própria área
da bacia, nesse momento, onde a checagem de campo não ocorre, ficam sendo pouco
representativas e por isso, apenas discutidas em outro momento do levantamento do uso do
solo e vegetação natural.
6.3.2. Uso de solo e vegetação natural em 2006
A Figura 14 mostra o mapa de uso do solo e vegetação natural,
resultado do levantamento feito através das imagens de satélite CBERS 2 de 2005, atualizado
com as checagens de campo de 2006, que serviram auxiliaram na atualização do uso e
ocupação da bacia.
Nessa atualização do uso do solo e vegetação natural percebe-se que a
área de pastagem ainda é dominante em toda a bacia do rio Capivara, mas muitas de suas áreas
foram substituídas por plantação florestal ou citros, que cresceram de forma significativa,
passando a ocupar tanto o lado oriental como o ocidental da bacia.
A cultura anual também ganhou novas áreas nessa atualização das
classes de uso, o que nos leva a pensar em uma mudança na dinâmica interna da bacia, que em
2000, era prioritariamente voltada á pecuária extensiva e, hoje, é rapidamente substituída pelas
culturas, sejam elas, perenes ou anuais.
A interpretação dessas informações retiradas do mapa é feita de forma
mais detalhada ao se analisar a Tabela 2 que contém as relações de área de cada classe de uso
e suas respectivas porcentagens em relação à área total da bacia.
53
Figura 14 - Mapa do uso do solo e vegetação natural da bacia do Rio Capivara - Município de
Botucatu (SP).
54
Tabela 2 Classes de uso do solo e vegetação natural em 2006 da bacia do Rio Capivara -
Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural em 2006
Hectares Porcentagem
Cerrado
24,84
0,11
Cerradão
2.570,40
11,57
Chácaras 117,63 0,53
Cultura anual 225,72 1,02
Cultura perene – café 18,27 0,08
Citros 1.758,15 7,91
Floresta estacional semidecidual
1.772,10 7,97
Granja 11,43 0,05
Mata ciliar 1.137,24 5,12
Pastagem 9.404,73 42,32
Plantação florestal 3.848,85 17,32
Projeto de arroz irrigado em
várzea
64,17 0,29
Transição floresta estacional –
cerradão
246,33 1,11
Unidade de CESP 2,88 0,01
Várzea 694,08 3,12
Área de expansão urbana 324,81 1,46
A área de maior porcentagem em relação à área total da bacia ainda é
a pastagem, com 42,32% da região, com uma redução de aproximadamente 10% em relação
ao ano de 2000, isto é, uma área superior à 2.000 ha, essa diminuição é explicada pelo
aumento das áreas de culturas perenes, a plantação florestal passou de 11,08% para 17,32% da
região e o citros de 4,29% para 7,91%, um aumento de cerca de 10% entre as duas culturas.
Essa mudança no quadro de classes de uso mostra a incorporação das
pequenas propriedades por grandes empresas de produtos agroflorestais e de cítricos, dando
uma nova cara à paisagem da região, se economicamente é mais viável e ecologicamente mais
correta, visualmente é mais agressiva, com grandes áreas dominadas pela monocultura, sem a
presença de casas ou animais, como um grande “deserto verde”, que tem sua monotonia
rompida apenas pelo tráfego intenso de veículos e máquinas agrícolas.
A área de Cerradão teve um pequena alteração, hoje com 11,57% do
total da bacia, essa diminuição foi causada pelo desmatamento de áreas para o cultivo de
55
culturas anuais, principalmente o milho, a região de cultura anual cresceu de 0,57% para
1,02%, em porcentagem essa área parece pouco expressiva em hectares, chegando à 225,72 o
que pode representar uma nova alternativa econômica para o produtor da região.
As áreas de mata ciliar também aparecem menores com uma redução
de 5,42% da região para 5,12%, essa redução é causada pela interferência antrópica na região,
isto é, o desmatamento dessas áreas para liberar, por exemplo, o acesso até o leito do rio.
A área ocupada pela floresta estacional semidecidual encontra-se
praticamente inalterada, com 7,97% da área total da bacia, esse resultado é extremamente
animador, já que excluindo as áreas da fazenda Edgardia, parte dessas florestas vêem sofrendo
a pressão do aumento do turismo na região e da degradação causada pelos pequenos
desmatamentos e queimadas.
Outras classes de uso também aparecem praticamente inalteradas são
elas: várzea 3,12%, expansão urbana 1,46%, transição de floresta estacional- cerradão 1,11%,
chácaras com 0,53%, projeto de arroz irrigado 0,29% cultura perene de café 0,08%, granja
0,05% e unidade da CESP 0,01%, o que nos daria uma falsa impressão de estabilidade na
bacia, se não fosse o aumento acelerado das culturas perenes.
6.4. As unidades ambientais
As unidades homogêneas ou unidades ambientais podem ser definidas
de várias maneiras, nesse trabalho sua delimitação é resultado da combinação entre as classes
de altitude e declividade, unidades de solo e uso do solo e vegetação natural.
O mapa de unidades ambientais vem confirmar as afirmações feitas
sobre a homogeneidade de regiões da bacia, identificadas desde os primeiros levantamentos de
relevo e solos, somados as observações de campo. O mapa temático apresenta onze diferentes
classes de unidades ambientais observadas na Figura 15.
Para nomear as classes de unidades ambientais foi feita uma
interpretação conjunta entre a rede de drenagem e o relevo da bacia, onde cada unidade
representa a área que ocupa em relação à bacia.
56
Figura 15 - Mapa de unidades ambientais da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu
(SP).
