Download PDF
ads:
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Departamento de Química
Programa de Pós-Graduação em Química
“Estudos sobre a síntese de furanoeliangolidos
a partir da reação de Diels-Alder”
Susimaire Pedersoli
Tese apresentada à Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo, como
parte das exigências para a obtenção do
título de Doutor em Ciências, Área: Química
RIBEIRÃO PRETO - SP
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Departamento de Química
Programa de Pós-Graduação em Química
“Estudos sobre a síntese de furanoeliangolidos
a partir da reação de Diels-Alder”
Susimaire Pedersoli
Tese de Doutorado
Orientador: Prof. Dr. Mauricio Gomes Constantino
RIBEIRÃO PRETO - SP
2006
ads:
Sonho que se sonha só,
é só um sonho que sonha só....
mas sonho que se sonha junto
é Realidade...
Raul Seixas
4
Agradeço à Deus,
pela sua presença constante em minha vida.
5
Dedico
Aos meus pais, Augusto e Neide
Que mesmo sem entender o porquê de tanto sofrimento,
forneceram suporte em todos os momentos da minha vida,
independentemente das minhas escolhas. Agradeço
especialmente por terem me ensinado o caminho das pedras com
generosidade, sensatez, dedicação, justiça e amor.
À minha avó Olga pelo amor, pelo carinho e pelo cuidado
que tem por mim.
6
Ofereço
Ao Roni
Que mostrou que amar é acima de tudo compreender.
Obrigado pelo carinho, pela paciência, pela compreensão, pela
confiança e principalmente pelo Amor que tem me dedicado
durante todos esses anos.
7
Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Mauricio Gomes Constantino, por todos esses anos de convívio,
pela orientação, pela amizade, pela paciência e principalmente pela
confiança depositada em meu trabalho.
Ao Prof. Dr. Gil Valdo José da Silva e ao Prof. Dr. Paulo Marcos Donate, pela
amizade e colaboração.
À Virginia, pela amizade e pela competência na obtenção dos espectros de
RMN.
Às minhas grandes amigas Adriana e Rosangela, por todos esses anos de
amizade, pela força, pelo incentivo, pela confiança.
Aos meus amigos Leila e Nivaldo, pelo apoio, pela amizade e principalmente
pelo carinho.
Aos meus amigos Luiz Carlos (Jamanta), Kleber, Valdemar, Claudio, Alvaro,
Paulo e Francisco, por todo apoio, toda ajuda e principalmente pela
paciência e amizade cultivada durante todos esses anos.
Ao Marcel, pela ajuda na realização de parte deste trabalho, pelo interesse e
pela amizade.
À todos os amigos do Laboratório: Valquíria, Mirela, Érika, Felipe, Adilson,
Magrelo, Vinicius, Marco (Boi), Daiane, Rodrigo (Pena), Shirlei, Ellen,
Roberta, Emílio, Giovana, Fausto, André, pela amizade e pela convivência
agradável.
Aos funcionários do Departamento de Química: Lâmia, Bel, Sonia, Emerson,
André, Mercia, Djalma, Lousane, Vera, Olímpia, pela amizade e atenção
durante todos esses anos.
8
Às amigas da Seção de Pós-Graduação: Denise, Inês, Sonia, pela amizade,
atenção e competência.
Aos Docentes do Departamento de Química, pelo aprendizado.
À todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
À CAPES pelo apoio financeiro.
ÍNDICE
ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS ........................................................................................i
RESUMO ...................................................................................................................iii
ABSTRACT................................................................................................................ vi
1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................2
2 – OBJETIVO........................................................................................................... 18
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................20
3.1 – PREPARAÇÃO DOS MATERIAS DE PARTIDA ................................................. 21
3.1.1 – Preparação do 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67)..................................................21
3.1.2 – Preparação do bromopropiolato de metila (71) ..................................................26
3.2 – REAÇÃO DE DIELS-ALDER ENTRE O 3,4-DIMETÓXI-2-METILFURANO (67) E
BROMOPROPIOLATO DE METILA (71)..............................Erro! Indicador não definido.
3.2.1 – Estudo da reação de Diels-Alder por Ressonância Magnética Nuclear de
Hidrogênio..................................................................................................................31
3.3 – TRANSFORMAÇÃO QUÍMICA DO COMPOSTO 85 ........................................... 44
3.4 – REAÇÃO DE DIELS-ALDER ENTRE DERIVADOS DE FURANO E BENZOQUINONA
............................................................................................................................ 50
3.4.1 - Estudo teórico da reação de Diels-Alder entre os furanos 67 e 81 e as quinonas
74, 75 e 106..............................................................................................................53
3.4.2 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 67 e a quinona 74....................55
3.4.3 – Preparação do 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75) ..........................................57
3.4.4 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 67 e a quinona 75....................58
3.4.5 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 81 e a quinona 74....................60
3.4.6 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 81 e a quinona 75....................62
3.4.7 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 81 e o composto 111................66
3.4.8 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 121 e a quinona 75..................67
3.5 – REAÇÃO DE DIELS-ALDER ENTRE DERIVADOS DE FURANO E ACETILENO .. 69
3.5.1 – Estudo teórico da reação de Diels-Alder entre derivados de furano e acetileno...70
3.5.2 – Estudo da reação de Diels-Alder entre 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67) e derivados
de acetileno ................................................................................................................72
3.5.3 – Estudo da reação de Diels-Alder entre 3,4-dimetoxifurano (81) e derivados de
acetileno .....................................................................................................................75
3.5.4 – Estudo da reação de Diels-Alder entre 2-metilfurano (125) e derivados de
acetileno .....................................................................................................................78
3.5.5 – Estudo teórico do estado de transição e da energia relativa dos produtos para
reação de Diels-Alder entre 2-metilfurano (125) e acetilenos 71, 72, 73 e 128.............82
4 – CONCLUSÃO .......................................................................................................90
5 – SEÇÃO DE ESPECTROS.......................................................................................96
6 – PARTE EXPERIMENTAL.....................................................................................151
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................191
Abreviações e Símbolos
i
ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
Ac
2
O Anidrido acético
BnBr Brometo de benzila
n-BuLi n-Butilítio
t-BuOK t-Butóxido de potássio
B3LYP Terceira revisão do método de Becke, usando
funcional de correlação de Lee-Yang-Parr
ccd Cromatografia em camada delgada
cc-pVDZ Correlation consistent polarized valence double zeta
COSY Correlated spectroscopy
DFT Teoria funcional de densidade
DEPT Distortionless enhancement by polarization transfer
DMF Dimetilformamida
DMSO-d Dimetilsulfóxido deuterado
Et Grupo etila
EtOAc Acetato de etila
HMBC Heteronuclear multiple bond correlation
HMQC Heteronuclear multiple quantum correlation
HOMO Highest occupied molecular orbital
J Constante de acoplamento
LDA Diisopropilamideto de lítio
Lit. Literatura
LUMO Lowest unoccupied molecular orbital
Me Grupo metila
Abreviações e Símbolos
ii
MeOH Metanol
Na.Naf Naftaleneto de sódio
NBS N-Bromosuccinimida
OAc Grupo acetóxi
OBn Grupo benzilóxi
Ph Grupo fenil
RMN Ressonância magnética nuclear
RMN 2D Ressonância magnética nuclear de 2 dimensões
RMN
1
H Ressonância magnética nuclear de hidrogênio
RMN
13
C Ressonância magnética nuclear de carbono 13
THF Tetraidrofurano
TMEDA Tetrametiletilenodiamina
13C{1H} Ressonância magnética nuclear de carbono 13
totalmente desacoplado de hidrogênio
Resumo
iii
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi iniciar o estudo de uma nova
metodologia sintética para a obtenção do sistema 11-
oxabiciclo[6.2.1]undecano, o esqueleto estrutural básico de uma classe de
produtos naturais conhecidos como furanoeliangolidos. O goiazensolido (1) é
um exemplo desta classe de compostos, que apresentam uma grande
variedade de atividades biológicas e farmacológicas, como por exemplo:
antimicrobial, antitumoral, antiinflamatório e inseticida.
O
O
O
O
O
HO
O
O
H
H
1
11-oxabiciclo[6.2.1]undecano
A abordagem sintética proposta envolveria a formação de um
composto bicíclico através da reação de Diels-Alder com derivados de furano,
seguida pela formação de um hexanel e, finalmente, ruptura de uma ligação
central para formação do sistema macrocíclico.
O
R
1
R
2
MeO
MeO
R
2
R
1
O
O
O
MeO
MeO
O
MeO
MeO
+
Diels-Alder
retro-aldol
O
OH
MeO
MeO
O
67 68
69
70
Além disso, a reação de Diels-Alder entre derivados de furano e
acetileno dará origem a compostos que apresentam como esqueleto
estrutural o sistema 7-oxabiciclo[2.2.1]heptano, que podem ser utilizados
como material de partida para a síntese de diversos produtos naturais.
Iniciamos este estudo com a reação de Diels-Alder entre o furano
67 e o bromopropiolato de metila (71), onde foi obtido o produto 85, que
após algumas modificações deu origem ao composto 92. Entretanto, após
Resumo
iv
inúmeras tentativas não conseguimos transformar o composto 92 no triciclo
desejado.
O
MeO OMe
Br
CO
2
Me
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
+
67
71
85
O
CO
2
Me
BrMeO
92
BnO
O
O
MeO
BnO
OH
Para evitar essas transformações que se mostraram problemáticas,
resolvemos estudar a reação de Diels-Alder entre derivados de furano e
benzoquinonas 2,5-dissubstituídas, que dará origem aos adutos
devidamente funcionalizados para serem transformados no derivado do
sistema 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano.
O
O
O
MeO OMe
+
O
O
O
MeO
MeO
R
2
O
OR
2
R
1
Diels-Alder
R
1
R
2
O
OR
2
O
O
O
MeO
MeO
R
1
O
OH
67 (R
1
=Me)
81 (R
1
=H)
74 (R
2
=H)
75 (R
2
=Ac)
108 (R
1
=Me, R
2
=H)
109 (R
1
=Me, R
2
=Ac)
110 (R
1
=H, R
2
=H)
111 (R
1
=H, R
2
=Ac)
70b (R
1
=Me)
70c (R
1
=H)
No entanto, após o estudo dessas reações de cicloadição,
observamos que elas têm o equilíbrio fortemente deslocado no sentido dos
materiais de partida. Somente o aduto 111 foi obtido, mas em rendimento
insatisfatório, devido à sua instabilidade em solução, sofrendo rapidamente
reação de retro-Diels-Alder. Por esse motivo, a continuidade desta
metodologia sintética mostrou ser inviável.
Iniciamos então, um estudo da reação de Diels-Alder entre os
furanos 67, 81 e 125, e os acetilenos 71, 72, 73, 126, 127 e 128.
Resumo
v
O
MeO OMe
O
MeO OMe
O
CO
2
Me
Br
CO
2
Me
H
CO
2
Me
CO
2
Me
CO
2
Me
Me
CO
2
Et
Ph
COMe
SiMe
3
67
81
125
71 72
73
126 127
128
Após o estudo dessas reações de Diels-Alder foi possível verificar
que a maioria dos adutos derivados dos furanos 67 e 81 são instáveis no
meio reacional. O furano 125 é menos reativo do que o 67 e 81, e seus
adutos se mostraram mais estáveis em solução.
Os melhores resultados obtidos nessas reações de Diels-Alder
foram usando o acetileno 73 como dienófilo, onde foram obtidos os adutos
129 e 135 com rendimento de 80% e o aduto 145 em rendimento
quantitativo.
O
CO
2
Me
CO
2
Me
145
O
CO
2
Me
CO
2
Me
MeO
MeO
129
O
CO
2
Me
CO
2
Me
MeO
MeO
135
Esse adutos são intermediários importantes e bem funcionalizados,
que podem ser utilizados na continuidade do estudo de desenvolvimento de
novas metodologias sintéticas para a obtenção do sistema 11-
oxabiciclo[6.2.1]undecano.
Abstract
vi
ABSTRACT
The aim of this work was to start the study of a new methodology to
synthesize the 11-oxabicycle[6.2.1]undecane system, the main carbon
skeleton of the furanoheliangolides. Goyazensolide (1) is a typical example of
this class of compounds that exhibit a wide variety of biological and
pharmacological activities, for instance: antimicrobial, antitumoral, anti-
inflammatory and insecticide.
O
O
O
O
O
HO
O
O
H
H
1
11-oxabicyclo[6.2.1]undecane
The proposed synthetic approach involves the preparation of a
bicyclic compound through a Diels-Alder reaction with furan derivatives,
followed by formation of a six membered ring and, finally, cleavage of the
central bond to obtain of the macrocyclic system.
O
R
1
R
2
MeO
MeO
R
2
R
1
O
O
O
MeO
MeO
O
MeO
MeO
+
Diels-Alder
retro-aldol
O
OH
MeO
MeO
O
67 68
69
70
The Diels-Alder reaction between furan and acetylene derivatives
gives a compound with the 7-oxabicyclico[2.2.1]heptane system, that is a
potential starting material for the synthesis of several natural products.
We started this study with the Diels-Alder reaction between the
furan 67 and methyl bromopropiolate (71), and obtained the product 85 that
after some modifications furnished the compound 92. However, after various
attempts we were unable to convert the compound 92 into the desired
tricycle.
Abstract
vii
O
MeO OMe
Br
CO
2
Me
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
+
67
71
85
O
CO
2
Me
BrMeO
92
BnO
O
O
MeO
BnO
OH
We have then decided to study the Diels-Alder reaction between
furan and 2,5-disubstituted benzoquinone derivatives, that could furnish the
adducts properly functionalized to be transformed in the 11-
oxabicyclico[6.2.1]undecane system.
O
O
O
MeO OMe
+
O
O
O
MeO
MeO
R
2
O
OR
2
R
1
Diels-Alder
R
1
R
2
O
OR
2
O
O
O
MeO
MeO
R
1
O
OH
67 (R
1
=Me)
81 (R
1
=H)
74 (R
2
=H)
75 (R
2
=Ac)
108 (R
1
=Me, R
2
=H)
109 (R
1
=Me, R
2
=Ac)
110 (R
1
=H, R
2
=H)
111 (R
1
=H, R
2
=Ac)
70b (R
1
=Me)
70c (R
1
=H)
However, we observed that the equilibrium is strongly shifted
towards the starting materials in these cycloaddition reactions. Only adduct
111 was obtained, but in very low yield. It is unstable in solution, because a
rapid retro-Diels-Alder reaction takes place as soon as 111 is dissolved. This
methodology has thus showed to be impracticable.
As a third alternative, we affected the study the Diels-Alder reaction
between the furans 67, 81 and 125, and the acetylenes 71, 72, 73, 126,
127 and 128.
O
MeO OMe
O
MeO OMe
O
CO
2
Me
Br
CO
2
Me
H
CO
2
Me
CO
2
Me
CO
2
Me
Me
CO
2
Et
Ph
COMe
SiMe
3
67
81
125
71 72
73
126 127
128
Abstract
viii
We verified that most of the adducts from the furan derivatives 67
and 81 are unstable in the reaction mixture. Methylfuran 125 é less
reactive, and its adducts could be obtained in better yield.
The best results were obtained using acetylene 73 as dienophile.
Adducts 129 and 135 were obtained in 80% yield, and adduct 145 in
quantitative yield.
O
CO
2
Me
CO
2
Me
145
O
CO
2
Me
CO
2
Me
MeO
MeO
129
O
CO
2
Me
CO
2
Me
MeO
MeO
135
These adducts are potentially usefull intermediates, properly
functionalized to be used in future studies of synthetic methodology to
obtain the 11-oxabicyclo[6.2.1]undecane system.
Introdão
1
1 – INTRODUÇÃO
Introdão
2
1 – INTRODUÇÃO
Há cerca de três décadas muitos compostos contendo em sua
estrutura um sistema macrocíclico, como A e B, têm sido isolados de
diversas plantas brasileiras. Estes produtos naturais pertencem à classe dos
sesquiterpenos germacranos, a qual tem recebido muita atenção na química
orgânica moderna devido à sua peculiar estrutura e a seus aspectos
conformacionais, sua grande ocorrência na natureza e sua função na
biossíntese
1
de outros sesquiterpenos, além de apresentarem atividades
biológicas significativas.
2
Figura 1
O
O
OR
1
2
3
4
5
6
7
89
10
11
12
13
14
15
O
O
O
R
A
B
Os germacranos são classificados em quatro subgrupos, os quais
são caracterizados por um esqueleto ciclodecadieno com as ligações duplas
nas posições C-1,10 e C-4,5. A maioria dos germacranos conhecidos
possuem como sua principal característica estrutural o anel flexível (E,E)-
ciclodeca-1(10)4-dieno (germacrolidos). Porém, (Z,E)-germacranos
(melampolidos), (E,Z)-germacranos (heliangolidos) e (Z,Z)-germacranos
(germacranolidos) são também encontrados com certa freqüência na
natureza (Figura 2).
1
Introdão
3
Figura 2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
(E,E)-germacranos (Z,E)-germacranos (E,Z)-germacranos (Z,Z)-germacranos
(germacrolidos) (melampolidos) (heliangolidos) (germacranolidos)
Heliangolidos que possuem ponte constituída por um átomo de
oxigênio ligando C-3 com C-10 são denominados furanoeliangolidos. Esta
família de compostos apresenta uma grande variação na estereoquímica e
também no tipo de oxigenação, como se pode observar no goiazensolido (1),
na isocentraterina (2), na tagitinina B (3) e na tirotundina (4), que são
exemplos representativos dessa classe de compostos.
3
Uma ciclização
adicional entre o carbono α da lactona e o carbono carbonílico do éster em
C-8 leva à formação da estrutura do tipo B; eremantolido A
4
(5) é um típico
exemplo e enriquece as variações presentes nesta classe de produtos
naturais (Figura 3).
Figura 3
O
O
O
O
HO
O
O
H
H
O
O
O
O
H
H
H
OH
O
O
O
O
O
O
O
OH
H
H
O
O
O
O
O
H
H
HO
HO
O
O
O
O
O
H
H
HO
1
2
3
4
5
Introdão
4
Os furanoeliangolidos pertencem à classe de compostos conhecida
como lactonas sesquiterpênicas, que são encontradas e isoladas a partir de
uma grande variedade de plantas. Elas são conhecidas por serem o princípio
ativo de várias plantas medicinais, que apresentam uma grande variedade de
atividades biológicas e farmacológicas, como por exemplo: antimicrobial,
antitumoral, antiinflamatória e inseticida.
2
A atividade desses compostos é
atribuída principalmente pela presença do sistema α-metileno-γ-lactona.
2
Em virtude dessas interessantes propriedades apresentadas pelos
furanoeliangolidos, muitos estudos biológicos vêm sendo realizados com
esses compostos. Entretanto, a complexa estrutura macrocíclica desses
produtos naturais tem dificultado a realização de suas sínteses totais.
Assim, os estudos biológicos são realizados a partir dos compostos extraídos
das folhas de diversas espécies de plantas
2,5,6
como a Eremanthus
6,7
e a
Lychnophora
8,9
(também popularmente conhecida como “arnica da serra”).
Devido ao imenso potencial fitoterápico apresentado pelos
furanoeliangolidos, nos últimos anos ocorreu um grande interesse por parte
dos químicos orgânicos sintéticos em desenvolver novas metodologias
visando à síntese desses compostos.
O goiazensolido (1) é um dos furanoeliangolidos mais
extensivamente estudados. Ele apresenta alta atividade antiinflamatória,
sendo um dos mais potentes dessa classe de compostos
2
. Além disso, vários
estudos comprovaram sua atividade tripanocida e antitumoral.
9
O
eremantolido A (5) é outro representante dessa classe, sendo muito
estudado, principalmente devido à sua atividade antitumoral.
4
De um modo geral, sínteses totais de germacranos são
problemáticas, principalmente devido à dificuldade de preparar anéis de 10
membros. Mais especificamente, analisando a estrutura dos
furanoeliangolidos sob o ponto de vista puramente sintético, podemos dizer
que se trata de um 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano. Dificuldades adicionais
são introduzidas pela instabilidade térmica desses compostos e pela
facilidade com que sofrem ciclização transanular.
Introdão
5
Apesar desses problemas, vários trabalhos científicos sobre
sínteses de germacranos foram publicados nos últimos 40 anos.
1
Entrentato,
somente em 1989 a primeira síntese do esqueleto estrutural do
furanoeliangolido foi realizada por McDougal et al.
10
, a qual teve como etapa
inicial a reação de Diels-Alder entre o furano 6 e anidrido maleico para
preparação do aduto 7, que após diversas transformações forneceu o
composto 8. Este, por sua vez, foi submetido a uma reação de ozonólize
dando origem ao macrocíclico 9 (Esquema 1).
Esquema 1
O
PhS
O
O
O
+
CHCl
3
25
o
C
O
PhS
O
O
O
O
PhS
67
8
NPh
CH
3
O
Cl
O
O
O
3
, AcOEt
-78
o
C
O
NPh
O
PhS
CH
3
O
Cl
O
O
O
9
Poucos anos depois, em 1992, Brown e Paquete
11
publicaram uma
nova metodologia para a síntese desse esqueleto estrutural que envolveu
basicamente uma reação de Diels-Alder entre o furano dissubstituído 10 e o
acetato de 1-cianovinila (11), sob altas pressões, formando o aduto 12. Este
composto após várias transformações deu origem ao composto 13, que após
rearranjo aniônico de oxi-Cope originou o macrociclo 14, conforme mostrado
no Esquema 2.
Introdão
6
Esquema 2
O
+
CH
2
Cl
2
175.000 psi
10
BnO
AcO
CN
11
O
OBn
xileno
, 7 h
AcO
NC
O
SPh
BuPh
2
SiO
AnO
O
OH
O
O
OAn
O
BuPh
2
SiO
t
PhS
H
H
K
3
CO
3
O
RO
O
SPh
O
OAn
12
13
14
t
Neste mesmo ano, Wang e Roskamp
12
desenvolveram uma nova
metodologia, que consistiu numa reação de fragmentação de Grob
combinada com uma eliminação homoalílica de um sulfato cíclico. O furano
15 foi usado como material de partida, e após algumas reações forneceu o
brometo 16. O tratamento deste com naftaleneto de sódio resultou na
fragmentação desejada e na reação de eliminação, para produzir o
macrociclo 17 (Esquema 3).
Esquema 3
O
CHO
O
O
S
O
O
O
OTBS
H
Br
Na.Naf
THF
O
TBSO
15
16
17
Outra rota sintética desenvolvida também em 1992, foi a de
Hernández et al.,
13
que fizeram a síntese formal do furanoeliangolido,
utilizando o eudesmanolido vulgarina (18) como material de partida
(Esquema 4). A irradiação do composto 19 (preparado a partir do produto
natural 18), e tratamento in situ do produto formado com hidróxido de
Introdão
7
potássio, produziu um derivado de ciclodecanona 20. Transformações
químicas posteriores resultaram no furanoeliangolido 21.
Esquema 4
O
O
HO
O
O
OAc
O
O
O
AcO
KOH,MeOH
O
O
O
MeO
O
O
O
O
OAc
18
19
2021
Em 1994, Caine et al.
14
empregaram a furanona 22 como material
de partida para a síntese dos biciclos 23 e 24. Inicialmente foi realizada a
reação de alquilação da furanona com 2,3-dibromopropeno via formação do
enolato de lítio, dando origem a bromo furanona 25. Este composto, após
algumas transformações, forneceu os compostos 26 e 27, que após
tratamento com sal de lítio e sódio do hexametildisilazano, respectivamente,
forneceu os compostos 23 e 24, conforme mostrado no Esquema 5.
Esquema 5
O
O
Br
Br
LDA, THF
-78 25
o
C
+
O
O
Br
22
25
O
O
Br
26
O
O
27
O
O
O
O
OTBDPS
Br
24
23
NaN(SiMe
3
)
2
THF, 65
o
C
LiN(SiMe
3
)
2
THF, -78
o
C
OTBDPS
Introdão
8
Rainer et al.
15
publicaram em 1999 a síntese do macrociclo 28,
usando como material de partida o biciclo 29, o qual foi preparado a partir
da reação de Diels-Alder entre 2-metóxi-5-metilfurano e bromopropiolato de
etila, seguida de algumas transformações.
16
O biciclo 29 foi submetido a
duas reações de adição de Michael consecutivas, primeiramente com acrilato
de metila formando o composto 30, e depois com acetilenodicarboxilato de
dimetila, obtendo-se assim o composto 28 (Esquema 6).
Esquema 6
O OMe
O
CO
2
Et
CO
2
Me
NaH, DMF
O
MeO
CO
2
Et
CO
2
Me
O
CO
2
Me
NaH, DMF
MeO
2
C
O
MeO
CO
2
Et
CO
2
MeHO
CO
2
Me
CO
2
Me
28
29
30
O
MeO
CO
2
Et
CO
2
Me
CO
2
Me
O
OMe
O
No ano seguinte, em 2000, Clark et al.
17
desenvolveram uma nova
síntese do esqueleto estrutural do furanoeliangolido, onde a γ-butirolactona
31 foi usada como material de partida, sendo transformada no biciclo 32
após algumas etapas reacionais. A etapa chave desta síntese foi a reação do
composto 32 com um reagente eletrofílico de selênio (PhSeCl ou
PhSeO
2
CCF
3
), formando o intermediário 33, que sofre diferentes rearranjos,
produzindo os compostos 34 e 35 (Esquema 7).
Introdão
9
Esquema 7
O
O
CO
2
H
31
O
Me
AcO
H
H
O
32
PhSeX
CH
2
Cl
2
0
o
C
O
Me
AcO
H
H
O
Se
Ph
X=Cl, O
2
CCF
3
O
Me
H
H
O
O
O
Me
H
SePh
-
Cl
b
a
b
a
O
34
H
H
Me
AcO
SePh
ClO
O
Me
H
O
O
O
Me
H
SePh
H
2
O
O
35
H
H
PhSe
O
AcO
HO
Me
33
Em 2005 já foram publicadas duas sínteses formais de
furanoeliangolidos. Uma foi publicada por Zhang et al.,
18
que teve como
etapa chave a cicloadição [8+2] do composto 36, previamente preparado,
com acetilenodicarboxilato de dimetila, dando origem ao composto 37,
conforme mostrado no Esquema 8. Essa reação foi realizada também com
outros dienos e acetilenos, e em todos os casos os derivados do composto 37
foram obtidos.
Esquema 8
O
+
CO
2
Me
CO
2
Me
36
80
o
C
dioxano
O
MeO
2
C
CO
2
Me
37
Introdão
10
A outra síntese foi realizada por Roseles et al.
19
que teve como
material de partida o germacrolido 38, um produto natural, que é obtido a
partir do extrato da Costus Resinoid, disponível comercialmente. Após
algumas reações, o produto natural 38 foi transformado no composto 39.
Este, por sua vez, sofreu ciclização transanular após tratamento com
quantidade catalítica de ácido p-toluenosulfônico (TsOH), gerando o
macrociclo 40 (Esquema 9).
Esquema 9
O
O
O
O
O
OH
OH
O
TsOH
HO
O
O
OH
38 39 40
Apesar dessa série de sínteses do esqueleto base dos
furanoeliangolidos terem sido realizadas nessas últimas décadas, somente o
eremantolido A (5) teve a sua síntese total realizada. Este furanoeliangolido
tem sido um dos mais intensamente estudado por diversos grupos de
pesquisadores.
10,20-23
Se observarmos a sua estrutura, veremos que ele
possui um esqueleto rígido formado entre 4 anéis, e é menos funcionalizado
do que, por exemplo, o goiazensolido (1). Apesar disso, há somente duas
sínteses totais descritas na literatura. Em 1991, Boeckman et al,
21
completaram a primeira síntese total enantiosseletiva do eremantolido A (5)
(Esquema 10), fazendo uso de uma reação de Ramberg-Bäcklund, que foi
realizada atravéz do tratamento de 41 com t-BuOK seguido por tratamento
com HCl 6 mol.L
-1
, o que forneceu o produto natural 5.
Introdão
11
Esquema 10
O
O
O
O
O
OH
O
O
Cl
O
O
O
S
O
2
1)
t
BuOK
2) HCl 6 mol.L
-1
Eremantolido A (5)
41
O
O
O
21 passos
Em 1995, este mesmo composto foi sintetizado por Takao et al.,
22
utilizando D-glucose como material de partida. A etapa-chave para a
construção do esqueleto básico do furanoeliangolido consistiu em uma
condensação aldólica intramolecular no aldeído 43, dando origem ao
macrociclo 44, que após algumas transformações forneceu o produto natural
5 (Esquema 11).
Esquema 11
O
O
O
O
OHC
O
OMe
O
O
O
O
O
OMe
HO
KHMDS
O
O
O
O
O
OH
43
44
D-glucose
O
O
O
EtO
2
C
O
O
34 passos
Eremantolido A (5)
42
Pelos trabalhos já realizados em nosso grupo de pesquisa sabemos
que é difícil manipular esses macroclicos,
23
principalmente devido a grande
variedade de grupos funcionais presentes; além disso, esses compostos
também são sensíveis a condições reacionais diversas e a temperaturas
elevadas.
Introdão
12
A evidente complexidade da estrutura dos furanoeliangolidos deixa
claro que um domínio dos métodos sintéticos para a preparação desses
materiais é um objetivo ainda muito distante. Grande volume de trabalho
deve ainda ser realizado para que essas estruturas possam ser sintetizadas
com facilidade e segurança.
Em nosso grupo dispusemo-nos desde alguns anos, a investigar
com certa profundidade as possibilidades de preparar a estrutura
biciclo[6.2.1]undecano através da reação de Diels-Alder, seguida de
fragmentação da ligação entre os anéis formados (Esquema 12).
Esquema 12
x
+
x
z
y
z
y
x
y
z
A primeira síntese do anel biciclo[6.2.1]undecano, realizada em
nosso laboratório por Beatriz et al.,
24
está descrita na Esquema 13. A etapa
inicial desta síntese foi a reação de Diels-Alder entre ciclopentadieno e
1,4-benzoquinona, dando origem ao aduto 45. O ponto-chave desta
estratégia foi a preparação do composto 46, o qual possui uma estrutura
apropriada para sofrer uma reação de retro-aldol, com conseqüente
fragmentação da ligação central entre os anéis. De fato, o tratamento de 46
com hidreto de sódio possibilitou a fragmentação desejada, fornecendo a
estrutura 47.
Esquema 13
O
O
NaH
O
O
O
OH
45 46 47
tolueno
refluxo
O
O
+
benzeno
refluxo
Introdão
13
A preparação do anel biciclo[6.2.1]undecano também foi realizada
em nosso laboratório utilizando outras reações de cicloadições, como [2 + 2]
e [6 + 4].
O macrociclo 48, por exemplo, foi obtido a partir de uma série de
cicloadições, seguida de um rearranjo térmico de dois ciclobutanos fundidos
entre si,
25
conforme mostrado no Esquema 14.
Esquema 14
+
E
E
[4 + 2]
E
E
[2 + 2]
h
ν
E
E
E
E
E
E
E
E
E = CO
2
Me
48
Uma outra estratégia estudada foi baseada na cicloadição [6 + 4]
entre ciclopentadieno e tropona (49) (Esquema 15), que resultou na
formação do policiclo 50, o qual foi transformado no composto 51 após
várias etapas.
26
A redução de 51 em uma solução de hidreto de lítio e
alumínio em tetraidrofurano forneceu o biciclo 52 desejado.
Esquema 15
O
O
NTs
O
TsHN
OH
+
49
52
50
51
benzeno
LiAlH
4
THF
90
o
C
Para a preparação do anel biciclo[6.2.1]undecano foi usado o
ciclopentadieno como dieno na reação de Diels-Alder. No entanto, para a
síntese do anel 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano é necessário usar derivados de
furano.
Introdão
14
A cicloadição [4+2] usando furano como dieno é uma reação
clássica na Química Orgânica, sendo a primeira reação estudada por Diels e
Alder há quase oitenta anos atrás.
27
Através desses anos, vários outros
estudos foram realizados com derivados desse composto heterocíclico
aromático, onde se observou que, em geral, furanos sofrem cicloadição [4+2]
com uma grande variedade de dienofilos, como alcenos, alcinos e alenos.
