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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PAULA MONTAGNA ROCHA MADALENA
MEDIÇÃO DINÂMICA DE ÂNGULOS DA POSTURA
OCUPACIONAL SENTADA POR ANÁLISE DE IMAGEM
Mogi das Cruzes, SP
2005
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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
PAULA MONTAGNA ROCHA MADALENA
MEDIÇÃO DINÂMICA DE ÂNGULOS DA POSTURA
OCUPACIONAL SENTADA POR ANÁLISE DE IMAGEM
Trabalho apresentado ao Programa de Mestrado
em Engenharia Biomédica da Universidade de
Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a
obtenção do título de mestre.
Prof Orientador: Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira
Mogi das Cruzes, SP
2005
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Financiamento:
Ficha catalográfica preparada por Cristina Alexandra de Godoy
CRB RP024/05
Madalena, Paula Montagna Rocha.
Medição dinâmica de ângulos da postura ocupacional sentada por análise
de imagem / Paula Montagna Rocha Madalena. – 2005
115 f. : il.
Dissertação (mestrado em Engenharia Biomédica) – Universidade de Mogi
das Cruzes, 2005
Área de concentração: Processamento de Sinais e Imagens
Orientador: Henrique Jesus Quintino de Oliveira
1. Avaliação Postural Ocupacional. 2. Comportamento Postural. 3.
Processamento de Imagens I. Título. II. Universidade de Mogi das Cruzes. III
Oliveira, Henrique Jesus Quintino de, orient.
CDD - 620.82
PAULA MONTAGNA ROCHA MADALENA
MEDIÇÃO DINÂMICA DE ÂNGULOS DA POSTURA
OCUPACIONAL SENTADA POR ANÁLISE DE IMAGEM
Trabalho apresentado ao Programa de
Mestrado em Engenharia Biomédica da
Universidade de Mogi das Cruzes como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
mestre
Aprovado em: 20/10/2005.
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr. Ricardo Toshiyuki Irita
INPE
Prof Dra Maria Cecília Leite de Moraes
Universidade Estadual de São Paulo – USP
Prof Dr Henrique Jesus Quintino de Oliveira
Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em primeiro lugar a DEUS, criador do universo, doador de toda
sabedoria e do existir. ELE é a força motivadora de todo meu viver. A ELE e seu serviço,
dedico todo meu ser e conhecimento em, como também à humanidade.
Aos meus pais Dervil Silva Rocha (in memoriam) e Maria Gecir Montagna, por me amarem e
educarem, acreditando que o conhecimento é o melhor investimento que se pode obter. Os
quais juntamente com DEUS, deram-me a vida e motivação para chegar até este momento.
Principalmente, ao meu querido Pai Dervil Silva Rocha (in memorian), pelo exemplo de luta
pela vida durante os 12 anos em tratamento na hemodiálise.
À minha amada irmã Patty, pelo carinho, conselhos e tantos momentos felizes juntas.
Ao meu amor Xande, pela compreensão, companheirismo e apoio durante o desenvolvimento
deste trabalho.
À minha princesa (filha) Isabella, pelo seu sorriso terno e companhia agradável a cada
momento.
AGRADECIMENTOS
A DEUS pela possibilidade da vida e desenvolvimento deste trabalho.
Em especial a meu pai e minha mãe por toda dedicação, todo investimento, pelas atitudes de
incentivo ao longo de minha vida acadêmica. Pelo exemplo de vida, coragem, determinação e
ensinamentos sempre tão oportunos quanto à fé e esperança que possuímos.
Pai, o Senhor é um exemplo de coragem em minha vida, pelo fato de lutar pela vida por meio da
hemodiálise.
Mãe, sempre me lembrarei de suas palavras.
Sempre me lembrarei com carinho e gratidão dos momentos em que cuidaram de minha filha
quando mais precisei para, então, concluir minha graduação.
A minha mana querida, Patty Montagna, por ter deixado a companhia de nossos pais para
morar comigo, sendo amiga e companheira; por cuidar de minha filha nos momentos em que
estive ausente.
Às minhas irmãs queridas Mirian Raquel e Cleusa Maria pelo carinho dispensado.
Ao meu querido e amado marido, Alexandre, que sempre me apoiou; por seu encorajamento
em todos os momentos difíceis, sempre compreensivos. Sempre ao meu lado incentivando para
não desistir.
À minha querida, amada e especial filha, Isabella, sempre tão amável e carinhosa; por seus
bilhetes carinhosos e seu sorriso tão mágico.
Ao professor, José Iran Miguel, Pró-Reitor Acadêmico do UNASP, por ter acreditado em meu
potencial.
À minha amiga Menilde Winck, companheira, prestativa e que esteve desde o início sempre
presente nesta trajetória. Por ter ficado com minha filha Isa e gerido a FAFIS nestes tempos de
ausência.
À minha amiga Tânia Miranda por ter me ensinado que precisamos viver um momento de cada
vez e florescer onde estivermos plantados.
À amiga mais especial que conheci em todos os tempos Iani Lauer-Leite, por todo
aconselhamento, as broncas e por sempre me lembrar que não tenho a procuração assinada por
DEUS.
Aos amigos, Martinho Leite, Vilmar Zahn, Vanessa Zahn, Karina Grace, Bérgson Ferreira por
fazerem companhia ao Japa durante minha ausência.
Ao grupo de oração da Bahia, tão necessário em momentos como os que temos vivido nesse
planeta, pois a fé precisa ser trabalhada assim como o intelecto.
Aos amados acadêmicos da FAFIS Leonardo Miranda e Dayana Caribé, Marcelo Lobo, Cida
Caldas e tantos outros pelas palavras carinhosas de apoio quando mais precisei.
Ao querido acadêmico da FAFIS Leonardo Miranda Simões de Freitas, pelo seu carinho,
amizade e respeito compartilhado ao longo da minha jornada no IAENE/Bahia.
Às minhas queridas secretárias Cyntia Alves, Glyslaine Rose dos Santos e Ana Paula dos
Santos pelo apoio e carinho dedicados à direção da FAFIS.
À inesquecível Cyntia Alves, você é demais! Sua alegria e entusiasmo me fazem falta até hoje.
Aos funcionários e amigos dedicados da Faculdade Adventista de Fisioterapia – FAFIS:
Samuel Küster, Ânihã Batista, Flávia Valéria, Paula Carolina, Pr Paulo Mendonça.
Ao amigo e funcionário da FAFIS Ivan Viana, por estar presente nos momentos mais
complicados da minha vida, sempre ajudando a encontrar uma saída.
A minha querida amiga Marta Regina Figueiredo, pelos momentos compartilhados durante as
vindas a UMC e por ter me motivado a vir prestar a seleção deste Programa de Mestrado.
Pelas alegrias e tristezas que juntas passamos, mas vencemos!
Estamos no Programa! (Lembra?).
Ao cunhado Emerson Iamamoto e a cunhada Tânia Sechi que estiveram ao meu lado, pelos
conselhos e orações do Pr Emerson e por terem me cedido o carro “Joaninha” para uso durante
essas vindas à Mogi.
Aos amigos do NPT: Kleber, Marta, Alessandra, Daniela (Pimenta), “Biscoito”, Juliana, Talie,
Ronald, Maurício, Sérgio, Bi, Jack1 e Jack 2, Andréia “Amidolima”, Hélio, Alessandro, pelo
apoio, companheirismo e animadíssima convivência!
Ao querido Kleber Magalhães Galvão pela ajuda especial na monitoria de Bioestatística, você
foi essencial para concluir aquela etapa.
Aos amigos e companheiros especiais do Laboratório de Simulação de Imagens (LaSIM):
Carlinhos, Rodrigo de Maio, e especialmente Ricardo Falconi e Ivan Teodoro, vocês são
demais! Vocês foram a minha família quando estive longe de casa. Obrigada pelo carinho e
apoio na realização deste trabalho!
À querida Pauline Rangel, pelas conversas agradáveis e aconselhamento, e por poder ouvir sua
linda voz cantando.
Aos funcionários, estagiários e técnicos do NPT: Fabiane, Wagner e Teresinha, por serem tão
prestativos e tornar viável o nosso trabalho!
Aos professores do programa por toda a contribuição científica oferecida ao longo do programa
de mestrado.
Ao meu querido orientador Prof. Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira, por sua paciência,
dedicação e empenho, sempre tão dedicado e solícito, e por toda orientação necessária para
realização deste trabalho.
À Prof, Dra. Annie Frànce, diretora deste programam de mestrado, por toda sua dedicação na
sua função e orientação extra na conclusão deste trabalho.
A Drª Maria Cecília Leite de Moraes por toda contribuição neste trabalho.
Meu especial agradecimento a todas as pessoas que colaboraram como sujeitos da pesquisa.
Ao funcionário Érico da FAEP, por toda orientação realizada tão longe, lá na Bahia.
Ao Pr José Elias Zanotelli por ter me convidado para fazer parte da equipe de colaboradores da
Faculdade Adventista da Bahia/IAENE.
Ao diretor acadêmico da Faculdade Adventista da Bahia Prof. Dr. Milton Torres, por suas
palavras de ânimo, por toda a colaboração dispensada desde que lá cheguei e pela convivência
profissional agradável.
Aos diretores da Faculdade Adventista da Bahia, Pr José Elias Zanotelli (até 2005), Hélio
Santiago (Diretor Administrativo), Iamazaque Paulino (Diretor Interno) e atual Diretor Geral da
Faculdade Adventista da Bahia Pr Gilberto Damasceno, por todo apoio por meio do
financiamento final desse projeto.
Ao Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP, pelo apoio financeiro inicial, por
meio de bolsa de estudo e apoio no transporte.
À Faculdade Adventista da Bahia pelo apoio financeiro final deste sonho.
À FAFIS, por ter me proporcionado o aprendizado e o amadurecimento necessário a cada dia.
Por ter me ensinado que os obstáculos existem para serem contornados com serenidade e amor.
Às queridas professoras: Cátia Susi, Elisângela Conceição, Vanessa Bacelar, Ana Rosa
Alcântara, Letícia Andrade pelas palavras de carinho e incentivo.
Ao querido amigo e colega profissional Cláudio Sousa, por seu exemplo de profissionalismo e
respeito profissional.
À querida amiga e colega profissional Karina Grace de Oliveira, você é especial pra mim!
À colega profissional Lilian Becerra, por seu profissionalismo e dedicação em conduzir a
FAFIS durante minha ausência.
Aos tios Daniel e Eunice Iamamoto pela especial acolhida enquanto estive na cidade de Mogi
das Cruzes.
A todos que direta ou indiretamente apoiaram este trabalho.
E, finalmente, a toda equipe da Faculdade Adventista da Bahia que de modo direto ou indireto
colaborou para tal realização.
“Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o
seu DEUS. Eu lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com a minha forte
mão”.
(Isaías, 41:10).
RESUMO
Montagna, P.; Oliveira, H. J. Q. de. Medida dinâmica de ângulos da postura ocupacional
sentada por análise de imagem. 2005. ---f. Dissertação de Mestrado – Universidade de Mogi
das Cruzes, 2005.
Atualmente, a avaliação postural é feita com o objetivo de determinar as conseqüências do
comportamento postural do trabalhador. Ela é feita de forma estática e com o trabalhador no
ambiente da clínica. A proposta deste trabalho é apresentar uma metodologia de
monitoramento automático do indivíduo em seu ambiente de trabalho, de modo que seja
possível determinar seu comportamento postural e, com isso, agir preventivamente contra
surgimento das lesões músculo-esqueléticas. Para tanto, foi desenvolvido um sistema
computacional que monitora o indivíduo por registro de imagens, depois essas imagens são
processadas com a finalidade de calcular os ângulos posturais daqueles que trabalham
sentados. O processamento consiste em detectar os marcadores coloridos (adesivos) colocados
sobre os pontos anatômicos: orelha, pescoço, ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo. Em
seguida os ângulos do pescoço, cotovelo, quadril e joelho são calculados. Os resultados são
apresentados em forma de gráficos dos ângulos em função do tempo. Assim, o fisioterapeuta
pode avaliar o comportamento postural do trabalhador e as condições que o levam a assumir
tal comportamento. A metodologia apresenta duas vantagens diretas: a) o monitoramento é
dinâmico e não interfere na rotina do trabalhador; b) permite que fisioterapeuta aja
preventivamente. Os resultados mostram que o processamento é consistente e que os gráficos
de fato auxiliam o fisioterapeuta em sua avaliação. A metodologia prevê o registro, o
processamento e o arquivamento de grande quantidade dados. Prevê também que o
fisioterapeuta pode analisar estas informações de forma rápida e adequada de modo que será
sempre possível personalizar a reeducação ou o tratamento o que certamente conduzirá o
resultado a uma probabilidade muito maior de sucesso.
Palavras-chave: Avaliação postural, comportamento postural, processamento de imagens.
ABSTRACT
A postural evaluation now is done in order to determine the consequences of a worker’s
postural behavior. Often, the physical presence of the worker at the clinic is required for this
kind of evaluation. This investigation proposes a remote monitoring methodology for the
patient in her work environment so that it becomes possible to determine his postural behavior
in order for the P. T. professional to take preventive action regarding muscular and skeletal
lesions. Accordingly, was developed a computational system that is able to monitorate the
patient by means of remote sensing. The data thus obtained are then analyzed for the postural
angles of those who work in a seated position. This analysis consists of detecting colorful
markers placed on particular anatomic points such as the ears, neck, shoulders, elbows, wrists,
knees and ankles. Then we are able to assess angles for the neck, the elbows, the hip and the
knees. These data are next mapped into graphs specifying the relationships between angles
and time. The P. T. professional can thus evaluate the postural behavior of workers and the
conditions that lead them to adopt such behavior. This methodology has two inherent
advantages: (a) the remote sensing is dynamic and doesn’t interfere in the work routines; (b) it
allows for preventive action. Experience shows that the data are consistent and that they can
be aided for the P. T. professional in her evaluation. The methodology requires the recording,
analysis, and storage of a great amount of data, but it allows for the prompt retrieval of
information by the P. T. professional who can then customize the reeducation or treatment to
be proposed. Certainly, this will lead to a greater probability of success.
Key-words: Postural Evaluation, Postural Behavior, Remote Sensing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2.1: Posições de sentar de 378 funcionários de escritório.................................... 27
Figura 2.2: Freqüência de dores no corpo pelo sentar...................................................... 27
Figura 2.3: O efeito de 4 posições do corpo sobre a pressão interna do disco
intervertebral entre as vértebras L2 e L4....................................................... 32
Figura 2.4: Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral .................................................. 34
Figura 2.5: Dores no pescoço com relação à inclinação da cabeça .................................. 36
Figura 3.1: Mensuração goniométrica (mensuração angular manual do cotovelo e do
desvio radial).................................................................................................. 44
Figura 3.2: Posicionamento de um indivíduo que é submetido à análise postural com o
auxílio de um simetógrafo ................................................................................
46
Figura 3.3: Classificações posturais adotadas no Ovako Working Posture Analysing System
(OWAS) ........................................................................................................... 48
Figura 3.4: Sistema de análise de movimentos OPTOTRAK.......................................... 51
Figura 3.5: Posicionamento dos marcadores em sistemas ópticos de captura ................. 52
Figura 4.1: Web Cam NX Creative, modelo utilizado nas capturas de imagens .............. 57
Figura 4.2: Imagens coletadas para o pré-teste ................................................................. 62
Figura 4.3: Esquema da localização dos marcadores........................................................ 64
Figura 5.1: Tela do programa de captura e registro das imagens. Esta imagem foi
editada para evitar a identificação dos participantes e os marcadores foram
realçados para melhor visualização na impressão ........................................... 72
Figura 5.2: Tela de leitura e processamento das imagens. O usuário determina os
marcadores, escolhe o tamanho médio dos marcadores em pixels e a
sensibilidade à variação de cores .................................................................... 73
Figura 5.3: Comparação entre as coordenadas X,Y do marcador da orelha obtidas por
detecção manual e automática. As imagens analisadas foram coletadas
entre 08:50h e 17:30h .................................................................................... 74
Figura 5.4: Comparação entre as coordenadas X,Y do marcador do pescoço obtidas por
detecção manual e automática. As imagens analisadas foram coletadas
entre 08:50h e 17:30h ..................................................................................... 75
Figura 5.5: Comparação entre as coordenadas X,Y do marcador do ombro obtidas por
detecção manual e automática. As imagens analisadas foram coletadas
entre 08:50h e 17:30h ..................................................................................... 76
Figura 5.6: Variação do ângulo do pescoço em função do tempo, calculado através das
coordenadas lidas manualmente e das coordenadas lidas automaticamente ...77
Figura 5.7: Variação do ângulo do cotovelo em função do tempo, calculado através das
coordenadas lidas manualmente e das coordenadas lidas automaticamente .. 78
Figura 5.8: Diferenças percentuais entre os ângulos do pescoço e do cotovelo. As
diferenças foram obtidas em função das coordenadas lidas manualmente e
das lidas automaticamente .............................................................................. 79
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LER Lesões por Esforços Repetitivos.
DORT Doenças Ocupacionais relacionadas ao Trabalho
ADM Amplitude de Movimento
EMG Eletromiograma
PEFE Programa de Exercício Físico na Empresa
OWAS Ovako Working Posture Analysing
APAS Ariel Performance Analysis System
PSU Portland State University
ICP Índice de Correção Postural
MIMIC Sistema Capturador de Movimento em Tempo Real sem
Marcadores
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
FABA Faculdade Adventista da Bahia
CONEP Conselho Nacional de Ética em Pesquisa
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ADM Amplitudes de Movimento
RPG Reeducação Postural Global
RPG Reeducação Postural Global
JPEG Joint Photographic Experts Group
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 18
1.1 Postura Corporal ........................................................................................... 18
1.2 Justificativa ..................................................................................................... 21
1.3 Objetivo .......................................................................................................... 24
1.4 Organização do trabalho ....................................................... ...................... 25
2 COMPORTAMENTO POSTURAL E AS CONSEQÜÊNCIAS PARA
A SAÚDE DO TRABALHADOR ............................................................... 26
2.1 Posturas durante o trabalho estático e dinâmico.............................................. 26
2.2 Postura correta e postura defeituosa................................................................. 27
2.3 Biomecânica e movimentos posturais ............................................................. 28
2.4 Postura sentada: avaliação, vantagens e desvantagens .................................... 29
2.5 Postura e atividade física.................................................................................. 37
2.6 Postura e LER/DORT....................................................................................... 38
2.7 Considerações finais ........................................................................................ 39
3 ESTADO DA ARTE EM AVALIAÇÃO POSTURAL ............................ 41
3.1 Avaliação postural............................................................................................ 41
3.2 Avaliação preliminar ....................................................................................... 41
3.3 Ferramentas auxiliares na avaliação postural .................................................. 43
3.4 Método auxiliar de avaliação com registro da postura .................................... 46
3.5 Análise postural pelo computador ................................................................... 48
3.6 Considerações finais ........................................................................................ 54
4 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................... 56
4.1 Introdução........................................................................................................ 56
4.2 Informações preliminares ................................................................................ 56
4.3 Elaboração do questionário, TCLE e pré-teste ............................................... 60
4.4 Procedimentos para captura de imagens (teste preliminar) ............................. 61
4.5 Coleta de imagens durante a jornada de trabalho ............................................ 63
4.6 Condições para obtenção dos dados ................................................................ 65
4.7 Coleta das imagens .......................................................................................... 65
4.8 Validação da metodologia e cálculos matemáticos ......................................... 66
4.9 Cálculos dos ângulos avaliados ........................................................................ 67
4.10 Desenvolvimento do software de processamento e obtenção das
coordenadas ............................................................................................................ 69
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................. 71
5.1 Aplicação da metodologia ............................................................................... 71
5.2 Interpretação dos dados obtidos automaticamente .......................................... 80
5.3 Contribuição da metodologia na educação postural ........................................ 81
6 CONCLUSÕES ......................................................................................... 84
6.1 Perspectivas da pesquisa ................................................................................. 86
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 87
ANEXOS ..................................................................................................... 97
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 POSTURA CORPORAL
A definição de postura, segundo o Comitê sobre Postura da Academia Americana de
Cirurgiões Ortopédicos, citado por Hall & Brody (2001), é o arranjo relativo das partes do
corpo. Os autores complementam que:
Boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de
sustentação do corpo contra as lesões ou as deformidades progressivas,
independentemente da atitude (p. ex., ereta, sentada, deitada, agachada, inclinada) na
qual essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Nessas condições, os músculos
funcionam mais eficientemente e as posições ótimas são proporcionadas para os órgãos
torácicos e abdominais. A postura precária é uma relação defeituosa das várias partes
do corpo que produz uma maior sobrecarga nas estruturas de sustentação e na qual
existe um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre sua base de apoio.
Norré (1990), por sua vez, afirma que a postura consiste numa relação estável entre o
sujeito e o meio, o que resulta numa estabilização espacial. Dessa forma, quando o indivíduo
se percebe, tem a impressão de estabilidade no espaço por ele ocupado.
De acordo com Braccialli & Vilarta (2000), há inúmeras definições para postura,
porém deve-se ressaltar que postura envolve uma relação dinâmica, nas quais as partes do
corpo, principalmente os músculos esqueléticos, se adaptam em resposta a estímulos
recebidos.
Durante as atividades de vida diária, o ser humano adota infinitas posturas, estas
implicam em uma série de perturbações ao equilíbrio. Estas perturbações necessitam ser
corrigidas e organizadas de acordo com as informações captadas pelo sistema visual, sistema
vestibular e somato-sensorial, as quais garantem integridade do controle postural, ou seja,
capacidade de manutenção do corpo em equilíbrio (IIDA, 2001).
Neste contexto, muitas posturas são naturalmente assumidas durante o curso diário.
No entanto, as posturas de trabalho são as que envolvem os maiores esforços e, portanto,
trazem as conseqüências mais severas (OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998). Corroborando
com as situações advindas do ambiente de trabalho, Silva (1999) explica que é no trabalho
que passamos a maior parte de nossa vida e que seus reflexos se estendem, de forma
acentuada, sobre o nosso bem-estar mesmo quando não estamos trabalhando. Os hábitos
posturais podem trazer dores como conseqüências, tais como as relatadas na tabela 1.1.
19
Tabela 1.1: Localização das dores no corpo provocadas por posturas inadequadas.
Posição Dores / Conseqüências
Em pé: Pés e pernas / (ocorrência de varizes).
Sentado sem encosto: Músculos extensores do dorso.
