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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Estudo Fitoquímico de Rauia sp e Conchocarpus
macrophyllus (Rutaceae) e Avaliação da Atividade
Antiparasitária de Extratos e Substâncias Isoladas
Tatiane Regina Albarici*
Tese apresentada como parte dos
requisitos para a obtenção do título
de DOUTOR EM CIÊNCIAS (área
QUÍMICA ORGÂNICA).
Orientador: Prof. Dr. Paulo Cezar Vieira
*Bolsista FAPESP
SÃO CARLOS-SP
2006
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Milhares de livros grátis para download.
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
A327ef
Albarici, Tatiane Regina.
Estudo fitoquímico de Rauia sp e Conchocarpus
macrophyllus (Rutaceae) e avaliação da atividade
antiparasitária de extratos e substâncias isoladas / Tatiane
Regina Albarici. -- São Carlos : UFSCar, 2007.
182 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2006.
1. Química orgânica. 2. Rutacea. 3. Ensaios enzimáticos.
4. Ensaios biológicos. 5. Produtos naturais. I. Título.
CDD: 547 (20
a
)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia
Departamento de Química
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Curso de Doutorado
Assinaturas dos membros da banca examinadora que avaliou e
aprovou a defesa de tese de doutorado da candidata Tatiane Regina Albarici
realizado em 17 de maio de 2006:
d?J~J~
Prof. Dr. Paulo Cezar Vieira
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Prof. Df. ~ge Kato
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Profa. Dra. Ana H
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C\"1f\.MCv lA--o
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Prof. Dr. João Batista Femandes
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Dedico este trabalho aos meus pais,
Celso e Fátima e aos meus irmãos Fábio,
Felipe e Viviane pelo carinho, apoio e
incentivo.
Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Paulo Cezar Vieira pela orientação, amizade e ensinamentos.
Aos demais professores do Laboratório de Produtos Naturais da UFSCar Dra Maria
Fátima das G. Fernandes da Silva, demais Dr. João Batista Fernandes e Dr. Edson
Rodrigues Filho pela colaboração e contribuição na minha formação.
Aos demais professores do DQ-UFSCar pela contribuição na minha formação.
Aos professores Dr. Otávio H. Thiemann e Dr. Glaucius Oliva do IFSC-USP pela
realização dos ensaios enzimáticos.
Aos Prof. Dr. Sérgio Albuquerque da FCFRP-USP pela realização dos ensaios
tripanocidas.
Aos funcionários e técnicos do DQ-UFSCar, em especial para a Luciana e ao Paulo
pela obtenção dos espectros de RMN.
A todos os meus amigos do Laboratório de Produtos Naturais, onde nunca me faltou
amizade, companhia, apoio e incentivo.
Aos amigos dos demais laboratórios do DQ-UFSCar pela amizade e
companheirismo.
Aos amigos da Química 98 pela amizade de sempre e companheirismo.
À minha família pelo incentivo constante.
À minha irmã Viviane pela amizade, conselhos e por me apoiar e incentivar sempre.
À FAPESP pela bolsa concedida.
Resumo
iv
Resumo
ESTUDO FITOQUÍMICO DE RAUIA SP E CONCHOCARPUS MACROPHYLLUS
(RUTACEAE) E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIPARASITÁRIA DE EXTRATOS E
SUBSTÂNCIAS ISOLADAS - Este trabalho envolveu estudo fitoquímico de plantas
pertencentes à família Rutaceae. Foram testados 16 extratos de plantas
pertencentes à família Rutaceae em ensaios sobre as enzimas GAPDH de T. cruzi e
APRT de L. tarentolae e sobre formas tripomastigotas de T. cruzi quatro
apresentaram atividades satisfatórias em pelo menos um dos ensaios a que foram
submetidos. O extrato em éter de petróleo do caule de Conchocarpus macrophyllus
(CMCE) e o extrato metanólico das folhas de Rauia sp (RFM) apresentaram 94% e
75% de lise parasitária frente às formas tripomastigotas de T. cruzi. O extrato
metanólico das folhas de Rauia sp1 (RF1M) apresentou 74% de inibição frente à
enzima GAPDH e o extrato diclorometânico do caule de Conchocarpus macrophyllus
(CMCD) apresentou 77% de inibição sobre a enzima APRT. O extrato metanólico
das folhas de Rauia sp1 (RF1M) apresentou resultado próximo ao considerado
satisfatório (67,9% de inibição) no ensaio sobre a enzima APRT. O estudo
fitoquímico de Rauia sp resultou no isolamento de 30 substâncias. Destas, 4 são
inéditas na literatura; as cumarinas 3-etilrauianina e 5-metoxirauianina e os
alcalóides 7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina e 8-hidroxi-N-metilflindersina, este
último não foi ainda relatado como produto natural e 26 já foram descritas na
literatura; as cumarinas murranganona, 7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-1-oxobut-2-
enil)-cumarina, isomurranganona, murralongina, murrangatina, munomicrolina,
acetato de murrangatina, rauianina, umbeliferona e isoescopoletina, os alcalóides N-
metil-4-metoxi-2-quinolona, mirtopsina, dictamina, γ-fagarina, esquimianina, Z-
rhoifolinato de dimetila, zantobungeanina, zantodiolina e veprissina, as amidas
paprazina e N-trans-feruloiltiramina, a flavona 3,7,4’-trimetoxi-5-hidroxi flavona, a
lignana siringaresinol, o composto fenólico ácido vanílico e a mistura dos esteróides
sitosterol e estigmasterol. O estudo de Conchocarpus macrophyllus resultou no
isolamento de 4 substâncias, os alcalóides acridônicos arborinina e metilarborinina e
a mistura dos esteróides sitosterol e estigmasterol. Dentre as substâncias que
tiveram o potencial biológico avaliado frente a um ou mais ensaios nenhuma
apresentou resultado satisfatório.
Abstract
v
Abstract
PHYTOCHEMICAL INVESTIGATION OF RAUIA SP AND CONCHOCARPUS
MACROPHYLLUS (RUTACEAE) AND EVALUATION OF ANTIPARASITIC
ACTIVITY OF EXTRACTS AND ISOLATED SUBSTANCES– This work involved the
study of plant extracts of the Rutaceae species. Among 16 extracts tested in assays
carried out with T. cruzi gGAPDH and L. tarentolae APRT enzymes and
trypomastigote forms of T. cruzi, four showed significant activities at least in one of
them. The petroleum ether extract of stems of Conchocarpus macrophyllus (CMCF)
and the methanolic extract of leaves of Rauia sp (RFM) showed 94% and 75% of
parasitic lyses on trypomastigote forms of T. cruzi. The methanolic extract of leaves
of Rauia sp1 (RF1M) showed 74% of inhibition of gGAPDH enzyme and the
dichloromethane extract of stems of Conchocarpus macrophyllus (CMCD) showed
74% of inhibition of APRT enzyme. The methanolic extract of leaves of Rauia sp1
(RF1M) showed 67,9% of inhibition on the APRT enzyme assay. The phytochemical
study of Rauia sp allowed the isolation of 30 substances among them 4 are
described for the first time, the coumarins 3-ethylrauianin and 5-methoxyrauianin and
the alkaloids 7-hydroxy-8-methoxy-N-methylflindersine and 8- hydroxy-N-
methylflindersine that is described as a natural product at first time. Among them 26
have already been described in the literature the coumarins murranganone, 7-
methoxy-8-(2-acetyloxy-3-methyl-1-oxobut-2-enyl)-coumarin, isomurranganone,
murralongin, murrangatin, munomicrolin, murrangatin diacetate, rauianin,
umbeliferone e isoescopoletin, the alkaloids N-methyl-4-methoxy-2-quinolone,
mirtopsine, dictamine, γ-fagarine, skimmianine, Z-dimethylrhoifolinate,
zantobungeanine, zantodioline and veprissine, the amides paprazine and N-trans-
feruloyltyramine, the flavone 3,7,4’-trimethoxy-5-hydroxyflavone, the lignan
siringaresinol, the fenolic coumpound vanilic acid and the steroids β-sitosterol and
stigmasterol. The phytochemical study of Conchocarpus macrophyllus allowed the
isolation of 4 substances the alkaloids arborinine and methylarborinine and the
steroids β-sitosterol and stigmasterol. Among the substances tested in one or more
assays none of them showed satisfactory results, leading to conclude that either the
active compounds have not been isolated or their activity is related to the
combination effects.
Abreviaturas e Símbolos
vi
Abreviaturas e Símbolos
δ = deslocamento químico em partes por milhão
h= altura
φ = diâmetro
[α]
D
= rotação ótica específica
AMP = adenosina monofosfato
APRT= enzima adenosina fosforribosiltransferase
CC = cromatografia de adsorção em coluna aberta
CEC = cromatografia de exclusão em coluna aberta
CCDP = cromatografia em camada delgada preparativa
CCDPR =cromatografia em camada delgada preparativa rotativa
CLAE = cromatografia Líquida de Alta Eficiência
CCDA =cromatografia em camada delgada analítica
CDCl
3
= clorofórmio deuterado
CG-EM = cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas.
DMSO = dimetilsulfóxido
D
2
O = água deuterada
DEPT= distortionless enhancement by polarization transfer
gGAPDH =Gliceraldeído 3-fosfato Desidrogenase
HMBC = heteronuclear multiple quantum correlation
HSQC = heteronuclear single quantum correlation
Hz = hertz
J = constante de acoplamento
MeOD = metanol deuterado
m/z = relação massa carga
NAD
+
= nicotinamida adenina dinucleotídeo
PNP = purina nucleosídeo fosforilase
RMN= ressonância magnética nuclear
RMN
1
H= ressonância magnética nuclear de hidrogênio
RMN
13
C= ressonância magnética nuclear de carbono 13
Tio-NAD
+
= tionicotinamida adenina dinucleotídeo
UV= ultravioleta
Lista de Tabelas
vii
Lista de Tabelas
TABELA 5.1-Dados de RMN de
1
H e
13
C da murranganona 59
TABELA 5.2-Dados de RMN
1
H e de
13
C da 7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-1-
oxobut-2-enil)-cumarina.
65
TABELA 5.3-Dados de RMN de
1
H e
13
C da isomurranganona 73
TABELA 5.4 - Dados de RMN de
1
H e
13
C da murralongina. 79
TABELA 5.5-Dados de RMN de
1
H e
13
C da murrangatina. 82
TABELA 5.6-Dados de RMN de
1
H munomicrolina 84
TABELA 5.7-Dados de RMN
1
H do acetato de murrangatina 86
TABELA 5.8-Dados de RMN de
1
H e
13
C da rauianina. 89
TABELA 5.9- Dados RMN
1
H e RMN
13
C da rauianina e da 3-etilrauianina 95
TABELA 5.10-Dados de RMN de
1
H da rauianina e da 5-metoxirauianina 97
TABELA 5.11-Dados de RMN
1
H da umbeliferona. 98
TABELA 5.12-Dados de RMN
1
H da isoescopoletina. 100
TABELA 5.13 - Dados de RMN de
1
H da N-metil 4-metoxi-2 quinolona. 106
TABELA 5.14- Dados de RMN de
1
H e
13
C da mirtopsina. 112
TABELA 5.15 - Dados de RMN de
1
H da dictamina 113
TABELA 5.16 - Dados de RMN de
1
H da γ-fagarina.
115
TABELA 5.17 - Dados de RMN de
1
H da esquimianina 117
TABELA 5.18 - Dados de RMN de
1
H do Z-rhoifolinato de dimetila 118
TABELA 5.19 - Dados de RMN
1
H e de
13
C da substância 19 e da 8-
metoxiflindersina (19ª)
121
TABELA 5.20 - Dados de RMN de
1
H da zantobungeanina. 123
TABELA 5.21-Dados de RMN de
1
H e
13
C da zantodiolina 128
TABELA 5.22 - Dados de RMN
1
H e de RMN
13
C da 7-hidroxi-8-hidroxi-N-
metilflindersina
134
TABELA 5.23 - Dados de RMN de
1
H da veprissina 136
TABELA 5.24 – Dados de RMN de
1
H e
13
C da substância arborinina 139
TABELA 5.25 – Dados de RMN
1
H e
13
C da substância metilarborinina. 141
TABELA 5.26-Dados de RMN de
1
H e
13
C da paprazina 147
TABELA 5.27-Dados de RMN de
1
H e
13
C da N-trans-feruloiltiramina 149
TABELA 5.28-Dados de RMN
1
H da 5-hidroxi-3,7,4’-trimetioxiflavona 152
TABELA 5.29-Dados de RMN
1
H e de
13
C do siringaresinol 154
Lista de Tabelas
viii
TABELA 5.30-Dados de RMN de
1
H e
13
C do ácido vanílico 157
TABELA 6.1- Códigos dos extratos 161
TABELA 6.2- Resultados dos testes sobre a forma tripomastigota de T. cruzi. 166
TABELA 6.3- Resultados de inibição da atividade da enzima gGAPDH 168
TABELA 6.4- Resultados de inibição da atividade de APRT 169
TABELA 6.5- Resultados de inibição da atividade de PNP 170
Lista de Figuras
ix
Lista de Figuras
FIGURA 1.1- metabolismo do glicerol no glicossomo 8
FIGURA 1.2- Via de recuperação de purinas em células de parasitas do gênero
Leishmania .
12
FIGURA 1.3- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Rauia resinosa 15
FIGURA 1.4- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Rauia resinosa 16
FIGURA 1.5- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
cuneifolius
17
FIGURA 1.6- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
inopinanatus
17
FIGURA 1.7- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
longifolius
18
FIGURA 1.8- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
macrocarpus.
19
FIGURA 1.9- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
heterophyllum
19
FIGURA 1.10- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
gaudichaudianus.
20
FIGURA 5.1-Região aromática do espectro de RMN
1
H de cumarinas
substituídas na posição 8.
55
FIGURA 5.2- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) do murranganona. 57
FIGURA 5.3.- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
+ D
2
O) do murranganona. 58
FIGURA 5.4-Espectro de RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
) do murranganona 58
FIGURA 5.5-Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 2. 60
FIGURA 5.6-Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 2. 60
FIGURA 5.7-Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 2
61
FIGURA 5.8- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 2. 62
FIGURA 5.9- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 2. 63
FIGURA 5.10- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 2. 64
FIGURA 5.11-Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 3. 66
FIGURA 5.12-Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 3. 67
FIGURA 5.13- 68
FIGURA 5.14- Mapa de contorno de HMBC da substância 3 69
FIGURA 5.15- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 3. 70
FIGURA 5.16- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 3. 71
Lista de Figuras
x
FIGURA 5.17-espectro de massas da substância 3. 72
FIGURA 5.18-Proposta de fragmentação para a substância 3. 72
FIGURA 5.19- Espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 4. 74
FIGURA 5.20- Espectro de RMN 13C (50 MHz, CDCl3) da substância 4. 74
FIGURA 5.21- Mapa de contorno de HSBC (100 MHz, CDCl3) da substância 4. 75
FIGURA 5.22- Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 4. 76
FIGURA 5.23- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 4.
77
FIGURA 5.24- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 4.
78
FIGURA 5.25- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 4
78
FIGURA 5.26- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da murrangatina. 81
FIGURA 5.27- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da murrangatina. 81
FIGURA 5.28- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da munomicrolina. 84
FIGURA 5.29-Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) do acetato de
murrangatina.
86
FIGURA 5.30- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da rauianina. 88
FIGURA 5.31- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da rauianina 88
FIGURA 5.32- Espectro de DEPT 135 da rauianina 89
FIGURA 5.33- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 9. 90
FIGURA 5.34- Espectro de RMN
1
H (50 MHz, CDCl
3
) da substância 9. 91
FIGURA 5.35- Mapa de contorno de HSQC da substância 9. 92
FIGURA 5.36- Mapa de contorno de HMBC da substância 9. 93
FIGURA 5.37- Espectro de massas de alta resolução da substância 9. 94
FIGURA 5.38- Espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 10 96
FIGURA 5.39- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, MeOD) da umbeliferona. 98
FIGURA 5.40- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 12. 99
FIGURA 5.41- Espectro de massas da isoescopoletina. 100
FIGURA 5.42- Espectro de RMN de
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da N-metil 4-metoxi-2
quinolona.
105
FIGURA 5.43- Espectro de RMN de
13
H (50 MHz, CDCl
3
) da N-metil 4-metoxi-2
quinolona.
106
FIGURA 5.44- Espectro de RMN de
1
H (400 MHz, CDCl
3
+ gotas de MeOD) da
substância 14.
107
Lista de Figuras
xi
FIGURA 5.45- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
+gotas de MeOD) da
substância 14
108
FIGURA 5.46- Mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
+gotas de MeOD)
da substância 14.
109
FIGURA 5.47- Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
+gotas de MeOD)
da substância 14.
110
FIGURA 5.48- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
+gotas de MeOD) da substância 14.
111
FIGURA 5.49- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da dictamina. 113
FIGURA 5.50- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da γ-fagarina.
115
FIGURA 5.51- Espectro de RMN de
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da esquimianina 116
FIGURA 5.52- Espectro de RMN de
1
H Z-rhoifolinato de dimetila 118
FIGURA 5.53- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da 8-hidroxi-N-metil
flindersina
119
FIGURA 5.54- Espectro de massas de alta resolução da 8-hidroxi-N-metil
flindersina
120
FIGURA 5.55- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da 8-hidroxi-N-metil
flindersina
120
FIGURA 5.56- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da zantobumgeanina. 122
FIGURA 5.57- Espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 21. 124
FIGURA 5.58.- Espectro de RMN
1
H (100 MHz, CDCl
3
) da substância 21. 125
FIGURA 5.59- Mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 21 126
FIGURA 5.60- Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 21 127
FIGURA 5.61- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 22. 129
FIGURA 5.62- Espectro de massas de alta resolução da substância 22. 130
FIGURA 5.63- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 22 130
FIGURA 5.64- Mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 22 131
FIGURA 5.65- Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 22 132
FIGURA 5.66- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 22.
133
FIGURA 5.67- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 23. 135
FIGURA 5.68- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) substância 24. 137
FIGURA 5.69- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 24. 138
FIGURA 5.70- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da metilarborinina 140
FIGURA 5.71- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, (CD
3
)
2
CO) substância 26 145
Lista de Figuras
xii
FIGURA 5.72.- Espectro de RMN
1
H (50 MHz, (CD
3
)
2
CO) substância 26. 146
FIGURA 5.73- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, (CD
3
)
2
CO) da substância 27. 148
FIGURA 5.74.-Espectro de RMN
13
C (50 MHz, (CD
3
)
2
CO) da substância 27. 148
FIGURA 5.75- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 28. 151
FIGURA 5.76- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) substância 29 153
FIGURA 5.77- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) substância 29. 154
FIGURA 5.78- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) substância 30. 156
FIGURA 5.79- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 30 156
FIGURA 5.80- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da mistura das
substâncias 31 e 32
158
FIGURA 5.81- Espectro de massas do β-sitosterol
158
FIGURA 5.82- Espectro de massas do estigmasterol 159
Lista de Tabelas
xiii
Lista de Esquemas
ESQUEMA 3.1- Particionamento do extrato metanólico do caule de Rauia sp. 26
ESQUEMA 3.2- Fracionamento da fração hexânica do extrato metanólico do
caule de Rauia sp (RCMH)
27
ESQUEMA 3.3- Fracionamento da fração diclorometânica do extrato metanólico
do caule de Rauia sp (RCMD)
28
ESQUEMA 3.4- Fracionamento da fração RCMD2 29
ESQUEMA 3.5- Fracionamento da fração RCMD3 30
ESQUEMA 3.6- Fracionamento da fração RCMD4 31
ESQUEMA 3.7- Fracionamento da fração RCMD6 32
ESQUEMA 3.8- Particionamento do extrato metanólico das folhas de Rauia sp1 33
ESQUEMA 3.9- Fracionamento da fração diclorometânica do extrato metanólico
das folhas de Rauia sp (RF1MD)
34
ESQUEMA 3.10- Fracionamento das frações RF1MD 2, RF1MD 3, RF1MD 4 e
RF1MD 5
34
ESQUEMA 3.11- Fracionamento das frações RF1MD 6, RF1MD 7, RF1MD 8 e
RF1MD 9
35
ESQUEMA 3.12- Particionamento do extrato metanólico das folhas de Rauia sp. 36
ESQUEMA 3.13- Fracionamento da fração diclorometânica do extrato
metanólico das folhas de Rauia sp (RFMD).
37
ESQUEMA 3.14- Fracionamento do extrato diclorometânico do caule da
Conchocarpus macrophyllus
38
ESQUEMA 5.1- Proposta biogenética para as substâncias 11e 12 101
ESQUEMA 5.2- Proposta biogenética para as substâncias 1, 2 e 3 102
ESQUEMA 5.3- Proposta biogenética para as substâncias 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. 103
ESQUEMA 5.4- Proposta biogenética para as substâncias 13, 14, 15, 16, 17 e
18.
143
ESQUEMA 5.5- Proposta biogenética para as substâncias 19, 20, 21, 22 e 23. 144
ESQUEMA 5.6- Proposta biogenética para as substâncias 24 e 25. 144
Lista de gráficos
GRÁFICO 6.1- Resultados dos testes “in vitro” sobre a forma tripomastigota de
T. cruzi.
162
GRÁFICO 6.2- Resultados de inibição da atividade da enzima gGAPDH 163
GRAFICO 6.3- Resultados de inibição da atividade de APRT para extratos. 164
GRAFICO 6.4- Resultados de inibição da atividade de APRT para frações 165
Lista de Tabelas
Sumário
1- Introdução 1
1.1-Produtos Naturais na Produção de Fármacos 1
1.2- A doença de Chagas 4
1.2.1-Fases da Doença 5
1.2.2-Fármacos Utilizados no Controle da Doença 5
1.2.3- Método para busca de compostos antichagásicos 7
1.3- Leishmaniose 9
1.3.1-Fármacos utilizados no controle da doença 10
1.3.2- Método para busca de compostos antileishmaniose 12
1.4-A Família Rutaceae 13
1.4.1- Características químicas e biológicas da família Rutaceae 13
1.4.2- O gênero Rauia 14
1.4.3- O gênero Conchocarpus 16
2- Objetivos 21
3- Procedimento Experimental 23
3.1- Materiais e Métodos 23
3.2- Equipamentos 24
3.3 Material botânico 25
3.3.1- Obtenção dos extratos 25
3.3.1.1- Particionamento dos extratos brutos 25
3.3.1.2- Estudo fitoquímico do extrato metanólico do caule de Rauia sp 26
3.3.1.2.1- Estudo fitoquímico da fração hexânica do extrato metanólico do caule
de Rauia sp
26
3.3.1.2.2- Estudo fitoquímico da fração diclorometânica do extrato metanólico do
caule de Rauia sp
27
3.3.1.3- Estudo fitoquímico do extrato metanólico das folhas de Rauia sp1 32
3.3.1.3.1- Estudo fitoquímico da fração diclorometânica do extrato metanólico do
das folhas de Rauia sp1
33
3.3.1.4- Estudo fitoquímico do extrato metanólico das folhas de Rauia sp 36
3.3.1.4.1- Estudo fitoquímico da fração diclorometânica do extrato metanólico do
das folhas de Rauia sp
37
3.3.1.5- Estudo fitoquímico do extrato diclorometano do caule da Conchocarpus
macrophyllus.
38
3.4- Ensaios Biológicos 39
3.4.1- Ensaio tripanocida “in vitro” sobre a forma tripomastigota de T. cruzi 39
Lista de Tabelas
3.4.2- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi
39
3.4.3- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi (novo protocolo)
41
3.4.4- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi (utilizando Tio-NAD como cofator)
41
3.4.5- Ensaio de inibição da atividade de APRT Adenina Fosforibosiltransferase
de Leishmania tarentolae
42
4- Substâncias Isoladas 45
5- Determinação estrutural 55
5.1- Cumarinas 55
5.1.1-Determinação Estrutural da Substância 1 56
5.1.2-Determinação Estrutural da Substância 2 59
5.1.3- Determinação Estrutural da Substância 3 66
5.1.4- Determinação Estrutural da Sustância 4 73
5.1.5-Determinação Estrutural da Substância 5 80
5.1.6-Determinação Estrutural da Substância 6 83
5.1.7-Determinação Estrutural da Substância 7 85
5.1.8-Determinação Estrutural da Substância 8 87
5.1.9- Determinação Estrutural da Substância 9 90
5.1.10- Determinação Estrutural da Substância 10 95
5.1.11-Determinação Estrutural da Substância 11 97
5.1.12-Determinação Estrutural da Substância 12 98
5.1.13-Biogênenese das cumarinas 100
5.2 - Alcalóides 104
5.2.1-Determinação Estrutural da Substância 13 104
5.2.2-Determinação Estrutural da Substância 14 107
5.2.3-Determinação Estrutural da Substância 15 112
5.2.4-Determinação Estrutural da Substância 16 114
5.2.5-Determinação Estrutural da Substância 17 115
5.2.6-Determinação Estrutural da Substância 18 117
5.2.7- Determinação Estrutural da Substância 19 119
5.2.8- Determinação Estrutural da Substância 20 122
5.2.9- Determinação Estrutural da Substância 21 124
5.2.10- Determinação Estrutural da Substância 22 129
5.2.11- Determinação Estrutural da Substância 23 135
5.2.12- Determinação Estrutural da Substância 24 136
Lista de Tabelas
5.2.13- Determinação Estrutural da Substância 25 140
5.2.14- A biogênese dos alcalóides 142
5.3- Amidas 145
5.3.1- Determinação Estrutural da Substância 26 145
5.3.2- Determinação Estrutural da Substância 27 147
5.4- Flavonóide 150
5.4.1- Determinação Estrutural da Substância 28 150
5.5- Lignana 152
5.5.1- Determinação Estrutural da Substância 29 152
5.6- Composto fenólico 155
5.6.1- Determinação Estrutural da Substância 30 155
5.6- Esteróides 157
5.6.1- Determinação Estrutural da Substância 31 e 32 157
6- Atividades Biológicas 161
6.1- Atividades Biológicas dos Extratos Brutos 161
6.1.1- Ensaio tripanocida “in vitro” sobre a forma tripomastigota de T. cruzi 162
6.1.2- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi
161
6.1.3- Ensaio de inibição da atividade de APRT Adenina Fosforibosiltransferase
de Leishmania tarentolae
164
6.2- Atividades Biológicas das Frações do extrato diclorometânico do caule de
Conchocarpus macrophyllus
164
6.3- Atividades Biológicas das Substâncias puras 165
6.3.1- Ensaio tripanocida “in vitro” sobre a forma tripomastigota de T. cruzi 165
6.3.2- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi
167
6.3.3- Ensaio de inibição da atividade de APRT Adenina Fosforibosiltransferase
de Leishmania tarentolae
169
6.3.4- Ensaio de inibição da atividade da enzima PNP purina nucleosídeo
fosforilase de Schistosoma mansoni
170
7- Conclusões 173
8- Referências Bibliográficas 175
Introdução
1
1- Introdução
1.1-Produtos Naturais na Produção de Fármacos
O uso de produtos naturais com propriedades terapêuticas é tão antigo
quanto a civilização humana (RATES, 2001). Uma estreita relação entre o homem e
as plantas consideradas curativas sempre existiu em todas as fases de
desenvolvimento das várias civilizações (GOTTLIEB & KAPLAN, 1993).
Os produtos naturais fornecem medicamentos úteis cuja produção na forma
sintética é difícil ou muitas vezes inviável economicamente. De fontes naturais
também podem ser retirados compostos básicos que modificados tornam-se mais
eficazes ou menos tóxicos (ROBBERS et al., 1997).
A procura de fármacos através de “screening” de uma grande variedade de
vegetais para testes biológicos específicos é uma das formas racionais adotadas
para a procura de fármacos de origem vegetal. A busca de substâncias que possam
se tornar um fármaco em fontes vegetais difere dos meios sintéticos principalmente
pela diversidade molecular e pela funcionalidade biológica (NISBET & MOORE,
1997).
A aspirina ou ácido acetilsalicílico tem sua origem relacionada aos produtos
naturais. A salicina e saligenina, derivados do áacido salicílico, isoladas de Salix
alba e Filipendula ulmaria apresentam propriedades antiinflamatórias e analgésicas
reconhecidas e deram origem a aspirina. O ácido acetilsalicílico porém, não é
encontrado tal qual nessas plantas, trata-se de uma modificação estrutural
(HOSTETTMANN et al., 2003; ROBBERS et al. , 1997).
As cascas de algumas espécies de Cinchona spp eram utilizadas como
antitérmicos. Destas espécies de plantas foi isolada a quinina, um alcalóide utilizado
durante muito tempo como antimalárico e que serviu como protótipo para a
COOH
OCOCH
3
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
CH
2
OH
OGlc
SALICINA
CH
2
OH
OH
SALIGENINA
COOH
OH
ÁCIDO SALICÍLICO
Introdução
2
descoberta de derivados antimalariais como a cloroquina e a mefloquina
(BARREIRO & FRAGA, 2001).
A artemisinina, isolada de Artemisia annua, planta utililizada há mais de 2000
anos na China como antipirético e no tratamento de malária, é outro exemplo de
composto protótipo natural para antimaláricos. Esse sesquiterpeno apresenta
propriedades farmacocinéticas inadequadas ao uso terapêutico e baixa solubilidade
motivando a modificação estrutural dessa substância. Dentre os derivados
sintetizados o artemeter, arteéter e artesunato de sódio foram aprovados como
antimaláricos em vários países (BARREIRO e FRAGA, 2001 e HOSTETTMANN et
al., 2003).
Exemplos importantes de fármacos obtidos de plantas são os alcalóides
bisindólicos vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus (Apocynaceae)
que são utilizados no tratamento de leucemia e o paclitaxel, isolado de Taxus
brevifolia utilizado no tratamento de câncer de mama e de pulmão (BARREIRO e
FRAGA, 2001 e HOSTETTMANN et al., 2003).
N
HO
N
H
H
CH
3
O
HN
N
Cl
N
QUININA
CLOROQUINA
MEFLOQUINA
N
CF
3
CF
3
N
HO
O
O
H
CH
3
HH
CH
3
H
H
3
C
O
O
R
O
O
H
CH
3
HH
CH
3
H
H
3
C
O
O
O
ARTEMISININA
ARTEMETER R=CH
3
ARTEÉTER R=C
2
H
5
ARTESUNATO DE SÓDIO R=COCH
2
CH
2
CO
2
Na
Introdução
3
Apesar da competição com outros métodos de descoberta de fármacos,
produtos naturais ainda fornecem sua considerável contribuição em candidatos a
testes clínicos e fármacos (Buttler, 2004).
Aproximadamente 25% dos fármacos prescritos mundialmente são
provenientes de plantas. Dos 252 fármacos considerados como básicos e essenciais
pela Organização Mundial da Saúde 11% são de origem vegetal e um número
significativo são substâncias sintéticas obtidas de precursores naturais (RATES,
2001).
Além disso, 119 compostos de origem natural obtidos a partir de cerca de 90
espécies de plantas podem ser considerados fármacos importantes e são utilizados
na terapia moderna e 74% destes compostos são derivados de plantas (CRAGG et
al., 1997).
Estima-se que existam entre 215.000 e 500.000 espécies de angiospermas
no mundo. No entanto apenas 15 a 17% de todas as espécies de angiospermas
tiveram seu potencial terapêutico estudado em algum alvo de interesse (RATES,
2001; SOEJARTO, 1996).
O Brasil está entre os 12 países com maior biodiversidade. A variedade de
espécies de plantas é impressionante e o Brasil é particularmente rico em plantas
medicinais. Aproximadamente 22% de todas as angiospermas estão distribuídas na
Floresta Amazônica, Mata Atlântica e Cerrado. A exploração racional e a
conservação da diversidade biológica é uma questão de prioridade e urgência
(BOLZANI et al., 1999).
H
5
C
6
N
H
O
C
6
H
5
OH
O
O
O
O
OH
O
O
O
CH
3
O
O
H
5
C
6
HO
O
TAXOL
N
N
CH
3
OOC
N
N
OH
OCOCH
3
CO
2
CH
3
R
H
H
H
3
CO
OH
R=CH
3
VINBLASTINA
R=CHO VINCRISTINA
Introdução
4
1.2- A Doença de Chagas
A Doença de Chagas também denominada tripanosomíase americana, foi
descrita por CHAGAS (1909), o qual descreveu a infecção humana, a morfologia do
parasita na corrente sanguínea, o ciclo do parasita no trato digestivo do vetor a
transmissão dos parasitas flagelados que ocorre dos triatomíneos para os
vertebrados (WENDEL et al., 1992).