28
Entretanto, muitos pesquisadores observaram que nestas reações
ocorrem uma distinta diferença no que se diz respeito a rendimento, tempo
reacional, condição reacional e estereosseletividade, dependendo da
substituição do anel furânico e da natureza do dienófilo.
29
A reação de Diels-Alder usando furano como dieno, inicialmente, dá
origem a um composto que apresenta o sistema 7-oxabiciclo[2.2.1]heptano, o
qual pode ser manipulado com impressionante seletividade, dependendo da
condição reacional empregada, produzindo assim, uma grande variedade de
intermediários sintéticos.
30
Um exemplo é a síntese da hexose (53), um
açúcar preparado a partir do aduto de Diels-Alder (54), o qual foi obtido pela
cicloadição entre furano e o etileno 55 (Esquema 16).
31
O biciclo 54 é
chamado na literatura comumente de “naked sugar” e é usado como um
“chiron” na síntese de vários outros açúcares.
32
Esquema 16
O
NC OAc
+
ZnI
2
O
OAc
CN
O
O
O
O
O
O
O
O
O
CH
2
OBn
Me
55 54 56 57
1) Me
3
SiCH
2
Li
2) MeOH
3) Ac
2
O, piridina
THF
O
O
O
AcO
Me
O
OBn
1) H
2
, Pd/C, THF
2) CF
3
CO
3
H, Na
2
HPO
4
CH
2
Cl
2
O
O
O
AcO
Me
OAc
OH
1) MeOH/K
2
CO
3
2) H
2
SO
4
(1mol/L)
O
OH
OH
OH
OH
OH
53
58
59
Introdão
15
Derivados de 7-oxabiciclo[2.2.1]heptano também são encontrados
na natureza, e alguns destes apresentam interessantes atividades biológicas,
como por exemplo a catarindina (60) (Figura 4), que é um potente vesicante
encontrado em várias espécies de besouros, e acredita-se também que essa
substância seja afrodisíaca. Análogos dessa substância como os compostos
61 e 62, têm apresentado diversas atividades biológicas, dentre elas,
atividade antitumoral.
30,33
Figura 4
O
Me
O
O
Me
O
O
O
O
O
O
Me
N
O
Me
O
OH
60 61 62
Outro grupo de produtos naturais importantes, que apresentam o
sistema 7-oxabiciclo[2.2.1]heptano na sua estrutura, são os análogos de
prostaglandina (+)-63 e (-)-64 (Figura 5), os quais têm apresentado
importante atividade anticoagulante.
31
Figura 5
O
H
H
COOH
OH
O
H
H
COOH
S
(+)-63 (-)-64
Esse sistema também está presente numa série de mono, sesqui, di
e triterpenóides naturais. Além de ser o grupo final, por exemplo, da
cucurbitaxantina A (65) e da eutreptielanona (66) (Figura 6), que são
carotenóides extraídos da páprica vermelha (Capsium annum) e da alga
Eutreptiella gymnatica, respectivamente.
30
Introdão
16
Figura 6
O
OH
O
O
65
66
Dentro desse contexto, resolvemos investigar a possibilidade de
preparar a estrutura 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano a partir de uma
seqüência de reações que envolvem basicamente uma reação de Diels-Alder,
usando derivados de furano como dieno, seguida por uma reação de
anelação e fragmentação, conforme apresentado de maneira resumida no
Esquema 17.
Esquema 17
O
O
O
O
-
X
O
O
O
X
Diels-Alder
O
O
anelação
fragmentação
X = O ou NNMe
2
XO
Além disso, no decorrer do trabalho, poderíamos realizar a síntese
de diferentes derivados do sistema 7-oxabiciclo[2.2.1]heptano, que podem
ser utilizados como material de partida para a síntese de diversos produtos
naturais.
30
Objetivo
17
2 – OBJETIVO
Objetivo
18
2 – OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo o estudo de uma nova metodologia
sintética para a obtenção do sistema 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano (Figura
7), a partir da reação de Diels-Alder com derivados de furano.
Figura 7
O
A abordagem que nos propúnhamos experimentar envolveria a
formação de um composto bicíclico através da reação de Diels-Alder, seguida
de formação de um novo hexanel por ciclização e, finalmente, ruptura de
uma ligação central para formação do sistema macrocíclico (Esquema 18).
Esquema 18
O
R
1
R
2
MeO
MeO
R
2
R
1
O
O
O
MeO
MeO
O
MeO
MeO
+
Diels-Alder
retro-aldol
O
OH
MeO
MeO
O
67 68
69
70
Entre os vários dienófilos que pretendíamos estudar, alguns estão
representados a seguir (Figura 8).
Figura 8
CO
2
Me
Br
CO
2
Me
H
CO
2
Me
CO
2
Me
O
O
O
O
OH
HO
OAc
AcO
71 72 73 74 75
Resultados e Discussão
19
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Resultados e Discussão
20
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
A nossa abordagem sintética, conforme mostrada no Esquema 18,
tem como etapa inicial uma reação de Diels-Alder, usando o 3,4-dimetóxi-2-
metilfurano (67) como dieno.
A propensão dos furanos para sofrerem reações de cicloadição [4+2]
com diferentes sistemas π é bem conhecida e tem atraído a atenção de vários
grupos de pesquisa.
28
É conhecido que essa classe de compostos apresenta
uma grande diferença de reatividade, dependendo da natureza dos
substituintes presente em sua estrutura, isto é, a presença de substituintes
doadores de elétrons deixam o anel furânico mais reativo, e substituintes
retiradores de elétrons deixam o anel furânico menos reativo.
Como podemos observar, o furano 67 apresenta em sua estrutura
três substituintes doadores de elétrons, os quais devem ativar esse sistema o
suficiente para facilitar a reação de Diels-Alder. Além disso, as metoxilas
vinílicas são grupos apropriados para serem transformados, futuramente, no
sistema furanona presente nos furanoeliangolidos naturais.
Devido à variedade de dienófilos possíveis, resolvemos utilizar
primeiramente o bromopropilato de metila (71), que é um dienófilo
suficientemente ativado pelos grupos –Br e –COOMe e apresenta boa
reatividade com furanos.
34,35
Entretanto, como esses compostos não são disponíveis
comercialmente foi necessário sintetizá-los, conforme metodologia relatada
na literatura.
35,36
Resultados e Discussão
21
3.1 – PREPARAÇÃO DOS MATERIAS DE PARTIDA
3.1.1 – Preparação do 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67)
Para a obtenção do 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67), foi realizada
inicialmente a esterificação do ácido diglicólico
37
em ácido sulfúrico, metanol
e dicloroetano. A mistura reacional foi mantida sob refluxo e agitação por 18
horas, obtendo-se o diglicolato de metila (76) com rendimento de 72%. Em
seguida foi realizada a esterificação do ácido oxálico,
38
também em ácido
sulfúrico e metanol, onde a mistura permaneceu sob agitação à temperatura
ambiente por 30 minutos, e depois foi armazenada na geladeira por 24
horas. Após várias recristalizações o oxalato de metila (77) foi obtido com
rendimento de 50% (Esquema 19).
Esquema 19
HO
O
OH
OO
MeOH
H
2
SO
4
ClCH
2
CH
2
Cl
HO
2
CCO
2
H
MeO
2
CCO
2
Me
MeO
O
OMe
OO
refluxo
76
77
MeOH, H
2
SO
4
A próxima etapa foi a reação de condensação entre o diglicolato de
metila (76) e o oxalato de metila
(77) (Esquema 20),
36
utilizando solução
metanólica de metóxido de sódio como base. A mistura reacional
permaneceu sob agitação por 4 horas e em seguida foi armazenada por 7
dias à temperatura ambiente. Após esse período, o composto 78 foi obtido
com rendimento de 76%.
Em seguida, os grupos OH do composto 78 foram convertidos em
grupos metoxila pela reação com sulfato de dimetila em solução aquosa de
hidróxido de sódio (Esquema 20). A mistura reacional foi mantida sob
agitação por 18 horas à temperatura ambiente, obtendo-se o composto 79
com rendimento de 72%.
Resultados e Discussão
22
Esquema 20
MeO
2
CCO
2
Me
O
CO
2
H
MeO
OMe
HO
2
C
MeO
O
OMe
OO
O
MeO
OMe
O
CO
2
Me
MeO
OMe
MeO
2
C
O
CO
2
Me
HO
OH
MeO
2
C
NaOH
Me
2
SO
4
+
76
77
78
79
80
81
215-265
o
C
NaOMe
NaOH
O grupo éster do composto 79 foi hidrolisado para ácido pela
reação com solução aquosa de hidróxido de sódio. A mistura reacional foi
mantida sob refluxo por 5 horas, obtendo-se o ácido 80 com 99% de
rendimento. A reação de descarboxilação do ácido 80 foi realizada à
temperatura de 215-265
º
C, a qual forneceu o 3,4-dimetoxifurano (81) com
76% de rendimento.
Esquema 21
O
MeO OMe
O
MeO OMe
O
MeO OMe
6781 82
1) n-BuLi
TMEDA
2) CH
3
I
THF
+
Na literatura
39
está descrita a síntese do 3,4-dimetóxi-2-metilfurano
(67) a partir do 3,4-dimetoxifurano nas seguintes condições reacionais: 3,5
equivalentes de n-BuLi e 2 equivalentes de TMEDA em THF. A mistura
reacional foi mantida sob agitação por 2 horas, com elevação da temperatura
de –50
º
C até 0
º
C. Em seguida foram adicionados 4 equivalentes de iodeto
de metila e a temperatura foi elevada até a temperatura ambiente,
permanecendo mais 2 horas sob agitação. Após esse período, a temperatura
foi novamente elevada até refluxo e mantida sob agitação por um período
adicional de 2 horas. A mistura reacional foi extraída e o produto bruto
destilado, fornecendo uma mistura do material de partida (81) e produtos 67
e 82, na proporção 1:10:2, os quais foram purificados por cromatografia
gasosa preparativa.
Resultados e Discussão
23
Inicialmente, como não tínhamos à disposição o agente
complexante TMEDA, realizamos a reação como descrita na literatura, mas
com algumas modificações, tais como: sem adição de TMEDA, deixando sob
agitação à temperatura ambiente ao invés de refluxo após adição do iodeto
de metila, e a purificação dos produtos foi realizada por cromatografia em
coluna de sílica gel.
A reação foi acompanhada por ccd, onde foi constatado que após 6
horas sob agitação à temperatura ambiente todo o material de partida havia
sido consumido. A mistura reacional foi então extraída e armazenada na
geladeira sem solvente até o outro dia, para purificação. Após esse período,
constatamos que a cor do material obtido, que antes era levemente amarela,
havia se tornado extremamente escura. Por análise de ccd verificamos que
ainda havia o produto formado na reação, mas também vários outros
subprodutos, que poderiam ser de decomposição e/ou polimerização.
A purificação por cromatografia em coluna foi realizada e após
análise de RMN
1
H foi constatado a presença da mistura dos produtos 67 e
82 na proporção 2:1. A mistura foi obtida em rendimento de 10%.
A reação foi então repetida nas mesmas condições, mas agora
mantendo a mistura reacional sob agitação até o dia seguinte. A reação foi
extraída e o produto bruto obtido foi analisado por RMN
1
H, onde foi
constatado que havia formado uma mistura dos produtos 67 e 82 na mesma
proporção obtida anteriormente. No entanto, após purificação por
cromatografia em coluna, foi obtida a mistura dos furanos em 80% de
rendimento. Novamente os furanos foram armazenados sem solvente no
freezer por algumas horas e constatamos que todo o produto havia se
decomposto.
Uma observação feita durante esses experimentos foi de que
quando os furanos 67 e 82 ficam dissolvidos em algum solvente orgânico,
eles não se decompõem tão rapidamente como ocorre na ausência de
solvente, podendo ser estocados durante 2 ou 3 dias.
Resultados e Discussão
24
Outro fato verificado foi que a purificação por cromatografia em
coluna não é eficiente para completa separação dos dois furanos. Por esse
motivo, resolvemos realizar um estudo dessa reação de alquilação, variando
algumas condições reacionais, a fim de se otimizar a obtenção do furano 67
monoalquilado.
Inicialmente, as variações realizadas foram em relação às condições
reacionais (tempo e temperatura) e ao uso de TMEDA. Todas as reações
foram realizadas em THF, mantendo constantes as seguintes condições:
quantidade de n-BuLi (3,5 equivalentes), temperatura para formação do
diânion (de –50 a 0
º
C), quantidade de iodeto de metila (2,0 equivalentes) e
tempo reacional após a adição de iodeto de metila (18 horas). As quantidades
utilizadas de n-BuLi e de CH
3
I foram as mesmas descritas na literatura
39
para a síntese desse composto. Os resultados obtidos estão descritos na
Tabela 1.
Tabela 1: Resultados obtidos no estudo das condições reacionais para a
preparação do composto 67.
A partir desses resultados foi possível concluir que quando se
mantém constante a quantidade de TMEDA e o tempo reacional o fator
determinante para maior proporção de 67 é a temperatura após adição de
CH
3
I, (experimentos 1 e 2; 3 e 5). Entretanto, quando se mantém constante o
tempo reacional e a temperatura de adição, a quantidade de TMEDA é o fator
determinante (experimento 2 e 6). Os rendimentos obtidos nesta série de
reações variaram de 75 a 89%.
TMEDA
(equiv.)
Tempo reacional
para formação do
ânion (horas)
Temperatura
após adição de
CH
3
I (
º
C)
Proporção
67:82
1 0 3,0 25 2:1
2 0 3,0 10 6:1
3 2,0 2,0 25 2,5:1
4 2,5 2,0 25 2:1
5 2,0 2,0 0 1:1
6 2,5 3,0 10 8:1
Resultados e Discussão
25
Resolvemos, então, realizar uma outra série de reações para
preparação do furano 67, variando agora o número de equivalentes do
n-BuLi, o tempo reacional para formação do ânion e a temperatura da
mistura reacional após adição de CH
3
I. As condições reacionais mantidas
constantes foram: quantidade de TMEDA (2,5 equivalentes), tempo reacional
para formação do ânion (3 horas), variação da temperatura durante a
formação do ânion (-50 a 0
º
C) e tempo reacional após adição do CH
3
I (18
horas).
Tabela 2: Resultados obtidos no estudo das condições reacionais para a
preparação do furano 67.
n-BuLi
(equiv.)
Temperatura
após adição de
CH
3
I (
º
C)
Proporção
67:82
Rendimento
(%)
1 3,0 10 6:1 66
2 2,0 10 5:1 52
3 1,0 10 5:1 30
4 3,0 25 2:1 75
5 2,0 25 2:1 40
6 1,0 25 1:1 22
Analisando esses resultados podemos verificar que diminuindo o
número de equivalentes de n-BuLi, a proporção dos produtos 67:82 não
varia muito, no entanto, o rendimento diminui consideravelmente.
A variação da temperatura da mistura reacional de 10 para 25
º
C, após
adição de CH
3
I, fez com que a proporção do produto dialquilado (82)
aumente em relação ao produto monoalquilado (67) desejado.
Após essa série de reações, podemos concluir que a melhor
condição reacional encontrada para obtenção do furano 67 é: 3,5
equivalentes de n-BuLi, 2,5 equivalentes de TMEDA, variação da
temperatura da mistura reacional para formação do ânion de –50 a 0
º
C,
tempo reacional para formação do ânion de 3 horas, 2,0 equivalentes de
CH
3
I e temperatura da mistura reação após adição de CH
3
I de 10
º
C. A
reação foi repetida nestas condições e os furanos 67 e 82 foram obtidos na
proporção de 8:1. A mistura foi obtida em rendimento de 95%
Resultados e Discussão
26
3.1.2 – Preparação do bromopropiolato de metila (71)
Para a obtenção do bromopropiolato de metila (71), foi realizada
inicialmente a esterificação do ácido propiólico (83)
35
em solução metanólica
de ácido sulfúrico, que foi mantida sob agitação por 48 horas à temperatura
ambiente (Esquema 22). Após esse período a mistura reacional foi extraída, o
solvente removido por destilação fracionada e o produto purificado por
destilação com short-path, onde o propiolato de metila (72) foi obtido com
rendimento de 50%. Verificamos que quando a reação permaneceu sob
agitação por um período de 72 horas o rendimento aumentou para 77%.
O bromopropiolato de metila (71)
35
foi preparado a partir da reação
do propiolato de metila (72) em acetona, com quantidade equimolar de NBS
e usando nitrato de prata como catalisador (Esquema 22). Inicialmente foi
realizado o procedimento idêntico ao descrito na literatura; no entanto, como
a quantidade que estava sendo preparada era bem menor do que a descrita,
não foi possível destilar o produto da mistura reacional.
Esquema 22
HCO
2
H
MeOH
H
2
SO
4
HCO
2
Me
72
Br CO
2
Me
71
NBS
AgNO
3
acetona
83
Por isso foi necessário fazer a filtração do sólido presente na
mistura reacional ao invés de separá-lo por destilação. A acetona foi
removida a 10
º
C num rotaevaporador, e o resíduo foi purificado por
destilação horizontal, obtendo o produto 71 com 82% de rendimento. Após
análises de RMN
1
H foi constatada a presença de bromoacetona como
contaminante, decorrente da reação da acetona com o NBS.
Resultados e Discussão
27
3.2 – REAÇÃO DE DIELS-ALDER ENTRE O 3,4-DIMETÓXI-2-
METILFURANO (67) E BROMOPROPIOLATO DE METILA (71)
Não foi encontrado na literatura nenhum uso do 3,4-dimetóxi-2-
metilfurano (67) em reações orgânicas. Assim, além de todo desafio que
envolve essa pesquisa, há também o de estudar o comportamento deste
furano em reações de cicloadição [4+2].
Como já pudemos observar durante a sua síntese, o furano 67 é
muito reativo tornando-se instável quando em alta concentração, e
necessitando de certos cuidados durante seu manuseio. Além disso,
verificamos que ocorre também a formação de um subproduto dialquilado,
durante sua preparação.
Devido à dificuldade de separação e a instabilidade dos furanos 67
e 82, o estudo da reação de Diels-Alder foi realizada com a mistura dos
mesmos.
Primeiramente, a reação de Diels-Alder entre a mistura dos furanos
67 e 82 e o acetileno 71 foi realizada com excesso de 10% do dienófilo em
benzeno seco à temperatura ambiente. Após 10 minutos sob agitação,
constatamos por ccd que todo furano havia sido consumido e vários
produtos haviam sido formados. Análise de RMN
1
H do produto bruto não foi
muito elucidativa, devido ao grande número de sinais presentes no espectro.
A purificação da mistura reacional foi realizada por cromatografia
em coluna e foram separadas três frações principais. Após análise de RMN
1
H e
13
C constatamos que duas frações se tratavam dos compostos 84 e 85.
A terceira fração, no entanto, concluímos ser os compostos 86 e 87,
correspondente do composto 85 oriundos do furano 82. Esses compostos
foram obtidos com rendimentos de 2% (84), 42% (85) e 36% (da mistura de
86 e 87) (Esquema 23).
Resultados e Discussão
28
Esquema 23
O
MeO
OMe
O
MeO
OMe
Br
CO
2
Me
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
+
82
67 71
84
85
86
87
+
+
O
MeO OMe
MeO
2
C
+
O
CO
2
Me
BrO
MeO
Como a reação havia se processado muito rapidamente à
temperatura ambiente, decidimos repeti-la diminuindo a temperatura para
0
º
C. Neste caso foi necessário trocar o solvente da reação, uma vez que o
benzeno a essa temperatura não seria adequado. A reação foi realizada em
THF e após 1 hora de reação constatamos que todo material de partida havia
sido consumido, ocorrendo a formação dos mesmos produtos da reação
anterior, no entanto, com rendimentos inferiores.
O composto 84 é um produto obtido através da reação de adição
conjugada (nucleofílica) do anel furano ao bromopropiolato de metila (71),
conforme mecanismo indicado no esquema 24.
Esquema 24
O
MeO
OMe
O
MeO OMe
MeO
2
C
O
MeO
OMe
H
Br
MeO
2
C
H
Br
H
O
MeO OMe
MeO
2
C
BrMeO
2
C
Em nenhuma das reações realizadas foi observado a presença do
aduto 88 esperado. Indicando assim que as metoxilas vinílicas presentes
neste aduto são muito sensíveis à presença de ácido. E como podemos
Resultados e Discussão
29
observar, durante a formação do composto 84 ocorre a liberação de HBr.
Com isso, o meio reacional torna-se ácido o suficiente para ocorrer a
hidrólise das metoxilas e dar origem ao composto 85 (Esquema 25).
Esquema 25
O
CO
2
Me
Br
MeO
MeO
HBr
O
CO
2
Me
Br
O
O
H
MeO
O
CO
2
MeO
Br
88
85
H
3
C
H
3
C
Br
CH
3
Br
+
88a
Era de se esperar que a protonação da dupla ligação também
pudesse ocorrer no outro carbono da dupla, dando origem ao composto 89
(Esquema 26). Contudo, após inúmeras tentativas não foi possível isolar da
mistura reacional, o composto 89, e nem observar a sua formação por
análise de RMN
1
H do produto bruto da reação.
Esquema 26
89
O
CO
2
Me
Br
MeO
MeO
HBr
O
CO
2
Me
Br
O
O
O
O
CO
2
MeMeO
Br
88
H
3
C
H
3
C
Br
CH
3
Br
+
88b
H
Quando comparamos os carbocátions 88a e 88b podemos observar
que 88a pode ser mais bem estabilizado, pois além dos efeitos mesoméricos,
há a estabilização conferida pela formação de um íon não clássico 88c
(Esquema 27). Como conseqüência, temos a formação somente do composto
85.
Esquema 27
O
CO
2
Me
Br
O
O
H
H
3
C
H
3
C
88a
CO
2
MeO
O
H
H
3
C
H
3
C
88c
Br
O
Resultados e Discussão
30
O aduto 90, proveniente da reação de Diels-Alder entre o furano 82
e o bromopropiolato de metila (71), também sofre reação de hidrólise nas
metoxilas vinílicas, dando origem aos compostos 86 e 87 (Esquema 28).
Esquema 28
87
O
CO
2
Me
Br
MeO
MeO
HBr
O
CO
2
Me
Br
O
O
H
MeO
O
CO
2
MeO
Br
90
86
H
3
C
H
3
C
Br
CH
3
Br
+
HBr
O
CO
2
Me
Br
O
O
H
3
C
H
3
C
H
Br
CH
3
Br
+
90a
90b
O
O
CO
2
MeMeO
Br
Estes compostos foram obtidos na forma de mistura de difícil
separação, as análises de RMN de
1
H e
13
C foram realizadas com a mistura
dos mesmos, onde foi possível observar que os compostos 86 e 87 estão em
proporções diferentes (3:1). No entanto, através dos valores dos
deslocamentos químicos não foi possível concluir qual dos compostos foi
obtido em maior proporção. Pela possível estabilidade do carbocátion 90a,
análogo ao carbocátion 88a, acreditamos que o composto 86 esteja em maior
proporção.
A reação de Diels-Alder foi repetida em benzeno e à temperatura
ambiente, sendo o produto bruto analisado por RMN
1
H, em benzeno
deuterado, devido a seu caráter neutro. Esta análise não foi muito
elucidativa, mas foi possível verificar uma peculiar diferença, quando
comparado com a análise realizada em clorofórmio deuterado.
Resultados e Discussão
31
3.2.1 – Estudo da reação de Diels-Alder por Ressonância Magnética
Nuclear de Hidrogênio
Como a reação de Diels-Alder entre o furano 67 e o acetileno 71 é
consideravelmente rápida, resolvemos fazer um estudo dessa reação dentro
do tubo de ressonância e acompanhar o seu andamento por espectros de
RMN
1
H obtidos ao longo do tempo. Assim, tentamos acompanhar o processo
da reação de Diels-Alder e verificar a formação dos produtos 84, 85, 86 e
87.
Inicialmente o experimento foi realizado tendo como solvente
CDCl
3
. Os espectros de hidrogênios foram obtidos com 1 scan à temperatura
de 24
º
C, sendo o primeiro espectro obtido o mais rápido possível
(aproximadamente 3 minutos após a mistura dos reagentes), o segundo
espectro foi obtido após 1 minuto, o terceiro após 2 minutos, o quarto após 4
minutos, e assim por diante. Esse experimento foi realizado com a mistura
dos furanos 67 e 82 na proporção de 1:1.
Como os valores de deslocamento químico, em CDCl
3
, dos
reagentes e dos produtos eram conhecidos, foi possível obter os valores das
integrais dos sinais de interesse em todos os espectros obtidos. As integrais
foram obtidas em relação ao sinal do solvente (o pequeno sinal
correspondente ao solvente não deuterado, CHCl
3
), pois este fica constante
durante todo o experimento.
Os valores das integrais relativas obtidos para os respectivos
valores de deslocamento químico dos reagentes estão mostrados na Tabela
3.
Resultados e Discussão
32
Tabela 3: Valores das integrais relativas obtidos para os respectivos valores
de deslocamento químico dos reagentes ao longo do tempo.
O
MeO
OMe
67
1
23
4
5
6
7
O
MeO
OMe
82
1
2
1
3
4
4
3
2
Br
CO
2
Me
1
71
Tempo
(seg)
H-1
(6,81 ppm)
H-6
(3,71 ppm)
H-5
(2,18 ppm)
H-3
(2,16 ppm)
H-1
(3,79 ppm)
0 2,56 8,39 8,89 16,96 51,90
44 2,52 8,65 8,67 16,18 51,59
136 2,19 7,32 7,80 15,05 47,00
290 1,97 6,34 7,32 13,41 43,27
563 1,77 5,84 6,80 12,35 41,37
1047 1,50 5,54 5,81 11,14 39,13
2064 1,16 4,54 4,73 8,88 35,37
4156 0,62 2,32 3,14 5,84 29,83
6107 0,40 1,83 2,50 4,11 26,68
8059 0,26 1,17 1,91 3,02 24,94
72000 0,00 0,52 0,81 0,54 19,42
A partir dos valores das integrais, foi possível obter os valores da
variação de concentração relativa dos reagentes, os quais estão mostrados
na Tabela 4.
Resultados e Discussão
33
Tabela 4: Valores da variação da concentração relativa dos reagentes ao
longo do tempo.
Tempo
(seg)
O
MeO
OMe
67
1
23
4
5
6
7
O
MeO
OMe
82
1
2
1
3
4
4
3
2
Br
CO
2
Me
1
71
0
0,00
0,00 0,00
44
-0,04
-0,03 -0,23
136
-0,37
-0,32 -1,63
290
-0,59
-0,59 -2,88
563
-0,79
-0,77 -3,51
1047
-1,06
-0,97 -4,26
2064
-1,40
-1,35 -5,51
4156
-1,94
-1,85 -7,36
6107
-2,16
-2,14 -8,41
8059
-2,30
-2,32 -8,99
72000
-2,56
-2,74 -10,83
Com esses valores foi traçado o respectivo Gráfico da variação da
concentração versus tempo da reação, podendo assim acompanhar o
consumo dos reagentes (Gráfico 1 e 2).
Resultados e Discussão
34
Gráfico 1: Variação da concentração relativa dos reagentes ao longo do
tempo
-10000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
variação da caondentração
dos reagentes
tempo reacional (seg)
B - composto 67
C - composto 82
D - composto 71
Gráfico 2: Variação da concentração relativa dos reagentes ao longo do
tempo (soma dos furanos)
-10000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
variação da concentração
dos reagentes
tempo reacional (seg)
D - composto 71
E - soma dos furanos 67 e 82
Sabendo-se que a proporção dos furanos 67 e 82 é de 1:1 na
mistura reacional, e analisando o Gráfico 1, observamos que os furanos
estão sendo consumidos com a mesma velocidade durante o experimento. No
entanto, no Gráfico 2 podemos observar que inicialmente, o composto 71
está sendo consumido com a mesma velocidade de consumo dos dois
Resultados e Discussão
35
furanos, indicando que este reagente está sendo consumido somente na
reação de Diels-Alder. Porém, observamos que nos últimos pontos do Gráfico
o composto 71 é consumido numa proporção maior do que a soma das
concentrações dos furanos, com isso podemos concluir que ele deve estar
sofrendo alguma outra reação paralela ainda não conhecida.
Os valores das integrais relativas obtidos para os respectivos
valores de deslocamento químico dos produtos da reação de Diels-Alder
(Esquema 23) estão mostrados na Tabela 5.
Tabela 5: Valores das integrais relativas obtidos para os respectivos valores
de deslocamento químico dos produtos formados ao longo do tempo.
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
85
O
MeO OMe
MeO
2
C
1
23
4
5
6
7
8
9
10
11
84
MeO
O
CO
2
Me
Br
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
86
O
O
CO
2
Me
Br
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
87
MeO
Tempo
(seg)
H-7
1,67(ppm)
H-7
2,22 (ppm)
H-7
1,64 (ppm)
H-7
1,53 (ppm)
0 0,07 0,16 0,14 0,13
44 0,08 0,21 0,18 0,14
136 0,10 0,24 0,20 0,14
290 0,12 0,49 0,27 0,15
563 0,14 0,56 0,34 0,15
1047 0,17 0,67 0,60 0,23
2064 0,37 0,97 0,96 0,33
4156 0,67 0,99 1,45 0,48
6107 0,91 1,02 1,71 0,61
8059 1,07 1,01 2,02 0,64
72000 2,54 1,03 2,78 0,94
A partir dos valores das integrais, foram obtidos os valores de
variação de concentração relativa dos produtos da reação de Diels-Alder
(Tabela 6).
Resultados e Discussão
36
Tabela 6: Valores da variação da concentração relativa dos produtos
formados ao longo do tempo.
Tempo
(seg)
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
85
O
MeO OMe
MeO
2
C
1
23
4
5
6
7
8
9
10
11
84
MeO
O
CO
2
Me
Br
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
86
O
O
CO
2
Me
Br
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
87
MeO
0 0,00 0,00 0,00 0,00
44 0,00 0,02 0,01 0,00
136 0,01 0,03 0,02 0,00
290 0,02 0,11 0,04 0,01
563 0,02 0,13 0,07 0,01
1047 0,03 0,17 0,15 0,03
2064 0,10 0,27 0,27 0,07
4156 0,20 0,28 0,44 0,12
6107 0,28 0,29 0,52 0,16
8059 0,33 0,28 0,63 0,17
72000 0,82 0,29 0,88 0,27
A partir desses valores foi obtido o Gráfico da variação da
concentração dos produtos versus tempo da reação (Gráfico 3), podendo
assim acompanhar a formação de cada produto.
Gráfico 3: Variação da concentração dos produtos formados ao longo do
tempo
-10000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
variação da concentração
dos produtos
tempo reacional (seg)
B - composto 85
C - composto 84
D - composto 87
E - composto 86
Resultados e Discussão
37
No Gráfico 3 podemos observar no último ponto que os compostos
85 e 86 são formados, praticamente, na mesma concentração no final da
reação, mas não com a mesma velocidade, o mesmo acontecendo também
com os composto 84 e 87. Esta afirmação só pôde ser feita porque os
furanos 67 e 82 estão na proporção 1:1 no início da reação.
Nos espectros obtidos não se observou nenhum sinal que poderia
caracterizar a presença dos adutos 88 e 90, assim, podemos concluir que a
reação desses adutos com ácido para formação dos compostos 84, 85, 86 e
87 é praticamente instantânea e simultânea.
Após esses resultados resolvemos fazer novamente esse
experimento nas mesmas condições, mas usando como solvente C
6
D
6
,
devido a seu caráter neutro.
Para isso foi necessário obter os espectros de RMN
1
H dos materiais
de partida 67, 82, e 71 e dos compostos 84, 85, 86 e 87 em C
6
D
6
para
podermos determinar com precisão os seus valores de deslocamentos.
O experimento em C
6
D
6
foi realizado com a mistura dos furanos 67
e 82 na proporção de 5:1.
Após a realização desse experimento, foi possível observar a
formação de um novo composto, o qual é o produto principal da reação.
