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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
A APLICABILIDADE DA MODERNA TEORIA DE PORTFOLIOS EM TÍTULOS
DE RENDA FIXA INTERNACIONAIS
Fabrício Caprio Macastropa
Orientador: Prof. Dr. Wadico Bucchi
SÃO PAULO
2006
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Prof. Dra. Suely Vilela
Reitor da Universidade de São Paulo
Prof. Dra. Maria Tereza Leme Fleury
Diretora da Faculdade de Economia,Administração e Contabilidade
Prof. Dr.Isak Kruglianskas
Chefe do Departamento de Administração
Prof. Dr.Lindolfo Galvão de Albuquerque
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração
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FABRÍCIO CAPRIO MACASTROPA
A APLICABILIDADE DA MODERNA TEORIA DE PORTFOLIOS EM TÍTULOS
DE RENDA FIXA INTERNACIONAIS
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Departamento de Administração da Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de São Paulo, como parte dos
requisitos necessários para obtenção do título
de Mestre em Administração.
Orientador: Prof. Dr. Wadico Bucchi
SÃO PAULO
2006
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção de Processamento Técnico do SBD/FEA/USP
Macastropa, Fabricio Caprio
A aplicabilidade da moderna teoria de portfolios em títulos de renda
fixa internacionais / Fabricio Caprio Macastropa. -- São Paulo, 2006.
116 p.
Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, 2006
Bibliografia.
1. Administração de portfólio 2. Título de renda fixa 3. Análise
de risco I. Universidade de São Paulo. Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade II. Título.
CDD – 332.6
Dissertação defendida e aprovada no Departamento de
Administração da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo – Programa de Pós-
Graduação em Administração, pela seguinte banca examinadora:
Wadico Bucchi
Almir Ferreira de Sousa
Ricardo Almeida
i
A meus avós,
sempre presentes.
ii
Ao Prof. Dr. Wadico Bucchi, pela orientação na consecução desta Dissertação de Mestrado.
Ao prof. Dr. Almir Ferreira de Sousa pelo apoio teórico, envolvimento nesta dissertação e
meu desenvolvimento acadêmico.
Ao prof. Carlos Eduardo Nori Luporini, Jose Roberto Securato e Rubens Fama pelos
conhecimentos transmitidos durante as aulas e por suas críticas e importantes sugestões
oferecidas.
Ao meu grande amigo, Luiz Aurélio Sonageri, pelo imenso companheirismo e amizade desde
o início das aulas do Mestrado até a entrega do trabalho final.
À minha grande amiga, Bruna Duarte, pelo grande auxílio na coleta de dados em todos os
momentos da preparação desta Dissertação de Mestrado.
Aos colegas de Mestrado, em especial à Fernanda Futura, Claudia Yoshinaga, Andre Oda e
Bárbara Freitas pela troca de idéias e apoio constante.
Aos meus amigos, Elaine Ripamonte, Joel Machado, Diana Hemmo, Roseli Carrasco, Josiane
Thomazini pelo entusiamo durante o Mestrado.
Aos colegas da turma 6 do MBA Gestão Empresarial, em especial à Arcangela Valle,
Bernadete Figueiredo , Karina Pretti e Lucia Armada.
Aos meus amigos da graduação, Simone Akemi Terrin, Greice Tiemi Yokoyama e Cristiane
Graminho.
Infinita gratidão tenho aos meus avós, minha mãe, minhas irmãs e meu primo, sempre
presentes na minha vida.
iii
"The important thing is not to stop questioning.
Curiosity has its own reason for existing.
One cannot help but be in awe when one
contemplates the mysteries of eternity...
Never lose a holy curiosity."
Einstein
iv
RESUMO
Segundo o artigo “Effects of Financial Globalization on Developing Countries: Some
Empirical Evidence”, publicado pelo Fundo Monetário Internacional em 17 de março de
2003, a globalização financeira, definida como o aumento dos fluxos de capitais e
investimentos entre países, contribuiu para o desenvolvimento do mercado de títulos de renda
fixa internacional. A grande necessidade de recursos financeiros para o pagamento de dívidas
e investimentos em diversos setores produtivos faz com que os governos utilizem-se de
captações externas. Neste contexto, investidores interessados na obtenção de retornos
superiores, compram esses títulos, diversificam suas carteiras de investimento e usufruem dos
rendimentos que estes possibilitam, sejam sob a forma de cupom e/ou ganhos de capital.O
trabalho de Harry Markowitz (1952), “Portfolio Selection”, cuja principal contribuição é a
distinção entre a variabilidade do retorno de um ativo financeiro e seu impacto no risco de
uma carteira de investimento, possibilita que, desde que se disponha de um conjunto de dados,
constitua-se carteiras que forneçam o menor nível de risco para um determinado nível de
retorno de investimento. Este estudo propõe investigar se o trabalho desenvolvido por Harry
Markowitz em 1952 é aplicável entre o período de janeiro de 2004 e dezembro de 2005 na
composição de carteiras diversificadas de investimento. Para este propósito, todos os títulos
de dívida emitidos pelos governos americano, brasileiro, argentino, mexicano e venezuelano
no exterior, em dólares americanos, com datas de emissão até dezembro de 2003 e
vencimento superior a dezembro de 2005 foram extraídos do Euroclear Bank (“Clearing
House”). Cotações e dados complementares foram obtidos do sistema de informações
financeiras Bloomberg, auxiliando na filtragem dos dados. A aplicação de vários testes
permitiu concluir que, em média, ao adicionar ativos de países considerados emergentes da
América Latina, os portfolios apresentam retornos superiores. Testes sobre distribuição dos
retornos históricos dos títulos de dívida emitidos pelo governo brasileiro foram realizados,
encontrando-se que seguem uma distribuição normal. Alguns questionamentos surgiram
durante o trabalho, como a influência do aumento da taxa básica de juros americana “Fed
Fund” sobre o retorno dos portfolios, a influência de legislações entre diferentes jurisdições,
sendo objeto de estudos futuros.
v
ABSTRACT
According to the article “Effects of Financial Globalization on Developing Countries: Some
Empirical Evidence”, published by the International Monetary Fund on March 17, 2003, the
financial globalization, defined as na increase in the capital and investment flows between
countries, contributed to the development of the fixed income international market. Financial
resources to the payment of debts and investments in several productive sectors conducted
Governments to use externals funding. In this context, investors interested to obtain better
returns, buy securities, diversify their portfolios and they can reach gains under the coupons
they received and/or capital gain. The Markowitz’s job in 1952, entitled “Portfolio Selection”,
about the relation between risk and return was the great contribution to the Modern Finance
Theory. The contribution laid down on the distinction between the variability of an asset
return and the impact in the portfolio risk. Markowitz’ articles showed how to reach a
portfolio which provides the best relation between risk and return. This present study aim to
investigate whether the Markowitz’s article is applicable between January 2004 and
December 2005. For this purpose, all fixed income securities issued by the American,
Brazilian, Argentinean, Mexican and Venezuelan, in US Dollars, issuance date up to
December 2003 and maturity date higher than December 2005 were extracted from Euroclear
Bank (“Clearing House”). Quotations and additional data were obtained from Bloomberg
Financial Markets. Tests were conducted to assess the portfolios and, on average, when you
add securities from emerging countries at Latin America, the portfolio has a better return at
the same level of risk. Distribution tests on historical returns showed normality. Some
questions could not be answered, in special on the influence of raising Fed Fund rates on
portfolio returns and the influence of legislations in different jurisdictions, being subject for
future articles.
1
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................... 3
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................................... 4
LISTA DE ANEXOS...................................................................................................................... 5
1. O Problema de Pesquisa.............................................................................................................. 7
1.1 Formulação do Problema.......................................................................................................7
1.2 Justificativa do Tema...........................................................................................................12
1.3 Hipóteses de Estudo ............................................................................................................14
1.4 Definição de amostras ........................................................................................................15
2. Moderna Teoria de Portfolios e Eficiência de Mercado ........................................................... 17
2.1 Conceito de Risco................................................................................................................17
2.1.1 Atitude dos investidores perante o risco.....................................................................19
2.2 Teoria da Utilidade esperada..............................................................................................20
2.3 Moderna Teoria de Portfolios..............................................................................................22
2.4 Diversificação Internacional...............................................................................................29
2.5 Mercados emergentes..........................................................................................................32
2.6 Por que os investidores deveriam investir no Brasil?..........................................................35
2.7 Modelo CAPM ....................................................................................................................36
2.8 Linha de Mercado de capitais..............................................................................................38
2.9 Críticas ao modelo CAPM...................................................................................................39
2.10 Eficiência de Mercados .....................................................................................................40
3. Títulos de Dívida e Globalização.............................................................................................. 47
3.1 Globalização........................................................................................................................47
3.2 Títulos de Dívida .................................................................................................................53
3.3 Emissão de títulos de dívida................................................................................................60
3.4 Clearing Houses (Câmaras de Liquidação) .........................................................................62
3.4.1 Clearstream (Cedel) / Euroclear Bank.........................................................................63
3.4.2 DTC (Depositary Trust Company) ..............................................................................64
3.4.3 Federal Reserve ...........................................................................................................65
3.5 Moeda de emissão ...............................................................................................................65
3.5.1 Gerenciamento de risco ...............................................................................................65
3.5.2 Custos de tomar emprestado........................................................................................66
3.6 “Common Law” versus “Civil Law”...................................................................................69
3.6.1 Leis Civis (“Civil Law”)..............................................................................................70
3.6.2 Leis Comuns (“Common Law”)..................................................................................70
3.7 Precificação de Títulos de Dívida........................................................................................71
3.8 Yield (Retorno)....................................................................................................................73
3.9 Risco de default e precificação............................................................................................76
3.10 Fatores que afetam o valor dos eurobônus ........................................................................78
3.10.1 Diferenças em Risco de Default ................................................................................79
3.10.2 Liquidez.....................................................................................................................79
3.10.3 Impostos.....................................................................................................................79
3.10.4 Taxas de recuperação.................................................................................................79
3.10.5 Idade ..........................................................................................................................80
3.11 Duration.............................................................................................................................80
2
4. Método e Metodologia .............................................................................................................. 83
4.1 O Método.............................................................................................................................83
4.2 Retorno ................................................................................................................................83
4.3 Risco....................................................................................................................................84
4.4 Testes não-paramétricos ......................................................................................................84
4.5 Teste de Kolmogorov-Smirnov...........................................................................................85
4.6 Testes Paramétricos.............................................................................................................87
4.7 Teste das séries para aleatoriedade......................................................................................89
5. Resultados Obtidos e Considerações Finais.............................................................................. 91
5.1 Análise da performance de carteiras internacionais com a inclusão de ativos brasileiros ..91
5.2 Performance de carteiras com ativos americanos, brasileiros e de outros países da América
Latina.........................................................................................................................................96
5.3 Análise da eficiência informacional do mercado de títulos de dívida.................................99
Fonte: Elaborado pelo autor ....................................................................................................101
5.4 Considerações Finais.........................................................................................................101
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................... 103
3
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Comparação entre compra de Eurobônus individuais e a constituição...........................9
Tabela 2 – Balanço Fiscal e Público e Dívida Externa ..................................................................11
Tabela 3 – Síntese da fontes e tipos de dados ................................................................................16
Tabela 4 – Estudos sobre interdependência de mercados ..............................................................34
Tabela 5 – Países com maior e menor crescimento Econômico x Integração Financeira .............49
Tabela 6 – Ativos e Passivos externos (em bilhões de dólares), 1980 a 2003..............................51
Tabela 7 – Estudos sobre a indústria de títulos de renda fixa ........................................................55
Tabela 8 – Participantes do processo de emissão de títulos de dívida ...........................................61
Tabela 9 – Componentes de um “Offering Circular”.....................................................................62
Tabela 10 – Processos realizados pelo DTC ..................................................................................65
Tabela 11 – Moedas de emissão.....................................................................................................68
Tabela 12 - Fatores que influenciam as moedas de emissão..........................................................69
Tabela 13 – Hipóteses e Metodologia............................................................................................83
Tabela 14 – Valor de mercado das emissões..................................................................................91
Tabela 15 – Carteiras da fronteira eficiente (Estados Unidos).......................................................93
Tabela 16 – Carteiras da fronteira eficiente (Estados Unidos e Brasil) .........................................94
Tabela 17 – Análise dos retornos das diferentes carteiras e teste t ................................................95
Tabela 18 – Carteiras com Títulos Brasileiros...............................................................................97
Tabela 19 – Carteiras internacionais formadas por ativos brasileiros,...........................................97
Tabela 20 – Análise dos retornos das diferentes carteiras e teste t ................................................98
Tabela 21 – Teste de Kolmogorov-Smirnov para normalidade .....................................................99
Tabela 22 – Resultados do Teste de Skewness ............................................................................100
Tabela 23 – Resultados do Teste de Kurtosis ..............................................................................100
Tabela 24 – Resultados do Teste de Autocorrelação ...................................................................100
Tabela 25 – Resultados do Teste para aleatoriedade (Mediana)..................................................101
Tabela 26 – Resultados do Teste para aleatoriedade (Média)......................................................101
4
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Emissão de títulos de dívida..........................................................................................13
Figura 2 – Emissão de títulos de dívida .........................................................................................14
Figura 3 – Preferências do investidor em relação ao risco.............................................................20
Figura 4 – Fronteira eficiente.........................................................................................................28
Figura 5 – Fronteira eficiente (Conjunto de ativos com risco) ......................................................29
Figura 6 – Risco Total versus Número de ativos no portfolio .......................................................31
Figura 7 – Oportunidades de investimentos em ativos de risco.....................................................39
Figura 8 – Ciclo de Alto Crescimento Econômico ........................................................................49
Figura 9 – A indústria de títulos de renda fixa..............................................................................54
Figura 10 – Descrição de um título de dívida para um investidor .................................................56
Figura 11 – Informações financeiras de um título de dívida..........................................................57
Figura 12 – Datas e pagamento de cupom/principal de um título de dívida..................................58
Figura 13 – Taxas de juros de um título Americano de 10 anos...................................................73
Figura 14 – Paridade BRL/USD e Brazil 2040..............................................................................75
Figura 15 - Paridade BRL/USD e os “C” Bonds...........................................................................76
Figura 16 – Classificação de risco pelas agências de rating ..........................................................78
Figura 17 – Carteiras da fronteira eficiente (Estados Unidos).......................................................94
Figura 18 – Fronteira eficiente para ativos brasileiros e americanos.............................................95
Figura 19 – Trajetória da Fed Fund (Janeiro de 2004 a Dezembro de 2005) ................................96
Figura 20 – Fronteira eficiente com títulos da América Latina .....................................................98
5
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Americano................................................108
Anexo 2 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Brasileiro..................................................109
Anexo 3 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Venezuelano.............................................109
Anexo 4 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Argentino .................................................109
Anexo 5 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo México .....................................................110
Anexo 6 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Americano .............110
Anexo 7 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Brasileiro ...............112
Anexo 8 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Venezuelano ..........114
Anexo 9 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Argentino...............115
Anexo 10 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Mexicano.............115
6
7
1. O Problema de Pesquisa
1.1 Formulação do Problema
A grande necessidade de recursos financeiros para o pagamento de dívidas e investimentos em
diversos setores produtivos faz com que os governos utilizem-se de captações externas.
Com o avanço da tecnologia da informação, fruto da globalização dos mercados, investidores
podem comprar e/ou vender ativos mais facilmente. Algumas razões para que os investidores
disponibilizem seus recursos na aquisição e composição de uma carteira de títulos de renda fixa
são encontrados abaixo:
i. Ferramentas operacionais, provenientes do avanço da tecnologia, como
Bloomberg Financial Markets (fonte de informações), Euroclear/Cedel (Câmaras
de Compensação internacionais, conhecidas como “Clearing Houses”) e Bancos
de Investimentos fazem com que o processo seja claro e atrativo ao investimento;
ii. Diversificação internacional de ativos na composição de carteiras: é possível
comprar papéis emitidos em qualquer lugar do mundo e constituir uma carteira de
títulos;
iii. Especialização na gestão de ativos por instituições permitindo assessorar os
investidores na composição de carteiras de acordo com o perfil de risco do cliente;
iv. Os custos dependerão do volume transacionado e da instituição financeira que
estará prestando o serviço para o investidor. Os custos mais freqüentes:
8
Corretagem: cobrada pelos profissionais que assessoram os investidores na
compra dos títulos de dívida;
Custódia: cobrados pelas câmaras de liquidação internacionais (“Clearing
Houses”) e repassados para os investidores (clientes).
v. Ganhos superiores: os títulos podem possibilitar a obtenção de retornos maiores
aos que seriam conseguidos caso os recursos fossem apenas aplicados em
mercados considerados menos arriscados (títulos americanos e europeus);
Outras modalidades de investimentos podem não ser tão atrativos em termos de custos como o
mercado de títulos de renda fixa. Por exemplo, fundos comercializados no mercado brasileiro
cobram taxa de administração como percentual fixo sobre o patrimônio líquido do fundo.
Também, a existência de custos de performance, incidente sobre a diferença, quando positiva, de
rentabilidade do fundo em relação a um índice de referência previamente estabelecido pode
torná-los não competitivo quando comparados com o mercado de renda fixa.
Segundo a corretora americana Merrill Lynch (2004), uma vantagem importante dos títulos de
renda em detrimento das outras modalidades de investimento é a renda regular que eles
possibilitam para o investidor. A estratégia de comprar títulos de dívida individuais e mantê-los
até o vencimento tem fornecido, historicamente, ganhos de renda (juros de cupom) maiores que
ganhos de capital. Porém, ao gerenciar as carteiras de eurobônus e, conseqüentemente, sua
diversificação, acarreta não somente ganhos de juros de cupom mas, também, ganhos de capital
(aumento de preços dos títulos no decorrer do tempo).
A tabela 1 mostra uma comparação entre investimentos em eurobônus individuais e uma carteira
gerenciada de títulos de renda fixa:
9
Tabela 1 - Comparação entre compra de Eurobônus individuais e a constituição
de uma carteira gerenciada de títulos
Bonds individuais Carteira gerenciada de bonds
Riscos de crédito e taxa de juros não são gerenciados
Riscos de crédito e taxas de juros são monitorados e
ativamente gerenciados baseando-se nos objetivos da
carteiras
Apenas segurar os títulos até o vencimento pode não
ser a melhorar alternativa pois não ocorreria a
diversificação e oportunidades do mercado
Diversificação aproveitando oportunidades das taxas de
juros e crédito
Retornos estão na forma de juros de copom somente, a
menos que o investidor venda os títulos
Retornos pode estar na forma de juros de copom e
através de ganhos de capital
Investidor deve fazer pesquisas independentes para
selecionar emissões e monitorar carteiras diariamente
A carteira é gerenciada profissionalmente através de
pesquisas e análises de mercado
Fonte: Merrill Lynch (2004)
As desvantagens para o investidor quando constitui uma carteira de investimentos por meio de
títulos de dívidas:
i. Conflito de interesses entre os profissionais (instituições) e investidores;
ii. Falta de transparência, uma vez que os títulos são comercializados no mercado
secundário, sem a necessidade de uma Bolsa de Valores;
Além das desvantagens descritas acima, os investidores estão sujeitos a alguns riscos
relacionados aos títulos de dívida globais. Os riscos relacionados aos títulos de dívidas globais
são:
i. Risco em relação à paridade de câmbio, uma vez que os títulos podem ser emitidos em
diferentes moedas;
ii. Incerteza na precificação dos eurobônus, uma vez que são negociados no mercado
secundário;
iii. Os eurobônus podem conter provisões que permitem o emissor de modificar as
características dos títulos de dívida sem o consentimento dos detentores dos títulos
(conhecidos como “Bondholders”)
10
Segundo o banco de investimentos JP Morgan Chase (2005), alguns riscos relacionados ao
investimento em títulos de dívida brasileira são:
i. Código de leis brasileiras (“Civil Law”, originada do direito romano) diferencia-se das
leis de outros países, como os Estados Unidos (“Common Law” – originadas do
direito Anglo-Saxão);
ii. Os déficits correntes do Brasil podem deixá-lo vulnerável a choques externos e, dessa
forma, redução de investimentos externos diretos;
iii. Uma desvalorização significativa na moeda corrente pode provocar efeitos adversos
sobre a economia e sobre a dívida pública;
iv. Grandes choques sobre a dívida pública fizeram das finanças públicas brasileiras
suscetíveis a choques adversos e conduzem o país a uma persistência negativa na
dinâmica de dívida púbica. A taxa dívida pública brasileira sobre o Produto Interno
Bruto (PIB) de 1995 a 2003 cresceu de 28.1% para 61.7%. Em Julho de 2005, a razão
figurava em 51.3% de acordo com o Banco Central do Brasil.
v. Fatores externos influenciam a performance da economia brasileira:
a. Taxa de juros do mercado financeiro no exterior;
b. Impacto devido a mudanças nos ratings do Brasil;
c. O impacto devido a mudanças dos preços das commodities;
d. Condições econômicas nas exportações brasileiras;
e. As decisões das instituições financeiras internacionais sobre os termos de seus
acordos financeiros com o país.
vi. Fatores externos influenciam a performance da economia brasileira:
a. Condições econômicas e de negócios do Brasil;
b. Taxa de câmbio corrente e futura do país;
c. Reservas de moeda internacionais;
d. Nível de dívida doméstica;
11
e. Inflação doméstica;
f. A habilidade do país para efetuar reformas econômicas;
g. O nível de investimentos externos diretos;
h. O nível das taxas de juros brasileiras.
O investidor, interessado em maximizar o seu retorno e minimizar o risco, deve buscar
diversificar os títulos na constituição de suas carteiras para que o objetivo seja atingido
(Markowitz, 1952).
A Tabela 2 mostra o desempenho dos balanços fiscais entre os períodos de 2002 e 2004 de alguns
países, a trajetória da dívida governamental entre 1997 e 2004 e total da dívida externa entre 2000
e 2004.
Tabela 2 – Balanço Fiscal e Público e Dívida Externa
Comparando-se Brasil e Argentina, utilizando os dados da Tabela 2, houve um salto
extremamente grande da dívida pública Argentina de 2000 (55% do PIB) para 2004 (111% do
PIB). O Brasil aparece com uma melhoria no Balanço Fiscal, de um déficit de 5.1% do PIB em
2002 para déficit de 2.7% em 2004. O total da dívida externa cresceu; porém, menos relevante
que o crescimento da dívida Argentina. O Brasil, por apresentar melhorias em suas contas
públicas devido aos superávits primários, moeda mais estável e controle da inflação, tem sido
procurado pelos grandes investidores internacionais.
12
O objetivo do trabalho é mostrar a aplicabilidade da Moderna Teoria de Carteiras desenvolvida
por Harry Markowitz na diversificação internacional de ativos na formação de carteiras de
investimento entre os anos de 2004 e 2005. A Moderna Teoria de Portfolios seria aplicável na
constituição de portfolios de renda fixa entre os anos 2004 e 2005?
1.2 Justificativa do Tema
A grande necessidade de fundos para pagamento de dívidas e investimentos em vários setores
produtivos faz com que os governos utilizem-se de captações externas para o financiamento de
suas dívidas. Em 2005, o Brasil alcançou um feito histórico: fez sua primeira emissão no
mercado internacional em moeda nacional (Reais). Folha online do dia 15 de setembro de 2005:
“O Tesouro Nacional informa que concedeu aos bancos JP Morgan e Goldman Sachs para
atuarem como agentes para a emissão de título denominado em reais no mercado
internacional... A vantagem para o governo de uma emissão desse tipo é ficar livre do risco
cambial, evitando que forte oscilação na cotação do dólar no momento de fazer o pagamento da
dívida ocasione despesas extras”.
A BBC Word em 19 de setembro de 2005:
“Quando o Brasil finalmente vendeu seus primeiros eurobônus globais em sua própria moeda,
fez muito mais do que enfatizar a resistência dos investimentos brasileiros aos últimos quatro
meses de turbulência. O Brasil deu um passo gigantesco na direção de reforçar seus mercados
domésticos e sua economia”.
O jornal O Estado de São Paulo de 19 de setembro de 2005:
“A captação de recursos no exterior com a emissão de títulos brasileiros cotados em reais pelo
governo brasileiro atingiu US$ 1,5 bilhão, equivalente a R$ 3,4 bilhões... O Brasil tem interesse
nesse tipo de operação porque reduz o risco cambial da dívida externa, já que em uma emissão
em moeda local o risco passa a estar atrelado às condições da economia nacional. Uma
13
operação do governo também servirá de referência (benchmark) na fixação de custos ou prazos
para lançamentos semelhantes de empresas brasileiras”.
A figura 1 mostra o tamanho do mercado de emissão dos títulos de dívida no ano 2000.
Figura 1 - Emissão de títulos de dívida
(em milhões de dólares americanos) em 2000
Emissão de títulos de dívida em 2000
1,350,000.00
1,400,000.00
1,450,000.00
1,500,000.00
1,550,000.00
1,600,000.00
1,650,000.00
1,700,000.00
1,750,000.00
1,800,000.00
1,850,000.00
Ja
neiro
Fevereiro
Mar
ço
Abr
i
l
Mai
o
J
u
nho
Julho
Agosto
Setemb
r
o
Out
u
bro
N
o
vembro
Deze
m
br
o
Fonte: Euroclear Bank
Pode-se observar que o volume financeiro de emissões de janeiro de 2000 a dezembro de 2004
cresceu de USD 1,4 trilhões para USD 4.7 trilhões (aumento de 235%), como mostra a figura a
seguir. Um mercado dessa magnitude é de extrema importância para estudo.
14
Figura 2 – Emissão de títulos de dívida
(em milhões de dólares americanos) em 2004
Emissão de títulos de dívida em 2004
-
500,000.00
1,000,000.00
1,500,000.00
2,000,000.00
2,500,000.00
3,000,000.00
3,500,000.00
4,000,000.00
4,500,000.00
5,000,000.00
Ja
n
e
i
ro
Fevereiro
M
arço
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ri
l
M
a
i
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Jun
h
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Julho
A
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o
s
t
o
S
e
te
m
b
r
o
Outubro
Novem
b
ro
De
z
e
mb
ro
Fonte: Euroclear Bank
1.3 Hipóteses de Estudo
As hipóteses testadas neste estudo foram:
1. Performance das carteiras com a inclusão de ativos brasileiros:
H
1,0
A performance de carteiras internacionais mantém-se inalterada após a inclusão
de Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Brasileiro;
H
1,1
A performance de carteiras internacionais melhora após a inclusão de Títulos de
Dívida emitidos pelo Governo Brasileiro.
2. Performance de carteiras com ativos americanos, brasileiros e de outros países da
América Latina
H
2,0
Carteiras com apenas ativos brasileiros tem performance melhor quando se inclui
ativos de outros países latino-americanos.
H
2,1
Carteiras com apenas ativos brasileiros tem performance inferior quando se
inclui ativos de outros países latino-americanos.
15
3. O mercado de títulos de dívida brasileiros é eficiente na sua forma fraca:
H
3,0
O mercado de títulos brasileiros é eficiente na forma fraca;
H
3,1
O mercado de títulos brasileiros não é eficiente na forma fraca;
1.4 Definição de amostras
Para a realização da análise, foram coletados a série histórica das cotações e retornos entre
janeiro de 2004 e dezembro de 2005 dos títulos de dívida emitidos pelos governos americano,
brasileiro, mexicano, argentino e venezuelano até 31 de dezembro de 2003. A amostra é formada
por:
83 títulos de dívida emitidos pelo Governo Americano (Anexo 1);
17 títulos de dívida emitidos pelo Governo Brasileiro (Anexo 2);
16 títulos de dívida emitidos pelo Governo Venezuelano (Anexo 3);
15 títulos de dívida emitidos pelo Governo Argentino (Anexo 4);
6 títulos de dívida emitidos pelo México (Anexo 5).
Foram coletados todos os títulos emitidos por esses governos utilizando a base de dados do
Euroclear Bank (Câmara de compensação internacional), onde estão cadastrados e são
comercializados todos os títulos globais. Após a coleta dos dados, foram eliminados os títulos
que não estavam de acordo com as regras de análise estabelecidas. São elas:
i. Verificação dos dados coletados no Euroclear. Foram eliminados os dados
incompletos quando também não encontrados no Bloomberg Financial Markets;
ii. Os títulos devem ter data de emissão até dezembro de 2003;
iii. Os títulos devem ter data de vencimento superior a dezembro de 2005;
iv. Os títulos não podem ser comercializados como Fundos ou “Private Equity”;
v. Emissões somente em dólares americanos, pois a maioria dos países em
desenvolvimento possuem o problema do “original sin” (item 3.5)
vi. No caso da Argentina, foram extraídos da amostra os títulos “em default”.
16
Utilizando a ferramenta de cotações de preços Bloomberg Financial Markets, foram coletados os
preços e retornos dos títulos para o período acima mencionado. A tabela 3 mostra os dados
coletados:
Tabela 3 – Síntese da fontes e tipos de dados
Dados Fonte de dados
Listagem dos títulos de dívida
Descrição dos títulos
- Data de Vencimento
- Código do Título
- Cupom
- Emissor
Preços
Retornos históricos
Euroclear Bank
Bloomberg
Fonte: Elaborado pelo autor
As limitações da pesquisa podem ser mencionadas abaixo:
a. Dificuldade da obtenção de dados sobre os mercados financeiros e de capitais.
