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ROBSON FLORES DE CARVALHO
PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM MOTOR DE PISTÕES AXIAIS DE
VAZÃO FIXA
Dissertação apresentada à Faculdade
de Engenharia do Campus de
Guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista, para a obtenção
do título de Mestre em Engenharia
Mecânica na área de Projetos.
Orientador: Prof. Dr. João Zangrandi Fillho
Guaratinguetá
2006
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1
C331p
Carvalho, Robson Flores de
Projeto e construção de um motor de pistões axiais de
vazão fixa / Robson Flores de Carvalho .
Guaratinguetá :
[s.n.], 2006
129 f. : il.
Bibliografia: f. 113
-
115
Dissertação (mestrado)
Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2006
Orientador: Prof. Dr. João Zangrandi Filho
1. Motores hidraúlicos I. Título
CDU 621.225
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2
UNESP
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá
PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM MOTOR DE PISTÕES A
XIAIS DE
VAZÃO FIXA
ROBSON FLORES DE CARVALHO
ESTA DISSERTAÇÃO
FOI JULGAD
A ADEQUADA PARA A OBTENÇÃO DO
TULO DE
“MESTRE EM ENGENHARIA MECÂNICA”
ESPECIALIDADE: ENGENHARIA MECÂ
NICA
ÁREA DE CO
NCENTRAÇÃO: PROJETOS
APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO PROG
RAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO
Prof. Dr. João Andrade de Carvalho Júnior
Coordenador
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. João Zangra
ndi Filho
Orientador / UNESP / FEG / Guaratinguetá
Prof. Dr. Carlos A.R. Pereira Baptista
EEL
/ USP / Lorena
Prof. Dr. José Elias Tomazini
UNESP / FEG /
Guaratinguetá
Dezembro de 2006
3
DADOS CURRICULARES
ROBSON FLORES DE CARVALHO
NASCIMEN
TO
01.09.1979
VOLTA REDONDA/ RJ
FILIAÇÃO
Alvim Teixeira de Carvalho
Cecília Maria Flores de Carvalho
1998/2002
Engenharia Mecânica
Universidade Severino Sombra
USS
2003/2004
Curso de Pós-Graduação Latu Senso em Docência no
Ensino Superior, nível de Especialização, na Faculdade
São Judas Tadeu
2005/2006
Curso de Pós-Graduação Stricto Senso nível Mestrad
o
na Área de Projetos, na
Universidade
Estadual Pa
ulista
UNESP
/FEG
4
De modo especial, à minha esposa Silvia, que desde do início do
curso de graduação, foi a grande incentivadora para que eu
continuasse estudando.
5
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus. Agradeço pela minha vida, minha
inteligência, minha fam
ília e meus amigos,
Ao meu orientador, Prof. Dr. João Zangrandi Filho pelos conhecimentos
transferidos. Sem a sua orientação, dedicação e auxílio, o estudo aqui apresentado
seria praticamente impossível.
Aos meus pais Alvim
e Cecília
, que sempre incentivar
am meus estudos.
Aos meus irmãos Roger, Alvim, Melchior e Thiago que sempre incentivaram
meus estudos.
À minha esposa Silvia e minha filha Nadia, pela ajuda e compreensão nas horas
de ausência.
Às funcionárias da Biblioteca do Campus de Guaratinguetá pela
dedicação,
presteza e princi
palmente pela vontade de ajudar.
Às secretárias da pós-graduação Regina e Elisa pela dedicação e alegria no
atendimento
.
À CVRD-Companhia Vale do Rio Doce, em particular
aos
engenheiros
Alexandre Leibel e Ulisses Mendes Melo, pela oportunidade e incentivo em continuar
estudando.
A todos os amigos que acreditaram e confiaram no meu trabalho.
6
Este trabalho contou com apoio das seguintes entidades:
-
CVRD
-
Companhia Vale do Rio
Doce
-
Eutectic Castolin
-
CRG
-
Indústria Mecânica
7
“Há três maneiras de agir sabiamente:
a primeira pela meditação, que é a mais sábia
a segunda pela imitação, que é a mais fácil
a terceira pe
la experiência, que é a mais amarga”
Confúcio
8
CARVALHO, R. F. Projeto e construção de um motor de pistões axiais de vazão
fixa.
2006, 112f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) Faculdade de
Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista,
Guaratinguetá, 2006.
RESUMO
Projetar e construir máquinas de pistões axiais são atividades desenvolvidas por
poucas empresas no mundo. No Brasil, não se conhece nenhum projeto sobre este tip
o
de máquina até agora, isto é, um projeto totalmente nacional, apenas são
manufaturadas utilizando mão de obra brasileira. Este tipo de máquina tem grande
aplicação na área industrial, móbile e aeronáutica. Desenvolver este trabalho é o
grande desafio, tendo em vista conquistar tecnologia sobre este produto e,
conseqüentemente, livrar-
se
da
dependência tecnológica de outros países. Sendo assim
este trabalho procura ir mais longe, pois pretende substituir diretamente os motores
comerciais em funcionamento numa etapa muito próxima e subseqüente. Calcular e
desenhar uma máquina não são etapas suficientes para que ela funcione e ocupe lugar
no mercado. Portanto, um estudo minucioso sobre como cada peça deveria ser usinada
foi elaborado, e posteriormente discutido com operadores de máquinas. Esta etapa
precisa
ser considerada tão importante quanto necessária. Este trabalho além de
apresentar um histórico da evolução da hidrostática,
também
mostra com figuras o
funcionamento dos motores de pistões axiais. Um roteiro de cálculos relata como as
dimensões da máquina foram determinadas, com a finalidade de se obter o desenho de
conjunto.
PALAVRAS
-
CHAVE:
Motor, pistão axial,
Swashplate
, hidráulica, projeto,
usinagem, tecnologia.
9
CARVALHO, R.F. Designing and manufacturing of an axial piston
Swashp
late
fixed displacement
motor
.
2006, 112f.
Dissertação
(Master of Science in Mechanical
Engineering)
Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2006.
ABSTRACT
Designing and manufacturing axial piston
Swashplate
machines are activities that
few companies have developed around the world. So far, nothing has been known
related to this kind of machine when the focus is on a true national design. In addition,
Swashplate
machines are fully utilized in industrial, mobile and aeronautical area.
Developing this work is
the challenge, looking
forward to conquer technology in order
to manufacture such a product and, consequently, be free from paying royalties to
other countries. In this way, the
pr
esent work goes beyond when one intends to
directly substitute those commercial machines in a well next time, it means, just after
this work has finished. Calculating and drawing are not sufficient steps to have
a
machine running
. So, a well detailed stu
dy was set up in order to know how the parts
would be machined
and treating
and discussing
with machine
operators was necessary.
One should remind that this is a step as important as well necessary. This work
presents the history of hydrostatic machines and an explanation relating how the
Swashplate
motor works. Some calculations are also presented in order to have
the
assembled view
drawing of this machine accomplished.
KEYWORDS:
design, axial piston, motor,
Swashplate
and technology
10
SUMÁRIO
L
ISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE EQUAÇÕES
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
1
INTRODUÇÃO
1.1
Objetivo do trabalho
19
1.2
Evolução histórica da hidráulica
20
1.3
Definição de sistema hidráulico
22
1.4
Campo de aplicação
da hidráulica
24
1.5
Características dos sistemas hidráulicos
25
1.6
Conversão de energia
27
1.7
Classificação das máquinas hidrostáticas
30
1.7.1
Motor hidráulico de engrenagens externas
31
1.7.2
Motor hidráulico de engrenagens internas
33
1.7.3
Motor hidráulico tipo gerotor
34
1.7.4
Motor hidráulico tipo
palhetas
35
1.7.5
Motor hidráulico de parafusos
37
1.7.6
Motor hidráulico de pistões
38
1.7.7
Motor
hidráulico de pistões axiais
38
1.7.
7.1
Motor
hidráulico
de pistões axiais de placa inc
linada
39
1.7.7.2
Motor
hidráulico
de pistões axiais de eixo inclinado
39
1.7.8
Motor
hidráulico
de pistões radiais
40
1.
8
Revisão bibliográfica
41
1.
9
Zangrandi
(1993) versus trabalho proposto
46
1.1
0
Metodologia
47
2
FUNCIONAMENTO DO MOTOR
2.1
Análise do funcionamento do motor
49
11
3
DIMENSIONAMENTO DO MOTOR HIDROSTÁTICO
3.1
Dados do projeto
61
3.2
Determinação do raio de giro do pistão
61
3.3
Determinação do ângulo
“a
M
ax
63
3.4
Determinação do número de pistões
64
3.5
Determinaç
ão do curso do pistão
64
3.6
Determinação do diâmetro do pistão
65
3.7
D
eterminação das dimensões básicas da câmara do mancal
66
3.8
Determinação do diâmetro externo da base do mancal
68
3.9
Determinação do parâmetro M
68
3.10
Determinação dos parâmet
ros da cabeça esférica, do pescoço e raio
69
3.11
Determinação de Hbm e Hpr
71
3.12
Determinação da espessura do mancal da placa de retenção
73
3.13
Determinação do comprimento do pistão
74
3.14
Determinação da bucha do pistão
75
3.15
Determinação do
furo oblongo do tambor
76
3.16
Determinação das placas de desgaste
77
3.17
Determinação do Oring de vedação entre o flange SAE e corpo central
78
3.18
Determinação dos parafusos que unem o flange ao corpo central
79
3.19
Determinação da espessura mín
ima do anel do flange SAE
80
3.20
D
eterminação das reações radiais nos rolamentos
81
3.21
Determinação do momento fletor máximo no eixo
82
3.22
Determinação do momento torçor no eixo
82
3.23
Determinação do diâmetro mínimo do eixo
82
3.24
Determinaçã
o do rolamento lado esquerdo
83
3.25
Determinação do flange de acoplamento SAE
84
3.26
Determinação da ponta de eixo estriada
85
3.27
Determinação da espessura mínima do corpo central
87
3.28
Determinação do Oring do flange guia
89
3.29
Determinação d
o retentor do flange guia
89
3.30
Determinação do rolamento lado direito
90
3.31
Determinação dos furos dos pórticos e entrada e saída
91
3.32
Desenho de conjunto completo
93
4 DIFICULDADES ENCONTRADAS NO
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
4.1
Divergênc
ias encontradas nos processos de fabricação
94
4.2
Lições e aprendizados
96
12
5
MONTAGEM DO MOTOR
5
.1
Introdução
97
5
.2
Montagem do anel externo do rolamento 32309 e flange SAE
98
5
.3
Montagem do anel externo do rolamento 32305
98
5
.4
Montagem do flange direito, anel de desgaste, Oring e parafusos
99
5
.5
Montagem do anel interno do rolamento 32309 e eixo motriz
100
5
.6
Montagem do flange guia e retentor e Oring
101
5
.7
Montagem do tambor e buchas do pistão
102
5
.8
Montagem do tambo
r, anel interno da mola, mola e anel externo
103
5
.9
Montagem do tambor, Oring’s, placa de bronze e parafusos
104
5
.10
Montagem do mancal do pistão
10
4
5
.11
Montagem do flange/
anel externo do rolamento e eixo/anel interno
10
5
5
.12
Montagem da placa
Swa
shplate
e parafuso
106
5
.13
Montagem do suporte
do mancal da placa de retenção
10
7
5
.14
Montagem do subconjunto do tambor
108
5
.15
Montagem do corpo central
108
5
.16
Montagem do anel interno do rolamento 32305
109
5
.17
Montagem do subconjunto flange l
ado direito
110
6
CONCLUSÕES
112
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
113
APÊNDICE A
Corpo central da
Swashplate
116
APÊNDICE B
Flange SAE da
Swashplate
117
APÊNDICE C
Flange lado direito da
Swashplate
118
APÊNDICE D
Flange guia da
Swashplate
119
APÊNDICE E
Eixo motriz da
Swashplate
1
20
APÊNDICE F
Tambor da
Swashplate
121
APÊNDICE G
Pistão da
Swashplate
122
APÊNDICE H
Mancal hidrostático da
Swashplate
123
APÊNDICE I
Placa de retenção da
Swashplate
124
APÊNDICE J
Suporte do mancal da placa de
retenção da
Swashplate
125
APÊNDICE K
Mancal da placa de retenção da
Swashplate
126
APÊNDICE L
Placa axial de aço do tambor da
Swashplate
127
APÊNDICE
M
Placa axial de bronze do tambor da
Swashplate
128
APÊNDICE N
Motor hidrostático Swashplate
129
13
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Fluxo de energia e informação de um sistema hidráulico
23
FIGURA 2
Transformação de energia nas suas várias formas
28
FIGURA 3
Variação de pressão em máquinas hidrodinâmicas e hidrostáticas
29
FIGURA 4
Classificação da
s máquinas hidrostáticas
31
FIGURA 5
Motor hidrostático de engrenagens externas
32
FIGURA 6
Motor hidrostático de engrenagens internas
34
FIGURA 7
Motor hidrostático
tipo gerotor
35
FIGURA 8
Motor hidrostático
tipo
palhetas
36
FIGURA 9
Motor hidrostát
ico tipo parafuso
37
FIGURA 10
Motor hidrostático de pistões tipo prato inclinado
39
FIGURA 11
Motor hidrostático de pistões tipo eixo inclinado
40
FIGURA 12
Motor hidrostático de pistões radiais
41
FIGURA 13
Desenho conjunto
Swashplate
49
FIGURA
14
Eixo, tambor e pistões
51
FIGURA 15
Conjunto rotativo
52
FIGURA 16
Placa
Swashplate
, mancal da placa de retenção e seu suporte
52
FIGURA 17
Vista explodida das placas
53
FIGURA 18
Pistões, mancais dos pistões e placa de retenção montados
54
FIGURA
19
Plano dos pontos mortos longitudinal e axialmente visto
55
FIGURA 20
Curso do pistão analisado de dois modos
56
FIGURA 21
Flange lado direito, pórticos e furo oblongo
57
FIGURA 22
Furos oblongos no rotor e no flange direito
57
FIGURA 2
3
Faces do bl
oco de cilindros
58
FIGURA 24
Geração do torque no eixo
59
FIGURA 25
Flange de acoplamento
60
FIGURA 26
Ábaco Q x d
62
FIGURA 27
Raio de giro do pistão
62
FIGURA 28
Ângulos
a =+18
º e
a =
-
18º de giro máximo da
Swashplate
63
FIG
URA 29
Curso do pist
ão
65
FIGURA 30
Mancal do pistão
67
FIGURA 31
Parâmetro M
69
FIGURA 32
Parâmetros da cabeça do pistão
71
FIGURA 33
Parâmetros do mancal do pistão e placa de retenção
72
FIGURA 34
Detalhes de montagem da placa de retenção, mancal e suporte
73
FIGURA 3
5
Comprimento do pistão e da bucha
75
FIGURA 36
Furo oblongo do tambor
77
FIGURA 37
Oring entre flange lado esquerdo e corpo central
78
FIGURA 38
Parafuso de união entre flange lado direito e corpo central
79
FIGURA 39
Posicionamento do rolamento lado
esquerdo Nº 32309
84
FIGURA 40
Espessura do corpo central
88
FIGURA 4
1
Posicionamento do rolamento lado direito Nº 32305
90
FIGURA 42
Furos dos pórticos de entrada e saída
91
FIGURA 43
Detalhe dos furos da conexão com flange bipartido
92
14
FIGURA 4
4
Cot
as externas do flange bipartido
93
FIGURA 45
Desenho de conjunto do motor
93
FIGURA 46
Anel externo do rolamento Nº 32309 e flange SAE
C
98
FIGURA 47
Anel externo do rolamento Nº 32305 e flange lado direito
99
FIGURA 48
Flange lado direito, Oring´s,
placa de desgaste de aço e parafusos
100
FIGURA 49
Eixo motriz e anel interno do rolamento 32309
101
FIGURA 50
Flange guia e retentor e Oring
102
FIGURA 5
1
Tambor e buchas do pistão
102
FIGURA 52
Tambor, anel interno da mola, anel externo e anel elást
ico
103
FIGURA 53
Tambor, placa de bronze, anéis Oring’s e parafuso M5
10
4
FIGURA 54
Mancal do pistão e pistão
105
FIGURA 55
Flange /anel externo e eixo/anel interno
106
FIGURA 56
Placa
Swashplate
e parafuso M8
107
FIGURA 57
Suporte do mancal da placa
de retenção
107
FIGURA 58
Subconjunto do tambor
108
FIGURA 59
Corpo central
109
FIGURA 60
Anel interno do rolamento 32305
110
FIGURA 61
Subconjunto flange/lado direito e flange guia
111
15
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
List
a de peças do motor hidrostático tipo
Swashplate 50
TABELA 2
Variação da vazão em função de Zpi
64
TABELA 3
Espessura da placa de retenção e base do mancal hidrostático
72
TABELA
4
Espessura da placa de bronze
74
TABELA 5
Espessura da bucha de bronze d
o tambor
75
TABELA 6
Espessura da placa de desgaste de bronze/aço
77
TABELA 7
Dimensões do flange SAE
85
TABELA 8
Dados para a seleção de ponta de eixo estriada
86
TABELA 9
Dimensões de estrias
86
TABELA 10
Dimensões dos furos dos flanges bipartidos
SAE
91
TABELA 11
Dimensões externas do flange bipartido SAE
92
16
LISTA DE EQUAÇÕES
EQUAÇÃO
1
Determinação do curso do pistão
65
EQUAÇÃO 2
Determinação do diâmetro do pistão
66
EQUAÇÃO 3