Analisando os valores de deslocamento químico constatamos que esse
composto era o aduto 88, no entanto, observamos também a formação dos
compostos 84 e 85 em quantidades menores.
Como o furano 82 estava em baixa concentração, não foi possível
analisar a formação dos seus produtos 86 e 87, pois seus sinais estavam
numa região do espectro onde há vários sinais sobrepostos.
O tratamento dos dados foi realizado da mesma maneira que o
experimento anterior. Na Tabela 7 estão descritos os valores das integrais
relativas obtidos dos reagentes.
Resultados e Discussão
38
Tabela 7: Valores das integrais relativas obtidos para os respectivos valores
de deslocamento químico dos reagentes ao longo do tempo.
O
MeO
OMe
67
1
23
4
5
6
7
O
MeO
OMe
82
1
2
1
3
4
4
3
2
Br
CO
2
Me
1
71
Tempo
(seg)
H-1
(6,79 ppm)
H-7
(3,77 ppm)
H-4
(3,70 ppm)
H-1
(3,30 ppm)
0 48,31 162,73 58,84 245,63
51 46,36 159,97 58,31 239,97
142 40,48 137,81 51,19 209,74
294 33,84 113,65 42,92 174,27
565 29,21 98,56 37,68 154,20
1076 25,35 85,73 33,33 139,73
2067 21,20 71,61 30,08 129,68
4019 15,54 53,32 23,78 115,04
5971 11,91 41,71 20,41 105,13
7893 9,41 33,78 18,51 100,41
9847 7,49 27,40 16,32 36,46
64638 0,07 3,57 6,50 35,05
A partir dos valores das integrais, foi possível obter os valores de
variação de concentração relativa dos reagentes, mostrado na Tabela 8.
Resultados e Discussão
39
Tabela 8: Valores da variação da concentração relativa dos reagentes ao
longo do tempo.
Tempo
(seg)
O
MeO
OMe
67
1
23
4
5
6
7
O
MeO
OMe
82
1
2
1
3
4
4
3
2
Br
CO
2
Me
1
71
0 0,00 0,00 0,00
51 -1,43 -0,09 -1,89
142 -8,07 -1,28 -11,97
294 -15,41 -2,66 -23,79
565 -20,24 -3,53 -30,48
1076 -24,31 -4,26 -35,30
2067 -28,74 -4,80 -38,65
4019 -34,62 -5,85 -43,53
5971 -38,37 -6,41 -46,84
7893 -40,94 -6,73 -48,41
9847 -42,96 -7,09 -69,73
64638 -50,65 -8,73 -70,20
Com esses valores foi construído o respectivo Gráfico da variação
da concentração dos reagentes versus tempo da reação.
Gráfico 4: Variação da concentração dos reagentes ao longo do tempo.
-10000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
variação das concentrações
dos reagentes
tempo reacional (seg)
B - composto 67
C - composto 82
D - composto 71
Resultados e Discussão
40
Gráfico 5: Variação da concentração dos reagentes ao longo do tempo (soma
dos furanos).
-10000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
variação da concentração
dos reagentes
tempo reacional (seg)
D - composto 71
F - soma dos compostos 67 e 82
Analisando o Gráfico 4 observamos que os furanos 67 e 82 estão
sendo consumidos com velocidades diferentes durante o experimento, isso
porque eles não estão na mesma proporção como anteriormente. No Gráfico
5 podemos observar o mesmo efeito ocorrido no Gráfico 2, isto é, que no
início da reação o composto 71 está reagindo na mesma velocidade que a
soma das concentrações dos dois furanos, e após um certo tempo ele é
consumido numa proporção maior do que a soma das concentrações dos
furanos. No entanto, no Gráfico 5 a diferença mais acentuada entre as
concentrações ocorre somente no último ponto.
Os valores das integrais relativas obtidos para os respectivos
valores de deslocamento químico dos produtos da reação de Diels-Alder
estão mostrados na Tabela 9
Resultados e Discussão
41
Tabela 9: Valores das integrais relativas obtidos para os respectivos valores
de deslocamento químico dos produtos formados ao longo do tempo.
O
CO
2
Me
BrMeO
MeO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
88
10
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
85
O
MeO OMe
MeO
2
C
1
23
4
5
6
7
8
9
10
11
84
Tempo
(seg)
H-8
(3,65ppm)
H-7
(2,07ppm)
H-5
(4,48ppm)
H-8
(3,11ppm)
H-11
(3,84 ppm)
H-7
(1,93ppm)
0 6,10 3,73 0,38 2,24 3,28 1,82
51 7,38 5,21 0,30 2,42 3,56 2,33
142 7,69 6,11 0,45 3,86 3,69 2,76
294 8,62 7,31 0,85 3,32 4,22 2,76
565 10,88 8,89 1,08 3,79 4,91 3,97
1076 14,11 12,37 1,51 6,22 6,47 5,26
2067 21,00 19,36 2,35 7,95 8,76 8,44
4019 29,43 28,3 3,48 11,89 13,15 12,21
5971 34,01 32,69 4,07 14,22 15,33 15,35
7893 37,33 35,91 4,67 16,56 17,34 16,98
9847 39,04 37,65 5,02 17,17 18,55 18,40
64638 37,07 36,29 6,74 23,10 23,98 23,91
A partir dos valores das integrais foram obtidos os valores de
variação de concentração relativa dos produtos da reação de Diels-Alder
(Tabela 10).
Resultados e Discussão
42
Tabela 10: Valores da variação da concentração relativa dos produtos
formados ao longo do tempo.
Tempo
(seg)
O
CO
2
Me
BrMeO
MeO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
88
10
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
85
O
MeO OMe
MeO
2
C
1
23
4
5
6
7
8
9
10
11
84
0 0,00 0,00 0,00
51 0,46 0,01 0,04
142 0,66 0,30 0,23
294 1,02 0,41 0,31
565 1,66 0,61 0,63
1076 2,78 1,23 1,11
2067 5,09 1,94 2,02
4019 7,98 3,16 3,38
5971 9,48 3,84 4,26
7893 10,57 4,53 4,87
9847 11,14 4,81 5,31
64638 10,59 6,66 7,13
A partir desses valores foi obtido o Gráfico da variação da
concentração dos produtos versus tempo da reação (Gráfico 6), onde foi
possível acompanhar a formação de cada produto.
Gráfico 6: Variação da concentração relativa dos produtos formados ao
longo do tempo.
-10000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
0
2
4
6
8
10
12
variação da concentração
dos produtos
tempo reacional (seg)
B - composto 88
C - composto 85
D - composto 84
Resultados e Discussão
43
Pelo Gráfico 6 podemos observar que os composto 84 e 85 são
formados praticamente na mesma concentração. Podemos observar também,
que o produto principal formado é o composto 88. Um resultado interessante
desse Gráfico é a constatação da formação do composto 85 a partir do
composto 88, pela reação com o ácido (HBr) liberado na reação de adição
conjugada (composto 84).
No experimento anterior, devido à acidez do solvente usado (CDCl
3
)
e ao HBr liberado, o meio reacional tornou-se fortemente ácido e por isso não
foi possível observar a formação do aduto 88, mas apenas o composto 85, já
hidrolisado.
No entanto, neste experimento realizado em solvente neutro (C
6
D
6
)
a acidez do meio reacional é proveniente exclusivamente do ácido (HBr)
liberado na reação de adição, pois, pelo gráfico 6, podemos observar que o
composto 85 é formado em quantidade equimolar ao composto 84. Assim,
baixo rendimento (2%) obtido após purificação do composto 84 em coluna,
provavelmente se deve ao fato deste composto ser instável em meio ácido e
se decompor.
Após a realização desses dois experimentos, podemos concluir que
a reação sofrida pelo aduto 88, para dar origem ao composto 85 é rápida e
fortemente catalisada pela acidez do meio reacional, não sendo possível
observar o aduto no experimento realizado em CDCl
3
. No entanto, no
experimento realizado em C
6
D
6
, conseguimos observar nos espectros de
RMN
1
H a formação do aduto 88 como produto principal da reação. Além
disso, pela formação simultânea dos compostos 85 e 84, pudemos confirmar
que a reação de hidrólise sofrida pelas das metoxilas vinílcas do aduto 88
ocorre devido à presença de HBr (liberado na reação de adição conjugada) no
meio reacional.
Resultados e Discussão
44
3.3 – TRANSFORMAÇÃO QUÍMICA DO COMPOSTO 85
Como não esperávamos obter o composto 85, mas sim o aduto 88,
resolvemos fazer algumas transformações no composto obtido para dar
continuidade à rota sintética.
A principal modificação que deveria ser feita no composto 85 seria
a transformação da carbonila da cetona num grupo funcional estável à
diferentes condições reacionais. Entendemos que a melhor opção seria
reduzir a cetona a álcool e em seguida transformá-lo num éter benzílico, o
qual esperamos que não sofresse nenhuma reação indesejável ao longo da
rota.
A redução da cetona do composto 85 foi realizada com boroidreto
de sódio
40
em etanol, à temperatura ambiente, onde se obteve o composto 91
com 75% de rendimento (Esquema 27).
Esquema 27
O
O
MeO
CO
2
Me
Br
NaBH
4
EtOH
O
HO
MeO
CO
2
Me
Br
9185
Inicialmente tentamos fazer a proteção do álcool 91 usando, como
base, hidreto de sódio em THF,
41
seguida da adição de cloreto de benzila à
temperatura ambiente. No entanto, o que se obteve após 3 horas de reação
foi uma mistura de vários produtos que não continha o material desejado. A
reação foi repetida, mas mantendo a mistura reacional a 0
º
C. Contudo, após
5 horas de reação constatamos por ccd que a mesma mistura de produtos
havia sido formada. Tentamos isolar algum produto através de purificação
por coluna cromatográfica, mas isso não foi possível.
Verificamos na literatura que um método mais suave para
preparação de éteres benzilicos seria através da reação com óxido de prata e
brometo de benzila em benzeno.
42
Essa reação foi realizada com o álcool 91 e
mantendo a mistura reacional sob agitação por 24 horas à temperatura
Resultados e Discussão
45
ambiente. O composto 92 foi obtido com 64% de rendimento (Esquema 28).
A reação foi repetida, mantendo a mistura reacional sob agitação por 72
horas, onde o composto 92 foi obtido com 89% de rendimento.
Esquema 28
O
HO
MeO
CO
2
Me
Br
Ag
2
O
BnBr
C
6
H
6
O
BnO
MeO
CO
2
Me
Br
91
92
Uma vez obtido o composto 92 com resultados satisfatórios,
passamos para a próxima etapa da síntese que é a adição de 3 carbonos ao
composto 92, para que pudéssemos fazer a reação de ciclização e obter o
triciclo correspondente ao intermediário 69 (Esquema 18). Antes disso,
porém, seria necessário transformar o brometo vinílico em um cetal, para
posterior hidrólise deste grupo para dar origem à cetona correspondente,
como Esquematizado no Esquema 29.
Esquema 29
O
Br
BnO
MeO
CO
2
Me
O
BnO
MeO
CO
2
Me
OMe
OMe
92 93
O
BnO
MeO
CO
2
Me
94
O
Leroy
35
descreveu essa seqüência reacional para o aduto 95: a
preparação do cetal foi realizada através da reação do aduto 95 com solução
metanólica de metóxido de sódio, com temperatura em torno de 30
º
C e
mantendo sob agitação por 15 horas, fornecendo o cetal 96 com rendimento
de 45-55%. Este, por sua vez, foi submetido à hidrólise usando Nafion-H
como catalisador, dando origem à cetona 97 com 83% de rendimento
(Esquema 30).
Esquema 30
O
Br
CO
2
Me
O
CO
2
Me
OMe
OMe
95
96
MeONa
MeOH
O
CO
2
Me
Nafion-H
O
97
Resultados e Discussão
46
O composto 92 foi submetido às mesmas condições reacionais
realizadas por Leroy, mas à temperatura de 0
º
C. A reação foi acompanhada
por ccd, onde se constatou que após 9 horas, a essa temperatura, o material
de partida não havia reagido. A temperatura foi então elevada até 10
º
C,
permanecendo sob agitação por mais 12 horas. Após esse período, a reação
foi extraída e verificamos por análise de RMN
1
H que o material não havia
sofrido nenhuma reação. A reação foi repetida á temperatura ambiente,
permanecendo sob agitação por 12 horas, e por ccd constatamos que nada
havia mudado. Resolvemos então elevar a temperatura até refluxo, onde
após 3 horas verificamos que todo material de partida havia sido consumido.
Por análise de RMN
1
H do produto bruto extraído constatamos que houve a
formação de vários produtos de difícil identificação.
Uma possível explicação para este resultado é que, mesmo se o
produto 93 tivesse sido obtido após elevação da temperatura até refluxo,
como ele possui um hidrogênio ácido susceptível ao ataque por base, ele
poderia ser transformado no composto 98 (Esquema 31), que também é
sensível à presença de base, podendo sofrer outras reações em meio alcalino.
Esquema 31
O
Br
BnO
MeO
CO
2
Me
MeONa
MeOH
O
BnO
MeO
CO
2
Me
OMe
OMe
BnO
MeO
CO
2
Me
OMe
OMe
OH
92 93
98
No entanto, não insistimos nesta preparação porque alguns testes
realizados em nosso laboratório
34
com compostos semelhantes ao 93 não
obtiveram resultados satisfatórios na reação de hidrólise do cetal para
obtenção da cetona correspondente.
Resolvemos então, ao invés de fazer a reação de substituição
seguida pela reação de adição do grupo metóxido para se obter o cetal, fazer
uma adição de Michael, usando como ânion o enolato do acetoacetato de
metila, o qual já possui os três carbonos necessários.
Resultados e Discussão
47
Com essa mudança na rota sintética obteríamos como
intermediário o composto triciclico 100, o qual não tem grupos funcionais
apropriados para sofrer a reação de retro-aldol, que havíamos proposto para
preparação do macrociclo 70 (Esquema 18). Entretanto, o composto 100 é
capaz de sofrer a reação de retro-Michael dando origem ao macrociclico 70a,
conforme mostrado no Esquema 32.
Esquema 32
O
BnO
MeO
CO
2
Me
O
O
100
O
BnO
MeO
CO
2
Me
CO
2
Me
99
O
O
BnO
MeO Br
CO
2
Me
92
MeO
OO
+
adição de Michael
O
BnO
MeO
CO
2
Me
O
OH
70a
O
BnO
MeO
CO
2
Me
O
O
+
reação de eliminação
Inicialmente tentamos fazer a adição de Michael
34
preparando o
enolato do acetoacetato de metila com t-BuOK em THF a 0
º
C e adicionando-o
sobre o composto 92 na mesma temperatura. A temperatura foi elevada
lentamente até a temperatura ambiente e a mistura reacional permaneceu
sob agitação durante 3 horas. O composto bruto foi analisado por RMN
1
H e
constatamos que o material de partida não havia sido consumido. A reação
foi repetida nas mesmas condições, mas permanecendo sob agitação por 24
horas. Após esse período foi constatado por ccd que o composto 92
novamente não reagiu. Essa reação foi realizada também sob refluxo, mas o
resultado foi a decomposição do material de partida.
Resolvemos então fazer esta reação utilizando outras bases, como
K
2
CO
3
, trietilamina e piperidina,
43
no entanto, em todas as reações
realizadas não foi obtido o produto de adição. Na maioria das vezes, o
Resultados e Discussão
48
composto 92 não reagiu com o enolato, e nos casos em que a temperatura
foi elevada ocorreu a decomposição do material de partida.
Contudo estes resultados são inesperados devido ao fato de que
essa adição de Michael ocorre bem com o composto 101
34
(Esquema 33), o
qual apresenta o mesmo sítio reacional do composto 92. O composto 102 foi
obtido com 82% de rendimento após permanecer 3 horas sob agitação.
Esquema 33
O
CO
2
Me
Br
MeO
OO
t-BuOK
THF
O
CO
2
Me
CO
2
Me
O
102
+
0
o
C-t.a.
101
Devido à semelhança entre os compostos 92 e 101 era esperado
que o resultado da adição de Michael fosse semelhante e, no entanto, com o
composto 92 não foi possível fazer essa adição.
Uma alternativa para resolver este problema seria a substituição do
grupo benzila por um outro grupo protetor para verificar a influência deste
grupo durante a reação de Michael.
Contudo, o composto 102 foi preparado por um outro pesquisador
que deu continuidade à rota sintética,
34,44
descrita no Esquema 32. Este
composto foi submetido à reação de ciclização onde o produto obtido foi o
aromático 103. Foi realizada então, a redução da dupla ligação α-carbonílica
do composto 102 para evitar a aromatização do composto ciclizado
(Esquema 34). Uma vez obtido o composto 104, foram realizadas várias
reações na tentativa de se obter o composto ciclizado 105, mas não se obteve
nenhum resultado satisfatório.
Resultados e Discussão
49
Esquema 34
O
CO
2
Me
CO
2
Me
102
O
CO
2
Me
CO
2
Me
O
O
CO
2
Me
O
O
OH
CO
2
Me
OH
X
103
104 105
O
O
Assim, pela dificuldade de preparação do composto 92, pelos
problemas encontrados na reação de condensação para adição de 3
carbonos, pelos resultados infrutíferos na reação de ciclização do composto
104, obtidos por outro pesquisador de nosso laboratório, resolvemos
abandonar esta metodologia sintética.
Resultados e Discussão
50
3.4 – REAÇÃO DE DIELS-ALDER ENTRE DERIVADOS DE
FURANO E BENZOQUINONA
Uma classe de dienófilos muito comum em reações de Diels-Alder
são os derivados de 1,4-benzoquinona, no entanto, na maioria dos casos
esses compostos reagem com derivados de furano somente sob condições
severas (altas pressões).
45
Além disso, os adutos, quando formados, são
instáveis em solução, devido à facilidade de sofrerem reação de retro-Diels-
Alder.
46,46
Por outro lado, a reação entre 1,4-benzoquinona (106) e 3,4-
dimetoxifurano (81) se processa suavemente em benzeno e à temperatura
ambiente.
47
Isso ocorre porque os reagentes são solúveis em benzeno,
enquanto que o produto da reação é insolúvel, precipitando no meio
reacional. Em conseqüência disto, o equilíbrio é deslocado no sentido da
formação do produto, evitando-se assim a reação de retro-Diels-Alder.
Entretanto, quando o aduto é dissolvido em clorofórmio deuterado a reação
de ciclorreversão começa imediatamente, como pôde ser evidenciado por
espectros de RMN
1
H obtidos da mesma amostra em diferentes tempos após
a dissolução.
47
Como já mencionado anteriormente (Esquema 13), o
biciclo[6.2.1]undecano 47 foi sintetizado, em nosso laboratório, a partir da
reação de Diels-Alder entre ciclopentadieno e 1,4-benzoquinona (106).
Neste
trabalho a etapa chave foi a mudança do grupo hidroxila para a junção dos
anéis, possibilitando posterior reação de retro-aldol.
25
Com objetivo de sintetizar o sistema 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano,
o aduto 107 (endo) (Esquema 35) foi preparado em nosso laboratório
seguindo o procedimento descrito por Hofmann et al.
47
O intuito era
transformar o aduto 107 no composto 46a, semelhante ao composto 46
(Esquema 13), que possui uma estrutura apropriada para sofrer a reação de
retro-aldol. No entanto, após várias tentativas isso não foi possível, devido às
inúmeras reações indesejadas sofridas pelos derivados do aduto 107.
48
Resultados e Discussão
51
Esquema 35
O
O
O
MeO OMe
+
O
O
O
MeO
MeO
81 106 107
Diels-Alder
O
O
MeO
MeO
46a
OH
Para evitar essas transformações que se mostraram bastante
problemáticas, é possível utilizar benzoquinonas substituídas, como a 2,5-
diidróxi-1,4-benzoquinona (74) e seu derivado 75. Com isso, as reações de
Diels-Alder entre os derivados de furano (67 e 81) e as benzoquinonas
substituídas (74 e 75) dariam origem aos adutos (108, 109, 110 e 111) com
estruturas devidamente funcionalizadas para sofrerem a reação de retro-
aldol (derivados do composto 46a) e assim poderíamos obter o derivado do
sistema 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano (70b, 70c) (Esquema 36).
Esquema 36
O
O
O
MeO OMe
+
O
O
O
MeO
MeO
R
2
O
OR
2
R
1
Diels-Alder
R
1
R
2
O
OR
2
O
O
O
MeO
MeO
R
1
O
OH
67 (R
1
=Me)
81 (R
1
=H)
74 (R
2
=H)
75 (R
2
=Ac)
108 (R
1
=Me, R
2
=H)
109 (R
1
=Me, R
2
=Ac)
110 (R
1
=H, R
2
=H)
111 (R
1
=H, R
2
=Ac)
70b (R
1
=Me)
70c (R
1
=H)
Na literatura
48
está descrita a reação de Diels-Alder entre 2,3-
dimetil-1,3-butadieno (112) e o composto 113, um produto natural derivado
da 2,5-diidróxi-1,4-benzoquinona (74). Essa reação foi realizada em xileno à
temperatura de refluxo, usando ZnCl
2
como catalisador, e após 48 horas sob
agitação, o aduto 114 foi extraído, purificado e obtido com 70% de
rendimento (Esquema 37).
Resultados e Discussão
52
Esquema 37
O
O
HO
OH
O
O
OH
HO
+
112
114
113
(CH
2
)
11
CH
3
(CH
2
)
11
CH
3
Xileno
ZnCl
2
refluxo
Dentro deste contexto, resolvemos estudar a reação de Diels-Alder
entre derivados de furanos (67 e 81) e quinonas (74 e 75), para verificar o
comportamento dessas reações e de seus adutos.
Um grande número de trabalhos tem sido realizado nos últimos
anos com o objetivo de estudar a reação de Diels-Alder sob o ponto de vista
teórico,
49
a fim de se compreender melhor os efeitos estereoeletrônicos que
estão envolvidos.
Apesar da diversidade de trabalhos publicados que seguem essa
linha de pesquisa, encontramos somente um trabalho na literatura
46c
que
estuda a reação de Diels-Alder entre furanos e benzoquinonas. Este
determinou experimentalmente a energia de ativação da reação e a constante
de velocidade da reação de retro-Diels-Alder.
Desta maneira, resolvemos fazer um estudo teórico das energias
eletrônicas envolvidas (orbitais HOMO e LUMO) nas reações de Diels-Alder
entre os furanos 67 e 81 e as quinonas 74, 75 e 106, em paralelo com o
estudo experimental.
Resultados e Discussão
53
3.4.1 - Estudo teórico da reação de Diels-Alder entre os furanos 67 e
81 e as quinonas 74, 75 e 106
Uma vez que sabemos das condições reacionais da reação de Diels-
Alder entre o furano 81 e a 1,4-benzoquinona (106), e da reação de retro-
Diels-Alder sofrida pelo aduto 107, podemos utilizar essas informações como
parâmetro de comparação para as outras reações estudadas.
Todos os cálculos teóricos foram realizados utilizando o método
híbrido DFT/B3LYP juntamente com o conjunto de funções de base 6-
311++G(d,p), implementados no programa GAUSSIAN03 revisão-B.05.
50
Inicialmente foram otimizadas as geometrias dos compostos 67, 81,
106, 74 e 75; e em seguida foram calculadas as energias dos orbitais HOMO
e LUMO, mostradas na Tabela 11.
Tabela 11: Energia dos orbitais HOMO e LUMO (em Hartree)
composto E
HOMO
E
LUMO
67 -0,20951 -0,01011
81 -0,22132 -0,00884
106 -0,28699 -0,14523
74 -0,27342 -0,13250
75 -0,29721 -0,14554
A partir desses valores de energia foram calculadas as diferença de
energia dos orbitais HOMO dos dienos e LUMO dos dienófilos (E), além de
algumas propriedades eletrônicas, como: potencial químico
(µ∼(E
LUMO
+E
HOMO
)/2), dureza química (η∼E
LUMO
-E
HOMO
) e eletrofilicidade global
(ω = µ
2
/2η).
50
A eletrofilicidade global (ω) pode ser entendida como sendo uma
medida do quanto um dienófilo está propenso a adquirir uma carga adicional
(como por exemplo a aproximação do sistema doador π do dieno durante a
formação do estado de transição na reação de Diels-Alder). Podemos então,
caracterizar como um bom dienófilo, o composto que tiver um alto valor de µ
(em modulo), um baixo valor de η e conseqüentemente, uma alta
eletrofilicidade global.
Resultados e Discussão
54
Os valores das propriedades globais e dos E obtidos para os
compostos 67, 81, 106, 74 e 75 estão mostrados nas Tabelas 12 e 13,
respectivamente.
Tabela 12: Propriedades globais (µ e η em Hartree; ω em eV)
composto µ η ω
67
-0,1098 0,1994 0,82
81
-0,1151 0,2125 0,85
106
-0,2161 0,1418 4,48
74
-0,2033 0,1417 3,97
75
-0,2224 0,1497 4,49
Tabela 13: Diferença de energia dos orbitais HOMO dos dienos e LUMO dos
dienófilos (E) (kcal/mol)
Dienófilo Dieno 81 Dieno 67
106
47,7
40,3
74
55,7
48,3
75
46,3
38,9
Analisando os valores das propriedades eletrônicas dos sistemas,
podemos concluir que a 2,5-diidróxi-1,4-benzoquinona (74) é o dienófilo
menos reativo, quando comparado com as demais quinonas (menor valor de
eletrofilicidade global). Além disso, esse composto apresenta a maior E e,
quanto maior esse valor, mais difícil será de ocorrer a reação de cicloadição
[4+2]. Essa maior energia dos orbitais LUMO do composto 74 provavelmente,
é devido aos grupos hidroxila presentes na sua estrutura, os quais
apresentam um efeito mesomérico doador à dupla ligação, fazendo com que
ocorra um aumento na densidade eletrônica na mesma, aumentando-se
assim a energia do orbital LUMO deste composto.
A 1,4-benzoquinona (106) e a 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75),
têm praticamente o mesmo valor de eletrofilicidade global. Entretanto, os
valores de E para a quinona 75 são menores do que para a quinona 106,
quando comparamos para um mesmo dieno. Os substituintes OAc do
composto 75 apresentam um efeito diferente dos grupos hidroxila do
composto 74, isto é, na somatória dos efeitos, o grupo OAc exerce um efeito
levemente eletro-retirador na dupla ligação, diminuindo-se assim a energia
Resultados e Discussão
55
do orbital LUMO. Assim, temos que a reação com o composto 75 deverá
ocorrer mais facilmente, em termos eletrônicos, do que a reação com os
compostos 74 e 106.
51
3.4.2 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 67 e a quinona
74
Inicialmente, resolvemos estudar a reação de Diels-Alder entre o
furano 67 e a quinona 74, pois estes dariam origem a um aduto
devidamente funcionalizado para a síntese do esqueleto estrutural dos
furanoeliangolidos.
Esquema 38
O
O
HO
OH
O
MeO
OMe
O
O
OH
O
HO
MeO
MeO
+
67 10874
A reação de Diels-Alder entre o furano 67 e a quinona 74 (Esquema
38) foi realizada usando metanol como solvente, à temperatura ambiente, e o
dieno e o dienófilo em quantidades equimolares. No entanto, foi verificado
que o composto 74 não é muito solúvel neste solvente, necessitando de um
volume exagerado para sua total solubilidade. Após 4 horas de reação foi
constatado por ccd que a reação não estava ocorrendo. Resolvemos elevar a
temperatura da mistura reacional até refluxo, e a agitação foi mantida por
16 horas. Após esse período, foi constatado que o composto 74 ainda estava
presente no meio reacional, mas que todo o furano 67 havia sido consumido.
Após análise de RMN
1
H observamos que o furano não havia sofrido reação
de Diels-Alder, mas havia apenas se decomposto. Para verificar se a
temperatura de refluxo foi excessiva, a reação foi repetida as temperaturas
de 40, 50 e 60 °C. Entretanto, em todos os casos a única reação ocorrida foi
a decomposição do furano 67.
Resultados e Discussão
56
Como este furano não resiste à elevação da temperatura,
resolvemos testar esta reação numa condição mais suave utilizando um
ácido de Lewis como catalisador, para facilitar a reação de cicloadição. A
reação foi realizada a temperatura ambiente usando ZnCl
2
como catalisador
em THF, e mantida sob agitação por 12 horas. Novamente observamos que a
única reação ocorrida durante esse período foi a decomposição do furano 67.
Como o composto 74 se mostrou mais solúvel em THF, a reação de
Diels-Alder foi repetida em THF, e com isso pôde ser usada uma menor
quantidade de solvente (redução a 1/3 do volume). Neste caso, a
decomposição do furano foi mais rápida do que anteriormente, devido
provavelmente ao aumento da concentração do mesmo na mistura reacional.
A reação de Diels-Alder entre o furano 67 e a quinona 74 não
ocorreu em condições suaves. Pelos cálculos realizados, verificamos que esta
reação apresenta um E relativamente alto (quando comparado com a
reação entre o furano 81 e a 1,4-benzoquinona (106)), necessitando talvez de
condições mais severas. Entretanto, devido à instabilidade apresentada pelo
furano 67 essas condições não puderam ser aplicadas.
Resultados e Discussão
57
3.4.3 – Preparação do 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75)
Pelos estudos teóricos pôde-se verificar que a 2,5-diacetóxi-1,4-
benzoquinona (75) é um dienófilo mais reativo do que a 2,5-diidróxi-1,4-
benzoquinona (74). Assim, o composto 75 foi preparado através da reação de
acetilação das hidroxilas de 74 (Esquema 39).
Esquema 39
O
O
HO
OH
O
O
AcO
OAc
7574
Na literatura
52,53,54,55
há vários procedimentos para preparação do
composto 75, e na Tabela 14 estão resumidos os procedimentos usados e os
resultados obtidos.
Tabela 14: Resultados obtidos na preparação do composto 75
reagentes
tempo
reacional
temperatura
composto
75 (%)
1) piridina/
benzeno
2) anidrido acético
1) 1 hora
2) 12 horas
1) refluxo
2) temperatura
ambiente
30%
ZnCl
2
anidrido acético
40 minutos 50
º
C 60%
BF
3
.eterato
anidrido acético
20 minutos 50
º
C 67%
HClO
4
10%
anidrido acético
10 minutos
temperatura
ambiente
80%
Analisando os resultados obtidos, verificamos que em solução
aquosa de ácido perclórico a reação se processa rapidamente, obtendo-se a
benzoquinona acetilada 75 com 80% de rendimento.
Resultados e Discussão
58
3.4.4 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 67 e a quinona
75
A reação de Diels-Alder entre a quinona 75 e ciclopentadieno foi
realizada por Barltrop et al.
56
em benzeno num tubo selado mantido numa
estufa a 130°C durante 7 horas, onde o aduto 115 (endo) foi obtido com 68%
de rendimento (Esquema 40).
Esquema 40
O
O
AcO
OAc
O
O
OAc
AcO
+
75
115
benzeno
tubo selado
130
o
C
Como sabemos, o furano 67 não pode ser submetido a altas
temperaturas, por esse motivo, realizamos a reação de Diels-Alder entre o
furano 67 e o composto 75 (Esquema 41), em condições mais suaves, que
estão resumidas na Tabela 15.
Esquema 41
O
O
AcO
OAc
O
MeO
OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
+
75 67
109
Tabela 15: Condições reacionais testadas para a preparação do composto
109
composto 75
(equivalentes)
solvente temperatura tempo reacional
1,2 THF ambiente 25 horas
1,0 Benzeno ambiente 28 horas
1,5 Benzeno ambiente 40 horas
1,6 Benzeno 55
º
C 19 horas
Resultados e Discussão
59
Acompanhando as reações por ccd, pudemos observar a formação
de dois produtos bem distintos. No entanto, após análise da mistura
reacional bruta por RMN
1
H não foi observada a formação de nenhum aduto
de Diels-Alder, havendo apenas sinais dos materiais de partida. Quando a
temperatura foi elevada para 55°C ocorreu a decomposição de todo o furano
presente na mistura reacional.
Como nas reações realizadas à temperatura ambiente foi observada
a formação de dois produtos, imaginamos então que, quando o solvente da
mistura reacional foi evaporado, o equilíbrio da reação foi deslocado no
sentido dos materiais de partida, por isso não foram observados os sinais
desses produtos nos espectros de RMN
1
H da mistura reacional bruta.
