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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CÍNTIA MITSUE KAMURA
COMUNIDADES DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:
FORMICIDAE), EM ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA
URBANIZADAS DA REGIÃO DO ALTO TIETÊ (SP)
Mogi das Cruzes, SP
2006
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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CÍNTIA MITSUE KAMURA
COMUNIDADES DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:
FORMICIDAE), EM ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA
URBANIZADAS DA REGIÃO DO ALTO TIETÊ (SP)
Profa. Orientadora: Dra. Maria Santina de Castro Morini
Mogi das Cruzes, SP
2006
Dissertação apresentada à
Universidade de Mogi das
Cruzes, como parte das
exigências para a obtenção
do título de Mestre em
Biotecnologia (Área de
Concentração: Ambiental).
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F
ICHA
C
ATALOGRÁFICA
Universidade de Mogi das Cruzes - Biblioteca Central
Kamura, Cíntia Mitsue
Comunidades de formigas (Hymenoptera :
Formicidae), em áreas de mata atlântica urbanizadas da
região do Alto Tietê (SP) / Cíntia Mitsue Kamura. -- 2006.
100 f.
Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) -
Universidade de Mogi das Cruzes, 2006.
Área de concentração: Ambiental
Orientador : Profª. Maria Santina de Castro Morini
1. Urbanização - Impacto ambiental 2. Formigas
andarilhas - Diversidade 3. Alto Tietê 4. Mata Atlântica
I. Título II. Morini, Maria Santina de Castro
CDD 595.747
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meus pais e familiares pela força, educação e por acreditarem em mim.
À professora Maria Santina pela confiança em meu trabalho, pela amizade e apoio no
desenvolvimento deste trabalho e por guiar meus passos neste difícil, mas fascinante mundo
da pesquisa.
À Capes, pela concessão da bolsa de estudo que permitiu a realização deste trabalho.
À Universidade de Mogi das Cruzes por disponibilizar o meio de transporte no início do
projeto.
Ao Nilo por me ajudar em todas as coletas.
Ao Fábio por me conduzir em parte do período de coletas
Aos motoristas da Universidade por me auxiliarem.
Aos moradores das cidades de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis, por permitirem
a minha presença em suas residências.
Ao professor Júlio César Voltolini, pelas análises estatísticas.
Ao Instituto Biológico, na pessoa da Dra. Ana Eugênia de C. Campos-Farinha, por permitir o
acesso à Coleção “Adoph Hempel”, facilitando a identificação das espécies de formigas.
Ao pessoal do laboratório de Mirmecologia: Silvia, Carol, Débora e Fábio por me auxiliarem
e tornarem os dias de trabalho mais leves.
À Eliza e Elice pela força e ajuda a toda hora.
À Carmen por ser amiga e companheira em todos os momentos.
À Catarina e ao meu amor Alexandre pela revisão do texto.
Ao meu irmão Carlos, que mantinha o computador sempre em ordem para que eu pudesse
desenvolver meu trabalho.
Novamente ao meu amor Alexandre, por ser meu apoio nos momentos difíceis e por tornar
meus dias mais felizes.
Às minhas amigas por entenderem minha ausência nestes últimos dois anos.
A todos, que de uma forma ou de outra tornaram este trabalho possível.
“Se os humanos não fossem tão
impressionados por tamanho,
considerariam
uma formiga mais
maravilhosa que um rinoceronte”.
(E. O. Wilson)
KAMURA, C. M. Comunidades de formigas (Hymenoptera: Formicidae), em áreas de
Mata Atlântica urbanizadas da região do Alto Tietê (SP). Dissertação de Mestrado em
Biotecnologia, Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, 2006. p.100.
RESUMO
O processo de urbanização acompanhado das atividades humanas têm um impacto notável
sobre o meio ambiente natural, tanto no interior dos centros urbanos como no meio adjacente.
Os insetos sociais, particularmente as formigas, representam um grupo modelo para estudos
sobre impactos das atividades humanas sobre a estrutura e funcionamento de suas
comunidades. No Brasil, o processo de urbanização acontece em ritmo acelerado e sem um
planejamento adequado. Diante destas informações, torna-se importante o inventário das
comunidades de formigas dos ecossistemas urbanos do Alto Tietê, que crescem juntamente
com a derrubada da Mata Atlântica. O objetivo geral deste trabalho foi estudar as
comunidades de formigas em três municípios da bacia hidrográfica do Alto Tietê: Mogi das
Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis. Para isso foram realizadas coletas utilizando iscas
atrativas na área interna das residências (cozinha, banheiro e área de serviço), e manualmente
na área externa (quintal, garagem e jardim), a cada dois meses, durante um ano. Foram
coletadas 19.311 formigas, distribuídas em 77 espécies, 31 gêneros e 8 subfamílias, sendo a
subfamília Myrmicinae a mais rica (45 espécies), seguida de Formicinae (12 espécies).
Espécies tais como Tapinoma melanocephalum, Brachymyrmex spp., Pheidole spp.,
Solenopsis spp., Camponotus spp., Paratrechina spp. e Wasmannia auropunctata,
relacionadas aos ambientes urbanos, apresentaram a maior freqüência de ocorrência e de
abundância, tanto na área interna, quanto na área externa, porém nesta última área, observou-
se que nem sempre a espécie com maior freqüência de ocorrência foi a que possuiu maior
freqüência de abundância. A presença de gêneros característicos de ambientes mais
estruturados, como Hypoponera, Gnamptogenys , Heteroponera, Labidus e Ectatomma, na
área externa das casas, indica a influência da Mata Atlântica nestes locais. Pheidole foi o
gênero mais rico nos três municípios avaliados. O número de espécies da área interna das
residências das três cidades não diferiu estatisticamente enquanto que o mesmo não foi
observado para a área externa. Devido às características interioranas de Biritiba Mirim e
Salesópolis, não foram observadas diferenças em relação à riqueza da área externa.
Analisando-se a similaridade dos cômodos das casas (banheiro, cozinha e área de serviço),
apenas em Mogi das Cruzes, nota-se uma maior proximidade.
Palavras-chave: Riqueza. Urbanização. Mata Atlântica.
KAMURA, C. M. Ants’ Communities (Hymenoptera: Formicidae), in urbanized areas of
Atlantic Forest of “Alto Tietê” region (SP). Dissertação de Mestrado em Biotecnologia,
Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, 2006. p.100.
ABSTRACT
The urbanization process accompanied by the humans activities has a notable impact on the
natural environment, as much inside the urban centers as in the adjacent way. The social
insects, particularly ants, represent a model group for studies of human’s impacts activities on
their structure and communities' operations. In Brazil, the urbanization process happens in
accelerated rhythm and without adequate planning. Therefore, the inventory of ants’
communities in the urban ecosystems of “Alto Tietê”, which rise with the drop in the Atlantic
Forest, becomes important. The aim of this work was to study ants’ communities in three
cities of the hydrographics basin of “Alto Tietê”: Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim and
Salesópolis. Collections were made using baits in household environment (kitchen, bathroom
and laundry area), and manually in outside area (backyard, garage and garden), every two
months over a year. In total, 19.311 ants, 77 species, 31 genders and 8 subfamilies were
collected. The subfamily Myrmicinae was the richest (45 species), followed by Formicinae
(12 species). Species such as Tapinoma melanocephalum, Brachymyrmex spp., Pheidole spp.,
Solenopsis spp., Camponotus spp., Paratrechina spp. and Wasmannia auropunctata, related
to the urban ecosystems, represented the largest frequency and abundance, both in the
household environment as outside area, however in the outside area, it was observed that the
species with the higher frequency did not always have the greater abundance. The presence of
preserved ecosystems’ genders, such as Hypoponera, Gnamptogenys, Heteroponera, Labidus
and Ectatomma, in the outside area, indicates the influence of the Atlantic Forest in those
places. Pheidole was the richest gender in the three evaluated cities. The number of species in
the household environment of the three cities didn't vary statistically, while this was not
observed in the outside area. Due to the upcountry characteristics of Biritiba Mirim and
Salesópolis, differences were not observed in relation to the richness in the outside area. In
analyzing the similarity of the rooms (bathroom, kitchen and laundry area), it can be noted
that there is a larger proximity only in Mogi das Cruzes.
Key-words: Richness. Urbanization. Atlantic Forest.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Número de gêneros, espécies e indivíduos, de acordo com a
subfamília, coletado em áreas urbanizadas do Alto Tietê (SP)..........
43
Tabela 2 Subfamílias e espécies amostradas de acordo com o ecossistema
urbano estudado, na região do Alto Tietê (SP)...................................
47
Tabela 3 Riqueza de espécies de acordo com os bairros amostrados, em cada
município estudado da região do Alto Tietê ......................................
52
Tabela 4 Comparação entre a riqueza das áreas urbanas e de mata dos três
municípios amostrados, na região do Alto Tietê................................
67
Tabela 5 Comparação entre a riqueza das áreas interna e externa dos três
municípios estudados, na região do Alto Tietê...................................
70
Tabela 6 Comparação entre a riqueza dos cômodos da áreas interna dos três
municípios estudados, na região do Alto Tietê...................................
73
Tabela 7 Grau de similaridade entre as áreas internas dos municípios
amostrados..........................................................................................
79
Tabela 8 Grau de similaridade entre as áreas externas dos municípios
amostrados...........................................................................................
80
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Localização da Bacia do Alto Tietê..................................................... 23
Figura 2
Imagem de satélite de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e
Salesópolis............................................................................................
24
Figura 3 Vista parcial da cidade de Mogi das Cruzes........................................ 25
Figura 4 Vista parcial da cidade de Biritiba Mirim............................................
25
Figura 5 Vista geral da cidade de Salesópolis....................................................
26
Figura 6 Localização dos bairros amostrados na cidade de Mogi das Cruzes...
27
Figura 7
Imagem de satélite evidenciando os bairros amostrados na cidade de
Biritiba Mirim......................................................................................
28
Figura 8
Imagem de satélite evidenciando os bairros amostrados na cidade de
Salesópolis............................................................................................
28
Figura 9 Vista parcial do bairro Jardim Aracy................................................... 29
Figura 10 Vista parcial do bairro Jardim Rodeio................................................. 29
Figura 11 Vista parcial do bairro Jardim Ponte Grande.......................................
29
Figura 12 Vista p
arcial do bairro Mogilar............................................................
29
Figura 13 Vista parcial do Centro de Mogi das Cruzes........................................
30
Figura 14 Vista parcial do bairro Vila Industrial..................................................
30
Figura 15 Vista parcial do bairro dos Remédios................................................. 30
Figura 16 Vista parcial do bairro Vila Natal........................................................
30
Figura 17 Vista parcial do bairro Mogi Moderno.................................................
30
Figura 18 Vista parcial do bairro Nova Bertioga................................................. 30
Figura 19 Vista parcial do bairro Vila da Prata....................................................
31
Figura 20 Vista parcial do bairro São Sebastião...................................................
31
Figura 21 Vista parcial do bairro Vila Oropó.......................................................
31
Figura 22 Vista parcial do bairro Vila Moraes.....................................................
31
Figura 23 Vista parcial do bairro Biritiba Ussú....................................................
31
Figura 24 Vista parcial do bairro Manuel Ferreira...............................................
31
Figura 25 Vista parcial do bairro Chácara Santa Bárbara.................................... 32
Figura 26 Vista parcial do bairro Vila Hiroy........................................................
32
Figura 27 Vista parcial do bairro Jardim Nova Biritiba.......................................
32
Figura 28 Vista parcial do Centro de Biritiba.......................................................
32
Figura 29 Vista parcial do bairro Jardim Yoneda.................................................
32
Figura 30 Vista parcial do Distrito Nossa Senhora dos Remédios.......................
33
Figura 31 Vista parcial do bairro Alegre..............................................................
33
Figura 32 Vista parcial do Centro de Salesópolis.................................................
33
Figura 33 Vista parcial do bairro Totozinho Cardoso..........................................
33
Figura 34 Placa de Petri contendo a isca atrativa preparada................................ 34
Figura 35 Isca fixada na residência...................................................................... 35
Figura 36 Procedimentos para a coleta manual....................................................
36
Figura 37 Exemplar montado para identificação..................................................
37
Figura 38
Número de espécies de acordo com os gêneros amostrados na cidade
de Mogi das Cruzes..............................................................................
53
Figura 39
Número de espécies de acordo com os gêneros amostrados na cidade
de Biritiba Mirim..................................................................................
53
Figura 40
Número de espécies de acordo com os gêneros amostrados na cidade
de Salesópolis.......................................................................................
54
Figura 41
Número de espécies total e exclusivas das áreas interna e externa, de
cada cidade amostrada..........................................................................
56
Figura 42
Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área
interna das casas localizadas em Mogi das Cruzes..............................
57
Figura 43
Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área
interna de Biritiba Mirim.....................................................................
58
Figura 44
Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área
interna de Salesópolis...........................................................................
58
Figura 45
Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área
externa das casas localizadas em Mogi das Cruzes.............................
60
Figura 46
Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área
externa das casas localizadas em Biritiba Mirim.................................
60
Figura 47
Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área
externa das casas localizadas em Salesópolis......................................
61
Figura 48
Espécies de formigas com maior abundância relativa na área interna
das casas, localizadas no município de Mogi das Cruzes....................
63
Figura 49
Espécies de formigas com maior abundância relativa na área interna
das casas, localizadas no município de Biritiba Mirim........................
63
Figura 50
Espécies de formigas com maior abundância relativa na área interna
das casas, localizadas no município de Salesópolis.............................
64
Figura 51
Espécies de formigas com maior abundância relativa na área externa
das casas, localizadas no município de Mogi das Cruzes....................
64
Figura 52
Espécies de formigas com maior abundância relativa na área externa
das casas, localizadas no município de Biritiba Mirim........................
65
Figura 53
Espécies de formigas com maior abundância relativa na área externa
das casas, localizadas no município de Salesópolis.............................
65
Figura 54
Comparação entre o número médio de espécies da área urbana e da
área de mata dos três municípios estudados na região do Alto Tietê...
66
Figura 55
Comparação entre as áreas interna e externa de três municípios do
Alto Tietê, em relação ao número médio de espécies de formigas
amostradas, por casa.............................................................................
69
Figura 56
Comparação entre os cômodos da área interna nos três municípios
do Alto Tietê, em relação ao número médio de espécies de formigas
amostradas, por casa.............................................................................
72
Figura 57
Número de espécies por cômodo amostrado, de acordo com os três
municípios do Alto Tietê......................................................................
72
Figura 58
Curva de acumulação de espécies e curva do estimador de riqueza
na área interna de Mogi das Cruzes.....................................................
76
Figura 59
Curva de acumulação de espécies e curva do estimador de riqueza
na área interna de Biritiba Mirim.........................................................
76
Figura 60
Curva de acumulação de espécies e curva do estimador de riqueza
na área interna de Salesópolis..............................................................
77
Figura 61
Curva de acumulação de espécies e curva do estimador de riqueza
na área externa de Mogi das Cruzes.....................................................
77
Figura 62
Curva de acumulação de espécies e curva do estimador de riqueza
na área externa de Biritiba Mirim........................................................
78
Figura 63
Curva de acumulação de espécies e curva do estimador de riqueza
na área externa de Salesópolis..............................................................
