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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISTÚRBIOS DA
COMUNICAÇÃO HUMANA
AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO: INVESTIGAÇÃO EM
MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Marcieli Bellé
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO: INVESTIGAÇÃO EM MULHERES
NA PÓS-MENOPAUSA
por
Marcieli Bellé
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Área de
Concentração em Audiologia, da Universidade Federal da Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
Orientadora: Profª Drª Angela Garcia Rossi
Santa Maria, RS, Brasil
2007
2
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação
Humana
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
AUDIÇÃO E EQUILÍBRO: INVESTIGAÇÃO EM MULHERES NA PÓS-
MENOPAUSA
elaborada por
Marcieli Bellé
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________
Angela Garcia Rossi, Dr ª
(Presidente/Orientador)
_______________________________
Tania Maria Tochetto, Dr ª (UFSM)
____________________________________
Sônia Maria Fighera Bortholuzzi, Dr ª (UFSM)
Santa Maria, 22 de março de 2007.
DEDICATÓRIA
3
Acredite nas pessoas... Naquelas que possuem algo mais... Aquelas
que, às vezes, a gente confunde com anjos e outras divindades... Digo
aquelas pessoas que existem em nossas vidas e enchem nosso espaço com
pequenas alegrias e grandes atitudes... Falo daquelas que te olham nos
olhos quando precisam ser verdadeiras, tecendo elogios, que pedem
desculpas com a simplicidade de uma criança... Pessoas firmes...
Verdadeiras, transparentes, amigas, ingênuas... Que com um sorriso, um
beijos, um abraço, uma palavra te faz feliz... Aquelas que erram...
Acertam... Não tem vergonha de dizer não sei... aquelas que sonham...
Aquelas amigas... Aquelas que passam pela vida deixando sua marca,
saudades, aquelas que fazem à diferença... Aquelas que vivem
intensamente um grande amor...”
(Autor desconhecido)
Aos meus primeiros mestres, meus pais, Raul e Ilda, que durante esses anos
vem me dando suporte, propiciando-me através de carinho, amor, orientação e
incentivo, seguir em frente, superando os obstáculos da vida.
À minha irmã Mariusa e meu igualmente “irmão” Húrben, sempre presentes em
minha vida, me apoiando, me ajudando e orientando meus passos.
Ao meu grande amor Mathias que com cumplicidade, confiança, carinho e
companheirismo tornou suportável os momentos de dificuldades, fazendo seus, os
meus sonhos.
Com amor, dedico à vocês este trabalho.
4
Agradecimentos Especiais
“O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o
seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua
recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe
distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de
excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber
se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo
as duas coisas simultaneamente.”
(Texto budista)
À Prof
a
. Dr
a
. Fga. Angela Garcia Rossi, não apenas por ter me auxiliado
durante essa dissertação, mas por todo o conhecimento que me transmitiu nesses
anos que convivemos. Agradeço o privilegio de um dia ter sido escolhida para
trabalhar ao seu lado. Dedico-lhe agora o resultado de tudo que me ensinou e
agradeço por ter confiado em mim.
O tempo não pára! A saudade é
que faz as coisas pararem no
tempo...
(Mário Quintana)
À fonoaudióloga e “irmã” Sílvia do Amaral Sartori, uma pessoa sensacional,
tornou-se uma amiga muito especial em minha vida, à ti minha gratidão por tudo.
5
Agradecimentos
À Prof
a
, Dr
a
Fga. Helena Bolli Motta e à Prof
a
, Dr
a
Fga. Márcia Keske-
Soares, pela dedicação na coordenação do curso de mestrado em Distúrbios da
Comunicação Humana.
À Prof
a
, Dr
a
Fga. Tânia Maria Tochetto e à Prof
a
, Dr
a
Fga., Sônia Maria
Fighera Bortholuzzi pela ajuda e apoio na elaboração deste trabalho, pela
disponibilidade e atenção dispensada, colaborando para seu enriquecimento.
Ao Dr. Renor Paulo Beltrami, médico otorrinolaringologista, pelo apoio e
ajuda durante a realização desta pesquisa. Mais do que meu agradecimento, minha
admiração e respeito.
Sinval, Iracema e Sandra, pelo incansável apoio, à vocês, “minha família” ,
minha gratidão e admiração.
À querida amiga Fonoaudióloga Maiara Santos Gonçalves pela amizade,
preocupações e alegrias compartilhadas durante todo o período.
Claudia Regina Beuter, Fisioterapeuta e grande amiga, à quem conheci
durante a seleção do mestrado e aprendi a admirar.
À Colega Fonoaudióloga Elenara Pillar Cioqueta, pela grande ajuda na
finalização do trabalho.
À Fonoaudióloga Gabriele Donicht, pela amizade constante.
À Dr
a
Nelsi da Rosa, pela colaboração e grande ajuda durante a coleta.
6
À todos que de alguma forma colaboraram para a realização do trabalho, em
especial às mulheres que constituíram a essência da pesquisa, pela disponibilidade
durante a realização dos exames.
“A amizade, depois da sabedoria,
é a mais bela
dádiva feita aos homens.”
(François La Rochefoucauld)
À todos, agradeço de coração!!!!
7
“Hoje o tempo voa,
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte
Vamos viver tudo o que há pra viver
Vamos nos permitir”.
Lulu Santos
8
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana
Universidade Federal de Santa Maria
AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO: INVESTIGAÇÃO EM MULHERES NA PÓS-
MENOPAUSA
AUTORA: Marcieli Bellé
ORIENTADOR: Angela Garcia Rossi
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 22 de março de 2007.
A manutenção da homeostase dos fluidos do ouvido interno e sua integridade
bioquímica são essenciais para o bom funcionamento da audição e do equilíbrio. As
alterações hormonais no organismo da mulher durante o ciclo menstrual, menopausa
e gravidez podem provocar distúrbios nessa homeostase, gerando sintomas auditivos
e labirínticos. Este estudo teve por objetivo avaliar a audição e o equilíbrio em
mulheres na pós-menopausa. Participaram deste estudo 27 mulheres com idade
variando de 45 à 58 anos, que se encontravam na pós-menopausa, que não fazem e
não fizeram uso de reposição hormonal.Todas foram submetidas a anamnese, exame
otorrinolaringológico, avaliação audiológica básica e avaliação vecto-
eletronistagmografica. Quanto aos resultados da anamnese, pode-se observar grande
prevalência de sintomas como: cefaléia, insônia, ansiedade e enjôo. A queixa de
tontura esteve presente em 66,66% das mulheres e a queixa de zumbido em 40,74%.
Quanto à audição, 48,15% das mulheres apresentaram audiometria alterada e quanto
ao equilíbrio, 40,74% apresentaram alteração na vecto-eletronistagmografia. Assim,
através da análise dos dados pode-se concluir que a mulheres na pós-menopausa
apresentam queixa clínica de tontura e zumbido e alterações na audição e no
equilíbrio.
Palavras-chaves: audição, tontura, pós-menopausa
9
ABSTRACT
Master’s thesis
Postgraduate Program in Human Communication Disorders
Federal University of Santa Maria
HEARING AND EQUILIBRIUM: EVALUATING POSTMENOPAUSAL
WOMEN
AUTHOR: Marcieli Bellé
ADVISOR: Angela Garcia Rossi
Date and Place of Presentation: March 22
nd
, 2007, Santa Maria-RS.
The maintenance of inner ear fluids homeostasis and their biochemical integrity are
essential for the well functioning of hearing and equilibrium. Alterations in women’s
hormonal levels during menstrual cycle, menopause, and pregnancy can cause inner
ear homeostasis disorders and, thus, related hearing and vestibular symptoms. The
aim of this research was to evaluate hearing and equilibrium in postmenopausal
women. The participants were 27 postmenopausal women with ages ranging from 45
to 58 who were not or are not upon hormonal reposition. All of them were submitted to
anamnesis, otorhinolaryngological examination, basic hearing evaluation, and
vectoelectronystagmography. In relation to anamnesis, significant prevalence of
symptoms as headache, insomnia, anxiety, and nausea was observed. The complaint
of dizziness was observed in 66, 66 percent of the 27 participants, while the complaint
of tinnitus was detected in 40,74 percent of them. As for hearing, 48,15 percent of the
postmenopausal women presented alteration in their audiometric results, while in
reference to equilibrium, 40,74 percent of them showed alterations in their
vectoelectronystagmography results. So, from these results, it can be concluded that
postmenopause women present complaints about dizziness and tinnitus as well as
present some alterations in their hearing and equilibrium.
Key-words: hearing, dizziness, postmenopause.