Neste sentido resolvemos repetir a reação, mas usando benzeno
deuterado como solvente, para poder fazer a análise de RMN
1
H sem
necessidade de mudança de solvente. A reação foi realizada à temperatura
ambiente e mantida sob agitação por 48 horas. Após esse período, foi
realizada a análise por RMN
1
H da mistura reacional bruta, onde se
observou a presença de alguns sinais que podem pertencer aos produtos
esperados na reação de Diels-Alder. Entretanto, as intensidades desses
sinais são muito inferiores aos sinais dos materiais de partida. Portanto,
mesmo se conseguíssemos verificar a formação do aduto 109, não seria
possível utilizá-lo na síntese do sistema 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano,
devido ao equilíbrio desta reação ser fortemente deslocado no sentido dos
materiais de partida.
Apesar da quinona 75 e o furano 67 serem os materiais de partidas
que obtiveram menor valor de E, não foi possível obter os respectivos
adutos (endo e exo), contrariando nossas expectativas. No entanto, os
cálculos de propriedades eletrônicas não consideram alguns fatores
importantes para a reação de Diels-Alder, como por exemplo, efeito estérico
dos substituintes, diferença de energia livre de Gibbs da reação (G) e
energia relativa dos produtos.
Resultados e Discussão
60
Assim, sabendo da limitação das propriedades eletrônicas
calculadas e da forte tendência que o aduto 107 tem de sofrer reação de
retro-Diels-Alder, podemos concluir que a reação entre o furano 67 e a
quinona 75 pode até ser eletronicamente favorável (baixo E), contudo, essa
reação deve apresentar fatores energéticos, como por exemplo o G, que
favoreça que o equilíbrio seja fortemente deslocado no sentido dos materiais
de partida. Há ainda a possibilidade dos adutos terem uma energia maior do
que a soma das energias dos materiais de partida, tornando a reação de
retro-Diels-Alder ainda mais favorecida.
3.4.5 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 81 e a quinona
74
Como não foi possível obter os adutos a partir da reação entre o
furano 67 e as quinonas 74 e 75, passamos então, a estudar a reação de
Diels-Alder usando agora o furano 81 como dieno.
A reação de cicloadição do furano 81 com a quinona 74
(Esquema 42) foi realizada em THF, pois este é o solvente que melhor
dissolve o composto 74. O dieno e o dienófilo foram usados em quantidades
equimolares.
Esquema 42
O
O
HO
OH
O
MeO
OMe
O
O
OH
O
HO
MeO
MeO
+
81 11074
Como a reação entre o furano 81 e a 1,4-benzoquinona (106)
(Esquema 35), ocorreu à temperatura ambiente com precipitação do aduto
formado, resolvemos fazer a reação com a quinona 74 nas mesmas
condições.
Resultados e Discussão
61
Inicialmente, a reação foi realizada à temperatura ambiente e
mantida por 96 horas sob agitação. A reação foi acompanhada por ccd e
constatamos que nenhum produto estava sendo formado. A reação foi
repetida, elevando a temperatura até refluxo, e mantida sob agitação 48
horas. Após esse período foi observada apenas a decomposição do furano 81.
Resolvemos testar essa reação usando ZnCl
2
como catalisador. A
reação foi realizada à temperatura ambiente usando ZnCl
2
em THF,
mantendo sob agitação por 48 horas. Entretanto, a única reação observada
após esse período foi a decomposição do furano 81.
Um procedimento comum em reação de Diels-Alder é colocar os
materiais de partida dentro de um tubo selado e submetê-los a uma
temperatura elevada. A reação entre o furano 81 e a quinona 74 foi realizada
nestas condições em tolueno, mantendo uma temperatura de 200ºC por um
período de 24 horas. Após esse período a mistura reacional foi analisada por
RMN
1
H, onde foram observados os sinais dos materiais de partidas e de
uma grande quantidade de impureza. Por ccd não foi observada a formação
de nenhum composto que poderia ser o aduto desejado.
Pelos resultados obtidos nos cálculos teóricos e na reação de Diels-
Alder entre o furano 67 e a quinona 74, já esperávamos que fosse mais
difícil obter o aduto 110 devido ao maior valor de E obtido para a reação
entre o furano 81 e a quinona 74. Entretanto, como o furano 81 é mais
estável a alta temperatura do que o 67, imaginávamos que sob condições
mais severas essa reação de Diels-Alder pudesse ocorrer, mas infelizmente
nas condições reacionais estudadas, não foi possível observar a formação do
aduto 110 desejado.
Resultados e Discussão
62
3.4.6 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 81 e a quinona
75
O estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 81 e a quinona 75
(Esquema 43) foi realizado em várias condições reacionais, as quais estão
descritas na Tabela 16.
Esquema 43
O
O
AcO
OAc
O
MeO OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
+
75 81 111a
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
111b
+
H
H
Tabela 16: Estudo das condições reacionais para a preparação dos adutos
111a e 111b
furano 81
(equiv.)
quinona 75
(equiv.)
solvente temperatura
tempo
reacional
(dias)
proporção
*reagente:
produto
proporção*
111a:111b
1 1 benzeno ambiente 3 1: 0,34 1:3
1 2 benzeno ambiente 3 1:0,11 1:2
1 1 benzeno refluxo 2
produto não
observado
2 1 THF ambiente 3 1: 0,17 1:3,5
1 1 benzeno
145
º
C
tubo selado
1
produto não
observado
1 1 tolueno -5
º
C 3
produto não
observado
1 4 THF ambiente 5 1:0,20 1: 3,7
* as proporções foram determinadas a partir da mistura reacional bruta por RMN
1
H
Nas reações realizadas foi verificado que quando a reação se
processa à temperatura elevada, não se observa a formação dos adutos 111a
(exo) e 111b (endo), entretanto, quando a reação foi realizada à temperatura
ambiente ocorreu a formação dos adutos nas proporções indicadas na
Tabela 16. Contudo, esses adutos foram obtidos em baixo rendimento, cerca
de 5% da mistura 111a/111b (exo/endo) após purificação.
Resultados e Discussão
63
Imaginamos então que a diminuição da temperatura poderia
favorecer a reação de Diels-Alder, entretanto, o que se observou nesta
condição foi que a reação não ocorre. Outra possibilidade estudada foi a de
aumentar a concentração de um dos reagentes na tentativa de deslocar o
equilíbrio da reação, mas como pudemos observar, sob esta condição não
ocorreram grandes variações na proporção reagente:produto.
Como pôde ser verificado, a reação de Diels-Alder entre o furano 81
e a quinona 75 também é uma reação em equilíbrio, com seu sentido
deslocado para os materiais de partida. Apesar disso, foi possível observar a
formação dos adutos endo e exo, o que não ocorreu quando realizamos essa
reação com o furano 67.
A análise de RMN
1
H do aduto 111a, após sua purificação por
cromatografia em coluna, foi realizada e pôde ser observada nos espectros a
presença dos sinais dos materiais de partida juntamente com os sinais do
aduto, evidenciando a ocorrência da reação de retro-Diels-Alder.
Durante as reações realizadas foi possível observar que os
compostos 111a e 111b são mais solúveis nos solventes usados do que o
composto 75, e por isso não foi possível deslocar o equilíbrio da reação por
precipitação do aduto.
Quando se tem uma reação de Diels-Alder em equilíbrio, a obtenção
do aduto termodinâmico exo é favorecida. Por isso observamos que em todas
as reações em que os adutos foram obtidos, tem-se sempre uma maior
proporção do aduto 111a (exo) em relação ao 111b (endo).
A partir desses resultados podemos concluir que a quinona 75
realmente é mais reativa do que a 74, conforme havíamos constatado
através dos valores de E e da eletrofilicidade global (ω) obtidos pelos
cálculos teóricos.
A reação de Diels-Alder entre o furano 81 e a quinona 75 foi
também realizada sob irradiação de microondas,
56
mas não se observou a
formação do aduto 111.
Resultados e Discussão
64
Uma alternativa viável para se isolar os produtos formados seria
fazer uma próxima reação com a mistura reacional bruta e transformar os
adutos 111a e 111b em outros compostos que não sofressem reação de
retro-Diels-Alder. Uma reação realizada por Beatriz et al
48
. com esse intuito,
foi a redução das carbonilas do aduto 107, que deu origem ao composto 116
estável (Esquema 44).
Esquema 44
O
O
O
MeO
MeO
NaBH
4
CeCl
3
.7H
2
O
MeOH
O
MeO
MeO
OH
OH
107
116
H
H
H
H
Para realizar essa reação de redução com os adutos 111, a reação
de Diels-Alder entre o composto 81 e 75 foi repetida em THF, mantida sob
agitação por 3 dias à temperatura ambiente. Após esse período, o solvente foi
removido, o resíduo dissolvido em metanol, e CeCl
3
.7H
2
O e NaBH
4
foi
adicionada sobre a solução (Esquema 45). A reação foi acompanhada por ccd
e após 30 minutos constatamos que todo aduto havia sido consumido. A
análise da mistura bruta por RMN
1
H não foi muito elucidativa devido à
formação de uma grande mistura de produtos. A purificação da mistura
reacional foi realizada através de cromatografia em coluna, mas nenhum
produto foi caracterizado como sendo o composto 117 desejado. Outras
condições reacionais foram testadas para essa reação de redução, mas em
nenhuma delas foi observada a formação dos produtos derivados de 111.
Resultados e Discussão
65
Esquema 45
O
O
AcO
OAc
O
MeO
OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
NaBH
4
CeCl
3
.7H
2
O
MeOH
OAc
O
AcO
MeO
MeO
OH
OH
+
75
81
111
+
117
x
Outra reação realizada com o mesmo intuito foi a hidrogenação
catalítica das duplas ligações dos adutos 111. Para isso, a reação de Diels-
Alder foi realizada novamente e após evaporação do solvente, éter dietílico foi
adicionado ao resíduo para promover a precipitação da maior parte do
composto 75, devido à sua baixa solubilidade nesse solvente. A solução foi
filtrada, o solvente evaporado, o resíduo dissolvido em metanol e colocado
num auto-clave juntamente com quantidade catalítica de paládio (10%)
depositado sob carvão ativo. A mistura reacional foi submetida a uma
pressão de hidrogênio de 5 atm e mantida sob agitação por 12 horas
(Esquema 46).
Esquema 46
OAc
O
AcO
MeO
MeO
O
OH
118
H
2
Pd/C 10%
MeOH
5 atm
O
O
AcO
OAc
O
MeO
OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
+
75
81
111
+
Após cromatografia em coluna, o composto 118 foi isolado com
rendimento de 5%. Este produto foi obtido a partir da reação de redução do
aduto 111a (exo). O produto oriundo do aduto 111b (endo) não foi isolado,
provavelmente pelo fato dele ser obtido em menor rendimento. A
determinação completa da estereoquímica relativa do composto 118 está
descrita detalhadamente na seção de espectros selecionados.
57
Para tentar melhorar o rendimento do composto 118, essa reação
foi repetida, no entanto, a reação de Diels-Alder foi realizada em metanol e
dentro da auto-clave. A mistura reacional foi mantida sob agitação durante 3
Resultados e Discussão
66
dias à pressão atmosférica. Após esse período, foi adicionado o catalisador
(Pd/C 10%) à mistura reacional, a qual foi submetida à uma pressão de
5 atm e mantida sob agitação por mais 12 horas. Após purificação por
cromatografia em coluna da mistura reacional bruta, o composto 118 foi
isolado com o mesmo rendimento de 5%.
Apesar do composto 118 ser devidamente funcionalizado para dar
continuidade ao estudo da síntese do sistema 11-oxabicilo[6.2.1]undecano,
devido ao baixo rendimento em que ele foi obtido, o prosseguimento dessa
rota sintética se tornou inviável.
3.4.7 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 81 e o composto
111
Para tentar obter um aduto de Diels-Alder estável, pensamos em
usar um dienófilo que poderia dar origem a um aduto insolúvel na mistura
reacional ou estável em solução. Um composto de fácil preparação seria o
aduto 115. Este por sua vez, pode ser considerado como composto modelo
do dienófilo 119 (Figura 10), que é devidamente funcionalizado com o anel
lactônico, presente no esqueleto estrutural do furanoeliangolidos.
Figura 10
OR
O
119
O
O
115
O
O
AcO
OAc
O aduto 115 foi obtido seguindo o procedimento realizado por
Barltrop et al.,
56
conforme mostrado anteriormente no Esquema 40.
A reação de Diels-Alder entre o furano 81 e o composto 115
(Esquema 47) foi realizada em benzeno à temperatura ambiente, com o dieno
e o dienófilo em quantidades equimolares. A reação foi mantida sob agitação
por 48 horas, e foi verificado através de ccd que nenhum produto havia sido
formado. A temperatura da mistura reacional foi elevada até refluxo e
mantida sob agitação por mais 7 horas, e mesmo assim, não foi observada a
formação de nenhum produto, apenas decomposição do furano 81.
Resultados e Discussão
67
Esquema 47
O
MeO OMe
O
O
OAc
AcO
O
O
OAc
AcO
O
OMe
OMe
115
81
+
120
A reação foi repetida, usando tolueno como solvente dentro de um
tubo selado à temperatura de 150°C, onde a mistura reacional foi mantida
sob estas condições por 24 horas. No entanto, após análise de RMN
1
H não
foi observada a formação do aduto 120, mas apenas a presença dos
materiais de partida. Essa reação também foi realizada usando ZnCl
2
como
catalisador à temperatura ambiente e o resultado obtido foi a decomposição
do furano 81.
3.4.8 - Estudo da reação de Diels-Alder entre o furano 121 e a quinona
75
Como percebemos que a mudança dos substituintes presentes nas
quinonas influencia a reatividades desses compostos na reação de Diels-
Alder, resolvemos estudar a reação do composto 75 com 3,4-
dibenziloxifurano (121), para verificar se ocorre alguma mudança de
reatividade variando o substituinte do furano. A preparação do furano
121
36,58
foi realizada conforme descrito no Esquema 48.
Esquema 48
OCO
2
Me
HO OH
MeO
2
C
OCO
2
Me
BnO OBn
MeO
2
C
OCO
2
H
BnO OBn
HO
2
C
O
BnO OBn
78
122
123
121
K
2
CO
3
BnBr
acetona
refluxo
Cu
quinolina
185-190
o
C
NaOH
EtOH/H
2
O
refluxo
Resultados e Discussão
68
A reação de proteção do diol 78 foi realizada com carbonato de
potássio anidro e brometo de benzila em acetona, fornecendo o composto
122 com rendimento de 45%. O ácido 123 foi obtido com 97% de
rendimento a partir da hidrólise dos ésteres metílicos realizada em solução
de hidróxido de sódio em água/etanol (1:1). A descarboxilação do ácido 123
foi realizada em quinolina e cobre em pó, fornecendo o furano 121 com 30%
de rendimento.
A reação de Diels-Alder entre o furano 121 e composto 75
(Esquema 49) foi realizada à temperatura ambiente em tolueno, com o dieno
e o dienófilo na proporção de 1:1. A reação foi mantida sob agitação por 5
dias sendo acompanhado por ccd, onde foi observada a formação de dois
produtos. Após purificação e análise por RMN
1
H, constatamos que os
produtos formados eram os adutos 124a (exo) e o 124b (endo), sendo obtidos
com rendimento de 3%. Nos espectros de RMN
1
H desses adutos também
pudemos observar a presença dos sinais pertencentes aos materiais de
partida 121 e 75, oriundos da reação de retro-Diels-Alder do adutos.
Esquema 49
O
O
AcO
OAc
O
O
OAc
O
BnO
BnO
AcO
+
75
121
124a
benzeno
O
BnO
OBn
O
O
OAc
O
BnO
BnO
AcO
124b
+
Neste sentido, a mudança do substituinte de OMe para OBn
praticamente não influenciou na reatividade do dieno e nem na estabilidade
dos adutos formados.
A reação de hidrogenação catalítica dos adutos 124 não foi
realizada porque os grupo OBn seriam hidrolisados, e além disso, eles foram
obtidos em rendimentos muito baixos para que possamos dar continuidade a
síntese do sistema 11-oxabiciclo[6.2.1]undecano.
Resultados e Discussão
69
3.5 – REAÇÃO DE DIELS-ALDER ENTRE DERIVADOS DE
FURANO E ACETILENO
Como mencionado anteriormente, a reação de Diels-Alder entre
furanos e acetilenos dá origem a compostos que apresentam como esqueleto
estrutural o sistema 7-oxabiciclo[2.2.1]heptano. Esse biciclo é o bloco
construtor de uma grande variedade de produtos naturais, biomoléculas,
compostos bioativos e polímeros.
31,34
Devido à grande importância do sistema 7-oxabiciclo[2.2.1]heptano
e pelos resultados inesperados obtidos na reação de Diels-Alder entre o 3,4-
dimetóxi-2-metilfurano (67) e bromopropiolato de metila (71), resolvemos
voltar nossos interesses no estudo dessa reação, fazendo uso de diferentes
furanos e acetilenos.
Para realizarmos esses estudos foram utilizados os seguintes
furanos: 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67), 3,4-dimetoxifurano (81) e
2-metilfurano (125), sendo este último disponível comercialmente. Além do
bromopropiolato de metila (71) e do propriolato de metila (72) que já
havíamos sintetizado, foram utilizados também outros acetilenos, como: o
acetilenodicarboxilato de dimetila (73), 2-butinoato de metila (126), 3-
fenilpropiolato de etila (127) e o 4-trimetilsilil-3-butin-2-ona (128), que são
disponíveis comercialmente (Figura 11).
Figura 11
O
MeO OMe
O
MeO OMe
O
CO
2
Me
Br
CO
2
Me
H
CO
2
Me
CO
2
Me
CO
2
Me
Me
CO
2
Et
Ph
COMe
SiMe
3
67
81
125
71 72
73
126 127
128
Resultados e Discussão
70
3.5.1 – Estudo teórico da reação de Diels-Alder entre derivados de
furano e acetileno
Inicialmente realizamos o estudo de teórico para determinar a
energia dos orbitais HOMO e LUMO para a reação de Diels-Alder entre
derivados de furano (67, 81 e 125) e acetileno (71, 72, 73, 126, 127 e 128).
Todos os cálculos foram realizados utilizando o método híbrido
DFT/B3LYP juntamente com o conjunto de funções de base cc-pVDZ,
implementados no programa GAUSSIAN03 revisão-B.05.
51
Inicialmente as geometrias dos compostos foram otimizadas e em
seguida foram calculadas as energias dos orbitais HOMO e LUMO, as quais
estão mostradas na Tabela 17.
Tabela 17: Energia dos orbitais HOMO e LUMO (em Hartree)
composto E
HOMO
E
LUMO
67 -0,1999 0,0287
81 -0,2113 0,0256
125 -0,2176 0,0153
71 -0,2735 -0.0565
72 -0,2837 -0,0484
73 -0,2907 -0,0573
126 -0,2673 -0,0354
127 -0,2427 -0,0455
128 -0,2594 -0,0599
A partir desses valores de energia foram calculadas as diferença de
energia dos orbitais HOMO dos dienos e LUMO dos dienófilos (E), além de
algumas propriedades eletrônicas, como: potencial químico
(µ∼(E
LUMO
+E
HOMO
)/2), dureza química (η∼E
LUMO
-E
HOMO
) e eletrofilicidade global
(ω = µ
2
/2η).
50
Os valores das propriedades globais obtidos para esses compostos
estão mostrados na Tabela 18.
Resultados e Discussão
71
Tabela 18: Propriedades globais (µ e η em Hartree; ω em eV)
composto µ η ω
67
-0,08558 0,22864 0,44
81
-0,09283 0,23692 0,49
125
-0,10118 0,23289 0,60
71
-0,16176 0,22350 1,71
72
-0,16605 0,23531 1,59
73
-0,17403 0,23342 1,76
126
-0,15136 0,23188 1,34
127
-0,14414 0,19718 1,43
128
-0,15964 0,19944 1,74
Pelos valores obtidos podemos verificar que dentre os dienos temos
que o furano 67 é o mais reativo (maior E
HOMO
e menor ω), seguido pelo
furano 81 que apresenta uma pequena diferença nos valores obtidos em
relação ao furano 67; e por último o furano 125 mostrou ser o dieno menos
reativos (menor E
HOMO
e maior ω). Esses resultados foram coerentes com o
que esperávamos, pois o furano 67 tem em sua estrutura três substituintes
eletro-doadores, que ativam o anel furânico em reações de cicloadição [4+2];
enquanto que o furano 81 tem dois grupos e o furano 125 tem somente um
grupo eletro-doador.
Quando analisamos esses mesmos valores para os dienófilos temos
que os mais reativos são os acetilenos 73 e 128 (maiores valores de ω),
seguido pelo 71 e 72, sendo os acetilenos 126 e 127 os menos reativos.
A partir dos valores das energias dos orbitais HOMO e LUMO
desses compostos, calculamos as diferenças de energia dos orbitais HOMO
dos dienos e LUMO dos dienófilos (E), mostradas na Tabela 19.
Resultados e Discussão
72
Tabela 19: Diferença de energia dos orbitais HOMO do dieno e LUMO do
dienófilo (E) (kcal/mol)
Dienófilo Dieno 67 Dieno 81 Dieno 125
71 90,0 97,1 101,2
72 95,1 102,2 106,2
73 89,5 96,6 100,6
126 103,2 110,4 114,3
127 96,9 104,0 108,0
128 87,8 95,0 99,0
Como sabemos que o acetileno 71 sofre reação de Diels-Alder com
os furanos 67 e 125, concluímos então, que estes índices que consideram
apenas os fatores eletrônicos das reações, são favoráveis quanto a ocorrência
das reações dos acetilenos 71, 72, 73 e 128 com os três furanos (67, 81 e
125).
3.5.2 – Estudo da reação de Diels-Alder entre 3,4-dimetóxi-2-
metilfurano (67) e derivados de acetileno
A reação de Diels-Alder entre o furano 67 e o acetileno 71 já foi
estudada extensivamente no início deste trabalho, então vamos considerá-la
como resultado já obtido (Esquema 50).
Esquema 50
O
MeO
OMe
Br
CO
2
Me
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
+
67 71
84
85
O
MeO OMe
MeO
2
C
+
Todas as reações foram realizadas em tolueno à temperatura
ambiente, pois o furano 67 não resiste à elevação da temperatura. Essas
reações foram realizadas inicialmente com o dieno e o dienófilo na proporção
de 1:1, entretanto somente a reação com o acetileno 73, após permanecer
Resultados e Discussão
73
1,5 horas sob agitação, forneceu o aduto 129 com rendimento de 80%
(Esquema 51).
Esquema 51
O
MeO OMe
CO
2
Me
CO
2
Me
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
67
73
+
tolueno
129
No entanto, em todas as reações realizadas com o furano 67 havia
a presença do furano 82 como contaminante, e por isso, observamos
também a formação do aduto 130 proveniente da reação de Diels-Alder entre
esse furano 82 como acetileno 73 (Esquema 52).
Esquema 52
O
MeO OMe
CO
2
Me
CO
2
Me
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
82
73
+
tolueno
130
Tentamos fazer a separação dos adutos 129 e 130 através de
cromatografia em coluna de sílica gel, entretanto, só conseguimos obter uma
pequena quantidade do aduto 130 puro. Esses adutos se mostraram
sensíveis à sílica gel durante a evolução da coluna cromatográfica. Tentamos
realizar essa cromatografia usando como fase estacionária alumina neutra,
no entanto, nessas condições não ocorreu a separação dos adutos. Por esse
motivo, uma completa análise de RMN foi realizada somente para o aduto
130. Além disso, esses adutos 129 e 130 se decompõem quando
permanecem armazenados por mais de 2 dias.
A reação de Diels-Alder foi repetida entre o furano 67 e os
acetilenos 72, 126, 127 e 128, usando 2 equivalentes do dienófilo.
Resultados e Discussão
74
A reação entre o furano 67 e o acetileno 72 (Esquema 53) foi
mantida sob agitação por 10 horas, e após esse período foi constatado
através de ccd que o furano havia sido consumido. A análise de RMN
1
H da
mistura reacional bruta não foi muito elucidativa, devido ao grande número
de sinais presentes. A purificação da mistura reacional foi realizada por
cromatografia em coluna de sílica gel e foram isolados 2 produtos, mas em
pequena quantidade. Por análise de RMN
1
H foi observado que não eram os
adutos 131 e 132 esperados. Devido ao baixo rendimento em que esses
compostos foram obtidos, resolvemos não insistir na elucidação dos
mesmos.
Esquema 53
O
MeO OMe
CO
2
Me
H
O
MeO
MeO CO
2
Me
H
67
72
+
131
O
MeO
MeO H
CO
2
Me
132
+
Nas reações de Diels-Alder entre o furano 67 e os acetilenos 126,
127 e 128 não ocorreu a formação de nenhum produto, observando apenas
a decomposição do furano 67.
A baixa reatividade dos acetilenos 126 e 127 já era esperada,
devido aos resultados obtidos nos cálculos teóricos. Entretanto, esses
mesmos cálculos mostraram que o acetileno 128 seria tão reativo quanto o
73, o que não foi observado experimentalmente.
Como já mencionado anteriormente, esses cálculos de propriedades
eletrônicas não consideram alguns fatores importantes que estão envolvidos
na reação de Diels-Alder, como impedimentos estéricos e estabilidade dos
produtos formados.
Contudo, podemos concluir que as reações de Diels-Alder entre o
furano 67 com os acetilenos não forneceram resultados muito satisfatórios.
Aparentemente, a reação de decomposição do furano 67, na maioria dos
casos, foi mais rápida do que a reação de cicloadição. Sendo possível obter
somente os compostos derivados dos acetilenos 71 e 73.
Resultados e Discussão
75
3.5.3 – Estudo da reação de Diels-Alder entre 3,4-dimetoxifurano (81) e
derivados de acetileno
Em continuidade, iniciamos o estudo da reação de Diels-Alder
usando agora como dieno o 3,4-dimetoxifurano (81) e os acetilenos 71, 72,
73, 126, 127 e 128. Todas as reações foram realizadas novamente em
tolueno, acompanhadas por ccd, e analisadas por RMN
1
H.
Inicialmente as reações de Diels-Alder entre furano 81 e os
acetilenos 71, 72, 73, 126, 127 e 128 foram realizadas com o dieno e o
dienófilo na proporção de 1:1 e 1:2, e a mistura reacional foi mantidas sob
agitação por 5 dias. Acompanhando essas reações por ccd, pudemos
observar a presença dos materiais de partida durante todo esse período.
Como o furano 81 é termicamente mais estável do que o furano 67,
resolvemos repetir as reações de Diels-Alder elevando a temperatura e
usando 2 equivalentes do dienófilo. As condições reacionais e os resultados
obtidos para as reações entre o furano 81 e os acetilenos 71, 72, 73, 126,
127 e 128 (Esquema 54) estão descritos na Tabela 20.
Esquema 54
O
MeO OMe
R
2
R
1
O
R
1
R
2
MeO
MeO
+
(71) R
1
=Br; R
2
=CO
2
Me
(72) R
1
=H; R
2
=CO
2
Me
(73) R
1
=CO
2
Me; R
2
=CO
2
Me
(126) R
1
=Me; R
2
=CO
2
Me
(127) R
1
=Ph; R
2
=CO
2
Et
(128) R
1
=Me
3
Si; R
2
=COMe
81
(133) R
1
=Br; R
2
=CO
2
Me
(134) R
1
=H; R
2
=CO
2
Me
(135) R
1
=CO
2
Me; R
2
=CO
2
Me
(136) R
1
=Me; R
2
=CO
2
Me
(137) R
1
=Ph; R
2
=CO
2
Et
(138) R
1
=Me
3
Si; R
2
=COMe
Resultados e Discussão
76
Tabela 20: Condições reacionais da reação de Diels-Alder entre furano 81 e
acetilenos 71, 72, 73, 126, 127 e 128.
dienófilo temperatura
Tempo
(horas)
Resultado
(rendimento %)
71 refluxo 2 mistura complexa
71 60 ºC 5 mistura complexa
72 refluxo 8 mistura complexa
73 refluxo 1 aduto 135 (80%)
126 refluxo 24 não reagiu
126 tudo selado 200ºC 24 não reagiu
127 tudo selado 200ºC 24 mistura complexa
127 tudo selado 110ºC 48 aduto 137 (50%)
128 refluxo 24 mistura complexa
Como podemos observar na Tabela 20, somente as reações entre o
furano 81 e os acetilenos 73 e 127 deram origem aos adutos 135 e 137
esperados, respectivamente.
No entanto, na reação entre furano 81 e a acetileno 127 houve a
recuperação de cerca de 30% dos materiais de partida. Tentamos realizar
essa reação numa temperatura maior, porém os resultados foram ainda
piores, obtendo apenas uma mistura complexa. Quando a reação foi repetida
deixando a mistura reacional sob agitação por um período maior,
observamos que o rendimento é menor, ocorrendo a formação de
subprodutos.
Um problema encontrado para essas reações foi quanto à
purificação dos adutos 135 e 137, que quando submetidos à purificação por
cromatografia em coluna de sílica gel sofreram total decomposição.
Tentamos usar alumina como fase estacionária da coluna cromatográfica,
mas nesse caso não se obteve purificação dos adutos. No entanto, o aduto
135 é obtido com alto grau de pureza, não necessitando de purificação
prévia para ser usado em outras reações.
As reações de Diels-Alder entre o furano 81 e os acetilenos 71, 72 e
128 foram acompanhadas por ccd, onde foi observada a formação de alguns
produtos, entretanto, quando as misturas reacionais foram analisadas por
Resultados e Discussão
77
RMN
1
H não foi verificado os sinais característicos dos adutos, mas apenas a
evidencia da formação de uma mistura bastante complexa.
Quando indicamos na Tabela 20 que o resultado da reação de
Diels-Alder foi uma mistura complexa, isso quer dizer que ocorreu a
formação de vários produtos na reação que não puderam ser identificados,
devido á grande quantidade de sinais presentes nos espectros de RMN
1
H.
No entanto, não podemos afirmar com certeza se esses produtos são
provenientes da reação de decomposição e/ou polimerização do furano ou do
aduto formado. Mas, acreditamos que essa mistura complexa esteja sendo
formada a partir de reações secundárias sofridas pelos adutos formados na
mistura reacional. Isso porque o furano 81 foi submetido a condições
reacionais muito severas em outras reações e essa mistura complexa não foi
observada. Podemos citar como exemplo a reação de Diels-Alder entre o
furano 81 e o acetileno 126 que teve a temperatura da reação elevada até
200°C e foi observado por ccd que após 24 horas sob esta temperatura o
furano 81 ainda estava presente na mistura reacional.
A reação entre o furano 81 e o acetileno 126 não ocorreu nas
condições reacionais testadas.
Em vista desses resultados, podemos concluir que as reações de
Diels-Alder entre furano 81 e os acetilenos também não forneceram
resultados muito satisfatórios, como já havia sido observado para o furano
67. Aparentemente, os adutos formados sofreram reações secundárias na
própria mistura reacional, dando origem a uma grande quantidade de
produtos de difícil identificação. Além disso, os adutos formados não
puderam ser purificados, pois eles se decompõem facilmente na coluna
cromatográfica usando sílica gel.
Resultados e Discussão
78
3.5.4 – Estudo da reação de Diels-Alder entre 2-metilfurano (125) e
derivados de acetileno
As reações de Diels-Alder entre o furano 125 e os acetilenos 71, 72,
73, 126, 127 e 128 foram realizadas em tolueno e usando 2 equivalentes do
dieno, devido à sua alta volatilidade. A reação entre o furano 125 e o
bromopropiolato de metila (71) já foi estudada por um outro pesquisador de
nosso laboratório, assim essa reação foi realizada na condição já descrita.
34
Inicialmente as reações foram realizadas a temperatura ambiente, e
após 3 dias sob agitação, não foi observado a formação de nenhum aduto,
sendo apenas recuperados os materiais de partida. As reações foram
repetidas, elevando a temperatura da reação. As condições reacionais e os
resultados obtidos para as reações entre o furano 125 e os acetilenos 71,
72, 73, 126, 127 e 128 estão descritos na Tabela 21.