78
Figura 64
Dendograma de dissimilaridade, baseado na Distância Euclidiana,
entre a área interna (e seus cômodos) e da área externa, de cada
município estudado na região do Alto Tietê........................................
81
SUMÁRIO
1. Introdução...........................................................................................................
15
2. Objetivos..............................................................................................................
21
3. Métodos................................................................................................................
22
3.1. Área de estudo............................................................................................... 22
3.1.1. Descrição do município de Mogi das Cruzes.........................................
24
3.1.2. Descrição do município de Biritiba Mirim.............................................
25
3.1.3. Descrição do município de Salesópolis..................................................
26
3.2. Escolha dos bairros........................................................................................
26
3.3. Escolha das casas e método de coleta das formigas......................................
33
3.3.1. Área interna das residências................................................................... 34
3.3.2. Área externa das residências...................................................................
35
3.4. Identificação dos exemplares.........................................................................
37
3.5. Análise de dados............................................................................................
38
3.5.1. Riqueza...................................................................................................
38
3.5.1.1. Freqüência relativa de ocorrência.....................................................
38
3.5.1.2. Área urbana e Área de mata............................................................. 39
3.5.1.3. Área interna e Área externa..............................................................
39
3.5.1.4. Cômodos da área interna.................................................................. 39
3.5.1.5. Curvas de acumulação e estimador de riqueza.................................
40
3.5.1.6. Teste de similaridade........................................................................
40
3.5.2. Abundância.............................................................................................
42
4. Resultados e Discussão.......................................................................................
43
4.1. Caracterização taxonômica, riqueza e composição dos táxons amostrados
nas áreas urbanas do Alto Tietê................................................................................
43
4.1.1. Abundância dos táxons no Alto Tietê.....................................................
62
4.1.2. Análise da riqueza...................................................................................
66
4.1.2.1. Área urbana e área de mata............................................................. 66
4.1.2.2. Análise de riqueza entre as áreas urbanas........................................ 68
4.1.2.3. Análise de riqueza entre as áreas interna e externa das residências. 68
4.1.2.4. Análise de riqueza em relação aos cômodos da área interna............
71
4.2. Curva de acumulação de espécies e estimador de riqueza............................ 74
4.3. Análise de Similaridade entre as áreas.......................................................... 79
5. Conclusões...........................................................................................................
82
6. Referências.......................................................................................................... 84
Apêndice 1 Freqüência de ocorr
ência das espécies de acordo com a área e o
Município amostrado................................................................................................
96
Apêndice 2 - Abundância absoluta e relativa (%) das espécies de acordo com a
área da residência e o município do Alto Tietê estudado.........................................
98
15
1. Introdução
Muitos ecossistemas naturais têm sido, ao longo do tempo, convertidos em fragmentos
degradados ou em áreas completamente usadas pelo homem. A destruição dos habitats nativos
é a causa primária para a extinção da maioria das espécies terrestres (BAILIE &
GROOMBRIDGE, 1996), como também está diretamente relacionada à perda da
biodiversidade (FLOREN et al., 2001).
O impacto causado pelo desenvolvimento da população humana pode ser a causa
imediata da destruição da maioria dos habitats (WOJCIK et al., 2002). Segundo Connor et al.
(2002), os efeitos da urbanização e das atividades humanas, ou de qualquer conseqüência
oriunda dessas atividades, afetam a qualidade dos habitats remanescentes ou a probabilidade
do sucesso de dispersão dos animais e vegetais entre habitats residuais, quando cercados pela
malha urbana. Em algumas cidades, no entanto, ainda podem ser encontradas áreas com
vegetação nativa que representam importantes locais de refúgio para plantas e animais não
adaptados ao ambiente urbano (RODRIGUES et al., 1993).
Ecossistemas urbanos são caracterizados como locais espacialmente heterogêneos e
temporalmente dinâmicos, sendo geralmente reconhecidos como regiões sob profundas e
constantes atividades humanas, compostas por alta densidade de habitações, indústrias e
centros comerciais (McINTYRE et al., 2001). Esses locais são efetivamente sinônimos de
perturbação e de redução da diversidade biológica (MURPHY, 1988), sendo muito similares
em todo o mundo em relação à estrutura e função; diferem apenas quanto à localização
geográfica e ao tamanho (SAVARD et al., 2000).
A destruição dos ambientes naturais pela ação humana ocorre de uma maneira
particularmente imprudente na região tropical, onde a perda da diversidade é maior e os
efeitos são muito severos (FLOREN et al., 2001). Esse processo pode ser observado em todo
o Brasil, onde a fragmentação da Mata Atlântica acontece de forma desordenada, desde a
16
época do descobrimento, para o estabelecimento, principalmente, de áreas urbanas (SOS
MATA ATLÂNTICA, 2005). Um exemplo desse tipo de situação é a bacia hidrográfica do
alto Tietê (Figura 1), que está situada na região Sudeste do Brasil, e é formada por
remanescentes de Mata Atlântica. Segundo dados da Cetesb (1995, 1999), esses
remanescentes são extremamente importantes para a manutenção dos mananciais da região e
ao mesmo tempo apresenta um grande desenvolvimento industrial e populacional.
A modificação da paisagem durante o processo de urbanização, incluindo a construção
de ruas, parques, áreas residenciais e comerciais (YAMAGUCHI, 2004), ocasiona várias
conseqüências, como por exemplo, mudança climática, compactação do solo, introdução,
intencional ou não, de espécies exóticas, emissão de gases resultantes da queima de
combustíveis fósseis e alteração do ciclo hidrológico (RICKMAN & CONNOR, 2003).
Essas conseqüências refletem, em parte, na modificação da estrutura, composição e
densidade das comunidades de plantas e animais que precisam se adaptar com êxito às novas
condições. Na grande maioria das vezes, o ambiente urbano se torna aberto a espécies que se
aproveitam de algumas vantagens, como a oferta de alimentos, a ausência de competidores e
de predadores naturais (McGLYNN, 1999).
Estudos básicos da fauna proporcionam os conhecimentos necessários para
compreender a relação entre as espécies e seu ambiente, bem como indicam os mecanismos e
os processos que limitam a riqueza específica ou a biodiversidade (RODRIGUES, 2001).
Diversidade essa que, segundo Wilson (2005), é a segunda dimensão de estudo de uma
ciência chamada Biologia.
A descrição da biodiversidade e dos processos que a mantém é fundamental para a
elaboração de planos de conservação de ecossistemas naturais ou ameaçados (WALL &
MOORE, 1999; ANDRÉ et al., 2002). Neste caso, os inventários são ferramentas importantes
para a análise inicial da diversidade biológica, bem como para o estudo das alterações dos
17
diferentes componentes desta diversidade, seja perante condições ambientais distintas, ou em
resposta aos impactos dos processos naturais ou das atividades humanas (LEWINSHOHN et
al., 2001).
Os artrópodos, especialmente as formigas, têm sido considerados importantes em
estudos sobre a destruição do meio ambiente, ocasionada pelo processo de urbanização
(McINTYRE et al., 2001; HOLWAY et al., 2002; LÓPEZ-MORENO et al., 2003). Isto se
deve, em parte, ao fato desses insetos ocorrerem em todos os ambientes terrestres, exceto nos
pólos (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990; LÓPEZ MORENO et al., 2003).
Os formicídeos estão entre os organismos mais conspícuos dos ecossistemas
(BRANDÃO, 1999), e seu sucesso está relacionado a sua elaborada e complexa estrutura
social, que permite o trabalho de milhares ou até milhões de indivíduos de maneira
cooperativa; ao seu comportamento de forrageio e a sua auto-organização (WILSON, 1971;
HÖLLDOBLER & WILSON, 1990; CAETANO et al., 2002; HOLWAY et al., 2002). São
membros influentes de muitos habitats, pois atuam como predadores, herbívoros, detritívoros
e granívoros (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990). Participam em uma série de associações
com plantas e outros insetos (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990; HOLWAY et al., 2002),
além de revolverem a terra, fazendo a aeração do solo e a redistribuição de nutrientes
(BUENO & CAMPOS FARINHA, 1999).
Estima-se que existam aproximadamente 21.847 espécies de formigas em todo o
mundo, dentre as quais 17.997 táxons estão descritos (AGOSTI & JOHNSON, 2003). No
Brasil ocorrem cerca de 2.000 espécies, sendo que apenas algumas dezenas são consideradas
pragas (BUENO & CAMPOS - FARINHA, 1999). O surgimento das chamadas pragas
urbanas é uma conseqüência da ação antrópica e das modificações dos habitats naturais,
tornando-os adequados para o crescimento populacional dessas espécies (PANIZZI &
PARRA, 1991; RICKLEFS, 2003).
18
O estudo de comunidades locais de formigas tem-se mostrado relevante na avaliação
das condições ambientais de áreas degradadas, monitoramento de regeneração de áreas
florestais e savanas pós-fogo, e também dos diferentes padrões de uso do solo (SILVA &
BRANDÃO, 1999). Numerosos atributos fazem com que esses insetos sejam importantes nas
pesquisas sobre biodiversidade e bioindicadores, tais como: abundância local relativamente
alta, riqueza de espécies local e global altas; muitos táxons especializados, facilmente
amostrados e separados em morfoespécies, além de serem sensíveis a mudanças nas
condições ambientais (MAJER, 1983; ALONSO & AGOSTI, 2000).
A grande maioria dos trabalhos utilizando formigas como bioindicadores, foi realizada
em áreas de mata (FLOREN et al., 2001; SANDERS et al., 2003; GIBB & HOUCHULI,
2003; CARPINTERO et al., 2003; HOLWAY, 2005); poucos estudos foram feitos em áreas
urbanas (YAMAGUCHI, 2004; 2005). Segundo Shultz & McGlynn (2000), o impacto das
atividades humanas pode ser indicado pela presença de espécies de formigas introduzidas,
antes que qualquer efeito sobre o ambiente seja observado.
Feinsinger (2001) descreve determinadas espécies, por exemplo, as formigas
andarilhas, como indicadores negativos da diversidade de um local. Estes indicadores são
definidos como sendo organismos oportunistas, e estreitamente relacionados à perturbação
humana. Quando estes animais aparecem é sinal que a integridade ecológica e a biota nativa
estão perturbadas (ARCILA & LOZANO-ZAMBRANO, 2004), pois são, em sua maioria,
invasores, e se espalham por uma área natural expulsando as espécies nativas através da
predação e da competição (PASSERA, 1994; McGLYNN, 1999).
Apesar da importância dos formicídeos para a avaliação dos impactos ocasionados
pela urbanização sobre os ambientes naturais, poucos estudos ainda têm sido feitos no Brasil
nesse sentido. E, as pesquisas sobre formigas em ambientes urbanos em nosso país se
iniciaram somente na década de 90, com os trabalhos de Fowler et al. (1992, 1993) e Bueno &
19
Fowler (1994). Esses autores constataram grande variação de formicídeos nos hospitais e
residências em relação ao Hemisfério Norte, sendo marcante a presença de espécies exóticas.
Outros trabalhos vieram a seguir, como por exemplo, o de Delabie et al. (1995), em
Ilhéus (BA), estudando 100 residências; Silva & Loeck (1999), em Pelotas (RS), 60
residências; Piva & Campos-Farinha (1999), conduziram seus estudos no bairro da Vila
Mariana, em São Paulo, amostrando 130 residências e Soares et al. (2004), analisaram 120
domicílios em área de Cerrado (MG). Já Marcolino (2004) enfocou a presença de formigas no
Hospital Universitário da Universidade Federal de Uberlândia (MG), enquanto que Oliveira &
Campos-Farinha (2005) inventariaram as formigas de indústrias de alimentos, prédios
públicos, além de domicílios na cidade de Maringá (PR).
No ambiente urbano, as formigas são consideradas pragas por causarem prejuízos ao
homem, danificando madeiras de construção e móveis, além de aparelhos de som e
computadores (BUENO & CAMPOS-FARINHA, 1999). Elas também atuam como vetores
mecânicos de organismos patogênicos, contaminando alimentos (IPINZA-REGLA, 1981;
BUENO & CAMPOS FARINHA, 1999; ZARZUELA et al., 2005), e o ambiente hospitalar,
tanto no Brasil (FOWLER et al., 1993; BUENO & FOWLER, 1994; PEÇANHA, 2000;
ZARZUELA et al., 2002), como em outros países (BEATSON, 1972; IPINZA-REGLA et al.,
1981; EICHLER, 1990). Um exemplo são as formigas da espécie Monomorium pharaonis
(Myrmicinae), que são capazes de transportar patógenos, tanto mecanicamente sobre o corpo
das operárias, como em seu tubo digestório, pela ingestão de alimentos contaminados
(ALEKSEEV et al., 1972; BEATSON, 1972). Além disso, podem atacar recém-nascidos e
pessoas recém-operadas, causando lesões na pele (EICHLER, 1990).
Outro exemplo igualmente importante é Solenopsis invicta, uma espécie tropical, que
foi introduzida nos Estados Unidos onde se tornou o principal inseto - praga (THOMPSON,
1990). Este gênero merece especial atenção do ponto de vista médico, uma vez que possui um
20
aguilhão ligado a uma glândula de veneno. A picada pode ser muito dolorosa, sendo capaz de
provocar anafilaxia, necrose e infecções secundárias no local (FUNASA, 2001).
21
2. Objetivos
Levando-se em consideração a extensão do Brasil e os diferentes processos de
urbanização que ocorreram e, que ainda ocorrem, as informações que se têm na literatura
sobre a fauna de formiga que reside no ambiente urbano é escassa. Assim, visando preencher
parte desta lacuna, o presente trabalho teve como objetivo geral estudar as comunidades de
formicídeos, em três municípios pertencentes à bacia hidrográfica do Alto Tietê, que são
ecossistemas que foram urbanizados em áreas de Mata Atlântica e, que se encontram muito
próximos a esse Bioma. De forma mais específica, em cada município, objetivou-se: 1. avaliar
a riqueza, a composição e a abundância das espécies de formigas em dois tipos de
comunidades: uma que forrageia na área externa das residências e a outra que vive em contato
muito próximo ao ser humano, ou seja, na área interna; 2. avaliar os métodos de coletas
através da curva de acumulação de espécies e estimativa de riqueza e; 3. determinar a
similaridade em relação ao número de espécies, entre as áreas internas, entre os cômodos,
bem como entre as áreas externas das residências dos três municípios.
22
3. Material e Métodos
3.1. Área de estudo
A bacia hidrográfica do Alto Tietê (Figura 1) corresponde à área ocupada pelo rio
Tietê, que vai desde sua nascente em Salesópolis até a Barragem de Rasgão, no município de
Pirapora do Bom Jesus. Seus principais contribuintes, na sua cabeceira, são os rios: Claro,
Paraitinga, Jundiaí, Biritiba Mirim e Taiaçupeba. Junto com o próprio Tietê formam
importantes mananciais de abastecimento da região, compostos pelos reservatórios de Ponte
Nova (Salesópolis), Jundiaí (Jundiaí) e Taiaçupeba (Suzano), os quais foram projetados para o
abastecimento público e para auxiliar no controle das enchentes. Com uma área de 5.985 Km
2
e grande superfície urbanizada, a bacia do Alto Tietê é composta por 35 municípios e é
considerada uma das mais complexas do país, no que tange à gestão ambiental, em
decorrência das profundas alterações em seus rios provocadas por diversas obras hidráulicas e
intensa urbanização (MASSARI & REYDON, 2005).