Assento muito alto: Parte inferior das pernas, joelhos e pés.
Assento muito baixo: Dorso e pescoço.
Braços esticados: Ombros e braços.
Pegada inadequada em instrumentos: Antebraços.
Fonte: IIDA, 2001, São Paulo.
Dul & Weerdmeester (2000), afirmam que a postura é freqüentemente determinada
pela natureza da tarefa ou do posto de trabalho. Quando se assume certa postura por longos
períodos de tempo pode haver prejuízos para os músculos e as articulações.
No estudo realizado por Pinto & Lópes (2001), é relatado que as altas incidências de
defeitos posturais em adultos têm atingido um ponto crítico. Muitos casos de dor lombar estão
relacionados com postura defeituosa e/ou hábitos posturais adquiridos associados aos efeitos
cumulativos de sobrecargas pequenas e constantes durante um longo período de tempo.
Entretanto, se estes fossem detectados a tempo poderiam ser aliviados e corrigidos
restaurando-se um bom alinhamento. As correções destas condições dependem da
compreensão da importância da implementação precoce de um programa de medidas
educacionais positivas e preventivas. Observa-se que o ambiente ocupacional pode gerar
distúrbios musculoesqueléticos de ordens diversas, tais como: Doenças Músculo Esqueléticas
Relacionadas ao Trabalho – DORT, Lesões por Esforços Repetitivos – LER, as Lombalgias e
Lombociatalgias Ocupacionais, dentre outras disfunções. Martinez & Osório (1993),
relataram que a vida moderna, com o advento da tecnologia, expõe o corpo a inúmeras
agressões que geram sérias conseqüências em seu comportamento postural futuro, apontando
o sedentarismo da grande maioria da população, como promotor de uma estrutura anatômica
mais vulnerável a problemas mecânicos, especialmente causados por insuficiências
musculares.
De acordo com Santos (2003), a principal disfunção músculo-esquelética que afeta
muitos indivíduos é a chamada “dor nas costas”. Com exceção dos estados gripais, a dor nas
costas, em especial a lombalgia, é a principal responsável pelo freqüente afastamento
20
temporário do trabalho. Podendo, não raras vezes, levar a incapacidade ou morbidez do
indivíduo; o que é freqüentemente percebido em trabalhadores que atuam muitas horas na
frente do computador. De acordo com Snook (1978 apud BRACCIALLI & VILARTA 2000):
...as afecções nas costas não são um problema recente, afligem o homem há milhares
de anos. Existem relatos de 5000 anos atrás, dos antigos egípcios e, no ano de 1600
d.C., era a maior preocupação do fundador da medicina ocupacional, Bernardino
Ramazzini.
Moro (2000), relata que os trabalhadores mais comumente afetados são, geralmente,
aqueles que realizam atividades sedentárias e utilizam a coluna vertebral como alavanca para
o levantamento de cargas, ou seja, quase sempre relacionado com a postura sentada.
O papel de prevenção de problemas musculoesqueléticos está destinado a tornar-se
uma questão cada vez mais importante num futuro breve. Os profissionais que lidam com o
ser humano, principalmente na atenção à saúde, podem ter um papel efetivo na promoção do
bem-estar, caso se conscientize dos efeitos adversos do desequilíbrio muscular, alinhamento
defeituoso, dentre outros. Os custos para a sociedade do tratamento de problemas comuns tais
como a dor lombar, têm atingido um ponto crítico. Muitos casos de dor lombar estão
relacionados com a postura defeituosa e são corrigidos ou aliviados, restaurando-se um bom
alinhamento e posicionamento (PINTO & LÓPES, 2001). Segundo Braccialli & Vilarta
(2000):
(...) para se tentar minimizar a alta incidência de afecções posturais no
adulto, faz-se necessário um trabalho de base abrangente, atuando,
principalmente, no plano preventivo e educacional, possibilitando mudança
de hábitos inadequados.
Problemas posturais podem iniciar numa idade precoce e um número crescente de
crianças apresenta dores na região dorsal, sendo a principal causa indicada a inadequação das
carteiras escolares. Seguramente, um número maior de crianças sofre de desconforto, mas não
é remetido ao tratamento. Padrões viciosos de postura sentada, quando tendo início numa
idade precoce, são difíceis de corrigir mais tarde, e isto enfatiza a necessidade de se projetar
cadeiras e mesas que possam ser ajustadas às peculiaridades individuais, ao lado da educação
postural no âmbito escolar (OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998).
Para o sucesso de qualquer programa preventivo é necessário realizar um trabalho
educacional com enfoque na postura corporal desde crianças e adolescentes, considerando a
21
biomecânica da coluna vertebral e as influências que o meio exerce nas atitudes e hábitos
desenvolvidos e adotados pelo indivíduo (BRACCIALLI & VILARTA, 2000). Desta forma,
se atua efetivamente no comportamento postural do indivíduo adulto, no entanto permanece a
necessidade de intervenção preventiva e educacional em relação à postura adequada aos
adultos.
1.2 JUSTIFICATIVA
A avaliação postural convencional apresenta um nível de precisão qualitativa abstrata,
pois ela conta com dados subjetivos e imprecisos fornecidos, muitas vezes, por relatos do
próprio paciente. A avaliação é baseada nas informações oriundas das lembranças do paciente
e daquilo que ele acredita ser seu comportamento postural. No entanto, muitas posturas
adotadas durante a jornada de trabalho são inconscientes e muitas vezes não são recordadas
pelo indivíduo durante o processo de avaliação. Desta forma, pode-se dizer que avaliação
postural está envolta em um processo subjetivo e relativamente abstrato. Apesar das
observações empíricas serem favoráveis, é necessário avaliar por meio de um
acompanhamento longitudinal dentro do ambiente de trabalho, o dia-a-dia de cada indivíduo.
Diante disso, existe a necessidade de atrelar subsídios mais concretos e reais como, por
exemplo, o registro de imagens das posturas adotadas durante a jornada de trabalho e que
foram capturadas em tempo real. Estas podem fazer parte de um protocolo para avaliação
postural ocupacional dinâmica que, posteriormente, poderá interagir concomitantemente com
as orientações posturais direcionadas ao trabalhador.
Para o processo clínico da avaliação postural, é necessária obtenção de mensurações
precisas, seja de ângulos articulares que envolvam o posicionamento dos segmentos corporais
e/ou das distâncias envolvidas dos membros em relação aos mobiliários e qual o
comportamento que cada indivíduo adota durante sua prática laboral. Para registro dos dados
pertinentes a essa questão, de forma precisa e adequada, é desejável a existência de uma
ferramenta que possa apresentar as seguintes características:
a) gráficos do tempo de permanência do indivíduo em cada postura adotada durante a
jornada de trabalho;
b) tempo de pausa para descanso durante a jornada;
22
c) tempo de permanência na posição sentado, com verificação do apoio lombar
no encosto da cadeira;
d) possibilidade de avaliar a variação/mudança postural de cada segmento corporal e
do corpo como um todo (posição adotada);
e) possibilidade de avaliar, mesmo que qualitativamente, a sobrecarga exercida nas
articulações dos membros superiores e coluna cervical (pescoço), como por exemplo: no ato
de pegar algum material fora do alcance das mãos ou atender ao telefone.
É interessante que estes registros sejam tanto na forma de dados quanto na forma de
imagens. Dessa forma, o fisioterapeuta será auxiliado no processo de avaliação do
trabalhador, em relação às posturas adotadas, durante a sua jornada de trabalho. Além disso, o
trabalhador poderá ser conscientizado, com maior facilidade, sobre suas falhas e deficiências
posturais, bem como, na forma de proceder as correções dos posicionamentos incorretos. Tal
pretensão está de acordo com Simon et al. (1988 e BRACCIALLI & VILARTA, 2000), o
qual declara que o auxílio na educação postural tem como finalidade possibilitar o indivíduo a
ser capaz de proteger ativamente seus segmentos móveis de lesões dentro das condições de
vida diária e profissional seja no plano estático ou dinâmico. A educação postural não tem
como objetivo limitar as atividades, ao contrário, permite sua realização dentro de um espaço
de segurança gestual.
Os procedimentos fisioterapêuticos e ergonômicos, tratando de saúde ocupacional, dão
ênfase à modificação dos hábitos posturais, a prática de exercícios, adequação do mobiliário e
dos equipamentos, assim como a organização do ambiente e das tarefas de trabalho. Um dos
estudos de McCauley (1990) mostra uma porcentagem maior de cuidados com as posturas
entre os trabalhadores que receberam orientações posturais. Casarotto & Murakami (1995),
relatam que este número em relação ao cuidado postural poderia ser maior, porém é difícil
modificar o ambiente ocupacional, pois envolve custos e pouca ênfase é dada a esse assunto
durante o processo terapêutico. Essas orientações devem, portanto, ser reforçadas a cada
sessão e não apenas na primeira. Ainda acrescenta a importância destas orientações serem
embasadas em um laudo, no qual seja possível definir exatamente qual a orientação mais
adequada a determinada situação. Se as modificações a serem propostas forem fundamentadas
em dados coletados e processadas por um software apropriado, que em seguida são avaliadas
pelo fisioterapeuta, elas seriam muito mais eficazes, pois permitiriam acompanhar a evolução
depois de deferidas as recomendações. Desta forma, pode-se dizer que as ações e
recomendações serão mais precisas e personalizadas, além de apresentar uma síntese das
principais posturas adotadas durante a jornada de trabalho.
23
Atualmente, a avaliação postural é realizada com o indivíduo ereto e posicionado
estaticamente, além disso, ele é colocado em ambiente separado da contextualização laboral.
Não é realizada dentro do ambiente de trabalho com o indivíduo de roupa e com os apetrechos
pertinentes à sua prática diária. Na prática, durante uma jornada de trabalho, um trabalhador
pode assumir centenas de posturas diferentes. Em cada tipo de postura um conjunto diferente
da musculatura é acionado. Muitas vezes, no comando de uma máquina, por exemplo, pode
haver mudanças rápidas de uma postura para outra. Uma simples observação visual não é
suficiente para permitir a análise detalhada dessas posturas. Assim, foram desenvolvidas,
diversas técnicas para registro e análise da postura (IIDA, 2001). Entre elas, as técnicas
fotográficas foram apresentadas, porém também são falhas, pois realizam apenas registros
instantâneos, sem oferecer informações quanto à duração da postura adotada e das forças
empregadas na sustentação das mesmas. Grandjean & Burandt (1962 apud GRANDJEAN,
1998); Knoplich (2003) relatam como sentam os escriturários. O trabalho foi realizado com o
auxílio de fotografias de multimomentos, trazendo informações importantes sobre o
comportamento postural dos trabalhadores de escritório. O trabalho foi adequado ao estudo do
comportamento postural, porém não é apropriado à avaliação cotidiana, que deve ser realizada
pelo fisioterapeuta, devido às dificuldades práticas inerentes à metodologia.
Registros eletromiográficos também foram utilizados para estes propósitos. Eles têm a
vantagem de fornecer informações objetivas pelo registro direto da atividade dos músculos
envolvidos no controle postural, mas tem as desvantagens de exigir equipamentos eletrônicos
de alto custo e o aparato, que deve ser ligado ao paciente, interfere na sua atividade laboral.
Exigem também o acompanhamento de um médico, para a colocação correta dos eletrodos no
músculo. O exame além de ser invasivo, gera desconforto ao paciente (IIDA, 2001).
Os sistemas de apoio para a avaliação postural tais como: goniometria, perimetria e a
antropometria não possibilitam o acompanhamento da reabilitação. Entretanto a avaliação
postural deve ser realizada como premissa para o início da intervenção fisioterapêutica
propriamente dita, determinando a escolha do tratamento a ser realizado. Sendo assim, a
proposta deste trabalho é auxiliar na análise do comportamento postural ocupacional, visando
detectar possíveis alterações posturais e doenças ocupacionais, desde as já instaladas até as
que poderão se instalar. A metodologia deve ser aplicada em indivíduos que trabalham
sentados por longos períodos, tais como no ambiente de escritório, profissionais da área de
informática, dentistas, secretárias, escriturários, bancários, dentre outras. Deste modo, será
possível atuar na prevenção e na causa específica de determinada alteração, levando em
consideração o risco da atividade laboral exercida, viabilizando uma proposta de tratamento
24
específico e direcionada. Assim, a metodologia que foi desenvolvida nesse trabalho
deverá ser uma aliada do fisioterapeuta, de modo a direcionar as atitudes terapêuticas de
forma específica e eficaz para cada indivíduo.
As funções do programa computacional poderão ser acompanhadas por gráficos e/ou
tabelas do comportamento postural adotado em cada jornada de trabalho, na verificação da
existência de pausas durantes as jornadas e intervenção fisioterapêutica (orientações quanto à
postura, alongamentos, exercícios de fortalecimento e relaxamento), devido ao auxílio gráfico
gerado pelo sistema. Essa pesquisa visa não apenas o registro de imagens e detecção de
problemas ocupacionais, mas o bem-estar do trabalhador e a promoção da qualidade de vida
no ambiente de trabalho.
1.3 OBJETIVO
Sendo assim, a proposta deste trabalho é auxiliar na análise do comportamento
postural ocupacional, visando detectar possíveis alterações posturais e doenças ocupacionais,
desde as já instaladas até as que poderão se instalar. A metodologia deve ser aplicada em
indivíduos que trabalham sentados por longos períodos, tais como no ambiente de escritório,
profissionais da área de informática, dentistas, secretárias, escriturários, bancários, dentre
outras.
Almeja-se, com este trabalho, conhecer os reais fatores relacionados ao
comportamento postural, os quais influenciam na saúde ocupacional do indivíduo,
repercutindo nas decisões clínicas, na identificação da causa real dos comprometimentos
apresentados, nas reais limitações funcionais dos pacientes avaliados, além de propiciar o
acompanhamento da evolução do paciente na vigência do procedimento terapêutico e de
prevenção. Segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos
Ambientes de Trabalho (DIESAT), para a legislação brasileira só é doença do trabalho,
doença “profissional” ou “ocupacional”, aquela em que é fisicamente demonstrável a relação
da causa e efeito entre trabalho e doença (ALEXANDRE & BENATTI, 1998).
O principal objetivo deste trabalho é propor e desenvolver um método de
caracterização do comportamento postural ocupacional, nas atividades laborais, na posição
sentada (em categorias profissionais que atuam mais de 50% nesta posição), por meio de
25
monitoramento constante durante a jornada de trabalho do indivíduo, usando análise de
imagens dinâmicas. A caracterização envolve:
- O cálculo dos ângulos das articulações do pescoço, do ombro, do cotovelo e do
quadril, devem ser realizados para imagem 2D.
- A verificação da existência de apoio lombar no assento quando o individuo está
sentado.
A realização do monitoramento e da caracterização do comportamento postural dar-se-
á com o auxílio de um programa computacional (software), desenvolvido especificamente
para esta finalidade, que fará a coleta das imagens em intervalos de tempo pré-programados.
As imagens serão processadas automaticamente e, a partir daí, serão realizados todos cálculos
pertinentes à caracterização. O software permitirá também que o fisioterapeuta avalie
qualquer das imagens usadas na obtenção dos dados.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho está organizado em 6 capítulos, sendo o primeiro referente à introdução e
apresentação da justificativa e dos objetivos; o segundo trata do comportamento postural e as
suas conseqüências para a saúde do trabalhador; o terceiro apresenta o estado da arte
relacionada a avaliação postural; o quarto detalha os materiais e métodos envolvidos no
desenvolvimento desta pesquisa, bem como as questões éticas e detalhamento da aplicação da
metodologia desenvolvida; no quinto estão os resultados obtidos e as respectivas discussões,
terminando com as conclusões e perspectivas do trabalho no capítulo seis.
26
2 COMPORTAMENTO POSTURAL E AS
CONSEQÜÊNCIAS PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR
2.1 POSTURAS DURANTE O TRABALHO ESTÁTICO E DINÂMICO
Segundo Kisner & Colby (1998), a postura que é a disposição relativa do corpo em
qualquer momento. A posição de cada articulação tem um efeito sobre a posição das outras
articulações. Pinho & Duarte, 1995, relata que a utilização de máquinas alterou
substancialmente os padrões comportamentais de atitudes posturais do ser humano,
facilitando, sob o prisma de economia e tempo, a vida do homem, gerando acomodações e
facilidades no seu cotidiano, mas em detrimento disso gerou um impacto sobre a estrutura
corporal, diminuindo o esforço físico e exigindo o incremento da capacidade cognitiva.
Grandjean (1998) apresenta a fisiologia do trabalho distinguida em duas formas de esforço
muscular: o trabalho muscular dinâmico (trabalho rítmico) e o trabalho muscular estático
(trabalho postural). Estas duas formas de trabalho podem ser descritas da seguinte maneira: o
trabalho dinâmico caracteriza-se por uma seqüência rítmica de contração e extensão –
portanto, de tensionamento e afrouxamento – da musculatura em trabalho. O trabalho estático,
em oposição, caracteriza-se por um estado de contração prolongado da musculatura, o que
geralmente implica num trabalho de manutenção de postura. Adicionalmente, trabalhar em
atividades com a dinâmica diminuída, exige muito mais da musculatura envolvida, gerando
sobrecarga e tensões exacerbadas. Na atividade dinâmica, o trabalho pode ser expresso como
o produto do encurtamento dos músculos e a força desenvolvida (trabalho = peso x altura que
é levantado).
A exigência prolongada e excessiva do trabalho estático conduz também ao
surgimento de lesões de desgaste nas articulações, discos intervertebrais e tendões
(NACHEMSON, 1975; SEYMOUR, 1995; GRIECO, 1986; GRANDJEAN, 1998; HALL &
BRODY, 2001; FRITZ et al., 2002; KNOPLICH, 2003).
De acordo com Knoplich (2003), foi realizado por Grandjean e Burandt em 1962, uma
pesquisa de como sentam os escriturários. Participaram 261 empregados masculinos e 117
empregados femininos. Eles usaram fotografias multimomentos como forma de coleta dos
dados. Os mais importantes achados estão discriminados na figura 2.1. Os resultados das
fotografias de multimomentos são referentes a 4920 observações. Os valores percentuais
correspondem à quantidade média de tempo em cada postura adotada pelos trabalhadores. As
27
duas últimas posições (posturas) foram observadas simultaneamente e em conjunto com
as três primeiras, por este motivo, a soma das 5 posições ultrapassa a 100%.
Figura 2.1: Posições de sentar de 378 funcionários de escritório. Fonte: Grandjean, 1998.
Na mesma pesquisa, foi feito um levantamento sobre as dores generalizadas do corpo
causadas pelo sentar. O resultado é mostrado na figura 2.2.
Figura 2.2: Freqüência de dores no corpo causadas pelo sentar. Fonte: Grandjean, 1998.
2.2 POSTURA CORRETA E POSTURA DEFEITUOSA
Postura correta para Magee (2002), é a posição na qual o mínimo estresse é aplicado
em cada articulação. Qualquer posição que aumente o estresse sobre as articulações pode ser
denominada como postura defeituosa. A doença ou disfunção pode ser o resultado do efeito
cumulativo de repetidos pequenos estresses durante um longo período de tempo ou de
28
constantes estresses anormais durante um curto período de tempo, levando assim ao
surgimento das DORTs. Os estresses anormais causam desgaste excessivo das superfícies
articulares das articulações.
2.3 BIOMECÂNICA E MOVIMENTOS POSTURAIS
A biomecânica é o estudo dos princípios e ações mecânicas aplicados aos seres vivos,
sendo que o corpo sofre a ação de várias forças que podem gerar movimentos, repouso ou
estresse. Já a biomecânica ocupacional estuda as interações entre o trabalho e o homem sob o
ponto de vista dos movimentos músculo-esqueléticos envolvidos e as suas conseqüências.
Analisa basicamente a questão das posturas corporais no trabalho e a aplicação de forças
relacionadas a estas posturas (IIDA, 2001; DUL & WEERDMEESTER, 2000).
O movimento é uma característica fundamental do comportamento humano. Ocorre
pela contração dos músculos esqueléticos, dentro de um sistema de alavancas e polias
formadas por ossos, tendões e ligamentos. O movimento é uma qualidade desejável, mas a
estabilidade também é importante para a manutenção da postura. Os principais fatores que
contribuem para o desenvolvimento de bloqueio funcional são: segurar um objeto muito
pesado por tempo prolongado; esforços constantes sobre a coluna, como ocorre durante
situações de trabalho que requer muito tempo na posição sentado; esforço vigoroso, como
utilizado no levantamento durante esporte ou trabalho (PAHOLSKY et al., 2002;
GRANDJEAN, 1998; MAGEE, 2002). A posição sentada de forma prolongada pode levar a
bloqueios funcionais e outras complicações músculo-esqueléticas.
Há muitas causas de má postura, algumas destas causas são: comportamentais
(posicionais); desequilíbrio muscular; contraturas musculares. A dor também pode gerar má
postura, bem como condições respiratórias como o enfizema, fraqueza geral, excesso de peso,
perda de propriocepção ou espasmo muscular. O problema postural mais comum é o mau
hábito postural, isto é, por qualquer razão, o paciente não mantém uma postura correta. Este
tipo de postura é, muitas vezes, observado no indivíduo que senta durante longos períodos de
tempo e começa relaxar-se e encurvar-se. A manutenção de postura correta exige músculos
fortes e flexíveis. A maioria dos defeitos posturais não-estruturais é relativamente fácil de
corrigir, após o problema ser identificado. O tratamento envolve o fortalecimento dos
músculos fracos, alongamentos e ensinamentos. O paciente deve conscientizado que é de sua
29
responsabilidade manter uma postura correta quando em pé, sentado ou em outras
atividades da vida diária (MAGEE, 2002). Porém, para conscientizá-lo da postura correta é
necessário que ele visualize a incorreta e conheça como e onde ele deve atuar. Segundo
Kendall et al. (1999), a boa postura é um bom hábito que contribui para o bem-estar do
indivíduo. A má postura é um mau hábito e, infelizmente, é de grande incidência.