Tabela 21: Condições reacionais e resultados obtidos para as reações de
Diels-Alder entre o furano 125 e os acetilenos 71, 72, 73, 126, 127 e 128
dienófilo temperatura tempo produto rendimento (%)
71
ambiente
85°C
24 h 139
140
47
5
72 refluxo 15h não reagiu
72 150
º
C
tubo selado
24 h 143
144
48
22
73 refluxo 4 h 145 100
126 refluxo 36h não reagiu
126 150
º
C/tubo
selado
24h não reagiu
126 210°C/tubo
selado
24h não reagiu
127 refluxo 48h não reagiu
127 150
º
C/tubo
selado
24h não reagiu
127 210°C/tubo
selado
24h não reagiu
128 refluxo 24h não reagiu
128 150
º
C/tubo
selado
24 não reagiu
128 210°C/tubo
selado
36 não reagiu
Resultados e Discussão
79
A reação entre o 2-metilfurano (125) e o acetileno 71 foi realizada
mantendo a mistura reacional sob agitação à temperatura ambiente por 12
horas, e em seguida a temperatura foi elevada até 85°C, permanecendo sob
agitação por mais 12 horas. Após purificação por cromatografia em coluna,
os adutos 139 e 140 foram obtidos com rendimento de 47% e 5%,
respectivamente (Esquema 55).
Esquema 55
O
+
CO
2
Me
125
71
Br
tolueno
O
O
CO
2
Me
Br
Br
CO
2
Me
139 140
+
refluxo
A reação com o propiolato de metila (72) forneceu um resultado
inesperado. A reação primeiramente foi realizada sob refluxo em tolueno
(110°C) e nesta condição não se observou a formação dos adutos 141 e 142.
No entanto, quando a reação foi realizada sob uma temperatura de 150°C
num tubo selado, foram obtidos os compostos 143 e 144, na proporção de
1:2, com rendimentos de 48 e 22 %, respectivamente (Esquema 56).
Esquema 56
O
+
CO
2
Me
125
72
O
CO
2
Me
MeO
2
C
O
CO
2
Me
MeO
2
C
144
143
+
150°C
tubo selado
Esses produtos são provenientes de duas reações de cicloadição: a
primeira foi uma reação de Diels-Alder entre o 2-metilfurano (125) e o
propiolato de metila (72) que deu origem aos adutos 141 e 142 (Esquema
57); em seguida esses adutos sofreram uma segunda reação, uma
cicloadição [2+2+2] também conhecida como homo-Diels-Alder,
59
fornecendo
assim os bisadutos 143 e 144.
Resultados e Discussão
80
Esquema 57
O
CO
2
Me
MeO
2
C
O
CO
2
Me
MeO
2
C
144
143
O
CO
2
Me
O
CO
2
Me
MeO
2
C
MeO
2
C
O
+
CO
2
Me
125
72
O
CO
2
Me
O
CO
2
Me
141
142
2 : 1
Podemos observar que na primeira reação de cicloadição foram
obtidos os dois regioisômeros (141 e 142), no entanto, a segunda cicloadição
foi 100% regiosseletiva, pois cada aduto deu origem a apenas um
regioisômero.
Além disso, como os adutos 141 e 142 não foram isolados da
mistura reacional e o furano 125 foi recuperado, podemos concluir que na
medida em que os adutos 141 e 142 foram sendo formados, eles
rapidamente foram consumidos na segunda reação de cicloadição.
A reação de Diels-Alder entre o furano 125 e o acetileno 73 foi
realizada mantendo a mistura reacional por 4 horas sob refluxo, fornecendo
o aduto 145 com 100% de rendimento, sem necessidade de purificação
(Esquema 58).
Resultados e Discussão
81
Esquema 58
O
CO
2
Me
CO
2
Me
O
CO
2
Me
CO
2
Me
+
125
73
145
tolueno
Na literatura
60
existe um procedimento que descreve a preparação
do aduto 145 em rendimento de 77%. Esta reação foi realizada com os
mesmos materiais de partida 125 e 73, em éter dietílico à temperatura de
30°C, e foi mantida sob agitação por 48 horas, com o aduto 145 purificado
através de destilação. Portanto, podemos concluir que o nosso procedimento
mostrou ser mais rápido e eficiente, pois o aduto foi obtido
quantitativamente, sem necessidade de purificação.
O aduto 145 é um produto relativamente estável, podendo ser
armazenado por alguns dias, no entanto, se houver necessidade, ele pode ser
purificado por cromatografia em coluna de sílica gel.
As reações realizadas entre o furano 125 e os acetilenos 126, 127 e
128, apesar das condições severas em que elas foram submetidas, não foi
observada a formação dos seus respectivos adutos, sendo apenas
recuperados os materiais de partida. No entanto, essas reações ainda
poderão ser estudas usando um de ácido de Lewis como catalisador.
Assim, após essa série de reações de Diels-Alder realizadas entre o
2-metilfurano (125) e os acetilenos 71, 72, 73, 126, 127 e 128, podemos
concluir que esse furano é menos reativo do que os furanos 67 e 81, o que
acabou favorecendo as reações de Diels-Alder no sentido de não ocorrer a
degradação do furano (polimerização) e permitir as cicloadições. Além disso,
os adutos (ou bisadutos) formados não sofreram reações secundárias
(formação de vários subprodutos).
O aduto 145 foi obtido quantitativamente a partir de dois materiais
de partida comercial, e poderá ser utilizado como intermediário sintético
para preparação de uma grande gama de produtos naturais biologicamente
Resultados e Discussão
82
ativos, como por exemplo, na construção do esqueleto estrutural dos
furanoeliangolidos.
3.5.5 – Estudo teórico do estado de transição e da energia relativa dos
produtos para reação de Diels-Alder entre 2-metilfurano (125) e
acetilenos 71, 72, 73 e 128
Os resultados obtidos pelos cálculos teóricos de energia dos orbitais
HOMO e LUMO das reações de Diels-Alder entre os furanos (67 e 81) e a
quinonas (74 e 75) foram bastante satisfatório para explicar a baixa
reatividade da quinona 74 nas reações de Diels-Alder estudadas; além de ter
mostrado que a quinona 75 deveria reagir de maneira semelhante a quinona
106.
No entanto, para as reações de Diels-Alder entre os furanos 67, 81
e 125, e os acetilenos 71, 72, 73, 126, 127 e 128 os resultados obtidos
através desses mesmos cálculos não foram suficientes para justificar a
diferença de reatividade dos acetilenos estudados, principalmente quando
comparamos o acetileno 73 com o 128, e o 71 com o 72.
Essa diferença de reatividade apresentada pelos acetilenos
despertou nosso interesse em realizar um estudo teórico mais detalhado da
reação de Diels-Alder. Estudos teóricos do estado de transição e das energias
envolvidas nessas reações de cicloadição [4+2] vem sendo o alvo de um
grande número de trabalhos publicados nos últimos anos.
61
Tomando como
base esses trabalhos, resolvemos avaliar a reação de Diels-Alder entre o 2-
metilfurano (125) e os acetilenos 71, 72, 73 e 128 (Figura 12)
Figura 12
O
CO
2
Me
Br
CO
2
Me
H
CO
2
Me
CO
2
Me
COMe
SiMe
3
125
71 72
73
128
Resultados e Discussão
83
O 2-metilfurano (125) foi escolhido como dieno para esse estudo,
pois como observado experimentalmente, os seus adutos (ou bisadutos)
correspondentes não sofrem reações paralelas no meio reacional. Além disso,
já existem na literatura alguns estudos teóricos realizados com este furano
em reações de Diels-Alder.
Todos os cálculos teóricos foram realizados utilizando o método
híbrido DFT/B3LYP juntamente com o conjunto de funções de base
cc-pVDZ, sendo consideradas as correções de energia do ponto zero “ZPE”.
Para execução dos cálculos foi utilizado o programa GAUSSIAN03 revisão-
B.05, e em todos os cálculos não foram considerados os efeitos dos solventes
da reação.
51
Como já havíamos realizado anteriormente a otimização das
geometrias para os materiais de partida 125, 71, 72, 73 e 128, foi
necessário fazer agora a otimização da geometria dos adutos 139, 140, 141,
142, 145, 146 e 147, mostrados na Figura 13.
Figura 13
O
Br
O
O
O
Br
O
O
O
H
O
O
O
H
O
O
O
O
O
O
O
O
SiMe
3
O
O
SiMe
3
O
139
140
141
142
145
146
147
Uma vez otimizada as geometrias dos adutos das reações de Diels-
Alder em estudo, passamos para a próxima etapa que é a determinação dos
estados de transição e conseqüentemente das energias de ativação dessas
cicloadições.
Resultados e Discussão
84
Após caracterizar um possível estado de transição foi realizado cálculo
das freqüências vibracionais do mesmo, onde foi encontrada apenas uma
freqüência negativa.
Esta freqüência negativa (imaginária) caracteriza um ponto de cela em
uma superfície de energia potencial que descreve a estrutura, sendo
relacionada com uma constante de força imaginária, ou seja, de ligações que
estão se formando e se quebrando. Se o movimento vibracional referente a
esta freqüência representa a vibração das ligações de interesse temos
caracterizado um estado de transição.
62
Domingos et al.
62k
realizaram um estudo do mecanismo da reação
de Diels-Alder entre o furano 125 e o ácido 148, derivado do acetileno 73.
Neste trabalho, foi encontrado que o mecanismo desta reação tem dois
estados de transição, ocorrendo a formação de um intermediário muito
instável que não pode ser isolado. Assim, foi possível verificar que a
formação do aduto 149 não é realizada em apenas uma etapa (mecanismo
concertado), mas sim em duas etapas (mecanismo não concertado), como
mostrado no Esquema 59.
Esquema 59
O
CO
2
H
CO
2
H
125
148
O
CO
2
H
CO
2
H
O
CO
2
H
CO
2
H
149
TS1
TS2
IN
No entanto, os dois estados de transição encontrados (TS1 e TS2)
têm a mesma energia de ativação (14,7 kcal/mol) e o intermediário (IN) tem
praticamente a mesma energia do estado de transição (14,5 kcal/mol).
Assim, em nossos estudos foi usado como energia de ativação para essa
reação, o valor encontrado para o primeiro estado de transição.
Para a reação entre o furano 125 e o acetileno 71 foi necessário
encontrar o estado de transição para cada aduto formado. O mecanismo de
Resultados e Discussão
85
reação para formação do aduto 139 mostrou ser um mecanismo não
concertado, igual ao encontrado para o aduto 149. Neste caso, também
consideramos o valor de energia de ativação, como sendo o valor de energia
do primeiro estado de transição encontrado. No entanto, o mecanismo para
formação do aduto 140 mostrou ser concertado, tendo as duas ligações se
formando ao mesmo tempo.
Na reação entre o furano 125 e o acetileno 72 também foi
necessário encontrar o estado de transição para cada aduto da reação e os
resultados obtidos foram os mesmos para a reação com o acetileno 71, isto
é, o mecanismo da reação para formação do aduto 141 é não concertado,
mas para formação do aduto 142 é concertado. As mesmas considerações
realizadas na reação anterior foram feitas para esta.
Na reação entre o furano 125 e o acetileno 73, encontramos
também um mecanismo não concertado para formação do aduto 145.
No entanto, para a reação com o acetileno 128, os mecanismos
encontrados para a formação dos adutos 146 e 147 foram concertados. Na
Tabela 22 estão mostradas as energias de ativação e as energias relativas
dos produtos encontradas através dos cálculos teóricos.
Tabela 22: Valores de energia de ativação (Ea) e energia relativa (Er) dos
produtos.
acetileno aduto Ea (kcal/mol) Er* (kcal/mol)
73 145 18,0 -9,3
71 139 20,4 -12,4
140 22,5 -12,8
72 141 23,2 -8,8
142 25,2 -9,0
128 146 28,8 7,0
147 27,4 9,3
* Er=E
produtos
-E
reagentes
Pelos valores da Tabela 22, podemos verificar que quando
consideramos os valores de Ea, a reação com o acetileno 73 mostrou ser a
mais favorável, seguida pelo acetileno 71, depois o 72 e por último o
Resultados e Discussão
86
acetileno 128. Esses valores de energia explicam bem a diferença de
reatividade observada experimentalmente entre os acetilenos 71, 72 e 73,
mas não é convincente quanto a não reatividade do acetileno 128, pois seu
aduto 147 tem valor Ea próximo ao do aduto 142, sendo este último
formado durante a reação.
No entanto, quando analisamos a energia relativa dos produtos
verificamos que os adutos 146 e 147 são os únicos que tem seus valores
positivo, indicando que os materiais de partida dessa reação são mais
estáveis do que os produtos formados. Com isso, o equilíbrio da reação fica
deslocado no sentido dos materiais de partida, sendo desfavorável à
formação dos adutos. Assim, podemos concluir que mesmo se as Ea para
formação dos adutos 146 e 147 fossem atingidas, esses produtos não
seriam formados na mistura reacional.
Nos Gráficos abaixo podemos ter uma melhor visualização do
caminho energético das reações estudadas.
Gráfico 7: Representação da reação de Diels-Alder entre o furano 125 e o
acetileno 73
123456
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
estado de transição
O
CO
2
Me
CO
2
Me
125
73
+
O
O
O
O
O
145
Ea (kcal/mol)
caminho da reação
Resultados e Discussão
87
Gráfico 8: Representação da reação de Diels-Alder entre o furano 125 e o
acetileno 71
123456
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
O
Br
O
O
140
O
Br
O
O
139
O
CO
2
Me
Br
125
71
+
estado de transição
Ea (kcal/mol)
caminho da reação
Gráfico 9: Representação da reação de Diels-Alder entre o furano 125 e o
acetileno 72
123456
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
O
H
O
O
142
O
H
O
O
141
O
CO
2
Me
H
125
72
+
estado de transição
Ea (kcal/mol)
caminho da reação
Resultados e Discussão
88
Gráfico 10: Representação da reação de Diels-Alder entre o furano 125 e o
acetileno 128
123456
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
O
SiMe
3
O
147
O
SiMe
3
O
146
O
COMe
SiMe
3
125
128
+
estado de transição
Ea (kcal/mol)
caminho da reação
Diante desses resultados, podemos perceber que os cálculos de
energia HOMO e LUMO nos dão uma idéia dos parâmetros eletrônicos
envolvidos nas reações de Diels-Alder. Esses cálculos são relativamente
simples e rápidos, e podem ser usados como uma ferramenta nos estudos
das reações de cicloadição.
Contudo, os cálculos realizados para determinação dos estados de
transição e conseqüentemente da energia de ativação e da energia relativa
dos produtos são mais abrangentes, e representam mais adequadamente o
sistema reacional. Para as reações de Diels-Alder entre o furano 125 e os
acetilenos 71, 72 73 e 128, esses cálculos foram bastante elucidativos, pois
não tínhamos como prever que a não obtenção dos adutos 146 e 147 seria
pelo fato deles terem maior energia do que a soma de seus materiais de
partidas.
Conclusão
89
4 – CONCLUSÃO
Conclusão
90
4 – CONCLUSÃO
Neste trabalho iniciamos um estudo do desenvolvimento de uma
nova metodologia sintética para obtenção do sistema
11-oxabiciclo[6.2.1]undecano, esqueleto base dos furanoeliangolidos, a partir
de uma reação de Diels-Alder com derivados de furano, seguida por uma
reação de anelação e fragmentação da ligação entre os anéis formados.
x
+
x
z
y
z
y
x
y
z
Como os furanos são dienos pouco reativos, resolvemos usar o 3,4-
dimetóxi-2-metilfurano (67) que apresenta em sua estrutura três
substituintes ativantes (eletro-doadores). Entretanto, durante a sua síntese
já observamos a sua alta reatividade, pois ele se decompõe/polimeriza
rapidamente quando mantido sem solvente.
O
MeO OMe
Br
CO
2
Me
C
6
H
6
O
CO
2
Me
BrMeO
+
67
71
88
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
85
MeO
H
+
A reação realizada entre o furano 67 e o bromopropiolato de metila
(71), não forneceu o aduto 88 esperado, mas o composto 85. Através de um
estudo por RMN
1
H foi possível constatar que o aduto 88 é formado, mas
sofre reação com traços de ácido existente na mistura reacional. Assim, além
do furano 67 ser muito reativo, seu aduto também mostrou ser muito
sensível e instável.
O produto 85 foi transformado no composto 92 para dar
continuidade à rota sintética proposta. No entanto, após várias tentativas
não foi possível transformar o composto 92 em um composto susceptível à
reação de ciclização. Além disso, um outro pesquisador de nosso laboratório
estava estudando a reação de ciclização de um composto semelhante ao
nosso, e após inúmeras tentativas nenhum resultado satisfatório havia sido
Conclusão
91
obtido. Assim, resolvemos abandonar essa rota que se mostrou muito
problemática.
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
85
O
CO
2
Me
BrMeO
92
BnO
O
O
MeO
BnO
OH
A segunda metodologia sintética proposta foi o estudo da reação de
Diels-Alder entre os furano 67 e 81 com derivados de benzoquinona
substituídas 74 e 75, a qual daria origem aos compostos com estrutura
devidamente funcionalizada para ocorre a ruptura da ligação central dos
anéis.
O
O
O
MeO OMe
+
O
O
O
MeO
MeO
R
2
O
OR
2
R
1
Diels-Alder
R
1
R
2
O
OR
2
O
O
O
MeO
MeO
R
1
O
OH
67 (R
1
=Me)
81 (R
1
=H)
74 (R
2
=H)
75 (R
2
=Ac)
108 (R
1
=Me, R
2
=H)
109 (R
1
=Me, R
2
=Ac)
110 (R
1
=H, R
2
=H)
111 (R
1
=H, R
2
=Ac)
70b (R
1
=Me)
70c (R
1
=H)
Sabíamos que as reações de Diels-Alder entre derivados de furano e
quinonas são normalmente realizadas sob condições severas e que seus
adutos são instáveis em solução, sofrendo rapidamente reação de retro-
Diels-Alder. No entanto, a reação de Diels-Alder entre o 3,4-dimetoxifurano e
a 1,4-benzoquinona, dá origem ao aduto correspondente, devido ao fato dele
ser insolúvel no meio reacional, precipitando e deslocando o equilíbrio da
reação. Assim, resolvemos estudar o comportamento desta reação usando os
furanos 67 e 81 e as quinonas 74 e 75.
O estudo dos orbitais moleculares HOMO e LUMO desses
compostos indicaram uma diferença significativa de reatividade entre a 2,5-
diidróxi-1,4-benzoquinona (74) e a 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75).
Essa diferença de reatividade é provocada pelos grupos OH e OAc presentes
nesses compostos. O grupo OH exerce um efeito mesomérico doador,
causando um aumento na energia do orbital LUMO, deixando o dienófilo
menos reativo. O grupo OAc, entretanto, exerce um efeito mesomérico
Conclusão
92
retirador, diminuindo assim a energia do orbital LUMO e deixando o
dienófilo mais reativo.
Após a realização das reações de Diels-Alder entre derivados de
furano e quinonas podemos concluir que:
O furano 67 é termicamente instável, não podendo ser submetido a
temperatura elevada, mas o furano 81 é mais resistente ao aquecimento;
As reações de Diels-Alder usando a 2,5-diidróxi-1,4-benzoquinona (74)
não ocorreram com nenhum dos dois furanos estudados, e possivelmente
seja necessária uma condição reacional mais severa;
Nas reações de Diels-Alder usando a 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona
(75) foi observada a formação do aduto 111 (exo/endo), que sofre rápida
reação de retro-Diels-Alder em solução, necessitando ser transformado num
composto mais estável para poder ser analisado. No entanto, o rendimento
dessa reação foi muito baixo para podermos dar continuidade à rota
sintética;
Quanto mais reativo é o furano, mais rápida é a reação de retro-Diels-
Alder sofrida pelo aduto formado, e assim a alta reatividade do furano 67
acabou prejudicando a obtenção do seu aduto correspondente;
E por fim, comprovamos que estas reações constituem um equilíbrio
fortemente deslocado no sentido dos materiais de partida, e que a maior
dificuldade dessas reações é encontrar uma condição reacional adequada
para que o equilíbrio seja deslocado no sentido da formação dos adutos, o
que não foi possível.
A partir desses resultados, resolvemos voltar a estudar a reação de
Diels-Alder entre derivados de furano (67, 81 e 125) e acetileno (71, 72, 73,
126, 127, 128).
Conclusão
93
O
MeO OMe
O
MeO OMe
O
CO
2
Me
Br
CO
2
Me
H
CO
2
Me
CO
2
Me
CO
2
Me
Me
CO
2
Et
Ph
COMe
SiMe
3
67
81
125
71 72
73
126 127
128
O estudo de energia dos orbitais moleculares HOMO e LUMO
desses compostos mostraram que a ordem de reatividades dos acetilenos é:
73>128>71>72>127>126, além disso, como já esperavamos, esses cálculos
mostraram que o furano 67 é o dieno mais reativo, seguido pelo furano 81, e
por último o furano 125, que é o dieno menos reativo dos três.
Após a realização das reações de Diels-Alder entre os furanos e
acetilenos podemos concluir que:
A alta reatividade dos furano 67 e 81 acabou prejudicando a obtenção
dos seus respectivos adutos, pois estes sofrem reações indesejadas no meio
reacional.
Os adutos derivados dos furanos 67 e 81 são sensíveis à ácido, não
podendo ser purificados por cromatografia em coluna de sílica gel. Esta
instabilidade provavelmente se deve à presença dos grupos OMe vinílicos.
Os adutos do furano 125 mostraram ser mais estávéis na mistura
reacional, podendo ser purificados e analisados.
A não reatividade do acetileno 128 foi explicada através de cálculos
teóricos das energias de ativação e das energias dos produtos, para a reação
com o furano 125. Pudemos verificar que essa reação apresenta a maior
energia de ativação e os adutos correspondentes têm maior energia do que a
soma dos materiais de partida.
De um modo geral, os estudos teóricos auxiliaram no melhor
entendimento da reatividade dos compostos estudados, no que diz respeito
principalmente aos fatores eletrônicos envolvidos nessas reações. No
entanto, os cálculos dos orbitais HOMO e LUMO não consideram alguns
Conclusão
94
fatores que são decisivos em reações de cicloadições, como impedimento
estérico, a energia envolvida na reação (G), e as energias dos produtos
formados. Para uma melhor visão desses parâmetros foi necessário realizar
os cálculos para determinar o estado de transição e com isso a energia de
ativação da reação, e calcular a energia relativa dos produtos formados.
As reações de Diels-Alder realizadas entre derivados de furano e
acetileno nos forneceram informações importantes que poderão ser usados
em estudos futuros, como por exemplo, que um furano muito reativo, acaba
prejudicando a obtenção dos seus adutos. Essas reações forneceram os
adutos 129, 135 e 145, que foram obtidos em excelentes rendimentos.
Esses compostos são intermediários importantes e bem funcionalizados, que
podem ser utilizados na continuidade do estudo para a obtenção do
macroclico desejado.
O
CO
2
Me
CO
2
Me
145
O
CO
2
Me
CO
2
Me
MeO
MeO
129
O
CO
2
Me
CO
2
Me
MeO
MeO
135
No início deste trabalho, a síntese do sistema 11-
oxabiciclo[6.2.1]undecano, a partir da reação de Diels-Alder usando furano
como dieno, era bem pouco conhecida, principalmente usando o furano 67.
Apesar de não obtermos o macrociclo desejado, todos esses estudos
realizados trouxeram uma gama de conhecimento, compreensão e
experiência que servirá para um planejamento sintético mais viável para o
desenvolvimento de uma nova metodologia sintética para obtenção do
esqueleto estrutural dos furanoeliangolidos.
Seção de Espectros
95
5 – SEÇÃO DE ESPECTROS
Seção de Espectros
96
5 – SEÇÃO DE ESPECTROS
5.1 – INTRODUÇÃO
Nesta seção a numeração dos átomos de carbono dos compostos,
não segue nenhuma norma ou recomendação oficial. O objetivo desta
numeração é facilitar a identificação dos átomos de carbono e hidrogênio na
elucidação dos espectros.
Dada a proximidade dos deslocamentos químicos de RMN
13
C para
átomos de carbono numa mesma molécula, usamos simbolicamente
asteriscos com o objetivo de chamar a atenção para a incerteza na atribuição
do deslocamento químico, ou seja, átomos de carbono com o mesmo número
de asteriscos podem ter os deslocamentos químicos trocados.
Para a atribuição dos sinais espectrais foram consultados Tabelas e
livros textos.
63,64
Seção de Espectros
97
5.2 – ESPECTROS SELECIONADOS
5.2.1 – 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67)
O
O
O
1
23
4
5
6
7
Espectro de RMN
1
H do composto 67
1.0000
Integral
6.8109
6.8096
6.8083
6.8068
(ppm)
6.806.82
1.0000
3.0200
3.0255
3.0677
Integral
6.8109
6.8096
6.8083
6.8068
3.7939
3.7105
2.1833
2.1820
-0.0000
(ppm)
0.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.5
3.0677
Integral
2.1833
2.1820
(ppm)
2.19
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr15f1
EXPNO : 1
PROCNO : 0
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Dec 13 2001
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 15.5 usec
PROBHD :5 mm DUL 13C-1H-D Z3
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.3000000
LB : -0.50 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300050 MHz
SI : 65536
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.01
Hz_cm : 3.62
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 67 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
6,81 H-4 q J=0,5
3,79 H-6 s
3,71 H-7 s
2,18 H-5 d J=0,5
Seção de Espectros
98
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 67
144.7485
138.4639
135.1616
119.8648
61.1508
58.0012
11.1725
-0.0000
(ppm)
0102030405060708090100110120130140
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr15f1
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Dec 13 2001
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 2048
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 12.5 usec
PROBHD :5 mm DUL 13C-1H-D Z3
7
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127650 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 7.67
Hz_cm : 771.47
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 67 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
144,7 C-3
138,5 C-2
135,1 C-1
119,9 C-4
61,1 C-6
58,0 C-7
11,2 C-5
Seção de Espectros
99
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) composto 67
119.8575
61.1507
57.9939
11.1725
(ppm)
0102030405060708090100110120
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr15f1
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Dec 13 2001
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 12.5 usec
PROBHD :5 mm DUL 13C-1H-D Z37
5
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127660 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 6.51
Hz_cm : 655.21
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 67 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
119,9 C-4
61,1 C-6
58,0 C-7
11,2 C-5
Seção de Espectros
100
5.2.2 - 3-bromo-1-metil-5-metóxi-6-oxo-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-eno-2-
carboxilato de metila (85)
O
O
O
O
O
Br
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Espectro de RMN
1
H do composto 85
1.0000
1.0693
3.0690
3.0688
3.0662
Integral
4.4859
4.4746
3.3021
3.2907
3.1272
3.1095
1.6523
0.0001
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.0
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr150f
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : May 30 2003
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 21.5 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300424 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.C6D6
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.36
Hz_cm : 143.55
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 85 (C
6
D
6
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
4,48 H-4 d J=4,5
3,30 H-5 d J=4,5
3,13 H-9 s
3,11 H-10 s
1,65 H-7 s
Seção de Espectros
101
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 85
201.4914
161.2309
139.6205
134.7179
91.3952
82.6303
74.0472
59.2378
51.3966
12.8164
0.0000
(ppm)
020406080100120140160180200
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr150f
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jun 02 2003
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 18.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : C6D6
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127460 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.C6D6
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 10.66
Hz_cm : 1072.65
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 85 (C
6
D
6
)
δ (ppm)
Atribuição
201,5 C-6
161,2 C-8
139,6 C-2
134,7 C-3
91,4 C-1
82,6 C-5
74,0 C-4
59,2 C-10
51,4 C-9
12,8 C-7
Seção de Espectros
102
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 85
82.6376
74.0545
59.2451
51.4112
12.8237
0.0000
(ppm)
051015202530354045505560657075808590
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr150f
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jun 02 2003
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 512
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 18.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3
7
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : C6D6
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127450 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.C6D6
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 4.73
Hz_cm : 475.84
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 85 (C
6
D
6
)
δ (ppm)
Atribuição
82,6 C-5
74,0 C-4
59,2 C-10
51,4 C-9
12,8 C-7
Seção de Espectros
103
5.2.3 - 6-benzilóxi-3-bromo-1-metil-5-metóxi-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-
eno-2-carboxilato de metila (92)
O
O
O
O
Br
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
O
11
12
13
14
15
Espectro de RMN
1
H do composto 92
5.0546
1.0000
2.0871
1.0311
3.1026
1.0448
3.0971
2.9067
Integral
7.3504
7.3396
7.3056
7.2715
4.8925
4.8817
4.7845
4.7536
4.6525
4.6210
4.0654
4.0546
4.0477
4.0370
3.7907
3.6802
3.6626
3.4826
1.7198
0.0000
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.5
1.0000
2.0871
Integral
4.8925
4.8817
4.7845
4.7536
4.6525
4.6210
(ppm)
4.64.8
1.0311
Integral
4.0654
4.0546
4.0477
4.0370
(ppm)
4.05
1.0448
3.6802
3.6626
(ppm)
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr97f2
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Sep 04 2002
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 17.7 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300090 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.01
Hz_cm : 3.00
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 92 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
7,35-7,27 H-13/H-14/H-15 m
4,89 H-4 d J=4,3
4,77 H-11’ d J=12,4
4,64 H-11’’ d J=12,4
4,05 H-5 dd J
1
=7,1; J
2
=4,3
3,79 H-9 s
3,67 H-6 d J=7,1
3,48 H-10 s
1,72 H-7 s
Seção de Espectros
104
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 92
162.6638
138.0784
137.0528
135.6780
128.3024
127.8078
127.6696
90.1368
83.5395
79.6626
78.8552
72.8834
59.2960
51.5494
18.2863
-0.0000
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150160
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr97f2
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Sep 05 2002
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 2048
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 15.4 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z
3
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127690 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 8.56
Hz_cm : 861.32
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 92 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
162,7 C-8
138,1 C-12
137,0 C-2
135,7 C-3
128,3 C-13*
127,8 C-14*
127,7 C-15*
90,1 C-1
83,5 C-4
79,7 C-5
78,9 C-6
72,9 C-11
59,3 C-10
51,5 C-9
18,3 C-7
Seção de Espectros
105
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 92
128.2951
127.7932
127.6623
83.5322
79.6553
78.8479
72.8761
59.2887
51.5421
18.2863
(ppm)
0102030405060708090100110120130
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr97f2
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Sep 05 2002
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 15.4 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z
3
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127700 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 7.09
Hz_cm : 713.29
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 92 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
128,3 C-13*
127,8 C-14*
127,7 C-15*
83,5 C-4
79,7 C-5
78,9 C-6
72,9 C-11
59,3 C-10
51,5 C-9
18,3 C-7
Seção de Espectros
106
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 92
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 92
Atribuição Correlação
1
H observada
C-4 H-4
C-5 H-5
C-6 H-6
C-7 H-7
C-9 H-9
C-10 H-10
C-11 H-11’/H-11’’
C-13/ C-14/ C-15 H-13/H-14/H-15
Seção de Espectros
107
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 92
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 92
13
C Correlação
1
H observada
C-1 H-4, H-5, H-6, H-2
C-2 H-4, H-6, H-7
C-3 H-5
C-4 H-4
C-5 H-6, H-10
C-6 H-4, H-7, H-11
C-7 H-6
C-8 H-9
C-9 ---
C-10 H-5
C-11 H-13, H-6
C-12 H-11, H-14
C-13/C-14/C-15 H-11
Seção de Espectros
108
4.2.3.1 – Determinação da esteroquímica relativa do composto 92
A determinação da estereoquímica relativa do composto 92 foi
realizada através da comparação dos valores das constantes de acoplamento
obtidos experimentalmente e através de cálculos, utilizando o programa PC
Model.
65
Graças à estrutura rígida do desses biciclos os resultados obtidos
foram satisfatórios.
