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O desafio, nesse momento, era encontrar uma justificativa para medidas
iguais dos lados de KLMN. Maria Divina iniciou, e o debate se seguiu até que foi
preciso fechá-lo por falta de tempo:
Divina:
Eu estava observando a bissetriz E que passa a uma mesma distância da bissetriz G e se você
observar a bissetriz F passa também a uma mesma distância da bissetriz H. Se você observar bem, esse
quadrado do centro está claro que tem a mesma distância, os lados desse quadrado. Se as quatro paralelas, as
perpendiculares, podemos observar essa questão aí do paralelismo e perpendicularismo. Dá para realmente
saber que a distância é a mesma. Estou certa ou não professor?
Marcelo:
Maria, eu acho que ainda está faltando um argumento, já está claro que os ângulos são 90º,
portanto as retas azuis são paralelas duas a duas, ou seja, y é paralela a z, tá ok?! E x é paralela a w. Mas
como que daí eu concluo que KL, eu posso concluir que KL é, então, paralelo a MN, mas como que daí eu
vou... Como os ângulos são iguais eu posso dizer que KL é congruente com MN, mas como dizer que KL é
congruente com KN? Essa que é a pergunta que falta resolver. Resolvida essa, se KL for congruente a KN,
fazemos um raciocínio semelhante para dizer que KL é congruente a LM, aliás nem precisa, porque já que
são paralelos já está resolvido o assunto. Alguém tem uma sugestão?
Pedro:
A idéia seria pensar assim, se nós temos o triângulo aí, o triângulo ELF, colocando o segmento EL
e temos um segmento um pouquinho maior na mesma linha EM. A subtração desses segmentos EM – LE,
dá o segmento do quadrado, quer dizer, que é a tese que a gente está tentando provar que é o quadrado. Da
mesma forma, a gente pega o ponto H, onde está a bissetriz desse vértice, mede a distância HM, HN,
subtrai essa duas distâncias, como eu sei que os segmentos NH e LE são praticamente congruentes, têm o
mesmo valor, então eu posso concluir que MN e LM têm a mesma medida, podemos chegar à conclusão que
realmente é um quadrado, procede?
Marcelo:
Prezado Pedro, essa é uma das dificuldades talvez de fazer Geometria à distância, mas não me
pareceu, se é que eu pude, se é que eu pude acompanhar os passos, eu não acho que houve uma conclusão
ainda sobre isso
(tempo).
Espera aí que a Rúbia quer fazer uma pergunta.
Rúbia:
Lincoln, para eu entender então o que você está comentando, se isso que você falou for válido, está
resolvido, porque aí LM vai ser igual a MN. Agora a minha dúvida é, como que você está garantindo que
EM é exatamente igual a HN e aí, então, porque que você falou que HN é igual a EL, ok?!
(tempo)
Marcelo:
Pessoal, nós estamos com o tempo terminando e está, esta questão fica aqui em aberto aqui agora,
está sendo colocada no fórum também. É claro que medir os ângulos da maneira como foi proposto nós íamos
ver, e medindo os segmentos, nós íamos ver que era um quadrado. A questão então que está em aberto é
ainda provar que aquele KLMN é um quadrado, estamos quase chegando lá! Mas não tem problema e essa
demonstração pode ser omitida de um aluno às vezes da quinta a oitava série, ele apenas ia experienciar que
é um quadrado, mas talvez já haja espaço para fazer isso no ensino médio, tá ok?!
Pedro:
Fazendo mais uma colocação a respeito da sua pergunta, traçando as diagonais desse quadrado,
elas vão se encontrar no centro do quadrado, então eu acho que é mais uma possibilidade de nós garantirmos
que isso seja um quadrado.
Essa atividade foi uma das poucas que se estenderam para uma interação
coletiva além dos encontros síncronos. Durante a semana o contato era mais direto
entre eu e os alunos-professores, individualmente, que me escreviam com dúvidas
e/ou enviando suas soluções, por exemplo. Mas essa atividade abriu espaço para
discussão no fórum, onde antes mesmo de nós colocarmos alguma dica inicial, como
fôra combinado, já foi postada uma demonstração (anexo B). Outra ainda foi enviada
por e-mail.