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JOSÉ LUIZ MARINHO PORTOLEZ
DISPOSITIVO PARA ANÁLISE DOS MOVIMENTOS
COMBINADOS DE MEMBRO SUPERIOR
Mogi das Cruzes
2005
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JOSÉ LUIZ MARINHO PORTOLEZ
DISPOSITIVO PARA ANÁLISE DOS MOVIMENTOS
COMBINADOS DE MEMBRO SUPERIOR
Dissertação apresentada à
banca da Universidade de Mogi
das Cruzes como parte dos
requisitos para a obtenção do
título de mestre em Engenharia
Biomédica
Orientadora: Profª. Dra. ANNIE FRANCE SLAETS.
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – SP
NPT – NÚCLEO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS
MOGI DAS CRUZES
2005
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa Valéria Cristina
Sanchez Portolez e a meu filho Pedro Luiz Sanchez Portolez, pelos momentos
felizes e difíceis que passamos em nossa vidas, e por mais uma conquista
juntos.
1
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha e Leonor Portolez Vallis Marinho, que
sempre me apoiou em momentos difíceis da vida.
A professora Annie Francè Slates, pelo seu conhecimento,
carisma e bom humor tendo participação fundamental na montagem deste
trabalho.
Aos amigos, Emerson do Santos e Renata Banjai, pelo
incentivo e ajuda em momentos importantes.
Agradecimento especial ao prof. Ivan Cheida, um
incentivador da minha carreira que abriu e contínua a abrir muitas portas.
Obrigado.
Agradeço a Daniel Fabiano Lago pela luz (quando tudo
estava escuro) inicial neste projeto.
A Flávio César Amate pela sua fundamental participação na
elaboração do sistema de avaliação.
Aos estagiários do NPT, em especial a Dionísio, Eduardo e
Giovanni que tiveram importante participação neste trabalho.
A Deus por
RESUMO
Para fornecer medidas de funcionalidade do movimento humano, que esta na
maioria das vezes analisada de maneira indireta e subjetiva, foi desenvolvido
neste trabalho um dispositivo eletro mecânico capaz de identificar e quantificar
através de análise cinemática, o deslocamento combinado do membro superior
no espaço, estando este contido dentro dos planos de coordenadas espaciais
(X,Y,Z). O dispositivo mensura o comprimento de três fios amarrados de um
lado ao pulso do paciente e do outro, a potenciômetros multivoltas dispostos
nos cantos de uma plataforma e envia os dados ao computador.O
posicionamento espacial do pulso é calculado por geometria analítica e os
gráficos dos movimentos tridimensionais, o apresentados em tempo real no
monitor. A quantificação da trajetória do membro superior, nos movimentos
utilizados na rotina diária como, pentear o cabelo, comer e escovar os dentes
foi realizada com precisão de 4% e as trajetórias são apresentadas em gráficos
tridimensionais. Esses resultados permitirão o controle evolutivo das patologias
que afetam o membro superior e sua funcionalidade, assim como servirão de
parâmetros para o controle objetivo no processo de reabilitação das disfunções
do membro superior.
Palavras chaves:- Análise Cinemática, Análise de movimento, Membro
superior, Funcionalidade do movimento.
ABSTRACT
In order to provide measures of function of human movement, which is most of
the times analysed in a subjective and indirect way, an electric mechanic device
was developed aiming the identification and quantification of the combined
displacement of the upper limb in space through kinematic analysis, this
displacement is comprised within the planes of spatial coordinates (X,Y,Z). The
device measures the length of four threads that are tied in one side to the wrist
of the patient and in the other to multiturn potentiometers, placed at the four
sides of a platform and also sends data to the computer where it is then
processed. The quantification of the path of the upper limb, in movements that
are performed on a daily basis, such as comb one´s hair, feed oneself and
brush one´s teeth was accurately accomplished with .4% error and the paths
are presented in tridimensional graphs. These results will allow the evolutionary
control of the pathologies that affect the upper limb and its function, and will
also serve as parameters to the objective control in the process of rehabilitation
of the dysfunctions of the upper limb.
LISTA DE FIGURAS
FIG.1 – Representação dos Movimentos Angulares e Lineares .................... 10
FIG.2 – Divisão dos Planos de Movimento..................................................... 11
FIG.3 – Tensiômetro do Cabo – Dinamômetro para Tração Lombar ............. 17
FIG.4 – Análise do movimento combinado do membro superior.................... 19
FIG.5 – Sistema de marcadores articulares e musculares............................. 24
FIG.6 – Paralelepípedo com os pontos de referência .................................... 26
FIG.7 – Plataforma onde estão contidos os movimentos ............................... 29
FIG.8 – Parte interna da plataforma ............................................................... 31
FIG.9 – Dispositivo eletrônico......................................................................... 32
FIG.10 - Dispositivo com os fios acoplados a pulseira central ....................... 32
FIG.11 - Telas para apresentação de resultados ........................................... 33
FIG.12 - Dispositivo protótipo final ................................................................ 33
FIG.13 – Posicionamento P0, P1,P2, P3, P4 ................................................. 35
FIG.14 – Deslocamento para o movimento de comer do 1º indivíduo............ 37
FIG.15 – Gráfico do movimento de comer do 1º indivíduo ............................. 38
FIG.16 – Representação do movimento de comer do 2º indivíduo ................ 39
FIG.17 – Gráfico do 2º indivíduo .................................................................... 39
FIG.18 – Representação para comer do 3º indivíduo..................................... 40
FIG.19 – Gráfico do 3º indivíduo ................................................................... 40
FIG.20 – Movimento de pentear o cabelo do 4º indivíduo.............................. 41
FIG.21 - Gráfico pentear o cabelo 4º individuo............................................... 42
FIG.22 – Movimento de pentear o cabelo 2º indivíduo................................... 42
FIG.23 - Gráfico pentear o cabelo 2º indivíduo................................................43
FIG.24 – Movimento pentear o cabelo 3º indivíduo.........................................43
FIG.25 - Gráfico pentear o cabelo 3º indivíduo................................................44
FIG.26 – Movimento de escovar os dentes 5º indivíduo..................................45
FIG.27 - Gráfico escovar os dentes 5º indivíduo..............................................45
FIG.28 – Movimento escovar os dentes 6º indivíduo...................................... 46
FIG.29 - Gráfico escovar os dentes 6º indivíduo.............................................46
FIG.30 – Movimento de escovar os dentes 3º indivíduo..................................47
FIG.31 – Gráfico escovar os dentes 3º indivíduo.............................................48
LISTA DE TABELAS
Tab.1 – Algoritmo – Comprimento dos fios P1, P2, P3, P4............................ 30
Tab.2 – Valores reais e calculados para P0, P1, P2, P3, P4.......................... 35
Tab.3 – Valores reais e do dispositivo para P1, P2, P3, P4 ........................... 36
1
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1
1.1 – Motivação............................................................................................. 1
1.2 – Justificativa .......................................................................................... 2
1.3 - Objetivos.............................................................................................. 6
1.4 - Organização de monografia................................................................. 6
2 – CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................... 8
2.1 – Conceitos iniciais ................................................................................. 8
2.2 - Movimento humano ............................................................................. 8
2.3 - Métodos de avaliação..........................................................................13
2.3.1 – Avaliação analítica ............................................................................15
2.3.2 – Avaliação mecânica .........................................................................16
2.3.3 - Análise cinemática ............................................................................21
2.3.4 - Outros dispositivos de análise...........................................................23
3 – METODOLOGIA ..................................................................................... 25
3.1 – Etapas do trabalho ...............................................................................25
3.2 – Determinação das coordenadas tridimensionais de um ponto.............26
3.3 - Plataforma para análise de movimento do membro superior...............29
3.4 – Dispositivo eletrônico ...........................................................................31
4- RESULTADOS.........................................................................................34
4.1 – Determinação de posicionamentos pré estabelecidos ........................34
4.2- A avaliação............................................................................................36
4.3 - Análise de movimentos ........................................................................37
5 – CONCLUSÃO .........................................................................................49
5.1 – Estudos Futuros...................................................................................50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................51
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 MOTIVÃO
O movimento humano é usado para interagir com o
ambiente, sendo que envolve uma mudança de local, posição ou postura com
relação a algum ponto deste.