A Organização Mundial da Saúde estima que existam 16 – 18 milhões de
pessoas infectadas pela Doença de Chagas, distribuídaos entre o México, América
Central e América do Sul e que aproximadamente 120 milhões de pessoas vivem
em áreas de risco (WHO, 2001).
O agente causador da Doença de Chagas é o Trypanosoma cruzi, um
protozoário da família Trypanosomatidae e da ordem Kinetoplastida, para o qual o
ciclo de vida envolve obrigatoriamente a passagem por hospedeiros vertebrados e
invertebrados em uma série de estágios. Ele apresenta-se sob forma flagelada
(epimastigota e tripomastigota) e aflagelada (amastigota) dependendo do hospedeiro
(VERONESSI, 1991; COURA & CASTRO, 2002).
Nos mamíferos as formas amastigotas encontram-se nos tecidos e são
capazes de se multiplicar e posteriormente são liberadas no sistema sanguíneo na
forma tripomastigota. A forma tripomastigota pode infectar novas células
hospedeiras ou ser ingerida por insetos vetores. Quando ingerida pelos insetos
vetores, estas formas podem se diferenciar na forma epimastigota, que se multiplica
no invertebrado e quando atinge o intestino do inseto se desenvolve em formas
tripomastigotas metacíclicas. Quando o inseto suga o sangue do mamífero, ele
deposita suas fezes que contém a forma tripomastigota metacíclica que, ao cair no
sistema sangüíneo do mamífero invade células hospedeiras na forma amastigota,
dando continuidade ao ciclo (COURA & CASTRO, 2002; SEPÚLVEDA-BOZA &
CASSELS, 1996; GARCIA, 1999).
O transmissor da Doença de Chagas é um inseto da ordem Hemiptera, família
Reduviidae, subfamília Triatominae geralmente denominado triatomídeo e
popularmente conhecido como barbeiro (VERONESSI, 1991).
Com o controle do inseto vetor, alguns países já se declararam livres do vetor
da doença (WHO, 2001). É um erro, entretanto, afirmar que a Doença de Chagas
está controlada, já que ainda existem focos de transmissão em muitas áreas.
Introdução
5
Mesmo em áreas onde foi declarada que a transmissão é nula, há um risco de
reincidência dos focos de transmissão devido a diminuição prematura das inspeções
epidemiológicas e atividades de vigilância (DIAS et al., 2002).
Além da principal forma de contaminação através do vetor que é responsável
por 80% da transmissão, há também a contaminação através da transfusão de
sangue contaminado que é responsável por 15% das infecções e por transplante de
órgãos. Também podem ocorrer transmissão congênita (5000 novos casos por ano)
e via oral através da ingestão de alimentos contaminados (DIAS & SCHOFIELD,
1999 e VERONESSI, 1991). Esta ultima forma de contaminação é rara, porém, no
início de 2005 foi constatada a contaminação através do consumo de caldo de cana
em Santa Catarina. Episódios como esse já haviam sido registrados na Amazônia
Oriental Brasileira, em Teutônia (Rio Grande do Sul) e em Catolé do Rocha
(Paraíba) (Ministério da Saúde, 2005).
1.2.1-Fases da Doença
Quando o indivíduo é infectado ocorre um período de incubação de no
mínimo quatro dias e em seguida tem início a fase aguda da doença que raramente
é fatal (taxa de mortalidade de 2 a 8%). O parasita invade diferentes células
hospedeiras que se rompem, causando uma inflamação nos tecidos, o fígado e o
baço apresentam aumento de volume, o coração sofre dilatação global (COURA &
CASTRO, 2002; VERONESSI, 1991).
Após a fase aguda ocorre uma forte tendência de imunidade, mas o indivíduo
permanece infectado. Posteriormente tem início a fase crônica onde, a maioria dos
pacientes desenvolve distúrbios cardíacos, neurológicos e digestivos.
(SEPÚLVEDA-BOZA & CASSELS, 1996; COURA & CASTRO, 2002).
1.2.2-Fármacos Utilizados no Controle da Doença
O Nifurtimox® e o Benzonidazol® são utilizados no tratamento dos pacientes
e são capazes de curar 50% das infecções recentes. (WHO, 2002). Porém desde os
anos 80 o Nifurtimox teve sua comercialização descontinuada no Brasil, pois ele age
via redução do grupo nitro a um radical nitroânion instável que por sua vez reage
com oxigênio gerando intermediários altamente reativos. O T. cruzi é deficiente na
Introdução
6
detoxificação de radicais livres, portanto, é sucetível ao ataque destes
intermediários. Porém estes intermediários reativos também podem reagir no
organismo do hospedeiro causando danos oxidativos (COURA & CASTRO, 2002 e
URBINA & DOCAMPO, 2003).
O mecanismo de ação do Benzonidazol parece estar relacionado com a ação
em uma via que envolve a ligação covalente de intermediários nitroreduzidos e as
macromoléculas do parasita (URBINA & DOCAMPO, 2003).
Tanto o Nifurtimox quanto o Benzonidazol são ineficientes na fase crônica da
doença e não produzem a cura parasitológica (DOCAMPO & SCHMUÑIS, 1997).
Além disso, ambos produzem efeitos colaterais similares nos pacientes, como febre
e alterações neurológicas. Com o Nifurtimox, anorexia, náusea, vômito e perda de
peso são mais freqüentes, enquanto reações na pele são mais freqüentes com o
Benzonidazol (LUQUETTI et al., 1997; RIVAS et al., 1999).
Para a esterilização do sangue em bancos de sangue a violeta genciana é a
única substância utilizada, porém alguns efeitos inconvenientes foram observados: a
violeta genciana deve ser adicionada ao sangue 24 horas antes da utilização do
mesmo impossibilitando as transfusões emergenciais e o sangue adquire coloração
azulada que posteriormente é observada no tecido do transfundido (DIAS &
SCHOFIELD, 1999).
N(CH
3
)
2
(H
3
C)
2
N
N
H
3
CCH
3
VIOLETA GENCIANA
BENZONIDAZOL
N
O
N
N
N
2
O
O
N
N
SO
2
CH
3
O
2
N
NIFURTIMOX
Introdução
7
Com a ineficácia das substâncias tanto para tratamento de doentes quanto
para esterilização do sangue, é necessária a busca de novas substâncias para estes
fins. Vários metabolitos de plantas vêm sendo testados contra o T. cruzi
(SEPÚLVEDA-BOZA & CASSELS, 1996).
1.2.3- Método para busca de compostos antichagásicos
Uma linha de pesquisa promissora é a busca de compostos que inibam o
ciclo biológico do parasita. Deste modo, as enzimas que atuam no metabolismo do
parasita são alvos interessantes. OPPERDOES e BORST em 1977 constataram que
as formas tripomastigotas (formas presentes na corrente sanguínea do mamífero
hospedeiro) de parasitas da família Tripanomastidae possuem uma organela
denominada glicossomo onde se encontram nove enzimas envolvidas na glicólise.
Sabe-se que o parasita é altamente dependente da glicólise para a formação de
ATP (HAMMOND et al., 1985; SOUZA et al., 1998). Já que o parasita é altamente
dependente da via glicolítica como fonte de energia, as enzimas envolvidas nesta via
são alvos interessantes na busca de compostos que inibam o ciclo biológico do
parasita (BAKKER et al., 2000).
Este interesse pelas enzimas da via glicolítica levou à determinação estrutural
das enzimas triosefosfato isomerase (TIM) e gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase
(GAPDH) (WIRENGA et al., 1991; VELLIEUX et al., 1993).
A comparação entre a enzima GAPDH de T. cruzi e a GAPDH humana
mostrou diferenças significativas em resíduos nos sítios ativos (SOUZA et al., 1998).
Além disso, experimentos de inibição da glicólise em eritrócitos humanos mostraram
que a inibição da enzima GAPDH em até 95% não leva a sintomas clínicos. Estes
fatos sugerem o uso da GAPDH de T. cruzi como alvo (BAKKER et al., 1999).
A GAPDH catalisa a reação de fosforilação do gliceraldeído 3-fosfato a
1,3-
bifosfoglicerato.
Introdução
8
FIGURA 1.1- Metabolismo do glicerol no glicossomo.
* os compostos permeáveis a membrana são mostrados com setas
** HK= hexoquinase; PGI= fosfoglucose isomerase; PFK= 6-fosfofrutoquinase; ALDO=
frutosebifosfato aldolase; GDH= glicerol 3-fosfato desidrogenase; GK= glicerol quinase; TIM= triose
fosfato isomerase; GAPDH= gliceraldeido 3-fosfato desidrogenase; PGK= 3-fosfogliceratoquinase.
Introdução
9
1.3- Leishmaniose
As diferentes formas clínicas de Leishmania constituem um grave problema
de saúde pública. Leishmaniose é uma doença que afeta 88 países, 90% da
leishmaniose visceral ocorre em cinco países: Bangladesh, Índia, Nepal, Sudão e
Brasil e 90% dos casos de leishmaniose cutânea ocorrem em sete países:
Afeganistão, Argélia, Brasil, Irã, Peru, Arábia Saudita e Síria. A incidência anual
estimada é de 1-1,5 milhões de casos de leishmaniose cutânea e 500.000 casos de
leishmaniose visceral. Estima-se que existam 12 milhões de pessoas infectadas e
350 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco (WHO 2001).
A leishmaniose é causada por protozoários do gênero Leishmania e sua
transmissão se dá por insetos hematófagos, denominados flebotamíneos,
popularmente conhecidos como mosquito palha (BARATA et al, 2000).
Durante o ciclo biológico o parasita do gênero Leishmania existe em duas
formas que se desenvolvem em diferentes hospedeiros: uma forma flagelada
extracelular conhecida como promastigota e uma forma intracelular denominada
amastigota. A forma que infecta o homem e outros hospedeiros vertebrados é a
promastigota, que se encontra no trato digestivo do inseto transmissor da doença. A
forma amastigota está localizada no macrófago do hospedeiro. O hospedeiro
intermediário é infectado, através da picada do inseto, com a forma promastigota.
Posteriormente estas formas promastigotas são rapidamente fagocitadas pelos
macrófagos do hospedeiro e no interior dos macrófagos mudam para a forma
amastigota. A manifestação clínica da doença é resultado da multiplicação das
formas amastigotas dentro dos macrófagos (CHAN-BACAB E PEÑHA-RODRIGEZ,
2001).
Segundo a Organização Mundial da saúde, a Leishmaniose pode ser
classificada em quatro formas clínicas: leishmaniose visceral ou calazar;
leishmaniose cutâneo-mucosa ou leishmaniose tegumentar americana; leishmaniose
cutâneo difusa e leishmaniose cutânea ou botão do Oriente (WHO 2001).
A leishmaniose visceral ou calazar é a forma clínica mais grave da doença
(CHAN-BACAB e PEÑHA-RODRIGUEZ, 2001). Este tipo de Leishmaniose é
causado pelo protozoário Leishmania donovani e pode ser fatal se não tratada. É
caracterizada pelos seus efeitos nos órgãos internos, como o fígado, baço e medula
óssea. Os sintomas mais freqüentes são: anemia, febre constante, perturbações
Introdução
10
digestivas, tosse, dores lombares, cefaléia, edemas nos membros e nas faces e
hemorragias (VERONESSI 1991).
A leishmaniose cutâneo-mucosa, também conhecida como úlcera de Bauru, é
uma doença crônica que acomete pele e mucosas, causada pelo protozoário
Leishmania brasiliensis. Esta doença geralmente resulta em desfiguração facial
devido às lesões que ocorrem principalmente no nariz e na boca. A leishmaniose
cutâneo difusa caracteriza-se pela presença de nódulos isolados ou agrupados,
múltiplas protuberâncias, placas ou alguns casos de lesões verrucosas
especialmente na face e na superfície externa dos braços e pernas. A doença é
transmitida pelo protozoário Leishmania mexicana. A leishmaniose cutânea é
causada pelo protozoário Leishmania tropica e é a forma menos grave da doença, é
geralmente curada espontaneamente (VERONESSI, 1991; CHAN-BACAB e
PEÑHA-RODRIGUEZ, 2001).
1.3.1-Fármacos utilizados no controle da doença
Os principais medicamentos utilizados no tratamento da leishmaniose visceral
e cutânea são antimoniais como o Pentozan e Glucantina. O mecanismo de ação
dos antimoniais é baseado na interferência no processo bioenergético das formas
amastigotas de Leishmania, inibindo particularmente as enzimas na glicolise e
oxidação de ácidos graxos, reduzindo a geração de ATP e GTP. Entretanto, este
tipo de medicamento pode causar efeitos colaterais como problemas
gastrointestinais, enrijecimento das juntas e em alguns casos insuficiência renal e
hepática. Além disso, é comum o aparecimento de resistência a este tipo de
medicamento, o tratamento é longo e tem um alto custo (CHAN-BACAB e PEÑHA-
RODRIGUEZ, 2001; KAMINSKY, 2002; GARNIER & CROFT, 2002).
GLUCANTINA
CH
2
NHCH
3
+
CHOH
CHOH
CHOH
CHOH
CH
2
OH
(OH)
2
SbO
-
PENTOSAN
HCO
HCO
HCO
OSb Sb
O
-
OCH
OCH
OCH
CHOH
CH
2
OH
COO
-
CHOH
COO
-
CH
2
OH
OH
Na
3
.
9
H
2
O
Introdução
11
O antibiótico anfotericina B é utilizado no tratamento de Leishmaniose visceral
nos casos de resistência aos antimoniais. Seu mecanismo de ação consiste em
ligar-se à fração ergosterol da membrana celular do parasita, aumentando sua
permeabilidade. Entretanto este fármaco tem seu uso limitado, pois além de 80%
dos usuários desenvolverem alterações na função renal, ele depende de
administração parenteral (CHAN-BACAB e PENHA-RODRIGUEZ, 2001; BARATA et
al., 2000).
A miltefosina, que é um derivado de fosfolipídeo que foi desenvolvido para o
tratamento de câncer, se mostrou eficiente em ensaios sobre leishmaniose e está
em fase de testes clínicos onde 95% dos pacientes com leishmaniose viceral foram
curados na fase III de triagem, na Índia. A vantagem da miltefosina é que ela é um
fármaco de administração oral e apresenta a mesma eficácia dos antimoniais.
Porém, efeitos colaterais foram observados em 62% dos pacientes. Os efeitos
colaterais mais comuns são gastrointestinais, principalmente vômito e diarréia. A
miltefosina não pode ser administradas emhb mulheres grávidas e doses maiores
que as doses recomendadas podem levar a morte. Não foi observado o mesmo
potencial para o tratamento de leishmaniose cutânea (GARNIER & CRAFT, 2002;
KAMINSKY 2002).
N
H
3
C
H
3
C
CH
3
O
P
OCH
3
OO
MILTEFOSINA
O
OH
OHOH
OH
OHOHO
O
H
3
C
H
3
C
O
HO
H
OH
O
O
H
OH
OH
NH
2
H
3
C
CH
3
OH
ANFOTERICINA B
Introdução
12
1.3.2- Método para busca de compostos antileishmaniose
Um alvo potencial na busca de compostos capazes de interromper o ciclo
biológico do parasita no ser humano é a via de obtenção de purino nucleotídeos. A
via das bases nitrogenadas purínicas é indispensável para a formação do Ácido
desoxirribonucléico (DNA) como também do ácido ribonucléico (RNA). Estas
reações são catalisadas por enzimas conhecidas como PRTases (SILVA et al.,
2004; Craig III & EAKIN, 1997).
Na maioria dos organismos as purinas e pirimidinas podem ser sintetizadas
por duas vias. A primeira envolve dez reações enzimáticas seqüenciais levando à
“síntese de novo” dos nucleotídeos purinicos e pirimidínicos a partir de precursores
monocleotídicos. A segunda cadeia metabólica, “via de recuperação”, se utiliza dos
purinos-nucleotídeos formados (adenina, guanina e/ou hipoxantina) derivados da
degradação de ácidos nucléicos ou nucleotídeos livres. Já a sobrevivência do
protozoário depende exclusivamente da recuperação de purinas provenientes do
hospedeiro (FIGURA 1.2) (SILVA et al., 2004; Craig III & EAKIN, 1997).
FIGURA 1.2- Via de recuperação de purinas em células de parasitas do gênero
Leishmania.
AMP
IMP
Adeni na
Guanin
a
APRT HGPRT
XMP
GMP
PRPP
Hi
p
oxantin
a
Xantina
Hipoxantina
Guanina
XPRT
PRPP
GDP
GTP
ADP
ATP
Adenil osuccinato
PRPP
AAH
ADSL
ADSS
AMD
GMR
GMS
I
MDh
PRS-I
Ribose-6-fosfato
PRPP
ntese de Novo
(hospedeiro vertebrado)
PPi
PPi
PPi
PPi
Introdução
13
A dependência do parasita pela recuperação de purinas provenientes do
hospedeiro torna as enzimas PRTases alvos interessantes na busca de compostos
que sejam capazes de interromper o ciclo biológico do parasita no ser humano.
A enzima adenina-fosforribosil-transferase (APRT) enzima catalisa a remoção
do grupo pirofosfato (PPi) do 5-fosforribosil-1-pirofosfato (PRPP) e a condensação
de ribose a base purínica (adenina), formando adenosina monofosfato (AMP) numa
reação de substituição nucleofílica SN
2
(NOYES et al., 1997).
1.4- A família Rutaceae
A família Rutaceae é constituída de aproximamente 150 gêneros e 1600
espécies de árvores e arbustos distribuídas nas regiões tropicais e temperadas do
globo terrestre (WATERMAN & GRUNDON, 1983). No Brasil estão citadas
aproximadamente 176 espécies (ALBUQUERQUE, 1968).
1.4.1- Características químicas e farmacológicas da família Rutaceae
A família Rutaceae é conhecida por apresentar uma grande diversidade de
metabólitos secundários, destacando-se os alcalóides, especialmente os derivados
do ácido antranílico, cumarinas, lignanas, flavonóides, terpenos e limonóides com
largo espectro de atividades biológicas (WATERMAN & GRUNDON, 1983;
WATERMAN, 1999).
AMBROZIN el al. (2004), MAFEZOLI et al. (2000) e VIEIRA et al. (2001)
demonstraram a atividade tripanocida de plantas pertencentes às famílias Rutaceae
e Meliaceae.
VIEIRA et al. (2001) demonstrou ainda a atividade de extratos de plantas
pertencentes às famílias Rutaceae e Meliaceae na enzima GAPDH de T. cruzi e
neste mesmo trabalho são relatadas as atividades de 13 cumarinas sobre essa
enzima onde a substância que apresentou maior atividade foi a chalepina
(IC
50
=64µM) uma cumarina isolada de Pilocarpus spicatus (Rutaceae). Foram
descritas ainda atividades significativas da flavona 3’,4’,5’,5,7-pentametoxiflavona
(TOMAZELA et al. 2000) e de flavonóides polimetoxilados frente a GAPDH
(MORAES et al., 2003).
Introdução
14
Lignanas isoladas de Zantoxylum naranjillo (Rutaceae) mostraram alta
atividade tripanocida sendo que o (-)metilpluviatolídeo foi o mais ativo sobre as
formas tripomastigotas T. cruzi (BASTOS et al., 1999).
1.4.2- O gênero Rauia
O gênero Rauia é ainda pouco conhecido com relação ao seu potencial
químico. De Rauia resinosa foram isoladas cumarinas substituídas nas posições 7 e
8, alcalóides, um esteróide, um flavonol e uma flavona ( VELOSO, 1995; VELOSO et
al., 1997; OLIVEIRA, 1996). De uma espécie não identificada de Rauia foi isolada
uma cumarina e quatro alcalóides (FACCHINI, 2005).
OO
O
HO
CHALEPINA
O
O
H
3
CO
OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
3',4',5',5,7-PENTAMETOXIFLAVONA
O
O
H
3
CO
H
3
CO
O
O
H
H
(-)-METILPLUVIATOLÍDEO
Introdução
15
Figura 1.3- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Rauia resinosa.
rauianina
OOO
O
O
H
murrangatina
acetato de murrangatina
OOCH
3
O
HO
H
HO
H
munomicrolina
OOO
8-prenil-7-geraniloxi-cumarina
O
O
H
3
CO
OCH
3
OCH
3
OH
4', 5, 7-trimetoxi-flavonol
OOCH
3
O
HO
HO
H
H
OOCH
3
O
OO
OO
O
O
H
3
CO
OH
OCH
3
OH
N
OCH
3
O
OCH
3
N
O
O
CH
3
lemobilina
7,3,4'-trimetil-campeferol
γ−fagarina
N
OCH
3
O
OCH
3
H
3
CO
esquimianina
β−sitosterol
HO
H
HH
Introdução
16
Figura 1.4- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Rauia sp.
1.4.3- O gênero Conchocarpus
Em 1998 KALLUNKI e PIRANI reclassificaram algumas espécies do gênero
Angostura no gênero Conchocarpus. Entre estas espécies encontrava-se a
Angostura macrophylla que foi reclassificada como Conchocarpus macrophyllus.
Várias espécies de Conchocarpus já foram estudadas no Laboratório de
Produtos Naturais da UFSCar e várias classes de substâncias foram isoladas. De
Conchocarpus macrophyllus foi encontrado o relato de apenas uma substância
isolada, o alcalóide acridônico conhecido como arborinina (VELOSO, 1995).
O estudo de Conchocarpus cuneifolius levou ao isolamento de acetofenonas
e flavonóides glicosilados (FIGURA 1.5) (VELOSO, 1995). De Conchocarpus
inopinatus foram isolados sete alcalóides acridônicos e uma cumarina (MAFEZOLI,
2001) que tem as estruturas químicas representadas na FIGURA 1.6.
N
OH
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
arborinina
N
OCH
3
O
O
H
3
CO
O
megistoquinona
7-hidroxi-8-
metoxiflindersina
N
O
O
CH
3
OCH
3
HO
NO
OCH
3
CH
3
N-metil-4-metoxi-
2-quinolona
N
O
O
CH
3
OCH
3
OH
OH
H
3
CO
araliopsina
rauianina
OOO
O
O
H
Introdução
17
FIGURA 1.5- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
cuneifolius.
FIGURA 1.6- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
inopinanatus.
N
OH
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
N
OH
OCH
3
OCH
3
O
O
O
N
OH
OCH
3
OCH
3
O
H
N
OCH
3
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
OCH
3
N
OCH
3
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
N
OO
OCH
3
O
OCH
3
N
OH
OCH
3
O
CH
3
OOH
3
CO
H
3
CO
escoparona
1-hidroxi-3-metoxi-
N-metilacridona
1-hidroxi-3-metoxi-N-
metilenoacetoxiacridona
xanthoxolina
arborinina
1,2,3,5-tetrametoxi-
N-metilacridona
metilarborinina
inopinatina
O
OCH
3
OH
O
O
OH
OCH
3
O
O
OCH
3
OCH
3
O
O
OCH
3
OCH
3
O
HO
O
HO
O
O
HO
OH
OH
OH
HO
OH
O
OH
OH
OH
OH
HO
O
HO
O
O
H
3
CO
OH
OH
OH
OH
OH
HO
O
HO
O
O
H
3
CO
OH
OH
OH
OH
OH
hidroxi-2,2-
dimetilcromenoacetofenona
hidroxi-2,2-
dimetilcromenoacetofenona
2,2-dimetilcromeno-
metoxi-acetofenona
2,2-dimetilcromeno-
metoxi-acetofenona
6,8-diglicosil-
7,4'-hidroxiflavona
6-glicosil-7,metoxi-
4'-hidroxi-flavona
6-acetoxiglicosil-7,metoxi-
4'-acetil-flavona
Introdução
18
Foram isoladas onze cumarinas e sete alcalóides de Conchocarpus longifolius
(MAFEZOLI, 2001; FACCHINI, 2005) (FIGURA 1.7) e quatro alcalóides do tipo
indoloquinazolina de Conchocarpus macrocarpus (VELOSO, 1995) ( FIGURA 1.8).
FIGURA 1.7- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
longifolius.
O
O
OCH
3
O
O
O
OCH
3
O
H
3
CO
O
O
O
H
3
CO
3-metoxiangelicina
3,6-dimetoxiangelicina
esfodina
O
O
O
H
3
CO
OCH
3
pinpinelina
OO
O
OCH
3
NH
2
NH
2
OCH
3
O
O
O
OCH
3
isobergapteno
OOHO
umbeliferona
OOO
OAc
OAc
quiahucumarina D
OOO
aurapteno
NO
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
NO
OCH
3
CH
3
H
3
CO
NO
OCH
3
H
H
3
CO
N
OCH
3
O
OCH
3
H
3
CO
esquimianina
N
O
O
CH
3
H
3
CO
N-metilhaplamina N-metoxihaplamina
N
O
O
H
3
CO
OCH
3
HO
N
candicina
6-metoxihaplotusina
N-metil-4,6-dimetoxi-
2 quinolona
4,6-dimetoxi-2 quinolona
OOHO
H
3
CO
escopoletina
OOH
3
CO
H
3
CO
escoparona
Introdução
19
FIGURA 1.8- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
macrocarpus.
De Conchocarpus heterophyllum foram isolados um esteróide, quatro flavonas
e dois alcalóides do tipo 4 quinolona (AMBROZIN, 2004) que tem as estruturas
químicas representadas na FIGURA 1.9.
FIGURA 1.9- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
heterophyllum.
hidroxi-indoloquinazolina
O
N
N
N
OO
H
3
C
H
O
N
N
N
OO
H
OH
hidroxi-indoloquinazolina
haplotusina
NO
OCH
3
OCH
3
O
H
HH
O
benzoato de β−sitosterila
O
O
O
O
H
3
CO
O
OOH
N
O
CH
3
2-fenil-1-metil-4-quinolona
flavona
7-metoxiflavona
5-hidroxiflavona
O
O
O
H
R
Introdução
20
De Conchocarpus gaudichaudianus foram isolados dois alcalóides do tipo
indoloquinazolina, aminas e alcalóides quinolônicos (CORTEZ, 2002) que tem as
estruturas químicas representadas na FIGURA 1.10.
FIGURA 1.10- Estruturas químicas das substâncias isoladas de Conchocarpus
gaudichaudianus.
O
N
N
N
OO
H
H
O
N
N
N
OO
HO
H
O
N
N
N
OO
H
3
C
H
O
N
N
N
OO
H
H
OH
9,10-(2,2-dimetilcromeno)-
14demetilgoshyyuamida II
9,10-(2,2-dimetilcromeno)-14hidroxi
14demetilgoshyyuamida II
9,10-(2,2-dimetilcromeno)-
goshyyuamida II
9,10-(2,2-dimetilcromeno)-3hidroxi
14demetilgoshyyuamida II
NO
OCH
3
CH
3
HO
OH
NO
OCH
3
CH
3
HO
OH
OH
4-hidroxi-1-metil-3-
(3',7'-dimetil-6',7' diidroxi-2'-octenil)-
2-quinolona
4-hidroxi-1-metil-3-
(3',7'-dimetil-6',7' diidroxi-2'-nonenil)-
2-quinolona
N
O
H
HO
OH
N
O
H
HO
OH
H
3
CO
N
O
H
H
3
CO
OH
H
3
CO
N-trans-cumaroiltiramina
N-trans-feruloylltiramina
N-trans-4-O-metilferuloylltiramina
Objetivos
21
2- Objetivos
A proposta deste trabalho foi o estudo fitoquímico de extratos de Rauia
sp e Conchocarpus macrophyllus (Rutaceae) e a avaliação da atividade
antiparasitária dos extratos e das substâncias isoladas, avaliada através de
ensaios bioquímicos nas enzimas adenina fosforibosiltransferase (APRT) de
Leishmania tarentolae, gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (GAPDH) de
Trypanosoma cruzi e também através do ensaio biológico in vitro sobre as
formas tripomastigotas de T. cruzi.
Outro objetivo foi contribuir para o melhor conhecimento da composição
química do gênero Rauia.
Procedimento experimental
23
3- Procedimento Experimental
3.1- Materiais e Métodos
Métodos Cromatográficos
Para o fracionamento das partições e frações foram utilizadas várias técnicas
cromatográficas:
cromatografia de adsorção em coluna aberta (CC) utilizando como suporte gel
de sílica 60 comum (70-230 mesh) e “flash”(230-400 mesh)-Merck;
cromatografia em camada delgada preparativa (CCDP); utilizando placas de
vidro de 20x20 cm com espessura da camada de 1,5 mm, preparadas no
próprio laboratório, utilizando como fase estacionária sílica gel 60 F
254
-Merck,
com revelador.
cromatografia de exclusão em coluna aberta (CEC) utilizando como suporte
sephadex LH 20 –Amershan Pharmacia Biotech AB
cromatografia em camada delgada preparativa rotativa (CCDPR) utilizando
placas de vidro de 26 cm de diâmetro com espessura de filme de 1,5 mm,
preparadas no próprio laboratório, utilizando como fase estacionária sílica gel
60 F
254
–Merck com revelador ou sílica gel 60 F
254
– Merck com revelador e
florisil na proporção 1:1.
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) utilizando coluna empacotada
com fase polimérica Shodex GS-310 2G Asahipak, foi realizada no modo
preparativo num fluxo de 7 mL/min, a corrida foi acompanhada por detector
de UV em dois comprimentos de onda simultaneamente 365 nm e 254 nm,
utilizando metanol como fase móvel.
cromatografia em camada delgada analítica (CCDA) utilizando sílica gel 60
F
254
, em folhas de alumínio da Merck.
cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) coluna
capilar DB5 (J&W),(30m x 0.25mm,i.d.0,25), ionização por impacto eletrônico
a 70 eV utilizando a seguinte rampa 80(1)/10/250 (20).
Procedimento experimental
24
Reveladores
Como reveladores para CCDA foram utilizadas solução de vanilina em ácido
sulfúrico, reagente de Dragendorff e câmara de radiação ultravioleta nos
comprimentos de onda 254 e 360 nm.
Para CCDP e CCDPR foi utilizada câmara de radiação ultravioleta, nos
comprimentos de onda 254 e 360 nm.
Solventes
Foram utilizados solventes comerciais destilados na sala de destilação do
DQ-UFSCar, solventes grau HPLC e solventes deuterados para obtenção de
espectros de RMN.
3.2- Equipamentos
Equipamentos de CLAE
A cromatografia líquida de alta eficiência foi realizada em equipamento
SCL10A vp SHIMADZU, utilizando bomba LC 6AD SHIMADZU, detector de
ultravioleta modelo SPD 10AV vp SHIMADZU e válvula de injeção Rheodyne 7725i.
Equipamento de CCDPR
A cromatografia em camada delgada preparativa rotativa foi realizada em
aparelho CROMATOTROM modelo 8924-Harrison Research, utilizando bomba
modelo RHSY- Fluid Metering inc.
Equipamento de Ressonância Magnética Nuclear (RMN)
Os espectros de ressonância magnética nuclear foram obtidos nos aparelhos
ARX 200 MHz e DRX 400 MHz da Bruker.
Equipamento de CG-EM
Os espectros de CG-EM foram obtidos em aparelho CG-EM SHIMADZU
modelo QP5000.
Procedimento experimental
25
Evaporadores rotativos
Os extratos e frações foram evaporados em evaporadores rotativos Buchi
modelo Rotavapor R-114, equipados com banhos BÜCHI B-480 e recirculador
refrigerado NESLAB, modelo CFT-25 mantido a 5 ºC e BÜCHI, Rotavapor ELB1,
equipado com banho BÜCHI 461 e recirculador refrigerado NESLAB, modelo CFT-
25 mantido a 5 ºC.
3.3 Material botânico
O material botânico de procedência variada foi coletado e devidamente
identificado pelo Prof. Dr. José Rubens Pirani do Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.
