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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
ESTRATÉGIAS DE COPING FRENTE ÀS DIFICULDADES FUNCIONAIS E
SINTOMAS DE DEPRESSÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Dissertação de Mestrado
ANALISE DE SOUZA VIVAN
Mestranda
Profª. Dr. Irani de Lima Argimon
Orientadora
Porto Alegre, dezembro de 2006.
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
ESTRATÉGIAS DE COPING FRENTE ÀS DIFICULDADES FUNCIONAIS E
SINTOMAS DE DEPRESSÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
ANALISE DE SOUZA VIVAN
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da Faculdade de
Psicologia da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre em Psicologia Clínica.
Profª. Dr. Irani de Lima Argimon
Orientadora
Porto Alegre, dezembro de 2006.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação ( CIP )
V855e Vivan, Analise de Souza
Sintomas de depressão em idosos institucionalizados / Analise de
Souza Vivan. – Porto Alegre, 2006.
95 f.
Diss. (Mestrado em Psicologia Clínica) Fac. de Psicologia,
PUCRS.
Orientação: Profª. Drª. Irani de Lima Argimon
1. Psicologia. 2. Psicologia Clínica. 3. Idosos (Psicologia). 4.
Depressão. 5. Institucionalização. I. Argimon, Irani de Lima.
CDD 155.672
.
Ficha Catalográfica elaborada por
Vanessa Pinent
CRB 10/1297
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
Analise de Souza Vivan
ESTRATÉGIAS DE COPING FRENTE ÀS DIFICULDADES FUNCIONAIS E
SINTOMAS DE DEPRESSÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
COMISSÃO EXAMINADORA
Profª. Dr. Irani de Lima Argimon
Presidente
Profª. Dr. Margareth da Silva Oliveira
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS
Prof. Dr. Flávio Merino de Freitas Xavier
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
“Quando a gente pensa que sabe todas as
respostas, vem a vida e muda todas as
perguntas.”
(Mário Quintana)
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Profª. Dr. Irani de Lima Argimon, pela disponibilidade e apoio
na construção deste estudo e também pelo incentivo profissional e carinho na convivência.
Aos integrantes do Grupo de Pesquisa “Avaliação e Intervenção Psicológica no Ciclo
Vital” da PUCRS, pelo apoio, amizade e dedicação. Em especial ao Guilherme Wendt,
Bolsista de Iniciação Científica, pela responsabilidade e disponibilidade para auxiliar, além
do alto astral no dia-a-dia.
A estudante de psicologia e ex-bolsista do Grupo de Pesquisa Patrícia Scheeren, pela
amizade, responsabilidade e disposição para auxiliar, mesmo após a saída do Grupo.
À colega Luciana Timm, companheira de Mestrado, pelas trocas de experiências e
bons momentos de convivência.
À colega de Mestrado e grande amiga Mônica Bicca, pelo carinho, compreensão e
apoio constante. Muitas angústias e alegrias compartilhadas.
Ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS, às Secretárias e aos
Professores da Área Clínica.
Aos Professores da Comissão Examinadora Dr. Irani Iracema de Lima Argimon, Dr.
Margareth da Silva Oliveira e Dr. Flávio Merino de Freitas Xavier por terem aceitado o
convite para examinarem este estudo.
À psicóloga Ana Paula Costa e as estudantes de psicologia Fernanda Paulo, Flávia
Mattos e Ana Hertzog, pelo auxílio e dedicação na coleta de dados.
6
Ao psicólogo Ricardo Wainer, pelo apoio e incentivo na busca deste mestrado.
A colega Renata Araújo pelos ensinamentos científicos, disponibilidade e apoio nesta
trajetória.
A minha família e amigos, pelo carinho com que respeitaram e entenderam os
períodos de ausência no convívio. Ao Rapha, meu namorado, pelo amor, dedicação e apoio
recebido nos momentos de angústia.
Às instituições asilares que autorizaram a coleta de dados e aos idosos que
participaram do estudo, contribuindo para o desenvolvimento desta pesquisa.
À CAPES por viabilizar financeiramente a realização deste estudo.
MUITO OBRIGADA!
SUMÁRIO
RESUMO ...........................................................................................................................
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................
1 Projeto de Dissertação de Mestrado: Estratégias de Coping Frente às Dificuldades
Funcionais e Sintomas de Depressão em Idosos Institucionalizados.......................
2 Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS ..................... .........................
3 Artigo de Revisão de Literatura: “Dificuldade Funcional e Coping em Idosos” ......
4 Artigo Empírico: Coping, Dificuldades Funcionais e Sintomas de Depressão em
Idosos Institucionalizados”
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................
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94
RESUMO
Com o avanço da ciência, a expectativa de vida da população vem aumentando ao longo dos
anos. O processo de envelhecimento pode vir acompanhado de declínio na capacidade
funcional do organismo, levando à perda de autonomia e dificuldade na realização de
atividades de vida diária, podendo representar um fator estressante para o idoso. O conjunto
de esforços, cognitivos e comportamentais, utilizado pelos indivíduos para lidar com eventos
estressantes é denominado coping.Com o objetivo de estudar esta temática foi elaborada esta
dissertação que está composta por dois artigos, sendo um de revisão teórica e um empírico.
No artigo teórico foi realizada uma revisão sistemática com o objetivo de verificar as
características das publicações indexadas nos últimos cinco anos que abordam os temas
coping, dificuldade funcional e idosos. Foram cruzadas as palavras-chave nas bases de dados
Medline, PsycInfo e LILACS. Os abstracts dos artigos foram revisados e classificados a
partir de seis dimensões de análise: base de dados, ano de publicação, país de origem, tipo de
delineamento, cruzamento de variáveis e resultados e conclusões dos estudos. O tratamento
dos dados foi realizado por meio de análise das freqüências percentuais. Os resultados
demonstraram estudos envolvendo a situação de dificuldade funcional e métodos de
enfrentamento, no entanto, poucos abordavam especificamente as estratégias de coping. O
segundo artigo, empírico, responde ao projeto de pesquisa que deu origem a esta dissertação,
e objetivou verificar as estratégias de coping utilizadas pelos idosos frente às dificuldades
funcionais, associações com sintomas de depressão e diferenças entre os sexos. Participaram
do estudo 103 idosos institucionalizados, que apresentavam necessidade de assistência em no
mínimo uma atividade de vida diária (AVD). O delineamento foi de um estudo quantitativo e
transversal. Os instrumentos utilizados foram: Ficha de Dados Sócio-demográficos, Escala de
Atividades da Vida Diária, Breve Entrevista Internacional de Neuropsiquiatria Modificada,
Mini-Exame do Estado Mental, Inventário de Estratégias de Coping e Escala de Depressão
Geriátrica. As estratégias de coping mais utilizadas pela amostra foram a de autocontrole e
resolução de problemas. Não foram encontradas associações significativas entre os sexos e a
escolha das estratégias de coping. Sintomas de depressão apresentaram relação inversa ao uso
da estratégia de suporte social.
Palavras-chave: coping, enfrentamento, dificuldade funcional, depressão, AVD, idoso.
Área conforme classificação do CNPq:
Área de Conhecimento: Ciências Humanas
7.07.00.00 – 1 – Psicologia
Subárea conforme classificação do CNPq:
7.07.07.00 – 6 – Psicologia do Desenvolvimento Humano
7.07.10.00 -7 – Tratamento e Prevenção Psicológica
APRESENTAÇÃO
Esta dissertação de mestrado está inserida no Grupo de Pesquisa Avaliação e
Intervenção Psicológica no Ciclo Vital, coordenado pela Professora Drª Irani de Lima
Argimon, integrante do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS.
Como processo do ciclo vital, a velhice vem despertando interesse no campo da
pesquisa, tendo em vista o aumento da expectativa de vida da população. Esta fase
caracteriza-se pelo declínio da capacidade funcional do organismo, levando à perda de
autonomia e dificuldade na realização de atividades da vida diária (Chaimowicz, 1997).
A capacidade funcional surge como um novo paradigma de saúde, em que a
possibilidade de desenvolver de maneira independente as atividades do dia-a-dia podem
contribuir para uma melhor qualidade de vida (Ramos, 2003). Por outro lado, o aparecimento
progressivo de doenças e dificuldades funcionais são fatores que contribuem para a
incidência do stress na terceira idade (Pereira et al., 2004).
A resposta ao evento estressor, além de aspectos comportamentais e fisiológicos,
compreende aspectos cognitivos no que se refere à forma como o sujeito interpreta as
situações ou estímulos e como filtra e processa a informação. Assim, a avaliação negativa de
um estressor pode não estar ligada ao evento estressor propriamente dito, mas a uma
vulnerabilidade individual que influencia a forma de avaliar e enfrentar o estressor (Margis,
Picon, Cosner & Silveira, 2003).
10
Na concepção de Lazarus e Folkman (1984), o stress é resultado da relação entre a
pessoa e o ambiente. Os autores utilizam o conceito de coping referindo-se ao conjunto de
esforços, cognitivos e comportamentais, utilizado pelos indivíduos para lidar com demandas
específicas.
Nesta dissertação constam o projeto de dissertação e dois artigos sobre a temática,
conforme a Resolução 002/2004 de 25/03/2004 do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia, sendo um artigo de revisão teórica, intitulado “Dificuldade funcional e coping em
idosos”, e outro artigo de natureza empírica, Coping, dificuldades funcionais e sintomas de
depressão em idosos institucionalizados”.
O artigo teórico teve como objetivo verificar as características das publicações
indexadas nos últimos cinco anos que abordam os temas coping, dificuldade funcional e
idosos. Através de uma revisão sistemática, conduziu-se a análise das publicações presentes
nas bases de dados dos sistemas Medline, PsycInfo e LILACS, usando os descritores coping
ou estratégias de enfrentamento, dificuldade funcional, prejuízo funcional ou incapacidade
funcional e idoso ou velhice. Foram identificados e analisados 37 abstracts em seis
dimensões de análise: base de dados, ano de publicação, país de origem, tipo de
delineamento, cruzamento de variáveis e resultados e conclusões dos estudos.
O artigo empírico responde ao projeto de pesquisa que deu origem a esta dissertação e
teve como objetivo verificar as estratégias de coping utilizadas pelos participantes e se existe
associação entre as estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com as perdas
funcionais decorrentes da idade em idosos e sintomas de depressão. Além disto, como
objetivo específico, foi verificado se existem diferenças nas estratégias de enfrentamento
utilizadas para lidar com as perdas funcionais entre os sexos.
Após a apresentação do projeto de Mestrado encontra-se, em Apêndice, a aprovação
do Projeto de Pesquisa do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS. Logo após a
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apresentação dos dois artigos, constam as Considerações Finais e as Referências da
Apresentação.
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1. PROJETO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
Analise de Souza Vivan
ESTRATÉGIAS DE COPING FRENTE ÀS DIFICULDADES FUNCIONAIS E
SINTOMAS DE DEPRESSÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Projeto de pesquisa para a dissertação
apresentado ao curso de Mestrado da Faculdade
de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, como requisito para a
obtenção do Grau de Mestre em Psicologia
Clínica.
Profª. Dr. Irani de Lima Argimon
Orientadora
Porto Alegre, agosto de 2005.
SUMÁRIO
I Introdução ..................................................................................................................
II Método ......................................................................................................................
Delineamento ..........................................................................................................
Hipóteses .................................................................................................................
Participantes ............................................................................................................
Critérios de Inclusão ...............................................................................................
Critérios de Exclusão ..............................................................................................
Instrumentos ............................................................................................................
Procedimentos de Coleta dos Dados ......................................................................
Procedimentos de Análise dos Dados .....................................................................
Estudo Piloto ...........................................................................................................
III Procedimentos Éticos..............................................................................................
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IV Cronograma ............................................................................................................
V Orçamento.................................................................................................................
Referências Bibliográficas ...........................................................................................
Apêndices ......................................................................................................................
Apêndice 1 – Ficha de Dados Sócio-demográficos ................................................
Apêndice 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................
Anexos ...........................................................................................................................
Anexo A – Escala de Atividades de Vida Diária ....................................................
Anexo B – Mini-Exame do Estado Mental ............................................................
Anexo C – Inventário de Estratégias de Coping .....................................................
Anexo D – Escala de Depressão Geriátrica.............................................................