Poucas são as fontes disponíveis e, de modo geral, os dados são relativamente
recentes. Dessa forma, a pesquisa empregou horizontes curtos, o que pode
comprometer alguns dos resultados obtidos;
b. Nem todos os dados coletados foram utilizados. Assim, conclusões ou
considerações aos resultados devem ser observados com maior cuidado;
A escolha desse período se deve aos seguintes fatores:
i. Emissão dos títulos de dívida emitidos em reais.
ii. Período pós-ataque de 11 de setembro de 2001, evitando problemas com os
dados;
iii. Fornece um número suficientemente grande de dados para a análise
estatística das variáveis envolvidas na pesquisa.
Os dados foram transportados do sistema Euroclear e do Bloomberg Financial Markets para
planilhas em Excel para análise.
17
2. Moderna Teoria de Portfolios e Eficiência de Mercado
2.1 Conceito de Risco
Segundo Bernstein (1997), a palavra risco vem do italiano risicare, que significa “ousar”. Gitman
(2004) conceitua como risco como probabilidade de prejuízo financeiro. Segundo Securato
(1993), risco de um ativo financeiro pode ser entendido como:
i. Probabilidade de fracasso: tendo como sua maior aplicação nos casos em que se
pode, de alguma forma, separar claramente sucessos e fracassos e é
particularmente interessante quando os efeitos dos fracassos e sucessos são
imediatos e decisivos, ressaltando, porém que o simplismo deste critério nem
sempre é possível de ser aplicado e, em grande maioria dos casos, implica perdas
de sensibilidade.
ii. Risco como desvio-padrão: parte do princípio de que dada uma distribuição de
probabilidades de uma variável aleatória objetivo, a decisão será tomada com base
na média da distribuição e, portanto, a grande questão é saber se esta média é uma
boa representação, ou não, da distribuição de probabilidades. Assim, ao tomar
uma decisão levando em consideração o valor médio da distribuição, está se
correndo o risco de que esta média não seja representativa da distribuição e, por
definição, este risco é o desvio-padrão da variável objetivo.
Estas medidas, diretamente relacionadas aos conceitos de risco utilizados em finanças foram
suficientes para o desenvolvimento de toda a Moderna Teoria de Portfolios por Markowitz em
1952. Markowitz, porém, ressaltava que a quantificação de risco também é dependente do tipo de
função utilidade do investidor.
18
Para os títulos de dívida, os principais riscos incorridos são:
i. Risco de crédito, definida como a perda econômica que o usuário final irá sofrer se a
contraparte não liquidar sua obrigação financeira no vencimento do contrato
derivativo.
1
As empresas, em geral, valorizam esse risco à base do custo de reposição
(o valor de mercado atual de um contrato idêntico).
ii. Risco de mercado, como incerteza sobre quanto à receita futura está exposta, como
resultado de variações no valor das carteiras compostas de instrumentos financeiros.
Esse risco é a conseqüência de buscar “formar mercados”, assumir posições e
gerenciar ativos e passivos nos mercados de taxas de juros, câmbio, ações e
mercadorias.
2
iii. Risco de liquidez x liquidação, surgindo quando uma empresa é incapaz de encontrar
mercado para reverter uma determinada posição. O risco de liquidação de uma
operação está relacionado à capacidade de pagamento da empresa. É a
impossibilidade de uma das partes do contrato em honrar suas obrigações no
vencimento.
iv. Risco legal, definida como a impossibilidade de perda como resultado de o contrato
estar em desacordo com a regulamentação existente, invalidando ou alterando os
retornos esperados. Representa a incerteza de garantir o cumprimento dele por vias
legais ou processo judicial. Esse risco pode ser minimizado quando as transações são
realizadas nos pregões das bolsa que utilizam contratos padronizados. No caso dos
títulos de dívida, instituições assinam documentação que regem as transações de
liquidação através de câmaras de compensação.
v. Risco operacional: potencial de perda causa por falha de informação, comunicação,
processamento da transação ou sistema de liquidação.
3
São perdas resultantes de
1
AICPA, Derivatives – Current Accounting and Auditing Literatura, 1994.
2
JP Morgan, Annual Report 2004.
3
Citibank, Annual Report 2004.
19
descumprimento (ou falta) de controle interno, montado para prevenir e detectar
problemas, tais como: erro humano, fraude, quebra de computador ou programa mal
feito. Esses problemas impedem o usuário final de alcançar seus objetivos financeiros,
operacionais e de reportar corretamente nas demonstrações financeiras.
Quando tratamos de títulos de dívida, todos os riscos acima mencionados estão presentes. O risco
de crédito está presente uma vez que a empresa/governo pode não pagar os juros de cupom e
principal durante a vida do título de dívida. Existe o risco de liquidação, operacional, legal. No
presente trabalho, o risco que terá um foco maior será o risco de mercado, em que os preços,
retorno e risco varia de acordo com notícias e eventos que ocorrem no decorrer do tempo.
2.1.1 Atitude dos investidores perante o risco
Em relação à atitude perante o risco, os investidores podem ser classificados em três grupos, de
acordo com Elton e Gruber (1995):
a. Avessos ao risco (risk-averse);
b. Neutros ao risco (risk-neutral);
c. Indiferente ao risco (risk-seeking).
A figura 3, adaptada de Elton e Gruber (1995), mostra exemplos de funções utilidades
4
para cada
um dos diferentes perfis de investidores:
4
Segundo HIRSHLEIFER & HIRSHLEIFER (1997), utilidade é a variável cuja magnitude relativa indica a direção
de preferência permitindo, portanto, definir explicitamente a predileção de uma cesta de bens em relação a outra.
KRITZMAN (1998) define utilidade como uma medida do grau de satisfação.
20
Figura 3 – Preferências do investidor em relação ao risco
Fonte: Elton e Gruber (1995)
Embora os indivíduos apresentem atitudes diferentes em relação ao risco, a observação do
comportamento humano sugere a predominância da aversão ao risco. Além de consistente com a
lei da utilidade marginal decorrente da riqueza
5
, este comportamento explica a compra de
seguros de bens, tais como carros e imóveis, em que o prêmio pago deve ser maior que a perda
esperada, no mínimo para cobrir as despesas da seguradora.
2.2 Teoria da Utilidade esperada
Segundo Simonsen (1994)
6
, grande parte da teoria econômica moderna desenvolveu-se à base do
princípio da racionalidade: entre várias possibilidades, o agente econômico escolhe aquela que
lhe maximize a utilidade. Esse postulado inspirou toda a microeconomia neoclássica: o
consumidor maximiza a utilidade dentro de suas limitações orçamentárias, a empresa maximiza o
lucro dentro de seu conjunto de possibilidades de produção.
5
Segundo Bernoulli (1738), o preço de um item depende apenas da coisa em si e é igual para qualquer um; a
utilidade, no entanto, depende das circunstâncias particulares da pessoa que faz a estimativa e ilustra esse fato
comentado que o ganho de um valor monetário pequeno é muito mais significativo para um pobre do que para um
rico, embora o montante seja o mesmo. Esse comportamento é conhecido como Lei da Utilidade Marginal.
6
Simonsen, M.H., “Ensaios Analíticos”, Editora da FGV, 1994.
21
Para poder generalizar sobre o comportamento de escolha do investidor, formulou-se um
conjunto de axiomas ou suposições, cujos mais importantes estão abaixo, conforme descritos por
Eugene Fama e Merton Milller em 1972
7
:
Sejam x, y e z cestas de bens (denominadas de “commodities”) apresentadas para se fazer
escolhas:
i. Comparabilidade: para cada par de cestas x e y, o tomador de decisão pode nos
dizer (a) que ele prefere x a y, ou (b) y a x, ou ainda (c) que é indiferente a possuir
x ou y;
ii. Consistência: sempre que o tomador de decisão preferir x a y e y a z, ele também
irá preferir x a z. Da mesma forma, se estiver indiferente entre possuir x ou y e y
ou z, também será indiferente a ter x ou z. Em princípio, o indivíduo, ao fazer sua
escolha, se comporta de modo consistente.
iii. Insaciedade de riqueza: o indivíduo irá preferir sempre ou, na pior hipótese, ser
indiferente, possuir mais de qualquer commodity, se ao mesmo tempo isso não
representar uma perda de outra commodity.
iv. Convexidade: supondo um indivíduo com uma cesta, contendo 20 livros e 3
entradas de cinema, e que se retira uma entrada. Sendo livros e entradas objetos
desejáveis para o indivíduo, dever-se-ia colocar mais 2 livros na cesta para mantê-
lo na mesma curva de indiferença (na verdade, compensando a retirada da
entrada). Agora, subtrai-se mais uma entrada do saldo existente de 2. A premissa
da convexidade pressupõe a colocação de, pelo menos, mais 2 livros (e talvez
mais) para manter o índice de utilidade inalterado. Quando a remoção do segundo
item requer uma compensação maior do que a do primeiro, diz-se que a curva de
indiferença é estritamente convexa. Quando a compensação exigida permanece a
mesma após sucessivas retiradas, a curva é linear, que é o caso de limite extremo
de convexidade.
7
Fama, Eugene e Miller, Merton, The Theory of Finance, Rinechart & Winston, 1972.
22
“Otimizar”, em finanças, significa maximizar retorno ou riqueza e minimizar risco. Quando um
investidor diversifica suas aplicações entre vários tipos, ele não está procurando maximizar seu
retorno ou riqueza, mas sim encontrar uma combinação entre retorno esperado e risco, preferível
a qualquer outra que lhe seja oferecida. Ao encontrá-la, o investidor te maximizado sua
utilidade esperada.
Nenhum investidor tem uma única curva de indiferença, mas várias, cada uma representando um
conjunto de ganhos e riscos esperados. Todas são igualmente avaliadas e cada investidor irá
aplicar naquela que lhe garanta a maior utilidade esperada.
Quando um investidor alcança uma carteira ótima (aquela que maximiza a utilidade esperada),
ele estará no ponto de tangência entre a fronteira eficiente e a curva de indiferença. Nenhuma
outra carteira factível trará tanta satisfação para o indivíduo quanto à localizada numa curva de
indiferença.
A Teoria da Utilidade Esperada, além das outras teorias de finanças desenvolvidas tem o intuito
de permitir que se defina, em termos matemáticos, que existem três tipos de indivíduos, ou três
comportamentos possíveis de um indivíduo, face ao risco de uma oportunidade de investimento:
a atração ao risco (“risk lover”), aversão ao risco (“risk aversion”) e a neutralidade ao risco (“risk
neutral”).
2.3 Moderna Teoria de Portfolios
Em 1952, Harry Markowitz escreveu o artigo “Portfolio Selection”, no qual chamava a atenção
para a prática de diversificação de carteira de ações e mostrava exatamente como um investidor
poderia reduzir o impacto das oscilações de retorno numa carteira de títulos, escolhendo ações
que não variassem do mesmo modo e em conjunto. Introduziu o conceito de Carteira Eficiente e
estabeleceu os princípios básicos para se montar essa carteira. “Antes do trabalho de Markowitz,
os investidores eram aconselhados a escolher as ações de maior qualidade (retornos esperados
mais altos), ou buscavam assessoria com o mesmo objetivo. Markowitz revolucionou o mundo
23
dos investimentos ao quantificar o conceito de risco de investimento. O dicionário define risco
como azar, perigo, exposição à perda ou ferimento... Markowitz quantificou o risco de
investimento como a variância em relação ao retorno esperado de um ativo”.
O trabalho de Markowitz de 1952, “Portfolio Selection”, sobre a relação entre risco e retorno foi,
sem dúvida, um marco na história na moderna Teoria de Finanças. A contribuição fundamental
foi a distinção entre a variabilidade do retorno de um ativo financeiro e seu impacto no risco de
uma carteira de investimento. O trabalho de Markowitz possibilita que, desde que se disponha de
um conjunto de dados, componham-se carteiras que forneçam o menor nível de risco para um
determinado nível de retorno de investimento.
A Teoria dos Portfolios tem a ver com incerteza: ela amplia o modelo econômico clássico de
investimento sob condições de completa certeza (Sharpe, 2000). Traz, também, subjacente o
conceito de risco, que, na concepção de Knight (1964), é o grau de incerteza a respeito de um
evento.
Após 1950, especialmente com Harry Markowitz, a moderna teoria de Finanças ganha impulso
com a publicação de seu artigo “Portfolio Selection” (1952). Para reduzir a variância do retorno
de um portfolio, deve-se evitar investir em títulos que possuam alta correlação. É possível
identificar um conjunto de portfolios que fornecem o maior retorno esperado para um
determinado nível de risco, ou o menor risco para cada nível de retorno esperado. Markowitz
mostra que o risco é uma variável não desejada na seleção do portfolio, uma vez que ignora o
efeito da diversificação do portfolio. A teoria do portfolio deveria avaliar projetos da mesma
maneira que os investidores avaliam os títulos que compram/vendem no mercado.
24
Markowitz (1952) assumiu algumas premissas para a formulação de sua teoria:
i. Os investidores avaliariam portfolios apenas com base no valor esperado e na
variância (ou o desvio padrão) das taxas de retorno sobre o horizonte de um
período;
ii. Os investidores nunca estariam satisfeitos. Quando postos a escolher entre dois
portfolios de mesmo risco, sempre escolheriam o de maior retorno;
iii. Os investidores seriam avessos ao risco. Quando postos a escolher entre dois
portfolios de mesmo retorno, sempre escolheriam o de menor risco;
iv. Os ativos individuais seriam infinitamente divisíveis, significando que um
investidor poderia comprar a fração de ação, se assim o desejasse;
v. Existiria uma taxa livre de risco, na qual um investidor poderia, tanto emprestar,
quanto tomar emprestado;
vi. Custos de transação e impostos seriam irrelevantes;
vii. Os investidores estariam de acordo quanto à distribuição de probabilidades das
taxas de retorno dos ativos, o que asseguraria a existência de um único conjunto
de carteiras eficientes.
Segundo Markowitz, considerando um portfolio com dois ativos, o retorno é a média ponderada
dos retornos individuais de cada ativo e risco, a variância, na qual é representada pela soma das
variâncias individuais dos ativos multiplicado pelo quadrado de seus percentuais mais a
covariância (mede como cada uma das duas variâncias movem-se em relação a outra).
25
O retorno do portfolio, matematicamente, é descrito como:
)12()1(
21
+
=
µ
µ
wwR
c
¾ µ
1
= retorno médio do ativo 1
¾ µ
2
= retorno médio do ativo 2
¾ w = participação percentual do ativo 1 na carteira
¾ R
c
= retorno da carteira
Markowitz considerou que os investimentos ocorrem sob condições de incerteza, de modo que o
resultado só é conhecido ao fim do período de maturação. Dessa forma, no instante da tomada de
decisão devemos tratar os retornos de cada um dos ativos como variáveis aleatórias e assim,
considerando-se um investimento em uma carteira de N ativos, temos que:
=
=
N
i
iic
wR
1
)22(
µ
¾ µ
i
= retorno do ativo i
¾ w
i
= participação percentual do ativo i na carteira
Markowitz (1952) contraria a teoria vigente de que o investidor estaria interessado em maximizar
o retorno esperado de sua carteira, pois caso fosse esse o desejado, ele colocaria todos os seus
recursos no ativo de maior retorno esperado e, no entanto, o fenômeno da diversificação, que
parte do princípio de não se colocar todos os ovos na mesma cesta, seria o mais sensato.
A fim de explicar porque tais investidores abriam mão de maiores rentabilidades, Markowitz
(1952) em seu artigo Portfolio Selection, construiu um modelo teórico no qual o investidor
racional toma suas decisões considerando não apenas o retorno do investimento, mas também,
seu risco. Aplicando esse conceito sobre uma carteira diversificada, observa que a satisfação do
investidor não ocorre investindo no ativo de maior retorno, ms sim com aqueles que maximize a
relação entre risco e retorno, assumindo que cada investidor possui uma atitude perante o risco.
26
Lembrando que a variância é dada por:
=
2
~~
)(var AAEA (2-3)
Aplicando esta definição na equação do retorno da carteira (4-2), obtém-se:
=
2
~~
)(var
c
cc
RRER
(2-4)
)92())((var
)82())((var
)72()()(var
)62()(var
)52(var
11
~~~
~
1
~
1
~
1
~
1
~~
2
1
~~
2
11
~~
=
=
=
=
=
∑∑
∑∑
∑∑
==
=
=
=
=
=
==
N
i
N
j
jjiijic
jj
N
i
iiji
N
j
c
N
j
jjj
N
i
iiic
N
i
iiic
N
i
N
i
iiiic
EwwR
wwER
wxwER
wER
wwER
µµµµ
µµµµ
µµµµ
µµ
µµ
Sabendo que
))((
~~
jjii
E
µµµµ
é igual a covariância entre
~
i
µ
e
~
j
µ
, então:
)102(;covvar
11
~~~
=
∑∑
==
N
i
N
j
jijic
wwR
µµ
Da equação acima (4-10), podemos obter a correlação das variáveis, que só pode assumir valores
entre -1 a +1.
27
)112(
varvar
;cov
;
~~
~~
,
~~
==
ji
ji
jiji
corr
µµ
µµ
ρµµ
Considerando que a raiz da variância é o desvio-padrão, temos que:
)122(
,
11
2
~
2
==
∑∑
==
jiji
N
i
N
j
jic
c
wwR
ρσσσσ
Para dois ativos, o risco da carteira σ
c
(desvio-padrão) é dado por:
() ()( )
()
)132(cov121
2
1
21
2
2
2
2
1
2
++=
σσσσσ
wwww
c
Matricialmente, o risco da carteira pode ser descrito como:
[]
)142(
...
...
var...covcov
............
cov...varcov
cov...covvar
....
2
1
21
2221
1121
21
=
nnnn
n
n
nc
w
w
w
www
σ
¾ w = participação percentual do ativo 1 na carteira
¾ σ
1
= desvio padrão do ativo 1
¾ σ
2
= desvio padrão do ativo 2
¾ var
i
= variância dos ativos i
¾ cov
ij
= covariância entre os ativos i e j.
Combinando 2 ativos de risco, em função da correlação entre eles, Markowitz conclui que o risco
do portfolio resultante é menor que o de cada ativo individualmente considerado. Para um dado
retorno, o investidor espera obter o menor risco, ao passo que assumindo umvel de risco, o
investidor espera montar o portfolio que resulte em maior retorno.
Segundo Bernstein (1997), o objetivo de Markowitz foi utilizar a noção de risco para compor
carteiras para investidores que consideram o retorno esperado algo desejável e a variância do
retorno algo indesejável. O modelo mostra que, enquanto o retorno de uma carteira diversificada
28
equivale à média ponderada dos retornos de seus componentes individuais, sua volatilidade será
inferior à volatilidade média de seus componentes individuais.
De acordo com o modelo de Markowitz, a variância da carteira depende da covariância entre os
pares de ativos, a qual por sua vez depende da correlação entre os ativos. Assim, quando dois ou
mais ativos pouco relacionados compõem uma carteira de investimento, consegue-se um risco
menor que a média ponderada dos riscos individuais, auferindo um risco menor que o do ativo de
menor risco com um retorno maior que o deste ativo.
Considerando-se n ativos, as infinitas combinações de carteiras possíveis resultariam em um
compacto, delimitado por uma hipérbole. Dessa forma, tem-se um conjunto de pontos otimizados
na relação risco e retorno, denominado fronteira eficiente e sujeito às seguintes restrições:
(a)
Dado um nível de risco, não existe carteira com maior retorno;
(b)
Dado um nível de retorno, não existe carteira com menor risco.
Figura 4 – Fronteira eficiente
Fonte: Markowitz (1952)
29
A fronteira eficiente pode ser obtida através da maximização do retorno e, ao mesmo tempo, da
maximização do risco. O que equivale a maximizar a relação risco e retorno.
A figura 5 mostra a fronteira eficiente para três ou mais ativos. Na fronteira eficiente, observa-se
carteiras com maior/menor risco e carteiras com maior/menor retorno. Dependendo da atitude do
investidor perante o risco, o investidor optará por determinado ponto da fronteira eficiente.
Figura 5 – Fronteira eficiente (Conjunto de ativos com risco)
Fonte: Adaptado BRUNI e FAMA (1999)
2.4 Diversificação Internacional
Segundo Bernstein (1997), diversificação é uma admissão de quem não sabe o que fazer e um
esforço para ter uma performance média. A moderna teoria de portfolios Markowitz mostrou que
a diversificação pode reduzir ou, até mesmo, eliminar os riscos únicos. Ele também eliminou as
concepções ingênuas de diversificação, segundo as quais bastava colocar os ovos em vários
cestos diferentes e, quanto maior o número de cestos, maior a segurança.
Muitos investidores assumem posições em eurobônus internacionais o que é centro de muitos
modelos em economia e finanças. Bekaert e Harvey (2003), Karolyi e Stulz (2002), Lewis (1999)
e Tesar e Werner (1995) têm realizado pesquisas sobre eurobônus internacionais e sua
precificação.
30
Segundo Burger e Warnock (2003), o tradeoff risco-retorno para posições não sem hedge indica
que investidores de renda fixa não são suficientemente compensados pela risco de moedas
inerentes ao mercado de eurobônus locais. Isto sugere que para atrair e manter investidores
globais, um país deve ter um mercado de derivativos bem desenvolvido na sua moeda local (que
poderia eliminar o risco de moeda) ou emitir títulos em moeda estrangeira. O que ocorre é que
países emergentes têm dificuldade em emitir títulos em suas moedas locais, o que é chamado de
original sin”.
Fama (1976) prevê a importância da diversificação através da decomposição do risco total do
portfolio e supões que os ativos estejam igualmente distribuídos no portfolio. Dessa maneira, a
equação (2) pode ser apresentada como:
)152(
cov
1
2
1
1
1
1
2
+
=
=
=
=
n
nn
ij
n
j
i
n
i
n
i
i
c
σ
σ
Ao reduzir o risco total dos investimentos, o investidor deveria manter carteiras diversificadas,
em vez de concentrá-las em muitos poucos ativos. O grau de redução do risco de um portfolio
pela diversificação dependerá da correlação existente entre os ativos nele incluídos. Quanto
menor o nível de correlações, maiores as reduções obtidas.
31
Figura 6 – Risco Total versus Número de ativos no portfolio
Fonte: Gitman (2004)
Eun e Resnick (1984) argumentam que se os retornos dos ativos entre países apresentarem uma
correlação menor do que os retornos dentro de um país específico, espera-se uma redução ainda
maior da parcela de risco diversificável para ativos atribuídos internacionalmente.
Ibbotson et al. (1992) argumentaram que a diversificação internacional também se justificaria
graças a barganhas decorrentes da segmentação do mercado mundial como barreiras a
determinados investidores em certos países possibilitariam ganhos extras aqueles capazes de
contorná-las.
Burger e Warnock (2003) enumeram algumas variáveis que influenciam a alocação de recursos
para a compra de títulos de dívida. São eles: performance histórica (para os mercados
emergentes, o EMBI
8
, calculado pelo JP Morgan Chase), liquidez, ratings de crédito e barreiras
diretas ao investimento internacional.
A análise de Burger e Warnock (2003) indicam que nos últimos anos, os investidores têm
reduzido suas alocações de fundos para mercados de eurobônus não desenvolvidos. Isto, segundo
8
EMBI = Emerging Market Eurobônus Index, calculado pelo Banco JP Morgan Chase
Risco
diversificável
ou não-
sistêmico
Risco não-
diversificável
ou sistêmico
Número de ativos da carteira
Risco da
carteira
32
os autores, levanta a discussão de como se determina o desenvolvimento do mercado de
eurobônus. Eichengreen e Hausmann (1999) descreve o problema de “original sin” em que a
moeda local não pode ser usada para tomar emprestado no exterior ou internamente no longo
prazo. Sob esta variável, haveria a fragilidade dos balanços pelo descasamento de moedas, o que
pode levar um país a crises (Krugman, 1999; Schneider e Tornell, 2001; Aghion, Bacchetta e
Banerjee, 2001). Por exemplo, se os ativos da firma são em moeda local mas eles tomaram
emprestado em moeda estrangeira, uma depreciação na taxa de câmbio causará perdas no balanço
patrimonial da empresa. As firmas, então, reduzem seus investimentos, o que reduz suas
perspectivas futuras, que, por sua vez, geram mais depreciações na moeda.
Eichengreen, Hausmann e Panizza (2002) encontram que “original sin” é exógeno para as
condições dos países emergentes. Alguns fatores que podem explicar: as leis desses países (“Civil
Laws”) e performance passada de inflação. La Porta et al (1997) fornece evidências de que o
desenvolvimento do mercado de eurobônus é positivamente relacionado às Leis, o que implica
dizer que o “original sin” é endógeno.
2.5 Mercados emergentes
Agtmael (1993) argumenta que existem algumas razões para a inclusão de ações de países
emergentes em portfolios internacionais. Poderíamos ampliar fronteira dessas razões para os
títulos de dívida, que seriam:
i.
Redução de risco via diversificação;
ii.
Elevado crescimento econômico (e oportunidades de retorno mais alto);
iii.
Expansão da órbita de investimento visando identificar títulos sub-avaliados;
iv.
Mercados emergentes conteriam alguns produtos mais competitivos em
determinados setores de atividade;
v.
Os mercados emergentes ofereceriam oportunidades ainda não descobertas pela
maioria dos investidores internacionais;
vi.
Presença de investimentos institucionais em mercados emergentes tenderia a ser
menor.
33
Simos e Triantis (1994) destacaram que o potencial crescimento dos países emergentes
aparentaria ser muito maior do que aquele apresentado pela economia norte-americana. Além
disso, em relação à economia norte-americana, os mercados de capitais estrangeiros constituiriam
mais que 65% do valor global dos mercados acionários – mais da metade das oportunidades
mundiais de investimentos estariam fora dos Estados Unidos. Embora as economias emergentes
possam ser extremamente voláteis, estas volatilidades tenderiam a ser compensadas de forma
agregada.
Divecha (1993) estudou a formação de portfolios internacionais, analisada com base nas
performances de diferentes índices, dentre os quais o IFC Gobal Index de mercados emergentes e
o índice de portfolio global FT World Index. O autor encontrou melhoria na performance dos
investimentos, atribuída à não existência de correlação entre os países emergentes e os países
desenvolvidos. Ainda segundo Divecha, seria de se esperar que s correlações aumentem, assim
que associações e ligações econômicas e comerciais entre as duas classes de países se
identifiquem.
Empiricamente, Leite e Sanvicente (1995) analisaram o coeficiente de correlação entre as
variações dos índice Bovespa e as variações de alguns dos principais índices internacionais.
Foram analisados dois subperíodos:
i.
O primeiro analisou dados de janeiro de 1968 a maio de 1991, quando o Banco
Central emitiu a Resolução número 1832, que facilitou a abertura do mercado
nacional a investidores estrangeiros;
ii.
O segundo período envolveu os meses de junho de 1991 a dezembro de 1993.
Os resultados indicaram uma elevação generalizada dos coeficientes de correlação entre o
Ibovespa e os 14 outros índices analisados. A média dos coeficientes de correlação elevou-se de
cerca de 0,05 no primeiro período para cerca de 0,283 no segundo período.
34
Bruni e Famá (1999) analisaram os eventuais benefícios decorrentes de estratégias de
investimentos baseadas na diversificação internacional dos ativos e na aplicação do modelo
proposto por Markowitz (1952). Foram coletados e, posteriormente, analisados os retornos de
índices médios de ações de 20 diferentes países (Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá,
Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Japão,
México, Noruega, Peru, Suíça, Venezuela) entre os meses de janeiro de 1994 e dezembro de
1997. Os resultados encontrados ressaltaram os benefícios decorrentes da diversificação
internacional de investimentos: a construção de portfolios globais permite a obtenção de maiores
retornos sem, necessariamente, haver um aumento do nível de riscos corridos.
Pela inexistência de trabalhos que avaliaram títulos de dívida e, geralmente, empresas que
possuem ações cotadas em bolsas, posteriormente, emitem títulos de dívida, acredita-se que
resultados semelhantes e vantajosos frutos da diversificação ocorrerão, sendo o cerne deste
trabalho.
A tabela 4 mostra alguns trabalhos que se preocuparam em estudar evidências empíricas acerca
da interdependência dos mercados, adaptada de Pimenta Junior (1999, p.59-63).
Tabela 4 – Estudos sobre interdependência de mercados
Fonte: Adaptação de Pimenta Junior (1999, p.59-63)
35
2.6 Por que os investidores deveriam investir no Brasil?
A partir da mudança do regime cambial em 1999, a economia brasileira foi capaz de promover
um ajuste da conta corrente da ordem de 5.8% do PIB, liderado pelo crescimento das
exportações. O ajuste externo é captado por diferentes indicadores de endividamento, como as
razões pagamento de juros/exportação e dívida externa/exportação, que fecharam 2004 em
patamares próximos à metade dos níveis apurados em 1999.
Segundo o Relatório Anual de 2004, publicado pelo Banco Central do Brasil, os fluxos de
capitais estrangeiros direcionados às economias emergentes foram influenciados pela
continuidade do processo de redução das vulnerabilidades dessas economias às condições
financeiras internacionais, pelas oportunidades de investimentos criadas em meio ao maior
crescimento econômico desses países, pela elevação dos preços internacionais das commodities e,
ainda, pela expectativa de ganhos financeiros relacionados à possibilidade de mudanças nas
políticas cambiais rígidas adotadas por alguns países emergentes.