57
A Tabela 3 mostra a relação entre as respectivas áreas dessas unidades ambientais,
tanto em hectares como em porcentagem, quando comparadas à área total da bacia.
Tabela 3 – Unidades ambientais da bacia do Rio Capivara - Município de Botucatu (SP)
Área Unidades Ambientais
Hectares Porcentagem
Frente da Cuesta de Botucatu 2.170,80 9,77
Fundo de vale do médio e baixo
Capivara
671,58 3,02
Interflúvios ocidentais do médio
e baixo Capivara
2.974,14 13,39
Interflúvios orientais do médio
e baixo Capivara
4.271,67 19,23
Topos conservados do alto
Capivara
2.392,74 10,77
Topos do médio e baixo
Capivara
1.731,69 7,79
Vertentes do córrego Capivari 2.020,23 9,09
Vertentes do ribeirão Duas
Águas
1.711,26 7,70
Vertentes e fundos de vale do
alto Capivara
1.408,32 6,34
Vertentes ocidentais do médio e
baixo Capivara
1.887,12 8,49
Vertentes orientais do médio e
baixo Capivara
979,92 4,41
A Frente da Cuesta de Botucatu, com 9,77% da área total da bacia, é
caracterizada por apresentar altitudes que variam de 600 a 800m, declividades
predominantemente entre 2 a 12% e 12 a 30%, os solos são constituídos, quase que totalmente,
por Neossolo litólico eutrófico, característicos de áreas de relevo acidentado, o uso do solo e
vegetação natural da unidade é caracterizado por grandes áreas de floresta estacional
semdecidual e pastagens. Essa unidade era perceptível desde os primeiros levantamentos do
relevo, em função da sua grande diferença de altitude e declividade acentuada, a Frente da
Cuesta de Botucatu, marca a ruptura do relevo, com um corte abrupto voltado para a
Depressão Periférica e um declive suave na parte do reverso.
58
O Fundo de vale do médio e baixo Capivara, com 3,02% da área total
da bacia é composto predominantemente por solos do tipo Gleissolo plico Tb distrófico,
com altitude de 400 a 600m e declividade de 0 a 2%. Essa unidade é caracterizada por
apresentar as altitudes mais baixas de toda a bacia, com relevo plano, para onde converge todo
o sistema de drenagem da bacia, em função disso, seus solos são mal e com riscos freqüentes
de alagamentos. O uso do solo e vegetação natural também é caracterizado pela influencia da
rede de drenagem com grandes áreas de várzea e mata ciliar.
Os Interflúvios orientais e ocidentais do médio de baixo Capivara
somam 32,62% da área total da bacia, ambos com altitude na faixa dos 400 a 600m,
declividade de 2 a12% e solos predominantemente do tipo Neossolo Quartizarênico órtico
distrófico, apenas no lado ocidental temos uma parcela da área com Latossolos Vermelho-
Amarelo distrófico. O uso do solo e vegetação natural no lado oriental fica divido entre vastas
áreas de pastagem, cerradão, plantação florestal e citros, no lado ocidental as pastagens se
sobre-saem em relação aos demais usos, e encontra-se, também, grandes manchas de floresta
estacional semidecidual, principalmente na região compreendida pela Fazenda Edgardia. As
duas unidades são marcadas pela sua altitude superior as áreas de Vertentes do lado ocidental
e oriental, mesmo estando na mesma faixa de altitude essa diferença marca a zona de cumeada
que separa as nascentes da rede de drenagem do médio e baixo Capivara.
As Vertentes orientais e ocidentais do médio e baixo Capivara,
totalizam 12,90% da área total da bacia, compostas predominantemente por solos do tipo
Neossolo Quartizarênico órtico distrófico, o lado ocidental apresenta uma faixa de solo do tipo
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, as altitudes estão na faixa dos 400 a 600m e
declividades de 2 a 12% e 12 a 30%. O uso do solo e vegetação natural no lado oriental é
caracterizado pelo predomínio das áreas de plantação florestal e cerradão, no lado ocidental
temos o predomínio da área de pastagem em relação aos demais usos. Ambas as unidades são
caracterizadas pelo seu sistema de ravinas, canais e tributários que drenam as águas da bacia
para o leito do rio principal.
As Vertentes do córrego Capivari, com 9,09% de área em relação à
bacia, apresenta uma altitude de 400 a 600m, declividades de 2 a 12% e 12 a 30% e solos do
tipo Latossolos Vermelho distrófico. O uso do solo e vegetação natural é caracterizado pelo
predomínio da pastagem e vegetação natural dividida entre cerradão e mata ciliar. No campo é
59
a unidade sentida com maior facilidade, sua diferença de solo proporciona uma vegetação
diferenciada das demais unidades, mesmo quando tem o mesmo uso e ocupação.
Nas Vertentes do Ribeirão Duas Águas, percebemos as mesmas
condições que na unidade anterior, com 7.7% da área, altitude de 400 a 600m, declividade de
2 a 12% e 12 a 30% e solos do tipo Argissolos Vermelho-Amarelo distrófico, aqui também, o
fator de maior influencia é o tipo de solo, que proporciona a mesma diferenciação na
paisagem. O uso do solo e vegetação natural é marcado pelas áreas de cerradão, pastagem e
plantação florestal.
