V.MR.B: É a gente cria o como aí, de acordo com as possibilidades que vão
aparecendo, por ex. eu a Silvana vamos sentar na 2ª feira, que estratégia ela pode mudar
na disciplina dela para nos ajudar na fragilidade do nosso, não é. É uma coisa que a
gente não previa que ia ser tão ruim assim, em algumas coisas, né? O aluno que está
chegando, ele chegou pior que a gente esperou, pior que o ano passado, mais
desmotivado, então não são coisas que a gente trouxe como, como antes, é um como
que está sendo construído pra agora.
V.L.C.G: Mesmo a gente considerando que as salas são grandes, que o aluno é um
aluno que veio de fora, que trabalha, quer dizer apesar de já conhecer o perfil do aluno
que entra eu me deparei com uma situação....
V.MR.B: É um como que a cada momento vai nos desafiando a criar, por exemplo, no
ano passado, funcionou super bem as Tutorias. Este ano eu investi na Tutoria, o que eles
pediram na Tutoria eu dei na tutoria, achei que seria um como que resolveria o
problema, e não resolveu, nem pro decorado, eu fiz, sem mentira nenhuma, fiz doze
horas de tutoria apenas discutindo a questão conceitual. O que que é questão social?
Eles escreveram de frente pra trás, um como que eu criei e nunca pensei, mas na hora na
tutoria me deu desespero porque eu expliquei no bimestre inteiro, eles tão na tutoria de
novo sobre aquilo, e eles não decoravam, não era nem pra que entendesse, também
decorar né, mas primeiro usar as palavras, por no papel pra depois sair explicando, eles
não conseguiram por todos os elementos constitutivos da questão social, que tem que ter
isso, não punha, outro punha, um pôs isso, outro aquilo, então eu comecei criar uma
estratégia, escreve de frente pra trás, de trás pra frente e começa, a questão social é, né,
problematização, então eles terminam o texto, daí colocavam todas as palavras que a
gente via no texto, inventei isso, uma estratégia, um ensino não sei, pra aprender, daí
começaram a fazer de outro jeito, a questão social é quando, sujeitos coletivos ta, ta, ta...
fiz isso durante quatro aulas, pergunta na prova quantos sabiam fazer, vou sentar com a
A.L.V.P., porque não sei como vamos fazer isso, a média da sala é muito.... Então eu
estou entendendo é uma sala que me desafia, aprender coisa que nunca aconteceu,
sempre aprenderam, então que que é questão social... agora tem 50 alunos na classe que
não responderam essa questão, e caiu na prova do 1º bimestre, caiu no 2º e eu fiz todos
os comos que eu sabia e comos que eu inventei na hora de ensinar isso, então uma parte
não quer fazer, ta, e outra parte eu fui identificando, sãos os que vem de fora, que não
conseguem ter conectiva, não tem apoio conectivo na frase e não escreve. Ele põe
questão social, problema social, necessidades sociais, Estado, resposta política, ele não
põe que sujeito social, não põe conectivo, então não consegue fazer, agora eu nunca
tinha me deparado com essa dificuldade nos últimos seis anos, então a gente vai se
desafiando pra esse novo aí, e vai puxando, mas o que que puxa, que eu poderia falar
faz ai na prova... mas a gente tem um compromisso, tem uma direção, fica desesperada,
muita vezes não tem tempo, com esse monte de feriado, esse monte de prova, você não
tem aquele tempo de sentar com o aluno individualmente .
S.R.L.F.A.M: Acho que esse como para nós, é muito claro, acho que está bem ligado ao
nosso projeto mesmo, mas é um compromisso, uma direção mesmo, tem uma direção,
vai levando em conta a realidade desses alunos, de cada ano, de cada período, mas é
claro que não pode perder esse objetivo que é a direção.
V.L.C.G: Que é formar o aluno, mas é formar o aluno dentro daqueles parâmetros que a
gente já tem definido, não é só que ele passa, esse é um desafio.