Segundo Kapandji (1987), o método universalmente usado
para descrever os movimentos humanos em três dimensões
baseia-se em um sistema de planos e eixos. Três planos
imaginários são posicionados pelo corpo em ângulos retos
de modo que façam intersecção no centro de massas do
corpo. O movimento é dito como ocorrendo em um plano
específico se estiver ao longo desse plano ou paralelo a ele.
Para Hamill (1999), “se os movimentos humanos fossem
confinados a um único plano, pareceríamos robôs quando desempenhássemos
nossas habilidades ou movimentos articulares”.
De acordo com Kapanji (1987), a maior parte dos
movimentos humanos, ocorrem em dois ou mais planos nas várias
articulações. Sendo que movimentos combinados acontecem pela ação
conjunta em mais de um plano e eixo, de uma mesma ação motora
(movimento).
2
Almeida et al (2001), relatam que a análise do movimento
diz respeito à identificação da variação espacial da atividade motora,
determinando a posição e orientação espacial do segmento, fragmentando seu
movimento combinado. Sendo assim, variações da relação entre os sistemas
sensoriais e motores do membro superior, podem alterar a funcionalidade do
segmento envolvido na ação. O termo funcionalidade pode ser expresso com
sendo relativo a funções vitais ou, quando se tem um movimento, destinado a
um fim prático. Para Durward et al (2001), o termo “movimento funcional
humano” refere-se a uma série de movimentos intencionais associados a
atividades relativas a tarefas comuns. Todos os movimentos funcionais
humanos podem ser executados de uma maneira aparentemente automática,
com pouca necessidade de esforço consciente. Shumnay et al (1995) relatam
que estes movimentos, uma vez estabelecidos, não exigem práticas extensivas
ou um alto nível de habilidade para serem realizados com sucesso. Entretanto,
uma impossibilidade de completar estes movimentos básicos de maneira
efetiva, pode levar à deficiência e dificuldades consideráveis no curso da vida
diária.
1.2
JUSTIFICATIVA
O movimento humano pode ser descrito ou medido a partir
de várias perspectivas, incluindo a abordagem biomecânica, anatômica ou
psicológica, buscando uma relação direta entre mensuração do movimento e
tarefas funcionais humanas específicas.( DURWARD ET AL- 2001)
3
A mensuração é o processo de observação classificatória
que descreve fenômenos em termos que podem ser analisados. O processo de
mensuração é uma extensão natural da curiosidade humana; a necessidade de
adquirir conhecimentos e compreender fenômenos. Dados adquiridos por
mensuração sistemática podem esclarecer os efeitos das intervenções e da
aplicação controlada de fatores externos. No ambiente clínico, o uso da
mensuração para resolver problemas ou esclarecer situações onde existem
dúvidas. Pode levar a um melhor tratamento geral do paciente e uma
intervenção efetiva. A mensuração do movimento funcional humano tem o
potencial de informar em diferentes níveis, desde a descrição até a análise. A
capacidade de oferecer uma descrição geral detalhada, a facilidade de
caracterizar tarefas funcionais individuais quanto a critérios específicos (como
idade) e uma avaliação de fatores do impacto externos fornecem formas
valiosas, porém diversas de conhecimento (DURWARD ET AL – 2001).
Shunway et al (1995) afirmam que as ferramentas de
mensuração clínica, nas quais, a qualidade dos dados tenha sido estabelecida,
são essenciais para resolução de problemas, tomadas de decisões e
determinação de metas efetivas. Estas atividades, que formam a base da
avaliação do paciente, exigem ferramentas de mensuração que possam revelar
características normais ou anormais dos pacientes. Para os mesmos autores, o
desenvolvimento de ferramentas de mensuração não atingiu o estágio onde os
dados possam ser associados diretamente ao diagnóstico, ou a capacidade de
prever a evolução após a doença ou trauma. Com o desenvolvimento de
melhores sistemas de mensuração, que possam refletir os componentes
essenciais do movimento, é possível formar associações entre dados,
4
diagnóstico e fatores que influenciem a evolução. O aperfeiçoamento das
técnicas de mensuração levará a um tratamento de melhor qualidade para o
paciente, com a possibilidade de intervenções mais seletivas e apropriadas.
Em análise de movimento, existem métodos para quantificar
os parâmetros motores da ação. A avaliação analítica muscular proposta por
Daniels et al (1958) apud Herleant (1999), quantifica a força muscular envolvida
no movimento, manualmente. Utiliza-se de uma escala de graduação de zero a
cinco, sendo dependente direta do avaliador, aumentando a imprecisão da
medida. Para Herleant (1999), as medidas realizadas atualmente para
quantificar os movimentos dos membros superiores e inferiores, obedecem a
padrões distintos de avaliação. São medidas indiretas que avaliam a força que
determinado músculo apresenta para gerar determinado movimento.
Watikins (2001), relata que o movimento em uma articulação
pode estar associado com movimentos simultâneos em outras articulações,
especialmente naquelas da mesma cadeia esquelética, como é o membro
superior, representada pela interação entre o ombro, cotovelo, punho e mão,
apresentando o que é considerado como movimento combinado. O mesmo
autor afirma ainda que as medidas e análises dos membros superiores,
usualmente são simplificadas e podem reprimir ou negligenciar alguns graus de
movimento, além de estarem na dependência da experiência do avaliador e
serem imprecisas.
Andrews(2000), afirma que as medidas de força muscular,
feitas pelos equipamentos isocinéticos em laboratórios, apresentam maior
precisão. Estas medidas são feitas em planos individuais de movimentos,
sendo muitas vezes não funcionais, e a um custo financeiro muito alto. São
5
verificado a força muscular e o torque articular que geram o movimento, não
representando o padrão funcional do mesmo.
Para Andrews (2000), as limitações desses métodos de
avaliação o:- padrões de não funcionalidade de movimento, ações
musculares isoladas e velocidades limitadas.
Outra forma de avaliação é a análise cinemática
tridimensional (3D) de movimentos humanos, baseados em registros de vídeo
(BARROS ET AL-1999). Os autores relatam a alta precisão em análise
cinemática, com a utilização do equipamento. Os mesmos autores observam
ainda que os sistemas tridimensionais de análise apresentam como
desvantagem às restrições das situações experimentais e o custo financeiro
dos equipamentos utilizados.
Yang et al (2002) afirmam que devido à variabilidade e
complexidade das tarefas do membro superior, é difícil
padroniza-las e medi-las com precisão. Entretanto a
qualidade do movimento humano e suas medidas, são de
extrema importância, pois uma análise dos movimentos dos
membros superiores é necessária para o diagnóstico de
patologias que afetam sua funcionalidade. Uma avaliação
adequada de força e função pode fornecer dados
importantes para modelos biomecânicos de movimento.
Diante disto, buscamos o desenvolvimento de um
equipamento capaz de identificar a posição espacial do membro superior, em
6
movimentos combinados e funcionais, através de sua trajetória espacial. Este
dispositivo deve mostrar as variações que podem ocorrer em relação ao
deslocamento do segmento em diferentes posições e situações, podendo ser
usado para comparações futuras nos processos de reabilitação.