As coletas foram realizadas em três municípios pertencentes à região da bacia
hidrográfica do Alto Tietê: Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis (Figuras 1 e 2),
pois apresentam, dentre os demais, as áreas de Mata Atlântica mais expressivas.
23
Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Alto Tietê. Em destaque Mogi das Cruzes,
Biritiba Mirim e Salesópolis, municípios onde as coletas de formigas foram realizadas.
24
Figura 2. Imagem de satélite de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis, evidenciando
as áreas de mata presentes nos municípios. Fonte: Laboratório de Ecologia da Paisagem e
Conservação (IB-USP), 2005.
3.1.1. Descrição do município de Mogi das Cruzes
A cidade de Mogi das Cruzes (S 23º52’22”; W 46º18’55”; 742 m acima do nível do
mar) (Figura 3) constitui-se no pólo econômico e direcional da região do Alto Tietê
cabeceiras, com uma população de 330.241 habitantes. Destes 302.116 habitam a área urbana
e 28.125 a área rural (IBGE, 2000). Fica aproximadamente a 50 quilômetros da nascente do
Rio Tietê em Salesópolis. É o maior município da região com 721 quilômetros quadrados
(km²) de extensão territorial. A malha urbana da cidade desenvolve-se às margens de extensas
áreas de várzeas, que cortam Mogi de Leste a Oeste.
O município ainda está inserido na segunda maior reserva de Mata Atlântica do Estado
de São Paulo. São 17.100 hectares formados por fragmentos considerados ilhas florestais e
distribuídos por todo o município, principalmente nas proximidades da Serra do Mar, ao
25
longo do Rio Tietê e a partir da Serra do Itapeti, até a divisa com o município de Arujá. Cerca
de 65,55% do território está situado em áreas de preservação ambiental (PREFEITURA DE
MOGI DAS CRUZES, 2005).
Figura 3. Vista parcial da cidade de Mogi das Cruzes. Ao fundo é possível observar a Serra
do Itapeti, um remanescente de Mata Atlântica. Fonte: Prefeitura de Mogi das Cruzes, 2006.
3.1.2. Descrição do município de Biritiba Mirim
O município de Biritiba Mirim (S 23º34’40”; O 46º02’34”; 784 m acima do nível do
mar) (Figura 4) ocupa 414 km
2
, dos quais 8.500 hectares são de Mata Atlântica. Possui 89%
de seu território protegido pelas leis de proteção de mananciais. Sua população é de 24.653
habitantes, sendo que 20.778 residem na zona urbana (IBGE, 2000).
Figura 4. Vista parcial da cidade de Biritiba Mirim, ressaltando a proximidade com as áreas
de Mata Atlântica. Fonte: Prefeitura de Biritiba Mirim, 2006.
26
3.1.3. Descrição do município de Salesópolis
O município de Salesópolis (S 23º31’85”; O 45º50’77”; 798 m acima do nível do mar)
(Figura 5) abriga a nascente do Tietê e possui uma área total de 427 km
2
, com 16.700 hectares
de Mata Atlântica; 98% de seu território são protegidos pelas leis de proteção de mananciais.
Apresenta uma população de aproximadamente 14.357 habitantes, sendo que 8.741 residem
na zona urbana (IBGE, 2000).
Figura 5. Vista geral da cidade de Salesópolis, ressaltando a proximidade com as áreas de
Mata Atlântica. Fonte: Wikipedia: enciclopédia livre, 2006.
3.2. Escolha dos bairros
Em todos os municípios, os bairros foram escolhidos baseando-se na densidade da
população, na amostragem, tanto de bairros periféricos como centrais e, na proximidade com
as áreas de mata. Assim, em Mogi das Cruzes, por ser um município com um perímetro
maior, foram escolhidos 16 bairros (Figura 6), enquanto em Biritiba Mirim e Salesópolis, 5 e
4 bairros, respectivamente (Figuras 7 e 8).
27
Figura 6. Localização dos bairros amostrados na cidade de Mogi das Cruzes (SP). Fonte:
Prefeitura de Mogi das Cruzes modificado por Kamura, C. M., 2004.
28
Figura 7. Imagem de satélite evidenciando os bairros amostrados na cidade de Biritiba
Mirim. Fonte: Google Earth, 2006.
Figura 8. Imagem de satélite evidenciando os bairros amostrados na cidade de Salesópolis.
Fonte: Google Earth, 2006.
29
As figuras 9 a 24 mostram as características gerais de cada bairro amostrado na cidade
de Mogi das Cruzes, a seguir as figuras 25 a 29 as dos bairros de Biritiba Mirim e as figuras
30 a 33 as dos bairros de Salesópolis. Todas as fotos dos bairros são creditadas a
Kamura,C.M.(2004).
Figura 9.
Vista parcial do bairro
Jardim Aracy
Figura 10.
Vista parcial do
bairro Jardim Rodeio
Figura 11.
Vista parcial do
bairro Jardim Ponte Grande
Figura 12.
Vista parcial do
bairro Mogilar
30
Figura 13.
Vista parcial do
Centro de Mogi das Cruzes
Figura 15.
Vista
parcial do
bairro dos Remédios
Figura 14.
Vista parcial do
bairro Vila Industrial
Figura 16.
Vista parcial do
bairro Vila Natal
Figura 17.
Vista parcial do
bairro Mogi Moderno
Figura 18.
Vista parcial do
bairro Nova Bertioga
31
Figura 19.
Vista parcial do
bairro Vila da Prata
Figura 20.
Vista parcial do
bairro São Sebastião
Figura 21.
Vista parcial do
bairro Vila Oropó
Figura 22.
Vista p
arcial do
bairro Vila Moraes
Figura 23.
Vista parcial do
bairro Biritiba Ussú
Figura 24.
Vista parcial do
bairro Manuel Ferreira
32
Figura 25.
Vista par
cial do
bairro Chácara Santa Bárbara
Figura 26.
Vista parcial do
bairro Vila Hiroy
Figura 27.
Vista parcial do
bairro Jardim Nova Biritiba
Figura 28.
Vista parcial do
Centro de Biritiba
Figura 29.
Vista parcial do
bairro Jardim Yoneda
33
3.3. Escolha das casas e método de coleta das formigas
Em cada bairro foram selecionadas cinco casas. A seleção foi feita sem nenhum
critério especial como estado de preservação, idade das construções, ou nível social dos
moradores. O trabalho a ser realizado e a sua duração, foram explicados aos residentes,
esclarecendo as dúvidas a respeito do método de coleta. O morador foi instruído a não alterar
sua rotina durante a fase de experimentação.
As coletas foram realizadas a cada 2 meses, durante 12 meses, totalizando 6 coletas.
Em cada residência foram amostrados dois tipos de áreas: interna e externa.
Figura 30.
Vista parcial do Dist
rito
Nossa Senhora dos Remédios
Figura 31.
Vista parcial do
bairro Alegre
Figura 32.
Vista parcial do
Centro de Salesópolis
Figura 33.
Vista parcial do
bairro Totozinho Cardoso
34
3.3.1. Área interna das residências
As coletas na área interna das residências foram realizadas na área de serviço,
banheiro e cozinha, usando uma isca atrativa. O preparo desta isca baseou-se no método
descrito por Piva & Campos-Farinha (1999), para possibilitar a padronização e a comparação
dos resultados.
Os ingredientes que compõem a isca foram misturados nas seguintes proporções: 150g
de fígado de boi desidratado, 150g de mel, 150g de bolo de abacaxi Pullman? e 6,75 mL de
óleo de soja. O fígado de boi foi primeiramente cortado em pequenos pedaços, batidos no
liquidificador por cerca de 2 minutos. A pasta obtida foi colocada em um becker e levada à
estufa a 60º C, por 3 dias, aproximadamente. Após o primeiro dia a pasta de fígado foi
retirada do becker e colocada sobre papel filtro, para que todo o líquido pudesse ser
absorvido. Quando o fígado se encontrava bem seco, foi retirado da estufa, triturado num
processador de alimentos e misturado com o mel, bolo de abacaxi e óleo de soja, conforme as
proporções já citadas.
A mistura obtida foi colocada em canudos de plástico com 2 cm de comprimento, os
quais foram conservados no congelador até o momento da coleta (Figura 34).
Figura 34. Placa de Petri contendo a isca atrativa preparada, juntamente com os canudos de
plástico utilizados durante a coleta. (Foto: Kamura, C.M., 2004)
35
As iscas foram distribuídas da seguinte forma: 3 iscas na cozinha, 3 na área de serviço,
e 2 no banheiro (Figuras 35 A e B). Estes cômodos foram escolhidos por serem os lugares
onde as formigas encontram alimento mais facilmente, e também pelo fato de ter sido
constatada grande resistência por parte dos moradores ao ser solicitada a entrada nos quartos e
na sala, onde alegavam a não existência de formigas.
A B
Figura 35. A e B - Isca fixada na residência. Em B é possível visualizar espécimes de
Tapinoma melanocephalum, se aproximando da isca. (Fotos: Kamura, C. M., 2004)
As coletas foram sempre realizadas no período da tarde. As iscas eram colocadas entre
13h e 17h e retiradas 24 horas após, e em seguida colocadas em sacos plásticos identificados
com dados sobre a residência e cômodo, e levadas ao laboratório de Mirmecologia da
Universidade de Mogi das Cruzes. No laboratório, as formigas de cada isca, eram transferidas
para vidrinhos contendo álcool 70%, devidamente rotulados (data, coletor, local de coleta e
técnica de coleta), para posterior montagem e identificação.
3.3.2. Área externa das residências
Na área externa (garagem, quintal e jardim) das residências, as formigas foram
amostradas através do método de coleta manual (Figura 36), utilizando-se pinças (Figura 36
A) e pincéis (Figura 36 B), durante cerca de 20 minutos. O material coletado era diretamente
36
colocado em vidrinhos contendo álcool 70% (Figura 36 C), devidamente rotulados (data,
coletor, local de coleta e técnica de coleta) e, também levados ao laboratório para posterior
montagem e identificação.
A B C
Figura 36. Procedimentos para a coleta manual. A - Uso de pinça. B Uso de pincel. C
Espécimes em frascos contendo álcool 70%. (Fotos: Kamura, C.M., 2004).
A coleta na área externa foi realizada com um método diferente, pois as iscas, por
conterem fígado de boi em sua composição, apresentam um odor muito forte que atrai não só
as formigas, como também animais domésticos (cães e gatos), presentes na maioria das
residências amostradas.
Como os ecossistemas urbanos estudados foram estabelecidos em áreas formadas por
Mata Atlântica, apenas para propiciar a comparação da fauna de formigas que hoje é
encontrada no ambiente urbano com aquela que possivelmente existia no local, foram
realizadas coletas de serapilheira nas áreas de mata que ficam no entorno das cidades. O
número de réplicas foi variável de acordo com a área avaliada e as coletas basearamse no
protocolo ALL descrito por Alonso & Agosti (2000), que consiste na utilização de extratores
de Winkler e armadilhas do tipo “pit-fall” (BESTELMEYER et al., 2000). São recomendados
20 pontos de amostragem de 1 metro quadrado de serapilheira e 20 armadilhas, que
37
permanecem no campo durante 48 horas, dispostos ao longo de um transecto de 200m e
distantes entre si 10m, porém pode-se utilizar um número inicial de 50 amostras durante o
primeiro reconhecimento, para depois determinar o número de amostras necessárias para a
área de estudo (DELABIE et al., 2000).
3.4. Identificação dos exemplares
Para a identificação, 2 a 3 três exemplares, de cada morfoespécie, foram montados em
alfinetes entomológicos, conforme o método descrito por Menezes (1998). Neste caso cada
espécime foi colado na ponta de pequenos triângulos de papel entre o primeiro e o segundo
pares de pernas (Figura 37). Após o processo de secagem, cada triângulo de papel foi
transpassado por um alfinete entomológico nº 2 (marca Elephant), recebendo duas etiquetas
contendo informações sobre o local da coleta com as coordenadas geográficas, data, técnica
de coleta e o nome do coletor.
Figura 37. Exemplar montado para identificação. Na figura um exemplar da espécie
Pseudomyrmex gracilis (Foto: Kamura, C.M., 2005).
Após esse procedimento as formigas foram identificadas. Inicialmente foram
separadas em subfamílias de acordo com Bolton (2003) e, em seguida, em gêneros
(BOLTON, 1994). A identificação em morfoespécie e espécie foi feita baseando-se na
coleção de referência existente no Laboratório de Mirmecologia da Universidade de Mogi das
Cruzes (SP). A coleção entomológica “Adolph Hempel” do Centro de Pesquisa e
38
Desenvolvimento de Sanidade Vegetal do Instituto Biológico (SP), que abriga um bom acervo
de formigas urbanas do Estado de São Paulo, também foi consultada para identificação dos
espécimes coletados.
Os “Vouchers” e todo material residual do trabalho, conservado em álcool 70%, em
frascos de vidro de 5 a 10 mL com rosca e batoque, foram incorporados ao acervo da Coleção
regional da Mirmecofauna do Alto Tietê, existente no Laboratório de Mirmecologia na
Universidade de Mogi das Cruzes (NCA/UMC).
3.5. Análise de dados
Além de ter sido efetuada a estatística descritiva com gráficos e tabelas, os dados de
riqueza e abundância foram analisados conforme os subitens a seguir.
3.5.1. Riqueza
3.5.1.1. Freqüência relativa de ocorrência
Freqüência é definida como a probabilidade de se amostrar determinada espécie em
uma unidade de amostragem (KUPPER, 1994). Dessa forma, a fim de verificar as espécies
mais freqüentes das áreas interna e externa de cada município estudado na região do Alto
Tietê, foi calculada a freqüência relativa de ocorrência.
A freqüência relativa é o percentual de ocorrência de uma espécie em relação à soma
das freqüências absolutas, sendo dada por:
100 x
FA
FA
= FR
?
?
?
?
?
?
?
?
?
Onde:
FR = freqüência relativa (%)
FA = freqüência absoluta (número de parcelas com ocorrência da espécie/total de parcelas)
A freqüência absoluta foi calculada com base em dados de presença e ausência de cada
espécie, em cada réplica (casa) da área urbana de acordo com o município amostrado.
39
3.5.1.2. Área urbana e Área de mata
A riqueza total, ou seja, o somatório das áreas interna e externa de cada residência, de
todos os municípios, foi analisada comparativamente com a riqueza da serapilheira amostrada
nos fragmentos de Mata Atlântica, que estão no entorno de cada cidade.