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 1 - Principais sintomas referidos pela amostra estudada........................................ 33
GRÁFICO 2 - Incidência das queixas de tontura, zumbido e auditiva..................................... 34
GRÁFICO 3 - Resultados encontrados quanto aos limiares tonais.......................................... 35
GRÁFICO 4 - Resultado encontrado na prova do rastreio pendular........................................ 36
GRÁFICO 5 - Resultado encontrado na prova do nistagmo espontâneo com olhos fechados..36
GRÁFICO 6 - Resultado encontrado quanto a presença ou não de alteração na pesquisa do
nistagmo per-rotatório...............................................................................................................38
GRÁFICO 7 - Resultado encontrado na pesquisa do nistagmo pós-calórico........................... 39
GRÁFICO 8 - Resultado encontrado no exame vecto-eletronistagmográfico..........................40
11
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Incidência dos principais sintomas referidos durante a anamnese.................... 33
12
LISTA DE REDUÇÕES
ATL - Audiometria Tonal Liminar
dB NA – decibel nível de audição
dB NS – decibel nível de sensação
EIFO - Efeito Inibidor de Fixação Ocular
FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
°C – Graus Celsius
°/s – Grau por Segundo
Hz - Hertz
IMBK - Índice Menopausal de Blatt e Kupperman
IPRF - Índice Percentual de Reconhecimento de Fala
ISO – International Organization for Standardization
LRF - Limiar de Reconhecimento de Fala
MIA - Medidas de Imitância Acústica
PRPD - Prova Rotatória Pendular Decrescente
QAEH-D - Questionário de Auto-avaliação da Escala de Hamilton para Depressão
SCV - Sistema Computadorizado de Vecto-eletronistagmografia
TH - Terapia Hormonal
13
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido........................................................54
ANEXO B - Protocolo de anamnese.........................................................................................55
ANEXO C - Protocolo de avaliação otorrinolaringológica...................................................... 57
ANEXO D - Protocolo de avaliação audiológica......................................................................58
14
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................9
ABSTRACT ................................................................................................................10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................11
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ 12
LISTA DE REDUÇÕES ...... ..................................................................................... 13
LISTA DE ANEXOS ................................................................................................. 14
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 18
3 MATERIAL E METODOLOGIA ............................................................................. 25
3.1 Procedimentos da Avaliação Otoneurológica .....................................................26
3.2 Método Estatístico .............................................................................................. 31
4 RESULTADOS ...................................................................................................... 32
5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 40
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 45
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 50
ANEXOS ................................................................................................................... 51
15
1 INTRODUÇÃO
Para que o ser humano possa estar bem integrado com o meio em que vive, é
necessário que seu corpo esteja em equilíbrio possibilitando um melhor desempenho
de todos os seus sentidos.
O aparelho vestibular é um órgão com dupla função, sendo a cóclea
responsável pela audição e o labirinto pelo equilíbrio. Alterações em alguns destes
sentidos podem causar grandes dificuldades para o ser humano, como, por exemplo,
redução da capacidade de reagir a sons ambientais, manter uma comunicação efetiva
com o meio, alterar o equilíbrio corporal e gerar outros problemas para os indivíduos
afetados.
O equilíbrio é uma função sensório-motora que tem como objetivo estabilizar o
campo visual e manter a postura ereta. A manutenção do equilíbrio corporal estável
no meio ambiente é determinada pela integração funcional das informações
provenientes das estruturas sensoriais dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo
nos núcleos vestibulares do troco encefálico, sob a coordenação do cerebelo.
Quando distúrbios nas informações enviadas por um destes sistemas,
podem surgir sinais e sintomas vestibulares, como tontura e /ou vertigem. As tonturas
podem ser relatadas como único sintoma, mas na maioria das vezes são
acompanhadas por sintomas neurovegetativos.
A etiologia pode ser distante, situada em outro órgão ou sistema. O
sistema vestibular é de tal forma sensível à influência de distúrbios em outras
partes do corpo humano que a tontura pode surgir antes dos sintomas da
doença causal (GANANÇA & CAOVILLA, 1998).
As alterações vestibulares podem estar associadas a alterações auditivas e
zumbido. O zumbido é um sintoma comum a várias patologias otoneurológicas. A
sensação por ele provocada é muito variável, podendo ir de um simples ruído
percebido nos momentos de repouso ou até um som intenso, que impede as
atividades de vida diária.
JUHN, MORIZONO & MURPHY (1991) relataram que a manutenção da
homeostase dos fluidos do ouvido interno e sua integridade bioquímica são
essenciais para o bom funcionamento da audição e do equilíbrio. As alterações
hormonais no organismo da mulher durante o ciclo menstrual, menopausa e gravidez
podem provocar distúrbios nessa homeostase, gerando sintomas auditivos e
labirínticos (RUBIN & BROOKLER, 1994 apud BITTAR, 1997a).
16
BITTAR (1999), relatou que sintomas como instabilidade, zumbidos eventuais
e flutuação durante o climatério e menopausa parecem estar relacionados à
insuficiência estrogênica que ocorre nesta fase.
Tendo em vista a estreita relação entre os distúrbios hormonais e as alterações
auditivas e/ou vestibulares, este estudo tem por objetivo avaliar a audição e o
equilíbrio em mulheres na pós-menopausa.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo serão apresentadas as sínteses de trabalhos pesquisados na
literatura especializada, em ordem cronológica, com o objetivo de situar
historicamente o assunto abordado e caracterizar a evolução dos estudos na área.
Segundo MANGABEIRA-ALBERNAZ & GANANÇA (1976) as disfunções
hormonais podem causar desordens vestibulares e/ou cocleares, causando irritação
ou lesão por alterações hormonais ou do equilíbrio iônico.
As manifestações clínicas mais características da síndrome do
climatério incluem, além de ausência da menstruação, perturbações do
Sistema Nervoso Autônomo ou distúrbios vasomotores (ondas de calor,
palpitações, sudorese), distúrbios psicogênicos (depressão, insônia,
irritabilidade, cefaléia, frigidez sexual) e alterações metabólicas
(desmielinização óssea, mialgias, arteriosclerose) (MEIRELLES,1981).
As alterações endócrinas da menopausa são a base das
manifestações de inúmeros sintomas emocionais e queixas psicossomáticas.
Nesta fase, a mulher experimenta episódios de nervosismo, palpitações,
depressão, cefaléia, insônia, fadiga e fraqueza (BONZANINI, 1982).
A sensação de calor, principalmente na parte superior do tórax, reflete
um distúrbio vasomotor constituindo um considerável incomodo do climatério,
onde aparecem acompanhadas por palpitações, dores de cabeça, vertigens e
desmaio (OSTERGARD, 1982).
Os sintomas de origem nervosa na menopausa são cefaléia, crises de
taquicardia, hipertensão sistólica, tonturas, insônia ou sonolência, nevralgias,
dormência nos membros e diversas perturbações sensoriais
(QUATRIN,1983).
LAUGEL, DENGERINK & WRIGHT (1988) descreveram experimentalmente a
variação do fluxo sangüíneo da cóclea decorrente da ação dos hormônios ovarianos.
Segundo os autores, o estrógeno e progesterona afetam a resposta do organismo a
mediadores químicos vasopressores, como a nicotina e fenilefrina. A progesterona
parece potenciar o efeito da angiotensina II por ação direta nos receptores dos vasos
cocleares, levando à vasoconstrição e diminuindo o fluxo coclear.
Segundo RUBIN & BROOKLER (1991) a integridade bioquímica dos líquidos
do ouvido interno é essencial para seu bom funcionamento. Por suas múltiplas
atuações no organismo, as alterações hormonais que ocorrem durante o ciclo
menstrual, gestação e menopausa podem resultar em comprometimento da
homeostase dos fluídos labirínticos, pois influem diretamente em processos
enzimáticos e na atuação de neurotransmissores.
Estudos prévios de HUNTER (1992) demonstraram que os sintomas como
fogachos, sudorese e a insônia, estão intimamente relacionados ao hipoestrogenismo
e, portanto, mais comuns na peri e pós-menopausa.
18
GOMES, CAOVILLA & GANANÇA (1993) relataram que as alterações
hormonais podem ser assintomáticas ou clinicamente referidas como vertigens,
instabilidade, zumbidos, plenitude auricular, hipoacusia ou algiacusia”.
Para HALBE & FONSECA (1993) as principais manifestações neurogênicas da
síndrome climatérica são ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, cefaléia,
tonturas, parestesias, insônia, memória inadequada e fadiga, sendo as tonturas
relacionadas à queda dos estrogênios.
Os sintomas neurovegetativos e psíquicos do climatério são fogachos
(ondas de calor), sudorese, nervosismo, irritabilidade, cefaléia, vertigem,
insônia, depressão, labilidade emocional, diminuição de memória, parestesias,
palpitações (FERNANDES, WEHBA & MELO, 1994).