Ainda segundo o Relatório Anual de 2004, o crescimento das exportações tem-se constituído no
principal instrumento de ajuste externo, ratificando como essas têm propiciado um contínuo e
consistente ajuste das transações correntes, amplificando a capacidade de resistência da economia
brasileira a choques exógenos.
A melhora das transações correntes implicou uma redução substancial das necessidades de
financiamento externo, definidas como a diferença entre o saldo em conta corrente e o
investimento estrangeiro direto (IED). Essa redução das necessidades de financiamento externo
foi obtido mesmo tendo em vista que o IED diminuiu em relação aos valores relativamente
elevados observados entre 1998 e 2000, somando USD 10,5 bilhões nos 12 meses terminados em
abril de 2004.
36
Em relação às importações, a desvalorização cambial provocou a substituição de compras
externas por produção doméstica, especialmente a partir da segunda metade de 2001. O
cumprimento das metas fiscais, o desempenho positivo e persistente do comércio exterior e a
condução da política monetária visando, fundamentalmente, a manutenção dos ganhos inerentes à
estabilidade dos preços, criaram o ambiente propício à recuperação da economia, através do
crescimento do PIB, o volume de contratações de mão-de-obra no mercado formal, a intensa
elevação dos gastos de investimento e o superávit recorde da balança comercial, segundo o
Relatório Anual de 2004 divulgado pelo Banco Central do Brasil.
Dessa forma, o país tornou-se atraente para os investidores internacionais, interessados na
diversificação de seus portfolios.
2.7 Modelo CAPM
Markowitz examinou o mercado de ativos de risco pelo lado da demanda. Alguns anos após a
publicação de seu artigo, William Sharpe, John Lintner e Jan Mossin publicaram artigos
abordando a seguinte questão: Dado que todos os investidores usam o modelo de Markowitz,
como o mercado encontra o seu ponto de equilíbrio?
9
Além disso, o modelo de Markowitz apresentava grandes dificuldades no cálculo das
covariâncias entre os ativos, que eram calculadas 2 a 2. Uma simplificação poderia ser o uso da
correlação linear entre os ativos, que embutia em si o conceito de covariância.
A resposta veio no modelo denominado “Capital Asset Pricing Model – CAPM”. A primeira
grande idéia de Sharpe foi calcular o coeficiente de correlação linear dos diversos ativos com
apenas 1 ativo, definido como “ativo-padrão”, o que facilitou enormemente os cálculos, segundo
Securato (1996).
9
SHARPE, W.F., “Capital Asset Prices: a Theory of Market Equilibrium”; Journal of Finance, Set. 1964
LINTER, J. “The Valuation of Risk Assets and the selection of risky investments on stock portfolios and capital
budgets”, Review of Economics and Statistics, Feb. 1965.
MOSSIN, J.; “Equilibrium in a Capital Market”, Econométrica, Out. 1966
37
Segundo Fama e French (2004), o modelo CAPM assume que os investidores são aversos ao
risco e quando escolhem entre portfolios, eles somente se importam com a média e variância
sobre o retorno de investimento em um período. Além disso, outros pressupostos sustentam esse
modelo. São eles:
i.
Não existem custos de transação;
ii.
Os ativos são infinitamente divisíveis;
iii.
Não existe imposto de renda para pessoas físicas;
iv.
Nenhum indivíduo pode afetar o preço dos títulos, seja comprando ou vendendo;
v.
Ao tomarem decisões sobre seus portfolios,os indivíduos o fazem levando em conta
apenas as condições de risco e retorno;
vi.
Vendas a descoberto são livres;
vii.
Os indivíduos podem, de forma ilimitada, aplicar ou tomar recursos à taxa livre de
risco;
viii.
Todos os investidores possuem expectativas homogêneas e idênticas;
ix.
Todos os ativos são negociáveis.
Segundo James e Hamilton (1973), o trabalho original de Markowitz foi ampliado em dois
importantes aspectos: Sharpe mostrou a conseqüência de se incluir o ativo livre de risco numa
população de ativos, onde o investidor alocou seu fundos. Essa inclusão muda o conjunto de
oportunidades disponíveis ao investidor, permitindo a criação de melhores carteiras. Em outras
palavras, carteiras que contenham o ativo livre de risco serão superiores às carteiras eficientes
contendo somente ativos de risco.
Para se medir a validade de um modelo, este deve resistir ao teste do tempo, em que os fatos se
encaixam à teoria. Em parte, isto é correto. Primeiro, poucas pessoas poderão argüir a idéia pela
qual os investidores exigem maior retorno para aceitar maior risco. Por isso, o mercado de ações
remunera, em média, mais do que os títulos de renda fixa. Posto de outra forma, as taxas de
retorno de carteiras eficientes são diretamente relacionadas a seus desvios padrões. Segundo, os
aplicadores parecem mais preocupados com aqueles riscos que não podem ser eliminados por
meio da diversificação.
38
Por outro lado, o CAPM está voltado para retornos esperados, enquanto que observações
empíricas só podem ser feitas com retornos reais (ou passados). O preços dos títulos reflete não
só as expectativas futuras, mas também um grau de incerteza aleatório (boatos de queda de
ministro, maxi-desvalorização e outros). Além disso, a carteira de mercado deve incluir todos os
ativos de risco – debêntures, ações etc. E, por último, a maioria dos índices de retorno são
constituídos de uma cesta limitada de títulos.
2.8 Linha de Mercado de capitais
Luemberger (1998) argumenta que a inclusão de um ativo livre de risco na lista de possibilidades
é necessária para se obter realismo. Os investidores, invariavelmente, têm a possibilidade de
tomar dinheiro emprestado ou emprestar a uma taxa pré-fixada. No caso do portfolio de ativos,
aplicar em um eurobônus corresponde a um peso positivo, enquanto tomar dinheiro emprestado
implica em um peso negativo.
Aplicando as propriedades do ativo livre de risco nas equações para o retorno e risco de um
portfolio de dois ativos, obtemos o retorno esperado e o desvio-padrão para uma carteira formada
por um participação de α da taxa livre de risco e (1 – α) de um ativo de risco qualquer.
)172()1(
)162()1(
~~
~~
=
+=
i
p
if
p
rR
rErRE
σασ
αα
E, desta forma, as combinações entre a taxa livre de risco e qualquer ativo de risco devem sempre
resultar numa reta quando desenhadas em um gráfico de retorno por risco. Entretanto, se
aceitarmos que o investidor pode tomar dinheiro ou emprestar, à mesma taxa livre de risco, e
considerarmos todos os pontos do conjunto de alternativas de investimento em ativos de risco,
então existe uma reta que representa combinações que são preferíveis a todas as outras.
39
Esta reta é aquela que passa tangente à taxa livre de risco e a fronteira eficiente de ativos de risco
pois, nesse caso, para qualquer nível de risco que o investidor aceite correr, as carteiras nele
situadas são as que apresentam maior retorno. Nessas condições, a combinação
T, na figura
abaixo, corresponde ao portfolio ótimo de ativos de risco, e o processo de seleção da carteira
ótima do investidor passa a considerar tão somente a reta que une a taxa livre de risco e a carteira
T.
Figura 7 – Oportunidades de investimentos em ativos de risco
Fonte: Securato (1998)
E assim, a partir da carteira ótima de ativos de risco, o investidor precisa apenas definir qual a
participação do ativo livre de risco no portfolio total que melhor se adapta às suas preferências
por risco e retorno.
Essa condição é conhecida como a Teoria da Separação, pois implica o processo de Markowitz
para seleção de portfolio mais eficiente de ativos de risco é completamente separado da decisão
de como dividir o portfolio entre ativos de risco e livres de risco, segundo Bernstein (1997).
2.9 Críticas ao modelo CAPM
Fama e French (2004) argumentam que o grande problema do modelo CAPM é o grande número
de simplificações que o modelo assume. Por exemplo, o modelo CAPM diz que o risco de um
ação deveria ser medida por um amplo portfolio de mercado que, em princípio, incluiria não
40
apenas ativos financeiros negociados mas também bens duráveis, imobiliários e capital humano.
Argumenta ainda que o modelo poderia incluir eurobônus e outros ativos financeiros para a
composição do portfolio de mercado.
A contribuição de Tobin para a moderna teoria da composição de portfolios foi a constatação da
preferência pela liquidez como um comportamento alternativo ao risco, segundo Tobin (1958). O
modelo de Keynes sustentava que a liquidez, ou a manutenção de um determinado saldo em caixa
era inversamente proporcional ao valor da taxa de juro.
Tobin distingue duas razões para que alguém opte pela liquidez, ao invés de investir. A primeira
é decorrente dos saldos das transações: nem sempre se tem a clara noção de quando e se as
despesas superarão as receitas ou o contrário. Assim sendo, a manutenção de uma reserva de
liquidez garantiria recursos para cobrir as despesas quando estas superassem as receitas. A
segunda refere-se a decisões de investimento e composição de portfolios. Se um investidor vai
lhe render não apenas a taxa de juro mas, também, um ganho de capital, então ele aplicaria todos
os seus recursos nesse investimento. Se, ao contrário, ele esperasse que poderia ter uma perda de
capital maior do que o ganho proporcionado pela taxa de aplicação, então ele optaria pela
liquidez. Tobin refere-se à liquidez considerando não apenas a manutenção de dinheiro em caixa,
mas também recursos equivalentes, de acordo com Copeland e Weston (2003).
Se um investidor tiver aversão ao risco, ele emprestará dinheiro aplicando-o em um determinado
percentual à taxa livre de risco e destinando o restante do portfolio de mercado; seu portfolio
resultado estaria situado entre a taxa de retorno de mercado e a livre de risco, dependendo dos
percentuais alocados a cada um dos 2 ativos. No caso contrário, o investidor poderá tomar
dinheiro vendendo a descoberto e compondo uma carteira de maior risco que o do mercado, de
forma que seu portfolio se situe entre a taxa de mercado e a livre de risco.
2.10 Eficiência de Mercados
Segundo Fama (1970), a eficiência de mercado pode ser entendida como um local onde empresas
pudessem tomar decisões de produção e de investimento e investidores pudessem escolher os
41
ativos que representassem a posse dessas empresas (de suas atividades e decisões tomadas) sob a
prerrogativa de que os preços dos ativos sempre refletiriam inteiramente todas as informações
relevantes disponíveis.
De maneira geral, Fama (1970) diz que um mercado ideal é aquele no qual os preços fornecem
uma medida exata para a alocação de recursos, isto é, um mercado onde a s firmas podem tomar
decisões com a finalidade de levantar fundos para sua produção e investimento. Os investidores,
por outro lados, podem escolher dentre diversos títulos, aqueles cuja propriedade indique o
desempenho da firma, sempre na hipótese de que os preços desses títulos reflitam inteiramente as
informações disponíveis. Dentro dessas informações, encontram-se, também, aquelas referentes
ao dualismo risco-retorno.
Isto significa que num mercado eficiente, os preços indicarão o verdadeiro valor do bem e as
poupanças serão canalizadas para os investimentos mais produtivos, garantindo a alocação ótima
para o capital existente. Como os preços deverão refletir todas as informações disponíveis, eles
continuamente se ajustarão, à medida que chegam novas informações ao mercado.
Em 1976, Fama aprimora o conceito de eficiência, estabelecendo que o mercado não apenas
utiliza, mas utiliza corretamente toda informação disponível:
“Um mercado de capitais eficiente é um mercado que é eficiente no processamento das
informações. Os preços dos títulos observados a qualquer momento são baseados na avaliação
correta de toda informação disponível naquele momento. Num mercado eficiente, os preços
refletem completamente a informação disponível”.
Ross, Weserfield e Jaffe (2004) enfatizam a impossibilidade de obter VPLs
10
positivos num
mercado eficiente. Segundo os autores, mercados eficientes de capitais são aqueles nos quais os
preços correntes de mercado refletem as informações disponíveis. Isto significa que os preços
correntes de mercado refletem o valor presente subjacente dos títulos, e que não há maneira
alguma de obter lucros extraordinários usando as informações disponíveis. Este conceito possui
10
VPL = Valor Presente Líquido, que significa trazer os fluxos de caixa ao valor presente ao se descontar por uma
taxa de juros.
42
profundas implicações para os administradores financeiros, porque a eficiência de mercado
elimina muitas estratégias de aumento de valor para as empresas. Num mercado eficiente não
pode haver oportunidades de VPL positivo. Em particular, num mercado eficiente:
i.
Os administradores financeiros não são capazes de se antecipar a movimentos de
preços de títulos de renda fixa e ações;
ii.
Uma empresa pode vender tanto ações ou títulos de dívida quanto deseje sem
temer a queda de seus preços;
iii.
Os mercados de ações e de títulos de renda fixa não podem ser afetados por
inflacionamento artificial dos lucros contábeis.
Copeland e Weston (2004) ressaltam as diferenças entre os conceitos de mercado eficiente e
mercado perfeito. As seguintes condições são necessárias para que se tenha um mercado perfeito:
i.
Não existem custos de transação ou impostos;
ii.
Todos os ativos são perfeitamente divisíveis e negociáveis;
iii.
A competição nos mercados de produtos e títulos é perfeita;
iv.
A informação obtida sem custos e de forma simultânea por todos os indivíduos;
v.
Todos os indivíduos agem de forma racional com a finalidade de maximizar a
utilidade esperada.
Segundo Copeland e Weston (2004), num mercado de capitais eficiente, os preços refletem de
forma completa e instantânea toda informação relevante disponível. Isto significa que quando os
ativos são negociados, os preços são indicadores exatos para alocação de capitais.
Segundo Fama (1970), é possível definir três tipos de eficiência, em função do significado
atribuído à expressão informação relevante, e agrupados sob formas denominadas fraca, semi-
forte e forte.
43
i.
Eficiência forte Î Posteriormente denominada por Fama (1999) de testes de
informação privada, expressa que nenhum investidor possa obter retornos
anormais usando qualquer informação, mesmo com base em dados confidenciais,
que não foram tornados públicos;
ii.
Eficiência Semi-forte Î Mais tarde denominada por Fama (1991) de estudos de
eventos, expressa que nenhum investidor possa obter retornos extraordinários,
baseado em quaisquer informações públicas (relatórios anuais de empresas,
notícias publicadas em jornais, revistas etc.);
iii.
Eficiência fraca Î Denominada de testes de previsibilidade de retornos por
Fama (1991), tal forma expressa que nenhum investidor possa obter retornos em
excesso através da análise dos preços históricos. Em outras palavras, as
informações contidas nos preços (ou retornos) passados não são úteis ou
relevantes na obtenção de retornos extraordinários.
Tais hipóteses não são mutuamente excludentes mas testam a eficiência do mercado em
diferentes níveis. É necessária a validade da hipótese anterior para se concluir a validade da
hipótese seguinte.
Uma observação relevante, neste ponto, de acordo com Fama (1970), todo o modelo de eficiência
de mercado está baseado na análise de três hipóteses, cada uma se tornando uma hipótese nula
extrema. Portanto, não se pode esperar que sejam literalmente verdadeiras. Esta divisão em
categorias do tipo fraco, semi-forte e forte tem como objetivo nos permitir apontar em que nível
de informação a hipótese é rejeitada.
Segundo Fama (1970), historicamente as atenções dos estudos nesta área iniciaram-se com testes
da forma fraca, até que o acúmulo de evidências que apoiavam a hipótese de eficiência neste
nível redirecionou os trabalhos para testar a forma semi-forte, analisando a velocidade com que
os preços se ajustavam a novas informações divulgadas publicamente, tais como relatórios
anuais, anúncios de proventos, novas emissões de títulos etc. Finalmente, as atenções focalizaram
a forma forte, procurando identificar se grupos de investidores, como os administradores de
44
carteiras de fundos mútuos possuem acesso monopolístico a informações relevantes não
divulgadas.
A forma forte de eficiência (preços refletem todas as informações, inclusive as possuídas pelos
insiders) é verificada, de acordo com Ross et al. (1995) através da verificação de retornos
oriundos de operações realizadas por pessoas que possuam informações internas e privilegiadas.
Segundo o autor, mesmo os mais fervorosos defensores da hipótese de mercado eficiente não se
surpreenderiam se fosse verificado que os mercados são ineficientes na forma forte. Afinal de
contas, se um indivíduo possui informação que mais ninguém tem, é provável que possa ganhar
alguma coisa com isso.
Grossman e Stigliz (1982) propuseram uma pré-condição para a forma forte de eficiência: custos
de transação e custos para a obtenção de informações (custos para adequar preços a informações)
sempre nulos. Entretanto, uma forma mais fraca, e economicamente mais sensível da hipótese de
eficiência, pode ser encontrada em Jensen (1978). Segundo este autor, para a verificação da
eficiência bastaria que os “preços refletissem as informações no ponto onde o benefício marginal
de agir de acordo com a informação (lucros a serem feitos) não excedessem os custos
marginais”.
Uma das maneiras de se testar a hipótese forte é analisar o desempenho dos fundos mútuos.
Primeiro, se seus administradores tem acesso a algum tipo especial de informação, que lhes
permita gerar lucros esperados anormais. Segundo, se alguns fundos são capazes de descobrir tais
informações especiais de maneira mais eficaz de que outros. O critério de desempenho será medir
a habilidade dos fundos em produzir retornos mais elevados do que alguma regra que não tente
determinar o que é responsável por esses retornos elevados. No entanto, pode ser que essa
informação especial, que leva a um melhor desempenho, não passe de um sagaz discernimento
sobre as implicações que teriam as informações publicadas, mais do que está implícito no preço
do mercado ou no acesso monopolístico a informações especificas.
O principal problema de usar fundos mútuos é desenvolver um padrão de normalidade contra o
qual o desempenho possa ser medido. O padrão deve representar os resultados de uma política de
investimento baseado na hipótese de que preços refletem integralmente todas as informações
45
disponíveis. Se supusermos, também, que os investidores são geralmente avessos ao risco e
querem recompensa pelo risco assumido, precisaremos definir risco e avaliar os fundos
relativamente a uma padrão para um dado nível de risco.
Se os modelos de equilíbrio assumem premissas de mercados eficientes, a própria eficiência só
pode ser testada para um conjunto de ativos que possuam níveis diferentes de risco, através da
utilização de um modelo que permita fazer considerações e ajustes em relação a estes riscos.
Sendo assim, ao serem encontrados outros fatores, além do beta, que, de forma significativa,
apresentam relação com os retornos observados, surgiria a dúvida se esta característica seria um
indicador de mercados ineficientes, ou de falha de especificação do modelo de equilíbrio
empregado.
Sanvicente (1988) destacou que em relação aos estudos sobre a eficiência de mercados
internacionais, as pesquisas modernas poderiam ser agrupadas em duas linhas distintas:
i.
A primeira é que os estudos que se preocuparam em medir o grau de integração
entre mercados com base em algum modelo de precificação de riscos, ajustado
por eventuais barreiras transacionais, não previstas nos modelos mais usuais de
precificação;
ii.
A segundo nos trabalhos que apenas analisaram o comportamento das séries
temporais, com o objetivo do estudo de conteúdo informacional de uma série para
a evolução de outras séries.
46
47
3. Títulos de Dívida e Globalização
3.1 Globalização
Segundo Goldenstein (1995), a globalização é vista como um fenômeno recente que se iniciou na
década de 80, significando uma verdadeira revolução na medida que suas bases tecnológicas,
produtiva, comercial e financeira sofreram mudanças radicais.
Na literatura, pode-se encontrar várias definições para o termo globalização. Scholte (2000)
enumera cinco grandes dimensões:
i.
Globalização como internacionalização: define como o aumento das
relações entre os países (trocas de mercadorias e interdependência),
intensificando os fluxos de investimento e capital.
ii.
Globalização como liberalização: definida como o processo de remoção
de restrições governamentais entre países para criar uma economia
mundial com a abolição das fronteiras regulatórias e controle de capital.
iii.
Globalização como universalização: processo de disseminar culturas e
experiências pelo mundo através de computador e televisão.
iv.
Globalização como modernização: capitalismo, racionalismo,
industrialização e democracia como os pilares para o mundo moderno,
destruindo culturas pré-existentes.
v.
Globalização como deterioração: não existem mais as fronteiras
estabelecidas nos mapas geográficos.
48
Dessa forma, a globalização pode ser definida de diversas maneiras, dependendo do nível que se
deseja focalizar. Pode-se falar sobre a globalização do mundo inteiro, de um país, de um só setor
industrial, de uma única empresa, ou, até de determinada atividade ou função dentro de uma
empresa. Em nível mundial, a globalização significa a crescente interdependência econômica
entre os países, que se reflete nos fluxos de bens, serviços, capital e know-how que atravessam
fronteiras.
Para o presente estudo, os várias definições acima podem ser utilizadas. Investidores, em
qualquer lugar do mundo, podem negociar títulos de dívida, não existindo barreiras para a
comercialização, graças a ferramentas operacionais, frutos da evolução tecnológica.
Segundo o FMI
11
(2003), a globalização financeira, definida como ao aumento dos fluxos de
capitais e investimentos entre os países, contribuiu para o aumento da taxa de crescimento dos
países em desenvolvimento por meio de inúmeros canais. Isto afeta os determinantes do
crescimento econômico (poupança doméstica, redução do custo de capital, transferência de
tecnologia de países desenvolvidos para os em desenvolvimento e desenvolvimento do setor
financeiro doméstico). Sob este ponto de vista, quando investidores compram títulos de dívida
brasileiros, estão financiando projetos nacionais sem a necessidade de se instalarem no país.
Porém, o FMI também argumenta que isso aumenta a exposição às crises internacionais,
fenômenos que ocorreram durante a crise dos Tigres Asiáticos, Rússia, México e Argentina
recentemente.
A Figura 8 mostra como o Fundo Monetário Internacional entende como um elevado crescimento
econômico é atingido:
11
Fundo Monetário Internacional, relatório publicado no site www.imf.org, em 17 de março de 2003.
49
Figura 8 – Ciclo de Alto Crescimento Econômico
Canais diretos Canais indiretos
* Aumento da poupança doméstica * Promove especialização
* Menor custo de capital * Induz ao estabelecimento de políticas bem definidas
* Transferência de tecnologia * Aumento do fluxo de capital pelo
* Desenvolvimento do setor financeiro estabelecimento de políticas bem definidas
Integração financeira internacional
Alto Crescimento Econômico
Fonte: FMI (2003)
Apesar da crescente globalização, nem todos os países estão igualmente integrados na economia
global, principalmente por apresentarem algumas características comuns como: crise da dívida
externa, a elevada inflação provocada pelo descontrole fiscal, a redução dos investimentos e a
conseqüente perda de dinamismo econômico e pressões unilaterais por parte dos Estados Unidos
que restringiram políticas de desenvolvimento. Para Govindarajan e Gupta (1998, p. 03), alguns
indicadores-chave para avaliar a integração global da economia de um país podem ser
representados pelo volume de exportações e importações em relação ao PIB, os fluxos de entrada
e saída de investimentos estrangeiros diretos e indiretos e o fluxo de entrada e saída de royalties
associados à transferência de tecnologia. A tabela 5 mostra a diferença entre os países em termos
de integração global.
Tabela 5 – Países com maior e menor crescimento Econômico x Integração Financeira
Economias que mais
V
ariação no PIB Mais integrados Economias que menos
V
ariação no PIB Mais integrados
cresceram entre (Produto Interno Bruto) Financeiramente? cresceram entre (Produto Interno Bruto) Financeiramente?
1980 - 2000 1980 - 2000
China 391.6 Sim / Não Haiti -39.50 Não
Coréia 234.0 Sim Nigéria -37.80 Não
Cingapura 155.5 Sim Nicarágua -30.60 Não
Tailândia 151.1 Sim Togo -30.00 Não
Botsuana 135.4 Não Burundi -20.20 Não
Hong Kong 114.5 Sim Venezuela -17.30 Sim / Não
Malásia 108.8 Sim África do Sul -13.70 Não
Índia 103.2 Sim / Não Jordânia -10.90 Não
Chile 100.9 Sim Paraguai -9.50 Não
Indónesia 97.6 Sim Equador -7.90 Não
Sri Lanka 90.8 Não Peru -7.80 Sim
Fonte: FMI (2003)
50
A redução das taxas de juros nos Estados Unidos e em alguns países da Europa nos anos 90
permitiram uma elevação dos fluxos de capitais para os países em desenvolvimento, incluindo o
Brasil, mas principalmente para aqueles que tinham efetuado planos de estabilização baseados em
reformas liberais. A partir de 94, os Estados Unidos voltam a elevar as taxas de juros, reduzindo
o volume de capitais e pressionando os países com problemas em transações correntes, como o
México.
A tabela 6 mostra o crescimento dos ativos e passivos externos desde os anos 80. Países
desenvolvidos ampliaram seus ativos internacionais em 1476%, sendo o Japão com o maior
crescimento percentual (2081%). O Brasil teve um crescimento de 860% nos seus ativos
externos, sendo a Coréia o país de maior crescimento percentual (3075%).
Em relação aos passivos externos, os países industrializados tiveram um crescimento parecido
aos dos ativos externos (1471%), sendo os Estados Unidos o principal responsável (1895%). Os
países em desenvolvimento tiveram um aumento menor, em comparação aos países
industrializados e ativos externos, no valor 662%, estando a Malásia o de maior crescimento
(1010%). O Brasil teve um crescimento de 367% em seus passivos externos.
Vários autores apontam que a globalização tem conduzido a um efeito disciplinar nas políticas
macroeconômicas uma vez que os fluxos de capitais internacionais respondem adversamente a
políticas macroeconômicas imprudentes (Fisher, 1997; Stiglitz, 2000).
51
Tabela 6 – Ativos e Passivos externos (em bilhões de dólares), 1980 a 2003
1980 1985 1990 1995 2000 2003
Ativos externos
Países industrializados
2,287 3,975 9,701 15,334 26,810 36,039
América do Norte 668 1,310 2,331 4,107 7,914 8,454
Estados Unidos 584 1,185 2,119 3,754 7,265 7,680
Europa 1,474 2,232 5,522 8,659 16,066 24,311
França 203 265 722 1,292 2,323 3,317
Alemanha 216 308 1,017 1,579 2,504 3,867
Reino Unido 519 838 1,695 2,342 4,400 6,293
Ásia e Pacífico 145 433 1,848 2,568 2,830 3,273
Japão 134 410 1,778 2,445 2,605 2,922
Países Emergentes
114 193 366 711 1,479 1,849
Ásia 28 72 166 384 948 1,193
China - 18 25 47 225 273
Coréia 4 7 17 58 103 127
Malásia 4 7 5 13 39 53
Tailândia 1
2 7 14 22 23
América Latina 55 80 126 214 325 386
Argentina 4 5 6 3 3 2
Brasil 10 19 29 51 74 96
México 9 21 37 50 45 30
Outros 31 42 74 113 206 270
Passivos Externos
Países industrializados
2,485 4,186 10,531 16,139 28,419 39,039
América do Norte 708 1,464 2,909 4,849 9,741 11,452
Estados Unidos 525 1,206 2,459 4,274 8,965 10,476
Europa 1,578 2,311 5,835 9,096 16,386 24,790
França 193 306 845 1,385 2,214 3,247
Alemanha 224 289 751 1,535 2,534 3,794
Reino Unido 508 755 1,762 2,426 4,497 6,429
Ásia e Pacífico 198 411 1,787 2,194 2,293 2,797
Japão 147 307 1,529 1,812 1,808 1,979
Países Emergentes
552 905 1,298 2,378 3,527 4,208
Ásia 138 284 493 1,125 1,626 2,116
China - 27 77 255 479 659
Coréia 33 59 55 147 195 293
Malásia 12 31 31 81 101 115
Tailândia 10
20 41 138 116 111
América Latina 267 395 492 819 1,247 1,310
Argentina 29 54 70 144 236 192
Brasil 90 121 153 241 403 420
México 66 108 134 230 309 362
Outros 147 226 313 435 654 782
Fonte: Lane e Milesi-Ferreti (2005), FMI, International Financial Statistics
Outras características da globalização financeira são taxas de câmbio flexíveis em vez das taxas
fixas e ajustáveis, liberdade em vez de controle sobre o movimento de capitais, predomínio do
crédito direto securitizado no mercado internacional de capitais em vez do crédito intermediado
pelo sistema bancário, predomínio dos capitais privados em substituição aos créditos oficiais, de
governos e organismos internacionais e, por fim, ampla desregulamentação, liberalização e
integração dos mercados financeiros, a nível nacional e internacional. A liberalização e as
52
inovações financeiras significaram a ampliação dos movimentos de capitais, o desenvolvimento
das instituições financeiras não bancárias, uma maior variação das taxas de juros e de câmbio,
bem como a criação de novos produtos e mecanismos financeiros destinados a ampliar os ganhos
e a deduzir os riscos dos investimentos financeiros internacionais.
Eichengreen (2000) coloca a flexibilidade das taxas de câmbio como uma das principais
características do regime de globalização financeira, pelas conseqüências que as mesmas
provocam nas demais variáveis econômicas e associa sua intensa oscilação ao incontrolável
movimento de capitais.