3.3.1- Obtenção dos extratos
Os extratos das plantas escolhidas já se encontravam preparados e
congelados no próprio laboratório. Estes extratos foram preparados a partir da
adição de solventes orgânicos ao material vegetal seco e moído. Estes solventes
foram adicionados em ordem crescente de polaridade. Para cada solvente
adicionado foram feitas 3 extrações num intervalo de no mínimo 2 dias. Os extratos
foram concentrados por destilação de solventes sob pressão reduzida.
3.3.1.1- Particionamento dos extratos brutos
Os extratos com atividades biológicas satisfatórias (maiores que 70%) foram
suspensos em uma mistura água destilada e 25% de metanol e transferidos para um
funil de separação de 1L, em seguida foi adicionado hexano e após agitação e
formação de fase a fração hexânica foi separada. Posteriormente, o procedimento
foi repetido adicionando diclorometano e acetato de etila respectivamente a fase
metanol-água restante. As fases orgânicas obtidas foram concentradas por
destilação do solvente sob pressão reduzida em evaporadores rotativos.
Procedimento experimental
26
3.3.1.2- Estudo fitoquímico do extrato metanólico do caule de Rauia sp
O extrato metanólico do caule de Rauia sp (RCM) foi submetido à partição
líquido-líquido seguindo o procedimento descrito no item anterior, gerando quatro
frações: fração hexânica (RCMH), fração diclorometânica (RCMD), fração acetato de
etila (RCMA) e fração hidroalcoólica (RCM-hidro) (ESQUEMA 3.1).
ESQUEMA 3.1- Particionamento do extrato metanólico do caule de Rauia sp.
3.3.1.2.1- Estudo fitoquímico da fração hexânica do extrato metanólico do
caule de Rauia sp
A fração hexânica do extrato metanólico do caule de Rauia sp (RCMH) foi
estudada fitoquimicamente utilizando diversas técnicas cromatográficas. O
fracionamento levou ao isolamento do alcalóide N-metil-4-metoxi-2-quinolona (13) e
da mistura dos esteróides β-sitosterol e estigmasterol (31+32). O esquema 3.2
mostra de forma resumida como este estudo foi realizado.
RCM
103,0g
RCMH
3,0g
RCMD
10,5g
RCMA
15,0g
RCM-hidro
Procedimento experimental
27
(a) CC, φxh= 4,0x23,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila
15% até 100% de acetato de etila.
(b) CC, φxh = 3,0x40,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila
10% até 100% de acetato de etila.
(c) CC, φxh =2,5x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila 5%
até 100% de acetato de etila.
(d) CC, φxh =2,5x55,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila
50% até 100% de metanol.
ESQUEMA 3.2- Fracionamento da fração hexânica do extrato metanólico do caule
de Rauia sp (RCMH).
3.3.1.2.2- Estudo fitoquímico da fração diclorometânica do extrato metanólico
do caule de Rauia sp
A fração diclorometânica do extrato metanólico do caule de Rauia sp (RCMD)
foi estudada fitoquimicamente utilizando diversas técnicas cromatográficas. O
fracionamento levou ao isolamento das cumarinas murralongina (4), murrangatina
(5), munomicrolina (6), acetato de murrangatina (7), rauianina (8), 3-etil rauianina (9)
e umbeliferona (11)e dos alcalóides N-metil-4-metoxi-2-quinolona (13), mirtopsina
(14), dictamina (15), fagarina (16), esquimianina (17), Z-rhoifolinato de dimetila (18),
RCMH
3,0g
RCMH 4
216,0mg
RCMH 1
131,0 mg
RCMH 2
264,3 mg
RCMH 3
315,7mg
RCMH 6
185,0 mg
RCMH 7
179,8 mg
RCMH 5
46,0mg
RCMH 12
230,7 mg
RCMH 8
328,9 mg
RCMH 9
229,0 mg
RCMH 11
259,0 mg
RCMH 10
233,7 mg
Substâncias
31 e 32
15,0 mg
Substâncias
31 e 32
50,0 mg
Substância
13
26,0g
a
c
b
d
Procedimento experimental
28
8-hidroxi-N-metilflindersina (19), zantobungeanina (20), zantodiolina (21), 7-hidroxi-
8-metoxi-N-metilflindersina (22) e veprissina (20). Os esquemas 3.3, 3.4, 3.5, 3.6 e
3.7 mostram de forma resumida como este estudo foi realizado.
(a) CC, φxh= 4,2x52,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol a
2% até 100% de metanol.
ESQUEMA 3.3- Fracionamento da fração diclorometânica do extrato metanólico do
caule de Rauia sp (RCMD).
RCMD
10,5 g
RCMD 1
231,0 mg
RCMD 2
1,0 g
RCMD 3
884,0 mg
RCMD 5
865,0 mg
RCMD 7
745,0 mg
a
RCMD 9
439,0mg
RCMD 11
612,0 mg
RCMD 4
660 mg
RCMD 6
676,0 mg
RCMD 8
1,64 g
RCMD 10
768,0 mg
RCMD 12
679,0 mg
RCMD 13
591,0mg
Procedimento experimental
29
(a) CC, φxh =3,5x27,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila 5%
até 100% de metanol.
(b) CC, φxh =1,8x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 5%
até 100% de metanol.
(c) CCDP, eluente diclorometano e metanol 5%
(d) CLAE, coluna polimérica, eluente metanol, no modo preparativo isocrático, fluxo de 7 mL/min,
detector UV λ= 340 nm e 254 nm.
(e) CCDP, eluente diclorometano e metanol 2%
(f) CCDP, eluente diclorometano e acetato de etila 25%
(g) CCDP, eluente diclorometano
(h) CCDP, eluente diclorometano
(i) CC, φxh = 3,5x30,0, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e diclorometano 50% até
metanol 100%
(j) CCDP, eluente hexano e acetato de etila na proporção 1:1
(k) CCDP, eluente hexano e acetato de etila na proporção 1:1
(l) CCDP, eluente hexano e acetato de etila na proporção 1:1
(m) CC, φxh =1,7x34,5,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e acetato de
etilal 6% até 100% de metanol.
(n) CCDP, eluente hexano e acetato de etila na proporção 1:1
ESQUEMA 3.4- Fracionamento da fração RCMD2.
RCMD 2
1,0 g
RCMD 2.1
25,0 mg
RCMD 2.2
18,0 mg
RCMD 2.3
18,8 mg
RCMD 2.4
106,9 mg
RCMD 2.5
500,0 mg
RCMD 2.6
234,7 mg
a
b
Substância
20
3,1 mg
Substância
20
2,7 mg
Substância
23
4,1 m
g
Substância
23
2,4 mg
RCMD
2
.4.3
RCMD
2
.4.3
Substância
9
1,0 mg
d
c
RCMD
2
.4.7
RCMD
2
.4.9
RCMD
2
.4.10
RCMD
2
.4.11
f
e
Substância
11
2,9 m
g
RCMD
2
.5.
6
RCMD
2
.5.5.1
Substância
6
1,0 mg
Substância
7
1,0 mg
RCMD
2
.5.5.2
Substância
4
1,0 mg
g
h
j
i
k
l
Substância
8
368
mg
Substância
15
1,6 m
g
RCMD
2
.5.5
m
RCMD
2
.5.6.3
Substância
18
2,3 mg
n
Procedimento experimental
30
(a) CC, φxh =4,5x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano diclorometano 50% até
metanol 100%
(b) CC, φxh =4,3 x40,0cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 1%
até metanol 100%
(c) CC, φxh =2,5x27,5 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano 100% até
metanol 100%
(d) CCDP, eluente diclorometano e metanol 4%
(e) CCDP, eluente diclorometano e metanol 4%
(f) CC, φxh =1,1x20,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila 30%
até acetato de etila 100%
(g) CCDP, eluente diclorometano e metanol 4%
(h) CCDP, eluente hexano e acetato de etila na proporção 1:1
RCMD 3
884,0 mg
RCMD 3.1
23,7 mg
RCMD 3.2
27,7 mg
RCMD 3.3
14,6 mg
RCMD 3.5
10,0 mg
RCMD 3.7
100,5 mg
RCMD3.8
27,4 mg
a
b
Substância
22
10,0 mg
Substância
22
2,8 mg
Substância
13
7,6 mg
Substância
22
2,9 mg
Substância
17
1,9 mg
d
c
RCMD
3.6.4
RCMD
3.6.5
RCMD
3.6.7
f
e
Substância
6
6,6 mg
Substância
6
2,6 mg
Substância
5
5,0 mg
Substância
5
9,7 mg
g
h
j
l
k
RCMD3.4
24,8 mg
RCMD 3.6
640,0 mg
Substância
16
3,2 mg
Substância
17
2,2 mg
RCMD
3.6.4.4
RCMD
3.6.4.5
RCMD
3.6.4.6
RCMD
3.6.4.5.B
Substância
17
2,5 mg
RCMD
3.6.4.5.C
RCMD
3.6.4.5.C.2
RCMD
3.6.4.5.C.1
Substância
22
6,9 mg
Substância
6
2,0 mg
i
RCMD
3.6.5.5
RCMD
3.6.5.5.3
Substância
5
3,8 mg
Substância
13
35,5mg
m
n
Procedimento experimental
31
(i) CCDP, eluente hexano e acetato de etila na proporção 1:1
(j) CC, φxh =1,5x25,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila 30%
até acetato de etila 100%
(K) CC, φxh =2,5x27,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 3%
até metanol 100%
(l) CC, φxh =1,4x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 3%
até metanol 100%
(m) CCDP, eluente diclorometano e metanol 2%
(n) CC, φxh =1,5x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila 30%
até acetato de etila 100%
ESQUEMA 3.5- Fracionamento da fração RCMD3.
(a) CC, φxh =4,3x35,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 1%
até metanol 100%
(b) CCDP, eluente diclorometano e metanol 4%
(c) CCDP, eluente diclorometano e metanol 2%
(d) CCDP, eluente hexano e acetato de etila na proporção 1:1
(e) CC, φxh =2,3x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 3%
até metanol 100%
RCMD 4
660,0 mg
RCMD4.1
15,7 mg
RCMD 4.2
30,7 mg
RCMD 4.3
13,1 mg
RCMD 4.5
351,0 mg
RCMD 4.9
18,5 mg
RCMD4.10
27,4 mg
a
b
RCMD 4.4
39,8 mg
RCMD 4.8
31,1 mg
RCMD 4.6
109,5 mg
RCMD4,7
21,8 mg
RCMD
4.4.4
Substância
13
3,5 mg
RCMD
4.4.4.A
Substância
5
1,5 mg
c
d
e
RCMD
4.5.4
RCMD
4.5.4.2
f
Substância
21
1,0 mg
RCMD
4.5.4.2
g
h
Substância
19
2,5 mg
Procedimento experimental
32
(f) CC, φxh =1,9x51,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 4%
até metanol 100%
(g) CC, φxh =1,8x31,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 1%
até metanol 100%
(h) CCDP, eluente H:A na proporção 1:1
ESQUEMA 3.6- Fracionamento da fração RCMD4
(a) CEC, φxh = 3,5x34,0 cm, sephadex LH 20, eluição isocrática com metanol
(b) CC, φxh =3,5x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 5%
até metanol 100%
(c) CC, φxh =1,5x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano e metanol 4%
até metanol 100%
(d) CLAE, coluna polimérica, eluente M, no modo preparativo, fluxo de 7 mL/min, detector UV λ= 340
nm e 254 nm.
ESQUEMA 3.7- Fracionamento da fração RCMD6.
3.3.1.3- Estudo fitoquímico do extrato metanólico das folhas de Rauia sp1
O extrato metanólico folhas de Rauia sp1 (RF1M) foi submetido a partição
líquido-líquido seguindo o procedimento descrito no item anterior, gerando quatro
RCMD 6
676,0 mg
RCMD 6.1
16,0 mg
RCMD 3.2
69,3 mg
RCMD 6.3
347,1 mg
RCMD 3.5
33,0 mg
RCMD 3.7
2,6 mg
a
RCMD3.4
125,7 mg
RCMD 6.6
7,9 mg
RCMD
6.3.5
RCMD
6.3.5.3
b
c
d
Substância
14
2,5 mg
Procedimento experimental
33
frações: fração hexânica (RF1MH), fração diclorometânica (RF1MD), fração acetato
de etila (RFMA) e fração hidroalcoólica (RF1M-hidro) (ESQUEMA 3.8).
ESQUEMA 3.8- Particionamento do extrato metanólico das folhas de Rauia sp1.
3.3.1.3.1- Estudo fitoquímico da fração diclorometânica do extrato metanólico
do das folhas de Rauia sp1
A fração diclorometânica do extrato metanólico das folhas de Rauia sp
(RF1MD) foi estudada fitoquimicamente utilizando diversas técnicas cromatográficas.
O fracionamento levou ao isolamento das cumarinas murpaniculol (1), 7-metoxi-8-(2-
acetoxi-3-metil-1-oxobut-2-enil)-cumarina (2), isomurranganona (3), murralongina (4).
murrangatina (5), munomicrolina (6), acetato de murrangatina (7), rauianina (8), 5-
metoxirauianina (10), umbeliferona (11) e isoesquimianina (12) e do alcalóide
dictamina (15), das amidas paprazina (26) e N-trans-feruloiltiramina (27), do
flavonóide 3,7,4’-trimetoxi-5-hidroxiflavona (28) da lignana siringaresinol (29) e do
composto fenólico ácido vanílico (30). Os esquemas 3.9, 3.10 e 3.11 mostram de
forma resumida como este estudo foi realizado.
RF1M
67,7,0g
RF1MH
5,0g
RF1MD
7,3 g
RF1MA
21,0g
RF1M-hidro
Procedimento experimental
34
(a) CC, φxh= 5,3x53,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano 100% até metanol
100%
ESQUEMA 3.9- Fracionamento da fração diclorometânica do extrato metanólico das
folhas de Rauia sp (RF1MD).
(a) CC, φxh= 5,3x53,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano 100% até metanol
100%
(b) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com hexano 100% até acetato de etila
100%
RF1MD
7,3 g
RF1MD 1
24,0 mg
RF1MD 2
147,9 mg
RF1MD 3
100,3 mg
RF1MD 5
139,2 mg
RF1MD 7
100,4 mg
a
RF1MD 9
928,8 mg
RF1MD 11
571,6 mg
RF1MD 4
120,5 mg
RF1MD 6
91,2 mg
RF1MD 8
524,4 mg
RF1MD 10
309,8 mg
RF1MD 12
322,5 mg
RF1MD 13
836,6mg
RF1MD 14
2,3,0 g
RF1MD
7,3 g
RF1MD 2
147,9 mg
RF1MD 3
100,3 mg
a
RF1MD 4
120,5 mg
RF1MD
2.3
Substância
15
2,5 mg
Substância
28
1,6 mg
Substância
8
10,0 mg
b
c
RF1MD 5
139,2 mg
Substância
15
2,5 mg
d
RF1MD
4.9
RF1MD
4.10
e
Substância
3
2,4 mg
RF1MD
4.9.4
Substância
10
1,3 mg
h
g
f
Substância
2
6,6 mg
RF1MD
5.8
Substância
4
1,4 mg
Substância
7
2,0 mg
Substância
1
2,5 mg
Substância
12
2,2 mg
RF1MD
5.8.1
i
j
k
Procedimento experimental
35
(c) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com diclorometano 100% até
diclorometano e metanol 50%
(d) CC, φxh =2,3x30,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com diclorometano 100% até
metanol 100%
(e) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com hexano e diclorometano 50% até
diclorometano e metanol 50%
(f) CCDP, eluente diclorometano 100%
(g) CLAE, coluna polimérica, eluente metanol, no modo preparativo, fluxo de 7 mL/min, detector UV
λ= 340 nm e 254 nm.
(h) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila 50%
até acetato de etila e metanol 50%
(i) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com hexano 100% até acetato de etila
100%
(j) CC, φxh =1,5x20,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando hexano e diclorometano 50% até
metanol 100%
(k) CLAE, coluna polimérica, eluente metanol, no modo preparativo, fluxo de 7 mL/min, detector UV
λ= 340 nm e 254 nm.
ESQUEMA 3.10- Fracionamento das frações RF1MD 2, RF1MD 3, RF1MD 4 e
RF1MD 5.
(a) CC, φxh= 5,3x53,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano 100% até metanol
100%
RF1MD
7,3 g
RF1MD 6
91,2 mg
RF1MD 7
100,4 mg
a
RCMD 8
524,4 mg
Substância
26
2,6 mg
Substância
8
15,0 mg
b
RF1MD 9
928,8 mg
Substância
5
14,5 mg
c
RF1MD
8.9
d
Substância
27
6,4 mg
Substância
29
14,1 mg
h
f
e
RF1MD
9.4
Substância
30
2,2 mg
g
Substância
6
2,0 mg
RF1MD
8.9.3
Procedimento experimental
36
(b) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com diclorometano 100% até
diclorometano e metanol 50%
(c) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com hexano e diclorometano 50% até
diclorometano e metanol 50%
(d) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com diclorometano 100% até
diclorometano e metanol 50%
(e) CC, φxh =1,2x32,0 cm, sílica flash, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila 50%
até metanol 100%
(f) CCDP, eluente diclorometano 100%
(g) CC, dxh=5,2x48,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano e diclorometano
50% até metanol 100%
(h) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com diclorometano 100% até
diclorometano e metanol 50%
ESQUEMA 3.11- Fracionamento das frações RF1MD 6, RF1MD 7, RF1MD 8 e
RF1MD 9.
3.3.1.4- Estudo fitoquímico do extrato metanólico das folhas de Rauia sp
O extrato metanólico das folhas de Rauia sp (RFM) foi submetido à partição
líquido-líquido seguindo o procedimento descrito no item anterior, gerando quatro
frações: fração hexânica (RFMH), fração diclorometânica (RFMD), fração acetato de
etila (RFMA) e fração hidroalcoólica (RFM-hidro) (ESQUEMA 3.12).
ESQUEMA 3.12- Particionamento do extrato metanólico das folhas de Rauia sp.
RFM
85,7 g
RF1MH
4,0g
RFMD
4,8 g
RF1MA
15,0g
RF1M-hidro
Procedimento experimental
37
3.3.1.4.1- Estudo fitoquímico da fração diclorometânica do extrato metanólico
do das folhas de Rauia sp
A fração diclorometânica do extrato metanólico das folhas de Rauia sp
(RFMD) foi estudada quimicamente utilizando diversas técnicas cromatográficas. O
fracionamento levou ao isolamento das cumarinas rauianina (8) e umbeliferona (11).
O esquema 3.13 mostra de forma resumida como este estudo foi realizado.
(a) CC, φxh= 5,0x50,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano 100% até metanol
100%
(b) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com hexano e diclorometano 50% até
diclorometano e metanol 50%
(c) CCDPR, fase estacionária sílica eluição gradiente iniciando com hexano e diclorometano 50% até
diclorometano e metanol 50%
ESQUEMA 3.13- Fracionamento da fração diclorometânica do extrato metanólico
das folhas de Rauia sp (RFMD).
RFMD
4,8g
RFMD 4
291,0 mg
RFMD 1
268,5 mg
RFMD 2
100,7 mg
RFMD 3
105,5
RFMD 6
134,0 mg
RFMD 7
159,2 mg
RFMD 5
233,4mg
RFMD 8
258,9 mg
RFMD 9
892,3 mg
RFMD 10
273,1 mg
a
c
b
Substância
8
34,4 mg
Substância
11
20,0 mg
Substância
8
26,4 mg
Substância
11
12,5 mg
Procedimento experimental
38
3.3.1.5- Estudo fitoquímico do extrato diclorometano do caule da
Conchocarpus macrophyllus.
O extrato diclorometanânico do caule da Conchocarpus macrophyllus foi
estudado fitoquimicamente utilizando diversas técnicas cromatográficas. O
fracionamento levou ao isolamento dos alcalóides acridônicos arborinina (24) e
metilarborinina (25). O esquema 3.14 mostra de forma resumida como este estudo
foi realizado.
(a) CC, φxh = 5,5x35,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano e acetato de etila
10% até metanol 100%
(b) CC, φxh = 3,2x35,0 cm, sílica comum, eluição gradiente iniciando com hexano 100% até metanol
100%
(c) CCPDR, fase estacionária sílica e florisil eluição gradiente iniciando com diclorometano 100% até
diclorometano e metanol 50%
(d) CEC, φxh = 3,5x27,0 cm, sephadex LH 20, eluição isocrática com metanol e diclorometano 25%
(e) CCDP, eluente diclorometano 100%
ESQUEMA 3.14- Fracionamento do extrato diclorometânico do caule da
Conchocarpus macrophyllus.
CMCD
4,8g
CMCD 1
147,9 mg
CMCD 2
61,1 mg
CMCD 3
230,0
CMCD5
100,0 mg
CMCD 6
331,9 mg
CMCD 7
733,1 mg
CMCD 10
418,8 mg
a
CMCD 4
198,7 mg
CMC 8
258,5 mg
CMC 9
1,2 g
e
c
Substância
24
1,5 mg
Substância
24
4,7 mg
Substância
25
1,2 mg
CMCD
9.9
d
Substâncias
31 e 32
200,0 mg
b
Procedimento experimental
39
3.4- Ensaios Biológicos
3.4.1- Ensaio tripanocida “in vitro” sobre a forma tripomastigota de T. cruzi
Os ensaios foram realizados no Departamento de Análises Clínicas,
Toxicológicas e Bromatológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
Ribeirão Preto (USP).
Para a realização do ensaio foi utilizado sangue de camundongos albinos
Swiss experimentalmente infectados com a cepa Y do parasita. O sangue dos
camundongos foi obtido através de punção cardíaca após sete dias de infecção,
onde ocorre o pico de parasitemia. O sangue contaminado foi diluído em sangue de
um animal sadio a fim de obter uma concentração de 2x10
6
formas tripomastigotas
por mL de sangue. Como anticoagulante foi utilizado citrato de sódio a 3,8% e pH
7,3 na proporção de um volume de citrato para três de sangue infectado. Os extratos
e as substâncias puras foram solubilizados em DMSO. Os ensaios foram realizados
em microplacas de titulação (96 poços) onde foram colocados o sangue
contaminado e os extratos ou substâncias puras solubilizados em DMSO. Em
seguida o material foi incubado por um período de 24 horas a 4
0
C. Como controle
foram utilizados sangue infectado e sangue infectado com adição de 250 ug/ml de
violeta genciana. Após o período de incubação o numero de parasitas foi
determinado colocando-se uma alíquota de 5 µL de sangue sobre uma lâmina
coberta com uma lamínula de 22 x 22 mm e contando-se os parasitas em 50
campos microscópicos. Todos os ensaios foram realizados em triplicata. O resultado
do ensaio foi expresso em porcentagem de lise parasitária.
Os extratos foram ensaiados numa concentração de 4mg/mL e as
substâncias puras nas concentrações de 100, 250 e 500 µM.
3.4.2- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi
A enzima glicolítica gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase é uma enzima
recombinamte obtida em um sistema de expressão de Escherichia coli. A
preparação e purificação da mesma são feitas rotineiramente no Laboratório de
Cristalografia de Proteínas e Biologia Estrutural do Instituto de Física de São Carlos
Procedimento experimental
40
(IFSC-USP), de acordo com procedimentos estabelecidos por SOUZA et aI. (1998).
Essa enzima catalisa a conversão de gliceraldeído-3-fosfato (G3P) a 1,3-
bifosfoglicerato, na presença de fosfato inorgânico e cofator NAD
+
. Os ensaios de
inibição enzimática estão baseados nesta reação, e nestes são feitas medidas
espectrofotométricas de NADH formado, durante 30 s a 340 nm.
O teste baseia-se no procedimento desenvolvido por BARBOSA e NAKANO
(1987) e descrito por VIEIRA et aI. (2001). A mistura reacional (1 mL) contém 50 mM
de tampão tris-HCI (pH 8,6) com 1mM de β-mercaptoetanol e EDTA, 30 mM de
arseniato de sódio, 2,5 mM de NAD
+
, 4-9 µg de gGAPDH e 0,3 mM de G3P (que é
adicionado por último).
Para a realização dos ensaios, preparam-se soluções de 1,0 mg/mL dos
extratos brutos, frações ou substâncias puras em DMSO, que são adicionadas ao
meio reacional descrito. A concentração final de DMSO é de 10%, o que não
interfere na atividade da enzima. Sempre são realizados ensaios controle na
ausência das substâncias a serem testadas com igual volume de DMSO, que são
considerados como "branco". Todas as medidas são feitas em triplicata e a atividade
específica da enzima (AE) é calculada através da formula a seguir:
Onde:
b= coeficiente angular de uma reta obtida através da plotagem dos valores de
Abs versus t
V
cubeta
=volume da cubeta em mL
V
enzima
=volume da enzima na cubeta em mg/ mL
C
enzima
=concentração da enzima em mg/ mL
ε
NADH
= 6,22mM
-1
cm
-1
AE(U/mg)= b.V
cubeta
6,22. V
enzima
. C
enzima
Procedimento experimental
41
Após obter os valores de AE do inibidor e do DMSO, a porcentagem de
atividade inibitória (% AI), é calculada pela fórmula:
As medidas do potencial inibitório dos extratos foram realizados na
concentração de 200 µg/mL.
3.4.3- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi (novo protocolo)
Durante a realização do trabalho as condições do ensaio sobre a enzima
gGAPDH foram modificadas, utilizando como tampão o TEA (trietanolamina)
garantindo melhor reprodutibilidade e confiabilidade dos resultados analisados, o pH
passou de 8,6 para 7,5 para mimetizar as condições fisiológicas. Neste caso a
mistura reacional passou a conter tampão TEA (trietanolamina) pH 7,5 concentração
final de 100 mMol/L, 1mM de β-mercaptoetanol e EDTA, 30 mM de arseniato de
sódio, NAD concentração final de 400 µMol/L, G3P com concentração final de 600
µM, enzima com concentração final de 13 nMol/L.
Neste caso também são feitas medidas espectrofotométricas de NADH
formado durante 30 s, a 340 nm. A porcentagem de atividade inibitória é calculada
da mesma forma descrita no item anterior.
As substâncias puras foram testadas na concentração final de 200µM.
3.4.4- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi (utilizando Tio-NAD como cofator)
Considerando que várias substâncias apresentam absorção no mesmo
comprimento de onda do NADH (340nm) causando interferência na análise uma
alternativa adotada foi mudar o cofator da reação. Para isso foi desenvolvido um
ensaio utilizando Tio-NAD como cofator. A estrutura do Tio-NAD difere da estrutura
do NAD devido a presença de um átomo de enxofre no lugar do oxigênio da amida.
% AI= AE
inibidor
-AE
DMSO
x.100
AE
DMSO
Procedimento experimental
42
Neste caso a mistura reacional contem tampão TEA (trietanolamina) pH 7,5
concentração final de 100 mMol/L, 1 mM de β-mercaptoetanol e EDTA, 30 mM de
arseniato de sódio, Tio-NAD
+
concentração final de 250 µMol/L, G3P com
concentração final de 800 µM, enzima com concentração final de 41nMol/L.
Neste caso são feitas medidas espectrofotométricas de Tio-NADH formado,
durante 30 s a 400 nm. A porcentagem de atividade inibitória é calculada da mesma
forma descrita no item anterior.
3.4.5- Ensaio de inibição da atividade de APRT Adenina Fosforibosiltransferase
de Leishmania tarentolae
A enzima adenina fosforibosiltransferase (APRT) foi obtida de Leishmania
tarentolae. Esta enzima foi isolada de lagartos e não é capaz de infectar seres
humanos (CROAN et al, 1997; NOYES et al., 1997). Porém estudos envolvendo
sequenciamento do gene de APRT de Leishmania tarentolae revelaram grande
identidade com a proteína homologa de Leishmania donovani (PHILLIPIS, et al.,
1999). A identidade de 85% nas seqüências de aminoácidos dessas duas APRTs
permite que as estruturas tridimensionais também sejam similares e dessa forma,
as informações obtidas com APRT de L. tarentolae podem ser usadas na busca de
novos fármacos contra a leishmaniose humana.
A APRT é expressa em Escherichia coli e purificada no Laboratório de
Cristalografia de Proteínas e Biologia Estrutural do Instituto de Física de São Carlos
(IFSC-USP).
Ela catalisa a reação nucleofílica entre a adenina e o fosforribosilpirofosfato
(PRPP), com a formação de adenosina-monofosfato(AMP). Os ensaios de inibição
enzimátiva estão baseados nesta reação e nestes são feitas as medidas
espectrométricas de AMP formado durante 60 s, a 259 nm.
O ensaio baseia-se no procedimento descrito por TUTLE e KRENITSKY
(1980) com algumas modificações. A mistura reacional (0,5mL) contem 0,01 mM de
adenina, 0,5 mM de PRPP, 5mM de MgCl
2
e 100 nM de tampão tris-HCl (pH 7,4).
Para cada teste são utilizados 475 µL da mistura reacional e 25 µL das soluções dos
possíveis inibidores.
Procedimento experimental
43
As medidas foram feitas em triplicata e os valores de absorbância obtidos
foram avaliados como anteriormente descrito para a enzima gGAPDH. Entretanto, o
valor de ε do AMP na fórmula para o cálculo da AE é 1,24 mM
-1
cm
-1
.
As medidas do potencial inibitório dos extratos foram realizados na
concentração de 100 µg/mL e das substâncias em concentrações variadas.
3.4.5- Ensaio de inibição da atividade da enzima PNP purina nucleosídeo
fosforilase de Schistosoma mansoni
A enzima PNP atua na via de salvação de purinas convertendo inosina a
hipoxantina, que é um dos precursores para a formação dos ácidos nucleicos.
A mistura reacional contem 50 mM de tampão fosfato pH 7,4, 100 mM de
tampão tris-HCl pH 7,4 , 10 µM de inosina, xantina oxidase e 12 nM da PNP. As
reações foram monitoradas a 293 nm, usando um ensaio padrão combinado.
Substâncias Isoladas
45
4- Substâncias Isoladas
O estudo fitoquímico de Rauia sp e Conchocarpus macrophyllus permitiu o
isolamento de 32 substâncias pertencentes a diferentes classes , cumarinas,
alcalóides, amidas, flavonóides, lignanas, compostos fenólicos e esteróides. Para
facilitar a determinação estrutural dos metabólitos isolados, estes serão discutidos
por classes.