Reserva-se a expressão síndrome do climatério ao conjunto de sinais
e sintomas que provocam mal-estar físico e emocional, resultante da
insuficiência estrogênica, destacando-se, a curto prazo, ondas de calor,
insônia, irritabilidade e depressão; a médio prazo, atrofia dos epitélios,
mucosas e colágeno; a longo prazo, alterações cardiovasculares e perda de
massa óssea (LUCA, 1994).
Segundo a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia
FEBRASGO (1995) diante das ações estrogênicas sobre o Sistema Nervoso
Central, podemos imaginar que o climatério, caracterizado pela falência progressiva
da função ovariana, acarretará várias e, às vezes, profundas alterações, num
espectro que vai desde depressão e diminuição da capacidade cognitiva até quadros
que envolvem reflexos sensomotores, o equilíbrio, o parkinsonismo e a demência
senil do tipo Alzheimer.
Em seus estudos, GOEBEL, et al (1995) e HAMMAR, et al (1996) relataram
que é comum observarmos mulheres com instabilidade, zumbidos eventuais e
flutuação durante o climatério e menopausa. Tais sintomas parecem estar
relacionados à insuficiência estrogênica que ocorre nessa fase. Alguns
ginecologistas, ao usarem cinarizina com a finalidade de reduzir a sensação de calor
própria do período, promovem a diminuição da sintomatologia. O benefício da
reposição estrogênica nessa fase é clinicamente verificado.
Os efeitos centrais dos hormônios ovarianos são facilmente
documentados pela eletronistagmografia e pelos potenciais evocados do
tronco cerebral. Os efeitos periféricos dos hormônios ovarianos são
demonstrados experimentalmente com atuação sobre células ciliadas, estria
vascular e vasos cocleares. As alterações histológicas são semelhantes às
descritas sob o uso de outros ototóxicos, que agridem preferencialmente as
células basais da estria vascular, que se apresentam vacuolizadas à
microscopia de luz. No estudo eletrofisiológico, a análise dos potenciais
auditivos demonstra a atuação hormonal no tronco cerebral, com
comprometimento das latências e amplitudes das ondas (BITTAR, 1997).
19
Conforme BAGNOLI, et al (1998) os principais sintomas referidos pelas
mulheres no climatério são: ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, cefaléia,
tonturas, parestesia, insônia, fadiga, alterações da memória e psíquicas decorrentes
do estado emocional prévio, bem como da influência das modificações orgânicas.
Ocorre com bastante freqüência labirintopatias por distúrbios
endócrinos, causando vertigens e outras tonturas, perdas auditivas e zumbido,
separadamente ou em conjunto. São muito comuns os pacientes com esses
sintomas e que apresentam aumento de colesterol, hiper ou hipotireoidismo,
como também, disfunção hormonal ovariana (CAMPOS, 1998).
As alterações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual,
gestação e a menopausa podem resultar em comprometimento da
homeostase dos fluídos labirínticos, uma vez que influem diretamente em
processos enzimáticos e na atuação de neurotransmissores. O
comprometimento das características dos fluídos labirínticos, bem como a
interferência na sensibilidade dos receptores enzimáticos, influem no
metabolismo basal da orelha interna, podendo justificar sintomas otológicos
na mulher. Essas alterações podem ser assintomáticas ou clinicamente
referidas como vertigens, instabilidade, zumbidos, plenitude auricular,
hipoacusia e algiacusia (BITTAR, 1999).
PEDALINI, et al (1999) referiram que a literatura descreve a prevalência de
sintomas vestibulares no sexo feminino. Em estudo realizado pelos autores, no qual
realizaram reabilitação vestibular em 116 indivíduos que apresentavam labirintopatias
de etiologias variadas, que sentiam tontura. Desses 116 indivíduos, 78 (67,2%) eram
mulheres e 38 (32,7%) eram homens. Os autores acreditam que o sexo feminino
apresenta maior predisposição orgânica às disfunções vestibulares devido à sua
intrínseca variação hormonal e aos distúrbios metabólicos freqüentemente
encontrados na mulher.
Segundo GANANÇA, et.al (2000) várias são as causas que podem interferir no
funcionamento adequado do sistema vestibular periférico e central, dentre eles,
encontra-se os distúrbios psicológicos, hormonais, vasculares, genéticos, posturais,
degenerativos e traumáticos. Os autores afirmam que a diversidade de etiologia
confirma a relação existente entre o sistema vestibular e outros sistemas no
organismo humano, contribuindo com acentuada prevalência mundial de sintomas
vestibulares como a tontura.
O climatério é a fase da vida da mulher em que o ovário passa a ter
uma produção estrogênica reduzida e insuficiente, levando a maioria das
mulheres a apresentar diversos sinais e sintomas. São vários os sintomas que
se podem apresentar, sendo o mais disseminado e incômodo as ondas de
calor, também denominadas de fogachos, acometendo cerca de 75% das
mulheres. Outros sintomas que podem estar presentes são a depressão e os
episódios de cefaléia, nervosismo e irritabilidade. Em determinadas situações
os quadros depressivos sinalizam em direção ao diagnóstico (MELO, et al
2000).
20
Em indivíduos do sexo feminino observa-se que qualquer alteração
dos hormônios esteróides (estrógeno e progesterona) responsáveis pelo ciclo
ovariano, pode causar complicações, dentre elas as alterações vestibulares.
Estas alterações podem ser periféricas ou centrais; podem ocorrer durante o
ciclo menstrual normal, na gestação, na menopausa e na época pré-menstrual
(SILVA, et al 2000).
Segundo MOR, et.al (2001) as disfunções hormonais são responsáveis,
principalmente nas mulheres, por distúrbios labirínticos, sendo referida relação,
principalmente, entre ciclo menstrual e surtos vertiginosos”.
Os sintomas da deficiência estrogênica podem ser observados desde
o início do processo da menopausa (climatério), sendo os mais freqüentes as
ondas de calor, crises de sudorese noturna, palpitações, cefaléias e vertigens.
Sintomas psicológicos também podem ocorrer com freqüência e incluem
depressão, irritabilidade, fadiga e perda da libido (BALLONE, 2002).
Por ocasião da menopausa, a mulher deve reajustar sua vida, que até
agora tinha sido fisiologicamente estimulada pela produção de estrogênio e
progesterona, para uma vida destituída desses hormônios. A perda dos
estrogênios freqüentemente provoca alterações fisiológicas pronunciadas na
função do corpo, incluindo fogachos”, sensações psíquicas de dispnéia,
irritabilidade, fadiga, ansiedade, por vezes vários estados psicóticos e
diminuição da força e da calcificação em todo o corpo (GUYTON & HALL,
2002).
Cerca de 75% das mulheres climatéricas ou mais apresentam algum
grau de sintomatologia que inclui: fogachos, sudorese, nervosismo,
irritabilidade, insônia, cefaléia, vertigem, depressão, labilidade emocional,
diminuição de capacidade de memorização, parestesias, palpitações,
mialgias, artralgias, diminuição de libido, secura na pele, queda de cabelo,
enfraquecimento ungueal, secura vaginal, dispareunia e outros (MELO &
POMPEI, 2002).
A queda dos níveis hormonais pode se dar de forma absolutamente
silenciosa e assintomática. Para a maioria das mulheres, porém, este fato é
acompanhado por uma série de desconfortos físicos e psicológicos como:
ondas de calor (no tórax, pescoço e face), suores noturnos, insônia, secura,
palpitações, dores nas articulações, tontura, dores de cabeça, aumento da
irritabilidade, dificuldade de concentração, falhas de memória (esquecimento),
ansiedade e depressão (COSTA, 2003).
Para GIRAUDO, et al (2003) ao falar em mudanças ocorridas nas mulheres
durante a menopausa, salienta-se a diferença entre aspectos físicos e psíquicos.
Com relação às mudanças físicas, a maioria das mulheres relatam mudanças
relacionadas ao peso e a imagem corporal. Quanto aos aspectos psíquicos, uma
ampla maioria das mulheres referem sintomas como irritabilidade, ansiedade,
dificuldade para concentração e cansaço.
21
PEDRO, et al (2003) realizaram um estudo tipo inquérito populacional, com
456 mulheres na faixa etária entre 45 e 60 anos. As mulheres foram questionadas a
respeito da existência e da freqüência de sintomas como ondas de calor, sudorese,
palpitação e tontura (sintomas vasomotores), como também, a respeito da existência
de sintomas como nervosismo, irritabilidade, cefaléia, depressão e insônia (sintomas
psicológicos) nas últimas quatro semanas anteriores ao estudo. Dentre os sintomas
vasomotores, os mais prevalentes foram os fogachos (70,3%), a tontura (59,4%) e a
sudorese (59,1%). Dentre os sintomas psicológicos, os mais freqüentes foram o
nervosismo (81,7%), a cefaléia (68,4%) e irritabilidade (67,3%).
SOUSA, FILIZOLA & MORAES (2003) realizaram uma pesquisa em 60
mulheres com idade entre 45 e 60 anos e com amenorréia secundária de pelo menos
um ano, com a aplicação do Questionário de Auto-avaliação da Escala de Hamilton
para Depressão (QAEH-D) e do Índice Menopausal de Blatt e Kupperman (IMBK).
Quanto os resultados do IMBK, os sintomas relatados, em ordem decrescente de
freqüência, foram: sintomas vasomotores (78,7%), ansiedade (74,5%),
artralgia/mialgia (71,2%), insônia (57,4%), fadiga (57,4%), depressão (51,9%),
parestesia (49,3%), cefaléia (42,1%), palpitação (41,4%), vertigem (32%) e zumbido
(28,3%).
FEBRASGO (2004) cita que o climatério corresponde à fase da vida
da mulher onde ocorre a transição do período reprodutivo (menacme) até a
senectude (senescência ou senilidade).Varia, em geral, dos 40 aos 65 anos,
segundo a OMS. Pode ser dividido em: pré, peri e pós-menopausa, segundo a
Sociedade Internacional de Menopausa (1999). A pré-menopausa inicia-se,
em geral, após os 40 anos, em mulheres com ciclos menstruais regulares ou
com padrão menstrual similar ao que tiveram durante sua vida reprodutiva. Há
também diminuição da fertilidade. A perimenopausa ou transição menopausal
começa 2 anos antes da última menstruação e estende-se até 1 ano após. As
mulheres apresentam ciclos menstruais irregulares e alterações endócrinas
(hormonais). A pós-menopausa começa 1 ano após o último período
menstrual. É subdividida, por sua vez, em precoce (até 5 anos da última
menstruação) ou tardia (mais de 5 anos). Mais recentemente, tem-se dividido
o climatério em transição menopausal e pós-menopausa.
Segundo a FEBRASGO (2004), a mulher sofre diversas modificações físicas
e psíquicas no período climatérico. Quase sempre presentes são os sintomas
vasomotores, simbolizados por fogachos, sudorese e insônia, constatados em cerca
de 75% das mulheres. Embora sejam freqüentes as queixas de vertigens,
instabilidade e zumbidos, o distúrbio auditivo mais comum na pós-menopausa é a
22
diminuição da acuidade para sons agudos. Ela pode estar relacionada a
anormalidade em qualquer segmento da via auditiva, desde os elementos envolvidos
na recepção e condução periférica do som, até o processamento de informações no
córtex cerebral. Sabe-se que os hormônios esteróides sexuais influenciam, de forma
marcante, o funcionamento da célula nervosa, periférica ou central. É descrita a
presença de receptores para estrogênio nos neurônios. Este efeito sobre a célula
nervosa interfere em sua excitabilidade, provavelmente por alterar as concentrações
locais de neurotransmissores. Uma vez que a via auditiva depende,
fundamentalmente, de adequado funcionamento dos neurônios, tanto periféricos
quanto centrais, existe a possibilidade de que os estrogênios tenham alguma
influência no processo fisiológico ou nos distúrbios auditivas. Como a função auditiva
depende, em parte, da homeostase dos fluídos labirínticos e da integridade
bioquímica das células receptoras do ouvido interno, pode-se supor que estes
hormônios tenham influência no funcionamento do sistema auditivo. A
desmineralização da cóclea ocorre em associação com a perda óssea, induzida pela
idade, e com afecções ósseas metabólicas. Isto pode levar à perda auditiva de
caráter neuro-sensorial. estudo mostrando importante relação entre a redução da
massa óssea do colo do fêmur e a perda auditiva induzida pela idade.
FERNADES, et al (2004) ressaltaram que a idade da menopausa continua a
mesma décadas, ocorrendo em média, por volta dos 48 aos 50 anos. Dessa
maneira, contingente cada vez maior de mulheres viverá após atingida a menopausa,
convivendo com os sintomas e as conseqüências do hipoestrogenismo sobre o
organismo feminino. O diagnóstico do climatério é essencialmente clínico. Em nosso
meio, a menopausa ocorre, em média, aos 48-50 anos. Sendo assim, mulheres
nessa faixa etária ou acima, com período de amenorréia maior que um ano
seguramente se enquadram no diagnóstico de climatério pós-menopáusico.
Conforme MORI & COELHO (2004) algumas mulheres que se encontram no
climatério apresentam cefaléia, ansiedade, depressão, fadiga, insônia, diminuição da
libido, secura vaginal, dores articulares, dores nas pernas, osteoporose, perda parcial
da memória, cabelos brancos, ganho de peso geral e localizado, dentre outros.
TIENSOLI, COUTO & MITRE (2004) realizaram uma pesquisa com o objetivo
de verificar a incidência de fatores não labirínticos na ocorrência de vertigem ou
23
tontura. Os autores observaram correlação entre alterações hormonais associadas
à quadros vertiginosos.
No menacme, o estrogênio circulante é o produzindo pelos folículos
ovarianos em desenvolvimento, sendo importante para a manutenção da
biologia feminina. Após a ovulação, a progesterona, outro importante
hormônio, é produzido pelo corpo lúteo. Já no climatério, esses hormônios são
habitualmente administrados na terapia hormonal (TH), visando evitar os
sintomas vasomotores, bem como os fenômenos atróficos genitais e da pele e
também a perda de massa óssea (FILHO, et al, 2005,).
LORENZI, et.al (2005) avaliaram 254 mulheres pós-menopáusicas com o
objetivo de identificar fatores indicadores da sintomatologia climatérica. Quanto aos
sintomas auditivos e vestibulares, no presente estudo, os achados demonstraram que
68,1% das mulheres referiram zumbido e 59,1% queixa de vertigem.
As principais alterações neurogênicas relacionadas ao climatério são
ondas de calor, sudorese noturna, calafrios, palpitações, dor de cabeça,
insônia, distúrbio de memória, fadiga, tontura, formigamento nas os, e as
alterações psicogênicas são diminuição da libido, depressão, ansiedade,
irritabilidade. A intensidade e a freqüência dos sinais e sintomas no climatério
variam de mulher para mulher, indo desde a ausência total de sintomas, até à
exibição de toda a gama de alterações algum dia descritas (NOBILE,2005).
24
3 MATERIAL E METODOLOGIA
Neste capítulo, apresenta-se a descrição da população avaliada neste estudo,
os critérios utilizados para a seleção, os procedimentos realizados e os recursos
materiais e o método estatístico.
O presente estudo foi realizado no Ambulatório de Otologia do Hospital
Universitário de Santa Maria (HUSM/UFSM) e está registrado no comitê de Ética em
Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), número 23081.003726/2006-41.
Foram avaliadas mulheres que se encontraram na pós-menopausa, que não
fazem e não fizeram uso de medicamento para reposição hormonal, com o objetivo
de caracterizar as alterações auditivas e otoneurológicas.
O estado menopausal foi definido segundo a história menstrual no último ano.
Considerou-se pós-menopáusica toda mulher cujo último fluxo menstrual espontâneo
ocorreu há pelo menos 12 meses (LIMA & BARACAT, 1995).
Foram excluídas as mulheres que encontravam-se nos períodos extremos do
climatério, antes dos 45 anos e após 60 anos, visto que a sintomatologia climatérica é
muitas vezes menos intensa ou mesmo ausente (LIMA & BARACAT, 1995). A
exclusão das mulheres em terapia hormonal ou usuárias de contraceptivos hormonais
até seis meses justifica-se por estas medicações interferirem na sintomatologia
climatérica (KUPPERMAN, et al 1953).
Adotou-se também como critério para exclusão, mulheres com histerectomia
prévia, hipertensas, diabéticas, que apresentaram algum tipo de alteração de ouvido,
nariz e/ou garganta, que não apresentassem Curva Timpanométrica Tipo A
(JERGER, 1970) e que fizessem uso de algum tipo de droga ou álcool.
Foram avaliadas somente mulheres que concordaram em participar da
pesquisa, após conhecimento dos objetivos da mesma, através do termo de
consentimento livre e esclarecido (ANEXO A).
Mediante as 32 autorizações recebidas, iniciou-se o processo de seleção dos
indivíduos que fariam parte do grupo estudado.
25
3.1 Procedimentos da avaliação Otoneurológica
A seguir serão descritos os procedimentos utilizados (anamnese, exame
otorrinolaringológico, avaliação audiológica básica, avaliação do equilíbrio estático e
dinâmico, provas cerebelares e avaliação vecto-eletronistagmográfica) bem como
seus critérios.
A anamnese foi composta por questões como: idade e quanto tempo ocorreu
a última menstruação, uso de hormônios, alguns sintomas como ondas de calor,
sudorese, insônia, estresse, cefaléia, ansiedade, nervosismo, além de investigada a
presença de queixa de zumbido, tontura e dificuldade auditiva (ANEXO B).
O exame otorrinolaringológico foi realizado por um médico otorrinolaringologista
com o objetivo de excluir qualquer afecção de orelhas, nariz e/ou garganta
(ANEXO C).
