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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
MESTRADO EM HOSPITALIDADE
RODERMIL PIZZO
EVENTO PROFISSIONAL DO TURISMO.
UMA ESTRATÉGIA PARA OTIMIZAÇÃO DE LEITOS EM
PERÍODOS SAZONAIS NO RIO QUENTE RESORTS.
SÃO PAULO
2007
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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
MESTRADO EM HOSPITALIDADE
RODERMIL PIZZO
EVENTO PROFISSIONAL DO TURISMO.
UMA ESTRATÉGIA PARA OTIMIZAÇÃO DE LEITOS EM
PERÍODOS SAZONAIS NO RIO QUENTE RESORTS.
Dissertação de Mestrado apresentado à Banca
Examinadora, como exigência parcial para
obtenção de título de Mestre em Hospitalidade,
área de concentração Planejamento e Gestão
Estratégica em Hospitalidade e linha de pesquisa
Políticas e Gestão em Hospitalidade e Turismo, da
Universidade Anhembi Morumbi, sob orientação
do Prof. Dr. Waldir Ferreira.
SÃO PAULO
2007
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BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Waldir Ferreira, pela paciência, dedicação e, acima de tudo ter, acreditado no
projeto.
Aos professores da Universidade Anhembi Morumbi no Programa de Mestrado pela
condução desta dissertação.
Agradecimentos especiais as professoras de minha banca de qualificação, Dra
Senia Bastos e Dra Nilma Morcerf que nortearem meu caminho.
Faculdade Taboão da Serra – FTS – na figura da Coordenação Geral, pelo apoio
financeiro, profissional e acadêmico.
Ao Rio Quente Resorts, na figura de seus administradores e colaboradores por
permitirem realizar a pesquisa.
A CVC Turismo, na figura do Sr. Guilherme Paulus e Sr. Valter Patriani, por
permitirem transformar este estudo em um projeto profissional.
Ao CRIADOR, pela inteligência, paciência e saúde para cumprir todas as etapas.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais - in memoriam - que,
mesmo ausentes fisicamente, deixaram
uma herança de persistência e
determinação enraizada na minha vida.
A Doutora Ada Dencker, que com certeza,
em toda minha trilha acadêmica, foi uma
das pessoas mais esclarecidas e objetivas
que conheci, contribuindo assim, de forma
positiva e pratica para a consolidação deste
estudo.
RESUMO
Os períodos sazonais são considerados os maiores desafios para a indústria
hoteleira, e garantir a continuidade e manutenção das taxas de ocupação requer
ações diárias em um empreendimento de hospedagem.
Os eventos são considerados uma das estratégias para garantir esta
descontinuidade.
Essa dissertação discorrerá sobre uma das estratégias de marketing e
comercialização utilizada pelo Rio Quente Resorts em Goiás para manutenção e
busca na permanente continuidade das taxas de ocupação de leitos do
empreendimento mesmo nos períodos de baixa estação.
Através de um estudo exploratório de caso do Evento: Programa Profissional do
Turismo, analisar os impactos desta estratégia de marketing e comercialização nos
resultados das taxas de ocupação.
Palavras chave: eventos, marketing, hospitalidade e resorts.
ABSTRACT
The low station periods are considered the biggest challenges for the hotel company,
and to guarantee the continuity and maintenance of the occupation taxes requires
daily actions in a lodging enterprise. The events are considered one of the strategies
most efficient to guarantee this discontinuity. This text will discourse on one of the
strategies of marketing and commercialization used for the Hot River Resorts in
Goiás for maintenance and searchs in the permanent continuity of the taxes of
occupation of stream beds of the same enterprise in the periods of low station.
Through study of case of the Event: Professional program of the Tourism, to
analyze the impacts of this strategy of marketing and commercialization in the results
of the occupation taxes.
Keys: events, marketing, hospitality and resorts.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 15
CAPÍTULO 1 - A SAZONALIDADE NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM
1.1 Definição do Problema 20
1.2 Metodologia 27
1.3 Referencial Teórico 30
CAPÍTULO 2 - ESTRATÉGIAS PARA COMERCIALIZAÇÃO DOS EVENTOS
2.1 Eventos 42
2.1.2 Tipologia dos Eventos 44
2.1.3 Turismo de Negócios 47
2.2 Marketing de Serviços 51
2.2.1 Instrumentos de Comercialização e Vendas 59
2.3 Hospitalidade em meios de hospedagem 68
CAPÍTULO 3 - O EVENTO PROFISSIONAL DO TURISMO NO RIO
QUENTE RESORTS
3.1 Rio Quente Resorts 75
3.2 Os Participantes do Evento Profissional do Turismo 88
3.3 Impactos Sobre as Taxas de Ocupação do Rio Quente 92
3.4 Avaliação do Evento Pelo Participante 98
CONSIDERAÇÕES FINAIS 106
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 110
BIBLIOGRAFIA 117
ANEXO 1 21
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Evolução das taxas de ocupação Hotel Rio Quente Suíte
e Flat 95
Gráfico 2 Evolução mensal das taxas de ocupação do Hotel Rio
Quente Suíte e Flat ano de 2003 95
Gráfico 3 Evolução mensal das taxas de ocupação do Hotel Rio
Quente Suíte e Flat ano de 2004 96
Gráfico 4 Evolução mensal das taxas de ocupação do Hotel Rio
Quente Suíte e Flat ano de 2005 96
Gráfico 5 Comparativo das taxas de ocupação nos anos de 2003,
2004 e 2005 do Hotel Rio Quente Suíte e Flat 97
Gráfico 6 Índice de conhecimento do Resort 99
Gráfico 7 Acesso ao Programa Profissional do Turismo 100
Gráfico 8 Conhecimento sobre programa semelhante 101
Gráfico 9 Agregar valor a formação profissional 101
Gráfico 10 Fatores para a aquisição do Programa 102
Gráfico 11 Importância dos temas abordados nas palestras 103
Gráfico 12 Visita técnica 104
Gráfico 13 Indicar o evento Profissional do Turismo 104
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Imagem aérea do Rio Quente Resorts – Hot Park 79
Figura 2 Mapa geográfico do Rio Quente Resorts 80
Figura 3 Calendário dos Eventos 2007 do Rio Quente Resorts 82
Figura 4 Fachada do Hotel Rio Quente Suíte e Flat 94
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição das viagens por períodos 22
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Estrutura física do Rio Quente Resorts 83
LISTA DE ABREVIAÇÕES
ABAV – Associação Brasileira das Agências de Viagens;
ABIH – Associação Brasileira da Indústria Hoteleira;
ABR – Associação Brasileira de Resorts;
AVIESTUR – Encontro das Agências de Viagens do Interior do Estado;
BRAZTOA - Encontro Comercial da Associação Brasileira das Operadoras
de Turismo;
EMBRATUR
Empresa Brasileira de Turismo;
FIT – Feira Internacional de Turismo de América Latina;
ICCA - Internacional Congress and Convention Association;
IP - Indicação do hóspede a outros possíveis clientes;
LACIME - Latin American and Caribbean Incentive & Meetings Exhibition;
MEC – Ministério da Educação e Cultura;
OMT – Organização Mundial do Turismo;
SAC – Serviço de atendimento ao cliente.
15
INTRODUÇÃO
Ao estudar a movimentação de fluxo turístico e exercer por dez anos
consecutivos atividades de Gerenciamento de Produtos nos resorts, Rio Quente e
Costão do Santinho, além de atuar por cinco anos em atividades acadêmicas,
normalmente, voltadas para os cursos de turismo e hotelaria, visualizei como
oportunidade de convergência para ambas as atuações profissionais a organização
das viagens e visitas técnicas, na disciplina de agenciamento, que consta, na
maioria das grades curriculares destes cursos.
A organização dessas viagens / visitas se constitui em uma promissora
possibilidade de negócios para os empreendimentos hoteleiros e também para os
alunos, visto que os resorts buscam ampliar taxas de ocupação nos períodos
sazonais e os alunos necessitam estar em contato com o dia-a-dia desses
empreendimentos, como uma necessidade de associação do academismo teórico e
a vivência prática.
Portanto de um lado temos a necessidade dos alunos, e do outro lado
os meios de hospedagem que precisam criar alternativas para resolução decorrente
do problema de baixa ocupação e da sazonalidade, que é própria da atividade
turística.
Conforme sabemos, um dos fatores que contribui para a alta nos custos do
turismo é a não regularidade do uso de seus equipamentos e serviços.
Naturalmente, não havendo regularidade no uso dos recursos disponíveis, o custo
desta ociosidade acaba se refletindo no preço, o que restringe o acesso de novos
consumidores e a capacidade competitiva do turismo de modo geral.
Para solucionar as questões, que para os resorts são mais acentuados
devido ao grande número de leitos e suas megas estruturas operacionais, estes
empreendimentos, estão sempre analisando o mercado e criando eventos
considerados por adesão.
Na criação desses eventos pelos executivos responsáveis na área de
comercialização e marketing, o processo se fundamenta em: analisar um grupo
potencial para a hospedagem no resort; identificar nichos de mercado – considerado
grupos de segmentos e com interesses comuns, como por exemplo: idosos, alunos
em período de formatura, evangélicos, entre outros, e formatar um evento destinado
a esse público alvo.
16
A partir desta análise, cria-se um evento, com foco nos interesses comuns,
com palestrantes, jogos, seminários, atividades dirigidas, oficinas, workshops, entre
outras atividades, que serão desenvolvidas durante a estada do grupo no
empreendimento.
A criação destes produtos direcionados foca o mercado potencial mediante
uma campanha de marketing dirigido com intuito de comercialização e venda para a
ocupação de leitos e a busca de interatividade de grupos de perfis e interesses
comuns.
Esses produtos destinados a nichos, sejam encontros, palestras, reuniões ou
cursos, são lançados para resolver a baixa ocupação, portanto, sempre estarão
associados à baixa temporada (considerados, no turismo nacional, os meses de
março a junho e agosto a novembro – exceto feriados que ocorrerem nesses
períodos). Portanto, são eventos que, normalmente, tem como política comercial
oferecer baixo custo ao participante frente às tarifas normalmente praticadas como
motivação para a participação.
Como exemplos destes eventos, temos hoje no mercado:
Viagem de Imersão para Ensino da Língua Inglesa – oferecida em um hotel
de Salvador – Bahia, que, normalmente, pratica tarifa de hospedagem diária ao
turista, tido como convencional, na faixa R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais) o
apto duplo – duas pessoas, sendo que, para o evento por adesão - em período de
baixa estação - as tarifas praticadas são de R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais)
nas mesmas condições de apto duplo (valores referência de novembro / 2005).
Outro exemplo: uma viagem para Porto Seguro, oferecida por um hotel, aos
alunos de Turismo e Hotelaria para imersão e conhecimento da parte histórica da
cidade e da prática hoteleira, ao custo de uma semana, normalmente, oferecido ao
turista convencional ao valor de R$ 1.250,00 (hum mil, duzentos e cinqüenta reais) –
viagem que inclui parte aérea, hospedagem e meia pensão (café da manhã e jantar
em apto duplo), sendo que, na baixa estação, aos alunos, esta mesma viagem, nos
mesmos, moldes custará o valor de R$ 990,00 (novecentos e noventa reais) -
valores referenciados novembro / 2005.
Mesmo com as possibilidades ofertadas aos alunos, ao analisarmos o
mercado de viagens de Turismo e Hotelaria das Faculdades e a destinação,
17
normalmente, oferecida verificamos que o segmento de resorts não fazia parte
destas destinações, por estar associado a alto custo das diárias.
A partir dessa análise, e da identificação desse mercado potencial que
somente no Estado de São Paulo, configura um total de 989 Instituições de Ensino
Superior que mantém cursos de Turismo e Hotelaria reconhecidos pelo Ministério da
Educação – MEC (www.mec.gov.br) elaboramos uma proposta para o Rio Quente
Resorts de uma viagem de conhecimento e visita técnica ao empreendimento, nos
mesmos moldes dos eventos citados como “eventos por adesão”. Todavia faltava o
diferencial competitivo para atrair não somente os alunos, mas também, a
participação e o aval pedagógico por parte das instituições de ensino e dos
docentes.
Diante deste fato, o projeto evoluiu para uma viagem técnica associada a um
curso com certificação para os alunos com possibilidade de consolidar a teoria
acadêmica com a prática (in loco) da operação de um resort.
Em sondagem preliminar realizada com alguns alunos e docentes das
universidades onde ministrava aulas, indagava sobre: quais seriam os
departamentos e segmentos dentro do resort que agregaria valor para formação
acadêmica e quais seriam as áreas de maior interesse em conhecer neste meio de
hospedagem?
Os resultados (ainda que preliminares) direcionaram para as áreas de
Alimentos e Bebidas, Eventos, Governança, Lazer e Marketing, ou seja, disciplinas
que necessitam ser contextualizadas de forma prática e acadêmica e, que de
alguma forma, estão associadas às áreas correlatas ao dia-a-dia de um
empreendimento hoteleiro. Com base nessas informações, inicia-se a formatação de
um evento denominado: Evento Profissional do Turismo.
O Evento Profissional do Turismo é composto por: uma viagem / visita
técnica ao Rio Quente Resorts (normalmente com duração de quatro dias e três
noites), quando se conhece as áreas e departamentos de um resort e também
participa de um curso com certificação emitida pela Cia Thermas do Rio Quente e é,
18
ainda, submetido a uma avaliação, cuja proposta é a de analisar o aproveitamento
do participante para que possa integrar um banco de dados para futuro
aproveitamento profissional no próprio empreendimento.
Esse evento consta de visitas técnicas monitoradas aos departamentos do
empreendimento pelo executivo responsável: nas áreas de lazer, governança,
eventos e alimentos e bebidas e ainda, participação em palestras ministradas pelos
executivos nas áreas de comercialização, marketing, gestão de talentos humanos e
turismo sustentável.
Uma vez criado o produto, faltava expor ao público-alvo (os alunos
universitários). Dentre as propostas de ações de vendas e marketing analisadas, foi
elaborada uma palestra para as Instituições de Ensino Superior, com o tema: “A
Evolução dos Resorts no Brasil e no Mundo – Case: Rio Quente Resorts”, que é
apresentada nas universidades.
A partir dessas palestras que sempre atenderam aos interesses das
instituições e dos docentes, mencionava-se a presença desse evento Profissional do
Turismo no portfólio de produtos do Rio Quente Resort.
O programa profissional do turismo é um evento que tem duas vertentes:
1) a finalidade de atender as necessidades dos alunos de turismo e hotelaria
em conhecer na prática o dia-a-dia de um empreendimento hoteleiro;
2) procura, ainda que parcialmente, solucionar os efeitos da sazonalidade no
Rio Quente Resorts nos períodos de baixa estação.
Esta dissertação tem como pressupostos: analisar e discorrer sobre os
períodos sazonais nos meios de hospedagem, as estratégias de marketing e
comercialização utilizada por estes empreendimentos hoteleiros para a resolução
desta irregularidade nas taxas de ocupação e o estudo exploratório de caso do
evento Profissional do Turismo que ocorre no Rio Quente Resorts, analisando seus
impactos na ocupação de leitos do empreendimento, e ainda; levantar os dados
sobre este evento e sua contribuição como resolução, mesmo que parcial, para as
taxas de ocupação do resort, comparando taxas de ocupação anterior e posterior à
implantação do evento e, ainda, objetiva avaliar o evento, segundo os participantes,
19
uma vez que a proposta desse programa também deve ser a de atender os
interesses acadêmicos e profissionais dos alunos participantes.
Neste intuito, este estudo se apresenta dividido nos seguintes capítulos:
capitulo um, que trata a sazonalidade nos meios de hospedagem, a metodologia
adotada para o estudo e o referencial teórico; capitulo dois, tratará as estratégias
para a comercialização dos eventos, tipologia dos eventos, o turismo de negócios,
marketing de serviços, instrumentação para comercialização e vendas de produtos e
a hospitalidade nos meios de hospedagem; no capitulo três, tratará sobre o estudo
exploratório de caso do Rio Quente Resorts e o Programa Profissional do Turismo,
discorrendo sobre o evento e analisando as taxas de ocupação anterior e posterior a
implantação do evento no empreendimento, e a avaliação desse evento pelos
alunos.
20
CAPÍTULO 1: A SAZONALIDADE NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Os períodos de baixa estação ou baixa ocupação de leitos hoteleiros, que
para fins deste estudo são considerados como os meses de março, abril, maio,
junho, agosto, setembro, outubro e novembro (exceto os feriados prolongados que
ocorrem nestes meses), são denominados no turismo como períodos sazonais ou
baixa temporada, e esses são os maiores desafios para todos os meios de
hospedagem.
Neste estudo, adotaremos o conceito de meios de hospedagem que,
segundo a Empresa Brasileira de Turismo - EMBRATUR, Art. 1º, em seu
regulamento dispõe como:
considera-se empresa hoteleira a pessoa jurídica, constituída na
forma de sociedade anônima ou sociedade por quotas de
responsabilidade limitada, que explore ou administre meio de
hospedagem e que tenha em seus objetivos sociais o exercício de
atividade hoteleira, observado o Art. 4º do Decreto nº 84.910, de 15
de julho de 1980.Art. 3º - Considera-se meio de hospedagem o
estabelecimento que satisfaça,cumulativamente, às seguintes
condições:I - seja licenciado pelas autoridades competentes para
prestar serviços de hospedagem;II - seja administrado ou explorado
comercialmente por empresa hoteleira e que adote, no
relacionamento com os hóspedes, contrato de hospedagem, com as
características definidas neste Regulamento e nas demais
legislações aplicáveis;Parágrafo único - Observadas as disposições
do presente Regulamento, os meios de hospedagem oferecerão aos
hóspedes, no mínimo:I - alojamento, para uso temporário do
hóspede, em Unidades Habitacionais (UH) específicas a essa
finalidade;II - serviços mínimos necessários ao hóspede, consistentes
em:a) Portaria/recepção para atendimento e controle permanentes
de entrada e saída;b) Guarda de bagagens e objetos de uso pessoal
dos hóspedes, em local apropriado;c) Conservação, manutenção,
arrumação e limpeza das áreas, instalações e equipamentos
(EMBRATUR.Manual de Orientação – 1987)
Ainda, em relação ao conceito de meios de hospedagem, segundo o site da
Associação Brasileira da Indústria Hoteleira - A.B.I.H.
consideram-se meios de hospedagem de turismo os
estabelecimentos com licença de funcionamento para prestar
serviços de hospedagem, expedida por autoridade competente.
21
Serviços de hospedagem são aqueles prestados por
empreendimentos ou estabelecimentos empresariais administrados
ou explorados por prestadores de serviços turísticos hoteleiros,
que ofertem alojamento temporário para hóspedes, mediante
adoção de contrato de hospedagem, tácito ou expresso, e cobrança
de diária pela ocupação da unidade habitacional. Os
empreendimentos ou estabelecimentos empresariais que explorem
ou administrem a prestação de serviços de hospedagem
mediante unidades mobiliadas e equipadas e outros serviços
oferecidos aos hóspedes, quaisquer que sejam as suas
denominações, inclusive os conhecidos como flats, apart-hotel
ou condohotel, estão sujeitos às normas legais que regem as
atividades comerciais e empresariais hoteleiras, ao cadastramento,
obrigatório de que trata este Decreto e ao Regulamento
Geral dos Meios de Hospedagem em vigor” (ABIH – 2003 p.5)
Dentre as diferentes tipologias de meios de hospedagem existentes, esta
dissertação focaliza a sazonalidade para o segmento de resorts. Resort é o hotel
que não resume a sua atividade simplesmente à hospedagem: agrega atividades de
lazer, spa, bem-estar, centros de convenções, convivência, que fazem dele um
destino interessante. O hotel se torna a atração do hospede. No Brasil, segundo a
Associação Brasileira de Resorts, o número de meios de hospedagem que tem a
classificação oficial de resort, totaliza 31 empreendimentos, espalhados por todo o
país. Com relação ao conceito de resorts, a ABR relata:
resort é um empreendimento hoteleiro de alto padrão em instalações
e serviços, fortemente voltado para o lazer em área de amplo
convívio com a natureza, na qual o hospede não precise se afastar
para atender suas necessidades de conforto, alimentação, lazer e
entretenimento”. Nesse contexto, “estar num resort vai além do que
se hospedar num hotel, vai além do destino, porque no resort deve
se encontrar tudo num só lugar. O resort é o destino exclusivo e
diferenciado, dotado de excelente infra-estrutura e segurança, em
local paradisíaco, onde é possível o contato com a natureza e a
possibilidade de desfrutar várias opções de lazer e entretenimento,
para todas as idades - ” – resort = do inglês – to resort, que significa
se divertir – www.resortsbrasil.com.br
Para se entender o fluxo de viagens nos períodos de alta e baixa estação, a
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE – em seu estudo
“Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil” 2001/2002,
mensura que a proporção de viagens na alta estação é de 42,2% do total das
22
viagens, resultando numa taxa de 10,6 % ao mês, enquanto que, para os demais
meses, a taxa é de 7,2 % ao mês. Ou seja, na média, as taxas observadas nos
meses da alta estação superam em 47,2 % as de baixa estação.