Cumarinas
OOCH
3
O
O
HO
H
Murranganona (1)
2,5 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 34
Identificação: p. 54-57
Atividades Biológicas p. 166 e 168
OOCH
3
O
O
O
O
7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-1-oxobut-
2-enil)-cumarina (2)
6,6 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 34
Identificação: p. 57-63
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
Isomurranganona (3)
2,4 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 34
Identificação: p. 57-63
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
OOCH
3
O
O
O
O
Substâncias Isoladas
46
Murralongina (4)
2,4 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1 e caule de
Rauia sp
Isolamento: p. 29 e 34
Identificação: p.71-77
Atividades Biológicas: p. 166, 167 e 168
OOCH
3
O
O
H
OOCH
3
O
HO
HO
H
H
OOCH
3
O
HO
H
HO
H
OOCH
3
O
OO
OO
Acetato de murrangatina (7)
3,0 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 34
Identificação: p. 83-84
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
Munomicrolina (6)
14,2 mg
Procedência: folhas de Rauia sp e caule de
Rauia sp
Isolamento: p. 30 e 35
Identificação: p. 81-83
Atividades Biológicas: p. 166, 167 e 168
Murrangatina (5)
34,5 mg
Procedência: folhas de Rauia sp e caule de
Rauia sp
Isolamento: p. 30, 31 e 35
Identificação: p.78-81
Atividades Biológicas: p. 164, 166, 167 e 168
Substâncias Isoladas
47
Rauianina (8)
453,8 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1, folhas e
caule de Rauia sp
Isolamento: p. 34, 35 e 37
Identificação: p. 85-87
Atividades Biológicas: p.164, 166, 168
OOO
O
O
OOO
O
O
OOO
O
O
OCH
3
OOHO
Umbeliferona (11)
35,4 mg
Procedência: caule e folhas de Rauia sp
Isolamento: p. 37
Identificação: p.95-96
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
5-Metoxirauianina (10)
1,3 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 34
Identificação: p. 93-95
3-Etilrauianina (9)
1,0 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 29
Identificação: p.88-93
Substâncias Isoladas
48
OOH
3
CO
HO
Alcalóides
NO
OCH
3
CH
3
N
OCH
3
O
OH
OH
N
OCH
3
O
Isoescopoletina (12)
2,2 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 34
Identificação: p.96-98
Dictamina (15)
6,6 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p.34
Identificação: p.110-111
Atividades Biológicas: p.164, 166, 167 e 168
Mirtopsina (14)
2,5 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 32
Identificação: p. 105-110
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
N-Metil-4-metoxi-2-quinolona (13)
72,6 mg
Procedência:caule de Rauia sp
Isolamento: p.27, 30 e 31
Identificação: p.102-104
Atividades Biológicas: p. 164, 166, 167 e 168
Substâncias Isoladas
49
N
OCH
3
O
H
3
CO
OCH
3
N
OCH
3
O
CH
3
O
O
CH
3
O
O
N
O
O
CH
3
OH
Esquimianina (17)
6,6 mg
Procedência: folhas de Rauia sp
Isolamento: p. 30
Identificação: p.113-115
Atividades Biológicas: p. 164, 166, 167 e 168
8-Hidroxi-N-metilflindersina (19)
2,5 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p.31
Identificação: p. 117-119
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
Z-Rhoifolinato de dimetila (18)
2,3 mg
Procedência: folhas de Rauia sp
Isolamento: p. 30
Identificação: p. 115-116
Atividades Biológicas: p.166 e 168
N
OCH
3
O
OCH
3
γ-Fagarina (16)
3,2 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 30
Identificação: p. 112-113
Atividades Biológicas: p. 164, 166, 167 e 168
Substâncias Isoladas
50
N
O
O
CH
3
OCH
3
HO
7-Hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina (22)
22,6 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 30
Identificação: p. 127-132
Atividades Biológicas: p. 166, 167 e 168
N
O
O
CH
3
OCH
3
Zantobungeanina (20)
5,8 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 29
Identificação: p. 120-121
Atividades Biológicas: p.167
N
O
O
HOCH
3
OH
OH
H
H
Zantodiolina (21)
1,0 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 31
Identificação: p. 122-126
N
O
O
CH
3
OCH
3
H
3
CO
Veprissina (23)
6,5 mg
Procedência: caule de Rauia sp
Isolamento: p. 29
Identificação: p. 133-134
Atividades Biológicas: p. 167
Substâncias Isoladas
51
Amidas
N
CH
3
OOH
OCH
3
OCH
3
N
CH
3
O
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
Arborinina (24)
6,2 mg
Procedência: caule de C. macrophyllus
Isolamento: p. 38
Identificação: p.134-137
Atividades Biológicas: p.167
Metilarborinina (25)
1,2 mg
Procedência: caule de C. macrophyllus
Isolamento: p. 38
Identificação: p. 138-139
Atividades Biológicas: p.164
N-trans feruloiltiramina (27)
6,4 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p.35
Identificação: p. 145-147
Atividades Biológicas: p. 164 e 167
Paprazina (26)
2,6 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 35
Identificação: p. 143-145
Atividades Biológicas: p. 164 e 167
HO
N
OH
O
HO
N
OH
O
H
3
CO
Substâncias Isoladas
52
Flavonóide
Lignana
Composto Fenólico
3,7,4’-Trimetoxi-5-hidroxi flavona (28)
1,6 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 34
Identificação: p. 148-150
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
O
O
OCH
3
OH
OCH
3
HO
H
3
CO
H
3
CO
H
H
Siringaresinol (29)
14,1 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 38
Identificação: p.138-139
Atividades Biológicas: p. 164
H
3
CO O
OOH
OCH
3
OCH
3
OH
OCH
3
OHO
Ácido vanílico (30)
2,2 mg
Procedência: folhas de Rauia sp1
Isolamento: p. 35
Identificação: p. 145-147
Atividades Biológicas: p. 164 e 167
Substâncias Isoladas
53
Esteróides
estigmasterol
HO
H
HH
β−sitosterol
HO
H
HH
Mistura do sitosterol(31) e
estigmasterol (32)
265 mg
Procedência: folhas de Rauia sp e
caule de C. macrophyllus
Isolamento: p. 34
Identificação: p.148-150
Atividades Biológicas: p. 166 e 168
Determinação Estrutural
55
5- Determinação estrutural
5.1- Cumarinas
As cumarinas são substâncias amplamente encontradas em plantas.
Entretanto, espécies pertencentes às famílias Rutaceae e Umbelliferae representam
as fontes mais ricas destes metabólitos, onde ocorrem com grande diversidade
estrutural (GRAY & WATERMAN, 1978; ESTÉVEZ-BRAUM & GONZÁLEZ, 1997).
Foram isoladas de Rauia sp oito substâncias que apresentaram o mesmo
padrão de sinais na região aromática do espectro de RMN
1
H, sendo quatro dubletos
integrando para um hidrogênio cada, característicos de sistema AX. Dois deles em δ
6,1-6,4 e δ 7,5-8,3, com constante de acoplamento da ordem de 9,5 Hz, referentes
aos hidrogênios nas posições 3 e 4 respectivamente e outros dois com constante de
acoplamento da ordem de 8,5 Hz ocorrendo em δ 6,6-6,9 e em δ 7,1-7,5 indicam
substituição no carbono 8 (MURRAY et al., 1982).
FIGURA 5.1- Região aromática do espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) de
cumarinas substituídas na posição 8.
Os espectros de RMN
13
C de cumarinas substituídas nas posição 8
apresentam sinais característicos para o esqueleto cumarínico: δ 160,8-160,0 (C-2);
δ 113,6-112,8 (C-3); δ 143,9-143,3 (C-4); δ 113,6-111,8 (C-4a); δ 130-126,6 (C-5); δ
108,1-107,1 (C-6); δ 161,6-159,7 (C-7); δ 116,1-112,1 (C-8); δ 154,7-152,0 (C-8a); δ
56,4-55,8 (C7-OMe) (SUAREZ & MONACHE, 1991).
OOH
3
CO
R
3
4
4a
5
6
7
8a
2
8
H4 H5 H6 H3
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0
Determinação Estrutural
56
5.1.1- Determinação Estrutural da Substância 1
A substância 1 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 1 (FIGURA 5.2)
apresenta quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituído nas posições 7 e 8 (MURRAY et al., 1982) como discutido no
item 5.1. Observa-se um singleto integrando para três hidrogênios em δ 3,87 que
pode ser atribuído a uma metoxila na posição 7.
O espectro apresenta ainda dois dubletos em δ 5,90 e δ 4,24 (1H, J= 4,9Hz).
No espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
+ D
2
O) da substância 1 (FIGURA 5.3) o
sinal em δ 4,24 não é observado indicando a presença de um grupo hidroxila, e
observa-se um singleto em δ 5,90 sugerindo que o hidrogênio hidroxílico acopla com
o carbinólico.
Observa-se ainda um septupleto em δ 2,61 (1H J=7,0 Hz) e dois dubletos
integrando para 3 hidrogênios cada, em δ 1,12 (J=7,0 Hz) e δ 0,99 (J=7,0 Hz),
sugerindo a presença de duas metilas ligadas a um CH.
O espectro de RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.4) mostra sinais
referentes a 15 carbonos. Observa-se os sinais característicos do esqueleto
cumarínico substituído nas posições 7 e 8. Observa-se ainda um sinal em δ 212,5
que sugere a presença de uma carbonila no grupo ligado ao carbono 2’, um sinal em
δ 68,5 confirma a presença carbono carbinólico e os sinais em δ 19,7 e δ 17,9 são
atribuídos às metilas.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam a
seguinte estrutura para a substância 1
substância 1
OOCH
3
O
O
HO
H
54
3
6
1'
2'
3'
4'
5'
Determinação Estrutural
57
ITO e colaboradores em 1987 isolaram esta substância que foi chamada de
murranganona e apresentou atividade ótica ([α]
D
=+105,8 em clorofórmio). Porém em
1989 IMAI e colaboradores isolaram uma substância supostamente idêntica à
murranganona, para a qual não foi observada atividade ótica sendo a substância
chamada de murpaniculol. A atividade óptica da substância 1 foi medida em
diclorometano e o valor encontrado foi de [α]
D
=+5,5, portanto a substância 1 possui
atividade ótica.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância 1 é a cumarina conhecida como murranganona isolada anteriormente de
Murraya exotica (ITO et al., 1987). Os dados RMN de
1
H (ITO et al., 1987) e de
13
C
(IMAI et al., 1987), da substância 1, assim como os dados da literatura estão
representados na TABELA 5.1.
FIGURA 5.2- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da murranganona.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A37N5811
Date
01 Sep 1971 11:15:44
Date Stamp
01 Sep 1971 11:15:44
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\A37N5811.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
9
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
3.473.33 3.142.931.061.02 1.01 0.970.95 0.920.89
7.6774
7.6295
7.4873
7.4441
7.2624
6.8877
6.8441
6.3185
6.2709
5.9141
5.8897
4.2599
4.2351
3.8744
3.4921
2.7037
2.6758
2.6415
2.6064
2.5726
2.5388
2.5036
1.5744
1.1502
1.1150
1.0006
0.9674
0.0000
Determinação Estrutural
58
FIGURA 5.3- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
+ D
2
O) da murranganona
FIGURA 5.4- Espectro de RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
) da murranganona.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A385811H
Date
06 Sep 1971 12:00:48
Date Stamp
06 Sep 1971 12:00:48
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\BACK UP RMN\TATI\RMN\2004\A385811H.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
8
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
3.53 3.193.091.13 1.131.05 1.020.98 0.89
TMS
7.6806
7.6331
7.4900
7.4468
7.2640
6.8906
6.8474
6.3201
6.2723
5.8973
5.3019
4.7690
3.8774
3.4780
2.7086
2.6780
2.6434
2.6088
2.5745
2.5390
2.5063
1.2553
1.1510
1.1155
0.9998
0.9666
0.0000
Determinação Estrutural
59
TABELA 5.1- Dados de RMN de
1
H e
13
C da murranganona
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.) δ
C
(c)
δ
C
(c)
(lit)
2 160,6 ou 160,1 160,4 ou 159,9
3 6,29 (d, 9,6 Hz) 6,29 (d, 9,4 Hz) 113,7 113,1 ou 113,3
4 7,65 (d, 9,6 Hz) 7,65 (d, 9,4 Hz) 143,5 143,5
4a 113,2 113,1 ou 113,3
5 7,47 (d, 8,6 Hz) 7,46 (d, 8,7 Hz) 129,6 129,5
6 6,87 (d, 8,6 Hz) 6,86 (d, 8,7 Hz) 107,9 107,8
7 160,6 ou 160,1 160,4 ou 159,9
8 n.o. 114,3
8a 153,5 153,2
1’ 5,90 (d, 4,9Hz) 5,90 (d, 5,7Hz) 68,5 68,3
2’ 212,5 212,4
3’ 2,61(sep, 7,0Hz)
2,61 (quint,
6,7Hz)
35,9 35,7
4’ 1,12 (d, 7,0 Hz) 1,13 (d, 6,7 Hz) 18,0 ou 19,7 17,8 ou 19,4
5’ 0,99 (d, 7,0 Hz) 0,98 (d, 6,7 Hz) 18,0 ou 19,7 17,8 ou 19,4
OCH
3
3,87 (s) 3,87 (s) 56,2 56,1
OH
4,24 (d, 4,9Hz) 5,23 (d, 5,7Hz)
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 270MHz; (c) CDCl
3
, 100MHz; n.o.=não observado
5.1.2- Determinação Estrutural da Substância 2
A substância 2 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 2 (FIGURA 5.5)
apresenta os quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (MURRAY et al., 1982), como discutido
no item 5.1. Observa-se um singleto integrando para três hidrogênios em δ 3,88 que
pode ser atribuído a uma metoxila na posição 7.
O espectro apresenta ainda três singletos, que integram para três hidrogênios
cada, em δ 2,27, δ 1,85 e δ 1,81 o que sugere a presença de metilas sobre dupla
ligação e/ou metila de grupo acetato.
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.6) mostra sinais
referentes a 17 carbonos. Além dos sinais característicos do esqueleto cumarínico
substituído nas posições 7 e 8, observa-se um sinal em δ 186,2 que sugere a
Determinação Estrutural
60
presença de uma carbonila e um sinal em δ 168,6 que sugere a presença de uma
carbonila de éster.
FIGURA 5.5- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 2.
FIGURA 5.6- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 2.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A213D66.15
Date
14 May 1971 13:18:59
Date Stamp
14 May 1971 13:18:59
File Name
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
1
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
6.123.11 2.991.031.00 0.990.99
TMS
0.0000
1.6265
1.8136
1.8464
2.2795
3.8833
3.9639
6.2401
6.2877
6.8430
6.8866
7.2643
7.4322
7.4757
7.5966
7.6441
1.9 1.8
1
2.972.77
1.8464
1.8136
Acquisition Time (sec)
2.4248
Comment
A243D6N13
Date
05 Jun 1971 21:20:21
Date Stamp
05 Jun 1971 21:20:21
File Name
Frequency (MHz)
50.33
Nucleus
13C
Number of Transients
36112
Origin
tatiane
Original Points Count
32768
Owner
tatiane
Points Count
32768
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
13513.51
Temperature (degree C)
27.000
190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20
ppm
Chloroform-d
186.2546
168.6204
159.7542
159.4674
151.7812
143.0133
142.7592
140.7434
129.5910
117.8076
113.9891
112.5633
107.8515
77.6392
77.0000
76.3690
56.5306
21.6147
20.3528
19.9923
Determinação Estrutural
61
O mapa de contorno de HMBC (FIGURAS 5.7, 5.8 e 5.9) mostra as
correlações dos hidrogênios com os carbonos a uma, duas e três ligações.
FIGURA 5.7-Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 2.
A análise da expansão da região aromática no mapa de contorno de HMBC
(FIGURA 5.8) mostra as correlações do esqueleto cumarínico.
Determinação Estrutural
62
FIGURA 5.8- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 2.
A análise da expansão da região das metilas no mapa de contorno de HMBC
(FIGURA 5.9) mostra a correlação dos hidrogênios das metilas com carbonos com
sinais entre δ
C
145 e δ
C
190. Através da correlação entre o hidrogênio em δ
H
1,81 e o
carbono em δ
C
168,6 foi possível atribuir esta metila ao grupo acetato. Foi observada
uma correlação fraca entre o sinal da metila em δ
H
2,28 e a carbonila do éster (δ
C
168,6), indicando que esta metila está na posição trans em relação ao grupo
acetato. Tanto o sinal em δ
H
2,28 quanto em δ
H
1,85 mostraram correlação com os
sinais em δ
C
140,7 e δ
C
143,0 e com a carbonila em δ
C
186,2, portanto a metila com
112,6
151,8
159,5
159,8
OOH
3
CO
H
H
R
6,26
7,49
116
142,8
3,88
117,8
6,87
7,62
OOH
3
CO
H
H
R
159,8
159,5
151,8
112,6
114,0
56,5
3,88
114,0
142,8
129,6
107,9
OOCO
H
HH
H
R
H
3
6,26
7,62
6,87
7,46
Determinação Estrutural
63
sinal em δ
H
2,28 se encontra na posição cis com relação à carbonila. A presença da
carbonila faz com que o sinal da metila na posição cis seja mais desblindado (δ
H
2,28) em que a metila na posição trans (δ
H
1,85), isso ocorre porque os elétrons π da
ligação C=O blindam as zonas cônicas acima e abaixo do plano e desblindam as
zonas laterais (SILVERSTEIN & WEBSTER, 2000).
FIGURA 5.9- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 2.
A análise da expansão da região das metilas no mapa de contorno de HMBC
(FIGURA 5.10) mostra a correlação dos hidrogênios das metilas com carbonos com
sinais entre δ
C
10 e δ
C
30. Observam-se as correlações a uma ligação entre o sinal
em δ
H
1,82 e δ
C
20,0; δ
H
1,85 e δ
C
21,6 e δ
H
2,28 e δ
C
20,4. Observam-se ainda as
correlações a três ligações entre os sinais em δ
H
1,82 e δ
C
20,4 e entre os sinais em
δ
H
2,28 e δ
C
21,6 o que confirma que as metilas são geminais.
168.6
140,7
143,3
O
CH
3
H
3
C
OCH
3
O
2,28
1,85
O
CH
3
H
3
C
OCH
3
O
143,3
140,7
168.6
1,85
2,28
1,85
2,28
168.6
140,7
143,3
O
CH
3
H
3
C
OCH
3
O
1,81
Determinação Estrutural
64
FIGURA 5.10- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 2.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância 2 é a cumarina conhecida como 7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-1-oxobut-2-
enil)-cumarina, isolada anteriormente de Phebalium ralstonii (BEVALOTI et al.,
1988). Através dos dados de HSQC, HMBC e RMN
13
C foi possível atribuir
inequivocamente os deslocamentos químicos de todos os carbonos da molécula,
uma vez que nos dados da literatura os carbonos com deslocamento químico muito
próximos não foram diferenciados. Os dados RMN de
1
H e
13
C
da substância 2
assim como os dados descritos na literatura estão descritos na TABELA 5.2.
O
CC
OC
O
H
3
H
3
H
3
2,28 1,85
1,8
20,0
20,4
21,6
Determinação Estrutural
65
TABELA 5.2- Dados de RMN
1
H e de
13
C da 7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-1-oxobut-
2-enil)-cumarina.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.) δ
C
(c)
δ
C
(c)
(lit.)
2 159,8
159,7 ou
159,3
3 6,26 (d, 9,5 Hz) 6,26 (d, 9,5 Hz) 114,0 107,9
4 7,62 (d, 9,5 Hz) 7,62 (d, 9,5 Hz) 142,8 142,8
4a 112,6 112,5
5 7,46 (d, 8,7 Hz) 7,45 (d, 8,6 Hz) 129,6 129,6
6 6,87 (d, 8,7 Hz) 6,87 (d, 8,6 Hz) 107,9 113,4
7 159,5
159,7 ou
159,3
8 117,8 117,6
8a 151,8 151,6
1’ 186,2 186,2
2’ 143,0
142,9 ou
140,7
3’ 140,7
142,9 ou
140,7
4’ 1,85 s 1,85 ou 2,27 s 21,6
21,5; 20,2
ou 19,9
5’ 2,28 s 1,85 ou 2,27 s 20,4
21,5; 20,2
ou 19,9
OCH
3
3,88 s 3,88 s 56,5 56,4
CH
3
COO 1,82 s 1,81 s 20,0
21,5; 20,2
ou 19,9
CH
3
COO 168,6 168,5
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 250MHz; (c) CDCl
3
, 50MHz; (d) CDCl
3
, 90,56MHz
7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-
1-oxobut-2-enil)-cumarina
OOCH
3
O
O
O
O
54
3
6
1'
2'
3'
4'
5'
4a
8a
8
Determinação Estrutural
66
5.1.3- Determinação Estrutural da Substância 3
A substância 3 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 3 (FIGURA 5.11)
apresenta os quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (MURRAY et al., 1982) como discutido
no item 5.1. Observa-se um singleto integrando para três hidrogênios em δ 3,90 que
pode ser atribuído a uma metoxila na posição 7.
Foi observado ainda um dubleto em δ 5,75 (1H, J=3,3 Hz), um duplo
septupleto em δ 2,38 (1H, J= 6,8 e 3,3 Hz), um singleto em δ 2,07 (3H), que sugere a
presença de uma metila sobre dupla ligação ou metila de grupo acetato e um
dubleto em 1,03 (6H, J=6,8 Hz) que sugere a presença de duas metilas ligadas a um
carbono terciário (CH).
FIGURA 5.11- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 3.
5 Oct 2005
Acquisition Time (sec)
15.8336
Date
File Name
C:\USUÁRIOS\Tatiane\RMN 400MHz\D193D693\1\espec.dx
Frequency (MHz)
400.13
Nucleus
1H
Origin
SpinWorks 2.1, Kirk Marat, U of Manitoba
Original Points Count
65536
Owner
undefined
Points Count
65536
Sweep Width (Hz)
4139.05
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
6.293.40 3.251.401.05 1.050.98 0.96
0.0000
0.0707
1.0193
1.0364
1.2536
2.0739
2.3519
2.3597
2.3686
2.3765
2.3858
2.3937
2.4030
2.4114
3.9088
5.7519
5.7598
6.2646
6.2885
6.8619
6.8837
7.2674
7.4780
7.4997
7.6086
7.6326
Determinação Estrutural
67
O espectro de RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.12) mostra sinais
referentes a 9 carbonos, porém não foram observados os sinais referentes a
carbonos quaternários já que a substância foi isolada em pequena quantidade e o
tempo de aquisição de espectro não foi suficiente para que os sinais referentes aos
carbonos quaternários fossem adquiridos.
FIGURA 5.12- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 3.
A análise do mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.13)
permitiram que fossem atribuídos os deslocamentos químicos dos carbonos
hidrogenados.
Acquisition Time (sec)
2.4248
Comment
A12N493C
Date
11 Mar 1972 04:37:25
Date Stamp
11 Mar 1972 04:37:25
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\RELATÓRIO II A MISSãO\SUBST C\A12N493C.DX
Frequency (MHz)
50.33
Nucleus
13C
Number of Transients
28139
Origin
tatiane
Original Points Count
32768
Owner
tatiane
Points Count
32768
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
13513.51
Temperature (degree C)
27.000
145 140 135 130 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15
ppm
16.5589
19.8202
20.5577
29.5141
56.4077
76.3608
77.0000
77.6310
82.5803
107.5975
114.2185
130.3613
142.7019
Determinação Estrutural
68
FIGURA 5.13- Mapa de contorno de HSQC da substância 3
Através das projeções dos deslocamentos químicos do espectro de carbono
no mapa de contorno de HMBC (FIGURA 5.14), que mostra as correlações dos
hidrogênios com carbonos a duas e três ligações, foi possível estimar os
deslocamentos químicos dos carbonos quaternários.
142,7
130,3
107,5 114,2
OOO
H
HH
H
CH
3
R
56,4
6,28
7,62
3,90
6,87
7,49
16,56
1,03
1,03
19,82
CC
H
3
H
3
20,56
1,03
CH
3
C
R
R
R
H
82,6
5,75
29,5
C
R
R
R
H
2,38
pp
m
(
t2
)
1.
0
2.
0
3.
0
4.
0
5.
0
6.
0
7.
0
8.
0
2
0
3
0
4
0
5
0
6
0
7
0
8
0
9
0
10
0
11
0
12
0
13
0
14
0
15
0
5
0
Determinação Estrutural
69
FIGURA 5.14- Mapa de contorno de HMBC da substância 3
Através da análise da expansão da região de δ
H
8,0-3,5 do mapa de contorno
de HMBC (FIGURA 5.15) é possível atribuir os deslocamentos químicos dos
carbonos do esqueleto cumarínico.
pp
m
(
t2
)
0.
0
1.
0
2.
0
3.
0
4.
0
5.
0
6.
0
7.
0
8.
0
0
1
7
3
3
5
0
6
7
8
3
10
0
11
7
13
3
15
0
16
7
18
3
20
0
21
7
p
pm
(
Determinação Estrutural
70
FIGURA 5.15- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 3.
Através da análise da expansão da região de δ
H
2,50-0 do mapa de contorno
de HMBC (FIGURA 5.16) é possível atribuir os deslocamentos químicos do carbonos
do grupo substituinte na posição 8.
112
152
159
159
OOH
3
CO
H
H
R
6,28
7,49
116
142,7
116
6,87
7,62
OOH
3
CO
H
H
R
159
159
152
112
114,2
pp
m
(
t2
)
4.
0
5.
0
6.
0
7.
0
8.
0
10
0
11
7
13
3
15
0
16
7
18
3
20
0
p
pm
(
Determinação Estrutural
71
FIGURA 5.16- Expansão do mapa de contorno de HMBC da substância 3.
O espectro de massas obtido através de CG-EM (FIGURA 5.17) não
apresenta o pico do íon molecular. O pico base m/z 203 (100%) é característico de
cumarinas substituídas na posição 8, onde a cadeia lateral apresenta uma carbonila
na posição 1’ e um grupo acetoxi na posição 2’ (QUADER et al., 1992) A proposta
de fragmentação está descrita na FIGURA 5.18.
2,07
1,03
1,03
O
CH
3
H
3
C
OCH
3
O
82,6
29,5
170
O
CH
3
H
3
C
OCH
3
O
H
29,5
170
197
16,56
19,82
pp
m
(
t2
)
1.0
0
1.5
0
2.0
0
2.5
0
1
7
3
3
5
0
6
7
8
3
10
0
11
7
13
3
15
0
16
7
p
pm
(
Determinação Estrutural
72
FIGURA 5.17-espectro de massas da substância 3.
FIGURA 5.18- Proposta de fragmentação para a substância 3.
A análise dos dados indica que a substância 3 é uma cumarina conhecida
como isomurranganona, isolada anteriormente de plantas da espécie Phebalium
(Rutaceae) (QUADER et al., 1992). Os dados espectroscópicos da isomurranganona
não foram encontrados na literatura. A atividade óptica da substância
isomurranganona foi medida e o valor encontrado foi de [α]
D
=+33,3 em
diclorometano.
Os dados RMN de
1
H da isomurranganona estão apresentados na TABELA
4.3.
OOCH
3
O
O
O
O
O
O
OOCH
3
O
O
m/z 203
OOCH
3
O
O
O
O
3
4
5
6
1'
2'
3'
4'
5'
4a
8a
isomurranganona
Determinação Estrutural
73
TABELA 5.3- Dados de RMN de
1
H e
13
C da isomurranganona
(a) CDCl
3
, 400MHz; (b) CDCl
3
, 50MHz
*valores obtidos através da projeção de carbono do HMBC
5.1.4- Determinação Estrutural da Substância 4
A substância 4 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de Rauia sp1 e da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 4 (FIGURA 5.19)
apresenta os quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (MURRAY et al., 1982), como discutido
no item 5.1. Observa-se um singleto integrando para três hidrogênios em δ 3,85 que
pode ser atribuído a uma metoxila.
Observam-se ainda dois singletos em δ 2,43 (3H) e δ1,79 (3H) que podem ser
atribuídos a duas metilas ligadas a carbono sp
2
e um sinal em δ 10,22 (s, 1H) que
pode ser atribuído a um hidrogênio de aldeído.
H/C δ
H
(a)
δ
C
(b)
2 159*
3 6,28 (d, 9,6 Hz) 114,2
4 7,62 (d, 9,6 Hz) 142,7
4a 112*
5 7,49 (d, 8,6 Hz) 130,3
6 6,87 (d, 8,6 Hz) 107,5
7 159*
8 116*
8a 152*
1’ 197*
2’ 5,75 (d, 3,3 Hz) 82,6
3’ 2,38 (dsept, 3,3 Hz) 29,5
4’ 1,03 16.5
5’ 1,03 19,8
CH
3
COO 2,07 (s) 20,5
CH
3
COO 170*
OCH
3
3,90 (s) 54,4
Determinação Estrutural
74
O espectro de RMN
13
C (50MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.20) mostra sinais
referentes a 15 carbonos. Além dos sinais característicos do esqueleto cumarínico,
observa-se um sinal em δ 188,8 que pode ser atribuído a uma carbonila de aldeído e
um sinal em δ 56,2 atribuído ao carbono da metoxila na posição 7.
FIGURA 5.19- Espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 4.
FIGURA 5.20- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 4.
190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20
19.852
24.891
56.243
76.376
77.015
77.646
107.670
113.054
113.275
128.574
129.254
143.602
159.646
160.122
161.105
188.826
Determinação Estrutural
75
A análise do mapa de contorno de HSQC (FIGURA 5.21) mostra as
correlações entre os hidrogênios e os carbonos diretamente ligados. Além dos sinais
característicos do esqueleto cumarínico, foi observada a correlação entre o sinal em
δ
H
10,22 e δ
C
188,8 confirmando a presença de um grupo aldeído, e as correlações
dos hidrogênios das metilas em δ
H
1,79 com o carbono em δ
C
24,9 e em δ
H
2,43 com
o carbono em δ
C
19,8.
FIGURA 5.21- Mapa de contorno de HSBC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 4.
188,2
H
O
10,22
24,9
1,79
CH
3
19,8
2,43
CH
3
56,2
6,91
7,66
OOCO
H
R
H
H
H
H
3
107,7
143,6
128,5
113,3
6,24
7,45
3,83
Determinação Estrutural
76
A análise do mapa de contorno do HMBC (FIGURA 5.22) mostra as
correlações entre os hidrogênios e os carbonos ligados a duas e três ligações.
FIGURA 5.22- Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 4.
A expansão da região a δ
H
10-6 do mapa de contorno do HMBC (FIGURA
5.23), além das correlações dos hidrogênios do esqueleto cumarínico, mostra a
correlação do hidrogênio do grupo aldeído em δ
H
10,22 com os carbonos em δ
C
129,2 e δ
C
113,0.
Determinação Estrutural
77
FIGURA 5.23- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 4.
A expansão da região de δ
H
4-1 (FIGURAS 5.24 e 5.25) mostra as
correlações dos hidrogênios da metila em δ 1,79 com o carbono em δ
C
129,2 a duas
ligações e com os carbonos em δ
C
159,6 e 19,8 a três ligações, e as correlações da
metila em δ
H
2,43 com o carbono em δ
C
129,2 a duas ligações e com os carbonos
em δ
C
159,6 e 24,9 a três ligações. A presença da carbonila faz com que o sinal da
metila na posição cis seja mais desblindado (δ
H
2,28) em que a metila na posição
trans (δ
H
1,85), isso ocorre porque os elétrons π da ligação C=O blinda as zonas
cônicas acima e abaixo do plano e desblinda as zonas laterais (SILVERSTEIN &
WEBSTER, 2000).
10,22
129,2
159,6
OOCH
3
O
H
O
113,0
6,24
113,0
153,0
160,1
161,1
OOH
3
CO
H
H
R
7,45
113,0
143,6
6,91
128,5
113,0
7,66
161,1
160,1
153,0
113,0
113,3
OOH
3
CO
H
H
R
Determinação Estrutural
78
FIGURA 5.24- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 4.
FIGURA 5.25- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância 4.
129,2
159,6
CH
3
HOC
1,79
19,8
129,2
159,6
HOC
CH
3
2,43
24,9
Determinação Estrutural
79
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância 4 é a cumarina conhecida como murralongina isolada anteriormente de
Murraya paniculata (KINOSHITA et al., 1996) (FURUKAUA et al., 1990) Os dados
RMN de
1
H (FURUKAUA et al., 1990) e de
13
C (KINOSHITA et al., 1996) da
substância 4 assim como os dados da literatura estão representados na TABELA
5.4.
TABELA 5.4- Dados de RMN de
1
H e
13
C da murralongina.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(lit.)
(b)
δ
C
(c)
δ
C
(lit.)
(c)
2 161,1 160,9
3 6,24 (d, 9,5 Hz) 6,23 (d, 9,4 Hz) 113,3 112,7
4 7,66 (d, 9,5 Hz) 7,65 (d, 9,4 Hz) 143,6 143,6
4a 113,0 112,7
5 7,45 (d, 8,6 Hz) 7,45 (d, 8,7 Hz) 128,5 128,5
6 6,91 (d, 8,6 Hz) 6,90 (d, 8,7 Hz) 107,7 107,5
7 160,1 159,8
8 113.0 112,7
8a 153 152,2
1’ 10,22 s 10,22 s 188,2 188,7
2’ 159,6 159,7
3’ 129,2 128,9
4’ 1,79 s 1,79 s 24,9 24,6
5’ 2.43 s 2.43 s 19,8 19,5
O-CH
3
3,83 s 3,83 s 56,2 56,0
(a) CDCl
3
, 400MHz; (b) CDCl
3
, 270MHz; (c) CDCl
3
, 100MHz
OOH
3
CO
O
H
5
4
3
6
1'
3'
2'
4'
5'
murralongina
Determinação Estrutural
80
5.1.5- Determinação Estrutural da Substância 5
A substância 5 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de Rauia sp e da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 5 (FIGURA 5.26)
apresenta os quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (MURRAY et al., 1982) como discutido
no item 5.1. Observa-se um singleto integrando para três hidrogênios em δ 3,97 que
pode ser atribuído a uma metoxila na posição 7.