Inicialmente esses cálculos foram realizados para os isômeros do
composto 85, para determinar primeiramente a estereoquímica de H-4 e H-5
(Figura 14). Foi realizada uma busca conformacional para encontrar todos os
possíveis isômeros e através da média de Boltzmann dos confôrmeros
obtidos para cada isômero, obtivemos os valores da constante de
acoplamento (J) teórico entre H-4 e H-5, para os isômeros A e B (Figura 14).
Figura 14
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
H
H
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
H
H
85B85A
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
J
4,5
=5,9 Hz
J
4,5
=0,8 Hz
Pelos cálculos realizados temos que quando H-4 e H-5 estão em cis
tem-se J=5,9 Hz; e quando estão em trans tem-se J=0,8 Hz. O valor obtido
experimentalmente da constante de acoplamento entre H-4 e H-5 para o
composto 85 foi de 4,5 Hz. Por comparação entre os valores teórico e
experimental podemos concluir que esses hidrogênios possuem
estereoquímica cis.
Após a determinação da estereoquímica do H-5, foi possível repetir
os cálculos realizados anteriormente, mas com os isômeros do composto 91
(Figura 15) e calcular os valores da constante de acoplamento entre H-5 e
H-6.
Seção de Espectros
109
Figura 15
O
CO
2
Me
Br
HO
MeO
H
H
H
91D
O
CO
2
Me
Br
HO
MeO
H
H
H
91C
J
5,6
=7,9 Hz
J
5,6
=2,1 Hz
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
Esses resultados indicam que quando H-5 e H-6 estão em cis tem-
se J=7,9 Hz; e quando estão em trans tem-se J=2,1 Hz. O valor experimental
de J entre H-5 e H-6 para este composto foi de 7,6 Hz. Assim podemos
concluir que esses hidrogênios também possuem estereoquímica cis. Temos
então que a estereoquímica relativa do composto 91 é a mesma do composto
92 (Figura 16).
Figura 16
O
MeO
OMe
O
Br
O
O
MeO
OMe
O
Br
HO
91 92
Seção de Espectros
110
5.2.4 – 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75)
O
O
O
O
O
O
1
2
3
4
5
6
Espectro de RMN
1
H do composto 75
1.0000
3.1683
Integral
7.2600
6.6147
2.3404
(ppm)
0.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.0
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr205
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Apr 06 2004
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 25.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3756
/
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300090 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.37
Hz_cm : 149.54
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 75 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal
6,61 H-3 s
2,34 H-6 s
Seção de Espectros
111
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 75
179.8587
167.3841
152.3565
122.2503
77.3200
77.0000
76.6872
20.5190
(ppm)
020406080100120140160180
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr205
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Apr 10 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 20.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3756
/
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127730 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 9.54
Hz_cm : 959.94
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 75 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
179,9 C-1/C-4
167,4 C-5
152,4 C-2
122,2 C-3
20,5 C-6
Seção de Espectros
112
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 75
122.2503
20.5190
(ppm)
0102030405060708090100110120130140
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr205
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Apr 10 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 512
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 20.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3
7
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 32768
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127730 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 7.67
Hz_cm : 771.47
AQ_time : 0.6832130 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 75 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
122,2 C-3
20,5 C-6
Seção de Espectros
113
5.2.5 – diacetato de 9,10–dimetóxi–3–hidróxi-6-oxo -11-
oxatriciclo[6.2.1.0
2,7
]undecano-2,5-diila (118)
O
O
OH
O
OO
O
H
O
O
1
2
3
4
56
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Espectro de RMN
1
H do composto 118
1.0000
1.0363
0.9960
0.9955
1.0847
1.0944
7.0742
1.0060
0.9942
3.0474
2.8490
1.5753
Integral
5.3348
5.3242
5.3152
5.3048
5.1883
5.1782
5.1661
5.1561
4.4774
4.4721
4.4680
4.4624
3.8462
3.8360
3.8285
3.8185
3.6943
3.6842
3.6767
3.6667
3.3510
3.3432
3.3379
3.3231
3.3197
3.2205
2.7037
2.6987
2.6844
2.6788
2.6749
2.6696
2.6551
2.6497
2.1146
2.0185
2.0030
1.9955
1.9790
1.9686
1.9584
0.0000
(ppm)
0.00.40.81.21.62.02.42.83.23.64.04.44.85.25.66.0
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr233e
EXPNO : 3
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 500.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Aug 18 2004
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 1889.22 Hz
P[1] : 10.8 usec
PROBHD :2.5 mm DUL 13C-1H-D Z-
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 7.9344 ppm
SW_h : 3968.254 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 500.1300440 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.31
Hz_cm : 156.17
AQ_time : 8.2575360 sec
1.0000
1.0309
0.9975
5.3352
5.3245
5.3156
5.3052
5.1887
5.1785
5.1664
5.1565
(ppm)
5.105.125.145.165.185.205.225.245.265.285.305.325.345.36
1.0063
4.4778
4.4724
4.4683
4.4628
(ppm)
4.4.424.434.444.454.464.474.484.494.504.514.52
1.0927
1.0715
Integral
3.8465
3.8363
3.8288
3.8189
3.6947
3.6845
3.6770
3.6671
(ppm)
3.623.643.663.683.703.723.743.763.783.803.823.843.863.883.90
1.0007
2.7041
2.6990
2.6847
2.6791
2.6753
2.6699
2.6554
2.6501
(ppm)
2.622.642.662.682.702.72
4
Integral
2.0087
1.9982
1.9881
1.9794
1.9690
1.9588
(ppm)
1.9501.9601.9701.9801.9902.0002.0102.0202.0302.040
Seção de Espectros
114
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 118 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
5,32 H-4 dd J
1
=9,7; J
2
=5,2
5,18 H-8 d J=5,1
5,16 H-1 d J=5,0
4,47 H-6 dd J=5,0; J=2,7
3,83 H-10 dd J=8,7; J=5,0
3,68 H-9 dd J=8,7; J=5,1
3,32 H-11/H12 s
3,22 H-2 s
2,68 H-5endo ddd J
1
=14,5; J
2
=9,7; J
3
=2,7
2,11 H-16 s
2,01 H-14 s
1,99 H-5exo ddd J
1
=14,5; J
2
=5,2; J
3
=5,0
Seção de Espectros
115
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 118
201.1768
171.3788
170.1618
89.1262
79.4704
79.3830
78.5522
77.0000
74.7118
69.6179
68.0803
60.4650
58.5557
51.4723
34.6021
20.9965
20.6759
(ppm)
020406080100120140160180200
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr233e
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Aug 18 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 4096
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 6.0 usec
PROBHD :2.5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577900 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 10.40
Hz_cm : 1307.66
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 118 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
201,2 C-3
171,4 C-13
170,2 C-15
89,1 C-7
79,5 C-1
79,4 C-9
78,6 C-8
74,7 C-10
69,6 C-4
68,1 C-6
60,5 C-12
58,6 C-11
51,5 C-2
34,6 C-5
21,0 C-14
20,7 C-16
Seção de Espectros
116
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 118
79.4995
79.4121
78.6323
74.7555
69.6616
68.0948
60.5742
58.6504
51.4723
34.6676
21.0985
20.7852
(ppm)
0510152025303540455055606570758085
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr233e
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Aug 18 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 2048
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 6.0 usec
PROBHD :2.5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577810 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 4.43
Hz_cm : 557.08
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 118 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
79,5 C-1
79,4 C-9
78,6 C-8
74,7 C-10
69,6 C-4
68,1 C-6
60,5 C-12
58,6 C-11
51,5 C-2
34,6 C-5
21,0 C-14
20,7 C-16
Seção de Espectros
117
Espectro de RMN 2D (
1
H,
1
H-COSY) do composto 118
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
1
H-COSY) do composto 118
1
H Correlação
1
H observada
H-1 H-1
H-4 H-5exo, H-5endo
H-5exo H-4, H-5endo, H-6
H-5endo H-4, H-5exo, H-6
H-6 H-5exo, H-5endo
H-8 H-9
H-9 H-8, H-10
H-10 H-1, H-9
Seção de Espectros
118
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 118
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 118
Atribuição Correlação
1
H observada
C-1 H-1
C-2 H-2
C-4 H-4
C-5 H-5endo, H-5exo
C-6 H-6
C-8 H-8
C-9 C-9
C-10 H-10
C-11 H-11
C-12 H-13
C-14 H-14
C-16 H-16
Seção de Espectros
119
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 118
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 118
13
C Correlação
1
H observada
C-1 H-8
C-2 H-6, H-8, H-10
C-3 H-1, H-2, H-4, H-5endo
C-4 H-5endo, H-5exo, H-6
C-5 H-4
C-6 H-2, H-8
C-7 H-1, H-2, H-5exo, H-9
C-8 H-1, H-2
C-9 H-1, H-12
C-10 H-2, H-8, H-11
C-11 H-9
C-12 H-9
C-13 H-14
C-15 H-4, H-16
Seção de Espectros
120
5.2.5.1 – Determinação da estereoquímica relativa do composto 118
A determinação da estereoquímica relativa do composto 118 foi
realizada através da comparação dos valores das constantes de acoplamento
obtidos experimentalmente e através de cálculos de mecânica molecular,
utilizando para isso o programa PC Model.
66
Inicialmente esses cálculos foram realizados para dois isômeros do
composto 118, para determinar primeiramente a estereoquímica do H-9 e
H-10 (Figura 17). Foi realizada uma busca conformacional para encontrar
todos os possíveis isômeros e através da média de Boltzmann dos
confôrmeros obtivemos os valores da constante de acoplamento (J) teórico
entre H-9 e H-10, para os isômeros A e B (Tabela 23).
Figura 17
O
O
OH
MeO
MeO OAc
AcO
H
O
O
OH
MeO
MeO OAc
AcO
H
118A
118B
1
8
9
10
1
8
9
10
Tabela 23: Constantes de acoplamento experimental e teórica para os
isômeros 118A e 118B
experimental 118A 118B
J
1,10
5,0 6,7 0,9
J
8,9
5,1 7,6 0,8
J
9,10
8,7 8,0 7,9
Por comparação entre os valores teórico e experimental podemos
concluir o H-9 e H-10 estão como na estrutura 118A, pois os valores das
constantes de acoplamento estão em maior concordância, do que para o
isômero 118B.
A determinação da estereoquímica do H-4 e H-6 foi realizada
repetindo os cálculos com os isômeros 118C e 118D (Figura 18) para
determinar os valores da constante de acoplamento entre H-4-H-5endo,
H-4-H-5exo, H-6-H-5endo, H-6-H-5exo (Tabela 24). Observando os valores
Seção de Espectros
121
experimentais de J
4,5endo
=9,7 Hz e J
4,5exo
= 5,2 Hz, podemos concluir que H-4
está em posição axial e pelos valores de J
6,5endo
=2,7 Hz e J
6,5exo
=5,0 Hz,
podemos concluir que H-6 está em posição equatorial. Assim, os isômeros
118C e 118D são as duas possibilidades de H-4 e H-6 estarem em trans um
em relação ao outro.
Figura 18
O
O
OH
MeO
MeO OAc
AcO
H
O
O
OH
MeO
MeO OAc
AcO
H
118C 118D
4
5
6
4
5
6
Tabela 24: Constantes de acoplamento experimental e teórica para os
isômeros 118C e 118D
experimental 118C 118C
J
4,5endo
9,7 7,7 7,8
J
4,5exo
5,2 6,2 6,6
J
6,5endo
2,7 8,5 2,0
J
6,5exo
5,0 3,8 6,6
Analisando os resultados obtidos, podemos concluir que o isômero
118D tem os valores das constantes de acoplamento em maior concordância
com o do composto 118. Portanto temos que o composto 118 tem a
estereoquímica relativa mostrada na Figura 19.
Figura 19
O
O
OH
MeO
MeO OAc
AcO
H
118
Seção de Espectros
122
5.2.6 - 1,4-dimetil-5,6-dimetóxi-7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-
dicarboxilato de dimetila (130)
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
O
O
O
O
O
O
10
11
12
13
14
Espectro de RMN
1
H do composto 130
3.0482
3.0000
3.0594
Integral
3.8116
3.7535
1.6567
0.0000
(ppm)
0.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.0
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr286a
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Jan 14 2005
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 25.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-
D
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300070 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.33
Hz_cm : 133.00
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 130 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal
3,81 H-9/H-11 s
3,75 H-13/H-14 s
1,66 H-7/H-12 s
Seção de Espectros
123
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 130
164.4168
155.2082
148.5090
90.0423
60.1470
52.2258
13.8711
0.0000
(ppm)
020406080100120140160
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr286a
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jan 15 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 20.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-
D
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127670 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 7.94
Hz_cm : 799.01
AQ_time : 1.3664260 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 130 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
164,4 C-8/C-10
155,2 C-2/C-3
148,5 C-6/C-5
90,0 C-1/C-4
60,1 C-13/C-14
52,2 C-9/C-11
13,9 C-7/C-12
Seção de Espectros
124
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 130
60.1542
52.2258
13.8711
(ppm)
051015202530354045505560657075808590
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr286a
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jan 15 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 512
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 20.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127670 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 4.47
Hz_cm : 449.76
AQ_time : 1.3664260 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 130 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
60,1 C-13/C-14
52,2 C-9/C-11
13,9 C-7/C-12
Seção de Espectros
125
5.2.7 - 5,6–dimetóxi–7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-
dicarboxilato de dimetila (135)
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
O
O
O
O
O
O
10
11
12
Espectro de RMN
1
H do composto 135
1.0000
3.4417
3.3317
Integral
5.3527
3.8526
3.7699
-0.0000
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.0
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr337
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Nov 04 2005
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 7.6 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300030 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.35
Hz_cm : 138.28
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 135 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal
5,35 H1/H4 s
3,85 H8/H10 s
3,77 H11/H12 s
Seção de Espectros
126
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 135
163.1293
153.4043
145.7013
84.5651
59.2014
52.4950
-0.0000
(ppm)
020406080100120140160
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr337
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Nov 04 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 10.5 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127660 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 7.86
Hz_cm : 791.02
AQ_time : 1.3664260 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 135 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
163,1 C-7/C-9
153,4 C-2/C-3
145,7 C-6/C-5
84,6 C-1/C-4
59,2 C-11/C-12
52,5 C-8/C-10
163153145
84.
59.52.
-
0.
EXPNO
:
1
5
PROCNO
:
1***
Acquisition
P
a
r
as
BF
1
:
1
00.6
12
7
2
90
MHz
D[
1
]
:
2
.0000000
sec
DA
T
Ed
:
Nov
04
2
005DS
:
4INS
T
RUM
:
spect
NS: 1024O1: 10060.79
Hz
P[1]: 10.5
usec
PROBHD
:
5
mm
D
U
L 1
3C
-
HD
Z/PULPROG
:
zgpg30
RO: 20
Hz
SW
: 238.3239
ppm
SWh
: 23980.815
Hz
TD: 65536***
P
r
ocessing
P
a
r
ames
GB
: 0.0000000LB: 1.00
Hz
PC: 1.40SF: 100.6127660
MHz
SI: 32768
SREGLST:13C.CDCl3SSB: 0.0000000
WDW
:
EM
*** 1
D
N
MR P
lot
P
a
r
as
ppmcm
: 7.86Hz_cm: 791.02AQ_time: 1.3664260
sec
Seção de Espectros
127
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 135
84.5651
59.1941
52.4950
-0.0000
(ppm)
0510152025303540455055606570758085
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr337
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Nov 04 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 512
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 10.5 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127660 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 4.19
Hz_cm : 421.36
AQ_time : 1.3664260 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 135 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
84,6 C1/C4
59,2 C11/C12
52,5 C8/C10
Seção de Espectros
128
5.2.8 – 3–bromo–1–metil–7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2-
carboxilato de metila (139)
O
Br
1
2
3
4
5
6
7
8
9
O
O
Espectro de RMN
1
H do composto 139
1.0000
1.0058
1.0062
3.0782
3.0910
Integral
7.1509
7.1464
7.1382
7.1338
6.9993
6.9861
5.2170
5.2126
3.7951
1.8966
-0.0000
(ppm)
0.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.5
1.0000
1.0058
7.1509
7.1464
7.1382
7.1338
6.9993
6.9861
(ppm)
7.007.10
1.0062
Integral
5.2170
5.2126
(ppm)
5.25
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr265a
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Nov 08 2004
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 25.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300040 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.01
Hz_cm : 2.78
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 139 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
7,14 H-5 dd J
1
=5,1; J
2
=1,8
6,99 H-6 d J=5,1
5,21 H-4 d J=1,8
3,79 H-9 s
1,90 H-7 s
Seção de Espectros
129
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 139
163.5149
149.9492
146.9888
144.3848
142.1372
93.9847
88.0202
51.6439
16.4388
0.0000
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150160
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr265a
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Nov 09 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 20.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127680 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 8.42
Hz_cm : 846.68
AQ_time : 1.3664260 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 139 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
163,5 C-8
149,9 C-3
147,0 C-6
144,4 C-2
142,1 C-5
94,0 C-1
88,0 C-4
51,6 C-9
16,4 C-7
Seção de Espectros
130
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 139
146.9888
142.1299
88.0202
51.6439
16.4388
0.0000
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr265a
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 100.6127290 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Nov 09 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 512
O1 : 10060.79 Hz
P[1] : 20.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.3239 ppm
SW_h : 23980.815 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 100.6127680 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 8.26
Hz_cm : 831.40
AQ_time : 1.3664260 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 139 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
147,0 C-6
142,1 C-5
88,0 C-4
51,6 C-9
16,4 C-7
Seção de Espectros
131
5.2.9 – 2-bromo-1-metil-7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-3-carboxilato
de metila (140)
O
Br
1
2
3
4
5
6
7
8
9
O
O
Espectro de RMN
1
H do composto 140
1.0000
1.0038
0.9942
3.0860
3.0927
Integral
7.2096
7.2058
7.1970
7.1932
6.9084
6.8952
5.6223
5.6179
3.7882
1.7363
-0.0000
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.5
0.9942
5.6223
5.6179
(ppm)
1.0000
1.0038
Integral
7.2096
7.2058
7.1970
7.1932
6.9084
6.8952
(ppm)
6.97.07.17.2
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr265b
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Nov 09 2004
DS : 0
INSTRUM : spect
NS : 128
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 25.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1300076 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.15
Hz_cm : 60.01
AQ_time : 3.9583740 sec
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 140 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
7,20 H-5 dd J
1
=5,2; J
2
=1,9
6,90 H-6 d J=5,2
5,62 H-4 d J=1,9
3,79 H-9 s
1,74 H-7 s
Seção de Espectros
132
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 140
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr267b
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Nov 24 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 4096
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 6.0 usec
PROBHD :2.5 mm DUL 13C-1H-
D
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577629 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.28
Hz_cm : 35.50
AQ_time : 1.0911740 sec
162.8020
153.2152
145.2431
144.4575
95.0757
83.6777
51.7676
15.5950
0.0000
(ppm)
020406080100120140160
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 140 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
162,8 C-8
153,2 C-2
145,2 C-6
144,5 C-5
144,4 C-3
95,1 C-1
83,7 C-4
51,8 C-9
15,6 C-7
Seção de Espectros
133
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 140
145.2358
144.4502
83.6704
51.7676
15.5877
-0.0000
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr267b
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Nov 24 2004
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 2048
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 6.0 usec
PROBHD :2.5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577619 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.57
Hz_cm : 71.78
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 140 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
145,2 C-6
144,5 C-5
83,7 C-4
51,8 C-9
15,6 C-7
Seção de Espectros
134
5.2.10 - 3-metil-2,6-dicarbometóxi-9-oxatetraciclo[3.2.1.1
3,8
.0
2,4
]non-6-
eno (143)
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
O
O
O
O
Espectro de RMN
1
H do composto 143
0.9910
4.1921
4.1914
4.1866
4.1859
4.1813
4.1806
(ppm)
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr306d
EXPNO : 1
PROCNO : 0
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 500.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : Jun 03 2005
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 2483.28 Hz
P[1] : 9.8 usec
PROBHD :5 mm TBI 1H/2H/13C/31
P
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 12.0160 ppm
SW_h : 6009.615 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.3000000
LB : -0.50 Hz
PC : 1.00
SF : 500.1300080 MHz
SI : 65536
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.00
Hz_cm : 2.25
AQ_time : 5.4525950 sec
1.0319
Integral
3.2649
3.2629
3.2609
3.2591
3.2572
3.2552
3.2532
3.2512
(ppm)
3.24
1.0631
Integral
3.2195
3.2176
3.2141
3.2125
3.2107
3.2072
3.2055
(ppm)
3.20
0.9895
Integral
2.2893
2.2884
2.2853
2.2844
(ppm)
2.28
1.0000
7.0704
7.0682
7.0634
7.0614
(ppm)
1.0000
0.9910
2.9928
3.0893
1.0319
1.0631
0.9895
3.0275
Integral
7.0704
7.0682
7.0634
7.0614
4.1921
4.1914
4.1866
4.1859
4.1813
4.1806
3.7558
3.6822
3.2649
3.2629
3.2609
3.2591
3.2572
3.2552
3.2532
3.2512
3.2195
3.2176
3.2141
3.2125
3.2107
3.2072
3.2055
2.2893
2.2884
2.2853
2.2844
1.8462
0.0000
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.5
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 143 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
7,06 H-10 dd J
1
=3,5; J
2
=1,0
4,19 H-4 dt J
1
=2,8; J
2
=0,4
3,76 H-13 s
3,68 H-9 s
3,26 H-5 dddd J
1
=2,8; J
2
= 2,0; J
3
=1,0; J
4
=0,9
3,21 H-3 ddd J
1
=3,5; J
2
= 2,7; J
3
=0,9
2,29 H-6 dd J
1
=2,0; J
2
=0,4
1,85 H-7 s
Seção de Espectros
135
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 143
170.5901
164.4250
143.1385
137.7532
90.1521
79.6655
51.8423
51.6602
51.0189
49.5541
44.1906
38.4919
12.5926
-0.0000
(ppm)
020406080100120140160
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr306d
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jun 03 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 10.0 usec
PROBHD :5 mm TBI 1H/2H/13C/31
P
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577902 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 9.00
Hz_cm : 1132.08
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 143 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
170,6 C-8
164,4 C-12
143,2 C-10
137,7 C-11
90,1 C-4
79,7 C-1
51,8 C-9
51,7 C-13
51,0 C-3
49,5 C-5
44,2 C-2
38,5 C-6
12,6 C-7
Seção de Espectros
136
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 143
143.1531
90.1521
51.8496
51.6674
51.0189
49.5541
38.4992
12.5926
-0.0000
(ppm)
0102030405060708090100110120130140
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr306d
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jun 03 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 512
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 10.0 usec
PROBHD :5 mm TBI 1H/2H/13C/31
P
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577902 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 7.45
Hz_cm : 937.04
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN do
13
C (DEPT-135) do composto 143 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
143,2 C-10
90,1 C-4
51,8 C-9
51,7 C-13
51,0 C-3
49,5 C-5
38,5 C-6
12,6 C-7
Seção de Espectros
137
Espectro de RMN 2D (
1
H,
1
H-COSY) do composto 143
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
1
H-COSY) do composto 143
1
H Correlação
1
H observada
H-3 H-4, H-5, H-10
H-4 H-3, H-5, H-6
H-5 H-3, H-4, H-6, H-10
H-6 H-4, H-5
H-10 H-3, H-5
Seção de Espectros
138
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 143
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 143
Atribuição Correlação
1
H observada
C-3 H-3
C-4 H-4
C-5 H-5
C-6 H-6
C-7 C-7
C-9 C-9
C-10 H-10
C-13 H-13
Seção de Espectros
139
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 143
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 143
13
C Correlação
1
H observada
C-1 H-4, H-6, H-7
C-2 H-3, H-4, H-6, H-7
C-3 H-4; H-10
C-4 H-3, H-5, H-6, H-10
C-5 H-3, H-4, H-6, H-10
C-6 H-3, H-4, H-5, H-7
C-7 H-6
C-8 H-6, H-9
C-9 ---
C-10 H-5
C-11 C-3, C-5
C-12 H-10, H-13
C-13 ---
Seção de Espectros
140
5.2.11. 8-metil-2,6-dicarbometóxi-9-oxatetraciclo[3.2.1.1
3,8
.0
2,4
]non-6-
eno (144).
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
O
O
O
O
Espectro de RMN
1
H do composto 144
4.9851
4.9777
(ppm)
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr306z
EXPNO : 2
PROCNO : 0
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 500.1300000 MHz
D[1] : 1.0000000 sec
DATE_d : May 19 2005
DS : 2
INSTRUM : spect
NS : 16
O1 : 1883.06 Hz
P[1] : 10.8 usec
PROBHD :2.5 mm DUL 13C-1H-D
Z
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 8.6783 ppm
SW_h : 4340.278 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.3000000
LB : -0.50 Hz
PC : 1.00
SF : 500.1300098 MHz
SI : 65536
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.02
Hz_cm : 7.83
AQ_time : 7.5497470 sec
7.1571
7.1549
7.1502
7.1479
4.9851
4.9777
3.7695
3.6502
2.9442
2.9420
2.9397
2.9379
2.9363
2.8872
2.8853
2.8800
2.8783
2.4985
2.4944
2.4914
2.4870
1.2098
0.0000
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.5
2.9442
2.9420
2.9397
2.9379
2.9363
2.8872
2.8853
2.8800
2.8783
(ppm)
2.882.922.96
7.1571
7.1549
7.1502
7.1479
(ppm)
7.16
2.4985
2.4944
2.4914
2.4870
(ppm)
2.50
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 144 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
7,15 H-10 dd J
1
=3,5; J
2
=1,1
4,98 H-1 d J=3,7
3,77 H-13 s
3,65 H-9 s
2,94 H-5 ddd J
1
=2,1; J
2
= 1,1; J
3
=0,9
2,88 H-3 dd J
1
=3,5; J
2
=0,9
2,49 H-6 dd J
1
=3,7; J
2
=2,1
1,21 H-7 s
Seção de Espectros
141
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 144
170.6411
164.6509
144.2827
138.7516
100.0119
69.9442
53.7954
52.4982
51.8715
51.6602
43.7388
37.7996
11.2809
0.0000
(ppm)
020406080100120140160
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr306z
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : May 18 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 2048
O1 : 12505.64 Hz
P[1] : 6.0 usec
PROBHD :2.5 mm DUL 13C-1H-D Z
-
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7690 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577890 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 8.96
Hz_cm : 1127.14
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 144 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
170,6 C-8
164,7 C-12
144,3 C-10
138,8 C-11
100,0 C-4
69,9 C-1
53,8 C-3
52,5 C-5
51,9 C-9
51,7 C-13
43,7 C-2
37,8 C-6
11,3 C-7
Seção de Espectros
142
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 144
144.2900
69.9442
53.7881
52.4909
51.8788
51.6675
37.7996
11.2809
-0.0000
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr306z
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : May 18 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 1024
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 6.0 usec
PROBHD : 2.5 mm DUL 13C-1H-D Z
-
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577890 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 8.05
Hz_cm : 1012.40
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 144 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
144,3 C-10
69,9 C-1
53,8 C-3
52,5 C-5
51,9 C-9
51,7 C-13
37,8 C-6
11,3 C-7
Seção de Espectros
143
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 144
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 144
Atribuição Correlação
1
H observada
C-1 H-1
C-3 H-3
C-5 H-5
C-6 H-6
C-7 C-7
C-9 C-9
C-10 H-10
C-13 H-13
Seção de Espectros
144
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 144
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 144
13
C Correlação
1
H observada
C-1 ---
C-2 H-5
C-3 H-5, H-10
C-4 H-1, H-3, H-5, H-7, H-10
C-5 H-3, H-10
C-6 H-1, H-5
C-7 ---
C-8 H-1, H-9
C-9 ---
C-10 H-5
C-11 H-3
C-12 H-10, H-13
C-13 ---
Seção de Espectros
145
5.2.12 – 1-metil-7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-dicarboxilato de
dimetila (145)
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
O
O
O
O
10
11
Espectro de RMN
1
H do composto 145
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr322
EXPNO : 1
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 400.1300000 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jun 01 2005
DS : 0
INSTRUM : spect
NS : 128
O1 : 2470.97 Hz
P[1] : 23.0 usec
PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z
3
PULPROG : zg30
RO : 20 Hz
SW : 20.6885 ppm
SW_h : 8278.146 Hz
TD : 65536
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 0.30 Hz
PC : 1.00
SF : 400.1299990 MHz
SI : 32768
SREGLST : 1H.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 0.01
Hz_cm : 5.49
AQ_time : 3.9583740 sec
1.0000
0.8660
1.0185
3.0546
3.0380
3.0478
Integral
7.1982
7.1944
7.1856
7.1812
6.9924
6.9791
5.6116
5.6065
3.8482
3.7800
1.7874
0.0000
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.5
1.0185
5.6116
5.6065
(ppm)
5.60
1.0000
0.8660
Integral
7.1982
7.1944
7.1856
7.1812
6.9924
6.9791
(ppm)
7.07.17.2
Dados espectrais de RMN
1
H do composto 145 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição Sinal J (Hz)
7,19 H-5 dd J
1
=5,1; J
2
=2,0
6,98 H-6 d J=5,1
5,61 H-4 d J=2,0
3,84 H-9 s
3,78 H-10 s
1,79 H-7 s
Seção de Espectros
146
Espectro de RMN
13
C{
1
H} do composto 145
164.9570
162.8509
156.5838
151.3296
146.0025
144.6470
93.9342
83.3748
52.2942
52.2432
15.1577
-0.0000
(ppm)
020406080100120140160
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr322
EXPNO : 15
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jun 06 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 512
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 10.0 usec
PROBHD :5 mm TBI 1H/2H/13C/31P
PULPROG : zgpg30
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577870 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 8.58
Hz_cm : 1078.95
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C{
1
H} do composto 145 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
165,0 C-8
162,8 C-10
156,6 C-2
151,3 C-3
146,0 C-6
144,6 C-5
93,9 C-1
83,4 C-4
52,3 C-9
52,2 C-11
15,2 C-7
Seção de Espectros
147
Espectro de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 145
145.9952
144.6470
83.3675
52.3160
52.2650
15.1577
(ppm)
0102030405060708090100110120130140
*** Current Data Parameters ***
NAME : spdr322
EXPNO : 16
PROCNO : 1
*** Acquisition Parameters ***
BF1 : 125.7577390 MHz
D[1] : 2.0000000 sec
DATE_d : Jun 06 2005
DS : 4
INSTRUM : spect
NS : 256
O1 : 12575.29 Hz
P[1] : 10.0 usec
PROBHD :5 mm TBI 1H/2H/13C/31
P
PULPROG : dept135
RO : 20 Hz
SOLVENT : CDCl3
SW : 238.7688 ppm
SW_h : 30030.030 Hz
TD : 65536
TE : 300.0 K
*** Processing Parameters ***
GB : 0.0000000
LB : 1.00 Hz
PC : 1.40
SF : 125.7577870 MHz
SI : 32768
SREGLST : 13C.CDCl3
SSB : 0.0000000
WDW : EM
*** 1D NMR Plot Parameters ***
ppm_cm : 7.56
Hz_cm : 950.38
AQ_time : 1.0911740 sec
Dados espectrais de RMN
13
C (DEPT-135) do composto 145 (CDCl
3
)
δ (ppm)
Atribuição
146,0 C-6
144,6 C-5
83,4 C-4
52,3 C-9
52,2 C-11
15,2 C-7
Seção de Espectros
148
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 145
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMQC) do composto 145
Atribuição Correlação
1
H observada
C-4 H-4
C-5 H-5
C-6 H-6
C-7 H-7
C-9 H-9
C-11 H-11
Seção de Espectros
149
Espectro de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 145
Dados espectrais de RMN 2D (
1
H,
13
C-HMBC) do composto 145
13
C Correlação
1
H observada
C-1 H-4, H-5, H-6, H-7
C-2 H-4, H-6, H-7
C-4 H-5, H-6
C-6 H-4, H-7
C-7 H-6
C-8 H-9
C-10 H-11
Parte Experimental
150
6 – PARTE EXPERIMENTAL
Parte Experimental
151
6 – PARTE EXPERIMENTAL
6.1 – Introdução
Nesta seção, os compostos foram nomeados conforme
recomendações oficiais da International Union of Pure and Applied Chemistry
(IUPAC) para nomenclatura de compostos orgânicos.
Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN
1
H, 300 MHz) foram obtidos em um espectrômetro Bruker DPX-300, os
espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN
1
H, 400
MHz) em um espectrômetro Bruker DRX-400 e os espectros de ressonância
magnética nuclear de hidrogênio (RMN
1
H, 500 MHz) em um espectrômetro
Bruker DRX-500. Os deslocamentos químicos (δ) estão relatados em parte
por milhão (ppm) em relação ao tetrametilsilano (TMS), utilizado como
padrão interno, colocando-se entre parênteses a multiplicidade (s = singleto,
d = dubleto, t = tripleto, q = quadrupleto, dd = duplo dubleto, dl = dubleto
largo, ddd = duplo duplo dubleto, dddd = duplo duplo duplo dubleto, dt =
duplo tripleto, m = multipleto), a constante de acoplamento (J) em Hertz (Hz)
e o número de hidrogênios deduzidos da integral relativa.
Os espectros de ressonância magnética nuclear de carbono-13
(RMN
13
C, 75 MHz) foram obtidos em um espectrômetro Bruker DPX-300 e
os espectros de ressonância magnética nuclear de carbono-13 (RMN
13
C,
100 MHz) em um espectrômetro Bruker DRX-400 e os espectros de
ressonância magnética nuclear de carbono-13 (RMN
13
C, 125 MHz) em um
espectrômetro Bruker DRX-500 e foram traçados de acordo com a
conveniência, utilizando-se as seguintes técnicas:
13C{1H} – Carbono totalmente desacoplado de hidrogênio;
DEPT - Distortionless Enhancement by Polarization Transfer.
As cromatografias em camada delgada (CCD) foram realizadas
utilizando-se placas de sílica gel 60 da Merck
®
. As purificações por
cromatografia em coluna foram realizadas utilizando sílica gel 60 da Merck
®
.
Parte Experimental
152
Os pontos de fusão foram determinados em uma placa de
aquecimento segundo Klofer com um termômetro não aferido, instalada em
um microscópio modelo Bristoline.
Para a destilação horizontal empregou-se um aparelho de
destilação evaporativa horizontal Kugelrohrofen Büchi modelo GKR-50. As
temperaturas registradas referem-se à temperatura do forno.
Para concentrar as soluções orgânicas foram utilizados
evaporadores rotatórios do tipo Buchler e Büchi, operando à pressão de
aproximadamente 30 mmHg.
Os solventes e reagentes comerciais foram convenientemente
purificados conforme métodos usuais.
66
Parte Experimental
153
6.2 – Índice de compostos e reações descritas
6.2.1 – diglicolato de dimetila (76):
O
O
O
O
O
MeOH, H
2
SO
4
ClCH
2
CH
2
Cl
HO
O
O
OH
O
76
6.2.2 – oxalato de dimetila (77):
O
O
O
O
MeOH, H
2
SO
4
HO
OH
O
O
77
6.2.3 – 3,4-diidroxifurano-2,5-dicarboxilato de dimetila (78):
O
O
O
O
O
O
O
O
O
+
1) MeONa/MeOH
2) HCl
77
76
78
O
MeO
2
C
CO
2
Me
HO
OH
6.2.4 – 3,4-dimetoxifurano-2,5-dicarboxilato de dimetila (79):
Me
2
SO
4
NaOH
78
O
MeO
2
C
CO
2
Me
HO
OH
79
O
MeO
2
C
CO
2
Me
MeO
OMe
Parte Experimental
154
6.2.5 – ácido 3,4-dimetoxifurano-2,5-dicarboxílico (80):
1) NaOH
2) HCl
79
O
MeO
2
C
CO
2
Me
MeO
OMe
80
O
HO
2
C
CO
2
H
MeO
OMe
6.2.6 – 3,4-dimetoxifurano (81):
215-265
o
C
80
O
HO
2
C
CO
2
H
MeO
OMe
81
O
MeO
OMe
6.2.7 – 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67):
1) n-BuLi
TMEDA
2) CH
3
I
THF
81
O
MeO
OMe
67
O
MeO
OMe
82
O
MeO
OMe
+
6.2.8 – propiolato de metila (72):
CO
2
H
MeOH
H
2
SO
4
CO
2
Me
83 72
6.2.9 – bromopropiolato de metila (71):
CO
2
Me CO
2
MeBr
NBS
AgNO
3
acetona
72 71
Parte Experimental
155
6.2.10 – 3-bromo-1-metil-5-metóxi-6-oxo-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-eno-
2-carboxilato de metila (85):
O
MeO
OMe
O
MeO
OMe
Br
CO
2
Me
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
O
Br
CO
2
Me
O
MeO
+
82
67 71
84
85
86
87
+
+
O
MeO OMe
MeO
2
C
+
6.2.11 – 3-bromo-6-hidróxi-1-metil-5-metóxi-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-
eno-2-carboxilato de metila (91):
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
NaBH
4
EtOH
O
CO
2
Me
Br
HO
MeO
85 91
6.2.12 – 6-benzilóxi-3-bromo-1-metil-5-metóxi-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-
eno-2-carboxilato de metila (92):
O
CO
2
Me
Br
HO
MeO
Ag
2
O
BnBr
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
BnO
MeO
91 92
Parte Experimental
156
6.2.13 – Preparação do 2,5–diacetóxi–1,4–benzoquinona (75):
O
O
HO
OH
O
O
AcO
OAc
7574
6.2.14 – diacetato de 9,10 – dimetóxi – 3,6 – dioxo – 11 –
oxatriciclo[6.2.1.02,7]undeca – 4,9 – dieno – 2,5 – diila (111):
O
O
AcO
OAc
O
MeO OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
+
75 81 111a
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
111b
+
6.2.15 – diacetato de 9,10–dimetóxi–3–hidróxi–6–oxo-11–
oxatriciclo[6.2.1.02,7]undecano-2,5-diila (118):
OAc
O
AcO
MeO
MeO
O
OH
118
H
2
Pd/C 10%
MeOH
5 atm
O
O
AcO
OAc
O
MeO
OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
+
75
81
111
+
H
Parte Experimental
157
6.2.16 – diacetato de 3,6-dioxotriciclo[6.2.1.02,7]undeca-4,9-dieno-2,5-
diila (115):
O
O
AcO
OAc
O
O
OAc
AcO
+
75
115
benzeno
tubo selado
140
o
C
6.2.17 – 3,4-dibenziloxifurano-2,5-dicarboxilato de dimetila (122):
OCO
2
Me
HO OH
MeO
2
C
OCO
2
Me
BnO OBn
MeO
2
C
78
122
K
2
CO
3
BnBr
acetona
refluxo
6.2.18 – ácido 3,4-dibenziloxifurano-2,5-dicarboxílico (123):
OCO
2
Me
BnO OBn
MeO
2
C
OCO
2
H
BnO OBn
HO
2
C
122
123
NaOH
EtOH/H
2
O
refluxo
6.2.19 - 3,4-dibenziloxifurano (121):
OCO
2
H
BnO OBn
HO
2
C
O
BnO OBn
123
121
Cu
quinolina
185-190
o
C
Parte Experimental
158
6.2.20 – diacetato de 9,10-dibenzilóxi-11-oxa-3,6-
dioxotriciclo[6.2.1.02,7]undeca-4,9-dien-4-ila (124):
O
O
AcO
OAc
O
O
OAc
O
BnO
BnO
AcO
+
75
121
124a
benzeno
O
BnO
OBn
O
O
OAc
O
BnO
BnO
AcO
124b
+
6.2.21 – 5,6 – dimetóxi – 1 – metil – 7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-
2,3-dicarboxilato de dimetila (129) e 1,4–dimetil– 5,6–dimetóxi-7-
oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-dicarboxilato de dimetila (130):
O
MeO OMe
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
67
+
129
O
MeO OMe
CO
2
Me
CO
2
Me
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
82
73
+
tolueno
130
+
6.2.22 - 5,6 – dimetóxi – 7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-
dicarboxilato de dimetila (135):
O
MeO OMe
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
81
+
135
CO
2
Me
CO
2
Me
73
tolueno
refluxo
6.2.23 –5,6–dimetóxi–3–fenil–7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-
carboxilato de etila (137):
O
MeO OMe
O
MeO
MeO CO
2
Et
Ph
81
+
137
CO
2
Et
Ph
73
tolueno
tubo selado
Parte Experimental
159
6.2.24 – 3–bromo–1–metil–7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2-
carboxilato de metila (139) e 2–bromo–1–metil–7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-
2,5-dieno-3-carboxilato de metila (140):
O
+
CO
2
Me
125
71
Br
tolueno
O
O
CO
2
Me
Br
Br
CO
2
Me
139 140
+
refluxo
6.2.25 – 3-metil-2,6-dicarbometóxi-9-oxatetraciclo[3.2.1.1
3,8
.0
2,4
]non-6-
eno (143) e 8-metil-2,6-dicarbometóxi-9-oxatetraciclo[3.2.1.1
3,8
.0
2,4
]non-
6-eno (144):
O
+
CO
2
Me
125
72
O
CO
2
Me
MeO
2
C
O
CO
2
Me
MeO
2
C
144
143
+
150°C
tubo selado
6.2.26 - 1 – metil – 7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-dicarboxilato
de dimetila (145):
O
CO
2
Me
CO
2
Me
O
CO
2
Me
CO
2
Me
+
tolueno
refluxo
125
73
145
Parte Experimental
160
6.3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
6.3.1 – diglicolato de dimetila (76):
O
O
O
O
O
MeOH, H
2
SO
4
ClCH
2
CH
2
Cl
HO
O
O
OH
O
76
Uma mistura de ácido diglicólico (90,0 g; 0,672 mol), dicloroetano (380 mL),
metanol (130 mL) e ácido sulfúrico concentrado (5,0 mL) foi aquecida a
refluxo por 18 horas. Após este período, resfriou-se a mistura reacional e
lavou-se com solução aquosa saturada de NaHCO
3
, e com água. A fase
orgânica foi secada com MgSO
4
anidro e o solvente evaporado sob pressão
reduzida. O resíduo foi destilado a 120
º
C (15 mmHg), obtendo-se um líquido
incolor que posteriormente cristalizou-se.
Rendimento: 86%.
Ponto de Fusão: 34-36
º
C (Lit.:
38
35-40
º
C).
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,77 (s, 6H); 4,25 (s, 4H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 169,9; 67,9; 51,8.
Parte Experimental
161
6.3.2 – oxalato de dimetila (77):
O
O
O
O
MeOH, H
2
SO
4
HO
OH
O
O
77
A uma solução de ácido oxálico (45,2 g; 0,502 mol) em metanol (65 mL),
agitada vigorosamente, foi adicionado ácido sulfúrico concentrado (18 mL)
lentamente. Após toda a adição do ácido, a mistura reacional permaneceu
sob agitação por 30 minutos, em seguida foi filtrada rapidamente com
sucção e a fase líquida foi armazenada sob refrigeração por 24 horas. Os
cristais formados foram filtrados e a fase líquida foi novamente armazenada
sob refrigeração por mais 24 horas e filtrada como anteriormente. Os cristais
foram reunidos e solubilizados em metanol quente (50 mL) e filtrado
rapidamente a vácuo. Após 3 dias o produto formado foi filtrado com sucção
e colocado sob vácuo em dessecador contendo sílica gel.
Rendimento: 50%.
Ponto de fusão: 50-52
º
C (Lit.:
38
52,5-53,5
º
C).
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,92 (s, 6H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 157,8; 53,6.
Parte Experimental
162
6.3.3 – 3,4-diidroxifurano-2,5-dicarboxilato de dimetila (78):
O
O
O
O
O
O
O
O
O
+
1) MeONa/MeOH
2) HCl
77
76
78
O
MeO
2
C
CO
2
Me
HO
OH
A uma solução dos compostos 77 (8,00 g; 67,0 mmol) e 76 (11,0 g; 67,0
mmol) em metanol absoluto (20 mL), sob atmosfera de nitrogênio e agitação,
foi adicionado lentamente metóxido de sódio em metanol (previamente
preparado a partir de 4,0 g de Na em 30 mL de metanol absoluto). A agitação
foi mantida por cerca de 4 horas e a mistura reacional foi armazenada por 6
dias, à temperatura ambiente e protegido da luz. Após este período, o sólido
formado foi triturado, resfriado, e adicionou-se lentamente, com agitação,
HCl diluído (1:1) frio, até pH ácido. Após 2 horas de agitação, a mistura foi
filtrada sob vácuo e o sólido lavado com água fria. O produto sólido foi
colocado em dessecador contendo sílica gel.
Rendimento: 76%.
Ponto de Fusão: 231-235
º
C (Lit.:
37
243-245
º
C).
RMN
1
H (300 MHz, DMSO-d): δ 3,81 (s, 6H).
RMN
13
C (75 MHz, DMSO-d): δ; 159,8; 144,5; 128,3; 52,7.
Parte Experimental
163
6.3.4 – 3,4-dimetoxifurano-2,5-dicarboxilato de dimetila (79):
Me
2
SO
4
NaOH
78
O
MeO
2
C
CO
2
Me
HO
OH
79
O
MeO
2
C
CO
2
Me
MeO
OMe
A uma solução previamente preparada de 2,42 g de NaOH em 20 mL de água
foi dissolvido o composto 78 (5,90 g; 27,3 mmol). A seguir, a solução foi
resfriada à 0
º
C e Me
2
SO
4
(8,03 g; 63,3 mmol) foi adicionado gota-a-gota. A
mistura reagente foi então agitada à temperatura ambiente e o pH foi
mantido entre 7,5-8,5, com adição de NaOH 2 mol.L
-1
, por um período de 12
horas. Após este período, a mistura foi filtrada com sucção e o sólido lavado
com água fria. A seguir o produto foi deixado sob vácuo em dessecador
contendo sílica gel.
Rendimento: 66%.
Ponto de Fusão: 81-82
º
C.
RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
): δ 3,93 (s, 6H); 4,10 (s, 6H).
RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
): δ 158,1; 147,1; 131,6; 61,9; 52,1.
Parte Experimental
164
6.3.5 – ácido 3,4-dimetoxifurano-2,5-dicarboxílico (80):
1) NaOH
2) HCl
79
O
MeO
2
C
CO
2
Me
MeO
OMe
80
O
HO
2
C
CO
2
H
MeO
OMe
A uma solução do composto 79 (1,702 g; 6,98 mmol) em dioxano (2,8 mL) foi
adicionada uma solução aquosa de NaOH 1,1 mol.L
-1
(40 mL) e a solução
resultante foi mantida sob refluxo por 5 horas. Após este período, a mistura
reacional foi resfriada e acidificada com solução aquosa diluída de HCl (1:1)
fria. O sólido foi filtrado com sucção e lavado com água fria. O ácido foi
então colocado em dessecador contendo sílica gel.
Rendimento: 99%.
Ponto de Fusão: 210-213
º
C.
RMN
1
H (300 MHz, CD
3
OD): δ 4,08 (s, 6H).
RMN
13
C (75 MHz, CD
3
OD): δ 160,5; 148,5; 133,9; 62,4.
Parte Experimental
165
6.3.6 – 3,4-dimetoxifurano (81):
215-265
o
C
80
O
HO
2
C
CO
2
H
MeO
OMe
81
O
MeO
OMe
O ácido 80 (0,508 g; 2,35 mmol) foi aquecido rapidamente, em um aparelho
para destilação horizontal, à temperatura de 215-265
º
C. Um líquido marrom
foi coletado e posteriormente foi redestilado sob vácuo (25
º
C/0,3 mmHg),
obtendo-se um líquido oleoso incolor.
Rendimento: 76%.
RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
): δ 3,76 (s, 6H); 6,96 (s, 2H).
RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
): δ 141,8; 123,3; 58,4.
Parte Experimental
166
6.3.7 – 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67):
1) n-BuLi
TMEDA
2) CH
3
I
THF
81
O
MeO
OMe
67
O
MeO
OMe
82
O
MeO
OMe
+
A uma solução de 3,4-dimetoxifurano (81) (0,482 g; 3,77 mmol) e TMEDA
(1,45 mL; 9,51 mmol) em THF (20 mL) resfriada à –50
º
C e sob atmosfera de
nitrogênio e agitação, foi adicionado n-BuLi (10,5 mL; 13,3 mmol)
lentamente. A mistura reacional foi mantida sob agitação por 3 horas, e
durante esse período a temperatura foi elevada lentamente até 0
º
C. Iodeto
de metila (1,08 g; 7,61 mmol) foi então adicionado, permanecendo sob
agitação por mais 18 horas à temperatura de 10
º
C. Após esse período, foi
adicionada uma solução saturada de NH
4
Cl e o produto extraído com acetato
de etila. A fase orgânica lavada com solução saturada de NaCl, secada com
MgSO
4
e o solvente evaporado sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado
por cromatografia de coluna de sílica gel, eluindo com hexano/acetato de
etila (9,5:0,5).
Rendimento: 85% do composto 67.
10% do composto 82.
composto 67:
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 6,81 (q, 1H, J
=
0,5 Hz); 3,79 (s, 3H); 3,71 (s,
3H); 2,18 (d, 3H, J=0,5 Hz).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 144,7; 138,4; 135,1; 119,8; 61,1; 57,9; 11,1.
composto 82:
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,79 (s, 6H); 2,17 (s, 6H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
)
: δ 137,6; 134,7; 61,1; 11,1.
Parte Experimental
167
6.3.8 – propiolato de metila (72):
CO
2
H
MeOH
H
2
SO
4
CO
2
Me
83 72
A uma solução de ácido propiólico (83) (6,18 g; 88,2 mmol) em metanol
(14 mL) resfriada a 0 ºC, foi adicionado acido sulfúrico concentrado
(1,3 mL) gota à gota. A mistura foi mantida sob agitação durante 48 horas à
temperatura ambiente, quando foi vertida em um béquer contendo 15 mL de
água e gelo. A extração foi realizada com éter etílico e a fase etérea obtida
lavada com Na
2
CO
3
10%, para a remoção do ácido propiólico. A fase orgânica
foi secada com CaCl
2
e o solvente destilado através de coluna de
fracionamento. O resíduo foi destilado em short-path a 92 - 95 ºC.
Rendimento: 77%.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,81 (s, 3H); 3,01 (s, 1H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 152,9; 74,9;. 74,20; 52,7.
Parte Experimental
168
6.3.9 – bromopropiolato de metila (71):
CO
2
Me CO
2
MeBr
NBS
AgNO
3
acetona
72 71
A uma solução de propiolato de metila (72) (2,17 g; 25,8 mmol) em acetona
(81 mL) à temperatura ambiente, foi adicionado nitrato de prata (0,43 g; 2,26
mmol) e NBS recém recristalizado (5,37 g; 30,1 mmol) de uma só vez. A
mistura reacional continuou sendo agitada por 1 hora. Após este período, a
acetona foi cuidadosamente evaporada em rotaevaporador com banho de
água à temperatura de 10-15 ºC. Após toda a evaporação da acetona,
pentano foi adicionado ao resíduo e filtrado sob vácuo em funil sinterizado
contendo Celite
. O solvente foi evaporado em rotaevaporador com banho de
água à temperatura de 10-15 ºC. Em seguida, o resíduo, um óleo amarelado,
foi destilado em aparelho para destilação horizontal sob pressão reduzida
(25 ºC/2 mmHg).
Rendimento: 82%.
Obs: o destilado é levemente contaminado com bromoacetona.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,79 (s, 3 H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 152,9; 72,6; 53,1; 52,9.
Parte Experimental
169
6.3.10 – 3-bromo-1-metil-5-metóxi-6-oxo-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-eno-2-
carboxilato de metila (85):
O
MeO
OMe
O
MeO
OMe
Br
CO
2
Me
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
O
Br
CO
2
Me
O
MeO
+
82
67 71
84
85
86
87
+
+
O
MeO OMe
MeO
2
C
+
A uma solução de 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67) (0,118 g; 0,831 mmol) e
3,4-dimetóxi-2,5-dimetilfurano (82) (0,115 g, 0,737 mmol) em benzeno seco
(1,0 mL) à temperatura ambiente, sob atmosfera de nitrogênio, foi
adicionado bromopropiolato de metila (71) (0,317 g; 1,94 mmol) em benzeno
seco (1,0 mL). A mistura reacional foi mantida sob agitação nesta
temperatura por 30 minutos. Após esse período, o solvente foi evaporado sob
pressão reduzida e o produto purificado por cromatografia em coluna de
sílica gel, eluindo com hexano/acetato de etila (9:1).
Rendimento: 2% do composto 84.
42% do composto 85.
36% da mistura dos compostos 86 e 87.
composto 84
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 4,12 (s, 3H); 3,80 (s, 3H,); 3,78 (s, 3H); 2,22
(s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 154,6; 151,9; 144,7; 135,4; 115,5; 91,3; 79,4;
61,3; 59,4; 52,5; 11,6.
Parte Experimental
170
composto 85
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 5,11 (d, 1H, J=4,6 Hz); 3,92 (d, 1H, J=4,5 Hz);
3,81 (s ,3H); 3,59 (s, 3H); 1,67 (s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 201,5; 161,4; 139,8; 133,9; 91,1; 82,4; 74,2;
59,8; 52,1; 12,5.
composto 86
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,83 (s, 3H); 3,64 (s, 3H); 3,48 (s, 1H); 1,87
(s, 3H,); 1,53 (s ,3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 204,4; 162,0; 140,1; 136,8; 90,1; 87,7; 79,03;
60,4; 51,9; 18,7; 11,9.
composto 87
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,81 (s, 3H); 3,63 (s, 3H); 3,56 (s, 1H); 1,73
(s, 3H); 1,64 (s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 203,9; 161,7; 143,8; 136,5; 89,8; 87,4; 78,9;
60,3; 52,0; 17,4; 12,5.
Parte Experimental
171
6.3.11 – 3-bromo-6-hidróxi-1-metil-5-metóxi-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-
eno-2-carboxilato de metila (91):
O
CO
2
Me
Br
O
MeO
NaBH
4
EtOH
O
CO
2
Me
Br
HO
MeO
85 91
A uma solução do composto 85 (0,205 g; 0,707 mL) em etanol absoluto
(2,0 mL), sob atmosfera de nitrogênio e à temperatura ambiente, foi
adicionado boroidreto de sódio (0,053 g; 1,39 mmol). A mistura reacional foi
mantida sob agitação por 1 hora. Após esse período, o solvente foi evaporado
sob pressão reduzida e ao resíduo foi adicionado água. A mistura foi extraída
com acetato de etila, a fase orgânica lavada com solução saturada de NaCl,
secada com MgSO
4
e o solvente evaporado sob pressão reduzida. O resíduo
foi purificado por cromatografia em coluna de sílica gel, eluindo com
hexano/acetato de etila (1:1).
Rendimento: 87%.
RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
): δ 4,91 (d, 1H, J=4,4 Hz); 4,05 (dd, 1H, J
1
=7,6 Hz;
J
2
=4,4 Hz); 3,84 (dd, 1H, J
1
=7,6 Hz; J
2
=6,9 Hz); 3,82 (s, 3H); 3,52 (s, 3H);
2,59 (d, 1H, J=6,9 Hz); 1,76 (s, 3H).
RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
): δ 162,7; 137,1; 135,5; 91,0; 83,3; 77,9; 72,2;
59,4; 51,8, 17,6.
Parte Experimental
172
6.3.12 – 6-benzilóxi-3-bromo-1-metil-5-metóxi-7-oxabiciclo[2.2.1]hept-2-
ene-2-carboxilato de metila (92):
O
CO
2
Me
Br
HO
MeO
Ag
2
O
BnBr
C
6
H
6
O
CO
2
Me
Br
BnO
MeO
91 92
A uma solução do composto 91 (0,209 g; 0,716 mmol) em benzeno (15 mL) à
temperatura ambiente e sob atmosfera de nitrogênio, foi adicionado óxido de
prata (0,659 g; 2,84 mmol), recentemente preparado. Em seguida a mistura
reacional foi resfriada a 0 ºC e adicionado brometo de benzila (0,243 g; 0,17
mL; 1,42 mmol). A reação foi mantida sob agitação por 72 horas a
temperatura ambiente e após esse período o sólido foi filtrado numa coluna
com sílica gel. O solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o produto
purificado por cromatografia em coluna de sílica gel, eluindo com
hexano/acetato de etila (6:4).
Rendimento: 89%.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,31 (m, 5H); 4,88 (d, 1H, J=4,3 Hz);
4,76 (d, 1H, J=12,4 Hz); 4,63 (d, 1H, J=12,3 Hz); 4,05 (dd, 1H, J
1
=7,1 Hz;
J
2
=4,3 Hz); 3,79 (s, 3H); 3,67 (d, 1H, J=7,1 Hz); 3,48 (s, 3H); 3,67 (d, 1H,
J=7,1 Hz); 3,48 (s, 3H); 1,72 (s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 162,6; 138,1; 137,0; 135,7; 128,3; 127,8;
127,7; 90,1; 83,5; 79,6; 78,8; 72,9; 59,3; 51,5; 18,7.
Parte Experimental
173
6.3.13 – Preparação do 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75):
6.3.13.1 – catálise básica
53
O
O
HO
OH
O
O
HO
OH
N
Ac
2
O
O
O
AcO
OAc
75
2
piridina
74
A uma solução de 2,5-diidróxi-1,4-benzoquinona (74) (0,503 g; 3,60 mmol)
em benzeno (5,0 mL) foi adicionado piridina (0,15 mL; 1,8 mmol) gota a gota
e a solução resultante foi mantida em refluxo durante 1 horas. Após este
período, a mistura reacional foi resfriada com banho de água e gelo e o
sólido vermelho filtrado por sucção, lavado com benzeno frio e secado sob
vácuo. Uma solução do complexo em anidrido acético (3,0 mL) foi agitada a
temperatura ambiente por 12 horas seguida pela remoção do excesso de
anidrido. O resíduo foi extraído com diclorometano e a fase orgânica lavada
com água, secada com Na
2
SO
4
e o solvente evaporado sob pressão reduzida.
O produto bruto foi purificado por recristalização em clorofórmio.
Rendimento: 30%.
Parte Experimental
174
6.3.13.2 – catálise ácida
O
O
HO
OH
O
O
AcO
OAc
7574
Procedimento 1
54
A uma solução de 2,5-diidróxi-1,4-benzoquinona (74) (0,143 g; 1,02 mmol)
em anidrido acético (1,6 mL) à 50 ºC e atmosfera de nitrogênio foi adicionado
cloreto de zinco (0,056 g; 0,41 mmol). A mistura reacional foi mantida sob
agitação por 40 minutos. Após este período, a solução foi resfriada e
adicionou-se água gelada (3,0 mL), permanecendo sob agitação por 10
minutos. Em seguida o sólido amarelo foi filtrado, lavado com água gelada e
secado sob vácuo.
Rendimento: 60%.
Procedimento 2
55
A uma solução de 2,5-diidróxi-1,4-benzoquinona (74) (0,141 g; 1,01 mmol)
em anidrido acético (2,0 mL) à 50 ºC e atmosfera de nitrogênio foi adicionado
a uma solução de trifluoreto de boro eterato (0,30 mL; 2,3 mmol). A mistura
reacional foi mantida sob agitação por 20 minutos. Após este período, a
solução foi resfriada e adicionou-se água gelada (10 mL), permanecendo sob
agitação por 10 minutos. Em seguida o sólido amarelo foi filtrado, lavado
com água gelada e secado sob vácuo.
Rendimento: 67%.
Parte Experimental
175
Procedimento 3
56
A uma solução de 2,5-diidróxi-1,4-benzoquinona (74) (1,03 g; 7,34 mmol) em
anidrido acético (3,0 mL) foi adicionado solução de ácido perclórico 10%
(0,15 mL). A mistura reacional foi mantida sob agitação por 10 minutos.
Após este período, a solução foi resfriada com banho de água e gelo, e o
sólido amarelo foi filtrado, lavado com anidrido acético e secado sob vácuo.
Rendimento: 80 %.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 6,55 (s, 2H); 2,28 (s, 6H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 179,9; 167,4; 152,4; 122,3; 20,5.
Parte Experimental
176
6.3.14 – diacetato de –9,10–dimetóxi–3,6–dioxo–11–
oxatriciclo[6.2.1.02,7]undeca–4,9–dieno–2,5–diila (111):
O
O
AcO
OAc
O
MeO OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
+
75 81 111a
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
111b
+
A uma solução de 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75) (0,278 g; 1,24 mmol)
em tetraidrofurano (5,0 mL) foi adicionado 3,4-dimetoxifurano (81) (0,160 g;
1,25 mmol) em tetraidrofurano (1,0 mL). A mistura reacional foi mantida sob
agitação por 3 dias a temperatura ambiente. Após esse período, o solvente foi
evaporado sob pressão reduzida e o produto bruto obtido foi utilizado na
reação de hidrogenação catalítica.
Aduto 111a exo
RMN
1
H (400 MHz, C
6
D
6
): δ 6,37 (s, 1H); 4,77 (d, 1H, J=1,8 Hz); 4,65 (d, 1H,
J=1,8 Hz) 3,54 (s, 3H); 3,45 (s, 3H); 2,81 (s, 1H); 1,90 (s, 3H); 1,83 (s, 3H).
Aduto 111b endo
RMN
1
H (400 MHz, C
6
D
6
): δ 6,47 (s, 1H); 4,83 (dd, 1H, J
1
=4,6 Hz; J
2
=1,8 Hz);
4,81 (d, 1H, J=1,8 Hz); 3,62 (s, 3H); 3,57 (s, 3H); 3,15 (d, 1H, J=4,6 Hz); 2,04
(s, 3H); 2,02 (s, 3H).
Parte Experimental
177
6.2.15 – diacetato de 9,10-dimetóxi-3-hidróxi-6-oxo-11-
oxatriciclo[6.2.1.02,7]undecano-2,5-diila (118):
OAc
O
AcO
MeO
MeO
O
OH
118
H
2
Pd/C 10%
MeOH
5 atm
O
O
AcO
OAc
O
MeO
OMe
O
O
OAc
O
AcO
MeO
MeO
+
75
81
111
+
H
Numa auto-clave foi adicionado o composto 111 bruto em metanol (3,0 mL)
e quantidade catalítica de paládio (10%) depositado sob carvão ativo. A
mistura reacional foi mantida sob agitação por 12 horas á 5 atmosfera de
pressão de hidrogênio. Após esse período, a solução foi filtrada para remoção
do catalisador, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o resíduo
purificado por cromatografia em coluna, eluindo com hexano/acetato de
etila (3:7).
Rendimento: 5% (a partir dos compostos 75 e 81).
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 5,32 (dd, 1H, J
1
=9,8 Hz; J
2
=5,2 Hz); 5,18 (d,
1H, J=5,1 Hz); 5,16 (d, 1H, J=5,0 Hz); 4,47 (dd, 1H, J
1
= 4,7 Hz; J
2
= 2,8 Hz);
3,83 (dd, 1H, J
1
=8,8 Hz; J
2
=5,0 Hz); 3,68 (dd, 1H, J
1
=8,8 Hz; J
2
=5,0 Hz); 3,33
(s, 3H); 3,32 (s, 3H); 3,22 (s, 1H); 2,68 (ddd, 1H, J
1
=14,5 Hz; J
2
=9,8 Hz;
J3=2,7 Hz); 2,11 (s, 3H); 2,02 (s, 3H); 1,99 (ddd, 1H, J
1
=14,5 Hz; J
2
=5,2 Hz;
J
3
= 4,7 Hz).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 201,2; 171,4; 170,2; 89,1; 79,5; 79,4; 78,6;
74,7; 69,6; 68,1; 60,5; 58,6; 51,5; 34,6; 21,0; 20,7.
Parte Experimental
178
6.2.16 – diacetato de 3,6-dioxotriciclo[6.2.1.02,7]undeca-4,9-dieno-2,5-
diila (115):
O
O
AcO
OAc
O
O
OAc
AcO
+
75
115
benzeno
tubo selado
140
o
C
Numa ampola foi adicionada uma solução de 2,5-diacetóxi-1,4-
benzoquinona (75) (1,06 g; 4,73 mmol) em benzeno (30 mL) e
ciclopentadieno (2,0 mL) e em seguida a mesma foi fechada e colocada numa
estufa á 140 ºC por 7 horas. Após esse período, a ampola foi resfriada até
temperatura ambiente e aberta. O solvente foi evaporado sob pressão
reduzida e o resíduo purificado em cromatografia em coluna, eluindo com
hexano/acetato de etila (8:2)
Rendimento: 60% (aduto endo).
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 6,69 (s, 1H,); 6,31 (dd, 1H, J
1
=5,6 Hz; J
2
=3,0
Hz); 6,92 (dd, 1H, J
1
=5,6 Hz; J
2
=3,0 Hz); 3,36 (m, 1H); 3,27 (m, 1H); 3,01 (d,
1H, J= 3,9 Hz); 2,81 (s, 3H); 2,02 (s, 3H); 1,88 (dl, 1H, J=9,2 Hz); 1,69 (dt,
1H, J
1
=9,2Hz; J
2
=J
3
= 1,5 Hz).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 194,4; 190,1; 170,8; 167,5; 157,2; 139,8;
131,7; 128,7; 85,3; 57,9; 53,1; 49,1; 48,0; 20,4.
Parte Experimental
179
6.2.17 – 3,4-dibenziloxifurano-2,5-dicarboxilato de dimetila (122):
OCO
2
Me
HO OH
MeO
2
C
OCO
2
Me
BnO OBn
MeO
2
C
78
122
K
2
CO
3
BnBr
acetona
refluxo
A uma solução do composto 78 (4,0577 g; 18,8 mmol) em acetona (160 mL)
foi adicionado K
2
CO
3
triturado (6,381 g; 46,3 mmol), permanecendo sob
agitação por 30 minutos a temperatura de refluxo. Em seguida foi
adicionado brometo de benzila (5,50 mL; 7,90 g; 46,3 mmol) permanecendo
sob agitação por 12 horas à refluxo. Após esse período, o solvente foi
evaporado sob pressão reduzida, o resíduo dissolvido em acetato de etila,
lavado com água, solução saturada de NaCl, secado com MgSO
4
e o solvente
evaporado sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por cromatografia
em coluna de sílica gel, eluindo com hexano/acetato de etila (8:2).
Rendimento: 45%.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,28 (m, 10H); 5,18 (s, 4H); 3,82 (s, 6H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 158,1; 146,3; 135,9; 132,6; 128,5; 128,3;
76,2; 52,1.
Parte Experimental
180
6.2.18 – Ácido 3,4-dibenziloxifurano-2,5-dicarboxílico (123):
OCO
2
Me
BnO OBn
MeO
2
C
OCO
2
H
BnO OBn
HO
2
C
122
123
NaOH
EtOH/H
2
O
refluxo
A uma solução de hidróxido de sódio 2,0 mol.L
-1
em água/etanol (1:1)
(120 mL) foi adicionado o composto 122 (1,03 g; 2,52 mmols), e a solução
resultante foi mantida sob refluxo durante 20 horas. Após esse período, a
mistura reacional foi resfriada com banho de gelo e água, e acidificada com
HCl concentrado até pH=1. O sólido foi filtrado por sucção e lavado com
água fria. O ácido foi secado num dessecador sob vácuo.
Rendimento: 97%.
Ponto de Fusão: 190-191 ºC (lit.
37
188-190ºC).
Parte Experimental
181
6.2.19 - 3,4-dibenziloxifurano (121):
OCO
2
H
BnO OBn
HO
2
C
O
BnO OBn
123
121
Cu
quinolina
185-190
o
C
A uma solução do composto 123 (0,564 g; 1,53 mmol) em quinolina (7,0 mL)
foi adicionado cobre em pó (0,245 g; 3,79 mmols), e a solução resultante foi
mantida sob agitação durante 5 horas a temperatura de 185-190 ºC. Após
esse período, a quinolina foi destilada, o resíduo dissolvido em éter dietílico e
filtrado em Celite. A solução foi lavada com solução de H
2
SO
4
2,0 mol.L
-1
,
solução saturada de NaHCO
3
, água e secada com MgSO
4
. O solvente foi
evaporado sob pressão reduzida e o sólido obtido foi recristalizado em
hexano.
Rendimento: 30%.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,28 (m, 10H); 6,83 (s, 2H); 4,88 (s, 4H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 140,8; 136,5; 128,5; 128,1; 127,7; 125,0;
73,3.
Parte Experimental
182
6.2.20 – diacetato de 9,10-dibenzilóxi-11-oxa-3,6-
dioxotriciclo[6.2.1.02,7]undeca-4,9-dien-4-ila (124):
O
O
AcO
OAc
O
O
OAc
O
BnO
BnO
AcO
+
75
121
124a
benzeno
O
BnO
OBn
O
O
OAc
O
BnO
BnO
AcO
124b
+
A uma solução de 2,5-diacetóxi-1,4-benzoquinona (75) (0,091 g; 0,407
mmol) em tolueno (5,0 mL) foi adicionado 3,4-dibenziloxifurano (121)
(0,114 g; 0,041 mmol). A mistura reacional foi mantida sob agitação por 5
dias a temperatura ambiente. Após esse período, o solvente foi evaporado
sob pressão reduzida e o resíduo purificado por cromatografia em coluna de
sílica gel, eluindo com hexano/acetato de etila (3:7).
Rendimento: 3% - aduto 124a exo.
3% - aduto 124b endo.
Aduto 124a exo
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,36 (m, 10H); 6,56 (s, 1H); 4,95 (s, 4H); 4,87
(d, 1H, J=1,5 Hz); 4,80 (d, 1H, J=1,5 Hz); 2,85 (s, 1H); 2,30 (s, 3H); 1,97 (s,
3H).
Aduto 124b endo
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,30 (m, 10H); 6,68 (s, 1H); 5,08 (dd, 1H,
J
1
=4,5 Hz; J
2
=1,5 Hz); 4,97 (d, 1H, J=1,5 Hz); 4,85 (d, 1H, J=11,6 Hz); 4,84
(d, 1H, J=11,6 Hz); 4,75 (d, 1H, J=11,8 Hz); 4,71 (d, 1H, J=11,8 Hz); 3,77 (d,
1H, J=4,6 Hz); 2,21 (s, 3H); 2,13 (s, 3H).
Parte Experimental
183
6.2.21 – 5,6 – dimetóxi – 1 – metil – 7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-
2,3-dicarboxilato de dimetila (129) e 1,4 – dimetil – 5,6 – dimetóxi –7-
oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-dicarboxilato de dimetila (130):
O
MeO OMe
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
67
+
129
O
MeO OMe
CO
2
Me
CO
2
Me
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
82
73
+
tolueno
130
+
A uma solução de 3,4-dimetóxi-2-metilfurano (67) (0,130 g; 0,915 mmol) e
3,4-dimetóxi-2,5-dimetilfurano (82) (0,021 g; 0,135 mmol) em tolueno seco
(1,0 mL) à temperatura ambiente, foi adicionado acetilenodicarboxilato de
dimetila (73) (0,152 g; 1,07 mmol) em tolueno seco (1,0 mL). A mistura
reacional foi mantida sob agitação nesta temperatura por 1 hora e após esse
período, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida.
Rendimento: 80% do composto 129.
75% do composto 130.
Composto 129:
RMN
1
H (400 MHz, C
6
D
6
): δ 5,48 (s, 1H); 3,68 (s, 3H); 3,52 (s, 3H); 3,40 (s,
3H); 3,38 (s, 3H); 1,92 (s, 3H).
Composto 130:
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 3,81 (s, 3H); 3,75 (s, 3H,); 1,66 (s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 164,4; 155,2; 148,5; 90,0; 60,1; 52,2; 13,9.
Parte Experimental
184
6.2.22–5,6–dimetóxi–7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-diene-2,3-
dicarboxilato de dimetila (135):
O
MeO OMe
O
MeO
MeO CO
2
Me
CO
2
Me
81
+
135
CO
2
Me
CO
2
Me
73
tolueno
refluxo
A uma solução de 3,4-dimetoxifurano (81) (0,150 g; 1,17 mmol) em tolueno
seco (1,0 mL), foi adicionado acetilenodicarboxilato de dimetila (73) (0,172 g;
1,21 mmol) em tolueno seco (1,0 mL). A mistura reacional foi aquecida até
refluxo e mantida sob agitação 1 hora. Após esse período, o solvente foi
evaporado sob pressão reduzida.
Rendimento: 80%.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 5,35 (s, 1H); 3,85 (s, 3H); 3,77 (s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 163,1; 153,4; 145,7; 84,6; 59,2; 52,5.
Parte Experimental
185
6.2.23 – 5,6–dimetóxi–3–fenil –7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-diene-2,3-
carboxilato de etila (137):
O
MeO OMe
O
MeO
MeO CO
2
Et
Ph
81
+
137
CO
2
Et
Ph
73
tolueno
tubo selado
Numa ampola foi adicionada uma solução de 3,4-dimetoxifurano (81)
(0,143 g; 1,10 mmol) em tolueno seco (1,0 mL) e 3-fenilpropiolato de etila
(127) (0,193 g; 1,10 mmol) e em seguida a mesma foi fechada e colocada
numa estufa á 110 ºC por 48 horas. Após esse período, a ampola foi
resfriada até temperatura ambiente e aberta. O solvente foi evaporado sob
pressão reduzida.
Rendimento: 50%.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,73 (m, 2H); 7,57 (m, 1H); 7,39 (m, 2H); 5,51
(d, 1H, J=2,2 Hz); 5,29 (d, 1H, J=2,2 Hz); 4,24 (q, 2H, J=7,1 Hz); 3,81 (s, 3H);
3,78 (s, 3H); 1,30 (t, 3H, J=7,1 Hz).
Parte Experimental
186
6.2.24 – 3 – bromo – 1 – metil – 7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2-
carboxilato de metila (139) e 2 – bromo – 1 – metil – 7-
oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-3-carboxilato de metila (140):
O
+
CO
2
Me
125
71
Br
tolueno
O
O
CO
2
Me
Br
Br
CO
2
Me
139 140
+
refluxo
A uma solução de 2-metilfurano (125) (0,203 g; 2,47 mmol) em tolueno seco
(1,0 mL), foi adicionado bromopropiolato de metila (71) (0,174 g; 1,21 mmol)
em tolueno seco (1,0 mL). A mistura reacional foi mantida sob agitação por
12 horas à temperatura ambiente e em seguida a temperatura foi elevada até
85 °C e a mistura reacional foi mantida por mais 12 horas sob agitação.
Após esse período, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o resíduo
purificado por cromatografia em coluna de sílica gel, eluindo com
hexano/acetato de etila (9:1).
Rendimento: 47% do composto 139
5% do composto 140
Composto 139:
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,14 (dd, 1H, J
1
=5,1 Hz, J
2
=1,8 Hz); 6,99 (d,
1H, J=5,1 Hz); 5,21 (d, 1H, J=1,8 Hz); 3,79 (s, 3H); 1,90 (s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 163,5; 149,9; 147,0; 144,4; 142,1; 94,0; 88,0;
51,6; 16,4.
Composto 140:
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,20 (dd, 1H, J
1
=5,2 Hz, J
2
=1,9 Hz); 6,60 (d,
1H, J=5,2 Hz); 5,62 (d, 1H, J=1,9 Hz); 3,79 (s, 3H); 1,74 (s, 3H).
RMN
13
C (100 MHz, CDCl
3
): δ 162,8; 153,2; 145,2; 144,5; 144,4; 95,1; 83,7;
51,8; 15,6.
Parte Experimental
187
6.2.25 - 3-metil-2,6-dicarbometóxi-9-oxatetraciclo[3.2.1.1
3,8
.0
2,4
]non-6-
eno (143) e 8-metil-2,6-dicarbometóxi-9-oxatetraciclo[3.2.1.1
3,8
.0
2,4
]non-
6-eno (144):
O
+
CO
2
Me
125
72
O
CO
2
Me
MeO
2
C
O
CO
2
Me
MeO
2
C
144
143
+
150°C
tubo selado
Numa ampola foi adicionada uma solução de 2-metilfurano (125) (0,271 g;
3,31 mmol) em tolueno (3,0 mL) e propiolato de metila (72) (0,278 g; 3,31
mmol) e em seguida a mesma foi fechada e colocada numa estufa á 150 ºC
por 24 horas. Após esse período, a ampola foi resfriada até temperatura
ambiente e aberta. O solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o resíduo
purificado por cromatografia em coluna de sílica gel, eluindo com
hexano/acetato de etila (9:1).
Rendimento: 48% do composto 143.
22% do composto 144.
Composto 143:
RMN
1
H (500 MHz, CDCl
3
): δ 7,06 (dd, 1H, J
1
=3,5 Hz, J
2
=1,0 Hz); 4,19 (dt,
1H, J
1
=2,8 Hz, J
2
=0,4 Hz); 3,76 (s, 3H); 3,68 (s, 3H); 3,26 (dddd, 1H, J
1
=2,8
Hz, J
2
=2,0 Hz, J
3
=1,0 Hz, J
4
=0,9 Hz); 3,21 (ddd, 1H, J
1
=3,5 Hz, J
2
=2,7 Hz,
J
3
=0,9 Hz); 2,29 (dd, 1H, J
1
=2,0 Hz, J
2
=0,4 Hz); 1,85 (s, 3H).
RMN
13
C (125 MHz, CDCl
3
): δ 170,6; 164,4; 143,2; 137,7; 90,1; 79,7; 51,8;
51,7; 51,0; 49,5; 44,2; 38,5; 12,6.
Parte Experimental
188
Composto 144:
RMN
1
H (500 MHz, CDCl
3
): δ 7,15 (dd, 1H, J
1
=3,5 Hz, J
2
=1,1 Hz); 4,98 (d,
1H, J=3,7 Hz); 3,77 (s, 3H); 3,65 (s, 3H); 2,94 (ddd, 1H, J
1
=2,1 Hz, J
2
=1,1 Hz,
J
3
=0,9 Hz); 2,88 (dd, 1H, J
1
=3,5 Hz, J
2
=0,9 Hz); 2,49 (dd, 1H, J
1
=3,7 Hz,
J
2
=2,1 Hz); 1,21 (s, 3H).
RMN
13
C (125 MHz, CDCl
3
): δ 170,6; 164,7; 144,3; 138,8; 100,0; 69,9; 53,8;
52,5; 51,9; 51,7; 43,7; 37,8; 11,3.
Parte Experimental
189
6.2.26 – 1 – metil –7-oxabiciclo[2.2.1]hepta-2,5-dieno-2,3-dicarboxilato
de dimetila (145):
O
CO
2
Me
CO
2
Me
O
CO
2
Me
CO
2
Me
+
tolueno
refluxo
125
73
145
A uma solução de 2-metilfurano (125) (0,252 g; 3,07 mmol) em tolueno seco
(1,0 mL), foi adicionado acetilenodicarboxilato de dimetila (73) (0,222 g;
1,56 mmol) em tolueno seco (1,0 mL). A mistura reacional foi aquecida até
refluxo e mantida sob agitação 4 horas. Após esse período, o solvente foi
evaporado sob pressão reduzida.
Rendimento: 100%.
RMN
1
H (400 MHz, CDCl
3
): δ 7,19 (dd, 1H, J
1
=5,1 Hz, J
2
=2,0 Hz); 6,98 (d,
1H, J=5,1 Hz); 5,51 (d, 1H, J=2,0 Hz); 3,84 (s, 3H); 3,78 (s, 3H); 1,78 (s, 3H).
RMN
13
C (125 MHz, CDCl
3
): δ 165,0; 162,8; 156,6; 151,3; 146,0; 144,6;
93,9; 83,4; 52,3; 52,2; 15,2.
Referências Bibliográficas
190
7 – REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas
191
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1
Minnaard, A. J.; Wijnberg, J.B.P.A.; de Groot, A. Tetrahedron 1999, 55,
2115.
2
a) Rungeler, P.; Castro, V.; Mora, G.; Goren, N.; Wichnewski, W.; Pahl, H.
L.; Merfort, I.; Schmidt, T. J. Bioorg. Med. Chem. 1999, 7, 2343. b) Siedle, B.;
Garcia-Pineres, A. J.; Murilo, R.; Schulte-Monting, J.; Castro, V.; Rungeler,
P.; Klaas, C. A.; da Costa, F. B.; Kisiel, W.; Merfort, I. J. Med. Chem. 2004,
47, 6042.
3
Brown, D. S.; Paquette, L. A. Heterocycles 1992, 34, 807.
4
Raffauf, R. F.; Huang, P. K. C.; Le Quesne, P. W.; Levery, S. B.; Brennan, T.
F. J. Am. Chem. Soc. 1975, 97, 6884.
5
a) Valdés, D. A.; Bardon, A.; Catalán, C. A. N.; Gedris, T. E.; Herz, W.
Biochem. Syst. Ecol. 1998, 26, 805. c) François, G.; Passreiter, C. M.;
Woerdenbag, H. J.; Van Looveren, M. Planta Med. 1996, 62, 126.
6
Vichnewski, W.; Takahashi, A.M.; Nasi, A.M.T.; Gonçalves, D.C.R.G.; Dias,
D.A.; Lopes, J.N.C.; Goedken, V.L.; Gutiérrez, A. B.; Hers, W. Phytochemistry
1989, 28, 1441.
7
Lunardello, M. A.; Tomaz, J. C.; Vichnewski, W.; Lopes, J. L. C. J. Braz.
Chem Soc. 1995, 6, 307.
8
da Costa, F. B.; Dias, D. A.; Lopes J. L. C.; Vichnewski, W. Phytochemistry
1993, 34, 261.
9
a) de Oliveira, A. B.; Saúde, D. A.; Perry, K. S. P.; Duarte, D. S.; Raslan, D.
S.; Boaventura, M. A. D.; Chiari, E. Phytother. Res. 1996, 10, 292. b) Grael,
C. F. F.; Vichnewski, W.; de Souza, G. E. P.; Lopes, L. C.; Albuquerque, S.;
Cunha, W. R. Phytother. Res. 2000, 14, 203. c) dos Santos, P. A.; Amarante,
Referências Bibliográficas
192
M. F. C.; Pereira, A. P. S.; França, S. C.; Pessoa, C.; de Moraes, M. O.; Costa-
Lotufo, L. V.; Pereira, M. R. P.; Lopes, N. P. Chem. Pharm. Bull. 2004, 52,
1433. d) Grael, C. F. F.; Albuquerque, S.; Lopes, J. L. C. Fitoterapia, 2005,
76, 73.
10
McDougal, P. G.; Oh, Y.; Vanderveer, D. J. Org. Chem. 1989, 54, 91.
11
a) Brown, D. S.; Paquette, L. A. J. Org. Chem. 1992, 57, 4512. b) Paquette,
L. A. Chem. Soc. Rev. 1995, 9.
12
Wang, W.; Raskamp, E. J. Tetrahedron Lett. 1992, 33, 7635.
13
Hernández, A. S.; Afonso, M. M.; Gonzáles, A. G.; Galindo, A. Tetrahedron
Lett. 1992, 33, 4747.
14
Caine, D.; Arant, M. E. Tetrahedron Lett. 1994, 35, 6795.
15
Rainier, J. D.; Xu, Q. Org. Lett. 1999, 1, 1161.
16
Rainer, J. D., Xu, Q. . Org. Lett. 1999, 1, 27.
17
Clark, J. S.; Wong, Y. Chem. Commun. 2000,1079.
18
Zang, L.; Wang, Y.; Buckingham, C.; Herndon, J. W. Org. Lett. 2005, 7,
1665.
19
Rosales, A.; Estévez, R. E.; Cuerva, J. M.; Oltra, J. E. Angew. Chem. Int.
Ed. 2005, 44, 319.
20
Wang, W.; Roskamp, E. J. Tetrahedron Lett. 1992, 33, 7635. b) Jeong, H.;
Kim, H.; Kang, H. Bull Korean Chem. Soc. 1997, 18, 7. c) McDougal, P. G.;
Oh, Y.; Vanderveer, D. J. Org. Chem. 1989, 54, 91.
21
Boeckman, R. K. Jr.; Yoon, S. K.; Hechendron, D. K. J. Am. Chem. Soc.
1991, 113, 9682.
22
a)Takao, K.; Ochiai, H.; Yoshida, K.; Hashizuka, T.; Koshimura, H.;
Tadano, K.; Ogawa, S. J. Org. Chem. 1995, 60, 8179. b) Takao, K.; Ochiai,
Referências Bibliográficas
193
H.; Hashizuka, T.; Koshimura, H.; Tadano, K.; Ogawa, S. Tetrahedron Lett.
1995, 36, 1487.
23
a) Heleno, V. C. G. Estudo de Transformações Químicas em Produtos
Naturais Polifuncionalizados, 1999 (Dissertação de Mestrado, FFCLRP/USP).
b) da Silva, G. V. J.; Heleno, V. C. G.; Constantino, M. G. Molecules 2000, 5,
908.
24
a) Constantino, M. G.; Beatriz, A.; Da Silva, G. J. Tetrahedron Lett. 2000,
41, 7001.
25
Watanabe, L. Y. Estudos Sobre a Síntese de Heliangolidos e Anulenos pela
Reação de Diels-Alder, 2001 (Tese de Doutorado, FFCLRP/USP).
26
Constantino, M. G.; de Oliveira, K. T.; Beatriz A.; da Silva, G. V. J.
Tetrahedron Lett. 2003, 44, 2641.
27
Diels, O.; Alder, K. Ber. Dtsch. Chem. Ges. 1929, 62, 554.
28
Kappe, C. O.; Murphree, S. S.; Padwa, A. Tetrahedron, 1997, 53, 14179.
29
Lipshutz, B. H. Chem. Rev. 1986, 86, 795.
30
Vogel, P.; Cossy, J.; Plumet, J.; Arjona, O. Tetrahedron, 1999, 55, 13521.
31
Wagner, J.; Vogel, P. Tetrahedron, 1991, 47, 9641.
32
a) Bimwala, R. M.; Vogel, P. J. Org. Chem. 1992, 57, 2076; b) Ager, D. J.;
East, M. B. J. Chem.Soc., Chem. Commun. 1989, 178; c) Schmidt, R. R.;
Beitzke, C.; Forrest, A. K. J. Chem.Soc., Chem. Commun. 1982, 909.
33
Ager, D. J.; East, M. B. Tetrahedron, 1993, 49, 5683.
34
Beatriz, A. Relatório Fapesp 2002.
35
a) Leroy, J. Synth. Commun. 1992, 22, 567; b) Leroy, J. Tetrahedron Lett.
1992, 33, 2969.
Referências Bibliográficas
194
36
Iten, P. X.; Hofmann, A. A.; Eugster, C. H.. Helv. Chim. Acta 1978, 61,
430.
37
Clinton, R.O.; Laskowski, S. C. J. Am. Chem. Soc. 1948, 70, 3135.
38
Bowden, E. Org. Synth., Coll. Vol. II, 1943, 414.
39
Chadwick, D. J.; Willbe, C. J. Chem. Soc. Perkin I, 1977, 887.
40
Jimenez, R. R. Síntese de lignano-lactonas, 2003 (Dissertação de
Mestrado, FFCLRP/USP).
41
Mash, E. A.; Nelson, K. A.; Van Deusen, S.; Hemperly, S. B. Org. Synth.,
Coll. Vol. VIII, 1943, 155.
42
a) Tanabe, M.; Peters, R. H. Org. Synth., Coll. Vol. VII, 1990, 386; b)
Bouzide, A.; Sauve, G. Tetrahedron Lett. 1997, 38, 5945.
43
Constantino, M. G.; Lacerda Jr., V.; da Silva, G. V. J. Molecules, 2002, 7,
456.
44
Aragão, V. Estudo sobre síntese de furanoeliangolidos pela reação de Diels-
Alder. (Tese de Doutorado, em andamento, FFCLRP-USP)
45
a) Kwart, H.; King, K. Chem. Rev. 1968, 68, 415; b) Jenner, G.;
Papadopoulos, M.; Rimmelin, J. J. Org. Chem. 1983, 48, 748; c) Jurczak, J.;
Kawczynski, A. L.; Kozluk, T. J. Org. Chem. 1985, 50, 1106; d) Manka, J. T.;
Douglass, A. G.; Kaszynski, P.; Friedli, A. C. J. Org. Chem. 2000, 65, 5202; e)
Pool, B. R.; White, J. M. Org. Lett. 2000, 2, 3505; f) Birney, D.; Lim, T. K.;
Koh, J. H. P.; Pool, B. R.; White, J. M. J. Am. Chem. Soc. 2002, 124, 5091; g)
Jurczac, J.; Kozluk, T.; Filipek, S. Helv. Chim. Acta, 1983,66, 222; h)
Matsumoto, K.; Sera, A.; Uchida, T. Synthesis 1985, 1.
46
Hofmann, A. A.; Wyrsch-Walraf, I.; Iten, P. X.; Eugster, C. H. Helv. Chim.
Acta 1979, 62, 2211.
Referências Bibliográficas
195
47
Betriz, A. Estudos Sobre a Síntese de Heliangolidos pela Reação de Diels-
Alder, 2001 (Tese de Doutorado, FFCLRP/USP).
48
Khajuria, R. K.; Jain, S. M.; Dhar, K. L. Indian J. Chem. 1996, 860.
49
a) Spino, C.; Rezaei, H.; Dory, Y. L. J. Org. Chem. 2004, 69, 757; b)
Domingos, L. R.; Aurell, M. J.; Pérez, P.; Contreras, R. J. Phys. Chem. A
2002, 106, 6871; c) Domingos, L. R.; Aurell, M. J.; Pérez, P.; Contreras, R.
Tetrahedron 2002, 58, 4417; Parr, R. G.; Szentpály, L. V.; Liu, S. J. Am.
Chem. Soc. 1999, 121, 1922.
50
Frisch, M. J.; Trucks, G. W.; Schlegel, H. B.; Scuseria, G. E.; Robb, M. A.;
Cheeseman, J. R.; Montgomery Jr., J. A.; Vreven, T.; Kudin, K. N.; Burant, J.
C.; Millam, J. M.; Iyengar, S. S.; Tomasi, J.; Barone, V.; Mennucci, B.; Cossi,
M.; Scalmani, G.; Rega, N.; Petersson, G. A.; Nakatsuji, H.; Hada, M.; Ehara,
M.; Toyota, K.; Fukuda, R.; Hasegawa, J.; Ishida, M.; Nakajima, T.; Honda,
Y.; Kitao, O.; Nakai, H.; Klene, M.; Li, X.; Knox, J. E.; Hratchian, H. P.;
Cross, J. B.; Adamo, C.; Jaramillo, J.; Gomperts, R.; Stratmann, R. E.;
Yazyev, O.; Austin, A. J.; Cammi, R.; Pomelli, C.; Ochterski, J. W.; Ayala, P.
Y.; Morokuma, K.; Voth, G. A.; Salvador, P.; Dannenberg, J. J.; Zakrzewski,
V. G.; Dapprich, S.; Daniels, A. D.; Strain, M. C.; Farkas, O.; Malick, D. K.;
Rabuck, A. D.; Raghavachari, K.; Foresman, J. B.; Ortiz, J. V.; Cui, Q.;
Baboul, A. G.; Clifford, S.; Cioslowski, J.; Stefanov, B. B.; Liu, G.; Liashenko,
A.; Piskorz, P.; Komaromi, I.; Martin, R. L.; Fox, D. J.; Keith, T.; Al-Laham,
M. A.; Peng, C. Y.; Nanayakkara, A.; Challacombe, M.; Gill, P. M. W.;
Johnson, B.; Chen, W.; Wong, M. W.; Gonzalez, C.; Pople, J. A. Gaussian 03,
Revision B.05, Gaussian, Inc., Pittsburgh PA, 2003.
Referências Bibliográficas
196
51
de Oliveira, K. T.; Pedersoli, S.; Garcia, V.S.; Beatriz, A.; Galembeck, S. E.;
Constantino, M. G. XXVI Congresso Latinoamericano de Química/ 27ª
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Livro de Resumos, QO
296, 2004.
52
Farfán,N.; Ortega, E.; Contreras, R. J. Heterocycl. Chem., 1986, 23, 1609.
53
Kehrmann, G.; Sterchi, M. Helv. Chim. Acta 1926, 9, 859.
54
Crosby, A. H.; Lutz, R. E. J. Am. Chem. Soc. 1956, 78, 1233.
55
Barltrop, J. A.; Burstall, M. L. J. Chem. Soc., 1959, 2183.
56
Fraile, J. M.; García J. I.; Gómez, M. A.; Hoz; A.; Mayoral, J. A.; Moreno,
A.; Prieto, P.; Salvatella, L.; Vásquez, E. Eur. J. Org. Chem. 2001, 2891.
57
Pedersoli, S.; Constantino, M. G.; da Silva, G. V. J. Magn. Reson. Chem.
2005, in press.
58
Koreeda, M.; Jung, K.; Ichita, J. J. Chem. Soc. Perkin Trans. I 1989, 2129.
59
a) McCulloch, A. W.; Smith, D. G.; McInnes, A. G. Can. J. Chem. 1974, 52,
1013; b) McCulloch, A. W.; McInnes, A. G. Can. J. Chem. 1975, 53, 1496.
60
Anderson, W. K.; Dewey, R. H. J. Med. Chem. 1977, 20, 306.
61
a) Domingos, L. R. Eur. J. Org. Chem. 2004, 4788; b) Kiri, S.; Odo, Y.;
Omar, H. I.; Shimo, T.; Somekawa, K. Bull. Chem. Soc. Jpn. 2004, 77, 1499;
c) Musslimani, T. H.; Mettee, H. J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2004, 672, 35;
d) Domingos, L. R.; Aurell, M. J.; Pérez, P.; Contreras, R. J. Org. Chem.
2003, 68, 3884; e) Birney, D.; Lim, T. k.; Koh, J. H. P.; White, J. M. J. Am.
Chem. Soc. 2002, 124, 5091; f) Robiette, R.; Marchand-Brynaert, J.; Peeters,
D. J. Org. Chem. 2002, 67, 6823; g) Vijaya, R.; Dinadayalane, T. C.; Sastry,
G. N. J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2002, 589-590, 291; h) Dinadayalane, T.
C.; Vijaya, R.; Smitha, A.; Sastry, G. N. J. Phys. Chem. A 2002, 106, 1627;
Referências Bibliográficas
197
i) Okamoto, Y. J. Phys. Chem. B 2001, 105, 1813; j) Manka, J. T.; Douglass,
A. G.; Kaszynski, P.; Friedli, A. C. J. Org. Chem. 2000, 65, 5202;
k) Domingos, L. R.; Picher, M. T.; Aurell, M. J. J. Phys. Chem. A 1999, 103,
11425; l) Jursic, B. S. J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 1998, 454, 105; m)
Froese, R. D. J.; Coxon, J. M.; West, S. C.; Morokuma, K. J. Org. Chem.
1997, 62, 6991; n) Beno, B. R.; Houk, K. N.; Singleton, D. A. J. Am. Chem.
Soc. 1996, 118, 9984.
62
a) McQuarrie, D. A.; Simon, J. D. Physical Chemistry: A Molecular
Approach, University Science Books, CA, USA, 1997; b) Foresman, J. B.;
Frisch, A. Exploring Chemistry with Electronic Structure Methods: 2
nd
editon,
Gaussian, Inc., Pittsburgh PA, 1996.
63
Silverstein, R. M.; Bassler, G. C.; Morril, T. C. Identificão
Espectrométrica de Compostos Orgânicos. 5ª edição, Guanabara Koogan: Rio
de Janeiro, 1994.
64
Pavia, D. L.; Lampman, G. M.; Kriz, G. S. Jr. Introduction to Spectroscopy.
2
nd
edition. Saunders College publishing: Orlando, USA, 1996.
65
PCMODEL, Version 7.0. Serena Software: Bloomington, IN 474-2-3076,
1999.
66
Perrin, D. D.; Armarego, W. L. F.; Perrin, D. R.; Purification of Laboratory
Chemicals, 2
a
edição, Pergamon Press Ltd: Oxford, 1980.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo