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vocabulários regionais, entre vocabulários profissionais ou ainda entre vocabulários
profissionais e o vocabulário geral; e empréstimo externo de que ocorre entre um
sistema lingüístico para outro.
Tanto em relação a empréstimos internos como externos BARBOSA (1996,
p.290 – 291) diz:
...é lícito falar-se em criação lingüística, pois cada norma regional, ou cada norma de
universo de discurso, assim como cada sistema lingüístico tem, respectivamente a sua visão
de mundo e as estruturas lingüísticas que lhe correspondem.
Ora, ao adotar um novo termo, uma região, uma classe social, um grupo profissional
ou uma comunidade nacional está adotando, ao mesmo tempo, um novo recorte e o seu
correspondente lingüístico. Tem-se, pois, em suma, uma palavra nova na língua, embora não
se trate da criação de um signo e sim da adoção de uma palavra.
Na verdade, a neologia por empréstimo não consiste na criação do signo, mas na sua
adoção, visto que não é o locutor que toma emprestado o termo, que realiza a criação – que
consiste, esta, na atribuição consciente de um conteúdo de significação ao segmento
lingüístico (um significado a um significante) – ou que avaliza essa criação, acolhendo-a e
interpretando-a de acordo com a motivação que resulta da relação entre os seus elementos;
ele recebe essa criação como um fato consumado...
Em linguagem de especialidade, muitas vezes admitimos a necessidade de
empréstimos, pois, como afirma ALVES (1995, p. 319):
Referindo-se ao empréstimo externo, o neólogo e terminólogo francês Louis Guilbert afirmou,
reiteradas vezes, que a transferência de tecnologia faz-se acompanhar, muito freqüentemente,
de uma transferência de terminologia. Na verdade, sabem todos os que estudam as línguas de
especialidade que o termo estrangeiro introduz-se e, muitas vezes, instala-se em outro sistema
lingüístico, seguindo a tecnologia, o objeto criado ...
A adoção do empréstimo é realizada por etapas. Considera-se como situação do
empréstimo desde o momento em que se introduz o conceito e o seu correspondente
lingüístico. O termo na primeira fase de sua instalação é denominado peregrinismo. Se
o termo permanece inalterado, mesmo com alta freqüência de atualização constitui um
xenismo – um termo estrangeiro que permanece sempre estrangeiro. O peregrinismo é
considerado um empréstimo se houver adoção pela integração e generalização,