Essa análise foi feita pelo teste não paramétrico de Kruskall-Wallis, e posteriormente
foi utilizado o teste para comparações múltiplas de Dwass-Steel-Chrischlaw (HOLLANDER
& WOLFE, 1999), através do programa Statistica, versão 5.5 (STATSOFT, 2000). Segundo
Siegel (1975) o Teste de Kruskall-Wallis é uma prova útil para decidir se k amostras
independentes provêm de populações diferentes. Para isso, foi considerada a riqueza
amostrada em cada réplica (casa ou ponto), assim, no município de Mogi das Cruzes foram 80
réplicas na área urbana e 50 na área de mata; em Biritiba Mirim, ambas as áreas com 25
réplicas e em Salesópolis, 20 réplicas na área urbana e 50 na área de mata.
3.5.1.3. Área interna e Área externa
Nas áreas interna e externa dos ecossistemas urbanos estudados, também foi analisada
a riqueza por réplicas (casas). O teste não paramétrico de Kruskall-Wallis, e posteriormente o
teste para comparações múltiplas de Dwass-Steel-Chrischlaw (HOLLANDER & WOLFE,
1999), foram novamente empregados através do programa Statistica, versão 5.5 (STATSOFT,
2000).
3.5.1.4. Cômodos da área interna
Usando os mesmos testes estatísticos, todos os cômodos que fazem parte da área
interna (área de serviço, banheiro e cozinha), de cada réplica, foram analisados
comparativamente em relação a cada município.
40
3.5.1.5. Curvas de acumulação e estimador de riqueza
Para comparar a riqueza total de espécies de formigas coletadas somente nos
ecossistemas urbanos (área interna e externa), foram construídas curvas de acumulação de
espécies (curva do coletor) através do programa EstimateS, versão 7.5 (COLWELL, 2005). A
curva de acumulação de espécies foi derivada de 100 randomizações de ordem de amostras.
Nessa análise, o princípio básico é a representação do número de espécies pelo esforço
amostral. Partindo desse princípio, a curva tende a estabilizar assim que a riqueza total da área
for coletada (MELO, 2003).
O estimador de riqueza escolhido foi Chao 2 que incorpora importantes componentes
da riqueza de espécies, incluindo as espécies representadas por uma única amostra (chamadas
únicas) e aquelas representadas por somente 2 amostras (chamadas duplicadas), e tem sido
utilizado em levantamentos da fauna de formigas (FEENER & SCHUPP, 1998; Fischer,
1999; BLÜTHGEN et al., 2000; KASPARI et al., 2000; SOARES et al., 2001).
A análise do estimador de riqueza, cuja definição segundo Colwell (2005) está a
seguir, foi feita através do programa EstimateS versão 7.5 (COLWELL, 2005).
Chao 2 = S
obs
+ Q
1
2
2 Q
2
S
obs
= número observado de espécies
Q
1
= número de espécies únicas
Q
2
= número de espécies duplicadas
3.5.1.6. Teste de similaridade
Foi realizado o teste de similaridade de Sorensen entre as áreas internas e entre as
áreas externas dos três municípios. Esse método estatístico compara a similaridade entre dois
locais com base na presença e ausência de espécies. Quando o valor do índice é igual a 1,
41
indica completa similaridade, e se o valor é igual a 0, os locais são dissimilares, não
possuindo nenhuma espécie em comum. O índice de Sorensen foi definido por Magurran
(1988) como:
C
s
= 2j / (a+b),
onde j = número de espécies comuns a ambas cidades
a = número de espécies na cidade A
b = número de espécies na cidade B
Para uma avaliação visual da dissimilaridade entre as áreas amostradas (área de
serviço, cozinha, banheiro e área externa), e também entre os municípios de forma geral, em
relação à riqueza de formigas, um dendograma foi gerado pelo programa PC-ORD for
Windows versão 4.14 (McCUNE & MEFFORD, 1999) utilizando a Distância Euclidiana.
Segundo Brower & Zar (1977), a Distância Euclidiana é obtida pela seguinte expressão:
DE =
n
(x - y ) ,
i = 1
i i
2
?
em que:
DE = Distância Euclidiana
xi = valor de abundância (IVI) para a espécie i na área x (enumeração completa)
y
i
= valor de abundância (IVI) para a espécie i na área y (cada procedimento amostral)
n = número de espécies existentes
A Distância Euclidiana é uma das medidas de dissimilaridade entre comunidades mais
utilizadas na prática (GAUCH, 1982). De acordo com Brower & Zar (1977), quanto menor o
valor da Distância Euclidiana entre duas comunidades, mais próximas elas se apresentam em
termos de parâmetros quantitativos (por espécie).
42
3.5.2. Abundância
No caso dos insetos sociais, a coleta de um indivíduo forrageando já é um indicador do
encontro de uma colônia inteira (ROMERO & JAFFÉ, 1989). Assim, dados de ocorrência são
os mais indicados para estimativas de diversidade, porém, para uma análise comparativa da
situação geral da fauna de formigas dos ecossistemas urbanos do Alto Tietê, foi feita a opção
por se trabalhar também com os dados de abundância. Neste caso, fazendo uma análise de
abundância relativa, pois segundo Magurran (1988) a diversidade pode ser medida marcando-
se o número de espécies, descrevendo a abundância relativa ou usando uma medida que
combine estes dois componentes.
A abundância relativa foi calculada com base no número de indivíduos coletados de
cada espécie amostrada, dividido pelo número total de indivíduos coletados.
100 x
AB
AB
= AR
?
?
?
?
?
?
?
?
?
Onde:
AR = abundância relativa (%)
AB = abundância absoluta (número total de indivíduos de cada espécie)
43
4. Resultados e Discussão
4.1. Caracterização taxonômica, riqueza e composição dos táxons
amostrados nas áreas urbanas do Alto Tietê
Foram amostradas 19.311 formigas, distribuídas em 77 espécies, 31 gêneros e 8
subfamílias. A subfamília Myrmicinae foi a mais rica (45 espécies) e a mais abundante
(Tabela 1). Esses dados corroboram outros trabalhos realizados em áreas urbanas, tais como o
de Delabie et al. (1995), utilizando mel como material atrativo em residências do Sul da Bahia
e, Piva & Campos-Farinha (1999), em São Paulo, utilizando o mesmo método do presente
estudo.
Tabela 1. Número de gêneros, espécies e indivíduos, de acordo com a subfamília, coletados,
em áreas urbanizadas do Alto Tietê (SP).
Subfamília
Número de gêneros
Número de espécies
Número d
e indivíduos
Myrmicinae
16
45
11.444
Formicinae
4
12
2.075
Ponerinae
3
7
29
Ectatomminae
2
4
40
Pseudomyrmecinae
1
4
33
Dolichoderinae
3
3
5.662
Ecitoninae
1
1
25
Heteroponerinae
1
1
3
Total
31
77
19.311
A subfamília Myrmicinae é a mais amplamente distribuída na região Neotropical,
apresentando 19 tribos e 55 gêneros (FERNÁNDEZ, 2003) e, segundo Fowler et al. (1991),
constitui um dos grupos mais diversificados em relação aos hábitos de alimentação e
nidificação. Gêneros dessa subfamília tais como Atta, Acromyrmex, Solenopsis, Wasmannia,
44
Monomorium e Pheidole coletados nos três municípios estudados do Alto Tietê (Tabela 2) são
considerados pragas (CAMPOS- FARINHA et al., 2002; DELLA LUCIA, 2003).
O segundo táxon mais diverso foi Formicinae (12 espécies), entretanto, no trabalho de
Soares et al. (2004), realizado no município de Uberlândia (MG), esta subfamília foi a mais
rica. Possivelmente esses resultados estejam relacionados ao tipo de Bioma que cercam as
cidades, ou seja, Soares et al. (2004) analisaram as formigas de um ecossistema urbano que
está sob a influência da vegetação de Cerrado e, os estudados no presente trabalho estão sob a
influência da Mata Atlântica. Silvestre (2000), Silvestre et al. (2003) e Silva (2004) ao
coletarem a serapilheira de áreas de Cerrado, constataram a maior freqüência de ocorrência de
formigas pertencentes à subfamília Formicinae. Silva (2004) e Macedo (2004) já verificaram,
na serapilheira de áreas de Mata Atlântica, a dominância de Myrmicinae. Por outro lado,
Nascimento (2005) trabalhando com a mirmecofauna de parques e reservas na cidade de
Uberlândia (MG), observou que Myrmicinae foi a subfamília com maior número de espécies,
seguida de Formicinae. Esta diferença apresentada pelos trabalhos de Soares et al. (2004) e
Nascimento (2005), deve estar relacionada aos diferentes métodos de coleta, ou seja, coleta
manual e armadilhas do tipo “pit-fall”, respectivamente. Este último método apresenta uma
maior eficiência de coleta por permanecer durante um tempo maior no campo, além de não
depender da acuidade visual do coletor (BESTELMEYER et al., 2000).
As formigas da subfamília Formicinae são em sua maioria generalistas, como
Camponotus, Paratrechina e Brachymyrmex (Tabela 2), mas apresentam forte atração por
fontes de carboidratos, tais como os encontrados em nectários extraflorais e nas secreções
açucaradas produzidas por homópteros (LONGINO, 1994a). Outro gênero pertencente a esta
subfamília, e que até então não havia sido coletado em áreas urbanas, é Myrmelachista
(Tabela 2). Sua biologia é pouco estudada; sabe-se apenas que suas espécies habitam as copas
de árvores (FERNÁNDEZ, 2003).
45
A terceira subfamília mais rica foi Ponerinae, com 7 espécies. Normalmente essas
formigas forrageiam o ambiente solitariamente e, são predadoras; algumas apresentam grande
especialização quanto ao tipo de presa (LONGINO, 1994b).
Os atuais poneromorfos (BOLTON, 2003), nos quais se incluem os Ponerinae,
Ectatomminae e Heteroponerinae, são formigas características de ambientes mais estruturados
e sensíveis às mudanças nas condições ambientais (DELABIE et al., 2000). Assim, a coleta de
espécimes destas subfamílias (Tabela 1 e Tabela 2) no ambiente urbano mostra que,
determinadas áreas desse ecossistema estão conseguindo manter, apesar do intenso processo
de urbanização, as condições de abrigo e alimentação exigidas por esses táxons. Por outro
lado, o padrão de posicionamento das subfamílias observado no presente estudo também já
havia sido encontrado por Delabie et al. (1995), Ogata et al. (1998) e López-Moreno et al.
(2003) ao estudarem as formigas de outros ecossistemas urbanos. Segundo Ward (2000) as
subfamílias Myrmicinae, Ponerinae e Formicinae, quando comparadas às demais da região
Neotropical, são as mais diversas nas áreas de mata.
Apesar de ter sido pouco representada em número de espécies (3), a subfamília
Dolichoderinae (3,90%) se destaca devido a sua abundância numérica (Tabela 1). Essa
subfamília foi considerada por Andersen (2000) como dominante, tanto numericamente como
funcionalmente. Ainda segundo esse autor, um táxon é dito dominante quando predomina em
ambientes com baixo nível de estresse e distúrbio, que no caso das formigas são os de clima
quente e abertos.
Entre os Dolichoderinae foi encontrada nos três municípios estudados (Tabela 2)
Linepithema humile, que é uma espécie invasora e característica de ambientes desestruturados
(VEGA & RUST, 2001). É originária da Argentina e do sul do Brasil, porém, atualmente, tem
uma distribuição cosmopolita (HOLWAY et al., 2002; SUAREZ et al., 2001). De acordo com
Vega & Rust (2001), essa espécie possui o hábito de expulsar as formigas nativas do local
46
invadido e dominar o ambiente. Outra espécie dessa subfamília também encontrada nos
municípios do Alto Tietê (Tabela 2) foi Tapinoma melanocephalum, que é típica de ambientes
urbanos e causa muito incômodo nas residências onde aparecem (BUENO & CAMPOS
FARINHA, 1999). Esse táxon foi observado em 43,2% das casas, demonstrando sua ampla
distribuição nos ecossistemas urbanos da região avaliada.
Analisando-se ainda a Tabela 2, nota-se que Mogi das Cruzes foi o ecossistema urbano
com maior número de espécies (57), seguido por Biritiba Mirim (49) e Salesópolis (41).
Comparando-se os dados de riqueza obtidos nesse trabalho com outros realizados no Brasil,
verifica-se que nos ecossistemas urbanos da região do Alto Tietê foi coletado um maior
número de espécies. Delabie et al. (1995), por exemplo, coletaram 31 em Ilhéus (BA); Silva
& Loeck (1999) 24 em Pelotas (RS), enquanto Piva & Campos- Farinha (1999) também 24
espécies em São Paulo (SP). Exceção é feita somente para o trabalho de Oliveira & Campos-
Farinha (2005), pois esses autores amostraram 54 espécies na cidade de Maringá (PR), o que é
muito próximo à riqueza encontrada na cidade de Mogi das Cruzes.
Oliveira & Campos Farinha (2005) atribuíram o resultado observado em Maringá
(PR), à grande disponibilidade de áreas verdes (25,47 m
2
/hab), ao clima subtropical, a
temperatura média anual superior a 20ºC, ao método empregado (coleta manual, tanto na área
interna, quanto na área externa das residências), que não é seletivo, e ao fato de não terem
coletado a formiga argentina (L. humile). Esta espécie foi amostrada nos três municípios do
Alto Tietê, porém, sua freqüência de ocorrência foi baixa em Mogi das Cruzes e Biritiba
Mirim (Apêndice 1). Já em Salesópolis foi alta, tanto na área interna como na área externa das
casas (Apêndice 1, Figuras 44 e 47); sendo também de elevada abundância relativa (Apêndice
2, Figura 50), porém somente na área interna.
É possível, a partir da conclusão de Oliveira & Campos-Farinha (2005), fazer uma
inferência em relação ao baixo número de espécies encontrado em Salesópolis, quando
47
comparado aos demais municípios (Tabela 2), ou seja, a alta freqüência de ocorrência e
abundância de L. humile pode estar interferindo na diversidade da mirmecofauna da cidade de
Salesópolis, o que também corrobora Shultz & McGlynn (2000).
Tabela 2. Subfamílias e espécies amostradas de acordo com o ecossistema urbano estudado,
na região do Alto Tietê (SP).