No lado oriental temos a ultima unidade denominada Topos do médio
e baixo Capivara, com 7,79% de área total da bacia, altitude de 600 a 700m, declividade
predominante de 2 a 12% e solos do tipo Neossolo Quartizarênico ótico distrófico, essa
unidade é marcada pelos divisores de água que limitam a bacia no lado oriental, facilmente
perceptíveis na paisagem. Onde seu uso do solo e vegetação natural é dominado pelas
pastagens e áreas de plantação florestal, tipo de todo o lado oriental da bacia.
As Vertentes e fundos de vale do alto Capivara, com 6,34% da bacia,
altitude de 800 a 1000m, declividade de 2 a 12% e 12 a 30% e solos do tipo Latossolos
Vermelho-Amarelos distróficos, aparecem na parte sul da bacia. Para definir essa unidade
levou-se em conta o desenho da rede de drenagem, com seu sistema de ravinas, canais e
tributários, que caracterizam a região. Seu uso do solo e vegetação natural, predominante, é a
pastagem com quase dois terços da unidade.
Os Topos conservados do alta Capivara, com 10,77% da área, altitude
de 800 a 1000m, declividade predominante de 2 a 12% e solos do tipo Latossolos Vermelho-
Amarelo distrófico, correspondem aos interflúvios do alto Capivara e os topos de morro que
limitam a bacia através dos seus divisores de água. Essa unidade é a que apresenta a maior
diversidade de usos do solo e vegetação natural, com o predomínio da pastagem e uma
significativa mancha de expansão urbana.
60
6.5. Unidades ambientais em relação ao uso do solo e vegetação natural em 2000 e
2006
Uma análise completa das unidades ambientais da região pode ser
feita quando mescla-se os dados utilizados para delimitar as unidades com os coletados no
levantamento uso do solo e vegetação natural que encontramos em toda a bacia do rio
Capivara. Para isso, foram elaboradas tabelas com o uso de solo e vegetação natural de cada
unidade nos anos de 2000 e 2006, e a combinação dos dados está descrita a seguir:
6.5.1. Fundo de vale do médio e baixo Capivara
As Tabelas 4 e 5 mostram a diferença do uso do solo e vegetação
natural na unidade, no ano de 2000 para 2006, com as respectivas áreas em hectares e sua
porcentagem em relação à área total da unidade.
Tabela 4 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Fundo de vale do
médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 52,74 7,86
Floresta estacional semidecidual
0,09 0,01
Mata ciliar 162,99 24,28
Pastagem 50,13 7,47
Plantação florestal 27,63 4,08
Projeto de arroz irrigado em
várzea
46,71 6,96
Transição floresta estacional –
cerradão
3,60 0,54
Várzea 327,60 48,81
61
Tabela 5 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Fundo de vale do
médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 60,57 9,02
Citros 1,44 0,21
Floresta estacional semidecidual
0,09 0,01
Mata ciliar 168,66 25,13
Pastagem 39,51 5,89
Plantação florestal 37,44 5,58
Projeto de arroz irrigado em
várzea
49,86 7,43
Transição floresta estacional –
cerradão
3,60 0,54
Várzea 310,05 46,19
O solo da região é predominantemente do tipo Gleissolo Háplico Tb
distrófico, característico de relevo baixada, com pouca declividade, mal drenado e elevado
risco de inundação. A unidade é caracterizada pela incorporação do leito do rio principal da
bacia, que explica o predomínio na unidade das áreas de várzea quase com 50% da área total,
de mata ciliar com cerca de 25% e de projeto de arroz irrigado em várzea com 7,43%,. Os
demais usos se limitam às áreas periféricas da unidade, o mais representativo é o de cerradão
que passou de 7,86% no ano de 2000 para 9,02% da unidade em 2006. Percebe-se aqui uma
substituição das áreas de pastagens para áreas de plantação florestal e laranja, mas nessa
unidade com áreas pouco representativas.
A evolução do uso do solo e vegetação natural pode ser visualizada
com mais facilidade pela Figura 16, que apresenta o gráfico com as porcentagens dos
diferentes usos em relação á área total da unidade, nos anos de 2000 e 2006.
62
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Arroz
Transição
Várzea
Figura 16 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Fundo de vale do médio e
baixo Capivara, nos anos de 2000 e 2006 .
As Figuras 18, 19 e 20, servem para exemplificar as características
principais da unidade, com a presença do leito do rio principal e áreas de mata ciliar, mais
densa em algumas regiões e menos densa em outras, dominadas pela pastagem, fato esse,
explicado pelo acesso do gado as margens do rio. Pode-se perceber, também, áreas mais
alagadas comuns na parte final da bacia. A presença do cerradão é notada ao longo de toda a
unidade na sua porção mais periférica, isto é, ao longo das áreas de mata ciliar ou de várzea.
Figura 17 Leito do rio principal da bacia do Rio Capivara, inserida na unidade ambiental
Fundo de vale do médio e baixo Capivara.
63
Figura 18 Áreas alagadas na parte final da bacia do Rio Capivara, inserida na unidade
ambiental Fundo de vale do médio e baixo Capivara.
Figura 19 Área denominada rio da Indiana na região do médio Capivara, inserida na
unidade ambiental Fundo de vale do médio e baixo Capivara.
64
6.5.2. Vertentes orientais do médio e baixo Capivara
As Tabelas 6 e 7 representam as áreas de uso do solo e vegetação
natural da unidade ambiental denominada Vertentes orientais do médio e baixo Capivara, nos
anos de 2000 e 2006.
