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AÇÃO FUNGICIDA DO ACARICIDA AZOCYCLOTIN SOBRE
A ANTRACNOSE DO FEIJOEIRO
ADEMIR SANTINI
CAMPINAS
Estado de São Paulo
Dezembro - 2003
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AÇÃO FUNGICIDA DO ACARICIDA AZOCYCLOTIN SOBRE
A ANTRACNOSE DO FEIJOEIRO
ADEMIR SANTINI
Engenheiro Agrônomo
Orientadora: Dra. MARGARIDA FUMIKO ITO
Dissertação apresentada ao Instituto
Agronômico para obtenção do título de
Mestre em Agricultura Tropical e
Subtropical – Área de Concentração em
Tecnologia da Produção Agrícola.
Campinas
Estado de São Paulo
Dezembro - 2003
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
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AÇÃO FUNGICIDA DO ACARICIDA AZOCYCLOTIN SOBRE
A ANTRACNOSE DO FEIJOEIRO
Aluno: Ademir Santini
____________________________
Dr. Paulo César Tavares de Melo
ESALQ/USP
____________________________
Dra. Christina Dudienas
IAC
____________________________
Dra. Margarida Fumiko Ito
IAC
Data de aprovação:
S59a Santini, Ademir
Ação fungicida do acaricida azocyclotin sobre a antracnose do
feijoeiro / Santini Ademir. – Campinas, 2003.
xiii, 30 p.
Orientador: Margarida Fumiko Ito
Dissertação (mestrado em agricultura tropical e subtropical)
Instituto Agronômico.
1. Phaseolus vulgaris L. 3. Colletotrichum
lindemuthianum. 3. Fungicida - Controle químico. 4.
Feijão.
CDD: 632.952
DEUS,
pelo milagre da vida,
o agradecimento supremo !!!
Adélia e Nicolau (“in memorian”), meus pais queridos,
Que com dificuldades,
Me ensinaram o caminho dos estudos,
A eles, meu carinho especial,
A minha gratidão!
Juliana,
Thiago, Kawê e Ana Julia
Muitas vezes compreenderam minha ausência,
Pela paciência e colaboração,
A minha dedicação!
AGRADECIMENTOS
Expresso minha sincera gratidão,
Ao Instituto Agronômico - IAC, pela oportunidade concedida para a realização do Curso
de Mestrado e do presente trabalho;
À pesquisadora Dra. Margarida Fumiko Ito, pela valiosa orientação e apoio;
Ao Pesquisador Dr. Jairo Lopes de Castro, pela valiosa colaboração na realização dos
trabalhos ao nível de campo;
Ao amigo Marcio Akira Ito, pelo apoio;
Aos professores e colegas, pelos ensinamentos e colaboração durante o Curso;
Aos funcionários do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fitossanidade – Área de
Fitopatologia - IAC, pela colaboração.
A todos aqueles que contribuíram na realização deste trabalho.
SUMÁRIO
Página
RESUMO.......................................................................................................................x
ABSTRACT................................................................................................................ xii
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................2
2.1 Importância do feijão no âmbito nacional ...............................................................2
2.2 A antracnose na cultura do feijoeiro........................................................................2
2.2.1 Sintomas................................................................................................................4
2.2.2 Etiologia................................................................................................................4
2.2.3 Epidemiologia.......................................................................................................6
2.3 Medidas de controle.................................................................................................6
2.4 Controle químico .....................................................................................................7
2.4.1 Desenvolvimento do controle químico.................................................................8
3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................11
3.1 Efeito do acaricida azocyclotin sobre o crescimento micelial de Colletotrichum
lindemuthianum - in vitro ......................................................................................11
3.2 Efeito do acaricida azocyclotin sobre Colletotrichum lindemuthianum em
feijoeiro - in vivo....................................................................................................12
3.3 Experimento em condições de campo ...................................................................14
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................16
4.1 Efeito do acaricida azocyclotin sobre o crescimento micelial de Colletotrichum
lindemuthianum - in vitro ......................................................................................16
4.2 Efeito do acaricida azocyclotin sobre Colletotrichum lindemuthianum em
feijoeiro - in vivo....................................................................................................17
4.3 Experimento em condições de campo ...................................................................19
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................24
LISTA DE TABELAS
Página
1 Caracterização dos defensivos agrícolas utilizados no experimento in vitro ...........12
2 Descrição dos tratamentos para avaliação dos efeitos dos defensivos agrícolas
azocyclotin e trifenil hidróxido de estanho sobre a antracnose do feijoeiro, em
aplicações preventivas ..............................................................................................13
3 Caracterização dos defensivos agrícolas utilizados no experimento em campo ......15
4 Descrição dos tratamentos do experimento em campo.............................................15
5 Porcentagem de inibição do crescimento micelial de Colletotrichum
lindemuthianum pelos produtos químicos azocyclotin e trifenil hidróxido de
estanho, em meio de cultura Batata Dextrose Agar. Campinas, SP. 2001 ...............17
6 Efeito dos produtos químicos azocyclotin e trifenil hidróxido de estanho sobre a
antracnose do feijoeiro, em aplicação preventiva. Campinas, SP. 2001. .................18
7 Efeito de defensivos agrícolas sobre a antracnose, mancha angular e mancha de
Alternaria do feijoeiro, cultivar IAC-Carioca, na safra da seca/01. Capão Bonito -
SP 21
8 Efeito de defensivos agrícolas sobre o peso de 100 sementes e a produtividade do
feijoeiro, cultivar IAC-Carioca, na safra da seca/01. Capão Bonito - SP.................22
LISTA DE FIGURAS
Página
1 Inibição do crescimento vegetativo de Colletotrichum lindemuthianum, pelos
produtos químicos azocyclotin (A) e trifenil hidróxido de estanho (B), nas
concentrações de 0, 1, 10 e 100 mg.L
-1
, em meio de cultura BDA ..........................16
2 Efeito dos produtos químicos azocyclotin (A) e trifenil hidróxido de estanho (B)
sobre a antracnose do feijoeiro, em aplicações de 24 a 144 horas antes da
inoculação de Colletotrichum lindemuthianum........................................................18
3 Efeito do acaricida azocyclotin sobre a antracnose do feijoeiro...............................19
4 Danos causados pelas doenças antracnose, mancha de Alternaria e mancha
angular em feijoeiro, no tratamento testemunha.......................................................20
AÇÃO FUNGICIDA DO ACARICIDA AZOCYCLOTIN SOBRE
A ANTRACNOSE DO FEIJOEIRO
Autor: ADEMIR SANTINI
Orientadora: DRA. MARGARIDA FUMIKO ITO
RESUMO
A cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) pode ser afetada por muitas
doenças e dentre elas destaca-se a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum
lindemuthianum. O acaricida azocyclotin (AZ) foi avaliado in vitro, em plântulas e em
condições de campo quanto ao efeito sobre C. lindemuthianum. Foram avaliados 7
tratamentos in vitro: 1. testemunha; 2. AZ- 1,00 mg.L
-1
; 3. Trifenil hidróxido de estanho
(THE) –1,00 mg.L
-1
; 4. AZ- 10,00 mg.L
-1
; 5. THE – 10,00 mg.L
-1
; 6. AZ- 100,00 mg.L
-1
e 7. THE- 100,00 mg.L
-1
e 13 tratamentos in vivo: 1. testemunha; 2. AZ aplicado 24
horas antes da inoculação (AZ-24); 3. THE-24; 4. AZ-48; 5. THE-48; 6. AZ- 72; 7.
THE-72; 8. AZ-96; 9. THE-96; 10. AZ-120; 11. THE-120; 12. AZ-144 e 13. THE-144.
Azocyclotin foi avaliado à dose de 400,00 g.400 L
-1
de água e trifenil hidróxido de
estanho a 165,00 g.400 L
-1
. Os delineamentos experimentais foram inteiramente ao
acaso, com 5 repetições. Em condições de campo, foi realizado um experimento com
seis tratamentos. Os tratamentos e as doses – g i.a.ha
-1
foram: 1. tebuconazole + trifenil
hidróxido de estanho - 100,00 + 200,00; 2. tebuconazole + trifloxystrobin - 40,00 +
100,00; 3. trifloxystrobin – 125,00; 4. tebuconazole + azocyclotin – 100,00 + 500,00; 5.
azocyclotin – 500,00 e 6. testemunha. O delineamento foi de blocos ao acaso, com 4
repetições. Para a avaliação in vitro foram medidos diâmetros ortogonais do crescimento
micelial do fungo em BDA; in vivo e no campo usou-se escala de notas de 1 a 9, sendo 1
= sem sintoma e 9 = acima de 25 % de área foliar afetada. In vitro, os tratamentos 2 e 3
proporcionaram maior inibição do desenvolvimento micelial. Em plântulas, observou-se
controle de C. lindemuthianum até 144 horas, pelos dois produtos. Uma nova
constatação em campo foi o controle de antracnose pelo acaricida azocyclotin, que
apresentou também efeito sobre mancha-angular e mancha-de-alternaria. Conclui-se que
o acaricida azocyclotin apresenta controle da antracnose do feijoeiro, semelhante ao
trifenil hidróxido de estanho.
PALAVRAS-CHAVE: Phaseolus vulgaris L.,
Colletotrichum lindemuthianum,
controle químico.
ACTION FUNGICIDE OF ACARICIDE AZOCYCLOTIN ABOUT
BEAN ANTHRACNOSE
Author: ADEMIR SANTINI
Adviser: DRA. MARGARIDA FUMIKO ITO
ABSTRACT
The azocyclotin acaricide was tested for bean anthracnose pathogen,
Colletotrichum lindemuthianum, control in vitro, in seedlings and in field conditions. In
vitro tests were: 1. Test, 2. Azocyclotin (AZ) – 1 AZ- 1 mg.L
-1
, 3. Triphenil sthanic
hidroxide (THE) - 1 mg.L
-1
, 4. AZ – 10 mg.L
-1
, 5. THE – 10 mg.L
-1
, 6. AZ- 100 mg.L
-1
and 7. THE- 100 mg.L
-1
and in vivo treatments were: 1. Test, 2. AZ applyed 24 hours
before inoculation (AZ-24), 3.THE-24, 4. AZ-48, 5.THE-48, 6.AZ- 72, 7.THE-72, 8.
AZ-96, 9. THE-96, 10. AZ-120, 11. THE-120, 12. AZ-144, and 13. THE-144.
Azocyclotin was evaluated at 400 g.400 L
-1
of water and triphenil sthanic hydroxide at
165 g.400 L
-1
. The experiments were set up as a completely randomized design, with 5
repetitions. In the field conditions, the treatments (g i.a.ha
-1
) included: 1. tebuconazole +
triphenil sthanic hidroxide - 100,00 + 200,00; 2. tebuconazole + trifloxystrobin - 40,00 +
100,00; 3. trifloxystrobin – 125,00; 4. tebuconazole + azocyclotin – 100,00 + 500,00; 5.
azocyclotin – 500,00 and 6. control without any chemical treatment. The experimental
design was done using randomized blocks, with 4 replicates. The mycelial growth was
determined through reading the fungi radial growth in BDA culture media. In vivo and
in field conditions evaluations were made with a scale of 1 to 9, where 1 = without
sympton and 9 = 25 % of foliar area with anthracnose symptoms. In in vitro test, the
treatments 2 and 3 presented the most effective mycelial development inhibition.
Azocyclotin and triphenil sthanic hydroxide presented dry bean anthracnose control till
144 hours before inoculation. A new field record was the bean anthracnose with
azocyclotin acaricide, that presented effect to angular leaf spot and alternaria leaf spot. It
was concluded that azocyclotin acaricide presents control of dry bean anthracnose
similar to triphenil sthanic hydroxide.
KEYWORDS: Phaseolus vulgaris L.,
Colletotrichum lindemuthianum, chemical
control.
1 INTRODUÇÃO
A antracnose é considerada uma das principais doenças fúngicas do feijoeiro
comum em todo mundo, podendo causar perdas de até 100 %, quando as plantas
são afetadas nos primeiros estádios de desenvolvimento. O patógeno causador dessa
doença encontra-se amplamente distribuído no Brasil, especialmente nas regiões
Sul e Sudeste.
O agente causal da doença é o fungo Colletotrichum gloeosporioides Penz.
(sensu ARX, 1957) f. sp. phaseoli, mais conhecido como Colletotrichum
lindemuthianum (Sacc. et Magn.) Scrib, forma anamórfica de glomerella cingulata.
O emprego de fungicidas, aliado à resistência genética dos cultivares de
feijão, tem-se mostrado boa alternativa como medida de controle da antracnose do
feijoeiro.
Fungicidas como hidróxido de trifenil estanho, acetado de trifenil estanho,
trifloxystrobin + propiconazole, propiconazole + trifenil hidróxido de estanho,
dentre outros, têm proporcionado bom controle da anrtracnose (Gianasi et al.,
1999; Ito et al., 2000; Oliveira, 2003).
A ação dos fungicidas dos grupos dos estanhados (Ito et al., 2000; Ito et al.,
2001; Oliveira, 2003) tem proporcionado além do controle da antracnose, a
manutenção do potencial produtivo na cultura do feijoeiro. Sendo o acaricida
azocyclotin do grupo químico organo-estânico, comum a alguns fungicidas
recomendados ao controle de doenças do feijoeiro, e registrado ao controle do
ácaro branco do feijoeiro, este trabalho teve como objetivos:
a) Avaliar o efeito de azocyclotin em C. lindemuthianum, em laboratório - in
vitro;
b) Avaliar o efeito de azocyclotin sobre C. lindemuthianum em feijoeiro, em
sala climatizada - in vivo;
c) Avaliar o efeito de azocyclotin em C. lindemuthianum, em condições de
campo.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância do feijão no âmbito nacional
O Brasil se encontra entre os maiores produtores e consumidores mundiais de
feijão, o qual representa a principal fonte de proteína vegetal na dieta alimentar de
significativa parcela da população. O consumo anual brasileiro, per capta, é de 16
kg.ano
-1
(Bulisani, 2003). Na safra de 2000/01, o país produziu 2,59 milhões de
toneladas de feijão, sendo que as regiões Sul, Sudeste, Nordeste, Centro-oeste e Norte
contribuíram com 30,3 %, 28,8 %, 24,4 %, 11,6 % e 4,8 %, respectivamente, da
produção nacional (FNP - Consultoria & Comércio, 2003).
Os Principais Estados produtores, na safra 2000/01, foram Paraná, Minas Gerais,
Bahia e São Paulo, nessa ordem, contribuindo com 18,1 %, 16,3 %, 12,8 % e 11,5 % da
produção, o que representa quase 60 % da produção total apenas nesses quatro Estados,
porém, a produtividade obtida em cada região é variada, os Estados do Paraná, Minas
Gerais, Bahia e São Paulo apresentaram produtividade de 1072 kg/ha
-1
, 1055 kg/ha
-1
,
474 kg/ha
-1
e 1299 kg/ha
-1
, respectivamente (FNP - Consultoria & Comércio, 2003).
No Estado de São Paulo, quarto maior produtor, há regiões com três
cultivos anuais, num sistema quase contínuo de plantio. Para estes cultivos, o
Estado foi zoneado ecologicamente (Anjos, 1981), sendo a safra das águas semeada
em agosto/setembro, safra da seca, em janeiro/fevereiro e safra de inverno, em
maio/junho .Essa intensificação de plantio propicia um aumento do potencial de
inóculo de diversos patógenos, favorecendo o aumento de incidência e severidade
das doenças.
2.2 A antracnose na cultura do feijoeiro
Apesar do Brasil ser o maior produtor mundial de feijão, a cultura
apresenta baixa produtividade média. Segundo CONAB (2003), em 2001 a
produtividade foi de 920 kg.ha
-1
, muito aquém do seu potencial genético, embora
haja agricultores que conseguem produtividade bem maior, com o emprego de
tecnologias geradas pela pesquisa científica.
Vários fatores podem ser a causa da baixa produtividade do feijoeiro,
destacando as doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, podendo em alguns
casos, ser limitantes à cultura (Kimati, 1980; Bianchini et al., 1997).
Dentre as doenças da parte aérea do feijoeiro, causadas por fungos, destaca-
se a antracnose. Essa doença encontra-se largamente distribuída no mundo,
particularmente nos países de clima temperado. No Brasil, tem causado problemas
nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Goiás e Rio Grande do
Sul, principalmente em épocas e locais em que prevalecem condições de
temperatura amena e alta umidade.
Em regiões favoráveis ao desenvolvimento da doença, as perdas podem chegar a
até 100 % (Chaves, 1980; Schwartz, 1994).
O fungo causador da doença, C. lindemuthianum, afeta grande número de plantas
leguminosas, como Phaseolus acutifolius, P. coccineus, P. lunatus, Vicia faba e Vigna
unguiculata. A infecção severa é observada em plantas da espécie Phaseolus vulgaris L.,
principalmente (Kimati et al.,1978).
A antracnose do feijoeiro pode ser causada também por C. dematium f.
truncata (Schw.) v. Arx. Sua ocorrência no Estado de São Paulo foi descrita por
Paradela & Pompeu (1974). Segundo estes autores, na presença de C. dematium f.
truncata as plantas podem ser infectadas em todos os estágios de desenvolvimento.
Quando o fungo é transmitido via semente notam-se os primeiros sintomas logo na
germinação. Nas plantinhas que emergem aparecem lesões necróficas de cor cinza
e negra deprimidas nos cotilédones, podendo causar a morte das plantas. Em
plantas maiores as lesões aparecem no caule, ramos e vagens, iniciando-se com
pontuações avermelhadas, que vão aumentando e causam estrangulamento das
partes afetadas. Na face inferior podem ser encontradas nervuras necrosadas de
coloração negra. Vagens atacadas no início de sua formação podem não produzir
sementes e em casos de maior maturação a qualidade das sementes é afetada.
2.2.1 Sintomas
Os sintomas de antracnose aparecem em todos os órgãos aéreos da planta e,
raramente, nas raízes. As lesões são caracteristicamente pardo-escuras, com contornos
pardo-avermelhados, havendo em condições de alta umidade, a produção de massas
róseas de esporos na superfície da lesão (Kimati et al.,1978; Schwartz, 1994).
Nas folhas, os sintomas tendem a se localizar nas nervuras, com lesões alongados
e mais claramente visíveis na superfície inferior. O patógeno também podem afetar o
mesófilo, formando manchas de diferentes tamanhos e conformações. No caule e nos
pecíolos as lesões são alongadas e deprimidas, podendo causar queda das folhas e morte
da planta. É nas vagens que se formam os sintomas mais evidentes: lesões de forma
variável, comumente tendendo a circular, de coloração pardo-escura, com bordos
avermelhados, deprimidas no centro e, em condições de alta umidade, produzindo
esporos em massa rosada (Kimati et al.,1978; Schwartz, 1994).
2.2.2 Etiologia
O agente causal da doença antracnose em feijoeiro, C. lindemuthianum, fase
anamórfica ou assexual, foi descrito inicialmente por Saccardo & Magnus, em 1878,
segundo Zaumeyer & Thomas (1957). Foi descrito como Gloeosporium
lindemuthianum, em material coletado por Lindemuth, em Bonn, Alemanha.
Por notar a presença de setas, Scribner mudou o gênero para Colletotrichum,
segundo Zaumeyer & Thomas (1957), sendo conhecido como Colletotrichum
lindemuthianum ( Sacc. & Magn.) Scrib.
Na fase pleomórfica ou sexual, o fungo pertence à classe dos Ascomicetos e à
ordem Diaporthales.
Em 1913, Shear & Wood encontraram ascas e peritécios em culturas
provenientes de manchas de antracnose em feijoeiro, denominando de Glomerella
lindemuthianum Shear (Zaumeyer & Thomas, 1957).
Kimati (1970), demonstrou que a forma pleomórfica de C. lindemuthianum
corresponde a Glomerella cingulata e propôs o nome Glomerella cingulata (Stonem.)
Spauld. et v. Scherenk f. phaseoli :H. Kimati n. f.
Os conídios de C. lindemuthianum são hialinos e unicelulares, variando
consideravelmente em tamanho e forma. São originados em acérvulos, formando
uma massa de coloração que pode variar de salmão, ocre a rósea. O comprimento
dos conídios varia de 40 μ a 60 μ; são normalmente oblongos, com extremidades
arredondadas, embora apresentem muitas modificações de forma, podendo
apresentar esporos com uma extremidade arredondada e a outra pontuda. Podem
ocorrer conídios em forma de S ou ainda com uma extremidade levemente curva
(Zaumeyer & Thomas, 1957).
O micélio septado e ramificado é inicialmente hialino e posteriormente
escuro e os conídios iniciam a germinação, sob ótimas condições, dentro de seis a
nove horas (Zaumeyer & Thomas, 1957).
O patógeno C. lindemuthianum caracteriza-se por apresentar uma grande
variabilidade fisiológica. Essa variabilidade foi denominada por letras gregas,
originalmente: grupos Alfa, Beta, Gama, Delta, Mexicano I, Mexicano II, Brasileiro I e
Brasileiro II e raças fisiológicas dentro destes grupos: Alfa, Épsilon, Eta, Gama, Delta,
Teta, Lambda, Capa, Mu, Mexicano I, Maxicano II, Brasileiro I, Zeta, Brasileiro II e
Sigma (Kimati, 1966; Oliveira et al., 1973; Oliari et al., 1973; Pio - Ribeiro & Chavez,
1975a e 1975b; Menezes et al., 1982; Dudienas & Pompeu, 1985; Menezes, 1985).
No Estado de São Paulo foi relatada a ocorrência das raças Alfa, Brasileiro I,
Brasileiro 3 a 7; Mexicano I, Mexicano II, MexicanoI-2, Mexicano I-3, Delta 2, Épsilon,
Capa, Mu e Sigma, (Kimati, 1966; Paradela & Pompeu, 1975; Paradela et al., 1981;
Dudienas & Pompeu, 1985; Menezes, 1985).
Atualmente, as raças fisiológicas de C. lindemuthianum são classificadas em
ordem numérica. Essa classificação iniciou-se após realização de uma Reunião no CIAT,
em 1988, com objetivo de padronizar mundialmente o método de classificação desse
patógeno, (Pastor-Corrales, 1992). Nessa nova colocação, Carbonell et al. (1999)
relataram as raças 23; 31; 65; 73; 81; 87; 89; 95 e 127, no Estado de São Paulo, com
predominância das raças 65; 81 e 89.
2.2.3 Epidemiologia
O fungo sobrevive de um ano para outro em restos de culturas e em sementes.
Sementes contaminadas externamente por conídios, ou internamente, pelo micélio
dormente, constituem-se nas mais importantes vias de disseminação do patógeno a
longas distâncias (Kimati et al.,1978).
Sementes infectadas originam lesões cotiledonares que atuam como fonte de
inóculo secundário. Comumente, numa lesão, formam-se muitos acérvulos nos
quais são produzidos milhares de esporos, que se aglutinam em massa com uma
substância gelatinosa.
Uma das vias de disseminação dentro de um campo são os respingos de chuva.
Também podem ser disseminados por insetos, outros animais e o homem durante os
tratos culturais (Kimati et al.,1978).
A antracnose é favorecida por condições de alta umidade (92 %) e
temperaturas amenas, de 13
o
C a 26
o
C, com ótimo de 17
o
C (Schwartz, 1994).
Mathur et al. (1950) observaram que em vagens de feijoeiro, a esporulação é
abundante em temperaturas de 14
o
C a 18 ºC.
2.3 Medidas de controle
Visto que o fungo causador da antracnose em feijoeiro se dissemina a longas
distâncias, quase que exclusivamente através de sementes contaminadas,
recomenda-se o uso de sementes sadias. Estas podem ser obtidas em regiões de
clima árido, com irrigação artificial, ou mesmo em regiões úmidas, porém com
predominância de temperaturas elevadas.
A obtenção de sementes sadias, livres da doença , tornou-se muito viável,
após o desenvolvimento de fungicidas sistêmicos, como os do grupo dos
benzimidazóis, que são altamente eficientes no controle desse patógeno.
Além da utilização de sementes sadias, práticas como bom preparo do solo,
rotação de culturas, utilização de adubação verde, incorporação dos restos da
colheita, calagem e adubação adequadas são recomendadas.
O método ideal de controle de doenças do feijoeiro é o uso de cultivares
resistentes, porém a maioria dos patógenos causadores de doenças apresenta
grande variabilidade fisiológica, que dificulta a utilização apenas desse método de
controle.
Os Institutos de pesquisa têm lançado cultivares de feijoeiro com resistência à
maioria das raças fisiológicas de C. lindemthianum como os cultivares Catu, Aeté,
Aroana 80, Moruna 80, Carioca 80, Aysó, IAC-Una e IAC-Maravilha, IAC-Bico-de-
Ouro e IAC-Carioca Pyatã, IAC-Carioca Tybatã (Pompeu, 1982; Pompeu, 1993;
Pompeu, 1994; Pompeu, 2002).
Na natureza, os organismos patogênicos encontram-se em constante evolução e
podem quebrar a resistência dos cultivares com resistência monogênica, que é a mais
comum nos cultivares comerciais. Um exemplo dessa natureza foi o aparecimento da
raça Sigma (Dudienas & Pompeu, 1985) ou raça 89, tão logo foi lançado o cultivar IAC-
Carioca, tornando-o suscetível a essa raça.
A raça 89 de C. lindemuthianum surgiu na região de Capão Bonito-SP. Ficou
restrito a essa região por alguns anos e atualmente é encontrada em regiões mais
afastadas da região de origem e outros Estados.
Outro problema sofrido pelos agricultores é a falta de sementes certificadas dos
cultivares de feijoeiro que apresentam resistência às raças fisiológicas de C.
lindemuthianum. Para o atendimento dessa falha, sementes ou grãos de feijão vindos de
outros Estados disseminaram, provavelmente, algumas raças de C. lindemuthianum às
regiões produtoras de feijão. Desta forma, a antracnose que estava controlada, pelo uso
de sementes sadias, no Estado de São Paulo, hoje pode ser considerada uma das
principais doenças da parte aérea dessa cultura, juntamente com a mancha angular.
2.4 Controle químico
O controle químico tem sido aliado aos demais métodos, proporcionando
controle das doenças e aumento na produtividade (Vieira et al., 1996; Ito et al.,
2001).
Fungicidas do grupo organo-estânico, como trifenil hidróxido de estanho e
trifenil acetato de estanho, têm sido relatados proporcionando controle da
antracnose do feijoeiro (Gianasi et al., 1999; Ito et al., 2001; Osorio et al., 2001),
além de fungicidas de outros grupos, como benzimidazol e strobilurina.
Descoberta de um inseticida com ação fungicida foi relatada por Ito et al.
(1995; 1996) que observaram efeitos preventivo, curativo e erradicante do
ingrediente ativo cartap sobre a ferrugem do feijoeiro.
O controle químico de doenças é hoje o principal meio utilizado para
manutenção da fitossanidade da cultura do feijoeiro. A correta aplicação de
defensivos agrícola começa pela identificação da doença que se deseja controlar.
Deve existir uma interação entre o alvo biológico e o defensivos agrícola a ser
utilizado para que esse exerça adequadamente sua função.
O controle de doenças mais eficiente é obtido pelo somatório de medidas de
controle disponíveis e nunca de uma prática isolada. Nesse contexto, o controle
químico, quando bem manejado, tem sido uma ferramenta importante para o
processo produtivo, principalmente quando as condições ambientais são favoráveis
ao desenvolvimento das doenças.
A viabilidade da produção deve incluir não só o retorno econômico, mas
também o custo relativo à prevenção ou reparação dos danos que as práticas de
cultivo podem causar ao meio ambiente. Para tornar o processo produtivo
compatível com um desenvolvimento agrícola sustentável é indispensável o controle
integrado.
2.4.1 Desenvolvimento do controle químico
Produtos inorgânicos como o cobre e o enxofre já estavam em uso há mais
de cem anos, principalmente para controlar doenças. A calda bordaleza, por
exemplo, já era usada desde 1885.
O primeiro produto sintético, o dinitro cresol, foi colocado no mercado em
1892 sob a marca Antinonnin. O primeiro fungicida para tratamento de sementes,
à base de mercúrio orgânico, foi descoberto no inicio do século 20.
Nos anos 30, foram descobertos os fungicidas ditiocarbamatos e nos anos 40
os inseticidas organoclorados e organofosforadsos. Desde então, tem havido
substanciais alterações na pesquisa desses compostos. Os investimentos em
pesquisa aumentaram significativamente e novos ingredientes ativos vêm sendo
continuamente lançados no mercado mundial para controle das principais pragas,
doenças e plantas invasoras. Os novos produtos são submetidos a um método de
avaliação muito mais critico do ponto de vista toxicológico e nos possíveis impactos
que possam provocar no ambiente. Hoje, cerca de 40% dos investimentos em
pesquisa destinam-se às avaliações toxicológicas e ecotoxicológicas.
Na década de 60, era necessário sintetizar cerca de 4.000 compostos e desses
apenas um conseguia chegar no mercado, em um prazo de avaliação entre 4 e 5
anos. No início da década de 1990, essa proporção passou de um produto comercial
para 20.000 sintetizados, no período de avaliação entre 8 e 10 anos, significando
que as chances de sucesso diminuíram e o tempo de pesquisa e desenvolvimento
ampliou-se muito. Para empresas que fazem pesquisa básica, isso significa que o
retorno sobre o capital investido é muito mais demorado do que foi no passado,
levando muitas empresas a rever suas estratégias quanto a permanecer neste setor
de atividade. Devido aos altos custos, tem havido fusões das empresas.
O mercado mundial de produtos fitossanitários varia de região para região e
tem experimentado crescimentos substanciais desde a década de 1960. Não é
todavia, o objetivo, a análise desse mercado, mas sim a forma como ele se
desenvolveu, visando trazer ao conhecimento dos técnicos o que vem sendo feito
pela pesquisa básica, a fim de trazer ao mercado produtos que melhor atendam aos
anseios da sociedade.
Para analisar o setor de produtos fitossanitários é necessário avaliar onde
estamos e como chegamos a esse ponto. Temos que admitir que a evolução nos
últimos anos foi muito grande, sobretudo após a descoberta dos organo-sintéticos e
sua utilização na a agricultura, após a II Guerra Mundial. Naquela época, a
pesquisa na área de produtos fitossanitários era voltada para produtos persistentes
e de amplo espectro de ação. Outrora, a alta eficiência agronômica era fator
fundamental no desenvolvimento de produtos fitossanitários. Hoje, observa-se que
as questões ambientais encontram-se no mesmo nível de importância que as
questões relacionadas à saúde humana, uma vez que são interdependentes. Ainda
concordando com essa última observação, o Conselho de Assessoria em Ciências da
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), recomendou ao seu
Administrador que “o valor dos ecossistemas naturais não se limita à sua utilidade
imediata para o homem. Tem um valor intrínseco, moral, que precisa ser medido
em seus próprios termos e protegido por sua própria causa”.
A tendência da Moderna Agricultura é de substituir os produtos
fitossanitários tradicionais por outros mais seletivos e específicos.
O desenvolvimento dos produtos fitossanitários tem sido direcionado para
que agricultores e consumidores de alimentos possam dispor de produtos mais
seguro ao homem e ao meio ambiente.
Na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias para controle
de pragas, doenças e plantas daninhas, a indústria, como mencionado, mantém
estações experimentais e laboratórios de pesquisa, sendo a maioria em cooperação
com órgãos de pesquisa e ensino.
Há ainda um longo caminho a percorrer, mas não temos dúvidas de que
iniciativas já praticadas e outras que certamente vão ocorrer muito contribuirão
para o correto equacionamento dos programas de defesa sanitária vegetal no
Brasil.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Efeito do acaricida azocyclotin sobre o crescimento micelial de Colletotrichum
lindemuthianum - in vitro
Foi realizado um experimento em laboratório com objetivo de verificar o
efeito do acaricida azocyclotin, in vitro, em concentrações de 0,00 mg.L
-1
, 1,00 mg.L
-
1
, 10,00 mg.L
-1
e 100,00 mg.L
-1
, em comparação ao trifenil hidróxido de estanho
(Tabela 1), nas mesmas concentrações, quanto à inibição do crescimento micelial de
C. lindemuthianum. A concentração recomendada pelos fabricantes é de 100,00
mg.L
-1
para os produtos azocyclotin e trifenil hidróxido de estanho.
O isolado de C. lindemuthianum utilizado no experimento foi o da raça
(Sigma) ou raça 89, registrado na Micoteca – IAC sob o N° 6222. Essa raça é
patogênica a muitos cultivares de feijoeiro em uso comercial no Brasil.
O isolado de C. lindemuthianum foi repicado no centro de placas de Petri
contendo meio de cultura BDA (batata – 200,0 g, dextrose – 20,0 g, agar – 13,00 g e
água destilada para completar 1000 mL) e incubado a 20
o
C ± 2
o
C, durante uma
semana. Após esse período, foram retirados discos de 4 mm de diâmetro, da região
periférica das colônias desenvolvidas, com auxílio de um vazador. Um desses discos
foi colocado no centro de cada placa de Petri, contendo meio de cultura BDA com
os produtos, em cada concentração. Em seguida, as placas assim preparadas foram
mantidas em incubadora a 20
o
C ± 2
o
C, durante sete dias.
Para o preparo do meio de cultura BDA com os produtos químicos
azocyclotin e trifenil hidróxido de estanho foi utilizado técnica descrita por
Edgington et al. (1971), modificada por Menten et al. (1976). O meio de cultura
BDA foi preparado e colocados 200 mL em erlenmeyers e após esterilização,
quando o meio atingiu uma temperatura ao redor de 40
o
C, BDA fundente, foram
colocadas alíquotas dos produtos, previamente preparados em solução aquosa, de
maneira a proporcionar as seguintes concentrações: 0,00 mg.L
-1
; 1,00 mg.L
-1
; 10,00
mg.L
-1
e 100,00 mg.L
-1
.
O experimento foi constituído de sete tratamentos e cinco repetições, em
delineamento inteiramente ao acaso. Cada repetição foi constituída por uma placa
de Petri.
Tabela 1. Caracterização dos defensivos agrícolas utilizados no experimento in
vitro.
Produto
comercial
Ingrediente
Ativo
Formulação Grupo químico
Concentr
ação
(mL.L
-1
)
Classe
Toxicológica
Caligur Azocyclotin
SC* Organo-estânico
500 III
Brestanid
Trifenil hidró-
xido de estanho
SC Organo-estânico
500 I
*SC: suspensão concentrada.
Para a avaliação, foram medidos diâmetros ortogonais do crescimento
micelial do fungo, uma semana após incubação. Para o cálculo da porcentagem de
inibição do crescimento micelial (PIC), segundo Menten et al. (1976), foi aplicada a
fórmula:
PIC = crescimento radial testemunha – crescimento radial tratamento
x
100
crescimento radial testemunha
3.2 Efeito do acaricida azocyclotin sobre Colletotrichum lindemuthianum em feijoeiro
in vivo
Foi realizado um experimento para avaliar o efeito do acaricida azocyclotin
sobre C. lindemuthianum, em comparação ao fungicida trifenil hidróxido de
estanho, aplicados de forma preventiva.
Foram preparados vasos com capacidade de 1 L, contendo solo esterilizado.
Sementes de feijão do cultivar Rosinha G-2, suscetível a todas as raças de C.
lindemuthianum, foram previamente germinadas em estufa a 28
o
C e
transplantadas para esses vasos, que permaneceram em casa-de-vegetação.
Plântulas com folhas primárias expandidas foram pulverizadas com os
defensivos agrícolas a cada 24 horas, de forma a se obter tratamentos com 24
horas, 48 horas, 72 horas, 96 horas, 120 horas e 144 horas após aplicação dos
produtos (Tabela 2).
Para o preparo de inóculo, o isolado 6222 de C. lindemuthianum foi repicado
para placas de Petri contendo o meio de Riker (1936) modificado, contendo aveia
30,00 g, agar – 13,00 g e água para completar 1.000 mL. Após repicagem, as placas
foram incubadas à temperatura de 20
o
C ± 2
o
C, durante dez dias. Após esse
período, foram adicionados cerca de 20 mL de água destilada e esterilizada em
cada placa de Petri e a superfície do crescimento do fungo foi levemente raspada,
com auxílio de uma lâmina de vidro. A suspensão de micélio e esporos obtida foi
filtrada em gaze, sendo a concentração do inóculo ajustada a 1,2.10
6
esporos.mL
-1
,
com auxílio de um hemacitômetro.
Tabela 2. Descrição dos tratamentos para avaliação dos efeitos dos defensivos agrícolas
azocyclotin e trifenil hidróxido de estanho sobre a antracnose do feijoeiro,
em aplicações preventivas.
Tratamentos Horas antes da
inoculação
1. Testemunha -
2. Azocyclotin* 24
3. Trifenil hidróxido de estanho** 24
4. Azocyclotin 48
5. Trifenil hidróxido de estanho 48
6. Azocyclotin 72
7. Trifenil hidróxido de estanho 72
8. Azocyclotin 96
9. Trifenil hidróxido de estanho 96
10. Azocyclotin 120
11. Trifenil hidróxido de estanho 120
12. Azocyclotin 144
13. Trifenil hidróxido de estanho 144
*Azocyclotin: dose = 500 g. i.a.400 L
-1
de água.
**Trifenil hidróxido de estanho: dose = 165 g. i. a .400 L
-1
de água.
A inoculação de C. lindemuthianum foi efetuada por pulverização sobre toda
a parte aérea das plantas, com auxílio de um atomizador de Vilbiss. Após
inoculação, as plântulas permaneceram em sala climatizada, à temperatura de 20
o
C ± 2
o
C, durante sete a dez dias, quando foi efetuada a avaliação. Nos primeiro
dois dias as plântulas ficaram sob ação de um nebulizador, para proporcionar alta
umidade relativa. Cuidados foram tomados para que a nebulização não retirasse o
inóculo da superfície das plântulas.
O delineamento experimental foi o inteiramente ao acaso, com cinco
repetições por tratamento. Cada repetição foi constituída por um vaso contendo
duas plântulas.
O acaricida azocyclotin foi avaliado na dose de 500,00 g.i.a.400 L
-1
de água e
o fungicida trifenil hidróxido de estanho a 165,00 g.i.a 400 L
-1
de água.
Para avaliação, foi usada a escala de notas de 1 a 9, sendo 1 = sem sintoma
visível, 3 = presença de poucas lesões, que cobrem 1 % da área foliar,
aproximadamente, 5 = presença de várias lesões pequenas nos pecíolos ou nas
nervuras primárias e secundárias das folhas. Nas vagens, lesões pequenas, cobrindo
5 % da área, aproximadamente, 7 = presença de numerosas lesões grandes nas
folhas e lesões necróticas nos ramos e pecíolos, nas vagens, presença de lesões de
tamanho mediano (mais de 2 mm de diâmetro), além de lesões pequenas e grandes,
cobrindo 10 % da superfície das vagens, aproximadamente e 9 = necrose severa
evidente em 25 % ou mais do tecido da planta, com morte de grande parte dos
tecidos, podendo causar deformação e morte das vagens (Schoonhoven & Pastor-
Corrales, 1987).
3.3 Experimento em condições de campo
O experimento foi realizado em Capão Bonito – SP, no Núcleo de
Agronomia do Sudoeste Paulista – IAC/APTA, na safra da seca de 2001, utilizando-
se o cultivar IAC - Carioca de feijoeiro, suscetível à raça 89 de C. lindemuthianum,
que ocorre naquela região. O acaricida azocyclotin foi avaliado em comparação a
tebuconazole + trifenil hidróxido de estanho, tebuconazole + trifloxystrobin,
trifloxystrobin, e tebuconazole + azocyclotin (Tabela 3).
Tabela 3. Caracterização dos defensivos agrícolas utilizados no experimento em campo.
Produto
comercial
Ingrediente ativo Formulação Grupo químico
Concentração
(g i.a.kg
-1
ou L)
Classe
toxicológica
Brestanid
Trifenil hidróxido
de estanho
SC* Organo-
estânico
500 I
Caligur Azocyclotin SC Organo-estânico 500 III
Flint Trifloxystrobin GRDA** Strobilurina 500 IV
Folicur Tebuconazole CE*** Triazol 200 III
*SC = Suspenção concentrada.
**GRDA = Grânulos dispersíveis em água.
***CE = Concentrado emulsionável.
Tabela 4. Descrição dos tratamentos do experimento em campo.
Tratamentos Dose (g i.a.ha
-1
)
1.Tebuconazole + trifenil hidróxido de estanho 100,00 + 200,00
2. Tebuconazole + trifloxystrobin 40,00 + 100,00
3. Trifloxystrobin 125,00
4. Tebuconazole + azocyclotin 100,00 + 500,00
5. Azocyclotin 500,00
6. Testemunha 0,00
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com seis tratamentos
(Tabela 4) e quatro repetições. Cada parcela foi constituída de 4 linhas de 5 m,
espaçadas de 0,5 m.
As pulverizações foram realizadas com pulverizador costal manual, de
pressão constante (CO2), utilizando-se 400 litros de calda.ha
-1
. O intervalo entre as
três pulverizações realizadas foi de 15 dias
Para a avaliação das doenças, foram consideradas as duas linhas centrais e
foi utilizada a mesma escala de notas descrita no item 3.2.
Foram avaliados também a produtividade e o peso de 100 sementes,
considerando-se as duas linhas centrais.
Os dados foram analisados pelo teste F a 5 % e as médias comparadas pelo
teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Efeito do acaricida azocyclotin sobre o crescimento micelial de Colletotrichum
lindemuthianum - in vitro
Na avaliação in vitro (Tabela 5), a maior inibição do crescimento micelial de C.
lindemuthianum diferindo dos demais tratamentos foi proporcionada pelo acaricida
azocyclotin a 100 mg.L
-1
, seguido dos tratamentos trifenil hidróxido de estanho a 100
mg.L
-1
e azocyclotin a 10 mg.L
-1
, que foram iguais entre si. Todos os tratamentos
diferiram da testemunha (Figura 1). Estes resultados mostram melhor efeito do acaricida
azocyclotin que o fungicida trifenil hidróxido de estanho no controle de C.
lindemuthianum, in vitro, indicando a possibilidade de controle in vivo.
0
1
10
100
Fugura 1. Inibição do crescimento vegetativo de Colletotrichum lindemuthianum,
pelos produtos químicos azocyclotin (A) e trifenil hidróxido de estanho (B),
nas concentrações de 0, 1, 10 e 100 mg.L
-1
, em meio de cultura BDA.
Resultado semelhante, de um produto registrado como inseticida para a cultura do
feijoeiro e que apresentou efeito fungicida, foi observado por Ito et al. (1996). Os
autores observaram que o inseticida cartap inviabilizava os uredosporos de Uromyces
appendiculatus, patógeno causador da ferrugem do feijoeiro. No presente trabalho, um
acaricida apresentou controle de um patógeno fúngico, o C. lindemuthianum.
Tabela 5. Porcentagem de inibição do crescimento micelial de Colletotrichum
lindemuthianum pelos produtos químicos azocyclotin e trifenil hidróxido de
estanho, em meio de cultura Batata Dextrose Agar. Campinas, SP. 2001.
Tratamentos Dose Crescimento
(C. lindemuthianum)
mg.L
–1
% de Inibição
1. Testemunha 0 0,00 a*
2. Trifenil hidróxido de estanho 1 4,72 b
3. Azocyclotin 1 8,64 b
4. Trifenil hidróxido de estanho 10 28,20 c
5. Azocyclotin 10 60,64 d
6. Trifenil hidróxido de estanho 100 67,79 d
7. Azocyclotin 100 80,65 e
C.V. (%) 8,12
B
*Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ( Tukey 5 %).
Para análise estatística os dados foram transformados em arco seno x/100.
4.2 Efeito do acaricida azocyclotin sobre Colletotrichum lindemuthianum em
feijoeiroin vivo
Em aplicações preventivas em diferentes períodos (Tabela 6), até 144 horas antes
da inoculação de C. lindemuthianum, o acaricida azocyclotin apresentou controle da
antracnose em todos os tratamentos avaliados, semelhante ao fungicida trifenil hidróxido
de estanho, diferindo do tratamento testemunha, que teve a nota máxima de severidade
(Figura 2).
Esses resultados indicaram a ação preventiva do acaricida azocyclotin sobre a
antracnose do feijoeiro, proporcionando bom controle da doença.
Trabalho semelhante foi realizado por Ito et al. (1995) que observaram efeitos
preventivo, curativo e erradicante do inseticida cartap sobre o patógeno U.
appendiculatus, controlando a ferrugem do feijoeiro.
Figura 2. Efeito dos produtos químicos azocyclotin (A) e trifenil hidróxido de estanho
(B) sobre a antracnose do feijoeiro, em aplicações de 24 a 144 horas antes da
inoculação de Colletotrichum lindemuthianum.
B
T
24
48 72 96 120 144
Tabela 6. Efeito dos produtos químicos azocyclotin e trifenil hidróxido de estanho sobre
a antracnose do feijoeiro, em aplicação preventiva. Campinas, SP. 2001.
Tratamentos Horas antes da Nota
Inoculação Escala de 1 a 9
1. Testemunha - 9,0 a*
2. Azocyclotin** 24 1,2 bc
3. Trifenil hidróxido de estanho*** 24 1,0 c
4. Azocyclotin 48 1,2 bc
5. Trifenil hidróxido de estanho 48 1,0 c
6. Azocyclotin 72 1,2 bc
7. Trifenil hidróxido de estanho 72 1,0 c
8. Azocyclotin 96 1,0 c
9. Trifenil hidróxido de estanho 96 1,0 c
10. Azocyclotin 120 1,4 bc
11. Trifenil hidróxido de estanho 120 1,8 b
12. Azocyclotin 144 1,6 bc
13. Trifenil hidróxido de estanho 144 1,8 b
C.V. (%) 19,04
D.M.S (5 %) 0,78
*Médias seguidas por letras distintas diferem entre si (Tukey 5 %).
**Azocyclotin: dose = 500 g i.a. 400 L
-1
de água.
***Trifenil hidróxido de estanho: dose = 165 g i.a. 400 L
-1
de água.
4.3 Experimento em condições de campo
Devido à ocorrência das doenças mancha de Alternaria e mancha angular, além
da antracnose, foi realizada a avaliação dessas três doenças.
Na Tabela 7 pode ser observado que, para antracnose e mancha de Alternaria,
todos os tratamentos proporcionaram bom controle, tanto em folhas como em vagens,
sendo iguais entre si e diferindo da testemunha. O acaricida azocyclotin, aplicado
isoladamente ou associado ao fungicida tebuconazole, apresentou controle semelhante
aos fungicidas trifloxystrobin, tebuconazole + trifloxystrobin e tebuconazole + trifenil
hidróxido de estanho para essas duas doenças (Figuras 3 e 4). Ito et al. (2000; 2001)
obtiveram resultados semelhantes com o fungicida trifenil hidróxido de estanho
aplicado isoladamente ou em associação a fungicidas dos grupos triazol, estrobilurina e
benzimidazol, para o controle da antracnose e mancha angular.
Figura 3. Efeito do acaricida azocyclotin sobre a antracnose do feijoeiro.
Figura 4. Danos causados pelas doenças antracnose, mancha de Alternaria e mancha
angular em feijoeiro, no tratamento testemunha.
A mancha angular, em folhas, foi melhor controlada pelos tratamentos
tebuconazole + trifenil hidróxido de estanho, tebuconazole + trifloxystrobin,
trifloxystrobin e tebuconazole + azocyclotin, seguidos por azocyclotin, que foi
intermediário e diferiu da testemunha. Nas vagens, os tratamentos tebuconazole +
trifenil hidróxido de estanho, tebuconazole + trifloxystrobin e trifloxystrobin
apresentaram melhor controle, seguidos de tebuconazole + azocyclotin e azocyclotin,
diferindo da testemunha (Tabela 7). Barros & Castro (1999) também verificaram
controle de mancha angular com o fungicida trifenil hidróxido de estanho aplicado
isoladamente ou em associação a tebuconazole, fungicida do grupo triazol.
Em relação à produtividade, os tratamentos foram iguais entre si e diferiram da
testemunha, com aumento relativo variando de 37,04 % a 43,64 % (Tabela 8).
Quanto ao peso de 100 sementes, os tratamentos tebuconazole + trifloxystrobin,
trifloxystrobin e tebuconazole + azocyclotin proporcionaram maior peso, seguidos dos
tratamentos tebuconazole + trifenil hidróxido de estanho e azocyclotin, diferindo da
testemunha (Tabela 8).
Os acréscimos obtidos na produtividade e peso de 100 sementes do feijoeiro com
o uso de fungicidas do grupo dos organo-estânicos, isoladamente ou em associação a
outros fungicidas, já são conhecido na literatura (Gianasi et al., 1999; Ito et al., 2000; Ito
et al., 2001; Oliveira, 2003), assim como foi observado no presente trabalho.
A hipótese formulada de que o acaricida azocyclotin, pertencente ao mesmo
grupo de fungicidas organo-estânicos, poderia controlar a antracnose do feijoeiro, foi
confirmada neste trabalho, pois apresentou inibição de crescimento micelial de C.
lindemuthianum (in vitro) e controle in vivo, em sala climatizada e condições de campo,
proporcionando, no campo, aumento significativo da produtidade. Esta comprovação
permite adicionar o acaricida azocyclotin ao grupo de fungicidas utilizados no controle
da antracnose do feijoeiro, nas dosagens recomendadas pelo fabricante, e em função dos
problemas fitossanitários existentes. A grande vantagem do acaricida azocyclotin é que
apresenta aspecto toxicológico favorável, sendo classificado junto ao Ministério da
Agricultura na classe III.
Tabela 7. Efeito de defensivos agrícolas sobre a antracnose, mancha angular e mancha
de Alternaria do feijoeiro, cultivar IAC-Carioca, na safra da seca/2001.
Capão Bonito - SP.
Dose Nota (1 a 9)
Tratamento
Antracnose
M. Alternaria
M.
Angular
(g i.a.ha
-1
)
Folha
Vagem Folha Vagem
Folha
Vagem
1. Tebuconazole +
trifenil hidróxido
de estanho
100,00 +
200,00
1,00 b* 1,25 b
2,00 b
2,50 b 2,25 c
2,00 c
2. Tebuconazole +
trifloxystrobin
40,00 +
100,00
1,00 b 1,25 b
2,00 b
3,00 b 2,00 c
2,00 c
3. Trifloxystrobin 125,00 1,00 b 1,50 b 2,00 b 3,25 b 2,00 c 2,00 c
4. Tebuconazole +
azocyclotin
100,00 +
500,00
1,00 b 1,50 b
2,00 b
3,25 b 2,50 c
2,75 bc
5. Azocyclotin 500,00 1,25 b 1,75 b 2,00 b 3,25 b 4,75 b 3,50 b
6. Testemunha - 3,75 a 5,25 a 3,75 a 7,50 a 8,75 a 7,75 a
C.V. (%) 18,59 25,30 8,91 14,38 12,31 12,25
D.M.S. (5 %) 0,64 1,21 0,47 1,25 1,05 0,94
*Médias seguidas por letras distintas, na coluna, diferem entre si (Tukey 5 %).
Tabela 8. Efeito de defensivos agrícolas sobre o peso de 100 sementes e a
produtividade do feijoeiro, cultivar IAC-Carioca, na safra da seca/01.
Capão Bonito - SP.
Tratamento Dose
(g i.a.ha
-1
)
Peso de 100
sementes
Produtividad
e
(Kg.ha
-1
)
Aumento
relativo
(%)
1. Tebuconazole +
trifenil hidróxido de
estanho
100,00 + 200,00
24,17 ab*
3704,50 a 39,66
2. Tebuconazole +
trifloxystrobin
40,00 + 100,00
24,45 a
3810,00 a 43,64
3. Trifloxystrobin
125,00
24,40 a
3732,50 a 40,72
4. Tebuconazole +
azocyclotin
100,00 + 500,00
24,72 a
3712,50 a 39,96
5. Azocyclotin
500,00
22,42 b
3635,00 a 37,04
6. Testemunha
-
19,42 c
2652,50 b -
C.V. (%) 3,59 8,28
D.M.S. (5 %) 1,92 674,61
*Médias seguidas por letras distintas, na coluna, diferem entre si (Tukey 5 %).
5 CONCLUSÕES
O acaricida azocyclotin atua no crescimento micelial de Colletotrichum
lindemuthianum, fungo causador da antracnose do feijoeiro, pela sua inibição.
O acaricida azocyclotin controla a antracnose do feijoeiro, semelhante ao
fungicida trifenil hidróxido de estanho.
O acaricida azocyclotin pode ser utilizado isoladamente ou em mistura com
tebuconazole para o controle da antracnose do feijoeiro.
A descoberta da ação do acaricida azocyclotin sobre a antracnose do feijoeiro
possibilita a realização de novas pesquisas para gerar novas informações científicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Governo do Estado de São Paulo. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. 27p.,
1981.
BARROS, B.C.; CASTRO, J.L. Eficiência de fungicidas no controle da mancha angular
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