Download PDF
ads:
GILMAR LUIZ ESPANHOL
CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM
MACIEIRA: PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO
LAGES, SC
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS
FACULDADE DE AGRONOMIA
CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA DO SOLO
GILMAR LUIZ ESPANHOL
CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM
MACIEIRA: PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO
Dissertação apresentada ao Centro de
Ciências Agroveterinárias da Universidade
do Estado de Santa Catarina, para obtenção
do título de Mestre em Ciência do Solo.
Orientador: Prof. Dr. Jackson Adriano
Albuquerque
LAGES, SC
2005
ads:
iii
GILMAR LUIZ ESPANHOL
Engenheiro Agrônomo – UDESC
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS – CAV
CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA DO SOLO
CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM MACIEIRA:
PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de
MESTRE EM CIÊNCIA DO SOLO
Aprovado em: ________
Pela banca examinadora:
Homologado em: ________
Por:
______________________________________
JACKSON ADRIANO ALBUQUERQUE, Dr.
Física do Solo
_____________________________________
JAIME ANTONIO DE ALMEIDA, Dr.
Coordenador do Programa de Mestrado em
Agronomia, Coordenador Técnico do Curso de
Mestrado em Ciência do Solo.
_____________________________________
ÁLVARO LUIZ MAFRA, Dr.
Manejo do Solo
_____________________________________
PAULO CEZAR CASSOL, Dr.
Fertilidade do Solo
_____________________________________
PAULO CEZAR CASSOL, Dr.
Diretor Geral do Centro de Ciências
Agroveterinárias
_____________________________________
NÉVIO JOÃO NUERNBERG, PhD.
Fertilidade do Solo
Lages, Santa Catarina.
29 de Março de 2005
iv
AGRADECIMENTOS
Rumo ao final de mais uma caminhada, venho agradecer a todas as pessoas e
instituições que auxiliaram desde o projeto de pesquisa até a presente dissertação, as quais
são listadas:
- Aos meus pais Nelson e Ana Alice, a minha esposa Giovana, meus filhos Gustavo e
Graziela e meus sogros Paulo e Marlene;
- Ao prof
o
orientador Eng° Agrônomo Dr. Jackson Adriano Albuquerque e família;
- Aos professores e profissionais do curso de Agronomia e Mestrado em Ciência do
Solo;
- À Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri,
aqui representada pelos Eng
os
Agrônomos Névio João Nuernberg, PhD e Gilberto
Nava, Msc ;
- Ao agricultor Sr. Sebastião Fukoshima pela parceria nos trabalhos.
- Aos colegas do curso de Mestrado e bolsistas do Dept° de Física do Solo;
- Aos contribuintes da República Federativa do Brasil – CAPES. Obrigado.
v
CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM MACIEIRA:
PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO
1
Autor: Gilmar Luiz Espanhol
Orientador: Dr. Jackson Adriano Albuquerque
Co-orientador: Dr. Álvaro Luiz Mafra
RESUMO
A cama de aviário aplicada ao solo por longos períodos de tempo afeta as
propriedades físicas e químicas dos solos, a produtividade e a qualidade dos frutos da
macieira. Em 1985 foi implantado um pomar com macieira da cv. Fuji sobre porta enxerto
Marubakaido e em 1997 foram aplicados dois métodos de controle de ervas espontâneas,
um com herbicida e outro roçado, associado a quatro doses de cama de aves (0, 5, 10 e 20
Mg ha
-1
) com o objetivo de avaliar as alterações nas características químicas e físicas de
um Neossolo Litólico. O delineamento foi em blocos ao acaso com quatro repetições com
parcelas subsub divididas. Foram avaliados os teores de carbono orgânico; cálcio,
magnésio, potássio, sódio e alumínio trocáveis; hidrogênio + alumínio; nitrato e amônio;
pH em água e em cloreto de cálcio; porosidades; estabilidade de agregados; densidade do
solo distribuição de tamanho das partículas; argila dispersa em água e umidade. O controle
das ervas espontâneas com roçadas em comparação ao sistema com herbicida aumenta os
teores de magnésio e o pH em água e reduz a saturação por alumínio. A adição de cama de
aves, devido sua composição química, aumenta os teores de carbono orgânico, Ca, Na, K, a
soma e saturação por bases e reduz a acidez do solo. O teor de nitrato permanece abaixo do
nível máximo estipulado na legislação. A adição de cama de aves não altera a densidade,
porosidade e estabilidade dos agregados, apenas aumenta a retenção de água no solo.
Assim é uma alternativa viável para melhorar as características químicas de solos ácidos e
com deficiência de nutriente às plantas, pois aumenta a produtividade do pomar de
macieira.
Palavras chaves: cama de aviário, maçã, controle de ervas espontâneas, propriedades
químicas.
1
Dissertação de Mestrado em Ciência do Solo, Programa de s-Graduação em Agronomia, Centro de
Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina. Lages, SC, (49p.) – Março, 2005.
vi
CONTROL OF HERBS AND ORGANIC MANURING IN APPLE TREE: SOIL
CHEMICAL AND PHYSICAL PROPERTIES
2
Author: Gilmar Luiz Espanhol
Adviser: Dr. Jackson Adriano Albuquerque
Co-adviser: Dr. Álvaro Luiz Mafra
SUMMARY
The poultry litter for long periods of time, affects soil physical and chemical
properties, as well as productivity and quality of fruits of the apple’s orchard. In 1985 an
orchard was implanted with apple tree of the cv. Fuji grafting on Marubakaido and in 1997
there were applied two methods of control of spontaneous herbs, one with herbicide and
other with mechanical control, cleared ground, associate to four doses of poultry litter with
the objective of evaluating the alterations in the chemical and physics properties and of a
Neossolo Litólico. The experimental design was a split split plot with four replications.
There were evaluated the organic soil carbon contents; calcium, magnesium, potassium,
sodium and exchangeable aluminum; hydrogen + aluminum; nitrate and ammonium; pH in
water; porosities; bulk density; aggregate stability; texture and soil moisture. The
mechanical control of spontaneous herbs increased the contents of magnesium organic
carbon, pH in water and it reduced the saturation for aluminum in comparison with the
system with herbicide. The addition of poultry litter elevated the contents of organic
carbon, Ca, Na, K, total and saturation by bases and it reduced soil acidity. The levels of
nitrate stayed lower then maximum level stipulated in the legislation. The poultry litter
didn't alter the aggregate stability, soil porosity and bulk density, only increase the soil
water retention. Thereof it is a good alternative to improve the chemical properties of the
acidic soil and increase the productivity of the apple tree orchard in the two systems of
control of spontaneous herbs.
Key words: poultry litter, apple, control of spontaneous herbs, chemical and physical
properties.
2
Dissertation of Master's degree in Soil Science, Program of Masters degree in Agronomy, Santa Catarina
State University. Lages, SC, (49p.) - March, 2005.
vii
SUMÁRIO
1 CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM MACIEIRA:
PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO_______________________ 1
1.1 INTRODUÇÃO GERAL ___________________________________________ 1
1.1.1 Objetivo ____________________________________________________ 3
1.1.2 Hipóteses ___________________________________________________ 3
2 ESTUDO 1 - CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM
MACIEIRA: PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO _____________________ 4
2.1 INTRODUÇÃO __________________________________________________ 4
2.2 MATERIAL E MÉTODOS _________________________________________ 8
2.2.1 Localização geográfica, solo e clima ______________________________ 8
2.2.2 Descrição do experimento ______________________________________ 9
2.2.3 Coleta das amostras ___________________________________________ 9
2.2.4 Determinações de laboratório___________________________________ 10
2.2.5 Análise estatística ____________________________________________ 10
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ____________________________________ 11
2.3.1 Cátions básicos trocáveis ______________________________________ 11
2.3.2 Parâmetros da acidez do solo ___________________________________ 16
2.3.3 Soma de bases, Saturação por bases e CTC pH
7
____________________ 19
2.3.4 Nitrogênio mineral ___________________________________________ 20
2.3.5 Produtividade da macieira _____________________________________ 24
2.4 CONCLUSÕES _________________________________________________ 25
3 ESTUDO 2 - CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM
MACIEIRA: PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO _______________________ 26
3.1 INTRODUÇÃO _________________________________________________ 26
3.2 MATERIAL E MÉTODOS ________________________________________ 29
3.2.1 Descrição do experimento e localização geográfica__________________ 29
3.2.2 Coleta das amostras __________________________________________ 29
3.2.3 Determinações de laboratório___________________________________ 30
3.2.4 Análise estatística ____________________________________________ 31
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ____________________________________ 32
3.3.1 Granulometria_______________________________________________ 32
3.3.2 Carbono orgânico (CO) _______________________________________ 32
3.3.3 Estabilidade dos agregados_____________________________________ 34
3.3.4 Microporosidade, macroporosidade e porosidade total _______________ 35
3.3.5 3.3.5 Umidade do solo ________________________________________ 37
3.4 CONCLUSÕES _________________________________________________ 39
4 CONCLUSÃO GERAL _______________________________________________ 40
5 LITERATURA CITADA______________________________________________ 41
6 ANEXOS __________________________________________________________ 47
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características químicas e físicas do Neossolo Litólico (0 a 20 cm)._________ 9
Tabela 2. Nutrientes, carbono orgânico e umidade gravimétrica da cama de aves aplicada
ao Neossolo Litólico.__________________________________________________ 12
Tabela 3. Teores de Cálcio e Magnésio no Neossolo Litólico, cultivado com macieira,
manejado com dois sistemas de controles de ervas espontâneas e quatro doses de
cama de aves. São Joaquim, SC._________________________________________ 13
Tabela 4. Teores de sódio e potássio no Neossolo Litólico, cultivado com macieira,
manejado com dois sistemas de controles de ervas espontâneas e quatro doses de
cama de aves. São Joaquim, SC.__________________________________________ 15
Tabela 5. Teores de Alumínio, H+Al e Saturação por Alumínio em um Neossolo Litólico,
cultivado com macieira, manejado com dois sistemas de controles de ervas
espontâneas e quatro doses de cama de aves. São Joaquim, SC._________________ 18
Tabela 6. Valores de pH em água, pH em CaCl
2
e delta pH no Neossolo Litólico,
cultivado com macieira, manejado com dois sistemas de controles de ervas
espontâneas e quatro doses de cama de aves. São Joaquim, SC. _________________ 19
Tabela 7. Soma de Bases (SB), Saturação por Bases (V%) e CTC a pH
7,0
em Neossolo
Litólico cultivado com macieira submetido a dois controles de ervas espontâneas e
quatro doses de cama de aves. São Joaquim, SC. ____________________________ 22
Tabela 8. Teores de Nitrato e Amônio no Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves.
São Joaquim, SC._____________________________________________________ 23
Tabela 9. Peso de frutos por hectare no Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves.
São Joaquim, SC.
(1)
24
Tabela 10. Conteúdo de carbono orgânico do Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves.
São Joaquim, SC._____________________________________________________ 33
Tabela 11. Microporosidade e macroporosidade do Neossolo Litólico cultivado com
macieira submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de
aves. São Joaquim, SC. ________________________________________________ 36
Tabela 12. Porosidade total do Neossolo Litólico cultivado com macieira submetido a
dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves. São Joaquim,
SC. ________________________________________________________________ 37
Tabela 13. Umidade gravimétrica (UG) e volumétrica (UV) do Neossolo Litólico
cultivado com macieira submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro
doses de cama de aves. São Joaquim, SC. __________________________________ 38
ix
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1. Concentração média de nutrientes em camas de diferentes espécies de aves ___ 47
Anexo 2. Interpretação dos valores da soma de bases (SB), CTC a pH 7,0 e saturação por
bases (V%) adotadas pela Comissão de Fertilidade do Solo (1995). _____________ 47
Anexo 3. Conteúdo de argila, silte e areia do Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves.
São Joaquim, SC. _____________________________________________________ 48
Anexo 4. Densidade do solo (Ds) do Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves.
São Joaquim, SC. _____________________________________________________ 49
1 CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM MACIEIRA:
PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO
1.1 INTRODUÇÃO GERAL
Nas últimas décadas têm-se acentuado o crescimento das agroindústrias de carne,
principalmente da avicultura e suinocultura. Em razão disto, a produção de resíduos
orgânicos aumentou significativamente nas propriedades agrícolas do Estado de Santa
Catarina, sendo que estes resíduos têm sido usados como adubos orgânicos.
A adubação orgânica é uma prática que consiste em adicionar-se aos solos resíduos
orgânicos como: esterco, urina e restos de animais, palhas, serragem, restos de culturas,
cama de estábulos ou de galinheiros, bagaços, turfas, adubos comerciais (farinha de ossos,
de carne, etc.), adubos verdes, (Curi et al., 1993).
O uso da adubação orgânica vem crescendo devido ao custo elevado de adubos
industrializados e a crescente oferta dos resíduos oriundos dos criatórios de aves e suínos.