Tabela 6 – Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes
orientais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 288,81 29,47
Citros 43,38 4,43
Mata ciliar 140,13 14,30
Pastagem 133,65 13,64
Plantação florestal 294,21 30,02
Várzea 79,74 8,14
Tabela 7 – Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes
orientais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 288,71 29,42
Cultura anual 14,58 1,49
Citros 86,31 8,81
Mata ciliar 142,65 14,56
Pastagem 36,63 3,74
Plantação florestal 328,50 33,52
Várzea 82,98 8,47
Essa unidade ambiental, como já descrito anteriormente, é marcada
pelo corte da rede de drenagem no relevo, por isso o que chama atenção nas classes de uso é a
sua vegetação natural ao longo dos cursos de água, soma-se as áreas de cerradão, mata ciliar e
várzea chegamos a quase 50% da área total da unidade, o que nos uma impressão de
preservação da rede de drenagem, impressão essa, que é abalada ao se analisar os dados
65
referentes aos outros usos e sua localização cada vez mais próxima dos curso d’água. A
plantação florestal que chegou em 2006 á mais de 33% da área total da unidade, considerada o
carro chefe da agricultura hoje implantada na região, sendo três vezes maior que a soma das
culturas anuais e de citros, que totalizam pouco mais de 10% da unidade, percebemos ainda,
que a pastagem nessa unidade foi praticamente toda substituída por culturas, restando em 2006
apenas 3,74% da área.
Essa substituição das áreas de pastagem para plantação florestal e
citros pode ser percebida, também, ao se observar a Figura 20, que representa os dados em
porcentagem de todos os diferentes usos da unidade em relação à sua área total nos anos de
2000 e 2006.
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Cultura anual
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Várzea
Figura 20 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes orientais do
médio e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006.
As vertentes orientais do médio e baixo Capivara podem ser
representadas aqui pelas Figuras 21 e 22 que exemplificam suas principais características, isto
é, a influencia da rede de drenagem, com seu complexo de ravinas canais e tributários que
drenam as águas do lado oriental para o leito do rio principal. Percebe-se pela figura um
declive menos acentuado na primeira figura, que está inserida na parte final da bacia. Na
mesma Figura 21 é possível perceber a presença de áreas de mata ciliar ao longo dos cursos
d’água, realidade essa que não é dominante na unidade, como observamos na Figura 22 que
conta com a proximidade das áreas de plantação florestal e citros.
66
Figura 21 Área de vertentes da região final da bacia do rio Capivara inserida na unidade
ambiental Vertentes orientais do médio e baixo Capivara.
Figura 22 Área de vertentes da região do médio Capivara inserida na unidade ambiental
Vertentes orientais do médio e baixo Capivara.
6.5.3. Interflúvios orientais do médio e baixo Capivara
A evolução do uso do solo e vegetação natural da unidade
denominada Interflúvios de médio e baixo Capivara é melhor discutida ao analisarmos os
dados contidos nas Tabelas 8 e 9, com as respectivas áreas das classes de uso em 2000 e 2006.
67
Tabela 8 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Interflúvios
orientais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 753,75 17,67
Citros 737,73 17,29
Mata ciliar 39,24 0,92
Pastagem 1.360,89 31,89
Plantação florestal 1.367,37 32,05
Várzea 7,92 0,19
Tabela 9 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Interflúvios
orientais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 703,26 16,50
Cultura anual 102,69 2,41
Citros 1.210,23 28,39
Mata ciliar 40,77 0,96
Pastagem 614,43 14,42
Plantação florestal 1.583,01 37,14
Várzea 7,92 0,19
Em 2000 essa unidade era representada pela mistura entre as grandes
áreas de pastagem e plantação florestal com mais de 60% da área total, bem como, por
manchas de cerradão na sua parte norte. Hoje, as áreas de pastagem reduziram de forma
marcante, mudando completamente o aspecto da paisagem da região, que aparece com o
predomínio das fazendas monocultoras, sejam de plantação florestal ou citros, com
praticamente 70% da área total da unidade, se somar as culturas anuais, dentro desse grande
mar de culturas, é possível afirmar que aos poucos a pastagem será completamente substituída
pelas áreas de cultivo.
O crescimento dessas novas áreas de cultivo em relação ao
decréscimo da área de pastagem é nítido se observarmos a Figura 23 que contém os valores
68
em porcentagem dos diferentes usos da unidade em relação a sua área total nos anos de 2000 e
2006.
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Cultura anual
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Várzea
Figura 23 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Interflúvios orientais do
médio e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006.
Os interflúvios orientais do médio e baixo Capivara são representados
pelas Figuras 24 e 25, que identificam os principais usos da unidade e a área de cumeada que
separa as vertentes da rede de drenagem.
Figura 24 Área de cultura anual, com reflorestamento ao fundo na região do baixo Capivara
inserida na unidade ambiental Interflúvios orientais do médio e baixo Capivara.
69
Figura 25 – Área de citros na região do médio Capivara inserida na unidade ambiental
Interflúvios orientais do médio e baixo Capivara.
6.5.4. Vertentes ocidentais do médio e baixo Capivara
Nas Tabelas 10 e 11 temos as áreas das diferentes classes de uso da
unidade ambiental Vertentes ocidentais do médio e baixo Capivara, nos anos de 2000 e 2006.
Tabela 10 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 21,78 1,15
Cultura anual 9,72 0,52
Floresta estacional semidecidual
315,81 16,74
Mata ciliar 329,85 17,48
Pastagem 996,12 52,79
Plantação florestal 2,07 0,11
Projeto de arroz irrigado em
várzea
14,04 0,74
Transição floresta estacional –
cerradão
79,65 4,22
Várzea 118,08 6,26
70
Tabela 11 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 35,82 1,90
Cultura anual 9,72 0,52
Citros 42,80 2,25
Floresta estacional semidecidual
317,61 16,83
Mata ciliar 325,44 17,25
Pastagem 803.43 42,58
Plantação florestal 153,81 8,15
Projeto de arroz irrigado em
várzea
14,22 0,75
Transição floresta estacional –
cerradão
75,87 4,02
Várzea 108,63 5,76
Como nas vertestes ocidentais, a paisagem é caracterizada pela
influência da rede de drenagem, que é uma das mais preservadas da região. Parte da sua área
está inserida na Fazenda Edgardia, de propriedade da Unesp, onde encontramos um dos
maiores polígonos de floresta estacional semidecidual de toda a bacia do rio Capivara, que
representa mais de 16% da área total da unidade, se somada a área de mata ciliar chegamos a
mais de 30% da unidade. Outro aspecto marcante da paisagem da região é o predomínio de
pastagens, mesmo com algumas substituições de suas áreas por culturas, ela ainda é dominante
da região com 42,58% da área total, o que mostra um predomínio na unidade da pecuária
extensiva.
A visualização do uso do solo e vegetação natural das vertentes
ocidentais nos anos de 2000 e 2006 estão representados, também, na Figura 26, que apresenta
os valores em porcentagem dos diferentes usos em relação à área total da unidade nos anos de
2000 e 2006.
71
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Arroz
Transição
Várzea
Cultura anual
Figura 26 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes ocidentais do
médio e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006.
Como no caso das vertentes orientais, essa unidade é também marcada
pelo seu complexo de ravinas, canais e tributários, essa afirmação é exemplificada pelas
Figuras 27 e 28, onde pode-se perceber a presença tanto do cerradão como da floresta
estacional semidecidual. Ambas as regiões são dominadas pela pastagem, na segunda é
possível perceber uma pequena área de cultura anual, que é pouco comum nessa unidade.
Figura 27 Vertentes da região do baixo Capivara inserida na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara.
72
Figura 28 Vertentes da região do médio Capivara inserida na unidade ambiental Vertentes
ocidentais do médio e baixo Capivara.
6.5.5. Interflúvios ocidentais do médio e baixo Capivara
As áreas das deferentes classes de uso da unidade ambiental
Interflúvios ocidentais do médio e baixo Capivara, nos anos de 2000 e 2006, vem expressas
nas Tabelas 12 e 13.
Tabela 12 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 80,19 2,70
Cultura anual 15,30 0,51
Floresta estacional semidecidual
246,24 8,29
Granja 11,43 0,38
Mata ciliar 99,90 3,36
Pastagem 2.322,63 78,17
Plantação florestal 21,51 0,72
Projeto de arroz irrigado em
várzea
0,09 0
Transição floresta estacional –
cerradão
151.92 5,11
Várzea 22,14 0,75
73
Tabela 13 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 76,77 2,58
Cultura anual 15,30 0,52
Citros 196,20 6,60
Floresta estacional semidecidual
248,85 8,38
Granja 11,43 0,38
Mata ciliar 75,24 2,53
Pastagem 1.724,49 58,05
Plantação florestal 416,16 14,01
Projeto de arroz irrigado em
várzea
0,09 0
Transição floresta estacional –
cerradão
145,44 4,90
Várzea 60,57 2,04
A paisagem dos Interflúvios ocidentais do médio e baixo Capivara é
uma das mais peculiares da região, com uma extensa área de pastagem, o aspecto é semelhante
a um mar com ilhas isoladas de diferentes usos. As áreas de pastagem eram superiores á 78%
em 2000 e hoje somam 58%, mais da metade da unidade. Na região norte da unidade tem-se
as ilhas de vegetação natural (floresta estacional semidecidual e transição de floresta
estacional - cerradão), com mais de 13% da área total, essas ilhas preservadas estão nas áreas
pertencentes a Fazenda Edgardia. Ao sul, percebemos a entrada de monoculturas, como a
plantação florestal e citros, que somam mais de 20% da unidade, podemos dizer, que nessa
área, principalmente, teremos uma transição rápida como aconteceu no lado oriental da bacia,
onde o domínio da pastagem será substituído pelas monoculturas, mudando drasticamente da
paisagem da região.
A substituição de áreas de pastagem para plantação florestal e citros
são visualizadas, também, através da Figura 29, que representa os valores em porcentagem dos
diferentes usos em relação à área total da unidade em 2000 e 2006.
74
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Granja
Transição
Várzea
Cultura anual
Figura 29 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Interflúvios ocidentais do
médio e baixo Capivara nos anos de 2000 e 2006.
A unidade ambiental dos interflúvios ocidentais é exemplificada pelas
Figuras 30, 31 e 32, que representam a região de cumeada que separam a rede de drenagem da
região, o principal uso fica evidente com as amplas áreas de pastagem, muitas em estado de
abandono ou utilizadas. É perceptível, também, significativos fragmentos de vegetação
natural ao longo de toda a unidade.
Figura 30 Área de pastagem no baixo Capivara inserida na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara.
75
Figura 31 – Área de pastagem no baixo Capivara inserida na unidade ambiental Interflúvios
ocidentais do médio e baixo Capivara.
Figura 32 – Área de vegetação natural e plantação florestal inserida na unidade ambiental
Interflúvios ocidentais do médio e baixo Capivara.
6.5.6. Vertentes do Ribeirão Duas Águas
Com base nas Tabelas 14 e 15, temos a dimensão das áreas dos usos
do solo e vegetação natural da unidade Vertentes do Ribeirão Duas Águas, nos anos de 2000 e
2006.
