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Victor Hugo Bernardoni
Avaliação da eficiência do norgestomet, valerato de
estradiol e gonadotrofina coriônica humana na
sincronização de estro em fêmeas eqüinas
Dissertação
Mestrado
Botucatu
2007
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Victor Hugo Bernardoni
Avaliação da eficiência do norgestomet, valerato de
estradiol e gonadotrofina coriônica humana na
sincronização de estro em fêmeas eqüinas
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual
Paulista – Unesp, campus Botucatu, para
obtenção do Título de Mestre em Medicina
Veterinária, Área de Reprodução Animal.
Orientador: Prof. Adjunto Cezinande de Meira
Botucatu – SP
2007
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Bernardoni, Victor Hugo.
Avaliação da eficiência do Norgestomet, Valerato de estradiol e
Gonadotrofina Coriônica Humana na sincronização de estro em
fêmeas eqüinas / Victor Hugo Bernardoni. – Botucatu : [59p.], 2007.
Dissertação (mestrado) Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2007.
Orientador: Cezinande de Meira
Assunto CAPES: 50504002
1. Eqüino - Reprodução
CDD 636.10824
Palavras-chave: Éguas; Estro; Norgestomet; Sincronização
DEDICO ESTE TRABALHO.....
A F.A.
EQÜINOS, NOBRES CRIATURAS
QUE ME MOSTRARAM: O QUE SEI É
POUCO, MAS QUE AINDA TENHO
MUITO PRÁ DESCOBRIR, DEPENDE
DE MIM.......
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pela oportunidade da vida e por me fazer sentir cada dia mais capaz.
Aos meus Pais, José e Jacinta, e minha irmã Anna Karina pela motivação para
ultrapassar os desafios da minha vida.
À minha esposa Jeane, o meu muito obrigado pelo amor, carinho,
companheirismo e incentivo para me manter firme em minha caminhada e me
mostrar que tudo vai ficar bem.
Ao meu orientador Prof. Cezinande de Meira, pelos ensinamentos transmitidos,
amizade e pela grande compreensão como orientador.
Aos meus amigos João Neto e Edmilson Stella: sem vocês talvez não, com vocês
eu pude. Muito obrigado meus irmãos.
À amiga Camila Dias Porto pela amizade sincera e exemplo de dedicação.
Aos amigos Adriano Motta, Leandro Rodello, Cássia Orlandi, Gustavo Araújo e
Juliana Conceição, pela agradável convivência e troca de conhecimentos.
À Prof
a
. Titular Eunice Oba do RARV da Unesp-Botucatu, pelo empréstimo do
aparelho de ultra-sonografia para realização do presente trabalho.
Aos irmãos Luiz Cláudio e Luiz Eduardo Heller pela amizade e companherismo de
todos estes anos e pela ajuda preciosa para realização deste projeto.
Aos docentes, funcionários e colegas pós-graduandos do Departamento de
Reprodução Animal, o meu sincero obrigado.
Aos docentes e funcionários de outros departamentos da FMVZ Unesp-Botucatu
que sempre me auxiliaram no que foi necessário.
À equipe do Haras Kawwa Master e aos proprietários Dr. Júlio Joaquim Pierin
Siqueira e Daniel E.D. Siqueira, pela viabilização deste trabalho.
... A CERTEZA DE QUE ESTAMOS SEMPRE COMEÇANDO...
A CERTEZA DE QUE PRECISAMOS CONTINUAR...
A CERTEZA DE QUE SEREMOS INTERROMPIDOS ANTES DE TERMINAR...
PORTANTO DEVEMOS:
FAZER DA INTERRUPÇÃO UM NOVO CAMINHO...
DO MEDO, UMA ESCADA...
DA PROCURA, UM ENCONTRO...
(Fernando Pessoa)
i
RESUMO
BERNARDONI, V.H. Avaliação da eficácia do norgestomet, valerato de
estradiol e gonadotrofina coriônica humana na sincronização de estro em
fêmeas eqüinas. 2007. 62p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista – Unesp, Botucatu – SP,
2007.
Com o objetivo de avaliar diferentes protocolos de sincronização de estro em
éguas cíclicas da raça Campolina, 46 animais foram divididos em 5 grupos (I, II,
III, IV e V); grupo I (10 animais) recebeu uma injeção IM de 2ml de norgestomet (3
mg) + valerato de estradiol (5 mg) e um implante de silicone via SC de
norgestomet (3mg) por 9 dias; grupo II (10 animais) recebeu injeção IM de 5 mg
de valerato de estradiol + 3mg de norgestomet; grupo III (10 animais) recebeu
implante SC de silicone de norgestomet (3mg) por 9 dias; grupo IV (8 animais)
recebeu uma injeção IM única de 2ml de norgestomet (3 mg) + valerato de
estradiol (5 mg) e um implante via subcutânea de norgestomet + uma injeção IM
única de hCG (2.500 UI); grupo V (8 animais) recebeu injeção única de hCG
(2.500 UI). Ao término do tratamento (D9), todas as éguas dos 5 grupos
receberam uma injeção IM de 7,5 mg de dinoprost-trometamina. Todas as éguas
foram submetidas à avaliação ultra-sonográfica de dois dias anteriores ao início
do tratamento (D0), objetivando-se a análise retrospectiva dos dois maiores
folículos (F1 e F2). Embora não tenha sido constatada diferença (p>0,05) entre os
grupos experimentais quanto à freqüência de sincronização, o grupo IV mostrou-
se eficiente com 100% de sincronização em D15, D16, D17 e D18 após o início
do tratamento (D0). Pela avaliação ultra-sonográfica constatou-se que não houve
supressão da atividade folicular durante o tratamento nos diferentes grupos
experimentais, embora, nos grupos onde se utilizou norgestomet e valerato de
estradiol, folículos menores ou iguais a 22 mm estabilizaram seu desenvolvimento
durante o tratamento.
Palavras-chave: éguas; estro; norgestomet; sincronização.
ii
ABSTRACT
BERNARDONI, V.H. Evaluation of the effectiveness of norgestomet, estradiol
valerate and human chorionic gonadotropin in the synchronization of estrus
in equine females. 2007. 62p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista – Unesp, Botucatu – SP,
2007.
With the objective of evaluate protocols of estrus synchronization in Campolina
ciclic mares, 46 animals were grouped into 5 groups (I, II, III, IV e V); group I (10
animals) was treated with 3 mg norgestomet + 5 mg estradiol valerate
intramuscular injection and a subcutaneous implant of norgestomet (3mg) during 9
days; group II (10 animals) received 5 mg of estradiol valerate + 3 mg of
norgestomet by intramuscular injection; group III (10 animals) consisted on mares
was treated with 3 mg norgestomet + 5 mg estradiol valerate intramuscular
injection and a subcutaneous implant of norgestomet during 9 days; group IV (8
animals) was received 3 mg norgestomet + 5 mg estradiol valerate intramuscular
injection + intramuscular injection of hCG (2,500 UI) and a subcutaneous implant
of norgestomet during 9 days; group V (8 animals) was treated with unique
intramuscular injection of hCG (2,500 UI). At progestogen treatment removal (9th.
day), all mares from the 5 groups received one intramuscular injection of
dinoprost-trometamina (7.5 mg). All mares were daily evaluated by rectal palpation
and ultrasound examination for since two days before beginning of the treatment
retrospectively measurement of the largest and second largest follicles. The
results had demonstrated that even so the frequency of synchronization of estrus
has not presented differences between experimental groups (p>0,05), group IV
revealed efficiency with 100% of synchronization in D15, D16, D17 and D18 after
the beginning of the treatment (D0). The ultra-sonographic evaluation showed
even so that there was not suppression of the folicular activity during treatment in
the different experimental groups, that in the groups where norgestomet and
valerato of estradiol was used follicles equal or minors 22 mm had stabilized its
development during the treatment.
Key Words: mares; estrus; norgestomet; synchronization.
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Representação esquemática do cronograma dos exames ultra-
sonográficos realizados a cada 24h dois dias antes do início do
tratamento até a ovulação em todos os animais dos grupos I, II, III,
IV e V..............................................................................................27
Figura 2: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e
F2 (segundo maior folículo) de D-2 a OV da égua 8 no grupo
experimental GI..............................................................................58
Figura 3: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e
F2 (segundo maior folículo) de D-2 a OV da égua 14 no grupo
experimental GII.............................................................................58
Figura 4: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e
F2 (segundo maior folículo) de D-2 a OV da égua 27 no grupo
experimental GIII............................................................................59
Figura 5: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e
F2 (segundo maior folículo) de D-2 a OV da égua 35 no grupo
experimental GIV............................................................................59
Figura 6: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e
F2 (segundo maior folículo) de D-2 a OV da égua 42 no grupo
experimental GV.............................................................................59
iv
Figura 7: Representação esquemática do protocolo I de sincronização de
estro e ovulação em éguas do Grupo I (n=10), com emprego de
implante de silicone contendo 3mg de norgestomet (NT) por 9 dias,
e administração de 3 mg de norgestomet (NT) + 5 mg de valerato de
estradiol (VE) no momento da colocação do implante; e 7,5 mg de
dinoprost-trometamina (PGF
2α
) na retirada do implante
(RI)....................................................................................................30
Figura 8: Representação esquemática do protocolo do II de sincronização de
estro e ovulação em éguas do Grupo II (n=10), com administração
de 3 mg de norgestomet (NT) + 5 mg de valerato de estradiol (VE)
no dia zero (D0); e 7,5 mg de dinoprost-trometamina (PGF
2α
) na
retirada do implante (RI)...................................................................30
Figura 9: Representação esquemática do protocolo III de sincronização de
estro e ovulação em éguas do Grupo III (n=10), com emprego de
implante de silicone contendo 3mg de norgestomet (NT) por 9 dias;
e 7,5 mg de dinoprost-trometamina (PGF
2α
) na retirada do implante
(RI)..................................................................................................31
Figura 10: Representação esquemática do protocolo IV de sincronização de
estro e ovulação em éguas do Grupo IV (n=8), com emprego de
implante de silicone contendo 3mg de norgestomet (NT) por 9 dias,
e administração de 3 mg de norgestomet (NT) + 5 mg de valerato
de estradiol (VE), e 2.500 UI de hCG no momento da colocação do
implante; e 7,5 mg de dinoprost-trometamina (PGF
2α
) na retirada
do implante (RI)..............................................................................31
Figura 11: Representação esquemática do protocolo do V de sincronização de
estro e ovulação em éguas do Grupo V (n=8), com administração
de 2.500 UI de hCG no dia zero (D0); e 7,5 mg de dinoprost-
trometamina (PGF
2α
) na retirada do implante (RI).........................32
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição das éguas nos cinco grupos experimentais e padrão de
tamanho folicular ao início do tratamento (D0).................................57
Tabela 2: Freqüência de manifestação de estro observada antes do início do
tratamento (D-2 a D0) durante o tratamento (D1 a D9) e pós-
tratamento (D10 a D22) em éguas da raça Campolina entre os
diferentes grupos experimentais (GI a GV)......................................34
Tabela 3: Freqüência de Ovulação do pré-tratamento (D-2) até o dia 22 (D22)
em éguas da raça Campolina entre os diferentes grupos
experimentais (GI a GV)...................................................................34
Tabela 4: Média (± EPM) dos intervalos entre o último dia do tratamento (D9),
estro e ovulação (OV) em éguas da raça Campolina entre os grupos
experimentais (GI a GV)...................................................................35
Tabela 5: Freqüência de sincronização de estro observados em éguas da raça
Campolina no período de D10 a D22 entre os diferentes grupos
experimentais (GI a GV)...................................................................36
Tabela 6: Freqüência de animais com folículo 30 mm em éguas da raça
Campolina no período de D10 a D22 entre os diferentes grupos
experimentais (GI a GV)...................................................................37
Tabela 7: Média (±EPM) dos parâmetros foliculares ovarianos pontuais
estudados em éguas da raça Campolina durante o período de
tratamento nos grupos experimentais (GI a GV)..............................38
vi
LISTA DE ABREVIATURAS
IA = Inseminação artificial
TE = Transferência de embriões
PG = Prostaglandina
PGF2α = Prostaglandina F2α
hCG = Gonadotrolfina Coriônica humana
P4 = Progesterona
P = Progestágeno
E = Estradiol
VE = Valerato de estradiol
NT = Norgestomet
CL = Corpo lúteo
ng = Nanogramas
mL = Mililitros
mm = Milímetros
OV = Ovulação
GnRH = Hormônio liberador de gonadotrofina
MGA = Acetato de melengestrol
FSH = Hormônio folículo estimulante
LH = Hormônio luteinizante
vii
SUMÁRIO
Resumo........................................................................................i
Abstract.......................................................................................ii
Lista de Figuras..........................................................................iii
Lista de Tabelas..........................................................................v
Lista de Abreviaturas..................................................................vi
1 Introdução.................................................................................. 1
2 Objetivos.................................................................................... 4
3 Revisão de Literatura................................................................. 5
3.1 Ciclo Estral................................................................................. 5
3.2 Dinâmica Ovariana .................................................................... 9
3.3 Sincronização do Estro em Éguas........................................... 14
3.4 Hormônios Utilizados na Manipulação do Ciclo Estral............. 14
3.4.1 Prostaglandina......................................................................... 14
3.4.2 Progestágeno .......................................................................... 16
3.4.3 Estrógeno ................................................................................ 20
3.4.4 Protocolos Hormonais ............................................................. 22
3.4.5 Métodos alternativos................................................................ 24
4 Material e Métodos .................................................................. 26
4.1 Animais Experimentais e Instalações ...................................... 26
4.2 Delineamento Experimental..................................................... 26
4.2.1 Controle Folicular e Avaliação Ultra-sonográfica..................... 26
4.2.2 Detecção e cronologia das manifestações de Estro................ 27
4.3 Grupos experimentais e Tratamentos Hormonais ................... 28
4.3.1 Grupo I (GI n=10)..................................................................... 28
4.3.2 Grupo II (GII n= 10).................................................................. 28
4.3.3 Grupo III (GIII n=10)................................................................. 29
4.3.4 Grupo IV (GIV n=8).................................................................. 29
4.3.5 Grupo V (GV n=8).................................................................... 29
4.4 Análise Estatística ................................................................... 32
5 Resultados............................................................................... 33
5.1 Detecção e cronologia das manifestações de Estro e
Freqüência de Ovulação.......................................................... 33
viii
5.2 Sincronização de Estro............................................................ 35
5.3 Parâmetros Foliculares Pontuais ............................................. 36
6 Discussão ................................................................................ 39
7 Conclusão................................................................................ 43
8 Referências.............................................................................. 44
9 Anexos.......................................................................................57
1 Introdução
O Brasil possui o terceiro maior rebanho eqüino do mundo, com um
plantel de 5,9 milhões de animais e 3 milhões de cabeças de asininos e muares,
segundo a Food and Agriculture Organization (FAO) (2005) e o Instituto Brasileiro
de Geografia (IBGE) (2002), ficando atrás apenas da China com 8,2 milhões e do
México com 6,2 milhões.