Determinação das dimensões bá
sicas da câmara do mancal
67
EQUAÇÃO 4
Determinação do
diâmetro
externo da base do mancal do pistão
68
EQUAÇÃO 5
Determinação do parâmetro M
69
EQUAÇÃO 6
Determinação dos parâmetros da cabeça esférica do pistão
70
EQUAÇÃO 7
Determinação do
diâmetro do
pescoço do pistão
70
EQUAÇÃO 8
Determinação do raio de concordância da cabeça esférica
70
EQUAÇÃO 9
Determinação da cota b do furo oblongo do tambor
76
EQUAÇÃO 10
Determinação da cota a do furo oblongo do tambor
76
EQUAÇÃO 11
Determinação da força Fn
79
EQUAÇÃO 12
Determinação da espessura mínima do anel do flange SAE
80
EQUAÇÃO 13
Determinação da força radial atuante nos rolamentos
81
EQUAÇÃO 14
Determinação do momento fletor Maximo no eixo motriz
82
EQUAÇÃO 15
Determinação do momento torçor no eix
o 82
EQUAÇÃO 16
Determinação do diâmetro mínimo do eixo motriz
83
EQUAÇÃO 17
Determinação da carga equivalente
do
rolamento lado esquerdo
83
EQUAÇÃO 18
Determinação da carga dinâmica do rolamento lado esquerdo
83
EQUAÇÃO 19
Determinação da força de tra
ção no corpo central
87
EQUAÇÃO 20
Determinação da espessura mínima do corpo central
87
EQUAÇÃO 21
Determinação do diâmetro externo do corpo central
88
EQUAÇÃO 22
Determinação da velocidade tangencial do lábio do retentor
89
EQUAÇÃO 23
Determinação da
carga equivalente do rolamento lado direito
90
EQUAÇÃO 24
Determinação da carga dinâmica do rolamento lado direito
90
17
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAD
Compute Aided Design
SAE
Society of Automotive Engineers
3D
Desenho
tridimensional
PMI
Ponto morto interno
PME
Ponto morto externo
18
LISTA DE SÍMBOLOS
Fp
Força do pistão
[N]
Fn
Força normal a placa Swashplate
[N]
Fr
Força geradora do torqu
e [N]
ß
Coeficiente
[ ]
d
Raio de giro da
Swashplate
[
mm
]
Q
Vazão
[
l/min
]
Z
pi
Parâmetro adimensional n
úmero de pistões
[ ]
l
Curso do pistão
[
mm
]
Ap
Área do pistão
[
mm
]
dp
Diâmetro
nominal
do pistão
[
mm
]
ri
Raio interno da câmara do mancal do pistão
[
mm
]
ro
Raio externo da câmara do mancal do pistão
[
mm
]
d
ext
Diâmetro externo da base do mancal do pistão
[
mm
]
M
Distância na direção radial entre dois mancais adjacentes
[
mm
]
d
sp
Diâmetro da cabeça esférica
[
mm
]
dn
Diâmetro do pescoço
[
mm
]
rco
Raio
de concordância entre a cabeça esférica
/
corpo cilíndrico
[
mm
]
Hbm
Altura da base do mancal
[
mm
]
Hpr
Altura da placa de retenção
[
mm
]
a
Dimensão do furo oblongo
[
mm
]
b
Dimensão do furo oblongo
[
mm
]
A
fo
Área do furo oblongo
[
mm
2
]
Vm
Velocidade média d
o fluido hidráulico
[
m/s
]
CS
Coeficiente de segurança
[ ]
Z
Numero de parafusos
[ ]
F
axial
Força axial nos flanges SAE / lado direito
[N]
Tensão de cisalhamento admissível
[
MPa
]
e
m
Espessura mínima do anel do flange SAE
[
mm
]
La
Distância do ro
lamento 32309 até a força longitudinal
[
mm
]
Lb
Distância do rolamento 32305 até a força longitudinal
[
mm
]
Ra
Força de reação no mancal A
[N]
Rb
Força de reação no mancal B
[N]
Fco
Força longitudinal gerada por cinco pistões sob pressão
[N]
MF
Momento
fletor Má
ximo no eixo
[
N.m
]
T
Momento torçor no eixo
[
N.m
]
De
Diâmetro mínimo do eixo
[
mm
]
F
tc
Força de tração no corpo central
[N]
D
ec
Diâmetro externo do corpo central
[m
m]
Vt
Velocidade tangencial do lábio do retentor
[
m/s
]
s
Tensão
admissível
[
MPa
]
19
1
INTRODUÇÃO
1.1
OBJETIVO DO TRABALHO
O motivo do desenvolvimento deste trabalho deve-se principalmente ao fato de
que o Brasil apenas manufatura este tipo de motor utilizando nossa mão de obra.
Nenhum motor comercial até hoje fabricado no Brasil tem origem de um projeto
totalmente nacional. Portanto
,
conquistar esta tecnologia é fundamental neste trabalho.
Os objetivos deste trabalho são:
a)
projetar um motor de pistões axiais tipo
Swashplate
com vazão de
150,0
[l/min] a 1800 rpm, seguindo a metodologia de um roteiro de cálculo
previamente desenvolvido neste campus, para determinar todos os parâmetros
desta máquina, necessários para se obter o desenho de conjunto e de
fabricação;
b)
analisar os ajustes e obter todos os desenhos de detalhes necessários para a
usinagem das peças não padronizadas;
c)
usinar as peças preferencialmente utilizando as máquinas deste campus e
serviços da Companhia Vale do Rio Doce;
d)
montar o motor nos laboratórios do departamento de mecânica, seguindo um
roteiro previamente estudado durante o trabalho de dissertação;
e)
fixar a máquina numa bancada de teste do departamento de mecânica para
checar o funcionamento do mecanismo do motor;
O motor hidrostático de pistões axiais tipo Swashplate é um dos mais utilizados
atualmente em máquinas que requerem um torque de acionamento médio dentre os
vários tipos existentes. Aplicações onde se requer torque elevado utiliza-se motores de
pistões radiais que, no entanto, são muito caros. E quando a necessidade é de motores
de torque baixo, pode-se dispor de motores de engrenagens, de palhetas, de lóbulos,
etc. Motores de pistões axiais de eixo inclinado fazem praticamente o mesmo papel
20
que o tipo
Swashplate
. Entretanto a preferência tem recaído sobre moto
res
Swashplate,
tendo em vista a facilidade de manutenção em relação aos de eixo inclinado.
1.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA HIDRÁULICA
A humanidade vem desenvolvendo a capacidade de utilização energética dos
fluidos há centenas de anos. As primeiras rodas de
água foram construídas por volta de
200 a.C., perdurando seu uso aos dias atuais através dos moinhos de água. Sua
evolução técnica resultou nas atuais potentes turbinas hidráulicas das centrais
hidrelétricas, destinadas à geração de milhões de quilowat
ts de potência (LINSINGEN,
2003).
Antes da invenção da máquina a vapor, a energia de correntes de ar e água e a
força muscular eram as formas usuais de energia aproveitáveis para realização de
trabalho mecânico.
Em 1600, Johannes Kepler (1571-1630) desenvolveu a bomba de engrenagens, o
que no início não despertou maior interesse. De maior importância para o
desenvolvimento da hidrostática, foram os trabalhos do cientista francês Blaise Pascal
(1623
-1662), por volta de 1640 enunciou o princípio da prensa hidráulica, e o
memorável princípio de Pascal. Sua aplicação industrial, contudo, se efetivou em
1795,
quando o mecânico inglês Joseph Bramah (1749-1814) construiu uma prensa
hidrostática utilizando água como meio de transferência de energia (LINSINGEN,
2
003).
Após o desenvolvimento, a partir de 1763, da máquina a vapor pelo engenheiro
escocês James Watt (1736-1819), a hidrostática passou a ser aproveitada tecnicamente
para a transmissão de energia hidráulica em sistemas técnicos. A energia hidráulica de
acionamento desses motores era proporcionada por bombas hidrostáticas acionadas
por máquinas a vapor (LINSINGEN, 2003).
Na segunda metade do século XIX, W.G. Armstrong (1810-1900) desenvolveu
na Inglaterra varias máquinas hidrostáticas e componentes de sistemas de transmissão,
que foram empregados principalmente na indústria naval, tais como acionamentos de
21
âncoras e guindastes. Vários elementos de direção hidráulica utilizados atualmente são
semelhantes aos empregados naquela época (LINSINGEN, 2003).
Em
1900, o inventor amador americano Eli Janney deu um novo impulso aos
sistemas hidráulicos quando, ao substituir água por óleo como meio de transferência
de energia, reduziu os problemas de lubrificação e vazamentos. Janney também
desenvolveu nesse período uma bomba hidrostática utilizando o princípio de pistões
axiais (LINSINGEN, 2003).
No ano de 1910 começaram a ser empregados os controladores hidrostáticos de
turbinas hidráulicas. Também no mesmo ano, Hele Shaw introduziu a primeira
máquina de pistões radiais utilizando óleo como fluido operante. Vinte anos após,
Hans Thoma iniciou o desenvolvimento das máquinas de pistões axiais, e, em 1936,
Harry Vickers desenvolveu uma válvula limitadora de pressão pilotada (LINSINGEN,
2003).
Em 1950, o francês Jean Mercier construiu o primeiro acumulador
hidropneumático de grandes proporções, utilizado como fonte auxiliar de energia nos
sistemas hidráulicos (LINSINGEN, 2003).
A partir de 1950, a hidráulica passou a ter um desenvolvimento acentuado em
todos os segmentos da automação industrial. Os trabalhos apresentados em 1958 por
Blackburn, Lee e Shearer, nos Estados Unidos, contribuíram significativamente para o
desenvolvimento dos sistemas hidráulicos de controle contínuo. Por suas
características, esse novo campo da hidráulica recebeu o nome de servo-
hidráulica,
separan
do
-
se da chamada hidráulica convencional (LINSINGEN, 2003).
Concomitantemente ao desenvolvimento das técnicas dos processos de
fabricação, os sistemas hidráulicos foram se sofisticando, permitindo sua utilização a
pressões cada vez mais altas, tornando
-os mais compactos, precisos e eficientes. A alta
precisão e a resposta dinâmica das chamadas servoválvulas eletro-hidráulicas exigiam
processos de fabricação altamente sofisticados, além da utilização de dispositivos
hidráulicos e eletrônicos especiais, elevando de forma significativa os custos de
instalação e restringindo seu emprego a sistemas específicos.
As exigências crescentes da automação de processos industriais a custos
compatíveis, aliadas ao crescimento da microeletrônica e ao estabelecimento de novas
22
necessidades e interesses do mercado, levaram ao desenvolvimento (e adaptação), a
partir da década de 70, de válvulas de controle contínuo com características
construtivas um pouco diferentes das servoválvulas. Menos exigentes em termos de
reposta dinâmica, mais flexíveis quanto ao uso conjunto com motores li
neares
diferenciais, e não necessitando de dispositivos especiais para controle de
contaminação do fluido de trabalho, as chamadas válvulas proporcionais deram
notoriedade aos sistemas de controle em malha aberta e em malha fechada.
Atualmente identificam-se três campos na hidráulica: os sistemas hidráulicos
convencionais, os sistemas servo
-
hidráulicos e os sistemas hidráulicos proporcion
ais.
A partir de mais ou menos 1985, em face dos problemas decorrentes da crise do
petróleo e das necessidades de controle da qualidade ambiental, começaram a surgir
trabalhos que apontavam para uma diversificação quanto ao tipo de fluido utilizado em
si
stemas, como óleos de origem vegetal e o retorno à água.
Começaram a surgir também os componentes de sistemas hidráuli
cos
empregando tecnologia de novos materiais, indicando que as possibilidades da
hidráulica estão longe de serem esgotadas.
1.3
DEFINIÇÃO DE SISTEMA HIDRÁULICO
Um sistema hidráulico é um conjunto de elementos físicos convenientemente
associados que, utilizando um fluido como meio de transferência de energia, permite a
transmissão e controle de forças e movimentos.
Um sistema hidráulico é, portanto, o meio através do qual um fluido sob pressão
na entrada deste sistema é convertido através dos seus mecanismos em energia
mecânica útil na sua saída.
A combinação apropriada dos elementos físicos (componentes), cada qual com
característ
icas operacionais próprias, permite dotar o sistema como uma associação de
grupos de componentes com funções bem definidas de conversão, controle e limitação
de
energia, como esquematizado na
Figura
1
(LINSINGEN, 2003).
23
Figura
1
-
Fluxo de energia e informação de um sistema hidráulico
A entrada de energia no sistema ocorre normalmente pela conversão de energia
elétrica ou térmica em energia mecânica (expressa
em
torque, rotação), através de um
motor elétrico ou motor de comb
ustão interna.
Na unidade de conversão primária (UCP), a energia mecânica do motor é
convertida em energia hidráulica (potência hidráulica P
h
= p
1
Q
1
). Esta forma de
energia transferida ao fluido hidráulico, ao ser transmitida à unidade de conversão
secun
dária, é intermediariamente condicionada por meio dos componentes (válvulas)
da unidade de limitação e controle (ULC). Nesta, os valores de referência para a
limitação e/ou o controle da energia hidráulica são obtidos por meio de ação externa
(entrada de sinais) e/ou através de sinais de realimentação do próprio sistema
hidráulico, a partir do processamento de informações apropriadas (ILC).
Finalmente, a energia hidráulica devidamente condicionada é convertida em
energia mecânica por intermédio da unidade de conversão secundária (UCS). Esta
energia mecânica expressa em termos de força e velocidade (ou deslocamento), ou
torque e rotação (ou deslocamento angular), considerada como saída do sistema, será
utilizada apropriadamente em acionamentos mecânicos para
diversos fins.
24
Em decorrência das características físicas e comportamentais dos componentes e
do fluido, todas as transformações que ocorrem no sistema são acompanhadas de
dissipação de uma parcela da energia envolvida em cada processo. Como os processos
de limitação e controle de energia são essencialmente dissipativos, a unidade de
limitação e controle é responsável pela maior parcela de perda de energia, que é
convertida em energia rmica e transferida ao meio e ao fluido, o que pode ser
observado pelo
aumento de temperatura.
A manutenção das características do fluido é bastante importante para o bom
desempenho do sistema hidráulico, de modo que dispositivos de condicionamento
adicionais são utilizados para, entre outros, o contro
le de contaminação e te
mperatura.
1.4
CAMPO DE APLICAÇÃO DA HIDRÁULICA
Atualmente, em função dos esforços de desenvolvimento tecnológico, os sistemas
hidráulicos encontram aplicação em praticamente todos os segmentos, iniciando na
extração mineral à indústria aeroespacial, bem como em aplicações de uso cotidiano,
como em veículos de transporte e passeio, equipamentos odontológicos e médico-
hospitalares, construção civil, etc.
Procurando dar uma noção da abrangência da aplicabilidade dos sistemas
hidráulicos, apresentam-se alguns exemplos de aplicação, subdivididos em seis grupos
(LINSINGEN, 2003):
a) Hidráulica industrial:
Máquinas para cerâmica e para madeira;
Máquinas operatrizes, máquinas injetoras;
Prensas hidráulicas, maquinaria pesada;
Robôs industriais, máquinas de prec
isão, simuladores de automóveis;
b) Siderurgia, engenharia civil, geração de energia e extração mineral:
Laminadores, transportadores;
Controle de fornos e de lingotamento;
Comportas e represas;
25
Mancais e controladores de turbinas;
Equipamentos para pontes
móveis;
Equipamentos de mineração e exploração de petróleo;
c) Hidráulica móbil:
Máquinas de terraplanagem;
Máquinas agrícolas e
off
-
road
em geral;
Veículos de transporte e passeio;
d) Hidráulica para aplicações navais:
Guindastes de convés, controlador
es de leme;
Operação de redes em barcos de pesca controle de tanques de descarga
de navios;
e) Aplicações técnicas especiais:
Controle de aeronaves (lemes,
flaps);
Trens de aterrissagem, simuladores de vôo, operação de antenas e
telescópios;
Direcionador
es de foguetes, bóias de sinalização, disjuntores de centrais
elétricas;
f) Aplicações gerais:
Equipamentos odontológicos e hospitalares;
Processadores de lixo urbano;
Oficinas e postos de serviços de veículos;
Manutenção de redes elétricas;
1.5
CARACTE
RÍSTICAS DOS SISTEMAS HIDRÁULICOS
Os sistemas hidráulicos possuem características que os tornam especialmente
recomendados para uma série de aplicações. No entanto, apresentam também
limita
ções que devem ser consideradas quando da escolha do tipo de sistema a ser
26
empregado, principalmente se a aplicação específica for compatível com sistemas
mecânicos, elétricos ou pneumáticos.