Vejamos a seguir a distribuição em tabela das viagens por períodos, segundo
a FIPE:
Tabela 1: Distribuição das viagens por períodos
Distribuição das viagens entre os períodos de “Alta” e “Baixa”
estação por Região e Total. ( Região Receptora)
Por Região
Período da Viagem
SUL SUDESTENORD.NORTE C.OESTEBrasil
“Alta” Estação ( 4 meses) 40,8% 45,1% 39,7% 45,4% 42,1% 42,2%
“Baixa” Estação ( 8 meses) 59,2% 54,9% 60,3% 54,6% 57,9% 57,8%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – 2003
Conforme constatamos, o estudo da FIPE, de modo geral, mostra que os
períodos sazonais sempre estão ligados aos períodos de baixa estação, ou seja,
fora de férias e feriados prolongados, o que torna necessário consolidar ações e
estratégias para provisão de demanda, no intuito de tentar solucionar, ainda que
parcialmente, estes impactos gerados pela baixa estação.
Na maior parte das organizações, a previsão da demanda é de
responsabilidade dos departamentos de vendas e/ou marketing. Afinal, sem uma
estimativa da demanda futura não é possível planejar nenhuma estratégia ou
investimento, mas somente, reagir a elas. Por este motivo, é importante que os
23
meios de hospedagem, por meio de seus executivos de marketing, estejam sempre
utilizando ferramentas de comunicação e buscando novos negócios para suprir os
períodos de baixa estação.
A vantagem de previsão de novos negócios permite aos empreendimentos
hoteleiros ações possíveis que visam garantir uma demanda real. Entre as opções
para conquista de novos negócios para este período sazonal, normalmente, estão as
estratégias de redução de preços, campanhas de incentivos de vendas, ações em
mercados pontuais, entre outras.
Em muitas organizações hoteleiras, o planejamento e controle de ocupação
estão preocupados em lidar com flutuações sazonais da demanda. Quase todos os
produtos e serviços têm alguma sazonalidade da demanda. Essas flutuações na
demanda podem ser razoavelmente previsíveis, mas alguns, também são afetados
por variações inesperadas no clima e por alterações econômicas.
Para os meios de hospedagem, os eventos sempre foram vislumbrados como
consolidadores de aumento de taxa de ocupação de leitos nesses períodos
sazonais, todavia, a ocorrência de eventos em uma localidade exige a utilização dos
equipamentos e serviços turísticos de uma localidade e pode trazer uma série de
benefícios:
¾ diminuição da sazonalidade por meio de sua diversidade de tipos de eventos,
o que favorece o equilíbrio entre oferta e demanda;
¾ contribuição para aumentar a taxa de ocupação hoteleira, principalmente, em
baixa temporada;
¾ influência e movimentação direta de outros segmentos turísticos e da
economia, gerando receita, faturamento de impostos, empregos diretos e
indiretos, por seu efeito multiplicador;
¾ proporcionar melhor qualidade de vida e a promoção da localidade.
24
Além da questão qualitativa, o turismo de eventos movimenta cinqüenta e
dois segmentos diferentes da economia, entre eles, hospedagem, restaurantes,
receptivos, cias aéreas e agencias de turismo ( BENI, 2001).
Dentre as atividades turísticas destacamos o Turismo de Eventos, Turismo de
Negócios e Turismo de Incentivos que no Brasil são considerados novos nichos de
mercado e têm incrementado a receita da oferta turística e aumento considerável
das taxas de ocupação hoteleira. Esse fato tem despertado o interesse de quase
todos os meios de hospedagem em focar suas ações estratégicas na busca de
captação de eventos, principalmente através dos Conventions & Visitors Bureau,
fundações privadas sem fins lucrativos; criadas para divulgar a localidade como
destino turístico a partir da captação, promoção e apoio a eventos na cidade, dessa
forma minimizariam os impactos e o efeito da sazonalidade. No caso especifico dos
Resorts brasileiros, possuem ainda de uma associação independente criada pelos
dirigentes dos mesmos em 1996, a Associação Brasileira de Resorts – ABR.
Em relação ao turismo de negócios, verificamos que ele se divide em duas
categorias básicas:
1 - a viagem individual por motivos profissionais;
2 - os deslocamentos de grupos para encontros de diversos tipos. Esses
últimos podem ser agrupados em reuniões empresariais e de membros de
associações.
Entre os motivos das reuniões empresariais estão, por exemplo, assembléias
de acionistas, mobilizações de equipes de vendas, lançamentos de produtos,
treinamentos de funcionários em grupo, feiras de negócios e as chamadas viagens
coletivas de incentivo.
Os encontros de associados ocorrem sob a forma de conferências,
convenções, exposições, seminários, oficinas
1
(workshops) e cursos de curta
1
Workshop – significado segundo site: www.bussolaonline.com.br - oficinas de trabalho.
25
duração, treinamento e aulas envolvendo membros de organizações profissionais,
culturais ou científicas (LAWSON, 1982).
O turismo de negócios se diferencia de outros tipos de atividade turística,
porque implica em tratar com consumidores mais exigentes, que
têm demandas específicas e exige profissionais especializados, instalações
adequadas, espaços relativamente sofisticados a preços razoáveis, exercício
rigoroso de controle da qualidade nos serviços ofertados por hotéis, restaurantes,
transportes, empresas de locação de veículos e de entretenimento.
De fato, o volume da receita gerada pelo turismo de negócios ocorre não
apenas do tamanho dos grupos atraídos, mas, também, da duração da estada e da
demanda total de serviços. Esses dois últimos fatores dependem diretamente da
qualidade e do escopo dos serviços ofertados, inclusive dos serviços suplementares
que prolongam a estada e garantem o chamado turismo secundário: de compras,
gastronômico ou cultural (KOTLER, 1994 ).
O turismo de negócios tem crescido, em primeiro lugar, pelas mesmas razões
que explicam o desenvolvimento do turismo em geral: redução dos custos do
transporte de passageiros, principalmente, do aéreo, e incremento da propensão a
viajar em razão da elevação da renda per capita e do nível cultural da população
(LAWSON, 1982; DAVIDSON, 1993).
Mas ele se expande, também, em função de quatro outras causas
específicas, tais como:
Movimentos de nacionalização e internacionalização de grandes empresas -
que aumentam a necessidade de viagens de dirigentes e técnicos para a
realização de reuniões e execução de tarefas diversas. Como fica cada vez
mais evidente, o desenvolvimento das tecnologias de comunicação (telefones,
fax ou correio eletrônico) não reduz a exigência de insubstituíveis contatos
pessoais para discussão de projetos, assistência tecnológica, fechamento de
negócios ou assinatura de contratos.
Flexibilização do trabalho e a difusão do outsourcing - o uso crescente, por
exemplo, do trabalho terceirizado e temporário, de consultores e
especialistas, exige que estes profissionais trabalhem para vários
empregadores, situados em cidades, estados ou países diferentes. A
26
coordenação de redes terceirizadas de fornecimento e distribuição também
exige mais viagens e estadas fora do local de sede das organizações
outsourced.
Expansão das atividades de governos e de organizações da sociedade civil -
associações acadêmicas e científicas, sindicatos, cooperativas e ONGs
(organizações não governamentais) dedicadas à proteção ambiental ou à
assistência social. A associação de pessoas no interior de instituições
governamentais ou civis e a articulação destas diferentes organizações
exigem o intercâmbio de informações e idéias por meio de contatos pessoais.
O progresso e a difusão do conhecimento tecnológico e científico impõem a
mesma necessidade. Daí a multiplicação de congressos, simpósios,
seminários e outros tipos de reunião.
Incremento da oferta de infra-estrutura e de serviços necessários à realização
de tais encontros - na escala macro, aeroportos e trens de alta velocidade,
rede hoteleira, centros de convenções e instituições de atração e gestão de
eventos, cujos exemplos mais típicos são os convention bureaux. Na escala
micro, auditórios, salas de reunião equipadas com iluminação, climatização e
serviços audiovisuais, bem como pessoal de apoio de recepcionistas a
equipes de tradução simultânea.
Crescendo, aceleradamente, o business tourism respondeu, na década
passada, por cerca de 10% das viagens internacionais e por mais ou menos 25% do
valor gerado pelas atividades turísticas no mundo (RIDDLE, 1999).
A diferença entre as duas proporções se explica pelo maior valor agregado
pelo turismo de negócios e por sua menor vulnerabilidade diante das crises, porque
se situa em estratos superiores de renda, ou porque tem parte das despesas pagas
por seu empregador, o turista de negócios tende a gastar mais durante a viagem a
trabalho do que o turista que busca apenas entretenimento. O que reforça esse fato:
cerca de 2/3 dos business tourists associam a viagem de negócios a atividades de
lazer (RIDDLE, 1999). Ao mesmo tempo, as empresas e organizações
governamentais podem reduzir, mas não dispensar, as viagens de seus
27
funcionários; disso resulta uma menor sensibilidade desse tipo de turismo às
flutuações da renda nacional.
Segundo o site da EMBRATUR, o receptivo internacional confirma a
importância para o país desse tipo de turismo. Entre 1998 e 2002, em média, os
negócios, congressos e convenções justificaram 27,7% das viagens internacionais
para o Brasil. Ainda, segundo EMBRATUR, um turista internacional de negócios
possui renda média individual maior que a do turista de lazer e gasta, bem mais por
dia, apesar de permanecer no país por menos tempo.
O gasto maior diário compensa, em parte, a menor duração da estada,
sobretudo, no caso do turista de negócios em sentido estrito, que viaja por outras
razões que não a participação em congressos ou convenções e que, despendia, em
2001, um total médio de US$ 1.465 por viagem, enquanto o turista de lazer gastava
US$ 897.
Os dados relativos ao turismo interno brasileiro também ratificam a
importância para o país do business tourism. Segundo o estudo realizado pelo
convênio Embratur/Fipe em 2004, 23,9% das viagens realizadas no país tiveram
motivos não relacionados ao lazer. Destas, 54,8% (ou 13,1% do total) estavam
associadas a motivos de negócios, incluindo-se aí a participação em feiras,
congressos, reuniões e eventos.
1.2 METODOLOGIA
A pesquisa foi baseada no método do estudo exploratório de caso, realizado
em um resort que busca consolidar por meio de um evento voltado para alunos dos
cursos de turismo e hotelaria duas vertentes: a resolução, ainda que parcial, dos
períodos sazonais no empreendimento, com aumento de taxas de ocupação e, a
possibilidade de permitir aos participantes do evento o entendimento e a
compreensão da prática funcional de um resort.
O estudo de caso foi definido por Yin (2001, p. 32) como “um questionamento
empírico que investiga um fenômeno contemporâneo com seus contextos de vida
real, quando as fronteiras entre o fenômeno e contexto não são claramente
evidentes, e nos quais múltiplas fontes de evidência são usadas”. Essa estratégia de
28
pesquisa foi escolhida a partir dos critérios definidos pelo autor, a falta de controle
dos fenômenos analisados e a ênfase em eventos contemporâneos e seu contexto.
Para se atingir o objetivo proposto, a metodologia empregada foi o estudo
exploratório de caso com a adoção da técnica de observação participante, sendo a
análise baseada em pesquisa bibliográfica, documental e questionários de
percepção do projeto, visando contextualizar as questões dos eventos como uma
alternativa para minimizar os impactos da sazonalidade para os resorts.
Complementando com os estudos de uma busca no referencial no campo do turismo
de eventos e negócios e administração de marketing, que nos permite analogia do
tema apresentado.
Do ponto de vista de seu objetivo, o presente trabalho será do tipo
exploratório (pesquisas bibliográficas e estudo de caso). A pesquisa exploratória visa
proporcionar uma maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito
ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado (GIL, 1991).
O estudo descritivo, segundo Cervo (1983, p. 56-57), pode assumir diversas
formas, dentre as quais se destacam: os estudos exploratórios, os estudos
descritivos, a pesquisa de opinião, o estudo de caso e a pesquisa documental. Neste
caso particular, o estudo focará um evento que ocorre no Rio Quente Resorts
voltado para os alunos de turismo e hotelaria.
A construção de modelos é parte essencial dos modos de investigação,
representando a observação, o ponto de partida e de chegada, na acepção de vários
autores, dentre os quais podemos citar Demo (1985).
Os estudos exploratórios são, segundo Treviños (1987. p. 109), “aqueles que
permitem ao investigador aumentar a sua experiência em torno de um determinado
problema”, nos quais o pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda seus
estudos nos limites de uma realidade específica, em busca de antecedentes e
maiores conhecimentos para, em seguida, planejar uma pesquisa descritiva ou do
tipo experimental. O estudo exploratório não exime a revisão da literatura, as
entrevistas nem o emprego dos questionários.
Neste estudo, constatamos evidências relacionadas a quatro unidades de
análise:
29
1) os períodos sazonais para os meios de hospedagem, com foco no
segmento de resorts;
2) as ferramentas e estratégias de marketing e comercialização utilizadas por
esse empreendimento para divulgar o produto e alcançar o público alvo com objetivo
de aumento de taxas de ocupação;
3) as alternâncias obtidas nas taxas de ocupação antes e posterior à
implantação de eventos;
4) a avaliação do evento segundo os participantes.
Neste item de avaliação do evento pelos participantes, utilizou-se da
pesquisa quantitativa. Segundo Mattar (1992), quanto à natureza das variáveis
estudadas, a pesquisa qualitativa identifica a presença ou ausência de algo,
enquanto, a quantitativa procura medir o grau em que algo esta presente.
Há diferenças metodológicas: na pesquisa quantitativa os dados são obtidos
de um grande número de pesquisados, usando escalas, geralmente numéricas,
sendo os dados submetidos a análises estatísticas formais.
Para McCarthy e Perreault (1997) a pesquisa quantitativa trabalha com
amostras maiores e mais representativas, podendo-se utilizar modelos estatísticos
para tirar conclusões.
A metodologia quantitativa, de modo geral, é a mais utilizada em pesquisa de
mercado e opinião. Essa metodologia permite mensurar opiniões, reações,
sensações, hábitos e atitudes, etc., de um universo (público-alvo) por meio de uma
amostra que o represente de forma estatisticamente comprovada.
As amostras podem ser aleatórias ou por cotas (extratos pré-definidos de
sexo, idade, classe social, região etc).
O método quantitativo orienta para a utilização de questionários estruturados,
predominantemente, com questões fechadas (lista de respostas pré-codificadas).
30
A pesquisa quantitativa permite dimensionar mercados, definir share,
conhecer o perfil sócio-demográfico, social e econômico de uma população, entre
outras possibilidades e em toda pesquisa quantitativa, sem exceção, é necessário
calcular a margem de erro para o grau de confiança que se pretende.
A pesquisa qualitativa é realizada a partir de entrevistas individuais, apoiadas
por um questionário convencional (impresso) ou eletrônico (computador ).
As entrevistas são conduzidas por um entrevistador ou por auto-
preenchimento, buscando o maior número de informações a respeito do tema
pesquisado.
Além disso, foram utilizadas diversas fontes de evidências documentais e
bibliográficas que se reforçaram mutuamente, o que evita o uso de informações
equivocadas e tendenciosas.
Adotou-se nesta pesquisa, a lógica indutiva, isto é, a tentativa de se contribuir
com a teoria a partir de dados e observações de campo. Dessa forma, o estudo de
caso foi utilizado para a articulação entre um conjunto particular de evidências e
proposições teóricas mais abrangentes, de forma a problematizá-las e enriquecê-las.
Durante um ano, dedicamo-nos ao estudo das literaturas disponíveis sobre os
períodos sazonais no turismo e as estratégias comerciais utilizadas pelos
empreendimentos de hospedagem para a resolução desta descontinuidade das
taxas de ocupação, e ainda, ao levantamento de dados e observação como parte
da pesquisa de campo deste estudo, analisando documentos do Rio Quente
Resorts sobre as taxas de ocupação antes e posterior à implantação do evento
Profissional do Turismo. Fora realizado ainda, a analise das pesquisas aplicadas ao
participante ( aluno ) sobre o programa como um todo e sua contribuição para sua
formação acadêmica, que será apresentado como resultado deste trabalho.
1.3 – REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico foi construído com base nas formulações teóricas de
autores que trabalham as questões da sazonalidade, do turismo de eventos e
negócios, hospitalidade em meios de hospedagem, estratégias de marketing para
31
indústria hoteleira com foco na captação de eventos e ferramentas de
comercialização para eventos.
Os estudos indicam que a indústria do turismo pode e deve continuar a
implementar estratégias de individualização dos serviços na perspectiva de criar
vantagens competitivas para o setor hoteleiro, estabelecendo novas categorias de
turismo, focando: lazer, entretenimento, eventos, ecoturismo, religioso, cultural, rural,
de aventura, da melhor idade, outros.
A literatura sobre turismo relata que o segmento de turismo de eventos
constitui, hoje, uma estratégia para melhorar a taxa de ocupação de hotéis no
período de baixa estação, vislumbrando neutralizar os problemas da sazonalidade
da localidade sede.
No enfoque do conceito de Turismo, adotaremos, conforme Angeli (1996),
entende-se como sendo essencialmente o deslocamento de pessoas de seu
ambiente cotidiano e o atendimento ofertado às suas necessidades fora do lar.
Em seu sentido mais amplo, o turismo é o maior dos movimentos migratórios
da história da humanidade e caracteriza-se por uma taxa de crescimento constante,
e é exatamente este crescimento que está sendo visualizado como uma
oportunidade de ampliar os produtos turísticos ofertados para o mercado pelas
empresas hoteleiras. Esse incremento responde a uma série de diversas e
profundas necessidades do ser humano por espaço, movimento, bem-estar,
expansão, e repouso longe das tarefas impostas pelo trabalho cotidiano, por meio
da fuga da rotina, do conhecimento de novos prazeres e da descoberta de novos
horizontes e negócios.
Ferraz (1992) apresenta como algumas das motivações para o turismo: o
lazer, visitas a famílias, eventos e negócios.
Arrigala (1976) considera que as viagens turísticas são originadas por
necessidades de repouso, de cura, espirituais ou intelectuais. Dentre as principais
motivações para a prática do lazer, Andrade (1995) destaca o desejo de evasão,
espírito de aventura, aquisição de status, necessidade de tranqüilidade, desejo ou
necessidade cultural, desejo ou necessidade de compra.
Segundo Andrade (1995), as características, que tornam o fenômeno turístico
produtivo, em todas as fases do processo de sua múltipla efetivação, manifestam-se
32
pelos meios e recursos que a atividade utiliza, pelos resultados que o turismo produz
e pelas características econômicas do fenômeno.
Analisando esse ponto de vista, podemos perceber a importância dada não só
a satisfação das necessidades do turista, mas também, a preocupação da
comunidade local e da interatividade entre ambas. Trigo (1996, p.20) argumenta
que, nas sociedades pós industriais do turismo, juntamente com o lazer, a cultura, as
artes, o esporte e a preocupação com a qualidade de vida, desenvolveram-se a
cada ano, ganhando sempre espaço nos meios de comunicação, nos negócios
internacionais, no interesse e no cotidiano das pessoas. O autor complementa ainda
de que o turismo, junto com aos elementos supracitados, começa a fazer parte de
uma sociedade “... extremamente ativa, questionada, mutável e
multifacetada."(TRIGO, 1996, p.66)
Neste estudo, o turismo de eventos tem como fonte o referencial teórico de
Andrade (1995), onde se define como sendo o conjunto de atividades de viagens, de
hospedagem, de alimentação e de lazer praticado por quem viaja a negócios
referentes aos diversos setores da atividade comercial ou industrial ou para
conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar novas
tecnologias, vender ou comprar bens e serviços, e que podem ser considerados toda
e qualquer atividade independentemente da efetivação de um negócio, como:
participação em congressos, viagens de incentivo e de interesses específicos.
Conceitualmente existe uma diferença entre o turismo de lazer e o de eventos
e negócios. Contudo, este estudo não tem como objetivo entrar no mérito desta
questão, passando a adotar a definição de Turismo de Eventos e Negócios de
autoria de Andrade (1995), citada anteriormente. Assim, entendemos que o turismo
de eventos é o realizado por pessoas que viajam exclusivamente por motivos de
interesses com foco em realizar diferentes tipos de negócios, utilizando os
equipamentos e serviços turísticos do núcleo receptor.
Analisando o Primeiro Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos
no Brasil constatamos que em 2001 foram realizados 330 mil eventos, envolvendo
70 milhões de participantes, gerando aproximadamente 200 mil empregos diretos,
550 mil terceirizados e 2,2 milhões de empregos indiretos, dando origem a uma
33
renda total de R$ 37 bilhões por ano, o que representa 3,1% do PIB brasileiro,
distribuídos aproximadamente 48% para Região Sudeste, 25% para Região Sul,
16% para região Nordeste e 8% para Região Centro-Oeste e 3% para Região Norte,
gerando R$ 4,2 bilhões em arrecadação de impostos (SEBRAE 2003).
Esse dimensionamento aponta ainda para as reuniões e convenções como
sendo os tipos de eventos que mais acontecem, correspondendo, aproximadamente,
a 40% dos eventos ocorridos no Brasil. A procura pelos espaços para eventos é
maior no segundo semestre do ano e nos dias úteis da semana. Para esse tipo de
evento e outros, o Brasil dispõe de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) assentos
em hotéis, centros de convenções e outros espaços, cuja taxa média de ocupação
fica em torno de 50% (SEBRAE, 2003).
Segundo as empresas organizadoras de eventos, as despesas com eventos
estão distribuídas da seguinte forma: 24,2% com locação de espaços, 15,7% com
hospedagem/ alimentação, 15,3% com despesas administrativo-operacionais
(SEBRAE, 2003).