Em geral, em solos cultivados, a adição de esterco mantém estável o teor de matéria
orgânica (Nuernberg, 1983; Scherer et al., 1984), como também pode elevar a capacidade
de troca de cátions e a disponibilidade de nutrientes para as plantas (Ernani, 1981; Scherer
e Bartz, 1981; Scherer et al., 1986), a atividade microbiana (Alexander, 1977) e melhorar
as características físicas do solo (Epstein et al., 1976).
Dentre os resíduos orgânicos com potencial de uso como fertilizante destaca-se a
cama de aves, pelo volume de produção, teor de nutrientes e facilidade de manuseio
(Scherer et al., 1986). O uso deste resíduo na agricultura propicia ao avicultor uma fonte
extra de renda, e para quem o compra uma opção para suprir as necessidades nutricionais
das culturas.
2
Além do efeito imediato, a cama de aves apresenta efeito residual superior aos
adubos minerais (Liebhardt, 1976). O possível aumento da matéria orgânica, ocorrido
através da adição de resíduos orgânicos, tem efeito direto sobre a qualidade ambiental, uma
vez que reduz a lixiviação de elementos químicos e a contaminação da água subterrânea
(Mattos & Silva, 1999).
A adição de cama de aves pode aumentar a mobilidade de fósforo no solo, e os
ácidos orgânicos gerados na decomposição dos resíduos podem solubilizar formas
inorgânicas de fósforo e aumentar a sua disponibilidade. Entretanto, altas doses de cama de
aves podem elevar a concentração de nitrato e causar desequilíbrio nutricional nas plantas
(Abbot & Tucker, 1973).
O comportamento das características físicas do solo é função também das suas
características químicas, que modificam a estabilidade do solo frente às circunstâncias
perturbadoras, sejam elas promovidas pelo clima, ação antrópica, ação dos vegetais, por
processos naturais ou pedogenéticos (Rezende, 1997).
A estabilidade de agregados, indicador de qualidade da estrutura, tem relações com
a classe de solo, o sistema de manejo e seu tempo de utilização nas mesmas condições
edafoclimáticas.
O uso de resíduos orgânicos em superfície sem mobilização melhora a estrutura do
solo (Hoyt & Rice, 1977), aumenta a atividade microbiana, a estabilidade dos agregados e
a infiltração de água e diminui a evaporação, mantendo a umidade superficial em períodos
de estiagem (Campos et al., 1994). Cooke (1977) e Scott (2000) relataram que os resíduos
também aumentam a matéria orgânica, a porosidade total, o armazenamento de água e a
condutividade hidráulica saturada do solo. Pavan & Chaves (1998) citam também efeitos
benéficos da proteção do solo na temperatura do solo, na retenção de água e na agregação.
3
Em solos com agregados mais estáveis em água menos material estará disponível
para ser transportado pelo fluxo superficial, menor será a formação de selo superficial e
maior será a taxa de infiltração de água no solo (Albuquerque et al., 2000).
1.1.1 Objetivo
Este estudo objetivou avaliar as alterações nas características químicas e físicas de
um Neossolo Litólico após seis anos de condução de um experimento submetido a dois
métodos de controle de ervas espontâneas, um com herbicida e outro com roçado,
associado a quatro doses de cama de aves.
1.1.2 Hipóteses
1. O controle das ervas espontâneas com o sistema de roçadas melhora as
características químicas e físicas do solo em relação ao sistema que utiliza
herbicida.
2. A aplicação de cama de aves adiciona nutrientes e melhora as características físicas
do solo como a estabilidade dos agregados, a porosidade total e a retenção de água
e diminui a densidade do solo.
4
2 ESTUDO 1 - CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM
MACIEIRA: PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO
2.1 INTRODUÇÃO
A qualidade dos solos, com o passar dos anos, vêm sofrendo influências
significativas pelo uso intensivo e utilização de sistemas de manejo que degradam o
ambiente. Com estudos científicos cada vez mais direcionados à conservação das reservas
naturais, entre elas o solo e a água, os produtores estão adotando práticas de manejo das
culturas mais adequadas a sustentabilidade agrícola, preservando o ambiente e produzindo
alimentos com menor uso de agrotóxicos.
A utilização de adubos orgânicos em culturas tanto anuais como perenes vêm sendo
realizada nas últimas décadas em função de rios fatores, tais como: preços elevados dos
adubos industrializados; grande disponibilidade de resíduos; preços acessíveis e; pré-
disposição de produtores e técnicos em preservar o ambiente. No caso da cama de aves
existe outra vantagem que é a viabilidade econômica de transporte à longa distância.
À medida que se adicionam mais resíduos orgânicos ao solo uma tendência que
a matéria orgânica aumente, com melhorias na fertilidade do solo, servindo como fonte de
nutrientes para as plantas, principalmente N e P (Teixeira et al., 1994; Burle et al., 1997;
Bayer & Bertol, 1999 e Meurer et al., 2000). Sua sensibilidade às práticas de manejo
determina que seja considerado um dos principais parâmetros na avaliação da qualidade do
solo (Doran & Parkin, 1994).
Com relação às características químicas do solo, o incremento da matéria orgânica
resulta no aumento da CTC do solo (Testa et al., 1992; Bayer & Mielniczuk, 1997; Meurer
et al., 2000) e na redução dos efeitos tóxicos do Al para as plantas (Salet, 1994; Meurer et
5
al., 2000). A ação dos estercos e cama de aves sobre a atividade de elementos tóxicos às
plantas pode reduzir a atividade na solução do solo, variando a magnitude da redução com
o tipo e a quantidade da cama utilizada (Ernani, 1981).
A reatividade da matéria orgânica com os componentes do solo irá determinar, em
função das suas características, o seu comportamento como um todo, sendo suas cargas
negativas de superfície responsáveis por adsorverem cátions como Ca
2+
, Mg
2+
e K
+
,
complexar metais pesados, tamponar a acidez, interagir com argilo-minerais e reagir com
outras moléculas orgânicas (Meurer et al., 2000).
Em um Latossolo Roxo, Scherer & Bartz (1981) verificaram que a aplicação de
8 Mg ha
-1
de cama de aves teve um efeito residual superior a três anos de cultivo em feijão,
devido, principalmente, à maior disponibilidade de fósforo e potássio no solo neste
período. Este efeito residual pode ser mais pronunciado em função da composição química
variável dos dejetos, devido às mudanças constantes nas dietas fornecidas e no caso dos
suínos, especificamente, o manejo da água nas instalações (Seganfredo, 2000).
A quantidade de resíduos de plantas e animais que retornam ao solo representa a
adição, enquanto que a oxidação do carbono, erosão e a percolação determinam as taxas de
perda de material orgânico. O balanço entre as taxas de adição e perda de matéria orgânica
irá determinar o seu teor no solo (Meurer et al., 2000).
Apesar das inúmeras vantagens advindas do uso de resíduos orgânicos, a aplicação
de grandes quantidades pode causar riscos ao ambiente como: tornar o solo mais
susceptível à erosão em função da dispersão de argilas ocasionada pela presença do Na
+
, o
qual tem alto grau de hidratação (Meurer et al., 2000) e; acumular nitratos em águas sub
superficiais (Seganfredo, 2000) com valores acima de 10 mg L
-1
(Environmental Protect
Agency, 2004). Além da quantidade, adubações continuadas com dejetos de animais
poderão ocasionar desequilíbrios químicos, físicos e biológicos no solo, cuja gravidade
6
dependerá da composição desses resíduos, da quantidade aplicada, da capacidade de
extração das plantas, do tipo de solo e do tempo de utilização dos dejetos (Burton, 1996;
Pain, 1998; Federal Environmental Agency, 1998; Meurer et al., 2000; Seganfredo, 2000;
Environmental Protect Agency, 2004).
Desta forma, ao empregar sistemas de manejo com a utilização de dejetos animais
associados à manutenção da cobertura e a presença de restos vegetais na superfície do solo,
os teores de matéria orgânica irão atingir um novo “estado estável”, ou seja, um novo
ponto de equilíbrio entre as taxas de adição e perda de carbono no solo (Meurer et al.,
2000).
As espécies vegetais espontâneas nas áreas de cultivo agrícola têm sido tratadas
como “plantas daninhas”, “ervas invasoras”, inços”, “ervas espontâneas” e outras
denominações, dependendo do ponto de vista do prejuízo que podem acarretar às espécies
cultivadas, por competir com estas por nutrientes, água e luz (Fávero et al., 2000). Neste
estudo serão denominadas de ervas espontâneas.
A manutenção das plantas de cobertura aumenta o teor de matéria orgânica,
principalmente se manejadas por meio mecânico, pois os restos vegetais em superfície
colaboram para a ciclagem de nutrientes (Coleman et al., 1989; Meurer et al., 2000; Fávero
et al., 2000), bem como na proteção contra o impacto das gotas de chuva sobre o solo, o
que evitaria a destruição dos seus agregados, o entupimento dos poros e a formação de uma
crosta superficial, reduzindo a ação da erosão (Macedo et al., 1998). Restos de plantas
espontâneas depois de roçadas, ao entrar em decomposição atuam também na manutenção
da umidade do solo (Nuernberg et al., 2000).
Qasen (1992) e Parylak (1994) demonstraram resultados que indicam acúmulos de
nutrientes em ervas espontâneas maiores que em espécies cultivadas como feijoeiro e
tomateiro e ainda triticale, respectivamente.
7
Este estudo objetivou avaliar as alterações nas características químicas de um
Neossolo Litólico após seis anos de condução de um experimento envolvendo dois
métodos de controle de ervas espontâneas, um com herbicida e outro com roçado,
associado a quatro doses de cama de aves.
8
2.2 MATERIAL E MÉTODOS
2.2.1 Localização geográfica, solo e clima.
O experimento foi instalado na Zona Agroecológica do Planalto Serrano em São
Joaquim (ZAPSSJ), Santa Catarina, a 1.280 m de altitude em área localizada a 14 km da
cidade de São Joaquim de propriedade do Sr. Sebastião Fukoshima. Segundo a
classificação de Köppen, o clima é do tipo Cfb, ou seja, subtropical úmido, sem estação
seca durante o ano e com geadas freqüentes e severas. A temperatura média anual é de
13,5
o
C e a precipitação média anual de 1.561 mm (Climerh, 2003).
O solo da área experimental é um Neossolo Litólico, pouco desenvolvido, raso, em
que o horizonte A está assentado sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr. São solos
jovens, ocorrem em superfícies erosionadas, apresentam fertilidade natural muito variada,
podem ser eutróficos, distróficos ou mesmo álicos (Embrapa, 1999), representam uma área
de 1.079 km
2
(Santa Catarina, 1986). Na região do município de São Joaquim ocorre
associação de Cambissolos e Neossolos, com relevo de ondulado a forte ondulado, perfil
raso, com presença de pedras, matéria orgânica e alumínio trocável elevados, baixa
saturação por bases e textura franca a argilosa (Embrapa, 1999). Para implantação do
pomar, uma fina camada de solo das entrelinhas foi removida e adicionada nas linhas de
plantio da macieira para aumentar o volume de solo e favorecer o crescimento das mudas
já que o solo é raso.
As características do solo na época da implantação do experimento encontram-se na
Tabela 1 (Nuernberg, 2000).
9
Tabela 1. Características químicas e físicas do Neossolo Litólico (0 a 20 cm).
pH P K Ca Mg Al MO Argila
__ mg L
-1
__ ___ cmol
c
L
-1
___ ___ g kg
-1
___
6,5 26 198 9,9 6,4 0 88 230
2.2.2 Descrição do experimento
O pomar de macieira da cv. Fuji sobre porta enxerto Marubakaido, foi implantado
no ano 1985, com espaçamento de 4,0 x 6,5 m. No ano de 1996, introduziu-se nas parcelas
principais (48 x 6,5 m) dois métodos de controle de ervas espontâneas: químico, com uso
de dessecantes a base de Glyfosato, no qual o solo é mantido com pouca cobertura durante
todo ano; mecânico, com uso de trator nas entre linhas e roçadeira costal sob as plantas,
mantendo-se o relvado e os resíduos na superfície do solo. Nas sub parcelas (12 x 6,5 m )
aplicou-se cama de aves na projeção da copa, nas doses de 0, 5, 10 e 20 Mg ha
-1
com
umidade de 404 g kg
-1
, sendo realizado em duas vezes, metade no outono (abril, após a
colheita) e a outra metade na primavera (setembro, início da brotação). As parcelas
principais receberam o bloqueamento, devido à área experimental estar localizada em uma
encosta com declividade perpendicular aos blocos e o solo apresentar variabilidade
espacial.
2.2.3 Coleta das amostras
As amostras para determinações químicas foram coletadas seis anos após a
implantação do experimento, em setembro de 2002, depois da aplicação da segunda dose
anual da cama de aves, após o florescimento da macieira. Foram coletadas amostras
deformadas em três camadas, 0-5, 5-10 e 10-20 cm sempre na linha de cultivo, em
10
trincheiras quadradas com 0,4 m de lado. As amostras foram acondicionadas em sacos
plásticos, devidamente identificadas, de modo a preservá-las até o momento das
determinações.