76
Tabela 14 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes do
Ribeirão Duas Águas - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 604,17 35,33
Mata ciliar 35,10 2,05
Pastagem 837,72 48,99
Plantação florestal 116,10 6,79
Várzea 116,91 6,84
Tabela 15 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes do
Ribeirão Duas Águas - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerrado 7,47 0,44
Cerradão 595,80 34,84
Citros 11,25 0,66
Mata ciliar 32,40 1,89
Pastagem 429,93 25,14
Plantação florestal 509,22 29,78
Várzea 123,93 7,25
Essa unidade apresenta uma particularidade de solo é a única formada
por Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, com relevo marcado pelos canais da bacia do
Ribeirão Duas Águas e a paisagem aparece em 2006 com o predomínio do Cerradão ao longo
das áreas de várzea e mata ciliar. Como ocorre em toda a bacia do rio Capivara, nessa unidade
também houve a substituição das pastagens por monoculturas, aqui a predominante é a
plantação florestal com mais de 29% da área total, a pastagem ainda aparece com 25,14% e
continua sendo uma área representativa na unidade.
Essa substituição pode ser percebida, também, através da Figura 33, que
representa as porcentagens dos diferentes usos da unidade em relação a sua área total nos anos
de 2000 e 2006.
77
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Várzea
Figura 33 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes do Ribeirão
Duas Águas nos anos de 2000 e 2006.
A unidade ambiental das Vertentes do Ribeirão Duas Águas é bem
identificada ao observarmos as Figuras 34 e 35, que representam respectivamente um de seus
cursos d’água e a vegetação de cerradão ao longo de suas vertentes.
Figura 34 Braço do Ribeirão Duas Águas inserido na unidade ambiental Vertentes
do Ribeirão Duas Águas.
78
Figura 35 – Vegetação de cerradão ao longo dos cursos d’água inserida na unidade ambiental
Vertentes do Ribeirão Duas Águas.
6.5.7. Vertentes do Córrego Capivari
Com base nas Tabelas 16 e 17, correspondente as áreas dos usos do
solo e vegetação natural na unidade ambiental Vertentes do córrego Capivari, nos anos de
2000 e 2006, percebemos que as classes de uso dessa unidade permaneceram praticamente
inalteradas. A paisagem é marcada pelas grandes áreas de pastagem, com 61,32% da área
total, a vegetação natural também aparece de forma expressiva, quando somadas as áreas de
cerradão, floresta estacional semidecidual e mata ciliar chega-se a 36,56% de unidade, esses
dados nos permite afirmar que a paisagem da bacia do Capivari é a menos afetada pela entrada
de monoculturas e continua com um bom nível de preservação ambiental.
79
Tabela 16 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes do
Córrego Capivari - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 493,20 24,41
Citros 3,60 0,18
Floresta estacional semidecidual
9,27 0,46
Mata ciliar 289,98 14,35
Pastagem 1.200,06 59,40
Plantação florestal 6,93 0,34
Transição floresta estacional –
cerradão
17,19 0,85
Tabela 17 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes do
Córrego Capivari - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 482,49 23,88
Citros 17,37 0,86
Floresta estacional semidecidual
9,27 0,46
Mata ciliar 246,96 12,22
Pastagem 1.238,85 61,32
Plantação florestal 8,37 0,41
Transição floresta estacional –
cerradão
16,92 0,84
Essas áreas de uso do solo e vegetação natural dessa unidade pode ser
facilmente visualizada pela Figura 36, que representa os dados em porcentagem em relação à
área total da unidade nos anos de 2000 e 2006.
80
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Transição
Figura 36 – Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes do
Córrego Capivari nos anos de 2000 e 2006.
Essa unidade é caracterizada principalmente pelas pastagens e áreas
de cerradão, afirmação esta, que pode ser confirmada ao observarmos as Figuras 37 e 38, onde
percebemos as áreas de cerradão próximas aos cursos d’água e as pastagens no entorno.
Figura 37 Vegetação de cerradão ao longo dos cursos d’água inserida na unidade ambiental
Vertentes do Córrego Capivari.
81
Figura 38 Área de pastagem no entorno das de cerradão inseridas na unidade ambiental
Vertentes do Córrego Capivari.
6.5.8. Topos do médio e baixo Capivara
As Tabelas 18 e 19 representam as áreas dos usos do solo e vegetação
natural da unidade ambiental Topos do médio e baixo Capivara, nos anos de 2000 e 2006.
Tabela 18 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental topos do médio
e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Área em ha Porcentagem
Cerradão 72,90 4,22
Citros 168,21 9,73
Floresta estacional semidecidual
9,72 0,56
Mata ciliar 24,75 1,43
Pastagem 882,36 51,04
Plantação florestal 566,64 32,78
Transição floresta estacional
cerradão
4,05 0,23
82
Tabela 19 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental topos do médio
e baixo Capivara - Município de Botucatu (SP).
Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Área em ha Porcentagem
Cerradão 60,66 3,51
Citros 190,71 11,04
Floresta estacional semidecidual
10,62 0,61
Mata ciliar 22,59 1,31
Pastagem 711,00 41,15
Plantação florestal 728,37 42,15
Transição floresta estacional
cerradão
4,05 0,23
Essa unidade é marcada pelos divisores de água do lado oriental da
bacia do Rio Capivara, como já discutido anteriormente, portanto, com uma altitude maior que
as demais unidades analisadas até esse momento. Seu uso é dominado pelas pastagens e
plantações florestais, com uma diminuição das áreas de pastagem em função do aumento das
de plantação florestal e citros, como já evidenciado nas outras unidades ambientais. Percebe-se
nessa unidade a menor área até aqui de vegetação natural com pouco mais de 5,5 % da área
total da unidade.
