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UFS – POSGRAP – NEREN
MESTRADO EM AGROECOSSISTEMAS
DISSERTAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICO-
REPRODUTIVA DE ACESSOS DE JUREMINHA
(Desmanthus virgatus (L.) Willd.) NATIVA DE SERGIPE
Ana Consuelo Ferreira Fontenele
2007
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
I
BIBLIOTECÁRIA/DOCUMENTALISTA: NELMA CARVALHO - CRB -5/1351
Fontenele, Ana Consuelo Ferreira
F683c Caracterização morfológico-reprodutiva de acessos de jureminha
(Desmathus Virgatus (L.) Willd.) nativa de Sergipe / Ana Consuelo
Ferreira Fontenele - - São Cristóvão, 2007.
xvi, 101 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) – Pró-Reitoria de
Pós-Graduação e Pesquisa, Núcleo de Pós-Graduação e Estudos em
Recursos Naturais, Universidade Federal de Sergipe.
Orientador: Pesquisador Dr. Wilson Menezes Aragão.
1. Agroecossistemas - Agricultura Leguminosae. 2.
JureminhaVariabilidade genéticaSergipe. 3. Plantas da caatinga. 4.
Desenvolvimento sustentável. 5. Biodiversidade. I. Título.
CDU 504:633.875(813.7)
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESTUDOS EM RECURSOS NATURAIS
Caracterização morfológico-reprodutiva de acessos de jureminha
(Desmanthus virgatus (L.) Willd.) nativa de Sergipe
ANA CONSUELO FERREIRA FONTENELE
Sob a Orientação do Pesquisador Doutor
Wilson Menezes Aragão
São Cristóvão, SE.
Março de 2007
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-
Graduação e Estudos em Recursos Naturais
da Universidade Federal de Sergipe, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Agroecossistemas.
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA - POSGRAP
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESTUDOS EM RECURSOS
NATURAIS – NEREN
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTTEMAS
ANA CONSUELO FERREIRA FONTENELE
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Agroecossistemas
DISSERTAÇÃO APROVADA EM, 29 DE MARÇO DE 2007.
___________________________________________________
Pesquisador. Dr. Wilson Menezes Aragão
Embrapa Tabuleiros Costeiros/NEREN
Orientador
___________________________________________________
Pesquisadora. Dra. Ana da Silva Ledo
Embrapa Tabuleiros Costeiros/NEREN
___________________________________________________
Profª. Dra. Elizabeth Ann Veasey
Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz”- ESALQ/USP
iv
A Deus, que sempre nos ampara
e compreende a dimensão das nossas
conquistas e do nosso crescimento,
através das nossas experiências.
OFEREÇO
À Maria de Lourdes (in memorian),
minha mãe, pela vida e compreensão do
viver, á Flávia, Fernanda e Fabiana, minhas
filhas, que são a minha extensão e a Carlos
Antonio Fontenele, meu esposo, pelo
companheirismo, dedicação e apoio.
DEDICO
MEU RECONHECIMENTO
Ao Pesquisador Dr. Wilson Menezes Aragão,
agradeço a confiança, credibilidade, excelente
orientação e constante preocupação na execução
deste trabalho sobretudo, pela amizade e estímulo.
v
AGRADECIMENTOS
Sinceros agradecimentos a todos aqueles que contribuíram para a realização deste
trabalho. Em particular:
À Universidade Federal de Sergipe (UFS), pela oportunidade de realização do
Curso de Mestrado.
Ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da UFS, em especial Prof.
Dr. Alceu Pedrotti, coordenador, pela ajuda sempre providencial ao longo do curso.
À EMBRAPA Tabuleiros Costeiros pelo apoio técnico-financeiro em todas as
etapas do trabalho.
Á Secretaria de Estado de Educação, pela oportunidade e incentivo para
realização do Curso de Mestrado.
Ao Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank e a Professora Dra. Renata Mann pela
contribuição no processo de qualificação.
Aos professores do Curso de Mestrado em Agroecossistemas, pelos
conhecimentos e experiências transmitidas.
Ao Prof. Dra. Ana Paula Prata, do Depto. de Biologia da UFS, pela contribuição
no processo de elaboração e depósito de exsicatas no herbário desta Universidade.
Ao Pesq. Dr. José Henrique de Albuquerque Rangel, Embrapa Tabuleiros
Costeiros pela colaboração na discussão e fundamentação teórica.
À Msc. Maria de Lourdes da Silva Leal, Embrapa Tabuleiros Costeiros pela
colaboração nas análises estatísticas, fundamental para conclusão deste trabalho.
Ao Pesq. Msc. Hélio Wilson, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, pela colaboração
nas discussões, entendimento e direcionamento da pesquisa.
Ao Pesq. Dr. Edmar Ramos de Siqueira, Embrapa Tabuleiros Costeiros, amigo
sempre presente nas horas reservadas a reflexão.
Ao Auxiliar de laboratório Eládio dos Santos, do Departamento de Biologia da
UFS, pela ajuda fundamental para a coleta, identificação e elaboração das exsicatas.
Aos Técnicos da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Jo Mendonça Resende e
Eronildes do Nascimento pela colaboração em todas as etapas da pesquisa.
Às amigas Evanildes, Tânia Brito, Jane Velma, Bernadete e Zélia, pelo apoio
nas horas boas e difíceis, o qual foi decisivo na elaboração e realização deste trabalho.
Aos colegas de turma pela amizade e contribuições sempre necessárias a
construção do conhecimento.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... viii
LISTA DE TABELAS ............................................................................................... ix
LISTA DE SIGLAS................................................................................................... xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS.......................................................... xiii
RESUMO ...................................................................................................................xv
ABSTRACT ............................................................................................................. xvi
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................01
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................03
2.1 Biodiversidade e desenvolvimento sustentável ................................................03
2.2 Recursos genéticos e a sustentabilidade dos agroecossistemas .........................07
2.3 Importâncias das leguminosas tropicais ...........................................................12
2.4 Origem e ocorrência natural da espécie............................................................16
2.4.1 Descrição botânica..................................................................................19
2.4.2 Descrição morfológica............................................................................19
2.4.3 Características agronômicas....................................................................20
2.5 Parâmetros genéticos e variabilidade ...............................................................22
2.6 Correlações entre caracteres ............................................................................25
2.7 Divergência genética .......................................................................................26
3 CAPÍTULO I: VARIABILIDADE E CORRELAÇÕES GENÉTICAS ENTRE
CARACTERES MORFOLÓGICO - REPRODUTIVOS DE
ACESSOS DE JUREMINHA COLETADOS EM REGIÕES
ECOGEOGRÁFICAS DO ESTADO DE SERGIPE ......................28
RESUMO .............................................................................................................28
ABSTRACT .........................................................................................................29
3.1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................30
3.2 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................33
3.2.1 Coleta dos acessos ..................................................................................33
3.2.2 Implantação e condução do Banco Ativo de Germoplasma (BAG)..........37
3.2.3 Caracterização dos acessos .....................................................................39
3.2.4 Análises estatísticas ...............................................................................40
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................42
3.4 CONCLUSÕES ..............................................................................................50
3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................51
3.6 ANEXOS ........................................................................................................55
vii
4 CAPITULO II: DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE ACESSOS DE
JUREMINHA A PARTIR DE TÉCNICAS
MULTIVARIADAS.................................................................64
RESUMO .............................................................................................................64
ABSTRACT .........................................................................................................65
4.1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................66
4.2 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................67
4.2.1 Coleta dos acessos ..................................................................................67
4.2.2 Implantação do Banco Ativo de Germoplasma (BAG)............................72
4.2.3 Caracterização dos acessos .....................................................................74
4.2.4 Análises estatísticas ...............................................................................76
4.2.5 Depósito de acessos em herbário.............................................................77
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................77
4.4 CONCLUSÕES ..............................................................................................86
4.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................87
4.6 ANEXOS ........................................................................................................89
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................93
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................94
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 Identificação dos pontos de coleta de jureminha nas
mesorregiões sergipanas. ...............................................................36
Figura 3.2 Médias e amplitudes de variação dos oito caracteres avaliados
em acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.)por
mesorregião. ..................................................................................45
Figura 3.3 Aspectos fenotípicos da caracterização morfológico-reprodutiva
de acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.) como:
a) Inflorescência, b) Sementes/vagem, c) Locos/vagem, d)
Florescimento, e) Flor. ..................................................................55
Figura 4.1 Identificação dos pontos de coleta dos acessos de jureminha
(Desmanthus virgatus L. (Willd.) nas mesorregiões sergipanas. ....71
Figura 4.2 Dendograma de dissimilaridade genética dos 91 acessos de
jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.) pelo método do
vizinho mais próximo, utilizando a distância generalizada de
Mahalanobis (D²) como medida de dissimilaridade. ......................82
Figura 4.3 Representação bidimensional (a) e tridimensional (b) da análise
das coordenadas dos 91 acessos com base nas distâncias
genéticas obtidas através da distância generalizada de
Mahalanobis...................................................................................83
Figura 4.4 Secagem, identificação e registro das exsicatas de 140 acessos de
jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.) coletados no BAG
em Nossa Senhora das Dores, SE e depositados no herbário da
UFS. ..............................................................................................90
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 Dados de clima e solos das mesorregiões, correspondente à área
de coleta dos acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L.
(Willd.) no Estado de Sergipe.........................................................33
Tabela 3.2 Resultados das análises químicas do solo retirado na área de
coleta de cada planta durante a expedição de coleta. ......................35
Tabela 3.3 Descrição dos acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L.
(Willd.) implantados no BAG em Nossa Senhora das Dores, SE. ...38
Tabela 3.4 Esquema das correlações genéticas efetuadas entre os caracteres
morfológico-reprodutivos e os números de acessos avaliados.........40
Tabela 3.5 Esquema da análise de variância para experimentos em blocos ao
acaso, envolvendo “a” acessos, “r” blocos com respectivas
esperanças de quadrados médios E (QM) e teste F. ........................41
Tabela 3.6 Resumo da análise de variância dos caracteres em estudo,
envolvendo 131 a 178 acessos de jureminha (Desmanthus
virgatus L. (Willd.) e dois blocos. .................................................43
Tabela 3.7 Estimativas de parâmetros genéticos, fenotípicos e ambientais
para caracteres morfológico-reprodutivos, dias para
florescimento após o corte (Flo), número de vagens por
inflorescência (VI), comprimento de vagem (CpV), largura de
vagem (LgV), número de sementes por vagem (SV), número de
locos por vagem (LoV), peso de 100 sementes (PS), percentual
de fertilização (Ft), avaliados em acessos de jureminha
(Desmanthus virgatus L. (Willd.). .................................................46
Tabela 3.8 Estimativas de coeficientes de correlações genéticas entre os
caracteres morfológicos reprodutivos, dias para florescimento
depois do primeiro corte (Flo), número de vagens por
inflorescência (VI), comprimento de vagem (CpV), largura de
vagem (LgV), número de sementes por vagem (SV), número de
locos por vagem (LoV), peso de 100 sementes (PS), percentual
de fertilização (Ft) avaliados em acessos de jureminha
(Desmanthus virgatus L. (Willd.)...................................................49
Tabela 3.9 Classificação e média do número de dias para florescimento após
o corte (Flo) avaliados em 131 acessos de jureminha
(Desmanthus virgatus L. (Willd.)...................................................56
Tabela 3.10 Classificação e média do número de vagens por inflorescência
(VI) avaliados em 161 acessos de jureminha (Desmanthus
virgatus L. (Willd.). .......................................................................57
x
Tabela 3.11 Classificação e média do comprimento da vagem (CpV) avaliado
em 157 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.).....58
Tabela 3.12 Classificação e dia da largura da vagem (LgV) avaliada em
176 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.) ..........59
Tabela 3.13 Classificação e média do número de sementes por vagem (SV)
avaliada em 148 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L.
(Willd.). .........................................................................................60
Tabela 3.14 Classificação e média do número de locos por vagem (LoV)
avaliado em 159 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L.
(Willd.). .........................................................................................61
Tabela 3.15 Classificação e média do peso de 100 sementes (PS) avaliado em
178 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.). .........62
Tabela 3.16 Classificação e média da taxa de fertilização (Ft) avaliada em
147 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.). .........63
Tabela 4.1 Dados de clima e solos das mesorregiões de coleta de jureminha
no Estado de Sergipe (Desmanthus virgatus L. (Willd.). ................68
Tabela 4.2 Resultados das análises químicas do solo retirado na área de cada
planta coletada nas mesorregiões do Estado de Sergipe, durante a
expedição de coleta de jureminha (Desmanthus virgatus L.
(Willd.). ........................................................................................69
Tabela 4.3 Descrição e procedência dos acessos de jureminha (Desmanthus
virgatus L. (Willd.) implantados no BAG em Nossa Senhora das
Dores, SE. .....................................................................................73
Tabela 4.4 Descrição e procedência de 91 acessos de jureminha
(Desmanthus virgatus L. (Willd.) avaliados. ..................................75
Tabela 4.5 Dados descritivos dos caracteres avaliados em acessos de
jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.). .................................77
Tabela 4.6 Estimativas das distâncias generalizadas de Mahalanobis (D²),
máximas e mínimas, relativas aos acessos de jureminha
(Desmanthus virgatus L. (Willd.) ..................................................79
Tabela 4.7 Agrupamento dos 91 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus
L. (Willd.) avaliados pelo método de otimização de Tocher,
fundamentado na matriz de dissimilaridade expressa pela
distância de Mahalanobis (D²)........................................................80
Tabela 4.8 Distância das médias intra e intergupos formados pelos 91
acessos de jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd.). ...............81
xi
Tabela 4.9 Contribuição relativa de cada caractere de jureminha
(Desmanthus virgatus L. (Willd.) para a divergência genética. ......87
Tabela 4.10 Número de registros dos acessos depositados no herbário do
Departamento de Biologia da UFS em 12/09/2006.
xii
LISTA DE SIGLAS
CIAT International Center for Tropical Agriculture.
CSIRO Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation-
Organização de pesquisa científica e industrial da
comunidade.
FAO Food and Agriculture Organization - Organização para Alimentação e
Agricultura.
IPGRI International Planet Genetic Resources Institute (Bioversity
International)
ILRI
International Livestock Research Institute - Instituto de Pesquisa
Internacional dos Animais Domésticos.
ILCA International Livestock Centre for África.
SNPA
Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária.
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
ITPS Instituto de Tecnologia e Pesquisa do Estado de Sergipe.
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
MO Matéria orgânica.
MS Matéria seca.
MM Matéria mineral.
PB
Proteína bruta.
FDN Fibra detergente neutro.
FDA Fibra detergente ácido.
ASE Acervo de Sergipe.
BAG Banco ativo de germoplasma.
LAd
LATOSSOLO AMARELO Distrófico.
CpV Comprimento da vagem.
LgV Largura da vagem.
PS Peso de 100 sementes.
Ft Fertilização.
SV
Sementes por vagem.
LoV Locos por vagem.
VI Vagem por inflorescência.
Flo Florescimento.
CV Coeficiente de variação.
CVg Coeficiente de variação genético.
CVa Coeficiente de variação ambiental.
CVg/CVa Razão entre coeficiente de variação genético pelo coeficiente de variação
ambiental.
QM Quadrado médio.
QMR Quadrado médio do resíduo.
xiv
QMB Quadrado médio do bloco.
QMT Quadrado médio do tratamento.
GL Graus de liberdade.
FV Fonte de variação.
E(QM) Estimativa do quadrado médio.
_
X Média geral.
ð²
f
Variância fenotípica.
ð²
g
Variância genotípica.
ð²
a
Variância ambiental.
ð²
r
Variância do bloco.
m
Herdabilidade média.
Distância generalizada de Mahalanobis.
y
ij
Observação obtida na parcela de i-ésimo acesso no j-ésimo bloco.
g
i
Efeito de i-ésimo genótipo considerado aleatório.
b
j
Efeito do j-ésimo bloco considerado aleatório.
r Bloco.
a
Acesso.
xv
RESUMO
FONTENELE, Ana Consuelo Ferreira. Caracterização morfológico-reprodutiva de
acessos de jureminha nativa de Sergipe. 2007. 101 f. Dissertação (Mestrado em
Agroecossistemas)–Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2007.
Entre as famílias mais representativas da flora no mundo, a Leguminosae
(Fabaceae) é uma das mais expressivas, pela fixação de nitrogênio no solo e seu repasse
ao agroecossistema, presença em vários sistemas agrícolas, pela sua agressividade na
dispersão de sementes, além de possuir relevante potencial forrageiro. Nesse sentido,
este trabalho objetivou caracterizar através de descritores morfológicos reprodutivos
acessos de jureminha, leguminosa nativa, coletadas em várias regiões ecogeográficas do
Estado de Sergipe.
Foram implantados 212 acessos no Campo Experimental em Nossa
Senhora das Dores, SE, pertencente a Embrapa Tabuleiros Costeiros. O delineamento
utilizado foi de blocos ao acaso com duas repetições e três plantas úteis por parcela,
separadas entre si e entre linha por 2 m, além de uma linha de bordadura externa em
cada bloco. Os caracteres avaliados foram percentual de fertilização (Ft), florescimento
após o corte (Flo), número de vagens por inflorescência (VI), comprimento de vagem
(CpV), largura de vagem (LgV), número de sementes por vagem (SV), número de locos
por vagem (LoV) e peso de 100 sementes (PS). A análise de variância foi realizada
utilizando o programa GENES, Cruz (2001), o qual estimou para cada característica, a
herdabilidade média (h
2
m
), os coeficientes de variação experimental (CVe%) e genético
(CVg%) e a relação entre esses coeficientes. Foram realizadas também, técnicas
multivariadas de agrupamento pelo todo de Otimização de Tocher e Hieráquico do
Vizinho Mais Próximo e a Projeção das Distâncias no Plano, utilizando-se a distancia
generalizada de Mahalanobis (D²) como medida de dissimilaridade. Existe variabilidade
genética significativa entre os acessos avaliados, para os caracteres VI, PS, CpV e LoV,
indicando como um potencial genético a ser explorado em programas de melhoramento.
Sendo os caracteres CpV e LoV os que apresentaram maiores herdabilidades, 59,59% e
50,61%, e os maiores graus de correspondência entre o valor genético e o valor
fenotípico 0,72% e 0,86%, respectivamente. Já os caracteres que mais contribuíram para
a divergência foram SV com 37,20% da variação, seguido por LoV com 14,39%. No
entanto, houve formação de sete grupos divergentes, concluindo-se que a divergência
genética entre os acessos não é grande, pois o primeiro grupo formado englobou a
maioria dos acessos, dois grupos foram formados por quatro acessos, três grupos com
dois acessos e um grupo com apenas um acesso.
Palavras-chave: Agroecossistemas, decritores morfológicos, variabilidade genética.
xvi
ABSTRACT
FONTENELE, Ana Consuelo Ferreira. Morphological-reproductive characterization
of jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd) accessions natives of Sergipe. 2007.
101 f. Dissertacion (Master of Science in Agroecosytems)-Universidad Federal de
Sergipe, São Cristóvão, SE, 2007.
Among the most representative families of the world flora, the Legumonosae
(Fabaceae) is one of most expressive her the capacity in fixing nitrogen in the soil and
its releasing for the agroecosystems, presence in many agricultural systems, aggressive
characteristic of seed dispersion, and by the considerable forage potential. The present
work aimed to characterize accessions of the native legume Jureminha, collected in
different ecological- geographic regions of Sergipe state, using morphological
reproductive descriptors. Two-hundred and twelve accessions of Desmanthus were
cultivated the Embrapa Tabuleiros Costeiros Experimental Station in Nossa Senhora
das Dores, SE. The experiment was carried out in a completely randomized block
design with 2 replications and 3 representative plants per plot, spaced by 2x2 m from
each other. The characters of fertilization percentage (Ft), flowering after pruning (Flo),
pods per flower (Vi), pod length (CpV), pod width (LgV), seeds per pod (SV), locus per
pod (LoV), weight of 100 seeds (PS) were evaluated. Analysis of variance was
processed by the GENES statistical program (Cruz, 2001), estimating for each
characteristic the average genetic inheritance (h
2
m
), the experimental variation (CVe%)
and genetic (CVg%) coefficients, and the correlation between such coefficients.
Grouping multivariate techniques by the method of Tocher Optimization and Hierarchic
Closest Neighbor and the Plane Distance Projections, utilizing the Mahalanobis
generalized distance as the dissimilarity measurements were also applied. Significant
genetic variability for the characters VI. PS, CpV, and LoV were found between the
studied accessions, indicating a genetic potential to be used in breeding programs.
Largest genetic inheritance were found for the CpV and LoV characters with
respectively 59.59% and 50.61%. Such characters also showed the highest degree of
correspondence between the genetic value and phenotypic value with respectively 0.72
% and 0,859 %. The SV and LoV characters had the greatest contribution for the
divergence with respectively 37.20% and 14.39% of the variation. Seven divergent
groups were formed. There was concluded that there are not a large genetic divergence
among the accessions considering the majority of the accessions composed the first
group and two groups were composed by four accessions and three groups were
composed by two accessions each one, and one group by only one accessions.
Key words: Agroecosystems, morphological descriptors, genetic variability.
1
1. INTRODUÇÃO
O patrimônio natural brasileiro expresso pela extensão continental, pela
diversidade e endemismo das espécies biológicas e seu patrimônio genético, bem como,
pela variedade ecossistêmica dos biomas, apresenta grande relevância mundial. No
entanto, esse patrimônio tem sido constantemente ameaçado por pressões antrópicas, as
quais têm colocado em risco a sua capacidade de automanter-se.
A preocupação crescente com a biodiversidade nas últimas décadas reflete um
consenso global sobre a importância de sua conservação para manutenção dos
ecossistemas do planeta.
Do ponto de vista da sustentabilidade os recursos genéticos reconhecidos pela
variabilidade genética organizada no germoplasma, estão cada vez mais escassos e a
agricultura atual cada vez mais dependente do aporte desses recursos exógenos às suas
fronteiras.
Dessa forma, a preservação da diversidade biológica na agricultura é necessária e
iminente, e remete a uma visão de agrobiodiversidade cujos componentes entram no
sistema de produção para uma agricultura sustentável, que além de considerar o
agroecossitema onde está inserida, exerce um papel importantíssimo para o
estabelecimento de cadeias produtivas. A continuidade desse processo requer o
abastecimento constante de germoplasma, assegurado pela pronta disponibilidade de
genótipos, o que eleva a premência pelos recursos genéticos autóctones, que se constitui
num valor biótico estratégico e de segurança nacional, para o bem-estar da sociedade. É
preciso, porém, que haja mais conhecimento sobre a diversidade biológica autóctone e
que os acessos sejam bem caracterizados e avaliados, tanto em termos de caracteres
quantitativos quanto qualitativos.
Nesse contexto, as leguminosas representam valores expressivos de riqueza e
diversidade taxonômica a ser explorada. E a jureminha, em se tratando de uma
leguminosa nativa encontrada nas mesorregiões sergipanas, ressalta características
como: tolerância a regiões semi-áridas e a certas geadas, reciclagem de nutrientes,
simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio do ar atmosférico tornando-o disponível
às plantas, rápida cobertura vegetal favorecendo a fauna de solo impedindo o
desenvolvimento de vegetação espontânea, evitando o escorrimento superficial das
chuvas, e protegendo o solo da erosão. Fatores que resultarão em um melhor manejo,
fertilidade e aproveitamento das qualidades do solo pela cultura e uma melhor produção
2
agrícola. Apresenta-se também como uma forrageira bastante promissora que vem
despertando o interesse de vários pesquisadores pela sua rusticidade, agressividade e
persistência que permitem pastejo direto, formação de legumineiras, banco de proteínas
e/ou em consórcio com outras culturas.
No entanto, esse recurso está sendo perdido por fortes pressões da expansão
agropecuária e o desconhecimento da sociedade sobre o seu potencial. Tal perda limita
progressivamente a capacidade produtiva desse setor e aumenta a vulnerabilidade da
agricultura ante as intempéries ambientais.
A presença de variabilidade genética dentro das espécies é que possibilita esta se
adaptar às mudanças ambientais. E o conhecimento dessa variabilidade devido às
diferenças genéticas existentes, através de parâmetros genéticos, é importante em
programas de melhoramento, pois indica o controle genético do caráter e o potencial da
população para a seleção.
Certamente, a perspectiva da necessidade do aumento da capacidade produtiva
com respeito aos limites e funcionamento dos agroecossistemas faz com que a busca
pelo conhecimento das espécies, principalmente as autóctones, através da sua
caracterização, se avultem com primordial urgência.
Nesse sentido, esse trabalho objetivou caracterizar através de descritores
morfológicos reprodutivos acessos de jureminha coletados em várias regiões
ecogeográficas do estado de Sergipe.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável
A biodiversidade tem sido progressivamente considerada na reflexão sobre o
desenvolvimento social e econômico, mesmo que ainda esteja longe de ser incorporada
como uma variável pertinente nas estratégias pragmáticas a serem utilizadas. Não é raro
o pressuposto de que políticas de controle ambiental, de planejamento territorial e de
proteção dos recursos naturais estejam tentando cumprir o papel de garantir as
condições materiais de existência da vida biológica e econômica e que, ainda, em uma
posição menos conservadora, seja possível que a valoração da natureza possa ocorrer no
momento da apropriação dos recursos pela própria lógica econômica hegemônica
(SPAARGAREN, 2000).
A destruição da biodiversidade, a erosão dos solos e a contaminação dos
recursos naturais e dos alimentos tornaram-se quase inerentes a produção agrícola. Se
por um lado a modernização agrícola aumentou a produtividade das lavouras, por outro
além dos impactos ambientais indesejáveis, ampliou a concentração de terras e de
riquezas e provocou intensos processos migratórios para os centros urbanos
industrializados (CHALITA, 2005).
Em meados dos anos 80, a crescente preocupação com o ambiente e com a
qualidade de vida no planeta levou ao surgimento de um novo paradigma das
sociedades modernas: a sustentabilidade. Em 1987, com o lançamento do Relatório de
Brundtland, esse ideal espalhou-se por diferentes setores da sociedade (EHLERS,
1999). Por outro lado o citado relatório definiu o nível mínimo de consumo a partir das
necessidades básicas, mas é omisso na discussão do nível máximo de consumo (e de uso
de energia, etc) nos países industrializados. Além de defender o crescimento tanto
desses países (industrializados) como o dos não-industrializados, o que torna a
superação do subdesenvolvimento do hemisfério sul dependente do crescimento
contínuo nos países ditos desenvolvidos. Com essa posição o desenvolvimento, do
ponto de vista ecológico, fica mais duvidoso (CAVALCANTI, 2003). Mesmo cercada
de imprecisões, a noção de sustentabilidade foi se espalhando desde a Conferência de
Estocolmo em 1972, sublinhou a interligação entre economia, tecnologia, sociedade e
política e chamou atenção para uma nova postura ética, caracterizada pela
4
responsabilidade tanto entre gerações como entre os membros contemporâneos da
sociedade atual (EHLERS, 1999).
A
Convenção da Diversidade Biológica, ratificada por 175 países na
Conferência Rio-92, reflete pela primeira vez um consenso global sobre a importância
da biodiversidade na manutenção dos ecossistemas do planeta. Como crescimento do
conhecimento científico houve um avanço significativo na questão da preservação das
espécies. Não dúvidas de que nos dias de hoje para se evitar a crise da extinção em
massa das espécies é necessária a manutenção dos processos ecológicos e evolutivos no
planeta. Para a manutenção destes processos a biodiversidade tem que ser protegida em
espaços maiores com condições aceitáveis para as populações humanas envolvidas no
processo (AYRES, 2001).