Foi efetuada coleta específica de amostras deformadas para análise do N amoniacal
e N nitrato no mês de junho de 2003, após aplicação da primeira parcela anual da cama de
aves. O procedimento da abertura de covas foi semelhante à coleta descrita acima e,
posteriormente, procedeu-se um peneiramento da amostra em malha 2,0 mm. Utilizando
um cachimbo calibrado de 5g colocou-se a amostra de solo em vidros “snap cap”, lavados,
esterilizados e identificados previamente, acondicionando-os em caixa de isopor com gelo
até o momento da determinação em laboratório. As amostras foram encaminhadas ao
Centro de Ciências Agroveterinárias CAV da Universidade do Estado de Santa Catarina
– UDESC, onde se procederam as análises.
2.2.4 Determinações de laboratório
Na amostras deformadas foram determinados os teores de cálcio, magnésio, sódio,
potássio e alumínio trocáveis, amônio, nitrato e fósforo, pH em água e pH em cloreto de
cálcio 0,01 mol L
-1
segundo metodologia descrita por Tedesco et al. (1995).
2.2.5 Análise estatística
A significância dos efeitos dos fatores controle de ervas espontâneas, doses de
cama de aves, camada de coleta e suas interações foram avaliadas através da análise de
variância segundo delineamento de blocos ao acaso com parcelas sub-sub-divididas e
quatro repetições. Quando houve significância as médias foram comparadas pelo teste
DMS a 5 % de significância (SAS, 1990). Para as doses de cama de aves foram calculadas
equações de regressão.
11
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.3.1 Cátions básicos trocáveis
Os cátions básicos trocáveis (Ca
+2
,Mg
+2
, K
+
e Na
+
) foram influenciados pelos
fatores controle de ervas espontâneas, dose de cama de aves aplicada e camada de solo
(Tabelas 3 e 4).
A aplicação de cama de aves elevou os teores de Ca
2+
de 8,7 para 15,0 cmol
c
kg
-1
,
respectivamente na dose 0 e 20 Mg ha
-1
. Em profundidade o teor de Ca
2+
reduziu de 16,2,
12,7 para 8,7 cmol
c
kg
-1
,
respectivamente nas camadas de 0-5, 5-10 e 10-20 cm (Tabela 3).
Houve interação entre dose e camada, sendo que os maiores teores observados na camada
superficial ocorreram nas maiores doses, resultando também na descida do cálcio até a
camada de 10 a 20 cm. Este comportamento é explicado pelos teores deste elemento na
composição da cama aplicada (Tabela 2) associados à forma de aplicação, a qual foi
realizada superficialmente sem incorporação ao solo, e ainda pela ciclagem deste nutriente
através das ervas espontâneas (Fávero et al., 2000).
Os teores de Mg
+2
foram maiores no controle de ervas pelo roçado (6,7 cmol
c
kg
-1
)
comparado ao controle por herbicidas (5,4 cmol
c
kg
-1
) (Tabela 3), concordando com
Fávero et al. (2000) e Qasen (1992), os quais encontram teores maiores deste elemento em
ervas espontâneas quando comparadas com leguminosas utilizadas como adubação verde e
feijoeiro respectivamente. O Mg
+2
, semelhante ao Ca
+2
, teve efeito significativo na
interação dose x camada, com amplitude de variação de 5,1 a 7,3 cmol
c
kg
-1
(Tabela 4).
A presença de teores elevados de lcio em relação ao magnésio esta relacionada
aos maiores teores daquele elemento no resíduo (Tabela 2) e a maior energia de ligação do
12
cálcio aos sítios presentes no solo, por ter menor raio hidratado que o Mg
2+
, tendo maior
possibilidade de localizar-se na camada de Stern, próximo à superfície carregada
negativamente (Meurer et al., 2000; Ernani, 2001).
Tabela 2. Nutrientes, carbono orgânico e umidade gravimétrica da cama de aves aplicada
ao Neossolo Litólico.
P
(1)
K Ca Mg Fe Mn Zn Cu B C Ug N
---------------g kg
-1
--------------
---------------mg kg
-1
----------------- -------g kg
-1
------
27 22 84 8 2668 662 438 161 49 309 404 21,4
(1) P – fósforo; K-potássio; Ca – cálcio; Mg – magnésio; Fe – ferro; Mn - manganês;
Zn – zinco; Cu – cobre; B – boro; C – carbono e Ug – umidade gravimétrica.
Os teores de sódio foram alterados pelos fatores dose, camada e todas as interações
(Tabela 4). Apenas o sistema de controle de ervas não influenciou significativamente o teor
de sódio no solo.
O teor de Na
+
variou de 0,14 a 0,34 cmol
c
kg
-1
e, nos dois sistemas de controle de
ervas espontâneas, aumentou com as doses de cama de 0,15 na dose 0 para 0,26 cmol
c
kg
-1
na dose de 20 Mg ha
-1
. O sódio diminuiu de 0,23 na camada de 0 a 5 cm para 0,17
cmol
c
kg
-1
de 10-20 cm (Tabela 4). Na dose 0 não houve diferença entre as camadas
enquanto nas doses de 5, 10 e 20 Mg ha
-1
observou-se concentração deste elemento na
camada superficial. Esta diferença deve-se ao alto teor de Na normalmente presente na
cama de aves e ter sido aplicada na superfície do solo.
13
Tabela 3. Teores de Cálcio e Magnésio no Neossolo Litólico, cultivado com macieira,
manejado com dois sistemas de controles de ervas espontâneas e quatro doses
de cama de aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada
Cálcio
Magnesio
Herbicida
Roçado
média
Herbicida
Roçado
média
Mg ha
-1
cm
---------------------------- cmol
c
kg
-1
----------------------------------
0
0-5 10,0 12,6 11,3Ac 5,5 7,8 6,6 Aa
5-10 6,6 9,8 8,2 Bc 4,9 7,5 6,2 Aa
10-20 5,1 8,4 6,8 Cb 4,9 7,0 5,9 Abc
média
7,2 10,2 8,7 C 5,1 7,4 6,0
5
0-5 16,5 15,4 16,0 Ab
5,7 5,7 5,7 Aa
5-10 12,9 12,5 12,7 Bb
6,1 6,5 6,3 Aa
10-20 9,3 9,8 9,6 Ca
5,4 8,0 6,7 Aab
média
12,9 12,6 12,7 B 5,7 6,7 6,2
10
0-5 17,3 20,3 18,8 Aa
5,0 6,4 5,7 Ba
5-10 13,0 14,4 13,7 Bb
4,9 6,5 5,7 Bab
10-20 8,1 9,0 8,6 Ca
6,7 7,8 7,3 Aa
média
12,8 14,5 13,7 AB
5,5 6,9 6,2
20
0-5 19,2 18,7 18,9 Aa
5,5 6,3 5,9 Aa
5-10 18,0 14,5 16,3 Ba
5,3 4,9 5,1 Ab
10-20 11,8 7,8 9,8 Ca
4,9 6,1 5,5 Ac
média
16,3 13,7 15,0 A 5,2 5,8 5,5
Camada
0-5 15,8 16,7 16,2 A 5,1 6,5 5,8
5-10 12,7 12,8 12,7 B 5,3 6,4 5,8
10-20 8,7 8,8 8,7 C 5,5 7,2 6,4
Erva
12,3 12,7 5,4 B 6,7 A
Prob > F
Atributos
Erva Dose Camada
E * D E * C D * C
E * D * C
Ca
0,63
0,01 0,01
0,06 0,51
0,01
0,33
Mg 0,02
0,37 0,14 0,34 0,36
0,04
0,23
Letras minúsculas comparam doses em cada camada e letras maiúsculas comparam
camadas em cada dose, a média das doses e das ervas (DMS 5%).
Os teores de K
+
estavam, na média, acima do teor crítico que é de 0,22 cmol
c
kg
-1
(Comissão de Fertilidade do Solo-RS/SC, 1995). Com a adição de cama de aves, aumentou
de 0,26 na dose 0 para 0,78 cmol
c
kg
-1
na dose de 20 Mg ha
-1
(Figura 4). Resultados
semelhantes foram encontrados por Scherer et al. (1984) o qual estudou a aplicação de
14
esterco de suínos em milho apos três anos de cultivo, Rueda et al. (1992) com aplicação de
cama de aves na cultura de amoreira em Latossolo Vermelho-Amarelo e Rauber et al.
(2002) quando estudou a aplicação de cama de aves na cultura de milho em propriedade no
nordeste do Rio Grande do Sul. Os aumentos observados ocorreram nas camadas
superficiais variando de 0,61 na camada de 0 a 5 cm para 0,42 cmol
c
kg
-1
de 10 a 20 cm
(Tabela 4). Um dos fatores que contribuiu para o acúmulo deste cátion na camada de 0-5
cm foi à alta concentração do K
+
na composição da cama (Tabela 2) e a forma de aplicação
da cama, em superfície sem incorporação. Ceretta et al. (2003), demonstraram o mesmo
comportamento do K
+
em profundidade quando aplicada na forma de esterco líquido de
suíno em pastagem natural.
O controle de ervas espontâneas e as demais interações não influenciaram os teores
deste cátion no solo (Tabela 4), entretanto, Fávero et al. (2000) demonstraram a influência
de ervas espontâneas na ciclagem de nutrientes como P, K
+
e Mg
2+
, chegando acumular até
três vezes mais quando comparados com leguminosas tradicionalmente utilizadas em
adubação verde. Dentre as espontâneas destacaram-se Portulaca olerácea, Euphorbia
heterophylla, Bidens pilosa, Commelina benghalensis e ainda Melampodium perfoliatum.
15
Tabela 4. Teores de sódio e potássio no Neossolo Litólico, cultivado com macieira,
manejado com dois sistemas de controles de ervas espontâneas e quatro doses
de cama de aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada
Sódio
Potássio
Herbicida
Roçado média
Herbicida
Roçado
Média
Mg ha
-1
cm -------------------------------cmol
c
kg
-1
-----------------------------------
0
0-5 0,14 0,16 0,15 Ad
0,22 0,46 0,34
5-10 0,14 0,15 0,15 Ad
0,13 0,37 0,25
10-20 0,14 0,15 0,14 Ac
0,12 0,29 0,21
média
0,14 Ca 0,15 Ca 0,15 D
0,16 0,37 0,26 C
5
0-5 0,20 0,22 0,21 Ac
0,41 0,60 0,51
5-10 0,17 0,19 0,18 Bc
0,37 0,60 0,48
10-20 0,16 0,17 0,17 Bd
0,27 0,44 0,36
média
0,18 Ba 0,19 Ba 0,19 C
0,35 0,55 0,45 B
10
0-5 0,21 0,27 0,24 Ab
0,71 0,74 0,72
5-10 0,18 0,24 0,21 Bb
0,60 0,48 0,54
10-20 0,17 0,21 0,19 Ca
0,36 0,45 0,40
média
0,19 Bb 0,24 Aa 0,21 B
0,55 0,55 0,55 B
20
0-5 0,32 0,34 0,33 Aa
0,93 0,80 0,86
5-10 0,27 0,22 0,24 Ba
0,82 0,68 0,75
10-20 0,20 0,19 0,19 Ca
0,78 0,67 0,73
média
0,26 Aa 0,25 Aa 0,26 A
0,84 0,72 0,78 A
Camada
0-5 0,22 Ab 0,25 Aa 0,23 A
0,57 0,65 0,61 A
5-10 0,19 Bb 0,20 Ba 0,19 B
0,48 0,53 0,50 B
10-20 0,17 Cb 0,18 Ca 0,17 C
0,38 0,46 0,42 C
Erva
0,19 0,21
0,48 0,55
Prob > F
Atributos
Erva Dose Camada
E * D
E * C D * C E * D * C
Sódio
0,08
0,01 0,01 0,01
0,02 0,01 0,01
Potássio
0,29
0,01 0,01
0,07
0,91 0,38 0,85
Letras maiúsculas comparam o efeito das camadas em cada dose de cama. Letras
minúsculas comparam o efeito das doses, das camadas e em cada dose o efeito da camada
(DMS 5%).
16
2.3.2 Parâmetros da acidez do solo
A acidez é um dos principais parâmetros relacionados à disponibilidade de
nutrientes no solo e ao desenvolvimento das culturas, pois afeta diretamente as reações de
troca de tions e ânions, adsorção química, precipitação e oxi-redução (Ernani, 2001). O
processo de acidificação do solo, nas regiões subtropicais e tropicais, inicia com a
solubilização da rocha, com posterior perda de cátions do solo associada à retenção
preferencial de cátions de maior valência, como o alumínio (Meurer, et al., 2000).
O teor de Al
3+
trocável, de Al + H e a saturação por alumínio no solo variaram
pouco com os fatores avaliados e geralmente estiveram abaixo de 0,5, 0,6 cmolc kg
-1
e
5,8 %, respectivamente, ambos na dose 0 no sistema com controle de ervas espontâneas
através de herbicida (Tabela 5). Estes teores são considerados baixos pela CQFS (1995),
sendo característicos de sistemas de produção de maçãs (Ernani, 1981; Nuernberg, 1983;
Rueda, 1992; Rauber et al., 2002; Ceretta et al., 2003).
Ernani & Gianello (1983) observaram em Neossolo Litólico redução do alumínio
trocável com a aplicação de cama de aves, também constatado por Hoyt & Turner (1975),
Ernani (1981) e Holanda et al. (1982).
No controle de ervas pelo roçado, os teores de Al
3+
e Al + H não foram afetados
pela aplicação da cama. Como o conteúdo de carbono orgânico é alto, parte do Al e H
podem estar complexados pelos ácidos fúlvicos e húmicos que são muito reativos (Ceretta,
1995).
As diferenças entre o pH em água e o pH em CaCl
2
mantiveram-se entre -0,4 a -0,6,
caracterizando solos com predomínio de cargas elétricas negativas (Ernani & Almeida,
1986).
17
O pH variou, segundo classificação de Volkweiss (1989), de muito ácido a ácido na
dose 0 Mg ha
-1
no controle de ervas com herbicida, para pouco ácido a aproximadamente
neutro nas doses de cama (5, 10 e 20 Mg ha
-1
) em ambos os controles de ervas espontâneas
(Tabela 6). O pH foi maior no sistema de controle de plantas espontâneas com roçadas e
nos tratamentos que receberam cama de aves (5 10 e 20 Mg ha
-1
). Na média foi maior na
camada de 0 a 5 cm (6,8) e diminuiu na camada de 10 a 20 cm (6,2).
As diferenças entre o pH em água e o pH em CaCl
2
mantiveram-se entre -0,4 a -0,6
(Tabela 6), caracterizando solos com predomínio de cargas elétricas negativas (Ernani &
Almeida, 1986). As reduções do Al trocável com o aumento do pH em água podem ocorrer
devido à amônia liberada na decomposição orgânica e às reações de complexação (Hoyt &
Turner, 1975), além da concorrência direta por sítios de ligação, ocorrendo a liberação do
Al trocável para o solução do solo, favorecendo a complexação deste elemento.
Por outro lado, ao contrário do que verificaram Ernani & Gianello (1983), não se
observou aumento do pH nas camadas mais distantes da camada orgânica, não
caracterizando aí o processo difusivo no solo em estudo. Este comportamento pode estar
associado ao alto poder tampão deste solo, em função da baixa mineralização da matéria
orgânica influenciada pela baixa temperatura dia anual na região, afetando
negativamente o processo de mineralização da matéria orgânica e atuação da fauna edáfica
neste processo.
18
Tabela 5. Teores de Alumínio, H+Al e Saturação por Alumínio em um Neossolo Litólico,
cultivado com macieira, manejado com dois sistemas de controles de ervas
espontâneas e quatro doses de cama de aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada
Aluminio
H + Al
m
Herbicida
Roçado
média
Herbicida
Roçado
média
Herbicida
Roçado
Média
Mg ha
-1
cm ----------------------------cmol
c
kg
-1
------------------------------
--------------- %----------------
0
0-5 0,4 0,1 0,3
0,5 0,2 0,3
3,3 0,4 1,8
5-10 0,5 0,1 0,3
0,6 0,2 0,4
4,3 0,9 2,6
10-20 0,5 0,2 0,4
0,6 0,2 0,4
5,8 1,1 3,4
média
0,5 Aa 0,1 Bb
0,3
0,6 Aa 0,2 Bb 0,4
4,5 Aa 0,8 Ab
2,6 A
5
0-5 0,2 0,3 0,2
0,3 0,3 0,3
0,9 1,2 1,1
5-10 0,2 0,1 0,2
0,3 0,2 0,2
1,0 0,8 0,9
10-20 0,2 0,2 0,2
0,3 0,3 0,3
1,4 1,0 1,2
média
0,2 Ba 0,2 Aa
0,2
0,3 Ba 0,3 ABa
0,3
1,1 Ba 1,0 Aa
1,0 B
10
0-5 0,2 0,2 0,2
0,3 0,3 0,3
1,0 0,9 0,9
5-10 0,2 0,1 0,2
0,3 0,2 0,3
1,3 0,5 0,9
10-20 0,2 0,4 0,3
0,3 0,4 0,4
1,4 2,1 1,7
média
0,2 Ba 0,2 Aa
0,2
0,3 Ba 0,3 ABa
0,3
1,2 Ba 1,2 Aa
1,2 B
20
0-5 0,3 0,2 0,2
0,3 0,3 0,3
1,0 0,9 1,0
5-10 0,2 0,5 0,4
0,3 0,6 0,4
1,0 2,2 1,6
10-20 0,3 0,1 0,2
0,4 0,2 0,3
2,1 1,0 1,5
média
0,3 Ba 0,3 Aa
0,3
0,3 Ba 0,4 Aa 0,4
1,4 Ba 1,4 Aa
1,4 B
Camada
0-5 0,3 0,2 0,2
0,4 0,3 0,3
1,6 0,8 1,2 B
5-10 0,3 0,2 0,3
0,4 0,3 0,3
1,9 1,1 1,5 AB
10-20 0,3 0,2 0,3
0,4 0,3 0,3
2,7 1,3 2,0 A
Erva
0,3 0,2
0,4 0,3
2,0 A 1,1 B
Probab > F
Atributos
Erva Dose Camada
E * D E * C D * C
E * D * C
Al
0,06 0,07 0,89
0,01
0,89 0,29
0,09
H+Al
0,06 0,07 0,88
0,01
0,89 0,29
0,09
m
0,05 0,01 0,01
0,01
0,36 0,37
0,18
Letras minúsculas comparam o efeito da erva em cada dose e maiúsculas o efeito das doses
em cada erva. Para a saturação por alumínio letras maiúsculas comparam também o efeito
das camadas e do controle de ervas pelo teste DMS a 5% .
19
Tabela 6. Valores de pH em água, pH em CaCl
2
e delta pH no Neossolo Litólico, cultivado
com macieira, manejado com dois sistemas de controles de ervas espontâneas e
quatro doses de cama de aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada
pH água
pH CaCl
2
Delta pH
Mg ha
-1
cm Herbicida
Roçado
média
Herbicida
Roçado
média
Herbicida
Roçado
média
0
0-5 6,1 6,8 6,4
5,6 6,4 6,0
-0,5 -0,4 -0,4 Bc
5-10 5,6 6,8 6,2
5,1 6,3 5,7
-0,5 -0,6 -0,5 Aa
10-20 5,5 6,6 6,1
5,0 6,1 5,5
-0,5 -0,5 -0,5 ABab
dia
5,7 Bb 6,7 Aa
6,2 B
5,2 Bb 6,2 Aa
5,7 B
-0,5 -0,5 -0,5
5
0-5 6,8 7,2 7,0
6,3 6,8 6,5
-0,5 -0,4 -0,4 Abc
5-10 6,5 6,8 6,6
5,9 6,3 6,1
-0,6 -0,5 -0,5 Aa
10-20 6,2 6,6 6,4
5,7 6,0 5,8
-0,5 -0,6 -0,5 Aab
dia
6,5 Ab 6,8 Aa
6,7 A
6,0 Aa 6,4 Aa
6,2 A
-0,5 -0,5 -0,5
10
0-5 6,9 7,0 6,9
6,3 6,6 6,4
-0,7 -0,4 -0,5 Aab
5-10 6,6 6,5 6,6
6,1 6,0 6,0
-0,5 -0,5 -0,5 Aa
10-20 6,1 5,9 6,0
5,5 5,4 5,4
-0,6 -0,6 -0,6 Aa
dia
6,5 Aa 6,5 Aa
6,5 A
5,9 Aa 6,0 Aa
6,0 AB
-0,6 -0,5 -0,6
20
0-5 6,7 7,0 6,8 6,2 6,4 6,3
-0,5 -0,6 -0,6 Aa
5-10 6,8 6,9 6,8 6,3 6,3 6,3
-0,5 -0,6 -0,5 Aba
10-20 6,1 6,5 6,3 5,6 6,0 5,8
-0,5 -0,4 -0,5 Bb
dia
6,5 Aa 6,8 Aa
6,6 A
6,0 Aa 6,3 Aa
6,1 A
-0,5 -0,5 -0,5
Camada
0-5 6,6 7,0 6,8 A
6,1 6,5 6,3 A
-0,5 Aa -0,4 Bb
-0,5
5-10 6,4 6,8 6,6 B
5,8 6,2 6,0 B
-0,5 Aa -0,5 Aa
-0,5
10-20 6,0 6,4 6,2 C
5,4 5,9 5,6 C
-0,5 Aa -0,5 Aa
-0,5
Erva
6,3 B 6,7 A
5,8 6,2
-0,5 -0,5
Probab > F
Atributos
Erva Dose Camada
E * D E * C D * C
E * D * C
pH água
0,05 0,01 0,01
0,01
0,96 0,19
0,73
pH
CaCl
2
0,06
0,02 0,01
0,01
0,88 0,11
0,62
Delta pH
0,3 0,21 0,28
0,29
0,05 0,03
0,06
Letras maiúsculas comparam o efeito das camadas em cada dose de cama. Letras
minúsculas comparam o efeito das doses, das camadas e em cada dose o efeito da camada
(DMS 5%).
2.3.3 Soma de bases, Saturação por bases e CTC pH
7.
O controle de ervas espontâneas e as doses de cama de aves influenciaram a soma
(SB) e a saturação por bases (V) no solo. A SB variou de 15,4 na dose 0 Mg ha
-1
a
21,5 cmol
c
kg
-1
na dose de 20 Mg ha
-1
e diminuiu de 23,1 na camada de 0-5 cm para
20
15,6 cmol
c
kg
-1
na camada de 10-20 cm (Tabela 7). A SB média em cada camada aumentou
com a aplicação de doses de cama.
A CTC pH
7
apresentou diferenças entre as doses de cama e entre camadas, com
comportamento semelhante ao da soma de bases trocáveis e do H + Al
3+
, os quais fazem
parte do cálculo da CTC.
A saturação por bases (V) na média das camadas variou de 95 a 99 %, também
considerado alta pela CQFS (1995). Observou-se que a menor saturação por bases foi no
tratamento com dose 0 de cama de aves no controle de ervas com herbicida e na média dos
demais tratamentos foi superior a 98 %.
Observando-se SB e V pode-se afirmar que a adição de cama de aves e a
manutenção da cobertura do solo pelas ervas espontâneas, bem como pela ciclagem dos
nutrientes, podem ser benéficos para a qualidade do ambiente, principalmente em sistemas
de produção de frutas, que, normalmente, são muito exigentes em relação à disponibilidade
de nutrientes e acidez do solo.
2.3.4 Nitrogênio mineral
O ânion nitrato (NO
3
-
) é a principal forma do nitrogênio mineral existente nos
solos e como não é adsorvido quimicamente, permanece na solução do solo ficando sujeito
a lixiviação (Ernani, 2001). O teor de NO
3
-
variou de 2,9 mg dm
-
³ na dose 0 Mg ha
-1
a
5,1 mg dm
-
³ na dose 20 Mg ha
-1
(Tabela 8), um acréscimo de 75 %, porém ficou abaixo da
concentração máxima de 10 mg dm
-
³ considerada crítica para avaliar risco ambiental
(Environmental Protect Agency, 1999). Em estudo realizado em Concórdia-SC, em solo
argiloso, encontraram-se teores de NO
3
-
na profundidade de 40-60 cm de 12; 19 e
18 mg L
-1
, com doses de esterco de suínos equivalentes a 50, 100 e 150 kg ha
-1
de N,
respectivamente (Prefeitura Municipal de Concórdia, 1994).
21
Outro fator que colabora para a lixiviação do NO
3
-
é a sua capacidade de ligar-se
somente eletrostaticamente, porém, no solo em estudo a carga liquida predominante é
negativa, favorecendo este processo de perda de N. Isto é evidenciado pelo aumento de 3,0
mg dm
-
³ na camada de 0-5 cm para 4,7 mg dm
-
³ na camada de 10-20 cm, um acréscimo de
56 %. A análise das interações não revelou nenhuma tendência clara em relação ao
comportamento do nitrato. Talvez isto esteja relacionada à grande variabilidade espacial,
inerente desta forma de nitrogênio mineral.
Os teores de amônio não foram influenciados pelos tratamentos e foram baixos, uma
vez que ao ser adicionado em superfície sem incorporação pode ser perdido por
volatilização. Oliveira et al. (2003), estudando cama de franga tratada com diferentes
aditivos, constataram que a volatilização da amônia foi de 11, 32, 57; 84 e 78 mg kg
-1
na
cama reutilizada + gesso agrícola, cama reutilizada + sulfato de alumínio, cama nova, cama
reutilizada e cama reutilizada + cal hidratada, respectivamente.
22
Tabela 7. Soma de Bases (SB), Saturação por Bases (V%) e CTC a pH
7,0
em Neossolo
Litólico cultivado com macieira submetido a dois controles de ervas
espontâneas e quatro doses de cama de aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada SB V CTC pH
7
Herb Roçado média Herb Roçado méd
Herb Roçado méd.
Mg ha
-1
cm -------------cmol
c
kg
-1
-----------
--------------%--------------
--------------cmol
c
kg
-1
-------------
0
0-5 15,9 21,0 18,4Ac 96 99 98 16,4 21,1 18,8Aa
5-10 11,7 17,8 14,8Bc 95 99 97 12,3 18,1 15,2Bc
10-20 10,3 15,8 13,1Bb 93 98 96 11,0 16,0 13,5Bd
dia
12,6Bb
18,2Ba 15,4B 95Ba 99Ab 97B 13,2 Ba 18,4 Ba 15,8 B
5
0-5 22,9 21,9 22,4Ab 99 98 99 23,2 22,2 22,7
Ab
5-10 19,6 19,8 19,7Bb 99 99 99 19,8 20,0 19,9 Bb
10-20 15,1 18,5 16,8Ca 98 99 98 15,4 18,7 17,1Ca
dia
19,2Aa
20,1ABa 19,6 A 98Aa 99Aa 99 A
19,5 Aa 20,3ABa 19,9 A
10
0-5 23,3 27,7 25,5Aa 99 99 99 23,6 28,0 25,8 Aa
5-10 18,7 21,6 20,2Bb 98 99 99 19,0 21,8 20,4 Bb
10-20 15,4 17,5 16,4Ca 98 98 98 15,7 17,9 16,8 Ca
Média
19,1Aa
22,3 Aa 20,7 A 98 Aa 99 Aa 98 A
19,4 Aa 22,6 Aa 21,0 A
20
0-5 26,0 26,1 26,0Aa 99 99 99 26,3 26,4 26,4Aa
5-10 24,4 20,3 22,4Bab 99 97 98 24,7 20,9 22,8Ba
10-20 17,7 14,8 16,3Ca 98 99 98 18,1 15,1 16,6Ca
Média
22,7Aa
20,4 ABa
21,5
A 98 Aa 98 Aa 98 A
23,0Aa 20,8 ABa
21,9 A
Camada
0-5 22,0 24,2 23,1
A 98 99 98
A
22,4 24,5 A 23,4
5-10 18,6 19,9 19,2 B 98 99 98 A
19,0 20,2 B 19,6
10-20 14,6 16,6 15,6 C 97 98 98 B
15,0 16,9 C 16,0
Erva
18,4 20,2 98 99 98 18,8 20,5
Prob>F
Atributos
Erva Dose Camada
E * D E * C D * C E * D * C
SB
0,13
0,01 0,01 0,03
0,71
0,03
0,23
V
0,05
0,01 0,01 0,01
0,23 0,33 0,17
CTC pH
7
0,14
0,01 0,0 0,04
0,73
0,02
0,27
Letras maiúsculas comparam o efeito das camadas em cada dose de cama. Letras
minúsculas comparam o efeito das doses, das camadas e em cada dose o efeito da camada
(DMS 5%).
23
Tabela 8. Teores de Nitrato e Amônio no Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de
aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada
Nitrato
Amonio
Herbicida
Roçado média
Herbicida Roçado
média
Mg ha
-1
cm -----------------------------------mg dm
-
³------------------------------------
0
0-5 3,8 1,8 2,8
4,9 4,5 4,7
5-10 2,3 1,6 2,0
1,4 3,4 2,4
10-20 5,4 2,6 4,0
6,6 4,7 5,7
média
3,9 Ba
2,0 Bb
2,9 B
4,3 4,2 4,3
5
0-5 4,0 2,2 3,1
3,1 6,5 4,8
5-10 4,2 2,4 3,3
6,0 2,9 4,4
10-20 9,1 2,1 5,6
4,7 4,0 4,3
média
5,8 Aa
2,2 Bb
4,0 AB
4,6 4,5 4,5
10
0-5 3,3 2,4 2,9
3,8 4,3 4,1
5-10 2,8 3,9 3,4
4,5 4,2 4,3
10-20 1,3 3,0 2,2
3,9 1,2 2,5
média
2,5 Ba
3,1 Ba
2,8 B
4,1 3,2 3,6
20
0-5 2,5 3,8 3,1
5,3 4,3 4,8
5-10 3,9 6,8 5,3
3,6 5,6 4,6
10-20 2,4 11,5 6,9
2,4 6,5 4,5
média
2,9 Bb
7,4 Aa
5,1 A
3,8 5,5 4,6
Camada
0-5 3,4
2,5
3,0 B
4,3 4,9 4,6
5-10 3,3 3,6 3,5 AB
3,9 4,0 3,9
10-20 4,5 4,8 4,7 A
4,4 4,1 4,2
Erva
3,8 3,7
4,2 4,3
Prob> F
Atributos
Erva Dose Camada
E*D
E*C D*C E*D*C
Nitrato
0,86
0,01 0,03 0,01
0,58 0,15
0,02
Amônio
0,78 0,52 0,64 0,36 0,81 0,36 0,09
Letras maiúsculas comparam médias na coluna e minúsculas comparam médias nas linhas
DMS a 5% .
24
2.3.5 Produtividade da macieira
Nuernberg et al. (2000) determinaram a produção de maçã a partir da contagem de
frutos de cada planta útil antes da colheita e multiplicado pelo peso médio de 100 frutos,
amostrados aleatoriamente por ocasião da colheita. Ao final do segundo ano, tanto o
rendimento de frutos (dados não mostrados) como os pesos de frutos (Tabela 9), foram
afetados pelas doses de cama e dependentes do sistema de manejo. Nas doses de cama de 0
e 5 Mg ha
-1
, o controle das ervas espontâneas pelo herbicida foi mais produtivo, porém foi
inferior ao roçado na dose de 20 Mg ha
-1
de cama de aves. No roçado competição com
as ervas que cobrem o solo durante todo o ano enquanto no controle com herbicidas, o solo
permanece descoberto durante a maior parte do tempo e a competição com as macieiras
por água e nutrientes é menor. Assim, no sistema com mais competição a cama de aves
aumentou a produtividade a na maior dose.
A menor produtividade alcançada foi na dose 0 no controle por roçadas
(24.885 kg ha
-1
), mesmo assim os valores ficaram acima da média nacional que é de
24.171 kg ha
-1
(Epagri, 2002; ABPM, 2007).
Tabela 9. Peso de frutos por hectare no Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de
aves. São Joaquim, SC.
(1)
Dose de cama Peso de frutos
Herbicida Roçado
Mg ha
-1
kg ha
-1
0
29.869 24.885
5
37.450 26.058
10
37.957 37.997
20
34.659 43.661
(1)
Dados fornecidos por Nuernberg et al. (2003) não publicados.
25
2.4 CONCLUSÕES
1- O controle das ervas espontâneas com roçadas aumenta os teores de magnésio e o
pH em água e reduz a saturação por alumínio em comparação ao sistema com
herbicida.
2- A adição de cama de aves, devido sua composição química, aumenta os teores de
Ca, Na e K, com conseqüências na soma e saturação por bases e reduz a acidez
do solo. O teor de nitrato permanece abaixo do nível máximo estipulado na
legislação. Assim é uma alternativa viável para melhorar as características
químicas de solos ácidos e com deficiência de nutriente às plantas.
26
3 ESTUDO 2 - CONTROLE DE ERVAS E ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM
MACIEIRA: PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO
3.1 INTRODUÇÃO
Um custo importante na agricultura atual refere-se aos insumos fertilizantes e
corretivos da acidez e para reduzir estes custos, os agricultores estão usando adubos
orgânicos como uma das alternativas para a substituição da adubação mineral. Entre os
adubos usados, destaca-se a cama de aves.
Uma das propriedades da cama de aves é atuar como condicionador de solo,
resultando em uma qualidade estrutural favorável à emergência de plântulas,
desenvolvimento radicular, aeração, infiltração e movimento de água no perfil do solo
(Primavesi, 1980; Kiehl, 1985).
A qualidade estrutural pode ser analisada segundo dois aspectos: avaliações de
parâmetros relacionados à forma da estrutura (Albuquerque et al., 1995), como densidade
do solo, condutividade hidráulica saturada e porosidade e avaliações de parâmetros
relacionados à estabilidade da estrutura (Campos et al., 1995).
A estabilidade de agregados tem relação com a classe do solo, o sistema de manejo
ao qual o mesmo é submetido e, fundamentalmente, o tempo de utilização do sistema de
manejo em mesmas condições edafoclimáticas (Costa, 2001). A formação e a estabilização
dos agregados ocorrem simultaneamente mediante a atuação de processos físicos, químicos
e biológicos. Bayer & Mielniczuk (1999) destacam que a formação dos agregados é
influenciada não pelos ciclos de umedecimento e secagem, congelamento e
descongelamento, mas também pela ação das raízes e que, após a aproximação das
27
partículas minerais, o C-orgânico é de importância fundamental na estabilização dos
agregados.
As plantas espontâneas ou cultivadas atuam diretamente na agregação através da
ação de suas raízes, as quais exercem pressão sobre as partículas, liberam exudatos
orgânicos e junto com a parte aérea, é fonte de energia para os microorganismos que
contribuem para produção de polissacarídeos, estes importantes na agregação. Portanto, o
sistema de controle de ervas espontâneas poderá interferir na estrutura do solo em função
do crescimento das ervas e da deposição dos resíduos na superfície no sistema com
roçadas.
A cama de aves após ser transformada em matéria orgânica participa das ligações
entre as partículas individuais do solo, atuando como agente cimentante pelas suas
características de superfície, as quais controlam reações importantes e contribuem para
determinar seu comportamento frente às práticas de manejo agrícola e alterações no
ambiente (Lima, 2003).
Bayer & Mielniczuk (1997) explicam que o maior conteúdo de carbono orgânico
nas camadas superficiais dos solos não revolvidos, comparativamente com os demais
preparos, é devido a menor taxa de perda de matéria orgânica e a localização superficial do
material orgânico adicionado por sistemas de cultivo.
O suprimento contínuo de matéria orgânica bem como a utilização de culturas de
cobertura e adubação verde contribui para proteção ao solo frente aos processos erosivos.
De certa maneira a necessidade de controlar as plantas espontâneas, mantendo desta
forma adequada a aeração do solo (Scott, 2000).
Quanto aos fluxos de ar e água, a matéria orgânica tem efeitos indiretos, atuando
tanto no aumento da agregação e da porosidade quanto na diminuição da densidade do solo
(Metzger & Yaron, 1987). Beutler et al. (2002) verificaram que pequenas variações no teor
28
de matéria orgânica o alteraram a retenção de água, que foi maior com o aumento da
densidade do solo, nas tensões de água de 6 a 300 kPa. A retenção de água é característica
de cada solo, sendo resultado da ação conjunta e complexa de vários fatores, como o teor e
mineralogia da fração argila (Ferreira et al., 1999), teor de matéria orgânica e qualidade da
estrutura (Reichardt, 1988; Beutler et al., 2002).
O objetivo deste estudo foi caracterizar as propriedades físicas relacionadas à
estabilidade da estrutura e à forma da estrutura de um Neossolo Litólico submetido a dois
sistemas para controle de ervas espontâneas e doses de cama de aves.
29
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
3.2.1 Descrição do experimento e localização geográfica
Esta segunda parte do estudo foi desenvolvida na mesma área experimental do
estudo sobre caracterização química, portanto a localização e a descrição do experimento
estão no capitulo 1.
3.2.2 Coleta das amostras
As amostras para determinações físicas foram coletadas em dois momentos
distintos. Em setembro de 2002, amostras deformadas foram coletadas em trincheiras na
linha de cultivo, nas camadas de 0-5, 5-10 e 10-20 cm, para determinar a estabilidade de
agregados, os conteúdos de carbono orgânico, argila, silte e areia e o grau de floculação.
Em novembro de 2003, amostras indeformadas foram coletadas na linha de cultivo,
nas camadas de 0-5 e 5-10 cm, para determinar a densidade, as porosidades, umidade
gravimétrica, umidade volumétrica, água disponível e água prontamente disponível. Para
isto foram utilizados cilindros metálicos, com 25 mm de altura e 50 mm de diâmetro, os
quais foram acondicionados em latas de alumínio e transportados ao laboratório de Física
dos Solos do Centro de Ciências Agroveterinárias CAV, da Universidade do Estado de
Santa Catarina – UDESC.