Essa afirmação pode ser confirmada pela Figura 39 que representa os
dados em porcentagem dos diferentes usos da unidade em relação a sua área total nos anos de
2000 e 2006.
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Citros
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Transição
Figura 39 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental topos do médio e baixo
Capivara nos anos de 2000 e 2006.
83
Como explicado essa unidade é a que tem a menor porcentagem de
vegetação natural, essa afirmação pode ser percebida pelas Figuras 40 e 41 que representam as
grandes áreas de pastagem da unidade ambiental.
Figura 40 Área de pastagem inserida na unidade ambiental topos do médio e baixo
Capivara.
Figura 41 Área de pastagem e vegetação natural inserida na unidade ambiental topos do
médio e baixo Capivara.
84
6.5.9. Frente da Cuesta de Botucatu
Com as Tabelas 20 e 21 podemos analisar os dados referentes ás áreas
das classes de uso do solo e vegetação natural da unidade Frente da Cuesta de Botucatu, nos
anos de 2000 e 2006.
Tabela 19 – Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Frente da Cuesta
de Botucatu - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 1,98 0,09
Cultura anual 68,40 3,15
Floresta estacional semidecidual
915,48 42,21
Mata ciliar 11,88 0,55
Pastagem 1.113,03 51,32
Plantação florestal 14,85 0,68
Transição floresta estacional –
cerradão
1,08 0,05
Área de expansão urbana 41,94 1,93
Tabela 21 – Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Frente da Cuesta
de Botucatu - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 1,98 0,09
Cultura anual 68,40 3,15
Floresta estacional semidecidual
935,10 43,12
Mata ciliar 11,43 0,53
Pastagem 1.073,97 49,52
Plantação florestal 35,46 1,64
Transição floresta estacional –
cerradão
0,45 0,02
Área de expansão urbana 41,94 1,93
85
A unidade ambiental da Frente de Cuesta de Botucatu é representada
pela grande diferença de altitude e declividade acentuada por agregar a parte de ruptura do
relevo que divide a região em duas grandes regiões fisiográficas a Depressão Periférica e
Planalto Ocidental. Essa unidade representa toda a faixa ocupada pela Cuesta Basáltica de
Botucatu, tem como vegetação natural predominante a floresta estacional semidecidual, com
43,12%. Seu uso é dominado pela pastagem, explicado pela dificultada da instalação de
culturas nessas áreas de declive acentuado, é possível perceber aqui a presença da área urbana,
com quase 2% da área total, mesmo sendo uma área pequena, é preocupante por estar próxima
das áreas de preservação permanente da região.
As porcentagens dos diferentes usos e sua relação com a área total da
unidade nos anos de 2000 e 2006 são representadas através da Figura 42.
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Transição
Cultura anual
Expansão Urbana
Figura 42 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Frente da Cuesta de
Botucatu nos anos de 2000 e 2006.
A unidade ambiental da Frente da Cuesta de Botucatu é bem
caracterizada pelas Figuras 43, 44 e 45, que mostram a peculiaridade do relevo da região e os
diferentes usos encontrados. Pode-se perceber uma divisão na região entre as áreas de
pastagem e floresta estacional semidecidual. As áreas de floresta estacional fora dos limites da
Fazenda Edgardia encontram-se bem degradas, com vestígios de queimadas recentes e
vegetação fragmentada.
86
Figura 43 Área de pastagem e floresta estacional semidecidual inserida na unidade
ambiental Frente da Cuesta de Botucatu.
Figura 44 Área de floresta estacional semidecidual inserida na unidade ambiental Frente da
Cuesta de Botucatu.
87
Figura 45 – Vista da ruptura do relevo na unidade ambiental Frente da Cuesta de Botucatu.
6.5.10. Vertentes e fundos de vale do alto Capivara
Na parte alta da bacia do rio Capivara é onde encontra-se as menores
alterações em relação as classes de uso, como podemos verificar nas Tabelas 22 e 23, que
correspondem as áreas dessas classes da unidade ambiental vertentes e fundos de vale do alto
Capivara, nos anos de 2000 e 2006.
Tabela 22 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Vertentes e
fundos de vale do alto Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerradão 130,05 9,23
Chácaras 13,77 0,98
Cultura perene – café 2,79 0,20
Floresta estacional semidecidual
173,34 12,31
Mata ciliar 62,82 4,46
Pastagem 1.010,43 71,75
Área de expansão urbana 15,12 1,07
88
Tabela 23 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Vertentes e
fundos de vale do alto Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerradão 126,63 8,99
Chácaras 13,77 0,98
Cultura perene – café 2,25 0,16
Floresta estacional semidecidual
158,04 11,22
Mata ciliar 59,94 4,26
Pastagem 1.032,57 73,32
Área de expansão urbana 15,12 1,07
A paisagem é marcada pela elevada altitude e presença de grandes
áreas de pastagens, muitas em estado de abandono. Encontra-se, também, na região uma
grande diversidade de classes de usos, com áreas urbanas, pequenas chácaras, plantações de
café, manchas de cerradão e floresta estacional semidecidual. Faz parte da região o parque da
Cascata da Marta, uma das áreas mais bonitas da região, com vegetação densa, em sua
maioria, e quedas de água belíssimas, que atrai do turismo para a região.