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com dados do IBGE (2004), a população de idosos vem aumentando nos
últimos anos. Estudos apontam uma queda da natalidade e um número crescente de idosos.
No ano de 2000, 30% da população estava situada na faixa etária de zero a 14 anos, enquanto
os maiores de 65 anos representavam 5% dos brasileiros. A estimativa é de que, em 2050,
estes dois grupos se igualem, representando, cada um, 18% da população.
Com este aumento da expectativa de vida no mundo, faz-se necessário pensar também
na qualidade desses anos. Diante disso, muitos pesquisadores têm se interessado pelo
envelhecimento humano, estimulando uma multiplicidade de estudos e avaliações sobre a
velhice.
Busse e Blazer (1999) conceitualizam o termo envelhecer como as alterações físicas
que se desenvolvem na idade adulta, resultando em um declínio na eficiência do
funcionamento e terminando na morte. No entanto, Papalia e Olds (2000) salientam que a
maioria dos idosos apresenta boa saúde física e mental, principalmente nos primeiros anos da
terceira idade. Segundo Bee (1997) é a partir dos 65 anos que algumas mudanças começam a
ser percebida, mas é por volta dos 75 ou 80 anos que se verifica a aceleração do declínio
físico e cognitivo.
Dentre as principais características do envelhecimento do corpo humano que podem
acarretar em limitações físicas para o indivíduo, Moriguchi e Neto (2003) salientam aquelas
evidenciadas através da pele, sistema músculo-esquelético, sistema respiratório, sistema
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digestivo, sistema urinário, sistema cardiovascular, sangue, sistema imune, sistema
reprodutor, sistema endócrino, sistema nervoso e órgãos dos sentidos.
O conceito de velhice e as vantagens e desvantagens dessa etapa de vida foram
verificados em um estudo realizado por Silva (2003), com idosos participantes do Programa
Conviver, executado pela Secretaria Municipal de Bem Estar Social da Prefeitura Municipal
de Cuiabá/MT. As desvantagens de ser velho apareceram em maior número de depoimentos,
havendo uma grande ênfase nos fatores econômicos e de saúde, que implicam em limitações
e prejuízos no dia-a-dia.
Como afirma Guimarães et al. (2004), as perdas funcionais, que tornam-se evidentes
no processo de envelhecimento, resultam em dificuldades para os idosos realizarem as
atividades básicas da vida diária. Rosa, Benício, Latorre e Ramos (2003) definem a
incapacidade funcional como a dificuldade no desempenho de certas atividades da vida
cotidiana ou a impossibilidade de desempenhá-las. Apesar de comumente associarem-se as
dificuldades funcionais com a presença de algumas doenças, deficiências ou problemas
médicos, os autores salientam a importância dos fatores demográficos, socioeconômicos,
culturais e psicossociais nos prejuízos apresentados. Algumas pesquisas encontradas
exemplificam a influência destes diferentes fatores.
Como exemplo de estudos envolvendo a relação dos prejuízos funcionais com
doenças, Irizarry (1991) avaliou 235 idosos do sexo masculino, encontrando, em ordem de
magnitude, problemas do coração, audição, problemas mentais e pressão alta como as
principais doenças que prejudicam os idosos na realização de suas tarefas.
Em relação aos fatores demográficos, socioeconômicos e psicossociais, Rosa,
Benício, Latorre e Ramos (2003) analisaram dados parciais da Pesquisa de Avaliação das
Necessidades dos Idosos Residentes em Zona Urbana”, desenvolvida pela Organização Pan-
americana de Saúde na cidade de São Paulo, em 1989. Com o objetivo de analisar a
17
capacidade funcional foram avaliados 964 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, em
que foram levantadas as informações obtidas nos instrumentos utilizados (AVD atividades
da vida diária, AVDP atividades básicas para a manutenção corporal ou atividades pessoais
e AVDI atividades básicas para o convívio independente na comunidade ou instrumentais).
O estudo mostrou que os idosos com nível mais baixo de escolaridade apresentaram chance
cerca de cinco vezes maior de terem dependência moderada ou grave. Evidenciou-se também
o dobro de probabilidade de as mulheres necessitarem assistência de outras pessoas. Além
disso, foi verificado que aqueles idosos que percebem sua saúde como má ou péssima
apresentam nove vezes mais chance de desenvolverem dependência, e aqueles que avaliam
sua saúde como pior ou muito pior em relação aos outros, aumenta para onze vezes mais.
Para a avaliação dos fatores culturais foi desenvolvido um estudo por Duarte (2000),
com o objetivo de determinar se a cultura a que pertence uma pessoa interfere no sentimento
de enfermidade, na percepção de apoio social, no nível de stress e no modo como enfrentam
as doenças. A amostra, composta por 244 sujeitos maiores de 60 anos, contou com 110
brasileiros e 134 espanhóis. Tendo em vista os aspectos culturais do Brasil e da Espanha,
verificou-se diferenças quanto ao modo de enfrentar as doenças. Resultados significativos
foram encontrados em relação à busca de companhia e descanso para lidar com as
enfermidades, com maior incidência entre os espanhóis, e a conduta supersticiosa, sendo mais
usada pelos brasileiros.
Um estudo na cidade de Passo Fundo/RS , desenvolvido por Guedes e Silveira (2004),
investigou residentes em instituições asilares. A amostra foi composta por 109 pessoas, de
idade entre 50 e 103 anos, sendo 60,55% do sexo feminino e 39,44% do sexo masculino.
Aplicou-se a Escala Bartheel para a avaliação funcional, em que constatou-se que 59,63%
dos asilados mostraram-se independentes, enquanto 40,36% necessitavam de supervisão ou
assistência para a maioria das atividades de vida diária. No total foram avaliadas atividades
18
relacionadas com banho, vestuário, higiene pessoal, evacuação, micção, alimentação, uso do
vaso sanitário, passagem cadeira-cama, deambulação e escadas. Na análise individual de cada
atividade, o mais elevado índice de dependência situou-se na atividade de banho, totalizando
67,89%. Também o vestuário, higiene pessoal e micção detêm altos índices de dependência
funcional.
Uma pesquisa semelhante foi desenvolvida por Lucena, Guerra, Lucena, Silva e
Nascimento (2002) em uma instituição em João Pessoa/PB, em que 39 idosos residentes
foram entrevistados. Além de avaliar as atividades de vida diária também foram medidas
variáveis como doenças crônicas. Através do Índice de Katz, que avalia atividades como
banhar-se, vestir-se, usar o banheiro, transferir-se, ter continência e alimentar-se, 51,35% dos
idosos foram considerados independentes e 48,65% dependentes ou necessitados de
assistência. Em relação às doenças, encontrou-se o declínio mental, os problemas
circulatórios e a artrite como as enfermidades crônicas mais freqüentes e que podem interferir
na capacidade funcional e qualidade de vida dos idosos.
Para um grupo de terceira idade que participou de uma análise qualitativa na cidade de
Viçosa, Minas Gerais, a possibilidade de executar as atividades de vida diária sem necessitar
da interferência ou influência de outras pessoas está relacionada com a percepção de
qualidade de vida, tendo em vista o sentimento de autonomia e saúde (Ribeiro, Silva, Modena
& Fonseca, 2002). Um fator que pode influenciar e alterar a realização de algumas tarefas
diárias na vida do idoso é a falta de motivação e os transtornos de humor associados (Reichel,
2001). Em estudo desenvolvido por Patrick, Johnson, Goins e Brown (2004), com uma
amostra de 221 idosos residentes em comunidades rurais, verificou-se que os sintomas
depressivos influenciam no desempenho das atividades da vida diária (AVD) e das atividades
instrumentais da vida diária (AIVD).
19
Frente a essas dificuldades funcionais encontradas no cotidiano cabe, a cada
indivíduo, a interpretação dos eventos vivenciados. No entanto, as situações estressantes
advindas dessas perdas podem levar a crises e problemas psicológicos. Cardoso (2002)
enfatiza que “envelhecer é aceitar o inaceitável, isto é, aceitar a perda gradual das funções
orgânicas, sociais e psico-emocionais” (p. 79).
Folkman e Moskowitz (2004) reforçam a importância das características individuais
para lidar com as situações estressantes. Os pensamentos e comportamentos adotados podem
ser um diferencial e influenciar diretamente na qualidade de vida das pessoas.
Hans Selye, em 1936, utilizou o termo stress pela primeira vez, o qual conceituou
como o “conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação
que exige esforço de adaptação”, podendo desencadear uma visão tanto positiva quanto
negativa. Ele pode servir de estímulo para buscarmos conquistas e superações, como pode ser
o resultado de um esforço exagerado e nos levar a desenvolver sintomatologias e doenças
(Silva, 2005).
O conjunto de reações proposto por Selye pode ser entendido por respostas aos
estímulos, na concepção de Lazarus e Folkman (1984). Os autores enfatizam a importância
do aparelho cognitivo como mediador da intensidade das respostas aos estímulos. Cada ser
humano pensa, sente e age de forma variada diante de um evento estressor, e os diferentes
mecanismos e estratégias utilizadas frente a cada situação são denominados coping.
Antoniazzi, Dell’aglio e Bandeira (1998) atentam para o fato de alguns autores
diferenciarem uma resposta de stress de uma resposta de coping. A primeira constitui em
uma resposta envolvendo uma reação emocional ou comportamental espontânea, enquanto a
resposta de coping possui intencionalidade e objetivo específico, geralmente relacionado à
redução do stress.
20
Para Lazarus e Folkman (1984), coping é um conjunto de esforços, cognitivos e
comportamentais, utilizado pelos indivíduos com o objetivo de lidar com demandas
específicas, internas ou externas, que surgem em situações de stress. Essas demandas são
avaliadas como sobrecarregando ou excedendo os recursos pessoais do indivíduo, e através
das estratégias de coping buscam reduzir, minimizar ou tolerar as situações.
O modelo de processamento de stress e coping de Lazarus e Folkman (1984) pode ser
melhor visualizado na Figura 1.
Avaliando a Figura 1, podemos entender coping como um mediador entre um
estressor e o resultado advindo desse estressor, em que tanto os recursos sócio-ecológicos
quanto os recursos pessoais podem interferir na avaliação do evento e na escolha das
diferentes estratégias de coping a serem utilizadas.
Segundo Folkman (1984), as estratégias de coping podem ser classificadas em dois
tipos: focalizada na emoção e focalizada no problema. O primeiro tem como objetivo alterar
o estado emocional do indivíduo, buscando reduzir a sensação física desagradável do estado
de stress. Já o coping focalizado no problema procura alterar a dificuldade existente na
relação entre as pessoas e o ambiente, podendo direcionar sua ação interna ou externamente.
Uma importante variável no estudo de coping, como avaliam Zeidner e Saklofske
(1996), é a depressão, tendo em vista que algumas características depressivas afetam a
seleção de estratégias de coping e a percepção real de sua eficácia.
21
Figura 1 – Modelo de Processamento de Stress e Coping (Lazarus e Folkman, 1984)
Para a avaliação dos sintomas depressivos na população idosa, Gazalle, Lima, Tavares
e Hallal (2004) desenvolveram uma pesquisa com 583 pessoas com 60 anos ou mais, da
cidade de Pelotas/RS, utilizando um questionário com oito perguntas de resposta simples
(sim/não), elaborado em dois estudo-piloto. Com um levantamento da média de 3,4 sintomas
Estressor potencial
Avaliação primária
Qual é o significado desse evento?
Como afetará meu bem-estar?
Ameaça
Recursos sócio-
ecológicos de coping
Avaliação secundária
O que posso fazer?
Quanto vai custar?
Qual é o resultado que espero?
Estratégias de coping
Focadas
no problema
Focadas
na emoção
Resultado
Reavaliação
O stress mudou?
Estou me sentindo melhor?
Evento irrelevante
Evento estressante
Evento benigno
Prejuízo
Desafio
Recursos pessoais
de coping
22
depressivos por participante, evidenciou-se maiores médias nos grupos de mulheres, idade
elevada, cor branca, sem companheiro atual, menor escolaridade, menor nível social, sem
trabalho remunerado, sem participação em atividades comunitárias, com perda por morte de
algum familiar ou pessoa importante no último ano e com baixa atividade física. O sintoma
depressivo observado com maior freqüência foi a ausência de disposição para realizar as
atividades habituais na maior parte do tempo no último mês, totalizando 73,9% dos
entrevistados.