Subfamília / Espécies Mogi das Cruzes
Biritiba Mirim
Salesópolis
Subfamília Dolichoderinae
Dorymyrmex pyramicus alticanis Forel X X X
Linepithema humile Mayr X X X
Tapinoma melanocephalum Fabricius X X X
Subfamília Formicinae
Brachymyrmex sp.1 X X
Brachymyrmex patagonicus Mayr X X X
Brachymyrmex sp.4 X X X
Camponotus rufipes Fabricius X X X
Camponotus (Myrmaphaenus) sp. 2 X
Camponotus crassus X
Camponotus (Myrmophaenus) novograndensis Mayr X X X
Camponotus sp.8 X X
Camponotus (Taenamyrmex) sp. 5 X X
Paratrechina fulva Mayr X X X
Paratrechina longicornis Latreille X X X
Myrmelachista sp.2 X
Subfamília Myrmicinae
Atta sp. X X
Atta sexdens rubropilosa Linnaeus X
Apterostigma sp.1 X
Apterostigma sp.3 X
Acromyrmex crassispinus Forel X X X
Acromyrmex niger F. Smith X X X
Acromyrmex diasi X
Mycetosoritis sp.1 X X X
Crematogaster sp.1 (grupo Orthocrema) X
Crematogaster sp.2 (grupo Orthocrema) X
Crematogaster sp.5 X X
Crematogaster sp.7 X X
Crematogaster sp.9 X
Crematogaster sp.11 X
Leptothorax sp. 1 X
Monomorium floricola Jerdon X X
Monomorium pharaonis Linnaeus X X X
Mycetarotes sp. 1 X
Mycocepurus goeldii Forel X
Pheidole megacephala Fabricius X X
Pheidole fallax arenicola abscuthorax X X X
48
Continua Tabela 2
Subfamília / Espécies Mogi das Cruzes
Biritiba Mirim
Salesópolis
Subfamília Myrmicinae
Pheidole aberrans Mayr X X X
Pheidole sp.4 X X X
Pheidole sp.6 X X
Pheidole sp.7 X
Pheidole sp.9 X X
Pheidole sp.18 X X
Pheidole sp.24 X X X
Pheidole sp.29 X
Pheidole sp.30 X
Pheidole sp.35 X
Pheidole sp.36 X X X
Pheidole sp.37 X
Pheidole sp.38 X X
Pheidole sp.40 X X
Pogonomyrmex mayeli abdominalis X X X
Octostruma rugifera Mayr X
Solenopsis saevissima F. Smith X X X
Solenopsis (Diplohroptrum) sp. 2 X
Solenopsis wasmannii Emery X X
Solenopsis sp. 4 X
Tetramorium sp. 1 X
Wasmannia auropunctata Roger X X X
Wasmannia sp.3 Forel X X X
Cryptocerus pusillus v. brevispinosus X X
Subfamília Ectatominnae
Gnamptogenys striatula Mayr X X X
Gnamptogenys continua Mayr X X
Gnamptogenys sp. 4 X
Ectatomma sp. 2 X
Subfamília Ecitoninae
Labidus praedator F. Smith X
Subfamília Heteroponerinae
Heteroponera dolo Roger X
Subfamília Ponerinae
Hypoponera sp. 1 X X
Hypoponera sp. 6 X
Hypoponera sp.8 X X
Hypoponera sp.11 X
Odonomachus meinerti X
Pachycondyla constricta Mayr X
Pachycondyla striata Fr. Smith X X X
Subfamília Pseudomyrmecinae
Pseudomyrmex gracilis Fabricius X X X
Pseudomyrmex oculatus F. Smith X X
Pseudomyrmex sp.4 X X
Pseudomyrmex sp.6 X
Total de espécies 57 49 41
49
A presença da formiga argentina pode explicar a não amostragem na cidade de
Salesópolis de Pheidole megacephala e Monomorium floricola (Tabela 2), que são típicas de
ambientes urbanos (CAMPOS-FARINHA et al., 2002). Apesar de Ph. megacephala competir
agressivamente com espécies exóticas e nativas, chegando a reduzir o número dessas últimas
(HÖLLDOBLER & WILSON, 1990; SAMWAYS et al., 1997; FOWLER et al.,1994;
MOLLER, 1996; MAY & HETERICK, 2000), é possível que esse táxon esteja perdendo
nichos para a formiga argentina.
Em Ilhéus (BA), tendo também a Mata Atlântica como vegetação de entorno do
ecossistema urbano, Delabie et al. (1995) não amostraram L. humile, porém consideraram Ph.
megacephala como dominante nas residências. O antagonismo entre estas duas espécies já
havia sido relatado em outras situações (HASKINS & HASKINS, 1965; CROWELL, 1968), e
merece ser melhor avaliado no município de Salesópolis. Segundo Hölldobler & Wilson
(1990) a competição entre as espécies, a variabilidade de locais de nidificação, a quantidade
de alimento disponível e a área de forrageamento, são fatores que influenciam a riqueza e a
composição da fauna, ou seja, a diversidade de uma determinada área.
A composição da fauna de formigas em ecossistemas urbanos relatada por Delabie et
al. (1995), Silva & Loeck (1999), Piva & Campos-Farinha (1999), e Oliveira & Campos-
Farinha (2005) praticamente é a mesma que a observada no presente trabalho. Assim,
verifica-se que a maioria das espécies é aquela relacionada aos ambientes urbanos, tais como
T. melanocephalum, Brachymyrmex spp., Pheidole spp., Solenopsis spp., Camponotus spp.,
Paratrechina spp. e Wasmannia auropunctata. Porém, somente na região do Alto Tietê e na
cidade de Maringá (PR) (OLIVEIRA & CAMPOS-FARINHA, 2005) foram coletadas
formigas de hábitos mais especializados, tais como espécies do gênero Labidus e Ectatomma.
Labidus é nômade e predador e, Ectatomma se alimenta de diversos artrópodes, anelídeos e
líquidos açucarados de hemípteros Sternorryncha e nectários extra-florais (LATTKE, 2003).
50
Além desses gêneros, foi observada na área urbana do Alto Tietê a presença de outros
que são característicos de ambientes mais estruturados, como Hypoponera, Gnamptogenys e
Heteroponera (Tabela 2). De acordo com Brandão (1999) Hypoponera, encontrado na área
externa das casas dos três municípios estudados (Apêndice 1), é um dos gêneros mais
representativos dentro da subfamília Ponerinae, em relação ao número de espécies (35 na
região Neotropical). Encontramse sob pedras e madeira decomposta, sendo algumas espécies
predadoras específicas de Collembola (MACEDO, 2004). Já Gnamptogenys apresenta tanto
espécies generalistas quanto espécies de hábito especialista, caçando outras formigas,
coleópteros e diplópodos (LATTKE, 1990; BROWN, 1992).
Heteroponera, dentre os gêneros citados, parece ser o mais especializado, pois nidifica
no solo de mata, madeira podre ou mesmo epífitas, formando pequenas colônias (menos de
200 indivíduos); é predador generalista e considerado incomum, por ser pouco coletado
(HEDLUND, 2004). Devido a estas características encontra-se em ambientes mais
preservados e, por conseqüência, mais heterogêneos, onde há maior oferta de recursos. Assim,
pode-se concluir que os ecossistemas urbanos do Alto Tietê estudados estão oferecendo a esse
táxon condições biológicas e físicas necessárias para sua manutenção.
A disponibilidade de áreas verdes nos ecossistemas urbanos, ou próximo a eles, parece
atuar sobre a composição de espécies, impedindo uma homogeneidade típica da fauna dos
ambientes urbanos estritos, como foi observado por Piva & Campos-Farinha (1999) no bairro
da Vila Mariana na cidade de São Paulo. Nascimento (2005) já havia demonstrado que áreas
verdes no meio urbano, como praças e parques, podem suportar um número maior de espécies
de formigas em relação a outros locais, como os agrossistemas, ambientes residenciais e
hospitalares, que possuem alta dominância de poucas espécies.
Os dados apresentados na Tabela 3 corroboram o trabalho de Nascimento (2005), pois
observa-se que nos bairros centrais da cidade de Mogi das Cruzes, como o próprio centro,
51
Vila dos Remédios, Vila Industrial e Vila Natal, onde a área arborizada é pequena, há um
baixo número de espécies, quando comparado a bairros próximos à Serra do Itapety (Figura
6), como Jardim Aracy e Jardim Rodeio.
Por outro lado, a riqueza por bairro observada nas cidades de Biritiba Mirim e
Salesópolis é alta, mesmo na malha central da cidade, sendo essa riqueza comparável com a
dos bairros de Mogi das Cruzes, próximos à mata (Jardim Aracy, Jardim Rodeio, Biritiba
Ussú e Manuel Ferreira). Segundo Yamaguchi (2004, 2005), a manutenção da diversidade
faunística em áreas verdes das cidades contribui com a melhoria da qualidade de vida da
população, pois ela ajuda a estruturar a composição da flora desses locais.
Na cidade de Mogi das Cruzes Pheidole (13 espécies), Camponotus (4 espécies) e
Solenopsis (4 espécies) foram os gêneros mais ricos em espécies e apareceram tanto na área
interna, como na área externa (Figura 38). Em Biritiba Mirim temse Pheidole (11 espécies),
Crematogaster (4 espécies) e Acromyrmex, Brachymyrmex, Camponotus e Hypoponera
apresentando 3 espécies cada (Figura 39), porém, somente Acromyrmex e Hypoponera foram
amostrados apenas na área externa.
O gênero Acromyrmex, pertence à tribo Attini, são formigas que cortam folhas para
cultivar fungos, dos quais obtêm seu alimento (FERNÁNDEZ, 2003). Foi encontrado na
Chácara Santa Bárbara (Figura 25) e Vila Hiroy (Figura 26), bairros onde é possível observar
ao fundo das casas, grandes áreas destinadas à agricultura. Já Hypoponera, que é
extremamente abundante e característico da serapilheira em florestas tropicais
(HÖLLDOBLER & WILSON, 1990; BRANDÃO, 1999), foi curiosamente coletado nos
bairros localizados na malha central da cidade, ou seja, no próprio Centro (Figura 28) e
Jardim Yoneda (Figura 29). Embora estes bairros sejam antropizados, localizam-se à margem
da rodovia, que por sua vez apresenta resquícios de mata, de onde, provavelmente, este
gênero possa ter migrado.
52
Tabela 3. Riqueza de espécies de acordo com os bairros amostrados, em cada município
estudado da região do Alto Tietê.
Cidade
Bairros
Número de espécies
Mogi das Cruzes Jardim Aracy 24
Jardim Rodeio 26
Jardim Ponte Grande 17
Vila Mogilar 14
Centro 12
Vila dos Remédios 1
Vila Industrial 4
Vila Natal 8
Mogi Moderno 21
Nova Bertioga 12
Vila da Prata 17
São Sebastião 21
Vila Oropó 21
Vila Moraes 16
Biritiba Ussú 20
Manuel Ferreira 20
Biritiba Mirim Chácara Santa Bárbara 22
Vila Hiroy 20
Jardim Nova Biritiba 26
Centro 24
Jardim Yoneda 22
Salesópolis Nossa Senhora dos Remédios 23
Bairro Alegre 25
Centro 20
Totozinho Cardoso 29
53
Figura 38. Número de espécies de acordo com os gêneros amostrados na cidade de Mogi das
Cruzes (AI = área interna; AE = área externa).
Figura 39. Número de espécies de acordo com os gêneros amostrados na cidade de Biritiba
Mirim (AI = área interna; AE = área externa).
54
Figura 40. Número de espécies de acordo com os gêneros amostrados na cidade de
Salesópolis (AI = área interna; AE = área externa).
Já em Salesópolis, Pheidole, Camponotus e Pseudomyrmex foram os gêneros com o
maior número de espécies (Figura 40). Assim é possível concluir que, Pheidole foi o gênero
mais rico nos três municípios avaliados do Alto Tietê. Esse resultado corrobora os dados
obtidos por Piva & CamposFarinha (1999) na Vila Mariana (São Paulo SP), Silva & Loeck
(1999), em Pelotas (RS) e Oliveira & CamposFarinha (2005) na cidade de Maringá (PR).
Segundo Fernández (2003) e Wilson (2003) Pheidole está entre os gêneros dominantes
em número de espécies, colônias e biomassa, e, devido a essas características é um táxon ideal
para ser usado como indicador ambiental (WILSON, 2003). Sua dominância ocorre pelo
eficiente recrutamento que realiza durante o forrageamento e, pelo comportamento agressivo
em relação a seus competidores (FOWLER, 1993). É considerado um gênero não especialista,
55
com espécies ecologicamente diversificadas, incluindo coletoras de sementes, onívoras,
predadoras e mutualísticas (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990; SUDD & FRANKS, 1987).
Camponotus, juntamente com Pheidole, aparece como predominante em espécies nas
cidades de Mogi das Cruzes e Salesópolis. Delabie et al. (1995) e Soares et al. (2004) já
haviam constatado esse resultado na Bahia e em Minas Gerais, respectivamente. Segundo
Hölldobler & Wilson (1990) e Ulloa-Chacon (2003), estes dois gêneros estão entre os mais
amplamente distribuídos e diversos no solo, sendo apontados por Bueno & Campos-Farinha
(1999) como indicadores de deficiências estruturais.
A coleta de formigas arborícolas, como Crematogaster (Figuras 38, 39 e 40) e
Pseudomyrmex (Figuras 38 e 40), no interior das residências, é um fato curioso e
possivelmente ocasional, apesar do primeiro gênero já ter sido coletado por Delabie et al.
(1995), Piva & Campos-Farinha (1999), Oliveira & Campos-Farinha (2005), e o segundo
apenas por Oliveira & Campos-Farinha (2005).
O gênero Crematogaster possui o hábito de atender hemípteros Sternorryncha
(FOWLER et al., 1990) e visitar nectários extraflorais, sendo, portanto esperado apenas no
ambiente externo. Ulloa-Chacon (2003) o indica como um dos táxons que eventualmente
pode invadir o interior das casas, em busca de abrigo e alimento. O que também pode ter
ocorrido com Pseudomyrmex devido à proximidade de um galho na janela, ou até mesmo
através de um vaso que tenha permanecido no ambiente externo da casa por algum tempo.
Oliveira & Campos-Farinha (2005), além da presença de Pseudomyrmex nas casas,
registraram reclamações da população a respeito de picadas dessa formiga, com posterior
quadro alérgico. Assim, estudos que envolvam o conhecimento das espécies que habitam o
interior das residências, podem ajudar a analisar com mais precisão os casos de alergia da
população.
56
Analisando–se o número total de espécies, ou seja, das áreas interna e externa, de cada
município (Apêndice 1), observa-se que a cidade de Mogi das Cruzes apresentou 20 espécies
exclusivas (26,0%), Biritiba Mirim 7 espécies (9,0%) e Salesópolis 5 espécies (6,5%)
(Apêndices 1 e 2). Apenas em relação à área interna de todos os municípios, foram obtidas 31
espécies. Dessas, Brachymyrmex patagonicus, A. crassispinus, A. niger, Ph. fallax arenicola
abscuthorax, Pheidole sp. 40, S. wasmannii, Solenopsis sp.4 e Tetramorium sp. 1, foram
exclusivas de Mogi das Cruzes; enquanto que Camponotus sp.8 e Crematogaster sp. 1 (grupo
Orthocrema) exclusivas de Biritiba Mirim e Crematogaster sp.9 e P. gracilis, de Salesópolis
(Figura 41).
Figura 41. Número de espécies total e exclusivas das áreas interna (AI) e externa (AE), de
cada cidade amostrada.
57
Quanto aos resultados de freqüência de ocorrência observa-se que, na área interna das
residências de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis (Figuras 42, 43 e 44), as
espécies mais freqüentes já haviam sido destacadas por Delabie et al. (1995) e por Campos-
Farinha et al. (2002), como sendo comuns no ambiente domiciliar dos ecossistemas urbanos
brasileiros. Dessa forma, mesmo que a malha urbana seja muito arborizada ou próxima à
vegetação residual, no interior das residências predominam aquelas espécies que também são
encontradas nos ecossistemas urbanos pobres em vegetação. A diferença na freqüência de
ocorrência entre os ambientes domiciliares está relacionada, possivelmente, aos fatores
abióticos e conseqüentemente à competição entre as espécies.
4,38
4,38
8,76
10,22
15,33
24,82
0 5 10 15 20 25 30
Brachymyrmex sp. 4
Monomorium floricola
Paratrechina fulva
Solenopsis saevissima
Pheidole megacephala
Tapinoma melanocephalum
Espécies
Freqüência relativa de ocorrência (%)
Figura 42. Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área interna das
casas localizadas em Mogi das Cruzes.
58
6,25
6,25
8,33
8,33
10,42
22,92
0 5 10 15 20 25
Monomorium floricola
Wasmannia
auropunctata
Brachymyrmex sp. 4
Pheidole megacephala
Solenopsis saevissima
Tapinoma
melanocephalum
Espécies
Figura 43. Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área interna de
Biritiba Mirim.
6,06
6,06
6,06
6,06
6,06
6,06
9,09
12,12
12,12
15,15
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Solenopsis saevissima
Paratrechina fulva
Paratrechina longicornis
Brachymyrmex sp. 4
Camponotus novograndensis
Monomorium pharaonis
Crematogaster sp. 5
Linepithema humile
Wasmannia auropunctata
Tapinoma melanocephalum
Espécies
Freqüência relativa de ocorrência
Figura 44. Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área interna de
Salesópolis
59
Na área externa das residências de todos os municípios foram amostradas 74 espécies
(Apêndices 1 e 2). Em Mogi das Cruzes coletou-se 20 que são exclusivas (37,73%) (Figura
41) e, entre elas, se destacam Octostruma rugifera, Gnamptogenys sp.4, Heteroponera dolo,
Hypoponera sp.6, Odontomachus meinerti e Pachycondyla constricta, que são características
da serapilheira de áreas de Mata Atlântica (SILVA, 2004; MACEDO, 2004). Essas espécies
podem ser classificadas, segundo Brandão & Silva (2005), nas seguintes guildas:
1. Predadoras epigéicas grandes: Odontomachus
2. Predadoras epigéicas médias: Heteroponera, Gnamptogenys
3. Predadoras especializadas: Gnamptogenys
4. Predadoras hipogéicas médias: Hypoponera, Pachycondyla, Gnamptogenys
5. Predadoras especializadas de liteira com mandíbulas especializadas: Octostruma
6. Predadoras hipogéicas pequenas: Hypoponera
Diante da amostragem dessas espécies especializadas, pode-se dizer que, apesar da
cidade de Mogi das Cruzes ser muito urbanizada, alguns de seus bairros, ou seja, aqueles onde
esses táxons foram encontrados e, que coincidentemente estão localizados próximos à Serra
do Itapety, ou às margens da mata ciliar do Rio Tietê, estão oferecendo condições de
alimentação e nidificação adequados.
Na área externa de Biritiba Mirim foram amostradas 8 espécies (10,81%) exclusivas
(Figura 41), das quais Labidus praedator e Hypoponera sp. 11 merecem atenção; apesar do
gênero Labidus já ter sido coletado por Oliveira & Campos-Farinha (2005) com duas
espécies. Esse táxon é uma Ecitoninae, possui hábitos nômades, altera fases estacionárias com
migratórias em seu ciclo de vida (FERNÁNDEZ, 2003), sendo característico de áreas de mata
tropical (BROWN, 2000). Na cidade de Salesópolis 5 espécies (12,8%) foram encontradas
exclusivamente na área externa, com destaque para Myrmelachista.
60
4,64
4,64
6,25
7,06
7,73
7,95
12,36
0 2 4 6 8 10 12 14
Tapinoma melanocephalum
Dorymyrmex pyramicus alticanis
Monomorium floricola
Brachymyrmex sp. 4
Paratrechina fulva
Pheidole aberrans
Solenopsis saevissima
Espécies
Figura 45. Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área externa das
casas localizadas em Mogi das Cruzes.
5,58
5,58
7,17
8,76
9,16
9,56
0 2 4 6 8 10 12
Pheidole sp. 4
Pheidole sp. 36
Dorymyrmex pyramicus alticanis
Brachymyrmex sp. 4
Pheidole aberrans
Solenopsis saevissima
Espécies
Freqüência relativa de ocorrência (%)
Figura 46. Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área externa das
casas localizadas em Biritiba Mirim.
61
6,31
6,31
6,76
7,66
8,11
9,01
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Linepithema humile
Brachymyrmex sp. 4
Dorymyrmex pyramicus alticanis
Pheidole aberrans
Camponotus novograndensis
Solenopsis saevissima
Espécies
Freqüência relativa de ocorrência (%)
Figura 47. Espécies de formigas com maior freqüência de ocorrência na área externa das
casas localizadas em Salesópolis.
A análise das espécies mais freqüentes da área externa na cidade de Mogi das Cruzes
(Figura 45), Biritiba Mirim (Figura 46) e Salesópolis (Figura 47), mostra que pelo menos os
gêneros já foram mencionados por Campos-Farinha et al. (2002), como sendo os mais comuns
nos ambientes urbanos, exceto por Dorymyrmex e Brachymyrmex.
A presença de táxons como L. humile, Ph. megacephala e W. auropunctata,
apresentando os maiores valores de freqüência de ocorrência nos municípios estudados do
Alto Tietê é no mínimo preocupante, diante do processo de urbanização crescente que os
fragmentos de Mata Atlântica vêm sofrendo. Essas espécies são reconhecidamente
competitivas em relação à fauna nativa (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990; BRANDÃO &
PAIVA, 1994; DELABIE et al., 1994; FOWLER et al., 1994; MAJER et al., 1994; SUAREZ
et al., 2001; VEGA & RUST, 2001; HOLWAY et al., 2002; TOUYAMA et al., 2003;
MARTELO, 2004; NASCIMENTO, 2005), e com a abertura de clareiras para novas
construções, ou com o aumento do efeito de borda, esses táxons terão mais chances de invadir
as áreas de mata e deslocar ou até mesmo ocasionar a extinção da fauna local.
62
4.1.1. Abundância relativa dos táxons no Alto Tietê
Comparando-se as espécies mais abundantes nas três cidades, tanto na área interna
como na externa (Figuras 48, 49, 50, 51, 52 e 53; Apêndice 2), observa-se que houve uma
pequena diferença em relação a esse tipo de composição.
Na área interna T. melanocephalum foi a espécie com maior abundância relativa nos
três municípios, corroborando os dados de freqüência de ocorrência (Figuras 42, 43 e 44). Em
Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim, Ph. megacephala foi a segunda espécie mais abundante.
Nesse caso, verifica-se uma alteração com relação aos dados de freqüência de ocorrência na
cidade de Biritiba Mirim (Figura 43), onde S. saevissima apresentou o segundo maior valor de
freqüência de ocorrência. Então, pode-se inferir que, em Biritiba Mirim, esta espécie ocorreu
em várias réplicas, porém o método empregado permitiu a coleta de um baixo número de
indivíduos uma vez que a isca permanecia na residência por 24 horas. Segundo Bueno &
Campos-Farinha (1999), essas formigas recrutam rapidamente um grande número de
indivíduos para as atividades de forrageamento. Em Salesópolis, L. humile apresentou o
segundo maior valor de abundância relativa. Além dessa alta abundância, a formiga argentina
também foi encontrada com uma alta freqüência de ocorrência na área interna (Figura 44).
Na área externa das residências localizadas nos municípios do Alto Tietê estudados, as
espécies cujos valores de abundância relativa foram altos (Figuras 51, 52 e 53), são
parcialmente aquelas citadas por Campos-Farinha et al. (2002) e UlloaChacon (2003), como
comuns ao ambiente urbano.
No geral, analisando-se a área interna, tem-se que, praticamente os táxons que foram
os mais abundantes também foram aqueles de maior ocorrência. Já na área externa o mesmo
padrão não foi observado.
63
Figura 48. Espécies de formigas com maior abundância relativa na área interna das casas,
localizadas no município de Mogi das Cruzes
Figura 49. Espécies de formigas com maior abundância relativa na área interna das casas,
localizadas no município de Biritiba Mirim.
64
Figura 50. Espécies de formigas com maior abundância relativa na área interna das casas,
localizadas no município de Salesópolis.
Figura 51. Espécies de formigas com maior abundância relativa na área externa das casas,
localizadas no município de Mogi das Cruzes.
65
Figura 52. Espécies de formigas com maior abundância relativa na área externa das casas,
localizadas no município de Biritiba Mirim.
Figura 53. Espécies de formigas com maior abundância relativa na área externa das casas,
localizadas no município de Salesópolis.
66
4.1.2. Análise de riqueza
4.1.2.1. Área urbana e área de mata
A riqueza total das áreas urbanas estudadas (área interna + área externa/casa), foi
comparada com a riqueza em cada amostra de 1 m
2
de serapilheira, retirada da mata que se
localiza no entorno das cidades estudadas. A Figura 54 e a Tabela 4 trazem os dados
comparativos entre essas áreas e, mostra claramente a redução do número de espécies entre o
ambiente urbanizado e a área de mata. Esse resultado apenas confirmou os dados de outros
autores (ROTH et al., 1994; YAMAGUCHI, 2004 e 2005), ou seja, ocorre uma diminuição
significativa do número de espécies de formigas quando um ambiente nativo é modificado em
um ambiente urbano. Segundo Oliveira et al. (1995), a diversidade de formigas está
correlacionada diretamente com a complexidade do ambiente.
Figura 54. Comparação entre o número médio de espécies da área urbana (número de
espécies/casa) e da área de mata (número de espécies/1 m
2
de serapilheira), dos três
municípios estudados na região do Alto Tietê.
°
= média
= desvio padrão
Tabela 4. Comparação entre a riqueza das áreas urbanas e de mata dos três municípios amostrados, na região do Alto Tietê. (Grupos = 6; df = 5;
Total de observações = 250; Ajuste: T = 118,78; p = 0,001).
*significativo; ** não significativo
Ambientes Mogi Urbana Biritiba Urbana Salesópolis Urbana Mogi Mata Biritiba Mata Salesópolis Mata
Mogi Urbana
Biritiba Urbana * (|6,65| =4,03); p = 0,001
Salesópolis Urbana * (|7,03| = 4,03); p = 0,001 ** (|0,94| = 4,03); p = 0,986
Mogi Mata * (|7,17| =4,03; p = 0,001 ** (|0,62| = 4,03); p = 0,998 ** (|1,75| = 4,03); p = 0,817
Biritiba Mata * (|10,48| = 4,03); p = 0,001
* (|7,2| = 4,03); p = 0,001 * (|-6,35| = 4,03); p = 0,001 * (|7,22| = 4,03); p = 0,001
Salesópolis Mata * (|11,57| = 4,03); p = 0,001
* (|-4,22| = 4,03); p = 0,034 ** (|-3,49| = 4,03); p = 0,134
* (|-5,21| = 4,03); p = 0,003
* (|4,99| = 4,03); p = 0,006
68
4.1.2.2. Análise de riqueza entre as áreas urbanas
Através da comparação da riqueza total (área interna + área externa/casa) em todas as
cidades amostradas do Alto Tietê verifica-se que, os municípios de Biritiba Mirim e
Salesópolis não diferem estatisticamente (Figura 54; Tabela 4). Já quando a comparação foi
realizada entre Mogi das Cruzes e as demais cidades (Tabela 4), o mesmo não foi observado.
Biritiba Mirim e Salesópolis possuem características interioranas, tendo áreas
destinadas à prática de atividades hortifrutigranjeiras, onde é fácil observar animais e plantas
de diferentes espécies nos quintais. Esse comportamento da população disponibiliza novos
nichos para a fauna, inclusive de formigas.
Já em Mogi das Cruzes esse padrão estrutural já não é constatado, pois é uma cidade
essencialmente urbana. E, mesmo que o município apresente bairros praticamente incrustados
na Serra do Itapety (Figuras 9 e 10), o que favorece um maior número de espécies, a riqueza
por casa foi mais baixa. Assim, a análise da média de espécies por residência, mostra que o
número de espécies pode ter se diluído, graças à baixa riqueza encontrada especialmente nos
bairros mais centrais (Tabela 3), contribuindo para o resultado observado na Figura 54 e
Tabela 4.
4.1.2.3. Análise de riqueza entre as áreas interna e externa das residências
Comparando-se a riqueza da área interna/casa dos três municípios do Alto Tietê é
possível dizer que não houve diferença significativa em relação à riqueza por réplica (Figura
55; Tabela 5). Basicamente as espécies que foram encontradas no interior das residências
pertencem às denominadas formigas andarilhas, que têm sido comuns em muitos estados do
Brasil (DELABIE et al., 1995; PIVA & CAMPOS-FARINHA, 1999; OLIVEIRA &
CAMPOS-FARINHA, 2005), e no restante da América Latina (ULLOA-CHACON, 2003).
Características como: 1) unicolonialismo, ausência de agressividade entre indivíduos de
69
diferentes ninhos em uma área; 2) poliginia, diversas rainhas convivendo no mesmo ninho; 3)
sociotomia, fragmentação da colônia sucedida pela ocupação de novas áreas pelos fragmentos
das colônias, que podem ou não ter rainhas; 4) reduzido tamanho das operárias; 5) migração
em resposta a mudanças no ambiente, com rainhas e operárias carregando as crias a procura
de um local com condições mais adequados; 6) alta agressividade interespecífica (FOWLER
et al., 1994; PASSERA, 1994; BUENO & CAMPOS-FARINHA, 1999; VEGA & RUST,
2001; CAMPOS-FARINHA et al., 2002), fazem com que a simples presença das formigas
andarilhas estruture a composição da mirmecofauna dos ecossistemas urbanos.
Dentre as espécies dessas formigas que foram encontradas no Alto Tietê, pode-se citar
T. melanocephalum, L. humile, C. rufipes, Ph. megacephala, M. pharaonis, M. floricola e S.
saevissima, que devido a seus hábitos comportamentais foram observadas com uma alta
freqüência de ocorrência no interior das residências (Figuras 42, 43 e 44).
Figura 55. Comparação entre as áreas interna e externa de três municípios do Alto Tietê, em
relação ao número médio de espécies de formigas amostradas, por casa.
°
= média
= desvio padrão
Tabela 5. Comparação entre a riqueza das áreas interna e externa dos três municípios estudados, na região do Alto Tietê. (Grupos = 6; df = 5;
Total de observações = 250; Ajuste: T= 148,58; p = 0,001).
Mogi
(AI)
Biritiba
(AI)
Salesópolis
(AI)
Mogi
(AE)
Biritiba
(AE)
Salesópolis
(AE)
Mogi (AI)
Biritiba (AI) ** (|0,57| =4,03); p = 0,999
Salesópolis (AI) ** (|-0,21| = 4,03); p = 0,999 ** (|-0,62| = 4,03); p = 0,998
Mogi (AE) * (|11,28| =4,03; p = 0,001 * (|-7,43| = 4,03); p = 0,001 * (|-7,26| = 4,03); p = 0,001
Biritiba (AE) * (|10,78| = 4,03); p = 0,001 * (|8,48| = 4,03); p = 0,001 * (|-8,06| = 4,03); p = 0,001 * (|7,09| = 4,03); p = 0,001
Salesópolis (AE) * (|9,98| = 4,03); p = 0,001 * (|8,08| = 4,03); p = 0,001 * (|7,71| = 4,03); p = 0,001 * (|7,46| = 4,03); p = 0,001 ** (|0,94| = 4,03); p = 0,986
*significativo; ** não significativo; (AI) = área interna; (AE) = área externa
71
Já quando se compara a área externa nota-se que Biritiba Mirim e Salesópolis não
diferem em relação à riqueza por casa (Figura 55; Tabela 5); o mesmo não sendo observado
quando se compara Mogi das Cruzes com Biritiba Mirim e Salesópolis. Características dos
arredores das residências estudadas, incluindo aqui, as atividades econômicas dos municípios,
podem ter influenciado nestes resultados. Como já discutido anteriormente, Biritiba Mirim e
Salesópolis desenvolvem atividades agrícolas, sendo mais semelhantes entre si, enquanto
Mogi das Cruzes é essencialmente urbana, com maior quantidade de áreas residenciais,
comerciais, e até mesmo industriais.
4.1.2.4. Análise de riqueza em relação aos cômodos da área interna
A riqueza das espécies de cada cômodo/casa observada na área interna foi comparada
(Figura 56; Tabela 6). Assim observa-se que, as áreas de serviço dos três municípios não
apresentaram diferença estatística. No banheiro, o número de espécies em Mogi das Cruzes
foi estatisticamente diferente das demais cidades, porém a riqueza, nesse cômodo, em Biritiba
Mirim e Salesópolis não difere entre si (Figura 56; Tabela 6). Esse local das residências foi o
que apresentou o menor número de espécies (Figuras 56 e 57), apesar da oferta de ambientes
para nidificar (frestas de azulejos e batente de portas). É necessário ressaltar que diversas
vezes durante as coletas, foi observada a atração de T. melanocephalum por pasta de dente.
Já em relação ao número de espécies encontrado na cozinha, foi constatada apenas
diferença estatística entre Mogi das Cruzes e Salesópolis (Figura 56; Tabela 6). E a presença
de táxons como Brachymyrmex e Crematogaster que transitam do ambiente externo para o
interno (ULLOA-CHACON, 2003), possivelmente explicam a não diferença entre a área de
serviço e a cozinha dos municípios avaliados (Tabela 6).
72
Figura 56. Comparação entre os cômodos da área interna nos três municípios do Alto Tietê,
em relação ao número médio de espécies de formigas amostradas, por casa.
22
9
21
13
8
1212
3
9
0
5
10
15
20
25
Área de serviço Banheiro Cozinha
Cômodos amostrados
Número de espécies
Mogi das Cruzes
Biritiba Mirim
Salesópolis
Figura 57. Número total de espécies por cômodo amostrado, de acordo com os três
municípios do Alto Tietê.
°
= média
= desvio padrão
Tabela 6. Comparação entre a riqueza dos cômodos da áreas interna dos três municípios estudados, na região do Alto Tietê. (Grupos = 9; df = 8; Total
de observações = 375; Ajuste: T= 43,21; p = 0,001).
Ambientes
Mogi AS Mogi Ban Mogi Coz Biri AS Biri Ban Biri Coz Sale AS Sale Ban Sale Coz
Mogi AS
Mogi Ban * (|-4,77| = 4,39) p = 0,021
Mogi Coz ** (|0,42| = 4,39) p = 0,999 * (|5,2| = 4,39) P= 0,007
Biri AS ** (|0,2| = 4,39) p = 0,999 ** (|2,99| = 4,39) P= 0,463 ** (|-0,11| = 4,39) p = 0,999
Biri Ban * (|-5,2| = 4,39) p = 0,007 ** (|-2,46| = 4,39) P= 0,723 * (|-5,5| = 4,39) p = 0,003 ** (|-3,72| = 4,39) p = 0,173
Biri Coz ** (|-0,56| = 4,39) p = 0,999 ** (|2,59| = 4,39) P = 0,663 ** (|-0,88| = 4,39) p = 0,999 ** (|-0,51| = 4,39) p = 0,999 ** (|3,67| = 4,39) p = 0,189
Sale AS ** (|-1,19| = 4,39) p = 0,996 ** (|1,49| = 4,39) P= 0,98 ** (|-1,44| = 4,39) p = 0,984 ** (|-1,05| = 4,39) p = 0,998 ** (|2,65| = 4,39) p = 0,634 ** (|-0,62| = 4,39) p = 0,999
Sale Ban * (|-6,2| = 4,39) p = 0,001 ** (|-4,04| = 4,39) P= 0,1 * (|-6,48| = 4,39) p = 0,001 * (|-4,58| = 4,39) p = 0,033 ** (|-1,57| = 4,39) p = 0,972 * (|-4,7| = 4,39) p = 0,025 ** (|-3,66| = 4,39) p = 0,19
Sale Coz ** (|-1,91| = 4,39) p= 0,917 ** (|1,04| = 4,39) P= 0,998 ** (|-2,19| = 4,39) p = 0,834 ** (|-1,45| = 4,39) p = 0,983 ** (|2,57| = 4,39) p = 0,671 ** (|-1,09| = 4,39) p =0,998 ** (|-0,39| = 4,39) p = 0,99 ** (|3,79| = 4,39) p = 0,156
*significativo; ** não significativo ; Mo As = Mogi das Cruzes área de serviço; Mo Coz = Mogi das Cruzes cozinha; Mo Ban = Mogi das Cruzes
banheiro; Mo AE = Mogi das Cruzes área externa; Bir As = Biritiba Mirim área de serviço; Bir Coz = Biritiba Mirim cozinha; Bir Ban= Biritiba Mirim
banheiro; Bir AE= Biritiba Mirim área externa; Sal As = Salesópolis área de serviço; Sal Coz = Salesópolis cozinha; Sal Ban = Salesópolis banheiro; Sal
AE = Salesópolis área externa
74
4.2. Curva de acumulação de espécies e estimador de riqueza
As figuras 58 a 60 trazem o resultado das curvas de acumulação de espécies das áreas
internas. Mogi das Cruzes apresenta 28 espécies, seguida por Biritiba Mirim 19 espécies e
Salesópolis 15 espécies. O comportamento das curvas do estimador Chao2 demonstra que,
novas espécies foram acrescentadas durante toda a amostragem. Essas curvas não tendem à
estabilidade, indicando que o esforço amostral não foi suficiente; isso implica na necessidade
de mais coletas ou no uso de métodos complementares. Vasconcelos & Delabie (2000) já
haviam ressaltado essa necessidade ao estudarem áreas da Floresta Amazônica, utilizando
diferentes maneiras para se coletar formigas.
No município de Mogi das Cruzes, isso é particularmente perceptível, pois houve uma
diferença pronunciada (44,4%) entre as curvas de acumulação e as do estimador. Como
nenhuma curva tende a estabilidade, pode-se levantar hipóteses em relação à forma de ação da
isca dentro de casa e, não somente ao fato do número de amostras e a quantidade de coleta
terem sido adequados. Durante a permanência da isca no interior das residências, o material
atrativo pode ter sofrido manipulação pelos residentes; algumas espécies podem ter sido
atraídas pela isca, mas não foram coletadas; ou ainda, devido à competição, determinadas
espécies podem nem ter chegado ao local de atratividade. Para se alcançar a estabilidade das
curvas, ou seja, coletar um número de formigas mais próximo do esperado, métodos
complementares, tais como coleta manual e também coletas noturnas, podem ser utilizados. A
coleta manual, da mesma forma com que foi conduzida na área externa, ou seja, com o uso de
pinças e pincéis, evitaria a competição entre as espécies com relação à fonte de atração. Já as
coletas noturnas possibilitariam a amostragem de espécies não contempladas pelo método
escolhido, pois só foram coletadas as formigas que estavam forrageando no momento da
retirada da isca, ou seja, no período da tarde.
75
Quanto à área externa (Figuras 61 a 63), Salesópolis apresentou 39 espécies , enquanto
que em Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim, foi coletado praticamente o mesmo número de
espécies, 48 e 47, respectivamente. As curvas do estimador de riqueza da área externa de
Biritiba Mirim e Salesópolis apresentaram-se relativamente constantes, tendendo à
estabilidade. Já em Mogi das Cruzes, a curva continua em ascendência, indicando a
necessidade de mais coletas e/ou métodos suplementares para alcançar a assíntota. Neste caso,
provavelmente devido ao grande perímetro do município e, também, às diferenças estruturais
marcantes em relação aos bairros do centro e da periferia, o método usado para o inventário
ou o número de amostras não tenham sido eficientes.
O único trabalho com o qual é possível fazer comparações com os dados alcançados
no presente estudo é o de Piva & Campos-Farinha (1999), já que o método de coleta foi o
mesmo. Através dessa comparação nota-se que, a fauna de formigas é muito semelhante em
ambos os trabalhos. Por outro lado, comparando-se esses dados com os de Delabie et al.
(1995), Silva & Loeck (1999) e Oliveira & Campos-Farinha (2005), com o uso de diferentes
métodos de coleta, observa-se que a mirmecofauna também foi praticamente a mesma. As
espécies diferentes são aquelas que forrageiam no ambiente externo e, que dependem das
condições físicas e biológicas do local.
76
Figura 58. Curva de acumulação de espécies (A) e curva do estimador de riqueza (B) na área
interna de Mogi das Cruzes.
Figura 59. Curva de acumulação de espécies (A) e curva do estimador de riqueza (B) na área
interna de Biritiba Mirim.
77
Figura 60. Curva de acumulação de espécies (A) e curva do estimador de riqueza (B) na área
interna de Salesópolis.
Figura 61. Curva de acumulação de espécies (A) e curva do estimador de riqueza (B) na área
externa de Mogi das Cruzes.
78
Figura 62. Curva de acumulação de espécies (A) e curva do estimador de riqueza (B) na área
externa de Biritiba Mirim.
Figura 63. Curva de acumulação de espécies (A) e curva do estimador de riqueza (B) na área
externa de Salesópolis.
79
4.3. Análise de Similaridade entre as áreas
Observando o resultado do índice de similaridade de Sorensen verifica-se que, em
relação à riqueza de espécies, as áreas internas dos municípios são similares (Tabela 7). Isso
vem a corroborar os resultados obtidos, quando a análise foi feita por casa (Figura 55; Tabela
5). Porém, nota-se diferenças em relação à composição (Apêndice 1), conforme já tem sido
discutido nesse trabalho.
Tabela 7. Grau de similaridade (em %), calculado pelo índice de Sorensen, entre as áreas
internas dos municípios amostrados.
Municípios Mogi das Cruzes Biritiba Mirim Salesópolis
Mogi das Cruzes 100
Biritiba Mirim 61 100
Salesópolis 55 62 100
Na área externa, o resultado do índice de similaridade (Tabela 8) seguiu o mesmo
padrão da área interna. A maior similaridade entre os municípios de Biritiba Mirim e
Salesópolis, também já havia sido confirmada ao se analisar os dados por casa (Figura 55;
Tabela 5).
Os valores do índice de similaridade observados entre a área externa de todas as
réplicas (Tabela 8) em relação à análise por réplica (Figura 55; Tabela 5), confirmam a
tendência da fauna de formigas das casas localizadas na cidade de Mogi das Cruzes ser
diferenciada em relação à Biritiba Mirim e Salesópolis.
Esta similaridade verificada entre os municípios de Biritiba Mirim e Salesópolis pode
estar mais relacionada ao padrão de amostragem (25 réplicas para Biritiba Mirim, 20 para
Salesópolis e 80 para Mogi das Cruzes), do que às semelhanças estruturais, ambientais destes
dois municípios.
80
Tabela 8. Grau de similaridade (em %), calculado pelo índice de Sorensen, entre as áreas
externas dos municípios amostrados.
Municípios Mogi das Cruzes Biritiba Mirim Salesópolis
Mogi das Cruzes 100
Biritiba Mirim 61 100
Salesópolis 57 73 100
Apesar do método de coleta ter sido diferente, foi realizada a análise de
dissimilaridade entre o número de espécies coletado na área interna, neste caso subdividida
em cômodos, e a área externa. A Figura 64 demonstra uma diferença relevante entre os locais
analisados. Esse tratamento estatístico corrobora a relação muito próxima entre a área externa
das casas de Salesópolis e Biritiba Mirim, constatada pelo índice de Sorensen, e também pelo
teste de Kruskall-Wallis (Figura 55).
A distância Euclidiana explica mais claramente os resultados alcançados pelo teste de
Kruskall-Wallis (Tabela 6) sobre a proximidade dos cômodos das casas em relação ao número
de espécies. Assim, é possível observar que a área de serviço e a cozinha, pertencentes às
casas de Mogi das Cruzes, são mais próximas entre si, e mais distanciadas do banheiro.
Já o número de espécies da área de serviço das casas de Biritiba Mirim é mais próximo
ao de Salesópolis. Entretanto, quando se analisa o banheiro e a cozinha, essa proximidade só
existe dentro do próprio ecossistema urbano. Assim, o resultado alcançado com essa análise
ressalta mais uma vez a relação quantitativa da fauna de formigas da área externa dos
municípios de Biritiba Mirim e Salesópolis, já que a área de serviço é o cômodo da casa que
mais sofre influência da área peridomiciliar, que por sua vez, está sendo influenciada,
provavelmente, pela mata de entorno das cidades.
81
Figura 64. Dendograma de dissimilaridade, baseado na Distância Euclidiana, entre a área
interna (e seus cômodos) e da área externa, de cada município estudado na região do Alto
Tietê (Mo As = Mogi das Cruzes área de serviço; Mo Coz = Mogi das Cruzes cozinha; Mo
Ban = Mogi das Cruzes banheiro; Mo AE = Mogi das Cruzes área externa; Bir As = Biritiba
Mirim área de serviço; Bir Coz = Biritiba Mirim cozinha; Bir Ban= Biritiba Mirim banheiro;
Bir AE= Biritiba Mirim área externa; Sal As = Salesópolis área de serviço; Sal Coz =
Salesópolis cozinha; Sal Ban = Salesópolis banheiro; Sal AE = Salesópolis área externa)
82
5. Conclusões
1. Foram observadas 77 espécies de formigas, distribuídas em 31 gêneros e 8 subfamílias
nos três municípios do Alto Tietê.
2. As espécies com maior freqüência de ocorrência e maior abundância relativa, tanto na
área interna como na área externa das residências dos municípios do Alto Tietê
estudados, foram aquelas consideradas como formigas andarilhas (S. saevissima, T.
melanocephalum, Ph. megacephala, W. auropunctata, L. humile, M. floricola, M.
pharaonis, P. fulva, Brachymyrmex sp. 4).
3. O número de espécies das áreas internas dos três municípios não difere entre si, mas o
mesmo não foi constatado para a área externa. Apenas a riqueza de Salesópolis e
Biritiba Mirim são similares, o que deve estar relacionado ao padrão amostral.
4. Determinadas espécies observadas nas áreas externas das residências dos três
municípios estão relacionadas à proximidade da área de Mata Atlântica. Esse Bioma
contribui com espécies típicas de serapilheira tais como Heteroponera dolo,
Octostruma rugifera, Gnamptogenys sp. 4, Hypoponera sp. 6, Pachycondyla continua,
Ectatomma sp. 2 e Labidus praedator.
5. A presença da formiga argentina (L. humile) influencia na composição e riqueza de
espécies na cidade de Salesópolis
6. O número de espécies da cozinha e da área de serviço da cidade de Mogi das Cruzes é
mais próximo, quando comparado com o do banheiro. O mesmo não sendo observado
para os demais municípios, onde o número de espécies do banheiro e da cozinha é que
apresentou maior proximidade.
7. O método de coleta utilizado na área interna das residências não foi satisfatório,
conforme demonstrado pelas curvas do estimador de riqueza.
83
8. O método de coleta usado na área externa das residências mostrou-se satisfatório
apenas para Biritiba Mirim e Salesópolis. Já Mogi das Cruzes, devido ao seu maior
perímetro, necessita de métodos complementares de coleta.
84
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96
Apêndice 1
Freqüência de ocorrência das espécies de acordo com a área e o município amostrado.
Mogi das Cruzes Biritiba Mirim Salesópolis
Subfamília / Espécies
AI AE AI AE AI AE
Subfamília Dolichoderinae
Dorymyrmex pyramicus alticanis Forel
4.64 4.17 7.17 3.03 6.76
Linepithema humile Mayr
1.46 3.97 4.17 4.38 12.12 6.31
Tapinoma melonocephalum Fabricius
24.82 4.64 22.92 2.79 15.15 2.70
Subfamília Formicinae
Brachymyrmex sp.1
2.08 0.40 0.45
Brachymyrmex patagonicus Mayr
2.19 3.31 1.99 1.35
Brachymyrmex sp.4
4.38 7.06 8.33 8.76 6.06 6.31
Camponotus rufipes Fabricius
2.19 2.43 2.08 1.59 3.15
Camponotus (Myrmaphaenus) sp. 2
0.22
Camponotus crassus
0.44
Camponotus (Myrmophaenus) novograndensis Mayr
2.19 0.66 4.17 3.98 6.06 8.11
Camponotus sp.8
2.08 0.80 1.35
Camponotus (Taenamyrmex) sp. 5
3.97 0.90
Paratrechina fulva Mayr
8.76 7.73 4.17 4.38 6.06 1.35
Paratrechina longicornis Latreille
4.38 3.31 0.80 6.06 3.15
Myrmelachista sp.2
0.90
Subfamília Myrmicinae
Atta sp.
0.80 1.35
Atta sexdens rubropilosa Linnaeus
0.88
Apterostigma sp.1
0.80
Apterostigma sp.3
0.44
Acromyrmex crassispinus Forel
0.73 0.66 1.20 2.25
Acromyrmex niger F. Smith
0.73 1.99 1.20 0.45
Acromyrmex diasi
0.40
Mycetosoritis sp.1
0.66 1.20 0.90
Crematogaster sp.1 (grupo Orthocrema)
2.08 0.40
Crematogaster sp.2 (grupo Orthocrema)
0.66
Crematogaster sp.5
2.08 1.20 9.09 2.25
Crematogaster sp.7
0.22 0.40
Crematogaster sp.9
3.03 0.45
Crematogaster sp.11
0.40
Leptothorax sp. 1
0.73 0.22
Monomorium floricola Jerdon
4.38 6.25 0.80
Monomorium pharaonis Linnaeus
2.92 1.10 4.17 6.06
Mycetarotes sp. 1
0.22
Mycocepurus goeldii Forel
1.80
Pheidole megacephala Fabricius
15.33 4.19 8.33 1.99
Pheidole fallax arenicola abscuthorax
0.73 3.31 5.18 3.15
Pheidole aberrans Mayr
2.92 7.95 9.16 3.03 7.66
Pheidole sp.4
0.73 3.97 2.08 5.58 4.05
Pheidole sp.6
0.73 0.22 3.03
Pheidole sp.7
0.22
Pheidole sp.9
0.22 0.40
97
Continua Apêndice 1
Mogi das Cruzes Biritiba Mirim Salesópolis
Subfamília / Espécies
AI AE AI AE AI AE
Pheidole sp.18
2.39 2.70
Pheidole sp.24
0.44 0.80 0.45
Pheidole sp.29
0.45
Pheidole sp.30
0.40
Pheidole sp.35
0.22
Pheidole sp.36
3.75 5.58 4.95
Pheidole sp.37
0.22 0.00
Pheidole sp.38
0.22 1.59
Pheidole sp.40
0.73 2.43 0.40
Pogonomyrmex mayeli abdominalis
1.10 5.18 5.41
Octostruma rugifera Mayr
0.22
Solenopsis saevissima F. Smith
10.22 12.36 10.42 9.56 6.06 9.01
Solenopsis sp. 2 (Diplohroptrum)
1.46
Solenopsis wasmannii Emery
0.73 2.08 0.40
Solenopsis sp. 4
1.46
Tetramorium sp. 1
0.73 0.22
Wasmannia auropunctata Roger
2.92 2.65 6.25 0.80 12.12 3.15
Wasmannia sp.3
1.46 0.44 2.08 0.80 0.45
Cryptocerus pusillus v. brevispinosus
0.66 0.40
Subfamília Ectatomminae
Ectatomma sp. 2
0.22
Gnamptogenys continua Mayr
0.40 0.45
Gnamptogenys striatula Mayr
1.10 0.40 1.35
Gnamptogenys sp. 4
0.22
Subfamília Heteroponerinae
Heteroponera dolo Roger
0.44
Subfamília Ecitoninae
Labidus predator F. Smith
0.80
Subfamília Ponerinae
Hypoponera sp. 1
0.88
Hypoponera sp. 6
0.22
Hypoponera sp.8
0.40 0.45
Hypoponera sp.11
0.40
Odonomachus meinerti
0.22
Pachycondyla constricta Mayr
0.22
Pachycondyla striata Fr. Smith
0.66 0.40 1.35
Subfamília Pseudomyrmecinae
Pseudomyrmex gracilis Fabricius
1.10 0.40 3.03 0.45
Pseudomyrmex oculatus F. Smith
0.22 0.90
Pseudomyrmex sp.4
0.40 0.45
Pseudomyrmex sp. 6
0.90
TOTAL
100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00
Os números em vermelho significam a maior freqüência de ocorrência na área interna
Os números em azul significam a maior freqüência de ocorrência na área externa
AI FR% AE FR% Total FR % AI FR% AE FR% Total FR % AI FR% AE FR% Total FR %
Sub família Dolichoderinae
Dorymyrmex pyramicus alticanis Forel 94 2,51 94 0,652 10 0,80 186 10,10 196 6,34 1 0,21 102 7,70 103 5,71
Linepithema humile Mayr 57 0,53 46 1,23 103 0,714 3 0,24 55 2,99 58 1,88 62 12,94 38 2,87 100 5,55
Tapinoma melonocephalum Fabricius 3948 37,00 312 8,33 4260 29,55 392 31,39 33 1,79 425 13,8 264 55,11 59 4,46 323 17,91
Sub família Formicinae
Brachymyrmex sp.1 12 0,65 12 0,39 3 0,23 3 0,17
Brachymyrmex patagonicus Mayr 98 0,92 114 3,04 212 1,471 16 0,87 16 0,52 3 0,23 3 0,17
Brachymyrmex sp.4 60 0,56 280 7,47 340 2,358 32 2,56 177 9,61 209 6,76 4 0,84 95 7,18 99 5,49
Camponotus rufipes Fabricius 12 0,11 28 0,75 40 0,277 6 0,48 39 2,12 45 1,46 32 2,42 32 1,77
Camponotus (Myrmaphaenus) sp. 2 2 0,05 2 0,014
Camponotus crassus 4 0,11 4 0,028
Camponotus (Myrmophaenus) novograndensis Mayr 7 0,07 67 1,79 74 0,513 2 0,16 21 1,14 23 0,74 4 0,84 66 4,98 70 3,88
Camponotus sp.8 4 0,32 4 0,22 8 0,26 7 0,53 7 0,39
Camponotus (Taenamyrmex) sp. 5 3 0,08 3 0,021 2 0,15 2 0,11
Paratrechina fulva Mayr 160 1,50 222 5,93 382 2,65 7 0,56 49 2,66 56 1,81 4 0,84 27 2,04 31 1,72
Paratrechina longicornis Latreille 58 0,54 248 6,62 306 2,123 5 0,27 5 0,16 18 3,76 73 5,51 91 5,05
Myrmelachista sp.2 1 0,08 1 0,06
Sub familia Myrmicinae
Atta sp. 16 0,87 16 0,52 12 0,91 12 0,67
Atta sexdens rubropilosa Linnaeus 10 0,27 10 0,069
Apterostigma sp.1 2 0,11 2 0,06
Apterostigma sp.3 1 0,03 1 0,007
Acromyrmex crassispinus Forel 1 0,01 9 0,24 10 0,069 6 0,33 6 0,19 26 1,96 26 1,44
Acromyrmex niger F. Smith 1 0,01 35 0,93 36 0,25 14 0,76 14 0,45 8 0,60 8 0,44
Acromyrmex diasi 6 0,33 6 0,19
Mycetosoritis sp.1 4 0,11 4 0,028 18 0,98 18 0,58 6 0,45 6 0,33
Crematogaster sp.1 (grupo Orthocrema) 163 13,05 26 1,41 189 6,11
98
Apêndice 2
Abundância absoluta e relativa (%) das espécies de acordo com a área da residência e o município do Alto Tietê estudado
Espécies
Mogi das Cruzes Biritiba Mirim Salesópolis
Continua Apêndice 2
AI
FR%
AE
FR%
Total
FR %
AI
FR%
AE
FR%
Total
FR %
AI
FR%
AE
FR%
Total
FR %
Crematogaster sp.2 (grupo Orthocrema) 23 1,84 40 2,17 63 2,04 10 2,09 42 3,17 52 2,88
Crematogaster sp.5 17 0,45 17 0,118
Crematogaster sp.7 1 0,03 1 0,007 3 0,16 3 0,1
Crematogaster sp.9 10 2,09 1 11 0,61
Crematogaster sp.11 1 0,05 1 0,03
Leptothorax sp. 1 2 0,05 2 0,014
Monomorium floricola Jerdon 113 1,06 113 0,784 211 16,89 12 0,65 223 7,21
Monomorium pharaonis Linnaeus 2238 20,97 51 1,36 2289 15,88 35 2,80 35 1,13 49 10,23 49 2,72
Mycetarotes sp. 1 1 0,03 1 0,007
Mycocepurus goeldii Forel 20 1,51 20 1,11
Pheidole megacephala Fabricius 3582 33,57 915 24,43 4497 31,2 233 18,65 155 8,41 388 12,6
Pheidole fallax arenicola abscuthorax 1 0,01 58 1,55 59 0,409 77 4,18 77 2,49 26 1,96 26 1,44
Pheidole aberrans Mayr 13 0,12 231 6,17 244 1,693 197 10,69 197 6,37 1 0,21 82 6,19 83 4,6
Pheidole sp.4 23 0,22 94 2,51 117 0,812 5 0,40 117 6,35 122 3,95 46 3,47 46 2,55
Pheidole sp.6 3 0,03 2 0,05 5 0,035 3 0,63 3 0,17
Pheidole sp.7 2 0,05 2 0,014
Pheidole sp.9 2 0,05 2 0,014 1 0,05 1 0,03
Pheidole sp.18 16 0,87 16 0,52 29 2,19 29 1,61
Pheidole sp.24 3 0,08 3 0,021 6 0,33 6 0,19 1 0,08 1 0,06
Pheidole sp.29 9 0,68 9 0,5
Pheidole sp.30 1 0,05 1 0,03
Pheidole sp.35 1 0,03 1 0,007
Pheidole sp.36 70 1,87 70 0,486 41 2,23 41 1,33 27 2,04 27 1,5
Pheidole sp.37 1 0,03 1 0,007
Pheidole sp.38 1 0,03 1 0,007 9 0,49 9 0,29
Pheidole sp.40 25 0,23 75 2,00 100 0,694 1 0,05 1 0,03
Pogonomyrmex mayeli abdominalis 10 0,27 10 0,069 85 4,61 85 2,75 65 4,91 65 3,61
Octostruma rugifera Mayr 1 0,03 1 0,007
Solenopsis saevissima F. Smith 186 1,74 613 16,36 799 5,542 72 5,76 338 18,35 410 13,3 15 3,13 338 25,53 353 19,58
Solenopsis sp. 2 (Diplorhoptrum) 16 0,15 16 0,111
Solenopsis wasmannii Emery 9 0,08 9 0,062 2 0,11 2 0,06
Solenopsis sp. 4 32 0,30 32 0,222
Tetramorium sp.1 1 0,01 1 0,03 2 0,014
99
Espécies
Mogi das Cruzes Biritiba Mirim Salesópolis
Continua Apêndice 2
AI
FR%
AE
FR%
Total
FR %
AI
FR%
AE
FR%
Total
FR %
AI
FR%
AE
FR%
Total
FR %
Wasmannia auropunctata Roger 20 0,19 37 0,99 57 0,395 42 3,36 5 0,27 47 1,52 33 6,89 28 2,11 61 3,38
Wasmannia sp.3 6 0,06 13 0,35 19 0,132 9 0,72 15 0,81 24 0,78 1 0,08 1 0,06
Cryptocerus pusillus v. brevispinosus 19 0,51 19 0,132 1 0,05 1 0,03
Sub família Ectatomminae
Ectatomma sp. 2 2 0,05 2 0,014
Gnamptogenys striatula Mayr 13 0,35 13 0,09 1 0,05 1 0,03 20 1,51 20 1,11
Gnamptogenys continua Mayr 1 0,05 1 0,03 2 0,15 2 0,11
Gnamptogenys sp.4 1 0,03 1 0,007
Sub familia Heteroponerinae
Heteroponera dolo Roger 3 0,08 3 0,021
Sub família Ecitoninae
Labidus praedator F. Smith 25 1,36 25 0,81
Sub familia Ponerinae
Hypoponera sp.1 8 0,21 8 0,055 1 0,05 1 0,03
Hypoponera sp.6 1 0,03 1 0,007
Hypoponera sp.8 2 0,11 2 0,06 2 0,15 2 0,11
Hypoponera sp.11 1 0,05 1 0,03
Odontomachus sp. 1 1 0,03 1 0,007
Pachycondyla striata Fr. Smith 3 0,08 3 0,021 1 0,05 1 0,03 8 0,60 8 0,44
Pachycondyla constricta Mayr 1 0,03 1 0,007
Sub familia Pseudomyrmecinae
Pseudomyrmex gracilis Fabricius 12 0,32 12 0,083 1 0,05 1 0,03 1 0,21 1 0,08 2 0,11
Pseudomyrmex oculatus F. Smith 1 0,03 1 0,007 11 0,83 11 0,61
Pseudomyrmex sp.4 1 0,05 1 0,03 1 0,08 1 0,06
Pseudomyrmex sp. 6 4 0,30 4 0,22
TOTAL 10670 100,00 3746 100,00 14416 100 1249 100,00 1842 100,00 3091 100 479 100,00 1324 100,00 1803 100,00
100
Espécies
Mogi das Cruzes Biritiba Mirim Salesópolis
Livros Grátis
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