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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
ESTUDO HIDROFACIOLÓGICO DO AQÜÍFERO RIO CLARO NO
MUNICÍPIO DE RIO CLARO - SP
Andresa Oliva
Orientador: Prof. Dr. Chang Hung Kiang
Tese de doutorado elaborada junto ao Curso de
Pós-Graduação em Geociências - Área de
Concentração em Geociências e Meio Ambiente,
para obtenção do Título de Doutor em
Geociências.
Rio Claro - SP
2006
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551.49 Oliva, Andresa
O48es Estudo hidrofaciológico do aqüífero Rio Claro no município
de Rio Claro – SP / Andresa Oliva. – Rio Claro : [s.n.], 2006
196 f. : il., figs., gráfs., tabs., fots., mapas
Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto
de Geociências e Ciências Exatas
Orientador: Chang Hung Kiang
1. Águas subterrâneas. 2. Geofísica aplicada. 3. Hidrogeo-
logia. 4. Eletrorresistividade. 5. Sondagem elétrica vertical.
6. Eletrofácies. I. Título.
Ficha Catalográfica elaborada pela STATI – Biblioteca da UNESP
Campus de Rio Claro/SP
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COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Chang Hung Kiang (orientador)
Prof. Dr. Osmar Sinelli
Prof. Dr. Walter Malagutti Filho
Prof. Dr. Vagner Roberto Elis
Prof. Dr. Walter Eugênio de Medeiros
Rio Claro, 01 de novembro de 2006.
Dedico este trabalho aos meus pais, JOSÉ e OLGA,
as minhas irmãs ADRIANA e ANDREA
e aos meus sobrinhos Carol e Pedro.
AGRADECIMENTOS
Às pessoas e instituições, que de alguma forma, contribuíram com o
desenvolvimento deste trabalho, desejo agradecer e, em especial:
Ao Professor Dr. Chang Hung Kiang, pela dedicação e contribuição como
orientador e, principalmente, pela paciência e constante apoio nos momentos mais
difíceis.
À Capes, pela concessão de bolsa de doutorado.
À Professora Dra. Maria Rita Caetano Chang, pelas sugestões e análise da
minuta desta tese.
Aos geólogos do Departamento de Geologia Aplicada, Antonio Celso de
Oliveira Braga e Walter Malagutti Filho, pelas sugestões.
Ao Departamento de Geologia Aplicada, do IGCE - UNESP, e ao LEBAC
(Laboratório de Estudo de Bacias), pelo apoio nos trabalhos de campo, cedendo o
equipamento geofísico e os acessórios necessários.
Aos amigos e funcionários do Departamento de Geologia Aplicada, do IGCE -
UNESP, Francisco Manuel Garcia Barrera e Cláudio Ribeiro da Silva, pelo apoio e
incentivo nos trabalhos de campo.
Ao administrador da Fazenda São José, Sr. Adalberto Irineu Borges, que
disponibilizou a área da fazenda para realização dos ensaios.
Ao geólogo Nilton Jorge Miyashiro da empresa Engessolos.
Aos amigos e colegas do Lebac, Cristiane Wiechmann, Eduardo de Mio, Marco
Aurélio Zequim Pede, Didier Gastmans, Juliana Bogio Basso, Márcio Alberto Costa,
Fernando Santos Correa, Márcia Regina Stradioto, Dagmar Carrier Neto, Flávio de
Paula e Silva, Bruno Catto, Wilhelm Sauerbronn, Eliana Martins Alfaro Soto, Miguel
Alfaro Soto, Joseli Tinen, e Elias Hideo Teramoto pelas sugestões e pela amizade.
Ao Professor Dr. Armando Zaupa e ao Doutorando Sérgio Sacani, da Unicamp,
pelo auxílio na análise geoestatística.
Aos estagiários Daniela Schievaro de Campos e Davi Romualdo Betanho.
Ao geólogo e companheiro Ivandro Garcia, pelo incentivo na realização deste
trabalho.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
i
SUMÁRIO
ÍNDICE............................................................................................................................ II
ÍNDICE DE FIGURAS....................................................................................................IV
ÍNDICE DE FOTOS .......................................................................................................IX
ÍNDICE DE TABELAS ...................................................................................................IX
RESUMO........................................................................................................................X
ABSTRACT....................................................................................................................XI
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.......................................................... 9
3. CONCEITOS FUNDAMENTAIS E METODOLOGIA.............................................. 29
4. HIDROFACIOLOGIA DO AQÜÍFERO RIO CLARO ............................................... 73
5. CONCLUSÕES..................................................................................................... 178
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 186
ANEXO A – CURVAS E DADOS OBTIDOS NAS SONDAGENS ELÉTRICAS
VERTICAIS – SEV.......................................................................................................A-1
ANEXO B – HISTOGRAMAS - ESCALA DE MUNICÍPIO E ESCALA DE DETALHE.B-1
ANEXO C – MAPAS VARIOGRÁFICOS – ESCALA DE MUNICÍPIO E ESCALA DE
DETALHE....................................................................................................................C-1
ANEXO D – DESCRIÇÃO DE LÂMINAS DELGADAS................................................D-1
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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ii
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1
1.1. Generalidades ..................................................................................................... 1
1.2. Objetivos.............................................................................................................. 3
1.3. Conceituação Teórica - Eletrofácies.................................................................... 4
1.4. Contexto Hidrológico Subterrâneo do Município de Rio Claro ............................ 4
1.4.1. Generalidades............................................................................................. 4
1.4.2. Arcabouço Mineralógico do Aqüífero Rio Claro.......................................... 6
1.4.3. Potenciometria do Aqüífero Rio Claro ........................................................ 6
1.4.4. Aspectos Hidroquímicos do Aqüífero Rio Claro.......................................... 7
1.4.5. Parâmetros Hidrodinâmicos do Aqüífero Rio Claro.................................... 8
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO........................................................... 9
2.1. Localização.......................................................................................................... 9
2.2. Aspectos Climáticos .......................................................................................... 10
2.3. Hidrografia ......................................................................................................... 12
2.4. Contexto Geomorfológico.................................................................................. 13
2.5. Contexto Pedológico.......................................................................................... 15
2.6. Traços Tectônicos Regionais ............................................................................ 16
2.7. Contexto Geológico Regional............................................................................ 17
2.7.1. Subgupo Itararé ........................................................................................ 19
2.7.2. Formação Aquidauana.............................................................................. 19
2.7.3. Formação Tatuí......................................................................................... 20
2.7.4. Formação Irati........................................................................................... 20
2.7.5. Formação Corumbataí.............................................................................. 21
2.7.6. Formação Pirambóia................................................................................. 21
2.7.7. Formação Botucatu................................................................................... 22
2.7.8. Formação Serra Geral .............................................................................. 22
2.7.9. Depósitos Cenozóicos .............................................................................. 23
2.7.9.1. Formação Itaqueri......................................................................... 23
2.7.9.2. Formação Rio Claro...................................................................... 24
3. CONCEITOS FUNDAMENTAIS E METODOLOGIA............................................... 29
3.1. Considerações Gerais ....................................................................................... 29
3.2. Ensaios Geofísicos............................................................................................ 30
3.2.1. Método da Eletrorresistividade ................................................................. 30
3.2.1.1. Porosidade e Textura das Rochas X Resistividade...................... 32
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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iii
3.2.2. Sondagem Elétrica Vertical....................................................................... 33
3.2.3. Imageamento Elétrico 2D e 3D................................................................. 37
3.2.4. Interpretação de Dados Geofísicos .......................................................... 42
3.3. Levantamento Topográfico................................................................................ 46
3.4. Poços de Monitoramento................................................................................... 50
3.5. Ensaios de Permeabilidade............................................................................... 52
3.5.1. Método Guelph ......................................................................................... 53
3.5.2. Teste de Slug............................................................................................ 56
3.5.3. Análise Granulométrica............................................................................. 61
3.6. Difração de Raio – X e Petrografia.................................................................... 64
3.7. Testes de Bombeamento................................................................................... 65
3.8. Cálculo de Reservas.......................................................................................... 66
3.9. Análise Geoestatística....................................................................................... 68
4. HIDROFACIOLOGIA DO AQÜÍFERO RIO CLARO ............................................... 73
4.1. Ensaios Geofísicos............................................................................................ 74
4.1.1. Eletrofácies da Formação Rio Claro......................................................... 80
4.1.2. Calibração dos Ensaios Geofísicos .......................................................... 82
4.1.3. Análise Geoestatística dos Dados Obtidos nas SEVs.............................. 86
4.1.3.1. Resultados da Krigagem............................................................. 107
4.1.4. Imageamento Elétrico 2D e 3D............................................................... 136
4.2. Cálculo de Reservas........................................................................................ 159
4.3. Ensaios de Permeabilidade............................................................................. 159
4.4. Arcabouço Mineralógico do Aqüífero Rio Claro............................................... 170
4.5. Testes de Produção......................................................................................... 174
5. CONCLUSÕES...................................................................................................... 178
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 186
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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iv
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa de localização da área de estudo...................................................... 10
Figura 2 – Dados pluviométricos dos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005..................... 11
Figura 3 – Mapa hidrográfico do Município de Rio Claro. ............................................ 13
Figura 4 –Superfícies aplainadas e níveis planálticos (modif. de Melo, 1995)............. 14
Figura 5 – Mapa geológico da bacia hidrográfica do Rio Corumbataí (modificado de
CPRM, 1986; Zaine, 1994; Sousa, 1997)..................................................................... 18
Figura 6 – Litofácies da Formação Rio Claro constituída por conglomerados com
matriz silto-arenosa a argilosa, areia predominantemente fina com delgados leitos de
argila, e seu contato com a Formação Corumbataí...................................................... 28
Figura 7 – Definição da resistividade dos materiais. .................................................... 31
Figura 8 – Disposição dos circuitos de emissão e recepção da técnica da SEV -
Arranjo Schlumberger................................................................................................... 36
Figura 9 – Distribuição dos eletrodos no imageamento 3D.......................................... 39
Figura 10 – Utilização da técnica roll along no imageamento 2D e 3D, para ampliar a
área de cobertura da pesquisa..................................................................................... 40
Figura 11 – Plotagem dos dados de campo (Arranjo Dp-Dp)....................................... 44
Figura 12 – Princípio do posicionamento diferencial com GPS e distorções causadas
pela ionosfera e troposfera (Gomes et al., 2001). ........................................................ 47
Figura 13 – Desenho esquemático do permeâmetro Guelph....................................... 54
Figura 14 – Funcionamento do permeâmetro Guelph (A) e o bulbo de saturação de
água no solo (B). .......................................................................................................... 55
Figura 15 – (A) Slug Test e (B) Bail Test, modificado de Sanders (1998).................... 57
Figura 16 – Desenho esquemático ilustrando o teste de slug com os parâmetros
geométricos, necessários para estimar a condutividade hidráulica pelo método de
Hvorslev (1951). ........................................................................................................... 59
Figura 17 – Desenho esquemático ilustrando o teste de slug, com os parâmetros
geométricos necessários para estimar a condutividade hidráulica pelo método de
Bouwer e Rice (1976)................................................................................................... 60
Figura 18 – Gráfico mostrando a relação da condutividade hidráulica com o diâmetro
dos grãos de sedimentos texturalmente diferentes (Fetter, 1988). .............................. 63
Figura 19 – Representação gráfica da equação característica do poço. ..................... 66
Figura 20 – Representação gráfica dos três modelos variográficos mais utilizados
(Isaaks e Srivastava, 1989). ......................................................................................... 71
Figura 21 – Mapa de localização das SEVs, escala de município. .............................. 75
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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v
Figura 22 – Mapa de localização das SEVs e dos poços de monitoramento no Campus
Bela Vista da Unesp de Rio Claro, escala de detalhe.................................................. 76
Figura 23 – Perfis descritivos do poço de monitoramento PM – 01 e da SEV – 106, da
Fazenda São José........................................................................................................ 83
Figura 24 – Perfis descritivos do poço de monitoramento PM – 06 e da SEV – 72, do
Campus da UNESP...................................................................................................... 84
Figura 25 – Perfis descritivos do poço de monitoramento PM – 05 e da SEV – 141, do
Campus da UNESP...................................................................................................... 85
Figura 26 – Histograma representando assimetria positiva na escala de município.... 89
Figura 27 – Histogramas representando distribuição simétrica na escala de
município.... ..................................................................................................................90
Figura 28 – Histograma representando distribuição simétrica na escala de detalhe. .. 90
Figura 29 – Dois exemplos de distribuição dos pontos, onde o coeficiente de
correlação é menor que 1, nas duas escalas de estudo. ............................................. 91
Figura 30a – Scatter Plots das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de município...................................................................................................... 92
Figura 30b – Scatter Plots das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de município...................................................................................................... 93
Figura 30c – Scatter Plot das variáveis que apresentam significativa correlação, escala
de município. ................................................................................................................ 94
Figura 31a – Scatter Plots das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de detalhe.......................................................................................................... 95
Figura 31b – Scatter Plot das variáveis que apresentam significativa correlação, escala
de detalhe..................................................................................................................... 96
Figura 32 – Scatter Plot das variáveis da “soma das espessuras saturadas das
diferentes eletrofácies” e a “espessura saturada da Formação Rio Claro”, escala de
detalhe.......................................................................................................................... 98
Figura 33 – Mapa variográfico da variável “Cota do NA” (escala – município). ........... 99
Figura 34 – Mapa variográfico da variável “Cota Topográfica” (escala – município). .. 99
Figura 35 – Mapa variográfico da variável “Cota do topo da Formação Corumbataí”
(escala – município).................................................................................................... 100
Figura 36 – Mapa variográfico da variável “Cota do NA” (escala – detalhe).............. 101
Figura 37 – Mapa variográfico da variável “Espessura total da Formação Rio Claro”
(escala – detalhe). ...................................................................................................... 101
Figura 38 – Exemplo de ajuste com a primeira bissetriz, após escolha da
vizinhança................................................................................................................... 102
Figura 39a – Modelos variográficos (escala – município). ......................................... 103
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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vi
Figura 39b – Modelos variográficos (escala – município). ......................................... 104
Figura 40a – Modelos variográficos bidirecionais (escala – detalhe)......................... 104
Figura 40b – Modelos variográficos (escala – detalhe).............................................. 105
Figura 40c – Modelos variográficos (escala – detalhe). ............................................. 106
Figura 41 – Mapa de iso-espessuras da Formação Rio Claro. .................................. 108
Figura 42 – Mapa de iso-valores de cota do topo da Formação Corumbataí e sua
superfície 3D............................................................................................................... 110
Figura 43 – Mapa de iso-espessuras da zona saturada da Formação Rio Claro. ..... 112
Figura 44 – Mapa de iso-espessuras do primeiro nível geoelétrico saturado da
Formação Rio Claro.................................................................................................... 113
Figura 45 – Mapa de iso-resistividades do primeiro nível geoelétrico saturado,
correlacionado às possíveis eletrofácies.................................................................... 114
Figura 46 – Sondagem elétrica e correspondente modelo geoelétrico para a SEV
72................................................................................................................................ 115
Figura 47 – Sondagens elétricas e correspondentes modelos geoelétricos para as
SEVs 32 e 70.............................................................................................................. 115
Figura 48 – Mapa de valores de resistência transversal do primeiro nível geoelétrico
saturado...................................................................................................................... 117
Figura 49 – Mapa mostrando a superposição das variáveis resistência transversal do
primeiro nível geoelétrico saturado e espessura do primeiro nível geoelétrico
saturado...................................................................................................................... 118
Figura 50 – Mapa de iso-espessuras da zona não-saturada da Formação Rio
Claro....... .................................................................................................................... 119
Figura 51 – Mapa potenciométrico do Aqüífero Rio Claro.......................................... 121
Figura 52 – Bloco diagrama da superfície topográfica e da potenciométrica............. 122
Figura 53 – Mapa de iso-espessuras da Formação Rio Claro – escala de detalhe... 123
Figura 54 – Mapa de iso-valores de cota do topo da Formação Corumbataí e sua
superfície 3D – escala de detalhe. ............................................................................. 125
Figura 55 – Mapa de iso-espessuras da zona saturada da Formação Rio Claro –
escala de detalhe........................................................................................................ 127
Figura 56 – Mapa de iso-espessuras do primeiro nível geoelétrico saturado da
Formação Rio Claro – escala de detalhe. .................................................................. 128
Figura 57 – Mapa de iso-resistividades do primeiro nível geoelétrico saturado,
correlacionado às possíveis eletrofácies – escala de detalhe.................................... 129
Figura 58 – Mapa de valores de iso-resistência transversal do primeiro nível
geoelétrico saturado – escala de detalhe................................................................... 132
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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vii
Figura 59 – Mapa mostrando a superposição das variáveis resistência transversal do
primeiro nível geoelétrico saturado e espessura do primeiro nível geoelétrico saturado
– escala de detalhe..................................................................................................... 133
Figura 60 – Mapa de iso-espessuras da zona não-saturada da Formação Rio Claro –
escala de detalhe........................................................................................................ 134
Figura 61 – Mapa potenciométrico do Aqüífero Rio Claro – escala de detalhe. ........ 135
Figura 62 – Bloco diagrama da superfície topográfica e da potenciométrica – escala de
detalhe........................................................................................................................ 136
Figura 63 – Mapa de localização dos ensaios de imageamento elétrico 2D e 3D..... 137
Figura 64 – Linhas de imageamento elétrico 2D executadas com Arranjo Wenner... 139
Figura 65 – Linhas de imageamento elétrico 2D executadas com Arranjo
Schlumberger. ............................................................................................................ 140
Figura 66 – Ilustração de Loke (2001), mostrando a pouca convergência dos
dados.......................................................................................................................... 141
Figura 67 – Resultado do imageamento elétrico 2D – Campo de Futebol................. 142
Figura 68 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Campo de Futebol, imagem
frontal, posterior e debaixo. ........................................................................................ 143
Figura 69 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Campo de Futebol,
representando a eletrofácies silto-arenosa (A), areno-siltosa (B) e arenosa (C) da
Formação Rio Claro.................................................................................................... 144
Figura 70 – Imagens em slice na direção Z e slice dinâmico – Campo de Futebol. .. 145
Figura 71 – Resultado do imageamento elétrico 2D – Quadras de Esporte. ............. 147
Figura 72 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Quadras de Esporte, imagem
frontal e posterior........................................................................................................ 148
Figura 73 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Quadras de Esporte,
representando a eletrofácies silto-argilosa (A), silto-arenosa (B), areno-siltosa (C) e
arenosa (D) da Formação Rio Claro e o siltito e argilito da Formação Corumbataí... 149
Figura 74 – Imagens em slice na direção Z e slice dinâmico – Quadras de Esporte. 150
Figura 75a – Resultado do imageamento elétrico 2D – Prédios dos Departamentos de
Geologia. .................................................................................................................... 152
Figura 75b – Resultado do imageamento elétrico 2D – Prédios dos Departamentos de
Geologia. .................................................................................................................... 153
Figura 76 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Prédios dos Departamentos de
Geologia, imagem frontal e posterior.......................................................................... 154
Figura 77 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Prédios dos Departamentos de
Geologia, representando a eletrofácies silto-argilosa (A), silto-arenosa (B), areno-
siltosa (C) e arenosa (D e E) da Formação Rio Claro................................................ 155
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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viii
Figura 78 – Imagens em slice na direção Z e slice dinâmico – Prédios dos
Departamentos de Geologia....................................................................................... 156
Figura 79 – Mapa de localização dos poços de monitoramento e seus respectivos
perfis........................................................................................................................... 158
Figura 80 – Análises granulométricas das amostras do poço de monitoramento PM –
06................................................................................................................................ 161
Figura 81 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de monitoramento
PM – 01 (Fazenda São José)..................................................................................... 163
Figura 82 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de monitoramento
PM – 03 (Fazenda São José)..................................................................................... 163
Figura 83 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de monitoramento
PM – 05 (Campus da UNESP). .................................................................................. 164
Figura 84 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de monitoramento
PM – 07 (Campus da UNESP). .................................................................................. 164
Figura 85 – Gráfico de barras comparando os valores de condutividade hidráulica
obtidos por meio dos métodos de Hvorslev e Bouwer & Rice nos poços de
monitoramento............................................................................................................ 166
Figura 86 – Mapa de localização dos ensaios de permeabilidade pelo método
Guelph... ..................................................................................................................... 168
Figura 87 – Difratogramas Fração Total das amostras coletadas do poço de
monitoramento PM – 06, Campus da UNESP (intervalo de 0,5 a 15,5 m)................. 171
Figura 88 – Difratogramas Fração Argila das amostras coletadas do poço de
monitoramento PM – 06, Campus da UNESP (intervalo de 0,5 a 15,5 m)................. 172
Figura 89 – Composição dos arenitos da Formação Rio Claro em Diagrama de Folk
(1968)... ......................................................................................................................174
Figura 90 – Gráfico de rebaixamento por tempo do poço PM – 05............................ 176
Figura 91 – Gráfico de rebaixamento por vazão, mostrando a curva característica do
poço PM – 05.............................................................................................................. 176
Figura 92 – Gráfico de rebaixamento por tempo do poço PM – 08............................ 177
Figura 93 – Gráfico de rebaixamento por vazão, mostrando a curva característica do
poço PM – 08.............................................................................................................. 177
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
ix
ÍNDICE DE FOTOS
Foto 1 – Conjuntos transmissor e receptor (aparelho da marca Bison), bobinas, cabos
e eletrodos utilizados na realização dos ensaios geofísicos. ....................................... 34
Foto 2 – Cabo multi-eletrodo. ....................................................................................... 38
Foto 3 – Resistivímetro Super Sting R8 IP................................................................... 42
Foto 4 – Detalhe do DGPS, com antena e receptor..................................................... 49
Foto 5 – Detalhe das conexões a serem realizadas antes da utilização do DGPS...... 49
Foto 6 – Detalhe da sonda roto-percussora (hollow stem auger) sobre o caminhão, em
operação no Campus da UNESP................................................................................. 50
Foto 7 – Acabamento do poço de monitoramento........................................................ 52
Foto 8 – Foto em frente ao Lebac ilustrando o acúmulo de água de chuva mantido pela
eletrofácies silto-argilosa, presente nesta porção. ..................................................... 130
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Identificação dos ensaios geofísicos executados em escala de município.77
Tabela 2a – Identificação dos ensaios geofísicos executados em escala de detalhe.. 78
Tabela 2b – Identificação dos ensaios geofísicos executados em escala de detalhe.. 79
Tabela 3 – Modelo geoelétrico final.............................................................................. 81
Tabela 4a – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de
município.. ....................................................................................................................87
Tabela 4b – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de
município.. ....................................................................................................................87
Tabela 5a – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de detalhe.88
Tabela 5b – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de detalhe.88
Tabela 6 – Valores de condutividade hidráulica obtidos pelo método de Shepherd, para
amostras coletadas do poço de monitoramento PM – 06 no Campus da UNESP..... 160
Tabela 7 – Profundidade do nível d´água (NA) e dados construtivos dos poços de
monitoramento............................................................................................................ 165
Tabela 8 – Valores de condutividade hidráulica obtidos por meio de testes de Slug,
utilizando métodos de Hvorslev e de Bouwer & Rice. ................................................ 165
Tabela 9 – Valores de condutividade hidráulica obtidos por meio do método
Guelph........ ................................................................................................................ 169
Tabela 10 – Dados das análises modais das amostras da Formação Rio Claro. ...... 173
Tabela 11 – Dados do teste de bombeamento realizado no poço PM – 05............... 175
Tabela 12 – Dados do teste de bombeamento realizado no poço PM – 08............... 175
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
x
RESUMO
São aqui apresentados os resultados de pesquisa desenvolvida no Aqüífero
Rio Claro, constituído pelos sedimentos cenozóicos da Formação Rio Claro, que
recobre extensa área do município homônimo no estado de São Paulo. O objetivo
central desta pesquisa é a caracterização hidrofaciológica do Aqüífero Rio Claro, no
Município de Rio Claro, por meio da utilização de métodos geofísicos. Para tanto, foi
aplicado o método geoelétrico da eletrorresistividade, utilizando as técnicas de
sondagem elétrica vertical e imageamento elétrico 2D e 3D, em escala de município e
de detalhe (Campus Bela Vista da Unesp de Rio Claro). Por meio de levantamento
geofísico foi possível identificar e delimitar as litofácies que constituem o aqüífero, de
maneira a estabelecer uma subdivisão das unidades geoelétricas. Com base nesta
subdivisão, foram elaborados mapas de resistividade em escalas de município e de
detalhe, com intuito de verificar a distribuição espacial das eletrofácies presentes no
Aqüífero Rio Claro, na zona saturada. Foram elaborados ainda mapas de iso-
espessuras do Aqüífero Rio Claro e de cota do topo da Formação Corumbataí. Os
dados obtidos com as SEVs passaram por tratamento geoestatístico, que possibilitou
o aprofundamento de análises interpretativas quanto aos modelos de distribuição e
correlações. A partir de dados extraídos de poços de monitoramento, foram definidas
as propriedades hidráulicas do aqüífero, por meio de testes de Slug, análise
granulométrica e testes de produção; condutividade hidráulica na zona não-saturada
foi obtida por meio do método Guelph. Os dados geofísicos revelam que a eletrofácies
arenosa da Formação Rio Claro abrange grande parte da área; a silto-arenosa e a
silto-argilosa estão distribuídas aleatoriamente, e que existe ampla variação na
espessura da Formação Rio Claro, caracterizando um substrato bastante irregular.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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xi
ABSTRACT
Results are presented for research carried out in the Rio Claro Aquifer
constituted by Cenozoic sediments of the Rio Claro Formation that recovers extensive
area of the homonym city in the state of São Paulo. The main objective of this research
is hydrofacies characterization of the Rio Claro Aquifer, using geophysical methods.
Electrical resistivity method was applied using vertical electric sounding (VES) and 2D
and 3D imaging techniques, in municipal scale and detail scale (Campus of Unesp).
Using geophysical survey was possible to identify and to delimit lithofacies that
constitute the aquifer, in order to establish a subdivision of the geoelectrics units. This
subdivision was used to construct maps of resistivity in detail and municipal scales,
aiming to verify the spatial distribution of the electrofacies in saturated zone of the Rio
Claro Aquifer. Maps of iso-thicknesses of the Rio Claro Aquifer and of the elevation of
the top of the Corumbataí Formation were made. The VES data underwent
geoestatistical analysis that made possible a carefull study of interpretative analysis
and statistical correlations. Using data extracted from the monitoring wells, the
hydraulic properties of the aquifer were obtained, through slug tests, granulometric
analysis and production tests; hydraulic conductivity in non-saturated zone was
determined using Guelph permeameter. The geophysical data show that arenaceous
electrofacies of the Rio Claro Formation covers large part of the area; the silt-
arenaceous and silt-argillaceous electrofacies have random distribution, and there is a
broad variation in the thickness of the Rio Claro Formation, characterizing an irregular
substratum.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
A hidrogeologia é uma área de estudo que trata das águas da Terra: sua
ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas, e suas
interações com o meio ambiente, incluindo suas relações com os seres vivos.
A disponibilidade, o uso e o controle dos recursos hídricos se tornaram uma
preocupação constante ao longo da história, acentuando-se com a intensa
urbanização e industrialização dos processos de produção a partir do século XX. O
crescimento econômico, acompanhado de forte explosão demográfica, fez com que
muitas regiões no mundo se defrontassem com disponibilidades hídricas insuficientes.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente cerca
de 1,2 bilhão de pessoas continuam excluídas da cota mínima de água e, em 20 anos,
a quantidade média de água disponível para cada indivíduo será reduzida a um terço.
Focalizando o caso do Brasil, dados da Agência Nacional de Águas (ANA)
apontam que este país possui 18% de todos os recursos hídricos superficiais do
planeta. Calcula-se que existam 112 bilhões de m
3
de água subterrânea, sendo 35% a
40% da população brasileira usuários deste recurso.
Tendo em vista este quadro, torna-se necessária a realização de estudos mais
detalhados sobre aqüíferos exploráveis, visando principalmente melhorar seu uso.
A Bacia do Paraná encontra-se na parte meridional do território brasileiro, com
área de cerca de 1,1 milhões de km
2
. Com formato alongado na direção NNE-SSW,
tem aproximadamente 1750 km de comprimento e largura média de 900 km. Os
valores máximos de espessura de rochas sedimentares e vulcânicas, se somados,
ultrapassam 6000 m (ZALÁN et al., 1990). Esta bacia sedimentar possui aqüíferos de
grande importância econômica, como por exemplo, os sistemas aqüíferos Guarani
(formações Botucatu e Pirambóia), Bauru, Itararé e Serra Geral.
Localizado na porção Sudeste do Brasil, o Município de Rio Claro (SP) tem a
exploração de águas subterrâneas implementada principalmente em rochas do
Subgrupo Itararé. Na região, esta unidade litoestratigráfica encontra-se relativamente
profunda (de 200 a 500 m) e se caracteriza por apresentar baixa produtividade. Além
disso, em porções mais profundas, apresenta alta salinidade (aproximadamente 1000
ppm), comprometendo sua qualidade.
Esses fatores, somados ao incremento na demanda do abastecimento
doméstico, industrial e agropecuário na região de Rio Claro, conduziram várias
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
2
empresas do município a utilizarem água subterrânea extraída de arenitos da
Formação Rio Claro, assentados sobre os siltitos e lamitos da Formação Corumbataí.
Os arenitos da Formação Rio Claro, intercalados com finas camadas argilosas,
constituem um aqüífero raso pouco espesso (aproximadamente 30 m), ou seja, suas
características hidráulicas (variáveis físicas, distribuição espacial, hidrogeoquímica,
etc) estão íntima e diretamente subordinadas às condições pluviométricas (águas
pluviais) na zona de recarga.
O Aqüífero Rio Claro atende de maneira satisfatória à demanda atual, mas um
incremento muito elevado na exploração deste aqüífero, no entanto, pode gerar
problemas no suprimento de água. Por este motivo, faz-se necessária a realização de
estudo mais detalhado deste aqüífero, com vistas a possibilitar a gestão adequada
desta reserva de água subterrânea, minimizando a exploração predatória e ampliando
o uso sustentável ou mais racional de seu potencial. Para tanto, é necessária a
elaboração de inventário especializado que permita determinar as características
hidrofaciológicas e os fatores de fluxo de águas subterrâneas, tais como mapas
potenciométrico, de resistividade (que possibilitarão a identificação de fácies arenosas
e argilosas) e de espessuras das fácies que constituem este aqüífero.
A qualidade precária das informações extraídas dos relatórios de poços e,
principalmente, a insuficiência de dados, devido à carência de poços cadastrados no
Aqüífero Rio Claro, dificultam a execução de um inventário que estabeleça uma
correlação entre os aspectos litológicos e o potencial hídrico do aqüífero.
Com vistas a solucionar este problema, procedeu-se ao levantamento
geofísico, utilizando o método geoelétrico, por meio das técnicas de sondagem elétrica
vertical e de imageamento elétrico bidimensional (2D) e tridimensional (3D).
Os métodos geofísicos são amplamente utilizados em estudos relacionados ao
mapeamento geológico e à prospecção mineral. Desde a década de 70, vêm sendo
também utilizados em estudos voltados à prevenção e ao monitoramento de aspectos
relativos à poluição ambiental. Nas últimas décadas, com a evolução tecnológica dos
equipamentos geoelétricos, esta ferramenta vem aumentando seu espectro de
aplicação por se tratar de técnica de baixo custo, versátil e com procedimentos de
interpretações bem estabelecidos, por meio de programas computacionais, e que
possibilitam interpretações quantitativas.
No Brasil, um grande número de trabalhos científicos foi publicado em diversas
áreas, tais como geologia básica e geotecnia (DAVINO, 1970; MALAGUTTI, 1991;
BRAGA, 1997; IRITAMI, 1993; SILVA 1999), geologia ambiental (ELIS, 1998,
SHIRAIWA et al., 2001) e hidrogeologia (CUTRIM et al., 2001).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
3
A eletrorresistividade é um método geoelétrico utilizado no mundo inteiro, nas
mais variadas áreas de conhecimento. Baseado na determinação da resistividade
elétrica de diferentes tipos de materiais geológicos, este método tem origem no século
XVIII com a descoberta da resistividade das rochas por Gray e Wheeler (1720 apud
ORELLANA, 1972), e da condutividade do solo por Watson, em 1971 (apud
ORELLANA, 1972).
Dentre as técnicas estabelecidas no método da eletrorresistividade, as de
sondagem elétrica vertical e imageamento elétrico 2D e 3D foram escolhidas para este
trabalho, principalmente devido ao detalhamento que se deseja alcançar, uma vez que
seria inviável economicamente perfurar um número elevado de poços de
monitoramento para obtenção dos dados necessários a este estudo.
Inicialmente, este trabalho englobou o estudo de eletrofácies da Formação Rio
Claro em escala do município homônimo, obtendo resultados satisfatórios, mas sem o
detalhamento indispensável para precisar certas características da unidade, como, por
exemplo, suas variações litofaciológicas. Considerando este aspecto, o estudo passou
a uma escala de maior detalhe. A área escolhida para essa escala de detalhe foi o
Campus Bela Vista da UNESP de Rio Claro, por possuir uma área livre bem ampla,
possibilitando a distribuição de sondagens elétricas verticais (SEVs) em malhas de 20
x 20 m.