Quanto à avaliação auditiva, os indivíduos foram examinados em cabina
acústica, utilizando-se os seguintes aparelhos: um audiômetro AC33, fones TDH-39 e
coxim MX-41, um aparelho de Compact-Disc da marca SONY, modelo D-11, série
9161852 acoplado ao audiômetro, com calibração segundo a norma ISO 389-1991.
A bateria básica de testes audiológicos foi composta de: Audiometria Tonal
Liminar (ATL), Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF), Índice Percentual de
Reconhecimento de Fala (IPRF) e Medidas de Imitância Acústica (MIA), englobando
Compliância, Timpanometria e Pesquisa do Reflexo Acústico nos modos contra e ipsi-
lateral (MANGABEIRA-ALBERNAZ, et.al, 1981) (ANEXO D).
A audiometria tonal liminar por via aérea foi realizada nas freqüências de 250,
500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz e por via óssea nas freqüências de
500, 1000, 2000, 3000 e 4000 Hz. A norma ISO 1999 (1990) foi usada como critério
de classificação de perda auditiva, ou seja: a audição é considerada dentro do padrão
de normalidade quando os limiares audiométricos estiverem até 25 dB NA, em todas
as freqüências, e perda auditiva quando os limiares de audibilidade forem maiores de
25 dB NA em uma ou mais freqüências.
Utilizou-se as listas pospostas por RUSSO & SANTOS (1993) para a
realização do limiar de reconhecimento de fala, apresentadas por meio de gravação
em Compact-Disc, com nível de intensidade no qual o paciente repetisse,
corretamente, duas das quatro palavras apresentadas, isto corresponderá aos 50%
exigidos pelo LRF.
26
Para a avaliação do IPRF foram utilizadas as listas propostas por CHAVES
(1997) e PILLON (1998), constando de 25 palavras monossilábicas com significado,
apresentadas por meio de gravação em Compact-Disc, com intensidade de 40 dB
NS, tomando por referência os limiares tonais das freqüências de 500, 1000 e 2000
Hz. Considerou-se a avaliação do IPRF como normal quando o percentual das
palavras repetidas corretamente encontrava-se acima de 92% (PEREIRA,1993).
Para a realização das Medidas de Imitância Acústica utilizou-se um analisador
de orelha média INTERACOUSTIC AZ7, com fone TDH-39 e coxim MX-41, com tom-
sonda de 220Hz à 70dBNA, com calibração segundo a norma ISO 389-1991. Foi
considerado Curva Timpanométrica Tipo A (JERGER, 1970) àquelas em que os
níveis de pressão encontraram-se entre +70 da Pa e -90 da Pa, volume equivalente
da orelha média entre 0,3 ml e 1,3 ml, e reflexo acústico presentes com limiares entre
70 e 90 dB NS (Nível de Sensação) para as freqüências de 500, 1000, 2000, 3000 e
4000 Hz (LOPES FILHO apud FROTA, 1998).
Para a avaliação do equilíbrio estático e dinâmico e da função cerebelar, foram
utilizadas as provas, a seguir descritas, segundo MANGABEIRA-ALBERNAZ &
GANANÇA (1976), as quais primeiramente foram executadas com os olhos abertos e
logo após com olhos fechados. Os movimentos realizados foram mantidos.
Prova da Marcha : nesta prova, a paciente marcha cinco passos para frente e
depois para trás, sucessivamente e sem pistas auditivas. Considera-se anormalidade
dificuldades na marcha, marcha em estrela (Babinsky-Weil), instabilidade, desvios ou
marchas que comumente são encontradas em pessoas com alterações neurológicas.
Prova de Romberg: Paciente em pé, mantendo os pés juntos e os braços
estendidos ao longo do corpo. Considera-se anormalidade quedas, latero, retro e/ou
anteropulsão.
Romberg-Barré: Mesma posição da prova anterior, porém com um adiante do
outro em linha reta. Considera-se anormalidade quedas, latero, retro e/ou
anteropulsão.
Prova de Unterberger: Paciente executa movimentos de marcha sem sair do
lugar, com os braços estendidos para frente. Considera-se anormalidade rotações
corporais acima de 45 graus.
Prova dos Braços Estendidos: Paciente aponta seus dedos indicadores aos
indicadores da examinadora, mantendo a posição com os olhos fechados. Considera-
se alteração, desvios de um braço em qualquer direção, ou ambos os braços no
sentido sagital, convergente ou divergente.
27
Prova da Diadococinesia: Paciente executa movimentos alternados de
colocação da palma e dorso das mãos sobre as suas coxas. Considera-se alteração a
dificuldade uni ou bilateral na execução dos movimentos (disdiadococinesia).
Prova da Dismetria , isto é, index-joelho-nariz: A manobra foi realizada
apontando os indicadores alternadamente no nariz e no joelho contrário ao indicador.
Considera-se alteração a dificuldade de realização do movimento.
Estes são testes de importância complementar, pela possibilidade de
oferecerem informações topodiagnósticas adicionais, no confronto com outros dados
do exame da função vestibular, e nunca isoladamente.
Para a realização do exame vestibular utilizou-se o sistema computadorizado de
vecto-eletronistagmografia SCV 5.1.1, proposto por CASTAGNO (1994). Este sistema
consiste em um método de inscrição dos movimentos oculares baseado na captação,
por meio de eletrodos de superfície, da variação de potencial elétrico entre a córnea
(+) e a retina (-) que ocorre quando movimentamos os olhos. É destinado
basicamente ao registro do nistagmo que é o movimento de maior interesse em
Otoneurologia, dotado de um conjunto de componentes lentas e rápidas que se
sucedem alternadamente.
A pele da paciente foi higienizada usando-se algodão e álcool para que a
captação do potencial elétrico ocorresse de forma efetiva através dos eletrodos que
foram colocados na região periorbitária, através de pasta eletrolítica e fita adesiva. O
eletrodo indiferente (terra) foi fixado na região frontal, o eletrodo superior na linha
média (dois centímetros acima da glabela) e um eletrodo em cada canto externo do
olho. Os eletrodos são constituídos de prata de baixa polarização.
Partes do exame:
Calibração dos Movimentos Oculares: é o início da avaliação, para que todos os
exames sejam feitos em condições iguais e para a medida correta da velocidade da
componente lenta do nistagmo. Paciente olha a barra de Leds onde aparecem dois
pontos alternadamente, cujo deslocamento do olhar entre eles equivale a 10° de
desvio angular dos olhos. A calibração foi feita no plano horizontal e vertical.
Nistagmo Espontâneo: é o que aparece no olhar de frente do paciente.
Inicialmente registra-se com os olhos abertos, e depois com os olhos fechados.
Considera-se alteração quando o nistagmo espontâneo está presente com os olhos
abertos ou quando é maior que 7°/s no registro com olhos fechados.
28
Nistagmo Semi-Espontâneo (Direcional ou de fixação) : Aparece no desvio de
30° do olhar nos pontos cardinais. Não está presente em indivíduos normais e
indivíduos portadores de afecção vestibular podem apresentar nistagmo unidirecional,
bi ou multidirecional.
Nistagmo Optocinético: Aparece fisiologicamente quando se acompanha com o
olhar um objeto em movimento. Utiliza-se a barra de Leds, produzindo pontos
sucessivos em uma velocidade de 20°/s. A estimulação é feita na direção dos quatro
pontos cardeais. Nesta prova, pesquisa-se a simetria do nistagmo, sendo que se esse
resultado for menor que 20% considera-se o nistagmo optocinético simétrico, acima
deste valor, considera-se assimétrico.
Rastreio Pendular: Paciente acompanha acompanhar na barra de Leds um
ponto em movimento pendular no plano horizontal e no plano vertical, esta prova
avalia a integridade do sistema oculomotor no controle dos movimentos oculares
lentos. A curva resultante pode ser classificada em quatro tipos: I, II, III, IV, sendo que
indivíduos normais apresentam curvas do Tipo I e II, pois não demonstram qualquer
dificuldade para acompanhar o deslocamento do pêndulo. A curva do Tipo III é uma
curva denteada ou serrilhada em ambos os lados, a do Tipo IV é do tipo anárquico,
representando total incapacidade do indivíduo de acompanhar os deslocamentos do
pêndulo, estes dois tipos demonstram alteração nesta prova.
Prova Rotatória Pendular Decrescente (PRPD): uma cadeira especial faz
movimentos rotatórios horários e anti-horários sucessivamente, progressivamente
decrescentes, até parar. Paciente permanece com os olhos vendados, joelho juntos e
é submetida à atividade mental. A cabeça ficou fletida 30° para frente com o objetivo
de horizontalizar os canais semicirculares laterais. O teste objetiva-se por verificar se
existe ou não simetria entre os batimentos, sendo considerado como parâmetro mais
importante de avaliação a freqüência nistágmica. Encontrando-se o resultado menor
que 30%, o nistagmo per-rotatório é simétrico, acima deste valor, é assimétrico.