Algumas características relevantes são listadas a seguir (LINSINGEN, 2003):
a) Baixa relação peso/potência, ou seja, transmissão de grandes forças e torques
elevados com dimensões relativamente reduzidas. Para aplicações aeronáuticas, é de
fundamental importância à economia de peso e volume para uma dada potência, de
modo que a admitância (relação potência/peso
Pa/G)
deve s
er a mais alta possível.
b)
Resposta rápida a partida e inversão de movimento sob carga, devido aos
baixos momentos de inércia;
c) Adaptação automática de força ou torque;
d) Possibilidade de variação contínua de força e velocidade nos atuadores
lineares e
de torque e rotação nos atuadores rotativos, por meio de controle ou ajuste;
e) Sistemas adequados tanto para o controle de processos em que o movimento é
rápido quanto para os de movimento de precisão extremamente lento;
f) Segurança eficaz contra sobrecargas através do uso de válvulas controladoras
de pressão, evitando danos ao sistema;
g) Componentes lubrificados pelo próprio fluido de trabalho;
h) Capacidade de armazenamento de energia de forma relativamente simples, por
meio de acumuladores hidropneum
áticos;
i) Possível combinação com sistemas mecânicos, elétricos e pneumáticos;
j) Possibilidade de utilização de sistemas em condições ambientais adversas,
desde que tomados os devidos cuidados construtivos;
As limitações apresentadas pelos sistemas hidráulicos são basicamente as
seguintes:
a) Custo elevado em relação aos sistemas mecânicos e elétricos compatíveis;
b) Perda de potência (baixo rendimento) devida à dissipação de energia por atrito
viscoso, isto é, perdas de carga nas canalizações e componentes, o que limita a
velocidade do fluido e, como conseqüência a velocidade dos atuadores hidráulicos;
27
c) Perdas por vazamentos internos e possibilidade de vazamentos externos,
devido a folgas, que diminuem a eficiência dos sistemas e comprometem a precisão
dos movimentos;
d) A compressibilidade do fluido hidráulico, embora pequena, da mesma forma
que os vazamentos variáveis, exige a utilização de sistemas especiais para a
sincronização de movimento de dois ou mais atuadores (motores lineares ou rotativos);
e) A presença de ar no sistema, na forma de ar livre, provoca movimentação não
uniforme e pulsante dos atuadores, devido à grande compressibilidade do ar.
f) Elevada dependência da temperatura, alterações na temperatura do fluido,
decorrentes de condições ambientais e/ou dissipação de energia, provocam alteração
da viscosidade e, por conseqüência, alteram-se as perdas por vazamentos e as
condições operacionais do sistema. Esses efeitos deverão ser corrigidos por meio de
trocadores de calor ou sistemas de c
ontrole de temperatura.
1.6
CONVERSÃO DE ENERGIA
A conversão de energia num sistema hidráulico é realizada por meio de bombas
e motores hidráulicos. A característica operacional genérica é, na unidade de
conversão primária, a transformação de energia m
ecânica em energia hidráulica, que é
transmitida à unidade de conversão secundária pelo fluido e reconvertida em energia
mecânica para produção de trabalho útil.
As formas de energia presentes no processo de conversão realizado por meio da
máquina hidráulica (bomba ou motor) podem ser discriminadas pela aplicação do
princípio de conservação de energia, como mostrado na
Figura
2.
28
Figura
2
-
Transformação de energia nas suas várias formas
A energia mecânica (potência) é transferida ao fluido nas formas de energia de
pressão e cinética. Dependendo das características geométricas da máquina, tal
transformação pode se dar com ênfase em uma ou outra forma, surgindo daí os dois
grandes grupos de máquinas hidráulicas: as máquinas h
idrodinâmicas
e as máquinas
hidrostáticas.
Nas máquinas hidrodinâmicas tais com bombas centrífugas, turbinas e
ventiladores, a energia transferida é substancialmente cinética, através da variação de
velocidade do fluido entre as pás, desde a entrada até a saída do rotor, a baixa pressão
(e baixos diferenciais de pressão). A energia cinética do fluido é, nesse caso, da
mesma ordem de grandeza da energia mecânica que está sendo transferida.
Nesse tipo de máquina não existe contato direto entre rotor e carcaça, o que
resulta em vedação inadequada entre entrada e saída, provocando vazamentos internos
elevados para relativamente pequenos diferenciais de pressão. Nas bombas
centrífugas, à medida que se eleva a resistência ao escoamento na saída (por aumento
da perda de carga na linha de descarga, por exemplo), reduz-se proporcionalmente a
vazão emitida, até se anular.
29
Nas máquinas hidrostáticas, também chamadas de deslocamento positivo
(bombas e motores), ao contrário, a energia é transferida principalmente na forma de
energia de pressão, sendo que a variação de energia “cinética” é pequena em
comparação à energia total transferida, e pode ser desprezada. Sendo assim, o
processo de conversão de energia não sofre influência considerável da velocidade do
flu
ido, massa específica, ou inércia do eixo de acionamento conforme mostrado na
Figura
3.
a)
Máquina hidrodinâmica
b) Máquina hidrostática
Figura
3
-
Variação de pressão em má
quinas hidrodinâmicas e hidrostáticas
Onde:
Q
-
vazão
P
-
pressão
Qf
-
parcela de redução da vazão devido ao aumento da pressão
Qn e Pn
-
comportamento para uma dada vazão e pressão
Nas bombas de deslocamento positivo, devido a estanqueidade entre as
câmaras
de entrada e saída, a vazão é pouco influenciada pela resistência normalmente
oferecida ao escoamento a jusante. Em outros termos, um aumento da restrição ao
escoamento no sistema hidráulico implica aumento da pressão sem queda considerável
na vaz
ão
.
30
Nos motores hidrostáticos, um aumento da resistência mecânica oferecida ao
deslocamento (força ou torque) implica também aumento na pressão do sistema com
variação pouco significativa da vazão.
A possibilidade de desenvolver altas pressões com vazões relativamente baixas,
tornam as máquinas hidrostáticas praticamente as únicas utilizadas em sistemas
hidráulicos.
1.7 CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS HIDROSTÁTICAS
Os
sistemas hidráulicos são aplicados a situações de carregamento, velocidades,
precisão posicional, tempo de resposta, etc. Desse modo, deve existir uma relação de
compromisso entre as possibilidades e limitações dos sistemas, exigências específicas
para cada aplicação e custos de instalação e operação. Nesse contexto, foram
concebidos diversos tipos de máquinas, seguindo vários princípios construtivos, cada
qual com um determinado grau de precisão dimensional, resistência a esforços
mecânicos, possibilidade de controle contínuo e custo de produção,
entre
outros.
De maneira geral, essas características são definidas pelo princípio de
deslocamento utilizado, ou seja, pela forma como o fluido é transportado na máquina,
o que caracteriza o tipo de máquina. Existem diversos tipos construtivos de máquinas,
que podem ser agrupados dentro dos princípios de deslocamento por engrenagens,
palhetas, pistões e parafusos.
Em princípio, a maioria das bombas hidrostáticas pode ser utilizada também
como motores, que o processo de transporte hidrostático pode ser invertido.
Entretanto, devido à necessidade de otimização dos sistemas hidráulicos, algumas
diferenças construtivas têm limitado a utilização indiscriminada de bomba como motor
e vice
-
versa.
Bombas e motores hidrostáticos podem ser construídos de forma a permitirem ou
não a variação de vazão à rotação co
nstante.
Máquinas que permitem a variação reversível de um parâmetro geométrico, e
conseqüentemente a variação da vazão à rotação constante, são denominadas máquinas
31
de deslocamento variável. Algumas construções desse tipo permitem também realizar
a inversão do sentido do escoamento sem mudança do sentido de rotação, constituindo
as máquinas com dois sentidos de escoamento.
De acordo com as considerações acima, as máquinas hidrostáticas podem ser
classificadas conforme o princípio de deslocamento e a possibilidade de variação do
desloc
amento conforme apresentado na
Figura
4.
.
Figura
4
-
Classificação das máquinas hidrostáticas
1.7.1 Motor
hidráulico
de engrenagens externas
Na sua concepção mais simples, as máquinas hidrostáticas de engrenagens
externas consistem em um par de engrenagens iguais montadas em uma carcaça de
DESLOCAMENTO FIXO
ENGRENAGENS PARAFUSOS PALHETAS PISTÕES
AXIAIS
RADIAIS
INTERNAS
EXTERNAS
Eixo inc
linado
Prato inclinado
Swashplate
GEROTOR
DESLOCAMENTO VARIÁVEL
PALHETAS
PISTÕES
32
forma apropriada “estator” com uma entrada e uma saída e com vedação lateral por
tampas, conforme mostrado na
Figura
5.
Com
o movimento rotativo entre dois dentes consecutivos de cada engrenagem e
o estator são formadas células de transporte de fluido, ao mesmo tempo em que o
desengrenamento dos dentes do par cria novas células, gerando espaços na câmara de
entrada que serão preenchidos com fluido. Desse modo, o fluido é transportado
perifericamente pelas células das duas engrenagens.
Na câmara de saída, o engrenamento contínuo promove a expulsão do fluido de
cada célula para o pórtico de saída. Devido ao próprio princípio construtivo, não
possibilidade de promover variação reversível do volume das células de transporte, e
conseqüentemente do deslocamento, de modo que são tipicamente máquinas de
deslocamento fixo, ou seja, de vazão constante para cada rotação.
Figura
5
-
Motor hidrostático de engrenagens externas
Máquinas desse tipo são as mais utilizadas em sistemas hidráulicos em geral,
devido principalmente à robustez, adaptação a grandes variações de viscosidade,
insensibilidade à presença de partículas sólidas normalmente presentes no fluido
hidráulico, facilidade de montagem em qualquer posição, elevada gama de rotações
permissíveis em regime contínuo de operação
(500 a 5000
rpm).
33
Apesar das vantagens relativas a outros tipos de máquinas, sua aplicação está
limitada aos valores de pressão e vazão máximas admissíveis ao tipo construtivo em
termos econômicos.
1.7.2 Motor hidráulico de engrenagens internas
No passado, as máquinas hidrostáticas de engrenagens internas foram
empregadas principalmente em sistemas de baixa pressão. Mais recentemente, no fim
dos anos 60, foi desenvolvida na Alemanha uma bomba de engrenagens internas de
alta pressão aproveitando o desenvolvimento dos processos de fabricação e
empregando um sistema de mancais e discos flu
tuantes hidraulicamente balanceados.
Dada a possibilidade de operação em alta pressão, associada a pequenas
flutuações de pressão e baixo nível de ruído, essas máquinas hidrostáticas vêm
encontrando aplicação em vários sistemas, como os de máquinas injetoras, prensas
hidráulicas, máquinas
-
ferramenta, até os de utilização naval.
O princípio de operação das máquinas hidrostáticas de engrenagens internas é
semelhante ao das engrenagens externas, ou seja, sucção, transporte e descarga de
fluido promovido pelo contínuo desengrenamento e engrenamento dos dentes de um
par de engrenagens.
Construtivamente, elas são compostas basicamente de pinhão (engrenagem
motriz) e coroa (engrenagem movida) montados excentricamente em uma carcaça, os
quais giram no mesmo sentido, conforme mostrado na
Figura
6. A estanqueidade entre
as câmaras de sucção e descarga pode ser obtida por um separador ou pelo próprio
perfil das engrenagens.
As máquinas hidrostáticas de engrenagens internas apresentam vantagens
relativas ao seu tipo construtivo que as de engrenagens externas não possuem. Entre
elas está o engrenamento longo (maior grau de recobrimento das engrenagens), o que
possibilita uma melhor vedação e maiores ângulos de sucção e de descarga.
Dependendo do tipo de engrenagens utilizadas, as câmaras de sucção e descarga
34
podem se estender por um ângulo de até 180º. Tais características possibilitam a
obtenção de melhor rendimento volumétrico e menor perda de carga.
Outra vantagem importante é a menor pulsação na vazão decorrente da
sup
erposição dos volumes descarregados simultaneamente por algumas células, devido
ao maior grau de recobrimento das engrenagens. A utilização de engrenagens especiais
com perfil de evolvente e ângulos de sucção e descarga maiores conduz a uma
pulsação aproxi
madamente dez vezes menor que nas bombas de engrenagens externas.
Figura
6
-
Motor hidrostático de engrenagens internas
1.7.3 M
otor hidráulico tipo gerotor
A máquina hidrostática tipo gerotor foi utilizada historicamente como bomba de
lubrific
ação baixa pressão (6 a 10
bar
)
,
em motores de combustão interna na indústria
automobilística e também como bomba de alimentação de baixa pressão. Entretanto,
os recentes avanços nos processos de fabricação, materiais e tecnologia de projetos
35
propiciaram um aumento na faixa de pressão operacional, possibilitando seu uso a
pressões desde 10 a 175
bar
. Esses motores têm deslocamentos de até 150 cm
3
/
rot
.
Conforme ilustrado na
Figura
7, a máquina hidrostática tipo gerotor é uma
construção com engrenagens de perfil trocoidal, sendo que o pinhão possui um dente a
menos que a coroa. Assim, cada dente do pinhão mantém um contato de
escorregamento contínuo com o perfil da coroa, garantindo a função de transporte
celular do fluido.
Figura
7
-
Motor hidrostático
tipo gerotor
Devido ao fato de que coroa e pinhão, possuírem diâmetros próximos, a
velocidade de escorregamento relativa entre eles é muito pequena, resultando em
operação silenciosa e longa vida útil.
1.7.4 M
otor hidráulico tipo palhetas
As
máqui
nas hidrostáticas de palhetas consistem de um rotor cilíndrico com
ranhuras preenchidas por palhetas móveis que se estendem para fora da periferia do
rotor, sendo o conjunto montado no interior de um anel estator de geometria
36
apropriada, conforme apresenta
do na
Figura
8. As células de fluido são formadas entre
duas palhetas consecutivas, sendo a entrada e a saída do fluido feita por intermédio de
aberturas existentes nas tampas laterais ou no anel estator.
Na montagem de deslocamento fixo, geralmente é feit
a a compensação de forças,
obtida montando-se o rotor de forma central em relação ao estator, que por sua vez
possui um perfil de aspecto elipsoidal. A máquina hidrostática possui duas entradas de
fluido e duas saídas, ambas diametralmente opostas, o que faz com que as forças
hidráulicas radiais sejam equilibradas. Este tipo de montagem permite que se obtenha
uma pressão máxima de regime maior do que a montagem sem compensação de
forças.
Figura
8
-
Motor hidrostático tipo palhetas
A
pressão de operação pode chegar a 175 bar, com rotações variando entre 600 e
4800
rpm, e vazões entre 10 e 150 lpm. Máquinas hidrostáticas compensadas especiais
podem ter pressões máximas de 210 bar e vazões que atingem 600 lpm.
As máquinas hidrostáticas de palhetas possuem em relação às máquinas
hidrostáticas de engrenagens uma menor pulsação de deslocamento, porém não são
mais silenciosas do que as máquinas hidrostáticas de engrenagens internas. Os
inconvenientes deste tipo são: maior fragilidade, pressões de trabalho em
funcionamento prolongado menores e baixo rendimento relativo.
37
1.7.5
M
otor hidráulico
de
parafusos
As máquinas hidrostáticas de parafusos consistem em dois ou mais fusos
helicoidais montados em uma carcaça de forma apropriada, conforme ilustrado na
Figura
9. O movimento relativo dos fusos pode ser obtido pelo acionamento de um
deles, ou por sincronização através de engrenagens montadas nos eixos dos fusos.
Cada célula de transporte de fluido é delimitada pela linha de engrenamento
forma
da pelos flancos de um fuso e a depressão do outro, e a carcaça. Com um
movimento de rotação, a linha de engrenamento de cada enteada do par de fusos
desloca
-se continuamente desde a câmara de sucção até a de descarga, fazendo com
que a célula se movimente em direção axial, sem variação volumétrica. Devido a esse
movimento, a montante da linha de engrenamento tem-se sucção e a jusante, descarga.
As características operacionais decorrentes desse modo de operação são basicamente
as seguintes:
-
O escoamento é
praticamente isento de pulsação;
-
As forças desbalanceadas são axiais, podendo ser facilmente compensadas;
- São recomendadas para operarem a rotações elevadas (máximo de 3600
rpm
,
com limites estabelecidos pela habilidade do fluido em preencher as cavidades dos
fusos na sucção, entre outras);
Figura
9
-
Motor hidrostático tipo parafusos
38
1.7.6
M
otor hidráulico de pistões
Os sistemas hidráulicos que operam a altas pressões e exigem elevados
rendimentos globais constituem o campo de aplicação principal das
máquinas
hidrostáticas
de pistões.