Desta maneira, este trabalho permitiu reunir um grande número de dados de
SEVs, que possibilitou a identificação das litofácies presentes na Formação Rio Claro
e, também, a determinação do potencial hídrico do Aqüífero Rio Claro, visando
subsidiar propostas para o uso adequado deste recurso hídrico.
1.2. Objetivos
O objetivo principal deste estudo é a caracterização hidrofaciológica do
Aqüífero Rio Claro, no Município de Rio Claro – SP, por meio da utilização de métodos
geofísicos.
Para tanto, foi aplicado o método geoelétrico da eletrorresistividade, utilizando
as técnicas de sondagem elétrica vertical e imageamento elétrico 2D e 3D, no estudo
do Aqüífero Rio Claro.
Por meio de extenso levantamento geofísico foi possível a identificação e a
delimitação de litofácies que constituem o aqüífero, de maneira a estabelecer uma
subdivisão das unidades geoelétricas. Com base nesta subdivisão, foram elaborados
mapas de resistividade em escalas de município e de detalhe, com intuito de verificar
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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4
a distribuição espacial das eletrofácies presentes no Aqüífero Rio Claro, na zona
saturada.
Além destas informações, foram elaborados ainda mapas de iso-espessuras do
Aqüífero Rio Claro e de cota do topo da Formação Corumbataí. Vale ressaltar que
estes mapas foram elaborados após tratamento geoestatístico dos dados, visando
maior fidelidade à realidade.
As SEVs foram calibradas com dados de investigação direta, obtidos de poços
de monitoramento. A partir de dados extraídos desses poços, foram definidas as
propriedades hidráulicas do aqüífero. Os dados geofísicos, juntamente com os obtidos
por meio da determinação das propriedades hidráulicas do aqüífero, possibilitaram a
determinação do potencial hídrico do Aqüífero Rio Claro.
1.3. Conceituação Teórica - Eletrofácies
O termo fácies foi introduzido por Gressly (1838, apud READING, 1986) para
referir-se a um corpo rochoso com características específicas. Atualmente é
empregado com conotações distintas: quando baseado em características litológicas
litofácies; com base na identificação de processos e ambientes formadores das rochas
fácies genéticas; ou relacionado a fatores genéticos tectônicos tectonofácies.
A partir do momento que se introduz uma corrente elétrica conhecida no
subsolo, por meio de um conjunto transmissor, e se obtém valores de resistividade
para diferentes tipos rochosos, diferenciados pela natureza (processos e ambientes
deposionais) e pelo estado de saturação de água do material, pode-se distinguir
diferentes eletrofácies, cujas especificações permitem identificar litofácies
correspondentes, com certa margem de segurança.
1.4. Contexto Hidrológico Subterrâneo do Município de Rio Claro
1.4.1. Generalidades
Com base no esboço da distribuição espacial dos sistemas aqüíferos definidos
pelo DAEE (1981), a cidade de Rio Claro está assentada sobre os grupos Passa Dois
e Tubarão, rochas intrusivas básicas e sedimentos da Formação Rio Claro.
As zonas aqüíferas que ocorrem no Grupo Passa Dois armazenam água tanto
em porosidade de interstícios como em fissuras, dependendo da litologia e situação
estrutural local. Segundo o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias
Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – UGRHI-5, a espessura das
zonas aqüíferas do Grupo Passa Dois é de aproximadamente 220 m. A capacidade
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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5
específica varia de 0,01 a 1,00 m
3
/h/m, a transmissividade está abaixo de 10 m
2
/dia, a
permeabilidade aparente altera entre 0,001 a 0,2 m/dia e a vazão é de 10 m
3
/h.
O contexto hidrológico do Município de Rio Claro é representado por dois
sistemas principais de águas subterrâneas. O primeiro consiste em um aqüífero livre,
pouco profundo, com vazão entre 5 m
3
/h e 25 m
3
/h, constituído pelos materiais pouco
consolidados da Formação Rio Claro, tema do presente trabalho. Dados obtidos
também no Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – UGRHI-5 mostram que a espessura deste
aqüífero é de aproximadamente 30 m, a transmissividade varia de 2 a 50 m
2
/dia, a
permeabilidade aparente é menor que 2 m/dia e a capacidade específica altera entre
0,1 a 5 m
3
/h/m. O segundo sistema é composto por sedimentos do Grupo Tubarão,
mais especificamente da Formação Tatuí e do Subgrupo Itararé. Os sedimentos do
Subgrupo Itararé constituem um aqüífero confinado, com profundidades que variam
em torno de 200 m, com vazão entre 20 m
3
/h e 37 m
3
/h, transmissividade entre 0,3 e
40 m
2
/dia, permeabilidade aparente variando entre 0,002 e 0,7 m/dia e capacidade
específica entre 0,03 e 6 m
3
/h/m.
Além desses sistemas aqüíferos, ocorre também uma ampla distribuição, na
região, de rochas intrusivas básicas de diversas formas (mais comumente diques e
sills), que compõem o Aqüífero Serra Geral. Corpos profundos de diabásio contêm
água em suas fraturas, com vazão entre 5 m
3
/h e 30 m
3
/h.
As águas subterrâneas de todos esses aqüíferos apresentam em geral boa
qualidade, permitindo sua utilização, normalmente sem restrições, para o
abastecimento público, usos industriais, criação de animais e irrigação.
À exceção das zonas restritas mais profundas do Aqüífero Tubarão ou Itararé e
de áreas localizadas do Aqüífero Passa Dois, a mineralização da água subterrânea é
baixa, possivelmente devido às altas taxas pluviométricas regionais, aos tipos
litológicos pouco solúveis predominantes nos aqüíferos e ao rápido escoamento da
água pela zona saturada.
Com relação à classificação química das águas subterrâneas, o elemento
químico predominante no Aqüífero Tubarão ou Itararé é o sódio. Secundariamente,
ocorre o íon magnésio e ocorrências localizadas de águas sulfatadas cálcicas e
cloretadas cálcicas. O Aqüífero Passa Dois apresenta uma classificação variada entre
todos os diferentes tipos hidroquímicos citados (RELATÓRIO “0 – CBH - PCJ”, 1999).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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6
1.4.2. Arcabouço Mineralógico do Aqüífero Rio Claro
O Aqüífero Rio Claro é constituído por arenitos da Formação Rio Claro,
intercalados com finas camadas argilosas, responsáveis por aqüíferos suspensos
localizados. Esse aqüífero, na área de estudo, é sotoposto pelos siltitos e argilitos da
Formação Corumbataí, subjacente à Formação Rio Claro.
Dados obtidos de descrição de amostras de afloramentos e análise
granulométrica indicam que os arenitos da Formação Rio Claro possuem
granulometria que variam de areia fina à média. Alguns desses arenitos apresentam
alto teor de argilas, outros são conglomeráticos, coerentes com sua sedimentação em
ambiente fluvial, no qual os níveis mais argilosos correspondem a planícies de
inundação e os níveis conglomeráticos aos canais (OLIVA, 2002).
Análises de microscopia ótica de lâminas delgadas e de difratometria de raio-X
realizadas em amostras da Formação Rio Claro mostram que o principal constituinte
detrítico do arcabouço dos arenitos da Formação Rio Claro é quartzo (OLIVA, 2002).
Os feldspatos, ausentes nas amostras descritas, provavelmente sofreram diagênese,
lixiviação e transformação para argilo-minerais, juntando-se à matriz argilosa e
compondo uma pseudo-matriz; o mineral acessório mais abundante identificado é a
ilmenita; a matriz é constituída por cutículas de argila, de composição caulinítica, que
envolvem os cristais de quartzo e preenchem os poros (OLIVA, 2002).
Segundo Ferreira (2005), os solos da Formação Rio Claro são constituídos de
material areno-argiloso e cascalhos, sendo que a classe textural predominante é a de
areia fina, com classificação textural franco arenosa e franco argilo-arenosa. Também
são encontrados fragmentos de laterita laminares retrabalhadas. Pela fluorescência de
raio-X, realizada em 43 amostras de solo da Formação Rio Claro, Ferreira (2005)
identificou a presença de mais de 60% de sílica e valores representativos de alumínio
e ferro.
1.4.3. Potenciometria do Aqüífero Rio Claro
Com a realização do cadastramento prévio dos poços existentes no Aqüífero
Rio Claro, observou-se escassez de poços e de dados confiáveis sobre os existentes.
Além disto, a maioria dos poços perfurados está localizada no distrito industrial do
Município de Rio Claro, nas proximidades da Avenida Brasil, e distanciam entre si em
média 1,5 km.
Dessa forma, não seria plausível elaborar o mapa potenciométrico do Aqüífero
Rio Claro (Município de Rio Claro) segundo os procedimentos clássicos descritos por
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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7
Castany (1975), que utilizam dados de nível d´água medidos em poços com uma
melhor distribuição em área.
Devido a esses fatores, Oliva (2002) optou pela elaboração do mapa
potenciométrico do Aqüífero Rio Claro apenas utilizando sondagens elétricas verticais
(SEVs), que permitiu delimitar zonas de recarga e descarga das águas subterrâneas
locais e as direções preferenciais de fluxo d´água subterrâneo. Toda porção central da
Formação Rio Claro no município homônimo foi considerada globalmente como uma
área de recarga, onde as águas pluviais infiltram no solo e se deslocam em
subsuperfície, declive abaixo, seguindo, grosso modo, a topografia, ocorrendo áreas
de descarga somente próximo ao contato basal da formação.
A realização de novas SEVs em períodos semelhantes às realizadas por Oliva
(2002), juntamente com o tratamento geoestatístico desses dados ajudaram a refinar o
trabalho. Os novos resultados serão abordados em capítulos posteriores.
1.4.4. Aspectos Hidroquímicos do Aqüífero Rio Claro
Estudos da composição das águas subterrâneas e de mananciais são de
fundamental importância para o uso adequado destes recursos hídricos, sobretudo no
Município de Rio Claro, com crescente adensamento populacional e industrial e com a
explotação de água de um aqüífero raso (prevalecem profundidades de nível d´água
inferiores a 25 m).
Dessa forma, é aqui apresentada uma síntese das características
hidroquímicas das águas subterrâneas do Aqüífero Rio Claro, das águas superficiais e
das águas de chuva, que infiltram em subsuperfície, interagem com o substrato
sedimentológico e recarregam o aqüífero em questão.
Amostras de poços e nascentes que representam o Aqüífero Rio Claro
apresentam pH variando de 5,16 a 7,70. A maioria apresenta pH entre 6 e 7, refletindo
o caráter neutro a levemente ácido das águas. A análise físico-química destas águas
permitiu sua classificação como bicarbonatadas cálcicas magnesianas e
bicarbonatadas sódicas (OLIVA, 2002). Segundo Bonotto e Mancini (1992), estas
águas são classificadas como bicarbonatadas cálcicas magnesianas.
Segundo Oliva (2002) o Aqüífero Rio Claro já mostra sinais de contaminação
por esgoto doméstico (teores altos de nitrato e cloreto) e contaminação industrial
(presença de sulfato).
O pH das águas superficiais varia de 9,5 a 5, porém a média situa-se em torno
de 6,3. As águas de chuva possuem um pH moderadamente ácido (5,7), devido à
incorporação de dióxido de carbono da atmosfera (STRADIOTO, 2004). As águas de
chuvas, no Município de Rio Claro, são classificadas predominantemente como
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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8
bicarbonatadas cálcicas magnesianas; algumas amostras foram classificadas como
cloretadas sódicas e bicarbonatadas sódicas. As amostras de águas superficiais, no
Município de Rio Claro, apresentam as mesmas classificações das amostras de águas
de chuva (STRADIOTO, 2004).
Com base nos trabalhos de Oliva (2002) e Stradioto (2004), conclui-se que os
corpos de água (nascentes e lagoas) e o Aqüífero Rio Claro (água subterrânea), são
abastecidos por águas pluviais, o que é condizente com um modelo geoquímico de
intensa lixiviação, associado à alta pluviosidade.
1.4.5. Parâmetros Hidrodinâmicos do Aqüífero Rio Claro
Não existem trabalhos anteriores que tratem dos parâmetros hidrodinâmicos do
Aqüífero Rio Claro no âmbito do município homônimo.
Por este motivo, é intuito desta pesquisa realizar testes de aqüífero em alguns
poços perfurados durante o desenvolvimento da pesquisa, para determinação da
vazão e do rebaixamento específico do aqüífero em questão, além de ensaios de
permeabilidade por meio dos métodos Guelph (permeâmetro Guelph), Hazen,
Shepherd (análise granulométrica) e Slug, para determinar a condutividade hidráulica.
Estes dados, juntamente com os obtidos por meio das SEVs, permitiram uma
avaliação preliminar das reservas permanentes, reguladoras e totais, segundo as
metodologias usuais e de cunho geral, ou seja, buscando tão somente a ordem de
grandeza destas reservas, no que se refere à porção central do Aqüífero Rio Claro.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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9
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
2.1. Localização
A área da presente pesquisa compreende cerca de 95,7 km
2
e está localizada
no centro-leste do Estado de São Paulo, na Depressão Periférica Paulista (unidade
geomorfológica representada por área rebaixada, com altitudes de 500 a 700 m).
O Município de Rio Claro é circundado, num raio aproximadamente de 30 km,
pelos municípios de Corumbataí e Leme, a Norte, Piracicaba e Iracemápolis, a Sul,
Araras e Santa Gertrudes, a Leste, Ipeúna e Itirapina, a Oeste. Inclui ainda os distritos
Assistência e Ajapi e os bairros rurais Batovi e Ferraz.
A cidade de Rio Claro dista 173 km da capital paulista, com ligação pelo
sistema Anhanguera-Bandeirantes e rodovia Washington Luiz.
A Figura 1 mostra a localização da área estudada no contexto geográfico da
América do Sul, da Bacia do Paraná e do Estado de São Paulo.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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10
Figura 1 – Mapa de localização da área de estudo.
2.2. Aspectos Climáticos
Do ponto de vista climático, Rio Claro apresenta aspectos de transição, pois
verifica-se a alternância de avanços e recuos de massas polares tropicais.
Desta maneira, o clima da região de Rio Claro pode ser considerado como
tropical, com duas estações definidas (TROPPMAIR, 1992):
de abril a setembro é o período seco, com ocorrência de 15 a 20 dias
de chuva, total de 180 a 200 mm de chuva, e temperatura média de
17
o
C;
Mato G rosso
do Sul
Paraná
Minas Gerais
Oceano
Atlântico
Escala Gráfica
52º W
20º S
25º S
52º W
0
120
Km
47º W
20º S
25º S
47º W
Rio Claro
América do Sul
Bacia do
Paraná
Bacia
Chaco-Paraná
60º
60º
80
º
40º
10º
80º
40º
10º
Estado de São Paulo
RIO CLARO
BATOVI
ASSISTÊNCIA
SANTA
GERTRUDES
AJAPI
FERRAZ
N
Á
rea de Estudo
7535 km
7530 km
7525 km
7520 km
7515 km
Escala Gráfica
50
10 Km
7510 km
7515 km
7520 km
7525 km
7530 km
753 5 km
23 5 k m
24 0 k m
24 5 km
25 0 k m
24 5 km
25 0 k m
23 5 k m
24 0 k m
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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11
de outubro a março é o período chuvoso, com 55 a 60 dias de chuva,
totalizando 1200 mm, e temperatura média de 22
o
C.
Estas informações são confirmadas por meio de dados climatológicos
(pluviometria) obtidos na Estação Metereológica de Rio Claro (CEAPLA)
(Figura 2). Considerando o ano de 2005, a precipitação máxima ocorreu no
mês de janeiro (482,2 mm) e a mínima em julho (3,6 mm); a precipitação total
anual foi de 1398,3 mm.
Figura 2 – Dados pluviométricos dos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005.
Segundo a classificação de Koeppen, o clima de Rio Claro possui a
classificação “Cwa”, onde C
é a média do mês mais frio (3
o
C a 18
o
C); w corresponde à
precipitação total média anual
(seca no inverno) e a ao mês mais quente com
temperatura média superior a 22
o
C (TROPPMAIR, 1992).
Santos (1986, 1987) já havia observado a existência de ciclicidade em termos
de anos secos e chuvosos no município de Rio Claro, em que o ano mais seco foi o de
1921, com 655 mm de chuva, e o mais chuvoso foi 1976, com 2144 mm de chuva.
Os ventos dominantes são oriundos dos quadrantes Sul e Sudeste, justificando
a localização do Distrito Industrial na porção Norte do município, evitando a poluição
do ar.
Ano - 2002
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
JA
N
F
EV
MAR
A
B
R
MA
I
JU
N
JU
L
AGO
SET
OUT
NOV
D
E
Z
Meses
Precipitação (mm)
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Temperatura (°C)
a
precipitação (mm)
temperatura (°C)
Ano - 2003
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
JAN
FEV
MAR
A
B
R
MA
I
JUN
JU
L
A
GO
SET
OUT
NOV
DEZ
Meses
Precipitação (mm)
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Temperatura (°C)
a
precipitação (mm)
temperatura (°C)
Ano - 2004
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
JAN
FEV
MA
R
ABR
MAI
JU
N
JUL
AGO
SET
OUT
NO
V
DEZ
Meses
Precipitação (mm)
0
5
10
15
20
25
30
Temperatura (°C)
a
precipitação (mm)
temperatura (°C)
Ano - 2005
0
100
200
300
400
500
600
JAN
F
E
V
M
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N
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Meses
Precipitação (mm)
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Temperatura (°C)
a
precipitação (mm)
temperatura (°C)
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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2.3. Hidrografia
O município de Rio Claro está inserido na bacia hidrográfica do Rio Corumbataí
(Figura 3). A bacia ocupa uma área de 171.050 ha e abrange ainda parte dos
municípios de Analândia, Itirapina, Corumbataí, Santa Gertrudes, Ipeúna e
Charqueada, além de Piracicaba, onde o Rio Corumbataí deságua no Rio Piracicaba.
O Rio Corumbataí, afluente do Rio Piracicaba, tem uma extensão de
aproximadamente 120 km e nasce na Serra de Santana, a 800 m de altitude. No alto
curso, o Rio Corumbataí é encachoeirado e corre em vales estreitos e profundos
(TROPPMAIR, 1992). Ao cortar o município de Rio Claro, o declive é pequeno, com
média de 2 m por quilômetro; os vales são abertos e o rio descreve muitas curvas e
meandros.
O afluente principal da margem esquerda do Rio Corumbataí é o Ribeirão
Claro, que abastece a cidade de Rio Claro. À margem direita do Rio Corumbataí,
encontram-se o Rio Passa Cinco e seu afluente Cabeça.
Penteado (1976) admite que a orientação do Rio Corumbataí tem forte
condicionante tectônico, ou seja, falhamentos pós-cretáceos que afetaram a região.
Isso porque o traçado do Rio Corumbataí e de seus afluentes maiores, especialmente
o Rio Passa Cinco, possuem direções nitidamente orientadas e se correlacionam com
as linhas de relevo regional.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Figura 3 – Mapa hidrográfico do Município de Rio Claro.
2.4. Contexto Geomorfológico
Segundo Almeida (1964), o município de Rio Claro abrange
predominantemente as seguintes províncias geomorfológicas: Depressão Periférica,
zona do Médio Tietê e Cuestas Basálticas.
No caso da Depressão Periférica e Cuestas Basálticas dentro da área de
enfoque, vários autores organizaram o relevo em níveis planálticos e sua provável
relação com a acumulação dos sedimentos cenozóicos (ALMEIDA, 1964;
BJORNBERG e LANDIM, 1966; PENTEADO, 1976; SOARES e LANDIM, 1976; OKA-
FIORI, 1987; ZAINE 1994).
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k
m
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Nestes e em outros trabalhos que serão citados, a delimitação dos níveis
planálticos foi feita a partir do reconhecimento de rupturas de declive, por meio de
análises de imagens de satélite e cartas topográficas, e foram definidos como:
planaltos nivelados pela superfície cimeira (A
), correspondente à
superfície Paleogênica (MARTONNE, 1940), Japi (ALMEIDA, 1964) ou
pediplano Pd3 (BIGARELLA et al., 1965);
planaltos subnivelados por superfície intermediária (I
), correspondente à
superfície intermediária (MARTONNE, 1940) ou ao pediplano Pd2
(BIGARELLA et al., 1965);
primeiro nível de planaltos rebaixados (B
);
segundo nível de planaltos rebaixados (Bd
) que, juntamente com o nível
B
, situa-se na posição da superfície Neogênica de Martonne (1940) ou
pediplano Pd1 de Bigarella et al. (1965).
Estes níveis e suas relações com as superfícies aplainadas são apresentados
na Figura 4.
Figura 4 –Superfícies aplainadas e níveis planálticos (modif. de MELO, 1995).
A Formação Rio Claro ocorre no nível planáltico, denominado Bd
pelo IPT
(1992a e 1992b; apud MELLO, 1995), constituindo o segundo nível de planaltos
rebaixados, com nítido controle erosivo, relacionado às calhas de drenagem. No vale
do Rio Corumbataí, o nível planáltico Bd
apresenta um desenvolvimento notável (580
a
b
c
d
e
R
Bd
A
I
B
a - e = superfícies aplainadas
A - R = níveis planálticos
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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a 670 m). Este fato pode ser explicado principalmente pela facilidade da ocorrência de
erosões em áreas com rochas sedimentares, cercadas por ocorrência de derrames de
soleira de rochas básicas.
O sistema de relevo dominante na região de Rio Claro é o de colinas
tabuliformes de vertentes suavemente convexas e patamares de fraca inclinação,
dispostos entre 550 a 650 m (PENTEADO, 1976).
Além desse sistema, o Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo (IPT,
1981) registra, no contexto da região de Rio Claro, a ocorrência de relevos do tipo
colinas médias e morrotes alongados paralelos. Essas colinas se desdobram em
patamares que descem em direção aos vales principais, constituindo níveis erosivos
quaternários.
Relevos sustentados por maciços básicos, representados por morros
testemunhos isolados, também estão presentes na região de Rio Claro.
A declividade do Município de Rio Claro apresenta sentido Norte-Sul. As
maiores altitudes estão entre 800 e 900 m (extremo Norte do município) e as menores
entre 400 e 500 m (extremo Sul do município).
2.5. Contexto Pedológico
No Município de Rio Claro, predominam rochas areníticas e, como
conseqüência, têm-se solos de textura arenosa. A infiltração da água de chuva é
rápida e, ao percolar os horizontes, há lixiviação, tornando os solos pobres e ácidos.
São predominantemente ocupados por pastagem e reflorestamento de eucaliptos
(TROPPMAIR, 1992).
O mapeamento pedológico, na escala de 1:100.000, realizado por Prado et al.
(1981), mostra que no município de Rio Claro ocorrem basicamente três tipos de
solos:
Podzólico Vermelho-Amarelo de textura média/ argilosa presente nos baixos
topográficos, ou seja, nos vales do Rio Corumbataí e Ribeirão Claro, esse tipo
de solo é formado a partir dos sedimentos finos dos grupos Passa Dois e
Tubarão, sendo que no município de Rio Claro as rochas originais são
principalmente os siltitos da Formação Corumbataí (COTTAS,1983);
Latossolo Vermelho-Amarelo atinge profundidades máximas de 10 a 12 m,
correspondendo ao solo de alteração da Formação Rio Claro;
Latossolo Roxo de textura argilosa a muito argilosa.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Outro tipo de solo encontrado na região, mas de pequena expressão em área,
são os solos litólicos, cuja principal característica é sua pequena espessura (inferior a
30 cm). Esses solos geralmente estão associados, na área NE da região, com os
siltitos e argilitos da Formação Corumbataí e, no Sul, com a Formação Irati e as
intrusões de diabásio.
Restrito aos vales do Rio Corumbataí e Ribeirão Claro, ocorrem solos
hidromórficos relacionados aos sedimentos aluvionares.
2.6. Traços Tectônicos Regionais
Das várias observações realizadas por Melo (1995), destacam-se:
a relação dos sedimentos da Formação Rio Claro com o nível planáltico
Bd
;
paleocorrentes de depósitos da Formação Rio Claro, indicando
paleodrenagem com sentido predominante de NNE para SSW;
localização dos sedimentos à montante da estrutura de Pitanga
(estrutura dômica alongada, com eixo encurvado de sudoeste para
noroeste), localizada a norte de Piracicaba;
localização de sedimentos à montante de barramentos litológicos,
representados por soleiras de diabásio, sendo as principais aquelas
situadas junto às confluências Rio Corumbataí/Ribeirão Claro e rios
Passa Cinco/Cabeça;
existência de áreas soerguidas do nível planáltico Bd,
à margem
esquerda do Rio Corumbataí e direita do Rio Passa Cinco;
localização de sedimentos em bloco rebaixado à montante de prováveis
falhas, com movimentação vertical reativada no Neocenozóico, situadas
aproximadamente ao longo do vale dos rios Corumbataí (direção NE-
SW) e Passa Cinco (direção NW-SE).
Tais observações sugerem que o fator determinante para a acumulação de
sedimentos neocenozóicos na região de Rio Claro foi à atividade de falhas com
movimentação vertical na área da estrutura de Pitanga, sendo as principais aquelas
dos rios Passa Cinco (NW – SE) e Corumbataí (NE – SW).
A falha do Rio Passa Cinco, mapeada por diversos autores (ANDRADE e
SOARES, 1971; BRANDT-NETO et al., 1981; SOUZA-FILHO, 1993), constitui
estrutura com atividade intensa no Mesozóico, mas cuja reativação neocenozóica é
responsável pela acumulação dos depósitos da Formação Rio Claro e o soerguimento
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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do nível planáltico Bd. Este soerguimento pode corresponder à espessura da
Formação Rio Claro, que varia de 20 a 30 m.
2.7. Contexto Geológico Regional
A área de estudo situa-se, geologicamente, no setor paulista do flanco NE da
Bacia Sedimentar do Paraná, representada por rochas sedimentares e vulcânicas das
eras Paleozóica (Subgrupo Itararé; formações Tatuí, Irati e Corumbataí), Mesozóica
(formações Pirambóia, Botucatu e Serra Geral) e Cenozóica (formações Rio Claro e
Itaqueri e depósitos recentes) (Figura 5).
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Figura 5 – Mapa geológico da bacia hidrográfica do Rio Corumbataí (modificado
de CPRM, 1986; ZAINE, 1994; SOUSA, 1997).
CENOZÓICO
UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS
CONVENÇÕES GEOLÓGICAS
Depósitos Aluvionais
Formação Rio Claro
Coberturas não diferenciadas
MESOZÓICO
PALEOZÓICO
Formação Corumbataí (Permiano)
Formação Irati (Permiano)
Formação Tatuí (Permiano)
Subgrupo Itararé (Permiano)
Falha definida, inferida, encoberta
Dique de diabásio
RIO CLARO
CHARQUEADA
PARAISOLÂNDIA
SANTA
TERESINHA DE
PIRACICABA
IPEÚNA
CORUMBATAÍ
ANALÂNDIA
ITIRAPINA
BATOVI
ASSISTÊNCIA
SANTA
GERTRUDES
AJAPI
FERRAZ
RECREIO
Limite da Bacia
Hidrográfica
Área Urbana
0510 Km
N
Escala Gráfica
7520 km
7540 km
7500 km
7520 km
7540 km
220 km 220 km
200 km
240 km
Formação Itaqueri
Formação Serra Geral e Rochas Intrusivas
Básicas Associadas
Formação Botucatu
Formação Pirambóia
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2.7.1. Subgupo Itararé
Encontram-se no Subgrupo Itararé vários tipos de rochas sedimentares, como
ritmitos, arenitos de várias granulometrias (em lentes e camadas que caracterizam os
aqüíferos subterrâneos, alvos de poços profundos para água nessa região),
conglomerados, siltitos, argilitos e diamictitos.
As estruturas singenéticas que ocorrem nestes litotipos são representadas por:
marcas onduladas, marcas de sola (moldes e turboglifos), estratificações cruzadas de
porte e tipo variados, estratificação gradacional e estruturas deformacionais plásticas,
contemporâneas à deposição.
A origem dos sedimentos do Subgrupo Itararé está associada a ambientes
flúvio-glacial, fluvial, marinho raso e leques aluviais (LANDIM et al., 1980). Sua
espessura na região varia de 600 a 1.200 m (DAEE, 1981).
Esta unidade assenta-se discordantemente sobre o embasamento cristalino
pré-cambriano e sobre a Formação Furnas, na região Sul do Estado. Seu contato
superior com a Formação Tatuí é discordante, localmente transicional (PETRI, 1964).
2.7.2. Formação Aquidauana
O IPT (1980) considerou a Formação Aquidauana como fácies marginal do
Subgrupo Itararé. Estas unidades afloram em toda faixa Leste da Bacia do Paraná,
estendendo-se sobre o embasamento pré-cambriano.
A Formação Aquidauana inclui depósitos continentais, predominantemente
arenitos vermelho-arroxeados, caracterizados em sua porção inferior pela
predominância de arenitos médio a grossos, com estratificação cruzada acanalada e,
secundariamente, diamictitos, clásticos finos e presença de um delgado conglomerado
basal (MELO, 1995).
A porção média é constituída por grande quantidade de siltitos, folhelhos e
arenitos finos, finamente estratificados. Na porção inferior da formação predominam,
novamente, os sedimentos arenosos (CAETANO, 1978).
Segundo Cottas (1983), a Formação Aquidauana, na borda NE da Bacia do
Paraná, é representada por dois membros distintos:
1. Membro Rio Capetinga, caracterizado por arenitos com intercalações de
lamitos, cuja origem estaria ligada a progradação de leques aluviais em
lagos periglaciais;
2. Membro Rio Tambaú, representado por lamitos com raros corpos arenosos,
cuja origem estaria ligada à deposição lacustre.
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Os sedimentos da Formação Aquidauana, na região, possuem espessura
máxima de 90 m (DAEE, 1981).
As relações de contato entre o Subgrupo Itararé e a Formação Aquidauana,
embora pouco conhecidas, são consideradas como interdigitadas (SOARES e
LANDIM, 1973 apud CAETANO, 1978).
2.7.3. Formação Tatuí
Considerada a primeira unidade pós-glacial no Estado de São Paulo, a
Formação Tatuí é constituída por siltitos creme a esverdeados, com freqüentes
bioturbações, arenitos finos e camadas conglomeráticas, com seixos de silexitos.
Os siltitos apresentam-se finamente laminados, exibindo, por vezes, laminação
cruzada. Já os siltitos arenosos apresentam níveis argilosos e laminação plano-
paralela (COTTAS, 1983).
Segundo Gimenez (1996), a deposição destes sedimentos está associada a
ambiente costeiro e de mar raso, como barras litorâneas e plataformais, em sistemas
flúvio-deltaicos e, localmente, em cunhas clásticas do tipo fan deltas.
A espessura da Formação Tatuí varia em torno de 70 m (DAEE, 1981).
Segundo Gimenez (1996), a relação de contato entre as unidades Tatuí e
Itararé corresponde a uma discordância generalizada, caracterizada pela presença de
superfície de erosão, marcada por um conglomerado basal.
2.7.4. Formação Irati
A Formação Irati foi subdividida por Barbosa e Gomes (1958 apud HACHIRO,
1991) em dois membros: Taquaral, inferior, e Assistência, superior.
Segundo Hachiro (1991), o Membro Taquaral consiste principalmente de
folhelhos siltosos cinza-escuro. Esses folhelhos são, por vezes, físseis ou apresentam
laminação paralela como única estrutura sedimentar. Já o Membro Assistência
compreende a seção de folhelhos cinza-escuros e folhelhos pretos pirobetuminosos,
associados a carbonatos.
A principal estrutura sedimentar encontrada nos leitos pirobetuminosos é a
laminação plano-paralela e, nos leitos carbonáticos, observam-se marcas onduladas,
laminação cruzada, brechas intraformacionais, estruturas do tipo tepee, estilólitos e
laminação plano-paralela. Quanto ao ambiente deposicional, os sedimentos da
Formação Irati mostram evidências de deposição em mares rasos, segundo a maioria
dos autores.
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A Formação Irati apresenta na região espessura constante, em torno de 40 m,
sendo 30 m do Membro Assistência e 10 m do Taquaral (ANDRADE e SOARES,
1971).
As relações de contato inferior da Formação Irati (Membro Taquaral) com a
Formação Tatuí é, em geral, concordante. O contato entre os membros Taquaral e
Assistência é concordante, marcado pelo aparecimento de folhelhos betuminosos
(HACHIRO, 1991).
2.7.5. Formação Corumbataí
A Formação Corumbataí, inicialmente definida como “série” (SILVA e
ANDRADA, 1827 apud BAPTISTA et al., 1984), ocorre em extensa faixa da Depressão
Periférica na área de estudo e constitui a principal unidade subjacente à Formação Rio
Claro, como mostra a Figura 5.
Na área de estudo, a unidade é constituída predominantemente por siltitos e
lamitos arroxeados, subordinadamente arenitos muito finos, e ocasionais leitos de
calcários/coquinas silicificados.
As estruturas mais freqüentes são representadas por laminações plano-
paralelas, microestratificações flaser, diques clásticos, gretas de ressecamento,
laminação cruzada, marcas onduladas e laminação cruzada descontínua (SOARES,
1972 apud COTTAS, 1983).
A Formação Corumbataí foi depositada em ambiente marinho costeiro. Sua
espessura na região oscila em torno de 60 a 180 m e o contato entre as formações
Corumbataí e Irati é gradacional (ANDRADE e SOARES, 1971 apud COTTAS, 1983).
2.7.6. Formação Pirambóia
Originalmente definida por Pacheco (1927 apud BAPTISTA et al., 1984), foi
redefinida por Soares (1973) que distinguiu um membro basal mais argiloso, composto
por arenitos intercalados por freqüentes camadas de argilito, folhelhos arenosos e
sílticos, apresentando predominantemente estratificações plano-paralelas de pequeno
porte, e por um membro superior, composto por bancos de arenitos pouco argilosos,
com estratificações cruzadas planares tangenciais, de pequeno e médio portes.
Segundo Caetano-Chang (1997), dominam na unidade arenitos finos com
estratificações cruzadas de pequeno a grande portes, resultantes da deposição por
dunas eólicas, intercalados por corpos tabulares de siltitos arenosos, exibindo
incipiente estratificação plano-paralela, desenvolvida pela migração de ôndulas eólicas
em interdunas e lençóis de areia. Lamitos são raros, geralmente constituindo
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depósitos de interdunas de overbank, resultantes da interação do sistema eólico,
dominante, com sistema fluvial, cujo registro é esparso, permeando a unidade em toda
sua extensão. Da base para o topo, entretanto, é marcante o recrudescimento da
aridez, à exceção das áreas de borda da bacia, onde um sistema de leques marginais
se instalou, já na fase final de sedimentação da unidade.
A espessura da Formação Pirambóia é variável, chegando a atingir 270 m
(CAETANO-CHANG, 1997).
O contato inferior com a Formação Corumbataí é marcado por discordância. O
contato superior com a Formação Botucatu é considerado, pela maioria dos autores,
como concordante (SCHNEIDER et al., 1974).
2.7.7. Formação Botucatu
Definida por Gonzaga de Campos (1889 apud BAPTISTA et al., 1984), a
Formação Botucatu é constituída por arenitos avermelhados, finos a médios, exibindo
estratificações cruzadas de grande e médio portes, em grande parte silicificados.
Estes arenitos foram interpretados como monótonas sucessões de depósitos de dunas
eólicas, em ambiente desértico (SCHNEIDER et al., 1974).
A espessura média da Formação Botucatu é de 60 m (SOARES, 1973).
O contato com a Formação Pirambóia é concordante e com a Formação Serra
Geral é discordante (SCHNEIDER et al., 1974).
2.7.8. Formação Serra Geral
A Formação Serra Geral é resultado de intenso vulcanismo de fissura, iniciado
quando ainda existiam as condições desérticas de sedimentação da Formação
Botucatu. Este fato é atestado pela presença de inúmeros corpos arenosos de origem
eólica na parte basal da formação (SCHNEIDER et al., 1974).
Esta formação é constituída por derrames basálticos, predominantemente
toleíticos, com variações na composição química. Ocorrem principalmente na
província geomorfológica das Cuestas Basálticas (serras do Itaqueri, São Pedro e
platô de São Carlos) (MELO, 1995).
A maior espessura observada dessa formação na Bacia do Paraná é de 1529
m (MELO, 1995).
O contato inferior com os arenitos da Formação Botucatu é discordante e com
as unidades mais antigas marca-se por discordância erosiva (SCHNEIDER et al.,
1974).
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2.7.9. Depósitos Cenozóicos
As coberturas de idade cenozóica podem ser classificadas em dois grupos:
1
o
Grupo - depósitos terciários parcialmente consolidados e localmente
silicificados que capeiam os basaltos sobre as serras de Itaqueri e São Pedro
(COTTAS e BARCELOS,1981);
2
o
Grupo- depósitos de baixas altitudes, posteriores à implantação da
Depressão Periférica, assentados sobre as rochas do Grupo Passa Dois e Tubarão.
Estes últimos foram denominados Formação Rio Claro, na região do
Município de Rio Claro e adjacências, por Bjorberg e Landim (1966).
2.7.9.1. Formação Itaqueri
Inicialmente considerada por Almeida e Barbosa (1953) como unidade basal da
“série” Bauru, a Formação Itaqueri é representada por depósitos rudáceos
(conglomerados com clastos derivados predominantemente de rochas básicas do
magmatismo Serra Geral), arenitos e lamitos atribuídos a leques aluviais.
Melo e Ponçano (1983), por meio do estudo de seções nas nascentes do
Ribeirão Araquá, nas Serras de São Pedro e Itaqueri, corroboram a definição de
Almeida e Barbosa (1953).
A determinação do posicionamento estratigráfico destes materiais sempre foi
alvo de discussão e é fundamental para a datação relativa dos sedimentos. A
dificuldade de posicionamento reside na ausência de continuidade espacial destes
sedimentos com outros materiais do Grupo Bauru (LADEIRA, 2001).
Fúlfaro e Perinoto (1996) afirmam que não existem evidências seguras para
determinar o término da deposição do Grupo Bauru no final do Cretáceo, sugerindo
que a deposição do Grupo Bauru tenha ultrapassado este limite cronológico, com a
Formação Itaqueri, pós-cretácica, fechando a deposição do Grupo Bauru.
Fúlfaro et al. (1983) admitem que a deposição da Formação Itaqueri ocorreu na
forma de leques aluviais, com presença de canais anastomosados, associados a
depósitos de corrida de lama e depósitos grossos de fluxo de detritos, sob um clima
árido a semi-árido.
A espessura máxima observada dessa formação é de 125 m.
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2.7.9.2. Formação Rio Claro
Os depósitos neocenozóicos constituem, no Estado de São Paulo, extensas
áreas de ocorrências. Esses depósitos correspondem a níveis escalonados na
paisagem, vinculados a fases de aplainamento; suas espessuras em geral são
pequenas, não ultrapassando a 30 m (FREITAS et al., 1979).
Identificam-se três níveis topográficos principais capeados por sedimentos
neocenozóicos na área da Depressão Periférica e Cuestas Basálticas, próximos a Rio
Claro (BJORNBERG e LANDIM, 1966):
mais alto (entre 900 e 1000 m), situa-se no Município de São Carlos;
intermediário (entre 800 e 900 m), corresponde a Serra de Santana e à
área da cidade de Itirapina;
inferior (entre 600 e 800 m), sobre o qual se encontra a cidade de Rio
Claro.
Para os sedimentos neocenozóicos, com espessura máxima de 30 m, situados
no patamar inferior, atribuiu a denominação de Formação Rio Claro.
Os depósitos sedimentares desta unidade ocorrem mais extensamente no platô
do Município de Rio Claro, sobre substrato de sedimentos paleozóicos (Formação
Corumbataí), que apresentam pequenas irregularidades topográficas, responsáveis
pelas variações de espessura da Formação Rio Claro. Ocorrem também de forma
mais descontínua, nas proximidades do limite Leste da Depressão Periférica, junto ao
Planalto Atlântico (ALMEIDA e BARBOSA, 1953).
Segundo Fernandes e Souza (1994), existem outros dois tipos de depósitos
que ocorrem no extremo oriente da Depressão Periférica, em uma pequena área
pertencente ao Planalto Atlântico, que podem ser contemporâneos à Formação Rio
Claro, uma vez que a superfície que os nivela (600 a 650 m) é correlacionável a esta.
Um deles corresponde a um depósito de sistema fluvial meandrante, onde se
intercalam siltitos/arenitos com laminação plano-paralela horizontal, argilitos siltosos
incipientemente laminados (planícies de inundação), e camadas lenticulares de
arenitos grossos com estratificação cruzada tabular (depósitos de canais). O outro
depósito é constituído basicamente de lamitos maciços com grânulos e seixos, que
correspondem a depósitos de leques aluviais.
Fúlfaro e Suguio (1968) identificaram na Formação Rio Claro duas seqüências
principais:
1. a basal, com 20 m de espessura máxima apresenta sucessão de estratos
arenosos com intercalações subordinadas de leitos argilosos, tendo sido interpretada
como depósitos de paleocanal fluvial;
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25
2. a superior, constituída dominantemente por sedimentos argilosos, com
brechas intraformacionais e lentes arenosas subordinadas, foi interpretada como
depósitos de acresção vertical, em planície de inundação.
Com base nos tipos de sedimento e estruturas sedimentares presentes, Fúlfaro
e Suguio (1968) interpretaram que a sedimentação se deu ao longo de “um paleocanal
fluvial, correspondente a um pretérito Rio Corumbataí”, barrado à jusante pela
reativação das falhas da área de estrutura de Pitanga.
Segundo Penteado (1976), a acumulação da Formação Rio Claro seria o
resultado de fatores climáticos e tectônicos.
Vários autores admitem causas tectônicas para a sedimentação, sejam
basculamentos regionais (SOARES e LANDIM, 1976), seja tectônica rúptil, com
formação de falhas e geração de barramentos da drenagem ou depressões
(FÚLFARO e SUGUIO, 1968; FREITAS et al., 1979; ZAINE, 1994). Essas falhas
possuem movimento vertical na área da estrutura de Pitanga, onde as principais são
aquelas delimitadas pelos rios Passa Cinco (direção NW - SE) e Corumbataí (direção
NE- SW).
Já segundo Bjornberg e Landim (1966), a deposição da Formação Rio Claro se
deve somente a fatores climáticos. Assim, a seqüência de depósitos e degraus
morfológicos indicam ciclos de erosão e deposição.
Segundo Campos (1979), as origens aventadas para a Formação Rio Claro
são corroboradas e complementadas por fatos vinculados à formação da Depressão
Periférica e pela existência de depressões escavadas pelos rios Paranapanema, Tietê,
Piracicaba, Mogi-Guaçu, Pardo e seus afluentes. Os vales desses rios, em seu
rebaixamento, encontraram barreiras de difícil transposição no início da acumulação
de pacotes basálticos: o entalhe só foi possível onde a espessura das efusivas já
havia sido significativamente reduzida pela erosão eo-cretácica.
A Formação Rio Claro possui quatro litofácies principais, segundo Melo et al.
(1997).
Lamitos de processos gravitacionais, que ocorrem principalmente próximo aos
relevos mais acidentados do limite Leste da Depressão Periférica, junto ao
Planalto Atlântico. Correspondem a depósitos texturalmente e
mineralogicamente imaturos, muitas vezes sem estratificação, contendo grande
proporção de matriz fina e clastos, dispersos na matriz lamítica. Na região do
platô de Rio Claro, esses lamitos são sempre delgados e estão situados na
base dos sedimentos, correspondendo a paleo-colúvios.
Cascalhos com clastos arredondados de quartzo e areias, com textura variável
e estratificação cruzada acanalada e tabular. Esses depósitos são
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interpretados como sendo de fundo de canal fluvial (cascalhos) e barras de
pontal (areias) em sistema fluvial meandrante.
Areias finas com estratificação planoparalela e cruzada acanalada e às vezes
laminações cavalgantes, com delgadas intercalações de argila, interpretadas
como depósitos de rompimento de diques marginais.
Argilas e siltes argilosos com estratificação e laminação distinta a indistinta,
contendo impressões de folhas e caules, pistas fósseis e deformações de
sobrecarga; são interpretados como depósitos de transbordamento em
planícies de inundação.
Além dessas quatro litofácies principais, a Formação Rio Claro apresenta um
horizonte delgado de conglomerados basal, cuja constituição reflete a contribuição das
rochas sedimentares do substrato. Para os autores, essas litofácies indicam
sedimentação em ambiente fluvial meandrante, no qual se admite baixos gradientes e
clima úmido.
Segundo Melo (1995), o conteúdo paleontológico da Formação Rio Claro não é
escasso, mas ainda não permite avançar muito com relação a interpretações
cronológicas e paleoambientais, necessitando de estudos específicos. Para Bjornberg
et al. (1964b), os fósseis vegetais encontrados na Formação Rio Claro são
interpretados como indicadores de situações variando de áreas alagadas a cerradão,
com umidade menor que mata pluvial tropical (Mata Atlântica).
A idade da Formação Rio Claro tem sido alvo de ampla discussão na literatura.
Bjornberg et al. (1964b) admitiram idade recente. Bjornberg e Landim (1966), assim
como Fúlfaro e Suguio (1968), atribuíram idade neocenozóica. Penteado (1976)
considerou Pliocênica a fase de pediplanação que formou o assoalho da
sedimentação Rio Claro, e Pleistocênica Inferior a acumulação de sedimentos em
alvéolos escalonados pela reativação de falhas. Martins-Neto (1989), baseando-se
num inseto (Homóptero cercopídeo) encontrado em Vargem Grande do Sul e suas
diferenças anatômicas em relação aos cercopídeos (cigarrinhas saltadoras)
recentes,
sugeriu idade a partir do Mioceno. Zaine (1994) admitiu que a idade da Formação Rio
Claro seria mais antiga, devendo remontar pelo menos ao Mioceno, baseando-se na
constatação que os depósitos estão truncados por estruturas atribuídas à fase
tectônica distensiva, supostamente ocorrida no Mesozóico/Paleógeno. Mas Melo
(1995) considera este argumento questionável, pois Zaine (1994) também admitiu que
a deposição da Formação Rio Claro marcaria o fecho deposicional do ciclo que
elaborou a superfície Neogênica de Martonne (1943 apud MELO, 1995).
Ferreira (2005) posicionou a Formação Rio Claro no Pleistoceno, com
retrabalhamento coluvionar na passagem para o Holoceno. Esta datação foi
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conseguida por meio da técnica de Termoluminescência. Esta técnica vem sendo
aplicada com êxito em sedimentos quaternários, principalmente em climas subtropicais
(alta temperatura e umidade) que favorecem a destruição da matéria carbonada,
tornando impraticável a utilização do método
14
C.
Quanto às relações estratigráficas, a Formação Rio Claro aparece
principalmente sobreposta à Formação Corumbataí. Na borda Leste da Depressão
Periférica, os sedimentos estão sobrepostos ao Subgrupo Itararé e à Formação
Aquidauana e, em Vargem Grande do Sul, aparece diretamente sobre o embasamento
pré-cambriano (MELO, 1995).
Segundo Oliva (2002), os dados obtidos da descrição de amostras, tanto de
afloramentos (Figura 6) como de poços de monitoramento perfurados, juntamente com
os dados de análise granulométrica, indicam que os arenitos da Formação Rio Claro
possuem uma granulometria que varia de areia fina à média. Alguns desses arenitos
apresentam alto teor de argilas e outros são conglomeráticos (Figura 6), indicando que
a sedimentação se deu em ambiente fluvial meandrante, no qual os níveis mais
argilosos correspondem a planícies de inundação, e os níveis conglomeráticos, aos
canais.
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28
Figura 6 – Litofácies da Formação Rio Claro constituída por conglomerados com
matriz silto-arenosa a argilosa, areia predominantemente fina com delgados
leitos de argila, e seu contato com a Formação Corumbataí.
A
S
MF
F
MG
CG
Escala Gráfica
0 m
0,5 m
1,0 m
0 m
0,5 m
1,0 m
Escala Gráfica
LEGENDA
Conglomerados (centimétricos e bem arredondados) com matriz silto-arenosa
gradando para uma matriz mais argilosa.
Arenito muito fino,
com delgados leitos de argila.
Siltito de cor lilás (Formação Corumbataí).
Arenito muito fino, micáceo (Formação Corumbataí).
(argila)
(silte)
(areia muito fina)
(areia fina)
(areia média)
(areia grossa)
(conglomerado)
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3. CONCEITOS FUNDAMENTAIS E METODOLOGIA
3.1. Considerações Gerais
Esta pesquisa objetiva principalmente o estudo hidrofaciológico do Aqüífero Rio
Claro. Para este estudo, inicialmente foram identificadas as eletrofácies da Formação
Rio Claro, em escala de município, e em uma escala de maior detalhe, no Campus
Bela Vista da UNESP de Rio Claro, por meio de ensaios geofísicos de
eletrorresistividade.
O método da eletrorresistividade, por meio da técnica de sondagem elétrica
vertical (SEV), foi muito útil neste trabalho, com grande número de ensaios realizados,
capazes de gerar muitas informações. Paralelamente, a análise geoestatística dos
dados coletados possibilitou a geração, de forma mais adequada e segura, de mapas
de espessuras da Formação Rio Claro e de resistência transversal do primeiro nível
geoelétrico saturado, além de um mapa do topo rochoso da Formação Corumbataí.
No município, os ensaios foram distribuídos aleatoriamente de forma a cobrir a
maior área possível, sempre obedecendo à topografia local e à urbanização, evitando
terrenos com alta declividade e adensamento urbano. No Campus da UNESP, a malha
escolhida para o mapeamento das eletrofácies foi de aproximadamente 20 x 20 m: a
inexistência de trabalhos publicados com indicativos do número limite de ensaios para
este tipo de estudo e a maneira satisfatória que o objetivo almejado foi atingido,
definiram a malha nestas dimensões.
No Campus da UNESP, também foram realizados ensaios multi-eletrodo,
conhecidos como imageamento elétrico 2D e 3D.
Os dados obtidos pelas SEVs foram calibrados com alguns poços de
monitoramento perfurados durante o desenvolvimento da pesquisa. A perfuração
desses poços também propiciou um estudo detalhado das litofácies da Formação Rio
Claro, com testemunhagem contínua executada em um dos poços.
Após serem fotografados, os testemunhos foram amostrados para análise
granulométrica, análise de difração de raio – X e confecção de lâminas delgadas para
análise petrográfica.
Esses poços propiciaram também a realização de testes de produção e testes
de Slug, responsáveis por determinar as características hidráulicas e corroborar a
potencialidade do Aqüífero Rio Claro.
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3.2. Ensaios Geofísicos
3.2.1. Método da Eletrorresistividade
O método da eletrorresistividade (ER) faz parte dos métodos geoelétricos
utilizados na medição dos parâmetros relacionados ao fluxo de corrente elétrica, que
podem utilizar tanto fontes naturais de corrente (por exemplo, processos
eletroquímicos), como fontes artificiais de corrente de baterias e geradores que
alimentam uma unidade transmissora de corrente.
A propriedade elétrica mais significativa dos materiais constituintes do subsolo
é a resistividade, inversamente proporcional à condutividade elétrica. Outras
propriedades também importantes, mas de menor relevância, são: permeabilidade
magnética, que é um fator de influência indireta, e constante dielétrica das rochas e
minerais (TELFORD et al., 1990).
Fisicamente, o mecanismo de propagação da corrente elétrica nas rochas pode
ocorrer através de conduções eletrônica (ôhmica), eletrolítica (iônica) e dielétrica.
A condução eletrônica se verifica em materiais que possuem elétrons livres na
matriz da rocha, governada pelo modo de agregação dos minerais e do grau de
impurezas na rede cristalina, o que se dá principalmente nos condutores, como é o
caso dos metais ou dos sulfetos metálicos. Também ocorre nos matérias semi-
condutores, normalmente maus condutores ou até mesmo isolantes, que possuem
poucos ou nenhum caminho que possibilite a passagem de corrente.
Na condução iônica, o fluxo de corrente refere-se ao deslocamento de íons
dissolvidos nos eletrólitos, contidos em poros e fissuras das rochas. Ocorre
principalmente em materiais geológicos de baixa condutividade ou dielétricos, ou seja,
os elétrons estão fortemente ligados aos núcleos dos átomos ou da rede cristalina.
Este modo de propagação da corrente elétrica certamente é a maneira de condução
elétrica de maior importância nos estudos de levantamentos geofísicos e de
eletrorresistividade.
A condução dielétrica pode ser eletrônica, iônica ou molecular (mais comum
em materiais que contêm água ou hidrocarboneto).
O parâmetro físico resistividade elétrica (ρ) é responsável tanto pela condução
eletrônica quanto pela eletrolítica. Definida como a resistência dos materiais em
conduzir corrente elétrica, depende da natureza e do estado físico do material.
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31
Considerando um cilindro sólido de comprimento L e seção A, de resistência R,
a resistividade elétrica é dada por (Figura 7):
Figura 7 – Definição da resistividade dos materiais.
L
RA
=
ρ
, onde:
ρ
- resistividade (ohm.m);
R - resistência ();
A - área (m
2
);
L – comprimento do sólido (m).
A resistência R pode ser medida por meio da voltagem V, aplicada entre os
extremos do cilindro, e da corrente resultante I, que flui através dele, valendo-se da Lei
de Ohm,
I
V
R =
, onde:
R - resistência ();
V - voltagem (V);
I - corrente (A - ampère).
O inverso da resistividade é a condutividade elétrica (σ), cuja unidade é
Siemens por metro (S/m).
Circuito
I
A
condutor
S
L
R
Cilindro
= área
Circuito
I
A
condutor
S
L
R
Cilindro
= área
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32
Então,
(
)
()
médio
médio
E
J
L
V
A
I
RA
L
r
r
====
ρ
σ
1
, onde:
J – densidade da corrente (A/m
2
);
E – campo elétrico (V/m ).
3.2.1.1. Porosidade e Textura das Rochas X Resistividade
As condições físicas macroscópicas e microscópicas das rochas encontradas
na superfície terrestre podem influenciar grandemente as variações na resistividade
das rochas.
Em geral, minerais condutores como a magnetita, hematita especular, grafita,
pirita e pirrotita, em quantidades elevadas podem causar quedas significativas na
resistividade.
Fatores de grande importância na variação da resistividade, além da forma e
do hábito dos minerais contidos na rocha, são a porosidade e a tortuosidade dos
poros, pois estes usualmente estão preenchidos por fluidos, principalmente água.
Assim, a maioria das litologias encontradas na natureza apresenta condução
iônica, onde o meio condutor é uma solução de água e sais distribuída nos poros da
rocha. Dessa forma, a resistividade dependerá da quantidade de eletrólito presente
(água + sais), da salinidade e da maneira como esses eletrólitos se distribuem nos
poros.
Entretanto, a presença de argila, que tem grande capacidade de troca iônica,
proporciona um caminho adicional de condução de corrente, fazendo com que diminua
a resistividade.
É comum relacionar a resistividade elétrica com a porosidade em rochas
sedimentares, livres de argila, ou seja, arenitos limpos em que todos espaços vazios
estão hidraulicamente interconectados, e todo fluido intersticial está livre para fluir.
Esta relação é dada pelas equações de Archie e Kozeny – Carmans (CROFT, 1971;
KELLY, 1977):
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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q
Fk
=
α
, onde:
e q – constantes empíricas, sendo inversamente proporcional ao quadrado
da superfície específica para um grão que tenha dimensão L
2
;
F – fator de resistividade da formação, que é dado pela fórmula:
o
w
F
σ
σ
= , onde:
o
e
w
condutividades de rochas completamente saturadas e do eletrólito
que as preenche, respectivamente.
Heygold et al. (1980) combinou a equação de Darcy (1856) com a de Archie
(1950), de permeabilidade e porosidade das rochas, definindo uma equação
semelhante à anterior:
1
1
b
ak
φ
=
, onde:
k – permeabilidade intrínseca (m
2
);
Ø – porosidade expressa como uma fração por unidade de volume;
a
1
e b
1
constantes características do tipo de rocha.
A constante b
1
é usualmente referida como fator de cimentação, enquanto a
1
está relacionada à porosidade da rocha. Os valores numéricos de a
1
e b
1
variam,
segundo Ward e Harr (1990): 0,6 a
1
1,0 e 1,4 b
1
2,20 (sedimentos fracamente
consolidados a rochas com grãos bem cimentados).
3.2.2. Sondagem Elétrica Vertical
A determinação das eletrofácies e do nível d’água subterrâneo da Formação
Rio Claro foi realizada utilizando-se o método geoelétrico de eletrorresistividade, por
meio da técnica de sondagem elétrica vertical e arranjo Schlumberger. Foram
realizadas 366 SEVs, considerando duas escalas de estudo (município e campus).
Para que o método de eletrorresistividade seja aplicado, são necessários
alguns componentes, tais como: conjunto transmissor de corrente elétrica contínua ou
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34
alternada, conjunto receptor responsável pela medida de diferença de potencial,
eletrodos, bobinas e cabos (Foto 1).
Foto 1 – Conjuntos transmissor e receptor (aparelho da marca Bison), bobinas,
cabos e eletrodos utilizados na realização dos ensaios geofísicos.
Conhecendo-se a intensidade da corrente elétrica transmitida, a diferença de
potencial medida e a geometria de distribuição dos eletrodos, é possível calcular a
resistividade aparente (ρ
a
).
A técnica de sondagem elétrica vertical (SEV) foi utilizada com o objetivo de
investigar, em profundidade, os diferentes tipos e situações geológicas no subsolo,
determinando suas espessuras e resistividades. Esta técnica fundamenta-se na
análise e interpretação das respostas do campo elétrico gerado no subsolo, por meio
de eletrodos colocados na superfície do terreno, aos quais é aplicada uma corrente
elétrica.
Nos levantamentos de campo foi utilizado o resistivímetro digital da marca
Bison, composto de um conjunto transmissor e um conjunto receptor (Foto 1). Este
equipamento possui a capacidade de discriminar ruídos indesejáveis, medindo
somente o potencial relativo à corrente transmitida. Todo processo de filtragem de
ruídos e cálculo dos resultados é executado por um microprocessador, cujos
parâmetros são controlados pelo operador. Os acessórios utilizados para os circuitos
de emissão de corrente e recepção de potencial, tais como bobinas de AB, eletrodos,
cabos de MN, etc, além do equipamento, foram cedidos pelo Departamento de
Geologia Aplicada- IGCE/UNESP-Rio Claro.
A configuração eletródica escolhida para este estudo foi a Schlumberger, que
consiste basicamente de quatro eletrodos cravados na superfície do terreno: dois
Conjunto Transmissor
Conjunto Receptor
Bobinas (AB)
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destes eletrodos têm a função de gerar corrente elétrica no terreno (eletrodos A e B),
enquanto o outro par é utilizado para medir a diferença de potencial que se estabelece
entre eles (eletrodos M e N) (Figura 8). Para aumentar a profundidade de investigação,
separam-se os eletrodos A e B progressivamente e simetricamente ao centro O. Este
arranjo foi escolhido levando-se em consideração dois aspectos: a praticidade em
campo, pelo deslocamento de apenas dois eletrodos, e a boa resolução nas
heterogeneidades verticais.
Vale lembrar que no desenvolvimento de uma SEV, ao aumentar o
espaçamento entre os eletrodos AB com MN fixo, o valor da diferença de potencial
diminui com rapidez, atingindo valores imprecisos. Uma das formas de manter a
integridade dos valores é aumentar a intensidade da corrente, o que muitas vezes não
é possível devido às limitações do equipamento. Outra forma de solução do problema
é por meio da operação conhecida por “embreagem”. Esta operação consiste em
aumentar o valor da diferença de potencial por meio da separação dos dois eletrodos
de potencial (MN), mantendo fixos os eletrodos de corrente (AB). Com isto, realizam-
se duas leituras de diferença de potencial, com espaçamento dos eletrodos de
corrente fixo. A embreagem deve ser efetuada até o final do ensaio, pois além de
manter as leituras de diferença de potencial dentro de um intervalo aceitável, pode-se
controlar a qualidade dos resultados obtidos.
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36
Figura 8 – Disposição dos circuitos de emissão e recepção da técnica da SEV -
Arranjo Schlumberger.
Os espaçamentos entre os eletrodos de emissão de corrente (AB) das
sondagens elétricas, os quais condicionam as profundidades de investigação, foram
fixados em função do grau de detalhe exigido na pesquisa, obedecendo à relação:
MN
5
AB
Nas sondagens elétricas de um modo geral, os espaçamentos utilizados entre
os eletrodos de emissão de corrente (AB) e os eletrodos de recepção de potencial
(MN) foram os seguintes:
AB/2:1,5-2,0-3,0-4,0-5,0-6,0-8,0-10,0-12,0-14,0-16,0-20,0-25,0-30,0-
40,0-50,0-60,0-80,0 e 100,0 m.
MN/2: 0,30-2,0-5,0 e 10,0 m.
Estes espaçamentos atenderam de maneira satisfatória ao mapeamento das
eletrofácies, tendo sido determinados a partir de alguns testes com espaçamentos
menores e maiores. Espaçamentos menores para as espessuras de eletrofácies
encontradas não modificaram em nada o modelo, e ainda tornaram o ensaio mais
demorado. Já com espaçamentos maiores, houve perda na resolução.
Superfície do
Terreno
Solo não Saturado
Sedimento Saturado
NA
Conjunto Transmissor
Receptor
A
+
M
N
B-
O
+
-
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37
Por meio da técnica de SEV, arranjo de campo Schlumberger, a resistividade
aparente
(ρ
a
),
foi obtida pela equação:
:onde ,
.
K
:sendo
(ohm.m),
MN
ANAM
I
V
K
a
π
ρ
=
=
ρ
a
- resistividade aparente (ohm.m);
K - coeficiente geométrico;
AB - espaçamento entre os eletrodos de emissão de corrente (m);
MN - espaçamento entre os eletrodos de recepção de potencial (m).
3.2.3. Imageamento Elétrico 2D e 3D
No presente estudo, foram também utilizadas as técnicas de imageamento
elétrico 2D e 3D, de forma a complementar a técnica de SEV (1D).
O modelo de variações de resistividade da subsuperfície em duas dimensões
(2D) é considerado mais preciso que o modelo unidirecional, pois caracteriza
mudanças de resistividade tanto na direção horizontal como na vertical, ao longo de
uma seção. Já o modelo 3D é considerado sempre o mais preciso, uma vez que todas
estruturas geológicas podem ser identificadas tridimensionalmente.
No entanto, os modelos 2D compreendem o meio termo em relação à precisão
e à economia, com resultados mais rápidos e execuções menos onerosas.
Segundo Loke (2001), a técnica de SEV produz de 10 a 20 leituras, enquanto
que o imageamento 2D produz de 100 a 1000 leituras, e o 3D produz em média
milhares de leitura por levantamento.
Em muitas situações, o imageamento (2D e/ou 3D) pode fornecer resultados
complementares às informações obtidas por outras técnicas, ou até mesmo as obtidas
por outros métodos geofísicos, eliminando ambigüidades geradas em modelos
geoelétricos definidos por meio de uma única técnica.
Normalmente, as pesquisas que utilizam a técnica do imageamento elétrico 2D
são executadas com um grande número de eletrodos, 25 ou mais, conectados a um
cabo multi-eletrodo (Foto 2). Neste estudo foram utilizados 28 eletrodos.
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38
Foto 2 – Cabo multi-eletrodo.
O espaço entre os eletrodos é constante e determinado a partir do objetivo
almejado pela pesquisa. O cabo multi-eletrodo é conectado diretamente ao
equipamento ou a uma unidade eletrônica conhecida como switch box.
A distribuição dos eletrodos no imageamento 3D normalmente segue uma
malha regular, com espaçamento constante como mostra a Figura 9. No entanto,
existem programas de inversão dos dados de resistividade que permitem a utilização
de uma malha irregular entre as linhas ou colunas da disposição dos eletrodos.
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39
Resistivímetro
Notebook
Eletrodos
Figura 9 – Distribuição dos eletrodos no imageamento 3D.
A seqüência de medidas, o tipo de arranjo utilizado e outros parâmetros,
normalmente são definidos em um programa apropriado, que gera um arquivo que,
posteriormente, é enviado ao resistivímetro.
Com este arquivo, o equipamento se torna apto a selecionar os eletrodos
adequados para cada medida. As medidas são armazenadas no resistivímetro
também em forma de arquivo que, por sua vez, retorna ao computador para que
possam ser realizadas as interpretações cabíveis. Estes procedimentos são realizados
tanto para o imageamento 2D como para o 3D.
Quando o sistema utilizado para a obtenção das medidas apresenta um
número limitado de eletrodos, é comum a utilização da técnica roll-along, que permite
estender a área de estudo (Figura 10).
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40
Figura 10 – Utilização da técnica roll along no imageamento 2D e 3D, para
ampliar a área de cobertura da pesquisa.
O tipo de arranjo escolhido na pesquisa de imageamento 2D e 3D dependerá
essencialmente da área a ser analisada. Se a pesquisa for realizada em um local com
bastante ruído (cercas elétricas, fios de alta tensão, etc) e necessitar de uma boa
resolução vertical, além de possuir um tempo limitado para sua execução, o arranjo
mais adequado será o Wenner.
O arranjo Wenner é um arranjo robusto que foi popularizado por um grupo de
pesquisadores da Universidade de Birmingham (GRIFFITHS e TURNBULL, 1985).
Posição original do cabo
Posição nova do cabo
Dado original
Dado novo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Posição original do cabo
Posição nova do cabo
2D
3D
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41
Comparados a outros arranjos, atinge profundidade moderada de investigação. A
desvantagem desse arranjo é a pouca convergência das medidas, quando o espaço
entre os eletrodos aumenta.
Se o intuito da pesquisa é obter tanto uma boa resolução horizontal como uma
boa convergência, o arranjo escolhido deverá ser o Dipolo-Dipolo (Dp-Dp).
Em geral, este arranjo atinge uma profundidade mais profunda quando
comparado ao arranjo Wenner (EDWARDS, 1977).
Se a pesquisa necessita de uma boa resolução vertical e horizontal deve-se
optar pelo arranjo Schlumberger. Este arranjo é o mais utilizado nas sondagens
elétricas verticais, mas uma modificação realizada na forma deste arranjo fez com que
ele pudesse ser usado em um sistema onde os eletrodos estão dispostos com
espaçamento constante. A profundidade média deste arranjo é 10% menor que o
arranjo Wenner (LOKE, 2001).
Existem outros tipos de arranjos, tais como Wenner alfa (beta e gama), Pólo-
polo, Pólo-dipolo, etc, mas neste trabalho empregaram-se os arranjos Wenner, Dp-Dp
e Schlumberger.
Atualmente as técnicas de campo e os equipamentos utilizados no
imageamento 2D e 3D são bastante sofisticados, sendo produzidos por companhias
internacionais, com custos que chegam a mais de US$ 40,000.
O equipamento utilizado nesta pesquisa foi o Super Sting R8/IP+28, cedido
pelo Lebac (Laboratório de Estudo de Bacias). Este equipamento possui o sistema
multi-eletrodo, com 28 eletrodos (Foto 3).
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42
Foto 3 – Resistivímetro Super Sting R8 IP.
3.2.4. Interpretação de Dados Geofísicos
Os dados de resistividade aparente, obtidos em cada SEV, foram
representados por meio de uma curva bilogarítmica, em função das distâncias entre os
eletrodos correspondentes (AB/2). Este sistema de plotagem de dados é adotado, uma
vez que o mais importante é a relação entre as resistividades, e não a diferença entre
elas (GALLAS, 2000), considerando que o número obtido nas medições de
resistividades acompanhe a década logarítmica da abertura de AB.
Após a etapa de campo, realizou-se a suavização e a análise qualitativa da
morfologia das curvas de campo. Esta análise consta basicamente de um exame
visual minucioso, pelo intérprete, das curvas obtidas em campo. É neste momento que
o intérprete tem a possibilidade de separar as curvas em grupos, gerar modelos
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geoelétricos e apresentar uma primeira idéia ou aproximação da estrutura do subsolo
estudado.
Este modelo geoelétrico inicial foi refinado pelo software Resix/IP, versão 2,00
(1993), produzido pela INTERPEX LIMITED (USA), que resultou em novos modelos
geoelétricos, com a inversão dos dados de resistividade obtidos nos ensaios de
campo. O algoritmo do programa calcula a curva teórica de resistividade aparente,
baseado na inversão linearizada, sendo conhecido também como método inverso.
Inman (1975) define que o algoritmo utilizado no programa Resix/IP baseia-se
no método dos mínimos quadrados simples:
a
tt
AAAp
ρ
=
1
)( , onde:
p - vetor de variação entre os vetores ρ e ρ
o
;
A
t
- matriz transposta;
(A
t
A)
-1
- inversa da matriz A
t
A;

a
- vetor de variação entre as resistividades aparentes observadas e
calculadas pelo método direto, gerada pelo modelo geoelétrico inicial.
Segundo Monteiro (1999), este método consiste em encontrar um modelo que,
por meio da equação teórica utilizada no cálculo das resistividades, melhor descreva
as resistividades aparentes observadas em campo. Sinteticamente, busca a
convergência da curva teórica à curva de campo, até que o ajuste seja alcançado.
Esse ajuste deve ser estabelecido fixando-se alguns parâmetros da curva de
campo, tais como profundidade do nível d´água do aqüífero, espessura da camada e
profundidade de alguma camada geológica conhecida.
É importante ressaltar que os modelos de inversão 1D dos dados elétricos
ajustados não são únicos, podendo variar de acordo com o intérprete. No entanto,
alguns modelos de inversão apresentados neste trabalho foram elaborados com base
em dados geológicos de poços de monitoramento, com intuito de diminuir a
ambigüidade dos resultados.
Com relação ao imageamento 2D, a pseudoseção é o método normalmente
utilizado para representar a distribuição dos valores de resistividade. Vale lembrar que
a pseudoseção é um guia inicial para estabelecer interpretações quantitativas e não
uma imagem final da resistividade verdadeira de subsuperfície.
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No arranjo Dp-Dp, o método de plotagem mais comum é o de interseção de
duas linhas (ponto médio: C1-C2 - corrente e P1 P2 - potencial) em um ângulo de 45º
(Figura 11). É importante enfatizar que esta plotagem é meramente uma convenção, e
não implica que a profundidade de investigação seja dada pelo ponto de interseção
das duas linhas, com ângulo de 45º.
Figura 11 – Plotagem dos dados de campo (Arranjo Dp-Dp).
Outro método de plotagem é o de pseudoprofundidade (EDWARDS, 1977).
Este valor de pseudoprofundidade está baseado nos valores da derivada de Frechet,
para meios homogêneos. A partir de bases matemáticas, este método de
pseudoprofundidade também é utilizado para plotagem dos dados de resistividade
obtidos no campo.
Após aquisição de campo, as medidas de resistência são reduzidas a valores
de resistividade aparente. Praticamente todos sistemas comerciais multi-eletrodo são
acompanhados por um software para realizar a conversão e a inversão dos dados de
resistividade aparente, gerando seções 2D ou blocos 3D que serão utilizados em
interpretações geológicas.
Os programas utilizados nesta pesquisa para inversão dos dados foram:
EarthImager 2D e EarthImager 3D, produzidos pela AGI (USA).
Em essência, todos métodos de inversão tentam reproduzir, ao máximo, a
realidade de subsuperfície onde os dados foram adquiridos.
Um bom e conhecido método de inversão é o smoothness constrained
(GROOT-HEDLIN e CONTABLE, 1990), que é definido pela seguinte fórmula
matemática:
1
28
Eletrodos de Corrente
Eletrodos de Potencial
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uFrgJduFJJ
TT
=+ )( , onde:
F – matriz de suavização;
J - matriz de Jacob de derivadas parciais;
r – vetor contendo o logaritmo dos valores do modelo de resistividade;
u – fator de amortecimento;
d – modelo do vetor de perturbação;
g – vetor de discrepância.
O vetor de discrepância (g) é a diferença entre a resistividade medida e os
valores de resistividade aparente calculados. A magnitude deste vetor é representada
pelos valores de RMS (média da raiz quadrada), que o método de inversão procura
reduzir para produzir um modelo aperfeiçoado. Com a equação acima, tenta-se ainda
minimizar a diferença entre os valores de resistividade aparente, medidos e
calculados, e também minimizar os valores anômalos de resistividade do modelo. O
fator de amortecimento (u) controla o peso que é dado ao modelo de suavização no
processo de inversão. Assim, quanto maior o fator de amortecimento, maior a
suavização do modelo, mas o RMS apresentará um erro maior. Os elementos da
matriz (F) podem ser modificados tanto na vertical como na horizontal, enfatizando
mudanças significativas no modelo final. Na equação utilizada dá-se os mesmos pesos
para todos pontos de dados; somente em alguns casos, devido à presença de dados
anômalos que originam resultados insatisfatórios na inversão, deve-se utilizar matriz
de dados suplementares, que reduzirão os dados anômalos.
A escolha do método de inversão depende da geologia da área e do objetivo
almejado na pesquisa. Nesta pesquisa, optou-se pelo método de inversão smoothness
constrained, pois foi o método que mais se aproximou dos resultados obtidos nas
SEVs interpretadas.
A integração dos dados obtidos nos modelos de inversão 1D, 2D e 3D
possibilitaram determinar o nível d’água subterrâneo (NA) e a distribuição espacial da
resistividade no subsolo, com vistas a gerar mapas potenciométrico, de resistência
transversal saturada da Formação Rio Claro, de espessuras da zona não-saturada e
saturada e do topo da Formação Corumbataí.
A resistência transversal da zona saturada, mais precisamente do primeiro
nível geoelétrico saturado, foi obtida por meio da multiplicação da espessura pela
resistividade deste nível, retiradas do modelo geoelétrico.
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Em trabalho de Raimond Mailet de 1947, adotado por Orellana (1972), a
combinação das resistividades e das espessuras das camadas geoelétricas,
resultaram nos parâmetros e curvas de Dar Zarrouk.
Considerando uma seção geoelétrica na qual o fluxo de corrente se dá
perpendicularmente aos estratos, as diferentes camadas geoelétricas se comportarão
como condutores em série, cujas resistências se somam. Portanto, a resistência de
uma camada i, com comprimento l, espessura E e seção transversal S, será dada por:
ii
i
iii
E
x
E
S
l
R
ρρρ
===
11
Este produto é denominado resistência transversal “T”, resultando, portanto
em:
iii
ET
ρ
=
Os parâmetros de Dar Zarrouk auxiliam tanto na definição do modelo
geoelétrico final, como em estudos hidrogeológicos, conforme demonstrado por
Henriet (1975). Estes parâmetros podem ser empregados em estudos de proteção de
aqüíferos e na avaliação das propriedades hidrogeológicas dos aqüíferos, pois a
resistência transversal correlaciona-se com a transmissividade de aqüíferos. Em
aqüíferos a transmissividade é o produto da condutividade hidráulica pela espessura
saturada do aqüífero.
3.3. Levantamento Topográfico
Considerado um dos grandes avanços tecnológicos do fim do século XX, o
sistema de posicionamento global (GPS) baseado em satélites tem revolucionado as
técnicas de engenharia de mapeamento, transporte, navegação, cartografia,
agrimensura e um número crescente de atividades.
O GPS foi declarado totalmente operacional em janeiro de 1994, pois nesta
ocasião foi atingida a constelação de 24 satélites em órbita. Sua constelação atual é
de 28 satélites que orbitam a uma altura de aproximadamente 28.000 km acima da
superfície terrestre e transmitem continuamente sinais que possibilitam a
determinação da posição de um receptor na Terra (GOMES et al., 2001). Todos
satélites são monitorados permanentemente e têm a sua posição no espaço
conhecida. Essas posições no espaço (órbitas) são transmitidas da Terra aos satélites
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e estes, por sua vez, as retransmitem em forma de sinal. Sendo assim, qualquer
usuário pode recebê-lo em seus receptores GPS. Um receptor GPS, além de receber
os sinais transmitidos pelos satélites, é capaz de calcular a distância entre sua antena
e cada um dos satélites. Vale lembrar, que nem sempre os mesmos satélites
encontram-se acima do horizonte, variando esta constelação ao longo do dia.
Para determinar as coordenadas da antena, é necessário calcular a distância
entre o receptor e pelo menos quatro satélites, em um mesmo instante. A velocidade
do sinal gerado no satélite é afetada ao atravessar as diversas camadas da atmosfera
(Figura 12). Isso implica em erros nas coordenadas obtidas pelo receptor e em
incerteza na ordem de metros na posição dos satélites em cada uma das órbitas. Esse
erro é, em 95% das determinações das coordenadas X (latitude) e Y (longitude),
inferior a 22,5 m (GOMES et al., 2001).
Figura 12 – Princípio do posicionamento diferencial com GPS e distorções
causadas pela ionosfera e troposfera (GOMES et al., 2001).
Com o avanço do sistema de posicionamento global (GPS), surgiu o sistema
de posicionamento global diferencial (DGPS), capaz de promover precisões métricas,
que não eram atingidas com a utilização do GPS. O sistema DGPS utiliza um segundo
receptor (base ou estação de referência), estacionado sobre um ponto de
coordenadas conhecidas, que opera simultaneamente com o utilizado na
determinação das coordenadas do usuário (móvel ou rover).
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Este procedimento permite calcular, no receptor base, o erro que está sendo
cometido na determinação das coordenadas da unidade móvel. A aplicação deste erro
às coordenadas permite corrigir a posição e melhorar substancialmente os resultados,
que passam de 22 m para aproximadamente 1 m, considerando que o usuário esteja
num raio de aproximadamente 370 km de distância da estação base.
Nos US e Canadá, esses sistemas comumente usam ondas de freqüência de
rádio entre 285 KHz e 325 KHz, para correção simultânea ao levantamento. No Brasil,
as correções podem ser realizadas por redes públicas (RIBAC – Rede Incra de Bases
Comunitárias e RBMC – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo) e/ou privadas
(Hyper CBS da Santiago e Cintra e Trimbase), por meio de aquisição de arquivos
bases.
O levantamento das coordenadas e altitudes
das SEVs e dos contatos da
Formação Rio Claro foram obtidos por meio do sistema DGPS
.
Este levantamento utilizou antena e coletor de dados da marca Trimble,
modelos PRO-XR12 e TDC1, respectivamente (Fotos 4 e 5). A correção diferencial
dos dados obtidos, por meio da unidade móvel, foi efetuada pelo programa Pathfinder
Office, utilizando dados base registrados pela antena localizada no escritório da
Santiago & Cintra, à rua Vieira de Morais, São Paulo. Após a correção, o erro obtido
em Z (altimetria) foi reduzido para valores compreendidos entre 0,48 m e 0,87 m.
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Foto 4 – Detalhe do DGPS, com antena e receptor.
Foto 5 – Detalhe das conexões a serem realizadas antes da utilização do DGPS.
COLETOR
ANTENA
Conexão dos
Cabos de Baterias
Conexão dos
Cabos da Antena da
Bateria e do Coletor
Conexão do
Cabo de Comunicação
do Receptor de Sinais à
Coletora de Dados
Conexão do
Cabo de Alimentação
Receptor de Sinais
Montagem do Bastão da Antena
Conexão do Cabo
do Receptor de Sinais
com a Antena
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3.4. Poços de Monitoramento
Os locais e as profundidades dos poços de monitoramento dentro da área de
estudo foram definidos obedecendo-se aos interesses investigativos e principalmente
à disponibilidade do terreno.
Os poços de monitoramento existentes no Campus Bela Vista da UNESP de
Rio Claro e na Fazenda São José, foram perfurados utilizando o equipamento
mecanizado hollow stem auger. Este equipamento consiste em uma sonda roto-
percursora montada sobre um chassi de caminhão. A máquina crava o amostrador
(com diâmetro de 4” ou 6”, dependendo da finalidade do poço) no solo, por percussão,
sem rotação do material perfurado para permitir o avanço da ferramenta de
amostragem.
Dessa maneira, o amostrador é cravado diretamente no solo, forçando a
entrada do material da formação para dentro do cilindro. Após a retirada da amostra
no intervalo desejado, o equipamento faz o alargamento do furo, até a profundidade já
amostrada, por meio da rotação de hastes ocas em espiral (augers) (Foto 6).
Foto 6 – Detalhe da sonda roto-percussora (hollow stem auger) sobre o
caminhão, em operação no Campus da UNESP.
Sonda Roto - Percursora
Augers
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Atingida a nova profundidade a ser amostrada, o sistema percursor,
trabalhando internamente ao auger, entra novamente em operação para coleta da
amostra no próximo intervalo de profundidade. Este processo garante uma amostra
com pouca interferência no material amostrado em porções de metragens superiores,
que possam estar na base do furo antes da nova amostragem, já que o amostrador
desce livre internamente à haste em espiral, sem contato com a formação já
atravessada.
O equipamento pode, ainda, fazer uma amostragem contínua de toda
profundidade perfurada. Neste caso, crava-se um amostrador com 1,5 m de
comprimento em todo avanço do equipamento, o que permite a retirada de toda seção
sondada. Este procedimento foi utilizado no poço de monitoramento do Campus da
UNESP (PM - 06), para observação de todas fácies presentes na Formação Rio Claro
e para calibração de uma SEV realizada ao lado deste poço.
Ao término de cada perfuração, o poço de monitoramento foi revestido com
tubo liso e filtros de PVC, tendo os filtros ranhuras de 0,5 a 0,7 mm. O espaço anelar
substrato – tubos foi preenchido por pré-filtro em areia graduada (tipo pérola),
essencialmente quartzosa, de 1,2 a 2,4 mm de granulometria, no trecho com seção
filtrante, e com selo de bentonita pellets, sobreposto por calda de bentonita e cimento,
no trecho com tubo liso, a fim de isolar hidráulica e fisicamente, o restante do espaço
anelar, impedindo que o mesmo sirva de conduto ou vetor preferencial para eventuais
contaminações próximas à boca do poço, oriundas da superfície. Na extremidade
superior do tubo liso, foi colocada tampa plástica com vedação em borracha e
cadeado. O acabamento externo é constituído por tampa metálica (câmara de
calçada) em base de concreto (Foto 7).
A disposição dos tubos, filtros e pré-filtros dependem essencialmente da
profundidade do nível d´água (NA) e da finalidade de cada poço.
O monitoramento dos níveis d´água dos poços perfurados na UNESP estão
sendo realizados quinzenalmente, com o uso de um medidor de nível eletro-eletrônico,
da marca Hidrosuprimentos, modelo HSNA – 30.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Foto 7 – Acabamento do poço de monitoramento.
3.5. Ensaios de Permeabilidade
Ensaios de permeabilidade são freqüentemente realizados com a finalidade de
se determinar à condutividade hidráulica de aqüíferos, responsável pelo movimento da
água nos solos/sedimentos.
Alguns ensaios são executados em furos de sondagens, onde são conhecidos,
de forma genérica, como "ensaios de infiltração". Com menor freqüência, têm sido
também aplicados em poços de inspeção e cavas abertas em solos. Estes ensaios
não utilizam sistema de observação da variação das cargas piezométricas nas
imediações do furo onde se realiza o ensaio. Por esta razão, são conhecidos como
"ensaios pontuais".
Os ensaios de permeabilidade em solos/sedimentos podem ser classificados
conforme a maneira de realização: em nível constante ou variável.
Ensaios em nível constante são realizados por meio da manutenção do nível
d'água numa posição constante ao longo de toda duração do ensaio, possibilitando
sua execução com a introdução (ensaios de infiltração) ou retirada de água (ensaios
de bombeamento). Nos ensaios de infiltração, é aplicada uma carga (constante),
medindo-se a vazão injetada necessária para manter tal nível constante. Nos ensaios
de bombeamento, o aqüífero é descarregado, medindo-se a vazão bombeada
necessária para manter constante o nível rebaixado.
Tampa Plástica com Vedação de Borracha
Tampa Metálica
Base de Concreto
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Nos ensaios em nível variável, o nível d'água natural é deslocado para uma
posição denominada nível inicial do ensaio. A tendência do nível d'água voltar à
posição original é acompanhada ao longo do tempo de ensaio.
Deve-se considerar que os ensaios realizados nas porções não-saturadas dos
solos (acima do lençol freático) admitem obviamente apenas sua realização por
injeção de água (ensaios de "carga").
Neste estudo, serão realizados três tipos de ensaios de permeabilidade,
utilizando diferentes métodos descritos a seguir.
3.5.1. Método Guelph
O permeâmetro Guelph, modelo 2800, foi utilizado na determinação expedita in
situ da condutividade hidráulica da zona não-saturada da Formação Rio Claro. Este
aparelho foi desenvolvido por Reynolds e Elrick em 1983, sendo aperfeiçoado pelos
mesmos autores na Universidade de Guelph, no Canadá, em 1985 (SOTO, 1999).
O equipamento consiste em um permeâmetro de carga constante, que funciona
segundo o Princípio do Sifão de Mariotte. Este princípio permite escoamento à
velocidade constante (com a diminuição do nível d´água no aparelho), por meio do
equilíbrio entre a pressão externa (pressão atmosférica) e a interna do permeâmetro.
O permeâmetro é constituído basicamente por: tubo de ar, indicador do nível
de água a ser mantido no furo (H), tubo e reservatório interno com escala graduada,
reservatório externo, suporte, válvula do reservatório e ponteira (Figura 13).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Figura 13 – Desenho esquemático do permeâmetro Guelph.
O procedimento do ensaio requer, após seleção dos locais a serem ensaiados,
a realização de furos a trado com fundo horizontal plano.
Quando se estabelece um nível d'água (carga hidráulica) constante no interior
do furo de trado, origina-se um "bulbo" de saturação d'água a partir de sua base. O
volume d'água, que se infiltra no solo por unidade de tempo (taxa de infiltração), torna-
se constante após determinado tempo de estabilização. As características e
dimensões deste "bulbo" de saturação d'água, uma vez atingida a condição de
estabilidade, variam com as características do solo ensaiado (Figura 14).
Indicador do
Nível de Altura
de Carga “H”
Tubo de Ar
Tubo com
Escala Graduada
Reservatório Interno
com Escala Graduada
Reservatório Externo
lvula dos
Reservatórios
Suporte
Ponteira
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Figura 14 – Funcionamento do permeâmetro Guelph (A) e o bulbo de saturação
de água no solo (B).
O conhecimento do valor da taxa de infiltração, associado às dimensões do
furo e da altura da coluna d'água no seu interior, permite o cálculo da condutividade
hidráulica in situ, através da seguinte expressão, segundo Soil Moisture Corp.(1991):
ou
, onde:
K - condutividade hidráulica, em cm/s;
R
1
; R
2
- taxas de infiltração estabilizadas correspondentes a H1 e H2
respectivamente, em cm/s;
X; Y - constantes correspondentes à área do tubo (reservatório d´ água)
utilizado, em cm
2
;
0,0041 e 0,0054 - valores adimensionais que podem ser obtidos através da
fórmula:
(
[]
))()(0054,0())()(0041,0
12
RXRXK
=
(
[]
))()(0054,0())()(0041,0
12
RYRYK
=
B
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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sendo,
H1 e H2 - altura d´água no furo para a primeira (5 cm) e a segunda (10 cm)
medidas, respectivamente;
a - raio do furo (cm);
C - fator que depende da relação H/a.
Estes ensaios foram distribuídos aleatoriamente na área de estudo, com intuito
de determinar a condutividade hidráulica na zona não-saturada, para posterior
classificação dos solos/sedimentos presentes nesta zona.
3.5.2. Teste de Slug
Neste ensaio de permeabilidade realizado em nível variável (zona saturada),
aplica-se uma carga ou descarga com a introdução ou remoção súbita de um volume
(sólido cilíndrico de volume conhecido) dentro do poço, de forma que o nível d´água
(NA) seja elevado ou rebaixado instantaneamente. Quando o volume é removido, o
teste é conhecido como bail test e, quando adicionado, slug test (Figura 15). O volume
deslocado é igual à adição ou à remoção de água do aqüífero.
[
]
[]
,
21
12
21
CH
CH
GG =
onde:
()( )
[]
12211221
21
2
2
2 CHCHaHHHH
CH
G
+
=
π
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Figura 15 – (A) Slug Test e (B) Bail Test, modificado de Sanders (1998).
A estabilização do nível d´água, quando lenta, pode ser medida manualmente,
utilizando-se de medidores de nível eletro-eletrônicos, dotados de fita métrica.
Contudo, quando esta estabilização leva poucos segundos, é necessária a utilização
de transdutores de pressão que tenham capacidade de medir a variação do NA a cada
segundo. Este tipo de transdutor transforma a coluna d´água (pressão) em sinal
elétrico, que por sua vez é convertido em sinal digital por um aparelho receptor. Este
sinal pode ser armazenado em data logger externo ou computador. Existem no
mercado alguns modelos de transdutores que apresentam memória embutida,
permitindo o armazenamento dos dados.
O resultado do monitoramento da posição do nível d´água é uma curva de
rebaixamento ou recuperação do NA, com o tempo. Desta curva, são extraídos os
parâmetros que, juntamente com as características geométricas do poço, fornecem o
valor de condutividade hidráulica (DAWSON e JONATHAN, 1991).
Ho
H
H
Ho
Slug
Slug
Ho: diferença entre
o nível d´água original,
e o nível d´água superior
imediatamente
após inserir o slug
H:diferença entre
o nível d´água original e o
nível d´água após algum
tempo (t) da colocação
do slug
Nível d´Água Original
Slug Test Bail Test
A
B
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O método de interpretação do nível d´água x tempo, para o bail test e o slug
test, pode ser obtido pelos métodos de Hvorslev (1951; Figura 16) e Bouwer e Rice
(1976; Figura 17).
Segundo Pede (2004), os dois métodos são baseados na equação de Thiem
(1906), em que o regime de fluxo é estacionário, o aqüífero e a água são
incompressíveis e a variação do armazenamento é nula. Qualquer modificação na
carga hidráulica é dissipada através do aqüífero.
Método de Hvorslev
A determinação da condutividade hidráulica pelo método de Hvorslev (1951),
Figura 5, é efetuada pelo uso da seguinte fórmula:
0
2
2
)/ln(
TL
RLr
K
e
e
= , onde:
K - condutividade hidráulica (cm/s);
r - raio do revestimento (cm);
R - raio do poço (cm);
L
e
- comprimento do filtro (cm);
T
o
- tempo que leva para o nível d’água cair a 37% da posição inicial (s).
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59
Figura 16 – Desenho esquemático ilustrando o teste de slug com os parâmetros
geométricos, necessários para estimar a condutividade hidráulica pelo método
de Hvorslev (1951).
Método de Bouwer e Rice
A determinação da condutividade hidráulica pelo método de Bouwer e Rice
(1976; Figura 16) utiliza as seguintes equações:
)ln(
1
2
)/ln(
0
2
t
ec
H
H
tLe
RRr
K =
e
1
]
/
]/)ln[(
)/(1
1.1
[ln
+
+=
RL
RLhBA
RLnR
R
e
w
w
e
;
quando Lw for igual a h,
1
]
/)/(1
1.1
[ln
+=
RL
C
RLnR
R
ew
e
, onde:
Impermeável
2R
Le
2r
Ht
H
o
AqüíferoAqüífero
NA
t (t=0)
o
NA
t > to
Superfície
NA original
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60
K - condutividade hidráulica (cm/s);
r
c
- raio do revestimento (cm);
R - raio do poço (cm);
R
e
- distância radial efetiva em que a carga é dissipada (cm);
L
e
- comprimento do filtro ou intervalo por onde a água se infiltra (cm);
L
w
- distância da superfície d’água à base do filtro (cm);
H
o
- rebaixamento no tempo t = 0 (cm);
H
t
- rebaixamento no tempo t = t (cm);
T - tempo decorrido após H = 0 (s);
A, B e C - são valores adimensionais, obtidos por meio da relação L
e
/R.
Figura 17 – Desenho esquemático ilustrando o teste de slug, com os parâmetros
geométricos necessários para estimar a condutividade hidráulica pelo método
de Bouwer e Rice (1976).
Impermeável
h
2R
Le
2r
Ht
H
o
Lw
AqüíferoAqüífero
NA
t (t=0)
o
NA
t > to
Superfície
NA original
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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61
O valor do raio do revestimento r
c
ainda passa por uma correção devido à
porosidade do pré-filtro, utilizando a fórmula (BOUWER, 1989):
r’
c
- raio do revestimento já corrigido (cm);
r
c
- raio do revestimento original (cm);
n - porosidade do pré-filtro (entre 0 e 1);
R - raio do poço (cm).
Os testes de slug foram realizados após desenvolvimento prévio dos poços de
monitoramento, ou seja, retirada de água dos poços, com objetivo de eliminar as
partículas finas geradas durante a perfuração. Nesta etapa, foram utilizados bailers
descartáveis (amostradores de polietileno) e, em alguns casos onde havia energia
elétrica, fez-se uso de compressor.
Esses testes foram realizados em dois poços de monitoramento PM – 01 e PM
– 03, localizados na Fazenda São José (Norte da área de estudo), e nos poços PM –
05 e PM – 07, localizados no Campus Bela Vista da UNESP.
As leituras, o armazenamento, assim como a interpretação dos dados obtidos
durante os testes, foram efetuados automaticamente por meio do software Winslug
®
(CHANG e CARRIER-NETO, 2000), desenvolvido nos laboratórios da UNESP,
Campus de Rio Claro.
3.5.3. Análise Granulométrica
Além desses ensaios, a condutividade hidráulica também foi determinada por
meio da distribuição na curva granulométrica dos sedimentos arenosos da Formação
Rio Claro, utilizando-se os métodos de Hazen (1911; apud FETTER, 1988) e
Shepherd (1989).
O método de Hazen é aplicado a areias em que o diâmetro efetivo do grão (d
10
)
situa-se aproximadamente entre 0,1 e 3,0 mm. A fórmula aplicada ao método de
Hazen é:
2
2
)1( nRrnr
cc
+=
, onde:
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
62
(
)
2
10
dCK = , onde,
K - condutividade hidráulica (cm/s);
d
10
- diâmetro efetivo do grão (cm);
C - valor adimensional que pode ser obtido experimentalmente; areias
finas, como as da Formação Rio Claro, possuem um valor aproximado de 60.
O método de Shepherd considera que a condutividade hidráulica está
relacionada ao diâmetro e à maturidade dos grãos, sendo estabelecida pela seguinte
fórmula:
j
CdK
50
= , onde:
C - fator de ajuste, obtido experimentalmente;
d
50
- diâmetro efetivo do grão (mm);
j - expoente obtido experimentalmente, que leva em consideração a
textura dos sedimentos.
O fator de ajuste C e o expoente j possuem valores altos para sedimentos
maturos, e decaem para sedimentos imaturos.
Shepherd (1989) utilizou vários dados para desenvolver e produzir um gráfico
que permite determinar a condutividade hidráulica para grãos de diâmetros
intermediários, de diferentes tipos de sedimentos (Figura 18).
No caso da Formação Rio Claro, para o cálculo de condutividade hidráulica
segundo o método de Shepherd, utilizou-se valor C=100 e expoente j=1,5,
correspondendo a sedimentos parcialmente consolidados.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
63
Figura 18 – Gráfico mostrando a relação da condutividade hidráulica com o
diâmetro dos grãos de sedimentos texturalmente diferentes (FETTER, 1988).
O ensaio de granulometria foi realizado de acordo com o tamanho das
partículas que compõem cada amostra, utilizando peneiramento para partículas
maiores que 0,075 mm (# 200) e sedimentação para partículas menores que 0,075
mm. Os procedimentos dos ensaios seguiram a padronização da ABNT, por meio da
MB-32: Solo - Análise Granulométrica.
As amostras destinadas para este tipo de ensaio foram as recuperadas durante
a perfuração de poço de monitoramento com amostragem contínua (PM – 06, Campus
da UNESP), em intervalos de 0,5 m (descartando os níveis argilosos e os que não
foram recuperados durante a perfuração, pela presença de água), até a profundidade
de 20 m.
0.01 0.1 1 10
0.1
1
10
100
1000
10000
Tamanho dos Grãos (mm)
Condutividade Hidraúlica (ft/dia)
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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64
3.6. Difração de Raio – X e Petrografia
Para difração de raio – X, foram selecionadas também amostras recuperadas
durante a perfuração do poço de monitoramento PM – 06, mas em intervalo de 1m, até
atingir a profundidade de 15,5 m. O intuito desta análise é determinar os minerais
constituintes da fração argila e total da amostra.
Os procedimentos adotados neste trabalho, para determinação dos minerais
presentes nos sedimentos da Formação Rio Claro, foram os descritos por Alves
(1987).
A extração dos argilominerais (fração argila) iniciou-se com a dissociação dos
minerais contidos na amostra, por meio de tratamento químico. O tratamento químico
com hexametafosfato de sódio propiciou a defloculação de cimento caulinítico
presente no sedimento. Posteriormente, foram colocadas em provetas de 2 L,
permanecendo em repouso absoluto por aproximadamente 24 horas.
Após este período, com o auxílio de uma pipeta, recolheu-se o líquido situado
na posição intermediária das provetas, despejando-os em copos descartáveis,
juntamente com a adição de 5 ml de ácido acético glacial. Tais copos permaneceram
em repouso por tempo indeterminado, até que o material sólido (antes em suspensão)
se encontrasse totalmente decantado. Por fim, com auxílio de um conta gotas, parte
desses sedimentos foi espalhada homogeneamente sobre lâminas para serem
analisados por difratometria de raio – X.
Na fração total, as amostras foram secas em estufa a temperatura de
aproximadamente 50º C, por aproximadamente 24 horas. Após a secagem, foram
encaminhadas para o equipamento de moagem. Este material moído foi utilizado na
confecção de pastilhas, posteriormente enviadas ao difratômetro de raio – X.
As amostras foram preparadas e analisadas no Laboratório de Espectometria
de Difração de Raios X (espectrômetro marca Siemens modelo D5000), do
IGCE/UNESP - Rio Claro.
Os dados (fração argila e total) foram interpretados no software EVA
®
, que
possui dicionário de minerais e elementos químicos que possibilita o ajuste com os
picos gerados pelo difratômetro.
Amostras também recuperadas durante a perfuração do poço de
monitoramento PM – 06, em intervalo aleatório, mas representativo dos sedimentos
descritos neste poço, foram impregnadas por resina epoxi para confecção de lâminas
delgadas utilizadas na análise petrográfica. A análise petrográfica foi realizada em
microscópio óptico marca Olympus Bx40, de laboratório do IGCE/UNESP.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
65
3.7. Testes de Bombeamento
Os testes de bombeamento são divididos em dois grupos, abaixo
especificados.
Testes de Aqüíferos – responsáveis pela determinação de parâmetros
hidrodinâmicos do meio poroso (condutividade hidráulica,
transmissividade e coeficiente de armazenamento). Sua realização
baseia-se no bombeamento de um poço com descarga constante, no
qual o acompanhamento e a evolução do rebaixamento são observados
em outros poços de monitoramento circunvizinhos (poços de
observação).
Testes de Produção – têm a finalidade de determinar perdas de carga
totais que ocorrem num poço de bombeamento e a vazão máxima de
explotação. Sua execução consiste no acompanhamento da evolução
do rebaixamento no próprio poço bombeado. Na maioria das vezes, são
realizados em três etapas, com vazões constantes por um determinado
tempo. Este tempo deverá ser igual em todas etapas, para evitar
correções posteriores, e as vazões deverão ser crescentes de uma
etapa para outra (Q
1
< Q
2
< Q
3
).
Existem duas metodologias adotadas para a realização de um teste de
produção. Uma delas consiste na recuperação dos níveis d´água em cada etapa, ou
seja, após um período de bombeamento com monitoramento dos níveis, a bomba é
desligada até que retorne ao nível do início do teste. A outra resume-se no
bombeamento contínuo do poço, passando-se de uma etapa para outra por meio de
um aumento brusco de vazão, sem que haja recuperação entre as etapas. Estas
metodologias também são conhecidas, respectivamente, como testes de produção
sucessivo e escalonado.
O teste adotado para os dois poços no Campus da UNESP (PM – 05 e PM –
08) foi o escalonado. Os testes foram feitos com a utilização de uma bomba submersa,
da marca Ebara de 1hp, e um hidrômetro.
Esses testes possibilitaram identificar os rebaixamentos para diferentes
vazões, estabelecer uma fórmula geral relacionando o rebaixamento com a vazão,
traçar as curvas características, úteis para determinar a vazão máxima de explotação
e a eficiência hidráulica dos poços.
Os dados de rebaixamento em função do tempo foram plotados em gráfico
monolog, com escala de tempo logarítmica, e os rebaixamentos em escala normal.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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66
Com base nos resultados dos testes, obteve-se um outro gráfico (rebaixamento
x vazão), dando origem às curvas características dos poços, a partir das quais foi
possível identificar o ponto crítico (a inclinação da curva aumenta rapidamente com o
incremento da vazão).
Uma vez conhecidas às perdas de carga e a vazão máxima de explotação, foi
possível calcular o rebaixamento correspondente à vazão de extração desejada, de
acordo com a equação característica dos poços (Figura 19):
QCB
Q
s
.+=
, onde:
s/Q - rebaixamento específico;
B - ponto de interseção do eixo Y na origem;
C - coeficiente angular da reta.
Figura 19 – Representação gráfica da equação característica do poço.
3.8. Cálculo de Reservas
A avaliação de reservas de um aqüífero sedimentar, particularmente um
aqüífero livre, envolve muitas discussões, seja pelas metodologias adotadas ou pelos
próprios valores encontrados, principalmente em relação à disponibilidade explotável.
Dentre essas discussões, um aspecto relevante diz respeito ao parâmetro espessura
saturada. Para a espessura saturada normalmente adota-se um valor médio
representativo do aqüífero em toda área explorada.
C= tg
s
/
Q
=
B
+
C
.
Q
B
Q
Vazão (Q) m /h
3
Rebaixamento Específico (s/Q)
m/m /h
3
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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67
Neste trabalho foram calculadas as reservas permanentes, reguladoras e totais
do Aqüífero Rio Claro.
As reservas permanentes correspondem ao volume de água subterrânea
situada na porção saturada, abaixo da posição mínima da variação sazonal do
aqüífero. Considerando que o comportamento do Aqüífero Rio Claro no município
homônimo como sendo de caráter livre, o cálculo da reserva permanente é dado pelo
volume de saturação (V
s
), sendo este definido por:
es
bAV
η
..
=
, onde:
A – área de ocorrência do aqüífero (m
2
);
b – espessura média saturada do aqüífero (m);
e
porosidade efetiva.
Vale lembrar que a espessura média saturada foi calculada com base nas
SEVs, devido à pequena quantidade de poços perfurados no município.
As reservas reguladoras correspondem ao volume d´água infiltrado, ou seja, a
recarga anual do sistema. A metodologia adotada para esta reserva foi a da Vazão de
Escoamento Natural (VEN). Este parâmetro é calculado a partir do coeficiente de
porosidade da área de ocorrência do aqüífero e da variação do nível da superfície
potenciométrica. A variação do nível da superfície potenciométrica foi adotada com
base nos poços de monitoramento perfurados no Campus Bela Vista da Unesp de Rio
Claro, pois estes poços vem sendo monitorados acerca de 5 anos por transdutores de
pressão. Diante do exposto, têm-se o VEN como sendo:
e
hAVEN
η
..
=
, onde:
A – área de ocorrência do aqüífero (m
2
);
h – variação média da superfície potenciométrica (m);
e
porosidade efetiva.
As reservas totais são obtidas pela soma das reservas permanentes e
reguladoras.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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68
3.9. Análise Geoestatística
A análise preliminar dos dados por meio de métodos estatísticos constitui uma
etapa muito importante, principalmente quando se trabalha com aquisição e
processamento de uma quantidade significativa de dados e variáveis. Esses métodos
possibilitam também análises interpretativas quanto aos modelos de distribuição de
probabilidades e correlações.
Segundo Sturaro (1994), a Geoestatística tem por objetivo a aplicação da teoria
das variáveis regionalizadas, para efetuarem estimativas dentro de um contexto regido
por um fenômeno natural com distribuição no espaço e no tempo.
Em Geociências, a maioria das variáveis estudadas são consideradas como
regionalizadas, como por exemplo: espessura de camadas geológicas, profundidade
do nível d´água subterrâneo, espessuras resistivas de camadas geoelétricas, etc.
A teoria das variáveis regionalizadas, formalizada por Mathernon (1963),
considera as características estruturais e aleatórias de uma variável espacialmente
distribuída, de forma a descrevê-la adequadamente. Esta teoria é baseada em
modelos probabilísticos, que usualmente são utilizados onde os fenômenos naturais
não são conhecidos suficientemente para permitir um enfoque determinístico. Ou seja,
os modelos probabilísticos propiciam uma avaliação da variável juntamente com a
inevitável incerteza (ISAAKS e SRIVASTAVA, 1989).
Uma característica muito freqüente também em fenômenos naturais é a
anisotropia, isto é, a variabilidade ou a distribuição espacial de tais elementos que
ocorrem mais intensamente numa direção e menos intensamente em outra.
Quando se observa anisotropia, é necessário que o modelo proposto
represente bem a variabilidade espacial da propriedade em estudo. Procedimentos
determinísticos para este caso são limitados, pois não consideram a estrutura de
autocorrelação espacial, bem como a anisotropia presente.
Por isso, a utilização de procedimentos geoestatísticos requer um estudo
cuidadoso de como a variabilidade espacial da propriedade em estudo depende da
orientação relativa das localizações dos dados observados. Se a dependência
espacial entre observações em duas localizações quaisquer é função somente da
distância entre essas localizações, então a variabilidade espacial é isotrópica, caso
contrário é anisotrópica (CAMARGO et al., 2001).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
69
Dessa forma, a análise geoestatística foi aplicada aos dados obtidos pelos
ensaios geofísicos (SEVs), cujas coordenadas são conhecidas, possibilitando a
obtenção da estrutura da variância.
Uma vez quantificada a dependência espacial das propriedades obtidas pelas
SEVs (espessuras e resistividades das camadas geoelétricas, cota do nível d´ água,
cota do topo da Formação Corumbataí, etc), pôde-se mapear essas propriedades
dentro da área de interesse, por meio da krigagem ordinária.
Esta técnica considera a média flutuante ou móvel por toda área, sendo
necessária à estimativa de valores em locais onde não foram feitos pontos de coleta
de dados (LANDIM, 1998). A fase de estimação constitui passo importante, já que a
malha de pontos estimada será responsável pela qualidade dos mapas a serem
gerados.
Dentre os métodos de estimativa, o método geoestatístico da krigagem
ordinária pode ser considerado como o melhor estimador linear sem viés, devido às
seguintes proposições (AJUB, 2002):
as estimativas são realizadas por meio de uma combinação linear dos
dados (linearidade);
o método objetiva que o erro residual médio seja igual a zero (sem
viés),
o método objetiva minimizar a variância dos erros (melhor estimador).
As duas últimas proposições, do ponto de vista prático, são difíceis de serem
realizadas, pois não se conhecem valores reais dos pontos estimados para se avaliar
o erro e a variância verdadeiros.
Mas a krigagem ordinária supera estes aspectos, pois é baseada em um
modelo probabilístico, cujo erro residual médio, assim como a variância dos erros,
pode ser estimada. Assim, pode-se atribuir pesos às amostras usadas nas estimativas,
de tal forma que o erro médio seja zero e a variância seja mínima.
A estimativa de um ponto não amostrado é realizada por meio de uma
combinação linear dos pesos de amostras, situados em uma vizinhança definida ao
redor deste ponto.
Para a utilização do método de krigagem ordinária adotado neste estudo,
inicialmente foi necessária a elaboração de variogramas experimentais, seguido da
etapa que consiste em ajustar um modelo matemático que represente, da melhor
forma possível, a configuração das curvas do variograma. Por sua vez, o variograma
foi utilizado para calcular valores de semivariância, para uma dada distância, os quais
são necessários para a organização do sistema de equações de krigagem.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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70
O sistema estruturado a partir das funções teóricas, usadas para modelar
variogramas, deverá possuir uma solução única e estável para o sistema de equações
de krigagem. Dada essa condição, o conjunto de funções básicas para modelar
variogramas é limitado. No entanto, a combinação dessas funções produzirá um
conjunto de modelos variográficos que atenderá, de forma suficiente, às necessidades
requeridas para se avaliarem os fenômenos regionalizados (AJUB, 2002).
Os modelos variográficos podem ser divididos em modelos com patamar e sem
patamar. Nos modelos com patamar, à função variograma aumenta à medida que
incrementa a distância, até atingir um patamar (“sill”) onde a função se estabiliza. Esse
patamar, teoricamente, deve ser igual à variância da população.
Já os modelos sem patamar apresentam um aumento constante da
variabilidade, à medida em que a distância é incrementada. Esses modelos são
conhecidos como modelos lineares ou potência, cuja expressão matemática é:
θ
αγ
hh =)( , onde:
varia de 0 a 2;
representa a inclinação da reta.
Os principais modelos variográficos dentre os modelos com patamar são os
esférico, exponencial e gaussiano (Figura 20), cujas expressões matemáticas são as
seguintes (ISAAKS e SRIVASTAVA, 1989):
Modelo Esférico
()
3
5,0
1
5,1
)(
a
h
a
h
h
=
γ
para h a e h > a, onde:
a – representa a amplitude variográfica.
Quando dos ajustes desse modelo, aplica-se à regra de que a tangente, na
origem, atinge o patamar a uma distância de 2/3 da amplitude (a).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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71
Modelo Exponencial
=
a
h
h
3
exp1)(
γ
Neste modelo, o patamar (“sill”) é a assíntota dessa função, enquanto a
amplitude (a) corresponde a 5 vezes à distância, onde a tangente, na origem, atinge o
patamar.
Modelo Gaussiano
=
2
2
3
exp1)(
a
h
h
γ
Esse modelo, cuja função tem comportamento parabólico na origem, apresenta
larga amplitude variográfica (a) e patamar semelhante aos modelos exponenciais. Ele
representa fenômenos naturais com elevada continuidade espacial.
Figura 20 – Representação gráfica dos três modelos variográficos mais
utilizados (ISAAKS e SRIVASTAVA, 1989).
patamar
amplitude
h
(h)
Modelo Esférico
Modelo Gaussiano
Modelo Exponencial
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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72
Destaca-se neste grupo, o modelo que se caracteriza pelo efeito pepita puro,
no qual a expressão matemática é assim definida:
=
1
0
)(h
γ
para h = 0 e h > 0
Esse modelo, ao contrário do gaussiano, é representativo de fenômenos
naturais de elevada aleatoriedade.
Via de regra, o efeito pepita é somado aos demais modelos variográficos como
uma constante Co.
Nos casos onde se observou anisotropia das variáveis no mapa de
semivariograma (gráfico 2D em que se tem uma visão geral da variabilidade espacial
das variáveis em estudo) e também forte correlação com as direções X ou Y (deriva
externa), aplicou-se os métodos de modelagem não-estacionária. A modelagem com
variogramas bidirecionais que combina dois modelos variográficos direcionais num
único modelo consistente para todas as direções, foi aplicada as variáveis que não
possuem correlação com X e Y, mas apresentam forte anisotropia.
Os resultados obtidos pelo método de modelagem não-estacionária deste
estudo apresentam-se mais satisfatórios quando comparados à modelagem
anisotrópica para as mesmas variáveis.
A análise geoestatística deste estudo foi efetuada pelo programa Isatis V.4.1.3.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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73
4. HIDROFACIOLOGIA DO AQÜÍFERO RIO CLARO
Os dados e os resultados presentes neste item aparecem na ordem no qual
foram obtidos e utilizados, almejando o estudo hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro.
Os dados obtidos por meio do método geofísico de eletrorresistividade
inicialmente forneceram dados suficientes para uma pré-classificação das eletrofácies
presentes na Formação Rio Claro. Com base nessas SEVs, alguns poços de
monitoramento foram locados e perfurados. Esses poços propiciaram a realização dos
ensaios geofísicos de calibração.
Os ensaios geofísicos de calibração foram executados ao lado dos poços de
monitoramento perfurados no Campus Bela Vista da Unesp de Rio Claro e na
Fazenda São José (Norte da área de estudo), com intuito de averiguar as diferenças
litológicas em extremidades da área de estudo.
Posteriormente, estes ensaios de calibração, junto com as demais SEVs,
forneceram um modelo geoelétrico final da Formação Rio Claro.
Todos dados obtidos das SEVs passaram por análise geoetatística para
posterior confecção de mapas de espessura e de resistência transversal da Formação
Rio Claro, além de mapas potenciométrico e do topo da Formação Corumbataí, em
escala de município e de detalhe.
Em escala de detalhe foram executados ainda ensaios de imageamento
elétrico 2D e 3D, que também auxiliaram na calibração das SEVs realizadas nesta
malha.
A segunda etapa constou de ensaios de permeabilidade nos poços de
monitoramento perfurados, com o objetivo de determinar a condutividade hidráulica,
por meio de testes de Slug e por análises granulométricas realizadas nos sedimentos
recuperados durante a perfuração do poço de monitoramento com amostragem
contínua. No poço onde foi executada a amostragem contínua, também foram
recuperadas amostras para análise petrográfica.
Testes de produção foram realizados em dois poços de monitoramento
perfurados na UNESP.
A integração de todos dados, mas principalmente dos resultados obtidos com
as SEVs e com imageamento (2D e 3D), submetidos a tratamento geoestatístico
apropriado, identificou com clareza as áreas onde a resistência transversal saturada
do Aqüífero Rio Claro é maior. Essas áreas constituem grandes potenciais na
exploração de água subterrânea do aqüífero.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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74
4.1. Ensaios Geofísicos
Os ensaios geofísicos foram executados em 366 pontos, empregando-se o
método de Eletrorresistividade, por meio da técnica de Sondagem Elétrica Vertical
(SEV) e arranjo Schlumberger, visando obter a caracterização preliminar da geologia
em subsuperfície e a distribuição espacial do lençol freático (NA).
Os locais de execução das SEVs, na escala de município, foram escolhidos de
maneira a distribuí-las uniformemente em toda área a ser estudada (áreas de
ocorrência da Formação Rio Claro no município homônimo), respeitando as limitações
topográficas e a urbanização. Na escala de detalhe, os ensaios foram distribuídos em
uma malha de 20 x 20 m no Campus Bela Vista da Unesp de Rio Claro. Os mapas de
localização (Figuras 21 e 22) apresentam a distribuição das SEVs executadas.
As SEVs tiveram um espaçamento máximo AB/2 de 100, o que permitiu
investigar uma profundidade teórica máxima de 50 m. Na prática, esta profundidade
dependerá do contraste entre as resistividades das camadas geoelétricas.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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75
Figura 21 – Mapa de localização das SEVs, escala de município.
3
4
5
6
7
8
9
10
11
13
15
16
17
1819
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
36
37
38
39
40
41
4243
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71 72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
7.524 km
7.527 km
7.521 km
7.515 km
7.518 km
7.530 km
7.533 km
7.536 km
233 km230 km
236 km
239 km
242 km
LEGENDA
Sondagem Elétrica Vertical (SEV)
0
1,5
3 km
Escala Gráfica
Faz. São José
Campus Bela Vista
da UNESP
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
76
Figura 22 – Mapa de localização das SEVs e dos poços de monitoramento no
Campus Bela Vista da Unesp de Rio Claro, escala de detalhe.
As Tabelas 1 e 2 relacionam as SEVs executadas e suas coordenadas.
LEGENDA
Sondagem Elétrica Vertical (SEV)
0
50
Escala Gráfica
100 m
PM-01
PM-02
PM-03
Poço de Monitoramento
72
141
142 143 144
145
146147148
149 150
151
152
153 154
155
156
157 158
159 160
161
162 163 164
165
166 167 168169 170
171 172 173 174
175
176177
178
179
180
181 182
183
184
185
186
187 188
189
190
191
192
193
194
195
196
197 198
199
200201
202
203204 205206 207 208
209
210
211212
213
214
215216
217
219
220221
222
223
224
225
226
227
228
229
230231
232233
234
235
236
237
238239
240 241
242 243
244
245
246 248
249
250
251
252
253 254
255
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257
258
259
260 261
262
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266 267
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270
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279 280
281
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291
292
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295
298
299
300
301
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303
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306
307
308
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310
311
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317
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319
320
321
322
323
324
325
326
327
328
329
330
331
332
333
334
335
336
337
338
339
340
341
342
343
344
345
346
347
348
349350351
354355356 357358359360361
362363 364365366
367368369370371
PM -04
PM -05
PM -06
PM -07
PM -08
Campo de Futebol
Piscina
Ed. Física Quadras de Esporte
Blocos Didáticos
s Graduação
Geologia
Lebac
237,5 km 237,7 km 237,9 km
7.521,5 km
7.521,3 km
7.521,1 km
140
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
77
Tabela 1 – Identificação dos ensaios geofísicos executados em escala de
município.
SEV Leste (km) Norte (km)
SEV-3 237,800 7522,900
SEV-4 236,900 7523,600
SEV-5 237,300 7525,800
SEV-6 235,700 7522,100
SEV-7 235,900 7517,300
SEV-8 234,800 7514,400
SEV-9 235,200 7514,000
SEV-10 236,500 7516,800
SEV-11 236,700 7517,100
SEV-13 237,500 7525,500
SEV-15 237,800 7522,100
SEV-16 236,300 7521,400
SEV-17 236,400 7522,600
SEV-18 237,000 7517,300
SEV-19 234,300 7517,300
SEV-20 234,400 7519,800
SEV-21 233,300 7520,100
SEV-22 230,500 7519,400
SEV-23 231,200 7519,200
SEV-24 230,400 7517,000
SEV-25 229,700 7516,800
SEV-26 230,300 7516,500
SEV-27 230,000 7516,000
SEV-28 229,900 7515,600
SEV-29 230,100 7515,700
SEV-30 231,000 7517,300
SEV-31 231,400 7517,600
SEV-32 235,200 7519,000
SEV-33 237,500 7522,600
SEV-34 237,000 7522,300
SEV-36 237,600 7526,900
SEV-37 237,600 7527,200
SEV-38 235,800 7523,500
SEV-39 234,000 7522,000
SEV-40 234,400 7519,200
SEV-41 236,200 7518,100
SEV-42 232,300 7523,900
SEV-43 231,900 7523,900
SEV-44 230,100 7524,500
SEV-45 235,600 7523,000
SEV-46 239,600 7524,600
SEV-47 240,300 7525,000
SEV-48 240,200 7524,800
SEV-49 240,600 7525,100
SEV-50 236,900 7521,700
SEV-51 237,600 7521,400
SEV-52 234,800 7519,800
SEV-53 233,390 7519,040
SEV-54 233,100 7520,400
SEV-55 233,900 7521,000
SEV-56 234,400 7518,700
SEV-57 234,800 7517,800
SEV-58 235,200 7517,200
SEV-59 235,900 7515,900
SEV-60 236,200 7515,500
SEV-61 236,300 7516,100
SEV-62 236,200 7516,600
SEV-63 235,400 7517,100
SEV-64 235,100 7517,500
SEV-65 235,000 7514,500
SEV-66 235,300 7515,600
SEV-67 235,500 7514,500
SEV-68 234,100 7515,900
SEV-69 233,900 7514,900
SEV-70 236,600 7519,800
SEV-71 236,400 7521,000
SEV-72 237,300 7521,000
SEV Leste (km) Norte (km)
SEV-73 237,400 7519,100
SEV-74 237,100 7518,900
SEV-75 237,200 7518,600
SEV-76 237,100 7520,400
SEV-77 240,000 7525,900
SEV-78 240,000 7526,300
SEV-79 237,200 7519,300
SEV-80 239,600 7525,900
SEV-81 239,500 7525,500
SEV-82 240,300 7525,400
SEV-83 239,800 7526,700
SEV-84 239,200 7526,600
SEV-85 239,200 7526,100
SEV-86 239,200 7525,100
SEV-87 238,100 7525,500
SEV-88 236,500 7518,300
SEV-89 234,600 7521,100
SEV-90 237,700 7524,700
SEV-91 238,100 7524,100
SEV-92 237,100 7525,600
SEV-93 237,500 7534,200
SEV-94 238,000 7534,500
SEV-95 237,900 7528,400
SEV-96 238,000 7530,800
SEV-97 237,400 7532,900
SEV-98 237,600 7531,100
SEV-99 237,600 7531,900
SEV-100 238,000 7529,300
SEV-101 236,870 7519,150
SEV-102 240,739 7530,574
SEV-103 240,657 7531,442
SEV-104 240,225 7532,485
SEV-105 239,458 7532,471
SEV-106 238,596 7532,507
SEV-107 239,117 7531,962
SEV-108 239,589 7531,473
SEV-109 240,563 7530,225
SEV-110 241,188 7530,313
SEV-111 241,558 7530,799
SEV-112 242,011 7530,171
SEV-113 241,818 7529,823
SEV-114 241,330 7529,398
SEV-115 242,133 7529,012
SEV-116 239,396 7529,485
SEV-117 240,017 7528,758
SEV-118 239,358 7527,272
SEV-119 241,893 7527,826
SEV-120 240,974 7527,140
SEV-121 241,421 7526,938
SEV-122 241,249 7528,147
SEV-123 241,615 7527,199
SEV-124 240,104 7530,295
SEV-125
238,388 7529,239
SEV-126
238,100 7532,373
SEV-127
238,525 7530,970
SEV-128
239,071 7528,339
SEV-129
239,915 7527,726
SEV-130
242,605 7527,637
SEV-131
237,861 7533,108
SEV-132
239,736 7533,272
SEV-133
237,566 7533,708
SEV-134
238,055 7533,903
SEV-135
236,655 7535,028
SEV-136
238,218 7533,109
SEV-137
239,056 7533,160
SEV-138
240,153 7533,038
SEV-139
240,621 7532,976
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
78
Tabela 2a – Identificação dos ensaios geofísicos executados em escala de
detalhe.
SEV Leste (km) Norte (Km)
SEV-140 237,590 7521,080
SEV-141 237,670 7521,030
SEV-142 237,530 7521,060
SEV-143 237,550 7521,060
SEV-144 237,570 7521,060
SEV-145 237,570 7521,080
SEV-146 237,570 7521,100
SEV-147 237,550 7521,100
SEV-148 237,530 7521,100
SEV-149 237,530 7521,080
SEV-150 237,550 7521,080
SEV-151 237,540 7521,000
SEV-152 237,550 7521,010
SEV-153 237,530 7521,120
SEV-154 237,550 7521,120
SEV-155 237,570 7521,130
SEV-156 237,600 7521,120
SEV-157 237,530 7521,140
SEV-158 237,550 7521,140
SEV-159 237,570 7521,150
SEV-160 237,610 7521,150
SEV-161 237,630 7521,170
SEV-162 237,530 7521,160
SEV-163 237,550 7521,160
SEV-164 237,570 7521,160
SEV-165 237,610 7521,170
SEV-166 237,530 7521,180
SEV-167 237,550 7521,180
SEV-168 237,570 7521,180
SEV-169 237,580 7521,180
SEV-170 237,600 7521,180
SEV-171 237,540 7521,200
SEV-172 237,560 7521,200
SEV-173 237,590 7521,200
SEV-174 237,610 7521,200
SEV-175 237,610 7521,210
SEV-176 237,590 7521,220
SEV-177 237,570 7521,220
SEV-178 237,560 7521,230
SEV-179 237,570 7521,250
SEV-180 237,580 7521,240
SEV-181 237,600 7521,230
SEV-182 237,620 7521,230
SEV-183 237,610 7521,250
SEV-184 237,600 7521,260
SEV-185 237,580 7521,270
SEV-186 237,610 7521,310
SEV-187 237,620 7521,300
SEV-188 237,640 7521,300
SEV-189 237,640 7521,310
SEV-190 237,620 7521,320
SEV-191 237,630 7521,340
SEV-192 237,650 7521,330
SEV-193 237,660 7521,340
SEV-194 237,640 7521,350
SEV-195 237,650 7521,370
SEV-196 237,670 7521,360
SEV-197 237,680 7521,350
SEV-198 237,700 7521,350
SEV-199 237,700 7521,370
SEV-200 237,690 7521,380
SEV-201 237,670 7521,380
SEV-202 237,660 7521,390
SEV-203 237,680 7521,400
SEV-204 237,690 7521,400
SEV-205 237,710 7521,400
SEV Leste (km) Norte (Km)
SEV-206 237,720 7521,400
SEV-207 237,750 7521,400
SEV-208 237,770 7521,400
SEV-209 237,770 7521,420
SEV-210 237,750 7521,410
SEV-211 237,730 7521,420
SEV-212 237,710 7521,420
SEV-213 237,690 7521,430
SEV-214 237,710 7521,450
SEV-215 237,720 7521,430
SEV-216 237,730 7521,430
SEV-217 237,750 7521,420
SEV-218 237,770 7521,420
SEV-219 237,770 7521,440
SEV-220 237,750 7521,450
SEV-221 237,730 7521,450
SEV-222 237,720 7521,460
SEV-223 237,730 7521,480
SEV-224 237,750 7521,470
SEV-225 237,760 7521,460
SEV-226 237,770 7521,480
SEV-227 237,750 7521,490
SEV-228 237,740 7521,500
SEV-229 237,750 7521,510
SEV-230 237,770 7521,500
SEV-231 237,780 7521,500
SEV-232 237,790 7521,510
SEV-233 237,770 7521,510
SEV-234 237,760 7521,520
SEV-235 237,770 7521,540
SEV-236 237,780 7521,530
SEV-237 237,800 7521,520
SEV-238 237,810 7521,510
SEV-239 237,810 7521,510
SEV-240 237,830 7521,520
SEV-241 237,850 7521,520
SEV-242 237,840 7521,500
SEV-243 237,860 7521,500
SEV-244 237,860 7521,510
SEV-245 237,880 7521,500
SEV-246 237,870 7521,480
SEV-247 237,900 7521,500
SEV-248 237,890 7521,480
SEV-249 237,890 7521,460
SEV-250 237,890 7521,450
SEV-251 237,890 7521,430
SEV-252 237,890 7521,410
SEV-253 237,890 7521,400
SEV-254 237,910 7521,400
SEV-255 237,900 7521,410
SEV-256 237,900 7521,430
SEV-257 237,900 7521,450
SEV-258 237,900 7521,470
SEV-259 237,900 7521,480
SEV-260 237,900 7521,500
SEV-261 237,920 7521,500
SEV-262 237,920 7521,470
SEV-263 237,920 7521,450
SEV-264 237,920 7521,430
SEV-265 237,920 7521,420
SEV-266 237,920 7521,400
SEV-267 237,940 7521,400
SEV-268 237,940 7521,380
SEV-269 237,940 7521,420
SEV-270 237,940 7521,430
SEV-271 237,940 7521,450
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
79
Tabela 2b – Identificação dos ensaios geofísicos executados em escala de
detalhe.
SE
V
Leste (km) Norte (Km)
SEV-272 237,940 7521,470
SEV-273 237,950 7521,470
SEV-274 237,790 7521,350
SEV-275 237,800 7521,340
SEV-276 237,800 7521,370
SEV-277 237,800 7521,400
SEV-278 237,760 7521,400
SEV-279 237,760 7521,420
SEV-280 237,780 7521,420
SEV-281 237,780 7521,400
SEV-282 237,780 7521,380
SEV-283 237,780 7521,360
SEV-284 237,780 7521,460
SEV-285 237,780 7521,440
SEV-286 237,780 7521,420
SEV-287 237,780 7521,400
SEV-288 237,780 7521,380
SEV-289 237,800 7521,360
SEV-290 237,800 7521,340
SEV-291 237,800 7521,330
SEV-292 237,800 7521,470
SEV-293 237,800 7521,450
SEV-294 237,800 7521,430
SEV-295 237,800 7521,410
SEV-296 237,800 7521,400
SEV-297 237,800 7521,370
SEV-298 237,810 7521,350
SEV-299 237,810 7521,330
SEV-300 237,820 7521,470
SEV-301 237,820 7521,450
SEV-302 237,820 7521,430
SEV-303 237,830 7521,400
SEV-304 237,830 7521,380
SEV-305 237,830 7521,360
SEV-306 237,830 7521,340
SEV-307 237,830 7521,330
SEV-308 237,840 7521,460
SEV-309 237,840 7521,440
SEV-310 237,850 7521,420
SEV-311 237,850 7521,400
SEV-312 237,850 7521,380
SEV-313 237,850 7521,360
SEV-314 237,850 7521,340
SEV-315 237,850 7521,330
SEV-316 237,860 7521,470
SEV-317 237,860 7521,450
SEV-318 237,860 7521,430
SEV-319 237,870 7521,400
SEV-320 237,860 7521,380
SEV-321 237,870 7521,360
SEV-322 237,870 7521,340
SEV-323 237,870 7521,330
SEV-324 237,760 7521,490
SEV-325 237,760 7521,370
SEV-326 237,770 7521,350
SEV-327 237,770 7521,330
SEV-328 237,770 7521,310
SEV-329 237,780 7521,300
SEV-330 237,780 7521,270
SEV-331 237,780 7521,250
SEV-332 237,800 7521,230
SEV-333 237,800 7521,210
SEV-334 237,780 7521,200
SEV-335 237,800 7521,320
SEV-336 237,810 7521,300
SEV-337 237,810 7521,280
SE
V
Leste (km) Norte (Km)
SEV-338 237,810 7521,260
SEV-339 237,810 7521,240
SEV-340 237,810 7521,220
SEV-341 237,820 7521,200
SEV-342 237,840 7521,320
SEV-343 237,850 7521,300
SEV-344 237,850 7521,280
SEV-345 237,850 7521,260
SEV-346 237,850 7521,240
SEV-347 237,850 7521,220
SEV-348 237,850 7521,200
SEV-349 237,660 7521,020
SEV-350 237,640 7521,020
SEV-351 237,620 7521,020
SEV-352 237,600 7521,010
SEV-353 237,580 7521,010
SEV-354 237,560 7521,010
SEV-355 237,540 7521,010
SEV-356 237,530 7521,010
SEV-357 237,660 7521,010
SEV-358 237,640 7521,010
SEV-359 237,620 7521,010
SEV-360 237,600 7521,010
SEV-361 237,580 7521,010
SEV-362 237,560 7521,000
SEV-363 237,530 7521,000
SEV-364 237,670 7521,000
SEV-365 237,640 7521,000
SEV-366 237,630 7521,000
SEV-367 237,600 7520,990
SEV-368 237,580 7520,990
SEV-369 237,560 7520,990
SEV-370 237,540 7520,990
SEV-371 237,53 7521,0
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
80
4.1.1. Eletrofácies da Formação Rio Claro
A análise morfológica das curvas das SEVs obtidas em campo, permitiu
identificar duas eletrofácies principais:
uma, com valores de resistividade altos, típicos de sedimentos
predominantemente arenosos, associados à Formação Rio Claro;
outra, com valores de resistividade baixos, associados aos siltitos e
argilitos da Formação Corumbataí.
Em alguns casos, verifica-se uma terceira eletrofácies, com resistividade
elevada, correspondente à soleira de diabásio, principalmente no extremo sudeste da
área de estudo.
Na Formação Rio Claro, é possível identificar dois estratos principais, com
ampla variação de resistividade de um local para outro.
Devido à essa variação e à grande quantidade de ensaios executados na área
de estudo, esses estratos foram divididos em duas zonas:
não-saturada, referindo-se à porção localizada acima do nível d´água
do aqüífero livre;
saturada, referindo-se à porção localizada abaixo do nível d´água, em
que o substrato encontra-se totalmente saturado.
A identificação destas zonas foi efetuada apenas em função da saturação, não
levando-se em consideração a litologia (tipo de rocha/sedimento).
Para a zona não-saturada (sedimentos superficiais), os valores de resistividade
obtidos apresentaram uma ampla gama de variação (53 a 34.450 ohm.m), típica de
sedimentos desta porção. Estes materiais não foram caracterizados em termos
litológicos.
Para a zona saturada, os diferentes níveis geoelétricos obtidos foram
agrupados em termos de litologia, a partir da correlação dos níveis geoelétricos com a
geologia local, identificaram-se as seguintes eletrofácies:
siltitos e argilitos (Formação Corumbataí);
predominantemente argilosas (Formação Rio Claro);
predominantemente silto-argilosas (Formação Rio Claro);
predominantemente silto-arenosas (Formação Rio Claro);
predominantemente areno-siltosas (Formação Rio Claro);
predominantemente arenosas (Formação Rio Claro);
Diabásio (Formação Serra Geral).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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81
Dos modelos geoelétricos, obteve-se: níveis d´água (m); resistividades dos
respectivos níveis geoelétricos interpretados (ohm.m), associadas à litologia provável
do local estudado (eletrofácies); espessuras das camadas (m); profundidades e cotas
do topo do estrato (m). O Anexo A mostra algumas curvas de SEVs da área de estudo.
A Tabela 3 apresenta o modelo geoelétrico final, alcançado pela associação de
dados de resistividade e geologia local. Esta associação foi utilizada para minimizar
ambigüidades, pois diferentes modelos geoelétricos podem gerar a mesma curva
teórica e ajustar os dados.
Na Tabela 3, as eletrofácies apresentam faixas de variação nos valores de
resistividade consideradas típicas para a geologia local.
Tabela 3 – Modelo geoelétrico final.
Zona Eletrofácies
Resistividade
(ohm.m)
Não
Saturada
Sedimentos
Superficiais
53 a 34.450
Siltito e Argilito
(Formação
Corumbataí)
ρ 50
Argilosa
ρ 50
Silto-Argilosa
50 < ρ < 80
Silto-Arenosa
80 < ρ < 150
Areno-Siltosa
150 < ρ < 250
Arenosa
250 < ρ < 500
Saturada
Diabásio
ρ > 500
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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82
4.1.2. Calibração dos Ensaios Geofísicos
O procedimento adotado para minimizar a ambigüidade e determinar as
eletrofácies descritas na Tabela 3 foi o de calibração. Este procedimento permitiu
adicionar e fixar informações durante a inversão dos dados das SEVs, tais como
profundidades de camadas com litologias distintas e profundidade do nível d´ água. As
informações utilizadas na calibração foram adquiridas por meio de descrição detalhada
das amostras recuperadas durante a perfuração dos poços de monitoramento na
Fazenda São José e no Campus Bela Vista da UNESP, de dados de relatórios de
poços de produção perfurados na região e de descrição de afloramentos. Realizada
essa calibração, as eletrofácies da Formação Rio Claro foram conferidas e ajustadas,
resultando no modelo geoelétrico final (Tabela 3).
As Figuras 23, 24 e 25 mostram os perfis descritivos mais representativos da
Formação Rio Claro, obtidos dos poços de monitoramento e das SEVs realizadas ao
lado desses poços.
A eletrofácies argilosa presente na Formação Rio Claro possui valores de
resistividade semelhantes aos dos siltitos e argilitos que constituem a Formação
Corumbataí. A distinção dessas eletrofácies nos modelos geoelétricos foi obtida com
base principalmente nas profundidades, pois a eletrofácies argilosa da Formação Rio
Claro ocorre em porções menos profundas e intercaladas a eletrofácies silto-arenosas.
Já os siltitos e argilitos da Formação Corumbataí ocorrem sempre subjacente à
Formação Rio Claro.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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83
Figura 23 – Perfis descritivos do poço de monitoramento PM – 01 e da SEV –
106, da Fazenda São José.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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84
Figura 24 – Perfis descritivos do poço de monitoramento PM – 06 e da SEV – 72, do Campus da UNESP.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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85
Figura 25 – Perfis descritivos do poço de monitoramento PM – 05 e da SEV –
141, do Campus da UNESP.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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86
4.1.3. Análise Geoestatística dos Dados Obtidos nas SEVs
Os dados de SEVs foram inicialmente tratados com estatística básica, em três
categorias.
A primeira categoria forneceu informações sobre a distribuição das variáveis
estudadas. Pertencem a essa categoria a média, mediana, e moda.
A segunda categoria incluiu informações sobre a variância e o desvio padrão.
Esta categoria foi utilizada para descrever a variabilidade dos dados e sua forma de
distribuição.
A terceira categoria constou de informações sobre a forma de distribuição, que
é descrita pelo coeficiente de assimetria (enviesamento) e pelo coeficiente de
variação. O coeficiente de assimetria traz informações sobre a simetria, e o de
variação sobre a forma de distribuição. Ambos coeficientes foram analisados por meio
da elaboração de histogramas.
As Tabelas 4a, 4b, 5a e 5b mostram os resultados da estatística básica
calculada para todas as variáveis obtidas por meio das SEVs, em escala de município
e de detalhe.
Para a análise geoestatística na área do município optou-se por descartar as
SEVs realizadas na porção oeste da área, uma vez que a Formação Rio Claro se
estende alguns quilômetros (porção mais a Sul aproximadamente 2 Km) em direção a
Oeste. Dessa forma, a geoestatística aplicada não reproduziria os bons resultados
obtidos na porção central. Isto ocasionou a redução de 134 para 121 amostras
analisadas.
A análise geoestatística foi efetuada com uso do programa Isatis V.4.1.3.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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87
Tabela 4a – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de
município.
Tabela 4b – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de
município.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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88
Tabela 5a – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de
detalhe.
Tabela 5b – Estatística básica das varáveis obtidas nas SEVs em escala de
detalhe.
Por meio da análise dos resultados apresentados nas Tabelas 4a, 4b, 5a e 5b
e da análise realizada nos histogramas elaborados (Anexo B), para as duas escalas
de estudo, observa-se que os histogramas com assimetria positiva apresentam
“cauda” longa e valores altos à direita, fazendo com que a mediana seja menor que a
média.
O histograma que melhor representa assimetria positiva é o histograma da
variável “Resistência Transversal do Primeiro Nível Geoelétrico Saturado” para a
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
89
escala de município, pois apresenta o maior valor de coeficiente de variação, 0,713
(Figura 26).
Figura 26 – Histograma representando assimetria positiva na escala de
município.
Quando o coeficiente de enviesamento, tende a zero, ocorre a distribuição
simétrica dos dados. Os histogramas que melhor representam este aspecto são os
das variáveis “Coordenada X” e “Espessura da Formação Rio Claro” para a escala de
município (Figura 27) e o histograma da variável “Cota do nível d´água”, para escala
de detalhe (Figura 28).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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90
Figura 27 – Histogramas representando distribuição simétrica na escala de
município.
Figura 28 – Histograma representando distribuição simétrica na escala de
detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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91
Para comparação de duas variáveis aplicou-se o scatter plot, por meio do
coeficiente de correlação (ρ). Dividindo a covariância pelo desvio padrão garante-se
que o coeficiente de correlação estará sempre entre -1 e +1. Quando ρ= +1, a
distribuição dos pontos (scatter plot) é uma linha reta, e para
1<
ρ
, a distribuição
dos pontos aparecerá como uma “nuvem” (Figura 29).
Figura 29 – Dois exemplos de distribuição dos pontos, onde o coeficiente de
correlação é menor que 1, nas duas escalas de estudo.
Das 66 correlações efetuadas com as variáveis na escala de município, 57
delas fornecem um coeficiente de correlação
1<
ρ
. As variáveis com elevada
correlação são (Figuras 30a, b e c):
Espessura não-saturada da Formação Rio Claro e profundidade do
nível d´água (ρ=1);
Espessura saturada da Formação Rio Claro e espessura do primeiro
nível geoelétrico saturado (ρ=0,990365);
Cota do nível d´água e cota topográfica (ρ=0,983726);
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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92
Cota do nível d´água e cota do topo da Formação Corumbataí
(ρ=0,965987);
Cota do topo da Formação Corumbataí e cota topográfica
(ρ=0,944172);
Coordenada Y e cota do nível d´água (ρ=0,941479);
Coordenada Y e cota topográfica (ρ=0,935442);
Coordenada Y e cota do topo da Formação Corumbataí (ρ=0,913265);
Espessura total da Formação Rio Claro e espessura saturada da
Formação Rio Claro (ρ=0,908332).
Figura 30a – Scatter Plots das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de município.
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93
Figura 30b – Scatter Plots das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de município.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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94
Figura 30c – Scatter Plot das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de município.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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95
Na escala de detalhe, dentre as mesmas 66 correlações, 61 mostraram um
coeficiente de correlação
1<
ρ
, e as variáveis com correlação acentuada nesta
escala são (Figuras 31a e b):
Espessura não-saturada da Formação Rio Claro e profundidade do
nível d´água (ρ=1);
Resistência transversal do primeiro nível geoelétrico saturado e
resistividade do mesmo nível (ρ=0,759136);
Cota do nível d´água e cota topográfica (ρ=0,725413);
Espessura total da Formação Rio Claro e espessura saturada da
Formação Rio Claro (ρ=0,722785);
Cota do topo da Formação Corumbataí e cota topográfica (ρ=0,6024).
Figura 31a – Scatter Plots das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de detalhe.
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Figura 31b – Scatter Plot das variáveis que apresentam significativa correlação,
escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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97
Levando em consideração as acentuadas correlações existentes nas duas
escalas de detalhe, nota-se uma correlação igual a 1 entre a espessura não-saturada
da Formação Rio Claro e a profundidade do nível d´ água (NA). Isto já era esperado
uma vez que, a profundidade do NA é determinada nas SEVs em função da saturação,
separando duas zonas (não-saturada e saturada).
A correlação da cota do NA com a topografia corrobora que o fluxo d´água
subterrâneo do Aqüífero Rio Claro segue, grosso modo, a topografia local. Esta
conformação é estabelecida entre a topografia e a cota do topo da Formação
Corumbataí, que também mostra elevada correlação.
A hipótese provável para a correlação entre as variáveis, “espessura saturada
da Formação Rio Claro” e a “espessura do primeiro nível geoelétrico saturado”, na
escala de município e não na escala de detalhe, é a própria escala de detalhamento
utilizada no estudo. Até porque, nas SEVs realizadas na escala de município
predomina uma única classificação de eletrofácies (arenosa) na zona saturada. Na
escala de detalhe, a presença de mais de uma eletrofácies é marcante; os níveis
geoelétricos identificados correspondem principalmente às eletrofácies areno-siltosa,
silto-arenosa e silto-argilosa, que na Formação Rio Claro, devido a seu ambiente
deposicional fluvial meandrante, ocorrem individualizadas. Como as distâncias entre
as SEVs na escala de município podem chegar até 2 Km, não foi possível o
mapeamento localizado dessas eletrofácies. A acentuada correlação da soma das
espessuras saturadas das diferentes eletrofácies identificadas, com a espessura
saturada da Formação Rio Claro, na escala de detalhe, corrobora esta hipótese
(Figura 32).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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98
Figura 32 – Scatter Plot das variáveis da “soma das espessuras saturadas das
diferentes eletrofácies” e a “espessura saturada da Formação Rio Claro”, escala
de detalhe.
Por fim, a acentuada correlação entre resistência transversal do primeiro nível
geoelétrico saturado e resistividade deste nível, na escala de detalhe, mostra que
existe correlação maior com as resistividades das eletrofácies do que com suas
espessuras.
Nota-se que as variáveis “Cota do NA”, “Cota Topográfica” e “Cota do topo da
Formação Corumbataí” possuem correlação com relação à variável “Coordenada Y”,
dando origem a uma forte deriva externa com esta direção, na escala de município.
Esta deriva foi importante na escolha da modelagem não-estacionária para tais
variáveis.
Na estatística exploratória também foram elaborados mapas variográficos
(Anexo C) para identificação de anisotropia. As variáveis com anisotropia (acentuada
variância em uma direção) na escala de município foram: cota do NA, cota topográfica
e cota do topo da Formação Corumbataí (Figuras 33, 34 e 35). Vale ressaltar que
essas variáveis, além de anisotropia, possuem acentuada deriva externa com a
direção Y.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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99
Figura 33 – Mapa variográfico da variável “Cota do NA” (escala – município).
Figura 34 – Mapa variográfico da variável “Cota Topográfica” (escala –
município).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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100
Figura 35 – Mapa variográfico da variável “Cota do topo da Formação
Corumbataí” (escala – município).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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101
As variáveis que apresentaram anisotropia na escala de detalhe foram: cota do
NA e espessura total da Formação Rio Claro (Figuras 36, 37).
Figura 36 – Mapa variográfico da variável “Cota do NA” (escala – detalhe).
Figura 37 – Mapa variográfico da variável “Espessura total da Formação Rio
Claro” (escala – detalhe).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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102
Para as variáveis com deriva externa e anisotropia empregou-se a modelagem
não-estacionária, e para aquelas somente com anisotropia utilizou-se a modelagem
bidirecional.
Uma vez quantificada a dependência espacial das variáveis, por meio da
aplicação de geoestatística exploratória, pôde-se mapear as espessuras e
resistividades das camadas geoelétricas, cotas do nível d´ água, cotas do topo da
Formação Corumbataí e cotas topográficas dentro da área de interesse, por meio da
krigagem ordinária e da krigagem universal/não-estacionária.
Para a utilização do método de krigagem ordinária, inicialmente foi necessária
a elaboração de variogramas experimentais, seguida de etapa que consiste em ajustar
um modelo matemático que represente, da melhor forma possível, a configuração das
curvas do variograma.
Com os modelos variográficos definidos, pôde-se aplicar a validação cruzada
por meio da escolha de uma vizinhança, responsável por estimar valores das variáveis
em locais onde não foram executadas as SEVs, ajustando-se assim, da melhor forma
à primeira bissetriz (Figura 38). Este ajuste é responsável pela qualidade dos mapas a
serem elaborados.
Vale lembrar que para variáveis onde emprega-se modelagem não-
estacionária, não se aplica a elaboração de modelos variográficos, para posterior
krigagem universal/não-estacionária.
Figura 38 – Exemplo de ajuste com a primeira bissetriz, após escolha da
vizinhança.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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103
As Figuras 39a, b e 40a, b e c mostram os modelos adotados para o ajuste dos
variogramas experimentais e seus respectivos parâmetros.
Figura 39a – Modelos variográficos (escala – município).
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104
Figura 39b – Modelos variográficos (escala – município).
Figura 40a – Modelos variográficos bidirecionais (escala – detalhe).
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Figura 40b – Modelos variográficos (escala – detalhe).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Figura 40c – Modelos variográficos (escala – detalhe).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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107
4.1.3.1. Resultados da Krigagem
Inicialmente serão apresentados os resultados obtidos por meio da krigagem
ordinária e universal para escala de município e, posteriormente, os da krigagem
ordinária obtidos na escala de detalhe.
A espessura da Formação Rio Claro, identificada nos modelos geoelétricos,
varia consideravelmente de um local para outro. O mapa de iso-espessuras da
unidade (Figura 41), confeccionado apenas com as SEVs que atingiram o substrato da
Formação Corumbataí, mostra variação de 5 m a aproximadamente 45 m de
espessura. Observa-se ainda que, neste intervalo, prevalecem espessuras entre 25 m
e 35 m.
De modo geral, a espessura diminui da área Norte, onde se encontra a
Fazenda São José e o distrito de Ajapi, no qual várias sondagens elétricas não
chegaram a atingir o topo da Formação Corumbataí, para Sul, onde sondagens
elétricas atingiram não só a Formação Corumbataí, como as soleiras de diabásio.
As maiores espessuras encontram-se na Fazenda São José e nas
proximidades do distrito industrial.
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108
Figura 41 – Mapa de iso-espessuras da Formação Rio Claro.
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109
Essa ampla variação na espessura da Formação Rio Claro revela um substrato
bastante irregular. Este fato também pôde ser constatado por meio do mapa de iso-
valores de cota do topo da Formação Corumbataí (Figura 42), cujas cotas mais altas
(650 m) prevalecem a Norte, e diminuem em direção a Sul e Sudoeste da área, onde
variam de 580 m a 550 m.
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110
Figura 42 – Mapa de iso-valores de cota do topo da Formação Corumbataí e sua
superfície 3D.
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111
A espessura da zona saturada da Formação Rio Claro encontra-se entre 2 m e
36,29 m, com predomínio de espessuras entre 16 m e 20 m. As espessuras maiores
localizam-se nas porções Norte e central da área de estudo, próximo ao distrito
industrial (Figura 43).
Na zona saturada da Formação Rio Claro, é possível identificar até dois níveis
geoelétricos, sendo que apenas 27,6% das SEVs possuem o segundo nível.
O mapa de iso-espessuras do primeiro nível geoelétrico (Figura 44) mostra
uma variação de espessura deste nível de 2,01 m a 36,29 m, prevalecendo
espessuras entre 17 m e 20 m. As maiores espessuras do primeiro nível geoelétrico
saturado estão localizadas na porção Norte da área de estudo, na central e próximo à
SEV – 32, semelhante à espessura saturada. Esta semelhança confirma a acentuada
correlação entre ambas espessuras, que apresentaram coeficiente de correlação igual
a 0,990365.
Correlacionando as eletrofácies da Formação Rio Claro (Tabela 3) com o mapa
de iso-valores de resistividade do primeiro nível geoelétrico saturado (Figura 45),
observa-se que a eletrofácies arenosa (250 <
ρ
< 500 ohm.m) abrange grande parte
da área de estudo.
A eletrofácies silto-arenosa e silto-argilosa estão distribuídas aleatoriamente.
Na porção Sudeste, nas proximidades do Campus da UNESP (SEV – 72 – Figura 46),
a concentração de eletrofácies silto-argilosa é maior.
A eletrofácies argilosa ocorre nas proximidades da SEV – 32 e 70 (Figura 47).
A SEV – 32 está localizada na Avenida Rio Claro e, segundo antigos moradores, esta
região teve que ser aterrada para construção de casas, já que antigamente era
totalmente alagada. Este fato faz supor que a água de chuva não conseguia infiltrar no
subsolo devido à elevada quantidade de argila.
A existência de eletrofácies arenosa e silto-argilosa na Formação Rio Claro
pode estar relacionada ao seu ambiente deposicional fluvial meandrante, no qual a
eletrofácies arenosa estaria associada aos canais, e a silto-argilosa às planícies de
inundação.
A espessura da eletrofácies arenosa varia de 4,73 m (porção Sudeste da área)
a 36,29 m (porção Nordeste da área). As maiores espessuras (entre 20 m e 36 m)
estão situadas no extremo Norte e Nordeste da área de estudo (Fazenda São José).
Nos modelos geoelétricos que apresentaram o segundo nível saturado, as
resistividades variam de 100 ohm.m a 500 ohm.m, predominando resistividades entre
200 ohm.m e 240 ohm.m, caracterizando eletrofácies areno-siltosa.
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112
Figura 43 – Mapa de iso-espessuras da zona saturada da Formação Rio Claro.
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113
Figura 44 – Mapa de iso-espessuras do primeiro nível geoelétrico saturado da
Formação Rio Claro.
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Figura 45 – Mapa de iso-resistividades do primeiro nível geoelétrico saturado,
correlacionado às possíveis eletrofácies.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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115
Figura 46 – Sondagem elétrica e correspondente modelo geoelétrico para a SEV
72.
Figura 47 – Sondagens elétricas e correspondentes modelos geoelétricos para
as SEVs 32 e 70.
1
10
100
1000
10
100
1000
SEV-32
APPARENT RESISTIVITY (ohm.m)
AB/2 (m)
Nível Geoelétrico Resistividade (ohm.m)
Profundidade (m)
1
99,9
2
3
2,20
38,6
2,89
---------
Espessura (m)
5,09
---------
4
18,3
27,58
32,68 93,4
2,20
Legenda
Resistividade (campo)
Curva de melhor ajuste
Zona não Saturada
Argilosa
Silto - Arenosa
1
10
100
10
100
1000
SEV-70
APPARENT RESISTIVITY (ohm.m)
AB/2 (m)
Nível Geoelétrico Resistividade (ohm.m)
Profundidade (m)
1
90,0
2
2,58
309,9
7,49
Espessura (m)
---------
2,58
Legenda
Resistividade (campo)
Curva de melhor ajuste
3
---------
10,08
4
50
17,58
27,65 28,3
Formação Corumbataí
Zona não Saturada
Argilosa
AB/2 (m)
Nível Geoelétrico Resistividade (ohm.m)
Profundidade (m)
1
365,9
2
3
3,06
901,6
Espessura (m)
10,16
---------
4
79,6
5,00
3,06
15,16 272,2
Arenosa
1
10
100
10
100
1000
SEV-72
APPARENT RESISTIVITY (ohm.m)
Legenda
Resistividade (campo)
Curva de melhor ajuste
Zona não Saturada
Silto - Argilosa
---------
5 15,66
18,4
Fm. Corumbataí
0,50
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116
A multiplicação da variável “espessura do primeiro nível geoelétrico” pela
variável “resistividade” resultou na “resistência transversal” do primeiro nível
geoelétrico saturado. A multiplicação dessas duas variáveis dá origem a um parâmetro
muito utilizado na hidrodinâmica, conhecido como Dar Zarrouk. Por meio desse
parâmetro, é possível identificar os locais mais propícios para perfuração de poços
com vazões satisfatórias.
O mapa da Figura 48 apresenta valores de resistência transversal entre 175,31
ohm.m
2
e 17.201,46 ohm.m
2
. As maiores espessuras resistivas estão localizadas na
porção Norte da área, próximo à Lagoa Grande localizada na Fazenda São José, no
distrito industrial e próximo à SEV – 47.
A Figura 49 ilustra a superposição das variáveis resistência transversal do
primeiro nível geoelétrico saturado e sua respectiva espessura. Esta superposição
indica que a mesma espessura pode apresentar espessuras resistivas diferentes.
Próximo à SEV – 33, a espessura é de 20 m e a resistência transversal é
aproximadamente 4.000 ohm.m
2
, já na SEV – 114 a mesma espessura apresenta
resistência transversal de 6.750 ohm.m
2
. Esta constatação mostra que não é plausível
escolher o local apropriado para a perfuração de um poço apenas levando em
consideração as maiores espessuras saturadas.
Com relação à espessura não-saturada da Formação Rio Claro, esta varia
entre 2,05 m a 25,33 m, prevalecendo valores de 8 m e 14 m. As maiores espessuras
ocorrem na porção Norte (próximo à SEV – 137), na Nordeste (próximo à SEV-117) e
próximo à Lagoa do Cheverzon (Figura 50).
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117
Figura 48 – Mapa de valores de resistência transversal do primeiro nível
geoelétrico saturado.
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118
Figura 49 – Mapa mostrando a superposição das variáveis resistência
transversal do primeiro nível geoelétrico saturado e espessura do primeiro nível
geoelétrico saturado.
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119
Figura 50 – Mapa de iso-espessuras da zona não-saturada da Formação Rio
Claro.
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120
Conhecendo as altitudes de cada SEV, por meio do mapeamento com GPS
diferencial de alta precisão, e a profundidade do nível d´água (NA), é possível
determinar a cota do lençol freático em cada sondagem, em relação ao nível do mar.
Posteriormente, são traçadas as isolinhas do NA, gerando o mapa potenciométrico. As
direções preferenciais do fluxo d´água subterrâneo são indicadas por setas.
Em termos de distribuição espacial, o nível d´ água subterrâneo está situado
entre 2,01 m (porção Sudoeste da área) e 25,33 m (porção Norte da área) de
profundidade, sendo que entre esses valores existe ampla variação, prevalecendo os
níveis com profundidades inferiores a 18 m.
A superfície do lençol freático (NA) está situada entre as cotas 566 m (SEV –
55) e 669 m (SEV – 135), com o fluxo das águas subterrâneas orientado a partir das
cotas altas (Norte do mapa), para as cotas baixas (Sul e Sudoeste do mapa),
acompanhando aproximadamente a topografia local, com deflexões para Sudeste e
Sudoeste (Figura 51).
Os altos potenciométricos possuem fluxo centrífugo e estão basicamente
distribuídos na porção Norte da área, coincidentes com as lagoas da Fazenda São
José e a Lagoa do Cacareco. Essas lagoas representam aqüíferos suspensos, com
profundidades que vão de 1 m a 2 m, onde o fluxo das águas superficiais infiltradas é
bloqueado por níveis de materiais com baixa permeabilidade, tais como camadas
argilosas, comuns em ambiente fluvial.
Em termos de lagoas, somente o Lago Azul, localizado a Sudoeste da Lagoa
do Cacareco, faz parte do aqüífero livre Rio Claro.
Os altos potenciométricos funcionam como divisores de águas e estão
aproximadamente paralelos aos limites da Formação Rio Claro, assim como a
superfície potenciométrica, que segue a orientação preferencial do Rio Corumbataí, a
Oeste da área, e do Ribeirão Claro, a Leste.
Os baixos potenciométricos estão distribuídos na porção Sul da área, onde a
Formação Rio Claro apresenta pequenas espessuras e encontra-se próxima ao
contato com unidades subjacentes.
Toda área central da Formação Rio Claro pode ser considerada globalmente
como uma área de recarga, onde as águas pluviais infiltram no solo e se deslocam em
subsuperfície, declive abaixo, seguindo, grosso modo, a topografia (Figura 52),
ocorrendo áreas de descarga somente próximo ao contato basal da formação.
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121
Figura 51 – Mapa potenciométrico do Aqüífero Rio Claro.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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122
Figura 52 – Bloco diagrama da superfície topográfica e da potenciométrica.
O mapa de iso-espessuras da Formação Rio Claro, na escala de detalhe
(Figura 53), foi confeccionado apenas com as SEVs que atingiram o substrato da
Formação Corumbataí. Este mapa mostra que a espessura desta unidade, na escala
de detalhe, também varia consideravelmente de um local para outro. Esta variação
aparece entre 20,11 m e 35,32 m de espessura, prevalecendo entre 27,5 m e 29 m.
As maiores espessuras ocorrem na porção Sudoeste da área, próximo às
SEVs 146 e 359, com 35,32 m e 33,14 m de espessura, respectivamente. As menores
espessuras ocorrem em pontos isolados e nas proximidades das quadras de esporte
(20,33 m), próximo ao Lebac (Laboratório de Estudo de Bacias) (20,11 m) e aos
prédios dos Departamentos de Geologia (22,72 m).
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123
Figura 53 – Mapa de iso-espessuras da Formação Rio Claro – escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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124
Da mesma forma que na escala de município, a ampla variação na espessura
da Formação Rio Claro revela um substrato bastante irregular na escala de detalhe. O
mapa de iso-valores de cota do topo da Formação Corumbataí (Figura 54) corroborou
esta interpretação, uma vez que as cotas mais altas (605 m) prevalecem próximo às
quadras de esporte, próximo às SEVs 161, 159 e 210, e cotas de valores
moderadamente altos próximos ao Lebac. As menores cotas aparecem próximo às
SEVs 146 (583,19 m) e 366 (586 m).
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125
Figura 54 – Mapa de iso-valores de cota do topo da Formação Corumbataí e sua
superfície 3D – escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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126
A espessura da zona saturada da Formação Rio Claro, nesta escala de
detalhe, encontra-se entre 6,89 m e 28,31 m, com predomínio de espessuras entre 16
m e 18 m. As maiores espessuras saturadas localizam-se na porção Nordeste,
próximo à SEV – 261 (28,31 m), na vizinhança das SEVs 146 (27,18 m), 359 (24,71 m)
e 330 (22,83 m), e as menores próximas às SEVs 244 (6,89 m), 72 (10,06 m) e 344
(11,53 m) (Figura 55).
Nesta zona é possível identificar até três níveis geoelétricos (com eletrofácies
distintas), sendo que 65,27% das SEVs apresentam apenas uma eletrofácies, (na
maioria, arenosa), 32,63% apresentam duas eletrofácies, identificadas como arenosa,
areno-siltosa ou silto-arenosa, e apenas 2,10% apresentam três eletrofácies,
classificadas como arenosa, silto-arenosa e silto-argilosa ou argilosa.
Este fato, quando comparado à escala de município que apresentou apenas
27,6% de SEVs com dois níveis (duas eletrofácies distintas) e ausência do terceiro
nível, leva a concluir que a presença de um outro nível geoelétrico e o aumento na
porcentagem do segundo nível estão relacionados ao detalhamento efetuado, que
permitiu um mapeamento mais preciso das eletrofácies.
O mapa de iso-espessuras do primeiro nível geoelétrico (Figura 56) mostra que
existe uma variação de espessura de 1,01 m a 24,71 m, prevalecendo espessuras
entre 13 m e 17 m. As maiores espessuras do primeiro nível geoelétrico saturado
estão localizadas na porção Sudoeste, adjacente aos prédios dos Departamentos de
Geologia (24,71 m), na porção central, próximo ao prédio do Departamento de
Educação Física e às quadras de esporte (22,83 m), e na porção Norte, próximo às
SEVs 258 e 227.
Correlacionando as eletrofácies da Formação Rio Claro (Tabela 3) com o mapa
de iso-valores de resistividade do primeiro nível geoelétrico saturado (Figura 57),
observa-se que a eletrofácies arenosa (250 <
ρ
< 500 ohm.m) da Formação Rio Claro
abrange grande parte da área detalhada, assim como na escala de município.
As eletrofácies silto-arenosa e silto-argilosa estão distribuídas aleatoriamente,
em alguns pontos na porção Nordeste, a Sul das quadras de esporte e próximo aos
prédios dos Departamentos de Geologia e ao Lebac, na porção Sudoeste. Na porção
próxima à SEV – 72, ocorre freqüentemente acúmulo de água de chuva, devido à
presença de eletrofácies silto-argilosa, como mostra a Foto 8. A eletrofácies argilosa
ocorre mais precisamente nas SEVs 346, 331 e 333, com resistividades de 20 ohm.m,
25 ohm.m, 47,5 ohm.m, respectivamente.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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127
Figura 55 – Mapa de iso-espessuras da zona saturada da Formação Rio Claro –
escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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128
Figura 56 – Mapa de iso-espessuras do primeiro nível geoelétrico saturado da
Formação Rio Claro – escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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129
Figura 57 – Mapa de iso-resistividades do primeiro nível geoelétrico saturado,
correlacionado às possíveis eletrofácies – escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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130
Foto 8 – Foto em frente ao Lebac ilustrando o acúmulo de água de chuva
mantido pela eletrofácies silto-argilosa, presente nesta porção.
Na escala de detalhe, assim como na de município, observa-se um isolamento
das eletrofácies siltosas e argilosas dentro das arenosas, predominantes,
corroborando sua associação com o ambiente deposicional da Formação Rio Claro.
A espessura da eletrofácies arenosa varia de 1,01 m (SEV – 251) a 24,71 m
(SEV – 359). As maiores espessuras estão situadas no extremo Sudoeste do Campus,
mais precisamente a Oeste e Sul dos Departamentos de Geologia.
A multiplicação da variável “espessura do primeiro nível geoelétrico” pela
variável “resistividade” resultou na “resistência transversal” do primeiro nível
geoelétrico saturado, também foi realizada na escala de detalhe. Este mapa apresenta
valores de resistência transversal entre 230,60 ohm.m
2
e 10.950,49 ohm.m
2
. As
maiores espessuras resistivas estão localizadas nas proximidades das SEVs 366, 370,
362, 324 e 229 (Figura 58).
A mesma superposição entre a resistência transversal do primeiro nível
geoelétrico saturado e sua respectiva espessura, realizada na escala de município, foi
efetuada para a escala de detalhe, confirmando que uma mesma espessura saturada
pode apresentar espessuras resistivas diferentes. Próximo à SEV – 207 a espessura é
de 15 m e a resistência transversal é aproximadamente 2.600 ohm.m
2
; já na SEV –
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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131
160, com mesma espessura saturada, a resistência transversal é 7.207 ohm.m
2
(Figura 59).
Com relação à espessura não-saturada da Formação Rio Claro, esta varia
entre 6,91 m e 15,49 m, prevalecendo valores entre 10 m e 11 m. As maiores
espessuras ocorrem na porção Nordeste, próximo as SEVs 307, 306, 305, 252, 254, e
266 (Figura 60).
Em termos de distribuição espacial, o nível d´água subterrâneo, na escala de
detalhe, está situado entre 6,91 m (SEV – 225) e 15,49 m (SEV – 307) de
profundidade, sendo que entre esses valores prevalecem os níveis com profundidades
inferiores a 11 m.