As Síndromes dolorosas neuromusculoesqueléticas regionais resultam frequentemente
de microtraumas cumulativos impostos ao tecido neuromusculoesquelético (HALL &
BRODY, 2001; QUILLEN et al., 1996; LEADBETTER, 1992; NEWTON, 1990). Hall &
Brody (2001), relatam que o uso excessivo pode ocorrer durante um período relativamente
curto ou durante um período mais longo. Partindo da premissa que o estresse mecânico
relacionado a hábitos posturais continuamente defeituosos, ou a padrões de movimentos
repetidamente falhos é a causa primária da dor ou um fator primário na ocorrência de uma
condição dolorosa ou na incapacidade de solucionar essa condição. O tratamento enfoca a
correção dos fatores que predispõem ou que contribuem para as posturas ou movimentos
persistentemente defeituosos. Quando não é possível a correção, indica-se a modificação da
postura ou do movimento. De acordo com Carvalho (1999), a má postura dificulta os
movimentos, já que os músculos sofrem tensão e o processo circulação ocorre lentamente
devido à compressão dos vasos sangüíneos pelas fibras musculares. Em muitos casos,
comprimindo também as vértebras umas sobre as outras, acentuando-se as curvaturas dorsais
e lombares. Pinto & Lópes (2001) ressaltam a importância da prevenção de problemas
musculoesqueléticos, posturais, emocionais e de identidade corporal.
Uma boa postura deve ser aquela em que todas as atividades do corpo possam ser
realizadas com um mínimo de esforço e a partir da qual os sistemas do corpo (respiratório,
circulatório, digestivo, etc.) possam funcionar normalmente (THOMSON et al., 1994).
2.4 POSTURA SENTADA: AVALIAÇÃO, VANTAGENS E
DESVANTAGENS
Há uma crescente tendência para as pessoas adotarem longas horas na posição sentada,
quer durante ocupações profissionais, quer com propósitos de recreação. Indivíduos que
sofrem de dores na região dorsal consideram que esta posição é um fator agravante para o seu
problema (OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998; DUL & WEERDMEESTER, 2000;
GRANDJEAN, 1998).
30
A maior parte dos indivíduos inquieta-se quando na postura sentada, e isto é
considerado normal, pois não fomos destinados a permanecer por longos períodos em uma
posição fixa (SEYMOUR, 1995). Simultaneamente a mudança postural, durante os
procedimentos laborais cotidianos, se faz necessária não apenas as variações da postura
enquanto sentado, mas também momentos de pausa, possibilitando uma maior movimentação
corporal e participação de outros grupos musculares e articulações. Sendo esta mais uma das
medidas eficazes na prevenção de futuras afecções posturais.
Dul & Weerdmeester (2000); Iida (2001) e Knoplich (2003) descrevem a posição sentada,
pois é menos cansativa; mesmo assim deve-se evitar longo período sentado. O tronco e cabeça
ficam inclinados para frente; o pescoço e as costas ficam submetidos a longas tensões, que
podem gerar dor. A posição da cabeça inclinada para frente traz fadiga rápida nos músculos
do pescoço e do ombro. Finocchiaro (1978 apud ALEXANDRE et al., 1992), relata que é
preferível o trabalho na posição sentada em relação à em pé, sendo o ideal o trabalho na
posição sentada intercalado com breves operações na posição em pé.
A posição sentada exige atividade muscular do dorso e do ventre para manter esta
posição. Praticamente todo o peso do corpo é suportado pela pele que cobre o osso ísquio, nas
nádegas. A postura ligeiramente inclinada para frente é mais natural e manos fatigante que a
ereta. O assento deve permitir mudanças freqüentes de postura, para retardar o aparecimento
da fadiga (IIDA, 2001; DUL & WEERDMEESTER, 2000; GRANDJEAN, 1998;
KNOPLICH, 2003). Segundo CHAFFIN et al. (2001) destacam que a fadiga reduz a potência
muscular, induz ao desconforto e dor acreditando-se que, em longo prazo, isto contribua para
o desenvolvimento de distúrbios e lesões osteomusculares. Por isso, Souchard (1990) propõe
atividades intercaladas, pausas evitando-se longos períodos sentados, pausas curtas e a
execução de alongamentos e relaxamentos.
Ao sentar, as posturas inadequadas podem provocar um desgaste maior dos discos
intervertebrais e o surgimento de lesões nesses discos. Nachemson & Elfstrom, (1970),
relataram em seus estudos que a pressão intradiscal na posição sentada, é a mais danosa para a
coluna, pois a intensidade de pressão aumenta de 3 a 4 vezes se o tronco estiver fletido para
frente (GRANDJEAN, 1998). Grandjean (1981), afirma que as costas retas asseguram que as
pressões nos discos intervertebrais são uniformemente distribuídas. Quando se estuda a
postura sentada no trabalho deve-se considerar não apenas a compressão discal, mas a tensão
músculo-ligamentar; o movimento de torção do tronco e o trabalho repetitivo (KNOPLICH,
2003). Segundo Kramer (1985 apud BRACCIALLI & VILARTA, 2000), a utilização de
intervalos e as mudanças de posturas durante as atividades de trabalho são necessárias para
31
manter a boa hidratação do disco intervertebral. As variações periódicas e carga nos
discos são responsáveis pelo bom funcionamento do mecanismo que promove a nutrição
tecidual.
Nota-se o quanto é importante a diversificação das posturas e a possibilidade de
movimentação durante a realização das atividades. Contudo, não se pode esquecer da
necessidade de adequação do espaço de trabalho à população, verificando todos os detalhes,
tais como: tipo de cadeira e de mesa apropriados, a altura ideal para a lousa, as dimensões da
sala em relação ao número de usuários, a luminosidade do ambiente, a disposição do
mobiliário dentre outros (BRACCIALLI & VILARTA, 2000).
Por estes motivos, nos últimos anos vários pesquisadores têm se ocupado com os
aspectos médicos da postura ao sentar (NACHEMSON & ELFSTROM, 1970; McCAULEY,
1990; NORDIN & WEISER, 1991; LEADBETTER, 1992; KRAMIS et al., 1996; QUILLEN
et al., 1996; OLIVER & MIDDLEDITCH; 1998; GRANDJEAN, 1998; KNOPLICH, 2003).
Grandjean (1998) aponta algumas vantagens e desvantagens da forma de trabalho
sentado. As vantagens se referem ao alívio das pernas, possibilidade de evitar posições
forçadas do corpo, consumo de energia reduzido e alívio da circulação sanguínea. A estas
vantagens, porém se opõem algumas desvantagens. Dentre elas, o prolongado sentar levaria a
uma flacidez dos músculos da barriga (barriga do sedentarismo) e ao desenvolvimento da
cifose. O sentar-se encurvado para frente deve, além disso, ser desfavorável para órgãos
internos, em especial os órgãos da digestão e da respiração. Os problemas mais difíceis são
apresentados pela coluna vertebral e pela musculatura das costas, pois são sobrecarregadas.
Na nota técnica 060/2001 para o Ministério do Trabalho e do Emprego, aponta para as
vantagens e desvantagens da postura sentada, sendo vantagens: baixa solicitação da
musculatura dos membros inferiores, reduzindo, assim, a sensação de desconforto e cansaço;
possibilidade de evitar posições forçadas do corpo; menor consumo de energia e facilitação da
circulação sanguínea pelos membros inferiores. Dentre as desvantagens encontram-se:
pequena atividade física geral (sedentarismo); adoção de posturas desfavoráveis como lordose
e cifose excessivas; estase sanguínea nos membros inferiores.
Alguns trabalhos orientam que se deve preferir a postura sentada ereta em relação à
posição curvada para frente, pois a ereta é a que exerce a menor a pressão no disco
intervertebral (GRANDJEAN, 1998). A mesma orientação já era dada nos estudos de Mandal
(1984), que enfatiza ainda o uso de assentos mais altos e superfícies de trabalho bastante
inclinadas na direção do trabalhador, assim automaticamente o tronco se ajusta à posição
ereta.
32
Estudos realizados por Nachemson (1974 apud GRANDJEAN, 1998), mostram
que a pressão dentro do disco intervertebral corresponde a 1,5 vezes a carga vertical das
partes do corpo localizadas acima dele. A influência das diferentes posturas do corpo sobre a
pressão dos discos intervertebrais em 9 pessoas sadias está mostrada na figura 2.3:
Figura 2.3: O efeito de 4 posições do corpo sobre a pressão interna do disco intervertebral entre as
vértebras L2 e L4 (Grandjean, 1998).
A postura estática da posição sentada em si mesma é fator importante no agravamento da
dor na região dorsal. Grieco (1986); Seymour (1995); Grandjean & Hünting (1977 apud
BRACCIALLI & VILARTA, 2000); Grandjean (1998) relatam que a razão para este achado
pode residir no fato de que a nutrição do disco intervertebral é dependente do movimento e da
variação da postura. Prolongada sobrecarga (ou mesmo cargas mínimas quando prolongadas)
são fatores que levam à degeneração discal (KNOPLICH, 2003; SEYMOUR, 1995;
NACHEMSON & ELFSTROM, 1970).
Conforme relatos de Nachemson (1975), a posição sentada é considerada a mais danosa
para a coluna, pior até mesmo que a posição em pé. Este autor relata que a pressão no disco
intervertebral em L3 é consideravelmente menor em pé do que do que na postura sentada.
Analisando as diferentes posições sentadas, verificou-se que a pressão intradiscal é diminuída
quando o indivíduo senta sem apoio de tronco, mas mantém as costas retas, havendo, ainda,
uma diminuição adicional desta pressão quando os braços são apoiados nas coxas. O autor
afirma também que o sentar com apoio de tronco é menos lesivo, pois a pressão no disco
diminui. Foi verificada ainda uma relação entre pressão discal e inclinação do encosto
assento. Quando se aumenta a inclinação do encosto, a pressão diminui. No mesmo trabalho
verificou-se que quando se utiliza apoio na região torácica ocorre um aumento na pressão
intradiscal, enquanto a utilização de um apoio lombar diminui a pressão no disco.
33
No estudo realizado por Andersson et al. (1974 apud BRACCIALI & VILARTA,
2000), foi investigada a pressão intradiscal em L3 e a atividade mioelétrica de alguns
músculos das costas. Este estudo possibilitou o registro das variações ocorridas na coluna em
função da mudança da postura sentada para a posição em pé. Os autores detectaram que
sentado, com a coluna lombar em lordose, ocorre diminuição na pressão intradiscal. Isto
ocorre, provavelmente, devido ao fato da manutenção da curvatura lordótica nesta região
manter o formato fisiológico do disco em cunha. Eles também encontraram que no sentar
relaxado, ou seja, com a curvatura lombar retificada, ocorre um aumento na pressão do disco,
pois há diminuição no espaço anterior entre as vértebras e aumento no posterior, empurrando
o disco para trás. Os autores ainda mostram que o sentar com inclinação anterior do tronco
aumenta a pressão no disco e a atividade mioelétrica, devido a retificação da curvatura lombar
e a contração dos músculos posteriores da coluna em ação contra o efeito da força de
gravidade no tronco. Ao estudar o sentar com apoio os autores perceberam que ocorre o
inverso, ou seja, uma diminuição da pressão discal e da atividade mioelétrica, pois parte do
peso corporal é transferido para o encosto. Para eles, a região na qual é colocado o encosto
também influencia a pressão discal. Ocorre diminuição da pressão quando o encosto estiver
na região lombar, movendo a coluna para a posição lordótica. Eles ressaltam ainda, que o
apoio na região torácica, movimenta a coluna lombar para cifose e, conseqüentemente,
aumenta a pressão discal. Em conclusão eles apontam que uma cadeira com apoio na região
lombar e inclinação do encosto em 100 seria a mais adequada, pois reduz,
consideravelmente, a atividade mioelétrica dos músculos posteriores das costas e a pressão
nos discos intervertebrais.
Estudos de Andersson et al. (1980), nos quais calcularam a carga imposta na coluna
lombar de universitários do sexo masculino pela mesa de trabalho, concluíram que atividades
executadas em mesa muito alta ou cadeira muito baixa provocam o deslocamento lateral dos
braços, movendo o centro de massa lateralmente e aumentando a sobrecarga na coluna.
Semelhantemente, mesas muito baixas, ou cadeiras altas demais, exigem a inclinação da
cabeça e do tronco anteriormente para a execução da tarefa, aumentando novamente, o
momento e a carga sobre as estruturas da coluna.
Grandjean & Hünting (1977 apud BRACCIALI & VILARTA, 2000), propuseram a
criação de uma cadeira que permita ao usuário uma mudança periódica da postura sentada
entre a inclinação anterior do tronco e a posição de reclinação, permitindo assim uma variação
de carga no disco e o relaxamento da musculatura das costas. Os autores orientam que a
cadeira deve ter um encosto grande, ligeiramente côncavo na região torácica e convexa na
34
região lombar para favorecer a conservação do padrão fisiológico das curvaturas da
coluna como mostra a figura 2.4.
Os autores propõem que o encosto da cadeira deve ser todos reclináveis, permitindo
uma variação de inclinação de 2 graus para frente e 14 graus para trás, um apoio na região
lombar no momento do trabalho e o relaxamento dos músculos das costas quando reclinado.
Figura 2.4:Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, (1) curvatura cifótica sacral; (2) curvatura
lordótica da coluna lombar; (3) curvatura cifótica da coluna torácica; (4) curvatura lordótica da coluna
cervical. (
Fonte: Kapandji, 2001).
A nota técnica 060/2001 do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, descreve que a
postura sentada permite melhor controle dos movimentos, sendo a melhor postura para
trabalhos que exijam precisão. Em determinadas atividades ocupacionais tais como:
escritório, trabalho administrativo e com computadores, a tendência é de se permanecer
sentado por longos períodos. A incidência de dores na região lombar é menor quando a
posição sentada é alternada com a em pé e quando se podem movimentar os demais
segmentos corporais (NOTA TÉCNICA 060/2001 <http://www.mte.gov.br/Empregador/
segsau/Legislacao/Download/060-01.pdf>). A posição sentada é ideal para a maioria das
pessoas, com as articulações intervertebrais em algum ponto da amplitude média, permitindo
liberdade de movimento e tendo os músculos anteriores e posteriores balanceados. Contudo,
mesmo uma posição sentada “ideal” não pode ser mantida por períodos prolongados
(DUNLOP et al., 1984 apud OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998).
35
As recomendações para uma postura ereta do tronco, quando sentado, baseia-se
no fato de que uma posição levemente curvada para frente exige menos da musculatura das
costas, tornando a postura mais confortável. Isto foi comprovado parcialmente por
Lundervold (1951 apud GRANDJEAN, 1998) com análises eletromiográficas. Retira-se daí a
noção de que uma posição descontraída, levemente inclinada para frente, o peso do tronco
repousa em uma maneira balanceada. A maioria das pessoas adota ao sentar – quando o
trabalho o permite – estas posições mais descontraídas do tronco, com que o trabalho estático
da musculatura das costas fica reduzido a um mínimo (GRANDJEAN, 1998).
OLIVER & MIDDLEDITCH (1998) descrevem que qualquer postura que resulte em
trabalho muscular estático induz à fadiga. Desta forma, quando se considera a posição
“ótima”, que um indivíduo em particular deve assumir, o objetivo deve estar na redução do
trabalho muscular a um mínimo.
O conforto do trabalho sentado ou do trabalho de pé esta relacionada ao tempo de
manutenção; das características do assento; da adaptação às exigências visuais, pois esta
determina o posicionamento da cabeça, que por sua vez, influencia na postura do tronco. Por
isso é muito importante no planejamento e adaptação do posto de trabalho, considerar a altura
do assento e a altura do plano de trabalho. Considerando a diversidade de medidas
antropométricas (dimensões corporais), uma destas alturas necessita ser regulável para
facilitar a adequação do posto à maioria dos trabalhadores (NOTA TÉCNICA 060/2001 –
MTE <http://www.mte.gov.br/Empregador/segsau/Legislacao/Download/060-01.pdf>).
No entanto, numa coluna normal, a posição sentada com uma postura encurvada pode
levar ao hiperestiramento dos ligamentos intervertebrais e fibras anulares posteriores,
aumentando consideravelmente a pressão intradiscal. A atividade mioelétrica nos eretores da
coluna é nula nesta postura, sendo uma das razões por que as pessoas tendem a considerá-la
inicialmente confortável. Pacientes com espondilolistese ou alterações degenerativas nas
articulações apofisárias lombares, não obstante, consideram que sentar com a coluna lombar
apresentando algum grau de flexão assegura-lhes alívio da dor. Sentar em hiperextensão
sustentada tende a impor tensão adicional sobre as articulações apofisárias e pars
interarticularis (OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998).
Dull & Weerdmeester (2001) e Grandjean (1998), afirmam que posturas sentadas por
um longo período de tempo ocorrem em escritórios, mas também nas fábricas (linhas de
montagem). Muitas atividades nesta posição exigem o acompanhamento visual, portanto o
tronco e a cabeça ficam inclinados para frente. O pescoço e as costas ficam submetidos a
longas tensões. As tarefas que necessitem de um longo período sentado devem ser alternadas
36
com outras que permitem alternar essas duas posturas. Iida (2001) relata que a inclinação
da cabeça é uma postura que provoca fadiga rápida nos músculos do pescoço e do ombro,
devido, principalmente, ao momento (M= Força x Distância) provocado pela cabeça que tem
um peso elevado (4 a 5 Kg). As dores no pescoço começam a aparecer quando a inclinação da
cabeça, em relação à vertical, for maior que 30°, de acordo com a figura 2.5:
Figura 2.5: Dores no pescoço com relação à inclinação da cabeça (Iida, 2001).
Deve-se, neste caso, restabelecer a postura vertical da cabeça, de preferência com até
20° de inclinação, ajustando a altura da cadeira e mesa. Caso não for possível, o trabalho deve
ser programado de modo que a cabeça seja inclinada durante o menor tempo possível
intercalando com pausas para relaxamento, com a cabeça voltando à sua posição vertical
(IIDA, 2001).
Deve ser observado o paciente na posição sentada, com o terapeuta atrás dele, as
diferenças no alinhamento da cabeça, do pescoço, do tronco e da pelve. Alguns pacientes
podem ter uma postura consideravelmente melhor na posição sentada, eliminando desvios nas
extremidades inferiores, que criam discrepâncias funcionais no comprimento das pernas ou
desequilíbrios musculares (GROSS et. al., 2000). Portanto, essa avaliação é realizada de
forma estática.
Em estudos de Lundervold (1951 apud OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998), algumas
pessoas conseguem sentar-se confortavelmente e relaxar em muitas posições sem grande
sobrecarga muscular, as pessoas tensas exibem um aumento pronunciado na atividade
muscular em várias posturas e durante a realização de tarefas, não relaxando completamente
em mais do que umas poucas posições.
“A habilidade de examinar uma articulação completa e acuradamente é uma parte
crítica do processo diagnóstico. A informação é obtida por meio da observação e da palpação.
37
Cabe ao examinador a capacidade em determinar se a patologia do paciente é de origem
musculoesquelética” (OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998). A avaliação da coluna cervical é
realizada com o indivíduo sentado. A coluna cervical é a coluna flexível que suporta o peso da
cabeça e proporciona proteção à medula espinhal, bem como proteção às artérias vertebrais.
Portanto, exige do profissional que irá realizar o exame um cuidado especial durante o
procedimento. É importante observar a maneira como o paciente senta, como ele apresenta a
postura da cabeça, do pescoço e da extremidade superior, pois a avaliação necessita ser
executada de forma global (GROSS et. al., 2000).
2.5 POSTURA E ATIVIDADE FÍSICA
Santos (2003), em sua dissertação de mestrado propõe um Programa de Exercício
Físico na Empresa (PEFE), seu estudo é direcionado para trabalhadores de um centro de
informática. A ginástica laboral que, segundo Gonçalves et al. (2001 apud SANTOS, 2003, p.
23); Bergamaschi et al. (2001 apud SANTOS, 2003, p. 23); Martins & Martins (2000 apud
SANTOS, 2003, p. 23); Casagrande (1999) consiste em exercícios específicos e orientados
que visam à promoção de saúde do trabalhador por meio de sessões breves e que duram cerca
de 10 a 15 minutos, sendo realizada no próprio local de trabalho. Assim, atua de forma
preventiva e terapêutica, sem levar o trabalhador ao cansaço, por ser de curta duração e
enfocar no alongamento e relaxamento dos músculos que permanecem contraídos durante as
atividades laborais diárias.
Os autores apontam que os principais objetivos estão direcionados para: a) prevenção
da fadiga muscular e articular; b) correção de vícios posturais; c) prevenção de Lesão por
Esforços Repetitivos (LER); d) diminuição do absenteísmo e incidências de doenças
ocupacionais; e) aumento da auto-estima e disposição para o trabalho; f) melhora da
consciência corporal e g) melhoria na qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho para
o indivíduo.
Portanto, de acordo Santos (2003), “é de suma importância criar uma conscientização
voltada para a Educação em Saúde dentro e fora do contexto do trabalho, pois se acredita que
somente assim, estaremos em busca da qualidade de vida e cumprindo com o nosso
compromisso social, enquanto profissionais da saúde”.
38
2.6 POSTURA E LER/DORT
Conforme Oliveira (2002); Cazarin et al. (2002); Carvalho et al. (2002), as LERs,
atualmente chamadas de Distúrbios Musculares Relacionadas ao Trabalho (DORT), são as
doenças que mais acomentem a saúde do trabalhador de forma epidêmica nas últimas décadas
no Brasil e no mundo e constituem, atualmente, um problema de saúde pública, com
repercussões sociais e econômicas.
Para se ter noção de como esta doença traz conseqüências à saúde do trabalhador,
Trelha et al. (2002) realizou um estudo com 77 operadores de caixa. Foi identificado que
85,5% (65) destes funcionários relataram apresentar dor, em pelo menos uma das regiões
corporais nos últimos 12 meses e 82,9% (63) referiram dor nas últimas 24 horas. Quando
questionados quanto à localização da dor, as regiões anatômicas mais acometidas foram:
ombros (46,1%); coluna cervical/pescoço (44%); coluna lombar (43,4%) e punhos e mãos
(39,5%).
Já outro estudo realizado por Trelha & Gutierrez (2002), com o objetivo de identificar
a freqüência dos profissionais que apresentam sintomatologia compatível ou diagnóstico de
LER/DORT. Foi detectado que dos 170 fisioterapeutas, amostra total do estudo, 96% (160)
relataram algum sintoma musucloesquelético (dor, parestesia, inchaço dentre outros) nos
últimos 12 meses e 75% (128) nos últimos 07 dias. As regiões mais acometidas foram: coluna
cervical (70%); coluna lombar (70%); ombros (45,4%) e coluna dorsal (42,4%).
