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Sob este enfoque, o autor traz ainda uma questão que costuma intrigar os
gestores ligados a manutenção: a correção inclui a concepção de melhoria? Ele
mesmo responde:
Para as ações paliativas, não, pois busca-
se
apenas reconstituir, mesmo
que temporariamente, uma função paralisada. Porém, para as ações de
recuperação, associadas à idéia de diagnóstico e cura, a resposta é sim, já
que, ao conseguirmos identificar a causa da pane, somos capazes de evitá-
la ou torná
-la menos impactante, e, assim, de melhorar.
Na mesma linha, KARDEC e XAVIER (1998) caracterizam a corretiva não
planejada como aquela que é realizada de maneira aleatória, sem tempo para
preparação do serviço. Ela deve, portanto, ser reduzida ao mínimo possível, pois o
aumento de sua incidência denota um incremento nas quebras e perdas de
produção inesperadas, o que, quase sempre, implica em altos custos diretos e
indiretos e, às vezes, em conseqüências ainda mais graves para as pessoas, a
instalação e o meio ambiente. Por isso, quando uma organização de manutenção
apresenta a maior parte de sua corretiva recaindo na classe de não planejada, ela é
comandada pelos equipamentos e seu desempenho empresarial não está adequado
às atuais necessidades e exigência
s já comentadas.
Por outro lado, a política de corretiva planejada pode ser a mais vantajosa a
empregar em determinados equipamentos e sistemas, como no caso de lâmpadas
de iluminação de ambientes comuns, onde a substituição após a queima é muito
mais econômica do que a implantação de qualquer eventual sistema de preventiva
(não faz sentido efetuar trocas sistemáticas e periódicas de lâmpadas ainda em
funcionamento...) ou preditiva (não há monitoramento economicamente viável que
permita acompanhar a degradação de uma lâmpada). Entretanto, ambientes
especiais, como o centro cirúrgico de um hospital ou a sala limpa de uma planta de
montagem eletrônica, exigem condições planejadas de contorno, que incluem, por
exemplo, a instalação de iluminação redundante ou de emergência. Conforme
ressalta MONCHY (2003), não é à toa, também, que as montadoras de automóveis
os fornecem com a redundância de um pneu estepe - muito embora não lhes seja
possível definir o dia em que um dos quatro pneus irá furar...
Assim, segundo estes três autores, para que a estratégia de planejamento da
corretiva possa ser bem sucedida, garantindo o menor MTTR possível de ser
alcançado, é necessário ter sempre em mente que as intervenções irão se distribuir
numa faixa muito ampla, indo desde um pequeno conserto, com duração de alguns