1.3 OBJETIVOS
Projeto, implementação e testes de um dispositivo capaz de
quantificar o deslocamento espacial do membro superior em movimentos
combinados, oferecendo medidas eficientes para acompanhar a evolução dos
processos de reabilitação do membro superior, sendo este equipamento de
baixo custo financeiro.
1.4- ORGANIZAÇÃO DE MONOGRAFIA
Essa monografia esta subdividida em 5 capítulos, sendo que
neste primeiro capítulo abordamos a motivação para a realização deste estudo,
especificando a importância do movimento humano e sua descrição dentro de
seus planos e eixos. Especificamos ainda a relevância da quantificação do
movimento, através de medidas objetivas. Na Justificativa traçamos um
paralelo entre a importância funcional do movimento no membro superior e
apresentamos algumas referências em termos de quantificação, destacando a
importância da mensuração assim como a dificuldade na objetividade da
medida. Ainda no 1º capítulo, apresentamos os objetivos do trabalho.
7
No capítulo 2, apresentamos a revisão bibliográfica
resumindo conceitos sobre movimento humano e suas mensurações.
Descrevemos também, equipamentos para mensuração de variáveis como
força, torque articular, deslocamento espacial e posicionamento articular.
Mostramos ainda a dificuldade na medida de movimentos combinados do
membro superior, assim como o custo financeiro elevado na montagem de
dispositivos para esse fim.
No capítulo 3 apresentamos a metodologia seguida, com
indicações e especificações do dispositivo desenvolvido, mostrando sua
estrutura, seu formato e sua medidas. Apresentamos ainda as equações
desenvolvidas para a obtenção das coordenadas X,Y,Z, do movimento e suas
correlações.
No capítulo 4 apresentamos os resultados obtidos, utilizando
as equações desenvolvidas.
No capítulo 5 temos a conclusão do estudo, onde enfocamos
as dificuldades para análise do movimento combinado do membro superior, e
importância da montagem de um dispositivo para sua mensuração.
No fim do trabalho apresentamos as referências
bibliográficas.
8
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 CONCEITOS INICIAIS
Neste capítulo apresentamos um resumo dos dispositivos
para mensuração de força e do deslocamento do membro superior,
encontrados na literatura especializada assim como os métodos de análise e
avaliação quantitativa dos movimentos do membro superior.
2.2 O MOVIMENTO HUMANO
Neste item procuramos identificar e explicar a importância do
movimento humano, assim com suas interações. Apresentamos os planos e
eixos do corpo humano onde estão contidos os movimentos, especificando
suas denominações.
Para Hamill (1999) existem abordagens diferentes para o
estudo do movimento, usando somente observação visual, ou colhendo dados
usando equipamentos de apropriados. Sendo assim, análises tanto qualitativas
quanto quantitativas podem ser realizadas, trazendo dados fidedignos para
pesquisas nesta área.
9
“Ao observar o movimento humano ou um objeto sendo
movido por um ser humano, primeiro analisa-se o
movimento linear, geralmente chamado movimento de
translação, que é um movimento ao longo de uma via curva
ou reta. O enfoque dessa atividade é a direção, trajetória e a
velocidade do movimento no corpo ou objeto, monitorando o
centro de massa do corpo, segmento ou objeto”. (HAMILL
1999)
Para Hall (2000) o movimento linear puro é uniforme, com
todas as partes do sistema movimentando-se na mesma direção e com a
mesma velocidade. Neste caso o objeto movimenta-se como uma unidade e
suas partes não se deslocam umas em relação às outras.
O movimento angular ocorre ao redor de algum ponto .
Hamill (1999) “enfatiza que todos os movimentos angulares ocorrem ao redor
de uma linha imaginária chamada eixo de rotação”(fig.1). O movimento angular
de um segmento como o braço, ocorre sobre um eixo que atravessa a
articulação. Para Hall (2000) “o movimento angular é a rotação ao redor de
uma linha central imaginária, conhecida como Eixo de Rotação, que é
orientada perpendicularmente ao plano no qual ele se processa”.
10
Figura 1 : a) Representação do movimento Linear – Deslocamento Retílineo.
b) Representação do movimento Linear- Deslocamento Curvilíneo.
c) Representação do movimento angular- Movimento em torno de um eixo de
rotação. ( Fonte: WHITTING E ZERNICKE, 2001)
Para Watkins (2001), o movimento angular ocorre quando
um objeto ou parte dele se move ao longo de uma trajetória circular em alguma
linha no espaço, no qual todas as partes se movem sobre o mesmo ângulo, na
mesma direção e ao mesmo tempo.
O movimento em um plano sempre ocorre sobre um eixo
que corre perpendicular a este plano. Os planos e eixos recebem nomes e têm
funções específicas (fig.2). O plano Sagital bissecciona o corpo nas metades
direita e esquerda. Os movimentos no plano Sagital ocorrem ao redor de um
eixo lateral, que atravessa uma articulação pelo centro do corpo no centro de
massa. As análises em duas dimensões são feitas com movimentos no plano
sagital.
11
O plano Frontal ou Coronal separa o corpo nas metades da
frente e trás. O eixo sobre o qual ocorrem os movimentos no plano frontal, é o
antero-posterior. Como os movimentos no plano Sagital, os movimentos no
plano Frontal podem ocorrer sobre uma articulação, sobre o centro de massa
do corpo ou sobre um ponto de contato externo.
O Plano Transverso ou Horizontal divide o corpo em parte
superior e inferior. Os movimentos que ocorrem nesse plano são primariamente
rotações sobre um eixo longitudinal.
Figura 2: Divisão esquemática dos três planos de movimento do corpo
humano.( Fonte: HALL, 2000.)
Dentro da motricidade humana, o membro superior é uma
parte do corpo para ser examinada de uma perspectiva funcional, devido ao
12
intercâmbio necessário entre várias articulações e segmentos, para que possa
ocorrer um movimento eficiente e cadenciado. Os movimentos da mão se
tornam muito mais efetivos pelo seu posicionamento correto, realizado pelo
cotovelo, articulação do ombro e cintura escapular. Também os movimentos do
antebraço ocorrem em combinação com os movimentos da mão e do ombro, e
não seriam realmente efetivos se ocorressem isoladamente.
Watkins (2001) coloca que a maioria dos movimentos do
corpo envolve simultaneidade de ação em várias articulações diferentes.
Embora seja grande a amplitude dos padrões de movimentos adotados pelas
pessoas para executar uma mesma tarefa, cada padrão reflete um certo grau
de interdependência funcional entre as articulações usadas. O movimento em
uma articulação está associado com os movimentos simultâneos em outras
articulações, especialmente naquelas da mesma cadeia esquelética, como
ombro, cotovelo e punho/mão.
Um grupo de articulações com um grau relativamente alto de
interdependência é chamado de complexo articular. A flexibilidade de uma
articulação e de um complexo articular depende da amplitude com a qual os
músculos que controlam a articulação, normalmente funcionam.
Conseqüentemente, os indivíduos treinados podem ter amplitudes de
movimento em certas articulações muito maiores que indivíduos destreinados.
A atividade motora responde de acordo com as exigências e adaptações as
suas solicitações. Portanto se trata, em sentido mais amplo, de uma atividade
sensitivo-motora que se exerce em interação com as limitações externas
impostas pelo mundo exterior e as limitações internas, relacionadas com o
sistema músculo-esquelético. O movimento voluntário apresenta uma
13
complexa relação entre os sistemas sensorial e efetor. Assim, a organização e
a execução do movimento orientado no espaço provêem de uma sucessão de
etapas como: atenção ao estímulo, decisão de movimento, análise da posição
espacial do movimento e eleição do programa motor adequado. Desta forma
consegue-se a montagem de um movimento adequado.