A relativa facilidade de ajuste entre pistões e cilindros permite montagens com
folgas que variam de 2 a 5 µm, dependendo das dimensões, o que não pode ser obtido
com máquinas de engrenagens ou palhetas. Dessa forma, pode-se operar com pressões
bastante elevadas e perdas volumétricas reduzidas.
As características operacionais gerais para esse tipo de máquina são:
-
pressões de até 700
bar
, dependendo da vazão;
-
rotação normal entre
(1500 a 3000
rpm
),
e
no máximo de até 6000
rpm
;
-
deslocamentos na faixa de (0,4 a 15000 cm
3
/
rot);
-
rendimento volumétrico máximo variando entre (85 e 98%);
-
possibilidade de deslocamento variável e inversão de escoamento;
-baixo nível de pulsação para um número adequado de pistões e dimensões
adequadas dos pórticos de entrada e saída;
Em função das características geométricas e forma de atuação dos pistões, estas
máquinas são classificadas em: máquinas de pistões axiais e máquinas de pistões
radiais.
1.7.7 M
otor hidráulico
de pistões axiais
A característica geométrica principal deste tipo de máquina hidostática é a
disposição de pistões ajustados em furos cilíndricos usinados em um tambor também
cilíndrico. O movimento alternativo de cada pistão é obtido por intermédio do
movimento rotativo de um plano inclinado, e desta forma o deslocamento da máquina.
Dependendo do tipo construtivo, estas máquinas são subdivididas em máquinas
de prato inclinado e máquinas de eixo inclinado.
39
1.7.7.1
Motor de pistões axiais de placa inc
linada
A
máquina
hidrostática
da
Figura
10 é do tipo prato inclinado rotativo, ou seja,
o prato é fixado ao eixo de acionamento. Por se tratar de motor, o movimento rotativo
do eixo é produzido pelo comportamento oscilatório do prato, em decorrência do
m
ovimento alternativo dos pistões nos cilindros do tambor fixado à carcaça.
Em conseqüência da pressão ou torque resistivos, surgem forças, sobre
pressões, que agem em direção normal sobre o prato. O componente dessa força,
perpendicular ao eixo dos pistões, exerce um momento que origem a forças laterais
variáveis entre pistão e cilindro, tendendo a provocar desgaste irregular e travamento.
A intensidade dessas forças é função do ângulo de inclinação do prato e da
pressão e/ou torque, de maneira que, para manter inalteradas as condições de
carregamento máximo, como minimizações dos efeitos dessas forças, são
normalmente utilizadas guias longas para os pistões e um ângulo de inclinação
máximo do prato em torno de 18º.
Figura
10
-
Motor hidrostático de
pistões tipo prato inclinado
1.7.7.2 Motor de pistões axiais de eixo inclinado
Nesse tipo de máquina hidrostática, conforme ilustrado na
Figura
11, o tambor
contendo os cilindros é montado inclinado em relação ao eixo de acionamento. As
hastes dos pistões são fixadas ao flange de acionamento por meio de articulações
40
esféricas. Desse modo, o movimento rotativo do conjunto produz o movimento
alternativo dos pistões em seus cilindros.
Da mesma forma que nas máquinas de prato inclinado, os pórticos de entrada e
saída (ou sucção e descarga) são constituídos de rasgos circunferenciais usinados em
uma placa de válvulas sem movimento rotativo.
Ao contrário do que acontece com as máquinas de prato inclinado, nas
máquinas de eixo inclinado não existem forças laterais nas guias dos pistões. Nesse
caso, os pistões pressionam, através das hastes, as articulações esféricas que estão no
flange e aí se originam e atuam os componentes de força axial e radial.
Figura
11
-
Motor hidrostático de p
istões tipo eixo inclinado
1.7.8 M
otor hidráulico de pistões radiais
Nas
máquinas hidrostáticas de pistões radiais, conforme ilustrado
na
Figura
12,
os eixos dos pistões são perpendiculares ao eixo de acionamento. Dependendo do tipo
construtivo, os pistões são dispostos em forma de estrela ao redor do eixo, ou em linha
ao longo de um virabrequim.
41
Em relação à forma de acionamento dos pistões e posição dos pórticos de
entrada e saída do fluido hidráulico, essas máquinas podem ser:
-
com acesso interno
de fluido e articulação externa dos pistões;
-
com acesso externo de fluido e articulação interna dos pistões.
Figura
12
-
Motor hidrostático de pistões radiais
1.8 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Fontes bibliográficas relacionadas à hidráulica podem ser encontradas, as quais
auxiliam a entender melhor os sistemas hidráulicos e seus componentes. Literaturas
existentes, muitas vezes diferindo apenas na forma de exposição, são encontradas. No
entanto, o conteúdo fundamental é muito pouco alterado.
Reeves
(1996), mostra em geral, que na área de hidrostática as pessoas não
possuem conhecimento aprofundado na utilização diária. Reeves também ressalta a
atenção
para o estudo da energia hidráulica, e divide em dois modos de análise, ou
dois pontos de vista. Ponto de vista do técnico que ênfase à energia hidráulica,
analisando o projeto da máquina e a sua operação, e aquele do engenheiro que
ênfase à energia hidráulica analisando o circuito hidráulico e sua operação.
42
Técnicos, tecnólogos e engenheiros, todos necessitam ter um melhor conhecimento
na área de energia hidráulica. Isto condicionará otimização e aproveitamentos
resultando em melhoria no projeto, na manutenção e na operação do circuito.
Faisandier (1987), apresenta também cortes longitudinais de máquinas
hidrostáticas os quais fornecem informações importantes para a realização deste
trabalho, relativas aos vários tipos de motores hidrostáticos. Descreve, também, algum
equacionamento relativo à vazão e a outros parâmetros dessas máq
uinas.
No entanto, existem outras literaturas que descrevem assuntos mais específicos.
Na área de prensas hidráulicas, Oheler (1968), analisa, embora sucintamente, as
bombas de pistões axiais
Swashplate
, inclusive com cortes longitudinais e pequenas
variaç
ões entre elas. Mas, o funcionamento e “dados para projeto” não são citados.
Catálogos de fabricantes, com o objetivo de fornecer informações sobre projeto e
manutenção, são muito bem ilustrados pela Hydura, Racine, Delavan, Rexroth,
Danfoss, Sundstrand,
Denison, Comercial Hidráulica, Rexroth, Yuken,
Hagglunds, etc.
No entanto, o funcionamento
não
é explicado, de forma clara e completa, assim como
o projeto deste tipo de máquina é tratado.
Thoma (1970), por outro lado, acrescenta outros tipos de informações que
complementam este estudo, na literatura pode-se encontrar desde propriedades dos
fluidos até um estudo sobre a folga, considerado elemento hidrostático importante,
além de informações sobre os mancais hidrostáticos e hidrodinâmicos. Este livro
forne
ce uma variedade de informações, embora algumas vezes sem provas, porém de
extrema importância para o desenvolvimento do projeto das máquinas de pistões axiais
Swashplate
. Mesmo assim, faltam muitos dados sobre o funcionamento e o projeto
deste tipo de máq
uina.
Em uma análise da teoria da lubrificação feita por Cameron
(1966
)
são mostradas
deduções relativas à potência mínima do óleo bombeado em um mancal hidrostático e
onde aparece a relação entre os raios interno e externo da câmara de pressão dos
manc
ais dos pistões.
Shigley (1996) aborda praticamente todos os elementos de máquinas tais como,
eixos, molas, vedadores, etc. Trata também dos circuitos hidráulicos ao usar vários
gráficos de vazão versus tempo e de pressão versus tempo. Isto é importante para a
43
formação básica quando se trata de projetos hidráulicos. Trata também de forma
bastante clara os assuntos referentes a mecanismos e cames que é de grande utilidade
para o projetista.
Krutz (1999), descreve temas importantes para o projetista. Aborda
a filosofia de
projeto onde é mostrado o problema de viabilidade econômica e da experiência do
projetista. Mostra que o engenheiro projetista deve ter capacidade de usar métodos
analíticos, empíricos e criativos. Ele também mostra que o ensinamento e apre
ndizado
da criatividade no processo de projetar permanece uma controvérsia.
Três tipos de projetos são discutidos:
a) Projeto transicional neste caso um projeto básico é melhorado aos poucos
pelo uso de refinamentos detalhados, geralmente através de técnicas como elementos
finitos e modelagem em computador
b) Projeto extensional um procedimento extrapolativo é usado para aumentar a
capacidade de projetos que já funcionam bem.
c) Projeto original um projeto substancialmente original é desenvolvido.
A
originalidade é julgada pelo grau de cópia. Quanto menos um projeto lembra o projeto
existente, mais original ele é.
Um exemplo de um projeto transicional pode ser o remodelamento de um tanque
de combustível de um automóvel para melhorar a resistência ao impacto. Um exemplo
de um projeto extensional pode ser o projeto de outro trator de esteiras um pouco
maior que aquele existente. Como sempre é citado, o projeto original refere-se ao de
King Gillette, que desenvolveu uma lâmina de barbear descartável quando apenas
lâminas fixas existiam.
O processo de projetar requer boa comunicação entre o engenheiro, o construtor
do protótipo, a planta de montagem, e o gerente. De acordo com Krutz (1999), “se as
idéias não são completamente bem entendidas, o projeto deveria ser cancelado e uma
boa idéia engavetada”. Os engenheiros deveriam, portanto, ter tempo para comunicar
seus projetos aos supervisores, não pensando em autopromoção, mas no sucesso do
projeto.
A comunicação de um projeto começa com o desenho. Um bom “layout”
necessita ser desenhado tal que ele pode ser facilmente reproduzido. Técnicas e
44
sistemas de desenho variam de companhia para companhia: alguns engenheiros fazem
seus próprios “layouts”, ao passo que outros utilizam desenhistas auxiliares. Técnica
s
de CAD têm substituído o desenho de prancheta em praticamente todas as empresas.
Resistência excessiva é normalmente inútil nos projetos de engenharia. Para
certos projetos, a resistência pode ser reduzida pela prática de se avaliar com precisão
a carga e a resistência usando um pequeno fator de segurança em que é chamado de
confiabilidade do projeto. Confiabilidade usa avaliação estatística para determinar a
chance de sucesso para o projeto. Porque nada é 100% seguro, alguns itens falharão
sob condiçõe
s extremas.
Krutz (1999) também mostra claramente, usando gráficos, como é importante o
grau de acabamento na resistência à fadiga de uma peça.
Faz também uma boa análise sobre os vários tipos de bombas hidrostáticas.
Descreve, além disso, as associações
e suas normas, discutem os circuitos hidrostáticos
em malha aberta e malha fechada. Mecanicamente discute os acoplamentos rígidos
entre bombas e motores hidráulicos, usando os vários tipos de estrias padronizadas. As
fixações usando flanges padronizados também são discutidas. Menciona também que
problemas importantes como ética devem ser considerados.
Outros temas importantes como fator de segurança, confiabilidade e
padronizações também são tratad
o
s.
Krutz ainda
referência
o uso de elementos finitos aplicados aos sistemas
mecânicos, assim como os elementos de máquinas comumente usados.
Dedica também boa parte na análise dos sistemas hidráulicos de potência, ou
sistemas hidrostáticos.
Krutz ainda evidencia que a experiência pode, de alguma forma, ser substi
tuída
pelos cálculos como mostra o sucesso dos inventores
e mecânicos na construção de
máquinas utilizadas no dia a dia. Contudo, seus projetos podem ser ainda melhorados
pela habilidade de engenheiros. Engenheiros o tem monopólio na inventividade
e
ingenuidade requeridas de um bom projetista. De fato, o treinamento formal de um
engenheiro poderia inibir estas qualidades porque um jovem engenheiro não deveria
continuar um projeto até que tenha toda a informação, ao passo que um mecânico
45
treinado deveria continuar por tentativa e erro, e baseado em suas grandes
experiências.
Mott (1999) analisa muito bem o problema de projeto mecânico tratando os
procedimentos de projeto, as habilidades necessárias no projeto, os critérios e a
avaliação do projeto. Mostra também a integração dos elementos de máquina com o
projeto mecânico. Analisa um ponto importante que se refere aos padrões mais
utilizados, os chamados “padrões preferidos”.
Além desses tópicos trata também dos elementos de má
quinas mais comuns.
Esta literatura tem um tratamento geral diferente: cada capítulo começa de forma
que o estudante se envolva em uma discussão dos assuntos onde os princípios de cada
capítulo são usados em projetos práticos, reais. Também em cada capítulo um projeto
específico é apresentado, o qual é relevante para o material discutido naquele capítulo.
Os vários tipos de motores elétricos não são comumente encontrados em livros
de projeto ou elementos de máquinas, mas este livro descreve muito bem o se
u
funcionamento e suas aplicações.
Juvinall (1991) é muito usado como livro texto nos cursos de engenharia
mecânica e como referência para os engenheiros. Este livro chama atenção aos três
aspectos mais significantes da engenharia
:
segurança, ecologia e s
ignificado social.
Em outra parte, refere-se a aplicações dos componentes de máquinas. Mostra que
muitas vezes informações empíricas devem ser usadas e que um bom julgamento
necessita ser levado em conta. Mostra, também, que problemas de projetos reais
raramente têm uma única resposta correta.
Este livro lembra que a imaginação é um fator essencial para discutir
efetivamente os problemas de engenharia, quando associado ao componente individual
de uma máquina.
Nada melhor que desenhos completos, cortes, esquemas e fotos para a
compreensão dos assuntos referentes a elementos de máquinas: esta metodologia este
livro apresenta muito bem.
Zangrandi (1993) é um trabalho básico de referência desta dissertação de
mestrado. Ele fornece claramente um roteiro de projeto especifico para máquinas de
46
pistões axiais Swashplate. Para a realização do trabalho é necessário apenas ter os
dados iniciais de projeto, como vazão e a pressão nominal de trabalho. Em seguida,
usando um ábaco, o diâmetro do pistão é determinado em função da vazão. Deve-
se
observar que o ábaco é válido para 1800
rpm.
Este valor foi escolhido
devido
à
maioria dos acionamentos destas máquinas hidrostáticas serem realizadas por motores
de indução de quatro polos, ou através de motores diesel. Estes motores normalmente
têm o torque máximo também nesta rpm. Em seguida, um roteiro bastante claro deve
ser seguido para se possa obter todos os dados necessários. Algumas provas relativas
às equações apresentadas são mostradas. Outros resultados são mostrados, porém sem
provas, devido ao fato de serem obtidos usando o “método de tentativa e erro” para
diversos mecanismos. Finalmente, os desenhos de conjunto de duas bombas diferentes
são apresentados, evidenciando o uso do roteiro proposto e fazendo comparações com
máquinas semelhantes utilizadas no mercado.
1.9 ZANGRANDI
(1993) VERSUS TRABALHO PROPOSTO
O trabalho de dissertação proposto difere do trabalho realizado por Zangrandi
(1993) nos seguintes pontos:
a)
Zangrandi desenvolveu um roteiro básico para a obtenção dos principais
parâmetros para o projeto do motor ao passo que este trabalho de dissertação
utiliza este roteiro como ponto de partida;
b)
Zangrandi não leva em conta o desenho de conjunto como objetivo principal,
ao passo que este trabalho tem como primeiro objetivo o desenho de conjunto da
máquina;
c)
Zangrandi não
cita
os ajustes entre as peças ao passo que neste trabalho este
estudo é fundamental;
47
d)
Zangrandi analisa os mecanismos da máquina e suas possíveis interferências
utilizando apenas equações matemáticas ao passo que este trabalho utiliza-
se
recursos de CAD;
e)
Zangrandi desenvolveu equações para cálculos de dimensões básicas dos
mancais dos pistões, dos pistões, do eixo, de estrias, etc; ao passo que este
trabalho se preocupa, além destes parâmetros, com a sua
exeqüibilidade
e sua
viabilidade econômica quando se analisa os desenho das peças, preocupando-
se
com a usinagem e seleção de materiais;
f)
Zangrandi se preocupa em desenvolver tecnologia brasileira e, neste ponto,
este trabalho também o faz quando apresenta a máquina pronta para
substituir
outra máquina do mercado;
g)
Os dois trabalhos se complementam com um objetivo: conquistar
independência tecnológica
na
área de máquinas hidrostáticas;
1.10 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a rea
lização das várias etapas deste trabalho foi:
a)
Pesquisa bibliográfica: desenvolvida com a finalidade de
obter
informações sobre o projeto deste tipo de máquina, assim como analisar catálogos de
fabricantes com o objetivo de verificar desenhos em corte e fazer comparações. Para a
realização deste trabalho foram utilizadas as bibliotecas da UNESP, da UNIFEI, do
ITA, assim como sites da internet. Também foram utilizados artigos de periódicos que
tratam de partes específicas desta máquina.
b)
Pesquisa tátil-
visual
: onde várias máquinas hidrostáticas são
desmontadas para se estudar os tipos de usinagem, graus de acabamento das peças,
mecanismos de funcionamento, materiais utilizados, tipos de vedação, tipos de
conexões, tipos de acoplamentos, etc. Esta etapa foi importante, pois a utilização de
informações sobre máquinas existentes, racionaliza o tempo e condiciona a
confiabilidade de determinadas peças.
48
c)
Pré
-
dimensionamento:
nesta etapa os primeiros cálculos são
desenvolvidos utilizando os dados iniciais de p
rojeto;
d)
Fase desenho cálculo desenho: é a etapa mais longa do projeto, na
qual
o desenho é iniciado utilizando-se os cálculos preliminares. Em seguida
é
necessário
interromper a fase de desenho, visto que não há informações para
dar
continuidade
. Deve-se, então, voltar aos cálculos. De posse das novas informações
calculadas, pode-se novamente voltar a desenhar. Este processo dinâmico continua até
convergir para a fina
lização do desenho de conjunto;
e)
Fase de detalhes:
nesta etapa os desenhos das peças n
ão padronizadas são
detalhados;
f)
Fase
estudo dos ajustes: nesta etapa o modo com que as peças são
interligadas é analisado de tal forma que possa garantir precisão nos ajustes da
máquina hidrostática;
g)
Fase cotagem: nesta etapa os desenhos de detalhes são cotados levando-
se em consideração as tolerâncias determinadas na fase anterior.
h)
Fase de fabricação: nesta etapa é realizado o planejamento de usinagem
das peças, de tal forma a garantir a fabricação das peças conforme os desenhos
elaborados, focando princ
ipalmente as tolerâncias indicadas nos desenhos, acabamento
superficial, para garantir as condições de projeto do motor hidrostático;
49
2 FUNCIONAMENTO DO MOTOR
2.1 ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO
A máquina hidrostática de pistões axiais tipo
Swas
hplate é montada em uma
carcaça metálica, dimensionada adequadamente para suportar os esforços gerados
durante o seu funcionamento, conforme ilustrado na
Figura
13, juntamente com os
seus componentes internos detalhados
na T
abela 1
.
Figura
13
-
Desenho conjunto
Swashplate
50
Tabela 1
-
Lista de peças do motor hidrostático tipo
Swashplate
ITEM
DESCRIÇÃO TÉCNICA
QTD
01
Eixo motriz
01
02
Flange do retentor
01
03
Oring
01
04
Flange SAE
01
05
Parafuso cabeça cilíndrica c
om sextavado interno M10
10
06
Oring
02
07
Swashplate
01
08
Parafuso cabeça cilíndrica com sextavado interno M6
08
09
Suporte do mancal
01
10
Mancal
01
11
Bucha do tambor
09
12
Corpo central
01
13
Anel de retenção
01
14
Rolamento rolos cônicos 323
05
01
15
Flange lado direito
01
16
Parafuso cabeça cilíndrica com sextavado interno M6
08
17
Retentor
01
18
Rolamento de rolos cônicos 32309
01
19
Parafuso cabeça cilíndrica com sextavado interno M6
01
20
Mancal hidrostático
09
21
Placa de retenção
01
22
Pistão
09
23
Tambor
01
24
Mola
01
25
Suporte da mola
02
26
Oring
02
27
Oring
02
28
Parafuso cabeça cilíndrica com sextavado interno M5
08
51
O motor hidrostático de pistões axiais
Swashplate
possui um eixo duplamente
estriado que transmite a energia mecânica da máquina. Uma das estrias deste eixo (1)
está acoplada a um tambor (23) fazendo, portanto, que ambos girem com a mesma
velocidade angular e concêntricos. Por outro lado, a estria na ponta do eixo é
necessária para acoplar o motor à outra máquina externa. Este eixo é normalmente
apoiado nas extremidades em dois rolamentos (14), (18).
Entretanto,
é permitido
utilizar
um terceiro rolamento, cujo anel interno ajusta-se ao diâmetro externo do
tambor
.
O tambor contém inserido, a uma determinada distância radial do centro de
rotação um número de pistões (geralmente ímpar) igualmente espaçados e paralelos ao
eixo de rotação. A
Figura
14 mostra o eixo acoplado ao tambor juntamente com os
pistões.
Figura
14
-
Eixo, tambor e
pistões
Completando
o conjunto rotativo, a
Figura
15 apresenta os mancais dos pistões
(20) acoplados às cabeças esféricas dos pistões e a placa de retenção (21), a qual
mantém sempre a base dos mancais deslizando no plano do Swashplate (7). Cada
mancal
de pistão gira praticamente sobre um filme de óleo entre a sua base e o plano
da
placa
Swashplate
. Este mancal é do tipo hidrostático,
pois
na sua base existe
uma
câmara que se comunica através de um furo de pequeno diâmetro com o lado de
pressão do pistão, gerando uma força oposta àquela que o pistão aplica no mancal. A
placa
Swashplate
é o apoio para o movimento dos
mancais do pistão
,
ao mesmo tempo
52
que serve de base para a fixação do mancal da placa de retenção (10) e de seu
suporte (9). Estes novos elementos apresentados na
Figura
16, o giram e, portanto,
são fixos em relação à carcaça.
Figura
15
-
Conjunto rotativo
Figura
16
-
Placa
Swashplate
, mancal da placa de retenção e seu suporte
53
A
Figura
17 mostra uma vista explodida da placa
Swashplate
, do suporte do
mancal da placa de retenção, da placa de retenção e o seu mancal. Nesta
Figura
apenas a placa de retenção gira junto com os mancais dos pistões; as outras estão
fixas.
Para auxiliar na compreensão do mecanismo, a
Figura
18 mostra os pistões e
seus mancais, juntos com a placa de retenção, em posição de funcionamento. A placa
de retenção mantém sempre as faces dos mancais dos pistões apoiadas na placa
Swashplate
. E, quem mantém a placa de retenção sempre girando paralela ao plano da
Swashplate
é o seu mancal,
na realidade um anel circular de bronze
e
fixo.
Figura 17
-
Vista explodida das placas
54
Figura
18
-
Pistões, mancais dos pistões e placa de retenção montad
os
É necessário definir mais alguns parâmetros para que se possa entender melhor
o funcionamento do motor hidrostático
Swashplate
. Analisando os elementos da
Figura
16, observa-
se
que com a rotação do eixo e, conseqüentemente do tambor,
pistões e placa de retenção, os pistões
terão
um movimento alternativo em relação ao
tambor. Portanto, a cada meia volta do eixo de rotação, o pistão se deslocará
axialmente dentro do tambor, completando metade do seu ciclo de movimento
alternativo. Diz-se que, quando o pistão se encontra deslocado mais internamente
dentro do cilindro, para um determinado ângulo da placa
Swashplate
,
este
estará no
seu ponto morto interno (PMI). Por outro lado, quando o pistão se encontra no ponto
máximo fora do cilindro, para um determinado ângulo da Swashplate, diz-se que
este
está no seu ponto morto externo (PME). Essas duas posições dão origem a um plano
denominado “plano do pontos mortos” ou plano ß.
Pistões
Mancal hidrostático
Swashplate
Placa de retenção
55
Este plano é tal que passa pelas linhas de centro dos pistões nos pontos mortos
in
terno e externo. Conseqüentemente o plano ß passa também pela linha de centro do
eixo de rotação, conforme
Figura
19.
Figura
19
-
Plano dos pontos mortos longitudinal e axialmente visto
O plano ß, portanto, secciona o motor na direção axial. Deve-se lembrar que dois
pistões nunca estarão ao mesmo tempo no plano
ß,
devido ao número ímpar de
cilindros. Observando ainda o conjunto um novo plano é definido, isto é, o plano que
contém o centro das cabeças esféricas, ou plano . Este plano
possui
duas importantes
propriedades: é paralelo ao plano da
Swashplate
e
perpendicular ao plano ß. Este plano
corta o eixo de rotação do motor, dando origem a um ponto por onde passa um eixo
perpendicular ao plano ß e pertencente ao plano , denominado de centro de giro da
placa
Swashplate
.
Este é de muita importância no cálculo do curso dos pistões e
fundamental para a análise do movimento da placa
Swashplate
, quando a máquina for
de vazão variável conforme mostrado na
Figura
19
.
Deve
-
se
observar que o centro de giro da placa
Swashplate
não se localiza no
corpo desta mesma peça.
56
O curso do pistão para este tipo de máquina é a distância que o pistão percorre
dentro do cilindro quando se desloca do ponto morto interno até o ponto morto exte
rno
ou vice-versa, para um determinado ângulo de inclinação
da placa
Swashplate
,
como mostrado na
Figura
20. Para evitar o esforço de flexão nos pistões, pode-
se
dizer que o curso é igual a duas vezes a distância do centro da cabeça esférica na
pos
ição
= 0
até a posição
= 18
.
O movimento de um ponto do pistão no espaço, ao deslocar-se axialmente de
PMI até PME, corresponde ao traçado de metade de uma hélice. Ao deslocar-se, em
seguida de PME até PMI, o mesmo ponto descreve uma outra metade de hélice,
simétrica à acima descrita.
Figura
20
-
Curso do pistão analisado de dois modos
57
Figura
2
1 -
Flange lado direito, pórticos e furo oblongo
Na
Figura
21 pode-se observar o pórtico de entrada, ou de saída, do fluido onde
a conexão da mangueira é feita através de um flange bipartido. Para receber o flange
bipartido existe um furo central maior e quatros furos menores rosqueados. Os dois
furos oblongos, simétricos em relação ao plano , estão internamente em
comunicação
com os dois pórticos de entrada e de saída.
.
Figura
22
-
Furos oblongos no rotor e no flange direito
58
Até agora foi visto que o conjunto: bloco de cilindros ou tambor, pistões e seus
mancais, placa de retenção e eixo, formam o conjunto rotativo. Este conjunto somado
à placa
Swashplate
faz com que os pistões tenham um movimento de vai-vem, ou um
movimento alternativo dentro dos cilindros. Este movimento é gerado, no caso do
motor, pelo fluido sob pressão que é injetado nos cilindros através de furos oblongos
situados na face do tambor, como mostrados nas
Figura
s 22 e 23. Esses furos estão
continuamente em contato com dois furos oblongos de aproximadamente 160
cada
um, os quais fazem parte do flange do lado direito (15). Estes furos estão ainda
dispostos simetricamente em relação ao plano
, conforme Figuras 21 e 22.
Figura
23
-
Faces do bloco de cilindros
Na
Figura
22 o furo oblongo da direita é o de entrada, pois é a região que está em
contato com o cilindro quando o pistão se desloca do ponto morto interno até o ponto
morto externo. Nestas condições o fluido é injetado sob pressão na face do pistão que,
apoiando na placa Swashplate, gera uma componente da força Fp do pistão,
denominada Fr. Esta força por sua vez vai gerar um torque no eixo do motor. Na
realidade, como mostrado na
Figura
24, não existe apenas um, mas cinco pistões que
estão continuamente recebendo o fluido sob pressão do furo oblongo do flange direito.
59
Cada pistão contribui com a mesma força Fr, embora em distâncias diferentes do eixo,
gerando individualmente torques diferentes a cada instante. Entretanto, o torque
resultante da ação dessas forças Fr’s gerarão um torque resultante praticamente
constante para cada pressão do sistema e independente, até certo ponto, da velocidade
angular do eixo.
Figura
24
-
Geração do torque no eixo
O torque gerado no eixo da máquina
Swashplate
é devido às componentes de
forças Fr aplicadas nos centros das cabeças esféricas
dos pistões. A força Fp produzida
pela pressão do fluido sobre o pistão é decomposta, conforme mostrado na
Figura
24,
na força normal Fn perpendicular ao plano de deslizamento e na força Fr,
perpendicular ao eixo do pistão. Esta força Fr é sempre paralela ao plano . Como
mostrado ainda na
Figura
20, as forças Fr’s dos pistões são em cada instante, paralelas
entre si e ao plano
e, também, estão a uma determinada distância do plano . A cada
instante
, e para uma determinada pressão, as forças são constantes. Como essas forças
agem à distâncias não nulas em relação ao plano , resulta um torque no eixo do
motor.
60
Observa
-se também que as forças Fr podem ser equivalentes a uma força
resultante que é a soma algébrica de todas elas, pois são paralelas.
Para efeito de análise de esforços no eixo da máquina, deve-se notar que a força
resultante pode ser substituída por uma força aplicada no ponto onde passa o eixo de
giro da
Swashplate
, somando o torque gerado. Isto é importante por ser necessário
para se calcular o diagrama do momento fletor do eixo da máquina e as cargas radiais
nos rolamentos.
Finalmente para que esse motor possa ser acoplado mecanicamente à uma outra
máquina é necessário um flange padronizado, no caso SAE-C, para fazer essa
conexão con
forme
Figura
25.
Figura
25
-
Flange de acoplamento
61
3 DIMENSIONAMENTO DO MOTOR HIDROSTÁTICO
3.1 DADOS DO PROJETO
O dimensionamento do motor hidrostático
Swashplate
segue basicamente o
roteiro apresentado por Zangrandi (1993). Estes parâmetros são elementos
fundamentais para a convergência até o desenho de conjunto. Algumas equações são
apresentadas e utilizadas no cálculo sem serem deduzidas, pois não é o objetivo deste
trabalho.
• Vazão nominal
150 [l/min]
• Pressão nominal
350 [b
ar]
• Rpm nominal –
1800 [rpm]
3.2 DETERMINAÇÃO DO RAIO DE GIRO DO PISTÃO
O raio de giro do pistão é a distância radial “d” do centro do eixo de rotação até
onde se encontra a linha de centro do pistão, ou do cilindro. Para a sua determinação,
utiliza
-se o ábaco Q x d, conforme apresentado na
Figura
26. Neste ábaco entrando
com a vazão Q obtém-se o raio de giro “d”. O valor de “d” é um valor aproximado,
pois é retirado de um ábaco. Entretanto o erro que se comete, dentro de mais ou
menos meio milímetro, está previsto neste roteiro, não sendo significativo para o
desenvolvimento do trabalho. Deve-se observar que as unidades usadas para a vazão
são aquelas normalmente utilizadas nos meios referentes a estas máquinas, tais como,
livros, catálogos e re
vistas.
A
Figura
27 mostra o raio de giro d e o plano ß que foram discutidos no
capítulo 2 deste trabalho.
62
Figura
26
-
Ábaco Q x d
Para o valor de vazão Q igual a 150 [l/min], obtém
-
se o raio de giro do pistão
d = 45[mm], conforme apresentado na
Figura
26.
Figura
27
-
Raio de giro do pistão
63
3.3
DETERMINAÇÃO DO ÂNGULO
a
MÁX
O valor máximo do ângulo máximo de giro da
Swashplate
”, conforme Thoma
(1971)
,
devido à limitação do tip
o de mecanismo utilizado na máquina hidráulica
,
é:
a
máx = 18º
O valor deste ângulo é limitado ao valor máximo de 18
,
tendo em vista a análise
feita por “tentativa e erro” do mecanismo do pistão acoplado ao seu mancal. Um dos
problemas analisados é que, durante o funcionamento destes elementos acoplados, o
corpo do mancal do pistão, evidentemente, não pode tocar no pistão (ZANGRANDI,
2003).
Conforme ilustrado na
Figura
28,
é
demonstrada
a
oscilação do giro máximo do
plano da
Swashplate
devido à l
imitação do mecanismo de articulação.
Figura
28
-
Ângulos
a = +18
º e
a =
-
18º de giro máximo da
Swashplate
64
3.4
DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE PISTÕES Zpi
A fim de reduzir a variação do fluxo de entrada, é comum o uso de vários
pistões igualmente espaçados. Isto é muito eficiente, especialmente com um
número
ímpar de pistões, pois o fluxo dos cilindros se torna mais regular. A Tabela 2 mostra
esta variação em porcentagem, conforme Thoma (1970).
Tabela 2
-
Variação da vazão em função de Zpi
Zpi
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11
Variação em
100
13,4
4,9
2,5
1,5
1,0
[%]
100
29,3
13,5
7,6
4,9
A escolha é feita entre 5, 7, 9 ou 11 pistões. Aumentando o número de pistões
existe
a vantagem de diminuir a flutuação, e como desvantagem o aumento do curso
dos pistões quando comparado com seu diâmetro, além
de
elevar
os custos de
produção. Fazendo um balanço dos requisitos acima expostos, sugere o uso de nove
pistões para esta máquina.
Portanto o número de pistões será:
Zpi = 9
3.5 DETERMINAÇÃO DO CURSO DO PISTÃO
A partir do triângulo formado pelo raio de giro da
Swashplate
e duas posições da
cabeça esférica do pistão, determina-se o curso dos pistões do motor hidrostático,
conforme
Figura
29. O cateto menor do triângulo retângulo é formado pela posição do
centro da cabeça esférica na posição entre
= 0
e
= 18 , ao passo que o cateto
maior corresponde o raio de giro “d”. O cateto menor corresponde ainda à metade do
curso do pistão.
65
mm
l
l
l
tg
24
,
29
2
621
,
14
45
2
º
18
Onde:
l=
curso do pistão
Figura
29
-
Curso do pistão
3.6
D
ETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DO PISTÃO dp
Através da Equação 2, conhecendo a vazão de alimentação da máquina
hidrostática Q
d
, curso l”, numero de pistões da máquina hidrostática
Zpi
e a
rotação nominal “
rpm
”,
determina
-
se o respectivo diâmetro do pistão.
(Equação 1)
66
min
3
cm
rpm
Zpi
lAQ Pd
(Equação 2)
Onde:
Ap
= área do pistão
l
= curso do pistão
Zpi
= número de pistões
rpm
= rotação nominal da máquina hidráulica
Q
d
= vazão nominal
rpm
Zpi
tg
ddQ pd 2
785
,0
2
18009924,2785,01000150
2
pd
mm
dp
8,
20
3.7
DETERMINAÇÃO DAS DIMENSÕES BASICAS DA CÂMARA DO
MANCAL DO PISTÃO
Na realidade, “ri” e “ro” são respectivamente raio interno e raio externo da
câmara do mancal do pistão. Conforme ilustrado na Figura 30, a base do mancal do
pistão desliza sobre um filme de óleo na placa
Swashplate
, onde esta câmara forma um
mancal hidrostático dinâmico. A parte hidrostática é constituída pela câmara que
se
encontra
em comunicação com o fluido do lado do pistão através de um canal de
pequeno diâmetro. A parte dinâmica de sustentação é criada pelo deslocamento do
mancal sobre a placa
Swashplate
com uma determinada velocidade. A câmara é
constituída de um anel circular fechado de altura pequena, formando um tubo de
parede grossa submetido à pressão oscilante desde um valor máximo e caindo até a
pressão de sucção, conforme mostrado na
Figura
30. A força gerada na base do
mancal não é exatamente igual àquela aplicada pelo pistão, a fim de que o mancal
não permaneça instável durante o seu movimento de rotação sobre a placa
67
Swash
plate
. Desta forma, o coeficiente ß e a relação ri/ro são levados em conta na
dedução das equações desenvolvidas a partir da teoria de mecânica dos fluidos.
(Equação 3)
De acordo com Thoma (1970), os valores de ß e a rela
ção ri/ro são:
= 0,92 a 0,96
ri/ro = 0,8
2 a 0,84
ro
ro
ri
ri
mm
ri
ri
a
ro
ri
mm
ro
ro
97
,8
81
,
1083
,0
84
,0
82
,0
81
,
10
º
18
cos
83
,012
2,1
ln
08
,
2094
,0
2
1
2
2
Figura 30
-
Mancal do pistão
2
1
2
2
cos
12
ln
ro
ri
ri
ro
d
ro
p
68
3.8
DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO EXTERNO DA BASE DO MANCAL
DO PISTÃO
Através da Equação 4, conhecendo o valor de
ro
”,
determina-se o respectivo
diâmetro externo da base do mancal do pistão.
(Equação 4)
3.9
DETERMINAÇÃO DO PARÂMETRO M
Conforme ilustrado na
Figura
31, o parâmetro M é função de algumas
dimensões definidas da máquina. Ele mede a distância na direção radial entre as
bases de dois mancais adjacentes quando eles estão apoiados no plano da placa
Swashplate
, considerando que a placa está na posição a = 0 º. Se esta distância for
muito pequena, ou negativa, acarreta complicações no funcionamento do mecanismo.
Tamb
ém, utiliza-se o parâmetro M para verificar se os dados obtidos até esse ponto do
desenvolvimento do projeto estão coerentes.
Através da Equação 5, conhecendo o valor do raio de giro d” e o
diâmetro
externo da base do mancal do pistão
“d
ext
determina
-
se
o parâmetro “M”.
Conforme
Zangrandi (1993)
, utiliza
-
se a espessura “M” entre 3,0[ mm] e
5,0 [mm]
.
mm
d
d
ro
ad
ext
ext
ext
59
,
26
81
,
10
2
23
,1
2
27
,1
23
,1
69
Figura
31
-
Parâmetro M
3.10
DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DA CABEÇA ESFÉRICA DO
PISTÃO, DIÂMETRO DO PESCOÇO E RAIO DE CONCORD
ÂNCIA
A cabeça esférica do pistão assim como o pescoço e a sua parte cilíndrica
formam o pistão propriamente dito. É necessário que a cabeça esférica seja menor que
o diâmetro do pistão e que o diâmetro do pescoço seja menor que aquele da cab
eça, a
fim de que o mecanismo cabeça/pistão possa funcionar. De acordo com essas
exigências estabeleceu-se uma relação entre estes fatores, conforme mostrado por
Zangrandi (1993),
Figura
32. Tais fatores levam em consideração o funcionamento da
cabeça esférica como um mancal, assim como analisa o raio de concordância em
mm
M
M
mm
d
dM
ext
19
,4
2
59
,
26
º
70
cos
45
2
5)
(Equação
2
º
70
cos
2
70
função do mecanismo cabeça/pistão. A variação dos diâmetros nesta região do pistão
também é estudada com respeito à concentração de tensões.
O diâmetro da cabeça esférica
d
sp
é dad
o pela Equação 6:
mm
d
d
d
d
sp
sp
sp
p
81
,
15
27
,1
08
,
20
6)
(Equação
27
,1
A relação do diâmetro do pescoço d
n
e diâmetro nominal d
p
é dado pela
Equação 7:
mm
d
d
d
d
n
n
n
p
15
,
11
8,1
08
,
20
7)
(Equação
8,1
O raio de concordância entre a cabeça esférica e o corpo cilíndrico é dado pela
Equação 8 :
mm
r
r
dar
co
co
p
co
00
,2
08
,
2010
,0
8)
(Equação
11
,0
09
,0
71
Figura
32
-
Parâmetros da cabeça do pistão
3.11
DETERMINAÇÃO DE Hbm e Hpr
O mancal hidrostático possui outros parâmetros a serem dimensionados em
relação à sua resistência. O parâmetro Hbm, ou a altura da base do mancal é
dimensionado levando-se em conta que este pequeno flange não deve sofrer flexão.
Sendo assim, a altura Hbm deve ser tão reduzida quanto possível. Por outro lado, a
placa de retenção deve ter uma espessura Hpr suficiente para que seja rígida e possa
desempenhar a sua função. E ainda mais, o corpo cilíndrico do mancal, como primeira
aproximação, deve ter o mesmo diâmetro do corpo do pistão. Se assim se proceder, a
extremidade do corpo cilíndrico do mancal permitirá que seja deformada p
lasticamente
para acomodar a cabeça do pistão, conforme
Figura
33, sem que haja movimento
longitudinal entre o mancal e a cabeça esférica quando montados.
A tabela 3 fornece informações de valores de Hbm e Hpr para determinados
valores de vazão para máqui
nas hidrostáticas.
72
Figura
33
-
Parâmetros do mancal do pistão e placa de retenção
Tabela 3
-
Espessura da placa de retenção e base do mancal hidrostático
Q [l/min]
H
bm
[mm]
H
pr
(mm)
30
-
40
3,5
4,5
50
-
90
4 5
10
0-
130
4,5
5,5
140
-
170
5 6
180
-
220
5,5
6,5
220
-
300
6 7
320
-
400
7 8
420
-
500
8 9
520
-
600
9
10
620
-
700
10
12
73
3.12 DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DO MANCAL DA PLACA DE
RETENCÃO E PEÇAS ADJ
ACENTES
Conforme ilustrado na
Figura
34, o mancal da placa de retenção restringe a
movimentação da placa de retenção na direção longitudinal quando a máquina
funcionar como uma bomba. Uma parte deste mancal, quando apoiado no seu suporte,
ficará em balanço. Esta parte em balanço também não deverá sofrer flexão quando for
solicitada.
Figura
34
-
Detalhes de montagem da placa de retenção, mancal e seu suporte
Para que não haja efeito de flexão sobre este mancal, a parte
situada
em balanço
não deve exceder a sua espessura. Desta forma as outras dimensões do anel podem ser
determinadas após esta análise. A Tabela 4 fornece valores que devem ser utilizados
para que não haja interferências no funcionamento do mecanismo adjacente e nem
ocasione
os problemas acima descrito.
74
Tabela
4
-
Espessura da placa de bronze
Q[l/min]
Espessura
aproximada [mm]
30
-
90
6
100
-
140
7
150
-
200
8
210
-
300
9
310
-
420
10
430
-
520
12
530
-
700
14
3.13
DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DO PISTÃO
De acordo com Thoma (1970), a parte do comprimento do pistão que fica dentro
do tambor quando
este
encontra no ponto morto externo, deve ser igual a 1,5 vezes o
valor do comprimento do centro da cabeça esférica até a face do tambor. Esta distância
é denominada lf, como mostrado na
Figura
35. O valor 1,5lf corresponde também a
aproximadamente 2,4 vezes o diâmetro do pistão. Desta forma os parâmetros do
pistão ficam completamente determinados, com exceção de uma análise a ser feita no
desenho, a fim de se determinar às dimensões do furo de óleo para que não
haja
interrupção do fluxo de óleo do pistão para a câmara do mancal quando ambos
estiverem formando um determinado ângulo em relação aos seus eixos longitudinais.
75
Figura
35
-
Comprimento do pistão e da bucha
3.14
DETERMINA
ÇÃO DA BUCHA DO PISTÃO
Através da Tabela 5, utilizando-se como material bronze ao manganês,
determina
-se a espessura mínima necessária para as buchas serem prensadas no
tambor. O comprimento da bucha é também igual a 1,5 lf, conforme
Figura
35. A
espessur
a da bucha leva em conta a sua capacidade de poder ser prensada sem haver
deformação e, também, esta deve manter a força de aderência no furo do tambor após
a prensagem.
Tabela 5
-
Espessura da bucha de bronze do tambor
Q[L/min]
Espessura [ mm]
30
-
100
1,
5
120
-
250
2,5
260
-
750
3,5
76
3.15 DETERMINAÇÃO DO FURO OBLONGO DO TAMBOR
Conforme ilustrado na
Figura
36, detalhe do furo oblongo do tambor. O
parâmetro “b” é o valor do comprimento longitudinal do furo e o valor 4[mm]
corresponde à folga radial de 2[mm] em cada lado do furo do cilindro. Este valor
foi escolhido para que durante a usinagem, um sobre metal permaneça entre o furo
oblongo e o furo do cilindro. Na fórmula abaixo, A
fo
corresponde à área de um
retângulo de lados “a” e “b” equivale
nte à área do furo oblongo usinado.
O valor de “a” corresponde normalmente ao diâmetro comercial de uma fresa
de topo. As Equações 9 e 10 são utilizadas para determinação dos parâmetros “a” e
“b”.
O valor médio de velocidade do fluido através dos furos oblongos do tambor
deve ser V
m
= 2,5 [m/s ].
Onde:
Q
d
= 150 [l/min] ( vazão nominal do motor)
F = corresponde ao diâmetro do cilindro do tambor o qual é sempre menor que o
diâmetro externo da bucha do pistão.
][5.
18
45,
22
4
9)
(Equação
][4
mm
b
b
b
mm
b
mm
a
ma
ma
m
vb
Q
a
vba
Q
vA
Q
m
d
m
d
m
fo
d
00
,6
10
6
5,2
0185
,09
000277
,0
9
9
10)
(Equação
9
3
77
Figura
36
-
Furo oblongo do tambor
3.16
DETERMINAÇÃO DAS PLACAS DE DESGASTE
Através da Tabela 6 utilizando como referência o valor da vazão de projeto,
determina
-se as espessuras das placas de bronze e aço. A placa de bronze será fixada
no tambor e a placa de aço no flange do lado direito do corpo central, conforme
Figura
36.
Tabela 6
-
Espessura da placa de desgaste de bronze/aço
Q [L/min]
Espessura das placas [ mm ]
30
-
90
6
100
-
140
7
150
-
200
8
220
-
300
9
320
-
400
10
420
-
520
12
78
3. 17
DETERMINAÇÃO DO ORING PARA VEDAÇÃO ENTRE FLANGE
ESQUERDO E CORPO CENTRAL
Inicialmente o diâmetro do Oring é igual
ao
da placa
Swashplate
”, determinado
no desenho. O diâmetro “d9” corresponde ao diâmetro do eixo onde está alojado o
Oring,
d10”
, é o diâmetro do fundo do canal, “B” é a largura do canal e o número do
Oring é o número padronizado pela norma ARP 568. A
Figura
37 mostra a posição do
Oring.
Dados do Oring dimensionado:
F
d9 = 165,10 [mm]
F
d10 = 159,60 [mm]
b = 4,5 [mm]
Nº 259
Figura
37
-
Oring entre flange lado esquerdo e corpo central
79
3.18
DETERMINAÇÃO DOS PARAFUSOS QUE UNEM O FLANGE
ESQUERDO AO CORPO CENTRAL
Os parafusos usados neste caso,
são
do tipo “cabeça cilíndrica com sextavado
interno” ou Allen. Estes parafusos suportarão a força axial gerada pela ação dos
pistões sob pressão de 350[bar]. O coeficiente de segurança adotado, leva em
consideração o tipo de carga aplicada aos parafusos e a sobrepressão que o circuito
estará sujeito nas acelerações e paradas bruscas que possam aparecer no sistema
hidráulico. O valor da força F
n
calculada através da Equação 11, será utilizado para
a escolha do parafuso no catálogo do fabrican
te.
NF
F
Z
CS
Pd
F
n
n
p
n
3,
582
.
60
8
9
350008
,2
785
,05
11)
(Equação
785
,05
2
2
Figura
38
-
Parafuso de união entre flange lado direito e corpo central
80
O número de parafusos “Z” preferencialmente deve ser 6, 8, 12 ou 16, a fim de
que a peça tenha vários eixos de simetria. O coeficiente de segurança
CS
deve ser
aproximadamente 9, pois leva em consideração os picos de pressão que podem ocorrer
no sistema com valores de até 6 vezes a pressão nominal.
3.19
DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA MÍNIMA DO ANEL DO FLANGE
“SAE” ESQUERDO JUNTO AO
CORPO CENTRAL
A espessura mínima do anel do flange corresponde a uma área que vai sofrer
apenas esforço de cisalhamento. Esta área é constituída pelo diâmetro interno do
corpo central e pela espessura longitudinal mínima e
m
”,conforme
Figura
38. Atrav
és
da Equação 12, determina
-
se o valor da espessura mínima “
e
m
”.
][
54
,3
414
,
518
9
5495
27
][
950
.
54
350
2
785
,05
785
,05
414
,
518
10
,
165
9
12)
(Equação
2
2
mm
e
e
NF
F
PdF
mm
eA
eA
edA
A
CS
F
m
m
axial
axial
p
axial
m
to
cisalhamen
m
to
cisalhamen
m
to
cisalhamen
to
cisalhamen
axial
Esta espessura mínima e
m
deve ser alterada no desenho para um valor maior,
tendo em vista que para a área analisada continuar a sofrer apenas cisalhamento, e
sta
espessura deve ser novamente verificada, agora, em função do diâmetro do parafuso e
da região do Oring.
81
3.20
DETERMINAÇÃO DAS REAÇÕES RADIAIS NOS ROLAMENTOS
Os pontos onde as forças de reação atuam nos mancais de rolamentos devem ser
definidos pelo projetista. Esses pontos levam em consideração a menor distância entre
os mancais, assim como o tipo de rolamento a ser utilizado. Os comprimentos “La” e
“Lb”, respectivamente comprimento do rolamento 32309 até a força F
co
e o
comprimento do rolamento 32305 até a força F
co
”, são obtidos no desenho de
conjunto em andamento. A força F
co
é determinada através da Equação 13, e
corresponde à componente da força longitudinal que os cinco pistões sob pressão vão
gerar. Essa força atuará perpendicularmente ao eixo no centro de giro da placa
Swashplate
, causando as reações “Ra” e “Rb”.
][
72
,
146
][
49
,
64
][
854
.
17
][4,
1785
º
18350
2
785
,05
13)
(Equação
785
,05
2
2
mm
Lb
mm
La
N
Fco
kgf
F
tg
F
tg
PdF
CO
CO
p
CO
M
a
=0 , onde o ponto “a”corresponde ao ponto de aplicação de Ra.
][9,
444
.5
0,
147
5,
64
5,
64
3,
854
.
17
0)(
N
Rb
Rb
LbLa
La
Fco
Rb
LbLa
Rb
La
Fco
M
b
=0, onde o ponto “b”corresponde ao ponto de aplicação de “Rb”.
][
385
.
12
0,
147
5,
64
0,
147
3,
17854
0)(
N
Ra
Ra
LbLa
Lb
Fco
Ra
LbLa
Ra
Lb
Fco
3.21
DETERMINAÇÃO DO MOMENTO FLETOR MÁXIMO NO EIXO
82
A partir do carregamento no eixo motriz, determina-se o diagrama de momento
fletor através da Equação 14, onde se obtém o seu momento máximo “MF”.
].[
800
147
,0
0654
,0
147
,0
0645
,03,
854
.
17
14)
(Equação
.
mN
MF
MF
mN
LbLa
LbLa
Fco
MF
3
.22
DETERMINAÇ
ÃO DO MOMENTO TORÇOR NO EIXO
A partir da Equação 15, determina-se o momento torçor “T” para o valor da
pressão nominal 350 [Kgf/cm
2
] por Zangrandi (1993). O valor do torque é função do
raio de giro da
Swashplate
d”, diâmetro do pistão d
p
”, pressão nominal P”e o
ângulo da
Swashplate
a
”.
].[825,462
].[º1835025,4261,2
15)
(Equação
].[261,2
2
2
mNT
m
kgf
tg
T
m
kgf
tg
PddT P
3.23 DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO MÍNIMO DO EIXO
A partir da Equação 16, utilizando como material o aço SAE 4340 cuja tensão
admissível é 120 [Mpa], determina-se o diâmetro mínimo necessário para o
eixo
motriz do motor hidrostático
.
83
][
04281
,0
825
,
462800
10
.
12014
,3
32
16)
(Equação
32
3/1
2/1
22
6
3/1
2/1
22
m
De
De
TMF
De
3.24 DETERMINAÇÃO DO ROLAMENTO
LADO ESQUERDO
Analisando os esforços nesta máquina e o tipo de montagem a ser usada, deve-
se escolher o rolamento de rolos cônicos para este caso, utilizando as Eq
uações 17 e 18
determina
-
se o valor da carga equivalente “P” e carga dinâmica “C”.
Dados:
• Tempo de vida= 15.000 horas
• Rpm = 1800
• Fr
= Ra (força radial)
• Fa = 0 (força axial)
• De = 42,81[mm] (
diâmetro mínimo do eixo)
A carga equivalente “P” é função das cargas radiais e axiais aplicadas no
rolamento. A relação entre a carga dinâmica “C” e a carga equivalente “P” é obtida a
partir de um ábaco o qual leva em consideração também a rotação, conforme catálogo
de rolamentos.
][
465
.
111
385
.
12
9
18)
(Equação
9
17)
(Equação
..
NC
C
P
C
Fa
y
Fr
xP
A equação é simplificada, pois o valor de “Fa” é zero, fazendo com que x=1.
Com o valor “C”, utiliza
-
se em seguida o catálogo para dimensionar um rolamento de
rolos cônicos, com carga dinâmica “C” e diâmetro interno Di” > “De”. Deve-
se
84
escolher p
rimeiramente os rolamentos da série 32.300, pois são os mais robustos, isto
é, possuem maior capacidade de carga por volume. Foi selecionado então, o rolamento
“32.309”, mostrado na
Figura
39.
Figura
39
-
Posicionamento do ro
lamento lado esquerdo Nº 32309
3.25
DETERMINAÇÃO DO FLANGE DE ACOPLAMENTO
Para cada máquina deverá ser
realizada
uma análise por “tentativa e erro” para se
descobrir o flange de acoplamento mais adequado. Este flange é o elemento de ligação
estátic
a entre o motor hidrostático e a outra máquina.
Os parâmetros do flange são:
a)
“g” é o diâmetro do guia
b)
“ccf” é a circunferência de centro dos furos
c)
“fu” é o diâmetro do furo
d)
“lfa” é o comprimento axial do flange
e)
“lg” é o comprimento axial do guia
85
A Tabela 7 indica as dimensões do flange SAE, padronizado com o padrão de
flange utilizado nas máquinas onde serão
realizados
os testes.
Tabela 7
-
Dimensões do flange SAE
TIPO SAE
g [mm]
ccf [mm]
fu [mm]
lg [mm]
lfa [mm]
A
82,55
106,38
11,13
7,0
13,0
B
101,6
146,10
14,27
13,0
13,0
C (2 furos)
127,0
180,98
17,48
13,0
18,0
C (4 furos)
127,0
161,95
14,98
14,0
16,0
D
152,4
228,6
21,33
16,0
25,0
E
165,1
317,5
20,57
16,0
27,0
F
177,8
350,0
26,97
16,0
27,0
3.26
DETERMINAÇÃO DA PONTA DE EIXO
ESTRIADA
Como uma máquina “Swashplate” tem relativamente alto torque, é adequado que
a ponta de eixo seja estriada. As pontas de eixo são padronizadas e normalmente os
fabricantes mais atuantes no mercado utilizam normas DIN ou SAE.
Cada ponta de eixo estriada tem a capacidade de transmitir um determinado
torque e, por este motivo, cada motor ou um grupo de motores, de acordo com a
pressão e vazão, terão pontas de eixo possíveis de serem utilizadas.
A Tabela 8 é fornecida para guiar o projetista na escolha da ponta de eixo que
deve ser utilizada, de acordo com a vazão e pressão de 350 [Kgf/cm
2
]. Além disso, a
Tabela 9 detalha as dimensões das estrias.
86
Tabela 8
-
Dados para a seleção de ponta de eixo estriada
Q [1/min]
Ponta de eixo
mais utilizada
Comprim
ento
aproximado
[mm]
30 a 40
9 dentes
16/32*
11dentes
16/32*
20
50 a 80
13 dentes
16/32*
15 dentes
16/32*
20
90 a 180
14 dentes
12/24*
21 dentes
16/32*
48
200 a 500
13 dentes
8/16*
27 dentes
16/32*
65
520 a 700
40 dentes
16/32*
65
*
Os termos 8/16, 12/24 e 16/32, o primeiro número equivale número de dentes por polegada de diâmetro
primitivo; o segundo número equivale ao inverso do addendum.
Tabela 9
-
Dimensões de estrias
Pitch
fillet
Nº de
dentes
Diâmetro
primitivo
Diâmetro Externo
máximo
Diâmetro Externo
mínimo
9
14,28
15,46
15,31
13
20,63
21,78
21,65
15
23,81
24,96
24,84
21
33,33
34,50
34,32
27
42,86
44,02
44,18
16/32
40
63,50
64,67
64,85
12/24
14
29,63
31,22
31,04
13
43,71
43,58
8/16
15
50,06
49,93
87
3.27
DETERMIN
AÇÃO DA ESPESSURA MÍNIMA DO CORPO CENTRAL
O corpo central suportará os esforços de tração quando os dois flanges forem
empurrados axialmente para fora pela força dos pistões. Sofrerá também esforços de
flexão devido às reações nos mancais. A área a sofrer tração será aquela relativa ao
anel circular formado pelo diâmetro externo do corpo central e o seu diâmetro interno
ou, então, o diâmetro correspondente a “d9”, o diâmetro requerido pelo Oring
,
conforme ilustrado na
Figura
40.
O corpo central da máquina será tracionado por uma força “F
tc
”, determinada através
da Equação 19:
F
tc
= 5
.
(0,785 . dp
2
).
P
(Equação 19)
Onde:
5
” = número máximo de pistões sob pressão nominal
d
p
” = diâmetro do pistão
P
” = pressão nominal, no caso igu
al a 350[bar]
Esta força atuará na parte cilíndrica do corpo da máquina, dando origem à uma
tensão “
s
tc
,
determinada através da Equação 20:
s
tc
= F
tc
/ A
tc
(Equação 20)
A área de tração “A
tc
é dada por:
A
tc
=
0,785 (D
2
ec
-
D
2
ic
)
onde:
D
ec
= diâmetro externo do corpo central
D
ic
= diâmetro interno do corpo central
88
O diâmetro interno do corpo central é o diâmetro “d
9
relativo ao oring de
vedação. O material utilizado para corpo destas máquinas geralmente é ferro fundido
podendo, no entanto, também utilizar aço, ou alumínio, etc.
Para o caso de ferro fundido pode-se utilizar para o valor da tração nominal
tc
= 15 [MPa].
O diâmetro externo pode ser determinado através da Equação 2
1:
D
ec
= ( (5.dp
2
. p) / (s
tc
) + D
2
ic
)
1/2
(Equação 21)
D
ec
= 178,75[mm]
Obtido o valor de D
ec
”, pode-se retornar ao desenho para traçar as linhas do
corpo central, conforme
Figura
40.
Figura
40
-
Espessura do corpo central
89
3.28
DETERMINAÇÃO DO ORING DO FLANGE GUIA
O oring a ser utilizado no flange guia deve ser escolhido de tal forma que o
diâmetro do encosto do anel externo do rolamento 32309 tenha o mesmo valor que
do diâmetro “d
9
deste oring. Sendo assim, este será passante, tendo em vista sua
facilidade de usinagem.
Os dados do oring selecionado são:
• d
9
= 88,90 [mm]
• d
10
= 83,40 [mm]
• B = 4,50 [mm]
3.29 DETERMINAÇÃO DO RETENTOR DO FLANGE GUIA
O diâmetro nominal, onde o lábio do retentor estará apoiado será, inicialmente, o
diâmetro nominal do furo do rolamento, ou o diâmetro do eixo.
O roteiro seguinte será utilizado para o cálculo do retentor:
a)
Determinação da velocidade tangencial do lábio, conforme Equação
22:
Vt= 2
. .
R.n/60
(Equação 22)
Vt
= (2.3,14.)(45/2)(1800/60
)
[ m/s]
Vt
= 4,2 [m/s]
b)
Material do lábio:
NBR
borracha nitrílica, a qual é compatível com o fluido.
c)
Escolha do retentor:
Utilizando-
se o catálogo do fabricante seleciona
-
se: ret
entor BGR
Nº 00272.
90
3.30
DETERMINAÇÃO DO ROLAMENTO LADO DIREITO
Do ábaco do catálogo do fabricante obtém
-
se a relação C/P, onde:
C
= carga dinâmica
P
= carga equivalente
A carga equivalente é determinada pela Equação 23:
P= xF
R
+ yF
a
(Equação 23)
F
a
= 0, então x=1
A carga dinâmica
é determinada pela Equação 24
:
C/P = 9
(Equação 24)
C
Proj
= 9.P = 9. 5444,9 = 49. 000 [N] = 49 [kN]
Com os dados acima obtidos, escolhe-se o rolamento 32.305 conforme
ilustrado na
Figura
41.
Figura
41
-
Posicionamento do rolamento lado direito Nº 32305
91
3.31
DETERMINAÇÃO DOS FUROS DOS PÓRTICOS DE ENTRADA E SAÍDA
A conexão dos dutos de entrada e saída do óleo nas máquinas é feita através de
furos rosqueados ou através de conexões flangeadas. Uma das conexões mais
utilizadas é denominada “conexão por flange bipartido”.
Conforme ilustrado nas
Figura
s 42, 43 assim como na Tabela 10, para este
projeto foi definida a utilização de conexões por flange bipartido. Na Tabela 10, o
diâmetro nominal do flange SAE é determinado a partir da vazão nominal do motor.
Figura
42
-
Furos dos pórticos de en
trada e saída
Tabela 10
-
Dimensões dos furos dos flanges bipartidos SAE
Flange SAE
A [mm]
B [mm]
C [mm]
D [mm]
E [mm]
Q [1/min]
½”
12,7
17,5
38,1
M 8 x 1,25
24,0
30
a 70
¾”
19,1
22,0
47,6
M 10 x 1,5
22,4
80 a 100
1”
25,4
26,0
52,4
M 10 x 1,5
22,4
120 a 200
1 ¼”
31,8
31,0
58,7
M 10 x 1,5
28,4
220 a 300
1 ½”
38,1
35,7
70,0
M 12 x
1,75
26,9
320 a 600
2”
50,8
42,9
77,9
M12 x 1,75
26,9
620 a 720
92
Figura
43
-
Detalhe dos furos da conexão com flange bipartido
Tabe
la 11
-
Dimensões externas do flange
-
bipartido SAE
Flange Bipartido SAE
D[mm]
F[mm]
½ ”
54
22,8
¾”
65
25,9
1”
70
29,2
1 ¼”
79
36,3
1 ½”
94
41,1
2”
102
48,2
A Tabela 11 é uma orientação importante para que o projetista posicione os
furos de entrada/saída do óleo e os furos rosqueados. A
Figura
44 mostra a posição
das duas peças que compõem o flange bipartido. Nestas peças as cotas horizontais e
verticais dos furos passantes são as mesmas, nestas posições, observa-se os furos
rosqueados no flan
ge do lado direito do motor.
93
Figura
44
-
Cotas externas do flange bipartido
3.32
DESENHO DE CONJUNTO COMPLETO
Conforme ilustrado na
Figura
45, trata-se do desenho de conjunto do motor
hidrostático
Swashplate
, obtido seguindo a metodologia de cálculo descrita neste
trabalho.
Figura
45
-
Desenho de conjunto do motor
94
4 DIFICULDADES ENCONTRADAS NO DESENVOLVIMENTO DO
TRABALHO
4.1 DIVERGÊNCIAS ENCONTRADAS NOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
A
elaboração de um projeto e construção de uma maquina hidrostática é uma
tarefa complexa, principalmente devido a grande complexidade geométrica e precisão
requerida por alguns componentes da maquina hidrostática.
Durante a fase de desenvolvimento dos desenhos de detalhes das peças não
padronizadas, foi
verificada
a melhor forma de viabilizar a fabricação das mesmas
através dos processos de usinagem existentes no Brasil, no entanto, durante a etapa de
usinagem de algumas peças, foram encontradas algumas interferências não previstas
na fase de elaboração do projeto, que impossibilitaram a usinagem de algumas peças.
Conforme ilustrado na Figura 13 e Tabela 1, com exceção do corpo central (12),
flange lado direito (15), flange SAE (4), flange do retentor (2), suporte do mancal (9),
mancal (10), as demais peças não padronizadas ofereceram dificuldades de fabricação
,
as quais estão descritas a seguir:
Eixo motriz (1)- durante a etapa de usinagem da estria, foi verificado a necessidade de
acrescentar sobremetal nas duas extremidades do eixo, aproximadamente 30 [mm] no
comprimento, pois a máquina utilizada na usinagem das estrias, necessita de dois
pontos de fixação localizados nas extremidades do eixo. Após a usinagem das estrias,
foi realizado usinagem final eliminando as extremidades acrescidas.
Swashplate
(7)- durante a etapa de usinagem do plano da
Swashplate
, foi verificado a
necessidade de confecção de um gabarito para usinagem dos furos de fixação do
suporte do mancal, esta necessidade foi certificada após a perda de uma peça, devido a
usinagem inadequada do circulo de furação de fixação do suporte do mancal na
Swashplate
. Este erro identificado foi decorrente da inexistência de uma única
95
quina nacional ser capaz de realizar todas as operações de usinagem da
Swashpla
te
,
sem que haja necessidade de retirada da peça da m
á
quina.
Bucha do tambor (11)- após a etapa de prensagem das nove buchas nos respectivos
furos do tambor, a etapa subseqüente é a realização da usinagem final nos diâmetros
internos das buchas. Para gar
antir
a precisão, foi confeccionado um gabarito para
melhor centralizar o alargador nos respectivos diâmetros internos das buchas, sem este
tipo de gabarito seria impossível à execução de usinagem dos nove furos com a devida
precisão indicada no desenho de
detalhe.
Mancal hidrostático (20)- durante a etapa de usinagem da parte côncava do mancal
hidrostático, foi observado uma restrição de ordem geométrica ocasionada pela
ferramenta do torno CNC utilizado, desta forma, foi necessário modificar o desenho
ori
ginal, criando um angulo de saída para ferramenta. Para conformar as extremidades
do mancal hidrostático e ajustar a
mesma
na cabeça esférica do pistão, foi necessário a
confecção de duas matrizes regulares e simétricas.
Placa de retenção (21)- durante a etapa de usinagem dos furos cilíndricos da placa de
retenção, foi verificada a necessidade de confecção de um gabarito para realização da
usinagem dos furos cilíndricos, devido a restrição da má
quina utilizada.
Pistão (22)- durante a etapa de usinagem da cabeça esférica do pistão e do raio de
concordância com o corpo cilíndrico, foi observado uma restrição de ordem
geométrica ocasionada pela falta de ângulo de saída da ferramenta do t
orno CNC. P
ara
solucionar este problema, foi necessário modificar o desenho da cabeça esférica do
pistão de tal forma que permita a saída da ferramenta após a operação de usinagem.
Tambor (23)- a etapa de usinagem das partes cilíndricas do tambor não oferecem
nenhuma complexidade, somente a usinagem da estria localizada no furo central do
tambor,
necessitou de usinagem especial, que foi realizada em uma empresa
especializada em usinagem de estrias, localizada em Caçapava
SP.
96
4.2
LICÕES E APRENDIZADOS
A atividade de elaboração de um projeto pode ser considerada uma das ma
is
importantes
dentro da engenharia. As decisões tomadas antes e
durante
a elaboração
de um projeto, afetam profundamente todos os estágios seguintes: construção, ciclo de
vida
, como a funcionalidade, qualidade, custo, manutenção, vida útil, etc.
Algumas
das principais decisões são tomadas durante o processo criativo do
projeto
, onde novas idéias ou soluções são sintetizadas na ausência de exemplos
anteriores
. Este processo criativo depende fortemente do conhecimento acumulado
pelo
projetista.
Outra ferramenta que se torna valiosa durante a criação de um projeto é o
conhecimento de processos de fabricação e técnicas de construção, que permitem
viabilizar a execução de um projeto com facilidade, tornando
-
o competitivo.
A utilização de conhecimentos de operadores de maquinas na etapa de
desenvolvimento dos desenhos de fabricação, são tão importantes quanto a etapa de
engenharia do projeto, pois ajudam a reduzir a probabilidade de erros e necessidade de
revisões para adequação do projeto.
Com este trabalho, foi possível entender profundamente a grande diferença
existente entre o projeto teórico e o projeto real, pois o ato de projetar não se restringe
unicamente
aos
conhecimentos de engenharia enxergados isoladamente, é necessário
entender de forma detalhada os processos de fabricação existentes, as restrições dos
equipamentos, bem como a utilização do conhecimento dos operadores de m
á
quinas.
A utilização de simulações em 3D, foram importantíssimas na identificação de
interferências no projeto, além da utilização do conhecimento dos operadores de
quinas do campus da FEG/UNESP, ambos permitiram a elaboração dos desenhos
de detalhe, assim como
a execução da usinagem das peças.
97
5 MONTAGEM DO MOTOR
5.1 INTRODUÇÃO
Toda máquina tem uma seqüência de montagem mais adequada. Podem existir
vários caminhos, entretanto uma única seqüência também pode acontecer. Quando a
máquina possui muitas peças, sua montagem pode ser dividida em submontagens.
Contudo, em determinado momento,
a
montagem possui um único caminho. No caso
deste motor serão feitas várias submontagens primeiramente e,
posteriormente,
seguirá
um único caminho final.
As seguintes submontagens serão
realizadas
:
a) anel externo do rolamento 32309 e flange SAE
C;
b) anel externo do rolamento 3230
5 e flange lado direito;
c) flange lado direito, dois oring´s, placa de desgaste, placa de aço e oito
parafusos;
d) eixo motriz e anel interno do rolamento 32309;
e) flange guia, retentor e oring;
f) tambor e nove buchas do pistão;
g) tambor, anel interno
da mola , mola, anel externo da mola e anel elástico;
h) tambor, dois oring´s, placa de desgaste de bronze e oito parafusos;
i) j) nove mancais de pistão e nove pistões;
Todas essas submontagens criarão subconjuntos que poderão aguardar a sua vez
de sere
m agregados à seqüência final da montagem do motor.
Para que a montagem final seja executada, uma placa quadrada de alumínio
fixada a uma mesa será utilizada. Esta placa auxiliar contém um furo central com
diâmetro nominal igual àquele do flange guia e quatro furos passantes, igualmente
espaçados e com circunferência de centro igual àquela do flange SAE
-
C.
98
5.2 MONTAGEM DO ANEL EXTERNO DO ROLAMENTO 32309 E FLANGE
SAE
-C
A
Figura
46 ilustra a montagem do anel externo do rolamento 32309 no flange
SAE
-
C.
Para este tipo de montagem é necessário a utilização de uma prensa
hidráulica, cuja finalidade é obtenção de uma perfeita acomodação do anel externo no
alojamento do flange SAE-C. Uma ferramenta, tal como um tubo conveniente, isto é,
de acordo com o diâmetro do anel externo, forçará o mesmo no seu furo. Deve-
se
certificar
que as faces das peças estejam firmemente apoiadas numa placa
perpendicular à linha de prensagem
.
Figura
46
-
Anel externo do rolamento 32309 e flange SAE
-C
5.3 MONTAGEM DO ANEL EXTERNO DO ROLAMENTO 32305
A
Figura
47 ilustra a montagem do anel externo do rolamento 32305 no flange
lado direito. Para este tipo de montagem é necessária a utilização de uma prensa
hidráulica, cuja finalidade é obtenção de uma perfeita acomodação do anel externo no
alojamento do flange lado direito.
U
ma ferramenta, tal como um tubo conve
niente, isto
99
é, de acordo com o diâmetro do anel externo, forçará o mesmo no seu furo. Deve-
se
certificar
que as faces das peças estejam firmemente apoiadas numa placa
perpendicular à linha de prensagem
.
Figura
47
-
Anel externo do rolamento 32305 e flange lado direito
5.4 MONTAGEM DO FLANGE DIREITO E ANEL DE DESGASTE DE AÇO E
ANÉIS ORING´S E OITO PARAFUSOS
M5
A colocação dos anéis
o
ring´s
na montagem da
Figura
48
juntamente com a placa
de desgaste de aço, são atividades simples
,
é necessário
apenas
apoiar a peça sobre
uma mesa e executar a seqüência de posicionamento dos anéis,
posteriormente
colocar
a placa e, em seguida, os parafusos de cabeça baixa M5. O torque de aperto destes
parafusos deve estar de acordo com o catálogo do fabricante.
100
Figura
48
-
Flange lado direito
,
oring´s
,
placa de desgaste de aço e parafusos
5.5 MONTAGEM DO ANEL INTERNO DO ROLAMENTO 32309 E EIXO
MOTRIZ
Conforme
Figura
49, a montagem do anel interno do rolamento 32309 no eixo
motriz também necessita de uma prensa hidráulica para a sua execução. Um tubo de
parede grossa de diâmetro interno aproximadamente 45,5 [mm] deverá ser utilizado
para apoiar na face do anel interno do rolamento. O alinhamento da linha de centro do
eixo com a direção de prensagem também é importante. Neste caso, quando se colocar
o anel interno na ponta do eixo ele deverá se deslocar livremente até a posição do
início da prensagem, isto é, até aproximadamente 36,0 [mm] da face de apoio do anel.
Isto foi previsto no projeto e usinagem do eixo, para evitar o possível
desalinhamento que normalmente ocorre com o anel inte
rno no início da prensagem.
101
Figura
49
-
Eixo motriz e anel interno do rolamento 32309
5.6 MONTAGEM DO FLANGE GUIA E RETENTOR E ORING
A
Figura
50 ilustra a montagem do retentor no alojamento do flange guia, para
este tipo de montagem deve-se evitar o manuseio de ferramentas pontiagudas a fim de
prevenir deformações no retentor. A montagem do retentor no flange
guia,
também
necessita de um tubo de parede grossa de acordo com o diâmetro do retentor. O
alinha
mento com a linha de prensagem também é muito importante nesta operação.
Cuidado maior deve ser tomado com a força de prensagem neste caso, pois o retento
r é
uma peça relativamente deformável.
102
Figura
50
-
Flange guia e retentor e oring
5.7
M
ONTAGEM DO TAMBOR E
BUCHAS DO PISTÃO
Conforme
Figura
51, a montagem das buchas de bronze nos furos do tambor,
também necessita de uma prensa hidráulica para a sua execução. Uma barra de bronze
com diâmetro externo de aproximadamente 25 [mm] e comprimento de
aproximadamente 45,0 [mm], deve ser utilizada para apoiar a face da bucha de
bronze durante a operação de montagem nos furos do tambor.
Figura
51
-
Tambor e buchas do pistão
103
5.8
MONTAGEM DO TAMBOR, ANEL INTERNO DA MOLA
,
MOLA, ANEL
EXTERNO DA MOLA E ANEL ELÁSTICO
Figura
52
-
Tambor e anel interno da mola e mola e anel externo da mola e anel
elástico
Conforme
Figura
52, a montagem da mola, anéis de apoio e anel elástico no furo
interno do tambor, necessitam novamente de uma prensa. Inicialmente, com a face do
tambor apoiada numa placa horizontal é colocado o anel interno. Em seguida, a mola
e o anel externo são introduzidos no furo. Um cilindro, de acordo com o diâmetro
interno da mola e com as dimensões internas do anel elástico, é necessário para esta
operação. É necessário cautela durante o fechamento do anel elástico com alicate, de
tal forma, que o tubo de prensagem permita esta operação. Alguns ajustes no cilindro
podem ser neces
sários por “tentativa e erro”.
104
5.9
MONTAGEM DO TAMBOR, ORING´S, PLACA DE DESGASTE DE
BRONZE E
PARAFUSOS M5
A
Figura
53 ilustra a montagem da placa de bronze, anéis oring´s no tambor.
Esta operação não oferece nenhuma complexidade na montagem.
Figura
53
-
Tambor e placa de bronze e anéis oring´s e parafusos M5
5.10
MONTAGEM DO MANCAL DO PISTÃO E PISTÃO
A operação de montagem do mancal do pistão no pistão necessita de uma
ferramenta especial, que é composta de duas placas planas, simétricas e retangulares.
Estas placas quando unidas formam uma outra peça plana como as duas anteriores. Na
direção do seu eixo menor, dois furos simétricos passantes que serão atravessados
por dois parafusos que realizaram o papel de prensa. Durante a operação de
prensagem, as bordas cilíndricas do corpo do mancal do lado do pistão, sofrerão uma
deformação permanente que, conseqüentemente, prenderá a cabeça do pistão no
mancal. Esta operação de ajuste da folga entre a cabeça do pistão e o furo esférico do
105
mancal é feita apenas utilizando a sensibilidade do operador, tal que não haja folga
excessiva e travamento entre as peças. A
Figura
54 ilustra o subconjunto após a
montagem.
Figura
54
-
Mancal do pis
tão e pistão
5.11
MONTAGEM DO FLANGE SAE / ANEL EXTERNO DO ROLAMENTO E
EIXO/ANEL INTERNO DO ROLAMENTO
Com as submontagens feitas, a operação de montagem final da máquina pode ser
inicializada. Utilizando-se uma mesa e uma placa metálica de aproximadamente 280 x
280 [mm] com um furo central de aproximadamente 127,5 [mm ], quatro furos
igualmente espaçados em uma circunferência de centro de 162,0 [mm] e quatro furos
passantes de 11,0 [mm] localizados convenientemente nos quatro cantos da placa,
p
ode
-se prender o flange lado direito, como mostrado na
Figura
55. A montagem do
motor será feita montando as outras submontagens sobre este flange. Observar que o
flange guia não está fixado no flange SAE C, pois este será colocado na última
operação de
montagem.
106
Figura
55
-
Flange/anel externo e eixo/anel interno
5.12
MONTAGEM
DA PLACA
SWASHPLATE
E PARAFUSO
Em seguida, conforme
Figura
56, a placa
Swashplate
é colocada. Esta placa é
encaixada no flange SAE e parafusada. Observar que existe apenas uma posição de
montagem. Após a colocação desta peça, o eixo e o rolamento ficam mais estáveis
verticalmente, pois uma pequena folga entre o eixo e o furo cilíndrico interno da
placa. O torque aplicado ao parafuso M8 deverá estar de acordo com o catálogo do
fabricante. Durante esta operação recomenda-se evitar o contato com a superfície da
placa, afim de não danificar a sua superfície de deslizamento.
107
Figura
56
-
Placa
Swashplate
e par
afuso M8
5.13
MONTAGEM DO SUPORTE DO MANCAL DA PLACA
DE RETENÇÃO
Conforme
Figura
57, a colocação do anel de suporte do mancal da placa de
retenção foi destacada como uma operação simples e isolada, porque
esta
seqüência de
montagem é muito importante. Este anel tem diâmetro interno menor que o diâmetro
externo do tambor
.
Figura
57
-
Suporte do mancal da placa de retenção
108
5.14
MONTAGEM
DO
SUBCONJUNTO DO TAMBOR
Figura
58
-
Subconjunto do tambor
Por outro lado, a
Figura
58 mostra a montagem do subconjunto do tambor. Estas
peças foram agrupadas separadamente, conforme mostrado na
Figura
53. No entanto,
foi acrescentado o subconjunto dos pistões e seus
respectivos
mancais, além da placa
de
retenção e seu mancal
.
Deve
-se ter muita cautela nesta operação, pois os pistões
vão se separar do tambor quando o subconjunto for girado para baixo no instante da
sua montagem. Portanto, é necessário prender os pistões e as placas no tambor de
forma mais
conveniente no momento da operação.
5.15
MONTAGEM DO CORPO CENTRAL
Conforme
Figura
59, a próxima fase da montagem é a colocação do anel oring no
flange SAE. Em seguida o corpo central é colocado. No entanto deve-se observar que
o corpo central possui na sua parte externa duas marcas de alinhamento. Estas marcas
devem coincidir com as marcas no flange SAE e no flange lado direito. O furo de
109
dreno também está alinhado com estas marcas. Os parafusos M10 unindo o corpo
central ao flange SAE também devem se
r colocados nesta fase.
Figura
59
-
Corpo central
5.16
MONTAGEM DO ANEL INTERNO DO ROLAMENTO 32305
Conforme
Figura
60, a operação de montagem do anel interno do rolamento
32305 no eixo, é a operação de montagem seguinte. Este anel também deverá ser
montado no eixo com interferência. Esta operação pode ser realizada utilizando-
se
uma ferramenta que será fixada convenientemente no corpo central e forçará o anel
interno em direção ao eixo. Deve ser verificado o alinhamento do anel do rolamento,
antes do início da operação de prensagem.
110
Figura
60
-
Anel interno do rolamento 32305
5.17
MONTAGEM DO SUBCONJUNTO FLANGE LADO DIREITO
Conforme
Figura
61, inicialmente coloca-se o anel oring no canal do flange, esta
atividade deve ser realizada com bastante cautela de forma a não danificar o mesmo.
Esta peça também deve ficar alinhada externamente com as marcas do corpo central e
flange SAE. Observar que quando o anel externo do rolamento 32305 apoiar no seu
anel interno, a face do flange ficará aproximadamente 4,0[mm] separada da face do
corpo central, conforme previsto anteriormente. Em seguida devem ser colocados os
parafusos M10 e torqueados de acordo com o valor recomendado no catálogo do
fabrica
nte.
Finalmente, retira-
se
o conjunto da placa de montagem e coloca-
se
o flange guia
e parafuso no flange SAE
,
com precisão
para
não danificar os lábios do retentor.
111
Figura
61
-
Subconjunto flange lado direito e flange guia
112
6
CONCLUSÕES
A fim de que este motor de pistões axiais fosse totalmente construído no Brasil
várias etapas foram seguidas e vencidas. Inicialmente com trabalhos anteriores de
pesquisa,
contudo
com uma seqüência de problemas, que iniciam desde a falta de
recursos financeiros necessários para aquisição de materiais, até recursos técnicos de
usinage
m, os quais impossibilitaram atingir o grau de confiabilidade desejado. No
entanto, sempre trabalhando visando obter uma máquina equivalente a do mercado, as
oportunidades surgiram. Alguns trabalhos anteriores foram realizados,
porém
com
alcances não muito significativos, isto é, uma bomba deste tipo
Swashplate
havia
sido construída, mas não forneceu resultados satisfatórios. Por outro lado, com este
trabalho cuja finalidade foi de projetar e construir o motor hidrostático, não visando
testar se o mecanismo realmente funcionava e sim pensando em substituir uma
máquina de mercado, um novo desafio foi lançado. E, para que o projeto saísse do
pap
el e a máquina funcionasse, um excelente suporte financeiro foi dado pela
Companhia Vale do Rio Doce. Então foi possível adquirir os materiais necessários e
iniciar o processo de usinagem das peças conforme realmente se fazia necessário, pois
nem todas as máquinas deste campus podiam executar determinadas operações de
usi
nagem com a devida qualidade e precisão. Entretanto, o objetivo desejado não
termina com este trabalho de dissertação, pois em seguida, ensaios de campo serão
realizados com o objetivo de se adquirir novos conhecimentos e realmente colocar a
máquina no lugar daquelas que estão trabalhando devido a outros domínios
tecnológicos.
113
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DANFOSS.
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Swashplat
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110p. Tese (Doutorado) Faculdade de Engenharia Campus de
Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 1993.
116
APÊNDICE A
Corpo central da
Swashplate
Desenho
3D
Foto ilustrativa
117
APÊNDICE B
Fla
nge SAE da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
118
APÊNDICE C
Flange lado direito da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
119
APÊNDICE D
Flange guia da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
120
APÊNDICE E
Eixo motriz da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
121
APÊNDICE F
Tambor da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
122
APÊNDIC
E G
Pistão da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
123
APÊNDICE H
Mancal hidrostático da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
124
APÊNDICE I
Placa de retenção da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
125
APÊNDICE J
Suporte do mancal da placa de retenção da
Swashplate
Desenho 3D
Foto
ilustrativa
126
APÊNDICE K
Mancal da placa de retenção da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
127
APÊNDICE L
Placa axial de aço do tambor da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
128
APÊNDICE M
-
Placa axial de bronze do tambor da
Swashplate
Desenho 3D
Foto ilustrativa
129
APÊNDICE N
Motor hidrostático Swashplate
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