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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
CANDICE CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
TERMOS DA LINGUAGEM ESPECIAL DE
ENFERMAGEM IDENTIFICADOS EM REGISTROS
DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
NEONATAL
João Pessoa
2007
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TERMOS DA LINGUAGEM ESPECIAL DE
ENFERMAGEM IDENTIFICADOS EM
REGISTROS DE UMA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL
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CANDICE CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
TERMOS DA LINGUAGEM ESPECIAL DE ENFERMAGEM
IDENTIFICADOS EM REGISTROS DE UMA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem – Nível
Mestrado – do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Federal da Paraíba, em
cumprimento às exigências para obtenção do
grau de Mestre. Área de concentração:
Enfermagem Fundamental. Linha de
pesquisa: Fundamentos teórico-filosóficos do
cuidar em saúde e enfermagem. Grupo de
Estudos e Pesquisa sobre Fundamentação da
Assistência de Enfermagem.
Orientadoras: Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega
Profa. Dra. Telma Ribeiro Garcia
Universidade Federal da Paraíba
João Pessoa
2007
A345t
UFPB/BC
Albuquerque, Candice Cavalcanti de
Termos da linguagem especial de enfermagem
identificados em registros de uma Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal/Candice C. Albuquerque.
– João Pessoa, 2007.
120 f.
Orientadora: Maria Miriam Lima da Nóbrega
Dissertação (Mestrado) UFPB/CCS
1. Enfermagem - Linguagem especial –
classificação 2. Terminologia 3. Registro de
enfermagem.
CDU: 616-083 (043)
CANDICE CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
TERMOS DA LINGUAGEM ESPECIAL DE ENFERMAGEM IDENTIFICADOS EM
REGISTROS DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem – Nível
Mestrado – do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Federal da Paraíba, em
cumprimento às exigências para obtenção do
grau de Mestre. Área de concentração:
Enfermagem Fundamental. Linha de
pesquisa: Fundamentos teórico-filosóficos do
cuidar em saúde e enfermagem. Grupo de
Estudos e Pesquisa sobre Fundamentação da
Assistência de Enfermagem.
APROVADA EM 14/02/2007
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega – UFPB
Profa. Dra. Marga Simon Coler – UCCON – USA
Profa. Dra. Neusa Collet – UFPB
Profa. Dra. Telma Ribeiro Garcia – UFPB
DEDICATÓRIA
somos mais parte de nossos pais do que
imaginamos. Com amor dedico aos meus pais
Edson Filho e Gerusa Silveira esta conquista.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha existência, por me levar a este caminho, pelos momentos
edificantes pelos quais passei nesses dois anos, pela presença constante em
minha vida, pela permissão de alcançar esta vitória, pois reconheço que nada
nos é possível se não for de Sua vontade.
A Nossa Senhora por estar sempre intercedendo por mim.
A minha avó Clotilde, pelo exemplo de vida e amor.
Aos meus pais, pelo constante incentivo, pelos ”empurrões“ que impulsionaram
minha caminhada profissional, pelo apoio nos momentos difíceis, pelo carinho,
pela dedicação e pela educação que formou minha identidade. A vocês que são a
razão da minha existência, dedico esta vitória.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
pelo crédito de instruções concedido.
À Profa. Dra. Telma Ribeiro Garcia, um profundo sentimento de gratidão por
ter acreditado em mim, aceitando o convite para a orientação deste trabalho,
mesmo sem nos conhecermos. Pela amizade construída nesses meses de
convívio, pelo carinho, pelas orientações, pelas verdades ditas nos momentos
certos, pelos momentos de descontração, pelas brincadeiras e principalmente
pelo crédito em mim depositado em todos os momentos, mesmo quando fui
audaciosa e quando tive a certeza de não corresponder a suas expectativas.
Você é muito mais que minha orientadora ou co-orientadora...
À Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega, professora e amiga, por ter
aceitado ser minha orientadora depois de passados os primeiros períodos do
Mestrado, quando meu projeto estava quase concluído, quando estava repleta de
trabalho e, principalmente, com problemas de saúde. Pela sua orientação, desde
a proposta do projeto.
Às professoras Dra. Marga Simon Coler e Dra. Neusa Collet, por terem
aceitado participar da banca examinadora e por suas valiosas contribuições.
Ao Prof. Dr. Cesar Cavalcanti da Silva, pelo carinho, amizade e conselhos.
Pela maneira de educar seus alunos, dando as ”ferramentas“ para que
encontrem seu próprio caminho. Por ter-me ajudado na decisão em fazer a
seleção do Mestrado, depositando confiança em mim. Devo-lhe uma grande
parcela dessa conquista.
À Coordenadora e à Vice-coordenadora do Curso de Mestrado em Enfermagem,
professoras Dra. Maria de Oliveira Ferreira Filha e Dra. Wilma Dias de
Fontes, pelas orientações e carinho, em todos os momentos do curso de Pós-
Graduação.
A todos os professores do Curso de Mestrado em Enfermagem, pela
contribuição no meu progresso acadêmico.
Às colegas de Mestrado, Ana Cristina, Ana Paula Coutinho, Ana Paula Marques,
Bianca, Cláudia Veras, Daisy, Stella, Eulina, Fernanda, Gisélia, Luciana, Hérica,
Marclineide, Rebeca, Simara, Suzana e Viviane, pelo vínculo de união formado
desde o início de nossa convivência. Em especial, àquelas que convivi por mais
tempo e fizeram parte da comissão do I Encontro Regional de Pós-Graduação
Strictu Senso em Enfermagem.
À D. Maria, funcionária do Mestrado, pela alegria de viver, pelo carinho e, por
que não lembrar, o seu famoso cafezinho.
Aos funcionários da Secretaria do Mestrado em Enfermagem, pela ajuda
prestada ao longo desta jornada.
Às alunas do curso de graduação em Enfermagem Patrícia, Erica, Allana e
Micaeli pelo auxílio na digitação dos registros dos prontuários.
Às amigas do Instituto Cândida Vargas, pela torcida.
À Profa. Jandira, pela revisão gramatical.
Á minha irmã de coração Tatiana, por estar sempre presente, principalmente
nos momentos difíceis. Com nossa amizade aprendi que ”bons amigos são a
família que nos permitiu escolher“
.
Á Crhistina pela amizade que permanece fortalecida apesar dos nossos
desencontros naturais.
À Luciana, pela amizade, pelos dias de estudo, pelos desabafos, por
compartilhar tantos momentos difíceis, pelo exemplo de dedicação profissional.
À Rebeca, minha amiga-maninha, por vivermos tantos momentos pessoais em
comum, pelas conversas, pelas inúmeras vezes que sonhamos com projetos para
um futuro próximo, que, se Deus quiser, se tornarão realidade.
À Eulina, amiga, companheira e conselheira para todas as horas. A distância não
tem sido problema, e tenho certeza que mesmo aumentando, estaremos sempre
próximas pelo coração.
À minha Tia Glauce, por estar sempre ao meu lado, me apoiando, torcendo e
rezando por mim.
Ao HULW pela concessão dada à pesquisa e aos funcionários da UTIN deste
referido Hospital.
A todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a concretização
deste trabalho.
Àqueles que acreditaram e torceram por mim.
Na tentativa de chegar à verdade, tenho
buscado em todos os locais, informações. Mas,
em raras ocasiões eu consigo obter os registros
hospitalares possíveis de serem usados para
comparações.”
Florence Nightingale (1820-1910)
RESUMO
ALBUQUERQUE, Candice Cavalcanti de. Termos da linguagem especial de
enfermagem identificados em registros de uma Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal. 2007. 120f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem/Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
A avaliação do registro de enfermagem sempre foi uma parte essencial do
desenvolvimento profissional, porém, ainda não é possível se descrever o
conteúdo da prática, pois a linguagem utilizada no cuidado não se tornou
suficientemente unívoca. Nessa perspectiva percebe-se a relevância da
identificação de uma linguagem específica utilizada pelos enfermeiros, para o
registro de suas atividades. Este estudo tem como objetivos identificar os termos
empregados pelos componentes da equipe de enfermagem, nos registros em
prontuários da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital escola;
fazer o mapeamento cruzado dos termos identificados com os constantes na
CIPE
®
Versão 1, de modo a verificar quais os incluídos e os não incluídos; e
categorizar os termos identificados como não constantes segundo os eixos da
CIPE
®
Versão 1. Trata-se de um estudo com abordagem descritiva, em que se
utilizou o método retrospectivo, para a coleta de dados em registros de
enfermagem, e o processo de mapeamento para análise dos dados contidos
nesses registros. A análise realizada pelo método de cross-mapping, consiste em
mapear os termos em questão, e compará-los com os termos de um modelo de
referência, a CIPE
®
Versão 1, de modo a se identificar os que constam ou não
nesta Classificação. A pesquisa foi desenvolvida após a aprovação do projeto
pelo Comitê de Ética em Pesquisa e a autorização da direção do hospital, para o
manuseio e coleta de dados nos prontuários dos pacientes. A partir da
transcrição dos registros de enfermagem, de todos os prontuários, foi formado o
corpus de análise do estudo. O banco de dados foi incluído em uma planilha do
Excel, a qual foi importada para o Access for Windows para que fosse submetido
ao processo de mapeamento cruzado. Da mesma forma foi importada outra
planilha com os termos da CIPE
®
Versão 1, distribuídos por eixo. Essas tabelas
foram cruzadas, identificando os termos constantes e os não constantes nessa
Classificação. Os resultados do estudo evidenciam que foram identificados 160
termos constantes e 604 não constantes na CIPE
®
Versão 1. Os termos
identificados como constantes foram delimitados dentro de sua árvore temática,
por eixos, e analisados os mais freqüentes segundo sua importância para
Neonatologia. Os termos identificados como não constantes, foram submetidos a
um novo processo de análise, visando a sua categorização nos eixos da referida
Classificação e analisados segundo sua importância para Neonatologia. De acordo
com os resultados obtidos, podemos afirmar que os objetivos que nortearam
esta pesquisa foram alcançados, mostrando-se adequada a trajetória
metodológica utilizada na elaboração deste trabalho. Consideram-se os
resultados do estudo relevantes para o conhecimento do vocabulário utilizado no
cuidado intensivo ao neonato. Almeja-se que sejam realizadas pesquisas para
validação dos termos identificados como constantes na CIPE
®
, como também a
análise de inclusão dos termos considerados não constantes nesta classificação,
com o objetivo de corroborar os resultados desta pesquisa, e, principalmente,
contribuir com a construção da linguagem especializada da área.
Palavras-chave: Enfermagem; Linguagem; Registros de Enfermagem,
Terminologia, Recém-nascido, Neonatologia, Cuidados Intensivos.
ABSTRACT
ALBUQUERQUE, Candice Cavalcanti de. Terms of nursing special language
identified in registers of a Neonatal Intensive Care Unit. 2007. 120f.
Dissertation (Master’s degree) - Program of Post-Graduation in Nursing/Federal
University of Paraíba, João Pessoa.
The evaluation of nursing register always was an essential part of professional
development, however, it is still not possible to describe the content of the
practice, for the language used in the care did not become enough univocal. It is
perceived, thus, the relevance of the identification of a specific language used by
the nurses, for the register of their activities. In this perspective, this study has
as objectives to identify the terms used by the nursing team components, in
registers in handbooks of the Neonatal Intensive Care Unit of a school hospital;
to make the crossed mapping of terms identified with constants in the CIPE
®
Version 1, in order to verify which are included and which are not; and to
categorize the terms identified as not constants according to the axles of the
CIPE
®
Version 1. It is a study with descriptive approach, in which was used the
retrospective method for the collection of data in nursing registers, and the
mapping process for analysis of data contained in these registers. The analysis,
accomplished by cross-mapping method, consisted of mapping the terms in
question, and comparing them with the terms of a reference model, the CIPE
®
Version 1, in order to identify the ones that are or are not in this classification.
The research was developed after the project approval by the Ethics Committee
in Research and the authorization of the hospital direction, for the manipulation
and collection of data in patient handbooks. From the transcription of nursing
registers, of all handbooks, were formed the analysis corpus of the study. The
extracted terms of the analysis corpus formed the research database. These
terms were included in an Excel spread sheet, where it was also made a spread
sheet with the terms of the CIPE
®
Version 1, distributed for axle. These two
spread sheets were imported to Access for Windows to be submitted to cross-
mapping process, identifying the constant terms and not constant ones in the
CIPE
®
Version 1. The results of the study evidenced 160 constant terms and 604
not constant in the CIPE
®
Version 1. The terms identified as constant were
delimited inside its thematic tree, for axle, and the most frequent ones were
analyzed according to their importance for Neonatology. The terms identified as
not constant were submitted to a new analyses process, aiming at their
categorization in axles of related Classification and were analyzed according to
their importance for Neonatology. In accordance with the obtained results, we
can affirm that the objectives that guided this research were reached, revealing
that the methodological trajectory used in the elaboration of this work was
adequate. Results of the study are considered relevant for the knowledge of
vocabulary used in intensive care to neonate. To corroborate the results of the
research and, mainly, to contribute with the construction of specialized language,
it is known to be necessary, still, the validation of terms identified as constant in
the CIPE
®
, as well as analysis of inclusion of terms considered not constant in
this classification.
Key-words: Nursing; Language; Nursing Registers, Terminology, Newborn,
Intensive Neonatology, Intensive Cares.
RESUMEN
ALBUQUERQUE, Candice Cavalcanti de. Términos Del lenguaje especial de la
enfermería identificados registros de una Unidad de Cuidados Intensivos
Neonatal. 2007. 120f. Disertación (Maestría)- Programa de Pos graduación en
enfermería / Universidad Federal de Paraiba, João Pessoa.
La evaluación del registro de enfermería siempre fue una parte esencial del
desarrollo profesional, entretanto, todavía no es posible describir el contenido de
la práctica, pues el lenguaje utilizado en el cuidado no se torno suficientemente
unívoco. Se percibe, así la relevancia de la identificación de un lenguaje
específico utilizado por los enfermeros, para el registro de sus actividades. En
esta perspectiva, este estudio tiene como objetivos identificar los términos
empleados por los componentes del equipo de enfermería, en los registros, en
los prontuarios de la Unidad de cuidados Intensivos Neonatal de un hospital
escuela; Hacer el levantamiento cruzado de los términos identificados con las
constantes en la CIPE
®
versión 1, de modo que verifiquemos cuales son los
incluidos y los no incluidos; y categorizar los términos identificados como no
constantes según los ejes de la CIPE
®
versión 1. Se trata de un estudio de
abordaje descriptivo, en el que se utilizó el método retrospectivo para la
recolección de datos en registros de enfermería, y el proceso de levantamiento
para el análisis de los datos contenidos en eses registros. El análisis realizada por
el método de cross-mapping, constituyó en levantar el mapa los términos en
estudio e compararlos con los términos de un modelo de referencia, a CIPE
®
versión 1, de manera que podamos identificar los que constan o no en esta
clasificación. La investigación fue desarrollada después de la aprobación del
proyecto por el Comité de ética en Investigación y con la autorización de la
dirección del hospital para el manejo y recolección de datos en los prontuarios de
los pacientes. A partir de la trascripción de los registros de la enfermería, de
todos los prontuarios, fue formado el corpus del análisis del estudio. Los
términos sacados del Corpus del análisis, formaron el banco de datos de la
investigación. Eses términos fueron incluidos en una planilla de Excel, donde
también fue construida una planilla con los términos de la CIPE
®
versión 1,
distribuidos por eje. Esas dos planillas fueron importadas para el Access for
Windows para ser sometidas al proceso de levantamiento cruzado,
identificándose los términos constantes y no constantes en la CIPE
®
versión 1.
Los resultados del estudio evidenciaron 160 términos constantes y 604 no
constantes en la CIPE
®
versión 1. Los términos identificados como constantes
fueron delimitados dentro de su árbol temático, por un eje, y analizados los más
frecuentes según su importancia para la Neonatología. Los términos identificados
como no constantes fueron sometidos a un nuevo proceso de análisis, visando su
categorización en los ejes de su referida clasificación y analizados según su
importancia para Neonatología De acuerdo con los resultados obtenidos,
podemos afirmar que los objetivos que se orientan en esta investigación fueron
alcanzados se mostró adecuada a la trayectoria metodológica utilizada en la
elaboración de este trabajo. Se considero los resultados del estudio relevante
para el conocimiento del vocabulario utilizado en el cuidado intensivo al neonato
Para corroborar los resultados de la investigación y principalmente contribuir con
la construcción del lenguaje especializado del área, se sabe que son necesarias,
aún la validación de los términos identificados como constantes en la CIPE
®
,
como también el análisis de la inclusión de los términos considerados como no
constantes en esta clasificación.
Palabras-llaves: Enfermería; lenguaje; Registros de enfermería, terminología,
Recién nacido, Neonatología, Cuidados Intensivos.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Freqüência dos termos da CIPE
®
Versão 1 segundo o
Modelo dos 7 eixos
55
Gráfico 2 Distribuição dos termos identificados nos registros de
componentes da equipe de enfermagem em prontuários da
UTIN e classificados como constantes e não constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
55
Gráfico 3 Termos identificados nos registros de componentes da
equipe de enfermagem em prontuários da Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal e classificados segundo o
Modelo dos 7 Eixos da CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
57
Gráfico 4 Freqüência dos termos não constantes na CIPE
®
Versão 1 e
classificados segundo o Modelo dos 7 eixos. João Pessoa,
2006
83
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Exemplo da transcrição de registro e identificação dos
termos. João Pessoa, 2006
48
Quadro 2 Exemplo da normalização dos termos extraídos. João
Pessoa, 2006
49
Quadro 3 Termos constantes mais freqüentes classificados segundo o
Modelo dos 7 eixos da CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
74
Quadro 4 Distribuição por eixo dos termos identificados como não
constantes e considerados sinônimos de termos presentes
na CIPE
®
Versão 1
79
Quadro 5 Exemplos do cruzamento dos termos não constantes com
as definições da CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
80
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Linguagem da Enfermagem na prática (CLARK, 1999) 35
Figura 2 Modelo dos 7 eixos da CIPE
®
Versão 1. Fonte: ICN (2005) 42
Figura 3 Fluxograma metodológico 53
LISTA DE DIAGRAMAS
Diagrama 1 Árvore conceitual do eixo Foco e a distribuição dos
termos identificados no estudo como constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
59
Diagrama 2 Árvore conceitual do eixo Julgamento e a distribuição
dos termos identificados no estudo como constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
62
Diagrama 3 Árvore conceitual do eixo Meios e a distribuição dos
termos identificados no estudo como constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
64
Diagrama 4 Árvore conceitual do eixo Ação e a distribuição dos
termos identificados no estudo como constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
67
Diagrama 5 Árvore conceitual do eixo Tempo e a distribuição dos
termos identificados no estudo como constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
69
Diagrama 6 Árvore conceitual do eixo Localização e a distribuição
dos termos identificados no estudo como constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
71
Diagrama 7 Árvore conceitual do eixo Cliente e a distribuição dos
termos identificados no estudo como constantes na
CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006
72
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 15
2 OBJETIVOS 25
3 REVISÃO DA LITERATURA 27
3.1 Terminologia 28
3.2 Terminologias de Enfermagem 32
3.3 Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem - CIPE
®
37
4 METODOLOGIA 45
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 51
5.1 Termos Constantes na CIPE
®
Versão 1 56
5.2 Distribuição dos Termos Constantes segundo a Árvore Conceitual
da CIPE
®
Versão 1
57
5.3 Termos Não Constantes na CIPE
®
Versão 1 79
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 86
REFERÊNCIAS 91
APÊNDICE 98
APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 99
APÊNDICE 2 100
Relação dos termos constantes por eixo da CIPE
®
Versão 1 e
suas determinadas freqüências (F) de ocorrência nos registros da
UTIN
100
Relação dos termos não constantes por eixo da CIPE
®
Versão 1 e
suas determinadas freqüências (F) de ocorrência nos registros da
UTIN
104
Relação das siglas identificadas nos registros 117
ANEXO 119
ANEXO - Certidão do Comitê de Ética 120
1 Introdução
16
Considerada como Enfermagem Moderna através dos trabalhos de
Florence Nightingale em meados do século XIX, a Enfermagem pode ser
reconhecida como uma área do conhecimento em
vias de fazer-se (PEREIRA;
BELLATO, 1997, p.123), pois se encontra em fase de construção e
desenvolvimento como ciência, de ruptura de paradigmas, definição de
conceitos, foco de atenção e linguagem especializada.
O desenvolvimento de uma ciência exige a delimitação de um constructo
científico através do qual possamos observar, descrever e avaliar objetos
teóricos e empíricos de um modo especializado pois a
ruptura epistemológica
com o senso comum, e
é um dos caminhos possíveis para a construção de uma
ciência
(GALVÃO, 1998, p.46).
Dessa forma a Enfermagem abandonou gradativamente sua postura de
atividade caritativa, intuitiva e empírica (POSSARI, 2006, p.1), e vem tentando
definir o foco de sua prática, o qual, apesar de algumas divergências, concorda-
se que está direcionado, fundamentalmente, no cuidar do paciente, que deve ser
holístico, voltado para as necessidades do cliente, seja ele indivíduo, família ou
comunidade.
Para Gordon (1994, apud GARCIA; NÓBREGA, 2004) foi vital para a
evolução da Enfermagem como ciência, o desenvolvimento de seu corpo de
conhecimentos, através do desenvolvimento de modelos conceituais e teorias, os
quais selecionam e inter-relacionam conceitos, a partir de diferentes visões de
mundo, refletindo a natureza e o cerne da profissão, fornecendo focos para a
mesma e oferecendo roupas para um
esqueleto desnudo.
Seu desenvolvimento como profissão só tem sido possível, segundo
Carvalho e Barreira Castro (1979), mediante adaptações às novas expectativas e
necessidades da sociedade, oriundas do desenvolvimento científico. As
acomodações às exigências sociais caracterizam-se como uma desconstrução de
um conhecimento para sua reconstrução, fato que seria denominado crise do
17
conhecimento, segundo Capra (2001), que resultaria, aqui, numa redefinição dos
domínios da Enfermagem.
Com esse intuito, os diversos conceitos, teorias e modelos específicos da
Enfermagem que estão sendo desenvolvidos têm a finalidade de fundamentar a
prática assistencial, para que as ações sejam planejadas, determinadas e
gerenciadas para o cuidado, seja ele individual ou coletivo, a fim de que seu
registro permita uma avaliação e a geração de conhecimentos (POSSARI, 2006).
A progressão da Enfermagem é verificada pelo avanço acelerado na
construção do conhecimento, investimento em pesquisas, investimento em
criação e aperfeiçoamento de recursos facilitadores para a prática profissional, os
quais objetivam uma melhor condução na delimitação do papel da Enfermagem,
uniformização das ações de enfermagem e produção de uma linguagem
específica utilizada na profissão, que a represente (VIRGÍNIO; NÓBREGA, 2004).
Ao analisar o desempenho dos profissionais, percebeu-se a inexistência
de um modelo panorâmico da estrutura da Enfermagem que facilitasse alcançar
uma visão mais objetiva de sua composição (DANIEL, 1987). Notou-se, ainda, a
escassez existente de referenciais teóricos específicos para a construção de um
modelo dessa natureza.
Percebeu-se a necessidade de se desenvolver um método de trabalho
que tornasse a prática da Enfermagem visível, mostrando o benefício das
atividades desenvolvidas e proporcionando um cuidado de enfermagem com
qualidade, através de sua crítica e avaliação contínua, o que poderia tornar a
avaliação do cuidado eficaz, além de proporcionar a avaliação dos custos dessa
prática.
A idéia de um método de trabalho, percebido pelas técnicas de
observação e avaliação da prática por Florence Nightingale, no século XIX, faz-
nos perceber que a concepção de um processo de enfermagem não é nova. Essa
noção foi aprimorada ao longo dos anos, pela implementação de alguns métodos
de estudo, como estudos de caso e através da tentativa para se desenvolver um
modelo operacional para a prática (GARCIA; NÓBREGA, 2002).
Para as referidas autoras chegou-se à denominação de processo de
enfermagem, em meados das décadas de 1950 e 1960, sendo o mesmo
constituído de algumas etapas e tendo como objetivo principal o
18
desenvolvimento de uma prática individual, na qual o enfermeiro pudesse
detectar um problema ou necessidades dos pacientes, e, a partir daí,
desenvolver um plano de cuidados específicos.
O processo de enfermagem passou, então, a ser pesquisado com
bastante ênfase, procurando-se uma melhor forma de aplicação e estruturação,
para que se alcançasse o objetivo desejado. Passou, ao longo dos anos, por
algumas mudanças, inclusive, no número de etapas existentes, porém
permaneceu adaptável a qualquer modelo conceitual e a qualquer situação do
processo saúde-doença.
Os diversos fatores que instigaram o início dos estudos para o
desenvolvimento desse instrumento eram relacionados, muitas vezes, com o
papel social da Enfermagem, que sentiam a necessidade de fazerem-se
perceptíveis à população assistida por meio de seu cuidado e aos seus pares, no
âmbito profissional. Nesse contexto, concordamos com Cruz (1997), quando cita
o diagnóstico de enfermagem, constituinte do processo de enfermagem, como
um instrumento que contribui na delimitação de nossa prática e campo científico,
fornecendo meios para autonomia profissional.
Esse processo, denominado por Doenges e Moorhouse (1991) como plano
de cuidados, proporciona uma inter-relação mais eficaz entre as profissões da
saúde, por facilitar a comunicação entre os mesmos e assim oferecer uma troca
de informações e compartilhamento de idéias levando ao desenvolvimento de um
plano que inclui todos os dados pertinentes ao indivíduo. As ações de
enfermagem passam a ser mais que execuções de ordens médicas, pois a
Enfermagem começa a usar suas habilidades de conhecimento, criatividade,
adaptabilidade, compromisso, confiança e liderança, ensaiando passos para sua
autonomia.
Na perspectiva de que o processo de enfermagem serve como guia
prático para o processo de construção da autonomia profissional, acreditamos
que ele seja, além disso, uma maneira da Enfermagem concretizar a proposta de
promover, manter ou restaurar o nível de saúde do paciente, através do cuidado
e da promoção do autocuidado, como também documentar sua prática
profissional, visando à avaliação da qualidade da assistência prestada.
19
Assim, o processo de enfermagem, pode contribuir para delimitar o
campo prático e teórico, fornecendo normas diretivas para a organização do
conhecimento da profissão, fundamentando uma prática autônoma, pois provê
ao nosso domínio características únicas que possibilitam uma exposição à
observação e à crítica dos nossos pares, dos outros profissionais que conosco
trabalham e, acima de tudo, da população que faz uso dos nossos serviços
(CRUZ, 1997).
A mesma autora cita que o diagnóstico de enfermagem, como
componente do processo, torna-se indicador das necessidades dos cuidados de
enfermagem da pessoa ou do grupo que está sendo assistidos, os quais
compõem uma constelação de focos a que se deve dirigir o desenvolvimento do
corpo de conhecimentos. Pois, uma vez identificados os fenômenos clínicos de
interesse para a Enfermagem, haverá sempre um ponto de partida para as
pesquisas.
Alfaro-Lefreve (2005), também corrobora essa visão acerca do processo,
afirmando que ele é uma forma sistêmica e empreendedora de se prestar
cuidados de enfermagem, pois provê um cuidado humanizado, dirigido a
resultados efetivos e de baixo custo, que estimulam os enfermeiros a analisar
seus atos e buscar novas formas de fazê-lo.
Por se acreditar na relevante função do processo de enfermagem sobre a
construção de uma prática crítica, é que ele tem merecido a atenção de autores
nacionais, buscando implantá-lo, apesar das dificuldades de formação de
profissionais, da quantidade desses indivíduos e do apoio institucional (DALRI,
2000).
Campedelli et al. (1992) afirmam que o processo é uma estratégia para
favorecer a individualização e a continuidade da assistência da enfermagem, bem
como o estudo crítico do atendimento que se presta, acreditando que, ao se
optar por desenvolver uma Enfermagem científica, que busque um corpo de
conhecimentos próprios, faz-se necessária a escolha de um método de trabalho
fundamentado teoricamente.
Confirmamos essa afirmativa destacando Garcia e Nóbrega (2002, p.38),
que entendem o processo de enfermagem como:
20
[...] um instrumento metodológico que nos possibilita identificar,
compreender, descrever, explicar e/ou predizer como nossa
clientela responde aos problemas de saúde ou aos processos
vitais, e determinar que aspectos dessas respostas exigem uma
intervenção profissional.
Nesse sentido, ele implica a existência de alguns elementos que lhe são
inerentes. Sob o ponto de vista do Conselho Internacional de Enfermagem (CIE),
esses elementos são:
[...] o que as enfermeiras fazem (ações e intervenções de
enfermagem), relacionado a quais necessidades de cuidado
(diagnóstico de enfermagem), para alcançar quais objetivos
(resultados de enfermagem) (CRUZ et al., 1997,p.5).
À luz do processo de enfermagem percebemos a assistência sobre outra
ótica, o que nos possibilita relacionar a falta de visibilidade da Enfermagem com
a impossibilidade de avaliação da sua prática e a realização de uma assistência
pouco eficaz com a falta ou falha na implementação do processo, que por sua
vez reflete nas dificuldades com seu registro, que consideramos como a
complementação do mesmo.
Dessa forma, percebendo que o processo de enfermagem permite
aperfeiçoar a prática da Enfermagem acredita-se que a estrutura da
documentação deve ser elaborada sob os moldes desse método, visto que os
registros devem ser compreensíveis, fáceis de usar e estar organizados em
função do paciente.
A avaliação do registro da assistência aos pacientes sempre foi uma parte
essencial do desenvolvimento do cuidado de enfermagem. Apesar disso, ainda
não é possível descrever-se o conteúdo da Enfermagem prática, pois a
linguagem utilizada no cuidado não se tornou suficientemente unívoca para
satisfazer as exigências edificadoras de sistemas de dados (KARKKAINEN;
ERIKSSON, 2003).
Silva e Dias (1999) confirmam que a preocupação na Enfermagem
Brasileira com a comunicação na disciplina não é recente, visto que na década de
1970 havia enfermeiros preocupados com a inapropriação de termos pela
enfermagem, fazendo-os considerar estudos sobre documentação e
terminologias.
21
A documentação é exigida para substanciar a responsabilidade sobre
processos e resultados do cuidado, e seus dados são requisitos para a condução
de pesquisas empíricas; assim como uma necessidade para investigadores
responderem a perguntas de pesquisas relacionadas com a assistência, a fim de
identificar melhores práticas, desenvolver e testar modelos de cuidado, desenhar
modelos de suporte de decisão e determinar uma utilização eficiente e efetiva de
recursos (McCORMICK; JONES, 1998).
Acredita-se que não apenas a falta da documentação, mas a ausência de
uma linguagem universal que estabeleça definição e descrição da prática
profissional tem comprometido a evolução da Enfermagem como ciência
(NÓBREGA; GARCIA, 2004).
Para as referidas autoras:
A elaboração de sistemas de classificação da linguagem da
Enfermagem pressupõe, de modo implícito ou explícito, que: os
profissionais e ocupacionais da equipe de enfermagem constituem
um grupo sócio-profissional que, em seu ambiente de trabalho,
utiliza um vocabulário técnico particular, a que se pode denominar
linguagem especial da Enfermagem. (2000, p.4)
A percepção sobre a relevância do desenvolvimento de estudos sobre a
linguagem utilizada pelos enfermeiros, para exprimir sua prática, deu-se pela
implementação do processo de enfermagem, pois o mesmo facilitou e organizou
a realização do cuidado, assim como a análise de seu registro, que por sua vez,
impulsionou o desenvolvimento de sistemas relacionados com algumas etapas do
processo, com a identificação do vocabulário utilizado para diagnósticos,
intervenções e resultados.
Antunes (2000) acredita que a aproximação da Enfermagem com os
sistemas de classificação está relacionada, também, à necessidade de
afastamento do tratamento interventivo e das técnicas descontextualizadas que
guiaram a prática profissional até as últimas décadas do século XX, buscando um
novo referencial com ações específicas e fundamentadas.
Nessa perspectiva, diversas terminologias padronizadas têm sido
desenvolvidas, proporcionando riqueza na possibilidade de representação dos
fenômenos de enfermagem e domínios da prática, como também, atendendo às
necessidades de documentação e análises da Enfermagem, de acordo com as
22
fases do processo de enfermagem (MARIN, 2001). O que é ressaltado por
Antunes (2000), quando diz que as terminologias trazem a possibilidade de
sedimentação de uma prática qualificada e sistematizada.
Constata-se, em revisão de literatura da área, a existência de sistemas
de classificação desenvolvidos no mundo, direcionados para as realidades e
exigências locais, e que estão voltados para algumas das etapas do processo de
enfermagem. Contudo, percebeu-se que essa gama de classificações não
fornecia meios práticos, nem para agregar, nem para comparar os dados
(MARIN, 2001), o que levou o International Council of Nurses (ICN), a construir
uma Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem, que se tornaria
um Marco Unificador.
Baseando-se nisso, percebeu-se a relevância da identificação de uma
linguagem específica utilizada pelos enfermeiros, ou seja, a identificação do
vocabulário utilizado, na prática, pelos exercentes, principalmente para o registro
de suas atividades desenvolvidas.
Nossa inquietude surgiu da necessidade de trabalhar com o processo de
enfermagem na prática, para facilitar a aplicação dos conhecimentos científicos,
individualizar e sistematizar o cuidado, promover a visibilidade das ações de
enfermagem, integrar as ações desenvolvidas, entre outros benefícios.
Percebemos a necessidade da aplicação do processo de enfermagem para
melhorar a qualidade da assistência prestada aos pacientes e desenvolver
conhecimentos que retroalimentarão esse processo.
Esse estímulo emanou, inicialmente, durante os estágios da Graduação
em Enfermagem e, em fase posterior, em nossa experiência profissional, pela
observação da atuação dos exercentes da profissão com os quais tivemos
contato, pela análise crítica e pelo questionamento do real papel do enfermeiro.
Questionamos a atuação da Enfermagem, muitas vezes, subordinada às
prescrições médicas e responsabilizada pelos serviços burocráticos. Precisava
formar minha identidade como profissional e percebi que o número de
enfermeiros burocratas era imenso, e por isso, precisava de algo que me
direcionasse para a autonomia.
Em nossa experiência profissional, constatamos o quanto é difícil
desenvolver tantas tarefas a nós destinadas. Na maioria das vezes, deparamo-
23
nos com a escassez de enfermeiros em hospitais, que preferem contratar
auxiliares e técnicos de enfermagem para contenção de despesas,
sobrecarregando os únicos enfermeiros atuantes. Responsabilizamo-nos por
tarefas em demasia, na maioria das vezes burocráticas, deixando nossas
principais e fundamentais funções, como a assistência e sua sistematização, por
falta de tempo, a desejar, tornando nosso trabalho por demais estressante.
Verificamos a necessidade de aplicar, na prática, o processo de
enfermagem, para dar uma sustentação às atividades desenvolvidas pelos
praticantes da profissão, com o objetivo principal de prestar uma assistência
individualizada, reflexiva e direcionada, mas, também, para tornar nossas ações
mais visíveis e sujeitas à avaliação.
Questionamos, várias vezes, o motivo do aparente desinteresse de
alguns profissionais pelo aprimoramento da prática, subestimando o registro da
assistência e sua avaliação, como fase do processo de enfermagem, descrevendo
suas intervenções de forma acrítica, muitas vezes realizando cópias, ou deixando
de determiná-las.
Tínhamos como objetivo primordial deste projeto a identificação de
diagnósticos de enfermagem relacionados com o paciente neonatal, com o intuito
de contribuir para a aplicação do processo de enfermagem, pois, dessa forma,
seria facilitado o emprego dessa fase do processo pelos profissionais de
enfermagem, uma vez que teríamos uma listagem de diagnósticos específicos
dessa clientela, não sendo necessária a consulta constante a um sistema de
classificação.
Depois do nosso ingresso no Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, nível Mestrado, e, a partir de estudos sobre o processo de
enfermagem e os sistemas de classificação, tomamos conhecimento do projeto
de Sistematização da Assistência da Enfermagem desenvolvido no Hospital
Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW/UFPB).
Da mesma forma, tomamos conhecimento do projeto
Identificação de termos da
linguagem profissional para inserção em sistemas de informação: instrumental
tecnológico para a melhora da qualidade da assistência de enfermagem, que tem
como um dos objetivos gerais, fazer o mapeamento dos termos atribuídos a
fenômenos/diagnósticos/problemas e a ações/intervenções/prescrições na
24
prática de enfermagem desse hospital (NÓBREGA; GARCIA, 2000), já dispondo
dos termos utilizados em registros profissionais pelos componentes da equipe de
enfermagem de todas as unidades clínicas da instituição, com exceção da
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).
Então, percebemos que, para construirmos uma nomenclatura para a
UTIN, contemplando diagnósticos, precisávamos inicialmente conhecer a
linguagem utilizada pelos enfermeiros da unidade para identificar os termos mais
utilizados na área, e assim adequá-los a um sistema de classificação.
Desse modo, os estudos realizados na Pós-Graduação e o conhecimento
desses projetos, motivaram-nos a trabalhar com o desenvolvimento de uma
terminologia específica para a assistência de enfermagem na terapia intensiva
neonatal, com o intuito de desenvolver conhecimentos específicos e novos, que
serão úteis e relevantes para a futura implementação do processo de
enfermagem, melhorando a qualidade da assistência de enfermagem prestada
aos pacientes de risco.
Por isso, questionamos: Que termos da linguagem especial de
enfermagem são utilizados pelos componentes da equipe de enfermagem da
UTIN do HULW/UFPB, em registros da assistência realizada? Esses termos estão
incluídos na Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem – CIPE
®
Versão 1?
2 Objetivos
26
Identificar os termos empregados pelos componentes da equipe de
enfermagem, nos registros em prontuários da UTIN do HULW/UFPB;
Fazer o mapeamento cruzado dos termos identificados com os constantes na
CIPE
®
Versão 1, de modo a verificar quais os incluídos e os não incluídos;
Categorizar os termos identificados como não constantes, segundo os eixos
da CIPE
®
Versão 1.
3 Revisão da Literatura
28
Este capítulo abordará conceitos em Terminologia, discussões sobre as
Terminologias de Enfermagem e, por fim, uma retrospectiva histórica da
Classificação Internacional para Prática da Enfermagem.
3.1 Terminologia
O termo terminologia é de constituição polissêmica e nos remete a pelo
menos três noções: disciplina, prática e produto gerado por essa prática. Como
disciplina, define-se como matéria que se ocupa dos termos especializados;
como prática, é o conjunto dos princípios voltados para a recompilação dos
termos e, como produto, é o conjunto de termos de uma determinada
especialidade (CABRÉ, 1995).
Discursando sobre terminologias, Cabré (1993 apud ANDRADE, 2001) faz
uma relevante definição do termo, abordando sua temática disciplinar e prática,
referindo que, terminologia é o estudo do conceito e dos sistemas conceptuais
que descrevem uma matéria especializada, consistindo o trabalho terminológico
em representar um campo conceptual e estabelecer as denominações adequadas
de modo que haja uma comunicação intersubjetiva.
Para Pavel e Nolet (2003, p. xvii) a terminologia é:
[...] uma disciplina lingüística consagrada ao estudo científico dos
conceitos e termos usados nas línguas de especialidade. A língua
comum é aquela que usamos no quotidiano, ao passo que a língua
de especialidade é a que é utilizada para proporcionar uma
comunicação sem ambigüidade numa área determinada do
conhecimento ou da prática, com base num vocabulário e em usos
lingüísticos específicos desse campo.
O objeto da terminologia pode ser visto sobre duas dimensões – conceito
e termo. Para uns é o conceito que é concebido como universal e prévio ao
29
termo, que se reduz a uma mera denominação. Para outros é o termo concebido
como uma unidade de forma e conteúdo ao mesmo tempo (CABRÉ, 2005).
A atividade terminológica, para Hernández (2002), deve voltar-se
primariamente para o estudo dos conceitos e dos termos a que fazem referência,
já que o conceito é o elemento do pensamento, expressado em geral por um
termo.
Com relação ao termo, a terminologia busca apontar elementos teóricos
e práticos para realizar sua busca, seleção e ordenação dentro de uma
especialidade, com a finalidade de normalizar sua forma e conteúdo, assim,
conduzindo a delimitação dos termos próprios de uma disciplina (CABRÉ, 1995).
Assim, a terminologia, quando voltada para fins de organização de
nomenclaturas, deve estar fundamentada no princípio de identificação de termos
vinculado ao exame dos discursos em que as unidades terminológicas estão
inseridas (FINATTO, 2006). Pois, focando a univocidade, o termo deverá
apresentar apenas um significado no contexto dos discursos, embora possa ser
polissêmico (KRIEGER; FINATTO, 2004).
O trabalho terminológico é feito em várias etapas relacionadas ao termo
como: identificação e designação de seus conceitos, confirmação de seu
emprego, descrição, discernimento de uso correto e incorreto com recomendação
de algum uso específico, a fim de promover uma comunicação isenta de
ambigüidades (PAVEL; NOLET, 2003).
Lara (2004) conceitua o termo como uma designação de um conceito em
uma linguagem especial, ou seja, é um signo lingüístico que difere da palavra
por ser qualificado em um discurso de uma especialidade, e por isso, diferente da
língua geral. Para ela uma palavra tem muitos significados enquanto o termo é
uma palavra contextualizada em um discurso possuindo uma referência para
interpretação.
O termo também denominado de unidade terminológica por Pavel e Nolet
(2003) é o rótulo ou etiqueta de um conceito específico. Ele se distingue de uma
palavra da língua geral, pois sua relação com o conceito é unívoca.
As unidades terminológicas exercem um papel de referência, pois
designam uma realidade especializada, tendo uma temática específica que é
demarcada pelo campo de especialidade a que pertencem. São unidades
30
utilizáveis apenas pelos especialistas, ou seja, por um grupo restrito de usuários,
que fazem sua apropriação em situações comunicativas específicas que são mais
formais que a linguagem geral e podem ser realizadas para qualquer tipo de
texto, escrito ou oral. Criados nesse tipo de comunicação, podem ser
considerados de caráter especializado, representando e comunicando o
conhecimento especializado (HERNÁNDEZ, 2002).
As unidades terminológicas podem ser caracterizadas como termos
simples, termos compostos, termos derivados, sintagmas e siglas (PAVEL;
NOLET, 2003). Exemplos desses tipos de unidades são demonstrados a seguir
com termos encontrados na UTIN. Termos simples: abdome, ferida, exame;
termos compostos: recém-nascido, via retal, acesso intravenoso; termos
derivados: desmamar, dispnéia, desidratação; sintagmas: alimentação exclusiva
ao seio, serviço de enfermagem, região do corpo; siglas: TOT (tubo orotraqueal),
CPAP (pressão positiva contínua das vias aéreas), PIP (pressão inspiratória
máxima), HV (hidratação venosa), PC (perímetro cefálico), SG (soro glicosado).
As referidas autoras comentam que ter conhecimento dessas estruturas
ajuda a identificar as unidades terminológicas durante o processo de extração de
termos, como, também, a distinguir um termo de uma palavra da língua geral,
referindo ainda, que os termos devem manter uma relação unívoca com o
conceito que designa e possuir estabilidade na forma em que se apresentam.
Expõem, ainda, que a língua de especialidade, assim como a língua comum
apresenta variantes lingüísticas e que as mesmas devem ser distinguidas em
função do seu real uso dentro da especialidade, sendo esse um dos princípios
metodológicos para se atingir a unicidade de expressão, que devem representar
esses conhecimentos em escala mundial, onde se privilegia a uniformidade de
conteúdo e expressão.
Pavel e Nolet (2003) denominam essa atividade padronizadora como
normalização terminológica que deve limitar-se à língua de especialidade e ter
natureza preceptiva. Esta mesma normalização é, para Lara (2003, p. 72),
”padronizar para melhor compreender“.
Com relação à uniformização desses termos, Krieger e Finatto (2004)
afirmam que a comunicação especializada requer precisão, para se evitar que o
uso indistinto de termos possa carrear uma dissipação conceitual que não
31
colabora com o princípio desejado de uniformidade, consistindo, assim, a
atividade de padronizar numa medida de controle de usos de um vocabulário.
Voltando à delimitação das unidades terminológicas, deve-se examinar
textos que trazem conceitos de uma especialidade, para que dele sejam
extraídos os termos, que podem ser feito por extração manual ou por extração
semi-automática, com o auxílio de programas projetados para esse fim. Cabe
salientar que essa atividade está pautada no conhecimento da especialidade
abordada e dos tipos de unidades terminológicas passíveis de extração (PAVEL;
NOLET, 2003).
A extração dos termos resulta numa lista alfabética de unidades
terminológicas que incluem, além dos conceitos próprios da especialidade,
expressões pseudoterminológicas, consideradas por Pavel e Nolet (2003) como
”lixo terminológico“, pois ocorrem de forma casual no texto e não designam
conceitos particulares de efeito para a área. Para identificar estas expressões
utiliza-se a análise textual que permite eliminar o ”lixo terminológico“ e separar
os termos próprios da área.
As autoras referem, ainda, que o resultado dessa atividade é chamado de
nomenclatura, a qual é passível de delimitação dentro de uma árvore conceitual
preestabelecida, que deve ser utilizada para se comparar o resultado
apresentado nessa lista com um sistema de classificação existente na área, para
adequação desse resultado.
A árvore conceitual ou árvore de domínio é um constructo teórico,
formado por blocos de conceitos de uma determinada disciplina, que molda uma
hierarquia temática do domínio da especialidade, na pretensão de representar o
universo do conhecimento da mesma. Dessa forma, a árvore funciona como um
mapa que auxilia no reconhecimento de termos dentro de uma terminologia
(PAVEL; NOLET, 2003). Esses blocos possuem subdivisões que englobam termos
que apresentam conceitos mais simples, geralmente se organizam em um
conjunto de eixos, afim de que reflitam as características das expressões
originais das quais provêem (OPAS, 2001).
Em terminologia os conhecimentos adquiridos em uma especialidade
devem organizar-se por relações de lógica e hierarquia entre os termos. As
32
relações são entre ”todo e parte“ e quando representadas graficamente
denominam-se de diagramas ou árvores conceituais (PAVEL; NOLET, 2003).
A classificação do conhecimento adquirido em grupos ou categorias de
acordo com a sua semelhança, minimizando a diferença dentro do grupo e
maximizando a diferença entre os grupos, nos ajuda a reconhecer a importância
da terminologia dentro da Enfermagem, enquanto ciência com o corpo de
conhecimentos em desenvolvimento. Em revisão de literatura da área, percebe-
se uma crescente preocupação em delimitar seus elementos, aumentando seu
interesse em organizar o conhecimento na prática, educação e pesquisa
(GORDON, 1998).
3.2 Terminologias de Enfermagem
O desenvolvimento de terminologias em Enfermagem, ao longo dos anos,
possibilitou a identificação, denominação e classificação de conceitos, para uso
em sistemas de computadores de unidades clínicas, no ensino e no treinamento
de novos profissionais e, principalmente, para contribuir com o enriquecimento
do corpo de conhecimentos da Enfermagem, através da documentação dos
cuidados (MARIN, 2003).
Florence Nightingale relatava o quão é importante documentar para dar
continuidade aos cuidados do paciente (MARIN; MASSAD; AZEVEDO NETO, 2003,
p. 10):
Na tentativa de chegar à verdade, eu tenho buscado, em todos os
locais, informações; mas, em raras ocasiões eu tenho obtido os
registros hospitalares possíveis de serem usados para
comparações. Estes registros poderiam nos mostrar como o
dinheiro tem sido usado, o quê de bom foi realmente feito com
ele...
Estudos sobre documentação mostram a necessidade de sua existência
para dar continuidade ao cuidado com qualidade, destacando-se que a mesma
deve ser apropriada e fidedigna à situação que pertence e, que seja capaz de
sustentar as decisões clínicas advindas. Dessas prerrogativas conclui-se que, se
33
não há documentação adequada, os dados não podem ser utilizados para
demonstrar o desempenho da Enfermagem, os custos do cuidado e a evidência
de uma prática de melhor qualidade (MARIN, 2003).
Em quase todos os países do mundo enfermeiros experimentam
problemas de reconhecimento por causa de sua invisibilidade nos sistemas de
informação. Assim, em nível clínico há uma crescente pressão para que os
enfermeiros aceitem a responsabilidade de provar sua eficácia, entendendo que é
obrigação deles desenvolver maneiras de registrar sua prática de uma forma que
traga mais compreensão e exatidão sobre o que eles fazem (CLARK, 1998).
Explicitando essa questão, Marin; Massad e Azevedo Neto (2003)
afirmam que, apesar de a Enfermagem planejar, executar e avaliar diariamente,
dificilmente esses dados podem servir para comparação, pois inexiste um padrão
de registro nos diagnósticos, nas intervenções e nos resultados das ações de
enfermagem, resultando numa elaboração de planos mais intuitivos e não
sistemáticos.
Clark (1999) refere que nós não temos uma linguagem comum para
descrever, precisamente, o que fazemos, para que tipos de problemas ou
condições de pacientes e com que resultados. E afirma que, sem uma linguagem
para expressar nossos conceitos nós não podemos saber se nosso entendimento
de significado é o mesmo, e assim não podemos nos comunicar com precisão
com outros profissionais.
A OPAS (2001, p.24) ressalta que:
[...] a documentação é uma prova de que a enfermeira tem
cumprido com suas obrigações jurídicas e éticas para com o
paciente, e que este recebeu uma atenção de qualidade
reconhecida.
Nessa perspectiva, entendemos o prontuário como um documento em
que se registra todo o cuidado prestado ao paciente, e, para que esse documento
subsidie uma avaliação eficaz, o registro deve ser acurado, detalhado e
padronizado para mostrar a extensão e qualidade do cuidado dispensado
(AZEVEDO; FIGUEIREDO, 2004). Portanto, faz-se necessário, garantir a
descrição das ações de enfermagem através da expressão da linguagem nos
prontuários, para que os mesmos sejam analisados, mostrando a contribuição do
enfermeiro na área da saúde (MARIN, 2001).
34
Mostra-se cada vez mais marcante, nas relações profissionais, a
necessidade de se empregar uma terminologia que represente a estrutura
conceptual, nas relações interpessoais, na transferência de informações e na
comunicação científica, pois, como refere Andrade (2001), a terminologia
constitui a base para a estruturação do conhecimento, pelo estudo e
sistematização de seus conceitos.
Para Benveniste (1989 apud KRIEGER, 2000, p.210),
A constituição de uma terminologia própria marca, em toda
ciência, o advento ou o desenvolvimento de uma conceitualização
nova, assinalando, assim, um momento decisivo de sua história.
Poder-se-ia mesmo dizer que a história particular de uma ciência
se resume na de seus termos específicos. Uma ciência só começa
a existir ou consegue se impor na medida em que faz existir e em
que impõe seus conceitos, através de sua denominação.
O emprego da terminologia, tão necessária nesse âmbito, é característica
fundamental da linguagem especializada, que segundo Andrade (2001),
representa a estrutura conceptual de uma determinada disciplina, pois utiliza os
termos que denominam os conceitos de uma rede de domínio.
A utilização de conceitos próprios, para delimitar termos que
representarão a linguagem comum de uma disciplina e sua importante
participação no desenvolvimento de seus conhecimentos é demonstrada por
Clark (1999), em um diagrama reproduzido abaixo, no qual tece relações entre a
prática da enfermagem, o desenvolvimento de sistemas de classificação e o
acúmulo de conhecimentos científicos próprios da Enfermagem para sua
consolidação como ciência.
35
Fonte: CLARK (1999)
Fonte: Clark (1999).
Figura 1 – Linguagem da Enfermagem na prática.
Para atender a essas exigências de documentação e análise nas fases do
processo de enfermagem, diversas terminologias têm sido desenvolvidas, em um
território de desafios para padronização de termos clínicos usados na prática
diária, que devem atender aos critérios de validade, especificidade e recuperação
de dados e facilidade na comunicação (MARIN, 2001; MARIN, 2000).
As terminologias, como produto, são também denominadas sistemas de
classificação e taxonomias de referência, definindo-se como o universo de termos
escritos e suas definições, compreendidas em nomenclaturas ou tesauros que
são usados com o propósito de indexação, ordenação, recuperação e
classificação de dados em registros clínicos, em sistemas de informação e em
relatórios de literatura e pesquisa (CLARK, 1999).
Esses sistemas de classificação são instrumentos que proporcionam a
utilização de uma linguagem padronizada, a qual pode ser empregada no
36
processo de raciocínio, de julgamento clínico, terapêutico e fundamentam a
documentação clínica da prática profissional (GARCIA; NÓBREGA, 2004).
Em todo o mundo tem-se desenvolvido diversas terminologias, as quais
têm impulsionado um aumento nas pesquisas para aperfeiçoamento desses
sistemas, atendendo, dessa maneira, ao desafio de se universalizar a linguagem
da Enfermagem para serem evidenciados os elementos da prática profissional
(MARIN, 2001).
Uma gama de terminologias foram desenvolvidas atreladas ao processo
de enfermagem, pois o mesmo invoca o estabelecimento de designações
apropriadas, e, assim, estabeleceram-se classificações voltadas especificamente
para alguma(s) etapa(s) do processo, como a Classificação Internacional para a
Prática da Enfermagem (CIPE); Classificação para o Cuidado Clínico (CCC);
Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC); Taxonomia da NANDA
Internacional; a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC), entre
outras.
O desenvolvimento dos sistemas de classificação vem contribuindo para a
identificação dos conceitos específicos da Enfermagem, pois, na elaboração de
um trabalho terminológico, identificam-se e determinam-se os fenômenos de
interesse da profissão, que são o objeto de ação dos profissionais de
enfermagem (NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 2000).
Inevitáveis diferenças surgiram entre os sistemas de classificação
desenvolvidos o que é visto agora como uma significante barreira para a
comparação e intercâmbio de informações na enfermagem, pré-requisito para
um efetivo cuidado de saúde (HARDIKER, 2003).
Segundo o mesmo autor, em resposta a esses fatores, houve um grande
esforço em desenvolver terminologias formais, denominadas terminologias de
referência, para identificar, representar e alcançar consenso no conteúdo
semântico desses sistemas de classificação.
Os esforços nessa área têm sido contínuos, nos últimos anos, todavia, a
tentativa para se desenvolver uma linguagem internacional é recente, tendo-se
dado pela iniciativa de um grupo de enfermeiros da Associação Norte-Americana
de Enfermagem (ANA) e da North American Nursing Diagnosis Association
(NANDA) que, através de uma listagem de diagnósticos, tentou a inclusão dos
37
mesmos na família de classificações da Organização Mundial de Saúde (OMS),
como Condições Necessárias para o Cuidado da Enfermagem (NÓBREGA;
GUTIÉRREZ, 2000; NIELSEN, 199?).
A motivação desses enfermeiros ocorreu durante o processo de revisão
da Classificação Internacional das Doenças - CID-9 para o CID-10, a qual sofreu
modificações no seu enfoque e passou a incluir os Problemas Relacionados à
Saúde, deixando uma abertura ao desenvolvimento de outras classificações
relacionadas com a saúde. Dessa forma, o grupo de enfermeiros acima
especificado, decidiu enviar, para o comitê revisor, um esboço de classificação
dos diagnósticos de enfermagem, para inclusão nessa nova revisão (NÓBREGA;
GUTIÉRREZ, 1999).
Apesar do esforço, o Comitê da OMS responsável por essas decisões
rejeitou a proposta, argumentando que alguns diagnósticos da listagem enviada
estavam adequados para a classificação de sinais e sintomas e outros eram
diagnósticos específicos da Enfermagem, e, por isso, eram inadequados para
serem anexados a uma classificação das doenças (NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 2000;
NIELSEN, 199?).
Outro aspecto apontado como fator para a rejeição dessa proposta,
citado por Clark (1998), foi a pouca abrangência do conteúdo, haja vista ter sido
desenvolvido por um único país, sendo necessário evitar-se o imperialismo
cultural, pois a classificação deveria ter caráter internacional.
3.3 Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem -
CIPE
®
O reconhecimento internacional de uma classificação de enfermagem só
pareceria possível através de uma representação da Enfermagem por todas as
nações. Sob esse prisma, foi proposta ao ICN, a necessidade de se desenvolver
uma classificação internacional de enfermagem, no seu Congresso Quadrienal,
em 1989, em Seul, na Coréia (NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 2000; NIELSEN, 199?).
38
Acatada a proposta pelo ICN, formou-se um Comitê para o
desenvolvimento de uma Classificação Internacional para a Prática da
Enfermagem (CIPE
®
), que designou um grupo de consultores e técnicos, referido
como Equipe de desenvolvimento da CIPE
®
, que deveria identificar e descrever,
como primeiro passo, os sistemas de classificação, os sistemas de informação e
os bancos de dados de enfermagem, até então existentes (NIELSEN, 199?).
Essas atividades de levantamento bibliográfico foram iniciadas em 1991, após
elaboração do projeto (CIE, 2003).
Em julho de 1993 foi apresentado o primeiro resultado das atividades
iniciais, uma lista com os termos identificados a partir dos 14 sistemas de
classificação encontrados. O interesse de inúmeros enfermeiros pela CIPE
®
foi
despertado nesse congresso após, a realização de sessões especiais, de plenária
e de pôsteres, sobre o Projeto do ICN (CIE, 2003).
A tarefa de desenvolver uma arquitetura para as classificações dos
fenômenos e intervenções de enfermagem foi mediada pela consultora Randi
Mortensen e pelo conselheiro técnico Gunnar H. Nielsen, que a apresentaram no
sexto encontro da Equipe de Desenvolvimento da CIPE
®
, em junho de 1995, em
Geneva (COENEN, 2003).
A possibilidade da construção de uma classificação internacional para a
Enfermagem entusiasmou a formação de grupos de pesquisa, em todo o mundo,
para se legitimar aquilo que já havia sido desenvolvido. O resultado desses
estudos culminou com a construção e divulgação, em 1996 da Versão Alfa da
CIPE
®
, que seria o ponto de partida para uma mudança na história da
Enfermagem, em nível mundial (COENEN, 2003).
Os estudos de levantamento bibliográfico e a conseqüente identificação
dos termos relativos aos domínios da Enfermagem, levantados a partir das
classificações existentes, levaram à construção de duas das três pirâmides
conceituais pensadas, denominadas, na Versão Alfa, como a Classificação dos
Fenômenos de Enfermagem e a Classificação das Intervenções de Enfermagem.
Os assuntos relacionados com os resultados clínicos tinham sido deixados de lado
pela Equipe de Desenvolvimento, nessa versão (COENEN, 2003). A constituição
dessas pirâmides caracterizava-se por ser monohierárquica, com um único
princípio de divisão – foco da prática, para classificação dos fenômenos e
39
multiaxial, composta por seis eixos, para classificação das intervenções de
enfermagem (NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 1999).
O intuito da CIPE
®
Versão Alfa, como afirmou o próprio ICN, foi o de
estimular comentários, observações e críticas, para seu aprimoramento,
objetivando a construção de uma nova versão. A CIPE
®
foi considerada como um
Marco Unificador, por reconhecer o trabalho das outras classificações de
enfermagem existentes e proporcionar que os termos existentes nessas
classificações pudessem ser nomeados de forma cruzada (MORTENSEN 1997,
apud RULAND, 2001).
A CIPE
®
Versão Beta foi apresentada, durante as comemorações dos 100
anos do Conselho, em julho de 1999, concretizando mais um dos objetivos do
Projeto. Sua construção se deu após as devidas modificações e com o objetivo de
atender à pretensão de continuar a ser uma matriz unificadora, onde as
taxonomias possam ser identificadas com o objetivo de uniformizar a linguagem
das práticas clínicas de enfermagem e com a pretensão de uma futura inclusão
na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com Saúde
(CIE, 2000). Essa nova versão era constituída pela classificação dos fenômenos,
classificação das ações (substituindo intervenções) e classificação e definição dos
resultados de enfermagem, a partir da classificação dos fenômenos.
Para facilitar a implantação da CIPE
®
num sistema de informação e,
assim, agilizar o registro dos diagnósticos, resultados e intervenções de
enfermagem na assistência ao paciente, na Versão Beta os fenômenos, ações e
resultados eram organizados numa estrutura multiaxial, com 16 eixos, para a
construção dos diagnósticos, intervenções e resultados esperados, que se
constituiriam através da junção dos conceitos contidos nos eixos dos fenômenos
e ações, respectivamente (CIE, 2000).
A Versão Beta modificou a denominação da classificação das intervenções
para ações e fez a distinção entre os dois conceitos, assim como definiu e deu
distinção aos conceitos de fenômenos e diagnósticos de enfermagem.
Após sofrer revisão editorial, como a correção de redundância de termos,
uma nova versão foi publicada, em 2001, a CIPE
®
Versão Beta 2 , na perspectiva
de que, a partir dessa edição, novas revisões, testes e avaliações viessem a
ocorrer em períodos maiores (CIE, 2003).
40
A CIPE
®
Versão Beta 2, portanto, apresentou revisão editorial, com a
mesma estrutura terminológica. As duas versões, apesar de algumas
modificações, apresentaram as mesmas definições quanto a fenômenos,
diagnósticos, ações, intervenções e resultados de enfermagem.
Fenômeno de enfermagem foi definido como um
aspecto de saúde de
relevância para a prática de enfermagem
, e, diagnóstico como o titulo dado
pelo enfermeiro para uma decisão sobre um fenômeno, que é foco das
intervenções de enfermagem
(CIE, 2003, p. iv).
Ação de enfermagem foi definida, na CIPE
®
Versão Beta 2, como
comportamentos desempenhados pelos enfermeiros na prática, enquanto,
intervenção foi definida como
ações realizadas em resposta a um diagnostico de
enfermagem com a finalidade de produzir um resultado de enfermagem
(CIE,
2003, p. v).
Estabeleceu o significado de resultado de enfermagem como a
medição
ou condição de um diagnóstico de enfermagem a intervalos de tempo após uma
intervenção de enfermagem
, que deveria ter por finalidade identificar e
distinguir os contributos únicos da Enfermagem, nesta perspectiva complexa dos
resultados dos cuidados de saúde
(CIE, 2003, p. vi).
Na publicação da CIPE
®
Versão Beta 2, o Programa CIPE
®
instituiu um
processo de avaliação e revisão para um projeto de contínua manutenção e
planejou a publicação de uma nova versão, em 2005 (CIE, 2003).
Como a CIPE
®
Versão Beta 2 chegou a ser usada mais amplamente, e
como os grupos de enfermeiros, por todo o mundo, geraram traduções e
registros de análise, os proponentes da CIPE
®
reconheceram que a meta de um
sistema de linguagem unificada não era alcançada com as estruturas de
classificação atuais. Alguns enfermeiros utilizavam a CIPE
®
diretamente, outros
utilizavam diversos vocabulários em conjunto com a CIPE
®
, e outro grupo estava
usando a CIPE
®
para desenvolver novos vocabulários locais (ICN, 2005).
O ICN, ao publicar, em 2005, a versão 1 da CIPE
®
, continuou
reconhecendo a responsabilidade de desenvolver uma linguagem unificada e
universal, através do cruzamento de dados, em todo o mundo, para promover
informações válidas e consistentes sobre a prática. Era preciso chegar-se a uma
classificação com dados de enfermagem prontamente disponíveis e usados nos
41
sistemas de informação de cuidado de saúde, por todo o mundo. Para chegar a
essa perspectiva, a CIPE
®
necessitaria de: representar os vocabulários de
enfermagem existentes; continuar a dar suporte à representação axial da Beta
2; facilitar o desenvolvimento de vocabulários locais que seriam derivados da
CIPE
®
, e, como meta de maior relevância, a CIPE
®
Versão 1 necessitaria de ser
capaz de identificar similaridades e diferenças entre as diferentes
representações, além de comparar e confirmar dados de diferentes fontes (ICN,
2005).
Em face dessas exigências, em 2002, o grupo consultivo estratégico da
CIPE
®
recomendou ao ICN a formação de uma equipe que intensificasse as
investigações e estudos, solicitando a opinião de líderes no campo dos
vocabulários, para assegurar que a CIPE
®
Versão 1 fosse consistente com a
existência de padrões para vocabulários. Surgiram, então, algumas
recomendações necessárias para se alcançar esses objetivos: prover uma base
mais formal para a CIPE
®
e usar um software capaz de satisfazer as
necessidades e aos critérios de um vocabulário completo e viável. Esses critérios
seriam o impedimento de redundâncias entre os termos, desvios de
ambigüidades e garantia de que os códigos associados com os termos não
refletisse na estrutura hierárquica do vocabulário (ICN, 2005).