O uso da unidade se encontra praticamente inalterado ao longo dos
últimos seis anos, conforme os dados apresentados nas tabelas, essa afirmação, também, pode
ser confirmada ao olharmos a Figura 46, com o gráfico das porcentagens dos diferentes usos
em relação à área total da unidade nos anos de 2000 e 2006.
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Mata ciliar
Pastagem
Expansão Urbana
Chácaras
Café
Figura 46 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Vertentes e fundos de vale
do alto Capivara nos anos de 2000 e 2006.
89
Apesar da diversidade de usos e a presença mais significativa na área
de vegetação natural é a encontrada na cascata da Marta, como já destacado, é dominada pela
área de pastagem (Figuras 47, 48 e 49), o pouco de vegetação natural restante se concentra no
entorno dos cursos d’água, em fragmentos isolados e degradados o que acarreta na região
problemas graves de erosão e perda de solo alguns com alto grau de criticidade, como pode ser
percebido nas imagens a seguir.
Figura 47Área de pastagem e cerradão inserida na unidade ambiental Vertentes e fundos de
vale do alto Capivara.
Figura 48 Vista da área de preservação permanente degradada inserida na unidade
ambiental Vertentes e fundos de vale do alto Capivara.
90
Figura 49 Região superior a cascata da Marta inserida na unidade ambiental Vertentes e
fundos de vale do alto Capivara.
6.5.11. Topos conservados do alto Capivara
Através das Tabelas 24 e 25, que correspondem as áreas dos usos do
solo e vegetação natural da unidade ambiental topos conservados do alto Capivara, dos anos
de 2000 e 2006, percebe-se que os usos da unidade permaneceram praticamente inalterados.
Tabela 24 Uso do solo e vegetação natural, em 2000, na unidade ambiental Topos
conservados do alto Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2000)
Hectares Porcentagem
Cerrado 9,00 0,38
Cerradão 161,73 6,77
Chácaras 112,14 4,70
Cultura anual 13,05 0,55
Cultura perene – café 12,06 0,50
Floresta estacional semidecidual
83,16 3,48
Mata ciliar 8,19 0,34
Pastagem 1.666,80 69,79
Plantação florestal 40,77 1,71
Unidade de CESP 2,88 0,12
Área de expansão urbana 278,37 11,66
91
Tabela 25 Uso do solo e vegetação natural, em 2006, na unidade ambiental Topos
conservados do alto Capivara - Município de Botucatu (SP).
Área Uso do solo e vegetação
natural (2006)
Hectares Porcentagem
Cerrado 13,38 0,69
Cerradão 136,98 5,74
Chácaras 103,41 4,33
Cultura anual 13,05 0,55
Cultura perene – café 16,02 0,67
Floresta estacional semidecidual
92,25 3,86
Mata ciliar 10,98 0,46
Pastagem 1.690,29 70,78
Plantação florestal 40,77 1,71
Unidade de CESP 2,88 0,12
Área de expansão urbana 265,14 11,10
Esses valores podem ser percebidos, também, ao olharmos o gráfico
(Figura 50), que contém as porcentagens dos diferentes usos em relação à área total da unidade
nos anos de 2000 e 2006.
0
20
40
60
80
100
%
2000 2006
Cerradão
Floresta
Mata ciliar
Pastagem
Plantação florestal
Cultura anual
Expansão Urbana
Cerrado
Chácaras
CESP
Café
Figura 50 Uso do solo e vegetação natural da unidade ambiental Topos conservados do alto
Capivara nos anos de 2000 e 2006.
Sua paisagem é caracterizada por incorporar os divisores de água da
parte ocidental e sul da bacia, com as maiores altitudes da região. Nessa unidade encontra-se a
92
maior diversidade de classes de uso da bacia. A pastagem é dominante em toda a região, como
na unidade anterior, muitas subutilizadas ou mesmo abandonadas. A expansão urbana é mais
representativa nessa unidade do que nas outras, pela própria proximidade com a sede do
município.
Os topos conservados do alto Capivara podem ser melhor
exemplificados com as Figuras 51 e 52, que representam as regiões mais planas do relevo,
com extensas áreas de pastagem ao longo de toda a unidade.
Figura 51 Região próxima a Unidade da CESP inserida na unidade ambiental Topos
conservados do alto Capivara.
Figura 52 Região próxima a Rodovia Marechal Rondon inserida na unidade ambiental
Topos conservados do alto Capivara.
93
7. CONCLUSÃO
A delimitação das unidades ambientais como resultado da integração
do relevo, solos e uso de solo e vegetação natural, revelou-se extremamente útil ao processo
de reconhecimento da dinâmica interna da bacia hidrográfica do rio Capivara, pois sintetiza a
complexidade existente na paisagem da região, gera um nível de detalhamento equilibrado e é
de fácil interpretação sobre as variáveis físicas adotadas.
O Sistema de informação geográfica mostrou-se eficaz como
ferramenta à delimitação das unidades ambientais, reduzindo o tempo para a geração dos
mapas temáticas e agilizando o processo de integração entre eles, produzindo dados confiáveis
ao final do processo que representam a realidade encontrada na região.
Pelos levantamentos realizados ao longo de todo o processo de coleta
de dados foi possível, também, confirmar a afirmação feita no inicio desse trabalho que a
bacia hidrográfica do rio Capivara necessita de planejamento integrado que busque a
ordenação do território e garanta a proteção dos recursos naturais. Pois é fato, que respeitando
a capacidade de suporte da bacia hidrográfica à implantação das atividades humanas, é
possível conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental.
94
5. REFERÊNCIAS
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Capivara – Botucatu (SP), visando a ocupação racional do solo. 2001. 131 f. Tese
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