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legal, eu gosto do que eu faço. (Prof. do Ciclo II)
Evandro: [...] até que ponto uma discussão como esta, se não está sendo conveniente para os professores ficar
empurrando o problema de todos, mas se realmente o que faz a escola é os professores, porque que tem que
aceitar às vezes algumas coisas que é imposto pela direção. [...] a gente sabe que, quem é observador, ele
simplesmente ele age, e às vezes ninguém precisa ficar sabendo. Ele age, e nada acontece com ele, às vezes,
quando você não sabe, você vai ter que correr atrás de seus direitos como é normal para qualquer cidadão. Mas,
se realmente você sabe, e quer fazer a coisa certa, geralmente precisa o diretor falar, não, porque que o
professor geralmente não tem essa autonomia pra tomar uma posição, não – “Olha! Nós vamos começar a
fazer isso!” [???] O que pode acontecer se caso se tomasse uma posição muito drástica? O que poderia
acontecer?
[...] Eu acho que pra mim ainda tá legal porque eu sinto que ainda estou contribuindo, né, para a formação
dele (do aluno) e é uma troca constantemente, tanto eu como os alunos, eu não tenho muita dificuldade então
isso que, minha auto-estima fica equilibrada. Eu não tenho muita dificuldade em sala de aula e isso que me
motiva um pouco mais, apesar que eu estou fazendo um outro curso (Fisioterapia), possivelmente eu posso deixar
a área, mas é uma coisa que eu não tenho dificuldade. [...] Então, não sei o que vai acontecer num futuro
próximo, mas eu ainda me sinto realizado. (Prof. do Ciclo II)
Lídia: Bom, eu não trocaria de profissão de forma alguma. Já passei por algumas outras e não pretendo.
Apesar de viver numa montanha russa [...] eu acho muito gratificante, quando em uma conversa, ou numa
explicação, eu vejo que eu consegui passar algo, e às vezes nem dentro da própria disciplina, mas, muitas
vezes, a gente faz o papel de amigo, de pai, de mãe, de psicólogo, e a gente ver o resultado positivo nisso tudo,
eu acho que isso não tem preço, não tem preço, e são poucas as profissões que te dá este prazer, que faz com que
você se sinta realmente feliz e contribuindo para o crescimento do ser humano, então, pra mim, eu, é isso, eu
não quero outra coisa. (Profª do Ciclo II)
Berenice: Eu estou satisfeita com a minha profissão, gosto do que eu faço, eu sei que falta muita coisa, falta
muito apoio, falta mudar, falta muita coisa, falta melhorar muita coisa. Eu acho que ser professor hoje é um
desafio e tem que ser por amor, se não tiver amor (balança a cabeça como se não há jeito) não vai, mas eu estou
feliz. É legal a gente encontrar nosso aluno, com o tempo, e ele falar: “Olha professora, hoje eu estou cursando
a faculdade e você fez parte desse momento que eu estou vivendo agora”. [...] isso pra gente é um presente, você
parar e, ontem mesmo eu encontrei um aluno, que ele está jogando no São Paulo,[...] temos um outro que é
goleiro do Palmeiras, e eles falam: “Nossa professora, você e alguns professores estão na nossa vida, isso que é
gratificante”. (Profª do Ciclo II)
Leoni: [...] na nossa profissão eu acho que tem muitos esses altos e baixos, [...] tem dias que você consegue
sair feliz: Nossa, consegui passar meu conteúdo, hoje eu estou realizada. Tem dia que, no entanto, é o inverso,
então é o que realmente alguém aqui falou, se você não gostar, você não fica. [...] o que importa é o que a
gente está fazendo, o que a gente pode estar fazendo por eles, e não o restante ... acaba caindo no que o
Gerson falou: dois cargos, três cargos, final de semana, onde dá pra se manter a gente vai tentando. (Profª do
Ciclo II)
Micaela: Assim eu não sei, estou há pouco tempo, estou há 3 anos no Estado e essa idéia que eu tinha de ser
professora, desde pequenininha, de matemática, era meu sonho, eu não sei se está valendo a pena, eu acho
assim, eu tô há pouco tempo, eu não desisto, eu continuo, tentando, lutando - “não, eu vou conseguir” - [...]
eu tenho algumas salas que eu me sinto muito bem, eu falo: “Nossa essas eu queria, eu quero ficar com eles
pra sempre, porque eu adoro”. Agora, é uma sala, as outras, você, sabe, é aquela coisa desgastante, cansativa,
você entra ninguém quer saber de nada, ninguém faz nada. Meu Deus, por que que eu estudei tanto, eu quero
continuar estudando pra não sei, é o que a (cita o nome da professora 14), falou, pra que que eu vou, tanto
estudo, me mato, faço isso, faço aquilo e ninguém faz nada. 15 dias que eles tiveram de férias, você pergunta
uma coisa que você passou na prova, ninguém responde, ninguém sabe, uma avaliação [???] ninguém responde,
ninguém sabe mais nada. Eu acho isso muito difícil, muito frustrante, eu não sei se vou continuar nessa
profissão até a hora que eu vou me aposentar, porque ainda falta muito tempo, sinceramente, não sei. (Profª do
Ciclo II)
Priscila: [...] eu tenho 20 anos de magistério, sou a-pai-xo-na-da, cada vez, cada ano, me apaixono cada vez
mais pela educação. Já tive assim a oportunidade de passar por um monte de segmentos, né, inclusive Ensino
Médio, ciclo II, secretaria, formação de professor, já passei por várias coisas, mas eu adoro minha sala de aula,