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Apesar de M. urundeuva ser uma espécie considerada ameaçada de
extinção na região e de grande interesse econômico, as informações sobre a
germinação de suas sementes se restringem a estudos de armazenamento ou
testes de germinação realizados em laboratório (Silva et al. 2002, Dorneles et
al. 2005), sendo que dados sobre sua germinação no campo são bastante
escassos. Salomão et al. (2003) classifica a germinação da aroeira no campo
como boa, no entanto esses autores não apresentaram a porcentagem
encontrada. Ainda segundo os mesmos o tempo necessário para a germinação
da espécie no campo seria de aproximadamente 14 dias. O experimento
realizado em Jardim-MS, sob as árvores-mãe, apresentou uma porcentagem
de germinação em pasto muito baixa, de apenas 1,76% e com estabilização
somente após 166 dias considerando todos os tratamentos. Já o realizado em
Campo Grande-MS, na ausência da planta-mãe, apresentou uma porcentagem
germinação maior, porém ainda baixa de 8,6%, em um tempo médio de 25
dias.
Um dos principais fatores limitantes para a germinação de sementes em
pasto é o estresse de temperatura (Nepstad et al. 1996). A temperatura é um
dos fatores que apresentam grande influência tanto na porcentagem de
germinação quanto na determinação do vigor das plântulas, influenciando a
absorção de água pela semente e as reações bioquímicas que regulam todo o
processo metabólico durante as primeiras fases do desenvolvimento (Pacheco
et al. 2006). Resultados apresentados por Silva et al. (2002) mostraram que a
germinação de M. urundeuva ocorre a temperaturas que variam entre 15 a
35ºC sendo, porém, mais bem sucedida entre 20 e 30 ºC. No experimento
realizado em Jardim-MS, a temperatura do solo (100 milímetros superficiais)
nos dois primeiros meses após a semeadura das sementes ultrapassou várias
vezes os 35°C, tendo alcançado algumas vezes 40°C (CPTEC/INPE),
temperatura na qual, segundo Silva et al. (2002), a germinação é nula para a
espécie. Portanto, as altas temperaturas às quais as sementes foram
submetidas podem ter danificado o embrião, reduzindo assim a porcentagem
de germinação das sementes. Já em Campo Grande-MS, a temperatura do
solo (100 milímetros superficiais) durante a realização do experimento variou
entre 4° e 35,5°C, com média de 28,8°C (CPTEC/INPE), o que poderia explicar