A CIPE
®
Versão 1 foi lançada em maio de 2005, com uma nova
perspectiva, apresentando sua proposta através de uma estrutura simples,
multiaxial, com um novo grupo de eixos, onde há a unificação dos 8 eixos das
estruturas dos fenômenos e ações de enfermagem. O novo modelo, simplificado,
contém sete eixos (Figura 1), que devem facilitar ao usuário o acesso às
definições e conceitos da CIPE
®
, através dos quais poder-se-á construir, tanto os
diagnósticos, intervenções, como os resultados de enfermagem (ICN, 2005).
42
Fonte: ICN (2005).
Figura 2 – Modelo dos 7 eixos da CIPE
®
Versão 1.
Essa nova versão apresenta explicitamente algumas vantagens
determinadas pela sua nova estruturação, que é extremamente simplificada e
resolve alguns problemas das outras versões, como a redundância de termos e
as ambigüidades, que eram inerentes à estrutura da Versão Beta 2. Além desses
benefícios, a CIPE
®
Versão 1 facultará o mapeamento cruzado de termos locais e
das terminologias existentes, por ser um sistema de linguagem de enfermagem
unificado e uma terminologia composicional (ICN, 2005).
Os sete eixos são definidos, na CIPE
®
Versão 1, como: 1) Foco: área de
atenção que é relevante para a Enfermagem. Exemplo: dor, expectativa de vida,
Local do
corpo
Topologia
Duração
Freqüência
Julgamento
Foco da prática
de enfermagem
Probabilidade
Portador
Tipo
de ação
Alvo
Meios
Tempo
Topologia
Localização
Via
Beneficiário
CIPE
®
Versão 1
Classificação de Fenômenos de
Enfermagem
CIPE
Versão Beta 2
Cliente
Tem
p
o
Localização
Julgamento
Classificação de Ações de
Enfermagem
Foco
ão
Meios
Modelo dos 7 eixos – CIPE
®
Versão 1
43
eliminação, conhecimento. 2) Julgamento: opinião ou determinação clínica
relacionada com o foco da prática de enfermagem. Exemplo: risco, interrompido,
anormal. 3) Meios: a maneira ou método de se realizar uma intervenção.
Exemplo: antibiótico, serviço de nutrição. 4) Ação: um processo intencional
aplicado ou realizado em um cliente. Exemplo: educar, trocar, administrar,
medir. 5) Tempo: o ponto, o período, instante, intervalo ou duração de uma
ocorrência. Exemplo: admissão, nascimento de uma criança, crônico. 6)
Localização: orientação espacial e anatômica de um diagnóstico ou intervenção.
Exemplo: posterior, abdome, escola, centro comunitário de saúde. 7) Cliente:
sujeito a quem o diagnóstico se refere e que é beneficiário de uma intervenção.
Exemplo: recém-nascido, família, comunidade.
Esse novo modelo destina-se também à composição das afirmações
diagnósticas, de intervenções e resultados de enfermagem, de maneira mais
simples, apresentando as diretrizes para a composição das mesmas, seguindo o
modelo de referência da Organização Internacional para Normalização: ISO
18.104 – Integração de um Modelo de Terminologia de Referência para
Enfermagem. Essa normalização foi publicada, em 2003, com o intuito de
estabelecer um modelo de terminologia de referência para a Enfermagem
coerente com as metas e objetivos das terminologias em saúde específicas, de
modo a promover uma referência unificada em saúde (NÓBREGA; GARCIA,
2004).
A ISO 18.104 tem o propósito de fornecer uma estrutura para geração de
expressões, de conceitos atômicos em uma terminologia de referência através da
apresentação de normas para a construção de diagnósticos e ações de
enfermagem, que devem ser obedecidas por todos os sistemas de classificação
da área unificada. Isso tornaria mais fácil o alcance dos objetivos tão almejados,
que são a possibilidade de comparar a prática da Enfermagem no âmbito
nacional e internacional, através da utilização dos sistemas de informação.
Nela, o diagnóstico de enfermagem é considerado um julgamento sobre
um foco ou um julgamento sobre uma dimensão particular de um foco. Os
descritores, foco e julgamento são essenciais na construção de um diagnóstico
de enfermagem. O foco pode ser qualificado em relação ao tempo e lugar, e o
julgamento pode ser qualificado pelo grau, pela potencialidade, pelo tempo
e pela acuidade. Por fim, o descritor sujeito da informação, entidade à qual o
44
diagnóstico se refere, pode ser um indivíduo, grupo ou ambiente físico (ISO,
2002).
A ação de enfermagem é considerada um ato intencional aplicado a um
alvo através de uma ação. Esses dois descritores são essenciais na construção
de uma ação de enfermagem. Outros descritores podem ser utilizados para
melhor esclarecimento: tempo, lugar, via, meios e recipiente do cuidado
(ISO, 2002).
Desse modo, observa-se que a CIPE
®
Versão 1 está adequada ao modelo
da ISO 18.104, visto que apresenta os descritores mínimos obrigatórios para a
construção de diagnósticos e ações de enfermagem e, ainda, outros descritores
para melhor detalhá-los. O modelo de sete eixos da CIPE
®
Versão 1 será
utilizado neste estudo para categorizar os termos da linguagem especial de
enfermagem identificados nos registros dos componentes da equipe de
enfermagem da UTIN da instituição em que a pesquisa se desenvolverá.
4 Metodologia
46
Trata-se de um estudo com abordagem descritiva, em que utilizamos o
método retrospectivo para a coleta de dados em registros de enfermagem, e o
processo de mapeamento para análise dos dados contidos nesses registros. A
análise foi realizada pelo método de cross-mapping, que consiste em mapear os
termos em questão e compará-los com os termos de um modelo de referência, a
CIPE
®
Versão 1, de modo a se identificar os que já fazem parte e os que ainda
não estão inseridos neste modelo de referência.
A pesquisa foi desenvolvida na UTIN do Hospital Universitário Lauro
Wanderley da Universidade Federal da Paraíba – HULW/UFPB, após a aprovação
do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa e a autorização da direção do
HULW/UFPB, para o manuseio e coleta de dados nos prontuários dos pacientes. A
aprovação pelo Comitê de Ética e a autorização da direção da instituição para
manuseio e coleta de dados nos prontuários dos pacientes representam a
garantia da observância dos aspectos éticos preconizados na Resolução
N°196/96, do Ministério da Saúde. (BRASIL, 1996).
A unidade em que o estudo foi desenvolvido apresenta uma equipe de
enfermagem formada por 8 enfermeiros e 15 técnicos de enfermagem. Com essa
composição, a escala de serviço dos profissionais pode dispor no plantão de um
enfermeiro diarista e um plantonista, assim como de um técnico de enfermagem
diarista por turno, e dois técnicos plantonistas. Como a unidade tem apenas
quatro leitos, há uma distribuição de tarefas igualitárias de dois leitos para cada
técnico e os enfermeiros dispõem de tempo suficiente para proporcionar uma
assistência de enfermagem individualizada, podendo implementar a
sistematização da assistência.
Para o estudo, consideramos como população os prontuários de todos os
pacientes admitidos no serviço, desde sua inauguração, em 11/11/2004, até a
data da coleta, perfazendo um total de 43 prontuários. Como critério de inclusão,
levamos em consideração os prontuários que continham registros feitos pelos
componentes da equipe de enfermagem que pudessem levar à identificação dos
47
termos da linguagem especial de enfermagem. Dos 43 prontuários só tivemos
acesso a 13 prontuários, pois muitos dos mesmos não foram encontrados no
Serviço de Arquivo Médico (SAME) do hospital.
Através desses números de registro, pudemos localizar, no SAME, alguns
prontuários que continham registro de enfermagem adequado para nossa coleta
de dados, levando em consideração que essa foi uma condição para inclusão do
prontuário no estudo. Ressaltamos que, nessa busca, pudemos observar
inúmeras falhas nesse método de armazenamento de dados escritos.
Essas possíveis falhas foram observadas pela falta de muitos dos
prontuários procurados, pois dos 43 registros em livro de admissão dos pacientes
na UTIN, só foram localizados 13 prontuários no SAME. Observou-se que, com
exceção daqueles que estavam sendo utilizados por nova internação do paciente,
havia prontuários abertos, sem nenhum registro realizado; mais de um
prontuário para o mesmo paciente, erros que possivelmente seriam resolvidos
com a utilização de um registro eletrônico.
A fim de caracterizar a população referenciada nos registros, analisamos
os dados de identificação coletados nos prontuários e verificamos que a idade
dos pacientes variou entre 0 e 68 dias de vida, sendo 60% do sexo masculino e
40% do sexo feminino. A média de permanência na UTIN foi de 14 dias, que não
foi considerada baixa, pela existência de um berçário patológico no hospital para
o qual eram encaminhados os pacientes.
Para a coleta de dados nos prontuários, foi utilizado um instrumento
(Apêndice A), contendo espaço para a transcrição literal de todos os registros
feitos pelos componentes da equipe de enfermagem. A partir dessa transcrição,
todos os conteúdos dos prontuários foram digitados, para formar o corpus de
análise. Esses passaram por um processo de análise, para se identificar a
relevância de seu conteúdo, e, então, realizarmos a extração de termos.
Essa etapa da pesquisa corresponde à primeira etapa do trabalho
terminológico, que é a análise documental para uma posterior extração dos
termos (PAVEL; NOLET, 2003).
Em um primeiro momento, iniciamos decompondo o texto em termos
simples, que gerou uma listagem imensa, de difícil classificação em árvore
conceitual e cruzamento com a CIPE
®
Versão 1, pois na medida em que
48
avançávamos na decomposição, tornava-se mais difícil identificá-los, por não
haver referência contextual para reconhecê-los. Esse método, basicamente
sintático, pois extraíamos termos por classe gramatical, permitiu de forma
indireta a presença de “lixo terminológico”, formas nominais de verbos,
conjugações verbais.
Percebendo essa problemática, e após estudos sobre Terminologia,
modificamos nosso método de trabalho e passamos a trabalhar com arquivos em
que colocávamos uma tabela com o texto fragmentado em parágrafos, para
facilitar a análise, e, em outra coluna, os termos extraídos, como demonstrado
no quadro abaixo.
Transcrição do registro Termos extraídos
Bebê em incubadora aquecida, plétorico,
choroso
com momentos de apnéia franca,
acompanhado
de queda de saturação; em
CPAP nasal
, aspirado VAS, com pouca
secreção, fluida e transparente,
taquidispneico
, bem perfundido; abdome
flácido eliminações (+), em vigilância;
iniciando aminofilina
e colhidos exames
laboratoriais.
Bebê
incubadora aquecida
bebê plétorico
bebê choroso
momentos
apnéia franca
queda de saturação
CPAP nasal
aspirado VAS
pouca secreção
secreção fluida
secreção transparente
taquidispnéico
bem perfundido
abdome flácido
eliminações (+)
vigilância
iniciando aminofilina
colhidos exames laboratoriais
Quadro 1 – Exemplo da transcrição de registro e identificação dos termos. João Pessoa,
2006.
Nessa etapa, seguimos as orientações metodológicas do trabalho
terminológico apresentado por Pavel e Nolet (2003), que ressalta a importância
do contexto em que os termos se apresentam como também, amplia as
possibilidades de inclusão de termos compostos, sintagmas, fraseologias. Dessa
forma, iniciamos extraindo termos simples e compostos.
Em uma segunda etapa, que está exemplificada abaixo, realizamos a
normalização dos termos extraídos, dos quais foram quantificadas as repetições,
49
corrigida a ortografia, analisada a sinonímia e realizadas algumas adequações
(gênero e número) de termos referidos pela CIPE
®
Versão 1.
Exemplos de termos na forma original Exemplos de termos normalizados
Bebê Bebê
Incubadora aquecida
Incubadora
Incubadora aquecida (IA)
Aquecida
Bebê Bebê plétorico
Plétorico
Bebê Bebê choroso
Choroso
Momentos Momento
Apnéia Apnéia franca
Franca
Queda Queda de saturação
Saturação
CPAP (pressão positiva contínua das vias
aéreas)
CPAP nasal
Nasal
Quadro 2 – Exemplo da normalização dos termos extraídos. João Pessoa, 2006.
Os termos extraídos do corpus de análise formaram o banco de dados da
pesquisa. Esses termos foram incluídos em uma planilha do Excel, onde também
foi construída uma planilha com os termos da CIPE
®
Versão 1, distribuídos por
eixo. Essas duas planilhas foram importadas para o Access for Windows para
serem submetidas ao processo de mapeamento cruzado, identificando-se os
termos constantes e os não constantes na CIPE
®
Versão 1.
Ressaltamos que, para realizar o mapeamento cruzado, utilizamos os
termos da CIPE
®
Versão 1 (ICN, 2005) traduzidos para o português por membros
do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Fundamentação da Assistência de
Enfermagem (GEPFAE), e a CIPE
®
Versão 1 traduzida por Portugal (CIE, 2006).
Da tradução portuguesa utilizamos apenas os termos condizentes com o
vocabulário da linguagem vernacular, para evitar a utilização de termos fora do
contexto local.
Os termos identificados como constantes na CIPE
®
Versão 1 foram
delimitados dentro de sua árvore temática, por eixos, e analisados os mais
freqüentes segundo sua importância para a Neonatologia. Sua classificação
dentro da árvore da CIPE
®
Versão 1 deu-nos respaldo para analisar a relação
50
entre os termos e caracterizar o banco de dados como uma nomenclatura
específica.
Depois do cruzamento, fizemos uma segunda normalização para os
termos não constantes, com a finalidade de corrigir os erros de ortografia, ainda
ocorrentes, normalizar gênero e número segundo o vocabulário da CIPE
®
Versão
1; identificar os termos que fazem parte da definição conceitual de termos
presentes na CIPE
®
Versão 1, e termos que são sinônimos ou variantes dos
apresentados na CIPE
®
Versão 1.
Os termos identificados como não constantes na CIPE
®
Versão 1 foram
submetidos a um novo processo de análise, visando a sua categorização nos
eixos dessa Classificação. Para isso, foram levados em consideração a definição
apresentada pelo ICN, para cada eixo, e o julgamento da autora, se o termo
poderia ser categorizado ou não nesses eixos.
Por fim, apresentamos os resultados deste estudo através da freqüência
absoluta e relativa dos termos identificados nos registros de prontuários de
pacientes na UTIN do HULW, e classificados como termos constantes ou não
constantes na CIPE
®
Versão 1.
5 Resultados e
Discussão
52
Seguindo as etapas metodológicas propostas para análise dos registros,
chegamos à extração inicial de 2.047 termos, os quais passaram por análise
semântica e sintática, para a identificação dos termos simples, compostos,
sintagmas, acrônimos, entre outros. Nessa etapa também identificamos termos
de outras áreas que estão claramente fora da árvore conceitual do estudo e
expressões pseudoterminológicas que não designavam nenhum conceito
particular, e, por isso, são consideradas ”lixo terminológico“ por Pavel e Nolet
(2003). Algumas unidades pseudoterminológicas, aqui consideradas como
”termos“ que não designaram nenhum conceito particular foram: artigos,
preposições, conjunções, pronomes, entre outros.
Durante o processo de análise dos dados, encontramos algumas
dificuldades para delimitar a extração das unidades terminológicas pois,
inicialmente, antes da leitura dos estudos sobre terminologia, tínhamos como
regra a dissociação do texto por classe gramatical, o que se tornava muitas
vezes uma análise sintática. O percurso metodológico até então utilizado
mostrou-se ineficaz na medida em que delimitamos termos que, dissociados do
seu contexto, não traziam significado plausível.
A aproximação com a metodologia terminológica trouxe-nos a
confirmação da necessidade de uma análise semântica e textual, para extração
manual dos termos, em suas diferentes apresentações.
A implementação da metodologia nos levou inicialmente a extrair 2.047
(1º banco de dados) termos da decomposição de todos os registros. Esses
termos passaram por uma primeira normalização, de que resultaram 869 (2º
banco de dados) termos. Nessa fase, foi excluído o ”lixo terminológico“,
normalizadas as conjugações verbais para o infinitivo, retirada as repetições,
descritas as siglas e acrônimos, uniformizados gênero e número, corrigida a
ortografia, além da contabilização do número de ocorrências dos termos.
53
Os 869 termos passaram por uma nova análise, de que resultou tanto a
exclusão de verbos que não representavam uma ação de enfermagem, como a
inclusão de sintagmas que haviam sido dissociados, chegando-se com isso a 764
termos (3º banco de dados).
A Figura 3 apresenta o fluxograma demonstrativo dos passos
metodológicos utilizados para a extração, normalização e cruzamento dos
termos.
Figura 3: Fluxograma metodológico
No processo de normalização identificamos inúmeros termos que são
comuns à área médica, mas têm uma interface com a Enfermagem. Exemplos
desses termos são medicamentos, diagnósticos de doenças, tipos de exames,
derivados do sangue, resultados de exames, entre outros.
Causou-nos grande dificuldade a presença de termos extraídos neste
âmbito, assim como a presença na CIPE
®
Versão 1 de alguns desses termos.
Ficou perceptível uma ambigüidade na classificação, pois na medida em que
encontramos termos como processo patológico, que é um termo de conceito
genérico, o qual pode congregar outros termos por definição, encontramos
54
alguns que representam conceitos específicos, não abrangentes e que
expressavam um termo médico (diagnóstico médico).
Um exemplo claro é a presença do termo vitamina B12 no eixo Meios. Se
este termo é considerado na linguagem da CIPE
®
Versão 1, porque todas as
outras vitaminas não estão incluídas? Acredita-se que a presença do termo
vitamina, que não consta na CIPE
®
Versão 1, englobaria todas as subdivisões
deste termo.
Esses termos não constantes na CIPE
®
Versão 1 que designavam termos
médicos foram inicialmente substituídos por termos que poderiam, por definição
e conceituação mais ampla, englobá-los. A despeito disso, Pavel e Nolet (2003)
afirmam que a interferência sobre o texto não é correta, visto que estaríamos
modificando a real comunicação existente na especialidade. Por isso, não fizemos
inferência sobre a extração de termos dessa natureza.
Seguindo este mesmo princípio não inferimos sobre a extração dos
termos, modificando sua denominação para adequá-los à denominação da CIPE
®
Versão 1, pois na normalização do banco de dados encontramos termos que
tinham o mesmo significado, mas foram designados diferentemente. A exemplo
de membro superior e membro inferior (termos extraídos) e braço e perna
(termos da CIPE
®
Versão 1), respectivamente.
Os termos extraídos após passarem pelas etapas descritas na
metodologia, com contabilização de sua freqüência, levou-nos ao banco de dados
que passou pelo mapeamento cruzado com os dados da CIPE
®
Versão 1.
Para determinar o banco de dados de termos, como uma nomenclatura
especializada, deve-se classificá-los segundo uma árvore temática escolhida,
como referem Pavel e Nolet (2003). Seguindo essa recomendação, aqui
utilizamos o Modelo dos 7 eixos da CIPE
®
Versão 1. Abaixo apresentamos a
freqüência dos 1.658 termos dessa Classificação por eixo, os quais foram base
para o mapeamento cruzado utilizado para analisar os termos extraídos.
55
816
34
269
214
60
238
27
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
FOCO JULGAMENTO MEIO AÇÃO TEMPO LOCALIZAÇÃO CLIENTE
Fonte: ICN (2005)
Gráfico 1 – Freqüência dos termos da CIPE
®
Versão 1 segundo o Modelo dos 7 eixos.
A partir do banco de dados de termos da UTIN, que constava de 764
termos, fizemos o cruzamento dos dados, através do processo de mapeamento
cruzado com os termos da CIPE
®
Versão 1, evidenciando que 161 são termos
constantes e 603 termos não constantes, conforme pode ser visualizado no
Gráfico 2.
161
603
0
100
200
300
400
500
600
700
Termos constantes na CIPE® Versão 1 Termos não constantes na CIPE® Versão 1
79%
21%
Gráfico 2 – Distribuição dos termos identificados nos registros de componentes da
equipe de enfermagem em prontuários da UTIN e classificados como constantes e não
constantes na CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006.
O resultado revela que os componentes da equipe de enfermagem da
UTIN referida, utilizam, com maior freqüência, termos não constantes, embora
56
apresente um significativo número de termos que constam na CIPE
®
Versão 1,
mesmo sem a utilização desta classificação na prática assistencial.
Percebemos que os especialistas desta unidade utilizam uma linguagem
específica e peculiar, que é comum entre eles, e que se mostra expressiva
mesmo sem implementação de nenhum sistema de classificação, nem mesmo da
SAE, demonstrando o quão é necessário que normalizemos esse vocabulário tão
expressivo. Esse resultado é confirmado em estudo realizado, em outras clínicas
da mesma instituição por Nóbrega et al. (2003), que consideraram, na época, a
utilização de uma linguagem de enfermagem não uniformizada e sem utilização
na prática, pelos profissionais, de nenhum tipo de classificação.
Em decorrência desses resultados, percebemos a necessidade de estudos
voltados para inclusão de termos na CIPE
®
, ou, como a própria classificação
propõe, que se construam nomenclaturas específicas para áreas de
conhecimentos especializadas, de forma que fiquem contemplados termos
peculiares utilizados na prática. Essa construção mostra-se vigente diante dos
objetivos de padronização da linguagem a que a Enfermagem vem se propondo,
de modo que é preciso analisar a linguagem a luz de suas especificidades para
que não se formem lacunas dentro de um sistema de classificação, como a
CIPE
®
.
