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algoritmo dessa operação, mas que, após analisar sua prática, perceberam a importância do
cálculo mental para a estimativa.
Marina(V): Você vai vendo a necessidade de você entender a Matemática sem você
fazer só por fazer, eu tou dando divisão para meus alunos agora, e eu usava até o ano
passado a divisão por dois algarismos, usava um método assim, ó: Duzentos e vinte e quatro
dividido por doze, então nós vamos fazer doze vezes um até... fazia que nem fosse uma
tabuadinha do doze, pra gente.
Aline(V): Uma estimativa?
Marina(V): Não, não é estimativa isso aí, isso eu achava que não era estimativa, eu
achava que não era estimativa, né? Vai fazendo a tabuadinha até chegar que número vai
caber no quociente. Agora eu pedi para eles, não. Quantas vezes você acha que o duzentos e
vinte e quatro. Quantas vezes você acha que o doze cabe dentro do duzentos e vinte e quatro?
Sem você usar a tabuada, imagina quantas vezes você pode tirar o doze... Então eu comecei
dar do comecinho, dentro do nove, quantas vezes você acha o três cabe dentro do nove? Nove
bolinhas, eu faço três grupos de três, cabe três vezes. Eu estou percebendo que meus alunos,
que eu mudei de método esse ano, eu não sei se vai dar certo ainda, eles são cobaias, eu não
sei se quando chegar nos números maiores vão, mas eu estou percebendo assim, que eles
estão entendendo melhor o número do quociente sem ter que ficar fazendo a tabuada.
Miriam(V): É que porque eles faziam por fazer, né?
Marina(V): Faziam por fazer, ele faz, é, ele tá colocando, a minha intenção é que
quando ele vai chegar num certo ponto lá, ele vai colocar o número e ele vai acertar o mais
próximo possível, sem ter que pôr aquele monte de multiplicação do lado, doze vezes um,
doze vezes dois, doze vezes três, doze vezes quatro até descobrir o quociente. Eu acho que ele
vai conseguir chegar...
Silvana(V): Sabe, Marina, é assim mesmo porque chuta qualquer um, tem uns que
falam vinte, outros falam ‘doi’, então a gente fala, dois? Vamos ver se dois é, daí você faz a
tabuadinha, né?
Marina(V): Não faço, não quero que eles façam a tabuada, eu quero que eles, eles
entendam, tenham a consciência.
Miriam(V): Duzentos e trinta e dois, cabem dez vezes? Cabem dez vezes, porque
multiplicar por dez é fácil, cabem cem vezes?
Marina(V): Eu comecei no dez e agora eu estou no treze.
Jucelene(V): Eu estava falando para ela aquela hora, daí quando for trabalhar essa
estimativa, é legal falar do dez, primeiro pensar em pegar dez vezes.
Marina(V): Eu trabalhei com dez, para eles foi muito bom, eles entenderam muito
bem.
Jucelene(V): Isso vai desenvolvendo a rapidez de eles fazerem a divisão.
Miriam(V): Ainda, trabalhando pelo sistema de numeração, daí você tem duzentos
dividido por doze, quantas centenas...
Marina(V): É, isso que eu estou falando não sei até quando vai dar certo minha...
Miriam(V): Não, eu acho o que você tem que se preocupar não é se vai dar certo ou
não vai, você está atenta, no momento que você perceber, olha aqui cabe um outro, porque os
alunos são diferentes, você vai...
Com o depoimento da professora Marina, percebemos que antes ela ensinava a seus
alunos o algoritmo da divisão, desprezando as idéias fundamentais. E que, agora, ela