A estratégia do Plano Real consistiu basicamente na fixação da taxa de câmbio, como âncora
nominal dos preços, na ampla abertura financeira para facilitar o ingresso de capitais e na
elevação da taxa doméstica de juros, como atrativo de novos capitais e como elemento de
contenção da demanda e dos preços internos. Fazia parte da mesma estratégia acelerar o processo
de privatização, que funcionaria como novo estímulo aos investimentos externos e também como
reforço fiscal do Caixa do Tesouro.
O resultado imediato da valorização cambial provocou um elevado déficit na Conta Corrente do
Balanço de Pagamentos, tornando o País cronicamente dependente de recursos externos e exposto
a uma grande fragilidade financeira face aos movimentos especulativos de capitais e às crises
financeiras internacionais. A vulnerabilidade externa da economia brasileira se caracteriza pela
necessidade de financiamento para cobrir os déficits da Conta Corrente e as amortizações da
dívida externa, bem como pela excessiva abertura da Conta de Capitais e a insuficiência de
reservas internacionais.
Os novos fluxos de capitais teriam também a virtude de operar uma reestruturação produtiva da
economia brasileira, ao engendrar novo ciclo de investimentos e, por conseqüência, de
desenvolvimento nacional. Os novos investimentos, mais intensivos em tecnologia, fortaleceriam
a produtividade, e, por conseqüência, a competitividade externa da economia, elevando as
exportações e reduzindo as importações.
53
3.2 Títulos de Dívida
De acordo com o Securities Act of 1933, “Securities means any note, stock, treasury stock,
security future, bond, debenture, evidence of indebtedness, certificate of interest or participation
in any profit-sharing agreement, collateral-trust certificate, preorganization certificate or
subscription, transferable share, investment contract, voting-trust certificate, certificate of deposit
for a security, fractional undivided interest in oil, gas or other mineral rights, any put, call,
straddle, option, or privilege on any security, certificate of deposit, or group or index of securities
(including any interest therein or based on the value thereof), or any put, cal, straddle, option, or
privilege entered into on a national securities exchange relating to foreign currency, or, in
general, any interest or instrument commonly known as a security, or any certificate of interest or
participation in, temporary or interim certificate for, receipt for, guarantee of, or warrant or right
to subscribe to or purchase, any of the foregoing”
12
.
Um título de dívida (“Security”) pode ser entendido como um certificado que uma empresa
tomou emprestado certa quantia de dinheiro de uma instituição ou um investidor e promete
reembolsá-lo numa data futura de acordo com os termos previamente estabelecidos. Títulos de
renda fixa são emitidos no mercado primário e subseqüentemente, comercializados no mercado
secundário.
Fabozzi e Mann (2003) definem um eurobônus como um instrumento do mercado de capital
emitido por um tomador de fundos, que é então requerido a pagar ao investidor os fundos
concedidos mais os juros em um específico período de tempo.
Moulton, Bressan, Madnick e Siegel (2005) ressaltam que informações são recursos críticos na
indústria de títulos de renda fixa: informações sobre os títulos (se existem garantias ou não) e
seus emissores, informação sobre mercados, condições econômicas e acontecimentos,
metodologias e modelos. Bilhões de dólares de instrumentos de dívida são negociados todas as
semanas. Bancos/corretoras gerenciam os recursos em benefício de seus clientes sejam eles
pessoas físicas, planos de pensão, fundos. A figura 9 retrata a indústria de títulos de renda fixa:
12
Securities Act, 1933 – Regulamentação do Mercado de Securities nos USA
54
Figura 9 – A indústria de títulos de renda fixa
Fonte: Moulton, Bressan, Madnick e Siegel (2005)
Observa-se na figura 9 que os bancos e corretoras de valores são os principais intermediários para
a compra e venda de títulos de dívida no mercado internacional. Por meio deles, os emissores
conseguem obter compradores, uma vez que os bancos e corretoras possuem um amplo número
de clientes interessados em investir suas riquezas em busca de juros / dividendos.
Alguns estudos sobre títulos de dívida relatados neste capítulo são sumarizados na Tabela 7.
COMPRA
Investidores
institucionais
Gestores de
Investimento
Planos de
Pensão,
Fundos e
outros
investidores
Emissores
VENDA
Bancos de
Investimento
Corretores
(Brokers/Dealers)
Mercados
Informa
ç
ões
Subscrição
Negócios
$
$
Grande Investimento
de capital
Pequena
capitalização
com alto
volume
Fundos
investidos
Fundos
resgatados,
pagamentos
de cupons e
principal
Vendas
Compras
55
Tabela 7 – Estudos sobre a indústria de títulos de renda fixa
Fonte: Elaborado pelo autor
Em geral, o emissor dos títulos paga os juros de 6 em 6 meses referentes aos cupons enquanto o
título existir. Quando o título atinge a data de vencimento, o emissor paga o valor da dívida (ao
par, o que significa 100% do valor contratado) mais os juros referentes ao último período de
acúmulo. Exemplificando, o governo brasileiro emitiu um título com vencimento em 2040. As
características, conforme figura 10, são:
56
Figura 10 – Descrição de um título de dívida para um investidor
Fonte: Bloomberg Financial Markets
Os títulos são geralmente emitidos a taxas de cupom que sejam atraentes aos investidores com a
finalidade de que seja pago o valor ao par na emissão. Após a emissão, os juros de cupom
começam a ser acumulados para que sejam pagos nas datas de pagamento de cupons definidos
durante a emissão. Os preços cotados não incluem os juros que são acumulados entre datas de
pagamento de cupom. Se um título é comprado entre períodos de pagamentos de cupons, o
comprador deverá pagar ao vendedor os juros acumulados, de acordo com o método de cálculo
definido na emissão.
Supondo que no dia 26 de novembro de 2004 um investidor comprasse USD 1,000,000 em valor
de face de um título emitido pelo Governo Brasileiro com vencimento em 2040. O preço naquela
data seria de 116.35% do valor de face. Considerando que o título paga juros de 11%
semestralmente, o investidor pagaria 99 dias de juros acumulados (USD 30,250.00) e um
principal de USD 1,163,500.00, totalizando USD 1,193,750.00. O retorno seria de 9.454%, risco
de 11.766% e duration modificada de 9.857 anos.
57
Figura 11 – Informações financeiras de um título de dívida
Fonte: Bloomberg Financial Markets
Analisando a figura 11, o investidor estará pagando o valor principal (valor de face multiplicado
pelo preço) mais o juros acumulados até o dia da liquidação. Nas datas de pagamento de cupom
pelo emissor do título de dívida, o investidor estará recebendo os juros respectivos ao montante
de títulos que ele comprou.
A figura 12 mostra quando e quanto um investidor receberia de juros caso tivesse comprado
1,000,000 desse título de dívida (título emitido pelo Governo Brasileiro com vencimento em
2040).
58
Figura 12 – Datas e pagamento de cupom/principal de um título de dívida
Fonte: Bloomberg Financial Markets
De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2002), há vários tipos de eurobônus:
i.
Eurobônus emitidos por governos (“Government Bonds”) – Títulos emitidos pelo
Governo de um país. Os títulos emitidos pelo governo dos Estados Unidos são
conhecidos por T-Bills ou T-Notes;
ii.
Eurobônus Corporativos (“Corporate Bonds”) – títulos emitidos por empresas
privadas com a finalidade de captar recursos para financiar seus ativos reais (Real
Assets).
13
iii.
Eurobônus emitidos com desconto no preço (“Discount Bonds”) – títulos que não
possuem pagamentos de cupons e são vendidos com desconto de seu valor de face.
Dessa maneira, o investidor pagará menos de 100% para comprá-lo e receberá a
diferença no vencimento.
13
Bodie, Kane e Marcus (2002) conceituam o que são os “real assets” e os “financial assets”. Segundo os autores, os
Real Assets seriam os ativos reais que seriam financiados pelos Financial Assets, que são os ativos financeiros
(títulos, ações) como meio de captação de recursos.
59
iv.
Eurobônus com provisões de recompra (“Call Provisions on Corporate Bonds”) –
títulos corporativos emitidos por empresas privadas que possuem cláusulas na emissão
que permitem chamar (“call”) os títulos de volta, ou seja, permite que a empresa
resgate os títulos mediante pagamento do principal mais os juros referentes ao
período.
v.
Eurobônus conversíveis (“Convertible Bonds”) – títulos que dão os proprietários o
direito de convertê-los a um determinado número de ações da companhia.
vi.
Eurobônus com cláusula de venda (“Puttable Bonds”) – títulos que dão o direito aos
proprietários de exercer a opção de venda à empresa em datas estabelecidas durante o
processo de emissão. Geralmente, coincidem com as datas de pagamento dos juros
acumulados.
vii.
Eurobônus com taxas flutuantes (“Floating-rate Bonds”) – títulos que possuem suas
taxas de cupom flutuantes. O valor da taxa de cupom dependerá da taxa de juros
praticadas no período de pagamento dos juros.
Atualmente, algumas inovações em títulos de dívida têm ocorrido. Destacam-se:
a)
Reverse floaters – títulos com características semelhantes as de cupom flutuante. Porém, as
taxas de cupom caem quando os juros aumentam. Exemplo: títulos emitidos vinculados a
LIBOR. Quando a LIBOR aumenta, os juros que o título paga, caem. Destacam-se as notas
emitidas pelo Banco Central Europeu (BCEE), bancos de investimentos no exterior, como
Royal Bank of Scotland, Barclays Capital, Inc.
b)
Asset-backed Bonds – títulos que têm seus cupons relacionados à rentabilidade de suas
empresas. Bodie, Kane e Marcus (2002) colocam que a Walt Disney emitiu títulos que tinham
seus cupons relacionados aos royalties de seus filmes.
60
c)
Catástrofe Bonds – títulos emitidos baseados em catástrofes.Electrolux emitiu títulos que
previam nenhum pagamento de principal caso houvesse um terremoto no Japão.
d)
Indexed Bonds – Eurobônus que possuem seus pagamentos relacionados a um índice de
preços ou de uma “commodity” em particular.
3.3 Emissão de títulos de dívida
Existem vários tipos de emissores de títulos de dívida: governos e agências federais, autoridades
governamentais locais, organizações supranacionais (como o Banco Mundial) e corporações. A
natureza do emissor influenciará a maneira pelo qual o título será visto pelo mercado.
Embora cada emissão de títulos seja regida por procedimentos próprios às características do
eurobônus a ser lançado, de uma maneira geral, todos os tipos de instrumentos de captação de
recursos no exterior seguem um processo padronizado de lançamento. Há dois tipos de emissões:
straight issues (emissões do tipo diretas, ou seja, quando há somente um único título sendo
lançado, em uma única série ou tranche) e
medium-term note program (conjunto de emissões,
caracterizado pela emissão em várias tranches, com datas de emissão, vencimentos e valores
distintos. Através de um programa, podem ser emitidos diferentes títulos). Na Tabela 8, os
participantes do processo de emissão.
61
Tabela 8 – Participantes do processo de emissão de títulos de dívida
Fonte: Deutsche Bank London (2005)
Uma vez definido o formato da operação e escolhidos os parceiros do emissor, inicia-se um
processo de Due Diligence, que se caracteriza pelo levantamento detalhado e criterioso de
informações à respeito do emissor. O processo leva, em média, uma semana e é planejado e
conduzido pelo Lead Manager com o auxílio dos Legal Advisors. Durante esse período, os
representantes desses dois membros passam boa parte do tempo nas instalações do emissor,
conhecendo todas as áreas do emissor. Após a compilação de todos os dados, análise de balanços
e discussão sobre as principais estratégias do emissor, o Lead Manager, em conjunto aos Legal
Advisors, estarão aptos à confeccionar o Offering Circular.
O Offering Circular é o documento que será divulgado aos investidores potenciais. Deve ser o
mais fiel, transparente e atualizado retrato do Emissor, que se responsabiliza pela veracidade das
informações constantes no prospecto. É uma espécie de propaganda do emissor para os
investidores, e o Lead Manager, além de torná-la clara e objetiva, tem de fazer um bom trabalho
de marketing para que o título seja emitido pelo emissor torne-se atraente para os investidores.
Na Tabela 9 é detalhada a estrutura de um “offering circular” oferecido aos investidores para
especificar as características do título de dívida que eles estão comprando. Informações tais
62
como: como será utilizado o dinheiro captado na emissão, a existência ou não de clausulas de
recompra ou venda antecipada, datas de pagamento de cupom e principal, a forma pela qual os
títulos serão comercializados, isto é, em quais câmaras de compensação (“Clearing Houses”) os
títulos serão transacionados. Conhecendo a estrutura do título de divida, os investidores são
capazes de mensurar o risco de comprar o título de dívida.
Tabela 9 – Componentes de um “Offering Circular”
Agente Descrição
Principal Paying Agent (Agente Pagador)
Funciona como o agente centralizador do fluxo de pagamentos da operação. Auxilia o emissor na liquidação financeira da operação,
recebendo os pagamentos de juros e principal do emissor e distribuindo-os aos investidores através de câmaras de liquidação
(Euroclear/Cedel/DTC). É comum indicar-se mais de um Agente Pagador em uma emissão, geralmente todos da mesma instituição
financeira, porém, localizados em diferentes lugares, caso haja necessidade do pagamento ser feito em localidades diferentes daquela em
que ao gente titular se encontra.
Clearing Systems (Sistemas de
Liquidação Internacional – Euroclear,
Cedel, DTC)
Câmaras de liquidação participam do processo de emissão, pois, através delas todos os títulos são distribuídos aos investidores. Atuam em
parceria com o Lead Manager e, uma vez acionadas, registram o título no sistema e confirmam o Common Depositary (Banco Depositários
dos títulos emitidos que possuem aval das Câmaras de Compensação para fazê-lo).
Listing Agent (Agente de Listagem) Representante da emissão pública junto a Bolsa de Valores (normalmente em Luxemburgo), onde os títulos serão listados.
Legal Advisors (Advogados)
A
dvogados externos (em Nova York ou Londres) e internos (no país do emissor) para o processo de emissão. Os Legal Advisors são muito
importantes pois atuam no sentido de conferir à documentação a mais absoluta fidelidade, além de assegurar que todos os aspectos legais
da emissão estejam cobertos.
Co-Manager (Agentes colaboradores) Bancos atuantes no mercado, convidados pelos Lead Manager para participar da emissão.
Fiscal Agent (Agente fiscalizador)
A
uxilia o emissor no tocante aos procedimentos operacionais de emissão e autenticação de cada título. Em caso de alguma divergência no
valor coupons, principal ou moratória dos títulos, o agente fiscalizador deverá ser o agente que deverá organizar medidas para que as
disputas sejam resolvidas.
Issuer (Emissor)
Empresa/Governo de um país, com necessidade de captar recursos no exterior. Geralmente, o emissor é levado ao mercado internacional
devido à escassez de recursos financeiros de médio e longo prazo, aliada ao alto custo de captação interna. Cabe ao emissor a escolha
dos outros integrantes do processo de emissão.
Lead Manager (Agente de Lançamento)
Banco ou corretora, participante ativo do mercado financeiro internacional. Deve possuir capacidade para distribuição dos títulos aos
investidores no exterior e atuar, também, como o organizador da operação, coordenando e compilando o trabalho de levantamento de
dados sobre o emissor.
Fonte: Deutsche Bank London (2005)
3.4 Clearing Houses (Câmaras de Liquidação)
A necessidade do mercado de eliminar riscos na liquidação das operações de eurobônus levou à
criação de Câmaras de Compensação, conhecidas como “Clearing Houses” que proporcionaram
aos seus depositários altíssimo grau de segurança na liquidação uma vez que realizam a
entrega/recebimento de ativos e o recebimento/pagamento destes ativos simultaneamente. As
duas principais câmaras de compensação da Europa são Euroclear Bank (Bélgica) e Clearstream
(Luxemburgo), conhecida como Cedel.
Além das câmaras européias, destacam-se, ainda, Federal Reserve e o DTC (Mercado
Americano). Todas as câmaras citadas tem administrações independentes mas se comunicam
63
entre si para liquidações através de um Global Agent (Agente Global) e de seus depositários
(Common Depositary). O Global Agent para as câmaras de compensação é o Morgan Guaranty
Trust Company of New York
14
, em Londres, exceto para o Federal Reserve, que é o the Bank of
New York.
Os investidores compram/vendem títulos utilizando os serviços de instituições financeiras e estas
mantém em custódia os títulos nas câmaras de compensação. A seguir, uma breve descrição das
principais câmaras de compensação.
3.4.1 Clearstream (Cedel) / Euroclear Bank
Câmaras de compensação, concorrentes entre si, criadas na década de 70 em decorrência da
necessidade de se eliminar riscos na liquidação das operações com eurobônus, causados
basicamente pela distância entre países e por diferenças de fuso horário e língua entre os
participantes. Em geral, oferecem aos seus clientes os seguintes serviços:
i.
Transferência e custódia dos títulos: a partir de instruções recebidas dos clientes,
transferem títulos contra recebimento do valor em moeda equivalente, em um
processo simultâneo. Efetuam, também, o papel de custodiante dos títulos de seus
clientes, auxiliando por um banco depositário, que realiza a custódia física do título.
ii.
Recolhimento e distribuição de juros / dividendos e principal: em processo
automático, apresentam os cupons para pagamento e, após a confirmação de
recebimento dos valores do agente pagador, creditam as contas de seus clientes com o
valor de juros proporcional ao total de títulos custodiados para o cliente no dia
anterior ao pagamento (Record date)
15
;
14
Morgan Guaranty Trust Company of New York é uma subsidiária do JP Morgan Chase & Co que oferece serviços
bancários e de custódia no mundo.
15
Record date é a data de parâmetro para pagamento dos juros. Todas as contas dentro dessas Câmaras de
Compensação que possuírem títulos na carteira, receberão o pagamento proporcional.
64
iii.
Exercício de direitos sobre ações e warrants: nos casos de clientes que possuam
títulos em conta com direito de opções ou warrants, as câmaras de compensação
auxiliam no processo de exercício das opções e conversão dos direitos;
iv.
Suporte a novas emissões: auxilia o Lead Manager na emissão e distribuição dos
títulos no mercado primário;
v.
Serviços de aluguel de títulos: intermediar serviços de aluguel de títulos, fazendo a
interface entre clientes que possuam títulos disponíveis na conta e desejam alugá-los e
clientes que necessitam alugar títulos para cobrir posições.
3.4.2 DTC (Depositary Trust Company)
The Depositary Trust & Clearing Corporation (DTCC) é uma “holding” constituída em 1999 para
consolidar sob a mesma corporação as infra-estruturas de liquidação dos Estados Unidos – a
NSCC (National Securities Clearing Corporation) e o DTC (Depositary Trust Company).
O DTC é uma “trust company” organizada sob as leis do estado de Nova York, membro do
sistema do Federal Reserve. Uma “clearing corporation”
16
registrada sob as provisões do
parágrafo 17ª do US Securities Act of 1934. DTC mantém em custódia securities (títulos de
dívida e ações) de seus participantes.
O DTC tem função similar a do Euroclear Bank e Clearstream. Porém, tem foco maior no
mercado americano, especialmente do mercado de ações. Alguns números do DTC podem ser
encontrados na Tabela 10.
16
Clearing corporation significa uma empresa constituída com o propósito de atuar como agente liquidante das
operações.
65
Tabela 10 – Processos realizados pelo DTC
Item de performance 2004 2003
Valor dos títulos liquidados
1.1 quadrilhão 923 trilhões
Valor dos títulos em custódia
28.3 trilhões 24.6 trilhões
Valor de Mutual funds comercializados
1.52 trilhões 1.54 trilhões
Valor de emissões
3.1 trilhões 2.8 trilhões
Dividendos e juros processados
1.281 trilhões 1.208 trilhões
em dólares americanos
Fonte: DTCC Corporate Communications (2005)
3.4.3 Federal Reserve
O Federal Reserve opera o Federal “book-entry system” que promove a liquidação de todos os
títulos emitidos pelo Governo Americano em dólares. O sistema oferecido pelo banco central
americano, agindo pelo the Bank of New York, concentra a maioria das liquidações do mercado
de títulos de dívida emitidos pelo Governo Americano (“Treasury Bills”).
3.5 Moeda de emissão
Segundo o relatório trimestral de 2005 publicado pelo Bank for International Settlements (BIS),
as emissões internacionais de eurobônus aumentaram significativamente nos últimos anos. O
mercado internacional atrai estudos sobre moedas e emissões dado que os emissores devem ser
bem conhecidos no exterior pelas suas fronteiras nacionais e os investidores são bem informados.
Como resultado, a assimetria de informações é considerada baixa. Segundo o BIS, os fatores que
influenciam a moeda de denominação das emissões de títulos são:
3.5.1 Gerenciamento de risco
Um tomador de dinheiro (o emissor) gostaria de “casar” os pagamentos de juros e principal de
suas emissões com as entradas de caixa que se espera receber das operações durante o ciclo de
vida do eurobônus, enquanto um investidor gostaria de “casar” os retornos de seus ativos com
suas despesas atuais e esperadas. Kedia e Mozumdar (2003) argumentam que as empresas
americanas que emitem títulos de dívida em moedas estrangeiras possuem renda estrangeira
significante para pagar os títulos que emitem e, também, o hedge de moedas no momento da
emissão dos títulos amplia o horizonte de explorar oportunidades de crescimento.
66
Pesquisadores do
BIS (2005) argumentam que com o desenvolvimento do mercado de
derivativos, as conseqüências de se emitir títulos em moedas não-nacionais tornou-se menos
importante, uma vez que esse descasamento pode ser facilmente eliminado através do hedge por
meio de Swaps e NDFs (Non-Deliverable Forwards).
17
Solnik (1974) conclui que a estratégia
ótima para diversificar internacionalmente seria alcançada ao se eliminar o risco das taxas de
câmbio por meio de hedge.
3.5.2 Custos de tomar emprestado
Em relação aos custos de tomar emprestado, alguns destes fatores refletem fatores institucionais,
custo que é partilhado entre emissores e investidores. O mercado para eurobônus denominados
em uma certa moeda deve estar sujeito a impostos ou regulamentos, ou prover liquidez para
investidores ativos. Grandes emissores desejam diversificar suas fontes de recursos para
assegurar o acesso ao mercado. Quando estas considerações são relevantes, os “tomadores”
emitiriam os títulos onde os custos institucionais são menores e o uso do mercado de swap exista
para que se pratique a exposição de risco desejada, de acordo com Stulz e Kim (1988). Segundo
Goldstein e Turner (2004), para os tomadores em economias emergentes, o escasso mercado de
dívida em moeda nacional é um problema bem conhecido. Neste caso, o mercado de swap tende
a ser subdesenvolvido. Dessa forma, os emissores são freqüentemente forçados a emitirem títulos
em outras moedas e, com isso, ter o “descasamento” na exposição de moedas.
A quantidade de eurobônus emitidos em uma dada moeda será determinada pela necessidade de
capital dos emissores, a necessidade de alocação de portfolio dos investidores e características
institucionais do mercado, utilizando-se dos diferenciais de taxa de juros ou tendências de taxa de
câmbio.
Há três razões principais que explicam porque os participantes do mercado são influenciados pela
taxa de juros ou taxa de câmbio em suas decisões para a denominação de moeda de emissão:
17
O montante de operações de Swap e NDF’s negociados para o travamento de pagamento de cupoms e principal de
títulos de dívida aumentou de USD 1.9 trilhões em Junho de 1998 para USD 7 trilhões em Junho de 2004, de acordo
com a pesquisa do Bank of International Settlements.
67
i.
Embora a teoria econômica padrão ensine que os movimentos da taxa de
câmbio deveriam perfeitamente contrabalançar diferenciais de taxas de juros,
um relacionamento conhecido como paridade de juros descoberta (UIP -
Uncovered Interest Parity), a evidência empírica para este relacionamento é
fraca. As evidências sugerem que investir em moedas arriscadas (high-yield
currencies) seria uma estratégia mais lucrativa para investidores; para os
emissores, seria preferível em moedas de menor risco (low-yield currencies).
ii.
Mesmo se os níveis de taxas de juros não estimem confiavelmente seus
movimentos futuros, elas poderiam estar associadas a diferenças nas
características do risco das taxas de câmbio. Uma moeda fraca poderia ser
percebida por incorporar um grande risco de futura fraqueza, enquanto uma
moeda forte seria vista como tendo uma grande possibilidade de
fortalecimento. Investidores avessos ao risco, então, prefeririam moedas forte,
mesmo se os retornos absolutos que são esperados sejam menores que os das
moedas mais fracas. Se emissores são relativamente menos aversos ao risco
que os investidores, então os emissores deveriam ser capazes que seus custos
de emissão pudessem acomodar a proteção ao risco que os investidores
demandam.
iii.
Os diferenciais de taxas de juros não devem estar totalmente refletidos em
preços nos derivativos de futuros de moeda como swaps e forwards. Os
estudiosos do mercado internacional de eurobônus freqüentemente estressam a
habilidade dos emissores de se aproveitarem de anomalias temporárias na
configuração dos yields dos eurobônus, taxas de swap de moedas e taxas de
NDFs, como mostra Grabbe (1996).
68
As emissões de eurobônus internacionais estão concentradas em um pequeno número de moedas,
particularmente em Dólares, Euros, Iene, Libra esterlina e Francos-suíços, como pode ser visto na
tabela 11:
Tabela 11 – Moedas de emissão
2002 2003 2004 1997 2000 2004 2000 2004
Á
sia -4.4 -4.1 -3.5 26.0 41.0 43.0 27.0 21.0
China -3.0 -2.5 -1.5 11.0 22.0 25.0 14.0 14.0
Í
ndia -9.5 -9.4 -9.1 59.0 66.0 78.0 25.0 19.0
Outros -1.8 -2.0 -1.8 25.0 55.0 45.0 58.0 41.0
América Latina -2.8 -2.5 -0.9 37.0 45.0 59.0 37.0 43.0
Ar
g
entina -1.5 0.5 2.7 35.0 46.0 121.0 55.0 111.0
Brasil -4.6 -5.1 -2.
7
34.0 49.0 52.0 36.0 34.0
México -1.2 -0.6 -0.4 47.0 42.0 44.0 26.0 21.0
Euro
p
a Central -5.2 -6.5 -4.3 40.0 36.0 45.0 45.0 42.0
Rússia 1.3 1.5 3.0 54.0 56.0 20.0 67.0 36.0
Tur
q
uia -12.6 -8.8 -3.9 53.0 57.0 81.0 60.0 53.0
Á
frica do Sul -0.7 -2.5 -2.1 49.0 44.0 38.0 28.0 19.0
Balanço Fiscal e público e dívida externa
Como % do PIB
Countries
Balanço Fiscal Dívida governamental Total da Dívida Externa
Fonte: Asian Development Bank; Economic Commission for Latin American and the
Caribbean; FMI; European Commission, Economic Forecasts; Institute of International
Finance; JP Morgan Chase; Emerging Markets Debt and Fiscal Indicators; Moody's;
De acordo com o estudo do Bank for International Settlements, um aumento no yield do
eurobônus local relativo ao dos Estados Unidos está associado com um aumento no uso da moeda
respectiva na emissão internacional do eurobônus e que quanto maior o yield dos títulos emitidos
pelo governo americano (US Treasuries), maior serão as emissões de títulos denominados em
dólares americanos.
O estudo foi conduzido a partir de duas regressões: uma específica com investimento nominal
como variável explanatória capturando a demanda do emissor e a outra como a variável país de
emissão. Os fatores analisados:
a.
O logaritmo da taxa de câmbio contra dólares americanos. Para os Estados
Unidos, a taxa de câmbio nominal efetiva foi utilizada;
b.
A diferença entre os títulos de 10 anos emitidos pelo Tesouro Americano (10-year
US Treasury) comparado com títulos de 10 anos do país de emissão. Para os
Estados Unidos, foi utilizada a diferença em relação aos títulos alemães;
69
c.
A diferença trimestral nominal de crescimento em investimento do país de
emissão e a média ponderada do PIB das taxas de crescimento para os países em
estudo. Pretende-se capturar o uso de eurobônus denominados em uma dada
moeda para hedgear os fluxos de caixa futuros naquela moeda resultantes dos
ativos reais.
d.
A participação das emissões de um país em relação ao total de emissões.
e.
Termo de tendência do tempo.
f.
Variáveis dummy para captar oscilações sazonais de moedas.
Os resultados estatisticamente significativos para o nível de taxa de mbio, como mostra a tabela
12:
Tabela 12 - Fatores que influenciam as moedas de emissão
O resultados encontrados são estatisticamente significantes para o nível de taxa de câmbio.
3.6 “Common Law” versus “Civil Law”
Segundo Walton Van-Jones (2000), diferentes jurisdições são unidades políticas que possuem
muitos sistemas legais. Essas diferenças seriam principalmente devido às diferentes colonizações
que tiveram.