Envolvendo idosos, coping e depressão, foi desenvolvido um estudo longitudinal por
Kraaij, Pruymboon e Garnefski (2002). O acompanhamento de 99 pessoas com idade igual
ou superior a 67 anos, por um período de 2 anos e meio, aponta as principais estratégias de
enfrentamento utilizadas pela amostra. Os idosos que apresentavam mais sintomas
depressivos utilizavam em maior quantidade as estratégias de aceitação, ruminação e
catastrofização, enquanto os sujeitos com menos sintomas depressivos manifestaram a
reavaliação positiva. Na avaliação longitudinal, na medida em que os sintomas depressivos
eram controlados, as estratégias observadas eram as de aceitação e reavaliação positiva.
Considerando a revisão bibliográfica realizada, percebe-se um interesse de
pesquisadores em estudar aspectos da velhice relacionados ao corpo e a capacidade funcional,
bem como sintomas depressivos nessa faixa etária. No entanto, foram encontradas poucas
pesquisas que avaliem as estratégias de enfrentamento utilizadas na velhice.
Dessa forma, levando-se em consideração os prejuízos na qualidade de vida dos
idosos que apresentam dificuldades funcionais, o presente estudo tem como objetivo verificar
as estratégias de coping utilizadas pelos participantes e se existe associação entre as
estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com as perdas funcionais decorrentes da
idade em idosos e sintomas de depressão. Além disso, como objetivo específico, será
23
verificado se existem diferenças nas estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com as
perdas funcionais entre os sexos.
II MÉTODO
Delineamento
Será realizado um estudo transversal, utilizando-se a metodologia quantitativa.
Hipóteses
H1.0. Não existe associação entre as estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar
com as dificuldades funcionais em idosos e sintomas de depressão.
H1.1. Existe associação entre as estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com
as dificuldades funcionais em idosos e sintomas de depressão.
H2.0. Não existe diferença nas estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com
as dificuldades funcionais entre os sexos.
H2.1. Existe diferença nas estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com as
dificuldades funcionais entre os sexos.
Participantes
Será utilizada uma amostra por conveniência com 95% de confiança e 10% de erro
máximo, constituída por 96 idosos residentes em instituições asilares de Porto Alegre.
25
Critérios de Inclusão
A amostra será constituída por idosos do sexo masculino e feminino, de idade igual ou
superior a 60 anos, tendo em vista o critério definido para o início da terceira idade pela
Organização Mundial da Saúde (1984) para países em desenvolvimento. Além disso, os
participantes deverão residir em instituições asilares e apresentar necessidade de assistência
em, no mínimo, uma atividade de vida diária.
Critérios de Exclusão
Serão excluídos do estudo idosos com doenças clínicas incapacitantes, demência,
presença de transtornos psicóticos e dependência de substâncias psicoativas, excluindo-se
nicotina, cafeína e benzodiazepínicos.
Instrumentos
Os instrumentos a serem utilizados no presente estudo serão os abaixo relacionados:
Ficha de Dados Sócio-demográficos
Na Ficha de Dados Sócio-demográficos constarão itens de informação sobre o idoso,
incluindo idade, sexo, escolaridade, profissão, estado civil, histórico clínico e psiquiátrico,
entre outros (Apêndice 1).
Escala de Atividades da Vida Diária (AVD)
Para a verificação do estado funcional, serão avaliadas as atividades da vida diária
(AVD) (Anexo A), através do índice de Katz (1983), em que constam tarefas como
alimentar-se, banhar-se, vestir-se, movimentar-se, higiene pessoal e continência.
26
Breve Entrevista Internacional de Neuropsiquiatria Modificada (MINI)
Consiste em uma breve entrevista estruturada para a triagem dos principais quadros
psicopatológicos. Permite a formulação de diagnósticos compatíveis com os critérios do
DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais APA) e da CID-10
(Classificação Internacional de Doenças OMS). A atual versão é utilizada em mais de 30
idiomas, sendo validada no Brasil por Amorim (2000).
Mini-Exame do Estado Mental (MMSE)
O Mini-Exame do Estado Mental será utilizado para avaliar as condições intelectuais
dos sujeitos e verificar eventuais prejuízos cognitivos. O MMSE, desenvolvido por Folstein,
Folstein e McHugh (1975), é composto por questões agrupadas em sete categorias, planejadas
para avaliar funções cognitivas específicas: orientação para tempo (5 pontos), orientação para
local (5 pontos), registro de três palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança
das três palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto).
O escore do MMSE pode variar de um mínimo de zero até um total máximo de 30 pontos,
com ponto de corte de 24 (Anexo B).
Inventário de Estratégias de Coping
Para avaliar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos sujeitos para lidar com as
limitações físicas decorrentes da idade, será utilizado o Inventário de Estratégias de Coping,
proposto por Lazarus e Folkman (1984). O Inventário é composto por 66 itens, incluindo
pensamentos e ações utilizadas para lidar com demandas internas ou externas de determinado
evento estressante. Os autores propõem oito fatores classificatórios, os quais foram
reorganizados e mantidos por Savóia, Santana e Mejias (1996) após a verificação da
confiabilidade e validade à realidade brasileira. São eles: confronto (itens 07, 17, 28, 34, 40,
27
47), afastamento (itens 06, 10, 13, 16, 21, 41, 44), autocontrole (itens 14, 15, 35, 43, 54),
suporte social (itens 08, 18, 22, 31, 42, 45), aceitação de responsabilidade (itens 09, 25, 29,
48, 51, 52, 62), fuga e esquiva (itens 58, 59), resolução de problemas (itens 01, 26, 46, 49) e
reavaliação positiva (itens 20, 23, 30, 36, 38, 39, 56, 60, 63) (Anexo C).
Escala de Depressão Geriátrica (GDS)
A Escala de Depressão Geriátrica (GDS) (Anexo D), desenvolvida por Yesavage,
Brink e Rose (1983) será utilizada para identificar os sintomas depressivos dos idosos. O
instrumento consiste em 15 questões, com alternativas de resposta sim e não, em que escores
inferiores a 5 são considerados normais, de 5 à 10 indicam depressão leve a moderada e
acima de 10 indicam depressão grave.
Procedimentos de Coleta dos Dados
Após o contato com as instituições e devidas autorizações, os idosos receberão
esclarecimentos sobre os objetivos da pesquisa e o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice 2). A coleta dos dados, para aqueles que aceitarem participar do
estudo, será feita na própria instituição, em sala apropriada. Inicialmente será aplicada a
Ficha de Dados Sócio-demográficos e a Escala de Atividades da Vida Diária, em que será
verificado o critério de inclusão sobre apresentar necessidade de assistência em, no mínimo,
uma atividade de vida diária. Aqueles idosos que poderem ser incluídos na pesquisa
receberão a aplicação da Breve Entrevista Internacional de Neuropsiquiatria Modificada e do
Mini-Exame do Estado Mental, em que serão verificados os critérios de exclusão. Os idosos
que preencherem os critérios de inclusão e não apresentarem doenças clínicas incapacitantes,
demência, presença de transtornos psicóticos e dependência de substâncias psicoativas,
28
excluindo-se nicotina e cafeína serão submetidos ao Inventário de Estratégias de Coping e a
Escala de Depressão Geriátrica.
Procedimentos de Análise dos Dados
Inicialmente será feita uma análise descritiva com o objetivo de traçar o perfil sócio-
demográfico e fazer um levantamento das estratégias utilizadas. Isto será feito calculando-se
a média, desvio-padrão, freqüência e percentual, expressos através de tabelas e gráficos.
Para testar as hipóteses da pesquisa, será utilizada a Análise de Variância (ANOVA)
acompanhada de comparações múltiplas, teste Qui-quadrado junto com os resíduos ajustados
padronizados, teste T de Student. Caso as suposições para os testes acima não sejam
satisfeitas, serão utilizados seus equivalentes não-paramétricos.Os dados serão tabulados a
partir do programa SPSS 11.5, com o nível de significância de 5%.
Estudo Piloto
Com o objetivo de alcançar resultados mais confiáveis, um estudo piloto seguindo
todos os procedimentos de coleta de dados será realizado com uma amostra de cinco idosos,
possibilitando possíveis ajustes que se façam necessários.
.
III PROCEDIMENTOS ÉTICOS
Assegurando os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica e aos
sujeitos das pesquisas, o presente projeto será encaminhado ao Comitê de Ética da PUCRS.
Após a análise e aprovação, será realizada a visita aos locais de coleta de dados, onde os
idosos serão informados da proposta do estudo e receberão o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido. serão incluídos na amostra do estudo aqueles que estiverem de acordo com
o termo apresentado, assinando-o em duas vias, uma sendo mantida pelo participante e uma
entregue à pesquisadora.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido explica que se trata de uma pesquisa
relacionada a uma dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica na PUCRS, que tem como
objetivo verificar se existe associação entre as estratégias de enfrentamento utilizadas para
lidar com as perdas funcionais decorrentes da idade em idosos e sintomas de depressão.
IV CRONOGRAMA
2005 2006
Atividades
A
S
O
N
D
J F
M
A
M
J J A
S
O
N
D
Revisão de
literatura
Encaminhamento
comitê de ética
Preparação dos
instrumentos
Treinamento dos
avaliadores
Aplicação do
estudo piloto
Análise dos dados
do piloto
Coleta de dados
Tabulação dos
dados
Análise dos dados
Redação final
Entrega da
dissertação
Defesa
V ORÇAMENTO DO PROJETO
________________________________
Pesquisadora
Analise de Souza Vivan
Matricula: 05190454-8
1- Patrocinador
2- Agência de Fomento (Anexar comprovante)
3- Serviço
4- Pesquisador (Bolsista Capes)
5- Outros (Grupo de Pesquisa coordenado pela Profª Drª Irani Argimon, PUCRS)
Itens a serem financiados
Especificações Quantidade
Valor
Unitário
R$
Valor
Total
R$
Fonte
Viabilizadora
(Ver ao pé da
folha)
Materiais de consumo
Caneta
Lápis
Apontador
Borracha
Folhas de Ofício (pacote)
Fotocópias
Cartucho para impressora
Disquete 3½ HD
CD-RW
Material permanente
Computador Pentium
Impressora HP 692
Estabilizador
6
6
1
6
2
2000
3
10
5
1
1
1
0,65
0,10
0,20
0,10
14,00
0,12
30,00
1,00
3,00
3,90
0,60
0,20
0,60
28,00
240,00
90,00
10,00
15,00
4
4
4
4
4
4
4
4
4
5
5
5
Total
388,30
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICES
36
APÊNDICE 1
FICHA DE DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
37
FICHA DE DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
Entrevistador: ___________________________________ Protocolo: _________
Data: _____ / _____ / _____ Local: ______________________________
Nome: __________________________________________
Data de nascimento: _____ / _____ / _____ Idade: __________
Sexo: 1 masculino 2 feminino
Estado civil: 1 casado/companheiro 2 solteiro 3 viúvo 4 separado 5 outro _____
Desde quando reside em instituição asilar: _____________
Anos de escolaridade: _______
Sabe ler: 1 não 2 sim
Sabe escrever: 1 não 2 sim
Profissão: _________________________
Sua renda provém de: 1 pensão 2 aposentadoria 3 ajuda de terceiros 4 outro ______
Religião: _________________________ Praticante: 1 não 2 sim
Como ocupa o tempo ocioso:
1 Leitura 9 Cinema
2 Música 10 Damas
3 Palavras Cruzadas 11 Caminhada
4 Bingo 12Atividades manuais
5 Televisão 13 Atividades na igreja
6 Futebol 14 Bailes
7 Bocha 15 Outra
8 Cartas
Como está a saúde: 1. Boa 2. Regular 3.Má
Faz exames de rotina com seu médico? 1 não 2 sim
Observações:
38
APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
39
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estamos solicitando sua autorização para que você possa participar da presente pesquisa, que tem
como principal objetivo verificar se existe associação entre as estratégias de enfrentamento utilizadas
para lidar com as perdas funcionais decorrentes da idade em idosos e sintomas de depressão. As
estratégias de enfrentamento referem-se à forma como as pessoas lidam com situações de stress. Tal
estudo prevê a participação de idosos com idade acima de 60 anos, do sexo masculino e feminino. Para
tanto, é necessário que você responda a uma Ficha de Dados Sócio-demográfico, em que constam
algumas questões sobre a sua pessoa. Também gostaríamos que você respondesse a questões de cinco
instrumentos para a avaliação de doenças psiquiátricas, orientação, memória, linguagem, atividades do
dia-a-dia, sintomas depressivos e a forma como você lida com as dificuldades que enfrenta. Essa
atividade levará aproximadamente 60 minutos, sob a coordenação da psicóloga responsável pelo
estudo. Os dados obtidos através desses instrumentos serão mantidos em sigilo e colocados
anonimamente à disposição da pesquisadora responsável pelo estudo. O benefício será a contribuição
pessoal para o desenvolvimento de um estudo científico. É seu direito retirar-se da pesquisa quando
quiser, sem que isto implique qualquer prejuízo a sua pessoa. De qualquer forma, apesar das
informações acima, caso haja alguma necessidade haverá a possbilidade de um acompanhamento no
ambulatório do Instituto de Geriatria do Hospital São Lucas da Pucrs ou no Serviço de Atendimento
Psicológico da Faculdade de Psicologia da Pucrs.
Eu, ________________________________ (nome do participante) fui informado dos objetivos
especificados acima, de forma clara e detalhada. Recebi informações específicas sobre o procedimento
no qual estarei envolvido(a), do inconveniente previsto, tanto quanto do benefício esperado. Todas as
minhas dúvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento através do telefone (51) 33314634, da Mestranda Analise de Souza Vivan e (51)
33203633 sub-ramal 221, da Professora Irani de Lima Argimon, orientadora desta pesquisa. O telefone
do Comitê de Ética em Pesquisa PUCRS é (51) 33203345. Sei que novas informações obtidas durante o
estudo me serão fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participação na
pesquisa em face dessas informações. Fui certificado de que as informações por mim fornecidas terão
caráter confidencial.
Consinto em participar desta pesquisa e declaro ter recebido cópia do presente termo de
consentimento livre e esclarecido.
___________________________________ ___________________________________
Assinatura do Participante Local e data
___________________________________ ___________________________________
Mestranda Analise de Souza Vivan Prof. Orientadora Irani de Lima Argimon
Matrícula: 05190454-8 Matrícula: 030554
CRP 07/11005 CRP 07/01211
40
ANEXOS
41
ANEXO A
ESCALA DE ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA
42
ESCALA DE ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA (AVD)
1. Banho
I. não recebe assistência
A. assistência para uma parte do corpo
D. não toma banho sozinho
2. Vestuário
I. veste-se sem assistência
A. assistência para amarrar sapatos
D. assistência para vestir-se
3. Higiene Pessoal
I. vai ao banheiro sem assistência
A. recebe assistência para ir ao banheiro
D. não vai ao banheiro para eliminações fisiológicas
4. Transferência
I. deita, levanta e senta sem assistência
A. deita, levanta e senta com assistência
D. não levanta da cama
5. Continência
I. controle esfincteriano completo
A. acidentes ocasionais
D. supervisão, uso de cateter ou incontinente
6. Alimentação
I. sem assistência
A. assistência para cortar carne/manteiga no pão
D. com assistência, ou sondas, ou fluidos IV
43
ANEXO B
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
44
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
Pontos
1. Orientação temporal (0-5): anoestaçãomêsdia do mêsdia da semana
2. Orientação espacial (0-5): localandarbairrocidadeestado
3. Registro (0-3): nomear: caneca – tapete – tijolo
4. Cálculo – tirar 7 (0-5): 10093867972 – 65
5. Evocação (0-3): três palavras anteriores: caneca – tapete – tijolo
6. Linguagem 1 (0-2): nomear um relógio e uma caneta
7. Linguagem 2 (0-1): repetir: nem aqui, nem ali, nem lá
8. Linguagem 3 (0-3): siga o comando: pegue o papel com a mão direita, dobre-
o ao meio, coloque em cima da mesa.
9. Linguagem 4 (0-1): ler e obedecer: feche os olhos
10. Linguagem 5 (0-1): escreva uma frase completa
11. Copiar o desenho (0-1)
Total
45
ANEXO C
INVENTÁRIO DE ESTRATÉGIAS DE COPING
46
INVENTÁRIO DE ESTRATÉGIAS DE COPING
Leia cada item abaixo e indique, fazendo um círculo na categoria apropriada o que você fez na
situação de dificuldade funcional, de acordo com a seguinte classificação:
0 não usei esta estratégia
1 usei um pouco
2 usei bastante
3 usei em grande quantidade
1
Concentrei-me no que deveria ser feito em seguida, no próximo passo.
0 1 2 3
2
Tentei analisar o problema para entendê-lo melhor.
0 1 2 3
3
Procurei trabalhar ou fazer alguma atividade para me distrair.
0 1 2 3
4
Deixei o tempo passar a melhor coisa que poderia fazer era esperar. O tempo é o
melhor remédio.
0 1 2 3
5
Procurei tirar alguma vantagem da situação.
0 1 2 3
6
Fiz alguma coisa que acreditava não dar resultados, mas ao menos estava fazendo
alguma coisa.
0 1 2 3
7
Tentei encontrar a pessoa responsável para mudar suas idéias.
0 1 2 3
8
Conversei com outra(s) pessoa(s) sobre o problema, procurando mais dados sobre a
situação.
0 1 2 3
9
Critiquei-me, repreendi-me.
0 1 2 3
10
Tentei não fazer nada que fosse irreversível, procurando deixar outras opções.
0 1 2 3
11
Esperei que um milagre acontecesse.
0 1 2 3
12
Concordei com o fato, aceitei o meu destino.
0 1 2 3
13
Fiz como se nada tivesse acontecido.
0 1 2 3
14
Procurei guardar para mim mesmo(a) os meus sentimentos.
0 1 2 3
15
Procurei encontrar o lado bom da situação.
0 1 2 3
16
Dormi mais que o normal.
0 1 2 3
17
Mostrei a raiva para as pessoas que causaram o problema.
0 1 2 3
18
Aceitei a simpatia e a compreensão das pessoas.
0 1 2 3
19
Disse coisas a mim mesmo(a) que me ajudassem a me sentir bem.
0 1 2 3
20
Inspirou-me a fazer algo criativo.
0 1 2 3
21
Procurei esquecer a situação desagradável.
0 1 2 3
22
Procurei ajuda profissional.
0 1 2 3
23
Mudei ou cresci como pessoa de uma maneira positiva.
0 1 2 3
24
Esperei para ver o que acontecia antes de fazer alguma coisa.
0 1 2 3
25
Desculpei ou fiz alguma coisa para repor os danos.
0 1 2 3
26
Fiz um plano de ação e o segui.
0 1 2 3
27
Tirei o melhor da situação, o que não era esperado.
0 1 2 3
28
De alguma forma extravasei os meus sentimentos.
0 1 2 3
29
Compreendi que o problema foi provocado por mim.
0 1 2 3
47
30
Sai da experiência melhor do que eu esperava.
0 1 2 3
31
Falei com alguém que poderia fazer alguma coisa concreta sobre o problema.
0 1 2 3
32
Tentei descansar, tirar férias a fim de esquecer o problema.
0 1 2 3
33
Procurei me sentir melhor, comendo, fumando, utilizando drogas ou medicação.
0 1 2 3
34
Enfrentei como um grande desafio, fiz algo muito arriscado.
0 1 2 3
35
Procurei não fazer nada apressadamente ou seguir o meu primeiro impulso.
0 1 2 3
36
Encontrei novas crenças.
0 1 2 3
37
Mantive meu orgulho não demonstrando os meus sentimentos.
0 1 2 3
38
Redescobri o que é importante na vida.
0 1 2 3
39
Modifiquei aspectos da situação para que tudo desse certo no final.
0 1 2 3
40
Procurei fugir das pessoas em geral.
0 1 2 3
41
Não me deixei impressionar, recusava-me a pensar muito sobre esta situação.
0 1 2 3
42
Procurei um amigo ou parente para pedir conselhos.
0 1 2 3
43
Não deixei que os outros soubessem da verdadeira situação.
0 1 2 3
44
Minimizei a situação me recusando a preocupar-me seriamente com ela.
0 1 2 3
45
Falei com alguém sobre como estava me sentindo.
0 1 2 3
46
Recusei recuar e batalhei pelo que eu queria.
0 1 2 3
47
Descontei minha raiva em outra(s) pessoa(s).
0 1 2 3
48
Busquei, nas experiências passadas, uma situação similar.
0 1 2 3
49
Eu sabia o que deveria ser feito, portanto dobrei meus esforços para fazer o que fosse
necessário.
0 1 2 3
50
Recusei a acreditar que aquilo estava acontecendo.
0 1 2 3
51
Prometi a mim mesmo(a) que as coisas seriam diferentes da próxima vez.
0 1 2 3
52
Encontrei algumas soluções diferentes para o problema.
0 1 2 3
53
Aceitei, nada poderia ser feito.
0 1 2 3
54
Procurei não deixar que meus sentimentos interferissem muito nas outras coisas que
eu estava fazendo.
0 1 2 3
55
Gostaria de poder mudar o que tinha acontecido, ou como me senti.
0 1 2 3
56
Mudei alguma coisa em mim, modifiquei-me de alguma forma.
0 1 2 3
57
Sonhava acordado(a) ou imaginava um lugar ou tempo melhores do que aqueles em
que eu estava.
0 1 2 3
58
Desejei que a situação acabasse ou que de alguma forma desaparecesse.
0 1 2 3
59
Tinha fantasias de como as coisas iriam acontecer, como se encaminhariam.
0 1 2 3
60
Rezei.
0 1 2 3
61
Preparei-me para o pior
0 1 2 3
62
Analisei mentalmente o que fazer e o que dizer.
0 1 2 3
63
Pensei em uma pessoa que admiro e a tomei como modelo.
0 1 2 3
64
Procurei ver as coisas sob o ponto de vista da outra pessoa.
0 1 2 3
65
Eu disse a mim mesmo(a) que as coisas poderiam ter sido piores”.
0 1 2 3
66
Corri ou fiz exercícios.
0 1 2 3
48
ANEXO D
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA
49
GDS – ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA
1. Em geral, você está satisfeito(a) com sua vida? sim / não
2. Você abandonou várias de suas atividades ou interesses? sim / não
3. Você sente que sua vida está vazia? sim / não
4. Você se sente aborrecido(a) com freqüência? sim / não
5. Você está de bom humor durante a maior parte do tempo? sim / não
6. Você teme que algo de ruim aconteça com você? sim / não
7. Você se sente feliz durante a maior parte do tempo? sim / não
8. Você se sente desamparado(a) com freqüência? sim / não
9. Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? sim / não
10. Você acha que apresenta mais problemas de memória do que antes? sim / não
11. Atualmente, você acha maravilhoso estar vivo(a)? sim / não
12. Você considera inútil a forma em que se encontra agora? sim / não
13. Você se sente cheio(a) de energia? sim / não
14. Você considera sem esperança a situação em que se encontra? sim / não
15. Você considera que a maioria das pessoas está melhor do que você/ sim / não
Total
As seguintes respostas valem 1 ponto:
(1) não (4) sim (7) não (10) sim (13) não
(2) sim (5) não (8) sim (11) não (14) sim
(3) sim (6) sim (9) sim (12) sim (15) sim
2. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA PUCRS
51
3. ARTIGO DE REVISÃO DE LITERATURA
DIFICULDADE FUNCIONAL E COPING EM IDOSOS
DIFICULDADE FUNCIONAL E COPING EM IDOSOS
Resumo
A expectativa de vida da população vem aumentando ao longo dos anos, o que torna
indispensável o desenvolvimento de estudos relacionados à qualidade destes anos. A presença
de prejuízos funcionais durante a velhice pode ser vivenciada como uma situação estressora e
representar um risco à qualidade de vida. No entanto, cada ser humano pensa, sente e age de
forma variada diante de um evento, e os diferentes mecanismos e estratégias de coping
utilizadas frente a cada situação podem contribuir para um melhor ajustamento pessoal. Desta
forma, o objetivo deste estudo foi verificar as características das publicações indexadas nos
últimos cinco anos que abordam os temas coping, dificuldade funcional e idosos. Foram
cruzadas as palavras chaves nas bases de dados dos sistemas Medline, PsycInfo e LILACS.