Em uma pesquisa realizada por Fonseca & Tambellini (2002), com 52 trabalhadores
forenses de cartórios cíveis baseada em indicadores de dor referida a distúrbios
musculoesqueléticos, foi identificado que 87% relatam alguma forma de sensação dolorosa.
Quanto às regiões mais acometidas estão: cervical (67%); região dorsal superior (37%);
ombros (44%); braços (18%); mãos (13%); tronco (57%) e pernas (26%).
Moraes et al. (2001 apud SANTOS, 2003, p.16), em uma pesquisa realizada com
motoristas de ônibus detectaram alguns desconfortos corporais. 12,1% relataram desconforto
na região da cabeça; 24,2% na coluna cervical; 15,2% na coluna torácica e 30,3% na coluna
lombar. Quando questionados quanto os desconfortos posturais 81,8% apresentaram
comprometimento da cadeia muscular posterior; 12,1% na cadeia ântero-interna da bacia;
42% na cadeia anterior do braço e 30,3% na cadeia ântero-interna do ombro.
Para finalizar, na pesquisa realizada por Queiroga & Michels (1999), dos 150
motoristas de ônibus que fizeram parte da amostra do estudo, 61% relataram dor
39
musculoesquelética em alguma região, ou seja, 8% na região da cabeça; 1% região
peitoral; 69% na coluna vertebral/tronco; 6% nos membros superiores e 16% nos membros
inferiores. Já Moraes (2002) detectou em seu estudo um acometimento na coluna vertebral em
81,7%. Seguido da região do quadril 62,8% e na região dos membros superiores por 47,2%.
Na tabela 2.1 é apresentado uma comparação dos estudos realizados pelos diferentes
autores citados até aqui.
Tabela 2.1: Comparação dos estudos que apresentam as localizações mais freqüentes das
dores no corpo provocadas por posturas inadequadas
DADOS Operadores de
caixa
Fisioterapeutas Forenses de
cartório
Motoristas de
ônibus
Amostra 77 170 52 150
Presença de distúrbios OMA
– aguda
82,90% 75,00% 0,00% 0,00%
Presença de distúrbios OMA
– crônica
85,50% 96,00% 87,00% 61,00%
Ombros 46,10% 45,40% 44,00% 6,00%
Punhos/mãos ou dedos 39,50% 0,00% 13,00% 0,00%
Coluna cervical 44,00% 70,00% 67,00% 0,00%
Coluna lombar 43,40% 70,00% 57,00% 0,00%
Coluna dorsal 0,00% 42,40% 37,00% 69,00%
Pernas 0,00% 0,00% 26,00%
Fonte: Trelha et al. (2002); Trelha & Gutierrez (2002); Fonseca & Tambellini (2002) e
Queiroga & Michels (1999).
16,00%
2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os fatores citados acima denotam a importância da detecção para prevenção das
afecções osteomusculares e reforça a necessidade de desenvolver uma metodologia específica
para a detecção, o registro e o auxílio a uma correta avaliação das causas geradoras de
inadequações posturais, dentro do ambiente de trabalho.
As atividades laborais na posição sentada tem crescido vertiginosamente nas duas
últimas décadas. Em virtude das possíveis conseqüências danosas de se sentar
inadequadamente, faz-se necessário monitorar, orientar, propor medidas e métodos que
venham amenizar tais conseqüências. Trabalhos de pesquisa que proporcionem melhor
conhecimento sobre o comportamento individual das atitudes posturais, dentro do ambiente
de trabalho, podem auxiliar significativamente no diagnóstico, não só das patologias, mas
também das suas causas. A avaliação dinâmica (em tempo real) da postura ocupacional
40
associada ao armazenamento dos dados, permitindo o cálculo automático dos ângulos e
posições, constitui um instrumento desejável ao fisioterapeuta, porém ainda não disponível.
41
3 ESTADO DA ARTE EM AVALIAÇÃO POSTURAL
3.1 AVALIAÇÃO POSTURAL
Andrews et al. (2000), descreve que a avaliação postural inclui as observações
necessárias que irão proporcionar ao terapeuta um “quadro mecânico” da coluna vertebral e
uma opção de tratamento. Existem muitas opiniões e abordagens quanto à avaliação postural.
A anamnese faz parte de qualquer avaliação da postura, na qual o terapeuta deverá informar-
se acerca da atual condição do avaliado como, por exemplo, se há lesões, qual foi o
tratamento ministrado, bem como os sintomas ou queixas presentes. A avaliação objetiva
consiste nos achados físicos que podem ser documentados os quais o avaliador descobre por
meio da observação, da inspeção, da palpação, da avaliação do movimento, do desempenho
muscular, do estado neuromuscular e de alguns testes especiais e funcionais. É importante a
observação durante a avaliação, como um processo de análise, comparando as posturas com e
sem sustentação do peso. A postura, associada à sustentação do peso (como apoio), mostra
como o corpo compensa as anormalidades estruturais e a postura sem sustentação apresenta a
capacidade funcional e estrutural sem qualquer compensação.
No item 3.3 serão descritos os principais métodos semiológicos que são empregados
no exame físico de uma avaliação postural e da coluna vertebral, dentro da assistência à saúde
em nível primário conforme descritos por Alexandre & Moraes (2001). O paciente precisa ser
visto como um todo, na abordagem primária se inicia pela entrevista realizada num ambiente
tranqüilo e sem interrupções, permitindo que o indivíduo use sua linguagem corriqueira
(ALEXANDRE & MORAES, 2001; MOREIRA & CARVALHO, 1990).
3.2 AVALIAÇÃO PRELIMINAR
A anamnese inicia-se pela identificação geral com dados como idade, sexo, peso e
altura. Questiona-se também acerca da ocupação atual e das pregressas, pois a maioria das
afecções que acomete a coluna vertebral está relacionada com as atividades laborais
(ALEXANDRE & MORAES, 2001; PORTER,1993). Questões quanto a antecedentes
pessoais e familiares, investigação de doenças concomitantes auxiliam na detecção de
doenças específicas. Igualmente, avalia a presença de manifestações sistêmicas que possam
42
estar relacionadas à sintomatologia vertebral e/ou músculoesquelética tais como:
anorexia, emagrecimento, febre, sintomas genitourinários e disfunção esfincteriana
(ALEXANDRE & MORAES, 2001; SPLENGER, 1997). De acordo com Weiser (1997) e
Alexandre & Moraes (2001), faz-se necessário o questionamento de questões relacionadas a
fatores psicossociais, econômicos e estilo de vida, pois fornecem pistas importantes, visto que
podem influenciar de forma significativa o início e a progressão de problemas
musculoesqueléticos.
Nesse momento da entrevista, procura-se levantar dados que gerem
subsídios para a formulação de orientações ergonômicas e posturais
específicas para cada paciente. Dentro desse contexto, investigam-se as
posturas adotadas, as atividades, os equipamentos e mobiliários e o
ambiente de trabalho. Indaga-se sobre a prática de algum tipo de atividade
física regular, tipo de colchão e travesseiros utilizados e a posição ao
dormir (BIGOS et al., 1997 apud ALEXANDRE & MORAES, 2001).
Segundo Alexandre & Moraes (2001), após coletar os dados da identificação geral, é
importante que o paciente exponha livremente o motivo que o levou a procurar auxílio. A
grande maioria procura auxílio em função da dor como queixa principal, desta forma, devem
ser analisados os seguintes aspectos em relação à dor: a) localização; b) intensidade; c)
duração; d) modo de início; e) irradiação; f) fatores precipitantes e agravantes e g) fatores de
melhora.
Na propedêutica física da coluna vertebral deve ser conduzida sempre num sentido
global, correlacionando cabeça, coluna, pelve e membros inferiores, para depois proceder à
exploração segmentar. A justificativa para isso é que a interdependência funcional desses
elementos altera a estática e a dinâmica da coluna vertebral. O exame físico específico busca
coletar dados relacionados com a detecção de determinados defeitos posturais e alterações
musculoligamentares. Os indivíduos do sexo masculino devem estar com um calção de banho
e as do sexo feminino com um avental aberto na região dorsal (ALEXANDRE & MORAES,
2001; MAGEE, 2000; RAMOS, 1998).
Os defeitos posturais determinam traumas crônicos sobre as articulações e estruturas
associadas, sendo considerados, elementos favorecedores ou agravantes da patogenia das
algias da coluna vertebral (ALEXANDRE & MORAES, 2001; RAMOS, 1998). Estes fatos
justificam a importância de se realizar um exame postural cuidadoso e minucioso. A inspeção
deve ser realizada em local com boa iluminação onde o paciente possa caminhar, observando
inicialmente a postura, a marcha, atitudes antálgicas, abdome flácido, entre outros aspectos
(ALEXANDRE & MORAES, 2001; ORTIZ, 1992). Durante essa fase de inspeção estática e
43
exame postural pode ser utilizado o simetógrafo. Este será descrito logo mais, quando
forem descritos os métodos que auxiliam na avaliação da postura. Os pacientes devem ser
examinados descalços e sob diferentes ângulos: frontal, lateral e posterior. Dessa forma,
procura-se detectar as seguintes alterações: a) alteração do alinhamento e das curvaturas da
coluna vertebral (coluna cervical, coluna dorsal e coluna lombar); b) alterações d cintura
escapular; c) alterações da cintura pélvica e d) alterações em membros inferiores.
Posteriormente, realiza-se a inspeção dinâmica, nessa fase do exame, busca avaliar a
Amplitude dos Movimentos (ADM) da coluna e averiguar a presença de dor associada à
movimentação de cada segmento, o que permite verificar as limitações funcionais. O paciente
mantendo-se de pé realiza os movimentos, separadamente, por região de cada coluna (coluna
cervical e coluna torácica e lombossacra). Realiza-se em seguida a palpação, comprimindo a
coluna vertebral com a polpa do polegar direito, sendo que a restante da mão deve ficar
espalmada sem apoiar no tegumento do paciente. Verifica-se nessa fase a dor ocorrida pela
palpação, oriunda de processos espinhosos e alteração do tônus muscular. Em seguida,
verifica-se a força e a flexibilidade muscular, por meio de testes de avaliação muscular. Com
isto procura-se detectar os desequilíbrios musculares produzidos por debilidades musculares
ou por falta de flexibilidade, ou por ambos. Devem ser verificados, precocemente, para
prevenir deformidades permanentes. Finalmente, executa-se o exame neurológico, verificando
os reflexos, sensibilidade e força muscular do paciente e as manobras especiais, que são
alguns testes específicos para detecção de lombalgia e cervicalgia. (ALEXANDRE &
MORAES, 2001). O Modelo proposto por Alexandre & Moraes (2001), encontra-se em anexo
1.
3.3 FERRAMENTAS AUXILIARES NA AVALIAÇÃO POSTURAL
A fotografia tem sido aliada nas avaliações posturais, pois proporciona certo grau de
objetividade ao processo de observação, assim como a utilização de uma câmara para registrar
os dados, para quantificar ou obter comprovação da amplitude de movimento do tronco, ou
para apresentar o grau de melhora após a terapêutica. O aprimoramento da tecnologia da
câmara digital permite que a documentação fotográfica seja incluída no registro médico
computadorizado do paciente. O trabalho pioneiro que utiliza a fotografia na avaliação
postural foi desenvolvido por Grandjean e Burandt em 1962, onde registraram as posturas
adotadas ao sentar de 261 funcionários do sexo masculino e 117 funcionárias de escritórios. A
44
coleta dos dados foi realizada utilizando fotografias de multimomentos da postura
adotada pelos trabalhadores (KNOPLICH, 2003). Esse método se difere da proposta deste
trabalho, pois ele apresenta resultados fragmentados da postura e não um acompanhamento
prolongado e contínuo da mesma. Além de acarretar a necessidade de visualização e avaliação
de foto por foto e não permitir o cálculo automático das medidas angulares da postura
sentada, a não ser que fosse calculada de forma manual. A tabulação e a obtenção de
informações relativa a quaisquer das medidas são obtidas manualmente, gerando grande
trabalho braçal.
A goniometria é o uso de instrumentos para medir as amplitudes de movimento
angulares das articulações corporais. Ela serve de base tanto para elaborar um tratamento
quanto para verificar se os objetivos da terapia foram alcançados. A goniometria é um
procedimento complementar as mediadas obtidas da radiografia (ANDREWS et al., 2000).
A literatura sobre goniometria é extensa e descreve muitos aspectos da mensuração
goniométrica. Gifford (1914 apud ANDREWS et al., 2000) foi provavelmente o primeiro a
relatar sobre dispositivos goniométricos nos Estados Unidos. Historicamente, muitos artigos
descreveram e recomendaram vários instrumentos e métodos de mensuração.
Esses instrumentos são de dois tipos:
1. Dispositivos de aplicação universal (Ex: goniômetro universal com círculo
completo), são considerados os mais versáteis e populares.
2. goniômetros destinados a medir uma única amplitude de movimento para uma
articulação específica.
A mensuração goniométrica vem sendo usada há muito tempo para registrar
graficamente dados pertinentes a avaliação da circunferência e do movimento articular, como
mostra a figura 3.1.
(a) (b)
Figura 3.1: Mensuração goniométrica (a) mensuração angular manual do cotovelo (b) mensuração
do desvio radial
45
A fita métrica flexível é utilizada para medir a circunferência e, provavelmente,
constitui o método clínico mais comum para registrar a massa e o edema dos músculos. A
avaliação da circunferência pelo uso da fita métrica é designada também como mensuração
circunferencial ou antropométrica conforme relata Andrews et al. (2000), sendo um recurso
coadjuvante para a avaliação postural.
A radiologia convencional permite demarcar com clareza o esqueleto e os tecidos
moles. O emprego de contrastes radiopacos ou radiotransparentes, introduzidos nas cavidades
naturais possibilita delinear órgãos e estudar seus contornos. A radiologia convencional
aplicada à avaliação postural permitiu abranger praticamente todos os sistemas anatômicos,
tornando a análise postural bastante confiável e um apoio ao diagnóstico clínico, conferindo
alto grau de segurança (MILLER, 2002). Mas, com esta técnica não é permitido observar o
comportamento postural do indivíduo, no entanto a radiografia não deixa de ser o registro de
um momento estático de sua postura. Apesar da contribuição que a radiografia dá ao
fisioterapeuta durante o exame, a dificuldade em solicitar e obter tal exame não faz dele uma
realidade na rotina desse profissional.
A tomografia computadorizada é um exame de fácil execução e não invasivo.
Propicia melhor definição das estruturas estudadas, delimitando melhor a anatomia do que a
radiologia convencional, o que torna as alterações patológicas mais evidentes. Foi utilizada
inicialmente só para o segmento cefálico, porém com o surgimento de aparelhos mais
sofisticados o seu uso se expandiu para todo o corpo, tendo, atualmente, grande valor
diagnóstico nas patologias torácicas e espinhais (MILLER, 2002). Porém, trata-se de um
procedimento que exige alta dose de radiação e por isso seu uso é desaconselhável, já que as
informações necessárias ao diagnóstico podem ser obtidas por outros meios a um custo
menor.
Outra ferramenta que auxilia na análise postural do indivíduo de forma estática é o
simetógrafo. Ele permite fazer a inspeção visual e o exame físico do eixo axial e apendicular
e da pelve, porém com o indivíduo na postura ereta. Este procedimento, assim como os
anteriores, permitem identificar as alterações já existentes. De acordo com Alexandre &
Moraes (2001) o simetógrafo pode ser utilizado na fase de inspeção estática e do exame
postural. O simetógrafo é constituído por uma grade reticulada, fixada na parede, que ocupa
toda a altura do indivíduo colocado de pé. Um braço de madeira é fixado, perpendicularmente
46
à moldura superior, projetando-se aproximadamente 60 cm. O indivíduo deve ser
colocado diretamente abaixo deste braço. Um fio de prumo, preso a este braço, divide o
retículo em duas metades iguais, no sentido vertical, como mostra a figura 3.2.
O simetógrafo é adequado para a função específica de visualização das assimetrias
corporais congênitas e as geradas nas estruturas músculoesqueléticas decorrentes de posturas
inadequadas. Não permitindo as medidas angulares da postura de forma automática, caso
necessário, sempre de forma manual.
Figura 3.2: Posicionamento de um individuo que é submetido à análise postural com o auxílio
de um simetógrafo. Fonte:
<
http://www.fernandesfisio.com.br/produtos/produtos_desc.php?id=146>
3.4 MÉTODO AUXILIAR DE AVALIAÇÃO COM REGISTRO DA
POSTURA
Uma das maiores dificuldades em se analisar e corrigir as más posturas no trabalho
está na identificação e registro das mesmas. A descrição verbal, por parte do paciente, não é
prática e nem confiável, porque se torna prolixa e de difícil análise. As técnicas fotográficas,
embora sejam melhores, também são falhas, porque faz apenas registros instantâneos, sem
fornecer informações sobre o comportamento do paciente, como a duração da postura e das
forças empregadas. Isso levou alguns pesquisadores a propor métodos mais práticos de análise
e registro de postura.
Três pesquisadores finlandeses que trabalhavam numa indústria siderúrgica, Karhu,
Kansi e Kuorinka (1977 apud IIDA, 2001) desenvolveram um sistema de registro manual de
posturas, chamado de OWAS (Ovako Working Posture Analysing System). O sistema
permitiu, por meio de análises de fotografias, categorizar as principais posturas encontradas,
típicas de uma indústria pesada. Foram definidas 72 posturas típicas originadas de diferentes
47
combinações das posições do dorso (4 posições típicas), dos braços (3 posições típicas) e
das pernas (7 posições típicas). A validação do método foi obtida com 36.240 observações em
52 tarefas típicas da indústria. O sistema consiste em registrar fotograficamente as posturas.
As imagens são analisadas e as posturas são classificadas e registradas em fixas por diferentes
analistas treinados. No procedimento de validação da técnica constatou-se que a média foi de
93% de concordância nos registros.
Embasado nestas avaliações, as posturas foram classificadas em uma das seguintes
categorias:
Classe 1 – postura normal, que dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais;
Classe 2 – postura que deve ser verificada durante a próxima revisão rotineira dos
métodos de trabalho;
Classe 3 – postura que deve merecer atenção em curto prazo;
Classe 4 – postura que deve merecer atenção imediata.
Esse procedimento foi aplicado durante dois anos na indústria siderúrgica com
objetivo de identificar e solucionar os principais focos de problemas. Os resultados levaram à
melhoria do conforto e contribuíram decisivamente para a remodelação de algumas linhas de
produção, que apresentavam maior gravidade. Com esse método conseguiu-se identificar e
solucionar problemas que estavam pendentes há vários anos e nos quais as tentativas
anteriores haviam fracassado (IIDA, 2001; TUNES & GIL, 1990).
As limitações fisioterapêuticas deste método é que as posições dos segmentos são
registradas genericamente, não graduadas por segmentos, por exemplo: membro inferior
fletido, estendido, etc, impedindo a sua aplicação em situações que requerem descrições mais
detalhadas. Do ponto de vista prático, foram necessários 2 anos para realizar o processo todo,
além de serem necessários vários fisioterapeutas treinados e muitas horas de trabalho na
obtenção e análise dos dados. No entanto, Iida (2001) e Karhu et al. (1977, 1981 apud
TUNES & GIL, 1990) conclui que o método se apresenta como um instrumento útil e simples
para avaliação de grandes conjuntos de postura corporal, sendo utilizado para procedimentos
de triagem na identificação de posturas críticas a serem mais bem avaliadas posteriormente.
48
Figura 3.3: Classificações posturais adotadas no Ovako Working Posture Analysing System (OWAS).
(IIDA 2001).
3.5 ANÁLISE POSTURAL PELO COMPUTADOR
3.5.1 Ariel Performance Analysis System
A análise postural pelo computador é uma forma mais moderna de avaliação. O Ariel
Performance Analysis System (APAS) é um sistema de análise de movimento baseado em
imagem de vídeo, em ambiente Windows. Este software permite a análise de movimentos bi
ou tridimensionais e o cálculo de ângulos segmentares ou articulares e suas respectivas
velocidades e acelerações. Além do software, o sistema é constituído de uma placa para
captura de imagens de vídeo (Buz Iomega Capture Board) que possibilita, em conjunto com o
APAS, a captura de imagens de vídeo na freqüência de até 60 quadros por segundo.
(<http://www.arielnet.com/start/apas/default.html>)
49
3.5.2 LESEFE
O protocolo referenciado apenas como “LESEFE”, que também utiliza o computador
para realizar a análise postural foi desenvolvido por Costa et al. (1996). A publicação que faz
referência à descrição deste protocolo deixa a desejar como veremos a seguir, pois não
esclarece muitas questões. No entanto, trata-se de um produto que se tornou comercial.
Acreditamos que sua descrição, mesmo que superficial, seja importante.
Com uma câmera capturam-se imagens do paciente contendo marcações pelo corpo e
um prumo pendurado ao lado. Esta técnica automatiza alguns métodos de medidas estáticas
descritos anteriormente, conforme descrito pelos autores. Porém, o método não permite
determinar o comportamento postural e, portanto, não permite identificar os agentes causais.
3.5.3 Portland State University
O protocolo de Portland State University (PSU) adaptado por Althoff, Heyden e
Robertson (1988), é um método de avaliação da postura corporal estática. Sendo um método
que utiliza a observação visual para detectar as assimetrias e os possíveis desvios posturais
entre os segmentos corporais. Possibilita avaliar a suspeita das alterações na postura corporal
do paciente com a finalidade de identificar quais os desvios mais freqüentes, bem como
realizar a análise da impressão bipodal, já que permite a quantificação dos desvios posturais,
estabelecendo índices por regiões do corpo. Para tanto, ele quantifica o percentual e o Índice
de Correção Postural (ICP) do paciente por meio de equações matemáticas (escore
diagnóstico). Os percentuais são calculados para todo o corpo ou por regiões, tendo como
critério três escalas: a) sem desvio (5); b) ligeiro desvio lateral (3); e c) acentuado desvio
lateral (1).
Entretanto, a subjetividade existente na comparação das figuras pré-estabelecidas da
postura é tida como um inconveniente do protocolo PSU, pois é necessário um grande
treinamento do avaliador (SANTOS, 2003; COSTA et al.,1996; ALTHOFF et al., 1988).