Taxa de Taxa de Crescimento em País de
Câmbio
j
uros Investimento emissão R2
Dólares 0.27 ** 0.052 ** -0.002 0.408 ** 0.33
0.31 ** 0.049 ** 0.41
Marco Alemão 0.00 -0.047 ** 0.001 0.629 ** 0.30
0.07 -0.048 ** 0.67
Euro -0.09 0.002 0.003 0.464 0.56
-0.01 0.012 0.61
Iene -0.22 ** 0.004 0.005 ** 0.927 ** 0.80
-0.26 ** 0.004 0.78
Libra Esterlina -0.05 0.007 -0.001 0.329 * 0.11
-0.06 0.009 ** 0.16
Dólares Canadenses -0.01 * -0.006 ** 0.000 0.225 ** 0.66
-0.01 ** -0.006 ** 0.70
Dólares Australianos -0.06 ** -0.009 ** 0.001 ** 0.329 ** 0.45
-0.05 ** -0.007 ** 0.49
Francos-Suíços -0.03 ** -0.011 ** 0.001 * 0.225 * 0.85
-0.02 ** -0.012 ** 0.85
Todas as re
g
ressões foram estimadas compreendendo o período de 1993 a 2004.
** e * indicam 95 % e 90%, respectivamente, de intervalo de confian
ç
a.
Fonte: BIS (Bank for International Settlements)
Moedas
70
Tetley (2000) define sistema legal como “is an operating set of legal institutions, procedures, and
rules”. Basicamente, o sistema legal dos países se originam de duas leis: a Civil (“Civil”) e a
Comum (“Common”).
3.6.1 Leis Civis (“Civil Law”)
As leis civis (“Civil Law”) são leis que se originam da lei Romana, com o Código de Justiniano
(“Corpus Juris Civilis of Jusitinian”) e, subseqüentemente, desenvolvido na Europa Continental.
As leis romanas valorizam as leis sobre todos os indivíduos e, o imperador Justiniano, acima das
leis. Justiniano, quando compilou as leis, eliminou a jurisprudência. As leis civis se dividem em
duas tendências:
i.
Lei Romana codificada: vista no Código Civil Francês de 1804;
ii.
Lei Romana não-codificada: encontrada na África do Sul e Escócia.
As leis civis é altamente sistematizada e estruturada, confiando nas declarações, princípios gerais
e freqüentemente ignorando os detalhes.
3.6.2 Leis Comuns (“Common Law”)
As leis comuns (“Common Law”) se originaram na Inglaterra no século XI. Seus princípios
baseiam-se em julgamentos, geralmente realizado em cortes, em que situações e fatos específicos
são tratados. A lei comum é a base da lei privada dos Estados Unidos, províncias do Canadá e a
maioria dos países que foram colonizados pelo império britânico. Segundo Graff (2005), as leis
comuns são diferenciadas tanto em termos de relacionamento entre Estado e Cortes e
jurisprudência. Essas leis impõem menos requerimentos na apresentação de evidências,
testemunhas etc e, ao invés, oferece julgamentos. Em termos de jurisprudência, a tradição das leis
comuns é que os juízes têm grande poder de interpretação, sendo que as Cortes moldam e criam
leis durante mudanças nas circunstâncias.
71
Inúmeros estudos têm chamado a atenção dos investidores em relação à proteção dos ativos de
que adquiriram. Por existirem diferenças de legislações entre os países, os investidores, muitas
vezes, estão reféns da expropriação dos ganhos pelos “insiders”. No mercado acionário, pode
ocorrer a expropriação dos dividendos pelos acionistas ordinários em detrimento dos acionistas
preferenciais. No caso do mercado de renda fixa, mudanças inesperadas das características dos
títulos de dívida, reestruturação das empresas ou mudanças governamentais podem acarretar
perdas para os investidores. Investidores, em caso de moratória, estarem sujeitos à legislação do
país e, dessa forma, diferenças nas legislações devem ser consideradas no processo de aquisição
de um ativo internacional.
Jensen e Meckling (1976) reconhecem a importância do sistema legal uma vez que ele age na
organização da atividade econômica. Além disso, leis são a base para os vários tipos de contratos
que indivíduos e organizações realizam sem o risco de processo criminal. Instituições superiores,
como cortes, estão presentes para dar força à execução dos contratos e proteger indivíduos e
organizações contra o não cumprimento.
3.7 Precificação de Títulos de Dívida
O preço de um eurobônus é expresso em percentagem. Se um título é cotado em 98.00, significa
que ele está precificado em 98% do valor de face. Este valor reflete como o mercado percebe
aquele título.
Devido os pagamentos de principal e juros ocorrem no futuro, o preço que um investidor estaria
disposto a pagar/vender pelo título que está comprando/vendendo dependerá do valor dos dólares
que serão recebidos em comparação com o valor dos dólares que ele possui hoje. Este valor
presente do título depende, então, da taxa de juros praticadas no mercado naquele momento.
Dessa maneira, o preço do eurobônus deverá refletir a taxa de juros livre de risco mais um prêmio
que deverá compensar a inflação do período mais alguns fatores como: risco de “default”,
liquidez, impostos, risco de exercício de “call”. Dessa forma, a taxa de desconto do título deverá
refletir (equação 3-1):
r = R
f
+ P (3-1)
72
¾ P = Prêmio que compense a inflação do período, liquidez, impostos, risco de falência;
¾ R
f
= taxa livre de risco
¾ r = taxa de desconto do título
O preço do eurobônus será o valor presente dos cupons a receber mais o principal no vencimento.
Se chamarmos o vencimento de t, o preço do eurobônus poderá ser escrito da seguinte maneira:
=
+
+
+
=
t
t
Tt
B
r
incipal
r
Cupom
P
1
)23(
)1(
Pr
)1(
¾ P
B
= Preço do eurobônus;
¾ T = vencimento do título;
¾ Cupons = juros que serão recebidos durante a existência do papel;
¾ Principal = Valor ao par (100%) da dívida.
Cada cupom será descontado a uma taxa que reflete o tempo de vida que o título de dívida pagará
os juros. A equação acima pode ser reescrita para
18
:
)33(
)1(
1
Pr
)1(
1
1
1
+
+
+
=
r
incipalx
r
x
r
CupomxP
t
B
Analisando a equação acima, percebe-se que à medida que a taxa de desconto (taxa de juros)
aumenta, o preço dos eurobônus caem. Trata-se de uma relação inversamente proporcional.
A maioria dos títulos emitidos pelo Governo Americano (“Treasury Bills”) são comercializados
por meio de taxas de desconto. Dessa forma, não há recebimentos de cupom durante a vida do
18
Uma derivação da fórmula de valor presente de uma anuidade. Uma anuidade durante t períodos pode ser vista
como uma equivalente de uma perpetuidade cujo primeiro pagamento vem no fim do período atual menos uma outra
perpetuidade cujo primeiro pagamento vem no fim do período (t + 1).Sabendo que o valor de $1 pela perpetuidade
de um período é 1/r, então o valor presente da perpetuidade é $1/r descontado por t períodos adicionais, ou
+
t
r
x
r
)1(
11
. O valor presente da perpetuidade é o valor presente da primeira perpetuidade menos o valor
presente da última, ou
+
t
r
r
)1(
1
1
1
.
73
título. A figura 5 mostra o comportamento de um título de 10 anos emitidos pelo Governo
Americano de 2000 a 2004.
Figura 13
– Taxas de juros de um título Americano de 10 anos
Fonte: Bloomberg Financial Markets
3.8 Yield (Retorno)
O yield mede somente o retorno dado como uma porcentagem do preço do título ignorando
qualquer perspectiva de ganho/perda de capital. Para medir a taxa de retorno durante a vida do
título de dívida, a ferramenta padrão utilizada é o yield-to-maturity (YTM).
O Yield-to-Maturity (YTM) é definido como a taxa de juros que traz o valor presente do título de
dívida dos pagamentos que este fará equivaler ao preço do eurobônus. Esta taxa é geralmente
vista como uma medida da média da taxa de retorno que está sendo recebida sobre um eurobônus,
caso um investidor compre hoje e mantenha-o em seu portfolio até seu vencimento.
74
O Yield-to-maturity de um eurobônus é a taxa interna de retorno sobre o investimento. Ele pode
ser interpretado como uma taxa composta de retorno da vida de um eurobônus, pressupondo que
todos os cupons do título pode ser reinvestido a uma taxa de juros equivalente ao yield-to-
maturity do eurobônus. Segundo Bodie, Kane e Marcus (2002), “Yield-to-Maturity is widely
accepted as a proxy for average return”.
O yield-to-maturity é calculado partindo-se da premissa que o título terá o pagamento de seu
principal somente no vencimento. Caso o título seja resgatado antecipadamente, ou seja, exista
uma “call” prevista, os analistas estarão mais interessados em saber seu “Yield-to-Call” em vez
do “Yield-to-Maturity”. O yield-to-call é calculado da mesma maneira que o yield-to-maturity;
porém, a data de vencimento do título é substituída pela data da “call”. Normalmente, é chamada
de “yield-to-first-call” pois o título pode ter várias datas de call. Os analistas preferem calcular o
yield-to-call em vez do yield-to-maturity pois a taxa interna de retorno da call refletirá melhor o
retorno do título já que este poderá ser resgatado.
A relação inversa entre preços dos eurobônus e os yields
19
é a característica central dos títulos de
renda fixa (títulos de dívida). As flutuações das taxas de juros representam a principal fonte de
risco dos títulos de renda fixa no mercado. Segundo Bodie, Kane e Marcus (2002), a regra para
avaliar os preços dos eurobônus, mantendo todos os fatores inalterados, quanto mais longo for o
vencimento do título, maior será a sensibilidade a preços em relação às flutuações nas taxas de
juros.
No Brasil, analisando a figura 6 da paridade dólares/reais em relação ao título de dívida emitido
pelo Brasil com vencimento em 2040, observa-se um comportamento inversamente proporcional:
19
Yield = retorno do título de dívida (taxa de desconto)
75
Figura 14 – Paridade BRL/USD e Brazil 2040
Fonte: Bloomberg Financial Markets
A figura 14 retrata o comportamento do título emitido pelo Brasil com vencimento em 2040 em
comparação com a paridade dólares/reais. A figura 15 compara os “C” Bonds à paridade da
moeda brasileira com a americana. Até 2004, os “C” bonds eram os principais títulos de dívida
emitidos pelo governo brasileiro provenientes da reestruturação da dívida após a moratória. Em
2005, o título foi parcialmente recomprado fazendo com que o título “benchmarking” da dívida
brasileira mudasse para aquele com vencimento em 2040.
76
Figura 15 - Paridade BRL/USD e os “C” Bonds
Fonte: Bloomberg Financial Markets
3.9 Risco de default e precificação
Embora os títulos de dívida prometam um fluxo fixo de receita, eles não são livres de risco a
menos que os investidores tenham certeza de que o emissor não falhará com suas obrigações.
Enquanto os US Treasuries
20
são tratados como títulos livres de risco, isto não é válido para os
eurobônus corporativos. Se uma companhia falir, os Bondholders
21
não receberão todos os
pagamentos que tinham sido prometidos. Dessa forma, os pagamentos são incertos, uma vez que
depende da situação financeira da companhia.
A Moody’s, em um artigo intitulado “Modelem Default Risk”, em dezembro de 2003, define
risco de default como:
20
US Treasuries são títulos de dívida emitidos pelo Governo Americano, geralmente sob a forma de discount
eurobônus (não pagam cupons e há apenas um recebimento de caixa no vencimento do título).
21
Bondholders são os investidores que possuem os títulos em seus portfolios.
77
“Default risk is the uncertainty surrounding a firm’s ability to service its debts and obligations.
Prior to default, there is no way to discriminate unambiguously between firms that will default
and those that won’t. As best we can only make probabilistic assessments of the likelihood of
default. As a result, firms generally pay a spread over the default-free rate of interest that is
proportional to their default probability to compensate lenders for this uncertainty.”
A expansão das emissões de títulos e valores mobiliários nas últimas décadas abriu espaço para a
consolidação das avaliações da qualidade de crédito dos países como um todo, das empresas e de
suas emissões, por agência especializadas. Dentre estas, duas se destacam: Moody’s e Standard &
Poor’s.
No Brasil, a atribuição de ratings por agências classificadoras ganhou impulso na década de 90 e,
embora ainda não seja tão disseminada como nos mercados mais desenvolvidos, as principais
agências internacionais e algumas nacionais independentes já apresentam um histórico das
atividades. Adicionalmente, a atribuição de ratings desenvolvidos internamente por instituições
financeiras no país tornou-se obrigatória a partir da Resolução 2682 do Banco Central do Brasil
de 21/12/1999, a qual determinou a classificação das carteiras de crédito em uma escala de nove
letras em ordem decrescente de qualidade (AA, A, B, C, D, E, F,G e H), que implicam
diretamente em provisões para perdas de inadimplência de até 100%.
Se a origem das classificações de risco em escala padronizada no início do século estava
relacionada a uma avaliação de empresas não financeiras, atualmente o rating é utilizado para
medir qualquer empresa, nação ou operação específica que envolva compromissos de
pagamentos futuros. O rating pode, portanto, ser interpretado como uma opinião sobre a
capacidade futura e a responsabilidade jurídica de um emitente efetuar, dentro do prazo,
pagamentos de principal e dos juros de suas obrigações.
O fato de um único código ou conjunto de letras representar a qualidade de crédito e a sua fácil
comparabilidade permitiu a disseminação dos ratings. O quadro abaixo, extraído de Bodie, Kane
e Marcus (2002), permite a comparabilidade dos ratings das duas principais agências de ratings:
78
Figura 16 – Classificação de risco pelas agências de rating
Fonte: BODIE, KANE, MARCUS (2002)
Os determinantes para que os fluxos de caixa gerados pelo título de dívida sejam recebidos são:
i.
Cobertura: Razão entre os ganhos pelos custos fixos da companhia emissora;
ii.
Alavancagem: Razão dívida pelo Patrimônio Líquido;
iii.
Liquidez: Razão entre Ativos Circulantes pelo Passivo Circulante;
iv.
Rentabilidade: Taxas de retorno sobre ativos ou patrimônio líquido;
v.
Razão Fluxo de Caixa pela dívida
3.10 Fatores que afetam o valor dos eurobônus
Segundo Elton e Grubber (2002), dentro de um mesmo rating de classificação das maiores
agências do mundo (Standard & Poor’s e Moody’s), os fatores que influenciam o preço dos
eurobônus variam dentro de uma mesma classe. Estes seriam:
79
3.10.1 Diferenças em Risco de Default
Classificados dentro de um mesmo rating, alguns eurobônus podem ter seus ratings
elevados/rebaixados com maior probabilidade do que outros. Deve-se, então, considerar essas
características quando da análise dos ratings que refletem o risco de default de um eurobônus.
Elton e Grubber (2002) mostram que o ratings passados podem predizer futuras
elevações/rebaixamentos de ratings e que eurobônus que sofreram rabaixamentos no passado tem
duas vezes mais possibilidade de sofrerem um próximo rebaixamento do que uma elevação de
seus ratings.
3.10.2 Liquidez
Dados sobre liquidez dos eurobônus como preços compra/venda e volume transacionado são
difíceis de serem conseguidos. Os autores argumentam que quanto mais preços estiverem
disponíveis para os eurobônus, mais líquido este será.
3.10.3 Impostos
A maneira como os eurobônus são taxados pelo imposto de renda sobre cupons e principal
recebidos é o terceiro fator em que os valores dos eurobônus são afetados. Os autores
argumentam que, sabendo que o imposto sobre ganhos de capital ocorrem quando da venda do
título, eurobônus com baixo valor de cupons serão mais bem avaliados do que os de maior cupom
dado que os impostos ocorrerão apenas no final, com o pagamento do principal. Títulos emitidos
por empresas sediados em paraísos fiscais podem ser isentos de imposto de renda.
3.10.4 Taxas de recuperação
Elton e Grubber (2002) mostram que empresas vão à falência; eurobônus não necessariamente.
Em caso de eurobônus da mesma empresa terem classificação de risco diferenciada significa que
as agências de rating acreditam que há uma diferenciação na sua taxa de recuperação em caso de
falência, seja por cláusulas especiais ou colaterais.
80
3.10.5 Idade
Embora a literatura financeira não apresenta razões econômicas para que isso seja verdade exceto
por diferenças de liquidez em caso de novas emissões, a idade do eurobônus é uma maneira
comum de apresentar os dados na área de eurobônus corporativos e é um importante fator se
alguém quiser modelar o rating como um processo de Markov, como é feito pela Moody’s.
3.11 Duration
Na administração de uma carteira de títulos de renda fixa é importante que o investidor possa
determinar a sensibilidade do rendimento em função da oscilação da taxa de juros. A elevação ou
queda da taxa de juros tem efeito direto em portfolio de renda fixa e este efeito se manifesta no
próprio valor de mercado deste portfolio.
Em 1938, Frederick Macauley introduziu o conceito de “duration” para descrever o tempo médio
de cada desembolso.
22
Macauley (1938) mostrou que o prazo do título até seu vencimento era
uma medida inadequada do elemento tempo contido num título, já que poderia estar omitindo
informações fundamentais sobre algum pagamento anterior ao vencimento dele. A idéia foi
redescoberta na década de 70, com amplo emprego na gerência de portfolio de renda fixa.
A fórmula proposta por Macauley foi a seguinte:
()
()
)43(
1
1
1
1
=
+
×
=
=
=
n
t
t
t
n
t
t
t
i
C
i
tC
D
Onde:
9 D = Duration
9 C
t
= Pagamento de juros ou principal no tempo t
22
Macaulay, Frederick; Some theoretical problems suggested by movements of interest rates, eurobônus yields, and
stock prices in the United States since 1856, New York, National Bureau of Economics Research, 1938.
81
9 t = Qualquer ponto no tempo onde ocorra algum pagamento (juros ou
principal)
9 i = Taxa de juros paga pelo título. Se o título estiver sendo contabilizado
pelo seu valor de mercado, a taxa a ser utilizada aqui é a taxa de mercado
para o prazo de vencimento do título.
Além da avaliação do vencimento de um título (maturity date), ou carteira de títulos, duration
permite ainda avaliar a sensibilidade do valor do título (ou carteira) a variações na taxa de juros, e
auxilia no ajuste de fluxos de caixa com objetivo de hedge (imunização). Em outras palavras, a
duration mede o tempo que leva para uma carteira recuperar o seu valor na curva (principal +
juros reaplicados) após uma alteração na taxa de juros.
Pode-se interpretar matematicamente a duration como a elasticidade da curva do portfolio de um
determinado nível de juros. A elasticidade representa a mudança percentual em uma variável
dependente dada uma oscilação percentual na variável independente.
No caso de um portfolio de títulos de renda fixa, a elasticidade é negativa, ou seja, uma elevação
na taxa de juros provocará queda no valor do portfolio e vice-versa. Em função disso:
:
()
()
()
)83(
1
)73(
)63(
1
)53(
1
+
×=
=
+
=
+
=
i
i
DxPP
Duration
P
i
i
P
i
i
P
P
α
α
α
82
Onde:
9 P = valor do portfolio;
9
P
= variação no valor do portfolio;
9
i
= variação na taxa de juros;
9 i = taxa de juros.
Através da duration pode-se estimar a variação do valor do portfolio em função da variação da
taxa de juros. Dessa forma, ela permite medir a sensibilidade do valor de um portfolio diante de
variações na taxa de juros.
83
4. Método e Metodologia
4.1 O Método
De acordo com Nérici (1978), método é o conjunto coerente de procedimentos racionais ou
prático-racionais que orienta o pensamento para serem alcançados conhecimentos válidos. Bunge
apud Lakatos e Marconi (1986) acrescenta que o método científico deve ser um procedimento
regular, explícito e passível de ser repetido e que através dele colocam-se à prova as hipóteses
científicas.
Para a consecução deste trabalho, alguns testes estatísticos serão realizados. A tabela 13 resume a
metodologia que será utilizada para aceitar ou rejeitar as hipóteses pré-estabelecidas.
Tabela 13 – Hipóteses e Metodologia
Hipótese Descri
ç
ão da hipótese Descri
ç
ão das metodolo
g
ias
Modelos de otimiza
ç
ão;
Estatística descritiva.
Modelos de otimiza
ç
ão;
Estatística descritiva.
Teste da distribui
ç
ão de Kolmo
g
orov-Smirnov;
Teste da distribui
ç
ão de Kurtosis;
Teste da distribui
ç
ão de Skewness;
Teste das séries de auto-correla
ç
ão;
Teste das séries para aleatoriedade.
Hipótese 1 Perfomance das carteiras após a inclusão de títulos dívidas de empresas brasileiras
Hipótese 2
Performance das carteiras após a inclusão de títulos de dívida de empresas brasileiras e
de outras empresas de países emergentes
Hipótese 3 O mercado de títulos de dívida é eficiente
Fonte: Elaborado pelo autor
4.2 Retorno
O retorno é definido como a taxa de juros que traz o valor presente do título de dívida dos
pagamentos que este fará equivaler ao preço do eurobônus. Esta taxa é geralmente vista como
uma medida da média da taxa de retorno que está sendo recebida sobre um eurobônus, caso um
investidor compre hoje e mantenha-o em seu portfolio até seu vencimento.
O retorno de um título de renda fixa é a taxa interna de retorno sobre o investimento. Ele pode ser
interpretado como uma taxa composta de retorno da vida de um eurobônus, pressupondo que
todos os cupons do título pode ser reinvestido a uma taxa de juros equivalente ao retorno do título
de renda fixa.
84
4.3 Risco
Neste trabalho, risco será o desvio padrão dos retornos históricos (Yields) dos títulos de dívida,
considerando-se que cada período em estudo corresponde à toda a população de observações que
devem ser levadas em consideração para a avaliação de performance:
)14(
2
,
,
,
1
=
=
n
rr
S
T
tt
Hi
ti
Hi
Sendo:
9 S
i,H
= desvio-padrão do ativo i no período H;
9 t
1
= primeiro mês do período H;
9 T = último mês do período H;
9 r
i,t
= retorno do ativo i no mês t;
9
Hi
r
,
= retorno médio do ativo i no período H;
9 n = número total de meses úteis do período H.
4.4 Testes não-paramétricos
Testes estatísticos de processos eventualmente caracterizados por rumos aleatórios podem ser
classificados entre paramétricos e não-paramétricos, a depender das prerrogativas assumidas
acerca da distribuição dos incrementos.
Estes paramétricos caracterizam-se pela exigência de suposições sobre a natureza ou forma da
população envolvida. Testes não-paramétricos não assumem nenhuma prerrogativa quanto à
distribuição da variável sob análise. Muitas vezes são denominados testes livres de distribuição.
Tríola (1998) diz que as principais vantagens dos métodos não-paramétricos podem ser
sumarizadas abaixo:
85
i.
Aplicação a uma ampla variedade de situações, já que não dependem das
exigências mais rígidas próprias dos testes paramétricos. Para destacar, métodos
não-paramétricos não exigem populações distribuídas normalmente;
ii.
Aplicação freqüente a dados não numéricos, ao contrário dos métodos
paramétricos;
iii.
Envolvimento de cálculos mais simples do que os correspondentes paramétricos,
apresentando resultados mais fáceis de entender.
Tríola cita as desvantagens ao se utilizar de testes não-paramétricos:
a)
Tendência de perda de informação, já que dados numéricos exatos são freqüentemente
reduzidos a uma forma qualitativa;
b)
Eficiência menor em relação aos testes paramétricos. Evidências mais fortes, geralmente
expressas através da amostra maior ou maiores diferenças, podem ser necessárias para a
rejeição da hipótese nula.
Para testar a hipótese de mercados informacionalmente eficientes (caso do mercado de títulos de
dívida), será utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov.
4.5 Teste de Kolmogorov-Smirnov
O teste de qualidade de ajustamento de Kolmogorov-Smirnov, ou simplesmente, teste K-S,
consiste em um procedimento não-paramétrico empregado para determinar a qualidade do ajuste
de uma amostra aleatória de dados a uma distribuição particular, que pode ser uniforme, normal
ou Poison. O teste de uma amostra de K-S compara a distribuição acumulada de freqüências de
uma variável com um modelo teórico de distribuição, verificando se ambas podem ser
consideradas homogêneas, segundo Mobarek e Keasey (2000).
86
A aplicação do teste baseia-se na função de distribuição empírica (FDE). Sendo fornecidos n
dados ordenados Y
1
, Y
2
,..., Y
n
, a FDE é definida como:
)24(
)(
=
N
in
FDE
n
Onde:
9 n(i) = número de pontos menores que Y
i
, estando os Y
i
ordenados do
menor para o maior valor;
9 N Î número de dados da amostra;
A FDE é uma função descontínua, com incrementos iguais a 1/N para cada par ordenado.
As principais vantagens do teste do Kolmogorov-Smirnov envolvem o fato da sua não
dependência, tanto do modelo teórico de probabilidade sob análise, como, também, de um
tamanho de amostra, como o teste do qui-quadrado para ser validado.
Como limitações ao teste, pode-se mencionar:
i.
aplicação exclusiva para distribuições contínuas;
ii.
tendência de maior sensibilidade próximo ao centro da
distribuição do que nas caudas;
iii.
especificação integral da distribuição testada, pois os parâmetros
não devem ser obtidos dos dados.
As hipóteses analisadas no teste de Kolmogorov-Smirnov:
H
0
: Os dados seguem uma distribuição específica;
H
1
: Os dados não seguem uma distribuição especifica.
87
4.6 Testes Paramétricos
Testes paramétricos assumem a prerrogativa de que a distribuição de freqüência de uma
determinada variável sob análise comporta-se segundo um modelo teórico. Na análise da
aleatoriedade das séries de retorno, podem ser empregados com o objetivo de analisar, de forma
complementar, os dados obtidos com os testes não-paramétricos.
Para a análise da eficiência de mercados em mercado de títulos de dívida, será utilizado o teste de
autocorrelação. A hipótese da eficiência informacional estabelece a incapacidade de previsão de
preços futuros com base em dados passados. Dessa forma, não deveria existir dependência linear
entre retornos defasados, não apenas no sentido estatístico – com a verificação de correlação
serial nula, como, também, no sentido econômico, através da inexistência de retornos positivos
após custos de transação, segundo Rosenthal (1983).
Os testes de autocorrelação consistem em analisar a relação entre variáveis defasadas e variáveis
posteriores, com base em diferentes intervalos de defasagem. Podem ser empregados para testar a
existência de dependência ou independência de variáveis em uma série temporal. O coeficiente
de correlação serial mede a relação entre os valores de uma variável aleatória e seus valores em
períodos anteriores. Os teste de autocorrelação evidencia os coeficientes de autocorrelação são
significativamente diferentes de zero.
Para Gujarati (2000), o teste de autocorrelação consiste em um dos mais simples testes para
verificar se uma série é caracterizada pela presença de rumo aleatório. O teste pode ser
representado por:
Onde:
9
k
γ
= covariância da defasagem k
9
0
γ
= variância
)34(
0
=
γ
γ
ρ
k
k
88
Sendo variância e covariância medidas na mesma unidade,
k
ρ
é uma medida sem unidade ou
pura, podendo variar de -1 a 1, como qualquer coeficiente de correlação. A representação gráfica
de
k
ρ
contra k no gráfico denominado correlograma da população.
Já que na prática é possível se obter apenas uma amostra de um processo estocástico, pode-se
calcular a função de auto-correlação amostral,
^
k
ρ
. Assim, torna-se necessário obter-se a
covariância amostral na defasagem k,
k
^
γ
, e a variância amostral
0
^
γ
, ambas definidas como:
)54(
)(
)44(
))((
2
0
^
^
=
=
+
n
YY
n
YYYY
t
ktt
k
γ
γ
Onde:
9 n = tamanho da amostra
9
Y
= média da amostra
Assim, a função de autocorrelação amostral na defasagem k pode ser apresentada como:
A significância estatística de
k
^
ρ
pode ser julgada mediante a análise de seu erro padrão. Segundo
Bartlett (1946), se uma série temporal for puramente aleatória, caracterizada pela presença de
ruído branco, os coeficientes de autocorrelação amostral são distribuídos aproximadamente
segundo uma distribuição normal, com média zero e variância igual a 1/n, onde n representa o
tamanho da amostra.
)64(
0
^
^
^
=
γ
γ
ρ
k
k
89
4.7 Teste das séries para aleatoriedade
O teste das séries para aleatoriedade, do inglês run test, possibilita testar a independência, ou
aleatoriedade, que pode não ser detectada pelo teste de autocorrelação. Sendo um teste não-
paramétrico, possui a vantagem de não assumir propriedades acerca da distribuição analisada.
SPSS (2001) argumenta que o procedimento dos testes das séries para aleatoriedade verifica se a
ordem de ocorrência de dois valores de uma determinada variável é aleatória. O modelo
especifica pontos de corte que podem ser: média, mediana, moda ou um valor específico.
90
91
5. Resultados Obtidos e Considerações Finais
5.1 Análise da performance de carteiras internacionais com a inclusão de ativos brasileiros
H
1,0
A performance de carteiras internacionais mantém-se inalterada após a inclusão
de Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Brasileiro;
H
1,1
A performance de carteiras internacionais melhora após a inclusão de Títulos de
Dívida emitidos pelo Governo Brasileiro.
Para poder efetuar a análise da contribuição dos títulos de dívida brasileiros para portfolios norte-
americanos, caracterizados pela presença de ativos de mercados emergentes, foi escolhida uma
amostra formada pelos mais representativos títulos soberanos brasileiros e americanos. Os títulos
americanos e brasileiros foram escolhidos baseando-se valor no mercado, resumidos na tabela 14.