Prova Calórica: é a mais importante para avaliar a função labiríntica porque
estimula cada labirinto isoladamente. Consiste em irrigar as orelhas com água em
temperatura quente (44ºC) e fria (30ºC), segundo FITZGERALD & HALLPIKE (1942).
Paciente permanece deitada com a cabeça levemente inclinada para frente (30°),
com o objetivo de verticalizar os canais semicirculares laterais. A irrigação inicia-se
pela orelha direita com água quente, depois esquerda com água quente, depois
esquerda com água fria e, por último, direita com água fria, procurando sempre
inverter a direção do nistagmo provocado em cada estimulação. Analisa-se os
29
nistagmos com os olhos fechados e com atividade mental, sendo que, após 90
segundos os olhos devem ser abertos para que se observe se o efeito inibidor de
fixação ocular (EIFO), durante 20 segundos. Em Indivíduos normais, certa simetria
entre as respostas das duas orelhas às provas frias e quentes.
Realiza-se a avaliação do nistagmo pós-calórico de forma quantitativa e
qualitativa:
- Qualitativa: hiperreflexia, quando qualquer um dos valores obtidos for maior
que 50°/s; hiporreflexia quando qualquer valor menor que 3°/s; arreflexia quando
não se obtém resposta, na mesma orelha, nas três temperaturas pesquisadas (44°C,
30°C e 18°C).
- Quantitativa: Quando os resultados obtidos nas quatro estimulações estiverem
normais (entre 3°/s e 50°/s), para comparação dos valores correspondentes à mesma
orelha ou à mesma direção de batimentos utilizamos a Fórmula de Jongkees.
Considera-se normal quando esse índice for menor que 30%, preponderância
labiríntica, quando os dois valores referentes à mesma orelha forem maiores que as
respostas da outra e preponderância direcional quando os dois valores referentes aos
nistagmos de mesma direção forem maiores que os de direção oposta. Sendo que
Predomínio Labiríntico caracteriza um a labirintopatia periférica deficitária (do lado em
que os valores de nistagmo pós-calórico são menores) e Predomínio Direcional
caracteriza uma labirintopatia periférica irritativa (MOR, el. al. 2001)
É possível estabelecer as seguintes localizações da lesão: periférica situada no
labirinto e/ou VIII nervo, até sua entrada no tronco cerebral, e central, situada a partir
da entrada do VIII nervo no tronco cerebral, em seus núcleos, vias e inter-relações.
(MANGABEIRA-ALBERNAZ & GANANÇA, 1976).
Do total de mulheres avaliadas, 15 foram excluídas por não preencherem algum
dos requisitos necessários para inclusão. A amostra deste estudo ficou constituída de
27 mulheres na faixa etária de 45 à 58 anos e média de idade igual a 51,51 anos.
3.2 Método estatístico
O estudo estatístico foi realizado de forma descritiva, com os resultados obtidos
organizados em tabelas e apresentados em números absolutos e relativos.
30
4 RESULTADOS
Neste capítulo serão expostos os dados encontrados na anamnese aplicada às
mulheres que compuseram a amostra, bem como os resultados obtidos no exame
otoneurológico.
As provas de equilíbrio estático e dinâmico, bem como os testes que avaliam a
função cerebelares, foram normais para todas as mulheres avaliadas.
A Tabela 1 mostra o resultado encontrado quanto as principais sintomas
referido pelas mulheres, durante a anamnese.
TABELA 1- Incidência dos principais sintomas referidos durante a anamnese.
Sintomas
Sim Não
N % N %
Calor 15 55,55 12 44,45
Palpitação 13 48,15 14 51,85
Insônia 19 70,37 8 29,63
Enjôo 17 62,96 10 30,04
Cefaléia 22 81,48 5 18,52
Ansiedade 19 70,37 8 29,63
Estress 12 44,45 15 55,55
Irritação 16 59,26 11 40,74
Depressão 16 59,26 11 40,74
O gráfico 1 mostra os principais sintomas referido pelas mulheres durante a
anamnese.
0
50
100
Sim Não
GRÁFICO 1 - Principais sintomas referidos pela amostra estudada.
31
Através do ANEXO E, é possível verificar a incidência dos sintomas referidos
durante a anamnese, para cada mulher do estudo.
Na Tabela 2 estão expostos os resultados encontrados, quanto às queixas de
tontura, zumbido e queixa auditiva.
TABELA 2 - Incidência das queixas clínicas de tontura, zumbido e auditiva.
Tontura Zumbido Queixa Auditiva
N % N % N %
Sim 18 66,66 11 40,74 11 40,74
Não 9 33,34 16 59,26 16 59,26
Total 27 100 27 100 27 100
Através do gráfico 2 observa-se a presença das queixas clínicas de tontura,
zumbido e também a queixa auditiva.
0
20
40
60
80
Tontura Zumbido Queixa
Auditiva
Sim Não
GRÁFICO 2 - Incidência das queixas de tontura, zumbido e auditiva
Através da Tabela 3, demonstra-se os resultados encontrados referentes aos
limiares tonais das mulheres avaliadas.
32
TABELA 3 - Distribuição dos resultados encontrados quanto aos limiares tonais.
Limiares Tonais
N %
Normal 14 51,85
Alterada 13 48,15
Total 27 100
O gráfico 3 mostra os resultados encontrados quanto aos limiares tonais.
46
48
50
52
Audiometria
Normal Alterada
GRÁFICO 3 - Resultados encontrados quanto aos limiares tonais.
Calibração dos movimentos oculares da vecto-eletronistagmografia foi regular
no exame de todas as mulheres, tanto na vertical quanto na horizontal.
A Tabela 4 mostra o desempenho das mulheres encontrado na prova do no
rastreio pendular, na horizontal e na vertical.
TABELA 4 - Distribuição dos resultados encontrados na pesquisa do rastreio pendular horizontal e
vertical.
Rastreio Pendural
Horizontal Vertical
N % N %
Tipo I 12 44,45 4 14,81
Tipo II 14 51,85 21 77,78
Tipo III 1 3,70 2 7,41
Total 27 100 27 100
33
O gráfico 4 demonstra os resultados encontrados na prova do rastreio
pendular, na horizontal e na vertical.
0
20
40
60
80
Tipo I Tipo II Tipo III
Horizontal Vertical
GRÁFICO 4 - Resultado encontrado na prova do rastreio pendular.
Na Tabela 5 é possível observar o desempenho das mulheres quanto à
pesquisa do nistagmo espontâneo com olhos fechado.
TABELA 5 - Distribuição dos resultados encontrados quanto à presença ou não do nistagmo
espontâneo com olhos fechados.
Nistagmo Espontâneo com Olhos Fechados
N %
Olhos Fechados < 7°/s 15 55,55
Ausente 12 44,45
Total 27 100
No gráfico 5 são apresentados os resultados obtidos quanto ao nistagmo
espontâneo com olhos fechados.
34
0
20
40
60
Olhos Fechados < 7°/s Ausente
GRÁFICO 5 - Resultado encontrado na prova do nistagmo espontâneo com
olhos fechados.
A pesquisa do nistagmo optocinético na horizontal e na vertical, apresentou-se
simétrico em todas as mulheres avaliadas.
O nistagmo semi-espontâneo, também chamado de direcional ou de fixação,
apresentou-se ausente em todas as direções.
A Tabela 6 mostra o desempenho das mulheres na pesquisa do nistagmo per-
rotatório.
35
TABELA 6 - Distribuição dos resultados encontrados segundo a presença ou não de alteração na
pesquisa do nistagmo per-rotatório.
Nistagmo Per-Rotatório
N %
Simétrico 25 92,59
Assimétrico 2 7,41
Total 27 100
O gráfico 6 mostra o resultado encontrado segundo a presença ou não de
alteração na Pesquisa do nistagmo per-rotatório.
0
50
100
Nistagmo Per-Rotatório
Simétrico Assimétrico
GRÁFICO 6 - Resultado encontrado quanto a presença ou não de alteração na
pesquisa do nistagmo per-rotatório.
A Tabela 7 mostra o desempenho das mulheres avaliadas, quanto à pesquisa
do nistagmo pós-calórico.
36
TABELA 7 - Distribuição dos resultados encontrados segundo a presença ou não de alteração na
pesquisa do nistagmo pós-calórico.
Nistagmo Pós - Calórico
N %
Arreflexia 1 3,70
Hiporreflexia 1 3,70
Hiperrelfexia 3 11,12
Predomínio Labiríntico 2 7,41
Predomínio Direcional 4 14,81
Sem Alterações 16 59,26
Total 27 100
O gráfico 7 mostra o desempenho das mulheres da amostra segundo a
presença ou não de alteração na pesquisa do Nistagmo Pós-Calórico.
0
20
40
60
Arreflexia Hiporreflexia
Hiperrelfexia Predonio Labiríntico
Predomínio Direcional Sem Alterões
GRÁFICO 7 - Resultado encontrado na pesquisa do nistagmo pós-calórico.
A Tabela 8 mostra o desempenho das mulheres avaliadas de acordo com a
conclusão do exame vecto-eletronistagmográfico.
37
TABELA 8 - Distribuição dos resultados conforme a conclusão do exame vecto-eletronistagmográfico.
Exame Vecto-eletronistagmográfico
N %
Deficitária 4 14,81
Irritativa 7 25,93
Sem Alterações 16 59,26
Total 27 100
O gráfico 8 mostra a distribuição dos resultados encontrados conforme a
conclusão do exame vecto-eletronistagmográfico.
0
20
40
60
Exame Vecto-eletronistagmográfico
Deficitária Irritativa Sem Alterações
GRÁFICO 8 - Resultado encontrado no exame vecto-eletronistagmográfico.
38
5 DISCUSSÃO
Neste capítulo, com a finalidade de cumprir o objetivo anteriormente proposto,
de avaliar a audição e o equilíbrio em mulheres na pós-menopausa, serão analisados
os resultados da pesquisa desenvolvida, comparando-os, quando possível, com as
informações encontradas na literatura compulsada. Dessa forma, foi possível
estabelecer comentários que se seguem.
Na anamnese realizada, perguntou-se sobre os principais sintomas
apresentados durante o período da pós-menopausa.
Na Tabela 1 (Gráfico 1) foi possível verificar que a sintomatologia esteve
presente em grande parte das mulheres: 22 (81,48%) referiram cefaléia, 19 (70,37%)
relataram insônia e ansiedade, 17(62,26%) enjôo, 16 (59,26%) irritação e depressão,
15 (55,55%) ondas de calor, 13 (48,15%) palpitação e 12 (44,45%) referiram crises de
estress.
Sintomas relatados nesta pesquisa, como cefaléia, insônia, ansiedade, enjôo,
irritação, depressão, ondas de calor, palpitação e estress são referidos por autores
como MEIRELLES (1981), BONZANINI (1982), OSTERGARD (1982), QUATRIN
(1983), HUNTER (1992), HALBE & FONSECA (1993), FERNANDES, WEHBA &
MELO (1994), LUCA (1994), BAGNOLI, et. al. (1998), MELO, et. al. (2000),
BALLONE (2002), GUYTON & HALL (2002), MELO & POMPEI (2002), GIRAUDO, et.
al. (2003), PEDRO, et. al (2003), COSTA (2003), SOUSA, FILIZOLA & MORAES
(2003), FEBRASGO (2004), MORI & COELHO (2004) e NOBILE (2005) como sendo
freqüentemente encontrados, em maior ou menor intensidade, pela maioria das
mulheres no climatério. Nos achados deste estudo, verificou-se a presença de algum
dos sintomas em todas as mulheres, corroborando assim com os autores
supracitados.
Vários autores como HUNTER (1992), MELO, et. al. (2000), BALLONE (2002)
e GUYTON & HALL (2002) afirmam que a maioria dos sintomas típicos do climatério
resulta da diminuição dos níveis de estrogênios circulantes, sendo freqüentemente
citados a instabilidade vasomotora e sintomas psicológicos, os quais foram
encontrados em grande número da amostra avaliada.
39
Conforme alguns autores como MELO, et. al. (2000), PEDRO, et. al. (2003),
bem como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(2004), dentre os sintomas vasomotores mais freqüentes, as ondas de calor
(fogachos) estão presentes em mais de 70% das mulheres no climatério, porém neste
estudo foi possível observar a prevalência desse sintoma em apenas 55,55% da
amostra avaliadas.
PEDRO, et. al. (2003), em um estudo tipo inquérito populacional, destacaram
dentre os sintomas psicológicos a cefaléia como grande ocorrência entre as mulheres
no climatério. Da mesma forma, é possível observar neste trabalho, onde este
sintoma esteve presente em 81,48% das mulheres da amostra.
Alguns autores relataram que a intensidade e a freqüência dos sinais e
sintomas no climatério variam de mulher para mulher, assim, através do ANEXO E é
possível observar a prevalência dos sintomas para cada mulher avaliada nesta
pesquisa. Todas as mulheres referiram alguma queixa, onde o mínimo de sintomas
relatados foram 4 e o máximo 9, sendo que mais de 70% das mulheres referiram 5
ou mais sintomas durante a pós menopausa. Observa-se assim, a grande prevalência
dos sintomas para cada mulher do estudo.
Através da Tabela 2 (Gráfico 2) é possível observar a presença das queixas de
tontura, zumbido, bem como queixa auditiva. A queixa de tontura esteve presente em
18 (66,66%) das mulheres avaliadas, a queixa de zumbido e a queixa auditiva
estiveram presentes em 11 (40,74%) mulheres.
A freqüência de labirintopatias, como tontura, zumbido e hipoacusia,
separadamente ou em conjunto, em decorrência de distúrbios hormonais são
referidas por vários autores, dentre eles GOMES, CAOVILLA & GANANÇA (1993),
CAMPOS (1998), BITTAR (1999), SOUSA, FILIZOLA & MORAES (2003),
FEBRASGO (2004) e LORENZI, et. al. (2005).
No presente estudo, 66,66% das mulheres referiram queixa de tontura,
podendo esta ser atribuída ao déficit hormonal apresentado durante o período da
pós-menopausa, concordando assim com autores como OSTERGARD (1982),
QUATRIN (1983), GOMES, CAOVILLA & GANANÇA (1993), HALBE & FONSECA
(1993), FERNANDES, WEHBA & MELO (1994), BAGNOLI, et. al. (1998), CAMPOS
(1998), BITTAR (1999), GANANÇA, et. al. (2000), MOR, et. al. (2001), MELO &
POMPEI (2002), COSTA (2003), PEDRO, et. al. (2003), SOUSA, FILIZOLA &
MORAES (2003), FEBRASGO (2004), TIENSOLI, COUTO & MITRE (2004),
LORENZI, et. al. (2005) e NOBILE (2005).
40
Para GOEBEL, et. al. (1995) e HAMMAR, et. al.(1996) o zumbido é relacionado
à insuficiência estrogênica que ocorre durante o climatério e menopausa, sendo
freqüentemente relatado por mulheres neste período.
LORENZI, et. al. (2005), em uma pesquisa a fim de identificar a sintomatologia
climatérica em mulheres no período pós-menopáusico, encontraram, dentre os
sintomas auditivos e vestibulares, grande prevalência das queixas de zumbido e
vertigem. Este achado também pode ser evidenciado no presente estudo.
Através da Tabela 3 (Gráfico 3), pode-se verificar os achados referentes a
avaliação audiológica básica realizada nas mulheres da amostra. Do total avaliado, 14
(51,85%) apresentaram audição normal e 13 (48,15%) apresentaram resultado
alterado.
Autores relatam a variação do fluxo sangüíneo da cóclea decorrente da ação
dos hormônios ovarianos (LAUGEL, DENGERINK & WRIGHT, 1988, BITTAR, 1999 e
FEBRASGO, 2004), estando esta variação atuando sobre os neurotransmissores
cocleares, compromete assim a acuidade auditiva.
A calibração da VENG foi regular em todos os exames.
Na pesquisa do rastreio pendular horizontal (Tabela 4, Gráfico 4) o predomínio
de respostas foi o traçado do Tipo II, presente em 14 (51,85%) dos exames, traçado
este também relacionado com indivíduos normais, pois não demonstram qualquer
dificuldade para acompanhar o pêndulo; 12 (44,45%) das mulheres apresentaram
rastreio Tipo I, comum em indivíduos normais, e 1 (3,70%) apresentou rastreio Tipo III
que pode ser visto em indivíduos com vestibulopatia periférica ou central. Para o
rastreio pendular na vertical, observou-se predomínio do traçado Tipo II em 21
(77,78%), Tipo I em 4 (14,81%) e Tipo III em 2 (7,41%) das mulheres avaliadas.
Quanto ao nistagmo espontâneo com Olhos fechados, este esteve presente
menor que 7°/s em 15 (55,55%) das mulheres avaliadas e ausente em 12 (44,45%)
(Tabela 5, Gráfico 5).
Todas as mulheres participantes deste estudo apresentaram nistagmo
optocinético simétrico e nistagmo semi-espontâneo ausente em todas as direções.
No estudo da presença ou o de alteração na pesquisa do nistagmo per-
rotatório (Tabela 6, Gráfico 6) foi possível observar que das 27 mulheres avaliadas,
25 (92,59%) apresentaram resposta simétrica à prova e somente 2 (7,41%) tiveram
alteração nesta avaliação.
41
A prova calórica evidenciou normorreflexia em 16 (59,26%) das participantes da
pesquisa, predomínio direcional em 4 (14,81%), hiperreflexia em 3 (11,12%),
predomínio labiríntico em 2 (7,41%) e arreflexia e hiporreflexia em 1 (3,70%) (Tabela
7, Gráfico 7). Apesar do estímulo não ser fisiológico, essa é a prova mais importante
da avaliação vestibular, pois investiga cada labirinto separadamente.
Assim, o exame vestibular mostrou-se normal em 16 (59,26%) das mulheres,
síndrome periférica irritativa em 7 (25,93%) e síndrome periférica deficitária em 4
(14,81%) (Tabela 8, Gráfico 8). O topodiagnóstico de vestibulopatia periférica nos 11
casos foi caracterizado pela ausência de sinais patognomônicos de lesão central e
pela presença de alterações em relação ao padrão de normalidade, constituindo
assim, um diagnóstico de exclusão.
No confronto destes dados com a literatura especializada, a presença da
alteração vestibular encontrada neste estudo pode ser justificada por autores como
MANGABEIRA-ALBERNAZ & GANANÇA (1976), RUBIN & BROOKLER (1991),
BITTAR (1997), BITTAR (1999), SILVA, et. al. (2000), MOR, et.al. (2001), TIENSOLI,
COUTO & MITRE (2004), onde estes relatam em seus estudos que mulheres com
disfunção hormonal apresenta alteração na homeostase dos fluidos labirínticos,
podendo apresentar além de perda auditiva, alterações vestibulares.
42
6 CONCLUSÃO
Mulheres na pós-menopausa referem queixa clínica de tontura e zumbido e
apresentam alteração na audição e no equilíbrio.
43
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(conclusão do curso de enfermagem e obstetrícia, habilitação saúde publica) -
Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira – FACEM- Santa Maria, 1983.
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sintomatologia depressiva e insônia no climatério feminino, Revista Brasileira de
Medicina, v.60, n.4, p.191-4, 2003.
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49
BIBLIOGRAFIA
Universidade Federal de Santa Maria. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa.
Estrutura e apresentação de monografias, dissertações e teses (MDT). 6 ed.
Santa Maria: Ed. da UFSM, 2005.
50
ANEXOS
51
ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE OTORRINO-FONOAUDIOLOGIA
AMBULATÓRIO DE OTOLOGIA DO HUSM
Fgª Marcieli Bellé
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu,______________________________________ autorizo a coleta de
dados, informações, avaliações, fotografias e filmagens referentes ao Projeto de
Pesquisa executado pela Fgª Marcieli Bellé, para fins de estudos científicos, pesquisa
e apresentação de estudos em congressos da área.
Estou ciente de que esta pesquisa consta de uma avaliação da audição,
através de fones que emitem sons e palavras para que a pessoa detecte presença
desses estímulos, como também Medidas de Imitância Acústicas, utilizando-se para
isso uma sonda de borracha que é colocada na orelha do paciente, com o objetivo de
avaliar a mobilidade do tímpano através de variação de pressão positiva e negativa. A
avaliação do equilíbrio consta de provas em que o indivíduo terá que permanecer
parado, em pé e marchar. Será realizada também vecto-eletronistagmografia
computadorizada, através de estímulos visuais e labirínticos. Na prova calórica é
colocada, em cada orelha, água morna e fria, sendo que esta entra no ouvido, bate
no tímpano e volta. Estas avaliações serão realizadas no Ambulatório de Otologia do
HUSM. Tenho conhecimento dos direitos de sigilo absoluto em relação à
identificação, tornando-se desde já, material confidencial sob responsabilidade da
Fonoaudióloga executora do projeto acima citada. Tais avaliações não oferecem
nenhum risco à saúde das pessoas envolvidas, bem como prejuízos financeiros.
Para maiores informações, favor contatar pelo telefone: 99562729.
__________________________________________
Assinatura
Santa Maria, ___/___/_____.
52
ANEXO B - Protocolo de anamnese
ANAMNESE
1- IDENTIFICAÇÃO
Nome:_____________________________________________Data:_____________
Idade:____ Data de Nascimento:_____ Sexo:____ Profissão:___________________
Endereço:_________________________________________Telefone:___________
Idade que ocorreu a última menstruação ___________________________________
Faz uso de hormônios _______ Há quanto tempo ___________________________
Quais Hormônios _____________________________________________________
Sintomas:
( ) Ondas de calor ( ) Estresse
( ) Palpitação ( ) Insônia
( ) Enjôo ( ) Pressão alta
( ) Cefaléia ( ) Irritação
( ) Ansiedade ( ) Depressão
Tontura? ( ) sim ( )não
Início: ____________________________________________________________
Ocorrência: esporádica ( ) freqüente ( ) muito freqüente ( )
Duração das crises: segundos ( ) minutos ( ) horas ( ) dias ( )
Sensação de que a crise vai ocorrer?____________________________________
Sensação de que os objetos giram ao seu redor?__________________________
Sensação de girar no ambiente com os objetos estacionários?________________
Surge ou piora:
Com movimentos de cabeça ( ) Ao olhar para o lado ( ) Em veículos em
movimento( ) Em determinada posição ou mudança de posição do corpo ( )
Sensação:
De instabilidade ( ) De desmaio ( ) De flutuação ( ) Pressão na cabeça ( )
Perda da consciência ( ) Escurecimento da visão( ) Desequilíbrios à marcha( )
Náuseas ( ) Vômitos ( ) Sudorese ( ) Palidez ( ) Quedas ( ) Palpitações( )
Tendência à queda:
Direita ( ) Esquerda ( ) Para frente ( ) Para trás ( )
Desvio à marcha:
Para a direita ( ) para a esquerda ( )
Fatores desencadeantes:____________________________________________
Fatores de melhora:_________________________________________________
Queixa de perda auditiva? ___________________________________________
Início:_____________________________________________________________
Orelha direita ( ) Orelha esquerda ( )
Variação da audição durante as crises? ( ) sim ( ) não
Hipersensibilidade a sons ( ) Distorção dos sons ( )
Sensação de líquido no ouvido ( ) Dificuldade para entender o que se fala ( )
53
Supuração? D ( ) E ( )
Exposição à ruído? ( ) sim ( ) não
Zumbido? ( ) sim ( ) não
Início:_____________________________________________________________
Localização: OD ( ) OE ( ) Próximo ao ouvido ( ) Na cabeça ( )
Tipo: Contínuo ( ) Pulsátil ( ) Súbito ( )
Constante ( ) Variável ( ) Em crises ( )
Fatores desencadeantes?_____________________________________________
Fatores de melhora?_________________________________________________
Antecedentes pessoais:
Doenças da Infância ( ) Diabetes ( ) Distúrbios da Tireóide ( )
Distúrbios Menstruais ( ) Distúrbios Cardíacos ( ) Pressão Arterial Alta ( )
Pressão Arterial Baixa ( ) Cirurgias ( ) Doenças de Ouvido, Nariz e Garganta( )
Tratamentos Anteriores:______________________________________________
Medicamentos em uso:_______________________________________________
Antecedentes familiares:
Tontura ( ) Perda Auditiva ( ) Zumbido ( ) Diabetes ( )
Hipertensão Arterial ( ) Enxaqueca ( ) Distúrbios Cardiovasculares ( )
Outros dados:_____________________________________________________
54
ANEXO C - Protocolo de avaliação otorrinolaringológica
Nome: ______________________________________________________________
D.N.: ___ /___ / _____ Idade: __________________________ Sexo: M F
Data da avaliação: ___ / ___ / ____ Examinador: ___________________________
Otoscopia:
Rinoscopia:
Oroscopia:
Laringoscopia:
Conclusão:
55
ANEXO D - Protocolo de avaliação audiológica
NOME: _____________________________________ IDADE:______________
DATA DO EXAME:_________________ EXAMINADOR:___________________
56
ANEXO E – Incidência dos sintomas apresentados, para cada mulher avaliada.
Sintomas
Calor Palpitação Insônia Enjôo Cefaléia Ansiedade Estress Irritação Depressão
M1 X X X X X X
M2 X X X X
M3 X X X X
M4 X X X X X X X X
M5 X X X X X
M6 X X X X X X X
M7 X X X X
M8 X X X X
M9 X X X
M10 X X X X X X X
M11 X X X X X X X
M12 X X X X
M13 X X X X X X
M14 X X X X X X X
M15 X X X X X X X X X
M16 X X X X
M17 X X X X X
M18 X X X X X X
M19 X X X X X X
M20 X X X X
M21 X X X X X X
M22 X X X X X X X X
M23 X X X X X X
M24 X X X X X
M25 X X X X X
M26 X X X X X
M27 X X X X
TOTAL
15 13 19 17 22 19 12 16 16
57
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