mais dinâmico provavelmente ocorrerá o fenômeno da atração, ao contrário, onde for menos
dinâmico, poderá na direção contrária se manifestar o efeito de repulsão.
É fácil ver como a expansão em uma localidade produz “efeitos regressivos”
(back-wash effects) em outras, isto é, os movimentos de mão-de-obra, capital,
bens e serviços não impedem, por si mesmos, a tendência natural à desigualdade
regional. Por si próprios, a migração, o movimento de capital e o comércio são,
antes, os meios pelos quais o processo acumulativo se desenvolve – para cima,
nas regiões mais afortunadas, e para baixo, nas desafortunadas. Em geral, seus
efeitos são positivos nas primeiras e negativos nas últimas. As localidades e
regiões, onde a atividade econômica se está expandindo, atrairão imigração em
massa de outras partes do país
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.
O crescimento e o desenvolvimento econômicos de determinadas localidades
não ocorrem acidentalmente, mas sim em função de uma conjugação de fatores variados
(econômicos, políticos, institucionais, locacionais, sociais, educacionais etc;) -, os quais,
juntos, podem produzir significativo efeito de atração, seja no sentido de atrair novos e
diferentes capitais, seja no sentido de atrair fluxos migratórios ou movimentos populacionais
de outras localidades. Neste sentido, determinadas localidades podem se beneficiar desses
movimentos e, até simultaneamente, serem contempladas com crescimento combinado com
desenvolvimento econômico e social, enquanto em outras localidades, a fuga de capitais ou de
população, promoverão em sentido oposto a debilitação econômica e social provavelmente.
Nos anos setenta, como conseqüência da política econômica, os indicadores apontam
o avanço da indústria em praticamente todas as regiões e principais estados
brasileiros, inclusive no Rio de Janeiro e São Paulo, que reduziram suas participações
relativas no total nacional: a) o Norte, em função da Zona Franca de Manaus e do
complexo de mineração e de siderurgia do Programa Grande Carajás; b) o Nordeste,
em que se destacam o Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, a cloroquímica de
Alagoas e Sergipe e a chamada “nova indústria” nordestina, constituída com apoio
dos mecanismos de incentivos fiscais do sistema 34/18 – FINOR; c) o Centro-Oeste,
especialmente pelo crescimento da agroindústria do complexo soja; d) no Sudeste, os
estados de Minas Gerais e Espírito Santo ampliaram suas participações no VTI
nacional devido ao crescimento da siderurgia e da indústria de papel e celulose, além
da instalação da FIAT em Betim; e) o Sul vai gradativamente ampliando sua
participação, devido ao crescimento da metal-mecânica no conjunto da região,
especialmente da indústria de equipamentos agrícolas do Rio Grande do Sul, do Pólo
Petroquímico de Triunfo e da indústria de calçados também deste estado, da têxtil de
Santa Catarina, da indústria de papel e celulose do Paraná e Rio Grande do Sul e, por
fim, pelo acelerado processo de integração da agropecuária com a agroindústria nos
três estados
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MYLDAL, Gunnar. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. Tradução de: N. Palhano, 3.
ed. Rio de Janeiro/GB: Saga, 1972, p. 53.
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PACHECO, Carlos Américo. Fragmentação da nação. Campinas: Unicamp, 1998, p. 70.