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A projeção do estágio de Abstenção com o maior escore era esperada. A despeito da
intensidade maior no setor industrial, a informatização é menor nas pequenas e
microempresas de comércios e serviços, nas atividades tradicionais, em empresas de menor
porte e nas mais novas (BEDÊ, 2003). A presente pesquisa (Tabela 16) corrobora as
afirmações do autor, em que se observa o maior índice de abstenção nas empresas com até um
ano de existência.
Tabela 16: Tabela cruzada “idade das empresas” versus “estágios de informatização”.
Estágio Informatização
Fundação
até 01
de 02 a 03
de 04 a 05
de 06 a 10
de 11 a 20
de 21 a 30
mais de 31
TOTAL
Abstenção Iniciação Contágio Controle Maturidade
TOTAL
60,0% 0,0% 10,0% 30,0% 0,0%
100%
50,0% 0,0% 25,0% 25,0% 0,0%
100%
33,3% 0,0% 22,2% 33,3% 11,1%
100%
37,5% 0,0% 25,0% 37,5% 0,0%
100%
16,7% 0,0% 16,7% 41,7% 25,0%
100%
25,0% 0,0% 25,0% 50,0% 0,0%
100%
36,4% 0,0% 27,3% 27,3% 9,1%
100%
36,2% 0,0% 20,7% 34,5% 8,6%
100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2006.
Outro ponto em evidência é a total ausência de empresas pertencentes ao estágio de
Iniciação, mesmo tendo grande maioria apresentado ocorrências (Tabela 6 – C1) nesse
estágio. Na verdade, ele foi canibalizado pelos outros estágios, justamente por ser um elo de
transição muito rápido – quase imperceptível – no atual cenário tecnológico. Na década
passada, considerando a baixa progressiva do valor dos bens de informática, seria coerente
pressupor um outro panorama: o estágio de Iniciação seria predominante, contrastando com
uma ínfima representação do estágio de Controle. Essa análise seria baseada na imaturidade
da tecnologia existente na época, em que os altos custos impediam as empresas de avançarem
progressivamente nos estágios de informatização apontados por Nolan (1979).
Esse hiato (a omissão do estágio de Iniciação) se deve ao fato de as empresas
iniciarem sua informatização de forma muito mais estruturada do que no passado. A
interconectividade se faz presente na arquitetura atual de hardware e software de tal forma,
que qualquer computador em sua configuração básica já vem preparado para operar em rede,
assim como os sistemas operacionais, que trazem esse recurso nativo (BEDÊ, 2003). Assim, a
empresa tem o ensejo de utilizar arquiteturas de rede, característica predominante do estágio
de Controle, em que os sistemas concebidos de forma isolada começam a ser integrados.
Pela seqüência de ocorrência, o próximo estágio – Contágio – possui uma
representatividade significativa, sendo, na verdade, o responsável pela iniciação da empresa