O espectro apresenta ainda dois dubletos em δ 5,31 e δ 4,53 (1H, J= 8,4Hz),
um multipleto em δ 4,62 (2H), que sugere a presença de um grupo metilenico
terminal e um singleto em δ 1,77 (3H), que sugere a presença de uma metila sobre
dupla ligação.
O espectro de RMN
13
C (FIGURA 5.27) mostra sinais referentes a 15
carbonos. Além dos sinais característicos de esqueleto cumarínico substituídos nas
posições 7 e 8, o espectro mostra sinas em δ 78,3 e δ 68,6 que sugerem a presença
de dois carbonos carbinólicos e o sinal em δ 17,4 é atribuído a uma metila.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância 5 é a cumarina conhecida como murrangatina isolada anteriormente de
Murraya paniculata (IMAI et al., 1989; KINOSHITA et al., 1996; ITO et al., 1990),
Murraya exotica (SUAREZ & MONACHE, 1991) e Rauia resinosa (VELOSO, 1995).
Os dados RMN de
1
H e de
13
C da substância 5 assim como os dados de
1
H
(KINOSHITA et al. 1989) e de
13
C (KINOSHITA et al., 1996) da literatura estão
representados na TABELA 5.5.
murrangatina
OOCH
3
O
HO
HO
H
H
3
4
5
6
1'
2'
3'
4'
5'
Determinação Estrutural
81
FIGURA 5.26- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da murrangatina.
FIGURA 5.27- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da murrangatina.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A293D673
Date
07 Jul 1971 09:51:41
Date Stamp
07 Jul 1971 09:51:41
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\MURRANGATINA\A293D673.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
1
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
3.293.072.001.010.950.95 0.94 0.94
TMS
7.6536
7.6060
7.4187
7.3754
7.2718
6.9006
6.8571
6.2826
6.2350
5.3290
5.3025
5.2879
4.6612
4.6533
4.6455
4.5941
4.5901
4.5484
4.5057
4.0580
3.9685
3.8793
1.7734
0.0000
Acquisition Time (sec)
2.4248
Comment
A31N7.3C
Date
21 Jul 1971 04:12:39
Date Stamp
21 Jul 1971 04:12:39
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\A31N7.3C.DX
Frequency (MHz)
50.33
Nucleus
13C
Number of Transients
3653
Origin
tatiane
Original Points Count
32768
Owner
tatiane
Points Count
32768
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
13513.51
Temperature (degree C)
27.000
160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20
ppm
Chloroform-d
160.1230
160.0820
152.8628
143.8327
143.6770
128.5339
116.0376
113.6285
113.4073
113.0631
107.7860
78.3521
77.6310
77.0000
76.3608
69.5678
56.2438
17.3947
Determinação Estrutural
82
TABELA 5.5- Dados de RMN de
1
H e
13
C da murrangatina.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.) δ
C
(c)
δ
C
(c)
(lit.)
2 160,1 160,2
3 6,26 (d, 9,5 Hz) 6,24 (d, 9,5 Hz) 113,4 113,4
4 7,63 (d, 9,5 Hz) 7,63 (d, 9,5 Hz) 143,7 143,8
4a 113,1 113,1
5 7,40 (d, 8,7 Hz) 7,40 (d, 8,5 Hz) 128,5 128,6
6 6,88 (d, 8,7 Hz) 6,88 (d, 8,5 Hz) 107,8 107,9
7 160,1 160,2
8 116,0 116,1
8a 152,9 152,9
1’ 5,31 (d, 8,4 Hz) 5,30 (d, 8,5 Hz) 69,6 69,6
2’ 4,53 (d, 8,4 Hz) 4,57(d, 8,5 Hz) 78,4 78,4
3’ 143,8 143,9
4’ 4,63 m 4,60 m 113,6 113,7
5’ 1,77 s 1,77 s 17,4 17,4
OCH
3
3,97 s 3,97 s 56,2 56,3
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 100MHz; (c) CDCl
3
, 50MHz; (d) CDCl
3
, 100MHz
A configuração relativa dos carbonos 1’ e 2’ da murrangatina foi proposta pela
primeira vez por Talapata e colaboradores em 1973 que descreveram a abertura do
anel oxirano com acido clorídrico e dioxano com a obtenção do racemato da
murrangatina como único produto da reação. Como o valor da constante de
acoplamento dos hidrogênios vicinais do anel oxirano da phebalosina é pequeno
(
J=2Hz) concluiu-se que a estereoquímica relativa da função α-glicol da
murrangatina seria
eritro.
Porém em 1990 ITO e colaboradores publicaram a revisão da proposta
estrutural da cadeia lateral da murrangatina. Neste trabalho o tratamento da
murrangatina isolada com acetona na presença de acido
p-tolueno sulfônico levou a
eritro-murrangatina
OOCH
3
O
HO
H
HO
H
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
phebalosina
OOCH
3
O
O
H
H
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
Determinação Estrutural
83
obtenção do acetonídeo correspondente. Experimentos de NOE deste acetonídeo
através da irradiação dos hidrogênios H1´ou H2´ não causa efeito no sinal vizinho
indicando que estes hidrogênios ocupam planos opostos. Neste caso a estrutura
correta para a murrangatina seria aquela em que a estereoquímica da cadeia lateral
é
treo, 1’R 2’R.
5.1.6- Determinação Estrutural da Substância 6
A substância
6 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp e da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 6 (FIGURA 5.28)
apresenta os quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (MURRAY
et al., 1982), como discutido
no item 5.1. Observa-se um singleto integrando para três hidrogênios em
δ 3,98 que
pode ser atribuído a uma metoxila.
Foram observados ainda dois dubletos em
δ 5,43 (J= 7,5 Hz) e 4,54 (J= 7,5
Hz), um singleto largo em 4,99
e um singleto em 1,91 integrando para três
hidrogênios.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância
6 é um diasteroisomero da murrangatina, a cumarina conhecida como
munomicrolina isolada anteriormente de
Murraya paniculata (ITO et al., 1990),
Murraya exotica (SUAREZ & MONACHE, 1991), Micromelum minutum (DIAS et al.,
1984) e
Rauia resinosa (VELOSO, 1995). Os dados RMN de
1
H da substância 6
assim como os dados da literatura (DIAS et al., 1984) estão representados na
TABELA 5.6.
murrangatina
OOCH
3
O
HO
HO
H
H
3
4
5
6
1'
2'
3'
4'
5'
Determinação Estrutural
84
FIGURA 5.28- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da munomicrolina.
TABELA 5.6- Dados de RMN de
1
H munomicrolina.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.)
3 6,28 (d, 9,5 Hz) 6,26 (d, 10 Hz)
4 7,65 (d, 9,5 Hz) 7,64 (d, 10 Hz)
5 7,42 (d, 8,7 Hz) 7,41 (d, 8 Hz)
6 6,91 (d, 8,7 Hz) 6,90 (d, 8 Hz)
1’ 5,43 (d, 7,5 Hz) 5,42 (d, 9 Hz)
2’ 4,54(d, 7,5 Hz) 4,53 (dl, 9 Hz)
4’ 4,99 sl 4,99 sl
5’ 1,91 s 1,90 s
OCH
3
3,98 s 3,98 s
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 270MHz
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A13364641
Date
15 Mar 1972 03:39:46
Date Stamp
15 Mar 1972 03:39:46
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\MURRANGATINA\A13364641.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
17
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
3.28 3.271.231.14 1.06 0.98 0.96 0.88 0.72
Chloroform-d
7.6693
7.6217
7.4374
7.3941
7.2700
6.9326
6.8893
6.3023
6.2548
5.4526
5.4145
4.9986
4.5560
4.5190
4.0277
3.9818
1.9059
1.6739
1.2627
OOCH
3
O
HO
H
HO
H
munomicrolina
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
Determinação Estrutural
85
ITO e colaboradores em 1990 também trataram a munomicrolina isolada com
acetona na presença de acido
p-tolueno sulfônico levando a obtenção do acetonídeo
correspondente. Experimentos de NOE deste acetonídeo através da irradiação do
hidrogênio H1´ causa o aumento de 15,7% no sinal de H2’ enquanto a irradiação do
hidrogênio H2´ causa o aumento de 20% no sinal de H1’ demonstrando que estes
hidrogênios ocupam o mesmo plano. Neste caso a estrutura correta para a
munomicrolina seria aquela em que a estereoquímica da cadeia lateral é
eritro.
1’
R2’S.
5.1.7- Determinação Estrutural da Substância 7
A substância
7 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp, diclorometano do extrato metanólico das folhas de Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 7 (FIGURA 5.29)
apresenta os quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (MURRAY
et al., 1982) como discutido
no item 5.1. Observa-se um singleto integrando para três hidrogênios em
δ 3,96 que
pode ser atribuído a uma metoxila na posição 7.
Observam-se ainda dois dubletos em
δ 6,69 e 6,09 (J= 8,8 Hz), um singleto
largo em
δ 4,91 (1H) e um tripleto em δ 4,74 (1H, J=1,5) e dois singletos em δ 2,08 e
δ 2,05 integrando para três hidrogênios cada, que sugerem a presença de metilas de
grupo acetato.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância
7 é o derivado acetilado da murrangatina, a cumarina conhecida como
acetato de murrangatina isolada anteriormente de
Phebalium coxii (QUADER et al.,
1992) e
Rauia resinosa (VELOSO, 1995). Os dados RMN de
1
H da substância 7
assim como os dados da literatura (DAS
et al., 1984) estão representados na
TABELA 5.7.
Determinação Estrutural
86
FIGURA 5.29- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) do acetato de murrangatina.
TABELA 5.7- Dados de RMN
1
H do acetato de murrangatina
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.)
3 6,26 (d, J= 9,5 Hz) 6,25 (d, J= 9,5 Hz)
4 7,59 (d, J= 9,5 Hz) 7,58 (d, J= 9,5 Hz)
5 7,40 (d, J= 8,7 Hz) 7,39 (d, J= 8,2 Hz)
6 6,84 (d, = 8,7 Hz) 6,83 (d, J= 8,2 Hz)
1’ 6,69 (d, J= 8,8 Hz) 6,68 s
2’ 6,09 (d, J= 8,8 Hz) 6,08 s
4’
4,91(sl)
4,74 (
t, 1,5Hz)
4,92
s
4,79
s
5’ 1,64 s 1,64 s
OCH
3
3,97 s 3,97 s
CH
3
COO 2,08 s 2,07 s
CH
3
COO 2,05 s 2,04 s
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 270MHz
OOCH
3
O
OO
OO
acetato de murrangatina
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A12AcMur
Date
06 Mar 1972 03:34:15
Date Stamp
06 Mar 1972 03:34:15
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\ACETATO DE MURRANGATINA\A12ACMUR.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
8
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
6.463.011.041.03 1.01 1.011.000.990.96 0.96
TMS
7.6112
7.5636
7.4168
7.3732
7.2637
6.8603
6.8168
6.7065
6.6624
6.2823
6.2347
6.1076
6.0638
4.9161
4.7488
4.7412
4.7336
3.9623
2.0759
2.0459
1.6425
1.2551
0.0000
5
.00 4.95 4.90 4.85 4.80 4.75 4.70 4.65
1.011.00
4.9161
4.7488
4.7412
4.7336
Determinação Estrutural
87
5.1.8- Determinação Estrutural da Substância 8
A substância
8 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp e do extrato metanólico do caule de Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 8 (FIGURA 5.30)
apresenta os quatro dubletos na região aromática, característicos de esqueleto
cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (MURRAY
et al., 1982) como discutido
no item 5.1.
Foram observados ainda sinais referentes a 6 hidrogênios em
δ 5,12 (1H,
ddq,
J= 11,8; 6,0 e 1,7 Hz), δ 4,86 (1H, dd, J= 10,2 e 6,0 Hz), δ 3,95 (1H, dd, J= 11,8
e 10,2 Hz) e um dubleto em
δ 2,34 (3H, J= 1,7Hz). Estes dados e a ausência de
sinal em aproximadamente
δ 3,96 referente a uma metoxila sugerem que houve
ciclização entre os substituintes dos carbonos 7 e 8.
O espectro de RMN
13
C (FIGURA 5.31) mostra 15 sinais e o experimento de
DEPT 135 (FIGURA 5.32) mostra a presença de um carbono primário, um carbono
secundário, cinco carbonos terciários e oito quaternários. Além dos sinais
característicos de esqueleto cumarínico substituídos nas posições 7 e 8 (item 5.1) foi
observado um sinal em
δ 173,9 que indica a presença de uma carbonila na cadeia
carbônica dos substituintes do núcleo cumarínico.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura (VELOSO
et al.,
1997) indicam que a substância
8 é a cumarina conhecida como rauianina isolada
anteriormente de
Rauia resinosa (VELOSO et al., 1997). Os dados RMN de
1
H e
13
C
da substância
8 assim como os dados da literatura estão representados na TABELA
5.8.
rauianina
OOO
O
O
3
4
5
6
2'
3'
4'
8a
6'
5'
8
7'
Determinação Estrutural
88
FIGURA 5.30- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da rauianina.
FIGURA 5.31- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da rauianina.
Determinação Estrutural
89
FIGURA 5.32- Espectro de DEPT 135
da rauianina.
TABELA 5.8- Dados de RMN de
1
H e
13
C da rauianina.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.) δ
C
(b)
δ
C
(b)
(lit.)
2 159,4 159,5
3 6,35 (d, 9,6 Hz) 6,35 (d, 9,6 Hz) 113,7 113,6
4 7,68 (d, 9,6 Hz) 7,73 (d, 9,6 Hz) 143,4 143,5
4a 113,1 113,0
5 7,45 (d, 8,6 Hz) 7,50 (d, 8,6 Hz) 131,1 131,2
6 6,89 (d, 8,6 Hz) 6,92 (d, 8,6 Hz) 113,9 113,9
7 157,3 157,3
8 105,7 105,6
8a 151,3 151,7
2’ 173,9 174,0
3’ 145,3 145,3
4’ 123,1 122,9
5’
5,12 (ddq, 11,8; 6,0 e 1,7
Hz)
5,15 (ddq, 11,8; 6,0; 1,7
Hz)
71,0 71,0
6’
4,86 (dd, 10,2; 6,0 Hz)
3,95 (dd, 11,8 ; 10,2Hz)
4,85 (dd, 10,3; 6,0 Hz)
3,95 (dd, 11,8; 10,3 Hz)
69,5 69,5
7’ 2,34 (d, J= 1,7Hz) 2,32 (d, 1,7) 12,5 12,5
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 50MHz
Determinação Estrutural
90
5.1.9- Determinação Estrutural da Substância 9
A substância
9 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 9 (FIGURA 5.33)
mostra várias semelhanças com o espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) ) da
cumarina rauianina (FIGURA 5.30). Assim como no espectro de RMN
1
H da
rauianina o espectro de RMN
1
H da substância 9 apresenta 4 sinais referentes a 6
hidrogênios, um duplo duplo quadrupleto em
δ 5,11 (1H, J= 11,8; 6,0 e 1,6 Hz), um
duplo dubleto em
δ 4,83 (1H, J= 10,1 e 6,0 Hz), um duplo dubleto em δ 3,95 (1H, J=
11,8 e 10,3 Hz) e um dubleto em
δ 2,34 (3H, J= 1,6Hz). Estes dados sugerem que
houve ciclização entre os substituintes dos carbonos 7 e 8, assim como no caso da
rauianina. Observam-se ainda dois dubletos em
δ 7,41 e δ 6,87 (1H, J= 8,6 Hz) que
podem ser atribuídos aos hidrogênios nas posições 5 e 6 respectivamente.
FIGURA 5.33- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 9.
Os dados de RMN
1
H da substância 9 difere dos dados da rauianina devido à
ausência de dois dubletos em
δ 6,25 e em δ 7,73 e a presença de um singleto em
δ 7,44, sugerindo que a substância 4 é um derivado da rauianina contendo um
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
10.273.462.432.32 1.461.10 1.040.99
0.000
0.849
0.880
0.918
1.225
1.262
1.299
1.658
2.340
2.349
2.538
2.543
2.574
2.580
2.611
2.618
2.649
2.655
3.939
3.948
3.998
4.796
4.825
4.847
4.876
5.064
5.073
5.094
5.124
5.132
5.162
5.303
6.843
6.886
7.264
7.386
7.429
7.442
Determinação Estrutural
91
substituinte adicional no carbono 3. Observa-se ainda a presença de um quadrupleto
em
δ 2,60 (J=7,5Hz) integrando para dois hidrogênios e de um tripleto em δ 1,26
(
J=7,5Hz) integrando para três hidrogênios sugerindo a presença de um grupamento
etila.
O espectro de RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.34) mostra sinais
referentes a 12 carbonos, porém não foram observados os sinais referentes a
carbonos quaternários já que a substância foi isolada em pequena quantidade e o
tempo de aquisição de espectro não foi suficiente para que os sinais referentes aos
carbonos quaternários fossem adquiridos.
FIGURA 5.34- Espectro de RMN
1
H (50 MHz, CDCl
3
) da substância 9.
A análise do mapa de contorno de HSQC (FIGURA 5.35) mostra as
correlações entre os hidrogênios e os carbonos diretamente ligados. Além dos sinais
característicos do esqueleto cumarínico, foi observada a correlação entre o sinal em
δ
H
5,11 e δ
C
71,1, dos sinais em δ
H
4,83 e δ
H
3,95 com o sinal em δ
C
69,5 e do sinal
em
δ
H
2,34 com o sinal em e δ
C
12,6. Foram observadas ainda as correlações entre
o sinal em
δ
H
2,60 e sinal em δ
C
23, 7 e entre o sinal em δ
H
1,26 e sinal em δ
C
12,2.
Determinação Estrutural
92
FIGURA 5.35- Mapa de contorno de HSQC da substância
9.
Através das projeções dos deslocamentos químicos do espectro de carbono
no mapa de contorno de HMBC (FIGURA 5.36), que mostra as correlações dos
hidrogênios com carbonos a duas e três ligações, foi possível obter os
deslocamentos químicos dos carbonos quaternários.
OOO
O
O
R
HH
H
H
H
H
H
3
7,44
7,41
6,87
137,4
69,5
130,4
113,6
71,1
4,83
3,95
2,34
12,6
5,11
C
C
H
2
H
3
1,26
2,60
12,2
23,7
Determinação Estrutural
93
FIGURA 5.36- Mapa de contorno de HMBC da substância
9.
113,8
161
159
1,26
152
6,87
OOO
O
O
H
H
128,7
69,5
173
2,34
147
123
5,11
23,7
161
159
152
6,87
7,41
7,44
OOO
O
O
HH
H
Determinação Estrutural
94
O espectro de massas de alta resolução da substância 9 (FIGURA 5.37)
mostra o pico do íon molecular com
m/z 298,08450 (100%) que está de acordo com
a fórmula molecular C
17
H
14
O
5
, o valor calculado é m/z 298,08412.
FIGURA 5.37- Espectro de massas de alta resolução da substância
9.
A análise dos dados de RMN
1
H da substância 9 e a comparação com os
dados da rauianina (VELOSO
et al., 1997) indicam que a substância 9 é a cumarina
3-etilrauianina inédita na literatura. Os dados RMN de
1
H da rauianina e da 3-
etilrauianina estão representados na TABELA 5.9.
3-etilrauianina
OOO
O
O
3
4
5
6
2'
3'
4'
8a
6'
5'
8
Determinação Estrutural
95
TABELA 5.9- Dados RMN
1
H e RMN
13
C da rauianina e da 3-etilrauianina
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 50MHz
*valores obtidos através da projeção de carbono do HMBC
5.1.10- Determinação Estrutural da Substância 10
A substância 10 foi isolada da fração diclorometanica do extrato metanólico
das folhas de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 10 (FIGURA 5.38)
mostra várias semelhanças com o espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da
cumarina rauianina (FIGURA 5.30). Assim como no espectro de RMN
1
H da
rauianina o espectro de RMN
1
H da substância 10 apresenta 4 sinais referentes a 6
hidrogênios em
δ 5,00 (1H, ddq, J= 11,9; 6,0 e 1,3 Hz), δ 4,75 (1H, dd, J= 10,0 e 6,0
Hz),
δ 3,87 (1H, dd, J= 11,9 e 10,0 Hz) e um dubleto em δ 2,24 (3H, J= 1,3Hz). Estes
dados sugerem que houve ciclização entre os substituintes dos carbonos 7 e 8,
assim como no caso da rauianina. Observam-se ainda dois dubletos em
δ 7,94 e δ
rauianina 3-etil rauianina
δ
H
(a)
δ
C
(b)
δ
H
(a)
δ
C
(b)
2 159,5 161*
3 6,35 (d, 9,6 Hz) 113,6 - 128,7
4 7,73 (d, 9,6 Hz) 143,5 7,44 (1H, s) 137,4
4a 113,0 113,8
5 7,50 (d, 8,6 Hz) 131,2 7,41(d, 8,6 Hz) 130,4
6 6,92 (d, 8,6 Hz) 113,9 6,87 (d, 8,6 Hz) 113,6
7 157,3 158*
8 105,6
8a 151,7 152*
2’ 174,0 173*
3’ 145,3 147*
4’ 122,9 123*
5’ 5,15 (ddq, 11,8; 6,0; 1,7 Hz) 71,0 5,11(ddq, 11,8; 6,0; 1,6 Hz) 71,1
6’
4,85 (dd, 10,3; 6,0 Hz)
3,95 (dd, 11,8; 10,3 Hz)
69,5
4.83 (dd, 10,1; 6,0 Hz)
3,95 (dd, 11,8; 10,1 Hz)
69,5
7’ 2,32 (d, 1,7 Hz) 12,5 2.34 (d, 1,6 Hz) 12,6
1’’ - - 2,60(q, 7,0 Hz) 23,7
2’’ - - 1,26 (t, 7,0 Hz) 12,2
Determinação Estrutural
96
6,19 (1H, J= 9,6 Hz) que podem ser atribuídos aos hidrogênios nas posições 4 e 3
respectivamente.
O espectro de RMN
1
H da substância 10 difere dos dados da rauianina devido
a ausência dois dubletos em
δ 7,50 e em δ 6,92 e a presença de um singleto em
singleto em
δ 6,26 (1H) que sugere a presença de um substituinte na posição 5.
Observa-se ainda um singleto em
δ 3,87 (3H) sugerindo a presença de um grupo
metoxila.
FIGURA 5.38- Espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
) da substância 10
A análise dos dados de RMN
1
H da substância 10 e a comparação com os
dados da rauianina (VELOSO
et al., 1997) indicam que a substância 10 é a
cumarina 5-metoxi rauianina inédita na literatura. Os dados RMN de
1
H da rauianina
e da 5-metoxi rauianina estão representados na TABELA 5.10.
Acquisition Time (sec)
13.0548
Date
File Name
C:\Documents and Settings\User\Meus documentos\Tatinha\RELATÓRIO II a missão\RMN 400MHz\D353D6N49\1\ESPEC.dx
Frequency (MHz)
400.13
Nucleus
1H
Origin
SpinW orks 2.1, Kirk Marat, U of Manitoba
Original Points Count
65536
Owner
undefined
Points Count
65536
Sweep Width (Hz)
5020.05
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
5.05 3.201.28 1.221.021.00
7.9541
7.9296
7.1939
6.2639
6.2009
6.1766
5.0197
5.0159
5.0046
4.9853
4.9721
4.7737
4.7588
4.7485
4.7335
3.9817
3.9611
3.8985
3.8744
3.8437
2.2410
2.2377
1.5698
1.1835
0.8106
0.0000
5.05 5.00 4.95 4.90 4.85 4.80 4.75 4.70
1.271.24
5.0197
5.0159
5.0046
5.0008
4.9901
4.9876
4.9853
4.9746
4.9721
4.7737
4.7588
4.7485
4.7335
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0
1.041.00
7.9541
7.9296
7.1939
6.2639
6.2009
6.1766
5-metoxirauianina
OOO
O
O
OCH
3
3
45
6
2'
3'
4'
8a
6'
5'
8
Determinação Estrutural
97
TABELA 5.10- Dados de RMN de
1
H da rauianina e da 5-metoxi rauianina
δ
H
H
rauianina
(a)
5-metoxirauianina
(b)
3 6,35 (d, 9,6 Hz) 6,19 (d, 9,7 Hz)
4 7,73 (d, 9,6 Hz) 7,94 (d, 9,7 Hz)
5 7,50 (d, 8,6 Hz) -
6 6,92 (d, 8,6 Hz) 6,26 (1H, s)
5’ 5,15 (ddq, 11,8; 6,0; 1,7 Hz) 5,00(ddq, 11,9; 6,0; 1,3 Hz)
6’
4,85 (dd, 10,3; 6,0 Hz)
3,95 (dd, 11,8; 10,3 Hz)
4,75 (dd, 10,0; 6,0 Hz)
3,87 (dd, 11,9; 10,0 Hz)
7’ 2,32 (d, 1,7) 2.24 (d, 1,3)
OCH
3
- 3,87
(a) CDCl
3
, 200MHz
5.1.11- Determinação Estrutural da Substância 11
A substância
11 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp1.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, MeOD) da substância 11 (FIGURA 5.39)
apresenta os dois dubletos na região dos hidrogênios aromáticos em
δ 6,17 e δ 7,84
(1H,
J= 9,5 Hz) característicos dos hidrogênios 3 e 4 de esqueleto cumarínico
(MURRAY
et al., 1982). O espectro apresenta ainda um dubleto em δ 7,44 (1H, J=
8,5 Hz), um duplo dubleto em
δ 6,78 (1H, J= 8,5 e 2,3 Hz) e um dubleto em δ 6,70
(1H,
J= 2,3 Hz) indicando benzênico 1,2,4-substituido. A ausência de um singleto em
aproximadamente
δ 3,96 indica a ausência da metoxila na posição 7 e sugere a
presença de um grupo hidroxila nesta posição.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância
11 é a 7-hidroxicumarina, comumente conhecida como umbeliferona,
amplamente encontrada em plantas da família Rutaceae. Os dados RMN de
1
H da
substância
11 assim como os dados descritos na literatura (KONG et al., 1996)
estão descritos na TABELA 5.11.
54
3
6
4a
8a
8
umbeliferona
OOHO
Determinação Estrutural
98
FIGURA 5.39- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, MeOD) da umbeliferona.
TABELA 5.11- Dados de RMN
1
H da umbeliferona.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.)
3 6,17(d, 9,5 Hz) 6,10 (d, 9,5 Hz)
4 7,84 (d, 9,5 Hz) 7,79 (d, 9,5 Hz)
5 7,44 (d, 8,5 Hz) 7,42 (d, 8,4 Hz)
6 6,78 (dd, 8,5 e 2,3 Hz) 6,77 (dd, 8,4 e 2,2 Hz)
8 6,70 (d, 2,3Hz) 6,71 (d, 2,2Hz)
(a) MeOD, 200MHz; (b) DMSO, 400MHz
5.1.12- Determinação Estrutural da Substância 12
A substância
12 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp1.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz,CDCl
3
) da substância 12 (FIGURA 5.40)
apresenta dois dubletos na região dos hidrogênios aromáticos em
δ 6,27 e δ 7,60
(1H,
J= 9,5 Hz) característicos dos hidrogênios 3 e 4 de esqueleto cumarínico
(MURRAY
et al., 1982). O espectro apresenta ainda dois singletos em δ 6,92 (1H) e
δ 6,25 1H) sugerindo um anel aromático 1,2,4,5 substituído. A presença de apenas
um singleto em
δ 3,96 indica a presença de uma metoxila, sugerindo que uma das
Acquisition Time (sec)
18.4811
Comment
A13331
Date
13 Mar 1972 03:54:51
Date Stamp
13 Mar 1972 03:54:51
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\FAPESP2005\ESPECTROS REL3\UMBELIFERONA\A13331.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
9
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5
ppm
1.00 0.980.97 0.97
Methanol-d4
1.2749
3.2838
3.2919
3.3000
3.3081
3.3165
6.1456
6.1929
6.6929
6.7039
6.7537
6.7653
6.7961
6.8075
7.4202
7.4626
7.8127
7.8600
7.5 7.0 6.5 6.0
1.00 0.980.97 0.970.97
7.8600
7.8127
7.4626
7.4202
6.8075
6.7961
6.7653
6.7537
6.7039
6.6929
6.1929
6.1456
Determinação Estrutural
99
posições tem uma hidroxila como substituinte. Deste modo duas estruturas podem
ser propostas a 7-hidroxi-6-metoxicumarina vulgarmente denominada escopoletina
ou o seu isômero a 6-hidroxi-7-metoxicumarina vulgarmente denominada
isoescopoletina.
FIGURA 5.40- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 12.
A distinção dos isômeros foi feita com base na análise do espectro de massas
da substância
12 (FIGURA 5.41), onde a escopoletina apresenta um sinal m/z=177,
cuja abundância relativa é em torno de 70%, ao passo que seu isômero pode
apresentar o mesmo pico, no entanto com uma intensidade não tão alta. Isso ocorre
pelo fato de que o íon formado pela escopoletina pode ser mais estabilizado do que
o formado pela isoescopoletina (SALLES, 1995).
OO
H
3
CO
HO
OOH
3
CO
HO
escopoletina
isoescopoletina
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A37N5812
Date
01 Sep 1971 11:21:22
Date Stamp
01 Sep 1971 11:21:22
File Name
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
17
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
3.111.05 0.900.79
TMS
7.6217
7.5747
7.2618
6.9231
6.8474
6.2958
6.2482
5.3009
3.9574
3.4929
1.5611
1.2548
0.9198
0.0000
Determinação Estrutural
100
OO
O
HO
H
3
C
OO
O
O
H
H
3
C
OO
O
HO
- CH
3
O
HO O O
- CH
3
escopoletina
isoescopoletina
OO
O
O
H
m/z 192
m/z 192
m/z 177
m/z 177
A análise do espectro de massas obtido mostra o pico
m/z=177 com
intensidade de 16% o que indica que a substância
12 é a isoescopoletina,
amplamente encontrada em plantas da família Rutaceae. Os dados RMN de
1
H da
substância 15 assim como os dados descritos na literatura (RAZDAN
et al., 1987)
estão descritos na TABELA 5.12.
FIGURA 5.41- Espectro de massas da isoescopoletina.
TABELA 5.12- Dados de RMN
1
H da isoescopoletina.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.)
3 6,27 (d, 9,5 Hz) 6,11 (d, 9,3 Hz)
4 7,60 (d, 9,5 Hz) 7,82 (d, 9,3 Hz)
5 6,92 (s) 7,12 (s)
8 6,25 (s) 6,72 (s)
OCH
3
3,96 (s) 3,18 (s)
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) C
6
D
6
, 60MHz
Determinação Estrutural
101
5.1.13- Biogênese das cumarinas
As cumarinas têm sua origem biossintética no ácido p-hidroxi-cinâmico (p-
cumárico). Inicialmente ocorre a glicosilação da hidroxila em
para com posterior
oxidação na posição
orto a cadeia lateral, seguida da glicosilação da hidroxila nesta
posição. Ocorre então a isomerização da dupla ligação da cadeia lateral e uma
lactonização levando a formação da umbeliferona (
11). A oxidação com posterior
metilação na posição 6 da umbeliferona leva a formação da isoescopoletina (
12).
ESQUEMA 5.1- Proposta biogenética para as substâncias
11 e 12.
O esqueleto mais simples é o da umbeliferona, sendo que a maior
característica de diversificação das cumarinas simples nas famílias Rutaceae e
Umbelliferae envolve a incorporação de unidades de prenila. As prenilações nas
posições 6 e 8 são comuns devido a presença da hidroxila na posição 7, que é um
grupo orientador
orto. Uma vez incorporado ao esqueleto cumarínico o grupo prenila
pode sofrer um grande número de modificações secundárias, geralmente iniciadas
com a epoxidação da dupla ligação (GRAY & WATERMAN,1978).
OH
O
GliO
OH
O
GliO OH
OH
O
HO
ac. p-hidroxi cinâmico
OH
O
GliO OGli
GliO
COOH
OGli
OOGliO
[O]
OOHO
HO
SAM
umbeliferona (11)
OOHO OOH
3
CO
HO
isoescopoletina (12)
Determinação Estrutural
102
ESQUEMA 5.2- Proposta biogenética para as substâncias
1, 2 e 3.