Tabela 14 – Valor de mercado das emissões
ISIN Code Descrição
V
alor de Face Preço
V
alor de Mercado da emissão
US9128277B27 UNITED ST OF AMER 5.00000 15/08/11 26,635,000,000 103.234375 27,496,475,781.25
US9128277L09 UNITED ST OF AMER 4.87500 15/02/12 24,780,000,000 102.671875 25,442,090,625.00
US912828AF74 UNITED STATES OF AM 3.00000 15/07/12 23,015,000,000 105.781250 24,345,554,687.50
US9128276T44 UNITED ST OF AMER 5.00000 15/02/11 23,436,000,000 102.984375 24,135,418,125.00
US912828BD18 UNITED ST OF AMER 1.87500 15/07/13 20,000,000,000 98.703125 19,740,625,000.00
US912828AJ96 UNITED ST OF AMER 4.37500 15/08/12 19,648,000,000 100.015625 19,651,070,000.00
US912828AU42 UNITED STATES OF AM 3.87500 15/02/13 19,498,000,000 96.953125 18,903,920,312.50
US912810FP85 UNITED ST OF AMER 5.37500 15/02/31 16,428,000,000 112.500000 18,481,500,000.00
US912828AP56 UNITED STATES OF AM 4.00000 15/11/12 18,113,000,000 97.890625 17,730,928,906.25
US912828BA78 UNITED ST OF AMER 3.62500 15/05/13 18,254,000,000 95.390625 17,412,604,687.50
US912810FQ68 UNITED ST OF AMER 3.37500 15/04/32 5,012,000,000 130.468750 6,539,093,750.00
US9128277J52 UNITED STATES OF AM 3.37500 15/01/12 6,004,000,000 107.593750 6,459,928,750.00
US105756AP53 BRAZIL 11.0000 17/08/40 5,157,311,000 128.950000 6,650,352,534.50
US105756AE07 BRAZIL 10.1250 15/05/27 3,500,000,000 126.000000 4,410,000,000.00
US105756AJ93 BRAZIL,REPUBLIC OF 14.5000 15/10/09 2,000,000,000 128.250000 2,565,000,000.00
US105756AR10 BRAZIL 8.87500 15/04/24 2,150,000,000 111.500000 2,397,250,000.00
US105756AM23 BRAZIL 11.2500 26/07/07 1,500,000,000 107.700000 1,615,500,000.00
US105756AX87 FEDERATED REPUBLIC 10.2500 17/06/13 1,250,000,000 120.675000 1,508,437,500.00
US105756AY60 FEDERATED REPUBLIC 10.0000 07/08/11 1,250,000,000 116.505000 1,456,312,500.00
US105756AV22 BRAZIL 12.0000 15/04/10 1,000,000,000 121.855000 1,218,550,000.00
US105756AW05 FED.REPUBLIC BRAZIL 10.0000 16/01/07 1,000,000,000 105.025000 1,050,250,000.00
US105756AZ36 FEDERATED REPUBLIC 8.87500 15/04/24 833,000,000 111.600000 929,628,000.00
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados coletados no Bloomberg
Os valores de mercado das emissões americanas e brasileiras foram coletadas do Bloomberg
Financial Markets, datado de dezembro de 2005. Os títulos existentes neste período podem ser
encontrados no Anexo 1 e 2, dados extraídos do Euroclear Bank.
92
Para todos os títulos americanos e brasileiros extraídos do Euroclear Bank, foram encontrados
dados de preços e retornos para o período compreendido entre 01 de janeiro de 2004 a 31 de
dezembro de 2005.
Para os 12 títulos americanos e os 10 títulos brasileiros, foram calculadas as matrizes de retornos
médios e covariâncias. Com base nas matrizes de covariâncias e retornos, foram estimadas
participações percentuais para os ativos e construídos diversas carteiras internacionais. Os
procedimentos de construção de carteiras eficientes foram feitas com o auxílio do suplemento
Solver.xla, disponibilizado nas planilhas eletrônicas Microsoft Excel, versão 2003.
As otimizações foram feitas mediante o emprego do horizonte de 24 meses de retornos (janeiro
de 2004 a dezembro de 2005). Os procedimentos de otimização envolveram a aplicação da
equação abaixo:
=
∑∑
==
=
n
i
n
j
ijji
n
i
ii
c
c
ww
wr
r
11
1
cov
maxmax
σ
Dessa forma, através da maximização do retorno e, ao mesmo tempo, da minimização do risco,
obtêm-se a fronteira eficiente. No procedimento de otimização, as restrições envolveram a
proibição de venda a descoberto (participação de cada ativo individual no portfolio deveria ser
igual ou superior a zero) e a somatória das participações dos ativos sempre igual a 100%.
Buscou-se determinar um conjunto de pontos otimizados na relação risco versus retorno,
denominado fronteira eficiente e sujeito às seguintes restrições:
a)
dado um nível de risco, não existe carteira com maior retorno;
b)
dado um nível de retorno, não existe carteira com menor risco.
Primeiramente, foram constituídas carteiras com apenas títulos americanos da seguinte maneira:
93
i.
Composição da carteira de menor risco;
ii.
Composição da carteira de maior retorno;
iii.
A partir dos riscos dessas carteiras, foram construídas 18 carteiras
intermediárias, variando 0.00646 (Risco da carteira de maior
retorno – Risco da carteira de menor risco/19).
A composição das carteiras podem ser encontradas na Tabela 14.
Tabela 15 – Carteiras da fronteira eficiente (Estados Unidos)
0.00% 100.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 4.76992 0.30832
0.00% 94.37% 0.00% 5.63% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 4.61314 0.30181
0.03% 88.96% 0.03% 10.79% 0.03% 0.03% 0.03% 0.02% 0.02% 0.02% 0.02% 0.02% 4.46572 0.29535
0.00% 82.98% 0.00% 17.02% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 4.29561 0.28889
0.00% 77.14% 0.00% 22.86% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 4.13308 0.28243
0.00% 71.20% 0.00% 28.80% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 3.96760 0.27597
0.00% 65.14% 0.00% 34.86% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 3.79880 0.26951
0.00% 58.95% 0.00% 41.05% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 3.62618 0.26305
0.00% 52.59% 0.00% 47.41% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 3.44916 0.25659
0.00% 46.06% 0.00% 53.94% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 3.26699 0.25013
0.00% 39.30% 0.00% 60.70% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 3.07873 0.24367
0.00% 32.28% 0.00% 67.72% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.88311 0.23721
0.00% 27.80% 0.00% 69.17% 0.00% 0.00% 0.00% 0.52% 0.46% 0.00% 0.18% 1.88% 2.77766 0.23075
0.00% 23.61% 0.00% 69.60% 0.00% 0.13% 0.06% 1.33% 1.28% 0.31% 0.97% 2.70% 2.71948 0.22429
0.00% 19.38% 0.00% 69.90% 0.00% 0.78% 0.65% 1.87% 1.82% 0.86% 1.49% 3.26% 2.65709 0.21783
0.00% 14.85% 0.00% 70.20% 0.53% 1.39% 1.20% 2.36% 2.32% 1.38% 1.98% 3.78% 2.58092 0.21137
29.02% 0.00% 0.00% 68.50% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.48% 2.54306 0.18552
0.00% 9.82% 0.07% 70.53% 1.17% 2.05% 1.79% 2.90% 2.87% 1.95% 2.50% 4.35% 2.49542 0.20491
11.45% 2.80% 0.35% 69.49% 1.02% 1.89% 1.48% 2.11% 2.18% 1.42% 1.77% 4.06% 2.46949 0.19199
1.80% 5.07% 0.60% 70.56% 1.54% 2.45% 2.11% 3.12% 3.11% 2.24% 2.73% 4.66% 2.43470 0.19845
Retorno Risco
USA 5%
15/02/11
USA 5.375%
15/02/31
USA 5%
15/08/11
USA 3.375%
15/04/32
USA 3.375%
15/01/12
USA 4.875%
15/02/12
USA 3%
15/07/12
USA 4.375%
15/08/12
USA 4%
15/11/12
USA 3.875%
15/02/13
USA 3.625%
15/05/13
USA 1.875%
15/07/13
Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados da Tabela 15 podem ser melhor visualizados na Figura 17. Pode-se observar que as
carteiras foram construídas a partir do menor risco para a carteira de maior retorno.
94
Figura 17 – Carteiras da fronteira eficiente (Estados Unidos)
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Risco
Retorno
Fonte: Elaborado pelo autor
Após a constituição de carteiras apenas com ativos americanos, foram incluídos ativos brasileiros
para avaliar se a inclusão contribuirá para um retorno maior ao investidor e, dessa forma,
diversificação dos ativos. As carteiras foram construídas e a composição pode ser encontrada na
Tabela 16.
Tabela 16 – Carteiras da fronteira eficiente (Estados Unidos e Brasil)
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 100.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 9.8451 0.9707
0.00% 0.00% 21.23% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.47% 7.50% 10.24% 3.71% 6.38% 6.68% 9.79% 7.19% 8.66% 9.18% 7.00% 6.6760 0.9289
0.00% 0.00% 25.27% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.51% 7.10% 9.69% 3.54% 6.03% 6.31% 9.26% 6.80% 8.19% 8.68% 6.62% 6.4240 0.8876
0.00% 0.00% 29.25% 0.00% 0.00% 0.00% 0.05% 0.00% 0.00% 0.02% 2.55% 6.71% 9.14% 3.37% 5.69% 5.94% 8.73% 6.41% 7.72% 8.18% 6.24% 6.1731 0.8463
0.00% 0.00% 33.22% 0.00% 0.00% 0.00% 0.09% 0.00% 0.00% 0.05% 2.59% 6.31% 8.59% 3.20% 5.35% 5.57% 8.21% 6.03% 7.25% 7.68% 5.86% 5.9225 0.8050
0.00% 0.00% 37.20% 0.00% 0.00% 0.00% 0.13% 0.00% 0.00% 0.09% 2.63% 5.91% 8.04% 3.03% 5.00% 5.20% 7.68% 5.64% 6.78% 7.18% 5.49% 5.6713 0.7637
0.00% 0.00% 41.08% 0.00% 0.00% 0.02% 0.18% 0.04% 0.03% 0.13% 2.67% 5.51% 7.49% 2.87% 4.66% 4.84% 7.15% 5.26% 6.30% 6.68% 5.11% 5.4217 0.7224
0.00% 0.00% 44.87% 0.04% 0.01% 0.06% 0.22% 0.09% 0.08% 0.17% 2.71% 5.11% 6.94% 2.70% 4.32% 4.47% 6.61% 4.87% 5.83% 6.18% 4.73% 5.1720 0.6811
0.00% 0.00% 48.62% 0.10% 0.06% 0.11% 0.27% 0.13% 0.12% 0.21% 2.75% 4.71% 6.39% 2.53% 3.97% 4.10% 6.08% 4.48% 5.36% 5.67% 4.35% 4.9230 0.6398
0.00% 0.00% 52.38% 0.15% 0.12% 0.16% 0.31% 0.17% 0.16% 0.24% 2.79% 4.31% 5.83% 2.36% 3.62% 3.74% 5.55% 4.10% 4.88% 5.17% 3.97% 4.6730 0.5985
0.00% 0.00% 56.15% 0.20% 0.18% 0.20% 0.35% 0.21% 0.20% 0.28% 2.83% 3.90% 5.27% 2.19% 3.28% 3.37% 5.01% 3.71% 4.41% 4.66% 3.58% 4.4217 0.5572
0.00% 0.00% 59.96% 0.26% 0.23% 0.25% 0.40% 0.26% 0.25% 0.32% 2.87% 3.50% 4.71% 2.03% 2.93% 3.00% 4.47% 3.31% 3.93% 4.15% 3.20% 4.1688 0.5159
0.00% 0.00% 63.79% 0.31% 0.29% 0.30% 0.44% 0.30% 0.29% 0.36% 2.91% 3.09% 4.14% 1.86% 2.58% 2.63% 3.92% 2.92% 3.44% 3.64% 2.81% 3.9140 0.4746
0.01% 0.00% 67.64% 0.36% 0.35% 0.35% 0.49% 0.35% 0.34% 0.40% 2.95% 2.68% 3.56% 1.68% 2.22% 2.26% 3.36% 2.52% 2.95% 3.11% 2.41% 3.6568 0.4333
0.43% 0.05% 68.95% 0.39% 0.38% 0.36% 0.50% 0.36% 0.35% 0.41% 2.96% 2.29% 3.02% 1.51% 1.88% 1.91% 2.85% 2.14% 2.49% 2.63% 2.04% 3.4651 0.3920
0.34% 0.04% 68.89% 0.37% 0.36% 0.34% 0.47% 0.33% 0.32% 0.38% 2.93% 1.92% 2.53% 1.31% 1.56% 1.57% 2.37% 1.79% 2.07% 2.18% 1.69% 3.3085 0.3507
0.26% 0.03% 68.84% 0.35% 0.34% 0.31% 0.45% 0.30% 0.29% 0.35% 2.90% 1.55% 2.02% 1.09% 1.22% 1.23% 1.88% 1.42% 1.63% 1.72% 1.33% 3.1458 0.3094
0.16% 0.02% 68.78% 0.33% 0.32% 0.29% 0.41% 0.27% 0.26% 0.32% 2.87% 1.15% 1.46% 0.84% 0.87% 0.87% 1.35% 1.02% 1.16% 1.23% 0.95% 2.9727 0.2681
0.07% 0.01% 68.73% 0.31% 0.30% 0.26% 0.38% 0.24% 0.23% 0.28% 2.85% 0.72% 0.84% 0.53% 0.48% 0.48% 0.76% 0.57% 0.64% 0.68% 0.53% 2.7789 0.2268
0.00% 0.00% 68.50% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.48% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.5431 0.1855
Retorno Risco
BRL
10%
16/01/07
BRL
10.25%
17/06/13
BRL
10%
07/08/11
BRL
8.875%
15/04/24
BRL
11.25%
26/07/07
BRL
11%
17/08/40
BRL
8.875%
15/04/24
BRL
12%
15/04/10
USA 5%
15/08/11
USA
5.375%
15/02/31
BRL
10.125%
15/05/27
BRL
14.5%
15/10/09
USA 3%
15/07/12
USA
4.875%
15/02/12
USA
3.375%
15/01/12
USA
3.375%
15/04/32
USA
1.875%
15/07/13
USA
3.875%
15/02/13
USA 4%
15/11/12
USA
4.375%
15/08/12
USA
3.625%
15/05/13
Fonte: Elaborado pelo autor
95
O gráfico da fronteira eficiente com a inclusão de ativos brasileiros pode ser observado na Figura
18.
Figura 18 – Fronteira eficiente para ativos brasileiros e americanos
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20
Risco
Retorno
tulos Brasileiros tulos Americanos
Fonte: Elaborado pelo autor
Testes inferenciais acerca da igualdade das médias dos retornos das diferentes carteiras formadas
com e sem a inclusão de títulos de dívida foram obtidos utilizando o SPSS.
A Tabela 17 exibe os retornos médios das 20 carteiras otimizadas com e sem a presença de títulos
de dívida brasileiros. A média das carteiras com ativos brasileiros foi de 4.764%, enquanto as
carteiras sem a presença de títulos brasileiros foi de 3.351%. Os resultados do teste t possibilitam
inferir que os retornos de carteiras otimizadas com títulos de dívida brasileiros são superiores,
indicando a melhor performance para o investidor que faça a diversificação de seu portfolio.
Tabela 17
– Análise dos retornos das diferentes carteiras e teste t
Classificação da carteira N Média Desvio Padrão Erro padrão t gl Sig. Intercaudal
Sem Ativos Brasileiros 20 3.351 0.799 0.179 18.763 19 0.000
Com Ativos Brasileiros 20 4.764 1.746 0.391 12.200 19 0.000
Fonte: Elaborado pelo autor
96
Entretanto, pela análise da Figura 18, pode-se observar que carteiras com apenas ativos
americanos apresentam retornos superiores num intervalo entre 2 e 4.5%. Isto pode ser devido a
sucessivos aumentos na taxa de juros nos Estados Unidos, que foi de 1% para 4% em dezembro
de 2005. A trajetória da Fed Fund (Taxa de juros básica nos Estados Unidos) pode ser visualizada
na Figura 19. Isto sugere que futuros estudos podem ser desenvolvidos com a finalidade de
investigar a razão pela qual isso ocorre.
Figura 19 – Trajetória da Fed Fund (Janeiro de 2004 a Dezembro de 2005)
Fonte: Bloomberg Financial Markets
5.2 Performance de carteiras com ativos americanos, brasileiros e de outros países da
América Latina
H
2,0
Carteiras com apenas ativos brasileiros tem performance melhor quando se inclui
ativos de outros países latino-americanos.
H
2,1
Carteiras com apenas ativos brasileiros tem performance inferior quando se
inclui ativos de outros países latino-americanos.
97
Para a realização deste teste, todos os dados coletados do México
23
, Argentina e Venezuela foram
utilizados uma vez que poucos títulos globais são negociados. Inicialmente, foram formadas
apenas carteiras com títulos brasileiros. Os resultados podem ser encontrados na Tabela 18.
Tabela 18 – Carteiras com Títulos Brasileiros
0.00% 9.26% 10.98% 79.77% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9668 9.30421
0.00% 8.75% 11.29% 79.96% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9636 9.30734
0.00% 8.24% 11.60% 80.16% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9604 9.31054
0.00% 7.73% 11.92% 80.36% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9572 9.31381
0.00% 7.21% 12.23% 80.56% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9540 9.31715
0.00% 6.68% 12.55% 80.77% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9508 9.32057
0.00% 6.15% 12.87% 80.98% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9476 9.32406
0.00% 5.61% 13.20% 81.19% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9444 9.32763
0.00% 5.07% 13.52% 81.41% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9412 9.33129
0.00% 4.52% 13.85% 81.63% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9380 9.33503
0.00% 3.95% 14.17% 81.86% 0.00% 0.03% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9348 9.33892
0.00% 3.36% 14.50% 82.08% 0.00% 0.05% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9316 9.34289
0.00% 2.77% 14.83% 82.32% 0.00% 0.08% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9284 9.34697
0.00% 2.18% 15.16% 82.56% 0.00% 0.10% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9252 9.35116
0.00% 1.54% 15.49% 82.80% 0.00% 0.13% 0.00% 0.00% 0.04% 0.00% 0.9220 9.35562
0.00% 0.00% 16.83% 83.17% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9124 9.35751
0.00% 0.84% 15.81% 83.03% 0.00% 0.15% 0.00% 0.06% 0.10% 0.00% 0.9188 9.36072
0.06% 0.15% 16.06% 83.20% 0.05% 0.14% 0.06% 0.10% 0.12% 0.05% 0.9156 9.36583
2.43% 0.59% 10.06% 82.57% 2.07% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.29% 0.9356 9.50000
0.00% 0.00% 0.00% 100.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.9707 9.84513
Retorno Risco
BRL 10%
07/08/11
BRL
8.875%
15/04/24
BRL
8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
BRL 10%
16/01/07
BRL
10.25%
17/06/13
BRL
10.125%
15/05/27
BRL 14.5%
15/10/09
BRL
11.25%
26/07/07
BRL 11%
17/08/40
Fonte: Elaborado pelo autor
Após a composição de apenas carteiras com ativos brasileiros, foram construídas carteiras com
títulos brasileiros, argentinos, venezuelanos e mexicanos. Como era esperado, os retornos foram
bem superiores, especialmente devido à pouca valorização dos ativos argentinos, que perderam
muito de seu valor devido à moratória decretada pelo governo. Da mesma maneira que os
retornos são maiores, os riscos das carteiras também são mais elevados. Os resultados são
encontrados na Tabela 19.
Tabela 19 – Carteiras internacionais formadas por ativos brasileiros,
argentinos, mexicanos e venezuelanos
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.01% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.10% 0.02% 0.00% 7.48% 0.00% 4.67% 12.60% 14.61% 11.26% 0.00% 13.14% 36.11% 0.00% 0.48 9.61
4.36% 4.36% 4.26% 4.34% 4.34% 4.36% 4.33% 4.36% 4.36% 4.35% 6.00% 3.90% 4.23% 4.30% 4.33% 3.58% 4.26% 4.28% 4.30% 4.31% 4.32% 4.37% 4.38% 3.00 20.29
0.00% 1.66% 4.37% 4.36% 4.36% 4.36% 4.36% 4.36% 4.36% 4.36% 10.97% 4.41% 4.38% 4.36% 4.37% 4.45% 4.36% 4.36% 4.36% 4.37% 4.35% 4.37% 4.35% 5.52 26.33
0.00% 0.00% 0.54% 4.29% 4.29% 4.27% 4.32% 4.27% 4.27% 4.28% 16.00% 4.86% 4.44% 4.34% 4.32% 5.26% 4.38% 4.36% 4.33% 4.34% 4.31% 4.28% 4.24% 8.04 32.44
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.62% 4.24% 4.33% 4.24% 4.24% 4.26% 20.95% 5.35% 4.56% 4.37% 4.33% 6.12% 4.46% 4.42% 4.37% 4.37% 4.33% 4.24% 4.19% 10.56 38.38
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.03% 4.36% 4.23% 4.23% 4.27% 25.86% 5.86% 4.70% 4.43% 4.35% 6.99% 4.56% 4.50% 4.43% 4.42% 4.37% 4.23% 4.17% 13.08 44.39
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 2.04% 4.20% 4.25% 30.80% 6.36% 4.82% 4.47% 4.36% 7.85% 4.65% 4.56% 4.47% 4.45% 4.39% 4.19% 4.12% 15.60 50.53
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 3.62% 35.70% 6.88% 4.97% 4.54% 4.39% 8.73% 4.76% 4.65% 4.53% 4.50% 4.44% 4.18% 4.10% 18.12 56.53
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 40.79% 6.96% 4.83% 4.36% 4.19% 9.02% 4.60% 4.49% 4.35% 4.32% 4.25% 3.96% 3.87% 20.64 62.06
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 46.07% 6.55% 4.39% 3.91% 3.74% 8.65% 4.16% 4.04% 3.90% 3.87% 3.80% 3.50% 3.42% 23.16 67.12
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 51.35% 6.14% 3.95% 3.46% 3.29% 8.28% 3.71% 3.59% 3.45% 3.42% 3.35% 3.05% 2.96% 25.68 72.18
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 56.63% 5.74% 3.51% 3.02% 2.83% 7.90% 3.27% 3.15% 3.00% 2.97% 2.90% 2.59% 2.50% 28.20 77.24
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 61.91% 5.33% 3.07% 2.57% 2.38% 7.53% 2.82% 2.70% 2.55% 2.52% 2.45% 2.13% 2.04% 30.72 82.29
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 67.19% 4.92% 2.63% 2.12% 1.93% 7.16% 2.38% 2.25% 2.11% 2.07% 2.00% 1.68% 1.59% 33.24 87.35
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 72.47% 4.52% 2.18% 1.67% 1.48% 6.78% 1.93% 1.80% 1.66% 1.61% 1.55% 1.22% 1.13% 35.76 92.41
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 77.75% 4.11% 1.74% 1.22% 1.02% 6.41% 1.49% 1.36% 1.21% 1.16% 1.10% 0.77% 0.67% 38.28 97.47
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 83.03% 3.70% 1.30% 0.77% 0.57% 6.03% 1.04% 0.91% 0.76% 0.71% 0.65% 0.31% 0.22% 40.80 102.53
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 88.32% 3.26% 0.82% 0.28% 0.08% 5.62% 0.56% 0.42% 0.27% 0.22% 0.15% 0.00% 0.00% 43.32 107.55
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 93.88% 1.82% 0.00% 0.00% 0.00% 4.30% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 45.84 111.92
0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 100.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 48.38 115.26
Retorno Risco
VENZ
10.75%
19/09/13
VENZ
13.625%
15/08/18
MXN
9.875%
01/02/10
MXN
11.375%
15/09/16
MXN
8.125%
30/12/19
MXN
11.5%
15/05/26
ARS
10.25%
21/07/30
ARS 12%
19/06/31
ARS
8.125%
21/04/08
MXN
9.875%
15/01/07
BRL 10%
07/08/11
BRL
8.875%
15/04/24
ARS 11%
09/10/06
ARS
11.75%
07/04/09
ARS
11.75%
00/06/15
BRL
10.125%
15/05/27
BRL
14.5%
15/10/09
BRL 11.25%
26/07/07
BRL 11%
17/08/40
BRL 8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
BRL 10%
16/01/07
BRL
10.25%
17/06/13
Fonte: Elaborado pelo autor
23
O México consegue emitir a maioria de seus títulos em pesos mexicanos e, dessa forma, elimina o problema do
“original sin”.
98
A figura 20 permite a visualização das carteiras com títulos brasileiros e, com outros países da
América Latina. Devido ao impressionante retorno dos títulos argentinos, devido à moratória da
dívida, a curva das carteiras formadas pelos ativos da América Latina se sobressai.
Figura 20 – Fronteira eficiente com títulos da América Latina
-
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
- 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
Risco
Retorno
Títulos ARS, MXN, VENZ Títulos Brasileiros
Fonte: Elaborado pelo autor
A Tabela 20 exibe os retornos médios das 20 carteiras otimizadas com apenas ativos brasileiros e,
depois, com a presença de ativos de outros países latino-americanos (Argentina, México e
Venezuela). A média das carteiras com ativos brasileiros foi de
9.368%, enquanto as carteiras
com a presença de títulos de Argentina, Venezuela e México foi de
67.694%. Os resultados do
teste t possibilitam inferir que os retornos de carteiras otimizadas com títulos de dívida
argentinos, mexicanos, venezuelanos e brasileiros são superiores, indicando a melhor
performance para o investidor que faça a diversificação de seu portfolio. Entretanto, o risco
também é mais elevado.
Tabela 20 – Análise dos retornos das diferentes carteiras e teste t
(Ativos Latino-Americanos)
Classificação da carteira N Média Desvio Padrão Erro padrão t gl Sig. Intercaudal
Ativos Brasileiros 20 9.368 0.120 0.027 349.875 19 0.000
Ativos América Latina 20 67.694 32.165 7.192 9.412 19 0.000
Fonte: Elaborado pelo autor
99
5.3 Análise da eficiência informacional do mercado de títulos de dívida
H
3,0
O mercado de títulos brasileiros é eficiente na forma fraca;
H
3,1
O mercado de títulos brasileiros não é eficiente na forma fraca;
O próximo teste a ser realizado será sobre a eficiência fraca dos mercados de capitais. Em um
mercado eficiente, as informações relevantes seriam prontamente refletidas nos preços. Dados
históricos são incapazes de indicar o comportamento futuro dos preços, que seriam caracterizados
por um processo do tipo rumo aleatório.
Em mercados informacionalmente eficientes na forma fraca, informações passadas não são
relevantes na predição de seu comportamento futuro. A análise a ser empregada para verificar a
forma de distribuição dos retornos históricos foi o de Kolmogorov-Smirnov, afim de verificar a
normalidade dos dados. Os resultados, obtidos utilizando o SPSS são encontrados na Tabela 21.
Tabela 21 – Teste de Kolmogorov-Smirnov para normalidade
N 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24
Parâmetros
Média 9.387 7.438 6.948 9.845 9.103 7.692 5.388 8.390 8.048 9.274
Desvio Padrão 1.130 1.471 1.560 0.992 1.192 1.424 1.134 1.288 1.359 1.074
Maiores diferenças
Absoluto 0.136 0.176 0.116 0.166 0.129 0.195 0.239 0.167 0.183 0.146
Positva 0.136 0.176 0.116 0.166 0.129 0.195 0.239 0.167 0.183 0.146
Negativa
-0.092 -0.148 -0.079 -0.115 -0.115 -0.129 -0.153 -0.093 -0.114 -0.100
Kolmogorov-Smirnov Z
0.668 0.863 0.569 0.815 0.632 0.954 1.171 0.817 0.898 0.713
Asymp. Sig. (2-tailed) 0.763 0.446 0.903 0.520 0.819 0.323 0.129 0.516 0.395 0.690
Test distribution is Normal.
Calculated from data.
BRL 10%
07/08/11
BRL 8.875%
15/04/24
Kolmogorov-Smirnov Z
BRL 8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
BRL 10%
16/01/07
BRL 10.25%
17/06/13
BRL 10.125%
15/05/27
BRL 14.5%
15/10/09
BRL 11.25%
26/07/07
BRL 11%
17/08/40
Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados encontrados permitem afirmar que os retornos históricos dos títulos brasileiros
seguem distribuição normal. A hipótese empregada no teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
estabeleceu que os dados analisados seguiam uma distribuição teórica normal, exceto o Brazil
10% 16/01/07.
Para complementar a análise, foram realizados os testes de Kurtosis e Skewness. O coeficiente de
Kurtosis pode ser utilizado como teste de normalidade (rejeita-se quando o índice é menor que -2
ou maior de +2). O teste de Skewness também pode ser usado como teste de normalidade,
obedecendo os mesmos critérios do teste de Kurtosis. As tabelas 22 e 23 revelam os resultados
encontrados para estes dois testes, a partir dos retornos históricos.
100
Tabela 22 – Resultados do Teste de Skewness
Estatística 0.849 1.197 0.273 1.087 0.389 1.064 1.424 0.917 0.975 0.900
Erro padrão
0.472 0.472 0.472 0.472 0.472 0.472 0.472 0.472 0.472 0.472
BRL 10.25%
17/06/13
BRL 10%
07/08/11
BRL 8.875%
15/04/24
BRL 11%
17/08/40
BRL 8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
BRL 10%
16/01/07
Skewness
BRL 10.125%
15/05/27
BRL 14.5%
15/10/09
BRL 11.25%
26/07/07
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 23
– Resultados do Teste de Kurtosis
Estatística 0.126 0.538 -0.871 0.517 0.434 0.155 1.044 -0.053 0.000 0.064
Erro padrão
0.918 0.918 0.918 0.918 0.918 0.918 0.918 0.918 0.918 0.918
BRL 10%
16/01/07
BRL 10.25%
17/06/13
BRL 10%
07/08/11
BRL 8.875%
15/04/24
Kurtosis
BRL 10.125%
15/05/27
BRL 14.5%
15/10/09
BRL 11.25%
26/07/07
BRL 11%
17/08/40
BRL 8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados dos testes permitem concluir que os retornos dos títulos apresentam distribuição
normal. Além dos testes de Kolmogorov-Smirnov, Kurtosis e Skewness, foi realizado o teste de
autocorrelação. Para a avaliação dos resultados, foi utilizado o SPSS para calcular o erro padrão.
Tabela 24 – Resultados do Teste de Autocorrelação
Erro padrão 0.608 1.173 0.861 0.679 0.670 0.499 1.126 0.496 0.479 0.863
BRL 10.25%
17/06/13
BRL 10%
07/08/11
BRL 8.875%
15/04/24
BRL 11%
17/08/40
BRL 8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
BRL 10%
16/01/07
Teste de auto-correlação
BRL 10.125%
15/05/27
BRL 14.5%
15/10/09
BRL 11.25%
26/07/07
Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados apresentados na tabela 23 do teste de autocorrelação confirmam os resultados
alcançados no teste três testes anteriores. Este teste revela que todos os retornos históricos são
normais, exceto do Brazil 10% 16/01/07 e o Brazil 14.5% 15/10/09. Este teste aponta que este
último título também apresenta uma distribuição que se diferencia dos demais títulos.
Foram realizados, então, o teste de aleatoriedade (“Run test”), utilizando o software SPSS. A
princípio, foi utilizada a mediana como ponto de corte. Com exceção do Brazil 11.25% 28/07/07,
todos os retornos históricos dos títulos não se caracterizaram pela aleatoriedade. Os resultados
são encontrados na tabela 24.
101
Tabela 25 – Resultados do Teste para aleatoriedade (Mediana)
Valor Test 9.177 6.874 7.104 9.5765 8.819 7.2445 4.8425 8.0905 7.72 9.0225
Casos < Valor test 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
Casos >= Valor test 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
Número de casos 24242424242424242424
Número de Runs 44114546444
Z -3.548 -3.548 -0.626 -3.548 -3.131 -3.548 -2.713 -3.548 -3.548 -3.548
Asymp. Sig. (2-tailed)
- - 0.5310 - 0.0020 - 0.0070 - - -
Ponto de corte = Mediana
BRL 10%
16/01/07
BRL
10.25%
17/06/13
BRL 10%
07/08/11
BRL
8.875%
15/04/24
Run test
BRL
10.125%
15/05/27
BRL 14.5%
15/10/09
BRL
11.25%
26/07/07
BRL 11%
17/08/40
BRL
8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
Fonte: Elaborado pelo autor
Utilizando a média como ponto de corte, os resultados alcançados estão apresentados na tabela
25. Os resultados alcançados são semelhantes para julgamento daqueles encontrados na tabela 24.
Tabela 26 – Resultados do Teste para aleatoriedade (Média)
Valor Test 9.3871 7.4377 6.9477 9.8451 9.1026 7.692 5.3883 8.3903 8.0481 9.2739
Casos < Valor test 13 15 11 15 13 15 17 13 14 14
Casos >= Valor test 11 9 13 9 11 9 7 11 10 10
Número de casos 24242424242424242424
Número de Runs 4494542464
Z -3.539 -3.461 -1.437 -3.461 -3.119 -3.461 -4.293 -3.539 -2.651 -3.511
Asymp. Sig. (2-tailed)
- 0.0010 0.1510 0.0010 0.0020 0.0010 - - 0.0080 -
Ponto de corte = Média
BRL
10.25%
17/06/13
BRL 10%
07/08/11
BRL
8.875%
15/04/24
BRL 11%
17/08/40
BRL
8.875%
15/04/24
BRL 12%
15/04/10
BRL 10%
16/01/07
Run test
BRL
10.125%
15/05/27
BRL 14.5%
15/10/09
BRL
11.25%
26/07/07
Fonte: Elaborado pelo autor
5.4 Considerações Finais
O mercado de títulos de renda fixa difundiu-se com a disseminação de ferramentas operacionais
como Bloomberg e Câmaras de Compensação internacionais e a especialização dos gestores
desses ativos, representados, principalmente, pelos bancos de investimentos e corretoras de
valores. Enquanto a maioria dos governos emitem títulos de dívida com o objetivo de
capitalização para a realização de investimentos em setores produtivos, os investidores buscam
diversificar suas carteiras de investimento em busca de retornos superiores a um determinado
nível de risco, o que varia de investidor a investidor.
O trabalho propôs investigar se os investidores obteriam retornos superiores quando diversificam
suas carteiras de investimento ao adicionar títulos de dívida emitidos por países latino-
americanos. Em média, investidores auferem retornos superiores quando diversificam seus
portfolios acrescentando ativos brasileiros. Ao adicionar ativos de países como Argentina,
Venezuela e México, os retornos esperados aumentam ainda mais, porém o risco é altamente
102
elevando, especialmente devido à crise da Argentina. O México possui emissões em sua moeda
local. Foi um país que conseguiu eliminar o problema do “original sin”.
Os retornos históricos dos títulos de renda fixa brasileiros, para o período analisado, apresentou
uma distribuição normal. Os dados foram analisados mediante a execução de vários testes
estatísticos, como de Kolmogorov-Smirnov, Skewness e Kurtosis, em que foi constatado a
normalidade dos dados que compuseram as carteiras diversificadas. Pela análise do teste de
autocorrelação, foi encontrado que os retornos seguem uma distribuição. Em relação ao “run test
ou de aleatoriedade, constatou-se que os retornos históricos não seguem uma trajetória aleatória.
Durante a execução deste trabalho, algumas questões surgiram, principalmente em relação à
composição de carteiras com ativos brasileiros e americanos. Em um intervalo, retornos
superiores em ativos americanos sobrepunham os ativos brasileiros. Seria o efeito do aumento da
Fed Fund (taxa básica de juros dos Estados Unidos) nos últimos anos? Quais os fatores que
permitiram os países a eliminar o problema do “original sin”? Futuros estudos podem analisar
quais os fatores que influenciam esse movimento.
103
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ZINI JR., A.A. Política cambial com liberdade de câmbio. São Paulo: Campus, 1996.
108
Anexo 1 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Americano
Descrição Data de Vencimento ISIN (Código) Cupom Moeda de emissão Data de emissão Tipo de emissão
UNITED ST OF AMER 11.2500 15/02/15 15 - 02 - 2015 US912810DP04 11.250% USD 15 - 02 - 1985 Doméstica
UNITED ST OF AMER 10.6250 15/08/15 15 - 08 - 2015 US912810DS43 10.625% USD 15 - 08 - 1985 Doméstica
UNITED ST OF AMER 9.87500 15/11/15 15 - 11 - 2015 US912810DT26 9.875% USD 15 - 11 - 1985 Doméstica
UNITED ST OF AMER 9.37500 15/02/06 15 - 02 - 2006 US912810DU98 9.375% USD 15 - 01 - 1986 Doméstica
UNITED ST OF AMER 9.25000 15/02/16 15 - 02 - 2016 US912810DV71 9.250% USD 15 - 02 - 1986 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.25000 15/05/16 15 - 05 - 2016 US912810DW54 7.250% USD 15 - 05 - 1986 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.50000 15/11/16 15 - 11 - 2016 US912810DX38 7.500% USD 15 - 11 - 1986 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.75000 15/05/17 15 - 05 - 2017 US912810DY11 8.750% USD 15 - 05 - 1987 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.87500 15/08/17 15 - 08 - 2017 US912810DZ85 8.875% USD 15 - 08 - 1987 Doméstica
UNITED ST OF AMER 9.12500 15/05/18 15 - 05 - 2018 US912810EA26 9.125% USD 15 - 05 - 1988 Doméstica
UNITED ST OF AMER 9.00000 15/11/18 15 - 11 - 2018 US912810EB09 9.000% USD 22 - 11 - 1988 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.87500 15/02/19 15 - 02 - 2019 US912810EC81 8.875% USD 15 - 02 - 1989 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.12500 15/08/19 15 - 08 - 2019 US912810ED64 8.125% USD 15 - 08 - 1989 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.50000 15/02/20 15 - 02 - 2020 US912810EE48 8.500% USD 15 - 02 - 1990 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.75000 15/05/20 15 - 05 - 2020 US912810EF13 8.750% USD 15 - 05 - 1990 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.75000 15/08/20 15 - 08 - 2020 US912810EG95 8.500% USD 15 - 08 - 1990 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.87500 15/02/21 15 - 02 - 2021 US912810EH78 7.875% USD 15 - 02 - 1991 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.12500 15/05/21 15 - 05 - 2021 US912810EJ35 8.125% USD 15 - 05 - 1991 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.12500 15/08/21 15 - 08 - 2021 US912810EK08 8.125% USD 15 - 08 - 1991 Doméstica
UNITED ST OF AMER 8.00000 15/11/21 15 - 11 - 2021 US912810EL80 8.000% USD 15 - 11 - 1991 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.25000 15/08/22 15 - 08 - 2022 US912810EM63 7.250% USD 15 - 08 - 1992 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.62500 15/11/22 15 - 11 - 2022 US912810EN47 7.625% USD 16 - 11 - 1992 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.12500 15/02/23 15 - 02 - 2023 US912810EP94 7.125% USD 15 - 02 - 1993 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.25000 15/08/23 15 - 08 - 2023 US912810EQ77 6.250% USD 15 - 08 - 1993 Doméstica
UNITED ST OF AMER 12.5000 15/08/14 15 - 08 - 2014 US912810DL99 12.500% USD 15 - 08 - 1994 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.50000 15/11/24 15 - 11 - 2024 US912810ES34 7.500% USD 15 - 08 - 1994 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.62500 15/02/25 15 - 02 - 2025 US912810ET17 7.625% USD 15 - 02 - 1995 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.87500 15/08/25 15 - 08 - 2025 US912810EV62 6.875% USD 15 - 08 - 1995 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.62500 15/02/06 15 - 02 - 2006 US912827W814 5.625% USD 15 - 02 - 1996 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.00000 15/02/26 15 - 02 - 2026 US912810EW46 6.000% USD 15 - 02 - 1996 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.87500 15/05/06 15 - 05 - 2006 US912827X804 6.875% USD 15 - 05 - 1996 Doméstica
UNITED ST OF AMER 7.00000 15/07/06 15 - 07 - 2006 US912827Y554 7.000% USD 15 - 07 - 1996 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.75000 15/08/26 15 - 08 - 2026 US912810EX29 6.750% USD 15 - 08 - 1996 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.50000 15/10/06 15 - 10 - 2006 US912827Z627 6.500% USD 15 - 10 - 1996 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.50000 15/11/26 15 - 11 - 2026 US912810EY02 6.500% USD 15 - 11 - 1996 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.37500 15/01/07 15 - 01 - 2007 US9128272M37 3.375% USD 06 - 02 - 1997 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.25000 15/02/07 15 - 02 - 2007 US9128272J08 6.250% USD 18 - 02 - 1997 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.62500 15/02/27 15 - 02 - 2027 US912810EZ76 6.625% USD 18 - 02 - 1997 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.62500 15/05/07 15 - 05 - 2007 US9128272U52 6.625% USD 15 - 05 - 1997 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.12500 15/08/07 15 - 08 - 2007 US9128273E02 6.125% USD 15 - 08 - 1997 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.37500 15/08/27 15 - 08 - 2027 US912810FA17 6.375% USD 15 - 08 - 1997 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.12500 15/11/27 15 - 11 - 2027 US912810FB99 6.125% USD 17 - 11 - 1997 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.62500 15/01/08 15 - 01 - 2008 US9128273T70 3.625% USD 15 - 01 - 1998 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.50000 15/02/08 15 - 02 - 2008 US9128273X82 5.500% USD 17 - 02 - 1998 Doméstica
UNITED STATES OF AM 3.62500 15/04/28 15 - 04 - 2028 US912810FD55 3.625% USD 15 - 04 - 1998 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.62500 15/05/08 15 - 05 - 2008 US9128274F67 5.625% USD 15 - 05 - 1998 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.50000 15/08/28 15 - 08 - 2028 US912810FE39 5.500% USD 17 - 08 - 1998 Doméstica
UNITED ST OF AMER 4.75000 15/11/08 15 - 11 - 2008 US9128274V18 4.750% USD 16 - 11 - 1998 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.25000 15/11/28 15 - 11 - 2028 US912810FF04 5.250% USD 16 - 11 - 1998 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.87500 15/01/09 15 - 01 - 2009 US9128274Y56 3.875% USD 15 - 01 - 1999 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.25000 15/02/29 15 - 02 - 2029 US912810FG86 5.250% USD 16 - 02 - 1999 Doméstica
UNITED STATES OF AM 3.87500 15/04/29 15 - 04 - 2029 US912810FH69 3.875% USD 15 - 04 - 1999 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.50000 15/05/09 15 - 05 - 2009 US9128275G32 5.500% USD 17 - 05 - 1999 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.00000 15/08/09 15 - 08 - 2009 US9128275N82 6.000% USD 16 - 08 - 1999 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.12500 15/08/29 15 - 08 - 2029 US912810FJ26 6.125% USD 16 - 08 - 1999 Doméstica
UNITED STATES OF AM 4.25000 15/01/10 15 - 01 - 2010 US9128275W81 4.250% USD 15 - 01 - 2000 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.50000 15/02/10 15 - 02 - 2010 US9128275Z13 6.500% USD 15 - 02 - 2000 Doméstica
UNITED ST OF AMER 6.25000 15/05/30 15 - 05 - 2030 US912810FM54 6.250% USD 15 - 02 - 2000 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.75000 15/08/10 15 - 08 - 2010 US9128276J61 5.750% USD 15 - 08 - 2000 Doméstica
UNITED STATES 144A 12.3750 01/10/10 01 - 10 - 2010 US911674AB59 12.375% USD 04 - 10 - 2000 Euronotes
UNITED STATES 12.3750 01/10/10 01 - 10 - 2010 US911674AF63 12.375% USD 04 - 10 - 2000 Euronotes
UNITED ST OF AMER 5.00000 15/02/11 15 - 02 - 2011 US9128276T44 5.000% USD 15 - 02 - 2001 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.37500 15/02/31 15 - 02 - 2031 US912810FP85 5.375% USD 15 - 02 - 2001 Doméstica
UNITED ST OF AMER 4.62500 15/05/06 15 - 05 - 2006 US9128276X55 4.625% USD 15 - 05 - 2001 Doméstica
UNITED ST OF AMER 5.00000 15/08/11 15 - 08 - 2011 US9128277B27 5.000% USD 15 - 08 - 2001 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.37500 15/04/32 14 - 04 - 2032 US912810FQ68 3.375% USD 15 - 10 - 2001 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.50000 15/11/06 15 - 11 - 2006 US9128277F31 3.500% USD 15 - 11 - 2001 Doméstica
UNITED STATES OF AM 3.37500 15/01/12 15 - 01 - 2012 US9128277J52 3.375% USD 15 - 01 - 2002 Doméstica
UNITED ST OF AMER 4.87500 15/02/12 15 - 02 - 2012 US9128277L09 4.875% USD 15 - 02 - 2002 Doméstica
UNITED ST OF AMER 4.37500 15/05/07 15 - 05 - 2007 US912828AC44 4.375% USD 15 - 05 - 2002 Doméstica
UNITED STATES OF AM 3.00000 15/07/12 15 - 07 - 2012 US912828AF74 3.000% USD 15 - 07 - 2002 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.25000 15/08/07 15 - 08 - 2007 US912828AH31 3.250% USD 15 - 08 - 2002 Doméstica
UNITED ST OF AMER 4.37500 15/08/12 15 - 08 - 2012 US912828AJ96 4.375% USD 15 - 08 - 2002 Doméstica
UNITED STATES OF AM 3.00000 15/11/07 15 - 11 - 2007 US912828AN09 3.000% USD 15 - 11 - 2002 Doméstica
UNITED STATES OF AM 4.00000 15/11/12 15 - 11 - 2012 US912828AP56 4.000% USD 15 - 11 - 2002 Doméstica
UNITED STATES OF AM 3.00000 15/02/08 15 - 02 - 2008 US912828AT78 3.000% USD 18 - 02 - 2003 Doméstica
UNITED STATES OF AM 3.87500 15/02/13 15 - 02 - 2013 US912828AU42 3.875% USD 18 - 02 - 2003 Doméstica
UNITED STATES OF AM 2.62500 15/05/08 15 - 05 - 2008 US912828AZ39 2.625% USD 15 - 05 - 2003 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.62500 15/05/13 15 - 05 - 2013 US912828BA78 3.625% USD 15 - 05 - 2003 Doméstica
UNITED ST OF AMER 1.87500 15/07/13 15 - 07 - 2013 US912828BD18 1.875% USD 15 - 07 - 2003 Doméstica
UNIT STAT CAN REGS 10.8750 15/07/10 15 - 07 - 2010 USU91162AB03 10.875% USD 22 - 07 - 2003 Euronotes
UNITED ST OF AMER 3.12500 15/09/08 15 - 09 - 2008 US912828BK50 3.125% USD 15 - 09 - 2003 Doméstica
UNITED ST OF AMER 3.12500 15/10/08 15 - 10 - 2008 US912828BM17 3.125% USD 15 - 10 - 2003 Doméstica
109
Fonte: Euroclear Bank
Anexo 2 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Brasileiro
Descrição Data de Vencimento ISIN (Código) Cupom Moeda de emissão Data de emissão Tipo de emissão
BRAZIL 10.2500 11/01/06 11 - 01 - 2006 US105756AQ37 10.250% USD 11 - 01 - 2001 Global
FED.REPUBLIC BRAZIL 10.0000 16/01/07 16 - 01 - 2007 US105756AW05 10.000% USD 06 - 05 - 2003 Global
BRAZIL 11.2500 26/07/07 26 - 07 - 2007 US105756AM23 11.250% USD 26 - 07 - 2000 Global
BRAZIL 11.5000 12/03/08 12 - 03 - 2008 US105756AU49 11.500% USD 12 - 03 - 2002 Global
THE REP.OF BRAZIL 9.37500 07/04/08 07 - 04 - 2008 US105756AG54 9.375% USD 07 - 04 - 1998 Global
BRAZIL,REPUBLIC OF 14.5000 15/10/09 15 - 10 - 2009 US105756AJ93 14.500% USD 26 - 10 - 1999 Global
BRAZIL 12.0000 15/04/10 15 - 04 - 2010 US105756AV22 12.000% USD 16 - 04 - 2002 Global
FEDERATED REPUBLIC 9.25000 22/10/10 22 - 10 - 2010 US105756BA75 9.250% USD 22 - 10 - 2003 Global
FEDERATED REPUBLIC 10.0000 07/08/11 07 - 08 - 2011 US105756AY60 10.000% USD 07 - 08 - 2003 Global
BRAZIL 11.0000 11/01/12 11 - 01 - 2012 US105756AT75 11.000% USD 11 - 01 - 2002 Global
FEDERATED REPUBLIC 10.2500 17/06/13 17 - 06 - 2013 US105756AX87 10.250% USD 17 - 06 - 2003 Global
BRAZIL, FED REP OF 12.7500 15/01/20 15 - 01 - 2020 US105756AK66 12.750% USD 26 - 01 - 2000 Global
BRAZIL 8.87500 15/04/24 15 - 04 - 2024 US105756AR10 8.875% USD 22 - 03 - 2001 Global
FEDERATED REPUBLIC 8.87500 15/04/24 15 - 04 - 2024 US105756AZ36 8.875% USD 07 - 08 - 2003 Global
BRAZIL 10.1250 15/05/27 15 - 05 - 2027 US105756AE07 10.125% USD 09 - 06 - 1997 Global
BRAZIL 12.2500 06/03/30 06 - 03 - 2030 US105756AL40 12.250% USD 06 - 03 - 2000 Global
BRAZIL 11.0000 17/08/40 17 - 08 - 2040 US105756AP53 11.000% USD 17 - 08 - 2000 Global
Fonte: Euroclear Bank
Anexo 3 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Venezuelano
Descrição Data de Vencimento ISIN (Código) Cupom Moeda de emissão Data de emissão Tipo de emissão
VENEZUELA CREDIT-LK 8.50000 31/10/06 31 - 10 - 2006 XS0179681498 8.500% USD 31 - 10 - 2003 Euronotes
VENEZUELA CREDIT-LK 6.90000 06/11/06 06 - 11 - 2006 XS0179984983 6.900% USD 06 - 11 - 2003 Euronotes
THE REPUBLIC OF VEN 5.37500 07/08/10 07 - 08 - 2010 XS0177582680 5.375% USD 25 - 09 - 2003 Euronotes
THE REPUBLIC OF VEN 5.37500 07/08/10 07 - 08 - 2010 XS0177782694 5.375% USD 01 - 10 - 2003 Euronotes
REPUBLIC OF VENEZUE 10.7500 19/09/13 19 - 09 - 2013 USP97475AB69 10.750% USD 10 - 09 - 2003 Euronotes
REPUBLIC OF VENEZUE 10.7500 19/09/13 19 - 09 - 2013 US922646BH62 10.750% USD 19 - 09 - 2003 Euronotes
REP OF VENEZUE 144A 10.7500 19/09/13 19 - 09 - 2013 US922646BK91 10.750% USD 23 - 10 - 2003 Euronotes
REPUBLIC OF VENEZUE 10.7500 19/09/13 19 - 09 - 2013 USP97475AC43 10.750% USD 23 - 10 - 2003 Euronotes
REPUBLIC OF VENEZUE 13.6250 15/08/18 15 - 08 - 2018 US922646AT10 13.625% USD 06 - 08 - 1998 Global
VENEZUELA, REP 144A 13.6250 15/08/18 15 - 08 - 2018 US922646BE32 13.625% USD 06 - 09 - 2001 Euronotes
VENEZUELA, REP REGS 13.625 15/08/18 15 - 08 - 2018 USP9395PAA95 13.625% USD 27 - 09 - 2001 Euronotes
REPUBLIC OF VENEZUE 13.6250 15/08/18 15 - 08 - 2018 USP9395PAC51 13.625% USD 01 - 10 - 2003 Global
REP OF VENEZUELA 6.75000 31/03/20 31 - 03 - 2020 XS0152496922 6.750% USD 30 - 07 - 2002 Euronotes
REP VEN MUL BOND/A 6.75000 31/03/20 31 - 03 - 2020 XS0152902424 6.750% USD 09 - 08 - 2002 Euronotes
VENEZUELA, BDS 2020 6.75000 31/03/20 31 - 03 - 2020 XS0152015094 6.750% USD 09 - 08 - 2002 Euronotes
REP VEN MUL BN SPV 9.25000 15/09/27 15 - 09 - 2027 XS0152904552 9.250% USD 09 - 08 - 2002 Euronotes
Fonte: Euroclear Bank
Anexo 4 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Argentino
Descrição Data de Vencimento ISIN (Código) Cupom Moeda de emissão Data de emissão Tipo de emissão
ARGENTINA, REP OF 11.0000 09/10/06 09 - 10 - 2006 US040114AN02 11.000% USD 06 - 10 - 1996 Global
ARGENTINA, REP OF 11.3750 30/01/17 30 - 01 - 2017 US040114AR16 11.375% USD 30 - 01 - 1997 Global
ARGENTINA, REP OF 9.75000 19/09/27 19 - 09 - 2027 US040114AV28 9.750% USD 19 - 09 - 1997 Global
ARGENTINA, REP OF 8.12500 21/04/08 21 - 04 - 2008 XS0086333472 8.125% EUR 21 - 04 - 1998 Global
ARGENTINA, REP OF 12.1250 25/02/19 25 - 02 - 2019 US040114BC38 12.125% USD 25 - 02 - 1999 Global
ARGENTINA, REP OF 8.87500 01/03/29 01 - 03 - 2029 US040114BD11 8.875% USD 01 - 03 - 1999 Global
ARGENTINA, REP OF 11.7500 07/04/09 07 - 04 - 2009 US040114BE93 11.750% USD 07 - 04 - 1999 Global
ARGENTINA, REP OF 12.0000 01/02/20 01 - 02 - 2020 US040114FB19 12.000% USD 03 - 02 - 2000 Global
ARGENTINA, REP OF 11.3750 15/03/10 15 - 03 - 2010 US040114FC91 11.375% USD 15 - 03 - 2000 Global
ARGENTINA, REP OF 11.7500 00/06/15 15 - 06 - 2015 US040114GA27 11.750% USD 15 - 06 - 2000 Global
ARGENTINA, REP OF 10.2500 21/07/30 21 - 07 - 2030 US040114GB00 10.250% USD 21 - 07 - 2000 Global
ARGENTINA, REP OF 12.0000 31/01/31 31 - 01 - 2031 USP8055KGV19 12.000% USD 31 - 01 - 2001 Global
ARGENTINA, REP OF 12.2500 19/06/18 19 - 06 - 2018 US040114GG96 12.250% USD 19 - 06 - 2001 Global
ARGENTINA, REP OF 7.00000 19/12/08 19 - 12 - 2018 US040114GF14 15.500% USD 19 - 06 - 2001 Global
ARGENTINA, REP OF 12.0000 19/06/31 19 - 06 - 2031 US040114GH79 12.000% USD 19 - 06 - 2001 Global
Fonte: Euroclear Bank
110
Anexo 5 – Títulos de Dívida emitidos pelo Governo México
Descrição Data de Vencimento ISIN (Código) Cupom Moeda de emissão Data de emissão Tipo de emissão
MEXICO 9.87500 15/01/07 15 - 01 - 2007 US593048BB61 9.875% USD 14 - 01 - 1997 Global
MEXICO 9.87500 01/02/10 01 - 02 - 2010 US91086QAD07 9.875% USD 28 - 01 - 2000 Euronote
MEXICO FRN CREDIT L VAR 27/02/13 27 - 02 - 2013 XS0164673757 Variável USD 06 - 03 - 2003 Euronote
MEXICO 11.3750 15/09/16 15 - 09 - 2016 US593048BA88 11.375% USD 24 - 09 - 1996 Global
MEXICO 8.12500 30/12/19 30 - 12 - 2019 US593048BN00 8.125% USD 30 - 03 - 2001 Global
MEXICO 11.5000 15/05/26 15 - 05 - 2026 US593048AX90 11.500% USD 07 - 05 - 1996 Global
Fonte: Euroclear Bank
Anexo 6 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Americano
US912810DP04 US9128277B27 US9128277L09 US912828AJ96 US912828AP56 US912828AU42 US912828BA78
Date Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno
09 - 01 - 2004 4,1850 3,7120 3,8160 3,8960 3,9280 3,9570 3,9310
16 - 01 - 2004 4,1260 3,6770 3,7700 3,8480 3,8850 3,9080 3,8660
23 - 01 - 2004 4,1700 3,7200 3,8180 3,8960 3,9340 3,9620 3,9260
30 - 01 - 2004 4,2360 3,8000 3,8930 3,9700 4,0040 4,0330 4,0090
06 - 02 - 2004 4,1880 3,7310 3,8300 3,9070 3,9400 3,9680 3,9490
13 - 02 - 2004 4,1290 3,6430 3,7460 3,8320 3,8720 3,9020 3,8900
20 - 02 - 2004 4,1790 3,7100 3,8060 3,8880 3,9200 3,9540 3,9240
27 - 02 - 2004 4,0560 3,5740 3,6770 3,7620 3,7910 3,8330 3,8130
05 - 03 - 2004 3,9340 3,4410 3,5480 3,6320 3,6650 3,6990 3,7030
12 - 03 - 2004 3,8560 3,3560 3,4610 3,5530 3,5890 3,6270 3,6410
19 - 03 - 2004 3,8430 3,3660 3,4690 3,5530 3,5890 3,6260 3,6410
26 - 03 - 2004 3,9060 3,4230 3,5270 3,6120 3,6460 3,6830 3,6960
02 - 04 - 2004 4,2220 3,7620 3,8610 3,9430 3,9710 4,0120 4,0110
09 - 04 - 2004 4,2700 3,8160 3,9200 4,0030 4,0320 4,0700 4,0580
16 - 04 - 2004 4,4360 3,9700 4,0700 4,1570 4,1860 4,2250 4,2010
23 - 04 - 2004 4,5640 4,1340 4,2270 4,3020 4,3220 4,3620 4,3430
30 - 04 - 2004 4,6110 4,1730 4,2720 4,3470 4,3690 4,4020 4,3880
07 - 05 - 2004 4,8770 4,4750 4,5650 4,6380 4,6530 4,6860 4,6760
14 - 05 - 2004 4,8690 4,4290 4,5190 4,5920 4,6200 4,6580 4,6660
21 - 05 - 2004 4,8550 4,4180 4,5110 4,5880 4,6070 4,6460 4,6340
28 - 05 - 2004 4,7420 4,3290 4,4250 4,4980 4,5200 4,5520 4,5470
04 - 06 - 2004 4,8650 4,4550 4,5430 4,6120 4,6300 4,6650 4,6540
11 - 06 - 2004
4,8900 4,4770 4,5620 4,6340 4,6490 4,6870 4,6850
18 - 06 - 2004 4,7930 4,3830 4,4700 4,5390 4,5550 4,5900 4,5980
25 - 06 - 2004 4,7250 4,3010 4,3900 4,4620 4,4780 4,5190 4,5260
02 - 07 - 2004 4,5250 4,0970 4,1900 4,2660 4,2820 4,3240 4,3340
09 - 07 - 2004 4,5290 4,0960 4,1930 4,2690 4,2890 4,3270 4,3330
16 - 07 - 2004 4,4260 3,9920 4,0900 4,1650 4,1830 4,2210 4,2280
23 - 07 - 2004 4,5080 4,1040 4,1930 4,2610 4,2740 4,3110 4,3110
30 - 07 - 2004 4,5460 4,1220 4,2130 4,2870 4,3050 4,3460 4,3520
06 - 08 - 2004 4,2820 3,8420 3,9350 4,0140 4,0350 4,0760 4,0880
13 - 08 - 2004 4,2900 3,8490 3,9450 4,0220 4,0420 4,0790 4,0810
20 - 08 - 2004 4,2880 3,8470 3,9500 4,0280 4,0380 4,0820 4,0860
27 - 08 - 2004 4,2830 3,8490
3,9460 4,0230 4,0330 4,0770 4,0800
03 - 09 - 2004 4,3500 3,9180 4,0100 4,0770 4,0970 4,1310 4,1340
10 - 09 - 2004 4,2420 3,7860 3,8800 3,9570 3,9770 4,0140 4,0200
17 - 09 - 2004 4,1580 3,7160 3,8070 3,8770 3,8980 3,9360 3,9400
24 - 09 - 2004 4,0760 3,6590 3,7460 3,8170 3,8280 3,8610 3,8650
01 - 10 - 2004 4,2350 3,8170 3,9040 3,9780 3,9970 4,0280 4,0270
08 - 10 - 2004 4,1830 3,7740 3,8570 3,9260 3,9450 3,9830 3,9840
15 - 10 - 2004 4,0960 3,6840 3,7650 3,8410 3,8630 3,9030 3,9040
22 - 10 - 2004 4,0230 3,6180 3,6940 3,7690 3,7890 3,8190 3,8280
29 - 10 - 2004 4,0600 3,6470 3,7290 3,8040 3,8270 3,8590 3,8590
05 - 11 - 2004 4,2050 3,8180 3,9010 3,9690 3,9880 4,0290 4,0250
12 - 11 - 2004 4,2110 3,8260 3,9060 3,9730
3,9910 4,0310 4,0280
19 - 11 - 2004 4,2370 3,8710 3,9400 4,0040 4,0180 4,0540 4,0490
26 - 11 - 2004 4,2610 3,9180 3,9910 4,0530 4,0670 4,0980 4,0940
03 - 12 - 2004 4,2830 3,8890 3,9700 4,0410 4,0530 4,0960 4,0950
10 - 12 - 2004 4,1690 3,7910 3,8680 3,9340 3,9560 3,9990 3,9950
17 - 12 - 2004 4,2230 3,8450 3,9200 3,9780 4,0000 4,0380 4,0400
24 - 12 - 2004 4,2250 3,8500 3,9320 3,9980 4,0130 4,0560 4,0550
31 - 12 - 2004 4,2270 3,8810 3,9450 4,0070 4,0200 4,0680 4,0620
média 4,3205 3,8919 3,9830 4,0577 4,0801 4,1168 4,1129
desvio
p
adrão 0,2747 0,2861 0,2843 0,2818 0,2780 0,2786 0,2785
Fonte: Bloomberg Financial Markets
111
Anexo 6 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos
pelo Governo Americano (continuação)
US9128276T44 US9128277B27 US9128277L09 US912828AJ96 US912828AP56 US912828AU42 US912828BA78
Date Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno
09 - 01 - 2004 3,5890 3,7120 3,8160 3,8960 3,9280 3,9570 3,9310
16 - 01 - 2004 3,5590 3,6770 3,7700 3,8480 3,8850 3,9080 3,8660
23 - 01 - 2004 3,6040 3,7200 3,8180 3,8960 3,9340 3,9620 3,9260
30 - 01 - 2004 3,6860 3,8000 3,8930 3,9700 4,0040 4,0330 4,0090
06 - 02 - 2004 3,6170 3,7310 3,8300 3,9070 3,9400 3,9680 3,9490
13 - 02 - 2004 3,5270 3,6430 3,7460 3,8320 3,8720 3,9020 3,8900
20 - 02 - 2004 3,5840 3,7100 3,8060 3,8880 3,9200 3,9540 3,9240
27 - 02 - 2004 3,4500 3,5740 3,6770 3,7620 3,7910 3,8330 3,8130
05 - 03 - 2004 3,3110 3,4410 3,5480 3,6320 3,6650 3,6990 3,7030
12 - 03 - 2004 3,2260 3,3560 3,4610 3,5530 3,5890 3,6270 3,6410
19 - 03 - 2004 3,2410 3,3660 3,4690 3,5530 3,5890 3,6260 3,6410
26 - 03 - 2004 3,2990 3,4230 3,5270 3,6120 3,6460 3,6830 3,6960
02 - 04 - 2004 3,6500 3,7620 3,8610 3,9430 3,9710 4,0120 4,0110
09 - 04 - 2004 3,6990 3,8160 3,9200 4,0030 4,0320 4,0700 4,0580
16 - 04 - 2004 3,8520 3,9700 4,0700 4,1570 4,1860 4,2250 4,2010
23 - 04 - 2004 4,0270 4,1340 4,2270 4,3020 4,3220 4,3620 4,3430
30 - 04 - 2004 4,0630 4,1730 4,2720 4,3470 4,3690 4,4020 4,3880
07 - 05 - 2004 4,3660 4,4750 4,5650 4,6380 4,6530 4,6860 4,6760
14 - 05 - 2004 4,3230 4,4290 4,5190 4,5920 4,6200 4,6580 4,6660
21 - 05 - 2004 4
,
3160 4
,
4180 4
,
5110 4
,
5880 4
,
6070 4
,
6460 4
,
6340
28 - 05 - 2004 4
,
2270 4
,
3290 4
,
4250 4
,
4980 4
,
5200 4
,
5520 4
,
5470
04 - 06 - 2004 4
,
3520 4
,
4550 4
,
5430 4
,
6120 4
,
6300 4
,
6650 4
,
6540
11 - 06 - 2004 4
,
3800 4
,
4770 4
,
5620 4
,
6340 4
,
6490 4
,
6870 4
,
6850
18 - 06 - 2004 4,2850 4,3830 4,4700 4,5390 4,5550 4,5900 4,5980
25 - 06 - 2004 4,1980 4,3010 4,3900 4,4620 4,4780 4,5190 4,5260
02 - 07 - 2004 3,9980 4,0970 4,1900 4,2660 4,2820 4,3240 4,3340
09 - 07 - 2004 3,9930 4,0960 4,1930 4,2690 4,2890 4,3270 4,3330
16 - 07 - 2004 3,8960 3,9920 4,0900 4,1650 4,1830 4,2210 4,2280
23 - 07 - 2004 4,0100 4,1040 4,1930 4,2610 4,2740 4,3110 4,3110
30 - 07 - 2004 4,0310 4,1220 4,2130 4,2870 4,3050 4,3460 4,3520
06 - 08 - 2004 3,7470 3,8420 3,9350 4,0140 4,0350 4,0760 4,0880
13 - 08 - 2004 3,7540 3,8490 3,9450 4,0220 4,0420 4,0790 4,0810
20 - 08 - 2004 3,7450 3,8470 3,9500 4,0280 4,0380 4,0820 4,0860
27 - 08 - 2004 3,7500 3,8490 3,9460 4,0230 4,0330 4,0770 4,0800
03 - 09 - 2004 3,8260 3,9180 4,0100 4,0770 4,0970 4,1310 4,1340
10 - 09 - 2004 3,6910 3,7860 3,8800 3,9570 3,9770 4,0140 4,0200
17 - 09 - 2004 3,6240 3,7160 3,8070 3,8770 3,8980 3,9360 3,9400
24 - 09 - 2004 3,5780 3,6590 3,7460 3,8170 3,8280 3,8610 3,8650
01 - 10 - 2004 3,7280 3,8170 3,9040 3,9780 3,9970 4,0280 4,0270
08 - 10 - 2004 3,6790 3,7740 3,8570 3,9260 3,9450 3,9830 3,9840
15 - 10 - 2004 3,5990 3,6840 3,7650 3,8410 3,8630 3,9030 3,9040
22 - 10 - 2004 3,5260 3,6180 3,6940 3,7690 3,7890 3,8190 3,8280
29 - 10 - 2004 3,5570 3,6470 3,7290 3,8040 3,8270 3,8590 3,8590
05 - 11 - 2004 3,7330 3,8180 3,9010 3,9690 3,9880 4,0290 4,0250
12 - 11 - 2004 3,7380 3,8260 3,9060 3,9730 3,9910 4,0310 4,0280
19 - 11 - 2004 3,7900
3,8710 3,9400 4,0040 4,0180 4,0540 4,0490
26 - 11 - 2004 3,8440 3,9180 3,9910 4,0530 4,0670 4,0980 4,0940
03 - 12 - 2004 3,8110 3,8890 3,9700 4,0410 4,0530 4,0960 4,0950
10 - 12 - 2004 3,7140 3,7910 3,8680 3,9340 3,9560 3,9990 3,9950
17 - 12 - 2004 3,7770 3,8450 3,9200 3,9780 4,0000 4,0380 4,0400
24 - 12 - 2004 3,7710 3,8500 3,9320 3,9980 4,0130 4,0560 4,0550
31 - 12 - 2004 3,8090 3,8810 3,9450 4,0070 4,0200 4,0680 4,0620
média 3,7913 3,8919 3,9830 4,0577 4,0801 4,1168 4,1129
desvio
p
adrão 0,2901 0,2861 0,2843 0,2818 0,2780 0,2786 0,2785
Fonte: Bloomberg Financial Markets
112
Anexo 7 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Brasileiro
US105756AE07 US105756AJ93 US105756AK66 US105756AL40 US105756AP53 US105756AT75
Date Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno
09 - 01 - 2004 8,733 6,910 8,620 8,970 9,185 7,504
16 - 01 - 2004 9,011 7,050 8,664 9,136 9,461 7,682
23 - 01 - 2004 9,073 7,232 8,779 9,353 9,487 7,703
30 - 01 - 2004 9,686 8,094 9,858 9,974 10,164 8,374
06 - 02 - 2004 10,065 8,754 10,184 10,255 10,213 8,963
13 - 02 - 2004 9,873 8,206 9,838 9,883 10,049 8,707
20 - 02 - 2004 10,587 9,126 10,997 10,753 10,598 9,546
27 - 02 - 2004 10,178 8,713 10,319 10,377 10,432 9,391
05 - 03 - 2004 9,835 8,163 9,743 10,020 10,066 8,819
12 - 03 - 2004 10,099 8,363 10,176 10,332 10,260 8,977
19 - 03 - 2004 9,792 7,894 9,618 9,858 10,133 8,548
26 - 03 - 2004 10,134 8,367 10,174 10,326 10,400 9,082
02 - 04 - 2004 10,300 8,651 10,145 10,423 10,543 9,328
09 - 04 - 2004 10,208 8,438 10,188 10,398 10,512 9,145
16 - 04 - 2004 10,848 9,288 10,868 11,072 11,075 9,939
23 - 04 - 2004 11,059 9,484 11,238 11,315 11,283 10,198
30 - 04 - 2004 11,652 10,446 12,166 11,993 11,863 10,713
07 - 05 - 2004 12,833 12,057 12,450 10,131 12,959 11,950
14 - 05 - 2004 12,370 11,336 12,970 12,742 12,487 11,519
21 - 05 - 2004 12,686 11,861 12,819 12,987 12,771 11,978
28 - 05 - 2004 12,132 11,086 12,597 12,309 12,249 11,402
04 - 06 - 2004 11,917 10,904 12,308 12,244 12,040 11,356
11 - 06 - 2004 12,027 11,023 12,345 12,439 12,195 11,472
18 - 06 - 2004 11,773 10,598 12,168 11,900 12,001 11,197
25 - 06 - 2004 11,666 10,531 12,099 11,839 11,929 10,995
02 - 07 - 2004 11,189 9,844 11,493 11,749 11,368 10,492
09 - 07 - 2004 11,349 10,113 11,725 11,513 11,544 10,679
16 - 07 - 2004 10,761 9,090 12,498 11,022 11,054 9,924
23 - 07 - 2004 11,170 9,754 11,387
11,456 11,441 10,248
30 - 07 - 2004 10,994 9,522 11,477 11,286 11,216 10,120
06 - 08 - 2004 10,780 9,072 10,980 11,039 10,999 9,936
13 - 08 - 2004 10,470 8,789 10,615 10,670 10,752 9,611
20 - 08 - 2004 10,105 8,381 10,322 10,404 10,473 9,157
27 - 08 - 2004 10,144 8,210 10,195 10,395 10,396 9,093
03 - 09 - 2004 10,049 8,213 10,091 10,297 10,315 8,937
10 - 09 - 2004 9,888 7,937 9,869 10,100 10,113 8,784
17 - 09 - 2004 9,443 7,486 9,544 9,671 9,766 8,388
24 - 09 - 2004 9,516 7,592 9,490 9,736 9,802 8,325
01 - 10 - 2004 9,495 7,574 9,532 9,758 9,793 8,263
08 - 10 - 2004 9,232 7,193 9,273 9,780 9,547 8,044
15 - 10 - 2004 9,388 7,474 9,538 9,388 9,680 8,235
22 - 10 - 2004 9,631 7,621 9,643 9,703 9,875 8,300
29 - 10 - 2004 9,429 7,426 9,535 9,823 9,738 8,341
05 - 11 - 2004 9,450 7,468 9,299 9,868 9,724 8,123
12 - 11 - 2004 9,486 7,197 9,271 9,556 9,626 8,012
19 - 11 - 2004 9,167 7,165 9,167 9,512 9,542 7,852
26 - 11 - 2004 8,996 6,943 9,242 9,388 9,400 7,704
03 - 12 - 2004 9,102 6,821 9,037 9,362 9,447 7,749
10 - 12 - 2004 8,952 6,809 8,861 9,257 9,438 7,590
17 - 12 - 2004 8,763 6,580 8,762 9,093 9,270 7,290
24 - 12 - 2004 8,675 6,496 8,614 8,952 9,208 7,187
31 - 12 - 2004 8,378 6,291 8,517 9,003 9,220 7,118
média 10,241 8,570 10,371 10,439 10,521 9,192
desvio
p
adrão 1,122 1,488 1,291 1,065 1,028 1,346
Fonte: Bloomberg Financial Markets
113
Anexo 7 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Brasileiro
(Continuação)
US105756AU49 US105756AV22 US105756AX87 Govt US105756AY60 US105756AZ36 US105756BA75
Date Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno Retorno
09 - 01 - 2004 6,087 7,145 7,671 7,348 8,591 7,103
16 - 01 - 2004 6,079 7,264 7,860 7,622 8,836 7,250
23 - 01 - 2004 6,040 7,268 7,792 7,630 8,868 7,335
30 - 01 - 2004 6,974 8,169 8,656 8,266 9,599 8,255
06 - 02 - 2004 7,821 8,779 9,065 8,757 9,887 8,654
13 - 02 - 2004 7,376 8,420 8,838 8,514 9,633 8,475
20 - 02 - 2004 8,260 9,410 9,708 9,490 10,128 9,227
27 - 02 - 2004 7,951 8,962 9,468 9,312 9,999 8,977
05 - 03 - 2004 7,104 8,310 8,862 8,679 9,713 8,310
12 - 03 - 2004 7,192 8,500 9,064 8,800 9,869 8,464
19 - 03 - 2004 6,924 8,122 8,742 8,486 9,623 8,203
26 - 03 - 2004 7,374 8,573 9,194 8,941 9,912 8,578
02 - 04 - 2004 7,736 8,826 9,422 9,214 10,111 8,848
09 - 04 - 2004 7,612 8,733 9,323 9,041 10,069 8,732
16 - 04 - 2004 8,435 9,519 10,056 9,768 10,652 9,442
23 - 04 - 2004 8,695 9,771 10,316 10,067 10,692 9,539
30 - 04 - 2004 9,326 10,358 10,821 10,497 11,375 10,088
07 - 05 - 2004 11,086 11,785 12,035 11,553 12,477 11,340
14 - 05 - 2004 10,309 11,273 11,619 11,330 12,067 11,000
21 - 05 - 2004 10,667 11,744 11,887 11,699 12,197 11,460
28 - 05 - 2004 9,846 10,998 11,329 11,258 11,672 10,795
04 - 06 - 2004 9,710 10,964 11,317 11,121 11,590 10,652
11 - 06 - 2004 9,838 11,114 11,372 11,143 11,667 10,890
18 - 06 - 2004 9,660 10,812 11,097 10,927 11,477 10,522
25 - 06 - 2004 9,407 10,634 10,916 10,787 11,372 10,450
02 - 07 - 2004 8,861 10,109 10,533 10,284 10,949 9,887
09 - 07 - 2004 8,783 10,282 10,692 10,487 11,077 9,962
16 - 07 - 2004 8,066 9,491 10,015 9,829 10,564 9,193
23 - 07 - 2004 8,450 9,849 10,322
10,134 10,891 9,565
30 - 07 - 2004 8,367 9,528 10,231 9,885 10,807 9,284
06 - 08 - 2004 8,051 9,434 10,117 9,680 10,602 9,071
13 - 08 - 2004 7,699 9,081 9,682 9,422 10,361 8,814
20 - 08 - 2004 7,125 8,627 9,293 9,001 10,114 8,410
27 - 08 - 2004 7,062 8,657 9,233 8,981 10,013 8,395
03 - 09 - 2004 6,995 8,462 9,167 8,834 9,926 8,366
10 - 09 - 2004 6,849 8,216 9,026 8,666 9,679 8,176
17 - 09 - 2004 6,440 7,722 8,553 8,176 9,243 7,816
24 - 09 - 2004 6,581 7,771 8,517 8,159 9,379 7,803
01 - 10 - 2004 6,513 7,736 8,567 8,057 9,372 7,767
08 - 10 - 2004 6,222 7,410 8,277 7,848 9,106 7,594
15 - 10 - 2004 6,424 7,687 8,325 8,085 9,213 7,803
22 - 10 - 2004 6,452 7,835 8,516 8,246 9,310 7,962
29 - 10 - 2004 6,347 7,684 8,459 8,154 9,240 7,799
05 - 11 - 2004 6,162 7,635 8,267 7,981 9,130 7,706
12 - 11 - 2004 6,023 7,471 8,190 7,893 9,142 7,584
19 - 11 - 2004 6,013 7,320 8,085 7,747 8,977 7,371
26 - 11 - 2004 5,751 7,148 7,912 7,618 8,819 7,182
03 - 12 - 2004 5,880 7,045 7,965 7,571 8,850 7,121
10 - 12 - 2004 5,757 6,974 7,839 7,407 8,792 7,086
17 - 12 - 2004 5,655 6,816 7,544 7,120 8,606 6,923
24 - 12 - 2004 5,447 6,700 7,423 7,008 8,515 6,805
31 - 12 - 2004 5,472 6,625 7,400 6,962 8,505 6,743
média 7,518 8,746 9,319 9,029 10,024 8,669
desvio padrão 1,470 1,415 1,267 1,310 1,055 1,275
Fonte: Bloomberg Financial Markets
114
Anexo 8 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Venezuelano
US922646AT10 USP97475AB69 USP97475AC43
Date Retorno Retorno Retorno
09 - 01 - 2004 10,383 9,113 9,830
16 - 01 - 2004 10,729 9,664 10,366
23 - 01 - 2004 10,755 9,712 10,426
30 - 01 - 2004 11,219 10,129 10,222
06 - 02 - 2004 11,377 10,275 10,793
13 - 02 - 2004 11,239 10,179 10,807
20 - 02 - 2004 11,653 10,806 10,645
27 - 02 - 2004 11,749 10,938 10,901
05 - 03 - 2004 11,955 10,858 10,250
12 - 03 - 2004 11,723 10,504 10,077
19 - 03 - 2004 11,192 10,074 10,064
26 - 03 - 2004 11,210 9,996 9,929
02 - 04 - 2004 11,154 9,920 10,404
09 - 04 - 2004 11,097 9,765 10,811
16 - 04 - 2004 11,301 10,176 11,225
23 - 04 - 2004 11,719 10,686 12,039
30 - 04 - 2004 11,893 11,171 11,842
07 - 05 - 2004 12,340 12,042 11,629
14 - 05 - 2004 12,154 11,909 11,259
21 - 05 - 2004 12,212 11,431 11,031
28 - 05 - 2004 12,028 11,133 11,062
04 - 06 - 2004 11,855 10,748 10,936
11 - 06 - 2004 11,984 10,969 10,685
18 - 06 - 2004 11,922 10,780 10,897
25 - 06 - 2004 11,886 10,765
10,747
02 - 07 - 2004 11,773 10,617 10,279
09 - 07 - 2004 11,774 10,650 10,447
16 - 07 - 2004 11,518 10,184 10,177
23 - 07 - 2004 11,653 10,327 9,593
30 - 07 - 2004 11,537 10,045 9,589
06 - 08 - 2004 11,223 9,962 9,669
13 - 08 - 2004 10,981 9,662 9,307
20 - 08 - 2004 10,799 9,362 9,397
27 - 08 - 2004 10,673 9,167 9,067
03 - 09 - 2004 10,654 9,167 8,678
10 - 09 - 2004 10,380 8,971 8,605
17 - 09 - 2004 10,020 8,561 8,774
24 - 09 - 2004 9,837 8,630 8,337
01 - 10 - 2004 9,815 8,614 8,266
08 - 10 - 2004 9,595 8,084 8,258
15 - 10 - 2004 9,393 8,109 8,232
22 - 10 - 2004 9,398 8,274 8,020
29 - 10 - 2004 9,351 8,188 7,971
05 - 11 - 2004 9,240 7,997 7,910
12 - 11 - 2004 9,232 7,812 7,795
19 - 11 - 2004 9,146 7,850 7,683
26 - 11 - 2004 9,108 7,709 7,793
03 - 12 - 2004 9,089 7,786 7,757
10 - 12 - 2004 9,104 7,791 7,649
17 - 12 - 2004 9,057 7,695 7,651
24 - 12 - 2004 9,017 7,593 7,649
31 - 12 - 2004 8,962 7,624 7,649
Média 10,790 9,619 9,636
Desvio
p
adrão 1,086 1,255 1,324
Fonte: Bloomberg Financial Markets
115
Anexo 9 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Argentino
US040114AV28 US040114FB19 US040114GA27
Date Retorno Retorno Retorno
09 - 01 - 2004 37,118 52,815 39,714
16 - 01 - 2004 40,133 53,895 42,771
23 - 01 - 2004 40,836 54,547 43,043
30 - 01 - 2004 42,141 43,011 44,476
06 - 02 - 2004 42,538 46,245 44,505
13 - 02 - 2004 38,069 42,680 41,558
20 - 02 - 2004 38,610 41,402 41,459
27 - 02 - 2004 39,309 43,222 42,502
05 - 03 - 2004 40,227 44,539 43,615
12 - 03 - 2004 38,545 42,014 42,539
19 - 03 - 2004 32,288 45,487 41,608
26 - 03 - 2004 32,940 42,643 42,774
02 - 04 - 2004 33,344 42,794 42,426
09 - 04 - 2004 33,460 43,705 43,060
16 - 04 - 2004 33,024 46,924 42,279
23 - 04 - 2004 31,794 40,639 41,059
30 - 04 - 2004 33,284 44,680 42,361
07 - 05 - 2004 34,334 46,785 43,575
14 - 05 - 2004 34,237 47,257 44,916
21 - 05 - 2004 36,697 47,373 46,243
28 - 05 - 2004 36,547 47,795 46,462
04 - 06 - 2004 36,204 46,335 47,308
11 - 06 - 2004 37,114 48,668 40,051
18 - 06 - 2004 39,725 49,155 42,136
25 - 06 - 2004 39,493 53,320
42,003
02 - 07 - 2004 40,479 52,000 40,976
09 - 07 - 2004 38,891 50,976 39,891
16 - 07 - 2004 37,236 51,606 39,334
23 - 07 - 2004 38,699 52,118 40,003
30 - 07 - 2004 39,460 41,757 40,118
06 - 08 - 2004 40,766 42,064 40,834
13 - 08 - 2004 41,500 42,926 41,255
20 - 08 - 2004 40,944 43,833 41,195
27 - 08 - 2004 40,734 43,015 41,525
03 - 09 - 2004 40,236 43,062 41,362
10 - 09 - 2004 41,081 43,585 42,110
17 - 09 - 2004 34,189 43,744 43,691
24 - 09 - 2004 33,377 43,757 43,475
01 - 10 - 2004 32,709 42,045 43,528
08 - 10 - 2004 32,679 42,244 43,841
15 - 10 - 2004 33,057 42,841 44,984
22 - 10 - 2004 33,746 43,252 45,500
29 - 10 - 2004 33,488 43,559 45,234
05 - 11 - 2004 32,430 41,533 43,743
12 - 11 - 2004 32,447 42,400 43,995
19 - 11 - 2004 31,719 40,977 42,039
26 - 11 - 2004 32,185 41,386 45,311
03 - 12 - 2004 32,576 42,720 44,232
10 - 12 - 2004 32,708 42,257 37,196
17 - 12 - 2004 32,137 42,346 37,138
24 - 12 - 2004 32,011 42,524 36,789
31 - 12 - 2004 32,020 42,841 37,113
Média 36,260 45,102 42,324
Desvio Padrão 3,548 3,827 2,376
Fonte: Bloomberg Financial Markets
Anexo 10 – Retornos históricos de títulos de dívida emitidos pelo Governo Mexicano
116
US593048BA88 US593048AX90 US593048BN00
Date Retorno Retorno Retorno
09 - 01 - 2004 6,212 7,045 6,568
16 - 01 - 2004 6,235 7,092 6,683
23 - 01 - 2004 6,267 7,191 6,635
30 - 01 - 2004 6,455 7,264 6,809
06 - 02 - 2004 6,392 7,155 6,799
13 - 02 - 2004 6,131 6,990 6,558
20 - 02 - 2004 6,127 7,070 6,585
27 - 02 - 2004 5,897 6,965 6,509
05 - 03 - 2004 5,746 6,817 6,366
12 - 03 - 2004 5,528 6,793 6,271
19 - 03 - 2004 5,553 6,757 6,260
26 - 03 - 2004 5,583 6,744 6,170
02 - 04 - 2004 5,814 6,879 6,366
09 - 04 - 2004 5,849 6,932 6,457
16 - 04 - 2004 6,115 7,185 6,728
23 - 04 - 2004 6,315 7,211 6,935
30 - 04 - 2004 6,639 7,312 7,173
07 - 05 - 2004 7,852 8,430 8,010
14 - 05 - 2004 7,070 7,921 7,599
21 - 05 - 2004 7,067 7,957 7,529
28 - 05 - 2004 6,623 7,825 7,335
04 - 06 - 2004 6,716 7,955 7,572
11 - 06 - 2004 6,834 7,849 7,572
18 - 06 - 2004 6,854 7,821 7,492
25 - 06 - 2004 6,656 7,801
7,465
02 - 07 - 2004 6,329 7,531 7,179
09 - 07 - 2004 6,395 7,663 7,245
16 - 07 - 2004 6,200 7,490 7,036
23 - 07 - 2004 6,261 7,453 7,010
30 - 07 - 2004 6,389 7,566 7,151
06 - 08 - 2004 6,183 7,260 6,777
13 - 08 - 2004 6,147 7,242 6,751
20 - 08 - 2004 6,037 7,156 6,702
27 - 08 - 2004 6,010 7,088 6,643
03 - 09 - 2004 6,005 7,103 6,685
10 - 09 - 2004 6,047 7,052 6,627
17 - 09 - 2004 5,860 6,880 6,436
24 - 09 - 2004 5,900 6,951 6,525
01 - 10 - 2004 5,941 7,015 6,609
08 - 10 - 2004 5,808 6,899 6,503
15 - 10 - 2004 5,817 6,931 6,550
22 - 10 - 2004 5,717 6,897 6,445
29 - 10 - 2004 5,673 6,847 6,346
05 - 11 - 2004 5,780 6,856 6,396
12 - 11 - 2004 5,775 6,864 6,451
19 - 11 - 2004 5,815 6,811 6,380
26 - 11 - 2004 5,856 6,858 6,416
03 - 12 - 2004 5,805 6,925 6,534
10 - 12 - 2004 5,732 6,871 6,381
17 - 12 - 2004 5,691 6,786 6,282
24 - 12 - 2004 5,699 6,739 6,351
31 - 12 - 2004 5,787 6,802 6,327
Média 6,138 7,183 6,754
Desvio Padrão 0,457 0,402 0,437
Fonte: Bloomberg Financial Markets
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