3.5.4 Sistema de Avaliação Postural Da Vinci
Baseado no PSU Costa et al. (1996) propõe uma outra metodologia, de baixo custo,
para realizar a avaliação estática da postura. O método possibilita uma análise quantitativa e
qualitativa e o monitoramento estático da postura, utilizando técnicas de digitalização e
50
tratamento de imagens por computador. A metodologia prevê a utilização de três
softwares comerciais, sendo que dois deles normalmente acompanham os aplicativos que
integram os pacotes para câmeras digitais: 1) o CapVídeo for windows, utilizado para a
capturar as imagens; 2) o Photo de Luxe, para o tratamento das imagens; 3) o Key Cad
System Computer Aided Design (CAD), para a realização das medidas de ângulos e alturas
nas imagens já tratadas. Este protocolo deu origem a um produto comercial desenvolvido pelo
laboratório Micromed, da cidade de Brasília. O produto consiste de um software para análise
postural por imagem, denominado “Sistema de Avaliação Postural Da Vinci”. É um software
que integra a captura e digitalização de imagens e permite a realização de medidas de ângulos
e distâncias dos segmentos corporais. No entanto, ele é indicado apenas para análise postural
por imagem
estática.<
http://www.micromed.ind.br/fitness/avaliacao_fisica/davinci/davinci.aspx >
3.5.5 Fotogrametria Computadorizada
O sistema de fotogrametria computadorizada utiliza imagens digitalizadas para
medir as angulações das curvaturas da coluna vertebral. O profissional de saúde pode avaliar
as curvaturas e registrar as imagens em arquivos, possibilitando comparações posteriores e o
resgate das imagens anteriores, se for necessário. (BARAÚNA & RICIERI, 2002).
Segundo Baraúna & Ricieri (2002), a origem da palavra fotogrametria é grega e
expressa a aplicação da métrica à fotografia. A fotogrametria, também denominada
biofotogrametria, desenvolveu-se por meio da aplicação dos princípios fotogramétricos às
imagens fotográficas obtidas de movimentos corporais. A essas imagens foram aplicadas
bases apropriadas de fotointerpretação, gerando uma nova ferramenta no estudo da
cinemática. Os primórdios desta técnica se devem a dois pesquisadores da Universidade de
Lisboa, Ferreira e Correia da Silva, que desenvolveram um programa experimental para
computadores pessoais que selecionava imagens obtidas por meio de fitas de vídeo em VHS,
permitindo a delimitação de pontos e o cálculo dos ângulos formados entre esses pontos. Os
autores relatam ainda que além do computador, a biofotogrametria exige uma filmadora
analógica ou digital (para marcha, equilíbrio e amplitude de movimento) ou uma câmera
fotográfica, também analógica ou digital (para postura, por exemplo) e um tripé ou uma
simples mesa, além de uma placa de captura de vídeo; sendo um software de operação muito
simples podendo ser utilizado em máquinas pouco potentes.
51
3.5.6 OPTOTRAK
O OPTOTRAK é um sistema de análise de movimento fabricado pela Northern
Digital (NDI- Canadá). Este sistema é composto de uma unidade para captura de dados
tridimensionais por meio de marcas infravermelhas posicionadas em determinados pontos
estratégicos em indivíduos ou superfícies. Conforme o movimento é realizado, um conjunto
de câmeras especiais do OPTOTRAK detecta as posições de marcas (emissores) infra-
vermelho e, simultaneamente, calcula os dados tridimensionais destas marcas. Estes dados são
apresentados no monitor em tempo real, permitindo o monitoramento durante a realização da
tarefa ou tentativa. Em uma área de aproximadamente 3 metros quadrados, ele consegue
detectar o posicionamento de marcas com precisão (erro menor que 1mm), nas três direções
de movimento (“x”, “y” e “z”). Além de capturar informação das marcas, também possui uma
unidade de aquisição de dados analógicos que é sincronizada com a captação de dados das
marcas infravermelhas. Uma plataforma de força, por exemplo, pode ser acoplado a essa
unidade de aquisição analógica. A figura 3.4 apresenta uma ilustração do OPTOTRAK.
<http://www.ndigital.com/certus.php>
Este sistema pode fazer a coleta dinâmica de dados, porém ele não foi desenvolvido
para ser utilizado num ambiente de trabalho, mas sim numa clínica. Os autores não tratam da
viabilidade de seu uso em ambiente de trabalho.
Figura 3.4: Sistema de análise de movimento OPTOTRAK. Fonte:
http://www.
ndigital.com/certus.php
52
Neste tipo de sistema, é preciso vestir uma roupa especial coberta com refletores
posicionados nas suas principais articulações (ver figura 3.5). Câmeras especiais são então
posicionadas estrategicamente para fazer o tracking desses refletores durante o movimento.
Cada câmera gera as coordenadas 2D para cada refletor. O conjunto dos dados 2D capturados
pelas câmeras independentes é então analisado por um software, que fornecerá as coordenadas
3D dos refletores (SILVA, 2005 http://www.visgraf.impa.br/Projects/mcapture/publ/mc-
tech/).
O sistema Optotrak, da Northern Digital, utiliza marcadores LED sincronizados, que
são rastreados por três câmeras sensíveis ao espectro infra-vermelho. O software fornecido no
sistema utiliza os dados fornecidos pelas câmeras para gerar as coordenadas 3D, orientações e
momentos dos marcadores. Um problema gerado pelos marcadores LED é o aquecimento, o
que não recomenda a sua utilização por longos períodos de tempo. Os sistemas óticos de
captura são os mais caros existentes atualmente, podendo chegar a até U$ 250,000. Seu preço
elevado é resultado da alta tecnologia utilizada no processo. As câmeras de alta resolução e os
softwares de última geração são os principais responsáveis pelo preço elevado (SILVA, 2005
http://www.visgraf.impa.br/Projects/mcapture/publ/mc-tech/).
Figura 3.5: Posicionamento dos marcadores em sistemas ópticos de captura. Fonte: SILVA,
2005
http://www.visgraf.impa.br/Projects/mcapture/publ/mc-tech/).
53
.
3.5.7 Interface de Movimento e Sistema de Captura de Informação (MIMIC)
Kim et al. (2002) desenvolveu um sistema de computação visual 3D em tempo real
chamado Interface de Movimento e Sistema de Captura de Informação, denominado
(MIMIC). É um sistema registrador de movimento em tempo real, sem marcadores, que tem
como objetivo criar um agente no espaço virtual. Esse sistema analisa as imagens da cabeça,
das mãos, dos pés, do cotovelo e o joelho utilizando as informações coletadas e reconstrói um
modelo humano 3D contendo vinte articulações.
O MIMIC consiste de um servidor (terminal central) e dois terminais auxiliares. Cada
terminal possui uma câmera CCD. As câmeras são instaladas na frente do ator, a sua esquerda
e a sua direita. O servidor reconstrói o modelo humano 3D a partir das informões 2D de
cada câmera.
Cabeça, mãos e pés estão freqüentemente interferindo uns com os outros ou
desaparecendo na gravação do ator. No caso dos sistemas de captura de movimento em geral,
que utilizam marcadores, contorna-se o problema utilizando outros marcadores vizinhos.
Todavia em função do MIMIC extrair apenas partes de uma imagemo é possível utilizar
partes vizinhas para resolver esses problemas. Para tanto, é assumido que todas as imagens
estão no plano 2D sem oclusão ou desaparecimento. O corpo do modelo é considerado
transparente com exceção da cabeça, das mãos e dos pés.
Ele apresenta a estimação da posição 3D das articulações intermediarias; informações
do cumprimento de um segmento entre as articulações e as posições 3D de uma raiz da
cabeça, das mãos e dos pés. Estas são as bases para se estimar as posições das articulações
intermediarias como cotovelo e joelho. Calculando-se a posição destas articulações
intermediaria e utilizando dados angulares que são obtidos por meio de um algoritmo IK
(Abreviatura Inglesa de C. I – cinemática inversa) pode-se calcular as posições 3D das partes.
O sistema MIMIC pode extrair geradores de efeitos finais como a cabeça, as mãos, e
os pés sob um fundo complexo em tempo real. Também pode criar um modelo humano 3D. O
formato geral dos dados de movimento permite gerar vinte articulações intermediarias de 5
geradores de efeitos finais, utilizando o algoritmo de cinemática inversa.
De acordo com os autores o sistema ainda apresenta problemas na extração das partes,
no tratamento de uma oclusão, no desaparecimento de uma parte e na criação de um modelo
humano mais natural. Atualmente, estão desenvolvimento soluções para esses problemas.
54
3.5.8 Goniômetro Elétrico
Foi realizado um estudo por Thoumie et al., (1998), para verificar os efeitos de um
suporte lombar sobre postura da coluna lombar em movimento. Os dados foram obtidos por
um goniômetro elétrico de monitoramento contínuo. Um cinto foi usado para determinar se
ocorre mudança na postura da coluna lombar e se há movimentação durante as atividades de
trabalho na posição ereta. Foi constatado que não há evidência clara que essas mudanças
afetam a postura e movimentação da lombar durante uma atividade prolongada. A validação
do estudo foi realizada pela correlação entre o eletrogoniômetro e radiografia. Os ângulos da
curvatura lombar foram avaliados com base nos parâmetros extraídos de um conjunto de
movimentos que envolvam flexão e extensão total da coluna lombar.
3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A correta determinação das condições em que o paciente se encontra e das causas que
o levaram a tal condição dependem da análise postural. De acordo com Iida (2001), uma das
maiores dificuldades em analisar e corrigir os maus hábitos da postura no trabalho está na
identificação e registro dos mesmos.
A análise do comportamento postural de indivíduos no ambiente de trabalho foi
relatada por Grandjean, em um estudo realizado em 1962, no qual ele realiza fotografias de
multimomentos da atuação e do posicionamento adotado (GRANDJEAN, 1998). Porém, são
multimomentos e não se pode avaliar e observar o que acontece ou aconteceu antes e/ou
depois do registro destes multimomentos. Além disso, não há meios de automatizar o
processo de avaliação com a proposta de Grandjean.
O estudo de CASAROTTO & MURAKAMI, 1995 apresenta os dados quanto ao
tratamento em grupo de indivíduos com dores na coluna. Com o objetivo de verificar a
eficiência deste tipo de terapia e quais são as orientações seguidas pelos pacientes após a alta
do grupo, há a menção de que a falta de controle experimental nos procedimentos realizados
dificulta a avaliação da eficácia destes programas. Da mesma forma falta o controle
experimental e metodológico do comportamento postural adotado pelo indivíduo no seu
55
ambiente de atuação, no seu cotidiano, o que realmente acontece durante a jornada de
trabalho que implica em dores e incapacidades funcionais.
Tunes & Gil (1990), relatam que quando se comparam os modelos que fazem o
registro da postura global com os modelos que fazem o registro dos segmentos particulares,
observa-se que os globais permitem “captar” a postura como um todo, de modo a contribuir
para o entendimento de sua interação com outros fatores situacionais como a atividade, a
mobília, etc. No entanto, esses modelos globais tendem a fornecer dados pouco precisos.
Ainda relatam que os modelos específicos para segmentos ou partes de segmentos tendem a
fornecer informações mais detalhadas.
Já Odenrick et al.(1987 apud TUNES & GIL, 1990), ao compararem recursos de
medida direta com marcadores fixos em pontos anatômicos, onde o deslocamento é detectado
por meio de equipamento eletrônico ótico, também identificaram vantagens e desvantagens
para ambas as formas. Segundo estes autores, os transdutores podem ser usados em espaço
bastante restrito e são mais baratos do que um sistema eletrônico óptico. Por outro lado, além
dos aspectos citados, existe uma carga extra para o sujeito, o que modifica a situação
observada. Já o sistema ótico, apesar de registrar a postura corporal geral sem interferência, é
oneroso e requer um espaço físico considerável para ser utilizado, sendo mais adequado
apenas para situações de laboratórios.
56
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 INTRODUÇÃO
O monitoramento e avaliação postural dinâmica foi desenvolvido em seis etapas:
1) elaboração e aplicação de um questionário associado à realização de um pré-teste;
2) captura de imagens posturais durante a jornada de trabalho;
3) desenvolvimento de um software para a leitura e processamento das imagens, gerando
gráficos da posição postural adotada durante a jornada;
4) avaliação dos dados apresentados pelo software e validação da metodologia por 03
(três) fisioterapeutas; e) realização de aulas (orientação e educação postural) 3 vezes
por semana, seguida de exercícios específicos (alongamentos, auto-massagem e
relaxamento cervical) com duração de 15 minutos e
5) pós-teste, onde se buscou verificar o que representou a metodologia proposta para
cada sujeito envolvido, a contribuição das palestras de orientação preventiva e
corretiva com base nos dados gerados pelo software.
4.2 INFORMAÇÕES PRELIMINARES
4.2.1 Caracterização da Pesquisa
Trata-se de uma pesquisa com caráter experimental, ou seja, é uma pesquisa que
determina o objeto de estudo, relacionando-o com as variáveis (medidas de ângulos, registro
da postura corporal, variação e manutenção da postura corporal), de modo a conceituar as
formas de observação e controle (SANTOS, 2002).
O sistema de monitoramento coletou as atitudes posturais do indivíduo em seu local de
trabalho em tempo real, enquanto o sujeito realizava suas atividades laborais, durante a
jornada de trabalho que variavam de 8 – 10 horas por dia, já que o mesmo possui horários
flexíveis (pelo maior tempo possível) e sem produzir interferências no seu comportamento ou
57
em suas atividades. As imagens são coletadas com o indivíduo de perfil, numa vista
lateral, no entanto, movimentos de torção e rotações não serão considerados neste trabalho,
isto é, movimentos 3D, pois não são objetos das medições pretendidas dos comportamentos
angulares de perfil, assim nos ativemos a captura de imagens em 2D. Para isto, o indivíduo
recebeu um conjunto de marcadores de papel em cores distintas que será afixado, pelo
fisioterapeuta, nos pontos anatômicos de interesse. Uma câmera do tipo WEB Can foi
utilizada para coletar as imagens dos marcadores, em intervalos regulares de tempo. Estas
imagens foram arquivadas no computador para depois serem analisadas.
Figura 4.1: Web cam NX Creative, modelo utilizado para as captura das imagens. Fonte:
http://www. creative.com/
O sistema de análise e de processamento de imagens encontra automaticamente os
marcadores em cada imagem. Registra sua posição (coordenadas de imagens) e faz uma nova
marca na imagem, tendo como centro a coordenada encontrada para cada marcador. A
finalidade desta nova marca é que o profissional de saúde verifique possíveis erros de
processamento. O sistema calcula distâncias e ângulos entre os marcadores conforme a
necessidade do profissional de saúde e também gera gráficos do comportamento postural
adotado ao longo de cada jornada de trabalho.
A contribuição diagnóstica é obtida das correlações entre os cálculos realizados pelo
sistema de processamento. O fisioterapeuta faz as correlações de acordo com sua experiência
profissional usando informações de gráficos de tempo versus a variação da posição em
relação à posição de referência, ou de tabelas de ausência e permanência na cadeira, gráficos
de distribuição do tempo para cada posição. Estas tabelas e gráficos são montados de acordo
58
com a necessidade do profissional de saúde, de modo que, ele tenha subsídios para
avaliar os hábitos do indivíduo e orientar-se durante o tratamento.
4.2.2 Local da Pesquisa e seus Participantes
Os ensaios laboratoriais desta metodologia, que se configuram, pela captura de
imagem do indivíduo na posição sentada, durante uma jornada de trabalho de 8 horas, foram
realizados no Centro de Informática nas dependências da Faculdade Adventista da Bahia –
FABA no município de Cachoeira no estado da Bahia, Brasil. Este setor proporciona apoio
tecnológico às atividades gerenciais e de banco de dados da Faculdade Adventista da Bahia
(FABA).
Atualmente o Centro de Informática da FABA possui um universo de 06 trabalhadores
que prestam apoio à mantenedora do Instituto Adventista de Ensino do Nordeste (IAENE) e
15 monitores que oferecem suporte aos usuários dos laboratórios de informática. A instituição
que é formada por 03 faculdades isoladas (Faculdade Adventista de Fisioterapia do Nordeste,
Faculdade Adventista de Educação do Nordeste, Faculdade de Administração do Nordeste) e
o Seminário Latino-americano de Teologia, Ensino Fundamental e Médio.
Os participantes desta pesquisa são trabalhadores que realizam atividades relacionadas
com a posição sentada, tais como: trabalhadores de escritório e de informática. E,
futuramente, poderá ser aplicada em categorias, tais como dentistas, secretárias,
recepcionistas, telefonistas, dentre outras. A escolha destas categorias ocorreu por serem as
que mais apresentam queixas relacionadas aos distúrbios musculoesqueléticos da coluna
vertebral e articulações, de LER/DORTs, além de apresentar maior probabilidade de
compressão e degeneração de discos intervertebrais, principalmente a nível de L3, devido o
tempo prolongado nesta posição e a falta de continuidade de apoio lombar na cadeira quando
sentado, assim gera um aumento da pressão intradiscal como já apresentado na revisão da
literatura anteriormente.
Nestas atividades os principais movimentos executados são os relacionados a função
laboral, como digitação, ações de levantar-se, abaixar-se e atender o telefone.
Os trabalhadores deste setor atuam realizando trabalhos relativos à automatização de
informações, desenvolvimento de sistemas, treinamento e consultoria de informática para o
usuário, tratamento eletrônico de documentos, banco de dados, desenvolvimento dos sistemas
internos de rede.
59
A escolha deste local fundamentou-se na facilidade de acesso, por existir um
setor de processamento de dados com funcionários atuantes majoritariamente na posição
sentada e devido à pesquisadora morar no estado da Bahia, atualmente.
Após 06 meses do início da implementação da metodologia houve a desistência de um
voluntário em virtude da solicitação de demissão para realização dos seus estudos de
mestrado.
4.2.3 Questões Éticas Relacionadas à Pesquisa
Para o desenvolvimento das questões éticas da pesquisa foram seguidos os seguintes
passos:
1) foi enviada solicitação de autorização para realização da pesquisa aos diretores
responsáveis pela direção da instituição e setor específico;
2) elaboração e envio do projeto para o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) em
humanos;
3) elaboração do pré-teste do questionário;
4) elaboração do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE);
5) após obtenção favorável das solicitações e aprovação da pesquisa no CEP segui-se
a aplicação do pré-teste e aplicação do questionário e apresentação do TCLE.
Para a realização do último item foi realizado um contato pessoal com os funcionários
que participaram do pré-teste e com os interessados em participar da aplicação da
metodologia. Nesta ocasião foram explicados o TCLE, objetivos da pesquisa e os
procedimentos metodológicos para a realização das aulas de educação postural, orientação de
estilo de vida saudável e exercícios físicos (horários, local e conteúdo). Esse procedimento foi
realizado de forma participativa e respeitando a opinião dos participantes. As aulas foram
realizadas numa sala de aula próximo ao Centro de Informática para evitar gasto de tempo
desnecessário no deslocamento. As aulas contaram com o apoio de 03 fisioterapeutas.
Foram aplicadas 03 aulas semanais em dias alternados, sempre de segunda, quarta e
sexta, alternando os períodos, sendo em uma semana no período matutino e na outra no
período vespertino. Foram realizadas durante um período de 05 meses (Maio –Setembro).
Cada aula tinha duração de 15 minutos e cada exercício físico contava com 30 segundos para
a sua execução, onde os participantes ficavam com sua própria roupa de trabalho, somente
ficando descalços durante este período conforme proposto por (SANTOS, 2003).
60
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) em humanos
da Faculdade Adventista da Bahia (FABA), devidamente regulamentado pelo Conselho
Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
A pesquisa foi realizada respeitando os critérios estabelecidos na Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde. Os objetivos, a relevância social e científica do tema abordado e
os procedimentos envolvidos foram explicados previamente ao sujeito do estudo e após
esclarecer as dúvidas pertinentes a sua participação, foi solicitado ao mesmo a assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), assegurando-lhe a privacidade dos
dados obtidos, garantindo, assim, o sigilo quanto a sua participação na pesquisa (Anexo 2). Os
questionários estão ao dispor dos sujeitos, para conhecimento dos colaboradores e os
pesquisadores estão à disposição para qualquer eventual esclarecimento.
4.3 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E PRÉ-TESTE
Para orientar a coleta das imagens e caracterizar a população amostral da pesquisa foi
elaborado um questionário baseado no modelo proposto por Nascimento & Moraes, (2000) e
no proposto por Alexandre & Moraes (2001), com algumas adequações julgadas necessárias
(Anexo 2). O questionário tem a finalidade de coletar informações referentes aos dados
pessoais, análise da tarefa de trabalho, duração da jornada de trabalho e perguntas pertinentes
aos critérios de inclusão e exclusão para a aplicação da avaliação postural ocupacional.
Os critérios de inclusão a serem utilizados na caracterização da amostra são:
1) ser profissional atuante em alguma atividade laboral que exija longos períodos na
posição sentada. Por ex. trabalhadores de escritório, informática, dentistas, recepcionistas
dentre outras;
2) ter mais de um ano de atividade profissional; c) assinatura de Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), que se encontra (Anexo 3), de modo a garantir a integridade dos
procedimentos éticos. Os critérios de exclusão são: a) ser portador de doença cardiovascular,
ortopédica ou seqüela neurológica de caráter congênito ou adquirido fora do ambiente de
trabalho; b) ter tempo menor que 1 ano em exercício da profissão; c) não concordar com o
estudo e não assinar o TCLE.
Para verificar o nível de clareza e objetividade das perguntas contidas no questionário foi
realizado um pré-teste antes da sua aplicação. Foram convidados 05 funcionários que não
fazem parte da amostra final contida neste trabalho, mas que obedeceram aos mesmos
61
critérios de inclusão e exclusão estabelecidos anteriormente. Estes funcionários
responderam o questionário de forma individual e a pesquisadora ficou à disposição para
sanar as dúvidas que surgissem na vigência do preenchimento do mesmo. Após esta etapa
foram realizados os ajustes necessários nas perguntas do questionário e seguiu-se para a
segunda etapa, a aplicação do questionário na amostra selecionada.
Posteriormente, este questionário e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), que foi elaborado especificamente para esta finalidade, foram encaminhados para a
aplicação nos indivíduos da população de estudo, composta por 03 funcionários que deveriam
respondê-lo sem dualidade nas respostas, sendo estipulado um prazo para sua devolução de 07
dias.