OOHO
H
OOHO
OPP
OOHO
OOHO
OH
NADH
O
2
OOHO
OH
O
H
OOHO
OH
HO
NADH
O
2
NADH
OOHO
O
H
OOHO
OH
H
2
O
OOHO
OH
OH
H
H
2
O
OOHO
OH
O
H
OOHO
OH
OH
HO
H
equilibrio
ceto-enólico
7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-
1-oxobut-2-enil)-cumarina (2)
OOCH
3
O
O
O
O
OOHO
O
H
3
CO
murpaniculol (1)
OOHO
O
HO
SAM
OOCH
3
O
O
O
O
isomurranganona (3)
OOHO
O
O
O
SAM
[O]
acetilação
Determinação Estrutural
103
ESQUEMA 5.3- Proposta biogenética para as substâncias
4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
OOHO
OOHO
O
H
OOHO
O
H
-H
2
O
OOH
3
CO
O
H
H
2
O
NADH
O
2
OOHO
O
H
OOHO
OH
HO
OOHO
H
O
H
OOHO
O
H
2
O
H
SAM
SAM
OOH
3
CO
OH
HO
munomicrolina (6)
murralongina (4)
OOH
3
CO
O
O
OOH
3
CO
O
H
HO
OOH
3
CO
O
H
HO
O
OOO
O
O
H
2
C
rauianina (8)
OOO
O
O
OOO
O
O
3-etilrauianina (9)
5-metoxirauianina (10)
OOO
O
O
OCH
3
OOO
O
O
OH
[O]
SAM
murrangatina (5)
OOH
3
CO
OH
HO
OOCH
3
O
OO
OO
acetato de murrangatina (7)
Determinação Estrutural
104
5.2- Alcalóides
Os alcalóides constituem um vasto grupo de metabólitos com grande
diversidade estrutural, representando cerca de 20% das substâncias naturais
descritas (HENRIQUES
et al., 2001). Devido à diversidade estrutural dos alcalóides
a classificação mais pratica para estas substâncias é de acordo com a biossíntese.
Os alcalóides relatados na ordem Rutales são derivados do ácido antranílico,
triptofano, fenilalanina, histidina, ácido nicotínico, ornitina ou lisina e em alguns
casos, eles são derivados de dois precursores (WATERMAN & GRUNDON, 1983).
Há mais de 470 alcalóides estruturalmente conhecidos isolados de espécies
pertencentes a ordem Rutales (WATERMAN & GRUNDON, 1983). Os alcalóides
derivados do ácido antranílico têm distribuição restrita fora da família Rutaceae,
atuando como marcador quimiotaxonômico desta família (WATERMAN, 1975).
Neste trabalho foram isolados 13 alcalóides derivados do ácido antranílico.
5.2.1- Determinação Estrutural da Substância 13
A substância
13 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 13 (FIGURA 5.42)
mostra um singleto
δ 6,12 característico de alcalóides quinolínicos. O espectro
mostra também um duplo dubleto em
δ 7,80 (1H, J= 8,0 e 1,2 Hz), um duplo duplo
dubleto em
δ 7,60 (1H, J= 8,2; 7,1 e 1,2 Hz), um dubleto largo em δ 7,37(1H, J=8,2
Hz), e um duplo duplo dubleto em
δ 7,25 (1H, J= 8,0; 7,1 e 1,2 Hz) sugerindo a
presença de um anel aromático
orto dissubstituído. O singleto em δ 3,70 (3H) é
característico de uma metoxila na posição 4 de alcalóides quinolínicos e singletos
em
δ 3,97 pode ser atribuído a uma metila ligada a um nitrogênio.
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.43) mostra sinais
referentes a 11 carbonos os sinais em
δ 55,8 e δ 29,0 confirmam a presença de uma
metoxila e de uma metila ligada a um nitrogênio, respectivamente.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância
13 é o alcalóide quinolínico conhecido como N-metil-4-metoxi-2-
quinolona, que é amplamente distribuído em plantas da família Rutaceae. Os dados
Determinação Estrutural
105
RMN
1
H e de RMN
13
C da substância 13 assim como os dados da literatura
(MAFEZOLI, 2001) estão representados na TABELA 5.13.
FIGURA 5.42- Espectro de RMN de
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da N-metil 4-metoxi-2
quinolona.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A13364643
Date
15 Mar 1972 03:51:49
Date Stamp
15 Mar 1972 03:51:49
File Name
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
8
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5
ppm
3.33 3.201.871.091.01 1.00
Chloroform-d
1.9202
3.6957
3.9693
6.1220
7.2465
7.2508
7.2549
7.2700
7.2908
7.3425
7.3833
7.5698
7.5977
7.6053
7.6126
7.6404
7.9686
7.9759
8.0086
8.0157
8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1
1.871.101.091.01
Chloroform-d
8.0157
8.0086
7.9759
7.9686
7.6482
7.6404
7.6126
7.6053
7.5977
7.5698
7.5620
7.3833
7.3425
7.2908
7.2860
7.2700
7.2549
7.2508
7.2465
7.2154
7.2102
NO
OCH
3
CH
3
N-metil-4-metoxi-
2-quinolona
3
4
5
6
7
8
8a
4a
Determinação Estrutural
106
FIGURA 5.43- Espectro de RMN de
13
H (50 MHz, CDCl
3
) da N-metil 4-metoxi-2
quinolona.
TABELA 5.13- Dados de RMN de
1
H da N-metil 4-metoxi-2 quinolona.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.) δ
C
(c)
δ
C
(d)
(lit)
2 163,8 163,8
3
6,12 s 6,05 s
96,5 96,5
4 162,7 162,7
4a 116,5 116,5
5
7,98(dd, 8,0 e 1,2 Hz) 7,97 (dd, 8,0 e 1,5 Hz)
123,3 123,4
6
7,25 (ddd, 8,0; 7,1 e 1,2
Hz)
7,22 (ddd, 8,0; 7,1 e 1,0
Hz)
121,6 121,7
7
7,60 (ddd, 8,2; 7,1 e 1,2
Hz)
7,57 (ddd, 8,6; 7,1 e 1,5
Hz)
131,2 131,2
8
7,37( dl, 8,2 Hz) 7,33 ( dl, 8,6 Hz)
114,0 114,1
8a 139,8 139,8
NCH
3
3,97 s 3,95 s
29,0 29,1
OCH
3
3,70 s 3,68 s
55,7 55,8
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 400MHz; (c) CDCl
3
, 50MHz; (d) CDCl
3
, 100MHz
Determinação Estrutural
107
5.2.2- Determinação Estrutural da Substância 14
A substância
14 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
+ gotas de CD
3
OD) da substância 14
(FIGURA 5.44) apresenta dois dubletos em δ 5,60 e δ 4,41 (J=2,8 Hz) que sugerem
a presença de um anel furano reduzido e com substituintes nas posições 2´e 3´. A
presença de um singleto em
δ 4,48 (3H) sugere a presença de uma metoxila. O
espectro mostra também um dubleto largo em
δ 8,06 (1H, J= 8,0 Hz), um dubleto
largo em
δ 7,62 (1H, J=8,0 Hz), um duplo duplo dubleto em δ 7,57 (1H, J= 8,0; 6,7 e
1,3 Hz) e um duplo duplo dubleto em
δ 7,30 (1H, J= 8,0; 6,7 e 1,3 Hz) sugerindo a
presença de um anel aromático
orto dissubstituído.
Observam-se ainda dois singletos em
δ 1,31 e δ 1,30 que integram para três
hidrogênios cada e sugerem a presença de duas metilas
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
+ gotas de CD
3
OD) (FIGURA 5.45)
mostra sinais referentes a 15 carbonos.
FIGURA 5.44- Espectro de RMN de
1
H (400 MHz, CDCl
3
+ gotas de MeOD) da
substância
14.
Determinação Estrutural
108
FIGURA 5.45- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
+ gotas de MeOD) da
substância
14.
A análise do mapa de contorno do HSQC (FIGURA 5.46) mostra as
correlações dos sinais dos hidrogênios com os sinais dos carbonos diretamente
ligados a eles, porém as correlações dos hidrogênios das metilas com os carbonos
correspondentes não foram conclusivas.
2 Apr 2004
Acquisition Time (sec)
2.4248
Comment
A03-HPLC1C
Date
21 Jan 1971 16:57:21
Date Stamp
21 Jan 1971 16:57:21
File Name
C:\USUARIOS\TATIANE\RMN 2004\A03-HPLC1C.DX
Frequency (MHz)
50.33
Nucleus
13C
Number of Transients
36648
Origin
tatiane
Original Points Count
32768
Owner
tatiane
Points Count
32768
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
13513.51
Temperature (degree C)
27.000
170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30
ppm
168.350
161.909
146.201
130.894
124.961
123.617
123.011
119.602
104.107
95.527
77.639
77.197
77.000
76.361
70.740
70.051
58.366
50.246
49.820
49.393
48.967
48.541
48.115
47.689
24.671
24.450
Determinação Estrutural
109
FIGURA 5.46- Mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
+ gotas de MeOD) da
substância
14.
A análise do mapa de contorno de HMBC (FIGURA 5.47) mostra as
correlações entre os hidrogênios e os carbonos a três ligações e com estas
informações foi possível atribuir os deslocamentos químicos dos carbonos do anel
furano reduzido.
5,60
95,5
70,7
O
H
OH
H
OH
N
OC
O
OH
OH
H
H
H
H
H
3
130,9
8,06
7,57
123,6
7,61
124,9
7,30
123,0
4,48
58,3
4,41
24,6 e 24,4
1,30 e 1,31
CH
3
Determinação Estrutural
110
.
FIGURA 5.47- Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
+ gotas de MeOD) da
substância
14.
Através da análise da ampliação da região aromática no mapa de contorno de
HMBC (FIGURA 5.48) foram atribuídos os valores do deslocamento químico para os
carbonos do anel aromático.
O
OH
H
OH
104,1
168,3
5,60
4,41
168,3
70,7
O
OH
OH
H
1,31
1,30
70,0
95,5
O
OH
(CH
3
)
2
OH
161,9
N
OCH
3
4,48
Determinação Estrutural
111
FIGURA 5.48- Extensão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
+ gotas
de MeOD) da substância
14.
A análise dos dados indica que a substância
14 é o alcalóide conhecido como
mirtopsina, isolado anteriormente de
Myrtopsis macrocarpa (HIFNAWY et al., 1977)
e de
Dutaillyea baudouinii (MUYARD et al., 1992). Os dados espectroscópicos da
mirtopsina não foram encontrados na literatura. Os dados RMN de
1
H e da
substância
7 estão representados na TABELA 5.17.
N
OCH
3
O
OH
OH
mirtopsina
3'
4
5
6
7
8
8a
4a
2'
4'
3
2
7,61
123,0
123,6
7,57
8,06
130,0
146,2
H
H
H
H
119,6
124,9
7,30
Determinação Estrutural
112
TABELA 5.14- Dados de RMN de
1
H e
13
C da mirtopsina.
H/C δ
H
(a)
δ
C
(b)
2 168,3
3 104,1
4 161,9
4a 119,6
5 8,06 (dl, 8,0Hz) 123,0
6 7,30 (ddd, 8,0; 6,7;1,3Hz) 123,3
7 7,57 (ddd, 8,0; 6,7;1,3Hz) 130,0
8 7,62 (dl, 8,0Hz) 124,9
8a 146,2
2’ 4,41(d, 2,8Hz) 95,5
3’ 5,60 (d, 2,8Hz) 70,7
4’ 70,0
CH
3
1,31 (s)
1,30 (
s)
24,6
24,4
OCH
3
4,48 (s) 58,3
(a) CDCl
3
+ gotas de MeOD, 400MHz; (b) CDCl
3
+ gotas de MeOD, 50MHz
5.2.3- Determinação Estrutural da Substância 15
A substância
15 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN H
1
(200 MHz, CDCl
3
) da substância 15 (FIGURA 5.49)
apresenta dois dubletos em
δ 7,59 e δ 7,05 (J=2,8 Hz) que sugerem a presença de
um anel furano, a presença de um singleto em
δ 4,47 (3H) é característico de uma
metoxila na posição 4 de alcalóides furoquinolínicos . O espectro mostra também um
duplo dubleto em
δ 8,29 (1H, J= 8,5 e 1,2 Hz), um dubleto largo em δ 8,01 (1H, J=8,5
Hz), um duplo duplo dubleto em
δ 7,69 (1H, J= 8,5; 6,8 e 1,2 Hz) e um duplo duplo
dubleto em
δ 7,69 (1H, J= 8,5; 6,8 e 1,2 Hz) sugerindo a presença de um anel
aromático
orto dissubstituído.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura (PUSSET
et al.,
1991) indicam que a substância
15 é o alcalóide furoquinolínico conhecido como
dictamina que é amplamente distribuído em plantas da família Rutaceae. Os dados
Determinação Estrutural
113
RMN de
1
H e da substância 15 assim como os dados da literatura (PUSSET et al.,
1991) estão representados na TABELA 5.15.
FIGURA 5.49- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da dictamina.
TABELA 5.15- Dados de RMN de
1
H da dictamina.
H δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.)
5
8,29 (dd, 8,5 e 1,2 Hz) 8,27 (dd, 8,4 e 1,7 Hz)
6
7,45 (ddd, 8,5; 6,8 e 1,2 Hz) 7,45 (ddd, 8,4; 8,4 e 1,7 Hz)
7
7,69 (
ddd, 8,5; 6,8 e 1,2 Hz) 7,68 (ddd, 8,4; 8,4 e 1,4 Hz)
8
8,01(
dl, 2,8 Hz) 8,01(dd, 8,4 e 1,4 Hz)
2’
7,64 (d, 2,8 Hz) 7,69 (d, 2,8 Hz)
3’
7,10( d, 2,8 Hz) 7,08( d, 2,8 Hz)
4-OCH
3
4,47 s 4,45 s
(a) CDCl
3
, 200MHz
N
OCH
3
O
dictamina
3'
2'
3
2
5
8
7
6
4a
8a
4
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A34N232
Date
12 Aug 1971 11:18:39
Date Stamp
12 Aug 1971 11:18:39
File Name
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
17
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5
ppm
3.131.401.041.000.98 0.92
TMS
8.3090
8.2641
8.0359
7.9932
7.7344
7.7004
7.6925
7.6847
7.6533
7.6390
7.4973
7.4906
7.4635
7.4549
7.2624
7.1104
7.0964
4.4722
1.5979
0.0000
8.4 8.3 8.2 8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0
1.401.041.041.000.98 0.92
8.3144
8.3090
8.2714
8.2641
8.0359
7.9932
7.7344
7.7269
7.7004
7.6925
7.6847
7.6533
7.6390
7.4973
7.4906
7.4635
7.4549
7.4489
7.4206
7.4146
7.2624
7.1104
7.0964
Determinação Estrutural
114
5.2.4-Determinação Estrutural da Substância 16
A substância
16 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN H
1
(200 MHz, CDCl
3
) da substância 16 (FIGURA 5.50)
apresenta dois dubletos em
δ 7,65 e δ 7,09 (J=2,8 Hz) que sugerem a presença de
um anel furano, a presença de um singleto em
δ 4,46 (3H) é característico de uma
metoxila na posição 4 de alcalóides furoquinolínicos .
O espectro mostra também um duplo dubleto em
δ 7,86 (1H, J= 8,5 e 1,2 Hz),
um tripleto em
δ 7,37 (1H, J=8,5 Hz) e um duplo dubleto em δ 7,07 (1H, J= 8,5 e 1,2
Hz) sugerindo a presença de um anel aromático trisubstituído. Observa-se ainda um
singleto em
δ 4,09 (3H) sugerindo a presença de uma metoxila.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura (CUCA
et al.,
1998) indicam que a substância
16 é o alcalóide furoquinolínico conhecido como γ-
fagarina que é amplamente distribuído em plantas da família Rutaceae. Os dados
RMN de
1
H e da substância 16 assim como os dados da literatura (CUCA et al.,
1998) estão representados na TABELA 5.16.
N
OCH
3
O
OCH
3
γ-fagarina
3'
2'
3
2
5
8
7
6
4a
8a
4
Determinação Estrutural
115
FIGURA 5.50- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da γ-fagarina.
TABELA 5.16- Dados de RMN de
1
H da γ-fagarina.
H δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.)
5
7,86 (dd, 8,5 e 1,2 Hz) 7,85 (dl, 8,5 Hz)
6
7,37 (t, 8,5) 7,34 (ddd, 8,5; 7,8 e 0,9 Hz)
7
7,07 (
dd, 8,5 e 1,2 Hz) 7,07 (dl, 7,8 Hz)
2’
7,65 (d, 2,8 Hz) 7,65 (d, 2,8 Hz)
3’
7,09( d, 2,8 Hz) 7,09( d, 2,8 Hz)
4-OCH
3
4,46 s 4,44 s
OCH
3
4,09 s 4,07 s
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 300MHz
5.2.5- Determinação Estrutural da Substância 17
A substância
17 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN H
1
(200 MHz, CDCl
3
) da substância 17 (FIGURA 5.51)
apresenta quatro dubletos na região aromática. Dois deles em δ 7,59 e δ 7,05 (
J=2,8
Hz) que sugere a presença de um anel furano. Os dubletos em δ 8,03 e δ 7,24
(
J=9,4 Hz) sugerem a presença de dois hidrogênios aromáticos em relação orto. O
singleto em δ 4,44 (3H) é característico de uma metoxila na posição 4 de alcalóides
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0
ppm
3.063.052.061.161.00 0.98
Chloroform-d
4.0907
4.4603
7.0467
7.0521
7.0853
7.0991
7.3268
7.3692
7.4079
7.6515
7.6655
7.8343
7.8402
7.8770
7.8829
7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0
ppm
2.061.161.00 0.98
Chloroform-d
7.0467
7.0521
7.0853
7.0991
7.3268
7.3692
7.4079
7.6515
7.6655
7.8343
7.8402
7.8770
7.8829
Determinação Estrutural
116
furoquinolínicos. O espectro mostra também dois singletos em δ 4,12 e δ 4,03
integrando para três hidrogênios cada indicando a presença de duas metoxilas.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura (ROBERTSON,
1963) indicam que a substância
17 é o alcalóide furoquinolínico conhecido como
esquimianina, que é amplamente distribuído em plantas da família Rutaceae. Os
dados RMN de
1
H e da substância 14 assim como os dados da literatura (AHOND et
al., 1978) estão representados na TABELA 5.17.
FIGURA 5.51- Espectro de RMN de
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da esquimianina
N
OCH
3
O
H
3
CO
OCH
3
3'
2'
3
2
5
8
7
6
4a
8a
4
esquimianina
8.2 8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9
1.871.021.02 0.98
8.0486
8.0016
7.5957
7.5817
7.2643
7.2162
7.0556
7.0415
4.5 4.0
3.413.403.30
4.4397
4.1156
4.0350
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A12esqui
Date
06 Mar 1972 04:12:41
Date Stamp
06 Mar 1972 04:12:41
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\ESQUIMIANINA\A12ESQUI.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
7
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
3.413.301.871.021.02 0.98
TMS
0.0000
1.2548
1.6682
2.0078
4.0350
4.1156
4.4397
7.0415
7.0556
7.2162
7.2643
7.5817
7.5957
8.0016
8.0486
Determinação Estrutural
117
TABELA 5.17- Dados de RMN de
1
H da esquimianina.
H δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.)
5
8,03 (d, 9,4 Hz) 8,03 (d, 9,0 Hz)
6
7,24 (d, 9,4 Hz) 7,23 (d, 9,0 Hz)
2’
7,59 (d, 2,8 Hz) 7,58 (d, 2,5 Hz)
3’
7,05( d, 2,8 Hz) 7,05( d, 2,5 Hz)
4-OCH
3
4,44 s 4,46 s
7-OCH
3
4,04
s 4,07 s
8-OCH
3
4,12
s 4,16 s
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 60MHz
5.2.6- Determinação Estrutural da Substância 18
A substância
18 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN H
1
(200 MHz, CDCl
3
) da substância 18 (FIGURA 5.52)
apresenta quatro dubletos na região aromática. Dois deles em
δ 7,72 e δ 7,03 (J=2,6
Hz) sugerem a presença de um anel furano. Os dubletos em
δ 7,26 e δ 6,16 (J=11,8
Hz) sugerem a presença de uma dupla ligação conjugada a uma carbonila, e a
constante de acoplamento 11,8 Hz sugere a estereoquímica
Z para a dupla ligação.
Na região alifática observam-se três singletos integrando para três hidrogênios em
δ
4,24;
δ 3,94 e δ 3,57 que sugerem a presença de três metoxilas.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura (ARRUDA
et al.,
1992) indicam que a substância
18 é o alcalóide secofuroquinolínico, conhecido
como
Z-rhoifolinato de dimetila, isolado anteriormente de Zanthoxylum rhoifolium
(ARRUDA
et al., 1992) e Metrodorea nigra (MÜLLER et al., 1995). Os dados RMN
de
1
H da substância 18 assim como os dados da literatura (ARRUDA et al., 1992)
estão representados na TABELA 5.18.
N
OCH
3
O
CH
3
O
O
CH
3
O
O
Z-rhoifolinato de dimetila
3'
2'
4
5
6
8
Determinação Estrutural
118
FIGURA 5.52- Espectro de RMN de
1
H Z-rhoifolinato de dimetila
TABELA 5.18- Dados de RMN de
1
H do Z-rhoifolinato de dimetila
(a) CDCl
3
, 200MHz
H δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.)
5 7,26 (1H, 11,8 Hz) 7,26 (1H, 11,8 Hz)
6 6,16 (1H, 11,8 Hz) 6,16 (1H, 11,8 Hz)
2’ 7,72 (1H, 2,6 Hz) 7,72 (1H, 2,6 Hz)
3’ 7,03 (1H, 2,6 Hz) 7,03 (1H, 2,6 Hz)
4-OCH
3
4,24 4,24
7-CO
2
CH
3
3,57 3,57
8-CO
2
CH
3
3,94 3,94
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A213D6EH1
Date
14 May 1971 13:32:43
Date Stamp
14 May 1971 13:32:43
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\RHOIFOLINATO\A213D6EH1.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
8
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
7.23 3.18 3.15 3.061.060.990.96
TMS
0.0000
1.6528
2.0978
2.1740
3.5745
3.9452
4.2386
6.1298
6.1890
7.0266
7.0399
7.2324
7.2645
7.2916
7.7209
7.7339
7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7
7.23 0.990.96
7.7339
7.7209
7.2916
7.2645
7.2324
7.0399
7.0266
Determinação Estrutural
119
5.2.7- Determinação Estrutural da Substância 19
A substância 19 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl
3
) da substância 19 (FIGURA 5.53)
apresenta dois dubletos em
δ 6,74 e δ 5,53 (H, J=9,9Hz) e um singleto em δ 1,50
(6H) que sugerem a presença de um anel 2,2 dimetilcromeno. A região aromática do
espectro mostra ainda um duplo dubleto em
δ 7,52 (1H, J= 7,6 e 1,7 Hz), um tripleto
em
δ 7,05 (1H, J= 7,6 Hz) e um duplo dubleto em δ 7,13 (1H, J= 7,6 e 1,7Hz),
sugerindo a presença da um anel aromático trissubstituído. Um singleto em
δ 4,0
(3H) sugere a presença de uma metila ligada a heteroátomo (N ou O).
FIGURA 5.53- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da 8-hidroxi-N-metil
flindersina.
O espectro de massas de alta resolução da substância
19 (FIGURA 5.54)
mostra o pico do íon molecular com m/z 257,10107 (30,01%), que está de acordo
com a formula molecular C
15
H
15
NO
3
o valor calculado é m/z 259,12084. O pico base
tem
m/z 242 (100%) e é gerado através da perda de uma metila.
4.5.4.2.2.1
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
4.5.4.2.2.1
Date
15 Mar 1999 19:38:57
Date Stamp
15 Mar 1999 19:38:57
File Name
C:\200 MHZ\TATI\ESPECTROS\4.5.4.2.2.1\1\4.5.4.2.2.1.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
9
Origin
tatial
Original Points Count
65536
Owner
tatial
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
5.813.132.03 1.031.01 0.93
7.5514
7.5428
7.5133
7.5052
7.2632
7.1467
7.1161
7.0899
7.0515
7.0131
6.7846
6.7352
5.5574
5.5080
4.0528
1.5019
0.0000
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5
Determinação Estrutural
120
FIGURA 5.54- Espectro de massas de alta resolução da 8-hidroxi-N-metil flindersina.
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.55) mostra um sinal em
δ 162,6 referente a um carbono carbonílico, além de um sinal de carbono carbinólico
em
δ 78,8 e um sinal em δ 28,2 referente às metilas geminais do cromeno. A
ausência de um sinal próximo a
δ 56,0 descarta a possibilidade da presença de uma
metoxila na estrutura e o sinal em
δ 35,3 confirma a existência de uma metila ligada
a nitrogênio.
FIGURA 5.55- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da 8-hidroxi-N-metil
flindersina.
4.5.4.1.5.A
Acquisition Time (sec)
2.4248
Comment
4.5.4.1.5.A
Date
24 May 1999 14:41:14
Date Stamp
24 May 1999 14:41:14
File Name
C:\200 MHZ\TATI\ESPECTROS\4.5.4.1.5.A\2\45415A-2.DX
Frequency (MHz)
50.33
Nucleus
13C
Number of Transients
32768
Origin
tatial
Original Points Count
32768
Owner
tatial
Points Count
32768
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
13513.51
Temperature (degree C)
27.000
160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30
ppm
-0.01
0.00
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0.09
0.10
0.11
0.12
0.13
0.14
0.15
162.3108
155.3948
144.9799
129.4107
126.6165
122.5275
118.8565
118.3730
117.8895
115.1363
105.8193
78.7618
77.6392
77.0000
76.3690
35.0206
28.2112
Determinação Estrutural
121
A análise dos dados e as comparações com os dados da literatura da 8
metoxiflindersina (HOHLEMWERGER, 2002) indicam que a substância 5 é o
alcalóide piranoquinolônico 8-hidroxi-
N-metilflindersina. Na literatura há relato da
síntese desta substância, porém este alcalóide não foi isolado de fontes naturais. Os
dados de RMN
1
H e de RMN
13
C da substância 19 e da 8-metoxiflindersina (19A)
estão representas na TABELA 5.19.
TABELA 5.19- Dados de RMN
1
H e de
13
C da substância 19 e da 8-metoxiflindersina
(
19A)
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 300MHz; (c) CDCl
3
, 50MHz
H/C δ
H
(a)
(19) δ
H
(b)
(19A)
δ
C
(c)
(19)
δ
C
(c)
(19A)
2 162,3 160,4
3 105,8 106,7
4 155,4 157,4
4a 118,8 115,9
5 7,52 (dd, 7,8 e 1,7Hz) 7,47 (dd, 8,1 e 1,0Hz) 118,4 114,5
6 7,05 (t, 7,8 Hz) 7,11 (t, 8,1) 122,5 121,6
7 7,05 (dd, 7,8 e 1,7Hz) 6,95 (dd, 8,1 e 1,0Hz) 115,7 110,2
8 145,0 145,5
8a 129,4 128,1
2’ 78,7 79,0
3’ 5,54 (d, 9,9 Hz) 5,53 (d, 10,0 Hz) 126,6 126,2
4’ 6,75 (d, 9,9 Hz) 6,70 (d, 10,0 Hz) 117,9 117,1
2’(CH
3
)
2
1,50 (s) 1,52 (s) 28,2 28,2
O-CH
3
- 3,96 (s) - 56,0
N-CH
3
4,05 (s) - 35,3
N-H - 8,88 (s)
N
O
O
H
OCH
3
substância 19
8-metoxiflindersina (19A)
N
O
O
CH
3
OH
5'
6'
3'
4'
3
5
6
7
8
4a
8a
2'
4
Determinação Estrutural
122
5.2.8- Determinação Estrutural da Substância 20
A substância 20 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl
3
) da substância 20 (FIGURA 5.56)
mostra várias semelhanças com o espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl
3
) da
substância
19 (FIGURA 5.53).
Assim como no espectro de RMN
1
H da substância 19 foram observados dois
dubletos em
δ 6,75 e δ 5,54 (H, J=9,9Hz) e um singleto em δ 1,50 (6H) que sugerem
a presença de um anel 2,2 dimetilcromeno e na região aromática dois duplos
dubletos em
δ 7,60 (1H, J=7,8 e 1,7Hz) e δ 7,05 (1H, J=7,8 e 1,7Hz) e um tripleto em
δ 7,15 (1H, J=7,8Hz) sugerindo a presença de um anel tri substituído. Porém o
espectro de RMN
1
H da substância 20 apresenta também dois singletos em δ 3,92
(3H) e
δ 3,89 (3H) que podem ser atribuídos a metilas ligadas a heteroátomos
enquanto que para a substância
19 apenas um singleto é observado em δ 4,0 (3H).
FIGURA 5.56- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da zantobumgeanina.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A483E810A
Date
03 Nov 1998 11:41:50
Date Stamp
03 Nov 1998 11:41:50
File Name
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
10
Origin
tatial
Original Points Count
65536
Owner
tatial
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
7.273.801.571.25 1.171.00
TMS
7.6263
7.6176
7.5874
7.5790
7.2635
7.1853
7.1459
7.1067
7.0734
7.0650
7.0337
6.7722
6.7227
5.5577
5.5082
3.9274
3.8906
1.6579
1.5022
1.2548
0.0719
0.0000
1.571.25 1.22
7.6263
7.6176
7.5874
7.5790
7.2635
7.1853
7.1459
7.1067
7.0734
7.0650
7.0337
3.803.48
3.9274
3.8906
Determinação Estrutural
123
A análise dos dados da substância 20 e a comparação com os dados
substância
19 e da literatura indicam (CAMPBELL et al., 1990) que a substância 20
é o alcalóide conhecido como zantobungeanina, isolado anteriormente de plantas do
gênero
Agathosma (Rutaceae) (CAMPBELL et al., 1990), de Zanthoxylum
bungeanum e de Zanthoxylum simulans (WATERMAN & GRUNDON, 1983). Os
dados de RMN
1
H da substância 20 assim como os dados da literatura (CAMPBELL
et al., 1990) estão apresentados na TABELA 5.20.
TABELA 5.20 - Dados de RMN de
1
H da zantobungeanina.
(a) CDCl
3
, 200MHz
H
δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.)
5 7,60 (dd, 7,8 e 1,7Hz) 7,59 (dd, 9,0 e 2,8Hz)
6 7,15 (t, 7,8 Hz) 7,12 (dd, 9,0 e 2,8Hz)
7 7,05 (dd, 7,8 e 1,7 Hz) 6,97 (dd, 9,0 e 2,8Hz)
3’ 5,54 (d, 9,9 Hz) 5,55 (d, 11,0 Hz)
4’ 6,75 (d, 9,9 Hz) 6,76 (d, 11,0 Hz)
1’(CH
3
)
2
1,50 (s) 1,52 (s)
O-CH
3
3,93 (s) 3,90 (s)
N-CH
3
3,89 (s) 3,68 (s)
N
O
O
CH
3
OCH
3
zantobungeanina
Determinação Estrutural
124
5.2.9- Determinação Estrutural da Substância 21
A substância
21 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
+ gotas MeOD) da substância 21
(FIGURA 5.57) apresenta dois dubletos, em
δ 7,61 e δ 7,09 (1H, J= 7,9 Hz) e um
tripleto em
δ 7,20 (1H, J= 7,9Hz) na região aromática sugerindo a presença de um
anel aromático 1, 2, 3-substituído. Observa-se a presença de dois dubletos em
δ
4,74 e
δ 3,82 (1H, J= 7,5 Hz), além de dois singletos em δ 3,92 e δ 3,90 (3H) que
indicam dois grupos metilas ligados a heteroátomos (N ou O). Dois singletos em
δ
1,61 e
δ 1,30 (3H) podem ser atribuídos a dois grupos metilas. A análise do espectro
de RMN
1
H sugere que a substância 21 é um alcalóide piranoquinolônico com anel
pirano reduzido.
FIGURA 5.57- Espectro de RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
+ gotas MeOD) da substância
21.