30
3.2.3 Determinações de laboratório
Foram utilizadas amostras de agregados da classe entre 8 e 4,75 mm para
determinação da estabilidade de agregados em água (Kemper & Chepil, 1965),
representada pelo diâmetro médio geométrico (DMG). As peneiras tinham abertura da
malha de 4,75; 2,00; 1,00 e 0,25 mm, e o equipamento utilizado foi semelhante àquele
idealizado por Yoder (1936). Antes da agitação os agregados permaneceram imersos em
água durante 10 minutos, seguido por agitação de 10 minutos, com 40 oscilações por
minuto, curso de oscilação vertical de 3,8 cm.
Foi analisado o carbono orgânico por meio de oxidação por K
2
Cr
2
O
7
+ H
2
SO
4
,
segundo o método de Walkley-Black (Allison, 1965).
Antes da dispersão para determinar a granulometria do solo a matéria orgânica foi
removida com peróxido de hidrogênio devido à ação cimentante da matéria orgânica sobre
as partículas de argila
A umidade gravimétrica (Ug) foi determinada pesando-se os anéis volumétricos
com as amostras do solo com a umidade de campo e, novamente, após a secagem em
estufa a 105ºC durante 48 horas. A Ug (kg kg
-1
) e a UV (m
3
m
-3
) foram obtidas através das
seguintes equações:
Mss
Ma
Ug =
Vs
Va
=
θ
Onde: Ma é a massa de água atual (g) contida na amostra; Mss é a massa de
solo seco em estufa a 105
o
C (g); Va é o volume de água atual (m
3
) e; Vs é o volume da
amostra (m
3
) contida no anel volumétrico.
A densidade do solo (Ds; g cm
-3
) foi determinada pelo método do anel volumétrico
(Blake & Hartge, 1986), após terem sido realizadas todas as outras determinações
programadas com as amostras do solo nos anéis. As amostras foram secas em estufa a
31
105°C durante 48 horas e pesadas. A densidade do solo foi determinada dividindo-se a
massa de solo seco pelo volume conhecido da amostra.
Vs
Mss
Ds =
onde: Mss = massa de solo seco em estufa a 105
º
C e; Vs = volume de solo no anel.
A porosidade total do solo (PT; m
3
m
-3
) foi calculada por intermédio da massa do
anel saturado menos a massa deste seco em estufa a 105°C e dividido pelo volume do anel.
A microporosidade foi determinada pelo volume de água retida no solo após sucção
equivalente a 6 kPa, realizada por mesa de areia. A macroporosidade foi determinada pela
diferença entre a porosidade total e a microporosidade. Estas propriedades foram difíceis
de serem determinadas, pois o Neossolo avaliado apresentou grande expansão e contração,
interferindo na capacidade de retenção de água e no volume de solo contido nos cilindros.
3.2.4 Análise estatística
A significância dos efeitos dos fatores controle de ervas espontâneas, doses de
cama de aves, camada de coleta e suas interações foram avaliadas através da análise da
variância segundo delineamento de blocos ao acaso com parcelas subsub divididas com
quatro repetições. Para as doses de cama de aves foi aplicada regressão linear a 5% de
significância. Quando houve significância as médias foram comparadas pelo teste de DMS
a 5 % de significância (SAS, 1990).
32
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.3.1 Granulometria
O Neossolo apresentou grande variabilidade nos teores de argila, silte e areia
resultando em classes texturais dia e argilosa (Embrapa, 1999). Além disso, em função
da gênese do solo, a argila aumentou de 283 g kg
-1
na camada de 0-5 cm para 395 g kg
-1
de
10-20 cm, enquanto os teores de silte e de areia diminuíram (Anexo 3 ).
3.3.2 Carbono orgânico (CO)
A dose de cama de aves não influenciou o teor de CO, pois os resíduos deixados na
superfície são incorporados gradativamente ao solo e decompostos pelos microrganismos
concordando com Alves e Resende (1998). Com a cama são adicionados elementos
químicos, que em solos naturalmente pobres podem estimular a decomposição microbiana.
O teor de CO diminuiu de 52 g kg
-1
na camada de 0-5 cm para 47 g kg
-1
na camada de
10-20 cm (Tabela 10). Houve efeito do controle de ervas com maior teor de CO no sistema
com roçado (52 g kg
-1
) comparado ao herbicida (46 g kg
-1
). Estas diferenças podem ser
explicadas em parte pelo acúmulo de resíduos vegetais deixados sobre o solo no controle
das ervas com roçado além de raízes remanescentes das ervas espontâneas.
Outro fator que pode explicar este acúmulo na superfície está ligado à forma de
aplicação da cama, o qual foi adicionado na linha de cultivo, a lanço, sob a projeção das
copas das árvores sem revolvimento do solo. Deve-se considerar a possibilidade de efeitos
de amostragem do solo, que os resíduos vegetais se misturam ao solo nas camadas mais
33
superficiais, dificultando a sua separação. Comportamento semelhante foi descrito por
Ceretta et al. (2003) e Alcântara & Ferreira (2000).
Tabela 10. Conteúdo de carbono orgânico do Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de
aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada Carbono orgânico
Mg ha
-1
cm Herbicida Roçado média
_____________ g kg
-1
_____________
0
0-5 45 55 50
5-10 46 55 50
10-20 46 54 50
média
46 55 50
5
0-5 49 58 53
5-10 43 54 49
10-20 46 47 47
média
46 53 50
10
0-5 47 55 51
5-10 43 53 48
10-20 43 50 47
média
44 53 48
20
0-5 49 55 52
5-10 51 45 48
10-20 46 43 45
média
49 47 48
Camada 0-5 51 52 52 A
5-10 47 51 49 B
10-20 46 48 47 B
Erva
média
46 B 52 A
Prob > F
Erva
Dose
Camada
E *D
E*P D*P E*D*P
Carbono
0,01
0,81
0,01
0,41 0,31 0,54 0,34
Letras maiúsculas comparam médias das ervas e das camadas pelo teste DMS a 5 %.
34
3.3.3 Estabilidade dos agregados
Observa-se que a estabilidade de agregados foi maior na camada de 0 a 5 cm (1,8
mm) e menor na camada de 10 a 20 cm (1,4 mm) (Figura 1) o que pode estar relacionado
ao maior acúmulo de CO na superfície que possui efeito cimentante. O efeito positivo da
matéria orgânica sobre a estabilidade dos agregados foi demonstrado por Reichert et al.
(1993), Albuquerque et al. (1994) e Campos et al. (1995). Ângulo et al. (1984) e
Nuernberg et al. (1986) demonstram que os agregados maiores que 1 mm podem
caracterizar solos com adequada qualidade estrutural para o desenvolvimento das culturas.
De acordo com Malagón (1976) agregados com DMG maior que 0,6 mm caracterizam
solos com boa estabilidade, a qual é dependente da classe de solo e do manejo adotado.
1,4 C
1,5 B
1,8 A
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0,5 1 1,5 2 2,5
Diâmetro Médio Geométrico (mm)
Profundidade (cm)
Média
Figura 1 Diâmetro médio geométrico (DMG) dos agregados do Neossolo Litólico
cultivado com macieira sob controles de ervas espontâneas. São Joaquim, SC.
Letras maiúsculas comparam médias em camada (DMS a 5%).
As doses de cama aplicadas e o controle de ervas espontâneas não afetaram
significativamente a estabilidade de agregados, pois as mesmas o foram elevadas. Deve
ser considerada também a variabilidade espacial da área que dificulta a detecção das
35
possíveis diferenças, mostrando a necessidade de realizar este estudo por um período
prolongado e amostrar anualmente este solo.
3.3.4 Microporosidade, macroporosidade e porosidade total.
A microporosidade aumentou de 0,53 m
3
m
-3
na camada de 0 a 5 cm para
0,55 m
3
m
-3
na camada de 5 a 10 cm, enquanto a macroporosidade diminuiu de 0,20 m
3
m
-3
de 0 a 5 cm para 0,16 m
3
m
-3
de 5-10 cm. Houve diferenças na microporosidade quando se
avaliou a interação controle de ervas e camadas, entretanto foram iguais a 0,01 m
3
m
-3
(Tabela 11).
Como a macieira apresenta um sistema radicular que cresce próximo da superfície
com grande densidade e a presença de plantas espontâneas, estas raízes exploram uma área
maior de solo influenciando o tamanho dos poros, pois o sistema radicular e os
microrganismos produzem substâncias que atuam na estrutura do solo. Além disso, os
ciclos de umedecimento e secagem associados à extração de água pelas raízes, influenciam
na aproximação e distanciamento dos agregados, principalmente na camada mais
superficial.
A porosidade total (Tabela 12) e a densidade do solo (Anexo 4) não foram
influenciadas pelos tratamentos aplicados, com variação de 0,55 a 0,60 m
3
m
3
e 1,06 a 1,15
Mg m
3
respectivamente. Nuernberg et al. (2000) verificou no mesmo experimento que o
número de roçadas também era maior nas maiores dosagens de cama, já que as ervas
cresciam mais rapidamente em resposta a aplicação da cama de aves. Rueda et al. (1992)
não observaram diferenças na porosidade do solo de diferentes perfis cultivados com
amoreira intercalada com milho após adições de 5 Mg ha
-1
de esterco por períodos de 2,5,
6, 13 e 17 anos em um Latossolo Vermelho-Amarelo com sedimentos da formação Rio
Claro no município de Rio Claro, estado de São Paulo.
36
Tabela 11. Microporosidade e macroporosidade do Neossolo Litólico cultivado com
macieira submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de
cama de aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada
Macroporosidade Microporosidade
Mg há cm Herbicida
Roçado
média
Herbicida
Roçado
média
_____________________ m
3
m
-3
_____________________
0
0-5
0,25 0,20 0,22 0,51 0,52 0,52
5-10
0,16 0,16 0,16 0,55 0,55 0,55
média
0,21 0,18 0,19 0,53 0,53 0,53
5
0-5
0,19 0,19 0,19 0,52 0,54 0,53
5-10
0,17 0,17 0,17 0,55 0,53 0,54
média
0,18 0,18 0,18 0,54 0,53 0,53
10
0-5
0,18 0,20 0,19 0,53 0,54 0,53
5-10
0,15 0,17 0,16 0,56 0,56 0,56
média
0,17 0,19 0,18 0,54 0,55 0,54
20
0-5
0,16 0,21 0,19 0,56 0,53 0,54
5-10
0,14 0,19 0,16 0,60 0,52 0,56
média
0,15 0,20 0,17 0,58 0,52 0,55
Camada
0-5
0,19 0,20 0,20 A
0,54 Ba 0,53 Aa
0,53 B
5-10
0,16 0,17 0,16 B
0,55 Aa 0,54 Ab
0,55 A
Erva
0,18 0,19 0,55 0,54
Prob>F
Atributos
Erva
Dose Camada E *D E*C D*C E*D*C
Macro
0,64
0,72
0,01
0,17 0,56 0,34 0,69
Micro
0,55
0,76
0,01
0,34
0,04
0,59 0,81
Letras maiúsculas comparam camadas em cada controle de ervas e minúsculas comparam
médias das ervas em cada camada pelo teste DMS a 5%.
37
Tabela 12. Porosidade total do Neossolo Litólico cultivado com macieira submetido a dois
controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves. São Joaquim,
SC.
Dose Camada Porosidade total m
3
m
-3
Mg ha
-1
cm Herbicida Roçado média
0
0-5 0,60 0,58 0,59
5-10 0,57 0,56 0,57
média
0,59 0,57 0,58
5
0-5 0,56 0,55 0,56
5-10 0,55 0,55 0,55
média
0,55 0,55 0,55
10
0-5 0,56 0,59 0,57
5-10 0,55 0,59 0,57
média
0,56 0,59 0,57
20
0-5 0,58 0,58 0,58
5-10 0,58 0,58 0,58
média
0,58 0,58 0,58
Camada
0-5 0,57 0,57 0,57
5-10 0,57 0,57 0,57
Erva
0,57 0,57
3.3.5 Umidade do solo
A umidade do solo no momento da coleta foi maior na camada mais profunda e na
maior dose de cama de aves (Tabela 13). Estas diferenças podem se explicadas pela ação
dos resíduos orgânicos adicionados que podem elevar o conteúdo de carbono orgânico ou
atuar nos mecanismos de infiltração e retenção da água no solo (Libardi, 1995). No
Prob>F
Atributos Erva Dose Camada E*D
E*C D*C E*D*C
P total
0,66 0,19 0,31 0,24
0,63 0,67 0,99
38
momento da amostragem a umidade estava maior da camada de 5-10 cm, entretanto este
comportamento é muito variável com o tempo, tipo de solo e com a cobertura superficial
(Reichardt, 1988; Hillel, 1998).
Tabela 13. Umidade gravimétrica (UG) e volumétrica (UV) do Neossolo Litólico cultivado
com macieira submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses
de cama de aves. São Joaquim, SC.
Dose Camada
Ug UV
Mg ha
-1
cm Herbicida
Roçado
média Herbicida
Roçado média
________ g g
-1
_________
_________ cm cm
-3
________
0
0-5 0,32 0,35 0,33 0,34 0,38 0,36
5-10 0,35 0,36 0,36 0,40 0,41 0,41
média
0,34 0,35 0,34 B 0,37 0,40 0,38
5
0-5 0,33 0,32 0,32 0,39 0,37 0,38
5-10 0,36 0,33 0,34 0,43 0,38 0,41
média
0,35 0,32 0,33 B 0,41 0,38 0,39
10
0-5 0,35 0,37 0,36 0,41 0,39 0,40
5-10 0,39 0,40 0,39 0,46 0,43 0,44
média
0,37 0,38 0,37AB
0,43 0,41 0,42
20
0-5 0,44 0,35 0,40 0,47 0,40 0,43
5-10 0,45 0,35 0,40 0,50 0,39 0,44
média
0,45 0,35 0,40 A 0,48 0,39 0,44
Camada
0-5 0,36 0,34 0,35 B 0,40 Ba
0,39 Aa 0,39 B
5-10 0,39 0,36 0,37 A 0,44 Aa
0,40 Ab
0,42 A
Erva
0,37 0,35 0,42 0,40
Pr>F
Atributos
Erva Dose Camada
E *D E*C
D*C E*D*C
UG
0,35
0,04 0,02
0,07 0,35
0,54 0,98
UV
0,23
0,07 0,01
0,07
0,05
0,19 0,95
Letras minúsculas comparam controle de ervas nas linhas e maiúsculas comparam médias
nas colunas (DMS a 5%).
39
O comportamento da umidade volumétrica foi semelhante à gravimétrica para
camada, sendo maior de 5-10 cm (0,42 cm³ cm
-
³). A menor umidade observada no controle
por roçado pode ser devido a maior extração de água pelas ervas espontâneas, que com
herbicida, o ciclo de crescimento das plantas é interrompido.
3.4 CONCLUSÕES
1 - O controle das ervas espontâneas com o sistema de roçadas aumenta o teor de carbono
orgânico do solo em relação ao sistema que utiliza herbicida.
2 - A adição de cama de aves no solo pouco modifica as propriedades físicas do solo.
Aumenta a retenção de água no solo, mas não altera a densidade, porosidade e
estabilidade dos agregados.
40
4 CONCLUSÃO GERAL
O controle das ervas espontâneas com roçadas aumentou os teores de magnésio,
o pH em água e de carbono orgânico e reduziu a saturação por alumínio em comparação ao
sistema com herbicida.
A adição de cama de aves aumenta os teores de nutrientes e reduz a acidez do
solo. Os níveis de nitrato permanecem abaixo do nível máximo estipulado na legislação de
10 mg L
-1
, porém doses superiores às aplicadas neste estudo o são recomendadas para
evitar a poluição ambiental, principalmente da água. A cama de aves afeta pouco as
propriedades físicas do Neossolo, apenas aumenta a retenção de água.
A adição de nutrientes pela cama de aves melhora a produtividade do pomar de
macieira nos dois sistemas de controle de ervas espontâneas e é uma prática viável,
principalmente em áreas próximas de criadouros de aves, considerando o custo do
transporte até a propriedade.
Experimentos desta natureza demonstram a importância de estudos semelhantes
em diferentes tipos de solo e de culturas. A utilização de resíduos orgânicos de origem
animal deve ser avaliada em experimentos de longa duração a fim de esclarecer dúvidas
pertinentes à contaminação e excesso de nutrientes no solo, buscando a sustentabilidade
dos sistemas de produção e a melhoria da base de dados necessária para recomendar
adubação orgânica.
41
5 LITERATURA CITADA
ABBOT, J.L. & TUCKER, T.C. Persistence of manure phosphorus in calcareous soil.
Soil Sci. Soc. Am. Proc., 37: 60-3, 1973.
ALBUQUERQUE, J.A.; REINERT, D.J.; FIORIN, J.E.; RUEDELL, J. PETRERE, C. &
FONTINELLI, F. Rotação de culturas e sistemas de manejo do solo: efeito sobre a forma
da estrutura do solo ao final de sete anos. Rev. Bras. Ci. Solo, 19:115-119, 1995.
ALBUQUERQUE, J.A.; REINERT, D.J. & FIORIN, J.E.. Variação temporal da
estabilidade estrutural em Podzólico Vermelho-Amarelo. Ci. Rural, 24:275-280 1994.
ALBUQUERQUE, J.A; CASSOL, E.A.; REINERT, D.J.. Relação entre a erodilibilidade
em entressulcos e estabilidade de agregados. Rev. Bras. Ci. Solo, 24:143-151, 2000.
ALCÂNTARA, E.N. & FERREIRA, M.M. Efeitos de métodos de controle de plantas
daninhas na cultura do cafeeiro (Coffea arábica L.) sobre a qualidade física do solo. Rev.
Bras. Ci. Solo, 21:711-721. 2000.
ALEXANDER, M. Introduction to soil microbiology. 2. Ed. New York, J. Willey,
1977. 467 p.
ALVES, M.R. & RESENDE, M.O.O. Efeitos de alguns fertilizantes orgânicos nas
características físicas e químicas de um solo agricultável. Disponível em www.
sbq.org.br/ranteriores/ 23/resumos. Acessado em Janeiro/2005.
ALLISSON, L.E. Organic carbon In: BLACK, C.A. (ed.) Methods of soil analysis,
chemical and microbiological properties. Madison: Am. Soc. of Agronomy, 1965, p.
1367-1378.
ANGULO, R.J.; ROLOFF, G. & SOUZA, M.L.P. Correlação entre diferentes formas de
determinação e representação da estabilidade e resistência dos agregados do solo. Rev.
Bras. Ci. Solo, 8:7-12, 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE MAÇÃ (ABPM). Disponível em
http//www.abpm.org.br. Acessado em Janeiro de 2007.
BAYER, C. & BERTOL, I. Características químicas de um Cambissolo Húmico afetadas
por sistemas de preparo, com ênfase à matéria orgânica. Rev. Bras. Ci. Solo, 23:687-694,
1999.
BAYER, C. & MIELNICZUK, J. Características químicas do solo afetadas por métodos
de preparo e sistemas de cultura. Rev. Bras. Ci. Solo, 21:105-112, 1997.
BAYER, C. & MIELNICZUK, J.. Dinâmica e função da matéria orgânica. In: SANTOS,
G.A. & CAMARGO, F.A.O., eds. Fundamentos da matéria orgânica do solo:
Ecossistemas tropicais e subtropicais. Porto Alegre, 1999. p.9-26.
BEUTLER, A.N.; CENTURION, J.F.; SOUZA, Z.M.; ANDRIOLI, I. & ROQUE C.G..
Retenção de água em dois Latossolos sob diferentes usos. Rev. Bras. Ci. Solo, 26:829-
834, 2002.
42
BLAKE, G.R. & HARTGE, K.H. Bulk density. In: KLUTE, A.ed. Methods of soil
analysis. Madison, Am. Soc. of Agronomy, 1986. p.363-375.
BURTON, C.H.. Manure management; treatment and strategies for sustainable
agriculture. Wrest Park; Silsoe Research Institute, 1997. 181 p.
CAMPOS, B.H.C.; REINERT, D.J.; ALBUQUERQUE, J.A. & NICOLODI, R.
Avaliação temporal da umidade do solo como conseência do tipo e percentagem da
cobertura vegetal. Ci. Rural, 24:459-463 1994.
CAMPOS, B.C.; REINERT, D.J.; NICOLODI, R.; RUEDELL, J. & PETRERE, C..
Estabilidade estrutural de um Latossolo Vermelho Escuro distrófico após sete anos de
rotação de culturas e sistemas de manejo do solo. Rev. Bras. Ci. Solo, 19:121-126, 1995.
CERETTA, C.A.; DURIGON, R.; BASSO, C.J.; BARCELLOS, L.A.R. & VIEIRA,
F.C.B.. Características químicas do solo sob aplicação de estercos líquidos de suínos em
pastagem natural. Pesq. Agrop. Bras. 38:729-735, 2003.
CERETTA, C.A. Fracionamento do N orgânico, substâncias húmicas e
caracterização de ácidos micos do solo em sistemas de cultura sob plantio direto.
(Doutorado em Ciência do Solo) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 1995. 127 f.
CINTRA, F.L.D. & MIELNICZUK, J.. Potencial de algumas espécies vegetais para a
recuperação de solos com propriedades físicas degradadas. Rev. Bras. Ci. Solo, 7:197-
201, 1983.
COOKE, G.W. The roles of organic manures and organic matter in managing soils for
higher crop yields a review of the experimental evidence. Proc. Int. Sem. Soil
Environment and Fertility Management in Intensive Agriculture. Tokyo, p.53-64,
1977.
COMISSÃO DE QUIMICA E FERTILIDADE DO SOLO-RS/SC. Recomendação de
adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 3a
edição. Passo Fundo: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo - cleo Regional Sul,
1995. 224p.
COSTA, F.S. Propriedades físicas e produtividade de culturas de um Latossolo
Bruno sob sistemas de manejo do solo em experimento de longa duração. Lages,
Universidade do Estado de Santa Catarina, 2001. 98p. (Dissertação de Mestrado).
CURI, N., LARACH, J.O.I., KÄMPF, N., MONIZ, A.C. FONTES, L.E.F.. Vocabulário
de Ciência do Solo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Campinas, 90 p. 1993.
DORAN, J.W. & PARKIN, T.B. Defining and assessing soil quality. In: DORAN, J.W.,
COLEMAN, D.C., BEZDICEK, D.F., STEWART, B.A. (Eds.), Defining Soil Quality
for a Sustainable Environment. SSSA Spec. Publ. 35 SSSA, Madison, WI, p.3-21.
1994.
EASH, N.S.; KARLEN, D.L. & PARKIN, T.B. Fungal contributions to soil aggregation
and soil quality. In: DORAN, J.W.; COLEMAN, D.C.; BEZDICEK, D.F. & STEWART,
B.A., eds. Defining Soil Quality for a Sustainable Environment. Madison, SSSA,
1994. p.221-228. (Special Publication 35).
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de todos de Análise de
Solo. 2 ed. rev. atual. Rio de Janeiro, 1997. 212p.
43
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos. Rio de Janeiro, 1999, 412 p.
EPAGRI. A cultura da macieira. Florianópolis, 2002. 743 p.
EPSTEIN, E.; TAYLOR, J.M. & CHANEY, R.L. Effects of sewage sludge and sludge
compost applied to soil physical and chemical properties. J. Environ. Qual., 5:422-6,
1976.
ENVIRONMENTAL PROTECT AGENCY. Disponível: htttp// www.epa.gov. Acessado
Junho 2004.
ERNANI, P.R. Utilizão de materiais orgânicos e adubos minerais na fertilização do
solo. UFRGS, Porto Alegre, 82 p. 1981, (Dissertação de Mestrado).
ERNANI, P.R. & GIANELLO, C.. Diminuição do alumínio trocável do solo pela
incorporão de esterco de bovinos e cama de aviário. Rev. Bras. Ci. Solo, 7:161-165,
1983.
ERNANI, P.R. & ALMEIDA, J.A.. Comparação de métodos analíticos párea avaliar
necessidade de calrio dos solos do Estado de Santa Catarina. Rev. Bras. Ci. Solo,
10:143-150, 1986.
ERNANI, P.R.. Notas sobre química do solo. Apostila da disciplina de Química do Solo.
UDESC, Lages, 2001.
VERO, C.; JUCKSCH, I.; COSTA, L.M.; ALVARENGA, R.C. & NEVES, J.C.L..
Crescimento e acúmulo de nutrientes por plantas espontâneas e por leguminosas utilizadas
para adubação verde. Rev. Bras. Ci. Solo, 24:171-177, 2000.
FEDERAL ENVIRONMENTAL AGENCY (Berlin, Germany). Sustainable
development in Germany; progress and prospects. Berlin: Erich Schmidt, 1998. 344p
FERREIRA, M.M.; FERNANDES, B. & CURI, N.. Influência da mineralogia da fração
argila nas propriedades físicas de Latossolos da região sudeste do Brasil. Rev. Bras. Ci.
Solo, 23:515-524, 1999.
GARDNER, W.H. Water content. In. BLACK, C.A. eds. Methods of soil analysis – part
1. 2ed. Madison, American Society of Agronomy, 1986.
GEE, G.W. & BAUDER, J. Particle-size analysis. In: KLUTE, A. ed. Methods of soil
analysis – part 1. 2ed. Madison, American Society of Agronomy, 1986. p.383-411.
GONÇALVES, C.N. & CERETTA, C.A. Plantas de cobertura de solo antecedendo o
milho e seu efeito sobre o carbono orgânico do solo, sob plantio direto. Rev. Bras. Ci.
Solo, 23:307-313, 1999.
