período pré-patente de, aproximadamente, 30 dias, enquanto o S. japonicum tem um período
pré-patente de, aproximadamente, 60 dias e ainda, em nosso estudo, os caramujos foram
tratados 18 dias após a infecção, período em que são encontrados, nos moluscos, esporocistos
secundários recém-formados e alguns esporocistos primários, sendo esperados resultados
semelhantes aos obtidos no período patente. Foi possível verificar ainda, em nossos
experimentos, no período pré-patente, que os caramujos tratados com PZQ voltaram a
eliminar cercárias mais lentamente e em menor quantidade do que os caramujos tratados com
OXA (46 dias após infecção - média de 2,7 cercárias/caramujo e 39 dias pós-infecção – média
de 62,4 cercárias/caramujo, respectivamente), sugerindo que os esporocitos sejam mais
sensíveis ao PZQ do que à OXA. O tratamento na fase patente da infecção, tanto com OXA
quanto com PZQ, isoladamente, gerou uma interrupção imediata da eliminação de cercárias.
No entanto, independentemente da droga utilizada, esses caramujos voltaram a eliminar
cercárias, aproximadamente, 15 dias após o tratamento (Gráfico 7). Porém, os caramujos
tratados com PZQ voltaram a eliminar cercárias em números estatisticamente menores do que
os encontrados antes do tratamento. Já os tratados com OXA eliminavam no último exame
(26 dias pós-tratamento) uma média estatisticamente semelhante à anterior ao tratamento.
Esses resultados, do período patente, corroboram com os encontrados por Yi & Combes
(1987), que, utilizando PZQ e S. japonicum, observaram que os caramujos tratados
permaneceram sem eliminar cercárias por, aproximadamente, 20 dias pós-tratamento,
voltando a eliminá-las em números bem menores aos anteriores ao tratamento. Porém, no
estudo de Touassem & Combes (1986), utilizando PZQ e S. mansoni/B. glabrata, os
caramujos permaneceram sem eliminar cercárias apenas 4 dias após o tratamento, voltando a
eliminá-las em números semelhantes aos de antes do tratamento. Da mesma forma, Riley &
Chappell (1990), estudando a ação do PZQ em B. glabrata infectada com S. mansoni,
verificaram uma redução e não uma supressão na eliminação de cercárias e, ao final de oito
semanas, estes caramujos tratados eliminavam cercárias em nível semelhante aos anteriores
ao tratamento. Acreditamos que essas diferenças, no período de supressão da eliminação de
cercárias, tenham ocorrido devido ao uso de metodologias distintas. Embora em ambos os
estudos a droga tenha sido adicionada à ração, o tempo de exposição dos caramujos à droga e
as dosagens utilizadas foram menores do que as utilizadas em nosso trabalho (2 dias e 0,1%
de PZQ e 3 dias e 37mg/Kg de PZQ, respectivamente). As análises histopatológicas
realizadas, ainda, por Touassem & Combes (1986) e Riley & Chappell (1990) mostraram a
presença de cercárias completamente destruídas e alguns esporocistos secundários intactos,
logo após o tratamento. Passados quatro a oito dias, a histopatologia revelou a presença de
esporocistos se multiplicando e novas cercárias começando a se desenvolver. Esses dados