Apesar do reconhecimento da importância do desenvolvimento sustentável, que
levou à Conferência Rio-92, o mundo atual caminha concretamente por rumos que
desafiam qualquer noção de sustentabilidade. Os esforços presentes visando o progresso
material, e mesmo a maneira de satisfação das necessidades básicas do homem no
mundo de hoje, revelam-se simplesmente insustentáveis. O uso, para esse fim, de
matéria e energia em doses excessivas e crescentes, exaurindo recursos ambientais
acima de sua capacidade de regeneração, obviamente tende a torná-los menos
disponíveis para as futuras gerações. (CAVALCANTI, 2003).
Traduzir os postulados teóricos do desenvolvimento sustentável em ferramentas
efetivamente capazes de disciplinar uma intervenção do Estado no caminho da
sustentabilidade é um grande desafio do momento (L'APICCIRELA, 2004).
O planejamento do controle da qualidade do meio ambienteo pode ser
desvinculado das políticas de desenvolvimento e da distribuição dos benefícios sociais
por ele gerados, e tampouco essas políticas podem continuar a ser orientadas pelos
tradicionais modelos normativos e técnico-econômicos de planejamento, que não
reconhecem as especificidades das inter-relações dos fatores naturais e culturais de uma
dada realidade planejada. O alcance desse reconhecimento requer o fortalecimento de
metodologias interdisciplinares de planejamento, capazes de articular as especificidades
das relações entre os ambientes naturais e humanos em uma dada realidade, como
também de ter a capacidade de responder às exigências de viabilização política dos
planos, programas e projetos ambientais (FURTADO, 2000).
Sem dúvida um dos grandes desafios colocado para a aplicação dos postulados
fundamentais do desenvolvimento sustentável é a utilização, apropriação e preservação
5
da biodiversidade. Sendo à América do Sul possuidora de uma biodiversidade que
representa papel fundamental na segurança alimentar, pois existem centros de origem e
de diversidade de algumas espécies cultivadas. Como também, os recursos fitogenéticos
que são utilizados de forma extrativa são muito importantes em quase todos os países,
especialmente de espécies florestais, medicinais, forrageiras, frutíferas e oleaginosas;
constituindo muitas delas a base da dieta das populações locais (FERREIRA, 2005). E o
Brasil por abrigar a maior diversidade biológica do planeta, deve ter papel decisivo e de
vanguarda na geração do conhecimento nesta área (RODRIGUES, 2003a).
São dezessete países no mundo intitulados pela comunidade ambiental como
detentores da megadiversidade. Essas nações sozinhas detêm cerca de 70% de toda a
biodiversidade global. O Brasil abriga aproximadamente 20% de todas as espécies do
planeta. De cada cinco espécies vegetais do mundo, uma espor aqui. A explicação
para tamanha abundância o os 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território
brasileiro que englobam várias zonas climáticas, entre elas a equatorial do Norte, a
semi-árida do Nordeste e a subtropical do Sul. A variação de climas é a principal mola
para as diferenças ecológicas. O Brasil é dono de sete biomas (zonas biogeográficas
distintas), entre eles a maior planície inundável (o Pantanal) e a maior floresta tropical
úmida do mundo (a Amazônia) (HAVEN, 2001).
No entanto, ainda pouco se conhece sobre toda essa riqueza que vem sendo
compulsoriamente substituída por cultivos agrícolas acompanhados de práticas
degradantes. O desconhecimento da capacidade de suporte dos agroecossistemas, da
importância das plantas nativas dentre outros fatores vem acarretando vários problemas
sócio-ambientais que comprometem a sustentabilidade desses sistemas agrícolas.
Porém, quando se fala em práticas agrícolas sustentáveis, a utilização de leguminosas
tem fundamentado a sua importância, principalmente, em duas funções: produção de
biomassa e aporte de nutrientes, especialmente o nitrogênio. Vinculados a estas
possibilidades, outros eventos são estabelecidos e, assim, as condições sicas, químicas
e biológicas do solo sofrem alterações dinamizando os processos reguladores da
ciclagem de nutrientes, ponto chave para o sucesso de cultivos agrícolas. O
desmatamento e a substituição das espécies nativas por espécies introduzidas, altamente
competitivas e frequentemente sem predadores locais, comprometem esses sistemas
reguladores principalmente em solos de baixa fertilidade natural (BENSUSAN, 2002).
A disparidade entre o que se conhece e o que se acredita existir mostra como
sabe-se pouco sobre a biodiversidade mundial. Novas espécies são descobertas todos os
6
dias e outras desaparecem sem que se tome conhecimento de sua existência
Calcula-se
que hoje no Brasil a exploração da biodiversidade responda por cerca de 5% do PIB do
país, 4% dos quais vêm da exploração florestal e 1% do setor pesqueiro. O valor dos
serviços proporcionados pela biodiversidade mundial pode atingir 33 trilhões de dólares
por ano. É um patrimônio mal explorado. Pesquisas sobre o potencial farmacêutico de
espécies da Amazônia praticamente o existem no país. Também é grande o
contrabando de espécies na chamada biopirataria. São problemas que só serão
resolvidos quando o país perceber que é mais vantajoso tirar dinheiro da floresta viva do
que devastá-la (RICKLEFS, 1996).
A explicitação dos conflitos entre diferentes propostas de desenvolvimento em
amplas redes cio-técnicas de discussão sobre ciência/técnica e inserção/integração
social, pode revelar as contradições entre os poderes estabelecidos pelos distintos
saberes e apropriações culturais da biodiversidade e o profundo enraizamento cultural
da razão iluminista (CHALITA, 2005).
Um caso pragmático de contraposição de interesses tem se firmado em torno da
conservação e manejo da biodiversidade. As estratégias das empresas transnacionais de
biotecnologia para apropriar-se da riqueza genética dos recursos bióticos opõem-se aos
direitos das populações indígenas dos trópicos sobre seu patrimônio histórico de
recursos naturais. Sem dúvida, a inserção das comunidades indígenas e camponesas no
âmbito da globalidade está gerando importantes lutas de resistência e um processo de
ressituação no mundo globalizado. Os povos indígenas e as comunidades rurais estão
ressignificando o discurso da democracia e da sustentabilidade para reconfigurar seus
estilos de etnoecodesenvolvimento. Isto está desencadeando movimentos inéditos pela
reapropriação e autogestão produtiva da biodiversidade, do habitat no qual evoluiu a
cultura destas comunidades ao longo da história e onde haverão de definir futuros
projetos de vida (LEFF, 2001).
De fato, é possível constatar que a construção da relação sociedade-natureza
necessária ao avanço dos problemas de desenvolvimento, ambientais e de apropriação
da biodiversidade é um projeto societário que deu apenas seus primeiros passos no
mundo dos fatos, das técnicas e das idéias.
7
2.2 Recursos Genéticos e a Sustentabilidade dos Agroecossistemas
Ao longo da maior parte de sua história, os seres humanos manipularam a
constituição genética das plantas cultivadas sem conhecimento explícito de genética
vegetal. Os produtores optavam por plantar sementes ou criar animais a partir de
indivíduos ou populações que apresentavam as características mais desejáveis, e isso foi
o suficiente para dirigir a evolução das espécies domesticadas. Gradualmente, o
melhoramento de plantas e animais tornou-se uma ciência e à medida que aumentou a
produção de conhecimento sobre a base genética de seleção, houve o direcionamento
especificamente para o benefício da humanidade (GLIESSMAN, 2001).
Os recursos genéticos são hoje reconhecidos pela variabilidade genética
organizada em um conjunto de materiais diferentes entre si, germoplasma. Cada
unidade de germoplasma está formada pelo material genético dos organismos vivos de
interesse atual ou potencial. Consequentemente, o germoplasma é o elemento dos
recursos genéticos que maneja a variabilidade genética inter e intra-específica, para
conservá-la e utilizá-la na pesquisa em geral, especialmente em programas de
melhoramento genético. Assim, os recursos genéticos compreendem a diversidade do
material genético contido nas variedades primitivas, tradicionais, modernas, parentes
silvestres das espécies alvo, espécies silvestres ou linhas primitivas e que podem ser
usadas no presente ou no futuro, para a alimentação, agricultura e outros fins
(WILSON; PETER, 1997).
Do ponto de vista da sustentabilidade a direção dos esforços do melhoramento de
plantas cultivadas em décadas passadas e as propostas para o futuro têm causado grande
inquietação. A base genética da agrobiodiversidade estreitou-se a um ponto que as
sociedades ficaram cada vez mais dependentes de poucas espécies cultivadas e de um
reduzido número de genes e combinações genéticas encontradas naquelas espécies.
Com isso as plantas cultivadas ficaram vulneráveis as pragas e doenças e as condições
ambientais adversas, o que levou a perda de produção e ao aumento da dependência de
insumos e tecnologias externos para manutenção das condições ótimas de crescimento.
Atualmente, a agricultura desenvolvida em todos os países é fortemente dependente do
aporte de recursos genéticos exógenos às suas fronteiras. Esta "interdependência" é
resultante de séculos de intercâmbio de materiais e interações ecológicas, ou seja, os
cultivos originários de um país ou região que passaram a ser adaptados e amplamente
praticados em outras partes do mundo (EHLERS, 1999).
8
A dependência dos países por espécies exóticas significa que nenhum país,
embora rico em biodiversidade, é auto-suficiente em recursos genéticos. As 16 espécies
mais utilizadas no cultivo agrícola participam de 80 a 85% da alimentação mundial. E o
Brasil que, embora se constituindo no país de maior biodiversidade do mundo, tem a
metade de sua energia alimentar baseada em apenas três espécies exóticas: arroz, trigo e
milho. A mandioca, que é originária do Brasil, contribui apenas com 7% para a
alimentação dos brasileiros (FAO, 1996).
Atualmente o intercâmbio do germoplasma de qualquer natureza torna-se cada
vez mais dificultado em face das leis de propriedade intelectual e de acesso aos recursos
genéticos, considerados em muitos países que servem de fontes desses genótipos
(VILELA-MORALES; VALOIS, 2000).
A agrobiodiversidade, cujos componentes entram no sistema de produção para
uma agricultura sustentável, além de considerar o agroecossistema onde está contida,
exerce um papel importantíssimo para o estabelecimento de cadeias produtivas. A
continuidade desse processo requer o abastecimento básico constante de germoplasma
de plantas, assegurado pela pronta disponibilidade de genótipos, o que eleva a
premência pelos recursos genéticos autóctones, que se constitui em valor biótico
estratégico e de segurança nacional, para o bem-estar da sociedade. No entanto, para o
seu correto manejo e utilização com visibilidade atual e futura, tanto em programas de
melhoramento genético como em outras ciências afins,necessidade do envolvimento
de uma ação sistêmica, abrangendo os fatores diretos e indiretos para potencializar o seu
emprego com vantagens comparativas e competitivas (VILELA-MORALES; VALOIS,
2000).
Durante todo o culo XX, o padrão convencional acumulou amplo
conhecimento científico e tecnológico e apesar de criticado pelo seu enfoque científico,
é inegável que seus avanços foram cruciais para garantir a segurança alimentar de uma
população mundial, que em 2025 deverá atingir a casa dos 8,5 bilhões de habitantes, e a
necessidade de conservar os recursos naturais, como exige a noção de sustentabilidade,
será, na opinião de vários autores e instituições, um dos maiores desafios do século
XXI. Para enfrentá-lo, será necessário aliar alguns campos do saber específico da
agronomia convencional ao conhecimento sistêmico (BRUSEKE, 1995). O qual requer
novas maneiras de pensar e novos valores para que as tendências auto-afirmativas
(pensamento racional, analítico, linear e reducionista) da cultura industrial ocidental
sejam equilibradas com novas tendências do tipo integrativo (intuitivo, sistêmico, não
9
linear e holístico). Assim os valores tais como expansão, competição, dominação e
quantidade, devem dar lugar aos valores de conservação, cooperação, parceria e
qualidade (CAPRA, 2002).
Primavesi (1997) revela que o desenvolvimento de uma ciência holístico-
sistêmica abre portas para uma nova era, mais limpa, mais segura, mais responsável e
antes de tudo sustentável, não mais trabalhando para o capital, mas para a comunidade.
Diante dos aspectos conceituais em qual a agricultura contemporânea está
atrelada, o desenvolvimento de uma abordagem que possa minorar a problemática no
modo de produzir alimentos e outros produtos economicamente viáveis, parece residir
no uterior desenvolvimento dos agroecossistemas, onde deve-se prevalecer o
pensamento de que as soluções para a crise ambiental exigirão novas atitudes
promotoras de sustentabilidade e autolimitação. Onde espera-se que os aumentos de
produtividade sejam reforçados por outras propriedades dos agroecossistemas como
estabilidade, eqüidade, sustentabilidade e autonomia que devem fundamentar os
propósitos das atividades agropecuárias e do desenvolvimento rural sustentável
(MARTEN, 1988).
A sustentabilidade dos agroecossistemas inclui pelo menos três critérios: a
manutenção da sua capacidade produtiva, preservação da diversidade biológica e a
capacidade de automanter-se. Um dos desafios para a evolução e saúde dos
agroecossitemas é a manutenção equilibrada da produtividade e a integridade ecológica
do sistema (ALTIERI, 2002).
É fundamental entender a profunda contradição existente entre seus propósitos e
a real possibilidade de que os princípios da sustentabilidade sejam colocados em prática.
Pensar sobre estas questões é fundamental para a prática substantiva da sustentabilidade.
Exige indagar sobre o papel da ciência e tecnologia no sistema produtivo atual e na
construção de alternativas de produção de bens e serviços poupadores de energia e
harmônicos com os ritmos da natureza, com um profundo sentido social (MARTINS,
2001).
A agricultura atual sofreu uma perda de três quartas partes da diversidade
genética com relação ao século passado, significando que a agricultura depende cada
vez mais de uma menor biodiversidade, ficando mais vulnerável às adversidades
ambientais (SALCEDO, 1997), além de eliminar informações biológicas
potencialmente úteis aos homens, como a diversidade genética de espécies cultivadas e
valiosos compostos bioquímicos, ainda nem conhecidos (CRUZ, 2005).
10
A manutenção e recuperação da base de recursos naturais - sobre a qual se
sustenta, e estruturaram a vida e a reprodução das comunidades humanas e demais seres
vivos – constituem-se num aspecto central para atingir-se patamares crescentes de
sustentabilidade em qualquer agroecossistema. Não importam quais sejam as estratégias
para a intervenção, cnica e planejamento do uso dos recursos, mas importa ter em
mente a necessidade de um tratamento integral a todos os elementos dos
agroecossistemas que venham a ser impactados pela ação humana (CAPORAL;
COSTABEBER, 2004).
Portanto, a sustentabilidade dos agroecossistemas requer uma mudança na forma
de como se maneja e manipula os recursos genéticos. E o tema-chave nesta mudança é a
diversidade genética. Essa diversidade é produto da co-evolução entre várias
populações. Desta maneira tanto os organismos economicamente úteis como os que não
são, possuem uma ampla base genética, que os tornam adaptados às condições locais e à
variação do ambiente, pressupostos essenciais para a manutenção do equilíbrio dos
agroecossitemas (GLIESSMAN, 2001).
Sendo assim, a sustentabilidade dos agroecossistemas é bem mais do que uma
simples contabilidade monetária entre os custos dos insumos utilizados na produção
agrícola e o rendimento final em quilos/hectare. Depende da possibilidade de
abastecimento dos recursos para seu funcionamento, da eliminação dos resíduos gerados
e de sua capacidade para controlar as perdas, principalmente no que diz respeito aos
recursos ambientais. Daí as novas propostas de avaliação do custo ambiental dos
processos produtivos que estimam o valor gratuito” dos materiais da biosfera
explorado pelo homem com vistas ao desenvolvimento sustentável (LOPEZ-GALVEZ;
NAREDO, 1996).
A importância dos recursos genéticos vegetais para a segurança alimentar e
sustentabilidade dos agroecossistemas tem sido reconhecida nos mais altos níveis
políticos do mundo. Os governos de 150 países adotaram em 1996 um Plano Global de
Ação para a Conservação e Uso Sustentável dos Recursos Genéticos de Plantas para a
Alimentação e a Agricultura, que representa um desafio para a ciência no
desenvolvimento de tecnologias apropriadas para uso destes recursos. Uma das
prioridades deste Plano é a elaboração de um banco de dados dos recursos genéticos
vegetais que contenham a descrição da coleta, caracterização e conservação dos mesmos
para que possam ser efetivamente utilizados (FAO, 1996).
11
Por motivos estratégicos e de segurança nacional, existe uma enorme
necessidade de maior exploração dos recursos genéticos autóctones. Os quais, vistos
dentro de uma ótica de sustentabilidade, exige que se desenvolvam esforços
concentrados para o aprofundamento dos conhecimentos sobre a biodiversidade
disponível, para determinar os componentes de importância atual e potencial para
utilização, ou seja, os recursos genéticos potenciais. Em termos gerais, no Brasil
ocorrem diversos tipos de plantas nativas que podem enriquecer o processo de utilização
no desenvolvimento agropecuário do país. Como por exemplo, as leguminosas:
Stylosantes spp., Macropitilium spp., Calopogonium spp., Pueraria phaseoloides e
Desmanthus virgatus, todas com potencial forrageiro, entre outras (VILELA-
MORALES; VALOIS, 2000).
O desenvolvimento de ações para a conservação e uso dos recursos genéticos
vegetais nativos deve estar fundamentado em bases sólidas de planejamento e com
perspectivas de execução em longo prazo. Desta forma, programas nacionais de
conservação são criados para dar suporte a um complexo de ações de pesquisa, apoio e
desenvolvimento de recursos genéticos, sendo de fundamental importância a
identificação de espécies e atividades prioritárias na busca por tecnologias eficientes
para a conservação e uso do germoplasma, em bases sustentáveis (NASS et al., 2001).
Não há dúvidas que a Convenção da Biodiversidade foi o primeiro e mais
importante movimento coordenado dos países industrializados e dos países em
desenvolvimento no tratamento das questões relativas ao acesso, exploração e
preservação dos recursos genéticos globais. Foram estabelecidos princípios de
conservação e uso sustentável da diversidade biológica dos países membros, bem como
de acesso e compartilhamento eqüitativo dos benefícios derivados da utilização dessa
diversidade, incluindo animais, microrganismos e plantas. Sendo que um dos pontos
críticos debatidos por ocasião da negociação da Convenção, dizia respeito à distribuição
de fundos gerados por recursos genéticos e associados ao desenvolvimento de novos
produtos tecnológicos aspecto intrinsecamente associado à propriedade intelectual.
Essa situação deu origem à oposição entre o Norte geneticamente pobre mas
tecnologicamente rico e o Sul geneticamente rico mas tecnologicamente pobre.
Historicamente, o germoplasma vegetal era livremente intercambiado entre os países,
conforme a noção de que a “herança comum da humanidade deveria estar
irrestritamente disponível. Por outro lado, as exigências de investimentos vultosos para
a pesquisa e o desenvolvimento de produtos biotecnológicos levaram à necessidade de
12
se assegurar a propriedade intelectual das inovões decorrentes, tendo em vista o
retorno desses investimentos (SCHOLZE, 2002).
Os usuários tradicionais de recursos genéticos têm sido os melhoristas,
taxonomistas, geneticistas, fisiologistas, fitopatologistas e ecologistas. Presentemente
outras áreas científicas vêm apresentando um crescente interesse, como a etnobiologia,
biologia molecular e biologia celular. São nos acessos de germoplasma que podem ser
encontradas fontes de variabilidade genética para a obtenção de genótipos produtivos,
adaptados às diversas condições ecológicas e resistentes a fatores bióticos e abióticos,
em consonância com as necessidades do desenvolvimento agropecuário sustentável. De
uma maneira geral, a variabilidade genética é obtida de forma mais expressiva nos
centros de origem e de diversidade do germoplasma, ou mesmo em linhagens
preliminares ou avançadas, ou em cultivares primitivas. Para a satisfação dessa
demanda é imprescindível que os acessos de germoplasma sejam bem caracterizados e
avaliados, tanto em termos de caracteres qualitativos quanto quantitativos. Também, é
preciso que o haja lacuna quanto à efetiva documentação e informação sobre sua
origem, características e potencial de uso (VILELA-MORALES; VALOIS, 2000).
É preciso, também, aumentar em todos os níveis, a articulação interdisciplinar
para explorar o potencial oferecido pela riqueza biológica. Esta tarefa o deve ser
estimulada pelo governo, a iniciativa deve partir e estar presente na comunidade
científica. Conhece-se muito pouco sobre a diversidade biológica autóctone e o tamanho
dessa lacuna está em relação direta com o potencial para utilização desses recursos
(RODRIGUES, 2003b).
Além de que o objetivo brasileiro deve ser o de que se realize aqui pelo menos
parte da agregação de valor resultante da exploração econômica da biodiversidade.
Ademais, até que os países em desenvolvimento possam beneficiar-se economicamente
de sua biodiversidade, o haveincentivo significativo para protegê-la da destruição,
mesmo que disponham de boa legislação contra crimes ambientais (SCHOLZE, 2002).
2.3 Importância das Leguminosas Tropicais
A família Fabaceae (Leguminosae), devido a sua diversidade e seu papel
biológico como fonte de nitrogênio é de grande importância tanto para agricultura como
planta de cobertura, adubação verde, em culturas consorciadas e também na recuperação
de solos degradados em sistemas ecológicos sucessionais como espécies pioneiras;
13
quanto para a pecuária, na formação de legumineiras e para pastejo, seja em pastagens
consorciadas com gramínea, seja como banco de proteínas. Em se tratando de
leguminosas, além de reciclar nutrientes, em simbiose com bactérias fixadoras de
nitrogênio do ar atmosférico, torna-o disponível às plantas; apresentam também uma
rápida e densa cobertura vegetal, favorecendo a fauna do solo, impedindo o
desenvolvimento de outras herbáceas, protegendo-o da erosão evitando o escorrimento
superficial, contribuindo com a infiltração e favorecendo uma série de fatores que
resultarão em um melhor manejo, fertilidade do solo, aproveitamento de suas qualidades
pela cultura e uma melhor produção agrícola. Algumas leguminosas servem ainda como
excelentes fontes de néctar para as abelhas e outros insetos, favorecendo o
estabelecimento de um novo equilíbrio ecológico (PEQUENO et al., 2002).
A Leguminosae no contexto da floresta atlântica representa uma das famílias de
valores expressivos de riqueza e diversidade taxonômica. No sudeste brasileiro os
estudos realizados em um trecho de floresta ombrófila densa da Serra do Mar, Serra de
Macaé, mostraram a relevância deste complexo montanhoso como um expressivo
núcleo de distribuição de Leguminosae (LEWIS; SCHIRE, 2003).
É a terceira maior família de angiospermas, que apresenta ampla distribuição
geográfica, sendo encontrada, segundo T’mannetje et al. (1980), em todos os tipos de
vegetação e clima e em muitos tipos de solos. Atualmente são estimados 19.325
espécies em 727 gêneros que se difundem nos diversos ecossistemas do mundo
(LEWIS; SCHIRE, 2003).
A variação no nome (Fabaceae) e a sua divisão em famílias ou sub-famílias se
deve à coexistência atual de mais de um sistema de classificação que tem sido alvo de
divergência entre os diferentes autores. Tradicionalmente, foi conhecida como uma
única família e três sub-famílias (Papiplonoideae ou Faboideae, Mimosoideae e
Caesalpinoideae). Porém, o posicionamento de vários autores mais recentes, se baseia
em dados macromoleculares e em Cladística, o que tem reconhecido as leguminosas em
única família. Entretanto, persistem três ou quatro sub-famílias, o que representa uma
incoerência em relação aos conceitos de Cladística, segundo os quais nessa
classificação, grupos parafiléticos não o nomeados. A conclusão óbvia é que o
reconhecimento desta classificação tem sido mantida por razões meramente práticas
(SOUZA, 2005).
Recentemente estudos filogenéticos vem apontando para três sub-famílias
monofiléticas: Cercideae, Mimosoideae com 60 gêneros e 3000 espécies de ervas,
14
arbustos, árvores e lianas, com distribuição pan-tropical e tropical e maior diversidade
de gêneros; Faboideae ou Papilonoideae com 500 gêneros e mais de 10.000 espécies de
árvores e arbustos tropicais e subtropicais e a Caesalpinoideae que é parafilética e
possui 180 neros com 2500 a 3000 espécies distribuídas em regiões tropicais e sub-
tropicais estendendo-se aas zonas temperadas (SOUZA, 2005).
Quase todas as espécies da família apresentam simbiose de suas raízes com
bactérias do gênero Rhizobium semelhantes, que fixam o nitrogênio da atmosfera, uma
característica ecológica de extrema importância (WATSON; DALLWITZ 1992).
Também são de grande importância na arborização urbana no Brasil; o pau-ferro
(Caesalpinia ferrea), o flambouyant (Delinix regia) e o pau-brasil (Caesalpinia
echinata). Diversas espécies produzem madeira de excelente qualidade como, cerejeira
(Amburana cearensis), o jatobá (Hymenea spp.), e o angelim (Andira spp.) (SOUZA.,
2005). Na alimentação humana, para fornecimento de proteína, carboidrato e vitamina
[feijão (Phaseolus vulgaris), soja (Glicyne max), amendoim (Arachis hypogaea)]; como
planta de cobertura, no fornecimento de nutrientes às culturas, a retenção de tions, a
complexação de elementos tóxicos e micronutrientes, a estabilidade da estrutura, a
infiltração e retenção de água, a aeração e a atividade da biomassa microbiana nos solos
[feijão guandu (Cajanus cajan), amendoim forrageiro (Arachis pintoi)] na produção de
forragem [crotalaria (Crotalaria spp), jureminha (Desmanthus virgatus L. Wiild.), onde
promove incrementos na produção animal, pelo aumento da qualidade e quantidade da
forragem em oferta, resultante não da participação da dieta do animal mas também
dos efeitos indiretos relacionados, à fixação biológica de nitrogênio e seu repasse ao
ecossistema de pastagem (PEREIRA; BOTELHO; DAVIDE, 1999).
A principal expectativa do uso de leguminosas em pastagens é a melhoria da
produção animal em relação à pastagem de gramínea exclusiva, com redução dos custos
de produção quando comparados com estas mesmas pastagens submetidas, à adubação
com nitrogênio mineral. A magnitude de desempenho animal em pastagens
consorciadas está diretamente relacionada com a proporção da leguminosa na pastagem.
A produtividade da pastagem consorciada tem variado de 231 a 610 kg/ha, enquanto em
pastagem de gramínea exclusiva tem se obtido de 17 a 475 kg/ha. Verifica-se ainda que,
de uma maneira geral, a presença de leguminosa promove melhoria nos níveis de
proteína bruta da gramínea consorciada, mesmo quando comparada a adubação
nitrogenada (ALMEIDA el al., 2001).
15
Na região do semi-árido, que ocupa grande parte da região nordeste do Brasil e
tem como principal fator limitante dos agroecossitemas o déficit hídrico, onde
predominam agricultura de subsistência e a pecuária extensiva e onde os recursos
naturais são poucos utilizados pela população; as leguminosas representam uma das
famílias dominantes, formando um dos principais recursos naturais da flora nativa que
apresentam uma série de características que a credenciam como uma importante fonte
de alimento para o gado. Muitas espécies como camaratuba (Cratylia mollis),
carrancudo (Poecilanthe ulei), o surucucu (Piptadenia viriflora), jurema-preta (Mimosa
tenuiflora), jureminha (Desmanthus virgatus), tem folhagem perene mesmo em
estiagens prolongadas, elevado teor de proteínas, capacidade de rebrota e agressividade
na colonização (CALDAS; BORGES; MEIRA, 2006).
Dentre as espécies de leguminosas, 3.902 têm potencial forrageiro, das quais,
2.630 são Papilionoideae, 672 o Ceasalpinioideae e 600 são Mimosoideae
(WILLIAMS, 1983). Apesar dessa potencialidade, a maioria dos gêneros se encontra
inexplorada, não se conhecendo os limites ecológicos, geográficos, ou mesmo
taxonômicos, do conjunto de genes disponíveis (HARLAN, 1997).