5.1 Termos constantes na CIPE
®
Versão 1
Analisados os 161 termos constantes na CIPE
®
Versão 1, observamos
que 45 termos pertencem ao eixo Foco, 8 são do eixo Julgamento, 23 do eixo
Meios, 39 do eixo Ação, 12 do eixo Tempo, 30 do eixo Localização e 4 do eixo
Cliente, conforme pode ser visualizado no Gráfico abaixo.
57
45
8
23
39
12
30
4
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Foco Julgamento Meios Ação Tempo Localização Cliente
Gráfico 3 – Termos identificados nos registros de componentes da equipe de
enfermagem em prontuários da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e classificados
segundo o Modelo dos 7 Eixos da CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006.
Visualizamos, no Gráfico 3, uma prevalência de termos constantes nos
eixos Foco, Ação e Localização. Considera-se que o grande número de termos no
eixo Foco como sendo um resultado natural, pois os termos encontrados
estavam registrados em evoluções do estado clínico dos pacientes os quais estão
geralmente direcionados para o foco de atenção da assistência. Da mesma
forma, entende-se que a alta incidência de termos nos eixos Ação e Localização
estiveram relacionadas ao tipo de registro realizado, já que os termos
compreendidos nestes eixos especificam e determinam o foco de atenção
considerado.
5.2 Distribuição dos termos constantes segundo a árvore
conceitual da CIPE
®
Versão 1
Pavel e Nolet (2003) referem que os conhecimentos de uma área se
estruturam em uma terminologia, conforme as relações hierárquicas e lógicas
entre os conceitos que a integram. Realizamos uma análise dos termos
identificados como constantes, segundo a árvore temática proposta para o
58
estudo, pois é preciso delimitá-los, em suas áreas temáticas pertinentes, para
visualizarmos as relações hierárquicas dos conceitos em estudo.
No eixo FOCO, os termos estão classificados em três grandes blocos
conceituais: ENTIDADE, STATUS e PROCESSO. As relações hierárquicas ficam
representadas explicitando a relação associativa entre os conceitos, através de
um diagrama, ou de uma representação gráfica desse conteúdo.
Ressaltamos que faremos uma apresentação dos diagramas das árvores
conceituais para cada eixo da CIPE
®
Versão 1, destacando em negrito os
conceitos contemplados com termos identificados como constantes, além da
identificação do número de termos encontrados. Os outros blocos conceituais que
não apresentaram termos constantes estão apresentados sem negrito.
Evidenciamos, no Diagrama 1 abaixo, que 45 termos extraídos dos
registros, e classificados como constantes na CIPE
®
Versão 1, pertencem ao eixo
FOCO, sendo 7 no conceito ENTIDADE, 7 no conceito STATUS e 31 no conceito
PROCESSO. Entidade é definido pelo CIE (2006, p. 35), como sendo ”[...] algo
que existe como uma unidade particular e abstrata; existência de algo para além
das suas propriedades“. Neste conceito foram classificados 7 termos, sendo 3 no
subconceito Substância corporal: sangue, fezes, amostra; 3 no subconceito
Sistema Corporal: sistema cardiovascular, sistema gastrointestinal, sistema
respiratório; 1 no subconceito Resultado. No conceito STATUS definido pelo CIE
(2006, p. 91), como ”[...] condição da pessoa relativamente a outras, posição
relativa de uma pessoa.“, foram identificados 7 termos, sendo 2 no subconceito
Acesso: acesso, acesso intravenoso; 3 no subconceito Estado Fisiológico:
comprimento, peso, temperatura; apenas 1 termo no subconceito Ritmo: ritmo
cardíaco e Taxa: freqüência cardíaca. Quanto ao conceito PROCESSO, definido
pelo CIE (2006, p. 39), como sendo ”[...] conjunto de funções ou ações para
atingir um resultado.“, foram identificados 31 termos, sendo 25 no subconceito
Processo Corporal: aspiração, bradicardia, constipação, desidratação, dispnéia,
edema, eliminação, ferida, gravidez, hematoma, hipotermia, hipóxia,
movimento, pele seca, reflexo, reflexo de sucção, regurgitação, sangramento,
sinal, sono, toque, tosse, tremor, ventilação, vômito; e 6 termos no subconceito
Comportamento: alimentação exclusiva ao seio, nutrição, padrão respiratório,
reatividade, rotina, sucção.
59
Diagrama 1 – Árvore conceitual do eixo Foco e a distribuição dos termos identificados
no estudo como constantes na CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006.
Observamos nessa distribuição dos termos nos três blocos de conceitos,
uma predominância no conceito PROCESSO, no subconceito Processo Corporal,
levando-nos a considerar que esse resultado mostra uma característica da
60
população do estudo, pois nesse conceito encontramos termos relacionados a
processos vitais, representando uma necessidade peculiar da assistência ao RN
voltada para manutenção da vida.
Os termos alimentação exclusiva ao seio, reflexo de sucção e sucção,
constantes na CIPE
®
Versão 1 e identificados no estudo são de grande relevância
para a linguagem da especialidade da qual coletamos os dados, visto que os
registros estão voltados, principalmente, para recém-nascidos e que termos
como estes retratam bem as especificidades deste tipo de paciente.
Analisando a árvore conceitual do eixo FOCO da CIPE
®
Versão 1,
identificamos termos importantes para a atenção ao atendimento ao RN, que não
estavam presentes nos registros feitos pela equipe de enfermagem da UTIN. O
termo eritema pela fralda, que não esteve presente nos registros, mostra
possivelmente que os RN da unidade do estudo, não apresentaram este tipo de
problema, visto que há uma preocupação constante com a higiene, evidenciada
pelo uso de termos como: asseio, asseio corporal, asseio geral, higiene, higiene
corporal, banho, além do termo fralda que foi utilizado na descrição de ações de
troca da mesma.
Outro termo que não esteve presente nos registros foi integridade da
pele. Esse termo mostraria a atenção voltada para o processo tegumentar, no
contexto da neonatologia com enfoque maior para prevenção de formação de
feridas, úlceras e queimaduras, pelo entendimento de que um paciente recém-
nascido precisa de um cuidado com maior atenção também nesta área, já que o
mesmo apresenta dentre outros fatores predisponentes a distúrbios cutâneos,
pele fina e deficiência imunológica.
Identificamos outros conceitos no eixo foco importantes para atenção ao
paciente neonatal que não foram contemplados com termos identificados nos
registros, a exemplo de ligação mãe-filho, maternidade/paternidade, vinculação,
adaptação à maternidade/paternidade. Percebemos, assim, que não houve
registros significativos com relação à assistência centrada na família, conceito de
assistência preconizada na área pediátrica, principalmente com relação a recém-
nascidos que têm um nível de dependência maior. Esse é um aspecto importante
a ser considerado pela Enfermagem devido às mudanças ocorridas no enfoque da
prática assistencial, em que a família tem sido incluída na assistência à criança.
61
Dentre os termos não encontrados no eixo Foco destacamos, também,
ingurgitamento mamário e lactação, estes com atenção voltada para o cuidado à
mãe, os quais mostrariam, na medida em que houvesse registro, que a
assistência na UTIN também é voltada a família, e em especial à mãe que
mantém uma relação de cuidadora com o RN e de paciente/colaboradora do
cuidado para com a equipe de enfermagem.
Neste aspecto Fernandes; Andraus e Munari (2006) referem que na
assistência pediátrica a preocupação em cuidar da família é uma constante que
não está expressa pelos resultados da prática, pois grande parte da problemática
está relacionada ao despreparo profissional em compreender as necessidades e a
dinâmica familiar.
Wernet e Ângelo (2003), em estudo realizado com enfermeiros
pediatras, revelam que as modificações ocorridas no modelo de cuidado que
partiu do centrado na criança para o centrado na família, levou a um processo de
conceituação da família e do cuidar, consequentemente levando a uma
modificação nas ações junto a essa família. Dessa forma, a família é percebida
como: provedora de cuidado da criança e sujeito do cuidado.
A participação dos pais no cuidado das crianças, a natureza dessa
relação e a permanência dos mesmos em período integral no ambiente
hospitalar, têm desencadeado novas formas de organização da assistência à
criança hospitalizada, modificando a perspectiva e, consequentemente, o foco da
assistência. Dessa maneira é necessário que a sistematização da assistência
tenha como objeto o cuidado à família, determinando um processo de produção
de relações e intervenções, que transpõe o cuidado direcionado ao indivíduo.
(COLLET; ROCHA, 2004).
Segundo as mesmas autoras, têm-se buscado na Neonatologia, uma
mudança na modalidade da assistência, passando daquela cujo eixo é a criança e
sua patologia para aquela centrada na família. A principal meta do cuidado à
criança passa a ser sempre centrada na família, considerada aqui a unidade
primária do cuidado. Essa perspectiva não desconsidera toda a abordagem
utilizada até então, pelo contrário, aumenta o limite de ações desse cuidado, pois
passa a incluir a família na perspectiva do cuidar. Para isso, é necessário
capacitar melhor a equipe de enfermagem para assimilar esta nova perspectiva e
proporcionar um cuidado centrado na família.
62
O conceito "centrado na família" tem sido usado há, pelo menos, 50 anos
para descrever a natureza de certas formas de prestação de serviços às famílias
de crianças com necessidades especiais, atualmente, ela é bastante utilizada e
incorporando um princípio básico na sua conceituação, que é a interligação
extrema do binômio mãe-filho de forma que as ações implementadas para o filho
se reflitam sobre a mãe sendo a recíproca verdadeira. (PEREIRA, 2005, p.1).
Analisar os termos encontrados no eixo FOCO através de sua árvore
conceitual trouxe-nos uma aproximação com a relação conceitual dos termos,
como também, permitiu visualizar mais claramente qual foi o enfoque presente
nos registros e quais as lacunas deixadas. Assim, encontramos aqui uma
exaltação dos processos corporais do paciente, de forma enfática tanto no
número de termos encontrados, como no número de freqüência dos mesmos.
Diagrama 2 – Árvore conceitual do eixo Julgamento e a distribuição dos termos
identificados no estudo como constantes na CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006.
No Diagrama 2, visualizamos a árvore conceitual do eixo JULGAMENTO,
que apresenta dois blocos conceituais, contemplados com os 8 termos
constantes nesse eixo. No conceito JULGAMENTO POSITIVO OU NEGATIVO,
definido pelo CIE (2006, p. 107), como ”[...] julgar positiva ou negativamente.“,
identificamos apenas 1 termo no subconceito Prejudicado. No conceito ESTADO,
definido pelo CIE (2006, p. 107), como sendo ”Julgamento“, encontramos a
maior parte dos termos constantes nesse eixo, com 2 termos classificados em
cada subconceito a seguir: vel absoluto: elevado, baixo; Dimensão: parcial,
63
total; Tamanho: grande e pequeno; e 1 termo classificado no subconceito Estado
de normalidade: normal
Os termos identificados como constantes neste eixo estão
predominantemente distribuídos no bloco conceitual Estado, assim como os
termos do eixo FOCO estiveram concentrados principalmente no bloco Processo.
Relacionando estes resultados, visto que o julgamento é feito sobre um foco de
atenção, inferimos que os julgamentos realizados focalizaram os processos, em
particular os corporais, ressaltando que os registros da assistência estão
voltados, principalmente, para o cuidado das necessidades biológicas, com o
intuito de ajudar na manutenção da vida, adaptação ao meio ambiente e no
auxílio aos processos fisiológicos.
A análise dessa árvore conceitual nos fez perceber a falta de julgamentos
de risco, potencial e atual para os focos de atenção. Não encontramos no registro
nenhum julgamento que inferisse sobre a potencialidade do problema, ocorrência
importante, pois com isso ressalta-se que não existe uma preocupação sobre a
prevenção, por exemplo. A assistência parece estar voltada para os problemas
presentes no momento, estando o julgamento atual subentendido.
Tampouco identificamos registros sobre o Progresso do foco julgado
através dos termos completado, interrompido e iniciado, termos importantes
para situar o nível de progressão de um problema.
O termo dependente, do bloco Estado de dependência, foi talvez
subnotificado uma vez que o recém-nascido tem invariavelmente dependência de
cuidado por outras pessoas e necessidade, muitas vezes, de suporte vital com
medicamentos, aparelhos e terapias.
A análise da árvore conceitual, do eixo JULGAMENTO, permitiu a
percepção do vínculo ao conceito estado existente entre os termos identificados,
uma vez que a maioria foi encontrada nos conceitos tamanho, extensão, nível
absoluto e estado de normalidade. Cabe ressaltar a relação direta destes termos
com o conceito processo corporal do eixo foco.
Apesar de a assistência neonatal ter passado por mudanças importantes,
através da inclusão da família no cuidado, pela evolução tecnológica, e pela
perspectiva de humanização do cuidado, ainda é evidente na assistência uma
“apropriação do corpo débil” do recém-nascido, ressaltado pela falta de
64
individualização do cuidado, pela falta de atenção ao desenvolvimento integral da
criança, caracterizando uma assistência biologicista marcada por rotinas e
técnicas. (GAÍVA, 2006; GAÍVA; SCOCHI, 2004).
A assistência nesta unidade exige do enfermeiro ”competência
tecnocientífica e humana“, pois ao mesmo tempo em que é preciso assistir o
paciente a fim de evitar o alto índice de mortalidade, para uma clientela
naturalmente frágil, deve preocupar-se, além disso, com as repercussões dos
sobreviventes, com seu desenvolvimento integral, valorizando o subjetivo de
modo a incluir na assistência as relações interpessoais, em relação a família e ao
próprio paciente, humanizando sua assistência. (GAÍVA, 2006, p.65).
Diagrama 3 – Árvore conceitual do eixo Meios e a distribuição dos termos identificados
no estudo como constantes na CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006.
O Diagrama 3, traz a árvore conceitual do eixo MEIOS, que mostra uma
distribuição homogênea dos 23 termos entre quase todos os blocos conceituais,
demonstrando a diversidade de recursos tecnológicos e terapêuticos empregados
na assistência. Nessa árvore, encontramos seis blocos de conceitos mais
abrangentes: ARTEFATO, PRESTADOR DE CUIDADO, SERVIÇO DE SAÚDE,
MATERIAL, TÉCNICA, TERAPIA, todos definidos pelo CIE (2006, p.113-126) como
sendo ”Meios“. Esses blocos, diferentemente do que nos acontece outros eixos
não apresentam subconceitos nos blocos.
No conceito ARTEFATO, identificamos 12 termos: cateter, compressa,
dreno, fralda, incubadora, leito, máscara, plano, respirador, sonda, sutura, tubo
endotraqueal. O conceito PRESTADOR DE CUIDADO englobou 3 termos
65
constantes: cirurgião, enfermeiro, médico; MATERIAL, com 4 termos: antibiótico,
droga, material, solução; TÉCNICA, com 2 termos: cesariana, cirurgia; TERAPIA
com 2 termos: hemoterapia e oxigenoterapia.
A maioria dos conceitos foi contemplada, à exceção dos serviços de
saúde. Nesse conceito consideramos como sinônimos àqueles que mantiveram
relação conceitual com termos presentes na CIPE
®
, são eles: equipe de
enfermagem e fisioterapia (termos extraídos) e serviço de enfermagem e serviço
de fisioterapia (termos CIPE
®
), respectivamente.
No conceito Artefato alguns termos importantes para neonatologia não
foram encontrados, como: clamp umbilical. Este termo deveria estar presente já
que o RN vai para a UTIN com esse dispositivo. Entretanto, houve apenas
registros sobre a limpeza do coto umbilical, sobre seus aspectos físicos e sinais
de infecção, ficando o termo clamp umbilical subnotificado, pois na UTIN o
cuidado tem sido voltado para a cicatrização do coto umbilical. Outros termos
relevantes que são de uso rotineiro da UTIN como luva, monitor cardíaco,
umidificador, aparelho de aspiração e cateter central, presentes na CIPE
®
Versão
1, não foram encontrados nos registros. Mas, concluímos que os mesmos estão
subentendidos no contexto com relação aos procedimentos realizados com a
utilização de tais utensílios.
O termo bomba elétrica de extração de leite presente na CIPE
®
Versão 1
não se apresentou nos registros, talvez devido à inexistência desse tipo de
assistência na unidade. Os cuidados em relação à família e em especial a mãe,
parecem estar desvinculados da assistência prestada na UTIN.
O termo antibiótico apareceu de forma indireta no termo
antibioticoterapia, o qual não consta na CIPE
®
Versão 1. Este termo que teve
uma freqüência relativamente alta (f. 62) foi empregado indicando que o recém-
nascido estava em uso de uma terapia por antibióticos, ou sobre a mudança no
esquema de antibióticos.
O eixo MEIOS mostra uma predominância de termos relacionados aos
conceitos de artefato e material, o que revela uma característica do registro
realizado na UTIN. Parece haver uma preocupação em relatar os materiais
utilizados nos procedimentos e/ou terapias e aqueles que servem para
monitorização do RN. Sendo estes dispositivos utilizados para colaborar com as
66
ações sobre os processos corporais, evidencia-se, mais uma vez, que há uma
inclinação para o modelo biologicista.
No Diagrama 4, apresentado abaixo, visualizamos a árvore conceitual do
eixo AÇÃO, que se distribuiu nos cinco blocos conceituais apresentados na CIPE
®
Versão 1, classificando os 38 termos constantes nos conceitos ATENDER,
DETERMINAR, INFORMAR, GERENCIAR e DESEMPENHAR.
O conceito INFORMAR é definido na CIPE
®
Versão 1 como sendo ”[...]
comunicar alguma coisa à alguém“ (CIE, 2006, p. 136), foi representado no
subconceito Descrever por 1 termo constante – Registrar –, fazendo-nos concluir
que as atividades neste âmbito relacionados aos termos instruir, ensinar,
explicar, orientar, enfim, ações voltadas para a família em se tratando de
pacientes neonatais, não foram contempladas. O fato desses termos não estarem
sendo incluídos nos registros de enfermagem, não nos permite inferir que essas
atividades não estejam sendo realizadas. Entretanto, chamamos a atenção para
a importância da Enfermagem contemplar esses aspectos nos registros da sua
prática assistencial a fim de que a visibilidade da assistência ao RN e sua família
possa ser identificada na forma de documentação do cuidado.
Outros termos no conceito INFORMAR como orientação prévia e explicar
não foram citados nos registros. Estes termos estariam voltados para ações com
os membros da família do paciente, visto que este não tem um grau de
desenvolvimento suficiente para compreender e comunicar-se.
O único termo identificado como constante neste conceito foi registrar,
evidenciando literalmente que há uma preocupação sobre a atividade do registro.
É inegável que o registro feito na unidade é ostensivo com relação à quantidade,
mas levantamos alguns questionamentos quanto ao seu conteúdo, que
claramente não está adequado ao processo de enfermagem; quanto ao enfoque
no modelo biomédico; e quanto a lacuna com relação à assistência voltada para
a família, seja esta como participante do cuidado ou como foco de atenção dos
cuidados da Enfermagem.
67
Diagrama 4 – Árvore conceitual do eixo Ação e a distribuição dos termos identificados
no estudo como constantes na CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006.
No conceito ATENDER, definido pelo CIE (2006, p. 131), como sendo
”[...] estar atento a, de serviço a, ou a tomar conta de alguém ou alguma
68
coisa.“, encontramos 6 termos nos seguintes subconceitos: Assistir: promover;
Prevenir: evitar, prevenir, proteger; Tratar: evoluir; Relacionar: contatar. No
conceito DETERMINAR, definido na CIPE
®
Versão 1 como sendo ”[...] descobrir
ou estabelecer com precisão a presença de alguma coisa.“ (CIE, 2006, p.134),
foram encontrados 5 termos, 4 no subconceito Avaliar: avaliar, medir, pesar,
verificar; e 1 termo no subconceito Monitorizar. O conceito GERENCIAR, definido
como sendo ”[...] estar encarregado de, e organizar para alguém ou alguma
coisa.“ (CIE, 2006, p. 137), englobou 13 termos que ficaram distribuídos nos
subconceitos, Distribuir com 2 termos: administrar, oferecer; Ordenar com 1
termo: prescrever; Organizar com 10 termos: adaptar, aumentar, desmamar,
diminuir, estabilizar, imobilizar, iniciar, manter, regular, referir. Quanto ao
conceito DESEMPENHAR, definido na CIPE
®
Versão 1 como sendo ”[...] executar
uma tarefa técnica.“ (CIE, 2006, p. 141), encontramos 11 subconceitos contendo
termos constantes, o subconceito Limpar com 2 termos: aspirar, drenar;
Posicionar com 2 termos: posicionar, transferir; Inserir com 2 termos: intubar,
puncionar; e os subconceitos que se apresentaram como termos constantes:
Trocar, Cobrir, Suturar, Instalar, Manipular, Alimentar, Demonstrar, Transportar.
Termos como estimular, ventilar, preparar e higienizar são exemplos do
bloco conceitual desempenhar que não foram considerados constantes, porém
apareceram nos registros como substantivações.
O verbo vacinar termo constante no bloco desempenhar não se fez
presente nos registros, pois apesar dos pacientes serem recém-nascidos, estão
internos em unidades de terapia intensiva e por isso não têm condições
fisiológicas de receber imunizações.
Com relação a esta prerrogativa, ressaltamos que a imunização, embora
preconizada para realizar-se logo após o nascimento da criança, é adiada em
recém-nascidos de baixo peso ao nascer (menos de 2.000g), pré-termo ou
àqueles que necessitam de uma internação prolongada em UTIN, pois se
apresentam em condições imunológicas desfavoráveis. (MORAIS; CAMPOS;
SILVESTRINI, 2005).
No eixo AÇÃO verificamos uma distribuição da maioria dos termos entre
os conceitos desempenhar e gerenciar, relacionados ao desempenho de técnicas
para com o paciente ou com o manuseio de materiais, e com o gerenciamento de
ações para o paciente ou o gerenciamento de situações, respectivamente. Este
69
resultado mostra que as ações que estão sendo realizadas são voltadas para as
técnicas, principalmente, e não são registrados os aspectos mais subjetivos da
assistência de enfermagem.
Diagrama 5 – Árvore conceitual dos principais conceitos do eixo Tempo e a distribuição
dos termos identificados no estudo como constantes na CIPE
®
Versão 1. João Pessoa,
2006.
O Diagrama 5, acima representado, apresenta a árvore conceitual do eixo
TEMPO, que mostra uma distribuição dos 12 termos constantes em 4 dos 6
blocos conceituais apresentados na CIPE
®
Versão 1, sendo eles o conceito
DURAÇÃO, FREQÜÊNCIA, INÍCIO, SITUAÇÃO, PONTO NO TEMPO e SEQÜÊNCIA
TEMPORAL.
O termo INÍCIO, definido pelo CIE (2006, p. 149) como sendo ”Tempo“,
foi identificado como o próprio bloco conceitual. No conceito SITUAÇÃO, também
70
definido pelo CIE (2006, p. 140) como sendo ”Tempo“, encontramos 3 termos no
subconceito Evento: admissão, nascimento e parto. No conceito INTERVALO DE
TEMPO, também definido pelo CIE (2006, p. 140) como sendo ”Tempo“,
evidenciamos 7 termos que são subconceitos: amanhã, dia, hoje, manhã, noite,
presente, tarde. No conceito SEQÜÊNCIA TEMPORAL, definido na CIPE
®
Versão 1
como sendo ”[...] seqüência de uma coisa atrás de outra, uma ordem de
sucessão.“ (CIE, 2006, p. 152), encontramos apenas um termo que também é
subconceito: contínuo.
Neste eixo encontramos a maioria dos termos relacionados ao período do
tempo em que uma ação foi realizada; ao planejamento de uma ação; à
delimitação no tempo de quando um sinal/sintoma apareceu no RN, entre outros.
Percebemos, também, que houve um sub-registro sobre os termos do conceito
freqüência e início, mas cabe ressaltar que ocorreram registros sobre o número
de vezes de uma ocorrência através da utilização de sintagmas, como 3 vezes ao
dia e a cada 24 horas.
A árvore conceitual do eixo LOCALIZAÇÃO, apresentada no Diagrama 6
abaixo, evidencia a distribuição dos 30 termos constantes em dois blocos
conceituais dos três existentes na CIPE
®
: POSIÇÃO e ESTRUTURA, definidos pelo
CIE (2006, p.155-167) como sendo ”Localização“.
No conceito POSIÇÃO, identificamos 8 termos, incluindo o próprio termo
do bloco conceitual, e outros nos subconceitos: anterior, central,
direito,esquerda, inferior, periférico, posterior, superior. Os outros termos estão
distribuídos no conceito ESTRUTURA, que apresenta o subconceito Estrutura do
Corpo com 16 termos constantes: abdome, cabeça, cavidade oral, couro
cabeludo, olho, pele, região axilar, região umbilical, tórax, veia, via aérea, via
gastrointestinal, via intramuscular, via nasal, via oral, via parenteral; 5 termos
no subconceito Estrutura Social: ambulatório, berçário, clínica, clínica obstétrica,
hospital.
71
Diagrama 6 – Árvore conceitual dos principais conceitos do eixo Localização e a
distribuição dos termos identificados no estudo como constantes na CIPE
®
Versão 1. João
Pessoa, 2006.
Percebemos que nenhum termo do conceito construção foi citado,
ocorrência que neste estudo parece coerente. Mas, no subconceito posição
corporal não encontramos termos como proximal, distal e posição do corpo.
Acreditamos, porém, que termos com conceitos relacionados a posição do corpo
não foram constantes, pois na CIPE
®
Versão 1 existem poucos termos (posição
de litotomia, pronação, supina, trendelenburg), e os que foram extraídos dos
registros (posição elevada, posição de sims) tornaram-se não constantes na
classificação. Esse é um outro exemplo que mostra o nível de especialização da
área, pois percebemos uma delimitação temática nos registros.
72
Neste eixo percebemos que houve uma predominância sobre o conceito
estrutura do corpo, confirmando o que já foi identificado nos outros eixos, ou
seja, existe um enfoque sobre o biológico do paciente, caracterizando mais
objetivamente seus processos patológicos. Ressaltamos que as notificações
foram realizadas com relação apenas ao RN, e não houve nenhum registro
relacionado à mãe.
O Diagrama 7, representado abaixo, apresenta a árvore conceitual do
eixo CLIENTE que mostra a distribuição dos 4 termos constantes nesse eixo, em
dois blocos conceituais: GRUPO e INDIVÍDUO. No conceito GRUPO, definido na
CIPE
®
Versão 1 como sendo ”[...] um agrupamento de seres de humanos vistos
como uma unidade social ou como um todo coletivo [...]“ (CIE, 2006, p. 171),
identificamos 1 termo que é subconceito: família, e no conceito INDIVÍDUO,
definido como sendo ”[...] um ser humano.“ (CIE, 2006, p. 171), encontramos 4
termos que também são subconceitos: adulto, lactente, paciente e recém-
nascido. Dentre tantos subconceitos existentes na CIPE
®
Versão 1 para esse
eixo, percebemos que os termos constantes indicam que nossa população do
estudo é bastante específica, centrando-se no recém-nascido (freqüência 278).
Nenhum termo do bloco conceitual membro da família, constante na
CIPE
®
Versão 1, foi identificado nos registros da equipe de enfermagem, embora
tenhamos encontrado o termo genitora (freqüência 06). Este fato confirma que
os registros estavam voltados para a assistência ao recém-nascido (freqüência
278), e não ao recém-nascido e sua família.
Diagrama 7 – Árvore conceitual dos principais conceitos do eixo Cliente e a distribuição
dos termos identificados no estudo como constantes na CIPE
®
Versão 1. João Pessoa,
2006.
73
Ressaltamos que este registro pode representar uma informação não
verídica, uma vez que o serviço de enfermagem parece estar preocupado com a
família, contudo, em seus registros, o enfoque tem sido nos aspectos biológicos
do RN.
Como enfermeira com experiência na área, tenho convicção que a
assistência prestada na UTIN é voltada também para família, em especial para
mãe. Mas, também, reconhecemos que há uma tendência quase natural a mudar
o foco para o modelo biomédico, e talvez por isso, os registros mostrem apenas
essa realidade.
Gaíva e Scochi (2004) afirmam que o modelo biomédico, considerado
representativo dos registros de enfermagem analisados no seu estudo, é
fortalecido pela alta tecnologia presente na UTIN e contrapõe-se a humanização
da assistência. Essa discrepância considerada é saudável desde que haja
conciliação destes fatores. Kamada e Rocha (2006) recomendam que haja uma
capacitação especializada para este tipo de atenção na graduação, pois os
conhecimentos sobre vínculo mãe-filho e as relações interpessoais inseridos no
cuidado centrado na família são relativamente novos na formação da
Enfermagem.
Os termos constantes apresentados nas árvores conceituais da CIPE
®
Versão 1, também mostraram uma distribuição no número de ocorrências dentro
do registro da equipe de enfermagem. Partindo dos termos mais freqüentes em
cada eixo, realizamos uma análise da relevância da incidência desses termos,
dentro do ambiente de terapia intensiva da Neonatologia, ressaltando o motivo
de sua freqüência nos registros de enfermagem dessa unidade de cuidado tão
peculiar da pediatria.
O termo acesso foi o mais encontrado dentro do eixo FOCO, no contexto
de acesso à via endovenosa do paciente, já que recém-nascidos internos em
unidades de cuidados intensivos requerem a infusão de substâncias por acesso
venoso por períodos muitas vezes prolongados. (TOMA, 2004). Esse termo
esteve, então, presente, de forma significante, indicando o tipo de acesso venoso
implantado no paciente, suas condições e os procedimentos realizados sobre o
mesmo.
74
Quadro 3 – Termos constantes mais freqüentes classificados segundo o Modelo dos 7
eixos da CIPE
®
Versão 1. João Pessoa, 2006.
Outro termo bastante encontrado nos registros foi freqüência cardíaca, o
segundo mais freqüente, em decorrência do alto nível de monitorização na UTIN.
Entendemos sua alta incidência, entre outros aspectos, pois a freqüência
cardíaca é o principal determinante na decisão da reanimação (GUINSBURG;
ALMEIDA, 2006), manobra constantemente necessária para recém-nascidos.
Nutrição foi um termo utilizado referindo-se à necessidade de suporte
nutricional, visto que há, em grande parcela dos pacientes internos em unidades
de terapia intensiva, uma capacidade de digerir, absorver e metabolizar os
nutrientes, de forma limitada, como também, uma capacidade gástrica limítrofe,
muitas vezes, dependendo do grau de maturidade, com limitação no reflexo de
sucção e deglutição. (HOCKENBERRY, 2006). Assim, essa atenção básica se fez
constante nos registros da UTIN, indicando sempre o tipo de nutrição, a
quantidade e o tipo de dieta oferecida ao neonato, assim como, registros sobre
sua resposta.
Eixo Termo Freqüência
Acesso 138
Freqüência cardíaca 132
Nutrição 89
Sangue 42
Peso 36
Foco
Fezes 33
Elevado 78 Julgamento
Total 14
Incubadora 210
Médico 21
Meios
Cirurgia 12
Evoluir 186
Manter 107
Ação
Aspirar 74
Presente 330
Tempo
Parto 12
Abdome 336
Periférico 148
Pele 87
Localização
Superior 71
Cliente
Recém-nascido 278
75
O termo sangue apareceu em decorrência da alta taxa de realização de
exames que utilizam esse material para análise, como a gasometria, realizada,
no mínimo, uma vez por dia, em pacientes com quadro respiratório alterado; a
glicosimetria, realizada diariamente para controle glicêmico desses pacientes que
facilmente apresentam-se hipoglicêmicos, pois apresentam um metabolismo
acelerado.
O peso apresentou-se como um termo altamente significante, encontrado
também na sua forma verbal pesar, indicando a necessidade dessa ação, para a
verificação da evolução de massa corporal que está atrelada à maturação do
recém-nato e a sua adaptação ao meio extra-uterino. Essa relevância também é
ressaltada pela sua inferência sobre a avaliação da idade gestacional e
maturidade fetal, como também, pela sua relação com os altos índices de morbi-
mortalidade nessa faixa etária. (HOCKENBERRY, 2006).
Fezes foi um termo bastante referenciado descrevendo-se sua coloração,
aspecto e viscosidade. Sua relevância cabe dentro dos altos índices de doenças
do trato gastrintestinal como as doenças congênitas, a exemplo da onfalocele e
as infecções intestinais, entre os neonatos, o que faz a assistência da
enfermagem estar mais voltada para a observância dos sinais e sintomas
relacionados com o mesmo. Também nos faz inferir que sua incidência esteve
voltada para a observância, pelos enfermeiros, sobre as alterações dos padrões
de evacuação que ocorre no período de adaptação do recém-nascido, o qual
apresenta três fases de eliminação intestinal: mecônio, fezes de transição e fezes
lácteas. Assim, nota-se que houve uma preocupação assistencial com as
características fecais, para identificação de um funcionamento correto do trato
gastrintestinal. (HOCKENBERRY, 2006).
O termo elevado foi registrado em concordância com a forma mais
utilizada para alteração de decúbito entre os recém-nascidos, pois este decúbito
facilita a respiração pela diminuição da pressão intraperitonial, como também
evita a regurgitação que é tão freqüente nesses pacientes que ainda têm os
mecanismos valvulares ineficazes. (HOCKENBERRY, 2006).
Total fez-se presente no julgamento dos níveis de volume de substâncias
administradas, dieta oferecida, como em referência a julgamento de
componentes do sangue presentes em exames como o hemograma, dos quais os
76
enfermeiros fazem relato nos seus registros para destaque sobre as outras
informações.
No eixo MEIOS, encontramos o termo incubadora como o mais freqüente,
este é um artefato ideal para acomodar um recém-nascido, no período neonatal
precoce. Inferimos que sua elevada incidência se deve a duas peculiaridades da
população atendida pela UTIN: em primeiro lugar pela dificuldade natural em
regular a temperatura dos recém-nascidos e segundo pela necessidade de
acomodação em ambiente monitorado pelo provável risco de vida que
apresentam. A incubadora é utilizada, preferencialmente, quando os recém-
nascidos são pequenos para idade gestacional (PIG) e/ou de baixo peso (BP),
pois a mesma mantém a temperatura sempre constante e filtra o ar, protegendo
o recém-nato do meio ambiente, enquanto ele não tem condições adaptativas
satisfatórias. (MORAIS; CAMPOS; SILVERSTRINI, 2005).
O termo cirurgia surgiu nos registros relacionando-se às cirurgias eletivas
para malformação congênita, as quais são, na neonatologia, em sua maioria,
consideradas urgência cirúrgica. (FRAGA, 2004).
Constatamos que o termo médico teve uma maior freqüência que o
termo serviço de enfermagem, também considerado constante nesse eixo, o que
nos faz inferir que a equipe de enfermagem age em muitas situações voltadas
para o cumprimento das exigências médicas, assim como, pudemos comprovar,
através dos registros, que algumas ações da equipe dentro da assistência
intensiva dependem de ações colaborativas dos médicos.
Discutindo a relevância dos termos compreendidos no eixo AÇÃO
destacamos a alta incidência do termo evoluir, que apareceu nas suas várias
formas de conjugação (evolui - presente do indicativo, evoluindo - gerúndio),
mostrando que a evolução do paciente tem uma grande significância para os
enfermeiros dentro da assistência prestada, pois é uma condição necessária para
avaliar suas ações. Morais, Campos e Silverstrini (2005) referem que a
realização de uma assistência contínua ao recém-nascido de alto risco requer um
conhecimento detalhado da criança, e, por isso, o prontuário deve ser organizado
através da evolução diária do paciente.
Manter foi um termo utilizado para indicar como a assistência na unidade
está provendo a necessidade de subsistência do recém-nascido, principalmente,
77
com relação aos utensílios, terapias de suporte utilizadas para manter as
condições vitais, como nutrição, temperatura ambiente, respiração. Entende-se
sua incidência, principalmente, em uma Unidade de Terapia Intensiva, pois se faz
necessária, nessas condições, um controle maior dos suportes das necessidades
básicas, levando-se em consideração que o recém-nato está numa fase de
adaptação à vida extra-uterina, e, invariavelmente, necessita de algum tipo de
aporte vital.
Nesse sentido Hockenberry (2006) refere que essa prerrogativa é
ocasionada pelo caráter dos pacientes internos em UTIN, que são, em sua
maioria, prematuros e/ou de muito baixo peso, e, pelo grau de imaturidade,
necessitam, com maior precisão, de manter uma monitorização dos dados
fisiológicos, como ambiente térmico controlado, monitorização cardíaca e
respiratória.
Encontramos o termo aspirar conjugado, principalmente, no pretérito,
evidenciando um registro de uma ação muito desempenhada pelos enfermeiros
junto ao paciente neonatal que, em sua maioria, necessita de algum nível de
terapia respiratória. Ressalta-se essa necessidade pela caracterização desse
paciente que está em período de adaptação à vida extra-uterina e atravessa um
período de alteração fisiológica de circulação placentária para respiração
independente (HOCKENBERRY, 2006).
Uma grande parte dos neonatos de alto risco, principal população
atendida em uma UTIN, irá necessitar de assistência respiratória por períodos
variáveis, para estabelecer e manter sua respiração. Dentro dessa perspectiva de
condições respiratórias pouco satisfatórias, muitas vezes agravada por presença
de secreções nas vias aéreas superiores e inferiores, faz-se necessária a
intervenção de profissionais na realização da aspiração, para promover sua
recuperação mais facilmente. Essa aspiração torna-se urgente e deve ser
realizada de forma mecânica, pelo seu alto nível de eficácia, quando uma
quantidade vigorosa e espessa de secreção precisa de ser retirada
(HOCKENBERRY, 2006).
No eixo TEMPO, encontramos o termo presente como o mais freqüente
dentro de um contexto de julgamento de presença de sinais durante o exame
físico.
78
O Termo Parto foi referido para indicar o tipo de parto ao qual a genitora
foi submetida. Essa informação é altamente relevante para se entender o estado
de gravidade do recém-nascido, pois, para se prestar uma assistência de alta
qualidade ao neonato, deve-se conhecer as condições maternas, pois elas afetam
diretamente o feto, e, assim, podem-se antecipar medidas profiláticas ou de
tratamento (TAMEZ; SILVA, 2002).
No eixo LOCALIZAÇÃO, identificamos o termo abdome como o mais
freqüente desse eixo, como também, o mais freqüente entre todos os outros
termos. Infere-se que essa incidência dá-se pela alta ocorrência, entre os recém-
nascidos, de algum distúrbio gastrintestinal, seja pela dificuldade de digestão,
constipação, pelas infecções intestinais, malformações. Essa observação faz-se
salutar para a realização do exame físico do aparelho gastrintestinal, quando
nele observam-se todos os seus aspectos, físicos e sonoros, para que esses
sinais nos dêem suporte para uma assistência individualizada e de melhor
qualidade (MORAIS; CAMPOS; SILVERSTRINI, 2005; HOCKENBERRY, 2006;
GAÍVA; GOMES, 2003).
Outro termo bastante encontrado nesse eixo foi Pele, relacionado com
algum julgamento, indicando as condições desse órgão tão relevante para um
recém-nascido. Na neonatologia a pele é tratada com cuidados especiais, pois,
principalmente em prematuros, ela é muito fina, sendo propensa a sofrer lesões,
o que pode contribuir para desequilíbrios hidroeletrolíticos e térmicos por perda
de água e calor (TAMEZ; SILVA, 2002).
Periférico foi um termo encontrado principalmente no julgamento do
acesso venoso para indicar a localização mais exata de sua inserção, e, algumas
vezes, a presença de cianose do leito ungueal e labial. Nessa mesma perspectiva
de direcionar o encontro do local citado, o termo superior foi encontrado para se
referir à localização dos membros do corpo, das vias aéreas, dos quadrantes do
abdome.
No eixo CLIENTE, encontramos o termo recém-nascido que segundo
Ferreira (1999, p.1195), significa ”aquele que nasceu há pouco“, ou seja,
”indivíduo“ (CIE, 2006, p.172) compreendido entre 0 a 28 dias de vida (GAÍVA;
GOMES, 2003). Esse termo foi o mais freqüente neste eixo e evidencia que esse
é o sujeito a quem se refere todo o registro de enfermagem, sendo o receptor
das ações de enfermagem aqui ressaltadas.
79
5.3 Termos não constantes na CIPE
®
Versão 1
Partindo do ponto de referência temático, a árvore terminológica da
CIPE
®
Versão 1, analisamos os 603 termos não constantes e posteriormente, os
classificamos, segundo o Modelo dos 7 Eixos da CIPE
®
Versão 1.
O processo de análise dos termos não constantes mostrou algumas
particularidades de alto interesse para a realização de novas análises, como a
verificação de termos que constituíam características de outros presentes na
CIPE
®
Versão 1 e alguns que foram considerados sinônimos.
Faz-se uma ressalva à presença de 45 termos não constantes na CIPE
®
Versão 1, que são sinônimos de termos constantes, no modelo dos sete Eixos da
referida taxonomia. Classificados como sinônimos são considerados adequados
para serem utilizados em lugar de seus sinônimos, pois designam o mesmo
conceito, desde que sejam utilizados no mesmo contexto. (PAVEL; NOLET,
2003).
Eixo da CIPE
®
Versão 1
Termos extraído Termo CIPE
®
Versão 1
Estado nutricional Condição nutricional
Estado fisiológico Condição fisiológica
Evacuação Defecação
Ferida operatória Ferida cirúrgica
Sinal flogístico Sinal de infecção
Sistema digestivo Sistema gastrointestinal
Estatura Altura
Baixo peso Baixo peso corporal
Alimentação Ingestão de alimentos
Foco
Valor numérico Taxa
Anormalidade Anormal
Comprometido Prejudicado
Julgamento
Não Julgamento negativo
Atadura Bandagem
Bloco cirúrgico Bloco operatório
Compressa de gaze Curativo de gaze
Copinho Copo
Fisioterapia Serviço de fisioterapia
Procedimento cirúrgico Cirurgia
Procedimento Técnica
Sonda vesical de alívio Cateter urinário
Gaze Curativo de gaze
Medicação Medicamento
Meios
Equipe de enfermagem Serviço de enfermagem
Aferir Verificar Ação
Coletar Extrair
80
Eixo da CIPE
®
Versão 1
Termos extraído Termo CIPE
®
Versão 1
Colher material Extrair
Colocar Inserir
Complementar Completar
Conter Controlar
Infundir Instilar
Introduzir Inserir
Manter Reter
Reanimar Ressuscitar
Recomendar Instruir
Retirar Remover
Óbito Morte Tempo
Alta hospitalar Alta
Narina Nariz
Seio Mama
Fossa nasal Cavidade nasal
Membro superior Braço
Membro inferior Perna
Via urinária Via intravesical
Localização
Via endovenosa Via intravenosa
Quadro 4 – Distribuição por eixo dos termos identificados como não constantes e
considerados sinônimos de termos presentes na CIPE
®
Versão 1.
Verificamos que 30 termos identificados na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal do HULW/UFPB estão incluídos na definição de outros que são
constantes, caracterizando-se como características definidoras dos mesmos. Para
consideração desses termos como tal, analisou-se o significado de sua aplicação
nos registros utilizados no estudo, realizando-se uma análise conceitual dos
mesmos, com base nas definições dos termos constantes na CIPE
®
Versão 1.
Destacamos em seguida, um quadro com a relação de todos os termos
considerados não constantes e concebidos como características definidoras.
Termo
extraído
Termo CIPE
®
Definição CIPE
®
Versão 1 Portugal
Alto Taquicardia Batimentos cardíacos rápidos, freqüência
cardíaca anormalmente alta
, superior a 100
batimentos por minuto, nos adultos.
Batimento de
asa nasal
Dispnéia [...] insuficiência de oxigênio no sangue
circulante, adejo nasal
, alterações na
profundidade respiratória [...]
Cianose
Cianótico
Hipotermia [...] preenchimento capilar lento,
taquicardia, leitos ungueais cianosados
,
hipertensão [...]
Descamativa Pele seca Epiderme áspera, escamosa, ou descamativa,
pouco úmida [...]
Desconforto
respiratório
Dispnéia Movimento laborioso de entrada e saída de ar
dos pulmões, com desconforto
e esforço
81
Termo
extraído
Termo CIPE
®
Definição CIPE
®
Versão 1 Portugal
crescente, falta de ar [...]
Distendido Flatulência [...] quantidade excessiva de gases no
estômago e intestino, aumento de flato,
abdome distendido
, associado a distensão de
órgãos e dor fraca a moderada.
Estertor Dispnéia [...] alterações na profundidade respiratória,
sons respiratórios adventícios, sibilos,
estertores
[...]
Excreção Eliminação Processo corporal com as características
específicas: Movimento e evacuação de
resíduos, sob a forma de excreção
.
Fontanela Desidratação Condição de desequilíbrio de volume de
líquidos ou perda de líquidos [...] globos
oculares afundados e moles, afundamento
das fontanelas
(em crianças recém0-nascidas
e lactentes) [...]
Freqüência
respiratória
Ventilação Deslocar o ar para dentro e para fora dos
pulmões com freqüência e ritmo respiratórios
determinados, profundidade inspiratória e
força expiratória.
Gases Flato Substância corporal com características
específicas: eliminação de gases
formados no
tubo digestivo [...]
Gavagem Técnica de
alimentação
Técnica
Leite Sucção [...] ingestão de líquidos pela boca utilizando
os músculos dos lábios e a língua, por
exemplo, o leite
da mama ou líquido por
mamadeira.
Leite materno Lactação Processo de síntese e secreção de leite
materno pelas glândulas mamárias da mulher
[...]
Limpo Ferida cirúrgica [...] abertura num espaço do corpo ou num
órgão, produzindo drenagem de soro e
sangue, que se espera que seja limpa
[...]
Palidez Hipotermia [...] pele fria, pálida e seca, tremores,
preenchimento capilar lento [...]
Rigidez Espasticidade Contração descontrolada dos músculos
esqueléticos, aumento do tônus muscular,
rigidez
muscular e movimentos
descoordenados.
Ronco Dispnéia [...] profundidade respiratória, sons
respiratórios adventícios, sibilos, estertores,
roncos
, ressonância de sons à percussão [...]
Ruído adventício Dispnéia [...] alterações na profundidade respiratória,
sons respiratórios adventícios
, sibilos [...]
Saliva Salivação [...] glândulas salivares e mucosas da boca,
contendo água, mucina, sais e enzimas
digestiva ptialina; a saliva
serva para
umedecer a cavidade oral [...]
Secreção Limpeza das vias [...] capacidade de limpar as secreções ou
82
Termo
extraído
Termo CIPE
®
Definição CIPE
®
Versão 1 Portugal
aéreas obstruções do trato respiratório, de modo a
manter livre passagem nas vias aéreas.
Amamentação [...] relação maternal adequada com a
criança enquanto a alimenta, dando-lhe leite
da mama
[...]
Seio
Sucção [...] ingestão de líquidos pela boca utilizando
os músculos dos lábios e a língua, por
exemplo, o leite da mama
ou líquido por
mamadeira.
Amamentação [...] relação maternal adequada com a
criança enquanto a alimenta, dando-lhe leite
da mama
, ao mesmo tempo que a encoraja
[...]
Seio materno
Sucção [...] ingestão de líquidos pela boca utilizando
os músculos dos lábios e a língua, por
exemplo, o leite da mama
ou líquido por
mamadeira.
Sibilo Dispnéia [...] alterações na profundidade respiratória,
sons respiratórios adventícios, sibilos
,
estertores [...]
Introduzir Inserir Ação de executar com as características
específicas: aplicar, introduzir
ou colocar
alguma coisa na/ou dentro de uma parte do
corpo.
Manter Controlar Ação de organizar com as características
específicas: regular ou manter
uma função,
ação ou reflexo.
Conseguir Obter Ação de gerir com as características
específicas: conseguir
a posse de alguma
coisa, adquirir.
Quadro 5 – Exemplos do cruzamento dos termos não constantes com as definições da
CIPE
®
. João Pessoa, 2006.
Com a totalização desses termos não constantes definida, realizamos a
classificação dos mesmos segundo o Modelo dos sete eixos da CIPE
®
Versão 1,
levando em consideração a definição de cada eixo e o significado na prática da
UTIN dos termos identificados. Os resultados dessa classificação estão
apresentados no Gráfico 6, o qual evidencia que 206 termos pertencem ao eixo
Foco, 158 são do eixo Julgamento, 107 do eixo Meios, 58 do eixo Ação, 22 do
eixo Tempo, 50 do eixo Localização e 2 do eixo Cliente.
83
206
158
107
58
22
50
2
0
50
100
150
200
250
Foco Julgamento Meios Ação Tempo Localização Cliente
Gráfico 4 – Freqüência dos termos não constantes na CIPE
®
Versão 1 e classificados
segundo o Modelo dos 7 eixos. João Pessoa, 2006.
Nos termos não constantes, encontramos algumas peculiaridades, como
termos com grafia errada, a exemplo de taquidispnéia, que foi considerado
taquipnéia; termos que são homônimos-heterógrafos como
abdome/abdomem/abdômen, entre outros.
Encontramos 7 termos que foram julgados com termos que poderiam
estar incluídos no eixo Foco da CIPE
®
Versão 1 no conceito processo patológico,
como: atelectasia, enterocolite, macrocefalia, malformação congênita, onfalocele,
pneumotórax e rubéola. Outros 8 termos também foram considerados dentro do
eixo Foco, pois estão relacionados ao conceito resultados de exames, são eles:
albumina, bilirrubina total, bilirrubina fração, cálcio, creatinina, glicose, proteína
C reativa, potássio e uréia.
No eixo Meios consideramos 4 termos que tiveram relação com o termo
derivados do sangue: concentrado de hemácias, hemácia, plaqueta e plasma.
Neste eixo 22 termos identificados mantêm relação com o termo medicamento
constante na CIPE
®
, são eles: adrenalina, água destilada, antifúngico, argiral,
cloreto de potássio, cloreto de sódio, crede, droga vasoativa, gluconato de cálcio,
iodo-povidona, kanakion, magnésio, medicação, nitrato de potássio, solução
84
glicosada, soro fisiológico, soro glicosado, sulfato de magnésio, surfactante,
vitamina K e glicose.
No eixo Tempo identificamos 15 termos que apresentaram relação com o
termo exame presente na CIPE
®
Versão 1, sendo eles: cultura de sangue, cultura
de urina, dextro, ecocardiograma, gasometria arterial, glicosimetria, ionograma,
prova cruzada, raios-X, teste do pezinho, tipagem sanguínea, ultrassonografia,
VDRL, urocultura e exame.
Identificamos o termo BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) que tem relação
direta com o termo vacina constante no eixo Meios da CIPE
®
Versão 1. Este
termo foi referenciado em apenas um prontuário relativo à administração da
vacina não realizada no recém-nascido.
Os termos expansão de oxigênio e expansão venosa considerados não
constantes na CIPE
®
Versão 1, foram classificados no eixo Meios da CIPE
®
Versão 1, pois foram relacionados a tipos de técnicas realizadas na UTIN. Ainda
no eixo Meios encontramos o termo plantonista relacionado a prestador de
cuidado presente na CIPE
®
Versão 1.
Alguns termos, a exemplo glicose e albumina, foram identificados tanto
como resultados de exames, substância corporal e medicamentos utilizados na
terapia intravenosa dos recém-nascidos. Porém, foram classificados nos eixos
segundo a freqüência predominante nos registros. Assim, o termo albumina foi
considerado no eixo Foco por apresentar-se principalmente como resultado de
exame, e o termo glicose foi considerado no eixo Meios por apresentar-se na
maioria das vezes como medicamento.
Os termos colher, queda e valor apresentaram-se como constantes na
CIPE
®
Versão 1, porém sofreram modificações para não cruzarem como
constantes, pois apresentavam diferenças conceituais embora apresentassem
mesma grafia, sendo eles colher (utensílio para alimentação), queda (cair) e
valor (nível de importância) como termos da CIPE
®
Versão 1, e colher material,
queda de saturação e valor numérico, termos extraídos dos registros de
enfermagem.
O termo genitora foi o único encontrado nos registros relacionado ao
conceito membro da família apresentado pela CIPE
®
Versão 1. Este resultado
confirma que a exclusão dos familiares permeia a documentação e quem sabe a
85
própria assistência, visto que esta é umas das provas das ações da Enfermagem,
e se não há nenhuma anotação sobre este aspecto não há visibilidade deste foco
de atenção da Enfermagem.
Coloração, termo considerado não constante na CIPE
®
Versão 1, está
representada na definição conceitual de hematoma termo presente na CIPE
®
Versão 1. Nesta denominação consideramos inclusas todas as cores encontradas
no estudo, as quais foram consideradas “lixo terminológico” por não
representarem conceitos específicos quando apresentadas como termos simples.
Encontramos alguns termos peculiares para a Neonatologia que foram
considerados não constantes na CIPE
®
Versão 1 e que poderiam passar por
outros estudos para processos de definição e utilização na prática, para que
pudessem ser incluídos em uma nomenclatura específica. Alguns exemplos deles
são: alojamento conjunto, anictérico, argiral, aquecer, banco de leite,
bregmática, método canguru, capacete de oxigênio, choroso, cianose, cicatriz
umbilical, copinho, coto umbilical, crede, desmame, dextro, estímulo,
fototerapia, fontanela, gasometria arterial, gelatinoso, impressão plantar,
incubadora aquecida, leite, maternidade, mecônio, nutrição parenteral, óculos de
proteção, parada cardíaca, perímetro abdominal, perímetro cefálico, perímetro
torácico, pronga, reflexo de Babinski, resíduo gástrico, rolha, saturação de
oxigênio, seio materno, sopro, teste do pezinho, ventilação mecânica.
Merece ser ressaltado que, em determinados momentos do estudo,
surgiram dúvidas em relação ao melhor método para extração e análise dos
termos, mas, após diversos ensaios, chegamos à metodologia exposta, que se
mostrou eficaz para apresentação dos resultados propostos pelos objetivos
traçados.
Também salientamos uma dificuldade na leitura dos registros, que,
muitas vezes, encontravam-se ilegíveis e com diversos erros de grafia, situação
observada em todos os prontuários consultados e que nos acrescentou um
trabalho adicional para a correção ortográfica, durante a transcrição dos
registros. Esse fato dificultou a classificação dos termos, no Modelo dos 7 eixos
da CIPE
®
Versão 1, principalmente os considerados constantes nessa
classificação, pois tivemos que confrontar os termos, manualmente, diversas
vezes, para evitar omissões.
6 Considerações finais
87
De acordo com os resultados obtidos, podemos afirmar que os objetivos
que nortearam esta pesquisa foram alcançados, mostrando-se adequada a
trajetória metodológica utilizada na elaboração deste trabalho, possibilitando-nos
a análise dos resultados e as conclusões finais.
Analisando os dados dos registros, pudemos perceber que uma
linguagem especializada habita consideravelmente os dados da documentação de
enfermagem, embora não exista o emprego formal de uma terminologia da área,
e que, apesar dos registros apresentarem-se em número bastante relevante,
com dados substanciais registrados, parece não haver uma preocupação com a
linguagem utilizada, pela presença de inúmeros termos que foram considerados
sinônimos, termos com erros de grafia e termos do vocabulário geral. Isto nos
remete a McCormick e Jones (1998), quando referem que, enquanto os
praticantes da enfermagem não reconhecerem essa premissa, o vocabulário
geral habitará entre as fontes de dados.
Cabe salientar que todos os registros textuais de enfermagem
encontrados foram realizados por enfermeiros, por ocasião da admissão e da
evolução do paciente, não sendo identificada explicitamente nenhuma das fases
do processo de enfermagem. Em contrapartida, percebemos que existe um
registro de informações mostrando que há conscientização ética dos enfermeiros
sobre a importância da documentação da assistência de enfermagem.
Um outro aspecto a ser evidenciado é sobre a participação dos técnicos
de enfermagem nos registros da equipe, uma vez que eles utilizavam um
instrumento específico para o registro dos cuidados de rotina executados com o
recém-nascido. Esses cuidados estavam relacionados a verificação de sinais
vitais, administração de medicamentos, controle de volume de líquidos, entre
outros. Este fato nos leva a questionar qual é o real papel que esse profissional
exerce no processo de trabalho na UTIN, pois sua atuação parece subjugada ao
88
enfermeiro de uma forma que exclui sua participação na documentação do
cuidado executado.
Consideramos a linguagem utilizada nos registros muito rica em termos
próprios da especialidade e em termos que têm uma relevância para área, com
utilização de um número considerável de termos constantes na CIPE
®
Versão 1,
mesmo sem a utilização formal de um sistema de classificação, e presença
excessiva de termos não constantes. Mas, merece ser ressaltado que todo este
registro está pautado no modelo biologicista, apoiado, sem sombra de dúvida, no
modelo biomédico.
Sobre esta caracterização do registro, faço algumas suposições para sua
ocorrência, apoiada em observações realizadas durante minha experiência
profissional na área. Poderia ser pela crença em uma maior
visibilidade/credibilidade por parte da equipe multiprofissional, por achar que
dominando o saber médico estamos adquirindo um saber de maior respaldo, ou
pelo enfoque incisivo deste modelo biomédico durante o ensino da graduação.
É preciso transcender os conhecimentos científicos para a prática, pois
através de estudos como estes, percebemos que não há um retrato real da
assistência de enfermagem nos registros. Os exercentes da Enfermagem
parecem precisar, ainda, entender que os registros tornam-se documentação e
veiculam informações que se transformam em uma realidade que é difundida
como verdadeira. Assim, é urgente não só uniformizar a linguagem, mas
modificar a interpretação sobre o tipo de registro a ser realizado.
Perceber que os registros da UTIN apresentam uma lacuna sobre a
assistência à família traz-nos uma preocupação para voltarmos à atenção para o
conteúdo dos mesmos, e não, mais com a ênfase sobre a importância de sua
elaboração por parte dos exercentes da Enfermagem. Pois identificamos que os
registros são realizados de forma extensa, porém apresentam-se sob um modelo
que não retrata na sua totalidade a prática da Enfermagem.
Parece haver uma preocupação em descrever os aspectos biológicos do
RN, ressaltando todas as suas especificidades, mas deixando de relatar seus
aspectos psicológicos e sociais. Cabe ressaltar que em uma UTIN é necessário
enfatizar o biológico, pelo nível de gravidade que se encontram os pacientes,
mas dicotomiza-se essa atenção na medida em que há dissociação dos outros
89
aspectos não abordados. É preciso que retratemos o verdadeiro foco da
Enfermagem, ou seja, que o olhar seja sistêmico, voltado para o biopsicossocial
e não apenas para o biológico daquele paciente que necessita de cuidados
intensivos.
A problematização percebida nestes registros para nós seria contornada
eficazmente com a implementação da SAE, pois traria para os registros o retrato
da assistência de enfermagem, em todas suas etapas, desde a avaliação até os
resultados, mostrando o real foco da prática da Enfermagem.
Com relação aos resultados do estudo, é importante ressaltar que os
mesmos podem ser usados para a elaboração de um banco de dados apropriado
a um catálogo (nomenclatura) aplicável a um sistema de informação voltado
para a assistência neonatal. Esse fato seria de alto impacto sobre a assistência
de enfermagem prestada na unidade de terapia intensiva neonatal, pois
proporcionaria automação do registro de enfermagem o que traria visibilidade
para suas ações, auxiliaria a avaliação das mesmas e, subsequentemente, a
construção de um corpo de conhecimentos de enfermagem especializados em
neonatologia.
Espera-se na assistência de enfermagem em unidade de terapia intensiva
neonatal, pela sua alta complexidade em atendimentos, que sejam implantados
sistemas de referência e hierarquização, pois a assistência nessas unidades, para
ser efetiva, necessita de recursos físicos (instalações, equipamentos e insumos)
e humanos (médicos, profissionais de enfermagem, fisioterapeutas) muito
especializados, o que requer altos investimentos, a necessidade de uma prática
crítica, atualização constante e rotinas organizacionais muito estabilizadas.
Consideramos os resultados do estudo relevantes para o conhecimento
do vocabulário utilizado no cuidado intensivo ao neonato, entendendo esse tipo
de atenção como peculiar, por trata-se de pacientes em período de adaptação à
vida extra-uterina, caracterizados com maior vulnerabilidade a morbi-
mortalidade. Dessa forma, reconhecemos nossa contribuição para a futura
construção de uma nomenclatura específica para essa clientela, considerando
que a construção de vocabulários universais dá-se sobre conhecimentos e
informações obtidas no serviço, refletindo o nível mais alto de integração e
síntese de conhecimento, desde que os dados sejam confiáveis, uniformes e
precisos.
90
Diante dessa problemática considera-se imprescindível a ênfase no
ensino da Graduação de enfermagem sobre essa temática, explorando-se os
conhecimentos sobre documentação, linguagens especializadas e terminologias
de enfermagem, para que os futuros profissionais da área tenham uma formação
condizente com as necessidades vigentes da Enfermagem atual.
Espera-se, do mesmo modo, que esses resultados possam expandir-se
para aplicação, na extensão, em outras unidades de terapia intensiva de outros
hospitais, ou seja, que esse vocabulário identificado possa ser referência, por
representar o vocabulário de enfermagem utilizado na terapia intensiva neonatal,
e, assim, possa contribuir para a uniformização dos registros e assistência da
especialidade.
Sugerimos que os termos identificados como não constantes,
principalmente aqueles destacados nos resultados, sejam avaliados para uma
possível inclusão na CIPE
®
, uma vez que os mesmo aparecem de forma
substancial nos registros, e retratam a especialidade da área estudada. Pois, é
importante que este sistema de classificação continue progredindo em sua
abordagem universal e agregue as singularidades das áreas específicas.
Almeja-se que, através dos resultados da pesquisa e das considerações
feitas, haja a continuação deste estudo em projetos de pesquisa, num futuro
próximo. Que sejam realizadas pesquisas para validação dos termos identificados
como constantes na CIPE
®
, como também a análise de inclusão dos termos
considerados não constantes nesta classificação, com o objetivo de corroborar os
resultados desta pesquisa, e, principalmente, contribuir com a construção da
linguagem especializada da área.
Referências
92
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Apêndices
99
APÊNDICE 1
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Iniciais do paciente: ________ Número de registro do prontuário: _________
Sexo: _______ Idade: ________
Transcrição dos registros:
Data Registro
Data: ___________________
100
APÊNDICE 2
Relação dos termos constantes por eixo da CIPE
®
Versão 1 e suas
determinadas freqüências (F) de ocorrência nos registros da UTIN:
Eixo Termo CIPE
®
Versão 1 Termo UTIN F
A Adaptar Adaptar 3
A Administrar Administrar 20
A Alimentar Alimentar 3
A Aspirar Aspirar 74
A Aumentar Aumentar 4
A Avaliar Avaliar 4
A Cobrir Cobrir 4
A Contatar Contatar 3
A Demonstrar Demonstrar 1
A Desmamar Desmamar 7
A Diminuir Diminuir 4
A Drenar Drenar 18
A Estabilizar Estabilizar 2
A Evitar Evitar 1
A Evoluir Evoluir 186
A Imobilizar Imobilizar 2
A Iniciar Iniciar 21
A Instalar Instalar 27
A Intubar Intubar 27
A Manipular Manipular 1
A Manter Manter 107
A Medir Medir 5
A Monitorizar Monitorizar 1
A Oferecer Oferecer 4
A Pesar Pesar 1
A Posicionar Posicionar 1
A Prescrever Prescrever 9
A Prevenir Prevenir 1
A Promover Promover 1
A Proteger Proteger 4
A Puncionar Puncionar 9
A Referir Referir 1
A Registrar Registrar 2
A Regular Regular 02
A Suturar Suturar 1
A Transferir Transferir 14
A Transportar Transportar 2
A Trocar Trocar 14
A Verificar Verificar 1
C Lactente Lactente 46
C Família Família 1
101
C Paciente Paciente 2
C Recém-nascido Recém-nascido 278
F Acesso Acesso 138
F Acesso intravenoso Acesso intravenoso 5
F Alimentação exclusiva ao seio Alimentação exclusiva ao seio 1
F Amostra Amostra 1
F Aspiração Aspiração 1
F Bradicardia Bradicardia 3
F Comprimento Comprimento 2
F Constipação Constipação 1
F Desidratação Desidratação 2
F Dispnéia Dispnéia 8
F Edema Edema 6
F Eliminação Eliminação 21
F Ferida Ferida 10
F Fezes Fezes 33
F Freqüência cardíaca Freqüência cardíaca 132
F Gravidez Gravidez 3
F Hematoma Hematoma 1
F Hipotermia Hipotermia 1
F Hipóxia Hipóxia 1
F Movimento Movimento 1
F Nutrição Nutrição 89
F Padrão respiratório Padrão respiratório 1
F Pele seca Pele seca 5
F Peso Peso 36
F Reatividade Reatividade 1
F Reflexo Reflexo 2
F Reflexo de sucção Reflexo de sucção 3
F Regurgitação Regurgitação 4
F Resultado Resultado 11
F Ritmo cardíaco Ritmo cardíaco 13
F Rotina Rotina 1
F Sangramento Sangramento 2
F Sangue Sangue 42
F Sinal Sinal 1
F Sistema cardiovascular Sistema cardiovascular 1
F Sistema gastrointestinal Sistema gastrointestinal
F Sistema respiratório Sistema respiratório 1
F Sono Sono 2
F Sucção Sucção 6
F Temperatura Temperatura 4
F Toque Toque 1
F Tosse Tosse 3
F Tremor Tremor 2
F Ventilação Ventilação 32
F Vômito Vômito 1
J Baixo Baixo 3
102
J Elevado Elevado 78
J Grande Grande 1
J Normal Normal 8
J Parcial Parcial 3
J Pequeno Pequeno 2
J Prejudicado Prejudicado 1
J Total Total 14
L Abdome Abdome 336
L Ambulatório Ambulatório 2
L Anterior Anterior 4
L Berçário Berçário 16
L Cabeça Cabeça 1
L Cavidade oral Cavidade oral 4
L Central Central 25
L Clínica Clínica 2
L Clínica obstétrica Clínica obstétrica 1
L Couro cabeludo Couro cabeludo 1
L Direito Direito 45
L Esquerda Esquerda 32
L Hospital Hospital 1
L Inferior Inferior 19
L Olho Olho 3
L Pele Pele 87
L Periférico Periférico 148
L Posição Posição 1
L Posterior Posterior 1
L Região axilar Região axilar 5
L Região umbilical Região umbilical 70
L Superior Superior 71
L Tórax Tórax 11
L Veia Veia 42
L Via aérea Via aérea 34
L Via gastrointestinal Via gastrointestinal 17
L Via intramuscular Via intramuscular 5
L Via nasal Via nasal 9
L Via oral Via oral 16
L Via parenteral Via parenteral 1
M Antibiótico Antibiótico 9
M Cateter Cateter 6
M Cesariana Cesariana 6
M Cirurgia Cirurgia 12
M Cirurgião Cirurgião 10
M Compressa Compressa 10
M Dreno Dreno 9
M Droga Droga 1
M Enfermeiro Enfermeiro 1
M Fralda Fralda 5
M Hemoterapia Hemoterapia 2
103
M Incubadora Incubadora 210
M Leito Leito 2
M Máscara Máscara 1
M Material Material 3
M Médico Médico 21
M Oxigenoterapia Oxigenoterapia 1
M Plano Plano 9
M Respirador Respirador 7
M Solução Solução 3
M Sonda Sonda 2
M Sutura Sutura 3
M Tubo endotraqueal Tubo endotraqueal 76
T Admissão Admissão 1
T Amanhã Amanhã 1
T Contínuo Contínuo 10
T Dia Dia 10
T Hoje Hoje 4
T Início Início 1
T Manhã Manhã 1
T Nascimento Nascimento 4
T Noite Noite 4
T Parto Parto 12
T Presente Presente 330
T Tarde Tarde 3
104
Relação, por eixo, dos termos não constantes na CIPE
®
Versão 1 e suas
determinadas freqüências (F) de ocorrência nos registros da UTIN:
Eixo Termo UTIN não constante na CIPE
®
Versão 1 F
A Acomodar 1
A Acompanhar 7
A Admitir 18
A Aferir 1
A Aguardar 18
A Aquecer 1
A Atrasar 1
A Avisar 1
A Coletar 17
A Colher material 42
A Colocar 12
A Complementar 4
A Comunicar 12
A Conectar 10
A Conseguir 1
A Constatar 2
A Conter 1
A Corrigir 1
A Deixar 18
A Dever 1
A Encaminhar 8
A Encontrar 5
A Enfaixar 1
A Enrolar 3
A Enviar 1
A Esclarecer 1
A Esperar 1
A Extubar 3
A Fazer 122
A Fechar 1
A Fixar 1
A Infundir 25
A Internar 1
A Introduzir 1
A Localizar 3
A Manusear 2
A Medicar 1
A Mudar 2
A Observar 38
A Orientar 1
A Passar 9
A Pedir 2
A Programar 2
A Realizar 134
105
A Reanimar 1
A Reavaliar 1
A Receber 6
A Recomendar 1
A Renovar 3
A Repetir 1
A Retirar 8
A Retornar 4
A Revisar 1
A Solicitar 9
A Submeter 5
A Suspender 47
A Tentar 4
A Umedecer 1
C Bebê 6
C Genitora 6
F Adenosina tri-fosfato 1
F Albumina 4
F Alimentação 2
F Alteração 1
F Amniorexe prematura 1
F Anomalia congênita 2
F Apgar 9
F Apnéia 1
F Apresentação fetal 1
F Aquecimento 1
F Aspecto 1
F Asseio 4
F Asseio corporal 2
F Atelectasia 1
F Banho 3
F Batimento de asa nasal 1
F Bilirrubina fração 8
F Bilirrubina total 8
F Bulha cardíaca 20
F lcio 1
F Cardiopatia 1
F Ceroma 1
F Cianose 13
F Cicatriz umbilical 6
F Coágulo 2
F Coágulo de sangue 1
F Coloração 113
F Condição vital 3
F Conduta 1
F Cuidado 93
F Débito 55
F Débito urinário 8
106
F Desconforto respiratório 3
F Desmame 1
F Diagnóstico 1
F Diagnóstico médico 1
F Dieta 195
F Dieta de prova 1
F Dissecção 10
F Dissecção venosa 4
F Diurese 152
F Drenagem 1
F Enterocolite 4
F Equimose 1
F Esforço respiratório 2
F Estado geral 178
F Estado nutricional 1
F Estatura 4
F Estertor 4
F Estímulo 6
F Estímulo retal 5
F Estímulo tátil 1
F Eupnéia 1
F Evacuação 54
F Exame físico 1
F Excreção 42
F Excreção intestinal 15
F Excreção vesical 18
F Expansibilidade torácica 23
F Estridor 1
F Fácie de dor 1
F Ferida operatória 9
F Fluxo de oxigênio 2
F Fração de oxigênio 64
F Freqüência respiratória 26
F Gases 1
F Gemido 1
F Glicemia 1
F Glicemia capilar 2
F Grumo 33
F Hidratação 73
F Higiene 1
F Higiene corporal 1
F Hipertonia muscular 1
F Hipótese diagnóstica 1
F História 5
F Idade gestacional 9
F Impressão plantar 1
F Incisão 1
F Infusão 7
107
F Inserção 5
F Intercorrência 3
F Internação 1
F Irritação 1
F Jejum 1
F Lavagem gástrica 8
F Lesão 2
F Macrocefalia 1
F Malformação 3
F Malformação congênita 4
F Mamada 5
F Manutenção 1
F Massagem cardíaca 2
F Mecônio 8
F Movimento respiratório 1
F Muco 1
F Murmúrio vesicular 27
F Nível 1
F Nutrição parenteral 89
F Óbito 3
F Odor 1
F Onfalocele 28
F Orifício 1
F Oxigênio 87
F Oxigênio ambiente 61
F Oxigênio circulante 1
F Padrão de oxigênio 2
F Palidez 2
F Palpação 1
F Parada cardíaca 1
F Parada cardiorespiratória 2
F Parada respiratória 2
F Parâmetro 26
F Pele descamativa 2
F Pele descorada 1
F Pele íntegra 2
F Perfusão 32
F Perfusão periférica 27
F Perímetro 12
F Perímetro abdominal 1
F Perímetro cefálico 6
F Perímetro torácico 3
F Pneumotórax 1
F Potássio 4
F Prescrição 1
F Pressão arterial 9
F Pressão de oxigênio 1
F Pressão inspiratória máxima 41
108
F Pressão positiva contínua das vias aéreas 20
F Pressão positiva no final da expiração 49
F Procedência 1
F Processo de compressão 1
F Processo de desidratação 2
F Processo de mumificação 14
F Proteína 1
F Proteína C reativa 7
F Punção 5
F Punção periférica 2
F Punção venosa 3
F Quadro clínico 4
F Quadro de cianose 2
F Quadro de icterícia 1
F Quadro geral 1
F Quadro gravíssimo 1
F Quadro respiratório 2
F Quantidade 2
F Queda de saturação 19
F Raio de sangue 2
F Reanimação cardiorespiratória 1
F Rede venosa 2
F Redução 2
F Reflexo de Babinski 2
F Resíduo 27
F Resíduo gástrico 97
F Resíduo lácteo 1
F Respiração 22
F Respiração espontânea 70
F Retração diafragmática 4
F Retração esternal 2
F Rigidez 1
F Rolha de secreção 2
F Rolha meconial 1
F Ronco 6
F Rotina assistencial 2
F Rubéola 1
F Ruído adventício 19
F Ruído hidroaéreo 5
F Saliva 1
F Saturação de oxigênio 215
F Secreção 224
F Secreção abundante 2
F Secreção espessa 41
F Secreção espumante 1
F Secreção fluída 12
F Secreção gástrica 4
F Secreção transparente 4
109
F Sedação 9
F Septicemia 1
F Sexo 10
F Sibilo 3
F Sinal de prega 1
F Sinal flogístico 5
F Sistema digestivo 1
F Sódio 4
F Sopro 3
F Taquipnéia 1
F Tentativa 2
F Tiragem intercostal 8
F Tiragem subcostal 4
F Toxoplasmose congênita 1
F Traço sanguinolento 1
F Transferência 6
F Trânsito intestinal 1
F Tratamento 2
F Tratamento clínico 1
F Uréia 4
F Valor numérico 3
F Vazão de infusão 97
F Ventilação com pressão positiva 16
F Ventilação mecânica 41
F Ventilação mecânica invasiva 13
F Ventilação mecânica não invasiva 8
F Vida 3
F Vigilância 24
F Volume 8
F Volume desprezível 1
J Aberta 65
J Acianótico 125
J Acidental 1
J Adequado 1
J Afebril 56
J Alto 5
J Anictérico 118
J Anormalidade 1
J Aquecido 17
J Arterial 2
J Ativo 137
J Aumento 2
J Ausente 136
J Baixo peso 3
J Bastante 11
J Bem 102
J Bilateral 6
J Bilioso 7
110
J Boa 99
J Bom 15
J Borra de café 3
J Bradicárdico 1
J Bradipnéico 1
J Calmo 1
J Cheio 1
J Choroso 6
J Cianótico 7
J Complemento 3
J Comprometido 26
J Consciente 4
J Convencional 2
J Corado 78
J Corporal 4
J Débil 1
J Descartável 1
J Desidratado 1
J Difícil 10
J Diminuído 3
J Discreta 7
J Dispnéico 8
J Disponível 1
J Distendido 12
J Dupla 7
J Edemaciado 3
J Escassa 1
J Escura 2
J Especial 1
J Estável 5
J Estéril 2
J Eupnéico 105
J Eutérmico 75
J Excesso 1
J Exclusiva 1
J Êxito 1
J Externo 1
J Extravasada 1
J Extremo 1
J Fechado 27
J Feminino 4
J Flácido 139
J Forte 17
J Franca 1
J Gástrico 4
J Gelatinoso 10
J Gemente 3
J Generalizada 2
111
J Gradativo 1
J Grande quantidade 9
J Granulomatoso 2
J Grave 39
J Hemática 2
J Hidratado 91
J Hiperativo 1
J Hiperemia 7
J Hiperemiado 8
J Hipoativo 27
J Hipocorado 40
J Hipoperfundido 1
J Hiporeativo 1
J Hipotérmico 14
J Hospitalar 1
J Ictérico 45
J Inalatório 1
J Instável 1
J Intensivo 12
J Intermediário 2
J Irregular 2
J Lateralizada 1
J Leitoso 4
J Leve 21
J Limpo 20
J Livre 3
J Maior 2
J Masculino 5
J Mecânica 1
J Média 1
J Melhora 6
J Mínima 1
J Moderada 5
J Morno 1
J Muito 4
J Mumificado 57
J Não 56
J Normocárdico 29
J Normocorado 27
J Normofonética 20
J Normohidratado 43
J Normotenso 6
J Normotérmico 2
J Novo 4
J Obstruído 1
J Oclusivo 24
J Palpável 2
J Paralelo 2
112
J Pastosa 1
J Perfundido 65
J Péssima 1
J Piora 1
J Pletórico 11
J Positivo 3
J Pouco 18
J Prematuro 2
J Preservada 7
J Produtiva 3
J Profundo 27
J Progressiva 2
J Proveniente 1
J Purulenta 1
J Rápido 1
J Raro 1
J Reativo 164
J Residual 1
J Rígida 1
J Rigoroso 7
J Ruim 1
J Sanguinolento 9
J Satisfatório 17
J Sedada 1
J Semi-elevado 1
J Semi-flácido 1
J Semi-globoso 78
J Semi-plano 6
J Sialorréico 1
J Simétrica 2
J Sonolento 3
J Subfebril 3
J Superficial 1
J Suspenso 47
J Taquipnéico 13
J Tranqüilo 1
J Umidificada 1
J Úmido 6
J Única 2
J Urinário 8
J Vários 1
J Venoso 84
J Vesical 77
J Violenta 1
L Abdome globoso 46
L Abdome tenso 22
L Abdome timpânico 1
L Alça intestinal 4
113
L Alojamento 1
L Alojamento conjunto 4
L Ambiente 65
L Bregmática 3
L Cefálico 5
L Coto umbilical 85
L Decúbito 86
L Extremidade 2
L Fontanela 19
L Fossa nasal 1
L Genitália 3
L Hemi-tórax 31
L Lateral 7
L Membro 59
L Membro inferior 5
L Membro superior 42
L Membros inferiores 5
L Membros superiores 2
L Narina 1
L Nuca 1
L Posição de opistótomo 3
L Posição de Sims 1
L Quadrante 2
L Região 3
L Região abdominal 10
L Região cefálica 1
L Região frontal 1
L Região labial 1
L Região nasal 5
L Região ocular 1
L Região palpebral 1
L Região pélvica 1
L Região torácica 2
L Seio 1
L Seio materno 10
L Septo 1
L Transfontanela 1
L Transumbilical 2
L Traqueal 1
L Vagina 1
L Via anal 5
L Via endotraqueal 1
L Via endovenosa 2
L Via intestinal 106
L Via urinária 8
L Víscera 1
M Adrenalina 5
M Água destilada 10
114
M Álcool 3
M Antibioticoterapia 62
M Antifúngico 2
M Argiral 1
M Atadura 6
M Atadura de crepom 1
M Bacilo de Calmette-Guérin 1
M Banco de leite 2
M Banco de sangue 2
M Berço 18
M Berço aquecido 1
M Bloco cirúrgico 12
M Bolsa protetora 1
M Bomba de infusão 159
M Capacete de oxigênio 20
M Cateterismo 2
M Circuito 1
M Cloreto de potássio 7
M Cloreto de sódio 9
M Compressa de gaze 1
M Concentrado de hemácias 1
M Copinho 8
M Creatinina 4
M Crede 4
M Curativo 84
M Curativo compressivo 3
M Declaração de nascido vivo 1
M Droga vasoativa 1
M Eletrólito 5
M Enfermagem 6
M Equipe 55
M Equipe de enfermagem 9
M Expansão de oxigênio 1
M Expansão torácica 2
M Expansão venosa 5
M Fisioterapia 1
M Fototerapia 45
M Fototerapia halogênica 1
M Gasometria arterial 1
M Gavagem 15
M Gaze 4
M Gelco 2
M Glicose 8
M Gluconato de cálcio 12
M Hemácia 2
M Hidratação venosa 73
M Incubadora aquecida 195
M Incubadora de transporte 5
115
M Kanakion 1
M Laboratório 4
M Leite 2
M Leite materno 11
M Livro de ocorrência 1
M Magnésio 1
M Manta térmica 1
M Material plástico 1
M Maternidade 5
M Medicação 6
M Método canguru 1
M Nebulização 4
M Nitrato de potássio 1
M Óculos de proteção 3
M Oxímetro de pulso 27
M Parto cesáreo 5
M Parto cirúrgico 1
M Parto eutócico 3
M Pediatria 1
M Plantonista 9
M Plaqueta 2
M Plasma 2
M Plasma fresco 1
M Ponta de cateter 1
M Procedimento 8
M Procedimento cirúrgico 2
M Pronga 1
M Protetor ocular 30
M Prova cruzada 1
M PVPI 5
M Reticulócito 2
M Sedativo 12
M Serviço de atendimento móvel de urgência 2
M Sinfonagem 24
M Solução glicosada 5
M Sonda nasogástrica 1
M Sonda orogástrica 288
M Sonda vesical de alívio 1
M Soro fisiológico 9
M Soro glicosado 20
M Sulfato de magnésio 11
M Suporte de oxigênio 41
M Suporte respiratório 1
M Surfactante 1
M Swab nasal 3
M Técnicas de enfermagem 1
M Teste do pezinho 1
M Tipagem sanguínea 4
M Torpedo de oxigênio 1
M Tubo de ensaio 2
M Tubo de ensaio com gel 1
M Ultrassonografia 1
M Unidade de terapia intensiva 1
M Unidade de terapia intensiva neonatal 31
M
VDRL
6
M Venóclise 100
M Vitamina k 5
T Agora 2
T Alta hospitalar 2
T Atual 1
T Cultura de sangue 2
T Dextro 49
T Ecocardiograma 1
T Episódio 4
T Exame laboratorial 7
116
T Glicosimetria 1
T Hemograma 15
T Imediato 2
T Inicial 1
T Ionograma 8
T Oximetria 11
T Oximetria de pulso 27
T Plantão 3
T Pós-operatório 5
T Pré-natal 1
T Pré-termo 16
T Raio x 14
T Tempo 20
T Urocultura 1
117
Relação de siglas identificadas nos registros:
+ Presente
2T Dois Tempos
AD Água Destilada
AHT Ambos Hemi-Tórax
ATB Antibioticoterapia
ATP Adenosina Tri-Fosfato
BA Berço Aquecido
BCNF Bulhas Cardíacas Normofonética
BI Bomba de Infusão
BIC Bomba de Infusão Controlada
BTF Bilirrubina Total e Frações
CO Cavidade Oral
Continuous Positive Airway Pressure CPAP
Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas
DNV Declaração de Nascido Vivo
DPO Dia Pós-Operatório
Dx Dextro
ECG Eletroencefalograma
EGB Estado Geral Bom
EGG Estado Geral Grave
EGR Estado Geral Regular
EST Estatura
EV Endovenoso
Fc Freqüência cardíaca
FiO
2
Fração de Oxigênio
FiO
2
Fração de Oxigênio
FO Ferida Operatória
G Glicose
GlCa Gluconato de Cálcio
H
2
O Água
Hood Capacete de oxigênio
HP Hipótese
HTD Hemi-Tórax Direito
HV Hidratação Venosa
HVP Hidratação Venosa Periférica
IG Idade Gestacional
IM Intra-Muscular
IV Intravenoso
K Potássio
KCl Cloreto de Potássio
LHB Leite Humano de Banco
LM Leite Materno
LMO Leite Materno Oral
MAV Murmúrios Adventícios
MgSO
4
Sulfato de Magnésio
MID Membro Inferior Direito
MMII Membros Inferiores
MMSS Membros Superiores
MSD Membro Superior Direito
MSE Membro Superior Esquerdo
MV Murmúrio Vesicular
Na Sódio
118
NaCl Cloreto de Sódio
NPP Nutrição Parenteral
O
2
Oxigênio
PA Pressão Arterial
PAM Pressão Arterial Média
PC Perímetro Cefálico
PCR Proteína C Reativa
Positive End Expiratory Pression PEEP
Pressão Positiva no Final da Expiração
Peak Inspiratory Pressure
Pico de Pressão Inspiratória
PIP
Pressão Inspiratória Máxima
PT Perímetro Torácico
Polivinilpirrolidona-iodo PVPI
Iodo-Povidona
QSD Quadrante Superior Direito
QSE Quadrante Superior Esquerdo
RA Ruído Adventício
RAV Ruídos Adventícios
RCR Ritmo Cardíaco Regular
RG Resíduo Gástrico
RH Ruídos Hidroaéreos
RHA Ruídos Hidroaéreos
RN Recém-Nascido
Rx Raios X
S/R Sem Resíduo
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SAT Saturação
SatO
2
Saturação de Oxigênio
SF Soro Fisiológico
SG Soro Glicosado
SIC Segundo Informações Colhidas
SOG Sonda Orogástrica
SpO
2
Saturação de Oxigênio
SR Sistema Respiratório
SulMg Sulfato de Magnésio
SVA Sonda Vesical de Alívio
TOT Tubo Orotraqueal
TX Toxoplasmose congênita
USG Ultrassonografia
UTI Unidade de Terapia Intensiva
UTIN Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
VAI Vias Aéreas Inferiores
VAS Vias Aéreas Superiores
VDRL Venereal Diseases Research Laboratory
VIT Vitamina
VM Ventilação Mecânica
VMI Ventilação Mecânica Invasiva
VMNI Ventilação Mecânica Não Invasiva
VO Via oral
VPP Ventilação com Pressão Positiva
VT Volume Total
Anexo
120
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