Os abstracts dos artigos foram revisados e classificados a partir de seis dimensões de análise:
base de dados, ano de publicação, país de origem, tipo de delineamento, cruzamento de
variáveis e resultados e conclusões dos estudos. O tratamento dos dados foi realizado através
de análise das freqüências percentuais. Os resultados demonstraram estudos envolvendo a
situação de dificuldade funcional e métodos de enfrentamento, no entanto, poucos abordaram
especificamente as estratégias de coping.
Palavras-chave: Coping, dificuldade funcional, prejuízo funcional, idoso.
53
54
COPING WITH OLD AGE FUNCTIONAL DIFFICULTIES
Abstract
As the life expectancy of the people increases, it becomes indispensable to carry out studies
related to the quality of life in those years. The presence of functional damage in old age may
be experienced as a stressing situation and it poses a risk for the quality of life. However,
every human being feels and reacts in different ways to events, and the different mechanisms
and strategies to cope with each situation may contribute to a better adjustment. The object of
this study is to identify the characteristics of the publications that were indexed in the last five
years on the fields of coping with functional difficulty and elderly people. Key words in
Medline, PsycInfo and LILACS databases were cross-referenced. The abstracts of the articles
were reviewed and categorized into six analysis dimensions: data base, issue year, country of
origin, type of delineation, cross-reference of variables/results, and conclusions of the studies.
The data were examined for an assessment of the frequency percentages. The results showed
a number of studies involving situations of functional difficulty and methods to face them,
however, few specifically dealt with coping strategies.
Key words: coping, functional impaired, functional weakness, elder.
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INTRODUÇÃO
Com o avanço da ciência, a expectativa de vida da população vem aumentando ao
longo dos anos. Em relação ao início do culo passado, os longevos de hoje vivem cerca de
20 anos mais. Segundo Camarano (2002), a participação dos idosos no total da população
nacional duplicou nos últimos 50 anos, passando de 4% em 1940 para 9% no ano de 2000.
Projeções indicam que esta faixa etária poderá ser responsável por quase 15% da população
brasileira em 2020. Desta forma, estudos recentes apontam para a importância de questões
não apenas relacionadas ao aumento do tempo de vida, mas principalmente à qualidade destes
anos.
Muitos autores vêm estudando o envelhecimento e o processo de declínio físico e
cognitivo associados a ele. A evolução de doenças crônicas pode acarretar em incapacidades
físicas e/ou mentais, causando prejuízo nas atividades de vida diária (Guedes & Silveira,
2004; Guimarães et al., 2004; Ramos, 2003). No entanto, Rosa, Benício, Latorre e Ramos
(2003) acrescentam que, apesar de comumente associar-se às dificuldades com a presença de
algumas doenças, deficiências ou problemas médicos, a capacidade funcional também pode
ser influenciada por fatores demográficos, sócio-econômicos, culturais e psicossociais. Em
estudo realizado por Karsch (2003), estima-se que 10% dos idosos brasileiros necessitem de
assistência nas atividades de vida diária, e cerca de 40% precisam de ajuda nas atividades
instrumentais de vida diária.
Além de um grande desafio para as famílias e a sociedade, os prejuízos funcionais
podem representar um risco à qualidade de vida dos idosos. Os déficits no funcionamento
físico interferem no desempenho das atividades cotidianas e na avaliação subjetiva que o
indivíduo faz de sua vida (Melzer & Parahyba, 2004). As situações podem ser vivenciadas
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como eventos estressores, afetando o status psicológico do sujeito e levando a crises e
problemas emocionais (Rabelo & Neri, 2005; Cardoso, 2002).
Segundo Baltes (1996), a dependência comportamental traz muito desconforto para os
idosos, pois os segrega de grupos etários mais jovens e faz com que sejam percebidos como
incompetentes pela sociedade. Diante desta situação, a percepção do indivíduo e a avaliação
que ele faz dos eventos são fatores importantes para a adaptação e o enfrentamento das
situações (Bandura, 2004).
Os prejuízos funcionais podem ter diferentes representações e implicações na vida das
pessoas, de acordo com os recursos psicológicos disponíveis. Características pessoais, como
os pensamentos e comportamentos adotados por cada indivíduo frente a determinado
estímulo, podem ser importantes diferenciais e influenciar diretamente na qualidade de vida
das pessoas (Folkman & Moskowitz, 2004). Cada ser humano pensa, sente e age de forma
variada diante de um evento estressor, e os diferentes mecanismos e estratégias utilizadas
frente a cada situação são denominados coping.
Para Lazarus e Folkman (1984), coping é um conjunto de esforços, cognitivos e
comportamentais, utilizado pelos indivíduos com o objetivo de lidar com demandas
específicas, internas ou externas, que surgem em situações de stress. Estas demandas são
avaliadas como sobrecarregando ou excedendo os recursos pessoais do indivíduo e, através
das estratégias de coping buscam reduzir, minimizar ou tolerar as situações.
Os autores propõem um modelo de processamento de stress e coping em que coping
representa um mediador entre um estressor e o resultado advindo deste estressor, e tanto os
recursos sócio-ecológicos quanto os recursos pessoais podem interferir na avaliação do
evento e na escolha das diferentes estratégias a serem utilizadas. Ainda, por ser considerado
um processo dinâmico, permite a avaliação e reavaliação contínua da relação pessoa-
ambiente e das estratégias a serem utilizadas no enfrentamento.
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Segundo Folkman (1984), as estratégias de coping podem ser classificadas em dois
tipos: focalizada no problema e focalizada na emoção.
No coping centrado no problema, a preocupação maior está na resolução. Para isto,
define-se o problema, enumeram-se as alternativas, comparam-se custos e benefícios e
escolhe-se uma ação. As estratégias utilizadas, direcionadas interna ou externamente, são
voltadas para a realidade, de forma mais adaptativa, buscando-se modificar as pressões
ambientais e diminuir ou eliminar a fonte de stress.
O coping centrado na emoção, por sua vez, tem como objetivo alterar o estado
emocional do indivíduo, buscando reduzir a sensação física desagradável relacionada à
situação estressante. Para isto, tende-se a utilizar estratégias advindas de processos
defensivos, usando manobras cognitivas para uma modificação de significado da situação.
Segundo Savóia, Santana e Mejias (1996), quando a situação vivenciada é avaliada
como irreversível, tende-se a utilizar, de maneira mais intensa, estratégias de coping focadas
na emoção; enquanto que, em situações que considera-se mais fácil reverter o problema,
existe uma maior tendência ao uso de estratégias fixadas no problema.
Lazarus e Folkman (1984) enfatizam que, se a estratégia utilizada for efetiva, o
indivíduo obterá a resolução do problema ou a diminuição da emoção negativa, podendo o
evento estressor ser superado. No entanto, se as estratégias de coping forem ineficazes, será
mantida a crise e o processo de stress, sendo então necessária a reavaliação.
A percepção subjetiva e a interpretação do sujeito em relação a um evento
determinam a qualidade e a intencionaliade de uma reação emocional. Folkman e Moskowitz
(2004) complementam afirmando que os pensamentos e comportamentos utilizados para lidar
com as situações estressantes podem ser um diferencial e influenciar diretamente na
qualidade de vida das pessoas.
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Considerando a presença relevante de prejuízos funcionais no processo de
envelhecimento e o conceito de coping abordado, este estudo tem como objetivo verificar as
características das publicações indexadas nos últimos 5 anos, que abordam os temas coping,
dificuldade funcional e idosos.
MÉTODO
Através de uma revisão sistemática (Coutinho, 2002), conduziu-se a análise de
publicações presentes nas bases de dados dos sistemas Medline, PsycInfo e LILACS. Usando
os descritores coping ou estratégias de enfrentamento, dificuldade funcional, prejuízo
funcional ou incapacidade funcional e idoso ou velhice (coping, functional impaired or
functional incapacity or functional weakness and old people or aged or elder or aging), fez-
se o levantamento dos abstracts dos últimos 5 anos.
Foram identificados 37 abstracts de artigos através da busca realizada, sendo todos
eles de publicações em periódicos. A análise do material ocorreu a partir dos seguintes
critérios: base de dados, ano de publicação, país de origem, tipo de delineamento, cruzamento
de variáveis e resultados e conclusões do estudo. Os dados foram analisados através de
freqüências percentuais.
RESULTADOS
A primeira análise envolveu a distribuição dos abstracts de acordo com as bases de
dados investigadas. O Medline teve a maioria das publicações (35), seguido do PsycInfo e
LILACS, com uma publicação cada (Tabela 1).
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INSERIR TABELA 1
A partir da investigação dos abstracts, foi identificado um artigo que estava registrado
tanto no PsycInfo quanto no LILACS. Desta forma, passa-se a se trabalhar com um número
total de 36 estudos.
Levando-se em consideração o ano de publicação, conforme pode ser visto na Tabela
2, o ano de 2005 teve maior concentração de estudos, com um total de 15 abstracts.
INSERIR TABELA 2
Dos 36 artigos publicados, grande parte tem os Estados Unidos como país de origem
(16), seguidos do Canadá (4) e Suécia (3) (Tabela 3).
INSERIR TABELA 3
A quarta dimensão de análise envolve os tipos de delineamentos utilizados. Os
estudos transversais apareceram em maior número (25), seguidos dos de coorte (9) (Tabela
4).
INSERIR TABELA 4
No que envolve a análise de cruzamento de variáveis, os estudos apresentaram temas
variados. O termo coping, usado como descritor objetivando a relação com o conceito de
coping e as estratégias de enfrentamento, foi encontrado em muitos abstracts referindo-se ao
verbo enfrentar, em inglês (to cope).
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Quanto à faixa etária dos participantes, cinco artigos foram descartados nesta fase de
análise. Três deles envolviam estudo com crianças, enquanto dois referiam-se a adultos
cuidadores de idosos.
A partir da análise dos artigos, foram criadas três categorias: (1) dificuldade funcional
e métodos de enfrentamento, (2) prejuízo na qualidade de vida e (3) prejuízo cognitivo.
(1) dificuldades funcionais e métodos de enfrentamento: refere-se aos recursos
psicológicos e sociais utilizados pelos indivíduos para lidar com situações estressantes;
(2) prejuízo na qualidade de vida: prejuízos enfrentados pelos idosos na presença de
doenças. Foram encontrados artigos sobre esquizofrenia (uso de medicamentos), perda de
visão (reabilitação visual, superproteção social), traumatismo craniano, câncer (mama, útero),
doenças pulmonares, doenças de coração, esclerose múltipla (prejuízos físicos e
psicológicos);
(3) prejuízo cognitivo: memória, atenção e orientação espacial, incluindo estudo sobre
a influência de sintomas de ansiedade e depressão.
Apenas a primeira categoria (dificuldades funcionais e métodos de enfrentamento)
refere-se ao tema de estudo proposto neste artigo. Desta forma, a sexta dimensão de análise,
que se refere a resultados e conclusões, terá como base esta categoria.
Os estudos que se referem à incapacidade funcional e métodos de enfrentamento
apontam os prejuízos enfrentados pelos idosos, incluindo dificuldades sociais/interpessoais,
ocupacionais e psicológicas.
A ocorrência de eventos negativos, como a incapacidade funcional, pode trazer
dificuldades ao ajustamento pessoal, tendo em vista as mudanças que serão necessárias em
seu estilo de vida. Desta forma, para uma maior possibilidade de adaptação sem declínio na
qualidade de vida, torna-se necessário o desenvolvimento de mecanismos de ajustamento
pessoal.
61
Rabelo e Neri (2005), em uma revisão de literatura, salientam os diferentes recursos
psicológicos e sociais que podem ser usados como mecanismos protetores ou mediadores no
ajustamento pessoal de idosos com incapacidades, apontando variáveis como: suporte social,
crenças e estados emocionais positivos, regulação afetiva, mecanismo de comparação social,
senso de auto-eficácia, mecanismos de seleção-otimização-compensação e mecanismo de
coping.
Segundo o estudo das autoras, o suporte social interfere positivamente no
enfrentamento dos prejuízos funcionais, aumentando a auto-estima e o sentimento de
influência sobre o ambiente. Idosos com ampla rede social são estimulados quanto ao senso
de controle, auto-eficácia e auto-aceitação.
As crenças e estados emocionais positivos também são considerados fatores protetivos
da boa qualidade de vida. Além de influenciar o estado emocional do indivíduo, podem
causar mudanças fisiológicas e neuroendócrinas e estimular comportamentos saudáveis. A
avaliação positiva auxilia o idoso a enfrentar as situações, encontrando significado em
relação à experiência vivenciada.
Outra variável apontada no ajustamento a situações de dificuldade funcional é a
regulação afetiva. Os idosos tendem à otimização afetiva, procurando maximizar afetos
positivos e minimizar os negativos. A complexidade afetiva, desenvolvida ao longo do ciclo
vital, os auxilia a regular sentimentos positivos e negativos relacionados às situações.
O mecanismo de comparação social também é encontrado como forma de enfrentar
situações negativas. O fato de comparar-se a idosos que classifica como piores pode trazer
benefício a si mesmo, percebendo sua situação como mais favorável que a do outro. Além
disto, o sentimento de universalidade, ao conviver com grupos em situação similar, tende a
diminuir a ansiedade e o sentimento de singularidade.
62
A auto-eficácia, conceito advindo da teoria social cognitiva, também representa um
importante recurso no enfrentamento das situações. A crença do indivíduo em sua própria
capacidade pode influenciar sua motivação, persistência, vulnerabilidade ao stress e
depressão.
Os processos adaptativos de seleção, otimização e compensação também podem estar
presentes no ajustamento psicológico dos indivíduos. Através de mecanismo de seleção, o
idoso pode evitar, reduzir ou restringir a realização de tarefas que causem desconforto.
Assim, através da otimização, busca desenvolver atividades em que mantém um bom nível de
funcionamento, compensando a perda através de processos cognitivos e/ou esforços
comportamentais.
Como última variável apontada por Rabelo e Neri (2005), estão os mecanismos de
coping. As autoras descrevem os processos de enfrentamento assimilativo e acomodativo. No
primeiro, o idoso procura transformar a situação avaliada negativamente, buscando
conformá-la com suas metas pessoais. No modo acomodativo, os sujeitos readaptam seus
objetivos de acordo com a situação atual, adotando padrões menos exigentes.
Lanska (2006) complementa que alguns métodos para auxiliar no enfrentamento
destas situações, como o desenvolvimento de habilidades sociais, comportamentais e
cognitivas, podem ser trabalhados através de processos psicoterapêuticos. Além disso, um
fator importante para o enfrentamento das dificuldades é a análise de comorbidades
psiquiátricas. Transtornos de ansiedade e de humor associados podem trazer prejuízos na
escolha das estratégias para lidar com as situações. O autor enfatiza ainda a importância de se
trabalhar o enfrentamento das situações e auxiliar os indivíduos no desenvolvimento de
estratégias de coping mais apropriadas.
63
DISCUSSÃO
A partir dos resultados desta revisão sistemática, é importante ressaltar o reduzido
número de pesquisas envolvendo incapacidade funcional e coping em idosos. Apesar de um
número inicial de 36 abstracts encontrados, apenas 2 referiam-se ao tema proposto neste
estudo.
Além disso, através da análise realizada, esperava-se encontrar estudos que
abordassem as diferentes estratégias de coping que poderiam estar relacionadas ao
enfrentamento das dificuldades funcionais, tomando-se como base os oito fatores propostos
por Lazarus e Folkman (1984): confronto, afastamento, autocontrole, suporte social,
aceitação de responsabilidade, fuga e esquiva, resolução de problemas e reavaliação positiva.
No entanto, nenhum dos abstracts referiam-se às diferentes estratégias de coping
utilizadas pelos idosos frente à situação de dificuldade funcional. Os estudos de Rabelo e
Neri (2005) e Lanska (2006) abordaram questões relativas aos prejuízos na qualidade de vida
dos idosos em situação de prejuízo funcional. Foram analisados os diferentes mecanismos
disponíveis para o ajustamento pessoal, bem como o papel do psicoterapeuta num processo
terapêutico, enfatizando a importância de uma avaliação e do auxílio ao idoso no
desenvolvimento de recursos psicológicos mais adequados para o enfrentamento das
situações.
Quanto ao ano de publicação das pesquisas, grande parte foi publicada em 2005.
Ainda, os dois estudos que foram incluídos na categoria de dificuldade funcional e métodos
de enfrentamento foram publicados em 2005 e 2006. Assim, percebe-se um crescente
interesse de estudos envolvendo a terceira idade, bem como relacionados a prejuízos desta
etapa. Tendo em vista o aumento da expectativa de vida, torna-se importante o
64
desenvolvimento de pesquisas que abordem este tema e contribuam para uma melhor
qualidade de vida dos idosos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão sistemática realizada teve o foco restrito à presença de dificuldade funcional
no idoso e o enfrentamento frente a esta situação. Tendo em vista que o que determina as
estratégias de coping utilizadas são as situações de stress vivenciadas pelo indivíduo, os
estudos que avaliam os processos de coping podem estar relacionados a diferentes situações
vivenciadas ao longo do ciclo vital. A fim de abordar de forma mais abrangente o tema,
sugere-se que, para um próximo estudo, sejam avaliadas estratégias de enfrentamento
utilizadas frente a problemas de saúde em geral ou outra categoria de evento vital.
Assim como Lanska (2006) enfatiza a importância do trabalho terapêutico no
processo de coping, as estratégias que o idoso utiliza também podem ser indicativos de seus
recursos pessoais, incluindo saúde, crenças, valores, habilidades sociais. Desta forma, estudos
de coorte, relacionando intervenções psicoterapêuticas à situação de incapacidade funcional,
poderiam trazer novos achados no que se refere à qualidade de vida dos idosos.
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Tabela 1
Distribuição dos Artigos Localizados nas Bases de Dados
Bases de Dados Artigos Total (%)
Medline 35 94,6
PsycInfo 1 2,7
LILACS 1 2,7
Total 37 100
67
Tabela 2
Distribuição dos Artigos Localizados nas Bases de Dados, por Ano de Publicação
Ano de Publicação Artigos Total (%)
2002 5 13,9
2003 5 13,9
2004 8 22,2
2005 15 41,7
2006 3 8,3
Total 36 100
68
Tabela 3
Distribuição dos Artigos Localizados nas Bases de Dados, por País de Origem
País de Origem Artigos Total (%)
Estados Unidos 16 44,5
Canadá 4 11,1
Suécia 3 8,3
Alemanha 2 5,5
Holanda 2 5,5
Reino Unido 2 5,5
Austrália 1 2,8
Brasil 1 2,8
Finlândia 1 2,8
França 1 2,8
Itália 1 2,8
Nova Zelândia 1 2,8
Rússia 1 2,8
Total 36 100
69
Tabela 4
Distribuição dos Artigos Localizados nas Bases de Dados, por Tipo de Delineamento
Tipo de Delineamento Artigos Total (%)
Estudo transversal 25 69,4
Estudo de coorte 9 25,0
Ensaio clínico randomizado 1 2,8
Revisão teórica 1 2,8
Total 36 100
70
4. ARTIGO EMPÍRICO
COPING, DIFICULDADES FUNCIONAIS E SINTOMAS DE DEPRESSÃO EM IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS
71
COPING, DIFICULDADES FUNCIONAIS E SINTOMAS DE DEPRESSÃO EM
IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Resumo
O objetivo deste estudo foi verificar as estratégias de coping utilizadas pelos idosos frente às
dificuldades funcionais, associações com sintomas de depressão e diferenças entre os sexos.
Participaram do estudo 103 idosos institucionalizados, que apresentavam necessidade de
assistência em no mínimo uma atividade de vida diária (AVD). O delineamento foi de um
estudo quantitativo e transversal. Os instrumentos utilizados foram: Ficha de Dados Sócio-
demográficos, Escala de Atividades da Vida Diária, Breve Entrevista Internacional de
Neuropsiquiatria Modificada, Mini-Exame do Estado Mental, Inventário de Estratégias de
Coping e Escala de Depressão Geriátrica. As estratégias de coping mais utilizadas pela
amostra foram a de autocontrole e resolução de problemas. Não foram encontradas
associações significativas entre os sexos e a escolha das estratégias de coping. Em relação aos
sintomas de depressão, níveis mínimos foram associados ao maior uso da estratégia de
suporte social.
Palavras-chave: coping, enfrentamento, stress, dificuldade funcional, depressão, idoso.
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COPING WITH FUNCTIONAL DIFFICULTIES AND DEPRESSION SYMPTOMS
IN INSTITUTIONALIZED ELDERLY PEOPLE
Abstract
The aim of this research was to verify the strategies utilized by elderly people to cope with
functional difficulties, associations with depression symptoms and differences between the
sexes. 103 institutionalized elderly people took part in the study. They were in need of
assistance in at least one daily life activity (DLA). The delineation was of a quantitative and
transversal study. The following instruments were used: Sociodemographic Data Chart, Daily
Life Activity Scale, Brief International Interview of Modified Neuropsychiatry, Mini-exam of
the Mental State, Inventory of Coping Strategies and Scale of Geriatric Depression. The
coping strategies most used by the sample were self-control and problem resolution. No
significant associations were found between the sexes and the choice of coping strategies.
With regard to the depression symptoms, minimal levels were associated to the greater use of
the social support strategy.
Keywords: coping, stress, functional impaired, functional weakness, depression, elder.
73
INTRODUÇÃO
De acordo com dados do IBGE (2004), a população de idosos vem aumentando nos
últimos anos. Estudos apontam uma queda da natalidade e um número crescente de idosos.
No ano de 2000, 30% da população estava situada na faixa etária de zero a 14 anos, enquanto
os maiores de 65 anos representavam 5% dos brasileiros. A estimativa é de que, em 2050,
estes dois grupos se igualem, representando, cada um, 18% da população (Melo & Brito,
2004). Frente a isto, muitos pesquisadores têm se interessado pelo envelhecimento humano,
estimulando uma multiplicidade de estudos e avaliações sobre a velhice.
Busse e Blazer (1999) conceitualizam o termo envelhecer como as alterações físicas
que se desenvolvem na idade adulta, resultando em um declínio na eficiência do
funcionamento. Ramos, Rosa, Oliveira, Medina e Santos (1993) enfatizam que a grande
maioria dos idosos é portadora de pelo menos uma doença crônica, sendo que, no entanto,
muitos conseguem manter uma vida normal. Para o autor, o sentimento de controle e a
ausência de seqüelas ou incapacidades associadas pode ser o que contribui para os idosos
expressarem satisfação em relação à vida. Porém, quando o idoso se depara com a falta de
autonomia e a necessidade de assistência ou dependência nas atividades da vida diária é que a
qualidade de vida parece estar em risco.
Segundo Ramos (2003), capacidade funcional é vista como um novo paradigma de
saúde para o idoso. A presença de uma doença pode comprometer a capacidade funcional de
um indivíduo, afetando o bem-estar e o processo de envelhecimento saudável. Xavier, Ferraz,
Marc, Escosteguy e Moriguchi (2003) desenvolveram um estudo com octagenários da cidade
de Veranópolis/RS, em que 18% apresentaram uma avaliação negativa de sua vida atual.
Quanto aos aspectos determinantes desta percepção, o principal motivo estava relacionado a
problemas de saúde, sendo citado por 96% dos idosos nesta situação.
74
Em pesquisa desenvolvida por Silva (2003) em que se verificou as vantagens e
desvantagens da velhice, houve uma grande ênfase nos fatores de saúde, principalmente no
que implica em limitações e prejuízos no dia-a-dia. Ribeiro, Silva, Modena e Fonseca (2002)
acrescentam que a possibilidade de executar as atividades cotidianas sem necessitar de
interferência ou influência de outras pessoas está relacionada com a percepção de qualidade
de vida.
No Brasil, segundo estudo desenvolvido por Karsch (2003), foi estimado que 10% dos
idosos necessitam de assistência nas atividades de vida diária (AVD), enquanto 40%
precisam de ajuda nas atividades instrumentais de vida diária (AIVD). No entanto, estes
números tendem a apresentar significativa elevação em estudos desenvolvidos com idosos
residentes em instituições asilares. Guedes e Silveira (2004) investigaram 109 idosos
residentes e constataram que 40,36% dos idosos necessitavam de assistência ou dependência
nas AVDs. Na análise individual de cada atividade, o mais elevado índice de idosos
dependentes situou-se na atividade de banho, totalizando 67,89%. Pesquisa similar, com
amostra também asilar, foi desenvolvida por Lucena, Guerra, Lucena, Silva e Nascimento
(2002), em que 39 idosos residentes foram entrevistados. Além de avaliar as atividades de
vida diária, também foram medidas variáveis como doenças crônicas. Através do Índice de
Katz, 51,35% dos idosos foram considerados independentes e 48,65% dependentes ou
necessitados de assistência nas AVDs. Em relação às doenças, encontrou-se o declínio
mental, os problemas circulatórios e a artrite como as enfermidades crônicas mais freqüentes
e que podem interferir na capacidade funcional e qualidade de vida dos idosos.
A situação de dificuldade funcional e a necessidade de assistência nas AVDs e nas
AIVDs podem representar um fator estressante no processo de envelhecimento. De acordo
com Pereira et al. (2004), o aparecimento progressivo de doenças e dificuldades funcionais,
com o avançar da idade, são fatores determinantes da incidência do stress na terceira idade.
75
Morillo (2000) complementa que os maiores níveis de stress em idosos estão associados ao
número de doenças e ao impacto negativo destas em suas vidas.
Conforme Selye (1956), o termo estresse é o conjunto de reações que um organismo
desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação. Os eventos de
vida estressantes são definidos como causadores de stress em virtude de provocarem
mudanças no meio ambiente (Lopes & Faerstein, 2001).
O stress pode desencadear uma visão tanto positiva quanto negativa. Ele pode servir
de estímulo para a busca de conquistas e superações, como pode ser o resultado de um
esforço exagerado e levar ao desenvolvimento de sintomatologias e doenças. O desequilíbrio
ocorre quando a pessoa necessita responder a alguma demanda que ultrapassa sua capacidade
adaptativa (Margis, Picon, Cosner & Silveira, 2003; Silva, 2005).
Segundo Margis et al. (2003), a resposta ao evento estressor, além de aspectos
comportamentais e fisiológicos, compreende aspectos cognitivos no que se refere à forma
como o sujeito interpreta as situações ou estímulos e como filtra e processa a informação.
Assim, a avaliação negativa de um estressor pode não estar ligada ao evento estressor
propriamente dito, mas a uma vulnerabilidade individual que influencia a forma de avaliar e
enfrentar o estressor.
Na concepção de Lazarus e Folkman (1984), o stress é resultado da relação entre a
pessoa e o ambiente. Os autores introduzem o termo coping referindo-se ao conjunto de
esforços, cognitivos e comportamentais, utilizado pelos indivíduos com o objetivo de lidar
com demandas específicas. Estas demandas são avaliadas como sobrecarregando ou
excedendo os recursos pessoais e ameaçando seu bem-estar. Miller (1992) acrescenta que
coping corresponde a um mecanismo mental que protege o indivíduo de aspectos ambientais
ou cognitivos considerados ameaçadores. Segundo Lazarus e Folkman (1984), coping é um
processo dinâmico que pode estar em constante mudança, de acordo com as reavaliações
76
feitas sobre o evento, e pode ter como conseqüência resultados melhores ou piores do que a
situação inicial.
Folkman (1984) classifica as estratégias de coping em dois tipos: focalizada na
emoção e focalizada no problema. O primeiro tem como objetivo alterar o estado emocional
do indivíduo, buscando reduzir a sensação física desagradável do estado de stress. Já o
coping focalizado no problema procura alterar a dificuldade existente na relação entre as
pessoas e o ambiente, podendo direcionar sua ação interna ou externamente.
Lazarus e Folkman (1984) propõem oito fatores para o estudo de coping, conforme
segue:
(1) Confronto: esforços agressivos de alteração da situação. Pode apresentar grau de
hostilidade e risco envolvido;
(2) Afastamento: esforços cognitivos de desprendimento e minimização da situação;
(3) Autocontrole: esforços de regulação dos próprios sentimentos e ações;
(4) Suporte social: esforços de procura de suporte informativo, suporte tangível e
suporte emocional;
(5) Aceitação de responsabilidade: reconhecimento do próprio papel na situação e
tentativa de recompor o problema;
(6) Fuga e esquiva: esforços cognitivos e comportamentais para escapar ou evitar o
problema;
(7) Resolução de problemas: esforços focados sobre o problema buscando alterar a
situação;
(8) Reavaliação positiva: esforços de criação de significados positivos. Também pode
apresentar dimensão religiosa.
77
Uma importante variável no estudo de coping, segundo Zeidner e Saklofske (1996), é
a depressão, pois além de interferir na interpretação de uma situação, algumas características
depressivas afetam a seleção de estratégias de coping e a percepção real de sua eficácia.
Um estudo longitudinal desenvolvido por Kraaij, Pruymboom e Garnefski (2002),
envolvendo coping e depressão, acompanhou 99 idosos por um período de dois anos e meio.
Os resultados apontam as principais estratégias de enfrentamento utilizadas pela amostra. Os
idosos que apresentaram mais sintomas depressivos utilizaram em maior quantidade as
estratégias de aceitação, ruminação e catastrofização, enquanto os sujeitos com menos
sintomas depressivos manifestaram mais a reavaliação positiva. Na avaliação longitudinal, na
medida em que os sintomas depressivos eram controlados, as estratégias observadas eram as
de aceitação e reavaliação positiva.
Desta forma, levando-se em consideração os prejuízos na qualidade de vida dos
idosos que apresentam dificuldades funcionais, o presente estudo teve como objetivo verificar
as estratégias de coping utilizadas pelos participantes e se existe associação entre as
estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com as perdas funcionais decorrentes da
idade em idosos e sintomas de depressão. Além disto, como objetivo específico, foi
verificado se existem diferenças nas estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com as
perdas funcionais entre os sexos.
MÉTODO
a) Delineamento
Foi realizado um estudo transversal, utilizando-se a metodologia quantitativa.
b) Participantes
Participaram do estudo 103 idosos institucionalizados, com idade acima de 60 anos,
78
de escolaridade e níveis sócio-econômicos diversos, residentes na cidade de Porto Alegre.
Como critérios de inclusão, os participantes deveriam apresentar necessidade de assistência
em, no mínimo, uma atividade de vida diária. Foram excluídos do estudo idosos com doenças
clínicas incapacitantes, demência, presença de transtornos psicóticos e dependência de
substâncias psicoativas, excluindo-se nicotina e cafeína.
c) Instrumentos
Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: Ficha de Dados
Sócio-demográficos, Escala de Atividades da Vida Diária (AVD), Breve Entrevista
Internacional de Neuropsiquiatria Modificada (MINI), Mini-Exame do Estado Mental
(MMSE), Inventário de Estratégias de Coping e Escala de Depressão Geriátrica (GDS), que
serão descritos a seguir.
A Ficha de Dados Sócio-demográficos continha itens referentes ao idoso, incluindo
idade, sexo, estado civil, tempo de residência em instituição asilar, anos de escolaridade,
profissão, proveniência da renda, religião, atividades de lazer e informações sobre saúde.
A AVD, proposta por Katz (1983), foi utilizada para a verificação do estado
funcional. Na escala, constam as tarefas de banho, vestuário, higiene pessoal, transferência,
continência e alimentação, em que o participante informa se é independente, se necessita de
assistência ou se é dependente para a realização da tarefa.
A MINI, utilizada para verificar os critérios de exclusão, consiste em uma breve
entrevista estruturada para a triagem dos principais quadros psicopatológicos. Permite a
formulação de diagnósticos compatíveis com os critérios do DSM-IV (Manual Diagnóstico e
Estatístico dos Transtornos Mentais APA) e da CID-10 (Classificação Internacional de
Doenças – OMS). A atual versão é utilizada em mais de 30 idiomas, sendo validada no Brasil
por Amorim (2000).
79
O MMSE foi utilizado para avaliar as condições intelectuais dos sujeitos e verificar
eventuais prejuízos cognitivos. O MMSE, desenvolvido por Folstein, Folstein e McHugh
(1975), é composto por questões agrupadas em sete categorias, planejadas para avaliar
funções cognitivas específicas: orientação para tempo (5 pontos), orientação para local (5
pontos), registro de três palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança das três
palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore
do MMSE pode variar de um mínimo de zero até um total máximo de 30 pontos, com ponto
de corte de 24.
O Inventário de Estratégias de Coping, proposto por Lazarus e Folkman (1984), é
composto por 66 itens, incluindo pensamentos e ações utilizadas para lidar com demandas
internas ou externas de determinado evento estressante. Os autores propõem oito fatores
classificatórios, os quais foram reorganizados e mantidos por Savóia, Santana e Mejias
(1996) após a verificação da confiabilidade e validade à realidade brasileira. São eles:
confronto (itens 07, 17, 28, 34, 40, 47), afastamento (itens 06, 10, 13, 16, 21, 41, 44),
autocontrole (itens 14, 15, 35, 43, 54), suporte social (itens 08, 18, 22, 31, 42, 45), aceitação
de responsabilidade (itens 09, 25, 29, 48, 51, 52, 62), fuga e esquiva (itens 58, 59), resolução
de problemas (itens 01, 26, 46, 49) e reavaliação positiva (itens 20, 23, 30, 36, 38, 39, 56, 60,
63).
A GDS, desenvolvida por Yesavage et al. (1983), foi utilizada para identificar os
sintomas depressivos dos idosos. O instrumento consiste em 15 questões, com alternativas de
resposta sim e não, em que escores inferiores a 5 são considerados normais, de 5 a 10
indicam depressão leve a moderada e, acima de 10, indicam depressão grave.
d) Procedimentos
Foi realizado o contato com algumas instituições asilares de Porto Alegre, para
80
explicar os objetivos da pesquisa e obter as autorizações necessárias.
Após a aprovação do Projeto de Pesquisa pelo Comitê de Ética da PUCRS, foi
realizada a visita às instituições asilares. Alguns locais dispunham de atividades em grupo
semanais, em que foram feitos os primeiros contatos. Em outros, os idosos receberam as
informações individualmente. A partir de então, aqueles que concordaram em participar do
estudo assinavam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Os instrumentos foram aplicados individualmente, em salas ou outro local reservado
na própria instituição. A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora e quatro alunos de
graduação, previamente treinados.
A alise quantitativa foi efetivada atras de estatísticas descritivas, com o objetivo de
trar o perfil cio-demogfico e fazer o levantamento das estratégias utilizadas. Foram
calculadas asdias, desvio padrão, freqüências e percentuais.
Para testar as hipóteses da pesquisa, foi utilizado o teste Exato de Fisher junto com os
resíduos ajustados padronizados. Os dados foram tabulados a partir do programa SPSS 11.5 com
o vel se significância de 5%.
RESULTADOS
a) Quanto às características sócio-demográficas
Dos 103 idosos que constituíram a amostra, a idade variou entre 60 e 95 anos, tendo
como média 79,66 anos (DP= 9,71).
O tempo de residência mínimo em asilo foi de até 1 ano e o máximo de 26 anos, tendo
4,34 anos como média (DP=4,84). A média de escolaridade manteve-se em 6,53 anos
(DP=4,34), variando de nenhum ano de escolaridade até o máximo de 15 anos.
Na Tabela 1, encontram-se as freqüências relacionadas à amostra. A maioria dos
81
idosos é do sexo feminino (88,3%) e viúvos (56,9%). Em relação à proveniência da renda,
53,4% são aposentados. Quanto à percepção da própria saúde, 11,7% classificaram-na como
má. A maioria da amostra (83,5%) realiza exames de rotina periodicamente. A religião foi
variada, com a maioria católica (60,2%) e praticante (81,6%).
INSERIR TABELA 1
A principal atividade de lazer foi a de assistir televisão (70,9%), seguida de música
(61,8%) e atividades manuais (50,5%) (Figura 1).
INSERIR FIGURA 1
b) Quanto às atividades da vida diária
A AVD que mais obteve dependência por parte dos sujeitos foi a atividade de
vestuário (24,3%). No entanto, quando analisada a necessidade de assistência juntamente com
a dependência, temos a atividade de continência com maior percentual (49,5%), seguida de
vestuário (47,6%) e banho (43,7%). A única atividade que não manifestou dependência de
nenhum sujeito foi a alimentação (Tabela 2).
INSERIR FIGURA 2
c) Quanto às estratégias de coping
Para a análise das estratégias de coping mais utilizadas pelos participantes, foi
adotado o critério de avaliação que determina a utilização da estratégia em seus pontos altos
(utiliza grande parte das vezes e utiliza quase sempre), em que, na tabela 3, foi considerado
82
como “utiliza”. Para os pontos mais baixos (não utiliza ou utiliza pouco e utiliza algumas
vezes) adotou-se a indicação “não utiliza”.
Desta forma, as estratégias mais utilizadas frente a situações de dificuldade funcional,
com 44,7% cada, foram a de autocontrole e a resolução de problemas, seguida pela de suporte
social, com 39,8%.
INSERIR FIGURA 3
d) Quanto à relação entre as estratégias de coping, sintomas de depressão, sexo e
variáveis sócio-demográficas
Os resultados obtidos mediante o teste exato de Fisher mostraram que houve
associação significativa entre a estratégia de suporte social e os sintomas depressivos
(p=0,027), indicando que, quanto menos sintomas depressivos apresentados, mais os idosos
utilizam a estratégia de suporte social.
Para os idosos que apresentaram sintomas depressivos em nível grave, a estratégia de
fuga e esquiva aparece como a mais utilizada (45,5%), no entanto, não apresentou associação
significativa (p=0,801).
Em relação ao sexo, os homens apresentaram maior uso da estratégia de resolução de
problemas (66,7%), seguida de fuga e esquiva (50%), enquanto que as mulheres
demonstraram a tendência à utilização da estratégia de autocontrole (45,1%), seguida de
resolução de problemas e suporte social (41,8%). No entanto, não foi evidenciada associação
significativa entre os sexos e as diferentes estratégias de enfrentamento. Além disto, também
não se verificou associação entre as estratégias e o estado civil, nem na relação com a
percepção dos idosos sobre sua saúde.
83
DISCUSSÃO
Em relação à amostra de idosos institucionalizados, os resultados desta pesquisa
comprovam a tendência de estudos nesta área, em que a participação masculina raramente
ultrapassa os 20% (Davim, Torres, Dantas & Lima, 2004). Além do número de mulheres
idosas, no Brasil, ser superior ao de homens, tendo em vista a mortalidade diferencial de
sexo, o grupo de asilados do sexo feminino também mostra-se superior. Alguns estudos
explicam esta tendência levando em consideração o fato de as mulheres ficarem viúvas mais
cedo ou estarem solteiras, apresentarem menor vel de escolaridade, renda e baixa ocupação
profissional (Berquó, 1996; Chaimowicz, 1997). Além disto, constata-se a aceitação apenas
de mulheres em muitos asilos, restringindo o número de instituições que admitem residentes
do sexo masculino.
Quanto à percepção da própria saúde, o resultado evidenciado no presente estudo pela
população de residentes em asilos demonstrou índice levemente superior em relação à
população idosa geral brasileira. Em estudo desenvolvido por Lima-Costa, Barreto e Giatti
(2003), 10,5% dos idosos participantes da pesquisa percebiam sua saúde como ruim.
Em relação as AVDs, estudo desenvolvido por Lucena et al. (2002) demonstra,
através do índice de Katz, as tarefas de banho e vestuário como as que mais exigem
assistência ou dependência por parte dos idosos institucionalizados, com 48,6% e 35,9%,
respectivamente. Guedes e Silveira (2004), utilizando a escala de Barthel, encontraram, na
atividade de banho, o mais elevado número de dependência. Outros altos índices de
dependência, parcial ou total, apresentados pela pesquisa, referem-se a atividades de
vestuário, higiene pessoal e micção. O presente estudo mostrou resultados similares ao
evidenciar elevado vel de dependência ou assistência nas atividades de vestuário e banho.
No entanto, a amostra estudada apresentou a tarefa de continência como a de maior
84
necessidade de auxílio.
As estratégias de enfrentamento mais utilizadas pela amostra deste estudo foram a de
autocontrole e resolução de problemas. Tendo em vista a situação de dificuldade funcional
avaliada, é importante analisar o tipo de estratégia escolhida para lidar com o evento
estressor. A estratégia de autocontrole refere-se à tentativa de regulação de sentimentos e
ações, enquanto que a estratégia de resolução de problemas indica o esforço para a
administração ou solução do problema (Folkman & Lazarus, 1988).
Pinheiro, Tróccoli e Tamayo (2003) enfatizam que, apesar de as pesquisas na área de
coping terem crescido na última década, questões conceituais e metodológicas sobre o
constructo ainda permanecem sob discussão. Um fator que ainda apresenta divergências em
diferentes estudos é quanto às categorias de estratégias de coping. Algumas estratégias
podem ser consideradas efetivas em determinado ambiente e não se mostrarem adequadas em
outra situação.
Segundo Ryan-Werger (1996), alguns autores sustentam que as estratégias de coping
centradas no problema são mais adaptativas do que as centradas na emoção, tendo em vista
que permitiriam a mudança da situação. No entanto, o autor defende que as estratégias são
inerentemente neutras, podendo ser avaliadas como positivas ou negativas em função da
situação e dos resultados obtidos. Assim, levando-se em consideração a importância da
dimensão situacional no processo de coping, instrumentos de medidas desenvolvidos para
situações específicas poderiam ser mais efetivos na avaliação das estratégias de
enfrentamento (Parkes, 1990; Clark et al., 1995).
O estudo das estratégias de coping tem mostrado relações significativas com algumas
variáveis sócio-demográficas como gênero (Parkes, 1990). Em estudo desenvolvido por
Folkman e Lazarus (1980), que investigou as estratégias de coping frente a eventos
ocupacionais, os homens utilizaram mais estratégias focadas no problema do que as
85
mulheres. Em pesquisa desenvolvida com adolescentes, esta tendência também foi
evidenciada, com jovens do sexo feminino utilizando mais intensamente as estratégias de
coping focadas na emoção (Li, 2000). No entanto, no presente estudo, apesar dos homens
terem utilizado em maior grau a estratégia de resolução de problemas e as mulheres a
estratégia de autocontrole, não foi evidenciada associação significativa.
Endler e Parker (1990) sugerem que as estratégias de coping também podem ser
influenciadas pela depressão. Em pesquisa desenvolvida por Galdino (2000), os idosos com
sintomas depressivos apresentaram maior tendência a utilizar estratégias de coping focadas
na emoção frente a situações de stress.
Os resultados deste estudo demonstraram associação entre nível mínimo de sintomas
depressivos e uso da estratégia de suporte social. No entanto, a estratégia de suporte social
pode apresentar-se tanto como uma estratégia focada no problema, na busca por suporte
informativo, quanto como uma estratégia focada na emoção, em caso de suporte emocional.
Para poder categorizar a estratégia de suporte emocional entre os dois subtipos, seria
necessário avaliar o intuito do uso da estratégia. Para Sharrer e Ryan-Wenger (1995), a
categorização em estratégias focadas no problema e focadas na emoção implica em um
conhecimento prévio da intenção ou motivação no uso da estratégia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capacidade funcional vem sendo vista como um novo paradigma de saúde para o
idoso, e a presença de prejuízos nesta área pode interferir no processo de envelhecimento e
qualidade de vida. O presente estudo buscou investigar a forma como os idosos lidam com
esta dificuldade.
As estratégias de coping mais utilizadas foram a de autocontrole e resolução de
86
problemas. Não foram encontradas associações significativas entre os sexos e a escolha das
estratégias de coping, no entanto, o grupo de idosos do sexo masculino representou apenas
11,7% da amostra. Em relação aos sintomas de depressão, níveis nimos foram associados
ao maior uso da estratégia de suporte social.
A verificação das estratégias de coping utilizadas sem conhecimento prévio da
intenção ou motivação para o uso dificulta a avaliação da adequação da estratégia escolhida.
Da mesma forma, algumas estratégias podem ser efetivas em uma determinada situação e não
em outras, o que enfatiza a necessidade de instrumentos de medidas para situações
específicas.
O uso do Inventário de Estratégias de Coping pode trazer benefícios num contexto
clínico, tanto para os idosos institucionalizados, quanto para a população geral. Investigar as
estratégias utilizadas frente a determinado evento de vida vital pode auxiliar na análise da
situação e na adequação das estratégias escolhidas.
87
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90
Tabela 1
Dados Sociodemográficos dos Idosos
Variáveis N (T=103)
%
Sexo
Masculino
Feminino
12
91
11,7
88,3
Estado Civil
Casado/com companheiro
Solteiro
Viúvo
Separado
Outro
11
23
58
6
4
10,8
22,5
56,9
5,9
3,9
Renda provém de
Pensão
Aposentadoria
Ajuda de terceiros
Outra
Mais de uma categoria
23
55
3
4
18
22,3
53,4
2,9
3,9
17,5
Como está a saúde
Boa
Regular
48
43
12
46,6
41,7
11,7
Faz exames de rotina
Não
Sim
17
86
16,5
83,5
91
Figura 1
Atividades de lazer dos Idosos
Lazer
70,9
61,8
50,5
47,1
43,7
35,9
21,4
19,4
11,7
8,7
7,8
5,8
2,9
1
37,9
0%
20%
40
%
60%
80
%
Televisão
Música
L
eitura
Palavras cruzadas
Cartas
Damas
Bocha
Futebol
Outros
Caminhada
Atividades na igreja
Bingo
Cinema
Bailes
Atividades manuais
92
Figura 2
Atividades da Vida Diária e Necessidades dos Idosos
Atividades da Vida Diária
56.3%
52.4
83.5
61.2
50.5
74.8
21.4%
23.3
12.6
33
40.8
25.2
22.3%
24.3
3.9
5.8
8.7
0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Independêcia Assistência Dependência
Banho
Vestuário
Higiene
Pessoal
Transferência
Continência
Alimentação
93
Figura 3
Estratégias de Coping Utilizadas pelos Idosos Frente às Dificuldades Funcionais.
Estratégias de Coping
93.2%
83.5
55.3
60.2
74.8
64.1
55.3
68.9
6.8%
16.5
44.7
39.8
25.2
35.9
44.6
31.1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Não utiliza Utiliza
Confronto Afastamento Autocon-
trole
Suporte
social
Aceitação de
responsabilidade
Fuga e
esquiva
Resolução de
problemas
Reavaliação
positiva
94
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O campo das ciências vem apresentando um grande interesse pelos aspectos
relacionados ao envelhecimento, tendo em vista o aumento da expectativa de vida da
população. Considerando a presença de declínio da capacidade funcional nesta etapa do
desenvolvimento, a forma como os indivíduos enfrentam esta dificuldade pode representar
um diferencial na qualidade de vida.
No entanto, apesar de as pesquisas na área de coping terem crescido nos últimos anos,
questões conceituais e metodológicas ainda o discutidas. O fato de o Inventário de
Estratégias de Coping poder ser utilizado na avaliação de estratégias frente a diferentes
eventos estressantes torna o instrumento abrangente, demonstrando na amostra pesquisada
certa dificuldade na compreensão e adaptação à situação de dificuldade funcional.
Além de verificar as estratégias utilizadas frente a diferentes situações, torna-se
importante analisar o intuito ou motivação para o uso, bem como avaliar a percepção do
idoso acerca da eficácia da estratégia.
Pesquisas similares envolvendo maior número de idosos do sexo masculino e
participantes com sintomas depressivos em nível grave podem contribuir para um avanço dos
resultados obtidos neste estudo. Além disto, a análise das estratégias de coping podem
representar uma grande contribuição para a área da psicologia clínica, sugerindo-se pesquisas
com diferentes populações e eventos de vida estressores.
REFERÊNCIAS
Chaimowicz, F. (1997). A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI:
problemas, projeções e alternativas. Revista de Saúde Pública 31 (2),184-200.
Lazarus, R., & Folkman, S. (1984). Stress, Appraisal and Coping. New York:
Springer Publishing Company.
Margis, R., Picon, P., Cosner, A. F., & Silveira, R. O. (2003). Relação entre
estressores, estresse e ansiedade. Revista de Psiquiatria, 25 (1), 65-74.
Pereira, A., Freitas, C., Mendonça, C., Marçal, F., Souza, J., Noronha, J. et al. (2004).
Envelhecimento, estresse e sociedade: uma visão psiconeuroendocrinológica. Ciências &
Cognição 1, 34-53.
Ramos, L. R. (2003). Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos
residentes em centro urbano: projeto epidoso. Cadernos de Saúde Pública 19 (3), 793-798.
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