Para sua aplicação foi procurado antecipadamente o responsável da instituição e dos
departamentos envolvidos nesta pesquisa, dos quais foram obtido pareceres favoráveis. Os
indivíduos que responderam ao questionário, que assinaram o TCLE e foram aprovados nos
critérios de inclusão submeteram-se ao sistema de monitoramento das jornadas de trabalho e
às demais etapas:
1) da captura de imagens;
2) avaliação postural (exame da postura estática, palpação da musculatura e processos
espinhosos da coluna vertebral, inspeção dos membros superiores e inferiores);
3) mensuração das Amplitudes de Movimento (ADM) por meio do instrumento
goniômetro. Estes não são procedimentos invasivos, portanto não acarretam nenhum dano a
sua saúde;
4) fixação dos marcadores, nos pontos de referência anatômica: na base da orelha,
pescoço, ombro, cotovelo, punho e quadril e quando possível no joelho e tornozelo.
4.4 PROCEDIMENTOS PARA CAPTURA DAS IMAGENS (TESTE
PRELIMINAR)
Para que se pudesse orientar este estudo, subsidiar a implementação dos sistemas de
monitoramento, análise de imagens e para sanar possíveis falhas de procedimento foi
realizado um pré-teste para a captura de imagens.
As primeiras imagens foram coletadas dentro de um ambiente de trabalho de escritório,
numa sala de recepção, durante uma jornada de trabalho de 8 horas diária. O ambiente tem
iluminação natural bem favorável. Foi instalada a WEB cam NX, da marca Creative de
62
modelo Nº PD1110L4, sendo necessário o uso de uma extensão para colocá-la na
distância adequada e assim obter-se melhor foco e distinção das imagens adquiridas. A
câmera ficou a 1,5 m de distância do indivíduo.
Na jornada de trabalho diária de 8 horas o indivíduo permaneceu boa parte do tempo na
posição sentada, realizando atividades como digitação, atendimento ao cliente e ao telefone.
Ele recebeu marcadores coloridos que foram colocados nos pontos de interesse conforme a
figura 4.3. Inicialmente os marcadores eram braceletes de fitas coloridas que envolviam as
articulações como, por exemplo, a articulação do ombro, do cotovelo e do punho. Nas demais
articulações colaram-se marcadores com fita adesiva antialérgica sobre a pele do sujeito.
Posteriormente, os marcadores foram mudados para curativos aderentes revestidos por fitas
coloridas fluorescentes. A finalidade desta mudança foi obter melhor definição nas imagens
coletadas, pois a WEB Cam utilizada não produz imagens de boa qualidade.
Neste caso, não foi possível visualizar o marcador da articulação do joelho, pois estava
fora do alcance da câmera e na postura sentada os membros inferiores ficavam acomodados
abaixo da mesa de escritório, que não era vazada lateralmente.
As imagens coletadas foram armazenadas no computador e, posteriormente, foram
analisadas visualmente quadro-a-quadro por uma fisioterapeuta. Não foi necessário marcar o
tempo de captura de cada quadro, pois a câmera fornece estes dados, podendo-se facilmente
calcular o tempo inicial e final de cada captura. Em alguns momentos determinados
marcadores desapareciam, por ex. ao atender ao telefone, com a sua saída para o toalete ou
por outro motivo qualquer. Desta forma foi possível verificar a inclinação da coluna cervical,
bem como os movimentos realizados na execução de tarefas peculiares desta categoria
profissional. As fotos da figura 4.2 são exemplos das imagens coletadas.
Figura 4.2: Imagens coletadas para o Pré-teste.
63
4.5 COLETA DAS IMAGENS DURANTE A JORNADA DE TRABALHO
Para a realização da coleta de dados é necessária a definição dos pontos de referência
para a fixação dos marcadores de referência. O posicionamento dos marcadores respeitou a
orientação clássica de Kisner & Colby, (1998), embora sua orientação se refere ao
posicionamento ereto, mesmo assim quando o indivíduo senta-se à linha da gravidade
continua incidindo nesta direção. O alinhamento postural ideal (vista lateral) é definido como
uma linha reta vertical (linha da gravidade) que passa através do lobo da orelha, dos corpos
vertebrais cervicais, da ponta do ombro, na linha média do tórax, através dos corpos das
vértebras lombares, ligeiramente posteriores à articulação do quadril, ligeiramente anterior ao
eixo da articulação do joelho e imediatamente anterior ao maléolo lateral. A escolha do
posicionamento dos marcadores também vai ao encontro dos pontos anatômicos propostos por
(ALTHOFF et al., 1988).
A postura sentada de referência é a preconizada pelos autores apresentados na revisão
bibliográfica, isto é, a que permite maior conforto ao trabalhador, uma postura descontraída
(GRANDJEAN, 1998; OLIVER & MIDLEDITCH, 1998; KISNER & COLBY, 1998;
KNOPLICH, 2003).
4.5.1 O Posicionamento dos Marcadores
- Marcador (M1) logo abaixo do lobo da orelha;
- Marcador (M2) a meia distância do pescoço;
- Marcador (M3) na região localizada no músculo deltóide (porção medial);
- Marcador (M4) no cotovelo, próximo ao olecrano lateral;
- Marcador (M5) no punho, no processo estilóide da ulna;
- Marcador (M6) na base do dedo mínimo (rente a falange distal), na articulação
metacarpofalangeana;
- Marcador (M7) na articulação do quadril;
- Marcador (M8) anterior ao eixo da articulação do joelho, no epicôndilo lateral
do fêmur;
64
- Marcador (M9) anterior ao maléolo lateral (articulação do tornozelo).
Todos os marcadores serão colocados num dos lados (direito ou esquerdo), isto é,
numa localização unilateral no sujeito, conforme as condições necessárias à filmagem, como
mostrado no esquema da figura 4.3:
Figura 4.3: Esquema da localização dos marcadores.
4.5.2 Distinção entre os Marcadores
Para identificação dos marcadores faz-se necessário que entre eles exista alguma
distinção. Desta forma, foram escolhidas cores diferenciadas para cada um, podendo ser até 9
marcadores: M1- azul; M2- amarelo; M3- pink; M4- laranja; M5- vermelho; M6- marron;
M7- verde; M8- branco; M9- preto. A vestimenta pode ser um fator limitante por dois
motivos: cor e movimento do marcador. A cor pode ser coincidente com algum dos
marcadores e por isso, quando ocorrer será necessário alterar o esquema de cores proposto. O
movimento do marcador pode ocorrer quanto este é fixado sobre roupas mais folgadas como
por exemplos calças e saias. Dessa forma, a fixação do marcador no ponto de interesse fica
comprometida, por isso a roupa deve ser justa afim de não comprometer a posição ou
visualização dos marcadores.
65
4.6 CONDIÇÕES PARA OBTENÇÃO DOS DADOS
4.6.1 Em Relação ao Indivíduo
É conveniente que o indivíduo esteja vestido com uma blusa de alça (regata) para que
o ombro, e as demais articulações do membro superior, fiquem à mostra e assim permitir a
fixação dos marcadores diretamente sobre a pele. Se tiver cabelo comprido deve prendê-lo,
caso contrário os marcadores (M1, M2 e M3) podem não ficar visível. É necessário que os
pontos de marcação sejam visíveis, senão a detecção pelo software não ocorrerá. Também é
conveniente trajar calça com contato mais próximo do corpo. No caso de mulheres o uso de
saia torna a coleta inviável devido à dificuldade de fixar o marcador de forma que ele não se
desloque exageradamente em relação ao ponto de referência.
4.6.2 Em Relação ao Mobiliário
Para uma efetiva coleta das imagens, de forma que seja possível visualizar todos os
pontos escolhidos (os 08 marcadores) foi preciso seguir algumas orientações: (a) quanto à
mesa de trabalho, (b) quanto à posição da câmera; (c) quanto à iluminação. A mesa de
trabalho preferencialmente deve ser vazada, sem a proteção lateral, para possibilitar a
visualização dos movimentos das articulações do joelho e do tornozelo. Caso a mesa não seja
vazada a análise ficará restrita aos movimentos e posições do tronco, coluna cervical e
membros superiores (marcadores M1 a M6). A câmera deve ser posicionada de forma que o
indivíduo fique no centro da imagem e que ainda tenha uma margem de movimentação sem
sair do quadro de imagem (frame). A filmagem deve preferencialmente ser feita por uma
WEB Cam com boa qualidade óptica e com resolução de imagem de 640x480 pontos. A
filmagem na resolução de televisão convencional (525x375) é aceita, porém deve-se ficar
atento aos valores de erros de medida.
4.7 COLETA DAS IMAGENS
As imagens foram coletadas em intervalos regulares de tempo como num filme. Foram
coletadas duas imagens por segundo, assim foi possível medir as posições relativas das
66
articulações, adotadas pelo trabalhador durante a sua jornada diária de trabalho, de forma
praticamente continua. A quantidade de duas imagens por segundo foi escolhida porque, em
geral, as ocupações do trabalhador que atua sentado variam muito lentamente ao longo do
tempo. Na maioria das vezes variações de postura mais rápidas do que 0,5 segundos indica
atividade que requer movimentação constante, como por exemplo numa linha de produção. O
fato de se registrar 02 imagens por segundo reflete muito pouco no cálculo da postura média
de uma atividade que se realize sentado.
Outro fator que levou a escolher o registro de duas imagens por segundo foi a
quantidade de registros necessários a uma jornada completa. Considerando a jornada de oito
horas, é necessário realizar o armazenamento de 58000 imagens. Considerando a resolução
escolhida e que normalmente os aplicativos que acompanham as câmeras fazem a compressão
das imagens no formato JPEG é necessário ter dispor de 12 a 16 giga Bytes de espaço no
disco do computador, por jornada. Após o processamento das imagens e obtenção das
coordenadas não é necessário manter todas as imagens armazenadas. Basta armazenar uma
imagem por postura adotada, ou seja, armazenam-se somente as imagens registradas nas
transições de postura e o tempo decorrido entre uma transição e outra. O critério adotado para
isto foi uma variação maior do que 10% do valor de referência para qualquer das medidas
realizadas, ou seja, são armazenadas somente as imagens que registram os deslocamentos
significativos, mas não as que registram pequenas oscilações. Aqui é importante ressaltar que
todas as imagens da jornada são armazenadas, mas após o processamento e registro das
coordenadas dos marcadores de todas elas são armazenadas definitivamente somente as
imagens das transições.
A coleta das imagens é realizada com o indivíduo em perfil, isto é, numa visão lateral,
pois esta é a posição que permite a melhor visualização das amplitudes de movimento (ADM)
que são realizadas pelo tronco e pelos membros superiores, com o indivíduo sentado.
4.8 VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA E CÁLCULOS MATEMÁTICOS
A validação das medidas foi realizada de duas maneiras. 1ª Etapa: O indivíduo recebe
os marcadores e é colocado em diversas posições conhecidas usando o goniômetro como
referência. Paralelamente foram coletadas imagens para que sejam calculados
automaticamente, as distâncias e ângulos entre os marcadores. Este procedimento permite que
67
a metodologia de processamento de imagens, usada para encontrar os marcadores, seja
ajustada e que as discrepâncias de valores sejam encontradas e ajustadas. 2ª Etapa: As
imagens foram coletadas sem a presença do goniômetro. O software deve fazer uma nova
marca na posição em que o marcador foi identificado a fim de saber se o processamento está
fazendo a identificação correta de cada marcador. Feito isso o cálculo das distâncias e ângulos
entre marcadores são realizados tanto pelo software quanto manualmente. O cálculo manual
foi feito diretamente sobre a foto impressa, usando réguas e transferidores de modo que os
valores sejam comparados e a margem de erro seja determinada.
Usando os dois procedimentos descritos acima as discrepâncias entre os valores reais e
os medidos foram avaliadas e corrigidas, sejam desprezíveis e erros sejam menores do que
aqueles obtidos nas medidas in loco, usando o goniômetro, por exemplo.
4.9 CÁLCULO DOS ÂNGULOS AVALIADOS
O Cálculo das medidas dos ângulos envolvidos no comportamento postural
ocupacional foram realizados da seguinte de acordo com as equações 1a e 1b:
c
2
= a
2
+ b
2
- 2 a.b.cos C Eq. 1a
C = arccos ((a
2
+ b
2
– c
2
)/(2.a.b)) Eq. 1b
Onde: As distâncias a, b, c são obtidas de cada imagem por meio das diferenças das coordenadas de
cada grupo de 3 marcadores. Os ângulos A, B, C são as variáveis (ângulos) de interesse.
É possível calcular os ângulos do pescoço, do quadril, do cotovelo, do joelho e do
punho. No calculo do ângulo do pescoço são utilizados as coordenadas dos pontos da orelha,
do pescoço e do ombro. O ângulo de referência do pescoço é de 180
o
, ou seja, os pontos da
orelha, pescoço e ombro devem estar alinhados. Valores maiores que 180
o
indicam que o
pescoço está fletido para frente e menores indicam que está fletido para trás.
68
O ângulo do quadril é calculado com base nos pontos do ombro, do quadril, e do
joelho. O valor de referência deste ângulo é de 90
o
. Ângulos maiores indicam que o tronco etá
fletido para trás e menores indicam que está fletido para frente.
O ângulo do cotovelo é calculado com base nos pontos do ombro, do cotovelo e do
punho. O valor de referência deste ângulo é escolhido pelo fisioterapeuta durante a análise da
postura, pois ele depende da atividade que o indivíduo está realizando. Por exemplo, para a
atividade de digitação no computador a referência é de 90
o
, já para escrita sobre a mesa este
valor pode ser diferente. Deve-se ressaltar neste ponto que a simples análise dos ângulos e
comparação com os valores de referência não tem significado para análise da postura. O
ângulo associado ao tempo de permanência e ao esforço necessário para a realização da
atividade em conjunto são os fatores que devem ser levados em consideração no momento da
análise do comportamento postural.
O ângulo do joelho é obtido a partir dos pontos do quadril, do joelho e do tornozelo. O
valor de referência deste ângulo é de 110
o
.
O ângulo do punho é obtido com base nos pontos do cotovelo, punho e mão. Neste
caso o valor de referência também é escolhido pelo fisioterapeuta durante a análise, pois este
valor depende da atividade realizada.
4.9.1 Considerações Sobre o Cálculo dos Ângulos Anatômicos
Os cálculos dos ângulos do pescoço e do punho são os que pode apresentar a maior
imprecisão entre os valores calculados. Isto é devido à pequena distância entre os vértices do
triângulo usado nos cálculos destes ângulos. A imprecisão ocorre por causa da variação na
obtenção do valor das coordenadas dos vértices. Essa variação pode ocorrer porque o
marcador é uma região na imagem e não um ponto, por isso durante o processamento da
imagem são várias as coordenadas possíveis de serem encontradas. A variação nos valores das
coordenadas encontradas pode ser influenciada pela variação da iluminação, posicionamento
do individuo, qualidade óptica e resolução de contraste da câmera.
O desvio possível no cálculo de um dos ângulos é obtido pela relação entre o tamanho
(diâmetro em pixels) do marcador e a distância entre dois vértices.
69
4.10 DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE DE
PROCESSAMENTO E OBTENÇÃO DAS COORDENADAS
O software foi projetado para monitorar um indivíduo trabalhando na posição sentada.
Com uma WEB Cam ligada ao computador são coletadas imagens coloridas por segundo. O
intervalo entre uma imagem e outra pode ser escolhido pelo usuário dentro dos limites da
câmera. Para a câmera utilizada pode-se capturar uma imagem a cada 5 segundos até 30
imagens por segundo. O padrão adotado foi de duas imagens por segundo. As imagens são
arquivadas em computador, preferencialmente em formato bitmap (BMP) para evitar
distorção por compactação. Se a resolução espacial da câmera for boa (no mínimo 640x480) é
aceitável, mas não recomendável que os arquivos estejam em formato JPEG. Nenhum
processamento é realizado durante o registro das imagens. Após completar a aquisição das
imagens, durante a jornada, o usuário (fisioterapeuta que irá realizar a análise) escolhe um
conjunto de imagens para ser processadas. Está escolha é conveniente, pois durante uma
jornada podem ocorrer muitas variações de iluminação, principalmente se o ambiente de
trabalho recebe iluminação natural. Sendo assim, o usuário tem a opção de escolher imagens
que foram obtidas dentro de um determinado intervalo de tempo. Ao escolher o conjunto de
imagens o fisioterapeuta deve fazer a calibração dos pontos de interesse. Para isto ele define o
tamanho do marcador em quantidade de pixels. A escolha do tamanho do marcador é
necessária, pois ele pode variar em função do seu tamanho físico real e em função da
resolução espacial da câmera. Em seguida escolhe-se uma das imagens, onde todos os
marcadores de interesse estejam presentes e com o mouse marca-se o centro de cada um deles.
Esta marcação permite capturar a cor de todos os pontos na região do marcador, cujo tamanho
foi definido anteriormente. Além disso, capturam-se as cores dos pontos que estão nas
vizinhanças do marcador escolhido. Esta combinação de cores (marcador e vizinhança)
normalmente é única dentro do tamanho definido para cada marcador se for admitida uma
tolerância na variação destas cores (entre 5 e 10%). Essa tolerância faz-se necessária porque
entre uma imagem e outra há pequenas variações de cores e tonalidades, provocadas pela
mudança de posição do indivíduo durante sua atividade. Assim, a localização de cada
marcador pode ser feita sem a realização de processamentos complexos.
A coordenada do ponto é escolhida como sendo o centro da região identificada como
sendo o marcador. As coordenadas (X,Y) de cada ponto são armazenadas numa planilha,
assim como o nome do arquivo e o horário em que a imagem foi coletada. A imagem recebe
uma marcação de 3x3 pixels, na mesma cor do marcador, ao redor da coordenada encontrada.
70
Esta marcação é feita para que o fisioterapeuta faça a conferência de ao menos uma parte
das imagens em busca de possíveis erros. É considerado erro quando a marcação feita aparece
distante do marcador real. Os marcadores que não foram encontrados, ou que não estão
visíveis, são marcados com coordenadas (0,0). Assim é possível definir que o indivíduo faz
pausa se nenhum dos marcadores são detectados durante certo intervalo de tempo.
4.10.1 Validação do Processamento
Para avaliar se o software está processando corretamente as imagens e encontrando
corretamente as coordenadas dos pontos, foi escolhida uma amostra das imagens de três
jornadas distintas. A amostra consiste em usar uma imagem a cada 5 minutos de jornada.
Cada imagem da amostra foi aberta no Paint (ferramenta do Windows) e as coordenadas
centrais de cada marcador foram lidas manualmente e registradas em planilha eletrônica. A
mesma amostra foi processada automaticamente pelo software e as coordenadas foram
arquivadas em outra planilha. Posteriormente, as coordenadas obtidas manualmente e
automaticamente foram comparadas uma a uma com a finalidade de encontrar marcadores
detectados erroneamente. Foi considerado marcador errado aquele que foi detectado fora de
sua região real, ou seja, a coordenada encontrada não faz parte de nenhum dos pontos do
marcador. Os marcadores detectados corretamente foram dados como válidos. No caso dos
marcadores que foram marcados como inválidos as imagens foram analisadas visualmente e
os motivos do erro foram identificados. O software de processamento foi ajustado até que os
erros fossem mínimos. Ainda assim é possível fazer um tratamento dos dados para identificar
possíveis erros de detecção, por exemplo, mudanças bruscas de coordenadas de um único
marcador, podem indicar erro de processamento. Neste caso o usuário recebe um alerta para
verificar a veracidade do processamento.
71
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
A pesquisa foi constituída por uma amostra representada por 03 trabalhadores de
escritório e uma voluntária, 03 do sexo masculino e 01 do sexo feminino. O sujeito 1, adulto
jovem com idade de 30 anos, altura de 1,87cm e peso de 96 Kg; Sujeito 02, adulto jovem com
idade de 30 anos, altura de 1,87cm e peso de 83 Kg; Sujeito 03, adulto jovem, com idade de
30 anos, altura de 1,65 e peso de 63Kg e Sujeito 04, adulto jovem, 29 anos de idade, altura de
1,81cm e peso de 93 Kg.
Alguns momentos o sujeito 1 e o sujeito 2 ausentam-se da sala, onde está sendo
realizada a captura de imagens, quando questionado qual o motivo, se era para a realização de
pausa ou algo desta natureza ele relatou: a) desenvolve atividades dentro e fora da empresa; b)
idas ao banheiro e c) sua jornada no período da tarde é mais curta, pois o mesmo é liberado
mais cedo pela empresa para cursar uma segunda faculdade no período noturno, num
município próximo (Feira de Santana) e para seu deslocamento é necessário sair mais cedo.
Na figura 5.1 é apresenta a tela de captura das imagens em ambiente de trabalho. Esta
parte do aplicativo é separada do software de processamento. Este módulo é utilizado para
fazer a captura das imagens no ambiente de trabalho. Ele foi produzido de modo a não
sobrecarregar o processamento do computador onde estiver em uso, por isso sua interface é
simplificada. Antes de iniciar a captura o avaliador pode ajustar a câmera usando o botão com
o símbolo de câmera. Nesta opção as imagens são apresentadas na tela do computador, mas
não são arquivadas. Então se escolhe o tempo de captura em (ms), a pasta onde deseja salvar e
inicia a captura.
72
Figura 5.1: Tela do programa de captura e registro das imagens. Esta imagem foi editada para evitar a
identificação dos participantes e os marcadores foram realçados para melhor visualização na
impressão.
Na figura 5.2 é apresentada a tela de processamento das imagens armazenadas. Nesta
tela o avaliador escolhe as imagens que deseja processar abrindo a lista no menu arquivo.
Posteriormente ele deve determinar os marcadores. Para isto ele deve escolher uma imagem
onde todos os marcadores de interesse estejam bem visíveis. Clicando no círculo
correspondente ao marcador desejado ele deve, em seguida, clicar sobre o marcador na foto,
assim a cor do ponto marcado e dos seus vizinhos é capturada e mostrada no conjunto de 3x3
círculos à direita. O avaliador também deve ajustar o diâmetro do marcador em pixels. Este
ajuste é importante, pois o define o tamanho da região ao redor do marcador que será
analisada para se fazer a distinção de cor. Outra variável que pode ser ajustada é a
sensibilidade de detecção. Esta sensibilidade refere-se à variação da tonalidade em relação à
cor média do marcador. Esta sensibilidade é importante porquê as imagens sofrem pequenas
variações na iluminação e, por isso, a tonalidade dos marcadores varia de uma imagem para
outra.
73
Figura 5.2: Tela de leitura e processamento das imagens. O usuário determina os marcadores,
escolhe o tamanho médio dos marcadores em pixels e a sensibilidade à variação de cores.
Nas figuras 5.3, 5.4 e 5.5 são apresentadas as coordenadas X,Y para os marcadores da
orelha, do pescoço e do ombro do voluntário 1. Embora as imagens tenham sido registradas a
cada 0,5 segundo os gráficos apresentam imagens em intervalos de 5 minutos, pois a leitura
manual das coordenadas das de todas imagens obtidas durante uma jornada é impraticável. As
coordenadas foram lidas e registradas manualmente, ou seja, cada imagem foi aberta num
editor de imagens, o mouse foi posicionado sobre o centro de cada marcador e o valor das
coordenadas (X,Y) foram lidos e arquivados em planilha eletrônica. Há imagens em que o
marcador não estava visível (Ex. na figura 5.3 as 09:32h ou 15:40 ou 15:55), portanto não há
registro de coordenadas, por isso o gráfico fica interrompido.
As mesmas imagens foram processadas com objetivo de detectar automaticamente as
coordenadas dos mesmos marcadores. Observa-se que há uma pequena variação entre os
valores lidos manualmente e os valores detectados automaticamente, isto ocorre por causa da
imprecisão em determinar o centro do marcador. Além disso, a quantidade de coordenadas
lida automaticamente é menor que a quantidade lida manualmente, por exemplo, nas imagens
74
coletada as 14:10h e 14:55h da figura 5.3 não há pontos marcados automaticamente,
embora as coordenadas tenham sido lidas manualmente. Isto ocorre porque o software não
pode identificar o marcador, provavelmente devido a baixa qualidade das imagens, sendo
assim a interpretação dada é a de marcador não visível.
Coordenadas da Orelha - Jornada 1
0
50
100
150
200
250
300
08:46
8:56h
9:17h
9:32h
9:47h
10:02h
14:10h
14:25h
14:40h
14:55h
15:10h
15:25h
15:40h
15:55h
16:14h
16:25h
16:44h
17:05h
Tempo (h:m)
Coordenadas de imagem
X_Orelha Man
X_Orelha Aut
Y_Orelha Man
Y_Orelha Aut
Figura 5.3: Comparação entre as coordenadas X,Y do marcador da orelha obtidas por detecção
manual e automática. As imagens analisadas foram coletadas entre 08:50h e 17:30h.
75
Coordenadas do pescoço - Jornada 1
0
50
100
150
200
250
300
08:
4
6
8
:5
6h
9:
1
7h
9
:32
h
9:
4
7h
10:02
h
14
:
10
h
14
:
25
h
14
:
40
h
14
:
55
h
15
:
10
h
15
:
25
h
15
:
40
h
15
:
55
h
16
:
14
h
16
:
25
h
16
:
44
h
17
:
05
h
Tempo (h:m)
Coordenadas de imagem
X_Pescoço Man
X_Pescoço Aut
Y_Pescoço Man
Y_Pescoço Aut
Figura 5.4: Comparação entre as coordenadas X,Y do marcador do pescoço obtidas por detecção
manual e automática. As imagens analisadas foram coletadas entre 08:50h e 17:30h.
76
Coordenadas do ombro - Jornada 1
0
50
100
150
200
250
300
0
8:46
8
:56h
9
:17h
9:32h
9
:
47h
10:02h
14:10h
14:25h
14:40h
14
:
55h
15:
10h
15:
25h
15:
40h
15:
55
h
16:
1
4h
16:25h
16:44h
17:05h
Tempo (h:m)
Coordenadas de imagem
X_Ombro Man
X_Ombro Aut
Y_Ombro Man
Y_Ombro Aut
Figura 5.5: Comparação entre as coordenadas X,Y do marcador do ombro obtidas por detecção manual
e automática. As imagens analisadas foram coletadas entre 08:50h e 17:30h.
O ângulo do pescoço (figura 5.6) é calculado com base nas coordenadas dos três
marcadores apresentadas nas figuras 5.3, 5.4 e 5.5. Estes dados deram origem ao ângulo do
pescoço, calculado de acordo com a equação 4.1. Observa-se nesta figura que há uma
variação mais significativa entre os valores calculados com base nas leituras manuais e nas
leituras automáticas. Isso deve-se à natureza multiplicativa do erro ocorrido nas leituras
apresentadas nas figuras 5.3, 5.4 e 5.5. Outro fato que deve ser observado é que a quantidade
de ângulos não calculados é maior do que a quantidade de coordenadas não encontrada para
qualquer gráfico de coordenadas, tomando individualmente. Isto ocorre porque o ângulo não é
calculado quando as coordenadas de pelo menos um marcador está faltando.
Do ponto de vista da fisioterapia observa-se que o indivíduo trabalha a maior parte do
tempo com o pescoço estendido para trás, já que o valor do ângulo é maior que 180
o
. Mesmo
considerando o erro existente, entre os cálculos obtidos manualmente e os obtidos
automaticamente, o comportamento é praticamente o mesmo, ou seja, pode-se notar que o
indivíduo trabalha com o pescoço para trás, indicando que, provavelmente, o monitor do
computador para o qual ele olha está mais alto do que o recomendado. Embora ao visualizar
77
as imagens se observe que o monitor se encontra em uma posição adequada em relação a
altura do pescoço do sujeito avaliado, a inclinação do encosto do assento no limite
preconizado de 100 graus, encosto para o braço na cadeira utilizada, em detrimento de tudo
isso o indivíduo adota um posicionamento inadequado, o que corrobora com as orientações de
Brunley (1998 apud PALMA, 2000, p. 98) que a prevenção é uma responsabilidade pessoal.
Então ao realizar a análise fisioterapêutica da postura observa-se um padrão cifótico da coluna
dorsal e ombros projetados para frente o que leva a uma compensação pela coluna cervical
(pescoço), onde se realiza o movimento de extensão do pescoço e acentuação da curvatura
lordótica desta região. Segundo Santos (2003), “teoricamente, músculos enfraquecidos não
conseguem suportar por muito tempo a manutenção da coluna vertebral em seu alinhamento
correto, o que vai desencadeando uma série de adaptações (compensações) funcionais que
acabam por estabelecer as síndromes dolorosas”. Souchard (1990) reforça a importância de
fortalecimento dos principais grupos musculares na forma da Reeducação Postural Global
(RPG) para se evitar as compensações musculares.
Ângulo do Pescoço - Jornada 1
120
140
160
180
200
220
240
260
08:46
8:56h
9:17h
9:32h
9:47h
10:02h
14:10h
14:25h
14:40h
14:55
h
15:10h
15:25
h
15:40h
15
:
5
5h
16:14h
16
:25h
16:44h
1
7:05h
Tempo (h:m)
Ângulo do Pescoço (º)
Ângulo do Pescoço Man
Ângulo do Pescoço Aut
Figura 5.6: Variação do ângulo do pescoço em função do tempo, calculado através das coordenadas
lidas manualmente e das coordenadas lidas automaticamente.
78
O mesmo procedimento foi usado para calcular outros ângulos. Na figura 5.7 é
apresentado o resultado do cálculo do ângulo do cotovelo. Da mesma forma que o ângulo do
pescoço este foi calculado de forma manual e de forma automática. Observa-se nesta figura
que as diferenças entre os valores obtidos com as coordenadas lidas manualmente e com as
coordenadas lidas automaticamente é menor do que no caso do ângulo do pescoço. Isto ocorre
porque a variação na leitura das coordenadas dos marcadores é constante, mas a distância
entre os marcadores não é. Assim quando os marcadores estão próximos o erro no cálculo do
ângulo é maior. O erro associado ao cálculo automático e ao cálculo manual pode ser visto na
figura 5.8, tanto para o ângulo do pescoço quanto para o ângulo do cotovelo. Nesta figura é
possível observar que o erro é menor para o ângulo do cotovelo, pois a distância entre os
marcadores é maior.
Ângulo do Cotovelo - Jornada 1
25
40
55
70
85
100
115
130
08
:
46
8
:
5
6h
9
:
1
7h
9
:
32
h
9
:
4
7h
10:02h
14:10h
14:25h
14:40h
14:55h
15:1
0
h
15:2
5
h
1
5
:
40
h
1
5
:
55
h
1
6
:
14
h
1
6
:
25
h
1
6
:
44
h
1
7
:
05
h
Tempo (h:m)
Ângulo do Cotovelo (º)
Ângulo do Cotovelo Man
Ângulo do Cotovelo Aut
Figura 5.7: Variação do ângulo do cotovelo em função do tempo, calculado através das coordenadas
lidas manualmente e das coordenadas lidas automaticamente.
De acordo com o parecer fisioterapêutico, o indivíduo manteve um comportamento
postural do segmento do cotovelo menor que 90 graus e permaneceu durante um bom tempo
nesta posição ao longo de uma jornada de trabalho de 8 horas. Segundo Magge (2000), isso
pode acarretar o desenvolvimento de disfunções músculoesqueléticas, diminuição da
circulação local gerando processos álgicos. Desta forma, se torna essencial a correção desses
79
posicionamentos inadequados pelo fisioterapeuta, já que o seu objeto de estudo de
acordo com a Resolução COFFITO – 80 é o movimento em todas as suas formas de
expressão. A ferramenta desenvolvida permite a visualização das imagens dos
posicionamentos adotados ao longo da jornada de trabalho tanto pelo fisioterapeuta como pelo
paciente. Sendo assim, é possível corrigir os maus hábitos posturais adotados e enraizados
com o passar dos anos.
Tal achado preenche (responde) uma lacuna observada (existente) no questionário,
pois quando questionado se ele realizava posturas inadequadas durante a execução de suas
tarefas laborais, o mesmo relatou que achava que não, não me recordo, no entanto, relatar dor
constante nos MMSS e região dos ombros (m. trapézio/ fibras superiores) foi perguntado ao
sujeito se ele tinha algum mau hábito postural, algum posicionamento que ele considerava
gerador de dor, o mesmo respondeu que tinha muitas dores na região dos ombros (músculo
trapézio fibras superiores, nos Membros Superiores – MMSS.
Ao observar as imagens pertinentes ao registro do comportamento no gráfico da
postura, observou-se inadequações na forma de atender ao telefone, sentar-se, abaixar-se para
pegar algum objeto que caiu no chão, torção exagerada de tronco e pescoço para visualizar
e/ou conversar com outro indivíduo atrás dele.
Erro percentual do ângulos posturais - Jornada 1
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
0
8:46
8:56h
9
:
1
7
h
9
:
3
2
h
9:47h
1
0
:
0
2h
1
4:10
h
14:25h
1
4
:
4
0h
1
4:55
h
15:10h
1
5
:
2
5h
1
5:40
h
15:55h
1
6
:
1
4h
1
6:25h
16:44h
1
7:05
h
Tempo (h:m)
Erro (%)
Erro ângulo pescoço
Erro ângulo cotovelo
Figura 5.8: Diferenças percentuais entre os ângulos do pescoço e do cotovelo. As diferenças foram
obtidas em função das coordenadas lidas manualmente e das lidas automaticamente.
80
5.2 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS AUTOMATICAMENTE
A ausência do indivíduo no posto de trabalho é percebida pela não detecção de todos
os marcadores, pelo software, por um período de tempo maior que 10 segundos, ou seja, o
indivíduo está em pausa. No entanto, a não detecção de somente alguns marcadores pode ser
classificada em duas categorias: a) ausência casual (pequenas oscilações), que ocorre por
falha de detecção pelo software; b) ausência por alteração de postura é considerado se for no
mínimo por dois segundos), esta ausência pode ser decorrente da execução de “posturas
exóticas” no decorrer da jornada. Por exemplo, se não for detectado o marcador da orelha e
pescoço, por mais de dois segundo, pode ser devido o atendimento do telefone ou a
necessidade de abaixar-se, com o intuito de pegar algum objeto ou por uma torção exagerada
do pescoço e/ou juntamente com torção exacerbada do tronco para falar com alguém que está
atrás. Nestas condições o marcador está impossibilitado de ser visualizado e/ou detectado e,
portanto, não é apresentado no gráfico. A definição da ausência do(s) marcador(es) por
alteração de postura é dependente de muitos fatores, portanto sua interpretação depende da
atividade exercida e da avaliação das imagens pelo fisioterapeuta. Assim, caso o avaliador
julgue necessário confirmar esta postura é possível fazê-la através da visualização da
respectiva imagem. Assim o avaliador compara a imagem com os dados apresentados pelo
gráfico.
O software captura e armazena todas as imagens das posturas adotadas ao longo da
jornada de trabalho, no entanto são muitos dados para serem analisados pelo fisioterapeuta.
Assim os resultados são apresentados graficamente, sendo desnecessário o dispêndio de
tempo para análise de imagem por imagem. Além disso, as alterações posturais são
registradas em somente uma pequena parcela das imagens, nas demais a postura é repetida.
Então após o processamento pelo software, ele arquiva apenas as imagens que apresentam
alterações posturais, desprezando as pequenas oscilações na mesma postura. Assim, para
efeito de arquivamento dos dados (imagens) foi dada uma interpretação sobre quais imagens
devem ser arquivadas. Assim, foi previsto considerar leves oscilações, sem que estas sejam
interpretadas como alterações posturais. O critério para diferenciar oscilações de alterações
posturais foi o valor de qualquer dos ângulos posturais. Se qualquer ângulo sofrer variação
maior que 10% em 2 segundos a imagem é interpretada com sendo uma alteração postural e é
arquivada. Caso contrário, as coordenadas dos marcadores são registradas como dados e a
81
imagem é desprezada, pois não houve alteração significativa que mereça registro para
consulta posterior.
5.3 CONTRIBUIÇÃO DA METODOLOGIA NA EDUCAÇÃO
POSTURAL
Por meio dos dados obtidos pela aplicação da metodologia de Medição Dinâmica de
Ângulos da Postura Sentada foi possível realizar um programa de exercícios e relaxamentos
para os funcionários do Centro de Processamento de Dados da FABA baseado no modelo
proposto por Santos (2003), onde o autor propõe a implantação de um Programa de Exercício
Físico na Empresa (PEFE). Tal proposta surgiu da necessidade de realizar exercícios físicos
que possibilitem a conscientização do trabalhador sobre a importância de um estilo de vida
ativo, onde se possa perceber a importância da prevenção de doenças ocupacionais, a
prevenção e promoção de saúde, a melhora das aptidões musculoesqueléticas, a melhora da
qualidade de vida e de saúde na realização das atividades do cotidiano, melhor nas condições
de trabalho (posto de trabalho) dentre outras (SANTOS, 2003).
Desta forma foram realizadas aulas para orientação e educação da postura no ambiente
de trabalho 3 vezes por semana, seguidas de exercícios específicos (alongamentos, auto-
massagem, relaxamento cervical e orientações para o fortalecimento das cadeias musculares
específicas) com duração de 15 minutos durante o período matutino e 15 minutos no
vespertino. Nem sempre foi possível agregar todos os funcionários e monitores, devido às
características de horário e função realizadas por eles, pois alguns não podem se ausentar do
setor por prestarem suporte de atendimento ao usuário. Então as atividades eram realizadas
com os que se encontravam disponíveis e no formato de rodízio. Participaram deste programa
não só os sujeitos que fizeram parte da amostra da pesquisa, mas os funcionários do setor que
manifestaram interesse em participar e futuramente participar da continuidade deste trabalho
que se representa pela aplicação desta metodologia. Para tanto, foram realizados exercícios
com movimentos relativamente lentos conforme orientação de Santarém (1999, p.40), pois
são provavelmente os ideais para promover estímulo dos proprioceptores capsulares, nos
diferentes graus de amplitude das articulações. Desta maneira, Santos & Ribeiro (2002 apud
SANTOS, 2003) apontam que a prática regular de atividades específicas no ambiente de
trabalho influenciam significativamente na redução de dores localizadas, contribuindo assim
na melhora da qualidade de vida e de saúde dos funcionários.
82
De acordo com Burnley (1998 apud PALMA, 2000, p. 98), “entre as teorias que
buscam explicar as causas das doenças, a teoria do “estilo de vida”, congruente com a
ideologia dominante de saúde, sugere que a prevenção é uma responsabilidade pessoal, cujo
foco de intervenção se dará sobre o controle dos fatores de risco individuais”. Por isso, faz-se
importante a educação postural para os trabalhadores dentro do seu setor de atuação. Assim
por meio desta ferramenta é possível realizá-la de forma personalizada e direcionada as reais
necessidades do indivíduo. Pois acredita-se, como acima citado, que a prevenção é uma
responsabilidade pessoal, porém permeada por profissionais de saúde habilitados para realizar
a orientação de forma adequada e eficaz.
Após esta etapa foi aplicado um breve questionário (Anexo 4) onde pretendeu-se saber
o que representou a metodologia proposta para cada sujeito envolvido, a contribuição das
palestras de orientação preventiva e corretiva com base nos dados gerados pelo software. As
respostas obtidas foram: “foi muito interessante participar desta proposta inovadora, porém
em relação ao uso dos marcadores tinha sempre a preocupação que ele saísse de contato da
pele. Foi muito legal participar desta coleta e depois poder visualizar os vícios que
carregamos ao longo de anos de trabalho nesta função”. O que vem ao encontro de Braccialli
& Vilarta (2000) é que talvez o mais difícil para viabilizar estratégias que sejam realmente
eficazes na prevenção de futuros problemas posturais seja a sensibilização e conscientização
sobre a necessidade de mudanças comportamentais em relação a hábitos enraizados, os quais
são reforçados e preservados ao longo do tempo. Em relação às aulas e as atividades de
educação postural todos consideraram relevantes e pertinentes ao trabalhador atualmente
receber estas orientações e poder contar com alguns minutos de atividades físicas.
Quando foram questionados quanto ao conhecimento de algum projeto referente a
questões posturais realizados pela empresa onde atuam, todos responderam não ter nenhum
conhecimento quanto a esta questão. No entanto, foi detectado a Faculdade de Fisioterapia
existente no campus e proposto um programa de intervenção ergonômico e preventivo para
ser realizado pelo grupo docente e discente para este setor bem como outros desta instituição
que se mostrou favorável e interessada em proporcionar o bem estar e a condição de atuação
laboral saudável dentro da mesma.
Com isso, uma das formas que se vê como soluções viáveis na busca da qualidade vida
e qualidade de vida no trabalho é a formação permanente, tanto no âmbito de busca por
medidas de apoio tecnológico e de implementações dos procedimentos de diagnóstico e
prevenção, como no processo de Educação em Saúde, visando à conscientização e a
83
informação que gera o aprendizado e a agregação de medidas saudáveis no cotidiano do
ser humano.
84
6 CONCLUSÕES
Este trabalho procurou examinar o comportamento postural do indivíduo dentro do seu
ambiente de ação, para desta forma, compreender a sua relação com os acometimentos
posturais decorrentes desta situação. Para tanto, foi desenvolvida uma metodologia para
suporte no processo de averiguação e registro das situações posturais adotadas ao longo da
jornada de trabalho. A metodologia auxilia de fato o fisioterapeuta na avaliação do
comportamento postural de indivíduos que atuam sentados. Com este método é possível
detectar alterações precocemente e assim realizar a intervenção em tempo hábil, evitando
transtornos e disfunções exacerbadas e dessa forma, propiciar um trabalho de conscientização
postural antecipadamente, pois a prevenção melhora a qualidade de vida. O fisioterapeuta
pode realizar uma análise da postura visual, para fins de triagem e elaboração de um traçado
epidemiológico do comportamento postural em diferentes categorias profissionais, pode
realizar a avaliação com base nas medidas angulares apresentadas pelo software e o registro
das imagens permite ao fisioterapeuta realizar o acompanhamento qualitativo e quantitativo
da resposta terapêutica e do seu comportamento postural do indivíduo, antes e depois das
orientações recebidas.
O desenvolvimento deste software representou:
1. Apoio para o fisioterapeuta no que tange o trabalho de análise de um grande volume
de informações,
2. Propiciou apoio tecnológico na questão de oferecer a medida dos ângulos posturais
de interesse de forma automática, conseqüentemente mais prática, o que facilita o processo de
avaliação global da postura ocupacional sentada em mais de um indivíduo sem o dispêndio de
ter que observar sem o esse auxílio todas as atitudes posturais adotadas durante uma jornada
inteira de ação.
4. Possibilita, futuramente, por meio do arquivo desses comportamentos traçar um
perfil epidemiológico por empresa, por região em larga escala, estudos de caso por categorias
profissionais (ex. dentistas, profissionais de telefonia e telemarketing, etc.).
Cabe ressaltar que este trabalho permitiu ilustrar como os eventos posturais ocorridos
dentro do ambiente de trabalho podem ter impacto sobre as condições de saúde
(especialmente das estruturas musculoesqueléticas) do indivíduo. Ele também contribuiu para
a detecção do comportamento postural prevalente, observação das mudanças posturais que
85
ocorrem ao longo das jornadas de atuação. Isto permitiu a detecção precoce das reais
razões que geram os acometimentos posturais a médio e longo prazo em função da
manutenção estática da postura. É preciso, pois, repensar os procedimentos em saúde, de
forma a agregar os benefícios da tecnologia.
O impacto dos fatores que são detectados pelo fisioterapeuta com o auxílio desta
ferramenta tecnológica e sua influência na saúde pública é alvo para uma posterior discussão,
bem como os aspectos identificados em larga escala e a repercussão sobre a prevenção
primária de doenças neste âmbito.
A manutenção de um posicionamento saudável envolve ajustes corporais constantes e
coerentes com o objetivo de manter os segmentos corporais alinhados e orientados
apropriadamente. Embora se saiba, que esta tarefa requer um intrincado relacionamento entre
informação sensorial e ação motora, faz-se necessário à implementação (acréscimo) de
medidas que possibilitem a quantificação da manutenção da posição, que possam contribuir
nos diferentes aspectos do sistema de controle e coordenação dos movimentos. Sendo um
deles o processo cognitivo de conscientização de hábitos saudáveis e adequados de
posicionamento. Neste contexto a observação visual que o indivíduo faz de si tem papel
fundamental no seu processo de conscientização e reeducação de seus hábitos. Dado que a
ferramenta permite registrar, processar e arquivar grande quantidade dados e que o
fisioterapeuta pode analisar estas informações de forma rápida e adequada será sempre
possível personalizar a reeducação ou o tratamento, o que certamente conduzirá o resultado a
uma probabilidade muito maior de sucesso.
O controle postural em crianças, por exemplo, é alcançado prioritariamente com base nas
informações visuais, pois os depoimentos contribuem muito pouco no processo de avaliação.
Somente por volta dos sete anos de idade é que ocorre um período de transição, no qual o
sistema de controle postural deixa de ser estritamente dependente da visão e passa a integrar
as informações provenientes dos demais sistemas sensoriais para o controle da postura,
assumindo, então, uma estratégia semelhante à verificada no funcionamento do sistema de
controle postural em adultos (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 1985;
WOOLLACOTT DEBÛ & MOWATT, 1987 apud BARELA et al., 2000). Sendo assim, é
desejável que a metodologia desenvolvida neste trabalho sofra uma evolução que permita
avaliar a criança de maneira mais acertada e, com isso, educá-la adequadamente.
Do ponto de vista fisioterapêutico é de suma importância criarmos uma
conscientização voltada para a educação em saúde dentro e fora do contexto do trabalho, pois
se acredita que somente assim, estaremos em busca da qualidade de vida (MARQUES &
86
GAYA, 1999; MIYAMOTO et al., 1999; BRACCIALLI & VILARTA, 2000;
MONTAGNA, 2002; SANTOS, 2003). Especialmente Matos & Graça (1988), Gaya (1997) e
Gaya et al. (1998 a, b), defendem a promoção de hábitos de vida saudável como meta de
qualquer sistema educativo.
6.1 PERSPECTIVAS DA PESQUISA
Por meio desta nova ferramenta, que se caracteriza como um instrumento de apoio
para a análise da postura ocupacional sentada e para registro associado a ela é desejável que o
fisioterapeuta, possa realizar estudos de caso de diversas categorias profissionais, analisando a
repercussão do posicionamento diário do trabalhador dado, pode-se conhecer seu
comportamento postural ocupacional. Assim, a contribuição social deste trabalho torna-se
mais relevante na minimização das doenças ocupacionais.
Existe a possibilidade de realizar uma análise ergonômica do ambiente de trabalho,
levando em consideração os elementos do ambiente de trabalho (ruído, iluminação,
mobiliário, ventilação).
87
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97
ANEXOS
98
ANEXO A
Instrumento de Avaliação da coluna vertebral
99
ANEXO A
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL
I – IDENTIFICAÇÃO:
Nome: __________________________________________________________________________.
Prontuário Nº: ________ Data da avaliação: ____/____/_____.
Idade: ____ Anos. Sexo: F ( ) M ( )
Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Divorciado ( ) Casado ( ) Amasiado ( ) Viúvo.
Escolaridade:
( ) 1º Grau
( ) 2º Grau
( ) Superior
Local de trabalho: _______________ Horário de entrada no trabalho: _________h.
Jornada de Trabalho (em horas): ___________________h.
Ocupação atual: ______________________________________________________________.
Ocupações pregressas: ________________________________________________________.
Peso aproximado: ________Kg. Altura aproximada: ________________m.
Dominância:
( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Ambidestro
II - HISTÓRIA DE SAÚDE
1. ANTECEDENTES PESSOAIS E DE DOENÇAS ASSOCIADAS
:
( ) Obesidade ( ) Tuberculose ( ) Cirurgia
Especificar: ___________________________________.
( ) Câncer ( ) Diabetes mellitus ( ) Outros
Especificar: ___________________________________.
( ) Etilismo ( ) Sim ( ) Não ( ) Social Tipo de bebida:________________________.
Freqüência: ___________________________________.
( ) Tabagismo ( ) Sim ( ) Não Cigarros/dia: ______ Anos: ______.
2. SINAIS E SINTOMAS GERAIS:
( ) Febre ( ) Anorexia ( ) Cefaléia occipital ( ) Depressão
( ) Alterações do equilíbrio ( ) Alterações genitourinárias ( ) Alterações intestinais
100
( ) Emagrecimento: ___Kg Tempo: ____ ( ) Aumento de peso: ___Kg
Tempo: ________________
3. ASPECTOS POSTURAIS E ERGONÔMICOS:
Colchão: ( ) Adequado Travesseiro: ( ) Baixo ( ) Alto
( ) Inadequado ( ) Médio ( ) Não usa
Posição no trabalho: ( ) Sentada ( ) Sem posição fixa ( ) Ortostática
( ) Outra: _______________
Tipo de atividades no trabalho: _____________________________
Prática de atividade física: ( ) Sim ( ) Não
Tipo: __________________ Freqüência: _________________
4. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E ECONÔMICOS
Relacionamento familiar: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Difícil
Relacionamento com colegas de trabalho: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Difícil
Relacionamento com chefia(s): ( ) Bom ( ) Regular ( ) Difícil
Quer mudar de setor de trabalho?
( ) Sim ( ) Não Justifique: ___________________________________.
Está envolvido em alguma questão legal trabalhista?
( ) Sim ( ) Não Especifique: ___________________________________.
Foi um acidente de trabalho?
( ) Sim ( ) Não Especifique:_______________________________________.
III - SINAIS E SINTOMAS ESPECÍFICOS
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DORES
Localização: ( ) Cervical ( ) Dorsal ( ) Lombar
Intensidade _________ _________ ___________
(0=sem dor/100= pior dor imaginável)
Irradiação: ( ) Negada ( ) Trapézio ( ) MID (abaixo joelho)
( ) MSD ( ) MID (acima joelho) ( ) MIE (abaixo joelho)
( ) MSE ( ) MIE (acima joelho) ( ) Outro
Especifique: ____________________________________________________________________.
Horário: ( ) Matutina ( ) Vespertina ( ) Noturna ( ) Sem horário fixo
101
Data de início do episódio atual :
Início: ( ) Súbita ( ) Gradual
É o primeiro episódio? ( ) Sim ( ) Não
Especifique o número de episódios anteriores: _____
Data de início do primeiro episódio: ___/___/___
Estágio: ( ) Aguda (duração de 1-4 semanas) ( ) Subaguda (duração de 5-12 semanas)
( ) Crônica (duração de mais de 12 semanas ( ) Crônica com exarcebação aguda
Fatores de piora ( ) Esforço físico ( ) Repouso prolongado ( ) Posição em pé
( ) Posição sentada ( ) Deambulação ( ) Tensão Emocional
( ) Esporte ( ) Movimento ( ) Outro
Especifique: _______
Fatores que aliviam ( ) Repouso ( ) Calor local ( ) Fisioterapia ( ) Medicação
( ) Movimento ( ) Exercício/alongamento ( ) Outros
Especifique: _______
Recente história de trauma ( ) Queda
Especifique: ________________________
( ) Acidente com veículo
Especifique: ________________________
( ) Outro
Especifique: _________________________
Fator es associados: ( ) Rigidez matinal ( ) Fraqueza muscular
( ) Parestesia ( ) MSD ( ) MID (acima joelho)
( ) MIE (acima joelho)
( ) MSE ( ) MID (abaixo joelho)
( ) MIE (abaixo joelho)
Tratamento anterior: ( ) Não ( ) Sim ( ) Clínico ( ) Fisioterapia ( ) Cirurgia ( ) Outro
Especifique: ________________
IV - EXAME FÍSICO ESPECÍFICO
1. INSPEÇÃO ESTÁTICA
Cabeça: ( ) Normal ( ) Inclinada anteriormente ( ) Inclinada à direita ( ) Inclinada à esquerda
Ombros: ( ) Simétricos ( ) Direito mais elevado ( ) Esquerdo mais elevado
Escápula: ( ) Simétricas ( ) Alada à direita ( ) Plana à direita
( ) Desnivelamento ( ) Alada à esquerda ( ) Plana à esquerda
Quadril: ( ) Normal ( ) Desnivelamento
102
Membros inferiores: ( ) Simétricos ( ) Joelhos valgos ( ) Pés planos
( ) Desvio do calcanhar para fora ( ) Hálux
( ) Joelhos varos ( ) Pés cavos
( ) Desvio do calcanhar para dentro
Coluna vertebral: ( ) Normal ( ) Escoliose
( ) Retificação lordose lombar
( ) Hiperlordose cervical
( ) Aumento da cifose dorsal
( ) Hiperlordose lombar
( ) Retificação da lordose cervical
2. INSPEÇÃO DINÂMICA E PALPAÇÃO
Marcha: ( ) Normal ( ) Antálgica ( ) Patológica
Mobilidade da Coluna Vertebral
Movimentos Região Cervical Região Dorsolombar
Dor Restrição Dor Restrição
Flexão
Extensão
Inclinação à direita
Inclinação à esquerda
Rotação à direita
Rotação à esquerda
Dor à palpação de processos espinhosos : ______________________
Alterações do tônus muscular : _______________________________
3. AVALIAÇÃO ALIAÇÃO MUSCULAR ESPECÍFICA
Avaliação da força muscular Músculos Grau*
Glúteo D ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Glúteo E ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Adutores escapulares ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Eretores cervivodorsais ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Abdominais superiores ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Abdominais inferiores ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Abdominais oblíquos ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
* Grau 1 = Esboço de movimento; Grau 2 = Arco de movimento completo sem ação da gravidade;
Grau 3 = Arco de movimento completo contra ação da gravidade; Grau 4 = Arco de movimento
completo contra resistência parcial; Grau 5 = Arco de movimento completo contra resistência total
Encurtamento muscular : Quadríceps ( ) Sim ( ) Não
Isquiotibia ( ) Sim ( ) Não
Paravertebrais ( ) Sim ( ) Não
4. EXAMES NEUROLÓGICOS:
Caminhar na ponta dos pés (S 1) ( ) Normal ( ) Anormal à direita
( ) Anormal à esquerda
Caminhar nos calcanhar calcanhares es (L
5) ( ) Normal ( ) Anormal à direita
( ) Anormal à esquerda
103
Reflexos:
Patelar (L
4) Aquileu (S 1) Bicipital (C 5)
Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo
( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal
( ) Aumentado ( ) Aumentado ( ) Aumentado ( ) Aumentado ( ) Aumentado ( )Aumentado
( ) Diminuído ( ) Diminuído ( ) Diminuído ( ) Diminuído ( ) Diminuído ( ) Diminuído
( ) Abolido ( ) Abolido ( ) Abolido ( ) Abolido ( ) Abolido ( ) Abolido
Tricipital (C
7) Braquiorradial (C 6)
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal
( ) Aumentado ( ) Aumentado ( ) Aumentado ( ) Aumentado
( ) Diminuído ( ) Diminuído ( ) Diminuído ( ) Diminuído
( ) Abolido ( ) Abolido ( ) Abolido ( ) Abolido
Sensibilidade Tátil
Pé direito
Região medial (L
4) Região dorsal (L 5) Região lateral (S 1)
( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal
( ) Aumentada ( ) Aumentada ( ) Aumentada
( ) Diminuída ( ) Diminuída ( ) Diminuída
( ) Abolida ( ) Abolida ( ) Abolida
Pé esquerdo
Região medial (L
4) Região dorsal (L 5) Região lateral (S 1)
( ) Normal ( ) Normal ( ) Normal
( ) Aumentada ( ) Aumentada ( ) Aumentada
( ) Diminuída ( ) Diminuída ( ) Diminuída
( ) Abolida ( ) Abolida ( ) Abolida
Força Muscular
Extensão do joelho (L
2, , L 3, , L 4) Dorsiflexão do pé e hálux (L 4,, ,, , L5)
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
( ) Conservada ( ) Conservada ( ) Conservada ( ) Conservada
( ) Diminuída ( ) Diminuída ( ) Diminuída ( ) Diminuída
( ) Abolida ( ) Abolida ( ) Abolida ( ) Abolida
104
Flexão plantar do pé e hálux (S 1)
Direito Esquerdo
( ) Conservada ( ) Conservada
( ) Diminuída ( ) Diminuída
( ) Abolida ( ) Abolida
Flexão do cotovelo elo (C
5,, ,, , C6) Extensão do coto cotovelo elo (C 6,, ,, , C7,, ,, , C8)
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
( ) Conservada ( ) Conservada ( ) Conservada ( ) Conservada
( ) Diminuída ( ) Diminuída ( ) Diminuída ( ) Diminuída
( ) Abolida ( ) Abolida ( ) Abolida ( ) Abolida
Preensão (C
7,, ,, , C8,, ,, , T1)
Direito Esquerdo
( ) Conservada ( ) Conservada
( ) Diminuída ( ) Diminuída
( ) Abolida ( ) Abolida
5. MANOBRAS ESPECIAIS
Sinal de Lasègue
Lombar Posterior coxa Posterior perna Ângulo
Direito
Esquerdo
Teste de Compressão: ( ) Negativo ( ) Positivo ( ) Duvidoso
Teste este de Adson: ( ) Negativo ( ) Positivo ( ) Duvidoso
105
ANEXO B
Questionário: Instrumento para coleta de dados da pesquisa
106
ANEXO B
Este questionário possui a finalidade de obter informações sobre seus dados pessoais,
condições de trabalho e avaliação de suas condições de saúde e físicas em geral, com o intuito
de verificar qual é o comportamento postural adotado pelo indivíduo durante suas atividades
laborais na postura sentada e quais são os efeitos destas posturas na saúde do trabalhador.
Portanto, responda atenciosamente a todas as questões, escrevendo quando for solicitado ou
assinalando a alternativa que melhor refletir a sua opinião.
Esta ánalise postural ocupacional visa detectar possíveis alterações posturais e
doenças ocupacionais, as instaladas e as que poderão se instalar. Deste modo, poderá se atuar
na prevenção e na causa específica de determinadas alterações, levando em consideração o
risco da atividade laboral exercida.
Saliento a importância da devolução deste questionário respondido, pois as
informações obtidas serão analisadas e servirão como subsídios para análises estatísticas e
desta forma, propor estratégias de melhorias dentro do ambiente ocupacional e orientações
posturais específicas e direcionadas para cada indivíduo.
“TODAS AS INFORMAÇÕES FORNECIDAS SERÃO MANTIDAS EM
SIGILO E SERÃO UTILIZADAS SOMENTE PARA FINS DE PESQUISA”
QUESTIONÁRIO: Instrumento para a coleta de dados da pesquisa
Nº de controle: _________________.
IDENTIFICAÇÃO GERAL:
Favor assinalar apenas uma alternativa, em uso de dualidade assinale a que ocorre com maior
freqüência.
Gênero: Feminino Masculino Idade: ____________________.
Estado civil: Solteiro Casado Separado Outros
Grau de instrução: 2º Grau completo
Graduado: Completo Incompleto
Pós-graduação: Especialista Mestrado Doutorado Outros
107
CONDIÇÕES DE TRABALHO
1. Qual é a sua profissão?
____________________________________________________________________.
2. Há quanto tempo trabalha nesta empresa? ( ) anos ( ) meses.
3. Há quanto tempo trabalha nesta função? ( ) anos ( ) meses.
4. Assinale os seus turnos de trabalho:
Matutino Vespertino Noturno Madrugada
Você atua em mais de 01 emprego?
Sim Não
Quantos? ____________________________________________________________.
5. Você exerce outra atividade além da que está exercendo no momento?
Sim Não
Se sim qual? __________________________________________________________.
6. Qual é a sua jornada de trabalho diária (em horas)?
4h 6h 8h 10h Outro : _______.
7. A sua atividade de trabalho exige longas horas na posição sentada?
Sim Não
8. Você realiza pausas de descanso durante a sua jornada de trabalho?
Sim Não
9. Caso afirmativo, preencha o quadro a seguir:
Nº de pausas_______ Tempo de cada _______min. Tempo total _______min.
11. Você realiza horas extras? Sim Não
Se sim, quantas horas por semana? ________________________________________
12. Quanto ao ritmo das atividades desenvolvidas no seu trabalho, você considera:
Acelerado Não acelerado
AMBIENTE DE TRABALHO
1. Em relação ao seu ambiente de trabalho você considera agentes estressantes:
Excesso de barulho Sim Não
Temperatura inadequada Sim Não
108
Iluminação inadequada Sim Não
Mobiliário inadequado Sim Não
Salas inadequadas Sim Não
2. Cite 03 fatores que favorecem posturas inadequadas durante sua atividade de trabalho:
CONDIÇÕES DE SAÚDE
3. Assinale as alternativas em relação aos problemas de saúde manifestados no decorrer de
sua atuação profissional:
Dor de cabeça Não Raramente Pouco Com freqüência
Cansaço mental Não Raramente Pouco Com freqüência
Dores nos braços Não Raramente Pouco Com freqüência
Dores nos ombros Não Raramente Pouco Com freqüência
Dores nas costas Não Raramente Pouco Com freqüência
Dor nas pernas Não Raramente Pouco Com freqüência
Dor no pescoço Não Raramente Pouco Com freqüência
Inchaço nas pernas Não Raramente Pouco Com freqüência
Inchaço nos braços Não Raramente Pouco Com freqüência
Irritabilidade Não Raramente Pouco Com freqüência
A que você atribui a presença destas
dores?______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4. Você é portador de alguma doença crônica? (Ex: doença renal, hipertensão/pressão alta,
algum tipo de câncer, diabetes, doença ortopédica, seqüela neurológica ou outras):
Sim Não
Se sim, qual ?__________________________________________________________
5. Você faz algum tratamento médico? Sim Não
Se sim, qual?______________________________________________________________
6. Você já ficou afastado do ambiente de trabalho por algum motivo de saúde?
Sim Não
Se sim, quantos dias __________qual o motivo? ___________________________________
109
7. Você pratica alguma atividade física? Sim Não
Se sim, qual?
___________________________________________________________________________
Quantas vezes por semana:
01 vez 02 vezes 03 vezes mais de 03 vezes
Duração:
Menos de 15 min. 15 a 30 min. mais de 30 min.
8. Os problemas posturais relacionados a atividades laborais e a preocupação na qualidade de
vida dentro do ambiente de trabalho hoje é uma realidade. Em sua instituição de trabalho
existe algum projeto para melhoria, de orientação e prevenção diretamente ligado ao seu setor
de atuação?
Sim Não tenho conhecimento
Espaço para considerações:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
110
ANEXO C
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
111
ANEXO C
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Conf. Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde)
Sou aluna do programa de mestrado em Engenharia Biomédica da Universidade Mogi
das Cruzes – UMC, neste momento estou iniciando a coleta de dados para elaboração da parte
final da minha dissertação intitulada: “Medição Dinâmica de Ângulos da Postura Ocupacional
Sentada por Análise de Imagem”, caracteriza-se por um estudo com trabalhadores que
realizam atividades laborais na maior parte do tempo na posição sentado. Neste sentido,
gostaria que você participasse do grupo que irá compor o referido programa, realizando as
atividades propostas. Para realizarmos a coleta de dados será necessário ser respondido um
(01) questionário baseado no modelo proposto por Nascimento & Moraes (2000) e Santos
(2003), o mesmo foi fracionado em 04 blocos, com perguntas pertinentes à identificação geral
dos participantes (quanto à idade, sexo e tempo de atuação profissional), não sendo necessário
identificar-se, mantendo seu anonimato. As outras questões serão referentes às condições do
ambiente de trabalho e outras informações adicionais sobre sua atuação e questões referentes
ao estilo de vida (jornada de trabalho, atividades diárias).
Os procedimentos que compõem o protocolo são: a) avaliação postural (exame da
postura estática, palpação da musculatura e processos espinhosos da coluna vertebral,
inspeção dos membros superiores e inferiores, b) mensuração das Amplitudes de Movimento
(ADM) por meio do instrumento goniômetro. Não é um procedimento invasivo, portanto não
acarretará nenhum dano a sua saúde; c) fixação dos marcadores nos pontos de referência
anatômica localizados na base da orelha, pescoço, ombro, cotovelo, punho e quadril. Os
marcadores são adesivos curativos revestidos por fitas coloridas. Com isto, pretende-se
verificar o comportamento postural de indivíduos com atividades laborais na posição sentada
e qual é a relação dessas variáveis com as condições de trabalho, bem como avaliar os efeitos
desta metodologia na melhora da qualidade de vida do trabalhador, bem como estimular a
promoção e prevenção de afecções músculoesqueléticas decorrentes das inadequações
posturais.
112
Os resultados finais da pesquisa poderão contribuir para entendermos e
caracterizarmos o comportamento postural ocupacional dos trabalhadores que atuam na
posição sentado.
Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos responsáveis pelo desenvolvimento
da pesquisa (pesquisadora), para eventuais esclarecimentos de dúvidas que venham surgir.
É garantida sua liberdade em desistir da pesquisa a qualquer momento, sem qualquer
prejuízo. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros profissionais da
área da saúde, não sendo divulgado a identificação de nenhum avaliado.
Qualquer informação adicional poderá ser dirigida aos pesquisadores por Profa Paula
Montagna pelo telefone: (75) 3425-8055.
Declaro que os dados coletados serão mantidos em sigilo, de acordo com o que se
propõe na pesquisa e na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
Certo de contar com o seu apoio, agradecemos antecipadamente a atenção dispensada
e colocamo-nos ao seu dispor para quaisquer dúvidas e esclarecimentos.
Contato: e-mail [email protected]
ou pelo telefone: (75) 3425-8055.
Prof. Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira e Profa Paula Montagna
Orientador / Pesquisadora
Consentimento Pós-Informado
Eu, ....................................................................................., fui esclarecido sobre a pesquisa
“Medição Dinâmica de Ângulos da Postura Ocupacional Sentada por Análise de Imagem”e
concordo que meus dados sejam utilizados na realização da mesma.
Assinatura: .........................................................................................
RG:..........................................................
113
ANEXO D
Avaliação qualitativa do programa de educação postural e metodologia de medição dinâmica
dos ângulos da postura ocupacional sentada por análise de imagem
114
ANEXO D
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO POSTURAL E
METODOLOGIA DE MEDIÇÃO DINÂMICA DOS ÂNGULOS DA POSTURA
OCUPACIONAL SENTADA POR ANÁLISE DE IMAGEM
Após a sua participação no PROGRAMA DE EDUCAÇÃO POSTURAL E
METODOLOGIA DE MEDIÇÃO DINÂMICA DOS ÂNGULOS DA POSTURA
OCUPACIONAL SENTADA POR ANÁLISE DE IMAGEM, gostaria que você fizesse uma
avaliação descritiva apontando considerou importante nos seguintes momentos:
Antes do desenvolvimento das aulas do Programa de Educação Postural:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________
Durante a execução das aulas:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________
Depois da execução das aulas:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________
Experiência vivenciada:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________
Execução da Metodologia de captura de imagens:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________
Durante a aplicação da Metodologia de captura de imagens:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________
115
Após a aplicação da Metodologia de captura de imagens:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________
Livros Grátis
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Milhares de Livros para Download:
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