Observa-se, diante dos dados relatados, que o segmento de evento é
responsável pelo grande fluxo de turismo no Brasil e refletindo diretamente nas taxas
de ocupação no setor de resorts.
Tendo como referência o quadro de realidade que se coloca hoje para o
turismo de eventos, este trabalho tem como objetivo analisar o evento profissional do
turismo no Rio Quente Resorts, uma vez que ele foi criado como estratégia de
marketing para resolução parcial dos períodos sazonais do resort.
Entende-se por períodos sazonais na indústria hoteleira, os meses
configurados como os de baixa estação brasileira (março, abril, maio, junho, agosto,
setembro, outubro e novembro) e, é neste período, que a indústria hoteleira trabalha
com um calendário de eventos, buscando minimizar os impactos da baixa ocupação
de leitos.
Diante do exposto, os eventos então passam a ser visualizados como uma
estratégia comercial e de marketing que envolve o mundo dos negócios, dos quais
estão inseridos os resorts. Mckenna (1992, p. 3) define a estratégia de marketing
como sendo uma orientação à criação, baseado no conhecimento e na experiência
34
existente na organização e, não simplesmente, em táticas para conquistar fatias de
mercados ou eventos únicos.
Tinsley (2002) defende que o marketing de relacionamento constitui uma
vantagem competitiva para as empresas, visto que passa a se preocupar em
disponibilizar produtos e serviços que satisfaçam as necessidades individuais de
seus clientes, o que, por sua vez, vem ao encontro das necessidades dos
estudantes de se encontrarem com as práticas diárias das atividades do turismo.
Tinsley diz, ainda, que a satisfação do consumidor é resultante da ordem de valores
criada simultaneamente pelos mercados e consumidores.
Peppers e Roggers (2001, p. 8-10) defendem que marketing de
relacionamento constitui uma “Relação de Aprendizado”, quando a empresa
acompanha as transações e interações com os clientes de forma individualizada, em
todas as linhas de produtos ou grupos de produtos e serviços, que exijam grande
integração de dados e processos.
Brito (2000) afirma que o marketing de relacionamento veio como estratégia
mercadológica para neutralizar os problemas gerados pela globalização do
comércio, cujo objetivo não está centrado nos relacionamentos com clientes, mas
envolvem as relações com fornecedores, colaboradores e distribuidores com o
intuito de estabelecer estratégias de cooperação e aliança em escala global,
conduzindo um número maior de empresas a repensar suas estratégias de
fornecimento e distribuição, através da ênfase e busca crescente de
interdependência entre as empresas.
Diante do exposto, pode-se afirmar que o marketing de relacionamento surge
como uma filosofia empresarial, deixando de ser uma função administrativa. Assim,
as ferramentas do marketing podem ser utilizadas de forma ilimitadas, com a
finalidade de desenvolver entre a empresa e sua rede de valores um novo conceito:
a sobrevivência e o crescimento rentável, a criação e retenção de clientes.
Gronroos (1999) sugere o gerenciamento do marketing mix, incluindo à
captação de clientes, novas estruturas de análise, planejamento, implementação e
monitoramento do marketing. Levando em consideração que as variáveis do
marketing não podem ser pré-determinadas, visto que podem ser utilizadas de
35
acordo com o caso e integra-se com outras atividades que, por exemplo, pertencem
ao setor de produção e operação, entregas, serviços ao consumidor, ou qualquer
outro processo empresarial, gerando um impacto de marketing desejável, criando
valor e aumentando satisfação, não importando onde eles estejam localizados
dentro da organização da empresa.
De acordo com esse modelo, o marketing deve estar espalhado nas diversas
áreas da empresa, ele não é mais uma tarefa exclusiva do departamento de
marketing.
Essas estratégias deverão possuir um caráter ampliado, ou seja, estratégias
de marketing inter-funcional e intra-funcional. O modelo de gestão de marketing de
relacionamento proposto pelo autor considera estratégias de suporte de marketing
como segmentação de mercado, diferenciação de serviço, valor do consumidor e
satisfação de consumidor.
O autor afirma, ainda, que os clientes que representam a carteira de
recompensas e investimentos são constituídos pelos lucrativos no presente e no
futuro devem ser foco de estratégias de relacionamento a longo a prazo. A empresa
deve designar equipes qualificadas para realizarem o atendimento especial a esses
clientes. Por outro lado, há clientes que devem ser bem administrados, apesar de
serem lucrativos, podem se tornar menos lucrativos ou, mesmo, não lucrativos no
futuro (ciclo de vida do cliente). Nesse caso, a empresa deve estar atenta ao seu
perfil de consumo para que no processo de inovação de produtos consiga atender
às necessidades e aos desejos latentes e não perder a lucratividade gerada por
eles.
De acordo com Gordon (1998, p. 69), há duas principais formas de manter
esses clientes, mudando ou reduzindo o custo dos processos que são utilizados pela
empresa para negociar, vender, atender, fazer a manutenção e administrar a conta,
e, o outro, é cobrando dos clientes desta categoria uma taxa por não se encaixarem
no perfil de melhores clientes, segundo as regras de comprometimento da empresa.
Dessa forma, observa-se que a segmentação de mercado por valor de cliente
deve ser feita de forma muito bem planejada e estruturada, pois a empresa não
poderá dispensar mais atenção a determinado grupo de cliente em detrimento de
36
outro. Mas sim, elaborar estratégias que proporcionem satisfação dos clientes em
seus diversos níveis, o que representa por sua vez, um importante indicador de
gerenciamento de marketing.
A satisfação, segundo Vavra (1993, p. 165), pode ser definida quase que
simplesmente como a extensão pela quais as expectativas dos clientes sobre um
produto ou serviço são atendidas pelos benefícios reais que recebem. Para Moreira
(1996), satisfação é o sentimento desenvolvido em função das expectativas ou
benefícios reais que os clientes recebem ou não, quando da aquisição ou uso de um
bem ou serviço pelo cliente. A satisfação pode ser classificada em: emocional -
quando os consumidores buscam status social, prestígio, segurança ou outro
benefício que seja intangível por meio de um padrão social; e funcionalquando
pode ser caracterizada por atributos tangíveis de um produto ou serviço que podem
ser medidos de algum modo padronizado.
Kotler (1996, p. 64) conceitua qualidade como sendo a totalidade de aspectos
e característica de um produto ou serviço que proporcionam a satisfação de
necessidade declaradas ou implícitas.
Moller (1993, p. 14) relata que quando os “peritos de qualidade” falam a
respeito da qualidade estão pensando na qualidade de produtos e serviços. Para os
peritos de marketing, qualidade significa um produto ou serviço que satisfaz as
exigências e expectativas do cliente. Para eles, a qualidade é determinada por
fatores externos. As expectativas e exigências podem se aplicar à qualidade técnica
(lucro) de um produto ou serviço, ou seja, a satisfação das exigências e expectativas
concretas (ex: tempos, qualidade, confiança, taxa de defeitos, função, durabilidade,
segurança e garantia). Mas elas podem, também, se aplicar ao aspecto humano da
qualidade (além dos lucros), isto é, à atitude e ao comportamento das pessoas que
produzem ou prestam um serviço.
As exigências podem ser: internas - quando são considerados como os
requisitos que o pessoal e os departamentos de uma empresa estabelecem para si
mesmos e uns para os outros; e externas - quando se referem ao que os clientes
esperam de uma empresa.
37
Considera-se qualidade como sendo a totalidade de aspectos e
características tangíveis e intangíveis de um produto ou serviço, que satisfaça
plenamente as necessidades, as exigências e as expectativas dos clientes de forma
confiável, acessível, segura e em tempo.
Sendo assim, a satisfação está diretamente relacionada com o padrão de
qualidade estabelecido pela empresa e irá gerar no consumidor o desejo de comprar
o produto ou serviço em outras oportunidades. A satisfação do consumidor deve ser
monitorada pela empresa através de ações de pós-marketing.
Depois de compreender o que significa qualidade e satisfação para o seu
consumidor, a empresa passa a ter subsídios para determinar as características
únicas e diferenciadas de seus produtos e/ ou serviços. A implementação das
estratégias de suporte exige um sistema de banco de dados sofisticado que possa
armazenar dados referentes aos clientes, concorrentes, complementadores e
fornecedores, que servirá como base para a transformação de dados em
informações e, por fim, dará suporte às decisões gerenciais que culminaram nas
estratégias.
Em seguida, a empresa deve determinar quais os caminhos deverão ser
estabelecidos para obtenção dos objetivos organizacionais e iniciar o processo de
estabelecimento das estratégias de marketing ampliadas. Essas, por sua vez,
requerem um esforço de coordenação de planejamento, implementação e controle,
pois a responsabilidade de sua implementação é de todos os colaboradores da
empresa. Entretanto, não adianta propor modelos de qualidade de produtos e
serviços, sem considerar a qualidade de vida dos colaboradores da empresa e,
muito menos, propor conceitos de produtos inovadores, quando a empresa tem
natureza mecanicista.
Nesse sentido, o marketing de relacionamento exige a inter e intra
funcionalidade das estratégias que irão culminar no objetivo de estabelecer relações
ao longo da vida de consumo dos clientes interno e externo.
As estratégias de mercado devem ser regidas pela filosofia do relacionamento
ao longo da vida de produção e consumo da empresa e do cliente, devendo
38
englobar as formas de gerenciamento da cadeia de valor, direcionamento e
orientação do mercado, gestão da qualidade total e do relacionamento do
consumidor.
Dessa forma, percebe-se que os modelos não propõem uma receita para
planejar e implantar o marketing de relacionamento, mas permite ao executivo ter
uma visão das variáveis que deverão ser utilizadas para compor essa nova forma de
administrar. Cabendo ao profissional estabelecer métodos de controles para verificar
a eficiência e eficácia da metodologia implementada, concentrando seus esforços na
tentativa de criar vínculos emocionais e não racionais com seus clientes, por meio do
valor e da satisfação do consumidor, segmentação de mercado, diferenciação de
produto, mercado e marketing.
Dentro do enfoque da comercialização do produto, o referencial teórico para
essa dissertação, se firmará em Kotler (2000), que afirma que toda empresa tem que
assumir o papel de comunicadora e promotora de seus produtos disponíveis.
Segundo o autor, o mix e comunicação de marketing são compostos por cinco
formas essenciais de comunicação:
(1) Propaganda: qualquer forma paga de apresentação e promoção
não-pessoais de idéias, mercadorias ou serviços por um
anunciante identificado;
(2) Promoção de vendas: uma variedade de incentivos de curto
prazo para encorajar a experimentação ou a compra de um
produto ou serviço;
(3) Relações públicas e publicidade: uma variedade de programas
elaborados para promover ou proteger a imagem de uma
empresa e seus produtos;
(4) Vendas pessoais: interação pessoal (cara-a-cara) com um ou
mais compradores potenciais visando apresentar produtos ou
serviços, responder perguntas e tirarem pedidos;
39
(5) Marketing direto: utilização de correio, telefone, fax, e-mail ou
Internet para se comunicar diretamente com clientes específicos
e potenciais ou lhes solicitar uma resposta direta.
O marketing de serviços assemelha-se ao marketing de produtos ou bens
tangíveis, pois tanto um quanto o outro são “produtos” destinados a oferecer valor
aos clientes.
Assim, ao comprar um pacote de viagem não há como experimentá-lo
antecipadamente, ver e sentir como será a comida, a hospedagem etc. Kotler (1998,
p. 414) afirma que, devido a esta incerteza, o comprador irá buscar sinais que
evidenciam qualidade naquele produto que irá adquirir. Seja buscando
recomendações de terceiros para saber sobre a idoneidade da empresa de turismo,
seja analisando fotos do hotel etc.
É neste sentido que Kotler (1998) alerta para a necessidade das empresas de
serviços acrescentarem evidências físicas e imaginárias a suas ofertas abstratas de
forma a reduzir essa incerteza sentida pelo cliente.
Determinados serviços demandam mais a presença e participação do cliente
que outros. Podemos afirmar que, em uma psicoterapia a participação ativa do
cliente é essencial, sem a qual se torna impossível à prestação do serviço, assim
como em um processo educacional, em que a qualidade do serviço prestado será
também determinada pelo esforço do cliente (aluno).
Outra providência a ser tomada para lidar com a variabilidade, de acordo com
Kotler (1998, p. 415-6), é padronizar o processo de prestação de serviços e
monitorar a satisfação do consumidor através de sistemas de sugestões, reclamação
etc., é também relevante para conhecer como os serviços estão sendo percebidos
pelo consumidor.
No referencial teórico da hospitalidade pode se colocar, dentre suas várias
definições, como “virtude daquele que recebe em sua casa com vontade, agrado e
acolhimento” (BENEDUCE; PRADO; THEODORO, 2005: 6)
Neste estudo, focaremos na relação da hospitalidade que se levará em conta
a afirmação de Grinover (2002, p.26), onde o conceito de hospitalidade estende-se
para além dos limites de hotéis, restaurantes, lojas ou estabelecimentos de
40
entretenimento. Isso implica a necessidade de recorrer a análises de caráter
histórico, epistemológico e empírico das ações que são empreendidas na área de
hospitalidade.
De acordo com Camargo (2004, p.40), nos esforços empreendidos pelos
estudiosos, podem-se verificar três escolas que dividem o estudo da hospitalidade: a
francesa, que se interessa apenas pelas hospitalidades privada e social e que tem a
matriz que se baseia em Mauss, dar-receber-retribuir, ignorando a hospitalidade
comercial; a americana, que passa ao largo dessa matriz e para a qual tudo
acontece como se, da antiga hospitalidade, restasse apenas a sua atual versão
comercial, baseada no contrato e na troca estabelecidos por agências de viagens,
operadoras, transportadoras, por hotéis e restaurantes; e a brasileira, na tentativa de
aplicação da teoria da hospitalidade ao turismo e à hotelaria.
Em Guerrier (2000, p.66), percebe-se também tal preocupação “quando
pensamos em hotéis e restaurantes como fornecedores de hospitalidade, estamos
nos concentrando na continuidade histórica”, nas formas pelas quais as pessoas, ao
longo da história e, em todas as partes do mundo, sempre forneceram comida e/ou
acomodação para pessoas que se encontram longe de casa.
Mauss (1999, p. 20) dirige o olhar para as reflexões fenomenológicas dos
princípios da experiência humana, como a dádiva, que apesar de ser característica
encontrada de forma mais evidente nas sociedades primitivas, é tão moderna e
contemporânea, visto que todas as relações sociais e comerciais pressupõem
reciprocidade e confiança legítimas e primárias, em sua totalidade.
Ainda, segundo Camargo (2004, p.52-66), decorrem dos princípios
supracitados os domínios da hospitalidade como um conjunto de leis não escritas
que regulamentam os rituais sociais da hospitalidade nos domínios, privado, social e
comercial. A hospitalidade comercial está além do contrato entre cliente / fornecedor.
E, na esteira de Denker (2003), encerramos a base teórica da hospitalidade,
onde cita:
.....a necessidade das pessoas de acolhimento, de ser bem
recebido, de estabelecer relações de hospitalidade, mesmo que
isto ocorra de forma aparentemente comercial, por meio do
acolhimento em equipamentos especialmente montados com esta
finalidade e nos quais se espera que estas necessidades dos
indivíduos sejam atendidas. O atendimento de necessidades como
acolhimentos, reconhecimento, não podem ser realizados, porém
de forma estritamente comercial, exigem um envolvimento maior,
41
além das relações de mercado e que dizem respeito aos vínculos
sociais, entrando no espaço da dádiva.
Após a explanação da abordagem deste estudo e seu referencial teórico,
passaremos ao segundo capítulo que apresentará as estratégias para a
comercialização dos eventos.
42
CAPÍTULO 2: ESTRATÉGIAS PARA COMERCIALIZAÇÃO DOS EVENTOS
2.1 EVENTOS
Segundo Ruschman (1997), o turismo, em sua essência, é uma atividade
sócio-econômica incluída no setor de serviços, relacionada com o deslocamento de
pessoas para fora do seu local de residência e envolvendo todos os serviços e
produtos por elas consumidos durante sua permanência no destino visitado.
Congrega diversas sub-atividades que se inter-relacionam de forma sincronizada,
harmônica e complementar, apesar de executada por diferentes pessoas
(hospedagem, transportes, restaurantes e entretenimentos, comércio turístico etc.).
É, portanto, multi-setorial, havendo autores que, ainda, denominam-no de
“transdisciplinar” .
Mathieson & Wall (1992, p. 88) afirmam que “os destinos turísticos que são
altamente dependentes dessa atividade se encontram economicamente ancorados
em bases instáveis. Para se evitar rupturas causadas pelas flutuações da demanda,
aconselha-se que promovam a diversificação, tanto da própria indústria turística
como na composição de sua base econômica”.
Essa diversificação dentro da própria atividade turística pode ser traduzida,
tanto em termos da oferta diferenciada de equipamentos e serviços, como das
motivações inerentes a cada destino turístico.
O turismo é tradicionalmente considerado como uma atividade que atrai
divisa, gera empregos, renda e melhora o nível de vida das comunidades envolvidas
no processo. E existe, ainda, a leitura de turismólogos que visualizam o turismo
como um espectro de destruição dos costumes tradicionais, de exploração e
destruição ambiental. No entanto, novas tendências que se apresentam para o
futuro da atividade turística apontam para profundas mudanças, tanto no perfil do
consumidor, quanto nas características do produto, e, em nível de mercado mundial,
destaca-se o turismo de negócios.
43
A indústria do turismo é o terceiro setor mais lucrativo da economia mundial.
Dos 3,4 trilhões de dólares gerados anualmente em todo o mundo pelo setor, 850
bilhões advém do turismo de eventos, que, segundo a Organização Mundial do
Turismo (OMT - 2005), cresce a uma taxa anual da ordem de 30%.
De acordo com a International Congress and Convention Association
(ICCA), estima-se que, no mundo, sejam realizados cerca de 70 mil eventos do tipo
Congresso e, o crescimento anual superou em muito o do próprio setor do turismo
como um todo, aproximando-se de 12% nos últimos anos.
Na década de 90, o número de turistas que entrou no Brasil com a finalidade
de participar de eventos oscilou entre 34 e 71 mil pessoas e o impacto gerado por
esta promissora indústria do turismo de eventos no país proporciona gastos diretos
no valor de US$ 981,4 milhões, gerando 33,8 mil empregos diretos e US$ 108,3
milhões em impostos (fonte: www.embratur.org.br).
Dos múltiplos benefícios auferidos pela cidade/país, pode-se ainda ressaltar:
a entrada de divisas para o país; excelente reputação para a cidade-sede, devido à
imagem positiva que a realização de um evento normalmente proporciona; geração
de empregos diretos e indiretos, renda e impostos; reduz a sazonalidade do turismo,
abastecendo a infra-estrutura técnico-turística de oferta durante os considerados oito
meses (março a novembro – exceto julho) da baixa estação; o gasto médio do turista
de eventos e o tempo de permanência no destino são bem maiores do que o de
turista de lazer.
Observando-se as últimas pesquisas publicadas no site da Embratur
(www.embratur.org.br), podemos confirmar os resultados do trabalho que esse órgão
vem realizando nos últimos anos. Segundo uma das pesquisas, somente de 1995 a
1999, o capital privado investido em novos projetos turísticos alcançou US$ 6
bilhões, gerando 300 novos hotéis, 140 mil empregos diretos e 420 mil empregos
indiretos. Todo esse volume de investimentos fez o Brasil saltar da 49ª para a 29ª
posição no ranking da OMT.
44
2.1.2 TIPOLOGIA DOS EVENTOS
Ao tratarmos da tipologia de eventos, encontramos muitas definições, com
divergências entre os autores. Neste trabalho adotaremos a definição de Andrade
(1999), como atividade dos mais diferentes tipos reunindo pessoas. Consideramos
ainda a concepção de Waldir Ferreira (1997) - os eventos sempre ocorrem em
determinado tempo e lugar e podem ser culturais, esportivos, musicais, de
lançamento de produto ou serviço, inaugurações, comemorações, datas cívicas e
outros.
A classificação dos eventos é muito importante principalmente na hora de
decidirmos qual evento será executado para a necessidade que temos.
Todo evento nada mais é do que uma forma de reunião: "a reunião
caracteriza-se como o embrião de todos os tipos de eventos. Trata-se do encontro
de duas ou mais pessoas, a fim de discutir, debater e solucionar questões sobre
determinado tema relacionado com suas áreas de atividade". (MEIRELLES,
1999,pág.30).
É pertinente, aqui, lembrarmos do autor Cândido Teobaldo de Souza
Andrade, em “Como administrar reuniões”, in Meirelles (1999, pág. 25) que
apresenta a tipologia dos eventos tendo como embrião a reunião; e classifica-a em:
dialogal: baseada na informação, no questionamento e na discussão -
palestra, conferência, seminário, simpósio, convenção, entrevista, entre
outros.
coloquial: baseada no entretenimento, no lazer, na aproximação entre
as pessoas e na confraternização - coquetel, café da manhã, almoço,
jantar, brunch, happy hour, entre outros
competitiva: concurso, torneios, entre outros
expositiva e demonstrativa: feira, salão, mostra, exposição, desfile,
lançamento de produtos, inauguração, entre outros.
45
Em relação à classificação por categoria, Melo Neto (1999, p. 25) retrata uma
gama de eventos, podendo assim ser resumido: Eventos especiais, de participação,
permanentes, esporádicos, únicos, de oportunidade, de massa, de nicho,
promocionais de marca, promocionais de produtos e serviços, locais, regionalizados
e globais.
O mais importante dessas classificações é ter a informação correta para se
planejar um evento de acordo com o objetivo.
Martins (1999, p. 77-81) quanto à definição dos eventos, o autor adota a
tipologia dos eventos como sendo:
Ciclo de palestras: é uma série de palestras, que tanto pode ser um assunto
desdobrado em várias apresentações como vários assuntos que se
complementam.Igualmente, pode ser ministrado por um ou vários palestrantes,
especialistas no assunto.
Conferência: é uma reunião formal, em que um especialista desenvolve
determinado tema sobre o qual tem amplo domínio. Ao final de sua exposição,
responde perguntas.
Congresso: são reuniões promovidas por entidades de classe ou
associações diversas, para apreciação, estudos, debates de interesses de seus
participantes ou sobre algum ramo de conhecimento que queira criar, desenvolver
ou colaborar. Normalmente, o congresso se desenvolve em módulos ou sessões
organizados de diversas formas: mesas-redondas, sessões plenárias, reuniões de
comissões mistas, subcomissões, subgrupos ou grupos de trabalhos.
Convenção: é o esforço de um determinado agrupamento social.
Normalmente, busca a integração, o conhecimento recíproco dos seus participantes,
a homogeneização de procedimentos, comportamentos ou informações destinadas
ao público interno de uma instituição ou organização.
Fórum: destinado, exclusivamente, às pessoas que dominem o assunto a ser
tratado. O participante poderá debater com liberdade suas posições, sem restrições
quanto à quantidade de participantes. Existe um mediador para garantir a
46
participação livre dos interessados, direcionando-os na busca do consenso e no
registro de opiniões significativas.
Palestra: uma pessoa, conhecida como palestrante, propõe-se ou concorda
em levar aos ouvintes o seu conhecimento, a sua experiência ou o seu
entendimento sobre determinado assunto. Não existe uma regra fixa quanto ao
tempo de duração e a participação do público. Normalmente, realiza-se no intervalo
de 30 e 60 minutos, com ou sem perguntas durante a exposição. O comum é que
perguntas ocorram após o término da palestra.
Recepção: reunião rápida e simples de se organizar e de baixo custo. Na
maioria das vezes, é feita na própria instalação (residência, escola, escritório,
empresa) ou, em clubes, objetivando atender às necessidades e às satisfações
pessoais ou sociais.
Reunião: é o encontro de duas ou mais pessoas para o exercício de alguma
atividade. Elas podem ser formais ou informais.
Seminário: destinado a pessoas que apresentem praticamente o mesmo
nível de conhecimento. Os participantes têm prévio conhecimento do que será
tratado. Divide-se em três fases: Exposição, discussão e conclusão.
Simpósio: os expositores debatem os assuntos com o público assistente,
dentro de normas pré-estabelecidas.
Solenidade: normalmente é um evento que consegue concentrar muitas
pessoas. Não raro, destina-se a homenagens que prevêem a entrega de prêmios, de
placas comemorativas, prática de discursos, etc.
Workshop: na verdade, trata-se de uma “loja de trabalho”, cuja finalidade é
promover o aprendizado de forma prática.
47
Quando tratamos de eventos baseados em “reuniões sociais”, como happy
hour, almoço e jantar, adotaremos as definições de Meirelles (1999) como:
Happy Hour: empresarialmente, trata-se de um evento caracterizado por um
drink, sempre ao final da tarde, utilizado como política de entrosamento da empresa.
É dirigido a um número limitado de participantes, que se reúnem em local adequado
- bar, galerias, restaurantes -, objetivando a otimização do relacionamento, entre
drinks, canapés e uma boa conversa.
Almoço ou jantar: evento utilizado para comemorações, confraternizações e
consolidação entre parceiros empresariais. O jantar é mais formal do que o almoço,
exigindo uma forma mais elaborada, com planejamento e cerimonial adequados à
ocasião.
Treinamento e cursos: neste estudo adotaremos, o referencial teórico de
treinamento e cursos, como sendo, segundo “Borges-Andrade e Abbad (1996), “o
esforço despendido pelas organizações para propiciar oportunidades de
aprendizagem aos participantes”.
2.1.3 – TURISMO DE NEGÓCIOS
Uma das principais áreas responsáveis por alavancar este crescimento é a de
Turismo de Negócios. A competitividade é grande na disputa do turismo de negócios
pelos envolvidos e pelo grande movimento de pessoas e valores gerados. Ao entrar
nessa disputa, é necessário ter sempre em mente a necessidade de
profissionalização e ações macros - visto que a atividade turística vive e sobrevive
integradamente – e que vários atores, direta e indiretamente, ligados ao turismo –
agindo em sinergia – dêem a sua cota de participação, vendendo, assim, o núcleo
receptor em bloco.
Cabe: juntar associações, entidades, governo, comunidade e empresariado,
visando atrair parcela de turistas o ano todo e ampliar imagem e mercado.
48
O fomento a eventos pode ser muito variado e abrangente, abarcando todo o
tipo de atividades industriais, comerciais, e áreas da prestação de serviços.
O marketing que alavanca todos esses serviços é altamente específico,
necessitando de mecanismos variados e ampla conscientização de que o turismo de
negócios é uma das principais molas ao negócio do turismo.
O foco de um turista de negócios é completamente diferente de um turista a
lazer, já que sempre haverá um motivo, além do lazer, para o deslocamento, porém,
freqüentemente, vemos empresas sendo atendidas da mesma forma por agências
de viagens.
O turista de lazer viaja sob a condição de usufruir de momentos de descanso,
de férias, sendo que sua motivação de viagem é pessoal e não imposta; o turista de
negócios viaja sob a condição alheia a sua vontade. Viagens de negócios são
pautadas na necessidade do viajante de estar em determinado compromisso,
reunião ou treinamento.
Os funcionários de empresas, empresários e profissionais liberais de todas as
áreas e estudantes de modo geral, têm necessidade de participar de feiras,
congressos e outros eventos a fim de terem seus conhecimentos atualizados e
promoverem o intercâmbio comercial, além de prospectarem novos negócios nesses
encontros.
O crescimento do turismo de eventos e negócios é notório envolvendo cada
vez mais os vários segmentos do turismo ligados a eles. Um exemplo disso
acontece na hotelaria.
Como em outros segmentos da atividade turística, a principal tendência
verificada internacionalmente no turismo de negócios é a segmentação crescente da
demanda. Nesse processo, e de acordo com especialistas como Davidson, Riddle e
Lawson, já mencionados neste texto, devem ser destacadas as seguintes
mudanças:
• Incremento da participação das mulheres no turismo de negócios; elas já
respondem por cerca de 20% desse tipo de viagens. Este fato impõe novo desenho
para instalações hoteleiras (olhos mágicos nos quartos para maior segurança, mais
espaço para bagagens) e novos serviços suplementares, como, por exemplo, salões
de beleza abertos por mais tempo e excursões ou atividades culturais seguras e
voltadas particularmente para o público feminino.
49
• Aumento da proporção de turistas de negócios que viajam acompanhados
de suas famílias. Isso abre a possibilidade de novas ofertas para crianças e
cônjuges que praticam o turismo de lazer, enquanto esposas ou maridos participam
de reuniões profissionais.
• Transformação de resorts focados no turismo de lazer em conference
resorts, isto é, em unidades capazes de abrigar também o turismo de eventos.
• Investimento em instalações de suporte não apenas em centros de
convenções, mas também, em hotéis e pousadas: auditórios e salas de reunião com
isolamento acústico, iluminação, climatização, equipamentos de audiovisual, acesso
à internet, fax, etc. A miniaturização e a portabilidade crescentes dos equipamentos
eletrônicos pessoais (lap-tops, agendas, impressoras) exigem também modificações
nos quartos e apartamentos da rede hoteleira (pontos de rede, dupla voltagem).
• Obtenção de maiores taxas de utilização das instalações de suporte com
seu uso alternativo para a realização de banquetes, casamentos, recepções, shows
de moda, exibições de arte, feiras de antiguidade, leilões, demonstrações de
produtos e outras atividades.
• Desenvolvimento de programas específicos de fidelização e customização
de serviços por parte de companhias aéreas e redes de hotéis, com promoções
destinadas aos turistas de negócios que viajam mais freqüentemente.
• Crescimento de companhias operadoras e agências de viagens
especializadas no segmento, que têm, inclusive, implantado escritórios de serviços
no interior das principais organizações demandantes (agency-in-plant). Essa
tendência reflete o fato de que grandes companhias que demandam turismo de
negócio têm em viagens e serviços associados a um item mais que significativo de
seus custos. Isso leva à necessidade de racionalizar gastos, inclusive fazendo uso
de especialistas internos (in-company travelmanagement) ou externos (travel
management services) – Davidson, (1993, p. 170).
50
• Flexibilização dos horários de check-in e check-out em hotéis, de modo a
prolongar a permanência do turista de negócios e, por conseqüência, estimular sua
prática de turismo secundário.
• Desenvolvimento do airport business tourism, com a implantação de
hotelaria para estadas de curtíssima duração, centros de negócios com acesso à
internet, academias de ginástica e shopping centers nos próprios aeroportos. Esse
tipo de oferta é importante para atrair reuniões de trabalho que não se estendem por
mais que um dia; as instalações nos próprios aeroportos permitem que os
profissionais envolvidos não percam tempo e dinheiro com deslocamentos urbanos
desnecessários. A exploração desse nicho aumenta o faturamento da estrutura
aeroportuária e reforça o próprio aeroporto em questão.
A área de eventos dentro de um hotel é de grande importância. Por meio
desse produto, ferramenta estratégica do marketing hoteleiro, o hotel pode tornar-se
mais conhecido, alavancar novos negócios e, conseqüentemente, incrementar as
receitas e as taxas de ocupação.
Atualmente, é difícil um hotel ser construído sem um espaço adequado para
abrigar eventos. O Centro de Convenções passou a ser um produto indispensável
para a sobrevivência dos hotéis nas principais cidades do mundo e fundamental
para solução do problema de sazonalidade.
E dessa forma, os eventos surgem e se efetivam na solução do problema de
certos núcleos incapazes de garantir níveis de desempenho que mantivessem o
equilíbrio da rentabilidade de seus centros comerciais e de investimentos durante
todo o ano.
A hotelaria investe consideravelmente e estrategicamente no setor e, os
núcleos, potencialmente turísticos, passaram a entender a importância dos eventos
como alavancador da demanda turística.
A melhor testemunha da tomada de consciência da importância do turismo de
negócios reside na multiplicação das instalações e dos serviços oferecidos aos
organizadores de reuniões empresariais dentro dos padrões de qualidade
internacionalmente exigidos.
51
Um expressivo fator em destaque é a importância dos fenômenos dos
congressos, feiras, convenções de vendas evidenciada através do êxito do turismo
de negócios no mundo, do conjunto de estudos aos quais esse turismo deu curso,
do número de órgãos nacionais e internacionais criados e do fluxo das publicações
decorrentes.
A geração de eventos é o resultado natural de uma empresa ou instituição na
busca da comunicação com o seu público, considerando-se o evento um processo
que também envolve aspectos comerciais, fica evidenciado sua força, levando as
empresas de todos os segmentos, incluso os meios de hospedagem a investir cada
vez mais suas estratégias comerciais e de ações de marketing nesse foco especifico
para atingir seus objetivos e metas financeiras.
2.2 MARKETING DE SERVIÇOS
Derivada da palavra Grega “strategos” = general, a estratégia tem como
finalidade estabelecer os programas de ação para alcançar os objetivos e desafios
estabelecidos (STEINER -1969).
Atualmente, pode-se afirmar que a prestação de serviços está ocupando
grande parte da concentração de empresas mundiais e o setor turístico é um dos
segmentos que mais avança dentro deste mercado. Em função disso, torna-se
prioritário que cada empresa concentre seus esforços em clientes que melhor possa
atender.
Esse estágio, de acordo com Lovelock (2003), corresponde ao marketing de
foco, isto é, fornecer um composto de produtos / serviços para um determinado
segmento de mercado.
Nessa mesma linha de raciocínio, Kotler (1998) considera que as empresas
estão adotando o marketing de mercado-alvo como forma de identificar melhor as
oportunidades de mercado e de desenvolver composto de marketing mais ajustado
às necessidades e perfis dos consumidores; ao invés de dispersar seus esforços de
marketing, os vendedores podem focalizá-los na direção dos compradores com
52
melhor chance de satisfazer o cliente. A adoção de marketing de mercado-alvo, na
concepção de Kotler (1998), exige três etapas importantes: 1) segmentos de
mercado, 2) escolha de mercado-alvo e 3) posicionamento de mercado.
- Primeira etapa: a segmentação eficaz do mercado deve agrupar os
compradores de maneira que resultem em similaridade dentre cada segmento e
dissimilaridade entre cada um dos segmentos de mercado.
- Segunda etapa, a empresa deve, prioritariamente, identificar o mercado
sobre o qual deseja concorrer e, nesse mercado, definir uma estratégia de presença.
O objetivo é definir o mercado de referência do ponto de vista do consumidor e sobre
esse mercado de referências desenvolverem estratégias de posicionamento de
marketing.
- Terceira etapa, as empresas utilizam estratégias de posicionamento para
distinguir seus produtos e serviços dos concorrentes para projetar comunicações
que transmitam sua posição desejada.
O posicionamento consiste em desenhar a imagem de uma empresa de forma
que o mercado-alvo compreenda e aprecie o que uma empresa oferece a mais, em
relação a seus concorrentes. Nesse sentido, consideram-se aspectos de como uma
organização deseja ser percebida e as mensagens que os clientes associam a ela
como organização.
Aaker (1998) considera que o posicionamento de marketing está
estreitamente ligado aos conceitos de imagem e associação. Associação de uma
empresa ou de marca é algo ligado a uma imagem na memória; por sua vez, uma
imagem da empresa ou de marca é um conjunto de associações, usualmente
organizadas, de alguma forma significativa. Uma associação e uma imagem
representam ambas percepções que podem ou não refletir a realidade objetiva.
Portanto, a imagem do produto ou serviço da empresa emerge do nome, da
aparência, do design da sua embalagem, entre outros, todos esses aspectos visam
a transmitir para o consumidor os benefícios derivados do produto ou serviço.
Lovelock (2003) enfatiza que o processo de posicionamento de marketing
envolve o estabelecimento de um lugar distinto nas mentes dos clientes com relação
53
a produtos concorrentes. Ainda, apresenta quatro princípios, sobre os quais se
sustenta esse processo:
1. definir uma posição nas mentes dos públicos-alvos;
2. a posição deve situar a empresa à parte de suas concorrentes;
3. a posição deve ser singular, fornecendo uma mensagem simples e
consistente;
4. a empresa precisa focar seus esforços, não pode ser todas as coisas
para todas as pessoas.
Para Kotler (1998), o resultado final do posicionamento é a criação bem-
sucedida de uma proposição de valor focada no mercado, uma declaração simples
do motivo pelo qual o mercado-alvo deve comprar o produto. Para adotar a
estratégia de posicionamento focada, a empresa deve decidir quantas e que
diferenças promoverem a seus consumidores-alvos. Numa sociedade super
comunicativa, uma empresa tem de criar uma imagem que leve em consideração
não apenas os pontos fortes e fracos da empresa, mas também, os dos
concorrentes.
O posicionamento está ligado ao problema do composto de marketing
(produto, preço, praça e promoção), em virtude de que o composto de marketing,
segundo Kotler (1998, p.268), consiste, essencialmente, na elaboração dos detalhes
táticos das estratégias de posicionamento. Nesse sentido, para desenvolver e
projetar uma imagem consistente, com base em atributos de alta qualidade e
credibilidade, a empresa deverá preocupar-se em desenvolver cada um dos itens do
composto de marketing a fim de garantir a imagem que se pretende projetar; ou seja,
deverá fabricar produtos ou oferecer serviços de qualidade comprovada, cobrar
preços acima da média, distribuir por meio de vendedores de alta classe e anunciar
em revistas ou meios informativos conceituados.
As vantagens competitivas, que uma empresa desenvolver, como tecnologias,
custos reduzidos, alta qualidade e serviço, devem ser eficazmente comunicadas a
54
partir de estratégias claras de posicionamento. Para isso, é preciso utilizar sinais
físicos, imagens ou pistas que ajudem o consumidor no reconhecimento da
vantagem oferecida. Assim, a imagem da qualidade do produto é julgada a partir da
qualidade da embalagem, da etiqueta, distribuição, propaganda e promoção, dos
prospectos para utilização, do atendimento pós-venda e outros sinais.
Pode-se afirmar que o posicionamento de marketing está muito ligado à
transmissão da imagem da empresa ou do produto na mente do consumidor, ou
seja, colocam-se os valores identificados no mercado em linguagem e imagens
visuais claras com enfoque em lugar específico na mente do consumidor. Três
elementos devem ficar claros na comunicação: quem é a empresa (identificação da
empresa no contexto competitivo); o que vende (definição da oferta de mercado,
envolvendo aspectos tangíveis e intangíveis, benefícios funcionais ou psicológicos);
a quem vende (escolha do mercado-alvo sobre o qual se projetará a oferta).
A identificação de segmentos - alvo, a avaliação desses segmentos segundo
sua atratividade e a identificação das capacidades competitivas da empresa
conduzem-na a uma oferta diferenciada, ou seja, permitem que a empresa ofereça
para o mercado-alvo um produto ou marca que se distingue dos demais
concorrentes em termos de características e/ou custos.
Kotler (1998) formula seis alternativas ou "estratégias de posicionamento do
produto" no seu segmento de mercado:
1. posicionamento por atributo: ocorre quando uma empresa estabelece
seu posicionamento com base na performance do produto em alguns
atributos específicos, tangíveis ou abstratos;
2. posicionamento por benefícios: apresenta não apenas os resultados de
desempenho do produto em certos atributos, mas também os
benefícios que eles apresentam. Aqui, o produto é posicionado como
líder em determinado benefício;
3. posicionamento por uso e aplicação: apresenta o produto como mais
apropriado para ser usado ou aplicado em uma situação específica;
55
4. posicionamento por usuário: associa o produto a uma determinada
categoria de usuário, com base em características como estilo de vida,
traços de personalidade, história de vida etc.;
5. posicionamento por concorrente: compara de forma implícita ou
explícita, o produto ou marca com um concorrente, buscando facilitar a
compreensão do posicionamento, ou situar-se como uma alternativa
melhor que a do concorrente;
6. posicionamento por categoria de produto: o produto é posicionado
como líder em determinada categoria do produto; é mais usado quando
se trata de novos produtos, visto que permite enfatizar as diferenças de
características entre ele e os demais produtos existentes no mercado.
Na literatura pesquisada, existe consenso ao se afirmar que uma empresa
deve promover apenas um benefício para o mercado-alvo, ou seja, desenvolver uma
proposição única de venda, escolhendo um atributo para cada produto ou marca e
enfatizá-la, promovendo-o como o “número um” nesse atributo, pois, conforme Kotler
(1998), os compradores tendem a lembrar das mensagens "número um"
principalmente numa sociedade de comunicação excessiva.
A eficácia de uma estratégica de marketing implica o desenvolvimento de um
programa de comunicação; segundo Lambin (1995), este programa deve apoiar-se
em diferentes ferramentas de comunicação para transmitir e definir o
posicionamento pretendido pela empresa.
A comunicação de marketing refere-se ao conjunto de sinais emitidos pela
empresa a seu público-alvo, com a finalidade de superar um hiato de consciência,
imagem ou preferência desse mercado.
O composto de comunicação de marketing, também denominado, segundo
Kotler (1998), composto promocional, compreende uma combinação de diversos
elementos, cuja função principal é a comunicação persuasiva. Na prática, a
promoção é um conjunto de atividades destinadas à informação, persuasão e
influência sobre o cliente, na qual se incluem as atividades de propaganda,
promoção de vendas, vendas pessoais e relações públicas.
56
Atualmente, pode-se afirmar que as práticas de promoção têm mudado
drasticamente, visando a melhorar as transações e aumentar a intimidade com os
clientes, enfatizando o relacionamento a longo prazo. Assim, os consumidores estão
em busca de valores proporcionados por empresas que tenham produtos de ponta;
que sejam livres de transações frenéticas e ao mesmo tempo tenham preços
competitivos.
Para o caso específico das agências de viagens, elas podem utilizar vários
instrumentos do composto promocional: propaganda, publicidade, promoção de
venda, relações públicas e venda pessoal. Desses elementos, três deles
(propaganda, promoção de vendas e relações públicas) são conhecidos por usar
direta ou indiretamente a venda em massa, porque são usados para atingir grupos
de compradores em potencial. Porém, Kuazaqui (2000, p.127) considera que as
agências de viagens, por venderem produtos e/ou serviços que implicam alto grau
de envolvimento emocional, devem dar especial atenção ao relacionamento com o
cliente e à comunicação informal ou boca-a-boca. Esse tipo de comunicação advém
de fontes pessoais e tem especial importância em serviços, sendo que os
compradores de serviços confiam fortemente nas fontes pessoais em lugar das não-
pessoais para reduzir o risco associado com o intangível.
As influências nas decisões de viagens vão muito além da comunicação
formal, inclinações a respeito de viagens são também afetados por amigos, parentes
e conhecidos que tenham experimentado serviços oferecidos num destino. Muito do
que é comunicado a viajantes, em perspectiva, envolve informações “de boca” e, se
são positivas / negativas, são resultados diretos do grau de satisfação derivados
dessa visita (IKEDA, 2000, p.64).
A propaganda pode ser definida como todo incentivo não-gratuito com o
objetivo de divulgar produtos, serviços ou idéias. Tem por objetivo principal vendê-
los diretamente e funciona como grande iniciador de vendas, como uma agência
divulgando seus pacotes de final de ano.
Na indústria de turismo, os consumidores tendem a responder mais
prontamente a anúncios que incorporem proposições de vendas tangíveis, do que
aqueles meramente persuasivos; ou seja, os anúncios de conteúdo factual e
informativo são bem recebidos. Assim, Cobra (2001, p.235) enfatiza que a
propaganda mais poderosa é aquela que descreve com objetividade e clareza a
oferta e os benefícios. A realidade de uma viagem turística constitui uma experiência
57
de concretização de algo idealizado, com diferentes aspectos subjetivos, cuja
intensidade varia de acordo com as motivações do comportamento turístico.
Dessa forma, para o turismo é importante que a propaganda seja fiel ao
produto turístico, ressaltando seus aspectos diferenciais, dando credibilidade à
empresa vendedora, sem supervalorizá-la, para não divulgar o que na realidade não
existe.
A complexidade da propaganda turística reside na variedade dos produtos a
serem comercializados, como parte integrante de um produto ou destinação turística.
Assim, Mota (2001) enfatiza o conhecimento profundo do público-alvo de uma
campanha publicitária turística, uma vez que ele apresenta diferentes motivações e
expectativas quanto ao mesmo produto ou destinação turística.
A publicidade é também um incentivo, tendo por objetivo tornar públicos
produtos, serviços, pessoas e empresas, sem necessariamente vendê-los
diretamente. Aqui, pode-se citar a título de exemplo, uma campanha da Embratur,
incentivando o turismo interno. Já as relações públicas visam a manter as boas
relações com determinados públicos de interesse; isto é, todos aqueles com os
quais a agência se relaciona, como governo e público interno.
A promoção de vendas de um produto turístico ou destinação turística envolve
um conjunto de medidas que objetivam acelerar o fluxo dos produtos em direção à
demanda turística. Enquanto a propaganda oferece uma razão para a compra, a
promoção de vendas oferece um incentivo à compra que visa a incentivar as vendas
em um curto período de tempo, como a degustação, sorteios, amostras, eventos,
festejos e similares. Na indústria do turismo, essas ferramentas podem e devem ser
utilizadas pelas empresas para otimizar as vendas, conforme a sucessão de datas e
eventos, em função, também, do destino turístico; consideram, assim, que épocas
de alta estação representam um meio “alavancador” de viagens e estadas de
hóspedes.
Por outro lado, a venda pessoal usa a interação personalizada entre o
vendedor e um comprador prospectivo; as atividades de venda pessoal incluem
comunicação face-a-face, telefone e interação eletrônica. Pode-se afirmar que os
vendedores desempenham um papel relevante na formação de relacionamento
duradouro da empresa com o cliente, levando em conta que eles têm considerável
influência na percepção do comprador em relação à credibilidade e o valor dos
serviços do vendedor, e conseqüentemente, no interesse do comprador na
58
continuidade do relacionamento. De acordo com Weitz & Bradford apud Ikeda (2000,
p.66), os compradores têm mais lealdade com os vendedores do que com as
empresas que os empregam.
De modo geral, a literatura pesquisada apresenta a imagem como sendo um
modelo, que significa nossas crenças e conhecimento de um fenômeno ou situação.
Na concepção de Normann (1993), a imagem tem uma grande importância na
influência que exerce no comportamento dos consumidores. Esse autor afirma que a
imagem é um instrumento de comunicação, uma ferramenta gerencial.
De acordo com Grönroos (1995), o que uma organização faz e aquilo que ela
relata sobre si própria tem um impacto significativo na percepção do cliente sobre a
mesma. A comunicação da empresa junto a outros fatores, como a qualidade técnica
dos serviços, molda a imagem da organização na mente dos clientes, dos clientes
potenciais e outros públicos.
Em termos de valor, Grönroos (1995) afirma que “a imagem representa os
valores dos clientes existentes, dos clientes potenciais, dos clientes perdidos e de
outros grupos conectados à empresa. Do mesmo modo, a imagem percebida pode
variar em função do público ou grupo de indivíduos que está sendo focalizado”.
Considerando o impacto da imagem na percepção do cliente sobre a empresa,
suas comunicações e suas operações, Grönroos (1995), afirma, ainda, que:
o papel da imagem ocasiona três conseqüências. Primeiro, a imagem
transmite expectativas em conjunto com as campanhas externas de
marketing, compreendendo os anúncios, a venda pessoal e a
comunicação boca a boca. A imagem ajuda as pessoas a fazer uma
triagem da comunicação da empresa e da comunicação boca a boca.
Segundo, a imagem é um filtro que influencia a percepção das
operações da empresa e terceiro, a imagem é uma função das
experiências, assim como das expectativas do cliente. Os clientes
criam expectativas e se deparam com as operações da empresa;
nesse sentido, a percepção da qualidade percebida altera o resultado
da imagem
Se a qualidade percebida se iguala ou supera as expectativas dos clientes, a
imagem pode ser reforçada ou melhorada.
De modo geral, observa-se que as questões que envolvem o gerenciamento
da imagem representam um conjunto de tarefas ou atividades complexas e requer
uma análise detalhada das razões subjacentes à natureza dos problemas relativos à
imagem de uma empresa de serviços.
59
2.2.1 INSTRUMENTOS DE COMERCIALIZAÇÃO E VENDAS
As empresas, pesquisando e estudando as motivações do consumo, as
empresas procuram produzir bens e serviços que atendam ao público-alvo e, por
meio da utilização das ferramentas de marketing, que as empresas buscam
conquistar e fidelizar seus clientes.
Segundo Cobra (1997, p.27), tradicionalmente, o marketing conta com quatro
instrumentos básicos de ação : 1) comunicação com o público (propaganda na mídia
impressa, eletrônica, promoção em pontos-de-venda, sorteios, brindes,
merchandising, mala-direta, etc); 2) distribuição eficiente e ágil; 3) escolha do preço
certo para estes produtos; 4) produção de bens e serviços que atendam aos desejos
do público.
Segundo McCarthy e Perreault (1996, p. 101),
os responsáveis pelo marketing enfrentam decisões difíceis para
selecionar mercados – alvos e administrar compostos de marketing.
Raramente eles têm todas as informações que gostariam, mas não
precisam confiar apenas na intuição. Geralmente podem obter boas
informações para melhorar a qualidade de suas decisões. Os
responsáveis pelo marketing lidam com ambientes altamente
mutantes. Os dados disponíveis nem sempre são adequados para
responder às questões detalhadas que surgem. Por isso, um projeto
de pesquisa de marketing pode ser exigido para reunir novas
informações.
Esses autores, McCarthy e Perreault, afirmam, ainda, que “a pesquisa de
marketing deve ser orientada pelo método científico. A abordagem científica para
resolver problemas de marketing envolve cinco etapas: definição do problema,
análise da situação, obtenção de dados específicos sobre o problema, interpretação
de dados e solução do problema”.
1) Definição do problema: freqüentemente, a definição do problema é a
etapa mais difícil do processo de pesquisa de marketing. O modelo
de planejamento estratégico é útil para orientar a etapa de definição
do problema, bem como o processo de pesquisa de marketing
60
completo. Se tal modelo, os pesquisadores de marketing podem
desperdiçar tempo de dinheiro trabalhando com o problema errado.
2) Análise da situação: quando o gerente de marketing considera que o
problema real está começando a surgir, é útil uma análise da
situação, que é um estudo informal sobre as informações já
disponíveis sobre o problema. Ele pode ajudar a definir o problema e
a especificar que informações adicionais são necessárias.
3) Obtenção de dados específicos sobre o problema: a próxima etapa é
planejar um projeto de pesquisa formal para a coleta de dados
primários. Há métodos diferentes para a coleta de dados (primários).
A melhor abordagem depende da natureza do problema e de quanto
tempo e dinheiro estão disponíveis.
4) Interpretação de dados: após a coleta dos dados, eles devem ser
analisados para se decidir o que significam. Geralmente, na
pesquisa quantitativa, esta etapa elvolve estatística. A tabulação
cruzada é uma das abordagens mais freqüentemente usadas na
análise e interpretação dos dados de uma pesquisa de marketing.
Ela mostra o relacionamento das respostas de duas questões
diferentes.
5) Solução do problema: os gerentes usam os resultados da pesquisa
para tomar decisões de marketing. Quando o processo de pesquisa
é concluído, o gerente de marketing deve estar em condições de
aplicar as constatações no planejamento estratégico de marketing –
a escolha do mercado – alvo ou do composto de marketing para os
quatros Ps – Preço, Promoção, Ponto de Venda e Produto. Se a
pesquisa não fornecer informações que ajudem a orientar essas
decisões, a empresa desperdiçou tempo e dinheiro.
Kotler, (1998, p. 383) classifica os produtos em cinco níveis que
acrescentam mais valor para o consumidor e possuem características distintas:
61
Benefício: corresponde ao serviço ou benefício fundamental que o
consumidor está comprando. Exemplo: um hóspede de hotel compra
tranqüilidade e repouso;
Genérico: neste caso, o benefício é transformado em um produto
básico. Exemplo: o referido hotel oferece cama, toalha, armário, etc;
Esperado: a empresa prepara um produto esperado, ou seja, um
conjunto de atributos e condições que os consumidores concordam
quando compram esses produtos. Exemplo: nesse caso, o hóspede
espera cama arrumada, toalhas limpas;
Ampliado: a empresa prepara um produto ampliado que atenda aos
desejos dos consumidores além de suas expectativas. Exemplo: o
referido hotel amplia seu produto incluindo serviço de quarto especial,
flores naturais, check-in e check-out rápidos, etc.
Potencial: envolve todas as ampliações e transformações que o
produto deve sofrer no futuro. É nesse nível que as empresas buscam
por novas maneiras de satisfazer aos consumidores e distinguir suas
ofertas. Exemplo, um hotel-suíte, onde o hóspede ocupa um conjunto
de dependências que representa a transformação inovadora do
produto hotel tradicional.
Segundo Levitt (1969, p. 2), atualmente, a concorrência, em geral, ocorre no
nível ampliado, não estando entre o que as empresas produzem em suas fábricas,
mas entre o que acrescentam a seus produtos sob a forma de armazenagem,
condições de entrega, embalagem, financiamento, propaganda, serviços, sugestão
de consumidor, etc. Porém devem ser feitas algumas considerações sobre o produto
ampliado: custo extra, expectativas dos consumidores e preço baixo para produto
básico.
62
Segundo Kotler e Armstrong (1995, p. 190), “os produtos são divididos em
duas grandes classes”, conforme podemos verificar na citação abaixo:
Produtos de Consumo: são aqueles comprados pelo consumidor para seu
consumo pessoal, incluindo: produtos de conveniência: comprados com
freqüência, tendo preço baixo e alta disponibilidade, sendo subdivididos em
produtos de primeira necessidade (exemplo: creme dental), produtos de
impulso (exemplo: balas), produtos de emergência (exemplo:
medicamentos), produtos de comparação (exemplo: eletrodomésticos,
roupas e móveis), produtos de especialidade (exemplo: marcas e modelos
específicos de carros) e produtos não-procurados (exemplo: seguro de vida
e doação de sangue).
Produtos Industriais: são os produtos comprados para serem processados
posteriormente ou usados na condução de um negócio. Há três grupos de
produtos industriais: itens de capital (exemplo: equipamentos acessórios,
equipamentos de escritório, equipamentos fixos e instalações); materiais e
peças (exemplo: matéria prima, materiais manufaturados e peças);
suprimentos e serviços (exemplo: carvão, consultoria jurídica, lápis,
lubrificantes, papel, prego, propaganda e tinta)
Segundo Las Casas (2001, p. 192), muitas decisões de compra são feitas
com base nos preços dos produtos. A maioria dos consumidores possui desejos e
necessidades ilimitadas, porém, recursos limitados. A alocação destes recursos de
forma eficiente otimizará a satisfação dos indivíduos de uma sociedade. O
comprador, portanto, de modo geral, somente comprará algum produto ou serviço se
o preço justificar o nível de satisfação que poderá derivar de sua compra.
O preço ajuda a dar valor às coisas e representa uma troca pelo esforço feito
pela empresa vendedora por meio da alocação de recursos, capital e mão-de-obra e
manufatura dos produtos comercializados. Os preços para os “mercadólogos” são
muito importantes, pois além de representar o retorno dos investimentos feito no
negócio constituem-se em indispensável ferramenta mercadológica. Uma boa
determinação dos preços poderá levar uma empresa ao desenvolvimento e
lucratividade.
Além de decisões internas para cálculo do preço ideal, outros aspectos são
de extrema importância e, normalmente, estão fora de controle dos administradores.
Os preços, por exemplo, estão sujeitos à lei de oferta e procura. Quando os produtos
são desejados e escassos, os preços tendem a subir para proporcionar o equilíbrio
63
entre produção e consumo; se a oferta, porém, é maior que a procura, os preços
tendem a diminuir para chegar ao desejado equilíbrio.
Tipicamente, a relação dos principais objetivos para determinação de preços
inclui: acelerar a saída da concorrência, adicionar valor ao produto, ampliar a fatia de
mercado, crescer, criar interesse pelo produto, desencorajar concorrência,
desencorajar concorrentes para redução de preços, estabilizar o mercado, evitar
controle e investigação do governo, gerar tráfego, manter lealdade de intermediários
e ganhar seu apoio para vendas, manter liderança de preço, maximizar o lucro no
curto prazo, maximizar o lucro no longo prazo, melhorar a imagem da empresa e de
seus produtos, obter lucratividade máxima para a linha de produto, obter retorno do
investimento, recuperar o investimento, ser considerado honesto e confiável pelos
concorrentes, vender produtos fracos.
Segundo Las Casas (2001, p. 215), um bom produto e um preço adequado
não são suficientes para assegurar vendas. É necessária também a existência de
uma forma eficiente de conduzir os produtos até os compradores finais. Caso
contrário, o plano de marketing será deficiente, pois os consumidores estão
acostumados e, muitas vezes, exigem comprar seus produtos em locais que lhes
sejam acessíveis e convenientes, além de disponíveis quando eles necessitam.
Através do sistema de distribuição, o marketing proporciona utilidade de lugar
e de tempo. Os fabricantes elegem os distribuidores de tal modo que possam vender
seus produtos nos locais certos e também no tempo certo.
O sistema de distribuição a ser determinado por um administrador de
marketing fará, portanto, parte do pacote de utilidade ou satisfações que os
consumidores receberão com a compra do produto. A colocação de produtos em
estabelecimentos apropriados e em épocas certas, a preços acessíveis ao
consumidor visado é, portanto, determinante para o sucesso de uma estratégia
mercadológica.
A colocação de produtos em estabelecimentos apropriados nem sempre é
tarefa fácil, exigindo às vezes reformulações até mesmo na estratégia geral de
marketing. Um produto dirigido a algum mercado sofisticado de consumidores pode
exigir um canal de distribuição seletivo e, o sucesso da estratégia de distribuição
dependerá da cooperação que a empresa receber destes intermediários envolvidos.
64
Além das decisões sobre que tipo de intermediário usar para levar os
produtos até o consumidor, o administrador deve pensar na forma como fará a
administração de seus estoques para ter os produtos disponíveis no momento certo.
Não deve haver falta de produtos quando um cliente faz algum pedido, pois
isto é prejudicial para os negócios futuros da empresa.
Cabe, portanto, ressaltar as principais diferenças nas atividades do composto
de distribuição, tais como:
A. Canal de distribuição: caminho percorrido pelas mercadorias desde o
produtor até o consumidor, considerando as empresas existentes para
a distribuição dos produtos, desde o fabricante até o consumidor,
incluindo agentes, varejistas e atacadistas.
B. Movimentação física: atividades relativas a movimentação eficiente
de produtos do final da linha de produção até o consumidor final,
incluindo os serviços logísticos (exemplo: armazenamento, controle de
estoques, fretamento, localização de fábrica, manuseio,
processamento de pedidos, etc).
C. Propaganda: segundo a Associação Americana de Marketing, é
qualquer forma paga de apresentação não pessoal de idéias, produtos
ou serviços, levada a efeito por um patrocinador identificado. A
propaganda também é de extrema importância para a atividade
mercadológica. Por meio dela, as empresas podem manter cooperação
de seus intermediários, familiarizar seus clientes com o uso dos
produtos fabricados, criar imagem de credibilidade, lançar novos
produtos, estimular demanda, criar lealdade de marca, enfatizar
características dos produtos, entre outros propósitos.
A propaganda pode ser promocional ou institucional: propaganda promocional
visa estimular a venda imediata, enquanto a institucional visa divulgar a imagem de
empresas ou marcas de produtos, com a intenção de venda imediata.
65
Segundo McCarthy e Perreault (1996, p. 243), vender é muito mais do que
livrar-se do produto. De fato, o vendedor que não recebe orientações estratégicas
pode ter que se tornar planejador estratégico para o mercado que atende.
Entretanto, seria ideal que o gerente de vendas e o gerente de marketing
trabalhassem juntos para estabelecer algumas orientações estratégicas: o tipo e o
número de vendedores necessários, o tipo de apresentação de vendas desejado e
as abordagens de seleção, treinamento e motivação.
As empresas devem desenvolver uma descrição de cargo para cada tarefa de
vendas. Por sua vez, ele fornece orientações para seleção, treinamento e
remuneração de vendedores. Nesse sentido, assim que o gerente de marketing
concorda com o plano básico e estabelece o orçamento, o gerente de vendas deve
implementar esse plano – incluindo a direção e o controle da força de vendas. Isso
inclui designar territórios de vendas e controlar o desempenho.
Também examinamos algumas técnicas básicas de vendas e identificamos
três tipos de apresentações de vendas. Cada uma com sua função – mas a
abordagem de consultoria de vendas parece melhor para os cargos de vendas de
nível mais elevado. Nesses cargos, a venda pessoal está atingindo um novo status
profissional devido à habilidade e à responsabilidade pessoal exigida do vendedor.
O tempo do ardoroso elogio gratuito já passou, dando lugar ao especialista criativo,
diligente, persuasivo, informado e altamente treinado – além de ter condições de
ajudar o comprador. Esse tipo de vendedor sempre tem sido – e, provavelmente,
sempre será – escasso e a demanda por vendedores de alto nível está crescendo.
Segundo a Associação Americana de Marketing, a promoção de vendas
abrange as atividades que suplementam as vendas pessoais e a propaganda
coordenando-as e ajudando a torná-las efetivas tais como o uso de amostras,
exposições, demonstrações e outros esforços que não estejam incluídos na rotina
diária. Nesse sentido, a promoção de vendas é uma atividade de apoio e deve estar
relacionada com as demais estratégias do composto de marketing. Ela deve atrair a
atenção e favorecer a ação dos consumidores à compra dos produtos.
Conforme a Associação Americana de Marketing, merchandising é: “uma
operação de planejamento necessária para se por no mercado o produto certo, no
lugar certo, no tempo certo, em quantidades certas e a preço certo”.
66
São consideradas operações de merchandising:
¾ Amostragem e demonstração de produtos no ponto-de-venda;
¾ Atenção de área de vendas compatíveis;
¾ Comunicação adequada nos locais;
¾ Exposição e apresentação adequadas dos produtos;
¾ Treinamento adequado nos locais;
¾ Verificação da data de validade dos produtos;
¾ Verificação do estado do material no ponto de venda;
¾ Verificação dos níveis de estoques;
¾ Verificação dos preços.
Relações públicas conforme o próprio nome sugere: relações com o público.
Segundo (Ferreira, 1995 pag. 78) “são procedimentos da administração,
sistematicamente estruturados, que se destinam a manter, promover, orientar e
estimular a formação de públicos, a fim de tornar possível a coexistência dos
interesses visados”. É a administração deste relacionamento com o objetivo de
causar uma imagem e um conceito favorável da empresa para maior eficiência.
Dessa forma, os clientes satisfeitos constituem-se no principal aspecto de
consideração do setor de relações públicas. Outro ponto de atenção nesta relação
esta na comunicação dirigida
Para Ferreira (2002, p.73) a comunicação dirigida pode ser trabalhada como
uma estratégia de comunicação pelas organizações, decorrente dos elementos que
a mesma utiliza para seu desenvolvimento, como:
67
Veículos escritos: correspondências (interna e externa), mala direta.;
manuais de empregados, de organização, de identidade visual e outros; publicações
que se destinam a um público determinado ou parte deste; relatórios, periódicos de
empresa, etc...
Veículos orais: telefone; intercomunicador; rádio-comunicação; alto-falante.
Veículos Aproximativos: - congressos, convenções, reuniões de informação
ou discussão;conferências, palestras, conversas, discurso, entrevistas, treinamento;
- visitas, feiras, exposição - eventos: culturais, esportivos, musicais, lançamento de
produtos; - acontecimentos especiais, inaugurações, shows, datas cívicas.
comemorações; - praça de esporte, auditório, biblioteca, museu, ambulatório,
estacionamento e demais dependências usadas pelos públicos.
Veículos auxiliares: - recursos visuais, auditivos e audiovisuais.
Um departamento de relações públicas constantemente se preocupa com a
imagem que causa em todas as atividades emanadas da empresa. Neste sentido é
importante a consideração também da própria ação mercadológica. Finalmente,
todos os associados a uma empresa têm que se transformar em relações públicas.
68
2.3 HOSPITALIDADE EM MEIOS DE HOSPEDAGEM
Alguns estudiosos, de modo geral, descrevem a hospitalidade como o estudo
de atividades de hotelaria e serviços relacionados ao turismo com ações ligadas ao
ato de recepcionar, hospedar, alimentar e entreter pessoas, outros preferem ampliar
os conceitos e explorar a hospitalidade em um sentido mais amplo que envolve a
tríade dos atos de dar – receber –e retribuir. Indiferentemente do contexto em que
estes atos estiverem envolvidos, o que nos mostra que qualquer estudo sobre
hospitalidade pode-se levar em conta a afirmação de Grinover (2002, p.26), onde o
conceito de hospitalidade estende-se para além dos limites de hotéis, restaurantes,
lojas ou estabelecimentos de entretenimento.
A hospitalidade é um conceito tão antigo quanto às formas mais remotas de
atividade social, tanto no Ocidente como no Oriente. Considerada como um atributo
de pessoas e de espaços, a hospitalidade era praticada por meio do acolhimento
aos estranhos, por um grande número de ordens religiosas, desde os primeiros
beneditinos da igreja católica, na Idade Média, que forneciam alojamento,
alimentação e proteção, nos conventos, abadias e confrarias de apoio e dos
mosteiros (WALKER, 2002).
Todavia, pensar sobre a hospitalidade pode essencialmente sugerir uma
tendência aos valores humanos intrínsecos. Mauss (1999, p. 20) dirige o olhar para
as reflexões fenomenológicas dos princípios da experiência humana, como a dádiva,
que apesar de ser característica encontrada de forma mais evidente nas sociedades
primitivas, é tão moderna e contemporânea, uma vez que todas as relações sociais
e comerciais pressupõem reciprocidade e confiança legítimas e primárias, em sua
totalidade.
A hospitalidade, portanto, poderia ser entendida como um processo
desenvolvimentista, de interação e troca, que possibilite o indivíduo a refletir sobre
um conjunto de princípios e valores, e não de aplicações detalhadas.
Outra característica da hospitalidade é seu caráter multidisciplinar, pois é uma
área de conhecimento que interage com várias ciências sociais já conhecidas, como
observa Cooper (2001, p. 109), em seu estudo sobre o turismo e hospitalidade. Ele
69
identificou diversas áreas no corpo do conhecimento do estudo do turismo como
educação, sociologia, psicologia, antropologia (relacionamento anfitrião-hóspede) e
administração de hotéis e restaurantes ( um dos papéis da hospitalidade no turismo).
Essencialmente, há necessidade de uma definição mais ampla, que permita
análises de atividades relacionadas com os domínios da hospitalidade em instâncias
sociais, privadas e comerciais (LASHLEY, 2004, p. 6).
Considerando estas definições e conceituações, talvez o mais importante
para se entender a hospitalidade seja perceber que se trata de um fenômeno
associado ao caráter humano que deve existir na relação de dois ou mais atores
que interagem ao buscar o “acolher” e ser “acolhido”.
De acordo com Camargo (2004, p. 40), nos esforços empreendidos pelos
estudiosos, podem-se verificar três escolas que dividem o estudo da hospitalidade: a
francesa, que se interessa apenas pelas hospitalidades: privada e social e que tem a
matriz maussiana na tríade do dar-receber-retribuir, ignorando a hospitalidade
comercial; a americana, baseada no contrato e na troca estabelecidos por agências
de viagens, operadoras, transportadoras, por hotéis e restaurantes; e a leitura
brasileira que busca a aplicação da teoria da hospitalidade ao turismo e à hotelaria.
A citação abaixo de Camargo (2004, p. 52-66), apresenta os tipos de
domínios de hospitalidade, o foco e recorte dessa dissertação irá apoiar-se
no domínio comercial:
.....
decorrem destes princípios supracitados os domínios da
hospitalidade como um conjunto de leis não escritas que
regulamentam os rituais sociais, onde destacamos”:
1. O Domínio Privado: o ato de receber em casa é o mais típico da
hospitalidade e o que envolve maior complexidade do ponto de vista
de ritos e significados.
2. O Domínio Social: é a hospitalidade que acontece nos cenários
sociais, em suas expectativas de interação humana, podendo ser
entendida tanto no cotidiano da vida urbana que privilegia os
residentes, quanto na dimensão turística e na dimensão política.
3. O Domínio Comercial: diz respeito à hospitalidade enquanto
atividade econômica e as modernas estruturas comerciais, criadas
em função do surgimento do turismo moderno e mais adequadas à
designação habitual de hotelaria e serviços de alimentos e bebidas.
70
É no domínio comercial, que, se confirma que nas grandes redes e cadeias
hoteleiras surgem cada vez mais estilos de hospitalidade, onde os meios de
hospedagem estão mais preocupados com a questão dos negócios, e erra no que
se refere a proporcionar aos hóspedes, um atendimento mais caloroso, em Guerrier
(2000, p. 66), percebe-se também tal preocupação, quando menciona os ambientes
menos calorosos e impessoais.
Quando pensamos em hotéis como um dos fornecedores da hospitalidade,
estamos nos concentrando nas formas correntes em que sempre forneceram comida
e acomodação para pessoas que se encontram fora do lar.
O importante é que a noção de hospitalidade nos leva a inferir que é preciso
criar um vínculo humano de maneira incondicional, de forma a valorizar o bem-estar
tanto do anfitrião quanto do hóspede. Segundo Albrecht (1998), até mesmo os
estudiosos de psicologia industrial e os teóricos da administração estão começando
a perceber um enfoque particularmente moderno do trabalho, especialmente nas
organizações de serviços, que envolvem uma relação entre o emocional e a
hospitalidade.
A hospitalidade comercial pode ser um dos meios de garantir a qualidade das
relações entre as pessoas que trabalham em uma empresa e seus clientes. As
organizações formais que ofertam serviços baseados em preceitos de hospitalidade
podem atrair novos clientes e manter os já existentes. A busca incessante da
fidelização de clientes pode contar com a hospitalidade comercial como sua aliada.
Uma maneira de garantir a existência e a permanência da hospitalidade
comercial em organizações formais pode ser por meio da comunicação interna entre
colaboradores e externa entre colaboradores e seus clientes. Este trabalho,
portanto, pretende mostrar que conhecer o cliente e com ele manter uma relação
pautada na real hospitalidade é a chave da manutenção da qualidade dos serviços
prestados por organizações formais.
Tomando por base Grinover (2002), por meio destas considerações, podemos
formular uma política de hospitalidade, fundamentada em diretrizes, estratégias,
objetivos e ações, a partir inclusive da noção de hospitalidade empregada em
diferentes contextos: na hospitalidade familiar, na hospitalidade na esfera do estado,
na acolhida em casa de saúde, em hospitais, em prisões, passando pela
71
hospitalidade “comercial”, que não está ligado a regra da gratuidade e da
reciprocidade.
A hospitalidade é uma troca contemporânea, idealizada para aumentar a
reciprocidade (bem-estar) entre as partes envolvidas, através da oferta de alimentos
e/ou bebidas e/ou acomodação” (NOOTTINGHAM, 1997)
Os meios de hospedagem ganharam uma dimensão mais humana ao
incorporar o conceito de hospitalidade em todos os seus procedimentos e
instalações, procurando ultrapassar os limites do formalismo e da padronização e
alcançar a simplicidade do receber bem, como se fosse receber em casa ou fazendo
tudo para que o hóspede se sinta em casa. É uma liturgia que, ao tempo em que
valoriza as singularidades do empreendimento, conserva e eleva a arte do bem
receber. A hospitalidade incorpora, entre outras, a exigência de que quem recebe
conheça o próprio território e a formação social do seu povo. Essa nova dimensão
do turismo pode valorizar os espaços do destino com toda a sua riqueza, para
deleite dos visitantes e satisfação de quem os recebe.
Os meios de hospedagem devem fornecer como premissa básica:
hospedagem, segurança, alimentação e lazer em todas as faixas etárias aos seus
clientes. Para isto, conta com um “conjunto de estruturas, serviços e atitudes que,
intrinsecamente relacionados, proporcionam bem-estar ao hóspede” que segundo
Cruz (2002), constitui os aspectos da indústria da hospitalidade. Essa autora
identifica a hospitalidade como tendo diversas dimensões: sociocultural, profissional
e espacial. Dentro desse conceito, no resort, a hospitalidade é profissional, porque é
“preparada, treinada e planejada”. Não pode ser amadora, mas precisa envolver
atitudes voluntárias dos colaboradores, ou seja, dos profissionais do resort, para que
atendam ao cliente de forma singular e demonstrando motivação e competência.
Os meios de hospedagem preocupados em oferecer um atendimento
diferenciado ao seu cliente, passa a considerar a hospedagem, alimentação,
segurança e lazer como um dos aspectos mais importantes da hospitalidade e não
somente um dos aspectos do atendimento voltados ao tratamento.
A necessidade de criação de um padrão de qualidade ofertada aos clientes
possibilita o aparecimento da hospitalidade.
Vários fatores influenciam na opinião do hospede sobre o hotel onde ele está
hospedado, que vai desde a cordialidade da própria comunidade local, até um
simples "bom dia" que o hospede ganha de um funcionário do hotel. Para grande
72
maioria dos turistas, a primeira impressão é a que fica. Todos que trabalham no
hotel devem ser bem treinados e conscientizados para a importância de um bom
atendimento, desde o carregador de malas (que geralmente é com quem o hospede
tem o primeiro contato), até o gerente.
Diante disso, muitos hotéis hoje estão começando a entender e aceitar a
necessidade da qualidade na prestação de seus serviços. Medidas começam a ser
tomadas em algumas redes hoteleiras em relação aos processos de qualidade, com
a implantação de normas e com a conscientização de todos os funcionários do hotel.
Para esses estabelecimentos, o conceito de hospitalidade tem de ser
trabalhado e algumas medidas organizacionais podem ser implantadas através de
treinamento permanente e/ou simples mudanças estruturais, porém, o que
realmente importa é o envolvimento de todos, fazendo com que cada funcionário
saiba exercer bem suas atividades, saber das atividades do outro e,
conseqüentemente, prestar um bom serviço.
Nesta pesquisa, que envolve um produto / evento, destinado ao público
estudante das Universidades e Faculdades de Turismo e Hotelaria, o recorte da
hospitalidade buscará o entendimento e a aplicabilidade que envolve o dia-a-dia de
um empreendimento hoteleiro.
Sobre o enfoque da hospitalidade comercial, entenderemos como:
a introdução de novos comportamentos voltados para a hospitalidade
derivados da prática do dom, nos processos de planejamento e gestão
de serviços e equipamentos que integram a hospitalidade comercial,
pode vir a contribuir para o desenvolvimento de uma cultura
empresarial mais solidária que certamente causará impacto positivo na
sociedade como um todo” Denker (2004).
Analisando o contexto hoteleiro em que os clientes necessitam serem
introduzidos ou acolhidos, quando da sua chegada, e é exatamente, o que acontece
ao se efetivar o check-in, ato que formalmente indica que a pessoa foi acolhida,
passando a integrar a comunidade daquele hotel e, em decorrência, tendo seus
direitos e deveres. Sem essa formalidade, o hóspede é considerado um intruso no
hotel.
73
Ainda, neste estudo, a imagem do resort está associada também à
hospitalidade percebida pelo cliente. É através da hospitalidade que o cliente
constrói a imagem do resort. Conforme menciona Chon (2003), a hospitalidade é
uma indústria que engloba negócios dedicados à prestação de serviços a hóspedes
que estão longe de suas casas. Segundo ele, a hospitalidade pode ser definida por
sua abrangência, missão e fornecedores.
Se, hospitalidade é o ato de acolher e prestar serviços a alguém que esteja
fora de seu domicílio, e é uma relação entre dois protagonistas, aquele que recebe e
aquele que é recebido, o resort cumpre também este papel.
Mas, ampliando a noção de hospitalidade ao englobar a relação que se
estabelece entre o espaço físico do hotel e seus clientes, percebe-se que a
hospitalidade abrange não somente a acomodação, mas também, a alimentação, o
conforto e o acolhimento, proporcionando aos participantes do evento a sensação de
bem-estar.
Considerando que a hospitalidade é um serviço intangível que não se pode
tocar e nem ver, mas apenas sentir, então, o respeito pelos hóspedes, a
organização do evento, a qualidade dos serviços prestados em todas as áreas do
Rio Quente Resorts, são sinais de hospitalidade detectados pelos clientes do hotel.
O resort deve ser um ambiente hospitaleiro, porque segundo a teoria
explicada por Chon (2003:11), nele se encontram os cinco elementos principais que
compõem a escala pela qual os serviços são julgados:
1) tangibilidade,
2) credibilidade,
3) responsabilidade,
4) garantia ,
5) empatia.
74
Todos estes elementos contribuem muito para a percepção da qualidade dos
serviços prestados. A estrutura e o tratamento cordial em todas as áreas do
empreendimento hoteleiro devem estar preparados para acolher o cliente.
Dentro dos princípios da hospitalidade comercial, na hotelaria, será avaliada
então o ato de acolher, considerando a segurança, cortesia, atenção continua,
qualidade percebida de atendimento pelo cliente nas áreas correlatas a um
empreendimento hoteleiro com recorte na avaliação do participante do Evento
Profissional do Turismo no Rio Quente Resorts, conforme será apresentado no
próximo capitulo.
75
CAPITULO 3: O EVENTO PROFISSIONAL DO TURISMO NO RIO QUENTE
RESORTS
3.1 – RIO QUENTE RESORTS
O município de Rio Quente pertencia ao município de Caldas Novas que
posiciona-se na porção sudeste do Estado de Goiás, tendo um território de 1588 km
quadrados. Distante aproximadamente 167 km de Goiânia – a capital do estado – e de
Brasília -capital do país - 290 km.
De acordo com os dados do Censo Demográfico do IBGE/2004, a população
do município corresponde a 51.245 habitantes. A povoação que deu origem a Caldas
Novas, iniciou -se no final do século XVIII, com as entradas paulistas que chegaram à
região devido ao crescimento econômico proveniente da mineração no Brasil, nesta
época.
O processo de regionalização que constituiu nosso país foi o de exploração,
no qual os bandeirantes adentravam o interior do país procurando riquezas.
Segundo o Guia Turístico, Histórico e Cultural do Estado de Goiás (2000),
um bandeirante paulista, em suas expedições pelo sertão de Goiás, visando o ouro,
descobriu um córrego de águas cristalinas que, para seu espanto, verificou ser
elevada a temperatura desse manancial. Nessa época, curas foram atribuídas às
pessoas que nelas se banhavam e, em pouco tempo, doentes de Minas Gerais e São
Paulo, portadores de doenças de pele, dirigiam-se para o local com a esperança de
conseguirem a cura para suas enfermidades. Naquela época, o local era conhecido
como Caldas Velhas, mais tarde, deu origem a Pousada do Rio Quente.
No ano de 1677, as águas termais de Caldas Novas foram descobertas pelo
bandeirante Martinho Coelho de Siqueira, recebendo este nome em oposição à cidade
de Caldas Velhas – GO. Já, em 1777, com a grande fama das águas termais da
região, propagada desde sua descoberta, houve uma intensa peregrinação de
doentes para o povoado, onde as pessoas procuravam curar suas enfermidades.
76
Preocupando-se em atender melhor esses doentes, e vendo a possibilidade
de lucro em suas terras, Martinho Coelho mandou construir toda uma infra-estrutura
para atender esse novo contingente populacional; com isso, passou a cobrar uma
certa quantia monetária dos usuários. Com a morte de Martinho Coelho, a região foi
apropriada por seu filho, Antônio Coelho e, posteriormente, pela viúva deste, que
vendeu as terras para Domingos José. Em um acordo feito com os moradores,
Domingos José doou as terras para formar o patrimônio (onde hoje se encontra a
cidade de Caldas Novas).
A cidade de Caldas Novas, portanto, surge por incentivo das terras doadas e
da construção da Igreja em honra à Nossa Senhora do Desterro, que se tornou a
padroeira local; houve, assim, a transferência da população do povoado Quilombo
para este novo local e em 1850, viu-se originar um movimento para a criação do
distrito para Caldas Novas, criado, enfim, pelo conselho Municipal de Santa Cruz, do
qual fazia parte a região de Caldas Novas.
Em 1868, criou-se um movimento junto ao governo do estado para a
passagem de jurisdição de Pouso Alto, que se realizou em 1869, quando então
houve o desligamento de Santa Cruz. Já em 1880, esse distrito foi anexado à comarca
de Morrinhos, a qual pertenceu até 1893. E em 1911, constituiu-se o município de
Caldas Novas, que foi elevado à categoria de cidade em 1923.
De início, o município era carente de total infra-estrutura, sendo este o
problema principal para receber demandas de turistas, mas tal questão não só era
problema do município, mas também de todo o Estado, uma vez que o Centro Oeste
ainda não fazia parte do cenário dos investimentos nacionais.
A partir desta constatação, propôs-se a criação de uma estrada entre Ipameri
(linha final da estrada de ferro) e Caldas Novas, a fim de facilitar a locomoção dos
doentes entre as cidades. Essa petição foi atendida em 1921, contribuindo, assim,
para o desenvolvimento da cidade de Caldas Novas. Em 1920, os herdeiros de Vítor
de Orzeda construiram o primeiro balneário do Estado de Goiás com intuito de
explorá-lo turisticamente (GUIA ESTADO DE GOIAS, 2003, P. 6)
De 1935 a 1939, Caldas Novas contou com o prefeito Armando Miranda, um
grande empreendedor, que visava o grande potencial termal de sua cidade,
caracterizando a cidade com uma moderna estância balneária. Contando com o apoio
do interventor do estado, houve então a desapropriação das fontes necessárias para a
77
instalação da estância hidrotermal, cujo início das obras se deu em 1939, sendo
inaugurada dois anos depois.
Hoje, a cidade de Caldas Novas conta com uma das maiores redes hoteleiras
do centro oeste do Brasil, somente perdendo em número de leitos para a Capital do
Estado - Goiânia.
RESORT POUSADA DO RIO QUENTE – Ainda, segundo o Guia Turístico de
Goiás, em busca do ouro da região na qual hoje se encontra o Rio Quente Resorts, o
bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva e seu grupo foram os primeiros a descobrir as
fontes de águas termais nessa área. Só após 200 anos depois, um médico mineiro de
nome Ciro Palmerston, com espírito desbravador, adquiriu 49 alqueires de terra no
local e no local construiu uma pousada de 20 aptos para acomodação, principalmente
dos pacientes e seus acompanhantes.
Em 1964, a família do Doutor Palmerston dá início, então, a Estância Termas
Pousada de Rio Quente, comercializando 200 títulos de sócios para o
empreendimento. Devido a grande demanda, as instalações começam a ser
ampliadas. Em 1971, já havia, então, três prédios diferentes para hospedagem (Hotel
Pousada, Hotel Turismo e Hotel Chalé), sem contar com as piscinas, as áreas de lazer
e as recreações e opções noturnas, centradas nesta época em torno de um parque
aquático. Desde então o empreendimento não parou seu movimento de crescimento
e investimentos. Segundo a ABR, hoje, o Rio Quente Resorts possui uma das maiores
construções em hospedagem do Brasil.
O grande diferencial e explorador turístico da região está na presença das
águas termais do Rio Quente e muitas histórias já foram escritas e surgiram sem o
embasamento cientifico necessário para a comprovação da mesma, uma teoria aceita
por anos foi a presença de vulcão na região, extinto há milhões de anos, em cuja
cratera a água da chuva se infiltraria, aquecendo-se a grandes profundidades.
A teoria mais aceita nos dias atuais é a “
2
teoria do recalque”, essas águas
penetram através das fendas das rochas adquirindo propriedades físico-químicas,
devido às contribuições do grau aeotérmico, das emanações de vapores e do calor
das rochas em resfriamento. A água fria infiltrada, sob pressão, procura a superfície
em forma de fontes naturais termais (Guia Geográfico de Goiás, 2001, p.32).
2
Teoria do recalque – diz que o platô da Serra de Caldas uma área de retro-alimentação
onde estão as infiltrações e reserva de Arande volume de águas ireáticas.
78
A difusão das propriedades termais das águas fez com que o complexo de
Caldas Novas apresentassem um grande fluxo de pessoas de outras regiões, que
buscavam, ao longo de sua caminhada, a cura para seus problemas de saúde mas,
ao no percurso da história, este público foi sendo alterado, até mesmo por influência
dos grandes empreendedores locais, pois não queriam dar às suas terras fama de
fonte para curar leprosos e outros tipos de doença.
A partir desse momento, houve uma considerável mudança na regionalização
recebida pelo complexo de Caldas, que deixou de ser medicinal para turístico; esse
avanço, contudo, deve-se principalmente, à construção de uma estrada pavimentada
para a região e com a exclusão das chamadas casas de banho, que visavam a cura
de leprosos. A partir daí, a região contou com empreendimentos de cunho turísticos
que começaram a modificar a infra-estrutura local, mudando o nível sócio-econômico
dos visitantes e também da cidade que teve que se adaptar para receber este novo
tipo de visitantes, usuários não só de suas águas termais, mas também, das opções
de entretenimento oferecidas pela cidade.
A situação geográfica da área oferece perspectivas relevantes quanto à
atividade turística, visto que a latitude e as características do relevo amenizam a
tropicalidade do clima regional e local. Com diversas características e atrativo
turísticos, Caldas Novas busca pessoas de varias regiões, oferecendo-lhes no lazer e
entretenimento nas águas quentes.
Portanto, a regionalização, na região de Caldas Novas, ao longo dos anos,
passou pelo processo de re-funcionalização devido a influências externas, sendo que
o fator econômico que decidiu o destino da região; com a implementação do turismo, a
região tornou-se grande contribuidora para o Produto Interno Bruto – PIB - do Estado.
O Estado de Goiás passou a investir, então, em infra-estrutura visando a
movimentação econômica dessa região do Centro Oeste.
A re-funcionalização do espaço ocorre quando as casas de banho são
extintas, e os hotéis de luxo começam a serem construídos, ou seja, modifica-se o
público alvo do local; antes, doentes, (leprosos), buscavam a cura nas águas termais
e hoje os turistas buscam a cura do stress cotidiano da vida agitada dos grandes
centros urbanos.
Com isso, o complexo termal passa a ser um grande centro de
entretenimento do planalto central, este complexo consegue receber turistas de todo o
pais, principalmente os oriundos de São Paulo e Minas Gerais.
79
Figura 1: Rio Quente Resorts – Hot Park
Fonte: Site Rio Quente Resorts
www.rioquenteresorts.com.br
Em 1979, os grupos Algar, de Uberlândia, e Gebepar, de Goiânia, adquiriram
através de negociação com a família Palmestron o controle acionário da companhia
Thermas do Rio Quente. Posicionando-se como um diferencial em hotelaria, a
Pousada do Rio Quente logo se destacou no mercado. Mas, só em 2003, passou a
ser chamada oficialmente de Rio Quente Resorts.
O complexo hoteleiro detém, hoje, 1020 unidades habitacionais e mais de
novecentos empregados que conduzem a vida funcional do empreendimento e um
quatro século de atividade turística.
A atividade econômica gerada na região constitui-se em fator preponderante
ao desenvolvimento do empreendimento, pois é responsável pela absorção de grande
parte da mão de obra ( direta e indiretamente) na região.
O complexo Rio Quente Resorts, maior fonte de recursos do município, conta
com um total de 1.360 hectares, dos quais apenas 49 foram aproveitados para a
construção do empreendimento.
O volume de água das nascentes que alimentam a maior atração do
empreendimento turístico, as piscinas naturais, aparece na vazão constante de mais
80
de 6,2 milhões de litros/hora. Isso resulta em 149 milhões de litros de água quente, a
37 graus, a cada 24 horas.
A localização também é privilegiada. A região, de clima tropical quente e
úmido, com chuvas de verão, principalmente, nos meses de novembro a março,
mantém uma temperatura média anual de 23 graus o que atrai muitos turistas. Os
maiores pólos emissores para a região são as cidades de Goiânia, Brasília,
Uberlândia, Uberaba e o interior paulista (devido a proximidade), conforme mapa
abaixo:
Figura 2: Mapa de localização geográfica do Rio Quente Resorts
Figura 1 . Localização Geográfica do Rio Quente Resorts
Fonte: site oficial Rio Quente – www.rioquenteresorts.com.br
A média de visitação no Rio Quente Resorts, esta em torno de 2 mil turistas
por dia e um faturamento de R$ 115 milhões, no último ano – 2005 - (fonte: Central
de Reservas do Rio Quente Resorts). Segundo a diretoria de novos negócios do Rio
Quente Resorts, em declaração ao Jornal Cidadão, edição dezembro/2005, o lucro
bruto da empresa chegou a R$ 22 milhões em 2005 e há boas perspectivas para o
ano de 2006. Com a ampliação e as estratégias de marketing o resort espera atingir
um faturamento de R$ 146 milhões e um lucro de R$ 35,6 milhões.
81
Para chegar a esses resultados, ainda, na mesma declaração, há novos
investimentos em construções. O primeiro dos três empreendimentos em construção
entrou parcialmente em funcionamento em dezembro 2005, o Hotel Giardino, um
hotel de temática italiana, que terá recebido ao final da construção o montante de R$
28 milhões. Dos 274 apartamentos previstos, 128 quartos já foram liberados. Sua
inauguração oficial acontecerá, porém, somente em janeiro de 2007. O Giardino será
o sétimo hotel da rede, formada pelas unidades Hotel Turismo, Hotel Pousada,
Bangalôs Village e Rio Quente Suíte & Flat I, II e III.
Nessa declaração, ainda, a diretoria de negócios do Rio Quente Resorts,
afirma que as convenções e eventos representam 6% das suas diárias, mas com o
novo centro de convenções, querem elevar esta participação para 25%.
No final do ano de 2007, será lançado, ainda, mais um hotel. Batizado
provisoriamente de Golf Club, ele terá 242 apartamentos e um campo de golfe
profissional, com 18 buracos. O empreendimento deve receber R$ 26 milhões e a
conclusão está prevista para 2008.
O Resort fechou o ano de 2005, com média de 64% de ocupação. Para ano
de 2006, a expectativa é de 67%. No ano de 2005, os investidores tiveram um
lucro de 15,8% sobre a hospedagem vendida, cuja diária média é de R$ 331,00, já
descontados os custos de condomínio e as taxas administrativas.
Entre os projetos de captação de eventos para os períodos sazonais, o Rio
Quente Resorts já conta com um calendário de eventos permanentes, como
semanas típicas voltadas para as comunidades italianas, alemães, japonesas,
judaicas, portuguesas, entre outras, cujo foco principal está em criar programações,
com shows, gastronomia, atividades dirigidas focadas nestas culturas ( nichos de
mercado).
A seguir, o calendário oficial 2007, dos eventos do Rio Quente Resorts.
82
Figura 3 – Calendário de Eventos do Rio Quente Resorts 2007.
Fonte: site do Rio Quente Resorts
83
Quadro 1: Estrutura Física do Rio Quente Resorts k)
Parque das Fontes
O Parque das Fontes possui 8 piscinas naturais de água corrente, duchas termais, bares aquáticos e
diversas atividades de lazer, como saunas e poços com temperaturas de até 41 graus.
Hot Park
Hot Park - possui uma área de 5 mil metros quadrados com equipamentos radicais e
atualmente o único do mundo de água quente natural. O Hot Park possui o Giant Slide, um
escorregador gigante e possui ainda: Bares aquáticos, Casa de sucos, Sorveteria, Restaurante e
Boutique, dois grandes conjuntos de toboáguas: O Acqua River, o primeiro no Brasil a utilizar esteira
com proteção para descida e o maior em dimensionamento de calhas. São 3 pistas numa descida de
17,2 metros de altura, feita em bóias. O segundo conjunto é o Acqua Race também com três pistas.
Nele você desliza atingindo velocidades de 25 a 30 km por hora.
84
Hotel Turismo
O Hotel Turismo possui 118 apartamentos para até 3 pessoas e 4 suítes de luxo. Possui
apartamentos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. O Hotel Turismo é o mais luxuoso
do complexo e possui o Centro de Convenções com capacidade para 800 passageiros.
Hotel Pousada
O Hotel Pousada foi o primeiro hotel a ser construído pelo resort, são 139 apartamentos Standard, 20
apartamentos Garden, 90 apartamentos Família, 2 apartamentos adaptados para deficientes físicos e
8 suítes Diamante. Os apartamentos oferecem opções entre camas de casal, camas de solteiro e
bicamas.
85
Giardino Suítes
O hotel Giardino, com temática italiana, vem se juntar às outras seis opções diferenciadas de
hospedagem já disponíveis no Resort, totalizando uma oferta de exatas 1.119 unidades.
O novo empreendimento, tem 280 apartamentos, divididos em quatro categorias. Todos os
apartamentos do Giardino possuem uma TV na sala e ar-condicionado em todos os ambientes. Um
restaurante é dividido entre o piso térreo e mezanino – ambos os espaços têm ‘cozinha show’,
restaurante e coffee shop.
Rio Quente Suite & Flat I
O Rio Quente Suíte & Flat I está localizado à 600 metros da portaria do Rio Quente Resorts e o
sistema de transporte oferece ônibus de 30 em 30 minutos para o complexo.
O Hotel conta com 125 apartamentos divididos entre suítes duplex e família. O hotel conta ainda com
uma rede de apoio com lojas, restaurante e salão de convenções para 150 pessoas.
86
Rio Quente Suite & Flat II
O Rio Quente Suíte & Flat II é uma opção de hospedagem moderna e urbana com muitas facilidades,
oferece padrão e serviços de um apart hotel. Possui sistema de pensão completa (café-da-manhã,
almoço e jantar).
Rio Quente Suite & Flat III
O Rio Quente Suíte & Flat III é o mais novo hotel do complexo, possui uma decoração com estilo
neoclássico e um restaurante temático. Possui apartamentos adaptados para pessoas com
mobilidade reduzida.
87
Bangalôs Village
O Hotel Bangalôs Village encontra-se a 3,5km do complexo, é o local para as pessoas que gostam
um pouco mais de isolamento e contato bem próximo com a natureza.
São 6 Bangalôs, 24 Chalés e 20 Apartamentos que oferecem opção de lazer e o conforto básico de
um apartamento com telefone, frigobar, TV em cores, ar-condicionado e música ambiente nos
apartamentos.
Centro de Convenções
O Centro de Convenções do Rio Quente Resorts tem capacidade para até 800 pessoas, que
pode ser dividido em até quatro salas moduláveis.
Fonte: Site www.viaspturismo.com.br/rioquenteresorts
88
3.2 PARTICIPANTES DO EVENTO PROFISSIONAL DO TURISMO
A atualização profissional, no passado, já foi quesito optativo entre os
profissionais de qualquer área de estudos. Há, algumas décadas, quem se graduava
em cursos superiores considerava que a fase de estudos estava concluída e que, a
partir desta fase de estudos consecutivos, teria início a fase do trabalho e da
experiência. Havia, ainda, inclusive, aqueles que pulavam parte do estudo e
imergiam direto no mundo profissional, sem uma formação prática e específica.
Normalmente, não se indagava a um médico ou a um engenheiro se ele tinha
feito cursos de atualização profissional visando aprimorar seus conhecimentos. A
velocidade da ciência e da pesquisa era baixa em comparação aos dias de hoje e
não havia tanta pressa em atualizar-se.
As oportunidades eram diferentes e o conhecimento adquirido durava mais.
Mas este panorama mudou muito devido a velocidade das mudanças. A
globalização e o desenvolvimento tecnológico transformam incessantemente o
ambiente de trabalho, de forma que, hoje, não há dúvidas de que "estudo" e
"formação" não são apenas uma etapa da vida, mas uma constante ao longo de toda
a carreira.
Assim, a atualização profissional deixou de ser uma opção para ser, também,
uma condição e uma necessidade dentro do exercício da profissão. Isso se
manifesta tanto como iniciativa de aperfeiçoamento do currículo dentro de um
ambiente cada vez mais concorrido quanto por exigência natural do mercado,
onde a todo instante se vêem antigos meios e conceitos sendo aperfeiçoados ou
superados.
Com maior ou menor intensidade, esse fenômeno pode ser percebido em
todas as áreas, o que torna inevitável que o profissional não interrompa nunca sua
formação se quiser manter sua empregabilidade. A discussão sobre o
aprimoramento profissional é, hoje, amplamente divulgada, especialmente, nos
meios educacionais e empresariais. Dá-se atenção especial à educação e ao
treinamento, quando se faz necessário atribuir a algo ou a alguém o sucesso ou o
fracasso de seu desenvolvimento. Conforme Luckesi (1993), nesse momento, a
89
educação aparece como "salvadora do mundo", como a principal responsável,
muitas vezes, como o único caminho para este desenvolvimento e aprimoramento
profissional. Num mundo globalizado, espera-se que o sujeito, dentro de seu campo
profissional, trabalhe suas habilidades para enfrentar e solucionar situações que
venham a aparecer. Não basta mais que o indivíduo tenha uma formação
acadêmica. O conhecimento, se usado inadequadamente, não tem nenhum
significado para a vida pessoal e nem para a profissional. Conforme afirma Mello
(1982, p.42-43):
....a formação somente acadêmica não é mais um
pressuposto para ingresso, permanência ou ascensão no emprego,
dentro dos moldes atuais de empregabilidade do mundo do trabalho.
A necessidade de aprimoramento é continua e se faz necessária
para atualização profissional. Muito se fala em competências como
algo novo, mas na verdade o termo é antigo, sendo que, na
atualidade, o que mudou foi a nova forma de empregá-lo. mais ampla
das relações entre a escola e a sociedade, que passaria
necessariamente pelas questões de suas condições de trabalho e de
remuneração.
Na visão de Perrenoud (1999, p 35), a competência vai além da aquisição de
conhecimentos, que, isolados, não são mais suficientes. É necessário relacionar os
conhecimentos com os problemas encontrados, com pratica profissional ou seja, a
competência tem que estar ligada a uma prática social. Isto significa que a escola
não pode estar atenta apenas em relação à formação dos estudantes para as
futuras habilitações ligadas às especializações tradicionais.
Precisa ainda, segundo esse autor:
... ter em vista a formação dos estudantes em termos de sua
capacitação para a aquisição e o desenvolvimento de novas
competências, em função de novos saberes que se produzem e
demandam um novo tipo de profissional preparado para poder lidar
com novas tecnologias e linguagens, capaz de responder a novos
ritmos e processos.
Nesse sentido, o domínio da dimensão teórica do conhecimento para a
atuação profissional é importante, mas não basta. A vida tornou-se mais dinâmica e
90
a evolução, além de fato incontestável, é impossível de ser freada. Não resta aos
profissionais, seja qual for sua área de atuação, outra alternativa senão a adaptação
a esse sistema, visto que o conhecimento dos avanços gerados a todo instante lhe é
indispensável para o exercício da sua atividade profissional.
Fica patente que os livros não são o único referencial de conteúdo e
conhecimento; o aprendizado vai muito além disso e, nas áreas relacionadas às
ciências sociais e humanas, a prática é fator decisório na complementação do
ensino das teorias trabalhadas em sala de aula..
De modo geral, os acadêmicos de todas as áreas, incluindo as do Turismo e
Hotelaria, afirmam que a universidade não conduz todo o conhecimento necessário
para o seu desempenho individual. Ele precisará vivenciar os trabalhos a serem
executados, experimentar situações reais que promovam o seu amadurecimento
para essa etapa da vida humana, o exercício de uma atividade profissional. Assim,
poderiam perceber lacunas existentes e desenvolver sugestões para futuros
trabalhos e soluções. A experiência é adquirida por meio da vivência e não se pode
nem se deve esperar isso de uma sala de aula; só o trabalho tem condições de
amadurecer as pessoas para a vida profissional.
O mercado globalizado, competitivo e muitas vezes voraz, é dificílimo de ser
compreendido em sua total complexidade. Atender suas exigências não é tarefa
simples, especialmente, num mundo não complacente com o erro. Nesse contexto
surge o questionamento: - O que podemos oferecer de valioso para ser cobiçado
pelo mercado de trabalho? Também é importante considerar a recomendação de
Drucker (2001, p. 6) que descreve os questionamentos para a carreira: “ o que eu
preciso aprender para continuar adquirindo novas habilidades, novos
conhecimentos, novos relacionamentos, novos hábitos e, assim, crescer e me
desenvolver mais depressa do que a sociedade do conhecimento?”
Dessa forma, invertem-se as perspectivas da compreensão da realidade
profissionais a que todos os trabalhadores são submetidos. Afinal de contas, não
podem ficar desnorteados diante das cobranças que o mercado lhes impõe. Esse
contexto conturbado exige respostas quanto ao que se deve fazer para atuar
profissionalmente e com a devida competência que o mercado exige.
A interdisciplinaridade que abrange o acadêmico do profissional é uma das
características na atividade turística que, sabidamente, é reconhecida como uma das
atividades humanas que mais envolve diferentes aspectos e pessoas relacionadas a
91
um só fato. Profissionais de turismo e hotelaria precisam conhecer a engrenagem
real de todas as atividades do dia-a-dia de um empreendimento turístico. Ele deve
estar atento às novidades e às oportunidades de aplicação de sua experiência e
competência e entender claramente quais são as competências valorizadas na área
em que atua. Vê-se então a necessidade de procurar um processo rápido, eficaz e
específico para aquisição dos conhecimentos que quer aprofundar ou adquirir. É a
isso que vai ao encontro direto os programas de atualização profissional.
São cursos, outros eventos e imersões de curta duração que se prestam a
aplicar algum conceito recente e pontual que profissionais já atuantes não tiveram a
oportunidade de aprender anteriormente ou conceitos que, de tão específicos,
encontram nesse formato de curso a sua melhor forma de ensino e aplicação, pois já
são voltados especialmente para aqueles que necessitam e procuram por eles.
Esse mecanismo, no entanto, possui duas vertentes. Ao mesmo tempo em
que os profissionais devem estar atentos às novas demandas de sua área, as
instituições de ensino devem fazer o mesmo: perceber o que está mudando no
mercado para estruturar seus cursos de acordo com o cenário em que esta inserida.
Desta maneira, as próprias instituições, as empresas e órgãos oficiais, devem
procurar oferecer cursos de extensão e aprimoramento educacional, que ajudam a
acabar com os resquícios do velho estigma que deve e está sendo combatido: o de
que o estudo acadêmico apenas favorecerá a prática da vida profissional.
O Programa Profissional do Turismo, do Rio Quente Resorts, procura
associar exatamente esses paradoxos: a prática das atividades de um
empreendimento hoteleiro na visão dos gestores do negócio e a atualização
profissional dos alunos que nas salas de aula se realizam, de modo geral, por meio
de leituras, exposições e vídeos.
Procurando utilizar as ferramentas de marketing disponíveis, em que o público
alvo passa a ser “atacado“ de forma direta no encontro das necessidades de
aprimoramento profissional, que se tornou uma das necessidades percebidas pelo
ser humano nos dias atuais, o Rio Quente Resorts busca através de seu evento,
consolidar as três vertentes expostas neste capitulo, - as ferramentas de marketing e
comercialização, que envolvem pesquisas de público alvo, direcionamento de
produtos focados, associados às práticas de comercialização se encontram com a
necessidade da atualização profissional percebida pelos estudantes em qualquer um
dos níveis ao mesmo tempo em que permite ao Rio Quente Resorts, utilizar-se
92
dessas estratégias para comercializar o produto destinado aos futuros profissionais
de turismo.
3.3 IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE OCUPAÇÃO DO RIO QUENTE RESORTS
Os períodos sazonais que ocorrem nos hotéis, conforme entendemos neste
estudo como sendo situações de ociosidade ocupacional e operacional, gera
conseqüentes perdas financeiras, patrimoniais e de mão-de-obra, e cada um desses
empreendimentos hoteleiros sempre estão à procura soluções que resolvam esta
descontinuidade operacional.
Cada hotel deve buscar soluções específicas adequadas, aproveitando suas
particularidades e potenciais turísticos.
Essa proposta de solução para os períodos sazonais, todavia, deve cobrir no
mínimo os custos operacionais, sem prejuízo da qualidade do serviço prestado.
Frente a esses desafios, torna-se necessário que essas empresas hoteleiras
concebam uma estratégia mercadológica com vistas a uma ocupação crescente
para o período de baixa temporada, em que seja implícita a adaptação do produto
ao mercado, para poder comercializá-lo para um público alvo, buscando a
continuidade e o equilíbrio dessas taxas de ocupação.
Conforme Morgan ( 1996 ), é fundamental que a empresa seja sensível ao
que ocorre no mundo que a rodeia e, tendo compreendido o contexto em que está
inserida, possa propor objetivos e monitorar o desempenho geral do sistema em
relação a estes objetivos propostos. Vejamos abaixo essa premissa nas palavras de
Morgan:
.....ressaltando a importância de se ter a capacidade de
pesquisar e sentir mudanças não só na tarefa, mas no contexto
ambiental, de se ter a capacidade de ligar e administrar os limites críticos
e áreas de interdependência, alem de ser capaz de desenvolver
respostas estratégicas apropriadas” ( MORGAN, 1996 pág. 49).
93
Surgem as grandes questões: Como ocupar leitos? Como manter mesmo
em baixa temporada os leitos ocupados?
Segundo Porter (1996), a empresa, para competir no mercado, deverá
posicionar-se estrategicamente, ou praticando preços competitivos ou agregando
valor, e apresentar um produto diferenciado. Ainda, segundo Porter (1996),
buscando novos segmentos de mercado, uma empresa pode atender as reais
necessidades de seus clientes de uma forma melhor que seus concorrentes,
melhorando a posição de seus custos relativos.
O problema da empresa hoteleira, além de competir no mercado buscando
seu espaço ou buscando novos segmentos, terá de criar o hábito de consumo deste
novo mercado, ou seja, criar a existência de um mercado de turismo para o período
de baixa temporada.
Dentro de uma visão e estratégia de atuação mercadológica, agindo
isoladamente ou em conjunto com suas parcerias de vendas, deverá segundo
D’Aveni ( 1995):
¾ identificar as necessidades que o cliente tem;
¾ encontrar novos clientes e mercados possíveis que não estejam sendo
atendidos pelas ofertas disponíveis ;
¾ criar as necessidades que passam despercebidas pelo mercado consumidor;
¾ ter a capacidade de prever as necessidades deste mercado consumidor
antes que elas aconteçam.
Essas são para a empresa hoteleira suas estratégias organizacionais que,
segundo Morgan ( 1996 ), é o resultado entre a percepção e sensibilidade ao que
ocorre em torno da empresa e de sua capacidade para desenvolver respostas
apropriadas aos problemas, especificamente, para os meios de hospedagem novos
produtos para os períodos sazonais.
94
Dentre as estratégias para os períodos sazonais, o Rio Quente Resorts
desenvolveu o Programa Profissional do Turismo, e por meio de comparativos das
taxas de ocupação (antes e posterior ) a implantação do evento, pode-se mensurar
os impactos nas taxas de ocupação.
O Rio Quente Resorts, apresentado neste estudo (cap. 3), possui 7 Hotéis:
Hotel Pousada, Hotel Recanto, Hotel Rio Quente Suíte e Flat I, II e III, Hotel
Giardino, Hotel Bangalô, Hotel Garden e Hotel Turismo. Por estratégia comercial do
próprio empreendimento, o evento Profissional do Turismo, utiliza apenas para
acomodação dos participantes o hotel Rio Quente Suíte e Flat I, hotel que será neste
capítulo, analisado quanto a sua evolução de taxas de ocupação, nos anos de 2003,
2004 e 2005, permitindo assim, que comparar as taxas de ocupação, antes e
posterior a implantação do evento, uma vez que o evento fora criado em 2004.
Figura 4 - Fachada do Hotel Rio Quente Suíte Flat
I
Fonte: site www.rioquenteresorts.com.br
O Evento Profissional do Turismo, no Rio Quente Resorts, ocorrerá sempre
nos períodos de baixa temporada, e neste estudo, a análise sobre os impactos nas
taxas de ocupação estará utilizando como referência o período de janeiro de 2003
a dezembro de 2005, uma vez que o evento teve início no mês de março de 2004,
portanto, permitindo, assim, o comparativo de ocupação antes e posterior a
implantação do evento. Mesmo com a continuidade do evento no calendário do
95
empreendimento Rio Quente Resorts, a pesquisa se limitou ao período janeiro a
dezembro de 2004.
Gráfico 1. Evolução das taxas de ocupação
Fonte: Central de Reservas Rio Quente Resorts
O quadro comparativo de taxas de ocupação anual do Hotel Rio Quente Suíte
e Flat I, mostra uma evolução percentual de 9% no consolidado de 2003 para 2004 e
um crescimento na ordem de 1% no consolidado de 2004 para 2005.
Gráfico 2. Evolução mensal das taxas de ocupação do Rio Quente Suíte Flat I - 2003
79
50
42
57
54
61
69
45
60
67
43
71
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Jan Fev Mar Abril Maio Junho Julho Agos Setem Outub Novem Dez
Taxa de Ocupação Mensal do Rio Quente Suite e Flat I - 2003
Fonte: Central de reservas do Rio Quente Resorts
Evolução das taxas de ocupação anual Hotel Rio Quente Suite e Flat I
58%
67%
68%
2003
2004
2005
96
Gráfico 3 . Evolução mensal das taxas de ocupação do Rio Quente Suíte Flat I – 2004
81
68
49
54
57
82
68
52
76
72
50
89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Jan Fev Mar Abril Maio Junho Julho Agos Setem Outub Novem Dez
Taxa de Ocupação Mensal do Rio Quente Suite e Flat I - 2004
Fonte: Central de Reservas do Rio Quente Resorts
Gráfico 4 . Evolução mensal das taxas de ocupação do Rio Quente Suíte Flat I – 2005
78
69
54
45
63
78
74
49
78
76
67
86
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Jan Fev Mar Abril Maio Junho Julho Agos Setem Outub Novem Dez
Taxa de Ocupação Mensal do Rio Quente Suite e Flat I - 2005
Fonte: Central de Reservas do Rio Quente Resorts
97
Gráfico 5 . Comparativo das taxas de ocupação
Comparativo de Taxas de Ocupação para os anos de
2003 / 2004 / 2005
0
20
40
60
80
100
120
123456789101112
meses
ano
s
2003
2004
2005
Fonte: Central de Reservas Rio Quente Resorts
O quadro comparativo de taxas de ocupação nos períodos de baixa
temporada, apontam uma evolução, ainda que, não acentuada, na ordem média de
1 % a 3 % superior nos anos de 2004 e 2005, quando comparados com o ano de
2003. Esse último gráfico, aponta que tal crescimento não ocorreu nos períodos de
alta temporada, onde o foco do empreendimento estava na comercialização das
vendas para o mercado de lazer.
O comparativo da evolução das vendas não nos permite afirmar que o Evento
Profissional do Turismo tenha sido o único responsável por este crescimento.
Todavia, a captação de eventos em períodos sazonais como estratégia de
comercialização se mostrou uma eficiente ferramenta para manutenção das taxas de
ocupação.
98
3.4 – AVALIAÇÃO DO EVENTO PELOS PARTICIPANTES
Com relação ao Programa Profissional do Turismo no Rio Quente Resorts, na
pesquisa aplicada aos participantes do evento, utilizou-se da pesquisa quantitativa.
A importância desta pesquisa junto aos participantes do evento para o Rio
Quente Resorts está na possibilidade de nortear com maior eficácia as estratégias e
direcionamento das ações e busca permanente da melhoria do evento, visto que,
além de ser um evento para amenizar os períodos sazonais e taxas de ocupação,
estará possibilitando o acesso ao Rio Quente Resorts e suas instalações para
alunos de turismo e hotelaria.
Para Stoner (1999), “somente com informações precisas e na hora certa, os
administradores podem monitorar o progresso na direção de seus objetivos e
transformar os planos em realidade”
Assim, para esse autor, as informações devem ser avaliadas segundo quatro
fatores:
¾ Qualidade da Informação: quanto mais precisa a informação, maior
sua qualidade e com mais segurança os administradores podem contar
com ela no momento de tomar decisões;
¾ Oportunidade da informação: para um controle eficaz, a ação
corretiva deve ser aplicada antes de ocorrer um desvio muito grande
do plano ou do padrão, portanto, as informações devem estar
disponíveis à pessoa certa no momento certo;
¾ Quantidade de informações: dificilmente, os administradores podem
tomar decisões precisas e oportunas sem informações suficientes;
contudo, é importante que não haja uma inundação de informações de
modo a esconder as informações importantes;
99
¾ Relevância da informação: de modo semelhante, a informação que
os administradores recebem deve ter relevância para suas
responsabilidades e tarefas.
Segundo Oliveira (1998), a eficiência na utilização das informações adquiridas
permite as empresas alcançar seus objetivos e estratégias de forma mais eficiente e,
em menos tempo.
Na pesquisa aplicada aos participantes do Programa Profissional do Turismo,
no período de junho de 2004 a junho de 2005, foram efetuados em uma amostra de
250 participantes, considerando que nesse período, o número de alunos que
participaram do evento foi de 285. Poderemos considerar do universo pesquisado
uma amostra de 87%. Conforme podemos verificar a seguir:
Gráfico 6. Índice de conhecimento do Resort
98%
2%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
não sim
Já conhecia o Rio Quente Resorts?
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Nesse resultado, 98% dos entrevistados responderam que não conheciam o
Rio Quente Resorts.
100
Gráfico 7. Acesso ao Programa Profissional do Turismo
Como tomou conhecimento do Programa
Profissional do Turismo?
58%
21%
12%
8%
1%
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Palestra Folder /
Cartazes
Coord.
Universidade
Amigos Outros
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Dentro dos instrumentos de comunicação utilizados pelo Rio Quente Resorts
para divulgação do evento, 58% tomaram conhecimento através das palestras
proferidas pelos executivos do empreendimento nas Faculdades e Universidades,
21% através de folder e cartazes distribuídos aos alunos, 12% por meio da
coordenação pedagógica e 8 % através de amigos.
101
Gráfico 8. Conhecimento sobre programa semelhante
V
oce tem conhecimento de algum programa
semelhante?
sim
11
%
o
89
%
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Com relação a conhecer um programa similar em outro empreendimento
hoteleiro, 89% dos pesquisados expressaram não ter conhecimento.
Gráfico 9. Agregar valor a sua formação profissional
sim não
100%
0%
Acredita que agrega valor a sua formação
profissional?
102
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Quanto à importância de se conhecer um resort, e participar deste evento,
100% dos entrevistados manifestaram agregar valor profissional este tipo programa
a sua formação acadêmica.
Gráfico 10. Fatores para a aquisição do Programa
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Nesse questionamento sobre os fatores considerados para a aquisição do
Programa Profissional do Turismo (que permite ao entrevistado mais de uma
alternativa de resposta), os fatores que mais se destacaram como valor agregado,
foram: 96% a possibilidade de estágio em um resort, 89% fazer o curso, 76%
possuir uma certificação emitida pelo Rio Quente Resorts, 65% a possibilidade de
conhecer um resort, 56% visita técnica, 43% lazer e 38% custo.
Os fatores considerados para aquisição do programa
38%
65%
89%
76%
96%
43%
56%
Custo
Conhecer Resort
Curso
Certificado
Estágio
Lazer
Visita Técnica
103
Gráfico 11. A importância dos temas abordados nas palestras
Importancia dos temas abordados em palestras
54%
67%
38%
75%
43%
39%
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Hospedagem e
Governança
Eventos
Parques
Temáticos e
Lazer
Sustentabilidade
/ Hospitalidade /
Talentos
Humanos
Marketing
Comercialização
Fonte: Dados provenientes da pesquisa
Com relação a importância dos temas abordados nas palestras proferidas
pelos executivos aos alunos, onde havia a possibilidade de mais de uma resposta, a
importância dos temas citados pelos alunos entrevistados foram: 75%
Sustentabilidade, Hospitalidade e Talentos Humanos, 67% Eventos, 54%
Hospedagem e Governança, 43% Marketing, 39% Comercialização e 38% Parques
Temáticos e Lazer.
104
Gráfico 12. Visita técnica
A
visita técnica possibilitou conhecimento do resort?
98%
1%
1%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
sim
o
n. resp.
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
No item sobre a visita técnica permitir um conhecimento sobre o resort, 98%
dos entrevistados afirmaram que sim e somente 1% dos entrevistados responderam
não e 1% dos entrevistados não responderam.
Gráfico 13. Indicar o evento Programa Profissional do Turismo
Indicaria Programa Profissional do Turismo?
99%
1%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
sim
n. resp.
105
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
No item sobre indicar o Programa Profissional do Turismo no Rio Quente
Resorts, 99% dos entrevistados, responderam que sim e apenas 1% não respondeu.
Conforme verificamos, na pesquisa aplicada sobre o evento Profissional do
Turismo, de modo geral, a percepção do programa, pelos participantes, se apresenta
de forma positiva e com seus objetivos atingidos.
106
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As empresas prestadoras de serviços no setor de hospedagens terão, por
meio de atuação em projetos paralelos ao serviço de hospedagens, ferramentas e
procedimentos capazes de influenciar decisivamente em suas taxas de ocupação e,
por conseqüência, minimizar os efeitos dos períodos sazonais que envolvem
diretamente nos seus custos operacionais fixos.
A atuação e captação de eventos ao setor de hospedagens permitem um
acréscimo às receitas da empresa hoteleira, contribuindo para a formação de receita
e minimizando a ociosidade de ocupação dos leitos.
O enfoque para participar no mercado de eventos paralelos às hospedagens
deverá manter inicialmente a premissa de ofertar preços baixos sem intenção de
obter lucros, pois a estratégia proposta é auxiliar o mercado de hospedagens,
servindo como possível fonte geradora de recursos para o empreendimento
hoteleiro, reforçando sua capacidade prestadora de serviços.
As alternativas de atuar em eventos paralelos, devido à sua afinidade com o
setor de hospedagens, complementam a capacidade prestadora de serviços do
empreendimento hoteleiro, possibilitando um apoio de sustentação importante, além
de tornar-se uma ferramenta poderosa para a viabilidade completa do processo de
fixação da região turística e da sua capacidade de vender o produto hospedagem no
período de baixa temporada.
Juntamente com a contínua utilização e exploração da capacidade de
hospedagens no período de baixa temporada existe a possibilidade de o
empreendimento hoteleiro atrair para as suas dependências a realização de eventos
particulares de menor porte, permitindo a obtenção de um ganho financeiro
suplementar que reforçará a existência e continuidade do mercado de hospedagens
no período de baixa temporada.
Na realização desses eventos com suporte dado pelo próprio
empreendimento hoteleiro, entre os quais cita-se, para exemplificar: treinamento
profissional de empresas, eventos esportivos localizados, congraçamentos de
grupos sociais, recepções sociais, fornecimento de alimentação e bebidas,
107
independente do serviço de hospedagens, o levantamento da possibilidade de
acréscimo em taxas de ocupação e receitas estarão sujeitos à característica do
evento a realizar-se, bem como ao tipo de negociação de preços e diferenciais
competitivos.
Adotando a mesma estratégia mercadológica de ofertar preços baixos de
hospedagem, o enfoque para atuação no mercado de eventos paralelos promovido
pelo próprio empreendimento hoteleiro deverá apresentar também atrativos
diferenciados ao público alvo, que deverá ser atraído não somente pelo destino ou
preço, mas também, por agregar valor a sua formação acadêmica, profissional,
possibilidade de inter relacionamento com participantes que compartilhem dos
mesmos interesses.
Num primeiro momento de criação e fixação do mercado de eventos, a visão
estratégica deverá ser sempre a de permitir que se atue e opere nesse mercado de
eventos, com a despreocupação em realizar somente lucros durante o período de
baixa temporada, obtendo com esse enfoque o atendimento da necessidade inicial
que é a operação contínua do empreendimento hoteleiro durante todo o ano. A
atuação em eventos dentro dessa proposta mercadológica torna-se, então, uma
ferramenta auxiliar importante para alcançar o êxito pretendido que é a minimização
dos períodos sazonais.
Além disso, (como também ocorre no mercado de hospedagens em períodos
distintos) a realização de eventos em períodos pré-determinados e exclusivos, pode
ser negociada a preços diferenciados que possibilitem a realização de lucro,
independente da continuada prática mercadológica de preços baixos.
Tem-se dessa maneira, favorecida a condição de operação do
empreendimento hoteleiro, independente da realização ou não de lucros conforme o
interesse das partes envolvidas (contratantes e contratados) na negociação dos
eventos paralelos.
A existência ou não de um ganho financeiro no presente não é a meta
principal, mas, sim, a competência para atrair a realização dos eventos, que se torna
um importante suporte ao mercado de hospedagens. Permite ganhos em qualidade,
aprendizado, experiência, fixação de mercado e capacitação dos empreendimentos
estabelecidos na região, garantindo a divulgação do empreendimento. Enfim,
108
ganhos em que o fator financeiro fica relegado a uma importância futura, pois além
da importância de atuação no presente é a continuidade do mercado e a
possibilidade de continuar competitivo nesse mercado que se torna o objetivo
primeiro.
A participação ativa dos serviços terceirizados, que garantirá aos
empreendimentos hoteleiros a capacidade de disputar o mercado paralelo de
eventos, exigirá e formará as especialidades de mão-de-obra solicitadas para
desempenhar as funções nessa atividade diferenciada de apoio ao mercado de
hospedagens.
Estes setores, além de se beneficiarem economicamente, capacitam a região
com uma estrutura de serviços de apoio completa, permitindo aos empreendimentos
hoteleiros, ali estabelecidos, uma melhor condição para a disputa do mercado de
eventos.
A estratégia mercadológica se constitui numa importante abordagem para
verificar as possibilidades do mercado de hospedagens no Rio Quente Resorts, uma
vez que possibilita uma análise da atual situação, a compreensão das
particularidades da região, as suas potencialidades, o parque empresarial disponível
e as necessárias tomadas de posição para criar, sustentar e atuar neste mercado.
Este trabalho apresentou uma estratégia mercadológica que possibilita
minimizar os efeitos da baixa ocupação do empreendimento hoteleiro no Rio Quente
Resorts com a adoção de um evento voltado para estudantes de turismo e hotelaria.
A proposta apresentada permite verificar as taxas de ocupação antes e
posterior a adoção desta estratégia decorrentes de uma operação contínua do
empreendimento hoteleiro, através do evento Profissional do Turismo.
No entanto, a estratégia mercadológica de ofertar o evento para atingir as
metas pretendidas e obter êxito quanto à sua realização, solicita ou sugere medidas
que modificam a estrutura atual dos empreendimentos que pretendam atuar no
mercado proposto. Essas modificações adaptam e efetuam as necessárias
transformações nas empresas hoteleiras, tornando-se o suporte para novas
situações previstas e projetadas na estratégia elaborada.
Conclui-se, portanto, que a proposta apresentada de estratégia
mercadológica voltada para um evento especifico a um determinado nicho de
109
mercado, associada a oferta de preços baixos e utilizando o empreendimento como
foco de aprendizado profissional do alunos de turismo e hotelaria, no período de
baixa temporada, atende aos objetivos (aumentar as taxas de ocupação em
períodos sazonais para o resort,com um evento para um publico especifico) a que
se propõe no início do trabalho e permite alcançar os resultados previstos de uma
ocupação contínua, minimizando os impactos do efeito da baixa estação.
Observamos que, durante a realização do presente trabalho, a experiência
prática vivida pelos administradores dos empreendimentos turísticos e os dados
levantados por meio de entrevistas semi-estruturadas, de caráter exploratório,
indicaram este tipo de evento como um produto factível para o resort.
Entretanto, esta pesquisa, voltada para a apresentação de uma proposta de
programa que atenda à questão da sazonalidade e da formação acadêmica prática,
foi um estudo pioneiro, pesquisas podem ser feitas quanto a transformação
exercida sobre o mercado turístico, pela instalação de empreendimentos de qualquer
porte que estejam estruturados para captar a realização de eventos. Esses
empreendimentos influenciariam a formação e sustentação do mercado de
hospedagens, contribuindo para a diminuição da ocorrência da sazonalidade nesse
mercado turístico.
O evento Profissional do Turismo, utiliza-se das instalações de um resort
permitindo aos alunos acesso e conhecimento pratica do dia-a-dia desse
empreendimento especifico, o que sugere que outros meios de hospedagens e até
mesmo outros equipamentos turísticos como: Cruzeiros Marítimos, Restaurantes,
Centro de Convenções, Transportadoras Aéreas, podem se utilizar desta estratégia,
para minimizar também seus impactos em períodos de baixa ocupação.
Vale ressaltar, que o evento somente como estratégia de ocupar leitos não
terá efeito positivo se não agregar nenhum conhecimento ao participante, já que a
proposta é a de utilizar a estrutura física e operacional do equipamento ofertado
como aprendizado prático aos alunos.
110
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BRUM, Eliane. O duro país dos pequenos. ÉPOCA. São Paulo: Editora Globo
S.A.Semanal. Edição 242 - 06/01/2003.
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120
Sites
www.dialetica-brasil.org/Menezes-site.htm - Consultado em maio 2005
www.guiadoestudante.com.br – Consultado em maio 2005
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www.rioquenteresorts.com.br – Consultado em novembro de 2004
www.valetur.com.br
– Consultado em novembro de 2004
www.viaspturismo.com.br
– Consultado em junho de 2006
www.viverpousada.com.br – Consultado em novembro de 2004
121
ANEXO 1
Pesquisa Programa Programa Profissional do Turismo
Data:_______________________________________________
Instituição Ensino:_____________________________________
Semestre/ano________________________________________
1) Já conhecia o Rio Quente Resorts?
( ) sim ( ) não
2) Como tomou conhecimento do Programa Profissional do Turismo?
( ) Através de palestra realizada na Faculdade / Universidade
( ) Folder ou Cartazes
( ) Pela Coordenação da Faculdade / Universidade
( ) Através de amigos
( ) Outros
3) Você tem conhecimento ou participou de algum programa
semelhante?
( ) sim ( ) não
Qual? ____________________________________________________
122
4) Acredita que este tipo de programa de estudos associando prática
com a teoria acrescenta valor a sua formação acadêmica?
( ) sim ( ) não
5) Selecione um ou mais fatores que foram considerados para a
aquisição da viagem
( ) custo ( ) possibilidade de conhecer um Resort ( ) curso ( ) certificado
( ) possibilidade de estágio em Resort ( ) lazer ( ) visita técnica
6) Com relação às palestras enumere de 1 até 6 da seguinte forma:
1 para a palestra que você considerou extremamente importante, 2 para a
palestra importante.........até 6 para a palestra que você considerou menos
importante
( ) hospedagem e governança
( ) eventos
( ) parques temáticos e lazer
( ) turismo sustentável, hospitalidade e gestão de talentos humanos
( ) marketing
( ) comercialização
7) A visita técnica monitorada nas áreas de lazer e hotéis, possibilitou
conhecimento das instalações e dimensionamento de um resorts?
( ) sim ( ) não
8) Indicaria o Programa Profissional do Turismo no Rio Quente Resorts?
( ) sim ( ) não
Agradecemos sua participação e avaliação.
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