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sobre a correspondência entre relatos e fatos (acima citado como o segundo grande eixo
das investigações científicas sobre comportamento verbal). De agora por diante no
texto, utilizaremos o termo correspondência entre “dizer” e “fazer” para nos referirmos
à fidedignidade desses relatos, devido à conveniência da expressão.
A hipótese de produzir correspondência generalizada entre dizer e fazer de modo
que o fazer pudesse ser modificado a partir do reforçamento do dizer foi utilizada em
diversos estudos com um de dois tipos de seqüências básicas: nas seqüências do tipo
dizer-fazer o reforçamento se seguia ao “fazer”, correspondente ao que foi prometido, e
nas seqüências do tipo fazer-dizer o reforçamento se seguia ao relato, correspondente ao
que foi feito. Muitos estudos perseguiram essa idéia de modificar o comportamento não
verbal através da manipulação do comportamento verbal, treinando diretamente a
correspondência entre os dois comportamentos (por exemplo, Bevill e cols., 2001; Ward
e Stare, 1990; Israel e O`Leary, 1973, e muitos outros). Treino de correspondência foi
então o termo usado para designar a alteração da relação entre um comportamento
verbal (dizer) e o respectivo comportamento alvo (comumente uma resposta não
verbal), chamado de fazer.
Sendo assim, procedimentos que treinam diretamente a correspondência visando
incrementar comportamentos alvo (ou seja, contando com o controle que o
comportamento verbal exerce sobre o não verbal) têm sido utilizados com eficácia na
promoção de uma variedade de comportamentos desejáveis em crianças pré-escolares
com desenvolvimento típico e com atraso no desenvolvimento, incluindo o brincar com
brinquedos (por exemplo Baer, Williams, Osnes, & Stokes, 1984, 1985), vestir-se,
permanecer sentado, compartilhar, elogiar (Rogers-Warren, & Baer, 1976), escolher por
alimentos nutritivos (Baer e cols, 1987), aumentar o engajamento às atividades de sala