Embora as leguminosas sejam espécies extremamente importantes em qualquer
sistema de utilização de pastagens, sua falta de persistência tem sido apontada como
maior limitação ao seu uso, práticas de manejo inadequadas tem sido relatadas como
determinantes da falta de sucesso ao nível do produtor (BARCELLOS; VILELLA,
1994).
A busca por sistemas de produção auto-sustentáveis tem adquirido força em
nível mundial, reforçando o interesse por recursos genéticos nativos de cada país. Nos
Estados Unidos os trevos nativos (Trifolium spp.) são considerados mais importantes
que as espécies introduzidas, uma vez que ocorrem em uma área de aproximada sete
milhões de hectares e respondem, tanto quanto essas últimas, às práticas de manejo,
como fertilização e sistema de pastejo. Também no Uruguai as leguminosas nativas são
consideradas um valioso material genético para programas de melhoramento, que tem
contado com suporte econômico desse e de outros países. As leguminosas forrageiras
nativas no Uruguai apresentam uma coleção de 245 acessos dos gêneros
:
Adesmia,
Desmanthus, Desmodium, Lupinus, Mimosa, e Rhynchosia (NATERA et al., 2002).
Na região sul da Austrália o estudo sobre a importância das leguminosas
forrageiras na agropecuária se intensificou, quando em 1850 houve um declínio na
produção de trigo devido ao empobrecimento dos solos, os quais registraram baixos
16
índices de nitrogênio e fósforo. Houve em 1900, a introdução de cnicas como rotação
de culturas e utilização do fertilizante superfosfato com o intuito de reverter o quadro,
porém observou-se que o teor de matéria orgânica e da microbiota do solo continuavam
em níveis muito baixos. Mais tarde em 1945, houve a intensificação dos estudos com
leguminosas tropicais em Queensland, para utilização em pastagens. Pôde-se então
observar em comparação de alguns acessos de leguminosas, o teor de nitrogênio
incorporado no solo que em dezoito meses de estabelecimento foi de 66,7 ppm para o
Calopogonium mucunóides; 71,7 ppm para Centrosema pubescens; 171,8 ppm para
Pueraria phaseoloides; 54,5 para Stylosanthes guianensis (PENGELLY; CONWAY,
1998).
O gênero Desmanthus também tem sido avaliado como de grande potencialidade
para pastagens da região oeste de Queensland. Em 1980, uma seleção de genótipos de
Alysicarpus, Centrosema, Chamaecrista, Clitoria, Desmanthus, Macroptilium,
Stylosanthes e de Vigna foi semeada em solos argilosos das regiões semi-áridas e áridas
de Queensland. Depois disso as experimentações cessaram e os locais foram
abandonados. Em 1990, dez anos mais tarde, somente os genótipos de Desmanthus
remanesceram, com densidade de < 0,2 a 5 plantas/m², conferindo potencialidade para
pastos permanentes com resistência a períodos de secas prolongadas. Todos os
genótipos que apresentaram altas densidades pertenciam à espécie Desmanthus virgatus
como provenientes da Argentina, e do México, os quais apresentaram uma densidade
média de 9 plantas/m² a 15 plantas/m² numa repicagem em 1990 (GARDINER; BURT,
1995). A espécie Desmanthus virgatus tem sido considerada de grande interesse como
fonte de leguminosas forrageiras para os trópicos semi-áridos (NATIONAL
ACADEMY OF SCIENCE, 1979; BURT, 1993), inclusive para fins de melhoramento
genético (ARAGÃO; MARTINS, 1996).
2.4 Origem e Ocorrência Natural da Espécie
A distribuição geográfica e variação morfo-genética de populações silvestres e
cultivadas de espécies agrícolas são informações essenciais para identificar o Centro de
Origem de um cultivo. Para Nass et al. (2001), os Centros de Origem correspondem à
região geográfica onde se originou uma espécie ou foi primeiramente domesticada,
enquanto que centros de diversidade atestam à região geográfica com elevado grau de
diversidade genética.
17
Um esforço memorável de organizações nacionais e internacionais com o
suporte do International Plant Genetic Resources Institute (IPGRI), hoje Bioversity
International, resultou na reunião de coleções representativas de alguns germoplasmas
tropicais importantes nas duas últimas décadas (FAO, 1996). O IPGRI foi criado em
1974 com o objetivo de estabelecer uma rede global de atividades para incentivar a
coleção, conservação, documentação e uso de germoplasma para espécies agrícolas. A
rede inclui bancos genéticos em centros de conservação e atividades que lidam com
coleta, caracterização e documentação de recursos genéticos agrícolas, além de
treinamento. O trabalho do IPGRI (Bioversity International) atualmente envolve 106
países com mais de 100 bancos genéticos. Nesses bancos estão mais de 50 produtos
agrícolas que incluem cereais, legumes, verduras, sementes, oleaginosas, frutas e um
número limitado de itens de cultivo comercial importantes para produtores rurais. Mais
recentemente, foram incluídas plantas forrageiras (WILSON; PETER, 1997). Schulze-
Kraft; Williams e Keoghan (1993) apresentaram a distribuição dos gêneros e espécies
de leguminosas nas três coleções mais importantes de pastagens tropicais: Austrália
(CSIRO) com 1 415.518 Colômbia (CIAT) com 560.345 e Etiópia (ILRI - Instituto
Internacional de Pesquisa Pecuária, ex-ILCA) com 731.233, respectivamente. Hanson e
Maass (1999) relataram uma estimativa de aproximadamente 30.000 diferentes
variedades de espécies de forrageiras contidas nestes bancos de genes, mas enfatizaram
que muitas áreas de diversidade tropical ainda não haviam sido propriamente
submetidas a coletas.
Segundo Mehra e Magoon (1976), existem quatro centros principais de
diversidade genética para as leguminosas tropicais e subtropicais: América Tropical,
África, Índia e o leste da Ásia. Estes autores consideram o primeiro como o mais
importante centro de diversidade, compreendendo as Américas Central e do Sul e se
estendendo do xico e do Caribe a o norte da Argentina (T’MANNETJE;
O'CONNOR; BURT, 1980), onde contém inclusive, a espécie Desmanthus virgatus.
Essa espécie é natural de regiões secas, distribuída em zonas tropicais e sub-tropicais,
em regiões como: África do Sul, Estados Unidos, Argentina, Índia ocidental, Ilhas de
Galapagos, Havaí, França, Caribe, México, Madagascar, Peru e Brasil (VAVILOV,
1992). No Brasil a sua ocorrência é muito ampla, sendo encontrada na região Nordeste,
nos estados de Piauí (CARVALHO; MATTOS, 1974), Pernambuco (OTERO, 1967),
Sergipe (ARAGÃO; MARTINS, 1996) e Bahia (ROCHA et al., 1979), no Brasil central
18
(ROCHA et al., 1979) e na Região Sul, em Santa Catarina (BURKART, 1979) e no Rio
Grande do Sul (GIARARDI-DEIRO, 1983).
A conservação ex situ desse germoplasma vegetal requer o uso de metodologias
técno-científicas como base para atividades de rotina e pesquisa, não para permitir a
prática de uma conservação bem manejada, como também para promover e induzir ao
uso do germoplasma armazenado (NASS et al., 2001).
A maioria dos bancos de germoplasma (110 bancos) está integrada ao principal
programa de conservação ex situ em desenvolvimento no País, que é o de Conservação
e Uso de Recursos Genéticos, pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), implantado no âmbito do Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária (SNPA) coordenado pela Empresa. O programa tem como objetivo o
enriquecimento, a conservação e a documentação dos recursos genéticos autóctones e
exóticos, de importância socioeconômica atual e potencial para o país, promovendo e
aumentando, via caracterização e avaliação, a utilização desses recursos em programas
de melhoramento ou diretamente pelo agricultor, para o desenvolvimento de uma
agricultura sustentável (GOEDERT; WETZEL, 1999).
Outras importantes estruturas para a conservação ex situ de germoplasma o os
próprios herbários, pois além de serem da maior importância para a classificação
taxonômica das espécies, também encerram os materiais genéticos que podem ser
perfeitamente usados em programas relacionados, principalmente no atual estágio de
conhecimentos sobre o uso de ferramentas biotecnológicas. Ao nível mundial os
herbários encerram mais de dois bilhões de exsicatas; no Brasil os mais de 115
herbários ativos conservam um apreciável acervo de mais de quatro milhões de
espécimes vegetais (NASS et al., 2001).
O Brasil é um centro de diversidade de leguminosas forrageiras, tanto herbáceas
como subarbustivas e arbustivas. Entretanto, são poucos os programas de pastagens
consorciadas com enfoque sobre as leguminosas nativas, além do que, entre estas,
apenas algumas espécies herbáceas e subarbustivas têm recebido maiores atenções dos
pesquisadores e melhoristas (ARAGÃO; MARTINS, 1996).
Essa situação é mais crítica na região do semi-árido, onde predominam a
agricultura de subsistência e a pecuária extensiva que absorvem cerca de 45% das
atividades de trabalho na região. No estado de Sergipe os produtores se utilizam de
poucas espécies como, Stylosantes humilis, Desmodium adscendes, Centrosema
pubescens, Zornia diphylla, Desmanthus virgatus, Arachis pintoi (nativas), Leucaena
19
leucocephala, Prosopis juliflora, Cajanus flavus, Macroptireum atropurpureum,
Gliricidia sepium (exóticas) seja como pastagem naturais ou cultivas, consorciada ou
não a outras culturas, na formação de legumineiras e como bancos de proteínas, mas
ainda de forma bastante tímida (SEPÚLVEDA, 2005).
2.4.1 Descrição Botânica
A jureminha é uma leguminosa pertencente a sub-família Mimosoideae,
constituída por 60 gêneros e aproximadamente 2 500 espécies de ampla distribuição
geográfica. Essa sub-família possui folhas alternadas, compostas, e bipinadas (exceto
inga), com um a muitos pares de pinas opostas. Há presença de estípulas que podem ser
de tamanho variado, muitas vezes essa estípula é transformada em espinho. Na base da
folha e dos folíolos existem articulações chamadas, respectivamente, de pulvinos e
pulvínulos. Algumas espécies do gênero Mimosa usam essas articulações para
movimentar-se rapidamente em resposta a agentes externos, alguns autores denominam
essas plantas como sensitivas. O gênero Desmanthus, contém 24 espécies (LUCKOW,
1993). A espécie D. virgatus (L.) Willd. (jureminha) é uma planta subarbustiva perene,
com uma ampla distribuição em todo o continente americano, sendo encontrada desde o
Texas até América do Sul (FORLIN; REY; MROGINSKI, 2000). Possui variação desde
plantas eretas, nos trópicos úmidos, e arbustos compactos, na zona semi-árida, até
plantas prostradas nas regiões montanhosas (BURT, 1993). Pode também ser conhecida
como anis-de-bode, canela-de-ema, junco-preto, pena-da-saracura e vergalho-de-
vaqueiro (LUCKOW, 1993).
2.4.2 Descrição Morfológica
A jureminha apresenta porte arbustivo, com ramificações em sua base. Possui
altura de 3 a 4 m e 3 a 10 mm de diâmetro basal, inflorescência axilar, de vagens
estreitas e lineares, talos esbeltos, angulares e expressivos. As raízes são penetrantes,
duras, persistentes e devido à formação de xilopódios, órgãos armazenadores de água e
nutrientes, tem grande resistência à seca (ALCÂNTARA; BUFARAH, 2004).
Folhas bipinadas, folíolos oblongos com textura membranácea perenifólia com
nervuras auriculares opostas ao pecíolo (SOUZA, 2005), possuem pecíolos com 2,9cm
a 4,8cm de comprimento e de 2 a 4 pares de pina e uma glândula situada abaixo do
20
primeiro par (ANDRADE; PINTO, 2004); 2 a 5 pares (LUCKOW, 1993), sendo que
cada pina apresenta 6 a 8 pares de folíolos (BOGDAN, 1977) ou 10 a 20 pares
(BERMUDEZ GARCIA; CEBALLOS; CHAVERA,1978), ou ainda 10 a 30 pares,
quando classificada por (BURKART,1979).
A inflorescência é um capítulo, solitário, axilar que abriga de 10 a 12 flores
pequenas (ARAGÃO, 1989). O cálice é dotado de sépalas surgindo em espira,
campanulado com cinco dentes e corola composta de cinco pétalas livres de coloração
branca. O androceu é isôstemones ou diplôstemos e os estames são livres. O ovário é
séssil, multiovalado, filiforme, estigma clavado com flores inferiores estéreis
(LUCKOW, 1993).
As flores andróginas ou unissexuais, actinomorfas, diclamídeas, pequenas com
prefloração valvar, distribuidas em inflorescências do tipo racemosa e se encontram nas
partes superiores e axilares da planta com pedúnculos de 2 a 7,5 cm de comprimento,
pétalas de 2,4 a 4,0 mm de comprimento e 0,4 a 0,8 mm de largura. Corola tubulosa
estames isômeros com a corola ou em número duplo, anteras pequenas globosas. As
pétalas são amarela, branco ou creme com estames numerosos (LUCKOW, 1993). O
início da floração ocorre entre 90 a 120 dias após a semeadura e de 45 a 50 dias após o
corte. Os frutos são do tipo legume, digitado, deiscente, monocarpelar, seco e possui
comprimento do 50 a 90 mm e 3 a 4 mm de largura com 20 a 30 sementes; (LEWIS;
SCHIRE, 2003); 11 a 23 sementes (ARAGÃO, 1989); 22 a 88 mm comprimento, 2,5 a
4 mm de largura e 9 a 27 sementes (LUCKOW, 1993). Aragão (1989) e Souza (2005),
observaram de 3 a 4 vagens por inflorescência que abrigam sementes muito duras com
pleurograma e podem permanecer viáveis por muitos anos.
2.4.3 Características Agronômicas
É uma leguminosa arbustiva, perene, de larga ocorrência na região Nordeste e
em solos arenosos e areno-argilosos. Essa cultura possui uma ótima produção de
sementes, o que facilita a sua propagação (LUCKOW, 1993). Para o plantio utiliza-se 2
kg/ha de semente, as covas devem ser preparadas a uma profundidade de 1 a 1,5 cm. É
necessário realizar a quebra de dormência das sementes, para isso esta deve ser tratada
com ácido sulfúrico concentrado durante 8 minutos (ARAGÃO, 1989). Tem o seu
período de floração e frutificação nos meses de novembro, dezembro, março, junho e
julho. Após o estabelecimento, a coroa da raiz aumenta gradualmente no tamanho até
21
que alcance 15 cm transversalmente em 3 anos. As plantas podem ser cortadas para a
alimentação animal até 4 vezes/ano e apresentam um rendimento em média de 35
tons/ha/ano de matéria seca. pouca mortalidade até pelo menos o quarto ano
(SKERMAN; CAMERON; RIVEROS, 1991).
Sua rusticidade, agressividade e persistência permitem pastejo direto, podendo
ser utilizada também para formação de legumineiras, banco de proteínas, ou em
consórcio com gramíneas. Rica em minerais e proteína, não apresenta princípio tóxico
para os animais (FIGUEIREDO et al., 2000a). Usada para forragem e pasto, possui alta
palatabilildade, elevada taxa de crescimento e resiste ao corte e pastejo, podendo ser
feitos quatro cortes por ano. É tolerante a regiões semi-áridas e a certas geadas
adaptando-se a índices pluviométricos entre 250-1.500 mm; a altitude ideal é de 1.250
m acima do nível do mar. Pode ser usada tanto pelos melhoristas de forrageiras para
melhoria das pastagens (ARAGÃO; MARTINS, 1996), como por ecologistas para a
recuperação de áreas degradadas, como planta de cobertura de solo e como espécies
primárias em formações sucessionais. Apresenta boa rebrota e crescimento rápido,
nodulação promíscua efetiva e fixa grande quantidade de nitrogênio (BURT, 1993).
O Brasil, apesar de se constituir um centro de diversidade de leguminosas
forrageiras herbáceas, subarbustivas e arbustivas, os seus programas de pastagens
consorciadas em geral, são baseados em leguminosas introduzidas de outros países
(Leucaena leucocephala, Macropitilium atropurputeum, Pueraria phaseloides, etc) ou
leguminosas nativas reintroduzidas da Austrália (Stylosanthes guianensis, S. humilis,
Desmanthus virgatus (L.) Willd.,etc.) (ARAGÃO, 1989).
Para o gênero Desmanthus o processo de domesticação é recente, registrando-se
ensaios sistemáticos na Austrália e Java (GARDINER; BURT, 1995). Também no sul
dos Estados Unidos têm sido realizado estudos sobre a persistência da espécie em
tratamentos de freqüência e altura de cortes sucessivos (TRUJILLO et al., 1996).
Países como Estados Unidos e México na busca de incrementar a produção
forrageira para suas criações utilizam a jureminha como pasto.
No Norte da Austrália a jureminha foi bem suscetível ao consórcio com o capim
buffel (Cenchrus ciliaris L). Outras espécies como: Bambatsi panic (Panicum
coloratum var. makarikariense), Queensland bluegrass (Dichanthium sericeum) podem
ser também consorciadas (LEWIS; SCHIRE, 2003).
Segundo Dornelas (2003), a jureminha apresenta grande potencial para
arraçoamento dos ruminantes de modo a proporcionar máxima produção de massa
22
microbiana. E o feno destaca-se quando comparada a outras forrageiras como feijão
bravo (Capparis flexuosa L.) e maniçoba (Manihot glaziowii Mul.) apresentando
melhor valor nutritivo. O valor nutricional da jureminha fica entre 24-30% de proteína
em matéria seca. Suas características nutritivas permitem sugerir o seu uso no
arraçoamento do rebanho durante o período de estiagem, de forma a garantir a
manutenção dos animais (FIGUEIREDO et al., 2000b).
O valor forrageiro da jureminha foi estudado por vários pesquisadores: Kharat et
al. (1980) obtiveram valores de 35,80; 13,05; 82,21; 7,02; 53,18 e 41,55 %,
respectivamente para Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB), Matéria Orgânica (MO),
Matéria Mineral (MM), Fibra Detergente Neutro (FDN) e Fibra Detergente Ácido
(FDA). Na mesma ordem, Jones et al. (1998) encontraram valores de 35,2; 20,4; 92,94;
7,06; 43,69 e 23,11.
O Desmanthus virgatus mostra-se como uma boa forrageira por suas favoráveis
características como: valor nutricional, potencial reprodutivo para o semi-árido,
rusticidade e arraçoamento para ruminantes (LEWIS; SCHIRE, 2003).
2.5 Parâmetros Genéticos e Variabilidade
Estudos sobre diversidade genética e o nível de diferenciação genética entre as
populações das espécies são essenciais para definir os estoques genéticos e subsidiar
políticas de exploração e manejo desses recursos, bem como para traçar estratégias de
conservação em escalas regional e geográfica (CRUZ, 2005).
As questões básicas da genética o formuladas em termos de variância
(FALCONER; MACKAY, 1996). Os componentes envolvidos nesta variância e sua
magnitude determinam as propriedades genéticas da população e o grau de semelhança
entre parentes. Do total das diferenças fenotípicas entre os indivíduos de uma
população, provém o total das diferenças genéticas e das influências sofridas pelo
ambiente. Nota-se que o efeito de ambiente é altamente dependente do caráter e do
organismo estudado e afeta de forma intensa a precisão de parâmetros genéticos
quantitativos, sendo a principal fonte de erro que reduz a precisão das estimativas de
parâmetros genéticos quantitativos (PINTO, 1995).
A variância genética é dividida em variância aditiva [todos os alelos de efeitos
aditivos (quantitativos) contribuem para a variância aditiva], de dominância (interação
23
entre alelos de um mesmo gene) e epistática (interação o alélica, representada pela
interação entre alelos de locos distintos) (BUENO; MENDES; CARVALHO, 2001).
O conhecimento da variabilidade devido às diferenças genéticas existentes
através de parâmetros genéticos como herdabilidade, coeficiente de correlação genética
e as implicações dos efeitos ambientais sobre estas estimativas, refletidas na interação
genótipo x ambiente, é de fundamental importância em qualquer programa de
melhoramento, pois indica o controle genético do caráter importante para o
estabelecimento de estratégias de seleção (RAMALHO, 2001).
A maior importância da herdabilidade no estudo genético dos caracteres
quantitativos é o seu papel preditivo, expressando a confiabilidade do "valor fenotípico"
como preditor do "valor genético". O coeficiente de herdabilidade (h
2
) é a fração da
variância fenotípica que é atribuída às diferenças entre os genótipos dos indivíduos de
uma população. Em outras palavras, ele expressa a proporção da variância total que é
atribuível ao efeito dio dos genes. Uma vez que o valor da herdabilidade depende da
magnitude de todos os componentes de variância, uma mudança em qualquer um dos
componentes irá afetá-la (BUENO; MENDES; CARVALHO, 2001).
A herdabilidade pode variar de 0,0 a 1,00 ou de 0 a 100%. Quando a
herdabilidade for de 0,0 a 0,20, é considerada baixa; de 0,20 a 0,40, média; e acima de
0,40, alta. Valores baixos significam que grande parte da variação da característica é
devido às diferenças ambientais entre os indivíduos, e valores altos significam que
diferenças genéticas entre indivíduos são responsáveis pela variação da característica
avaliada. Quando alta, significa também que é alta a correlação entre o valor genético e
o valor fenotípico, e, portanto, o valor fenotípico constitui boa indicação do valor
genético (CRUZ, 2005).
A estimativa de herdabilidade é válida apenas para a população usada no
cálculo. Extrapolação para outras populações depende de como se assemelham as
estruturas genéticas originais, precisão da medida, condições de meio, dentre outros
fatores. Sendo a estimativa de herdabilidade uma fração, ela muda com mudança no
numerador ou no denominador. Quando a seleção for bem sucedida, por exemplo,
haverá mudanças nas freqüências gênicas, o que resultará em mudança na variância
genética aditiva e, conseqüentemente, na herdabilidade. Grandes variações de meio, por
exemplo, resultam em decréscimos nas estimativas de herdabilidade, visto que
aumentam a variância fenotípica (denominador) (RAMALHO, 2001).
24
A variância aditiva tem sido uma das principais ferramentas dos melhoristas para
obtenção de parâmetros genéticos que possibilitam ampliar os conhecimentos sobre
caracteres sob seleção e mostrar a escolha de métodos de melhoramento mais eficazes
(CRUZ, 2005).
Diversos estudos com leguminosas forrageiras têm demonstrado a existência de
variabilidade inter e intraespecífica para dormência de sementes. Reis e Martins (1986)
encontraram ampla variabilidade entre e dentro de espécies de Stylosanthes, ao nível de
famílias, estimando valores elevados para o coeficiente de determinação genotípica:
0,89 para S. guianensis var. canescens e 0,72 para S. humilis, para seis populações de
Centrosema pubescens variando de 0,84 a 0,99 (MARTINS, 1985) e para 17
populações de Desmanthus virgatus (0,6206 a 0,6861) quando submetidas às
temperaturas de 20 a 35°C (ARAGÃO; MARTINS, 1996).
Variação intraespecífica significativa (P<0,01) para dormência de sementes foi
observada também em Desmodium discolor, D. incanum e D. tortuosum (VEASEY;
MARTINS, 1991), com valores acima de 80% para o coeficiente de determinação
genotípica. Outro parâmetro avaliado em cinco espécies de Sesbania foi à velocidade de
germinação de sementes. O estudo revelou diferenças significativas (P<0,01) entre as
espécies, S. virgata que apresentou a menor velocidade de germinação, com tempo
médio de 10,54 dias em contraste com as médias de 7,96 e 7,99 dias para S. tetraptera e
S. sesban, respectivamente (VEASEY; FREITAS; SCHAMMASS, 2000).
Parâmetros de avaliação da densidade sobre o rendimento e a composição
química da forragem de jureminha, também têm sido utilizadas com objetivo de
incorporar espécies nativas com valor forrageiro na produção agropecuária em zonas
áridas de Nova Leon no México. Para essa avaliação foram estabelecidos no
experimento 3, 4, 6 e 8 plantas/m², quatro cortes (1º em 60 dias e os outros a cada 30
dias) e a composição química das amostras retiradas de cada corte. O experimento
revelou que o rendimento acumulativo para os quatro cortes foi melhor na densidade de
6 e 8 plantas/ m² (NATERA et al., 2002).
No norte de Queensland na Austrália em estudos realizados com a introdução da
espécie Desmanthus virgatus verificaram que a espécie é dependente da ressemeadura
para se perenizar. Foram utilizados parâmetros de persistência ao pastejo como pastejo
leve, pastejo pesado e semi pastejo para avaliação da ressemeadura natural das
pastagens. O pastejo leve e o florescimento precoce de alguns acessos estimularam a
produção de sementes e a ressemeadura (JONES; BRANDON, 1998).
25
Parâmetros utilizados por Aragão (1989) para avaliação do potencial forrageiro
de D. virgatus, como produção de massa verde e produção de massa seca, em Nossa
Senhora da Glória, SE e Piracicaba, SP, obtiveram resultados altamente significativos
independentemente do corte e do local. Os resultados ainda sugerem que a seleção para
maior produção de forragem pode ser conseguida empregando apenas o caráter
produção de massa verde, o que implica na economicidade do trabalho, tempo e
dinheiro na avaliação do material.
1.2.6 Correlação entre Caracteres
A correlação indica a intensidade de associação entre duas variáveis ou o grau de
variação conjunta de duas variáveis, podendo ser positiva ou negativa, quando ocorre
aumento nas duas variáveis ou acréscimo de uma e decréscimo da outra,
respectivamente (STEEL; TORRIE, 1980).
O conhecimento das correlações entre caracteres é de grande importância nos
programas de melhoramento pelo fato de, normalmente, visarem obter cultivares
superiores às existentes para um conjunto de caracteres e, principalmente, quando o
meio ambiente não permite a expressão da variabilidade genética e nos casos de
melhoramento de caracteres de baixa herdabilidade (CRUZ; REGAZZI, 2004; PINTO
1995).
As correlações diretamente observadas em certo número de indivíduos da
população são as fenotípicas, que podem ser por causas ambientais e genéticas. As
correlações genéticas são por efeitos pleiotrópicos (efeito pelo qual um gene afeta mais
de uma característica) e como causa transitória, a ligação gênica, e envolvem uma
associação de natureza herdável, podendo ser utilizada na orientação e aceleração de
programas de melhoramento (CRUZ; REGAZZI, 2004).
A variância fenotípica será próxima da variância genotípica quando as variações
ambientais forem mínimas. Assim, a variância ambiental influi em um dos principais
fatores que determinam o ganho de seleção, que é a herdabilidade. Esse coeficiente é
diretamente proporcional à variabilidade genética disponível e inversamente
proporcional á variância fenotípica (CRUZ, 2005).
O ambiente torna-se causa de correlações quando dois caracteres são
influenciados pelas mesmas diferenças de condições ambientais. Valores negativos
desta correlação indicam que o ambiente favorece um caráter em detrimento do outro, e
26
valores positivos indicam que os dois caracteres são beneficiados ou prejudicados pelas
mesmas causas de variações ambientais (CRUZ; REGAZZI, 2004). De maneira geral,
as correlações genéticas e ambientais apresentam o mesmo sinal; entretanto, nos casos
onde isto o ocorre, indicativo de que as causas de variação genética e ambiental
influenciam os caracteres por meio de diferentes mecanismos fisiológicos
(FALCONER; MACKAY, 1996).
Coffelt e Hammons (1974) estudaram a herança e correlação de nove caracteres
em amendoim (número de vagem/planta, peso de vagem/planta, número de
sementes/planta, peso da semente, peso da vagem, peso da semente/planta,
comprimento da vagem, número de semente/vagem e peso de 100 sementes) e
revelaram que a seleção numa população para aumentar qualquer um dos seguintes
caracteres: número de vagem; peso da vagem; número de sementes ou peso de
sementes, resulta num correspondente aumento nos outros por eles estudados.
Portanto, distinguir e quantificar o grau de associação genética e ambiental entre
os caracteres é importante, pois caracteres quando correlacionados geneticamente,
possibilitam a obtenção de ganhos para um deles por meio da seleção indireta (CRUZ;
REGAZZI, 2004). Nesse sentido, estudos de correlações genéticas permitem identificar
a proporção da correlação fenotípica que é devida a causas genéticas, verificar se a
seleção em um caráter afeta outro, quantificar ganhos indiretos devido à seleção
efetuada em caracteres correlacionados e avaliar a complexidade dos caracteres
(VENCOVSKY; BARRIGA, 1992).
2.7 Divergência Genética
A avaliação da divergência genética, com base em evidências científicas, é de
grande importância no contexto da evolução, uma vez que provê informações sobre
recursos disponíveis e auxilia na localização e no intercâmbio desses. Essa avaliação
tem sido realizada por meio de técnicas biométricas, baseadas na quantificação da
heterose, ou por processos preditivos. Os métodos preditivos o aqueles que tomam
por base as diferenças morfológicas, fisiológicas etc. apresentadas pelos progenitores na
determinação da divergência, que é geralmente quantificada por uma medida de
dissimilaridade (por exemplo: distâncias Euclidianas ou de Mahalanobis). A
interferência com base na diversidade ecogeográfica também é exemplo de método
preditivo de heterose. Na predição da divergência genética, vários métodos
27
multivariados podem ser aplicados. Dentre eles, citam-se a análise por componentes
principais e por variáveis canônicas e os métodos aglomerativos. A escolha do todo
mais adequado tem sido determinada pela precisão desejada pelo pesquisador, pela
facilidade da análise e pela forma como os dados são obtidos (CRUZ; REGAZZI,
2004).
A análise de agrupamento tem por finalidade reunir, por algum critério de
classificação, as unidades amostrais (indivíduos, objetos, locais, etc.) em vários grupos,
de tal forma que exista homogeneidade dentro e heterogeneidade entre grupos.
Alternativamente, as técnicas de análise de agrupamento tem por objetivo dividir um
grupo original de observações em vários grupos homogêneos, segundo algum critério de
similaridade ou dissimilaridade. Entre os métodos de agrupamento mais utilizados no
melhoramento de plantas, citam-se os hierárquicos e os de otimização. Como o todo
apresentado por Tocher, que vem sendo extensivamente utilizado em análises de
divergência genética de várias espécies de plantas (CRUZ, 2005).
A avaliação da capacidade de combinação dos genitores (cruzamentos
dialélicos), dependendo da espécie estudada, pode ser alternativa inviável. Em espécies
autógamas, tal como a jureminha, a limitação em realizar experimentos dialélicos
decorre da dificuldade de efetuar hibridações e da necessidade de avaliar grande número
de genitores. Dessa forma, a estimativa da dissimilaridade genética cresce em
importância, pois quando combinada com o conhecimento do comportamento por si
dos genitores pode ser uma alternativa a realização de cruzamentos dialélicos, na
indicação de constituições genéticas com alta capacidade de combinação. Tal
expectativa decorre do fato de que a heterose e a capacidade específica de combinação
entre dois genitores dependem da existência de dominância no controle do caráter e da
divergência genética entre os genótipos (FALCONER; MACKAY, 1996).
A compreensão da estruturação da diversidade genética intra-especifica é de
importância para examinar a base genética de domesticação, adaptação,
desenvolvimento da planta e desempenho agrícola (GARRIS et al., 2005).
28
RESUMO
FONTENELE, Ana Consuelo Ferreira. Variabilidade e correlações genéticas entre
caracteres morfológico-reprodutivos de acessos de jureminha coletados em regiões
ecogeográficas do Estado de Sergipe. In:______. Caracterização morfológico-
reprodutiva de acessos de jureminha (
Desmanthus virgatus
(L) Willd) nativa de
Sergipe. 2007. cap 1. 101 f. Dissertação (Mestrado em agroecossistemas)-Universidade
Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2007.
A variância genotípica e correlação entre os caracteres avaliados são de fundamental
importância, no contexto do melhoramento genético, para estabelecimento de
estratégias de seleção. Dessa forma, analisou-se a variabilidade existente entre acessos
de jureminha (Desmanthus virgatus (L) Willd.) coletadas nas três mesorregiões
sergipanas, para oito caracteres morfológico-reprodutivos. O experimento foi realizado
no Campo Experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Nossa Senhora das
Dores, SE, em blocos ao acaso com duas repetições, utilizando-se 212 acessos com três
plantas por parcela. Os caracteres utilizados foram: comprimento e largura de vagem
(CpV, LgV), peso de 100 sementes (PS), percentual de fertilização (Ft), mero de
vagem por inflorescência (VI), número de sementes e locos por vagem (SV, LoV) e
número de dias para florescimento após o corte (Flo). A análise de variância realizada
foi baseada na média dos acessos (tratamentos), submetidas ao teste de agrupamento de
Scott e Knott (1974) a 5% de probabilidade. Foram estimados o coeficiente de variação
genética (CVg), o coeficiente de herdabilidade média (
m
) no sentido restrito e as
correlações entre os caracteres avaliados. Observou-se ampla variabilidade entre os
acessos (P<0,01) para os caracteres VI, CpV, PS e (P<0,05) para os caracteres LoV, SV
e LgV. Os caracteres CpV e LoV foram os que apresentaram maiores herdabilidades
59,59% e 50,61%, respectivamente. os valores estimados de CVg foram baixos para
os acessos avaliados, variando de 2,53 a 13,96%, indicando que mais de 85% da
variabilidade observada nos acessos coletados nas mesorregiões sergipanas são de
natureza não-genética. A maior correlação positiva significativa encontrada (0,74) foi
entre os caracteres SV e LoV, resultado que possibilita para esses caracteres obter
ganhos por meio de seleção indireta, tornando o processo do melhoramento mais rápido.
Palavras-chaves: melhoramento genético, herdabilidade, parâmetros genéticos.
29
ABSTRACT
FONTENELE, Ana Consuelo Ferreira. Genetic Variability and correlation among
reproductive characters in accessions of jureminha natives of Sergipe. In:_______.
Morphological-reproductive Characterization of Jureminha (Desmanthus virgatus
L. (Willd) de Accesses Natives of Sergipe. 2007. cap 1. 101 f. Dissertacion (Master of
Science in Agroecosytems)-Universidad Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2007.
Genetic variance and correlation among evaluated characters are of fundamental
importance under the genetic improvement context for the establishment of selection
strategies. The existing genetic variability among accesses of jureminha (Desmanthus
virgatus (L) Wild) collected across the three Sergipe meso-regions were analyzed. The
experiment was carried-out at the Embrapa Tabuleiros Costeiros Experimental Research
Station in Nossa Senhora das Dores, SE, in completely randomized block design with 2
replications and 3 plant per plot. The characters of pod length and width (CpV and
LgV), weight of 100 seeds (PS), fertilization percentage (Ft), number of pods per flower
(VI), number of seeds and locus per pod (SV and LoV), and number of days for
flowering after pruning (Flo). Analysis of variance was processed based on the mean of
accesses (treatments), submitted to the Scott and Knott grouping test at 5% of
probability. Genetic variation coefficient (CVg), genetic inheritance coefficient (h
2
m)
under restrict sense, and the correlation among the evaluated characters were estimated.
A large variability among the accesses (P<0,01) were found for the characters of VI,
CpV, PS and P< 0,05 for the characters of LoV, SV and LgV. CpV and LoV characters
showed the largest genetic inheritance of respectively 59,59 % and 50,61 %. Estimated
values of CVg were low for the evaluated accesses , ranging from 2,35 % to 13,96 %,
indicating that more than 85 % of the observed variability in the accesses collected
across the Sergipe meso-regions are of non genetic character. The highest positive
correlation (0,74) was found between the characters SV and LoV,. Such as results show
the possibility to obtain improvements from the use of indirect selection, speeding the
breeding process.
Key word: genetic improvement, inheritance, genetic parameters.
30
3.1 INTRODUÇÃO
A jureminha (Desmanthus virgatus (L) Willd.) é uma espécie arbustiva da
família Fabaceae, carateriza-se por apresentar pido crescimento, grande quantidade
de sementes, habilidade para fixar nitrogênio e melhorar a estrutura do solo,
especialmente em áreas degradadas. Destaca-se como forrageira em pastagens naturais e
cultivadas, consorciadas com gramíneas, banco de proteínas (legumineira) silagens e
consórcio com outras culturas agrícolas e como alternativa atual e potencial de
alimentação de caprinos e ovinos nos períodos secos no semi-árido brasileiro (ARAÚJO
et al., 2003).
A utilização de jureminha no sistema agropecuário tem sido avaliada
principalmente na Austrália para alimentação de animais herbívoros, para melhoria do
solo, em áreas abandonadas, e por boa adaptação às condições edafoclimáticas da
Região (GARDINER; BURT, 1995). O valor nutricional da jureminha fica entre 24-
30% de proteína em matéria seca (GUTTERIDGE, 1994), 35,8% (KHARAT et al.,
1980), ou ainda, 10 a 18% no feno (ALCÂNTARA; BUFARAH, 2004).
Nas regiões áridas e semi-áridas de Nuevo Leon zona noroeste do México, tem
despertado grande interesse dos pecuaristas para a produção de biomassa, que é
consumida por caprinos, ovinos e bovinos, por animais herbívoros silvestres, e por
crescer naturalmente na mata subespinhosa da região Nordeste do estado, em áreas
perturbadas e solos argilosos de pH alcalino (NATERA et al., 2005).
Devido a sua ampla capacidade de dispersão e plasticidade fenotípica, espalhou-
se pelos trópicos, sendo coletados em regiões do México, Paraguai, Argentina, Ilhas do
Caribe, Guatemala, Colômbia e Brasil (PENGELLY; CONWAY, 1998).
No Brasil a sua ocorrência é muito ampla, sendo encontrada na região Nordeste,
nos estados de Piauí (CARVALHO; MATTOS, 1974), Pernambuco (OTERO, 1967),
Sergipe (ARAGÃO; MARTINS, 1996) e Bahia (ROCHA et al., 1979), no Brasil central
(ROCHA et al., 1979) e na Região Sul, em Santa Catarina (BURKART, 1979) e Rio
Grande do Sul (GIARARDI-DEIRO, 1983). Na Paraíba é utilizada como pastagem
natural e vem sendo pesquisada quanto as suas características bromatológicas e
emprego em fenação e silagem (GUIM et al., 1999). No estado de Sergipe, a jureminha
ocorre naturalmente na zona da mata, agreste e no semi-árido e é utilizada
precariamente em pastagens nativas (SILVA et al., 2004).
31
Na região semi-árida do Estado, como em outros estados do Nordeste, as
condições edafo-climáticas não suportam, em quase toda a área, uma economia
fundamentada somente na agricultura, constituindo-se, reconhecidamente, a pecuária
como a vocação natural (PIMENTA FILHO; SILVA, 2002). Porém a caatinga,
vegetação predominante, por ser de natureza caducifólia, o fornece, nas épocas secas
do ano, alimentos que possam suprir, quantitativa e qualitativamente, as necessidades
dos animais (DANTAS NETO et al., 2000). A produção de alimentos para os rebanhos
um dos grandes desafios dessa região e em qual mais de 80% das espécies herbáceas e
lenhosas da caatinga participam significativamente e representam um elemento
fundamental na conservação do solo, na retenção de água e na oferta de outros produtos
florestais, tais como estacas e lenha (ARAÚJO et al., 2003).
Algumas espécies da vegetação da caatinga possuem características que as
tornam particularmente úteis à exploração pastoril, tanto pelo valor nutritivo como pela
capacidade de adaptação, produção e regeneração que apresentam. Dentre essas
espécies, destacam-se as leguminosas como, Stylosantes humilis, Desmodium
adscendens, Centrosema pubescens, Desmanthus virgatus, entre outras espécies nativas
de Sergipe, que podem constituir, aproximadamente, 90% da dieta de ruminantes
domésticos, especialmente nos períodos críticos de seca (PETER, 1992).
A jureminha apresenta ampla variabilidade tanto para caracteres morfológicos
vegetativos, como folhas bipinadas compostas por 2 a 4 pares de pinas (LUCKOW,
1993), 10 a 30 pares (BURKART, 1979), e 2 a 7 pares (WAGNER et al., 1999), sendo
que cada pina apresenta de 10 a 30 pares de folíolos (BURKART, 1979), quanto para
caracteres morfológicos reprodutivos: frutos do tipo legume, digitado com comprimento
de 50 a 90 mm e largura de 3 a 4 mm com 20 a 30 sementes (LEWIS; SCHIRE, 2003);
57 a 71 mm de comprimento, largura 3 a 3,4 mm e 11 a 23 sementes (ARAGÃO, 1989);
22 a 88 mm comprimento, 2,5 a 4 mm de largura e 9 a 27 sementes (LUCKOW, 1993).
A inflorescência é composta de 10 a 12,2 flores e 3,3 a 3,9 vagens por inflorescência
(ARAGÃO; MARTINS, 1999). Ainda segundo esse autor cada planta produz de 364,6 a
682,4 flores por inflorescência e o peso de 1000 sementes varia de 4,20 a 4,93 g.
A presença de variabilidade genética dentro das espécies é que possibilita esta se
adaptar às mudanças ambientais (DAUFRESNE; RENAULT, 2006). O conhecimento
dessa variabilidade devido às diferenças genéticas existentes através de parâmetros
genéticos como herdabilidade, coeficiente de variação e correlações genotípicas, são
32
importantes em programa de melhoramento, pois indica o controle genético do caráter e
o potencial da população para a seleção (RAMALHO, 2001).
A visão do melhorista deve fundamentar-se na variabilidade genética como fator
indispensável à obtenção de ganhos genéticos, e suas técnicas devem ser direcionadas
para o desenvolvimento de materiais genéticos superiores, mas com o
comprometimento de que a recuperação e manutenção de populações de espécies
ameaçadas de extinção sejam também metas prioritárias, para a própria sobrevivência
da humanidade (CRUZ, 2005).
A variância genotípica, além de expressar a diversidade entre indivíduos de uma
população, pode ser tratada no contexto biométrico e subdividida em causas de variação
(aditiva, dominante e epistática) importantes para o estabelecimento de estratégias de
seleção (CRUZ, 2005). Porém se a seleção apresentar dificuldades, em razão da baixa
herdabilidade e, ou tenha problemas de medição e identificação, é importante o
conhecimento da associação entre os caracteres avaliados (CRUZ; REGAZZI, 2004).
A correlação fenotípica pode ser diretamente mensurada a partir de medidas de
dois caracteres, em certos números de indivíduos da população. Essa correlação tem
causas genéticas e ambientais, porém só as genéticas envolvem uma associação de
natureza herdável, tendo como causa dessa correlação, principalmente, a pleiotropia e às
ligações gênicas em situações de desequilíbrio, especialmente, em populações derivadas
de cruzamentos entre linhagens divergentes (FALCONER; MACKAY, 1996).
Uma das principais aplicações das correlações relaciona-se com a seleção. O
progresso com a seleção de um caráter pode ser predito sempre que forem conhecidas a
correlações genéticas entre dois caracteres e a herdabilidade do caráter no qual a seleção
é praticada. Além disso, a seleção indireta utilizando um caráter X pode ser mais
eficiente para o melhoramento de um caráter Y do que a seleção direta do caráter Y, se
X tiver uma herdabilidade substancialmente maior e a correlação genética entre os dois
for alta (FALCONER; MACKAY, 1996).
Nesse sentido, o presente trabalho objetivou avaliar a variabilidade e as
correlações genéticas entre caracteres morfológicos reprodutivos de acessos de
jureminha, coletados nas mesorregiões, Zona da Mata, Agreste e Sertão sergipanos.
33
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
3.2.1 Coleta dos acessos
Foram coletados 680 acessos de jureminha nas três regiões ecogeográficas do
estado de Sergipe, no período de 31/10/2001 a 28/02/2004.
O Estado de Sergipe, com área de 21.994 km², está situado na Região Nordeste
do Brasil, compreendido entre os paralelos 31’54” e 11º 34’12” de latitude sul e os
meridianos 36º14’27” e 38º11’20” de longitude a oeste de Greenwich (JACOMINE et
al., 1975). É composto segundo IBGE (2002), por três mesorregiões: Zona da Mata,
Agreste e Semi-árido, cujas características de clima e solo estão apresentadas na Tabela
3.1.
Tabela 3.1 Dados de clima e solos das mesorregiões, correspondente à área de coleta
dos acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.) no estado de Sergipe.
Aracaju, SE, 2003.
PRECIPITAÇÃO
REGIÃO
PRECIPITAÇÃO
ANUAL
(mm)
Nº. DE
MESES
SECOS
1
MÊS
MAIS
SECO
1
MÊS
MAIS
CHUVOSO
1
TEMPERATURA
ºC MÉDIA
ANUAL
1
SOLOS
PREDOMINANTES
2
ZONA DA
MATA
1000-1250
01/FEV-
03/MAI
<30-50
150-250 23-26
PVA+PVAe+
V+RQ+RQg
AGRESTE 750-1250 03/MAI 20-40 120-250 24-26
SGe+CXve+
PVAe+RQg+
AVd+PV+
MT+V
SEMI-
ÁRIDO
<500-1000 6-8
<20-30
<60-200 24-26
TC+SGe+
Re+PVAd+
PVA+CXve+
Rle+Asac
1
(UFS, 1979)
2
L- LUVISSOSLOS CRÔMICOS; SGe PLANOSSOLOS HIDROMÓRFICOS EutróficoS; Rle NEOSSOLOS LITÓLICOS
Eutróficos; PVAe ARGISSOLOS VERMELHO AMARELO Eutróficos; PVA ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO;
PVAd ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO distrófico; CXve CAMBISSOLOS HÁPLICOS Ta Eutróficos; RQg-
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Profundos; LVAd LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELO Distróficos; MT-
CHERNOSSOLOS ARGILÚVILICOS; V VERTISSOLOS; E ESPODOSSOLOS e RQ - NEOSSOLOS
QUARTZARÊNICOS; Solos Halomórficos (Embrapa, 1999).
As mesorregiões compreendem os espaços sub-regionais, de confluência entre
duas ou mais unidades municipais, ou de fronteira com Estados vizinhos, com
identidade cultural, econômica e social própria, institucionais e de dinamismo
34
econômico, menores que as macrorregiões, que necessitam de incentivos e atuação
diferenciada do Estado para o desenvolvimento de atividades produtivas. A zona da
mata, onde foram coletados 297 acessos, corresponde à faixa sub-costeira, coberta
originalmente pela Mata Atlântica, compreendida entre o litoral e a zona do agreste
sergipanos. Esta área tem sido extensivamente ocupada, evidenciando-se apenas
fragmentos florestais. Compreende 8.722.008 km², abrange 42 municípios e representa
39,81% do Estado. A temperatura média é de 26ºC, e a precipitação oscila de 1 500 a 2
000 mm por ano (IBGE, 2002).
A região do agreste, onde foram coletados 174 acessos, corresponde à zona de
transição entre a zona da mata e a região do semi-árido, é uma das principais
mesorregiões de produção agrícola do Estado. A parte leste é mais agrícola, a parte
oeste prevalece a pecuária extensiva, abrange 17 municípios com área total de
5.867.554 km², que representa 26,78 % da área total do Estado (IBGE, 2002).
Na região do semi-árido foram coletados 209 acessos de jureminha. Essa região
cobre 7.320.782 km² e abrange 16 municípios que representam 33,41% da área do
Estado. Normalmente, a precipitação pluviométrica é de 300 a 700 mm, de distribuição
irregular, ocorre em único período de três a cinco meses, acompanhada de sete a nove
meses de seca prolongada. As temperaturas o elevadas, oscilam entre 23 a 27º C, a
umidade relativa do ar é baixa (50%) e a evaporação anual é alta. Os solos são rasos e
de baixa fertilidade (IBGE, 2002).
A coleta consistiu na colheita de sementes de plantas individuais tomadas ao
acaso, adotando-se a estratégia, usada para as espécies de autofecundação, isto é, de se
obter poucos propágulos por plantas no maior número possível delas, tendo-se o
cuidado de se evitar as plantas muito próximas (NASS et al., 2001).
As paradas eram determinadas em função das mudanças de solo, clima e
vegetação, ou no máximo, entre 30 a 50 km entre uma parada e a seguinte. As sementes
foram coletadas em plantas as margens de rodovias (69,1%), em pastagens nativas
(13,7%) e cultivadas (6%) e em áreas de cultura (7,6%) e mata (3,6%) (ARAGÃO;
MARTINS, 2000).
Na área de projeção da copa de cada planta cujas sementes foram coletadas foi
retirada uma amostra de solo, com trado, proveniente de quatro furos, à profundidade
de 20 cm, a qual foi analisada quimicamente pelo Instituto de Tecnologia e Pesquisa do
Estado de Sergipe (ITPS) (Tabela 3.2).
35
Tabela 3.2 Análises químicas do solo das três mesorregiões de coleta de jureminha
(Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE, 2003.
MESORREGIÃO pH
P
(mg/dm
3
)
K
+
(mg/dm
3
)
Ca
++
+
Mg
++
(mg/dm
3
)
Al
+++
(meq 100
cm
-3
)
MO
(%)
Zona da Mata
6,8 13,1 71,5 12,2 0,03 3,4
Agreste 6,7 15,4 89,1 12,1 0,08 3,8
Semi-árido 6,6 17,3 112,8 9,6 0,01 3,5
As sementes coletadas foram acondicionadas em sacos de papel, os quais foram
identificados com etiquetas contendo número, a data e o local da coleta, a espécie e o
nome do coletor. Todos esses dados e as indicações sobre a descrição do local e as
amostras de solos foram registrados em cadernetas de campo. Dentre os 680 acessos
coletados, 212 foram utilizados para implantação do experimento, dos quais 125 (69%)
são provenientes da zona da mata, 60 (18,3%) do agreste e 27 (12,7%) do semi-árido
sergipano (Figura 3.1).
36
Figura 3.1 Identificação dos pontos de coleta de jureminha (Desmanthus virgatus (L.)
Willd.) nas mesorregiões sergipanas. Aracaju, SE, 2007.
37
3.2.2 Implantação e condução do Banco Ativo de Germoplasma (BAG)
O BAG foi implantado em agosto de 2003 no Campo Experimental Jorge do
Prado Sobral, pertencente a Embrapa Tabuleiros Costeiros, com 212 acessos
discriminados na Tabela 3.3. Esse campo está localizado no município de Nossa
Senhora das Dores, pertencente à região agreste do estado, com altitude de 170 m,
latitude 10 29’30” sul e longitude 37 11’36’’oeste.
O clima dessa região, segundo a classificação de Köppen, é A’s com
temperatura média anual de 27ºC, umidade relativa de 60 % e precipitação dia anual
de 1 000 mm. Desses 80% ocorre em época de chuvas (abril a setembro) e 20% na
época seca (outubro a março). O solo é do tipo LATOSSOLO AMARELO Distrófico
com baixa fertilidade natural (EMBRAPA, 1999).
Os acessos foram implantados em delineamento de bloco ao acaso com duas
repetições. Cada acesso está representado por uma linha de três plantas, com
espaçamento entre plantas e entre linhas de 2m em parcelas de 12m
2
, além da bordadura
colocada em torno de cada repetição.
Foram realizadas adubações de fundação e de manutenção com 60 kg de
P
2
O
5
/ha, como também, capinas manuais sempre que necessário, conforme
recomendação.
38
Tabela 3.3 - Descrição dos acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd
implantados no BAG. Nossa Senhora das Dores, SE, 2007. (Continua)
MESORREGIÃO
MUNICÍPIO ACESSOS
ZONA DA MATA
Aracaju 31.1 31.10 31.2 31.3 31.4 31.6 31.9
Arauá
15.11 15.11/1 15.12 15.13/2 15.14 15.16 15.17
15.3 15.4 15.5 15.6 15.7 15.8 15.9
17.8
Boquim
20.4 20.5 20.7 20.8/1 20.9/1
Pirambu
27.7
Carmópolis 27.9 27.10
Cedro 5.6 5.7
Cristinápolis 16.14 16.15 16.20 16.21/2 16.24
Divina Pas
24.10 24.11 24.6 24.9
Estancia 17.9/1 18.1 18.2/2 18.2/3 19.4/1 19.4/2
Ilha das Flores
28.10 28.12 28.15
Itabaininha 15.20 15.21 15.22 15.23
Itaporanga
30.11 30.14 30.17
Japaratuba
26.15 27.11
Japoata
28.3 28.4 28.5/1
Laranjeiras
23.13 23.15 23.20 23.24 23.25 23.27
Maruim
24.17 25.2 25.5 25.6
Neópolis
28.6 28.7 28.8
N S Socorro
30.2 32.2
Pacatuba
29.4 29.5
Pedrinhas
14.16 14.18 14.19 14.22 14.23 14.24 14.25
14.27 14.31 15.1 20.12 20.13 20.14 20.15
20.16
Riachuelo
23.28 24.1 24.2/1
Rosário
25.10 25.11 25.13 25.18 25.9 26.1
São Cristóvão
30.10 30.9
S L Itanhy 19.1 19.2 19.3
S R lima
24.12 24.13/1 24.13/2 24.14/1
Salgado
19.5 19.7
Siriri
26.11 26.7
Umbaúba
16.12 16.13 16.2 16.25 16.26 16.5 16.7
16.9 17.3
AGRESTE
Muribeca
6.2
N S Dores
8.12/2 8.12/3
Riachao 14.1/2 14.10/2 14.14 14.4 14.4/1 14.7 14.8
21.20/1
21.22
21.24 21.27 21.28 21.29
S Dias 12.14
12.15
12.21/2 12.23 22.1 22.2
S Domingos
22.6
22.8 175
Aquidabã
6.10 23.10 23.4 23.6 23.7 23.8 23.9
Campo Brito
22.12 22.13 22.14 22.16
Itabaiana 22.19 22.24 22.25 23.1 23.2 23.3
Lagarto 21.1
21.10 21.12 21.15 21.17 21.3 21.4
Lagarto
21.5
21.6 21.7 22.3 22.3/1 22.4
T Barreto 13.20
13.23
13.24 13.26 14.1/1
SEMI-ÁRIDO NS Gloria 12.3/1
12.3/2
Porto da Folha
2.21
Ribeiropolis 10.12
10.17
10.18 10.19 10.20 10.23 10.24
10.25
10.6
39
Carira
11.10
11.16 11.13 11.6
Feira Nova 7.6 7.7
Frei Paulo 10.28
Gararu 3.2
Itabi
3.14 6.20 6.21 6.24 7.4
Monte Alegre 2.2
3.2.3 Caracterização dos acessos
Devido a fatores como: mortandade, perdas de material, dificuldade de obtenção
dos dados de forma homogênea nos mesmos períodos de coleta, entre outros, a
caracterização morfológico reprodutiva foi realizada em números diferenciados de
acessos para os caracteres a eles relacionados. Constando de 131 acessos para o número
de locos por vagem (LoV), 162 para o número de sementes por vagem (SV), 147 para o
percentual de fertilização (Ft), 148 para o comprimento de vagem (CpV), 161 para a
largura de vagem (LgV), 176 para florescimento após o corte (Flo), 178 para o peso de
100 sementes (PS) e 156 para o número de vagens por inflorescência (VI). O número de
vagem por inflorescência foi contado em três inflorescências por planta. O número de
sementes e de locos por vagem, o comprimento e largura de vagens foram tomados em
três vagens por planta, esses dois últimos medidos com paquímetro digital (Figura 2.3).
O peso de 100 sementes foi obtido em balança de precisão de 0,01g e o número de dias
para florescimento após o corte, contados logo após corte aa emergência da primeira
flor. O percentual de vagens fertilizadas foi obtido pela razão mero de sementes por
vagem/número de locos por vagem x 100.
Para verificar a associação entre os caracteres utilizou-se os acessos segundo
esquema apresentado na Tabela 3.4.
40
Tabela 3.4 - Esquema das correlações genéticas efetuadas entre os caracteres, número
de vagens por inflorescência (VI), comprimento de vagem (CpV), largura de vagem
(LgV), número de sementes por vagem (SV), número de locos por vagem (LoV), peso
de 100 sementes (PS), fertilização, florescimento após o corte (Flo) e fertilização (Ft) e
o números de acessos avaliados. Aracaju, SE, 2007.
NÚMERO DE ACESSOS
CARACTERES
VI CpV LgV SV LoV PS Ft
Flo 118 110 123 103 115 122 103
VI 143 158 137 143 158 143
CpV 154 148 157 156 148
LgV 146 157 173 144
SV 148 148 148
LoV 158 147
PS 147
Esses caracteres foram relacionados às condições edafoclimáticas do local de
coleta de cada acesso, segundo levantamento das condições de clima, físicas e químicas
do solo desses locais.
3.2.4 Análises estatísticas
De acordo com o delineamento empregado foi realizada a análise de variância
com base na média dos acessos (tratamentos), sendo essas médias submetidas ao teste
de agrupamento a 5% de probabilidade (SCOTT; KNOTT, 1974).
A partir das esperanças dos quadrados médios (Tabela 3.5) foram calculados os
componentes de variância fenotípica (
f
²), genética (
g
²) e ambiental (
e
²) para todas as
características avaliadas. Foram, também, estimados os parâmetros genéticos, como o
coeficiente de herdabilidade () no sentido restrito e as análises de covariância Cov
(X,Y)
em que:
Cov (X,Y)= V(X+Y)-V(X)-V(Y)
2
Para se obter as correlações genéticas (r
g
) entre os pares de caracteres foi usada a
equação: r
g =
g+y
gx
gy
41
obtida de acordo com modelo de Cruz e Regazzi (2004).
Tabela 3.5 - Esquema da análise de variância para experimentos em blocos ao acaso,
envolvendo a acessos, r blocos com respectivas esperanças de quadrados médios E
(QM) e teste F. Aracaju, SE, 2007.
As observações obtidas na parcela são dadas pelo modelo estatístico:
Y
ij
= m + g
i
+ b
i
+
ij
em que:
Y
ij
:
observação obtida na parcela de i-ésimo genótipo no j-ésimo bloco,
m = média geral,
g
i
: efeito de i-ésimo genótipo considerado aleatório,
sendo,
E (g
i
) = 0, E(g²
i
) =²
g
e
E(g
i,
g
i’
) = 0,
b
j
: efeito do j-ésimo bloco considerado aleatório,
em que:
E(b
j
) = 0, E(b²
j
) = ²
b
e E(b
j,
b
j’
) = 0 ,
E(
ij
)
= 0,
E(²
ij
) = ² e
ij
~
NID
(0, ²).
Considerando que os efeitos aleatórios são independentes entre si (CRUZ, 2005).
Todas as análises foram realizadas utilizando-se o programa computacional
GENES, (CRUZ, 2001).
FV
GL QM E(QM) F
Blocos
Acessos
Resíduo
r-1
a-1
(r-1)(a-1)
QMB
QMT
QMR
a
²+g ²
b
a
²+r ²
g
a
²
QMB/QMR
QMT/QMR
Total ra-1
42
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram detectadas diferenças genéticas significativas (P< 0,01) entre os acessos
para os caracteres VI, CpV, PS e significativo a (P< 0,05) de probabilidade para os
caracteres (LoV), (SV) e (LgV), indicando a existência de variabilidade que pode ser
explorada para seleção, aumentando a dia populacional posterior (Tabela 3.6). os
caracteres (Flo) e (Ft) o apresentaram diferenças significativas, estabelecendo que
para futuras avaliações de campo deve-se guiar por caracteres de maior expressão. A
precisão experimental foi adequada, sendo o maior valor do coeficiente de variação
obtido igual a 21,77% para o caráter número de vagens por inflorescência (VI).
Diferenças entre populações de jureminha, para caracteres quantitativos, também
têm sido reportadas em diversos estudos (BURT, 1993; ARAGÃO; MARTINS, 2000;
PENGELY; LIU, 2001; GARDINER et al., 2004). Essas diferenças têm sido
interpretadas como indicativas de variabilidade na espécie e que progressos genéticos
podem ser alcançados com a seleção de acessos mais adaptados para cada região ou
local de plantio.
A variabilidade é afetada pelo sistema de cruzamento, mecanismos de controle
genético das enzimas, diferenças ecológicas, mecanismos de dispersão e história
evolutiva. No entanto, populações autógamas podem ser tão variáveis geneticamente
quanto as populações alógamas. Isto porque, grande parte da variabilidade genética é
mantida nas populações como adaptação à heterogeneidade ambiental no tempo e no
espaço (PILLAR, 1994).
As plantas autógamas frequentemente mostram menor variação por população
que as de fecundação cruzada. Mas, de maneira geral, as plantas autógamas mostram ser
mais diferenciadas geograficamente, mesmo em escala microgeográfica (ALLARD;
WORKMAN, 1971). Essas plantas possuem menor variabilidade intrapopulacional que
é distribuída entre as populações em maior escala do que nas espécies relacionadas de
fecundação cruzada (PILLAR, 1994).
43
Tabela 3.6 Resumo da análise de variância dos caracteres dias para florescimento após
o corte (Flo), número de vagens por inflorescência (VI), comprimento de vagem (CpV),
largura de vagem (LgV), número de sementes por vagem (SV), número de locos por
vagem, (PS) peso de 100 sementes (LoV), percentual de fertilização (Ft), envolvendo
131 a 178 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE, 2007.
QM
FV GL
Flo.
(dias)
VI
(nº.)
CpV
(cm)
LgV
(cm)
SV
(nº.)
LoV
(nº.)
PS
100
(g)
Ft
(%)
BLOCO
1
36.596
19.044
8.054
0.000489
358.644
157.560
0.0095
867.957
ACESSOS
130
161
155
175
147
160
177
146
32,582
ns
1,144
**
0,874
**
0,000882
*
15,168
*
12,730
*
0,0093
**
76,511
ns
RESÍDUOS
130
161
155
175
147
160
177
146
30,307
0,627
0,353
0,000561
10,988
6,287
0,0054
62,519
_
x
s
CV(%)
42,14
3,89
13,06
3,64
0,56
21,77
7,53
0,42
7,89
0,29
0,017
8,04
23,01
2,34
14,40
25,51
1,77
9,83
0,49
0,14
14,84
89,68
5,59
8,82
*, ** significativo a 1; 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F;
_
x - média geral dos acessos; s - desvio padrão da média; CV(%) - coeficiente de variação.
A jureminha é uma planta autógama e nativa, que independente da mesorregião
e das condições edafoclimáticas (Figura 3.1), ocorre em todo o estado de Sergipe.
Observação também reportada por Luckow (1993), que coletou jureminha em clima
árido, semi-árido e úmido, em regiões altas como em baixa altitude e em variados tipos
de clima e solo, em locais como Bahamas, Jamaica, Porto Rico, xico, Costa Rica,
Honduras, Chile, Peru, Equador, Venezuela, Argentina, Paraguai e Brasil, entre outros.
As médias dos caracteres avaliados apresentaram pouca variação em relação à
região de origem. Isso deve-se aos caracteres avaliados serem regulados por muitos
genes e sujeitos as variações ambientais e/ou o local de estabelecimento do experimento
44
não oferecer as condições necessárias para que a espécies pudesse manifestar seu
potencial genético.
Porém, quanto à amplitude de variação (Figura 3.2), esses caracteres obtiveram
variações diferenciadas para as mesorregiões, como: o caráter (Flo) apresentou uma
maior amplitude de variação na zona da mata, em qual o acesso . 20.4 apresentou
menor número de dias (33,25) para florescimento após o corte (florescimento precoce) e
o acesso . 16.24 apresentou o maior número de dias (51,5) para florescimento após o
corte (florescimento tardio). Aragão e Martins (1996) observaram uma média de 119,2
dias para o florescimento inicial em Nossa Senhora da Glória, SE e de 120 dias em
Piracicaba, SP. Esses dados mostram-se importantes para seleção de acessos em função
da época de plantio na região de estabelecimento da cultura.
Ainda para essa região, houve uma maior amplitude de variação para o caráter
CpV , LoV, SV e o peso de 100 sementes. Para o caráter SV a amplitude encontrada
(15,095 a 29,165) foi maior do que em populações avaliadas por Aragão (1989), nos
estados de São Paulo ( 16,3 a 23,4) e Sergipe (12,7 a 19,1). E para o peso de 100
sementes, valores encontrados por Ocumpaugh (2004), 0,35 a 0,57g no sul do Texas,
foram menores dos que os valores encontrados na zona da mata (0,25 a 0,67g) e agreste
(0,305 a 0,603g) sergipanos e semelhante ao da região do semi-árido sergipano (0,345 a
0,585g). A distinção das sementes por peso pode ser uma maneira de aprimorar os lotes
em relação à uniformidade de emergência e vigor das plântulas (CARVALHO, 2003).
A região agreste apresentou a maior amplitude de variação para o caráter VI,
sendo 1,5 a 6, 388 para os acessos . 23.10 e . 23.6, respectivamente. Aragão e
Martins (1996), observaram de 3 a 4 vagens por inflorescência, estando de acordo ao
valor encontrado na região do semi-árido sergipano (3,25 a 4,33). Nessa região, a maior
amplitude de variação encontrada foi para os caracteres LgV (0,232 a 0,328 cm) e Ft
(59,7 a 96,34%). Esse resultado concorda com o obtido por Luckow (1993), que obteve
entre 0,25 a 0,4 cm de largura de vagem e Aragão e Martins (1996a) com 0,32 cm em
Nossa Senhora da Glória, SE. Porém, quanto ao percentual de fertilização, o obtido no
trabalho (89,68%) foi alto e superior ao encontrado por esses autores, 61,01% para
populações em Piracicaba, SP e 74,17% para populações em Nossa Senhora da Glória,
SE.
45
5,41
6,54
9,46
9,37
7,47
7,58
7,71
8,38
7,81
5
6
7
8
9
10
Zona da Mata Agreste Semi-árido
Comprimento de vagem (cm)
89,82
89,72 89,35
98,08 98,31
96,34
67,52
71,5
59,7
50
60
70
80
90
100
Zona da
Mata
Agreste Semi-árido
Fertilização (%)
0,24 0,24
0,23
0,36
0,33 0,33
0,3
0,29
0,28
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Zona da Mata Agreste Semi-árido
Largura de vagem (cm)
0,67
0,6
0,59
0,29
0,31
0,35
0,5
0,48
0,47
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Zona da Mata Agreste Semi-árido
Peso de 100 sementes (g)
29,17
28,52
27,54
15,1
15,95
20,95
23,04
22,67
23,82
10
14
18
22
26
30
Zona da Mata Agreste Semi-árido
Sementes/ vagem (nº)
5,58
6,39
4,39
2,17
1,5
3,64 3,65
2,5
3,49
1
2
3
4
5
6
7
Zona da
Mata
Agreste Semi-árido
Vagem / inflorescência (nº)
30,67
31,13
32,36
16,73
21,03
22,43
25,28
25,79 25,81
10
15
20
25
30
35
Zona da Mata Agreste Semi-árido
Locos / vagem (nº)
51,5 51,5
46,83
33,25
34
35,75
41,26
42,06
42,47
20
30
40
50
60
Zona da
Mata
Agreste Semirido
Florescimento (dias)
Figura 3.2 Médias e amplitudes de variação dos oito caracteres avaliados em acessos de
jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.) por mesorregião. Aracaju, SE, 2007.
46
As diferenças encontradas entre os acessos podem estar distribuídas numa ampla
escala de quilometragem ou em escala local, restrita a poucos metros. De acordo com
Begon (1996), essas distâncias não fazem diferenças na magnitude das diferenças que
podem ocorrer entre as populações. Isto porque segundo Cruz (2005), o padrão de
diferenciação geralmente depende da seleção natural que se interpõe aumentando as
diferenças, enquanto o fluxo gênico tende a diminuí-la. Como resultado o padrão de
diferenciação genética das populações tende a acompanhar o padrão ambiental. E,
presumindo-se que estas diferenças são o produto da seleção natural, pressupõe-se que
elas sejam adaptativas (CRUZ; REGAZZI, 2004).
Os valores de herdabilidade (h
2
), coeficientes de variância genética (CVg%) e
ambiental (CVe%) e a relação entre esses coeficientes (CVg/CVe%) expressos nos oito
caracteres avaliados são apresentados na Tabela 3.7.
Tabela 3.7 Estimativas de parâmetros genéticos, fenotípicos e ambientais para
caracteres morfológicos reprodutivos, dias para florescimento após o corte (Flo),
número de vagens por inflorescência (VI), comprimento de vagem (CpV), largura de
vagem (LgV), número de sementes por vagem (SV), número de locos por vagem, (PS)
peso de 100 sementes (LoV), percentual de fertilização (Ft), avaliados em acessos de
jureminha. Aracaju, SE, 2007.
CARACTERES
ESTIMATIVA DE
PARÂMETROS
Flo.
(dias)
VI
(nº.)
CpV
(cm)
LgV
(cm)
SV
(nº.)
LoV
(nº.)
PS
100
(g)
Ft
(%)
f
²
16,291
0,572 0,437 0,000441
7,584 6,365 0,0046
38,256
g
²
1,138 0,258 0,261 0,00016 12,090
3,221 0,0020
6,996
e
²
15,154
0,314 0,177 0,000281
5,494 3,144 0,0027
31,259
m
(%)
6,983 45,131
59,592
36,347 27,560
50,609
42,313
18,288
CVg (%)
2,531 13,958
6,776 4,299 6,281 7,035 8,989 2,949
CVe (%)
13,067
21,775
7,888 8,050 14,406
9,828 14,843
8,818
b
1
= razão
(CVg/CVe)
0,194 0,641 0,859 0,534 0,436 0,716 0,606 0,334
f
² - variância fenotípica;
g
² -variância genética;
e
² - variância ambiental; h² - herdabilidade média no
sentido restrito; CVg - coeficiente de variação genética; CVe - coeficiente de variação ambiental; b
1 –
relação entre CV
g
e CV
e
.
47
Para separar os efeitos genéticos dos ambientais, foram estimados os
coeficientes de variação genética, obtendo-se de modo geral baixos valores para os
acessos avaliados, variando de 2,53 a 13,96%. Isto significa que mais de 85% da
variabilidade observada para os oito caracteres avaliados, nos acessos coletados nas
mesorregiões sergipanas, não são de natureza genética, apesar dos acessos
representarem populações naturais, em quais esperam-se alta variabilidade. Mesmo com
este fato, os acessos apresentaram variabilidade genética disponível para a seleção.
A razão CVg/CVe pode ser empregada como um índice indicativo do grau de
facilidade de seleção dos acessos para cada caráter. Quando a razão estimada for igual
ou maior que 1, tem-se uma situação favorável para o processo de seleção; ou seja, a
variação genética disponível pelos valores CV estimados dos dados experimentais
(CRUZ, 2005). No experimento todos os resultados foram menores que 1 (0,19 à 0,86),
indicando que o processo de seleção deverá ser realizado de maneira criteriosa
empregando-se procedimentos estatísticos – genéticos com sensibilidade suficiente para
o procedimento empregado. Nesse sentido, o uso de maior número de repetições poderia
causar a redução no CVe, aumentando a relação CVg/CVe. Também poderia ocorrer
aumento da variância e assim não seria alcançado o resultado necessário (CRUZ, 2005).
No entanto, os valores de CVe para os caracteres CpV e LgV foram os mais baixos
(Tabela 3.7), indicando que o número de repetições e a precisão experimental foram
adequados, e que talvez o aumento da variabilidade através da introdução de novos
materiais seja o mais adequado para futuros processos de melhoramento.
Os caracteres CpV e LoV foram os que apresentaram maiores herdabilidades
59,59% e 50,61%, respectivamente, sugerindo maiores possibilidades de sucesso no
melhoramento desses caracteres empregando métodos mais simples. As herdabilidades
altas, associadas a altos coeficientes de variação genético indicam a possibilidade de
obter progresso na seleção. Enquanto os caracteres número de dias para florescimento
seguido do percentual de fertilização apresentaram baixos valores de herdabilidade
6,98% e 18,29%, associados a baixos CVg, 2,53% e 2, 95% indicando provavelmente
pouca variação genética e, consequentemente, reduzida possibilidade de progresso na
seleção.
Aragão e Martins (1999), avaliando acessos de jureminha nos municípios de
Nossa Senhora da Glória, SE e em Piracicaba, SP obtiveram resultados de herdabilidade
(h
2
m
) baixa para o caráter número de vagens por inflorescência (0% e 38,46%) e
maiores para os caracteres comprimento e largura de vagem (50,62; 47,13% e 68,63;
48
50,50%), respectivamente. os encontrados nesse trabalho foram de 45,13; 59,59 e
36,35% para os mesmos caracteres, respectivamente. O caráter comprimento de vagem
foi o que apresentou maior herdabilidade (59,59%) semelhante ao encontrado por
Aragão e Martins (1999b) em Nossa Senhora da Glória, SE (50,62%) e Piracicaba, SP
(50,50%). No entanto, o caráter número de vagem por inflorescência apresentou a
terceira maior herdabilidade (45,13%) nesse trabalho, comportou-se diferentemente dos
valores encontrados pelos mesmos autores citados, (0%) nenhuma herdabilidade em
Nossa Senhora da Glória, SE e (38,45%) média herdabilidade em Piracicaba, SP. Os
caracteres que apresentaram maiores graus de correspondência entre o valor genético e
o valor fenotípico foram o comprimento de vagem com 0,86% e o número de locos por
vagem com 0,72% os quais sugerem maiores possibilidades de sucesso na seleção
indireta. E os que apresentaram menores graus de correspondência foram o percentual
de fertilização com 0,33% e o número de dias para florescimento com 0,19%.
As correlações genotípicas foram significativas para a maioria dos caracteres
(Tabela 3.8), indicando que possibilidade de seleção indireta para o caráter
associado. No entanto, as correlações genotípicas que não apresentaram o mesmo sinal
significam que elas o afetaram os caracteres através dos mesmos mecanismos
fisiológicos.
De acordo com Cruz e Regazzi (2004), valores negativos na correlação indicam
que o ambiente favorece um caráter em detrimento do outro, e valores positivos indicam
que os dois caracteres são beneficiados ou prejudicados pelas mesmas causas de
variações ambientais. Nesse sentido, pode-se verificar na Tabela 3.8, que houve
correlações genéticas positivas e significativas (P<0,01) para o caráter Flo x (VI e
LgV); para o caráter VI x LgV; para o caráter CpV x (SV e LoV); para o caráter LgV x
Ft e para o caráter SV e LoV. os caracteres LgV x SV e o SV x PS apresentaram
correlações positivas a nível de 5% de probabilidade. A maior correlação positiva
encontrada (0,97) foi entre os caracteres VI e LgV. Isto indica que nessa associação
quanto maior o número de vagens por inflorescência maior a largura da vagem. Esses
resultados possibilitam obter ganhos para um dos caracteres por meio da seleção do
outro associado, tornando o processo do melhoramento mais rápido.
49
Tabela 3.8 - Estimativas de coeficientes de correlações genéticas entre os caracteres
morfológico-reprodutivos, dias para florescimento depois do primeiro corte (Flo),
número de vagens por inflorescência (VI), comprimento de vagem (CpV), largura de
vagem (LgV), número de sementes por vagem (SV), número de locos por vagem (LoV),
peso de 100 sementes (PS), percentual de fertilização (Ft) avaliados em acessos de
jureminha. Aracaju , SE, 2007.
CARACTERES
VI.
(nº.)
CpV
(cm)
LgV
(cm)
SV
(nº.)
LoV
(nº.)
PS
(g)
Ft
(%)
Flo.
(dias)
0,388
-0,792
0,160
-1,837
-0,965
**
0,150
-0,751
VI
(nº.)
1
-0,238
0,029
0,055
-0,151
-0,274
0,299
CpV
(cm)
1 -0,362
0,545
**
0,675
**
0,402
-0,519
LgV
(cm)
1 0,182
*
0,302
*
0,733
**
0,003
SV
(nº.)
1
0,744
**
0,577
*
0,169
*
LoV
(nº.)
1
0,629
*
-0,539
PS
(g)
1
-0,149
** . *:
Significativo a 1 e 5 % pelo teste t (Student), respectivamente.
Alguns dados de correlação (Tabela 3.8) extrapolaram o valor estimado por Cruz
e Regazzi (2004) para as correlações de 1 a -1. Segundo esses autores o fato se deve a
erros de amostragem e/ou erro experimental.
A comparação entre as médias pelo agrupamento no teste de Scott e Knott
(1974) são apresentadas nas Tabelas 3.9 a 3.16. Para os caracteres Flo, Ft, LgV e SV, os
acessos não diferiram significativamente entre si. Esse resultado reitera os resultados
obtidos na ANAVA (Tabela 3.6), na qual esses caracteres apresentaram também
diferenças não significativas, exceto para LgV e SV que apresentaram diferenças
significativas a 5% de probabilidade.
Quanto ao caráter VI (Tabela 3.10), o grupo a2 apresentou as maiores dias
formando um grupo de 75 acessos dos 161 avaliados, os quais variaram de 3,71 a 6,39
50
vagens por inflorescência e estão representados pelos acessos de números 23.7 e 23.6,
respectivamente, provenientes do agreste sergipano.
Com relação ao CpV, o grupo superior, indicado letra a2 (Tabela 3.11) é o que
engloba os acessos de vagens mais compridas, sendo que este caráter está associado
positivamente ao caráter SV. Indicando que os acessos que apresentam vagens mais
compridas terão maiores quantidade de sementes.
para o caráter LoV o grupo que apresentou maiores número de locos por
vagem estão representados pela letra a2 na Tabela 3.14. Esse caráter possui uma
associação positiva com os caracteres CpV, PS, LgV e SV. Indicando que plantas com
vagens mais compridas possuem maiores quantidades de locos por vagem, vagens mais
largas e com maior número e peso de sementes.
O PS, representado por dois grupos na Tabela 3.15, está associado positivamente
aos caracteres SV, LgV e LoV. Indicando que os acessos representados pela letra a2
terão vagens mais largas, talvez por apresentar maior embrião e/ou maior endosperma.
Como também, o PS influencia positivamente no número de sementes e locos por
vagem em cerca de 95% dos acessos avaliados.
Estudos genéticos aprofundados devem ser realizados sobre os acessos
disponíveis no campo com outros caracteres importantes em futuros processos de
melhoramento.
3.4 CONCLUSÕES
1. Desmanthus virgatus L. (Willd.) ocorre em todas as mesorregiões do estado de
Sergipe independente do tipo de solo e clima.
2. Existe variabilidade genética significativa entre os acessos avaliados, para os
caracteres: mero de vagens por inflorescência, comprimento de vagem,
número de locos por vagem e o peso de 100 sementes, indicando como um
potencial genético a ser explorado em programas de melhoramento.
3. Os resultados de fertilização dos acessos apresentam níveis de dio a alto (59,
70 a 98, 3%).
4. A razão entre o coeficiente de variação genético e o coeficiente de variação
ambiental indica que a seleção deve ser realizada com base em processos
criteriosos e com sensibilidade adequada para os caracteres avaliados.
51
5. As correlações entre o mero de sementes por vagem, o número de locos por
vagem e o comprimento de vagem são promissora na seleção indireta desse
caráter tanto pelo caráter comprimento da vagem, como pelo caráter número de
locos por vagem.
6. O teste Scott e Knott permite distinguir os acessos em dois grupos de
classificação em relação aos caracteres número de vagens por inflorescência,
comprimento de vagem, número de locos por vagem e o peso de 100 sementes.
3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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55
3.5 ANEXOS
Foto: Fontenele, A. C. F.
Foto: Fontenele, A. C. F
.
Foto: Fontenele, A. C. F.
Foto: Fontenele, A. C.
Foto: Fontenele, A. C. F.
Figura 3.3 Aspectos fenotípicos da caracterização morfológico-reprodutiva. a)
Inflorescência, b) Sementes/vagem, c) Locos/vagem, d) Florescimento, e) Flor. Aracaju,
SE, 2007.
a
b
c
d
e
56
Tabela 3.9 Classificação e média dos número de dias para forescimento após o corte
(Flo) avaliados em 131 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.).
Acessos Médias Acessos Médias Acessos Médias
20.4
23.9
28.12
23.7
24.11
28.15
27.7
23.25
10.18
23.13
8.12/3
14.7
23.20
20.15
20.16
29.4
24.10
18.8
19.4/1
28.4
26.7
22.12
11.13
22.6
14.10/2
20.7
10.19
12.14
14.27
6.20
24.1
13.26
28.6
6.24
13.23
20.8/1
30.14
10.25
24.9
11.32
24.13/1
16.6
22.25
23.24
33,250 a1
34,000 a1
34,000 a1
34,000 a1
34,000 a1
35,166 a1
35,750 a1
35,750 a1
35,750 a1
35,750 a1
35,750 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
37,500 a1
38,666 a1
38,666 a1
39,250 a1
39,250 a1
39,250 a1
39,250 a1
39,250 a1
39,250 a1
39,250 a1
39,250 a1
39,833 a1
40,416 a1
40,416 a1
40,416 a1
40,416 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
10.23
11.6
12.15
12.23
14.2
16.15
21.22
22.1
24.12
26.11
28.8
29.5
14.24
16.12
21.15
26.15
14.23
16.5
19.1
19.3
21.3
22.19
22.8
28.5/1
3.14
16.20
16.9
10.28
10.6
16.7
21.1
21.7
22.14
25.9
31.6
10.17
14.14
14.19
16.21/2
18.2/2
10.24
19.7
16.14
16.25
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,000 a1
41,583 a1
41,583 a1
41,583 a1
41,875 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,166 a1
42,167 a1
42,167 a1
42,750 a1
42,750 a1
42,750 a1
42,750 a1
42,750 a1
42,750 a1
42,750 a1
42,750 a1
43,333 a1
43,333 a1
43,333 a1
43,333 a1
43,333 a1
43,916 a1
43,916 a1
44,500 a1
44,500 a1
16.26
17.8
20.14
20.9/1
21.12
21.20
23.6
25.10
25.11
30.11
31.9
6.2
20.5
14.1/1
15.17
17.3
13.24
17.11
19.5
21.5
15.8
21.17
14.8
15.4
16.2
19.4/2
21.4
22.3/1
24.13/2
12.3/2
15.20
19.2
15.9
15.22
27.11
31.10
15.1
15.11/1
31.4
21.10
15.12
16.24
21.6
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
44,500 a1
45,000 a1
45,083 a1
45,083 a1
45,083 a1
45,666 a1
45,666 a1
45,666 a1
45,666 a1
45,667 a1
45,750 a1
46,250 a1
46,250 a1
46,250 a1
46,250 a1
46,250 a1
46,250 a1
46,250 a1
46,833 a1
46,833 a1
46,833 a1
47,416 a1
48,000 a1
48,000 a1
48,583 a1
49,750 a1
49,750 a1
50,916 a1
51,500 a1
51,500 a1
51,500 a1
51,500 a1
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: Semirido; Agreste; Zona da Mata.
57
Tabela 3.10 Classificação e média do número de vagens por inflorescência (VI)
avaliado em 161 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE,
2007.
Acessos Médias Acessos Média Acessos Médias Acessos
Médias
23.10
1,500 a1 10.17
3,250 a1 15.17
3,722 a2 10.6
4,333 a2
14.7
2,083 a1 12.21/2
3,277 a1 16.13
3,722 a2 15.12
4,333 a2
14.23
2,166 a1 10.20
3,278 a1 16.25
3,722 a2 19.1
4,333 a2
30.9
2,166 a1 20.12
3,278 a1 22.14
3,750 a2 21.24
4,333 a2
26.7
2,167 a1 22.24
3,278 a1 23.1
3,750 a2 23.25
4,333 a2
21.15
2,222 a1 13.24
3,333 a1 14.10/2
3,750 a2 24.1
4,388 a2
15.21
2,277 a1 14.8
3,333 a1 10.23
3,777 a2 3.14
4,389 a2
22.1
2,416 a1 23.9
3,333 a1 17.11
3,777 a2 31.2
4,389 a2
25.10
2,416 a1 25.9
3,333 a1 14.19
3,833 a2 12.23
4,472 a2
31.1
2,416 a1 18.2/2
3,333 a1 15.16
3,833 a2 15.20
4,472 a2
12.3/1
2,500 a1 15.1
3,388 a1 16.26
3,833 a2 18.1
4,500 a2
22.3/1
2,500 a1 15.11
3,388 a1 21.22
3,833 a2 21.12
4,500 a2
26.11
2,500 a1 15.5
3,388 a1 24.11
3,833 a2 21.4
4,555 a2
11.32
2,528 a1 10.28
3,389 a1 27.7
3,833 a2 14.1/1
4,583 a2
21.17
2,666 a1 22.2
3,389 a1 28.10
3,833 a2 25.18
4,611 a2
13.26
2,667 a1 14.4
3,416 a1 28.12
3,833 a2 14.16
4,639 a2
28.8
2,750 a1 16.7
3,416 a1 29.4
3,833 a2 19.3
4,666 a2
6.20
2,750 a1 24.12
3,416 a1 24.2/1
3,833 a2 25.13
4,667 a2
23.24
2,777 a1 28.4
3,416 a1 14.27
3,889 a2 32.2
4,694 a2
14.18
2,778 a1 20.16
3,417 a1 15.8
3,889 a2 12.14
4,722 a2
14.22
2,778 a1 16.15
3,444 a1 6.24
3,944 a2 14.24
4,805 a2
16.14
2,778 a1 19.7
3,444 a1 15.9
3,944 a2 6.2
4,833 a2
20.4
2,833 a1 20.5
3,444 a1 21.7
3,944 a2 21.5
4,833 a2
24.10
2,833 a1 23.13
3,444 a1 22.19
3,944 a2 23.20
4,833 a2
21.6
2,875 a1 31.10
3,444 a1 22.25
3,944 a2 30.14
4,972 a2
18.2/3
2,889 a1 6.10
3,500 a1 21.28
4,000 a2 28.6
5,111 a2
19.5
2,889 a1 15.7
3,500 a1 22.8
4,000 a2 26.15
5,333 a2
14.25
3,000 a1 16.12
3,500 a1 23.28
4,000 a2 15.4
5,583 a2
25.2
3,027 a1 17.8
3,500 a1 15.11/1
4,000 a2 13.23
5,638 a2
10.18
3,028 a1 28.15
3,500 a1 19.2
4,028 a2 23.6
6,388 a2
16.2
3,055 a1 29.5
3,500 a1 22.12
4,055 a2
20.7
3,055 a1 30.11
3,500 a1 15.14
4,083 a2
15.3
3,083 a1 30.17
3,500 a1 10.24
4,111 a2
11.6
3,111 a1 20.13
3,513 a1 20.15
4,111 a2
16.20
3,111 a1 12.15
3,555 a1 20.8/1
4,139 a2
20.14
3,111 a1 31.6
3,555 a1 6.21
4,222 a2
30.10
3,111 a1 15.22
3,583 a1 17.3
4,222 a2
22.6
3,125 a1 21.1
3,583 a1 21.27
4,222 a2
31.3
3,166 a1 28.7
3,611 a1 15.13/2
4,222 a2
10.25
3,167 a1 14.4/1
3,611 a1 8.12/2
4,222 a2
31.9
3,167 a1 20.9/1
3,611 a1 10.19
4,250 a2
16.9
3,194 a1 14.1/2
3,666 a1 16.5
4,250 a2
21.10
3,222 a1 27.11
3,667 a1 26.1
4,250 a2
23.3
3,222 a1 23.7
3,708 a2 16.24
4,277 a2
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: : Semi-árido; Agreste; Zona da Mata.
58
Tabela 3.11 Classificação e média do comprimento de vagem (CpV) avaliado em 157
acessos de jureminha(Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE. 2007.
Acessos Médias Acessos Médias Acessos Médias Acessos Médias
27.7
5,410 a1 11.13
7,226 a1 28.10
7,596 a2 23.1
8,211 a2
16.24
5,500 a1 26.7
7,237 a1 16.5
7,615 a2 23.13
8,227 a2
19.7
6,045 a1 24.13/1
7,261 a1 13.23
7,620 a2 14.10/2
8,250 a2
24.2
6,099 a1 16.12
7,266 a1 15.5
7,620 a2 20.14
8,265 a2
31.9
6,163 a1 26.15
7,280 a1 16.13
7,640 a2 12.3/1
8,286 a2
15.23
6,310 a1 13.24
7,303 a1 20.7
7,640 a2 10.17
8,294 a2
17.8
6,340 a1 16.15
7,310 a1 24.12
7,660 a2 7.4
8,313 a2
16.20
6,423 a1 15.22
7,325 a1 25.11
7,670 a2 28.7
8,326 a2
21.6
6,535 a1 22.16
7,330 a1 21.3
7,683 a2 12.3/2
8,350 a2
23.28
6,535 a1 31.1
7,330 a1 24.11
7,710 a2 22.3/1
8,350 a2
29.5
6,562 a1 21.28
7,340 a1 3.14
7,712 a2 26.11
8,353 a2
12.15
6,590 a1 15.1
7,345 a1 21.4
7,720 a2 6.24
8,376 a2
21.24
6,653 a1 24.1
7,350 a1 20.9/1
7,721 a2 19.5
8,400 a2
14.16
6,700 a1 6.2
7,370 a1 15.11/1
7,730 a2 6.10
8,400 a2
14.8
6,706 a1 23.20
7,380 a1 22.4
7,753 a2 28.4
8,426 a2
21.20/1
6,740 a1 15.4
7,383 a1 8.12/2
7,755 a2 24.10
8,550 a2
21.7
6,757 a1 20.4
7,400 a1 14.19
7,756 a2 14.18
8,590 a2
19.2
6,781 a1 22.8
7,403 a1 19.3
7,773 a2 23.9
8,635 a2
20.8/1
6,790 a1 28.8
7,403 a1 13.26
7,805 a2 23.3
8,855 a2
16.7
6,820 a1 16.2
7,410 a1 31.4
7,810 a2 22.14
8,875 a2
25.9
6,843 a1 23.25
7,423 a1 6.21
7,810 a2 25.18
8,936 a2
21.12
6,865 a1 14.25
7,430 a1 32.2
7,823 a2 22.25
8,950 a2
14.4/1
6,930 a1 20.5
7,430 a1 6.20
7,825 a2 21.27
9,374 a2
21.1
6,935 a1 17.3
7,433 a1 27.11
7,828 a2 26.1
9,460 a2
18.1
6,943 a1 12.14
7,443 a1 15.9
7,830 a2
22.6
6,970 a1 16.9
7,443 a1 25.2
7,845 a2
20.12
6,980 a1 10.12
7,450 a1 30.14
7,853 a2
20.15
7,036 a1 28.15
7,456 a1 20.16
7,883 a2
28.5/1
7,036 a1 23.6
7,460 a1 10.6
7,891 a2
20.13
7,045 a1 14.1/1
7,488 a1 14.27
7,923 a2
11.6
7,050 a1 13.20
7,505 a1 22.1
7,950 a2
15.3
7,050 a1 23.7
7,540 a2 24.6
7,975 a2
17.11
7,053 a1 31.2
7,545 a2 10.18
7,995 a2
16.25
7,076 a1 15.7
7,548 a2 31.6
8,006 a2
30.17
7,110 a1 10.19
7,553 a2 14.23
8,046 a2
23.10
7,113 a1 14.24
7,560 a2 30.11
8,047 a2
14.22
7,116 a1 15.14
7,560 a2 25.10
8,060 a2
15.13/2
7,121 a1 12.23
7,565 a2 19.1
8,078 a2
14.1/2
7,125 a1 21.5
7,565 a2 14.7
8,093 a2
21.22
7,155 a1 21.15
7,566 a2 22.12
8,094 a2
15.20
7,157 a1 28.12
7,573 a2 18.2/2
8,145 a2
28.6
7,157 a1 12.21/2
7,590 a2 25.13
8,150 a2
21.17
7,168 a1 21.10
7,593 a2 15.16
8,206 a2
10.20
7,183 a1 11.32
7,596 a2 15.17
8,211 a2
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: : Semi-árido; Agreste; Zona da Mata.
.
59
Tabela 3.12 Classificação e média da largura da vagem (LgV) avaliada em 176 acessos
de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE. 2007.
Acessos Médias Acessos Médias Acessos Médias Acessos Médias
22.16
0,232 a1 30.9
0,283 a1 13.23
0,296 a1 15.1
0,307 a1
14.14
0,239 a1 15.8
0,284 a1 14.24
0,296 a1 6.24
0,307 a1
15.13/2
0,241 a1 14.27
0,285 a1 14.22
0,296 a1 12.14
0,309 a1
21.20/1
0,244 a1 11.13
0,286 a1 10.28
0,296 a1 24.13/1
0,309 a1
7.4
0,245 a1 25.18
0,286 a1 14.7
0,296 a1 12.3/1
0,309 a1
16.6
0,249 a1 14.8
0,287 a1 22.14
0,296 a1 16.20
0,309 a1
14.2
0,250 a1 15.5
0,287 a1 28.5/1
0,296 a1 16.25
0,309 a1
16.12
0,250 a1 20.7
0,287 a1 14.4
0,297 a1 12.23
0,310 a1
15.23
0,252 a1 29.4
0,287 a1 15.11/1
0,298 a1 14.4/1
0,310 a1
22.4
0,252 a1 15.22
0,288 a1 20.4
0,298 a1 20.8/1
0,310 a1
21.12
0,253 a1 20.14
0,288 a1 12.3/2
0,299 a1 21.28
0,310 a1
25.13
0,254 a1 28.6
0,288 a1 14.19
0,299 a1 19.3
0,312 a1
25.11
0,254 a1 10.17
0,289 a1 16.5
0,299 a1 24.1
0,312 a1
21.17
0,259 a1 10.20
0,289 a1 20.16
0,299 a1 28.12
0,312 a1
22.6
0,261 a1 21.15
0,289 a1 20.9/1
0,299 a1 24.11
0,313 a1
14.18
0,264 a1 22.12
0,289 a1 23.13
0,299 a1 24.2/1
0,313 a1
23.10
0,264 a1 22.3/1
0,289 a1 23.7
0,299 a1 10.24
0,314 a1
10.19
0,265 a1 21.22
0,290 a1 11.6
0,301 a1 15.14
0,315 a1
28.8
0,265 a1 21.3
0,290 a1 15.17
0,301 a1 15.21
0,315 a1
22.8
0,268 a1 31.4
0,291 a1 18.2/2
0,301 a1 19.1
0,315 a1
13.26
0,269 a1 12.21/2
0,291 a1 20.5
0,301 a1 21.1
0,315 a1
18.1
0,269 a1 13.20
0,291 a1 23.3
0,301 a1 28.7
0,315 a1
10.18
0,270 a1 15.7
0,291 a1 23.6
0,301 a1 21.24
0,316 a1
10.12
0,271 a1 21.7
0,291 a1 30.17
0,301 a1 21.4
0,316 a1
19.2
0,271 a1 3.14
0,291 a1 10.6
0,302 a1 31.9
0,316 a1
19.5
0,273 a1 15.11
0,292 a1 15.12
0,302 a1 23.28
0,320 a1
23.2
0,274 a1 17.11
0,292 a1 17.9/1
0,302 a1 28.15
0,320 a1
23.1
0,275 a1 20.13
0,292 a1 22.1
0,302 a1 17.8
0,321 a1
16.26
0,277 a1 30.14
0,292 a1 24.10
0,302 a1 16.2
0,322 a1
20.15
0,277 a1 26.15
0,293 a1 14.16
0,303 a1 21.10
0,322 a1
14.25
0,278 a1 28.10
0,293 a1 6.10
0,303 a1 14.23
0,323 a1
10.23
0,279 a1 15.3
0,294 a1 12.15
0,304 a1 32.2
0,325 a1
30.10
0,279 a1 23.24
0,294 a1 19.7
0,304 a1 11.32
0,328 a1
24.6
0,286a1 26.11
0,294 a1 23.9
0,304 a1 29.5
0,328 a1
27.11
0,280 a1 25.10
0,294 a1 14.10/2
0,305 a1 22.25
0,329 a1
31.6
0,281a1 15.20
0,295 a1 21.27
0,305 a1 23.25
0,336 a1
16.9
0,281 a1 15.4
0,295 a1 24.12
0,305 a1 16.24
0,337 a1
28.4
0,281 a1 16.15
0,295 a1 10.25
0,306 a1 25.9
0,352 a1
13.24
0,282 a1 22.19
0,295 a1 15.9
0,306 a1 26.7
0,358 a1
6.20
0,282 a1 30.11
0,295 a1 16.13
0,306 a1
15.16
0,283 a1 31.1
0,295 a1 8.12/2
0,306 a1
17.3
0,283 a1 25.2
0,295 a1 15.9
0,306 a1
23.20
0,283 a1 21.6
0,296 a1 31.10
0,306 a1
6.2
0,283 a1 16.14
0,296 a1 16.7
0,307 a1
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: : Semi-árido; Agreste; Zona da Mata.
60
Tabela 3.13 Classificação e dia do número de sementes/vagem (SV) avaliados em
148 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE. 2007.
Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias
24.2/1
15,095 a1 15.7
21,925 a1
21.28
24,185 a1 15.9
27,635 a1
21.4
15,945 a1 22.16
22,000 a1
15.17
24,190 a1 23.9
28,515 a1
16.24
16,865 a1 29.5
22,015 a1
10.12
24,195 a1 23.13
28,550 a1
14.4/1
17,500 a1 14.19
22,035 a1
28.4
24,215 a1 24.11
29,165 a1
19.2
17,650 a1 18.1
22,100 a1
12.3/1
24,335 a1
20.5
18,400 a1 14.7
22,115 a1
32.2
24,435 a1
15.23
18,420 a1 11.13
22,210 a1
28.7
24,465 a1
13.26
18,455 a1 31.9
22,215 a1
15.5
24,690 a1
21.6
18,865 a1 11.6
22,340 a1
6.2
24,705 a1
22.14
18,935 a1 23.6
22,400 a1
14.1/1
24,770 a1
20.12
19,035 a1 28.10
22,465 a1
12.21/2
24,900 a1
30.14
19,135 a1 14.27
22,550 a1
21.15
24,935 a1
16.9
19,140 a1 22.6
22,585 a1
12.3/2
25,000 a1
20.15
19,185 a1 15.8
22,600 a1
19.1
25,055 a1
25.9
19,185 a1 16.7
22,640 a1
15.14
25,115 a1
22.3/1
19,265 a1 17.3
22,700 a1
30.11
25,165 a1
30.17
19,350 a1 21.17
22,700 a1
27.11
25,260 a1
23.10
19,420 a1 10.17
22,705 a1
28.12
25,265 a1
16.20
19,650 a1 28.8
22,720 a1
8.12/2
25,270 a1
20.4
19,690 a1 10.20
22,765 a1
25.18
25,285 a1
21.12
19,715 a1 15.13/2
22,850 a1
6.21
25,330 a1
22.4
19,925 a1 15.20
22,935 a1
20.7
25,335 a1
21.7
20,065 a1 31.4
23,000 a1
7.4
25,400 a1
23.7
20,075 a1 16.25
23,045 a1
14.24
25,525 a1
21.1
20,225 a1 21.22
23,085 a1
21.10
25,535 a1
14.16
20,345 a1 31.1
23,100 a1
23.1
25,565 a1
14.22
20,465 a1 15.3
23,150 a1
19.5
25,595 a1
20.9/1
20,500 a1 10.18
23,165 a1
26.7
25,640 a1
21.20/1
20,500 a1 16.15
23,280 a1
14.10/2
25,650 a1
24.13/1
20,545 a1 28.15
23,385 a1 20.14
25,665 a1
19.7
20,700 a1 14.8
23,385 a1
25.13
25,745 a1
22.8
20,735 a1 21.5
23,385 a1
23.3
26,175 a1
13.24
20,835 a1 6.20
23,425 a1
28.6
26,235 a1
12.23
20,850 a1 10.19
23,465 a1
13.23
26,380 a1
21.3
20,860 a1 16.5
23,515 a1
10.6
26,465 a1
6.24
20,950 a1 11.32
23,590 a1
22.12
26,490 a1
14.25
21,000 a1 24.1
23,595 a1
15.16
26,535 a1
17.11
21,100 a1 16.13
23,635 a1
22.25
26,685 a1
20.13
21,100 a1 18.2/2
23,645 a1
25.10
26,810 a1
14.1/2
21,195 a1 16.2
23,665 a1
13.20
26,915 a1
15.4
21,270 a1 20.8/1
23,730 a1
14.23
27,000 a1
26.15
21,450 a1 25.2
23,755 a1
24.10
27,120 a1
31.6
21,565 a1 15.11/1
23,850 a1
21.27
27,200 a1
15.22
21,680 a1 12.14
23,865 a1
26.11
27,200 a1
21.24
21,685 a1 31.2
24,000 a1
6.10
27,275 a1
27.7
21,700 a1 16.12
24,015 a1
26.1
27,500 a1
28.5/1
21,765 a1 23.25
24,015 a1
3.14
27,540 a1
22.1
21,900 a1 15.1
24,100 a1
14.18
27,550 a1
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: : Semi-árido; Agreste; Zona da Mata.
61
Tabela 3.14 Classificação e média do número de locos/vagem (LoV) avaliados em 159
acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE, 2007.
Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias
24.2/1
16,725 a1 20.13
24,200 a1 14.25
26,200 a2
23.9
28,515 a2
16.24
17,833 a1 15.3
24,300 a1 20.7
26,204 a2
23.13
28,550 a2
19.2
18,966 a1 14.27
24,373 a1 15.7
26,266 a2
24.11
29,165 a2
30.17
20,250 a1 24.6
24,400 a1 19.1
26,300 a2 26.11
28,700 a2
23.28
20,761 a1 12.23
24,450 a1 25.13
26,342 a2 22.12
28,722 a2
14.4/1
21,033 a1 12.15
24,536 a1 16.5
26,350 a2 22.13
28,800 a2
23.7
21,157 a1 31.1
24,600 a1 14.24
26,383 a2 22.14
28,863 a2
15.23
21,233 a1 29.5
24,681 a1 28.10
26,533 a2 22.15
28,966 a2
17.8
21,250 a1 28.5/1
24,733 a1 12.3/2
26,566 a2 22.16
29,133 a2
21.20/1
21,283 a1 14.8
24,800 a1 32.2
26,666 a2
14.18
29.166 a2
25.9
21,616 a1 21.17
24,900 a1 28.7
26,716 a2 24.11
29,230 a2
21.12
21,766 a1 24.13/2
24,908 a1 16.15
26,809 a2 23.3
29,866 a2
15.4
22,100 a1 20.4
24,915 a1 21.10
26,854 a2 14.23
30,200 a2
21.6
22,166 a1 25.11
24,933 a1 16.13
26,866 a2 6.10
30,600 a2
22.3/1
22,200 a1 20.8/1
25,062 a1 21.4
26,882 a2
23.13
30.666 a2
22.4
22,250 a1 31.6
25,066 a1 14.2
26,900 a2 3.14
30,854 a2
11.13
22,433 a1 22.1
25,200 a2 17.3
26,900 a2 23.1
31,133 a2
14.14
22,500 a1 12.14
25,233 a2 21.28
26,983 a2 12.3/1
32,357 a2
15.22
22,500 a1 31.4
25,250 a2 15.1
27,000 a2
23.20
22,600 a1 31.2
25,350 a2 26.7
27,000 a2
6.24
22,666 a1 16.2
25,358 a2 7.4
27,028 a2
15.21
22,750 a1 19.3
25,367 a2 14.10/2
27,100 a2
31.9
22,933 a1 24.1
25,372 a2 6.2
27,121 a2
26.15
23,000 a1 16.12
25,433 a2 18.2/2
27,122 a2
11.6
23,128 a1 16.9
25,433 a2 15.11/1
27,150 a2
18.1
23,175 a1 20.5
25,433 a2 22.25
27,200 a2
19.7
23,200 a1 17.11
25,533 a2 28.15
27,233 a2
24.13/1
23,243 a1 6.20
25,564 a2 30.11
27,233 a2
20.12
23,366 a1 21.1
25,566 a2 8.12/3
27,433 a2
23.10
23,450 a1 10.12
25,577 a2 15.5
27,489 a2
20.9/1
23,461 a1 12.21/2
25,633 a2 15.14
27,510 a2
13.24
23,483 a1 21.5
25,633 a2 13.23
27,512 a2
16.20
23,597 a1 28.8
25,633 a2 14.1/1
27,566 a2
10.20
23,766 a1 11.32
25,664 a2 20.16
27,583 a2
22.8
23,833 a1 23.25
25,666 a2 28.12
27,589 a2
14.19
23,900 a1 30.14
25,700 a2 19.5
27,663 a2
14.1/2
23,910 a1 10.19
25,728 a2 27.11
27,741 a2
10.17
23,937 a1 23.6
25,750 a2 8.12/2
27,859 a2
21.7
23,966 a1 28.4
25,762 a2 25.18
27,900 a2
21.3
23,967 a1 24.12
25,800 a2 21.27
27,923 a2
27.7
24,050 a1 16.25
25,812 a2 13.20
28,066 a2
22.6
24,066 a1 15.20
25,900 a2 15.17
28,166 a2
13.26
24,107 a1 21.22
25,950 a2 6.21
28,170 a2
14.22
24,133 a1 25.2
26,015 a2 15.16
28,233 a2
14.16
24,145 a1 15.13/2
26,050 a2 25.10
28,244 a2
21.24
24,150 a1 10.18
26,083 a2 20.14
28,331 a2
16.7
24,157 a1 14.7
26,133 a2 28.6
28,333 a2
20.15
24,166 a1 21.15
26,166 a2 10.6
28,466 a2
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: : Semi-árido; Agreste; Zona da Mata.
62
Tabela 3.15 Classificação e dia do peso de 100 sementes (PS) avaliado em 178
acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE, 2007.
Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias
16.6
0,290 a1 10.6
0,458 a1 19.1
0,493 a1 15.1
0,541 a2
22.4
0,305 a1 13.24
0,460 a1 13.26
0,494 a1 17.8
0,543 a2
22.6
0,305 a1 20.15
0,460 a1 27.11
0,494 a1 21.10
0,543 a2
14.14
0,322 a1 22.3
0,460 a1 15.17
0,495 a1 23.13
0,545 a2
7.4
0,345 a1 22.3/1
0,460 a1 21.1
0,495 a1 30.10
0,545 a2
22.16
0,353 a1 15.8
0,461 a1 15.4
0,500 a2 10.25
0,550 a2
13.20
0,356 a1 16.9
0,462 a1 16.24
0,500 a2 14.24
0,550 a2
3.14
0,370 a1 21.28
0,462 a1 17.11
0,501 a2 15.22
0,550 a2
15.13/2
0,371 a1 25.10
0,462 a1 17.9/1
0,501 a2 16.26
0,550 a2
16.14
0,371 a1 16.15
0,463 a1 28.12
0,501 a2 11.6
0,552 a2
15.23
0,375 a1 14.18
0,465 a1 20.7
0,502 a2 14.10/2
0,552 a2
11.13
0,385 a1 19.2
0,466 a1 21.29
0,503 a2 12.15
0,555 2
21.6
0,385 a1 25.18
0,466 a1 22.24
0,505 a2 15.12
0,555 a2
6.2
0,392 a1 15.14
0,467 a1 15.9
0,506 a2 12.3/1
0,562 a2
10.23
0,398 a1 18.2/2
0,467 a1 11.32
0,508 a2 12.14
0,563 a2
31.4
0,401 a1 13.23
0,468 a1 20.14
0,510 a2 19.3
0,563 a2
14.1/1
0,403 a1 10.17
0,470 a1 22.1
0,510 a2 21.20/1
0,563 a2
18.8
0,406 a1 14.31
0,470 a1 21.27
0,512 a2 12.21/2
0,566 a2
21.12
0,406 a1 29.4
0,470 a1 22.14
0,512 a2 21.4
0,566 a2
22.8
0,407 a1 31.2
0,470 a1 23.3
0,513 a2 31.9
0,566 a2
23.10
0,412 a1 14.4
0,472 a1 19.7
0,514 a2 26.1
0,567 a2
28.6
0,413 a1 28.15
0,472 a1 22.12
0,516 a2 30.11
0,567 a2
10.20
0,415 a1 16.20
0,474 a1 10.24
0,518 a2 26.7
0,570 a2
23.6
0,416 a1 15.11/1
0,475 a1 15.3
0,519 a2 28.5/1
0,570 a2
24.6
0,417 a1 24.10
0,476 a1 16.13
0,520 a2 31.6
0,572 a2
28.8
0,418 a1 15.5
0,478 a1 16.5
0,520 a2 14.4/1
0,575 a2
25.11
0,425 a1 15.20
0,481 a1 23.9
0,520 a2 15.21
0,577 a2
26.15
0,426 a1 21.7
0,481 a1 19.5
0,521 a2 23.28
0,578 a2
21.3
0,430 a1 14.23
0,482 a1 20.16
0,521 a2 22.19
0,583 a2
10.18
0,432 a1 15.16
0,482 a1 10.28
0,522 a2 6.24
0,585 a2
20.12
0,433 a1 20.8/1
0,482 a1 29.5
0,522 a2 14.1/2
0,585 a2
15.7
0,440 a1 23.7
0,482 a1 31.1
0,525 a2 14.19
0,586 a2
26.11
0,440 a1 10.19
0,485 a1 21.5
0,526 a2 25.13
0,588 a2
6.21
0,440 a1 14.7
0,485 a1 28.4
0,530 a2 32.2
0,591 a2
15.11
0,441 a1 24.12
0,485 a1 6.10
0,530 a2 25.2
0,600 a2
16.12
0,442 a1 12.23
0,486 a1 16.7
0,532 a2 25.9
0,601 a2
16.25
0,445 a1 20.13
0,486 a1 23.1
0,532 a2 22.25
0,603 a2
21.15
0,445 a1 21.24
0,486 a1 23.20
0,532 a2 20.9/1
0,611 a2
21.17
0,445 a1 10.12
0,489 a1 17.3
0,535 a2 24.1
0,611 a2
14.16
0,446 a1 14.25
0,490 a1 28.3
0,537 a2 31.10
0,611 a2
24.11
0,449 a1 30.17
0,490 a1 20.4
0,538 a2 24.13/1
0,613 a2
14.22
0,451 a1 20.5
0,491 a1 8.12/2
0,538 a2 14.27
0,620 a2
30.14
0,451 a1 21.22
0,492 a1 28.7
0,540 a2 23.25
0,642 a2
28.10
0,456 a1 16.2
0,492 a1 12.3/2
0,541 a2 24.2/1
0,670 a2
14.8
0,457 a1 6.20
0,492 a1
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: : Semi-árido; Agreste; Zona da Mata.
.
63
Tabela 3.16 Classificação e média da taxa de fertilização (Ft) avaliada em 147 acessos
de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE. 2007.
Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias Acessos
Médias
21.4
59,704 a1 16.13
88,070 a1 23.25
92,143 a1 10.20
95,757 a1
22.14
67,522 a1 22.4
88,367 a1 22.12
92,298 a1 13.20
95,871 a1
20.5
71,503 a1 15.20
88,462 a1 19.5
92,361 a1 13.23
96,006 a1
30.14
72,052 a1 28.8
88,591 a1 30.11
92,384 a1 21.20/1
96,263 a1
16.9
75,335 a1 21.22
88,736 a1 28.6
92,526 a1 11.6
96,343 a1
13.26
75,433 a1 13.24
88,738 a1 14.27
92,663 a1 15.22
96,640 a1
12.3/1
75,573 a1 25.9
88,739 a1 24.1
92,772 a1 20.7
96,671 a1
14.25
76,785 a1 6.10
88,760 a1 23.13
92,862 a1 31.9
96,691 a1
21.1
79,082 a1 14.1/2
88,840 a1 6.24
92,938 a1 14.24
96,758 a1
20.4
79,437 a1 29.5
88,900 a1 19.2
93,056 a1 12.21/2
97,162 a1
20.15
79,863 a1 15.14
89,003 a1 10.6
93,117 a1 21.27
97,202 a1
20.12
81,262 a1 14.23
89,095 a1 26.15
93,125 a1 25.13
97,738 a1
23.1
81,495 a1 15.1
89,175 a1 16.2
93,376 a1 22.25
98,067 a1
17.11
82,388 a1 10.18
89,224 a1 16.7
93,783 a1 24.11
98,081 a1
15.7
82,883 a1 19.7
89,285 a1 22.6
93,826 a1 23.9
98,308 a1
14.4/1
83,050 a1 3.14
89,346 a1 31.1
93,892 a1
23.10
83,169 a1 14.1/1
89,444 a1 24.10
93,954 a1
16.20
83,293 a1 16.5
89,460 a1 15.4
93,985 a1
14.16
83,416 a1 22.16
89,490 a1 7.4
94,042 a1
21.7
83,820 a1 21.28
89,581 a1 15.16
94,048 a1
17.3
84,420 a1 16.25
89,586 a1 12.3/2
94,146 a1
14.7
84,720 a1 21.24
89,629 a1 28.4
94,167 a1
14.22
84,827 a1 6.21
89,759 a1 31.2
94,322 a1
21.6
85,091 a1 15.5
89,891 a1 14.8
94,357 a1
28.10
85,126 a1 24.2/1
89,978 a1 16.12
94,398 a1
12.23
85,342 a1 27.7
90,326 a1 14.18
94,512 a1
15.17
85,567 a1 20.14
90,472 a1 12.14
94,517 a1
31.6
85,608 a1 8.12/2
90,600 a1 16.24
94,591 a1
22.1
85,693 a1 21.12
90,637 a1 14.10/2
94,614 a1
28.15
85,823 a1 25.18
90,659 a1 10.12
94,652 a1
16.15
86,490 a1 27.11
90,840 a1 20.8/1
94,681 a1
22.3/1
86,550 a1 6.2
91,007 a1 15.9
94,796 a1
23.3
86,710 a1 21.17
91,033 a1 10.17
94,830 a1
23.6
86,901 a1 31.4
91,069 a1 25.10
94,914 a1
15.23
87,052 a1 10.19
91,100 a1 26.11
94,920 a1
18.2/2
87,170 a1 25.2
91,289 a1 18.8
94,947 a1
21.3
87,243 a1 21.5
91,305 a1 26.7
94,953 a1
20.13
87,269 a1 14.19
91,362 a1 23.7
95,061 a1
22.8
87,271 a1 6.20
91,561 a1 21.10
95,093 a1
20.9/1
87,338 a1 28.7
91,574 a1 21.15
95,188 a1
28.5/1
87,412 a1 28.12
91,597 a1 19.1
95,261 a1
15.13/2
87,726 a1 11.13
91,669 a1 26.1
95,476 a1
15.11/1
87,856 a1 11.32
91,750 a1 30.17
95,608 a1
24.13/1
87,925 a1 32.2
91,975 a1 15.3
95,740 a1
Médias seguidas da mesma letra não difere entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Mesorregiões Sergipanas: : Semi-árido; Agreste; Zona da Mata.
64
RESUMO
FONTENELE, Ana Consuelo Ferreira. Divergência genética entre acessos de jureminha
a partir de análises multivariadas. In:_______. Caracterização morfológico-
reprodutiva de acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.) nativa de
Sergipe. 2007. cap. 2. 101 f. Dissertação (Mestrado em agroecossistemas)-Universidade
Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2007.
A manutenção de acessos de espécies vegetais em bancos de germoplasma tem
crescido em importância para preservação da diversidade e uso em programas de
melhoramento genético. Nesse sentido o presente trabalho visou avaliar a divergência
genética entre acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.) coletados em
três mesorregiões do estado de Sergipe, através da análise multivariada, baseando-se em
oito caracteres morfológicos reprodutivos. O experimento foi realizado no Campo
Experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Nossa Senhora das Dores, SE, em
blocos ao acaso com duas repetições, utilizando-se 91 acessos com três plantas por
parcela. Os descritores considerados foram: comprimento e largura de vagem (CpV,
LgV), peso de 100 sementes (PS), percentual de fertilização (Ft), número de vagem por
inflorescência (VI), número de sementes e locos por vagem (SV, LoV) e número de dias
para florescimento após o corte (Flo). As análises realizadas foram: agrupamento pelo
método de Otimização de Tocher e Hieráquico do Vizinho Mais Próximo e a Projão
das Distâncias no Plano, utilizando-se a distancia generalizada de Mahalanobis como
medida de dissimilaridade. Houve formação de sete grupos divergentes, sendo um
grupo formado por 76 genótipos, dois grupos com quatro genótipos, três grupos com
dois genótipos e um grupo com apenas um genótipo Concluiu-se que a divergência
genética entre os acessos não é grande, pois a maioria dos genótipos concentrou-se em
apenas um grupo. O todo hierárquico do vizinho mais próximo, revelou resultados
semelhantes ao todo de Tocher apresentando o acesso 29 como o mais distante dos
demais. Os caracteres que mais contribuíram para a divergência foram SV com 37,20%
da variação, LoV com 14,39%, seguido por VI com 12,25%.
Palavras-chaves: melhoramento genético, distância genética, banco de germoplasma.
65
ABSTRACT
FONTENELE, Ana Consuelo Ferreira. Genetic Divergence Among Accessions of
Jureminha by Multivariate Analysis. In:_______. Morphological-reproductive
Characterization of Jureminha (Desmanthus virgatus L. (Willd) Accessions Natives
of Sergipe. 2007. 101 f. Dissertacion (Master of Science in Agroecosytems)-
Universidad Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2007.
The significance of the maintenance of plant species accessions in germplasm banks has
increased in view their importance in the bio-diversity preservation and use in genetic
improvement programs. The present work aimed to evaluate the genetic divergence
among accessions of jureminha (Desmanthus virgatus (L) Willd), collected across three
meso-regions of Sergipe, employing multivariate analysis, based in 8 reproductive
morphological characters. The experiment was carried out in the Embrapa Tabuleiros
Costeiros Research Station, located at Nossa Senhora das Dores, SE, in a completely
randomized block design with 91 treatments (accessions), 2 replications, and 3
representative plants per plot. The characters pods length and width (CpV and LgV),
weight of 100 seeds (PS), fertilization percentage (Ft), number of pods per cluster (VI),
number of seeds and locus per pod (SV and LoV), and days to flowering after pruning
(Flo) were evaluated. Statistical analysis methods of Grouping by the Tocher
Optimization, Closest Neighbor Hierarchical, and Plane Distances Projection using the
Mahalanobis generalized distance as dissimilarity measurement, were used. Seven
divergent groups were formed. One group was composed by 76 genotypes, two groups
by 4 genotypes, three groups by 2 genotypes , and one group by only 1 genotype. It was
concluded that there is no larger genetic divergence among accessions considering the
majority of genotypes were concentrated in the same group. The hierarchic method of
the nearest neighbor, disclosed similar result to the method of Tocher were 29 was the
most distant accessions. The characters that masts contributed for the divergence were
SV with 37,20% of the variation, LoV with 14,39%, followed by VI with 12,25%.
Key words: genetic improvement, genetic distance, germplasm banks.
66
4.1 INTRODUÇÃO
A jureminha é uma leguminosa nativa, perene, autógama, encontrada em todas
as regiões ecogeográficas do estado de Sergipe. Apresenta grande potencial para a
agropecuária, podendo ser utilizada tanto em pastagens naturais e cultivadas, banco de
proteínas como em culturas consorciadas. Devido à presença de xilopódios, é muito
resistente às condições de seca, além de apresentar cil multiplicação por sementes e
boa palatabilidade (ALCÂNTARA; BUFARAH, 1999).
O estudo da diversidade de populações, é de grande importância no contexto da
evolução e conservação das espécies, como também na identificação de progenitores
divergentes para utilização em programas de melhoramento. A estimativa da
divergência genética entre as populações de plantas permite inferir sobre a capacidade
específica de combinação e a heterose. Sendo que, a falta de entendimento das relações
sistemáticas põe em risco a proteção in situ do germoplasma e a utilização de
marcadores genéticos podem auxiliar na identificação correta de acessos do
germoplasma (BOHAC et al., 1993), pois o realinhamento taxonômico servirá para
saber como se proceder na administração e uso deste germoplasma no futuro. Os
marcadores genéticos podem revelar, ainda, os perfis genéticos populacionais de
germoplasma recém adquiridos, como um prelúdio para uma administração ex situ, per
se (BROWN et al., 1989). Para tanto, é necessário a avaliação e interpretação
simultânea de um conjunto de caracteres para a determinação daqueles que efetivamente
contribuem na discriminação genotípica (CRUZ, 1990).
Assim, antes do estabelecimento dos cruzamentos, Falconer e Mackay (1996)
recomendam que sejam efetuadas medidas de divergência genética, as quais auxiliam o
melhorista na identificação de combinações promissoras. As medidas de distâncias
genéticas têm sido úteis na avaliação de acessos em bancos de germoplasma, no
estabelecimento de relações entre a diversidade genética e geográfica, e também para
evitar a vulnerabilidade genética da cultura (NASCIMENTO FILHO et al., 2000). No
entanto, a avaliação da divergência genética tem sido feita por meio de técnicas
biométricas, baseadas na quantificação da heterose, ou por processos preditivos, os
quais se baseiam nas diferenças morfológicas, fisiológicas e agronômicas dos genitores
(CRUZ; REGAZZI, 2004).
67
A utilização de técnicas multivariadas para estimar a divergência genética tem
sido cada vez mais utilizada entre os melhoristas de plantas. Entre essas práticas, os
métodos de agrupamento tem se apresentado como uma das práticas mais utilizadas,
sendo que esse método requer uma medida de dissimilaridade previamente estabelecida
(MACHADO, 1999).
Entre as medidas de dissimilaridade, a distância de Mahalanobis (D²) apresenta-
se como uma das mais utilizadas nos programas de melhoramento por levar em conta o
grau de correlação entre os caracteres avaliados. Sendo utilizada para análise de
agrupamento, o qual tem por finalidade reunir por algum critério de classificação, os
progenitores (ou qualquer outro grupo amostral) em vários grupos, de tal forma que
exista homogeneidade dentro do grupo e heterogeneidade entre os grupos (CRUZ;
REGAZZI, 2004).
De acordo com Cruz (2005) em um programa de hibridação a escolha dos
progenitores é o passo fundamental para o sucesso do programa. Estes progenitores
devem apresentar bom desempenho e grande divergência genética para se obter ganhos
por seleção.
Nesse sentido, este trabalho objetivou quantificar a divergência genética de
acessos de jureminha coletadas em regiões ecogeográficas do estado, agrupadas por
análise multivariada visando à identificação e seleção de acessos promissores.
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
4.2.1 Coleta dos acessos
Foram coletados 680 acessos de jureminha nas três regiões ecogeográficas do
estado de Sergipe, no período de 31/10/2001 a 28/02/2004.
O estado de Sergipe, com área de 21.994 km², está situado na Região Nordeste
do Brasil, compreendido entre os paralelos 31’54” e 11º 34’12” de latitude sul e os
meridianos 36º14’27” e 38º11’20” de longitude a oeste de Greenwich (JACOMINE et
al., 1975). É composto segundo IBGE (2002), por três mesorregiões: Zona da Mata,
Agreste e Semi-árido, cujas características de clima e solo estão apresentadas na Tabela
4.1.
68
Tabela 4.1 Dados de clima e solos das mesorregiões de coleta de jureminha
(Desmanthus virgatus (L.) Willd.) no estado de Sergipe. Aracaju, SE, 2003.
PRECIPITAÇÃO
REGIÃO
PRECIPITAÇÃO
ANUAL
(mm)
Nº. DE
MESES
SECOS
1
MÊS
MAIS
SECO
1
MÊS
MAIS
CHUVOSO
1
TEMPERATURA
ºC MÉDIA
ANUAL
1
SOLOS
PREDOMINANTES
2
ZONA DA
MATA
1000-1250
01/FEV-
03/MAI
<30-50
150-250 23-26
PVA+PVAe+
V+RQ+RQg
AGRESTE 750-1250 03/MAI 20-40 120-250 24-26
SGe+CXve+
PVAe+RQg+
LAVd+PV+
MT+V
SEMI-
ÁRIDO
<500-1000 6-8
<20-30
<60-200 24-26
TC+SGe+
Re+PVAd+
PVA+CXve+
Rle+Asac
1
(UFS, 1979)
2
L- LUVISSOSLOS CRÔMICOS; SGe PLANOSSOLOS HIDROMÓRFICOS EutróficoS; Rle NEOSSOLOS LITÓLICOS
Eutróficos; PVAe ARGISSOLOS VERMELHO AMARELO Eutróficos; PVA ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO;
PVAd ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO distrófico; CXve CAMBISSOLOS HÁPLICOS Ta Eutróficos; RQg-
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Profundos; LVAd LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELO Distróficos; MT-
CHERNOSSOLOS ARGILÚVILICOS; V VERTISSOLOS; E ESPODOSSOLOS e RQ - NEOSSOLOS
QUARTZARÊNICOS; Solos Halomórficos (Embrapa, 1999).
As mesorregiões compreendem os espaços sub-regionais, de confluência entre
duas ou mais unidades municipais, ou de fronteira com estados vizinhos, com
identidade cultural, econômica e social própria, institucionais e de dinamismo
econômico, menores que as macrorregiões, que necessitam de incentivos e atuação
diferenciada do Estado para o desenvolvimento de atividades produtivas. A zona da
mata, onde foram coletados 297 acessos, corresponde à faixa sub-costeira, coberta
originalmente pela Mata Atlântica, compreendida entre o litoral e a zona do agreste
sergipanos. Esta área tem sido extensivamente cultivada, evidenciando-se apenas
fragmentos de florestas. A área tem 8.722.008 km², abrangendo 42 municípios e
representa 39,81% do Estado. A temperatura média é de 26ºC, e a precipitação oscila de
1500 a 2000 mm por ano (IBGE, 2002).
A região do agreste, onde foram coletados 174 acessos, corresponde à zona de
transição entre a zona da mata e a região do semi-árido, é uma das principais
mesorregiões de produção agrícola do Estado. A parte leste é mais agrícola, a parte
oeste prevalece à pecuária extensiva, abrange 17 municípios com área total de
5.867.554 km², representando 26,78 % da área total do Estado (IBGE, 2002).
69
Na região do semi-árido foram coletados 209 acessos de jureminha, essa região
cobre 7.320.782 km² e abrange 16 municípios que representam 33,41% da área do
Estado. Normalmente, a precipitação pluviométrica é de 300 a 700 mm, de distribuição
irregular, ocorre em único período de três a cinco meses, acompanhada de sete a nove
meses de seca prolongada. As temperaturas o elevadas, oscilam entre 23 a 27º C, a
umidade relativa do ar é baixa (50%) e a evaporação anual é alta. Os solos são rasos e
de baixa fertilidade (IBGE, 2002).
A coleta consistiu na colheita de sementes de plantas individuais tomadas ao
acaso, adotando-se a estratégia, usada para as espécies de autofecundação, isto é, de se
obter poucos propágulos por plantas no maior número possível delas, tendo-se o
cuidado de se evitar as situadas muito próximas (NASS et al., 2001).
As paradas eram determinadas em função das mudanças de solo, clima e
vegetação, ou no máximo, entre 30 a 50 km entre uma parada e a seguinte. As sementes
foram coletadas em plantas as margens de rodovias (69,1%), em pastagens nativas
(13,7%) e cultivadas (6%) e em áreas de cultura (7,6%) e mata (3,6%) (ARAGÃO;
MARTINS, 2000).
Na área de projeção da copa de cada planta cujas sementes foram coletadas foi
retirada uma amostra de solo proveniente de quatro furos, com trato, à profundidade de
20 cm, a qual foi analisada quimicamente pelo Instituto de Tecnologia e Pesquisa do
Estado de Sergipe (ITPS), Tabela 4.2.
Tabela 4.2 Resultados das análises químicas do solo retirado na área de cada planta
coletada nas mesorregiões do estado de Sergipe, durante a expedição de coleta de
jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE, 2007.
MESORREGIÃO pH
P
(mg/dm
3
)
K
+
(mg/dm
3
)
Ca
++
+
Mg
++
(mg/dm
3
)
Al
+++
(mg/dm
3
)
MO
(%)
Zona da Mata 6,8 13,1 71,5 12,2 0,03 3,4
Agreste 6,7 15,4 89,1 12,1 0,08 3,8
Semi-árido 6,6 17,3 112,8 9,6 0,01 3,5
As sementes coletadas foram acondicionadas em sacos de papel, os quais foram
identificados através de etiquetas contendo número, a data e o local da coleta, a espécie
e o nome do coletor. Todos esses dados e mais as indicações sobre a descrição do local
70
e as amostras de solos foram registrados em cadernetas de campo. Dentre os 680
acessos coletados, 212 foram utilizados para implantação do experimento, dos quais 125
(69%) são provenientes da zona da mata, 60 (18,3%) do agreste e 27 (12,7%) do semi-
árido sergipano (Figura 4.1).
71
Figura 4.1 Identificação dos pontos de coleta dos acessos de jureminha (Desmanthus
virgatus (L.) Willd.) nas mesorregiões sergipanas. Aracaju, SE, 2007.
72
4.2.2 Implantação e condução do Banco Ativos de Germoplasma (BAG)
A implantação do BAG deu-se em agosto de 2003 no Campo Experimental
Jorge do Prado Sobral, pertencente a Embrapa Tabuleiros Costeiros, com 212 acessos
discriminados na Tabela 4.3. Esse campo está localizado no município de Nossa
Senhora das Dores, pertencente à região agreste do estado, com altitude de 170 m,
latitude 10 29’30” sul e longitude 37 11’36’’oeste.
O clima dessa região, segundo a classificação de Köppen, é A’s com
temperatura dia anual de 27ºC, umidade relativa de 60 % e precipitação anual de 1
000 mm. Desses 80% ocorre em época de chuvas (abril a setembro) e 20% na época
seca (outubro a março). O solo é do tipo LATOSSOLOS AMARELO Distróficos -
LAd com baixa fertilidade natural (EMBRAPA, 1999).
Os acessos foram implantados em delineamento de bloco ao acaso com duas
repetições. Cada acesso está representado por uma linha de três plantas, com
espaçamento entre plantas e entre linhas de 2m em parcelas de 12m
2
, além da bordadura
colocada em torno de cada repetição.
Foram realizadas adubações de fundação e de manutenção com 60 kg de
P
2
O
5
/ha, como também, capinas manuais sempre que necessário.
73
Tabela 4.3 - Descrição dos acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd
implantados no BAG. Nossa Senhora das Dores, SE, 2007. (Continua)
MESORREGIÃO
MUNICÍPIO ACESSOS
ZONA DA MATA
Aracaju 31.1 31.10 31.2 31.3 31.4 31.6 31.9
Arauá
15.11 15.11/1 15.12 15.13/2 15.14 15.16 15.17
15.3 15.4 15.5 15.6 15.7 15.8 15.9
17.8
Boquim
20.4 20.5 20.7 20.8/1 20.9/1
Pirambu
27.7
Carmópolis 27.9 27.10
Cedro 5.6 5.7
Cristinápolis 16.14 16.15 16.20 16.21/2 16.24
Divina Pas
24.10 24.11 24.6 24.9
Estancia 17.9/1 18.1 18.2/2 18.2/3 19.4/1 19.4/2
Ilha das Flores
28.10 28.12 28.15
Itabaininha 15.20 15.21 15.22 15.23
Itaporanga
30.11 30.14 30.17
Japaratuba
26.15 27.11
Japoata
28.3 28.4 28.5/1
Laranjeiras
23.13 23.15 23.20 23.24 23.25 23.27
Maruim
24.17 25.2 25.5 25.6
Neópolis
28.6 28.7 28.8
N S Socorro
30.2 32.2
Pacatuba
29.4 29.5
Pedrinhas
14.16 14.18 14.19 14.22 14.23 14.24 14.25
14.27 14.31 15.1 20.12 20.13 20.14 20.15
20.16
Riachuelo
23.28 24.1 24.2/1
Rosário
25.10 25.11 25.13 25.18 25.9 26.1
São Cristóvão
30.10 30.9
S L Itanhy 19.1 19.2 19.3
S R lima
24.12 24.13/1 24.13/2 24.14/1
Salgado
19.5 19.7
Siriri
26.11 26.7
Umbaúba
16.12 16.13 16.2 16.25 16.26 16.5 16.7
16.9 17.3
AGRESTE
Muribeca
6.2
N S Dores
8.12/2 8.12/3
Riachao 14.1/2 14.10/2 14.14 14.4 14.4/1 14.7 14.8
21.20/1
21.22
21.24 21.27 21.28 21.29
S Dias 12.14
12.15
12.21/2 12.23 22.1 22.2
S Domingos
22.6
22.8 175
Aquidabã
6.10 23.10 23.4 23.6 23.7 23.8 23.9
Campo Brito
22.12 22.13 22.14 22.16
Itabaiana 22.19 22.24 22.25 23.1 23.2 23.3
Lagarto 21.1
21.10 21.12 21.15 21.17 21.3 21.4
Lagarto
21.5
21.6 21.7 22.3 22.3/1 22.4
T Barreto 13.20
13.23
13.24 13.26 14.1/1
SEMI-ÁRIDO
NS Gloria 12.3/1
12.3/2
Porto da Folha
2.21
Ribeiropolis 10.12
10.17
10.18 10.19 10.20 10.23 10.24
10.25
10.6
74
Carira
11.10
11.16 11.13 11.6
Feira Nova 7.6 7.7
Frei Paulo 10.28
Gararu 3.2
Itabi
3.14 6.20 6.21 6.24 7.4
Monte Alegre 2.2
4.2.3 Caracterização dos acessos
Foram utilizados 91 acessos de jureminha do banco de germoplasma do Campo
Experimental de Nossa Senhora das Dores, SE, pertencente a Embrapa Tabuleiros
Costeiros. Os caracteres avaliados foram: número de locos por vagem (LoV), número de
sementes por vagem (SV), mero de vagens por inflorescência (VI), número de dias
para florescimento após o corte (Flo), comprimento de vagem (CpV), largura de
vagem (LgV), peso de 100 sementes (PS) e percentual de fertilização (Ft). Os acessos
constam de plantas nativas, de diversas procedências, conforme a Tabela 4.4.
75
Tabela 4.4 Descrição e procedência dos 91 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus
(L.) Willd.) utilizados nas caracterizações. Aracaju, SE, 2007.
AVALIAÇÃO
ACESSO
PRCEDÊNCIA/
MESORREGIÃO
AVALIAÇÃO
ACESSO
PRCEDÊNCIA/
MESORREGIÃO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
10.17
10.18
10.19
10.6
11.32
11.6
12.14
12.23
13.23
13.24
13.26
14.10/2
14.19
14.24
14.27
14.7
14.8
15.1
15.11/1
15.17
15.20
15.22
15.4
15.9
16.12
16.15
16.2
16.20
16.24
16.25
16.5
16.7
16.9
17.11
17.3
18.2/2
18.1
19.1
19.2
19.5
19.7
20.14
20.15
20.4
20.5
20.7
Ribeirópolis/Semi-árido
N. Sra. Glória/S-árido
Carira/Semi-árido
Simão Dias/Agreste
Tobias Barreto/Agreste
Riachão do
Dantas/Agreste
Pedrinhas/Z. Mata
Riachão do
Dantas/Agreste
Pedrinhas/Z. Mata
Arauá/ Zona Mata
Itabaianinha/Z. Mata
Arauá/Z. Mata
Umbaúba/Z. Mata
Cristinápolis/Z. Mata
Umbaúba/Z. Mata
Cristinápolis/Z. Mata
Umbaúba/Z. Mata
Estância/ Z. Mata
Umbaúba/Z. Mata
Estância/Z. Mata
Salgado/Z. Mata
Pedrinhas/Z. Mata
Boquim/Z. Mata
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
20.8/1
20.9/1
21.1
21.10
21.12
21.15
21.17
21.22
21.4
21.5
21.6
21.7
22.1
22.12
22.14
22.3/1
22.6
22.8
23.13
23.20
23.25
23.6
23.7
23.9
24.1
24.10
24.11
25.10
26.15
26.7
27.11
28.12
28.15
28.4
28.6
28.8
29.5
3.14
30.11
30.14
31.6
31.9
6.2
6.20
6.24
Boquim/Z. Mata
Lagarto/Agreste
Riachão
do Dantas/Agreste
Lagarto/Agreste
Simão Dias/Agreste
Campo do Brito/Agre
Lagarto/Agreste
S. Domingos/Agreste
Laranjeiras/Z. Mata
Areia Branca/Z. Mata
Riachuelo/Z. Mata
Divina Pastora/Z. M.
Riachuelo/Z. Mata
Rosário do Catete/Z. Mata
Japoatã/Z. Mata
Siriri/Z. Mata
Carmópolis/Z. Mata
Ilha das Flores/Z. M.
Brejo Grande/Z. Mata
Japaratuba/Z. Mata
Japoatã/Z. Mata
Neópolis/Z. Mata
N S. do Socorro/Z. Mata
Itabi/Semi-árido
Itaporanga/Z. Mata
Aracaju/Z. Mata
Muribeca/Agreste
Itabi/Semi-árido
*
* número de avaliação correspondente ao número do acesso de coleta de jureminha.
76
O número de vagem por inflorescência foi contado em três inflorescências por
planta. O número de sementes e de locos por vagem, o comprimento e largura de vagens
foram feitos em três vagens por planta, esses dois últimos medidos com paquímetro
digital. O peso de 100 sementes foi obtido em balança de precisão de 0,01g e o número
de dias para florescimento após o primeiro corte, contados depois do primeiro corte a
a emergência da primeira flor. O percentual de vagens fertilizadas foi obtido pela razão,
número de sementes por vagem/número de locos por vagem x 100.
4.2.4 Análises estatísticas
Na análise de divergência genética entre os 91 acessos para os caracteres
avaliados, foram empregadas as cnicas multivariadas de agrupamento, a qual envolve
uma medida de similaridade entre os acessos para determinar quantos grupos existem na
amostra. Na aplicação dessa técnica foi adotada a distância generalizada de
Mahalanobis (D²) (1936), como medida de dissimilaridade e por levar em consideração
o grau de dependência entre as variáveis estudadas. Para estimar essa distância,
inicialmente foram computadas as médias de todas as variáveis de cada cultivar e, em
seguida, estabelecida a matriz de covariância residual, a matriz de transformação dos
dados, a variância das variáveis transformadas, as médias das variáveis não
correlacionadas e, finalmente, a técnica de condensação pivotal para a resolução da
matriz de dispersão (CRUZ; REGAZZI, 2004).
Com relação ao estabelecimento de grupos similares, foi aplicado o método
aglomerativo de otimização, hierárquico e projeção das distâncias no plano. O método
de otimização utilizado foi o proposto por Tocher (RAO, 1952; CRUZ; REGAZZI,
2004), que a partir da matriz de dissimilaridade de Mahalanobis (D²) identificou o par
de acessos mais similar para formar o grupo inicial. A partir desse grupo foi realizada a
formação de novos grupos. O método hierárquico utilizado foi o do vizinho mais
próximo, cujos cálculos foram igualmente baseados na distância generalizada de
Mahalanobis (D²), e dos acessos mais similares que formaram o grupo inicial. Esse
processo de identificação dos grupos mais similares se repetiu em vários níveis sobre a
nova matriz de dissimilaridade, cuja dimensão é reduzida e finalizada num único grupo,
estabelecendo-se o dendograma. Subseqüentemente, precedeu-se a elaboração da
projeção das distâncias no espaço bi e tridimensional, baseado em duas e três escores,
respectivamente, que mais contribuíram para divergências entre os acessos,
77
estabelecidas pelo critério de Singh (1981) (CRUZ; REGAZZI, 2004). Todas as análises
foram efetuadas utilizando-se o programa computacional GENES (CRUZ, 2001).
4.2.5 Depósito de acessos em herbário
Foram depositados 140 acessos no herbário do Departamento de Biologia da
UFS, e dentre estes foram enviados para identificação no herbário de Feira de Santana,
BA 15 acessos, sendo 5 de cada mesorregião de origem (Tabela 4.10). Para montagem
das exsicatas foram feitos cortes de 20 cm da parte aérea da planta, sendo utilizada uma
amostra da planta para cada exsicata e três exsicata por planta, tomando-se o cuidado de
coletar material com folhas, flores e frutos. Esse material foi identificado, prensado e
levado para a secagem em estufa a 30°C durante oito dias (Figura 4.5). O processo de
secagem, identificação, catalogação e registro foram realizados no herbário do
Departamento de Biologia da UFS.
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os caracteres (SV), (Ft) e (Flo) não apresentaram diferenças significativas pelo
teste F. Já os demais caracteres avaliados demonstraram presença de variabilidade
(Tabela 4.5). As dias obtidas para os caracteres avaliados estão de acordo com as
encontradas por Aragão e Martins (1996). E os coeficientes de variação foram baixos
indicando precisão do experimento para a metodologia adotada.
Tabela 4.5 Dados descritivos dos caracteres de acessos de jureminha (Desmanthus
virgatus (L.) Willd.). Aracaju, SE, 2007.
CARACTERES VARIÂNCIA MÉDIA
MÁXIMO
MÍNIMO
CV(%)
Número de sementes/vagem (SV) 7,4134
ns
22,894
28,666
15,945
11,893
Número de locos/vagem (Lo/V) 5,4669
**
25,531
30,855
17,834
9,158
Fertilização (Ft) 46,7803
ns
89,586
98,309
59,704
7,635
Comprimento da vagem (Cop) 0,4249
**
7,511
8,875
5,500
7,791
Largura da vagem (LgV) 0,0003
**
0,297
0,358
0,253
6,051
Peso de 100 sementes (PS) 0,0034
**
0,494
0,643
0,305
11,735
Florescimento após o corte (Flo) 17,8942
ns
41,969
51,500
33,250
10,079
Número de vagens/ inflorescência (VI) 0,6608
**
3,720
6,389
2,083
21,852
Total 78,5617
78
A Tabela 4.6 resume os resultados das estimativas das distâncias genéticas
máximas e mínimas dos 91 acessos. Os acessos mais divergentes geneticamente foram
os 29 e 61 provenientes da zona da mata e agreste, respectivamente, sendo a distância
entre eles de maior magnitude (dij = 69,57) e os mais relacionados 12 e 91 (dij = 0,51),
os quais quando relacionados a todos os outros acessos ficaram nos agrupamentos (VII
e V) e (I), respectivamente (Tabela 4.7).
Com relação à distância máxima de D² obtida entre os acessos estudados,
observa-se que a maioria apresentou suas respectivas máximas quando combinadas
com o acesso 29, indicando que esse acesso como o mais divergente no grupo de
germoplasma avaliado. Valores máximos de D² de alta magnitude foram obtidos para o
acesso 29 quando combinado com os acessos 2, 85, 72, 65 e 61 e entre a cultivar 68 e
76 (Tabela 4.6). Estas merecem considerável atenção na seleção de genótipos para
hibridação, principalmente as combinadas ao acesso 29, as quais obtiveram as maiores
distâncias. Estes acessos o, portanto, os mais indicados na combinação brida nas
etapas iniciais de um programa de melhoramento, para os quais espera-se que devido à
divergência genética, haja produção de híbridos de maior efeito heterótico, de maneira a
elevar as chances de combinações gênicas favoráveis que permitam a seleção de
genótipos superiores.
79
Tabela 4.6 Estimativas das distâncias generalizadas de Mahalanobis (D²), máximas e
mínimas, relativas aos acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd). Aracaju,
SE, 2007.
Distâncias Distâncias
Acessos
Máximas Acessos Mínimas Acessos
Acessos
Máximas Acessos Mínimas Acessos
01 39,90
29 2,61
77 47 36,95
61 2,23
25
02 54,38
29 2,72
82 48 35,97
29 0,90
13
03 46,47
29 3,07
64 49 27,06
68 2,34
34
04 38,10
29 1079
38 50 33,11
68 1,46
18
05 39,40
68 2,29
27 51 58,23
76 2,91
64
06 40,60
55 1,45
32 52 45,12
55 1,10
74
07 31,47
61 1,06
14 53 44,07
55 1,50
82
08 29,19
29 1,74
31 54 31,55
29 0,86
26
09 42,86
29 1,11
75 55 58,45
63 8,24
61
10 32,44
55 1,45
77 56 28,08
63 2,34
38
11 67,41
29 5,32
80 57 42,43
61 5,40
28
12
47,31
29
0,51*
91
58 28,59
61 1,02
34
13 36,30
29 0,90
48 59 48,96
29 3,56
16
14 34,66
29 1,06
07 60 51,40
29 1,89
12
15 46,06
29 1,90
87
61 69,57**
29
8,24
55
16 52,70
29 3,25
44 62 47,93
29 3,40
01
17 36,97
55 2,13
25 63 58,44
55 5,39
37
18 30,31
68 1,46
50 64 41,70
76 2,55
43
19 31,44
29 1,64
21 65 62,93
29 2,53
60
20 42,48
29 0,90
36 66 47,99
29 3,32
14
21 28,45
76 1,64
19 67 50,53
63 3,26
71
22 35,40
55 3,63
87 68 63,95
76 5,33
23
23 45,30
76 5,34
68 69 52,61
29 3,76
65
24 38,87
29 2,18
04 70 56,19
29 2,66
12
25 35,33
55 1,56
26 71 41,56
29 3,26
67
26 34,17
29 0,86
54 72 62,49
29 3,19
65
27 30,82
55 2,24
50 73 38,77
29 3,21
79
28 35,85
61 2,16
41 74 43,37
55 1,11
52
29 69,57
61 14,81
41 75 39,53
76 0,65
81
30 27,01
61 2,02
25 76 63,95
68 5,76
05
31 31,72
29 1,42
54 77 33,94
29 1,45
10
32 34,49
61 1,45
06 78 40,11
29 2,38
79
33 42,43
29 2,97
45 79 36,31
55 2,38
78
34 28,74
29 1,02
58 80 59,01
29 2,72
70
35 36,24
29 1,79
31 81 38,54
76 0,65
75
36 40,23
29 0,90
20 82 45,53
29 1,50
53
37 48,05
55 2,86
64 83 45,30
68 5,45
88
38 33,80
29 1,79
04 84 40,29
29 1,47
89
39 50,64
76 4,51
51 85 65,24
29 5,94
45
40 56,26
29 1,40
42 86 49,12
76 6,97
23
41 43,16
61 1,98
32 87 41,62
55 1,90
15
42 48,68
29 1,40
40 88 44,95
61 3,35
41
43 38,07
29 2,35
58 89 41,95
76 1,47
84
44 46,09
29 3,25
16 90 50,28
29 1,84
42
45 41,26
29 2,96
33 91 47,24
29 0,51
12
46 43,24
55 1,89
90
* ** menor e maior distância entre os acessos, respectivamente.
80
As estimativas das distâncias genéticas permitiram a formação de sete grupos
distintos, pelo método de agrupamento proposto por Tocher (RAO, 1952; CRUZ;
REGAZZI, 2004) (Tabela 4.7).
O maior grupo foi constituído por 76 acessos, formaram-se também dois grupos
medianos constituídos de quatro acessos e grupos pequenos, sendo três compostos por
dois acessos e um grupo por apenas um acesso. Esses últimos apontam na direção de
que tais grupos o os mais divergentes em relação aos demais. Por outro lado, os 76
acessos que compõem o agrupamento (I) apresentaram baixa diversidade genética entre
eles.
A formação de poucos grupos pode indicar pequena divergência genética. Isto
pode ser explicado pelo fato desses acessos mesmos provenientes de sementes coletadas
em plantas nativas e não domesticadas possuem base genética estreita para os caracteres
avaliados. Quanto à procedência, o fato de terem sido coletadas em várias regiões
ecogeográficas do Estado, se mostrou insuficiente para representar a diversidade
genética da espécie. Ou, que a diversidade geográfica não está correlacionada com a
diversidade genética, que é confirmado pela existência de acessos de origens
ecogeográficas diferentes, que foram classificados no mesmo grupo de divergência
genética (Tabela 4.7). Resultados semelhantes foram obtidos por, Renganayaki e Sree
Rengasamy (1991) e Oliveira et al. (2003), em cultivares de caupi.
O grupo VI composto por acessos da mesma origem apresentou a maior
distância média (14,703). O grupo I foi formado pelo maior número de acessos, com
origens diferentes e distância dia entre eles de 9, 9151. Os acessos integrantes do
grupo IV, também de origens ecogeográficas diferentes, corresponderam à menor
distância média (6,2184). É importante salientar que os acessos classificados o
homogêneos dentro do grupo, mas heterogêneo entre os grupos.
Os acessos de cada grupo apresentaram uma distância genética dia inferior a
14, 703%, ou seja, a similaridade dia em cada grupo foi superior a 85, 297%, o que
permite que se admita que realmente os grupos formados sejam bastante homogêneos
(Tabela 4.7).
81
Tabela 4.7 Agrupamento dos 91 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.)
Willd.) avaliados pelo método de otimização de Tocher, fundamentado na
dissimilaridade expressa pela distância de Mahalanobis (D²). Aracaju, SE, 2007.
MESORREGIÕES/ACESSOS
GRUPOS
ZONA DA
MATA
AGRESTE SEMI-ÁRIDO
DISTÂNCIAS
MÉDIAS
INTRAGRUPO
I
24 78 40 07 56 59 02 04 05 9,92
25 82 48 52 62 16 91 90 06
71 23 35 49 12 53 01 03 84
13 31 15 60 54 09
18 19 33 08 89 64
26 20 81 50 10
41 46 47 58
27 72 65
70 80 69
32 42 34
37 79 44
38 43 22
73 75 28
77 87 30
14 74 36
66 45 21
II
39 86 68 51 10,35
III
83 88 67 10,30
76
IV
85 11 6,22
V
55 61 8,24
VI
57 63 14,70
VII
29 -
As distâncias intragrupos são sempre inferiores a qualquer distância intergrupo,
atendendo ao critério estabelecido para o método de otimização de Tocher (RAO, 1952;
CRUZ; REGAZZI, 2004) (Tabela 4.8). Valores mínimos de foram obtidos pelos
grupos I e IV (17, 1305); I e VI (17, 4278); II e VI (18, 7072); I e II (19, 562); I e III
(20, 5328) e IV e VI (27, 4787), evidenciando que o intercruzamento dos acessos
componentes destes respectivos pares de grupos pode o ser muito indicado para
obtenção de acessos superiores nas gerações segregantes.
82
Tabela 4.8 Distância das dias intra e intergrupos formados pelos 91 acessos de
jureminha ( Desmanthus virgatus (L.) Willd.).Aracaju, SE, 2007.
GRUPOS
I II III IV V VI VII
I
9, 9151
II
19, 562
10, 5492
III
20, 5328 44, 5175
10, 3049
IV
17, 1305 34, 7629 33, 1581
6, 2184
V
30, 961 42, 0016 39, 8298 34, 6174
8, 2442
VI
17, 4278 18, 7072 34, 9551 27, 4787 46, 7086
14, 703
VII 37, 6673 29, 9766 37, 2338 66, 3282 61, 3212 33, 4437 4,14
As maiores distâncias foram obtidas entre os grupos VII e IV (66, 33); VII e V
(61, 32) e VI e V (46, 71), correspondendo as maiores divergências entre grupos e
indicando provavelmente melhores combinações para cruzamentos. De acordo com
Maluf e Ferreira (1983) a identificação de genótipos superiores com base somente na
divergência genética é a estratégia mais adequada para um programa de melhoramento.
Na identificação de parentais mais divergentes, Oliveira et al.(2003) sugerem
que sejam selecionados, dentro dos grupos, os parentais com melhores médias em
relação aos caracteres que se deseja melhorar, objetivando assim, a máxima
concentração de alelos favoráveis, conforme os objetivos da seleção.
Dentre os caracteres que mais contribuíram para a divergência, destacaram-se o
SV com 37,20% da variação, LoV com 14,39%, seguido por VI com 12,25%. Estes
resultados indicam a existência de variabilidade genética significativa para estes
caracteres nos acessos avaliados. Por outro lado, o caráter Ft contribuiu com apenas
2,11 % da variação total disponível (Tabela 4.9). Em estudos de divergência genética
aplicados ao caupi, Renganayaki e Sree Rengasamy (1991), destacaram o peso de 100
sementes e o comprimento de vagem como os caracteres que mais contribuíram para a
divergência genética.
83
Tabela 4.9 Contribuição relativa de cada carácter de Jureminha
( Desmanthus virgatus (L.) Willd.) para a divergência genética.
Aracaju, SE, 2007.
CARACTERES VALOR (%)
Número de sementes/vagem (SV)
37,20
Número de locos/vagem (Lo/V) 14,39
Fertilização (Ft) 2,11
Comprimento da vagem (Cop) 9,07
Largura da vagem (LgV) 9,97
Peso de 100 sementes (PS) 8,17
Florescimento após o corte (Flo) 6,21
Número de vagens/ inflorescência (VI) 12,25
O dendograma (Figura 4.2) resultante da análise de conglomeração pelo todo
hierárquico do vizinho mais próximo, fundamentado nas medidas de dissimilaridade de
Mahalanobis (D²) transformadas em percentual, formou grupos a partir do par de
genótipos mais similares. O par de acessos 12 e 91 foi o que apresentou maior
similaridade, estando de acordo com o agrupamento de Tocher, sendo que a maior
distância em relação aos demais acessos foi para o acesso 29, todos provenientes de
mesorregiões diferentes (agreste, semi-árido e zona da mata, respectivamente). Pode-se
também inferir que a divergência genética entre os 91 acessos avaliados foi pequena,
devido a formação de 4 grupos distintos, considerando-se o corte no eixo do x a 50% da
distância relativa entre os acessos. O grupo I contem 88 acessos, os grupos II, III e VI
apenas um acesso cada.
A projeção das coordenadas principais (Figura 4.3), além de reforçar o
posicionamento dos genótipos mais distintos (29, 61 e11), revelou que o genótipo 55 é
divergente dos demais. É possível identificar acessos isolados, como 39, 65, 68 e 72, e
que boa parte dos acessos formaram um conglomerado de difícil visualização. Isso se dá
porque a representação gráfica da associação dos genótipos, a partir da projeção num
plano espacial, procura reduzir a dimensionalidade dos espaços interpontos. Entretanto,
essa técnica não persegue a maximização da variação, nas projeções dos pontos no
espaço considerado, e requer apenas uma relação monotônica entre as distâncias
(OLIVEIRA, et. al., 2003).
84
DISTÂNCIAS (%)
ACESSOS (n°.)
Figura 4.2 Dendograma de dissimilaridade genética de 91 acessos de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.), estabelecido pelo método do
vizinho mais próximo, utilizando a distância generalizada de Mahalanobis (D²) como medida de dissimilaridade. Aracaju, SE, 2007.
85
a
b
Figura 4.3 Representação bidimensional (Desmanthus virgatus (L.) Willd.) (a) e
tridimensional (b) da análise de coordenadas dos 91 acessos de jureminha com base nas
distâncias genéticas obtidas através da distância generalizada de Mahalanobis (D²).
Aracaju, SE, 2007.
86
4.4 CONCLUSÕES
1. Os caracteres SV, LoV e VI são os principais determinantes na quantificação da
divergência genética entre os acessos avaliados.
2. O acesso 29 proveniente da zona da mata, apresenta maiores diferenças entre os
grupos IV e V.
3. Os acessos utilizados apresentam pouca divergência quanto aos caracteres
avaliados.
4. As procedências dos acessos não influenciam na divergência genética entre eles.
5. Os métodos, de Tocher, Hierárquico do Vizinho mais Próximo e Projeção das
Distâncias no plano o concordantes e eficazes em agrupar acessos com
pequena distância genética entre si.
87
4.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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13-33.
89
4.6 ANEXOS
Tabela 4.10 Número de registros dos acessos depositados no herbário do Departamento
de Biologia da UFS em 12/09/2006. Aracaju, SE, 2007. (Continua...).
Nº ORDEM Nº ACESSO
PROCEDÊNCIA MESORREGIÃO
N.° REGISTRO
1 2.12 Monte Alegre Semi-árido ASE 8501
2 2.21 Porto da Folha Semi-árido ASE 8556
3 2.24 Porto da Folha Semi-árido
ASE 8386
4 3.15 Itabi Semi-árido ASE 8483
5 4.3 N. Sra. de Lourdes Zona da Mata ASE 8490
6 5.3 Propriá Zona da mata ASE 8496
7 5.6 Cedro de S. João Zona da Mata ASE 8461
8 5.7 Cedro de S. João Zona da Mata ASE 8573
9 5.8 Cedro de S. João Zona da mata ASE 8453
10 5.10 Cedro de S. João Zona da Mata ASE 8551
11 6.4 Aquidabã Agreste
ASE 8387
12 6.7 Aquidabã Agreste ASE 8446
13 6.16 Gaccho Cardoso Semi-árido ASE 8563
14 6.17 Gaccho Cardoso Semi-árido ASE 8514
15 7.2
a
Itabi Semi-árido ASE 8489
16 7.5 Itabi Semi-árido ASE 8561
17 7.6 Feira Nova Semi-árido ASE 8539
18 7.7 Feira Nova Semi-árido ASE 8479
19 7.8 Feira Nova Semi-árido ASE 8462
20 7.9 Feira Nova Semi-árido ASE 8555
21 7.11 Feira Nova Semi-árido ASE 8497
22 7.13 Feira Nova Semi-árido ASE 8441
23 7.20 Feira Nova Semi-árido
ASE 8388
24 7.22 Feira Nova Semi-árido ASE 8515
25 8.5 N.Sra. das Dores Agreste ASE 8520
26 8.7 N.Sra. das Dores Agreste ASE 8466
27 8.8 N.Sra. das Dores Agreste ASE 8533
28 8.9 N.Sra. das Dores Agreste
29 8.10 N.Sra. das Dores Agreste
ASE 8398
30 8.12/2 N.Sra. das Dores Agreste ASE 8470
31 9.3 Capela Zona da Mata ASE 8578
32 9.6 N. Sra. da Glória Zona da mata ASE 8522
33 9.8 N. Sra. da Glória Zona da Mata ASE 8464
34 9.10 N. Sra. da Glória Semi-árido
ASE 8390
35 9.14 N. Sra. da Glória Semi-árido ASE 8469
36 9.22 N. Sra. da Glória Semi-árido ASE 8535
37 9.25 Monte Alegre Semi-árido
ASE 8397
38 9.26 Monte Alegre Semi-árido
39 10.5 Ribeirópolis Semi-árido
ASE 8574
40 10.7 Ribeirópolis Semi-árido ASE 8463
41 10.8 Ribeirópolis Semi-árido ASE 8580
42 10.9 Ribeirópolis Semi-árido ASE 8503
43 10.13 Ribeirópolis Semi-árido ASE 8485
44 10.17 Ribeirópolis Semi-árido ASE 8543
45 10.18 Ribeirópolis Semi-árido ASE 8448
46 10.23 Frei Paulo Semi-árido ASE 8557
90
Continua...
47
10.24 Frei Paulo Semi-árido ASE 8531
48 10.25 Frei Paulo Semi-árido ASE 8487
49 10.27 Frei Paulo Semi-árido
ASE 8399
50 10.28 Frei Paulo Semi-árido ASE 8488
51 11.10 Carira Semi-árido ASE 8547
52 11.13
b
Carira Semi-árido ASE 8523
53 11.16 Carira Semi-árido ASE 8524
54 11.18 Carira Semi-árido ASE 8550
55 11.19 Carira Semi-árido ASE 8526
56 11.21 Carira Semi-árido ASE 8456
57 11.22 Carira Semi-árido ASE 8504
58 11.23 Carira Semi-árido ASE 8493
59 11.25 Carira Semi-árido ASE 8443
60 11.26 N. Sra. da Glória Semi-árido ASE 8445
61 11.27 N. Sra. da Glória Semi-árido ASE 8476
62 11.30 N Sra. da Glória Semi-árido ASE 8510
63 11.31 N Sra. da Glória Semi-árido
64 12.3/1 Pinhão Semi-árido ASE 8525
65 12.5/2 Pinhão Semi-árido ASE 8512
66 12.6 Pinhão Semi-árido ASE 8505
67 12.8/1 Pinhão Semi-árido ASE 8528
68 12.10/1 Pinhão Semi-árido ASE 8472
69 12.11
a
Simão Dias Agreste ASE 8495
70 12.12/1 Simão Dias Agreste ASE 8454
71 12.12/2 Simão Dias Agreste ASE 8480
72 12.15 Simão Dias Agreste
ASE 8396
73 12.17 Simão Dias Agreste ASE 8546
74 12.18 Simão Dias Agreste ASE 8484
75 12.20 Simão Dias Agreste ASE 8482
76 12.21/1 Simão Dias Agreste ASE 8529
77 12.21/2 Simão Dias Agreste
78 12.23 Simão Dias Agreste ASE 8569
79 12.24 Simão Dias Agreste ASE 8517
80 12.25 Simão Dias Agreste
81 12.26 Simão Dias Agreste ASE 8572
82 12.31 Poço Verde Agreste ASE 8581
83 12.32 Poço Verde Agreste ASE 8579
84 13.10/1 Poço Verde Agreste ASE 8553
85 13.12/2 Poço Verde Agreste
ASE 8394
86 14.2 Riachão do Dantas Agreste ASE 8565
87 14.5 Riachão do Dantas Agreste ASE 8458
88 14.9 Riachão do Dantas Agreste ASE 8560
89 14.10/1 Riachão do Dantas Agreste ASE 8537
90 14.12 Riachão do Dantas Agreste
91 14.15 Riachão do Dantas Agreste ASE 8396
92 14.16 Pedrinhas Zona da Mata ASE 8549
93 14.18 Pedrinhas Zona da mata ASE 8465
94 14.20 Pedrinhas Zona da Mata ASE 8452
95 14.23 Pedrinhas Zona da Mata ASE 8493
96 14.24 Pedrinhas Zona da mata ASE 8509
97 14.25 Pedrinhas Zona da Mata ASE 8511
98 14.28 Pedrinhas Zona da Mata ASE 8538
99 15.4 Arauá Zona da mata ASE 8475
91
Continua...
100 15.7 Ara Zona da Mata ASE 8516
101 15.8 Ara Zona da Mata ASE 8477
102 15.10 Arauá Zona da mata ASE 8513
103 15.12 Arauá Zona da Mata ASE 8562
104 15.13/1 Ara Zona da Mata
ASE 8395
105 15.16 Arauá Zona da mata ASE 8449
106 15.17 Arauá Zona da Mata ASE 8536
107 15.24 Umbaúba Zona da Mata ASE 8447
108 16.12 Umbaúba Zona da mata ASE 8567
109 16.23 Cristinápolis Zona da Mata ASE 8566
110 17.1 Umbaúba Zona da Mata ASE 8558
111 17.2 Umbaúba Zona da mata ASE 8467
112 17.4 Ara Zona da Mata ASE 8541
113 17.5
a
Ara Zona da Mata ASE 8486
114 17.11 Estância Zona da mata ASE 8507
115 19.2 Sta Luzia Itanhy Zona da Mata ASE 8502
116 19.8 Salgado Zona da Mata
117 20.2/1 Salgado Zona da mata ASE 8500
118 21.3 Lagarto Agreste
ASE 8391
119 21.5 Lagarto Agreste ASE 8474
120 21.6 Lagarto Agreste ASE 8442
121 21.10 Lagarto Agreste ASE 8471
122 22.3/1 Lagarto Agreste
ASE 8400
123 22.6 São Domingos Agreste ASE 8532
124 22.7 São Domingos Agreste ASE 8554
125 22.9 São Domingos Agreste ASE 8529
126 22.10/2 Campo do Brito Agreste ASE 8534
127 22.16 Campo do Brito Agreste ASE 8199
128 22.17 Itabaiana Agreste ASE 8506
129 22.21 Itabaiana Agreste ASE 8540
130 22.22 Itabaiana Agreste ASE 8508
131 22.25 Itabaiana Agreste ASE 8492
132 23.10 Areia Branca Agreste ASE 8498
133 23.29 Riachuelo Zona da Mata
ASE 8392
134 24.13/1 Sta. Rosa de Lima Zona da mata ASE 8530
135 25.7 Maruim Zona da Mata ASE 8457
136 25.10 Rosário do Catete Zona da Mata ASE 8450
137 25.11 Rosário do Catete Zona da mata ASE 8518
138 25.13 Rosário do Catete Zona da Mata
ASE 8393
139 25.14 Rosário do Catete Zona da Mata ASE 8481
140 25.15 Rosário do Catete Zona da mata ASE 8519
141 26.3 Siriri Zona da Mata ASE 8576
142 26.13 N Sra. das Dores Zona da Mata ASE 8570
143 27.2 Japaratuba Zona da Mata ASE 8491
144 27.9 Carmópolis Zona da mata ASE 8542
145 28.12 Ilha das Flores Zona da Mata ASE 8552
146 28.14 Brejo Grande Zona da Mata ASE 8451
147 30.12 Itaporanga D'ajuda Zona da mata
ASE 8389
ASE – Acervo de Sergipe; ASE – Acervo de Sergipe enviados ao Herbário de Feira de Santana – BA.
92
Foto: Fontenele, A. C. F.
Foto: Fontenele, A. C. F.
Foto: Fontenele, A. C. F
.
Figura 4.4Secagem (a), identificação (b) e registro (c) das exsicatas dos 140 acessos
de jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd.) coletados no BAG e depositados no
herbário da UFS. Aracaju, SE, 2007.
a
c
b
93
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos no presente trabalho permitem concluir que:
1. A jureminha ocorre em todas as mesorregiões sergipanas independente do tipo
de solo e clima;
2. Quanto à procedência, o fato de terem sido coletadas em várias regiões
ecogeográficas do Estado, se mostrou insuficiente para representar a diversidade
genética da espécie;
3. Os caracteres número de vagens/inflorescência, número de locos/vagem,
comprimento da vagem e peso de 100 sementes são os principais determinantes
na quantificação da divergência genética entre os acessos;
4. A taxa média de fertilização dos acessos foi superior a 85 %, sendo considerada
alta;
5. Pode-se fazer seleção indireta do caráter número de vagens/inflorescência tanto
pelo caráter largura/vagem como pelo dias de florescimento após o corte;
6. Os caracteres comprimento da vagem e número de locos por vagem foram os
que apresentaram maiores herdabilidades, acima de 50 %;
7. As técnicas estatísticas empregadas foram capazes de estabelecer padrões e
classificações da diversidade genética, identificando claramente os grupos;
8. A formação de poucos grupos conclui que a divergência genética ente os acessos
avaliados não é grande.
94
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