A eqüinocultura forma hoje uma importante interação dos setores
ligados ao lazer, cultura e turismo, sendo uma das cadeias produtivas que oferece
mais oportunidades de trabalho, conquistando posição de destaque na economia
nacional. A capacidade dos criadores em produzir animais de qualidade, com
visão mercadológica, incrementa a perspectiva de crescimento desse segmento
da pecuária.
A espécie eqüina é um modelo para a utilização dos crescentes
avanços das biotécnicas, visto que a aplicação das mesmas incrementa os
índices reprodutivos e, quando utilizada em animais de alto valor zootécnico,
contribui para o crescimento econômico da eqüinocultura.
Entretanto, são técnicas que apresentam uma variabilidade de
resultados dificultando a sua utilização em nível comercial.
A fisiologia e atividade ovariana nas diferentes espécies animais têm
sido amplamente estudadas. A caracterização do desenvolvimento folicular e dos
mecanismos que a regulam é essencial para otimização dos processos artificiais
de manipulação exógena das ondas foliculares, visando melhorar as taxas de
fertilidade e natalidade que são os fatores principais na composição dos custos na
criação comercial de animais.
A sincronização do estro é um importante instrumento para o manejo
reprodutivo em animais domésticos, conduz a: redução da mão de obra para
detectar o estro, concentração das parições, lotes homogêneos para cria, recria,
comercialização e/ou treinamento, diminuição do número de coberturas e na
implantação de programas de inseminação artificial (IA) com sêmen refrigerado
ou congelado, racionalizando o tempo de mão-de-obra especializada (Oyediji et
al., 1990).
Introdução
_
____________________________________________________________________________2
À medida que os conhecimentos sobre a fisio-farmacologia da
reprodução dos eqüinos avança, aumentam as possibilidades de se
desenvolverem tratamentos hormonais para obtenção de melhores resultados nos
programas reprodutivos aplicados a esta espécie, exigindo a aplicação de
biotecnologias de reprodução cada vez mais eficientes e a custo reduzido,
especialmente durante a estação reprodutiva.
A sincronização de estros em fêmeas eqüinas tem sido pouco difundida
enquanto biotécnica, em face das características fisiológicas da espécie
(Lindeberg et al., 1992) e mesmo pelo número limitado de estudos aprofundados
na área que forneçam informações técnicas específicas para tal. A relação do
momento de ovulação com o final do estro dificulta sua determinação exata,
prejudicando muitas vezes a utilização de programas que envolvam sincronização
de cio.
Ao contrário de outras espécies domésticas, as éguas possuem uma
fase folicular longa, por esse motivo há uma dificuldade no controle dessa
atividade ovariana, tornando mais complexa a sincronização das ovulações. A
variação na duração do período do estro e a dificuldade de predizer o momento
exato da ovulação levaram ao desenvolvimento de métodos para o controle do
ciclo estral e da ovulação, especialmente para melhorar e aumentar os índices
reprodutivos de fêmeas eqüinas durante a estação reprodutiva (Veronesi et al.,
2003).
A sincronização de estro e ovulação na espécie eqüina é aplicada
visando: a) produzir um grupo de animais em um determinado período,
maximizando o tempo de trabalho laboratorial e gerencial; b) nascimentos pré-
determinados, devido ao calendário esportivo e de exposições; c) programação
de coberturas em horas pré-determinadas, otimizando o uso da IA; d)
sincronização de éguas doadoras e receptoras em um programa de transferência
de embriões (TE).
Na espécie bovina, pesquisadores têm verificado os efeitos de
diferentes protocolos hormonais para a sincronização do estro, que envolvem em
geral a administração de progestágenos e estrógenos, seguida de agentes
luteolíticos para a obtenção da sincronização de estros e ovulações, mas
apresentam variações no seu resultado (Voss et al., 1979).
Introdução
_
____________________________________________________________________________3
Palmer & Jousset (1975) descreveram inicialmente um método de
sincronização baseado na administração de PGF
2α
, seguida de gonadotrofina
coriônica humana (hCG) na espécie eqüina.
Nos programas de reprodução eqüina assistida os protocolos
envolvidos na sincronização de estro normalmente utilizam duas aplicações de
PGF
2α
em um intervalo de 14 dias, progesterona (P4) por 18 dias ou
progestágenos (P) com ou sem adição de estradiol (E) por 7 a 10 dias, protocolos
estes combinados a uma aplicação de PGF2α no último dia do tratamento (Burns
& Douglas, 1981; Squires et al., 1992a).
A Gonadotrofina Coriônica Humana é utilizada em todos os protocolos
de sincronização de cio na espécie equina para sincronizar a ovulação (Bristol,
1993). Entretanto, nenhum dos protocolos normalmente utilizados resulta em altas
taxas de sincronia de ovulação em éguas cíclicas.
Em eqüinos, o altrenogest é o progestágeno oral de maior utilização no
controle de ciclos estrais (Kilicarslan et al., 1996), assim como outros
progestágenos são usados na sincronização de estros em fêmeas bovinas
(Madureira et al., 1997). Na vaca, a inserção de um implante auricular de
norgestomet associado a uma injeção intramuscular de valerato de estradiol (VE)
e norgestomet (NT), administrada no momento da inserção, permite a
manipulação do ciclo estral, visto que o implante atua como um corpo lúteo (CL)
artificial, e o VE para sincronizar a onda folicular (Loy & Swan, 1966). Para avaliar
a efetividade de protocolos hormonais aplicáveis à espécie eqüina,
especificamente na raça Crioula, Almeida (1999) avaliou 3 protocolos para
sincronização de estro utilizando-se o sistema norgestomet-estradiol, acetato de
melengestrol e altrenogest, obtendo como grau de sincronização de estro,
respectivamente, 85,71%; 71,42% e 66,70% no dia 5 após a administração do
luteolítico.
A avaliação da eficiência de diferentes métodos de sincronização do
ciclo estral foi o motivo da investigação da aplicabilidade e da eficiência de
diferentes protocolos hormonais pré-definidos em éguas cíclicas, utilizando-se a
avaliação ultra-sonográfica.
_
_________________________________________________________________
_
Objetivos 4
2 Objetivos
Utilização de protocolos hormonais com norgestomet, valerato de
estradiol e gonadotrofina coriônica humana na sincronização do estro em éguas
foi o intuito desse experimento. Desta forma, a comparação entre os diferentes
protocolos pôde ser realizada, esperando-se a sincronização de estro, controle do
desenvolvimento folicular e determinação do melhor momento com folículos
responsivos aos indutores de ovulação após os tratamentos. Pela aplicação de
hormônios exógenos hipotetiza-se que os protocolos hormonais sejam eficazes
na inibição da liberação de FSH e LH, suprimindo o desenvolvimento folicular e
ovulação durante o período do tratamento.
_
_______________________________________________________
_
Revisão de Literatura 5
3 Revisão de Literatura
3.1 Ciclo Estral
A égua pertence ao grupo das fêmeas domésticas que são
classificadas como monovulatórias poliéstricas estacionais por possuírem um
período de atividade reprodutiva bem definida durante o ano, caracterizada por
repetidos ciclos estrais durante os meses de primavera-verão e um período de
inatividade ovariana durante o inverno, podendo o período de atividade
reprodutiva ser alterado pela influência das condições corporais, peso, níveis de
energia, ferormônio e a estação do ano Mckinnon & Voss, (1993), e latitude,
temperatura, períodos luteais alterados como resultado de desordens uterinas,
causando regressão prematura do corpo lúteo (CL) em função da secreção de
PGF
2
α, ou associadas com persistência da estrutura luteal (Nagy et al., 2000).
O ciclo estral é definido como o período de uma ovulação até a outra
subseqüente, o qual é acompanhado pela manifestação de sinais de estro e/ou
concentrações plasmáticas de progesterona abaixo de 1ng/mL (Hughes et al,
1980).
A fase folicular em éguas é caracterizada pela presença de um folículo
dominante 30 mm de diâmetro (Ginther, 1992), onde são produzidos elevadas
concentrações de estrógenos pelas células da granulosa, responsável pelas
manifestações típicas de cio e aceitabilidade sexual. O estro é acompanhado pelo
crescimento, pela seleção, pela maturação e finalmente pela ovulação, podendo
variar de 3 a 8 dias na égua (Blanchard et al., 1998).
A elevação dos níveis de estrógeno durante a fase estral também é
responsável pela instalação do edema uterino, o qual tende a diminuir dois dias
antes da ovulação (Buratini, 1997).
A maturação final do folículo é realizada por uma diminuição na
dependência gonadotrófica do folículo maduro ao FSH e aumento ao LH. Há uma
diminuição marcada no número dos receptores de FSH nas células da granulosa
junto com a aquisição dos receptores do LH (Samper, 2000). A ovulação ocorre
aproximadamente 48 horas antes do fim do estro nas éguas (Ginther, 1992;
Mckinnon & Voss, 1993).
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_______________________________________________________
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Revisão de Literatura 6
Neely et al. (1989) postularam que a fase luteal é caracterizada pelo
término das manifestações dos sinais de cio em que a égua não mais aceita a
presença do garanhão, que ocorre entre as 24 e 48 horas após a ovulação,
resultando na formação do CL e preparação final do trato genital para aceitar e
nutrir o concepto. Sirois et al. (1989) consideraram a ovulação como o início da
fase luteal. Varia em aproximadamente 13 a 16 dias, dependendo do
comprimento do estro que é mais variável (Blanchard et al., 1998). Na fase luteal,
o corpo lúteo produz progesterona em quantidades crescentes do segundo ao
décimo dia do ciclo estral. Esta secreção se mantém estável até o décimo
segundo dia (>1 ng/ml), quando ocorre uma queda acentuada nas concentrações
plasmáticas de progesterona, em decorrência da luteólise que ocorre entre o
décimo quarto e o décimo sexto dia do ciclo estral, momento em que a
concentração plasmática de progesterona apresenta-se <1ng/ml (Ginther, 1992;
Samper, 2000).
A vida útil do CL depende da liberação endógena de PGF
2α
proveniente do endométrio uterino não gestante entre 13 a 16 dias pós-ovulação
(Neely et al., 1979). O final da fase de diestro é caracterizado pela regressão do
corpo lúteo (luteólise) transformando-se em corpus albicans e subseqüente queda
nas concentrações circulantes de P4 e o início de uma nova fase folicular (Daels
& Hughes, 1993).
Os intervalos entre os ciclos estrais e a duração do estro sofrem
variações de acordo com a época do ano em que são observados. Normalmente,
a duração do estro ovulatório é significativamente menor nos meses de verão em
relação aos de outono, inverno e início da primavera. O período do ciclo estral,
estro e diestro, foram relatados por Ginther (1992) como sendo em média de 21,7;
6,5 e 14,9 dias, respectivamente.
O manejo durante o período pós-parto em éguas também é um
importante fator a ser considerado. Devido ao longo período de gestação da égua,
o tempo entre o parto e a nova concepção deve ser curto para centralizar a data
de nascimento dos produtos, mantendo um intervalo ótimo de um ano entre
partos conforme sugerido por (Nagy et al.,1998). Esta mesma equipe também
observou que éguas criadas a campo têm seu comportamento sexual reprodutivo
e a atividade ovariana após o parto, fortemente influenciados pela época do parto.
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Revisão de Literatura 7
Caldas et al. (1994) demonstraram em uma população da raça Brasileira de
Hipismo, na zona tropical do Brasil, que as éguas apresentam diferenças no
aparecimento e duração do primeiro estro pós-parto de acordo com o mês em que
houve o parto.
O fator determinante deste comportamento é a duração do período de
luz/dia, mas outros fatores como nutrição, temperatura e estado sanitário podem
alterar os padrões de ciclo estral (Adams & Bosu, 1988; Andrade, 1986; Osborne,
1966).
Alguns autores consideram que existe uma variabilidade no ciclo estral
na espécie eqüina. Esta variação pode ser de origem racial, individual e
principalmente da natureza dos dados computados, como é o caso das
aquisições dos dados de diferentes técnicos, em diferentes ambientes e de
diferentes métodos de avaliação do estro além da dificuldade de predizer as fases
exatas do estro e do diestro (Ginther, 1992; Mckinnon & Voss, 1993; Neely et al.,
1979; Hafez & Hafez, 2004).
A influência da temperatura ambiental na primeira ovulação da
temporada é relatada no estudo efetuado por Guerin & Wang (1994) durante 10
temporadas anuais em um haras localizado à latitude 35º Sul, na Austrália.
Carnevale (1997) afirmou que há menor atividade folicular em éguas idosas em
relação às éguas jovens na fase transicional, e que a alimentação com pastagens
verdes antecipa a primeira ovulação da temporada na primavera, quando
comparadas com éguas alimentadas somente com feno.
Segundo Ginther (1979), o ciclo estral normal na égua é de um ou dois
dias maior que na vaca (22 ± 3 dias), sendo que o período de estro é o fator mais
variável e responsável pelas grandes variações na duração do ciclo estral, uma
vez que o diestro é mais ou menos constante entre os animais desta espécie.
O período transicional de primavera, no Hemisfério Norte, inicia no final
do inverno e culmina com a primeira ovulação do ano que ocorre no final de
março e início de abril (Sharp, 1988). No Hemisfério Sul, foi observada uma fase
transicional na atividade ovariana, durante a primavera, quando estros
anovulatórios comumente ocorrem
(Osborne, 1966). Um estudo encontrou um
nítido aumento de peso nos ovários de julho a agosto, enquanto que a taxa
ovulatória ainda estava em declínio, para somente sofrer um acréscimo no mês
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Revisão de Literatura 8
de setembro; este período foi caracterizado como o transicional de primavera,
onde ocorreu um aumento do número e diâmetro de folículos, refletindo no
aumento de peso dos ovários, sem a ocorrência de ovulação
(Tarouco et al.,
1995).
Oxender et al. (1975), estudando diversas raças, encontraram uma
duração de estro de 5,2 ± 0,5 dias, enquanto Vivo et al. (1985) relataram 5,67 ±
1,37 dias para éguas da raça espanhola e 5,85 ± 1,82 dias para éguas Árabes,
enquanto que Fathalla et al. (1988) relataram uma duração média de estro de
7,07 dias, sendo que no inverno foi de 7,7; na primavera 7,8; no verão 6,5 e no
outono 6,3 dias.
A estação anovulatória geralmente ocorre durante o inverno e início da
primavera, com uma duração variável de 40 dias a 8 meses
(Hughes et al., 1972;
Baker & Kenney, 1980). Este período compreende os meses do ano nos quais
menos de 25% das éguas ovulam e menos de 10% permitem a monta do
garanhão, sendo que 19,9% ficam indiferentes a sua presença (Sharp, 1980). As
éguas permanecem em anestro com pouca ou nenhuma atividade folicular
detectável pela palpação retal, ovários pequenos, conseqüentes da queda
estacional da estimulação gonadotrófica, sugerindo produção estrogênica mínima.
A duração do anestro varia entre éguas e também na mesma égua durante sua
vida (Daels, 2006).
Estudos indicaram que o número médio de folículos menores que 20
mm começa a diminuir no início da primavera, enquanto ocorre um rápido
aumento no número de folículos maiores. Durante a fase final do período de
transição de primavera, os folículos alcançam diâmetros similares aos de folículos
pré-ovulatórios, porém, entram em atresia (Ginther, 1992).
Durante a fase de inatividade ovariana, a freqüência dos pulsos de
hormônio luteinizante (LH) é de aproximadamente um por dia, aumentando para
cerca de seis pulsos por dia durante o período transicional (Fitzgerald et al., 1987;
Safir et al., 1987), e para até um pulso por hora, quando o folículo pré-ovulatório
está presente (Alexander et al., 1990).
A quantidade de LH na pituitária durante o inverno é de apenas 15%
em relação à quantidade encontrada no verão (Hart et al., 1984), por isso os
trabalhos postulam que o LH responde de forma limitada à administração de
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Revisão de Literatura 9
hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) exógeno durante a fase transicional
(Nequin et al., 1989; Ginther, 1992). Já a liberação de FSH é mais complexa.
Durante o inverno, a secreção de FSH é baixa provavelmente em resposta aos
baixos níveis de GnRH, porém, com uma injeção de GnRH é liberado muito mais
FSH do que LH, porque o conteúdo de FSH na pituitária e o número de
receptores de GnRH permanecem altos até durante o inverno (Ginther,1992).
Watson & Al-zi’abi (2002) demonstraram que existe uma diferença na
morfologia e na vascularização entre os grandes folículos coletados durante a
fase de transição de primavera, e os folículos pré-ovulatórios da estação
reprodutiva. Há um aumento da vascularização nos folículos pré-ovulatórios
comparados aos folículos transicionais, como resultado do aumento do número e
do tamanho dos vasos, e/ou aumento da tortuosidade dos vasos. Além disso, os
folículos transicionais apresentam pequena quantidade do fator de crescimento
vascular endotelial (VEGF), que é importante para promover a angiogênese,
enquanto o VEGF aparece abundantemente nos folículos pré-ovulatórios.
3.2 Dinâmica Ovariana
Nas fêmeas eqüinas geralmente podem ocorrer uma ou duas ondas
foliculares dentro de um ciclo estral normal (Ginther, 1992, 1995; Ginther et al.,
2004). Os ciclos estrais que apresentam duas ondas foliculares representam
menos que 30% dos ciclos (Sirois et al., 1989; Buratini, 1997).
Caracterizam-se as ondas foliculares como ondas maiores e ondas
menores. As ondas maiores são caracterizadas pelo desenvolvimento inicial de
um grupo de folículos que cresce rapidamente (fase paralela) até que apenas um
folículo, torna-se dominante sobre os outros. Estas são divididas em ondas
primárias e secundárias, de acordo com o momento de sua emergência. Quando
a emergência ocorre durante o cio ou no início do diestro, ela é chamada de onda
folicular secundária que dá origem a um folículo dominante no diestro, que pode
regredir ou, mais raramente, ovular. A emergência da onda folicular na metade do
diestro é chamada de onda folicular primária, e produz um folículo dominante, que
irá ovular durante o estro. As ondas que não apresentam folículos dominantes são
classificadas como ondas menores Ginther (1993, 1995, 2000a).
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Revisão de Literatura 10
De acordo com Buratini (1997), a duração média do intervalo
interovulatório para ciclos de uma ou duas ondas foliculares maiores são de 19,4
e 23,3 dias, respectivamente em éguas da raça Mangalarga.
A concentração plasmática de FSH eleva-se e estimula a emergência
da onda folicular, atinge um pico em média três dias mais tarde quando o folículo
maior atinge cerca de 13 mm e então passa a declinar durante vários dias até
atingir os níveis basais. Enquanto isso, os folículos crescem em paralelo até que o
maior folículo atinja 22,5 mm. A partir de então, o maior folículo torna-se
dominante e continua a crescer enquanto os demais folículos tornam-se
subordinados, podendo apresentar redução ou interrupção do crescimento,
caracterizando o fenômeno de desvio folicular (Ginther et al., 2004).
Stabenfeldt et al. (1972) demonstraram uma maior tendência de duas
ondas foliculares para as raças Puro Sangue Inglês (PSI), Apaloosa e Quarto de
Milha, quando comparadas com a raça Árabe (Ginther, 1992; Dimmick et al.,
1993) na primeira metade da estação reprodutiva.
Para definir um modelo que descrevesse a emergência e desvio
folicular, Gastal et al. (1997) utilizaram um modelo de crescimento de dois
folículos e observaram que o futuro folículo dominante surgiu cerca de um dia
antes do maior folículo subordinado, mantendo diâmetro superior até a
divergência folicular, porém com a taxa de crescimento similar.
O desvio ou a divergência é caracterizado pela diferença em diâmetro
entre o maior (F1) e o segundo maior folículo (F2), sendo observado o contínuo
crescimento do F1 (folículo dominante) e a estabilização ou redução na taxa de
crescimento do F2 e demais folículos subordinados (Ginther et al., 2000).
Em fêmeas bovinas existe uma associação entre as concentrações de
FSH e os folículos no mecanismo de seleção folicular. O futuro folículo dominante
e os subordinados contribuem para redução das concentrações de FSH da
emergência até o desvio folicular, apesar de continuarem sendo estimulados por
estas concentrações decrescentes. No início da divergência o futuro folículo
dominante é o responsável pelo efeito depressor sobre as concentrações de FSH
(produz grandes quantidades de estradiol e inibina), entretanto continua seu
crescimento sob estímulo de reduzidas concentrações de FSH, enquanto os
folículos subordinados não mais respondem ao baixo nível de FSH e regridem
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Revisão de Literatura 11
(Ginther, 2000a). Enquanto, o aumento nas concentrações de FSH coincide com
a emergência de ondas maiores e menores, a redução dos níveis de FSH
coincide com o desvio nas taxas de crescimento entre o futuro folículo dominante
e os folículos subordinados da onda maior. O desvio também é precedido pelo
aumento nas concentrações de LH (Bergfelt, 1998; Gastal et al., 2000).
Bergfelt et al. (2001) postularam que a redução das concentrações
circulantes de LH preveniu o aumento nas concentrações circulantes de estradiol
e inibina antes do esperado dia do desvio folicular.
Após o desvio folicular, o crescimento do folículo dominante passa a
depender aparentemente das elevadas concentrações de LH (Ginther, 2000a). A
redução induzida dessas concentrações até o esperado momento do desvio
folicular em éguas não impediu a ocorrência do mesmo, mas comprometeu o
crescimento do maior folículo após o desvio (Gastal et al., 1999).
Por causa do diâmetro avantajado do maior folículo, Bergfelt (1998)
relatou que a seleção ocorre ou se inicia antes da detecção ultra-sonográfica da
emergência dos folículos, assim, o momento exato da seleção não pode ser
definido, visto que outros fatores podem determinar qual dos folículos se tornará
sensível a uma onda de FSH. Também é salientado que o folículo não dominante
conserva sua capacidade para iniciar a dominância até após a divergência, pois
quando se realiza a ablação do folículo dominante, o segundo maior folículo inicia
sua dominância (Bergfelt, 1998). Além disso, iniciando-se o tratamento com FSH
precocemente, ocorre o desenvolvimento da dominância por vários folículos,
demonstrando a capacidade de pré-divergência dos folículos (Squires et al.,
1986).
Outro fator fundamental na seleção folicular é a alteração da
dependência gonadotrópica do folículo dominante. Bodensteiner et al. (1996) e
Samper (2000) relataram a presença de receptores de LH nas células da
granulosa de folículos dominantes, antes da divergência folicular; por isso,
sugerem existir uma participação do LH no mecanismo de seleção. No momento
da divergência folicular, os níveis de FSH apresentam-se baixos e os de LH altos
(Donadeu & Ginther, 2003; Ginther et al., 2004).
De acordo com Webb et al. (1999), após ocorrer a divergência e a
seleção do folículo dominante, os folículos subordinados sofrem atresia. A atresia
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Revisão de Literatura 12
é um processo irreversível, que ocorre por morte celular através de apoptose, e
que ocorre em aproximadamente 99% de todos os folículos em espécies
monovulatórias.
Pierson & Ginther (1987) observaram que no momento do declínio dos
folículos subordinados, o folículo dominante começa a crescer rapidamente, a
uma taxa de três a cinco (mm) por dia. O controle ultra-sonográfico do folículo
dominante pré-ovulatório demonstrou um aumento no volume do antro e um
espessamento da parede folicular (Townson & Ginther, 1989). Em eqüinos, o
folículo pré-ovulatório alcança um diâmetro superior a 35 mm, e a parede pode
apresentar 6 mm de espessura. Além disso, há um aumento nas concentrações
intrafoliculares de estrógenos, andrógenos e de inibina (Pierson & Ginther, 1987).
Há também um expressivo aumento de receptores de LH nas células da
granulosa, tornando o folículo responsivo ao LH pituitário (Webb et al., 1999).
Em muitas espécies, a ovulação ocorre após o pico de LH. Em éguas,
a ovulação ocorre após uma constante e lenta elevação na concentração de LH
(Ginther, 1987).
A maioria das éguas ovulam com folículo medindo 40 a 45 mm e a
parede folicular pode apresentar 6 mm, no período correspondente a 24 a 48
horas do final do estro, o qual dura em média 6,5 dias. Entretando, apesar de
estes parâmetros estarem bem estabelecidos para a maioria das éguas, tanto o
diâmetro folicular pré-ovulatório, bem como a duração do ciclo estral são
amplamente variáveis. Algumas éguas podem ovular com um folículo de 35 mm
de diâmetro e com a consistência firme, considerando que outras não ovularão
até que o folículo atinja 50 mm (Samper, 1997).
Ginther et al. (2004) demonstraram pela ultra-sonografia convencional
(modo-B) e eco-doppler colorido que: mudanças ultra-sonográficas normalmente
visualizadas na parede do folículo pré-ovulatório não estão associadas a
alterações nas concentrações de E, aumento anecóico da banda folicular e uma
diminuição na circulação arterial na parede folicular durante um período de uma a
quatro horas anteriores à ovulação. Os mesmos autores confirmaram a hipótese
de que a concentração máxima de LH que induz a ovulação possui um efeito
negativo nas concentrações sistêmicas de E, demonstrada pelo imediato
decréscimo nas concentrações de E na aplicação de hCG.
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Revisão de Literatura 13
O momento de induzir a ovulação com a utilização de fármacos
(agentes indutores), ocorre quando um folículo de 33 mm é detectado em éguas
pôneis e um de 35 mm em éguas, momento em que o folículo encontra-se
responsivo ao LH (Palmer, 1993). Deste modo, após a indução da ovulação, a
maioria das éguas irá ovular no período correspondente a 36 e 48 horas da
indução, demonstrando uma variação individual acentuada, a qual pode estar
relacionada ao diâmetro ovulatório de cada animal (Samper, 1997).
A hCG é uma proteína que encurta o período do ciclo estral e aumenta
o número das ovulações que ocorrem dentro de 48 h depois do tratamento (Voss
1993), uma vez que é uma proteína humana, anticorpos são formados na égua e
assim a resposta ao hCG diminui depois de usos subseqüentes (Sullivan et al.,
1973; Wilson et al., 1990; Voss, 1993).
McCue et al. (2004) também observaram que repetidas doses de hCG
durante a estação de monta estão relacionadas com a menor eficácia na indução
da ovulação, sugerindo a utilização deste agente no máximo duas vezes por
estação de monta. Os mesmos autores também observaram uma redução no
percentual de ovulação entre 24 e 48 horas após a indução nas éguas com idade
avançada (acima de 15 anos).
A ultra-sonografia é uma ferramenta bastante eficiente para
observação do melhor momento de indução à ovulação, não somente pela
acurácia proporcionada pela mensuração do diâmetro folicular Samper (1997),
como também pela classificação do escore do edema endometrial (variando de 0
a 5), sendo 0 a ausência de edema e 5 o edema máximo (Ginther, 1995). De
acordo com a indução da ovulação com hCG, quando o escore de edema
encontra-se entre 4 e 5, associado a um folículo entre 35 a 40 mm de diâmetro,
apresenta 95% de eficácia nos dois primeiros ciclos (Samper, 1997).
O hormônio GnRH e seus análogos estão se tornando objeto freqüente
de estudo para que sua habilidade potencial aumente o crescimento folicular e
induza a ovulação sem os problemas associados ao hCG. A administração
freqüente do própio GnRH, pode induzir o desenvolvimento folicular em éguas em
anestro (Irvine, 1993).
A habilidade do GnRH ou de seus análogos em estimular a liberação
de LH levou ao uso do mesmo com intuito de indução da ovulação devido ao seu
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Revisão de Literatura 14
potencial menos antigênico. No entanto a forma injetável do mesmo necessita de
uma administração mais freqüente, a cada 12 horas, para que seja efetiva,
embora não prática (Harrison et al, 1991).
3.3 Sincronização do Estro em Éguas
Nos ruminantes, a sincronização de estro é praticada extensamente, o
controle do crescimento do folículo não é tão crítico quanto nas éguas. Mesmo em
tratamentos básicos de progestágenos ou de prostaglandina, onde não há
essencialmente nenhum controle sobre o crescimento folicular. Na fêmea bovina
os folículos são recrutados rapidamente após tratamento ocorrendo a emergência
da onda folicular sincronizada. Em contraste com a fêmea bovina, a maioria das
éguas apresenta somente uma onda folicular durante um ciclo estral e o tempo de
recrutamento, desenvolvimento e seleção folicular é prolongado, fatores esses
que podem interferir nos processos de sincronização (Douglas, 1984).
A manipulação hormonal do ciclo estral é aplicada nos processos de
biotecnologia de reprodução eqüina e visa diminuir o tempo dos períodos
transicionais (primeira ovulação), sincronizar o estro, induzir a ovulação e encurtar
o período do ciclo estral. Regimes envolvendo a utilização de progestágenos,
estrógenos e PGF
2α
com ou sem o uso de hCG ou GnRH, têm sido desenvolvidos
para o controle do ciclo estral em eqüinos (Meyers, 1997), assim como o uso de
terapias hormonais nas fases de transição e anestro sazonal objetivando a
estimulação da atividade folicular (Foglia, 1999; Burns et al., 2000).
3.4 Hormônios Utilizados na Manipulação do Ciclo Estral
3.4.1 Prostaglandina
No início da década de 70, a partir dos experimentos de (Allen &
Rowson, 1973; Allen & Rossdale, 1973; Allen et al., 1974; Silva et al., 1980;
Martins et al., 1981), efetivou-se em éguas a utilização exógena de prostaglandina
(PG) e seus análogos como um potente agente luteolítico, por sua simplicidade de
administração e baixo custo, induzindo o estro em éguas com diestro prolongado
e permitindo o retorno à atividade cíclica.
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Revisão de Literatura 15
A utilização da PGF
2α
é uma prática comum na sincronização do estro
em éguas, porém a resposta a este agente luteolítico depende da presença de CL
funcional (Loy et al., 1979).
O intervalo entre a aplicação de PGF
2α
ou seus análogos e a
manifestação do estro ocorre geralmente após três a seis dias e a ovulação entre
nove a dez dias (Imel et al., 1981; Squires et al., 1985). A sincronização de estro
no quarto e sexto dia após a aplicação de PGF
2α
ou fluprostenol, obteve índices
de 80 e 92%, respectivamente (Hyland & Bristol, 1979).
Oxender et al. (1975) testaram diferentes doses de prostaglandina em
diversas fases do ciclo estral, observando que doses entre 5 e 10 mg foram
efetivamente luteolíticas para todas as éguas tratadas a partir do quarto dia após
ovulação. Sendo assim, Taylor et al. (1982) descreveram que a maioria dos
métodos utilizados no controle do ciclo estral e ovulação em diferentes espécies,
visam primariamente modificar a fase luteal, inferindo que a associação a outros
hormônios poderia melhorar os índices de sincronização do ciclo estral. O uso de
dinoprost trometamina foi testado por Gusmão et al. (1987) em éguas Puro
Sangue Inglês (PSI) que manifestaram sinais de estro 3 a 4 dias após a
administração hormonal.
O efeito da resposta luteolítica pela freqüência de injeções de PG em
éguas regularmente cíclicas foi examinado por Squires et al., (1992b)
comprovando que em termos de regressão luteal e manifestação do estro, não
houve vantagem na aplicação de duas injeções de PG (cada 24 horas) em
comparação a uma aplicação.
Bergfelt et al. (2006) delinearam um experimento aplicando PGF
2α
(10mg) no 3º dia (D3) em comparação ao tratamento com aplicação no 10º dia
(D10) após a ovulação, observando uma resposta similar nos dois grupos tratados
em relação à diminuição abrupta nos níveis plasmáticos de P4, diminuição do
diâmetro do CL e aumento na ecogenicidade do tecido luteal. Os autores
concluíram que o tratamento com prostaglandina após a ovulação (D3) resulta em
estrutural e funcional regressão do CL e diminue o intervalo interovulatório.
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Revisão de Literatura 16
3.4.2 Progestágeno
Na medicina veterinária a progesterona é usada em vacas e éguas de
forma terapêutica e zootécnica (sincronização de estro e preparação de doadoras
e receptoras) em programas de TE. Pode ser utilizada em administrações
intravenosas ou intramusculares, simultaneamente ao hCG ou com uso de
dispositivos intravaginais ou subcutâneos. A progesterona é um hormônio que
possui diferentes ações dependendo do período do ciclo estral. Regula a
maturação de oócitos, ovulação, relaxamento miometrial, crescimento da glândula
mamária e enzimas endometriais. A concentração fisiológica plasmática em vacas
e éguas durante o ciclo estral pode variar de 0,2 a 0,8 ng/ml e 0,3 a 22 ng/ml,
respectivamente e durante a gestação variam de 8 a 12 ng/ml em vacas e 7 a 25
ng/ml em éguas (EMEA, 1999).
Estudos farmacológicos para a produção de produtos comerciais
mostraram que após tratamentos intravenosos, intramusculares e/ou intravaginais
em fêmeas bovinas, as concentrações plasmáticas de progesterona se elevaram
apenas nas primeiras horas pós-tratamento, mas não alcançaram valores maiores
que os observados em condições fisiológicas (EMEA, 1999).
A progesterona e análogos sintéticos podem ser usados na
sincronização e indução do estro na fêmea eqüina por várias vias de aplicação:
oral (Lofstedt & Patel, 1989), intramuscular (Loy et al., 1981), subcutânea (Ball et
al., 1992), esponjas e dispositivos intravaginais (Loy & Swann, 1966; Arberter et
al., 1994). A estratégia do uso de progestágenos consiste em aumentar
artificialmente a fase luteal, por um período superior à duração do CL normal. O
bloqueio hipotalâmico-hipofisário exercido pelo progestágeno exógeno inibe a
liberação do LH durante o tratamento e impede a manifestação do
comportamento estral (Wilde et al., 2002). Entretanto, o tratamento somente com
progestágenos não inibe a liberação de FSH (Evans & Irvine, 1975) pela
adenohipófise, razão pela qual ocorre o desenvolvimento folicular. As éguas
podem ovular durante o período de utilização de progestágenos, por esta razão, é
recomendada a administração de prostaglandina no final do tratamento (Daels,
2004).
Segundo, Squires (1992a), o uso de progestágenos para o controle do
estro em éguas cíclicas tem sido empregado e resultados similares aos obtidos
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Revisão de Literatura 17
com o uso de PGF
2α
indicando que, o intervalo até o estro é sincrônico após o
término da exposição aos progestágenos, mas o intervalo à ovulação pode ser
variável (Lofstedt & Patel, 1989).
Progestágenos em apresentação oral ou injetável são utilizados com
relativo sucesso no aumento temporal da fase luteal e supressão do estro na
fêmea eqüina em programas de reprodução e em animais de desempenho
atlético (Roberts & Beaver, 1987).
A forma mais comum de tratamento para supressão do cio em éguas é
a administração de altrenogest, um progestágeno (derivado de um potente
esteróide anabólico “trembolona”), com estrutura similar à testosterona, muito
utilizado em animais atletas, pois possui a capacidade de suprir o estro em
fêmeas eqüinas a partir de dois a três dias do início do tratamento (Pryor & Tibary,
2005).
Webel & Squires (1982) reportaram que um progestágeno sintético
(allyl trembolone), bloqueou eficientemente a manifestação de estro e ovulação
em éguas cíclicas que receberam doses orais de 0,176 a 0,440 mg/Kg de peso
vivo.
Em relação ao comportamento de estro, Van Niekerk et al. (1975)
demonstraram que o estro normal e fértil em éguas ocorreu em três a quatro dias
após o término do tratamento com injeções de 100 a 125 mg de progesterona
oleosa que foram aplicadas num período de sete a nove dias. Resultados
similares obtidos por Loy & Swan (1966), reportaram que o estro e a ovulação
podem ser suprimidos em éguas cíclicas por injeções diárias intramusculares de
100 a 400 mg de progesterona oleosa.
Palmer (1979) utilizou um programa de luz seguido por um regime de
10 dias com progestágeno. A primeira ovulação da estação foi antecipada, porém
o progestágeno não pareceu adicionar nenhum efeito ao tratamento. Turner et al.
(1981) testaram a capacidade do altrenogest em estimular o início da estação
ovulatória. O tratamento realizado durante 15 dias não suprimiu e não estimulou o
desenvolvimento de folículos pequenos, mas suprimiu o desenvolvimento de
folículos maiores que 20 mm de diâmetro. Portanto, o progestágeno não acelera o
inicio da estação ovulatória, mas é um instrumento útil para ser utilizado no
período transicional, quando se deseja suprimir o estro e sincronizar a primeira
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ovulação do ano. Contudo, outros trabalhos enfatizam que o altrenogest acelera a
primeira ovulação do ano (Allen et al., 1980; Webel & Squires, 1982; Lofstedt,
1988).
James et al. (1997) demostraram que a utlização por dois dias de
altrenogest (0,004 mg/Kg ou 0,088 mg/Kg), administrado no início do estro foi
eficiente no aumento do número de dias para a ovulação em éguas com folículos
35 mm. Bruemmer et al. (2000) relataram que éguas tratadas com 0,088 mg/Kg
de altrenogest por dois dias, houve um aumento do intervalo para a ovulação em
comparação ao grupo controle. Estes estudos mostraram que a utilização em
curto período de altrenogest resultou em um atraso na ovulação, após seleção do
folículo dominante.
Lofstedt & Patel (1989) mostraram que a habilidade do altrenogest em
inibir o crescimento folicular depende do estágio do ciclo estral que o tratamento
se inicia. No experimento os autores observaram que o altrenogest não foi efetivo
no controle da ovulação em 3 de 4 éguas tratadas durante 20 dias iniciando-se o
tratamento nos primeiros três dias do estro, as éguas ovularam aproximadamente
entre dez a quinze dias (durante o tratamento).
Recentemente um produto a base de um progestágeno combinado a
um veículo de longa ação (Biorelease P4 LA150) foi utilizado em éguas cíclicas
após aplicação de PG. A P4 LA em doses de 1500 mg foi administrada em
intervalos de sete dias e efetivamente manteve os níveis de progesterona acima
de 1ng/ml durante o tratamento e por mais 10 dias após o término do mesmo
(Bringel et al., 2003).
Dispositivos intravaginais foram utilizados em éguas (Rutten et al.,
1986) e mostraram um efeito positivo na supressão do estro, dois a três dias após
a sua colocação.
Wilde et al. (2002) testaram em éguas um dispositivo intravaginal de
liberação controlada de progesterona que é normalmente utilizado em fêmeas
bovinas. Os autores observaram a supressão de estro durante o tratamento (12
dias) e 50% dos animais apresentaram comportamento de cio três dias após a
retirada do implante. Entretanto, os autores relataram que as éguas apresentarm
vaginite durante o tratamento.
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Revisão de Literatura 19
A combinação de progesterona e estradiol através do uso de
microesferas criadas para a liberação de uma dose de 1,25 g a 1,5 g de
progesterona e 100 mg de estradiol em um período de 12 a 14 dias, usualmente
seguido de aplicação de PGF
2α
ao término do tratamento, demonstrou resultados
satisfatórios quanto ao controle do estro e das ovulações (Blanchard et al., 1992;
Fleury et al., 1993). Ao avaliarem um total de 135 éguas submetidas ao
tratamento com as microesferas, Fleury et al. (1993) relataram um expressivo
número de éguas mostrando cio normal ao término do tratamento (87%), sendo o
tratamento efetivo em controlar estro e ovulação, indicado pela significante
redução na variação dos tratamentos no que diz respeito ao intervalo ao estro, à
ovulação, e o período em dias do estro após o tratamento. As taxas de prenhez
foram similares entre éguas submetidas aos tratamentos (63%) e éguas controles
(52%). O mesmo observado por Burns et al. (1999) para as taxas de perda
embrionária, 4% para as éguas tratadas e 6% para as éguas controle. A adição
do estradiol no regime de progesterona confere um atraso de 6,5 dias na
ovulação quando comparado ao uso da microesfera contendo apenas
progesterona (Fleury et al., 1993).
O norgestomet (análogo sintético da progesterona), utilizado para
controle do estro em ruminantes, também foi testado em éguas com uma dose de
3 mg/dia durante 15 dias, não mostrou efeito sobre a atividade folicular e não
suprimiu o estro efetivamente e não alterou as concentrações séricas de LH em
éguas no final do período transicional de primavera (Wiepz et al., 1988)
No Brasil, Almeida (1999) testou o implante de norgestomet (Crestar
),
(com a administração de norgestomet e valerato de estradiol no primeiro dia do
tratamento), e o tratamento, via oral, com altrenogest ou com o acetato de
melengestrol (MGA) em éguas crioulas durante os meses de setembro e outubro
de 1998. O período de tratamento com os progestágenos foi de nove dias.
Aproximadamente 86% das éguas tratadas com o norgestomet ou com o
altrenogest e 43% das éguas tratadas com o MGA demonstraram sinais de estro.
Os dois primeiros tratamentos também se mostraram eficazes para sincronizar o
estro, sendo que o sistema norgestomet revelou tendência de maior grau de
sincronização em relação ao altrenogest. Além disso, o intervalo para a ovulação
após o término do tratamento e administração de um luteolítico foi menor para as
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Revisão de Literatura 20
éguas tratadas com o norgestomet (9,8 ± 1,06 dias) e com o altrenogest (8,6
± 1,32 dias) em comparação àquelas tratadas com o acetato de melengestrol
(11,20 ± 1,93 dias).
Posteriormente, Costa et al. (2003) também testaram o sistema
norgestomet - valerato de estradiol (Crestar) associado ao dinoprost
trometamina com aplicação de hCG no momento em que folículo atingiu diâmetro
30 mm em éguas Quarto-de-Milha que estavam em anestro ou diestro
prolongado. O protocolo hormonal suprimiu o crescimento folicular em 94,12%
(16/17) das éguas durante o tratamento, porém, apenas 41,18% (7/17)
apresentaram desenvolvimento significativo apos a administração da PGF
2α
.
Destas sete éguas, apenas quatro exteriorizaram sinais de estro e somente duas
destas desenvolveram um folículo com diâmetro superior a 30 mm e ovularam.
Sobre a eficácia do uso prolongado (8-15 dias) de progestágenos no
anestro das éguas, muitos autores relatam que este tipo de tratamento não afeta
o tempo da ovulação, mas serve para sincronizar o início da atividade ovariana
(Daels, 2004).
3.4.3 Estrógeno
O estradiol na fase pré-ovulatória favorece a liberação cíclica de GnRH
o que induz a um pico ovulatório de LH (Sagrillo et al., 1996). O estradiol favorece
a expressão de RNAm do receptor de GnRH no hipotálamo médio basal, o que
sugere que a expressão deste gen que regula a sincronização da atividade
neuronal de GnRH que é crucial para a geração do pico ovulatório de LH (Seong
et al., 1998). A ação dos esteróides sobre a liberação de GnRH parece ser
mediada pelo glutamato. Os esteróides inibem a síntese de ácido glutâmico
decarboxilase que converte glutamato a GABA, e liberam o glutamato na área
pré-ótica e ativam receptores específicos, sintetizando óxido nítrico e que se
encontram ao redor neuromas de GnRH (Mahesh & Brann, 1998).
O comportamento de estro nas éguas durante a fase luteal pode ser
induzido com estrogênio, porém doses altas são necessárias, em contrapartida
éguas em anestro ou ovariectomizadas necessitam de baixas doses de
estrogênio para indução do estro. O comportamento de estro geralmente começa
em 8 horas após administração de estrógeno a uma concentração de 0,5 a 5 mg
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Revisão de Literatura 21
de estradiol, as éguas permanecem em cio em média por 10 dias (Pryor & Tibary,
2005).
Segundo Munro et al. (1979), a intensidade ou ausência da
manifestação do estro não está correlacionada com os níveis hormonais de
estrogênio. A ocorrência do cio silencioso é reportada em 26% das éguas, após a
indução da luteólise com a PGF
2α
. A observação do cio silencioso está associada
a baixas concentrações de estradiol, um longo intervalo da concentração máxima
de estrogênio até a ovulação e um curto intervalo da luteólise à ovulação (Nelson
et al., 1985). Observações similares por ultra-sonografia foram descritas por Pryor
& Tibary (2005), onde éguas induzidas ao estro pela luteólise tendem a ter menor
edema uterino durante o cio induzido.
A administração de dexametasona em éguas ovariectomizadas
bloqueou a síntese de esteróides pela adrenal (Asa et al., 1983) e suprimiu o
comportamento sexual. Esta observação sugere que a glândula adrenal pode
produzir estrogênio ou testosterona. Dehydroepiandrosterona é reduzida em
éguas durante o cio depois da administração de dexametasona, entretanto, a
estimulação da adrenal aumenta a concentração plasmática de testosterona, mas
não a de estradiol (Munro et al., 1979).
Concentrações plasmáticas de LH, na égua, podem ser alteradas como
demostrado por Garcia & Ginther (1978). Os autores demonstraram que o
estradiol 17β e progesterona regulam as concentrações de LH em éguas
ovariectomizadas e que as concentrações de LH são menores quando da
aplicação de progesterona isoladamente. Quando o estradiol 17β foi administrado
isoladamente as concentrações de LH aumentaram. O experimento demonstrou
que a progesterona possui um efeito supressor e o estradiol 17β possui um efeito
positivo nas concentrações de LH em éguas ovariectomizadas.
O estradiol possui um efeito supressor limitado na inibição da liberação
do FSH em éguas cíclicas (Woodley et al., 1979; Silvia et al., 1987), entretanto, o
estradiol 17β pode controlar o desenvolvimento folicular em éguas quando
utilizado em conjunto a progestágenos, o estradiol 17β causa supressão da
liberação de FSH comparado ao uso de protocolos apenas com progestágenos
(Karsch, 1984).
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Revisão de Literatura 22
Um experimento foi desenvolvido por Loy et al. (1982) com a utilização
de 200 mg de progesterona e 10 mg de estradiol 17β por um período de 6 dias
com aplicações diárias, 12 horas após o parto. O tratamento combinado de
progesterona e estradiol resultou em um atraso quantitativo da primeria ovulação
pós-parto, equivalente ao período do tratamento, provavelmente por efeito
inibitório dos níveis de FSH. Após o término do tratamento houve um decréscimo
ainda maior dos níveis de FSH e observou-se um aumento gradual dos níveis de
LH.
3.4.4 Protocolos Hormonais
As novas estratégias de controle farmacológico do ciclo estral, tendem
a controlar a ovulação, sem considerar o início do estro, para que a IA ocorra o
mais próximo possível da liberação do oócito. Os novos protocolos buscam que a
ovulação ocorra em todas as éguas em um mesmo momento ou dentro de um
período reduzido de tempo. Isto se torna um desafio em função do estado
fisiológico distinto durante as diferentes fases do ciclo estral, quando o tratamento
for iniciado (Wilde et al., 2002).
Yurdaydin et al. (1993) estabeleceram 3 protocolos (A, B e C) de
sincronização estral em um rebanho de 30 éguas Árabes. O grupo A recebeu
duas aplicações de PGF
2α
intervaladas por 14 dias, o grupo B idem com 2.500 UI
de hCG no quinto dia após a segunda aplicação de prostaglandina e o grupo C
consistia em éguas paridas com intervalo entre si de uma semana, que
receberam PGF
2α
três semanas após o parto. O grau de sincronização obtido
após 24 a 36 horas da última aplicação de PGF
2α
foi de 60 e 80% para os grupos
A e B, de 80% para p grupo C após 24 a 48 horas. As taxas de prenhez obtidas
nos três grupos foram de 66,7%, 75% e 87,0% respectivamente, permitindo aos
autores a conclusão de que tanto a presença de um crescimento viável de um
folículo dominante no momento do tratamento, quanto à identificação do dia de
seleção deste folículo, são extremamnte importantes na obtenção de altas
porcentagens no grau de sincronização e taxas de prenhez.
Administração de progesterona natural é extremamente efetiva na
supressão do estro em éguas cíclicas (Loy & Swan, 1966). A P4 em veículo
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Revisão de Literatura 23
oleoso, administrada IM uma vez ao dia, foi comprovadamente eficiente em todos
os estudos. A dose de 100 a 150 mg é necessária para manter altos níveis de
progesterona e conseqüentemente suprimir o estro (Loy e Swan, 1966; Hawkins
et al., 1979). Todavia, reação e dor local são observados em tratamentos
prolongados de base oleosa. Por essa razão, a progesterona oleosa não é
rotineiramente usada para a supressão estral em éguas atletas. Recentemente,
uma progesterona injetável de longa ação foi utilizada e os estudos demonstram
que com uma única aplicação os níveis plasmáticos de progesterona ficam acima
de 2ng/ml durante 10 dias (McCue, 2003).
A aplicação de esteróides exógenos pode modular a liberação de FSH
e LH, foi descrito por Evans et al. (1982) que propuseram a aplicação diária de
progesterona 150mg (grupo 1), 150 mg de progesterona e 10mg de estradiol 17β
(grupo 2) e 10mg de estradiol 17β (grupo 3), verificando que teve menor eficácia
em relação ao grupo 2 e 1 na supressão do crescimento do maior folículo. Para o
grupo progesterona, estradiol observaram menores concentrações de LH,
alterações no padrão ovariano, sugerindo que a maturação folicular final e
ovulação são bloqueados pela progesterona e as baixas concentrações de LH
promovidas pela presença do estradiol inibem o desenvolvimento folicular
precoce.
Implantes que contêm progesterona e estradiol para a utilização em
fêmeas bovinas foram administrados em fêmeas eqüinas para verificar a eficácia
da supressão da manifestação de estro. A dose de 200 mg de progesterona e 20
mg de benzoato de estradiol por implante, sendo que 8 implantes não foram
eficazes na prevenção do desenvolvimento folicular e na supressão do estro
(McCue et al., 1997). Os mesmos autores, administrando 8, 32 ou 80 implantes
não observaram sua eficácia, sendo que 8 implantes liberaram 1,3 a 2 mg de
progesterona/dia.
O sistema norgestomet-estradiol foi descrito inicialmente em novilhas
Wiltbank & Gonçales (1975) e testado em eqüinos por (Almeida, 1999). Associa-
se prostaglandina a esse tratamento para redução do intervalo interovulatório
Holtan et al. (1977) e promover a luteólise Spinosa et al. (1999), e aplicação de
hCG em função do prolongado intervalo entre a manifestação de estro e a
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Revisão de Literatura 24
ovulação, reduzindo o período de cio e promovendo a ovulação em até 48 horas
(Voss et al., 1975; Woods et al., 1990; Almeida,1999),
Um protocolo para eqüinos que utiliza apenas uma aplicação de PG
F
2α
, também é utilizado rotineiramente em programas de IA e TE. Neste protocolo,
aplica-se uma dose 5 mg a 10 mg de dinoprost trometamina (Lutalyse
) entre o 6º
e 14º dia (melhores resultados são obtidos entre o 6º e 9º dia) pós-ovulação,
todavia a resposta ao tratamento depende do estágio do desenvolvimento folicular
na hora da aplicação: se houver um folículo de diâmetro inferior a 30 mm a égua
mostrará cio dentro de 2 a 4 dias e a ovulação ocorrerá em 8 a 10 dias; se um
folículo pré-ovulatório estiver presente ( 35 mm), o estro ocorrerá dentro das
próximas 24 horas e a ovulação dentro de 24 a 36 horas ou ainda a égua poderá
ovular sem manifestar cio (prostaglandinas e análogos podem induzir a ovulação
de folículos pré-ovulatórios) (Munro et al., 1979).
O protocolo mais efetivo usado para sincronização de estro em éguas
consiste na administração diária de progesterona ou análogos sintéticos,
altrenogest (0,044 mg/kg VO) ou 150mg de progesterona em veículo oleoso por
10 dias combinado com aplicação diária de estrogênio (10 mg estradiol 17β) pelo
período do tratamento (10 dias) e uma dose (10mg IM) de prostaglandina F
2α
é
aplicada no último dia de tratamento, e quando da detecção por palpação retal
e/ou ultra-sonografia de um folículo pré-ovulatório 33 mm hCG (3.000 UI) ou um
análogo do GnRH (implante de deslorelina 2,1 mg) são usados para indução da
ovulação (Pryor & Tibary, 2005).
3.4.5 Métodos alternativos
Métodos envolvendo a ablação folicular como uma alternativa no
controle da atividade ovariana já foi testado (Gastal et al., 1997; Bergfelt &
Adams, 2000b).
A aspiração de todos os folículos 10 mm de diâmetro realizada em
dia aleatório do ciclo estral, associada a duas doses de PGF
2α
no 4º e uma
aplicação de hCG no 10º dia (aspiração D0) foii utilizado por Bergfelt et al. (1999),
visando sincronizar uma nova onda de crescimento folicular, cujos resultados
foram satisfatórios.
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Revisão de Literatura 25
A ablação de folículos maiores ou iguais a 10 mm de diâmetro em
diferentes estágios do ciclo estral, resultou em sincronia na emergência das
ondas foliculares entre éguas, sendo o intervalo entre a ablação e a detecção de
um folículo maior ou igual a 10 mm em média de 1 a 3 dias em 90% das éguas. A
emergência da onda induzida pela ablação foi caracterizada pela presença de um
número aumentado de folículos maiores que 10 mm, sendo observada dentro de
3 dias após a ablação, os dados foram agrupados, os resultados demonstraram
que 96% (22/23) das éguas submetidas à ablação ovularam dentro de um período
de 48 horas após a administração de hCG (Bergfelt & Adams, 2000b).
Segundo Fraser (1981), a baixa concentração de gonadotrofinas inibe
a função reprodutiva, incluindo o desenvolvimento folicular, a ovulação e a fase
luteal, seu experimento mostrou que os receptores de GnRH quando estimulados
continuamente e uma eventual redução no número de receptores são fatores que
levam a refratariedade deste hormônio, acarretando na supressão das
gonadotrofinas endógenas. A redução de gonadotrofinas tem sido denominada de
down regulation, o que tem sido um eficiente método contraceptivo (Irvine, 1983).
Dentre as possíveis causas para a redução nas concentrações de LH e FSH
encontra-se a redução na secreção endógena de GnRH pelo hipotálamo,
desensibilização da pituitária ao estímulo do GnRH e/ou a depleção de LH e FSH
pela pituitária (Crowder et al., 1986).
A prolongada supressão das gonadotrofinas pela down regulation
seguida do elevado estímulo e constante pelo GnRH geralmente é ocasionada
pela redução da sensibilidade da pituitária (Heber & Swerdloff, 1981; Nett et al.,
1981; Sandow, 1983), mais que pela estimulação do GnRH (Belchetz et al., 1978;
Zilberstein et al., 1983).
De um modo geral, acredita-se que as éguas sejam relativamente
refratárias ao down regulation ocasionado pelos análogos do GnRH (Fitzgerald et
al., 1993; Irvine & Alexander, 1993). Em eqüinos, o tratamento com análogos de
GnRH por período prolongado (28 dias) e altas doses (1,3mg/kg/dia) reduziu a
concentração de LH semelhante às outras espécies (Fitzgerald et al.,1993). O
tratamento de éguas com altas doses de análogo de GnRH (10mg/dia) resultou
em uma supressão reversiva da atividade ovariana causando uma redução na
duração do ciclo estral (Palmer & Quellier, 1988)
_
_________________________________________________________
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Material e Métodos 26
4 Material e Métodos
4.1 Animais Experimentais e Instalações
O experimento foi conduzido durante a estação reprodutiva 2004/2005,
mais especificamente entre os meses de dezembro a fevereiro de 2005, nas
dependências do Haras Kawwa Master, situado no município de Campina Grande
do Sul, Pr, Brasil (25
o
18
21
S e 49
o
03
18
O).
Foram utilizadas éguas da raça Campolina (n=46) de 3 a 10 anos de
idade com peso corporal entre 350 e 500 kg. Todas as éguas utilizadas estavam
em plena atividade reprodutiva e não possuíam quaisquer anornalidades
reprodutivas que pudessem ser observadas ao exame ultra-sonográfico e de
palpação retal. Os animais foram mantidos em piquetes de coast-cross (Cynodon
dactylon) com acesso livre a água e sal mineralizado a vontade e receberam 1 Kg
de ração comercial peletizada própria para eqüinos uma vez por dia.
4.2 Delineamento Experimental
4.2.1 Controle Folicular e Avaliação Ultra-sonográfica
Cada animal foi examinado individualmente, pela técnica transretal com
o auxílio de trandutor de 6 MHz (Pie Medical
240), fazendo-se a mensuração do
diâmetro dos dois maiores folículos a cada 24 horas, iniciando-se dois dias
precedentes ao início do tratamento (D-2) até a ovulação (OV) pós-tratamento,
considerando-se o início do tratamento (D0) e o final do tratamento (D9). A ultra-
sonografia para detecção da ovulação foi realizada no período compreendido
entre o 10º e o 22º dia (D10 a D22), sendo confirmada a partir do momento em
que o folículo ovulatório maior 30 mm não mais foi detectado e visualizou-se o
corpo hemorrágico (CH) formado (Fig.1).
_
_________________________________________________________
_
Material e Métodos 27
FIGURA 1 - Representação esquemática do cronograma dos exames ultra-sonográficos
realizados a cada 24h dois dias antes (D-2) do início do tratamento até o 22º dia (D22) em todos
os animais dos grupos I, II, III, IV e V.
As imagens obtidas dos ovários foram desenhadas em esquemas
bidimensionais e os dados da mensuração das estruturas foram planilhados,
permitindo a identificação e acompanhamento das estruturas durante todo o
experimento. A designação dos folículos se baseou no maior diâmetro
apresentado pelos mesmos, sendo denominado folículo 1 (F1) aquele que
possuía maior diâmetro e folículo 2 (F2) o folículo de segundo maior diâmetro. Os
diâmetros dos dois maiores folículos F1 e F2 foram determinados por meio da
média aritmética entre a maior distância obtida no antro folicular e sua transversal
em uma única imagem congelada no monitor do aparelho de ultra-sonografia
(Ginther, 1995).
A análise ultra-sonográfica e retrospectiva individual permitiram o
estabelecimento do padrão de desenvolvimento folicular do maior folículo (F1) e o
segundo maior folículo (F2) no período de dois dias precedentes ao início do
tratamento (D-2) até a ovulação (OV) pós-tratamento em todos os grupos
experimentais (Fig. 2 a 6; Anexo).
4.2.2 Detecção e cronologia das manifestações de Estro
A determinação das manifestações de estro ocorreu por meio da
rufiação individual direta e foi realizada diariamente a partir dos dois dias
anteriores ao início do tratamento (D-2) até dois dias após a detecção da
ovulação (OV) em todos os grupos, utilizando-se um garanhão da propriedade.
Objetivou-se a detecção do momento de ocorrência do estro para determinar o
D0 D9
Início
do
tratamento
Final
do
tratamento
Ultra-sonografia
24/24h
ESTRO
D15 D13 D11
D17
D-2 D19 D22
OV
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_________________________________________________________
_
Material e Métodos 28
número de animais que apresentaram manifestações de estro no período anterior
ao início do tratamento, durante o tratamento e após o tratamento até a ovulação.
A avaliação temporal foi realizada para verificar o período correspondente entre o
final do tratamento à ovulação, final do tratamento ao início do estro e do estro à
ovulação.
4.3 Grupos experimentais e Tratamentos Hormonais
As éguas foram distribuídas aleatoriamente em cinco grupos
experimentais dois dias antes ao início do tratamento (D-2), observando-se o
padrão de tamanho folicular (Tabela 1; Anexo).
As aplicações hormonais foram realizadas por meio de injeções
intramusculares (IM) profundas. O implante de silicone de liberação de
progesterona Crestar
foi introduzido via subcutânea (SC) no terço médio do
pescoço dos animais por meio de aplicador específico (Aparelho Aplicador de
implante Crestar
Intervet), após tricotomia e anti-sepsia local.
4.3.1 Grupo I (GI n=10)
As éguas deste grupo receberam uma injeção IM de 2mL contendo
norgestomet (3 mg) + valerato de estradiol (5 mg) e via SC um implante de
silicone contendo 3mg de norgestomet (Crestar
Intervet), permanecendo
implantado por nove dias, sendo reconhecido como momento inicial do tratamento
(D0). No 9º dia (D9) o implante foi retirado e 7,5 mg de dinoprost-trometamina
(Lutalyse
Merial Saúde Animal Ltda) foi administrado por via intra-muscular (IM)
profunda (Fig. 7).
4.3.2 Grupo II (GII n= 10)
As éguas deste grupo receberam uma única injeção IM de 2ml
contendo norgestomet (3 mg) + valerato de estradiol (5 mg), sendo reconhecido
como dia inicial do tratamento (D0). No 9º dia (D9) 7,5 mg dinoprost-trometamina
(Lutalyse
, Merial Saúde Animal Ltda.), foram administrads por via IM profunda
(Fig. 8).
_
_________________________________________________________
_
Material e Métodos 29
4.3.3 Grupo III (GIII n=10)
As éguas deste grupo receberam via SC um implante de silicone
contendo 3mg de norgestomet (Crestar
Intervet), permanecendo implantado por
nove dias, sendo reconhecido como dia inicial do tratamento (D0). No 9º dia (D9)
o implante foi retirado e 7,5 mg de dinoprost-trometamina (Lutalyse
, Merial
Saúde Animal Ltda.) foram administrados por via IM profunda (Fig. 9).
4.3.4 Grupo IV (GIV n=8)
As éguas deste grupo receberam uma injeção via IM de 2ml contendo
norgestomet (3 mg) + valerato de estradiol (5 mg) e via SC um implante de
silicone contendo 3mg de norgestomet (Crestar
) e uma injeção via IM de HCG
(2.500 UI) no D0. O implante foi retirado no D9 e 7,5 mg de dinoprost-trometamina
(Lutalyse
- Merial Saúde Animal Ltda.) foram administrados por via IM profunda
em dose única (Fig. 10).
4.3.5 Grupo V (GV n=8)
As éguas deste grupo receberam injeção única via IM de hCG (2.500
UI) no D0 e nove dias após (D9) uma injeção via IM profunda de dinoprost-
trometamina (Lutalyse
- Merial Saúde Animal Ltda.) (Fig. 11).
Em relação aos protocolos de sincronização dos estros, o dia inicial do
tratamento foi denominado D0 (dia zero) e o último dia de tratamento para todos
os grupos D9 (dia nove). O período comprendido entre início e fim dos
tratamentos hormonais recebeu uma escala crescente de valores em dias.
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_________________________________________________________
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Material e Métodos 30
FIGURA 7 – Representação esquemática do protocolo I de sincronização de estro e ovulação em
éguas do Grupo I (n=10), com emprego de implante de silicone contendo 3mg de norgestomet
(NT) por 9 dias, e administração de 3 mg de norgestomet (NT) + 5 mg de valerato de estradiol
(VE) no momento da colocação do implante; e 7,5 mg de dinoprost-trometamina (PGF
2α
) na
retirada do implante (RI).
FIGURA 8 – Representação esquemática do protocolo II de sincronização de estro e ovulação em
éguas do Grupo II (n=9), com administração de 3 mg de norgestomet (NT) + 5 mg de valerato de
estradiol (VE) no dia zero (D0); e 7,5 mg de dinoprost-trometamina (PGF
2α
) ao final do tratamento
(D9).
D9
9 dias
D9
IMPLANTE
9 dias
(VE + NT)
Colocação
do Implante
+ (NT + VE)
D0
D0
PGF
2α
RI
PGF
2α
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_________________________________________________________
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Material e Métodos 31
FIGURA 9 – Representação esquemática do protocolo III de sincronização de estro e ovulação em
éguas do Grupo III (n=9), com emprego de implante de silicone contendo 3mg de norgestomet
(NT) por 9 dias; e 7,5 mg de dinoprost-trometamina (PGF
2α
) na retirada do implante (RI).
FIGURA 10 – Representação esquemática do protocolo IV de sincronização de estro e ovulação
em éguas do Grupo IV (n=5), com emprego de implante de silicone contendo 3mg de norgestomet
(NT) por 9 dias, e administração de 3 mg de norgestomet (NT) + 5 mg de valerato de estradiol
(VE), e 2.500 UI de hCG no momento da colocação do implante; e 7,5 mg de dinoprost-
trometamina (PGF
2α
) na retirada do implante (RI).
IMPLANTE
D0 D9
9 dias
IMPLANTE
D9
9 dias
Colocação
do Implante
Colocação
do Implante
+ (NT + VE)
+hCG
D0
RI
PGF
2α
RI
PGF
2α
_
_________________________________________________________
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Material e Métodos 32
FIGURA 11 – Representação esquemática do protocolo V de sincronização de estro e ovulação
em éguas do Grupo V (n=7), com administração de 2.500 UI de hCG no dia zero (D0); e 7,5 mg
de dinoprost-trometamina (PGF
2α
) ao final do tratamento (D9).
4.4 Análise Estatística
Os dados coletados, seguindo a metodologia previamente descrita
foram analisados segundo intervalos D9 a OV, D9 ao estro e estro a OV; estro a
ovulação e D-2 a D0; D1 a D9; D10 a 22 para freqüência de ovulação e
manifestação de estro e demais parâmetros (diâmetro do maior folículo;
freqüência de sincronização de estro e diâmetro 30 mm de F1). A freqüência de
manifestação de estro e freqüência de ovulação foi submetida à análise de
variância de dois fatores (ANOVA). As médias dos tratamentos foram
comparadas, nível de significância de 5% (p>0,05), segundo a análise de
variância não paramétrica de Kruskal – Wallis dentro de um mesmo grupo de
animais e pelo teste de comparação múltipla de Dunn entre diferentes grupos.
D0
D9
9 dias
hCG
PGF
2α
_
____________________________________________________
_
____________Resultados 33
5 Resultados
5.1 Detecção e cronologia das manifestações de Estro e Freqüência de
Ovulação
Para a manifestação de estro foram considerados os períodos: anterior
ao início do tratamento (D-2 a D0), durante o tratamento (D1 a D9) e após o
tratamento (D10 a D22). Não houve diferença estatística (P>0,05) entre os
grupos, sendo que nos grupos I 70%, II e III 80% e nos grupos IV 62,5% e V com
50% dos animais que manifestaram estro após o tratamento. Houve diferença
estatística entre os períodos. (Tabela 2)
Para a variável freqüência de ovulação foram considerados os
períodos: anterior ao início do tratamento (D-2 a D0), durante o tratamento (D1 a
D9) e após o tratamento (D10 a D22), sendo que nos grupos I, 80%; II, 70%; III,
90%; IV, 62,5% e V, 50% dos animais ovularam no período D10 a D22, não se
constatando diferença estatística entre os grupos, mas sim entre os períodos.
(Tabela 3)
Vale ressaltar que no grupo I a égua nº 3 já se encontrava em cio
durante o tratamento e ovulou no D2, o animal nº 4 iniciou o cio no D0 e ovulou no
D7 e a égua nº 5 iniciou manifestação de cio durante o tratamento e não mais
demonstrou cio apenas no D11, a égua 10 ovulou no D17 sem observação da
manifestação do estro. No grupo II as éguas 18 e 19 já apresentavam
manifestação de cio ao início do tratamento hormonal (D0) e ovularam no D5 e
D2, respectivamente. Os animais 12 e 16 iniciram cio no D5 e ovularam no D9, o
animal nº 20 iniciou o cio no D5 permanecendo até o D12. No grupo III duas
ovulações com manifestação de cio ocorreram durante o tratamento e os animais
24, 25 e 27 iniciaram estro durante o tratamento permanecendo em cio após o
D9. No grupo IV as éguas 36 e 38 já estavam no cio ao início do tratamento e
ovularam no D0 e a égua 37 manifestou cio no D0 e ovulou em D2 permanecendo
em cio por mais 48 horas pós-ovulação, destaca-se que neste grupo o protocolo
utilizado incluía a administração de hCG no D0. No grupo V, 4 animais
manifestaram cio e 5 éguas ovularam durante o tratamento, ressalta-se que este
protocolo não incluía utilização de norgestomet e valerato de estradiol.
_
____________________________________________________
_
____________Resultados 34
Os animais nº 12 e13 pertencentes ao grupo II e no grupo III a égua 26
demonstraram duplas ovulações no período de D10 a D22.
TABELA 2 – Freqüência de manifestação de estro observada antes do início do
tratamento (D-2 a D0) durante o tratamento (D1 a D9) e pós-tratamento (D10 a
D22) em éguas da raça Campolina entre os diferentes grupos experimentais (GI a
GV).
Freqüência de Manifestação de Estro (%)
Período
GI GII GIII GIV GV
D-2 a D0
30* (3/10)
A
20 (2/10)
A
10 (1/10)
A
37,5 (3/8)
A
12,5 (1/8)
A
D1 a D9
40 (4/10)
B
50 (5/10)
B
50 (5/10)
B
37,5 (3/8)
B
37,5 (3/8)
B
D10 a D22
70 (7/10)
C
80 (8/10)
C
80 (8/10)
C
62,5 (5/8)
C
50 (4/8)
C
* (nº de éguas em estro / nº de éguas do grupo)
Letras maiúsculas diferentes na mesma coluna (A;B;C) indicam diferença estatística (P<0,05)
Não há diferença diferença estatística entre os grupos (p>0,05) nas linhas
(D-2) pré-tratamento
(D0) Dia inicial do tratamento
(D9) Dia final do tratamento
TABELA 3 – Freqüência de ovulação do pré-tratamento (D-2) até o dia 22 (D22)
em éguas da raça Campolina entre os diferentes grupos experimentais (GI a GV).
Freqüência de Ovulação (%)
Período
GI GII GIII GIV GV
D-2 a D0
20* (2/10)
A
20 (2/10)
A
10 (1/10)
A
25 (2/8)
A
12,5 (1/8)
A
D1 a D9
20 (2/10)
B
40 (4/10)
B
30 (3/10)
B
12,5 (1/8)
B
50 (4/8)
B
D10 a D22
80 (8/10)
C
70 (7/10)
C**
90
(9/10)
C***
62,5 (5/8)
C
50 (4/8)
C
* (nº de éguas ovuladas / nº de éguas do grupo)
Letras maiúsculas diferentes na mesma coluna (A;B;C) indicam diferença estatística (P<0,05)
Não há diferença diferença estatística entre os grupos (p>0,05) nas linhas
** (2 animais manisfetaram ovulação dupla)
*** (1animal manifestou ovulação dupla)
(D-2) pré-tratamento
(D0) Dia inicial do tratamento
(D9) Dia final do tratamento
_
____________________________________________________
_
____________Resultados 35
A Tabela 4 demonstra o intervalo médio do último dia de tratamento
(D9) a detecção da ovulação, D9 ao estro e estro a detecção da ovulação, não
sendo observada diferença entre os grupos, entretanto no GV observa-se menor
intervalo entre a manifetação de estro e ovulação.
TABELA 4 - Média (± EPM) dos intervalos entre o último dia do tratamento (D9),
estro e ovulação em éguas da raça Campolina entre os grupos experimentais (GI
a GV).
Intervalo (dias)
Período
GI GII GIII GIV GV
D9 a OV
8,9±1,77
(n=8)
11,7±2,66
(n=9)
10,7±2,39
(n=9)
11,4±1,91
(n=5)
9,0±1,87
(n=5)
D9 ao estro
6,7±2,07
(n=7)
7,3±1,04
(n=7)
4,8±0,86
(n=5)
6,0±0,32
(n=5)
5,3±1,20
(n=3)
Estro a OV
4,6±0,53
(n=7)
5,3±1,63
(n=7)
5,2±0,84
(n=5)
5,4±0,51
(n=5)
3,6±0,68
(n=3)
EPM= Erro padrão da Média P> 0,05 entre os grupos
(D0) Dia inicial do tratamento
(D9) Dia final do tratamento
OV = ovulação
5.2 Sincronização de Estro
Para a freqüência de sincronização de estro no D12 a análise
estatística revelou haver diferença somente entre os grupos III e IV, com 83,3% e
0%, respectivamente. No D13 houve diferença entre os grupos II e III (14,3 e
100%). No D15 houve diferença entre os grupos I e IV com 28,6 e 100%,
respectivamente. No D16, D17 e D18 os resultados mostraram diferença entre os
grupos de 14,3% e 100%, respectivamente. Para o grau de sincronização de estro
no D16, D17 e D18 a análise estatística revelou haver diferença somente entre os
grupos I e IV, com 14,3 e 100%, respectivamente. No D20 houve diferença entre
os grupos II e V com 71,4 e 0%, respectivamente. Nos demais grupos nos outros
dias não houve diferença.
Os resultados para a sincronização do estro estão apresentados na
Tabela 5.
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____________________________________________________
_
____________Resultados 36
TABELA 5 - Freqüência de sincronização de estro observados em éguas da raça
Campolina no período entre D10 e D22 nos grupos experimentais (GI a GV).
Freqüência de éguas em estro (%)
Dia pós-início
do tratamento
GI GII GIII GIV GV
D10
28,6* (2/7)
a
28,6 (2/7)
a
60 (3/6)
a
0 (0/5)
a
33,3 (1/3)
a
D11
57,1 (4/7)
a
14,3 (1/7)
a
66,7 (4/6)
a
0 (0/5)
a
33,3 (1/3)
a
D12
57,1 (4/7)
ab
28,6 (2/7)
ab
83,3 (5/6)
a
0 (0/5)
b
33,3 (1/3)
ab
D13
57,1 (4/7)
ab
14,3 (1/7)
a
100 (6/6)
b
20 (1/5)
ab
33,3 (1/3)
ab
D14
42,9 (3/7)
a
57,1 (4/7)
a
66,7 (4/6)
a
80 (4/5)
a
33,3 (1/3)
a
D15
28,6 (2/7)
a
71,4 (5/7)
ab
66,7 (4/6)
ab
100 (5/5)
b
66,7 (2/3)
ab
D16
14,3 (1/7)
a
71,4 (5/7)
ab
83,3 (5/6)
ab
100 (5/5)
b
66,7 (2/3)
ab
D17
14,3 (1/7)
a
71,4 (5/7)
ab
83,3 (5/6)
ab
100 (5/5)
b
66,7 (2/3)
ab
D18
14,3 (1/7)
a
85,7 (6/7)
ab
66,7 (4/6)
ab
100 (5/5)
b
66,7 (2/3)
ab
D19
14,3 (1/7)
a
71,4 (5/7)
a
33,3 (2/6)
a
60 (3/5)
a
66,7 (2/3)
a
D20
14,3 (1/7)
ab
71,4 (5/7)
a
16,7 (1/6)
ab
40 (2/5)
ab
0 (0/3)
b
D21
0 (0/7)
a
57,1 (4/7)
a
0 (0/6)
a
0 (0/5)
a
0 (0/3)
a
D22
14,3 (1/7)
a
28,6 (2/7)
a
0 (0/6)
a
0 (0/5)
a
0 (0/3)
a
* (% de éguas em estro no dia / nº de éguas em estro no período)
Médias seguidas de mesma letra, nas linhas, não diferem entre si (P> 0,05)
(D9) Dia final do tratamento
5.3 Parâmetros Foliculares Pontuais
A análise estatística demonstrou que GI e GIV houve diferença
significativa para a freqüência de animais que apresentaram o diâmetro do maior
folículo no D17, com 20% e 62,5% respectivamente. Nos demais grupos não
houve diferença no D17. Nos demais dias não houve diferença significativa entre
os grupos estudados para essa variável.
Na Tabela 6 observa-se o percentual de animais com o maior folículo
ovariano apresentando diâmetro maior ou igual a 30 milímetros entre o dia 10 a
22, não havendo diferença entre grupos, exceto para o grupo IV, no qual foi
observado 62,5% das éguas com folículos 30 mm de diâmetro (D17) em relação
ao grupo I com apenas 20% (p<0,05).
_
____________________________________________________
_
____________Resultados 37
TABELA 6 - Freqüência de animais com folículo 30 mm em éguas da raça
Campolina no período de D10 a D22 entre os diferentes grupos experimentais (GI
a GV).
Freqüência de éguas com folículo 30mm
Dia pós-início
do tratamento
GI GII GIII GIV GV
D10
40* (4/10)
0 (0/10)
30 (3/10)
0 (0/8)
12,5 (1/8)
D11
30 (3/10)
0 (0/10)
30 (3/10)
0 (0/8)
12,5 (1/8)
D12
30 (3/10)
10 (1/10)
20 (2/10)
0 (0/8)
0 (0/8)
D13
20 (2/10)
20 (2/10)
50 (5/10)
0 (0/8)
12,5 (1/8)
D14
20 (2/10)
10 (1/10)
30 (3/10)
0 (0/8)
12,5 (1/8)
D15
20 (2/10)
40 (4/10)
60 (6/10)
37,5 (3/8)
25 (2/8)
D16
30 (3/10)
40 (4/10)
60 (6/10)
50 (4/8)
37,5 (3/8)
D17
20 (2/10)
40 (4/10)
ab
40 (4/10)
ab
62,5 (5/8)
b
37,5 (3/8)
ab
D18
20 (2/10)
10 (1/10)
10 (1/10)
25 (2/8)
0 (0/8)
D19
10 (1/10)
30 (3/10)
10 (1/10)
0 (0/8)
12,5 (1/8)
D20
10 (1/10)
30 (3/10)
10 (1/10)
0 (0/8)
12,5 (1/8)
D21
0 (0/10)
20 (2/10)
10 (1/10)
0 (0/8)
0 (0/8)
D22
0 (0/10)
0 (0/10)
10 (1/10)
0 (0/8)
0 (0/8)
* (éguas com maior folículo 30 mm no dia / nº de éguas com maior folículo 30 mm no período)
Médias seguidas de diferentes letras, nas linhas, diferem entre si (p<0,05)
(D9) Dia final do tratamento
A análise estatística da média obtida a partir da mensuração do maior
folículo ovariano (F1) em D0, D9, dia da OV e entre os períodos D0 a D9, D9 a
ovulação (OV) não demonstrou diferença entre os grupos estudados. Entretanto,
observa-se pequeno aumento no diâmetro do F1 no período de tratamento nos
grupos I e V e diminuição nos grupos II, III e IV. O diâmetro médio de F1 à
ovulação não demonstrou diferença entre os grupos. Os dados estão
apresentados na Tabela 7.
_
____________________________________________________
_
____________Resultados 38
TABELA 7 – Diâmetro médio (± EPM) do maior folículo ovariano em éguas da
raça Campolina durante e após o tratamento até a detecção da ovulação nos
grupos experimentais (GI a GV).
Diâmetro médio do maior folículo (F1)
Período
GI GII GIII GIV GV
(n=10) (n=10) (n=10) (n=8) (n=8)
D0
25,7±2,92
26,6±4,00
28,9±4,10
22,9±3,75
21,8±3,88
D9
29,5±3,90
22,7±3,77
25,5±3,22
15±1,14
23,8±7,61
D0 a D9
27,2±3,57
26,4±2,75
28,9±4,31
18,6±3,59
24,8±2,80
D9 a OV
33,4±2,46
30,9±1,28
30,3±3,06
28,1±1,44
36,7±9,25
OV
36,63±1,08
38,67±1,32
38,56±1,92
36,60±1,96
40,80±2,08
EPM= Erro padrão da Média P > 0,05 entre os grupos
(D0) Dia inicial do tratamento
(D9) Dia final do tratamento
OV = ovulação
_
_________________________________________________________________
_
Discussão 39
6 Discussão
O desenvolvimento de um protocolo consistente envolvendo a
utilização de progestágenos, estrógenos e PGF
2α
, utilizando-se ou não hCG ou
GnRH, tem sido estudado para o controle do ciclo estral de fêmeas eqüinas em
nível de produção comercial (Meyers, 1997) e para éguas atletas com a finalidade
de supressão do estro e adiamento da ovulação (Pryor & Tibary, 2005).
Em relação à freqüência de manifestação de estro e ovulação os
resultados mostram que nenhum protocolo foi efetivo na supressão dessas
variáveis durante o tratamento (D1 a D9), pois 40%, 50%, 50%, 37,5% e 37,5%
dos animais manifestaram estro e 20%, 40%, 30%, 12,5% e 50% ovularam
durante o tratamento nos grupos I,II,III,IV e V, respectivamente. Os sinais típicos
atribuídos à fase estral no momento da rufiação segundo Ginther (1992), foram os
mesmos observados nos animais do experimento.
Esses dados diferem dos relatados por Almeida (1999) que obteve
87,5% de supressão de estro em éguas cíclicas com implante de norgestomet,
mas são compatíveis com Bristol (1981) que utilizou implante contendo 6mg de
norgestomet e observou a incapacidade no controle do ciclo estral, assim como
Wiepz et al. (1988) que não observaram nenhum efeito supressor da atividade
folicular e sobre o comportamento de estro em éguas no final de períodos
transicionais, utilizando implante de 3 mg de norgestomet.
Corroborando aos resultados insatisfatórios do controle do ciclo estral
com norgestomet obtidos por Wiepz et al. (1988), observou-se que não houve
supressão da atividade folicular quando da utilização de norgestomet e valerato
de estradiol (GI, II, III, IV) nas éguas que possuíam folículos 22 mm ao início do
tratamento (D0), demonstrado pelo crescimento folicular contínuo e pelas
ovulações que ocorreram durante os diferentes tratamentos. O único grupo que
apresentou uma redução drástica no diâmetro de F1 durante o tratamento foi o
grupo IV de 22,9±3,75 (D0) para 15±1,14 (D9), similares aos obtidos por Costa et
al. (2003) que observou 94,12% de supressão do crescimento folicular com o uso
de norgestomet e valerato de estradiol (Crestar
). Esses dados inferem que este
implante contendo norgestomet associado à injeção de valerato de estradiol
possui uma limitada capacidade de supressão da liberação de FSH e uma baixa
_
_________________________________________________________________
_
Discussão 40
ou nula supressão da liberação de LH, ou seja, o protocolo mostrou-se mais
efetivo apenas antes do desvio folicular.
Os resultados variáveis para controle do ciclo estral com o uso de
progestágenos sintéticos como o nogestomet são atribuídos à falha de afinidade
aos receptores de progesterona na espécie eqüina (Wiepz et al., 1988), não
absorção adequada pela baixa quantidade de progestágeno no implante e a lenta
liberação do mesmo (McCue et al., 1997).
Os animais nº 15 do grupo I, 25 do grupo III, 31,34 e 35 do grupo IV e
42 do grupo V não manifestaram cio e não ovularam em nenhum momento do
experimento. Tal ocorrência infere-se pela menor condição corporal e idade
avançada dos respectivos animais, onde provavelmente houve inibição da
atividade reprodutiva e desequilíbrio hormonal no período, como relatado por
outros autores (Fitzgerald & McManus, 2000; Gentry et al., 2002).
Segundo Squires et al. (1985) e Bergfelt et al. (1999), protocolos de 9 a
10 dias de progestágenos, e a aplicação de PGF
2α
no último dia de tratamento, os
animais demostram cio em torno de 4 dias e ovulação 9 a 10 dias após a PG. No
presente trabalho o intervalo entre o último dia de tratamento e a ovulação não
houve diferença entre os grupos, sendo que no grupo V, o qual não recebeu
norgestomet a média foi de 9,0±1,87 dias e no grupo I, o tratamento com
norgestomet e valerato de estradiol foi de 8,9±1,77 dias, resultado compatível
com o relatado pelos autores citados, vale ressaltar que os demais grupos
apresentaram médias superiores ao grupo I e V. O intervalo entre a aplicação da
PGF
2α
e a manifestação de estro se mostrou superior aos 4 dias em todos os
grupos, sendo incompatíveis aos reportados por outros autores (Loy et al., 1981;
Silvia et al., 1987; Gusmão, 1987; Bergfelt et al., 1999; Almeida, 1999), sugerindo
que o luteolítico não foi efetivo para todos os animais dos diferentes grupos
experimentais. Os intervalos D9 a Ovulação e D9 ao estro que se mostraram
superiores aos estudos anteriores podem ser atribuídos a ovulações que
ocorreram no final do período de tratamento e o CL formado apresenta-se
refratário ao agente luteolítico (Loy et al., 1981; Bergfelt, 2000a).
A freqüência de ovulação entre D10 e D22 foi relativamente alta para
todos os grupos sem diferença estatística entre os mesmos, os animais nº 7(GI),
21 (GIII), 45 (GV) ovularam nesse período sem a observação da manifestação de
_
_________________________________________________________________
_
Discussão 41
cio, entretanto sinais atípicos de estro podem ser observados em um número
significativo de éguas (Ginther, 1992). Ainda, segundo Asa (1983), 5 a 12% das
éguas podem não apresentar receptividade ao macho durante o ciclo estral
normal (com manifestação de cio) por 1 ou 2 dias, fatores como estresse podem
desencadear o cio silencioso temporário.
Em relação à não manifestação de cio com ovulação, Munro et al.
(1979), relataram que até 26% das éguas podem não manifestar cio após a
indução da luteólise por aplicação de PGF
2α
.
O presente estudo demonstrou uma freqüência alta de animais com
folículo de diâmetro 30 mm no D17 após o início do tratamento (D0) apenas
para o grupo IV (62,5%), similar ao observado por Taylor, (1982) e Loy et al.
(1981) com o uso de progesterona e estradiol 17β, diferente ao grupo I que
mostrou 20%. O resultado observado mostra que um agente indutor de ovulação
poderia ser usado, no grupo IV, nesse momento com possível ovulação dentro de
72 horas após sua aplicação.
No presente estudo a freqüência de sincronização de estro foi avaliada
no período de D10 a D22 com base em estudos anteriores que demonstraram o
uso efetivo de protocolos de progestágenos ou progesterona combinado a
valerato de estradiol. Esses estudos inferiram que independentemente da fase do
ciclo ao início do tratamento, a sincronização de estro ocorreu no 5º dia e a
ovulação no 9º ou 10º dia após o término do tratamento (Loy et al., 1981; Almeida,
1999). Os resultados observados nesse experimento revelaram alta variação na
freqüência de sincronização de estro nos diferentes grupos experimentais, sendo
que a melhor sincronização de cio para os diferentes grupos, ocorreu 8 (D17) e 9
(D18) dias após otérmino do tratamento. Para o GI apenas 14,3%, grupo II 71,4%
e 85,7%, o grupo III 83,7 e 66,7%%, o grupo IV 100% e o grupo V 66,7% dos
animais estavam em cio em D17 e D18. Esses dados hipotetizam que a aplicação
de protocolos que utilizam norgestomet (implante), valerato de estradiol não são
eficazes em impedir o desenvolvimento folicular durante o tratamento, já que o
esperado era que qualquer folículo (independente do tamanho) sofresse atresia
ou tivesse seu diâmetro reduzido e com a retirada desse implante e aplicação de
PGF
2α
ocorresse uma nova onda folicular, sincronizando o estro.
_
_________________________________________________________________
_
Discussão 42
Apesar do alto grau de sincronização de estro para os grupos II, III e
IV, apenas o grupo IV apresentou 100% no D15, D16, D17 e D18.
Em relação ao diâmetro do maior folículo (F1) 30 mm, observou-se
62,5% dos animais para o grupo IV no mesmo momento da sincronização de
estro (D17), inferindo que este grupo apresentou sincronização de estro e do
desenvolvimento folicular com a possibilidade de utilizar-se indutor de ovulação
com expectativa de ovulatória sincronizada, similar ao observado por Almeida
(1999).
Como já descrito em estudos anteriores os protocolos com
progestágenos apresentam resposta variável, sendo similar ao observado nos
diferentes grupos experimentais desse experimento. Com base nessas
observações não é difícil imaginar que para um número maior de animais por
grupo, os resultados poderiam apresentar melhores índices de sincronização e os
resultados seriam mais próximos aos de uma população.
_
_________________________________________________________________ Conclusão 43
7 Conclusão
1. Os protocolos hormonais utilizados não suprimiram o estro durante o
tratamento em éguas da raça Campolina.
2. O implante de norgestomet e a aplicação de valerato de estradiol não foram
efetivos em suprimir a atividade folicular durante o tratamento em éguas com
folículos 22 mm.
3. O protocolo hormonal com a combinação de norgestomet, valerato de estradiol
e hCG aplicado no dia inicial do tratamento, mostrou-se mais eficiente na
sincronização de estro em éguas Campolina.
_
_________________________________
_
______________________________Referências 44
8 Referências
ADAMS, G.P.; BOSU, T.K. Reproductive physiology of the nonpregnant mare.
Vet. Clin. North Am.: Equine Pratice, v.4, n.2, p.161-75,1988.
ALEXANDER, S.L.; IRVINE, C.H.G.; EVANS, M.J.; TAYLOR, T.B. Control of the
onset of the breeding season in the maré, its artificial regulation by progesterone
treatement and subsequent effects on the resistence to uterine infections. In:
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2
α
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_
_________________________________________________________________Anexos 57
TABELA 1 – Distribuição das éguas (%) dos cinco grupos experimentais (GI a
G5) em função do padrão de diâmetro folicular ao início do tratamento (D0).
Percentual de éguas em cada grupo
Diâmetro Folicular
Mm
GI
(n=10)
GII
(n=10)
GIII
(n=10)
GIV
(n=8)
GV
(n=8)
10-20 50 (5/10) 60 (6/10) 50 (5/10) 25 (2/8) 75 (6/8)
21-30 20 (2/10) 20 (2/10) 10 (1/10) 0 (0/8) 12,5 (1/8)
31 30 (3/10) 20 (2/10) 40 (4/10) 37,5 (3/8) 12,5 (1/8)
* (nº de éguas na faixa de diâmetro folicular / total de égüas do grupo)
_
_________________________________________________________________Anexos 58
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
5
10
15
20
25
30
35
40
45
F2
F1
D0
D9
OV
D-2
Dias
diâmetro (mm)
Figura 2: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e F2 (segundo
maior folículo) de D-2 a OV da égua 8 no grupo experimental GI.
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
5
10
15
20
25
30
35
40
45
F1
F2
D9
D0D-2
OV
Dias
diâmetro (mm)
Figura 3: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e F2 (segundo
maior folículo) de D-2 a OV da égua 14 no grupo experimental GII.
_
_________________________________________________________________Anexos 59
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
5
10
15
20
25
30
35
40
45
F2
F1
D0
D9
OV
D-2
Dias
diâmetro (mm)
Figura 4: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e F2 (segundo
maior folículo) de D-2 a da égua 27 no grupo experimental GIII.
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
5
10
15
20
25
30
35
40
45
F1
F2
D9
D0D-2
OV
Dias
diâmetro (mm)
Figura 5: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e F2 (segundo
maior folículo) de D-2 a OV da égua 35 no grupo experimental GIV.
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
5
10
15
20
25
30
35
40
45
F2
F1
D0
D9
OV
D-2
Dias
diâmetro (mm)
Figura 6: Padrão do desenvolvimento folicular do F1 (folículo dominante) e F2 (segundo
maior folículo) de D-2 a OV da égua 42 no grupo experimental GV.
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