O espectro de RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
+ gotas MeOD) (FIGURA 5.58)
mostra os sinais referentes a 16 carbonos, sendo os sinais em
δ 34,8 e δ 56,5
característicos de metila ligada a N e a O, respectivamente e o sinal em
δ164,6
Determinação Estrutural
125
característico da carbonila na posição 2. Observam-se ainda os sinais em δ 24,8 e δ
19,2 que podem ser atribuídos a duas metilas.
5.58- Espectro de RMN
1
H (100 MHz, CDCl
3
+ gotas MeOD) da substância 21.
A análise do mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
+ gotas MeOD)
(FIGURA 5.59) mostra a correlações dos hidrogênios com os carbonos diretamente
ligados o que possibilitou atribuir corretamente os valores das metila ligada ao O e a
metila ligada ao N.
Determinação Estrutural
126
FIGURA 5.59- Mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
+ gotas MeOD) da
substância
21
Através da análise da expansão do mapa de contorno de HMBC (FIGURA
5.60) que mostra as correlações dos hidrogênios com carbonos a duas e três
ligações, foi possível elucidar a estrutura da molécula e determinar as posições
exatas dos substituintes.
R
H
H
H
7,20
7,61
122,7
116,1
7,09
114,2
CH
R
CH
R
4,74
67,8
3,82
74,9
1,2919,2
CH
3
26,0 1,61
CH
3
56,5
3,90
OCH
3
3,92
34,8
NCH
3
Determinação Estrutural
127
FIGURA 5.60- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância
21
7,20
116,1
7,09
118,1
N
O
O
CH
3
OCH
3
H
H
OH
OH
130,7
148,7
O
OH
H
OH
74,9
4,74
154,8
105,9
3,82
19,2
67,8
80,9
26,0
O
H
OH
OH
1,29
26,0
74,9
80,9
O
C
OH
OH
H
N
O
O
CH
3
O
H
H
3
C
OH
OH
114,2
7,61
154,0
164,6
130,7
148,7
O
C
OH
OH
H
3
80,9
74,9
1,61
19,2
Determinação Estrutural
128
A constante de acoplamento J=7,5Hz entre os hidrogênios nas posições 3’ (δ
3,82) e 4’ (
δ 4,74) sugere a configuração relativa trans para o sistema diol.
A análise dos dados e a comparação com dados de RMN de
1
H da literatura
indicam que a substância
21 é o alcalóide conhecido como zantodiolina isolada
anteriormente de
Zanthoxylum simulanus (Rutaceae) (CHEN et al., 1997). Os dados
RMN de
1
H da substância 21 assim como os dados da literatura (CHEN et al., 1997)
estão representados na TABELA 5.21.
TABELA 5.21- Dados de RMN de
1
H e
13
C da zantodiolina
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.) δ
C
(c)
2
164,6
3
105,9
4
154,8
4a
118,1
5
7,61 (d, 7,9 Hz) 7,62 (dd, 8,0 e 1,4 Hz)
116,1
6
7,20 (t, 7,9 Hz) 7,19 (t, 8,0 Hz)
122,7
7
7,09 (d, 7,9 Hz) 7,09 (dd, 8,0 e 1,4 Hz)
114,2
8
148,0
8a
130,7
2’(CH
3
)
2
80,9
3’
3,82 (d, 7,5Hz) 3,83 (d, 7,8Hz)
74,9
4’
4,74 (d, 7,5Hz) 4,73 (d, 7,8Hz)
67,8
2’ 1,61 1,62 26,0
6’ 1,29 1,30 19,2
NCH
3
3,92 3,93 34,8
OCH
3
3,90 3,90 56,6
(a) CDCl
3
+ gotas MeOD, 200MHz; (b) CDCl
3
, 400MHz; (c) CDCl
3
+ gotas MeOD, 50MHz
N
O
O
HOCH
3
OH
OH
H
H
zantodiolina
Determinação Estrutural
129
5.2.10- Determinação Estrutural da Substância 22
A substância 22 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl
3
) da substância 22 (FIGURA 5.61)
apresenta dois dubletos em
δ 6,72 e 5,49 (H, J=9,9Hz) e um singleto em δ 1,50 (6H)
que sugerem a presença de um anel 2,2-dimetilcromeno. O espectro apresenta
também dois singletos em
δ 3,90 (3H) e 3,74 (3H) que podem ser atribuídos a
metilas ligadas a heteroátomos (N ou O).
A região aromática do espectro apresenta dois dubletos em
δ 7,69 e 6,91 (1H,
J= 8,7Hz) que sugerem a presença de dois hidrogênios aromáticos em relação orto.
FIGURA 5.61- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 22.
O espectro de massas de alta resolução da substância
22 (FIGURA 5.61)
mostra o pico do íon molecular com m/z 287,11464 (31,11%), que está de acordo
com a formula molecular C
16
H
17
NO
4
. O pico base tem m/z 272 (100%) e é gerado
através da perda de uma metila.
3.6.4.6.2
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
3.6.4.6.2
Date
12 May 1999 03:08:19
Date Stamp
12 May 1999 03:08:19
File Name
C:\200 MHZ\TATI\ESPECTROS\3.6.4.6.2\1\3.6.4.6.2.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
12
Origin
tatial
Original Points Count
65536
Owner
tatial
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
6.162.722.651.221.091.04 1.02
7.7058
7.6620
7.2697
6.9450
6.9012
6.7435
6.6941
5.5126
5.4631
3.9087
3.7381
1.4946
0.0000
Determinação Estrutural
130
FIGURA 5.62- Espectro de massas de alta resolução da substância
22.
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.63) mostra um sinal em
δ162,3 referente a um carbono carbonílico, além de um sinal de carbono carbinólico
em
δ 78,7 e um sinal em δ 28,2 referente as metilas geminais do cromeno. Os sinais
em
δ 62,2 e em δ 35,3 indicam a presença de uma metoxila de uma metila ligada a
nitrogênio respectivamente. O deslocamento químico do carbono da metoxila
(
δ 62,2) indica a presença de grupos substituintes nas posições orto.
FIGURA 5.63- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 22.
Determinação Estrutural
131
A análise do mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.64)
mostra as correlações dos hidrogênios com os carbonos diretamente ligados desse
modo foi possível atribuir corretamente os valores das metila ligada ao O e a metila
ligada ao N.
FIGURA 5.64- Mapa de contorno de HSQC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 22
3,73
OC H
3
62,2
6,91
3,90
6,71
5,49
33,2
117,8
125,5
111,1
120,1
7,69
28,2
1,50
N
O
CC
O
CR
R
H
H
H
H
H
3
H
3
H
3
1,50
28,2
Determinação Estrutural
132
O mapa de contorno de HMBC (FIGURA 5.65) mostra as correlações dos
hidrogênios com carbonos a duas e três ligações, foi possível observar as
correlações entre das metilas com os carbonos a duas e três ligações.
FIGURA 5.65- Mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da substância 22.
3,90
134,4
117,8
125,5
162,6
28,2
1,50
N
O
O
CH
3
OCH
3
HO
H
3
CCH
3
3,73
134,1
78,8
Determinação Estrutural
133
A análise da expansão da região aromática do mapa de contorno de HMBC
(FIGURA 5.66) foi possível atribuir os deslocamentos químicos dos carbonos do anel
aromático e do anel cromeno e determinar as posições exatas dos substituintes.
FIGURA 5.66- Expansão do mapa de contorno de HMBC (100 MHz, CDCl
3
) da
substância
22.
5,49
103,5
152,5
134,1
N
O
O
CH
3
OCH
3
HO
H
H
7,69
162,6
78,8
6,91
155,6
6,71
134,4
162,6
N
O
O
CH
3
OCH
3
HO
H
H
111,5
78,8
Determinação Estrutural
134
A análise dos dados indica que a substância 22 é o alcalóide
piranoquinolônico 7-hidroxi-8-metoxi-
N-metilflindersina inédito na literatura. Os
dados RMN de
1
H da substância 22 estão representados na TABELA 5.22.
5.22- Dados de RMN
1
H e de RMN
13
C da 7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 50MHz
H/C δ
H
(a)
(19) δ
C
(c)
2 162,6
3 103,5
4 155,6
4a 111,5
5 7,69 (d, 8,8 Hz) 111,1
6 6,91 (d, 8,8 Hz) 120,1
7 152,5
8 134,4
8a 134,1
2’ 78,8
3’ 5,49 (d, 9,9 Hz) 125,5
4’ 6,71 (d, 9,9 Hz) 117,8
2’(CH
3
)
2
1,50 (s) 28,2
O-CH
3
3,73 (s) 62,2
N-CH
3
3,90 (s) 33,2
3'
4'
5
6
8
4a
8a
2'
4
N
O
O
CH
3
OCH
3
HO
7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersin
a
Determinação Estrutural
135
5.2.11- Determinação Estrutural da Substância 23
A substância
23 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl
3
) da substância 23 (FIGURA 5.67)
mostra várias semelhanças com o espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl
3
) da
substância
22 (FIGURA 5.66).
Assim como no espectro de RMN
1
H da substância 22 foram observados dois
dubletos em
δ 6,73 e δ 5,49 (H, J=9,9Hz) e um singleto em δ 1,49 (6H) que sugerem
a presença de um anel 2,2 dimetilcromeno e na região aromática dois dubletos em
δ
7,71 (1H,
J=8,9Hz) e δ 6,88 (1H, J=8,9Hz) que sugerem a presença de dois
hidrogênios aromáticos em relação
orto. Porém o espectro de RMN
1
H da substância
23 apresenta também três singletos em δ 3,97 (3H), 3,92 (3H) e 3,78 (3H) que
podem ser atribuídos a metilas ligadas a heteroátomos enquanto que para a
substância
22 apenas dois singletos em δ 3,90 (3H) e 3,73 (3H) são observados.
FIGURA 5.67- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 23.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A483E810B
Date
03 Nov 1998 11:52:20
Date Stamp
03 Nov 1998 11:52:20
File Name
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
9
Origin
tatial
Original Points Count
65536
Owner
tatial
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
7.277.16 3.411.041.03 0.880.84
7.7366
7.6920
7.2643
6.9009
6.8563
6.7473
6.6981
5.5144
5.4647
3.9687
3.9255
3.7781
1.6463
1.4954
1.2548
0.8803
0.0716
0.0000
Determinação Estrutural
136
A análise dos dados da substância 23 e a comparação com os dados
substância
22 e da literatura indicam (CAMPBELL et al., 1990) que a substância 23
é o alcalóide conhecido como veprissina isolado anteriormente
Vepris louisii
(Rutaceae) (AYAFOR et al., 1980) e de Oricia gabonenses (Rutaceae) (KALID &
WATERMAN, 1981). Os dados de RMN
1
H da substância 23 assim como os dados
da literatura (AYAFOR
et al., 1980) estão apresentados na TABELA 5.23.
TABELA 5.23- Dados de RMN de
1
H da veprissina
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 90MHz
5.2.12- Determinação Estrutural da Substância 24
A substância
24 foi isolada do extrato diclorometano do caule de
Conchocarpus macrophyllus.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 24 (FIGURA 5.68)
mostra um singleto em
δ 14,7 integrando para um hidrogênio, o que sugere a
presença de uma hidroxila quelada. Na região aromática foram observados sinais
H δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.)
5 7,71 (d, 8,9Hz) 7,69 (d, 8Hz)
6 6,88 (d, 8,9Hz) 6,85 (d, 8Hz)
2’ 5,49 (d, 9,9Hz) 5,46 (d, 10Hz)
3’ 6,73 (d, 9,9Hz) 6,73 (d, 10Hz)
1’(CH
3
)
2
1,49 (s) 1,52 (s)
7-O-CH
3
3,92 (s) 3,92 (s)
8-O-CH
3
3,97 (s) 3,95 (s)
N-CH
3
3,78 (s) 3,76 (s)
N
O
O
CH
3
OCH
3
H
3
CO
veprissina
Determinação Estrutural
137
referentes a cinco hidrogênios. Um duplo dubleto em 8,42 δ (1H, J= 8,0 e 1,6 Hz),
um duplo duplo dubleto em
δ 7,68 (1H, J= 8,6; 7,0 e 1,6 Hz), um dubleto largo em δ
7,46 (1H,
J= 8,6Hz) e em δ 7,25 um duplo duplo dubleto (1H, J= 8,0; 7,0 e 0.8 Hz)
sugerem um anel aromático
orto dissubstituído. Um singleto em δ 6,29 sugere um
anel aromático pentasubstituído. Os singletos em
δ 3,97, δ 3,87 e δ 3,80, todos
integrando para três hidrogênios, sugerem a presença de três metilas ligadas a
heteroátomos (N ou O). Estes sinais são característicos de esqueleto acridônico
(MAFEZOLI, 2001).
FIGURA 5.68- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) substância 24.
Determinação Estrutural
138
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.69) mostra 15 sinais, o
sinal em 180,9
δ pode ser atribuído a uma carbonila. O espectro mostra também dois
sinais referentes a metoxilas em
δ 60,8 e δ 56,0 sendo que os sinais entre δ 59,6 e δ
62.1 são característicos de metoxilas com grupos adjacentes nas posições
orto
(FURUKAWA
et al., 1983). O sinal em δ 34,1 é atribuído a uma metila ligada a
nitrogênio.
FIGURA 5.69- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 24.
A análise dos dados e as comparações com a literatura indicam que a
substância
24 é o alcalóide acridônico conhecido como arborinina isolado
anteriormente de
Glycosmis binocularis (Rutaceae) (BOWEN et al.,1978), Glycosmis
mauritiana (Rutaceae) (RASTOR et al.,1980), Ruta graveolens (Rutaceae)
(BERGENTHAL
et al., 1979) e Almeidea rubra (Rutaceae) (AMBROZIN et al., 2005).
Os dados de RMN
1
H e
13
C da substância 24, assim como os dados de RMN
1
H
Determinação Estrutural
139
(MAFEZOLI, 2001) RMN
13
C (BERGENTHAL et al., 1979) da literatura estão
representados na TABELA 5.24.
TABELA 5.24- Dados de RMN
1
H e
13
C da arborinina.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(lit.)
(a)
δ
C
(b)
δ
C
(lit.)
(b)
1 156,2 155,7
2 129,9 129,9
3 159,3 159,1
4 6,29 s 6,18 s 86,7 86,7
5 7,46 (dl, 8,6 Hz) 7,45 (dl, 8,7 Hz) 114,5 114,5
6
7,68 (
ddd, 8,6; 7,0 e
1,6 Hz)
7,68 (ddd, 8,7; 7,0 e 1,7
Hz)
133,9 133,7
7
7,25 (
ddd, 8,0; 7,0 e
0,8 Hz)
7,24 (ddd, 8,0; 7,0 e 0,8
Hz)
121,4 121,2
8
8,42 (
dd, 8,0 e 1,6
Hz)
8,34 (
dd, 8,0 e 1,7 Hz) 126,7 126,0
9 180,9 180,4
11 140,6 140,1
12 105,3 105,3
13 120,8 120,3
14 142,0 141,6
2-O-CH
3
3,87 s 3,91 s 60,8 60,6
3-O-CH
3
3,97 s 3,99 s 56,0 55,8
N-CH
3
3,80 s 3,77 s 34,1 33,8
OH 14,72 s 14,75 s
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 50MHz
arborinina
N
OH
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
1
2
3
4
5
6
7
8
9
13
14
12
11
Determinação Estrutural
140
5.2.13- Determinação Estrutural da Substância 25
A substância 25 foi isolada do extrato diclorometano do caule de
Conchocarpus macrophyllus.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 25 (FIGURA 5.70)
apresenta muitas semelhanças com o com o espectro de RMN
1
H da arborinina
(FIGURA 5.68).
Na região aromática um duplo dubleto em δ 8,51 (1H, J= 8,0 e 1,6 Hz), um
duplo duplo dubleto em
δ 7,76 (1H, J= 8,6; 7,0 e 1,6 Hz), um dubleto largo em δ 7,55
(1H,
J= 8,6Hz) e em δ 7,35 um duplo duplo dubleto (1H, J= 8,0; 7,0 e 0.8 Hz) ,
sugerem um anel aromático
orto dissubstituído. Um singleto em δ 6,33 sugere um
anel aromático pentasubstituído.
Porém, a ausência do singleto em
δ 14,7 e a presença de quatro singletos em
δ 4,05, δ 3,95, δ 3,89 e δ 3,50, todos integrando para três hidrogênios sugerem a
presença de quatro metilas ligadas a heteroátomos (N ou O), ou se
Ja, o hidrogênio
da hidroxila na posição 1 da arborinina foi substituído por uma metila.
FIGURA 5.70- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da metilarborinina
2 Apr 2004
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A433D694
Date
23 Oct 1970 14:11:38
Date Stamp
23 Oct 1970 14:11:38
File Name
C:\USUARIOS\TATIANE\RMN\A433D694.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
9
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0
ppm
3.02 2.751.70 1.691.00 0.87
8.534
8.526
8.495
8.485
7.568
7.524
7.373
7.335
7.270
6.335
5.309
4.047
3.951
3.888
3.500
1.594
1.262
Determinação Estrutural
141
Portanto os dados sugerem que a substância 25 é o alcalóide acridônico
conhecido como metilarborinina.
A análise dos dados e as comparações com os dados da arborinina sugerem
que a substância
25 é o alcalóide acridônico conhecido como metilarborinina isolado
anteriormente de
Conchocarpus inopinatus (MAFEZOLI, 2001) e Conchocarpus
macrophyllus (Rutaceae) (VELOSO, 1995) Os dados de RMN
1
H da substância 24,
assim como os dados da literatura (MAFEZOLI, 2001) estão representados na
TABELA 5.25.
TABELA 5.25- Dados de RMN
1
H e
13
C da metilarborinina
H/C δ
H
(a)
δ
H
(lit.)
(b)
4 6,29 s 6,18 s
5 7,55 (dl, 8,6 Hz) 7,31 (dl, 8,6 Hz)
6 7,76 (ddd, 8,6; 7,0 e 1,6 Hz) 7,56 (ddd, 8,7; 7,0 e 1,7 Hz)
7 7,35 (ddd, 8,0; 7,0 e 0,8 Hz) 7,19 (ddd, 8,0; 7,0 e 0,9 Hz)
8 8,51 (dd, 8,0 e 1,6 Hz) 8,44 (ddd, 8,0 e 1,7 e 0,4 Hz)
1-O-CH
3
4,05 s 4,03 s
2-O-CH
3
3,95 s 3,98s
3-O-CH
3
3,89 s 3,90 s
N-CH
3
3,50 s 3,70 s
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 400MHz
metilarborinina
N
OCH
3
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
1
2
3
4
5
6
7
8
13
9
10
12
14
11
Determinação Estrutural
142
5.2.14- A Biogênese dos Alcalóides
Os alcalóides isolados têm sua origem biossintética no ácido antranílico.
Inicialmente ocorre a condensação da acido antranílico com unidades do malonil-
CoA.
A incorporação de duas unidades de malonil-CoA leva a formação do
esqueleto quinolínico normalmente em forma de 2 quinolona. Os esqueletos tipo 2
quinolona podem incorporar unidades de prenila através de adição nucleofílica na
posição 3. A molécula formada pode sofrer ciclização com o oxigênio na posição 2
levando a formação dos alcalóides diiidrofuroquinolínicos e através da perda da
cadeia isopropil leva a formação dos alcalóides furoquinolínicos (WATERMAN,
1975; DEWICK, 2004) (ESQUEMA 5.4).
A ciclização da prenila incorporada na posição 3 com o oxigênio na posição 4
leva a formação dos alcalóides piranoquinolônicos (WATERMAN, 1975) (ESQUEMA
5.4).
A incorporação de três unidades de malonil-CoA ao ácido antranílico com
posterior reação de Claisen e ataque do par de elétrons do nitrogênio a carbonila
levando a formação do núcleo acridônico (WATERMAN, 1975; DEWICK, 2004)
(ESQUEMA 5.5).
Determinação Estrutural
143
ESQUEMA 5.4- Proposta biogenética para as substâncias
13, 14, 15, 16, 17 e 18.
NH
2
COSCoA
NH
2
SCoA
OO
N
O
O
H
N
OH
OH
N
OH
O
H
N
OH
O
H
N
OCH
3
O
OH
OH
N
OCH
3
O
OH
N
OCH
3
O
CH
3
Nmetil-4-metoxi-
2-quinolona (13)
SAM
SAM
SAM
N
OCH
3
O
H
N
OCH
3
O
H
O
mirtopsina (14)
N
OCH
3
O
N
OCH
3
O
OCH
3
N
OCH
3
O
OCH
3
H
3
CO
dictamina (15)
γ-fagarina (16)
esquimianina (17)
N
OCH
3
O
CH
3
O
O
CH
3
O
O
Z-dimetilrhoifolinato (18)
3'
2'
4
5
6
8
N
OCH
3
O
O
O
OCH
3
H
3
CO
O
2
2 Malonil-CoA
Determinação Estrutural
144
ESQUEMA 5.5- Proposta biogenética para as substâncias
19, 20, 21, 22 e 23.
ESQUEMA 5.6- Proposta biogenética para as substâncias
24 e 25.
N
OH
O
H
N
O
O
H
[O]
N
O
O
CH
3
OCH
3
OH
OH
H
H
zantodiolina (21)
N
O
O
CH
3
OCH
3
zantobungeanina (20)
N
O
O
H
N
O
O
CH
3
8-hidroxi-N-metilflindersina (19)
N
O
O
CH
3
OH
SAM
SAM
N
O
O
CH
3
OCH
3
H
3
CO
veprissina (23)
7-hidroxi-8-metoxi
N-metilflindersina(22)
N
O
O
CH
3
OCH
3
HO
N
OOH
OH
H
O
O
O
O
NH
2
C
O
OH
NH
2
OO
CoAS
O
O
NH
2
OO
CoAS
O
O
NH
2
N
OO
O
OH
H
H
metilarborinina (25)
N
OCH
3
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
arborinina (24)
N
OH
OCH
3
OCH
3
O
CH
3
3 Malonil-CoA
SAM
Determinação Estrutural
145
5.3- Amidas
5.3.1- Determinação Estrutural da Substância 26
A substância 26 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, (CD
3
)
2
CO) da substância 26 (FIGURA
5.71) mostra dois dubletos
em δ 7,58 e δ 6,49 (1H, J= 15,6 Hz), característico de
hidrogênios olefínicos em relação
trans, quatro dubletos em δ 7,84 e δ 6,87 (2H, J=
8,4 Hz) e em
δ 7,18 e δ 6,97 (2H, J= 8,6 Hz) que sugerem a presença de dois anéis
aromáticos
para substituídos em sistemas de acoplamento de spins AA’XX’.
Observa-se ainda um quadrupleto em
δ 3,46 (2H, J= 7,5 Hz) e um tripleto em δ 2,77
(2H,
J= 7,5 Hz) sugerindo a presença de hidrogênios metilênicos vicinais.
FIGURA 5.71- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, (CD
3
)
2
CO) substância 26.
Determinação Estrutural
146
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, (CD
3
)
2
CO) (FIGURA 5.72) mostra 13 sinais
sendo que os sinais em
δ 130,50; δ 130,07; δ 116,56 e δ 116,07 são referentes a
dois carbonos equivalentes cada. Observa-se também um sinal em
δ 166,34 que
sugere a presença de uma carbonila.
FIGURA 5.72.- Espectro de RMN
1
H (50 MHz, (CD
3
)
2
CO) substância 26.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância
26 é uma amida conhecida como paprazina, isolada anteriormente de
Fumaria indica
(Fumariaceae) (RAHMAN et al., 1992), Ravenia infelix (Rutaceae)
(ANDRADE, 2003) e
Almeidea coerulea (AMBROZIN, 2004). Os dados RMN de
1
H
da substância
26 assim como os dados da literatura (AMBROZIN, 2004) estão
representados na TABELA 5.26.
HO
N
OH
O
H
7'
7
9'
3'
8
1
4
2'
1'
5'
paprazina
Determinação Estrutural
147
TABELA 5.26-Dados de RMN de
1
H e de
13
C da paprazina
H/C δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.) δ
C
(b)
δ
C
(b)
(lit.)
127,8 125,89
2´/6´ 7,54 (d, 8,4 Hz) 7,38 (d, 8,3 Hz) 130,50 129,10
3´/5´ 6,87 (d,8,4 Hz) 6,69 (d, 8,3 Hz) 116,56 115,68
159,66 158,73
7´ 7,58 (d, 15,6 Hz) 7,31 (d, 15,7 Hz) 139,97 138,49
8´ 6,59 d (d, 15,6 Hz) 6,39 (d, 15,7 Hz) 118,72
166,34 165,23
1 132,8 129,49
2/6 7,18 (d, 8,4 Hz) 7,01 (d, 8,1 Hz) 130,07 129,40
3/5 6,97 (d, 8,4 Hz) 6,68 (d, 8,1 Hz) 116,07 115,06
4 156,70 155,57
7 2,88 (t, 7,5 Hz) 2,64 (t, 7,1 Hz) 35,77 34,41
8 3,58 (t, 7,5 Hz) 3,31 (t, 7,1 Hz) 41,90 40,75
(a) (CD
3
)
2
CO, 200MHz; (b) DMSO, 400MHz; (c) (CD
3
)
2
CO, 50MHz; DMSO, 100MHz
5.3.2- Determinação Estrutural da Substância 27
A substância
27 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, (CD
3
)
2
CO) da substância 27 (FIGURA
5.73) assim como o espectro de RMN
1
H (200 MHz, (CD
3
)
2
CO) da paprazina
(FIGURA 5.71) mostra dois dubletos característico de hidrogênios olefínicos em
relação
trans em δ 7,45 e δ 6,50 (1H, J= 15,6 Hz), um quadrupleto em δ 3,46 (2H, J=
7,5 Hz) e um tripleto em
δ 2,77 (2H, J= 7,5 Hz) sugerindo a presença de hidrogênios
metilênicos vicinais.
Observam-se ainda dois dubletos em
δ 7,08 e δ 6,76 (1H, J= 8,4 Hz) que
sugerem a presença de um anel aromático
para substituído. O espectro mostra
também um dubleto em
δ 7,16 (2H, J= 1,8 Hz), um duplo dubleto δ 6,50 (1H, J= 8,1 e
1,8 Hz) e um dubleto em
δ 6,83 (1H, J= 8,1 Hz) que sugere a presença de um anel
aromático 1,3,4-trissubstituído. Observa-se ainda um singleto em
δ 3,84 (3H)
indicando a presença de um grupo metila ligado a N ou O.
Determinação Estrutural
148
FIGURA 5.73- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, (CD
3
)
2
CO) da substância 27.
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, (CD
3
)
2
CO) (FIGURA 5.74) mostra 15
sinais sendo que os sinais em
δ 129,7 e δ 115,48 são referentes a dois carbonos
equivalentes cada. Observa-se também um sinal em
δ 166,6, que sugere a presença
e uma carbonila Um sinal em
δ 55,87 que confirma a presença de um grupo metila
ligada a O.
FIGURA 5.74- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, (CD
3
)
2
CO) da substância 27.
Determinação Estrutural
149
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura indicam que a
substância
27 é uma amida conhecida como N-trans feruloiltiramina isolada
anteriormente de
Balanites aegyptiaca (Zygophylaceae) (SARKER et al., 2000),
Ravenia infelix (Rutaceae) (ANDRADE, 2003) e Almeidea coerulea (AMBROZIN,
2004). Os dados RMN de
1
H e
13
C da substância 27 assim como os dados da
literatura (AMBROZIN, 2004) estão representados na TABELA 5.27.
TABELA 5.27- Dados de RMN de
1
H e
13
C da N-trans feruloiltiramina
H/C δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.) δ
C
(b)
δ
C
(b)
(lit.)
127,17 126,46
2´ 7,16 (d,1,8 Hz) 7,10 sl 109,96 110,80
146,94 147,85
147,53 148,27
5´ 6,83 (d, 8,1 Hz) 6,79 d (J=8,1 Hz) 114,85 115,69
7,04 (
dd, 8,1 e 1,8
Hz)
6,98 (dd, 8,1 e 1,8
Hz)
122,02 121,56
7´ 7,45 (d, 15,6 Hz) 7,30 (d, 15,7 Hz) 141,05 138,95
8´ 6,50 (d, 15,6 Hz) 6,42 (d, 15,7 Hz) 117,89 119,04
166,65 165,40
1 - 129,56
2/6 7,08 (d, 8,4 Hz) 7,01 (d, 8,5 Hz) 129,71 129,50
3/5 6,76 (d, 8,4 Hz) 6,68 (d, 8,5 Hz) 115,44 115,15
4 155,21 155,66
7 2,77 (t, 7,5 Hz) 2,64 (t, 7,5 Hz) 34,60 34,46
8 3,48 (q, 7,5 Hz) 3,32 (tl, 7,5 Hz) 40,83 40,72
OMe 3,79 s 55,87 55,56
(a) (CD
3
)
2
CO, 200MHz; (b) DMSO, 400MHz; (c) (CD
3
)
2
CO, 50MHz; DMSO, 100MHz
HO
N
OH
O
H
3
CO
H
5'
1'
2'
4
1
8
3'
9'
7
7'
N-trans-feruloiltiramina
Determinação Estrutural
150
5.4- Flavonóide
5.4.1- Determinação Estrutural da Substância 28
A substância
28 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp1.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 28 (FIGURA 5.75)
mostra um singleto em
δ 12,66 que integra para um hidrogênio sugerindo a presença
de uma hidroxila fenólica quelada. Na região dos hidrogênios aromáticos observa-se
dois dubletos, em
δ 8,08 (2H, J= 9,1 Hz), δ 7,03 (2H, J= 9,1 Hz), indicando a
presença de hidrogênios equivalentes e conseqüentemente simetria na molécula.
Observa-se também dois dubletos em
δ 6,45 e δ 6,36 (1H, J= 2,2 Hz),indicando que
estes hidrogênios se encontram na posição
meta. Observam-se ainda a presença de
três sinais integrando para três hidrogênios cada em
δ 3,90; δ 3,88 e δ 3,86
indicando a presença de três grupos metoxila.
Considerando que a substância
28 apresenta estrutura do tipo flavona ou
flavonol a ausência de um singleto na região entre
δ 6,30 e δ 6,60 sugere a presença
de um substituinte na posição 3, portanto a hidroxila pode estar ligada na posição 3
ou 5, o que possibilita a proposta de duas estruturas.
Quando a hidroxila está ligada a C3 (II) o deslocamento químico do
hidrogênio quelado e de aproximadamente
δ 10 enquanto o deslocamento químico
do hidrogênio da hidroxila ligada a C5 é maior que
δ 10 (RAMACHANDRAN &
SIVAKUMAR, 1992; ROSSI
et al., 1997), portanto a substância 28 tem a hidroxila
ligada a C5.
3, 7, 4'-trimetoxi-5-hidroxiflavona
O
O
H
3
CO
O
OCH
3
OCH
3
H
5, 7, 4'-trimetoxi-3-hidroxiflavona
O
O
H
3
CO
OCH
3
OCH
3
O
H
(I) (II)
Determinação Estrutural
151
FIGURA 5.75- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 28.
A análise dos dados obtidos e a comparação com dados da literatura indicam
que a substância
28 é a flavona conhecida como 5-hidroxi-3,7,4’-trimetioxiflavona
isolada anteriormente de
Aniba sp (Bignoniaceae) (ROSSI et al., 1997), Dodonaea
viscosa (Sapindaceae) (DREYER, 1968) e Rauia resinosa (OLIVEIRA, 1996). Os
dados RMN de
1
H da substância 28 assim como os dados descritos na literatura
estão descritos na TABELA 5.28.
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A10N22
Date
24 Feb 1972 03:53:24
Date Stamp
24 Feb 1972 03:53:24
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\ESPECTROS REL3\FLAVONA\A10N22.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
16
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
13.0 12.5 12.0 11.5 11.0 10.5 10.0 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
2.992.03 2.00 0.980.96
TMS
0.0000
1.2542
1.6109
3.8606
3.8768
3.9006
6.3545
6.3656
6.4442
7.0039
7.0493
7.2621
8.0586
8.1040
12.6576
8.0 7.5 7.0 6.5
2.03 2.00 0.98 0.90
8.104
0
8.068
6
8.058
6
7.2621
7.049
3
7.003
9
6.455
3
6.444
2
6.365
6
6.354
5
3.95 3.90 3.85
2.99 2.75 2.68
3.9006
3.8768
3.8606
3, 7, 4'-trimetoxi-5-hidroxiflavona
O
O
H
3
CO
OH
OCH
3
OCH
3
2
3
5
6
7
8
1'
2'
6'
5'
4'
3'
Determinação Estrutural
152
TABELA 5.28- Dados de RMN
1
H da 5-hidroxi-3,7,4’-trimetioxiflavona
H δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.)
6 6,36 (d, J= 2,2 Hz) 6,33 (d, J= 2,2 Hz)
8 6,45 (d, J= 2,2 Hz) 6,45 (d, J= 2,2 Hz)
2’ 8,08 (d, J= 9,1 Hz) 8,07 (d, J= 9,1 Hz)
3’ 7,03 (d, J= 9,1 Hz) 7,00 (d, J= 9,1 Hz)
5’ 7,03 (d, J= 9,1 Hz) 7,00 (d, J= 9,1 Hz)
6’ 8,08 (d, J= 9,1 Hz) 8,07 (d, J= 9,1 Hz)
OH 12,66 s 12,60 s
OMe
3,90 s
3,88
s
3,86
s
3,84
s
(a) CDCl
3
, 200MHz
5.5- Lignana
5.5.1- Determinação Estrutural da Substância 29
A substância 29 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp1.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 29 (FIGURA 5.76
mostra um singleto em
δ 6,59 que integra para quatro hidrogênios, um singleto largo
em
δ 5,51 que integra para dois hidrogênios sugerindo a presença de duas hidroxilas
ligadas a anel aromático e um dubleto em
δ 4,73 (2H, J=4,3 Hz). Observam-se
também um multipleto em
δ 4,28 (2H), um singleto em δ 3,90 integrando para 12
hidrogênios indicando a presença de quatro metoxilas, um multipleto entre
δ 4,0 e δ
3,8 (2H) e um multipleto em
δ 3,07 (2H).
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.77) indicou a presença
de 10 sinais. Esta informação associada aos valores das integrais no espectro de
RMN
1
H indica que a molécula possui um plano de simetria.
Os dados obtidos indicam que a substância
29 é uma lignana furofuranica. As
lignanas furofurânicas apresentam três diasteroisômeros possíveis: diequatorial (I),
diaxial (II) e axial/equatorial (III) (DIKEY, 1958).
O diasteroisômero axial/equatorial (III) pode ser diferenciado dos outros dois (I
e II). Em I e II os hidrogênios benzílicos (H2 e H6) são equivalentes portanto
Determinação Estrutural
153
observa-se normalmente um único dubleto entre δ 4,98 e δ 4,67 enquanto em III
observa-se um sinal próximo a
δ 4,85 e outro próximo a δ 4,4.
A distinção entre os diasteroisômeros I e II pode ser feita através dos
deslocamentos químicos dos hidrogênios 4 e 8. Nos compostos com configuração
diequatorial (I) os sinais de H4 e H8 são observados entre
δ 3,75 e δ 4,70 enquanto
que na série diaxial (II) os sinais de H4 e H8 são observados entre
δ 4,18 e δ 4,43 e
entre
δ 3,80 e δ 4,08 (GARNIER et al., 1975; PELTER et al., 1976; DICKEY , 1975 e
AHAMED
et al., 2002).
A análise dos dados obtidos e a comparação com dados da literatura indicam
que a substância
29 é lignana furofurânica conhecida como siringaresinol ou
lirioresinol B isolada anteriormente de
Bulbophyllum vaginatum (Orchidaceae)
(LEONG
et al., 1999), Vinca minor (Apocynaceae) (GARNIER et al., 1975) e
Pilocarpus grandiflorus (SOUZA, 2003). Os dados RMN de
1
H e de
13
C da
substância
29 assim como os dados descritos na literatura (LEONG et al., 1999)
estão descritos na TABELA 5.29.
FIGURA 5.76- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) substância 29.
O
O
R
R
H
H
O
O
R
R
H
H
(I) (II) (III)
2
1
4
5
6
8
O
O
R
R
H
H
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A32N8.5
Date
28 Jul 1971 06:50:22
Date Stamp
28 Jul 1971 06:50:22
File Name
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
13
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.10
Temperature (degree C)
27.000
7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
14.694.12 2.30 1.991.971.33
TMS
7.2648
6.5873
5.5099
5.3009
4.7452
4.7236
4.3273
4.2929
4.2818
4.2475
4.0028
3.9390
3.9047
3.8452
3.1252
3.1068
3.0944
3.0706
2.1735
1.6119
1.2537
0.0000
Determinação Estrutural
154
FIGURA 5.77- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) substância 29.
TABELA 5.29- Dados de RMN
1
H e de
13
C do siringaresinol.
H/C δ
H
(a)
δ
H
(b)
(lit.) δ
C
(c)
δ
C
(d)
(lit.)
1/5 3,07(m) 3,09(2H, m) 54,3 54,4
2/6 4,73 (d, 4,3 Hz) 4,73 (d, 4,2 Hz) 86,1 86,1
4e/8e 4,28 (2H, m) 4,28 (dd, 9,0 e 6,8 Hz)
4a/8a 4,0-3,7 (2H, m) 4,28 (dd, 9,0 e 3,8 Hz)
71,8 71,8
1’/1’’ 132,1 132,1
2’/2’’ e
6’/6’’
6,59 (s) 6,58 (s) 102,7 102,8
3’/3’’ 147,1 147,2
4’/4’’ 134,3 134,4
5’/5’’ 147,2 147,2
OCH
3
3,90 (s) 3,90 (s) 56,4 56,4
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 300MHz; (c) CDCl
3
, 50MHz; (d) CDCl
3
, 75MHz
Acquisition Time (sec) 2.4248 Comment A46N8.5C Date 04 Nov 1971 00:13:08
Date Stamp 04 Nov 1971 00:13:08
File Name
Frequency (MHz) 50.33 Nucleus 13C Number of Transients 29200 Origin tatiane
Original Points Count 32768 Owner tatiane Points Count 32768 Solvent CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz) 13513.51 Temperature (degree C) 27.000
150 145 140 135 130 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25
ppm
Chloroform-d
147.1841
134.3765
132.1066
102.7956
86.0711
77.6310
77.0000
76.3690
71.7966
56.3995
54.3510
29.6697
O
O
OCH
3
OH
OCH
3
HO
H
3
CO
H
3
CO
H
H
siringaresinol
8
6
5
4
1
2
1'
1''
2''
3''
2'
3'
4'
5'
6'
4''
5''
6''
Determinação Estrutural
155
5.6- Composto fenólico
5.6.1- Determinação Estrutural da Substância 30
A substância 30 foi isolada da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de
Rauia sp1.
O espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da substância 30 (FIGURA 5.78)
mostra tres sinais integrando para um hidrogênio cada na região aromática. Um
duplo dubleto em
δ 7,65 (J= 8,2 e 1,6 Hz), um dubleto em δ 7,57 (J= 1,6 Hz) e um
dubleto em
δ 6,92 (J= 8,2 Hz). Observa-se também um singleto integrando para três
hidrogênios em
δ 3,87 que pode ser atribuído a uma metoxila.
O espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) (FIGURA 5.79) mostra sinais
referentes a 8 carbonos. O sinal em
δ 168,9 sugere a presença de uma carbonila.
A análise dos dados e a comparação com dados da literatura (SAKUSHIMA
et
al., 1995 e SOUZA, 2003) indicam que a substância 30 é um composto fenólico
conhecido como acido vanílico, que é amplamente distribuído no reino vegetal. Os
dados RMN de
1
H e
13
C da substância 30 assim como os dados de RMN de
1
H
(SOUZA, 2003) e
13
C (SAKUSHIMA et al., 1995) da literatura estão representados
na TABELA 5.30.
OH
OCH
3
OHO
2
1
7
5
4
6
3
ácido vanílico
Determinação Estrutural
156
FIGURA 5.78- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) substância 30.
FIGURA 5.79- Espectro de RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
) da substância 30.
8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8
1.08 0.960.95
7.6731
7.6647
7.6320
7.6233
7.5706
7.5625
7.3005
6.9401
6.8990
Acquisition Time (sec)
18.4812
Comment
A38N935
Date
09 Sep 1971 08:51:44
Date Stamp
09 Sep 1971 08:51:44
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\BACK UP RMN\TATI\RMN\2004\A38N935.DX
Frequency (MHz)
200.13
Nucleus
1H
Number of Transients
9
Origin
tatiane
Original Points Count
65536
Owner
tatiane
Points Count
65536
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
3546.08
Temperature (degree C)
27.000
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
3.171.08 0.96
TMS
0.0000
1.2572
3.4094
3.4469
3.9409
4.9321
5.3122
6.8990
6.9401
7.3005
7.5625
7.5706
7.6233
7.6320
7.6647
7.6731
Acquisition Time (sec)
2.4248
Comment
A41N943C
Date
27 Sep 1971 11:15:48
Date Stamp
27 Sep 1971 11:15:48
File Name
C:\DOCUMENTS AND SETTINGS\USER\MEUS DOCUMENTOS\TATINHA\BACK UP RMN\TATI\RMN\2004\A41N943C.DX
Frequency (MHz)
50.33
Nucleus
13C
Number of Transients
32635
Origin
tatiane
Original Points Count
32768
Owner
tatiane
Points Count
32768
Solvent
CHLOROFORM-D
Sweep Width (Hz)
13513.51
Temperature (degree C)
27.000
170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30
ppm
Methanol-d4
Chloroform-d
48.4920
48.9181
49.3524
49.7785
50.2046
55.9570
76.3608
77.0000
77.6310
112.2765
114.2103
122.0932
124.5187
146.3893
150.3308
168.8908
Determinação Estrutural
157
TABELA 5.30-Dados de RMN de
1
H e
13
C do ácido vanílico.
(a) CDCl
3
, 200MHz; (b) CDCl
3
, 50MHz; (c) CDCl
3
, 100MHz
5.6- Esteróides
5.6.1- Determinação Estrutural da Substância 31 e 32
A mistura das substâncias 31 e 32 foi isolada da fração hexano do extrato
metanólico das folhas de
Rauia sp1 e do e extrato diclorometano do caule de
Conchocarpus macrophyllus.
O espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl3) da mistura das substâncias 31 e 32
(FIGURA 5.80), apresenta um dubleto largo em
δ 5,35 (J=4,5Hz) referente ao H-6 e
um multipleto em
δ 3,52 referente ao hidrogênio H-3. O espectro apresentou também
dois duplos dubletos em
δ 5,16 (J=8,1 e 15,6Hz) e δ 5,02 (J=8,1 e 15,6Hz) indicou a
presença do estigmasterol. Foram observados ainda onze sinais entre
δ 0,68 e 1,00
sugeriu a presença de mais um esteróide na mistura. Para a confirmação dos
compostos presentes na mistura na mistura foi realizado o experimento de CG/MS.
H/C
δ
H
(a)
δ
H
(a)
(lit.) δ
C
(b)
δ
C
(C)
(lit.)
1
122,1 123,1
2
7,57 (d, 1,8Hz) 7,58 ( d, 1,8Hz) 112,2 113,9
3
146,3 148,6
4
150,3 152,6
5
6,92 (d, 8,2Hz) 6,96 ( d, 8,3Hz) 114,2 115,9
6
7,65(dd, 8,2; 1,8Hz) 7,70 (dd, 8,3; 1,8Hz) 124,5 125,3
7
168,9 170,0
OCH
3
3,96 (s) 3,94 (s) 55,9 56,4
Determinação Estrutural
158
FIGURA 5.80- Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
) da mistura das substâncias
31 e 32
Nos espectros de massas observa-se os picos dos íons moleculares com m/z
414 e 412 Daltons que são compatíveis com as formulas moleculares C
29
H
50
O e
C
29
H
48
O, referentes ao β-sitosterol e ao estigmasterol respectivamente.
FIGURA 5.81- Espectro de massas do β-sitosterol
Determinação Estrutural
159
FIGURA 5.82- Espectro de massas do estigmasterol.
estigmasterol (32)
HO
H
HH
β−sitosterol (31)
HO
H
HH
Atividades Biológicas
161
6- Atividades Biológicas
6.1- Atividades Biológicas dos Extratos Brutos
Para o estudo foram escolhidas seis plantas da família Rutaceae. Foram
utilizados os extratos de caule e folhas num total de 16 extratos brutos. Os extratos
foram identificados por códigos que estão representados na TABELA 6.1.
TABELA 6.1- Códigos dos extratos.
código do
extrato Planta Parte da planta Extrato
CAFD Folhas Diclorometano
CAFM
Cusparia anã
Folhas Metanol
CGCH Caule Hexano
CGCM Caule Metanol
CGCD Caule Diclorometano
CGFE
Cusparia Est.
Grosso
Folhas Éter de Petróleo
CMCD Caule Diclorometano
CMCF Caule Éter de Petróleo
CMFM Folhas Metanol
CMFE
Conchocarpus
macrophyllus
Folhas Éter de Petróleo
CJCH Caule Hexano
CJFD Folhas Diclorometano
CJFE
Cusparia João
Grandão
Folhas Éter de Petróleo
RCM Caule Metanol
RFM
Rauia sp
Folhas Metanol
RF1M Rauia sp 1 Folhas Metanol
Atividades Biológicas
162
Os extratos das plantas escolhidas foram testados nas formas tripomastigotas
de T. cruzi e nas enzimas gGAPDH de T. cruzi e APRT de Leishmania tarentolae.
Os extratos que mostraram atividade satisfatória (lise parasitária ou inibição superior
a 70%) em um ou mais ensaios foram particionados.
6.1.1- Ensaio tripanocida “in vitro” sobre a forma tripomastigota de T. cruzi
Os extratos brutos foram testados sobre a forma tripomastigota de T. cruzi de
acordo com o procedimento descrito no item 3.4.1 na página 39 e os resultados
obtidos estão representados no GRÁFICO 6.1. Foram considerados ativos os
extratos com porcentagem de lise parasitária superior a 70%.
GRÁFICO 6.1- Resultados dos testes “in vitro” sobre a forma tripomastigota de T.
cruzi.
Os resultados dos ensaios mostram que dos 16 extratos avaliados apenas o
extrato éter de petróleo do caule de Conchocarpus macrophyllus (CMCE) e o extrato
metanólico das folhas de Rauia sp (RFM), que apresentaram 94,6% e 75,3% de lise
parasitária foram considerados ativos sobre as forma tripomastigotas de T. cruzi.
15.66
12.65
9.03
28.91
55.43
50.6
7.22
94.57
0
1.21
27.2
31.32
36.14
15.66
75.31
42.16
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% de lise
CAFD
CAFM
CGCH
CGCM
CGCD
CGFE
CMCD
CMCF
CMFM
CMFE
CJCH
CJFD
CJFE
RCM
RFM
RF1M
Atividades Biológicas
163
6.1.2- Ensaio de inibição da atividade da enzima gliceraldeído-3-fosfato
desidrogenase de T. cruzi (gGAPDH)
Os extratos brutos foram testados na enzima gGAPDH de acordo com o
procedimento descrito no item 3.4.2 nas páginas 39, 40 e 41 e os resultados obtidos
estão representados no GRÁFICO 6.2. Foram considerados ativos os extratos com
porcentagem de lise parasitária superior a 70%.
GRÁFICO 6.2- Resultados de inibição da atividade da enzima gGAPDH
Os resultados dos ensaios mostram que dos 16 extratos avaliados apenas o
extrato metanólico das folhas de Rauia sp1 (RF1M) apresentou inibição satisfatória
(74,6% de inibição). As porcentagens de inibição da atividade enzimática referentes
aos extratos CAFD, CGCH, CGFE, CJCH e CJFE não puderam ser calculados,
estes extratos apresentaram turvação durante os ensaios e/ou apresentaram
absorção no comprimento de onda utilizado no ensaio impossibilitando assim o
cálculo da atividade inibitória.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% de inibição
CAFD
CAFM
CGCH
CGCM
CGCD
CGFE
CMCD
CMCF
CMFM
CMFE
CJCH
CJFD
CJFE
RCM
RFM
RF1M
Atividades Biológicas
164
6.1.3- Ensaio de inibição da atividade de APRT Adenina Fosforibosiltransferase
de Leishmania tarentolae
Os extratos brutos foram testados frente à enzima APRT de Leishmania
tarentolae de acordo com o procedimento descrito no item 3.4.5 na página 42 e os
resultados obtidos estão representados no GRÁFICO 6.3. Foram considerados
ativos os extratos com porcentagem de lise parasitária superior a 70%.
GRAFICO 6.3- Resultados de inibição da atividade de APRT para os extratos.
Os resultados dos ensaios mostram que dos 16 extratos avaliados apenas o
extrato diclorometânico do caule de Conchocarpus macrophyllus (CMCD)
apresentou porcentagem de inibição satisfatória (77,1%), porém o extrato éter de
petróleo das folhas de Cusparia est. grosso (CGFE) e o extrato metanólico das
folhas de Rauia sp1 (RF1M) apresentaram resultados próximos ao considerado
satisfatório (64,3% e 67,9% respectivamente).
6.2- Atividades Biológicas das Frações do extrato diclorometânico do caule de
Conchocarpus macrophyllus
O fracionamento do extrato diclorometânico do caule de Conchocarpus
macrophyllus (CMCD) que apresentou 77% de inibição sobre a enzima APRT de
46.4
10.7
25.7
19.3
46.4
64.3
77.1
35.7
27.9
37.1
42.8 42.9
35.7
42.9
67.9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% de inibição
CAFD
CAFM
CGCH
CGCM
CGCD
CGFE
CMCD
CMCF
CMFM
CMFE
CJCH
CJFD
CJFE
RCM
RFM
RF1M
Atividades Biológicas
165
acordo com o procedimento descrito no item 3.3.1.5 nas páginas 38 e 39 levou a
obtenção de 10 frações. As frações obtidas foram submetidas ao ensaio sobre a
enzima APRT e os resultados obtidos estão representados no GRÁFICO 6.4.
GRAFICO 6.4- Resultados de inibição da atividade de APRT para frações.
Os resultados dos ensaios mostram que frações apresentaram aumento da
porcentagem de inibição quando comparado com o extrato de origem. As frações
CMCD 4, CMCD 7 e CMCD 9 apresentaram inibição maior que 90%
A porcentagem de inibição da atividade enzimática referente à fração CMCD
10 não pode ser calculada uma vez que esta fração apresentou turvação durante o
ensaio.
6.3- Atividades Biológicas das Substâncias puras
6.3.1- Ensaio tripanocida “in vitro” sobre a forma tripomastigota de T. cruzi
As substâncias isoladas foram submetidas a ensaio sobre a forma
tripomastigota de T. cruzi de acordo com o procedimento descrito no item 3.4.1 na
página 39. As concentrações utilizadas para o ensaio foram 100, 250 e 500 µM e os
resultados obtidos estão representados TABELA 6.2.
77
38
55
70
95,7
53
72
93
88
92
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% de inibição
Frações
Atividades Biológicas
166
TABELA 6.2- Resultados dos testes sobre a forma tripomastigota de T. cruzi.
substância
Isolada do
extrato
Conc.
(µg/ml)
% de lise
parasitária
murrangatina (5) RCM e RF1M
100
250
500
18,0
26,1
44,4
rauianina (8)
RCM, RFM e
RF1M
100
250
500
25,4
32,5
47,8
N-metil-4-metoxi-2-quinolona (13) RCM
100
250
500
0
21,7
20,5
dictamina (15)* RCM
100
250
500
16,7
17,6
28,7
γ-fagarina (16)* RCM
100
250
500
26,3
33,5
75,0
esquimianina (17) RCM
100
250
500
0
17,9
34,3
arborinina (24)* CMCD
100
250
500
24,0
42,4
58,0
metilarborinina (25)* CMCD
100
250
500
35,6
46,4
63,2
paprazina (26)** RF1M
100
250
500
24,5
37,9
45,1
N-trans-feruloiltiramina (27)** RF1M
100
250
500
9,4
28,1
69,2
sitosterol e estigmasterol (31 + 32)* CMCD e RCM
100
250
500
19,1
20,9
40,0
* substâncias testadas por MAFEZOLI (2001)
** substâncias testadas por AMBROZIN (2004)
Atividades Biológicas
167
A comparação dos resultados representados na TABELA 6.2 mostra que as
substâncias com maiores atividades são a rauianina (8) que apresentou 47,8% de
lise parasitária a uma concentração de 1,8 mM, a γ-fagarina (16) apresentou 75,0%
de lise parasitária na concentração de 2,2 mM, a arborinina (24) apresentou 58% de
lise parasitária a uma concentração de 1,8 mM e a N-trans-feruloiltiramina (27)
apresentou 69,2% de lise parasitária a uma concentração de 1,6mM. Porém as
substâncias apresentaram resultados pouco significativos frente as formas
tripomastigotas, principalmente quando comparadas ao controle positivo, a violeta
genciana que apresenta IC
50
de 0,083 mM e o (-)-metilpluviatolídeo que apresentou
99% de lise parasitária na concentração de 67,5 µM (BASTOS et al. , 1999).
6.3.2- Ensaio de inibição da atividade da enzima gGAPDH gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase de T. cruzi
As substâncias isoladas foram submetidas a ensaio sobre a enzima gGAPDH
de acordo com o procedimento descrito no item 3.4.3 pagina 41.
Como citado no item 3.4.3, no ensaio sobre a enzima gGAPDH a avaliação da
inibição da enzima utiliza NAD
+
como cofator é acompanhada através da formação
de NADH, que absorve no comprimento de onda 340 nm. Porém, várias substâncias
apresentam absorção no mesmo comprimento de onda ocorrendo interferência na
análise. As amostras que apresentam mais de 30% de absorção molecular relativo
ao NADH (λ=340 nm) não puderam ser avaliadas neste comprimento de onda. Uma
alternativa é ensaiar estas substâncias utilizando Tio- NAD
+
como cofator, como
descrito no item 3.4.4 páginas 41 e 42 e acompanhando a formação do Tio-NADH
no comprimento de onda de 400 nm.
Das substâncias analisadas, apenas a mirtopsina (14), a dictamina (15) e a γ-
fagarina (16) utilizaram NAD
+
como cofator, de acordo com o procedimento descrito
no item 3.4.3, as demais substâncias foram analisadas utilizando Tio- NAD
+
como
cofator de acordo com o procedimento descrito no item 3.4.4 . Os resultados obtidos
estão representados na TABELA 6.3. As substâncias foram testadas na
concentração de 200 µM.
Atividades Biológicas
168
TABELA 6.3- Resultados de inibição da atividade da enzima gGAPDH
substância Isolada do extrato
Conc.
(µM)
%
inibição
murranganona (1) RF1M 200 7
7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-1-oxobut-2-
enil)-cumarina (2)
RF1M
200 7
isomurranganona (3) RF1M 200 3
murralongina (4) RCM e RF1M 200 1
murrangatina (5) RCM e RF1M 200 0
munomicrolina (6) RCM e RF1M 200 1
acetato de murrangatina (7) RCM 200 2
rauianina (8) RCM, RFM e RF1M 200 8
umbeliferona (11) RCM, RFM e RF1M 200 3
N-metil-4-metoxi-2-quinolona (13) RCM 200 0
mirtopsina (14) RCM 200 0
dictamina (15) RCM 200 4
γ-fagarina (16)
RCM
200 10
esquimianina (17) RCM 200 16
Z-rhoifolinato de dimetila (18) RCM 200 5
8-hidroxi-N-metilflindersina (19) RCM 200 4
7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina (22) RCM 200 0
3,7,4’-trimetoxi-5-hidroxiflavona (28) RF1M 200 9
siringaresinol (29) RF1M 200 6
ácido vanílico (30) RF1M 200 0
Os resultados apresentados na TABELA 6.3 mostram que todas as
substâncias ensaiadas mostraram porcentagem de inibição menor ou igual a 16% ou
seja, nenhuma das substâncias testadas apresentou atividade significativa frente
gGAPDH, mesmo as substâncias provenientes extrato metanólico das folhas de
Rauia sp1 (16) que apresentou 74, 5% de inibição na enzima gGAPDH.
Atividades Biológicas
169
6.3.3- Ensaio de inibição da atividade de APRT Adenina Fosforibosiltransferase
de Leishmania tarentolae
As substâncias isoladas foram submetidas a ensaio sobre a enzima APRT de
Leishmania tarentolae de acordo com o procedimento descrito no item 3.4.5 nas
páginas 42 e 43 e os resultados obtidos estão representados na TABELA 6.4. As
substâncias foram testadas em concentrações variadas.
TABELA 6.4- Resultados de inibição da atividade de APRT.
substância
Isolada do
extrato
Conc. (µM)
% inibição
murralongina (4) RCM e RF1M 100 45,8
murrangatina (5) RCM e RF1M 181 12
munomicrolina (6) RCM e RF1M 181 12
rauianina (8)
RCM, RFM e
RF1M
185 28,0
N-metil-4-metoxi-2-quinolona (13) RCM 264 20,4
dictamina (15)** RCM 251 1,6
γ-fagarina (16)
RCM
100 0
esquimianina (17) RCM 193 32,1
zantobungeanina (20) RCM 92 25,7
7-hidroxi-8-metoxi-N-
metilflindersina (22)
RCM
174 18,8
veprissina (23) RCM 166 23,4
arborinina (24)** CMCD 35,1 16,6
paprazina (26)** RF1M 177 19,8
N-trans-feruloiltiramina (27)** RF1M 158 9,9
Os resultados representados na TABELA 6.4 mostram que dentre as
substâncias testadas a murralongina (4) foi a que apresentou maior atividade 45,8%
na concentração de 100 µM. A arborinina (24) isolada da fração 9 extrato
diclorometano do caule de Conchocarpus macrophyllus (CMCD 9) que apresentou
92% de inibição frente a enzima APRT apresentou 16,6% de inibição na
concentração de 35,1 µM
Atividades Biológicas
170
6.3.2- Ensaio de inibição da atividade da enzima PNP purina nucleosídeo
fosforilase de Schistosoma mansoni
As substâncias isoladas foram submetidas a ensaio na enzima PNP de
Schistosoma mansoni de acordo com o procedimento descrito no item 3.4.6 na
página 43 e os resultados obtidos estão representados na TABELA 6.5. As
substâncias foram testadas a 200 µM.
TABELA 6.5- Resultados de inibição da atividade de PNP.
substância
Isolada do
extrato
Conc. (µM)
%
inibição
murranganona (1) 16 200 38,1
7-metoxi-8-(2-acetoxi-3-metil-1-oxobut-2-
enil)-cumarina (2)
16
200 39,1
isomurranganona (3) 16 200 49,8
murralongina (4) 14 e 16 200 36,1
murrangatina (5) 14 e 16 200 38,1
munomicrolina (6) 14 e 16 200 46,4
acetato de murrangatina (7) 14 200 31,0
rauianina (8) 14, 15 e 16 200 abs
umbeliferona (11) 14, 15 e 16 200 81,5
N-metil-4-metoxi-2-quinolona (13) 14 200 37,6
mirtopsina (14) 14 200 32,8
dictamina (15) 14 200 abs
γ-fagarina (16)
14
200 32,7
esquimianina (17) 14 200 59,7
Z-rhoifolinato de dimetila (18) 14 200 34,6
8-hidroxi-N-metilflindersina (19) 14 200 34,6
7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina (22) 14 200 30,1
3,7,4’-trimetoxi-5-hidroxi flavona (28) 16 200 29,9
siringaresinol (29) 16 200 abs
ácido vanílico (30) 16 200 abs
Atividades Biológicas
171
Os resultados dos ensaios (TABELA 6.4) mostram que dentre as substâncias
testadas a umbeliferona (11) foi a que apresentou maior atividade de inibição
(81,5%). A cumarina isomurranganona apresentou 49,8% de inibição na enzima
PNP.
A cumarina murrangatina (5) inibiu a atividade enzimática de PNP em 38,1%,
enquanto que seu diasteroisômero munomicrolina (6) apresentou 46,4% de inibição.
Dentre os alcalóides furoquinolínicos a γ-fagarina (16) apresentou 32,7 % de inibição
enquanto que a esquimianina (17), que possui uma metoxila a mais em sua
estrutura, apresentou 59,7% de inibição. Embora os resultados acima tenham sido
apresentados em uma única concentração, já é possível ter uma idéia do
comportamento inibitório dessas substâncias frente à enzima PNP.
As substâncias rauianina (8), dictamina (15), siringaresinol (29) e ácido
vanílico (30) apresentaram absorção no comprimento de onda do ensaio (293nm).
Atividades Biológicas
173
7- Conclusões
O estudo fitoquímico de Rauia sp e Conchocarpus macrophyllus resultou no
isolamento de 32 substâncias pertencentes a diversas classes de metabólitos
secundários como cumarinas, alcalóides, amidas, lignana, flavonóide e composto
fenólico.
Das 30 substâncias isoladas de Rauia sp, são inéditas na literatura as
cumarinas 3-etilrauianina (9) e 5-metoxirauianina (10) e os alcalóides 8-hidroxi-N-
metilflindersina (19) e 7-hidroxi-8-metoxi-N-metilflindersina (22), o que contribui para
o conhecimento do perfil químico do gênero. O estudo do caule desta planta mostrou
que o mesmo é rico em cumarinas preniladas na posição 8 onde a prenila sofreu
diversas modificações estruturais. Dentre estas cumarinas destaca-se a rauianina
(8), que possui um esqueleto incomum com um anel dihidropirano e uma γ-lactona
condensados. Além disso, o caule se mostrou rico em alcalóides derivados do ácido
antranílico, como os alcalóides tipo quinolona, furoquinolínicos,
dihidrofuroquinolínico, piranoquinolonicos, dihidropiranoquinolonico. O estudo das
folhas mostrou uma maior diversidade das classes de metabólitos encontrados.
Além das cumarinas e alcalóides foram encontradas duas amidas, uma flavona, uma
lignana e um composto fenólico.
O estudo fitoquímico de Conchocarpus macrophyllus levou ao isolamento do
alcalóide acridônico metilarborinina (25) e da mistura dos esteróides sitosterol (31) e
estigmasterol (32), além da arborinina (24) única substância descrita anteriormente
nesta espécie.
O estudo fitoquímico de Rauia sp e Conchocarpus macrophyllus,
biomonitorado por
Dos 16 extratos testados frente aos ensaios bioquímicos sobre as enzimas
GAPDH de T. cruzi e APRT de L. tarentolae e ensaio biológico sobre formas
tripomastigotas de T. cruzi, apenas quatro apresentaram atividades satisfatórias em
pelo menos um dos ensaios a que foram submetidos. O extrato éter de petróleo do
caule de Conchocarpus macrophyllus (CMCF) e o extrato metanólico das folhas de
Rauia sp (RFM) apresentaram 94% e 75% de lise sobre as formas tripomastigotas
de T. cruzi. O extrato metanólico das folhas de Rauia sp1 (RF1M) apresentou 74%
de inibição na enzima GAPDH e o extrato diclorometânico do caule de
Atividades Biológicas
174
Conchocarpus macrophyllus (CMCD) apresentou 77% de inibição na enzima APRT.
O extrato metanólico das folhas de Rauia sp-nova (RF1M) apresentou resultados
próximos ao considerado satisfatórios (67,9% de inibição) na a enzima APRT.
Do extrato metanólico das folhas de Rauia sp que apresentou 74,5% de lise
parasitária frente forma tripomastigota de T. cruzi foi isolada a cumarina rauianina
que apresentou lise parasitária de 47,76% a 500 µg/ml.
O fracionamento do extrato metanólico das folhas de Rauia sp1 que
apresentou 74,5% de inibição na enzima GAPDH não levou ao isolamento de
substâncias com atividade inibitória significativa nesta enzima.
O fracionamento do extrato diclorometano do caule de Conchocarpus
macrophyllus (CMCD) que apresentou 77% de inibição frente a enzima APRT levou
ao isolamento de dois alcalóides acridônicos destes apenas a arborinina (24) foi
testada e não apresentou atividade significativa frente a APRT (16,6% na
concentração de 35,1µM).
Comparando-se os resultados das atividades dos extratos brutos com os
obtidos para as substâncias puras pode-se concluir que ou algumas substâncias
mais ativas não foram isoladas neste estudo ou a atividade depende de uma
combinação de efeitos entre estas substâncias.
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