A superfície do lençol freático (NA) está situada entre as cotas 604,37 m (SEV
– 170) e 618 m (SEV – 332), com o fluxo das águas subterrâneas orientado a partir
das cotas altas (porções Norte e Leste do mapa), para as cotas baixas (porções
Sudeste e Sudoeste do mapa), acompanhando aproximadamente a topografia local
(Figuras 61 e 62).
Os altos potenciométricos possuem fluxo centrífugo e estão basicamente
distribuídos nas porções Norte e Leste da área mapeada no Campus; os baixos
potenciométricos estão distribuídos nas porções Sudeste e Sudoeste.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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132
Figura 58 – Mapa de valores de iso-resistência transversal do primeiro nível
geoelétrico saturado – escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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133
Figura 59 – Mapa mostrando a superposição das variáveis resistência
transversal do primeiro nível geoelétrico saturado e espessura do primeiro nível
geoelétrico saturado – escala de detalhe.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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134
Figura 60 – Mapa de iso-espessuras da zona não-saturada da Formação Rio
Claro – escala de detalhe.
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135
Figura 61 – Mapa potenciométrico do Aqüífero Rio Claro – escala de detalhe.
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136
Figura 62 – Bloco diagrama da superfície topográfica e da potenciométrica –
escala de detalhe.
4.1.4. Imageamento Elétrico 2D e 3D
A técnica de imageamento elétrico 2D e 3D foi utilizada apenas na escala de
detalhe, com intuito de comprovar sua capacidade de detalhamento das eletrofácies
identificadas na Formação Rio Claro e auxiliar na calibração das SEVs (1D).
Foram executadas ao todo 14 linhas de imageamento elétrico 2D, sendo 5
delas no campo de futebol, 3 nas proximidades das quadras de esporte e 6 linhas
próximas aos prédios dos Departamentos de Geologia (Figura 63). O imageamento
elétrico 3D foi realizado nas mesmas áreas.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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137
Figura 63 – Mapa de localização dos ensaios de imageamento elétrico 2D e 3D.
LEGENDA
0
50
Escala Gráfica
100 m
Início das Linhas
Linha 1
Lin ha 2
Linha 3
Lin ha 4
Lin ha 5
Linha 1
Linha 2
Linha 3
Iníci o das Linhas
Linha 1
Linha 2
Linha 3
Linha 4
Linha 5
Linha 6
Linhas de 5m (campo de futebol)
Linhas de 5m (prédio - geologia)
Linhas de 10m (quadras de esporte)
PM-01
PM-02
PM-03
Poço de Monitoramento
PM -04
PM -05
PM -06
PM -07
PM -08
Campo de Futebol
Piscina
Ed. Física Quadras de Esporte
Blocos Didáticos
Pós Graduação
Geologia
Lebac
237,5 km 237,7 km 237,9 km
7.521,5 km
7.521,3 km
7.521,1 km
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138
O espaçamento entre os eletrodos nas linhas executadas dentro do campo de
futebol e na proximidade dos prédios dos Departamentos de Geologia foi de 5 m, e
nas linhas próximas às quadras de esporte foi de 10 m. Para todas linhas utilizou-se
os arranjos Dipolo-Dipolo (Dp-Dp), Schlumberger e Wenner. Neste trabalho, serão
apresentados somente os resultados obtidos com o arranjo Dp-Dp, uma vez que
apresentou boa resolução horizontal e boa convergência dos dados, e foi o que mais
se aproximou dos resultados obtidos por meio das SEVs.
Na Figura 64 são ilustradas algumas linhas executadas utilizando o arranjo
Wenner e na Figura 65, utilizando o arranjo Schlumberger. No arranjo Wenner,
observa-se pouca convergência dos dados, gerando pequenos bolsões próximo à
superfície (linhas tracejadas em preto nas Figuras 64 e 66) e, por conseguinte,
supressão das camadas inferiores, como ilustrado na Figura 66 de Loke (2001). No
arranjo Schlumberger observa-se pouca resolução horizontal, gerando camadas
horizontalizadas e, em alguns casos, pouca convergência das camadas.
A malha utilizada no imageamento 3D realizado no campo de futebol, foi de 5
m x 20 m, nas proximidades das quadras de esporte, de 10 m x 40 m, e próximo aos
prédios dos Departamentos de Geologia, de 5 m x 5 m.
A profundidade alcançada nas linhas, com espaçamento entre os eletrodos
igual a 5 m, está entre 28,6 m e 33,9 m; nas linhas com espaçamento de 10 m é de
aproximadamente 68 m. Com relação ao comprimento das linhas, as com
espaçamento de 5 m entre os eletrodos possuem comprimento de 140 m e as com
espaçamento de 10 m, comprimento de 280 m.
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__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
139
Figura 64 – Linhas de imageamento elétrico 2D executadas com Arranjo Wenner.
Wenner Linha 1 (Campo de Futebol)
Wenner Linha 2 (Próximo às Quadras de Esporte)
Wenner Linha 6 (Pximo aos Prédios dos Departamentos de Geologia)
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__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
140
Figura 65 – Linhas de imageamento elétrico 2D executadas com Arranjo Schlumberger.
Schlumberger Linha 1 (Campo de Futebol)
Schlumberger Linha 2 (Próximo às Quadras de Esporte)
Schlumberger Linha 6 (Próximo aos Prédios dos Departamentos de Geologia)
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_______________________________________________________________________________________________
141
Figura 66 – Ilustração de Loke (2001), mostrando a pouca convergência dos
dados.
Os dados obtidos no imageamento 2D e 3D, com arranjo Dp-Dp, foram
processados nos softwares EarthImager 2D e EarthImager 3D, que permitiram a
visualização dos valores de resistividade elétrica em seções e blocos. Esses blocos
podem ainda ser seccionados em slices nas direções X, Y ou Z.
A profundidade precisa do nível d´água foi obtida pelas SEVs, pois modelos
geoelétricos 3D, em áreas onde não existe homogeneidade dos estratos geológicos,
como neste caso, apresentam dificuldade para determinar o NA com precisão, uma
vez que levam em consideração as medidas de resistividade do volume (três
dimensões), e não pontualmente como a SEV. Algumas vezes, essa mesma
dificuldade também ocorre nas seções (2D).
As Figuras 67, 68, 69 e 70 apresentam os resultados das linhas do
imageamento 2D e do levantamento do imageamento elétrico 3D, com arranjo Dp-Dp,
realizados no campo de futebol.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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142
Figura 67 – Resultado do imageamento elétrico 2D – Campo de Futebol.
NA
Campo de Futebol
Linha 1
Linha 2
NA
NA
Linha 3
Linha 4
NA
Linha 5
NA
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa
NA
Prof. do nível d´água
NA
Prof. do nível d´água
NA
Prof. do nível d´água
NA
Prof. do nível d´água
NA
Prof. do nível d´água
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143
Figura 68 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Campo de Futebol, imagem frontal, posterior e debaixo.
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
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144
Figura 69 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Campo de Futebol, representando a eletrofácies silto-arenosa (A), areno-
siltosa (B) e arenosa (C) da Formação Rio Claro.
Zona o-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
(A)
(B)
(C
)
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145
Figura 70 – Imagens em slice na direção Z e slice dinâmico – Campo de Futebol.
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
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146
A profundidade do nível d´água inferida nas seções do imageamento elétrico
2D, obtidas na área do campo de futebol, está entre 11,5 m e 12 m.
As resistividades variam entre 2.500 ohm.m e 40 ohm.m incluindo as zonas
não-saturada e saturada. Na zona saturada foram identificadas eletrofácies arenosa,
areno-siltosa, silto arenosa, silto-argilosa e argilosa (Figura 67).
Na Linha 1 (Figura 67), a presença de valores altos de resistividade próximo
aos 90 m foi confirmada nas SEVs, conforme mostra o mapa de iso-resistividade do
primeiro nível geoelétrico saturado (Figura 57), na porção sudoeste do campo de
futebol.
O volume total investigado no imageamento 3D efetuado no campo de futebol
foi de 361.358,5 m
3
, sendo que na zona saturada, 8.872,7 m
3
correspondem à
eletrofácies silto-arenosa, 27.720,1 m
3
à eletrofácies areno-siltosa e 162.621,5 m
3
à
eletrofácies arenosa. Mostrando o predomínio na zona saturada de eletrofácies
arenosa. A passagem da eletrofácies silto-arenosa para silto-argilosa ocorre na porção
Leste, a partir da Linha 3, principalmente no intervalo entre 60 m e 90 m, já a
passagem da areno-siltosa para arenosa ocorre desde a Linha 1, no intervalo entre 20
m e 100 m (Figuras 68, 69 e 70).
As Figuras 71, 72, 73 e 74 apresentam os resultados das linhas do
imageamento 2D e do levantamento do imageamento elétrico 3D, com arranjo Dp-Dp,
realizados próximo às quadras de esporte.
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147
Figura 71 – Resultado do imageamento elétrico 2D – Quadras de Esporte.
Quadras de Esporte
Linha 1
Linha 2
Linha 3
NA
NA
Prof. do nível d´água
Zona não-saturada
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
NA
Prof. do nível d´água
NA
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/Argilosa
Siltito e Argilito (Fm. Corumbataí)
NA
Prof. do nível d´água
NA
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/Argilosa
Siltito e Argilito (Fm. Corumbataí)
Zona não-saturada
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/Argilosa
Siltito e Argilito (Fm. Corumbataí)
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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148
Figura 72 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Quadras de Esporte, imagem frontal e posterior.
Zona o-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
Siltito e Argilito (Fm. Corumbataí)
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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149
Figura 73 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Quadras de Esporte, representando a eletrofácies silto-argilosa (A), silto-
arenosa (B), areno-siltosa (C) e arenosa (D) da Formação Rio Claro e o siltito e argilito da Formação Corumbataí.
Zona o-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
Siltito e Argilito (Fm. Corumbataí)
(A)
(B)
(C
)
(D)
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150
Figura 74 – Imagens em slice na direção Z e slice dinâmico – Quadras de Esporte.
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
Siltito e Argilito (Fm. Corumbataí)
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151
A profundidade do nível d´água inferida nas seções do imageamento elétrico
2D, obtidas próximo às quadras de esporte, está entre 10,0 m e 10,5 m.
A resistividade máxima interpretada é de 4.000 ohm.m e a mínima é de 30
ohm.m. A zona saturada é representada por eletrofácies arenosa, areno-siltosa, silto
arenosa, silto-argilosa/ argilosa e siltito/argilito da Formação Corumbataí (Figura 71).
Estas seções de imageamento 2D possibilitaram o mapeamento do topo da
Formação Corumbataí, devido ao espaçamento dos eletrodos de 10 m adotado. Vale
ressaltar, porém, que este espaçamento prejudicou a resolução no mapeamento da
Formação Rio Claro. Outro aspecto interessante que pode ser observado nessas
seções é a presença de altos valores de resistividade (linha tracejada preta na Figura
71). Esta alta resistividade se deve a um sill de diabásio, segundo mapeamento
gravimétrico realizado no Campus.
O volume total investigado no imageamento 3D efetuado próximo as quadras
de esporte foi de 1.494.017,9 m
3
. Na zona saturada, 71.268,9 m
3
caracterizam a
eletrofácies silto-argilosa, 384.128,2 m
3
correspondem à eletrofácies silto-arenosa,
844.366,6 m
3
, à eletrofácies areno-siltosa, e 100.483,3 m
3
, à eletrofácies arenosa. Nos
volumes determinados para as eletrofácies siltosas (argilosa e arenosa) estão
computados os das eletrofácies, que caracterizam a Formação Corumbataí e que
ocorrem, nesta área a aproximadamente 34 m de profundidade, segundo dados de
SEVs.
O predomínio de eletrofácies arenosa nesta área ocorre mais intensamente em
sua porção centro-leste (Linhas 2 e 3) (Figuras 71, 72 e 73 D), atingindo profundidade
aproximada de 20 m.
A eletrofácies silto-argilosa pertencente à Formação Rio Claro ocorre na porção
Oeste, a 150 m do início da Linha 1, persistindo em profundidade como mostra o slice
feito na direção Z (Figura 74). Já a passagem de eletrofácies silto-arenosa para areno-
siltosa ocorre em quase toda área investigada (Figuras 73B e C)
As Figuras 75a e b, 76, 77 e 78 apresentam os resultados das linhas do
imageamento 2D e do levantamento do imageamento elétrico 3D, com arranjo Dp-Dp,
realizados na proximidade dos prédios dos Departamentos de Geologia.
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152
Figura 75a – Resultado do imageamento elétrico 2D – Prédios dos Departamentos de Geologia.
Prédios dos Departamentos de Geologia
Linha 1
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
NA
Prof. do nível d´água
NA
NA
NA
Prof. do nível d´água
Linha 2
Linha 3
NA
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
NA
Prof. do nível d´água
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrocies Silto-Argilosa
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153
Figura 75b – Resultado do imageamento elétrico 2D – Prédios dos Departamentos de Geologia.
Linha 4
NA
Prof. do nível d´água
NA
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
NA
Linha 5
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa
NA
Prof. do nível d´água
NA
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa
NA
Prof. do nível d´água
Linha 6
Prédios dos Departamentos de Geologia
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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154
Figura 76 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Prédios dos Departamentos de Geologia, imagem frontal e posterior.
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
PM-01
PM-02
PM-03
PM-08
PM-08
PM-01
PM-02
PM-03
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155
Figura 77 – Resultado do imageamento elétrico 3D – Prédios dos Departamentos de Geologia, representando a eletrofácies silto-
argilosa (A), silto-arenosa (B), areno-siltosa (C) e arenosa (D e E) da Formação Rio Claro.
Zona não-saturada
Eletrocies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
(A)
(B)
(C
)
(D)
(E)
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156
Figura 78 – Imagens em slice na direção Z e slice dinâmico – Prédios dos Departamentos de Geologia.
Zona não-saturada
Eletrofácies Arenosa
Eletrofácies Areno-Siltosa
Eletrofácies Silto-Arenosa
Eletrofácies Silto-Argilosa/
Argilosa
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157
O nível d´água nas seções do imageamento elétrico 2D, que foi calibrado com
os níveis medidos nos poços existentes na porção próxima aos prédios dos
Departamentos de Geologia, varia entre 8,0 m e 8,5 m; a resistividade varia entre
5.000 ohm.m e 50 ohm.m (Figura 75a e b).
Estas seções possibilitaram o mapeamento de eletrofácies silto-argilosa, silto-
arenosa, areno-siltosa e arenosa da Formação Rio Claro saturada. Um aspecto
interessante identificado nessas seções são os valores de resistividade maiores que
1.000 ohm.m, na porção saturada da Formação Rio Claro.
Poços perfurados nesta área, como mostra a Figura 79, confirmam a existência
de fácies arenosas. Essas fácies foram descritas macroscopicamente, durante a
perfuração dos poços PM – 01, PM – 02, PM – 03 e PM – 08, como areias de
granulometria fina a média com grãos de quatzo milimétricos hialinos.
O volume total investigado no imageamento 3D efetuado nesta área foi de
112.051,3 m
3
. Desse volume, 343, 9 m
3
pertencem à eletrofácies silto-argilosa, 232, 8
m
3
à eletrofácies silto-arenosa, 931,7 m
3
à eletrofácies areno-siltosa e 34.412,23 m
3
à
eletrofácies arenosa.
As eletrofácies silto-argilosa, silto-arenosa e areno-siltosa aparecem em
pequenas manchas na porção Sudoeste da área (Figura 77 A, B e C), nos primeiros
20 m e atingindo profundidade de cerca de 11,5 m. A eletrofácies arenosa ocorre
distribuída por toda área (Figura 77 D), sendo que os bolsões arenosos com
resistividades superiores 1.000 ohm.m persistem na porção central da área, até
aproximadamente 16 m de profundidade; na porção extremo Oeste, surgem em torno
de 8 m e permanecem em profundidade.
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158
Figura 79 – Mapa de localização dos poços de monitoramento e seus respectivos perfis.
0m
1m
2m
3m
4m
5m
6m
7m
8m
9m
10m
11m
12m
13m
14m
15m
16m
17m
NA 7.83m
NA 7.92m
NA 7.94m
PM-0
1
PM-0
2
PM-0
3
PM-08
NA 8.0m
0m
1m
2m
3m
4m
5m
6m
7m
8m
9m
10m
11m
12m
13m
14m
15m
16m
17m
18m
19m
20m
21m
22m
23m
Bentonita
Pré Filtro
Filtro
Material Areno- Argiloso (Formação Rio Claro)
Material Arenoso Saturado (Formação Rio Claro)
Material Silto-Arenoso Saturado (Formação Rio Claro)
Início das Linhas
N
LEGENDA
Imageamento 2D e 3D
Poço de Monitoramento
Geologia
Pós Graduação
0
20 40 m
Escala Gráfica
Lebac
PM-01
PM-02
PM-03
PM-04
PM-05
PM-06
PM-07
PM-08
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159
4.2. Cálculo de Reservas
Considerando a área de ocorrência do Aqüífero Rio Claro, no município
homônimo (porção central), de 8,3 x 10
7
m
2
, a espessura média saturada obtida por
meio dos ensaios geofísicos (SEVs), de 17,29 m, e uma porosidade efetiva medida em
amostras recuperadas durante a perfuração do poço de monitoramento PM06, de
17,6%, tem-se uma reserva permanente da ordem de 252,57 x 10
6
m
3
.
Levando em consideração a média da variação das medidas do nível d´água
subterrâneo obtidas entre janeiro de 2002 e março de 2006, de 2,34 m, obtém-se uma
reserva reguladora da ordem de 34,18 x 10
6
m
3
. Este valor pode ser tomado como
base no tocante às descargas explotáveis do sistema aqüífero, ou aquelas que podem
ser utilizadas sem prejuízo do mesmo. As reservas totais são obtidas pela soma das
reservas permanentes e reguladoras, resultando um valor da ordem de 286,75 x 10
6
m
3
.
4.3. Ensaios de Permeabilidade
Neste estudo, foram realizados três tipos de ensaios de permeabilidade:
análise granulométrica, método Guelph e testes de Slug, para determinação da
condutividade hidráulica do aqüífero livre, representado pelos arenitos da Formação
Rio Claro.
Serão abordados, a seguir, os resultados obtidos nestas análises.
Análise Granulométrica
A determinação da condutividade hidráulica, utilizando a análise
granulométrica, é aplicada com freqüência em sedimentos inconsolidados, no qual se
obtém uma boa resposta. Os sedimentos da Formação Rio Claro não podem ser
considerados totalmente inconsolidados mas, por possuírem pouco cimento, fornecem
bons resultados.
As amostras da Formação Rio Claro, recuperadas a cada 0,5 m graças à
amostragem contínua realizada no poço de monitoramento PM – 06, situado no
Campus Bela Vista da UNESP de Rio Claro, foram utilizadas no cálculo da
condutividade hidráulica somente pelo método de Shepherd. Este método incorpora
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
160
parâmetros sedimentológicos aos texturais, na determinação da condutividade
hidráulica, considerando os sedimentos da Formação Rio Claro como parcialmente
consolidados.
O método de Hazen não foi utilizado para essas amostras, pois os diâmetros
efetivos dos grãos (d
10
) não estão situados entre 0,1 e 3 mm, invalidando o método.
Os resultados de condutividade hidráulica estão listados na Tabela 6; as curvas
de distribuição granulométrica são apresentadas na Figura 80.
Tabela 6 – Valores de condutividade hidráulica obtidos pelo método de
Shepherd, para amostras coletadas do poço de monitoramento PM – 06 no
Campus da UNESP.
Condutividade Hidráulica
(cm/s)
AMOSTRAS
Profundidades (m)
Método Shepherd
0,5 2,82 x 10
-3
1 2,47 x 10
-3
1,5 2,47 x 10
-3
2 2,12 x 10
-3
2,5 2,47 x 10
-3
3 1,76 x 10
-3
3,5 2,12 x 10
-3
4 1,76 x 10
-3
4,5 2,12 x 10
-3
5 1,76 x 10
-3
5,5 1,76 x 10
-3
6 1,76 x 10
-3
6,5 1,76 x 10
-3
7 1,41 x 10
-3
7,5 1,76 x 10
-3
8 3,18 x 10
-3
14 5,29 x 10
-4
14,5 1,76 x 10
-5
15 2,12 x 10
-4
15,5 1,41 x 10
-4
20 2,82 x 10
-4
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161
Figura 80 – Análises granulométricas das amostras do poço de monitoramento PM – 06.
LEGENDA
0,5m
1,5m
2,0m
2,5m
3,0m
3,5m
4,0m
4,5m
5,0m
5,5m
6,0m
6,5m
7,0m
7,5m
8,0m
14,0m
14,5m
15,0m
15,5m
20,0m
100
80
60
40
20
0
% que passa
Silte ou Argila
Areia
Fina
Média
Grossa
Seixo
0,001
0,01 0,1 1 10
diâmetro das partículas (mm)
1,0m
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
162
Os resultados mostram que os arenitos da Formação Rio Claro, de uma
maneira geral, possuem granulometria que varia de fina a média, com matriz silto-
argilosa. O método de Shepherd ofereceu bons resultados para amostras que não
apresentavam quantidades significativas de materiais silto-argilosos (amostras
coletadas em profundidades a partir de 16 m, exceto a amostra coletada a 20 m).
Os resultados apresentados na Tabela 6 podem ser comparados aos do perfil
descritivo da Figura 24. A maioria das amostras coletadas na zona não-saturada foi
descrita como areia fina siltosa (1,41 x 10
-3
a 2,82 x 10
-3
), passando para fácies mais
arenosas aproximadamente a 8 m de profundidade (3,18 x 10
-3
cm/s), intercaladas
com fácies silto-argilosas da Formação Rio Claro, corroborando os valores de
condutividade hidráulica encontrados na Tabela 6.
Testes de Slug
Foram realizados testes de slug em quatro poços de monitoramento, dois deles
localizados na Fazenda São José (PM – 01 e PM03), e dois no Campus Bela Vista
da UNESP de Rio Claro (PM – 05 e PM – 07).
Para realização destes testes, utilizou-se um sólido constituído por um cilindro
de PVC maciço de 1’’ de diâmetro e 2 m de comprimento. A medição do nível d´água
(NA) foi efetuada com um transdutor de pressão marca DRUCK, acoplado a um
notebook. A leitura e o armazenamento dos níveis foram efetuados automaticamente,
utilizando o software WinSlug
(Figuras 81, 82, 83 e 84).
Os métodos aqui utilizados para interpretar os dados de testes de slug foram
os de Hvorslev e de Bouwer & Rice (Figura 85). Os parâmetros construtivos e os
resultados encontram-se listados nas Tabelas 7 e 8, respectivamente.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
163
Figura 81 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de
monitoramento PM – 01 (Fazenda São José).
Figura 82 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de
monitoramento PM – 03 (Fazenda São José).
(s)
(cm)(cm)
(s)
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
164
Figura 83 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de
monitoramento PM – 05 (Campus da UNESP).
Figura 84 – Gráfico referente ao teste de Slug, realizado no poço de
monitoramento PM – 07 (Campus da UNESP).
(s)
(cm)
(s)
(cm)
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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165
Tabela 7 – Profundidade do nível d´água (NA) e dados construtivos dos poços de
monitoramento.
Profundidade
do NA
(cm)
Profundidade
do Poço
(cm)
Raio do
Revestimento
(cm)
Raio do Poço
(cm)
Comprimento
Total do Filtro
(cm)
PM – 01
1620 2200 2,54 5,08 660
PM – 03
875 1950 2,54 5,08 1250
PM – 05
800 2400 5,08 7,62 1600
PM – 07
600 1915 5,08 7,62 1100
Tabela 8 – Valores de condutividade hidráulica obtidos por meio de testes de
Slug, utilizando métodos de Hvorslev e de Bouwer & Rice.
CONDUTIVIDADE
HIDRÁULICA (cm/s)
CONDUTIVIDADE
HIDRÁULICA (cm/s)
ENSAIOS
MÉTODO DE HVORSLEV
MÉTODO DE BOUWER &
RICE
PM – 01
2,36 x 10
-3
3,31 x 10
-3
PM – 03
3,39 x 10
-5
5,28 x 10
-5
PM – 05
2,66 x 10
-3
2,97 x 10
-3
PM – 07
8,48 x 10
-4
1,05 x 10
-3
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
166
Figura 85 – Gráfico de barras comparando os valores de condutividade
hidráulica obtidos por meio dos métodos de Hvorslev e Bouwer & Rice nos
poços de monitoramento.
Considerando o método de Hvorslev, a diferença de condutividade observada
nos poços PM – 01 e PM – 03 (de profundidades 22 e 19,5 m, respectivamente),
perfurados na Fazenda São José, pode estar relacionada ao grau de desenvolvimento
dos poços, realizado após perfuração e instalação, ou à variação faciológica, comum
em sedimentos fluviais, como é o caso da Formação Rio Claro.
O poço de monitoramento PM – 01, perfurado ao lado da SEV – 106, está
situado em área onde existe predominância de eletrofácies arenosa (vide Figura 45);
foi desenvolvido com compressor de ar, por um total de 16 horas, durante 2 dias. Já o
PM – 03, perfurado ao lado da SEV – 116, além de não ter sido desenvolvido,
encontra-se instalado em área onde predomina eletrofácies silto-arenosa.
Os poços de monitoramento PM – 05 e PM – 07, perfurados no Campus da
UNESP, cujas condutividades hidráulicas foram de 2,66 x 10
-3
e 8,48 x 10
-4
cm/s,
respectivamente, refletem a presença de eletrofácies que variam de arenosa a areno-
siltosa.
0,00E+00
5,00E-04
1,00E-03
1,50E-03
2,00E-03
2,50E-03
3,00E-03
3,50E-03
PM - 01 PM - 03 PM - 05 PM - 07
Pos de Monitoramento
TODO DE HVORSLEV X MÉTODO DE BOUWER & RICE
todo de Hvorsl ev
todo de Bouwer & Rice
Condutividade Hidráulica (cm/s)
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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167
Método Guelph
Outro tipo de ensaio de permeabilidade, realizado na zona não-saturada para a
determinação da condutividade hidráulica de solos/sedimentos in situ, foi o método
Guelph.
Este método foi efetuado utilizando Permeâmetro Guelph, em 41 furos de
sondagens distribuídos aleatoriamente sobre a Formação Rio Claro, no município
homônimo (Figura 86). A profundidade dos furos foi de aproximadamente 0,50 m.
O objetivo destes ensaios foi caracterizar de forma rápida e segura a
distribuição da condutividade hidráulica na zona não-saturada, para a escala de
município.
Os resultados de condutividade hidráulica obtidos por este método forneceram
valores entre 1,23 x 10
-5
cm/s (G-23) e 1,17 x 10
-2
cm/s (G-14), prevalecendo valores
entre 1,96 x 10
-3
cm/s e 3,9 x 10
-3
, onde a textura dos solos/sedimentos varia de
arenosa a silto-arenosa (Tabela 9).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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168
Figura 86 – Mapa de localização dos ensaios de permeabilidade pelo método
Guelph.
LEGENDA
Sondagem Elétrica Vertical (SEV)
01,53 km
Escala Gráfica
7.524 km
7.527 km
7.521 km
7.515 km
7.518 km
7.530 km
7.533 km
7.536 km
233 km
236 km
239 km
242 km
Lagoa Grande
Lagoa do
Capão
Lagoa do
Cacarec o
Lagoa do
Cheverzon
Faz. São J o
Campus Bela Vista
da UNESP
Distrito Industrial
Lago Azul
G-01
G-02
G-03
G-04
G-05
G-06
G-07
G-08
G-09
G-10
G-11
G- 12
G-13
G- 14
G-15
G-16
G-17
G-18
G-19
G-20
G-21
G-22
G-23
G-24
G-25
G-26
G-27
G-28
G-29
G-30
G-31
G-32
G-33
G-34
G-35
G-36
G-37
G-38
G-39
G-40
G-41
d
a
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
169
Tabela 9 – Valores de condutividade hidráulica obtidos por meio do método
Guelph.
ENSAIOS LESTE (Km) NORTE (Km) CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA (cm/s)
O
G-01 237
,
565 7526
,
546 1
,
63 x 10
-
4
G-02 238
,
097 7534
,
832 1
,
24 x 10
-
4
G-03 237
,
793 7533
,
313 2
,
01 x 10
-
5
G-04 237
,
527 7531
,
993 9
,
46 x 10
-
4
G-05 237
,
846 7530
,
801 9
,
60 x 10
-
4
G-06 236
,
411 7522
,
625 2
,
81 x 10
-
3
G-07 235
,
947 7523
,
451 1
,
36 x 10
-
3
G-08 235
,
428 7522
,
911 5
,
73 x 10
-
4
G-09 236
,
634 7535
,
125 4
,
68 x 10
-
4
G-10 238
,
272 7533
,
131 4
,
68 x 10
-
4
G-11 239
,
054 7533
,
178 4
,
68 x 10
-
3
G-12 239
,
947 7533
,
094 1
,
41 x 10
-
3
G-13 238
,
220 7529
,
457 2
,
87 x 10
-
4
G-14 234
,
297 7522
,
135 1
,
17 x 10
-
2
G-15 234
,
324 7519
,
18 7
,
65 x 10
-
5
G-16 234
,
742 7519
,
891 9
,
54 x 10
-
5
G-17 237
,
615 7523
,
279 3
,
38 x 10
-
4
G-18 237
,
005 7523
,
748 4
,
09 x 10
-
4
G-19 237
,
264 7522
,
733 7
,
97 x 10
-
4
G-20 236
,
821 7522
,
808 2
,
58 x 10
-
5
G-21 237
,
915 7522
,
098 4
,
13 x 10
-
4
G-22 237
,
739 7521
,
564 2
,
29 x 10
-
5
G-23 237
,
355 7521
,
026 1
,
23 x 10
-
5
G-24 236
,
994 7521
,
831 3
,
44 x 10
-
4
G-25 236
,
465 7521
,
034 5
,
73 x 10
-
4
G-26 236
,
377 7521
,
541 1
,
43 x 10
-
4
G-27 235
,
531 7522
,
104 1
,
00 10
-
3
G-28 237
,
378 7519
,
939 2
,
24 x 10
-
3
G-29 237
,
266 7519
,
338 4
,
80 x 10
-
3
G-30 237
,
037 7519
,
396 2
,
82 x 10
-
4
G-31 237
,
120 7519
,
032 3
,
15 x 10
-
3
G-32 237
,
344 7518
,
043 3
,
35 x 10
-
3
G-33 236
,
500 7520
,
855 4
,
22 x 10
-
3
G-34 237
,
107 7517
,
285 1
,
92 x 10
-
3
G-35 237
,
067 7516
,
797 5
,
23 x 10
-
5
G-36 236
,
623 7516
,
058 1
,
22 x 10
-
3
G-37 236
,
168 7516
,
232 1
,
04 x 10
-
3
G-38 236
,
445 7516
,
381 4
,
49 x 10
-
3
G-39 233
,
392 7520
,
201 9
,
59 x 10
-
3
G-40 234
,
874 7521
,
934 4
,
17 x 10
-
4
G-41 235
,
372 7515
,
770 5
,
23 x 10
-
5
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
170
4.4. Arcabouço Mineralógico do Aqüífero Rio Claro
O arcabouço mineralógico do Aqüífero Rio Claro foi definido por meio da
descrição de lâminas delgadas, via microscopia ótica, (Anexo D) e difratogramas de
raios X.
As lâminas delgadas, assim como os difratogramas de raios X, foram obtidos
de amostras coletadas no poço de monitoramento PM – 06 (Campus da UNESP).
Para os ensaios de raios X, foram escolhidas amostras em intervalo de 1 m, a partir da
profundidade de 0,5 m, até atingir 15,5 m; para a confecção de lâminas delgadas, as
amostras foram escolhidas aleatoriamente.
A Figura 87 mostra os picos dos minerais correspondentes à análise da fração
total, mostrando a presença de quartzo e caulinita em todo perfil amostrado, ilita a
partir de 12,5 m, esmectita até 13 m e gibsita até 6,5 m.
Com base nas descrições das de lâminas delgadas e nos difratogramas de
raios X, observa-se que os sedimentos presentes na Formação Rio Claro possuem
arcabouço constituído basicamente por quartzo e caulinita. Os feldspatos, que não
aparecem nestas amostras, provavelmente sofreram diagênese, lixiviação e
transformação para argilo-minerais, juntando-se à matriz argilosa, composta
essencialmente por caulinita e ilita (Figura 88).
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
171
Figura 87 – Difratogramas Fração Total das amostras coletadas do poço de monitoramento PM – 06, Campus da UNESP
(intervalo de 0,5 a 15,5 m).
0,5 m
1,5 m
2,5 m
3,5 m
4,5 m
5,5 m
6,5 m
7,5 m
8,5 m
10,5 m
11,5 m
12,5 m
13,5 m
9,5 m
14,5 m
15,5 m
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
172
Figura 88 – Difratogramas Fração Argila das amostras coletadas do poço de monitoramento PM – 06, Campus da UNESP
(intervalo de 0,5 a 15,5 m).
0,5 m
1,5 m
2,5 m
3,5 m
4,5 m
5,5 m
10,5 m
11,5 m
12,5 m
6,5 m
7,5 m
8,5 m
9,5 m
15,5 m
14,5 m
13,5 m
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
173
A maioria dos grãos de quartzo possuem extinção imediata e variam de
arredondados a sub-arredondados, contato pontual entre os grãos e raramente reto. A
porosidade efetiva é do tipo intergranular, variando entre 5% e 36 % (Anexo D).
De maneira geral, os arenitos da Formação Rio Claro possuem granulometria
que varia de fina à média com matriz silto-argilosa. (Figura 80).
Segundo a classificação petrográfica proposta por Folk (1968), os arenitos da
Formação Rio Claro são classificados como quartzo-arenitos (Figura 89). No entanto,
devido à elevada quantidade de matriz, estes são melhor classificados como quartzo-
arenitos imaturos (Tabela 10).
Tabela 10 – Dados das análises modais das amostras da Formação Rio Claro.
Amostra Quartzo Feldspato Cimento Matriz Poros Nome da Rocha
1,5 m
33% nd 20% 15% 23% quartzo-arenito imaturo
2,5 m
41% nd 23% 12% 23% quartzo-arenito imaturo
4,0 m
37% nd 36% 10% 15% quartzo-arenito imaturo
5,5 m
38% nd 27% 17% 18% quartzo-arenito imaturo
6,5 m
36% nd 22% 21% 18% quartzo-arenito imaturo
7,0 m
43% nd 32% 17% 5% quartzo-arenito imaturo
8,5 m
55% nd 21% 9% 13% quartzo-arenito imaturo
9,0 m
57% nd 21% 6% 15% quartzo-arenito imaturo
10,5 m
52% nd 1% 1% 42% quartzo-arenito imaturo
11,0 m
61% nd 1% 2% 33% quartzo-arenito imaturo
13,0 m
59% nd 1% 1% 36% quartzo-arenito imaturo
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
174
Figura 89 – Composição dos arenitos da Formação Rio Claro em Diagrama de
Folk (1968).
4.5. Testes de Produção
A metodologia utilizada para determinar a vazão máxima de exploração e as
perdas de carga (lineares e exponenciais), envolvidas no rebaixamento dos níveis
d´água dos poços PM – 05 e PM – 08, ambos situados no Campus da UNESP, foi a
do bombeamento contínuo, sem que houvesse recuperação do nível d´água entre as
etapas. Esta metodologia é conhecida como teste de produção escalonado.
No poço PM – 05, o teste foi realizado em 6 escalões, num tempo de
aproximadamente 60 minutos para cada escalão. Já no PM – 08, o teste foi executado
em 4 escalões de 60 minutos.
Nas Tabelas 11 e 12 estão listados os resultados dos testes realizados nos
poços; nas Figuras 90, 91, 92 e 93 estão representados os gráficos de rebaixamento
por tempo e as curvas características dos poços, com suas respectivas vazões
máximas de exploração.
QUARTZO-ARENITO
SUBLITARENITO
SUBARCÓSEO
A
R
C
Ó
S
E
O
A
R
C
Ó
S
E
O
L
Í
T
I
C
O
L
I
T
A
R
E
N
I
T
O
F
E
L
D
S
P
Á
T
I
C
O
L
I
T
A
R
E
N
I
T
O
95
75
50
L
1:3 1:1 3:1
F
Q
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
175
Tabela 11 – Dados do teste de bombeamento realizado no poço PM – 05.
Tabela 12 – Dados do teste de bombeamento realizado no poço PM – 08.
Nível Estático Nível Dinâmico Rebaixamento Vazão Rebaixamento Específico Tempo
NE (m) ND (m) s (m) Q (m³/h) s/q (m/m³/h) T (h)
1 7,00 7,33 0,33 0,65 0,5077 1,0
2 7,00 8,06 1,06 1,50 0,7067 1,0
3 7,00 8,92 1,92 2,27 0,8458 1,0
4 7,00 10,06 3,06 3,02 1,0132 1,0
5 7,00 10,78 3,78 3,45 1,0957 1,0
6 7,00 12,49 5,49 4,02 1,3657 1,0
Dados do Teste - PM - 05
Escalões
Nível Estático Nível Dinâmico Rebaixamento Vazão Rebaixamento Específico Tempo
NE (m) ND (m) s (m) Q (m³/h) s/q (m/m³/h) T (h)
1 7,05 8,79 1,74 1,97 0,8832 1,0
2 7,05 9,93 2,88 2,98 0,9664 1,0
3 7,05 10,90 3,85 3,98 0,9673 1,0
4 7,00 12,29 5,29 5,20 1,0173 1,0
Dados do Teste - PM - 08
Escalões
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
176
Figura 90 – Gráfico de rebaixamento por tempo do poço PM – 05.
Figura 91 – Gráfico de rebaixamento por vazão, mostrando a curva característica
do poço PM – 05.
Curva Característica do Poço
3,02
3,45
4,02
1,50
0,65
0,00
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0123456
Vazão (/h)
Rebaixamento (m
)
Gráfico Rebaixamento x Tempo
0
1
2
3
4
5
6
1,0 10,0 100,0 1000,0
Tempo de Bombeamento (min)
Rebaixamento (m)
1º Escao 2º Escao 3º Escao 4º Escao 5º Escao 6º Escao
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
177
Figura 92 – Gráfico de rebaixamento por tempo do poço PM – 08.
Figura 93 – Gráfico de rebaixamento por vazão, mostrando a curva característica
do poço PM – 08.
As vazões máximas de exploração para os poços PM – 05 e PM – 08 são de
4,02 e 5,20 m
3
/h, respectivamente.
Esses resultados, quando comparados aos obtidos com a resistência
transversal (Figura 58), confirmam que o parâmetro “resistência transversal” auxilia na
escolha de locais mais oportunos para perfuração de um poço, pois próximo ao PM –
05, com vazão de 4,02 m
3
/h, a resistência transversal é menor que 1.500 ohm.m
2
,
enquanto o PM – 08, com vazão igual a 5,20 m
3
/h, mostra resistência transversal
maior que 10.400 ohm.m
2
.
Curva Característica do Poço
5,20
3,98
2,98
1,97
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0123456
Vao (m³/h)
Rebaixamento (m)
Gráfico Rebaixamento x Tempo
0
1
2
3
4
5
6
0,1 1,0 10,0 100,0
Tempo de bombeamento (min)
Rebaixamento (m)
1º Escao Escao Escao Escao
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
178
5. CONCLUSÕES
A principal ferramenta utilizada para o estudo hidrofaciológico do Aqüífero Rio
Claro, em área do município homônimo, foi o método geofísico de eletrorresistividade,
por meio das técnicas de sondagem elétrica vertical e imageamento elétrico 2D e 3D.
A utilização de sistemas multi-eletrodo automatizados viabilizaram a execução dos
levantamentos 2D e 3D, cobrindo áreas de grandes dimensões em um curto período
de tempo.
Essas técnicas forneceram dados sobre nível d´água, resistividades dos níveis
geoelétricos interpretados, associadas à litologia provável do local estudado
(eletrofácies), espessuras das camadas, profundidades do topo de estratos
geoelétricos e cotas de topo de estratos geoelétricos.
Optou-se pela utilização de método geofísico em razão do pequeno número de
poços existentes no Aqüífero Rio Claro, no município. Este fato tornaria impraticável a
confecção de um inventário de dados hidrofaciológicos do aqüífero, que permitisse a
orientação para consumo ordenado e satisfatório desta água subterrânea.
As técnicas geofísicas de SEV e de imageamento 2D e 3D foram calibradas
com alguns poços de monitoramento perfurados. Alguns desses poços também foram
utilizados para determinação da condutividade hidráulica (testes de Slug e análise
granulométrica) e para obtenção da vazão. A condutividade hidráulica na zona não-
saturada foi obtida por meio do método Guelph.
Amostras coletadas nos poços de monitoramento foram analisadas por meio de
petrografia ótica de lâminas delgadas e por difração de raio-X.
Os parâmetros obtidos a partir das SEVs (espessuras, resistividades, cotas,
etc) passaram por tratamento geoestatístico para confecção de mapas que
respeitassem, da melhor forma possível, à distribuição dos dados coletados.
Após a análise morfológica das 366 curvas das SEVs obtidas em campo, na
escala de município e de detalhe, foi possível identificar, em relação à resistividade,
duas eletrofácies principais: uma, com valores de resistividade altos, típicos de
sedimentos predominantemente arenosos, associados à Formação Rio Claro, e outra,
com valores de resistividade baixos, associados aos siltitos e argilitos da Formação
Corumbataí. Em alguns casos, verifica-se uma terceira eletrofácies, com resistividade
elevada, relativa à soleira de diabásio.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
_______________________________________________________________________________________________
179
A identificação das zonas saturada e não-saturada deu-se apenas em função
da saturação, não levando-se em consideração a litologia (tipo de rocha/sedimento),
sendo caracterizada apenas pela determinação do nível d´água.
Para a zona não-saturada (sedimentos superficiais), os valores de resistividade
obtidos apresentam ampla gama de variação (53 a 34.450 ohm.m), típica de
sedimentos desta porção. Estes materiais não foram caracterizados, em termos
litológicos.
Para a zona saturada, os diferentes níveis geoelétricos obtidos foram
agrupados em termos de litologia. Portanto, a partir da correlação dos níveis
geoelétricos com a geologia local, identificaram-se as seguintes eletrofácies:
siltitos e argilitos da Formação Corumbataí (ρ 50 ohm.m);
predominantemente argilosas da Formação Rio Claro (ρ 50 ohm.m);
predominantemente silto-argilosas da Formação Rio Claro (50 < ρ < 80
ohm.m);
predominantemente silto-arenosas da Formação Rio Claro (80 < ρ <
150 ohm.m);
predominantemente areno-siltosas da Formação Rio Claro (150 < ρ <
250 ohm.m);
predominantemente arenosas da Formação Rio Claro (250 < ρ < 500
ohm.m);
Diabásio (ρ > 500 ohm.m).
Por meio da análise geoestatística dos resultados, observou-se que a variável
com assimetria positiva, determinada por meio da elaboração de histogramas, é
“Resistência Transversal do Primeiro Nível Geoelétrico Saturado”, para a escala de
município. As variáveis que apresentaram distribuição simétrica, na escala de
município, são “Coordenada X”, “Espessura da Formação Rio Claro” e, na escala de
detalhe é a variável “Cota do nível d´água”.
Com relação ao coeficiente de correlação, as variáveis que apresentaram
elevada correlação, na escala de município, são: espessura não-saturada da
Formação Rio Claro e profundidade do nível d´água; espessura saturada da Formação
Rio Claro e espessura do primeiro nível geoelétrico saturado; cota do nível d´água e
cota topográfica; cota do nível d´água e cota do topo da Formação Corumbataí; cota
do topo da Formação Corumbataí e cota topográfica; coordenada Y e cota do nível
d´água; coordenada Y e cota topográfica; coordenada Y e cota do topo da Formação
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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180
Corumbataí; e espessuras total e saturada da Formação Rio Claro. Na escala de
detalhe, foram realizadas estas mesmas correlações entre variáveis e as que
apresentaram acentuada correlação são: espessura não-saturada da Formação Rio
Claro e profundidade do nível d´água; resistência transversal do primeiro nível
geoelétrico saturado e resistividade do mesmo nível; cota do nível d´água e cota
topográfica; espessura total da Formação Rio Claro e saturada da Formação Rio
Claro; e cota do topo da Formação Corumbataí e cota topográfica.
Dentre esses resultados, nas duas escalas de trabalho, destaca-se a forte
correlação entre a espessura não-saturada da Formação Rio Claro e a profundidade
do nível d´ água (NA), visto que, a profundidade do NA é determinada nas SEVs em
função da saturação, separando duas zonas (não-saturada e saturada). A correlação
da cota do NA com a topografia corrobora que o fluxo d´água subterrâneo do Aqüífero
Rio Claro segue, grosso modo, a topografia local. Esta conformação também é
estabelecida entre a topografia e a cota do topo da Formação Corumbataí, que
também mostra elevada correlação.
A correlação existente entre as variáveis, “espessura saturada da Formação
Rio Claro” e a “espessura do primeiro nível geoelétrico saturado”, na escala de
município e não na escala de detalhe, está relacionada ao detalhamento utilizado no
estudo. Até porque nas SEVs realizadas na escala de município predomina uma única
classificação de eletrofácies (arenosa) na zona saturada, em contato direto com a
Formação Corumbataí. Na escala de detalhe, a presença de mais de uma eletrofácies
é marcante; os níveis geoelétricos identificados correspondem principalmente às
eletrofácies areno-siltosa, silto-arenosa e silto-argilosa, que na Formação Rio Claro,
devido a seu ambiente deposicional fluvial meandrante, ocorrem individualizadas. Por
fim, a acentuada correlação entre resistência transversal do primeiro nível geoelétrico
saturado e resistividade deste nível, na escala de detalhe, mostra que existe
correlação maior com as resistividades das eletrofácies do que com suas espessuras.
Um aspecto interessante das variáveis “Cota do NA”, “Cota Topográfica” e
“Cota do topo da Formação Corumbataí” é a dependência com relação à variável
“Coordenada Y”, dando origem a uma forte deriva externa com esta direção, na escala
de município. Esta deriva foi responsável pela escolha de uma modelagem não-
estacionária para tais variáveis.
A elaboração dos mapas variográficos possibilitou a identificação de
anisotropia nas variáveis “cota do NA”, “cota topográfica” e cota do topo da Formação
Corumbataí, na escala de município, e nas variáveis “cota do NA” e espessura total da
Formação Rio Claro, na escala de detalhe. Para as variáveis que apresentaram
somente anisotropia, empregou-se a modelagem bidirecional.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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181
Após a quantificação da dependência espacial das variáveis, por meio da
aplicação de geoestatística exploratória, pôde-se mapear as espessuras e
resistividades das camadas geoelétricas, cotas do nível d´ água, cotas do topo da
Formação Corumbataí e cotas topográficas dentro da área de interesse, por meio da
krigagem ordinária e da krigagem universal. Para a utilização do método de krigagem
ordinária, inicialmente foi necessária a elaboração de variogramas experimentais,
seguido da etapa que consiste em ajustar um modelo matemático que represente, da
melhor forma possível, a configuração das curvas do variograma.
A espessura da Formação Rio Claro, na escala de município como na de
detalhe, varia consideravelmente de um local para outro. O mapa de iso-espessuras
da unidade, na escala de município, mostra variação de 5 m a aproximadamente 45 m.
Observa-se ainda que, neste intervalo, prevalecem espessuras entre 25 m e 35 m. De
modo geral, a espessura diminui da área Norte, onde se encontra a Fazenda São José
e o distrito de Ajapi, no qual várias sondagens elétricas não chegaram a atingir o topo
da Formação Corumbataí, para Sul, onde sondagens elétricas atingiram não só a
Formação Corumbataí, como soleiras de diabásio. As maiores espessuras encontram-
se na Fazenda São José e nas proximidades do distrito industrial. Na escala de
detalhe, a espessura da unidade mostra variação entre 20,11 m a 35,32 m,
prevalecendo espessuras entre 27,5 m e 29 m. As maiores espessuras ocorrem na
porção Sudoeste do Campus e as menores ocorrem em pontos isolados e nas
proximidades das quadras de esporte, próximo ao Lebac e aos prédios dos
Departamentos de Geologia.
Essa ampla variação na espessura da Formação Rio Claro, em ambas escalas, revela
um substrato bastante irregular. Este fato também pôde ser constatado por meio dos
mapas de iso-valores de cota do topo da Formação Corumbataí. Na escala de
município as cotas mais altas (650 m) prevalecem no Norte, e diminuem em direção as
porções Sul e Sudoeste da área, onde variam de 580 m a 550 m; na escala de
detalhe, as cotas mais altas (605 m) prevalecem próximo às quadras de esporte,
próximo às SEVs 161, 159 e 210, e cotas de valores moderadamente altos próximos
ao Lebac e à entrada principal do Campus. As menores cotas aparecem próximo à
SEV – 146 e nas proximidades da SEV – 366, com 583,19 m e 586 m,
respectivamente.
A espessura da zona saturada da Formação Rio Claro, na escala de município,
varia entre 2 m e 36,29 m, com predomínio de espessuras entre 16 m e 20 m. As
espessuras maiores localizam-se na porção Norte e central da área de estudo,
próximo ao distrito industrial. Na escala de detalhe, a espessura saturada varia entre
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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182
6,89 m e 28,31 m, com predomínio de espessuras entre 16 m e 18 m. As maiores
espessuras localizam-se na porção Nordeste, na vizinhança das SEVs 146, 359 e 330;
e as menores espessuras saturadas estão próximas às SEVs 244, 140 e 344.
Na zona saturada da Formação Rio Claro, para escala de município, foi
possível identificar até dois níveis geoelétricos, sendo que apenas 27,6% das SEVs
possuem o segundo nível. Já para escala de detalhe, foi possível identificar até três
níveis geoelétricos (com eletrofácies distintas), sendo que 65,27% das SEVs
apresentam apenas uma eletrofácies, em sua arenosa; 32,63% apresentam duas
eletrofácies identificadas como arenosa, areno-siltosa ou silto-arenosa; e apenas
2,10% apresentam três eletrofácies classificadas como arenosa, silto-arenosa e silto-
argilosa ou argilosa. A comparação entre esses dados permitiu concluir que a
presença de um outro nível geoelétrico e o aumento na porcentagem de SEVs com um
segundo nível, na escala de detalhe, está relacionada ao próprio detalhamento
efetuado, que permitiu um mapeamento mais preciso das eletrofácies.
A eletrofácies arenosa da Formação Rio Claro abrange grande parte da área; a
silto-arenosa e a silto-argilosa estão distribuídas aleatoriamente em ambas escalas de
estudo. A eletrofácies argilosa ocorre nas proximidades da SEV – 32 e 70 (escala de
município) e nas SEVs 346, 331 e 333 (escala de detalhe).
A existência de eletrofácies arenosa e siltosa na Formação Rio Claro está
relacionada ao seu ambiente deposicional fluvial meandrante, em que a eletrofácies
arenosa está associada a depósitos de canais, e a silto-argilosa aos de planícies de
inundação.
A resistência transversal do primeiro nível geoelétrico saturado, para escala de
município, mostra uma variação entre 175,31 ohm.m
2
e 17.201,46 ohm.m
2
. As maiores
espessuras resistivas estão localizadas na porção Norte da área, próximo à Lagoa
Grande, localizada na Fazenda São José, no distrito industrial e próximo à SEV – 47.
Na escala de detalhe a resistência transversal varia entre 230,60 ohm.m
2
e 10.950,49
ohm.m
2
com os maiores valores nas proximidades das SEVs 366, 370, 362, 324 e
229. Os locais que apresentaram espessuras resistivas acentuadas são os mais
adequados para perfuração de poços para captação de água, tanto na escala de
município como na de detalhe.
Com relação à espessura não-saturada da Formação Rio Claro, esta varia
entre 2,05 m a 25,33 m, prevalecendo valores entre 8 m e 14 m. As maiores
espessuras ocorrem nas porções Norte e Nordeste e próximo à Lagoa do Cheverzon,
na escala de município. Na escala de detalhe, a mesma espessura varia entre 6,91 m
e 15,49 m, prevalecendo valores entre 10 m e 11 m, sendo que as maiores
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espessuras ocorrem na porção Nordeste, próximo às SEVs 307, 306, 305, 252,
254, e 266.
A superfície do lençol freático (NA), na escala de município, está situada entre
as cotas 566 m e 669 m, com o fluxo das águas subterrâneas orientado a partir das
cotas altas (Norte do mapa), para as cotas baixas (Sul e Sudoeste do mapa). Na
escala de detalhe, verifica-se comportamento similar e, como esperado para um
aqüífero livre, a superfície do lençol freático acompanha aproximadamente a
topografia local.
A técnica de imageamento elétrico 2D e 3D foi utilizada apenas na escala de
detalhe, com intuito de comprovar sua capacidade em detalhar as eletrofácies
identificadas na Formação Rio Claro, bem como auxiliar na calibração das SEVs. Os
resultados obtidos com as seções e os blocos nas áreas do campo de futebol, próxima
às quadras de esporte e próxima aos prédios dos departamentos de Geologia
corroboram os resultados obtidos com as SEVs. Tendo em vista a não
homogeneidade dos estratos, a utilização da técnica da SEV foi mais precisa quando
se tratou do mapeamento do nível d´água, pois os modelos geoelétricos 3D
apresentaram dificuldade para determiná-lo com precisão, uma vez que levam em
consideração as medidas de resistividade do volume (três dimensões), e não
pontualmente como a SEV. No entanto, para o mapeamento de eletrofácies, a
precisão do imageamento elétrico 3D é melhor.
Para todas linhas de imageamento, utilizou-se os arranjos Dipolo-Dipolo (Dp-
Dp), Schlumberger e Wenner, sendo que o arranjo Dp-Dp foi o que apresentou melhor
resolução horizontal e boa convergência dos dados, e o que mais se aproximou dos
resultados das SEVs.
Com base nas seções e nos blocos obtidos por meio da técnica do
imageamento elétrico 2D e 3D, efetuado em áreas do Campus Bela Vista da Unesp de
Rio Claro, conclui-se mais uma vez que as eletrofácies arenosa e areno-siltosa
prevalecem sobre as demais e que as eletrofácies silto-argilosa e argilosa ocorrem em
pontos isolados.
Os cálculos de reserva do Aqüífero Rio Claro foram baseados em dados de
SEVs e de alguns poços de monitoramento. Considerando a área de ocorrência do
Aqüífero Rio Claro, no município homônimo, de 8,3 x 10
7
m
2
, tem-se uma reserva
permanente da ordem de 252,57 x 10
6
m
3
, uma reserva reguladora responsável pelas
descargas explotáveis da ordem de 34,18 x 10
6
m
3
e uma reserva total da ordem de
286,75 x 10
6
m
3
.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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184
A determinação da condutividade hidráulica dos sedimentos da Formação Rio
Claro foi realizada por meio de análise granulométrica, testes de Slug e método
Guelph. A análise granulométrica realizada nas amostras coletadas no poço de
monitoramento PM – 06, mostra que a maioria das amostras coletadas na zona não-
saturada foi descrita como areia fina siltosa (1,41 x 10
-3
a 2,82 x 10
-3
cm/s), passando
para fácies mais arenosas aproximadamente a 8 m de profundidade (3,18 x 10
-3
cm/s),
intercaladas com fácies silto-argilosas da Formação Rio Claro, corroborando os
valores de condutividade hidráulica encontrados. Os testes de Slug realizados nos
poços PM – 01 e PM – 03, na Fazenda São José, apresentaram condutividade
hidráulica de 2,36 x 10
-3
cm/s e 3,39 x 10
-5
cm/s, respectivamente, segundo o método
de Hvorslev. Esta diferença de condutividade pode estar relacionada ao grau de
desenvolvimento dos poços, realizado após perfuração e instalação, ou à variação
faciológica, comum em sedimentos fluviais, como é o caso da Formação Rio Claro. O
poço de monitoramento PM – 01, perfurado ao lado da SEV – 106, está situado em
área onde existe predominância de eletrofácies arenosa e foi desenvolvido com
compressor de ar, por um total de 16 horas, durante 2 dias. Já o poço PM – 03,
perfurado ao lado da SEV – 116, além de não ter sido desenvolvido, encontra-se
instalado em área onde predomina eletrofácies silto-arenosa. Os poços de
monitoramento PM – 05 e PM – 07, perfurados no Campus da UNESP, cujas
condutividades hidráulicas foram de 2,66 x 10
-3
e 8,48 x 10
-4
cm/s, respectivamente,
refletem a presença de eletrofácies que variam de arenosa a areno-siltosa. Os
resultados obtidos pelo método Guelph forneceram valores entre 1,23 x 10
-5
cm/s e
1,17 x 10
-2
cm/s, prevalecendo valores entre 1,96 x 10
-3
cm/s e 3,9 x 10
-3
, onde a
textura dos solos/sedimentos variou de arenosa a silto-arenosa, mostrando pequena
variação faciológica na zona não-saturada a aproximadamente 0,50 m de
profundidade, na escala de município.
O arcabouço mineralógico do Aqüífero Rio Claro, constituído por sedimentos
da Formação Rio Claro, definido com base em descrição petrográfica de lâminas
delgadas e difratogramas de raios X, é constituído basicamente por quartzo e caulinita.
Os feldspatos, que não aparecem nestas amostras, provavelmente sofreram
diagênese, lixiviação e transformação para argilo-minerais, juntando-se à matriz
argilosa, composta essencialmente por caulinita e ilita.
Os testes de produção escalonados revelaram vazões máximas de exploração
para os poços PM – 05 e PM – 08 de 4,02 e 5,20 m
3
/h, respectivamente. Esses
resultados, quando comparados aos obtidos com a resistência transversal, em escala
de detalhe, confirmaram que o parâmetro “resistência transversal” auxilia na escolha
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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de locais mais oportunos para perfuração de um poço, pois próximo ao PM – 05
(vazão de 4,02 m
3
/h), a resistência transversal é menor que 1.500 ohm.m
2
, e o PM –
08 (vazão de 5,20 m
3
/h), a resistência transversal é maior que 10.400 ohm.m
2
. No
entanto, recomenda-se um maior número de poços, para a realização de uma
correlação segura entre vazão e resistência transversal.
O método geofísico aqui adotado revelou-se como uma importante ferramenta
para o estudo de aqüíferos, pois com um número considerável de ensaios, a custo
relativamente baixo, possibilita o levantamento de todos principais parâmetros
necessários à sua caracterização hidrofaciológica.
Estudo Hidrofaciológico do Aqüífero Rio Claro no Município de Rio Claro – SP.
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Corumbataí,142 f. (Dissertação de Mestrado) - Instituto de Geociências/USP –
São Paulo, 1985.
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sedimentares do rio Paraná entre Porto Primavera (MS) e Guairá (PR), 214 f.
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SOUSA, M. O. L. Caracterização estrutural do domo de Pitanga – SP.,116 f.
(Dissertação de Mestrado) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas /Unesp-
Rio Claro, 1997.
STRADIOTO, R. M. Estudo hidroquímico das águas superficiais e de chuva na
área de ocorrência da Formação Rio Claro no município de Rio Claro. 59 f.
(Trabalho de Formatura) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas /Unesp- Rio
Claro, 2004.
STURARO, R. J. Mapeamento geoestatístico de propriedade geológico-
geotécnicas obtidas de sondagens de simples reconhecimento. 183 f. (Tese
de Doutoramento) - Escola de Engenharia de São Carlos, 1994.
TELFORD, W. M.; GELDART, L. P.; SHERIFF, R. E. Applied Geophysics. Second
Edition, Cambrige University Press., 770 f, 1990.
TROPPMAIR, H. Atlas da qualidade ambiental e de vida de Rio Claro-SP. Instituto
de Geociências e Ciências Exatas/UNESP, 1992.72 f.
WARR, J. R.; HARR,C. A. Methods for collection and processing of surface water and
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ZAINE, J. E. Geologia da Formação Rio Claro na Folha Rio Claro –SP., 90 f.
(Dissertação de Mestrado) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas /Unesp-
Rio Claro, 1994.
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196
ZALÁN, P V.; WOLF, S.; CONCEIÇÃO J. C. J.; MARQUES, A.; ASTOLFI, M. A. M.;
VIEIRA, I. S.; APPI, V. T.; ZANOTTO, O. A. Bacia do Paraná. In: Origem e
Evolução de Bacias Sedimentares, Rio de Janeiro – RJ. Publicação Petróleo
Brasileiro S. A, p. 441-477, 1990.
A-1
ANEXO A
CURVAS E DADOS OBTIDOS NAS
SONDAGENS ELÉTRICAS VERTICAIS - SEV
A-2
A-3
A-4
A-5
A-6
A-7
A-8
A-9
A-10
A-11
A-12
A-13
A-14
A-15
A-16
B-1
ANEXO B
HISTOGRAMAS – ESCALA DE
MUNICÍPIO E ESCALA DE DETALHE
B-2
B-3
B-4
B-5
B-6
C-1
ANEXO C
MAPAS VARIOGRÁFICOS – ESCALA DE
MUNICÍPIO E ESCALA DE DETALHE
C-2
C-3
C-4
C-5
C-6
D-1
ANEXO D
DESCRIÇÃO DE LÂMINAS DELGADAS
D-2
Amostra
Composição
Mineralógica
Extinção
dos Cristais
de Quartzo
Tamanho
dos Cristais
Matriz Cimento Porosidade
1,5 m
- Quartzo
- Óxidos (traços)
Imediata Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(23%)
2,5 m
- Quartzo
- Óxidos (traços)
- Zircão (traços)
Imediata e
Ondulante
Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(23%)
4,0 m
- Quartzo
- Óxidos (traços)
- Argilominerais
agregados
Imediata e
Ondulante
Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(15%)
5,5 m
- Quartzo
- Óxidos (traços)
Imediata Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(18%)
6,5 m
- Quartzo
- Óxidos (traços)
- Zircão (traços)
Imediata e
Ondulante
Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(18%)
7,0 m
- Quartzo
- Óxidos (traços)
- Zircão (traços)
- Turmalina
(traços)
Imediata Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(5%)
8,5 m
- Quartzo
- Biotita (traços)
- Zircão (Traços)
Imediata Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(13%)
9,0 m
- Quartzo
-Turmalina
(traços)
- Micas (traços)
Imediata Milimétricos
Silto-
argilosa
Argila
(caulinita)
Intergranular
(15%)
10,5 m
- Quartzo
- Argilominerais
agregados
- Allanita (traços)
Imediata Milimétricos
Silto-
argilosa
Não há
presença de
cimento, os
grãos estão
soltos.
Intergranular
(42%)
11,0 m
- Quartzo
- Óxidos (traços)
- Argilominerais
agregados
- Turmalina
(traços)
Imediata e
Ondulante
Milimétricos
Silto-
argilosa
Não há
presença de
cimento, os
grãos estão
soltos.
Intergranular
(33%)
13,0 m
- Quartzo
-Argilominerais
agregados
- Zircão (traços)
- Biotita (traços)
- Turmalina
(traços)
- Estaurolita
(traços)
Imediata Milimétricos
Silto-
argilosa
Não há
presença de
cimento, os
grãos estão
soltos.
Intergranular
(36%)
D-3
Amostras
Forma dos
Grãos
Arredondamento
Contato entre
os Grãos
Seleção Contagem dos Grãos
1,5 m
A maioria
possui forma
achatada,
com alguns
poucos grãos
eqüantes
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual
Boa a
Moderada
Quartzo-33%
Matriz- 15%
Cimento-20%
Poro-23%
Grãos Arrancados- 9%
2,5 m
A maioria
possui forma
achatada,
com alguns
poucos grãos
alongado
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual
Boa a
moderada
Quartzo- 41%
Matriz- 12%
Cimento- 23%
Poro- 23%
Grãos Arrancados- 1%
4,0 m
A maioria
possui forma
achatada
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual
Boa a
moderada
Quartzo- 37%
Matriz- 10%
Cimento- 36%
Poro- 15%
Grãos Arrancados- 2%
5,5 m
A maioria
possui forma
achatada
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual Moderada
Quartzo- 38%
Matriz- 17%
Cimento- 27%
Poro- 18%
Grãos Arrancados- 0
6,5 m
A maioria
possui forma
achatada,
com alguns
poucos grãos
alongado
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual Moderada
Quartzo- 36%
Matriz- 21%
Cimento- 22%
Poro- 18%
Grãos Arrancados- 1%
Óxidos – 2%
7,0 m
A maioria
possui forma
achatada
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual
com alguns
poucos contatos
retos
Moderada
Quartzo- 43%
Matriz- 17%
Cimento- 32%
Poro- 5%
Grãos Arrancados- 3%
8,5 m
A maioria
possui forma
achatada
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual Boa
Quartzo- 55%
Matriz- 9%
Cimento- 21%
Poro- 13%
Grãos Arrancados- 2%
9,0 m
A maioria
possui forma
achatada,
com alguns
poucos grãos
alongado
Sub-arredondados
a bem
arredondados
Contato pontual Moderada
Quartzo- 57%
Matriz- 6%
Cimento- 21%
Poro- 15%
Grãos Arrancados- 1%
10,5 m
A maioria
possui forma
achatada,
com alguns
poucos grãos
alongado
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual
Boa a
moderada
Quartzo- 52%
Matriz-1%
Cimento- 1%
Poro- 42%
Grãos Arrancados- 4%
D-4
11,0 m
A maioria
possui forma
achatada,
com alguns
poucos grãos
eqüantes
Sub-arredondados
a arredondados
Contato pontual Moderada
Quartzo- 60%
Matriz- 2%
Cimento- 1%
Poro- 33%
Grãos Arrancados- 4%
13,0 m
A maioria
possui forma
achatada
Sub-arredondados
a bem
arredondados
Contato pontual
Boa a
moderada
Quartzo- 59%
Matriz- 1%
Cimento- 1%
Poro- 36%
Grãos Arrancados- 3%
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