2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Durward et al (2001) escrevem que um aspecto que define a
posição da raça humana dentro do reino animal é a capacidade de produzir
movimento. Isso é ilustrado pela definição “animal” (ser dotado de vida,
sensação e movimento voluntário). O movimento é um elemento importante da
vida diária normal e restrições na sua quantidade ou qualidade, podem
apresentar efeitos graves e marcantes sobre nosso bem estar.
Baer et al (1995) afirmam que o movimento é o ato ou
processo de mudar de lugar ou de posição, isso em relação a algum ponto de
referência ou objeto e que movimento envolve “mudar de lugar ou posição”.
Para isso precisa-se alterar a locação dentro do universo. A posição pode ser
completamente descrita através de três parâmetros; este é o conceito de
espaço tridimensional. Nas situações de análise de movimento, as distâncias
(translação) ao longo dos três eixos em ângulo reto entre si (ortogonais), o
empregadas para definir um ponto no espaço. Esses eixos são chamados
X,Y,Z.
14
Durward et al (2001) relatam ainda que a mensuração clínica
do movimento humano constitui uma disciplina relativamente nova e pouco
desenvolvida, consequentemente, as vantagens e desvantagens dos diferentes
sistemas de mensuração estão apenas começando a emergir. Os autores
afirmam que seria imprudente dividir os sistemas de análise em grupos
definidos como; “clínicos”, pesquisas” ou “baratos” e “caros”. O “valor” de um
sistema específico é multifacetado e envolve alguns fatores:- custo,
complexidade, disponibilidade, facilidade de transporte, velocidade de
testagem, conforto do paciente e tolerância, cobertura financeira do paciente,
treinamento do operador, necessidade de processamento de dados, precisão
dos dados, confiabilidade do teste, utilidade dos resultados e custo com a
equipe. Os mesmos autores referem ainda que os sistemas de análise de
movimento podem ser divididos em duas principais técnicas de mensuração:-
a) Aquelas que tentam medir ou prever corretamente todos os parâmetros
cinemáticos em três dimensões, e deste modo fornecer uma análise
biomecânica completa do movimento que está sendo executado. b) Aquelas
que tentam registrar ou prever apenas um subgrupo dos parâmetros
cinemáticos, não fornecendo dados suficientes para conduzir uma análise
biomecânica completa do movimento. Os sistemas de análise biomecânica
completa oferecem dados extensos e precisos, mas tendem a ser complexos e
caros. Eles costumam ser usados em situações onde são necessários
conhecimentos precisos e detalhados das forças e momentos desenvolvidos no
corpo. Em contraste, os sistemas de avaliação do movimento geralmente
proporcionam dados suficientes para caracterizar os pacientes e sua
15
reabilitação clínica. São geralmente menos dispendiosos e mais simples de
operar.
2.3.1 Avaliação analítica
A avaliação muscular analítica foi proposta na década de 50,
para responder as necessidades de quantificar clinicamente a força muscular.
Baseia-se no posicionamento do segmento contra uma resistência padrão
(gravidade) ou contra uma resistência manual exercida pelo examinador
permitindo uma classificação empírica e subjetiva da força muscular. Segundo
Herlant (1999), dificilmente pode-se estabelecer uma comparação fina e segura
entre as forças musculares dos membros através de uma simples oposição
manual. Por isso a avaliação muscular analítica tem seus limites.
A avaliação muscular analítica de membros superiores
baseia-se na seguinte escala de 6 (seis) níveis, proposta pôr Daniels, Willians e
Northingham em 1958, descrita pôr Herlant (1999). Está escala classifica em
graus a força muscular subjetiva, sendo o grau 0 (zero) quando não existe
nenhuma contração muscular; grau 1 (um) quando o músculo apresenta
contração palpável sem nenhum movimento articular ; grau 2 (dois) quando
existe movimento articular, porém não vence a ação da gravidade; grau 3
(três) existe movimento articular, vencendo a ação da gravidade; grau 4
(quatro) existe movimento articular vencendo a ão da gravidade e se for
aplicada uma resistência manual mínima, está também é vencida; grau 5
(cinco) onde vence a ação da gravidade e também a aplicação de uma
resistência manual máxima
16
A resistência de oposição manual depende da idade, do
sexo e do peso do paciente. Também se leva em consideração sua atividade
(sedentário, esportista). A oposição manual é diametralmente oposta ao
movimento que serve de guia. Para realizar a avaliação muscular analítica, se
utilizam posições específicas para a adequação de cada músculo. Para Kendall
(1999), “as condições músculo esqueléticas freqüentemente mostram padrões
de desequilíbrio muscular. Alguns padrões estão associados com a
dominância; alguns como postura habitual”. Sendo um método simples de
avaliação (avaliação manual), a dependência direta do avaliador trás
dificuldades em termos comparativos.
2.3.2 Avaliação mecanizada
Uma maneira mais precisa do que a avaliação muscular
analítica é a avaliação mecanizada. Neste método o esforço muscular se
expressa em magnitudes sicas, graças a um aparato que se opõe ao esforço
muscular, medindo a força que o grupo muscular exerce sobre o sistema ósteo-
articular. Pode-se empregar sistemas convencionais (cordas, peso, polias) ou
métodos mais sofisticados (indicador de esforço, dinamômetros). As
magnitudes são expressas em unidades internacionais ( kg, N, N/m, etc.).
Uma maneira de avaliação mecanizada, segundo Katch
(2002) “é o tensiômetro com cabos” (fig.3). Realiza-se a medida através do
aumento de força no cabo que indica o escore de força do indivíduo. A
tensiômetria com cabo isola um músculo para um ângulo articular específico a
fim de determinar sua força.
17
Figura 3 : a) Tensiômetro de cabo. b) Tensiômetro de preensão
manual (Jama). c) Dinamômetro para tração lombar. ( Fonte: KATCH E
KACTH, 2002.)
Essa avaliação proporciona outra vantagem pelo fato de
poder ser aplicada em diferentes pontos da fase de movimento, avalia-se
claramente a força (ou fraqueza) de determinados músculos para diversos
ângulos articulares.
Outros aparatos mecânicos de medida de força são os
dinamômetros de preensão manual e de tração lombar, destinados a
determinar a força estática. Ambos utilizam o princípio da compressão. A
aplicação de força externa ao dinamômetro comprime uma espiral de o e
movimenta um ponteiro. Conhecendo a força necessária para movimentar o
ponteiro numa determinada distância, pode-se determinar a força “estática”
externa aplicada ao dinamômetro.
18
Para Katch (2002), “a tecnologia dos microprocessadores
integrados com equipamentos de exercícios, permite quantificar força e
potência muscular de uma ampla variedade de movimentos”.
Existem equipamentos para medir a força, a aceleração e a
velocidade dos segmentos corporais em vários padrões de movimento, entre
eles o dinamômetro isocinético é um instrumento capaz de controlar a
velocidade, independentemente da força exercida sobre o braço de momento
(alavanca). Uma célula de carga dentro do dinamômetro registra
continuamente a força aplicada a fim de calcular a força média, a produção de
potência e o trabalho total, para a toda amplitude de movimento.
Para Katch (2002), “a tecnologia dos microprocessadores
integrados com equipamentos de exercícios, permite quantificar força e
potência muscular de uma ampla variedade de movimentos”.
Segundo Boissy et al (1998), a quantificação da força e da
incoordenação motora, principalmente em pacientes com problemas
neurológicos, é muito limitada”. O autores desenvolveram um dinamômetro
com capacidade de medir torque articular simultaneamente em ombro
(flexão/extensão-adução/abdução-rotações), cotovelo (flexão/ extensão) e
antebraço (pronação/supinação) (fig. 4). Os movimentos ortogonais são
medidos através de um transdutor strain gauge, sendo as informações colhidas
por um software especificamente desenvolvido para, em tempo real, realizar a
quantificação das informações recebidas.As forças de translação são medidas
através do equipamento nas direções X,Y, Z. O mecanismo é composto de
argolas de 60mm, com encaixe no ombro, cotovelo e punho. O movimento é
realizado em combinação das três articulações (figura 4). Para Bossy (1998),”a
19
margem de erro estimado dos transdutores é da ordem de 0,2 % sendo
sensíveis a movimentos cruzados”. Um sensor tridimensional é usado para
quantificar a força de antebraço, medindo torque de pronação e supinação,
mas é sensível também a movimentos cruzados em eixos ortogonais. O
máximo de força medido nos dois eixos é de 1100 N. Os torques articulares
exercidos em cada um dos planos anatômicos do membro superior, derivam de
análise de forças estáticas. No sistema de coordenadas são utilizadas análises
mecânicas do sistema envolvido (escápula, ombro,braço).
A origem do sistema de coordenadas da escápula é o centro
de rotação da gleno-umeral ( Xº, Yº, Zº). Forças vetoriais são definidas com
FX’, FY’, FZ’ e EX”, EY’’, EZ’’. O torque de pronação e supinação como Ty. Os
ângulos são definidos dentro dos eixos, sendo suas projeções definidas como
região do epicôndilo lateral do úmero e região abaixo da cabeça umeral (1 cm
abaixo).Utilizando este sistema de coordenada e projeções é possível
quantificar a variação de força através da medida de torque articular.
Figura 4:Sistema de análise de movimento combinado do membro superior
(ombro – cotovelo- punho) ( Fonte: BOISSY, et al, 1998.).
20
Bossy (1998) afirma que o novo método é bastante
interessante principalmente para verificação do controle motor e para o
acompanhamento da evolução do ganho de força muscular do membro
superior, em pacientes acometidos por problemas neurológicos.
Cliquet et al (2000) desenvolveram um dinamômetro para a
medição de força isométrica muscular específica. O equipamento é baseado
num diafragma metálico, ligado a sensores de pressão dentro de um dispositivo
hidráulico.Os testes de calibração foram executados com maquinas de ensaio,
atestando a linearidade entre o sinal de saída e a carga aplicada. Um
registrador de sinais com oito canais proporcionou a adequada amplificação
das saídas dos sensores, as quais o armazenadas e processadas em
computador. Após a aquisição dos dados, este sistema possibilitou a análise
qualitativa permitindo a comparação das formas das curvas de força em função
do tempo.
Sheuders (2003) “utilizaram um dinamômetro manual
(Jama) acoplado a um sistema de leitura, onde conseguia obter o pico de força
na preensão manual em duas posições diferentes de preensão”. Os autores
observaram ainda que com este método, a experiência do avaliador não
interfere nos resultados das medidas finais, pois os erros de mensuração
relacionados com a experiência do avaliador o foram estatisticamente
significativos.
Para Andrews (2000), “o conceito de isocinético
desenvolvido por James Perrine no final dos anos 60, representa uma
revolução em termos de medida de força muscular”. Isocinética significa que o
movimento é realizado com uma velocidade fixa (de por segundo até
21
aproximadamente 1000º por segundo), com uma resistência adaptável.
Resistência adaptável significa que o exercício isocinético é a única maneira de
sobrecarregar um músculo de modo dinâmico, até sua capacidade máxima,
através de cada ponto em toda extensão do movimento. Isso é importante
porque, à medida que a articulação se movimenta, a quantidade de torque
produzido varia em virtude da relação fisiológica de comprimento-tensão e da
ação das alavancas esqueléticas.
“As limitações da isocinética são, padrões não funcionais de
movimento, testes musculares isolados e velocidades limitadas” (ANDREWS,
2000).
A avaliação mecanizada representa um avanço importante
em termos de mensuração de movimento, tornando as medidas seguras pela
sua quantificação. Os dinamômetros, representantes maiores destas medidas,
apesar da boa quantificação estão restritos na maioria das vezes a movimentos
planares(um plano), sendo que muitas vezes o auto custo financeiro
impossibilita sua utilização.
2.3.3 Análise cinemática
Barros et al (1999), propuseram um sistema para análise
cinemática tridimensional de movimentos humanos, baseado em registros
estereoscópicos de vídeos. Estas análises em seqüência de imagens digitais,
tornam possível o estudo do movimento humano em detalhes, de maneira
sistemática e como objeto de investigação científica. Para Barros et al (1999), a
22
análise biomecânica do movimento humano permite avaliações da performance
humana nas atividades de vida diária.
Os sistemas capazes de realizar a análise cinemática
tridimensional de movimentos humanos diferem nos graus de automatização
de seus procedimentos, nas restrições que impõem à situação experimental e
na sofisticação e custos dos equipamentos que utilizam. Para os autores, para
descrever o movimento de um ponto é necessário conhecer sua posição no
espaço, em relação a um dado referencial em função do tempo. A posição do
ponto no espaço, relativa ao referencial é definida com a ajuda de três
coordenadas independentes, por exemplo, para as coordenadas cartesianas
x,y,z em relação ao parâmetro tempo (t), sendo :- X=X(t), Y=Y(t), Z=Z(t).
A obtenção de coordenadas espaciais de pontos a partir de
registros estereoscópico de suas projeções, é uma metodologia bastante
difundida denominada reconstrução tridimensional de coordenadas. Os autores
a aplicam duas vezes, a primeira para quantificar os parâmetros de
transformação (calibração) e a segunda para efetuar a reconstrução
propriamente dita. Os procedimentos de calibração de câmeras e reconstrução
tridimensional usados pelos autores,foram propostos inicialmente por
Abdelazziz e Karara (1971), e são conhecidas como DLT (Direct Linear
Transformation), utilizando equações básicas de reconstrução tridimensional.
Storkes et al (1998) relatam grande incidência de problemas
(lesões) de membro superior em músicos, principalmente Violinistas. Os
autores relatam a maior ocorrência de problemas músculo esquelético em
músicos com um tempo (horas) maior de ensaio. Segundo os autores, existe
uma grande variedade de equipamentos com finalidade de prevenir tais
23
problemas, porém nenhum consistente em termos de avaliação. Os mesmos
autores propõem o desenvolvimento de equipamento para análise de posição
do membro superior (braço) durante os movimentos de tocar Violino e Violão
Celo. Para tanto Storkes et al (1998) “utilizaram um sistema de análise
Macreflex 3-D”. O sistema composto por câmeras de deo, grava os
movimentos e os envia a um computador onde um software analisa
informações como posição articular, velocidade, aceleração. O sistema
Macreflex permite analisar variações de até 0,07º em relação a angulação
articular real.
A avaliação cinemática com sistemas 3D, representa o que
existe de melhor em termos de análise de movimento. Sua inviabilidade, está
no custo financeiro.
2.3.4 Outros dispositivos de análise
Segundo Rau et al (2000) “a análise de movimento em 3-D
tem sido uma ferramenta poderosa para quantificação dos movimentos do
membro superior”. Está análise é feita através de marcadores, que captam as
variações angulares das articulações. O sistema permite a análise e obtenção
de ângulos articulares para todos os movimentos do membro superior. A
análise é feita por coordenadas e modelos para cálculo de momentos e forças
articulares. Para Rau et al (2000) permite o cálculo associado dos ângulos
articulares em todas as três dimensões. A descrição do movimento necessita
de medições fornecidas pelo sistema neuromuscular”. Segundo os autores,
estes movimentos são medidos através da força (torque) gerado sobre uma
24
articulação, sendo usado sensores de força para realização destas medidas
(figura 5). Se os movimentos e as forças são detectados dentro de um sistema
de coordenadas, modelos matemáticos permitem o cálculo de posição,
momento e forças associadas.
Figura 5: Sistema de marcadores articulares e musculares para análise do
movimento. ( Fonte: RAUL, DISSELHORST, SCHIMIDT 2000.)
25
3 METODOLOGIA
3.1 ETAPAS DO TRABALHO
Para desenvolver este trabalho foram adotados as seguintes etapas:
- Equacionemos o deslocamento de um ponto no espaço
tridimensional.
- Montamos inicialmente um protótipo piloto do dispositivo
para testar o equacionamento do deslocamento. Este protótipo consta de uma
plataforma com 3 pontos de referência, dos quais saem três fios que se
interseccionam no ponto analisado de coordenadas (x,y,z). Realizamos testes
experimentais com o dispositivo, escolhendo pontos específicos da trajetória.
Medimos a projeção destes pontos nas coordenadas (x,y,z) e comparamos os
resultados com o equacionamento do sistema, medindo a variação do
comprimento dos fios do dispositivo.
- Desenvolvemos um sistema eletrônico computadorizado
para a aquisição dos dados. Em cada um dos 3 pontos de referência
colocamos um carretel ligado a um potenciometro multivoltas. Cada volta do
potenciômetro foi calibrada em função da variação do comprimento dos fios. Os
dados o enviados através de uma interface ao computador. Um programa
específico foi desenvolvido para o equacionamento da trajetória do
deslocamento.
- Após a montagem, o sistema foi testado em pessoas sem
disfunção motora e com variação morfológica na estatura (altura).
26
3.2 DETERMINAÇÃO DAS COORDENADAS TRIDIMENSIONAIS DE UM
PONTO.
Consideramos 3 pontos de referencia F1, F2, F3 contidos
num cubo como mostrado pela fig.6. Sendo que as incógnitas X
A
, Y
A
e H
representam as coordenadas do ponto P ligados por cordas A, B, C.
As coordenadas X
A
, Y
A
e H formam um paralelepípedo contido no cubo.
FIGURA 6 - Paralelepípedo com os pontos de referência.
27
Podemos deduzir o valor de A, B e C como sendo:-
)3(
)2(
)1(
2222
2222
2222
HYXB
HYXC
HYXA
BA
AC
AA
++=
++=
++=
Sabemos que:
)2(
)1(
AcCA
ABBA
XXXXXX
YYYYYY
=+=
=+=
Portanto:
)7()(
)6()(
2222
2222
HYYXB
HYXXC
AA
AA
++=
++=
Subtraindo a eq. 1 e 6 temos:
)11(2
)10(2
)9()2(
)8()(
222
22222
22222
2222
A
AAA
AAA
AA
XXXCA
XXXXXCA
XXXXXCA
XXXCA
+=
+=
+=
=
28
Portanto temos:
Substituindo Xa e Ya da eq.1 pelas eqs. 12 e 14
)15(
22
2
222222
2
H
Y
YBA
X
XCA
A +
+
+
+
=
)17(
)16(
22
222
2
222
2
222
2
AA
YXAH
ou
Y
YBA
X
XCA
AH
=
+
+
=
29
3.3. PLATAFORMA PARA ANÁLISE DE MOVIMENTO DO MEMBRO
SUPERIOR
Para analisar os movimentos do membro superior,
consideramos que os mesmos estão contidos no interior de uma plataforma
(F1, F2, F3, F4) (fig.7). Em cada um dos cantos desta plataforma acoplamos
trenas eletrônicas. Os pontos iniciais das trenas são F1, F2, F3. O sistema
permite trabalhar com quatro trenas, mas neste experimento utilizamos
somente F1, F2, F3, sendo F4 descartado. Denominou-se ainda que o fio da
trena ligado ao ponto inicial F1, recebe o nome de fio C. O fio que parte de F2
recebe o nome de A e o fio que parte de F3 é o B.
A plataforma do dispositivo foi dividida em 4 partes
denominadas de quadrantes superiores e inferiores (fig. 7)
FIGURA 7- Plataforma onde estão contidos os movimentos.
30
Aleatoriamente marcamos pontos específicos dentro destes
quadrantes, sendo o ponto P1 marcado no quadrante superior S1, o ponto P2
no quadrante superior S2, o P3 foi marcado no quadrante inferior I2 e o P4 no
quadrante inferior I1.
Os fios A,B,C estão ligados a uma pulseira acoplada ao
antebraço do paciente, cujo movimento é analisado. A variação no
comprimento dos fios é equacionada e descrita em relação ao ponto de origem.
A posição do ponto e a relação entre os fios A,B,C
(F1,F2,F3) está na tabela 1.
POSIÇÃO
DOS
PONTOS
Fio C
(1)
Fio A
(2)
Fio B
(3)
P1 XXX XXXX XX
P2 XX XXX XXXX
P3 XXX XX XXXX
P4 XXX XXXX XX
Tabela 1- Algoritmo –Relação entre o comprimento dos fios e os pontos P1,
P2, P3, P4.
XXX = Fio de maior comprimento
XXX = Fio com o segundo maior comprimento
XX = Fio com o terceiro maior comprimento
31
3.4. O DISPOSITIVO ELETRONICO
A plataforma de análise é fixada sobre um suporte em forma
de quadrado fechado, com 7 cm de atura (fig. 8). Dos três cantos, partem os
fios F1, F2, F3 que estão acoplados aos dispositivos eletrônicos (fig. 8). Um
carretel (fig. 9) acomodo um fio que quando se desenrola aciona um redutor de
1/4 . Os fios são fixados a uma pulseira (fig. 10) presa ao punho do indivíduo
que realiza o movimento. A leitura dos dados é feita através de um conversor
DB 15 / USB ligado ao computador. O software específico realiza a leitura da
variação do potenciômetro, transformando esses valores em centímetros;
calcula os valores de X, Y, Z. e apresenta gráficos tridimensionais dos pontos
das trajetórias espacial X, Y, Z a cada 500 m\s (fig. 11).
Figura 8 – Parte interna da plataforma
32
Figura 9- Dispositivo eletronico com o carretel, redutor e o potenciometro.
Figura 10 – Dispositivo com os fios acoplados a uma pulseira central.
33
Figura 11 – Telas para apresentação de resultados..
Figura 12 – Dispositivo protótipo final.
34
4 RESULTADOS
4.1 DETERMINAÇÃO DE POSICIONAMENTOS P ESTABELECIDOS
Para testar o método, determinamos as coordenadas de
alguns pontos aleatórios escolhidos como referência. O ponto zero P0 é o
ponto para o qual todos os fios (A,B,C) possuem o mesmo comprimento com
altura igual a zero. Determinamos outros 3 pontos ( P1, P2, P3 ) sendo que
para todos eles mensuramos a projeção nos eixos X,Y e verificamos sua altura
Z. Na plataforma do dispositivo, o X ( soma de Xa e Xb do paralelepípedo) é
de 36 cm, o mesmo acontecendo com Y ( soma de Ya e Yb do paralelepípedo).
A altura (Z) foi determinada através de sua medida direta ( em cm).
Comparamos os resultados destas medidas com as obtidas através da
aplicação das equações 12, 14 e 17, medindo com régua o comprimento dos
fios (A,B,C) para os pontos P1, P2, P3 (fig. 13).
O ponto de referência P1 está dentro do quadrante superior
1. Suas coordenadas medidas por projeções nos eixos x,y,z são x= 23.1 cm,
y=16.4 cm, z= 7,0cm sendo P1 ( 23.1, 16,4, 7.0).
Para este ponto P1 os fios apresentam os seguintes
comprimentos A=29.1 cm, B=31.1 cm, C=21.6 cm . Os valores calculados
foram x=24.6cm, y=17.7 cm , z=11.3 cm P1 (23.2, 16.1, 6.5).
35
FIGURA 13 – Posicionamento P0, P1, P2, P3, P4
O mesmo procedimento foi adotado para os pontos P2, P3,
P4, sendo os valores reais calculados e os desvios apresentados na tabela 2.
Tabela 2- Valores reais , calculados e desvios para os pontos P0, P1, P2, P3, P4.
POSIÇÃO
VARIÁVEIS VALORES
MEDIDOS
VALORES
MÉDIOS
CALCULADOS
Erro Padrão
P0
X0
Y0
Z0
0
0
0
0
0
0
0.0
0.0
0.0
P1
X1
Y1
Z1
23.1
16.4
7.0
23.2
16.3
6.5
0.1
0.1
0.5
P2
X2
Y2
Z2
15.1
11.3
13.8
15.0
10.7
13.6
0.1
0.6
0.2
P3
X3
Y3
Z3
30.5
26.0
7.0
29.9
26.0
6.7
0.6
0.0
0.3
P4
X4
Y4
Z4
25.2
26.2
13.8
25.1
26.2
13.4
0.1
0.0
0.4
O maior erro foi de 0,6 cm no ponto P4 no eixo X (X4).
36
4.2 A AVALIAÇÃO
Comparamos as medidas das projeções dos pontos ( P1, P2,
P3, P4) nos eixos X,Y,Z com os resultados obtidos no dispositivo. Tomamos como
início no dispositivo, o ponto F2. Apresentamos os resultados e seus desvios na
tabela 3.
Tabela 3- Valores reais, do dispositivo e desvios para os pontos P1,P2,P3, P4.
POSIÇÃO
VARIÁVEIS VALORES
MEDIDOS
VALORES
CALCULADOS
PELO
DISPOSITIVO
ERRO
PADRÃO
P1
X1
Y1
Z1
23.0
16.5
19,8
22.6
16.2
19,1
0.4
0.3
0.7
P2
X2
Y2
Z2
15.1
11.3
19.8
14.8
11.4
19.6
0.3
0.1
0.2
P3
X3
Y3
Z3
5.5
26.0
19.8
6.2
25.5
19,0
0.7
0.5
0.8
P4
X4
Y4
Z4
25.1
26.1
19.8
24.7
25.6
19.6
0.4
0.5
0.2
A maior diferença entre os valores medidos (projetados) e os
valores obtidos pelo dispositivo (em cm) foi de 0,7 para o eixo X (X3), 0,5 para Y
(Y3) e de 0,8 para (Z3). Estas diferenças o principalmente devido a
elasticidade dos fios (F1, F2, F3) usados no dispositivo. Em termos percentuais o
maior erro de medida foi de 4%, que aconteceu no eixo Z (Z3).
37
4.3 ANÁLISE DE MOVIMENTOS
Analisamos os movimentos de pentear o cabelo, comer e
escovar os dentes, pertencentes à rotina diária de 6 indivíduos. Avaliamos
indivíduos morfologicamente diferentes, sendo que nenhum deles apresentava
alterações patológicas nos movimentos do membro superior. Os deslocamentos
foram realizados na plataforma do dispositivo. Solicitamos que os voluntários
realizassem os movimentos da mesma forma utilizada na sua rotina cotidiana. O
primeiro movimento analisado foi de trazer o membro superior em direção à boca
(fig.14, 16, 18), simulando o deslocamento usado para comer. As figuras 15, 17,
19, mostram as duas fases do deslocamento (indo em direção a boca e
retornando à plataforma) .
Figura 14 – Deslocamento mostrando o movimento de comer (1º indivíduo).
38
Figura 15 – Valores de X, Y, Z e gráfico de trajetória do movimento utilizado para
comer (1º indivíduo).
X Y
Z
16,67 17,35
3,78
18,00 20,96
11,78
18,98 24,32
21,53
19,10 27,02
26,43
19,20 28,90
30,42
19,30 31,97
33,14
19,30 31,97
33,14
20,48 31,37
30,06
20,18 27,90
24,66
18,90 23,04
17,92
17,22 20,86
10,69
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,89 18,65
6,30
15,24 18,00
6,07
15,97 18,00
3,76
15,97 18,00
3,76
15,97 18,00
3,76
15,97 18,00
3,76
15,97 18,00
3,76
39
Figura 16- Representação do movimento de comer (2º indivíduo)
.
Figura 17Valores de X, Y, Z e gráfico do movimento utilizado para comer (2º
indíviduo).
X Y Z
18,68 17,30 6,39
19,43 18,73 7,98
18,90 24,52 15,83
20,13 31,54 17,73
20,18 31,91 19,19
20,18 31,91 19,19
20,18 31,16 20,39
18,93 23,97 18,53
20,11 18,00 7,97
20,76 18,00 6,07
20,76 18,00 6,07
20,76 18,00 6,07
40
Figura 18 – Representação do movimento de comer (3º indíviduo)
Figura 19- Valores de X, Y, Z e representação gráfica do movimento de comer
(3º indivíduo).
X Y Z
18,65 15,89 6,30
18,65 15,89 6,30
18,65 15,89 6,30
18,65 15,89 6,30
18,65 15,89 6,30
18,65 15,89 6,30
16,07 24,72 20,16
18,00 33,44 22,71
18,00 32,66 23,81
18,00 32,66 23,81
18,00 32,66 23,81
18,00 32,66 23,81
19,08 29,28 22,21
19,58 21,06 11,53
20,11 18,73 6,07
20,11 18,73 6,07
20,11 18,73 6,07
20,11 18,73 6,07
20,11 18,73 6,07
41
Observamos no movimento analisado trajetórias bastantes
similares principalmente entre o e o 3º indivíduo ( fig.17, 19). As diferenças
notadas no primeiro indivíduo foram; a velocidade de deslocamento do membro
superior que atinge a boca (velocidade menor), seguindo provavelmente uma
diagonal (fig. 15), em virtude da utilização do membro superior esquerdo nesse
caso.
O segundo movimento analisado foi à trajetória representativa
do movimento de pentear o cabelo (fig.20, 22, 24). Apresentamos os valores
X,Y,Z assim como sua trajetória nos gráficos correspondentes (fig 21, 23, 25). As
duas fases do movimento (levando o membro superior até o cabelo e seu retorno
à plataforma) são bem explícitas.
Figura 20- Representação do movimento de pentear o cabelo (4º indivíduo)
42
Figura 21- Valores de X,Y,Z e sua representação de trajetória para o movimento
de pentear o cabelo (4º indivíduo).
X Y
Z
18,00
16,62
6,32
18,00
16,62
6,32
18,00
16,62
6,32
18,00
17,30
8,11
18,88
20,56
19,11
22,66
26,92
29,85
25,44
29,89
30,86
25,44
28,82
31,87
25,14
28,37
29,51
24,99
28,14
28,30
26,24
29,39
27,48
24,54
26,52
25,55
20,33
19,58
12,77
18,00
17,30
8,11
18,00
18,00
6,40
18,00
18,00
6,40
18,00
18,00
6,40
Figura 22- Movimento de pentear o cabelo realizado pelo 2º indivíduo.
43
Figura 23- Representação dos valores de X, Y, Z e representação gráfica do
movimento de pentear o cabelo do 2º indivíduo.
X Y Z
20,03 17,27 6,31
20,03 17,27 6,31
19,68 19,68 17,50
25,44 29,89 30,86
26,03 34,27 32,15
26,03 34,27 32,15
26,03 34,27 32,15
26,03 34,27 32,15
26,76 32,27 28,83
22,06 23,94 24,02
19,73 20,56 18,23
19,38 17,27 8,10
20,03 17,27 6,31
20,03 17,27 6,31
Figura 24- Movimento de pentear o cabelo sendo realizado pelo 3º indivíduo.
44
Figura 25- Representação gráfica e dos valores do movimento de pentear o
cabelo do 3º indivíduo.
X Y Z
17,30 18,00 8,11
17,30 18,00 8,11
16,52 18,70 10,81
15,97 25,12 23,00
18,00 33,95 31,88
19,40 37,43 33,30
19,40 37,43 33,30
20,73 36,03 32,52
18,00 29,30 27,84
17,05 23,19 21,16
16,42 19,48 14,04
16,57 18,00 9,51
17,32 17,32 6,32
17,32 17,32 6,32
17,32 17,32 6,32
17,32 17,32 6,32
17,32 17,32 6,32
17,32 17,32 6,32
17,32 17,32 6,32
Para o segundo os pontos da trajetória apresentam a mesma
altura, sendo que a velocidade do indivíduo foi mais lenta.O indiduo 3 (fig.
25), somente levou a mão até a cabeça sem realizar os movimentos necessários
para pentear o cabelo.
O terceiro movimento analisado é a simulação de escovar os
dentes (fig.26, 28, 30). Os valores de X, Y, Z assim como a descrição de suas
trajetórias mostrados nos gráficos específicos ( fig. 27, 29, 31).
45
Figura 26 – Representação do movimento de escovar os dentes (5º indivíduo)
Figura 27 – Valores de X,Y,Z e gráfico de trajetória para o movimento de escovar
os dentes (5º indivíduo).
X Y
Z
17,35
16,67
3,78
17,35
16,67
3,78
17,35
16,67
3,78
18,00
18,70
8,11
18,00
24,32
15,12
19,08
32,24
17,63
21,68
37,52
20,73
21,98
40,29
24,07
22,13
41,29
26,30
20,78
41,29
27,38
20,78
42,19
25,97
20,78
41,29
27,38
20,78
42,19
25,97
20,78
42,19
25,97
21,90
39,79
22,92
22,66
35,82
18,24
20,03
30,11
15,91
20,71
26,83
11,28
20,41
23,27
7,85
19,48
20,86
5,61
18,00
18,68
4,01
17,32
18,00
4,01
46
Figura 28 – Movimento de escovar os dentes sendo realizado pelo 6º indivíduo.
Figura 29 Valores e representação gráfica do movimento de escovar os dentes
do 6º indivíduo.
X Y Z
18,68 18,00 4,01
18,68 18,00 4,01
18,00 18,00 6,40
17,22 20,18 11,92
18,00 24,32 15,12
18,00 29,09 17,81
18,00 32,24 18,73
18,00 34,92 20,36
18,00 36,10 20,38
14,32 36,80 21,98
13,04 36,80 22,76
14,32 36,80 21,98
16,77 36,57 22,59
19,20 35,04 23,08
20,28 33,44 20,70
19,00 29,09 16,73
18,88 25,00 12,76
18,00 21,64 10,48
18,00 20,11 7,97
18,00 19,38 6,32
17,30 18,68 6,39
18,00 18,68 4,01
47
Figura 30 – Representação do movimento de escovar os dentes do 3º indivíduo.
Figura 31 Representação dos valores de X, Y, Z e representação gráfica do
movimento de escovar os dentes do 3º indivíduo.
X Y Z
18,00 18,68 4,01
18,00 18,68 4,01
18,88 24,32 14,01
21,23 31,91 18,01
21,23 31,16 19,29
22,26 31,16 18,09
18,85 23,45 13,26
18,73 20,11 6,07
18,73 20,11 6,07
19,43 20,11 3,16
19,43 20,11 3,16
19,43 20,11 3,16
19,43 20,11 3,16
19,43 20,11 3,16
19,43 20,11 3,16
19,43 20,11 3,16
48
Na avaliação do movimento, observamos que o 6º indivíduo
não escovou os dentes, somente levou a mão até a boca (fig. 29). O indivíduo
demorou mais tempo que os demais para a operação ( fig. 27). Nota-se também
uma grande diferença na altura do indivíduo do que nos demais, sendo que
neste a altura alcançada foi maior.
Como a freqüência de amostragem de aquisição dos
movimentos é de 500 ms, o dispositivo é adequado para avaliar os movimentos
normais da vida diária. Entretanto, tremores e movimentos desordenados,
necessitam de uma amostragem mais rápida (300 ms) para ser analisados, o que
pode ser feito facilmente no programa.
49
5. CONCLUSÃO
Foi visto pela análise da literatura que os deslocamentos
efetuados pelos membros superiores, assumem papel importante dentro das
atividades de vida diária do ser humano. A quantificação destes deslocamentos é
relevante, principalmente para auxiliar a avaliação de processos patológicos. A
quantificação cinemática espacial nos fornece dados evolutivos importantes
dentro do processo de reabilitação dos movimentos do membro superior,
proporcionando importante parâmetro comparativo e conclusivo. Essas avaliações
obedecem muitas vezes a padrões pouco objetivos, sendo na maioria dos casos
medidas indiretas, ou seja, mede-se isoladamente somente um componente do
movimento. Quando não, o custo financeiro com equipamentos sofisticados que
proporcionam melhor precisão, é o empecilho maior.
O equipamento desenvolvido nessa pesquisa fornece uma
ferramenta útil para medir a trajetória do membro superior, expressando-se de
maneira objetiva, com baixo custo financeiro, sendo que o material utilizado para
o desenvolvimento do dispositivo teve custo menor do que R$ 200,00. Com o
sistema proposto, a quantificação espaço-temporal foi feita apresentando um erro
máximo percentual de 4%, mostrando boa precisão na medida. Provavelmente
essa pequena variação é devido a elasticidade dos fios utilizados que produz
pequenas variações no comprimento destes. Observamos que o dispositivo
acompanha os movimentos da rotina diária do indivíduo, podendo ser utilizado
para comparação e avaliação de disfunções motoras, com conseqüente alteração
da trajetória do movimento.
50
O trabalho abre caminho para muitos estudos, pois as
disfunções motoras do membro superior interferem na rotina diária do indivíduo.
Desta maneira o dispositivo desenvolvido neste mestrado inicia
o caminho para análise segura e o entendimento correto das desordens motoras
dos membros superiores, com baixo custo financeiro e facilidade no manuseio e
utilização do equipamento.
5.1 ESTUDOS FUTUROS
A plataforma deveria ser ampliada para possibilitar a
avaliação de movimentos mais amplos, ou associados a movimentos específicos
como, por exemplo, das mãos e dos dedos.
A seqüência de estudos pode ser feita através da expansão
das medidas deste dispositivo, representando avanços para medidas futuras. A
verificação do recrutamento muscular e do trabalho articular associados ao estudo
da trajetória de deslocamento, é um ponto importante de análise e comparação
para o estudo do movimento humano. Estas associações de medidas poderão ser
realizadas pelo dispositivo com a evolução de estudos subseqüentes.
51
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