HILLEL, D. Environmental soil physics. Academic Press, San Diego. 1998. 771p.
HOYT, P.B. & TURNER, R.C. Effects of organic materials added to very acid soils, on
pH, aluminum, exchangeable NH
4
and crop yield. Soil Sci., 119:227-237, 1975.
HOYT, P.B. & RICE, W.A. Effects of high rates of chemical fertilizes and barnyard
manure on yield and moisture use of six successive barley hop grow on three gray
luvisolic soils. Can. J. Soil Sci., 8:310-3, 1976.
HOLANDA, J.S.; MIELNICKZUK, J. & STAMMEL, J.G. Utilização de esterco e adubo
mineral em quarto seências de culturas em solo de encosta baltica do Rio Grande do
Sul. Rev. Bras. Ci. Solo, 6:47-51, 1982.
44
KIEHL, E.J.. Manual de edafologia. São Paulo, CERES, 1979. 215p.
KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. o Paulo, CERES, 1985. 492p.
KEMPER, W.D. & CHEPIL, W.S. Size distribution of aggregates. In: BLACK, C.A.;
EVANS, D.D.; WHITE, J.L.; ENSMINGER, L.E. & CLARCK, F.E., eds. Methods of
soil analysis. Part 1, Madison, American Society of Agronomy, 1965. p. 499-510.
LIEBHARDT, W.C. Soil characteristics and corn yield as affect by previous applications
of poultry manure. Commun. Soil Sci. Plant Anal., 5:385-98, 1974.
LIBARDI, L.P.D. Dinâmica da água no solo. Piracicaba, 1995. 497p.
LIMA, C.L.R.; PAULETTO, E.A.; GOMES, A.S. & SILVA, J.B.. Estabilidade de
agregados de um Planossolo sob diferentes sistemas de manejo. Rev. Bras. Ci. Solo, 27;
199:205, 2003.
MATTOS, L.M. & SILVA, E.F. Influência das propriedades de solos e de pesticidas no
potencial de contaminação de solos e águas subterrâneas. Pesticidas: R. Ecotoxicol. e
Meio Ambiente, 9:103-124, 1999.
MALAN, D.C.. Propriedades físicas de los suelos. Bogo, Instituto Geográfico
Agustín Cadazzi: Subdirección Agrológica. 622p. 1976.
MEURER, E.J. (ed.) Fundamentos da química do solo. Porto Alegre: Gênesis, 2000.
174p.
METZGER, L. & YARON, B. Influence of sludge organic matter on soil physical
properties. Adv. Soil Sci., 7:141-163, 1987.
MILLER, W.P.; FRENKEL, H. & NEWMAN, K.D.. Flocculation concentration and
sodium/calcium exchange of kaolinitic soil clays. Soil Sci. Soc. Am. J., 54:346-351,
1990.
NUERNBERG, N.J. Resposta da macieira cv. Fuji á cama de aviário. 3
ª
Reunião Sul
Brasileira de Ciência do Solo, Porto Alegre, p.358-362, 2000.
NUERNBERG, N.J.. Efeito da sucessão de culturas e tipos de adubação no rendimento e
características de um solo na encosta basáltica Sul-Riograndense. Porto Alegre, UFRGS,
1983. 146p. (Dissertação de Mestrado).
OLIVEIRA, M.C.; ALMEIDA, C.V.; ANDRADE, D.O. & RODRIGUES, S.M.M.. Teor
de matéria seca, pH e amônia volatilizada de cama de frango tratada ou não com
diferentes aditivos. R. Bras. Zoot., 32:951-954, 2003.
PAVAN, M.A. & CHAVES, J.C.D. A importância da matéria orgânica nos sistemas
agrícolas. Circular n. 98, Londrina, IAPAR, 36p. 1998.
PAIN, B. Environmentally friendly management of farm animal waste, Sapporo:
Kikanshi Insantsu, 1998. p.259-268.
PARYLAK, D. Uptake of nutrients by weeds and winter triticale of different development
stages. Zeszuty Naukowe Tracemi. Rolniczey W. Szczecinie Relnictwo, 58:185-188.
1994.
45
PREFEITURA MUNICIPAL DE CONCÓRDIA. Plano diretor da propriedade rural
do município de Conrdia, Estado de Santa Catarina. 2 ed. Concórdia: PMC, 1994.
115 p.
PRIMAVESI, A. O manejo ecológico do solo. São Paulo, Livraria Nobel, 541 p. 1980.
QASEN, J.R. Nutrient accumulation by weeds and their associated vegetable crops. J.
Hortic. Sci. 67:189-195, 1992.
REICHERT, J.M.; VEIGA, M. & CABEDA, M.S.V.. Índices de estabilidade de
agregados e suas relações com as características e parâmetros do solo. Rev. Bras. Ci.
Solo, 17:283-290, 1993.
REICHARDT, K. Capacidade de campo. Rev. Bras. Ci. Solo, 12: 211-216, 1988.
RESENDE, D.J. & ELTZ F.L.F.. Compactação e adensamento do solo, metodologia
para avaliação e práticas agrícolas recomendadas. In: Congresso Brasileiro de Ciência
do Solo, 26, Rio de Janeiro, 1997. Anais, 1997 (CD-ROOM)
RUEDA, J.R.J.; TORNISIELO, S.M.T.; BARBOSA, I.F.; BENATTI, M.T. &
UEMURA, A.N. Aspectos sicos, químicos e microbiológicos de Latossolo Vermelho-
Amarelo tratado com doses cumulativas de esterco de granja.Ver. Bras. Geociências,
22:321-325, 1992.
RAUBER, C.H.; SILVA, L.S. & LOVATO, T.. Alterações químicas provocadas pela
utilização de esterco de aves em propriedade do Nordeste do RS. Departamento de
Solos UFSM, 2002.
SILVA, I.F. & MIELNICZUK, J. Sistemas de cultivo e características do solo afetando a
estabilidade de agregados. Rev. Bras. Ci. Solo, 22:311-317, 1998.
SILVA, L.S.; CAMARGO, F.A.O. & CERETTA, C.A.. Composição da fase lida do
solo. In; MEURER, E.J. ed., Fundamentos de química do solo. Porto Alegre, Gênesis,
2000, 172 p.
SAS - STAT Procedures Guide for Personal Computers. Version 6. 3ed. Cary, SAS
Institute Inc., 1990. 705 p.
SEGANFREDO, M.A. A questão ambiental na utilização de dejetos suínos como
fertilizante do solo. Concórdia. EMBRAPA (CNPSA), 2000. 35 p.
SCOTT, H.D. Soil physics: agricultural and environmental applications. Iwoa State
University. Press, EUA. 2000. 421 p.
SCHERER, E.E. & BARTZ, H.R. Adubação do feijoeiro com esterco de aves, nitrogênio,
sforo e potássio. Florianópolis, EMPASC, 1981, 15 p. (EMPASC. Boletim cnico,
10).
SCHERER, E.E.; CASTILHOS, E.G.; JUCKSCH, I. & de NADAL, R.. Efeito da
adubação de esterco suíno, nitrogênio e fósforo Florianópolis, EMPASC, 1984, 26 p.
(Boletim Técnico, 24).
SCHERER, E.E.; NADAL, R. de & CASTILHOS, E.G.. Utilização de esterco de aves e
adubo fosfatado na cultura do milho. Florianópolis, EMPASC, 1986, 36 p. (Boletim
cnico, 35).
46
TESTA, V.M.; TEIXEIRA, L.A.J. & MIELNICZUK, J.. Características químicas de um
Podzólico Vermelho-Escuro afetadas por sistemas de cultura. Rev. Bras. Ci. Solo,
16:107-114, 1992.
TEDESCO, M.J.; VOLKWEISS, S.J. & BOHNEN, H.. Alise de solo, plantas e outros
materiais. Porto Alegre, Departamento de Solos, Faculdade de Agronomia, UFRGS,
1985, 188p. (Boletim Técnico de Solos, 5).
SANTA CATARINA. Gabinete do Planejamento e Coordenação Geral. Subchefia de
Estatística, Geografia e Informática, 173 p. 1986.
VOLKWEISS, S.J. Química da acidez do solo. In: KAMINSKI, J.; VOLKWEISS, S.J. &
BECKER, F. (Coord). Corretivos da Acidez do Solo. Santa Maria, UFSM, 1989. p.7-38.
YODER, R.E. A direct method of aggregate analysis of soils and a study of the physical
nature of erosion losses. J. Am. Soc. Agron., 28:337-351, 1936.
WOODS, L.E. & SCHUMAN, G.E. Cultivations and slope positions effects on soil
organic matter. Soil Sci. Am. J., 52:1371-1376, 1988.
47
6 ANEXOS
Anexo 1. Concentração média de nutrientes em camas de diferentes espécies de aves
Tipo de Ave Umidade N P
2
O
5
K
2
O
%
Galinha 75 1,4 1,1 0,5
Frango 74 2,1 1,3 0,9
Peru 74 1,4 0,7 0,5
Fonte: Tópicos Avícolas, Fundação Cargil, SD. Org. Egladson João Campos.
Anexo 2. Interpretação dos valores da soma de bases (SB), CTC a pH 7,0 e saturação por
bases (V%) adotadas pela Comissão de Fertilidade do Solo (1995).
Interpretação Valor SB Valor CTC pH
7
Valor V
cmolc kg %
Baixo
< 4 < 6 < 35
Médio
4 – 6 6 - 10 35 - 60
Alto
> 6 > 10 > 60
48
Anexo 3. Conteúdo de argila, silte e areia do Neossolo Litólico cultivado com macieira
submetido a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves.
São Joaquim, SC.
Dose Camada
Argila
Silte
Areia
Herbicida
Roçado
Média
Herbicida
Roçado
média
Herbicida
Roçado
média
Mg ha
-1
cm
----------------------------------------------- g kg
-1
--------------------------------------------
0
0-5 307 302 305
482 393 437
211 305 258
5-10 360 338 349
464 395 429
176 267 221
10-20 461 359 410
328 393 361
211 248 229
média
376 333 355
425 394 409
199 273 236
5
0-5 315 317 316
450 336 393
234 347 291
5-10 307 294 300
382 454 418
311 252 282
10-20 303 480 392
396 317 357
301 202 252
média
308 364 336
409 369 389
282 267 275
10
0-5 241 330 286
465 302 384
293 368 331
5-10 392 339 366
400 427 414
208 234 221
10-20 305 368 336
440 390 415
255 243 249
média
313 346 329
435 373 404
252 282 267
20
0-5 261 192 227
350 443 397
389 365 377
5-10 320 281 300
407 415 411
272 304 288
10-20 372 511 441
333 321 327
295 168 232
média
318 328 323
364 393 378
319 279 299
Camada
0-5 281 285 283 B
437 369 403 A
282 Ab 346 Aa
314 A
5-10 345 313 329 B
413 423 418 A
242 Ab 264 Ba
253 B
10-20 360 430 395 A
374 355 365 B
266 Ab 215 Ca
240 B
Erva
329 343
408 382
263 275
Prob > F
Atributos
Erva Dose Camada
E *D
E*C D*C E*D*C
Argila
0,48 0,67
0,01
0,54
0,42 0,45 0,21
Silte
0,45 0,71
0,01
0,56
0,47 0,49 0,22
Areia
0,46 0,06
0,01
0,07
0,01
0,10 0,28
Letras minúsculas comparam camadas em cada erva ou na média das ervas e minúsculas
comparam ervas em cada camada pelo teste DMS a 5 %.
49
Anexo 4. Densidade do solo (Ds) do Neossolo Litólico cultivado com macieira submetido
a dois controles de ervas espontâneas e quatro doses de cama de aves. São
Joaquim, SC.
Dose Camada
Densidade do solo
Herbicida Roçado
média
Mg ha
-1
cm
-------------- Mg m
-3
------------
0
0-5 1,06 1,11 1,08
5-10 1,14 1,16 1,15
média
1,10 1,13 1,11
5
0-5 1,16 1,18 1,17
5-10 1,20 1,19 1,19
média
1,18 1,18 1,18
10
0-5 1,17 1,08 1,13
5-10 1,18 1,08 1,13
média
1,18 1,08 1,13
20
0-5 1,10 1,12 1,11
5-10 1,10 1,12 1,11
média
1,10 1,12 1,11
Camada
0-5 1,15 1,13 1,14
5-10 1,15 1,13 1,14
Erva
1,14 1,13
Atributos
Erva
E*C D*C E*D*C
Dsolo
0,67 0,62 0,67 0,99
50
Renata Weingärtner Rosa – CRB 228/14ª Região
(Biblioteca Setorial do CAV/UDESC)
1.1
1.2 Espanhol, Gilmar Luiz
Controle de ervas e adubação orgânica em macieira:
propriedades químicas e físicas do solo / Gilmar Luiz
Espanhol – Lages, 2005.
49 p.
Dissertação (mestrado) – Centro de Ciências
Agroveterinárias / UDESC.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo